VINHOS Vinho na Índia?

Há muito que já se foi o tempo da França, Itália e alguns outros poucos países europeus serem considerados como os únicos produtores de bons vinhos. Hoje, grandes produtos podem ser encontrados nos quatro cantos do mundo, da Califórnia até a Nova Zelândia, passando pela América e África do Sul. Todas essas regiões já fazem produtos conheci- dos, muitos deles de excelente qualidade, muitas vezes superiores aos produtos franceses e merecedores de medalhas e reconhecimento oficial pelos mais altos profissionais do setor. Outros países também começam a ingressar nesse mundo encantador de Baco e Dionísio. A China, segunda área de viticultura do mundo, está trabalhando fortemente e bons produtos não deverão demorar a aparecer. Até a Etiópia já possui alguns vinhos razoáveis! Em recente viagem, fomos conhecer o mercado vitivinícola da...Índia.

96 ITALIAN-FOOD Nº 34 - 2019 A VITIVINÍCOLA INDIANA Um pouco de história. Acre- dita-se que a viticultura tenha (1) Os xátrias, kshatriya, chátrias ou sido introduzida na Índia pelos chatrias (em híndi क्षत्रिय, transl. kṣat comerciantes persas em algum riya, do sânscrito क्षत्र transl. kṣatra) for- momento do quarto milênio a.C. mam uma das quatro castas no hinduís- Os primeiros plantios foram usados mo. Constituem a ordem dos altos postos principalmente para uvas de mesa militares e na sua maioria governantes do ou suco de uva e não na produção tradicional sistema social védico-hindu e de uma bebida alcoólica. Durante o suas famílias, tal como definido pelos Ve- período védico do 2º e 1º milênios, das e pelo Código de Manu. Os Senhores as tribos arianas da região eram Krishna, Buda e Mahavira pertenceram conhecidas pela sua indulgência a esta casta. na bebida e parece provável que o vinho fosse uma bebida corrente. A primeira menção conhecida de vinhos à base de uva foi nos escritos de Chanakya, também chamado de Vichnugupta (371 a.C. - 283 a.C.), um estadista e filósofo india- no dos séculos IV e III a.C., que Chandragupta Máuria serviu como primeiro-ministro de Chandragupta Máuria (340 a.C. - tiveram recepção favorável. A indústria 298 a.C.), o fundador do Império Máu- vinícola indiana estava atingindo um ria. Em seus escritos, Chanakya condena pico no momento em que a epidemia o uso do álcool, enquanto registra que o de filoxera(2) chegou ao país e devastou imperador apreciava um estilo de vinho seus vinhedos. de uva conhecido como Madhu. Foi um longo caminho para a in- (2) Filoxera é o nome comum do hemípte- Nos séculos que se seguiram, o dústria vitivinícola indiana se recuperar ro da família Phylloxeridae, da espécie vinho tornou-se a bebida privilegiada da da devastação no final do século XIX. A Daktulosphaira vitifoliae (Fitch, 1854), nobreza indiana ou classe Kshatriya(1), opinião pública e religiosa desfavorável por vezes designada pelo seu sinônimo ta- enquanto a casta inferior bebia tipi- sobre o álcool se desenvolveu e culminou xonômico Phylloxera vastatrix (Planchon, camente álcool feito de trigo, cevada na década de 1950, quando muitos dos 1868). A partir do último trimestre do e painço. Sob o domínio do Império Estados da Índia proibiram o uso do século XIX, a filoxera constituiu-se como muçulmano Mughal, o álcool era álcool. Os vinhedos foram arrancados ou a praga mais devastadora da viticultura proibido de acordo com as leis dieteticas incentivados a se converterem para a pro- mundial, alterando profundamente a islâmicas. No entanto, há relatos escri- dução de uvas e passas. Algumas áreas, distribuição geográfica da produção tos sobre, pelo menos, um governante como Goa, continuaram produzindo vinícola e provocando uma crise global Mogol, Jahangir (1569 - 1627), nome vinho, mas o produto era normalmente na produção e comércio dos vinhos que imperial de Nur-ud-din Mohammad muito doce e altamente alcoólico. O duraria quase meio século. O vocábulo Salim, governante do Império Mogol en- ponto de virada da moderna indústria filoxera é usado indistintamente para tre os anos de 1605 e 1627, que gostava vinícola indiana ocorreu no início dos designar o inseto e a doença dos vinhedos de vinho de conhaque. No século XVI, anos 80, com a fundação do The Tonia que é causada pela infestação. De origem os colonos portugueses de Goa introdu- Group, no Estado de Goa. Com a assis- norte-americana, a filoxera está hoje pre- ziram o vinho do tipo porto e a produção tência de produtores franceses, o Grupo sente em todos os continentes, sendo um de vinhos fortificados logo se espalhou Tonia começou a importar variedades de dos exemplos mais marcantes do efeito para outras regiões. Sob o domínio uvas vitis vinifera, como Cabernet Sau- humano sobre a dispersão das espécies, britânico durante a era vitoriana, a viti- vignon, , Pinot blanc, Pinot já que, em poucas décadas, esta espécie cultura e a vinificação foram fortemente noir e Ugni blanc, e começou a fazer evoluiu de um habitat localizado para encorajadas como fonte doméstica para vinhos e espumantes. Outras vinícolas uma distribuição global, com uma rapidez os colonos britânicos. Os vinhedos foram logo se seguiram à medida que o sur- que, ainda hoje, não deixa de surpreender. plantados extensivamente nas regiões de gimento da crescente classe média da Baramati, Caxemira e Surat. Em 1883, Índia impulsionou o crescimento e o na Exposição Internacional de Calcutá, desenvolvimento da indústria vinícola os vinhos indianos foram exibidos e indiana. Hoje, as duas principais viní-

