MONTES CLAROS UMA CIDADE PARA SE INVESTIR

Montes Claros –

Outubro de 2010 PREFEITURA MUNICIPAL DE MONTES CLAROS/MG

GABINETE DO PREFEITO Fone: (38) 3229-3264 - fax: (38) 3221-9210 Email: [email protected]

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, TURISMO E TECNOLOGIA Fone: (38) 3229-3157 - fax: (38) 3229-3106 Email: - [email protected]

Página 2 Sumário 1 – INTRODUÇÃO…………………………………………..…………………………….…... 5 1.1 - Histórico do Município 6 2 – O ESTADO DE MINAS GERAIS...... 8 2.1 – Mesorregiões do Estado de Minas Gerais...... 9 3 – ASPECTOS FÍSICOS DE MINAS GERAIS...... 10 3.1 – Geomorfologia e Relevo...... 10 3.2 – Clima...... 12 3.3 – Vegetação...... 12 3.4 – Bacias Hidrográficas...... 13 4 – POPULAÇÃO DE MINAS GERAIS...... 15 4.1 – População do Estado...... 15 4.2 – Perfil Democrático...... 16 4.3 – Índice de Desenvolvimento Humano de Minas Gerais...... 16 5 – ECONOMIA DE MINAS GERAIS...... 17 5.1 – Produto Interno Bruto...... 17 5.2 – Economia...... 17 5.3 – Desenvolvimento Econômico...... 18 5.4 – Produto Interno Bruto de Montes Claros...... 21 6 – TRANSPORTES DE MINAS GERAIS...... 21 6.1 – Infra-Estrutura de Transporte Rodoviário...... 21 6.2 – Infra-Estrutura de Transporte Ferroviário...... 22 6.3 – Transporte Hidroviário...... 26 6.4 – Transporte Aéreo...... 26 7 – INFRA-ESTRUTURA DE ENERGIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS 26 7.1 – Matriz Energética do Estado...... 26 7.2 – Distribuição da Demanda de Energia do Estado...... 27 7.3 – Intercâmbio Externo de Energia do Estado...... 27 7.4 – Geração e Distribuição de Energia no Estado...... 27 8 – INFRA-ESTRUTURA DE TELECOMUNICAÇÕES EM MINAS GERAIS...... 28 9 – EXPORTAÇÕES DO ESTADO DE MINAS GERAIS...... 28 9.1 – Relações de Minas Gerais com o Comércio Exterior...... 28 10 – A CIDADE DE MONTES CLAROS...... 29 10.1 – Apresentação da Cidade...... 29 10.2 – Competitividade Municipal...... 30 11 – INFRA-ESTRUTURA E ASPECTOS SOCIAIS DE MONTES CLAROS...... 38 11.1 – Aspectos Físicos (Clima, Solo, Hidrografia)...... 38 11.2 – Infra-Estrutura de Transportes...... 39 11.3 – Comunicação...... 43 11.4 – Energia...... 44 11.5 – Saneamento Básico...... 45 11.6 – Saúde...... 45 11.7 – Educação...... 47 12 – ECONOMIA DE MONTES CLAROS...... 51 12.1 – PIB de Montes Claros...... 51 12.2 – Parque Industrial, Comércio e Bancos...... 53 12.3 – Incentivos Fiscais e Financeiros...... 56 13 – POTENCIALIDADE DE MONTES CLAROS E REGIÃO...... 60 13.1 – Agroenergia...... 60

Página 3 13.2 – Biotecnologia...... 60 13.3 – Educação...... 61 13.4 - Fruticultura...... 61 13.5 – Pecuária de Corte...... 61 13.6 – Tecnologia da Informação...... 61 13.7 – Têxtil...... 62 13.8 – Potencial para Exportação...... 62 14 - PROJETO JAÍBA...... 64 14.1 – Desenvolvimento e Inserção Social...... 65 14.2 – A Nova Fronteira do Agronegócio Social...... 65 14.3 – Dados da Produção e Cultivo...... 66 15 – TERMINAL INTERMODAL DE ...... 67 15.1 – Investimentos para Alavancar o Agronegócio Regional...... 67 16 – PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DA ZPE DE MONTES CLAROS ...... 69 16.1 – Conceito de ZPE……………………………………………………………………… 69 16.2 – Histórico das ZPEs no Mundo……………………………………………………… 70 16.3 – Aspectos Gerais Sobre as ZPEs...... 70 16.4 – O Programa Brasileiro de ZPEs...... 70 16.5 – Motivações para Implantar uma ZPE em Montes Claros...... 72 16.6 – Detalhamento do Projeto ZPE de Montes Claros...... 74 16.7 – Processo de Implantação do ZPE...... 77 16.8 – Cronograma de Implantação – Tempo Estimado...... 84 16.9 – Previsão de Investimentos ...... 85

17 – SIMULAÇÕES DE INVESTIMENTOS...... 85 18 – CONSIDERAÇÕES FINAIS...... 87 19 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...... 88

Página 4 1 – INTRODUÇÃO

A sede do município de Montes Claros, considerada pólo de desenvolvimento do Norte de Minas Gerais, exerce notória influência sobre as demais cidades da região, em virtude do importante papel que desempenha como centro urbano comercial e de prestação de serviços, além de parque industrial. A condição de pólo centralizador da região tem estimulado o constante surgimento de estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços na cidade. Muitos desses empreendimentos, por época dos estudos que norteiam sua localização, requerem informações básicas a respeito de vários aspectos locacionais, de forma a dar consistência à tomada de decisão pela implantação de novos negócios no município. O presente trabalho poderá ser utilizado como instrumento de pesquisa para os diversos segmentos da sociedade, notadamente estudantes e organismos públicos de outras esferas governamentais.

Página 5 Nesse contexto, trata-se o presente trabalho de uma coletânea de informações acerca das condições oferecidas por Montes Claros, objetivando disponibilizar dados que venham subsidiar a tomada de decisão de empresários interessados em aqui instalarem suas empresas. Nela estão contidas informações diversas agrupadas em tópicos afins da cidade e do município, a respeito do histórico, características geográficas e edafo-climáticos, infra-estrutura, demografia e economia.

1.1. Histórico do Município

Igreja da Matriz “Onde tudo começou”

A Expedição Espinosa - Navarro, composta por 12 homens, talvez espanhóis e portugueses, foi a primeira a pisar as vastas terras da Região do Norte de Minas, habitada pelos índios Tapuias. De acordo com Moreno (2003), com o declínio da atividade açucareira no Nordeste, e com as descobertas de ouro, principalmente em Vila Rica () e Ribeirão do Carmo (Mariana), a economia colonial sofre profundas transformações e o centro econômico da colônia se desloca para as Minas Gerais.

Bandeirantes partiram de São Paulo, procurando pedras preciosas, e embrenharam-se pelo sertão do Norte da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro.

Página 6 Antônio Gonçalves Figueira, que pertencia à Bandeira de Fernão Dias, acompanhou-a até às margens do Rio onde, com , abandonou o chefe, regressando para São Paulo e lá chegando dois anos depois.

Seduzidos pela fertilidade do Sertão Mineiro e, talvez, na esperança de conquistarem riquezas, Antônio Gonçalves Figueira e Matias Cardoso retornaram, tornando-se colonizadores, caçando índios e construindo fazendas, cujas sedes se transformaram em cidades. As explorações pecuárias conduzidas no Norte de Minas, de forma estratégica, promoviam o abastecimento das regiões mineradoras, tornando-se a rota de maior viabilidade de deslocamento do Nordeste ao novo centro econômico da colônia. Essa condição contribuiu para a intensificação do povoamento na região norte mineira.

Formaram-se três grandes fazendas na região: Jaiba, Olhos d'Água e Montes Claros, esta, situada nas cabeceiras do Rio Verde, pela margem esquerda, próxima a montes formados por xistos calcários, com pouca vegetação. Pelo alvará de abril de 1707, Antônio Gonçalves Figueira obteve a sesmaria de uma légua de largura por três de comprimento, que constituiu a Fazenda de Montes Claros. Encravado dentro do latifúndio, fundou, primeiro, o povoado de Cruzeiro, que se localizava nas proximidades do local onde hoje está situado o clube campestre Lagoa da Barra. Entretanto, uma epidemia de Varíola forçou o êxodo dos cruzeirenses para um outro ponto da sesmaria, à margem de um córrego piscoso, de água potável, nas imediações da atual Praça da Matriz.

Formou-se, assim, a partir de 1768, em local diferente da primitiva sede de Antônio Gonçalves Figueira, em torno da Capela erguida por José Lopes de Carvalho, o próspero Arraial de Formigas, depois Arraial de Nossa Senhora da Conceição e São José de Formigas, Vila de Montes Claros de Formigas e, por fim, cidade de Montes Claros.

Mais tarde, em 1831, cento e vinte quatro anos após obtenção da Sesmaria por Antônio Gonçalves Figueira, dono e construtor da Fazenda de Montes Claros, já estava o Arraial de Nossa Senhora de Conceição e São José de Formigas suficientemente desenvolvido para tornar-se independente, desmembrando-se de -Frio. O Arraial foi elevado a Vila pela Lei de 13 de outubro de 1831, recebendo o nome de "Vila de Montes Claros de Formigas".

Página 7 Posteriormente, em 1857, a Vila Montes Claros de Formigas teria pouco mais de 2.000 habitantes, mas os políticos já pleiteavam a elevação à cidade, pois, os melhoramentos existentes eram os mesmos de quase todos os municípios da Província. Assim, pela Lei 802 de 03 julho de 1857, a Vila passou à categoria de cidade - Cidade de Montes Claros, sem formigas, que desagradava a todos os formiguenses. A partir dali seriam "montesclarenses".

Morro dois irmãos “Simbolo de Montes Claros”

2 - O ESTADO DE MINAS GERAIS

O Estado de Minas Gerais, localizado na Região Sudeste do Brasil, possui a quarta maior área territorial, e é aquele que possui maior relacionamento fronteiriço com os estados

Página 8 brasileiros, possuindo uma localização estratégica no país com 4.727 km de fronteiras tais como: Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e . Seu território de 586.528 km2 é inferior às áreas dos Estados do Amazonas (com 1.570.745 km2), do Pará (com 1.247.689 km2) e do Mato Grosso (com 903.357 km2), e além disso equivalente ao território da França.

Figura 2.1 - Divisas de Minas Gerais

Como o Estado Mediterrâneo, considerado com “integrador logístico brasileiro” não possui acesso direto ao mar, sendo a ligação com o Oceano Atlântico realizada por meio dos Estados vizinhos: Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.

2.1 – Mesorregiões de Minas Gerais

O Estado de Minas Gerais é dividido em doze mesorregiões1 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), conforme demonstra a Figura 2.2.

1

Página 9 Figura 2.2 - Mesorregiões de Minas Gerais Fonte: IBGE

O grupo das doze mesorregiões indicadas pelo IBGE é composto por: Norte de Minas, , Noroeste de Minas, Vale do Mucuri, Central Mineira, Metropolitana de , Vale do Rio Doce, Oeste de Minas, Sul e Sudoeste de Minas, Campos das Vertentes, Zona da Mata e Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.

3 - ASPECTOS FÍSICOS DE MINAS GERAIS

3.1 – Geomorfologia e relevo

O território de Minas Gerais é formado por cinco unidades geomorfológicas.

O Planalto Cristalino estende-se ao leste, ao sudeste e ao sul do Estado, com várias serras de importância, como as da Mantiqueira, do Caparão e dos Aimorés.

Página 10 A Serra do Espinhaço, que começa na região central e se prolonga até o Norte da Bahia, tem terrenos ricos em minérios (ferro, bauxita, manganês e ouro).

A Depressão do São Francisco está localizada na porção Oeste de Minas Gerais, atravessando-o no sentido norte-sul. No centro desta depressão corre o rio São Francisco.

O Planalto do São Francisco é formado por um conjunto de chapadões que apresentam relevo ondulado, estando separados por vales, como por exemplo, os dos rios Paracatu e . Destacam-se as serras da Canastra e da Mata da Corda, com altitudes médias de mil metros.

O Planalto do Paraná tem altitude média de 600m, sendo cortado por vários rios, dentre eles o Prata, o Tijuco e o . Ocupa a região do conhecido Triângulo Mineiro.

Figura 3.1 - Relevo de Minas Gerais Fonte: IBGE

Legenda:

02 – Planícies Interiores 14 – Depressão Sertaneja / São Francisco

Página 11 15 – Depressões dos Rios Jequitinhonha / Doce e Paraíba do Sul 18 – Chapadas do Rio São Francisco 28 – Planalto dos Geraizinhos 29 – Planalto Centro Sul Mineiro 35 – Serra do Espinhaço e Chapada Diamantina 36 – Serra da Canastra 37 – Serra da Mantiqueira

3.2 - Clima

Os climas predominantes são o Tropical, o Tropical de Altitude e o Tropical Semi-Árido.

De um modo geral, o clima de Minas Gerais é definido com ameno e agradável. Jamais passou por variações climáticas extremas, diferente do que frequentemente ocorre em outros Estados brasileiros.

3.3 - Vegetação

De acordo com o Instituto de Geociências Aplicadas, a cobertura vegetal de Minas Gerais tem quatro biomas principais: a Mata Atlântica (floresta tropical), o , os Campos de Altitude ou Rupestres e a Mata Seca (ver detalhes na Figura 3.2). A constituição da vegetação regional é devida a fatores como: clima, relevo e bacias hidrográficas.

O Cerrado é predominante em Minas Gerais, ocupando cerca de 50% de todo território. Essa vegetação está presente especialmente nas bacias dos rios São Francisco e Jequitinhonha. As estações seca e chuvosa são bem definidas e a vegetação é composta por gramíneas, arbustos e árvores.

Em segundo lugar, tem-se a Mata Atlântica, cuja vegetação é densa e permanentemente verde, com elevado índice pluviométrico.

Por outro lado, o Campo de Altitude ou Rupestre é caracterizado por uma cobertura vegetal de menor porte, com uma grande variedade de espécies, predominando a vegetação herbácea, na qual os arbustos são escassos e as árvores raras e isoladas.

Por último, tem-se a Mata Seca, que aparece no Norte do Estado, no vale do Rio São Francisco. Durante a estação seca, a vegetação desse bioma é caracterizada pela presença de plantas espinhosas, de galhos secos e poucas folhas. No período de chuvas, a mata refloresce intensamente, apresentando grandes folhagens.

Página 12 Figura 3.2 - Vegetação do Brasil Fonte: IBGE

3.4 – Bacias Hidrográficas

Dentre as bacias que compõem a rede hidrográfica do Estado, destacam-se: a do Rio São Francisco, a do Rio Pardo, a do Rio Jequitinhonha, a do Leste, a do Rio Doce, a do Rio Paraíba do Sul, as dos Rios Piracicabas e Jaguari, a do Rio Grande e a do Rio Paranaíba.

A Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco é formada por dez bacias: Bacia Hidrográfica do Alto São Francisco (SF1), Bacia Hidrográfica do Rio Pará (SF2), Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba (SF3), Bacia Hidrográfica do Entorno da Represa de Três Marias (SF4), Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (SF5), Bacia Hidrográfica dos Rios Jequitaí e Pacuí (SF6), Bacia Hidrográfica do Rio Paracatu (SF7), Bacia Hidrográfica do Rio Urucúia (SF8), Bacia

Página 13 Hidrográfica dos Rios Pandeiros e Calindó (SF9) e Bacia Hidrográfica do Rio Verde Grande (SF10).

A Bacia Hidrográfica do Rio Pardo faz parte da mesorregião Norte de Minas. A Bacia do Rio Jequitinhonha é composta por três bacias, assim como a Bacia do Rio Paranaíba. As bacias do Rio Mucuri e do Rio São Mateus compõem as Bacias Hidrográficas do Leste.

Figura 3.3 - Bacias Hidrográficas de Minas Gerais Fonte: IGAM

Tem-se ainda a Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, que é formada pela Bacia dos Afluentes Mineiros dos Rios Preto e Muriaé e pela Bacia do e Muriaé. A Bacia do Rio Grande, formada por um total de oito bacias e Minas conta ainda com a Bacia do e Jaguari, que fornece água para cerca de 10 milhões de habitantes da Grande São Paulo.

Um dos vários fatores que leva Minas Gerais a se destacar diante dos demais Estados do Brasil é a riqueza no que diz respeito à disponibilidade de recursos hídricos.

