Grupos De Comunicação Social Em Portugal – Caracterização E Áreas De Actividade
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As grandes redes do conhecimento Estrela Serrano Grupos de comunicação social Generalistas Musicais Informativos 14 em Portugal Região Autónoma da Madeira 22 Região Autónoma dos Açores 22 Viseu 1 11 ESTE ARTIGO TEM COMO OBJECTIVO a ca- Subsector rádio Vila Real 11 racterização geral do sector da comunicação Em 2009, o sector da rádio era composto por Viana do Castelo social, centrada na identifi cação e caracteri- um total de três operadores de cobertura na- 17 Setúbal 3 zação dos principais grupos de comunicação cional, 2 de âmbito regional e 329 operado- 22 Santarém social, em Portugal. Antes, porém, como en- res licenciados para cobertura local. O total 24 Porto 1 4 quadramento geral, é apresentada uma carac- de operadores locais era composto por 296 7 Portalegre terização dos subsectores Imprensa, Rádio e empresas licenciadas para o exercício da ac- 20 Leiria Televisão. tividade em 233 concelhos de Portugal Conti- 21 Lisboa Por razões de espaço, não é possível apro- nental, 11 na Madeira e 22 nos Açores. 1 7 10 fundar a análise, pelo que se optou por uma Veja-se em quadro anexo a incidência geográ- Guarda 12 Évora vertente essencialmente expositiva. fi ca dos canais locais, generalistas e temáticos 1 17 de radiodifusão no Continente e nas Regiões Coimbra 1 10 Autónomas, no universo dos 347 canais. Castelo Branco 1 11 Caracterização geral do sector Bragança 16 da comunicação social Braga 1 11 O sector da comunicação social caracteriza- Subsector televisão Beja 25 se por grande mutação, pelo que qualquer Até ao fi nal de 2009 existia em Portugal um to- Aveiro 1 21 análise sobre o mesmo deverá ter em conta tal de 43 serviços de programas (vulgo, canais) Algarve 1 o momento temporal a que respeita. Os da- de televisão, distribuídos entre generalistas 051015 20 25 dos usados na elaboração do presente artigo (10) e temáticos (32+ ARTV/Canal Parlamen- Distribuição geográfica dos serviços de programas generalistas e temáticos de radiodifusão, referem-se ao ano de 2009 e têm como fontes to). Veja-se também em anexo a evolução da 2009. Fonte: Relatório de Regulação de 2009 da ERC. principais os relatórios de regulação da Enti- televisão por cabo e por cabo ou satélite (ca- dade Reguladora para a Comunicação (ERC) nais temáticos) desde 1999 até fi nais de 2009. e estudos realizados por entidades externas para a ERC, além dos sítios electrónicos dos 2009 grupos e das empresas que os constituem e os Principais tendências do sector relatórios e contas individuais e consolidados. No actual contexto de crise económico-fi nan- 2008 ceira mundial e nacional que afecta particu- 2007 larmente o sector da comunicação social, os Subsector da Imprensa grupos de média ensaiam novos modelos de 2006 O subsector da imprensa está em permanente negócio, criando sinergias dentro dos próprios 2005 transformação, devido ao surgimento de no- grupos, reduzindo despesas com pessoal, pro- vas publicações periódicas, empresas jornalís- curando adaptar-se ao novo contexto marca- 2004 ticas e empresas noticiosas, e à cessação de do pela inovação e criatividade e fazer frente edição ou de actividade de outras. à quebra no investimento publicitário – no 2003 Em 2009 inscreveram-se na ERC 230 novas passado recente a sua mais importante fonte 2002 publicações periódicas, ao mesmo tempo que de fi nanciamento, juntamente com a venda de se constatou o fi m de edição de 430, cujos conteúdos – e à concorrência da internet. 2001 registos foram cancelados. No mesmo lapso A imprensa é, previsivelmente, o meio que mais 2000 temporal, inscreveram-se 18 novas empresas lentamente recuperará da actual situação, uma jornalísticas (5 sociedades unipessoais, 11 vez que, sendo o mais afectado pela migração 1999 sociedades por quotas e 2 sociedades anóni- digital, sofre directamente a redução de circu- MOV RTPN SIC K AR TV TVI 24 BIGGS HOT TV mas) e 17 cessaram actividade. lação e, como tal, as receitas de publicidade. TV CINE TV CINE 2 TV CINE 3 TV CINE 1 Hollywood Benfica TV SPORT TV1 SPORT SPORT TV 2 SPORT SPORT TV 3 SPORT SIC Notícias SIC MULHER SIC RADICAL Canal Panda SPORT TV HD SPORT CINE ÊXITOS CINE ESTREIA PORTO CANAL PORTO A televisão é, potencialmente, o meio com mais MEMÓRIA RTP MTV PORTUGAL CINE CLÁSSICO SPORT TV ÁFRICA SPORT SCN SPORT CANAL SCN SPORT rápida recuperação, uma vez que, além de ser MÚSICA BRASIL TV ZON PROGR. TV CABO Tipo de registo N.