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colas indianas são a Sula Wines e a Grover Vineyards. Geologia e clima. Embora uma grande parte do subcontinente indiano não seja ideal para a viticultura, a grande diversidade de clima e geologia cobre algu- mas áreas com terroir adequado para a viticul- tura prosperar. O verão na Índia tende a ser muito quente e propenso a monções. Muitas das regiões vinícolas também se enquadram na faixa climática tropical. Os vinhedos são, então, plantados em altitudes mais elevadas, ao longo de encostas, para se beneficiar do ar mais fresco e de alguma proteção contra o vento. A altitude dos vinhe- dos da Índia normalmente varia de 200 metros em Karnataka, 300 metros em Maharashtra, 800 metros ao longo das encostas do Sahyadri e 1.000 metros na Caxemira. A temperatura de verão pode ficar tão alta quanto 45°C e as mínimas de inverno podem cair até 8°C. Durante o pico da estação de crescimento, entre junho e agosto, a preci- pitação média é de 625 a 1.500 mm. Os vinhedos na Índia variam desde o clima mais temperado do Estado de Punjab, no Noroeste, até o Estado de Tamil Nadu, no Sul. Algumas das maiores áreas produtoras estão localizadas em Maharashtra, Karna- taka, perto de Bangalore e Telangana, perto de Hyderabad e no vilarejo de Titari (Distrito de Ratlam, no Estado de Madhya Pradesh), onde se encontra a Ambi Vineyard. Dentro As principais regiões vinícolas da Índia estão ao Norte - Kashmir e Punjab - e ao Sul - da região de Maharashtra, os vinhedos são Maharashtra, Andhra Pradesh, Tamil Nadu, Karnataka e Goa. encontrados no Planalto do Decão (Deccan Plateau) e ao redor de Baramati, Nashik, amplamente utilizada. As condições tropicais ser usadas na produção de vinho, sendo Pune, Sangli e Solapur. A cidade de Nashik, geralmente promovem altos rendimentos, Anabeshahi, Arkavati e Arkashyam as mais no Estado de Maharashtra, passou a ser o que requer podas frequentes durante comuns. As uvas populares não nativas in- chamada de Capital do Vinho da Índia. todo o ano. A colheita normalmente ocorre cluem o Bangalore Blue (Isabella) e o Gulabi O alto calor e a umidade da metade em fevereiro e geralmente é feita à mão. (Black Muscat). A uva turca Sultana é a mais oriental do país limita a atividade vitícola. Nas regiões vitivinícolas muito quentes de amplamente plantada na Índia, cobrindo O calor e a umidade da região vinícola da Tamil Nadu, Karnataka e Andhra Pradesh, mais da metade dos 148.000 hectares plan- Índia ditam muitas das escolhas as videiras podem produzir uma cultura duas tados no país. Além das variedades francesas, vitícolas que são feitas nos vezes por ano. inicialmente importadas pelo Grupo Tonia, vinhedos. A irriga- O Sul da Índia é o lar de variedades de pode-se também encontrar hoje a Sau- ção é essencial e uvas de mesa indígenas que também podem vignon blanc, a , a e

98 ITALIAN-FOOD Nº 34 - 2019 a Clairette Blanche. Nashik. Antiga cidade sagrada na região Noroeste de Maharashtra, Nashik é situada nas margens do rio Godavari e é mais conheci- da por ser um dos locais de peregrinação hindu, o de Kumbh Mela. O Khumba Mela ou Kumbh Mela é o principal festival do hinduísmo, que ocorre quatro vezes a cada 12 anos na Índia, rodando por quatro cidades: Allahabad, Uj- jain, Nashik e Haridwar. Localizada a cerca de 190 km ao Norte de Mumbai, a capital do Estado ainda é chamada de Capital do Vinho da Índia, já que metade dos vinhedos e viníco- las da Índia estão localizados em Nashik. Fica, em média, a 584 metros do nível do mar, o estação fria de novembro a fevereiro. registrado pelo Controlador Geral de Patentes que lhe confere variação de temperatura ideal, A estação fria apresenta temperaturas amenas de Design e Marcas Registradas sob o título particularmente em invernos. Nashik tem de cerca de 28°C durante o dia, mas noites Nashik Valley Wine. Sob as estipulações de um terreno montanhoso exuberante e fica na frias, com temperaturas médias de 10°C e ar proteção, pelo menos, 80% das uvas usadas borda ocidental do Planalto de Decão, uma extremamente seco. para fazer vinho devem ser produzidas no formação vulcânica. Das 78 vinícolas que existem em toda a Distrito de Nashik e fabricadas e engarrafa- A localização tropical e a altitude elevada Índia, 45 estão em Nashik. A maior é a Sula das com etiqueta dentro do Distrito. da cidade combinam-se para proporcionar Vineyards. Na época da colheita, a cidade se O solo consiste em laterita ver- uma versão relativamente branda de um torna o lar de vários festivais de vinho, como melha, com boas condições de drenagem clima tropical úmido e seco. As temperaturas a India Grape Harvest (IGH), a SulaFest etc.. e geralmente com propriedades químicas aumentam ligeiramente em outubro, mas O vinho da região é protegido pela Lei adequadas para o cultivo de uvas para vinho. isso é segui- de Indicação Geográfica de Bens (Registro e A qualidade da água também é indicada do pela Proteção), de 1999, do Governo da Índia. Foi como ideal para o crescimento de uvas para produção de vinhos de qualidade. Em Nashik, de um total de cerca de 73.000 hectares dedicados a produção de uvas em geral, cerca de 8.000 hectares estão plantados com uvas viníferas. As variedades de uvas cultivadas no Vale de Nashik são: Chenin blanc, , Zinfandel, , Shiraz, Chardonnay, , , , Tem- pranillo, , principalmente, e também as uvas Thompson Seedless. O famoso Stephen Spurrier comenta sobre a vitivinicultura indiana: "Trata-se de uma in- dústria em franco crescimento que, tudo indica, deverá ser bem sucedida. Certamente, no decorrer dos últimos 10 a 12 anos que tenho vindo à Índia, a qualidade dos vinhos melhorou drasticamente. Eu acho que, em breve, eles vão ter visibilidade fora da Índia”.