Página 14 4 – POPULAÇÃO DE MINAS GERAIS

4.1 – População do Estado

O último Censo Demográfico realizado pelo IBGE no ano de 2000, revelou uma população de 17.835.488 habitantes no Estado de Minas Gerais, representando 24,7% da população da Região Sudeste.

Segundo estimativas do IBGE para o ano de 2009, Minas Gerais já teria uma população de 20.033.665 habitantes, o que representa um crescimento de 12,3% no período de 2000 à citada data.

Figura 4.1 - População Brasileira por Estado Fonte: IBGE

4.2 – Perfil Demográfico

Nos últimos 14 anos, período compreendido entre os anos de 1991 e 2004, o perfil da população mineira sofreu importantes variações, dentre as quais ganha destaque o aumento da expectativa de vida, devido aos avanços na área da saúde.

O perfil demográfico da população do município de Montes Claros se diferencia do perfil demográfico atribuído à população mineira, de um modo geral. Isso porque nessa cidade a população é considerada, na sua maioria, jovem.

Página 15 4.3 - IDH – Índice de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais

Minas Gerais ainda convive com grandes diferenças sociais entre as suas regiões.

Há necessidade de orientar a sua política de desenvolvimento para um modelo que passe a privilegiar de forma mais eficaz os investimentos em regiões mais carentes, atuando diretamente nestas comunidades, através do ferramental de educação e saúde, paralelamente na atratividade para empreendimentos geradores de emprego e renda. O IDH – Indice de Desenvolvimento Humano reflete a própria situação do Estado, dividindo-o em dois blocos distintos, Norte e Sul, conforme se pode observar abaixo

Figura 4.2 – Municípios mineiros segundo IDH

Fonte: Fundação João Pinheiro

Página 16 5 – ECONOMIA DE MINAS GERAIS

5.1 – PIB – Produto Interno Bruto

Minas Gerais é o segundo Estado mais populoso do Brasil, com pouco mais de 20 milhões de habitantes. O Estado possui o terceiro maior Produto Interno Bruto (PIB) do país, que em 2005 chegou a R$192,611 bilhões (IBGE/2005). Esse número representa 9,6% do PIB do Brasil, e tem aumentado acima da média nacional. Em 2006, o PIB de Minas cresceu 3,7%, enquanto a expansão nacional não ultrapassou 2,9%. O setor de maior representatividade no PIB do Estado é o de serviços, que corresponde a 59,98%. O setor industrial está em segundo lugar, com 32,01%. O setor de agropecuária responde pelos 8,01% restantes.

Minas Gerais possui terceiro maior parque industrial do país, à sua frente, no topo da lista estão localizados os estados de Rio de Janeiro e São Paulo. O setor mínero-siderúrgico desenvolve o mais importante papel sendo favorecido amplamente pela disponibilidade de reservas minerais do estado. Em números comparativos de produção a nível nacional e mundial, Minas Gerais não fica para trás, é o maior produtor de nióbio do mundo e o maior produtor de ferro e zinco do Brasil. Existe uma demanda externa desses produtos, o que favorece que esse setor seja mantido em uma posição privilegiada.

5.2 - Economia

Setor Primário

A cana-de-açúcar, o café, a soja, o milho, o abacaxi, a cebola, o feijão e a banana são os produtos mais importantes da agricultura de Minas. Na pecuária, as áreas de maior destaque e melhor desempenho são: bovinocultura de corte, avicultura, suinocultura e a produção de leite. Levando-se em conta a demanda externa por alimentos e o seu crescimento nos últimos anos, pode-se dizer que as atividades agropecuárias em Minas tem um futuro promissor.

Setor Secundário

Assim como acontece em outros Estados do país, existem alguns tipos de indústria que são mais importantes para a economia do Estado que outras, no que diz respeito à produção e ao faturamento.

Página 17 Em Minas as indústrias mais atuantes são dos seguintes ramos: mineração, metalurgia, automobilística, alimentícia, têxtil, construção civil, produtos químicos e minerais não metálicos.

Setor Terciário

Além de se destacar como um dos Estados mais industrializados do país, Minas Gerais está se mostrando competitivo em outros segmentos também, como é o caso da indústria da tecnologia em eletrônica e telecomunicações. Há, inclusive, o projeto do Parque Tecnológico de Belo Horizonte, conhecido como BH-TEC, que está em fase de implantação. Também existem investimentos do Estado por meio da CETEC (Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais). Essa é uma instituição pública que busca antecipar soluções inovadoras, dentro das normas ambientais, em benefício das organizações mineiras.

5.3 – Desenvolvimento Econômico

Minas Gerais desenvolveu em 2007 o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado 2007- 2023, com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico das várias regiões do estado de forma integrada e sem favorecimento de uma ou outra região. Para isso apontou- se em Minas a existência de quatro espaços geoeconômicos distintos, cada um com característica própria referente ao seu desenvolvimento.

Os espaços geoeconômicos são divididos da seguinte forma:

Região Oeste: Compreende as mesorregiões Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Oeste de Minas e Noroeste Mineiro. Esse espaço possui grande potencial para a agropecuária e está intimamente ligado à cadeia do agronegócio. Pode atrair e fomentar investimentos industriais, para agregação de valor em atividades ligadas à produção de grãos, à pecuária e à indústria canavieira.

Região Leste: Composto das mesorregiões do Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri e Zona da Mata. Essa região possui alta integração da sua cadeia produtiva com o mercado externo, portanto, está fundamentalmente voltada para o comércio exterior, com produção de commodities industriais.

Região Central e Sul: Inclui as mesorregiões central mineira, campo das vertentes e sul/sudoeste de Minas. Possui elevado grau de complementaridade em relação às cadeias produtivas da indústria de transformação e de serviços da Região Sudeste do país.

Página 18 Região Norte e Nordeste: Inclui as mesorregiões Norte e Vale do Jequitinhonha, segundo o estudo do Estado de Minas Gerais, essas regiões ainda não possui integração econômica com as outras. Contudo, nos últimos anos, vem sendo desenvolvidas políticas públicas com o intuito de minimizar esses problemas. Grandes empresas tem sido trazidas para a região, por causa da boa formação dos profissionais e da mão de obra qualificada existente. Nessa região está localizado ainda um Centro Tecnológico, com grande potencial de formação de profissionais.

Como espaço polarizador, está a mesorregião metropolitana de Belo Horizonte, que articula as outras regiões do estado.

Estratégia de desenvolvimento econômico

Ainda de acordo com o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado, serão adotadas estratégias de desenvolvimento para cada espaço citado geoeconômico citado, considerado a especificidade de cada um.

Para a Região Oeste, o plano aponta que é necessário competir para se inserir no mercado interno brasileiro em direção à região centro-oeste do país. Haverá a busca de promoção dos investimentos industriais voltados para o agronegócio, além disso se buscará a adequação, modernização e expansão do sistema de armazenagem, distribuição e escoamento da produção; o desenvolvimento de biotecnologia, da pesquisa agropecuária e da indústria de biocombustíveis; a prestação de serviços de formação profissional e técnica orientada para o agronegócio; a adequação do suprimento de energia; o fortalecimento da indústria de insumos agrícolas e fertilizantes.

Para a Região Leste, buscar-se-á investimentos industriais, para agregação de valor às cadeias produtivas mínero-metalúrgica e metal-mecânica existentes na região e o desenvolvimento de novos mercados em setores de maior conteúdo tecnológico. Além disso, haverá outras ações como a adequação e modernização da logística de alta capacidade para a exportação; adequação da oferta de energia e fertilizantes; aumento da inovação tecnológica no processo produtivo; expansão dos programas de formação profissional orientados pela demanda; e o desenvolvimento dos setores de silvicultura, biocombustíveis e turismo.

Na Região Centro-Sul a promoção de investimentos será com vistas à inserção do estado nas cadeias produtivas do Nordeste, busca-se também o adensamento dos segmentos

Página 19 metal-mecânico, eletroeletrônico, petroquímico e construção civil; o desenvolvimento de negócios de conteúdo tecnológico; investimentos em infra-estrutura laboratorial; melhoria de sistema logístico; adequação do suprimento de gás natural e energia elétrica; e a expansão dos programas de formação profissional para a indústria de transformação e serviços avançados.

Quanto à Região Norte e Nordeste, buscar-se-á integra-la à lógica de mercado através do desenvolvimento da infra-estrutura, visando o acesso a esses mercados; busca ativa de empresas âncoras; promoção do empreendedorismo e dos micronegócios; promoção de projetos de desenvolvimento da produção local, com ênfase na comercialização e na fixação de marcas regionais; a extensão rural e a assistência técnica permanente; e a mudança radical na lógica de concepção e gestão dos projetos de produção irrigada.

Para a efetividade dessas ações, o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado aponta é necessário que as regiões estejam diretamente inseridas no processo, por meio de ações como a capacitação de mão de obra local; o fornecimento local de insumos; o desenvolvimento da logística regional; e a manutenção da sustentabilidade no uso dos ativos ambientais.

Distribuição do PIB de Minas Gerais

O mapa da distribuição regional do Estado de Minas Gerais demonstra a variação do PIB de suas regiões, considerando os dados da Fundação João Pinheiro de 2003 e estimativas feitas para 2009, notando-se que apesar do crescimento global do PIB no período 2003- 2009, mesmo assim, em função do maior crescimento de outras regiões, a NORTE DE MINAS teve uma queda de 5,1% para 4,9%, demonstrando a necessidade de adoção de uma política de incentivos mais focada para as regiões carentes do Estado.

Página 20 5.4 – PIB – Produto Interno Bruto de Montes Claros

Segundo dados do IBGE, para 2007, Montes Claros teve um PIB a preços correntes com um total de 3.240.269 reais, sendo que deste valor 2,62% corresponde ao valor adicionado da agropecuária, 23,54% corresponde ao valor adicionado da indústria, 62,20% corresponde valor adicionado dos serviços e 11,64% é correspondente aos impostos. Vê-se, portanto, um grande potencial de Montes Claros para a área de serviços e da indústria. O PIB per capita do município para o ano de 2007 era de R$ 9.195,00. Segundo a Fundação João Pinheiro neste mesmo ano, Montes Claros ficou entre os dez primeiros na participação relativa ao PIB do Estado de Minas Gerais, ocupando o 9º lugar, com participação relativa de 1,3%.

6 – TRANSPORTES DE MINAS GERAIS

6.1 – Infra-Estrutura de Transporte Rodoviário

Minas Gerais comporta o maior sistema rodoviário do país. Somando as rodovias Federais e Estaduais, a extensão de sua malha rodoviária é de 269.545 km. O transporte rodoviário é o

Página 21 principal modal para o desenvolvimento do país. Minas está estrategicamente localizado, suas rodovias, segundo o DER (Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais), funcionam como artérias para a ligação entre as regiões centro-oeste/norte/nordeste como o sul/sudeste, incluindo o Mercosul.

De acordo com o DER, a malha rodoviária pavimentada de Minas Gerais é de 26 mil quilômetros, existindo ainda 8,7 mil quilômetros de rodovias não pavimentadas que cortam o Estado.

Tabela 6.1 - Malha Rodoviária do Estado de Minas Gerais – 2009 (em quilômetros)

Rodovias Rodovias Jurisdição Total Pavimentadas não Pavimentas Estadual (DER/MG) 17.896 7.521 25.417 Federais Delegadas 2.252 403 2.655 Estaduais 15.644 7.118 22.762 Federal (DNIT) 8.142 618 8.760 Total 26.037 8.193 34.176

Condições da Malha Rodoviária

Segundo Pesquisa Rodoviária de 2007 da Confederação Nacional do transporte, em que foram analisados 13.484 quilômetros de rodovias das mais importantes do estado de Minas Gerais, demonstra que uma parcela significativa da malha rodoviária do estado possui condição regular, existem muitos trechos avaliados como condições ruins e outros com condições péssimas.

Infra-estrutura de Transporte Rodoviário em Montes Claros

Montes Claros, como vem sendo apresentado nessa proposta, apresenta uma série de benefícios. Outro ponto importante a ser destacado é no que diz respeito à infra-estrutura de transporte rodoviário. Segundo publicação do DER-MG (Departamento de Estradas e de Rodagem de Minas Gerais), em 2002, Montes Claros é o segundo maior entroncamento rodoviário nacional. A cidade é servida por Rodovias Federais (BR-125, BR-365) e Estaduais que também permitem a ligação com outros modais rodoviários (BR-040, BR- 116), transitando 15.000 veículos por dia, aproximadamente.

6.2 – Infra-Estrutura de Transporte Ferroviário

Malha ferroviária do Estado

Página 22 A malha ferroviária de Minas Gerais corresponde a 17,8% do total brasileiro, somando 5.329 quilômetros. Por meio dessas ferrovias, o Estado tem acesso aos seguintes estados: Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins e São Paulo.

Outro ponto de grande relevância é o acesso aos portos do Rio de Janeiro (Sepetiba, Angra dos Reis e Rio de Janeiro), do Espírito Santo (Vitória, Tubarão e Praia Mole), da Bahia (Salvador e Aratu) e de São Paulo (Santos).

Os portos fluviais também podem ser acessados por meio das ferrovias mineiras. Nesse caso o acesso é ao porto de Pirapora, em Minas Gerais, e ao de Juazeiro, na Bahia.

Concessionárias

As concessionárias que operam as ferrovias de Minas Gerais são:

• Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM)

A extensão da ferrovia na qual essa concessionária atua é de 898 quilômetros, em linha dupla na sua maioria. Essa é considerada uma das mais modernas e produtivas ferrovias brasileiras, responsável por mais de um terço (do volume) de toda a carga ferroviária do Brasil.

Por meio dessa ferrovia são transportados o minério de ferro, o aço, o carvão, o calcário, o granito, o ferro-gusa, a madeira, a celulose, os contêineres, o coque, os fertilizantes e os produtos agrícolas.

Página 23 Fonte: ANTT

Figura 6.11 - Mapa da Malha Ferroviária Brasileira

• Ferrovia Bandeirantes S.A. (FERROBAN)

Essa concessionária atua em São Paulo e tem pontos de conexão com a Ferrovia Centro- Atlântica S.A. (FCA). A extensão da malha na qual atua é de 2.097 quilômetros.

• Ferrovia Centro-Atlântica (FCA)

A extensão da malha ferroviária coberta pela FCA é de 8.023 quilômetros. Trata-se do principal eixo que liga as regiões Centro-Oeste Nordeste e Sudeste do país. Essa ligação se dá por meio das malhas da Estrada de Ferro Vitória-Minas e da FERROBAN.

Página 24 Atende, além de Minas, os Estados de Goiás, Bahia, Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal. Essa ferrovia tem acesso aos portos de Tubarão e Vitória (Espírito Santo) e ao de Santos (São Paulo).

Dentre os itens transportados, destacam-se: soja, calcário, produtos siderúrgicos, açúcar, adubos e fertilizantes, além de derivados de petróleo e álcool e contêineres.

• MRS Logística

Essa concessionária atua em 1.643 quilômetros de malha ferroviária, possuindo ligação à FCA, à FERROBAN e à Estrada de Ferro Vitória-Minas.

Seu ponto forte é o atendimento às regiões industriais de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Corredores Ferroviários

• Corredor São Paulo - Nordeste

Esse corredor alcança três cidades mineiras: Montes Claros, Belo Horizonte e . É de grande importância para os estados de São Paulo e da Bahia, atravessando regiões de características bastante divergentes, assim como os produtos que transporta, que vão desde os bens de consumo a produtos minerais.

• Corredor Vitória – Centro Leste

A FCA, juntamente com a Estrada de Ferro Vitória a Minas, é a responsável pelo corredor de exportação que engloba os estados de Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo e Distrito Federal. O trecho atendido pela FCA é formado por mais de 1.300 quilômetros e o atendido pela Estrada de Ferro Vitória a Minas é de 898 quilômetros.

• Corredor São Paulo – Centro Oeste

Esse corredor atende aos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás, e utiliza os serviços da FCA. A malha ferroviária atendida por essa concessionária é de 1.527 quilômetros, e os principais produtos transportados são os grãos da Região Centro-Oeste, além de fertilizantes, açúcar, derivados do petróleo e etc., oriunda de Paulínia, do Estado de São Paulo.

Página 25 • Corredor Belo Horizonte - Rio de Janeiro

A MRS Logística é a concessionária responsável pelo transporte das cargas que utilizam esse corredor. Esse é dividido em duas vias férreas: Ferrovia do Aço, entre (MG) e Barra do Piraí (RJ), e Linha do Centro, desde (MG) até Barra do Piraí (RJ).

