UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PAULO TENÓRIO RAPOSO NETO

INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO NA INFESTAÇÃO DA BROCA GIGANTE, licus licus ( Drury, 1773) (: ) EM VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR ( L. )

Rio Largo Alagoas – Brasil 2010

PAULO TENÓRIO RAPOSO NETO

INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO NA INFESTAÇÃO DA BROCA GIGANTE, Telchin licus licus ( Drury, 1773) (LEPIDOPTERA: CASTNIIDAE) EM VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR ( Saccharum officinarum L. )

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Unidade Acadêmica de Ciências Agrárias como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo .

Orientadora: Sônia Maria Forti Broglio Micheletti

Rio Largo Alagoas-Brasil 2010

PAULO TENÓRIO RAPOSO NETO

INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO NA INFESTAÇÃO DA BROCA GIGANTE, Telchin licus licus (Drury, 1773) (LEPIDOPTERA: CASTNIIDAE) EM VARIEDADES DE CANA- DE-AÇÚCAR ( Saccharum officinarum L. )

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia apresentado em maio de 2010 e aprovado com média ______, pela Banca Examinadora formada pelos seguintes membros:

Profª. Drª. Sônia Maria Forti Broglio Micheletti

Drª. Nivia da Silva Dias

Dr. José Wilson da Silva

Aos meus pais Paulo Emanoel Acioly Tenório e Maria Tereza Pinheiro, à minha avó Clenice de Oliveira Pinheiro, ao meu tio José Castenor de Oliveira Pinheiro, meus irmãos Talita, José e Patricia, a minha namorada Roberta, Dedico.

AGRADECIMENTOS

A Deus, pois nas horas dos grandes desafios pessoais é o melhor orientador;

A Professora Sônia Maria Forti Broglio Micheletti, pela orientação e amizade.

Ao Professor José Wilson da Silva, pela co-orientação, amizade e valiosos ensinamentos durante o curso de Graduação;

Agradeço aos meus pais Paulo Emanoel Acioly Tenório e Maria Tereza Pinheiro que me apoiaram durante toda esta caminhada, incentivando e dando condições para que pudesse concluir mais uma etapa;

À minha namorada Roberta Castello Branco, pela força e dedicação;

Aos proprietários da Associação dos Plantadores de Cana do Vale do Satuba (ASPROVALES) pelo incentivo à pesquisa através da disponibilização da área experimental, e mão-de-obra para realizar o estudo.

Aos colegas de sala Carlos Henrique de Melo Morais, Renan Almeida, Renato Américo, Osvaldo Tenório, Lucas Holanda, Nadielan de Lima, João Câncio, Carlos Renato Guedes, Givaldo Dantas, Tadeu Barbosa, Anderson Sabino e Ricardo Rafael, pelo apoio durante o curso.

VI

INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO NA INFESTAÇÃO DA BROCA GIGANTE, Telchin licus licus (Drury, 1773) (LEPIDOPTERA: CASTNIIDAE) EM VARIEDADES DE CANA- DE-AÇÚCAR ( Saccharum officinarum L. )

RESUMO

O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos da irrigação na infestação da broca gigante , Telchin licus licus (Drury, 1773) (Lepidoptera: Castniidae), nas variedades de cana-de-açúcar ( Saccharum officinarum L. ): RB92579, RB867515 e SP791011.O presente estudo foi conduzido na Associação dos Plantadores de Cana do Vale do Satuba (ASPROVALES), localizada no município de Murici-AL. O estudo foi realizado obedecendo ao delineamento em blocos casualizados, no esquema fatorial 2 x 3 (dois ambientes e três variedades) tendo cada tratamento cinco repetições. Os dados foram coletados em áreas irrigadas e de sequeiro. A porcentagem de infestação foi determinada através do levantamento entomológico feito na base dos colmos de cana-de-açúcar após o corte, ao fim da primeira quinzena do mês de outubro de 2009. A variedade RB92579 foi significativamente a mais atacada pela broca gigante que RB867515 e SP791011. Foi observado também que o ambiente irrigado foi o mais favorável para a ocorrência da praga. Houve ainda a interação do ambiente com as variedades, evidenciando a existência de dependência entre as variedades e o ambiente.

Palavras chave: cana-de-açúcar, broca gigante, irrigação, sequeiro.

VII

LISTA DE FIGURAS

Pág.

