Carências Do Transporte Coletivo Na Região Metropolitana De
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25ª SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA 6º PRÊMIO TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO METROFERROVIÁRIOS CATEGORIA (1) CARÊNCIAS DO TRANSPORTE COLETIVO NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO AUTORES Emilia Mayumi Hiroi Estatística e economista, Coordenadora de Pesquisa e Avaliação de Transportes do Departamento de Planejamento e Projeto Funcional da Companhia do Metropolitano de São Paulo Maria Cecilia Masagão Andreoli de Oliveira Estatística e engenheira mecânica, Supervisora na Coordenadoria de Pesquisa e Avaliação de Transportes do Departamento de Planejamento e Projeto Funcional da Companhia do Metropolitano de São Paulo Luiz Claudio Sposito Economista, Analista de concepção de transporte na Coordenadoria de Pesquisa e Avaliação de Transportes do Departamento de Planejamento e Projeto Funcional da Companhia do Metropolitano de São Paulo 1 25ª SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA 6º PRÊMIO TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO METROFERROVIÁRIOS Introdução A Pesquisa Origem e Destino 2017, aplicada na Região Metropolitana de São Paulo – RMSP, fez o levantamento de 42,0 milhões de viagens diárias realizadas pela sua população. Dessas, 67% correspondem às viagens motorizadas, que contabilizam 28,3 milhões. As viagens por modo coletivo, de 15,3 milhões em 2017, têm tempo médio por esse modo, de 60 minutos. Considerando-se apenas as viagens por modo coletivo de cada zona para as demais, ou seja, excluindo as viagens intrazonais, realizadas no interior de cada zona, tem-se para a RMSP 13,3 milhões de viagens interzonais por modo coletivo, com tempo médio interzonal de 65 minutos. Os tempos médios de viagem por transporte coletivo, da pesquisa em 2017, estão representados no mapa a seguir: 2 25ª SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA 6º PRÊMIO TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO METROFERROVIÁRIOS O tempo médio de viagem não considera a distância percorrida, assim, se distâncias grandes são percorridas, consequentemente os tempos médios serão elevados; enquanto que a carência considera a distância e um tempo ideal de percurso por modo coletivo, comparando-o com o tempo efetivo de percurso, ou seja, a diferença entre tempo real e tempo ideal. Conceito básico de “carência” do transporte A carência pode ser definida como a diferença entre tempo real e ideal de viagem, ponderada pelo número de viagens realizadas entre uma dada zona e as demais, ou seja, pelas viagens interzonais. 3 25ª SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA 6º PRÊMIO TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO METROFERROVIÁRIOS A aplicação da metodologia de “carências” constitui-se em um estudo expedito para o planejamento de transportes, onde é realizada uma rápida análise dos tempos de viagens obtidos pela Pesquisa Domiciliar, que são de grande importância para compor o diagnóstico da situação atual do transporte na RMSP. A metodologia das “carências” está baseada na diferença entre tempos reais de percurso observados na Pesquisa Origem e Destino 2017 e tempos considerados ideais, que são calculados tendo como referência o estudo de Y. Sasaki denominado Conceito de Uma Hierarquia dos Transportes, que divide o domínio de utilização dos modos de transporte em áreas. A envoltória de todas as curvas para cada modo é denominada “Linha de Máxima Satisfação dos Usuários”, que liga o ponto ótimo de utilização dos diferentes modos de transporte. As “carências” foram calculadas para as zonas de pesquisa; zonas com valores elevados de “carência” do transporte coletivo indicam que as viagens por esse modo, dessas zonas, apresentam tempos reais de percurso muito superiores aos tempos considerados ideais. Os tempos ideais são calculados para o modo coletivo, em função das distâncias percorridas. Altos valores de carências do transporte coletivo indicam baixo desempenho operacional do sistema de transporte coletivo (baixa frequência e tempo de espera no ponto) ou ainda problemas no sistema viário (congestionamentos, condições adversas no sistema viário) que retardam a viagem. A “carência” interzonal Cij é representada pela diferença entre o tempo real e o tempo ideal das viagens realizadas entre as zonas i e j, multiplicada pelo número de viagens 4 25ª SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA 6º PRÊMIO TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO METROFERROVIÁRIOS entre essas zonas. A “carência” média de uma zona i é a somatória das “carências” interzonais, relativas às viagens entre a zona i com as demais, dividida pelo número total de viagens interzonais originadas na zona i. O tempo de percurso ideal Tij, entre a origem i e o destino j, em função da distância dij é dada por: 푇 3,44푙표푔10푑푖푗 푖푗 = 9 Onde Tij : tempo ideal da origem i para o destino j, dij : distância entre a origem i e o destino j. Neste estudo, as distâncias diretas de cada uma das viagens por modo coletivo foram calculadas por intermédio das coordenadas de origem e destino das viagens pesquisadas na Pesquisa Origem e Destino 2007. Análise dos resultados As carências do transporte coletivo calculadas para as zonas da Pesquisa Origem e Destino 2017 estão apresentadas no mapa a seguir. 