6.3 – Transporte Hidroviário

Seguindo uma tendência nacional, o transporte hidroviário é pouco explorado em Minas Gerais. Há, contudo, expectativas de que os portos fluviais de , no Rio Grande, de Santa Vitória, no Rio Paranaíba, e de Pirapora, no Rio São Francisco, sejam utilizados para o escoamento da produção dessas regiões para outras, inclusive para os países do Mercosul.

6.4 – Transporte Aéreo

A infra-estrutura aeroportuária de Minas Gerais é composta por 70 aeroportos pavimentados, de acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico.

Em , município localizado a 30 km da capital Belo Horizonte, está instalado o aeroporto mais importante de Minas. Esse aeroporto está apto para receber em suas instalações empresas exportadoras, importadoras e de logística.

7 - INFRA-ESTRUTURA DE ENERGIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

7.1 – Matriz Energética do Estado

A demanda total de energia do Estado de Minas Gerais, alcançou 31,3 milhões de tEP em 2005 e 32,3 milhões de tEP em 2006, demanda que para o referido ano, correspondeu à 14,3% da demanda total de energia do Brasil. A oferta primária de energia do estado tem-se mantido em patamares insuficientes para atender a demanda, tendo atingido 16,1 milhões de tEP em 2005 e 17,1 milhões de tEP em 2006.

A demanda do estado, portanto, tem sido atendida por meio de importações, sendo que em 2006, elas chegaram ao patamar de 56,6% da demanda do estado. Trata-se de uma tendência histórica do estado já que se arrasta por longos períodos, alternando apenas entre patamares maiores e menores.

Página 26 7.2 – Distribuição da Demanda de Energia do Estado

Em 2006 a maior parte da demanda de energia do estado de Minas Gerais veio do setor industrial (63,8%). Além desse, destacam-se como consumidores potenciais de energia o setor de transportes (18,4%) e os consumidores residenciais (11,3%).

Quanto à fonte de energia, a maior demanda é de lenha e derivados (31,7%), petróleo, gás natural e derivados (31,3%). Além destes, é importante ressaltar outras fontes de energia como a hidráulica e o carvão mineral com seus derivados, com índices de demanda de 13,5% e 12,9% respectivamente.

7.3 – Intercâmbio Externo de Energia do Estado

A maior parte das importações de energia do estado de Minas Gerais, vem sendo de petróleo, gás natural e derivados ao longo de muitos anos. Em termos percentuais, essas fontes representam mais da metade das importações de energia, com um percentual de 58% nas importações realizadas em 2005 e 2006. Além destes, destaca-se a importação de carvão mineral e derivados que corresponde a mais de 20% das importações de energia para o mesmo período.

Em se tratando de exportação de energia, vemos que ela está em patamar muito abaixo das importações, sendo que enquanto essas estão com média em patamares superiores a 18 milhões de tEP entre 2004 e 2006, aquelas não passam de 3,1 tEP de média para esse mesmo período. A maior parte das exportações de energia do estado consiste em eletricidade (60%).

7.4 – Geração e Distribuição de Energia no Estado

Minas Gerais possui 18,5% da capacidade de geração de energia do Brasil, segundo dados do instituto de desenvolvimento integrado de Minas Gerais. A maior parte dessa energia vem dos recursos hídricos da região. Operam no estado em geração de energia, 6 empresas, das quais a maior é a Companhia Energética do Estado de Minas Gerais.

Atualmente a CEMIG opera 55 usinas, sendo 49 hidrelétricas, quatro termelétricas e uma eólica, com uma capacidade de cerca de 6.132 megawatts. A empresa possui um dos maiores complexos de transmissão em extra-alta tensão do país, este sistema tem sua concentração no Triângulo Mineiro e faz a ligação entre os sistemas elétricos das regiões

Página 27 sudeste e sul do país. Atualmente o sistema de transmissão possui 21.120 quilômetros de linhas de transmissão e subtransmissão e 424 estações.

8 - INFRA-ESTRUTURA DE TELECOMUNICAÇÕES EM MINAS GERAIS

Em Minas Gerais, as empresas de telecomunicações nacionais e internacionais mantêm uma estrutura com 6,04 milhões de linhas fixas instaladas e 16,1 milhões de linhas móveis, com capacidade e tecnologia para aumentar a oferta.

Uma parceria entre o Governo de Minas e as operadoras levou a telefonia celular a 100% das cidades mineiras. Elevando um número de 412 para 853 municípios com acesso ao serviço móvel nos últimos anos. Em Belo Horizonte, os investimentos em tecnologias de fibra óptica conectam as principais cidades do Estado e do país, além de permitir a utilização de rede de Internet de alta velocidade.

9 – EXORTAÇÕES DO ESTADO DE MINAS GERAIS

9.1 – Relação de Minas Gerais com o Comércio Exterior

Minas Gerais vem conquistando uma posição de destaque no cenário nacional, no que diz respeito às suas relações com o comércio internacional. O estado tem apresentado um ótimo desempenho no comércio exterior nos últimos anos.

Nas exportações, Minas obteve um recorde no ano de 2008, alcançando a marca de US$ 24,4 bilhões, o que significa um crescimento de 33,2% em relação ao ano de 2007, praticamente triplicando o valor do ano de 2001.

Os produtos mais exportados por Minas Gerais são: minérios metalúrgicos, produtos metalúrgicos e café, que somados representam 65% do volume exportado pelo Estado.

O alto desempenho das operações de Minas com o comércio exterior pode ser evidenciado em trabalho realizado denominado de Panorama do Comércio Exterior de Minas Gerais. Nesse material é apresentado um estudo realizado pelo Governo de Minas, contendo de forma clara e objetiva os principais indicadores do comércio exterior mineiro, a partir de informações geradas pelo Governo Federal (por meio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e do Ministério da Fazenda). Pode ser acessado no endereço:..http://200.198.22.181/pdf/panorama_comex/Panorama_Comex_2009_baixa.pdf

Página 28 10 - CIDADE DE MONTES CLAROS

10.1 – Apresentação da Cidade

Montes Claros, localizada no Norte de Minas, é considerada Pólo Socioeconômico Regional dessa região. Isso se deve à sua capacidade de influenciar a orientação e a expansão do processo de desenvolvimento das regiões Norte de Minas, parte do Vale do Jequitinhonha, sul e sudoeste baiano.

Considerada ainda um dos principais municípios integrantes da Região Mineira do Nordeste – RMNE, Montes Claros mantém-se como o principal centro urbano de referência da população dessa área. A SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), por meio de incentivos fiscais, proporcionou a considerável transformação da cidade e da própria RMNE. Esses incentivos permitiram que fossem realizadas importantes modificações estruturais no município, determinando fluxos internos de pessoas, hábitos, capital e tecnologia. Além de aproximar Montes Claros dos demais centros produtores e consumidores do país.

O processo de industrialização de Montes Claros foi intensificado na década de 60, quando foi instalado o escritório da SUDENE em Minas Gerais, tendo Montes Claros como sua cidade sede. A partir daquele momento, os indicadores socioeconômicos de Montes Claros evoluíram significativamente. E hoje os investimentos são aplicados em diversas áreas, dentre elas: pecuária, indústria e no setor terciário. Nesse último pode-se destacar a evolução do comércio local e da prestação de serviços.

Duas das atividades que mais tem se desenvolvido no segmento de prestação de serviços são: educação e saúde. Na primeira, ganha destaque o ensino superior. Deve-se enfatizar que ambas as atividades tem atraído pessoas de todo o Brasil para a cidade em questão, em função da qualidade da prestação desses serviços.

A seguir serão apresentados dados que comprovam que Montes Claros é referência no Norte de Minas e em todo o Estado, devido aos bons índices relacionados à educação de ensino superior e ao acesso aos serviços de saúde pública e privada.

Estima-se que gravita em torno de Montes Claros uma população de 2 milhões de pessoas, distribuída nas demais cidades do Norte de Minas, no do Vale do Jequitinhonha, e em algumas cidades do Sul da Bahia.

Página 29 Com 352.384 habitantes2, o município de Montes Claros está localizado na Região do Alto Médio São Francisco, ao Norte do Estado de Minas Gerais, possuindo área total de 3.582 Km2, a sede ocupa 97 Km2.

10.2 – Competitividade Municipal

O Estado de Minas Gerais é formado por 853 municípios. Dentre esses, Montes Claros ganha destaque no que diz respeito à atratividade e à competitividade em relação às oportunidades de negócio.

O crescimento e o desenvolvimento de Montes Claros são percebidos por investidores de todo o país. Sua competitividade e sua atratividade são devidas a diversos fatores, como: potencial de consumo, características da população, infra-estrutura de transporte rodoviário, parque industrial instalado, infra-estrutura na saúde e na educação, além de contar com instituições de fomento ao desenvolvimento.

Esses fatores serão detalhados a seguir.

Potencial de consumo

No ano de 2008, o Atlas do Mercado Brasileiro3, apontou Montes Claros como o município mais dinâmico do Estado de Minas Gerais e o 27º do Brasil.

Para medir o dinamismo dos municípios, o Atlas do Mercado Brasileiro utiliza como referência alguns aspectos, atribuindo pesos aos mesmos. Os aspectos avaliados são:

Tabela 10.1 - Potencial de Consumo de Montes Claros

Incremento Peso IPC Florenzano 2 PIB 1 Depósitos Bancários + Operações de Crédito 2 Criação de Empresas 1 Licenciamento de Veículos 1 População 1 Cesta de Gastos Municipais Sociais Per Capita* 2 Fonte: ACI, Unimontes - Montes Claros Potencialidades

2 População estimada para o ano de 2007 – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2006 – IBGE. 3 Atlas do Mercado Brasileiro 2008. Publicado pela Gazeta Mercantil, apresenta o perfil socioeconômico de todos os Estados em mapas enriquecidos com dados sobre infra-estrutura, educação, saúde e comércio exterior – além de outros indicadores, entre eles itens como consumo de produtos e serviços, com informações detalhadas sobre renda de famílias; informações bancárias; bens de consumo; materiais de construção; aquisição e reforma de imóveis; de veículos; cultura; serviço de saúde e turismo.

Página 30 Segundo o Atlas do Mercado Brasileiro, publicado em 2008, os dados que compõem o Índice de Potencial de Consumo (IPC) de Montes Claros são:

Tabela 10.2 - IPC - Indíce de Potencial de Consumo Montes Claros 2008

Indicador R$ % Renda 2.287.335.910 0,148 População 352.384 0,192 Carne Vermelha 20.750.442 0,114 Frango 17.137.486 0,168 Frutas 14.320.768 0,154 Legumes e verduras 12.658.733 0,163 Leites e derivados 45.502.840 0,162 Iogurtes 3.210.287 0,185 Macarrão 6.777.953 0,193 Panificados 27.980.529 0,153 Emlatados e conservas 1.969.183 0,098 Óleo de cozinha 13.891.348 0,223 Maionese 1.046.889 0,168 Café moído 9.721.582 0,193 Biscoitos, doces e salgados 9.476.177 0,168 Refeições fora de casa 124.303.695 0,155 Refeições preparadas 9.448.258 0,165 Cerveja 23.237.773 0,180 Refrigerante 22.548.027 0,174 Sucos 2.567.645 0,156 Produtos de higiene 36.026.075 0,142 Pepel Higiênico 4.609.034 0,157 Produtos de limpeza 16.642.269 0,175 Imóvel aquisição 168.387.421 0,208 Imóvel reforma 69.754.923 0,221 Imóvel aluguel 248.926.101 0,129 Móveis 35.546.645 0,135 Veículos aquisição 124.451.601 0,126 Veículos manutenção 27.455.929 0,131 Roupas masculinas 30.333.117 0,166 Roupas femininas 32.312.318 0,159 Roupas criança 17.303.589 0,169 Calçados 39.919.737 0,170 Educação 85.958.078 0,153 Livros, revistas, jornais 4.484.704 0,094 Brinquedos e jogos 5.889.755 0,156 Planos de saúde 30.666.676 0,119 Médicos 5.679.181 0,111 Remédios 57.703.276 0,170 Tratamento dentário 15.393.422 0,178 Óculos e lentes 3.335.351 0,113 Computadores 26.912.610 0,129 Celular 101.229.638 0,168 Aparelhos de som 5.786.797 0,146 Eletrodomésticos 37.511.326 0,138 Cabelereiros 11.250.034 0,150 Fumo 12.792.654 0,137 Viagens 36.499.235 0,177 Fonte: Atlas do Mercado Brasileiro 2008, Gazeta Mercantil

Página 31 Tabela 10.3 - Distribuição Setorial das Empresas Montes Claros 2007

Setor Qtde Indústria 1056 Serviços 3411 Agrobusiness 129 Comércio 6762 Total 11368 Fonte: Target Marketing - IPC Target 2007 - Brasil em Foco

Tabela 10.4 - Distribuição das Empresas por Setor Montes Claros 2007 Setor Qtde Serviços de saúde 331 Agências Bancárias 18 Educação 220 Administração pública 21 Atividades financeiras 80 Correios e telégrafos 21 Transportes 419 Alojamento/alimentação 501 Serviçoes em geral 1.800 Indústria extrativa 12 Construção 266 Reciclagem 7 Prod. distrib./eletric./gás/água 4 Indústria em geral 777 Comércio atacadista 666 Comércio varejista 6.096 Fonte: Target Marketing - IPC Target 2007 - Brasil em Foco

População

Montes Claros está posicionada entre as cinco maiores cidades de Minas Gerais, ocupando a 5ª posição – esse levantamento não inclui Belo Horizonte, capital do Estado, e utiliza como referência a quantidade de habitantes das cidades.

Página 32 Tabela 10.5 - População dos 10 Maiores Municípios Mineiros (excluída a capital Belo Horizonte)

Posição Município População 1º 608.650 2º Uberlândia 608.369 3º Juiz de Fora 513.348 4º 415.098 5º Montes Claros 352.384 6º Ribeirão das Neves 329.112 7º Uberaba 287.769 8º Governador Valadares 260.369 9º 238.397 10º Santa Luzia 222.507 Fonte: IBGE - 2007

Infra-estrutura de Saúde

Montes Claros tem um papel de suma importância na área de saúde, sendo considerada referência para o Norte de Minas, para o Vale do Jequitinhonha e ainda para o Sul da Bahia. A cidade é considerada pólo de atendimento à saúde, o melhor equipado. Inclusive, várias das ações desenvolvidas nesse segmento pela cidade são utilizadas como parâmetro e referência para as ações de saúde a nível estadual.

Infra-estrutura Educacional

O ensino de Montes Claros vem se desenvolvendo significativamente, especialmente no que tange ao ensino superior. A cidade conta hoje com um campus regional de ciências agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com a Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES) e com outras quinze faculdades privadas. No total, são oferecidos mais de 40 especialidades na graduação e outras tantas nos cursos de pós-graduação, nos níveis de especialização e de mestrado.

Instituições de Fomento ao Desenvolvimento

Montes Claros conta com as principais instituições públicas estaduais e federais de apoio e incentivo ao desenvolvimento. Essas instituições estão relacionadas a seguir:

• Agência de Desenvolvimento do Norte de Minas - ADENOR • Caixa Econômica Federal; • Banco do Brasil; • Banco do Nordeste;

Página 33 • Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco – CODEVASF; • Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA; • Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais – DER-MG; • Departamento Nacional de Obras contra as Secas – DNOCS; • Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais – EMATER-MG; • Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE; • Instituto de Desenvolvimento do Nordeste – IDENE; • Regional Norte – FIEMG; • Instituto Estadual de Floresta – IEF; • Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA; • Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE; • Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC; • Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI; • Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR; • Serviço Social do Comércio – SESC; • Serviço Social da Indústria – SESI; • Serviço Social do Transporte – SEST/SENAT.

Demografia

Montes Claros está contemplado entre os 2,3% dos municípios cuja população é de 100.000 a 500.000 habitantes, cuja densidade demográfica é de 85,2 hab/km2. Apenas 20 dos 853 municípios mineiros se enquadram nessa faixa, segundo o Censo 2000 do IBGE.

Segundo dados do Censo Demográfico, realizado no ano de 2001 pelo IBGE, a população de Montes Claros é considerada jovem, uma vez que 55% (valor compreendido entre as faixas etárias de 18 a 59 anos) estão em condições potenciais de atendimento ao mercado de trabalho, de acordo com a Tabela 07.

É importante ressaltar que esses números devem estar ainda mais favoráveis, visto que o último levantamento foi feito no ano de 2001, quando a população era inferior aos atuais 352.384 habitantes.