Figura 1 . Adulto de Telchin licus licus. 15

Figura 2 . Ovos de Telchin licus licus. 16

Figura 3 . Larva de Telchin licus licus . 16

Figura 4 . Larvas de Telchin licus licus na socaria. 17

Figura 5 . Galeria no colmo de cana-de-açúcar ocasionada por Telchin licus

Licus. 18

Figura 6. % de infestação por Telchin licus licus x Variedades. 22

Figura 7 . % de colmos mortos devido ao ataque de Telchin licus licus x Variedades. 24

VIII

LISTA DE TABELAS

Pág.

Tabela 1 . Principais constituintes do caldo da cana-de-açúcar em (%) 14

Tabela 2 . Relação dos proprietários, das propriedades estudadas em

Alagoas e coordenadas geográficas. 20

SUMÁRIO

RESUMO...... VI

LISTA DE FIGURAS...... VII

LISTA DE TABELAS...... VIII

1. INTRODUÇÃO...... 10

2. REVISÃO DE LITERATURA...... 12

2.1. Descrição da espécie:...... 13

2.2. Broca Gigante Telchin licus licus , (Drury 1773) ...... 14

2.2.1. Biologia de Telchin licus licus (Drury, 1773)...... 15

2.2.2. Danos causados por Telchin licus licus (Drury, 1773) ...... 17

2.2.3. Controle da Broca Gigante Telchin licus licus (Drury, 1773)...... 18

2.2.4. Influência da irrigação na infestação por Telchin licus licus (Drury, 1773) ...... 19

3. MATERIAL E MÉTODOS...... 20

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...... 22

5. CONCLUSÕES...... 25

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...... 27

6. ANEXOS...... 30

INTRODUÇÃO

A cana-de-açúcar ( Saccharum officinarum L.) (Poaceae) é uma cultura de destaque no setor agroindustrial no Brasil, além do ótimo retorno econômico, possibilita a produção de fontes alternativas de energia. A previsão do total de cana moída para a safra 2009/2010 o Brasil é de 612.21 milhões de toneladas, volume superior em 7,1% que o colhido na safra passada. Há previsão também que em torno de 20 milhões de toneladas de cana ficarão no campo para próxima colheita devido principalmente ao excesso de chuvas ocorrido no período de safra. Do total da cana esmagada, 276 milhões de toneladas (45,08%) foram destinadas à produção de açúcar e 336.20 milhões (54,99%) à produção de álcool, gerando um volume total de 25.866,06 milhões de litros de álcool. Deste total, 7.652,3 milhões de litros são de álcool anidro e 18.213,76 bilhões de litros são de álcool hidratado (CONAB, 2009).

A CONAB (2009) estimou em 7.531 mil hectares a área plantada de cana destinada ao setor sucroalcooleiro, distribuídos entre São Paulo, com 4.101 mil hectares; Paraná, com 590,1 mil ha; Minas Gerais, com 587 mil ha; Goiás, com 520,3 mil ha; e Alagoas, com 448 mil ha, distribuídos por toda a região litorânea, Zona da Mata e parte do Agreste, sendo a cultura de maior importância sócio- econômica do Estado.

Dentre os fatores que causam perda de produtividade para a cultura um dos mais importantes, é a broca gigante Telchin licus licus (Drury, 1773) (Lepidoptera: Castniidae). Essa praga é considerada a mais importante da região nordeste, estando disseminada em cerca de 320 mil hectares, nos quais foram observados níveis de infestação, avaliados na base dos colmos danificados, da ordem de 7% e vem causando prejuízos anuais em torno de 34,5 milhões de reais. O primeiro registro dessa praga na cultura na região sudeste foi feito em 2007 no município de Limeira, São Paulo e a partir dessa constatação diversas pesquisas estão sendo conduzidas no Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) em Piracicaba, SP (ALMEIDA et al., 2008).

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Esse inseto apresenta particular importância em função dos danos que causa à cultura da cana-de-açúcar. Segundo Mendonça (1996), em cana nova, a broca gigante causa a morte de perfilhos, destrói rizomas das touceiras, ocasionando falhas na germinação, reduzindo o stand da cultura. Em cana adulta, danifica os entrenós basais, causando o afinamento, atrofia e quebra de colmo.

