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MUNICÍPIO DE VILA DO CONDE

PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO URBANO - PEDU

Aviso EIDT-99-2015-03 - 2020

Fevereiro de 2016

Sumário

PEDU -ENQUADRAMENTO E ESTRATÉGIA ______3

PEDU – Contributo para o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável PAMUS______21

PEDU- PLANO DE AÇÃO DE REGENERAÇÃO URBANA ______47

PEDU- PLANO DE AÇÃO DE INTEGRADO PARA AS COMUNIDADES DESFAVORECIDAS ______77

Anexos ANEXO I – DELIMITAÇÃO DAS ARU ANEXO II – CERTIDÃO DE APROVAÇÃO DE INÍCIO DE PROCESSO DE DEFINIÇÃO DAS ARU ANEXO III – PLANO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E PLANO DE AÇÃO DA REDE SOCIAL PARA 2015 ANEXO IV – FOTOGRAFIAS DO PLANO DE AÇÃO INTEGRADO PARA COMUNIDADES DESFAVOREVIDAS

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MUNICÍPIO DE VILA DO CONDE

PEDU – Enquadramento e Estratégia

Aviso EIDT-99-2015-03 - Portugal 2020

Fevereiro de 2016

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Conteúdo A. Experiência do Promotor na implementação de Planos / Estratégias ...... 5 B. Diagnóstico ...... 6 C. Análise SWOT ...... 11 D. Desafios e Fatores Críticos de Sucesso ...... 12 E. Objetivos e definição da estratégia; ...... 13 F. Identificação das prioridades de investimento ...... 16

Índice de tabelas Tabela 1. Densidade populacional das cidades (N.º/ km²) por Local de residência (INE) ...... 7 Tabela 2. Densidade de edifícios (N.º/ km²) por Localização geográfica (Cidade) (INE) ...... 8 Tabela 3. Indicadores Sociodemográficos (INE) ...... 8 Tabela 4. Taxa de desemprego (%) por Local de residência (INE) ...... 9 Tabela 5. Poder de compra per capita por Localização geográfica (INE) ...... 10 Tabela 6. Pessoal ao serviço (N.º) das Empresas por Localização geográfica (INE) ...... 11

Anexos ANEXO I – DELIMITAÇÃO DAS ARU ANEXO II – CERTIDÃO DE APROVAÇÃO DE INÍCIO DE PROCESSO DE DEFINIÇÃO DAS ARU ANEXO III – PLANO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E PLANO DE AÇÃO DA REDE SOCIAL PARA 2015 ANEXO IV – FOTOGRAFIAS DO PLANO DE AÇÃO INTEGRADO PARA COMUNIDADES DESFAVOREVIDAS

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PEDU – MUNICÍPIO DE VILA DO CONDE

A. Experiência do Promotor na implementação de Planos / Estratégias

O Município de Vila do Conde implementou e contratualizou no âmbito do QREN um conjunto de investimentos de natureza infraestrutural, imaterial e mista com um valor de 23.756.874€. As candidaturas aprovadas e executadas permitiram colmatar lacunas e deficiências na rede escolar, na prevenção de riscos e valorização ambiental e socioeconómica do concelho, na oferta de espaços de carater cultural, na reabilitação urbana, nas tecnologias da informação e da comunicação. O Projecto Metropolis, fase 2, continuou o trabalho iniciado no Metropolis Digital através da criação de uma Plataforma Tecnológica Regional com serviços de autenticação comuns (com utilização do cartão do cidadão) e da disponibilização de serviços on-line. Este projeto veio assegurar a digitalização e circulação eletrónica da informação, adaptando as autarquias ao uso da fatura eletrónica, através de plataforma de atendimento multicanal “centrada no cidadão ou empresa" desburocratizando os serviços, contribuindo para a redução dos denominados “custos públicos de contexto” no seu relacionamento com os cidadãos /munícipes e as empresas. Na área escolar, recuperaram-se, ampliaram-se, e reclassificaram-se os centros escolares de D. Pedro IV em Mindelo, a escola Básica Frei João, os edifícios escolares de Macieira, Touguinha, Malta, Caxinas e Retorta, bem como os centros escolares de Areia/Árvore, Violetas, Bento de Freitas e Labruge. Nesta necessidade de ampliar a oferta educativa e eliminar pré fabricados construiu a escola Agustina Bessa Luís que abrange as de Bagunte, Outeiro, Ferreiró e Parada. As condições das escolas que integravam foram adaptadas às exigências educativas, enquadrando-se nas normas do Ministério da Educação, conseguindo-se uma efetiva relação de proximidade e de complementaridade entre a escola e os outos equipamentos urbanos existentes ou programados. Foram intervencionados 12 centros escolares. A nível cultural o concelho apresentou projetos que permitiram o aumento de visitantes. Contribuiu para este facto: A Exposição Permanente do Centro de Memória que enquadra a história de Vila do Conde com a história da Europa e do Mundo. Foram produzidas vitrinas, terminais de consulta e produtos multimédia que permitem ao visitante perceber a importância de determinado fator na história local. Paralelamente foram realizadas réplicas com duplo objetivo: permitir que o público manipule as peças e permitir aos visitantes portadores de deficiência visual tocar nos objetos. O projeto Rota de Raízes que inclui o centro interpretativo do Castro de S. Paio é um projeto de museologia, integrando o discurso museográfico do espaço. Foram desenvolvidos os conteúdos científicos necessários à concretização do projeto no sentido harmonizar esses conteúdos, por forma a conseguir uma uniformidade do discurso apresentado. Este projeto traz ao Município cerca de 12000 visitantes/ano. A candidatura do Mosteiro de Santa Clara permitiu a realização de obras de Recuperação da Cobertura e Fachadas do Mosteiro, trabalhos que irão permitir a instalação de um conjunto de atividades artísticas e criativas estruturadas na oferta de espaços de trabalho às associações e organizações ativas no desenvolvimento da oferta de programas de índole cultural, em equipamentos municipais. A realização desta ação experimental disposta na oferta de espaços de caráter monumental para produção de eventos culturais, onde o próprio cenário arquitetónico será necessariamente uma das componentes das manifestações artísticas. O conhecimento e a estrutura com uma ação deste género, poderá enriquecer os

5 instrumentos operativos dos agentes culturais em presença na cidade. O n.º de visitantes integrados em circuitos culturais é de aproximadamente de 3.000 visitantes. Para maior impacto de todas estas infraestruturas foi executado um projeto ligado ao Turismo, a Loja Interativa de Turismo de Vila do Conde, que define o modelo de negócio de forma a encontrar um plano sustentável assente na promoção / divulgação da região, interligando os agentes de Turismo do e Norte de Portugal. Nesta dinâmica, QREN/MUNICÍPIO, foram desenvolvidas ações a nível da valorização do litoral através de 3 ações: Ação 1- Valorização da Frente de Mar de Arvore, que conseguiu recuperar e estabilizar o sistema dunar próximo ao ma, bem como o ordenamento de acessos e percursos pedonais sobre o sistema dunar; Ação 2 - Requalificação e Valorização da Frente de Mar de Labruge salvaguardando os seus elementos naturais e adequando o seu funcionamento enquanto zona balnear; Ação 3 - Criação de percursos pedonais e cicláveis ao longo do litoral sul do concelho, que tem assistido a uma crescente incidência. Usufruem deste projeto mais de 100.000 pessoas entre residentes e turistas. Foi executado um projeto de Racionalização energética para o pavilhão Desportivo que veio permitir e promover a eficiência energética dos equipamentos consumidores de energia e racionalização do consumo.

B. Diagnóstico

O Município de Vila do Conde, enquadrado na AMP (Área Metropolitana do Porto), partilha com os outros municípios que dela fazem parte, um conjunto de desafios globais e diversos. As mudanças climáticas, o novo paradigma energético, o envelhecimento da população, os riscos e vulnerabilidades sociais, a crise económica, a economia do conhecimento e a globalização influenciam significativamente as decisões e os percursos a tomar. O Município de Vila do Conde localiza-se no Distrito do Porto, fazendo parte da Área Metropolitana do Porto, com 149,03 km² de área (2013) e 79 533 habitantes (2011), subdividido em 21 freguesias. O Município é limitado a norte pelo Município da Póvoa de Varzim, a leste por Vila Nova de Famalicão e , a sul pela Maia e por e a oeste tem litoral no oceano Atlântico. O Município de Vila do Conde goza de uma localização estratégica no litoral norte, a pouca distância da segunda cidade do país - a cidade do Porto e, concomitantemente das funções de primeira ordem na saúde, no ensino, na cultura, no desporto e também de importantes infraestruturas como sejam o aeroporto internacional do Porto ou o porto de Leixões - o principal porto de mercadorias do norte do país. Vila do Conde é servida por uma ampla rede de transportes que compreendem vias terrestres, aéreas e marítimas. O sistema terrestre de acesso é constituído por auto-estradas, o sistema de estradas nacionais e a rede de metropolitano ligeiro; que são utilizados diariamente por milhares de pessoas para aceder e se movimentarem na cidade e no concelho. As acessibilidades ao concelho também compreendem os terminais do aeroporto e o porto marítimo. O concelho e a cidade são ligados por estrada num eixo Norte-Sul desde até ao Porto pela auto-estrada A28. A auto-estrada A7 cruza a A28 e num eixo Este-Oeste, através do Norte da cidade, ligando-a a Vila Nova de Famalicão e Guimarães. As Estradas Nacionais na zona em que atravessam o concelho têm gestão municipal: a EN13, que atravessa o concelho e cidade no sentido Norte-Sul. A EN205 atravessa o concelho a norte, num eixo Este-Oeste e liga Vila do Conde a Vila Nova de Famalicão. A EN104 atravessa o concelho a meio, num eixo Este-Oeste, e liga Vila do Conde à Trofa e a . A EN205 e a EN104 são utilizadas pelos viajantes procedentes do interior do concelho

6 para aceder à cidade ou se movimentarem nas freguesias do concelho. O transporte público dentro da cidade de Vila do Conde é gerido sobretudo pela Litoral Norte - Transportes Urbanos da Póvoa de Varzim, as restantes linhas são geridas pela Transdev. A linha B do Metro do Porto liga a Vila do Conde à cidade do Porto e ao aeroporto em dois tipos de serviços, o normal e o expresso. Também faz a ligação a norte à cidade de Póvoa de Varzim. Situado a apenas 15 km do centro da cidade, o Aeroporto Internacional Sá Carneiro (OPO), o segundo maior aeroporto (internacional) no país, liga-se ao concelho e à cidade de Vila do Conde através da A28, da EN13 e do Metro do Porto. O Município de Vila do Conde, enquadrado na AMP (Área Metropolitana do Porto), partilha com os outros municípios que dela fazem parte, uma série de desafios globais e diversos. As mudanças climáticas, o novo paradigma energético, o envelhecimento da população, os riscos e vulnerabilidades sociais, a crise económica, a economia do conhecimento e a globalização influenciam significativamente as decisões e os percursos a tomar. O crescimento coalescente dos núcleos urbanos de Vila do Conde, verificado nas últimas décadas, resultou num contínuo urbano que tende a densificar ainda mais nos anos mais próximos. Os últimos indicadores sociodemográficos disponíveis, referentes aos Censos de 2011, apontam para um significativo dinamismo demográfico do território. Em 2011 a população residente da cidade de Vila do Conde representava 36% da população residente do município. Um aumento de cerca de 1,5% face ao ano de 2001. Numa análise de cada unidade territorial, a cidade aumentou a sua população residente em 11,3% enquanto a média do concelho cresceu 6,9%, valor significativamente superior ao da média nacional (2,0%), da Região Norte (0,1%) ou ainda do (2,1%). O aumento da população verificado repercutiu-se num aumento da densidade populacional, que cresceu na última década, para os 4.211,2 hab./Km2 na cidade, valor que representa cerca do dobro da média das cidades de Portugal (2238,1 hab/Km2) e ligeiramente acima da média das cidades do Grande Porto (4087,60 hab/Km2), e que contrasta com as freguesias mais afastadas da sede do município, que apresentam uma matriz menos urbana, enquanto as freguesias do litoral e na envolvente próxima da sede do município, dada a sua localização, configurem espaços de expansão e de constituição de estruturas de caráter mais urbano. A média do concelho apresenta uma densidade populacional com cerca de 533 hab./Km2.

Local de residência (Cidade, NUTS - 2002) Densidade populacional (N.º/ km²) por Local de residência (Cidade, NUTS - 2002); Decenal Período de referência dos dados (2011)

Portugal (cidades) PT 2238,1 Continente (cidades) 1 2245,5 Norte (cidades) 11 2202,9 Grande Porto (cidades) 114 4087,6 Vila do Conde (Cidade) 1140020 4211,2 Tabela 1. Densidade populacional das cidades (N.º/ km²) por Local de residência (INE) A evolução do número de famílias no concelho de Vila do Conde, para o mesmo período intercensitário, foi superior ao verificado nas restantes unidades territoriais de referência. Efetivamente, o Município de Vila do Conde teve um aumento de cerca de 14% do número de famílias, enquanto o aumento da média nacional foi aproximadamente de 11% e a media do Grande Porto ultrapassou ligeiramente os 12%. Considerando que a evolução do número de famílias é um dos principais fatores condicionantes da procura de habitação, também neste contexto a área de estudo revelou uma dinâmica construtiva superior às unidades geográficas

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de referência, apresentando uma densidade de 874 edifícios por km2, quase o dobro da média das cidades do norte de Portugal, tendo o número de alojamentos aumentado em 21,2%, cerca 5% acima da média nacional e 6% acima da média do Grande Porto, o que revela uma forte dinâmica demográfica e construtiva, comparativamente com os indicadores médios do país, da região Norte e do Grande Porto. Localização geográfica (Cidade, NUTS - 2011) Densidade de edifícios (N.º/ km²) por Localização geográfica (Cidade, NUTS - 2002); Decenal Período de referência dos dados (2011)

Portugal (cidades) PT 421,3 Continente (cidades) 1 408,9 Norte (cidades) 11 457,6 Grande Porto (cidades) 114 756,1 Vila do Conde (cidade) 1140020 873,5 Tabela 2. Densidade de edifícios (N.º/ km²) por Localização geográfica (Cidade) (INE)

Indicadores Sociodemográficos Densidade População residente Populacional Famílias Alojamentos Var Var Var Var 2001 2011 (%) 2001 2011 (%) 2001 2011 (%) 2001 2011 (%) 365075 504674 585954 16,1 Portugal 10353117 10562178 2,0% 112,3 114,5 2,0% 7 4043726 10,8% 4 0 % 121063 161164 184658 14,6 Norte 3687283 3689682 0,1% 173,2 173,3 0,1% 1 1330892 9,9% 3 9 % Grande 1548, 15,3 Porto 1260680 1287282 2,1% 6 1580 2,0% 436346 489471 12,2% 540337 623085 % Vila do 21,2 Conde 74391 79533 6,9% 499,3 533,7 6,9% 23829 27210 14,2% 31113 37697 % Tabela 3. Indicadores Sociodemográficos (INE) Em síntese, considerando os últimos indicadores sociodemográficos conhecidos poder-se- á afirmar que o território é caracterizado por:

 Uma significativa densidade populacional, de cerca de 534 hab./Km2, que atinge os 4211 hab./Km2 na sede do município.  Contrastando com esta área densamente urbana, as freguesias mais afastadas da sede do município, no interior do Concelho, apresentam uma matriz menos urbana, enquanto as freguesias do litoral e na envolvente próxima da sede do município, dada a sua localização, configurem espaços de expansão e de constituição de estruturas de caráter mais urbano;  Uma forte dinâmica demográfica e construtiva, comparativamente com os indicadores médios do país, da região Norte e do Grande Porto.

O Município de Vila do Conde tem potencialidades que o transformam numa área privilegiada para captação e fixação de investimentos produtivos. Dispõe boas infraestruturas e de uma localização privilegiada, a pouca distância do Porto de Leixões e do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, quer pelo facto de ser servido por uma rede viária com excelentes acessos aos diferentes polos populacionais e industriais, acrescentando-se o serviço do Metro do Porto e uma qualificada rede viária envolvente, o que transforma o num Concelho atrativo e de inegável importância no âmbito da Área Metropolitana do Porto e do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular.

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Local de residência (à data dos Censos 2011) Taxa de desemprego (%) por Local de residência (à data dos Censos 2011); Decenal Período de referência dos dados (2011)

Portugal PT 13,18 Continente 1 13,19 Norte 11 14,47 Grande Porto 114 16,42 Vila do Conde 1316 14,49 Tabela 4. Taxa de desemprego (%) por Local de residência (INE) Relativamente ao fenómeno do desemprego, verifica-se que a taxa apresentada em 2011 de 14,5% era inferior à do Grande Porto, com 16,4%, sendo no entanto superior à média nacional com 13,2%. Relativamente ao emprego, verificou-se uma diminuição de trabalhadores no Município, de 35981 em 2011, para 34186 em 2011, constituindo uma diminuição de cerca de 5%. Em 2012 esta tendência de decréscimo acentuou-se, com uma descida de 6,2% face a 2011. Em 2012 os setores mais atingidos por esta quebra no emprego foram a Agricultura, Produção Animal e Pescas (-7,3%), as Indústrias Transformadoras (-9,7%), a Construção (- 8,2%), Transportes e armazenagem (-11,2%) e Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares (-7%). O concelho é caracterizado por possuir um sector primário com uma dimensão relevante com cerca de 8,9% face aos 1,4% do Grande Porto. Apresenta, um importante polo piscatório, talvez a maior comunidade piscatória de Portugal, e uma agricultura muito orientada para a fileira do subsector leiteiro, onde o concelho representam um dos maiores núcleos de produção de leite do país, o que só por si configura uma significativa importância económica deste sector de atividades e um potencial endógeno futuro do concelho. A globalização da economia tem levado a um processo de restruturação da indústria portuguesa, materializado na redução da dimensão média das unidades industriais considerando quer o número de pessoas ao serviço quer do volume de vendas, que originaram uma reconfiguração do tecido produtivo Industrial. Apesar da significativa queda do número de pessoas ao serviço, nos últimos anos, o sector Secundário representa ainda o sector de atividade mais empregador. À semelhança do que caracteriza o sector industrial na região Norte, a Industria Transformadora possui um peso significativo (29,3%) na estrutura industrial do concelho, tendo um peso muito relevante face ao verificado no Grande Porto, com cerca de 16,2%, para além de revelar alguma componente exportadora. Destaque para a importância que o setor da construção apresenta no Município (12,2%) face aos 8,2% do Grande Porto. De notar que os setores das atividades administrativas e dos serviços de apoio e das atividades de saúde humana e apoio social, com 3,4% e 3,1%, significativamente com menor peso relativo face ao registado no Grande Porto. A reduzida dimensão média da empresa terciária e uma significativa concentração no comércio de retalho constituem as principais características das atividades terciarias no concelho de Vila do Conde sendo caracterizada pela existência de uma importante concentração das atividades económicas, na sede do concelho. As atividades terciárias ligadas ao comércio de retalho atingem neste núcleo urbano uma importância preponderante quer no tecido empresarial terciário quer na economia em geral. Merece ainda destaque a atividade ligada ao subsetor do turismo nas áreas do lazer, da hotelaria e similares que, com particular destaque na época balnear, ganha uma significativa importância económica graças a localização geográfica do concelho que confina com frentes de mar totalmente intervencionadas e valorizadas do ponto de vista urbanístico.

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Localização geográfica (NUTS - 2013) Poder de compra per capita por Localização geográfica (NUTS - 2013); Bienal Período de referência dos dados (2011) Portugal PT 100 Continente 1 100,83 Norte 11 89,22 Área Metropolitana do Porto 11A 103,45 Vila do Conde 11A1316 93,89 Tabela 5. Poder de compra per capita por Localização geográfica (INE) O Município de Vila do Conde apresenta um índice de poder de compra per capita de 93,89, portanto abaixo da média nacional (base 100) e significativamente menor que o Grande Porto que apresenta 111,28. Relativamente ao nível de qualificações, verifica-se que o Município de Vila do Conde apresenta 8,24% (Cencus 2011) de população sem escolaridade com 15 ou mais anos, ligeiramente superior ao verificado no Grande Porto que apresenta 7,28%. Dados relevantes quanto a este indicador referem que o Município de Vila do Conde apresenta valores menores em relação ao Grande Porto em relação aos níveis secundário e superior apresentando, 14% e 12%, respetivamente, face a 16% e 17% verificados no Grande Porto. Ao nível de estruturas de conhecimento, situa-se em Vila do Conde, o Campus de Vairão foi inaugurado em Maio de 1994, sendo ocupado pela Universidade do Porto em 1996, por via da instalação das licenciaturas de Medicina Veterinária e Ciências Agrárias (integrada na atual licenciatura em Ciências de Engenharia da FCUP). Encontram-se também instalados os laboratórios do Centro de Investigação em Biodiversidade e do Centro de Estudos de Ciência Animal, ligados ao Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agro-Alimentares da U.Porto. Resultado de uma parceria que envolveu a U.Porto e outras universidades e entidades ligadas à agricultura da região, o projeto ocupa uma área bruta de 4.144 m2. Além de campos agrícolas, o terreno engloba infraestruturas de natureza museológica, agrícola, de ensino e investigação, albergando ainda mais de meia centena de famílias botânicas e 61 espécies animais observadas.

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Pessoal ao serviço (N.º) das Empresas por Localização geográfica (NUTS - 2002) e Atividade económica (Divisão - CAE Rev. 3); Anual Período de referência dos dados (2012) Captação , tratament o e Localizaç Comércio por Agricultura Eletricidad distribuiç ão grosso e a , produção e, gás, ão de Transpor geográfic Indústrias retalho; animal, Indústrias vapor, água; tes e a (NUTS - Total transforma Construção reparação de caça, extrativas água saneame armazen 2012) doras veículos floresta e quente e nto, agem automóveis e pesca fria e ar frio gestão de motociclos resíduos e despoluiç ão N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º 106 3,0 102 0,3 646 18,4 919 0,26 303 0,9 344 9,80 21,5 4,4 Portugal 3511666 754049 153419 169 0% 05 0% 425 0% 4 % 94 0% 185 % 0% 0% Continen 966 2,9 991 0,3 634 18,8 758 0,22 291 0,9 328 9,70 21,5 4,3 3379729 726107 146218 te 68 0% 7 0% 965 0% 8 % 56 0% 496 % 0% 0% 225 1,9 319 0,3 336 28,9 0,07 817 0,7 131 11,3 21,6 2,9 Norte 1161905 810 251060 33654 74 0% 1 0% 287 0% % 7 0% 087 0% 0% 0% Grande 596 1,3 0,1 740 16,2 0,06 379 0,8 374 8,20 25,6 4,0 456527 245 266 116747 18135 Porto 1 0% 0% 54 0% % 0 0% 38 % 0% 0% Vila do 214 8,8 0,1 714 29,3 297 12,2 23,4 3,7 24387 25 5704 895 Conde 7 0% 0% 9 0% 6 0% 0% 0% Atividad es Atividades Atividades artística Alojament Atividades Atividades de Atividade de s, de Outras o, administrati de saúde informaçã s consultoria, espetác atividade restauraçã vas e dos Educação humana e o e de imobiliári científicas, ulos, s de o e serviços de apoio comunicaç as técnicas e desporti serviços similares apoio social ão similares vas e recreati vas N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º 270 7,7 806 2,3 459 1,3 209 6,00 379 10,8 940 2,7 246 7,00 1,20 2,5 Portugal 42146 88406 455 0% 82 0% 02 0% 966 % 338 0% 19 0% 712 % % 0% Continen 253 7,5 792 2,3 443 1,3 204 6,00 369 10,9 904 2,7 234 6,90 1,20 2,5 39729 84873 te 968 0% 34 0% 82 0% 028 % 557 0% 30 0% 413 % % 0% 682 5,9 140 1,2 136 1,2 607 5,20 727 6,30 314 2,7 776 6,70 1,00 2,2 Norte 11096 25439 35 0% 42 0% 62 0% 49 % 17 % 39 0% 86 % % 0% Grande 326 7,2 101 2,2 635 1,4 340 7,50 428 9,40 149 3,3 411 9,00 1,40 2,5 6427 11293 Porto 42 0% 97 0% 7 0% 25 % 25 % 69 0% 56 % % 0% Vila do 122 5,0 0,7 1,0 3,80 3,40 2,2 3,10 0,80 2,1 163 253 935 822 528 756 199 503 Conde 2 0% 0% 0% % % 0% % % 0% Tabela 6. Pessoal ao serviço (N.º) das Empresas por Localização geográfica (INE)

C. Análise SWOT

Principais Oportunidades  Quadro de apoios comunitários Portugal2020  Localização na Área Metropolitana do Porto, um dos motores económicos do país.  Aposta na competitividade através de recursos e processos endógenos do Norte de Portugal e incremento do setor turístico na região

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 Aposta no desenvolvimento de fontes de energia renováveis, numa economia hipocarbónica e na prevenção e mitigação dos riscos associados às alterações climáticas  Existência de um contexto favorável para o desenvolvimento urbano sustentável  Prioridade dada à sustentabilidade ambiental, energética e financeira dos sistemas de transportes públicos e privados

Principais Ameaças  Crise económica, social e financeira que é extraterritorial e afeta o país.  Aumento da taxa de desemprego e diminuição do emprego

Principais Pontos Fortes  Localização estratégica no Norte do país, a meio caminho entre o Porto e Viana do Castelo  Facilidade na ligação entre as infraestruturas ferroviárias, rodoviárias (A7, A28, N13), portuárias (Porto de Leixões) e aéreas (Aeroporto Francisco Sá Carneiro) existentes.  Capacidade de atracão populacional com significativo dinamismo demográfico - população mais jovem  Perfil etário e habilitacional favorável face ao Médio-Tejo  Forte mobilidade laboral com saldo migratório pendular negativo  Orografia do município beneficia a utilização de modos suaves de mobilidade

Principais Pontos Fracos  População menos qualificada e com um rendimento inferior à média nacional  Perda de dinamismo do sector primário (Agricultura e Pescas)  Dificuldade de reconversão do tecido empresarial e na criação líquida de emprego

D. Desafios e Fatores Críticos de Sucesso

A implementação e gestão do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano do Município de Vila do Conde, será um processo que necessariamente deverá envolver toda a estrutura técnica e política do Município, assim como as entidades parceiras no desenvolvimento das ações previstas e o envolvimento dos cidadãos, principais beneficiários das políticas contidas no documento. Neste contexto, a reflecção que a elaboração do PEDU implicou, ao nível técnico e ao nível político, tem como consequência o envolvimento direto destes agentes, essencial para o sucesso da implementação das componentes do PEDU desde a sua génese, validando as contribuindo diretamente na elaboração e conteúdo deste documento. Isto é, o sucesso da implementação da estratégia delineada no PEDU depende do envolvimento das pessoas que irão executá-la, mantendo os envolvidos alinhados e capacitados a pensar sistematicamente sobre o futuro e não somente as ações do presente. Deverá ser preparada uma comunicação clara e efetiva para todo o Município, agentes locais, cidadãos, empresas, entre outros, para que cada um conheça a sua parte no todo, que se comprometa com os objetivos e que esteja informado das suas responsabilidades. A implementação e gestão do PEDU deve ser um processo contínuo dentro da estrutura municipal e no âmbito desse processo tem que prever reuniões de análise crítica da estratégia e de logro de objetivos em cada um dos Planos de Ação previstos e que 12 contribuem para essa estratégia. A elaboração do PEDU implicou um trabalho de equipa que agregou diversas áreas funcionais e políticas do Município, sendo essa cultura de interdisciplinaridade essencial para atingir as metas definidas contribuindo para o resultado global. A existência de um sistema para apoiar a gestão estratégica do PEDU e que permita que os responsáveis a sua gestão implica a criação e monitorização de indicadores, metas e ações mais detalhadas e de análise mais “fina” do que os previstos ao nível da candidatura nas suas diferentes vertentes devendo ser garantido a implementação do que foi efetivamente estruturado e definido no PEDU, possibilitando uma monitorização e reavaliação constante da estratégia de desenvolvimento urbano. É importante ressaltar que o horizonte temporal para a implementação do PEDU é bastante alargado, pelo que apesar de estarem definidas ações específicas no âmbito da Mobilidade Urbana Sustentável, Regeneração Urbana e Ação Integrada para as Comunidades Desfavorecidas, deverá existir a possibilidade de gerir estes planos com algum grau de dinamismo, e que por isso, ajustamentos das medidas e medidas corretivas serão necessárias na trajetória do Município de Vila do Conde que permita adaptar a estratégia definida neste documento a um mundo em constante evolução.

E. Objetivos e definição da estratégia;

A distribuição equilibrada da população e riqueza, numa sociedade e num espaço socialmente inclusivo são grandes desafios. Os pilares desta orientação estratégica passam por uma maior convergência, pela diminuição das desigualdades e pelo aumento da coesão com o propósito, mobilizador, de assegurar uma maior competitividade e qualidade de vida. Dentro da AMP, Vila do Conde apresenta a dimensão ideal e as características geográficas essenciais para experimentar com sucesso o novo paradigma de crescimento sustentável assente numa economia mais eficiente na utilização dos recursos naturais e cumpridora das metas estabelecidas na estratégia Europa 2020, nomeadamente no que diz respeito: i) ao apoio para a transição para uma economia assente num baixo nível de emissões de carbono; ii) à promoção de uma maior adaptação às alterações climáticas e à prevenção dos riscos naturais que delas resultam; iii) à proteção do ambiente e à promoção de uma utilização sustentável dos recursos; iv) à promoção de transportes sustentáveis e à eliminação dos estrangulamentos nas principais infraestruturas da rede.

Esta estratégia está em linha com a preconizada pela AMP 2020, que reflete o compromisso entre o referencial da Europa 2020, as novas orientações da Política de Coesão e as estratégias nacional e regional, estão sintetizadas três linhas de orientação, denominadas de "crescimentos", que ditam a visão para a AMP em 2020: A. Crescimento Inteligente Município que alavanca a sua posição estratégica no dinamismo económico e empresarial, voltado para as exportações de produtos e serviços e a internacionalização, através de atividades inovadoras e de alto valor acrescentado, assumindo-se como polo dinamizador e integrador capaz de reforçar, expandir e ancorar as redes de inovação. A estratégia de desenvolvimento económico assumida pelo Município, tem no empreendedorismo e o emprego, vetores que têm merecido uma particular atenção por parte do executivo, tendo

13 tomado iniciativas de promoção económica e atração de investimento como a elaboração de um Guia de Apoio ao Investimento, sendo uma ferramenta inovadora para informação a prestar aos potenciais investidores e na agilização de procedimentos, com a evidente consequência do aumento de condições para uma desejada animação da economia do Município. A instalação de novas empresas e a manutenção das já existentes, são uma preocupação permanente do Executivo uma vez que asseguram o indispensável dinamismo económico e aumentam os índices de empregabilidade. Como Fatores de Atratividade, para além das zonas industriais já existentes e implantadas, Vila do Conde detém no seu território um conjunto de propriedades ainda disponíveis para a instalação de novos investimentos e consequente criação de emprego. Implementou-se Equipa Técnica Municipal destinada a prestar todo o apoio à criação e/ou instalação de novas empresas, estando para tal o Município disponível para prestar acompanhamento a projetos de investimento. Pretende-se ainda o fomento da cooperação empresarial com a realização de fóruns e feiras empresariais, que constituem locais e momentos de partilha onde os empresários podem promover os seus produtos e serviços ao nível local, nacional e internacional. A marca “Vila do Conde” deverá ser potenciada enquanto marca distintiva e transversal, promovendo também ao nível dos negócios uma identidade própria que diferencie e valorize o Município. O turismo como motor da cultura, do emprego e da integração na região de Lisboa, projetando o património de um passado rico em novas e modernas formas de empreendedorismo, com valências de reciprocidade entre os domínios da afirmação cultural do concelho e da renovação do seu tecido empresarial/serviços. Integrar nos circuitos turísticos do Turismo do Porto e Norte de Portugal os motivos do artesanato, gastronomia, património, a natureza, as rotas constituem uma importante alavanca para fomentar e sustentar o desenvolvimento económico e social local. Com esta estratégia pretende-se valorizar das atividades económicas do comércio tradicional e o desenvolvimento de condições para o investimento e a criação de riqueza e de emprego. O Município de Vila do Conde deverá tirar partido das acessibilidades e sua proximidade à cidade do Porto para valorizar a existência na região de outros motivos de interesse e a importância da sua complementaridade. Desta forma, é possível criar uma oferta diversificada de produtos turísticos que permite aumentar a atratividade turística do Norte. B. Crescimento Sustentável Município saudável, eficiente, multigeracional e em diálogo com o Atlântico e a Europa. Pela sua posição geográfica, dimensão cultural e ambiental, e, pela diversidade e valor do seu património natural e paisagístico afirma-se enquanto espaço cosmopolita, atrativo e de qualidade de vida onde, com o uso do conhecimento e da inovação, será evitada a delapidação dos recursos naturais. A mobilidade urbana sustentável constitui uma questão fundamental na construção de um modelo de desenvolvimento urbano que enquadre os atuais desafios económicos, sociais e ambientais. Neste sentido as medidas e ações a implementar devem contribuir, de forma eficiente e sustentada, para uma melhoria da qualidade do ambiente urbano. Oferecer uma estrutura ecológica relevante para a vivência e a visitação, reforçando a valência residencial da cidade através da fruição pela população de espaços de lazer e desportivos inseridos em zonas verdes atrativas e da valorização de preocupações de eficiência na gestão pública dos espaços e equipamentos. Pretende-se assim, promover os objetivos do desenvolvimento sustentável e da estratégia «Europa2020», apoiando a transição para uma economia de baixo teor de carbono em todos os setores e racionalizar os consumos energéticos nas redes de equipamentos públicos e

14 coletivos com adoção de políticas de eficiência energética. Introduzir programas locais de iluminação pública inteligente, com menores custos associados. Este eixo visa, ainda, melhorar as acessibilidades ao Município, bem como criar condições efetivas à melhoria da circulação interna, potenciando as soluções coletivas mais saudáveis e amigas do ambiente, mantendo e reorganizar os transportes urbanos em articulação com a AMP. Incrementar o ciclo do espaço urbano atrativo, usando a capacidade de atração populacional do concelho como argumento para sustentar uma reorientação progressiva em qualidade do modelo de vida oferecido, melhorando as condições de vida de todos os cidadãos. Neste contexto, o Município tem como objetivo promover e regenerar a estrutura urbana no sentido de a modernizar, ordenar e tornar mais funcional e compatível com as exigências associadas à melhoria da qualidade de vida e do bem-estar social. Este esforço é centrado na requalificação do espaço público e promoção da melhoria e renovação do parque habitacional. A prossecução da estratégia de desenvolvimento passa pela consolidação do núcleo urbano e de um conjunto de espaço definidos nas ARUs que deverão assumir funções de centralidade e atratividade no espaço urbano definindo novos percursos de utilização e perceção que deverão ter o enquadramento urbanístico e arquitetónico adequado. Pela importância que representa para a identidade de Vila do Conde enquanto comunidade, é de realçar a prioridade associada à requalificação e valorização do património e bairros que integram as comunidades piscatórias.

C. Crescimento Inclusivo Município inclusivo, com políticas e práticas sociais, educativas e culturais ancoradas na concertação estratégica intermunicipal para a promoção do acesso ao emprego, à educação e à aprendizagem ao longo da vida, para o desenvolvimento das competências das populações e das organizações, para o empreendedorismo social sustentável, o combate à pobreza e às vulnerabilidades económicas e sociais. Ao nível da intervenção social, o Município de Vila do Conde não se confina ao papel passivo de dar apoios, muitas vezes de forma inconsequente, intervindo ativamente, promovendo políticas sociais de apoios aos mais vulneráveis, visando a sua integração e qualificação, com especial enfoque nos desempregados. Para tal é importante continuar a trabalhar de forma articulada com as outras instituições com competências nestas áreas, promovendo nomeadamente um rastreio constante de todas as situações carenciadas. O propósito tem sido reforçar a inclusão e a coesão da sociedade e permitir a todos os cidadãos gozarem de igualdade de oportunidades e de acesso à cidadania ativa, à qualificação e educação e à inserção social e profissional. O apoio a idosos é um tema ao qual o Município tem dado especial relevância. Os investimentos são especialmente dirigidos para inclusão social ativa, desenvolvimento local e social, melhoria do acesso a serviços e para a igualdade de oportunidades e combate às discriminações. O emprego constitui uma dimensão fundamental para elevar a dignidade dos cidadãos, para a sua inserção social e para a promoção da riqueza. Pretende-se criar mecanismos em parceria com as várias instituições públicas e privadas facilitadoras do espírito empreendedor.