Página 34 Tabela 10.6 - População Distribuída por Faixa Etária Montes Claros 2001 Faixa Etária População Participação (%) 0 a 17 anos 124.106 39 18 a 24 anos 47.474 15 25 a 39 anos 71.502 23 40 a 59 anos 54.197 17 60 ou mais anos 20.287 6 Total 317.566 100 Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2001

Fonte: DATASUS – Cadernos de saúde, 2009.

Figura 10.1 - Pirâmide etária da população de Montes Claros referente ao ano de 2009

A distribuição etária da população de Montes Claros diverge ligeiramente da população total de Minas Gerais. Há, no referido município, maior percentual da população em condições potenciais de atendimento ao mercado de trabalho (entre 15 e 59 anos de idade), sendo 65% em Montes Claros e 64% em Minas Gerais. A diferença é compreendida através da análise separada por faixa etária, onde fica demonstrada que a cidade apresenta maior concentração relativa da população na faixa etária de 20 a 29 anos de idade - 20% em Montes Claros e 18% em Minas Gerais.

Página 35 Grande parte desse fato se deve à influência que Montes Claros exerce sobre as cidades vizinhas enquanto um pólo de educação superior da região, atraindo significativo contingente de jovens, nessa faixa etária, para o município.

Sendo assim, a razão de dependência de Montes Claros, analisada separadamente entre jovens e idosos, varia inversamente quando comparada com Minas Gerais: o município apresenta razão de dependência de 13,23 para idosos e 39,73 para jovens, enquanto o estado apresenta 17,12 e 37,60, respectivamente.

A cidade de Montes Claros apresentou, segundo estimativas do IBGE para 2009, elevado crescimento populacional se compararmos com o Brasil, pois, de 2000 até 2009, o município apresentou crescimento populacional de 18,3%, enquanto o país registrou 12,7%. A explicação para este fato pode ser explicado pela maior taxa de natalidade bruta de Montes Claros em comparação ao Brasil, porém, observa-se que, a partir de 2004, os valores se aproximam, culminando, em 2008, em uma inversão: Montes Claros apresentou menor taxa bruta de fecundidade em comparação ao Brasil no referido ano, conforme pode ser observado na tabela abaixo.

Tabela 10.7 – Taxa Bruta de Natalidade

Condições Local 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Taxa Bruta de Brasil 19,9 18,9 18,1 17,5 17,2 16,9 16,5 15,8 15,3 15,4 Natalidade Montes Claros 23,4 19,6 20,6 19,2 19,1 18,0 16,9 16,8 16,2 14,4

Fonte: DATASUS – Cadernos de saúde

Tabela 10.8 – População Residente por Ano

Ano População Método 2009 363226 Estimativa 2008 358271 Estimativa 2007 355341 Estimativa 2006 348990 Estimativa 2005 342585 Estimativa 2004 330009 Estimativa

Página 36 2003 324470 Estimativa 2002 318916 Estimativa 2001 313689 Estimativa 2000 306947 Censo Fonte: IBGE, Censos e Estimativas

Indicadores produtivos

De acordo com informações disponibilizadas por meio do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) do Estado de Minas Gerais, Montes Claros apresentou componente produtivo muito favorável para toda extensão territorial da cidade. O componente produtivo é calculado a partir de indicadores das malhas ferroviárias e rodoviárias, o transporte aéreo, o VA da indústria, agropecuário e de serviços, além das exportações.

As potencialidades sociais do município, verificadas através do ZEE, também são consideradas muito favoráveis. Para mensurar as potencialidades sociais do município são levados em consideração indicadores dos componentes produtivo, natural, institucional e humano. Dessa forma, apesar de alguns dos indicadores serem desfavoráveis, como no caso do componente natural, o conjunto desses elementos resulta no resultado positivo das potencialidades sociais.

Histórico

A cidade de Montes Claros nasceu na fazenda de mesmo nome, fundada em 1707 pelo bandeirante Antônio Gonçalves Figueira. Setenta anos mais tarde, Manuel Ângelo Figueira, filho do antigo bandeirante, vende a fazenda ao alferes José Lopes de Carvalho. O lugar é reformado e uma nova sede é construída. Ao redor de uma capela, erguida em homenagem a Nossa Senhora da Conceição e São José, forma-se o povoado de Formigas. A povoação cresce rapidamente, devido à proximidade da estrada que ligava Tejuco à Bahia e devido à fabricação de salitre na região. Em 1831, de arraial passa à vila, com o nome de Montes Claros das Formigas.

Em 1857, a Vila Montes Claros de Formigas teria pouco mais de 2.000 habitantes, mas os políticos já pleiteavam a elevação à cidade, pois os melhoramentos existentes eram os mesmos de quase todos os municípios da Província.

Página 37 Assim, pela Lei 802 de 03 de julho de 1857, a Vila passou a cidade - Cidade de Montes Claros, sem formigas, que desagradava a todos os formiguenses. A partir dali seriam "montesclarenses".

Em 12/07/1858 tomaram posse os novos vereadores. Por muito tempo, o aspecto da cidade permaneceu quase o mesmo. O desenvolvimento da cidade continuava lento, pois os meios de transporte permaneciam: Cavalos e liteira para as pessoas, carros de bois e tropas de burros que conduziam mercadorias, num comércio mútuo, suadas andanças pelas estradas estreitas e poeirentas, muitas delas abertas pelos bandeirantes.

A maior riqueza do município concentra-se na pecuária. O rebanho bovino é um dos maiores do Brasil, ocupando um território de 3.470 km. A Agropecuária, comércio e indústria dinâmicos e em expansão fazem crescer a cidade, com ótima infra-estrutura. A cultura, atuante, é tradição.

É imprescindível ressaltar quão importante é essa posição para Montes Claros, que sendo classificada como 5ª maior cidade do Estado aumenta o seu potencial para atrair investimentos públicos, a nível estadual e municipal, voltados para a manutenção de uma infra-estrutura que garanta a manutenção produtiva do município.

11 – INFRA-ESTRUTURA E ASPECTOS SOCIAIS DE MONTES CLAROS

11.1 – Aspectos Físicos (Clima, Solo, Hidrografia)

O clima de Montes Claros é característico do tipo tropical semi-árido, quente e seco. O Cerrado Caducifólio e Sub-Caducifólio são a cobertura vegetal predominante, porém há rápidas ocorrências de Cerrado Superemifólio e áreas de transição Cerrado/.

De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais – EMATER, com solos com elevada variação em termos de tipologia – Argiloso Vermelho, Cambissolo Háplico, Neosolo Quartizarenico, Latossolo Vermelho, Latossolo Vermelho Amarelo, Neossolo Litolito –, Montes Claros apresenta precipitação média anual de 1.060mm concentrados no período de outubro a março e temperatura média anual de 24,2 ºC.

Pelo fato de estar localizado na Região do Alto Médio São Francisco, especificamente na Bacia do Rio Verde Grande, o município de Montes Claros conta com diversos cursos d’água com regimes perene e semi-perene, destacando-se: Rio Verde Grande, Rio do Sítio,

Página 38 Rio do Peixe, Rio Vieira, Córrego dos Bois, Córrego do Cedro, Rio Canoas, Ribeirão Traíras, Rio Pacuí, Rio São Lamberto, Riachão, Rio do Vale e Rio Pradinho.

11.2 – Infra-Estrutura de Transporte

Devido à localização geográfica estratégica e ao crescimento do sistema viário de Montes Claros, essa cidade foi classificada pelo Plano Rodoviário Nacional como o “2º maior Entroncamento Rodoviário” do país.

O município se liga ao restante do país através dos seguintes meios de transporte: aéreo, ferroviário e rodoviário, com predominância deste último.

Figura 11.1 - Localização de Montes Claros

Página 39 Figura 11.2 – Vista Parcial da Cidade de Montes Claros

Transporte Ferroviário

O transporte ferroviário também está presente nessa cidade e conta com a prestação de serviços da Ferrovia Centro Atlântica. Por meio dela são recebidos óleo diesel, gasolina e álcool oriundos de Belo Horizonte e repassados para o consumo interno. A distância ferroviária entre Montes Claros e Belo Horizonte é 420 km, e para Salvador a distância é 1.100 km.

Transporte Rodoviário

O transporte rodoviário, mais atuante dentre os demais modais brasileiros, é também classificado em Montes Claros como o mais importante. Essa cidade conta com 10 empresas intermunicipais que operam no terminal rodoviário, com linhas diárias para todo o Brasil. Além disso, o transporte de cargas hoje é realizado por mais de 20 empresas.

Página 40 A região Norte do Estado de Minas Gerais e consequentemente Montes Claros, por um longo período da sua história , teve como principal vocação econômica a exploração agropecuária , atividade praticada de forma extensiva com hábitos antigos , herdados dos primeiros desbravadores da região que por estas bandas se embrenhavam com a finalidade de abrir fazendas e produzir alimentos para a região do “garimpo” (Diamantina, Serro, Grão Mogol e até mesmo Ouro Preto, Mariana e Sabará).

Esta situação na economia da Região somente começou a mudar a partir da década de 60 do século passado com a criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, marco inicial da industrialização no Município. A partir de então, foi criado o Distrito Industrial do Município, exigindo-se, em conseqüência, que modernos meios de transporte fossem implantados para a formação e satisfação do elo produção e consumo. A localização da cidade, distante dos grandes centros consumidores do país aliada ao seu potencial produtivo, serviu para que modernas vias de escoamento fossem projetadas e implantadas para a interligação do Sul e Sudeste com a região Norte e Nordeste.

A ligação terrestre de Montes Claros com os principais centros consumidores é feita através das estradas federais que perpassam a região:

BR – 135 - com traçado ligando a cidade do Rio de Janeiro a São Luis do Maranhão, acha - se implantada com pavimento asfáltico de excelente qualidade em praticamente toda a sua extensão. O trecho do Rio de Janeiro a Montes Claros, com tráfego superior a 6.000 veículos no sub-trecho Belo Horizonte – Montes Claros, vem passando por processo de restauração, com re-engenharia de grande parte do trecho em obras, colocando esta BR entre uma das melhores do Brasil;

BR – 365 - em excelente condições de tráfego, foi implantada com o propósito de ligar o Triangulo Mineiro, Brasília e parte de Goiás com o Nordeste, mais precisamente os portos de Ilhéus e Salvador. Por esta rodovia trafega atualmente cerca de 4.500 veículos procedentes não só das regiões já citadas, mas também dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul;

BR – 251 - tem o seu traçado original ligando o Distrito Federal ao Porto de Marau na Bahia. Grande parte do tráfego desta BR é proveniente ou destinado às BR’s-040 e 365 .

BR-122 - passa por Montes Claros e demanda cidades ao extremo Norte de Minas e Sudoeste Baiano como Janaúba, , , , Espinosa em

Página 41 Minas Gerais e Urandi, Guanambí, Bom Jesus da Lapa, Carinhanha e Barreiras no Estado da Bahia.

A seguir, as distancias de Montes Claros de algumas das principais cidades brasileiras:

• Brasilia – 694 km • São Paulo – 1.033 km • Rio de Janeiro – 860 km • Salvador – 1.122 km • Vitória – 958 km • Belo Horizonte – 421 km • Uberlândia – 629 km

O transporte rodoviário de cargas vem sendo praticado pelas principais empresas transportadoras do Brasil, existindo na cidade filiais de nada mais que dezesseis das grandes empresas transportadoras. Já o transporte coletivo inter-municipal e inter-estadual é oferecido por doze empresas que contribuem para permitir um fluxo de 80 mil passageiros por mês no terminal rodoviário local.

Transporte Aéreo

Administrado pela Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária – – da estrutura do Ministério da Defesa, o aeroporto de Montes Claros ocupa uma área de dois milhões de metros quadrados na região nordeste da cidade, e a sua pista de pouso é de 2100 x 45 metros, com possibilidade para futuras expansões, não só no que se refere à embarque de passageiros mas também para terminal de carga e descarga. Opera para pousos e decolagens de aeronaves do porte de Boeing 737-300 e Air Bus A-320. Possui equipamentos de segurança, tais como farol noturno; controle de navegação aérea; balizamento luminoso – balizamento NDB – e dois grupos geradores, permitindo operação de pouso e decolagem a qualquer hora.

A cidade é servida pelas empresas Air Minas utilizando aeronaves EMB-120 e a Trip Linhas Aéreas com equipamentos ATR 42, num total de seis voos diários com destino a Belo Horizonte e conexões.

Página 42 Ainda como parte dos equipamentos de segurança, a INFRAERO conta com um pelotão do corpo de Bombeiros de Aeródromo composto por dezessete militares devidamente treinados para esse tipo de emergência.

Figura 11.3 - Vista Aérea do Aeroporto de Montes Claros

A estrutura do aeroporto de Montes Claros é composta por vinte e seis funcionários fixos e mais duzentos indiretos, capacitando a operar sob qualquer condição de tempo no transporte de carga e passageiros para qualquer parte do país e exterior.

11.3 - Comunicação

O município de Montes Claros é atendido pelas principais empresas do ramo de telefonia fixa e móvel: OI, TIM, CLARO, VIVO. Por meio dessas empresas, são disponibilizados para a cidade os serviços de telefonia fixa, telefonia celular e comunicação multimídia (redes multimídia, soluções de tecnologia da informação e internet). Também conta com a Master Cabo, empresa do ramo de TV e Internet a cabo.

Página 43 11.4 - Energia

A CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais) é responsável pelo fornecimento de energia elétrica em Montes Claros, para uso industrial, comercial ou residencial. Essa companhia dispõe de 55 usinas, cuja capacidade instalada alcança a marca de 6.132 MW.

A Tabela 11.1 indica a capacidade instalada de energia elétrica para atender ao município de Montes Claros:

Tabela 11.1 - Capacidade Instalada de Energia

Usina Rio Localização Capacidade (kWh) Irapé Jequitinhonha Grão Mogol 360.000 Pandeiros Pandeiros Januária 4.200 Santa Marta Ticororó Grão Mogol 1.000 Três Maria Rio São Francisco Três Marias 396.000 Fonte: CEMIG

O grupo de consumidores residenciais representa cerca de 84,5% do total. Ficando os 15,5% restantes para consumidores industriais, comerciais, rurais, dentre outros.

O aumento de consumidores em 27%, quando comparados os totais de 2005 e de 1997, indica o potencial da cidade e fortalece a sua competitividade.

Tabela 11.2 - Consumo de Energia Elétrica e Mwh: 1999 a 2005

Ano \ Classe Residencial Industrial Comercial Rural Outros Total 1999 118.893 99.918 50.006 16.114 39.183 324.114 2000 122.256 109.551 61.370 15.122 40.379 348.678 2001 107.199 99.951 27.290 13.534 - 247.974 2002 103.224 91.942 57.613 13.444 40.675 306.898 2003 109.531 83.354 62.503 13.889 45.320 314.597 2004 179.135 63.916 36.568 6.306 25.537 311.462 2005 111.874 97.287 72.048 13.400 46.473 341.082 Fonte: CEMIG

Tabela 11.3 - Número de Consumidores de Energia Elétrica 1999 a 2005 Ano \ Classe Residencial Industrial Comercial Rural Outros Total 1999 71.365 799 8.394 3.358 585 84.501 2000 75.129 826 8.774 3.398 619 88.746 2001 79.916 881 9.430 3.553 608 94.388 2002 83.628 794 9.528 3.803 636 98.389 2003 86.314 837 9.900 4.200 637 101.888 2004 87.691 846 10.006 4.314 658 103.515 2005 91.032 825 10.526 4.563 678 107.624 Fonte: CEMIG

Página 44 Vale ressaltar que segundo dados da CEMIG, até o mês de Abril no ano de 2009 o total do número de consumidores de Energia Elétrica em Montes Claros, havia saltado para o número de 118.413.

11.5 – Saneamento Básico

Montes Claros dispõe da prestação de serviços da COPASA (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) para o abastecimento de água e para o esgotamento sanitário do município. Para Montes Claros existiam em abril de 2007, 96.770 ligações/economias, incluindo o Distrito de Nova Esperança, o que corresponde a um atendimento de 99% da população total. Houve elevação desse número para 104.196 ligações/economias em Março de 2009. Entende-se por economias as ligações coletivas de água, como acontece em prédios de apartamentos.

De acordo com essa concessionária, o consumo mensal de água no município é de aproximadamente 1 milhão de m³.

