PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA PIMENTEL Estado do Secretaria Municipal de Educação

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

2015 – 2025

Mariana Pimentel, 9 de junho de 2015. Prefeito Municipal Carlos Ziulkoski

Vice-Prefeito Valdir Avenino Tremea Battochia

Secretária da Educação Patrícia Ziulkoski Domingues

Comissão Coordenadora para a Organização do Plano Municipal de Educação Representantes indicados pelos segmentos e designados através do Decreto nº. 981/30.04.2015.

Alunos maiores de 16 anos da rede estadual - Eduarda da Silva Bazilewicz Alunos maiores de 16 anos da rede municipal - Tereza Bonibe Associação Desportiva de Mariana Pimentel - Glória Cristina Benício Elsner Associação dos Estudantes de Mariana Pimentel - Marijane Boneberg Conselho Municipal da Criança e do Adolescente - Glasieli Salatti Amengual Bortolotti Conselho Municipal de Educação - Marli Terezinha Moretto Battochia Conselho Tutelar - Tamara Lopes da Silva Coordenadores Pedagógicos das Escolas Municipais - Mália Kubiczewski Equipe Diretiva da rede municipal - Lígia Magagna Stefaniak, Maristela de Oliveira Kowaleski e Jaqueline Souza das Neves Pais e ou Responsáveis de alunos - Adriana Przybylski, Vinicius Renato de Mendonça Viegas, Rogério Baum Poder Legislativo Municipal - Aline Moretto Battochia Profissionais da Educação da rede estadual - Elizandra Pazutti Magagna Profissionais da Educação da rede municipal - Túlio Olavo Jardim da Silva, Margarete Franskoviak Schöler, Aristaili Bárbara Baidek da Silva Secretaria Municipal da Fazenda - Denise Maria Vieira Lopes Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social - Raquel Carmona Sindicato dos Municipários de Mariana Pimentel - Enio Pereira de Souza

Presidente Patrícia Ziulkoski Domingues

Equipe Técnica

Supervisora Geral de Ensino da Secretaria Municipal de Educação Eva Maria Golanski

Supervisora Geral de Ensino da Secretaria Municipal de Educação Daniela Szymczak

Técnica Contábil da Secretaria Municipal da Fazenda Isanara Peldomo Kubischewski

2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO...... 4

INTRODUÇÃO...... 6

1 BREVE HISTÓRICO DE MARIANA PIMENTEL ...... 7

2 CONCEPÇÕES DE PESSOA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE...... 12

3 EDUCAÇÃO INFANTIL...... 16 3.1 Diagnóstico...... 16 3.2 Diretrizes...... 18 3.3 Metas e estratégias...... 19

4 ENSINO FUNDAMENTAL...... 22 4.1 Diagnóstico...... 22 4.2 Diretrizes...... 27 4.3 Metas e estratégias...... 29

5 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS...... 35 5.1 Diagnóstico...... 35 5.2 Diretrizes...... 38 5.3 Metas e estratégias...... 39

6 EDUCAÇÃO ESPECIAL...... 41 6.1 Diagnóstico...... 41 6.2 Diretrizes...... 43 6.3 Metas e estratégias...... 45

7 ENSINO MÉDIO...... 46 7.1 Diagnóstico...... 46 7.2 Diretrizes...... 49 7.3 Metas e estratégias...... 49

8 ENSINO SUPERIOR...... 51 8.1 Diagnóstico...... 51 8.2 Diretrizes...... 52 8.3 Metas e estratégias...... 52

9 FORMAÇÃO DOS PROFESSORES E VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO...... 53 9.1 Diagnóstico...... 53 9.2 Diretrizes...... 55 9.3 Metas e estratégias...... 57

10 FINANCIAMENTO E GESTÃO...... 59 10.1 Diagnóstico...... 59 10.2 Diretrizes...... 62 10.3 Metas e estratégias...... 63

11 MECANISMOS DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO...... 65

BIBLIOGRAFIA...... 67

3 APRESENTAÇÃO

O Plano Municipal de Educação (PME) de Mariana Pimentel consiste num documento referência do município, o qual se propõe a planejar, executar e avaliar o sistema educacional com diretrizes, metas e estratégias, para orientar a Política da Educação nos 10 anos seguintes a sua aprovação. Constitui-se num instrumento concreto e operacional que serve para orientar as decisões e ações do município no cumprimento dos objetivos definidos pela Constituição (Art. 214) e pela LDBEN (Art.9° e 87), cabendo assim a União, Estado e Município dividirem entre si a responsabilidade pela oferta nas áreas educacionais e tem como seus os mesmos objetivos apontados pelo Plano Nacional, que são em síntese:

I - erradicação do analfabetismo; II – universalização do atendimento escolar; III – superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação; IV – melhoria da qualidade da educação; V – formação para o trabalho e para cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade; VI – promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; VII – promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País; VIII – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto – PIB, que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade; IX – valorização dos (as) profissionais da educação; X – promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.

O PME de Mariana Pimentel apresenta, ainda, um diagnóstico da realidade da educação do Município da Rede Pública Municipal e Estadual, em todos os níveis e modalidades e, a partir desse, o estabelecimento de metas e diretrizes para os próximos dez anos. Sua construção contemplou estudos e análises específicas, tendo as seguintes Câmaras Temáticas como foco de discussão:

 Educação Infantil  Ensino Fundamental  Educação de Jovens e Adultos  Educação Especial  Ensino Médio  Ensino Superior  Valorização dos Trabalhadores em Educação  Financiamento e Gestão da Educação

O diagnóstico revela aspectos que necessitam de investimento em cada nível e modalidade, principalmente naqueles de competência do Município. As metas e estratégias construídas visam a contribuir para a superação de dívida social, para prevenir que novos problemas possam impedir ou retardar o desenvolvimento pleno do nosso Município.

4 As prioridades serão estabelecidas atendendo o dever constitucional e as necessidades sociais, respeitando a limitação dos recursos financeiros, imposta pela conjuntura econômica e pelas normas federais que regem a matéria.

É importante dizer que a diversidade de idéias, pensamentos e concepções fizeram parte dessa construção e tiveram espaço para a problematização. No entanto, essa mesma pluralidade culminou num conjunto de intenções e ações que expressam um mesmo desejo: realizar uma educação com qualidade, inclusiva e humanizadora.

Esse processo não teria se concretizado sem uma vontade política de efetivação da gestão democrática na educação. Portanto, esta nova realidade não está concluída. Necessita para sua viabilização de contínuo envolvimento no acompanhamento e avaliação do processo, em cada uma das metas propostas.

O Plano Municipal de Educação deve ser o documento para tornar a educação realmente prioridade em nosso Município.

“O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram” Jean Piaget

Mariana Pimentel, 9 de junho 2015.

5 INTRODUÇÃO

O município de Mariana Pimentel investe na qualidade educativa ao elaborar, de forma democrática e participativa, o Plano Municipal de Educação – PME, para os próximos dez anos. O PME trata do conjunto da educação, da busca de um novo paradigma de educação para as escolas, representa um instrumento de apoio ao processo de ensino-aprendizagem de forma coletiva e democrática no âmbito Municipal, expressando uma política educacional para todos os níveis, bem como as etapas e modalidades de educação e de ensino. Visa concretizar a oferta de serviços de melhor qualidade, evidenciando avanços construídos ao longo do tempo e identificando lacunas que precisam maior atenção nos próximos 10 anos.

É um Plano de Estado e não somente um Plano de Governo, pois, partindo de uma política nacional de educação como prevê a Constituição Federal, Art. 214, a qual determina a elaboração de Plano Nacional de Educação, ratificada no Art. 87 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996: “Art. 87: É instituída a década da Educação, a iniciar-se um ano a partir desta Lei”. Lei nº. 13.005, de 25 de junho de 2014, que “Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências”, dispõe: “Art. 1º É aprovado o Plano Nacional de Educação – PNE, com vigência por 10 (dez) anos, [...]”. “Art. 8º: Os Estados, o Distrito Federal e os Município deverão elaborar seus correspondentes planos de educação, ou adequar os planos já aprovados em lei, em consonância com as diretrizes, metas e estratégias previstas neste PNE, no prazo de 1 (um) ano [...]”.

Esperamos que o Plano Municipal de Educação de Mariana Pimentel contribua para a formação de cidadãos, com uma nova visão de mundo, em condições para interagir na contemporaneidade de forma construtiva, solidária, participativa e sustentável.

As ideias formuladas retratem, de forma atualizada, criativa, provocativa, corajosa e esperançosa, questões que no dia a dia, na sala de aula e na escola, continuam a instigar o conflito e o debate entre os educadores e a sociedade organizada.

Deve expressar os compromissos que os educadores e o governo municipal devem promover e garantir no Município, representar a preocupação e a necessidade de se fazer projetos modernos e desenvolvimento autossustentável, comprometido com a transformação social, além de assegurar a cidadania para todos e progresso para o Município, como também de atingir as metas e estratégias previstas.

Com a conclusão deste trabalho podemos relacionar os desafios da rede de ensino, na expectativa e no desejo de uma nova escola que assegure a inclusão social, a permanência do educando, oferecendo um ensino de qualidade, na vivência plena de uma gestão democrática e na valorização do educador.

“Ai de nós, educadores, se deixarmos de sonhar os sonhos possíveis. E, o que eu quero dizer com sonho possível? Na verdade, há sonhos impossíveis e o critério de possibilidade ou impossibilidade dos sonhos é um critério histórico-social e não individual. O sonho impossível hoje torna-se possível amanhã” Paulo Freire

6 1 BREVE HISTÓRICO E PANORAMA DE MARIANA PIMENTEL

Na região onde hoje está situada a sede do Município de Mariana Pimentel, em período muito distante, havia apenas matas, arroios, cerros e animais selvagens. Ali também vivia o nativo em meio à natureza exuberante. Foi somente a partir da segunda metade do século XVIII que o homem branco começou a ocupar a região.

Em 1780, a Coroa Portuguesa através do governador provincial José Marcelino de Figueiredo doou várias sesmarias a quem se dispusesse a cultivá-las e entre elas estava a de José de Borba Machado. As sesmarias eram grandes extensões de terras e geralmente eram limitadas por rios, arroios, banhados, cerros e matos.

Situada ao norte da Serra do , a sesmaria de José de Borba Machado media uma légua e meia de largura. Confrontava-se ao norte com a Sesmaria de Matias a Sesmaria Nossa Senhora das Candeias de Manoel Ribeiro da Cunha e a oeste com as terras de João Fiuza Lima.

Durante a segunda metade do Século XIX reinicia na Província do Rio Grande de São Pedro as correntes imigratórias com o objetivo de intensificar o povoamento e colonização interiorana. Publicavam-se em jornais europeus boletins motivando os imigrantes a se transferirem para as exuberantes terras brasileiras.

Na região norte da Serra do Herval, onde hoje está a sede de Mariana Pimentel, o governo provincial fundou uma colônia para a fixação de imigrantes europeus. Com as denominações de Serra do Herval, Vila Bela e Cerro Negro foi somente a partir de 1874 que a colônia foi rebatizada com o nome de Mariana Pimentel em homenagem à esposa do presidente provincial Dr.Galdino Pimentel.

Além de atrair poloneses, também imigraram colonos italianos e alemães que a partir daí começaram a cultivar grãos. Os imigrantes iniciaram sua longa jornada até chegarem à Mariana Pimentel. Subindo o rio Jacuí, chegaram até São Jerônimo. Deste local, seguiram em direção à colônia uns em carroções puxados por juntas de bois, outros conduzindo burros carregados de balaios, foram abrindo picadas provavelmente pela zona da atual Terra Dura e Boqueirão em direção Sul.

A demarcação dos lotes colonial teve início em outubro de 1888 e em março de 1889, deu-se a fixação dos imigrantes poloneses e alguns italianos nesta região. Era chefe da Comissão das Terras e Colonização, o Sr. Alfredo de Araújo Borges, responsável por três núcleos de Colonização: São Feliciano, Mariana Pimentel e Barão do Triunfo. Este em nada facilitava a vida dos colonizadores.

Inúmeras foram às dificuldades enfrentadas pelos imigrantes quando se estabeleceram na colônia com o idioma completamente diferente, a falta de alimentos e os perigos da selva. Logo que chegaram a Mariana Pimentel, os imigrantes foram alojados num grande galpão, esperando a demarcação dos lotes coloniais. Enquanto isso, o governo enviava alimentos aos imigrantes através de um fazendeiro da região. A alimentação tornava-se cada vez mais escassa. Os imigrantes, então descobriram que a maior parte dos alimentos era desviada. Revoltados, os imigrantes decidiram

7 incendiar o galpão. Muitas vezes, os imigrantes tiveram que cozinhar batatas ainda verdes, pois não havia outro alimento para comer.

A caminhada inicial destes desbravadores foi árdua e heróica, mas a esperança de progredir na nova terra superava as dificuldades. Os imigrantes desbravaram a serra, abriram picadas, fizeram lavouras, construíram estradas, engenhos, fundaram uma vila e promoveram o progresso da região.

Em 4 de setembro de 1896, através do Ato Mun. Nº17, o Município de , foi dividido em oito distritos e Mariana Pimentel foi elevada à condição de 8º distrito. Posteriormente, o ato municipal de Porto Alegre nº 118, de 02.01.1915, considerou o município dividido em 10 distritos, dos quais Mariana Pimentel passou para o 9º. O 1º subintendente de Mariana Pimentel foi o coronel Eduardo Pires Martins. Nova alteração distrital foi feita em Porto Alegre através do Dec. Mun. Nº 54 de 21.05.1926, onde Mariana Pimentel passou a ser o 11º distrito.

Em 1926, quando foi criado o município de Guaíba, Mariana Pimentel na condição de distrito integrou o território do novo município. Na época do movimento emancipacionista de Pedras Brancas, nesta zona destacou-se o grande líder Júlio Ostrowski, que muito sensibilizou os colonos. Foi um dos grandes batalhadores não só da emancipação, mas também da sede municipal para Pedras Brancas, discursava em polonês, pregando suas idéia, formava comissão para visitar o interior, procurando ao máximo difundir seu ideal. O 1º decreto municipal de 18.10.1926 criou o distrito de Mariana Pimentel na condição de 3º Distrito de Guaíba.

1.1 CRIAÇÃO DA VILA DE MARIANA PIMENTEL

A vila de Mariana Pimentel foi criada pelo Decreto nº. 7199 em 31 de março de 1938, fazendo parte da bucólica paisagem do Cerro Negro, situada num pequeno vale e circundada por morros e encostas. Mariana Pimentel apresentava casas bem antigas, construídas no início do século, estilo colonial, algumas casas ainda conservam até hoje os suportes de metal onde se colocavam os lampiões para a iluminação noturna.

1.2 CENTENÁRIO DE MARIANA PIMENTEL

O ano de 1989 foi muito importante para a comunidade marianense, pois neste ano comemorou-se o Centenário da Imigração neste lugar. Muitas foram às festividades comemorativas, homenageando os valorosos imigrantes que deixaram sua pátria e adotaram Mariana Pimentel como nova terra. As comemorações contaram com a presença do Cônsul da Polônia e sua família, do grupo folclórico polonês de Porto Alegre com suas danças típicas e também inúmeras autoridades nos prestigiou com suas presenças. Diretamente de Varsóvia, tivemos a saudação especial do Secretário Geral da Polônia que felicitou a comunidade marianense e através de um documento nas versões polonês e português.

Já durante as comemorações do Centenário de Mariana Pimentel, começaram a surgir as primeiras idéias de emancipação do distrito. Mas foi a partir de 1990 que o movimento emancipacionista tomou força. Melhorias mais fáceis motivou a população marianense a acreditar que se tornando independente, Mariana Pimentel teria melhores 8 estradas, sede administrativa, escola de 2º grau, Postos de Saúde. Mas o que mais os marianenses desejavam era gerir os seus próprios negócios, zelando com amor de filhos a beleza de sua terra. Em março de 1991 já estava organizada a Comissão de Emancipação de Mariana Pimentel sobre a presidência de Carlos Ziulkoski para preparar os requisitos para o plebiscito.

O município de Mariana Pimentel, criado em 20 de março de 1992, Lei nº. 9611, localiza-se na Região Centro Sul do estado, distante a 77 Km da capital. Seu acesso principal se faz no Km 328 da Rodovia Federal BR116 e fica distante 18 Km da sede do município. Possui 337,8 Km² e limita-se ao norte com o município de , Guaíba e , ao Sul, limita-se com o município de Barra do Ribeiro e Sertão Santana e a Oeste limita-se com o município de Sertão Santana e Barão do Triunfo. Sua população é formada, na maioria por descendentes de Poloneses.

O relevo do município de Mariana Pimentel é caracterizado com incidência de cerros com ondulações bastante altas e faz parte do relevo da Serra do Herval. Destaca-se o Cerro Negro com 341m. É a maior altitude do município, localizando-se ao norte da sede do município. O cerro Negro tem esse nome devido a sua configuração estranha e a cor escura que possui.

O município de Mariana Pimentel é servido por numerosos arroios, ribeiros e outros cursos d’água. Destacam-se: o , o Arroio Terra Dura, o Arroio das Pedras, o Arroio do Salso, o Arroio Alves, Ribeiro Pequeno, o Arroio Ribeiro e outros menores.

Sendo uma localidade formada por um relevo de serra, os arroios apresentam corredeiras e alguns formam belas cascatas como a Cascata do Evaristo e a Cascata do Chicão. Em épocas mais remotas e aproveitando os inúmeros arroios com suas quedas e corredeiras os colonos construíram alguns moinhos para moer grãos, principalmente o milho.

A vegetação é formada tipicamente por campos entremeados de matas e campos. Nas matas podemos encontrar árvores típicas como figueira, açoita-cavalo, guajuvira, aroeira, cambará, capororoca, erva-mate, etc... Nos campos há gramíneas de pequeno porte próprias para a criação de gado.