2019 - Nº 34 ITALIAN-FOOD 99 VINHOS Sula Vineyards pvt. ltd.

A Sula e sua história. A Sula Vineyards é a maior produtora de vinho da Índia e uma das mais populares produtoras de vinhos premium do país, Foi fundada em 1998, por Rajeev Samant, com objetivo de levar vinho de qualidade para a Índia. Em 1996, Rajeev percebeu que Nashik tinha o clima perfeito para o cultivo de uvas para vinho. Sua determinação cresceu e voltou para a Califórnia, onde se encontrou com Kerry Damskey, um enólogo eminente e fundador da empresa de consultoria Terroirs Inc., que entusiasticamente concordou em

ajudá-lo a iniciar uma vinícola. Em 1997, a dupla deu o passo revo- lucionário de não apenas ser a primeira a cultivar uvas para vinho nessa região, mas também plantar varietais, como os franceses Sauvignon Blanc (originário da região da Bordeaux) e Chenin Blanc (nativo do Vale do Loire), que nunca haviam sido plantados antes na Índia. Em 1998, a Sula Vineyards foi fundada, lançando seus primeiros vinhos em 2000. A Sula Vineyards Pvt. Ltd. desenvolveu- se de forma admirável como uma vinícola de classe mundial. Hoje, é a maior produtora Kerry Damskey Rajeev Suresh Samant, hoje com de vinho da Índia, com uma participação A empresa também possui uma grande 52 anos, nasceu em Mumbai. Com- de mercado de 65%. É também a única importadora, oferecendo vinhos, bebidas pletou sua educação na Universidade empresa de vinhos da Índia a estar presente alcoólicas e cerveja engarrafada no país de Stanford, onde recebeu um diploma em todos os segmentos de preços e produtos. de origem para preservar a integridade de bacharel em Economia, seguido por Seu restaurante de tema italiano serve e a expressão do terroir. Suas principais um mestrado em Engenharia de Gestão prazerosos pratos para serem apreciados com representadas são Hardys, Ruffino, Remy (Engineering Management). Ingressou, os seus vinhos. Também possui um belíssi- Cointreau e Asahi - a cerveja no1 do Japão. então, na Oracle Corporation, na época mo resort, chamado Beyond by Sula, com Também oferece vinhos de novas e velhas como um dos gerentes mais jovens da aproximadamente 32 quartos com varandas. regiões do mundo, como África do Sul, área financeira. Depois de alguns anos, Os vinhedos da propriedade da Sula Argentina, Austrália, Chile, França, Itália se demitiu e decidiu voltar para a Índia estão localizados nos cenários idílicos de e Nova Zelândia, todos com garantia de e começar um negócio próprio. Antes, Nashik, no Norte de Maharashtra, a cerca qualidade assegurada pela Sula Selections, viajou pelo mundo todo durante um de quatro horas de distância de Mumbai. a divisão de importações da empresa. Até ano e, ao retornar, optou por viver uma Além de revolucionar a indústria do vinho importa do Brasil a cachaça Pitú!!! vida rural. Começou a cultivar mangas, na Índia, a principal contribuição da Sula A Sula também oferece cursos profissio- rosas, madeira de teca e uvas de mesa foi colocar o Vale do Nashik como uma nais de vinhos WSET. no terreno de 20 acres de sua família, região produtora de vinho premium no É um verdadeiro pioneiro em Nashik. mapa mundial do vinho como uma das em vinhos indianos e recebeu o principais regiões produtoras de vinho e prêmio Quality Winery da Índia. turismo da Ásia.

100 ITALIAN-FOOD Nº 34 - 2019 Os vinhos da Sula Os vinhos produzidos pela Sula Vineyards podem ser divi- didos em diversas categorias. A Reserve Collection é composta por cinco vinhos: Rasa Shiraz, Rasa Cabernet Sauvignon, Dindori Reserve Shiraz, Dindori Reserve Viognier e Chenin Blanc Reserve. Os Premium Reds incluem quatro produtos: Cabernet Shiraz, Satori Merlot-Malbec-, Zinfandel e Mosaic Grenache Syrah. Os Premium Whites, também contam com quatro vinhos: Sau- vignon Blanc, Riesling, Chenin Blanc e Mosaic Chenin Sau- vignon. Os Premium Rosé são dois: Zinfandel Rosé e Mosaic Gre- nache Syrah Rosé. Os espumantes incluem quatro produtos: Brut Tropicale, Brut, Brut Rosé e Sula- Seco, sendo este último produzido Rasa Shiraz pelo método Charmat (de tanque) e os três primeiros pelo método Pode ser considerado o vinho de referência, emblemático, da empresa. tradicional. A Sula também faz O Rasa Shiraz é um vinho tinto potente que pode ser apreciado no mo- um vinho para sobremesa, o Late mento do seu lançamento ou pode até envelhecer graciosamente durante Harvest Chenin Blanc. 6 a 8 anos. Tem aromas complexos de frutas silvestres escuras, baunilha, A Sula ainda produz óleo de carvalho, fumo, especiarias e mocha(*). O vinho é encorpado, intenso e sementes de uva, vinho tipo Porto rico, com taninos suaves e um final longo. O vinho envelhece 14 meses (Port Wine 1000 Gold), whisky em barricas de carvalho francês e depois é amadurecido em garrafas, antes (Eclipse) e brandies (Janus e J). do lançamento. Nossa sommelière Rosa Oliveira O Rasa Shiraz conquistou o prestigiado Prêmio Prata - Syrah du experimentou os melhores. Monde (França), em 2014.

