Peter Frampton
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PETER FRAMPTON BIOGRAFIA Em 1976, o inglês Peter Frampton tornou-se a maior sensação do ano, vendendo 13 milhões de cópias de um disco, num ano, um recorde sem precedentes até então. Cantor e guitarrista de incrível talento o seu momento de ápice desapareceu quase tão rápido quanto apareceu. Mesmo assim, é difícil encontrar alguém que não conheça o seu nome. Peter Frampton nasceu em 22 de Abril de 1950 na cidade de Beckenham, em Kent, na Inglaterra. Aos sete anos, ao ouvir um recital de piano pela rádio com os seus pais ele queixou-se de que “algo estava errado com aquele piano.” Os seus pais não compreenderam a sua reclamação até que no final da apresentação, o locutor da estação apresentou um pedido de desculpa, pois, como ele passou a informar, durante a execução, uma folha de partitura caiu e pousou sobre as cordas do piano. A partir daí os seus pais perceberam que seu filho tinha um ouvido especialmente sensível para música. Aos oito anos, Peter ganhou de presente um ukulele, espécie de cavaquinho havaiano e sozinho aprendeu uma série de músicas infantis, todas de três acordes. O seu gosto musical incluía Cliff Richards, cujas músicas fariam parte de seu repertório numa apresentação escolar que também incluiria a sua primeira composição própria, um instrumental. Aos nove anos recebeu o seu primeiro violão, passando a ter aulas de violão clássico, que embora não fosse a música que ele queria tocar, lhe deu a disciplina e moldou a técnica que, mais tarde, Peter iria desenvolver. Paralelamente ao material clássico, Frampton ouvia e executava material de B. B. King e Buddy Holly. Os resultados desta mistura de influências e técnica mostraram-se frutíferas quando, ainda aos dez, Peter foi aceite como guitarrista convidado na obscura banda The Little Ravens, composta por colegas bem mais velhos de sua escola. Quem passou a cantar com ele foi o então desconhecido David Jones, mas tarde rebatizado David Bowie, que admirava o menino que já tocava bem melhor do que o guitarrista fixo da sua outra banda, George & the Dragons. O pai de Peter era professor de Bowie. Aos onze anos Peter formou a sua primeira banda, the Truebeats, compondo então uma serie de instrumentais que formaria o grosso do repertório. Frampton e Bowie tocariam juntos ocasionalmente durante todo o período de liceu, até Bowie sair da escola. Ainda conhecido como Davie Jones, Bowie seguiria a sua carreira entrando e saindo de bandas até que com os King Bee's, assina com a Vocalion Records. Frampton, três anos mais novo e ainda na escola, igualmente teria ainda em 1964, o início da sua carreira profissional. Perto de completar catorze anos, o pequeno fenómeno teve capacidade para ser aceite numa outra banda, The Preachers, que tocava uma mistura de material entre funk, soul, blues e rock ‘n’ roll. O seu baterista era Tony Chapman que tocara com os Rolling Stones numa de suas primeiras formações e era amigo antigo de Bill Wyman. Chapman ao apresentar the Preachers a Wyman, é imediatamente contratado para a sua produtora, a Freeway Music. Wyman acaba por produzir o primeiro compacto dos Preachers, também contratando Chapman e Frampton como músicos de estúdio para outras produções. Em 1966, Frampton, então com dezasseis anos, deixaria a escola e entraria nos the Herd, obtendo no ano seguinte um contrato com uma gravadora, a Fontana Records. O primeiro compacto dos the Herd seria "From the Underworld", um hit que atrai a atenção das revistas teens, que passam a explorar os dotes físicos do guitarrista. O disco de estreia da banda, "From the Underworld" foi seguido em 1968 com "Paradise Lost" e "Lookin' Thru You". Os hits "Paradise Lost" e "I Don't Want Our Loving to Die" garantem mais idolatria teen onde Peter Frampton é declarado "o rosto" (the Face) de 1968. Peter não demora a se cansar da atenção excessiva dos média pela sua boa aparência e pouco reconhecimento quanto ao seu trabalho como músico. Embora ele e o teclista Andy Bown compusessem a maior parte do material da banda, o som dos the Herd tinha que primeiro satisfazer o gosto e aspirações comerciais dos seus empresários, que cada vez mais, obrigam gravações de baladas com arranjos orquestrais. Frampton, insatisfeito, deixa os the Herd no final do ano. No Ano Novo de 1969, Steve Marriot apresenta-se pela última vez com sua banda Small Faces. Pouco depois, ele e Frampton reúnem- se, com mais Greg Ridley (baixo) e Jerry Shirley (bateria), para formar os Humble Pie na primavera de 1969. A banda, que toca uma mistura de blues, folk e rock, acaba por se tornar uma das primeiras “guitar bands” da nova era do rock a abrir a década de setenta. Marriot, ainda sob contrato com a Immediate