dezembro 2013 • ano 6 • edição especial

os melhores do pará prêmio fiepa de jornalismo homenageia os profissionais que se destacaram no mercado em 2013, além de evidenciar as principais reportagens publicadas com foco na indústria

Por meio de dezembro 2013 programas, Sesi SUMÁRIO_ auxilia empresas 44 que querem investir em práticas de sustentabilidade.

Mundo Senai apresenta as oportunidades 48 que a instituição oferece a empresas e profissionais.

IEL vai facilitar o ingresso dos alunos 52 no mercado com formação profissional qualificada. Prêmio FIEPA de Jornalismo reconhece a competência dos profissionais de comunicação que foram destaque 28 no Pará em 2013. SEÇÕES ûû Editorial A indústria investe cada vez mais em mecanização e isso Pág. 5 tem alterado o cenário produtivo e beneficiado também os 14 empregados, com as novas oportunidades de capacitação. ûû Radar da Indústria Pág. 6

Os gargalos que dificultam o escoamento da produção ûû Direitos e Deveres paraense são inúmeros, mas o pior deles é a logística. Pág. 40 Confira alternativas possíveis para sanar o problema. 16 ûû Vida Corporativa Pág. 56 A confidencialidade dos processos é uma prática comum na indústria e hoje ela não está restrita a nenhuma fórmula ARTIGOs secreta. Veja o que as companhias guardam só para si. 20 ûû Marcelo Filho Pág. 42 Indústria paraense apresenta proposta para facilitar o processo de licenciamento ambiental no estado. ûû Alex Ramôa 24 Pág. 43

o Brasil está privilegiando o petróleo em detrimento das tendências internacionais, e uma delas é o gás natural." entrevista com Estanislau Luczynski, coordenador da Especialização em Política e Economia Mineral da UFPA

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 3 EDITORIAL_tributos

Diretoria da Federação das Indústrias do Pará/FIEPA Quadriênio 2010/2014 PRESIDENTE DEZEMBRODEZEMBRO2013•ANO6•EDIÇÃOESPECIAL 2013 • ANO 6 • EDIÇÃO ESPECIAL José Conrado Azevedo Santos VICE-PRESIDENTES Sidney Jorge Rosa • 1º Vice-Presidente Gualter Parente Leitão • 2º Vice-Presidente Manoel Pereira dos Santos Júnior Nilson Monteiro de Azevedo Roberto Kataoka Oyama Luiz Carlos da Costa Monteiro Hélio de Moura Melo Filho José Maria da Costa Mendonça Luiz Otávio Rei Monteiro Juarez de Paula Simões OS MELHORES DO PARÁ Marcos Marcelino de Oliveira PRÊMIO FIEPA DE JORNALISMO HOMENAGEIA OS PROFISSIONAIS QUE SE DESTACARAM NO MERCADO EM 2013, ALÉM DE EVIDENCIAR AS PRINCIPAIS REPORTAGENS PUBLICADAS COM FOCO NA INDÚSTRIA SECRETÁRIOS Elias Gomes Pedrosa Neto • 1º Secretário Antonio Djalma Souza Vasconcelos • 2º Secretário DEZEMBRO DE 2013 ano 6 • edição ESPECIAL TESOUREIROS Ivanildo Pereira de Pontes • 1º Tesoureiro Roberto Rodrigues Lima • 2º Tesoureiro DIRETORIA Carlos Jorge da Silva Lima Antonio Pereira da Silva Pedro Flávio Costa Azevedo Rita de Cássia Arêas dos Santos Cezar Paulo Remor Antonio Emil dos Santos L. C. Macedo Solange Maria Alves Mota Santos André Luiz Ferreira Fontes Produção Raimundo Gonçalves Barbosa Frederico Vendramini Nunes Oliveira Travessa Benjamin Constant, nº 1416 Darci Dalberto Uliana Bairro Nazaré | Cep: 66035-060 Fernando Bruno Barbosa www.temple.com.br Neudo Tavares [email protected] Armando José Romanguera Burle Paulo Afonso Costa REDAÇÃO Nelson Kataoka Coordenação: Yuri Age CONSELHO FISCAL Edição: Rosana Maciel e Izabelle Aguiar de Araújo Efetivos: Textos: Adriana Ferreira, Fernando Gomes, Izabelle Aguiar Fernando de Souza Flexa Ribeiro de Araújo, Lorena Nobre Dourado, Paloma Miranda, Paulo Luizinho Bartolomeu de Macedo Henrique Gadelha, Valéria Barros e Yuri Age. Lísio dos Santos Capela Projeto gráfico: Calazans Souza Tratamento de imagem e diagramação: Antônio Machado e Suplentes: Márcio Alvarenga José Duarte de Almeida Santos João Batista Correa Filho Revisão de texto: Carol Magno Mário César Lombardi Revisão de conteúdo: Ivanildo Pontes

DELEGADOS PUBLICIDADE Efetivo junto à CNI: Temple Comunicação José Conrado Azevedo Santos [email protected] (91) 3205-6504 Suplentes junto à CNI: Sydney Jorge Rosa Impressão: Marques Editora Gualter Parente Leitão Tiragem: 15.000 exemplares Manoel Pereira dos Santos Júnior * As opiniões contidas em artigos assinados são de SUPERINTENDENTE REGIONAL DO SESI responsabilidade de seus autores, não refletindo José Olimpio Bastos necessariamente o pensamento da FIEPA. DIRETOR REGIONAL DO SENAI Gerson dos Santos Peres DIRETOR REGIONAL DO IEL Gualter Parente Leitão CHEFE DE GABINETE DA FIEPA Fabio Contente Biolcati Rodrigues

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4 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA û û Bruno Carachesti EDITORIAL_tributos

sário tem que conhecer 3.500, o que representa 19 mil Simplificação tributária: páginas, forçando o investidor a dedicar 2.600 horas um passo para a do seu ano para o cumprimento dessas normas. En- formalização quanto que o empresário brasileiro passa 1/3 do ano focado nesse complexo emaranhado que é o nosso sis- José Conrado Santos tema tributário, nos países como a Argentina, Estados presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) Unidos e Alemanha esse tempo fica apenas em torno de 200 a 500 horas. As micro e pequenas empresas correspondem, apro- Nosso país, de certa forma, avançou quando im- ximadamente, a 95% do total de unidades do segmen- plantou o “Super Simples” que, conforme sugere o to produtivo paraense. Apesar disso, estudos econômi- próprio nome, simplificou, em parte, a tributação para cos apontam que as MPEs não superam os 10% na ar- as MPEs. Seguindo essa política de desburocratização recadação do Pará. Qual o motivo para este descom- do Governo Federal, os estados brasileiros também le- passo? Entre as várias causas que poderiam ser enume- varam para o nível local, instalando assim o Simples radas, destaco a informalidade, consequência direta Estadual. O problema é que na contramão de muitos da complexidade e da rigidez burocrática do sistema outros estados, que vem elevando o teto para classi- tributário brasileiro. De acordo com a Confederação ficar as MPEs, o Pará estacionou e, desde 2007, não Nacional da Indústria (CNI), há mais de dez milhões aumentou o limite para as micro e pequenas empre- de negócios informais no país, contra cinco milhões de sas. Mesmo com a inflação ao longo desse período, formais. A burocracia excessiva reduz a competitivi- foi mantido o limite de faturamento anual de R$ 180 dade e o potencial de crescimento do Brasil. Uma pes- mil para as micro empresas e de R$ 1,8 milhão para quisa da CNI realizada com 431 empresas identificou as pequenas. as principais questões que dificultam os empresários a Enquanto que o Pará se mantém nessa política pou- cumprir com as obrigações legais. O número excessi- co agressiva em busca de mais investidores e a fim de vo de normas, a complexidade e a alta frequência das criar um ambiente mais propício para a geração de no- mudanças no sistema tributário foram consideradas as vos negócios, estados como Minas Gerais, Goiás, Rio maiores causas para a informalidade. Grande do Norte, Pernambuco e Bahia já adotaram o Desde a Constituição de 1988, foram criadas mais limite de R$ 3,6 milhões para enquadrar as MPEs no de 309 mil normas tributárias, o que representa um Simples Estadual. volume de 112 milhões de páginas. Do total de nor- Entendo que, se o governo elevasse o teto do Sim- mas, nem todas estão em vigor, afinal, se dedicar ao ples Estadual para o enquadramento das MPEs, cer- estudo de 112 milhões de páginas poderia ser a causa tamente esta seria uma forma de estimular a formali- para a falência de uma empresa. Sem tempo para cui- zação de empresários, aumentando a base arrecadató- dar dos demais setores da companhia, o investidor fa- ria do estado, ampliando os 10% da participação das talmente teria que fechar as portas. micro e pequenas empresas na receita estadual. O go- Atualmente, das 309 mil normas, 23.413 estão em verno tem que ser catalisador do investimento e para vigor, no entanto, isso não pode ser motivo de come- isso, precisa criar as oportunidades para que a iniciati- morarmos ou acharmos que estamos no melhor dos va privada encontre no Pará um lugar viável, seguro e mundos. Ao contrário, das 23.413 normas, o empre- competitivo.

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 5 radar_da indústria Inova Talentos

O IEL-Pará inscreve até o dia 19 de dezembro empresas e institutos de Pesquisa, Desen- volvimento e Inovação (PD&I) interessados em participar ViraVida do Programa Inova Talentos. Foi realizado em Brasília, entre os meses de outubro e novembro, o quarto Seminário Elas devem apresentar projetos Nacional ViraVida, projeto de educação e capacitação profissional que busca trans- nessas áreas, a fim de rece- formar a vida e resgatar a cidadania dos jovens que passaram por situação de vulne- berem bolsas de desenvolvi- rabilidade social. Mais de 30 jovens paraenses que fazem parte do projeto conduzido mento tecnológico e extensão pelo SESI-Pará foram à capital federal, onde participaram da abertura do evento, no inovadora. estádio nacional Mané Garrincha. As demais atividades se concentraram no Centro O Programa Inova Talentos é de Convenções Ulisses Guimarães e compreenderam palestras e depoimentos de uma parceria entre o Conselho personalidade, como o medalhista olímpico Gustavo Borges, o ex-jogador e comen- Nacional de Desenvolvimen- tarista esportivo Walter Casagrande e o médico e apresentador de TV Jairo Bouer. to Científico e Tecnológico (CNPq) e o Instituto Euvaldo Lodi/Núcleo Central (IEL/NC). O programa será desenvolvido Passeio pelos núcleos regionais do IEL, localizados em diversos esta- Ciclístico dos do país. A quarta edição do Passeio No IEL-Pará, o Inova Talentos Ciclístico Sesi-Senai, realizado no está sendo conduzido pelo mês de novembro, contou com coordenador de Inovação, público recorde. A estimativa Hugo Tanimoto. Segundo da organização é que o evento ele, o Inova pode ser a tenha reunido 1.700 pessoas, de oportunidade que faltava todas as idades. A concentração para que as empresas ocorreu na Trav. Perebebuí, ao paraenses desenvolvam ideias lado do Bosque Rodrigues Alves, inovadoras que alavanquem e percorreu as principais vias do seus negócios, aumentando centro de Belém. seu poder de crescimento e competitividade no mercado. “O Inova vai selecionar propostas que receberão Estágios trainees para implementar os A prefeitura de São Miguel do Guamá, nordeste do estado, amplia parceria projetos de desenvolvimento com o IEL-Pará, unidade Castanhal, e fecha contrato de Concessão de Estágios e inovação, contribuindo para cerca de 50 jovens de ensino médio e superior da região. As vagas de está- assim significativamente gio atenderão às demandas da Procuradoria, Secretarias de Administração, para a competitividade, o Educação, Assistência Social e Saúde do município. desenvolvimento científico e “É por meio dessa integração IEL, instituições de ensino e prefeituras muni- tecnológico e a inovação no cipais, a partir do estágio supervisionado, que podemos dar chance a esses país. E as empresas paraenses talentos, contribuindo para o ingresso dos jovens no mercado de trabalho. A não podem ficar de parceria é muito bem-vinda e a coordenação do IEL, em Castanhal está de pa- fora”, ressalta. rabéns”, ressalta Gualter Leitão, vice-presidente da Fiepa e diretor do IEL-Pará.

6 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA Guia Industrial do Pará reúne informações de aproximadamente 7 mil empresas instaladas no Estado

Com uma participação de mais de 30% no Produto a carga tributária são as maiores ameaças à compe- Interno Bruto (PIB) do Pará, as 6.829 indústrias insta- titividade do setor industrial e acaba atrapalhando o ladas no território paraense empregam perto de 170 crescimento dessas empresas. Outros gargalos relata- mil pessoas e comercializam 1.867 diferentes tipos de dos são a questão da energia elétrica e a infraestrutura. produtos. Esses dados estão presentes no novo Guia Na região metropolitana de Belém, por exemplo, o Industrial do Pará, lançado pela Fiepa, no final de no- empresariado apontou como grande problema para o vembro. O guia teve o apoio da Confederação Nacional crescimento econômico a falta de profissionais qualifi- da Indústria (CNI), Sebrae e Governo do Pará. Em entre- cados. Já a questão logística, acabou sendo classificada vista, o diretor executivo da Fiepa, Ivanildo Pontes, que como o maior problema para os empresários do Baixo coordenou o guia, fala da importância da publicação Amazonas. para o desenvolvimento empresarial paraense. E sobre o associativismo? Na publicação, é possível ver Qual a relevância do Guia Industrial para o setor que apenas 20% das indústrias são associadas a algum produtivo paraense? sindicato.

O guia é uma importante ferramenta na defesa dos É por conta deste cenário que a CNI apoia as federações interesses do segmento empresarial. Ao mapear as no que tange ao associativismo. Por meio do Programa indústrias no vasto território paraense, consegui- de Desenvolvimento Associativo (PDA), a Fiepa realiza mos visualizar, de modo mais fiel a realidade, como ações em todas as regiões do Pará para intensificar o é que se comporta a atividade industrial, o que ela associativismo no estado. Temos uma grande margem traz de ganhos para a economia e quais os gargalos para trabalhar, 80% das indústrias estão fora da base que ainda precisam ser superados para o cresci- sindical e precisam saber que, ao se associarem, elas mento econômico do Pará. Este documento é tão ganham uma série de benefícios, além de ser represen- relevante para o nosso estado que acabou atraindo tada pela Fiepa, entidade que é referência no segmento o apoio do governo, do Sebrae e da CNI, todos par- empresarial paraense e consequentemente da CNI. ceiros e interessados na divulgação das informações da indústria paraense. O guia apresenta um raio x completo da indústria, com o perfil do setor industrial paraense. Além dos A indústria está presente em todo o território gargalos, o que mais ganha destaque nesta edição? paraense? Todas as informações são extremamente relevantes Informações do guia, que mapeou a atividade industrial para que os governos, com um conhecimento profundo paraense, indicam que dos 144 municípios do estado, da atividade industrial, possam desenvolver políticas em 131 foram encontradas empresas ligadas à indústria. de incentivo, a fim de acabar com os gargalos e im- A mesorregião metropolitana de Belém engloba quase pulsionar a indústria paraense. É importante, a metade dessas indústrias (47,3%), sendo que apenas por exemplo, que tenhamos clareza que em Belém e Ananindeua existem 2.527 empresas 24,2% das empresas ainda não possuem do setor. As outras mesorregiões apresentam as acesso ao crédito e que, atualmente, seguintes proporções em termos de quantidade: 75,3% de todas as indústrias instaladas 27,1% no sudeste, 1,7% Marajó, 6,7% no sudoeste, no Pará estão sem receber incentivos 7,6% no Baixo Amazonas e 9,6% no nordeste. fiscais. Com esses dados, acredito que as autoridades terão mais insumos O guia destaca, entre as várias informações sobre para implantar políticas eficientes e a indústria, a predominância das empresas de que criem um ambiente de pequeno porte. Existe algum fator limitador negócios mais propício que atrapalha o crescimento das ao surgimento de indústrias? novos investimentos e empreendimentos Segundo informação repassada industriais. pelos empresários, a educação e

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 7 radar_da indústria Seminário mostra vantagens do Pará No dia 2 de dezembro, o jornal Valor Econômico realizou em I Encontro de Mercado São Paulo o seminário “Oportu- Diretores, gerentes e agentes de mercado do Sesi, Senai e IEL participaram nidades de investimento no Pa- do primeiro I Encontro de Mercado do Sistema Fiepa, no dia 18 de novem- rá”, para apresentar a empresá- bro, na sede da Fiepa, em Belém. rios de várias regiões do Brasil O objetivo do evento foi apresentar uma visão consolidada sobre as ações as vantagens de se investir no de mercado do Sistema Indústria no estado, em alinhamento com a estado. O evento foi realizado estratégia nacional, fortalecendo a atuação em rede do sistema no relacio- em parceria com o Governo do namento com o mercado. Pará, por meio da Secretaria de Aproximadamente 300 colaboradores participaram da capacitação “En- Indústria, Comércio e Minera- gajamento Total com o Cliente: Sistema Indústria em Rede”, através de ção (Seicom), e com a Federa- um game (jogo), como forma de articular as três casas (Sesi, Senai e IEL) e ção das Indústrias do Estado de implementar novas estratégias corporativas de mercado. São Paulo (Fiesp). Participaram como palestrantes represen- tantes de setores industriais já estabelecidos no Pará, como da Novo SENAI Santarém mineração e da produção de A unidade do Senai Santarém, que completou 38 anos em agosto com mais alumínio, além de instituições de 50 mil pessoas qualificadas, passou por reforma e ampliação, expandindo financeiras para apresentar a capacidade de atendimento de 420 para 900 alunos/dia. O centro, que foi linhas de financiamento. o primeiro da instituição a funcionar no interior do estado, recebeu novos laboratórios, salas de aula e equipamentos mais modernos. Com a nova es- trutura, as metas de capacitação saltaram de 3.536 matrículas, em 2013, para as 200 5.870 matrículas, em 2014. maiores Com um novo bloco incorporado à estrutura já existente, a unidade ganhou 276 m², e passa a contar com um total de 2.558 mil m² de espaço construído. minas do Uma das novidades é o laboratório de Eletroeletrônica e Automação Indus- Brasil trial. Moderno e com múltipla funcionalidade, o laboratório atenderá às áre- as de máquinas elétricas, comandos elétricos, eletrotécnica, eletroeletrônica, Pela terceira vez consecutiva, eletricidade predial, automação predial, entre outras. a Imerys foi uma das homena- geadas durante o lançamento da edição especial 200 Maiores Minas do Brasil, da revista Minérios e Minerales, ranking que leva em consideração a produção Run Of Mine (ROM) de 2012 em toneladas, e em seguida dividas por substâncias adotando o mesmo critério. A edição traz informações téc- nicas exclusivas e abrangentes do cenário mineral brasileiro.

