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Nº 012 >>> 2009 | FEVEREIRO | MARÇO Director | Manuel Santa Cruz Domingues Basto Oliveira >>> DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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ARRIVARRIVARRIVAAA nana EurEuropaopa >>> P | 04 a 07

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Histórias do apoia Douro, passado da iniciativas da Ponte do Freixo ARRIVA dos jovens à Foz

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ARRIVA Londres ganha prémio de excelência

A ARRIVA Londres ganhou o prémio de me- «Transport for » que reconhece o lhor operador durante o segundo ano con- excelente trabalho desempenhado pela secutivo. ARRIVA em «Beddington Farm». Mark Yexley, A garagem «Beddington Farm Garage», no director executivo da ARRIVA Londres afir- sul de Londres, foi nomeada «London Bus mou que “este prémio é uma homenagem Garage of the Year» (melhor garagem de aos esforços das muitas pessoas na nossa autocarros de Londres 2008) nos «UK Bus «Beddington Farm Garage»; a garagem tem Awards», uma entidade independente que crescido consideravelmente nos últimos 10 tem como objectivo reconhecer e premiar a anos, durante os quais temos mantido o com- excelência e as boas práticas, num vasto promisso de realizar o melhor serviço possí- ramo de categorias associadas ao funcio- vel aos nossos clientes e de fazer da gara- namento, design e serviços de autocarros. gem um óptimo lugar para trabalhar.” Este foi o segundo ano consecutivo que uma «Beddington Farm» é uma importante gara- garagem ligada à ARRIVA consegue este gem para o funcionamento da ARRIVA South título, tendo sido a «Brixton garage» a ven- London, uma vez que esta executa a maior cedora do ano anterior. parte da reparação e remodelação dos seus A atribuição do prémio foi feita através de autocarros, bem como a formação dos seus uma “nomeação independente” da 280 trabalhadores.

«Gold Award» para ARRIVA do Reino Unido Condutores Arriva Recentemente a ARRIVA recebeu, no Reino Unido, o «Gold Award» em simultâneo para duas categorias, «Management of Health & Safety», pela conduta da empresa na área da saú- recebem formação de e segurança no trabalho e «Management of Road Risk», pelo esforço da empresa em aumentar a segurança rodoviá- ria. especial Os prémios em questão foram atribuídos pela «Royal Society for the Prevention of Accidents» (RoSPA), uma associação in- glesa que existe há mais de 90 anos e que trabalha activamen- A ARRIVA está a proporcionar aos seus con- cio de marcha e condução económica, ob- te para a prevenção de acidentes em vários âmbitos – no tra- dutores uma formação especial de “Técni- servação e informação, causas dos aci- balho, em casa, nas estradas, escolas, etc. cos Avançados de Condução de Veículos dentes e como evitá-los, entre outros te- Aquando da atribuição do prémio, o gestor de riscos da ARRIVA Pesados para Formadores Internos das mas. Para além da componente teórica, a Walter Herring afirmou que “a segurança é o cerne de tudo o Empresas”, através da empresa formação irá abranger também uma com- que fazemos na ARRIVA e este prémio reconhece o nosso vilacondense, P.R&M - Centro de Forma- ponente prática na ordem dos 65%, em contínuo empenho em melhorá-la; os nossos recentes inqué- ção de Condução Avançada de Conduto- contexto de situação real com demonstra- ritos a clientes e funcionários têm revelado uma notável res Rodoviários. ções ao nível de simulador de melhoria nas respostas relativas à segurança, quer por parte Esta empresa creditada pelo IMTT (Institu- capotamento, travagens de emergência dos passageiros, como dos nossos colaboradores, e é muito to da Mobilidade e dos Transportes Terres- com e sem ABS em situações adversas, gratificante ver que o progresso que fizemos não está apenas tres) realiza acções de formação profissio- modo de actuação em caso de incêndio, a ser reconhecido pela RoSPA, mas também pelos nossos co- nal direccionadas para condutores de ve- entre outros. laboradores e clientes.” ículos de carga geral, transporte de passa- A ARRIVA tem como objectivo melhorar Ao vencer estes prémios a ARRIVA reforça o seu compromisso geiros, matérias perigosas, viaturas cada vez mais a responsabilidade, aptidão de garantir segurança aos seus trabalhadores e clientes, como prioritárias, por exemplo. e desempenho dos seus condutores, aju- sendo a sua prioridade principal e demonstra claramente altos A formação dos condutores da ARRIVA irá dando-os a compreenderem positivamen- níveis de desempenho nestas áreas cruciais. abranger vários módulos tais como – con- te o ambiente rodoviário e a obterem uma dução segura, inspecção do veículo, iní- condução ainda mais segura. >>> P| 3 Nº 012 >>> 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

>>> editorial

Muito embora a maioria das nossas institui- ada como vinha acontecendo. Manda, no ções financeiras não tivesse sido tão seve- entanto, a prudência empresarial que, na ramente afectada como as de outros Países linha da já referida gestão cuidada e no pelos ditos “produtos tóxicos” aos quais, sentido de fazermos tudo quanto possível também provavelmente pela nossa peque- ao nosso alcance, procedamos a ajustes na dimensão, não estariam tão expostos, da nossa oferta regular, adequando-a ao tem sofrido as consequências de um mer- momento. cado financeiro nervoso e, agora, muito pru- Assim, e não sendo propriamente o tipo de dente – talvez às vezes demais – relativa- notícia que mais nos agradaria dar, de acor- mente à concessão de crédito. do com a transparência de gestão que Esta situação tem vindo a afectar muitas e sempre usamos, aproveitamos este meio muitas empresas e, infelizmente, traduziu- para dar conhecimento público da conclu- se já no encerramento de variadíssimas são para breve de um trabalho de reorga- unidades de produção da nossa região, ar- nização da nossa rede de transportes; esta rastando por consequência um aumento da reorganização vai implicar a partir de Abril taxa de desemprego e afectando dessa a supressão de vários horários cuja pro- maneira a vida das pessoas e das famílias. cura se tem verificado que não é capaz de Felizmente a ARRIVA, mercê de uma gestão cobrir os custos da sua realização. Muito muito cuidada mesmo em tempos mais fá- brevemente sairá ao público a informação ceis, tem uma estrutura muito sólida e, aten- dos novos horários. Caro(a) Leitor(a), Cliente e Amigo(a), ta à situação, implementou desde o primei- Iniciei este editorial referindo o facto de Esta edição do ARRIVA Jornal, a décima ro momento medidas de contingência. Es- estarmos a entrar na Primavera – época do segunda, vai chegar às suas mãos muito tes factores associados permitiram que con- ano em que a natureza nos brinda com perto do início da Primavera de 2009 e, seguíssemos resistir bastante bem a esta novos elementos, com nova vida - e muito também, um pouco antes do período de onda negativa. perto da Páscoa – que para os Católicos Páscoa. Não deixamos, no entanto, de ser afecta- significa o renascer da vida. Vivemos um dos períodos mais conturba- dos pelas influências externas e temos vin- É na esperança de que também o mesmo dos a nível mundial, com um crise genera- do a verificar uma tendência de decrésci- se possa passar relativamente a tudo quan- lizada na economia, crise esta que apare- mo acentuada da procura dos nossos ser- to, infelizmente, tem vindo a afectar o quo- ceu de uma forma abrupta e sem que nada viços de carreiras, sobretudo nos horários tidiano das pessoas, ou seja, que a época indicasse que estávamos no seu caminho. que não são de entrada e saída dos empre- nos traga os sinais de que todos tanto ne- Efectivamente não há memória de uma si- gos e das escolas; esse decréscimo de pro- cessitamos e que nos permitam o renas- tuação semelhante em que, num tão curto cura é ainda mais notório no que diz respei- cer da esperança; assim termino, com uma espaço de tempo, pilares fundamentais da to aos serviços de aluguer, os quais foram mensagem positiva, dando a todos a ga- economia mundial se viram envolvidos sempre um importantíssimo contributo para rantia que da nossa parte tudo continuare- numa situação muito difícil – para a qual o equilíbrio da empresa. Por via da existên- mos a fazer para garantir a continuidade alguns deles terão certamente contribuí- cia desse mercado foi-nos possível durante de desenvolvimento de um modo seguro e do – e à qual alguns não resistiram, en- anos e anos manter activos alguns horários sustentado e, consequentemente, de um grossando a onda de falências de empre- de base das carreiras que, por si só, não se futuro cada vez melhor desta vossa sas dos mais diversos ramos de activida- conseguiam justificar. ARRIVA. de e que, desta vez, incluiu instituições fi- Até ao momento a maior consequência da nanceiras até agora consideradas de gran- crise nesta sua/nossa empresa verificou-se de prestígio mundial. pela necessidade de redução do nosso pla- Manuel Santa Cruz Oliveira Portugal, como uma economia aberta, não no de investimentos em renovação da frota (Presidente da Comissão Executiva consegue escapar a esta onda negativa. que, este ano, não vai poder ser tão acentu- da ARRIVA Portugal)

FICHA TÉCNICA

Director | Manuel da Santa Cruz Basto Oliveira Inscrito no ICS com o nº 125134 Coordenador Editorial | Marco António Lindo | [email protected] Depósito legal | 264746/07 Grafismo e Pré-Impressão | Alive Word Comunicação Lda Tiragem | 10 000 exemplares Colaboram nesta edição: Daniela Rosa, Maria Helena Duarte, Mafalda Raínho, Marco Publicação Gratuita | Bimestral António Lindo, Mónica Lindo e Susana Marvão. Publicidade | Tel. 253 439 803 ou 220 167 542 Propriedade e Edição | ARRIVA Portugal – Transportes Ldª Impressão | Naveprinter – Indústria Gráfica do Norte, S.A. Rua Eduardo Almeida, 162 – 2º Sala C, 4810 – 440 Guimarães Apartado 121 – 4471 Maia Codex Tel. 253 439 800 | Fax. 253 439 801 Tel. 229 411 085 ou 229485 564 P| 4 <<< Nº 012 >>> 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

>>> tema de capa

ARRIVA é um caso de sucesso na Europa

ARRIVA Hungria

Este ano o calendário ARRIVA mostra as Uma das maiores preocupações da em Londres. Este tipo de autocarros funcio- o país ligando a Holanda à República cidades portuguesas, onde a ARRIVA ope- ARRIVA, enquanto transportador, é a se- nam combinando motores diesel e eléctri- Checa. ra, bem como os países onde está pre- gurança dos seus clientes e colaborado- cos, indo assim de encontro à intenção da A ARRIVA na Alemanha possui 830 auto- sente no Mundo. Na edição anterior do res. Por isso, regularmente todos os por- «Transport for London» (entidade governa- carros, 207 comboios e emprega perto de nosso jornal demos a conhecer as cida- menores são verificados pelo Comité de mental que regula a maioria dos aspectos 2 mil e 700 pessoas. des portuguesas. Segurança da empresa. A ARRIVA conti- relacionados com os transportes em Lon- Dando continuidade ao tema, apresenta- nua a desenvolver e a treinar segurança dres e no Reino Unido) de reduzir as emis- HOLANDA mos nesta edição a história da ARRIVA na de uma forma reconhecida e apoiada por sões de dióxido de carbono. A ARRIVA é uma das maiores empresas Europa, dando enfoque a seis países eu- entidades externas. Prova disso, é o «Gold de transportes da Holanda. Tem 915 veí- ropeus (Alemanha, Holanda, Hungria, Itá- Award» que recentemente a ARRIVA North ALEMANHA culos a operar neste País e emprega um lia, Polónia e Reino Unido), onde ARRIVA East, no Reino Unido, recebeu pelo de- A ARRIVA entrou no mercado ferroviário total de 2 mil e 240 pessoas. é um verdadeiro caso de sucesso. sempenho da empresa na área da saúde alemão em 2004 e no mercado dos trans- A ARRIVA entrou no mercado holandês de e segurança no trabalho e pelo esforço portes de autocarro em 2005. É de salien- transportes em 1998, ao adquirir a Vancom AARRIVRRIVA NA EUROPA da empresa em aumentar a segurança tar que o mercado alemão de transportes Nederland e a Veonn & Hanze. Em 2002 A ARRIVA é actualmente um dos maiores rodoviária. É de salientar que a ARRIVA foi públicos é o maior da Europa e tem mais ganha dois concursos no centro da prestadores de serviços de transporte de a primeira empresa de transportes públi- de 20 companhias de comboios a funcio- Holanda e em 2003 conseguiu mais con- passageiros na Europa. Com mais de cos da Europa a assinar a Carta Europeia nar. tratos na cidade de Groningen, Drenthe, 43.000 funcionários e cerca de 15.600 ve- de Segurança Rodoviária. Na Alemanha, autocarros iguais aos que Waterland e mais tarde em Drechtsteden, ículos, a ARRIVA transporta mais de um No que diz respeito ao meio ambiente há circulam no Minho com as cores da Alblasserwaard e Vijfheerenlanden. Des- bilião de passageiros por ano. também uma preocupação e prática cres- ARRIVA, servem Frankfurt, Mainz e te modo, actualmente oito das doze pro- Actualmente, a empresa opera em doze cente com intuito de minorar os prejuízos Wiesbaden, na região de Münsterland e víncias dos Países Baixos são servidas países europeus: Alemanha, Dinamarca, ambientais. Em 2007 a ARRIVA lançou em de Neustrelitz. pela ARRIVA e em alguns locais funcio- Eslováquia, Espanha, Holanda, Hungria, colaboração com o construtor de autocar- Na verdade, dez de dezasseis estados da nam serviços conjuntos - autocarro/com- Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido, Re- ros Wrights o primeiro autocarro híbrido de Federação Alemã são servidos por com- boio ARRIVA. pública Checa e Suécia. dois pisos do mundo, destinado a operar boios ARRIVA, e alguns destes atravessam No que diz respeito ao sector ferroviário, >>> P| 5 Nº 012 >>> 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