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F. Identificação das prioridades de investimento

O Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano do Município de Vila do Conde pretende contratualizar com o Programa Operacional Regional as prioridades de investimento inscritas no Eixo 5. Sistema Urbano, designadamente:  PI 4.5 - Promoção de estratégias de baixo teor de carbono para a globalidade da área do Município, nomeadamente, incluindo a promoção da mobilidade urbana multimodal sustentável, investindo em medidas que incrementam os modos suaves (bicicleta e pedonal), através da construção de redes de ciclovias ou vias pedonais assim como a eliminação de pontos de acumulação de acidentes que envolvem peões e ciclistas. Encontram-se previstos investimentos para eliminação de barreiras arquitetónicas em espaço público por forma a beneficiar a circulação pedonal. Prevê-se o reforço da integração multimodal para os transportes urbanos públicos coletivos de passageiros através da melhoria das soluções de bilhética integrada. Está prevista a estruturação de corredores urbanos de procura elevada, nomeadamente, priorizando o acesso à infraestrutura por parte dos modos suaves, criando corredores específicos e ligações complementares que têm como objetivo desviar o trânsito do centro da cidade. Estão ainda previstas ações específicas no âmbito da implementação de estruturas e equipamentos de transporte elétricos e mais amigos do ambiente. Ao nível das TIC a adoção de sistemas de informação aos utilizadores em tempo real. Prevê-se ainda uma aposta em sistemas de transporte flexível e mobilidade elétrica.  PI 6.5 - Adoção de medidas destinadas a melhorar o ambiente urbano, a revitalizar as cidades, recuperar e descontaminar zonas industriais abandonadas, por forma a reduzir a poluição do ar e a promover medidas de redução de ruído, investindo em medidas que contribuam para a preservação do património edificado, nomeadamente a reabilitação de edifícios públicos, que estejam abrangidos pelas Áreas de Regeneração Urbana (ARU). Está prevista também a requalificação de espaços públicos, nomeadamente ao nível de intervenções em via pública e espaços verdes. O PEDU prevê ainda intervenções para a reabilitação de imóveis privados, abrindo a possibilidade de os munícipes acederem a fundos que financiem as operações de reabilitação.  PI 9.8 - Concessão de apoio à regeneração física, económica e social das comunidades desfavorecidas de uma zona urbana com características socioeconómicas, nomeadamente alta prevalência de desemprego de longa duração, incidência de fenómenos de pobreza e baixo nível de escolarização e abandono escolar e violência doméstica. Enquadradas no Plano de Ação Integrado para Comunidades desfavorecidas, estão previstas a reabilitação de bairros sociais e espaços públicos adjacentes, assim como equipamentos de utilização coletiva.  PI 9.1. Inclusão ativa, incluindo com vista à promoção da igualdade de oportunidades e da participação ativa e a melhoria da empregabilidade. Estão previstas no Plano de Ação Integrado para Comunidades desfavorecidas um conjunto de medidas imateriais que potenciam, enquadram e justificam os investimentos materiais previstos na PI 9.8. Estão assim previstas, ações de formação e sensibilização com vista a prevenir a violência doméstica e atividades ocupacionais para idosos, ações de formação em capacitação familiar e parental, formação específica no desenvolvimento de competências pessoais para a empregabilidade, iniciativas de apoio ao empreendedorismo.

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CONTRIBUTO DO PEDU DE VILA DO CONDE DE PARA O PLANO REGIONAL DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO - NORTE Orientações Estratégicas do PRONT-N Orientações estratégicas da política de promoção e qualificação urbana Orientação estratégica para o Sistema de Conectividades As cidades devem As cidades devem As cidades devem A Nas áreas centrais Promover o Melhorar Promover os transportes constituir-se constituir espaços ser espaços de regeneração ou históricas, deve aumento da substancialmente a públicos coletivos e enquanto espaços de cidadania, qualidade urbana CH fomentar-se a mobilidade qualidade urbana das individuais, atuando quer favoráveis à coesão e ambiental e bem- das cidades implant.de sustentável nossas cidades através sobre a dimensão criatividade e à identidade estar, e dos bairros atividades de pessoas e da conjugação de empresarial do sector inovação com cultural, tornando promovendo degradados, comercias e de mercadorias, esforços entre a quer sobre a procura de base nos recursos mais eficientes os formas sustent.de deve serviços a par do reestruturação/ transportes maximizando que possuem, proc.de uso dos recursos, sustentar-se inovadores, reforço da qualificação dos a utilização da oferta já Objetivos Estratégicos PEDU VILA DO produzem ou participação, de mobilidade e em ações visando o reforço coesão espaços-canal e novas disponível e tendo em CONDE atraem e nas integração e de paisagem, e públicas e da atratividade interna das políticas de mobilidade vista melhorar a formas de valorização condições apoio às urbana e a estruturas sustentável, em repartição modal com organização que patrimonial e adequadas de iniciativas valorização dos urbanas, paralelo com a diminuição da promovem ou combatendo os acesso à dos tecidos urbanos através do qualificação dos dependência dos estabelecem fatores geradores habitação e aos particulares antigos e a reequilíbrio espaços das grandes cidadãos e das de exclusão equipamentos e qualidade histórica entre modos concentrações organizações do serviços e patrimonial de transporte. residenciais transporte individual motorizado. Incrementar o uso do transporte público * * Reforçar a mobilidade pedonal * * *

Aumentar a mobilidade em bicicleta * * * Promover a mobilidade elétrica * * * PMUS Facilitar a distribuição de mercadorias * * Gerir a mobilidade * * * * Promover as condições de segurança * * * Valorizar a área central da cidade tendo em vista o equilíbrio urbano e * * a qualidade de vida das populações

Promover a vitalização urbana, social e económica * * *

PARU PARU Recuperar o parque habitacional existente * * * * Qualificar a oferta de equipamentos * * * Revitalizar os espaços públicos * * * Reforçar a inclusão social * *

Dinamizar a economia social * * * * * Promover o empreendedorismo * * * * PAICD social Reabilitar a habitação social e os espaços públicos adjacentes * *

CONTRIBUTO DO PEDU DE VILA DO CONDE PARA O PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO NORTE

Objetivos Estratégicos e Transversais POR Norte

Intensificação Valorização Melhoria do Consolidação de Promoção da Acréscimo de Melhoria da eficácia e tecnologia da económica de ativos posicionamento um sistema urbano empregabilidade de qualificação de todos da eficiência do Objetivos Estratégicos PEDU VILA DO base produtiva e recursos competitivo à escala policêntrico públicos e os segmentos da modelo de governação CONDE intensivos em global territórios-alvo população território

Incrementar o uso do transporte público * Reforçar a mobilidade pedonal * Aumentar a mobilidade em bicicleta

* Promover a mobilidade elétrica * PMUS Facilitar a distribuição de mercadorias * Gerir a mobilidade * Promover as condições de segurança * Valorizar a área central da cidade tendo em vista o equilíbrio urbano e * a qualidade de vida das populações

Promover a vitalização urbana, social e económica * *

PARU PARU Recuperar o parque habitacional existente * Qualificar a oferta de equipamentos * Revitalizar os espaços públicos * Reforçar a inclusão social * *

Dinamizar a economia social * * * Promover o empreendedorismo * * PAICD social Reabilitar a habitação social e os espaços públicos adjacentes *

CONTRIBUTO DO PEDU DE VILA DO CONDE PARA A ESTRATÉGIA INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL AMP 2020

Objetivos Estratégicos AMP 2020

OT1 OT2 OT3 OT4 OT5 OT6 OT7 OT8 OT9 OT10 OT11 Reforçar a Melhorar Reforçar Apoiar a Promover Preservar Promover Promover a Promover a Investir na Reforçar a investigação acesso TIC competi- transição a e proteger transportes sustenta- inclusão educação, capacidade e desenvol- tividade para uma adaptação o sustentáveis bilidade e a social e na instituciona vimento das PME economia às ambiente e eliminar qualidade combater a formação e l das tecnológico de baixo alterações e estrangulam do emprego pobreza e a na autoridades e a inovação teor de climáticas promover entos nas e apoiar a discrimi- formação públicas e Objetivos Estratégicos PEDU VILA DO carbono e a a principais mobilidade nação profissional das partes CONDE em todos prevenção utilização infraestrutur dos para a interessada os setores e gestão eficiente as das redes trabalhador aquisição de s e a de riscos dos es competênci eficiência recursos as e a da aprendizage administraç m ao longo ão pública da vida Incrementar o uso do transporte público * * * Reforçar a mobilidade pedonal * * *

Aumentar a mobilidade em bicicleta * * * Promover a mobilidade elétrica * *

PMUS Facilitar a distribuição de mercadorias * * Gerir a mobilidade * * * Promover as condições de segurança * * Valorizar a área central da cidade tendo em vista o equilíbrio urbano e a * * qualidade de vida das populações

Promover a vitalização urbana, social e económica * * * *

PARU PARU Recuperar o parque habitacional existente * Qualificar a oferta de equipamentos * Revitalizar os espaços públicos * Reforçar a inclusão social *

Dinamizar a economia social * * Promover o empreendedorismo social * * *

PAICD Reabilitar a habitação social e os espaços públicos adjacentes *

CONTRIBUTO DO PEDU DE VILA DO CONDE PARA O PLANO DIRECTOR MUNICIPAL Objetivos Estratégicos PDM (RCM 166/95) Concretizar Estabelecer Definir Estabelecer Proteger os Promover a Estabelecer Definir princípios Servir de uma política uma estrutura princípios e princípios para a espaços salvaguarda orientações para a e fornecer enquadra de espacial para regras de uso, programação e agrícolas, e estruturação das indicadores para mento à ordenament o território, a ocupação e racionalização da florestais, de recuperação redes viárias e o planeamento, elaboraçã o do classificação transformaçã expansão urbana, interesse do ferroviárias e dos designadamente o dos território dos solos, os o do solo, de forma adequada paisagístico e património sistemas de para a elaboração planos de que garanta perímetros designadame às necessidades da ambiental, arqueológic infra•estruturas de outros planos atividades Objetivos Estratégicos PEDU VILA DO as dos nte os população e à ordenando a o, básicas, assim como de nível do CONDE condições aglomerados relativos ao instalação de estrutura arquitetónic as referentes aos municipal, município para um urbanos e os licenciamento atividades verde e o, cultural, equipamentos intermunicipal, desenvolvi indicadores de obras e económicas, natural, natural e educativos, regional e mento urbanísticos loteamentos favorecendo um territorial e ambiental culturais, nacional equilibrado desenvolvimento urbana desportivos e socioeconómico sociais equilibrado Incrementar o uso do transporte público * Reforçar a mobilidade pedonal * Aumentar a mobilidade em bicicleta * Promover a mobilidade elétrica

PMUS * Facilitar a distribuição de mercadorias * Gerir a mobilidade * * Promover as condições de segurança * Valorizar a área central da cidade tendo em vista o equilíbrio urbano e a * * * qualidade de vida das populações

Promover a vitalização urbana, social e económica * *

PARU PARU Recuperar o parque habitacional existente * Qualificar a oferta de equipamentos * * Revitalizar os espaços públicos * Reforçar a inclusão social

Dinamizar a economia social Promover o empreendedorismo social

PAICD Reabilitar a habitação social e os espaços públicos adjacentes * *

MUNICÍPIO DE VILA DO CONDE

PEDU – Contributo para o PAMUS

Aviso EIDT-99-2015-03 - Portugal 2020

Fevereiro de 2016

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Conteúdo G. Componentes dos Planos de Ação Aplicáveis ...... 23 i) Plano de Mobilidade Urbana Sustentável ...... 23

Índice de tabelas Tabela 7. População residente (N.º) por Local de residência (Cidade) (INE) ...... 28 Tabela 8. Proporção da população residente que trabalha ou estuda noutro município (%) por Local de residência (Cidade) (INE) ...... 28 Tabela 9. Duração média dos movimentos pendulares (min) da população residente empregada ou estudante por Local de residência (Cidade) (INE) ...... 29 Tabela 10. Proporção da população residente empregada ou estudante que utiliza modo de transporte coletivo nas deslocações pendulares (%) por Local de residência (Cidade) (INE) ...... 29 Tabela 11. Meio de transporte mais utilizado nos movimentos pendulares (N.º) por Local de residência (Cidade) (INE) ...... 30

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G. Componentes dos Planos de Ação Aplicáveis

i) Plano de Mobilidade Urbana Sustentável

Diagnóstico

ENQUADRAMENTO NA AMP O Município de Vila do Conde insere-se na AMP, que desempenha, no contexto da Região do Norte de Portugal, um significativo papel económico. O âmbito geográfico corresponde à área territorial da NUTS III Área Metropolitana do Porto. O sistema de transportes da AMP tem uma rede que inclui o transporte coletivo de passageiros em modo rodoviário, ferroviário convencional e ferroviário ligeiro. A AMP possui, no entanto, uma forte dependência do transporte individual, consequência de uma rede de autoestradas metropolitanas existente que se articula em continuidade com uma rede de cobertura regional, nacional e internacional. Esta rede principal tem como elemento complementar as redes municipais que configuram um sistema rodoviário secundário que garante o acesso generalizado a todo o território da AMP. A AMP possui também um conjunto de infraestruturas de grande importância nacional e com relevância à escala peninsular, nomeadamente o Aeroporto Internacional Francisco Sá Carneiro, o Porto de Leixões (recentemente reforçado com o novo Terminal de Cruzeiros), as Estações Ferroviárias de Campanhã e São Bento, as travessias ferroviárias e rodoviárias sobre o Rio Douro e um conjunto de interfaces.

Sistemas de Transporte Público A Área Metropolitana do Porto possui uma desenvolvida rede de transportes e respetivas infraestruturas. A rede de transportes rodoviários tem uma extensão de 8.460km de rede concessionada, com 596 concessões, operadas por 35 operadores públicos e privados. A rede de Metro do Porto (MP) tem uma cobertura estendida ao centro das cidades que constituem o núcleo central da AMP, mas também ao extremo norte litoral da AMP. O MP tem uma extensão de 67 quilómetros, com 6 linhas e 81 estações que servem os concelhos de Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Vila do Conde e . É um sistema de transportes públicos que consiste numa rede ferroviária eletrificada subterrânea e de superfície. A AMP possui também uma rede ferroviária convencional que estabelece no Porto o cruzamento de todas as ligações ferroviárias entre o norte e o sul do país e a partida/chegada das ligações entre o litoral norte e o interior norte de Portugal, sendo as suas principais estações a Estação de Campanhã e a Estação de S. Bento. A rede ferroviária presta serviço urbano de transporte ferroviário pesado de passageiros na metrópole e regiões próximas, nomeadamente do Cávado até , do Ave até Guimarães, do Tâmega até e do Baixo Vouga até Aveiro, num círculo de cerca de 60 quilómetros á volta da cidade do Porto.

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Sistema rodoviário A AMP é servida por uma rede rodoviária principal de grande cobertura territorial. A norte do Douro apresenta-se uma estrutura com três anéis circulares (VCI/IP4/IC24) complementares que servem as principais infraestruturas e as principais áreas onde se concentra a maioria dos operadores logísticos. A estrutura rodoviária metropolitana a norte do Porto garante o funcionamento do tráfego comercial associado às funções transporte/logística de abastecimento da produção, do consumo e do escoamento para mercados externos, relativamente ao potencial industrial instalado a norte do rio Douro. A sul do Porto, a estrutura rodoviária metropolitana apresenta contornos menos claros na malha de distribuição e respetiva cobertura territorial. Trata-se de um sistema rodoviário metropolitano ainda com disfunções e estrangulamentos que não foram resolvidos, nomeadamente as seguintes debilidades:  Excesso de tráfego no sistema Ponte da Arrábida/Porto de Leixões com congestionamentos acentuados na VCI, no nó de Francos, na Via Rápida e A29;  Esgotamento de capacidade do nó do Conde Ferreira da VCI com a A3 e dificuldades de tráfego na VCI/IP1 (velocidade, segurança e poluição automóvel) no troço entre esse nó e a Ponte do Freixo;  Esgotamento de capacidade no túnel de Águas Santas do IP4;  Sobrecarga de tráfego no eixo Maia-Trofa-Famalicão da EN14 impedindo maior dinamismo económico a esse sector/eixo da AMP até há concretização da alternativa rodoviária prevista e em desenvolvimento;  Sobrecarga de tráfego na ligação entre Vila da Feira (IPl) e S. João da Madeira (IC2) e para a qual a ligação para norte do IC2, até Gaia (A32), não resolveu porque constitui um percurso taxado e menos direto no acesso ao núcleo da AMP. A rede rodoviária intermédia corresponde à acessibilidade entre a rede nacional e as redes municipais locais, ou seja, o conjunto de antigas EN e vias municipais principais que fazem o interface entre os dois níveis extremos da rede rodoviária. Esta rede debate-se com o problema da sobrecarga de tráfego decorrente da taxação na rede nacional e com a desclassificação de alguns troços das EN. Essa rede intermédia deverá ser estudada, avaliando- se o seu papel de intermediação entre a rede nacional e as redes locais, por iniciativa metropolitana, uma vez que reúne maior capacidade e conhecimento no sentido da sua racionalização.

Intermodalidade A integração bilhética na AMP sofreu um impulso decisivo com organização do sistema ANDANTE. Este sistema tem resolvido ao longo do tempo alguns problemas operativos (por exemplo mudança de zona no mesmo cartão, o que no início não era possível), o que não significa que não existam ainda aspetos a melhorar e que eliminem alguma inércia na captação de novos utentes (por exemplo dificuldades de carregamento e visualização das viagens em crédito). Por outro lado o atual zonamento não é consensual e pode ser melhorado, articulando-se com o tarifário, a bilhética e os sistemas de validação e fiscalização necessários.

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Modos suaves Os Modos suaves não estão devidamente potenciados na AMP pois a sua utilização nas deslocações tem ainda um caráter pontual. Os municípios da Área Metropolitana do Porto têm vindo a investir na construção de infraestruturas cicloviárias tirando partido das condições existentes localmente, muito embora as mesmas estejam principalmente associadas ao lazer. É necessário um planeamento estruturado no sentido de criar uma rede associada aos principais geradores de procura que, articulada ao nível municipal, intermunicipal e metropolitano, proporcionem práticas de deslocação quotidianas dos cidadãos. A complementaridade entre o uso da bicicleta e dos transportes públicos é viável, embora ainda não estejam criadas as condições necessárias para promover esta intermodalidade. Aliás, no último Censos realizado, a percentagem de utilizadores quotidianos da bicicleta cifrava-se em 0,3% e o desenvolvimento que se tem verificado na última década é sobretudo associada ao lazer. Neste sentido é importante ter em consideração fatores determinantes para que seja possível o uso complementar entre a bicicleta e os outros meios de transporte, nomeadamente a possibilidade de transportes das bicicletas nos veículos de transporte público o que implica abordar questões como as condições físicas de transporte, a lotação dos veículos, o tarifário a aplicar e os horários de transporte, bem como criar condições seguras de aparcamento das bicicletas nos interfaces e promover uma articulação tarifária. Em termos de sistemas mais inovadores como sejam os de bikesharing, carsharing, carpooling e similares, constatamos que existem algumas experiências realizadas esporadicamente na AMP, mas sem uma visão integrada que importa imprimir.

Planeamento Nos últimos anos foi efetuado um esforço de reformulação dos instrumentos de gestão territorial em Portugal, que resultaram na aprovação de Planos, Estratégias e Diretrizes Nacionais em áreas estratégicas como a Energia, o Ordenamento do Território, o Ambiente e os Transportes. Na área dos transportes, o Instituto da Mobilidade e dos Transporte contribuiu para a clarificação nos planos técnico/científico e institucional, publicando em 2012 as Diretrizes Nacionais para a Mobilidade {IMT, 2012), que sintetizam uma estratégia para a mobilidade sustentável, consubstanciado na elaboração de vários documentos enquadradores, designado por "Pacote da Mobilidade". Os Planos de Mobilidade e Transportes (PMT), da responsabilidade da administração pública, assumem-se como o instrumento fundamental para a operacionalização das Diretrizes Nacionais para a Mobilidade. O Plano de Ação de Mobilidade Urbana Sustentável da AMP surge, neste contexto, como um instrumento que pretende responder de forma satisfatória aos objetivos definidos nas políticas europeias e nacionais, nomeadamente no Programa Norte 2020.

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OBJETIVOS A elaboração dos instrumentos de planeamento de mobilidade da AMP tem como objetivo geral promover a mobilidade urbana multimodal sustentável, através da promoção de estratégias de baixo teor de carbono no seu território, nomeadamente nas zonas mais urbanizadas. Neste sentido, pretende-se atingir os principais objetivos específicos:  Apoiar a transição para uma economia de baixo teor de carbono, visando a redução das emissões de gases com efeito de estufa, a diminuição da intensidade de consumo energético, do ruído e a diminuição da pegada ecológica;  Oferecer um nível elevado de mobilidade para pessoas e empresas, com a melhoria da eficiência e da eficácia do transporte de pessoas e bens;  Garantir um sistema de acessibilidades e transporte mais inclusivo;  Reduzir custos decorrentes da ocupação dispersa e de baixa densidade, otimizando percursos e redes de mobilidade e de distribuição de pessoas e mercadorias;  Reduzir a sinistralidade;  Reduzir o impacte negativo do sistema de transportes sobre a saúde e a segurança dos cidadãos, em particular dos mais vulneráveis;  Reforçar a atratividade do transporte público e dos modos suaves (pedonal e bicicleta), nomeadamente, através da eliminação de barreiras no acesso, da melhoria do desempenho operacional e da otimização da eficiência energética e ambiental;  Promover uma harmoniosa transferência para modos de transporte mais limpos e eficientes;  Aumentar a quota de uso do transporte público e o incremento do uso dos modos suaves de transporte, em particular, nas deslocações urbanas associadas à mobilidade quotidiana;  Melhorar as condições de conforto e segurança das vias de transporte;  Aumentar a eficiência e sustentabilidade do setor dos transportes em crescimento;  Reduzir a dependência automóvel através da promoção de alternativas como carsharing ou carpooling;  Promover a mobilidade inteligente com o recurso à inovação tecnológica.

Segundo o documento da CE, relativo à elaboração de Planos de Transporte Urbano Sustentável as propostas implementadas em meio urbano devem englobar:  Articulação entre o planeamento urbano e o planeamento das acessibilidades e transportes;  Promoção dos modos suaves;  Promoção e melhoria do transporte público;  Gestão do estacionamento;  Contenção do uso do transporte individual;  Acalmia de tráfego e reafectação do espaço rodoviário para veículos e modos de transporte mais respeitadores do ambiente;  Gestão da logística urbana e transporte de mercadorias;  Restrição de acesso para os veículos mais poluentes {zonas de baixas emissões);  Promoção da utilização de veículos rodoviários mais "limpos", silenciosos e com menores emissões de C02;

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 Implementação de medidas de Gestão da Mobilidade "soft and smart", as quais incluem soluções de, por exemplo, carsharing, planos de mobilidade escolar e empresarial, centros de gestão de mobilidade, campanhas de sensibilização, etc.

Nas áreas mais rurais serão importantes medidas que visem:  Implementação de sistemas integrados de transporte (transporte escolar e transporte regular convencional);  Promoção de serviços de transportes flexíveis.

A AMP congrega tanto áreas urbanas como áreas rurais, pelo que é necessário considerar estas diferentes realidades na consolidação da estratégia, prevendo-se um processo iterativo no qual serão avaliados em conjunto com os municípios os méritos e os impactos que lhe estão associados. Face aos objetivos do PAMUS e à experiência europeia em matéria de mobilidade, as principais ações a desenvolver centrar-se-ão nas seguintes tipologias:  O incremento dos modos suaves (bicicleta e pedonal), através da construção de ciclovias ou vias pedonais;  O reforço da integração multimodal para os transportes urbanos públicos de passageiros através da melhoria das soluções de bilhética integrada;  A melhoria da rede de interfaces (incluindo intervenções em parqueamento quando associado às estações ferroviárias ou interfaces de transportes públicos como terminais de autocarros e na periferia de centros urbanos), a sua organização funcional e a sua inserção urbana no território (envolvendo distintas categorias, como as sugeridas no Pacote da Mobilidade, por exemplo, pontos de chegada e correspondência (PCC) ou pequenas e médias interfaces (ECC)), tendo em especial atenção a qualidade do serviço prestado, as suas acessibilidades aos peões e bicicletas, a sua organização funcional e a sua inserção urbana no território;  A estruturação de corredores urbanos de procura elevada, nomeadamente, priorizando o acesso à infraestrutura por parte dos transportes públicos e dos modos suaves, criando nomeadamente corredores específicos "em sítio próprio" (designadamente corredores BUS convencionais ou os que permitam serviços de autocarro rápido- BRT - ou de veículos elétricos - LRT);  Adoção de sistemas de informação aos utilizadores em tempo real;  Investimentos em equipamento de sistemas inteligentes de controlo de tráfego rodoviário, quando comprovado o relevante contributo para a redução de GEE;  Apoio ao desenvolvimento e aquisição de equipamento para sistemas de gestão e informação para soluções inovadoras e experimentais de transporte adequadas à articulação entre os territórios urbanos e os territórios de baixa densidade populacional, incluindo para as soluções flexíveis de transporte com utilização de formas de energia menos poluentes.

No âmbito de uma abordagem da temática da mobilidade sustentável ao nível municipal, o Município de Vila do Conde iniciou a elaboração de um Plano de Ação que surge da

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necessidade de criação de um conjunto de soluções que garantam a mobilidade dentro do município assim como as ligações a municípios limítrofes e ao concelho do Porto, complementando a rede viária e rede de transportes públicos existentes, descongestionando do trafego automóvel e implementando modos suaves de mobilidade em zonas e pontos estratégicos.

Com base nos dados do Censos de 2011, na área da cidade de Vila do Conde concentram- se 28 636 residentes o que corresponde a cerca de 36 % da população total do Município.

Período de Local de residência (Cidade, NUTS - População residente (N.º) por Local de residência referência dos 2011) (Cidade, NUTS - 2002), Sexo e Grupo etário; dados Decenal Sexo H M

N.º N.º N.º 2011 Portugal (cidades) PT 4450852 * 2095138 * 2355714 * Continente (cidades) 1 4199392 * 1975572 * 2223820 * Norte (cidades) 11 1529928 721402 808526 Grande Porto (cidades) 114 837555 392169 445386 Vila do Conde (cidade) 1140020 28636 13730 14906 Tabela 1. População residente (N.º) por Local de residência (Cidade) (INE)

Este facto associado a uma elevada densidade populacional e de edifícios na cidade, conclui- se que o centro urbano é composto por uma malha bastante densa. Quanto à análise dos movimentos pendulares, apesar da existência de concentração de atividades económicas do setor terciário dentro do perímetro urbano da cidade de Vila do Conde, ainda é o setor secundário que mais mobiliza a população ativa. Verifica-se que cerca de 32% da população residente na cidade trabalha ou estuda noutro município. Um valor acima da média nacional que se situa nos 27,7%. Estes dados indicam que existem movimentos pendulares significativos em ambos os sentidos.

Proporção da população residente que trabalha ou estuda noutro município (%) por Local de residência Local de residência (Cidade, NUTS - 2002) (Cidade, NUTS - 2002); Decenal Período de referência dos dados (2011) Portugal (cidades) PT 27,70 Continente (cidades) 1 28,18 Vila do Conde 1140020 32,08 Tabela 2. Proporção da população residente que trabalha ou estuda noutro município (%) por Local de residência (Cidade) (INE) A duração média dos movimentos pendulares é de cerca de 19min. O que coloca a cidade de Vila do Conde abaixo da média das cidades nacionais e mesmo da média das cidades do norte ou do Grande Porto. Estes resultados permitem uma análise paralela, indicativa de melhores acessibilidades rodoviárias, ou de maior proximidade do local de destino.

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Local de residência (Cidade, NUTS - 2002) Duração média dos movimentos pendulares (min) da população residente empregada ou estudante por Local de residência (Cidade, NUTS - 2011); Decenal Período de referência dos dados (2011)

Portugal PT 20,02 Continente 1 20,23 Grande Porto 114 21,03 Vila do Conde 1140020 18,89 Tabela 3. Duração média dos movimentos pendulares (min) da população residente empregada ou estudante por Local de residência (Cidade) (INE)

Pelo facto de a duração média dos movimentos pendulares ser abaixo da média regional e mesmo nacional, poderia ser deduzido que a oferta e qualidade do serviço de transportes público era eficiente e, por conseguinte, bastante utilizado. Contudo a proporção da população residente empregada ou estudante que utiliza modo de transporte coletivo nas deslocações pendulares é de apenas 12,97%. Um valor 10% abaixo da média das cidades do Grande Porto, e 7% abaixo da média nacional, sendo o meio de transporte mais utilizado nos movimentos pendulares o automóvel, que representa cerca de 55% das deslocações. Um valor ligeiramente abaixo da média nacional (58,9%) ou mesmo do Grande Porto (57,7%). Destacam-se também as deslocações a pé, que na cidade de Vila do Conde totalizam cerca de 30%, um valor muito acima da média nacional (19,9%) e da média do Grande Porto (18,5%).

Local de residência (Cidade, NUTS - 2011) Proporção da população residente empregada ou estudante que utiliza modo de transporte coletivo nas deslocações pendulares (%) por Local de residência (Cidade, NUTS - 2002); Decenal Período de referência dos dados (2011)

Portugal (cidades) PT 19,84 Continente (cidades) 1 19,88 Norte (cidades) 11 16,74 Grande Porto (cidades) 114 22,75 Vila do Conde (Cidade) 1140020 12,97

Tabela 4. Proporção da população residente empregada ou estudante que utiliza modo de transporte coletivo nas deslocações pendulares (%) por Local de residência (Cidade) (INE)

Uma nota especial também para o uso da bicicleta, que apesar de apresentar valores residuais (0,85%), são comparativamente à média das cidades nacionais e regionais, 2 vezes superiores. Depreende-se que pelos números obtidos nestes dois últimos parâmetros (deslocações a pé e de bicicleta), a cidade de Vila do Conde tem uma apetência natural para as deslocações em modos suaves. Naturalmente que a orografia de características suaves é, também, a base natural para os resultados apresentados.

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Local de residência Meio de transporte mais utilizado nos movimentos pendulares (N.º) por Local de residência (Cidade, NUTS (Cidade, NUTS - - 2002) e Principal meio de transporte; Decenal 2002) Período de referência dos dados (2011)

Total A Automo Automo Autocar Transpo Metropoli Combo Motoc Bicicl Barc Outr pé vel vel ro rte tano io iclo eta o o ligeiro - ligeiro - colectiv como como o da conduto passage empres r iro a ou da escola N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º Portugal PT 2607 * 517 * 1083 * 451 * 299 * 41 * 848 * 79 * 20 10 * 11 58 (cidades) 655 874 388 672 973 39 80 87 85 78 13 35 1 0 2 6 4 Continente 1 2454 * 491 * 1021 * 418 * 273 * 38 * 848 * 79 * 18 10 * 11 55 (cidades) 695 947 476 210 827 22 80 87 97 64 08 59 1 0 7 2 6 Norte 11 8929 182 3856 165 939 14 277 12 61 21 50 16 (cidades) 03 027 44 897 49 82 32 86 37 63 06 9 9 Grande 114 4756 879 1945 798 663 59 274 84 27 12 45 10 Porto 44 51 60 28 81 34 21 45 70 95 14 (cidades) Vila do 1140 1629 489 6092 291 615 60 839 36 11 14 15 30 Conde 020 8 2 5 9 5 0 Tabela 5. Meio de transporte mais utilizado nos movimentos pendulares (N.º) por Local de residência (Cidade) (INE)

TRANSPORTES O concelho de Vila do Conde, com uma significativa componente rural, caracterizado por uma distribuição desigual e dispersa da população, enquadra-se no perfil de território onde as dificuldades para ajustar a oferta de transportes à procura são mais sentidas, enfrentando, a organização e funcionamento do sistema de transportes públicos coletivos, problemas de eficiência e otimização. Para além de serviços de ligações interurbanas os serviços de transportes rodoviários de passageiros são prestados, nomeadamente por três operadoras: Arriva Portugal, Litoral Norte e Transdev. As carreiras urbanas, abrangendo as cidades de Vila do Conde e de Póvoa de Varzim, são asseguradas pela Litoral Norte e Transdev enquanto as carreiras suburbanas são asseguradas principalmente pela Arriva Portugal estabelecendo a ligação entre a maioria das freguesias e ambas as cidades. Quanto à informação existente relativa à mobilidade fora da cidade de Vila do Conde, foi efetuada uma análise considerando a estrutura etária dos utentes dos transportes público, concluindo-se que a maior parte das crianças e jovens do concelho utilizam o transporte publico partilhado com outros utentes sendo o transporte escolar garantido através da atribuição de passes pelo Município. Relativamente aos idosos, verifica-se que na grande maioria das freguesias existe um número significativo de idosos que, apesar de ter a necessidade de utilização dos TP, dada a sua pouca frequência, assegurada sobretudo nos horários escolares, e a falta de lugares sentados nas viaturas devido à elevada lotação, desmotiva esta classe etária à sua utilização. Verifica-se ainda que algumas juntas de disponibilizam viaturas ligeiras para transporte de idosos a centros de saúde, a serviços na sede do concelho e até à feira semanal. Uma boa parte de idosos precisa de apoio familiar para utilização do TI.

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Quanto ao perfil de deslocações da população dentro da mesma freguesia, verificou-se que Vila do Conde é a freguesia onde ocorrem mais deslocações, tendo em conta a concentração de serviços e equipamentos, bem como a presença de uma zona balnear. Freguesias servidas por Escolas EB2,3 que concentrem agrupamentos escolares e unidade de saúde registam também elevadas deslocações. Quanto às deslocações para outras freguesias concluiu-se que a mobilidade entre freguesias é quase inexistente. A maior parte das freguesias regista apenas deslocações para a sede do concelho quer pela concentração de serviços e equipamentos aí existentes quer pelo facto de esta freguesia ser o destino final dos transportes Públicos existentes. Registam-se, ainda, um número significativo de deslocações das diversas freguesias para a cidade do Porto e para os concelhos limítrofes de Póvoa de Varzim, Maia e Matosinhos. Relativamente aos meios de transporte utilizados nas deslocações dentro de uma freguesia, o estudo comprova os dados provenientes do Census 2011, já que considerando como modos suaves as deslocações não motorizadas, efetuadas a pé ou de bicicleta, verifica-se que grande parte das freguesias apresenta uma percentagem significativa neste modo constatando-se uma tendência crescente de utilização. Existem freguesias onde a população começa a utilizar a bicicleta para pequenas deslocações no dia-a-dia, incluindo para ligação ao metro. O automóvel, embora ainda muito utilizado pela população para deslocações dentro da freguesia, começa a perder alguma preponderância. É frequentemente referida a motorizada como um meio de transporte muito utilizado. Quanto ao TP rodoviário e o Metro tratam-se de meios de transporte com pouca expressão no âmbito das deslocações dentro das freguesias, com exceção da freguesia de Vila do Conde, onde existem vários pontos de paragem. Relativamente às deslocações para o exterior da freguesia de residência verifica-se que a utilização dos modos suaves não tem expressão. Nestes casos o automóvel é o modo mais utilizado em todas as freguesias nas deslocações para o exterior, com exceção dos utentes que são alunos até ao 3° ciclo que têm transporte escolar assegurado. As razões apontadas prendem-se com a falta de alternativas e rentabilização do tempo. Verifica-se que o transporte público rodoviário é fundamentalmente utilizado nas deslocações para o exterior das freguesias, sendo apontado por parte da população grandes lacunas quanto a rotas, horários e frequência. Nos casos em que este transporte é simultaneamente transporte escolar, só operam no período escolar, sendo suspensas no período das férias de Verão e fins-de-semana. já que a sua maioria são programadas para servirem as escolas EB2,3 e secundarias do município. Constatou-se ainda que os transportes entre freguesias não se encontram assegurados uma vez que o principal foco de todos é a sede do concelho. A cidade é servida, pela Linha B do sistema do Metro do Porto, que estabelece a ligação com a cidade do Porto. Tem, no concelho, uma linha dupla com 23 Km de extensão e servida por 13 estações, encontrando-se perspetiva mais uma. O traçado da linha, com uma orientação SE/NO, serve nomeadamente a cidade e freguesias mais próximas do litoral. A utilização do Metro para deslocações entre freguesias é considerado um meio de transporte atrativo pela comodidade e frequência sendo utilizado pela população de grande parte das freguesias do concelho por este atravessadas. No entanto, o incremento do uso do Metro nas deslocações CASA TRABALHO ou CASA-ESCOLA é condicionado pela insuficiente ligação das paragens de metro com transportes públicos rodoviários. Quanto à adequabilidade das paragens do TPR, o estudo revela que os munícipes consideram que o 31

número de paragens existentes na cidade é adequado tendo em conta os transportes existentes, sendo também adequado de forma genérica a sua localização. Existem, no entanto, algumas lacunas quanto à qualidade e conforto dos abrigos, sendo, por exemplo, constatada a ausência de bancos e informação sobre horários e rotas, lacunas ao nível da acessibilidade para pessoas com mobilidade condicionada e idosos. Analises realizadas permitem constatar que a população da cidade é abrangida pela área de serviço dos 300m na ordem dos 80% enquanto que nas zonas rurais, caraterizadas por uma população dispersa, apenas aproximadamente 40% da população tem acesso a rede de transportes públicos. Estes valores indicam claramente a desequilibrada oportunidade de acesso aos transportes públicos existente na cidade e nas freguesias do interior. Assim, identificam-se diversos indicadores de insuficiência da oferta e de debilidade operacional, destacando-se problemas de acesso e acessibilidade inadequadas, de baixas frequências de serviço e de ligações deficientes entre as freguesias e sede do concelho, assim como entre modos de transporte. Considerando que as comunidades rurais inserem-se em áreas onde, por definição, a densidade populacional é baixa, a proporção de idosos é elevada, a densidade das atividades de serviços e comerciais é baixa e onde há margens significativas de habitantes para as quais o transporte público é o único meio de deslocação, constituem zonas onde a falta de transportes públicos potencia o isolamento da população e sua exclusão social. Constata-se que sendo a cidade de Vila do Conde o centro administrativos e de serviços do concelho, a população das freguesias rurais tem, necessariamente, que se deslocar com frequência, pelo que seria fundamental um sistema de transporte publico eficiente que assegurasse este serviço de ligação. Verifica-se, que muitas freguesias não possuem transportes a exceção do transporte escolar.

REDE VIARIA Hierarquia Da rede viária estruturante existente destacam-se: Num primeiro nível, como rede principal:  A A28 que atravessa o concelho na direção Norte-Sul, com três nós de ligação à rede viária de nível inferior, em Aveleda, Modivas, e Fajozes, e com nó de ligação à A7 que estabelece também o acesso à cidade de Vila do Conde.  A A7 atravessa o concelho, na direção Poente-Nascente, partindo do nó na A28. Para além do nó comum com a A28, tem, no concelho, mais dois pontos de ligação à ER 206 e desta à rede local, em Touguinha e Touguinhó. Estas duas Autoestradas constituem o conjunto de vias de nível superior existente no concelho.

