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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO, ARTE E HISTÓRIA DA CULTURA VALÉRIA CRISTINA VILHENA UM OLHAR DE GÊNERO SOBRE A TRAJETÓRIA DE VIDA DE FRIDA MARIA STRANDBERG (1891-1940) São Paulo, 2016 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO, ARTE E HISTÓRIA DA CULTURA VALÉRIA CRISTINA VILHENA UM OLHAR DE GÊNERO SOBRE A TRAJETÓRIA DE VIDA DE FRIDA MARIA STRANDBERG (1891-1940) Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Educação, Arte e História da Cultura, Área de Concentração: Educação, Arte e História da Cultura: processos interdisciplinares da Universidade Presbiteriana Mackenzie-SP, como parte das exigências para obtenção do título de Doutora em Educação, Arte e História da Cultura. Orientador: Prof. Dr. João Clemente de Souza Neto. São Paulo, 2016 2 V711u Vilhena , Valéria Cristina. Um olhar de Gênero Sobre a Trajetória de Vida de Frida Maria Strandberg (1891 -1940) / Valéria Cristina Vilhena - 2016. 253f. : il. ; 30 cm Tese (Doutorado em Educação, Artes e História Cultural) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2016. Bibliografia: f. 231 – 243. 1. Feminismo . 2. Gênero . 3. Trajetória de Vida . 4. Frida Maria Strandberg. 5.Memória. 6. Assembleia de Deus . I. Título. CDD 305.42 3 4 Dedico este trabalho aos movimentos feministas de todos os tempos, desde os mais silenciosos e discretos até aos mais rasgados e públicos; às mulheres feministas que com seus corpos, dentro ou fora de suas casas, na cama, na igreja, no cotidiano, na política subvertem a ordem patriarcal atravessando tempos e persistindo na ideia de que somente a igualdade poderá apontar para um caminho de paz e justiça social. Às Fridas, Flórias e Marias, silenciadas, difamadas, esquecidas, injustiçadas...violentadas, especialmente às Fridas evangélicas pentecostais. 5 x Agradecimentos y "O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis". Fernando Pessoa Ao Programa Interdisciplinar de Pós Graduação em Educação, Artes e História da Cultura, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, pela oportunidade do doutoramento. Ao Mack Pesquisa pela isenção de Taxas. Ao meu Orientador, professor João Clemente, que embora tenha me recebido no final dessa caminhada sempre demonstrou afeto, respeito e, sobretudo profissionalismo acadêmico. Ao professor Leonildo Campos por suas sugestões sempre respeitosas e assertivas, minha gratidão e meu reconhecimento que todas as falhas e lacunas deste texto devem ser creditadas somente a mim. Ao amigo, companheiro de RELEP (Rede Latino Americana de Estudos sobre Pentecostalismos) pelas conversas profícuas e por ter cedido material digitalizado, vindo da Suécia, contendo: cartas, prontuários médicos, jornais das igrejas suecas, parte de diários, documentos esses que descreveram momentos vitais na trajetória de vida de Frida Maria Strandberg. Aos meus familiares que me deram suporte físico-emocional-material para essa longa empreitada e que, diante de inúmeras adversidades, acreditaram comigo que era de fato possível. Em memória de nosso pai, que se despediu desse mundo em agosto passado, faço em cada um de vocês meus irmãos e irmãs, inclusive minha irmã Priscila, sobrinhos e sobrinhas a representação para receber meu eterno agradecimento. Ao meu filho Gustavo, meu amor, meu companheiro e amigo, obrigada por jornadear comigo mesmo nos momentos mais difíceis. Às minhas amigas e aos meus amigos, companheiras e companheiros de luta e resistência sempre atentos em oferecer apoio e relevar minhas ausências, em especial à minha amiga Claudirene Bandini, que em vários momentos ofereceu palavras acalentadoras e de motivação regadas de doçura e sororidade fazendo com que eu novamente acreditasse na possibilidade da academia também ser lugar de feministas. Gratidão. 6 “Deus sabe sobre tudo, não vou me defender, eu sou imperfeita, um dia tudo se tornará claro.” (Frida Maria Strandberg) 7 x Resumo y VILHENA, Valéria Cristina. Um olhar de gênero sobre a trajetória de vida de Frida Maria Strandberg (1891-1940), Universidade Presbiteriana Mackenzie, Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura, Tese de Doutoramento em Educação, Arte e História da Cultura, 2016. Esta tese resulta de uma investigação efetuada sobre Frida Maria Standberg (1891-1940), missionária sueca enviada para o Brasil pela Igreja Filadélfia, de Estocolmo, em 1917, e que ajudou na expansão do movimento pentecostal brasileiro, que resultou no movimento das Assembleias de Deus. Frida no Brasil se casou, teve filhos, trabalhou com igrejas no Norte do País, se transferindo para o Sudeste quando, ao lado do marido, Gunnar Vingren, trabalhou na implantação das Assembleias de Deus no Rio de Janeiro. Em 