Da Fúria `A Melancolia
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. Da F´uria `aMelancolia UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE REITOR Josu´eModesto dos Passos Subrinho VICE-REITOR Angelo Roberto Antoniolli COORDENADOR DO CONSELHO EDITORIAL Luiz Augusto Carvalho Sobral PROGRAMA EDITORIAL DA EDITORA DA UFS Alceu Pedrotti Antonio Ponciano Bezerra Maria Augusta Mundim Vargas Mario Everaldo de Souza Miguel Andr´eBerger Terezinha Alves de Oliva EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE Coordenador do Programa Editorial Luiz Augusto Carvalho Sobral Em conv^enio com a Funda¸c~aoOvi^edo Teixeira Presidente Jo~aode Seixas D´oria APOIO Norcon - Sociedade nordestina de Constru¸c~oes Ltda. Hugo Ribeiro Da F´uria `aMelancolia A din^amica das identidades na cena rock underground de Aracaju Aracaju - Sergipe 2010 Direitos Exclusivos para esta editora: Editora Universidade Federal de Sergipe Cidade Universit´aria \Prof. Jos´eAlo´ısio de Campos" Av. Mal. C^andido Rondon, s/n. - Cep:49.100-000, S~aoCrist´ov~ao{ Sergipe Este livro ou, parte dele, n~aopode ser reproduzido por quaisquer meios sem autoriza¸c~aopor escrito da Editora CESAD (Centro de Educa¸c~aoSuperior a Dist^ancia) Coordena¸c~aoGr´afica Giselda Santos Barros Projeto Gr´afico e Editora¸c~aoEletr^onica Hugo Ribeiro Capa Sandra Freire FICHA CATALOGRAFICA´ ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE Ribeiro, Hugo Leonardo R484f Da F´uria`a Melancolia: a din^amica das identidades na cena rock underground de Aracaju/ Hugo Ribeiro. - S~ao Crist´ov~ao: Editora UFS; Aracaju: Funda¸c~ao Ovi^edo Teixeira, 2010. 518 p. : il. ISBN: 978-85-7822-133-1 1. M´usica - Etnografia - Aracaju. 2. Etnomusicologia. 3. Heavy metal. I. T´ıtulo. CDU 785.161 (813.7) . Para minha esposa Agatha e meus filhos Pedro, Gabriel e Let´ıcia. Agradecimentos Algumas pessoas e institui¸c~oes foram de inestim´avel impor- t^ancia durante meu percurso acad^emico. Portanto, deixo aqui registrado meus agradecimentos `aEscola de M´usica e ao Programa de P´os-Gradua¸c~aoem M´usica da UFBA, ao CNPq e `aCAPES, pela concess~aode bolsas durante todas as fases dos meus estudos, permitindo meu amadurecimento enquanto pesquisador, e aos meus grandes amigos do N´u- cleo de Estudos Musicais (Nemus), em particular a Luciano Car^oso,Leandro Gazineo e S^onia Chada. Agrade¸cotam- b´emaos professores Jedder Janotti (UFBA), Pablo Sotuyo Blanco (UFBA), Angela^ Luhning (UFBA) e Martha Ulh^oa (UNIRIO), que participaram da minha banca de doutorado, cujas contribui¸c~oesforam de grande import^ancia para o re- sultado final deste livro. N~aoposso deixar de agradecer as bandas The Warlord, Scarlet Peace e Sign of Hate, e todos os entrevistados, dentre os quais gostaria de destacar Emanuel Serra, Marcus Vin´ı- cius, Vicente Coda, Henrique Teles e Silvio \Karne Krua" { pela contribui¸c~aoem rela¸c~ao`acena underground na d´ecada de 80 {, Adelvan Barbosa (Kenobi), pela permiss~aopara pu- blicar na ´ıntegra seu artigo sobre o rock em Sergipe, e Bruno \China", pelos contatos feitos com as bandas e participantes da CRUA. Durante minha estadia na Irlanda do Norte, conheci e es- tou em d´ıvida com diversos pesquisadores sobre Metal, entre os quais destaco Keith Kahn-Harris e Bruce Friedsen, que, gentilmente, cederam-me textos