DISSERTAÇÃO Dandara Maria Oniilari Ferreira Da Silva.Pdf

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DISSERTAÇÃO Dandara Maria Oniilari Ferreira Da Silva.Pdf UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA MESTRADO EM PSICOLOGIA DANDARA MARIA ONIILARI FERREIRA DA SILVA “PORQUE MEU CORPO TÁ ALI E ELE É ALVO DESSAS DUAS COISAS”: Racismo e sexismo nas experiências de militância de jovens feministas negras Recife 2019 DANDARA MARIA ONIILARI FERREIRA DA SILVA “PORQUE MEU CORPO TÁ ALI E ELE É ALVO DESSAS DUAS COISAS”: Racismo e sexismo nas experiências de militância de jovens feministas negras Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Psicologia. Área de concentração: Psicologia Orientadora: Profª. Draª. Jaileila de Araújo Menezes Recife 2019 Catalogação na fonte Bibliotecária Maria do Carmo de Paiva, CRB4-1291 S586p Silva, Dandara Maria Oniilari Ferreira da. “Porque meu corpo tá ali e ele é alvo dessas duas coisas” : racismo e sexismo nas experiências de militância de jovens feministas negras / Dandara Maria Oniillari Ferreira da Silva. – 2019. 113 f.: il.; 30 cm. Orientadora: Profª. Drª. Jaileila de Araújo Menezes. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Pernambuco, CFCH. Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Recife, 2019. Inclui referências e apêndices. 1. Psicologia. 2. Feminismo. 3. Mulheres negras. 4. Racismo. 5. Sexismo. 6. Interseccionalidade. I. Menezes, Jaileila de Araújo (Orientadora). II. Título. 150 CDD (22. ed.) UFPE (BCFCH2020-025) DANDARA MARIA ONIILARI FERREIRA DA SILVA “PORQUE MEU CORPO TÁ ALI E ELE É ALVO DESSAS DUAS COISAS”: Racismo e sexismo nas experiências de militância de jovens feministas negras Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Psicologia. Aprovada em: 30/04/2019. BANCA EXAMINADORA _______________________________________________ Profª. Drª. Jaileila de Araújo Menezes (Orientadora) Universidade Federal de Pernambuco _______________________________________________ Profª. Drª. Denise Maria Botelho (Examinadora Externa) Universidade Federal Rural de Pernambuco _______________________________________________ Profª. Drª. Karla Galvão Adrião (Examinadora Interna) Universidade Federal de Pernambuco À mainha AGRADECIMENTOS A jornada ao longo dos dois anos de mestrado só foi possível pela certeza de não estar sozinha e contar com os meus sem dúvida foi fundamental. Com muito carinho agradeço às pessoas que de algum modo foram importantes em fazer de mim autora deste trabalho. “Mesmo quando não sabemos para onde vamos, sempre nos lembramos de onde viemos”, diz um provérbio Iorubá que vi escrito na casa de meu pai, uma vez. É trazendo-o, que agradeço a minha família inteirinha por torcer e celebrar junto comigo as conquistas ao longo dos anos. É dela que venho e nela que encontro a segurança de sempre poder voltar. À Cristina, mainha, a mulher que mais fez por mim na vida, a quem gostaria de um dia retribuir tanto esforço; à Joab, papai, mestre e provocador; à Helena, minha madrasta; a meus irmãos e irmã, malungos, companheiros do mesmo barco: Oranian, Orumilê, Makambi, Malaika, Malakai e Aluandê, em ordem de vinda ao mundo, por fazerem de mim “Danda”. À Jaileila, orientadora e parceira, com quem sigo aprendendo desde os anos de iniciação científica que o espaço acadêmico pode ser menos hostil. Sem dúvida um presente, um dos meus melhores achados nesses anos de universidade. Obrigada! Ao Gepcol, grupo de pesquisa pelo qual tenho muito carinho e no qual tive a oportunidade de conhecer pessoas que inspiram minha trajetória enquanto profissional. À Keise Barbosa e Kátia Lacerda, mulheres negras que tanto admiro, agradeço especialmente pela disponibilidade para a leitura atenciosa do trabalho. À Laís Monteiro, por se tornar companheira nesse processo louco que é fazer mestrado. A primeira estudante de Psicologia com quem eu conversei na vida, sem nem saber que com as voltas do mundo faríamos mestrado lado a lado. À Paloma Silveira e James Ferreira pelas importantes contribuições na banca de qualificação. À Denise Botelho e Karla Galvão por toparem compor, enquanto examinadoras externa e interna, respectivamente, a banca avaliativa de defesa da dissertação. Aos funcionários e funcionárias do sétimo andar do CFCH. Em especial João e Lu. À minha turma de mestrado pelos compartilhamentos ao longo dos momentos em sala de aula. Em especial a Laís Monteiro e Walker Lima pelos momentos extraclasse em que se dispuseram a conversar sobre o andamento da pesquisa. Aos meus amigos e amigas, incentivadores dos bons, cada um a seu modo dando aquele empurrãozinho: Amanda França, Claudemir Junior, Clóvis Lira, Cristiano Oliveira, Everton Resende, Felipe Alves, Fernanda Assis, Gabriel Moura, Larissa Dornelas, Talita Rodrigues, Thays