Records, lança pela editora o álbum de estreia de sua nova banda, "As Safe As Yesterday Is". Com a Immediate Records indo à falência, seguida de uma mudança de empresário, os Humble Pie assinam com a A&M Records em 1970. Em tournée pelos Estados Unidos, a banda torna-se a primeira a apresentar-se no Shea Stadium desde os Beatles. O seu novo empresário, Dee Anthony, usa como estratégia de marketing, a de colocar a banda em tournée, abrindo shows de diversas bandas, até conseguir um público cativo. É nos Humble Pie que Peter Frampton desenvolve muito do que seria o som e estilo que marcaria sua carreira. Pode-se dizer que no início Peter Frampton era um aprendiz de Steve Marriot, que lhe ensinou muito sobre como se comunicar com o público ao vivo. Mas no que se refere ao repertório, Peter como co-fundador, tinha voz activa em peso de igualdade dentro da unidade. O empresário Anthony passa a aconselhar Marriot a puxar a banda mais para o heavy rock e blues, direcção oposta do repertório mais melódico que Frampton gostava de dar à banda. Com "I Don't Need No Doctor", os Humble Pie conseguem o seu primeiro hit nos Estados Unidos, ganhando maior aceitação no mercado americano. Porém três anos e cinco álbuns depois, Peter tinha sido transformado em apenas o guitarrista, toda a criatividade musical estando efectivamente nas mãos de Mariott. Percebendo que as suas composições melódicas estavam servindo cada vez menos para a banda, Frampton prontamente deixa o grupo. Menos de dois meses depois, sai o lançamento do disco ao vivo "Performance - Rockin' The Filmore", que venderia milhões e transformaria o grupo num mega sucesso. Tarde demais para voltar atras, Peter casa-se com a sua namorada desde os tempos de escola, Mary Loveitt, e muda-se para Nova York, onde trabalha como músico de estúdio para diversos artistas, entre eles George Harrison e Harry Nilsson. O seu contrato com a A&M Records continuava válido e a editora ainda tinha interesse nele, o que facilitou muito o lançamento em 1972 do seu primeiro disco solo "Wind of Change". O disco apresenta uma colecção de rocks e baladas que em reflexão, mostra um artista na procura do seu verdadeiro som. Peter volta às tournées e a viver na estrada, o que efectivamente se torna um peso em seu casamento. A sua banda, baptizada Frampton's Camel, é também o nome do seu segundo disco, lançado em 1973. Peter acabaria por se divorciar e pouco depois passa a testar um novo aparelho, o talk box, que lhe permite fazer a sua guitarra “falar”. Deprimido com a esterilidade da sua carreira a solo, ele acaba com os Frampton's Camel e tira alguns dias de férias indo para as Bahamas, onde compra uma casa. Estando lá, com a sua nova namorada Peggy McCall, num mesmo dia acaba por compor duas canções que iriam mudar por completo a sua carreira. De manhã ele compôs a música para "Show Me The Way" e à tarde, enquanto assistia ao por do sol, compôs a letra e música de "Baby I Love Your Way". Ao voltar das férias grava praticamente sozinho o álbum "Frampton", tocando órgão, baixo, guitarra, piano, teclados, talk box, e vocais. O seu velho parceiro dos the Herd, Andy Bown responsabiliza-se pela maior parte dos teclados e do baixo e John Siomos fica com a bateria e percussões. Frampton também assina a produção do disco. O seu empresário Dee Anthony, percebendo que a falta de hits na sua carreira poderia limitar as possibilidades da editora continuar com o artista, revive a mesma estratégia que executou com os Humble Pie no seu inicio; tournées incansáveis e depois gravar um disco ao vivo. Embora não sendo um hit, o álbum "Frampton" chegaria em 1975 a disco de ouro, muito graças à disposição de Peter de levar o trabalho para uma longa temporada na estrada. Peter Frampton abre shows para todas as bandas possíveis e imagináveis nos Estados Unidos, desde ZZ Top, Black Sabbath, Rod Stewart e J. Giels Band. Em San Francisco resolvem gravar a apresentação que seria realizada em Winterland, famoso reduto roqueiro desde os tempos da psicadélica. Depois de seleccionado e mixado, uma audição para Jerry Moss, dono da editora, foi marcada para que ele possa ouvir e aprovar o material. No final, Moss pediu para ouvir mais e com isso o disco "Frampton Comes Alive" tornou-se um álbum duplo. Ao ser lançado, tornou-se a coqueluche do momento, vendendo a incrível soma de um milhão de cópias na primeira semana. Frampton, que estava ainda a meio de uma tournée passa, da noite para o dia, a ser a atracção principal. O álbum tornou-se o disco mais vendido na historia do rock até então. "Frampton Comes Alive" continua a ser, até ao presente, o disco ao vivo sem material inédito mais vendido na história, com cerca de 13 milhões de cópias vendidas, só nos Estados Unidos.