8 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA FUTUROS PROFESSORES Uma parceria entre a Fiepa, o Senai e a Universidade Federal do Pará (UFPA) formou os primeiros 20 alunos no Curso de Capacitação Técnica e Pedagógica para Engenheiro Mecânico, Elétrico e Civil. O curso foi destinado a alunos de Engenharia da UFPA e ofereceu a qualificação necessária para que os discentes sejam instrutores dos cursos técnicos da instituição. Os profissionais capacitados poderão atuar em engenharia eletromecânica, mecânica geral e industrial, automotiva e construção civil, as áreas mais demandadas pelo Senai. Para o presidente do Sistema Fiepa, José Conrado Santos, o convênio impacta positivamente na qualidade dos cursos. “Com este convênio com a UFPA, que é pioneiro no Brasil, Alumina Rondon trabalhamos em duas frentes. Além de trazer os formandos Até o final de 2014 perto de nove mil profissionais dos mu- de engenharia para o nosso time de instrutores, incentivamos nicípios de Rondon do Pará, Dom Eliseu e Abel Figueiredo os professores do Senai a buscarem o conhecimento, aperfei- participarão dos cursos de capacitação de mão de obra do çoando sempre o treinamento pedagógico”, enfatizou. Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), uma iniciativa da Votorantim Metais em parceria com a prefeitura de Rondon do Pará, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Nacional de Apren- dizagem Rural (Senar) e Instituto Federal de Educação, Ciên- cia e Tecnologia do Pará (IFPA). A primeira etapa das quali- ficações, com quase mil vagas preenchidas, teve início em novembro. As qualificações visam formar mão de obra para o mercado de trabalho da região e para o Alumina Rondon, empreendimento que prevê a implantação de uma mina de bauxita e uma refinaria de alumina em Rondon do Pará.

www.fiepa.org.br entrevista_Estanislau Luczynski coordenador acadêmico da Especialização em Política e Economia Mineral (PEM) da Universidade Federal do Pará (UFPA) Energia atrai investimentos Pesquisas da década de 1950 apontam que território paraense está no centro algumas das áreas potenciais de produção de petróleo e gás natu- ral do Brasil. Com a atual estabilização da produção de bacias exploradas desde os anos 1970, como a de Campos – que se estende pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo –, os olhos da Petrobras e de investidores internacionais se voltam novamente para o potencial da Província Equatorial, que percorre a costa do Ceará até aproximadamen- te a região de Salinópolis (PA) e de outras áreas sedimentares no norte e nordeste do país. Quem comenta o contexto do estado neste mercado e as vantagens desta exploração para a indústria local é o professor Esta- nislau Luczynski, coordenador acadêmico da Especialização em Política e Economia Mineral (PEM) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Em entrevista à PARA INDUSTRIAL, ele afirma que tem acompanhado dis- cussões entre o governo do Pará, o meio acadêmico e a iniciativa privada sobre como o estado precisa se preparar para a nova realidade petroleira.

De onde partem as pesquisas e os possíveis investimentos Quais são as principais áreas na extração de petróleo no Brasil? de atual interesse? Até os anos 90 quem conduzia praticamente todas as pesquisas era São as áreas da chamada Provín- a Petrobras e o Serviço Geológico Nacional, sendo que a participa- cia Equatorial (Ceará, Piauí, Mara- ção deste último é mais presente em mapeamento geral e minerais nhão e Pará) e também as bacias do metálicos e não metálicos. Dos anos 90 para cá, com a flexibiliza- Amazonas e Solimões. Até os anos ção do mercado de petróleo e gás, outras empresas passaram a entrar 70, todas foram investigadas para no Brasil trabalhando em sociedade com a Petrobras ou ganhando a presença de petróleo e gás natural. concessão para a exploração de áreas já conhecidas. Em algumas foram encontrados in- As áreas de interesse para a indústria petroleira são as chamadas ba- dícios, mas a maioria era subcomer- cias sedimentares, locais onde há grande acumulação de rochas e cial, como no caso do Pará. Aqui fo- com potencial para a geração de petróleo e gás. Então você precisa ram encontrados indícios de petróleo investigar, o que leva tempo, no mínimo cinco anos. E mesmo que e gás na bacia sedimentar chamada você encontre um recurso lá, não significa que ele seja comercial: o de Pará-Maranhão, que compreende volume dele pode ser não comercial, a profundidade em que ele se parte dos dois estados. Ela foi decla- encontra pode estar além da tecnologia disponível ou a qualidade rada subcomercial porque, pelo va- dele pode ser baixa. lor que o petróleo tinha naquela épo- ca, havia muitos locais onde era mais rentável retirar petróleo no Brasil. Naquela época, o economicamente viável era extrair a 400 m de pro- fundidade, e o daqui está a mais de mil metros.

10 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA E de que forma isso passa a interessar ao Pará? Com a tecnologia, hoje já temos ideia da quantidade de recursos que temos Fotos: Bruno Carachesti

û nas nossas bacias. Isso é interessante û agora porque Campos está declinan- do e a expectativa do Pré-sal é para depois de 2020. Aqui o petróleo está em uma profundidade menor, o que pode facilitar a extração. As dúvidas ficam quanto ao volume existente, o que demanda alguns anos de avalia- ção. Ao se considerar a profundidade em que se encontram os recursos do Pré-sal, o petróleo aqui existente pode ser mais viável. A própria Petrobras considera que a próxima área produ- tora do Brasil é essa que vem do Cea- rá até Salinópolis. Como o Pará é um estado mineral e ainda não temos energia suficien- te para a indústria, nós continua- mos exportando matéria-prima. Se houver oferta de mais energia, você pode atrair as indústrias para a ver- ticalização da cadeia. Ao invés de exportar o ferro, pode exportar o aço, por exemplo. Neste caso, o que interessa realmen- te para o Pará, em termos de geração de energia, é a fase gasosa do petró- A tendência do mundo é leo, o gás natural. Ele tem uma ca- usar cada vez mais o gás pacidade calorífica muito alta, per- natural, junto com a mitindo a realização de um proces- so em menos tempo do que usando energia eólica e solar, que outros tipos de combustível, como são fontes de energia menos o carvão mineral e vegetal. Significa energia abundante, mais economia poluentes que o petróleo em termos de uso energético e atra- e os seus derivados.” ção de indústrias que precisam dessa alta capacidade calorífica, como as de bebidas e de aços especiais. Nós já temos o melhor minério de ferro Sabe-se que as áreas que começaram a ser exploradas nas décadas passadas do mundo e por que não temos a si- já atingiram sua capacidade máxima de extração e daqui a um tempo derurgia? Por falta de energia. esse volume começará a diminuir. Como o país lida com essa variação? Esse fator aliado a nossa posição em Antes que ocorra esse declínio e a produção encerre, o Brasil tem que relação ao oceano Atlântico, significa entrar com novas áreas produtoras, que são aquelas identificadas lá a jazida virada para o mercado inter- atrás como subcomerciais: bacia do Ceará, bacia Pará-Maranhão, bacia nacional. Então, nós identificamos no do Parnaíba (MA e PA) e Barreirinhas (MA). As áreas sedimentares de gás natural um insumo capaz de au- Amazonas e Solimões hoje já são produtoras de petróleo e gás. Temos mentar ainda mais a capacidade pro- visto o governo promovendo leilões de áreas de interesse, por meio da dutiva do estado e trazer mais investi- Agência Nacional de Petróleo (ANP). Essas áreas são divididas em blo- mentos para o Pará. cos, ou seja, uma área média de 5 km² por bloco. A empresa que vence o Prova disso é que o volume de capi- leilão tem o direito de trabalhar naquela área por três anos e se neste pe- tal que circula nessas negociações é ríodo ela não conseguir nada, tem que devolver a área à ANP e a agên- enorme. Só para a empresa ter direi- cia a coloca em novo leilão. to a pesquisar na área e adquirir os

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 11 entrevista_Estanislau Luczynski coordenador acadêmico da Especialização em Política e Economia Mineral (PEM) da Universidade Federal do Pará (UFPA) dados anteriores referentes à ela são necessários investimentos vultosos; por exemplo, para ter o direito de participar do leilão, a assinatura pode Está tudo aí posto chegar a R$ 200 milhões; no lance, já houve companhias que desembol- na mesa, inclusive saram R$ 170 milhões e na etapa de pesquisa, que dura de 3 a 5 anos, os números podem gastar mais R$ 100 milhões apenas na aquisição de dados. Isso tudo, com uma taxa de acerto ótima de 3 para 1: de cada três poços, um oficiais. O estado tem potencial para comercialização. tem que estar

E qual seria a logística necessária para fazer essa energia chegar às indústrias? preparado para Após a extração de gás natural (semelhante à do petróleo) é neces- receber isso, saber sário uma unidade de tratamento de gás natural para beneficiamen- to, armazenamento e preparação para o transporte. Os dois possí- como mostrar veis mercados para o gás natural seriam Barcarena – onde existe a in- que pode atrair dústria do alumínio e teria de haver uma usina termelétrica abasteci- da por gás para geração de calor – e Marabá, com outra termelétri- investimentos, ca para abastecer a região em substituição ao uso do carvão, do óleo para não ser pego combustível e outros insumos. Parnaíba seria a melhor bacia para extrair. Lá, há cinco trilhões de pés de surpresa por cúbicos (ft³) de gás natural em apenas um dos reservatórios identificados essas demandas.” e já há produção diária de quatro milhões e meio de metros cúbicos de gás por dia para uma termelétrica em Capinzal, no Maranhão. Parnaíba está de frente para a área de influência do projeto Carajás e parte da ba- cia fica no Pará. Digamos que se consiga construir um gasoduto, então dência do preço de mercado é cair, cada indústria interessada no gás natural poderá se interligar a um ter- pois há concorrência com outras áre- minal de recebimento (city gate). Outra forma é a termelétrica queimar as que também exploram o Pré-sal, esse gás para a geração de energia. como Gana, na África. Lá, eles já pro- Dependendo do trajeto e da quantidade de gás, esse recurso pode ficar duzem petróleo há cinco mil metros. mais barato ou caro para cada um desses métodos de transmissão. Ou- Então, o nosso petróleo, quando en- tra opção seria a extrair da Pará-Maranhão, porém é necessário a cria- trar no mercado, já enfrentará uma ção de uma infraestrutura de transporte do litoral para Belém, e daí forte concorrência. para os mercados interessados. Esses projetos já existem no papel, a questão agora é saber quanto gás há, se é possível retirá-lo e a que preço. Como está esse trâmite de exploração agora? Quais os fatores que ainda impedem o início da exploração aqui? A Petrobras é sócia em boa parte Há alguma relação com a expectativa sobre o Pré-sal? destas áreas sedimentares, mas exis- A concorrência com outras áreas produtoras. Se o governo desviar to- tem outras empresas que vão que- dos os recursos para o Pré-sal agora, vai faltar investimento na nossa rer desenvolver esse potencial, como região. Só que a posição da Petrobras, que detém várias dessas áreas já acontece com a Shell e a OGX, na sedimentares, é de desenvolvê-las nos próximos anos. A pergunta é se bacia Pará-Maranhão. Neste momen- isso vai andar em paralelo com o Pré-sal ou se o governo vai lentamen- to, a Total, uma empresa do governo te desenvolver o Pré-sal e dar ênfase para a exploração de gás aqui. francês, já está preparando sua base Geologicamente falando, é mais vantajoso extrair aqui pela profundi- para exploração no Amapá e, pro- dade e pelas informações que já existem. O petróleo do Pré-sal hoje é vavelmente estenderá suas operações mais caro do que o que está na Província Equatorial. Hoje a indústria até o Pará também. Na Guiana Fran- considera que qualquer extração além de cinco mil metros de profun- cesa e no Suriname já estão oferecen- didade, embora haja tecnologia, é economicamente inviável. O Pré-sal do os blocos para exploração, pois es- está a sete mil. Não se sabe o real volume do que existe lá e você pode tima-se que na região que compreen- ter perda de equipamentos durante a perfuração, sem falar na pouca de esses dois países e vai até o Hai- ou quase nenhuma existência de estudos sobre o impacto ambiental ti haja mais petróleo do que na Ve- de exploração a essa profundidade. nezuela. Então, toda essa região com O valor do barril de petróleo custa em média US$ 100 na bolsa e o do potencial pode ser produtora daqui a Pré-sal, se retirado hoje, custaria aproximadamente US$ 180. E a ten- alguns anos.

12 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA shale). Lá, levaram aproximadamen- te 20 anos para desenvolver a técni- ca adequada para extrair esse recur- so e baratear os custos do processo. Agora, aos poucos tentarão diminuir a dependência do petróleo do Orien- te Médio. O governo Obama acredi- ta que por volta de 2020 eles já sejam autossuficientes em energia, tudo ba- seado no gás em folhelho, que é mais barato de ser extraído do que o gás convencional, em solo americano. Para o Brasil isso pode ser um pro- blema porque quando nós resolver- mos retirar nosso gás natural va- mos enfrentar a concorrência tam- bém dos EUA, que já poderá expor- tar o seu excedente. A China está indo pelo mesmo caminho e a tercei- ra maior reserva de gás em folhelho está na Argentina. Ou seja, quando o Brasil resolver acordar para isto, a Argentina já vai ser a grande produ- tora de gás da América Latina, pro- duzindo um gás mais barato que o próprio Brasil. 43% do gás usado hoje no país ainda vem do gasoduto Brasil-Bolívia, o que equivale a 30 mi- lhões de m3 por dia. O restante é pro- duzido aqui. Então, existe a possibili- dade da autossuficiência brasileira em O gás natural tem 50% a mais produção de gás, mas estamos atra- de capacidade calorífica sados, pois o Brasil está privilegian- do que o carvão mineral do o petróleo em detrimento das ten- dências internacionais, e uma delas é e cinco vezes mais do que o gás natural. o carvão vegetal.” Qual vem sendo a postura do governo do Pará sobre essa questão? E de que forma o estado pode se preparar para O governo já está atento a isso. Já essa demanda nos próximos anos? existem reuniões quinzenais para tra- Toda cadeia produtiva precisa de mão de obra e nós não temos uma tar deste problema, onde se fala des- escola para formação técnica em petróleo. Mas há conversas com o de a possibilidade de atração de inves- Sebrae e, inclusive, uma missão do estado foi recentemente ao Rio de timentos até a formação de mão de Janeiro providenciar isso. Serão necessários sondadores (profissionais obra, e se avalia também os impactos que atuam em perfuração), soldadores, mecânicos e outras competên- socioeconômicos da introdução des- cias, além de enfatizar os cursos de graduação. Em geral, esses cursos ta indústria no estado. Quem partici- técnicos são oferecidos pelo Senai e quanto aos de graduação, a Uni- pa é a Secretaria de Indústria, Comér- versidade Federal do Pará (UFPA) já está abrindo em Salinas um cam- cio e Mineração (Seicom), e a UFPA. pus que vai oferecer as graduações em Engenharia de Petróleo e Enge- Nós fazemos relatórios internos que nharia Naval e Oceânica. são repassados tanto para o secretá- rio quanto para o governador, para Os EUA planejam a autossuficiência energética para os próximos que o estado se prepare em termos de anos. Em que isso impacta o Brasil, caso nós entremos mais logística e formação de mão de obra. intensamente neste mercado nos próximos anos? O que é produzido nestas conversas A autossuficiência dos EUA está baseada em gás natural, especialmen- internas serve de subsídio para o pla- te em fontes não convencionais de gás, como o gás em folhelho (gás nejamento do estado.