Araújo e Rômulo Dornelas. Obrigada por regarem (inclusive com cerveja) todo esse processo. À Camila Ferreira, Milosa, Milanvsk, pela empreitada de dividir casa nesse último ano de mestrado e pelo respeito ao tempo em que precisei me dedicar à escrita do trabalho. Às mulheres interlocutoras desta pesquisa, com todo meu respeito e admiração pelo corre de cada uma. Muito obrigada por terem topado! A todos e todas que se preocuparam em perguntar sobre o andamento da dissertação e acreditaram que eu ia dar conta. É nós! À CAPES pelo financiamento concedido. (...) para aquelas de nós /que foram marcadas pelo medo / como uma linha tênue no meio de nossas testas / aprendendo a ter medo com o leite de nossas mães / pois por essa arma / essa ilusão de alguma segurança vindoura / os marchantes esperavam nos calar / para todas nós / este instante e esta glória / não esperavam que sobrevivêssemos / e quando o sol nasce nós temos medo / ele pode não durar / quando o sol se põe nós temos medo ele pode não nascer pela manhã / quando estamos de barriga cheia nós temos medo / de indigestão / quando nossos estômagos estão vazios nós temos medo / nós podemos nunca mais comer novamente / quando somos amadas nós temos medo / o amor vai acabar / quando estamos sozinhas nós temos medo / o amor nunca vai voltar / e quando falamos nós temos medo / nossas palavras não serão ouvidas / nem bem-vindas / mas quando estamos em silêncio / nós ainda temos medo / então é melhor falar / lembrando que / não esperavam que sobrevivêssemos. (Uma ladainha por sobrevivência - Audre Lorde, 1997) RESUMO Este trabalho nasce a partir de inquietações ligadas ao modo como o debate racial foi por certo tempo ignorado pelo feminismo tradicional sob a ideia de um sujeito mulher pautado como universal, unicamente subordinado a partir das desigualdades de gênero. Entendendo como fundamental a crítica de mulheres negras a essa universalização, quando as mesmas colocam que o pertencimento racial é tão importante quanto o pertencimento de gênero na busca pelo combate às opressões, teve-se como objetivo geral: analisar, a partir da discussão sobre interseccionalidade, de que forma o cruzamento entre as categorias de raça e gênero incidem nas experiências de vida e militância de jovens negras. E como objetivos específicos: 1) Sistematizar os significados que as jovens produzem sobre feminismo negro, pensando a articulação entre as categorias de raça e de gênero; 2) Refletir a respeito da participação de jovens negras em espaços de militâncias feministas e antirracistas; 3) Analisar como tais jovens significam e articulam os processos de militância política de cada categoria em suas aproximações e/ou distanciamentos. Contou-se com a participação de quatro jovens interlocutoras, que a partir de entrevistas semiestruturadas compartilharam elementos de suas vivências e trajetórias de militância e de contato com o feminismo negro. A interseccionalidade foi usada como ferramenta epistêmico-teórico-analítica, auxiliando no modo como nos debruçamos sobre as informações levantadas e perpassando transversalmente o trabalho. Foram construídos três tópicos de análise a partir das entrevistas, sendo esses sobre a necessidade de se pautar raça no feminismo, a respeito do debate sobre intergeracionalidade no mesmo, e no que tange a discussão sobre suas atuações enquanto militantes. Por fim, foi possível dizer que as jovens entrevistadas enxergam na militância a partir do feminismo negro um espaço que pode promover mudanças frente às desigualdades sociais que historicamente vêm vitimando mulheres negras, entretanto, não sem tecer autocríticas e propor reflexões a respeito do modo como suas ações políticas vêm sendo desenvolvidas. Palavras-chave: Feminismo negro. Interseccionalidade. Jovens Feministas Negras. ABSTRACT This research is based on concerns which are related to the way the racial debate have been ignored by traditional feminism considering the idea of a universal woman, uniquely subordinated by the gender inequalities. Understanding that is fundamental the critics that black women had built over this universalization, when they say that race is a as much important category as gender when combating oppressions, this research had as general objective to analyse, based on the discussion of intersectionality, how these categories of race and gender affect the life experiences and militancy of young black women. And as specific objectives: 1) to systematize the meanings that the young girls produce about black feminism, thinking about the articulation of the categories of race and gender; 2) to reflect on the participation of young black women in spaces of feminist militancy and antiracist; 3) to analyse
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