e artigos quando os solicitei. Agrade¸co especialmente a Suzel Reily e todo staff da Que- ens University of Belfast; a Jos´ee Sheila, em nome de todos os brasileiros que moram na Irlanda do Norte; a M´assimo, Jo~aoPaulo, Rog´erio e Javier, amigos que fiz em Belfast; e a Sharon, Peter e Le´on, em nome de todos os irlandeses que deram apoio e alegraram a passagem de minha fam´ılia pela Irlanda do Norte. Por fim, agrade¸coao constante apoio e incentivo da mi- nha esposa Agatha, pela ajuda inestim´avel durante todas as fases de produ¸c~aodesse texto e aos meus pais, inclusive por terem permitido a constru¸c~aodo est´udio \A Gruta" em nossa antiga casa. Sum´ario Apresenta¸c~ao 13 Pref´acio Tr^esexemplos . 17 . e algumas reflex~oes. 25 Introdu¸c~ao Caracterizando a cultura Metal . 27 O uso do power chord e o surgimento do g^enero Metal 30 O G^enero e os estilos . 37 Regras de g^enero . 45 Fronteiras estil´ısticas como fronteiras identit´arias . 47 Fenomenologia e an´alise musical . 52 Metodologia . 62 Endoetnografia . 62 Recursos Tecnol´ogicos . 67 Anexos .................................... 69 A cidade e a cena O global e o local . 71 Um pouco da hist´oria de Sergipe . 73 Mainstream versus underground . 75 O Rock em Sergipe . 78 A cena atual . 82 Est´udios ................................... 83 Festivais ................................... 84 Locais de shows. 86 Locais..................................... 88 Meios de divulga¸c~ao. 89 Interior do Estado . 90 The Warlord Hist´orico . 93 Regras semi´oticas . 97 Letras..................................... 98 Iconografia . 101 Guitarras . 104 Regras de comportamento . 106 Regras sociais e ideol´ogicas . 111 Regras econ^omicas e jur´ıdicas . 114 Regras formais e t´ecnicas . 116 M´usica { \God Kill the King". 118 M´usica { \Armageddon" . 124 Conclus~ao. 129 Scarlet Peace Hist´orico . 131 Regras semi´oticas . 135 Letras..................................... 135 Iconografia . 138 Guitarras . 142 Regras de comportamento . 143 Regras sociais e ideol´ogicas . 145 Regras econ^omicas e jur´ıdicas . 150 Regras formais e t´ecnicas . 151 M´usica { \Into the Mind's Labyrinth". 152 M´usica { \Sunset". 156 Conclus~ao. 164 Sign of Hate Hist´orico . 169 Regras semi´oticas . 172 Letras..................................... 172 Iconografia . 177 Regras de comportamento . 180 Regras sociais e ideol´ogicas . 182 Regras econ^omicas e jur´ıdicas . 185 Regras formais e t´ecnicas . 187 M´usica { \The Cloack of Death" . 190 M´usica { \Infernal Dungeon" . 195 Conclus~ao. 199 Conclus~ao Cultura Metal e processos de identifica¸c~ao . 201 N´ıveis de Imers~ao. 203 Fase Inicial . 204 Fase da auto-afirma¸c~ao. 206 Fase da maturidade . 209 Camadas de Significa¸c~aoda Percep¸c~aoMusical . 211 Compara¸c~aodas bandas . 214 Elementos extra-musicais . 214 Elementos musicais. 216 Pensamentos Finais . 222 Posf´acio Retorno aos exemplos . 227 Refer^encias 229 Letras das m´usicas dos CDs The Warlord { The Land of Agony ................ 239 Scarlet Peace { Into the Mind's Labyrinth .......... 250 Sign of Hate { Rebel Souls of Chaos ............... 254 Partituras God Kill The King (The Warlord) . 263 Armageddon (The Warlord) . 277 Into The Minds Labirynth (Scarlet Peace). 296 Sunset (Scarlet Peace) . 317 The Cloack of Death (Sign of Hate) . 