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Marco António Lindo

ARRIVA Trains

nos últimos anos, a ARRIVA tem aumenta- «holding» da Eurobus invest, a maior em- a cidade de Udine, situada no nordeste Pomorskie Vodivodship, no nordeste da do o seu domínio. Em 1999 a ARRIVA esta- presa privada de autocarros da Hungria. da Itália, na região de Friuli-Venezia Giulia. Polónia. Deste modo, a Polónia passou a belece uma cooperação com a NS Rail. Actualmente, o mercado húngaro de trans- Um ano depois a ARRIVA adquire 80% das ser o décimo país onde a ARRIVA funcio- Em 2003 assume a liderança deste negó- portes é dominado e regulado pelo sector viagens realizadas pela companhia nava. cio e em 2005 ganha um contrato de 15 público, com um total de aproximadamente SADEM em Piemonte e Valle d’Aosta, regi- ARRIVA PCC Rail foi a primeira operadora anos. Actualmente é a única companhia 17 mil veículos. ões do norte de Itália, perto de Turin. Nes- privada ferroviária a operar no País. Actu- a operar nos estados de Friesland e A entrada da ARRIVA no mercado húnga- tas regiões a ARRIVA funciona não só ao almente a empresa funciona com 13 com- Groningen. A ARRIVA realiza também ser- ro e a sua associação a empresas domi- nível do sector dos transportes públicos e boios, serve um total de 60 estações e dá viços “além fronteiras” até à Alemanha. nantes coloca-a numa boa posição para comerciais, como também ao nível de emprego a cerca de 120 pessoas. Por O investimento em novos comboios permi- realizar futuras aquisições e para poder prestação de serviços a privados, através cada ano do contrato prevê-se que o com- te uma substancial melhoria para o ambi- crescer neste País. de aluguer. boio transporte à volta de 4.5 milhões de ente ao substituir antigas locomotivas die- A ARRIVA Itália tem realizado testes com um passageiros e que realize aproximada- sel por novas unidades diesel/eléctricas. ITÁLIA novo tipo de combinação de gasóleo e mente 1.75 milhões de quilómetros. Também em alguns locais da rede de ser- A ARRIVA é actualmente a maior compa- água, procurando preservar o meio ambi- viços, especialmente aqueles onde existe nhia de autocarros a operar em Itália, o ente. REINO UNIDO rede de gás natural, já é possível encon- que tem um peso significativo, uma vez A ARRIVA fez a aquisição da sua primeira trar muitos autocarros a gás ou que utili- que o mercado italiano de transporte de POLÓNIA viatura em 1980. Contudo, o seu período zam gasóleo com baixo teor de enxofre. passageiros é o terceiro maior na Europa. Como em muitos outros países europeus de maior crescimento foi de 1994 a 1996, Actualmente, no sector ferroviário, a Esta empresa possui um total de 1.760 o mercado polaco dos transportes está em quando se tornou um dos maiores opera- ARRIVA Holanda, tem um desempenho veículos e emprega 2.110 pessoas. A constante evolução e expansão. dores do Reino Unido. Tem actualmente 10% superior à média nacional. ARRIVA deu “os primeiros passos” no A ARRIVA entrou no mercado Polaco em mais de 7 mil autocarros, 200 comboios, mercado Italiano em Julho de 2002 ao 2007 ao fazer uma sociedade com a PCC e emprega 23 mil e 300 pessoas; serve HUNGRIA adquirir a SAB Autoservizi Sr, que operava Rail, ganhando o concurso relativo ao pe- Noroeste e Sudoeste de Inglaterra, o A ARRIVA entrou no mercado húngaro em na Lombardia, Liguria e Friuli-Veneza ríodo de 3 anos para o transporte ferroviá- Yorkshire, as Midland, a Escócia e o País 2008 ao adquirir 80% da Interbus Invest, Guilia. Em 2004 a ARRIVA expande-se para rio de passageiros na região de Kujawsko- de Gales. Assim, a ARRIVA tem no Reino P| 6 <<< Nº 012 >>> 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

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ARRIVA Suécia

Unido as seguintes unidades operacio/ rotas, veículos e horários rigorosamente nais: , ARRIVA monitorizados para garantir aos seus clien- London, , ARRIVA North tes um serviço de qualidade. East, , , , ARRIVA Comboios ARRIVA Shires & Essex - ARRIVA Southern e Trenau ARRIVA Counties , , Centrebus Cymru realizam a maioria dos serviços fer- Holdings, Green Line, Tellings-Golden roviários de transporte de passageiros em Miller , The Original Tour e The Heritage Wales e Welsh Marches (área ao longo Fleet. da fronteira entre a Inglaterra e o País de O facto de a ARRIVA ter um posicio/ Gales). A ARRIVA ganhou o «franchise» namento a nível regional dá-lhe a opor- em 2003, o qual terá a duração de 15 anos tunidade de servir melhor as comunida- (sendo revisto pelo governo daquela re- des a um nível local, trabalhando com o gião em cada 5 anos). sector público e privado, para garantir A ARRIVA também opera o CrossCountry sempre soluções de transporte mais efi- que fornece serviços ferroviários em ro- cazes. tas de longa distância, na Inglaterra e na A ARRIVA é um dos maiores operadores na Escócia, funcionando desde 11 de No- cidade de Londres com uma utilização de vembro de 2007 a Abril de 2016. A 1500 autocarros que estão ao serviço da CrossCountry é a maior operação Transport for London. Tem também um au- «franchisada» do Reino Unido, operando tocarro que faz um percurso turístico pela desde Aberdeen a Penzance e de Stansted capital londrina -The Original Tour. Na ver- a Cardiff, o que significa que pára em mais dade, a empresa fornece à volta de 20% de 100 estações. dos serviços de autocarro de Londres, com Os comboios da ARRIVA percorrem mais de ARRIVA Espanha >>> P| 7 Nº 012 >>> 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

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Marco António Lindo Eelke Hendrik Helmholt ARRIVA Hungria ARRIVA Holanda

ARRIVA Alemanha ARRIVA Londres

16,7 milhões de milhas por ano, que equi- A história da ARRIVA na Suécia começou, ESPANHA vale a viajar 660 vezes à volta da terra. em 1997, quando adquiriu a empresa di- A ARRIVA estabeleceu um negócio de su- < < < < < namarquesa Unibus Holdings (a qual ti- cesso em Espanha, com um grande po- Outros negócios: nha adquirido anteriormente a empresa fa- tencial de crescimento a longo prazo. A AARRIVRRIVA «Bus and Coach» miliar sueca Ödåkra Buss AB.) empresa dá emprego a 1.020 pessoas e Há mais de 40 anos que a ARRIVA «Bus Em 2006 começou a funcionar, nesta re- possui 410 veículos. and Coach» é um «bus dealer» que actua gião ,com 61 novos autocarros ecológi- A viagem da ARRIVA pela Espanha come- em todos os ramos deste sector, desde a cos a gás e com novos horários. Desde ça em 1999, na Galiza e posteriormente venda ou aluguer de autocarros novos e essa altura tem-se verificado um aumento em Maiorca, seguindo-se Madrid em 2007, usados, ao seu financiamento. de 20 por cento nos clientes. Estes auto- com a compra de duas companhias – Es- A ARRIVA «Bus and Coach» também presta carros ecológicos vão de encontro às nor- fera e Autocares Fray Escoba. Em 2008 a todo o apoio necessário no pós venda e mas de emissões mais recentes para este ARRIVA adquire a Empresa Blas y Cia S.L., as suas oficinas estão também abertas tipo de veículos. uma das maiores transportadoras privadas RESPEITO PELO AMBIENTE para o público em geral. Um ano depois, em Junho de 2007, Arriva de Madrid que opera por contrato numa A ARRIVA reconhece que os seus cola- A missão da ARRIVA «Bus and Coach» é for- entrou no mercado ferroviário sueco, ao percentagem significativa de serviços boradores são a chave para o suces- necer serviços de qualidade, estabelecen- ganhar nove anos de contrato para funcio- «comunidad» de transportes de Madrid. so, E mais de 40 mil colaboradores, em do assim fidelidade com os seus clientes. nar com o comboio regional Pågatåg, tam- Em Espanha os autocarros da ARRIVA No- toda a Europa, estão empenhados em bém na região do sul da Suécia, em Skåne. roeste correm as estradas da Galiza, des- cooperar para um melhor ambiente. SUÉCIA No mercado sueco as autoridades locais de Santiago de Compostela até Ferrol, Para demonstrar este compromisso, a Os autocarros da ARRIVA funcionam no são as responsáveis pelos transportes. As passando pela Corunha e Lugo. A ARRIVA está a desenvolver uma cam- sul da Suécia, onde a empresa é o maior operações da ARRIVA actualmente compre- ARRIVA também tem um importante pa- panha que será lançada em breve em operador de autocarros na região de endem apenas 3,5 % do mercado, mas com pel em Madrid pois, é fundamental para Espanha e em Portugal, a qual aborda- Skåne, fornecendo 50% dos serviços de o aumento da privatização municipal, tem quem vai trabalhar para a cidade. Já em rá medidas promotoras de redução do autocarros em Malmö, a terceira maior da oportunidade de ganhar mais contratos e Palma de Maiorca é a forma ideal para consumo de energia, tendo como ob- cidade da Suécia. alcançar um crescimento consistente. viajar na Ilha. jectivo a redução do efeito de estufa. P| 8 <<< Nº 012 >>> 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