No Nordeste a irrigação é uma prática essencial para o desenvolvimento do canavial, pois a cana-de-açúcar é exigente quanto à umidade, necessitando anualmente de cerca de 1000 mm de chuvas bem distribuídas. No Nordeste dificilmente chove nessa intensidade, de forma distribuída, sendo aconselhável que se faça irrigação, principalmente no período de desenvolvimento vegetativo (INMAN- BAMBER & SMITH, 2005).

Como a região Nordeste oferece clima favorável para o desenvolvimento da broca gigante, a irrigação pode proporcionar melhores condições para esse lepidóptero. Nesse contexto, o objetivo desse trabalho foi avaliar os danos causados pela broca em áreas irrigadas e não irrigadas.

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2. REVISÃO DE LITERARURA

A cana-de-açúcar provavelmente se originou da região da Nova Guiné, Índia e China, ocupando lugar de destaque por sua importância econômica, social e ambiental, sendo cultivada para fins comerciais em mais de 70 países, localizados entre os paralelos 35º N e 35º S, se adaptando bem em todas as regiões (LUCCHESI, 2001).

S. officinarum L. foi trazida da Ilha da Madeira para o Brasil, em 1502. Era uma cana reconhecida como nobre ou cana tropical, caracterizada pelo seu alto teor de açúcar, porte elevado, colmo grosso e pouco teor de fibras. Devido a essas características S. officinarum foi cultivada nos três primeiros séculos da colonização, provavelmente uma única variedade, que no século XlX recebeu o nome de cana “Creoula” ou “Mirim” ou ainda “Cana da terra”, para distinguir dos novos cultivares importados que começaram a chegar no País (LIMA, 1984).

No Brasil, foi introduzida em 1530 pelos colonizadores portugueses como o sustentáculo econômico das capitanias hereditárias (COPERSUCAR, 2006 1 citado por SANTOS, 2008). Depois do descobrimento, duas áreas apresentaram condições propícias para o desenvolvimento da cultura, localizada em diferentes zonas climáticas: Pernambuco, no Nordeste e São Paulo na região Sudeste. Foi também a cana, a matéria-prima que alimentou a mais importante indústria no País durante o largo período em que o açúcar brasileiro superava a produção das outras regiões canavieiras do mundo (BAYMA, 1974).

Segundo Miocque & Machado (1977), o ciclo da “Creoula” estendeu-se desde 1532 a 1810 e por ser pouco rústica e suscetível a várias doenças, seu cultivo estava limitado a terras virgens com alta fertilidade. A substituição por híbrido interespecífico do gênero Saccharum se deu em função do sucessivo uso. Dessa forma, cultivares dessa espécie começaram a sofrer problemas com doenças, pragas e falta de adaptações ecológicas (FAHL et al ., 1998).

1 COPERSUCAR. Disponível em: http.//www.copersucar.com.br. (Acesso em: 30 de abril de 2006).

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Atualmente o Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, tendo moído 572,57 milhões de toneladas na safra 2008/2009 e a região Norte-Nordeste produzido 65,88 milhões de toneladas e a Centro-Sul 506,68 milhões, o estado de Alagoas contribuiu com 26,43 milhões de toneladas. (CONAB, 2009).

2.1. Descrição da espécie Saccharum officinarum L.

A cana-de-açúcar é uma planta de grande porte que forma touceiras e as variedades cultivadas produzem colmos suculentos e doces, devido ao armazenamento de sacarose. Em condições favoráveis de temperatura, umidade e fotoperíodo podem florescer emitindo uma inflorescência conhecida vulgarmente como flecha ou bandeira, cuja cor, forma e tamanho dependem da variedade (BACCHI, 1985).

A parte aérea da planta é constituída por colmo, folhas e inflorescência. As folhas são longas e apresentam limbo, nervuras medianas fortes e largas e outras finas paralelas e longitudinais. As flores são hermafroditas, pois tem aparelho reprodutivo masculino e feminino. Nem todas as raízes provisórias brotam ao mesmo tempo (CENTEC, 2004).

De acordo com Castro & Kluge (2001) o caldo da cana é composto de 75 a 82% de água e de 18 a 25% de sólidos solúveis (brix), constituídos em grande parte por açúcares, sais minerais, gorduras, ceras, substâncias peptídicas, gomas, materiais corantes, aminoácidos, ácidos livres e substâncias nitrogenadas. Através de um corte transversal no colmo podem ser identificadas a casca endurecida, a polpa interna mais macia e as fibras. Basicamente o principal componente sólido da cana-de-açúcar é a sacarose (Tabela 1).