Quanto ao esgoto, existiam em Abril de 2007, 79.036 ligações, correspondendo ao atendimento de 96% da população total, esse número foi aumentado para 83.401 em Março de 2009. Para esse serviço, não existem as economias, razão pela qual os quantitativos de ligações de água não guardam proporção com as ligações de esgoto.

O município conta com uma moderna Estação de Tratamento de Esgoto – ETE, inaugurada em Fevereiro de 2010, que opera no tratamento de mais de 400 litros/segundo de esgoto, e cujo objetivo é solucionar um dos maiores problemas ambientais do município. Trata-se de evitar a destinação de esgotos diretamente nos cursos d’água.

A limpeza urbana e a coleta de lixo são de responsabilidade da Empresa Municipal de Serviços, Obras e Urbanização – ESURB, que comporta uma estrutura para tratamento e reciclagem de 270 toneladas de lixo diariamente.

11.6 - Saúde

Os avanços, em Montes Claros, na área de saúde são perceptíveis. A cidade conta com profissionais altamente capacitados e equipamentos de primeira geração em hospitais modernos, tanto públicos quanto privados. A rede de saúde é composta por 15 centros de saúde e 3 policlínicas, instalados na zona urbana, prestando serviços médicos e

Página 45 odontológicos. A zona rural de Montes Claros (distritos) é atendida por meio de 8 postos de saúde instalados.

A capacidade de atendimento dos centros de saúde é de 45 mil pessoas/mês. No que diz respeito aos serviços odontológicos, são realizados 40 mil procedimentos todos os meses.

Montes Claros pela sua influência sócio-econômica, tornou-se uma cidade-pólo no Norte do Estado de Minas Gerais, agregando no seu entorno de 122.176 M2 um total de 86 municípios que soma população de cerca de um milhão e seiscentos mil habitantes. A despeito de todas as cidades que formam o pólo norte-mineiro possuírem serviços de saúde, a grande maioria se serve do atendimento médico-hospitalar de Montes Claros para tratamento que requer especialização não disponível em seus municípios, todos dispondo de veículos especialmente equipados para o transporte de pacientes.

A oferta de leitos hospitalares do município chega atualmente a 1.031 unidades distribuídos pelos Hospitais Irmandade Nossa Senhora das Mercês – Santa Casa -, Fundação Hospitalar de Montes Claros Aroldo Tourinho, Hospital Universitário Clemente de Farias, Hospital da Fundação Dílson Godinho, Hospital Prontomente e Pré-Hospital Alpheu de Quadros. O Município disponibiliza ainda, 15 Centros de Saúde e cerca de 62 Unidades do Programa Saúde da Família.

Vale ressaltar o apoio prestado pela Prefeitura de Montes Claros, que oferece incentivos financeiros aos hospitais Santa Casa e Aroldo Tourinho, duas empresas de suma importância para a cidade.

A área de saúde do Município de Montes Claros conta também com os atendimentos prestados por clínicas e laboratórios que são referência nas mais diversas áreas médicas como: pediatria, gastroenterologia, reumatologia e doenças da coluna, ginecologia e obstetrícia, fisioterapia, e cardiologia.

De uma maneira geral a área de saúde do Município vem prestando relevantes serviços à população, dispondo de tecnologia de ponta e profissionais experientes para os serviços das mais variadas especialidades. Acha-se à disposição da sociedade serviços de mamografia; hemodinâmica; RX (móvel e fixo); aceleradores lineares e tomógrafos; serviços de laboratório e análises clínicas; serviços de eletroencefalografia; serviços de ultra- sonografia; serviços de endoscopia; ecocardiologia; audiometria; ressonância magnética; mastologia e inúmeras outras especialidades .

Página 46 Finalmente, Município de Montes Claros conta também com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU que atende pelo 192 e acolhe pedidos de ajuda médica de cidadãos acometidos por agravos agudos à saúde, de natureza clínica, psiquiátrica, cirúrgica, traumática obstétrica e ginecológica. Este serviço de saúde é desenvolvido pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, em parceria com o Ministério da Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde. No caso do Município de Montes Claros em particular, este serviço tem sido de extrema utilidade, levando o socorro médico a tempo e a hora em todos os quadrantes da Município. Para se ter uma idéia da importância deste serviço, em 2008 foram registrados 23.299 atendimentos.

São realizados ainda serviços de combate à desnutrição infantil, vigilância sanitária e controle de zoonoses.

11.7 - Educação

A rede de ensino básico de Montes Claros produz resultados eficientes nas diversas redes: federal, estadual, municipal, particular, ensino profissionalizante, ensino livre, cursos preparatórios para vestibular, universidade federal, universidade estadual e faculdades privadas.

Tabela 11.4 - Ensino Montes Claros - Matrículas, Docentes e Rede Escolar 2006

Tipo de Ensino Docentes Matrículas Escolas Ensino Fundamental - Escola Pública Estadual 1.644 32.270 52 Ensino Fundamental - Escola Pública Federal 1.980 38.000 62 Ensino Fundamental - Escola Pública Municipal 929 18.419 57 Ensino Fundamental - Escola Privada 669 8.907 54 Subtotal Ensino Fundamental 5.222 97.596 225 Ensino Médio - Escola Pública Estadual 862 17.064 29 Ensino Médio - Escola Pública Federal - - - Ensino Médio - Escola Pública Municipal 16 168 1 Ensino Médio - Escola Privada 280 4.260 16 Subtotal Ensino Médio 1.158 21.492 46 Ensino Pré-Escolar - Escola Pública Estadual - - 0 Ensino Pré-Escolar - Escola Pública Federal - - 0 Ensino Pré-Escolar - Escola Pública Municipal 317 6.433 57 Ensino Pré-Escolar - Escola Privada 248 3.933 60 Subtotal Ensino Pré-Escolar 565 10.366 117 Ensino Superior - Escola Pública Estadual 966 8.121 1 Ensino Superior - Escola Pública Federal - 220 1 Ensino Superior - Escola Pública Municipal - - - Ensino Superior - Escola Privada 616 8.856 15 Subtotal Ensino Superior 1.582 17.197 17 Total Geral 8.527 146.651 405 Fonte: IBGE

Página 47 Ensino Superior e Profissionalizante

O ensino superior de Montes Claros é composto por uma Universidade Estadual (Unimontes), um campus regional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e por outras dezesseis faculdades privadas, dentre as quais se destacam: Santo Agostinho, Faculdades , Facit, Prisma, Faculdades Pitágoras, Funorte, Unipac, Facomp, Unopar. Além de cursos de graduação, esses centros educacionais oferecem também cursos de pós-graduação, nos níveis de especialização e de mestrado. Nesse segmento, tem-se uma unidade regional da Fundação Getúlio Vargas também instalada em Montes Claros, cuja atuação é bastante representativa.

A população universitária de Montes Claros já ultrapassou a marca dos 35.000 alunos, oriundos não apenas desta cidade, mas de todas as outras do Norte de Minas e do Sul da Bahia. A presença desses estudantes na cidade gera demanda no fornecimento de bens e de serviços, aumentando o consumo e melhorando os índices da economia local.

No ensino profissionalizante, Montes Claros é atendida pelas entidades a saber: FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, por meio da atuação do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial); SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial; SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas; SEST – Serviço Social do Transporte; e SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.

As instituições de ensino técnico e superior estabelecidas em Montes Claros oferecem 211 cursos dentre as diversas áreas do conhecimento, com destaque para Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Biológicas e Exatas.

Em face da variedade de cursos oferecidos, a demanda vem crescendo e identificando a cidade como um dos principais pólos de ensino do Estado. O município conta com seis cursos de graduação em Administração de Empresas, dois de Ciências Contábeis, três de Engenharia de Produção, além de Engenharia, Direito, Medicina e outros. Somam 108 cursos de graduação que atraem jovens dos mais variados pontos do Estado e do país, pela variada oferta de cursos de excelente qualidade.

Levantamento da Prefeitura Municipal de Montes Claros indica que 86% das instituições de Nível Superior e Técnico de Montes Claros são procedentes do Estado de Minas; 7% do Estado do Paraná e 7% do Estado da Bahia. Quanto à procedência dos alunos, foi apontado

Página 48 também por essa pesquisa que 65% deles são originários de Montes Claros e 35% de outros municípios.

Do total dos cursos oferecidos, 74% são presenciais/tele-presenciais e 26% são cursos à distância. Relativamente a custos, 27% são ministrados por entidades públicas contra 73% de instituições privadas e sujeitos a pagamento.

Quanto ao grau de especialização dos cursos oferecidos, dos 211 cursos citados, 9 são de aprendizagem; 7 de qualificação ; 5 de aperfeiçoamento; 15 de nível técnico; 14 de tecnólogos; 48 de graduação ; 54 de pós-graduaçao, incluindo-se ai MBA e especialização e 7 de mestrado.

O município de Montes Claros conta ainda com pessoal qualificado em todas as áreas do conhecimento, fato confirmado ao se fazer a análise dos docentes que atuam no município, sendo que são 1.100 aproximadamente em atuação, dos quais 54% são especialistas (com pós-graduação e/ou MBA), 27,5% são mestres, 9,5% são doutores e o restante (9%) são graduados, sendo que estes atuam nos cursos de Nível Técnico.

Ensino Fundamental e Médio

Os ensinos fundamental e médio apresentam dados bastante representativos. Montes Claros é atendida pela Superintendência Regional de Ensino de Montes Claros, que abrange 29 municípios.

Em 2005, ano do último levantamento, o Censo Escolar apontou os seguintes números de unidades de ensino disponíveis:

• Educação Infantil: 52 unidades municipais e 61 privadas; • Ensino Fundamental: 51 unidades estaduais, 62 municipais e 50 privadas; • Ensino Médio: 28 unidades estaduais, 1 municipal e 16 privadas; • Educação de Jovens e Adultos: 13 unidades estaduais, 21 municipais e 6 privadas; • Educação Especial: 1 unidade estadual e 3 privadas; • Educação Profissional (nível técnico): 1 unidade federal e 10 privadas;

Rede Municipal de Ensino

A Rede Municipal de Ensino tem atuado ativamente na educação de crianças, adolescentes e adultos, oferecendo à comunidade: educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, pré-vestibular e o EJA (Educação de Jovens e Adultos).

Página 49 Além disso, oferece programas que favorecem o desenvolvimento de consciência cidadã em crianças e adolescentes, dentre eles destacam-se:

Controle à Evasão e freqüência escolar

Utiliza estratégias que controlam os índices de evasão e freqüência escolar, favorecendo a qualidade do ensino.

Afetivo-Sexual e Prevenção às drogas

Oferece assessoria para as escolas com o objetivo de transformá-las em espaços propícios a informações e à formação a partir de uma ação crítica, reflexiva e educativa sobre a sexualidade, afetividade e prevenção às drogas. O trabalho desenvolvido por este programa está pautado nos seguintes princípios:

• A preservação da dignidade humana. • A busca da identidade. • O exercício da cidadania.

Programa Arte Viva

A partir das Oficinas de Artes, o referido programa objetiva despertar o senso estético dos alunos numa perspectiva crítica e criadora, que favoreça o crescimento pessoal e coletivo, como também favorecer o desenvolvimento de habilidades artísticas para fins de geração de renda.

Programa de Filosofia

O referido programa visa instrumentalizar gestores, supervisores e professores a partir de estratégias metodológicas, teóricas e práticas, para conhecer e aplicar o programa de Filosofia para crianças e adolescentes. Segue o lema "Uma Educação para o pensar."

Programa Educação Fiscal

O trabalho realizado objetiva o pleno exercício da cidadania nas comunidades escolares, ao sensibilizar o público alvo para a função sócio-econômica do tributo e desenvolver o espírito crítico no acompanhamento da aplicação dos recursos públicos.

Página 50 Programa Educação Inclusiva. As ações implementadas visam favorecer o acesso e a permanência de todas as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais nas escolas regulares da Rede Municipal de Ensino.

12 – ECONOMIA DE MONTES CLAROS

Com a vinda da SUDENE, no ano de 1965, para Montes Claros, sua economia sofreu importantes mudanças, devido aos incentivos fiscais e financeiros disponibilizados por meio do FINOR (Fundo de Investimentos do Nordeste).

Até aquela data, a economia local tinha sua base na pecuária de corte e de leite, seguida pela agricultura, cujo foco era voltado para o feijão, para o milho, para a mandioca, para o algodão e para o arroz irrigado. A partir de então, Montes Claros passou a ter a indústria como a principal força motora da sua economia.

O Distrito Industrial de Montes Claros, Dr. Ubaldino Assis, está localizado a 5 km do centro da cidade, no eixo rodoviário de Montes Claros / Januária, com área de 5 milhões de m². Dentre os pontos positivos desse distrito industrial podemos citar à sua localização, na Área Mineira da SUDENE, sua proximidade do centro-sul do país, ligado aos maiores centros produtores e consumidores, e também por ter disponíveis os mesmos incentivos destinados ao Nordeste do Brasil.

No distrito industrial de Montes Claros estão instaladas empresas dos mais diversos segmentos, o que o torna apto para receber empresas de qualquer ramo de atividade.

12.1 – PIB de Montes Claros

No período de 1995 a 2004, o PIB de Montes Claros cresceu 163%, passando de R$836 milhões em 1995 para R$2.197 bilhões em 2004 (ver Tabela 12.1). Em 2005 esse número atingiu R$2.573.172 mil, segundo dados do IBGE.

Página 51 Tabela 12.1 - PIB PM e Constante de Montes Claros: 1995 a 2004

Ano PIB PIB pm constante 1995 896.366 695.490 1996 1.169.142 1.057.372 1997 1.368.572 1.297.133 1998 1.374.641 1.351.959 1999 1.453.902 1.323.923 2000 1.649.095 1.550.644 2001 1.616.730 1.492.727 2002 1.713.927 1.499.172 2003 1.922.277 1.743.506 2004 2.197.704 2.030.678 Fonte: Guedes, Geraldo Matos

O PIB per capita a preços correntes, em Montes Claros, no período de 1995 a 2004, saltou de R$3.224,28 para R$6.538,22, o que representa uma taxa de crescimento de 12,4% - conforme demonstrado na Tabela 12.2.

Tabela 12.2 - PIB Per Capta a Preços Correntes Montes Claros 1995 a 2004

Ano Per Capita Tx Crescimento 1995 3.224 - 1996 4.118 27,75 1997 4.724 14,69 1998 4.650 -1,55 1999 4.822 3,70 2000 5.364 11,23 2001 5.151 -3,97 2002 5.301 2,91 2003 5.830 9,97 2004 6.538 12,14 Fonte: Guedes, Geraldo Matos

Com relação ao PIB per capita a preços constantes, em Montes Claros, também utilizando como referência o período de 1995 a 2004, cresceu 14,25%, passando de R$2.501,72 para R$6.041,32.

Página 52 Tabela 12.3 - PIB Per Capita a Preços Constantes Montes Claros: 1995 a 2004

Ano Per Capita Tx Crescimento 1995 2.501 - 1996 3.725 48,90 1997 4.477 20,20 1998 4.574 2,16 1999 4.391 -3,99 2000 5.044 14,86 2001 4.756 -5,71 2002 4.637 -2,51 2003 5.288 14,03 2004 6.041 14,25 Fonte: Guedes, Geraldo Matos

12.2 – Parque Industrial, Comércio e Bancos

Principais Segmentos Industriais

De acordo com publicação da Associação Comercial Industrial e de Serviços de Montes Claros (ACI), em parceria com a Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), do catálogo “Montes Claros: Potencialidades”, os principais segmentos industriais atuantes em Montes Claros são:

Alimentos:

• Cardoso & Nascimento – Café Letícia: Café torrado e moído, capuccinos e cafés com leite. • Cooperativa Grande Sertão: Fabricação de produtos alimentícios - polpas de frutas. • Comercial Comar Ltda.: Fabricação de biscoitos. • Corby Comércio e Indústria de Bebidas Ltda.: Indústria de bebidas. • Indústria e Comércio Bibi Ltda.: Fabricação de produtos alimentícios (salgadinhos e pipoca doce). • Nestlé: A empresa possui 26 unidades industriais no Brasil sendo 5 em Minas Gerais (Uberlândia, São Lourenço, Ibiá, e Montes Claros, no Norte de Minas). Sua unidade de produção de leite condensado instalada em Montes Claros se constitui na maior fábrica do gênero no Mundo; • Pandy Indústrias Alimentícias Ltda: Indústria produtora de batata frita. • Somai Nordeste S/A: Granja avícola com produção de ovos.