Num segundo nível, como rede distribuidora:  A ER 206 que permite o acesso à A28 e à A7 a partir da cidade de Vila do Conde, constituindo ainda um acesso privilegiado da zona sul da cidade da Póvoa de Varzim,

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às Autoestradas, e funcionando como distribuidora nas freguesias a norte do rio Ave, designadamente Touguinha, Touguinhó, Rio Mau e , estabelecendo ligação a Vila Nova de Famalicão;  A EN 13, parcialmente desclassificada e já integrada na rede viária municipal, e que constitui o principal eixo de distribuição concelhio, assumindo igualmente, funções de atravessamento de tráfego de longo e médio curso, nomeadamente desde a instalação de pórticos de portagem na A28, o que agravou substancialmente as respetivas condições de fluidez de circulação e de segurança, provocando grandes congestionamentos no atravessamento da cidade, principalmente nas horas de ponta e nos meses de Verão.  A EN 104 que a partir da EN 13 funciona como distribuidora nas freguesias a sul do rio Ave, atravessando Azurara, Arvore, Macieira da Maia e Fornelo, estabelecendo ligação à Trofa e a Vila Nova de Famalicão;  A EN 206, no troço não reclassificado como ER, que a partir da Av. 5 de Outubro em Vila do Conde (antiga EN 13), atravessado a freguesia de Argivai, no concelho da Póvoa de Varzim, seguindo a norte da ER 206, e estabelecendo ligação a esta via na freguesia de Touguinhó, do concelho de Vila do Conde;  A EN 306, com inserção da EN 13 na freguesia de Vilar, com orientação norte/sul, constitui um eixo viário distribuidor na faixa central do território concelhio, servindo as freguesias de Vilar, Modivas, Gião Vairão e Macieira da Maia, onde cruza a EN 104 no lugar de Vilarinho, e, já a norte do rio Ave, as freguesias de Bagunte, Junqueira e Arcos, cruzando a ER 206 no concelho da Póvoa de Varzim e prosseguindo para Barcelos.  A EN 309, com inserção na EN 306, na freguesia de Bagunte, e que se apresenta como via distribuidora do faixa nascente do concelho a norte do rio Ave, e estabelecendo ligação a Vila Nova de Famalicão.  A EN 318 com início na EN 104, no lugar de Vilarinho, na freguesia de Macieira da Maia, e que se apresenta como via distribuidora na parte nascente do concelho a sul do rio Ave, atravessando as freguesias de Vairão, Canidelo e Guilhabreu e estabelecendo ligação à EN 14 no concelho da Maia.

Estas estradas encontram-se pavimentadas a betuminoso, variando os perfis dos 5,5m entre linhas brancas da EN318 aos 6m das EN104, ER206, EN306 e EN309 e aos 7m da EN13, a qual dispõe ainda de variados tramos alargados para 3 vias. A configuração das margens varia enormemente de acordo com a ocupação dos terrenos limítrofes, encontrando-se tramos com passeio, berma pavimentada ou em terra batida, valas, taludes, etc. Refere-se a mudança de estatuto jurídico da EN13 para a tutela do município, a partir da rotunda de Fajozes/Mindelo até ao limite com a Póvoa de Varzim, da EN13-1 e da EN13-2 e da reclassificação com o estatuto de Estrada Regional da ER206. Num terceiro nível, como rede estruturante local a nível concelhio serão relevantes:  Estrada Municipal 525 que parte da antiga EN 13, na cidade, atravessando o concelho em direção a nascente, fazendo distribuição nas freguesias de Vila do Conde, Touguinha, Touguinhó e Junqueira, onde estabelece ligação à EN 306, complementada pela Estrada Municipal 525-3 que liga igualmente à EN 306 já na freguesia de Bagunte no entroncamento com a EN 309,

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 Estrada Municipal 528 com ligação à EN 104 e à EN 306 no lugar de Vilarinho, da freguesia de Macieira da Maia e que assegura a acessibilidade a Retorta e Tougues:  O eixo constituído pelo Caminho Municipal 1061 (Estrada Velha), Estrada Municipal 531 e Caminho Municipal 1071 que corresponde a uma via de orientação norte/sul, sensivelmente paralela à EN13, e que estrutura os acessos viários da zona litoral sul do concelho, nomeadamente às praias.

Como vias integrantes da rede estruturante local na cidade, salientam-se:  O eixo constituído pela Av. General Humberto Delgado em Vila do Conde, com continuação na Av. 25 de Abril na Póvoa de Varzim, que funciona como alternativa ao eixo correspondente à antiga EN 13 e que permite a distribuição de tráfego proveniente do nó da A28 com a A7 e que se direciona para as duas cidades.  As vias confinantes com a linha do Metro, (Avenida da Liberdade) que já permitem constituir-se como uma alternativa à R. 5 de Outubro (antiga EN 13) e que se perspetiva, com a conclusão de troços ainda não executados, e, nomeadamente, com a ligação à rede viária a sul do rio Ave, possibilitar a criação de alternativa ao atravessamento viário do núcleo antigo da cidade.  As novas vias ribeirinhas criadas no âmbito da implementação do Metro situadas no prolongamento da Av. da Liberdade;

As vias urbanas referidas são de construção recente apresentando perfis adequados no que diz respeito a faixas de rodagem, passeios e estacionamento. Ao nível de rede distribuidora local as estradas municipais e os caminhos municipais classificados (ou não) com tutela da autarquia apresentam uma extensa malha, cuja configuração predominante corresponde a estradas pavimentadas a cubo de granito (-88%), com um canal central que oscila entre os 4 e os 5m e uma pavimentação menos apertada nas margens, geralmente em calcada irregular de granito castanho, que se dilui para as bermas.

CIRCULAÇÃO I GERADORES DE TRAFEGO Como fatores de atracão de trafego na cidade surgem as praias, as atividades económicas da cidade que se divide entre os sectores secundário e terciário e ainda as riquezas históricas e culturais muito presentes em Vila do Conde. Os locais onde se localizam os edifícios da Câmara Municipal e zonas envolventes atuam como geradores ao nível de serviços e comércio, enquanto as Avenidas Marginais geram trafego relacionado com o turismo e lazer balnear. Ao longo da antiga EN 13 localizam-se diversos polos industriais e de comércio que induzem tráfego de pesados. Refere-se que em Vila do Conde a densa zona das Caxinas confinante atua, como gerador de trafego maioritariamente habitacional. A ponte sobre o Rio Ave e a Av. do Atlântico são as vias mais sobrecarregadas nas horas de ponta uma vez que constituem as duas entradas e/ou saídas da cidade de Vila do Conde.

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Existem diversos serviços e equipamentos importantes, a seguir descriminados, equipamentos de grande volume de trafego na área.

 Biblioteca Municipal;  Casa Museu José Régio;  Centro de Ciência Viva;   Centro de Memória - Museu e Arquivo Municipal;  Centro de Saúde de Vila do Conde;  Edifício do Quartel da Guarda Nacional Republicana; Espaços Culturais:  Edifício dos Bombeiros Voluntários de Vila do Conde;  Edifício dos Paços do Concelho;  Escola EB 2, 3 Frei João;  Escola EB2,3 Júlio Saul Dias;  Escola profissional de Vila do Conde; Centros Desportivos:  Escola Secundaria D. Afonso Sanches;  Escola Secundaria José Régio;  Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão;  Estádio do Rio Ave;  Hospital Distrital de Vila do Conde;  Mercado Municipal / Feira semanal;  Museu das Rendas de Bilro;  Parque Urbano;  Pavilhão de Desportos de Vila do Conde;  Polo universitário do Campus Agrário de Vairão / Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I. P. (INIAV).  Santa Casa da Misericórdia;  Teatro Municipal;  Tribunal;  Zonas de atividades; Edifícios ou espaços de interesse publico:

Contagens de tráfego realizadas no âmbito de um estudo de mobilidade para a implementação da linha do Metro indicam que os constrangimentos de tráfego na rede viária da cidade de Vila do Conde verificam-se nos acessos sul e nascente, registando-se uma grande utilização da antiga EN 13 referente a tráfego de atravessamento de médio e longo curso com orientação norte/sul, nomeadamente com origem ou destino na cidade da Póvoa de Varzim, e na via de acesso ao nó da A28 com a A7 (Av. Atlântica), que, em conjunto com a Av. Júlio / Saúl Dias, constitui o principal eixo de acesso viário com orientação nascente/poente. Constata-se que as principais fragilidades da rede viária na cidade correspondem a situações de ausência de alternativas de atravessamento da malha urbana e de distribuição dos fluxos de trânsito, obviando a excessivas concentrações em pontos nodais que apresentam limitações de capacidade que originam engarrafamentos persistentes durante grande parte do dia e que são substancialmente agravados na época estival. Acresce que o trânsito de acesso e atravessamento pela antiga EN 13 cruza o núcleo antigo da cidade, congestionando o centro com trânsito exógeno e dificultando a concretização de

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medidas de requalificação arquitetónica, urbana e ambiental e de implementação de modos suaves de mobilidade. A existência de diversos equipamentos e serviços na zona central da cidade acentua as dificuldades acrescidas de congestionamento viário e de estacionamento, sendo urgente a criação de alternativas – que a A28, sobretudo desde a introdução de pórticos de portagem, manifestamente não constitui – e que minimizem a sobrecarga, nas diversas vertentes, que os atuais níveis de tráfego representam. Na zona nascente de cidade, a Av. General Humberto Delgado, e a sua continuação pela Av. 25 de Abril na cidade da Póvoa de Varzim, permitem perspetivar a possibilidade de constituição de uma alternativa à EN 13 para o trânsito de atravessamento, nomeadamente numa estrutura viária conjugada com as vias paralelas à linha do Metro (Av. da Liberdade), mas que apenas poderá cumprir cabalmente as funções de alternativa com a ligação à rede viária a sul do rio Ave, com ligações à EN 104 e à EN 13 já na freguesia de Árvore.

SINISTRALIDADE De acordo com os dados fornecidos pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, entre 2008 e 2010 verificou-se que as zonas de maior sinistralidade corresponderiam a troços da EN 13, sobretudo na cidade, referenciando-se, no entanto, outras localizações designadamente ao longo das estradas regionais e nacionais – ER 206, EN 104 e EN 306 – e numa estrada municipal – EM 537 – na freguesia de Guilhabreu. Genericamente as freguesias com maior número de acidentes são Vila do Conde, Mindelo, Árvore e Modivas. Conforme os mesmos dados, ocorrerem na cidade de Vila do Conde:  26% do total de acidentes com vitimas do Concelho;  32% do total de feridos graves do Concelho;  24,6% do total de feridos ligeiros do Concelho;  73% do total de atropelamentos. As zonas da cidade, na altura, identificadas com acumulação de acidentes são as seguintes:  Cruzamento da Av. Bento Martins Júnior com a Rua das Violetas;  Cruzamento da Av. 25 de Abril com a Rua 5 de Outubro (nó a norte da ponte sobre o Rio Ave);  Entroncamento da Av. José Régio com a Av. Figueiredo Faria (junto à ponte sobre o Rio Ave);  Rua 5 de Outubro (antiga EN 13) em toda a extensão;  Av. Mouzinho de Albuquerque (antiga EN 13) entre a ponte sobre o rio Ave e a rotunda de Azurara;  Av. Infante D. Henrique (marginal), junto a uma zona de esplanadas;  Rua António Pereira Cadeco.

Os principais motivos apontados para a sinistralidade são:  Comportamentos abusivos e falta de civismo na condução

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 Falta de coordenação entre as diversas entidades intervenientes na segurança rodoviária  Conceção imperfeita das infraestruturas  Deficiências de manutenção e sinalização  Falta de fiscalização sobre os infratores

Objetivos e definição da estratégia

O crescimento económico tem estado, durante décadas, ligado a um incremento no transporte e ao desenvolvimento de um modelo territorial com pouca sensibilidade aos efeitos colaterais negativos sobre o meio ambiente e a saúde humana. Atualmente, desenvolvem-se hábitos de mobilidade melhorados do ponto de vista da sustentabilidade uma vez que o valor dos combustíveis tem vindo a crescer e pela tomada de consciência de que o uso indiscriminado do automóvel representa um dos principais fatores de degradação ambiental dos nossos municípios e cidades. A estratégia ambiental assinala como prioridade alcançar um equilíbrio territorial e avançar para uma mobilidade mais sustentável. Na última década, o enfoque dos problemas de mobilidade nos municípios e cidades e as suas possíveis soluções mudaram por completo, começando pela sensibilização de todos, pela presença quase quotidiana nos meios de comunicação das vítimas do trânsito, os transtornos de saúde associados às emissões poluentes decorrentes dos transportes motorizados e ao ruído ou mesmo o efeito de estufa. Isto permite efetuar um enfoque mais global e apresentar medidas de maior envergadura: uma nova hierarquização dos eixos viários, a transfiguração do desenho urbano para limitar os efeitos prejudiciais da circulação ou as medidas de promoção e prioridade para o transporte público ou modos suaves de mobilidade, entre outras. O Município de Vila do Conde tem vindo a apostar numa política de incremento da Mobilidade Sustentável que se traduz na forma de deslocação que tem um profundo respeito por todos os usuários da via pública: os peões, os ciclistas, os utentes do transporte público, assim como os automobilistas de veículos privados, de transporte de mercadorias, etc. Na mobilidade sustentável conjugam-se um mínimo absolutamente necessário de quilómetros realizados utilizando veículo privado com a maximização de utilização de outros meios de transporte. Neste aspeto pretende-se minimizar a contaminação atmosférica, o ruído e o custo energético das deslocações, influenciando na escolha do meio de transporte mas também na planificação territorial dos recursos, diminuindo o número de viagens realizado e a sua distância. Para poder exercer esta mobilidade respeitadora é necessário que os meios de transporte de maior sustentabilidade tenham prioridade sobre os mais contaminantes e com um maior custo energético. As ações propostas devem proporcionar aos cidadãos alternativas ao veículo privado que sejam mais sustentáveis, eficazes e confortáveis. Ainda que o PEDU tenha uma incidência concelhia – refletida na abrangência dos seus processos de caracterização e do contexto territorial das suas propostas de intervenção – haverá que ter em conta a interação em termos de mobilidade do concelho com a sua envolvente, nomeadamente no âmbito da AMP, sendo enfatizada a importância das sinergias 37

que se possam vir a constituir na prossecução dos objetivos colocados em termos de política de mobilidade. Assim, considera-se de todo o interesse que na etapa de definição estratégica exista a concertação necessária com a realidade alargada em que o concelho se insere, constituindo a elaboração do PMUS uma oportunidade para esse encontro. O objetivo prioritário passa pela potenciação dos meios de transporte não motorizados, a mobilidade pedonal e em bicicleta, e ainda o incremento do uso do transporte público e modos suaves alternativos através da implementação dos diferentes sistemas de transporte público, em detrimento do transporte privado. Assim, propõe-se um modelo global de mobilidade mais benéfico, tanto económica como ambientalmente, baseando-se nos critérios de sustentabilidade urbana que melhoram a eficiência do consumo energético, e que permitem aumentar a qualidade de vida dos cidadãos. É prioritário assegurar o equilíbrio entre as necessidades de mobilidade e as necessidades de acessibilidade da população, promovendo a inclusão social e o desenvolvimento económico. Para além disso, pretende-se relacionar os problemas de mobilidade com o modelo de cidade atual, considerando a sua expansão urbana e a distribuição de potenciais polos de atracão. Os objetivos são referidos nos seguintes pontos que abrangem os diferentes campos da mobilidade urbana:  Incrementar o uso do transporte público: o Favorecendo o uso do transporte público coletivo, melhorar as condições de circulação tanto no centro urbano como na periferia e melhorar a acessibilidade às paragens e pontos de intermodalidade. Pretende-se incrementar a intermodalidade entre o transporte privado e os transportes públicos através da criação de pontos de estacionamento e a melhoraria da sua acessibilidade. Este objetivo estender-se-á às envolventes das principais paragens e interfaces de transporte público. o Potenciando também a intermodalidade entre todos os sistemas de transporte público: serviços de autocarro, serviço de táxis e Metro. o Melhorando a oferta dos diferentes sistemas de transporte público existentes e adapta-los à procura atual através do estudo dos meios de transporte público na sua globalidade e dos seus elementos e infraestruturas (linhas, paragens, horários, veículos, etc.). o Desenvolvendo medidas de integração tarifária dos diferentes sistemas de transporte público. o Melhorando a conexão intermunicipal e intramunicipal através da cobertura das paragens e estações de transporte (com especial atenção à cobertura de freguesias e principais equipamentos municipais, para além da existência de zonas industriais). o Diminuindo os congestionamentos no centro da cidade e aumentando a fluidez do tráfego, com incidência na melhoria da velocidade comercial da rede de transportes coletivos e identificando os itinerários e pontos críticos de circulação viária em rotas de transporte público que afetem a velocidade comercial.

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A reorganização dos transportes públicos em moldes mais flexíveis e com menos custos para os operadores terá necessariamente que se fazer em sinergia com a organização/ financiamento dos transportes escolares especiais. Deverá pois existir uma maior integração das soluções de transporte escolar especial no âmbito dos operadores profissionais que assim verão aumentar a procura e, por outro lado, um alargamento dos benefícios das soluções disponibilizadas para o transporte escolar às necessidades não regulares da restante população, contrariando a desertificação populacional das zonas mais periféricas, procurando ainda contribuir para a diminuição da população “Não Móvel”.

 Reforçar a promoção da mobilidade pedonal: Para implementar este objetivo é fundamental: o promover e dar prioridade à mobilidade pedonal em vias urbanas através de melhorias em passeios e cruzamentos urbanos e possível modificação das secções viárias eliminando as barreiras arquitetónicas e criando uma envolvente adequada, segura e agradável para os peões. o Criar uma rede preferencial de itinerários pedonais que incorpore rotas pedonais funcionais. o reduzir os conflitos existentes entre o peão e a circulação automóvel, com tratamento específico dos cruzamentos entre as vias pedonais e de circulação rodoviária. o Controlar e reforçar os percursos pedonais que convivem com as faixas de rodagem.

 Reforçar a promoção da mobilidade em bicicleta: o Fomentar a mobilidade em bicicleta através da ampliação da rede integrada de ciclovias. o Dar prioridade à mobilidade em bicicleta em determinadas vias urbanas com melhoria em passeios e cruzamentos urbanos e possível modificação da rede viária. o Suprimir as barreiras arquitetónicas e criar uma envolvente adequada, segura e agradável. o Alargar os pontos de estacionamento de bicicletas em estações, escolas e outros locais de interesse. o Reduzir os pontos de conflito entre a bicicleta e a circulação automóvel e criar uma rede preferencial de itinerários em bicicleta que incorporem percursos para o lazer.

 Melhorar a circulação automóvel: o Beneficiar a fluidez de tráfego através da reordenação da utilização da rede viária em relação aos diferentes meios de transporte, e inclusive modificar de secções viárias, melhorando a circulação em intersecções e pontos críticos e a sinalização rodoviária. Neste âmbito, deve ser analisada a estrutura geral do tráfego e os esquemas de circulação de forma a realizar um diagnóstico e propor modificações aos atuais esquemas de organização e utilização das vias

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o Incorporar no esquema funcional da mobilidade as previsões relativas ao desenvolvimento urbano e territorial, e a planificação geral do município de Vila do Conde para posteriormente avaliar os seus efeitos sobre a estrutura viária e propor medidas que garantam as deslocações com o menor impacto ambiental possível. o Assegurar a legibilidade da hierarquia viária, nos vários níveis de estradas que a compõem, adotando/preservando as características formais próprias para cada nível e a constância de características ao longo de cada percurso. A legibilidade constitui o primeiro fator para a orientação nos percursos, para a interpretação das velocidades recomendadas e das prioridades nos cruzamentos. E assim relevante homogeneizar critérios e soluções formais quanto a configuração, materiais, remates e soluções de detalhe, para a sinalética, o mobiliário e os equipamentos das infraestruturas. o Beneficiar as condições de circulação rodoviária nos locais onde a densidade de ocupação (urbana e de núcleos rurais) e a ausência de caminhos não disponibiliza alternativas, propõe-se a reestruturação global do espaço da via como forma de aumentar a fluidez do trafego, a segurança e o conforto. o Estabelecer de vias alternativas que proporcionem melhores acessibilidades traduzido, por exemplo, no benefício direto da redução de tempos de alguns dos itinerários mais percorridos será determinante na melhoria da mobilidade das populações e no aumento da segurança rodoviária. Deverão ser criados tramos que partam da proximidade das Estradas Nacionais em direção aos núcleos e/ou vias coletoras próximas, beneficiando a sua ligação e, consequentemente, a ligação a todos os territórios que se encontrem a jusante, relativamente a rede central. Estes tramos poderão constituir a reconversão de estradas e caminhos existentes completados pontualmente por novos troços. o Fora dos aglomerados urbanos (o que corresponde à situação dominante nestes percursos), a capacidade pretendida seria obtida pela eliminação de algumas sinuosidades do traçado, melhoria da visibilidade e das curvas de viragem nos nós, pela manutenção da largura da faixa de rodagem adequada à velocidade de projeto e de bermas de segurança, dotando pelo menos uma delas de largura suficiente para a circulação de peões e bicicletas. o Beneficiar as acessibilidades, as situações mais relevantes corresponderão a limitações de estruturação viária no acesso à cidade, ou, mais corretamente, ao contínuo urbano constituído pelas cidades de Vila do Conde e Póvoa de Varzim, em que a antiga EN 13 ainda mantém funções de eixo central de tráfego de atravessamento em simultâneo com utilização de trânsito local.

 Gerir Estacionamentos: Para tal é necessário regular e controlar o sistema e acesso ao estacionamento através do reordenamento de estacionamento à superfície, subterrâneo, na via pública, de estacionamento para residentes, de estacionamento de rotação ligados a polos de atracão e de estacionamento junto a interfaces multimodais, garantindo a conexão através de transporte público. Será equacionada a proposta de políticas tarifárias e medidas de gestão, vigilância e sanção, entre outras.

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 Promoção da Mobilidade Elétrica Pretende-se com esta medida implementar a mobilidade elétrica, promovendo a economia de baixo carbono e a sustentabilidade energética e ambiental, em linha com os recursos da região e com a promoção da imagem externa de qualidade de vida e modernidade que a Câmara Municipal deve projetar, permitindo contribuir para a redução da dependência em combustíveis fósseis, contribuir para a diminuição das emissões de gases de efeito de estufa. As ações a implementar envolvem: o Adquirir e utilizar veículos elétricos/híbridos (veículos ligeiros/pesados motociclos e bicicletas) pelos serviços municipais; o Criar políticas municipais que promovam a utilização do veículo elétrico em áreas urbanas, o Avaliar a localização para a instalação de pontos de carregamento público; o Estudo de modelos de gestão de carregamento público dos veículos elétricos; o Desenvolver medidas que permitam integrar os veículos elétricos com outros sistemas de mobilidade; o Implementar estratégias de carregamento das baterias que façam a utilização prioritária de energias renovável.

 Facilitar a distribuição de mercadorias: o Definir itinerários de transporte de mercadorias com especial atenção aos acessos a zonas industriais e à circulação por vias urbanas para a distribuição de mercadorias no município. Para tal poderá ser necessário regular, ordenar e ampliar as zonas de carga-descarga através do desenho de um plano de zonas reservadas de carga e descarga com adequação à normativa vigente.

 Gerir a mobilidade: o Gerir a mobilidade através da criação de planos de mobilidade e transportes específicos em centros educativos, zonas industriais e outros centros geradores e atractores de deslocações. o Integrar a mobilidade em políticas urbanísticas: estudos de mobilidade nas novas intervenções urbanísticas e medidas para a integração das intervenções urbanísticas na rede de transporte público. o Implementar sistemas de gestão de tráfego.

 Condições de Segurança Verifica-se ainda que as Estradas Nacionais existentes no concelho necessitam de intervenções urgentes tendo em conta os índices de sinistralidade verificados em consequência do acentuado volume de trafego que apresentam. Pretende-se minimizar a sinistralidade através de um plano de segurança rodoviária e de intervenções em pontos negros de sinistralidade que permita melhorar a convivência entre o trinómio peão- automóvel-bicicleta, dando prioridade, em primeiro lugar, à segurança dos peões, e posteriormente às bicicletas. Pretende-se implementar medidas de acalmia de tráfego por forma a controlar as velocidades dos veículos automóveis em zonas criticas como centros urbanos, zonas de escolas e percursos escolares e ciclovias.

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MEDIDAS PARA PROSSECUÇÃO DA ESTRATÉGIA

Realizada a analise nos vários níveis que interagem com as condições da Rede Viária e respetiva circulação da população importa estabelecer estratégias de intervenção capazes de promover uma mobilidade integrada e sustentável para os territórios em estudo. Nesse sentido apontam-se vários níveis de intervenção a considerar:  Rede viária Para melhoria da circulação é determinante assegurar a legibilidade da hierarquia viária, nos vários níveis de estradas que a compõem, adotando/preservando as características formais próprias para cada nível e a constância de características ao longo de cada percurso. É fundamental ainda a distinção entre urbano e rural, ou, em concreto, a perceção do atravessamento das zonas centrais das freguesias, das zonas escolares e das zonas de interesse patrimonial mais relevante. A legibilidade constitui o primeiro fator para a orientação nos percursos, para a interpretação das velocidades recomendadas e das prioridades nos cruzamentos. E assim relevante homogeneizar critérios e soluções formais quanto a configuração, materiais, remates e soluções de detalhe, para a sinalética, o mobiliário e os equipamentos das infraestruturas.

o Condições de Circulação Para a beneficiação das condições de circulação rodoviária nos locais onde a densidade de ocupação (urbana e de núcleos rurais) e a ausência de caminhos não disponibiliza alternativas, propõe-se a reestruturação global do espaço da via como forma de aumentar a fluidez do trafego, a segurança e o conforto. As intervenções deverão adotar como orientação geral: . Incluir a construção de passeios, para uma segregação adequada das utilizações; . Regularizar pavimentos degradados, eliminar sobrelarguras excessivas da faixa, limitar a velocidade através do traçado ou medidas de acalmia; . Demarcar as zonas onde é permitido e onde é impedido o estacionamento; . Normalizar as soluções e configurações dos acessos particulares e inserções diretas na estrada; . Restringir, onde possível, as viragens ou os sentidos de circulação das vias transversais que causem constrangimentos e melhorar os cruzamentos. . Perspetivar a concretização de corredores específicos que favoreçam a circulação de bicicletas.

o Alternativas rodoviárias

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O estabelecimento de vias alternativas que proporcionem melhores acessibilidades traduzido, por exemplo, no benefício direto da redução de tempos de alguns dos itinerários mais percorridos será determinante na melhoria da mobilidade das populações e no aumento da segurança rodoviária. Deverão ser criados tramos que partam da proximidade das Estradas Nacionais em direção aos núcleos e/ou vias coletoras próximas, beneficiando a sua ligação e, consequentemente, a ligação a todos os territórios que se encontrem a jusante, relativamente a rede central. Estes tramos poderão constituir a reconversão de estradas e caminhos existentes completados pontualmente por novos troços. Fora dos aglomerados urbanos (o que corresponde à situação dominante nestes percursos), a capacidade pretendida seria obtida pela eliminação de algumas sinuosidades do traçado, melhoria da visibilidade e das curvas de viragem nos nós, pela manutenção da largura da faixa de rodagem adequada à velocidade de projeto e de bermas de segurança, dotando pelo menos uma delas de largura suficiente para a circulação de peões e bicicletas. Nas proximidade dos aglomerados, a fluidez das vias devera ser mantida reduzindo os pontos de acesso e eliminando o estacionamento à face. A análise efetuada permite detetar algumas situações problemáticas que poderão ser minimizadas com a criação de novas ligações bem como outras de resolução indispensável para a garantia de acessos a locais determinantes na estrutura periurbana e interurbana. Neste âmbito, de beneficiação de acessibilidades, as situações mais relevantes corresponderão a limitações de estruturação viária no acesso à cidade, ou, mais corretamente, ao contínuo urbano constituído pelas cidades de Vila do Conde e Póvoa de Varzim, em que a antiga EN 13 ainda mantém funções de eixo central de tráfego de atravessamento em simultâneo com utilização de trânsito local, não apresentando características técnicas e de inserção urbana compatíveis com essa sobreposição de funcionalidades. Esta situação implica significativas interferências nas vivências das populações, decorrentes do elevado fluxo de viaturas automóveis, com inerentes congestionamentos de tráfego, representando elevados níveis de emissão de gases e de poluição sonora, e limitando, ou mesmo obviando, a possibilidade de implementação e conjugação de meios suaves de mobilidade urbana. Neste sentido, e perspetivando a criação de alternativas que possibilitem a distribuição e diluição dos fluxos de tráfego na área central da cidade, correspondente ao núcleo antigo, considera-se que serão de prever a concretização de três estruturas de interligação viária: 1 – Prever que os fluxos de tráfego que utilizam o acesso viário (Av. do Atlântico – ER 206) do nó da A28 com a A7 possam distribuir-se pela malha viária de ambas as cidades, nomeadamente na acessibilidade aos equipamentos e serviços existentes e perspetivados na respetiva fronteira, evitando a sua concentração na antiga EN 13 e em escassos pontos nodais da rede viária. Nesta intervenção incluem-se: 1.1 – Criação de arruamento entre a rotunda da R. da Lapa à a rotunda do Desporto, na via de acesso ao nó da A28 com a A7, permitindo colmatar a malha viária entre a marginal junto do rio Ave (Av. do Ave) e o eixo constituído pela Av. General Humberto Delgado, em Vila do Conde e a Av. 25 de Abril, na Póvoa de Varzim. 1.2 – Previsão de concretização de uma rotunda no acesso ao nó da A28 com a A7, com novas vias urbanas possibilitando a distribuição do tráfego para norte, na freguesia de Argivai da Póvoa de Varzim, e para sul com ligação à malha nascente da cidade e à via de acesso às freguesias do interior norte do concelho.

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2 – Como alternativa imediata à EN 13, nomeadamente no atravessamento nos núcleos antigos de Vila do Conde e de Azurara, prever a concretização do prolongamento da via paralela à linha de Metro, estabelecendo ligação à margem sul do rio Ave, e com conexão à EN 104 na freguesia de Árvore e desta, pela via concretizadas no âmbito de intervenções de inserção urbana promovidas pela empresa do METRO DO PORTO, à rotunda na antiga EN 13, também na freguesia de Árvore. 3 – No sentido de facilitar o aceso das populações das freguesias a sul do rio Ave à cidade, diminuindo os fluxos de trânsito na antiga EN 13, nomeadamente no atravessamento do núcleo antigo, e potencializando a recente concretização de travessia sobre o rio Ave de ligação à freguesia de Retorta, prever a concretização ou melhoria de vias com conexão à ponte construída, estabelecendo, na margem norte, ligação à rua da Lapa e, na margem sul, através de beneficiação da malha viária existente, à EN 104.

A concretização deste sistema viário será conjugada com a efetivação de percursos complementares destinados a meios suaves de mobilidade, quer relativos à criação de passeios para peões, quer à previsão de vias dedicadas para bicicletas que contribuirão a estruturação de uma malha urbana de vias cicláveis.

o Condições de Mobilidade Compreende o conjunto amplo das diferentes formas da mobilidade e de utentes presentes em cada tipo de via, adequando o espaço viário de modo equilibrado às distintas solicitações. Para um desempenho adequado, há atualmente que responder a situações particulares como sejam as travessias de peões, as paragens dos transportes públicos, as paragens dos serviços de recolha de RSU, a densificação do estacionamento, as entradas e saídas, a introdução sucessiva de redes de infraestruturas e a sua expansão / manutenção, a introdução de novo mobiliário, equipamento, publicidade e sinalética ou a intensificação de fluxos em alguns locais. De um modo geral, o melhoramento da performance passa por uma distinção mais clara entre a faixa de circulação rodoviária e as margens, ausente em muitas estradas, e a recuperação do plano da berma de forma a ser transitável. O predomínio dado até há poucos anos ao trânsito motorizado fez com que a faixa de rodagem fosse o centro das intervenções em estradas, subalternizando e invadindo as bermas. Em grande parte dos eixos, onde o canal disponível (espaço público entre vedações) não permite larguras padronizadas para diferenciar todas as funções, será necessário remarcar o percurso central com uma largura, por princípio, idêntica à original e margens com parte partilhada e parte dedicada a circulação de peões e demais movimentos. Tratando-se de um universo de vias muito extenso, e para o qual não são viáveis investimentos e ações intensivas, os modelos de via (configuração, solução construtiva) devem, no possível, ser modelos de continuidade e com garantias de durabilidade. Aponta- se neste sentido, e como bom exemplo a merecer continuidade, o modelo de passeio em blocos de betão e guias de granito adotado a partir de meados de 90 para as áreas fora dos centros urbanos onde não haja orientações específicas, que tem orientado intervenções municipais, estatais e de privados.

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A intervenção no espaço viário deve também ter presente o valor patrimonial intrínseco das estradas, como a enorme construção que são por si. Neste campo, destaca-se naturalmente a obra em granito das calçadas, dos arranjos envolventes e dos muros e construções que as enquadram. Sem prejuízo da validade e necessidade de introduzir materiais e formas de desenho atuais, e, concretamente, de utilizar o pavimento betuminoso onde tal se revele o mais adequado, a valorização deste património e a adequada integração formal das obras devem ser consideradas obrigatoriamente.

 Transporte Público Considera-se importante a implementação de medidas que visem a estruturação das redes de acessibilidades, com vista a integração das áreas de baixa densidade de ocupação (rurais e periurbanas), articulando-as com as redes centrais. Esta articulação, nomeadamente no quadro das novas competências atribuídas nestas matérias pela Lei 52/2015, de 9 de junho, será indispensável para a criação de condições de maior continuidade, municipal e intermunicipal, das redes de transportes assim como destas redes concelhias com as redes regionais e nacionais. Com a extinção da AMTP (Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto) compete à AMP a coordenação de entre diferentes escalas de decisão – local, metropolitana e regional -, quando as diferentes componentes do sistema são mutuamente influentes. A integração bilhética na AMP sofreu um impulso decisivo com a complexa organização do ANDANTE em que participam vários operadores de transportes (TIP). Este sistema tem resolvido alguns problemas de funcionamento, o que não significa que não possam existir ainda aspetos a melhorar e que eliminem inércia na captação de novos utentes.

A reorganização dos transportes públicos em moldes mais flexíveis e com menos custos para os operadores terá necessariamente que se fazer em sinergia com a organização/ financiamento dos transportes escolares especiais. E esta questão é especialmente relevante porque pode gerar poupança para os orçamentos municipais, com aumento do grau de cobertura do transporte público em zonas desfavorecidas e sujeitas à contração dos próprios serviços e equipamentos públicos de apoio. Deverá pois existir uma maior integração das soluções de transporte escolar especial no âmbito dos operadores profissionais que assim verão aumentar a procura e, por outro lado, um alargamento dos benefícios das soluções disponibilizadas para o transporte escolar às necessidades não regulares da restante população, contrariando a desertificação populacional das zonas mais periféricas, procurando ainda contribuir para a diminuição da população “Não Móvel”.

 Condições de Segurança Verifica-se ainda que as Estradas Nacionais existentes no concelho necessitam de intervenções urgentes tendo em conta os índices de sinistralidade verificados em consequência do acentuado volume de trafego que apresentam. Deverão ser promovidas ações que conduzam de forma célere e direta a redução dos conflitos e da sinistralidade. Estas ações são, objeto do Plano Municipal de Segurança

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Rodoviária atualmente em elaboração, em cujo âmbito as analises e propostas serão formuladas. Para redução da sinistralidade dos nós a norte da atual ponte sobre o rio Ave de acesso à cidade propõe-se o estudo aprofundado dos mesmos com vista a uma proposta de funcionamento alternativo que resolva o congestionamento gerado pelas múltiplas viragens atualmente possíveis.

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MUNICÍPIO DE VILA DO CONDE

PEDU – PARU

Aviso EIDT-99-2015-03 - Portugal 2020

Fevereiro de 2016

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Conteúdo G. Componentes dos Planos de Ação Aplicáveis ...... 49 ii) Plano de Ação de Regeneração Urbana ...... 49

Anexos ANEXO I – DELIMITAÇÃO DAS ARU ANEXO II – CERTIDÃO DE APROVAÇÃO DE INÍCIO DE PROCESSO DE DEFINIÇÃO DAS ARU

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G. Componentes dos Planos de Ação Aplicáveis

ii) Plano de Ação de Regeneração Urbana

Objetivos estratégicos A regeneração urbana assume-se hoje como uma componente indispensável da política das cidades e da política da habitação, na medida em que nela convergem os objetivos de requalificação e revitalização das cidades, em particular das suas áreas mais degradadas, e de qualificação do parque edificado, procurando um funcionamento globalmente mais harmonioso e sustentável e a garantia, para todos, de uma habitação condigna. Assim, a regeneração urbana assume uma perspetiva da obtenção de elevados padrões de qualidade de vida urbana e reforço de comunidades locais proactivas, devevendo promover a utilização e adaptação de edifícios públicos e de habitação e a criação e requalificação de espaços, saudáveis e ambientalmente sustentáveis. Neste sentido o conjunto de medidas e ações a desenvolver e a implementar devem contribuir, de forma eficiente e sustentada, para uma melhoria da qualidade do ambiente urbano – e.g. qualidade do ar, ruído, acessibilidades e mobilidade sustentável, proteção da saúde pública, desenvolvimento humano e relacionamento entre as pessoas, redução da pegada carbónica e promoção da economia local. No Município de Vila do Conde forma adotadas estratégias, refletindo processos de urbanização e as dinâmicas residenciais, sociais e económicas levadas a cabo nos últimos anos e que visam:  Regenerar de áreas urbanas centrais, antigas, degradadas e desocupadas: Algumas áreas urbanas centrais, antigas e densas, ficaram abandonadas, degradadas e desocupadas. Perderam residentes e a centralidade comercial e de serviços que as caracterizava e individualizava. O sentido de cidadania e de pertença a uma comunidade urbana ficam debilitados. Para a construção da identidade, estes contextos urbanos são estratégicos, pela carga simbólica que podem ter, pelo património edificado e cultural que encerram e pela atratividade urbana que podem potenciar (para o turismo e para a atracão residencial, de talentos e de novos residentes). Também aqui, por vezes, a vulnerabilidade social manifesta-se, em termos de desemprego, envelhecimento e fracos níveis de capacitação escolar.  Intervir em áreas de exclusão social: que são grandes focos de concentração de problemas sociais, criando grandes concentrações de exclusão e pobreza, em guetos mais ou menos fechados, ou assumindo uma estrutura espacial mais fragmentada. Alguns destes territórios evidenciam uma estrutura social muito fragilizada, ora pelo envelhecimento, ora pelo desemprego, ora pelos baixos níveis de escolaridade da população residente. Hoje em dia, os contextos urbanos fortemente vulneráveis socialmente são normalmente pouco sustentáveis ambientalmente;  Tornar as áreas urbanas mais amigas dos idosos: os processos de envelhecimento da população residente, obrigam a repensar a cidade para o usufruto dos idosos. As cidades foram criadas para uma estrutura etária relativamente equilibrada, no entanto, num futuro próximo, elas vão ser vividas sobretudo pela terceira e quarta idade. Nesse

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sentido, e preciso desenvolver uma estratégia municipal dirigida a esta mudança estrutural. Um passo relevante foi dado através da elaboração de um Plano Municipal para a Melhoria da Acessibilidade, que constitui uma ferramenta de gestão do espaço público, contribuindo para a criação de um espaço público mais acessível para todos.  Regeneração de áreas urbanas mono-residenciais que surgiram fruto da expansão urbana dos últimos trinta anos que seguiu um modelo de povoamento disperso que fez proliferar áreas mono-residenciais, por vezes insuficientemente servidas por comércio e serviços e muito dependentes em termos de mobilidade do automóvel. Nestas áreas urbanas residenciais, a qualidade de vida, o sentido de comunidade e os atuais desafios de sustentabilidade são comprometidos. Quando estes contextos urbanos são simultaneamente vulneráveis socialmente, os problemas agudizam-se. Preconizam-se neste âmbito um conjunto de medidas que permitam satisfazer os objetivos suprarreferidos, tais como o aumento da eficiência energética, melhoria do comportamento térmico, acústico e qualidade do ar interior dos edifícios, a utilização de energias renováveis, o aproveitamento das águas pluviais, gestão sustentável de resíduos, a remoção de materiais perigosos dos edifícios e equipamentos públicos, a criação e requalificação de espaços verdes, a requalificação e reconversão de zonas industriais abandonadas, a melhoria das acessibilidades e a implementação de sistemas da mobilidade sustentável e a formação de colaboradores municipais para as questões da sustentabilidade energético- ambientais. A publicação do Dec-Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro, alterado pela Lei n.º 32/2012, de 14 de agosto, com a recente alteração ao Regime Jurídico, e a publicação, a 30 de maio de 2014, da Lei de Bases Gerais da Política de Solos, de Ordenamento do Território e de Urbanismo, abre a possibilidade aos Municípios de agilizarem os processos de reabilitação urbana em Áreas de Reabilitação Urbana de forma faseada, dando continuidade a um programa ambicioso de remodelação urbana do Núcleo Antigo levado a efeito pela Autarquia e que agora se alarga ao Concelho, naquilo que constituirá um estímulo adicional para a recuperação do parque edificado, para a revitalização do comércio tradicional, e para a captação de novas atividades económicas, bem como para a fixação de novos públicos.

Assim, foram delimitadas seis ARU, com seguintes caraterísticas:

Edifícios construídos ARU até 1960 (%) Vila do Conde e Azurara 26,2 Macieira 27,9 Malta 23,7 Mosteiro 16,0 Vairão 54,5 Vila Chã 58,5

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 ARU Vila do Conde e Azurara O Centro Histórico de Vila do Conde é pontuado por monumentos notáveis. O seu acervo arquitetónico e urbanístico, constituído pelo traçado gótico da cidade antiga, traçado que foi sucessivamente complementado no período barroco e novecentista, encontrava-se fortemente degradado nos anos 80, por força da transferência dos principais serviços públicos, para áreas urbanas de expansão mais recente. Vila do Conde apresentava nessa altura um aspeto degradado. O comércio era praticamente inexistente uma vez que os estabelecimentos comerciais, que perderam a sua clientela com a deslocação dos serviços públicos, procederam ao encerramento dos espaços na área do Centro Histórico, mudando-se para as áreas novas. Perante esta situação de um Centro Histórico vazio e depauperado, a Camara Municipal elaborou um piano faseado da regeneração urbana, estando concluídas as três primeiras etapas. Na primeira fase foram desenvolvidos esforços e projetos no sentido de melhorar as condições de habitabilidade, estabelecendo-se como princípio que a Camara Municipal deveria avançar com intervenções exemplares em edifícios de sua propriedade que se encontravam arruinados. Na segunda fase, que decorreu entre 1995 e 2001, houve um forte investimento no espaço público resultantes da candidatura ao PPU - Projeto Piloto Urbano - e outras intervenções, das quais se destaca a recuperação do antigo Casino para a instalação do Centro da Juventude. A terceira fase, que podemos designar por fase de consolidação do projeto, decorre desde 2000 até à atualidade. Foram recuperadas a Casa de S. Roque - Solar urbano do seculo XVI - para instalação de uma Residência Universitária e Galeria de Arte Cinernatica em parceria, com a intenção de introduzir novas habitantes na área do Centro Histórico; realizou-se a recuperação e ampliação da Casa de S. Sebastião - Solar urbano para instalação do Arquivo, Museu Municipal e Jardim de S. Sebastião; a Casa Museu José Réqlo; a Casa de Antero de Quental; recuperação do antigo Cine Teatro Neiva, agora transformado em Teatro Municipal e a continuação do arranjo da Zona Ribeirinha/Frente Marítima em parceria com o instituto Marítimo Portuário e programas comunitários. As ações empreendidas no âmbito da regeneração urbana da área central de Vila do Conde, foram parcialmente suportadas pela FEDER com o resultado da aplicação do programa QREN português (ON.2 - o Novo Norte), coordenada pala CCDR-N. Estas ações no âmbito da reabilitação urbana inverteram o processo de degradação instalado, e foram distinguidas par várias entidades. Os trabalhos executados no âmbito de regeneração urbana da área central, foram publicados em diversas revistas de Arquitetura e Urbanismo. As realizações levadas a efeito têm merecido uma atenção especial da comunidade científica, universitária e dos meios audiovisuais com grande sucesso e repercussão nestes meios. De facto, as iniciativas postas em prática revestem-se de um princípio de aplicação muito difícil, mas bastante inovadora, ancorado na estratégia de transformar a cidade a partir do conceito de abordagem integrada.

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As intervenções no edificado de raiz histórica, a requalificação no espaço, tendo em atenção todas as preexistências e a formulação de programas funcionais de utilização de edifícios que atendem as intenções dos agentes culturais, organizados em associações provenientes da sociedade civil, consegui criar condições para reverter a degradação, conduzindo a regeneração urbana para a consolidação de uma estrutura criativa nesta cidade milenar. Este movimento tem dado a origem a uma curiosidade manifestada par visitas de professores e alunos de várias faculdades de arquitetura. Em Dezembro de 2014 as ações levadas a efeito pela Camara Municipal de Vila do Conde na sua área central, foram distinguidas com o Prémio de desenvolvimento regional promovido pela agência de desenvolvimento regional entidade que superintende o financiamento dos projetos candidatos aos fundos europeus. A área parcialmente abrangida pela ARU de Vila do Conde assiste já a uma série de eventos que asseguram a necessária dinamização do tecido urbano no que concerne à realização de eventos de caracter socio- cultural. É longa a lista das associações ou cooperativas culturais presentes na área central da cidade, que aqui, de uma forma regular, apresentam as suas produções. Assim, verifica-se com particular relevo as seguintes: a Cooperativa de Curtas Metragens que organiza o Festival de Curtas Metragens, a Associação Cultural Circular, que organizara o Festival Circular, o Teatro de Formas Animadas Lafontana, o Conservatório de Música, a Escola de Dança, a Associação cultural Nuvem Voadora que promove regularmente performances, a Associação para as artes do circo Corda Bamba que organiza regularmente o Festival de Artes Circenses – Cata-Vento. Vila do Conde está integrada na Rede de Museus que compreende, designadamente em área rural, o Museu da Agricultura na freguesia de Vairão, na área urbana o Museu das Rendas de Bilros, o Museu da Alfândega e da Construção Naval em Madeira, etc... A Câmara Municipal deu já corpo à realização de um conjunto de eventos estruturados com factores de atractividade da população exterior, a Feira de Artesanato, a realização de uma Feira de Gastronomia que constitui já uma referência importante na divulgação dos temas da culinária e produtos tradicionais, promovendo também a realização de feiras temáticas distribuídas ao longo do calendário anual. A delimitação da ARU dá continuidade e novo alento, com incentivos adicionais à atividade de recuperação de edifícios e espaço público, que foi desenvolvida a partir do Gabinete do Centro Histórico. O núcleo antigo de Vila do Conde e Azurara, resultado de seculos de vivência e transformação, está sujeito a um processo de degradação que importa combater e, que põe em risco importantes valores específicos desta área, reconhecida pela sua qualidade arquitetónica e paisagística, bem como pela necessidade de lhe imprimir novas dinâmicas, com a dinamização dos espaços, o comércio de proximidade ou a instalação de novos públicos. A defesa desta área central da cidade e fundamental para o equilíbrio do meio urbano e da qualidade de vida das populações e é igualmente determinante para assegurar a sua vitalização quer social quer económica. O núcleo antigo, pela sua génese consolidada ao longo de seculos, dispõe de uma grande capacidade de resistência. Apesar das enormes agressões perpetradas, muitas vezes de forma extensa, a diversidade e riqueza dos seus componentes arquitetónicos permitem assegurar a manutenção de parcelas do tecido histórico, tendentes a assumirem-se como 52

parâmetros exemplares para reversão das áreas degradadas através de operações regeneradoras do tecido urbano destruído ou afetado por construções desqualificadas. O núcleo antigo de Vila do Conde e Azurara possui ainda um elevado número de edifícios degradados, alguns dos quais em ruína que afetam a imagem de conjunto urbano. Subsistem enormes desafios para ultrapassar, sobretudo aqueles relacionados com a recuperação do edificado doméstico ocupado por agregados familiares de poucos rendimentos, que a crise instalada veio acentuar. Estimando-se que o edificado antigo (com mais de 56 anos) seja de 26,2% na ARU de Vila do Conde e Azurara. A reversão deste processo assenta num trabalho longo e continuo num contexto urbano de profunda degradação a nível do edificado, Com esta delimitação o município pretende criar um conjunto de incentivos e apoios aos particulares e agentes económicos de forma a conservar e valorizar todos os edifícios, preservando a imagem do núcleo antigo e fixando novos públicos. Recuperar o parque habitacional existente, continuar a ampliar e melhorar os seus diversos equipamentos de apoio, assim como promover a revitalização dos vários espaços públicos e com isso incrementar atividades que tradicionalmente neles tem lugar são alguns dos objetivos desta iniciativa. A área territorialmente delimitada engloba o Núcleo Antigo de Vila do Conde e Azurara, que se alarga à frente ribeirinha até à capela da Srª da Guia e os Jardins da Avenida Júlio Graça, é justificada pela necessidade de continuar a intervenção integrada através de uma operação de reabilitação urbana aprovada em instrumento próprio. A proposta de delimitação da ARU subdivide se em duas ações de nível e profundidade diferentes: Uma operação de reabilitação urbana, simples dirigida principalmente a reabilitação do edificado, tendo em conta que nesta área designada por intervenção simples grande parte do espaço publico já foi objeto de intervenção de recuperação urbana ou não apresenta necessidade urgente de intervenção. Quatro áreas de intervenção sistemática representadas por questões urbanas de significado diferente, designadas por intervenção no eixo comercial da área central de Vila do Conde, intervenção nas vias situadas no limite Poente do Centro Histórico, intervenção na Azurara e intervenção na zona ribeirinha. A área que consiste naquilo que designamos por eixo comercial da área central de Vila do Conde, incindindo em zonas não homogéneas, nas quais estão centradas as atividades principais do comércio tradicional, em local onde o espaço público ainda não foi intervencionado, (Avenida José Régio),e em local onde já foram efetuadas obras de reabilitação (Praça de S. João e Avenida 25 de Abril) a que se junta a Rua Dr. João Canavarro, artéria importante que conduz à Alameda dos Descobrimentos e área envolvente do tribunal e se prolonga para os Jardins da Avenida Júlio Graça. Será objeto desta intervenção a realização sistemática de obras no espaço público e no edificado, procedendo-se à reabilitação dos espaços exteriores, prevendo-se igualmente a realização de obras nos edifícios. Nesta modalidade será dada uma ênfase muito especial aos elementos urbanos usados correntemente como indicadores de qualidade dos espaços de circulação pedonal. No que concerne, designadamente, à caracterização dos percursos pedonais enquanto tal, disciplinando o estacionamento em ordem a criar condições

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agradáveis de conforto, tornando atrativo o usufruto de um passeio público e fomentando os modos suaves de transporte ao longo da estrutura comercial existente e a reforçar. Esta ação visa sobretudo a requalificação do espaço urbano enquanto fator de valorização da estrutura comercial, criando mais-valias ao nível da circulação de pessoas e consequentemente atratividade da estrutura comercial a revitalizar. Este conjunto de ações de abordagem integrada terá ainda como objeto o preenchimento, planificado dos lotes urbanos desocupados, incindindo designadamente no espaço preenchido pelo muro em granito situado entre a farmácia Vital e o café Nacional, a remodelação construtiva do logradouro do Hotel Brasão e discoteca adjacente, a reconfiguração do logradouro da escola de rendas e a ocupação da área fronteira ao Teatro Municipal. Sendo historicamente uma rua de grande importância nas atividades do comércio local, preconiza-se uma intervenção ativa na recuperação do edificado da Avenida José Régio atualmente desprovida de fatores atrativos em função da excessiva motorização do seu perfil e desconforto da circulação pedonal, já que constitui uma das principais entradas na cidade. A área do Núcleo Antigo e das Avenidas de Expansão Balnear é uma zona sujeita a fortes pressões no que refere à instalação de serviços e atividades terciárias, pelo que é fundamental a adoção de políticas de salvaguarda do espaço público enquanto fator de função coletiva, introduzindo fatores valorativos e apelativos à deriva e passeio citadino e à redução de emissões de CO2, ruído e volume de tráfego, progredindo para um ambiente urbano sustentável. Assim, é importante disciplinar e organizar o estacionamento automóvel, tendo em conta o valor pré-existente da paisagem urbana e potenciando modos suaves de locomoção. Preconiza-se a criação de três parques de estacionamento subterrâneos de aproximadamente 200 lugares cada, incidindo sobre três áreas disponíveis para a sua instalação a saber: traseiras do Teatro Municipal e Escola dos Correios; parte Norte do Mercado Municipal e Avª Júlio Graça. A zona de intervenção sistemática sobre as vias situadas no limite Poente do centro histórico, visa dinamizar uma abordagem de intervenção no edificado e no espaço público imprescindível, tendo em conta o mau estado do pavimento da área compreendida entre o Largo do Ribeirinho, antiga Rua da Senra, os Largos da Misericórdia e Santa Luzia e a rua Comendador Fernandes da Costa, antiga rua da Palha. Preconiza-se para esta área a extensão dos princípios que conformaram as intervenções nos espaços públicos da área central, no sentido de introduzir fatores de coesão urbana e social entre as diferentes áreas do centro histórico. Igual abordagem será aplicada à área do núcleo antigo de Azurara, com operações de regeneração centrada no largo da igreja Matriz de Azurara e na rua Américo Silva, que constituiu até ao seculo XIX o acesso principal à cidade. A área de Vila do Conde compreende ainda uma intervenção extensa na zona ribeirinha, em ordem a promover o tratamento de ambas as margens do Rio Ave, incidindo sobre vazios urbanos, área da Seca do Bacalhau junto à foz do rio, Estação Aquícola do Ave, antiga unidade criada no final do século XIX para povoamento dos rios do interior do país. Preconiza-se também o tratamento de áreas marginais do rio, que se afigura necessário uma vez que na prática se encontram abandonadas, constituindo depósitos de entulho em local

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de grande beleza paisagística e ambiental. Estes terrenos, aliás antigas áreas agrícolas, poderão manter ou regressar à sua antiga função enquanto hortas urbanas integradas em zonas verdes para uso da população.

Figura 1. Planta com delimitação da área de Regeneração Urbana de Vila do Conde e Azurara

 ARUs Macieira, Malta, Mosteiró, Vairão e Vila Chã A Câmara Municipal, orientada para um conceito de desenvolvimento harmónico e humanizado do concelho e ciente da importância do seu território, pretende alargar às suas freguesias a politica de regeneração urbana que há mais de três décadas vem implementando, promovendo assim as noções de centralidade e urbanidade de um território marcado ao longo dos séculos pela dispersão dos aglomerados urbanos, distribuídos por áreas onde atividades agrícolas coexistem com atividades industriais que vieram absorver a mão-de-obra dispensada pela agricultura. Urge instituir formas de centralidade neste território criando condições ao nível de infraestruturas a potenciar em função das carências detetadas a nível urbano, dinamizando os espaços e promovendo a coesão social.

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Estas ARU’s tem na sua composição um tecido edificado antigo (com mais de 56 anos) representativo: a ARU de Vila Chã tem cerca 59 %; a ARU de Vairão com cerca de 55%; a ARU de Macieira 28%; a ARU de Malta 24%; e a ARU de Mosteiró com cerca de 16%. As candidaturas que agora se apresentam visam a criação de mais cinco áreas de reabilitação urbana. Tendo em conta as especificidades do território concelhio, as ARU's são distribuídas por cinco freguesias todas situadas a sul do Rio Ave, a saber: Macieira, Malta, Mosteiró, Vairão e Vila Chã, a que correspondem áreas cuja requalificação urbana é premente tendo em conta o dinamismo e crescimento demonstrado por estas comunidades. As áreas de reabilitação propostas correspondem ao centro histórico das freguesias, visam essencialmente enquadrar e regular o desenvolvimento das dinâmicas em curso, introduzindo novas abordagens na requalificação do território disperso. Os locais e as freguesias foram elencadas em função da necessidade e obrigação de orientar e enriquecer o território concelhio com novas abordagens no campo dos investimentos quer municipais quer privados, em locais onde se pressente uma dinâmica tendente à valorização económica do território evitando um acréscimo de deslocações às áreas urbanas, mais ativas: Vila do Conde litoral ou as vizinhas cidades do Porto, Maia ou Matosinhos. Vila do Conde tem procurado com algum sucesso distribuir as áreas de atividades industriais e de armazenagem pela totalidade do seu território, com especial incidência nas freguesias a sul do Ave. Os efeitos práticos desta política consubstanciam-se na vantagem de disseminar as indústrias implantadas ao longo da sua extensa rede viária, evitando assim a criação de grandes zonas industriais muitas vezes geradoras de grande descontinuidade territorial. A distribuição das unidades industriais pelas áreas mais rurais permite oferecer postos de trabalho às populações locais evitando deste modo a criação de grandes fluxos de tráfego, geradores de uma pegada ecológica negativa, reduzindo também tempos de deslocação para o trabalho, num Concelho onde está identificada grande carência de transportes públicos de passageiros, não se perspetivando grandes investimentos nesta área pelos operadores privados. As ações de regeneração urbana propostas visam criar condições para a implementação de uma política de gestão sustentada dos recursos disponíveis, introduzindo fatores de racionalidade no que se refere ao consumo e produção de carbono e combustíveis fosseis, promovendo a mobilidade elétrica através da introdução de postos de abastecimento de eletricidade a veículos automóveis. O reforço das condições de centralidade neste território, marcado por uma suburbanidade geradora de deslocações para os centros urbanos limítrofes, contribuirá para a fixação das pessoas e para a redução das deslocações da população, complementando deste modo o esforço que a autarquia desenvolve no sentido de descentralizar os seus serviços para a esfera das juntas de freguesia, através da criação de espaços de apoio ao cidadão em instalação junto das diferentes comunidades que constituem o Concelho.

 ARU Macieira | Largo de Vilarinho Esta localidade é atravessada por três estradas nacionais implantadas sobre vias medievais de origem romana: a EN104 que liga Vila do Conde à Trofa, de onde arranca a EN318 que liga à Maia e a EN306 que ligava o Porto a Braga, passando por Barcelos. 0 Largo de

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Vilarinho tem origem na ramificação que liga Vila do Conde à Trofa, Santo Tirso e Guimarães, que convergem para o largo de Vilarinho. A via historicamente mais importante é aquela sobre a qual incide um dos Caminhos de Santiago mais utilizados (percorridos) em Portugal, sendo o que liga a cidade do Porto a , passando por Barcelos. A passagem do Rio Ave era feita até aos anos setenta do seculo passado pela ponte D. Zameiro, data em que foi construída nova ligação viária, com a construção de uma nova ponte. O Largo de Vilarinho é assumido como a grande centralidade da freguesia de Macieira da Maia, tendo ainda grande relevo regional em função do seu atravessamento para quem de Vila do Conde através das estradas nacionais se desloca para a Maia, Trofa, Santo Tirso ou Pacos de Ferreira. Neste Largo localizam-se um conjunto de equipamentos, de estabelecimentos comerciais e de serviços, nomeadamente dos sectores da restauração, atividade bancaria, saúde, automóvel e maquinas, etc. Está ainda localizada neste Largo a Capela de Nª. Sra. da Lapa, templo setecentista que ainda se abre ao culto. Este Largo assume-se, assim, como centro histórico da freguesia, sendo um espaço onde a Camara Municipal e a Junta de Freguesia tem realizado intervenções de requalificação tendo em vista a melhoria das condições de utilização pública. No entanto, subsiste ainda uma zona do mesmo Largo onde e necessário realizar uma intervenção que permita restituir-lhe características de local de encontro, convívio e lazer da população, promovendo a coesão social da comunidade. É ainda neste local que se desenvolvem um conjunto de eventos já com carater tradicional como pequenas feiras, festivais de folclore e romarias que tem na Junta de Freguesia o seu principal promotor, e cujo alcance vai muito para além dos limites territoriais da freguesia.

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Figura 2. Planta com delimitação da área de Regeneração Urbana de Maceira

 ARU Malta | Souto de Santa Apolónia Na freguesia de Malta existiu uma abadia com este nome, ligada a ordem de Malta, em edifício que ainda existe o qual se encontra bastante degradado. Este edifício datável do séc. XVIII, foi erigido sobre estruturas mais antigas, conserva ainda um conjunto de elementos construtivos indiciadores de uma ancestralidade histórica fundada na tipologia "Casa/Torre" recorrente no período medieval. O Largo de Santa Apolónia constitui a centralidade mais importante da freguesia. Dispõe de uma dimensão surpreendente, tendo em conta a população e número de fogos da estrutura urbana. É pontuado por um conjunto equipamentos cívicos: a escola, a junta de freguesia, o pavilhão multiusos, o campo desportivo polivalente, a farmácia, a Igreja e diversas unidades de carater comercial, serviços e de apoio social. A pouca distância do largo está implantado o centro de saúde que serve a população de Malta e freguesias limítrofes.

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Neste largo, encontra-se localizada a Capela de Santa Apolónia, edifício religioso datado de 1699, de características barrocas. Sendo Vila do Conde um concelho onde a agricultura continua a ter um peso bastante grande nas atividades económicas, é importante manter e até dinamizar a realização destes eventos que visam as trocas comerciais e de conhecimentos entre agricultores ativos na região. As intervenções a desenvolver no âmbito desta Ação de Reabilitação Urbana têm por objeto maior a regeneração do edificado presente na área central de Malta, designadamente o edifício que foi a sede local da ordem de Malta assim como de alguns edifícios degradados e em ruina existentes nesta zona. Visa igualmente proceder a reestruturação do espaço público.

Figura 3. Planta com delimitação da área de Regeneração Urbana de Malta

 ARU Mosteiró | Largo da Lameira A antiga estrada dos nove irmãos, via de raiz romana, que ligava o litoral do Porto a Braga, passando por Barcelos, atravessa Mosteiró no Lugar da Lameira, proveniente de Vilar do Pinheiro em direção a Vilar.

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No Largo da Lameira, topónimo relacionado com a linha de água que ainda hoje o atravessa, entronca uma via que seria um ramal da via medieval que ligava a Guilhabreu, entroncando por sua vez na atual estrada nacional 104 que liga Vila do Conde a Pacos de Ferreira, e atravessado pelo Caminho de Santiago que liga o litoral do Porto a Santiago de Compostela. É frequente ver peregrinos a que por aqui passam apesar das poucas condições de estadia que este espaço atualmente oferece. Este local marca a centralidade mais importante da freguesia de Mosteiró onde pontifica um cruzeiro datado de 1756, provavelmente construído na sequência do terramoto de 1755. Neste Largo foi fundada em 1737 uma farmácia, então designada como botica, a mais antiga da região. A Feira semanal da Lameira que se realiza à quarta-feira neste Largo, foi autorizada pela Camara Municipal e Junta Geral do Distrito em 1886, funcionando ininterruptamente desde 1896. Esta Feira é um recurso de grande interesse uma vez que grande parte dos produtos transacionados provém de produção local, tendo um impacto significativo na economia local. A requalificação proposta para este local, inserida no âmbito de uma Área de Reabilitação Urbana, de caracter sistemático, dedicada à revitalização do edificado envolvente do Largo e à intervenção no espaço público, criando melhores condições para a realização da Feira semanal e a dinamização da estrutura comercial e de serviço, visa igualmente reforçar o apoio que a Camara Municipal tem prestado à Juventude Unida de Mosteiró, associação com um papel importante na mobilização dos jovens em torno de eventos socioculturais relevantes para toda a comunidade local. Verifica-se também a consolidação de atividades restaurativas e comerciais em redor do Largo, visitado e frequentado por jovens e idosos. O Largo estrutura uma série de atividades de âmbito económico e social, consubstanciados na estrutura comercial local, incluindo um parque infantil em madeira, integrado na Feira, estando equipado com alguns bancos de jardim usados sobretudo pela população mais idosa. As ações a empreender visam fundamentalmente regenerar o edificado existente, beneficiar o espaço público, reabilitar o edifício do Mercado Municipal e reestruturar as instalações da Juventude Unida de Mosteiró. Nas imediações do Largo da feira e junto à linha de água do Rio Onda, existem ainda as ruinas de uma antiga Azenha, constituída pelo moinho e casa do moleiro. Este edifício, em avançado estado de degradação, poderá vir a ser uma memória representativa de uma profissão extinta e de um modo de vida profissional e social, em profunda transformação. Será, também, uma alavanca para impulsionar a recuperação da linha de água, cuja corrente tem origem em Guilhabreu, desaguando em Labruge na divisória do concelho de Vila do Conde com Matosinhos.

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Figura 4. Planta com delimitação da área de Regeneração Urbana de Mosteiró

 ARU Vairão I Largo do Mosteiro e da Feira A freguesia de Vairão é pontuada por inúmeros edifícios de arquitetura notável e sítios arqueológicos de reconhecida qualidade, dos quais se destacam o Castro do Boi situado no atual lugar de St.º 0vidio. Segundo Brochado de Almeida, o lugar da Madorra deve estar relacionado com uma mamoa que ai terá existido. Nesta localidade existiu um antigo Convento, cuja fundação é anterior à da nacionalidade, do qual restam o edifício e Igreja do Convento onde atualmente estão instaladas uma pousada de juventude e um albergue de peregrinos. A freguesia é ainda dotada de inúmeras Igrejas e Capelas de grande qualidade arquitetónica com destaque para o riquíssimo património implantado no chamado "Souto de Vairão “ local objeto de demarcação de uma Área de Reabilitação Urbana que visa a requalificação desta estrutura topológica de enorme valor arquitetónico, histórico e ambiental. O Souto é caracterizado fundamentalmente pelo conjunto arquitetónico do antigo convento marcado pela estrutura da antiga igreja românica, integrada na igreja matriz construída no seculo XVIII, fazendo ainda parte deste conjunto a capela de S. João, construída entre os 61

seculos XIV e XVI, que apresenta um retábulo de invocação a S. João Batista de execução primorosa, recentemente restaurado pelo Instituto do Património, atual Direção Regional de Cultura do Norte. Adossada à igreja existe ainda uma Capela de N. Sra. da Encarnacão dos Passos construída no seculo XVIII. O Souto, também chamado de Largo do Mosteiro, é ainda marcado pela pelas Capelas de N. Sra. da Lapa e de Stº. António de origem setecentista. Para além deste acervo de arquitetura religiosa, o Souto distingue-se ainda por uma arquitetura doméstica de grande qualidade que mantém as suas caraterísticas formais originais. Do conjunto de moradias particulares destacam-se a Quinta dos Fidalgos com origem no seculo XVIII, edifício que compreende um belíssimo aqueduto em cantaria de granito em bom estado de conservação. No Souto localiza-se também um belíssimo exemplar da arquitetura doméstica de gosto brasileiro, onde terá permanecido o fotógrafo José Relvas quando demandou as praias de Vila do Conde. Neste Souto, identificado pela população como a sua área central, está implantado edifício da Junta de Freguesia e o Cento de Saúde, o cemitério, relativamente perto do Centro de Ciências Agrarias e Alimentação da Universidade do Porto. Apresenta ainda relações de vizinhança com o Laboratório Nacional de investigação Veterinária e com o Museu Agrícola de Vairão atualmente em fase de reinstalação. O programa a formalizar para enquadramento da operação de reabilitação urbana no Souto de Vairão visa resgatar para fruição pública e requalificação da freguesia numa área do Souto que ainda não está tratada, designadamente a zona sul, oferecendo condições específicas para a preservação do edificado situado na sua envolvente, potenciando as funções do ponto de encontro e convívio e promovendo um reforço da coesão social da comunidade. Preconiza-se a inclusão nesta operação do tratamento da área envolvente ao aqueduto da Quinta dos Fidalgos, imóvel presente na zona do largo onde se realiza a feira. Este monumento singular, proposto para classificação, como Imóvel de Valor Concelhio no âmbito do P.D.M., poderá servir de argumento irrefutável para a tomada de medidas protetoras de cuidado acrescido das normas edificativas a levar a efeito na sua envolvente. A sua valorização enquanto elemento cenográfico de elevado potencial contribuirá, certamente, para o enriquecimento paisagístico desta área quase incólume no que concerne a sua originalidade.

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Figura 5. Planta com delimitação da área de Regeneração Urbana de Vairão

 ARU Vila Chã As características únicas do núcleo de pescadores da praia de Vila Chã configuram um conjunto de potencialidades que urge consolidar. De facto, neste lugar coexistem uma série de atividades que identificam e registam uma longa sedimentação de uma estrutura urbana singular, baseada num modo de vida ligada a pesca artesanal, atividade quase em extinção na praia de Vila Chã. Em 1990 existiam 40 embarcações na praia de Vila Chã, atualmente esse número foi reduzido a 10, estando a atividade que deu origem a este povoado em vias de extinção. Refira-se que Vila Chã é o porto de pesca de Vila do Conde, onde a estrutura urbana e as atividades ligadas ao mar se mantiveram ao longo dos séculos sem grande alteração. Um pouco a Norte do atual núcleo piscatório, existiu no atual Lugar do Facho, conforme a referência indicia no local atualmente ocupado pelo farol, uma estrutura de sinalização marítima que indicava, através de um sistema de marcas, a direção a partir do mar do porto de pesca de Vila Chã. Este facho, constituído por uma fogueira a partir do qual era praticado 63

um código indicando diferentes condições, seria também para avisar da aproximação de barcos inimigos, estando integrado num conjunto de estruturas sinaléticas que ao longo da costa, através de sinais de fogo e/ou fumo, transmitiam informações de defesa. Deste facho ou farol não resta qualquer elemento físico. Sabe-se que aquando do seu abandono e desmantelamento ocorrido em finais do séc. XIX, a sua pedra foi utilizada para a construção de casas e para a consolidação do muro do cemitério derrubado em noite de temporal em 1876.

A fortificação era constituída por uma rampa em pedra disposta sobre a areia, com uma configuração semicircular, dispunha de 5 bocas-de-fogo revestidas com pedra, onde estavam localizadas canhões de bronze. Estes elementos estruturais em granito estavam dispostos sobre taludes construídos com estacaria de madeira.

Figura 6. Fortaleza de Vila Chã

A estrutura urbana atual da praia de Vila Chã é o resultado de um processo de consolidação ocorrido ao longo dos anos. A ocupação inicial disposta em terrenos pertencentes ao Estado, confinava com propriedade privada de agricultores. A grande concentração e densidade do edificado, processa-se através de um processo de ocupação da área de terreno estatal existente formando uma rua paralela ao mar onde foram dispostas cabanas, construídas com um misto de pedra, madeira e colmo. Estas cabanas, segundo o geografo Orlando Ribeiro foram construídas a partir das medidas dos barcos utilizados para a pesca ou para a apanha do sargaço. Teriam uma medida de 7 metros por 3,5m, dispunham de uma cozinha cujo pavimento era em terra, e dois quartos revestidos com soalho de madeira. Nestas cabanas eram realizados todos os trabalhos inerentes à atividade praticada pela população, desde a confeção de roupa à manufatura de redes usadas na pesca. As atividades desempenhadas pelos habitantes, dividiam-se entre a apanha do sargaço e do pilado (caranguejo pequeno), usados como fertilizantes dos terrenos agrícolas.

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Na sua génese, esta ocupação era desenvolvida por agricultores, que construíam as suas cabanas na praia para guardar os materiais necessários a apanha do sargaço, incluindo o barco. Posteriormente, verifica-se que, por motivos ligados a transmissão de propriedade praticada nesta região, onde os descendentes dos agricultores eram privados da propriedade familiar que era geralmente transmitida ao filho varão mais velho, os filhos dos agricultores transformaram-se em pescadores e sargaceiros, sem terra.

Figura 7. Barracos de sargaceiros da praia

Na transição do séc. XIX para o séc. XX, desenvolve-se um processo de transformação das cabanas iniciais construídas em pedra, madeira e colmo, de um único piso, em casas construídas em granito com dois pisos, dispostas numa rua ao longo da linha da costa. Este processo de transformação radica sobretudo nos proveitos auferidos com a venda do sargaço e pilado, então muito solicitados para adubo dos campos de cultivo, não só em Vila Chã mas também nas freguesias de Vila do conde designadamente em Guilhabreu, que dista 9 Km de Vila Chã.

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Figura 8. Planta com delimitação da área de Regeneração Urbana de Vila Chã

Estratégia de Desenvolvimento Económico

O Concelho de Vila do Conde, ainda que com uma vertente de produção agrícola significativa, em virtude da excecional aptidão agrícola dos seus solos, e com uma componente piscatória expressiva, essencialmente centrada na cidade de Vila do Conde, desde cedo manifestou a capacidade de promover a instalação de unidades industriais relevantes para o desenvolvimento socioeconómico das suas populações. Com efeito, no que se refere às indústrias ligadas às atividades piscatórias, salientando-se os estaleiros de construção naval em madeira que representam uma herança histórica com tradições que remontam à Época dos Descobrimentos, foram várias as unidades industriais conserveiras localizadas na sede do Concelho que, embora atualmente em manifesto declínio, desempenharam uma função determinante no progresso e consolidação urbana da cidade e na afirmação identitária das populações. Igualmente as indústrias ligadas à atividade agropecuária prevalecente - a produção leiteira - foram relevantes para a sustentação e desenvolvimento desse setor económico fulcral para a identificação e

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caraterização concelhia, com implicações imediatas nas especificidades paisagísticas. Mais recentemente, e decorrente da situação geográfica favorável do Concelho, situado na confluência de duas áreas de intensa dinâmica industrial no Norte do País, correspondentes à cidade do Porto e respetiva área envolvente, com um perfil produtivo essencialmente repartido pelo setor terciário e por um setor secundário diversificado e, por outro lado, o Vale do Ave com uma estrutura produtiva mais tradicional, com uma componente do setor secundário essencialmente ligado às indústrias transformadoras do setor têxtil, mas extremamente ativa e adaptável, com a industrialização do Concelho decorreu, no essencial, de um processo de diversificação espacial do núcleo industrial do Grande Porto. Este processo determinou a procura de novas áreas de expansão industrial que conjugassem boas acessibilidades, conferidas pela proximidade e facilidade de acesso ao porto de Leixões, ao aeroporto do Porto e ao núcleo de serviços terciários da cidade do Porto e respetiva envolvente próxima, com as possibilidades de apropriação de espaços adaptáveis às funções industriais e a efetiva presença, ou facilidade de disponibilização, de infraestruturas mínimas. Nas propostas do Plano Diretor Municipal (PDM) de 1995 definem-se estratégias de desenvolvimento e consolidação de localização industrial que, na continuidade da experiência precedente, consubstanciam a situação existente e que se sintetizam na promoção de zonas industriais formais, favorecendo a respetiva infraestruturação, localizadas nas proximidades da rede viária de nível superior (autoestradas A2B e A7), nomeadamente junto dos respetivos nós de interligação com a rede viária nacional de nível inferior ou com a rede viária municipal, a estruturação de "corredores industriais" nas faixas marginais de rede viária existente ou perspetivada e o fomento de áreas de menores dimensões, disseminadas pelo território concelhio, vocacionadas essencialmente para a instalação de pequenas indústrias ou atividades oficinais. O PDM de 1995 identifica cerca de 80 zonas industriais, que correspondem a uma superfície total destinada especificamente a utilizações industriais ou empresariais de aproximadamente 700 ha, ou seja, 4,6% da área total do território concelhio. Destas zonas, 17 não possuem nenhuma empresa com atividade e com apenas uma empresa ativa, existem presentemente 31. A generalidade das zonas apresenta uma dimensão relativamente reduzida, sendo a dimensão média ligeiramente acima dos 6 ha, verificando-se que somente 1O zonas apresentam uma área superior a 10 ha, evidenciando-se as zonas industriais com localização adjacente à EN13 que apresentam as maiores áreas de ocupação para esses fins, sobretudo a zona de Varziela e de Beche que, em conjunto, constituem um contínuo com cerca da 70 ha, com uma ocupação diversificada e com um significativo processo de sucessivas transformações e adaptações. Da totalidade das áreas preconizadas no PDM para ocupação industrial, ou outras atividades empresariais compatíveis, constata-se que cerca de um terço ainda se encontram disponíveis, quer por ainda não taram sido objeto da intervenção urbanística específica, quer por corresponderem a situações de lotes ou pavilhões ainda vagos ou mesmo antigas instalações industriais atualmente desocupadas e que decorrem de processos de evolução inerentes à conjuntura de reestruturação do tecido empresarial / industrial resultante da atual dinâmica económica. Loteamentos Industriais Verifica-se que, em processos de loteamento para fins empresariais, já concluídos com a inerente infraestruturação, contabilizam-se 73 lotes ainda sem ocupação construtiva, com áreas que variam entre 196 m2 e 1984m2, e 189 pavilhões que, embora já se encontrem

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edificados, se apresentam sem ocupação funcional, com áreas, neste caso, que variam entre 170 m2 e 1990 m2 Releva-se que a distribuição espacial destas opções de localização é bastante dispersa. A maioria dos empreendimentos de loteamentos industriais do Concelho situa-se nas proximidades de nós viários de acesso às autoestadas. Em loteamentos antecedidos dos necessários procedimentos formais e com o adequado enquadramento técnico, estão asseguradas as condicionantes gerais de infraestruturação, nomeadamente as relativas à estruturação viária, ao saneamento básico e à disponibilização de serviços de abastecimento energético e de comunicações As Áreas Industriais Desocupadas, com faculdade de concretização ou capacidade de expansão de zonas industriais, apresentam uma superfície total de cerca de 158 ha, com valores individuais que variam entre 2018 m2 e 98 400 m2 e ocorrem disseminadas pelo território concelhio, contemplando uma vasta abrangência de possibilidades de localização de solicitações empresariais. Nestas situações, as implicações relativas à concretização das necessárias e adequadas condições de infraestruturação terão que ser analisadas e definidas casuisticamente, em função de local específico e das variáveis técnicas requeridas, embora com suporte nas redes gerais existentes que, na generalidade, se apresentam com um nível razoável de cobertura concelhia.

