Artigo 1 Para Ophiussa 1
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OPHIUSSA OPHIUSSA Revista do Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras de Lisboa Nº 1, 1996 Direcção: Victor S. Gonçalves ([email protected]) Secretário: Carlos Fabião ([email protected]) Conselho de Redacção: Amilcar Guerra Ana Margarida Arruda Carlos Fabião João Carlos Senna-Martínez João Pedro Ribeiro João Zilhão Capa: Artlandia Endereço para correspondência e intercâmbio: Instituto de Arqueologia. Faculdade de Letras. P-1600-214. LISBOA. PORTUGAL As opiniões expressas não são necessariamente assumidas pelo colectivo que assume a gestão da Revista, sendo da responsabilidade exclusiva dos seus subscritores. Nota da direcção: Devido a circunstâncias de ordem vária, que seria desinteressante enumerar, tão diversas elas são, este número foi preparado para sair em 1995, mas só agora é publicado. Alguns textos foram muito ligeiramente revistos, mas o essencial, incluindo o texto de apresentação, refere-se àquela data, pelo que tem de ser contextualmente entendido. A periodicidade futura de esta publicação será bienal, sendo o próximo número datado de 2002, com textos entregues até Dezembro de 2001. No sentido de datar propostas científicas e de situar opiniões expressas, solicitou- se a todos os autores que indicassem nas suas contribuições a data de entrega dos originais, e, sempre que necessário, após o texto, a data de revisão última. A partir do nº 2, inclusive, as normas de publicação são idênticas às adoptadas pelo Instituto Português de Arqueologia, na sua Revista Portuguesa de Arqueologia (http://www.ipa.min-cultura.pt). Dezembro de 2000 ÍNDICE ALGUMAS HISTÓRIAS EXEMPLARES (E OUTRAS MENOS) Victor S. Gonçalves ............................................................................................................................................. 5 A ARQUEOLOGIA PÓS-PROCESSUAL OU O PASSADO PÓS-MODERNO Mariana Diniz ....................................................................................................................................................... 9 INTERPRETAÇÃO TECNOLÓGICA E PALETNOGRÁFICA DA OCUPAÇÃO PROTO-SOLUTRENSE DA LAPA DO ANECRIAL (PORTO DE MÓS) João Zilhão; Francisco Almeida ........................................................................................................................ 21 PARA UMA RECONSTRUÇÃO DO PROCESSO DE NEOLITIZAÇÃO EM PORTUGAL Joaquina Soares .................................................................................................................................................. 39 O MEGALITISMO DA GALIZA. NOTAS PARA UMA BIBLIOGRAFIA CRÍTICA Ana Catarina Sousa .............................................................................................................................................. 51 DO ESPAÇO DOMÉSTICO AO ESPAÇO FUNERÁRIO: IDEOLOGIA E CULTURA MATERIAL NA PRÉ-HISTÓRIA RECENTE DO CENTRO DE PORTUGAL João Carlos de Senna-Martinez .......................................................................................................................... 65 PASTORES, AGRICULTORES E METALURGISTAS EM REGUENGOS DE MONSARAZ: OS 4º E 3º MILÉNIOS Victor S. Gonçalves ............................................................................................................................................. 77 ENDOVÉLICO E ROCHA DA MINA – O CONTEXTO ARQUEOLÓGICO Manuel Calado ..................................................................................................................................................... 97 A CERÂMICA CAMPANIENSE DO ACAMPAMENTO ROMANO DA LOMBA DO CANHO (ARGANIL) Carlos Fabião; Amílcar Guerra .......................................................................................................................... 109 A OCUPAÇÃO ROMANA DO CABEÇO DO CRASTO, S. ROMÃO, SEIA Amílcar Guerra; Carlos Fabião .......................................................................................................................... 133 NOVOS CONTRIBUTOS PARA A ARQUEOLOGIA DO ALGARVE ORIENTAL Victor S. Gonçalves; Ana Margarida Arruda; Manuel Calado ...................................................................... 161 OS SÍTIOS, «HORIZONTES» E ARTEFACTOS DE VICTOR S. GONÇALVES Carlos Tavares da Silva ....................................................................................................................................... 