Esposende Investe Milhões Na Maior Freguesia Do Concelho
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SEGUNDA-FEIRA.16.ABR 2018 WWW.DIARIODOMINHO.PT 0,90 € Diretor: DAMIÃO A. GONÇALVES PEREIRA | Ano XCIX | n.º 31732 DM P.04 BRAGA PAGA 1,3 MILHÕES PELAS OBRAS NA POUSADA DA JUVENTUDE Cruz Vermelha de Amares reforça equipa com treze socorristas REGIÃO P.14 Esposende investe milhões na maior freguesia do concelho REGIÃO A Câmara de Esposende vai realizar um investimento milionário em Marinhas. A gestão municipal destinou uma verba global de cerca de 3 milhões de euros para obras na maior freguesia do concelho. P.12 Pinheiro Marques Ana João Ferreira RELIGIÃO P.17 e Ana Filipa BALASA R venceram ASSINALA 14 ANOS duatlo DA BEATIFICAÇÃO DESPORTO WWW.AUTOFIX.PT AutoFix.lda de Braga P.30 DE ALEXA NDRINA DR DR 02 DIÁRIO DO MINHO / SEGUNDA-FEIRA / 16.04.18 www.diariodominho.pt António sílvio couto paulo fafe [email protected] [email protected] As “nossas” guerras perdidas… Homem culto e homem de cultura o longo da nossa história nacional – de vinha, sobretudo, da França… quase novecentos anos – houve épo- Qual a população portuguesa ao tempo da I guer- cas de batalhas e de guerras que fo- ra mundial? Éramos cerca de seis milhões, viven- s orçamentos de Estado português nunca foram ram importantes e essenciais para a do 80% nas zonas rurais, e, desses outros vinte por muito pródigos para a cultura do país. Daí as nossa identidade, mas também houve cento de citadinos, metade dessa população estava queixas contínuas e justificadas para quem en- guerras onde, ao termos entrado nelas, nas cidades (regiões) de Lisboa e do Porto. De refe- tende que a cultura é o perfume de um povo. Aquase marcamos a nossa condição de derrotados… rir que a mobilização para o conflito – europeu ou A verdade é que os governos colocam a cultura No século XX houve dois momentos de “guer- africano – trouxe grandes tribulações sociais, eco- como um gasto e não como um investimento, ra” em que tal faceta foi assaz notória, senão mesmo nómicas e até culturais. Oalinhando numa perspetiva monetarista da questão; por is- cáustica para a nossa “personalidade coletiva”. Referi- O momento mais fatídico da I guerra mundial so a colocam no fundo da lista de suas prioridades. Isto vem mo-nos à presença lusitana na primeira guerra mun- para os militares portugueses deu-se em La Lys (na a propósito do descontentamento que grassa no seio das ar- dial (1914-1918) e à apelidada “guerra colonial” (1961- Flandres – região ribeira e lamacenta), a 9 de abril tes. Mas não só a cultura não tem o que precisa, como vejo -1974) nas antigas províncias ultramarinas, sobretu- de 1918: sob ordens dos britânicos, os lusos estima- os hospitais a reivindicar mais meios materiais e humanos, do, em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique… Em vam serem substituídos nas trincheiras – esse con- as forças armadas descontentes com a longevidade dos seus ambas as “guerras”, para além de bastantes mortos, ceito marcante desta guerra, sobretudo, em França armamentos, a segurança apelando a meios mais modernos, deixamos um rasto de “soldado desconhecido”, es- – por esses dias, mas quatro divisões alemãs atacam os professores a exigirem descongelamento de carreiras e sa entidade de quem não se sabe o nome, mas cuja os quase “desmobilizados”, desmotivados e desgo- progressões, etc. etc. Todos queriam mais. E há para tanto? perda se tornou, de muitos e variados modos, irre- vernados portugueses… sendo mortos mais de seis Como se diz em economia, os meios são escassos e as ne- parável…e não será com monumentos ou com cha- centenas e feitos prisioneiros mais de seis mil… cessidades são muitas. Daí que os governos tenham de fazer mas a crepitar em maré de homenagem que narco- Decorridos cem anos não sei se aprendemos a opções entre, primeiro sustentar a vida e só depois buscar tizaremos a nossa consciência coletiva. lição, pois continuamos a comportar-nos como se o recreio do espírito; é a aplicação da expressão latina “pri- * A presença dos militares portugueses na I guer- fossemos capazes de vencer tudo e todos, quando mum vivere deinde philosophari”, isto é, primeiro viver de- ra mundial (1914-1918) é um dos atos mais fatídicos nem conseguimos dominar-nos a nós mesmos. Con- pois filosofar. Sem barriga cheia nem se escutam prédicas. tinuamos a sentir-nos senhores de grandes feitos, Por muito que nos custe dizer, a cultura será, assim, a últi- empolados aos nossos olhos, mas que ninguém le- ma das necessidades de um povo. Claro que isto não isenta Continuamos a sentir- va a sério, pois fazemos figura de pretensiosos sem um qualquer Governo do apoio à cultura do seu país, mas estofo de heróis… e nem a sublimação de certos di- deve subsidiar por igual qualquer das expressões da cultu- nos senhores de grandes rigentes nos deveria enganar, ontem