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 13 mecanização_indústria O som do progresso

As máquinas simbolizam o principal investimento da indústria atualmente. Além de facilitar a vida dos trabalhadores, eles também ganham com a capacitação necessária para se adequar a esse contexto.

odernizar e mecanizar o ção, com qualidade, eficiência e Belém-Brasília), encontra um cená- pátio industrial já foi si- precisão. rio formado por profissionais qua- Mnônimo de preocupação Em Ulianópolis, onde está ins- lificados operando maquinário de para trabalhadores. Hoje, a instala- talada a Pagrisa, única empresa pa- última geração, todos guiados por ção de maquinário de última gera- raense produtora de açúcar e eta- GPS, operacionalizando a chamada ção é visto pelos profissionais como nol, os últimos cinco anos represen- “agricultura de precisão”. uma chance de adquirir novos co- tam bem esta mudança, principal- A colheita e o plantio do setor nhecimentos – com cursos de capa- mente por se tratar de um setor de agrícola da empresa possuem índi- citação –, crescer na carreira e até agroindústria que passou por am- ces de 100% e 95% de mecaniza- mesmo ter uma melhora no clima plas transformações nesse perío- ção, respectivamente. São números de trabalho. Para a indústria, sig- do. Quem percorre os 25 quilôme- que se refletem na produtividade da nifica melhorar a produ- tros de distância entre o empreen- empresa, capaz de gerar de 400 a dimento sucroalcooleiro e a zona 600 toneladas/dia de cana por co- urbana da cidade, localizada lhedora. A título de comparação, o à beira da BR-010 (rodovia índice do corte manual possui ren-

14 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA Instalada no município de Ulianópolis, no sudeste do Pará, a Pagrisa tem produção diária de 300 mil litros de etanol e oito mil sacas de 50 kg de açúcar, atendendo principalmente ao mercado paraense. A comercialização dos produtos é destinada às distribuidoras de combustível automotivo, no caso do álcool anidro e hidratado, e para indústrias de alimentos, mercado de atacado e varejo e empacotadoras, no caso do açúcar.

dimento médio de seis toneladas na empresa como cortador. por homem em um dia. “A meca- Com a oportunidade de cresci- nização faz com que o solo mante- mento profissional a partir da me- nha os nutrientes, ou seja, ele per- canização, Carmem Bethânia diz manece fértil por mais tempo. En- que a empresa mantém uma política tão, com certeza o investimento fei- de valorização dos profissionais que to pela empresa foi muito positi- se destacam no dia a dia. “Tudo só vo. Qualificamos cortadores, que depende da vontade, do interesse e hoje possuem uma carreira e me- do perfil do colaborador. Aqui na lhor qualidade no ambiente de tra- empresa ele adquire conhecimentos, balho, e ganhamos em produtivida- competências técnicas e isso abre a de”, explica André da Silva Cunha, possibilidade de um crescimento e supervisor de Planejamento Agríco- projeção que antes este trabalhador la da Pagrisa. não possuía”, avalia Bethânia. Exatamente o que aconteceu com Francisco Sergio Almeida da INVESTINDO EM Silva, de 34 anos. Ele iniciou sua carreira na Pagrisa em 1990, tam- QUEM OPERA bém como cortador. Com a chega- Para chegar a este índice foi ne- da da tecnologia da agroindústria, cessário investir na mão de obra ele teve que se adaptar. Foram di- já contratada. Para isso, a empre- versos cursos realizados, entre eles sa buscou e mantém até hoje par- o de tratorista, operação de colhei- ceira com instituições como o Ser- tadeira e de equipamentos agrícolas viço Nacional de Aprendizagem OOZenon Pimentel: exemplo de diversos. Boa parte dos treinamen- Rural (Senar) e o Serviço Nacio- crescimento que veio com a capacitação tos foi fora do Pará, mais especifi- nal de Aprendizagem Industrial (Se- camente em São Paulo. nai) para a realização de cursos e manos da Pagrisa, Carmem Bethâ- Hoje Francisco é um coordena- treinamentos visando a capacita- nia dos Santos. dor de colheita mecanizada da Pa- ção dos colaboradores e também Um dos primeiros foi o hoje co- grisa atuando diretamente no cam- da mão de obra local. “Nos últi- ordenador agrícola Zenon Barbosa po. “Os principais benefícios da me- mos dois anos, já foram formados e Pimentel. “Antes da empresa com- canização são a facilidade na execu- contratados, por exemplo, mais de prar as máquinas, eu fui até às fá- ção das atividades e consequente- 300 tratoristas que realizaram cur- bricas para fazer o treinamento. mente na obtenção de resultados, o sos técnicos para operação de má- Nunca tinha visto uma de perto, já aumento da produtividade, e claro, quinas totalmente automatizadas”, que eu trabalhava com colheita ma- a proteção e o conforto ao colabo- informa a gerente de Recursos Hu- nual”, relembra Zenon, que iniciou rador”, relata.

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 15 INVESTIMENTOS_LOGÍSTICA Rumo ao desenvolvimento Pará dribla dificuldades para contribuir com a competitividade da região

16 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA norte ainda enfrenta al- gumas dificuldades para Fotos: Bruno Carachesti û Ocompetir com as demais û regiões do Brasil. Esse problema é resultado da precária infraestrutura do país quanto às questões de logís- tica, pelo menos é o que aponta o estudo realizado pela empresa Ma- crologística a pedido da Confede- ração Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Ação Pró-Ama- zônia (formada pelas Federações de Indústrias dos nove estados da Amazônia Legal: Acre, Ama- pá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. De acordo com a pesquisa, os estados do norte, assim com o Ma- ranhão e Mato Grosso, possuem grandes empecilhos ligados à infra- estrutura e qualidade de logística, OODeivison Azevedo é um dos empresários que enxergam na logística um dos que podem ser solucionados com a entraves do Pará, somente possível de solucionar com mais investimentos criação de novas vias de escoamen- to, como a hidrovia Juruena-Tapa- jós e ainda melhorias em rodovias como a BR-364 e a Belém-Brasília ca a economia e por conta disto, (BR-153). “O estudo demonstrou Entraves o estado se desenvolve de manei- que se os projetos identificados fo- logísticos são ra muito mais lenta”, afirma o di- rem implantados, a região pode ter retor executivo da empresa C5 Lo- uma diminuição do custo logísti- prejudiciais à gística, Deivison Azevedo. Segun- co em quatro bilhões de reais por do ele, a logística do país precisa ano”, comenta o engenheiro civil e indústria de atenção, pois somente por meio consultor da empresa Macrologísti- Enquanto as obras ainda não dela será possível desenvolver a ca, Renato Pavan. estão prontas, muitas empresas e região de forma mais integrada. Até 2020, está prevista a reali- até mesmo pequenos negócios es- “Qualquer país desenvolvido pos- zação de 87 obras emergenciais no tão reféns das atuais condições de sui um sistema eficiente de logísti- norte e nas demais regiões do país. transporte do país, pois muitos ca e transporte. Eles levam muito a Esses investimentos totalizam 30 deles utilizam o transporte rodo- sério essa área, principalmente na bilhões de reais, sendo 17 oriundos viário. “Essa deficiência prejudi- hora de investir”, ressalta. de cofres privados.

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 17 INVESTIMENTOS_LOGÍSTICA

o estado que mais tem a ganhar a partir da execução de obras de logís- tica. Nos próximos anos, entraves como a derrocagem do Pedral do Lourenço e do eixo Juruena-Tapa- jós, assim como a dragagem do Ca- nal do Quiriri e a conclusão das fer- rovias Açailândia-Barcarena e Cuia- bá-Santarém deixarão de ser apenas projetos e passarão a integrar o sis- tema de escoamento do país. De acordo com o presidente da Companhia de Portos e Hidrovias do Estado do Pará (CPH), Abraão Benassully, o Governo do Estado vem adotando medidas para viabili- zar novas alternativas de transporte e desenvolver o modal hidroviário do Pará e, consequentemente, da re- gião. “Observamos que existe uma grande demanda em termos de in- fraestrutura, aqui e nas outras regi- ões do país. Por isso, o governo vem trabalhando para viabilizar alterna- tivas como a derrocagem do Pedral do Lourenço (em Marabá), a rodo- OOAs hidrovias são uma opção inteligente para a indústria paraense, segundo via Tocantins-Araguaia para escoar Abraão Benassully a produção do Mato Grosso, entre várias outras obras”, conta. As demandas da empresa estão que teremos um grande crescimen- concentradas em sua maioria na re- to econômico nos próximos 10 gião norte. Para transpor as dificul- anos. Temos os portos saindo dos Potencial dades, que não são poucas segun- papéis e bilhões investidos aqui nos do Azevedo, a empresa conta com próximos cinco anos. Há tempos o hidroviário o modal hidroviário para entregas Pará se configura como a melhor O transporte hidroviário do Pará interestaduais e com o modal ro- rota comercial do Brasil junto ao tem um alto potencial para fortale- doviário para entregas pelo Brasil mercado internacional”, finaliza. cer a competitividade da região. De afora. “Estou confiante e certo de De toda a região norte, o Pará é acordo com o presidente da CPH,

18 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA para que esse transporte funcione ção, podemos dizer que o terminal do atraia novos investimentos, que plenamente é necessário fazer in- rodoviário funciona como um ae- consequentemente, irão melhorar a vestimentos em infraestrutura por- roporto. O estado constrói esses es- qualidade de logística de toda a re- tuária, que implicam na construção paços e as empresas, que nesse caso gião. “A mineração tem uma logís- de novos portos e terminais para são as companhias aéreas, se insta- tica sustentada na ferrovia de Cara- expandir a integração do Pará com lam para poder operar”, esclarece. jás e no porto de São Luís. Com a os demais estados. “Quando cons- A regulamentação e fiscalização ampliação da produção de minério truímos algo aqui, acabamos bene- dos serviços prestados pelas em- em Carajás, será necessária uma es- ficiando a região como um todo. É presas em questão ficam sob a res- trutura maior do que a que se tem uma via de mão dupla”, esclarece. ponsabilidade da Agência Nacional hoje, tanto em ferrovias quanto em Atualmente, a CPH está envol- de Transportes Aquaviários (AN- portos. Abre-se uma janela de opor- vida na construção de dois grandes TAQ) e da Agência de Regulamen- tunidade”, afirma o secretário da terminais hidroviários, um em Be- tação e Controle de Serviços Públi- Secretaria de Estado de Infraestru- lém e outro em Bragança. “Estamos cos do Estado do Pará (ARCON). tura do Pará (SEINFRA), Vilmos da prestes a inaugurar o terminal ro- Com o crescimento do sistema hi- Silva Grunvald. doviário de Barcarena, que terá um droviário, há expectativas de dis- Os investimentos já começaram fluxo mensal de 40 mil pessoas”, ponibilizar alternativas de locomo- e estão voltados para a recupera- afirma Benassully. Além de Barca- ção para diminuir o uso excessivo ção dos principais eixos rodoviá- rena, municípios como Curuçá, São do modelo rodoviário, que é a prin- rios que interligam Belém aos de- Sebastião e Itaituba também recebe- cipal rota de transporte do país. “O mais municípios do estado. “Tam- rão investimentos em portos e ter- transporte hidroviário é muito mais bém estamos recuperando vários ei- minais. “O desenvolvimento do es- barato do que o rodoviário, mes- xos, como a rodovia que liga Belém tado acontece no momento em que mo assim, boa parte das mercado- à Marabá, a Alça Viária, a rodovia a gente faz a integração entre uma rias ainda é transportada por carre- da Calha Norte, a BR-255 e a PA- cidade e outra por meio do modal tas e isso faz com que o preço final 150”, afirma. hidroviário”, avalia o presidente. dispare”, comenta. Além disso, o Estado está empe- Os portos de pequeno porte, que nhado nas negociações da constru- estão exclusivamente sob a compe- ção do canal do Panamá, em Vila tência da CPH, também estão ga- Economia do Conde, que transformará o Pará nhando atenção. Segundo Abraão em uma alternativa para o escoa- Benassully, a estimativa é de que mineral pode mento de mercadorias para o exte- nos próximos anos seja realizado impulsionar rior. “A partir disso, o estado se co- “um investimento de 18 milhões de loca à disposição como espaço de reais em obras civis e navais”. Além investimentos integração dos nossos centros de da construção de portos, o governo Por possuir as duas maiores ja- produção aos mercados internacio- está adotando medidas para que os zidas de minérios do mundo, o nais”, esclarece Grunvald. empresários do setor se sintam atra- Pará faz da mineração uma de suas Estima-se que estes investimen- ídos para atuar na estrutura ofere- principais atividades econômicas. tos girem em torno de um bilhão cida. “Em uma pequena compara- Esta influência permite que o esta- de reais.

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 19 SEGREDO_INDUSTRIAL

OOReginaldo da OORicardo Figueiredo, Silva, da Skyline da Alubar Nós fazemos o que ninguém faz Por trás do sucesso de toda empresa está o detalhe que torna o seu produto único: o segredo industrial. Conheça as estratégias das companhias para manter essas informações em segurança.

m 1976, seria difícil ima- do seu processo criativo um dos renciar um produto de outro é bem ginar que uma experiência mais bem preservados da atualida- maior, pequeno detalhes do pro- Econcebida em um dormitó- de (veja mais no box da página 23). cesso de produção parecem ser ain- rio de uma faculdade da Califór- Em meio a mercados cada vez da mais decisivos e, por isso, não nia (EUA) fosse a origem de um mais concorridos, esse controle da são de domínio geral, mesmo para dos maiores grupos empresariais informação tem se tornado priori- aqueles que trabalham nas empre- do mundo. Os anos que se segui- dade para as empresas. Em muitas sas. Essa é uma das políticas da ram à invenção do Apple I, pro- delas, a estratégia faz surgir o segre- Companhia Paraense de Refrigeran- jeto de computador dos então jo- do industrial, que é toda proprieda- tes (Compar), empresa do Grupo Si- vens Steve Jobs e Steve Wozniak, de intelectual da companhia manti- mões, que iniciou a produção de re- firmaram a Apple como líder glo- da sob sigilo. frigerantes da marca Coca-Cola em bal em inovação, tecnologia e tam- No ramo de alimentação, em Belém no mesmo ano em que Steve bém em confidencialidade, tornan- que a capacidade do cliente de dife- Jobs criava seu protótipo: 1976.

20 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA OOAristarco Neto, do Grupo Simões

Considerada uma forma de res- ros, manual de procedimentos, pro- guardo da propriedade intelectu- cessos, sistemas e salários”, lista o A violação do segredo al, a confidencialidade é associada presidente. profissional também aos princípios de gestão do grupo. Existem várias formas de esta- Na prática, este “valor” institucio- belecer os limites de interação en- constitui crime, cuja pena naliza uma proteção para evitar a tre empregados e os segredos in- é de detenção, que varia utilização indevida de documentos dustriais. As cláusulas de confiden- de três meses a um ano, e dados da companhia. Dessa for- cialidade em contratos comerciais, ma, entende-se que marcas, maqui- industriais e de trabalho são um ou multa. E por ser um nário, tecnologia, conceitos, pla- exemplo citado por Eduardo Au- ato ilícito, o empregado nos, fórmulas industriais e informa- gusto Brito, advogado e sócio do ainda pode responder por ções sobre as atividades são bens de escritório Silveira, Athias, Soriano propriedade privada, como expli- de Mello, Guimarães, Pinheiro & danos morais e materiais ca Aristarco Neto, presidente das Scaff Advogados. causados ao empregador.” Empresas do Grupo Simões. “Esse Essas cláusulas são um modo de Eduardo Augusto patrimônio não pode ser utilizado garantir que o empregado não uti- Brito, advogado pelo colaborador com o objetivo lize indevidamente informações es- de obter vantagens pessoais nem ser senciais do processo produtivo de fornecido a terceiros. A diretriz está seu empregador. “Em um contrato política que não pode deixar brecha documentada no Código de Ética, de trabalho, quebrar a cláusula de para falhas, episódios que, segundo que é divulgado a todos os colabo- confidencialidade pode configurar Aristarco Neto, nunca ocorreram radores”, relata. falta grave. A própria CLT, em seu na história da Compar. “A política No dia a dia das fábricas, o ní- art. 482, alínea ‘g’, estabelece que de confidencialidade reflete da eta- vel de acesso que o funcionário tem a violação de segredo da empresa pa de produção à venda do produ- em relação às informações confi- constitui justa causa para a rescisão to, contribuindo no padrão de as- denciais sobre o negócio depende do contrato de trabalho”, esclarece seguração da qualidade e na exce- do cargo que ele ocupa. “Esse tipo Eduardo. lência operacional dos processos da de informação inclui dados sobre Assim como a padronização do empresa. O resultado é um produto produtos, estratégias de negócios, produto em grandes redes, o con- com excelente aceitação pelo públi- volumes de venda, dados financei- trole da informação também é uma co”, completa o presidente.

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 21 SEGREDO_INDUSTRIAL

Responsabilidade com o know-how adquirido Investindo em tecnologia, insta- lações e recursos humanos, as em- presas buscam alcançar patamares elevados de qualidade. A evolução dos processos que ocorre ao longo do processo também tem um valor estratégico e integra o know-how da companhia. Quando se fala de segredo in- dustrial, é esse o conceito adotado pela Alubar Metais e Cabos, fabri- cante de vergalhões e cabos elétri- cos de alumínio localizada em Bar- OOA Compar, em Belém, adota os padrões internacionais da marca Coca-Cola carena (PA). Para além dos procedi- mentos documentados, cujo acesso também é restrito a funções especí- ficas, o modo de fazer ainda consis- nhecem as políticas referentes à se- nos e vazamento de informações”, te na propriedade intelectual mais nhas, uso da internet e de dispositi- conclui Paulino. relevante. “Os segredos que nós te- vos de armazenamento (pen drives mos são de processos, técnicas que e HDs externos), e-mails e todo o conseguimos desenvolver com o domínio intelectual da empresa dis- Treinamento tempo e que nos levam a uma qua- ponível em plataformas digitais. Em lidade diferenciada diante dos nos- tempos de facilidade de acesso mó- na fonte sos concorrentes”, comenta Ricar- vel à rede, uma das preocupações No setor de serviços, o aperfei- do Figueiredo, diretor executivo da também é com a conduta dos em- çoamento das técnicas de trabalho empresa. pregados nas redes sociais. É o que também está entre os principais di- A confidencialidade das infor- detalha Paulino Brito, coordenador ferenciais das empresas. Na Skyline, mações é um dos assuntos traba- de Tecnologia da Informação (TI) que atua em Belém nas áreas de fu- lhados com os empregados da fá- da fabricante de cabos. “Todos os nilaria, pintura e autoelétrica auto- brica, que também mantém políti- recursos de informática são forneci- motiva, uma das marcas da gestão cas restritivas quanto ao acesso e ao dos mediante orientação. É impor- é treinar os funcionários de acordo registro fotográfico e cinematográ- tante monitorar o que vem sendo com o padrão de serviço que vem fico em algumas áreas, quando da feito e sempre educar os emprega- sendo consolidado há 20 anos. presença de veículos de comunica- dos”, diz. “Durante três meses nós treina- ção. Apesar destes cuidados, Figuei- A cautela com as informações mos intensivamente os novos fun- redo ressalta que o segredo indus- que circulam digitalmente vai além cionários para que eles se adequem trial não é nenhuma fórmula mági- da proteção dos detalhes do negó- às diretrizes da empresa. Isso faz ca guardada em um cofre. “É todo cio. Um vírus de computador, por parte da estratégia: contratar pes- um processo que envolve equipa- exemplo, pode ser transmitido a soas sem experiências (e sem vícios mentos e pessoas, algo que a Alubar toda uma rede, prejudicando o an- de trabalho) para que aprendam a investiu para alcançar e não quere- damento de processos importantes executar o serviço do nosso modo”, mos entregar facilmente para nin- até na área operacional. “É por isso afirma Reginaldo Costa da Silva, guém”, defende o diretor. que quem trabalha na área de TI sócio-proprietário da Skyline. Outro enfoque da companhia tem que ter a mente aberta e tentar Antes da contratação, as referên- é na segurança da informação nos sempre estar atualizado. Temos que cias pessoais são levadas em conta. meios virtuais. Já na etapa de inte- aprender com os nossos erros e os “Gostamos de trabalhar com pes- gração, os novos funcionários co- de outras empresas para evitar da- soas em que possamos confiar, por

22 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA aApp empresal deo:s segredos Não é de se admirar que os lançamentos dos produtos Apple sejam sempre acompanhados de tantos rumores e especulações. Com as informações sobre o que vem sendo produzido sob a classificação “Top Secret”, saber de algo relevante antes da hora é difícil até para quem trabalha na empresa. A lista de precauções é grande e alguns exemplos são a troca regular das fechaduras das salas de armazenamento de dados; a segurança reforçada para os empregados que possuem um nível maior de informação sobre lançamentos futuros e até a estratégia de testar os novos engenheiros de produtos em projetos falsos, até que se adquira confiança suficiente para que sejam alocados em projetos reais. De todo modo, tais precauções fazem mais do que manter os dados sigilosos longe da concorrência. Aparentemente, a pouca informação aguça a curiosidade dos consumidores, isso em todo o processo existe mui- tornando os produtos Apple alvo ta conversa. Eles sabem que o co- de grande expectativa no mundo nhecimento que recebem aqui deve inteiro. Afinal, quem sabe qual ficar dentro da empresa”, comple- será a tecnologia da vez? ta Reginaldo, que frisa também a importância dessa prática para o Fonte: site TecMundo resultado final. “É nosso diferen- Fotos da matéra: Bruno Carachesti, A lubar e Grupo S imões û cial no mercado e tudo culmina na û qualidade do atendimento ao clien- te. Queremos que ele saia satisfeito sempre”, finaliza.