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TABELA 1 – Principais constituintes do caldo da cana-de-açúcar em (%) (SANTOS, 2008).

CONSTITUINTES % AÇUCARES 5 a 93 SACAROSE 70 a 91 GLICOSE 2 a 4

FRUTOSE 2 a 4 SAIS 3,0 a 5,0 ÁCIDOS INORGÂNICOS 1,5 a 4,5 ÁCIDOS ORGÂNICOS 1,0 a 3,0 PROTEÍNAS 0,5 a 0,6 AMIDO 0,001 a 0,05 GOMAS 0,3 a 0,6 CERAS E GRAXAS 0,05 a 0,15 CORANTES 3 a 5

2.2. Broca gigante Telchin licus licu s (Drury, 1773)

Um número considerável de pragas é registrado para a cana-de-açúcar, dentre elas destaca-se a T. licus licus . A revisão mais recente da Família Castniidae foi realizada por Miller em 1972 2. T. licus licus é comum na América Central e América do Sul. No Brasil, é conhecida pelo nome vulgar de "Broca Gigante da Cana-de-açúcar", "Broca das Bananeiras" e "Lagarta Branca da Cana" (GUAGLIUMI, 1973).

A ocorrência da broca gigante restringia-se apenas às regiões Norte e Nordeste do Brasil até julho de 2007, quando sua presença foi detectada na propriedade agrícola denominada Chácara Paineira, localizado no município de Limeira-SP, em canavial cultivado com a variedade SP86-155 (ALMEIDA, 2009).

A hipótese mais provável para a introdução da praga na região de Limeira é que tenha ocorrido a migração de adultos a partir de viveiros onde são cultivadas e comercializadas plantas ornamentais hospedeiras da broca gigante, que podem ter sido trazidas de regiões onde esta praga apresenta ocorrência natural nestas plantas hospedeiras (ALMEIDA, 2009).

2 Holloway, J. D.; Bradley, J. D. e Caster, D. J .; Guides to of Importance to man , 1-Lepidoptera, Bristish Museu Natural History 1987, p. 180.

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A produtividade da cana-de-açúcar é reduzida pela broca gigante, um dos principais problemas entomológicos da cultura em algumas áreas das regiões Norte e Nordeste do Brasil, especialmente nos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pará e Amapá. Situação semelhante ocorre em vários outros países da América do Sul e da América Central, entre os quais estão as Guianas, Bolívia, Colômbia, Panamá e Trinidad-Tobago (MENDONÇA, 1996).

2.2.1 Biologia de Telchin licus licus ( Drury, 1773)

A broca gigante, anteriormente era pertencente ao gênero Castnia , mas que foi revisto para Telchin (BENEDINI et al ., 2008). Os adultos da broca possuem hábito diurno. São de coloração escura com manchas e faixa transversal branca nas asas anteriores e faixa transversal branca mais larga e manchas alaranjadas na margem externa das asas posteriores. Apresentam longevidade de 10 à 15 dias (Figura 1). As fêmeas, após o acasalamento, efetuam as posturas na base das touceiras e apresentam uma capacidade de oviposição de 50 a 100 ovos (ALMEIDA, 2009).

FIGURA 1: Adulto de Telchin licus licus (ALMEIDA, 2009).

A fase de ovo dura de 8 à 10 dias e estes podem ser esverdeados ou marrons no formato de carambola (BENEDINI et al ., 2008) (Figura 2).

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FIGURA 2: Ovos de Telchin licus licus (BENEDINI et al ., 2008).

A larva tem coloração branco-leitosa e apresenta um período de desenvolvimento de 100 a 120 dias e ao término desses, próximo da mudança de fase, as larvas permanecem nos internódios basais abaixo do nível do solo, prejudicando o desenvolvimento e a brotação das soqueiras que poderão ser observadas nas falhas do stand dos cortes seguintes (Figura 3). Neste local a larva prepara a câmara onde permanecerá a pupa por um período de 30 a 45 dias originando o adulto responsável por novas infestações (BENEDINI et al ., 2008).

FIGURA 3: Larva de T. licus licus (BENEDINI et al ., 2008).

Segundo BENEDINI et al. (2008) o ciclo biológico da praga pode durar de 158 a 190 dias, dessa forma podem ocorrer 2 ciclos por ano, aumentando ainda mais a infestação da broca.

