A Transferência Da Sede Do Bispado De Conímbriga
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
MASARYKOVA UNIVERZITA V BRNĚ Filozofická fakulta Ústav románských jazyků a literatur Portugalský jazyk a literatura Pavlína Dvořáková A transferência da sede do bispado de Conímbriga Bakalářská diplomová práce Vedoucí práce: Mgr. et Mgr. Michaela Malaníková Brno 2011 Prohlašuji, že jsem bakalářskou diplomovou práci vypracovala samostatně s využitím uvedených pramenů a literatury. ……………………………………. Na tomto místě bych ráda poděkovala především vedoucí své bakalářské práce Mgr. et Mgr. Michaele Malaníkové za veškerý čas, úsilí a trpělivost, které mi věnovala, za užitečné rady a připomínky, kterými mi pomáhala při tvorbě mojí práce. Índice INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 3 1. A HISTÓRIA DO DOMÍNIO ROMANO NO TERRITÓRIO PORTUGUÊS . 4 1.1 ÉPOCA PRÉ-ROMANA ........................................................................................... 4 1.2 AS LUTAS ENTRE ROMANOS E CARTAGINESES E A CONQUISTA DA PENÍNSULA IBÉRICA.......................................................................................................................... 5 1.3 A ORDENAÇÃO DO TERRITÓRIO DA PENÍNSULA IBÉRICA ...................................... 8 2. CONÍMBRIGA E AEMINIUM, DUAS CIDADES DA ÉPOCA ROMANA ... 10 2.1 A CIDADE DE CONÍMBRIGA ............................................................................... 10 O FÓRUM DE AUGOSTO ................................................................................................. 11 AS TERMAS DE AUGUSTO ............................................................................................. 12 O AQUEDUTO ............................................................................................................... 12 O FÓRUM FLAVIANO ..................................................................................................... 13 AS TERMAS DE TRAJANO .............................................................................................. 13 A MURALHA DA CIDADE ............................................................................................... 14 2.2 A CIDADE DE AEMINIUM ................................................................................... 16 O CRIPTOPÓRTICO DE AEMINIUM E O FÓRUM DA CIDADE .............................................. 17 3. A TRANSFERÊNCIA DO BISPADO DE CONÍMBRIGA PARA AEMINIUM NO CONTEXTO HISTÓRICO .................................................................................. 19 3.1 ATAQUES PELAS TRIBOS GERMANAS .................................................................. 19 3.2 A INFLUÊNCIA CRISTÃ EM CONÍMBRIGA ............................................................ 22 3.3 A SEDE DO BISPADO EM CONÍMBRIGA E A SUA TRANSFERÊNCIA A AEMINIUM .... 25 3.4 OS PROBLEMAS DE DATAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DO BISPADO E A UTILIZAÇÃO DE NOME CONÍMBRIGA ..................................................................................................... 26 4. OS MOTIVOS DO ABANDONO DE CONÍMBRIGA ..................................... 30 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 32 ANEXOS ....................................................................................................................... 34 IMAGENS ...................................................................................................................... 34 ESCAVAÇÕES ................................................................................................................ 36 BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 39 AS FONTES DA INTERNET ...................................................................................... 42 2 Introdução Cada civilização desaparecida deixa-nos alguns vestígios da sua existência. É graças ao esforço de arqueólogos e historiadores, que nos ajudam a descobrir estes vestígios perdidos, que foi possível escrever este trabalho sobre duas antigas cidades. Trata-se de Conímbriga e Aeminium, as cidades que alcançaram o seu desenvolvimento máximo na época romana. Às vezes é difícil acreditar que nos edifícios em ruínas e agora descobertos graças ao trabalho empenhado dos arqueólogos, habitavam os nossos antepassados. Todavia este trabalho não tem como sua principal tarefa reconstruir pormenorizadamente os monumentos da época romana. Tenta sim, apresentar aqueles que eram essenciais para a vida dos habitantes do Império Romano ou importantes para a defesa da cidade. Não se trata da reconstituição vasta, mas da apresentação sumária que nos relata a beleza e a importância destas cidades. Mas não nos enganemos, nada persiste para sempre e apesar da sua glória, a cidade de Conímbriga foi abandonada e quase esquecida. O objectivo deste trabalho é tentar revelar os últimos momentos da existênica desta cidade poderosa e encontrar os motivos do seu desaparecimento. Pretendemos descobrir os motivos da transferências da sede do bispado de Conímbriga para Aeminium, descrever os acontecimentos antecedidos ao abandono da cidade. Vamos procurar alguma possível data do abandono e, se possível, determinar o exacto momento do abandono. Também mencionamos as razões porque foi escolhida Aeminium como o sítio para a sede do bispado. Conímbriga era uma cidade grandiosa, apesar disso não conseguiu sobreviver. Só o seu nome foi mantido até ao presente na forma modificada – Coimbra. 