Missão Fátima
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ANO hipertexto 11 Jornal dos alunos da Famecos/ PUCRS. Porto Alegre, setembro 2009 – Ano 11 – Nº 74 Lívia Stumpf/ Hiper Lívia Stumpf/ Hiper Guilherme Santos/ Hiper Jerry Lewis, A exuberante Um futebol matador de Vanessa quase 73 anos da Mata secreto Página 11 Página 10 Página 9 Guilherme Santos/ Hiper Informar convence mais que MISSÃO a opinião FÁTIMA João Moreira Salles, Crianças da vila editor da piauí, definiu recebem universitários no 22° SET Universi- gaúchos e chilenos tário a linha editorial em ação solidária da revista, que vai na Página 7 contramão da imprensa brasileira Página 5 Mariana Fontoura/ Hiper Humberto Werneck na Famecos A sedução do jornalismo Página 3 OPINIÃO • O fim do diploma despertou um sentimento de defesa da profissão. • Parem de choramingar, a mão estendida no trânsito pode dar certo. Página 2 2 abertura Porto Alegre, setembro 2009 hipertexto EDITORIAL A IMAGEM Mariana Moraes/ Hiper Jornalismo, apesar de tudo O JORNALISMO entra numa nova mestres. O início da carreira é logo com- etapa. Agora, os repórteres-estudantes partilhado com alunos e professores com e os editores-professores do Hipertexto mais experiência. Essa troca, somente per- já não exercem as respectivas funções de mitida pela universidade, deve resultar na forma reconhecida. A partir da decisão do produção de matérias de qualidade para o Tribunal Superior Eleitoral de jornal distribuído nos corredores junho desse ano, os repórteres e da faculdade, para as instituições editores desse jornal talvez nem públicas, faculdades de comuni- precisassem mais ser alunos e cação do país e no mercado de professores. O fim da obrigato- trabalho. Cada edição será uma riedade do diploma assustou a credencial aos futuros profissio- muitos profissionais dessa área. nais que daqui sairão, aptos para Porém, mais que tudo, despertou exercerem o jornalismo gráfico. na maioria um sentimento de Nesse semestre, começamos defesa da própria profissão e, consequente- mais uma etapa: sem reconhecimento, mente, fortaleceu uma paixão característica mas com anseio ainda maior. O empenho dos que exercem a atividade. na produção do Hipertexto 2009/2 veio ao Os protestos e debates sobre o assunto encontro disso, desde os alunos que reali- foram muitos em todo o Brasil. Os realiza- zaram as reportagens até os responsáveis dos pelos alunos da Faculdade de Comu- pela parte gráfica. A renovação no projeto nicação da PUCRS tiveram repercussão gráfico do jornal tem o objetivo dar amais até mesmo nas principais mídias locais. dinamismo à leitura do que é produzido O melhor exemplo de mobilização contra por quem ainda não tem diploma, mas que, a resolução, no entanto, esteve em outras com essas páginas, luta por ele. manifestações. No primeiro dia de aula, os Depois de muitas discussões e teorias a corredores da Famecos foram novamente respeito do caminho que deveriam seguir lotados por novos futuros jornalistas. E os aspirantes a jornalistas, o resultado é agora, a lista do nomes no expediente do quase unânime: seguir em frente. Porque, Hipertexto, periódico feito por estudantes, nesse âmbito de trabalho, o reconhecimen- é completada com novos personagens. to mútuo já existe. Os “focas” começam a trabalhar aqui como jornalistas desde os primeiros se- Por Luana Duarte Fuentefria, editora Encantamento: Menina acaricia ovelha no Parque Harmonia, na Capital ARTIGO Mão aberta pede trégua no trânsito A PREFEITURA de Porto Alegre de- atravessar a rua tranquilo e serelepe, sem síndrome de talião optam por desrespeitar benéfica para a capital sul-rio-grandense cidiu investir verba generosa em uma correr o risco de ser atropelado. quem os desrespeitou, ao atravessarem e merece atenção. A conscientização campanha para lembrar aos motoristas de Pretende-se copiar o modelo de Brasí- em qualquer lugar da via, inclusive quando visa não apenas a regular as vias, mas que é preciso respeitar o artigo nº 70 do lia, onde se pode observar respeito a essa o semáforo está nitidamente verde. A faixa também, e primordialmente, a preservar a Código Nacional de Trânsito, que enuncia lei graças a um projeto similar que surtiu de pedestres pode estar perto, mas emo- vida. Parem de choramingar aqueles que a prioridade de passagem do pedestre em efeito positivo no comportamento dos cionante mesmo é ignorá-la, passando não acreditam que isso possa dar certo. locais com delimitação de faixa e sem se- habitantes. A finalidade é colocar ordem bem pertinho dos carros, e dizendo em Educação, seja no trânsito ou em qualquer máforo. Devem ter esquecido de cumprir no caos em que se transformou o tráfego pensamento aos condutores para saírem outro âmbito, exige esforço, dedicação e essa lei, os condutores da capital. porto-alegrense. De um lado, estão os do caminho de uma vez. O trânsito virou tempo. A transformação gradual de um O novo sinal de trânsito da cidade, apressados motoristas que desejam che- uma disputa de forças. O contraditório é hábito é possível. promovido pela Empresa Pública de gar a seus destinos rapidamente. Não