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2.2.2 Danos causados por Telchin licus licus (Drury, 1773)

O ataque causado por T. licus licus aos canaviais tem ocasionado grande prejuízo para a economia da indústria açucareira nordestina. O sintoma mais característico do ataque desta praga em canas jovens é a morte do broto terminal conhecido como "coração-morto" e em canas adultas é o amarelecimento da nervura central. A larva da T. licus licus vive no interior da cana e sobrevive de uma safra para outra (MENDONÇA 1996).

Nas socarias, as lagartas se alimentam do rizoma e das raízes, reduzindo o poder germinativo. Em cana jovem, passam do rizoma para os rebentos, causando o secamento e posterior apodrecimento da "olhadura". Em cana adulta, a lagarta perfura os entrenós da base do colmo, justamente os locais mais ricos em sacarose (MENDONÇA et al. 1996) (Figura 4).

FIGURA 4: Larvas de Telchin licus licus na socaria (BENEDINI et al ., 2008).

Quando acaba a reserva no colmo, a larva migra para outro fazendo nova galeria de baixo para cima podendo danificar as touceiras resultando em falhas na brotação e em casos de altas infestações, há necessidade de reforma do canavial (BENEDINI et al. , 2008) (Figura 5).

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FIGURA 5: Galeria no colmo de cana-de-açúcar ocasionada por T. licus licus (BENEDINI et al ., 2008). Viveiros et al. (1986,1992) realizaram estudos para verificar o efeito do dano da broca gigante sobre algumas características agroindustriais e a capacidade de rebrota da cana-de-açúcar, obtendo reduções de 0.37%, em peso, 0,22%, para pol % cana e 1,20% de redução do stand para a safra seguinte, a cada 1,00% de colmos infestados pela praga.

2.2.3 Controle da Broca gigante Telchin licus licus (Drury, 1773)

O controle de T. licus licus é dificultado pela permanência da lagarta no interior da touceira e do colmo da cana-de-açúcar, durante quase todo o seu ciclo de desenvolvimento, que é de aproximadamente 120 dias. Em consequência disto, vem sendo realizado o controle mecânico com o auxílio de enxadeco especial, através da catação de lagartas e crisálidas. Os adultos são capturados com o uso de redes entomológicas (MENDONÇA, 1996).

O controle manual com o auxilio de enxadinha e espetos, apesar da grande necessidade de mão-de-obra, tem promovido reduções significativas na infestação da praga (MENDONÇA et al ., 1996). As enxadinhas são utilizadas no arranquio de cepas perfuradas e posterior coleta de formas imaturas, já os espetos são introduzidos nas galerias provocadas pela praga, buscando atingir as formas imaturas no interior das cepas. O custo é variável, pois depende do índice de infestação da praga no campo (VIVEIROS, 2008).

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Alguns trabalhos realizados com o fungo Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. demonstraram possibilidades de utilização desse microrganismo no controle biológico de T. licus licus. Vilas Boas et al. (1983) verificaram, em laboratório, a patogenicidade de B. bassiana para lagartas de T. licus licus , obtendo mortalidade de 60%. O comportamento do fungo sobre a praga foi testado em condições de campo por MARQUES et al. (1984), sendo constatadas mortalidades larvais variando entre 16,7 a 33,0%, após 21 dias da aplicação.

2.2.4 Influência da irrigação na infestação por Telchin licus licus (Drury, 1773)

Segundo Viveiros et al . (2008a) nos últimos anos, tem se verificado um aumento significativo dos danos ocasionados pela praga, em decorrência de diversos fatores, destacando-se a expansão do sistema de plantio direto e a irrigação. Essas práticas têm proporcionado o suprimento ininterrupto de alimentos para o inseto durante todo ano, acarretando elevadas densidades populacionais e sobreposição de gerações.

No entanto sendo a irrigação uma prática indispensável para as condições canavieiras do Nordeste do Brasil, pode-se agregar a ela medidas de controle de pragas. A aplicação de defensivos via água de irrigação, tem sido utilizada com sucesso para o controle de diversas pragas, muito embora, para as condições brasileiras, ocorra grande escassez de informações técnicas (WAQUIL, 2008 3 citado por VIVEIROS et. al ., 2008b).