como hoje! ra: teatro, cinema, edição de livros, jornais, artesanato, es- feitos, empolados aos cultura, pintura, música, enfim, tudo aquilo que serve para * Da outra “guerra” que perdemos, a “colonial”, elevar o espírito do homem comum aos níveis do homem nossos olhos, mas que ainda não foi feito o distanciamento capaz. Bastará culto. Mas atenção: apoiar não é fazer dos homens da cultu- ninguém leva a sério, olhar para alguma leitura enviesada com que certos ra funcionários do Estado: quem paga é dono; este começa programas televisivos – alguns pagos com dinhei- por embotar a criatividade e transforma os artistas em cro- pois fazemos figura de ros estatais – e colocados na boca de historiadores nistas da corte. Não paga a quem o critica. Apoios sem su- pretensiosos sem estofo marxistas-trotskistas, que conseguem dar a sua lei- bordinação não existem. Como se diz na gíria popular, “não tura dialética da história, quando há muitas outras há almoços grátis”. Deixem-me usar uma metáfora: apoiar de heróis… e nem a formas de fazer a história, que não só a deles… é dar a parede para o pintor pendurar o quadro que pintou, sublimação de certos Os números desta mais uma vez guerra perdida as luzes da ribalta onde o ator representa, a capa do livro ou mesmo sem sentido: envolveu cento e cinquenta do escritor, a batuta do maestro, etc. etc. O resto tem de vir dirigentes nos deveria mil militares do lado português e mais de cinquen- do bolso do homem culto. E este só paga o que é boa arte. enganar, ontem como ta mil operacionais nas “forças de libertação”. Os re- Quem diz o que é bom ou o que é mau? O juiz é a socieda- hoje! sultados foram: do lado português – cerca de nove de culta. Aproveito para distinguir o que é um homem de mil mortos (à média de 630 por ano, o que dá cer- cultura de um homem culto. O homem de cultura é aquele ca de dois mortos por dia… nos treze anos de con- que faz obra para o homem culto comprar ou citar. Quem e irracionais do nosso “eu coletivo”. Segundo da- flito), mais de quinze mil deficientes físicos e psi- compra um quadro é um homem culto, quem o pintou é dos dos meios castrenses houve mais de cinquen- cológicos; do outro lado – os dados são complexos, um homem de cultura; comprar um livro é um ato culto, es- ta mil homens que integraram o designado “corpo pois envolvem operacionais e populações, poden- crevê-lo é um ato de cultura. Há por aí tanta mediocridade expedicionário português”, em França, acrescen- do atingir mais de cem mil pessoas. vestida de lantejoulas! Dizer que toda a arte é cultura, me- tando-se ainda mais outros cinquenta mil para a Que deixámos depois desta guerra inglória e tendo no mesmo saco o ótimo e o mau, é igualar o que não frente de defesa dos ataques em África aos terri- traumatizante, até para as famílias? Deixámos paí- pode ser nivelado, é encobrir a mediocridade com o manto tórios coloniais. ses ingovernáveis, entregues a ditaduras – até hoje! da igualdade. Faça-se a distribuição dos meios disponíveis Quais as razões para a participação “oferecida” – seguindo nexos de causalidade duvidosos, susti- com equidade já que não pode ser com prodigalidade. Isto nesta beligerância, nós, um país periférico? Três bre- dos e sustendo ideologias ultrapassadas no tempo, sem esquecer que há crianças em tratamento oncológico, ves razões: deveres para com a aliança britânica, de- na história e na memória! por exemplo, no H.S.J, no Porto, em condições de interna- fesa do território ultramarino e posicionamento in- mento que são uma ignomínia! Há Prioridade e prioridades. ternacional após o conflito… Nota – Cumprimentos de parabéns, sucesso e Porque avançamos para a contenda? Numa ten- bom trabalho ao Diário do Minho – a todos quantos tativa da consolidação da república – desencadea- o fazem, leem e continuam – neste aniversário de da anos antes – e cujo principal apoio (ideológico) pré-centenário. 16.04.18 / SEGUNDA-FEIRA / Publicidade / DIÁRIO DO MINHO 03 www.diariodominho.pt 04 DIÁRIO DO MINHO / SEGUNDA-FEIRA / 16.04.18 www.diariodominho.pt hoje A Associação Comercial de Braga A remodelação vai modernizar promove, às 16h00, a conferência e aumentar a capacidade “O Regulamento Geral de Proteção Braga de alojamento da Pousada de Dados”. O orador convidado é Hugo Soares, sócio da HMR – da Juventude. Sociedade de Advogados. Regeneração da Pousada da Juventude custará 1,3 milhões de euros a Braga Carla esteves sa municipal vocaciona- da para a dinamização regeneração da Pou- António Silva económica. sada da Juventude O novo Centro de Ju- de Braga e a adap- ventude incluirá a reju- A tação do edifício, venescida Pousada da Ju- situado na Rua de Santa ventude, mantendo os Margarida, a Centro de serviços de apoio já an- Juventude de Braga cus- tes instalados no edifí- tará à autarquia 1,3 mi- cio, nomeadamente os lhões de euros mais IVA.