3 1. A História do domínio Romano no território português 1.1 Época pré-romana Os primeiros habitantes no território português que conseguimos identificar foram os Iberos. Estes viviam provavelmente na parte mediterrânea já no neolítico e penetraram lentamente também nas áreas do oeste.1 Os Iberos negociavam preponderantemente com metais como ouro, prata, estanho e cobre. E também por causa das jazidas abundantes de cobre, os Fenícios começam a chegar à Península Ibérica cerca do século XI a. C e estabeleceram aqui muitas feitorias comerciais.2 E não só os Fenícios foram atraídos pelas jazidas de cobre e estanho, desde o século VII a. C., mas também os Gregos começaram a desembarcar na margem portuguesa. A sua influência é testemunhada pela letra usada no sudoeste de Portugal que era muito parecida à letra da Grécia Antiga.3 Cerca do século VI a. C. chegaram da Europa central as tribos dos indo- europeus Celtos. Dominavam prepoderantemente a parte ocidental e central da Península, porém, penetraram também na parte sudoeste, ocupada pelos Iberos, e mestiçaram-se com eles. A povoação assim criada chamou-se celtibérica.4 Cerca do século IV, os Cartagineses começaram a influenciar a Península.5 Estes conseguiram apoderar-se das feitorias fenícias e consolidar a sua posição económica.6 1 KLÍMA, Jan. Dějiny Porgualska. Praha: Nakladatelství Lidové noviny, 2007. Doba bronzová a vliv středomořských civilizací (2000 př.n.l−200 př.n.l.), pág. 11−13. 2 HÁLA, Arnold. Úvod do dějin a kultury Portugalska. Praha: Státní pedagogické nakladatelství, 1987. Období pravěké a starověké, pág. 5−11. 3 KLÍMA, Jan. Dějiny Porgualska, pág. 11−13. 4 Ibidem, pág. 11−13. 5 Segundo: LÖWE, G., STOLL, H. ABC Antiky. trad. Dalibor Plichta. Praha: Ivo Železný, 1999. p. 177: Os Cartagineses provinham de Cartago, a cidade fundada pelos Fenícios no século IX a. C. na norte da África. 6 HÁLA, Arnold. Úvod do dějin a kultury Portugalska, pág. 5-11. 4 1.2 As Lutas entre Romanos e Cartagineses e a Conquista da Península Ibérica A conquista da Península Ibérica pelos Romanos está ligada às guerras púnicas,7 decorridas no século III a. C. Trata-se das guerras pela hegemonia sobre todo o território do Mediterrâneo entre os Romanos e os Cartagineses. Após a primeira guerra púnica (264−241 a. C.) quando o Cartagineses derrotados perderam a Sardenha (238 a. C.), tentaram, pois, alargar o seu domínio na Península Ibérica, que era para eles a fonte dos recursos naturais. Começaram por conquistar a área de Sagunto a Olisipo e estenderam- se até ao Tejo, e posteriormente até ao Douro. Em 226 a. C. foram acordados tratados que delimitavam a fronteira da influência entre Roma e Cartago. Mas, no ano de 218, o exército cartaginês atacou Sagunto e atravessou o rio Ebro, o que foi considerado pelos Romanos como desrespeito aos tratados e declararam, portanto, a segunda guerra púnica contra Cartago. E com esta guerra começou também a conquista da Península Ibérica pelos Romanos.8 No início o exército romano não conseguiu encarar as habilidades militares do exército cartaginês mas, no ano 202 a. C., foi travada a batalha de Zama, uma área na norte da Árica em direção a sudoeste de Cartago,9 e os Romanos conseguiram derrotar os Cartagineses. Cartago teve que assinar um tratado de paz e assim terminou a segunda guerra púnica, após quase 20 anos de duração. Sobre o avanço romano no território português não temos dados literários nem arqueológicos, não sendo possível dizer por onde os Romanos entraram no Sul de Portugal. A ocupação do Algarve e do Alentejo deve ter acontecido na primeira metade do século II a. C.10 Por conseguinte, o território da Península Ibérica já estava sob a influência dos romanos e começou a colonização activa pela povoação romana.11 7 Segundo: LÖWE, G., STOLL, H. ABC Antiky, pág. 308: Trata-se de três guerras entre Roma e Cartago. Depois da última, terceira guerra, Cartago foi derrotado, saqueado e os habitantes foram matados ou vendido como escravos. 8 JORGE, Vítor Oliveira, et al. Nova História de Portugal, vol. I: Portugal: das origens à romanização. Lisboa: