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2019

nº 52 www.zineoficial.com.br EDITORIARGHHH!!!

Novo outono, outra edição. Agora são 17 anos de HEADBANGERS ATTACK FESTIVAL. Caso juntasse toda a gra- na do prejuízo tomado ao longo desse tempo, certamente estaria menos pobre, entretanto, não haveria transformado muitos dos sonhos em realidade. Graças ao HEADBANGERS ATTACK pude ter um contato mais próximo a muitas bandas que fizeram parte da minha trilha sonora adolescente. Cirrhosis, Executer, Krueger, Spiritual Carnage, ARD, BSB-H, Witchammer, Taurus, No Sense, Holocausto, Rot, P.U.S e agora a . Fora tantas outras bandas que ainda elencam uma enorme lista. Quem sabe o que o futuro reserva... Ainda vale à pena arriscar (e sonhar e tentar realizar)! Dia 4 de maio de 2019 (sábado) sinta-se mais do que intimado para a 17ª edição. 17 horas começará a con- fraternização anual entre bangers e hardcores, que este ano terá a novata banda de grind MALES FECUNDOS abrindo o palco TEXAS ESTÚDIO, mesmo tablado que receberá de braços abertos as outras atrações desse grande circo de amores: SONS OF RAGE (crossover), MACAKONGS 2099 (hardcore crossover) e HELLBOUND (heavy-metal). No palco ao lado, que será batizado de SONS OF SATAN (nome da gravadora do Flávio, guitarrista da banda mineira Necrobiotic), tocarão as bandas: BOMBARDEIO, ESTADO REVOLTOSO, VULTOS VOCÍFEROS e, encerrando a 17ª edição do HEADBANGERS ATTACK FESTIVAL, a lenda do metal mineiro MUTILATOR, que prometeu tocar quase na integra o clássico LP “Immortal forces”. Mais uma vez as atrações serão intercaladas entre os palcos, começando pelo palco TEXAS ESTÚDIO e finalizan- do com chave de ouro bruto no SONGS FOR SATAN, ou seja, mais de 5 horas de som underground invadindo os seus tímpanos com apenas poucos minutos de descanso. Na porta do Círculo Operário do Cruzeiro (que desde 2007 vem sendo a casa do HEADBANGERS ATTACK FESTIVAL) o ingresso custará R$ 30,00 (somente em dinheiro). Lembrando que os 100 primeiros pagantes ganharão 1 CD cada. Avisando que este ano terá ingresso antecipado (*) e que todos os pagantes concorrerão a sorteios de CDs e camisas. O bar deste ano ficará sob a responsabilidade da banda TERROR REVOLUCIONÁRIO, a qual usará o dinheiro das cervejas e águas para ajudar a custear a tour que rolará pelo México em agosto a convite da lendária banda mexicana Anarchus. Peço novamente aquela velha gentileza: ajude a divulgar e compareça à 17ª edição do HEADBANGERS ATTACK FESTIVAL!

(*) Ingresso antecipado até o dia 21/04/19: R$ 25,00 (com direito a 1 CD de banda brasileira como cortesia). Caso haja interesse, favor deposite o valor no Banco Regional de Brasília (agência: 024; conta corrente: 100.426- 8; CPF 620.781.601-30; titular: Fellipe José Sallis de Sant’Anna). Efetuado o depósito, envie o comprovante para o whatsapp (61) 98337-3463 junto com o seu nome completo e o número da RG. No dia do show você mostrará a sua identidade e pegará a sua pulseira de acesso e o seu CD. Aviso importante: esse ingresso é intransferível!!! GO

