A Dissidência Comunista Da Guanabara (1964-1969)
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Izabel Priscila Pimentel da Silva Os Filhos Rebeldes de um Velho Camarada: A Dissidência Comunista da Guanabara (1964-1969) Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História (PPGH) da Universidade Federal Fluminense, como requisito final à obtenção do título de Mestre em História Social. Setor de História Contemporânea II Orientador: Prof. Dr. Daniel Aarão Reis Filho Niterói 2009 2 IZABEL PRISCILA PIMENTEL DA SILVA Os Filhos Rebeldes de um Velho Camarada: A Dissidência Comunista da Guanabara (1964-1969) Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História (PPGH) da Universidade Federal Fluminense, como requisito final à obtenção do título de Mestre em História Social. Setor de História Contemporânea II Aprovada em outubro de 2009. BANCA EXAMINADORA ____________________________________________________________ Prof. Dr. Daniel Aarão Reis Filho (Orientador) UFF ____________________________________________________________ Profª. Drª. Denise Rollemberg UFF ____________________________________________________________ Profª. Drª. Maria Paula Araujo UFRJ Niterói 2009 3 S586 Silva, Izabel Priscila Pimentel da. Os Filhos Rebeldes de um Velho Camarada: a Dissidência Comunista da Guanabara (1964-1969) / Izabel Priscila Pimentel da Silva. – 2009. 342 f. Orientador: Daniel Aarão Reis Filho. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de História, 2009. Bibliografia: f. 309-328. 1. Movimento estudantil - Brasil. 2. Ditadura militar - Brasil 4 Aos estudantes e guerrilheiros que ousaram lutar por seus ideais revolucionários. A eles dedico este trabalho e minha profunda admiração. 5 Agradecimentos Os caminhos que me trazem até aqui foram tortuosos... Em mais de dois anos de pesquisa, foi preciso superar muitos problemas pessoais, familiares e de saúde, uma cirurgia e meses de recuperação, enfim, muitos obstáculos que se erigiram à minha frente e que, por vezes, julguei ser intransponíveis. Por isso, chegar ao final do mestrado e apresentar a presente dissertação, apesar de suas falhas e limitações, é, acima de tudo, uma grande conquista e vitória pessoal. Mas esse caminho não foi percorrido solitariamente. Por isso, agradeço àqueles que, de variadas formas, me ajudaram a completar essa jornada. Ao meu orientador Daniel Aarão Reis, agradeço a generosidade com que aceitou me orientar na nova casa (“ufiana”) que escolhi para dar continuidade à minha vida acadêmica. Mais do que orientador, ele foi também, de certa forma, sujeito e objeto dessa dissertação, na medida em que foi militante e dirigente da organização revolucionária, objeto central dessa dissertação. Agradeço sua orientação rigorosa e atenciosa, seu apoio e incentivo e, mais do que isso, a paciência e compreensão comigo, mesmo nas horas mais difíceis deste trabalho, quando as agruras cotidianas pareciam tomar conta. À professora Denise Rollemberg, agradeço pela generosidade com que tem acompanhado todos os momentos de meu desenvolvimento acadêmico: na orientação da monografia, ainda nos tempos da graduação na UERJ; pelo incentivo para ingressar no mestrado; pelo empréstimo de livros; pelas sugestões e críticas construtivas elaboradas durante o exame de qualificação e pela participação na etapa final (banca examinadora) dessa dissertação. À professora Maria Paula Araujo, de quem tive o prazer de ser aluna durante o mestrado, agradeço pelas indicações bibliográficas e discussões em sala de aula, que muito contribuíram para essa pesquisa e por ter gentilmente aceitado integrar a banca examinadora final desta dissertação. À professora Maria Paula agradeço ainda pela amizade e carinho, que se estenderam para além da sala de aula. Ao professor Francisco Palomanes, que integrou a banca do exame de qualificação e também integra a banca examinadora final da dissertação, agradeço os importantes 6 comentários e sugestões, incorporados à redação final do trabalho. Às professoras Marieta de Moraes Ferreira e Samantha Viz Quadrat, pelas disciplinas cursadas, cuja bibliografia selecionada e sugestões revelaram-se fundamentais para o desenvolvimento deste trabalho. À professora Samantha também agradeço o generoso convite para publicação de uma resenha em um periódico por ela organizado e a participação na banca examinadora da presente dissertação. Aos amigos uerjianos Alex Cassal, Amanda Danelli, Andréa Queiroz, Bárbara Guimarães, Daiana Crús, Januária Teive, Patrícia Faria, Rafael Albuquerque e Roberta Melo, pelos anos de companheirismo, amizade, incentivos e tudo mais que esse grupo há mais de uma década consegue oferecer. Vocês tornam meu mundo mais completo e minha vida mais feliz! À minha turma do IFCS, liderada pela professora Maria Paula e autodenominada “povo da ditadura”: