Eleições Legislativas 2019-2023
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Publicações Periódicas Autorizado a circular Taxa Paga em invólucro fechado Portugal Prioritário de plástico ou papel. Sintra JORNAL DE SINTRA ANO 86 - N.º 4276 PREÇO AVULSO 0,60 (c/ IVA) SEXTA-FEIRA, 11 DE OUTUBRO DE 2019 SEMANÁRIO REGIONALISTA INDEPENDENTE DIRECTORA: IDALINA GRÁCIO DE ANDRADE ANTÓNIO MEDINA JÚNIOR (fundador) e JORNAL DE SINTRA galardoados com a Medalha de Mérito Municipal (Grau Ouro) PROPRIEDADE: TIPOGRAFIA MEDINA, SA Eleições Legislativas 2019-2023 – Como votaram os sintrenses freguesia a freguesia No dia 6 de Outubro 167515 cidadãos residentes no Concelho de Sintra, exerceram de forma cívica o seu direito de voto, num universo de 318983 inscritos. A abstenção rondou os 47,48% valor ligeiramente superior à média nacional. A freguesia com maior abstenção foi a de Cacém S. Marcos que rondou o 50,52%. As freguesias com menos abstenção foi a UF de Sintra com 39% e Colares com 41,52%. Em relação às últimas Eleições Legislativas de 2015/2019, o partido com maior aumento percentual do número de votantes foi o PAN que passou de 4009 para 8550. O Partido Socialista venceu em todas as freguesias aumentando o seu número de votos de 57555 para 65618. Os restantes partidos com representação parlamentar todos baixaram o número de votantes. Dos novos partidos o mais votado foi o Chega!, com 4190 votos. Em contrapartida a Iniciativa Liberal teve 2646 e o Livre, 2682. Face a estes resultados o Presidente da República já indigitou o Partido Socialista – António Costa, na qualidade de partido vencedor para constituir Governo, se possível em diálogo com outras forças partidárias. pág. 4 Sintra toda pintada de rosa /PS CH FREGUESIAS A L IL % PS NC PTP MAS MPT PAN PPM B.E. PDR PNR R.I.R. Votos Votos PURP Nulos CDS-PP Votantes Inscritos PCP-PEV PPD/PSD Validação Abstenção em Branco PCTP/MRPP Algueirão- Mem Martins 55771 28650 678 474 174 40 267 10974 65 83 772 109 411 3387 353 5370 42 151 64 473 2151 1590 983 39 V 48,63% Casal de Cambra 10187 5338 141 129 25 10 56 2290 7 15 152 25 45 528 39 955 7 40 12 47 349 280 183 3 V 47,60% Colares 6477 3788 96 59 12 5 24 1214 4 14 65 12 86 350 56 1078 5 17 7 78 204 159 238 5 V 41.52% Rio de Mouro 40418 20798 465 355 164 33 203 8046 25 60 609 73 321 2532 231 3765 22 128 40 319 1658 1040 678 31 V 48,54% UF Agualva e Mira Sintra 35413 17007 316 282 123 21 172 7574 24 33 432 40 185 1859 162 2807 23 82 39 241 1343 779 447 23 V 51,98% UF Alm.Bispo, P. Pinheiro Montelavar 14139 8165 200 142 43 17 86 3346 16 18 182 23 80 721 55 1844 8 56 18 88 578 342 284 18 V 42,25% UF Cacém S. Marcos 31506 15588 345 280 126 31 151 6405 29 39 497 57 206 1917 170 2348 32 98 33 225 1209 904 464 22 V 50,52% UF Massama e Monte Abraão 42767 22417 511 291 116 28 164 8694 34 51 504 55 385 2685 278 4402 18 95 46 418 1797 1092 721 32 V 47,58% UF Queluz Belas 44064 22911 508 408 156 42 196 9123 56 61 541 60 373 2541 291 4120 27 106 56 359 1901 1210 749 27 V 48,01% UF São João Lampas Terrugem 13955 8038 239 147 50 20 80 2981 16 24 164 34 118 715 75 1962 7 59 20 121 448 421 322 15 V 42,40% UF Sintra 24286 14815 350 214 91 14 98 4971 23 40 272 50 436 1443 204 3757 15 67 19 313 874 733 821 10 V 39,00% Totais do Concelho 318983 167515 3849 2781 1080 261 1497 65618 299 438 4190 538 2646 18678 1914 32408 206 899 354 2682 12512 8550 5890 225 0 47,48% Percentagem % 52,52% 2,30% 1,66% 0,64% 0,16% 0,89% 39,17% 0,18% 0,26% 2,50% 0,32% 1,58% 11,15% 1,14% 19,35% 0,12% 0,54% 0,21% 1,60% 7,47% 5,10% 3,52% 0,13% fonte: CMS História Local Opinião / Mobilidade Teatro / Sintra Cultura Desporto / Hóquei Pinharanda Uma Questão Na Solidão Noites de Orfeu em Patins Gomes sobre de Cultura dos Campos dia 12 HCSintra Francisco Costa de Algodão no Museu e Nafarros (II) (a não perder) de Odrinhas começam em casa pág. 2 pág. 7 pág. 9 pág. 9 pág. 13 PUB. JORNAL DE SINTRA 2 SEXTA-FEIRA 11 DE OUTUBRO DE 2019 HISTÓRIA LOCAL Pinharanda Gomes sobre Francisco Costa (II) Francisco Costa é o maior vulto das Letras sintrenses do século XX. A sua obra abrange géneros tão diversos como a poesia, o romance, ou o ensaio literário e histórico. A sua visão do mundo, marcada por uma profunda convicção religiosa de raiz cristã, terá contribuído para um certo afastamento dos críticos em relação à sua obra, mas sendo esta sustentada pelo seu elevado conseguimento estético e a densidade