Estúdio CURIOSIDADES

Maio foi escolhido como o mês do HEADBANGERS ATTACK FESTIVAL em razão de, na ocasião (2003), ter sido o período do ano com pouca incidência de shows e nenhum outro festival realizado. Logo, a escolha foi feita para evitar choque com outras produções e, consecutivamente, evitar dividir o público; Zezon é o mestre! O versátil vocalista Zezon foi o músico que mais vezes subiu ao palco do HxAxF. Ele se apresentou com Fecal Carnage, Omfalos, Godtoth, A Peste e fez participação especial com a Miasthenia. Logo atrás estão: Nygron (Neurotóxico, Extinction Remains, Miasthenia, A Peste), Fellipe CDC (Death SLam, Terror Revolucionário, Scumbag e Caligo), Pôney (Violator, Possuído Pelo Cão e Scumbag), Capaça (Violator, Scumbag e Considered Dead) e Veto (Golpe de Foice, Ilizarov e A Vala Comum); O HEADBANGERS ATTACK REVIVAL foi criado para abrigar as bandas que já haviam se apre- sentado no evento originário. Dia 9 de março aconteceu a 10ª edição do REVIVAL, onde tocaram: A PESTE, A VALA COMUM, NAUGHTY DOG, UNDERHATE, ZILLA e PHRENESY; Sônia, Julião, Jeferson e Pituca foram os integrantes da equipe que estiveram em todas as edi- ções do HxAxF.

THE OLD COFFIN SPIRIT FANZINE E o gigante Fábio Brayner lançará o 3° número do seu conceituado THE OLD COFFIN SPIRIT FANZINE durante a 17ª edição do HEADBANGERS ATTACK FESTIVAL. Outra notícia excelente: o Fábio foi convidado (e aceitou!) ser um dos editores do portal eletrônico da Lucifer Rising Magazine. Acessem www.luciferrisingmag.com. br . Parabéns, Brayner! CURIOSIDADES Bandas

01 - MALES FECUNDOS MALES FECUNDOS é uma banda nova do Distrito Federal, mas que tem em sua formação figuras carim- badas da nossa cena local. O baterista Caio já tocou em diversas bandas e hoje toca na Absent, Malicious Intent e Burial Temple, enquanto o guitarrista Arthur é baixista e vocalista da Extinction Remains. Os outros integrantes são: Aletea (baixo) e Marco (vocal). A banda se formou em abril de 2018 e este ano lançou em seu bandcamp um full álbum recheado com 18 canções que farão a alegria de todos grindeiros de plantão fãs de anormalidades musicais como Nasum, Impetigo, ROT e Carcass (no início de carreira). (MALES FECUNDOS será a primeira atração da 17ª edição do HEA- DBANGERS ATTACK FESTIVAL abrindo o palco Texas Estúdio).

02 - BOMBARDEIO A BOMBARDEIO começou como quarteto no ano de 2015, mas hoje se resume a um power trio formado por Rafael (bx/vc), Wallison (bt) e Fernando (gt). No ano de 2017 a banda lança o seu primeiro e único registro até o momento, o Ep “Início da guerra”, trabalho que contém 5 músicas que mostram bem o caminho escolhido: death- metal com flertes de thrash e rock n roll, ou seja, uma mistura de Krisiun, Obituary e Motorhead. Ao longo desses anos, a BOMBARDEIO fez diversas apresentações em lo- cais como Saloon Red Rock Alternativo (Samambaia) e Ragnarock (Ceilândia). (BOMBARDEIO será 2ª atração do Festival e ficará responsável pela abertura do palco Songs for Satan).

03 - SONS OF RAGE SONS OF RAGE é uma banda de crossover forma- da no ano de 2015 e que desde então vem fazendo uma boa sequência de apresentações dividindo o palco com bandas de punk-rock, hardcore e metal. O quarteto é for- mado por Dario (gt/vc – também da Podrera), Juliano (gt/ backing vc – também da Suicídio Coletivo), Fabi (bx) e Biscoito (bt), sendo que os dois últimos também tocam na Penúria Zero, banda punk-rock do casal Tutis e Sopão. A SONS OF RAGE lançou o EP “Light and darkness”, em 2016, e também um split com a banda Podrera. (SONS OF RAGE será a 2ª banda do palco Texas Estúdio) Bandas

