D. Jorge Defende Urgência De Transformação Cultural
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DOMINGO.04.MAR 2018 WWW.DIARIODOMINHO.PT 0,90 € Diretor: DAMIÃO A. GONÇALVES PEREIRA | Ano XCVIII | n.º 31690 Sporting de Braga Filipa Correia/DACS com veia goleadora DESPORTO P.17-18 estoril, 0 D. Jorge defende urgência Sp. Braga, 6 de transformação cultural Almeida/Lusa de Manuel REGIÃO P.11 BRAGA O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, defende a necessidade de se alterarem padrões culturais que possibilitem uma vida ecologicamente mais sustentável. CELORICO DE BASTO «É urgente uma transformação cultural. Uma mudança sustentável que parta do ESTREIA “BATALHA diálogo, da diversidade de pensamento, de valores humanos partilhados e da DE CAMÉLIAS” disponibilidade para mudar comportamentos», afirmou o prelado no discurso de DR abertura do ciclo Nova Ágora “Olhares sobre a ecologia”. P.03-05 DM REGIÃO P.10 WWW.AUTOFIX.PT AutoFix.lda Guimarães escolhe hoje sucessor de Salvador Sobral 02 DIÁRIO DO MINHO / DOMINGO / 04.03.18 www.diariodominho.pt Vítor Aguiar e Silva p. rui rosas As teias da corrupção Modas deseducativas os últimos anos, têm-se portamentos ilícitos que estavam e fi- ecordando os primeiros tex- çoa. Mais ainda, confere ao acto próprio multiplicado as investi- cariam ocultos ou ignorados. Todavia, tos bíblicos, logo no capí- um prazer forte e atractivo, que serve pa- gações da Polícia Judiciá- a denúncia tem de ser cuidadosamente tulo inicial do Génesis, po- ra unir mais intimamente o homem e a ria e do Ministério Públi- escrutinada, de modo a evitar-se que a demos ler que “Deus criou mulher que o praticam, numa entrega re- co sobre possíveis casos de delação se transforme num instrumento o homem à Sua imagem, forçada – se corresponde à orientação di- corrupção em diversos do- de vingança pessoal e difamação de pes- criou-o à imagem de Deus; vina –, pela fidelidade e unidade que os Nmínios da vida pública portuguesa: na soas e instituições. A delação como prá- REle os criou homem e mulher. Aben- dois devem viver entre si. governação do país, na administração tica sistemática de morigeração de uma çoando-os, Deus disse-lhes: “Crescei e Deus também determinou que o ho- central e na administração autárquica, sociedade é inaceitável num Estado or- multiplicai-vos, enchei e dominai a ter- mem dominasse a terra. Para tanto, fá- no sistema bancário, nas instituições de denado segundo princípios e normas de ra” (Gén 1, 27-28). -lo-ia através do trabalho. Já no Génesis solidariedade social, no mundo do des- direito. O Estado é que tem de se dotar Se o homem é imagem de Deus, de- se diz que Adão e Eva viviam no paraí- porto, etc. Como têm revelado as notí- de instrumentos legais e de meios huma- ve espelhar na sua conduta facetas divi- so para “o trabalhar e guardar” (Gén 2, cias da comunicação social nas últimas nos adequados para evitar e para com- nas. Uma sobressai, a liberdade com que 16). Não era para o espasmo e a ociosi- semanas, os indícios e as suspeitas de bater a corrupção, sem andar a reboque realiza os seus actos conscientes, que exi- dade que Deus os convidava, mas para corrupção estão agora a afectar grave- de denúncias ocasionais ou de investiga- gem, obviamente, para serem bem exe- exercitarem os seus talentos no sentido mente o próprio Ministério Público e ções mais ou menos credíveis levadas a cutados, o concurso da vontade, que as- de transformar, aproveitar e potenciar o até os Tribunais, pilares fundamentais cabo por órgãos de comunicação social sim o auto determina para levar a cabo as que a natureza lhes dava de forma gene- do Estado de direito. (o que não significa que a comunicação tarefas que lhe incumbem. rosa e espontânea. As suspeitas que recaem sobre alguns social não deva ter neste domínio um Não tenhamos dúvidas que entre a von- A preguiça é a grande inimiga da labo- membros da judicatura são particular- papel relevante). Não se trata de conver- tade humana e a divina há uma diferença riosidade. Um calaceiro vive à custa dos mente preocupantes, porque os juízes ter o Estado num inquisidor-geral, mas fundamental. Deus é perfeito em Si e na- outros e exige que respeitem o seu ma- são os garantes, em ultima ratio, dos di- tão-só de assegurar que os multiformes da faz dum modo compulsivo ou limitati- rasmo e boa vida. É um ser asqueroso, in- reitos, das liberdades e da segurança dos crimes de corrupção pública são inves- vo da sua voluntariedade. Por exemplo, a justo e egoísta. criação não é um acto que implique qual- Algo de parecido sucede quando da se- quer necessidade ou aperfeiçoamento do xualidade humana se desliga a sua função ser divino. Deus cria gratuitamente, dan- procriadora e transforma a energia que a do origem