Dindori Reserve Shiraz Rasa Cabernet Sauvignon Dindori é uma aldeia em Nashik! Um vinho tinto É um produto relativamente novo no portfólio da Sula, intenso e potente, com taninos suaves e sabores de frutas sendo 100% feito à base de Cabernet Sauvignon. Este vinho silvestres de bagas escuras, baunilha, especiarias doces e tinto apresenta aromas complexos de frutas silvestres escuras, um final longo. Basicamente, é feito com uvas Shiraz, especiarias, groselha preta, azeitonas e tabaco. É encorpado, mas 10% de Cabernet Sauvignon é misturado ao intenso, com boa estrutura e taninos suaves. Passa por en- vinho para propiciar maior estrutura. O vinho é velhecimento de 15 a 18 meses em barricas de carvalho francês envelhecido durante 10 a 12 meses em barricas de e americano (não foram divulgados maiores detalhes). O vinho carvalho americano. pode ser apreciado jovem ou com idade entre 5 e 8 anos. O Dindori Reserve Shiraz foi destaque, em 2016, como Editors ’Choice da Wine Enthusiast, com 92 (*) Mocha é o nome dado a um tipo de grão de café com um sabor achocolatado, pontos. Também foi clas- menor e mais redondo do que a maioria dos outros tipos de grãos da espécie sificado em 83° lugar pela Coffea arabica, nativa da Etiópia, mas originalmente cultivada no Iêmen e de Wine Enthusiast "Top 100 lá exportado para o porto de Mocha, de onde deve ter vindo a associação do Wines of the Year", em 2016. café expresso ao nome Mocha. Na Europa, o café mocha pode se referir tanto ao café com chocolate ou simplesmente ao café feito com grãos de mocha. 2019 - Nº 34 ITALIAN-FOOD 101 VINHOS

Na categoria dos Premium Whites, o Sauvignon Blanc é um must. Este é o vinho emblemático da Sula. Con- cebido a partir de 100% de uvas cultivadas em Nashik, este branco fresco é seco e herbáceo, apoiado com aromas de frutos tro- picais e uma acidez vi- brante. Os sabores são exclusivamente típicos É considerado como o melhor vinho es- de Nashik e, sem dú- pumante da Índia e ganhou, em 2014, o India vida, Sauvignon Blanc. Blanc de Noirs Wine Consumers Choice Award. Este vinho é conside- Quando você está procurando um rado como o primeiro espumante leve para recepcionar Sauvignon Blanc da Ín- pessoas, para abrir um jantar, Brut Rosé nada como um bom Blanc de dia. Ganhou a Me­dalha Blancs, ou seja, um espumante Este vinho espumante rosé de Prata no Decanter elaborado só com uvas brancas, tem aroma de frutas vermelhas World Wine Awards normalmente Chardonnay. O complementadas por notas (UK) 2011; Medalha Cava, por exemplo, espumante autolíticas tostadas. Na boca, espanhol, em sua grande maioria, de Prata no Decanter Asia é elaborado somente com uvas o vinho é cremoso, com bom Wine Awards (HK) 2012; brancas locais. O Blanc de Noirs equilíbrio e uma pequena foi destaque como "Best Buy" pela Wine é um tipo totalmente oposto quantidade de açúcar para Enthusiast 2016 (EUA), com 89 pontos, e ao citado acima. É elaborado equilibrar a acidez. Como somente com uvas tintas no Medalha de Bronze na International Wine vinho-base, normalmente uvas os precedentes, é produ- Challenge 2017. Sem dúvida nenhuma, um . É um espumante de zido pelo método clássico belo palmarés para um vinho indiano! corpo, gastronômico, ou seja, e envelhecido em borras um espumante para ser levado de levedura durante uma à mesa. É um tanto pesado para bebericá-lo sem comida. média de 9 a 12 meses. Brut Tropicale Ganhou vários prêmios Este espumante foi o primeiro Blanc de como melhor escolha Noir da Índia. O vinho tem um tom rosa para o consumidor in- diano. coral, com aromas de pêssego e maracujá. É bem equilibrado, com boa acidez e sabores de maracujá e frutas vermelhas. É produzido pelo processo tradicional ou clássico (método champenoise). O vinho é envelhecido sur lies (sobre as leveduras) por um perío- do de 18 meses. Ganhou o Prêmio de Melhor Espumante Indiano no India Wine Awards.

Brut

O vinho tem aromas com- Sula Vineyards Pvt. Ltd. plexos de maçãs, peras e notas tostadas Estrada Gangapur-Savargaon de brioche. Na boca, o vinho é bem Portão 36/2 equilibrado, com uma acidez viva e 422 222 - Vila Govardhan um final longo. Tal como o anterior, Nashik, Maharashtra - Índia é produzido pelo método clássico ou sulawines.com tradicional e, também, é envelhecido [email protected] sur lies (sobre as leveduras), por um período de 12 a 18 meses.