A fauna é representada por diversas espécies de ofídios (cruzeira, coral e jararaca), roedores (ratão do banhado, preá, capivara, rato), diversas aves (marrecas, perdizes, garças, quero-queros, anus, pombas, biguás, maçaricos, canarinhos, cardeais, caturritas, sabiás, João-de-barro, etc.), peixes (jundiás, traíras, lambaris, cascudos, pintados, cará, bagre, mandis, etc.), mamíferos (tatus, graxains, gambás, raposa, bugio, veados, etc.), e ainda espécies domésticas como bovinos, eqüinos, bubalinos, suínos, ovinos, peixes e abelhas.

O clima de Mariana Pimentel é temperado com as quatro estações do ano bem definidas. Há ocorrência de chuvas regulares e geadas no inverno.

O território do município está dividido em localidades como: Linha Passo da Areia, Linha Passo da Estiva, Linha Cerro da Cavalhada, Linha Potreiro Grande, Linha 9 Vitorino Monteiro, Linha Vasques, Linha Saint Brisson, Linha Alves, Linha Dr. Flores, Linha Boqueirão, Linha Terra Dura, Linha Dr. Inácio, Linha Arroio Grande, Linha José Evaristo e Linha do Registro.

Na década de 30, Mariana Pimentel possuía o “Tiro de Guerra 399”, que foi comandado na época pelo Sargento Pompilho Cunha. O grupo era formado por aproximadamente 90 soldados divididos em 4 classes. Hoje, o município de Mariana Pimentel compõe a 119º Junta do Serviço Militar, criada em 04 de janeiro de 1994. A Junta de Serviço Militar do município pertence a 8ª Circunscrição de Serviço Militar Também é ligada à 12ª Delegacia de Serviço Militar, sediada na cidade de Camaquã.

Na área da educação, avanços importantes foram conquistados. Fazendo uma retrospectiva, podemos ver que as várias e pequenas escolinhas rurais unidocentes deram lugar aos três grandes pólos escolares: E.M. Ana Barok, E. M. Castro Alves e E.M. Dom Pedro II e a partir de 2008 ocorreu a municipalização de toda matrícula da educação infantil e do ensino fundamental pertencente a rede estadual, sendo criada a E. M. João Ziulkoski Filho levando os nossos alunos a adquirir uma aprendizagem de qualidade.

A rede municipal de educação atualmente atende o pré-escolar com matrícula de 4 e 5 anos, o ensino fundamental regular e a modalidade EJA, preocupando-se com o atendimento aos alunos portadores de necessidades especiais. O ensino médio é atendido pela rede estadual na única escola mantida pelo governo estadual.

A partir do ano de 1993, foi disponibilizado transporte escolar para os alunos, onde a grande maioria era transporte terceirizado. Atualmente, a Prefeitura conta com transporte próprio que atende toda a rede de ensino do município, inclusive a Escola Estadual. Diariamente, nos três turnos, o transporte escolar percorre em média 1.800 km/dia, perfazendo todo o município.

A merenda escolar servida aos alunos é de extrema qualidade e é composta por variado cardápio. As escolas contam com o apoio de uma nutricionista, na elaboração do cardápio.

A Sociedade Polonesa, construída na década de 30 pelos imigrantes poloneses, constituía-se um espaço de lazer da comunidade sendo chamada Sociedade Esportiva União da Serra (SEUS). Com o passar dos anos e as precárias condições de conservação do prédio, a Lei Municipal nº. 05 de fevereiro de 2004 possibilitou sua demolição. Neste mesmo local, foi idealizado pelo município um projeto arquitetônico conhecido como “Farol do Saber”, que se constitui num espaço onde todos os munícipes tem acesso a programações e eventos voltados à educação, cultura e entretenimento.

A Igreja Nossa Senhora do Rosário foi um templo erguido pela comunidade marianense e fundado no dia 02 de abril de 1908. Deste período até o atual houve a participação e trabalhos eclesiásticos de onze párocos. Porém, entre o grupo, o que mais se destacou foi o Cônego Estevão Reszka, por ter dedicado seus trabalhos com simplicidade, humildade e responsabilidade durante quase seis décadas.

10 Em 1901 foi construído o prédio da Intendência Municipal, com instalação do Telégrafo. O mesmo passou por restaurações e hoje compõe a sede da Prefeitura Municipal. Em 1995 foi concluída a obra de ampliação da referida sede, localizada na Praça Central. A velha Praça Duque de Caxias (Praça Central do Município) passou por uma reforma geral. Hoje apresenta um novo “design” moderno e criativo. Na Praça foi construído um Espaço Cívico Municipal onde estão hasteados os pavilhões dos Municípios que fazem divisas com Mariana Pimentel. A finalidade desta construção é de homenagear estes municípios, bem como destacar a União entre os mesmos.

Um velho sonho da comunidade marianense era poder contar com os serviços de atendimento médico todos os dias. Desde novembro de 1995 este desejo foi concretizado. Hoje a população dispõe de equipamentos modernos e sofisticados, melhorando cada vez mais a qualidade de vida dos munícipes.

O município de Mariana Pimentel é grande produtor de batata-doce do Rio Grande do Sul, onde a mesma é transportada por caminhões até a CEASA (Centro de Abastecimento do Rio Grande do Sul Sociedade Anônima), localizado em Porto Alegre. Cultiva-se ainda para o consumo interno e externo: arroz, milho, feijão, mandioca, fumo, melancia, melão e alguns produtos hortigranjeiros, dentre eles o tomate, repolho, cebola e alface. Há uma grande produção animal no município, destacando-se em maior escala a criação de gado bovino e em menor escala a criação de ovinos, suínos e eqüinos. Destaca-se também a apicultura e a piscicultura. Hoje o município conta com amplo e variado maquinário, programas, técnicos e profissionais da área para subsidiar o trabalho dos agricultores.

No extrativismo mineral, a região possui reservas de caulim e barro refratário, utilizado pelas firmas de mineração. Existe no Cerro Negro uma reserva não explorada de xisto betuminoso. Quanto ao extrativismo animal é quase inexistente, o mesmo ocorrendo com o extrativismo vegetal.

O município apresenta um comércio ainda incipiente para atender as necessidades de sua população. A sua economia gira em torno de supermercados, lojas, açougues, matadouro, engenhos, postos de combustível, farmácia, madeireiras, oficinas de chapeação, mecânica, tornearia, fábrica de móveis, serigrafia, lancherias, padarias, pousadas.

Entre as prioridades do município enquadra-se o aprimoramento e ampliação da economia do município no turismo local. Pois o município possui várias belezas naturais como: o Cerro Negro, Cascata do Chicão e do Evaristo, a Pedra Suspensa do Mato Bier e a Prainha localizada no Arroio Grande.

Com todas as mudanças a cidade vai adquirindo um novo visual, aonde novos equipamentos vão sendo adquiridos, pequenas ruelas vão dando lugar às ruas e avenidas, todas acompanhadas de uma estrutura organizacional. Podemos perceber que os primeiros imigrantes que aqui chegaram desprovidos de recursos, souberam fazer desta terra a segunda Pátria, com muito trabalho e heroísmo, o que é para nós motivo de orgulho e reconhecimento.

11 Portanto, nós povo marianense, de uma forma direta ou indireta fazemos parte desta história que já foi e continuará sendo construída e registrada pelas transformações e mudanças ocorridas, as quais serão conhecidas e servirão de base para os futuros descendentes de nossas gerações.

2 CONCEPÇÕES DE PESSOA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO

Para a construção do Plano que visa atender também os aspectos legais, buscaram-se observar a realidade e as necessidades econômicas, políticas, sociais e culturais do município. No entanto, para traçarmos as diretrizes e metas para a educação, pensamos, antes, que tipos de pessoa, de sociedade e de educação querem para nossa cidade. Nesse sentido, a comunidade marianense expressou suas concepções para, posteriormente, planejar a educação para os próximos 10 anos.

2.1 PESSOA HUMANA

A pessoa humana é concebida como um ser de múltiplas relações. Relações essas que se dão a partir da crença em si próprio, na crença do outro como alguém que gera a completude do ser, no alcance da transcendência e na harmoniosa relação com a natureza. É concebida, também, como um ser sócio-histórico-cultural, construtor de sua identidade, individual e coletiva, agregando para o meio em que vive a acolhida do semelhante e o respeito às diferenças, gerando, assim, uma comunidade alicerçada nos valores morais e éticos.

Como um ser social e único, a pessoa é portadora de singulares potencialidades e necessidades, por isso não pode viver isolada. Na convivência, homens e mulheres devem estar imbuídos de valores universais como justiça, solidariedade, cooperação, compromisso com o bem comum, para construir uma sociedade livre, autônoma, solidária, cidadã e justa. Dessa forma, possibilita o acesso de cada um a todos os seus direitos e à realização das suas aspirações tanto de forma individual como coletiva, acreditando na superação das dificuldades e de suas próprias limitações, numa contínua evolução e transformação das relações sociais, políticas, econômicas e culturais.

Para viver e conviver em nossa sociedade a pessoa precisa saber sorrir, abraçar, conversar, perdoar e acolher. Para isso, a humanização da pessoa é compromisso de todos e, também, de todos os espaços instituídos. Investir no ser humano é fundamental para construir pessoas felizes.

2.2 SOCIEDADE

A sociedade ideal para se viver é aquela que, constituída por pessoas e espaços multiculturais, mantém um forte desejo de agregação e inclusão de todos, isto é, uma sociedade formada por pessoas muito mais apaixonadas por gente do que pela crença e o fascínio pela máquina e pelos bens materiais.

É fundamental, nessa sociedade, a interação e o respeito à pluralidade étnico- cultural, alicerçada em relações ético-democráticas. Dessa forma, possibilita-se a construção de uma sociedade auto-determinada, mais humana justa, solidária, 12 democrática, onde as instituições políticas, sociais, econômicas e culturais, bem como todas pessoas tenham consciência das diferenças e dos direitos humanos e assumam a verdadeira construção da cidadania, comprometendo-se com o bem comum.

Concebemos uma sociedade mais humanizada e, a partir disso, a construção de um espaço justo e cooperativo para todos os que dela fazem parte. Os meios e as relações de produção devem estar articulados com um processo de desenvolvimento socialmente justo e viável, que propicie qualidade de vida para todos.

Para tanto, faz-se necessário combater a exploração do ser humano, a exclusão social, toda a espécie de discriminação e imprimir valores éticos, políticos e culturais, visando ao resgate da solidariedade e do compromisso com a transformação.

Somente uma sociedade humanizada respeita a liberdade de pensamento, de expressão e de crença. Para a efetivação dessa sociedade humanizada e humanizadora, pressupõe-se o compromisso de toda uma cidade também educadora, em todos os seus espaços e com todas as suas pessoas.

2.3 EDUCAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE VIDA

Partimos do pressuposto de que o desenvolvimento econômico e social, com melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, depende da elevação do nível de escolaridade da população, condição para o acesso à informação, ao trabalho e à cidadania.

Para isso, a educação, formal ou não formal, deve buscar o desenvolvimento de:  Habilidades necessárias para o exercício da cidadania: domínio da leitura e escrita, ampliação do letramento e socialização do conhecimento historicamente acumulado;  Habilidades que permitam ao cidadão sua profissionalização, qualificação e atualização para o exercício de profissões e ocupações demandadas pelo mercado.

Nossa proposta parte do entendimento da escola como o local por excelência de preparação para a cidadania, com oportunidades para a discussão, o estudo, a pesquisa e a apropriação de todos os conhecimentos hoje disponíveis.

A educação escolar deve se dar em três dimensões:

 Cultural _ possibilitando a aquisição do conhecimento historicamente construído:  Política _ proporcionando a compreensão das relações do trabalho, bem como dando a oportunidade de formação profissional.  Formação para o trabalho _ proporcionando compreensão do mundo e das relações do trabalho, bem como dando a oportunidade de formação profissional.

Essa escola não pode se ver apenas como parte da organização burocrática do sistema de ensino, mas deve ser uma instituição atuante na vida da sociedade.

Entendendo a escola como espaço da diversidade, da pluralidade e inclusão, da sociabilidade, formação educacional, cultural e humana, de participação crítica a ela deve ser proporcionada as condições necessárias ao trabalho educativo com qualidade 13 e modernidade, bem como ao atendimento da sua comunidade em atividades de enriquecimento cultural, de educação não formal e de lazer. Escola como espaço, no qual a vivência democrática pode ser exercida por meio de atividades educativas e recreativas.

As prioridades serão estabelecidas atendendo o dever constitucional e as necessidades sociais, respeitando a limitação dos recursos financeiros, imposta pela conjuntura econômica e pelas normas federais que regem a matéria.

A educação é um processo permanente de construção e reconstrução do saber, desenvolvendo a ética, as relações e o respeito às diversidades. Acredita-se numa educação dialógica e permanente, que valoriza as relações “intergeracionais”, possibilitando uma maior compreensão sobre o processo de vida desde o nascimento até o envelhecimento da pessoa. Concebemos ainda, uma educação que permite ser um processo de aprender com o outro, respeitando valores e capacidades de cada ser humano.

Por ser um direito subjetivo de todas as pessoas, a educação deve ser prioridade do poder público e da sociedade, envolvendo um processo de ações intencionais, sistêmicas ou não, voltado para o desenvolvimento pleno do ser humano, permitindo que se articule melhor com sua realidade e, a partir dela, crie condições para o convívio enquanto cidadão no mundo.

2.4 INSTITUIÇÕES ESCOLARES DE MARIANA PIMENTEL

O município conta com quatro escolas da rede municipal, onde uma atualmente está desativada e uma escola da rede estadual.

2.4.1 ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL ANA BAROK

Localidade: Linha Potreiro Grande – Zona Rural Decreto de Criação n.º 674 Data: 19/09/1979 Turmas: 1ª à 9ª série e Educação Infantil de 4 e 5 anos Turnos: Manhã e Tarde Total de Alunos: 147 Total de Profissionais: 21 14 2.4.2 ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL DOM PEDRO II

Localidade: Linha Boqueirão – Zona Rural Decreto de Criação n.º 187 Data: 27/09/1977 Turmas: 1ª à 9ª série e Educação Infantil de 4 e 5 anos Turnos: Manhã e Tarde Total de Alunos: 104 Total de Profissionais: 17

2.4.3 ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTALJOÃO ZIULKOSKI FILHO

Localidade: Centro Município – Zona Urbana Lei Municipal de Criação n.º 519 Data: 18/09/2007 Turmas: 1ª à 9ª série, Educação de Jovens e Adultos e Educação Infantil de 4 e 5 anos Turnos: Manhã, Tarde e Noite Total de Alunos: 302 Total de Profissionais: 32

15 2.4.4 ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO GONÇALVES LÊDO

Localidade: Centro Município – Zona Urbana Decreto de Criação nº. 7675 Data: 07/01/1939 Turmas: 1º à 3º ano Ensino Médio Turnos: Tarde e Noite Total de Alunos: 134 Total de Profissionais: 16

3 EDUCAÇÃO INFANTIL

3.1 Diagnóstico

Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases, em 1996, houve o direcionamento da função específica de cada esfera do poder público na gestão da Educação Infantil. À União e ao Estado coube estabelecer em colaboração com o Município competências e diretrizes curriculares, mas é da esfera municipal a incumbência de garantir esse atendimento, rompendo com a visão de uma instituição meramente assistencialista.

Com base na LDB, a Educação Infantil passa a ser de responsabilidade da Secretaria Municipal da Educação, sem deixar, no entanto, de ser atendida pela rede privada e estadual. Assim a preocupação com a Educação Infantil e sua qualificação vem crescendo, tanto no que se refere ao número de vagas oferecidas, quanto à qualidade deste trabalho na intrínseca relação entre cuidar e educar. Dessa maneira, a Educação Infantil cumpre um papel sócio-educativo próprio e indispensável ao desenvolvimento da criança, valorizando as experiências e os conhecimentos que ela já possui e criando condições para que socialize valores, vivências e representações, elaborando identidades étnicas, de gênero e de classe.

Destaca-se que o contexto sócio-histórico atual incide diretamente sobre a demanda de vagas na Educação Infantil, pois a necessidade de inclusão da mulher no mercado de trabalho, a situação de vulnerabilidade social em que se encontram muitas crianças, a percepção da importância de um ambiente de socialização e de desenvolvimento global para as mesmas, entre outros fatores, são crescentes em nossa sociedade. 16 Considerando a Educação Infantil como primeira etapa da Educação Básica e reconhecendo que nela se estabelecem os princípios da personalidade humana, da inteligência, da vida emocional e da socialização, é de extrema importância que se invista na formação específica para essa faixa etária, bem como na formação continuada dos profissionais que atuam na Educação Infantil. Dessa forma, garante-se a qualificação da prática docente, nos aspectos relativos ao cuidado e à educação.

Dentro de uma política que privilegia a inclusão, o respeito às diferenças, a descentralização do poder e a democratização das relações, faz-se urgente à inclusão de crianças portadoras de necessidades educacionais especiais. Para que tais práticas sejam efetivadas com qualidade é imprescindível que se busque recursos humanos específicos, mantendo uma equipe multiprofissional de assessoria que oriente a prática docente, bem como estruturas físicas adequadas para tal prática. No município existem crianças, na faixa etária de 4 a 5 anos, que ainda não estão frequentando a Educação Infantil, devido ser uma modalidade, cuja matrícula e frequência não ser obrigatória.

Número de alunos matriculados e que frequentaram a Educação Infantil a partir do ano de 2000:

Matrículas - Educação Infantil

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

MUNICIPAL 56 37 50 46 32 40 56 25 84 82 81 81 66 65 69 61

ESTADUAL 20 20 15 15 23 14 12 18 ------

TOTAL 76 57 65 61 55 54 68 43 84 82 81 81 66 65 69 61

Fonte: INEP-Censo Escolar/SME-Mariana Pimentel

A tabela acima consiste num demonstrativo do atendimento da Educação Infantil a partir do ano de 2000. Os dados coletados são oficiais, segundo o IBGE. A partir do ano de 2000 a Educação Infantil era oferecida as crianças com 6 anos de idade. No ano de 2006, com o advento da Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, que instituiu o ensino fundamental de nove anos passou-se a atender a criança com 5 anos de idade e em 2007 contemplou-se as crianças com 4 anos de idade.