Em funcionamento desde Março de 2015 o Vila do Conde 2020 é o Gabinete de Apoio ao empreendedorismo empresários de Vila do Conde, que promove a competitividade e a internacionalização da economia local, potencia recursos e competências, com vista à criação de mais e melhor emprego. Pretende colmatar algumas lacunas no domínio da capacitação dos agentes do meio empresarial – empreendedores, empresários e trabalhadores no ativo. Os domínios do planeamento, gestão, contabilidade e fiscalidade são as áreas temáticas a abordar nas ações de formação, por forma a dota estes agentes de competências técnicas para a criação e gestão das suas empresas. Ao nível dos fundos comunitários do Portugal 2020 o gabinete é uma estrutura de apoio ao empresário que numa fase inicial, após a auscultação das pretensões e objetivos do promotor, faz uma avaliação do projeto e propõe ajustamentos por forma a permitir um melhor enquadramento numa posterior candidatura aos programas operacionais nos domínios da Competitividade e Internacionalização, Sustentabilidade e Eficiência dos Recursos, Capital Humano ou ainda da Inclusão Social e Emprego. Essa equipa, cuja natureza se pretende multidisciplinar, tem como propósitos fundamentais:  Assessorar o empresário na criação da sua empresa ou negócio;  Propiciar aos empresários toda a informação institucional relativa às linhas de apoio ao investimento, que venham a ser disponibilizadas no âmbito do referido Quadro Comunitário de Apoio (QCA);  Apoiar os empresários na pesquisa e localização de terrenos ou edifícios para a instalação das suas empresas, disponibilizando-se, para o efeito, os elementos cartográficos e as bases de dados existentes;  Acompanhar, de forma continuada e personalizada, as operações urbanísticas tendentes à construção de novos edifícios para instalação de empresas ou à remodelação, reconstrução, reconversão e ampliação de instalações existentes;  Fomentar o diálogo e a partilha de conhecimentos e experiências entre as empresas do Concelho.

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Em suma, a equipa tem como desiderato “acarinhar" todo e qualquer projeto de investimento ou ideia de negócio, mobilizando, para o efeito, toda a estrutura técnica e administrativa municipal.

Via verde para o licenciamento De entre os propósitos que presidiram à criação da Equipa Técnica Municipal de Apoio às Empresas, decidiu a Câmara Municipal dedicar uma particular atenção à tramitação inerente às operações urbanísticas tendentes à construção de novos edifícios ou à remodelação, reconstrução, ampliação e reconversão de empresas existentes. Esse foco especial justifica-se, entre outras razões, pela complexidade administrativa e legal inerente aos respetivos procedimentos, de licenciamento ou comunicação prévia, os quais, pela necessária e legal intervenção de entidades da administração central, ultrapassam a esfera municipal. Neste contexto, entendeu-se, em sede de obras particulares, criar uma estrutura que permita um acompanhamento personalizado e permanente de todos os processos tendentes à materialização das operações urbanísticas acima enumeradas e a que, simbolicamente, se decidiu chamar "Via Verde" para o Licenciamento. Como o próprio nome já induz, pretende-se destacar os processos urbanísticos de construção de edifícios destinados à instalação de empresas ou da sua remodelação, reconstrução, ampliação ou reconversão de toda a outra panóplia de licenciamentos, conferindo-lhes uma atenção que, sem prejuízo da natural observância dos prazos legais, venha a permitir uma maior celeridade e obvie, no que for possível, incidentes que originem delongas, as quais, no mundo competitivo de hoje em dia, podem colocar em causa a decisão de investimento e, quiçá, a criação de postos de trabalho.

Gestor de Procedimento Apoio à criação da Empresa / Negócio A Câmara Municipal decidiu, dentro do espírito que presidiu ao lançamento de um "Guia", e considerando o elevado número de pedidos de localização de terrenos e/ou edifícios aptos à instalação de empresas no Concelho, não raras vezes de natureza urgente, fazer uma "radiografia" das zonas industriais previstas em PDM. Essa "radiografia" irá permitir a todos os investidores acederem a informação detalhada sobre os terrenos e/ou construções disponíveis em cada uma das cerca de oitenta zonas industriais dispersas pelo Concelho, constituindo-se numa "Loja Industrial Virtual", a qual, conjugada com todas as outras informações disponibilizadas pelo “Guia", possibilitará uma escolha de localização personalizada e baseada em critérios que antecedem a decisão de investir, como sejam, entre outros: os acessos à rede viária e de metropolitano, a disponibilidade de infraestruturas (água, saneamento, eletricidade, gás, telecomunicações, etc.) e equipamentos disponíveis. Em consonância com as perspetivas mais recentes de simplificação e desburocratização do relacionamento da Administração com os cidadãos e concretizando esse objetivo na vertente de apoio aos empreendedores, a Câmara Municipal institui o Gestor de Procedimento, integrado na Equipa Técnica Municipal de Apoio às Empresas, e que corporizará a Autarquia no relacionamento com o promotor, pretendendo-se que assegure uma mediação que se ambiciona dinâmica e proactiva, cooperando em diversos domínios, designadamente no âmbito das intervenções urbanísticas. No contexto das intervenções urbanísticas, o Gestor de Procedimento promoverá:  O apoio à pesquisa e determinação de localizações potenciais para possível instalação de empreendimentos.

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 A orientação e acompanhamento da Instrução processual dos diversos procedimentos, indicando os elementos e documentos instrutórios necessários e referenciando atuações subsequentes legalmente indispensáveis.  A adequada celeridade na tramitação dos processos administrativos, verificando o cumprimento de prazos estipulados, nomeadamente de entidades externas cujo parecer prévio, autorização ou aprovação, seja vinculativo nos termos legais.  A prestação, de uma forma permanente, de informações e esclarecimentos aos interessados.

Para além de todo o apoio prestado a nível processual, a Autarquia também está empenhada em facultar formação aos empreendedores e empresários, com o objetivo de lhes reforçar e desenvolver competências através da realização de ações formativas e de aconselhamento que respondam às suas necessidades, visando a melhoria da sua capacidade de gestão e o aumento da competitividade, modernização e capacidade de âmbito dos diversos regimes jurídicos relativos às atividades industriais, turísticas, comerciais ou de serviços, diligenciando a simplificação e celeridade procedimental. A decisão sobre a localização de uma empresa revela-se como um dos elementos fulcrais para possibilitar o respetivo sucesso, sendo determinante para a adequada rentabilização dos recursos e valorização desvantagens competitivas. Consoante o tipo de investimento e atendendo aos públicos-alvo e fontes de aprovisionamento, a escolha de localização envolve uma análise multicritério, abrangendo fatores de variada índole que se alongam desde a disponibilidade imobiliária às diversas vertentes da caraterização demográfica e identificação de estruturas de suporte ao reconhecimento de entidades potencialmente competidoras. Atualmente, os instrumentos de apoio à decisão vieram facilitar a sistematização e hierarquização da informação disponível, sobressaindo os Sistemas de Informação Geográfica, que atualmente atingem graus de sofisticação técnica notáveis, possibilitando a agregação de informação proveniente de diferentes fontes e conferindo-lhe inovação das respetivas empresas. Em parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), periodicamente, realizam-se pequenas ações de formação que pretendem potenciar o aparecimento de empreendedores, fornecendo-lhes as ferramentas essenciais para criar e gerir o seu próprio negócio. Tendo em vista a qualificação da população e no sentido de revitalizar o tecido empresarial, aumentar a produtividade, fomentar a competitividade e a coesão social, Autarquia está a trabalhar em estreita parceria com o IEFP- Centro de Emprego da Póvoa de Varzim e Centro de Formação de Viana do Castelo, promovendo formação de proximidade ajustada às necessidades das empresas instaladas no Concelho.

Apoio ao investimento As medidas de empregabilidade definidas no âmbito do novo Quadro Comunitário de Apoio (QCA) visam fomentar, de forma estruturada e sustentada, o autoemprego, a criação de micro e pequenas empresas e o empreendedorismo económico ou social. Atualmente, existem alguns programas de apoio como por exemplo:  O MICROINVEST,  O INVEST+ Estes apoios com vista à criação de pequenos negócios, cujos promotores se encontrem numa situação de desemprego, são geridos pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

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A Câmara Municipal de Vila do Conde lançou em maio de 2014, o "Ciclo de Conferências Vila do Conde 2020". Neste âmbito, perspetiva-se a realização de dois fóruns anuais, subordinados a temas de interesse geral, para as empresas do Concelho. Pretende-se, por um lado capacitar as empresas de uma visão estratégica mais adaptada à realidade atual, onde as componentes de competitividade e inovação assumem preponderância e, por outro, partilhar experiências e indicadores de gestão. Pretende-se, ainda, potenciar sinergias das empresas e dos empresários vilacondenses no sentido de promoverem o Concelho. Mais do que partilhar conhecimentos, pretende-se que os fóruns sejam uma ferramenta que possibilite uma discussão colaborativa entre os empresários, empreendedores e representantes das instituições presentes. Perante a temática abordada, todos vão contribuindo com os seus comentários, o seu pensamento, a sua crítica e os seus conhecimentos. Ocorre, deste modo, um debate coletivo que é construído em rede, fomentando o aparecimento de sinergias locais de interajuda.

Uma das formas que as empresas têm de divulgar os seus produtos e serviços é realizada através da presença em feiras de exposições. Pretende a Câmara Municipal levar a cabo a organização de uma feira anual com a presença das empresas com sede no Concelho de Vila do Conde. A exposição será organizada de forma a que as empresas possam expor e demonstrar os seus produtos e serviços, promovendo-os no sentido de ampliarem a sua carteira de clientes. As feiras de empresas permitem aos empresários que, num curto período de tempo e no mesmo espaço, possam contactar com novos ou potenciais clientes, com clientes habituais, com fornecedores, com potenciais representantes ou distribuidores, com concorrentes e com consumidores. As feiras de empresas são oportunidades únicas de negócio, assumindo um papel crucial na estratégia de promoção da própria empresa. A realização de feiras de empresas encaixa num plano estratégico municipal que visa a promoção das empresas mas também do Concelho a nível nacional e internacional. Assim, pretende-se reforçar a imagem de Vila do Conde como um Concelho cujo movimento empresarial está perfeitamente sustentado e simultaneamente ambicioso no que concerne à atratividade de novas empresas e novos negócios. A feira de empresas será também um local onde se promove a inovação de produtos e serviços junto do cliente final, permitindo avaliar a reação dos visitantes, aferindo a valia da imagem e prestígio da marca.

O Coworking constitui um modelo de trabalho que tem por base a partilha de um espaço (escritório) e recursos inerentes, reunindo pessoas que trabalham de forma independente (por exemplo: profissionais liberais, teletrabalho) ou empresas de todas as dimensões - desde a start-up às multinacionais. Este modelo permite formas de trabalho flexível, possibilitando por um lado, a redução de custos e por outro maior eficiência e produtividade. O princípio comum neste modelo tem como base: • O ambiente colaborativo como potenciador da produtividade; • O networking em rede; A flexibilidade de ajuste às necessidades de cada empreendedor, colaborador ou empresa, a partilha de recursos, o potenciamento de parcerias e o convívio social.

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O coworking surgiu em 2005 nos Estados Unidos e rapidamente se espalhou a todo o mundo, incluindo Portugal. De acordo com o Censos Coworking 2013, publicado pela prestigiada Deskmag, Portugal está no Top 10 mundial dos países com mais espaços de Coworking. Em Vila do Conde existem alguns espaços de coworking como o IMANcowork no centro da cidade ou o Centro de Negócios do Ideia Atlântico em Vilar do Pinheiro, em plena atividade já há algum tempo.

Relativamente ao património existente em Vila do Conde, verifica-se uma distribuição por todo o Concelho, figurando um significativo registo de diferentes épocas, com particular incidência no núcleo urbano da freguesia de Vila do Conde, Sede do Concelho, revelando esta ao longo dos tempos uma expressiva preponderância em relação às restantes. Face ao extenso intervalo temporal que o conjunto dos valores patrimoniais consagra, e à proximidade de certas temáticas nas disciplinas da Arquitetura e da Arqueologia, o objeto de análise de ambas tende por vezes a convergir, não só ao mesmo espaço físico como por vezes ao próprio objeto em estudo, falamos por exemplo das Pontes de S. Miguel na freguesia de Arcos e D. Zameiro em Bagunte/Macieira da Maia, das Igrejas de S. Cristóvão em Rio Mau, de Santa Maria em Touguinha e de São Gonçalo em Mosteiró, da Quinta dos Cavaleiros em Outeiro Maior e da Villa Fernandi/Quinta do Mosteiro, na freguesia da Junqueira.

Considerando as características morfo-tipológicas dos valores patrimoniais aqui representados, estão agrupá-los nas seguintes categorias:  Edifícios Religiosos  Edifícios Urbanos  Casas de Quinta  Elementos Singulares  Conjuntos Edificados  Elementos Arquitectónicos de Relevância Esta classificação encontra-se indicada na descrição dos elementos patrimoniais do Relatório do Património Edificado do Plano Diretor Municipal de 1995. Em sede de revisão do PDM, mostrou-se necessário aditar uma outra categoria relativa a novos elementos que integram o inventário, nomeadamente alguns edifícios onde funcionam escolas primárias, o Hospital Distrital de Vila do Conde e o antigo Hospital de São João Evangelista em Azurara, a Casa Museu José Régio e o Laboratório Nacional de Investigação Veterinária em Vairão entre outros. Todos estes elementos poder-se-ão integrar na categoria Elementos Arquitetónicos de Relevância. Relativamente aos imóveis e conjuntos edificados de interesse arquitetónico, o Plano Diretor Municipal de Vila do Conde, ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 166/95 de 12 de dezembro, no seu art. 57º, determina que sem prejuízo do disposto na legislação aplicável, o licenciamento das construções, reconstruções, ampliações, recuperações ou alterações de uso dos imóveis de interesse arquitetónico assinalados nas plantas de ordenamento do PDM fica transitoriamente sujeito às disposições do Regulamento para as Intervenções no Perímetro do Núcleo Antigo de Vila do Conde e Azurara, até à elaboração de regulamentação específica. Nas áreas de envolvência imediata, onde se possam verificar afetações ao enquadramento dos imóveis e conjuntos edificados de interesse arquitetónico, qualquer pretensão será

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apreciada, no que respeita à sua qualidade arquitetónica e de integração estética pela Comissão de Defesa do Património Arquitetónico. No que respeita ao património arqueológico, o PDM, no seu art. 58º, determina qua a localização de sítios arqueológicos classificados ou em vias de classificação e os locais passiveis de possuírem vestígios arqueológicos encontram-se indicados nas plantas de ordenamento do PDM, constando a respetiva caracterização do relatório nele integrante. O processo de autorização ou licenciamento de qualquer obra ou intervenção, nomeadamente o corte ou abate do coberto vegetal nos locais referidos no número anterior será obrigatoriamente instruído com parecer dos serviços de arqueologia do município ou de entidade exterior ao município com competência ou idoneidade reconhecidas sobre a matéria. Em face do teor dos pareceres referidos anteriormente anterior a Câmara Municipal poderá não autorizar a obra ou intervenção requeridas, ou impor condicionamentos à sua execução, ou, quando se justifique, por incumprimento das condições de licenciamento, pro• ceder ao seu embargo, nos termos previstos na legislação. Quando se verificar a existência de vestígios arqueológicos em locais diferentes dos referidos, a Câmara Municipal estabelecerá uma área de proteção preventiva, dando conhecimento dos factos aos organismos estatais competentes, e providenciará a execução de trabalhos arqueológicos de emergência, com vista a determinar o seu interesse. No caso de se justificar, a Câmara Municipal estabelecerá uma área de proteção definitiva. Nas intervenções nos locais anteriormente referenciados atender-se-á aos seguintes condicionamentos, de acordo com a classificação PDM: a) Tipo A - as áreas assinaladas terão de ser rigorosamente defendidas e só poderão ser objeto de intervenções arqueológicas. Quando aí já existam construções, qualquer remodelação ou revolvimento do terreno terá sempre de ter aprovação dos serviços de arqueologia do município e do Instituto Português do Património Arquitetónico e Arqueológico; para estes casos, a área de interdição corresponde à extensão dos vestígios, acrescida dos 50 m que a lei de defesa e salvaguarda do património arqueológico prevê; b) Tipo B - refere-se a locais que merecem uma proteção não rígida, isto é, onde, apesar de se saber que há vestígios arqueológicos, poderão ser autorizadas obras, desde que acompanhadas por arqueólogos ou precedidas de intervenções arqueológicas, caso os serviços de arqueologia do município considerem conveniente; c) Tipo C - Assinalam-se todos os achados avulsos que, à partida, não necessitam de ter uma área de proteção definida. Tal como para o tipo D, haverá necessidade de prever a possibilidade de outros achados surgirem nestes sítios; d) Tipo D - refere-se a locais que se reduzem a meros indícios toponímicos; quando assim acontecer, a obrigação dos ser• viços que superintenderão nas obras em tais locais será a de alertar para a possibilidade de existência de vestígios arqueológicos.

Regras e critérios de proteção do património arquitetónico e arqueológico

Relativamente ao património existente em Vila do Conde, verifica-se uma distribuição por todo o Concelho, figurando um significativo registo de diferentes épocas, com particular incidência no núcleo urbano da freguesia de Vila do Conde, Sede do Concelho, revelando esta ao longo dos tempos uma expressiva preponderância em relação às restantes. Face ao extenso intervalo temporal que o conjunto dos valores patrimoniais consagra, e à proximidade de certas temáticas nas disciplinas da Arquitetura e da Arqueologia, o objeto de análise de ambas tende por vezes a convergir, não só ao mesmo espaço físico como por

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vezes ao próprio objeto em estudo, falamos por exemplo das Pontes de S. Miguel na freguesia de Arcos e D. Zameiro em Bagunte/Macieira da Maia, das Igrejas de S. Cristóvão em Rio Mau, de Santa Maria em Touguinha e de São Gonçalo em Mosteiró, da Quinta dos Cavaleiros em Outeiro Maior e da Villa Fernandi/Quinta do Mosteiro, na freguesia da Junqueira.

Considerando as características morfo-tipológicas dos valores patrimoniais aqui representados, estão agrupá-los nas seguintes categorias:  Edifícios Religiosos  Edifícios Urbanos  Casas de Quinta  Elementos Singulares  Conjuntos Edificados  Elementos Arquitectónicos de Relevância

Esta classificação encontra-se indicada na descrição dos elementos patrimoniais do Relatório do Património Edificado do Plano Diretor Municipal de 1995. Em sede de revisão do PDM, mostrou-se necessário aditar uma outra categoria relativa a novos elementos que integram o inventário, nomeadamente alguns edifícios onde funcionam escolas primárias, o Hospital Distrital de Vila do Conde e o antigo Hospital de São João Evangelista em Azurara, a Casa Museu José Régio e o Laboratório Nacional de Investigação Veterinária em Vairão entre outros. Todos estes elementos poder-se-ão integrar na categoria Elementos Arquitetónicos de Relevância. Relativamente aos imóveis e conjuntos edificados de interesse arquitetónico, o Plano Diretor Municipal de Vila do Conde, ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 166/95 de 12 de dezembro, no seu art. 57º, determina que sem prejuízo do disposto na legislação aplicável, o licenciamento das construções, reconstruções, ampliações, recuperações ou alterações de uso dos imóveis de interesse arquitetónico assinalados nas plantas de ordenamento do PDM fica transitoriamente sujeito às disposições do Regulamento para as Intervenções no Perímetro do Núcleo Antigo de Vila do Conde e Azurara, até à elaboração de regulamentação específica. Nas áreas de envolvência imediata, onde se possam verificar afetações ao enquadramento dos imóveis e conjuntos edificados de interesse arquitetónico, qualquer pretensão será apreciada, no que respeita à sua qualidade arquitetónica e de integração estética pela Comissão de Defesa do Património Arquitetónico. No que respeita ao património arqueológico, o PDM, no seu art. 58º, determina qua a localização de sítios arqueológicos classificados ou em vias de classificação e os locais passiveis de possuírem vestígios arqueológicos encontram-se indicados nas plantas de ordenamento do PDM, constando a respetiva caracterização do relatório nele integrante. O processo de autorização ou licenciamento de qualquer obra ou intervenção, nomeadamente o corte ou abate do coberto vegetal nos locais referidos no número anterior será obrigatoriamente instruído com parecer dos serviços de arqueologia do município ou de entidade exterior ao município com competência ou idoneidade reconhecidas sobre a matéria. Em face do teor dos pareceres referidos anteriormente anterior a Câmara Municipal poderá não autorizar a obra ou intervenção requeridas, ou impor condicionamentos à sua execução, ou, quando se justifique, por incumprimento das condições de licenciamento, pro• ceder ao seu embargo, nos termos previstos na legislação.

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Quando se verificar a existência de vestígios arqueológicos em locais diferentes dos referidos, a Câmara Municipal estabelecerá uma área de proteção preventiva, dando conhecimento dos factos aos organismos estatais competentes, e providenciará a execução de trabalhos arqueológicos de emergência, com vista a determinar o seu interesse. No caso de se justificar, a Câmara Municipal estabelecerá uma área de proteção definitiva. Nas intervenções nos locais anteriormente referenciados atender-se-á aos seguintes condicionamentos, de acordo com a classificação PDM: a) Tipo A - as áreas assinaladas terão de ser rigorosamente defendidas e só poderão ser objeto de intervenções arqueológicas. Quando aí já existam construções, qualquer remodelação ou revolvimento do terreno terá sempre de ter aprovação dos serviços de arqueologia do município e do Instituto Português do Património Arquitetónico e Arqueológico; para estes casos, a área de interdição corresponde à extensão dos vestígios, acrescida dos 50 m que a lei de defesa e salvaguarda do património arqueológico prevê; b) Tipo B - refere-se a locais que merecem uma proteção não rígida, isto é, onde, apesar de se saber que há vestígios arqueológicos, poderão ser autorizadas obras, desde que acompanhadas por arqueólogos ou precedidas de intervenções arqueológicas, caso os serviços de arqueologia do município considerem conveniente; c) Tipo C - Assinalam-se todos os achados avulsos que, à partida, não necessitam de ter uma área de proteção definida. Tal como para o tipo D, haverá necessidade de prever a possibilidade de outros achados surgirem nestes sítios; d) Tipo D - refere-se a locais que se reduzem a meros indícios toponímicos; quando assim acontecer, a obrigação dos ser• viços que superintenderão nas obras em tais locais será a de alertar para a possibilidade de existência de vestígios arqueológicos.

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Anexos ANEXO I – DELIMITAÇÃO DAS ARU ANEXO II – CERTIDÃO DE APROVAÇÃO DE INÍCIO DE PROCESSO DE DEFINIÇÃO DAS ARU

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MUNICÍPIO DE VILA DO CONDE

PEDU – PAICD

Aviso EIDT-99-2015-03 - Portugal 2020

Fevereiro de 2016

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Conteúdo G. Componentes dos Planos de Ação Aplicáveis ...... 79 iii) Plano de Ação Integrado para as comunidades Desfavorecidas ...... 79

Índice de tabelas Tabela 12. Dados estatísticos das PAICD (INE) ...... 96

Anexos ANEXO III – PLANO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E PLANO DE AÇÃO DA REDE SOCIAL PARA 2015 ANEXO IV – FOTOGRAFIAS DO PLANO DE AÇÃO INTEGRADO PARA COMUNIDADES DESFAVOREVIDAS

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PEDU – MUNICÍPIO DE VILA DO CONDE

G. Componentes dos Planos de Ação Aplicáveis

iii) Plano de Ação Integrado para as comunidades Desfavorecidas

Identificação da(s) comunidade(s) desfavorecida(s) em que se pretende atuar

No âmbito do Plano de Ação Integrado para as comunidades Desfavorecidas foram definidas como áreas territoriais a intervencionar o Núcleo Urbano de Caxinas e Poça da Barca e Núcleo Antigo de Vila Chã, sendo caracterizadas como áreas Urbanas Consolidadas.

1- Núcleo Urbano de Caxinas e Poça da Barca (NUCPB)

O Núcleo Urbano de Caxinas e Poça da Barca (NUCPB), localiza-se no litoral norte da freguesia de Vila do Conde, sendo delimitado pelos núcleos citadinos de Vila do Conde e Póvoa de Varzim. Um pequeno território com uma elevada densidade populacional, uma população menos envelhecida que a média do Concelho e do País, com níveis de desemprego significativamente elevados, considerando os valores médios do País ou mesmo do Concelho. Com uma área aproximada de 150 hectares, este território que acolhe um dos maiores núcleos piscatórios do país, é caracterizado por uma elevada densidade populacional que, segundo os Censos de 2011 aproximar-se-ia dos 10 000 hab/Km2. Efetivamente, neste núcleo urbano que abrange cerca de ¼ do território da freguesia de Vila do Conde, residem 14 227 habitantes, que corresponde praticamente a metade da população residente da freguesia e a cerca de 18% da população residente em todo o concelho de Vila do Conde. Os baixos níveis de qualificação académica, com uma elevada percentagem de analfabetismo e uma reduzida percentagem de pessoas com o ensino secundário e superior, não só contribuem certamente para o elevado índice de desemprego, que se verifica neste território, como não favorecem o combate ao mesmo. Concomitantemente, o NUCPB abriga uma importante comunidade piscatória, onde cerca de 1/4 da população empregada, trabalha no subsetor das pescas. Uma elevada presença de famílias numerosas (com 5 e mais pessoas), bem como um elevado índice de famílias com desempregados no seu seio, completam as caraterísticas sociodemográficas mais marcantes da população residente no Núcleo Urbano de Caxinas e Poça da Barca (NUCPB). A população mais jovem, com menos de 15 anos, representava 16,6% da população residente, em 2011, três décimas acima do valor médio do Concelho. Estre grupo etário representava em Portugal 14,9%. 79

Registe-se ainda que, na freguesia de Vila do Conde, este grupo etário possui um peso superior no território exterior ao Núcleo de Caxinas e Poça da Barca, que no próprio Núcleo. Tal parece configurar uma tendência rápida da diminuição da natalidade, ao longo da última década, com implicações na dimensão e composição da estrutura familiar que caracterizava tradicionalmente aquele núcleo piscatório. O peso da população mais idosa era relativamente baixa (12,1%), compatível com um modelo de estrutura populacional jovem, sobretudo na parte superior da pirâmide etária. Já o baixo índice de dependência total (40,3%) sugere o momento censitário como integrante de um período de transição da estrutura populacional daquele Núcleo (uma base e um topo da pirâmide etária, com pouca população relativamente ao peso da população em idade ativa). Uma das características da estrutura familiar que tradicionalmente predomina nos agregados familiares residentes no NUCPB, é a existência de uma elevada percentagem de famílias nucleares e famílias numerosas. Embora este modelo, à semelhança do que acontece na generalidade do país, venha conhecendo uma evolução no sentido da desnuclearização e redução da dimensão familiar, este processo parece revelar-se mais lento no NUCPB, relativamente a outros territórios. De acordo com os Censos 2011, o número médio de pessoas por família no NUCPB era 2,90, valor que se verifica superior ao do restante território da freguesia (2,81), embora já se encontre abaixo da média do Concelho (2,92). Recorde-se que a média nacional, registada à mesma data, era significativamente mais baixa (2,61). As famílias de pequena dimensão, constituídas por uma ou duas pessoas, tinham menos expressão em 2011, no NUCPB (41,1%), do que no restante território da freguesia e valor semelhante ao verificado para o Concelho. Na mesma data, estas famílias representavam 53% dos agregados familiares, em Portugal. O cartograma seguinte patenteia a distribuição geográfica das famílias mais numerosas, compostas por 5 ou mais pessoas, na freguesia de Vila do Conde, evidenciando uma presença mais significativa deste tipo de composição familiar no NUCPB, comparativamente com o restante território da freguesia de Vila do Conde.

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Figura 1. Famílias com 5 ou mais pessoas (Vila do Conde) Este padrão de estrutura familiar, outrora mais comum na generalidade do país, parece resistir no NUCPB, ao atual modelo dominante de estrutura familiar, caracterizado pela redução da dimensão do agregado familiar. A taxa de analfabetismo da população portuguesa em 2011 era de 5,2%, um valor médio que dissimulava padrões socioculturais diversos. O concelho de Vila do Conde, inserido num contexto urbano metropolitano, que normalmente reflete taxas de analfabetismo mais reduzidas, possuía naquela data, uma taxa de analfabetismo de 3,8%, que por sua vez mascarava também situações localizadas de índices mais elevados de analfabetismo. O cartograma que se segue, evidencia uma densidade significativa de população com 10 ou mais anos, que não sabe ler nem escrever, residente no NUCPB, à data dos Censos de 2011. Nesse momento, o território do NUCPB compreendia 532 iletrados, dos 900 existentes no Concelho, correspondendo uma taxa de analfabetismo de 4,2%.

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Figura 2. População que não sabe ler nem escrever (Vila do Conde)

Pode-se inferir a existência de um significativo défice de residentes com qualificações académicas, no NUCPB. De acordo com os Censos de 2011, somente 7,7% da população neste território possuía o ensino secundário completo, valor bastante abaixo da média nacional (13,4%) ou mesmo do Concelho (11,4%).

Relativamente aos níveis de maior qualificação académica, apenas 607 indivíduos detinham um curso superior, correspondendo a 4,3% da população residente do NUCPB, menos de metade do valor médio concelhio (9,7%) ou do País, que na mesma data, situava-se nos 11,8% da população residente.

O cartograma que representa a distribuição da proporção da população que possui o ensino superior completo, relativamente à população residente, na freguesia de Vila do Conde, evidencia o défice de quadros técnico residentes no NUCPB, comparativamente com o restante território da freguesia de Vila do Conde.

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Figura 3. Proporção de População com Ensino Superior (Vila do Conde) Uma das características socioeconómicas do NUCPB, talvez a mais marcante da sua população, é a existência de uma vasta comunidade piscatória. O cartograma seguinte ajuda a compreender a importância que o subsetor das pescas possui na economia e, sobretudo, no emprego do território.

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Figura 4. População Empregada por Setor (Vila do Conde) Segundo os Censos de 2011, o setor primário empregava 1 361 indivíduos, que correspondia a 24,4% da população empregada no NUCPB. Este número ultrapassava a população empregada no setor secundário. O setor do comércio e serviços empregava 51,4% da população empregada tinha um peso menos expressivo, comparativamente com a freguesia de Vila do Conde (63,7%) ou a média nacional, que à data representava 70,5% da população empregada no País.

A população desempregada no NUCPB, em 2011, ascendia aos 1 215 indivíduos, prefigurando uma taxa de desemprego de praticamente 18%, valor substancialmente superior ao verificado no Concelho que era de 14,5%. Naquele momento, a taxa de desemprego em Portugal era 13,2%. O cartograma que se segue, representa a população desempregada na freguesia de Vila do Conde, bem como a posição perante o desemprego, evidenciando desde logo, uma diferença espacial do desemprego, entre o NUCPB e o restante território da freguesia, traduzindo-se em 3,4 pp. 84

Aproximadamente 85% do desemprego que se verificava no NUCPB, incidia sobre os indivíduos que já trabalhavam e ficaram privadas do seu emprego. Simultaneamente, as pessoas que procuravam o seu primeiro emprego ultrapassavam ligeiramente os 15% do total dos desempregados. Esta situação reproduzia-se com uma diferença de 2 e 3 décimas percentuais, na freguesia e no concelho de Vila do Conde, respetivamente.

Figura 5. População Desempregada (Vila do Conde)

De acordo com os Censos de 2011, mais de 20% das famílias residentes no NUCPB tinham um ou mais elementos desempregados, valor bastante acima do que se verificava no País (14,3%). As famílias mais penalizadas com o fenómeno do desemprego, com duas ou mais pessoas do seu agregado em situação de desemprego atingiu os 2,9%, no NUCPB, valor que substancialmente superior ao verificado no País (1,8%). O cartograma seguinte, que retrata a distribuição das famílias com desempregados, na freguesia de Vila do Conde, ajuda a compreender a dimensão do fenómeno, permitindo comparar a intensidade do fenómeno no interior e no exterior do NUCPB.

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Figura 6. Famílias com Desempregados (Vila do Conde)

De notar ainda que a existência de sinais de fenómenos de carência, toxicodependência, marginalidade e exclusão social, somente não são mais evidentes, graças ao forte sentimento de solidariedade e entre-ajuda que se verifica naquela comunidade que ainda patenteia um forte enraizamento sociocultural.

2- Núcleo Antigo de Vila Chã (NAVC)

Vila Chã é uma pequena freguesia costeira localizada na metade sul do concelho, que compreende dois núcleos populacionais principais, um de cariz rural, cujas atividades agropecuárias e a pesca estiveram na sua origem, e um segundo núcleo populacional, mais

86 recente, com origem nas práticas de veraneio e que se encontra localizado no limite norte da freguesia. Para efeitos do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, considera-se como objeto de análise o Núcleo Antigo de Vila Chã (NAVC). O território do NAVC, compreende uma frente costeira, que tem o mar como principal motivo de fixação da população, e um aglomerado mais interior, de forma irregular, definido pela rede viária e com génese nos recursos agrícolas. O processo de expansão destes dois lugares levou à coalescência dos respetivos aglomerados, resultando no referido Núcleo Antigo de Vila Chã. O NAVC tem uma área 90,7 hectares, correspondendo a 18,8% do território da freguesia de Vila Chã e a 0,6% do território do concelho de Vila do Conde. Uma população residente de 1876 indivíduos que configura uma densidade populacional que ultrapassa os 2000 habitantes por Km2. A dimensão média da família é de 2,97 indivíduos por agregado, superior ao valor médio para o Concelho (2,92) e à média nacional que se fixava nas 2,61 pessoas por família. Segundo os Censos de 2011, no NAVC, o número médio de pessoas por agregado familiar era 2,97, semelhante ao restante território da freguesia de Vila Chã, mas de valor superior ao registado para o Concelho (2,92) e sobretudo ao da média nacional que registava 2,61 pessoas por família. As famílias de menor dimensão, com 1 ou 2 pessoas tinham menor expressão no NAVC (40,9%), que no concelho de Vila do Conde (41,2%) e no País que correspondia a 53% do total dos agregados familiares. Dado que o risco de pobreza aumenta significativamente nos agregados familiares mais numerosos, a análise deste fator merece uma atenção particular. Segundo os Censos de 2011, residiam 631 famílias no NAVC, das quais 12,8% eram constituídas por 5 ou mais pessoas. Comparativamente, este valor representava praticamente o dobro da média nacional (6,5%) no mesmo momento. O cartograma seguinte que ilustra a distribuição geográfica das famílias mais numerosas, compostas por 5 ou mais pessoas, na freguesia de Vila Chã, permite comparar a realidade existente dentro do NAVC e fora deste, quer a norte, onde se expande o vasto núcleo de veraneio de Vila Chã e Mindelo, quer a sul, onde marcam presença os dispersos aglomerados rurais, evidenciando uma densidade mais elevada de famílias numerosas dentro do NAVC.

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Figura 7. Estrutura Familiar (Vila Chã) De acordo com os Censos de 2011, a população residente no NAVC que não sabiam ler nem escrever ascendia aos 4,1%, valor mais elevado que a taxa de analfabetismo registada para o Concelho (3,8%), mas inferior à mesma taxa verificada em Portugal (5,2%) O cartograma que se segue, que representa a população que não sabe ler nem escrever, evidencia uma frequência superior de analfabetos no interior do NAVC, relativamente ao território envolvente, uma vez que mais de 80% dos iletrados da freguesia de Vila Chã, residem no NAVC.