102 ITALIAN-FOOD Nº 34 - 2019 Grover Zampa Vineyards Ltd.

A Grover Zampa e sua história. Kanwal Grover (1925 - 2011) foi um empresário india- Georges Vesselle no, importador de equipamentos (1923 - 2009). Foi prefeito de Bouzy - de alta tecnologia para o progra- um pequeno município ma espacial e para a produção do departamento de de material para o Ministério Marne, na França - da Defesa. Sua empresa impor- durante 25 anos e diretor das famosas tava produtos diretamente e casas de champagne exclusivamente da França. Com Mumm, Perrier Jouet suas constantes visitas à França, e Heidsieck Monopole. se apaixonou pela gastronomia Também participou ativamente de muitas francesa e seu gosto pelo vinho inovações vitícolas, cresceu. Sua paixão por gran- tais como a introdução des vinhos nasceu e continuou de helicópteros na crescendo enquanto trabalhava região de Champagne para tratamentos no exterior, no início dos anos fitossanitários, a 1960. da Grover Vineyards iniciou-se Georges Vesselle abriu uma gar- máquina de plantio Inicialmente, pensava em nessa paixão. rafa de Bouzy Rouge 1925 de sua a laser e a cultura in atrair mais engenheiros franceses Mas para realizar seu sonho adega privada. vitro. Nos anos 80, foi um dos pioneiros do para a Índia e acreditava que pro- de criar vinhedos premium na A amizade única fez com desenvolvimento da duzindo vinhos de qualidade se- Índia, Kanwal Grover precisava que Vesselle aceitasse o desafio vitivinicultura indiana. ria uma maneira certa de fazê-los contar com um técnico francês de cultivar variedades de uvas Teve cinco filhos: Xavier, ficar no país. Assim, em uma de experiente. Conheceu Georges francesas na Índia. Eles foram os Véronique, Sylvie, Eric e Bruno. Os dois últimos, suas viagens à França, no início Vesselle, o então diretor técni- pioneiros da produção de vinho também apaixonados dos anos 70, visitou algumas co da Champagne Mumm, e na Índia, explorando o país para pela vitivinicultura, se vinícolas. O processo e a beleza durante o primeiro jantar eles encontrar a região mais apropria- associaram com o pai, da vinificação convenceram-no perceberam que nasceram no da para cultivar variedades de em 1993, e dirigem até hoje a Maison Champagne a transformar sua paixão em mesmo dia, do mesmo ano, uvas francesas. Georges Vesselle, em uma dedicação à vida: o sonho 1925! Para comemorar isso, Bouzy, na França.

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Quando Georges Vesselle se aposentou, Kanwal Grover teve que procurar por um novo especialista. Enquanto viajava em Bordeaux, em 1994, foi ao Cos d'Estournel, o famoso Grand Cru, e conheceu Bruno Prat, que o apresentou a Michel Rolland, um dos mais influentes enólogos do mundo. Não foi fácil convencer Rolland, que já estava ocupa- do trabalhando com vinícolas argentinas e chilenas. Ele achava que Kanwal Grover, na época com 60 anos, estava louco por aceitar o desafio de fazer vinho na Índia. Mas a na- tureza e a paixão genuínas de Kanwal Grover impressionaram Rolland e ele aceitou ir à Índia e conhecer a vinha. Michel Rolland levou as melhores tradições francesas para criar os melhores vinhos indianos. Desde 1995, Michel Rolland tem assessorado a Grover Vineyards a refazer todo o manejo de seus vinhedos, usando métodos mais eficien- Michel Rolland (1947, Libourne, tes e naturais, reduzindo os rendimentos para França). Verdadeiro monstro Karishma Grover (1985). Filha sagrado na área vinícola, Michel melhorar a qualidade dos frutos e a concen- mais velha de Kapil Grover, Rolland é um enólogo baseado tração de sabores. Ele também aconselhou Karishma criou um lugar para si em Bordeaux, com centenas de a modernização das instalações da vinícola. mesma na adega e na indústria clientes espalhados em 13 países, Desde então, continua levando sua expe- do vinho em geral. tendo influencia direta em muitos Esta jovem, graduada no curso vinhos produzidos ao redor do riência para a Grover Zampa. de Viticultura e Enologia da mundo. "São suas consultorias fora Com sua experiência, a vinícola indiana Universidade da Califórnia - da França que o diferenciam de continua a produzir vinhos suaves, ricos, Davis, é quem primeiro todos, com exceção de um punhado opulentos e distintos. defendeu o cultivo da uva de compatriotas". Nascido em Viognier na empresa. Ela sentiu uma família de produtores de Hoje, a Grover Zampa é gerenciada por que essa uva se daria bem na vinho, cresceu na propriedade da Kapil Grover (62 anos), filho de Kanwal Índia e seria ótimo poder contar família, o Château Le Bon Pasteur, Grover. Sob sua capacidade de liderança, os com a sua "expressividade em Pomerol, na França. Depois vinhedos se expandiram de 40 hectares para de frutos". Foi depois de um do ensino médio, Rolland cursou estágio em Napa Valley, que se a EVO (École de Viticulture et 160 hectares e a vinícola pode produzir 1,85 juntou à vinícola Grover Zampa d'Œnologie La Tour Blanche), em milhão de litros de vinho por ano. de Bangalore, trabalhando ao Bordeaux, com o incentivo de seu Através de seu respeito pelas tradições, mesmo tempo na Índia e em pai. Graduou-se em 1972. Kapil leva adiante o objetivo de produzir vinhos Bordeaux, na França, com o A presença de sua assinatura renomado consultor de vinhos em qualquer garrafa é garantia de qualidade premium. Como seu pai, que Michel Rolland. Karishma gosta de sucesso para a vinícola que o iniciou a viticultura no país, ele é um inovador. de desafios e está ativamente contrata. Sua marca registrada é Utilizando técnicas modernas, aprimorou envolvida nos departamentos um produto fortemente frutado e significativamente os processos na vinícola e, de marketing e relações aroma influenciado pelo carvalho, públicas da empresa. Suas uma preferência compartilhada posteriormente, na qualidade do vinho. prioridades são manter um alto pelo influente crítico Robert Karishma Grover, filha de Kapil, traz nível de qualidade e continuar Parker. Michel Rolland é uma nova perspectiva, é a nova geração. Se educando os hindus na cultura proprietário de várias vinícolas juntou recentemente à Grover Vineyards do vinho. Com ela, a Grover na região de Bordeaux, tais como Wines está trabalhando para Château Bertineau Saint-Vincent, para levar a vinícola adiante em sua expan- enfrentar os dois desafios. em Lalande de Pomerol; Château são e objetivo de produzir vinhos de alta Rolland-Maillet, em Saint-Émilion; qualidade. Desde 2011, o consultor Mathias Château Fontenil, em Fronsac; e Château La Grande Clotte, em Pellissard também colabora com a equipe Lussac-Saint-Émilion, bem como e, através do conhecimento que adquiriu Hoje, a Grover Zampa possui duas loca- parcerias em joint ventures com de suas experiências internacionais, agora lizações: uma em Nandi Hills, em Karnataka, Bonne Nouvelle, na África do dedica-se a produção de vinhos de qualidade e outra em Nashik Valley, em Maharashtra. Sul; Val de Flores, na Argentina; Rolland Galarreta, na Espanha; e e premium para a Grover Zampa Vineyards. A proteção natural das colinas de Nandi e Yacochuya (Salta) e Clos de los Siete, Durante sua carreira, supervisionou 22 safras as encostas de socalcos* de Nashik oferecem na Argentina. em 10 países diferentes, como Nova Zelân- clima fresco, solo fértil e condições perfei- dia, Austrália, África do Sul, EUA, China e tas para o cultivo da videira. “Os melhores Moldávia, para citar alguns. vinhos são feitos com os melhores vinhedos”,

104 ITALIAN-FOOD Nº 34 - 2019 costumava dizer o fundador Kanwal Grover, promissor e incrivelmente progressivo”. Du- uvas Shiraz 100%, escolhidas a dedo. que também gostava de salientar que a sua rante uma degustação, o vinho Art Collection Apresenta cor vermelha cereja es- equipe qualificada trabalha escrupulosa- Rosé 2017 foi eleito o melhor de sua categoria curo e possui um buquê lindo e com- mente usando práticas sustentáveis aliadas e o Vijay Amritraj Reserve Collection Red plexo, com perfume de bagas pretas e à coleta manual seletiva. A atenção diária 2015, uma mistura de Cabernet Sauvignon, vermelhas. é dada para evitar riscos. "Os nossos vinhos Shiraz e Viognier, conquistou uma Medalha Com aromas de bagas pretas e ver- continuam apelativos, mas distintos em estilo, de Ouro. Em 2014, um Sauvignon Blanc melhas, Insígnia é um vinho seco, com aplicando técnicas de viticultura e vinificação da Grover Zampa também fez história ao corpo médio e camadas de complexidade. atualizadas, que captam a essência da fruta conquistar o primeiro troféu internacional da Os taninos maduros e o carvalho fundem-se da vinha". Índia no Decanter Asia Wine Awards. perfeitamente no vinho, desdobrando um A Asian Wine Review, que se auto define Em abril de 2018, Vivek Chandramohan final longo e suave. como sendo “o guia mais confiável do mundo assumiu o posto de CEO da Grover Zampa. No palato, é um vinho seco elegante, para o vinho asiático" - e com toda razão, A família Grover ainda possui 24% das ações. com corpo médio, tendo camadas de já que é o único! - deu à Grover Zampa, No ano passado produziram 220.000 caixas complexidade, levando você a uma trilha em 2018, o prêmio de Vinícola do Ano. “A de vinho, ficando, assim, em segundo lugar, sinuosa de frutas, café, chocolate e vinícola deste ano conta uma história mara- atrás da Sula Vineyards, que produziu mais uma pitada de pimenta preta. vilhosa de verdadeira ambição e convicção de de 1.000.000 de caixas. A temperatura de serviço é de que grandes vinhos podem ser produzidos na 16°C a 18°C e é ótimo para acom­ Índia. Com mais de duas décadas de expe- Os vinhos da Grover Zampa panhar um assado leve ou carne ver­ riência em vinificação e melhorias contínuas melha, kebabs, algum queijo leve ou, até mes- na qualidade do vinho, a Grover Zampa tem Em sua visita a Grover Zampa de mo, culinária asiática levemente temperada. todos os motivos para se orgulhar de receber este Nashik, a nossa sommelière Rosa Oliveira prestigioso prêmio”, disse Eddie McDougall, foi recebida por Sushant Soni, Hospitality presidente da Asian Wine Review. Manager. A empresa possui nada menos do Chêne Grande Reserve 2015 A indústria do vinho da Índia ainda é que 10 linhas de produtos: Insignia, Chêne, Inspirado no símbolo da um pouco incipiente. O Financial Times Auriga, Vijay Amritraj (Reserve Collection força, compromisso e alegria diz que o país inteiro tem apenas cerca de Red e Reserve Collection White), Soirée ( Brut que o carvalho representa, 50 vinícolas no total e, como aponta o The e Brut Rosé), La Reserve (Red e Blanc), Art o Chêne Grande Reserve é Drinks Business, os destilados ainda são a Collection (Merlot, Cabernet Shiraz, Chenin um vinho tinto gracioso, en­ bebida preferida do país. Blanc, Sauvignon Blanc, Shiraz, Shiraz Rosé velhecido por um período Ainda assim, McDougall diz que acha e Viognier), Zampa (Chenin Blanc, Rosé, mínimo de 15 meses em que o vinho indiano está em ascensão. Sauvignon Blanc, Syrah e Syrah Cabernet), barricas de carvalho fran- “A produção indiana de vinho tem crescido OTH One Tree Hill (Red e White) e Santé cês. É um blend de Te m- constantemente na última década. Com (Chenin Blanc, Rosé e Shiraz). A degustação pranillo e Shiraz. O vinho investimentos saudáveis, ​​tanto locais como foi generosa: foram apresentados oito vinhos! já ganhou vários prêmios estrangeiras, fica claro que a ambição da Índia Todos produtos de boa e/ou ótima qualidade. e menções honrosas, além em produzir bons vinhos está constantemente de elogios consecutivos presente e bem apoiada”, acrescentou. “É nos prêmios Decanter e compreensível que o crescimento da produção Insígnia 2015 Hong Kong International, esteja sendo impulsionado por um punhado de Insígnia é uma edição limitada de um no ano de 2012 e 2013, vinícolas bem financiadas, mas o crescimento vinho único, amadurecido e fermentado respectivamente. Rece- no espectro das butiques criou uma crescente em barricas de carvalho francês durante 24 beu o Prêmio Diamante valorização do sofisticado estilo de vinho. meses. Em colaboração com Michel Rolland, no Awards O futuro da produção de vinho na Índia é este vinho tinto premium é produzido com 2017 (Melhor Indian