04 - ESTADO REVOLTOSO A ESTADO REVOLTOSO foi formada pelo Roger (guitarrista e vocalista) em dezembro de 2015. Junto a ele estava (e permanece) o baixista Alex. Recentemente juntaram-se a banda o Joabes (gt solo) e Rafael Herege (bt – também da Disgrace). Porém, antes dos 2 últimos músicos entrarem, a ESTADO REVOLTOSO já havia lança- do, como trio, o CD debut “Eles caminhavam com a mor- te”, em abril de 2018. A banda, que já vinha fazendo um bom número de apresentações, ampliou a agenda graças a excelente repercussão do material lançado. A mistura de death e produzido pela ESTADO REVOLTOSO permitiu que a banda se apresentasse em outros estados brasileiros e ampliasse o leque de admiradores. (ESTADO REVOLTOSO seráa 2ª banda do palco Songs for Satan)sonoras”.

05 - MACAKONGS 2099 A MACAKONGS 2099 foi formada tão logo o bai- xista Djalma Phú (importante figura do underground do DF) deixou a banda DFC. A MACAKA faz uma fusão entre hardcore e crossover com influências de Suicidal Ten- dencies, Infectous Groove e a escola nova iorquina de Agnostic Front e Sick it of all. Entre idas e vindas, a for- mação, sempre mutante, conta hoje com os músicos Pe- dro Ivo eLeo (gts), Formiga (bt) e o vocalista Evandro,um lendário cidadão e ultra ativista do rock brasiliense. Com essa formação a MACAKONGS 2099, uma banda cheia de histórias, conquistas, muitos (muitos mesmo) mate- riais lançados e um enorme currículo de shows, chega para a sua primeira participação no HEADBANGERS ATTACK FESTIVAL. (MACAKONGS 2099 será a 3ª atração do palco Texas Estúdio)

samambaia norte Bandas

06 - VULTOS VOCÍFEROS Desde o ano em que foi formada, em 1999, a VUL- TOS VOCÍFEROS já dava claros sinais de que seria um dos grandes nomes do black metal nacional. Em 2002 veio o primeiro registro, a demo “Obscuro domínio”, que transbordava fúria e velocidade. Em 2005 veio o debut “Ao eterno abismo”, lançado pela Genocide Productions, álbum que abriu definitivamente os portais do undergrou- nd obscuro para a VULTOS VOCÍFEROS. Em 2011, um novo ataque contra a hipocrisia cristã, o aclamado CD “Sob a face oculta”. Este último foi lançado pelo selo bra- siliense Misanthropic Records. Este ano saiu o 7 ep split com a Denied Redemption. Em breve, sairá o novo trabalho “Aeterno Rex Infernus” pela gravadora Songs for Satan (de propriedade do Flávio, guitarrista e vocalista da Necrobiotic). Depois de bem sucedidas tours pelo Brasil é novamente a vez do Distrito Federal sentir a força da VULTOS! Formação: Malleficarum (vc), Baalthamuz (gt), Crema- torium (bx) e Mictlantecutli (bt).

07 - HELLBOUND O baixista Guilherme fundou a HELLBOUND em setembro 2008 e lutou pela sobrevivência da banda até 2010, quando teve que encerrar as atividades da mes- ma. O retorno às atividades rolou no ano de 2014 com a chegada do guitarrista Fabricera. O baterista Léo está na banda desde 2010. O novato da família é o vocalista Emannuel, que já está bem integrado ao novo lar, tanto que o primeiro registro da HELLBOUND se deu com a atual formação. O trabalho contém 8 faixas e é calcado no heavy e no speed metal dos anos 80, com influências de bandas como Judas Priest, Grave Digger, Running Wild e Metal Church. (HELLBOUND encerará as atividades no palco Texas Estúdio) Entrevista