a criaturas com diversas capa- permite, numa espécie de “aparelho re- Num mundo que esquece ou despreza cidades de O entender e de compreender creativo” e só. Perde-se o sentido da ho- os valores éticos, sejam eles de matriz o fim para que foram criadas. Das terre- nestidade, da pureza de vida, da relação nas, apenas o ser humano pode conhe- respeitosa com as outras pessoas. E cul- religiosa ou de matriz secular, as teias da cer esse mesmo fim e o modo de conduta tiva-se com veemência a infidelidade, o corrupção serão cada vez mais frequentes, que o leva a alcançá-lo. Como é óbvio, se prazer acima de tudo, a prostituição, a es- Deus traçou esse fim, não deixou de indi- cravatura sobretudo da mulher, o trato do mais sofisticadas e mais audaciosas. car-lhe como deve ser o seu procedimen- outro como um mero objecto de gozo, etc. to para o atingir. Fazer a vontade de Deus Diz a Bíblia que o “vinho alegra o co- é, pois, o caminho certo para esse efeito... ração dos justos”. Nossa Senhora, em Ca- Voltando ao acto criacional a que nos ná, como que “obrigou” o seu Filho a fa- referíamos atrás, aí se diz, de forma cla- zer o milagre de transformar a água em cidadãos e do regular funcionamento das tigados de acordo com a lei e segundo ra, que o criou “homem” e “mulher”. Não vinho naquelas bodas inesquecíveis. Mas instituições sociais. procedimentos legais. há capacidade de escolha: ou se é homem corre-se o risco de se abusar dessa bebi- A acumulação de casos, muitos deles Vivemos numa sociedade na qual os ou se é mulher por natureza e, como se da tão agradável, dando-se então lugar ao de grande complexidade, torna a acção da valores éticos e cívicos são subalterni- deduz com evidência, por vontade ex- alcoolismo, com todo o rol de desgraças justiça morosa, o que origina na opinião zados, quando não elididos, relativa- pressa de Deus. que ele arrasta consigo. pública a ideia de ineficiência do siste- mente ao consumo de bens materiais e E nessa vontade existe uma razão mui- Assim também com a sexualidade. Um ma judicial. A Polícia Judiciária, o Minis- à satisfação de modos de vida que cus- to concreta, que logo a seguir é explicitada caso: que um adolescente de catorze anos, tério Público e os Tribunais, no entanto, tam muito dinheiro. As teias da corrup- pelo próprio Deus: “Crescei e multiplicai- segundo li num artigo de conceituado psi- não podem tornar célere a Justiça com ção são urdidas com os fios da cobiça, -vos, enchei e dominai a terra”. Tudo isto quiatra em jornal digital de referência, con- prejuízo da investigação fundamentada da vaidade e da ostentação. Num mun- parece lógico, perante o panorama imen- vide uma sua professora a fazer sexo com a e sólida e do juízo rigoroso e bem pon- do que esquece ou despreza os valores so das possibilidades que a terra oferece. maior desenvoltura, revela como esta ques- derado dos processos em curso. Mais ne- éticos, sejam eles de matriz religiosa ou Seria incapaz um mero casal humano de tão se transformou numa mixórdia social. gativas do que a relativa morosidade da de matriz secular, as teias da corrupção aproveitar toda a fertilidade e riqueza que Claro que a professora reagiu como devia. Justiça serão a ligeireza, a fragilidade e a serão cada vez mais frequentes, mais so- ela lhe apresenta. Por isso, Deus convida Mas ele ainda insistiu: para que aceitasse inconsistência da investigação dos pos- fisticadas e mais audaciosas. “os nossos primeiros pais”, como habi- pelo menos durante dois minutos. É tris- síveis casos de corrupção. tualmente lhe chamamos, a procriar pa- te este panorama e revela que se a vida se- Segundo as notícias vindas a público, O autor não escreve segundo o chamado ra que surjam muitos seres humanos e se xual é considerada unilateralmente uma diversos casos de corrupção têm sido in- «acordo ortográfico» espalhem por todo o vastíssimo orbe que espécie de jogo aliciante e prazenteiro, to- vestigados com base em denúncias en- Deus lhes facultou para viver. da ela se degrada e acaba por fazer do ser viadas às autoridades competentes. Em- Procriar implica uma vida sexual acti- humano um joguete das paixões mais as- bora as denúncias sejam algumas vezes va, que corresponde aos desígnios divi- querosas. E nas nossas escolas públicas, em falsas ou infundamentadas, a verdade é nos para o homem. Não é por acaso que muitos casos, estes assuntos são tratados que, outras vezes, revelam actos e com- Deus lhes dá essa possibilidade e a aben- com a maior leviandade. 04.03.18 / DOMINGO / DIÁRIO DO MINHO 03 www.diariodominho.pt A Arquidiocese de Braga 2.ª sessão organiza o ciclo Nova Ágora em substituição Sampaio da Nóvoa, Pacheco das antigas conferências Pereira e Isabel Estrada, são Braga os convidados da próxima quaresmais.