Biotecnologia:

Página 53 • Novo Nordisk: A empresa dinamarquesa voltada para o cuidado com a saúde possui duas fábricas em Minas Gerais instaladas no município de Montes Claros. Em abril de 2007, inaugurou a maior fábrica de insulina da América Latina no município de Montes Claros (MG), o que representou um investimento de aproximadamente US$ 200 milhões. Com uma área construída de 37.000 m2, a planta da Novo Nordisk possui avançada tecnologia de produção de insulina. Responsável pelo aumento da produção de insulina no país em 500%, a nova unidade tem capacidade de produção de 200 milhões de refis de 3 ml para canetas aplicadoras de insulina, por ano. Aproximadamente 95% do volume total produzido na fábrica de Montes Claros serão exportados para outros países como Alemanha, Áustria, Reino Unido, Irlanda, Austrália, Nova Zelândia e Canadá. A empresa possui um completo portfólio de produtos para o diabetes, incluindo avançados sistemas de aplicação de insulina. A Novo Nordisk tem, ainda, posição de liderança em áreas como distúrbios de coagulação e do crescimento e terapia de reposição hormonal. • Vallée S/A: No ramo farmacêutico, a unidade de Montes Claros fundada em 1978 dedica-se à produção de artigos veterinários (vacinas, antiparasitários, etc.) de praticamente todas as classes, com maior ênfase em animais de produção, onde se incluem bovinos de corte e leite, ovinos, caprinos, suínos e eqüinos. A Vallée possui a mais completa linha do mercado no segmento em que atua.

Construção Civil

• Antares Premoldados Ltda.: Fabricação de pré-moldados (manilhas, blocos de concreto, meio-fio, postes). • Construtora Novais Ltda.: Construção e pavimentos. • Indumetal: Fabricante de estruturas metálicas, caixas d’água e similares para os mais variados segmentos da indústria, comércio e agronegócio regional. • Lafarge Concreto S/A: Indústria líder mundial em materiais de construção, com posições de destaque em todas as suas atividades: cimento, concreto, agregados e drywall. Com 71.000 empregados em mais de 70 países. No Brasil, emprega 1,5 mil funcionários em unidades industriais nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Santa Catarina. A fábrica de Montes Claros destina-se à produção do cimento Portland. • Pavisan: Indústria asfáltica.

Logística:

• Atende Logística Ltda.: Comércio atacadista. • Distrinorte: Distribuição de produtos alimentícios. • Distribuidora Xodó: Distribuição de produtos alimentícios (doces). • Lima e Moraes Transportes e Armazenagem Ltda.: Transportes diversos.

Página 54 • Mercolub Petróleo Ltda.: Comércio atacadista de combustíveis e lubrificantes. • Rodoviário Líder Ltda.: Transportes. • Skol Distribuidora de Bebidas: Distribuição de bebidas (cervejas e refrigerantes). • Tequimar: Serviços de armazenagem. • Transmoc Transporte e Turismo Montes Claros Ltda: Serviços de transporte coletivo.

Madeira / móveis:

• Minaspuma Indústria de Colchões Ltda.: fabricação de espumas, colchões, estofados e acessórios para o sono. • Expansão Indústria e Comércio Ltda: Desdobramento de madeira (madeira serrada e pré-cortada). • Vale do Jequitinhonha Ltda. – Florevale: Fabricante de portas de madeiras com projeto de geração de 200 novos postos de trabalho e atendimento ao mercado do Norte de Minas e Nordeste brasileiro, recebeu investimentos da ordem de US$ 5 milhões. • Mourões Touro: Produção de madeira tratada de eucalipto para diversos fins. • Refloralje Reflorestamento e Agropecuária Ltda.: Produção de madeira tratada de eucalipto e atividades de reflorestamento. • W. C. W. Móveis Decorativos: Indústria de móveis sob encomendas, industriais, comerciais e residenciais.

Metalurgia:

• Elster Medição de Água S.A.: Empresa líder, fabricante de produtos avançados e soluções de medição inteligente. Localizada em Montes Claros, faz parte do Grupo Elster, a maior empresa mundial em soluções de medição para água, energia e gás, presente em mais de 38 países ao redor do mundo. • Reboques Triunfo: Indústria metalúrgica (carretas agrícolas, carrinho-de-mão e carrinho-de-lixo). • Suporte Engenharia: Montagens mecânicas industriais. • Usinagem Santa Luzia: Indústria metalúrgica (trefilados em ferro e aço).”

Têxtil:

• Cia de Tecidos Norte de Minas – Coteminas S.A.: A Coteminas S.A. consome anualmente 100 mil toneladas de fibras - 12,5% de todo o consumo nacional de algodão. Possui quatro fábricas em Montes Claros de um total de onze. A Coteminas e suas coligadas empregam mais de 16 mil pessoas. Em 2006, sua receita bruta alcançou R$ 4,16 bilhões e líquida de R$ 3,57 bilhões. Em suas unidades fabrica e distribui produtos que ostentam conceituadas marcas de sucesso no mercado. São fios, tecidos, malhas, camisetas, meias, toalhas de banho e de rosto, roupões e lençóis para o mercado interno, para os Estados Unidos, Europa e Mercosul. • Cia de Tecidos Santanense: A Santanense possui 3 fábricas em Minas Gerais (Itaúna, Pará de Minas e Montes Claros). A empresa encerrou o exercício de 2006 com faturamento de R$ 293,4 milhões. Em 2004, o controle da Santanense foi comprado pela Coteminas.

Outros:

• Denver S/A: Fábrica de Eletrodos e Soldas.

Página 55 • Funcional Lavanderia e Higienização de Roupas Ltda.: Serviços de lavanderia. • Hartmann Embalagens Montes Claros Ltda.: Produção de embalagens de fibra moldada. • Plásticos Vzp: Indústria de embalagens plásticas. • Reciplast: Reciclagem - granulado recuperado. • T & D Indústria e Comércio Ltda.: Indústria de material de limpeza. • White Martins Gases Industriais Ltda.: Indústria e comércio de gases medicinais.”

Principais Empreendimentos Comerciais

Ainda de acordo com publicação da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montes Claros (ACI), em parceria com a Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), do catálogo “Montes Claros: Potencialidades”, que reforça a atuação dinâmica do comércio do município de Montes Claros, hoje formado por quase 7.000 empreendimentos, destaca como mais atuantes:

• Montes Claros Shopping Center – com 100 unidades comerciais; • Shopping Popular, com 267 lojas; • Shopping Ibituruna; • Grupo Minas Brasil, rede de drogarias; • Rede Real de farmácias; • Palimontes, rede de lojas de Papelaria e de material para escritório; • Grupo Bretas, rede de supermercados; • Villefort Atacadista; • Makro Superatacado; • Maxxi Supermercado (Rede Wall mart) • Casas Bahia; • Ricardo Eletro; • Magazine Luiza; • Eletrosom • Eletrozema

12.3 – Incentivos Fiscais e Financeiros

Para as empresas que pretendem atuar no mercado montesclarense, são oferecidos incentivos fiscais e financeiros nos níveis Municipal, Estadual e Federal, conforme detalhado a seguir.

Incentivos Municipais

Os incentivos oferecidos pelo município, regulamentados pela Lei Complementar 04/2005, Lei 2.300/1995 e Decreto 2.283 de 26/10/2006 são:

• Doação e subsídio para aquisição de área de terreno;

Página 56 • Isenção parcial ou integral do IPTU – Imposto sobre a Propriedade Rural e Territorial Urbana e do ITBI – Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis por até 10 anos; • Isenção parcial ou integral do ISSQN – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza por até 10 anos; • Isenção de Taxas, Contribuições e Preços Públicos por até 10 anos;

Para as empresas de Tecnologia ou Estratégicas, existe a possibilidade de ampliação do incentivo e tratamento diferenciado em sua aplicação. São consideradas empresas Estratégicas as de semicondutores, software, bens de capital, fármacos/medicamentos e empresas de Tecnologia, cujas atividades são portadoras do futuro (biotecnologia, nanotecnologia e biomassa/energia renovável).

Incentivos Estaduais: Os incentivos oferecidos a nível Estadual são:

Geraminas:

Linha de crédito destinada às micro e pequenas empresas e cooperativas que precisem reestruturar seus negócios e aumentar sua participação no mercado. Essas empresas podem financiar capital de giro, máquinas e equipamentos; obras civis e aquisição de imóveis com destinação comercial; veículos comerciais; móveis e utensílios; informatização; treinamento e desenvolvimento e produtos e processos, incluindo gastos com compra, absorção e adaptação de tecnologia e assistência técnica.

Financiamento de máquinas e implementação para o setor agrícola – BDMG Agronegócio:

Financiamento para empresas agroindustriais de qualquer porte, inclusive cooperativas; para empresas industriais ou florestais nacionais e estrangeiras; para atendimento ao produtor rural por meio de cooperativas de crédito filiadas à Cooperativa Central de Crédito de Minas Gerais (Crediminas); para pessoas físicas ou jurídicas em empreendimentos vinculados direta ou indiretamente ao Projeto Jaíba ou a outros programas rurais. Crédito para investimentos fixos e semifixos, máquinas e implementos agrícolas de fabricação nacional e licenciamento ambiental e assistência técnica.

Financiamento para a implantação de empresas de qualquer porte – BDMG Implantação:

Página 57 Financiamento para a implantação de micro, pequenas, médias e grandes empresas, abrangendo investimentos em construções, instalações, compra de máquinas, veículos e equipamentos, desenvolvimento de produtos, processos e serviços.”

(Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montes Claros. Montes Claros: potencialidades/Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montes Claros. – Montes Claros: Unimontes, 2008.)

Incentivos Federais

SUDENE

“A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste - SUDENE é uma autarquia especial, administrativa e financeiramente autônoma, integrante do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal, criada pela Lei Complementar nº 125, de 03/01/2007, com sede na cidade de Recife, Estado de Pernambuco, e vinculada ao Ministério da Integração Nacional. Compete à SUDENE estimular, por meio da administração de incentivos e benefícios fiscais, os investimentos privados prioritários, as atividades produtivas e as iniciativas de desenvolvimento sub-regional em sua área de atuação, conforme definição do Conselho Deliberativo, em consonância com o § 2º do art. 43 da Constituição Federal e na forma da legislação vigente.

Benefícios Fiscais concedidos: Redução do IRPJ para novos empreendimentos, Redução do IRPJ para empreendimentos existentes, Reinvestimento do IRPJ, Isenção do AFRMM e do IOF, Depreciação acelerada incentivada e desconto da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.”

(Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montes Claros. Montes Claros: potencialidades/Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montes Claros. – Montes Claros: Unimontes, 2008.)

FNDE

“O Fundo de Desenvolvimento do Nordeste – FNDE tem como finalidade assegurar recursos para a realização de investimentos na área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, em infra-estrutura e serviços públicos e em empreendimentos produtivos com grande capacidade germinativa de novos negócios e novas atividades produtivas.

Página 58 Destinado aos empreendimentos de interesse de pessoas jurídicas que venham a ser implantados, ampliados, modernizados ou diversificados na área de atuação da SUDENE.”

(Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montes Claros. Montes Claros: potencialidades/Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montes Claros. – Montes Claros: Unimontes, 2008.)

Banco do Nordeste do Brasil

“O Banco do Nordeste do Brasil S. A. é o maior banco de desenvolvimento regional da América Latina com a missão de atuar, na capacidade de instituição financeira pública, como agente catalisador do desenvolvimento sustentável do Nordeste, integrando-o na dinâmica da economia nacional.

Em termos de incentivos financeiros aos empreendedores dos mais variados tamanhos e segmentos, o Bando do Nordeste atua, entre outros, com os seguintes:

• Cresce Nordeste:

Com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste – FNE, foi criado o Cresce Nordeste, um programa de financiamentos com juros baixos e prazos mais longos, feitos sob medida para empresários e empreendedores de todo o Brasil que queiram investir na Região. São R$ 3 bilhões em linhas de crédito disponibilizados em condições especiais para diversos setores. Seu principal objetivo é promover o crescimento das atividades econômicas em bases sustentáveis, fortalecendo o mercado interno.

São beneficiados pelo Cresce Nordeste empreendedores de todos os portes nos setores de indústria, comércio, serviços, cultura, turismo, grãos, apicultura, bovinocultura, insumos e matéria-prima, ovino/caprinocultura, carcinicultura, floricultura e fruticultura, além da agricultura familiar.

• Crediamigo:

Programa de Microcrédito Produtivo Orientado do Banco do Nordeste que facilita o acesso ao crédito com aval solidário a milhares de empreendedores que desenvolvem atividades relacionadas à produção, à comercialização de bens e à prestação de serviços. Associado ao crédito, o Crediamigo oferece aos empreendedores acompanhamento e orientação para melhor aplicação do recurso, a fim de integrá-los de maneira competitiva ao mercado.

Página 59 • FINOR:

O Fundo de Investimentos do Nordeste - FINOR é um benefício fiscal concedido pelo Governo Federal e criado pelo Decreto-Lei nº 1.376, de 12.12.1974. Constituído de recursos aplicados em ações e debêntures, destina-se a apoiar financeiramente empreendimentos instalados ou que venham a se instalar na área de atuação da extinta Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste - SUDENE.”

(Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montes Claros. Montes Claros: potencialidades/Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montes Claros. – Montes Claros: Unimontes, 2008.)

13 – POTENCIALIDADES DE MONTES CLAROS

Ao longo deste pré-projeto para criação da ZPE está sendo destacado o potencial do município de Montes Claros, devido à infra-estrutura de educação, de saúde, comercial e industrial. Há, porém, outros segmentos nos quais acredita-se que existe um grande potencial a ser explorado. Esses segmentos serão indicados e analisados a seguir.

13.1 - Agroenergia

O Governo Federal, com o intuito de impulsionar a economia do país e visando à sustentabilidade, implantou o Programa de Incentivo ao Biodiesel. Por meio desse programa, Montes Claros recebeu, no ano de 2008, um complexo industrial para a produção de biodiesel da Petrobrás. A expectativa é que esse complexo produza em torno de 48 milhões de litros de biodiesel ao ano, proporcionando uma receita de aproximadamente R$50 milhões (ano) para os produtores da matéria-prima, o que deve beneficiar 15 mil famílias.

13.2 - Biotecnologia

O setor de biotecnologia comporta uma série de alternativas de investimentos, nas seguintes áreas: bioma regional, agrobiotecnologia animal (bovino/caprino/ ovinocultura, suíno/avicultura, piscicultura, pequenos animais), vegetal (culturas regionais, bananicultura, viticultura, fruticultura, silvicultura, cotonicultura, fitocultura), produção de soluções genéticas, bioaprimoramento, fármacos, vacinas veterinárias, produtos veterinários, genofarmacopéia, controle de pragas, bancos de clonagem, organismos geneticamente

Página 60 modificados, agricultura inoculada, nutracêuticos, culturas patogênicas, proteínas sintéticas, recuperação de solos, revegetação, biosegurança, fibras sintéticas, imunização.

13.3 - Educação

Montes Claros, pólo educacional do Norte de Minas, comporta hoje uma excelente estrutura na educação. No que tange ao ensino superior, a cidade conta com um campus regional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com a Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), com 15 faculdades particulares, além dos cursos de pós-graduação a nível de especialização e a nível de mestrado. Montes Claros conta também com ótima diversidade e qualidade nos ensinos médio, fundamental e profissionalizante.

Com todo esse crescimento na área educacional, a cidade tem atraído estudantes de todas as cidades da região Norte de Minas e do Sul da Bahia.

Consequentemente, tem surgido uma demanda no fornecimento de bens e de serviços complementares nos segmentos de construção civil, de alimentação, de vestuário e de transporte.

13.4 - Fruticultura

Montes Claros e sua área de abrangência correspondem à maior área plantada de frutas do Brasil. A região Norte de Minas tem a fruticultura como o mais importante propulsor do agronegócio regional. As principais culturas plantadas na região são: bananicultura, cultivares de figo, tangerina (citrus), graviola, maracujá, manga, pequi e abacate.

13.5 – Pecuária de Corte

Montes Claros e região possuem o maior rebanho de Minas Gerais. A expectativa é de investir ainda mais na qualidade desses animais, visando à exportação, de forma que os mesmos atendam às exigências impostas pelo mercado externo.

13.6 – Tecnologia da Informação

Com o desenvolvimento e expansão do seu mercado, Montes Claros tem demonstrado potencial para a ampliação dos negócios locais com atuação local/regional/nacional nos segmentos de redes e portais, plataformas de e-commerce, bolsa de mercadorias, aplicações voltadas para o agronegócio, etc.