01) De certa forma, acho que todos devemos agradecer ao Igor Arruda por este bem-vindo retorno da MUTILATOR, certo? Pois foi depois da entrevista no programa dele, o cômico “E aí, Cara”, que, motivados pela re- percussão, vocês resolveram voltar. Como foi o primeiro show desta reunião, no qual vocês tocaram com alguns convidados? Rodrigo) Com certeza se não tivesse ocorrrido um empurrão do Igor Arruda o retorno do Mutilator não tinha acontecido. O show/reunião no E aí Cara Fest foi bom pra caralho, pelo ponto de vista da banda e das pessoas que esperavam este retorno, mas ao mesmo tempo foi muito conturbado já que tivemos menos do que um mês para montar uma formação da banda com convidados e depois ainda ter que ensaiar as músicas que não tocávamos há muitos anos. Porém, no final de tudo eu considerado que a soma de tudo foi muito positiva. 02) Você (Rodrigo) está junto com o seu irmão, o baixista Ricardo, nesse retorno mais do que especial. Peço agora que você apresente os 3 novos integrantes da MUTILATOR e fale brevemente sobre cada um deles. Rodrigo) Nossos três novos integrantes são: Kiko Ianni (guitarrista) de longa data aqui em BH. É professor de música, produtor e arranjador musical. Delei (vocalista), que nós tínhamos pouco contato até então, mas nos passaram boas referências do cara. Ele veio de outra banda de BH, a Ignorance. Luiz Sepulchral, guitarrista base e solo com muita experiência e ótima pegada pro som Death/Thrash, está no Mutilator e também integra a banda Sepulchral Voice. 03) Considero a Warfare Noise 1 uma das melhores coletâneas de metal do mundo. Já toquei diversas vezes no programa ZINE-SE, inclusive. Como foi a repercussão na época (1986) desse estimado “petardo”? E como foram os tempos com o Sílvio SDN e o que ele achou desse retorno às raízes da MUTILATOR? Rodrigo) A repercussão foi ótima! Tanto é que as quatro bandas da coletânea gravaram seus respectivos álbuns logo após o lançamento da Warfare Noise1. Nossos tempos com o Silvio foram de muita importância para o crescimento e reconhecimento da MUTILATOR e ele nos apoiou totalmente para este retorno acontecer. 04) Como era a relação das bandas do metal mineiro nos anos 80 e como está essa ligação nos dias atuais? A MUTILATOR tinha um relacionamento muito próximo da . Com quais outras bandas vocês nutriam vínculos mais fortes? Rodirgo) A relação entre as banda nos anos 80 não era das piores, apesar de algumas tretas entre algumas. Hoje, na minha opinião, tudo gira de forma tranqüila porque a fase dos grandes sonhos que todos tinham de se tornarem Rock Stars passou, todos tem profissões paralelas e são pessoas maduras. 05) Qual a sensação de ter gravado “Immortal forces”, um dos álbuns mais marcantes e im- pactantes do deathrash brasileiro? Rodrigo) A sensação de uma batalha vencida porque eram tempos ex- tremamente difíceis para o Metal nacional. Mas foi uma batalha vencida, a luta por respeito e reconhecimento ainda continua. 06) Existe alguma possibilidade da atual formação da MUTILATOR in- cluir no repertório alguma música do ótimo “Into the strangers”? O que você, em especial, acha desse disco? Rodrigo) O Into The Strange é um excelente álbum, mas com uma pro- posta e caminhos bem diferentes das que eu e o Ricardo, como fundadores da banda, almejávamos. O Magoo foi um cara incrível como guitarrista, se estivesse entre nós até hoje com certeza ele estaria criando músicas incrí- veis. Não posso descartar de vez a possibilidade de tocarmos ao vivo algo do Into The Strange, mas também deixo claro que a nossa prioridade são as músicas da Warfare Noise, do Immortal Force e as novas que já estão com- postas e estarão no próximo álbum que pode ser um LP ou um EP. 07) Pode adiantar algo sobre o EP que a MUTILATOR lançará este ano? Rodrigo) Temos quatro músicas novas semi prontas, todas mantendo e respeitando o nosso estilo de sempre, bem Death/Thrash e digo semi pron- tas porque acredito que até o momento da gravação podem haver mudanças de arranjos nessas músicas. 08) Li em uma entrevista que tem um fã querendo lançar um livro sobre a MUTILATOR. Queria saber se houve alguma evolução sobre esse assunto e de como você recebeu esse interesse sobre ter uma terceira pessoa con- tando a história de vocês? Rodrigo) Fiquei bem surpreso com a idéia dessa pessoa. Seria bom demais, mas confesso que um trabalho sobre o metal mineiro daria mais conteúdo do que algo apenas sobre o Mutilator. 09) Depois de mais de duas décadas, a MUTILATOR voltará ao DF. Como está a expectativa da banda em se apresentar na 17ª edição do HEADBANGERS ATTACK FESTIVAL? E o que o público pode esperar? Rodrigo) A expectativa de tocar em Brasília é muito grande, mesmo até porque será o nosso segundo show após o retorno da banda ou talvez o primeiro já que no E aí Cara foi meio na correria e com repertório muito curto. Já em Brasília teremos um se- t-list maior e podem ficar preparados para uma apresentação brutal porque todos integrantes estão com sangue nos olhos e sedentos por tocar ao vivo mais essa vez. Texto: A Culpa do Vazio