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 23 proposta_licenciamento

Fôlego e mais rapidez para o licenciamento ambiental Indústria apresenta proposta de melhorias para o processo, que é um dos obstáculos do desenvolvimento econômico do setor

licenciamento ambiental e intenção é contribuir para um cres- o seu processo burocráti- cimento efetivo da economia, um Oco é uma das grandes di- dos principais desafios do segmen- ficuldades enfrentadas pela indús- to industrial brasileiro. tria brasileira e pelos novos inves- A sugestão busca adequar as tidores. A fim de aperfeiçoar e dar normas aplicadas em todo o terri- maior agilidade a esse processo, o tório nacional, conferindo maior se- setor, a partir da Confederação Na- gurança jurídica ao processo. “Tra- cional da Indústria (CNI), elaborou ta-se de uma contribuição que se a sua proposta para o aprimora- propõe a aperfeiçoar o atual ins- mento do documento ambiental. A trumento de licenciamento, promo-

24 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA A demora na conclusão das análises de processos é, com certeza, a maior dificuldade no trâmite de licenciamento ambiental no estado.”

RONALDO LIMA, GERENTE EXECUTIVO DO IBRAM

derações de indústria e trabalhos tar do aperfeiçoamento do licencia- em GTs nos Coemas/CNI, e levan- mento ambiental no Pará. Ele des- tou dados e opiniões sobre os pro- tacou também que a concentração cedimentos ambientais nos estados do Sistema Ambiental no Pará é ir- Foto: divulgação I bram

û brasileiros”, explica Deryck Mar- racional e revelou que não é fácil fa- û tins, secretário-executivo do Con- zer gestão em um estado dessa di- selho Temático de Meio Ambiente mensão. “A solução é descentrali- (CTMA) da Fiepa. zar a gestão e repassar aos municí- O documento traz um conjun- pios essa responsabilidade. Os ges- to de 21 propostas. Está dividi- tores municipais precisam tomar do em três eixos principais: Estru- essa responsabilidade para si e co- tura e Gestão, Procedimentos e Es- brar do Governo do Estado esse di- tudos, e Instrumentos de Planeja- reito que cabe a eles”, defendeu. mento, abordando temas que en- Colares ressaltou que as propos- volvem processo, instrumento de tas apresentadas pela CNI coinci- planejamento, estudos ambientais dem com os seus anseios. “O do- e audiências públicas, compensa- cumento cria oportunidades de en- ção ambiental, Lei Complementar tendimento com o setor privado. E é nº 140/2011, instrumentos de mo- assim que eu penso. Precisamos en- nitoramento, relação com outras frentar essa discussão juntos. Todos OOPara Ronaldo Lima é hora de discutir a políticas, particularidades regionais queremos a simplificação e a moder- proposta da indústria junto aos órgãos do e principais problemas enfrentados nização dos procedimentos, a limpe- governo pelo empreendedor no processo de za dessas teias normativas desneces- licenciamento. sárias e o uso da tecnologia a favor vendo a competitividade industrial “Precisávamos conhecer os de- da agilidade e segurança dos proces- e o aproveitamento das vantagens safios que os empreendimentos en- sos, a partir da informatização inte- comparativas do país, em termos frentam nos diferentes estados bra- grada entre o município, o estado e de disponibilidade de recursos na- sileiros. A pesquisa veio então apon- o Governo Federal”, destaca. turais, com a conservação dos ecos- tar os principais problemas relacio- Na opinião de Ronaldo Lima, sistemas”, explica Shelley Carneiro, nados ao licenciamento ambien- gerente executivo do Ibram Amazô- secretário-executivo do Conselho tal estadual, na visão dos represen- nia, a pesquisa que originou o docu- Estadual de Meio Ambiente (Co- tantes da Federações das Indústrias. mento foi muito bem estruturada, ema) e gerente executivo de Meio Foram esses dados que nos ajuda- sendo capaz de apontar os entraves Ambiente da CNI. ram a construir a proposta para a e as particularidades do processo de O documento já foi entregue à melhoria nos processos, visando licenciamento ambiental no Brasil. ministra do Meio Ambiente, Iza- torná-lo mais ágeis e eficientes”, Ele propõe agora que uma segunda bella Teixeira, e agora vem sen- disse Shelley Carneiro, secretário- etapa de divulgação e discussão jun- do debatido nas reuniões regionais -executivo do Coema e gerente exe- to aos órgãos de governo seja pla- do Conselho de Meio Ambiente da cutivo de Meio Ambiente da CNI. nejada. “Precisamos agora conver- CNI. Em Belém, a 11ª reunião do O secretário de Meio Ambien- gir, no sentido de melhorar o sis- Coema Regional Centro-Norte foi te do Estado, José Alberto Colares, tema de licenciamento ambiental, realizada na Fiepa, em outubro des- afirmou durante a reunião do Coe- com intuito de dar mais celeridade te ano. “A proposta da indústria ma Centro-Norte que vai conside- e eficiência, proporcionando a me- para o licenciamento é resultado de rar a proposta da indústria como lhor proteção ao meio ambiente”, uma pesquisa realizada junto às fe- base para as discussões que vão tra- ressaltou.

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 25 SpErNAopoI_PstaAN_lIFICiceAnÇciÃOamento

por exemplo”, ressalta. rência para elaboração de Estudos Pará Ronaldo Lima diz que a demo- de Impacto Ambiental (EIA), defi- No estado do Pará, alguns dos ra na conclusão das análises de pro- nição de modelos de parecer técnico principais problemas enfrentados cessos é, com certeza, a maior difi- baseado em técnicas de avaliação de pelo setor empresarial em relação culdade no trâmite de licenciamen- impacto e sistematização dos proce- ao Licenciamento Ambiental estão to ambiental no estado. Para ele, dimentos de vistoria. ligados aos altos custos, demora e tal demora é decorrente de vários Ele diz ainda que, além de uma excesso de burocracia para a obten- fatores, tendo a burocracia inter- melhor interação com outros ór- ção das licenças, problemas que ge- na como o principal deles. “Outros gãos que interferem no processo, é ralmente atrasam ou inviabilizam a fatores também interferem como a preciso reaparelhar o órgão de ges- implantação do projeto. falta de procedimentos de condu- tão ambiental do Estado, que hoje é Uma das propostas mais signifi- ção e fluxo de processo, falta de de- deficiente. “Precisamos não só mu- cativas apresentadas no documen- finição de procedimentos de análi- dar sua estrutura interna e equipa- to diz respeito aos procedimentos, se, tanto jurídica quanto técnica, es- mentos de suporte, mas sim investir como a criação de um balcão úni- tudos ambientais deficientes, além na capacitação e valorização. Tudo co para o Licenciamento Ambien- da falta de sincronismo com outros isso facilitaria o processo de licen- tal, que concentre os procedimentos atores que fazem parte do processo, ciamento e diminuiria o tempo de administrativos necessários para a como o Departamento Nacional de análise”, analisa Ronaldo. emissão das licenças. “Essa medida Produção Mineral (DNPM), a Fun- Segundo Colares, os pré-requi- vai evitar que o empresário perca dação Nacional do Índio (FUNAI), sitos e a burocracia para obter li- tanto tempo com diversos procedi- a Agência Nacional das Águas cenciamento são tão grandes que a mentos burocráticos, hoje distribu- (ANA) e os Ministérios Públicos”, Sema acaba assumindo problemas ídos em diversos setores”, explica ressalta. que não deviam ser dela. Ele con- Luiz Moura, presidente do CTMA/ Para Lima, a solução poderia vir ta que em 2012, em um só departa- Fiepa. com a definição de procedimentos mento da Sema, 2.175 processos fo- Moura faz questão de ressaltar internos mais ágeis e eficientes do ram recebidos e destes, 932 foram que o setor industrial não quer des- órgão ambiental do Estado para o notificados. “Quase todos esses ca- qualificar o processo de licencia- processo de licenciamento ambien- sos são processos com documentos mento. “A indústria quer ser parcei- tal, incluindo ações como a revisão incompletos, imóveis não regulari- ra. Atuar junto com o poder públi- do fluxo interno de condução do zados, falta de alvará da prefeitura. co na superação de entraves que são processo de licenciamento, a revi- Problemas jurídicos que nada de- inerentes ao licenciamento ambien- são e construção de termos de refe- pendem da Sema”, exemplifica. tal. O processo da legalidade é bu- rocrático demais. As propostas que- rem modificar, simplificar os pro- cessos atuais, para que se tornem de fato efetivos”, diz o presidente. Para o secretário de Meio Am- biente ainda há muitos entraves no processo de licenciamento ambien- tal do Pará, principalmente o da A descentralização concentração da gestão ambiental do estado inteiro em Belém. “A des- do processo ambiental centralização do processo ambien- e a estruturação dos tal e a estruturação dos municípios municípios para que para que possam licenciar empre- endimentos de maior porte, essen- possam licenciar ciais ao desenvolvimento local, são empreendimentos de medidas urgentes. A Sema preci- maior porte são medidas sa se concentrar em licenciamentos urgentes.” de grande complexidade. Não pode continuar a perder um tempo enor- JOSÉ ALBERTO COLARES, SECRETÁRIO me licenciando postos de gasolina, DE MEIO AMBIENTE DO ESTADO

26 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA Colares admite que a Sema pre- dos pela Sema no Pará e as soluções tos Especiais. “Esses são apenas al- cisa de uma melhor estruturação in- que o secretário vê para o problema, guns avanços que, aliados a propos- terna, modernização e simplificação ele ressalta o projeto de reestrutura- ta que vamos discutir no Conselho dos processos, inclusive na contra- ção da Sema, já aprovado pela Pro- Estadual de Meio Ambiente (Coe- tação de mão de obra. “Tudo pas- curadoria Geral do Estado (PGE) e ma) para estimular os municípios sa por um processo lento de licitação agora em vias de aprovação na Se- a exercer sua autonomia, podem e uma série de outras burocracias cretária de Estado de Administração contribuir muito para as melhorias que acabam emperrando o processo, do Estado do Pará (Sead), a finaliza- do processo de Licenciamento Am- mas continuar recebendo esse volu- ção de contratação para o Sisflora biental do Estado. Eu tenho certe- me enorme de documentos e estudos II, a criação dos Institutos de Biodi- za que desta forma, nós vamos tra- incompletos, sem uma avaliação pré- versidade e de Água, as superinten- balhar melhor e garantir cada vez via, é inviável”, analisa o secretário. dências de Licenciamento Ambien- mais a competitividade das empre- Entre os avanços já conquista- tal e Mudanças Climáticas e Proje- sas”, analisa o secretário.

Conheça as duas principais propostas de cada eixo apresentadas pela indústria

Estrutura e Gestão Procedimentos Estudos e Instrumentos • Fortalecimento dos órgãos • Aprimoramento do sistema de de Planejamento ambientais de todos os entes licenciamento ambiental, fortalecendo federativos, objetivando aprimorar o licenciamento prévio, com a definição • Elaboração de glossário de definições a estrutura e os quadros funcionais de modalidades diferenciadas ambientais, termos de referência, para atender as demandas do aplicáveis às diversas classificações anuais de estudos ambientais, notas licenciamento, bem como, reforçar dos empreendimentos e atividades, técnicas e outros documentos, seu papel de gestor no processo, possibilitando a simplificação de aprovados e publicados pelo órgão por meio da implementação de procedimentos e a redução das fases licenciador, com base na classificação mecanismos que assegurem melhor do licenciamento; dos empreendimentos e atividades, produtividade e desempenho; que orientem de forma clara, objetiva • Criação de um balcão único e conclusiva a realização do estudo • Informatização integrada de para o licenciamento ambiental exigido, garantida a participação do todo o processo de licenciamento que concentre os procedimentos setor empresarial envolvido; ambiental entre o órgão administrativos necessários para a licenciador e os órgãos envolvidos, emissão das licenças. • Uso efetivo de instrumentos assim como, entre os entes de planejamento que orientem, federativos, com o objetivo de simplifiquem e agilizem o racionalizar e dar celeridade aos licenciamento ambiental, bem como, procedimentos, garantindo os reduzam a subjetividade dos critérios sigilos protegidos por lei. Alguns que norteiam a emissão das licenças. mecanismos propostos são: a) criação de um portal eletrônico simplificado de licenciamento, disponível na rede mundial de computadores; b) bancos de dados que sejam a base de ferramentas de inteligência dos órgãos ambientais.

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 27 Prêmio_fiepa Jornalismo paraense em destaque Federação das Indústrias e patrocinadores premiam os profissionais da comunicação paraense que se destacaram em 2013

ualquer ação, iniciativa ou foram os grandes homenageados na projeto, independente da noite de entrega do prêmio, que Qnatureza, precisa de divul- ocorreu no dia 05 de dezembro, no nheiro & Scaff Advogados. gação para ser amplamente conhe- Hangar – Centro de Convenções e A segunda modalidade, que leva cido pela sociedade, o que pode ser Feiras da Amazônia, em Belém. Ao o nome do jornalista Raimundo viabilizado pelos veículos de comu- todo, foram distribuídas 19 honra- Pinto, definiu as melhores reporta- nicação. Na indústria paraense, na- rias nas três diferentes modalidades gens que tratavam de temas rela- turalmente, não é diferente. Maté- do prêmio. A primeira escolheu, cionados à indústria paraense. Já a rias publicadas nas mais diversas por votação do mercado de comu- terceira modalidade do Prêmio Sis- mídias (jornais, rádios, TVs e por- nicação, os melhores profissionais tema FIEPA de Jornalismo prestou tais na internet) podem repercutir indicados pelos veículos em 13 cate- uma merecida homenagem a dois de forma positiva no contexto in- gorias. Cada empresa de comunica- expoentes do mercado da comuni- dustrial do estado. ção teve a oportunidade de indicar cação paraense: o jornalista do Di- Foi pensando em reconhecer até três profissionais para represen- ário do Pará, Frank Siqueira, e Leni o importante trabalho dos profis- tar o veículo na disputa que ocorreu Sampaio, que se aposentou recente- sionais de comunicação – que tor- na internet. Esta modalidade abriu mente da chefia de reportagem da nam a informação um bem públi- espaço para todos os profissionais TV Liberal. co – e também divulgar os avanços que trabalham diretamente com a A iniciativa de realização da pri- e os gargalos para o desenvolvimen- comunicação: colunistas de notícia, meira edição do Prêmio Sistema to industrial do Pará, que o Sistema colunistas sociais, apresentadores, FIEPA de Jornalismo é da Federa- Federação das Indústrias do Estado locutores, produtores, editores, re- ção. A premiação recebeu o impor- do Pará (Fiepa) idealizou o Prêmio pórteres fotográficos, repórteres ci- tante apoio do Sindicato dos Jor- Sistema Fiepa de Jornalismo, que já nematográficos, repórteres de mídia nalistas do Pará (Sinjor-PA), bem nasceu como a maior premiação da impressa, de TV, de rádio, de web e como da empresa Hydro, e teve comunicação na Amazônia. blogueiros. Todo o processo de vo- a organização assinada pela Tem- Os melhores trabalhos jornalís- tação foi acompanhado pelo escri- ple Comunicação. Vale, Mineração ticos de 2013 e os profissionais que tório de advocacia Silveira, Athias, MRN, Sebrae e Governo do Pará mais se destacaram ao longo do ano Soriano de Mello, Guimarães, Pi- patrocinam o Prêmio.

28 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 29 Prêmio_fiepa

Homenageados da noite Os jornalistas Leni Sampaio e trabalhou também na Rádio Cultu- Frank Siqueira receberam das mãos ra e há 27 anos como assessora de do presidente da Fiepa, José Conra- comunicação da Secretaria de Esta- do Santos, a comenda de Personali- do de Agricultura (Sagri), onde per- dade da Comunicação. Os dois fo- manece até hoje. ram escolhidos pela federação com Também homenageado, Frank base nos três principais conceitos Siqueira ingressou no jornalismo preconizados pela premiação: quali- em 1967 quando tinha pouco mais dade, relevância e ética profissional. de 17 anos, como repórter setoriza- “Sinto-me realizada profissio- do da editoria de Esportes de O Jor- nalmente. Acho que o reconheci- nal da Região, em Andradina, São mento público do nosso trabalho Paulo. Fixou residência em Belém é a maior premiação que um pro- em 1975, passando a integrar o qua- fissional pode ganhar. Fiquei mui- dro de “A Província do Pará” como to feliz e lisonjeada com a esco- repórter, noticiarista e editor. Tam- lha da diretoria da Fiepa”, comen- bém foi chefe de reportagem da TV tou a jornalista Leni Sampaio, que Marajoara, trabalhou em O Libe- iniciou a carreira profissional em ral e teve experiências como asses- 1978, como redatora do departa- sor de imprensa no Banco Nacional mento de jornalismo, locutora no- da Habitação (BNH), em Rio Bran- ticiarista e repórter da Rádio Clu- co (AC) e na então estatal Compa- be do Pará. No fim de 1979 entrou nhia Vale do Rio Doce (CVRD) em para a TV Liberal, onde permane- Belém, de 1991 a 1995. ceu por 34 anos. Atuando inicial- Em 2007, iniciou sua trajetória mente como repórter, depois como no jornal Diário do Pará, onde per- editora, chefiou o Núcleo Regional manece até hoje. Como repórter es- (emissoras afiliadas do interior) e pecial, seu trabalho tem hoje como terminou na chefia de reportagem tema central a economia e seus des- durante 15 anos. Nesse intervalo dobramentos em áreas afins.