Grey Green A História de George Ewer

Vale a pena voltar atrás na história para compreender as origens dos autocarros na > > > > > nossa empresa. Antes de se uniformizar a empresa sob o nome ARRIVA, o funcionamento na área de Londres era realizado pela Grey Green. As origens deste operador remontam a 1885, quando George Ewer começou um serviço de carreiras com tracção animal em Stamford Hill. O negócio prosperou, mantendo-se na fa- mília Ewer mesmo depois da morte do seu fundador, no princípio do Século XX. Em 1919, a empresa recebe os primeiros veículos. Custa-me chamar-lhes autocar- ros porque só faziam serviço como tal ao fim de semana. Durante a semana eram usados para transporte de mercadorias, ficando o restante serviço a cargo dos veículos puxados por cavalos. Esta era na época uma prática comum. Este dado leva a que se possa afirmar com toda a certeza que a ARRIVA tem autocarros há 90 anos. Em Junho de 1928, o serviço de transpor- tes desenvolve-se com a introdução da pri- meira linha de longo curso a ligar Londres a Ipswich. Embora este serviço fosse só feito no Verão, foi o início de um tipo pró- prio de funcionamento. Em 1930 já várias das praias do sul eram servidas em mol- des idênticos. Mesmo assim, o primeiro a tornar-se regular, isto é, durante o ano todo, foi o de Ipswish. Londres - Harwich foi o segundo serviço a tornar-se regular. Seguem-se outros, até que devido ao início da segunda grande guerra, todos os serviços são resumidos ou suspensos. Entretanto, em 1934, a Ewer faz a sua pri- meira aquisição, ao adquirir a Eva Coaches e alguns serviços no sul de Inglaterra. A Sid Page, a empresa W H Jacobs conheci- da como Monty Super Coaches de East Anglia, a Prince Omnibus Company de Edmonton e a Eclipse Motor Coaches fo- ram as mais importantes aquisições. Depois do fim da guerra há que reorgani- zar a companhia. A maior parte da frota tinha andado envolvida no esforço de guer- ra e muitos serviços tinham deixado de existir. Mesmo assim, em 1945 alguns dos serviços expresso são reiniciados. Nesse mesmo ano a Baker Brothers é comprada. O esforço pós guerra provocou definitiva- mente um atraso severo no crescimento Fotos: Arquivo DUPLE da companhia. Para compreendermos >>> P| 9 Nº 012 >>> 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

Marco António Lindo

esta questão é necessário termos em con- nhia a ser adquirida é um famoso operador ta, o facto de algumas das cidades servi- de Londres, a Birch Brothers. A fundação das terem sido violentamente bombarde- da Birch remonta a 1847. Da sua história adas durante a guerra, além do facto da fazem parte factos tão interessantes como própria economia ter sido literalmente o seu funcionamento “pirata” em Londres devastada. entre 1922 e 1934. A eles deve-se o servi- Só em 1952 é que se voltou ao tempo das ço expresso entre Londres e Bedfordshire aquisições, com a compra da Fallowfield Northamptonshire que, em 1969, passou and Britten, da Hackney e da Ardley Bros. para a United Couties. Durante alguns anos Ltd. Estas empresas são as primeiras a en- o nome Birch Brothers manteve-se até que trarem para o grupo. em 1977 foi definitivamente retirado. Algo particularmente interessante é que as Em 1974, 70% da Word Wide Coaches, o empresas quando adquiridas mantinham maior operador de autocarros Mercedes de a sua identidade; quer nome quer imagem. turismo do Reino Unido, passou para o Ewer Um bom exemplo disso é a Orange Luxury, Group, ficando a parte restante para dois adquirida em 1953 e cuja identidade foi anos depois. Seguiram-se a Wimbledon mantida até Dezembro de 1975. and Mitcham Belle Coaches, em 1974, e a Outras empresas são adquiridas ao longo Dix Coaches e a Universal Cream dos anos. Algumas são das mais importan- Coaches, em 1976. tes empresas de autocarros de Inglaterra, Parte dos activos da companhia foram ven- como a Classique Coaches e a Black and didos à Trafalgar Tours em 1977. Durante White de Walthamstow, compradas em muitos anos as cores da Ewer foram verde- 1956, a Batten’s Coaches e a Viney’s claro e branco, com a fusão de serviço o Coaches adquiridas no princípio dos anos verde-claro passou a escuro e entrou uma sessenta, bem como a importante United faixa cor de laranja. Service Transport, com sede em Balham, A Grey Green torna-se o primeiro operador adquirida em 1965. privado em Londres. De seguida o George Em 1966 o grupo decide fazer uma primei- Ewer Group é adquirido pelo Cowie Group, ra “arrumação” na empresa. O nome o “pai” da ARRIVA. Orange mantém-se, mas todas as restan- De um humilde começo em Stamford Hill há tes empresas são unificadas numa só - a mais de cento e vinte anos, nasceu uma Grey Green. empresa que hoje, como ARRIVA, é dos Após esta unificação, a primeira compa- maiores de transportes públicos da Europa.

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>>> iniciativas

Concurso de filmes de telemóvel

Foi a pensar nos jovens, nas novas nham em causa a dignidade do indivíduo Após as inscrições, um júri (constituído por 4 > > > > > tecnologias e no uso que delas podem fa- sem o consentimento deste; e vídeos que elementos da Escola Secundária Francisco zer, que surgiu o projecto “Cinema e foram concebidos para outro efeito, que não de Holanda) apurará os 12 melhores vídeos, Tecnologia”. Este projecto foi proposto por o do concurso. que serão classificados para a final. Nesta, um grupo de alunos da Escola Secundária Para participar deve apresentar os vídeos um outro júri escolherá os 3 melhores vídeos, Francisco de Holanda, no âmbito da disci- sob a forma de suporte digital (CD/DVD) em que receberão cada um deles um prémio plina de Área de Projecto. formato Windows Media Player. Com estes monetário respectivo à sua classificação. O Assim, surgiu o “Concurso de Filmes de deve ser entregue um envelope com a ficha autor do vídeo vencedor receberá um prémio Telemóvel” que, aliado ao seu cariz inova- de inscrição, devidamente preenchida, e um de 300 euros e um curso de fotografia digital dor, dará aos jovens a possibilidade de de- valor monetário de dois euros (valor de ins- oferecido pelo Instituto Português da Juven- monstrar toda a sua criatividade, através de crição). O envelope entregue deverá estar tude. Ao segundo e terceiro vencedores será um meio que lhes é tão familiar - o telemóvel. selado e deverá mencionar, no exterior a atribuído um prémio monetário de 200 e de Para tal, é apenas necessário realizar um designação do concurso e o título do vídeo. 100 euros, respectivamente. vídeo a partir de qualquer telemóvel, com A data limite de entrega é até ao dia 27 de Estes prémios, entre outros, serão entregues uma duração de 2 a 5 minutos de um tema a Abril de 2009, na biblioteca ou secretaria num espectáculo de encerramento, que gosto. As participações podem ser indivi- da respectiva escola. decorrerá no dia 6 de Junho de 2009, pelas duais ou em grupo. Este projecto encontra-se aberto a todos 21h30, no São Mamede – Centro de Artes e A organização do evento definiu que não alunos das Escolas Secundárias do conce- Espectáculos. Este evento contará também serão admitidos a concurso filmes que não lho de Guimarães, inclusivé a todos os alu- com música, dança e com um desfile de cumpram ou excedam o limite de tempo nos das escolas profissionais Cenatex, moda. Os bilhetes para assistir ao espectá- estabelecido; vídeos violentos ou que po- Cisave e Profitecla. culo têm o custo de 3 euros. >>> P| 11 Nº 012 >>> 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

>>> iniciativas Springfestival

O «SpringFestival», como o próprio nome ceberão um “reforço alimentar”. As inscri- indica, terá início na Primavera, mais pro- ções para este desafio, nos locais indica- priamente no dia em que esta se inicia, dia dos, terminam no dia 17 de Março. Contu- 21 de Março. Este será um festival radical e do, a inscrição também poderá ser feita, até alternativo direccionado para os jovens às 15 horas do dia do evento, mediante o vimaranenses. pagamento de uma caução de 0,50 Organizado por um grupo de alunas da Es- cêntimos. cola Secundária Francisco de Holanda em Além do concurso de skate, também terá Guimarães, terá início pelas 14 horas de lugar um workshop de graffitii, aberto a to- Sábado, no estádio D. Afonso Henriques. dos os que nele queiram participar. Neste No programa deste promissor festival está workshop todos os presentes poderão dar incluído um concurso de skate para as ca- os primeiros passos na arte de “grafitar”, ou tegorias de “Amadores” e “Iniciados”. A aprender novas técnicas. participação nesta competição tem um cus- Para além destas actividades, o to de 2 euros (valor da inscrição), a qual “SpringFestival” terá ainda muita animação deverá ser feita no estabelecimento de en- ao longo de todo o evento, com o Dj Cláu- sino do aluno, no Vitória Sport Club ou na dio Salgado, malabaristas e o grupo Ruela. Zoogang que irá apresentar as suas coreo- O vencedor da competição terá como grafias de break dance. prémio 100 euros e os skaters inscritos re- A entrada é livre!

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>>> desporto

Ciclismo de lazer: Desporto e cultura federado é mais seguro! “ler para ter pedalada”

A Associação de Ciclismo do Minho (ACM) entre outras entidades. Numa parceria inédita que alia o desporto e portugueses, o PNL tem vindo a envolver lançou uma campanha de filiações desti- A ACM com sede em Guimarães e filiada na a cultura, a Associação de Ciclismo do progressivamente autarquias e a suscitar nada a quem anda regularmente de bici- Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), é Minho e o Plano Nacional de Leitura esta- apoios de fundações, de associações e cleta e, de forma não competitiva, participa a única entidade habilitada para regulamen- beleceram uma colaboração que visa di- empresas. em eventos de “Ciclismo para Todos” (BTT, tar o ciclismo, nas suas diversas vertentes (ci- vulgar os objectivos e chamar a atenção “Enquanto Instituição de Utilidade Pública, ciclismo de estrada, passeios, maratonas clismo de estrada, BTT, cicloturismo, Trial Bike, dos vários sectores da sociedade civil para a Associação de Ciclismo do Minho tam- BTT, etc). etc), nos distritos de Braga e Viana do Caste- a missão do Plano Nacional de Leitura. bém tem responsabilidades e, nesse con- A inscrição como praticante informal ou de lo, competindo-lhe também a promoção da O Plano Nacional de Leitura (PNL) promove texto, achamos importante colaborar com o ciclismo de lazer apresenta como principal pratica da modalidade. o desenvolvimento de competências nos Plano Nacional de Leitura numa simbiose vantagem o seguro desportivo (acidentes pes- No âmbito das suas actividades, a Associa- domínios da leitura e da escrita, bem como perfeita que alia o desporto e a cultura para soais e responsabilidade civil), permitindo tam- ção de Ciclismo do Minho presta também o alargamento e aprofundamento dos hábi- se promover uma sociedade, simultanea- bém a obtenção de descontos em lojas da apoio ao nível de aconselhamento técnico, tos de leitura, numa missão realizada pelo mente, mais saudável, mais conhecedora e especialidade e o acesso a informação so- logístico ou de legalização de eventos de ci- Governo, com o Alto Patrocínio de Sua Ex- mais esclarecida”, afirma a Associação de bre provas, passeios e outras actividades. In- clismo (passeios, maratonas BTT, etc), poden- celência o Presidente da República. Ciclismo do Minho. cluindo o seguro desportivo (acidentes pes- do, neste último caso, os formulários para li- No âmbito da colaboração entre as duas No âmbito da parceria agora estabelecida soais e responsabilidade civil), a inscrição cenciar eventos serem acedidos no site da entidades, o Plano Nacional de Leitura as- será colocado um painel promocional do custa apenas 25,00 euros/ano, baixando para associação (www.acm.pt > documento > Ci- socia-se às actividades da Associação de PNL junto à meta ou no percurso de todas 10,00 euros/ano no caso de praticantes até clismo e BTT para todos). Ciclismo do Minho (ACM) ao longo de toda provas de ciclismo a organizar pela ACM, e os 14 anos. Fundada em 12 de Outubro de 1977, a ACM a época desportiva, nomeadamente nas está a ser equacionada a realização de A inscrição federativa através da ACM pode foi declarada Instituição de Utilidade Pública cerca de cem provas de ciclismo (estrada e outras acções promocionais, nomeadamen- ser efectuada a título individual ou integrado e distinguida com a Medalha de Mérito BTT) e na página da associação na internet. te, exposições, distribuição de materiais e em equipas. O formulário de inscrição está Desportivo em Prata da Câmara Municipal de Serão difundidas imagens que enaltecem o encontros com escritores nos locais das disponível no site da Associação (www.acm.pt) Guimarães e com a Medalha de Ouro da FPC. prazer de ler e convidam os cidadãos a as- provas. Por outro lado, no site da Associa- onde podem ser obtidas informações com- Através da promoção do desporto, do desen- sociarem as práticas de leitura às práticas ção de Ciclismo do Minho (www.acm.pt) plementares. Depois de impresso e preenchi- volvimento e criação de oportunidades no desportivas. será exibido um banner do PNL com liga- do, o formulário deve ser remetido pelo cor- contexto da prática do ciclismo, a ACM orgu- “Ler para ter pedalada! Se é verdade que o ção directa ao sítio www.planonacional- reio ou entregue directamente na sede da lha-se de mobilizar a população tanto em ac- desporto tem associada a imagem da des- deleitura.gov.pt. ACM (Rua Associação Artística Vimaranense, tividades de ciclismo de competição como treza física, dos corpos definidos e saudá- A Associação de Ciclismo do Minho está, 600, Urbanização da Atouguia, Bloco A, 2ª de lazer. Deste modo tem-se contribuído para veis, não é menos verdade que a cultura, entretanto, a procurar reunir apoios que Fase, 4800-174 Guimarães). motivar, especialmente nas camadas mais com a promoção do pensamento, agiliza a possibilitem a oferta de livros aos atletas Com o propósito de contribuir para o aumen- jovens da população, a prática desta modali- musculatura cerebral promovendo clareza melhor classificados, de todos os escalões to da prática desportiva – com todos os bene- dade desportiva tão saudável e tão e limpidez do conhecimento, afinal, o maior etários, nas cerimónias protocolares das fícios que lhe estão associados, nomeada- confraternizante como é o ciclismo. bem que uma sociedade saudável pode ter. competições desportivas. mente ao nível da promoção da saúde e da Continuar a atrair para a prática da modalida- Esta é uma busca simples, um objectivo rea- qualidade de vida – a campanha da ACM está de, não só os mais jovens mas também aque- lizável individualmente e ao alcance de to- a ser desenvolvida nos distritos de Braga e les que, de forma mais ou menos organizada, dos, a que a ACM se associa”, explicam os CONTACTOS: Viana do Castelo, com o recurso a diversos vêm na prática do ciclismo uma forma de lazer responsáveis da associação. suportes promocionais (cartazes, desdo- e uma actividade de manutenção física, a pro- “Congratulamo-nos com esta iniciativa e ACM - Associação de Ciclismo do Minho bráveis, banner’s para a internet, etc.) moção de actividades formativas, novas for- desejamos também o maior sucesso para as Rua Ass. Artística Vimaranense, 600 A iniciativa tem o apoio de Juntas de Fregue- mas de promoção e abordagem da modali- provas desportivas”, afirmou Isabel Alçada, sia dos distritos de Braga e Viana do Castelo, dade, continuam também a merecer a aten- Comissária do Plano Nacional de Leitura. Urb. Atouguia, Bl.A, 2ª Fase Câmara Municipal de Guimarães e ARRIVA, ção da ACM. Procurando elevar os níveis de literacia dos >>> P| 13 Nº 012 >>> 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