A primeira edição do HEADBANGERS ATTACK FESTIVAL aconteceu em maio de 2003 e teve como palco o extinto Pirâmide Show, no Pistão Sul, em Taguatinga. O mesmo local serviu de abrigo para as duas edições posteriores que foram testemunhas oculares da vertiginosa queda de público em produções de caráter underground. Todos nós sabemos que o temido efeito estufa é um dos maiores responsáveis pelo derretimento das geleiras e consecutivos desastres ambientais, mas o que explica esse esvaziamento assustador em eventos de heavy-metal, de punk ou de hardcore? Em 2003, o HEADBANGERS ATTACK teve o privilégio de contar com a presença de mais de 800 amantes da música underground. Felizardos que puderam prestigiar 5 bandas do Distrito Federal e 1 de Goiânia abrindo para a mineira Cirrhosis e a paranaense SUBTERA, que, diga-se de passagem, nunca havia tocado na região centro-oeste. O trio proveniente do Sul do Brasil fez, na minha opinião, um dos melhores shows de toda a história do Festival. A segunda edição, realizada em 2 dias - que teve as paulistas Executer e Funeratus no primeiro dia e a paraibana Krueger no domingo – contou com pouco mais de 700 pessoas; enquanto a terceira e derradeira produção na Pirâmide Show, na qual eu cometi a insanidade de colocar 13 bandas divi- dindo um único palco, deu algo em torno de 550 resistentes. Desde então o gráfico de público dentro do HEADBANGERS ATTACK FESTIVAL oscila, mas nun- ca mais passou de 500 interessados em prestigiar a boa música pesada brasileira, mesmo com a divulgação tendo sido amplificada graças a força dos meios eletrônicos mais recentes. O tal esvaziamento (com raras exceções – e ainda bem que existem as tais exceções!-) acontece também com outras produções e casas de shows. É uma grande incógnita! Muitos culpam a falta de renovação do público, mas eu não consigo atribuir 100% da “culpa do vazio” somente ao fator aludido, uma vez que vejo muitos rostos novos e, conseqüentemente, muitas bandas recentes (formadas pela novíssima população de bangers, punks ou hardcores) mostrando bons serviços nas gigs que acontecem esporadicamente em alguns pontos do Distrito Federal. Com medo do “vazio” se tornar um abismo financeiro, o meu amigo Fábio resolveu deixar em coma o seu gigante Marreco Festival. Usei o termo ‘coma’ porque torço muito para que essa produção volte a respirar e volte a ter vida longa e plena. Para finalizar, sem querer ser saudosista – e já sendo muito! –, desejo que o espírito oitentista volte a reinar e tenhamos novamente eventos lotados, como eram antigamente os memoráveis e incontáveis shows da vivíssima Moshs Produções. Mutilator, , Mayhen, Sepultura, R.D.P, Vul- cano, Genocídio (*), Dorsal Atlântica, Explicit Hate, MX, Anthares e tantos outros. Obrigado, Ronan!