30 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA FOTO DOS PREMIADOS Fotos: Fábio P ina û û Premiados Na modalidade Personalida- tal ORM (Colunista Social); Die- de do Ano, mais de 33 mil pessoas go Feitosa, da TV Liberal (Repór- votaram nos três finalistas de cada ter Cinematográfico); Diogo Pu- uma das quatro categorias (TV, Rá- get, da TV Record (Editor); Edgar dio, Web e Impresso). O envolvi- Augusto Proença, do jornal Diá- mento e engajamento dos profissio- rio do Pará (Colunista de Notícia); nais da comunicação nas mídias so- Franssinete Florenzano, do Blog ciais foi uma surpresa aos diretores da Franssinete Florenzano (Blo- da Federação. “Ficamos surpresos gueiro); Irna Cavalcante, do jor- com o envolvimento de toda a ca- nal O Liberal (Repórter de Mídia tegoria neste primeiro ano do Prê- Impressa); Márcia Lima, da Rá- mio. Acompanhamos campanhas dio Liberal CBN (Produtor); Mar- pelas mídias sociais, o engajamen- quinho Pinheiro, da Rádio Liberal to dos colegas pedindo votos para CBN (Locutor); Nara Bandeira, os finalistas, enfim, foi bonito de ver da TV Record (Repórter de TV) e esse entrosamento dos profissionais Tarso Sarraf, do jornal O Liberal da comunicação”, destacou o presi- (Fotógrafo). dente do Sistema Fiepa, José Conra- Emocionado com o prêmio de do Santos. melhor locutor de 2013, Marqui- Levaram o troféu de vencedor nho Pinheiro falou sobre sua pai- na modalidade Personalidade do xão pelo jornalismo e pelo rádio. Ano: Amanda Pereira, da TV Libe- “Ser premiado como locutor do ral (Apresentador); Ana Paula Aze- ano e receber o troféu desta pre- vedo, do Diário Online (Repór- miação realizada pela Fiepa, uma ter de Web); Celso Freire, da Rá- instituição idônea e respeitada por dio Liberal CBN (Repórter de Rá- toda a sociedade, é uma emoção dio); Christian Emanoel, do Por- muito grande.”

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 31 Jornalista e grande aliado na cobertura de pautas econômicas e na divulgação dos temas Raimundo de maior interesse do estado, Raimundo Pinto foi um dos profissionais mais completos Pinto de sua geração. Atuante nos cadernos de economia, ele também foi um dos primeiros editores da revista Pará Industrial, o periódico empresta do Sistema Fiepa. Na modalidade Prêmio Especial Jornalista nome para Raimundo Pinto, foram premiados os melhores trabalhos divulgados pelos veículos premiação de comunicação no período de agosto de 2012 a agosto de 2013. Das 37 reportagens inscritas, um júri formado por representantes da indústria e profissionais da comunicação escolheu 12, indo as três melhores de cada uma das quatro categorias (TV, Rádio, Web e Impresso) para a disputa final.

IMPRESSO Fabrício Queiroz, autor da reportagem Logística Reversa – o bumerangue da produção industrial, veiculada na Revista Amazônia Viva, do Jornal O Liberal, foi o vencedor da categoria impresso. Os outros concorrentes foram o jornalista Ismael Machado, com a série de reportagens do Diário do Pará sobre a usina hidrelétrica de Belo Monte, e Moisés Sarraf e Tarso Sarraf, de O Liberal, com a matéria “Usina não garante energia em Tucuruí”.

32 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA rádio Quem também levou para casa o cheque de R$ 10 mil foi a TV jornalista Tatiane Helen Costa Na categoria TV, a grande vencedora foi a reportagem Eclusas Ociosas, Dias, repórter da Rádio Cultura produzida pela equipe da TV Liberal e veiculada no Jornal Nacional da Rede FM. Ela foi destaque com sua Globo. Alessandra Barreto, Fabiano Villela, Jeffersom Oliveira, Jorge Ladimar, matéria CAMTA – O sabor natural Ronaldo Pinheiro e Yuri Daniel saíram com o troféu e certificado na mão, além da Amazônia. Tatiane concorreu do valor de R$ 10 mil. A equipe concorreu com duas matérias inscritas pela com duas reportagens do jornalista Úrsula Vidal, do SBT: “Histórias da gente – FLORAPLAC” e “Ideias que jornalista Celso Freire, da Rádio transformam – FIPA 2013”, produzida em conjunto com os profissionais Patrícia Liberal CBN: “Indústria descobre Gonçalves e Marcos Wilson. o caroço de açaí: as vantagens do resíduo do fruto como matéria- prima e insumo para o segmento industrial paraense”, apresentada por Celso e Cira Vasconcelos Pinheiro; e a matéria “Senai desafia queda de empregos no setor industrial”.

WEB Na categoria Web, o trabalho premiado foi a matéria O mercado paraense do pão nosso de cada dia, do jornalista do Portal ORM, Bruno Magno. Ele disputou o prêmio com a matéria “Empresários do Pará reclamam de atraso em obra de hidrovia”, produzida pelo jornalista Ingo Müller e publicada no portal G1 Pará, e a matéria “Sem incentivo, indústria de cosméticos paraense não acompanha êxito do setor no Brasil”, da jornalista Karla Soares, veiculada no Portal ORM.

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 33 34 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 35 Carta do pará

3º Fórum Multilateral de síduos sólidos em gás, com o aque- cos. Compreendido como um pro- Negócios no Mercosul, cimento da matéria, sendo feita sem jeto de integração da América do Opromovido pela Federação a presença do oxigênio, por isso Sul, através das suas veias hidrovi- de Câmaras de Comércio e Indústria não produz emissões atmosféricas, árias que remontam ao século XIX, Venezuela/Brasil, reunido nos dias como a incineração. Esse gás pro- na grande e esquecida obra de Edu- 1 e 2 de outubro de 2013, no Hotel duzido, depois de filtrado, tem po- ardo Guimarães “A Navegação In- Hilton, em Belém do Pará, através der energético agregado, podendo terior do Brasil”, apresentada em da “Carta do Pará”, resolveu as se- ser usado em grupos geradores, tur- Paris, em 1869. guintes deliberações que serão enca- binas e caldeiras. minhadas às autoridades competen- V – que seja elaborada uma le- tes, nacionais e estrangeiras: III – que sejam priorizados estu- gislação uniforme do MERCO- dos na direção de haver um apro- SUL, onde os seus participantes I – que haja um aproveitamen- veitamento pleno das usinas hi- saibam as regras pré-estabeleci- to energético da biomassa residuá- droelétricas na Região Amazôni- das tanto judiciais, quanto extra- ria (energia de biomassa). Incentivo ca, utilizando-se da total capacida- judiciais, incluindo-se a mediação e a projetos de usinas de gaseificação de das suas águas, excluindo-se esta arbitragem. de biomassa residuária da Amazô- ideia hoje em vigor das hidroelétri- nia. Ex.: caroço de açaí, casca de cas a fio d’água, pois com o passar VI – que haja uma padroniza- castanha, casca de cupuaçu, restos do tempo, os problemas ecológicos ção de procedimentos aduaneiros e madeireiros e florestais, restos agrí- e econômicos serão muito maio- fronteiriços e sua consequente des- colas, etc. Essa tecnologia permite res e que as hidrovias e eclusas se- burocratização, além do investi- gerar energia de forma descentra- jam inseridas como compensação mento em infraestrutura logística, lizada, em comunidades isoladas e ambiental, como em alguns países portuária, aeroportuária, rodoviá- municípios que dependem do die- europeus. ria que é fundamental. sel, substituindo a fonte fóssil, po- luidora pela biomassa residuária. IV – proposta da grande Hidro- VII - que se facilite o acesso aos via Sul-americana, onde serão liga- organismos de financiamento, por II – incentivo a projetos e usinas das à Bacia do Prata, a Bacia Ama- parte das micro, pequenas e médias de aproveitamento energético de re- zônica e a Bacia do Orinoco, onde empresas. síduos sólidos urbanos através da haverá a integração dos países sul- tecnologia de pirólise, que não é in- -americanos, pertencentes ao MER- VIII – que haja um enquadra- cineração. A pirólise converte os re- COSUL ou outros blocos econômi- mento do setor de comércio, servi-

36 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA ços, como beneficiários da integra- lítico, entre as universidades e socie- prol de segmentos menos favoreci- ção internacional, usando a desone- dade civil organizada, com troca de dos das sociedades Latino-america- ração fiscal e tributária, deste rele- experiências e que sejam ouvidas, nas e do Caribe enquanto alimen- vante setor que tem função socio- discutidas e atendidas no âmbito do tação, nutrição, saúde e qualidade econômica de extrema relevância MERCOSUL. de vida. por sua participação acima de 60% do PIB dos países membros e dos XII – que seja implementado XIII – que sejam criadas a Bienal futuros participantes. plenamente o Acordo de Coope- de Artes Afro-Mercosul, o Instituto ração e Incentivo ao Turismo, fir- Cultural Internacional Afro-Merco- IX – que seja implantado, em es- mado nesta data, no âmbito do 3º sul, de nível superior, e o Grupo de pecial na região norte, um escritó- Fórum, por Federação de Câmaras Temas Afro no âmbito do MER- rio regional do BNDES, nos mol- de Comércio e Indústria Venezue- COSUL, para que a contribuição des dos existentes em sua estrutu- la/Brasil, Aregala Brasil – Associa- histórica das comunidades afro em ra organizacional, isonômica aos ção de Restauradores Gastronômi- nosso continente possam ter o de- de Recife (região nordeste) e São cos das Américas, Ingala Venezuela vido reconhecimento e participação Paulo (região sudeste), visando a – Instituto Gastronomico y Turis- no processo de integração. que esta relevante instituição dina- tico Latinoamericano, Assembleia mize a atração de investimentos de Legislativa do Estado do Amazo- Diante da síntese das manifes- nível regional e internacional, via- nas, União dos Parlamentares Sul- tações da Augusta Plenária des- bilizando o fomento à integração -americanos e do MERCOSUL e te Fórum Multilateral, entendemos econômica. Câmara de Comércio e Indústria que seja esta encaminhada às auto- do Suriname, que prevê a criação ridades competentes, a fim de que X – que sejam colocados em vo- e o desenvolvimento de festivais de haja conhecimento e vontade polí- tação no Congresso Nacional Bra- hospitalidade gastronômica com tica para adoções de medidas con- sileiro, em caráter de urgência, to- os países membros do MERCO- cretas e céleres que ecoem o clamor dos os acordos referentes à bitribu- SUL, a cooperação e implantação dos desejos dos participantes deste tação em tramitação e que corres- de uma rede de qualificação de es- Fórum Multilateral. pondam aos países membros do colas técnicas, faculdades e univer- MERCOSUL. sidades do MERCOSUL destinadas ao atendimento das áreas de turis- Belém do Pará, 2 de outubro de 2013. XI – que seja efetivado e incre- mo, gastronomia e hospitalidade e mentado o intercâmbio social e po- a organização de ações sociais em Aclamado por unanimidade.

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 37 PROGRAMA_DE INTEGRAÇÃO FIEPA Um gás na competitividade Programa da FIEPA qualifica empresas visando grandes investimentos no interior do Pará

estado do Pará deve receber, lificação das empresas locais, fazen- até 2016, mais de R$ 130 do com que se tornem fornecedoras Obilhões em investimentos, dos grandes projetos. “Quando agi- provenientes, em sua maioria, da ini- mos sabendo onde estão os recur- Foto: Bruno Carachesti ciativa privada. O levantamento foi û sos e em quais áreas eles serão apli- û feito pelo Sistema Federação das In- cados, podemos trabalhar de forma dústrias do Estado do Pará (Fiepa), mais clara com as empresas, a fim com o apoio da Rede de Desenvolvi- de, por meio das qualificações, tor- mento de Fornecedores (Redes), e di- ná-las competitivas. Nossa princi- vulgado na 3ª edição do Guia Pará pal intenção é que os recursos des- Investimentos 2012-2016. Desses re- ses grandes investimentos sejam in- cursos, que serão injetados nas mais ternalizados, promovendo o de- diversas regiões do território paraen- senvolvimento do Pará”, ressalta se, 77% já estão sendo ou serão apli- Conrado. cados fora dos municípios que fa- OOMarcel Sousa, coordenador da Redes É pensando estrategicamente zem parte da Região Metropolitana que a Fiepa vem intensificando sua de Belém, sinalizando que o grande atuação nas regiões oeste, sudoeste momento econômico do estado está dos em projetos desenvolvidos na e sudeste paraense, onde estão inse- no interior. Grande Belém e 24% na região do ridos importantes polos industriais. Os principais responsáveis por Tapajós. Nesta última, as empresas Por meio do seu Programa de Inte- essa perspectiva bilionária de recur- Alcoa, MRN – Novas Minas, Belo gração Empresarial, a Federação, sos são os grandes projetos que es- Sun - Ouro e o Consórcio Constru- com o apoio da Redes, trabalha le- tão se instalando por aqui. Juntos, tor de Belo Monte, que, sozinho, vando cursos, palestras, programas eles deverão gerar perto de 20.100 vai investir R$ 30 bilhões na cons- de qualificação e certificação em- novos postos de trabalho e mais trução da Usina Hidrelétrica, são os presarial aos empresários e investi- de 160 mil empregos diretos até os principais responsáveis por alavan- dores paraenses, tudo com o obje- próximos três anos. Da percenta- car a economia. Dentro desta re- tivo de criar um ambiente favorável gem total de investimentos, a maior gião, os municípios mais beneficia- para negócios e também de contri- parte será empregada na região do dos com os investimentos são Al- buir para o aumento de competiti- Carajás, com 53% dos recursos. tamira – onde está se instalando a vidade das empresas locais. A principal empresa instalada nos- Usina –, Santarém, Juruti, Óbidos, Os cursos de Selo da Qualidade, sa região é a Vale, que, só no Proje- Oriximiná, Terra Santa e Santarém. Gestão Empresarial, Cadastro, Cré- to S11D, em Canaã dos Carajás, in- Para o presidente da Fiepa, José dito e Cobrança, Gestão Financeira, vestirá R$ 24 bilhões para duplicar Conrado Santos, identificar o volu- Gestão de Pessoas e Empretec, são a produção de minério de ferro. me de recursos por região é funda- ministrados pelo Sebrae e Univer- Dos outros 47% restantes de mental para que seja possível tra- sidade Corporativa, da Associação investimentos, 23% serão aplica- çar as melhores estratégias de qua- Comercial do Pará (ACP), institui-

38 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA ções de referência em capacitação Projeto S11D, sendo responsável quantidade de fornecedores locais empresarial. “Atualmente temos pelo transporte de combustível e para atender a estes grandes empre- base em quatro municípios fora da abastecimento de geradores. endimentos, mas com a presença da capital (Santarém, Altamira, Mara- “A ação da Fiepa com a Redes Fiepa/Redes locado em nossa cida- bá e Canaã dos Carajás) e damos tem sido de suma importância para de, com certeza tornou-se possível suporte para mais 16 municípios. nós, até por ser uma instituição con- melhorar essa relação com os gran- Com esse trabalho de qualificação solidada e, por isso, abrir um leque des projetos”, avalia Alberto Batis- intensificado, conseguimos contri- de oportunidades para que outras ta de Oliveira, presidente da ACES. buir com o aumento da prestação empresas conheçam nossos serviços. As ações do Programa de Inte- de materiais e serviços das empre- Agora nós já entramos nos editais gração Empresarial também são sas locais. Hoje, 51% de todas as de licitações com muito mais con- avaliadas positivamente pela ges- compras realizadas pelos projetos fiança, pois hoje adquirimos mais tão estadual, pois com as qualifica- industriais são do próprio estado. experiência de como agir e quais ca- ções do empresariado local, os re- Isso representa um avanço no tra- minhos seguir, a partir dessas quali- cursos gastos pelos grandes empre- balho, nas inovações e soluções da ficações. Prestar serviços para uma endimentos com os fornecimen- Redes/Fiepa na gestão dos fornece- das maiores mineradoras do mun- tos de bens e serviços, antes busca- dores”, comenta Marcel Souza, co- do mostra que conseguimos passar dos de fora do estado, estão cada ordenador da Redes. uma confiança que é fundamental vez mais ficando no Pará e, conse- Desde o ano de 2000 a Fiepa, para qualquer empreendimento”, quentemente, gerando desenvolvi- por meio da Redes, já qualificou comemora Sousa. mento e riquezas. “Quando você mais de 2.200 fornecedores entre Atuando há quase setenta anos qualifica o fornecedor você o colo- cursos, palestras, assessorias, con- com o objetivo de qualificar o em- ca em condições de participar de li- sultorias e certificações. Uma das presariado paraense, a Associação citações, concorrências e ganhá-las. empresas beneficiadas com as ações Comercial e Empresarial de San- Com isso, ele ganha a oportunidade do Programa de Integração Empre- tarém (ACES) tem sido uma gran- de ampliar seu espaço físico e gera sarial foi a MRV Locação, situada de parceira da Fiepa na região oes- novos empregos. Isso é um ‘efeito em Canaã dos Carajás, que partici- te. Uma das ações conjuntas entre cascata’: você capacita, torna com- pou, no ano passado, do curso de as duas instituições foi a realização petitivo, ele ganha as concorrências, Selo de Qualidade. Segundo o pro- de palestra, em outubro, por um dos licitações, ele tem que expandir e a prietário da empresa, Evandro Sou- gerentes do BNDES de Brasília, ex- expansão gera emprego e renda, o sa, a qualificação rendeu um cresci- plicando como os empresários locais que traz benefício para o estado do mento imediato nos negócios, inclu- podem pegar financiamento para Pará”, analisa o secretário de Esta- sive fechando contrato com a Vale, expandir seus negócios. “Sabemos do de Indústria, Comércio e Mine- prestando serviços diretos para o que ainda precisamos avançar na ração (Seicom), David Leal.