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Figura 8. População que não sabe ler nem escrever (Vila Chã) A população residente no NAVC, com o ensino secundário completo rondava os 11%, segundo os Censos de 2011, valor que se revelava inferior às médias da freguesia de Vila Chã (12,5%), do concelho de Vila do Conde (11,4%) e de Portugal (13,4%). A situação referente à população melhor qualificada, com o ensino superior, era ainda mais desfavorável, já que apenas 6,2% da população residente no NAVC possuíam um curso superior. No mesmo momento, os valores de referência para a freguesia de Vila Chã era 11,3%, para o concelho de Vila do Conde 9,7% e para Portugal 11,8%.

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Figura 9. Proporção da População com Ensino Superior (Vila Chã)

No NAVC, de acordo com os Censos de 2011, residia uma população ativa que correspondia a 55,8%, valor muito semelhante ao que se verificava em Portugal (55,9%), no mesmo momento, embora inferior ao do concelho de Vila do Conde (60%). De acordo com os últimos Censos, a população empregada residente no NAVC trabalhava predominantemente nos setores secundário e terciário, 42,8% e 53,9%, respetivamente. Situação semelhante verificava-se na freguesia de Vila Chã. A pesca e a agropecuária representam apenas 3,3% da população empregada no NAVC e apenas 2,6% em toda a freguesia de Vila Chã. Num passado não muito remoto, aquelas atividades económicas tinham uma maior importância na economia local, depreendendo-se que atualmente, quer a pesca, quer as atividades agrícolas existente atualmente funcionam predominantemente em regime de autoconsumo. A imagem que se segue que representa a distribuição espacial da população residente empregada, por setores de atividade, confirma a praticamente a inexistência do setor primário.

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Figura 10. População Empregada por Setor de Atividade (Vila Chã)

Os Censos de 2011 registaram 132 indivíduos desempregados, residentes no NAVC, valor que correspondia a cerca de 70% do desemprego registado na freguesia de Vila Chã, configurando uma taxa de desemprego de 14,8%, valor superior à média nacional, que à data era de 13,2%. O cartograma seguinte, mostra-nos a distribuição espacial do desemprego, colocando em evidência a frequência e a intensidade do fenómeno, no interior do NAVC, em contraste com o território envolvente, menos atingido pelo mesmo. A figura permite ainda observar que o desemprego penalizava sobretudo os indivíduos desempregados à procura de um novo emprego, cerca de 87%, enquanto os indivíduos à procura do 1º emprego, correspondiam a cerca de 13%.

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Figura 11. População Desempregada (Vila Chã) O desemprego afetava cerca de 18,5% das famílias residentes no NAVC, na medida que cada um destes agregados familiares possuía, pelo menos, um elemento em situação de desemprego, valor que se revelava superior ao da freguesia de Vila Chã (16,3%), enquanto a média nacional se ficava apenas pelos 14,4%. Mais gravosas ainda seriam as condições das famílias que integravam 2 ou mais desempregados, situação que ocorria em 2,2% das famílias residentes no NAVC, valor superior ao da freguesia de Vila Chã (1,7%) e ao da média nacional (1,8%).

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Figura 12. Famílias com Desempregados (Vila Chã)

Síntese das caraterísticas sociodemográficas verificadas na Área Intervenção de Vila Chã  Elevada dimensão da família, comparativamente com os valores médio do concelho e do país, augurando a existência de famílias numerosas e de composição diversa;  O peso dos agregados familiares com maior dimensão (3, 4, 5 e mais pessoas) equipara-se ao peso da freguesia e do concelho, mas situa-se 12p.p. acima da média nacional, o que reforça a existência de condições de risco de pobreza;  Elevado peso das famílias com 5 e mais pessoas, 1p.p. acima da freguesia, 3,1% acima do valor médio do concelho e praticamente o dobro da média nacional, configura elevadas taxas de risco de pobreza, que poderão rondar os 50%, de acordo com a metodologia utilizada pelo INE;  O elevado peso de agregados familiares com idosos e sobretudo com jovens, confirmado pelo também elevado valor do índice de dependência total, são fatores que também potenciam as condições de risco de pobreza;

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 As baixas qualificações académicas, corroboradas pelo número reduzido de indivíduos com um curso secundário ou superior dificultam o acesso ao mercado de trabalho e, consequentemente, potencia o risco de pobreza;  Os níveis de desemprego acima da média concelhia e do país, constituem um fator indutor de risco de pobreza, que aliada aos baixos níveis de qualificação académica destas pessoas, criam condições favoráveis à exclusão social. Acresce que o desemprego, quando considerado no contexto familiar, aumenta substancialmente a população abrangida pelos seus efeitos, originando situações diversas de privação material, para além de aumentar a abrangência do risco de pobreza.

Conclusões Finais: O último Inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado pelo INE, data de 2014 e incide sobre os rendimentos das famílias portuguesas de 2013. Os dados deste estudo, apesar de provisórios, permitem construir uma imagem de síntese das condições de vida e rendimento, e em particular do risco de pobreza em Portugal, constituindo um quadro de referência para trabalhos, como seja o do caso presente. Estes Inquéritos do INE, de periodicidade anual, permitem concluir que o risco de pobreza e exclusão social da população é bastante sensível à condição perante o trabalho, sobretudo ao desemprego e outras formas de inatividade, bem como à composição e dimensão do agregado familiar, em particular das famílias mais numerosas e das famílias monoparentais com crianças. Os resultados do Inquérito do INE, referem a tendência do aumento do risco de pobreza, ao longo dos anos que antecederam 2013, pelo que os dados dos Censos referentes a 2011 deverão ser observados com uma eventual margem de erro por defeito e não por excesso. De acordo com os resultados do Inquérito do INE, a taxa de risco de pobreza para os desempregados ascendia aos 40,5%. Considerando que, quer o NUCPB, quer o NAVC registaram taxas de desemprego de 17,9% e 14,8% respetivamente, ambas superiores à que se verificava no País (13,2%), pode-se inferir, para este grupo de indivíduos, taxas de risco de pobreza, também superiores a 40%, em ambos os territórios, com particular agravamento para o NUCPB, que apresentava uma taxa de desemprego 4,5 p.p. acima da média nacional. Os indivíduos, sem atividade económica e que não integravam o grupo dos pensionistas reformados apresentavam uma taxa de risco de pobreza de 32,4%, de acordo com o referido Inquérito do INE. Este grupo da população inativa representava 53,1% no NUCPB e 40,5% no NAVC, sendo que a média nacional era de 41%. Deste modo, poder-se-á inferir que no NAVC existiria uma taxa de risco de pobreza, da mesma ordem que se verificava em Portugal. Já o risco de pobreza no NUCPB, deveria situar-se acima do valor do País, neste indicador, o que não deixa de ser significativo.

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Área Área Freguesi Freguesia Intervenç Indicadores Sociodemográficos Intervenção a Concelho Portugal ão Caxinas Vila Conde (Censos 2011) Vila Chã Vila Chã (nº) (%) (nº) (%) (nº) (%) (nº) (%) (nº) (%) (nº) (%) Área em hectares. (o valor percentual é relativo à área do 4,5 90, 0,6 481 3,2 1490 100, 149,782 1,0% 677,88 Concelho) % 68 % ,33 % 2,8 0% 100,0 100, 100, 131 100, 2289 100, 3544 100, Total de Edifícios Clássicos 3072 5940 681 % 0% 0% 4 0% 5 0% 389 0% 69,5 67,5 54,1 1547 67,6 2475 69,9 Construídos antes de 1991 (25 e mais anos) 2325 75,7% 4127 460 711 % % % 8 % 913 % 100,0 100, 100, 167 100, 3769 100, 5859 100, Alojamentos Familiares Clássicos 6581 14829 879 % 0% 0% 2 0% 7 0% 540 0% 0,0 0,0 0,0 0,1 0,1 Alojamentos Familiares não Clássicos 2 0,0% 3 0 0 32 6612 % % % % % 9,0 13,3 8,7 8,3 7351 12,5 Alojamentos Clássicos Vagos 431 6,5% 1328 117 146 3143 % % % % 28 % 23,1 14,9 29,0 20,6 1133 19,3 Alojamentos Clássicos de Uso Sazonal 1344 20,4% 3427 131 485 7771 % % % % 300 % 67,9 71,8 104 62,3 2678 71,0 3991 68,1 Alojamentos Clássicos de Residência Habitual 4806 73,0% 10074 631 % % 1 % 3 % 112 % 100,0 100, 100, 104 100, 2721 100, 4043 100, Famílias Clássicas 4898 10192 631 % 0% 0% 1 0% 0 0% 726 0% 2,9 2,9 Número de Pessoas por Família 2,90 2,81 2,92 2,61 7 7 44,8 40,9 40,2 1120 41,2 2144 53,0 Famílias com 1 ou 2 pessoas 2013 41,1% 4567 258 418 % % % 5 % 385 % 47,7 46,3 48,0 1335 49,1 1636 40,5 Famílias com 3 ou 4 pessoas 2412 49,2% 4866 292 500 % % % 7 % 847 % 7,4 12,8 11,8 9,7 2624 6,5 Famílias com 5 e mais pessoas 473 9,7% 759 81 123 2648 % % % % 94 % 55,2 59,1 59,8 1600 58,8 1899 47,0 Familias com 3, 4, 5 e mais pessoas 2885 58,9% 5625 373 623 % % % 5 % 341 % 25,6 35,2 32,8 29,5 1374 34,0 Famílias com pessoas com 65 e mais anos 1249 25,5% 2608 222 341 8035 % % % % 122 % 33,6 31,9 34,7 34,4 1114 27,6 Famílias com pessoas até aos 14 anos 1693 34,6% 3422 201 361 9348 % % % % 193 % 82,2 81,5 83,7 2212 81,3 3465 85,7 Famílias sem desempregados 3839 78,4% 8376 514 871 % % % 9 % 456 % 15,7 16,3 14,6 16,3 5042 12,5 Famílias com 1 desempregado 916 18,7% 1602 103 152 4430 % % % % 33 % 2,1 2,2 1,7 2,4 7404 1,8 Famílias com 2 e mais desempregados 143 2,9% 214 14 18 651 % % % % 7 % 100,0 100, 100, 100, 2462 100, 3226 100, Núcleos Familiares 4460 8772 600 986 % 0% 0% 0% 5 0% 371 0% 0,9 0,9 Núcleos por Famílias 0,91 0,86 0,90 0,80 5 5 40,0 37,5 37,8 40,0 1222 37,9 Núcleos Familiares com 1 filho não casado 1751 39,3% 3512 225 373 9855 % % % % 547 % 25,1 21,8 24,1 24,7 7179 22,3 Núcleos Familiares com 2 filhos não casados 1133 25,4% 2203 131 238 6074 % % % % 36 % População Residente (o valor percentual é relativo ao total do 36,0 187 2,4 309 3,9 7953 100, 1056 14227 17,9% 28636 Concelho) % 6 % 4 % 3 0% 2178 206 642 533, 113, Densidade Populacional (Hab./Km2) 9498,5 4224,3 113,1 8,8 ,8 7 1% 16,7 14,6 16,0 1293 16,3 1572 População Residente [0-14 anos] 2362 16,6% 4771 273 494 % % % 1 % 329 6,0 6,3 5,9 5,7 5652 5,4 População Residente [15-19 anos] 947 6,7% 1723 118 181 4524 % % % % 50 % 6,2 5,7 5,3 5,7 5820 5,5 População Residente [20-24 anos] 992 7,0% 1763 106 164 4558 % % % % 65 % 57,7 105 56,3 175 56,7 4582 57,6 5832 55,2 População Residente [25-64 anos] 8202 57,7% 16513 % 6 % 3 % 3 % 470 % 13,5 17,2 16,2 1169 14,7 2010 19,0 População Residente [65 e mais anos] 1724 12,1% 3866 323 502 % % % 7 % 064 % Indice de Dependência de Jovens (Pop.[0- 23,9 21,3 23,5 23,6 22,5 23,3% 14anos]/Pop.[15-64anos]) % % % % %

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Indice de Dependência de Idosos (Pop.[65 e mais 19,3 25,2 23,9 21,3 28,8 17,0% anos]/Pop.[15-64anos]) % % % % % 43,2 46,6 47,5 44,9 51,3 Indice de Dependência Total 40,3% % % % % % 81,0 118, 101, 90,5 127, Indice de Envelhecimento 73,0% % 3% 6% % 8% População residente que não sabe ler nem escrever 3,5 4,1 3,1 3,8 4999 5,2 532 4,2% 900 71 87 2701 / Taxa Analfabetismo % % % % 36 % 26,6 33,8 29,7 2206 27,7 2688 25,5 População residente com o 1º ciclo completo 4697 33,0% 7611 635 919 % % % 1 % 308 % 16,0 16,8 15,2 1331 16,7 1412 13,4 População residente com o 2º ciclo completo 2785 19,6% 4570 315 471 % % % 1 % 580 % 15,8 15,1 14,6 1250 15,7 1716 16,3 População residente com o 3º ciclo completo 2213 15,6% 4518 283 453 % % % 7 % 970 % População residente com o ensino secundário 11,3 10,9 12,5 11,4 1411 13,4 1100 7,7% 3244 204 387 9091 completo % % % % 801 % População residente com o ensino pós-secundário 0,8 0,5 0,6 0,7 8802 0,8 73 0,5% 222 9 19 594 completo % % % % 3 % População residente com o ensino superior 11,5 6,2 11,3 9,7 1244 11,8 607 4,3% 3284 117 349 7735 completo % % % % 742 % População em idade ativa (População com 15 e mais 83,3 160 85,4 260 84,0 6660 83,7 8989 85,1 11865 83,4% 23865 anos) % 3 % 0 % 2 % 849 % População sem atividade económica (População 15 40,7 44,2 110 42,5 2662 40,0 3966 44,1 5081 42,8% 9709 709 e mais anos) % % 4 % 1 % 482 % População Ativa (o valor percentual é relativo à 59,3 55,8 149 57,5 3998 60,0 5023 55,9 6784 57,2% 14156 894 População em Idade Ativa) % % 6 % 1 % 367 % 85,5 85,2 130 87,4 3418 85,5 4361 86,8 População empregada 5569 82,1% 12105 762 % % 7 % 6 % 187 % 12,7 3,3 2,6 7,5 1333 3,1 População empregada no setor primário 1361 24,4% 1535 25 34 2577 % % % % 86 % População empregada no setor 23,6 42,8 38,1 1167 34,2 1154 26,5 1345 24,2% 2859 326 498 secundário % % % 7 % 709 % 63,7 53,9 59,3 1993 58,3 3073 70,5 População empregada no setor terciário 2863 51,4% 7711 411 775 % % % 2 % 092 % População desempregada / Taxa de 14,5 14,8 12,6 14,5 6621 13,2 1215 17,9% 2051 132 189 5795 Desemprego % % % % 80 % População residente desempregada à 84,6 87,1 85,7 84,7 5398 81,5 1032 84,9% 1735 115 162 4911 procura de novo emprego % % % % 70 % População residente desempregada à 15,4 12,9 14,3 15,3 1223 18,5 183 15,1% 316 17 27 884 procura do 1º emprego % % % % 10 % População residente pensionista reformada (o 138,3 129, 130, 125, 1471 125, 2339 116, 2385 5013 422 630 valor percentual é relativo à População [65 e mais anos]) % 7% 7% 5% 5 8% 094 4% 48,4 40,5 42,9 1190 44,7 1627 41,0 Outros Inativos 2696 53,1% 4696 287 474 % % % 6 % 388 % Fonte: INE - Censos 2011 Tabela 1. Dados estatísticos das PAICD (INE)

Identificação das necessidades encontradas e definição da estratégia de Intervenção

Plano de Ação Integrado para as Comunidades Desfavorecidas, baseia, do ponto de vista das ações imateriais, num plano mais abrangente, o Plano de Desenvolvimento Social do concelho de Vila do Conde tendo nele sido definidos os eixos estratégicos. Para além destas ações, estão previstas reabilitação do edificado e dos espaços públicos e intervenções de dinamização económica, cuja descrição mais detalhada se encontra nas fichas de investimento. Os eixos estratégicos pretendem abranger a diversidade de problemáticas sociais do concelho, numa perspetiva de desenvolvimento, criando um horizonte de transformação que recoloque os problemas sociais como motores do próprio desenvolvimento.

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Aos problemas sociais que têm origem em questões estruturais de privação e pobreza, comportamentos problemáticos ou défices de competências e recursos pessoais e sociais, o eixo Oportunidades de Inclusão para Grupos Problemáticos responde com intervenções direcionadas e muito focalizadas em perfis específicos. Mais do que intervenções generalistas e abrangentes onde os impactos se diluem num conjunto de causas e efeitos, são necessárias ações diferenciadoras e “à medida” dos grupos alvo identificados. Numa perspetiva estratégica estão também os eixos direcionados para a questão da inclusão pela empregabilidade. A inserção no mercado de trabalho é um problema determinante para o desenvolvimento social do concelho, pelo que foram criados os eixos Economia Inclusiva com o objetivo de identificar oportunidades para grupos com constrangimentos à entrada no mercado de trabalho pelas baixas qualificações pela situação de inatividade prolongada, pelo desemprego de longa duração e pelas respostas a necessidades educativas especiais continuadas. O eixo Empreendedorismo Qualificado pretende mobilizar recursos e oportunidades estratégicas do concelho para criar a oportunidade de fixação e atração de jovens desempregados e à procura do primeiro emprego. A ferramenta para tal será o empreendedorismo tecnológico, cultural e criativo. Com o objetivo de potenciar a intervenção já existente no concelho e a sua dinâmica própria de parceria ativa foram definidas as Plataformas de Articulação Temática que têm como função coordenar e planear em conjunto e em rede, centrando os parceiros o seu foco para temáticas específicas: foram definidas a temáticas relacionadas com os idosos e proposta o Grupo Temático Idosos e Envelhecimento, foi também proposta a plataforma temática na área da emergência social, com a criação da Rede de Emergência Social e, por fim, a Plataforma para o Sucesso Educativo. Os eixos de intervenção do PDS definem as linhas de ação e intervenção em cada grande área. Correspondem às problemáticas sociais identificadas, integrando as dimensões chave de atuação integrando-as em estratégias tipologias de ação, impactos e projetos de intervenção em rede.

1 Economia e Empreendedorismo Inclusivo A empregabilidade de grupos específicos em situação de risco de exclusão exige uma abordagem integrada para criar novos mecanismos de resposta à complexidade da sua situação sócio económica. As respostas sociais existentes no terreno garantem o suporte básico ás condições de vida mas o desfio atual é a plena inclusão através da empregabilidade na economia real ainda que mantendo a ligação à economia social. A problemática social dos constrangimentos à empregabilidade destes grupos é, sobretudo, a inexistência de um interface técnico e institucional em que a área social se integre na económica. Transformar em valor económico o potencial social e humano destes grupos em situação de exclusão do mercado de trabalho é o desafio estratégico assumido neste eixo. Detetar oportunidades, enquadra-las num mercado e garantir a sua sustentabilidade são as etapas essenciais deste processo. 97

Como referido no diagnóstico social, os grupos alvo com constrangimentos à empregabilidade do concelho, prioritários neste Eixo são os seguintes: Grupos Alvo Prioritários  Desempregados de longa duração A crise económica global tem revelado especial incidência nas atividades económicas tradicionais nomeadamente no sector primário, (na pesca e na agricultura de pequena dimensão) e nalguns sectores da indústria transformadora de menor especialização. Estas são atividades económicas pouco qualificados e de baixa intensidade tecnológica pelo que as competências exigidas são social e economicamente pouco valorizadas e de difícil reconversão para outros sectores da economia. O elevado desemprego de longa duração que atinge o concelho e o país, é um desemprego de difícil reversão pela grande especialização da atividade económica dominante. A inexistência de sectores alternativos de emprego acentua ainda mais o carácter estrutural deste desemprego.  Precariedade laboral Como verificado no diagnóstico esta tipologia de desemprego, está associada à precariedade e intermitência dos períodos de trabalho e de rendimento. Esta situação de precariedade atinge sobretudo os jovens menos qualificados que se mantêm numa situação de instabilidade e desemprego intermitente e precário.  Pessoas com níveis de incapacidade e deficiência A rede de cobertura e de apoio à deficiência responde com excelência às questões associadas à deficiência e incapacidade. O salto qualitativo atual é a complexa questão da empregabilidade destes grupos sociais. Os constrangimentos gerados pela inexistência de respostas apoiadas neste setor gera a necessidade de se criar novas abordagens e estratégias.  Jovens de baixas qualificações à procura do primeiro emprego Esta população jovem está na situação de risco de exclusão pela conversão da sua situação em desemprego de longa duração ou estrutural. O desemprego jovem é um dos maiores riscos de fratura da coesão social local, regional e nacional.  Jovens Nem Nem; Estes jovens que abandonaram o percurso escolar e não têm atividade profissional são um dos grupos em grande risco de exclusão social. São jovens distanciados dos mecanismo de acesso ao mercado de trabalho, com baixas qualificação e escolarização sem perspetivas nem horizonte pessoal ou profissional.

A intervenção deverá orientar-se para a criação de oportunidades de empregabilidades diferenciadas mas com o denominador comum de se integrarem na economia real gerando auto sustentabilidade económica. Estratégicas de intervenção:  Reconversão profissional dos DLD’s (num universo limitado); muitos dos desempregados de longa duração têm especialização em domínios específicos e poderão reconverter as suas competências profissionais. O caso do têxtil e de outros setores de intensidade tecnológica em inovação constante, exemplifica a necessidade de reconversão contínua dos ativos e dos desempregados de longa duração.

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 Centros de Ocupação Socialmente Úteis; as pessoas portadoras de algum grau de deficiência ou incapacidade, detêm uma capacidade profissional e subestimada que lhes permite algum grau de inclusão e suporte de vida com maior autonomia. O desafio é integra-las me respostas com a componente da empregabilidade ligada à economia real e com sustentabilidade parcial.  Laboratórios Jovens de atividade profissional; A abordagem profissional para jovens em situação de desemprego ou sem trabalhar nem estudar passa por uma aproximação gradual ao mercado de trabalho através de experiencias profissionais intermédias (na duração e no vínculo). A criação de oportunidades de concretização e desenvolvimento de competências e interesses e sua utilização no mercado real é a estratégia adequada para criar um percurso de inserção profissional nestes grupos etários e sociais.  Empreendedorismo para produtores locais e produtos endógenos; Vila do Conde é um concelho de território multifacetado, com potencialidades no setor do mar e da agricultura, nas competências e recursos sociais e humanos, onde é possível despoletar um empreendedorismo especializado nos recursos endógenos para micro circuitos de distribuição e mercados de proximidade.  Rede de mercados locais nas freguesias; o acesso ao mercado para grupos sociais em situação de grande precariedade é, normalmente, o fator inibidor de iniciativas de empreendedorismo social dinamizado por grupos como os DLD’s e os jovens de baixas qualificações. Seria fundamental garantir o acesso aos mercados de proximidade ao nível da freguesia, criando um movimento de retorno qualificado à economia de bairro e de micro território.  Marca Solidária Vila do Conde; a visibilidade da economia inclusiva e das suas iniciativas é decisiva para criar adesão e atratividade na comunidade. A criação de uma Marca distintiva é um veículo potenciador da inclusão destes grupos, criando uma identidade inclusiva associada ao concelho. A diferenciação da economia inclusiva é o seu fator de afirmação e sustentabilidade. O concelho poderá associar esta marca a um conjunto de produtos endógenos desenvolvidos no âmbito da estratégia do Emprego Inclusivo e constitui-lo como fator de identidade local.

2 Oportunidades de inclusão para Grupos Vulneráveis As vulnerabilidades detetadas no diagnóstico revelam necessidades especificas de grupos sociais, comportamentos e características bem definidas e identificáveis. A intervenção correspondente deverá responder a estas necessidades com intervenções focalizadas, diferenciadas na sua abordagem e muito orientadas. Como vimos também no diagnóstico o concelho detém uma excelente rede de respostas e serviços que garantem o suporte às necessidades sociais genéricas e universais. A vulnerabilidade social está associada a uma outra tipologia de respostas, mais circunscrita a perfis concretos e necessidades de grupos bem identificados. O eixo da vulnerabilidade social pretende incorporar na lógica da intervenção os princípios da autonomia e empowerment dos seus grupos alvo. Nesse sentido procura direcionar a intervenção para a satisfação de necessidades sociais e simultaneamente a criação de oportunidades reais de inclusão, sendo que este processo deverá ser centrado na capacidade própria de o realizar. 99

Existem no entanto, carências e situação de exclusão em que o patamar de necessidades é básico e as oportunidades deverão ser encaradas como acesso a condições mínimas de dignidade e bem-estar social e pessoal. Estas situações são alvo de uma intervenção de emergência social, na resposta a crises graves de rutura funcional das famílias ou indivíduos, na situação de carência extrema e na insolvência abrupta que atinge as famílias. A vulnerabilidade social, na sociedade atual, não significa apenas a privação e exclusão. A complexificação da sociedade transformou o fenómeno da vulnerabilidade num aglomerado de problemáticas que interagem entre si, sendo muitas vezes difícil ou impossível, detetar a causalidade inerente à situação em causa. Esta situação implica que a intervenção na vulnerabilidade seja, simultaneamente, focada e direcionada e, por outro lado, multi dimensional e integrada. Este é o critério definidor da vulnerabilidade social no presente plano de desenvolvimento social.

Grupos alvo prioritários  Parentalidade de risco; a problemática da disfuncionalidade e desestruturação familiar está presente em muitos dos problemas sociais identificados. Nas situações de perigo, risco ou negligência para com as crianças e jovens, associada à baixa empregabilidade num contexto de baixas qualificações e falta de motivação e horizonte pessoal de mudança.  Isolamento e pobreza nos idosos; persiste uma faixa de idosos isolados, em situação de vulnerabilidade social. Mesmo quando apoiados pelo SAD (Serviço de Apoio Domiciliário), têm necessidades de cuidado e vigilância por satisfazer sobretudo no período noturno, pela situação precária de saúde, baixa autonomia e dependência crescente.  Comportamentos de risco nas crianças e jovens; a qualidade dos tempos livres das crianças e jovens é determinante na aquisição de modelos positivos de comportamento que possam criar referências adequadas no seu desenvolvimento. Os comportamentos de risco criam um fator acrescido de risco de exclusão nas crianças e jovens sempre reforçam vulnerabilidades sociais prévias.  Dependências; no concelho persistem elevadas taxas de consumos de substâncias tóxicas e de alcoolismo incluído, num contexto de comportamentos aditivos com expressão relevante em grupos bem determinados. Embora os consumos de substâncias como os opiáceos tenham tendência a estabilizar ou a diminuir, surgem novas adições pela utilização de novas drogas. O alcoolismo tem, igualmente, uma expressão cada vez maior nos grupos de risco e nas novas gerações.  Pobreza familiar; as situações de extrema vulnerabilidade social, em famílias mas também em indivíduos isolados mobilizam já no concelho, um conjunto de respostas de apoio alimentar, cantinas sociais e apoio de proximidade nas freguesias. Persiste a necessidade alargar e consolidar essa rede que está instalada e responde no terreno, associando-lhe novos meios e recursos.  Insucesso escolar; como está patente no diagnóstico social, as taxas de escolarização do concelho estão abaixo das médias regionais e nacionais, embora a progressão seja evidente na melhoria contínua dos resultados escolares. Essa tendência de

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melhoria irá, certamente, num prazo relativamente curto inverter os rácios nos resultados escolares. Mas uma franja das crianças e jovens que está socialmente bem caracterizada pelos contextos familiares problemáticos, demonstra grandes dificuldade em atingir níveis aceitáveis de sucesso escolar. É fundamental promover intervenções diferenciadas, de reforço à rede educativa instalada com o objetivo de gerar sucesso escolar nestas crianças e jovens. Estratégia de Intervenção A estratégia de intervenção nas vulnerabilidades sociais centra-se na criação de projetos complementares Às respostas sociais no terreno, colmatando assim algumas necessidades específicas:  Parentaldade positiva;  Apoio domiciliário especializado em necessidades de idosos isolados;  Emergência social – Famílias em risco e perigo;  Tempos livres para crianças e jovens;  Proximidade e acessibilidade da intervenção nas dependências;  Sucesso escolar e educativo para crianças e jovens em risco.

3 Rede de Intervenção Social Integrada

O concelho de Vila do Conde detém uma rede alargada de instituições e serviços que atuam em diferentes patamares de intervenção; uma primeira linha de atendimento e acompanhamento e uma segunda linha de respostas institucionais ao nível dos serviços como a ação social da segurança social, a saúde e a educação em conjunto com as respostas sociais que atuam na sequência da sinalização e referenciação dos casos e problemáticas. A necessidade de articular procedimentos e respostas para os casos identificados possibilita responder às situações de multi assistência, de intervenções contraditórias e de criara mecanismo de follow up e feed back que aumentam o conhecimento e a informação relevante sobre os casos. Esta interdependência dos serviços e instituições é uma consequência da natureza das problemáticas sociais. Também elas interligadas e com múltiplas dimensões associadas. Para a efetividade da intervenção é necessário integrar estas múltiplas dimensões e os correspondentes serviços que sobre elas atuam. Gerar autonomia e o empowerment em problemáticas sociais complexas exige um processo rigoroso de orientação e focalização em objetivos de mudança assumidos pelas famílias e indivíduos. A integração dos serviços aumenta o potencial e cada técnico e instituição para gerar a mudança pelo fato de estar coordenada com todo o dispositivo institucional. A integração da intervenção social gera necessidades técnicas às quais é possível responder através do desenvolvimento de procedimentos comuns de atendimento, registo, diagnóstico e planeamento. Estes procedimentos deverão ser instituídos, contratualizados e verificados para a melhoria e adaptação contínuas. A comunicação é um fator essencial para a capacidade de integração dos serviços. Definir regras claras com instrumentos partilhados de registo e de gestão de informação é uma

101 etapa fundamental deste processo. A necessidade de coordenar os vários serviços, recursos e respostas sociais para os casos identificados, implica a criação de uma estrutura de planeamento integrado, em que se possam delinear em conjunto estratégias de intervenção adequadas à especificidade do caso. A integração dos recursos e respostas para a ação possibilita também a aprendizagem e a construção de conhecimento sobre modelos e práticas de intervenção que criam maior capacidade técnica e institucional. Mas a integração fundamental será entre o nível da intervenção direta de primeira linha e as respostas e recursos de apoio que possam sustentar percursos de mudança. Só o diagnóstico direto da intervenção poderá apoiar o planeamento de respostas e projetos direcionados às necessidades identificadas. A construção desta rede de apoio à medida do diagnóstico efetuado é fundamental para o sucesso da intervenção desenvolvida pela rede de instituições do concelho. Grupos alvo prioritários:  Utentes dos serviços e instituições sociais (Beneficiários diretos)  Técnicos das instituições e serviços do concelho  Técnicos de primeira linha da ação social protocolada, da autarquia e das IPSS’s, enquanto técnicos de referência. Técnicos dos serviços de saúde, educação, e IPSS’s enquanto apoio direto dos serviços na intervenção.

Estratégia de Intervenção A estratégia de intervenção da rede de intervenção integrada centra-se no desenvolvimento de ferramentas e suportes de trabalho em rede e integrado. As prioridades são os procedimentos de comunicação e de partilha de informação, na definição conjunta de papéis e responsabilidades no atendimento, acompanhamento e formulação de estratégias de intervenção.

4 Laboratório de Inovação Social A dinâmica social acompanha as rápidas mudanças do contexto local e global, transformando a realidade sócio económica e os parâmetros com que a compreendíamos e atuávamos. Surgem novas problemáticas sociais e novas configurações dos problemas que já existiam, aumentando a complexidade e a interdependência entre problemas e fatores de risco. Neste sentido é fundamental a criação de uma cultura de inovação nas organizações, partilha e construção de conhecimento entre técnicos que possibilite a adaptação e criação de novas ferramentas para a intervenção. O presente eixo do PDS pretende incorporar na rede institucional do concelho, a prática da investigação e conhecimento colaborativo, através da partilha e reflexão conjunta. Existem no concelho experiências relevantes e boas práticas de intervenção mas, ainda, com pouca visibilidade e divulgação.

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O Laboratório de Inovação Social pretenderá valorizar a capacidade inovadora na resposta às problemáticas sociais, afirmando o concelho e a rede de instituições como “território” de inovação e conhecimento. Pretende-se capacitar a rede de instituições no desenho de projetos e respostas sociais inovadoras, que respondam com maior eficiência às problemáticas do concelho. A inovação social resulta de um clima de comunicação adequado, de um capital de conhecimento acessível e de uma atitude empreendedora das equipas técnicas das instituições. Pretende criar experiências e recursos de referência para o desenvolvimento organizacional tornando as organizações da economia social do concelho mais sustentáveis a adaptadas à mudança. A inovação na intervenção social, é neste momento, uma ferramenta de planeamento estratégico útil para as instituições e para o concelho no seu todo. Grupos Alvo Prioritários  Comunidade da Vila do Conde (Beneficiários diretos)  Técnicos das instituições e serviços públicos e privados do concelho. Estratégia de Intervenção A estratégia de intervenção neste eixo organiza-se essencialmente na divulgação e disseminação de boas práticas de intervenção no concelho, na divulgação de informação disponível que ajude as instituições em tempo útil, na dinamização de momentos e eventos de reflexão e aprendizagem colaborativa e por fim na dinamização do trabalho em rede orientando-o para as oportunidades e recursos de inovação social.

Conclusões A regeneração urbana em zonas urbanas e rurais, numa perspetiva da obtenção de elevados padrões de qualidade de vida urbana, deve integrar intervenções de caráter físico, económico e social. Neste sentido o conjunto de medidas e ações a desenvolver e a implementar devem contribuir, de forma eficiente e sustentada, para uma melhoria da qualidade do ambiente urbano – e.g. qualidade do ar, ruído, acessibilidades e mobilidade sustentável, proteção da saúde pública, promoção da inclusão social, combate à pobreza, aumento da literacia das comunidades desfavorecidas desenvolvimento humano e relacionamento interpessoal, redução da pegada carbónica e promoção da economia local. Preconizam-se neste âmbito um conjunto de medidas que permitam satisfazer os desideratos suprarreferidos, tais como a demolição, construção e reabilitação de edifícios, equipamentos e áreas de lazer – e.g. bairros sociais, IPSS´s, escolas, mercados municipais, espaços públicos e acessibilidades. Nas intervenções a realizar nos edifícios, equipamentos e espaços públicos há a considerar a integração de questões como a melhoria do comportamento térmico, acústico e qualidade do ar interior dos edifícios, o aumento da eficiência energética, a utilização de energias renováveis, o aproveitamento das águas pluviais, gestão sustentável de resíduos, a remoção de materiais perigosos, a criação e requalificação de espaços verdes, a melhoria das acessibilidades e a implementação de sistemas da mobilidade sustentável.

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Anexos ANEXO III – PLANO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E PLANO DE AÇÃO DA REDE SOCIAL PARA 2015 ANEXO IV – FOTOGRAFIAS DO PLANO DE AÇÃO INTEGRADO PARA COMUNIDADES DESFAVOREVIDAS

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ANEXOS ANEXO I – DELIMITAÇÃO DAS ARU

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    ANEXO II – CERTIDÃO DE APROVAÇÃO DE INÍCIO DE PROCESSO DE DEFINIÇÃO DAS ARU

95

ANEXO III – PLANO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E PLANO DE AÇÃO DA REDE SOCIAL PARA 2015

96

Plano de Desenvolvimento Social

2015 - 2020

VILA DO CONDE VILADO Plano de Desenvolvimento Social de Vila do Conde 2015

Mensagem da Presidente

A Rede Social merece a admiração e homenagem pela resposta ao desafio de construir em conjunto o concelho de Vila do Conde como um espaço de oportunidades para todos sem distinção, cada vez mais humano e inclusivo. A entrega das instituições, dos seus dirigentes e técnicos ao desafio de responder aos que precisam da oportunidade adequada para construir a sua vida é um valor que distingue o nosso concelho. O concelho dispõe a partir de agora de dois instrumentos atualizados, fundamentais para a intervenção em rede: o Diagnóstico Social que evidencia a realidade social do nosso concelho e aponta as prioridades para uma melhor coordenação do trabalho e o Plano de Desenvolvimento Social que aponta orientações e propostas para um futuro melhor que não deixe ninguém à sua margem. Assim possamos em rede, abrir novos horizontes para o desenvolvimento do potencial e das capacidades de todos neste concelho, em direção a uma sociedade justa, inclusiva e fraterna.

Dra. Maria Eliza Carvalho Ferraz

Presidente do Conselho Local de Ação Social de Vila do Conde

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Plano de Desenvolvimento Social de Vila do Conde 2015

Ficha técnica

Diagnóstico elaborado pela equipa técnica constituída pelo Núcleo Executivo da Rede Social.