Em Mariana Pimentel, até o ano de 2007 existiam 3 escolas que ofereciam a Educação Infantil de 4 e 5 anos. No ano de 2008, com a municipalização do Ensino Fundamental e Educação Infantil oferecida pela única escola estadual, levou o município a contar com quatro escolas que ofereciam a educação infantil de 4 e 5 anos, sendo que uma escola localiza-se na zona urbana e as demais na zona rural. Atualmente, temos somente duas escolas na zona rural e uma na zona urbana, sendo que somente esta tem credenciamento e autorização para atender crianças com 4 (quatro) de idade.

17 Na zona rural, ainda existem um número maior de crianças na faixa etária de 4 a 5 anos, sem freqüentar a escola, devido às famílias ainda serem muito resistentes em matricular as crianças na faixa etária dos 4 anos, e também não haver obrigatoriedade para esta faixa etária.

Percentual da População de 4 e 5 anos que frequenta e escola.

Mariana Pimentel: 72,9% Fonte: IBGE - 2010

O índice mais alto de exclusão é o da faixa etária de 0 a 3 anos, cujo atendimento ainda não é oferecido no município. Diante dessa realidade, é essencial investir nesta área. É imprescindível ressaltar que investimentos são necessários não só para a ampliação desse atendimento, como também para a melhoria da qualidade do atendimento já oferecido. A Educação Infantil enfrenta problemas, tais como: inadequação dos prédios e dos equipamentos; falta de materiais pedagógicos, de qualificação dos profissionais para atuar nesta modalidade, assim como a dificuldade no processo de regularização das instituições.

Estimativa da População de 0 a 3 anos no município.

Mariana Pimentel: 74 crianças Fonte: Secretaria Municipal da Saúde/PSF

Para garantir o avanço nestas políticas, faz-se necessário à instalação de um estabelecimento que atenda e Educação Infantil de zero a três anos de forma centralizada, buscando parcerias e convênios com outras esferas governamentais. A relação da unidade educacional com os movimentos da comunidade pode se dar por intermédio da elaboração coletiva de projetos interdisciplinares; da organização feita pela unidade educacional, de palestras e seminários, envolvendo as várias instâncias da comunidade.

A instituição de Educação Infantil não deve pautar o seu projeto pedagógico pelo modelo escolarizante, de formalização excessiva, que mantém as crianças durante todo o período dentro das salas de aula, em atividades que priorizam os aspectos cognitivos. Ao contrário, devem favorecer e oportunizar experiências significativas que favoreçam o desenvolvimento integral da criança. Assim, a Educação Infantil deve construir identidade própria, a partir da compreensão da criança em sua totalidade. Sua atuação precisa se basear em amplas áreas de conhecimento, para que se consiga trabalhar de forma integrada os três eixos que a fundamentam: brincar, cuidar e educar.

As redes que atuam na Educação Infantil devem adequar-se também às diretrizes nacionais e ter como referencial os objetivos e metas relativos também à ducação do campo e à educação especial.

3.2 Diretrizes

Segundo a legislação em vigor, a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica, direito de toda criança e obrigação do Estado (Art. 208, IV, da

18 Constituição Federal). Ela deve atender a faixa etária de 0 a 5 anos, período decisivo da vida em que se constituem as bases para o desenvolvimento integral da criança como pessoa humana.

As instituições de Educação Infantil deverão ter papel complementar ao da família no que concerne à educação das crianças. Sua identidade deve se assentar na co-responsabilidade entre poder público e família, de modo a proporcionar experiências significativas, promovendo o bem-estar da criança, reconhecendo suas necessidades e interesses, no contexto das exigências educativas postas pela sociedade atual.

O atendimento oferecido na Educação Infantil será em conformidade com a Política Educacional vigente, reestruturada a partir de estudos e avaliações com base nos Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil e nos Parâmetros Básicos de Infra-Estrutura para Instituições de Educação Infantil. As escolas de Educação Infantil deverão elaborar ou reelaborar, com toda sua equipe escolar, o Projeto Político Pedagógico do estabelecimento de ensino, pautando-se na legislação vigente.

A expansão gradativa da oferta pública de Educação Infantil deverá garantir atendimento nas áreas de maior necessidade e prover-se com recursos técnicos e pedagógicos necessários, sendo que o turno integral terá como prioridade o atendimento aos filhos de mães que trabalham e as famílias de menor renda per capita.

A formação mínima dos profissionais e professores que atuam nesse nível de ensino deverá atender ao previsto na LDB, e também lhes será proporcionada a formação continuada, para aprimoramento da prática pedagógica.

O processo pedagógico deve considerar as crianças em sua totalidade, observando suas especificidades, as diferenças entre elas e sua forma privilegiada de conhecer o mundo por meio do brincar.

Sabe-se, entretanto, de muitos dados que revelam sua importância: a demanda social gerada pela necessidade das famílias de ter um local para deixar seus filhos durante o período em que trabalham; as provas científicas dos benefícios da educação infantil nos primeiros anos de vida para o desenvolvimento do ser humano; os benefícios sociais e econômicos significativos gerados pelos investimentos na área; a necessidade de garantir os direitos de atendimento da criança.

A garantia de educação inclusiva às crianças com necessidades especiais no sistema regular deverá ser implantada na Educação Infantil, por meio de programas específicos de orientação aos pais, qualificação dos professores e adaptação dos prédios escolares.

3.3 Metas e estratégias

PNE - Meta 1: Universalizar, até 2016, a Educação Infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de Educação Infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE. 19 PME - Meta 1: Manter o atendimento das crianças de 4 e 5 anos de idade, atingindo 100% ( cem por cento ) em 2016, ampliando a oferta da Educação Infantil em creches de forma a atender, no mínimo 75% ( setenta e cinco por cento ) das crianças de 0 a 3 anos de idade até o final da vigência deste plano, conforme a disponibilidade de condições financeiras, de profissionais e estrutura física do município.

 Definir, em regime de colaboração entre União, Estado e Município, metas de expansão da respectiva rede pública de Educação Infantil, segundo padrão nacional de qualidade, considerando as peculiaridades locais, buscando o Convênio com Programas Federais;  Realizar anualmente, em regime de colaboração, levantamento das crianças na faixa etária da Educação Infantil, como forma de planejar a oferta e verificar o real atendimento da demanda manifestada;  Construir em regime de colaboração, respeitando as normas de acessibilidade, através do programa nacional de construção e reestruturação de escolas , bem como a aquisição de equipamentos, um prédio dentro dos padrões legais, para abrigar uma creche e oferecer atendimento centralizado para a clientela na faixa etária adequada;  Levantar, localizar e regularizar terreno na municipalidade, apropriado à construção de escola de Educação Infantil;  Adaptar, a partir da aprovação deste plano, os prédios das instituições que já oferecem a Educação Infantil (Pré-escola) com padrões mínimos de infra- estrutura para o funcionamento adequado, assegurando o atendimento das características das distintas faixas etárias e das necessidades do processo educativo de qualidade, com base na Legislação vigente.  Assegurar que, a partir do primeiro ano da promulgação deste plano, sejam realizadas as autorizações legais para o funcionamento das instituições que oferecem a Educação Infantil dos 4 (quatro) e 5 (cinco) anos, atendendo às especificações dos requisitos mínimos de infra-estrutura determinados na legislação em vigor.  Garantir mobiliário, equipamentos, brinquedos pedagógicos, jogos educativos e outros materiais pedagógicos às escolas que ofertam a Educação Infantil, considerando as especificidades das faixas etárias e as diversidades em todos os aspectos, com vistas a valorização e efetivação do brincar nas práticas escolares;  Garantir que, a partir do primeiro ano deste plano, a rede pública mantenha e amplie mecanismos de colaboração entre os setores da educação, cultura, saúde, assistência e administração, visando à manutenção, expansão, gerenciamento, controle e avaliação das instituições de atendimento na Educação Infantil a fim de aferir à infra-estrutura física, o quadro pessoal, as condições de gestão, os recursos pedagógicos, a situação de acessibilidade, entre outros indicadores relevantes.  Comprometer-se em suprir o quadro de profissionais efetivos, de forma qualificada conforme a legislação, assim como ter lista reserva de profissionais para o efetivo exercício no atendimento da demanda, garantindo a qualidade na educação;  Estabelecer parcerias, a partir do primeiro ano da promulgação deste plano, preferencialmente com instituições públicas e/ou particulares, com o objetivo de

20 garantir a formação permanente para todo o coletivo de profissionais, visando total competência para atuar com alunos de Educação Infantil, de modo a expressar a concepção de que essas crianças necessitam de um atendimento educacional como sujeitos de direitos, cidadãs, que devem ter asseguradas às condições para um pleno desenvolvimento em sua integralidade;  Garantir o acesso à Educação Infantil e fomentar a oferta de atendimento complementar aos educandos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, assegurando a educação bilíngüe para crianças surdas e a transversalidade da educação especial nessa etapa da educação básica;  Implementar, em caráter complementar, programas de orientação e apoio às famílias, por meio da articulação das áreas de educação, saúde e assistência social, com foco no desenvolvimento integral das crianças de até 3 (três) anos de idade;  Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência das crianças na Educação Infantil, em especial dos beneficiários de programas de transferência de renda, em colaboração com as famílias e com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção á infância;  Preservar as especificidades da Educação Infantil na organização das redes escolares, garantindo o atendimento da criança de 0 (zero) a 5 (cinco) anos em estabelecimentos que atendam a parâmetros nacionais de qualidade, e a articulação com a etapa escolar seguinte, visando ao ingresso do aluno de 6 (seis) anos de idade no Ensino Fundamental;  Promover a busca ativa de crianças em idade correspondente à educação infantil, em parceria com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, preservando o direito de opção da família em relação às crianças de até 3 (três) anos de idade;  Assegurar que, a partir da aprovação do PME, todas as instituições de ensino que ofertam a Educação Infantil, nas diferentes faixas etárias tenham discutido, formuladas e ou reformulado, com a participação dos profissionais de educação e da comunidade escolar, seus projetos pedagógicos e currículos, incorporando os avanços de pesquisas ligadas ao processo de ensino-aprendizagem e às teorias educacionais no atendimento da população de 0 (zero) a 5 (cinco) anos de idade;  Incentivar e ofertar condições para os profissionais que atuam na educação infantil participem em congressos, simpósios, encontros, fóruns e outros eventos que ofereçam uma formação continuada;  Dispor de equipe pedagógica e profissionais de apoio para o efetivo atendimento nas escolas;  Disponibilizar de forma gradativa o acesso à Educação Infantil em tempo integral, para todas as crianças de o (zero) a 5 (cinco) anos de idade, conforme o estabelecido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil;  Promover ações conjuntas que visem o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, psíquico, moral e social, incentivando a criatividade, a autonomia, as relações de respeito e de solidariedade a partir dos valores humanos, completando assim a ação da família;  Manter os alunos da Educação Infantil no programa de transporte escolar, respeitando critérios estabelecidos na legislação vigente;

21 4. ENSINO FUNDAMENTAL

4.1 Diagnóstico

De acordo com a Constituição Brasileira, o Ensino Fundamental é obrigatório e gratuito. Ele é básico na formação do cidadão, pois, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, em seu artigo 32, o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo constituem meios para o desenvolvimento da capacidade de aprender e de se relacionar no meio social e político. É prioridade oferecê-lo a toda a população brasileira. A oferta de Ensino Fundamental nas escolas públicas, rurais e urbanas é uma responsabilidade compartilhada entre Estado e Município.

Deve levar-se em conta, a comunidade que vive na zona rural, pois apresenta um jeito de viver e trabalhar diferente da zona urbana, o que inclui distintas maneiras de ver o tempo, o espaço, o meio ambiente. Também são diversos seus modos de viver e de organizar a família, a comunidade, o trabalho e a educação.

Até o ano de 2007, o Município de Mariana Pimentel, possuía três escolas municipais de Ensino Fundamental na zona rural e uma escola estadual de Ensino Fundamental na zona urbana. Desde o ano de 2006, o município instituiu o Ensino Fundamental de (9) nove anos de forma paralela com o ensino de oito anos. Em 2008, o Ensino Fundamental da escola estadual foi municipalizado, passando todas as matrículas para a rede municipal. Neste ano, a escola criada e autorizada passou a oferecer o Ensino Fundamental de nove anos com todas as séries.

População

Mariana Pimentel 2010 Urbana Rural 2014 (estimativa)

Total 3.768 638 3.130 3.913 Fonte: IBGE/2010

Cabe ressaltar que mariana Pimentel, possui 337,80 km² de extensão, sendo que deste total 3.126.576,8 m², na zona rural e 251.424 m² na zona urbana. Das três escolas que o município administra, duas escolas estão situadas na zona rural, atendendo 251 alunos.

Matrículas - Ensino Fundamental

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

MUNICIPAL 508 463 602 550 535 491 511 481 480 466

ESTADUAL 171 165 ------

TOTAL 679 628 602 550 535 491 511 481 480 466 Fonte: Secrteria Municipal da Educação

22 Percentual da População de 6 a 14 anos que freqüenta e escola. Mariana Pimentel: 97,7% Fonte: IBGE – 2010

Percentual de pessoas de 16 anos com pelo menos o Ensino Fundamental concluído. Mariana Pimentel: 73,8% Fonte: IBGE - 2010

Os dados acima permitem observar a progressiva queda no número de alunos desse nível de ensino a partir do ano de 2005. Estes dados são indicativos da queda da natalidade e da consequente diminuição no número de crianças de 6 a 14 anos em nossas escolas. Convém ressaltar que o município de Mariana Pimentel atrai um significativo número de famílias desempregadas das cidades vizinhas em busca de trabalho na lavoura, em sítios, com a expectativa de melhores condições de vida e facilidades quanto ao atendimento em relação à saúde e educação. Atualmente o município não dispõe de um programa que seja alimentado um banco de dados dos alunos da rede.

A Educação em Mariana Pimentel

2015 Quantidade Escolas Municipais 03 em atividade e 01 paralisada Docentes 50 Funcionários 18 Especialistas 03 Fonte: SME/Mariana Pimentel

Grau de Instrução dos Professores

2015 Quantidade Magistério 03 Cursando Ensino Superior 04 Ensino Superior 13 Especialização 29 Total 49 Fonte: SME/Mariana Pimentel

O município encaminha-se para atender plenamente à demanda das crianças de seis a quatorze anos e democratiza esse acesso para a rede pública. A garantia da permanência das crianças de faixa etária entre 6 e 14 anos na escola não acontece apenas através da garantia de ofertas de vagas, são necessários também, investimentos em políticas públicas que garantam uma aprendizagem significativa, através de recursos pedagógicos e humanos, bem como a qualificação dos espaços.

23 Quadro por Série - 2015

Série Ana Barok Dom Pedro II João Ziulkoski TOTAL Filho Pré 4 - 7 17 24 Pré 5 10 5 22 37 1ª 14 5 20 39 2ª 13 8 21 42 3ª 12 13 19 44 4ª 22 13 29 64 5ª 11 15 27 53 6ª 19 14 29 62 7ª 10 11 43 64 8ª 19 6 26 51 9ª 17 7 25 49 Total 147 104 278 529 Fonte: SME/Mariana Pimentel

Quadro Distorção Idade/Série

Ano Anos Iniciais Anos Finais (%) (%) 2009 15,9 28,2 2010 13,6 21 2011 10,9 21,7 2012 7,5 22,4 2013 4,9 23,1 Fonte: MEC/Inep/Deed/CSI

Taxas de Rendimento

Taxa de Aprovação

Ano Anos Iniciais Anos Finais (%) (%) 2009 94,6 84,7 2010 96,7 86,1 2011 97,4 90,3 2012 98,5 86,3 2013 95,9 92,5 2014 96,3 94,3 Fonte: MEC/Inep/Deed/CSI/SME/Mariana Pimentel

24 Taxa de Reprovação

Ano Anos Iniciais Anos Finais (%) (%) 2009 5,4 14,2 2010 3,3 13,5 2011 2,6 9,7 2012 1,5 12,8 2013 4,1 7,1 2014 3,7 5,7 Fonte: MEC/Inep/Deed/CSI/SME/Mariana Pimentel

Taxa de Abandono

Ano Anos Iniciais Anos Finais (%) (%) 2009 0 1,1 2010 0 0,4 2011 0 0 2012 0 0,9 2013 0 0,4 2014 0 0 Fonte: MEC/Inep/Deed/CSI/SME/Mariana Pimentel

Taxa de Aprovação 1º ao 3º ano

Ano 1º ano 2º ano 3º ano (%) (%) (%) 2007 100 89,7 88,5 2008 100 86,4 93,2 2009 100 88,5 94,6 2010 100 93,1 97,8 2011 100 90,6 98,2 2012 100 100 96,4 2013 100 100 93,2 2014 100 100 92,3 Fonte: MEC/Inep/Deed/CSI/SME/Mariana Pimentel

Taxa de alfabetização de crianças que concluíram o 3º ano do Ensino Fundamental

Mariana Pimentel: 87,2% Fonte: IBGE - 2010

25 Metas - IDEB

2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

META

Anos 4,6 4,9 5,2 5,4 5,7 6,0 *** Iniciais

Mariana 4,3 5,0 5,4 - - - - Pimentel

META Anos *** 4,4 4,6 4,9 5,2 5,4 5,7 Finais

Mariana Pimentel 4,2 *** *** - - - -

Fonte: MEC/Inep/Ideb

A cultura da reprovação presente nos sistemas de educação impede o respeito aos tempos e ritmos diferenciados dos educandos, resultando na organização de agrupamentos de sujeitos em diferentes fases de desenvolvimento nas mesmas classes, como é o caso de adolescentes que, por sucessivas reprovações ou atrasos no ingresso, estudam junto com crianças, no início da escolarização. Esses adolescentes obviamente não se reconhecem no agrupamento da infância, com o qual terão que partilhar experiências cotidianas de aprendizagem, de expressão artística, física, cultural, emocional, de brincadeiras, de confrontos.

Ainda hoje, a cultura da reprovação desconsidera os significativos avanços da ciência, no que se refere à compreensão dos processos de desenvolvimento humano, formulados tanto na pedagogia, psicologia, medicina, entre outras. Além desse fator que produz a exclusão, há ainda uma herança pedagógica que desconsidera a cultura dos educandos, principalmente em se tratando daqueles advindos dos setores populares, que procuram as instituições educacionais para a sua educação escolar.