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 39 DIREITOS_E DEVERES A responsabilidade penal da pessoa jurídica Incompatibilidades nas Leis brasileiras podem abrir precedentes para a penalização das empresas mesmo sem o envolvimento de uma pessoa física

responsabilidade penal adianta aplicá-las às pessoas jurídi- tida por decisão de seu representan- da pessoa jurídica é, se- cas, por serem incapazes de assimilar te legal ou contratual ou de seu ór- “Aguramente, o tema mais tais efeitos”, justifica o advogado. gão colegiado; (B) o crime deve ser problemático no âmbito da legislação Mesmo com todas as incompati- cometido no interesse ou no bene- criminal ambiental”, afirma o advo- bilidades estruturais existentes, pas- fício da empresa. Isso significa, se- gado Filipe da Silveira, associado do sou-se a se compreender ser possível, gundo Silveira, “a adoção da res- escritório Silveira, Athias, Soriano de no Brasil, a responsabilidade penal ponsabilidade penal da pessoa ju- Mello, Guimarães, Pinheiro e Scaff – da pessoa jurídica, a partir da dic- rídica por meio da teoria da dupla Advogados. A avaliação se baseia na ção do art. 225, §3º da Constituição imputação: para que a pessoa jurídi- estrutura do Direito Penal Brasileiro, Federal que estabelece que “as con- ca seja processada é necessário que fundamentado em uma concepção dutas e atividades consideradas lesi- também se demonstre quem é a pes- eminentemente humana da conduta. vas ao meio ambiente sujeitarão os soa física, vinculada à pessoa jurídi- “Somente o homem (pessoa física) é infratores, pessoas físicas ou jurídi- ca, responsável pelo ato criminoso, considerado capaz de cometer atos cas, a sanções penais e administra- além da demonstração de que o cri- lesivos suficientemente reprováveis e tivas, independentemente da obriga- me foi cometido no interesse ou no merecer a aplicação da pena. Isso sig- ção de reparar os danos causados”. benefício do ente moral”. nifica que o Direito Penal é fundado Silveira explica que a partir da no princípio da culpabilidade, o que leitura dessa norma constitucio- exige do ‘agente criminoso’, consciên- nal, compreendeu-se que as empre- a empresa falha, cia, vontade e capacidade de compre- sas poderiam ser responsabilizadas ensão do fato e de sua ação ou omis- criminalmente, o que foi posterior- ela paga são para que possa ser responsabiliza- mente regulamentado com o adven- Recentemente, o caso da Petro- do por um crime”, explica. to da Lei Ordinária nº 9.605/1998. bras – processo em tramitação – Assim, a pessoa jurídica, sendo A lei determina a responsabilida- chamou atenção sobre esse tema. um ente desprovido de consciência de penal do ente coletivo, estabele- Foi noticiada a existência de uma e vontade, não poderia ser conside- cendo os seguintes parâmetros: “as ação penal que foi ajuizada no esta- rada penalmente responsável, por pessoas jurídicas serão responsabili- do do Paraná contra a pessoa jurídi- não ser possível que pratique condu- zadas administrativa, civil e penal- ca, o presidente da empresa e contra tas tipicamente humanas. A empre- mente nos casos em que a infração o superintendente da refinaria. A sa “não possui capacidade de ação; seja cometida por decisão de seu re- acusação diz respeito a um suposto não age com culpabilidade (capaci- presentante legal ou contratual, ou rompimento de um duto em refina- dade mental de entender e de que- de seu órgão colegiado, no interesse ria situada no município de Araucá- rer) e nem com potencial consciência ou benefício da sua entidade”. ria, em 16 de julho de 2000, que te- da ilicitude (capacidade de entender Para que a pessoa jurídica seja ria provocado o derramamento de o caráter injusto de sua ação); como criminalmente responsabilizada, de- quatro milhões de litros de óleo cru, as penas têm a finalidade de prevenir ve-se obedecer aos seguintes crité- poluindo os rios Barigui, Iguaçu e crimes e reeducar o infrator, de nada rios: (A) a infração deve ser come- áreas ribeirinhas.

40 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 40 Contra essa acusação o presi- Teoria da dupla imputação: cisão do STF cria um perigoso pre- dente da Petrobras teria consegui- para que a pessoa jurídica cedente jurisprudencial, pois caso do uma ordem de habeas corpus seja processada é necessário esse entendimento venha a preva- para exclui-lo do processo penal, demonstrar quem é a lecer, será possível que se iniciem pois a denúncia não teria consegui- pessoa física, vinculada à processos contra empresas sem se do demonstrar a relação entre o va- empresa, responsável pelo investigar sobre a responsabilida- zamento e sua atuação como ges- ato criminoso, além de provar de individual (subjetiva) da pessoa tor da empresa. De igual forma, que o crime foi cometido no que determinou ou de fato praticou também por habeas corpus – julga- interesse do ente moral. o crime, permitindo-se, a partir dis- do no Superior Tribunal de Justiça so, a responsabilidade penal objeti- (STJ) –, o superintendente obteve tituição do Brasil não estabelece ne- va que, como já visto, é proibida no pronunciamento judicial favorável nhum condicionamento ou critério direito brasileiro”, alerta Silveira. a sua exclusão do processo. para a fixação da responsabilidade Para se proteger, o advogado “Por conta disso, o STJ, ao ve- penal da pessoa jurídica, razão pela orienta que todas as empresas de- rificar que as pessoas físicas envol- qual a teoria da dupla imputação vem adotar um modelo de com- vidas no caso haviam sido excluí- adotada pelo Superior Tribunal de pliance (regras de conduta), espe- das do processo penal, determinou Justiça não poderia limitar o conte- cialmente em sua operação. Quan- o trancamento da ação em relação údo do texto constitucional. to mais claros e objetivos forem es- à empresa, pois para que a pessoa Assim, o Recurso Extraordiná- ses conjuntos de disciplinas para fa- jurídica seja processada pela prática rio foi julgado parcialmente pro- zer cumprir as normas legais e regu- de um ilícito penal é necessário que vido para que a ação penal movi- lamentares, mais fácil será determi- também se demonstre quem são as da pelo Ministério Público Fede- nar quando ocorre uma ação crimi- pessoas físicas vinculadas à pessoa ral possa ser iniciada contra a pes- nosa desvinculada da atividade da jurídica responsáveis pelo ato crimi- soa jurídica, sem que seja necessá- empresa, permitindo assim um me- noso, além da demonstração de que rio apontar quem seria a pessoa físi- lhor prognóstico na sua defesa cri- o crime foi cometido no interesse ou ca que determinou o cometimento minal. “Imagine-se, por exemplo, no benefício do ente moral”, anali- da infração. “Observe-se, portan- um gerente de operação que, para sa Silveira. to, que ainda não houve condena- executar uma determinada tarefa, Contra a decisão do Superior ção da empresa. O Tribunal Consti- desobedece os conjuntos de discipli- Tribunal de Justiça, o Ministério tucional apenas permitiu que a ação na estabelecidos pela empresa, para Público Federal interpôs Recurso penal fosse iniciada contra uma pes- facilitar seu dia a dia. A partir des- Extraordinário (RE) nº 548.181 no soa jurídica sem que o órgão acusa- se fato é possível afastar a responsa- STF, o qual foi distribuído para a dor estivesse obrigado a dizer quem bilidade penal da empresa já que a Ministra Rosa Weber, da 1ª Turma. seriam as pessoas físicas envolvidas decisão que levou ao ato ilícito de- Ao julgar esse recurso a 1ª Turma no evento supostamente crimino- correu de um posicionamento indi- do STF, por maioria de votos, en- so”, atenta o advogado. vidual e desvinculado de um cola- tendeu que o art. 225, §3º da Cons- “Cumpre salientar que essa de- borador”, exemplifica.

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 41 artigo_exportação artigo_comunicação

dente incremento na balança comercial. As dificuldades do A administração do ministro Mantega tem tenta- Comércio Exterior do reverter essa conjuntura industrial de índices de Brasileiro baixo crescimento com medidas de incentivo ao con- sumo através da desoneração da folha de pagamen- Marcelo Alexandre Silva Filho to, redução dos juros para algumas indústrias e seto- Estagiário FIEPA e estudante de Relações Internacionais na Universidade da Amazônia res, além da desoneração de alguns impostos do PIS, IPI e Confins. No entanto, as medidas ainda não são suficientes para alavancar um crescimento estável na indústria, quando ainda temos uma das cargas tribu- tárias mais pesadas do mundo, sem esquecer de men- O potencial de exportação brasileira, em termos cionar que a infraestrutura de escoamento da produ- de valores exportados, teve acréscimo de aproxima- ção encontra-se insuficiente e incapaz de atender às damente 0,3% no mês de outubro, em detrimento do necessidades de crescimento do país e das demandas mesmo período do ano de 2012. A mesma fonte in- internacionais. forma que a atual expansão do superávit brasileiro se Essa realidade, portanto, deve ser revertida com o deve às vendas de produtos básicos, como a soja (em intuito principal de agregar valor ao produto nacio- especial a moída), minério de ferro, carne de frango, nal, verticalizando a produção industrial dentro dos bovina e suína, etc. Já, perante o acumulado dos me- setores estratégicos. As melhorias na infraestrutura ses janeiro/setembro de 2013, as remessas de bens ao econômica – incluindo transporte (logística), - exterior concentram-se nos industrializados (49,6%), municações e energia –, a fim de conferir maior sus- porém esse equilíbrio tende a favorecer os bens bá- tentabilidade econômica e, concomitantemente, alte- sicos que apresentam crescente participação (48,1%) rar o modelo de inserção do país na economia globali- nas exportações brasileiras. Apesar de ainda conse- zada, não podem ser esquecidos. Além desses aspectos guirmos resultado positivo na balança comercial, a internos, é extremamente relevante observar quais são mesma não nos oferta segurança competitiva no mer- as limitações externas, em matéria de cooperação eco- cado internacional. nômica, que estão prejudicando a expansão e o apro- A abertura do mercado brasileiro ao fluxo de in- fundamento da produção brasileira. O pragmatis- vestimentos externos diretos e às importações de bens mo comercial deve estar presente durante as negocia- de consumo e de capital, acarretando a falência ine- ções diplomáticas, especialmente dentro do âmbito do vitável de inúmeras indústrias nacionais, foi bastante Mercosul. recente, ainda na década de 1990. Não podemos sim- plesmente culpar esse processo, tão benéfico para a trajetória de inserção da economia brasileira no mer- cado internacional. Entretanto, o processo de incenti- vo às indústrias para o aumento de sua competitivida- de interna e externa, foi a priori introduzido muito ra- pidamente, ignorando a fase de adaptação das empre- sas à nova conjuntura. Veja os exemplos das potên- cias emergentes asiáticas, mais especificamente a Co- reia do Sul nos anos 1970, 80 e 90, nos quais a pro- teção às indústrias foi sendo retirada paulatinamen- I lustração: A ntonio M achado û te, até que elas estivessem preparadas para enfrentar o û mercado internacional. Postura essa que a política in- dustrial brasileira distorce, fornecendo subsídios du- rante décadas sem implicar em ganhos relativos para a indústria nacional em termos de competitividade. Logo, a desindustrialização, pegando carona nos altos preços das commodities e na demanda chinesa, tende a ser uma realidade corrente diante ao fraco e depen-

42 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA artigo_comunicação

Ouvir é a melhor estratégia para sua é “como podemos ser relevantes para nosso público?”. Mas calma. Antes de sair respondendo é preciso ouvir. marca nas redes sociais Praticar o que o marketing digital vem chamando de so- Alex Ramôa cial media listening (ou monitoring) é fundamental para coordenador de Criação na Temple Comunicação e Inteligência Social não confundir o que você e seu time acham importante com o que o público de sua marca realmente valoriza e quer/precisa saber de sua empresa, produto ou serviço. Social media listening são práticas de acompanha- mento, medição e gestão que ajudam a identificar o que Uma marca não é mais o está sendo dito sobre a marca ou mercado a partir de que nós dizemos que é, e sim o ferramentas de monitoramento. Os dados que resultam desse trabalho podem se transformar em insights que que os consumidores dizem uns dão mais precisão ao marketing e aos planos de comuni- aos outros sobre o que ela é.” cação da empresa. Também podem otimizar campanhas Scott Cook * publicitárias, municiar estratégias de conteúdo social para promoção de produtos e serviços, apoiar a identifi- É curioso que ainda existam empresas e organiza- cação e o envolvimento dos principais influenciadores e, ções que se perguntam se devem mesmo ter um perfil sobretudo, ajudar a esclarecer os fatores que interferem ativo nas redes sociais. Lembro que quando a internet na “saúde” de sua marca. começou, dúvida similar existia em relação aos websi- Este é o maior desafio para os tomadores de decisão tes institucionais: “devemos criar um também?”, “só no mundo 2.0: saber interpretar. Não apenas ouvir, mas uma página simples ou um site completo, robusto?”, saber utilizar estrategicamente os insights resultantes do “deve ter área de contato? Mas e se os clientes usarem burburinho social digital. para SAC?”. Você pode optar por fazer parte da conversa online Hoje os websites são os principais canais de infor- sobre sua marca e contribuir para direcioná-la, ou por mação institucional de qualquer marca. As redes sociais, deixar a conversa fluir livremente, sem sua participação, por outro lado, estão se firmando como canais de rela- deixando para outros o controle sobre o que é dito. Mas cionamento por excelência. Mas ainda há quem opte por lembre-se: as razões por trás do sucesso e do fracasso de manter sua marca longe de tudo isso, acreditando que grandes marcas são, na maioria das vezes, questão de assim ela permanecerá protegida desse turbulento rede- pura percepção. E nas redes sociais, isso é ainda mais moinho de opiniões, egos e informações. Um engano. verdadeiro. A máxima já é óbvia: sua marca está nas redes so- A chave para o sucesso é ouvir, engajar e construir ciais, mesmo que não tenha chegado lá por iniciativa relacionamentos. própria. O mundo social online tem suas próprias regras e có- digos de convivência. Nesse universo, tempo e espaço são conceitos verdadeiramente relativos. As pessoas es- tão conversando em todo lugar, a qualquer hora, com pessoas de todo lugar, sobre qualquer coisa. E um as- sunto que foi notícia há anos pode voltar a ser um “hit” de popularidade a qualquer momento, sem aviso prévio ou motivo concreto. Na web, nada se perde, tudo con- tinua a circular para sempre, com maior ou menor grau de visibilidade. Essa realidade requer das marcas estratégias cuidado- sas na aventura diária de angariar seguidores, entusiastas e os tão sonhados evangelizadores. O segredo do sucesso * Scott Cook é um dos é ser relevante, tenha você um perfil com CPF ou CNPJ. fundadores da Intuit e membro dos conselhos Por isso, a primeira pergunta que você deve respon- de administração da I lustração: M árcio A lvarenga

û eBay Inc. e The Procter der quando pensar em pôr sua marca nas redes sociais û & Gamble Company.

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 43 sesi_sustentabilidade

Sustentabilidade orienta a nova economia

Empresas resgatam valores para garantir que seus negócios desenvolvam a economia, o homem e o meio ambiente

44 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA Não existe Foto: Bruno Carachesti û nenhuma empresa û líder em seu segmento que não tenha algum tipo de prática de sustentabilidade.” ricardo voltolini, consultor em sustentabilidade

esenvolver empreendimen- como um estágio para o que consi- Entre os diferenciais sustentá- tos e manter a rentabilida- deramos como ideal, que seria colo- veis em Juruti está a Agenda Positi- Dde dos negócios de maneira car a sustentabilidade na estratégia va, desenvolvida em parceria com a aliada aos conceitos da sustentabi- central do negócio, isto é, conside- prefeitura e a Câmara Municipal. A lidade tem sido o desafio da indús- rar a sustentabilidade como impor- iniciativa consiste em um conjunto tria ao redor do mundo. Para algu- tante na tomada de decisões”, deta- de ações voluntárias da companhia mas instituições, apostar na inicia- lha Voltolini. acordadas com o poder público do tiva requer investimentos altos que A temática é tão atual e impor- município e ouvindo a comunidade, não trazem benefícios financeiros tante que já é um diferencial de que abrange as áreas de saúde, edu- imediatos; já outras empresas acre- mercado. “As empresas que ainda cação, cultura, segurança pública e ditam que essa é uma postura a ser não praticam ações de sustentabili- assistência social, infraestrutura ru- adotada apenas pelas grandes com- dade, como investir em transparên- ral e urbana e meio ambiente. panhias. Em paralelo a esses concei- cia, responsabilidade social e am- A Agenda Positiva contempla tos, há empresas que já nascem com biental, devem identificar os prin- 54 ações, das quais 46 já foram a sustentabilidade no DNA. cipais impactos que isso provoca. concluídas e entregues à popula- O fato é que a sustentabilidade Quem insiste em práticas abusivas ção, duas estão em andamento e já é, há alguns anos, um fator deter- não sobrevive, porque a sociedade seis ainda serão iniciadas. Entre as minante para a conquista de novos não aceita mais isso”, explica. obras já concluídas, estão o Hos- investimentos e para a manutenção Entre os exemplos de no- pital 9 de Abril, a ampliação do dos negócios, seja de microempre- vas posturas e comprometimen- Hospital Municipal, escavação de sas, seja de multinacionais. Um dos to com a sustentabilidade está o poços profundos que abastecem a primeiros consultores em Sustenta- projeto da Alcoa instalado em Ju- cidade, construção do Conselho bilidade do Brasil, Ricardo Volto- ruti, no oeste paraense. Desde o Tutelar e do Complexo Judiciá- lini, afirma que não existe nenhu- início de sua atividade na região, rio, entre outras iniciativas. “An- ma empresa líder em seu segmento voltada para a produção de bau- tes de recebermos a licença de ins- que não tenha algum tipo de prática xita, matéria-prima do metal alu- talação, realizamos reuniões e au- de sustentabilidade. E o mais curio- mínio, a empresa assumiu o desa- diências públicas com a comuni- so: existem muitas empresas que já fio de desenvolver um modelo de dade, instituições públicas e pri- praticam esse tipo de ações e nem operação equilibrado, que aten- vadas, e demais partes interessa- sabem. desse rigorosos padrões de saú- das para falar sobre a chegada da Apesar disso, é preciso manter o de e segurança, aliado ao diálogo Alcoa na região. A partir dos da- olhar crítico ao cenário. “Ter ações com a comunidade e a conserva- dos coletados, foram construídas ligadas à sustentabilidade não quer ção do meio ambiente. Com isso, e planejadas várias ações que de- dizer que as empresas estão vivendo a Alcoa Juruti consolida-se como monstram o cuidado da compa- uma transformação radical na sua uma das empresas com melhores nhia com as pessoas da região”, forma de ver o assunto. No entan- práticas de responsabilidade so- diz Claudio Vilaça, gerente geral to, podemos apontar esse cenário cioambiental na Amazônia. da Alcoa Juruti.