>>> literatura

Mafalda Rainho

Jorge de Sena

Continuando a série de apontamentos so- a 11 de Março, em que está envolvido. of Wisconsin, Madison e, em 1970, transita Toda a sua criação poética é marcada por bre participantes na Seara Nova, hoje falo Aquando da sua chegada ao Brasil, volta- para University of California, Santa Barbara uma intensiva actividade cultural e poéti- sobre Jorge de Sena, nascido a 2 de No- se para a sua vocação, dedicando-se ao (UCSB) onde chegou a ser director do De- ca tendo sido conferencista, crítico, vembro de 1919 em Lisboa, que foi poeta, ensino da literatura e acaba por se douto- partamento de Espanhol e Português e do comentador de cinema, passando ainda crítico, ensaísta, ficcionista, dramaturgo, rar em Letras na Faculdade de Filosofia, Programa (interdepartamental) de Literatu- pela co-criação de um grupo de teatro e tradutor e professor universitário. Ciências e Letras de Araraquara (São Pau- ra Comparada. pelo apoio a um programa de teatro Entra no colégio Vasco da Gama e no liceu lo), em 1964. Para obter o diploma de Li- Hoje em dia, Jorge de Sena tem a sua radiofónico, fazendo a adaptação de con- Luís de Camões, onde, segundo o próprio, vre-Docência teve de se naturalizar brasi- obra completa por mais de vinte colectâ- tos de Chesterton, Hammett, Maupassant, «andava já fazendo versos». Em 1937, en- leiro no anterior. neas de poesia, uma tragédia em verso, Poe e outros. trou para a Escola Naval da qual, em Mar- Entre 1959 e 1965, completa a sequência uma dezena de peças em um acto, mais Mas é no Brasil, docente e investigador uni- ço do ano seguinte é excluído devido a di- de poemas sobre obras de arte visual, Me- de trinta contos, uma novela e um roman- versitário, que reforça a sua posição como vergências diversas da viagem de tamorfoses, escreve e publica algumas ce. Cerca de quarenta volumes dedica- opositor ao Estado Novo português. Já nos instrução no navio-escola Sagres. obras, trabalha na edição do Livro do De- dos à crítica e ao ensaio, à história e à Estados Unidos a sua actividade fica Em 1942, estreia-se na escrita com “Per- sassossego de Fernando Pessoa e retoma teoria literária e cultural, ao teatro, ao ci- restringida aos círculos académicos e da seguição”, mas em 1944 licencia-se em a escrita de teatro. Após o golpe militar de nema e às artes plásticas, de Portugal, emigração. Engenharia Civil pela Universidade do Por- 1964 no Brasil, em 1965, surge a possibili- do Brasil, da Espanha, da Itália, da Fran- Jorge de Sena faleceu em Santa Barbara, to. De 1948 a 1959 trabalha na Junta de dade de ir para os Estados Unidos da Amé- ça, da Alemanha, da Inglaterra ou dos na Califórnia, a 4 de Junho de 1978 e é Freguesia e, neste último ano, exila-se no rica com Mécia de Sena e os seus nove Estados Unidos, sem esquecer as tradu- hoje considerado um dos grandes poetas Brasil, receando as perseguições resultan- filhos, e, em Outubro desse ano, é nomeado ções de poesia, as traduções de ficção, de língua portuguesa e uma das figuras tes da falhada tentativa de golpe de estado professor catedrático efectivo na University de teatro e ensaio. centrais da cultura do nosso século XX.

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>>> crítica musical

STREAM OF PASSION A banda Via Internet

Ayreon

Vou começar pelo , dado que ele tem A história é contada num rock psicadélico Records» para a «InsideOut», Arjen come- Nascida a 17 de Outubro de 1979, em uma ligação com todas as bandas que vos por oito cantores, cada um com um papel çou, em 2004, a lançar os seus CDs anteri- Monterrey no México, Marcela Alejandra vou falar hoje. Ayreon é um projecto fantás- único, e onze músicos. ores do Ayreon pela nova editora, aplican- Bovio García é uma das fundadoras de tico do holandês , O álbum duplo «The Universal Migrator» do pequenas mudanças (como lançar «The uma banda mexicana, os Elfonía, uma que conseguiu reunir muitos artistas de re- lançado no ano 2000 apresenta uma histó- Universal Migrator» em CD duplo, em vez banda de rock experimental de Monterrey nome do metal para participarem nas suas ria de ficção científica sobre o último huma- de em dois CDs separados) e mudanças com um som combinado de influências experiências musicais. no vivo, que habita numa colónia em Marte. drásticas (como a « que vão do «doom» ao gótico atmosféri- O primeiro CD do Ayreon, lançado em 1995, Na história do primeiro CD, «The Universal “Revisited» ter toda sua bateria, baixo, flau- co e progressivo. Marcela também can- foi «» e conta a histó- Migrator, Part 1, The Dream Sequencer», ele ta e sintetizadores gravados novamente). Em tou na segunda versão do álbum «Final ria de um homem da Bretanha do século 6 começa a voltar atrás no tempo, usando um 2005, coincidindo com o décimo aniversá- Experiment» dos Ayreon. d.C., o menestrel Ayreo, que era cego de aparelha chamado “Sequenciador de So- rio do «Ayreon, The Final Experiment» o ál- Após as gravações de «The Human nascença e que possuía um sexto sentido nhos”, e tem «flashbacks» de memórias de bum foi relançado com um disco bónus Equation», Arjen Lucassen ficou impres- que o deixava receber mensagens de cien- diferentes pessoas, memórias de vidas pas- semi-acústico. No fim de Setembro de 2006, sionado com a voz de Marcela Bovio. Isto tistas do ano 2084, quando a humanidade sadas que ele aparentemente viveu. Este depois de terminar o seu novo disco, Arjen inspirou-o a criar novas composições, to- quase se auto destruiu numa última grande primeiro álbum consiste num rock progres- começou a trabalhar num novo álbum do das elas baseadas no estilo de Bovio. guerra. sivo, leve e atmosférico. Por oposição, no Ayreon. Para ajudá-lo, chamou o até então na- O álbum conta com 13 cantores e 7 músi- segundo álbum «The Universal Migrator, O conceito de Ayreon é contínuo, com co- morado e teclista da outra banda de cos, a maioria deles holandeses. «The Fi- Part 2, Flight of the Migrator» ele retrata um nexões ténues entre os álbuns. Uma expe- Marcela, Alejandro Millán. Arjen abriu nal Experiment» é geralmente citado como longínquo passado, antes do Big Bang, com riência extraordinariamente boa. concursos pela internet para os postos um dos primeiros álbuns de metal ópera e uma sonoridade mais pesada. Mais uma de baixista, baterista e guitarrista solo. como um regresso ao rock ópera. O nome vez, ambos os álbuns têm por volta de 10 Não demorou muito até que ele encon- original do álbum era «Ayreon: The Final cantores e vários músicos. Um dos convi- trasse Johan van Stratum, Davy Mickers Experiment», com o artista sendo Arjen dados do álbum foi dos Iron e Lori Linstruth. Lucassen assumiu a gui- Anthony Lucassen, mas, após o Maiden que participou na música «Into the tarra base, algo que raramente faz, já que relançamento, o título foi mudado para «The Black Hole» (5ª faixa do «Part 2: Flight of the toca sempre teclados no Ayreon. Estava Final Experiment», e o artista para Ayreon. Migrator»). Tanto o álbum «Into the Electric criada assim a «». «Actual Fantasy», de 1996, é o único CD do Castle» (de 1998), como o «The Human Como os membros moravam em lugares Ayreon que não possui uma história contí- Equation» (de 2004), contaram com vários diferentes do mundo, o primeiro álbum nua. Com as suas histórias de fantasia indi- cantores, cada um com o seu papel. Com foi composto praticamente todo via viduais, este álbum pode, inclusivé, ser con- «», Ayreon deixa um internet. siderado um álbum conceptual. Em «Actual pouco de lado sua temática de ficção cien- Em Outubro de 2005, 3 anos após o lan- Fantasy» participam 3 vocalistas e 3 músi- tífica e fantasia e apresenta uma história, çamento de «Fate Of A Dreamer», o últi- cos diferentes, comparativamente com o que se passa dentro da cabeça de um ho- mo álbum a ter sido lançado por Arjen álbum anterior. mem que está em estado de coma, após ter noutra banda que não Ayreon, foi lança- «» veio a seguir. O sido vítima de um estranho acidente de car- do o «». álbum duplo conta a história de oito pesso- ro. Em 2007, Arjen abandonou a banda. Pou- as de diferentes eras da humanidade, que As suas emoções são personificadas e le- co tempo depois, saíram também se encontram aprisionadas num estranho vam-no a várias passagens da sua vida. Alejandro e Lori. Para substituí-los, a ban- lugar sem tempo e sem espaço. Ali, uma Apesar do tema psicológico ser diferente, da chamou Jeffrey Revet nos teclados e voz misteriosa fala com eles, guiando-os na Arjen disse numa entrevista que quis fazer Eric Hazebroek e Stephan Schultz nas sua perigosa missão que é encontrar o ca- tudo relacionado com o “mundo real”. guitarras. minho de casa através do “Castelo Elétrico”. Depois de mudar da editora «Transmission >>> P| 15 Nº 012 >>> 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