Para atender a demanda com maior qualidade existe a necessidade de desenvolver projetos arquitetônicos para reforma e ampliação das escolas municipais de Ensino Fundamental, contemplando a qualidade, aspectos e espaços físicos básicos necessários, como salas para biblioteca, laboratório de ciências, informática, refeitório, áreas cobertas de proteção, prevendo também a inclusão dos alunos portadores de necessidades especiais.

O município ainda não possui escolas de tempo integral. Mas os alunos são contemplados com o Programa Mais Educação, cuja participação em oficinas diversificadas faz com que os mesmos permaneçam nas escolas no turno inverso, recebendo para tanto três refeições diárias. Também recebem o livro didático, assim como os materiais escolares para aqueles que não possuem.

26 A qualificação dos trabalhadores em educação de Mariana Pimentel ainda não foi absorvida como uma ferramenta de melhoria na qualidade da educação, que possibilita a construção de propostas diferenciadas de ensino, buscando a superação das dificuldades e construção de paradigmas de educação baseados na formação integral do cidadão, na inclusão social, na construção do conhecimento.

Durante os anos de 2013 e 2014, as instituições de Ensino Fundamental, participaram do Pacto pela Alfabetização na Idade Certa – PNAIC, as municipais com coordenação e orientação local e as estaduais via CRE.

Na rede municipal, além da coordenação pedagógica da própria escola, contam com uma equipe de Supervisão Geral de Ensino da Secretaria Municipal de Educação, oferecendo suporte às escolas, assessorando as coordenadoras, professores e estudantes. As escolas carecem de quadro técnico com profissionais de suporte para atender as atividades diárias das escolas.

Para o atendimento à merenda escolar, o município não dispõe do trabalho exclusivo de nutricionista, para acompanhar a distribuição e preparação da merenda; acompanhar a formação de merendeiras e também atuar no processo de licitação. Nas escolas a merenda é preparada e servida pelas merendeiras, de acordo com o cardápio fornecido pela nutricionista lotada na Unidade Sanitária, sendo uma parte da merenda escolar oriunda da “agricultura familiar” do município assim como municípios vizinhos.

O serviço de transporte escolar é realizado por veículos de frota própria, porém alguns estão em precárias condições para circulação e raras vezes há contratação temporária de veículos terceirizados. Diariamente, são percorridos aproximadamente 1.860 km.

4.2 Diretrizes

O Ensino Fundamental, como nível de ensino, possui limites, que devem ser gradativamente superados por meio da consolidação de políticas educacionais que orientem não só para a mobilização social em torno desses objetivos, mas também para o cumprimento de responsabilidades por parte dos agentes responsáveis por este nível de ensino, assegurando a continuidade da universalização, considerando a indissociabilidade entre acesso, permanência e qualidade da educação escolar oferecida, contemplando a diversidade dos alunos tanto da zona urbana como da rural.

É precisão também garantir uma proposta de desenvolvimento da escola da zona rural que leve em conta a identidade cultural dos grupos que ali produzem sua vida, numa compreensão de que o campo, hoje, não é sinônimo só de agricultura ou pecuária e sim vinculada a cultura produzida pelas relações sociais, políticas, econômicas e culturais mediadas pelo trabalho rural.

Deverá ser assegurado uma escola de Ensino Fundamental democrática, inclusiva e igualitária, garantindo que uma criança de 6 (seis) anos inicie nesta escola e após nove anos saia com conhecimentos, habilidades, competências, valores e atitudes que lhe permitam o exercício pleno da cidadania. A escola deverá preocupar-se com a efetiva alfabetização dos alunos até os 8 (oito) anos de idade, porque é nesse período

27 que se desenvolvem mais intensamente as operações cognitivas. Para tanto, deverá promover a alfabetização criando contextos incentivadores da aprendizagem do letramento e da matemática, levando o aluno a construir o seu conhecimento, respeitando sua realidade oferecendo para tanto profissionais em constante formação profissional.

As instituições escolares devem mencionar como foco central, o educando, considerado como sujeito de direito, situado no tempo e no espaço. Dessa forma, uma questão a ser observada na oferta de Educação Fundamental de qualidade social e humana é a fase da vida na qual se encontra o educando, como a infância e a adolescência. Essa é uma questão imprescindível para o respeito ao ser humano em processo de formação, em qualquer nível que ele esteja.

Além de assegurar a continuidade da universalização e do acesso, o grande número de educandos acima dos 14 anos no Ensino Fundamental evidencia a necessidade de universalizar sobretudo o direito de concluir esse nível de ensino dentro do tempo previsto, ou seja, dos 6 aos 14 anos.

Um grande desafio é continuar com a elevação dos níveis de aprendizagem dos alunos, diminuindo, ano após ano, os índices de evasão e reprovação. Para tanto, é necessário garantir a permanência do aluno na escola, diminuindo a taxa de repetência e distorção idade/série, através da criação de programas que garantam a qualidade do ensino.

Além do atendimento pedagógico, a escola tem responsabilidades sociais que devem extrapolar o simples ensinar, especialmente para crianças de famílias de baixa renda e também da zona rural. Para garantir um melhor equilíbrio e desempenho dos seus educandos, fazem-se necessário ampliar o atendimento social principalmente para a população de menor renda, com procedimentos de renda mínima associada à educação, alimentação escolar, livro didático e transporte escolar.

É imprescindível que o município reconheça sua identidade rural, tanto nos aspectos culturais, quanto nos econômicos. Assim, o currículo das escolas deverá contemplar a identidade de Mariana Pimentel e a proposta pedagógica oferecida aos alunos do campo deve contemplar suas necessidades de inserção no desenvolvimento rural sustentável e solidário.

É importante estabelecer o trabalho conjunto e de parcerias entre as áreas da educação, saúde, agricultura, cultura, administração e turismo. A ampliação da jornada escolar para turno integral de forma centralizada oportunizará orientação no cumprimento dos deveres escolares, prática de esportes, desenvolvimento de atividades artísticas, práticas que possibilitem a qualificação para o mundo do trabalho, principalmente a agropecuária e alimentação adequada.

A gestão democrática também se constitui em um importante instrumento para a melhoria da qualidade da educação, com vistas ao desenvolvimento humano e social. A relação entre escola e comunidade, a efetivação do papel dos conselhos escolares, dos Círculos de Pais e Mestres e o incentivo à organização dos grêmios estudantis, nas escolas municipais, deverão se constituir em forte aliado na formação crítica dos 28 educandos, reforçando o papel do projeto político pedagógico de cada unidade educacional.

A equipe gestora deverá desempenhar seu papel, por meio da elaboração prévia de programas de gestores e da previsão de formas de avaliação e acompanhamento das gestões das unidades educacionais por parte da comunidade.

A busca de atualização do currículo, valorizando um paradigma que possibilite a interdisciplinaridade, abre novas perspectivas no desenvolvimento das habilidades para dominar esse novo mundo que se desenha, não apenas em seu aspecto técnico- produtivo, mas cultural e social. As novas concepções pedagógicas, embasadas na ciência da educação, indicam a necessidade de uma reforma curricular, na qual os temas deverão estar vinculados ao cotidiano da maioria da população, da leitura da realidade e sua significação e às diversidades culturais, sociais, físicas, mentais e/ou sensoriais.

Além do currículo composto pelas disciplinas tradicionais, é essencial o contínuo trabalho com os temas transversais, como ética, meio ambiente, pluralidade cultural, trabalho e consumo, reflexões filosóficas e sociológicas. Propõe-se, ainda, uma organização curricular que busque a participação efetiva dos diversos segmentos da comunidade escolar nas atividades da escola, que deverá estar sempre em consonância com as diretrizes emanadas do Conselho Nacional de Educação e dos Conselhos de Educação do Estado e/ou Conselho Municipal de Educação.

Deve ser assegurada a melhoria da estrutura física das escolas, de forma a atender às necessidades educativas dos educandos, levando-se em conta, inclusive, as diferentes fases da vida e o atendimento aos portadores de necessidades educacionais especiais. Na busca dessas melhorias, devem-se garantir, de forma progressiva, as condições para que os educandos tenham o acesso efetivo aos novos recursos da tecnologia, como laboratório de informática, salas de projeção de vídeo, biblioteca, entre outros.

Espaços especializados para atividades artístico-culturais, esportivas e recreativas, adequação e manutenção de equipamentos são também imprescindíveis para o desenvolvimento integral do educando e para a ampliação do vínculo da unidade educacional com a comunidade, na promoção de eventos, palestras, discussões, entre outros.

E, por fim, cabe ressaltar que se torna fundamental a consolidação e o aperfeiçoamento do censo escolar e da criação de um banco de dados no Município, que centralize as informações sobre o movimento escolar. É necessário, ainda, criar um Sistema de Avaliação Municipal, que possibilite, por parte dos gestores e da sociedade civil, o acompanhamento do processo de melhoria da qualidade da educação.

4.3 Metas e estratégias

PNE - Meta 2: Universalizar o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e

29 cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PNE.

PME - Meta 2: Manter a universalização do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 98% (noventa e oito por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência desta PME.

 Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso, da permanência e do aproveitamento escolar dos beneficiários de programas de transferência de renda, bem como das situações de discriminação, preconceitos e violências na escola, visando ao estabelecimento de condições adequadas para o sucesso escolar dos alunos, em colaboração com as famílias e com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, adolescência e juventude;  Assegurar condições para que todas as escolas, progressivamente, no exercício de sua autonomia, executem seus projetos político-pedagógicos, com observância das Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental de 9 (nove) Anos, dos Parâmetros Curriculares Nacionais, das Matrizes Curriculares e das necessidades específicas de cada uma, considerando sua clientela, sua comunidade, seus profissionais e seu entorno.  Adequar-se e acompanhar a implantação dos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que configurarão a nova base comum curricular do ensino fundamental;  Criar mecanismos para o acompanhamento individualizado do desempenho escolar, garantindo a aprendizagem efetiva das crianças e adolescentes ao longo do ano letivo, evitando assim a reprovação, a aprovação automática, a distorção idade-série e a conseqüente evasão;  Promover a busca ativa de crianças e adolescentes fora da escola, em parceria com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, adolescência e juventude;  Dar continuidade à assessoria nas escolas quanto à dinamização dos seus conselhos e outras formas de participação da comunidade escolar para melhoria das instituições de Ensino Fundamental e enriquecimento das oportunidades educativas e dos recursos pedagógicos;  Promover a relação das escolas com instituições e movimentos culturais, a fim de garantir a oferta regular de atividades culturais para a livre fruição dos alunos dentro e fora dos espaços escolares, assegurando ainda que as escolas se tornem pólos de criação e difusão cultural;  Estimular a promoção de modelo de co-responsabilidade pela gestão do tempo educativo nas instituições escolares, mediante ação de integração das áreas de saúde, cultura, esporte, ação social, agricultura e administração;  Construir, através de convênios parcerias, junto às escolas municipais quadras esportivas onde possam ser promovidas atividades de desenvolvimento e estímulo às habilidades esportivas nas escolas, interligadas a um plano de disseminação do desporto educacional e de desenvolvimento esportivo nacional;  Promover, a organização flexível do trabalho pedagógico, assegurando o cumprimento dos 200 (duzentos) dias letivos de efetivo trabalho escolar,

30 incluindo adequação do calendário escolar de acordo com a realidade, identidade cultural e condições climáticas de acordo com a LDB.  Dar continuidade à assessoria nas escolas quanto à dinamização dos seus conselhos e outras formas de participação da comunidade escolar para melhoria das instituições de Ensino Fundamental e enriquecimento das oportunidades educativas e dos recursos pedagógicos.  Incentivar a participação dos pais ou responsáveis no acompanhamento das atividades escolares de seus filhos por meio do estreitamento das relações entre as escolas e as famílias, através de encontros, palestras, projetos escolares, festividades e outras atividades do meio educacional;  Assegurar a avaliação do desempenho das escolas de Ensino Fundamental, com a participação da comunidade, a partir dos dados de auto-avaliação e de avaliação externa para acompanhamento da melhoria da qualidade do ensino fundamental no município;  Dar continuidade ao programa de atualização dos profissionais da educação, visando sua total competência para atuar com alunos do Ensino Fundamental, por meio de parcerias com outras instituições e programas;  Proporcionar, com recursos próprios e em parceria com os governos federal e estadual, transporte aos alunos matriculados no ensino público, prioritariamente residentes no meio rural e em lugares distantes das unidades escolares;  Dotar as escolas, gradualmente, de profissionais que ofereçam suporte pedagógico às atividades dos docentes, cumprindo funções de direção, orientação, coordenação pedagógica, assim como para as atividades dos discentes recebendo o suporte do psicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagogo, assim como funções técnicas e monitorias;  Buscar parcerias junto a Programas do Governo Federal, através de ações que venham contemplar as demandas, considerando as especificidades das escolas com objetivo de melhorar a qualidade da educação;

PNE - Meta 5: Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do Ensino Fundamental.

PME - Meta 3: Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º(terceiro) ano do Ensino Fundamental, respeitando seu desenvolvimento cognitivo e habilidades para este propósito.

 Aprimorar e instigar novas estruturas de alfabetização, nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, articulando-os com as estratégias desenvolvidas na Pré- escola, com qualificação e valorização dos professores alfabetizadores e com apoio pedagógico específico, a fim de garantir a alfabetização plena de todas as crianças;  Aplicar instrumento de avaliação nacional periódica e específica para aferir a alfabetização das crianças, aplicados anualmente, bem como estimular as escolas a criarem os respectivos instrumentos de avaliação e monitoramento, implementando medidas pedagógicas para alfabetizar todos os alunos e alunas até o final do terceiro ano do Ensino Fundamental;  Estabelecer a alfabetização como um direito de todos, respeitando a criança, seu conhecimento e a sua relação de mundo com a escrita e a leitura;

31  Promover e estimular a formação inicial e continuada de professores para a alfabetização de crianças, com o conhecimento de novas tecnologias educacionais e práticas pedagógicas inovadoras, visando ao aprofundamento de estudos e o atendimento das demandas decorrentes do trabalho pedagógico desenvolvido em sala de aula;  Dar condições de alfabetização às pessoas com deficiência, observando as devidas adaptações no currículo considerando as suas especificidades, oferecendo suporte pedagógico necessário;

PNE - Meta 6: Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos (as) da educação básica.

PME - Meta 4: Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas pública, de forma a atender, 25% (vinte e cinco por cento) dos alunos da educação básica.

 Promover, com o apoio da União, a oferta de educação básica pública em tempo integral, por meio de atividades de acompanhamento pedagógico e multidisciplinar, inclusive cultural e esportivo, de forma que o tempo de permanência dos alunos na escola, ou sob sua responsabilidade, passe a ser igual ou superior a 7 (sete) horas diárias durante todo o ano letivo;  Instituir em regime de colaboração, programa de construção de escolas com estrutura e mobiliário adequado para atendimento em turno integral;  Institucionalizar e manter, em regime de colaboração, programa nacional de ampliação e reestruturação das escolas públicas, por meio da instalação de quadras poliesportivas, laboratórios, inclusive de informática, espaço para atividades culturais, bibliotecas, auditórios, cozinhas, refeitórios, banheiros, respeitando as normas de acessibilidade, bem como da produção de material didático e da formação de recursos humanos para a educação em tempo integral;  Intensificar, qualificar e otimizar o tempo de permanência do aluno na escola, através da oferta de oficinas que buscam desenvolver as potencialidades do educando de acordo com sua faixa etária, oportunizadas nas áreas de recreação cultural e esportiva, artes manuais, hora do lúdico, hora do conto e expressão corporal, numa abordagem pedagógica diferenciada e noções de informática com enfoque na interatividade como atividades planejadas para o tempo integral.  Proporcionar a integração da escola com diferentes espaços educativos, culturais e esportivos da comunidade;  Atender as escolas do campo na oferta de educação em tempo integrais considerando-se as peculiaridades e locais;  Garantir a educação em tempo integral para pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na faixa de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos, assegurando atendimento educacional especializado complementar e suplementar ofertado na sala de recursos multifuncional centralizada, respeitando o tempo de permanência

32 individual de cada aluno, assim como o seu direito de terminalidade diferenciada e adaptações no currículo;  Prover, na medida em que o município implantar escola de tempo integral, no mínimo três refeições diárias, respeitando a faixa etária dos alunos, com acompanhamento do trabalho do profissional nutricionista.  Buscar parcerias para o desenvolvimento de projetos no contra turno das escolas, com previsão de professores e funcionários em número suficiente.

PNE - Meta 7: Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as médias nacionais para o Ideb.

IDEB 2015 2017 2019 2021 Anos iniciais 5,2 5,5 5,7 6,0 Anos Finais 4,7 5,0 5,2 5,5 Ensino Médio 4,3 4,7 5,0 5,5

PME - Meta 5: Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir, progressivamente, até 2021, as seguintes médias nacionais para o Ideb: 6,0 para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental; 5,5 nos Anos Finais do Ensino Fundamental e 5,2 no Ensino Médio.

 Implantar e adequar-se, as diretrizes pedagógicas para a educação básica e a base nacional comum dos currículos, com direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos para cada ano do Ensino Fundamental e Médio, adequando a realidade local;  Assegurar que no quinto ano de vigência deste PME, pelo menos 70% (setenta por cento) dos alunos do Ensino Fundamental tenham alcançado nível de aprendizado em relação aos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de seu ano de estudo, e 50% (cinqüenta por cento), pelo menos, o nível desejável;  Assegurar que no último ano de vigência deste PME, todos os estudantes do Ensino Fundamental tenham alcançado nível suficiente de aprendizado em relação aos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de seu ano de estudo, e 80% (oitenta por cento), pelo menos, o nível desejável;  Constituir, em colaboração entre a União, o Estado e Município, um conjunto nacional de indicadores de avaliação institucional com base no perfil do alunado e do corpo de profissionais da educação, nas condições de infra-estrutura das escolas, nos recursos pedagógicos disponíveis, nas características da gestão e em outras dimensões relevantes, considerando as especificidades das modalidades de ensino;  Assegurar o processo contínuo de avaliação do desempenho das escolas de Ensino Fundamental, com a participação da comunidade e a partir dos dados de auto-avaliação e de avaliação externa para acompanhamento da melhoria contínua da qualidade educacional, a formação continuada dos profissionais da educação e o aprimoramento da gestão democrática no município.