181 OPHIUSSA 1 (1996), Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras de Lisboa ____________________________________ DO ESPAÇO DOMÉSTICO AO ESPAÇO FUNERÁRIO: IDEOLOGIA E CULTURA MATERIAL NA PRÉ-HISTÓRIA RECENTE DO CENTRO DE PORTUGAL João Carlos de SENNA-MARTINEZ1 ______________________________________________________________________________________ Abstract In recent papers (SENNA-MARTINEZ, 1994a. e 1995b.) we developed a model for the socio-economic structure of the populations who built and used the megalithic monuments in the Mondego platform (Beira Alta). On the basis of the evidence regionally available we try here a first approach to the possible relationships between necropolis and habitat sites during the IV and III millennia BC. We think that both types of archaeological sites are nodes in the territorial network that organised the populations' territories geographically as well as symbolically (as a mental representation of a “World order”). Em textos recentes (SENNA-MARTINEZ, 1994a. e 1995b.), aduzimos evidência no sentido de podermos interpretar os sítios de habitat, correlacionáveis com alguns dos principais monumentos megalíticos localiza- dos na plataforma do Mondego, como tendo tido uma utilização predominantemente sazonal e centrada nos meses de Outono e Inverno. O modelo económico-alimentar que então propusemos para as comunidades que, durante o quarto e o ter- ceiro milénios a.C., construíram e utilizaram as necrópoles megalíticas desta área, considera a evidência dis- ponível no sentido da prática de uma pastorícia transumante, completada por caça, recolecção intensiva, pro- cessamento e armazenagem de frutos de inverno (nomeadamente a bolota) e uma eventual pequena horti- cultura (SENNA-MARTINEZ, 1994a.). Propomo-nos agora reflectir de que forma a evidência arqueológica disponível possibilita pensar a relação habitat/necrópole enquanto pólos organizadores de um espaço a um tempo geográfico (isto é, físico e mate- rial) e simbólico (isto é, como representação mental de uma “ordem do mundo”). Fá-lo-emos conscientes de que a base de dados de que dispomos (veja-se a listagem de sítios dos Quadros I e II e a Fig.1) é, ainda, de dimensões reduzidas – conquanto pensemos que já representativa, sobretudo para uma área onde tudo, ou quase tudo, se desconhecia ainda há bem poucos anos – e, consequentemente, em diversos aspectos mais não podemos que produzir hipóteses de trabalho a desenvolver futuramente. 1 Professor do Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Instituto de Arqueologia e Instituto Alexandre Herculano de História Regional e do Municipalismo da FLUL. 1699 LISBOA CODEX. PORTUGAL. OPHIUSSA 1 (1995) 65 SENNA-MARTINEZ, João Carlos de Do espaço doméstico ao espaço funerário Quadro I Os Principais Monumentos Megalíticos da Plataforma do Mondego Sítio Código Referências Bibliogáficas Construção/Utilização Dólmen de S. Pedro Dias DSPD TAVARES (1980); SENNA-MARTINEZ (1989a. Neolítico Final, Calcolítico e b.) Dólmen 1 dos Moinhos de D1MV NUNES (1974); SENNA-MARTINEZ (1981, Neolítico Final Vento 1983, 1989a. e b.) Orca de Pramelas ORPRA SENNA-MARTINEZ & VALERA (1987, 1989, Neolítico 1994); SENNA-MARTINEZ (1989a. e b.) Orca de Santo Tisco ORTIS SENNA-MARTINEZ & VENTURA (no prelo); Neolítico/Neolítico Final VENTURA (1993) Orca de Travanca ORTRA VENTURA (1993) Neolítico Final, Calcolítico, Bronze Pleno Orca de Valongo ORVAL VENTURA (1993); HENRIQUES & BARROSO Neolítico Final, Calcolítico (1994) Orca dos Fiais da Telha ORFI VASCONCELOS (1896a.); SENNA-MARTINEZ Neolítico Final, Calcolítico, (1989a.); SENNA-MARTINEZ, VENTURA & Bronze Pleno DELGADO (1987); SENNA-MARTINEZ & VEM- TURA (1994.) Orca 1 do Ameal ORAM1 SENNA-MARTINEZ (1989a.); VENTURA (1993, Neolítico 1994) Orca 2 do Ameal ORAM2 SENNA-MARTINEZ (1989a.); VENTURA (1993, Neolítico 1995) Outeiro do Rato OROR CRUZ (1903); SENNA-MARTINEZ (1989a.); Neolítico Final, Calcolítico, SENNA-MARTINEZ & AMARO (1987) Bronze Pleno Lapa da Recainha LARC inédita Neolítico Final (?) Dólmen da Bobadela DBOB SENNA-MARTINEZ (1982, 1989a. e b.); Neolítico Final, Calcolítico, SENNA-MARTINEZ, GARCIA & ROSA (1984.) Bronze Pleno Dólmen da Sobreda DSO ROCHA (1899); SENNA-MARTINEZ (1982, Neolítico Final, Calcolítico, 1989a. e b.); SENNA-MARTINEZ, GARCIA & Bronze Pleno ROSA (1984.) Dólmen do Seixo da Beira DSB ROCHA (1899); SENNA-MARTINEZ (1982, Neolítico Final, Calcolítico, 1989a. e b.); SENNA-MARTINEZ, GARCIA & Bronze Pleno ROSA (1984.) Dólmen 1 do Chaveiral CHAV1 SENNA-MARTINEZ (1989a.) Neolítico Dólmen 2 do Chaveiral CHAV2 SENNA-MARTINEZ (1989a.) Neolítico Final (?) Curral dos Mouros de V. Torto CMVT inédito Neolítico Final (?) Orca do Carvalhal da Louça ORCAR SENNA-MARTINEZ (1989a.); SENNA-MARTI- Neolítico Final (?), Calcolítico NEZ, GARCIA & ROSA (1984.) (?), Bronze Pleno Anta da Mondegã LTAM SENNA-MARTINEZ (1989a.) Neolítico/Neolítico Final Orca de Rio Torto ORRT SENNA-MARTINEZ (1989a.); SENNA-MARTI- Neolítico Final, Bronze Pleno NEZ, GARCIA & ROSA (1984.) Orca da Fonte do Alcaide ORFA VASCONCELOS (1895, 1913b); SENNA-MAR- Neolítico Final, Calcolítico, TINEZ (1989a. e b.) Bronze Pleno Orca do Pinhal dos Amiais ORAMI VASCONCELOS (1895, 1897); SENNA-MAR- Neolítico Final, Calcolítico TINEZ (1989a.