336 Infernal Dungeon (Sign of Hate) . 344 Bula para Transcri¸c~aoda Bateria . 358 Rock Sergipano, esse desconhecido 359 Fliers 365 Gloss´ario 367 ´Indice Remissivo 374 Apresenta¸c~ao A publica¸c~aode Da f´uria `amelancolia marca, definitiva- mente, a participa¸c~aoefetiva do Brasil no mundo globali- zado { uma globaliza¸c~aoque abarca tanto o campo cultural do pa´ıs, em que o rock alternativo agora j´afaz parte do dia-a-dia de um setor expressivo da popula¸c~ao,quanto no dom´ınio acad^emico, em que n~ao´emais preciso centrar um trabalho sobre estilos anglof^onicos exclusivamente em torno da din^amica entre o global e o local. Sem d´uvida, a cena underground de Aracaju se formou e vem se perpetuando ao longo dos anos, a partir de um di´alogoentre as especificida- des locais e seu contato com estilos e pr´aticas musicais vindos de fora. Por´em, o significado desta m´usica e de suas pr´aticas s´ocio-musicais, para os participantes da cena em Aracaju, muitos dos quais j´aparticipam deste universo h´amais de duas d´ecadas, deriva, acima de tudo, das experi^encias que lhes s~aopotencializadas pela participa¸c~aona cena (ou CRUA { \cena de rock underground de Aracaju"). Hugo Ribeiro conhece bem este universo, pois dele par- ticipou durante a juventude, antes de tomar o rumo acad^e- mico. Tendo, portanto, vivido neste mundo, ele pode abar- car, com seriedade, as falas dos m´usicos e f~asdos estilos alternativos representados na cena, particularmente a ^enfase sobre suas afinidades com a m´usica enquanto m´usica. Se, como diziam, participavam da CRUA por gostar da m´usica em torno da qual a cena se estrutura, como essa m´usica seria ouvida e vivida pelos seus membros? Foi em busca de res- postas para estas perguntas que Hugo se reintegrou na cena, agora no papel de etnomusic´ologo. Seu livro se baseia sobre intenso trabalho de campo, uma orienta¸c~aorelativamente nova dentro dos estudos da m´usica popular, onde trabalhos voltados para a interpreta¸c~aode gra- va¸c~oestem sido a norma. Mas, al´em da abordagem etnogr´a- fica, Hugo se norteou pelos pr´e-supostos da fenomenologia, que sustenta que a consci^encia do mundo ´eformulada e re- 14 Da Furia´ a` Melancolia formulada no conv´ıvio social e nas intera¸c~oes com o ambiente em que se vive. Para compreender como a m´usica alterna- tiva seria vivenciada pelos participantes da CRUA, ele n~ao se limitou a documentar apenas aquilo que ele mesmo pode observar, mas principalmente aquilo que os participantes afir- mam ser importante, seja por meio de formas de comunica¸c~ao verbal expl´ıcita, seja atrav´esde comunica¸c~oesn~ao-verbais, estruturando seus dados em torno das `regras de g^enero' pro- postas por Franco Fabri. Assim, seu trabalho tamb´em pro- p~oemetodologias de pesquisa inovadoras para a an´alise da m´usica popular no Brasil. Seu levantamento etnogr´afico nos apresenta um mundo fascinante em que a m´usica ´eefetivamente uma for¸ca forma- dora de universos s´ocio-est´eticos. Se, por um lado, a CRUA pode ser vista como uma unidade sustentada pelo `rock alter- nativo', ela ´etamb´emfragmentada pela inclus~aode diversos estilos e sub-estilos distintos, englobando o metal em suas v´arias vertentes (heavy, doom, death, entre outros), o punk e o hardcore, cada qual marcado por elementos musicais e pr´a- ticas distintas.