Adrianna Setemy, Carlos Henrique Lobo, Cristina Luna, Edileuza Pimenta (a quem agradeço imensamente os empréstimos de livros, as hospedagens e discussões revolucionárias), Evelise Neves, Guadalupe Rojo e Pâmela Moreira. Agradeço a esse grupo mais que especial pela torcida, pelas trocas intelectuais, pelas discussões acaloradas e pelas reuniões sempre muito divertidas. O mundo acadêmico não foi mais o mesmo depois de vocês! À Lia Calabre, minha coordenadora na Fundação Casa de Rui Barbosa, agradeço não só pela eficiente e afetuosa coordenação no projeto de pesquisa ao qual estou vinculada, mas também seus incentivos, sua compreensão e disposição de me liberar do trabalho para participar de congressos e seminários, além de “aliviar” minha carga horária para que pudesse me dedicar à redação final da dissertação. Às “ruianas” (Daniela Pereira, Jéssica Suzano, Jéssika Souza, Lílian Lustosa, Rachel Hilfred, Renata Maury, Tatiane Duarte) e ao “ruiano” (Rogério Marques), companheiros de trabalho na Fundação, agradeço pelo excelente ambiente de trabalho, pelas divertidas conversas diárias e os incessantes incentivos que me deram força para terminar o mestrado. À amiga Aline Maller, que topou a aventura de dividir um apartamento comigo, agradeço pela convivência sempre pacífica e divertida, pela amizade, pela força nos 7 momentos em que achei que não conseguiria terminar a dissertação e pelos bolos de banana e canela, que adoçaram os momentos mais difíceis da redação e as madrugadas de escrita solitária. Aos amigos Alessandro Licurgo, Beatriz Morgado, Fábio Carmo, Juliana Moraes e Poliane Tardin, pela força, incentivo, companheirismo, viagens, acampamentos, traduções e “abstracts”, enfim, por estar sempre por perto e por me estender a mão sempre que precisei. A Fábio Bocco, pelos anos de companheirismo e pela amizade que ainda persiste. Se nossos caminhos hoje não mais se tangenciam, certamente nossas vidas serão sempre retas paralelas. Aos que não foram citados nominalmente, é certo que estas linhas são poucas para listar todos aqueles que, de diferentes formas, fazem parte da minha trajetória pessoal e acadêmica e aos quais deixo registrados meus profundos agradecimentos. Aos meus pais, Jorge e Neide, pelo carinho e apoio durante todos esses anos. Apesar de não terem tido a oportunidade de completar seus estudos, sempre apoiaram meus esforços acadêmicos, permitindo que a filha caçula fosse a primeira da família a ter nível superior e pós-graduação. Sem sua ajuda financeira e emocional eu jamais teria conseguido chegar até aqui. E mesmo quando minhas escolhas afastaram-se do caminho que eles gostariam que eu traçasse, continuaram a me apoiar e ajudar em todas as circunstâncias, demonstrando um amor incondicional, daqueles que só pais e filhos conseguem compartilhar. E, por fim, meus agradecimentos especiais a Andre Franklin, que me fez ver que todo coração é uma célula revolucionária. E o amor é, sem dúvida, a maior das revoluções! Por tudo, por tanto, por nós, lhe agradeço imensamente, meu amigo, meu camarada, meu amor. 8 Resumo O objetivo principal dessa dissertação é analisar a trajetória de uma das organizações revolucionárias surgidas no cenário brasileiro pós-1964: a Dissidência Comunista da Guanabara (DI-GB). As origens da organização remontam às acirradas divergências internas que cindiram o Partido Comunista Brasileiro (PCB) no início da década de 1960. A partir de 1966, quando os dissidentes romperam definitivamente com o partido que lhes dera origem, a Dissidência Comunista da Guanabara consolidou-se como organização autônoma e, inserida no contexto de ebulição do movimento estudantil brasileiro que atingiu seu ápice em 1968, exerceu liderança inconteste entre os estudantes cariocas, ao mesmo tempo em que ampliou sua expressão nacionalmente. Com o refluxo do movimento estudantil, ainda no final do primeiro semestre de 1968 e a exacerbação da repressão, a DI-GB passou à militância política além das fronteiras universitárias, convertendo-se às ações armadas e abandonando, paulatinamente, o movimento estudantil. A organização alcançou grande notabilidade ao conceber e realizar a captura do embaixador dos Estados Unidos, em setembro de 1969. Foi no curso desta ação revolucionária que os dissidentes cariocas adotaram o nome de Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), organização que assumiu papel de destaque nas ações armadas desencadeadas contra a ditadura civil-militar brasileira e o capitalismo, no final dos anos 1960 e início dos anos 1970. Palavras-Chave: Movimento Estudantil – Luta Armada – Ditadura – Memória 9 Abstract The main objective of this thesis is to analyze the trajectory of one of the revolutionary organizations arisen in the Brazilian scenery after 1964: the Dissidência Comunista da Guanabara, or DI-GB