5 25ª SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA 6º PRÊMIO TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO METROFERROVIÁRIOS O mapa apresentado indica que o sistema de metrô permite aproximar os tempos reais dos tempos ideais, quando comparados com zonas que não são servidas por esse modo. Assim, zonas lindeiras às linhas de metrô atualmente em operação apresentam, em geral, carências inferiores a 15 minutos, apesar de ainda ocorrerem zonas lindeiras com carências entre 15 e 20 minutos e alguns poucos casos de carências em patamares mais elevados, superiores a 20 minutos, em zonas da Consolação, Pinheiros, Butantã, Campo Limpo, Capão Redondo e Jardim São Luís. O sistema de trens metropolitanos, por sua característica de atendimento a viagens de longa distância alimentados por ônibus locais, não apresenta o mesmo desempenho do sistema de metrô, apresentando em seu entorno carências em níveis superiores a 20 6 25ª SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA 6º PRÊMIO TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO METROFERROVIÁRIOS minutos nos seguintes municípios: Francisco Morato, Caieiras, Mairiporã, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Poá, Mogi das Cruzes; Osasco, Barueri, Jandira, Itapevi, Santo André e São Caetano do Sul. No município de São Paulo, as carências elevadas encontram-se zonas dos distritos de Itaim Bibi, Morumbi, Alto de Pinheiros, Jaguaré, Vila Maria, Anhanguera e Perus. Fora das áreas servidas pelo sistema metroferroviário, encontraremos carências superiores a 20 minutos, nos distritos de Jardim Ângela, Grajaú, Parelheiros, Marsilac, Campo Grande, Brasilândia, Cachoeirinha e Tremembé, no município de São Paulo, além de zonas dos municípios de Taboão da Serra, Embu das Artes e Cotia. 7 25ª SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA 6º PRÊMIO TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO METROFERROVIÁRIOS Anexos Tabela 1 Zonas OD2017 com carências médias de viagens interzonais por transporte coletivo superiores a 20 minutos - 2017 Região Metropolitana de São Paulo Pesquisa Origem e Destino 2017 Zona Nome da zona Distrito de São Paulo/ Município 11 Bom Jardim Pari 19 Cambuci Cambuci 33 Pacaembu Consolação 34 FAAP Consolação 37 Rudge Santa Cecília 39 Belém Belém 44 Alto da Mooca Mooca 62 Parque Ibirapuera Moema 63 Jardim Luzitânia Moema 64 Moema Moema 65 Vila Helena Moema 68 Chácara Itaim Itaim Bibi 69 Vila Olímpia Itaim Bibi 70 Hélio Pelegrino Itaim Bibi 73 Berrini Itaim Bibi 75 Pamplona Jardim Paulista 81 Jardim Europa Pinheiros 86 Zequinha de Abreu Perdizes 94 Água Branca Barra Funda 97 Boaçava Alto de Pinheiros 105 Vila Hamburguesa Vila Leopoldina 112 Jardim Mutinga São Domingos 118 Anhanguera Anhanguera 119 Perus Perus 122 Vila Souza Brasilândia 124 Brasilândia Brasilândia 140 Vila Santa Maria Limão 142 Jardim Peri Cachoeirinha 150 Jardim das Pedras Tremembé 161 Parque Novo Mundo Vila Maria 230 Santa Etelvina Cidade Tiradentes 234 Parque São Rafael São Rafael 236 Ipiranga Ipiranga 8 25ª SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA 6º PRÊMIO TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO METROFERROVIÁRIOS 247 Vila das Mercês Sacomã 260 Parque Santa Madalena Sapopemba 264 São Mateus São Mateus 269 Vieira de Moraes Campo Belo 271 Congonhas Campo Belo 282 Campo Grande Campo Grande 283 Vila Sabará Campo Grande 292 Vila Natal Grajaú 294 Cocaia Grajaú 295 Belmira Marin Grajaú 296 Bororé Grajaú 298 Parelheiros Parelheiros 299 Marsilac Marsilac 304 Jardim São Luís Jardim São Luís 305 Centro Empresarial Jardim São Luís 307 Jardim Capela Jardim Ângela 308 Riviera Jardim Ângela 309 Jardim Turquesa Jardim Ângela 311 Jardim Ângela Jardim Ângela 313 Jardim Sônia Ingá Capão Redondo 315 Parque Fernanda Capão Redondo 316 Morumbi Morumbi 317 Jóquei Clube Morumbi 318 Fazenda Morumbi Morumbi 319 Real Parque Morumbi 320 Paraisópolis Vila Andrade 324 Jardim Mitsutani Campo Limpo 326 Jardim Umarizal Campo Limpo 332 Jardim João XXIII Raposo Tavares 338 Jaguaré Jaguaré 339 Cidade Universitária Butantã 344 Caieiras Caieiras 355 Afonso Moreno Francisco Morato 356 Francisco Morato Francisco Morato 364 Cumbica Guarulhos 378 Pimentas Guarulhos 394 Jardim São José Poá 398 Bonsucesso Itaquaquecetuba 410 Itapeti Mogi das Cruzes 419 Estrada das Lágrimas São Caetano do Sul 430 Parque das Nações Santo André 462 Parque Pinheiros Taboão da Serra 9 25ª SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA 6º PRÊMIO TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO METROFERROVIÁRIOS 464 Santo Eduardo Embu das Artes 465 São Marcos Embu das Artes 479 Antônio João Barueri 483 Morada dos Lagos Barueri 491 Bussocaba City Osasco 503 Ribeirão Itaqui Jandira 506 Granja Viana Cotia Tabela 2 Zonas OD2017 com carências médias de