3 WAQUIL, J.M.; VIANA, P.A.; CRUZ, I. Manejo integrado de pragas . Disponível em http;//www.portaldoagronegocio.com.br. Acessado em janeiro. 2008.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi conduzido em área de cultivo comercial nas propriedades dos associados da Associação dos Plantadores de Cana do Vale do Satuba, (ASPROVALES) localizada no município de Murici, AL (Latitude 09º 23’ S e Longitude 35º 58’ W), durante a moagem 2009-2010 (Tabela 2).

TABELA 2: Relação dos proprietários, das propriedades estudadas em Alagoas e coordenadas geográficas.

PROPRIETÁRIO FAZENDAS COORDENADAS Amilton Raposo São Pedro Latitude 09° 22' S e Longitude 35° 59' W Alberto Raposo São Pedro Latitude 09° 21' S e Longitude 35° 58' W Juarez Acioly Stª Rosa 3 Latitude 09° 25' S e Longitude 35° 56' W Tadeu Pinto Boa Alegria Latitude 09° 22' S e Longitude 36° 00' W Castenor Pinheiro Duas Bocas Latitude 09° 21' S e Longitude 36° 00' W Alberto Raposo Belo Prado Latitude 09° 20' S e Longitude 36° 00' W Afrânio Tenório Belo Monte Latitude 09° 17' S e Longitude 36° 00' W

Os dados foram avaliados em áreas irrigadas e em áreas de sequeiro para a comparação das variedades em relação à infestação da broca gigante nas diferentes condições. O estudo foi realizado obedecendo ao delineamento em blocos casualizados, no esquema 2 x 3 (dois tratamentos e três variedades), tendo cinco repetições e cada parcela área de 25 m2. Foram utilizadas as variedades RB92579, RB867515 e SP791011, todas as amostras foram coletadas em cana soca.

A porcentagem de infestação foi determinada através do levantamento entomológico feito na base dos colmos da cana após o corte, contando-se o número de colmos perfurados pela broca (CP) e o número de mortos (CM) devido ao ataque da broca, esse levantamento foi possível devido ao diâmetro do orifício no colmo da cana, evidenciando que é ocasionado pela broca gigante. Para uma melhor análise foi feita a separação entre perfurados e mortos e determinada às porcentagens

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dividindo-se o numero de colmos perfurados e perfurados mortos pelo total de colmos da parcela.

Para a análise estatística, os dados de % de infestação foram transformados em √(x+1) e submetidos à análise de variância. As comparações de médias foram testadas por meio do teste de Tukey, ao nível de 1% de probabilidade. Para a interação significativa entre variedades x ambientes, na análise de grupos de experimento, o quadrado médio residual adotado para comparações de tratamentos foi da interação entre variedades x ambiente. Os dados foram analisados utilizando o programa R.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Houve interação significativa do fator variedades e ambiente (sistema irrigado o sequeiro), indicando que a infestação da broca gigante em cada variedade, além de depender das características individuais, depende do ambiente, irrigado ou sequeiro.

Não houve diferença significativa entre as três variedades para o ambiente de sequeiro, cuja infestação variou entre 2,68 ± 0,19 (E.P. 4) e 3,01 ± 0,58%. Para o ambiente irrigado, a variação ficou entre 4,53 ± 0,45 e 7,24 ± 0,19%, com a variedade RB 92579 obtendo 7,24 ± 0,19%, diferindo de RB 867515 e SP 791011, com 4,47 ± 0,09 e 4,53 ± 0,45% respectivamente.

Houve diferenças significativas (P<0,01) entre as variedades e ambientes para a porcentagem de colmos perfurados (C.P.) (F Variedades= 5,513; F Ambientes= 48,44 e F (VxA)= 3,405 que variou entre 2,68 ± 0,19 e 7,24 ± 0,19%). Essa significância evidencia que as variedades observadas apresentaram comportamento diferenciado em relação ao ataque da broca gigante nos ambientes testados. (Anexos 1 e 2, Figura 6).

8 7,24a 7

6

5 4,47b 4,53b

4 3,01c Irrigado 3 2,78c 2,68c Sequeiro

% de Colmosde% Perfurados 2

1

0 RB92579 RB867515 SP791011 Variedades

FIGURA 6: Porcentagem de colmos perfurados por Telchin licus licus em diferentes variedades nos dois ambientes. Sistema irrigado e sequeiro. Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p ≤0,01).

4 E.P.= Erro-padrão da média.

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As maiores porcentagem de infestação (colmos perfurados) pela broca gigante foram observadas no ambiente irrigado, para todas as variedades estudadas, evidenciando que a irrigação favoreceu o desenvolvimento da praga.