do seu questionamento ético, compete-nos hoje evocar o seu nome, para que os futuros estudiosos e amantes da sua obra não digam que a nossa época estava inteiramente cega para a beleza que a sua mão de artista soube criar com a palavra. O filósofo e pensador da cultura portuguesa, Pinharanda Gomes, que privou com Francisco Costa em Sintra e foi seu amigo, e também seu hermeneuta, oferece aqui aos leitores do Jornal de Sintra um testemunho sobre a obra e o homem que são parte inalienável do património espiritual sintrense. Depoimento recolhido por Jorge Telles de Menezes e Rui Lopo publicado na edição do Jornal de Sintra de Janeiro de 2009 por ocasião do 75.º aniversário do Jornal de Sintra. (Continuação) de Colares, mas dava-se com o Pereira Forjaz, o Moreira Baptista, e também se dava já com comunistas, como o Lino Paulo, vereador da Câmara de Sintra, que foi sempre um grande «A casa de Francisco Costa foi sonhada por ele amigo do Francisco Costa, seu admirador, tornando-se os e construída por Raul Lino» dois grandes companheiros. Se algumas iniciativas foram tomadas a favor do Francisco Quando vim para Lisboa tive o desejo de conhecer o Francisco Costa depois da morte dele devem-se ao Lino Paulo. Ele é que Costa. Escrevi-lhe então a solicitar uma entrevista, e ele disse- se bateu, apesar da Câmara ser do PS e do PSD, pelas me que sim, que fosse a Sintra. Fiz-lhe uma entrevista para um homenagens ao Francisco Costa, porque tinha consciência jornal de Lisboa, um semanário de doutrina monárquica do seu valor. chamado “O Debate”, um jornal que vendia muitíssimo bem. Francisco Costa também era bastante conhecido nos meios Era um jornal monárquico, mas liberal, defensor da chamada das contabilidades, porque tinha publicado um livro que era monarquia constituinte, que nada tinha a ver com o D. Miguel. o “Sistema de Contabilidade Cooperativa”. Era um POC (Plano Então lá fui à casa de Sintra, fizemos a entrevista e a partir daí Oficial de Contas), como hoje se chama, elaborado por ele, desenrolámos uma relação permanente, embora com silêncios. adequado às cooperativas e aos grémios. Ele era um homem Recordo-me de uma vez, já a minha mulher e eu morávamos muito interessante, muito convivente e muito falador. Desde aqui, em Santo António dos Cavaleiros, e o Francisco Costa que o deixassem falar ele tinha sempre assunto. Era muito tinha publicado um livro, o “Promontório Agreste”, que ele difícil calá-lo. A filha, a Isabel, herdou dele essa loquacidade. me telefonou, porque vinha a Lisboa ver um filme, e queria Quando falávamos com a Isabel também era muito difícil encontrar-se comigo para me dar o livro. O Francisco Costa falarmos, ela não deixava, engatava em primeira e era sempre gostava muito de cinema, e nos romances dele vêm anotados a andar. Uma família muito bonita! A Leopoldina já mal conheci, os filmes que ia ver, sobretudo filmes de origem inglesa. Trazia se realmente existia, a “Suma Teológica” de São Tomás de porque ela morreu bastante cedo, mas era uma cabeça notável. a filha mais velha, a Leopoldina, que era matemática, e a Isabel, Aquino, em latim, que são mais de dez volumes. A primeira Aqueles trabalhos que o Francisco Costa publicou com o a mais nova, mas a senhora dele, a Maria Feliciana, nunca imagem que me ficou dele em Sintra foi a de uma casa afável, nome dele sobre a “Cronologia da Morte de Cristo” nasceram vinha, ou raramente vinha a Lisboa. Então combinámos um construída pelo Raul Lino em consonância com os desejos das preocupações da Leopoldina. Porque ela olhava para as encontro na Avenida da Igreja, num café chamado Tatu, para dele, uma casa que era para a família mas que era também um crónicas de Flávio Josefo, para os calendários da Igreja as cinco da tarde. ecrã para a Serra. Aquela casa foi sonhada por ele, e devo Católica, e daquele aliquoqua, e quando se tratava de situar Mas a verdade é que houve uns acidentes na estrada e ele registar a hospitalidade e a franqueza com que fui recebido. a data da morte as datas variavam de uns autores para os não chegou a Lisboa nem para ver o filme nem para se Até se deu um caso um pouco estranho, numa das visitas outros. Então ela deu-se ao insano trabalho de efectuar uma encontrar comigo, e eu estive lá até às oito horas da tarde à que fiz, porque o Francisco Costa que fez os romances por comparação dessas várias datas para saber se eram a mesma espera dele.