*Terraceamento, também chamado cultivo em terraços ou cultivo em socalcos, é uma técnica agrícola e de conservação do solo empregada em terrenos muito inclinados, permitindo o seu cultivo e, simultaneamente, o controle da erosão hídrica. Baseia-se na criação de terraços através do parcelamento de rampas niveladas. A técnica requer muita mão de obra e conhecimento técnico, ao mesmo tempo que permite pouca mecanização, dada a dificuldade na utilização de máquinas em áreas mais íngremes. Quando bem planeado e bem construído, o terraceamento reduz as perdas de solo e de água decorrentes da erosão e previne a formação de sulcos e grotas. Os terraços são comuns no Sul e no Sudeste da Ásia, na China e no Japão, sendo utilizados principalmente na produção de arroz. Este tipo de construção rural também é utilizada na região do Douro para o cultivo da vinha, de onde é produzido o famoso vinho do Porto. Na região dos Andes, na América do Sul, técnicas de terraceamento também foram utilizadas em larga escala pelos Incas.

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Super Premium Wine) e Prata no Con- no. Foi premiado com o Padma Bronze no Decanter Asia Wine curso Internacional de Vinhos e Es- Shri, a quarta maior honra- Awards 2016. pirituosos, de Hong Kong, em 2015. ria civil da Índia, em 1983. A A versão branca do Elogiado no Decanter Asia Wine Awards coleção Grover V/A exemplifica Vijay Amritraj, o Reserve Col- 2016. o melhor que a Índia tem para lection White 2015 é feito de uva Possui cor rubi profunda e intensa, com oferecer ao mundo. Tão inspi- Viognier, fermentado em barril. É notas sutis e elegantes no nariz, e abre para rador como o próprio homem, um vinho muito elegante, de cor aromas de frutas escuras maduras, como o vinho é amplo, contudo liso amarelo palha, com a quintessên- amora, groselha e ameixas, complementa- ao palato e graciosamente bem cia dos aromas de pêssego, mel das por notas encantadoras de especiarias arredondado para entregar uma e damasco seco (como esperado e buquês de carvalho bem integrados, com experiência rica do terroir india- dos melhores Viognier!), com um baunilha, alcaçuz, chocolate e grãos de no. Sendo ele um vinho tinto que nariz floral e notas de baunilha da café torrados. apresenta cor vermelho escuro integração do carvalho francês. No palato, o vinho tem uma abun- com uma tonalidade púrpura No palato, é rico e poderoso, com dância de frutos escuros e nuances de jovem. Tem aroma perfumado longa persistência, terminando em baunilha e canela na boca, com uma e elegante, com frutas escuras, notas frutadas. Deve ser servido grande estrutura, taninos bem equili- especiarias, pimenta, geleia de refrigerado em 8°C a 10°C e har- brados, acidez e um final elegante. amora e violetas. A diversidade moniza muito bem com frutos do A temperatura de serviço é de 16°C a vem das inspirações variadas e mar, peixes de rio, cozinha indiana 18°C e pode ser apreciado todos os dias uma mistura graciosa única de costeira, cabra e queijo azul, tortas com uma grande variedade de pratos, desde Shiraz, Cabernet Sauvignon e Viognier, que e sobremesas de frutas. O Vijay Amritraj Re- assados, guisados e carnes grelhadas à pratos é rica em fruta e macia na textura, justa- serve Collection White ganhou o Prêmio Dia- de arroz, legumes grelhados e massas. posta com um carvalho francês e os pode- mante como Melhor Vinho Branco Indiano, rosos sabores de amora e groselha preta. no India Wine Awards 2017, e Medalha de No palato, apresenta taninos bem Ouro na premiação Vinho Feminino Sakura Vijay Amritraj Reserve equilibrados, frutos pretos e notas de espe- Japan 2017. Foi elogiado no Decanter Asia Collection Red 2015 ciarias, com sutis notas de violeta. Wine Awards 2016. Inspirada nos talentos lendários e no A sua temperatura de serviço é de 16°C estilo de jogo icônico de Vijay Amritraj a 18°C e acompanha a cozinha asiática api- (1953), um ex-tenista, comentarista mentada, bons cortes de carne vermelha, Zampa Soirée Brut 2016 esportivo e ator da Índia. Amritraj foi o caça, galinha e queijo forte. Elaborado a partir da uva Chenin Blanc primeiro indiano a se tornar totalmente O Vijay Amritraj Reserve Collection (variedades) é um vinho branco espumante profissional no esporte e é considerado um Red ganhou a Medalha de Prata no Vinho elegante, com brilhantes tons dourados de dos maiores da história do esporte india- da Ásia, The Silk Route Awards 2016,e de palha e um nariz fresco que revela aromas cítricos e florais. Bolhas pequenas persis- tentes, notas frutadas e cremosidade, exem- plificam o modo artesanal com elegância. Notas frescas de brioches e damascos secos contribuem para o longo final deste vinho glamoroso. Ganhou Medalha de Prata no Vinho da Ásia - The Silk Route Awards 2016 - e Ouro no Sakura Japan Women's Wine Awards 2016. Revela um nariz de limão fresco e floral, com notas de pão tor- rado e frutas brancas, como a pera. No pa- lato, notas de limão, cremoso, limpo, áci- do crocante, perlage fina e persistente, com acabamento seco