Segundo MENDONÇA (1982) estudos com variedades resistentes à broca gigante não apresentaram resultados positivos, devendo-se considerar que algumas variedades de cana-de-açúcar, dependendo de fatores edafoclimáticos, podem apresentar tolerância ao ataque de insetos-praga.

Comparando-se os dois ambientes para a mesma variedade, houve diferença para todas elas, com a maior discrepância ocorrendo para a RB 92579 com mais de 4% de diferença na infestação entre os dois ambientes.

Segundo Araújo et al. (2008) em trabalho realizado na Unidade Acadêmica de Ciências Agrárias (U.A CECA), no município de Rio Largo – AL, a variedade menos afetada pela broca gigante foi a RB92579, o estudo foi realizado em ambiente de sequeiro. As variedades estudadas foram as seguintes: RB72454, RB867515, RB971755, RB951541, RB931003, RB92579, RB863129 e RB93509.

De acordo com Viveiros et al . (2008) nos últimos anos, tem se verificado um aumento significativo dos danos ocasionados por T. licus licus , em decorrência de diversos fatores, destacando-se a expansão do sistema de plantio direto e a irrigação, por proporcionarem suprimentos ininterruptos de alimentos para a praga.

Com relação à variável colmos mortos, observou-se que houve diferença significativa quanto à infestação apenas entre as variedades (F variedade= 3.49), não se diferindo nos ambientes e na interação variedades x ambientes. A variedade SP791011 apresentando valor superior em relação às demais (1,79 ± 0,50%). Essa observação sugere a possibilidade de que haja progresso com a seleção das variedades com relação a esse caractere. ( Anexos 1 e 2, Figura 7).

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2 1,79a 1,8 1,61a 1,6 1,4 1,2 0,97b 1 0,73b Irrigado 0,8 0,68b Sequeiro 0,52b % de Colmosde% Mortos 0,6 0,4 0,2 0 RB92579 RB867515 SP791011 Variedades

FIGURA 7: Porcentagem de colmos mortos devido ao ataque de Telchin licus licus em diferentes variedades nos dois ambientes. Sistema irrigado e sequeiro. Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p ≤0,01).

Pode-se observar também através das Figuras 6 e 7, que nem sempre a planta morre devido ao ataque da praga, tendo condições de emitir novas brotações, isso vai depender do nível do dano causado ao colmo possibilitando uma nova brotação ou não.

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5. CONCLUSÕES

As variedades apresentam comportamento diferenciado em relação ao ataque da broca gigante nos cultivos irrigado e sequeiro.

O ambiente irrigado mostrou ser mais favorável para o desenvolvimento da broca gigante.

A maior porcentagem de infestação ocorre na variedade RB92579 associada ao ambiente irrigado, mostrando que tanto essa variedade quanto o ambiente irrigado são preferidos pela praga.

As variedades RB867515 e SP791011 apresentam uma maior tolerância ao ataque da broca.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXOS

ANEXO 1- Análise de variância das variáveis Colmos Perfurados (C.P) e Colmos Mortos (C.M) pelo programa R.

CP FV GL SQ QM F Bloco 4 1.170 0.293 Variedades 2 11.446 5.723 5.513 ** Ambientes 1 50.285 50.285 48.44 ** V x A 2 7.069 3.5345 3.405 ** Resíduo 20 20.771 1.038 CM Bloco 4 4.2138 1.053 Variedades 2 6.0390 3.019 3.49 ** Ambientes 1 0.0396 0.039 0.04 ns V x A 2 0.1496 0.074 0.08 ns Resíduo 20 18.9879 0.863

ANEXO 2- Média das variáveis Colmos Perfurados (C.P) e Colmos Mortos (C.M) seguidas de ± o erro padrão da média. A1 e A2 são os ambientes irrigado e sequeiro, respectivamente.

INTERAÇÃO %C.P %C.M V1A1 7,24 ± 0,19 a 0,52 ± 0,22 b V1A2 3,01 ± 0,58 c 0,68 ± 0,35 b V2A1 4,47 ± 0,09 b 0,73 ± 0,46 b V2A2 2,78 ± 0,31 c 0,97 ± 0,59 b V3A1 4,53 ± 0,45 b 1,79 ± 0,50 a V3A2 2,68 ± 0,19 c 1,61 ± 0,36 a

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