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 45 sesi_sustentabilidade Foto: Bruno Carachesti û û Em Juruti, a Alcoa incentivou ainda uma proposta de modelo de desenvolvimento local, conheci- do como Modelo Juruti Sustentá- vel. Em conjunto com o Fundo Bra- sileiro para a Biodiversidade (Fun- bio) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a empresa acompanhou a construção de um Conselho Con- sultivo (Conjus), um Fundo de Fi- nanciamento (Funjus) e dos Indi- cadores de Desenvolvimento, utili- zados para medição e acompanha- mento do crescimento socioeconô- mico contínuo do município. A ini- ciativa é pioneira no estado e já ser- Entendemos ve de modelo para outros projetos. “A aposta da companhia na re- que a empresa gião favorece o fortalecimento do começa a mercado de mineração no Pará e es- reconhecer que timula a geração de novos empre- gos. Hoje, temos aproximadamen- para se manter te 1.800 funcionários diretos e in- no mercado é diretos, sendo que 75% dessa mão necessário respeitar de obra é paraense”, detalha Clau- os aspectos dio Vilaça. econômico, ambiental e social.” Avanços Para o Sesi Pará, que também jacilaine souza, gerente de atua na área do desenvolvimen- Saúde e Responsabilidade to sustentável com ações voltadas social empresarial para as empresas, como o Progra- ma Educação para a Sustentabilida- de, o interesse pelo tema tem cres- cido, o que só traz pontos positi- Modelo Sesi de Sustentabilidade Souza, gerente de Saúde e Respon- vos. O programa apresenta ques- no Trabalho, onde uma empresa sabilidade Social Empresarial. tões relacionadas à sustentabilidade contrata a instituição para aplicar Garantindo que o movimen- e é apresentado no formato de pa- uma ferramenta de diagnóstico in- to é crescente em todo o estado, lestras. O homem e o meio ambien- terno que faz um levantamento do foi oficializada no mês de novem- te, reciclagem e consumo consciente status atual da empresa e como ela bro a Aliança Tapajós, um proto- são temas oferecidos de forma inte- deve introduzir a sustentabilida- colo de cooperação multi-institu- grada, dando mais conteúdo sobre de em suas ações. “Consideramos cional voltado para o fortalecimen- o conceito e esclarecendo questões esse cenário muito positivo. En- to de cadeias produtivas florestais junto aos trabalhadores das indús- tendemos que a empresa começa a não madeireiras, nos municípios trias paraenses. reconhecer que para se manter no de Juruti e Santarém (RESEX Ta- A procura por esse serviço es- mercado é necessário respeitar a pajós-Arapiuns, PAE Lago Gran- pecífico tem aumentado bastan- estrutura que relaciona os três as- de e seus entornos). Nestes locais te recentemente e hoje muitas em- pectos: econômico, ambiental e o já existiam iniciativas junto a pro- presas solicitam as palestras como social. Ela procura o Sesi porque jetos de assentamentos agroextrati- forma de informar seus funcioná- sabe que precisa se engajar nesse vistas e unidades de conservação de rios. Outro serviço oferecido é o novo mercado”, detalha Jacilaine uso sustentável.

46 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA Entre os integrantes da Aliança Parte dos recursos financeiros senvolvimento. “A iniciativa será está a Natura que, a partir de sua para o desenvolvimento das ativi- uma oportunidade importante experiência de 13 anos com o de- dades terá como origem a Alcoa para o desenvolvimento das ca- senvolvimento de cooperativas na e o Fundo Brasileiro para a Bio- deias produtivas de forma sus- Amazônia, irá prover diretrizes, in- diversidade (Funbio), enquanto tentável na RESEX Tapajós-Ara- formações técnicas e conhecimen- outra parte virá de parcerias do piuns, com a qualificação da as- tos aplicados necessários para o Projeto Saúde e Alegria, que tem sistência técnica e da produção desenvolvimento de lideranças e forte atuação em Santarém, com comunitária, o que permitirá me- cooperativismo, e para que estas análise de cenários e conjuntu- lhorar a renda dos agricultores, cadeias atendam a padrões de qua- ras locais. Nesse sentido, a enti- tanto pela venda direta sem inter- lidade, rastreabilidade, boas práti- dade produz diagnósticos parti- mediários, quanto pela comercia- cas de manejo e cultivo, entre ou- cipativos que facilitam o acom- lização com valores justos dian- tros. As cooperativas envolvidas panhamento dos resultados pelas te das perspectivas de beneficia- poderão vender seus produtos à próprias comunidades e o plane- mento in loco dos produtos agro- Natura e ao mercado, proporcio- jamento conjunto das ações, ofe- extrativistas”, completa Caetano nando, assim, o escoamento da recendo instrumentos para apoiar Scannavino Filho, coordenador produção local. a população na gestão de seu de- do Projeto Saúde e Alegria. Foto: divulgação û û

OOA Aliança Tapajós é formada por empresas que pretendem fortalecer as cadeias produtivas não madeireiras de Juruti e Santarém

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 47 SVEiaNAbiIl_QidadUALeIFIC_leiAtÇeiÃraO Universo do conhecimento Com programações de capacitação e orientação profissional, o Mundo SENAI apresenta ao público as oportunidades para quem quer apostar na qualificação para o mercado

egundo dados mais atualiza- dos da Organização Interna- Scional do Trabalho (OIT), 74 milhões de jovens, entre 15 e 24 Dentro desse cenário positivo, anos, estão desempregados. Em o setor industrial deve ser respon- percentuais, essa taxa de desocupa- sável por mais de 100 mil oportu- ção equivale a 12,4% dos 620 mi- nidades de emprego para trabalha- lhões de jovens em todo o mundo. dores em nível técnico e em áreas A previsão da OIT é de que a de- de média qualificação até 2015, no saceleração da atividade econômi- estado do Pará. A estimativa está presa, Sérgio Oliveira, o objetivo ca tire os empregos de outros 500 no Mapa do Trabalho Industrial, da parceria é atender cada vez mais mil até 2014, atingindo a taxa de estudo realizado pelo Serviço Na- a mão de obra local. “Atendere- 12,8% em 2018, quase três vezes a cional de Aprendizagem Industrial mos inicialmente 120 alunos matri- taxa média atual do Brasil. (Senai) como forma de planejar a culados nos cursos de ajudante de Contrariando esses dados de- oferta de formação profissional da obras, armador de ferragem, car- sanimadores, o estado do Pará instituição. Os grandes projetos pinteiro de obras, eletricista insta- tem causado inveja em muitos pa- que estão se instalando no estado lador predial de baixa tensão, mes- íses com economia mais robusta. (ver matéria da página 34) são os tre de obras e pedreiro de alvenaria. Em 2012, o Pará teve um recorde que mais precisam de mão de obra Os módulos serão geridos pelo Se- no número de admissões, 376.641, qualificada. nai e realizados via Programa Na- o maior desde 1992, segundo pes- Um desses grandes investimen- cional de Acesso Ensino Técnico e quisa divulgada pelo Dieese-PA. Do tos será feito pela Votorantim Me- Emprego (Pronatec). Essa qualifica- saldo total de postos de trabalhos tais, com a implantação de uma re- ção permite o desenvolvimento de no Norte em 2012, perto de 90% finaria de alumina e uma mina de um conjunto de competências ne- foram gerados no Pará. No primei- bauxita em Rondon do Pará. Para cessárias ao exercício qualificado ro semestre deste ano, o saldo na este empreendimento, o Senai será de uma função e oferece certifica- geração de empregos continuou su- o grande parceiro na capacitação dos reconhecidos pelo mercado de bindo e foi superior a oito mil pos- de profissionais que serão contrata- trabalho”, afirma. tos, desempenho superior ao regis- dos para as obras. Segundo o coor- Com previsão de início da opera- trado nos demais estados da região. denador de sustentabilidade da em- ção em 2017, o Alumina Rondon é

48 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA OOOficina de Panificação e Confeitaria no Senai Marabá Foto: divulgação S enai û û

A contratação, um investimento de R$ 6,6 bilhões. técnicos em segurança no trabalho, A expectativa é de que o empreen- técnicos em eletricidade e eletrotéc- a capacitação e a dimento gere, em média, mais de nica, técnicos em operação e mo- qualificação da mão de 6.000 postos de trabalho na fase de nitoração de computadores. Ain- obra e de fornecedores implantação e 1.600 quando for ini- da consta carência em trabalhado- ciada a etapa de produção, entre em- res da indústria de alimentos (cozi- priorizarão a pregados próprios e contratados. “A nheiros industriais), trabalhadores população e contratação, a capacitação e a quali- de montagem de estruturas de ma- empresários locais.” ficação da mão de obra e de fornece- deira, metal e compósitos em obras dores priorizarão a população e em- civis, mecânicos de manutenção de SÉRGIO OLIVEIRA, COORDENADOR presários locais”, adianta Oliveira. máquinas industriais, mecânicos de DE SUSTENTABILIDADE DA Segundo o estudo do Senai, as manutenção de veículos automo- VOTORANTIM METAIS, SOBRE principais carências de vagas nesse tores e eletricistas de manutenção A EXPECTATIVA DOS CURSOS E EMPREGOS GERADOS PELO perfil são de técnicos em eletrônica, eletroeletrônica. ALUMINA RONDON

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 49 SENAI_QUALIFICAÇÃO

ro alcançar meus objetivos e voar sim, na prática, como os profissio- Formação cada vez mais alto na minha pro- nais de várias áreas trabalham, com técnica é boa fissão, para poder retribuir a edu- certeza vai contribuir para suas es- cação que minha mãe me deu e aju- colhas”, analisa Joana. opção para os dar na criação dos meus irmãos A cabeleireira Helen Amorim mais novos.” também visitou o Senai durante o jovens Pensando em fazer com que mais evento. Ela participou do minicur- Ainda de acordo com a pesqui- pessoas conheçam as oportunida- so de panificação Festival de Bo- sa, apenas 6,6% dos brasileiros en- des que o investimento em educa- los Regionais, setor da indústria tre 15 e 19 anos estão em cursos de ção profissional pode trazer, foi re- que gerou 800 mil empregos dire- educação profissional, número bem alizada no estado, em outubro deste tos e 1.500 indiretos em todo o Bra- inferior se comparado, por exem- ano, a quarta edição do Mundo Se- sil, segundo pesquisa da Associação plo, com a Alemanha, onde o índice nai. O evento abre as portas de to- Brasileira da Indústria da Panifica- é de 53%. O dado demonstra que das as unidades da instituição, ofe- ção e Confeitaria (Abip). Helen gos- não falta emprego para quem inves- recendo diversas opções gratuitas tou tanto do minicurso que agora já te em formação profissional, que é de palestras, mostras tecnológicas, pensa em se qualificar na área. “É hoje o principal meio de entrada no minicursos e orientação profissio- muito interessante o Mundo Senai mercado de trabalho. nal para os visitantes. Além disso, porque podemos ver como está o A ex-cobradora de ônibus, Jeni- também é uma oportunidade para mercado e como nós podemos nos ffer Gabriela Reis, é uma das que empresários verem de perto o que encaixar nele, de acordo com a nos- não perderam tempo na procura o Senai tem a oferecer de mais novo sa aptidão. Já tem um tempo que por se qualificar por meio de um em tecnologia nos cursos de qualifi- não atuo na minha profissão e vejo curso técnico. Ela matriculou-se cação profissional. que a área de panificação se encai- no curso de Eletromecânica do Se- No Pará, o Mundo Senai 2013 xa no meu perfil. Penso em seguir nai e, hoje, sonha em trabalhar na teve a participação de mais de 20 esse caminho agora e melhorar de Albras, uma das maiores indústrias mil pessoas, nas 15 unidades espa- vida”, comenta Helen. de alumínio do mundo. “O Senai lhadas pelo estado. Uma dessas vi- Para a coordenadora do Mundo abriu meus olhos em relação ao sitantes foi a dona de casa Joana Senai e gerente de Relações com o mercado de trabalho. Acreditava Abreu. Preocupada com o futuro Mercado, Regina Noronha, o even- que apenas homens trabalhassem dos seus dois filhos, ela esteve no to é uma grande oportunidade para nessas grandes indústrias, mas logo segundo dia de realização do even- que, principalmente o público jo- comecei a me identificar com o cur- to na unidade do Cedam, em Be- vem, possa conhecer na prática os so e me apaixonei, principalmen- lém, e levou os adolescentes para benefícios de ingressar em um curso te, pelo processo de solda e usina- conhecerem os serviços da institui- técnico, e para as empresas verem o gem”, conta a jovem, que já plane- ção. “Eles estão em uma fase deci- que o Senai tem a oferecer de mais ja um futuro de conquistas com o siva da vida, que é o começo da es- moderno na qualificação de mão de caminho que está traçando. “Que- colha profissional, e aprender as- obra. “O Pará está crescendo eco- nomicamente com os empreendi- mentos que estão se instalando por aqui e isso, obviamente, demanda- rá uma mão de obra cada vez mais numerosa e qualificada. Com esse evento grandioso, pretendemos não Foto: Bruno Carachesti û somente mostrar que o Senai é um û grande celeiro de formação, mas também contribuir com a indústria e a população paraense”, destaca Regina Noronha.

OOPara Regina Noronha são inúmeras as vantagens de ingressar no ensino técnico, uma vez que o mercado para este tipo de qualificação está em expansão no Pará

50 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA ûû Foto: divulgação Senai

Quero alcançar meus objetivos e voar cada vez mais alto na minha profissão.”

JENIFFER GABRIELA REIS, ALUNA DO CURSO DE ELETROMecÂNICA DO SENAI

OOOs participantes do Mundo Senai tiveram contato com os mais diversos ramos de aprendizagem, que estão cheios de oportunidades nos próximos anos

dos POSTOS DE TRABALHO GERADOS NO NORTE EM 2012 ESTÃO NO PARÁ. NESTE 90% ANO, O ESTADO BATEU O RECORDE DE 376.641 ADMISSÕES 100 18 mil mil

PESSOAS empregos é o que a PARTICIPARAM DO indústria paraense MUNDO SENAI 2013, espera oferecer NAS 15 UNIDADES DA até 2015 Foto: divulgação S enai û

û INSTITUIÇÃO NO PARÁ

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 51 IEL_ESTÁGIO

Incentivos para os futuros profissionais

IEL e SENAI abrem as portas para o estágio técnico em empresas

52 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA Foto: T arso S arraf û û

ma parceria entre o IEL-Pa- dos”, lembra Vanessa Anjos, coor- rá e o Senai-Pará vai possi- denadora de Estágio e Emprego do Ubilitar que centenas de alu- IEL-Pará. nos, que frequentam os cursos do Lúcia Peres explica que a parce- Senai, realizem o estágio técnico ria com o IEL vai facilitar o ingresso obrigatório nas indústrias e empre- dos alunos no mercado de trabalho, sas da região. A parceria foi acerta- oportunizando aos jovens a forma- da no início de novembro e a sen- ção profissional qualificada. sibilização do IEL, junto ao depar- "O IEL realizou um ciclo de pa- tamento de Recursos Humanos das lestras sobre estágio para os alunos empresas, segue até o final do pri- dos cursos técnicos do Senai. Foi a meiro semestre de 2014. partir daí que a ideia de ampliar a Os jovens que serão beneficia- parceria surgiu. A formação de um dos são estudantes dos cursos téc- profissional nunca estará completa nicos em Mecânica, Rede de Com- se ele não for, por algum momen- putadores, Design de Móveis, Au- to, deslocado para o universo em- tomação Industrial, Logística, Ele- presarial. Esse é o passaporte prin- tromecânica, Segurança do Traba- cipal para que possam desenvolver lho e Eletrotécnica. Jovens que bus- suas habilidades e conseguir futu- cam se familiarizar com a prática ramente uma colocação no merca- do curso técnico, para que possam do”, analisa Lúcia. diminuir os impactos e as dificulda- des de adaptação no emprego que almejam. “O mundo está à procura de no- vos talentos e a vantagem competi- tiva está exatamente nas empresas que sabem atrair, selecionar e de- OOAlunos de diversas áreas poderão ter senvolver profissionais para suas contato com a prática do curso técnico necessidades”, explica Lúcia Peres, É na fase de diretora de Educação e Tecnologia do Senai-Pará. estágio que o aluno “Para o aluno, a experiência define em que área no dia a dia das empresas é funda- da sua profissão ele mental. É nessa fase que o estudan- te define em que área de sua profis- quer atuar, percebe são ele quer atuar, percebe eventu- suas deficiências ais deficiências e aprimora suas ha- e aprimora as bilidades. Com o estágio, o merca- habilidades.” do recebe mão de obra preparada e esclarecida. No final do proces- VANESSA DOS ANJOS, so, a própria empresa sai ganhando COORDENADORA DE ESTÁGIO com profissionais melhor qualifica- E EMPREGO DO IEL-PARÁ

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 53 iel_estágio Foto: T arso S arraf û Vantagens para û as empresas Diante de um mercado compe- titivo, que ainda enfrenta a falta de mão de obra qualificada, as empre- sas procuram cada vez mais identi- ficar talentos ainda em fase de for- mação. O problema é nacional. Se- gundo pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indús- tria (CNI) este ano, esse cenário afe- tou 69% das empresas. Muitas de- las investem em treinamentos para seus colaboradores, mas nem sem- pre isso é suficiente. A contratação de estagiários nas empresas é a possibilidade que elas têm de identificar talentos e contri- buir para a formação de profissio- nais qualificados e com bom nível intelectual. “A fase de estágio é o momento em que o aluno está com toda a garra para aprender, vencer novos desafios. Eles buscam o in- tercâmbio entre o que aprendem na sala de aula com a prática das or- ganizações. Com isso, as empresas têm a chance de unir a experiência OOO estágio é o momento da empresa identificar nos futuros do seu time de funcionários, com a profissionais um diferencial, para depois reter os talentos ousadia, reciclagem e atualização de informações que esse jovem traz ûû Foto: Valéria Barros consigo”, completa Vanessa Anjos. Para Vanessa, ambas as partes saem ganhando: empresa e estagi- ário. Ela explica que, como a Lei do Estágio prevê a isenção de pra- O mundo ticamente todos os encargos traba- lhistas previstos na CLT, fica ainda está à procura de mais fácil para as empresas investi- novos talentos rem em programas, cursos e espe- e a vantagem cializações para melhor qualificar esse profissional. “Por um lado, a competitiva está empresa aposta em quem pode vir nas empresas a ser um futuro profissional do seu que sabem atrair, quadro, assumindo áreas e ativida- selecionar e des essenciais para o aumento da produtividade e crescimento do ne- desenvolver os gócio. Por outro, o aluno se apri- profissionais para as mora e ganha experiência profissio- suas necessidades.” nal, garantindo qualidade de servi- ço e competitividade para as empre- LÚCIA PERES, dIRETORA DE sas”, diz a coordenadora de Estágio EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA e Emprego do IEL. DO SENAI-PARÁ

54 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA Conheça boas razões para se contratar um estagiário de curso técnico:

Possibilitar o início da carreira profissional em empresa estruturada;

Desenvolver e moldar o jovem conforme a cultura da empresa;

Realizar atividades e planos de trabalho definidos por supervisor da empresa;

Preparar o jovem para o mercado de trabalho e para a vida cidadã.