(*) Dia 6 de julho a banda paulista GENOCÍDIO voltará ao DF para uma apresentação única no Círculo Operário do Cruzeiro Velho. A abertura ficará a cargo das bandas: Terrorcídio, Caligo, Seconds of Noise e Dark Razor. Texto: A Culpa do Vazio HEADBANGERS ATTACK FESTIVAL AGRADECE:

JÔSEFER AYRES

Caso precise, dê prefrência para quem acredita e incentiva nossa cultura! EQUIPE DO H.A.F 2019 O ZINE OFICIAL número 52 é: Fellipe CDC (textos), Fábio Frajola (diagramação), Tomaz André (revisão e direção de arte – editor fundador do ZINE OFICIAL), DaniHell (desenho do mascote) e Ama- rildo (logotipo do HEADBANGERS ATTACK FESTIVAL).

EQUIPE DO HEADBANGERS ATTACK FESTIVAL 2019: Fellipe CDC (idealizador/organizador), Márcia e Sônia (bilheteria), Julião (portaria), Jeferson, Jo- sefer, Itazil e Felipe Pelika (roadies), Rafael, Iran Pituca, Flávio Linhares e Jaime Amorim (motoristas), Capitão Barbosa (divulgação virtual), Joelma e Jaqueline (fotos), Fernando AC/DC, Sopão e Totors (“dupla Tolete e Toletinho” – filmagens), Tomaz (dono do ZINE OFICIAL). O ZINE OFICIAL é um trabalho sem fins lucrativos idealizado e organizado pelo jornalista Tomaz André. O ZINE OFICIAL nasceu junto com o Quaresmada Festival, evento organizado pelo Ricardo Rocha (vocalista da banda Kábula). Para maiores informações sobre o HEADBANGERS ATTACK FESTIVAL: (61) 3475-9391 ou 98337-3463 ou [email protected]

HEADBANGERS ATTACK FESTIVAL Maio 2020 18ª edição – 18 bandas 2 dias de muita confraternização e mais de 10 horas de som underground e autoral Prepare os seus tímpanos!!! Entrevista Especial - Josefer Ayres