33  Manter atualizados os dados referentes ao plano de ações articuladas, cujo objetivo é obter ações contempladas voltadas a melhoria da gestão educacional, à formação de professores e profissionais de serviços e apoio escolar, à ampliação e ao desenvolvimento de recursos pedagógicos e à melhoria e expansão da infra-estrutura física da rede escolar;  Incentivar o desenvolvimento e selecionar tecnologias educacionais para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, incentivar praticas pedagógicas inovadoras que assegurem a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem assegurada, a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, bem como o acompanhamento dos resultados nos sistemas de ensino em que forem aplicadas;  Garantir um Projeto Político-Pedagógico para a Educação da zona rural, elaborado com base na realidade dos sujeitos do meio rural, considerando sua visão de mundo, sua cultura, seu trabalho, suas relações sociais e seus diferentes saberes, e possibilitando-lhes a construção eficaz de um projeto de desenvolvimento sustentável baseado na concepção da terra como espaço de vida.  Garantir a permanência do transporte gratuito para todos os estudantes do campo na faixa etária da educação escolar obrigatória, mediante renovação da frota de veículos, de acordo com especificações definidas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – INMETRO, e financiamento compartilhado, com participação proporcional da União, visando reduzir o tempo médio de deslocamento a partir de cada situação local;  Desenvolver pesquisas de modelos alternativos de atendimento escolar para a população do campo que considerem as especificidades locais, juntamente com as boas práticas nacionais e internacionais;  Universalizar, até o quinto ano de vigência deste PME, o acesso à rede mundial de computadores em banda larga de alta velocidade e até o final da década, obter a relação computador/aluno nas escolas da rede publica de educação básica, promovendo a utilização pedagógica das tecnologias da informação e da comunicação;  Prestar apoio técnico a gestão escolar mediante as transferências diretas de recursos financeiros vindos da União para as escolas, garantindo a participação e da comunidade escolar no planejamento e na aplicação dos recursos, visando à ampliação da transparência e ao efetivo desenvolvimento da gestão democrática;  Proporcionar, com recursos próprios e em parceria com os governos federal e estadual ações no atendimento ao aluno em programas de transporte, material didático-escolar, alimentação e assistência à saúde aos alunos matriculados na educação básica;  Assegurar a todas as escolas públicas de educação básica o acesso dos alunos a espaços para prática esportiva, a bens culturais e artísticos e a equipamentos e laboratórios de ciências e, em cada ambiente escolar, garantir a acessibilidade às pessoas com deficiência;  Garantir políticas de combate à violência nas escolas, proporcionando capacitação aos professores para detecção dos sinais de suas causas, como a violência doméstica e sexual, favorecendo a adoção das providências

34 adequadas para promover a construção da cultura de paz e um ambiente escolar dotado de segurança para a comunidade;  Garantir a permanência nos currículos escolares dos conteúdos sobre história e as culturas afro-brasileira e indígena e implementar ações educacionais que assegurem essas respectivas diretrizes curriculares nacionais;  Construir currículos específicos para educação escolar das escolas do campo, incluindo os conteúdos culturais correspondentes às respectivas comunidades, considerando o fortalecimento das práticas socioculturais;  Mobilizar as famílias e setores da sociedade civil, articulando a educação formal com experiências de educação popular e cidadã, com os propósitos de que a educação seja assumida como responsabilidade de todos e de ampliar o controle social sobre o cumprimento das políticas públicas educacionais;  Estimular a promoção de modelo de co-responsabilidade pela gestão do tempo educativo nas escolas municipais, mediante ação de integração das áreas de saúde, cultura, ação social, agricultura e esporte, possibilitando a criação de rede de apoio integral às famílias, como condição para melhoria da qualidade educacional;  Articular os órgãos responsáveis pelas áreas da educação e saúde, o atendimento aos estudantes da rede escolar pública da educação básica por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde;  Estabelecer ações efetivas especificamente voltadas para a promoção, prevenção, atenção e atendimento à saúde e à integridade física, mental e emocional dos profissionais da educação, como condição para a melhoria da qualidade educacional;  Estabelecer políticas de estímulo às escolas que melhorarem o desempenho no Ideb, de modo a valorizar o mérito do corpo docente, da direção e da comunidade escolar;

5 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

5.1 Diagnóstico

A existência de pessoas que não decodificam o signo gráfico e nem escrevem seu idioma materno é universal. Esta condição é constante e histórica. Toda vez que é feita uma estatística populacional ou de oportunidade de trabalho, vem à tona o analfabetismo ou o analfabeto funcional.

Taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais Mariana Pimentel/RS

Ano % 2010 92,4 Fonte: IBGE - 2010

35 Taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais Educação de Jovens e Adultos

Ano Total de Alunos Não alfabetizados % 2014 44 03 93,2 Fonte: SME/Mariana Pimentel

Taxa de analfabetismo funcional da população com 15 anos ou mais Mariana Pimentel/RS

Ano % 2010 32,3 Fonte: IBGE - 2010

Mundialmente, quando esse problema está mais em evidência, são criadas legislações, programas e uma infinidade de mecanismos com a pretensão de erradicar o analfabetismo e, poucas vezes tem-se conseguido minimizá-lo.

Dados do PNE apontam uma média nacional de não-alfabetizados com 15 anos de idade ou mais, em torno de 14,7%. Embora Mariana Pimentel se encontre bem abaixo dessa média, sabe-se, entretanto, que o maior desafio à erradicação do analfabetismo não é apenas a oferta de vagas, mas sim encontrar tais pessoas, convencê-las da importância de processo de alfabetização e articular políticas públicas específicas que reconheçam a EJA como um direito dos sujeitos ao longo da vida.

No período de 2002 a 2004, no município de Mariana Pimentel foi realizado o Projeto Alfabetização Solidária, que tinha por objetivo proporcionar a possibilidade de alfabetizar e escolarizar jovens e adultos que não tiveram acesso ou oportunidade de estudar na idade apropriada. Foram alfabetizados neste período em torno de 50 alunos que frequentavam a escola dois dias na semana.

Em 2005 a Educação de Jovens e Adultos foi regulamentada em nosso município, tendo turmas formadas nas três escolas pólos: E.M.E.F. Ana Barok com 14 alunos, E.M.E.F. Castro Alves com 37 alunos e E.M.E.F. Dom Pedro II com 26 alunos, perfazendo um total de 77 alunos matriculados.

Número de alunos matriculados:

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Municipal 68 59 60 53 37 44 24 Fonte: INEP-Censo Escolar/SME-Mariana Pimentel

Esta nova modalidade de ensino tem o objetivo de auxiliar o aluno com qualquer idade acima de quinze anos a construir e ampliar a sua aprendizagem, sendo oportunizado o seu acesso e permanência na escola, respeitando as suas experiências e conhecimentos próprios, para resgatar a autoestima e valores, através da alfabetização e escolarização, sendo que, dotado de uma formação escolar, pudesse

36 sentir-se como agente transformador de sua realidade a partir da interação com a sociedade.

Em 2007 a Educação de Jovens e Adultos passou a funcionar de forma centralizada em salas cedidas na Escola Estadual de Ensino Médio Gonçalves Lêdo, na zona urbana do município, atendendo 82 alunos. Esses alunos eram na maioria trabalhadora, pessoas com responsabilidades familiares, o que exigiu algumas restrições e dificuldades para chegar e permanecer na escola. Precisamos sempre repensar horários de entrada e saída, os tipos de tarefas extraescolares, as exigências em torno da frequência, assim como na proposta de trabalho, de tal modo que estar na escola a despeito do cansaço, do adiantamento de outros compromissos e da ausência da família, fosse realmente importante e indispensável.

A partir do ano de 2008 a Educação de Jovens e Adultos continuou centralizada e passou a ser oferecido pela Escola Municipal de Ensino Fundamental João Ziulkoski Filho na zona urbana do município.

Escolaridade média da população de 18 a 29 anos Anos

9,8 Brasil

10,0 RS Mariana 8,7 Pimentel Fonte: IBGE - 2010

Escolaridade média da população de 18 a 29 anos residente em área rural Anos

7,8 Brasil

9,0 RS Mariana 8,4 Pimentel Fonte: IBGE - 2010

Escolaridade média da população de 18 a 29 anos entre os 25% mais pobres Anos

7,8 Brasil

8,1 RS Mariana 7,7 Pimentel Fonte: IBGE - 2010

37 Para o cumprimento legal da oferta de EJA a toda população que necessita deste serviço, faz-se necessária uma ampla mobilização dos governos e da sociedade, no que diz respeito aos recursos humanos e financeiros para atender à demanda na Educação de Jovens e Adultos. Embora a taxa de analfabetismo tenha reduzido nas últimas décadas, é preciso acelerar o processo de inclusão educacional, agindo efetivamente, tanto em relação aos alunos que apresentam distorção idade/escolaridade, quanto às futuras gerações.

5.2 Diretrizes

Na Educação de Jovens e Adultos (EJA), geralmente, o educando é uma pessoa mais madura, mais experiente, mais consciente de seus atos e objetivos, responsável com suas próprias determinações, portanto, mais exigente consigo mesmo e com a escola.

É dentro desta realidade extremamente dinâmica, flexível e excludente, que a EJA deverá proporcionar a inclusão dos educandos no contexto social em que estão inseridos, contribuindo para a formação de um sujeito capaz de interagir, crítica e dialeticamente, com seu meio, na busca de emancipação e de autonomia política, social, cultural e intelectual, melhorando a qualidade de vida ampliando, assim, as oportunidades no mercado de trabalho.

Faz-se necessária uma reforma curricular, em que as metodologias e conteúdos tradicionalmente trabalhados sofram adequações, com a inclusão de temas pesquisados na realidade vivenciada pelos adolescentes, jovens e adultos, tais como identidade, cidadania, linguagem, política, ética, diversidade e pluralidade cultural, meio ambiente, mundo do trabalho, questões de gênero, credo, etnia e relações sociais, entre outros.

Para atender a estes adolescentes, jovens e adultos de forma adequada, é necessária a preparação de um corpo docente especializado para utilizar técnicas pedagógicas apropriadas para uma maior eficácia no atendimento a essa clientela com características e necessidades educacionais específicas.

Há que se efetivar, então, a oferta de Ensino Fundamental obrigatória e gratuita a todos e não apenas às crianças, também de modo regular para jovens e adultos, com características adequadas às suas especificidades (art. 4º da LDB) e com a preocupação de observância do princípio da universalização do atendimento escolar, explicitado no art. 214 da Constituição Federal Brasileira, mediante políticas que considerem a EJA como parte integrante dos direitos assegurados pela Constituição Federal, em seu art. 208, devendo, portanto, ser garantida a todos aqueles que não a tiveram na idade regular, proporcionando respeito às especificidades destes educandos, por meio de ações como flexibilidade de ingresso e avanço em qualquer momento do ano letivo, configurando-se como diretriz primária no atendimento a EJA.

O atendimento a esses pressupostos não deve restringir-se à oferta de educação básica, mas sim se estender para toda a vida, numa perspectiva de formação permanente e continuada (função qualificadora), seja em regime formal, seja em regime

38 não formal, favorecendo os jovens e adultos a terem a possibilidade de prosseguir nos estudos depois de sua escolaridade formal inicial.

5.3 Metas e estratégias

PNE - Meta 9: Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional.

PME - Meta 6: Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência deste PME, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinqüenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional.

 Assegurar a oferta gratuita da Educação de Jovens e Adultos a todos os que não tiveram acesso à educação básica na idade própria;  Realizar levantamento diagnóstico dos jovens e adultos com ensino fundamental incompleto, para identificar a demanda ativa por vagas na Educação de Jovens e Adultos;  Implementar ações de alfabetização de jovens e adultos com garantia de continuidade da escolarização básica;  Articular as políticas de educação de jovens e adultos com as de proteção contra o desemprego e de geração de emprego, promovendo, junto às escolas, estudos e discussões que abordem a questão do cooperativismo e da educação para o mundo do trabalho.  Buscar parcerias junto a universidades e organizações não governamentais para ofertar oficinas e workshops que estimule jovens, adultos e terceira idade a continuidade do ensino.  Qualificar o processo escolar na Educação de Jovens e Adultos, levando em consideração que serão atendidos indivíduos que não cumpriram suas trajetórias escolares na idade correspondente, que apresentam diversidade de expectativas de aprendizagem, de habilidades e fases do desenvolvimento humano;  Executar ações de atendimento ao estudante da Educação de Jovens e Adultos por meio de programas de transporte, alimentação, realizar campanha de reabilitação visual, visando identificar deficiências de visão e fornecer óculos para os que necessitarem, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e da Assistência Social;  Assegurar, até o final da vigência deste plano, a formação continuada específica dos professores, qualificando-os, conforme exigências legais previstas na LDB, para o trabalho com adolescentes, jovens e adultos que se encontram no Ensino Fundamental.  Firmar parcerias com as entidades da sociedade civil para o aproveitamento dos espaços ociosos existentes no município, bem como de possibilidades de trabalho informal para a educação de jovens e adultos.  Articular as políticas de Educação de Jovens e Adultos com as culturais, de sorte que seus usuários sejam beneficiados por ações que permitam o acesso à expressão e à produção cultural, em suas diferentes linguagens.

39 PNE - Meta 10: Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de Educação de Jovens e Adultos, nos ensinos Fundamental e Médio, na forma integrada à Educação Profissional.

PME - Meta 7: Proporcionar acesso as matrículas de Educação de Jovens e Adultos na forma integrada à Educação Profissional nos Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio.

 Instituir, em regime de colaboração, programa de Educação de Jovens e Adultos voltado à conclusão do Ensino Fundamental, de forma a estimular a conclusão da educação básica.  Incentivar a expansão das matrículas na Educação de Jovens e Adultos de forma a articular a formação inicial e continuada de trabalhadores e a educação profissional, objetivando a elevação do nível de escolaridade do trabalhador;  Estimular a diversificação curricular da Educação de Jovens e Adultos, articulando a formação básica e a preparação para o mundo do trabalho e estabelecendo inter-relações (oficinas) entre teoria e prática, nos eixos da ciência, do trabalho, da tecnologia e da cidadania, de forma a organizar o tempo e o espaço pedagógicos adequados às características desses alunos e alunas.  Fomentar a produção de material didático, desenvolvimento de currículos e metodologias específicas, instrumentos de avaliação, acesso a equipamentos e laboratórios, assim como a formação continuada de docentes da rede pública que atuam na Educação de Jovens e Adultos;  Institucionalizar, em regime de colaboração, programa de reestruturação e aquisição de equipamentos voltados à expansão e à melhoria da rede física de escolas públicas que atuam na Educação de Jovens e Adultos;  Implementar, em regime de colaboração, programa de assistência ao estudante, compreendendo ações de assistência social e de apoio psicopedagógico que contribuam para garantir o acesso, a permanência, a aprendizagem e a conclusão com êxito da Educação de Jovens e Adultos;  Associar ao Ensino Fundamental oferecido para jovens e adultos, sempre que possível, à oferta de cursos básicos de formação profissional;  Articular as políticas de educação de jovens e adultos com as de proteção contra o desemprego e de geração de emprego, promovendo, junto às escolas, estudos e discussões que abordem a questão do cooperativismo e da educação para o mundo do trabalho;  Buscar parcerias junto a universidades e organizações não governamentais para ofertar oficinas e workshops que estimule jovens, adultos e terceira idade a continuidade do ensino.  Garantir a oferta de Educação de Jovens e Adultos para a população do meio rural, com qualidade social, promovendo a formação integral do ser humano e a formação para o mundo do trabalho.  Estabelecer parcerias, junto aos Ministérios afins, entidades públicas e não- governamentais, para a oferta de cursos básicos de formação profissional aos jovens e trabalhadores do meio rural, visando ao desenvolvimento de experiências de escolarização básica e de formação profissional, sem prejuízo de outras exigências que poderão ser acrescidas por todas as esferas que atuam no Município.

40  Implantar, gradativamente e mediante parcerias, Projetos de Formação Profissionais para o Trabalho no Campo, em todas as escolas rurais do município, para atender adolescentes, jovens e adultos, levando em conta as peculiaridades e potencialidades da atividade agrícola da região.

PNE - Meta 8: Elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência deste Plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

PME - Meta 8: Elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência do Plano, oferecendo para a população do município escolaridade de acordo com suas peculiaridades étnicas e sociais.

 Incentivar e apoiar programas de Educação de Jovens e Adultos para os segmentos populacionais considerados, que estejam fora da escola e com defasagem idade-série;  Institucionalizar ações e programas e desenvolver tecnologias para correção de fluxo, para acompanhamento pedagógico individualizado, reforço turno inverso e para recuperação e progressão parcial, bem como priorizar estudantes com rendimento escolar defasado, considerando as especificidades dos segmentos populacionais considerados;  Incentivar e apoiar o acompanhamento e monitoramento de acesso à escola para os segmentos populacionais considerados, identificando motivos de ausência e baixa freqüência e buscando contribuir para a busca de solução dos mesmos na rede pública regular de ensino;  Promover a busca ativa de jovens e adultos fora da escola (palestras, visitas, oficinas, em parceria com as áreas de assistência social, saúde e proteção à juventude);

6 EDUCAÇÃO ESPECIAL

6.1 Diagnóstico

A Educação Especial tem com o princípio fundamental o respeito às diferenças e tem na concepção a busca concreta de uma inclusão responsável, que concebe o educando com necessidades educacionais especiais em sua totalidade humana, considerando seus aspectos orgânicos (deficiências físicas, sensoriais, mentais ou múltiplas, ou de condutas típicas ou altas habilidades) e nas suas condições psicológicas, sociais, econômicas e familiares.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) contempla a educação como um direito subjetivo e orienta que os portadores de necessidades especiais e superdotados sejam atendidos em escolas regulares, ressalvadas as exceções, em que as necessidades do educando exijam outras formas de atendimento.