1932, a família retornou para a Suécia. Alguns meses depois seu marido morreu. Tentou voltar ao Brasil, mas, foi impedida de fazê-lo. Foi internada em hospitais psiquiátricos, morrendo em um deles em 1940. Desde então, ao longo de 80 anos houve um processo de esquecimento de Frida e de suas atividades no Brasil. Portanto, procurou-se neste texto avaliar, à luz da perspectiva de gênero, a sua trajetória, e a pressão que sobre ela foi feita num contexto de dominação masculina sobre as mulheres. Resultou desse processo de violência simbólica, o apagamento de Frida e de sua trajetória, por dezenas de anos, da história das Assembleias de Deus brasileiras. Palavras-chaves: Frida Maria Strandberg; Assembleia de Deus; Feminismo, Gênero, Trajetórias de vida. 8 x ABSTRACT y VILHENA, Valeria Cristina. A gender study of the life story of Frida Maria Strandberg (1891-1940), Mackenzie Presbyterian University, PHD in Education, Art and History of Culture, 2016. This thesis is the result of research carried out about Frida Maria Strandberg (1891-1940), a Swedish missionary sent to Brazil by the Philadelphia Church in Stockholm in 1917, who helped in the expansion of the Brazilian Pentecostal movement, which resulted in the movement of the Assemblies of God. In Brazil, Frida married, had children, and worked with churches in the north of the country, moving to the Southeast when, with her husband Gunnar Vingren, she started the Assemblies of God in Rio de Janeiro. In 1932, the family returned to Sweden. A few months later her husband died. She tried to return to Brazil, but was prevented from doing so. She was hospitalized in psychiatric hospitals, dying in 1940. Since then, for 80 years there has been a process of forgetting Frida and her work in Brazil. Therefore, this text looks to evaluate, in the light of gender studies, her life story, and the pressure that was placed on her in a context of male domination over women. The consequence of this process of symbolic violence has been the erasing of Frida and her history, for decades, from the history of the Brazilian Assemblies of God. Keywords: Frida Maria Strandberg; Assembly of God; Feminism, Gender, Life Story. 9 Sumário INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 12 C A P Í T U L O I .......................................................................................................... 22 1.1 Motivações para percorrer estes caminhos ................................................................... 23 1.2 A trilha teórica e metodológica ...................................................................................... 24 1.3 O apagamento de Frida e a nova economia do poder .................................................. 31 C A P Í T U L O II .......................................................................................................... O PROTAGONISMO DAS MULHERES NA HISTÓRIA DO MOVIMENTO PENTECOSTAL: AVANÇOS E RETROCESSOS ........................................................... 46 2.1 Início do fim de um apagamento .................................................................................... 49 2.2 Influência das mulheres no pentecostalismo pioneiro .................................................. 53 2.3 A fundação da igreja no Pará: versões dos pioneiros .................................................. 59 C A P I T U L O III .......................................................................................................... O CENÁRIO SÓCIO-HISTÓRICO BRASILEIRO NO INÍCIO DO SÉCULO XX: O SURGIMENTO DO MOVIMENTO PENTECOSTAL E AS LUTAS DAS MULHERES ................................................................................................................................................. 80 3.1 Regiões Norte e Nordeste, locus do Nascimento da Assembleia de Deus ......................82 3.2 Trajetórias de mulheres que resistiram ........................................................................ 93 3.3 Frida e a imprensa assembleiana ................................................................................... 98 C A P Í T U L O IV .......................................................................................................... MULHERES BRASILEIRAS DOS TEMPOS DE FRIDA – O CENÁRIO POLÍTICO E SÓCIO CULTURAL DE SUAS LUTAS ........................................................................ 115 4.1 Frida Maria Strandberg, uma mulher “à frente de seu tempo”? ............................. 117 4.2 As mulheres e o gênero ................................................................................................. 126 4.3 Gênero, família e igreja ...............................................................................................