>>> musik by Mok’zz

Mónica Lindo The Gathering

Formada em 1989, na pequena cidade de Oss, Países Baixos, era uma banda toda para o metal extremo, com nítidas influências dos grupos Hellhammer e Celtic Frost. The Gathering é actualmente um dos ícones de uma das facetas do rock que mais se expan- dem e tá na classe das bandas de atmospheric music. O título já se estabeleceu. São bandas que desenvolvem sons mais calmos, melodiosos, lentos, beirando as fronteiras da new age, mas sem tanto ênfase nas partes electróni- cas e com raízes metal bastante aparentes. Em Junho de 1992 a história do The Gathering teve o seu passo inicial com o lançamento de «Alway», um disco que teve fervilhante aceitação dos fãs do metal na Europa. Mas algo incomodava René Rutten, líder e guitar- rista do grupo, que ainda estava desconten- zia resquícios dos seus antecessores. O ano influências ainda mais leves. Não faltaram espectáculos mais recentes, em apresenta- te com a linha musical adoptada, com muito foi dedicado aos espectáculos pela Europa, comparações com bandas como Massive ções específicas do disco. peso. Por isso, «Almost a Dance», o disco incluindo participações em grandes festivais, Attack e Radiohead que, por sinal, são A criatividade estava em alta e, depois de seguinte, já foi um trabalho menos calcado como o Dynamo Open Air e o Pink Pop. assumidamente um dos estilos preferidos de lançarem «How To Measure a Planet?» e em guitarras, o que resultou na conquista de No ano seguinte, a banda voltou ao estúdio Anneke. Na parte lírica também surgiram mu- «Superheat» em 1999, os membros do The novos públicos. e compôs o excelente «», um danças, já que a vocalista passou a diversi- Gathering voltaram ao estúdio. Em Ainda descontente, Rutten queria inovar na CD carregado de momentos transcendentais ficar mais os temas das canções. «If_then_else», que chegou às lojas em Ju- parte vocal do The Gathering. Foi aí que apa- e intimistas. Um trabalho exemplar e funda- Na tour, a banda teve a oportunidade de to- lho do ano 2000, Rutten pode ir ainda mais receu a bela figura de Anneke Van mental para a cena da música atmosférica. car nos Estados Unidos. Mas as expectati- longe, fazendo as gravações em dois pe- Giersbergen, uma talentosa jovem de 21 Anneke chegou a compor alguns arranjos vas não se cumpriram por completo, já que quenos estúdios na Holanda, sendo todas anos que era amiga de um conhecido do para guitarra na faixa «Shrink», mas durante aconteceram muitos problemas durante a as faixas tocadas num só take. Tudo ficou grupo, o qual já havia comentado a possibi- a edição final, optou-se por fazê-los com te- viagem, com uma actuação sendo cancela- praticamente ao vivo no disco, que explora lidade da voz dela ser integrada no grupo, clados. da simplesmente porque o som de retorno muito bem as canções calmas, algumas ex- assim que «Always» foi lançado. Anneke A criatividade do The Gathering - que reúne não funcionava no palco. Além das falhas periências com sons electrónicos e doses nunca se tinha interessado em ir aos espec- também o irmão de René, Hans Rutten, na no sistema de amplificação, a banda ainda discretas do peso metálico. táculos do The Gathering, até porque ela bateria; Hugo Prinsen Geerligs, no baixo e se decepcionou mais quando chegou ao Atravessando uma etapa delicada na sua vida nunca foi fã de metal mais pesado. Mas, Frank Boeijen, nos teclados e na programa- Colorado. Cansados de uma extensa via- pessoal, Anneke também experimentou algu- quando o mesmo amigo a avisou que Rutten ção - iniciou uma escalada incontrolável e, gem, foram surpreendidos quando chega- mas mudanças na sua forma de cantar e com- precisava de alguém para assumir os vocais um ano e meio depois (1998), «How to ram ao local e não encontraram sequer al- por. O fim do seu noivado reflectiu-se muito em da banda, o encontro foi inevitável. Measure a Planet?» chegou às lojas de todo guém da produção do espectáculo para os algumas letras, com a cantora trabalhando até A sua personalidade e visão musical encai- o mundo. receber. Sem comida ou água, estafados com 15 horas por dia no estúdio. O esforço resultou xaram-se facilmente no grupo. Com ela tam- A produção desta vez coube a Attie Bauw, o forte calor, os músicos sentiram-se trata- num disco bem pessoal, de alto nível, além de bém afloraram outras influências até então responsável pelos discos dos Fight e dos dos como animais. ter enchido de esperanças muitos fãs. Muito mal aproveitadas e o The Gathering assumiu Scorpions, que guiou o grupo na difícil tarefa Apesar disso, todos sentiram que era hora gira e dona de uma voz linda, Anneke arrebata as suas raízes menos agressivas, principal- de compor um álbum duplo, neste caso, o de algo mais. Rutten não teve dúvidas, defi- muitos corações pelo mundo fora, recebendo mente Pink Floyd e Dead Can Dance, além primeiro de estúdio lançado pela Century niu que tinha chegado o momento para gra- muitas cartas, algumas discretas, outras apai- de destacar mais a voz de Anneke, que pas- Media. Nesta fase, a banda perdeu o guitar- var ao vivo. «Superheat» retrata bem as gran- xonadas. Ela até já se acostumou com as pro- sou a compor quase todas as letras. rista Jelmer Wiersma, que se cansou do esti- des actuações com público, quer seja em postas de casamento que volta e meia che- A banda assinou contrato com a Century Me- lo. A separação foi amigável e ele ainda man- festivais enormes ou em pequenos clubes. gam às suas mãos pelo correio. dia e lançou «Mandylion» em 1996, com a tém contacto com os ex-colegas. Actualmen- Baseado principalmente nos dois álbuns an- Recentemente, Anneke deixou o The produção feita por Waldemar Sorychta, o qual te, Wiersma tem vindo a trabalhar com músi- teriores, «Superheat» deixou de lado muitas Gathering, deixando milhares de fãs também já havia sido produtor de Tiamat, dos ca electrónica e como engenheiro de som. faixas mais antigas, por pura inexistência de inconsoláveis. Alegou ter vontade de se de- portugueses Moonspell, dos Sentenced, en- «How To Measure a Planet?» causou uma material gravado com qualidade suficiente dicar ao seu projecto novo, «Agua de tre outros. O disco já apresentou os primeiros certa surpresa não só pelo facto de ser du- para um disco ao vivo. A banda lamentou o Annique». Não houve pressão com a sua sinais da mudança desejada, mas ainda tra- plo, mas, também, por roçar levemente em facto, mas preferiu oferecer as gravações de saída, apenas muita tristeza. P| 16 <<< Nº 012 >>> 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

>>> passeio Da ponte do Freixo à Foz

Visitar o Porto, é conhecer os mais preciosos recantos desta Cidade Património da Humanidade, deixar-se envolver pela nostalgia, pela corrente do rio Douro, percorrendo as suas pontes e as marcas que a história deixou. Da Ponte do Freixo até a Foz, desfrute das nossas sugestões.

PONTE DO FREIXO quilos de ferro. Tendo em consideração as Inaugurada em Setembro de 1995, é a ponte dimensões da largura do rio e das escarpas que está mais a montante do rio Douro. O pro- envolventes foi o maior vão construído até jecto é de autoria do Prof. António Reis e foi essa data, aplicando-se métodos revolucio- construída na tentativa de minimizar os con- nários para a época. A construção da ponte gestionamentos ao trânsito automóvel vividos em tempo recorde, aliada à dificuldade da nas Pontes da Arrábida e de Dom Luís I, parti- transposição do enorme vão, concedeu a cularmente notórios desde finais da década Eiffel a fama que procurava desde 1866, altu- de 1980. A Ponte do Freixo é, na verdade, ra em que fundou a sua empresa G. Eiffel et constituída por duas pontes construídas lado a C.ie com o engenheiro Téophile Seyrig. Teve lado e afastadas 10 centímetros uma da outra. utilização, durante mais de 100 anos, ao ser- A ponte tem oito vãos, sendo o principal de 150 viço do caminho-de-ferro. A inauguração so- metros. É uma ponte rodoviária com oito faixas lene deu-se a 4 de Novembro de 1877, com a de rodagem (quatro em cada sentido). presença de D. Luís I e de D. Maria Pia de quem tomou o nome. No último quartel do PONTE DE SÃO JOÃO Século XX tornou-se evidente que a velha Tal como a Ponte da Arrábida, também a Pon- ponte já não respondia de forma satisfatória te de São João é de autoria do Eng.º Edgar às necessidades. Dotada de uma só linha, Cardoso. É uma ponte ferroviária e foi obrigava à passagem de uma composição construída para substituir a centenária Ponte de cada vez, a uma velocidade que não po- Maria Pia. Ao contrário das outras pontes dia ultrapassar os 20 km/h e com cargas limi- construídas até à data, a Ponte de São João tadas. No entanto, a ponte esteve em serviço, não é em arco, mas adopta uma solução em até à inauguração da Ponte de São João. pórtico, com três vãos, dois de 125 metros e um de 250 metros, apoiados em dois pilares PONTE DO INFANTE tituiu um recorde mundial nesta tipologia de se que a circulação na Ponte D. Luís I, se fundados no leito do Rio. Fazendo jus ao seu Baptizada em honra do Infante D. Henrique, pontes e serviu de referência a inúmeras ou- fazia com muita dificuldade, motivado sobre- nome, foi inaugurada no dia de São João, a nascido no Porto, é a mais recente e, segun- tras posteriormente construídas. tudo pela expansão demográfica do distrito 24 de Junho de 1991. A ponte de São João ao do muitos, a mais esbelta ponte que liga Porto do Porto e do Concelho de Vila Nova de Gaia, ser uma peça única possui também um siste- e Gaia. Foi construída para substituir o tabu- PONTE DOM LUÍS I e reconheceu-se a necessidade de uma tra- ma inovador, que é o sistema de deslizamento. leiro superior da Ponte Dom Luís I, entretanto Através da proposta de Lei de 11 de Fevereiro vessia alternativa. Em Março de 1952 a Junta Por exemplo, no caso de acontecer um aci- convertida para uso da Linha Amarela do de 1879, o Governo determina a abertura de Autónoma das Estradas, adjudicou a elabo- dente na ponte, as carruagens dos comboios Metro do Porto. Esta obra foi edificada pouco concurso para a “construção de uma ponte ração dos anteprojectos ao Prof. Edgar Car- não se sobrepõem umas nas outras, mas sim, a montante da ponte Dom Luís I, em plena metálica sobre o rio Douro, no local que se doso. O projecto viria a ser aprovado em 1955. deslizam pela ponte fora, o que é único no zona histórica, ligando o bairro das Fontaínhas julgar mais conveniente em frente da cidade Em Março de 1957 foram iniciadas as obras. mundo, como fez questão de salientar, na al- à Serra do Pilar em Vila Nova de Gaia. O Eng.º do Porto, para a substituição da actual ponte A 22 de Junho de 1963 é finalmente inaugu- tura, Edgar Cardoso. Tal como a Ponte da António Adão da Fonseca, juntamente com a pensil”. Foi vencedora a proposta da empre- rada, dispondo de quatro elevadores para que Arrábida, à data da sua inauguração, com o sua equipa, foi o responsável pelo projecto sa belga Société de Willebroeck, com o pro- os peões pudessem vencer a distância de seu vão central, constituiu um recorde mun- desta ponte de 371 metros de extensão e 20 jecto do Eng.º Teófilo Seyrig que, já fora o au- setenta metros do rio ao tabuleiro, facilitando dial neste tipo de pontes, neste caso, para metros de largura, com duas vias de rodagem tor da concepção e chefe da equipa de pro- em muito a travessia pedonal. Nas torres dos caminho-de-ferro. em cada sentido, com um separador central jecto da Ponte Maria Pia, enquanto sócio de elevadores, parte integrante da estrutura da- de 1 metro de largura e passeios laterais de 3 Eiffel, e assina como único responsável da quela obra de arte, podem observar-se quatro PONTE D. MARIA PIA metros. Dotada de um arco em betão armado nova e grandiosa Ponte Dom Luís I. A constru- esculturas ornamentais com cinco metros de A Ponte de D. Maria Pia, assim chamada em de 280 metros, a nova travessia demorou 27 ção iniciou-se em 1881 e foi inaugurada em altura, fundidas em bronze. Duas do lado do honra de Maria Pia de Sabóia, é uma obra de meses a ser construída e implicou um investi- 31 de Outubro de 1886. Porto, do escultor Barata Feyo, simbolizando grande beleza arquitectónica, projectada pelo mento de 14 milhões de euros. Esta constru- “O Génio Acolhedor da Cidade do Porto” e “O Eng.º Théophile Seyrig e construída, entre Ja- ção apresenta uma solução de arco seme- PONTE DA ARRÁBIDA Génio da Faina Fluvial e do Aproveitamento neiro de 1876 e 4 de Novembro de 1877, pela lhante à adoptada pelo Eng.º suíço Robert A Ponte da Arrábida foi a segunda ponte a ser Hidroeléctrico”; e duas do lado de Gaia, do empresa de Gustave Eiffel. Foi a primeira pon- Maillart nas suas pontes alpinas, com uma construída para a circulação rodoviária, sen- escultor Gustavo Bastos, representando “O te ferroviária a unir as duas margens do rio flecha de 11,2 metros para um vão de arco do uma das seis pontes ainda existentes na Domínio das Águas pelo Homem” e “O Ho- Douro. Estiveram em permanência 150 ope- com 280 metros, o que, como já vem sendo cidade do Porto. mem na sua Possibilidade de Transpor os rários a trabalhar e utilizaram-se 1.600.000 tradição nas pontes entre o Porto e Gaia, cons- Por volta da década de quarenta constatou- Cursos de Água”. >>> P| 17 Nº 012 >>> 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