106 ITALIAN-FOOD Nº 34 - 2019 em estilo brut clássico. O final é longo, amplo e quase mágico. CONCLUSÃO A temperatura de serviço é de 6°C e A melhor temperatura para servir esse é brilhantemente servido como aperitivo. vinho é 16°C a 18°C. Trata-se de um vinho Os vinhos da Índia po- Excelente combinação com cozinha indiana, atrativo, que complementa bem o borrego dem não ser verdadeiros japonesa, chinesa ou tailandesa, com especia- assado, o lombo, os pratos de massa, os patês, Grand Cru, mas uma coisa rias moderadas. os queijos macios de sabor forte e também as deve ser reconhecida, eles especialidades indianas, como os kebabs e o caminham a passos largos biryani de borrego. na ciência vitivinícola e, Zampa Soirée Brut Rosé 2016 em um futuro não muito Produzido com uva Shiraz, é um vinho distante, terão produtos espumante rosé delicado de cor rosa páli- La Réserve Blanc de nível mundial, no mes- do, tem aroma de frutas vermelhas, cerejas Elogiado no Decanter Asia Wine Awards mo patamar que os vinhos brilhantes, com uma pitada de morango e 2016 e Medalha de Bronze no Concurso neozelandeses, sul africanos caráter de levedura sutil para dar a complexi- Mundial de Vinhos e Bebidas Alcoólicas de e de nossos hermanos da dade de aroma e apelo. Nova York 2015, apresenta cor amarelo Argentina e do Chile! No palato, o vinho é leve e cremoso ini- palha, com notas perfumadas de madressilva, cialmente e segue com frutas vermelhas, cereja damasco e abacaxi. Rico e poderoso, com e morango que definem o caráter da fruta e uma longa persistência, termina com notas dão ao vinho persistência e duração do sabor. de frutas tropicais, cítricas e macias de car- O final refrescante, longo e elegante, comple- valho. É criado com a mesma paixão que o menta as suas ocasiões alegres e festivas. La Reserve Red, com dedicação à qualidade e Medalha de Bronze no Decanter Asia Wine respeito pelas tradições. É produzido a partir Awards 2016. de uma seleção de cachos de uvas Viognier, A temperatura de serviço é de 6°C e colhida a dedo. é perfeito para acompanhar uma refeição No palato, é rico e poderoso, com final com carne branca ou uma sobremesa com longo, finalizando com notas de frutas tropi- gratinado de fruta vermelha. Também é um cais, cítricas e de carvalho macio. ótimo aperitivo. Servir refrigerado a 8°C - 10°C e é melhor saboreado com queijo azul, frutos do mar e carnes brancas ou como aperitivo. La Réserve 2014 O La Reserve é um blend de Cabernet Sauvignon e Shiraz. Durante uma degustação na Alemanha, em agosto de 2005, Steven Spurrier, o re- nomado especialista em vinhos da famosa revista de vinhos Grover Zampa Vineyards inglesa Decanter, classificou B-12, 2nd Floor, Jer Mansion o La Reserve como o Melhor 400 050 - Waman Pundlik Vinho do Novo Mundo. Warde Marg, Tata Block Ganhou Medalha de Ouro Bandra West - Mumbai - Índia no The Silk Route Awards 2016 groverzampa.it e Bronze no Decanter Asia Wine Awards 2016. Apresenta Adega Nashik tonalidade roxo granada mui- Gat no. 967 / 1.026 to profunda. O La Reserve 422 402 - At Post Sanjegaon tem um potente buquê de Taluka Igatpuri deliciosas frutas vermelhas e Nashik - Índia pretas maduras, com um to- que requintado de especiarias. Adega de Bangalore Este vinho tinto encorpado 63, Raghunathapura combina graça e esplendor no 561 203 - Devanahalli Road, paladar, os taninos são suaves e Doddaballapur os sabores intensos com choco- Bangalore - Índia late, grãos de café e baunilha.

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