O Núcleo Executivo é composto por:

§ Eugénia Moreira – Câmara Municipal de Vila do Conde (representante do Município)

§ Lisete Reis – Instituto da Segurança Social/Centro Distrital da Segurança Social do Porto (representante do Centro Distrital da Segurança Social do Porto)

§ Assunção Magalhães – Agrupamento de Centros de Saúde Póvoa de Varzim/Vila do Conde (representante da área da saúde)

§ Ana Rodrigues – Agrupamento de Escolas D. Afonso Sanches (representante da área da educação) § Mafalda Figueiredo – Centro Social Paroquial de Mindelo (representante das Associações e Instituições) § Carlos Baptista – Junta de Freguesia da Junqueira (representante Juntas de Freguesia e Uniões de Freguesia) § Álvaro Amorim – I.E.F.P. – Centro de Emprego Póvoa de Varzim/Vila do Conde (representante da área do emprego)

§ Paula Silva – Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde (entidade convidada)

Execução de António Batista

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Plano de Desenvolvimento Social de Vila do Conde 2015

Sumário executivo

O Plano de Desenvolvimento Social do concelho de Vila do Conde, tem aqui a sua componente estratégica delineada. Foram definidos os eixos estratégicos que poderão apoiar o desenvolvimento do posterior processo de planeamento. Os eixos estratégicos pretendem abranger a diversidade de problemáticas sociais do concelho, numa perspetiva de desenvolvimento, criando um horizonte de transformação que recoloque os problemas sociais como motores do próprio desenvolvimento. Aos problemas sociais que têm origem em questões estruturais de privação e pobreza, comportamentos problemáticos ou défices de competências e recursos pessoais e sociais, o eixo Oportunidades de Inclusão para Grupos Problemáticos responde com intervenções direcionadas e muito focalizadas em perfis específicos. Mais do que intervenções generalistas e abrangentes onde os impactos se diluem num conjunto de causas e efeitos, são necessárias ações diferenciadoras e “à medida” dos grupos alvo identificados. Dois dos eixos estão orientados para a dinamização e capacitação da rede social. O eixo Rede de Intervenção integrada procura responder à questão central em todas as redes abertas como a rede social; a necessária coordenação funcional e sistematização de processos e ferramentas partilhadas que permitam ganhos de eficiência no trabalho das instituições. Nesta temática mas numa perspetiva diferenciada está o eixo Laboratório de Inovação Social que procura criar incentivos e ferramentas para inovação social. Mais do que a melhoria e a qualidade da intervenção a Inovação Social responde às novas problemáticas sociais para as quais ainda não temos conhecimento nem experiência suficiente. Este eixo procura, assim, capacitar as instituições e os seus agentes na aquisição e operacionalização de intervenções sociais baseadas em conhecimento produzido interna e externamente. Numa perspetiva estratégica estão também os eixos direcionados para a questão da inclusão pela empregabilidade. A inserção no mercado de trabalho é um problema determinante para o desenvolvimento social do concelho, pelo que foram criados os eixos Economia Inclusiva com o objetivo de identificar oportunidades para grupos com constrangimentos à entrada no mercado de trabalho pelas baixas qualificações pela situação de inatividade prolongada, pelo desemprego de longa duração e pela respostas a necessidades educativas especiais continuadas. O eixo Empreendedorismo Qualificado pretende mobilizar recursos e oportunidades estratégicas do concelho para criar a oportunidade de fixação e atração de jovens desempregados e à procura do primeiro emprego. A ferramenta para tal será o empreendedorismo tecnológico, cultural e criativo. A criação da marca do ecossistema de inovação e empreendedorismo no concelho é a grande ambição deste eixo retratado no Plano de Desenvolvimento Social. Com o objetivo de potenciar a intervenção já existente no concelho e a sua dinâmica própria de parceria ativa foram definidas as Plataformas de Articulação Temática que têm como função coordenar e planear em conjunto e em rede, centrando os parceiros o seu foco para temáticas específicas: foram definidas a temáticas relacionadas com os idosos e proposta o Grupo Temático Idosos e Envelhecimento, foi também proposta a plataforma temática na área da emergência social, com a criação da Rede de Emergência Social e, por fim, a Plataforma para o Sucesso Educativo. Em qualquer destas temáticas o concelho cumpre o requisito de criação de plataformas que é a existência de experiências de intervenção amadurecida no terreno, uma rede de respostas e equipamentos consistente e uma dinâmica ativa na temática correspondente. O PDS propõe também uma breve perspetiva de enquadramento das iniciativas propostas mo Portugal 2020 e especificamente no programa Norte 2020, no sentido de alertar para a correspondência necessária e o alinhamento estratégico indispensável para a elegibilidade das candidaturas e projetos entre o PDS e os Programas Operacionais do quadro comunitário.

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Plano de Desenvolvimento Social de Vila do Conde 2015

Nota metodológica

A construção do Plano de Desenvolvimento Social mobilizou as entidades parceiras da Rede Social, num conjunto de workshops participativos onde as orientações estratégicas para as grandes áreas de intervenção foram definidas. A participação dos parceiros e as suas propostas definiu a estrutura dos conteúdos do plano. A dimensão estratégica do plano com os seus projetos âncora é necessariamente complementar à articulação e coordenação da intervenção já em curso no concelho. A definição das áreas de intervenção em Plataforma de concertação temática foram, igualmente definidas em workshops temáticos realizados no decorrer do diagnóstico social.

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Índice

Índice de figuras e tabelas ...... 7 1. Eixos de Intervenção ...... 8 1.1. Economia e Empreendedorismo Inclusivo ...... 8 1.1.1. Bolsa de projetos ...... 12 1.1.2. Empreendedorismo qualificado ...... 13 1.1.2.1. Bolsa de Projetos ...... 16 1.2. Oportunidades de inclusão para Grupos Vulneráveis ...... 17 1.2.1. Bolsa de Projetos ...... 20 1.3. Rede de Intervenção Social Integrada ...... 24 1.3.1. Bolsa de Projetos ...... 26 1.4. Laboratório de Inovação Social ...... 27 1.4.1. Bolsa de Projetos ...... 29 2. Plataformas de Articulação Temática ...... 30 2.1. Grupo temático dos idosos e envelhecimento ...... 30 2.2. Rede de Emergência Social ...... 32 2.3. Plataforma para o sucesso educativo...... 33 3. Alinhamento Estratégico ...... 36

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Índice de figuras e tabelas

Quadro 1 – Síntese da estratégia da economia inclusiva...... 10

Tabela 1 – Projeto Centro de Ocupação Socialmente Útil ...... 12

Tabela 2 – Projeto Inovação tecnológica e Empreendedorismo jovem ...... 16

Quadro 3 – Áreas de intervenção prioritárias do eixo Grupos Vulneráveis ...... 18

Tabela 3 – Projeto Modelos Positivos ...... 20

Tabela 4 – Projeto Dependências ...... 21

Tabela 5 – Projeto Noite protegida noite vigiada ...... 22

Tabela 6 – Projeto Competências para a inclusão dos jovens ...... 23

Quadro 4 – Áreas da estratégia da Rede de Intervenção Integrada ...... 25

Tabela 7 – Projeto Modelo de Intervenção Integrado (MII) ...... 26

Quadro 4 – Áreas da estratégia do Laboratório de Inovação Social ...... 27

Tabela 8 – Projeto Plataforma Colaborativa para a Inovação Social e o Conhecimento ...... 29

Tabela 9 – Alinhamento Portugal 2020 – Norte 2020 - Plano de Desenvolvimento Social de Vila do Conde ...... 36

Tabela 10 – Programa Operacional Temático Inclusão Social e Emprego ...... 39

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1. Eixos de Intervenção

Os eixos de intervenção do PDS definem as linhas de ação e intervenção em cada grande área. Correspondem às problemáticas sociais identificadas, integrando as dimensões chave de atuação integrando-as em estratégias tipologias de ação, impactos e projetos de intervenção em rede.

1.1. Economia e Empreendedorismo Inclusivo

A empregabilidade de grupos específicos em situação de risco de exclusão exige uma abordagem integrada para criar novos mecanismo de resposta à complexidade da sua situação sócio económica. As respostas sociais existentes no terreno garantem o suporte básico ás condições de vida mas o desfio atual é a plena inclusão através da empregabilidade na economia real ainda que mantendo a ligação à economia social. A problemática social dos constrangimentos à empregabilidade destes grupos é, sobretudo, a inexistência de um interface técnico e institucional em que a área social se integre na económica. Transformar em valor económico o potencial social e humano destes grupos em situação de exclusão do mercado de trabalho é o desafio estratégico assumido neste eixo. Detetar oportunidades, enquadra-las num mercado e garantir a sua sustentabilidade são as etapas essenciais deste processo. Como referido no diagnóstico social, os grupos alvo com constrangimentos à empregabilidade do concelho, prioritários neste Eixo são os seguintes: GRUPOS ALVO PRIORITÁRIOS § Desempregados de longa duração A crise económica global tem revelado especial incidência nas atividades económicas tradicionais nomeadamente no sector primário, (na pesca e na agricultura de pequena dimensão) e nalguns sectores da indústria transformadora de menor especialização. Estas são atividades económicas pouco qualificados e de baixa intensidade tecnológica pelo que as competências exigidas são social e economicamente pouco valorizadas e de difícil reconversão para outros sectores da economia. O elevado desemprego de longa duração que atinge o concelho e o país, é um desemprego de difícil reversão pela grande especialização da atividade económica dominante. A inexistência de sectores alternativos de emprego acentua ainda mais o carácter estrutural deste desemprego. § Precariedade laboral Como verificado no diagnóstico esta tipologia de desemprego, está associada à precariedade e intermitência dos períodos de trabalho e de rendimento. Esta situação de precariedade atinge sobretudo os jovens menos qualificados que se mantêm numa situação de instabilidade e desemprego intermitente e precário. § Pessoas com níveis de incapacidade e deficiência A rede de cobertura e de apoio à deficiência responde com excelência às questões associadas à deficiência e incapacidade. O salto qualitativo atual é a complexa questão da empregabilidade destes grupos sociais. Os constrangimentos gerados pela inexistência de respostas apoiadas neste setor gera a necessidade de se criar novas abordagens e estratégias.

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§ Jovens de baixas qualificações à procura do primeiro emprego Esta população jovem está na situação de risco de exclusão pela conversão da sua situação em desemprego de longa duração ou estrutural. O desemprego jovem é um dos maiores riscos de fratura da coesão social local, regional e nacional. § Jovens Nem Nem ; estes jovens que abandonaram o percurso escolar e não têm atividade profissional são um dos grupos em grande risco de exclusão social. São jovens distanciados dos mecanismo de acesso ao mercado de trabalho, com baixas qualificação e escolarização sem perspetivas nem horizonte pessoal ou profissional.

ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO PARA A EMPREGABILIDADE INCLUSIVA A intervenção deverá orientar-se para a criação de oportunidades de empregabilidades diferenciadas mas com o denominador comum de se integrarem na economia real gerando auto sustentabilidade económica. Algumas áreas estratégicas de intervenção: § Reconv ersão profissional dos DLD’s (num universo limitado); muitos dos desempregados de longa duração têm especialização em domínios específicos e poderão reconverter as suas competências profissionais. O caso do têxtil e de outros setores de intensidade tecnológica em inovação constante, exemplifica a necessidade de reconversão contínua dos ativos e dos desempregados de longa duração. § Centros de Ocupação Socialmente Úteis ; as pessoas portadoras de algum grau de deficiência ou incapacidade, detêm uma capacidade profissional e subestimada que lhes permite algum grau de inclusão e suporte de vida com maior autonomia. O desafio é integra-las me respostas com a componente da empregabilidade ligada à economia real e com sustentabilidade parcial. § Laboratórios Jovens de atividade profissional ; A abordagem profissional para jovens em situação de desemprego ou sem trabalhar nem estudar passa por uma aproximação gradual ao mercado de trabalho através de experiencias profissionais intermédias (na duração e no vínculo). A criação de oportunidades de concretização e desenvolvimento de competências e interesses e sua utilização no mercado real é a estratégia adequada para criar um percurso de inserção profissional nestes grupos etários e sociais. § Empreendedorismo para produtores locais e produtos endógenos ; Vila do Conde é um concelho de território multifacetado, com potencialidades no setor do mar e da agricultura, nas competências e recursos sociais e humanos, onde é possível despoletar um empreendedorismo especializado nos recursos endógenos para micro circuitos de distribuição e mercados de proximidade. § Rede de mercados locais nas freguesias ; o acesso ao mercado para grupos sociais em situação de grande precariedade é, normalmente, o fator inibidor de iniciativas de empreendedorismo social dinamizado por grupos como os DLD’s e os jovens de baixas qualificações. Seria fundamental garantir o acesso aos mercados de proximidade ao nível da freguesia, criando um movimento de retorno qualificado à economia de bairro e de micro território. § Marca Solidária Vila do Conde ; a visibilidade da economia inclusiva e das suas iniciativas é decisiva para criar adesão e atratividade na comunidade. A criação de uma Marca distintiva é um veículo potenciador da inclusão destes grupos, criando uma identidade inclusiva associada ao concelho. A diferenciação da economia inclusiva é o seu fator de afirmação e sustentabilidade. O concelho poderá associar esta marca a um conjunto de produtos endógenos desenvolvidos no âmbito da estratégia do Emprego Inclusivo e constitui-lo como fator de identidade local.

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Como podemos verificar (quadro 1) as áreas de intervenção estratégica neste eixo seriam as seguintes:

Quadro 1 – Síntese da estratégia da economia inclusiva

RECONVERSÃO PROFISSIONAL DOS DLD’S

CENTROS DE OCUPAÇÃO SOCIALMENTE ÚTEIS

LABORATÓRIOS JOVENS DE ATIVIDADE PROFISSIONAL

EMPREENDORISMO PARA PRODUTORES LOCAIS E PRODUTOS ENDÓGENOS

MARCA SOLIDÁRIA VILA DO CONDE

RECURSOS ESTRATÉGICOS / RESPOSTAS DE SUPORTE O concelho tem um conjunto de recursos institucionais que poderá mobilizar para esta dimensão estratégica do PDS, nomeadamente o Centro de Emprego, as instituições sociais sobretudo na área da deficiência, as juntas de freguesia através dos projetos locais, os serviços da área económica e social da autarquia com o apoio técnico especializado e um conjunto de potenciais parcerias com as instituições de ensino superior e de formação profissional do concelho. As medidas a implementar deverão ativar recursos já no terreno ou a criar, numa lógica de reformulação reorientação das medidas que existem no terreno, como as medidas ativas de emprego, as medidas sociais como o RSI e os projetos sociais

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Objetivos Estratégicos Os objetivos estratégicos do eixo Economia Inclusiva operacionalizam a estratégia definida e são os seguintes:

Objetivos Estratégicos Indicadores de impacto

1 – Até 2017, 20% dos dld’s do concelho integram 5% dos dld’s do concelho retomam um projeto de inclusão pelo empreendedorismo anualmente a atividade económica da economia endógena de proximidade 2 – Em 2017, o concelho está coberto com a Nível de bem -estar psico social das pessoas resposta adequada para a empregabilidade das envolvidas nos ateliês pessoas portadoras de deficiência e incapacidade Economia 3 – A partir de 2017, 50% dos participantes nos Taxa de retorno à escola dos jovens nem Inclusiva Laboratórios Jovens de Atividade profissional nem dos jovens referenciados implementam projetos pessoais de inclusão Taxa de emprego dos jovens nem nem escolar e profissional referenciados 4 – A partir de 2018 são desenvolvidos projetos Nível de sustentabilidade económica dos anuais de empreendedorismo de base projetos empreendedores criados endógena, em todas as freguesias do concelho 5 – Em 2018 é criada e comunicada a Marca Solidária Volume de iniciativas Marca Solidária Vila do Conde nas iniciativas da economia inclusiva

TIPOLOGIA DE AÇÃO Ações prioritárias que concorram para concretizar os objetivos estratégicos: § Projetos comunitários de trabalho sobre o desemprego § Formação ação para dld’s § Projetos de iniciativa cultural para jovens nem nem § Respostas complementares aos CAO’s § Consórcios escola empresa § Incubadoras comunitárias § Roteiros de produtos endógenos e tradicionais

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1.1.1. Bolsa de projetos

Tabela 1 – Projeto Centro de Ocupação Socialmente Útil

Projeto Centro de Ocupação Socialmente Útil Fundamentação A criação de oportunidades de inserção laboral dos jovens com NEE (Necessidades Educativas Especiais) de caracter prolongado, implica o desenho de espaços e ambientes próprios para a prática profissional que garantam o seu bem -estar e simultaneamente a resposta profissional e laboral com as exigências de qualidade e produtividade do mercado real . Referencial de partida Nº de jovens potenciais utilizadores do Centro de Ocupação Estratégia – Lógica de intervenção Modelo dual componente não laboral e componente de prática Metodologia profissional Atividades de bem -estar e prática profissional em ambiente controlado e apoiado Objetivo estratégico Garantir a oportunidade de acesso À realização pessoal e profissional dos jovens com NEE Objetivos Específicos Criar um mecanismo de acesso a oportunidade de trabalho na economia real em paralelo com sup ortes funcionais e técnicos adequados ao seu desenvolvimento pessoal Componentes chave da Intervenção – Atividades física de curta duração (Ginástica laboral, aulas de ioga, ações tipo capoeira) Atividades promotoras da cidadania Ocupação laboral Grupo Alvo Jovens com necessidades educativas especiais de caráter prolongado sem acesso ao mercado de trabalho, em situação de desemprego ou à procura do 1º emprego Promotores Entidade de referência na área da deficiência Parceria Institucional Associações culturais e desportivas, Recursos disponíveis a mobilizar Candidatura ao POISE Recursos locais no âmbito da responsabilidade social das empresas Investimento previsto A definir em eventual candidatura Impactos previstos Bem -estar individua l com base em efeitos : - fisiológicos – treino de autonomia física; - psicológicos (mudança de rotina, reforço da autoestima, melhoria da capacidade de concentração no trabalho); - sociais (contacto pessoal, a integração social, o sentido de grupo e pertença). Indicadores de avaliação Nível de bem -estar dos jovens participantes Valor económico da atividade (VAB)

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1.1.2. Empreendedorismo qualificado

O desemprego jovem qualificado tem expressão no concelho, como vimos no diagnóstico, tornando esta problemática prioritária para a sustentabilidade do território e a inclusão de um grupo social vulnerável em elevado risco de exclusão. A exclusão destes jovens desempregados significa, no contexto atual, o abandono do concelho e a perda do potencial criativo e empreendedor destes jovens qualificados. A sustentabilidade social está ligada à dinâmica económica capaz de gerar emprego qualificado e fixar este grupo de elevado potencial para despoletar a competitividade interna e a atratividade do investimento externo, em projetos empreendedores de elevado potencial tecnológico, cultural, ambiental e social. O impacto social da inovação e competitividade do território verifica-se a montante na criação de postos de trabalho capazes de absorver os desempregados, minimizando a problemática mais geral do desemprego. O eixo empreendedorismo criativo pretende marcar a identidade de Vila do Conde como concelho criativo com a inovação gerada no empreendedorismo qualificado. Os necessários recursos estão disponíveis no concelho; a existência de entidades do ensino superior com conhecimento e investigação assim como uma rede educativa e de ensino profissional sofisticada, a existência de um tecido empresarial competitivo nos mercados globais, recursos naturais disponíveis, centralidade e acessibilidade de excelência, tecido social e cultural dinâmico. A criação das condições adequadas para a emergência de um ecossistema empreendedor estão consolidadas. A etapa seguinte é a necessária criação de canais de comunicação e de projetos inter setoriais capazes de criar a prática colaborativa institucional no apoio às iniciativas empreendedoras. A infra estrutura de apoio ao empreendedorismo criativo é um elemento facilitador da emergência desse ecossistema; a criação de espaços de co working, de fab-lab’s disponíveis, de incubadoras para os projetos de arranque e de aceleradoras para as start ups. Deverá constituir um processo de infra estruturação gradual e progressivo que poderá mobilizar os parceiros institucionais da rede e em conjunto aceder a recursos externos eventualmente disponíveis. Noutra dimensão deste ecossistema, será necessário mobilizar a rede educativa para incorporar a cultura empreendedora na prática curricular, o tecido empresarial como parceiro fundamental no acolhimento e desenvolvimento de projetos de empreendedorismo e os jovens mobilizados e motivados para tal. Vila do Conde reúne as condições de acessibilidade, proximidade, qualidade e bem-estar que hoje definem os critérios para a fixação e atração dos potenciais jovens empreendedores. Mas a peça chave deste ecossistema será a capacidade de definir as apostas estratégicas nas áreas em que a especialização se deverá sedimentar. As áreas âncora para criar polos de inovação associados a nichos de projetos nas temáticas consideradas mais estratégicas e diferenciadoras do concelho, ainda que outras áreas, naturalmente, possam emergir.

GRUPOS ALVO PRIORITÁRIOS § Jovens desempregados qualificados à procura do primeiro emprego § Alunos do ensino secundário § Alunos das escolas profissionais § Alunos dos estabelecimentos de ensino superior

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ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO A estratégia de implementação do eixo do empreendedorismo qualificado centra-se no desenvolvimento do ecossistema empreendedor em três patamares: § A montante com o empreendedorismo nas rede educativa mas com maior incidência nas escolas profissionais, em projetos de investigação e desenvolvimento em consórcio com as empresas. Também na rede educativa com o empreendedorismo nas escolas (na sua dimensão criativa e não empresarial) com projetos de incubação de projetos nas escolas em parceria com as empresas. § No decurso do processo com a captação de iniciativas e projetos de criação de infra estruturas de apoio; co working, incubadoras, aceleradoras § A jusante – Desenvolvimento de projetos em consórcio Empresas / Estabelecimentos de ensino superior e profissional / Empreendedores

O cruzamento de áreas com o ponto comum da criatividade, deverá ser a marca diferenciadora do empreendedorismo criativo, baseado nos seguintes princípios: § Interdisciplinaridade cruzamento de linguagens em equipas criativas § Abordagens de cruzamento entre projetos culturais e tecnológicos § Tecnologias dos recursos naturais e ambientais § Investigação e desenvolvimento no cluster do mar

Quadro 2 – Etapas estratégicas do Empreendedorismo qualificado

REDE DE CONSÓRCIOS CULTURA DE INCUBADORAS E EMPRESAS, ESCOLAS EMPREENDORISMO ACELERADORAS DE (ENSINO SUPERIOR E NO MEIO ESCOLAR START UPS PROFISSIONAL)

LINGUAGEM CLUSTER DE PROJETOS MULTIDISCIPLINAR - BASEADOS NOS CULTURA RECURSOS NATURAIS TECNOLOGIA

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Objetivos Estratégicos do eixo

Objetivos Estratégicos Indicadores de impacto

1 – A partir de 2017 são desenvolvidos 10 Taxa de criação de postos de trabalho projetos viáveis de Volume de negócios dos projetos (no 3º ano) empreendedorismo criativo 2 – A partir de 2016 os agrupamentos % de PAP’s com projetos de Empreendedorismo escolares de Vila do Conde têm um empreen dedorismo associados qualificado consórcio com empresas para projetos de empreendedorismo criativo 3 – A partir de 2016 o concelho está % de projetos sustentáveis após três anos coberto com infra estruturas de apoio (taxa de mortalidade dos projetos ao empreendedorismo empreendedores)

TIPOLOGIA DE AÇÃO: § Ações de capacitação em empreendedorismo para jovens à procura do primeiro emprego § Unidade curricular sobre inovação e empreendedorismo nos estabelecimentos de ensino § Projetos de empreendedorismo nas IPSS’s – incubadoras sociais § Equipamentos reconvertidos para apoio ao empreendedorismo

RECURSOS ESTRATÉGICOS / RESPOSTAS DE SUPORTE § Tecido empresarial tecnológico § Setor empresarial / exportador do concelho § Relevância dos eventos culturais do concelho § Rede de ensino e escolas profissionais

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1.1.2.1. Bolsa de Projetos

Tabela 2 – Projeto Inovação tecnológica e Empreendedorismo jovem

Projeto Inovação tecnológica e Empreendedorismo jovem Fundamentação O desemprego de jovens qualificados é, porventura, o mais determinante problema social para o futuro do concelho e da região. A ativação da atividade e da criação de emprego está, hoje, diretamente interligada com a capacidade empreendedora e inovadora. Destacam -se os concelhos que criam incentivos e estímulos para que essa capacidade ocupe o seu lugar de força motriz na economia real. Referencial de partid a Nº e taxa de jovens desempregados com formação superior Estratégia – Lógica de intervenção e Criação de incentivos logísticos, de apoio técnico e de ligação ao universo Metodologia empresarial para estimular o desenvolvimento de projetos e iniciativas empreendedoras no concelho Objetivos estratégicos Criação de um polo de empreen de dorismo qualificado no concelho de Vila do Conde Objetivos Específicos Criação de estruturas de incubação e aceleração de projetos e iniciativas de empreendedorismo jovem Compo nentes Chave da Intervenção Criação de incubadora de empreendedorismo tecnológico – ações tipo Criação de aceleradora de start ups

Desenvolvimento de consórcio local para a economia do mar Grupo Alvo Jovens com formação superior na situação de desemprego e à procura de primeiro emprego Promotores Estabelecimentos de ensino superior em consórcio local Parceria Institucional Associação empresarial, autarquia, agrupamentos escolares, escolas profissionais Recursos disponíveis a mobilizar POISE, Inovação Portugal 2020 Investimento previsto A definir na candidatura Impactos previstos Reconhecimento de Vila do Conde como território empreendedor Ecossistema empreendedor em Vila do Conde Indicadores de avaliação Sustentabilidade dos projetos e inic iativas empreendedoras

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1.2. Oportunidades de inclusão para Grupos Vulneráveis

As vulnerabilidades detetadas no diagnóstico revelam necessidades especificas de grupos sociais, comportamentos e características bem definidas e identificáveis. A intervenção correspondente deverá responder a estas necessidades com intervenções focalizadas, diferenciadas na sua abordagem e muito orientadas. Como vimos também no diagnóstico o concelho detém uma excelente rede de respostas e serviços que garantem o suporte às necessidades sociais genéricas e universais. A vulnerabilidade social está associada a uma outra tipologia de respostas, mais circunscrita a perfis concretos e necessidades de grupos bem identificados. O eixo da vulnerabilidade social pretende incorporar na lógica da intervenção os princípios da autonomia e empowerment dos seus grupos alvo. Nesse sentido procura direcionar a intervenção para a satisfação de necessidades sociais e simultaneamente a criação de oportunidades reais de inclusão, sendo que este processo deverá ser centrado na capacidade própria de o realizar. Existem no entanto, carências e situação de exclusão em que o patamar de necessidades é básico e as oportunidades deverão ser encaradas como acesso a condições mínimas de dignidade e bem-estar social e pessoal. Estas situações são alvo de uma intervenção de emergência social, na resposta a crises graves de rutura funcional das famílias ou indivíduos, na situação de carência extrema e na insolvência abrupta que atinge as famílias. A vulnerabilidade social, na sociedade atual, não significa apenas a privação e exclusão. A complexificação da sociedade transformou o fenómeno da vulnerabilidade num aglomerado de problemáticas que interagem entre si, sendo muitas vezes difícil ou impossível, detetar a causalidade inerente à situação em causa. Esta situação implica que a intervenção na vulnerabilidade seja, simultaneamente, focada e direcionada e, por outro lado, multi dimensional e integrada. Este é o critério definidor da vulnerabilidade social no presente plano de desenvolvimento social.

GRUPOS ALVO (PROBLEMÁTICAS ) PRIORITÁRIOS § Parentalidade de risco ; a problemática da disfuncionalidade e desestruturação familiar está presente em muitos dos problemas sociais identificados. Nas situações de perigo, risco ou negligência para com as crianças e jovens, associada à baixa empregabilidade num contexto de baixas qualificações e falta de motivação e horizonte pessoal de mudança. § Isolamento e pobreza nos idosos ; persiste uma faixa de idosos isolados, em situação de vulnerabilidade social. Mesmo quando apoiados pelo SAD (Serviço de Apoio Domiciliário), têm necessidades de cuidado e vigilância por satisfazer sobretudo no período noturno, pela situação precária de saúde, baixa autonomia e dependência crescente. § Comportamentos de risco nas crianças e jovens ; a qualidade dos tempos livres das crianças e jovens é determinante na aquisição de modelos positivos de comportamento que possam criar referências adequadas no seu desenvolvimento. Os comportamentos de risco criam um fator acrescido de risco de exclusão nas crianças e jovens sempre reforçam vulnerabilidades sociais prévias. § Dependências ; no concelho persistem elevadas taxas de consumos de substâncias tóxicas e de alcoolismo incluído, num contexto de comportamentos aditivos com expressão relevante em grupos bem determinados. Embora os consumos de substâncias como os opiáceos tenham tendência a estabilizar ou a diminuir, surgem novas adições pela utilização de novas drogas. O alcoolismo tem, igualmente, uma expressão cada vez maior nos grupos de risco e nas novas gerações. § Pobreza familiar ; as situações de extrema vulnerabilidade social, em famílias mas também em indivíduos isolados mobilizam já no concelho, um conjunto de respostas de apoio alimentar, cantinas sociais e apoio de proximidade nas freguesias. Persiste a necessidade alargar e consolidar essa rede que está instalada e responde no terreno, associando-lhe novos meios e recursos.

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§ Insucesso escolar ; como está patente no diagnóstico social, as taxas de escolarização do concelho estão abaixo das médias regionais e nacionais, embora a progressão seja evidente na melhoria contínua dos resultados escolares. Essa tendência de melhoria irá, certamente, num prazo relativamente curto inverter os rácios nos resultados escolares. Mas uma franja das crianças e jovens que está socialmente bem caracterizada pelos contextos familiares problemáticos, demonstra grandes dificuldade em atingir níveis aceitáveis de sucesso escolar. É fundamental promover intervenções diferenciadas, de reforço à rede educativa instalada com o objetivo de gerar sucesso escolar nestas crianças e jovens.

ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO NAS VULNERABILIDADES SOCIAIS A estratégia de intervenção nas vulnerabilidades sociais centra-se na criação de projetos complementares Às respostas sociais no terreno, colmatando assim algumas necessidades específicas:

Quadro 3 – Áreas de intervenção prioritárias do eixo Grupos Vulneráveis

PARENTALIDADE POSITIVA

APOIO DOMICILIÁRIO ESPECIALIZADO EM NECESSIDADES DE IDOSOS ISOLADOS

EMERGÊNCIA SOCIAL - FAMÍLIAS EM RISCO E PERIGO

TEMPOS LIVRES PARA CRIANÇAS E JOVENS

PROXIMIDADE E ACESSIBILIDADE DA INTERVENÇÃO NAS DEPENDÊNCIAS

SUCESSO ESCOLAR E EDUCATIVOS PARA CRIANÇAS E JOVENS EM RISCO

RECURSOS ESTRATÉGICOS / RESPOSTAS DE SUPORTE § Projetos sociais do concelho § Rede de instituições e respostas sociais do concelho § Serviços da autarquia § Juntas de Freguesia e Uniões de Freguesia

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Objetivos estratégicos

Os objetivos estratégicos do eixo Oportunidade de inclusão para Grupos Vulneráveis são os seguintes: Objetivos Estratégicos Indicadores de impacto

1 – A partir de 2017 50% das famílias Nível de exercício da parentalidade referenciadas no concelho participam em responsável projetos de parentalidade positiva 2 – A partir de 2018 o concelho está coberto Taxa de cobertura às problemáticas Oportunidades de com projetos específicos para as identificadas como vulnerabilidades inclusão para Grupos vulnerabilidades identificadas sociais Vulneráveis 3 – A partir de 2017 está instalada a rede de Nível de bem -estar social das pessoas emergência social no concelho referenciadas em situação de crise e rutura 4 – A partir de 2018 estão contratualizadas Taxa de cobertura das respostas e serviços novas respostas sociais e serviços Nível de bem -estar social identificado dos especializados para os grupos vulneráveis utilizadores referenciados

TIPOLOGIA DE AÇÃO Ações prioritárias que concorram para concretizar os objetivos estratégicos: § Ações de capacitação para a parentalidade positiva § Ações de prevenção e treino de competências nos comportamentos de risco § Estudos e investigação sobre os perfis das novas dependências § Consulta descentralizada em Vila do Conde § Ações de coordenação e sistematização da intervenção na emergência social § Apoio domiciliário diferenciado para idosos isolados e em risco

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1.2.1. Bolsa de Projetos

Projetos em agenda § Parentalidade positiva Espaço de pais? § Atendimento a vítimas de violência doméstica § Emergência social § Espaço comunitário multisserviços § Bolsa de empresas Projetos definidos Projeto 1 – Modelos Positivos Projeto 2 – Dependências Projeto 3 – Noite protegida noite vigiada Projeto 4 – Competências para a inclusão dos jovens

Tabela 3 – Projeto Modelos Positivos

Projeto 1 Modelos positivos Fundamentação A exposição a modelos comportamentais desestruturados é um dos principais fatores de risco para as crianças e jovens. A aquisição de comportamentos responsáveis que se reflitam no sucesso escolar ou na ocupação criativa dos tempos livres tem como condição a aquisição de modelos positivos e referências de vida construtivas e organizadoras da sua personalidade e comportamento. Referencial de partida Nº de jovens referenciados Nº de jovens do universo de intervenç ão experimental Estratégia – Lógica de Estimular a pertença a grupos de interesse e atividade que desperte nos jovens intervenção Metodologia capacidades criativas e de vivências positiva que contrariem comportamentos de risco e disruptivos no seu desenvolvimento e inclusão Objetivo estratégicos Promover comportamentos saudáveis e socialmente responsáveis. Intervenção preventiva de comportamentos de risco de integração e inclusão dos alunos, no ambiente escolar e família. Objetivos Específicos Que os jovens tenham acompanhamento, afeto e atenção. Promover experiencias positivas. Que os jovens vejam nos adultos figuras de referencia. Componentes chave da Criação de clubes ocupacionais relacionados com o desporto, cultura e outras áreas. Intervenção – acções tipo Elaboração de projetos de vida alternativos.

Criação de grupo de suporte psicológico e afetivo. Sessões de capacitação parental; Ações de formação para jovens e família Articulação entre saúde, educação e reinserção social. Ações de sensibi lização em estabelecimentos comerciais onde o jovens compram álcool e tabaco.

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Grupo Alvo Jovens com comportamentos de risco ou de risco potencial; insucesso escolar, comportamentos violentos ou desviantes, sem vinculação e pertença social Promotores Agrupamentos escolares Parceria Institucional Autarquias, agrupamentos escolares, Forças de Segurança, serviços públicos e privados de ação social e saúde, associações desportivas e culturais, Recursos disponíveis a Candidatura ao POISE mobilizar Inves timento previsto A definir na candidatura Impactos previstos Sucesso escolar. Integração em Grupo. Diminuição de comportamentos disruptivos. Percursos individuais orientados positivamente e inclusivos Indicadores de avaliação Grau de participação nas atividades. Taxa de sucesso escolar dos jovens participantes

Tabela 4 – Projeto Dependências

Projeto 2 Dependências Fundamentação O percurso realizado concelho em termos de intervenção nas dependências criou condições para a integração de outras vertentes institucionais num projeto integrado com intervenção nos fatores de contexto e de vida em que a reversão da dependência se possa efetivar com maior sucesso. Referencial de partida Nº de consumidores referenciados nos diferentes serviços Nº de jo vens referenciados em situação de risco Estratégia – Lógica de intervenção Intervenção integrada na área da toxico dependência; no meio de vida, nos Metodologia recursos de apoio, nos serviços clínicos e terapêuticos, nos recursos e oportunidades de apoio Objetivo estratégicos Capacitar para a escolha e projeto de vida em jovens e adultos com consumos de substâncias psicoativas Objetivos Específicos (Re) organização familiar, emocional, social, profissional e escolar Componentes chave da Intervenção – - Programa de Intervenção Familiar/Parental ações tipo - Criação de grupos de autoajuda

- Criação de atelieres de ocupação dos tempos livres - Criação de consulta descentralizada - Comunidade terapêutica ocupacional Grupo Alvo Jovens em situação de dependência ou em risco Famílias Promotores Instituições com projetos de referência nesta temática, no concelho Parceria Institucional Saúde, serviços de ação e apoio social, IPSS’s. autarquia, agrupamentos escolares, IEFP, Forças de Segurança

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Recursos disponíveis a mobilizar POISE Investimento previsto A definir na candidatura Impactos previstos - Nº de jovens e adultos em tratamento - Nº de jovens e adultos em situação de abstinência controlada Indicadores de avaliação - Nº de jovens e adultos em (re) aproximação familiar - Nº de jovens e adultos que (re) integraram a escola e o trabalho - Nº de jovens e adultos a participar em iniciativas da comunidade

Tabela 5 – Projeto Noite protegida noite vigiada

Projeto 3 Noite protegida Noite vigiada Fundamentação Os serviços com intervenção na área dos idosos respondem Às necessidades dos idosos, na complementaridade entre a saúde, os serviços de SAD e o apoio social. Mas ainda está a descoberto a faixa horária da noite para um grupo específico de idosos para quem esta faixa horária é problemática em termos emocionais e de manutenção de rotinas de saúde. Referencial de partida Nº de idosos referenciados com o perfil de necessidades de apoio e vigilância noturna Estratégia – Lógica de intervenção Afetação de meios para a vigilância e prestação de cuidados noturnos aos Metodologia idosos. Objetivo estratégicos Garantir o bem -estar de saúde física e emocional aos idosos em situação de fragilidade no período noturno Objetivos Específicos Criar um serviço inovador de resposta mú ltipla no período noturno para os idosos referenciados Componentes chave da Intervenção – - Criação de uma equipa multidisciplinar e multi institucional protocolada ações tipo para responder à prestação de cuidados aos idosos no período noturno. - Criação de uma equipa específica em situação alerta e vigilância para monitorizar e acionar mecanismos de resposta aos idoso no período noturno - Criação de rotinas de cuidados de saúde no período noturno aos idosos Grupo Alvo Idosos em situação de fragilidade e necessidade de cuidados de saúde no período noturno Promotores Entidade especializada no concelho Parceria Institucional Saúde, IPSS’s, serviços de ação social Recursos disponíveis a mobilizar POISE Investimento previsto A definir no projeto Impactos previstos Qualidade da resposta clínica às necessidades evidenciadas Quadro clínico dos idosos Nível de bem -estar emocional Indicadores de avaliação Nº de idosos com avaliação positiva do seu quadro clínico e psicológico

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Tabela 6 – Projeto Competências para a inclusão dos jovens

Projeto 4 Competências para a Inclusão dos jovens Fundamentação Uma franja significativa de jovens encontram -se numa situação de inatividade sem perspetivas sócio profissionais nem escolares. As modalidades formais de acesso ao mercado de trabalho têm reduzido sucesso com estes jovens, pelo percursos de vida característico da exclusão. É necessário desenvolver n ovas modalidade de abordagem a estes jovens que lhes garantam oportunidades reais. Referencial de partida Nº de jovens referenciados pelos serviços e escolas Estratégia – Lógica de intervenção Intervenção formativa e educativa num contexto diferenciado Metodologia Objetivo estratégicos Aquisição pelos jovens referenciados das competências de inclusão sócio profissionais Objetivos Específicos Capacitar os jovens referenciados comas ferramentas profissionais e comportamentais para a inclusão no mercado de trabalho Componentes chave da Levantamento das necessidades do mercado de trabalho na ótica dos jovens Intervenção – ações tipo inativos Avaliação das expectativas pessoais e profissionais e formulação de planos de inserção e de vida Levantamento ações/cursos Formativos Aquisição de competências e boas práticas Integração em ações de formação e/ou sistema de ensino Integração mercado do trabalho com mecanismos adaptados à inserção progressiva – estágios e modalidades a definir à medida Grupo Alvo Jovens inativos jovens dos 16 aos 25 inativos Jovens Nem Nem – nem trabalham nem estudam Promotores IPSS’s do concelho Parceria Institucional Associação Empresarial IEFP Empresas trabalho temporário Estabelecimentos de Ensino Entidades Formadores Externas Segurança Social Escolas Juntas de Freguesia Recursos disponíveis a mobilizar POISE Investimento previsto A definir na candidatura Impactos previstos Empregabilidade dos jovens inativos do concelho Indicadores de avaliação Taxa de emprego e ou atividade dos jovens Taxa de regresso ao percurso escolar Nível de formação adquirido

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1.3. Rede de Intervenção Social Integrada

O concelho de Vila do Conde detém uma rede alargada de instituições e serviços que atuam em diferentes patamares de intervenção; uma primeira linha de atendimento e acompanhamento e uma segunda linha de respostas institucionais ao nível dos serviços como a ação social da segurança social, a saúde e a educação em conjunto com as respostas sociais que atuam na sequência da sinalização e referenciação dos casos e problemáticas. A necessidade de articular procedimentos e respostas para os casos identificados possibilita responder às situações de multi assistência, de intervenções contraditórias e de criara mecanismo de follow up e feed back que aumentam o conhecimento e a informação relevante sobre os casos. Esta interdependência dos serviços e instituições é uma consequência da natureza das problemáticas sociais. Também elas interligadas e com múltiplas dimensões associadas. Para a efetividade da intervenção é necessário integrar estas múltiplas dimensões e os correspondentes serviços que sobre elas atuam. Gerar autonomia e o empowerment em problemáticas sociais complexas exige um processo rigoroso de orientação e focalização em objetivos de mudança assumidos pelas famílias e indivíduos. A integração dos serviços aumenta o potencial e cada técnico e instituição para gerar a mudança pelo fato de estar coordenada com todo o dispositivo institucional. A integração da intervenção social gera necessidades técnicas às quais é possível responder através do desenvolvimento de procedimentos comuns de atendimento, registo, diagnóstico e planeamento. Estes procedimentos deverão ser instituídos, contratualizados e verificados para a melhoria e adaptação contínuas. A comunicação é um fator essencial para a capacidade de integração dos serviços. Definir regras claras com instrumentos partilhados de registo e de gestão de informação é uma etapa fundamental deste processo. A necessidade de coordenar os vários serviços, recursos e respostas sociais para os casos identificados, implica a criação de uma estrutura de planeamento integrado, em que se possam delinear em conjunto estratégias de intervenção adequadas à especificidade do caso. A integração dos recursos e respostas para a ação possibilita também a aprendizagem e a construção de conhecimento sobre modelos e práticas de intervenção que criam maior capacidade técnica e institucional. Mas a integração fundamental será entre o nível da intervenção direta de primeira linha e as respostas e recursos de apoio que possam sustentar percursos de mudança. Só o diagnóstico direto da intervenção poderá apoiar o planeamento de respostas e projetos direcionados às necessidades identificadas. A construção desta rede de apoio à medida do diagnóstico efetuado é fundamental para o sucesso da intervenção desenvolvida pela rede de instituições do concelho.