>>> passeio

Marco António Lindo

PALÁCIO DO FREIXO Existe desde o século XVIII, mais propriamente desde 1741 e é uma das jóias arquitectónicas da cidade do Porto. O Palácio do Freixo é em estilo barroco com traços carac- terísticos do seu arquitecto, Nicolau Nasoni. Este não só soube aproveitar o maravilhoso factor geográfico e natural da região, como também rodeou a casa com diversos ele- mentos de bom gosto barroco. Cada fachada da casa tem um desenho distinto, os frontões são decorados com gri- naldas de flores, medalhões, máscaras, cachos de frutos e por uma pedra de armas. A fachada Este, a mais imponente do imóvel, tem uma escadaria principal ricamente decora- da. O traçado do bloco central é semelhante ao da fachada das igrejas dos Clérigos e da Misericórdia, também ambas no Porto. Sociedade dos Catraeiros do Douro Tanto no exterior como no interior deste edifício encontra- A Catraeiros do Douro explora há várias décadas a liga- mos um génio decorativo visível nos pormenores ornamen- ção fluvial entre a Afurada e Lordelo do Ouro no Porto. tais de grande valia estética. O jardim está claramente de- A empresa gostaria de rentabilizar a licença de transpor- senhado à maneira italiana, com esculturas e com uma te de passageiros de forma a atenuar a crise que tomou vista magnífica sobre o rio. conta do serviço das tradicionais lanchas da Afurada e Depois de algumas décadas de abandono o monumento que até iria de encontro ao projecto de criação de um foi objecto de um plano de recuperação e reabilitação da sistema de transporte por via fluvial, que tem sido responsabilidade do Arquitecto Fernando Távora, concluí- ciclicamente anunciado pelas câmaras de Gaia e do do em Março de 2003. Porto, mas que nunca avançou. A partir de então tem sido palco de inúmeros eventos e, De qualquer forma é um excelente meio para fazer um actualmente, está a ser adaptado para nele ser instalada passeio até à outra margem, dando-nos a possibilidade uma das Pousadas de Portugal. de caminhar até à Ponta da Afurada na Foz do Douro.

MOSTEIRO DA SERRA DO PILAR CAIS DO OURO: ESQUECIDO NO TEMPO… Considerado património da humanidade pela UNESCO, O Cais do Ouro foi noutros tempos uma referência impor- O Mosteiro da Serra do Pilar começou a ser edificado em tante na actividade portuária das margens do Douro. Aqui 1538 sob a direcção inicial de Diogo de Castilho e João se situava o antigo estaleiro do Ouro, centro de construção de Ruão. As obras terminaram com a conclusão da igre- e reparação de embarcações em madeira. ja de Nossa Senhora do Pilar por volta de 1670. O mostei- Neste estaleiro foi construída a pequena armada que foi ro foi inicialmente criado por ordem do Rei D. João III, tentar quebrar o cerco a Lisboa durante o Interregno de com o intuito e albergar os Frades Agostinhos do Mostei- 1383-1385, sendo também o berço das naus que anos mais ro de Grijó. tarde levariam o exército de D. João I e Nun’Álvares Pereira Durante a Guerra Civil de 1832-1834, este foi o único até Ceuta para a primeira conquista de território em África. local que os liberais conseguiram manter a sul do rio Com o abandono da actividade este local transformou-se Douro, defendendo a partir daí as suas tropas que se num foco de degradação física, com a permanência de encontravam cercadas na cidade do Porto. toxicodependentes e de degradação ambiental, com a pre- Devido à guerra e aos ataques constantes que sofreu, o sença de entulho. mosteiro ficou visivelmente degradado e abandonado. O “Concurso Público de Ideias para a requalificação de Só em 1874, com a constituição da Real Irmandade de Estaleiro do Ouro e Zona Envolvente, no Porto”, decorreu Nossa Senhora da Glória do Pilar, no reinado de D. Maria em 2007, sendo o vencedor um projecto de requalificação II, e posteriormente em 1925 com o Grupo de Amigos do que contempla a criação de um novo edifício para o Institu- Mosteiro da Serra do Pilar, foi possível a sua recupera- to de Socorros a Náufragos, um anfiteatro suspenso sobre ção. o Douro e dois espaços para cafetaria, aluguer de bicicle- Actualmente o famoso mosteiro funciona como quartel e tas e posto turístico, e irá chamar-se “Respirad’ouro”. Por o terreno limítrofe constitui um dos mais belos miradou- enquanto a execução do projecto não tem data marcada, ros sobre o rio Douro e a parte antiga da cidade do Porto. permanecendo o Cais do Ouro desvalorizado.

O MUSEU DO CARRO ELÉCTRICO O Museu do Carro Eléctrico foi inaugurado em 1992, no dia venceram e expandiram a cidade do Porto e seus arredo- 18 de Maio, e surgiu do empenho voluntário de um restrito res. Fazem parte da sua vasta colecção veículos de trans- grupo de pessoas “amantes” deste meio de transporte. Está porte público, nomeadamente carros eléctricos, atrelados instalado num edifício de 1915 na Alameda Basílio Teles e e veículos automóveis de 1872 a 1951; maquinaria pesada, enquadra-se nos melhores do mundo, ocupando uma área tal como motores e componentes eléctricas para transfor- de cerca de 100 metros quadrados. mação de energia; acessórios dos veículos e dos funcioná- Tem como finalidade preservar, conservar e difundir uma rios das empresas de transporte público da cidade do Porto, considerável colecção de objectos de incontestável valor nomeadamente fardamento e ferramentas do mais variado patrimonial, elucidativos e representativos da história e de- tipo. Fotografias relativas à história do carro eléctrico na senvolvimento dos transportes públicos urbanos da cidade cidade do Porto desde finais do Século XIX à actualidade e do Porto. Para além destes objectivos, este Museu visa tam- títulos de transporte desde 1872 até aos nossos dias. É um bém prestar homenagem aos excepcionais homens que dos grandes ex-libris da cidade do Porto. P| 18 <<< Nº 012 >>> 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

>>> vinhos

Susana Marvão, in Wine Passion-Paixão pelo Vinho

Da sombra, pelas mãos da Fladgate Partnership, aparece um renovado Croft. Com sangue novo, mais pujança e mais atrevido. Um Porto Foram feitos investimentos e, hoje, há que começar a colher o fruto dessas apostas. Apostas que parecem ter sido certas. Não restam dúvidas. Sabem muito bem de onde vieram mas igualmente têm a certeza para onde querem ir. E isso, hoje, é atrevido provavelmente um dos mais importantes factores de sucesso. A história continua a ser escrita.

Não há Porto que não transpire história, que que de imediato teve sucesso comercial. Uma gisto. No início a companhia era conhecida pelos seus vinhos deve-se principalmente não respire sabedoria. O Croft é disso um posta atrevida mas ganha. pelo nome dos seus fundadores, Phayre & à sua Quinta da Roêda, uma das melhores bom exemplo. Há mais de 300 anos que esta E deram-se a conhecer. Pela primeira vez Bradley e assumiu o nome actual em 1736 quintas do Douro. A Roêda é há muito reco- empresa se senta nas margens do Douro. E em várias décadas, os armazéns da Croft após a entrada de John Croft, membro de nhecida como uma das grandes quintas de já muitos foram os protagonistas da sua his- foram abertos ao público, centro que hoje uma ilustre família de mercadores de vinhos Vinho do Porto, e sobre ela Vega Cabral, po- tória. Há sete anos que é o grupo Fladgate recebe qualquer coisa como 50 mil visitan- de Yorkshire, Inglaterra. eta do século XIX, escreveu que se a Re- Partnership que escreve no livro da Croft. tes por ano. A família Croft desempenhou um papel pro- gião Demarcada do Douro fosse um anel Que faz história. E insiste em fazê-lo de for- Mas obviamente que os projectos não ficam eminente no sector do Vinho do Porto e ele- de ouro, a Roêda seria o diamante. ma coerente, respeitando um passado glori- por aqui. A empresa prevê restaurar um edi- vou a Croft à posição de distinção que ain- Pensa-se que esta magnífica quinta terá sido oso mas sem nunca tirar o olhar de um futuro fício do século XVIII em pleno núcleo históri- da hoje ocupa. O sobrinho em segundo grau plantada no início do século XVIII durante o que se quer ainda mais promissor. co de Vila Nova de Gaia, permitindo que o de John Croft, seu homónimo, foi uma das grande aumento da procura de Vinho do Por- Já muito foi feito nestes últimos sete anos. A centro de turismo opere futuramente em ins- principais figuras do sector no século XVIII. to após o Tratado de Methuen de 1703, se- Quinta da Roêda, a propriedade mais talações “ainda mais impressionantes”. Ou- O seu Tratado sobre os Vinhos de Portugal, gundo o qual a Inglaterra comprometia-se a emblemática da empresa, foi objecto de gran- tro centro de turismo na Quinta da Roêda está de 1788, é ainda hoje uma das mais impor- cobrar menos um terço nos impostos sobre des investimentos. Daqui, garante o director- igualmente previsto, concebido pelo arqui- tantes fontes de informação sobre a história os vinhos portugueses do que sobre os vi- geral Adrian Bridge, resultaram melhoramen- tecto Sir Thomas Croft, descendente directo do Vinho do Porto. nhos franceses. tos que não se inibe em adjectivar de “radi- da família que deu nome à firma. Apesar de se ter estabelecido na cidade do Tendo sido propriedade da Taylor Fladgate cais”. Tanto na vinha como nas instalações Mas quais os principais ingredientes para o Porto e de se manter activa no sector do Vi- & Yeatman, foi comprada em 1862 por John de vinificação. Reintroduziram a vinificação sucesso? Adrian Bridge diz que sobretudo são nho do Porto, a família Croft nunca perdeu o Fladgate, a quem foi atribuído o título de “Ba- tradicional, em lagares, para as uvas da quin- três. O primeiro é o investimento na vinha. Nas contacto com as suas raízes em Yorkshire. rão de Roêda” pela Coroa Portuguesa. Após ta, permitindo que as suas antigas vinhas evi- uvas. “Hoje, com tecnologia, é possível fazer No seu tratado, John Croft auto-intitula-se o casamento da filha de Fladgate com denciassem de novo todo o seu potencial. muitos bons vinhos. Temos 130 hectares, 330 de “Membro da Feitoria no Porto e Mercador Charles Wright da Croft, em 1875, a quinta E Adrian Bridge garante que os benefícios mil pés com boa capacidade de produção. de Vinhos de York. A família regressou a In- passou a ser propriedade da Croft.A Quinta destes investimentos estão já bem patentes Temos muitas potencialidades”. O segundo glaterra no século XIX, após as Guerras Pe- da Roêda é a pedra fundamental da reputa- no Vintage de 2003 Croft e no Vintage 2005 factor reside na capacidade para fazer vindi- ninsulares, pelo que já não há descenden- ção da Croft como produtora de Portos Quinta da Roêda, ambos classificados entre ma e na qualidade da adega. E, por último, tes associados à casa Croft. Contudo, man- Vintage e de estilo Vintage. Os característi- os melhores vintages destes anos. Para o algo que o director-geral enfatizou, é a visão teve o gosto pelos grandes vinhos fortifica- cos vinhos redondos, complexos, e fortemen- director-geral, o sucesso destes vinhos sig- do grupo. “Podemos ter uma boa vinha, uma dos do Douro e a Percy Croft, falecido em te frutados são a essência do inigualável nifica que está praticamente alcançado o boa adega, mas sem visão estratégica nada 1935, foram atribuídas as famosas palavras: estilo desta companhia. objectivo de restabelecer a Croft como funciona. O Croft tem excelentes “Todo o tempo que não é passado a beber A história vai continuar a ser escrita. E Adrian “premier cru” de vinho do Porto Vintage. potencialidades precisamente porque reúne Vinho do Porto é tempo desperdiçado.” Bridge garante que um dos maiores activos Mas o rasgo da empresa não se ficaria por todas as condições para o ser. Nomeadamen- Em 1911 a Croft foi comprada pela conheci- da empresa é ter o seu caminho bem deline- aqui. Para além de repor o nome da Croft como te pessoas com uma clara visão estratégica”. da família de mercadores de vinhos Gilbey. ado. Estão atentos às flutuações do merca- produtor clássico de vinhos do Porto tradicio- A história da Croft é “fácil” de ser contada. Hoje em dia é propriedade de descenden- do, investem o lucro na empresa e prome- nais, a empresa insistiu em assegurar a posi- Os primeiros indícios da sua actividade de tes de duas velhas famílias do sector do Vi- tem nunca baixar os braços. E, sobretudo, ção da firma na vanguarda da inovação com exportação de Vinho do Porto datam de 1678, nho do Porto, os Yeatman e os Fladgate, que têm a tão necessária visão a longo prazo que o lançamento de novos produtos, como o Croft que por coincidência foi o ano dos primeiros a gerem. lhes permitirá escrever no tal livro da história Indulgence e, mais recentemente, o Croft Pink embarques de Vinho do Porto de que há re- O lugar de distinção ocupado pela Croft e umas quantas páginas de ouro. >>> P| 19 Nº 012 >>> 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