01) Quantos anos você tinha quando começou a tocar nas bandas Ephemeral e Steel Grave e como foi esse primeiro contato como músi- co? Quais eram os estilos musicais dessas bandas? Josefer: Primeiramente, grato pelo espaço. Eu tinha 15 anos quan- do toquei na minha primeira banda (Ephemeral) e eu tocava escondido na bateria do meu irmão Jeferson (Terro Revolucionário e Crushed Bo- nes) e um dia ele viu. Ao invés de brigar, me “ensinou”. E emprestava o equipamento para que eu pudesse tocar e ensaiar. Inclusive o Fabrício (Hellbound) era um dos guitarristas. 02) Há quase 16 anos você montou a Phrenesy. Quais as lembranças mais latentes deste início e quais os maiores ensinamentos que esta banda trouxe para a sua vida/ Josefer: A Phrenesy foi meio que um Megadeth para mim, quando eu não mais fiz parte da Flashover em 2003. Misto de raiva com orgulho. Mas eu cresci muito e amadureci demais também. Tiago Teobaldo “Xupita” (n.d.r: Teobaldo é quase tão sacanagem quanto Itazil!) só tinha 13 anos e me acompanhava nos shows da Flashover. Aprendi muito compondo para a Phrenesy, indo atrás de shows, etc. Inclusive agradeço a força que sempre deu para a banda. 03) Ainda sobre a Phrenesy, como estão os preparativos para o novo trabalho? Visto que o “The power comes from the beer” foi um excelente CD, a banda está se sentindo pressionada a compor algo tão bom ou superior ao aludido debut? Josefer: Estamos com 10 sons novos e a expectativa é enorme. Vamos gravar no Fusão com o renomado Thy Bianchi (ex- Shaaman e atual Nocturnal), este ano ainda e lá em São Paulo. Foi montado um selo com o mesmo nome e o Thy vai nos lançar juntamente com mais umas 40 bandas. Estamos em um grupo de whatsapp e todas as bandas estão lá. Fechamos o CD novo e mais 3 videos clipes. Será uma experiência fantástica! 04) Como foi o seu retorno à Flashover e como está a banda no momento? Fale brevemente da experiência da tour pela Europa. Josefer: Voltei em 2009 quando fiz alguns shows com a Warcurse e o Fernando me intimou com algumas caixas de cervejas a voltar para a banda. Estamos bem. Voltamos da tour no começo de fevereiro. Na Europa foi fantástico, mas tivemos muitos dias ruins, sem tomar banho, dormindo no chão do aeroporto e enjoamos de fast-food! Mas foi bom demais dividir o palco com a Ecoffined (Argentina). Grandes “hermanos”! 05) Quais as últimas novidades pode nos contar sobre a Podrera, a famosa banda do nosso irmão Marcelo? Quando está tocando baixo na Podrera sente saudades de tocar bateria? Josefer: Podrera está numa nova fase. Quando toco baixo, eu me amarro! Sou muito fã do Jason Newsted. E na verdade foi o meu primeiro instrumento. O Jeferson comprou um baixo que só tinha uma corda. Arrumei umas cordas velhas e comecei a tocar. 06) Como você descobriu o gosto pelo Muay Thai e até onde pretende chegar com isso? O que este tipo de arte trouxe de positivo e produtivo para a sua vida? Josefer: Eu já era amigo do Reysner Costa (mestre grau preto). Quando eu tinha 21 anos, tocava na Phrenesy e revezava entre a banda e os brothers da escola para fumar e beber. Daí um dia o Reys- ner viu o meu estado e me chamou para fazer uma aula experimental. Quase tive um derrame, mas me apaixonei pelo esporte, porque já assistia a luta pela TV ao lado do Jeferson e do meu pai. Daí já se vão 15 anos... Hoje tenho o meu grau preto no Muay Thai e sou professor. Devo muito ao Reysner e meu antigo mestre Guy. Eles me ajudaram a estar onde estou e eu ainda vou muito mais longe! 07) Caso você apelasse toda vez que sofresse bulliyng em razão da sua lataria, quantas pesso- as você já teria agredido ou, quiçá, matado? Josefer: Talvez a plateia dos shows da Iron Maiden, a torcida do Corinthias e o povo do bar da esquina (que já são mais 5!). Mas eu acho legal! E eu ainda ajudo com as macacadas que faço! 08) Para encerrar, você trabalhou como roadie em quase todas as edições do HEADBANGERS ATTACK FESTIVAL. Dessas tantas vezes, qual apresentação de banda veterana mais te impressionou? A mesma pergunta, só que para as bandas novatas. Josefer: Para mim sempre foi um prazer! Guardo no peito a apresentação da Holocausto, Fune- ratus, da Krueger, Subtera, Mofo, A Vala Comum, Evil Corpse, dentre tantas outras. Só tocam bandas legais na porra desse festival! E quero agradecer a confiança e a oportunidade de sempre deixar eu e o meu irmão (beeeeem mais velho) cuidarmos dos palcos!