GRUPOS ALVO PRIORITÁRIOS § Utentes dos serviços e instituições sociais (Beneficiários diretos) § Técnicos das instituições e serviços do concelho § Técnicos de primeira linha da ação social protocolada, da autarquia e das IPSS’s, enquanto técnicos de referência. Técnicos dos serviços de saúde, educação, e IPSS’s enquanto apoio direto dos serviços na intervenção.

ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO A estratégia de intervenção da rede de intervenção integrada centra-se no desenvolvimento de ferramentas e suportes de trabalho em rede e integrado. As prioridades são os procedimentos de comunicação e de partilha de informação, na definição conjunta de papéis e responsabilidades no atendimento, acompanhamento e formulação de estratégias de intervenção.

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Quadro 4 – Áreas da estratégia da Rede de Intervenção Integrada

ESTRUTURAÇÃO DA REDE DE 1ª LINHA

DEFINIÇÃO DE MODELO DE INTERVENÇÃO INTEGRADA

PLATAFORMA DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO PARTILHADA

Os objetivos estratégicos do eixo Rede de Intervenção Social Integrada operacionalizam a estratégia definida e são os seguintes:

Objetivos Estratégicos Indicadores de impacto

1 – A partir de 2017 o concelho está Proximidade e acessibilidade maximizada integralmente coberto com a rede dos utentes aos serviços estruturada de 1ª linha Rede de Intervenção 2 – A partir de 2016 está protocolado Institucionalização das regras e Social Integrada modelo de Intervenção Integrada do procedimentos definidos concelho 3 – A partir de 2016 a informação e Nível de acesso à informação e comunicação comunicação é partilhada na plataforma no histórico de intervenção comum

TIPOLOGIA DE AÇÃO § Formação ação para técnicos de intervenção social § Projetos de capacitação e desenvolvimento de recursos para a intervenção § Bolsa de boas práticas de intervenção § Estudos sobre as necessidades específicas dos grupos alvo locais

RECURSOS ESTRATÉGICOS / RESPOSTAS DE SUPORTE § Rede institucional pública e privada

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1.3.1. Bolsa de Projetos

Tabela 7 – Projeto Modelo de Intervenção Integrado (MII) - Criação da articulação e coordenação na primeira linha de atendimento - Criação de atendimento de proximidade e acessível no concelho - Definição colaborativo do modelo de intervenção integrada no concelho

Projeto Modelo de Intervenção Integrado (MII) Fundamentação A coordenação da rede de intervenção no concelho é uma função natural do trabalho que envolve múltiplos serviços e instituições. A sua coesão e coerência da rede é uma condição do sucesso das intervenções de cada uma das instituições. São nec essárias ferramentas e procedimentos definidos que facilitem e otimizem essa coerência. Referencial de partida Nº de casos e processos na ação social do concelho Estratégia – Lógica de intervenção Análise de processos e procedimentos Metodologia Desenvolvimento de ferramentas de informação, comunicação, análise e registo, planeamento e diagnóstico Contratualização e institucionalização de procedimentos Objetivo estratégicos Mais e melhor inclusão social Objetivos Específicos Potenciar e rentabil izar recursos Respostas mais inclusivas; Qualificação do dispositivo de intervenção Componentes chave da Intervenção – Mecanismo de articulação e complementaridade acções tipo Plataforma de integração e articulação

Procedimentos articulados Benchmarking Capital social Grupo Alvo Utentes dos serviços na área social em particular Comunidade de Vila do Conde Promotores Equipa técnica inter institucional no âmbito da rede social Parceria Institucional Parceiros da rede social Recursos disponíveis a mobilizar POISE Investimento previsto A definir numa eventual candidatura Impactos previstos Taxa de autonomização dos serviços de ação social Indicadores de avaliação Taxa de sucesso da intervenção em curso (a partir de indicadores de sucesso alocados aos processos)

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1.4. Laboratório de Inovação Social

A dinâmica social acompanha as rápidas mudanças do contexto local e global, transformando a realidade sócio económica e os parâmetros com que a compreendíamos e atuávamos. Surgem novas problemáticas sociais e novas configurações dos problemas que já existiam, aumentando a complexidade e a interdependência entre problemas e fatores de risco. Neste sentido é fundamental a criação de uma cultura de inovação nas organizações, partilha e construção de conhecimento entre técnicos que possibilite a adaptação e criação de novas ferramentas para a intervenção. O presente eixo do PDS pretende incorporar na rede institucional do concelho, a prática da investigação e conhecimento colaborativo, através da partilha e reflexão conjunta. Existem no concelho experiências relevantes e boas práticas de intervenção mas, ainda, com pouca visibilidade e divulgação. O Laboratório de Inovação Social pretenderá valorizar a capacidade inovadora na resposta às problemáticas soci ais, afirmando o concelho e a rede de instituições como “território” de inovação e conhecimento. Pretende-se capacitar a rede de instituições no desenho de projetos e respostas sociais inovadoras, que respondam com maior eficiência às problemáticas do concelho. A inovação social resulta de um clima de comunicação adequado, de um capital de conhecimento acessível e de uma atitude empreendedora das equipas técnicas das instituições. Pretende criar experiências e recursos de referência para o desenvolvimento organizacional tornando as organizações da economia social do concelho mais sustentáveis a adaptadas à mudança. A inovação na intervenção social, é neste momento, uma ferramenta de planeamento estratégico útil para as instituições e para o concelho no seu todo.

GRUPOS ALVO PRIORITÁRIOS; § Comunidade da Vila do Conde (Beneficiários diretos) § Técnicos das instituições e serviços públicos e privados do concelho.

ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO A estratégia de intervenção neste eixo organiza-se essencialmente na divulgação e disseminação de boas práticas de intervenção no concelho, na divulgação de informação disponível que ajude as instituições em tempo útil, na dinamização de momentos e eventos de reflexão e aprendizagem colaborativa e por fim na dinamização do trabalho em rede orientando-o para as oportunidades e recursos de inovação social.

Quadro 4 – Áreas da estratégia do Laboratório de Inovação Social

REFLEXÃO E PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO EM REDE

DIVULGAÇÃO E DISSIMINAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS

PROJECTOS DE INOVAÇÃO SOCIAL PARA O CONCELHO

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Os objetivos estratégicos do Laboratório de Inovação Social operacionalizam a estratégia definida e são os seguintes:

Objetivos Estratégicos Indicadores de impacto

1 – A partir de 2016 realiza -se um ciclo Boas práticas identificadas e partilhadas anual de workshops temáticos de dinamização comunitária no âmbito da partilha de informação, conhecimento e combate à info exclusão Laboratório de 2 – A partir de 2016 realiza -se um ciclo Cobertura da divulgação e comunicação do Inovação Social anual de eventos de partilha e evento divulgação de boas práticas em projetos e ações inovadoras 3 – A partir de 2016 está disponível Taxa de utilização da plataforma plataforma para a inovação social do concelho

TIPOLOGIA DE AÇÃO § Formação para técnicos de intervenção social § Projetos de capacitação tecnológica/informática nas instituições

RECURSOS ESTRATÉGICOS / RESPOSTAS DE SUPORTE § Instituições públicas e privadas do concelho

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1.4.1. Bolsa de Projetos

Tabela 8 – Projeto Plataforma Colaborativa para a Inovação Social e o Conhecimento

Projeto Plataforma colaborativa para a Inovação Social e o Conhecimento Fundamentação A complexidade crescente da intervenção social requer acesso a conhecimento útil em tempo real para planear as intervenções adequadas. Estas novas exigências apelam também a uma cultura de inovação social nas instituições e projetos. O acesso à informação relevante e a possibilidade de comunicar entre equipas e técnicos é uma condição essencial para a inovação social. Referencial de partida Nº de instituições e técnicos do concelho Estratégia – Lógica de intervenção Desenvolvimento de uma ferramenta informática que permita a partilha Metodologia de informação e a comunicação inter institucional e inter disciplinar nas equipas técnicas. É estratégico criara uma ferramenta que permita constituir a comunicação e a troca de informaçã o relevante em conhecimento disponível para a rede social. Objetivo estratégicos Criar uma cultura de inovação social na rede de Vila do Conde Objetivos Específicos Disponibilizar uma ferramenta de comunicação e partilha de informação para a produção de conhecimento na rede social Componentes chave da Intervenção – Plataforma informática desenvolvida colaborativa mente acções tipo Acesso às boas práticas do concelho, nacionais e internacionais

Acesso a informação qualificada e partilha entre técnicos e instituições Grupo Alvo Instituições e técnicos da rede social do concelho Promotores Consórcio inter instituições Parceria Institucional Instituições da rede social Instituições de ensino superior do concelho Recursos disponíveis a mobilizar POISE Investimento previsto A definir na candidatura Impactos previstos Domínio das ferramentas de inovação social pelas instituições e técnicos Indicadores de avaliação Nº de projetos qualificados na lógica da inovação social

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2. Plataformas de Articulação Temática

O concelho detém uma resposta social abrangente e diversificada através de projetos e ações em curso nas mais variadas áreas de intervenção. Mas a diversidade e multiplicidade criam um natural efeito de dispersão pela atenção à ação particular e às necessidades da resposta a implementar, muitas vezes, sob a pressão das necessidades imediatas dos utentes e da comunidade em geral. Em resposta a esta situação a rede deverá criar mecanismos de partilha e interação mais imediatos e tematicamente focalizados. O trabalho das instituições nas plataformas temáticas a criar deverá permitir uma maior proximidade entre os técnicos e decisores na definição de prioridades de ação em rede e respetivos mecanismos de coordenação. As Plataformas são espaços participados de coordenação e articulação da ação dos parceiros no território. O conhecimento e a reflexão partilhada entre as instituições são determinantes para uma comunicação mais efetiva, uma intervenção mais eficiente e uma maior rentabilização dos recursos. As plataformas deverão igualmente permitir a construção de estratégias de ação mais inovadoras, baseadas no conhecimento partilhado do terreno, sendo por isso mais eficazes. A contratualização interinstitucional é outra função possível para as plataformas, criando um espaço aberto de negociação e definição e interesses comuns. As Plataformas propostas no PDS são três, ancoradas em áreas de grande potencial e de forte presença no concelho pelas suas instituições, projetos de referência e boas práticas, centradas nas seguintes temáticas: 1. Grupo Temático Idosos e Envelhecimento 2. Rede de Emergência Social 3. Plataforma para o Sucesso Educativo

2.1. Grupo temático dos idosos e envelhecimento

Lógica de intervenção A temática do envelhecimento tem múltiplas dimensões de intervenção em que a coordenação e a definição de estratégias comuns de ação se justificam. A rede institucional tem necessidade de concertação, na resposta SAD por exemplo, de modo a assegurar a cobertura do território de modo a evitar sobreposições entre respostas e de colmatar as zonas a descoberto no concelho. A institucionalização é um processo em fase de adaptação à nova realidade dos idosos nas estruturas residenciais. Com a longevidade a crescer e a institucionalização a acontecer cada vez mais tarde estas estruturas são confrontadas com novas necessidades de prestação de cuidados na saúde, de estimulação e de manutenção do bem-estar em condições cada vez mais adversas. A emergência das demências e das doenças neuro degenerativas coloca desafios técnicos, institucionais e de infra estrutura de apoio para os quais as instituições isoladas terão dificuldade em responder. Os centros de dia são igualmente uma resposta institucional que necessita de reformulação da sua dinâmica de modo a conciliar a procura muito diferenciada de que é alvo atualmente; séniores autónomos que procuram atividades e sociabilização ativa e idosos já com sérios problemas de saúde que procuram sobretudo apoio e acolhimento com resposta Às suas necessidades de acompanhamento. A promoção do envelhecimento ativo e saudável no dia a dia dos séniores, em espaços e atividades estimulantes é outra das questões com que as instituições se deparam. Promover o conhecimento dos

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processos de envelhecimento e a prevenção adequada em cada etapa da vida é todo um programa de intervenção multidisciplinar e multi institucional para o qual as instituições precisam de construir ferramentas em conjunto.

LINHAS ESTRATÉGICAS DE INTERVENÇÃO DO GRUPO TEMÁTICO DOS IDOSOS § Coordenação das respostas e projetos no concelho § Rentabilização dos recursos e serviços em comum § Planeamento das ações a desenvolver em conjunto § Partilha e produção de conhecimento § Definição de procedimentos e processos partilhados

Instituições participantes (Nota; esta listagem de parceiros e uma mera recomendação) Este Grupo Temático deverá incluir as IPSS’s do concelho com intervenção na área dos idosos, representantes da saúde (ACeS e Hospital), das forças de segurança, da autarquia e da segurança social. A existência de instituições de ensino superior no concelho ou na sua proximidade permite a criação de parcerias científicas para o apoio e acompanhamento do trabalho a realizar.

Projetos e Propostas de ação (tipologias indicativas) Ações de implementação a curto prazo: § Guia de recursos para os idosos § Otimização do SAD para o funcionamento 24h dia e 7 dias por semana § Estratégia comum para criação de transporte partilhado § Sistema de partilha de informação (articulação com o projeto da plataforma de coordenação social) § Sinalização e análise de casos § Sistematização e partilha de informação dos casos referenciados no levantamento em cursos § Programação conjunta dos eventos a realizar no concelho com a edição de Guia Sénior de Ações § Cooperação com universidades para apoio no despista e sinalização precoce de demências § Implementação de candidaturas à formação-ação dos técnicos na intervenção com demências e neuro degenerativas § Registo e elaboração de Manual de Boas Práticas nas demências

Ações a médio/ longo prazo (tipologias indicativas) § Plano Gerontológico § Cobertura integral do concelho na reposta SAD § Candidaturas à criação no concelho de uma resposta especializada na demência

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2.2. Rede de Emergência Social

Lógica de intervenção Tal como referido no diagnóstico, o concelho de Vila do Conde tem uma rede ativa de resposta a situações de emergência social, nomeadamente alimentar. Existem ações que cobrem o concelho com distribuição de cabazes e bens de designadas necessidades básicas. Estas ações mobilizam um conjunto alargado de instituições que participam de acordo com o seu regime jurídico institucional neste objetivo de garantir a dignidade e apoio a todos os munícipes em situação de carência. Para acentuar a marca solidária, o concelho de Vila do Conde poderá agregar esta “massa crítica” numa estrutura de coordenação e partilha. Essa será a função da Rede de Emergência Social ao permitir a sistematização e rentabilização da ajuda com critérios de exigência na gestão do processo e de rigor ético e social na atribuição. Uma das dificuldades maiores na ajuda de emergência é a sinalização e deteção da situação dos novos pobres que se mantêm na invisibilidade social, dos idosos isolados em situação de grande vulnerabilidade e das crianças vítimas de negligência alimentar. O grande desafio de coordenação desta temática será porventura, garantir a proximidade e territorialização da ajuda nas freguesias com maior dispersão e uma ruralidade mais marcada. A mobilização dos agentes locais sobretudo o apoio das juntas nas etapas de sinalização e vigilância dos casos apoiados será fundamental. A temática da solidariedade para a emergência e necessidades básicas tem especial relevância no concelho e potencial mobilizador suficiente para alargar o processo a novos atores participantes como as empresas e a comunidade. Organizar o processo de doação e distribuição de bens para além do que é feito na Loja Social no território e numa lógica de proximidade será uma nova etapa a atingir com a rede de emergência social. O eventual alargamento da rede de recolha, armazenamento, conservação e distribuição, implica uma logística exigente e uma estrutura de coordenação e gestão formalizada. Seria essa uma das funções possíveis da Rede.

LINHAS ESTRATÉGICAS DE INTERVENÇÃO DA REDE DE EMERGÊNCIA SOCIAL § Sinalização/ referenciação exaustiva § Proximidade e atenção à privacidade § Rigor e sistematização nos procedimentos de ajuda § Mobilização da comunidade para a ação solidária

Instituições participantes § Juntas de freguesia § Conferências § Autarquia (gestão) § IPSS’s § Projetos sociais do concelho § Agrupamentos escolares

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§ Protocolos de RSI § (RLIS se aprovada) § Associações empresariais § Respostas de emergência alimentar § Loja social § (RLIS)

Projetos e propostas de ação (tipologias indicativas) Ações de implementação a curto prazo: § Criação de equipa temática de instituições diretamente envolvidas no processo de ajuda de emergência § Desenvolvimento de uma plataforma informática de gestão e coordenação da ajuda § Generalização ao território de eventos de recolha de bens e produtos para distribuição § Mobilização das juntas de freguesia como agentes de organização da participação da comunidade § Envolvimento e contratualização dos empresários disponíveis como mecenas do apoio de emergência solidária no concelho § Estratégia de comunicação e marketing de Vila do Conde Concelho Solidário § Criação de uma rede de polos locais de apoio de emergência no concelho

Ações de implementação a médio/ longo prazo § Banco solidário com a participação de mecenas § Institucionalização de um “Conselho Solidário” com a s instituições mais envolvidas, empresas e autarquia.

2.3. Plataforma para o sucesso educativo

Lógica de intervenção De acordo com o diagnóstico realizado, o concelho aproxima-se rapidamente das médias nacionais e regionais de sucesso escolar, taxas de retenção abandono escolar, superando-as já nalguns itens. Esta dinâmica de recuperação de uma situação de desvantagem no concelho em termos de escolarização e qualificação, não atinge ainda um grupo relevante de alunos, proveniente de contextos de grande vulnerabilidade social, bem identificada. A rede educativa do concelho debate-se com a persistência de fatores da envolvente cultural de rejeição da escola e do significado da escolarização em termos de reconhecimento e progressão social. Persistem traços de uma ruralidade ainda adaptada a uma economia de subsistência que privilegia a ocupação manual desqualificada. A situação de crise sócio económica que vivemos arrasta muitas famílias na instabilidade e precariedade, desvalorizando também elas os percursos educativos que adiam o retorno financeiro do trabalho ocasional em troca da futura qualificação.

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A transformação cultural operada pelas novas tecnologias cria obstáculos ao sistema de aprendizagem tal como está organizado, gerando comportamentos instáveis e indisciplina nos alunos, condicionados por outro tipo de vivências incompatíveis com o trabalho organizado das escolas. Todos estes fatores de contexto são dificuldades acrescidas ao trabalho da rede educativa e à sua missão de gerar sucesso e oportunidades de futuro nos alunos, nas famílias e na comunidade. Para contrariar estas variáveis de risco que têm dificultado a progressão da rede na escala de sucesso, são necessárias estratégias e mecanismos inovadores de intervenção na rede. Este debate e prática deverá basear-se em mecanismos flexíveis de decisão e participação das instituições, com oportunidade de acesso ao conhecimento, de planeamento de projetos diferenciados e experimentais. Para além das estruturas de decisão formais já instituídas seria desejável a criação de um espaço de trabalho colaborativo num mecanismo como a plataforma, com a missão exclusiva e direcionada de promover o sucesso escolar e educativo.

LINHAS ESTRATÉGICAS DE INTERVENÇÃO § Intervenção diferenciada para grupos e perfis de jovens e crianças com necessidades específicas. § Estímulo à criação de uma identidade cultural de valorização do conhecimento na comunidade, nas famílias e nos alunos § Valorização curricular do ensino nas áreas emergentes § Foco na empregabilidade § Interação com as empresas

Instituições participantes § Agrupamentos de escolas do concelho § Autarquia § Instituições de ensino superior § Entidades formadoras § Empresas/ associações empresariais

Projetos e propostas de ação (tipologias indicativas) Ações de implementação a curto prazo: § Diagnóstico de necessidades formativas do concelho § Redefinição da oferta curricular § Criação dos espaços ciência/ cultura científica § Projetos da comunidade integrados nos agrupamentos § Candidaturas ao Programa Operacional de Crescimento Inteligente para apoio ao sucesso educativo § Promoção de iniciativas de envolvimento da comunidade no espaço escolar § Grupos de atividade para pais (parentalidade positiva) § Incentivo à prática artística e desportiva no espaço escolar

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§ Concertação da oferta curricular e especialização dos agrupamentos § Criação de mecanismo de monitorização concelhio do sucesso escolar e educativo

Ações a médio/ longo prazo § Candidatura a projeto TEIP § Criação de equipamentos de investigação aplicada e ensino experimental nas escolas § Criação de espaços e equipamentos de incubação e desenvolvimento de projetos nos agrupamentos § Implementação de projetos de disseminação de novas abordagens educativas e inovação pedagógica

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3. Alinhamento Estratégico

Pretende-se identificar oportunidades de financiamento para os projetos e iniciativas elegíveis no concelho. O quadro comunitário em vigor suportado pelo programa Portugal 2020 tem dois sub programas que enquadram estrategicamente o PDS de Vila do Conde: o Programa Operacional para a Inclusão e o Emprego e o Programa Operacional para o Capital Humano. Como programa agregador da região Norte, o NORTE 2020 é o “instrumento financeiro de apoio ao desenvolvimento regional do Norte de Portugal, gerido pela CCDR-N, que aplicará durante os próximos anos 3,4 mil milhões de Euros de verbas comunitárias. O programa integra o Acordo de Parceria “Portugal 2020” e o atual ciclo de fundos estruturais da União Europeia destinados a Portugal.” Fonte Nor te 2020 Pretende-se enquadrar os Eixos de intervenção do PDS e as Plataformas de Articulação Temática nas prioridades temáticas de investimento dos programas operacionais (PO’s) e do PO Regional Norte 2020.

Tabela 9 – Alinhamento Portugal 2020 – Norte 2020 - Plano de Desenvolvimento Social de Vila do Conde

Objetivos Prioridades de Investimento Eixos Estratégicos do PDS de Temáticos Vila do Conde

OT8 - Promoção da 8.1. A cesso ao emprego para os candidatos a emprego e os Eixo 1 .1. sustentabilidade e inativos, incluindo os desempregados de longa duração e as Economia e da qualidade do pessoas afastadas do mercado de trabalho e através de Empreen de dorismo Inclusivo emprego e apoio à iniciativas locais de emprego e apoio à mobilidade dos mobilidade dos trabalhadores Eixo 1. 1.1. trabalhadores Empreen dedorismo 8.2. Integração sustentável dos jovens no mercado de qualificado trabalho, em especial os que não trabalham, não estudam nem se encontram em formação, incluindo os jovens em risco de exclusão social e os jovens de comunidades marginalizadas, inclusive através da execução da Garantia Jovem 8.3. Criação de emprego por conta própria, empreendedorismo e criação de empresas, incluindo micro, pequenas e médias empresas inovadoras 8.4. Igualdade entre homens e mulheres em todos os domínios, nomeadamente nos domínios do acesso ao emprego, da progressão na carreira, da conciliação da vida profissional e privada e da promoção da igualdade da remuneração para trabalho igual 8.8. A c oncessão de apoio ao desenvolvimento dos viveiros de empresas e o apoio à atividade por conta própria, às microempresas e à criação de empresas 8.9. A concessão de apoio ao crescimento propício ao emprego através do desenvolvimento do potencial endógeno como parte integrante de uma estratégia territorial para zonas específicas, incluindo a conversão de regiões industriais em declínio e desenvolvimento de determinados recursos naturais e culturais e da sua acessibilidade

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Objetivos Prioridades de Investimento Eixos Estratégicos do PDS de Temáticos Vila do Conde Plataformas de Articulação Temática

OT9 - Promoção da 9.1. Inclusão ativa, incluindo com vista à promoção da Eixo 2. inclusão social e igualdade de oportunidades e da participação ativa e a Oportunidades de inclusão combate à pobreza melhoria da empregabilidade para Grupos Vulneráveis e à discriminação 9.3. Luta contra todas as formas de discriminação e 2.1 . Grupo Temático Idosos e promoção da igualdade de oportunidades envelhecimento 9.4. Melhoria do acesso a serviços sustentáveis, de grande 2.2. Rede de Emergência qualidade e a preços comportáveis, incluindo cuidados de Social saúde e serviços sociais de interesse geral 9.5. Promoção do empreendedorismo social e da integração profissional nas empresas sociais e da economia social e solidária para facilitar o acesso ao emprego 9.6. (FSE) e 9.10 (FEDER) Investimentos no contexto de estratégias de desenvolvimento local de base comunitária 9.7. Investimentos na saúde e nas infraestruturas sociais que contribuam para o desenvolvimento nacional, regional e local, a redução das desigualdades de saúde, a promoção da inclusão social através da melhoria do acesso aos servi ços sociais, culturais e recreativos, e da transição dos serviços institucionais para os serviços de base comunitária 9.8. A concessão de apoio à regeneração física, económica e social das comunidades desfavorecidas em zonas urbanas e rurais 9.9. A concessão de apoio a empresas sociais

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Objetivos Prioridades de Investimento Plataformas de Articulação Temática Temáticos

OT10 - 10.1. Redução e prevenção do abandono escolar precoce e 2.3. Plataforma para o sucesso Investimentos na promoção da igualdade de acesso a um ensino infantil, educativo educação, na primário e secundário de boa qualidade, incluindo

formação e na percursos de aprendizagem formais, não formais e formação informais para a reintegração no ensino e na formação profissional para a 10.2. Melhoria da qualidade e da eficiência do ensino aquisição de superior e equivalente e do acesso ao mesmo, a fim de competências e a aumentar os níveis de participação e de habilitações, aprendizagem ao particular mente para grupos desfavorecidos longo da vida 10.3. Melhoria da igualdade de acesso à aprendizagem ao longo da vida, para todas as faixas etárias em contextos formais, não formais e informais, atualização do conhecimento, das aptidões e das competências dos trabalhadores e promoção de percursos de apr endizagem flexíveis, inclusive através da orientação profissional e da validação das competências adquiridas 10.4. Melhoria da pertinência do ensino e da formação ministrados para o mercado de trabalho, facilitando a transição da educação para o trabal ho e reforço dos sistemas de ensino e formação profissionais e da sua qualidade, inclusive através de mecanismos de antecipação de competências, adaptação dos currículos e criação e desenvolvimento de sistemas de ensino baseados no trabalho, nomeadamente s istemas de ensino dual e de aprendizagem 10.5. Investimentos na educação, na formação e na formação profissional para a aquisição de competências e a aprendizagem ao longo da vida através do desenvolvimento das infraestruturas educativas e formativas

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Tabela 10 – Programa Operacional Temático Inclusão Social e Emprego

Eixo Prioritário Prioridade de Objetivo Especifico Eixos Estratégicos do PDS de Vila Investimento do Conde

Eixo 1 – 8i. Acesso ao emprego 1.1. Integrar, de forma Eixo 1 .1. Promover a pelos candidatos a sustentada, Economia e Empreen dedorismo sustentabilidade emprego e os inativos, desempregados e inativos Inclusivo e a qualidade do incluindo desempregados no mercado de trabalho. emprego de longa duração e pessoas afastadas do mercado de trabalho, igualmente através de iniciativas locais de emprego e de apoio à mobilidade dos trabalhadores 8ii. Integração sustentável 1.2. Integrar os jovens no Eixo 1.1. no mercado laboral dos mercado de trabalho, Economia e Empreen dedorismo jovens (FSE), em especial através do aumento de Inclusivo os que não trabalham, não oportunidades de acesso estudam, nem se e de manutenção encontram em formação, sustentada do emprego. incluindo os jovens em risco de exclusão social e de comunidades marginalizadas, nomeadamente através da concretização da Garantia para a Juventude 8iv. Igualdade entre 1.3. Aumentar a Eixo 1 .1. homens e mulheres em qualidade do emprego Economia e Empreen dedorismo todos os domínios, através do apoio a uma Inclusivo incluindo no acesso ao maior flexibilidade na emprego, na progressão na gestão do horário de carreira, na conciliação da trabalho, que favoreça a vida profissional e privada ligação ao mercado de e na promoção da trabalho dos pais e das igualdade de remuneração mães e a melhoria da para trabalho igual integração da dimensão da igualdade de género na organização, funcionamento e atividade das entidades empregadoras, visando reforçar as condições de conciliação entre a vida familiar e profissional para mulheres e homens. 1.4. Aumentar o número de mulheres com independência económica através da criação do próprio emprego.

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8v. Adaptação à mudança 1.5. Melhorar a Eixo 1 .1. dos trabalhadores, das empregabilidade da Economia e Empreen dedorismo empresas e dos população ativa Inclusivo empresários (desempregados, empregados em risco de desemprego e empregados), através do aumento da sua adaptabilidade por via do desenvolvimento das competências requeridas pelo mercado de trabalho.

Eixo Prioritário Prioridade de Objetivo Especifico Eixos Estratégicos do PDS de Investimento Vila do Conde Plataformas de Articulação Temática

Eixo 2 – 8ii. Integração 2.1. Aumentar a qualificação e Eixo 1 .1. Iniciativa sustentável no mercado integração sustentada n o Economia e Emprego Jovem laboral dos jovens (IEJ), mercado de trabalho dos jovens Empreen dedorismo Inclusivo em especial os que não que não estão em situação de trabalham, não estudam, emprego, ensino ou formação, 2.3. Plataforma para o nem se encontram em nomeadamente através do sucesso e ducativo formação, incluindo os desenvolvimento de

jovens em risco de competências para o mercado de exclusão social e de trabalho. comunidades marginalizadas, nomeadamente através da concretização da Garantia para a Juventude Eixo Prioritário Prioridade de Objetivo Especifico Eixos Estratégicos do PDS de Investimento Vila do Conde Plataformas de Articulação Temática Eixo 3 – 9i. Inclusão ativa, 3.1. Promover o desenvolvimento Eixo 2 Promover a inclu sivamente com vista das competências Oportunidades de inclusão inclusão social e a promover socioprofissionais, pessoais, para Grupos Vulneráveis combater a oportunidades iguais e a sociais e básicas de grupos pobreza e a participação ativa e potencialmente mais vulneráveis, 2.1 Grupo Temático Idosos e discriminação melhorar a potenciando a sua envelhecimento empregabilidade empregabilidade e o reforço das 2.2. Rede de Emergência oportunidades para a sua Social integração socioprofissional e cultural. 3.2. Reforçar a coesão social, aumentando o número de pessoas e territórios vulneráveis abrangidos.

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Plano de Desenvolvimento Social de Vila do Conde 2015

3.3. Reforçar a abordagem da coesão e da intervenção social com base na relevância e promoção do voluntariado, potenciador de inclusão social. 9iv. Melhoria do acesso a 3.5. Alargar a oferta de serviços 2.1 Grupo Temático Idosos e serviços sustentáveis, de sociais e de saúde, adequando -os envelhecimento grande qualidade e a a necessidades emergentes e 2.2. Rede de Emergência preços comportáveis, potenciando a trans ição de Social mormente cuidados de cuidados institucionais para saúde e serviços sociais cuidados de proximidade, bem de interesse geral como melhorar o acesso e a qualidade das respostas no âmbito dos sistemas de saúde, de ação social e prestação de cuidados, e de promoção e proteção das crianças.

Eixo Prioritário Prioridade de Investimento Objetivo Especifico Plataformas de Articulação Temática do PDS

Eixo 3 – 10iii. Melhoria da igualdade de 2.3.1. Elevar o nível 2.3. Plataforma para o sucesso Aprendizagem, acesso à aprendizagem ao longo de qualificação da educativo qualificação ao da vida para todas as faixas população adulta e

longo da vida e etárias em contextos formais, não reforçar a reforço da formais e informais, atualização orientação dos empregabilidade do conhecimento, das aptidões e jovens NEET das competências dos trabalhadores, e promoção de percursos de aprendizagem flexíve is, nomeadamente através da orientação profissional e da validação das competências adquiridas

Eixo Prioritário Prioridade de Investimento Objetivo Especifico Plataformas de Articulação Temática do PDS

Eixo 4 – 10i. Redução e prevenção do 2.4.1. Investir nas 2.3. Plataforma para o sucesso Qualidade e abandono escolar precoce e condições educativo inovação do estabelecimento de condições de conducentes à

sistema de igualdade no acesso à educação melhoria da educação e infantil, primária e secundária, qualidade, da eficácia formação incluindo percursos de e da eficiênci a do aprendizagem, formais, não sistema de educação formais e informais, para a e de formação reintegração no ensino e formação

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ANEXO IV – FOTOGRAFIAS DO PLANO DE AÇÃO INTEGRADO PARA COMUNIDADES DESFAVOREVIDAS

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Figura 1. Caxinas - Espaço Multiusos Praia Mar

Figura 2. Caxinas - Espaço Multiusos Praia Mar

Figura 3. Caxinas – Vila do Conde e o Mar

Figura 4. Caxinas - Vila do Conde e o Mar

Figura 5. Caxinas - Requalificação Ringue Polidesportivo do Bairro dos Pescadores

Figura 6.Caxinas - Requalificação Ringue Polidesportivo Bairro de Pescadores

Figura 7. Caxinas - Intervenção Vidas com Vida

Figura 8.Caxinas – Intervenção Vidas com Vida

Figura 9. Caxinas - Intervenção Vidas com Vida

Figura 10.Caxinas - Intervenção Vidas com Vida

Figura 11. Caxinas - Núcleo Habitacional Frei Mauro

Figura 12.Caxinas - Núcleo Habitacional Frei Mauro

Figura 13. Caxinas - Núcleo Habitacional Dálias

Figura 14. Caxinas - Núcleo Habitacional Dálias

Figura 15. Caxinas -Negócios do Mar - Novas oportunidades

Figura 16. Caxinas -Negócios do Mar - Novas oportunidades

Figura 17. Vila Chã - Núcleo Habitacional Praia

Figura 18. Vila Chã - Núcleo Habitacional Praia

Figura 19. Vila Chã - Núcleo Habitacional Fonte

Figura 20. Vila Chã - Núcleo Habitacional Fonte

Figura 21. Vila Chã - Espaço Multiusos

Figura 22. Vila Chã - Espaço Multiusos

Figura 23. Vila Chã - Escola de Desportos de Mar

Figura 24. Vila Chã - Escola de Desportos de Mar

Figura 25. Vila Chã - Centro Cívico

Figura 26. Vila Chã - Centro Cívico