41 Percebe-se que a dificuldade de entendimento do conceito de educandos com necessidades educacionais e especiais está presente na escola regular, na qual um número significativo de profissionais não se considera preparado para identificar e atender às especificidades desse educando, muitas vezes, confundindo com falta de interesse pela vida escolar, o que causa evasão e repetência. Disso decorre a necessidade de permanentemente construir e reconstruir a concepção e a prática da Educação Especial, a partir das singularidades e necessidades especiais das pessoas, no âmbito educacional, efetivando propostas pedagógicas que contemplem um currículo adaptado, adequado e significativo, na busca da superação das dificuldades dos educandos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 10% da população apresenta necessidades especiais de diversas ordens: visual, auditiva, física, mental, múltipla, distúrbios de conduta e também superdotação ou altas habilidades. Em nível nacional, estadual e municipal, somente no censo de 2000 é que foram coletados dados mais precisos sobre essa população.

A Educação Especial proporciona a integração dos sujeitos, criando condições para a inclusão escolar e social, através de atividades educacionais específicas, por meio de métodos e processos especializados.

A Secretaria Municipal da Educação tem investido na acessibilidade, procurando realizar a adaptação do espaço físico em suas unidades escolares. A inclusão responsável leva em consideração as diferentes necessidades e possibilidades de cada sujeito. Portanto, surge a necessidade da formação de recursos humanos para o atendimento da demanda de alunos com necessidades educacionais especiais, desde o nascimento até a idade adulta, ou até sua parcial ou total autonomia. Os educadores devem estar habilitados para identificar o educando em suas necessidades, diferenciando os que apresentam necessidades transitórias ou permanentes, problemas de dispersão e atenção, ou problemas disciplinares, a fim de efetivar as ações pedagógicas pertinentes. O grande desafio na Educação Especial é efetivar a inclusão no cotidiano escolar, prever e replanejar constantemente os Projetos Político- pedagógicos, garantindo a todos os educandos, independentemente de classe, raça, gênero, sexo, idade e necessidades educacionais especiais, para que os mesmos aprendam na diversidade.

Em virtude de demanda da população com necessidades educacionais especiais e da complexidade das questões envolvidas no aprendizado e no desenvolvimento das crianças, jovens e adultos com necessidades especiais, e para o atendimento qualificado na área da Educação Especial, é necessário manter a cooperação entre as esferas públicas e entidades filantrópicas, bem como com as ONG’s envolvidas nessa área, desenvolvendo ações conjuntas. Para tanto, são essenciais políticas públicas de atendimento para pessoas com necessidades especiais, envolvendo as áreas da Educação, Saúde, Assistência Social, Trabalho e Renda.

O trabalho de Educação Especial no Município de Mariana Pimentel começou a ser desenvolvido em fevereiro de 2003, através do Projeto “EM BUSCA DE UMA ESCOLA PARA TODOS”, através da criação de uma precária Sala de Recursos, onde 42 os alunos foram atendidos por uma Equipe composta por uma Psicóloga, uma Psicopedagoga, uma Fonoaudióloga e quatro professoras.

Neste espaço passou a ser realizado o trabalho de investigação e a tentativa de compreensão dos processos cognitivos sociais e emocionais, visando à superação das dificuldades de aprendizagem e ao desenvolvimento de diferentes possibilidades do sujeito.

Percentual da População de 4 a 17 anos com deficiência que frequenta e escola. Mariana Pimentel: 91,0% Fonte: IBGE - 2010

Número de alunos atendidos na Sala de Recursos: 15 alunos Fonte: SME/Mariana Pimentel

Número de alunos inclusos em sala de aula no município: 9 alunos Fonte: SME/Mariana Pimentel

Atualmente são atendidas as seguintes Necessidades Especiais: Deficiência mental leve, moderada e grave; Síndrome de Dowm; Deficiência auditiva; Deficiência visual; Retardo mental leve e moderado; Deficiência intelectual e Transtorno Global do Desenvolvimento.

Acreditamos que cabe a escola propiciar condições para o desenvolvimento do potencial dos alunos com Necessidades Educacionais Especiais criando condições para que sua individualidade se manifeste através de diferentes possibilidades técnicas e instrumentais preparando a Pessoa Portadora de Necessidades Especiais para a vida em sociedade, assegurando seus direitos como cidadão. Para garantir o acesso aos conteúdos básicos que a escolarização deve proporcionar a todo indivíduo – inclusive àqueles com necessidades educacionais especiais trabalhamos com uma equipe multidisciplinar: psicóloga, psicopedagoga, e duas professoras que atuam de forma centralizada em salas da atual Escola Municipal de Ensino Fundamental João Ziulkoski Filho. Esta escola recebeu materiais e equipamentos para uma sala multifuncional.

6.2 Diretrizes

A Constituição Federal estabelece, em seu artigo 208, inciso III, o direito de as pessoas com necessidades especiais receberem educação, preferencialmente na rede regular de ensino. A diretriz atual é a da plena integração dessas pessoas em todas as áreas da sociedade. Trata-se, portanto, de duas questões: o direito à educação, comum a todas as pessoas; e o direito de receber essa educação, sempre que possível, junto com as demais pessoas nas escolas regulares.

Para efetivar a inclusão dos portadores de necessidades especiais, faz-se necessária à realização de um censo que localize onde estão as pessoas com essas características, quem são, como vivem, sua faixa etária, seu nível de escolaridade, suas condições socioeconômicas, seus graus e modalidades de deficiência etc.

43 Uma política de inclusão deve abranger: no âmbito social, o reconhecimento das crianças, adolescentes, jovens e adultos especiais como cidadãos e o direito de estar incluído na sociedade, o mais plenamente possível; e no âmbito educacional, tanto os aspectos administrativos (adequação do espaço escolar, de seus equipamentos e materiais pedagógicos) quanto à qualificação dos professores e demais profissionais envolvidos. O ambiente escolar como um todo, deve ser sensibilizado para a inclusão. Propõe-se uma escola inclusiva, aberta à diversidade dos alunos, em que a participação da comunidade seja um fator essencial.

A Educação Especial, como modalidade de educação escolar, poderá ser mantida, nos diferentes níveis de ensino, para atender os educandos com necessidades educacionais especiais que, excepcionalmente, em um período de transição, não forem incluídos no sistema comum de ensino. É necessário que o ensino regular garanta vagas para os diversos graus e tipos de necessidades educacionais especiais. No município de Mariana Pimentel, o atendimento ao educando com necessidades especiais deverá ser realizado precocemente – de forma preventiva – desde a Educação Infantil. Quanto mais cedo se der a intervenção educacional, mais eficaz ela se tornará no decorrer dos anos, produzindo efeitos mais profundos sobre o desenvolvimento das crianças.

Considerando as questões envolvidas no desenvolvimento e na aprendizagem das crianças, jovens e adultos com necessidades especiais, garantir a articulação e a cooperação entre os setores de educação, saúde e assistência social é fundamental e é uma forma de potencializar a ação de cada um deles. Como se sabe, o atendimento não se limita à área educacional, mas envolve outros profissionais, sobretudo os da área da saúde e da assistência social, e dependem da colaboração de diferentes órgãos do poder público, em particular os vinculados à saúde, assistência e promoção social, inclusive em termos de recursos.

A formação de pessoal com capacidade de oferecer o atendimento a todos os educandos e, em particular, aos educandos especiais, na creche, pré-escolas, escolas regulares de ensino fundamental, bem como na sala multifuncional centralizada é uma das prioridades deste Plano Municipal de Educação.

A Educação Especial através da sala multifuncional deve ser mantida em casos excepcionais, com base no princípio legal de atendimento a educandos com severas necessidades especiais, devendo, entretanto, ser incentivada, de forma ampla e gradativa, a inclusão desses educandos no ensino regular.

Considerando que o aluno especial pode ser também da escola regular, os recursos devem estar igualmente previstos no Ensino Fundamental. Entretanto, tendo em vista as especificidades dessa modalidade de educação, recomendam-se lhes reservar recursos vinculados à manutenção e ao desenvolvimento do ensino. Para a integração dos alunos portadores de necessidades educacionais especiais ao ensino regular são importantes a remoção de barreiras arquitetônicas e a adequação do material didático-pedagógico, conforme as necessidades específicas desses alunos. Esse aspecto é também ressaltado pelo Plano Nacional de Educação.

44 O Plano Nacional indica várias ações que são verdadeiros desafios para os sistemas de ensino. Dentre elas destacam-se o crescimento das matrículas; a sensibilização dos demais alunos e da comunidade em geral para a integração; as adaptações curriculares; a qualificação dos professores para o atendimento nas escolas regulares e a formação dos professores, dotando-os de habilidades indispensáveis à implementação de novos paradigmas da Educação Especial; a produção de livros e materiais pedagógicos adequados para as diferentes necessidades; a adaptação das escolas, de tal modo que os alunos especiais possam nelas transitar; a garantia do transporte escolar adaptado, entre outros.

6.3 Metas e estratégias

PNE - Meta 4: Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.

PME - Meta 9: Oportunizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.

 Informar, para fins de repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação básica e Valorização dos Profissionais de Educação – FUNDEB as matrículas dos estudantes da educação regular da rede publica que recebem atendimento educacional especializado complementar;  Promover, no prazo de vigência deste PME, a universalização do atendimento escolar a demanda manifestada pelas famílias de crianças de 0 (zero) a 3 (três) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, observado o que dispõe a Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional;  Garantir uma Sala de Recursos para prestar serviço de avaliação e atendimento a alunos com Necessidades Educativas Especiais do município de Mariana Pimentel, composto por uma equipe multidisciplinar: fonoaudióloga, psicopedagoga, psicóloga, fisioterapeuta, professores ou educadores com formação em Educação Especial e/ou Educação Inclusiva, pedagagogos, professores oficineiros e profissionais que se fizerem necessários para atender crianças e/ou adolescentes.  Oferecer atendimento educacional especializado em sala de recurso multifuncional, classes ou escolas públicas ou conveniadas, nas formas complementar e suplementar aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados ou não na 45 rede pública de educação básica, conforme necessidade especial identificada por meio de avaliação, sendo consultada a família;  Garantir a oferta inclusiva, adaptação individual do currículo para o aluno com NEEs e fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e permanência na escola, de maneira a garantir a ampliação e a qualidade do atendimento aos estudantes com necessidades educacionais especiais na rede pública regular de ensino;  Promover a articulação intersetorial entre órgãos e políticas públicas de saúde, assistência social e direitos humanos, em parceria com as famílias, com o fim de desenvolver modelos de atendimento escolar, na Educação de Jovens e Adultos, das pessoas com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento com idade superior à faixa etária de escolarização obrigatória, de forma a assegurar a atenção integral ao longo da vida;  Apoiar a ampliação das equipes de profissionais da educação para atender a demanda do processo de escolarização dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, garantindo a oferta de professores do atendimento educacional especializado, profissionais de apoio ou auxiliares, tradutores e intérpretes de Libras, guias - interpretes para surdo-cegos;  Promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando a ampliar as condições de apoio ao atendimento escolar integral das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculadas nas redes pública de ensino;

7 ENSINO MÉDIO

7.1 Diagnóstico

A última etapa da Educação Básica no Município de Mariana Pimentel apresenta a seguinte realidade: a) Somente uma escola estadual oferece Ensino Médio; b) Ensino Médio compartilha espaços físicos e as instalações de uma escola, juntamente com o Ensino Fundamental oferecido pelo município; c) A única escola atende toda a demanda do Ensino Médio, sem falta de vaga.

O Ensino Médio no município de Mariana Pimentel, denominado Ensino Médio Politécnico, é oferecido pela Escola Estadual de Ensino Médio Gonçalves Lêdo, tem como objetivo a “politecnia”, ou seja, a oferta de um ensino aberto aos diferentes saberes, às experiências relacionadas à forma de viver na região, a problematização e a busca de soluções para os problemas que envolvem a sociedade. Proporciona aquisição de competências relacionadas ao exercício da cidadania e inserção produtiva, produção de bens ou na gestão e prestação de serviços.

O Ensino Médio Politécnico tem carga horária de três mil horas distribuídas nos três anos e oferece um turno de aula no contra turno, com acréscimo da disciplina

46 Seminário Integrado que trabalha com projetos envolvendo o interesse do aluno, o Tema Gerador da Escola e a realidade social em que está inserida. Estuda sempre fatos reais e a partir deles busca respostas e constrói novas aprendizagens de forma dinâmica e participativa ao gosto dos adolescentes e jovens.

O conhecimento não é estático, abre um leque de possibilidades, inclusive fazendo parcerias com empresas e instituições do município e região que possam agregar conhecimento junto à Escola, realizem a autoaprendizagem, percebam a dinâmica social e tenham capacidade para nela intervir.

Os objetivos do Ensino Médio Politécnico da Escola Estadual de Ensino Médio Gonçalves Lêdo são os seguintes:

 Propiciar a consolidação e aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos na finalização da Educação Básica e no Ensino Superior;  Consolidar no educando as noções sobre trabalho e cidadania, de modo a ser capaz de, com flexibilidade, operar com as novas condições de existência geradas pela sociedade.  Possibilitar formação ética, o desenvolvimento da autonomia intelectual e o pensamento crítico do educando.  Oportunizar experiências de investigação e estudos direcionados para o desenvolvimento social, economicamente justo e ambientalmente sustentável em articulação com o mundo do trabalho, considerando as condições concretas de vida no campo.  Compreender os fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando teoria e prática, parte e totalidade e o princípio da atualidade na produção do conhecimento e dos saberes.

Para socializar os conhecimentos construídos pelos alunos são organizados Seminários, Mostras, Feiras com a participação de toda a comunidade escolar.

A reforma do Ensino Médio é prioridade do estado do Rio Grande do Sul com a introdução da pesquisa, que tem mobilizado a juventude e os professores. Outra questão importante é a Política de Formação Permanente em serviço, dos professores, o Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, bem como as demais ações de formação.

Número de alunos matriculados:

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Ensino 154 165 154 148 133 128 134 Médio Fonte: INEP-Censo Escolar/SME-Mariana Pimentel

47 Taxa de Aprovação

Ano Ensino Médio (%) 2009 69,9 2010 78,8 2011 90,5 2012 81,5 2013 80,5 Fonte: MEC/Inep/Deed/CSI

Taxa de Reprovação

Ano Ensino Médio (%) 2009 25,5 2010 12,2 2011 6,8 2012 15,1 2013 7 Fonte: MEC/Inep/Deed/CSI

Taxa de Abandono

Ano Ensino Médio (%) 2009 4,6 2010 9 2011 2,7 2012 3,4 2013 12,5 Fonte: MEC/Inep/Deed/CSI

Distorção Idade-Série

Ano Ensino Médio 2009 27,3% 2010 27,9% 2011 20,8% 2012 22,3% 2013 26,9% Fonte: MEC/Inep/Deed/CSI

48 A escola que oferece o Ensino Médio foi autorizada mediante o cumprimento dos padrões mínimos de infraestrutura, entretanto precisa adequar-se para atender alunos portadores de necessidades especiais. A escola possui equipamentos de informática destinados aos serviços administrativos e laboratório de informática destinado à melhoria do ensino.

A escola possui conselho escolar e este atua como partícipe na gestão de verbas e gestão da escola. A escola possui autonomia de gerenciamento administrativo, financeiro e pedagógico, observando diretrizes da mantenedora e legislação vigente. O Ensino Médio é ofertado com turmas diurnas e noturnas. Todos os alunos são transportados pela frota municipal.

7.2 Diretrizes

O Ensino Médio precisa ser entendido como uma proposta de Educação que propicie aprendizagem de competências de caráter geral, que forme pessoas mais aptas a assimilar mudanças, que sejam mais autônomas em suas escolhas, que respeitem as diferenças e superem a segmentação social.

A Constituição Federal (Art. 208) traz como dever do Estado a garantia da progressiva universalização do ensino médio gratuito. Este dever do Estado vem trazer a oportunidade a muitos jovens de realizarem seus estudos, mas, como os desafios da modernidade exigem, queremos um Ensino Médio que vá proporcionar as aquisições de competências relacionadas ao exercício da cidadania e na inserção produtiva.

O Ensino Médio assume, portanto, o objetivo de desenvolver a autonomia intelectual e cultural do educando, de forma contextualizada, como recurso para que ele supere a condição de espectador passivo e assuma a construção do próprio conhecimento, por meio de aprendizagens significativas que o mobilizem para estabelecer relações interventivas e transformadoras, no âmbito da vida pessoal, sócio- cultural-político-econômica, exercendo de forma consciente seu papel de cidadão em prol do bem comum.

7.3 Metas e estratégias

PNE - Meta 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no Ensino Médio para 85% (oitenta e cinco por cento).

PME - Meta 10: Oportunizar condições para a universalização do atendimento escolar para a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos visando o aumento da taxa líquida de matrículas no Ensino Médio nesta faixa etária.