há que a maioria das pessoas é pedestre em A propósito, é lamentável a atitude de Transporte e Circulação (EPTC), é uma tempo para ser gentil com pedestres ou alguns momentos e motorista em outros alguns motoristas que acionam a buzina tentativa de estimular a educação dos com quem quer que seja. Imagina chegar e, ao inverterem funções, mudam de enlouquecidamente quando o carro à cidadãos nas vias púbicas. O objetivo é atrasado ao trabalho e o cafezinho já estar convicção como se estivessem mudando frente segue o novo costume de deixar que o pedestre utilize o símbolo do braço frio. Nem pensar. Sair mais cedo de casa de time. o pedestre passar. Quem não quer cola- esticado e da mão aberta para comunicar não é preciso, pois divertido mesmo é Que tal o respeito se tornar o lema de borar, deve, no mínimo, não atrapalhar. ao motorista que se aproxima de uma correr pela rua. De carro, claro. ambas as partes? A campanha Novo Sinal faixa sem sinaleira de que ele deseja Do outro lado, os pedestres com a sugere uma mudança comportamental Por Shaysi Melate Hipertexto Apoio cultural: Zero Hora. Impressão: Pioneiro, Caxias do Sul. Tiragem 5.000 Jornal mensal dos alunos do Curso de Jornalismo Produção dos Laboratórios de Jornalismo Gráfico Lívia Stumpf. Ricardo Selister Araújo, Shaysi Melate, Stéfano da Faculdade de Comunicação Social (Famecos), e de Fotografia. Redação: Bruno Pereira Goularte, Bruna Bar- Aroldi Santagada, Simone Cardoso e Tatiany da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande Professores Responsáveis: Tibério Vargas bosa Griebeler, Camila Cardoso Soares, Carolina Oleques Lukrafka. do Sul (PUCRS). Ramos e Ivone Cassol (redação e edição), Celso Beidacki, Giordano Benites Tronco, Fabrício Souza Repórteres Fotográficos: Bruno Todeschini, Avenida Ipiranga 6681, Jardim Botânico, Porto Schröder (arte e editoração eletrônica) e Elson de Almeida, Felipe Kroner Uhr, Fernando Severo Laís Cantelli, Débora Backes, Ita Pritsch, Lívia Alegre, RS, Brasil. E-mail: [email protected] Sempé Pedroso (fotojornalismo). Soares Jr., Ian Correa Linck, Leonardo Serafim, Stumpf, Felipe Dalla Valle, Guilherme Santos, Site: http:// www.pucrs.br/ famecos/ hipertexto/ Estagiários matriculados e voluntários: Luana Duarte Fuentefria, Liza Marques de Mello, Bolívar Abascal Oberto, Vanessa Freitas, Gabrielle 045/ index.php Editores: Fabrício Souza de Almeida, Luana Du- Júlia Souza Alves, Julian Schumacher, Marco Toson, Júlia Preis, Lívia Auler, Luiza Carmona, Reitor: Ir. Joaquim Clotet arte Fuentefria, Julian Schumacher, Liza Marques Antonio Mello de Souza, Marcus Perez, Mariana Mariana Moraes, Renata Lopes da Silva, Henry Vice-reitor: Ir. Evilázio Teixeira de Mello, Mariana de Mattos Pires, Pedro de Souza de Mattos Pires, Marina Sant’Anna de Oliveira, Soares, Jonathan Heckler, Maria Helena Sponchia- Diretora da Famecos: Mágda Cunha Palaoro e Tatiany Oleques Lukrafka. Natália Bittencourt Otto, Pedro Henrique Arruda do, Mariana Gomes da Fontoura, Daniela Curtis Coordenadora de Jornalismo: Cristiane Finger Editores de Fotografia: Bruno Todeschini e Faustini, Pedro de Souza Palaoro, Raquel Robaert, do Lago e Camila Guimarães Cunha. hipertexto Porto Alegre, setembro 2009 comunicação 3 Werneck defende um jornalismo sedutor Pautas e textos iguais eliminam a individualidade do autor e repórteres são facilmente substituídos Fotos: Mariana Fontoura/Hiper SHERAZADE É a padroeira de livro, O Pai dos Burros, um pe- Humberto Werneck. A narradora queno dicionário de lugares- da clássica obra persa Mil e Uma comuns e frases feitas que o autor Noites cativa a atenção do rei Xe- colecionava desde a década de 70. riar dia após dia, torna-se rainha Na época, Werneck trabalhava e escapa da morte graças ao modo na redação do Jornal da Tarde e, envolvente com que conta suas ao reconhecer chavões utilizados histórias. Assim, os jornalistas pela mídia impressa, anotava-os, devem “dar à notícia uma vesti- para lembrar de não colocá-los menta sedutora, capaz de prender em suas matérias. Quando seu a pessoa da primeira linha até o filho decidiu organizar em ordem ponto final”, comparou. A qua- alfabética as expressões que o pai lidade do texto jornalístico foi guardava há tantos anos, surgiu a tema da palestra que realizou na ideia de reuni-las em uma obra, Famecos, com mediação do pro- cuja intenção é incentivar a reci- fessor Vitor Necchi, inaugurando clagem criativa dos clichês. os eventos do +SET, atividades O jornalista critica a constante que antecedem o 22º SET Uni- cópia que profissionais e veículos versitário. de comunicação fazem uns dos A razão da vinda a Porto Ale- outros. “O lugar-comum é algo gre foi o lançamento de seu novo geral hoje”, observa. Esse conven- cionalismo, afirma, interessa ao chefe. “Você é incitado a eliminar a sua individualidade e fazer um jornalismo igual ao do cara do +SET: Alunos lotam auditório da Famecos em palestra mediada pelo professor Vítor Necchi computador ao lado do seu. O dia em que o patrão decide te mandar um jornalista é alguém dizer: nós sola de sapato, apurando toda a uma massa passiva e insipiente.