>>> vinhos Croft As nossas sugestões

CROFT CROFT CROFT PORTO BRANCO PORTO TAWNY 10 ANOS PORTO RESERVA % 20 % 20 % 20 5,10 euros 14,40 euros 7,60 euros

Aspecto límpido, cor topázio definida. Aspecto límpido, cor âmbar definida Aspecto límpido, cor rubi intensa com Aroma dominante em notas de frutos se- com ligeiros tons esverdeados. Aroma ligeiros tons acastanhados. Aroma in- cos e notas de evolução, madeira exóti- intenso em frutos secos, figo seco e tenso em frutos do bosque muito madu- ca bem presente, nuances de alfarroba madeiras exóticas, nuances de ginja, ros e compota dos mesmos, nuances e de melaço de cana-de-açúcar. Sabor alperce seco e de especiarias. Sabor de cassis e melaço de cana-de-açúcar. frutado, adocicado, mas com boa rela- macio com boa fruta no aroma da boca, Sabor equilibrado e muito harmonioso, ção açúcar/ácido. Termina persistente. acidez equilibrada, com final longo e idem no aroma de boca, acidez a trans- persistente. mitir frescura e persistência no final.

CROFT PINK CROFT CROFT - QUINTA DA ROÊDA PORTO ROSÉ PORTO TAWNY 20 ANOS PORTO VINTAGE 2005 % 19,5 % 20 % 20,5 10,00 euros 30,20 euros 30,20 euros

Cor rosada intensa, cristalino. Nariz a Aspecto límpido, cor âmbar definida Aspecto empoado, cor rubi muito inten- apresentar um misto de flores do campo com abundantes tons esverdeados. sa com ligeiros tons acastanhados. e de frutos vermelhos, com especial inci- Aroma predominante em notas de es- Aroma complexo, nuances de uva pas- dência para o morango. Sabor frutado, peciarias, avelã e madeiras exóticas, sa e compota de amora preta muito intenso, muito macio, adocicado, a ter- ligeiro figo seco no final. Sabor intenso madura, apresenta também notas de minar com alguma persistência. e duradouro, com boa untuosidade, cassis e groselha madura. Sabor untu- acidez equilibrada mas a transmitir per- oso e intenso, excelente volume de sistência e longevidade. boca, taninos de boa qualidade e a conferir longevidade. Termina longo e persistente.

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Já nas bancas

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>>> sabores

Maria Helena Duarte, in revista Cuisine Passion - Paixão pela Cozinha Confraria das Tripas à Moda do Porto

Criada em 2001, ano em que o Porto se or- gulhou de ser a Capital Europeia da Cultu- ra, a Confraria das Tripas à Moda do Porto tem como objectivo central “a divulgação deste prato que, além de ter na sua receita um enorme valor como iguaria culinária na- cional e local, dá o nome à população des- ta cidade”. É actualmente presidida pelo re- conhecido Chefe Hélio Loureiro, grande defensor das tradições do Porto e da histó- ria de Portugal. A este prato devem os Portuenses o epípetro de Tripeiros de que muito se orgulham e que é como que o testemunho da sua reconhe- cida generosidade. Dizem uns que esta re- ceita data de 1384 e que se deve ao facto de os Portuenses terem enviado toda a car- ne para a frota que, chefiada por Rui Perei- ra, veio em auxílio de Lisboa, cercada por D. João I de Castela; outros atribuem o fac- to, uma vez mais, à generosidade dos Tripeiros que, em circunstâncias semelhan- tes, aquando da expedição de Ceuta, fica- As tripas, são basicamente uma feijoada pre- a festa da partilha, onde é preparado simbo- nais tripas com feijão, um prato nascido na ram reduzidos a comer apenas as miude- parada com feijão branco e muita cenoura, licamente um panelão de tripas que são dis- cidade, ou melhor, criado pelas gentes da zas da carne. mão de vaca gelatinosa, chouriço, toucinho, tribuídas gratuitamente por quem as quiser cidade, desde então apelidados de Por tudo isto, tem esta confraria a missão frango e as tais tripas, de vitela ou de boi, das apreciar. No final do ano, a Confraria, que vai “tripeiros”. Nos jantares das últimas quartas- solene de divulgar esta receita, como trata- várias partes do estômago, lisas, de alvéolos recolhendo fundos e donativos, apoia pes- feiras do mês a tradição mantém-se de con- do de conhecimento dos antepassados, e de folhos. Tudo estufado e temperado com soas doentes, deficientes e crianças neces- vidar alguém ligado a uma actividade espe- mostrando aos actuais e vindouros os sabe- um toque de cominhos, um pouco de arroz sitadas, mantendo vivo o tal espírito de parti- cífica, que queira não só partilhar um bom res da culinária e uma das páginas da histó- branco por companhia, é um prato de elei- lha. O espírito tripeiro. prato de tripas à moda do Porto, mas também ria, repleta de acontecimentos que prestigiam ção, e não só dos “tripeiros”. Na última quarta-feira do mês, todos os me- falar de algo relacionado com a cidade e quem nasceu no Porto ou quem tem com ela Uma vez por ano a confraria promove, nor- ses, há jantar da Confraria das Tripas à Moda este espírito tão peculiar. As tripas, essas, uma relação de amizade e de partilha. malmente nos jardins do Palácio de Cristal, do Porto. E ali, claro, servem-se as tradicio- estão sempre deliciosas!

TRIPAS À MODA DO PORTO

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PREPARAÇÃO:

Coza 1kg de tripas em água com sal. Limpe a mão de vitela e 10 pessoas coza-a. Noutro recipiente coza as restantes carnes e o fran- go. Retire as carnes à medida que vão estando prontas. INGREDIENTES: Coza o feijão, já demolhado, com as cenouras às rodelas e 1 kg de tripas de vitela; 1 mão de vitela; 150gr uma cebola aos gomos. de chouriço de carne; 150gr de orelheira; Pique uma cebola e “estale-a” numa colher de banha. Junte 150gr de toucinho entremeado ou presunto; todas as carnes cortadas em bocados (incluindo as tripas, 150gr de salpicão; 150gr de carne da cabe- frango, enchidos, etc.). Deixe apurar um pouco e adicione o ça de porco; 1 frango ou meia galinha; 1kg feijão. Tempere com sal, pimenta preta moída na altura, louro de feijão manteiga; 2 cenouras; 2 cebolas e a salsa. Deixe apurar bem. grandes; 1 colher de sopa de banha; 1 ramo Retire a salsa e sirva numa terrina de porcelana ou de barro, de salsa; 1 folha de louro; sal; cominhos e polvilhado, segundo o gosto, com cominhos ou salsa picada pimenta preta; arroz. e acompanhado com arroz branco seco. Chef Hélio Loureiro >>> P| 21 Nº 012 >>> 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

>>> sabores

Susana Marvão, in revista Cuisine Passion

“Temos de aprender a distinguir as gorduras”

Quem o diz é o prof. Manuel Varrageta, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