 Incentivar a criação de propostas na expansão da escola e/ou cursos de nível médio, que atendam as necessidades da comunidade;  Auxiliar na criação de mecanismos para incentivar a participação da comunidade, manutenção e funcionamento da escola de nível médio;

49  Estabelecer parceria oferecendo encontros entre escolas da rede municipal com a escola da rede estadual para o crescimento educacional no município;  Favorecer acesso ao Ensino Médio oferecendo transporte gratuito;  Oferecer espaço público municipal denominado Farol do Saber direcionado à pesquisa virtual, bibliográfica, atividades culturais e artísticas restrita a fins educativos;  Tencionar que o Estado assegure os padrões mínimos de infra-estrutura para a educação básica, em especial ao Ensino Médio.  Monitorar o fluxo de alunos egressos do ensino fundamental municipal e a oferta de vagas na escola estadual.  Promover a discussão conjunta entre as redes de ensino no município a implantação dos novos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que configurarão a base nacional comum curricular do Ensino Médio;  Ofertar bens e espaços culturais de ordem municipal, de forma regular, bem como a ampliação da prática desportiva, para que possa ser integrada ao currículo escolar do Ensino Médio;  Manter e ampliar programas e ações de correção de fluxo do Ensino Fundamental, por meio do acompanhamento individualizado do aluno com rendimento escolar defasado e pela adoção de práticas como aulas de reforço no turno complementar, estudos de recuperação e progressão parcial, de forma a posicioná-lo no ciclo escolar de maneira compatível com sua idade;  Promover e ou apoiar na busca ativa da população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos fora da escola, em articulação com os serviços de assistência social, saúde e proteção à adolescência e à juventude;  Ofertar o espaço denominado Farol do Saber e fomentar programas de educação e de cultura para a população jovem urbana e do campo, na faixa etária de 15(quinze) a 17 (dezessete) anos e de adultos, com qualificação social e profissional principalmente para aqueles que estejam fora da escola e com defasagem no fluxo escolar;  Implementar políticas de prevenção à evasão motivada por preconceito ou quaisquer formas de discriminação, criando rede de proteção contra formas associadas de exclusão;  Estimular a participação dos adolescentes nos cursos das áreas tecnológicas e científicas;  Expandir a oferta de estágio para estudantes de Ensino Médio, preservando-se seu caráter pedagógico integrado o itinerário formativo do estudante, visando à contextualização curricular e ao desenvolvimento para a vida cidadã e para o trabalho;

PNE - Meta 11: Triplicar as matrículas da Educação Profissional Técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público.

50

PME - Meta 11: Colaborar para que as matrículas da Educação Profissional Técnica de nível médio tenha gradual crescimento com qualidade de oferta e expansão no segmento público.

 Fomentar a expansão da oferta de Educação Profissional Técnica de nível médio nas redes públicas estaduais de ensino;  Fomentar a expansão da oferta de Educação Profissional Técnica de nível médio na modalidade de educação à distância com a finalidade de ampliar a oferta e democratizar o acesso à educação profissional pública e gratuita;  Estimular o atendimento do Ensino Médio integrado à formação profissional para os alunos do campo, de acordo com as necessidades e interesses;  Favorecer acesso ao Ensino Médio oferecendo transporte gratuito, inclusive com parceria na oferta de transporte intermunicipal, fomentando matrículas em cursos profissionalizantes;

8 ENSINO SUPERIOR

8.1 Diagnóstico

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9394/96, preceitua ser o Ensino Superior público de competência do poder público federal. No entanto, ao oferecer grande Parte da Educação Básica, o Município de Mariana Pimentel reconhece seu papel e participação na trajetória da escolaridade, da qualificação em níveis maiores de formação e do aperfeiçoamento profissional de seus cidadãos. A Educação Superior é concebida como um direito fundamental social que precisa ser desenvolvido e materializado. É sabido que a história brasileira tem demonstrado que o Ensino Superior é um privilégio de poucos, ou seja, das classes que constituem uma elite econômica. Mas com o surgimento de políticas públicas, como as cotas para universidades públicas que concedem vagas nas universidades públicas para alunos oriundos da rede pública de educação, e bolsas de estudos nas universidades privadas, como o PROUNI, esta realidade vem se modificando a cada dia.

No Município de Mariana Pimentel não encontramos nenhuma instituição com a oferta de ensino superior. A cidade mais próxima que contempla esta modalidade é a cidade de Guaíba, para onde se deslocam à maioria dos alunos. Diante disso, os estudantes universitários organizaram-se e formalizaram uma associação de estudantes. Esta associação participa de eventos para arrecadar fundo e recebe também o apoio da administração com repasses de verba através de convênios realizados com objetivo de locar transporte coletivo para transportar diariamente os estudantes até a universidade mais próxima.

Desta forma se procura dar não somente oportunidade de acesso, mas incentivar para que os alunos frequentem e concluam os cursos superiores escolhidos, buscando e aprimorando seus conhecimentos e que futuramente, venham contribuir para o desenvolvimento municipal e regional.

51 Percentual da População com Ensino Superior Completo Mariana Pimentel: 2,7% (103 pessoas) Fonte: IBGE - 2010

8.2 Diretrizes

Diante de uma sociedade cada vez mais competitiva em decorrência da avançada tecnologia, o conhecimento é primordial. E a Educação Superior assume, no mundo atual, caráter relevante como instância de produção do conhecimento nas diversas áreas do saber e de formação profissional inicial e, sobretudo, como instância privilegiada para o aprendizado permanente. Assim, cabe ao poder público, dentro de suas atribuições legais, contribuir subsidiando ações que viabilizem o acesso às universidades nos municípios próximos, de acordo com a demanda, observando, se possível, as peculiaridades dos munícipes e necessidades locais.

Considerando o diagnóstico da Educação Superior no município e os objetivos e metas do PNE e do Plano Estadual de Educação, cabe ao PME estabelecer uma política de articulação do ensino pesquisa e extensão universitária no município com ações estratégicas de desenvolvimento, instando uma maior atuação da educação superior em benefício dos munícipes, por meio de ações de apoio, investindo recursos na oferta de cursos em parcerias com instituições federais, estaduais e privadas, conforme preceitua o Art.11 da LDBEN.

O Ensino Superior profissionaliza e capacita o sujeito a ocupar um espaço de respeito na sociedade, possibilitando um maior acesso ao universo do mercado de trabalho, de forma mais equacionada. Caberá ao poder público agilizar projetos para articular processos de pesquisa, de ensino e extensão, de acordo com a realidade e as necessidades de nossa cidade.

8.3 Metas e estratégias

PNE - Meta 12: Elevar a taxa bruta de matrícula na Educação Superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público.

PME - Meta 12: Proporcionar estratégias que elevam a taxa bruta de matrícula na Educação Superior na faixa etária da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, otimizando junto aos órgãos competentes, qualidade, oferta e expansão de vagas.

 Ampliar a oferta de estágio como parte da formação na educação superior;  Favorecer acesso à freqüência em curso superior, através de parcerias para oferta do transporte universitário intermunicipal;

PNE - Meta 13: Elevar a qualidade da Educação Superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de

52 educação superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) doutores.

PME - Meta 13: Articular junto a órgãos competentes a elevar a qualidade da Educação Superior.

 Participar em Congressos de Educação Superior expondo opiniões para que se eleve a qualidade do ensino, através de formação adequada dos docentes;  Fomentar a participação de consórcios entre as Universidades públicas de Educação Superior, com vistas a potencializar a atuação regional, inclusive por meio de plano de desenvolvimento institucional integrado, assegurando maior visibilidade nacional e internacional às atividades de ensino, pesquisa e extensão.

PNE - Meta 14: Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco mil) doutores.

PME - Meta 14: Buscar junto às instituições que oferecem matrícula de pós- graduação, parceria para formação e qualificação de profissionais da educação.

 Articular parcerias com instituições, com intuito de mobilizar formações regionais e municipais;  Oferecer deslocamento até as instituições de ensino que oferecem esta etapa de formação;  Firmar convênios com universidades, para fortalecer oferecimento de curso de formação continuada em Ensino Superior, visando qualificar o quadro de profissional.

9 FORMAÇÃO DOS PROFESSORES E VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO

9.1 Diagnóstico

Em consonância com a Constituição Brasileira, a Constituição Estadual, a consolidação das Leis do Trabalho, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96, a Lei 11.494/2007 que dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, a Lei Orgânica Municipal, Estatutos dos Servidores Públicos e Plano Nacional de Educação, a Valorização dos Profissionais da Educação é prioritária, dado de sua responsabilidade social, que vai além da mediação na construção do conhecimento, envolvendo a formação de valores humanos e a construção da cidadania.

O Magistério Público Municipal de Mariana Pimentel conta com 50 professores e profissionais, sendo que 06 possuem duas matrículas de 22 horas semanais e 44 professores e profissionais possuem uma matrícula de 22 horas semanais, sendo que 29 desdobram a carga horária em regime suplementar, distribuídos nos turnos conforme tabelas a seguir:

53 Campo de Atuação e Formação Ano Base 2015

Magistério Municipal Educação Formação Infantil 1ºà 5º 6ºà 9º EJA AEE Suporte Suporte Pedagógico Administrativo Magistério - 4 - 1 - - - Cursando - 1 2 - - - - Licenciatura 2 4 7 1 - - - Licenciatura 2 15 11 2 - 10 6 Especialização Fonte: SME/Mariana Pimentel

Formação dos Professores

2015 Quantidade % Magistério 03 6 Cursando Ensino Superior 04 8 Ensino Superior 13 26 Especialização 30 60 Total 50 100 Fonte: SME/Mariana Pimentel

O percentual de professores que atuam em nosso município que possuem formação superior e pós-graduação é significativo, o que demonstra a preocupação com a qualificação por parte destes profissionais, considerando que as instituições formadoras a nível superior de mais fácil acesso aos professores do nosso município são de iniciativa privada, o que demanda um alto investimento para tal formação.

A formação permanente dos trabalhadores em educação apresenta-se como um desafio para a administração pública do município de Mariana Pimentel. Estas formações oferecidas aos profissionais ocorrem ocasionalmente, através da promoção de encontros por áreas de conhecimento, oficinas pedagógicas e palestras, ficando a desejar a regularidade dos eventos.

O Magistério Público do Município de Mariana Pimentel, desde 07 de janeiro de 2011 dispõe de um Plano de Carreira, através da Lei Municipal nº. 650 /2011. Todos os funcionários públicos de Mariana Pimentel também possuem Regime Jurídico dos Servidores Públicos do Município, Lei Municipal nº. 544 / 2008. Com o objetivo de valorizar e qualificar o Quadro Efetivo de Professores Municipais, o Poder Público Municipal concede auxílio aos professores municipais em até R$ 400,00 do valor da mensalidade na participação e freqüência em cursos de graduação e pós-graduação, através da Lei Municipal nº. 635/2010.

54 Gastos com Formação

Ano R$ 2011 17.252,86 2012 10.824,80 2013 5.291,74 2014 8.697,28 Fonte: Secretaria Municipal da Fazenda/Setor de Contabilidade

Aliada à formação inicial e permanente, a remuneração dos trabalhadores em educação também está vinculada à qualidade do processo educativo. É importante que o profissional seja bem remunerado para poder investir em sua formação, cultura e lazer, destinando um maior tempo ao planejamento de suas ações e estudos, qualificando seu fazer pedagógico.

Salários dos Profissionais do Magistério

Ano Salário R$ 2010 995.514,26 2011 1.108.563,17 2012 1.083.703,56 2013 1.232.009,62 2014 1.237.762,36 Fonte: Secretaria Municipal da Fazenda/Setor de Contabilidade

Na escola, além do professor, todos, em suas funções, desempenham o papel de educador. Se, de um lado, essa tarefa é dignificante e está no imaginário da sociedade como imprescindível, por outro, é pouco valorizada na realidade; muitas vezes, esses profissionais têm baixa remuneração e esforçam-se para realizar múltiplas jornadas. Falta-lhes uma política de valorização profissional consistente; qualifica-se por esforço próprio, quando, na verdade, deveriam estar inseridos em uma política de valorização e qualificação profissional que lhes permitisse uma progressão contínua na carreira.

Essas preocupações com um ensino de qualidade, com a valorização dos trabalhadores em educação, com a criação de condições dignas de trabalho e com a expectativa de ascensão profissional são necessárias para garantir melhorias no atendimento ao universo de alunos atualmente matriculados na rede educacional que atua no município de Mariana Pimentel.

9.2 Diretrizes

A expectativa da sociedade brasileira, em relação ao papel da escola é a de que contribua verdadeiramente na aquisição de valores essenciais para convivência humana, oportunizando a inclusão de todas as crianças e jovens no mundo da cultura, da ciência, da arte e principalmente do trabalho.

Frente a esta realidade a formação dos trabalhadores em educação visa desenvolver a capacidade de inserção do profissional na realidade educacional, 55 compreendendo-a, problematizando-a e transformando-a, para produzir o conhecimento esperado. Daí a necessidade de buscar a formação de educadores capazes de mobilizar diferentes conhecimentos de diferentes naturezas, na concretização de seu trabalho, seja ele técnico ou docente.

O objetivo é aprimorar condições que despertem nos trabalhadores em educação para o enfoque do desenvolvimento humano e social dos educandos, tendo como referencial as diferentes fases da vida, em sua diversidade.

Esse trabalho de formação continuada dos trabalhadores em educação deve ser desenvolvido para que obtenham uma sustentação teórica e prática consistente e condições para promover um trabalho competente. Isto pressupõe a construção de um projeto de formação e valorização dos trabalhadores em educação, sustentado por princípios básicos.

A relação entre teoria e prática é o primeiro princípio a ser observado e vivenciado, de modo que se possa aplicar concretamente o conceito de práxis, no cotidiano de formação dos trabalhadores em educação. O segundo princípio trata da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, garantindo a produção e a construção do conhecimento, e não a mera reprodução e transmissão. O perfil do profissional não deve ser o de mero reprodutor de condutas e procedimentos, mas sim o de um profissional que vivencia, pensa e interfere no cotidiano educacional, de forma consciente, eficaz e competente, buscando uma práxis interdisciplinar, favorecendo a organização do trabalho pedagógico, de tal forma que possibilite a geração de espaços institucionais de integração escola – sociedade.

A prática de ensino deverá ser pensada na perspectiva de consecução do objetivo da formação de professores. Essa prática deve ser calcada na crença de que a experiência forma, desde que se tenha um olhar orientado sobre ela, com a perspectiva crítica de superação dos problemas vivenciados, via reflexão-ação-reflexão. Dessa forma, a abrangência da atuação do professor deve-se basear na concepção de trabalho coletivo.

A valorização dos trabalhadores em educação é outro importante princípio e implica não apenas melhores salários, mas também locais apropriados para o desenvolvimento do trabalho educacional (prédios e equipamentos adequados para a realidade escolar), incentivando a qualificação profissional, que consequentemente resultará na qualidade de ensino.

Outro princípio importante é o da formação inicial, definida em lei para todos os trabalhadores em educação, sejam professores ou funcionários técnico-administrativos, além da formação continuada, considerando o acesso a novos níveis de titulação com impacto na carreira, bem como a atualização/reflexão sobre a prática pedagógica, com horário integrado à jornada de trabalho.

É necessária a definição de uma política de financiamento, com o intuito de viabilizar a valorização dos trabalhadores em educação, melhorias nas condições de trabalho, o processo formativo em serviço, a aquisição de livros e outros materiais didático-pedagógicos. 56 Por fim, a avaliação se constituirá em um instrumento de construção e reconstrução do projeto de formação dos trabalhadores em educação e da valorização desses profissionais, buscando explicitar os aspectos quantitativos e qualitativos, sobre os quais se estrutura o processo de formação, devendo, portanto, sujeitar-se a permanentes mecanismos de revisão e aperfeiçoamento, o que deve acontecer de forma interna e externa.

9.3 Metas e estratégias

PNE - Meta 15: garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE, política nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.

PME - Meta 15: Garantir, em regime de colaboração entre União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PME, política nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtidas em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atua.

 Promover através de ações e programas incentivos para participação em cursos e programas de formação na área de atuação, aos integrantes do quadro do magistério que não possuem a titulação especificada no caput da presente meta;  Valorizar a prática de ensino e os estágios dos profissionais da educação, visando ao trabalho sistemático de articulação entre a formação acadêmica e as demandas da educação básica;

PNE - Meta 16: Formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta por cento) dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a todos (as) os (as) profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.

PME - Meta 16: Formar em nível de pós-graduação, 90% (noventa por cento) dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PME, e garantir a todos os profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.

 Consolidar sistema nacional de formação de professores, definindo diretrizes nacionais, áreas prioritárias, instituições formadoras e processos de certificação dos cursos;  Ampliar a consolidar portal eletrônico para subsidiar o professor na preparação de aulas, disponibilizando gratuitamente roteiros didáticos e material suplementar;

57  Prever, no plano de carreira dos profissionais municipais da educação, licenças para qualificação profissional em nível de pós-graduação stricto sensu;

PNE - Meta 17: Valorizar os (as) profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PNE.

PME - Meta 17: Valorizar os profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio aos demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PME, de acordo com o PNE.

 Acompanhar a atualização progressiva do pagamento do valor do piso salarial nacional para os profissionais do magistério público da educação básica;  Implementar plano de carreira para os profissionais do magistério da rede pública municipal da educação básica, observados os critérios estabelecidos na Lei nº. 11.738 de 16 de julho de 2008, com implantação gradual do cumprimento da jornada de trabalho em único estabelecimento escolar;  Constituir como tarefa do fórum permanente o acompanhamento da evolução salarial por meio de indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, periodicamente divulgados pelo IBGE;  Buscar assistência financeira especifica na União para implementação de políticas de valorização dos profissionais do magistério, em particular o piso salarial nacional profissional.

PNE - Meta 18: Assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos de Carreira para os (as) profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de Carreira dos (as) profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.

PME - Meta 18: Reelaborar, no prazo de 1 (um) ano, o plano de carreira dos profissionais da educação básica pública, tomando como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.