Redução de custos para a empresa: Pagamento de bolsa-auxílio (opcional), pagamento de auxílio-transporte (obrigatório). Não há pagamento de férias, 13º e FGTS;

Carga horária máxima de estágio de 6h/dia, de segunda a sexta-feira;

Período mínimo de estágio, 3 meses, com 7 dias de recesso ao estagiário;

Oferta de curso EAD gratuito ao estagiário em período definido pelo IEL Nacional;

Seguro, registro na CTPS, contrato de estágio, renovações, declaração e certificado, tudo sob responsabilidade do IEL/PA, com custo baixo à empresa;

Recrutamento e seleção conforme perfil informado pela empresa.

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 55 vida_corporativa Home office já é o estilo de trabalho de milhões de brasileiros

trabalho nas grandes cidades se tornou mais difí- cil nos últimos anos, devido ao aumento da fro- ta de veículos nesses centros e, consequentemente, aos habituais congestionamentos. Segundo o dire- tor da ABRH, atualmente o trabalhador brasilei- ro demora em média 40 minutos para chegar ao emprego. Vantagens “Trabalhando em casa o profissional deixa de m um mercado de trabalho cada vez mais gastar com combustível ou com a tarifa da con- competitivo, dinâmico e permeado por mu- dução, não polui a cidade, se alimenta melhor e Edanças, os mais variados profissionais pre- consegue equilibrar com mais facilidade a vida la- cisam estar atentos e constantemente atualiza- boral e a pessoal, o que significa menos estresse e dos com as novidades que aparecem. Uma delas mais qualidade de vida. Além disso, as vantagens é o home office, modalidade de trabalho em que são favoráveis à própria empresa, que diminui os o empregado exerce sua função fora das depen- gastos com infraestrutura, como espaço para o dências da empresa, não possui um horário rígido funcionário no escritório e no estacionamento”, para cumprir nem a necessidade de comparecer ao ressalta Luiz Edmundo Rosa. escritório com regularidade. Outro fator que torna o home office viável é De acordo com a Sociedade Brasileira de Te- a tecnologia. Com equipamentos portáteis, como letrabalho e Teleatividades (Sobbrat), mais de notebooks, iPad, tablets e smartphones, conecta- 12 milhões de brasileiros trabalham em casa. Já dos à internet, o funcionário pode trabalhar e pro- a consultoria Robert Half divulgou recentemente duzir normalmente, enviando relatórios e demais que o Brasil figura na terceira posição entre os pa- documentos necessários para a empresa. “O tra- íses que mais utilizam o trabalho remoto – como o balho remoto não necessariamente precisar acon- home office também é conhecido –, ficando atrás tecer na residência. É possível realizá-lo em um apenas da China e de Cingapura. “Essa modalida- shopping, bar ou praça. O mais importante é a de de trabalho é uma tendência crescente no mun- produtividade e o cumprimento de prazos”, des- do. Diante da realidade, principalmente nos gran- taca o gestor. des centros urbanos, passa a ser até uma necessi- O diretor da ABRH ressalta, no entanto, que é dade”, considera o diretor de Educação da Asso- preciso que o trabalhador esteja motivado e pre- ciação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) parado para atuar remotamente. Neste sentido, Nacional, Luiz Edmundo Rosa. de acordo com ele, é fundamental que o profissio- De fato, o deslocamento de casa até o local de nal passe por um processo de treinamento, a fim

56 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA de otimizar a disciplina, a organização e a admi- nistração do tempo. Mesmo atuando na modalidade home office, o profissional precisa, de vez em quando, ir ao escri- mundo. Algumas pessoas não conseguem render tório e participar de reuniões com os demais mem- o esperado se não forem pressionadas e cobra- bros da empresa que trabalham presencialmente. das diariamente na relação direta com o emprega- “Dificilmente um trabalho será 100% à distância. dor”, sintetiza o biomédico. Os encontros presenciais, mesmo que flexíveis e Trabalhar em casa também é a opção do ana- em menor frequência, continuarão sendo necessá- lista Fernando Gomes, que atua prestando servi- rios. Além disso, o ser humano é um ser social e ços de desenvolvimento de sites e gerência de con- precisa compartilhar – neste caso com a equipe de teúdo. Para isso, ele montou em casa um escritó- trabalho – as suas experiências, dificuldades, opi- rio, no qual exerce parte das suas atividades pro- niões e resultados”, pondera Luiz Edmundo Rosa. fissionais. Lá ele conta com a ajuda de um profis- Conforme explica o gestor, o trabalho remoto sional que contratou para ajudá-lo no atendimen- pode ser flexibilizado: algumas funções da empre- to aos clientes. “Trabalho desta forma há cinco sa podem ser operacionalizadas no formato remo- anos. Uma das vantagens é não ter que se deslo- to, bem como, alguns funcionários podem come- car de casa diariamente, evitando assim os conges- çar o dia trabalhando em casa e depois ir para o tionamentos de Belém. Outro ponto positivo é po- escritório ou sair da firma mais cedo e continuar der ficar mais próximo da família”, diz o analista. com as suas atividades na residência. Atualmente, Fernando Gomes presta servi- O biomédico André Ricardo Moraes Pinhei- ços para algumas empresas da cidade, bem como, ro atua neste sistema. Ele é representante, em Be- para o Sistema Federação das Indústrias do Esta- lém, da BioMérieux Brasil S.A., empresa localiza- do do Pará (Fiepa). Ele cita o Serviço Nacional de da no Rio de Janeiro. Por uma questão de pratici- Aprendizagem Industrial (Senai) como uma eta- dade há um ano e três meses ele prefere trabalhar pa importante em sua trajetória profissional, devi- nesse formato. “Só preciso de um computador, in- do aos cursos de qualificação que agregaram va- ternet e celular. Além disso, eu mesmo posso fa- lor para a sua formação. zer os meus horários. O mais importante é cum- Mesmo atuando em home office, ele adota uma prir as metas e objetivos”, considera André Ricar- rotina. Nos dias em que trabalha em casa, o analis- do Pinheiro. ta cumpre o horário das 9h às 12h e das 14h às 18h. A rotina e os horários do representante da Bio- Nos demais dias da semana Fernando visita clien- Mérieux são maleáveis. Ele atende em casa e ex- tes a fim de fazer o levantamento e o estudo das ternamente, e entra em contato com clientes por demandas. “Mesmo trabalhando de uma forma al- telefone ou pessoalmente, dependendo da necessi- ternativa é preciso, sempre, ter comprometimento dade de cada produto. “Acredito que o home offi- com os objetivos e prazos, cumprindo os acordos ce é muito mais eficiente, porém não é para todo firmados com o cliente”, finaliza.

www.fiepa.org.br Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA • 57 sindicatos_filiados

ûû Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral do Estado do ûû Sindicato da Ind. de Serr., Carp. Tan. Mad. Compensadas de Marabá – Sindimar ûû Sindicato da Agroindústria Tabageira do Estado do Pará – Saitep Pará – Sinditec Presidente: João Batista Corrêa Filho Presidente: José Joaquim Diogo Presidente: Flávio Junqueira Smith Rua Nagib Mutran, 395 – Cidade Nova (91) 4009-4871 (91) 3230-3721 68501-570. Marabá (PA) www.sindindustria.com.br/saiteppa [email protected] www.sindindustria.com.br/sindimarpa www.sindindustria.com.br/sinditecpa ûû Sindicato da Ind. de Serr. Tan. de Mad. Comp. e Lam. de Belém e Ananindeua ûû Sindicato da Indústria de Panificação do Estado do Pará – Sippa Presidente: Cezar Remor ûû Sindicato das Indústrias Madeireiras do Vale do Acará – Simava Presidente: Elias Pedrosa (91)3242-4081 / 4009-4878 / 3242-7342 Presidente: Oseas Nunes de Castro (91) 3222-5140 / 3241-1052 [email protected] (91) 3727-1512 / 3727-1016 [email protected] www.sindindustria.com.br/sindimadpa [email protected] www.sindindustria.com.br/sippa www.sindindustria.com.br/simavapa ûû Sindicato da Carne e Derivados do Estado do Pará – Sindicarne ûû Sindicato da Ind. Metalúrgica, Mecânica e de Material Elétrico de Presidente: Dalberto Uliana ûû Sindicato das Indústrias Gráficas do Oeste do Pará Construção e Região Norte e Nordeste – Simene (91) 3225-1128 / 4009-4886 Presidente: Antônio Djalma Vasconcelos Presidente: Nelson Tauro Oyama Kataoka [email protected] (93) 9121-6220 (91) 3721-3835 / 3711-0868 www.sindindustria.com.br/sindicarnepa [email protected] [email protected] / [email protected] ûû Sindicato da Indústria Madeireira de Dom Eliseu – Simade www.sindindustria.com.br/sigepa www.sindindustria.com.br/simenepa Presidente: Rogério Bonato (91) 3335-1142 ûû Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado do Pará – Sigepa ûû Sindicato da Indústria da Construção Naval do Estado do Pará – Sinconapa

Presidente: Carlos Jorge da Silva Presidente: Fábio Ribeiro de Azevedo Vasconcellos ûû Sindicato da Indústria Cerâmica de São Miguel do Guamá (91) 4009-4985 / 3241-5744 (91) 3224-4142 / 4009-4981 e Região - Sindicer [email protected] / [email protected] [email protected] / [email protected] Presidente: Antônio Aércio Miranda. www.sindindustria.com.br/sinconapa (91) 3446-2564 / 3446-1184 ûû Sindicato da Indústria de Confecções de Roupas e Chapéus de Senhora ûû Sindicato da Indústria de Bebidas do Estado do Pará [email protected] do Estado do Pará – Sindusroupa www.sindindustria.com.br/sicompa Presidente: Rita Arêas Presidente: Juarez De Paula Simões (91) 3201-1500 / 3201-1508 (91) 4009-4872 ûû Sindicato da Ind. Madeireira e Movelaria de Tailândia – Sindimata [email protected] [email protected] www.sindindustria.com.br/sindbebidaspa Presidente: João Batista Medeiros www.sindindustria.com.br/sindusroupa (91) 3752-1233 / 3752-1309 [email protected] ûû Sindicato da Indústria de Serr. Tan. Mad. Comp. de Mad. de ûû Sindicato da Indústria de Marcenaria do Estado do Pará – Sindmóveis www.sindindustria.com.br/sindimatapa Paragominas – Sindiserpa Presidente: Neudo Tavares Presidente: Mario Cesar Lombardi (91) 3212-3318 ûûSindicato da Ind. da Construção e do Mobiliário de Castanhal (91) 3011-0053 [email protected] Presidente: Roberto Kataoka Oyama [email protected] www.sindindustria.com.br/sindimoveispa (91)3721-3835 / (91) 3711-0804 www.sindindustria.com.br/sindserpa [email protected] / [email protected] ûû Sindicato da Indústria de Azeite e Óleos Alimentícios do Estado do www.sindindustria.com.br/sicmcpa ûû Sindicato da Indústria de Palmitos do Estado do Pará – Sindipalm Pará – Sinolpa Presidente: Fernando Bruno C. Barbosa Presidente: Antônio Pereira da Silva ûûSindicato da Ind. de Serraria, Tanoaria de Madeiras (91) 3225-1788 / 4009-4883 (91) 4009-8000 / 4009-8004 / 3258-0001 Compensadas e Laminados do Arquipélago do Marajó – Simmar [email protected] [email protected] Presidente: Dejair Francisco De Oliveira www.sindindustria.com.br/sindpalmpa www.sindindustria.com.br/sinolpa (91) 3783-1228

[email protected] ûû Sindicato da Ind. de Benef. de Arroz, Milho, Mand. Soja, ûû Sindicato da Ind. Metalúrgica, Mecânica e de Mat. Elétrico do Estado www.sindindustria.com.br/simmarpa Cond. e Rações Bal. do Estado do Pará do Pará – Simepa Presidente: Paulo Roberto Mendes Presidente: Marcos Marcelino de Oliveira ûûSindicato da Ind. de Reparação de Veículos e (91) 3222-0339 (91) 3223-7146 / 3242-7107 Acessórios do Estado do Pará – Sindirepa [email protected] [email protected] Presidente: André Luiz Ferreira Fontes [email protected] (91) 3254-5826 / 3244-8844 ûû Sindicato da Indústria de Olaria Cerâmica para Construção e de www.sindindustria.com.br/simepa [email protected] Artefatos de Cimento a Armado do Estado do Pará – Sindolpa www.sindindustria.com.br/sindirepa Presidente: Lisio dos Santos Capela ûû Sindicato das Indústrias de Mármores e Granitos do Estado do Pará (91) 3241-0349 ûûSindicato da Ind. de Frutas e Derivados Presidente: Ivan Palmeira Anijar [email protected] (91) 3210-8800 / 3210-8843 do Estado do Pará – Sindifrutas [email protected] Presidente: Solange Motta ûû Sindicato da Indústria de Madeira de Tucuruí e Região – Simatur (91)3212-2619

Presidente: Angelo Colombo [email protected] ûû Sindicato da Indústria de Pesca do Estado do Pará – Sinpesca [email protected] www.sindindustria.com.br/sindfrutaspa Presidente: Armando José Romaguera Burle (91) 3241-4588 / 3241-2101 ûû Sindicato da Ind. de Preparação de Óleos Vegetais ûûSindicato da Ind. de Madeira do Baixo e Médio Xingu – Simbax [email protected] e Animais, Sabão e Velas do Estado do Pará Presidente: Renato Mengoni Junior [email protected] Presidente: Luiz Otávio Rei Monteiro (93) 3515-3077 www.sindindustria.com.br/sinpescapa (91) 3204-1400/1401 / 3204-1430 [email protected] [email protected] ûû Sindicato da Indústria de Calçados do Estado do Pará [email protected] ûûSindicato das Indústrias de Ferro-gusa do Estado do Pará – Sindiferpa Presidente: Jaime da Silva Bessa (91) 3241-2396 / 2347 / 4009-4884 (91) 3224-6621 ûû Sindicato da Ind. de Produtos Químicos, Farm. e de Perfumaria e Artigos [email protected] [email protected] de Toucador do Estado do Pará – Sinquifarma www.sindindustria.com.br/sindiferpa Presidente: Nilson Monteiro De Azevedo ûû Sindicato da Ind. de Madeira de Jacundá – Simaja (91) 3241-8176 / 4009-4876 ûûSindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará – Simineral Presidente: Jonas de Castro [email protected] Presidente: José Fernando Gomes Junior (94) 3345-1224 / 3345-1186 www.sindindustria.com.br/sinquifarmapa (91) 3230-4066 [email protected] ûû Sindicato da Indústria da Construção ûû Sindicato das Indústrias de Biscoitos, Massas, Café (Torrefação e www.sindindustria.com.br/simineraispa Civil do Estado do Pará – Sinduscon Moagem), Salgadinhos, Substâncias Aromáticas, Doces e Conservas Presidente: Marcelo Gil Castelo Alimentícias, Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Pará ûûSindicato das Indústrias de Laticínios do Estado do Pará (91) 3241-4058 / 3212-0132 / 4009-4988 / 3241-3763 Presidente: Helio De Moura Melo Filho Presidente: Frederico Vendramini Nunes Oliveira [email protected] (91) 3711-0868 (94) 3322-1953 www.sindindustria.com.br/sindusconpa [email protected] / [email protected] [email protected] www.sindusconpa.org.br www.sindindustria.com.br/siapa www.sindindustria.com.br/sindileitepa

58 • Pará Industrial_Revista do Sistema FIEPA