º menos impactado pela migração digital, apesar Região Norte TV - RNTV Publicações periódicas 2.942 mvm - Moda, Vídeo e Música da introdução de uma nova plataforma de dis- Empresas jornalísticas 438 tribuição – a TDT –, por estar num quadro mais Serviços de programas (canais) televisivos temáticos em exercício de actividade,1999-2009. Empresas noticiosas 12 Fonte: Relatório de Regulação de 2009 da ERC. Nota: Foi excluído o serviço de programas Económico TV por só ter estabilizado de distribuição será o primeiro a ti- iniciado as suas emissões em 2010. O quadro não contempla igualmente a ARTV, cuja criação não foi objecto de Registos Activos em 2009. qualquer licenciamento ou autorização, não se tendo por enquadrável em qualquer das áreas temáticas identificadas Fonte: Relatório de Regulação de 2009 da ERC. rar partido de uma eventual recuperação do in- na figura supra. JANUS 2011-2012 1.9 vestimento publicitário num cenário pós-crise. As “marcas” de média deixam, por outro Media Indicadores Impresa RTP Cofina Renascença Sonaecom Na situação actual do mercado é, por outro lado, de estar associadas ao meio para pas- Capital lado, possível prever uma crescente interde- sarem a estar associadas ao conteúdo, uma Activo 504 438 501 247 20 1.920 pendência entre produtores e distribuidores vez que as características do conteúdo digital Capital próprio 149 134 592 4 12 936 de conteúdos (empresas de média e operado- tornam-no independente do canal e do meio. Grau de autonomia financeira 29,6% 30,7% n.a. 1,7% 60,2% 48,7% res de telecomunicações). Como consequência assiste-se a uma maior Rácio de solvabilidade 0,42 0,44 n.a. 0,02 1,52 0,95 exploração dos conteúdos, cuja importância Taxa de crescimento do activo 2,9% 2,4% 17,8% 1,5% 12,8% 2,7% é cada vez maior. Os modelos de negócio Volume de negócios 248 244 307 118 22 949 emergentes apontam para a necessidade de Taxa de crescimento do volume de negócios 7,9% 9,4% 3,2% 3,6% 8,5% 2,7% No actual contexto de pagamento dos conteúdos, constituindo a Resultados operacionais 24 38 13 18 1,4 24 crise económico-financeira difusão multiplataforma uma das formas de EBITDA 33 50 26 21 -0,2 176 mundial e nacional, que Margem EBITDA 13,2% 18,7% 8,5% 16,0% 0,9% 18,4% o produtor de conteúdos aumentar a sua afecta particularmente o Resultado líquido consolidado do exercício 8 19 14 17 1,3 6 rede de distribuição e obter novas fontes de Taxa de rendibilidade do capital próprio 5,1% 13,9% n.a. 4,1% 10,6% 0,6% sector da comunicação social, receita. O aparecimento de novos dispositi- Taxa de rendibilidade do activo 4,7% 8,6% 2,6% 7,4% 7,1% 1,2% os grupos de média ensaiam vos móveis – iPads, eReaders, smartphones N.º médio de pessoal 1.328 1.805 2.374 947 327 2.047 novos modelos de negócio – representa também uma oportunidade na Síntese dos principais indicadores económico-financeiros,2009 (em milhões de euros). monetização dos conteúdos. ■ Fonte: Caracterização dos principais grupos económicos de comunicação social, pelo CEGEA – Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada, Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica Portuguesa (2010) PRINCIPAIS GRUPOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL EM PORTUGAL – CARACTERIZAÇÃO E ÁREAS DE ACTIVIDADE Os grupos económicos seleccionados são os de maior dimensão, nária do serviço público de rádio e de televisão. O seu objecto é a do, Notícias Magazine, Notícias TV, Revista J, Volta ao Mundo quer relativamente aos sectores de actividade que desenvolvem, prestação dos serviços públicos de rádio e de televisão. A RTP de- e Evasões; na rádio – TSF; na televisão por cabo – SCN Sport TV, quer ao volume de negócios. São considerados: Impresa, Media senvolve a sua actividade na rádio – Antena 1, Antena 2 e Antena Sport TV2, Sport TV3, Sport TVÁfrica, Sport TVHD; Sport TVGolf; Capital, RTP, Cofi na, Renascença, Sonaecom, Ongoing, Controlin- 3, RDP Madeira e RDP Açores, RDP Internacional e RDP África; na na distribuição (Notícias Direct e participação na Vasp); agência veste, Impala e Lena. televisão – RTP1 e RTP2, RTP Madeira e RTP Açores, RTP Interna- de viagens; agência de comunicação empresarial e Loja do Jornal. A informação disponível limita-se a apenas alguns indicadores re- cional e RTP África, RTPN e RTP Memória e, ainda, a RTP Mobile. lativamente aos grupos Controlinveste, Impala, Ongoing e Lena. Ongoing Identifi cam-se a seguir as principais áreas de negócio dos grupos Cofi na O grupo Ongoing, através das suas participadas, desenvolve ac- considerados, seguindo-se um quadro síntese dos principais indi- Através de empresas participadas, a Cofi na Media SGPS – a sub- tividade nas seguintes áreas de negócio: comunicação social e cadores económico-fi nanceiros dos grupos que os disponibilizam. holding do grupo Cofi na para o sector dos média – actua em dois consultoria; área desenvolvida pela Ongoing SI e suas participa- segmentos principais: imprensa – jornais Correio da Manhã, Re- das, que abrange imprensa – Diário Económico e Semanário Impresa cord, Jornal de Negócios e os gratuitos Destak; Metro; revistas Económico; Internet; televisão – Económico TV – New Media, O grupo Impresa é um dos maiores grupos de comunicação em Sábado, Máxima, TV Guia, Flash, Vogue, GQ, Rotas e Destinos, SA2; serviços de consultoria; apoio a sistemas de infocomunica- Portugal e reúne várias participações em vários segmentos de ne- PC Guia, Automotor; distribuição através da VASP, em cujo capi- ção; criação e gestão de marcas (através da Mybrand); consultoria gócio na área dos média.