 Implantar, na rede pública de educação básica, acompanhamento dos profissionais iniciantes, supervisionados por equipes de profissionais experientes, a fim de fundamentar, com base em avaliação documentada, a decisão pela efetivação após o estágio probatório e oferecer, durante esse período, curso de aprofundamento de estudos na área de atuação do professor, com destaque para os conteúdos a serem ensinados e as metodologias de ensino de cada disciplina;  Estruturar a rede pública de educação básica de modo que, até o início do terceiro ano de vigência deste PME, 90% (noventa por cento), no mínimo, dos respectivos profissionais do magistério e 50% (cinqüenta por cento), no mínimo,

58 dos respectivos profissionais da educação não docentes sejam ocupantes de cargos de provimento efetivo;  Garantir, a partir da promulgação deste plano, a revisão periódica do Plano de Carreira do Magistério Público Municipal, com a participação da categoria e do executivo, contemplando e valorizando as diversas categorias profissionais de Educação, levando em consideração a legislação vigente;  Realizar anualmente concurso público de provas e títulos para suprir a falta de professores, equipe técnica-pedagógica e funcionários administrativos para as instituições escolares;  Construir uma política de racionalização dos recursos humanos, mantendo a qualidade de ensino, viabilizando maiores possibilidades de valorização do magistério, através da ampliação do básico da categoria;  Promover periodicamente cursos de atualização e aperfeiçoamento, palestras, debates e outros eventos dirigidos a todos os profissionais da educação;  Ampliar os programas de formação em serviço, para que assegurem a todos os trabalhadores em educação a possibilidade de adquirir a qualificação mínima e máxima, conforme legislação educacional;  Incentivar o desenvolvimento de programas de educação a distância que possam ser utilizados também em cursos semipresenciais modulares,tornando possível a formação continuada dos trabalhadores em educação;  Garantir, por meio de programa conjunto da União, do Estado e Município, que, no prazo de dez anos, os professores de Educação Infantil e de Ensino Fundamental (em todas as modalidades) possuam formação específica de nível superior, de licenciatura plena, em instituições qualificadas;  Incentivar, na perspectiva da inclusão social, conhecimentos sobre educação das pessoas com necessidades especiais, em quaisquer cursos de formação profissional, de nível médio e superior;  Garantir às instituições escolares, quadro específico de pessoal de apoio, para as áreas de administração escolar, multimeios e manutenção de infra-estruturas escolares, inclusive para alimentação escolar e, também para outras áreas que a realidade educacional demonstrar serem necessárias;

10 FINANCIAMENTO E GESTÃO

10.1 Diagnóstico

A fixação de um plano de metas exige definição de custos e identificação tanto dos recursos atualmente disponíveis quanto das estratégias para sua ampliação, seja por meio de uma gestão mais eficaz, relevante e pertinente, seja por meio de criação de novas fontes, seja pela constatação da necessidade de maior investimento. Os percentuais constitucionalmente vinculados à manutenção e ao desenvolvimento do ensino devem representar o ponto de partida para a formulação e implementação de metas educacionais.

59 Receitas

Receita 2010 2011 2012 2013 2014 FUNDEB 1.674.869,96 1.869.952,53 1.524.072,38 2.007.540,98 2.037.052,75 SALÁRIO EDUCAÇÃO 138.942,85 124.245,35 180.496,47 - - ALIMENTAÇÃO 53.628,45 42.255,59 37.694,12 34.109,93 74.107,42 PNATE - - - - - PEATE - - - 95.119,76 78.263,35 TOTAL 1.867.441,26 2.036.453,47 1.742.262,97 2.136.770,67 2.189.423,52 Fonte: Secretaria Municipal da Fazenda/Setor de Contabilidade

Transporte e Alimentação Escolar

Ano Transporte Escolar Merenda Escolar Federal Estadual Municipal Federal Municipal 2010 - - 529.331,21 53.628,45 36.468,88 2011 - - 486.995,35 42.255,59 29.608,45 2012 - - 346.287,56 37.694,12 9.032,66 2013 - 95.119,76 545.486,75 34.109,93 32.932,21 2014 - 78.263,35 516.502,35 74.107,42 50.953,82 Fonte: Secretaria Municipal da Fazenda/Setor de Contabilidade

O artigo 212, da Constituição Federal, dispõe que a “União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendendo a proveniente das transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. A Lei Orgânica do Município de Mariana Pimentel, no seu artigo 134, dispõe que “O município aplicará anualmente nunca menos que 25% (vinte e cinco por cento), no mínimo, da receita resultante de impostos compreendida e proveniente das transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

Percentual

Ano %

2010 26,73 2011 28,21 2012 25,14 2013 24,71 2014 25,12 Fonte: Setor de Contabilidade/Tribunal de Contas

O município de Mariana Pimentel tem instituído o sistema de Controle Interno e o Conselho de Acompanhamento e o Controle Social do FUNDEB. É preciso referir também, o controle externo ao qual estamos submetidos: Câmara de Vereadores, Tribunal de Contas e Ministério Público.

60 Fundeb

Ano Enviado Fundeb Recebido Ganho Fundeb Fundeb 2010 -1.708.976,86 2.185.211,37 476.234,51 2011 -2.068.712,00 2.388.270,09 319.558,09 2012 -1.545.619,35 1.797.093,34 251.473,99 2013 -1.687.253,44 2.018.136,51 330.883,07 2014 -1.806.607,21 2.043.306,17 236.698,96 Fonte: Secretaria Municipal da Fazenda/Setor de Contabilidade

O município possui contas específicas para M.D.E. (Manutenção e Desenvolvimento do Ensino) e FUNDEB. A Secretaria Municipal da Fazenda é quem realiza a conciliação das contas e apura os valores que serão transferidos para estas de acordo com o parágrafo 5º do artigo 69 da LDB.

Ao longo dos anos a administração pública tem buscado a mobilização da sociedade para a fiscalização da aplicação dos percentuais mínimos dos recursos vinculados à manutenção e desenvolvimento do ensino, através de audiências públicas do PPA, LDO, Orçamento Anual, do Fundeb. Porém, o que temos observado é que há pouca participação da sociedade, apesar da mobilização.

Existe regime de colaboração formalizada entre o Estado e município, principalmente com relação ao transporte. No ano de 2007, o município de Mariana Pimentel municipalizou todas as matrículas do Ensino Fundamental e da Educação Infantil da única escola estadual, sendo que o Estado ficou responsável somente pelo Ensino Médio.

O município instituiu o Conselho Municipal de Educação no ano de 2000, através da Lei 272/2000, mas ainda não o transformou em Sistema Municipal de Educação, permanecendo integrado ao sistema Estadual de Educação.

A Rede Municipal de Ensino tem exercitado a autonomia pedagógica, através da construção do Projeto Político Pedagógico. A autonomia financeira no que se refere as verbas recebidas do Governo Federal são administradas pela Unidade Executora da Escola – Círculo de Pais e Mestres. São vários os programas que as escolas vêm sendo contempladas.

PDDE

2013 2014 2015 Custeio R$ 14.800,00 11.313,66 13.488,00 Capital R$ 3.700,00 2.829,66 3.372,00 Total 18.500,00 14.143,32 16.860,00 Fonte: FNDE/Secretaria Municipal de Educação

61 Educação Integral

2013 2014 Custeio R$ 55.100,00 119.477,44 Capital R$ 9.700,00 15.513,02 Total 64.800,00 134.990,46 Fonte: FNDE/Secretaria Municipal de Educação

PDDE Qualidade – (Atleta Escola)

2014 Total R$ 1.447,00 Fonte: FNDE/Secretaria Municipal de Educação

PDDE Estrutura – (Acessibilidade)

2014 Custeio R$ 6.640,00 Capital R$ 1.660,00 Total 8.300,00 Fonte: FNDE/Secretaria Municipal de Educação

Não foi criado um processo de informatização da rede municipal de ensino. As escolas que ainda não estão informatizadas ou em rede é devido a problemas técnicos com operadoras.

Com relação ao investimento na formação permanente de todos os profissionais da educação ainda não temos criado um programa específico de formação que visa à melhoria do desempenho no exercício da função ou do cargo.

10.2 Diretrizes

A educação e a saúde são as únicas funções do poder público que possuem percentuais de receitas públicas legalmente vinculadas. Contudo, faz-se necessário que a garantia legal se concretize, pois se sabe que o poder público, historicamente, tem criado inúmeros mecanismos e artifícios que desviam os recursos vinculados a MDE. Todavia, é preciso criar as condições práticas para garantir que o gestor público aplique, com transparência, eficiência e eficácia, os recursos vinculados a MDE, bem como identifique os recursos atualmente disponíveis e das estratégias para sua ampliação, seja por meio de uma gestão mais eficiente, seja por meio de criação de novas fontes, a partir da constatação da necessidade de maior investimento.

A lógica do FUNDEB, que atribui parcela dos recursos vinculados ao financiamento do ensino para onde a matrícula fisicamente reside, foi estendida para toda a educação básica, de forma a garantir a melhoria da qualidade do ensino 62 ofertado. A equidade do financiamento deve ser, portanto, a lógica de toda a educação básica, uma vez que ela pune os maus aplicadores dos recursos vinculados e redistribui os recursos disponíveis para o financiamento da educação, com base em um critério mais objetivo, que é o da matrícula de cada aluno.

Quanto à distribuição e gestão de recursos financeiros, constitui diretriz da maior importância à transparência. Assim sendo devem ser fortalecidas as instâncias de controle interno e externo, órgãos de gestão nos sistemas de ensino, tornando o Conselho de Educação um órgão máximo de discussão, juntamente com o órgão de controle social, como o Conselho do Fundeb.

A educação deve ser garantida como prioridade estratégica de um projeto de desenvolvimento que busque efetivar uma verdadeira e real inclusão social. Para tanto, além de garantir o acesso, é preciso garantir a permanência e o sucesso do aluno da educação básica. Uma vez fortalecida na sua expansão, como também na sua qualidade, a educação constituir-se-á num forte alicerce da rede de proteção social.

Considerando o trabalhador em educação como elemento fundamental e essencial do processo educacional, é imprescindível que todas as entidades e órgãos responsáveis, implementem políticas de investimento que garantam a adequada valorização desse profissional.

Com objetivo de promover e agilizar os procedimentos que possibilitarão a melhor qualidade dos serviços educacionais prestados à população, a administração municipal tem como uma das suas metas o fortalecimento da descentralização da gestão, nas dimensões pedagógicas, administrativa e financeira.

A integração escola-comunidade deverá ser consolidada, para que a instituição de ensino possa firmar-se como um espaço privilegiado de debates de questões sociais emergentes, que conduzam à conscientização da importância da participação dos pais, alunos e comunidade, na construção de uma escola de qualidade para todos, que atenda as demandas de uma sociedade contemporânea.

10.3 Metas e estratégias

PNE - Meta 19: Assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto.

PME - Meta 19: Estabelecer condições, nos prazos vigentes para que a gestão democrática se constitua de fato, com critérios técnicos de mérito e desempenho, com a participação da comunidade escolar, construindo parcerias e apoio da União.

 Implementar mecanismos de fiscalização e controle dos recursos que assegurem o rigoroso cumprimento do art. 212 da Constituição Federal em termos de aplicação dos percentuais mínimos vinculados à manutenção e desenvolvimento do ensino;

63  Participar através de parcerias com a União, dos programas de apoio e formação dos conselheiros dos conselhos de acompanhamento e controle social do Fundeb, dos conselhos de alimentação escolar, e aos representantes educacionais em demais conselhos de acompanhamento de políticas publicas, garantindo a esses colegiados recursos financeiros, espaço físico, equipamentos e meios de transporte para visitas à rede escolar, com vistas ao bom desempenho de suas funções;  Constituir a Comissão Permanente de educação, com o intuito de coordenar as conferências municipais, bem como avaliar e acompanhar a execução deste PME;  Revisar sistematicamente a legislação municipal que possibilita o exercício da gestão democrática, definindo, em cada estabelecimento de ensino, normas de gestão democrática do ensino público, com a participação da comunidade escolar;  Desenvolver padrão de gestão que tenha a descentralização, a autonomia da escola, a eqüidade, o foco na aprendizagem dos alunos e a participação da comunidade, como critérios e elementos norteadores da destinação de recursos financeiros para as atividades-fim;  Promover a autonomia financeira, por meio do repasse de recursos diretamente às escolas, conforme legislação vigente, para pequenas despesas de manutenção e cumprimento de sua proposta pedagógica;  Estimular, na rede de educação básica, a constituição de grêmios estudantis, fortalecimento das associações de pais, proporcionando-lhes espaço para funcionamento nas escolas, fomentando a sua articulação orgânica com os conselhos escolares, por meio de suas representações;  Estimular a constituição efetiva e o total fortalecimento dos conselhos escolares em todos estabelecimentos de ensino e do Conselho Municipal de Educação, como instrumentos de participação e fiscalização na gestão escolar e educacional, inclusive por meio de programas de formação de conselheiros, assegurando-se condições de funcionamento autônomo;  Apoiar tecnicamente as escolas na reformulação dos documentos oficiais: Projeto Político Pedagógico, Regimento Escolar, Currículo Escolar e Plano de Gestão Escolar, estimulando a participação dos profissionais da educação, alunos e seus familiares, assegurando a participação dos pais na avaliação de docentes e gestores escolares.  Estabelecer com a parceria da União, do Estado e das Universidades, programas diversificados de formação continuada e atualização dos gestores educacionais, visando à melhoria do desempenho no exercício da função de diretores de escolas.

PNE - Meta 20: ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto - PIB do País no 5o (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio.

PME - Meta 20: Ampliar e investir em educação pública de forma a atingir os percentuais exigidos, conforme as leis vigentes para que se cumpra este plano.

64  Garantir fontes de financiamento permanentes e sustentáveis para todos os níveis, etapas e modalidades da educação básica, observando-se as políticas de colaboração entre os entes federados, em especial as decorrentes do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e do §1º do art. 75 da Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que tratam da capacidade de atendimento e do esforço fiscal de cada ente federado, com vistas a atender suas demandas educacionais à luz do padrão de qualidade nacional;  Aperfeiçoar e ampliar os mecanismos de acompanhamento da arrecadação da contribuição do salário-educação;  Desenvolver estudos e acompanhamento regular dos investimentos e custos por aluno da educação básica em todas as suas etapas e modalidades;  Fortalecer parcerias que fortaleçam os mecanismos e os instrumentos que assegurem a transparência e o controle social na utilização dos recursos públicos em educação, especialmente a realização de audiências públicas, portais eletrônicos de informação e transparência, assim como a capacitação dos membros do conselho de acompanhamento e controle social do Fundeb;  Adequar-se a regulamentação do parágrafo único do art. 23 e o art. 211 da Constituição Federal, no que e refere às normas de cooperação entre União, Estados e Municípios, em matéria educacional e a articulação do sistema nacional de educação em regime de colaboração, com equilíbrio na repartição das responsabilidades e dos recursos e efetivo cumprimento das funções redistributiva e supletiva da União;  Adequar-se a Lei de responsabilidade Educacional, após a sua aprovação, assegurando padrão de qualidade na educação básica aferidas por institutos oficiais de avaliação educacional;

11. MECANISMOS DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

A avaliação é parte fundamental de qualquer processo educativo, uma vez que, a partir dela, é possível readequar ou definir novas ações, considerando as necessidades e/ou novas exigências que vão se apresentando, conforme a realidade vivenciada.

Visando transformar essa avaliação em um processo democrático e transparente, caberá a Comissão de Acompanhamento e Avaliação de forma regimentada, acompanhar e avaliar se as metas e estratégias propostas estão sendo alcançadas. A avaliação anual do PME faz-se necessária por duas razões principais: as mudanças anuais nos diagnósticos de demanda e oferta, e a avaliação das ações previstas para o ano anterior. Só se garante um processo democrático com o funcionamento permanente e regular do PME. Mas é imprescindível que a Secretaria de Educação constitua uma equipe técnica de acompanhamento e avaliação, que implante um banco de dados tanto para a renovação dos diagnósticos quanto para o acompanhamento das estratégias e ações.

Conforme o Plano Nacional de Educação, este PME prevê a possibilidade de adaptações e medidas corretivas, assim que novas exigências forem aparecendo, desde que fundamentadas no acompanhamento efetivo por parte da sociedade marianense.

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As metas e as estratégias desse plano deverão ser prioridades do Governo Municipal e, por isso, assumido como um compromisso perante a sociedade e compreendido como uma proposta de Estado, independente da corrente político- partidária que esteja à frente da Administração Municipal nos 10 anos de vigência deste Plano. Mas há metas que demandam cooperação dos Governos Estadual e Federal para serem executadas, seja porque envolvem recursos de que o Município não dispõe, seja pelos limites do poder atribuído a sua atuação no setor educacional.

O desenvolvimento desse conjunto de definições contará com uma coordenação municipal, exercida pelos respectivos órgãos responsáveis pela Educação. À Secretaria Municipal de Educação e à Secretaria Estadual de Educação, cabe o importante papel de indução das ações previstas e de cooperação técnica e financeira, sempre com o objetivo de elevar a qualidade geral da educação no município, de modo a efetivamente proporcionar o desenvolvimento humano e social.

Desempenhará papel importante na avaliação à organização e realização de um Fórum Municipal de Educação bi-anual, coordenado pela Comissão instituída, enfatizando a participação dos Conselhos Municipais, principalmente o Conselho do Fundeb, Entidades da sociedade civil, as organizações estudantis e dos pais, o Ministério Público com sua representatividade local diretamente interessada e responsável pelos direitos da criança e do adolescente. A avaliação bi-anual é uma acumulação da anual com a que se faz das ações. O objetivo é construir as ações para os próximos dois anos, por meio de novo Projeto de Lei, como emenda aditiva ao PME. É importante sincronizar esse processo com a LOA, LDO e PPA.

As ações definidas na Audiência de avaliação do PME deverão intervir quando necessário no processo de gestão da Educação no Município, para que a implementação seja adequada às reais e sempre atualizadas necessidades, considerando as possibilidades existentes a cada ano, concretizando passo a passo o ideal perseguido no PME, em consonância com as demais determinações legais vigentes

Cabe, portanto, à Equipe de Avaliação, fiscalização e acompanhamento, a adoção de medidas judiciais e outras providências cabíveis para o cumprimento das diretrizes e metas deste plano. Ao poder público cabe a responsabilidade pela execução deste plano e a disponibilização de todas as informações necessárias a seu acompanhamento e fiscalização, por parte da sociedade. Em conformidade com o PNE, no prazo máximo de quatro anos, deve ser feita a adequação deste plano.

66 BIBLIOGRAFIA

Brasil, Constituição, Direito Constitucional – Brasil. Fundação de Assistência ao Estudante, Rio de Janeiro, 2 ed.,1988.

ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal Nº 8.069/1190, Produção editorial Gráfica Murialdo, : 1990.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. Edusp,10 ed., São Paulo:2002.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Paz e Terra, São Paulo:1996

LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Editora do Brasil, 1996.

Lei Orgânica do Município de Mariana Pimentel

Lei nº. 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm

PEE – Plano Estadual de Educação

MONLEVADE, João A. Plano Municipal de Educação – Fazer para Acontecer. Idea, Brasília- DF:2002.

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