Página 61 13.7 - Têxtil

O setor têxtil de Montes Claros conta com a atuação efetiva de empresas importantes para o segmento, cuja participação não se limita ao mercado nacional, atingindo também o comércio internacional, a exemplo disso tem-se a Coteminas, que possui quatro unidades em Montes Claros. Há também outras empresas atuantes, como a Tecidos Santanense. Além delas, a cidade conta com o sindicato de vestuário (SINDVEST), que é formado por várias empresas do segmento que atuam em toda a região Norte de Minas, gerando emprego e renda.

13.8 – Potencial para Exportação

Montes Claros conta hoje com um claro potencial de exportação, conforme Tabela 13.1 a seguir é possível observar que existe saldo positivo na balança comercial do município, o que demonstra esse potencial:

Página 62 Tabela 13.1 - Balança Comercial do Município de Montes Claros 2000/2009 Ano / Mês E x p o r t a ç ã o I m p o r t a ç ã o S a l d o Var% Valor (A) Valor (B) Var % (*) (A) – (B) (*) 2000 17.820.666 0,00 16.096.562 --- 1.724.104 2001 20.387.170 14,40 19.093.669 18,62 1.293.501 2002 49.629.605 143,44 15.781.427 -17,35 33.848.178 2003 63.349.947 27,65 23.032.638 45,95 40.317.309 2004 72.963.489 15,18 29.974.013 30,14 42.989.476 2005 85.652.063 17,39 52.233.353 74,26 33.418.710 2006 147.425.370 72,12 56.597.478 8,36 90.827.892 2007 161.742.110 9,71 90.646.719 60,16 71.095.391 2008 176.519.958 9,14 123.470.597 36,21 53.049.361 Janeiro 13.329.595 --- 21.002.637 --- -7.673.042 Fevereiro 13.661.769 2,49 7.849.076 -62,63 5.812.693 Março 12.771.567 -6,52 6.489.754 -17,32 6.281.813 Abril 15.443.610 20,92 13.036.263 100,87 2.407.347 Maio 13.922.844 -9,85 5.761.299 -55,81 8.161.545 Junho 10.927.039 -21,52 17.956.872 211,68 -7.029.833 Julho 18.410.510 68,49 5.435.968 -69,73 12.974.542 Agosto 10.543.399 -42,73 9.129.976 67,95 1.413.423 Setembro 14.581.959 38,30 12.242.084 34,09 2.339.875 Outubro 22.383.917 53,50 10.734.359 -12,32 11.649.558 Novembro 16.058.987 -28,26 1.444.293 -86,55 14.614.694 Dezembro 14.484.762 -9,80 12.388.016 757,72 2.096.746 123.604.43 2009 215.933.874 22,33 92.329.444 -25,22 0 Janeiro 13.516.001 --- 7.150.741 --- 6.365.260 Fevereiro 16.202.534 19,88 4.509.667 -36,93 11.692.867 Março 21.852.380 34,87 7.832.922 73,69 14.019.458 Abril 24.148.391 10,51 5.726.699 -26,89 18.421.692 Maio 20.942.027 -13,28 12.374.741 116,09 8.567.286 Junho 18.082.513 -13,65 10.417.049 -15,82 7.665.464 Julho 15.599.546 -13,73 11.755.652 12,85 3.843.894 Agosto 11.953.619 -23,37 7.794.629 -33,69 4.158.990 Setembro 15.072.737 26,09 4.019.385 -48,43 11.053.352 Outubro 18.713.471 24,15 3.960.909 -1,45 14.752.562 Novembro 22.356.281 19,47 10.816.537 173,08 11.539.744 Dezembro 17.494.374 -21,75 5.970.513 -44,80 11.523.861 (*) VAR% => CRITÉRIO DE CÁLCULO: Anual = Sobre o ano Obs: anterior na mesma proporção mensal. Mensal = Sobre o mês anterior. => “---“ Quando ano igual a 1998, quando mês igual a Janeiro ou quando maior que 999,99 IMPORTAÇÃO => Base SISCOMEX - Dez-2009 Dados preliminares para os meses seguintes. EXPORTAÇÃO => Base SISCOMEX - Dez-2009. Fonte: SISCOMEX, 2010.

Página 63 Além disso, o município tem estabelecido relações comerciais intensas com países da Europa e América do Norte no que diz respeito à importação e exportação, haja vista as grandes empresas instaladas no município. Dentre os maiores importadores e exportadores destacam-se: Dinamarca, Alemanha, Estados Unidos, México e Espanha.

Quanto aos produtos exportados pelo município, destacam-se a insulina e suas embalagens, outros medicamentos e materiais têxteis, como pode-se observar no Anexo II.

14 - PROJETO JAÍBA

O Projeto Jaíba tem fundamental apelo para o projeto da ZPE-Montes Claros, pelas características já assinaladas anteriormente, e principalmente pelas perspectivas de industrialização de frutas e derivados para a exportação.

Trata-se de um perímetro de irrigação oriundo da parceria entre o Governo Federal e o Governo do Estado de Minas Gerais. No projeto, os dois níveis do governo são representados pela CODEVASF e pela RURALMINAS, respectivamente.

Esse projeto tem captado investimentos tanto público quanto privado, gerando emprego, renda e desenvolvimento na região Norte de Minas.

Página 64 14.1 – Desenvolvimento e Inserção Social

A agricultura irrigada, única atividade capaz de levar o desenvolvimento a vasta área no extremo Norte de Minas, faz do Projeto Jaíba um dos mais importantes empreendimentos agrícolas do Brasil e uma nova fronteira do agronegócio. A área de irrigação fica entre o rio São Francisco, onde ocorreu o desvio para abastecer os canais, e o rio Verde Grande. Quando totalmente consolidado, o projeto poderá produzir até 1 milhão e 700 mil toneladas anuais de frutas, hortaliças e grãos, gerando cerca de 146 mil empregos diretos e indiretos. O potencial de arrecadação de impostos é próximo de U$ 1 milhão, e Jaíba já ocupa posição de destaque entre municípios mineiros na produção de banana e cebola.

Já foi instalada na área do projeto, com o apoio do Distrito de Irrigação do Jaíba (DIJ), uma Central de Comercialização de produtos, cujo objetivo é conquistar os mercados interno e externo. Gerenciada pelos próprios irrigantes, a Central tem capacidade para selecionar quatro toneladas por hora de limão e cebola.

Mais de 3.000 jovens em idade escolar freqüentam a rede de escolas do Jaíba, e o Projeto Amanhã, implantado e coordenado pela CODEVASF, organiza e capacita esses jovens para o ingresso no mercado, promovendo a melhoria das condições de vida. Na educação ambiental, com o Projeto Limpo, o Jaíba foi o primeiro da região a construir uma central de recolhimento de embalagens de defensivos e fertilizantes agrícolas, por iniciativa do Distrito de Irrigação e dos irrigantes, para preservar o meio ambiente e assegurar melhor qualidade de vida à população.

Esses e outros resultados positivos levaram o Governo de Minas a dar prioridade ao Jaíba e à agricultura irrigada, com a implantação da segunda etapa do projeto.

14.2 – A Nova Fronteira do Agronegócio

A crescente produção de frutas e grãos e o volume comercializado em grandes centros, como Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, indicam que os produtores estão obtendo bons resultados. Mais de 300 produtores de bananas ocupam área superior a 2.000 hectares, com produção de mais de 30 mil toneladas, nas variedades maçã, prata e nanica. Toda a produção chega aos mercados em caminhões com câmaras frias, mantendo a qualidade do produto.

Página 65 A produção de limão Tahiti, cultivado por 274 produtores, alcança 4.000 toneladas, em área plantada de 462 hectares. Já a manga Haden, cultivada por 110 produtores, numa área de 3.333 hectares, atinge uma produção superior a 570 toneladas. A produção do feijão cor envolve 496 produtores e ocupa área de 988 hectares. A produção colhida na última safra foi de 2,2 mil toneladas. A cultura do arroz ocupa área de 166 hectares, com 394 agricultores, e na última safra produziu 546 toneladas. O cultivo de algodão envolve 88 produtores, numa área total de 194 hectares, e a safra foi superior a 360 toneladas. O milho ocupa área de 520 hectares e é cultivado por 610 agricultores, que colheram 1,6 mil toneladas. A produção do milho semente também vem crescendo.

Na área do projeto, também são produzidos frutos como abacaxi pérola, açaí, acerola, coco anão, figo, lichia, mamão, manga, maracujá, pimenta do reino, tâmara, tangerina e uva, além de diversas variedades de abóbora, alface, alho, batata doce, beterraba, berinjela, brócolis, cebola, quiabo, repolho e tomate, tanto para uso caseiro quanto para a indústria.

14.3 – Dados da Produção e Cultivo

Tabela 14.1 - Dados da Produção Projeto Jaíba – 2007

Produção Valor Comercia- Ano (Ton ) lizado ( R$ ) 2004 56.295 29.043.610 2005 59.210 30.144.670 2006 61.959 36.017.490

Tabela 14.2 - Áreas em Cultivo Projeto Jaíba – 2007

Culturas Ano 2004 (ha) Ano 2005 (ha) Ano 2006 (ha) Banana 1.968,00 1.341,81 1.191,40 Tradicionais 1.258,35 843,91 1.485,79 Forrageiras 641,29 708,3 811,98 Manga 595 690,1 700,4 Limão 463,93 578,95 724,2 Olerículas 393,13 478,57 338,19 Mamão 106,58 92,14 96,83 Pinha 82,2 88,62 93,92 Atemóia 66,08 68,83 79,83 Outras Culturas 245,59 214,13 268,99 Total 5.820,15 5.190,53 5.791,53 Fonte: EMATER/DIJ

Página 66 15 - TERMINAL INTERMODAL DE PIRAPORA

15.1 – Investimentos para Alavancar o Agronegócio Regional

Em abril de 2009 foi inaugurado o Terminal Intermodal de Pirapora com o objetivo de atrair investimentos e alavancar o setor de agronegócios dessa cidade e região.

Esse Terminal recebeu um investimento de R$ 300 milhões, realizado pela Vale, em parceria com o Governo de Minas. Serão transportados, de Pirapora até o Porto de Vitória, por meio de ferrovia, grãos como a soja, milho, dentre outros.

Figura 15.1 - Figura 15.2 -

Figura 15.3 -

Página 67 Para viabilizar esse projeto, foi reativada e reformada a malha ferroviária que liga Pirapora à cidade de Corinto, também em Minas Gerais.

No ato da inauguração desse corredor de exportação, o Governo de Minas se comprometeu a melhorar as estradas que dão acesso à região, de forma a facilitar o escoamento da produção.

Com a implantação do Terminal, cerca de 20 mil novos empregos serão gerados, de acordo com os dados da prefeitura de Pirapora.

Uma das vantagens da implantação do corredor de Pirapora é a diminuição das distâncias. Anteriormente à revitalização do trecho ferroviário Corinto-Pirapora, o produto viajava aproximadamente 1.200 quilômetros para chegar ao Porto de Santos, enfrentando todos os “gargalos logísticos” conhecidos, e com um custo 25% superior ao praticado no eixo Pirapora – Corinto até o complexo portuário de Vitória, cuja distância também é inferior (1.050 km).

Até o final de 2009 o Terminal de Pirapora deverá movimentar cerca de 600 mil toneladas. A sua capacidade de carregamento é de 6 mil toneladas por dia, sendo que são dois silos de armazenagem com capacidade estática de 3 mil toneladas cada um.

Os produtores de soja da região já começaram a lucrar com a implantação do corredor e a expectativa é de melhoria e crescimento contínuo.

Considerando, pois, a distância de 127 km pela rodovia BR-251, esta logística também poderá oferecer uma boa alternativa para a ZPE-Montes Claros. Vale ainda salientar que existe por parte do Governo de Minas Gerais iniciativa no sentido de viabilizar a ligação ferroviária Montes Claros a Pirapora, integrando ao já discutido projeto do trecho Pirapora- Unai.

Página 68 16 – PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DA ZONA DE PROCESSAMENTO DE EXPORTAÇÃO DE MONTES CLAROS

16.1 – Conceito de ZPE

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) caracteriza-se como uma área de livre comércio com o exterior, destinada à instalação de empresas voltadas para a produção de bens a serem comercializados no exterior. A sua implantação tem como finalidade: atrair investimentos estrangeiros, reduzir desequilíbrios regionais, fortalecer a balança de pagamentos, promover a difusão tecnológica, criar empregos, promover o desenvolvimento econômico e social do país e aumentar a competitividade das exportações brasileiras.

Figura 1.1 – Mosaico das ZPEs

16.2 – Histórico das ZPEs no Mundo

As Zonas de Processamento de Exportação surgiram na Irlanda, no ano de 1959. Na década de 60 chegaram à Ásia e à América Latina. Já na década seguinte, anos 70, as ZPEs estavam presentes em 25 países, atingindo um total de 79 áreas de livre comércio. Nas décadas seguintes, anos 80 e 90, tiveram um rápido crescimento, e hoje somam 3.500 ZPEs, implantadas em 130 países, gerando cerca de 66 milhões de empregos diretos.

A China conta hoje com 230 ZPEs instaladas, cujo crescimento varia entre 14 e 15% ao mês. Esse é um exemplo de experiência bem sucedida. Sucesso esse que é conseqüência de benefícios fiscais, tributários e cambiais, além, claro, da simplificação nos procedimentos

Página 69 aduaneiros, e que vem proporcionando importante desenvolvimento econômico para aquele país.

Umas das características mais relevantes das ZPEs é o seu potencial para atrair capital estrangeiro. Vale salientar o exemplo da India, como país emergente, se utilizou desta sistemática como estratégia para o seu desenvolvimento sustentável, como foco principal na geração de emprego e renda. Há também iniciativas dos Estados Unidos e do México, que estão se organizando para atuar com essas zonas na criação de grandes entrepostos comerciais.

As ZPEs tem fortalecido a economia dos países aonde são instaladas, agregando novas atividades rentáveis, agregando valor às exportações, promovendo a geração de empregos e corrigindo desequilíbrios regionais.

16.3 – Aspectos Gerais sobre as ZPEs

Nas ZPEs são desenvolvidas atividades industriais, ou seja, o foco é a exportação de produtos industrializados, tendo como característica básica a exigência de que seja exportado pelo menos 80% do volume produzido pelas empresas nelas instaladas.

No caso de vendas para o mercado doméstico, são recolhidos os tributos suspensos e são cobrados aqueles que normalmente incidem na operação de importação. É importante frisar que somente poderá ser destinado para o mercado nacional até 20% do total produzido.

Dessa forma, os diferenciais atribuídos às ZPEs não implicam em favorecimento das empresas nelas instaladas em relação às demais empresas nacionais.

16.4 – O Programa Brasileiro de ZPEs

No Brasil, as Zonas de Processamento de Exportação foram criadas pelo Decreto-Lei nº 2.452/1988, substituído recentemente pela Lei nº 11.508/2007. A princípio, a implantação de ZPEs estava limitada às regiões Norte e Nordeste. Porém, com a Lei nº 8.396/1992 permitiu- se a instalação em outras regiões do país.

A autorização para implantação de ZPEs, que se dá por meio de decreto presidencial, já alcançou a marca de 17 autorizações no Brasil, nas cidades relacionadas a seguir:

Página 70 • Barcarena-PA • São Luís-MA • Parnaíba-PI • Maracanaú-CE • Macaíba-RN • João Pessoa-PB • Suape-PE • N. Senhora do Socorro-SE • Ilhéus-BA • Vila Velha-ES • Itaguaí-RJ • Teófilo Otoni-MG • Imbituba-SC • Rio Grande-RS • Araguaína-TO • Cáceres-MT • Corumbá-MS

As ZPEs englobam os incentivos necessários para posicionar o Brasil em situação equivalente às de outros países que disputam investimentos internacionais voltados para as exportações. Esses incentivos são: fiscais, cambiais e administrativos, e são fundamentais na atração daqueles investimentos.

Desde o seu modelo inicial, introduzido pelo Decreto-Lei nº 2.452/1988, até as alterações realizadas por meio da Lei nº 11.508/2007, que também sofreu algumas modificações pela Lei nº 11.732/2008, muitas restrições inicialmente impostas foram revistas.

O modelo atual de ZPE implantado no Brasil, diferente daquele instalado no primeiro momento, se assemelha aos demais modelos instalados em outros países. Esse modelo mantém o CZPE (Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação) como instância superior de supervisão do programa. É mantida a isenção para bens de capital usados (permitindo a transferência de fábricas completas do exterior), assim como é mantida a proibição de fabricação de produtos perigosos (armas, munição, explosivos e material radioativo), e a de transferência de plantas industriais já existentes (visando não estimular divergências internas em função da atração de investimentos). É importante frisar que todas as empresas que venham a compor a ZPE devem estar instaladas no espaço físico destinado à mesma, atendendo a uma das principais características das zonas de processamento de exportações.

A sistemática de funcionamento do modelo atual de ZPE adotado pelo Brasil é ilustrada pela Figura 1.2.

Página 71 .

Figura 1.2 - O novo modelo de ZPE

Fonte: “O modelo de ZPE introduzido pela Lei nº 11.508/2007: uma primeira avaliação” (Braga e Braga, 2008)

Nesse modelo adotado, tanto as operações de exportação quanto as de importação serão consideradas transações de comércio exterior, sendo exigidos, inclusive, os correspondentes contratos de câmbio. No entanto, do ponto de vista tributário, os impostos e as contribuições incidentes sobre as importações serão suspensas e não isentas. Caso ocorra a venda, no mercado doméstico dos produtos fabricados a partir de insumos importados, as suspensões anteriormente concedidas são resolvidas com o pagamento de tais obrigações; caso os mesmos produtos sejam exportados, as suspensões são convertidas em isenções. PERFIL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

16.5 – Motivações e Oportunidades para Implantar a ZPE Montes Claros

O aspecto que deve ser destacado sobre a ZPE é o seu poder de inserção regional na economia global, por meio da delimitação de uma área na qual as empresas voltadas para a exportação gozam de incentivos tributários e cambiais além de procedimentos aduaneiros simplificados. Existem diversas motivações para a implantação de uma ZPE em Montes Claros. Dentre essas, destacam-se: o desenvolvimento das potencialidades locais, a

Página 72 estruturação territorial (promovendo a inclusão, o equilíbrio e a sustentabilidade), a atração de investidores externos e a estabilidade econômica.

Nestas circunstâncias as ZPEs passam a ser um dos mecanismos mais utilizados no mundo para a realização dos objetivos centrais de qualquer estratégia de desenvolvimento. Com a sua implantação, Montes Claros poderá gerar mais empregos, aumentar o valor agregado das exportações, corrigir desequilíbrios regionais e difundir tecnologias e métodos de gestão mais modernos.

Um dos mais importantes aspectos das ZPEs é o seu foco nas indústrias. Diante disso, existem alguns segmentos que já são explorados e outros com grande potencial, vistos como oportunidades de negócio para a ZPE de Montes Claros.

Jaíba, cidade que integra a região Norte de Minas, conta com um projeto de grande importância para essa região, que é a produção de banana, mamão, limão, manga, etc. Considerando o potencial desse projeto, devem-se destacar as oportunidades para as indústrias de beneficiamento dessas frutas. Nesse caso, abre-se espaço para empresas que atuam ou pretendem atuar no beneficiamento desses itens, transformando-os em polpas, doces, sucos, etc.

Ainda tratando das oportunidades identificadas na Jaíba, que dispõe de excelente infra- estrutura para a criação de peixes, tem-se a industrialização da carne dos mesmos como destaque. O peixe mais produzido naquela região é a tilápia, que oferece às indústrias de beneficiamento a possibilidade de explorar um mix diversificado de produtos, dentre eles: filé, hambúrguer, bolinhos, etc., voltados para a exportação.

Montes Claros e região contam com excelentes condições geográficas e climáticas, além dos recursos de assistência técnica para a criação engorda e abate de bovinos, de suínos, de caprinos e de ovinos.

As principais oportunidades serão:

• Beneficiamento final para exportação de carnes e produtos industrializados como: hambúrgueres, almôndegas, presuntos, lingüiças, mortadelas, nuggets etc;

Página 73 • Beneficiamento de frutos típicos do cerrado como o buriti, o coquinho azedo, o tamarindo, o umbu, o pequi e a jabuticaba. Através da introdução de novas tecnologias espera-se que a partir desses frutos se tenha a extração de polpas para sucos, a fabricação de doces, a fabricação de sorvetes e geléias, etc. • Indústria de móveis, cujo alvo deve ser a fabricação de itens a partir de madeiras de reflorestamento e com elevado grau de reciclagem, numa visão inovadora da sustentabilidade através do beneficiamento do mogno e do eucalipto. • Indústrias de produtos lácteos; • Indústrias de cachaça, que no momento passa por uma fase de altíssimo padrão de qualidade através de programas voltados para a valorização da “cachaça artesanal de Minas Gerais”.

16.6 – Detalhamento do Projeto ZPE – Montes Claros

No sentido de seguir as determinações do MDIC, tendo em vista a criação da ZPE-MONTES CLAROS, e em atendimento ao Art.2º. da Resolução CZPE No.2, são apresentados a seguir os detalhes técnicos necessários ao cumprimento das exigências do MDIC.

Infra-estrutura n ecessária

Montes Claros conta com toda a infra-estrutura necessária para a criação de uma ZPE. Com o segundo maior entroncamento rodoviário do país, a cidade tem ligação com os principais Estados brasileiros. Conta ainda com a FCA – Ferrovia Centro Atlântica, que liga Montes Claros com a Bahia e o Espírito Santo.

No que diz respeito à energia, Montes Claros conta com a CEMIG, oferecendo energia de qualidade e capacidade o suficiente para qualquer tipo de instalação industrial.

A área reservada para implantação da Zona de Processamento de Exportação, está localizada na região Norte de Montes Claros, numa localização extremamente estratégica, pois está justamente na confluência do Anel Rodoviário Norte, Ferrovia FCA e a Estrada da Produção, envolvendo as BRs 251 e 135.

O terreno tem uma Área de 2.040.686,72 m² e está localizado à 16º39’58.01” S, 43º49’15.77” O.

Trata-se de uma área bastante antropizada e portanto sem grandes dificuldades para sua viabilização ambiental.

Página 74 A Prefeitura Municipal de Montes Claros já tem aprovado na Câmara Municipal o Decreto de Utilidade Pública para as finalidades devidas de homologação da área ao Projeto da ZPE.

SAÍDA NORTE BRASÍLIA -BAHIA BR-251

FERROVIA FCA ÁREA RESERVADA PARA NUCLEO HABITACIONAL E COMERCIAL DE APOIO AO PROJETO

SAÍDA SUL BELO HORIZONTE BR-135

Figura 16.1 - Mapa da Área destinada à Construção da ZPE

ÁREA INDUSTRIAL

COTEM INAS

PETROBRAS UNIDADE BIODISEL

NORDISCH

Figura 16.2 – Área do Distrito Industrial de Influencia da ZPE

Página 75 Na área que será destinada à implantação da ZPE existe disponibilidade de energia, pois uma das Subestações da CEMIG - Companhia Energética de Minas Gerais está numa distância não superior a 1.000 metros.

Ressalta-se também que estarão sendo também viabilizadas as ligações de água e esgoto através da COPASA - Companhia Energética de Minas Gerais. Além disso, está localizada próxima ao aeroporto do Município e a cerca de 6 Km do centro da Cidade de Montes Claros e 2 km do Distrito Industrial do Município.

Incentivos do Governo Federal

Suspensão de tributos na importação ou aquisição no mercado interno de bens e serviços;

Tributos que poderão ser suspensos: Imposto de Importação, IPI, PIS/COFINS, PIS/COFINS e AFRMM

Para as regiões abrangidas pela SUDENE e pela SUDAM, o governo reforça a prática de alguns incentivos fiscais, como a redução do imposto sobre a renda, depreciação acelerada, Isenção do IOF na importação, depósitos para reinvestimento, desconto de créditos PIS/PASEP e COFINS.

Concorrência no Mercado Doméstico

É fundamental que seja esclarecido que a implantação da ZPE não proporcionará uma concorrência prejudicial ao mercado local. Ao contrário, possibilitará às empresas que se tornem cada vez mais competitivas, que invistam em tecnologia, em aprimoramento do produto, em qualificação de mão-de-obra, dentre outros pontos.

Uma das condições impostas pela ZPE é que a empresa deve destinar, no mínimo, 80% da sua produção ao mercado externo. Podendo vender, no máximo, 20% do total produzido no mercado interno. Diante disso, deve-se ressaltar que um dos aspectos mais importantes da ZPE é o tratamento diferenciado dado às empresas nela instaladas, no que tange aos benefícios fiscais e cambiais oferecidos. Condições essas válidas para os itens destinados à exportação. O que significa dizer que as vendas que forem realizadas para o mercado doméstico receberão o mesmo tratamento dispensado às operações convencionais de importações.

Página 76 16.7 – Processo de Implantação do ZPE

Para cumprir as exigências para a viabilidade de implantação da ZPE – Montes Claros, nesta fase foram elaborados, embora de forma preliminar, os estudos relativos à localização e um esboço da infra-estrutura da área.

Uma vez aprovado a referida solicitação por parte do MDIC / CZPE, a Prefeitura Municipal de Montes Claros contratará os trabalhos e projetos necessários para efetivar o empreendimento de forma efetiva.

• Planta da Área Destinada para Instalação • Investimentos Necessários • Cronograma de Implantação • Definição da Empresa Administradora • Estrutura Administrativa • Aspectos Ambientais • Termo de Compromisso • Planta da ZPE • Memorial Descritivo • Declaração do Secretário Municipal de Meio Ambiente • Proposta de Estatuto Social da Empresa Administradora da ZPE • Minuta de Carta de Intenção para Instalação na ZPE • Características da Malha Rodoviária de Minas Gerais • Produção Brasileira de Produtos Selecionados, por Mesorregiões Selecionadas • Aprovação do Projeto pelo estado, pelo município (em conjunto ou isoladamente) • Apresentação do Projeto ao Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE) • Criação por Decreto Presidencial, que delimitará a área da ZPE • Instalação de Empresa na ZPE o Apresentação de projeto junto ao Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE) o Aprovação pelo CZPE (é vedada a simples transferência de fábrica já instalada no país).

Página 77

Página 78 VISÃO GERAL DO LAY OUT DA FUTURA ZPE MONTES CLAROS

Página 79 VISTA GERAL DO PROJETO DA FUTURA ZPE MONTES CLAROS

Página 80 VISTA LATERAL DO LAY OUT DA ZPE MONTES CLAROS

Página 81 VISTA GERAL DO LAY OUT DA ZPE MONTES CLAROS

Página 82 VISTA DA ENTRADA DA FUTURA ZPE DE MONTES CLAROS

Página 83 16.8 – Cronograma de Implantação – Tempo Estimado

A implantação da ZPE é composta por nove etapas, com um prazo estimado em 21 meses para a conclusão de todas elas. A seguir será apresentado um cronograma do tempo estimado para a sua implantação, utilizando como referência os prazos de projetos de outras cidades:

Tabela 16.1 - Cronograma de Implantação (em meses)

CRONOGRAMA FÍSICO ETAPAS MESES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL DO 1 PROJETO ### ### (DESENHO E AJUSTES)

ESTUDOS DE VIABILIDADE ECONÔMICA E 2 ### ### ### ### ATRATIVIDADE DE EMPRESAS

CRIAÇÃO DE EMPRESA ADMINISTRADORA DA 3 ### ### ### ZPE

4 ELABORAÇÃO PROJETO ALFANDEGAMENTO ### ### ###

5 ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR ### ### ###

PROJETOS DE ENGENHARIA (PLANO GERAL, DRENAGEM, TERRAPLENAGEM, 6 ARRUAMENTO, PAISAGISMO, INSTALAÇÕES ### ### ### ### ### ### ELÉTRICAS E HIDRÁULICAS, PRÉDIOS E LOGRADOUROS, TRATAMENTO ESGOTOS)

ESTUDOS AMBIENTAIS 7 ### ### ### ### ### ### (EIA-RIMA-PCA)

APROVAÇÃO DE PROJETOS 8 ### ### ### ### (ENGENHARIA BÁSICA / AMBIENTAL)

OBRAS CIVIS (URBANIZAÇÃO, TERRAPLENAGEM, DRENAGEM, 9 ### ### ### ### ### ### ### ### ### ABASTECIMENTO ÁGUA E TRATAMENTO ESGOTOS, EDIFICIOS, OUTROS)

ALFANDEGAMENTO DA ÁREA 10 ### ### (PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS)

10 PROPOSTAS DE INSTALAÇÕES DE EMPRESAS 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

INSTALAÇÃO DE EMPRESAS - FASE 1 11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 (GALPÕES, INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS)

Página 84 16.9 – Previsão de Investimentos

Será utilizada uma área de 60 hectares para a implantação da primeira etapa da ZPE de Montes Claros. Serão investidos recursos da ordem de R$ 13.895.000,00, conforme Tabela 16.2 abaixo apresentada. As etapas seguintes serão implementadas posteriormente de acordo com o aumento na demanda. Abaixo estão discriminados os investimentos:

Tabela 16.2 - Estimativa de Investimentos na ZPE de Montes Claros.

17. SIMULAÇÃO DE INVESTIMENTOS

Levando-se em consideração anteriores pesquisas no setor industrial da macro-região de Montes Claros, é possível estabelecer uma primeira simulação e ensaios com relação ao perfil e as características mais competitivas para atratividade de empresas para a ZPE Montes Claros, numa primeira fase de posicionamento do projeto. Pagina 87

Página 85 Na Tabela 17.1 é apresentada uma visão geral destas possibilidades, o que poderá resultar em investimentos da ordem de R$330 milhões com geração de mais de 2.100 empregos diretos, somente nas industrias a serem instaladas, fora todo o pessoal administrativo que deverá ser contratado, também com uma estimativa de 140 empregados.

Tabela 17.1 – Simulação da Tipologia de Empresas na ZPE de Montes Claros.

Página 86 18 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

A implantação da ZPE pretende reforçar o potencial produtivo da região, estimulando a indústria, a agropecuária, o setor de serviços, promovendo o desenvolvimento local e o regional.

Com base no estudo apresentado, uma ZPE em Montes Claros terá uma forte vocação para o setor primário, destacando-se os itens produzidos dentro do Projeto Jaíba: banana, mamão, limão, manga, dentre outros. Destaque também para o setor secundário, as indústrias, cujo potencial está voltado para o beneficiamento de produtos como a carne bovina, a suína, a de frango, para o biodiesel, para a indústria têxtil, para a indústria de móveis, de confecção, de metalurgia e de produtos lácteos.

Montes Claros conta com alguns diferenciais em sua infra-estrutura quando comparada a outras cidades que tem ou pretendem implantar uma ZPE. Evidência disso é a localização estratégica da cidade, Norte de Minas, possuindo ligação rápida com todas as regiões do país. Montes Claros possui o segundo maior entroncamento rodoviário do Brasil, tem disponível a prestação de serviços aéreos por meio do aeroporto local e conta, ainda, com a prestação de serviços da concessionária FCA, que opera o transporte ferroviário da região.

O tempo estimado para a implementação do projeto da ZPE é de 21 meses, aproximadamente. O valor do investimento deverá ser apurado após a aprovação pelo governo municipal da proposta de implantação da ZPE de Montes Claros.

Página 87 19 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei nº 11.508, de 20 de julho de 2007.

BRASIL. Lei nº 11.732, de 30 de junho de 2008.

Instituto de Geociências Aplicadas (IGA), Web site: http://www.iga.br.

“O modelo de ZPE introduzido pela Lei nº 11.508/2007: uma primeira avaliação”

Departamento de Estradas e Rodagens do Estado de Minas Gerais (DER/MG), Web site: http:// der.mg.gov.br.

RURALMINAS, Web site: http://www.ruralminas.mg.gov.br.

Confederação Nacional de Transporte (CNT), Pesquisa Ferroviária 2006 – Relatório Analítico.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Web site: http://ibge.gov.br.

Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), 22º Balanço Energético do Estado de Minas Gerais, p. 15.

Governo do Estado de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Panorama do Comércio Exterior de Minas Gerais 2008, Belo horizonte, 2008, p. 13.

Projeto Jaíba, Web site: http://www.projetojaiba.com.br.

Drumond, Geraldo Eustáquio Andrade (coordenador). Montes Claros: Potencialidades / Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montes Claros. ed.Unimontes: Montes Claros: 2008. 80 p.

Sistema Integrado de Comércio Exterior – SISCOMEX

Endereço Eletrônico: http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/

Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico

Endereço: http://www.desenvolvimento.mg.gov.br/pt/infraestrutura/telecomunicacoes

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