Os números são esclarecedores: as vítimas cas fibras vegetais, hortaliça e fruta. Esta pos- boração com a indústria de serviços alimenta- Paralelamente a esta sensibilização junto da de doença cardiovascular ascendem aos 17 tura alimentar acaba por dar uma série de res, restaurantes, empresas de catering e can- indústria, o presidente da Fundação Portugue- milhões de pessoas por ano em todo o mun- patologias que efectivamente causam mor- tinas é fundamental enquanto parte de uma sa de Cardiologia enfatizou o papel que o Go- do. Em Portugal, é a principal causa de morte, te”, revelou o especialista em entrevista ao estratégia para tentar reverter este números de verno pode e deve ter em todo este processo, contando com mais de 40 mil vítimas por ano. ARRIVA Jornal. mortes”. O objectivo é que estas empresas re- nomeadamente através da legislação e de Ou seja, 40% dos óbitos ocorridos num ano Na reunião de Barcelona saiu a conclusão duzam o uso das gorduras prejudiciais na con- incentivos fiscais em relação ao uso de ali- em Portugal são provocados por doenças de algumas ideias erradas que as pessoas fecção dos alimentos. A intenção é que essas mentos mais saudáveis. Isto acompanhado cardiovasculares. ainda hoje têm. Uma delas é que a gordura gorduras sejam substituídas por insaturadas. por apoios à agricultura. “É óbvio que, hoje, A explicação? Basicamente estas doenças faz mal à saúde. Mas esse é um pressuposto “Hoje, muitas pessoas são obrigadas a almo- há já uma maior sensibilização da indústria são resultado de um estilo de vida errado, erróneo. Como explicou Manuel Carrageta, çar fora todos os dias. Daí que esta colabora- alimentar, coadjuvada por uma mais onde uma alimentação desregulada ganha há gorduras essenciais que o nosso organis- ção seja tão importante”. enfatizada responsabilidade social. Mas todo papel de destaque. Aliás, é precisamente atra- mo nem sequer consegue produzir, como o O professor até vai mais longe. Para além da este esforço que efectivamente está a haver vés da alimentação que o número de mortes caso do ómega 3 (presente em peixes gordu- redução do número de mortes, a prevenção tem de ser seguido por medidas do Estado pode efectivamente diminuir. rosos, óleos vegetais e nozes) e ómega 6 (pre- pode ainda reduzir drasticamente a despesa que incentivem esta postura.” Manuel Carrageta, presidente da Fundação sente em óleos vegetais, sementes e nozes). da saúde imputada ao Estado e aos cidadãos. Relativamente ao resto da Europa, e na ques- Portuguesa de Cardiologia, representou Por- “Há um claro défice no consumo destas gor- “Para que o Sistema Nacional de Saúde seja tão da sensibilização, Portugal está ligeira- tugal num recente encontro em Barcelona duras em todo o mundo. Daí a necessidade sustentável temos de apelar à prevenção. É a mente atrasado quando comparado com os onde se reuniram os 40 maiores especialis- de sensibilizar a população em geral para que única forma desse objectivo ser atingido. E seus congéneres europeus, nomeadamente tas em nutrição e saúde alimentar do mundo. conheça e distinga as gorduras. Alguns tipos como sabemos, a alimentação é fundamen- com os países do Norte. No final de dois dias de discussão, chegou- especiais de gorduras, como estas que men- tal e fulcral para a nossa saúde. Afinal, somos Na base de tudo isto, estão precisamente as se à conclusão que um dos grandes proble- cionei, para além de saudáveis são cruciais aquilo que comemos”. Aliás, para Manuel escolas. Para Manuel Carrageta é aqui que mas que contribui para o aumento de mortes para um sistema imunológico forte”. Carregeta, a estratégia de simplesmente di- tudo deveria começar. Pela educação dos é o facto da grande maioria dos consumido- E o que se deve evitar? Sobretudo, diz o profes- zer às pessoas que não devem consumir de- mais novos e por um forte alerta relativamente res, adultos e crianças, não saber a distinção sor, as gorduras saturadas, como por exemplo terminado tipo de gorduras simplesmente não à importância que a alimentação pode ser e o entre gordura saturada e insaturada, ingerin- os lacticínios (queijo, manteiga, leite gordo…). funciona. Medidas estruturais e mais profun- seu impacto directo na nossa saúde. “As cri- do quantidades desmesuradas de gordura “É claro que neste aspecto a própria indústria das são necessárias para que a mentalidade anças quando educadas nesse sentido vão saturada. “Fazemos uma alimentação por pode ter um papel preponderante na educa- e o comportamento possa ir mudando. “Daí ser autênticos embaixadores. A fase educativa demais errada. Excessivamente rica em ca- ção do consumidor. Por isso, defendo rótulos ser tão importante a tal colaboração com a tem de ser aproveitada. Até por todas as ques- lorias e gordura animal, hidratos de carbono claros e esclarecedores para que o cliente indústria alimentar. Temos necessariamente tões ligadas à obesidade que hoje assolam e sal, ao mesmo tempo que consumimos pou- possa efectivamente saber escolher. A cola- de melhorar a oferta”. os adolescentes”.

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Um verdadeiro elogio aos sentidos. Já nas bancas

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>>> lendas

Marco António Lindo

Fevereiro, mês dos gatos!

Gosta de gatos? Sim ou não? Pois é, os ga- lhores amigos do Homem, mas o nosso A matança terrível dos gatos, por causa mais populares desenhos animados de to- tos são mesmo assim: ou se amam ou se amigo Gato não fica atrás! desta crença, deu origem a um surto de dos os tempos. Nasceu em 1939 e fez su- odeiam. É difícil ficar indiferente ao mag- Sabia que os gatos foram domesticados há peste bubónia, doença transmitida pelos cesso no cinema e na televisão; netismo que estes misteriosos animais pos- cerca de 5 mil anos? E que os Egípcios ratos, que dizimou milhares de pessoas, · Sylvester que persegue o Piu Piu, tendo suem. Uma coisa é certa: eles têm muito foram os primeiros povos a ter admiração entre elas, curiosamente, o próprio Papa. como objectivo devorá-lo. Mas dá-se sem- estilo, ou não fossem as passagens de mo- por estes seres? Pois é, eles caçavam pei- Um facto curioso é que ainda há crenças pre mal; delos chamadas “cat walks”, que numa tra- xes e pássaros, além de serem conhecido interessantes sobre gatos: na Holanda, os · Fígaro é o gatinho do Pinóquio; dução literal significa “andar de gato”, re- também por eliminar os ratos. Os gatos gatos não são permitidos nas salas onde · Gato Cheshire é o da Alice no País das ferindo-se à elegância com que estes ca- eram tão valiosos que os Egípcios criaram as discussões familiares privadas estão a Maravilhas; minham. leis protegendo-os, além de terem um cul- decorrer, pois os holandeses acreditam · Bola de Neve é o gato de Lisa Simpson Prova desse magnetismo, próprio destes to em seu nome. Os gatos eram sagrados que os gatos espalhariam a conversa por dos desenhos animados Simpsons; animais, é o facto de até na sabedoria po- no Egipto e, por incrível que pareça, alguns toda a cidade; antigamente, na Itália, acre- · Top Cat é um gato mafioso que mora pular existirem provérbios sobre os gatos, foram até mumificados. ditava-se que se um gato preto se deitasse num beco de Manhattan, na cidade de como por exemplo: “à noite todos os gatos Já na Grécia antiga, havia um costume em na cama de um doente, este morreria; o Nova York. são pardos”; “dar-se como o cão e o gato”; que os gatos eram lacrados vivos dentro gato é o animal mais difícil de morrer, pois Mas, famoso ou não, o gato sabe ver o “bonitas palavras não engordam gatos”; “a das paredes das casas e de outros edifíci- tem sete vidas; quem mata um gato tem sete homem mas o homem não sabe ver o gato. curiosidade matou o gato”; ou até mesmo os que estavam a ser construídos, na con- anos de azar; um gato a espirrar é um bom Se existe solidão, ele atenua como pode o tema da nossa rubrica lendas deste mês vicção que isto traria sorte. presságio para quem o ouve. (ele que enfrenta a própria solidão de ma- - “Fevereiro, mês dos gatos”. Porém, o destino do gato sofreu uma mu- Deixemos agora as crenças um pouco de neira muito mais valente que nós). Se à E, já agora, faz alguma ideia de porque será dança radical na Europa da Idade Média, lado e falemos em gatos famosos. Sim, pois sua volta há pessoas agressivas ou com o mês de Fevereiro dedicado a esta espé- passando de objecto de adoração a perse- tal qual como as pessoas, há gatos que péssimo feitio, ele afasta-se. Nada diz, não cie de animais? Porque Fevereiro é o mês guição. O Papa Inocêncio III declarou que também são célebres! Senão vejamos: reclama. Afasta-se. É uma oportunidade em que eles começam a manifestar mais eles eram animais malignos e instrumentos · Garfield nasceu em 1978 e é o mais de meditação constante ao nosso lado, a intensamente os seus comportamentos de do Diabo. Deste modo, os gatos foram as- manhoso, chato e preguiçoso de todos os ensinar paciência, atenção, silêncio e cio. sociados ao mal e perseguidos. Acredita- gatos, mas é também uma “bola de pelo” mistério. O gato é uma lição diária de afec- O gato que temos em casa tem cientifica- va-se que o gato possuía poderes de magia laranja adorável. Adora comer lasanha e to verdadeiro e fiel. Ninguém na mãe Na- mente o nome «Felis Sylvestris Catus». São negra e era companheiro de bruxas e feiti- tem como amigo o cão Odie; tureza aprendeu a bastar-se (até na higie- felinos, assim como o leão e o tigre, e são ceiras. Pessoas suspeitas de terem execu- · Félix, o Gato é um dos gatos mais co- ne) a si mesmo como o gato! Por todas caçadores natos, pois está no seu instinto. tado feitiços e que tinham gatos foram mor- nhecidos mas já bastante velhinho pois estas razões, ele é também o único ani- Quem disse que o melhor amigo do Ho- tas, junto com seus felinos. Os gatos foram nasceu em 1900; mal com um mês dedicado a ele: Feverei- mem é o cão? O cão pode ser um dos me- caçados, torturados e sacrificados. · Tom, “o amigo” do rato Jerry, é um dos ro! >>> P| 23 Nº 012 >>> 2009 | FEVEREIRO | MARÇO

>>> viagens da europa para a minha terra

Daniela Rosa PARIS, próxima paragem…

O autocarro partiu e eu, entusiasmadíssima, ia ob- mos viagem. Desta vez, o amável condutor trocou a servando os sítios por onde passávamos: Penafiel, música do Alejandro Sans por “sessões de cine- Amarante... E dizia ao Vítor “olha esta paisagem!”; ma”, bem mais agradáveis. “olha aquilo!”, mas ele só me respondia: “deixa-me Adormeci, vi partes de alguns filmes e saí novamen- dormir”. Contudo, estava definitivamente “destina- te do autocarro para desentorpecer as pernas. O do” que o Vítor não ia adormecer. O condutor, para tempo passou… Quando dei por mim, já era manhã tornar a viagem menos silenciosa, colocou um Cd e só nos faltava mais uma paragem para chegar- do Alejandro Sans e foi aumentando o volume, até a mos ao nosso destino. Como combinado com a música estar literalmente aos berros. Com a face Sílvia dei-lhe um toque para o telemóvel, para ela colada à janela para ver a paisagem, não reparei saber que estávamos a chegar. que havia uma coluna de som situada mesmo por Finalmente chegámos à nossa paragem! cima da minha cabeça. A música estava cada vez Olhámos pelo vidro, mas não vimos a Sílvia. O auto- mais forte e eu tive um ataque de riso, pois mais carro parou, recolhemos as malas e ficámos a olhar ninguém no autocarro, a não ser eu, parecia inco- para a paisagem circundante, à espera de a ver modar-se com aquilo. O Vítor, esse, estava de olhos surgir. Passados poucos instantes ela saiu de um fechados. “Estás a dormir?”- perguntei. “Claro que café mesmo por detrás de nós e cumprimentou-nos não! Com esta música?”- respondeu ele já a abrir os com um beijinho e um grande sorriso. olhos e também a rir-se da situação. Quando estáva- Os dias em Paris foram maravilhosos e passa- mos prestes a pedir ao condutor para baixar a músi- ram muito rápido, pois como costuma dizer-se ca, alguém que estava mais próximo deste final- “tudo o que é bom dura o tempo necessário mente tomou essa iniciativa. para ser inesquecível” e, sem duvida, que esta Depois da calma restabelecida, peguei num li- viagem para Paris foi memorável. vro que trazia comigo e comecei a ler um pouco. O regresso a Portugal fez-se também de autocarro, Seguidamente, resolvi dormir uma sesta, mas mas com menos música. E, ainda bem! Hoje em dia, nesta altura o Vítor já tinha acordado e começa- ainda sei de cor todas as músicas do Alejandro Sans! va a falar comigo. Agora quem dizia “deixa-me E já agora, quem disse que uma viagem de dormir!” era eu. A paragem onde íamos sair era autocarro não pode ser divertida? É verdade Clichy, na Rua Pierre Harret, e ainda faltava mui- que dormi bastante, mas também conversei to, por isso era preferível eu descansar. imenso e diverti-me muito, nesta aventura Por- Ao longo do percurso parámos algumas vezes to-Paris/ Paris-Porto. Jamais esquecerei! pelo caminho para “apanhar” mais pessoas. Um casal de emigrantes portugueses que vol- tavam para França e a sua filha de 5 anos sen- Há qualquer coisa mágica que flutua no ar quan- Já há algum tempo que a Sílvia (uma amiga minha taram-se no banco à nossa frente. Por esta altu- do falamos em Paris. Não sei se é pela sua fama que tinha emigrado para Paris) insistia connosco ra o autocarro já tinha uma lotação média. Du- de “Cidade da luz e do amor”, se é pela beleza (comigo e com o Vítor, o meu namorado), para que rante a viagem a menina lourinha de 5 anos, da sua arquitectura, ou talvez pelos seus mag- fossemos visitá-la. “Esta é a oportunidade perfeita muita simpática, vinha sempre ter connosco ao níficos museus. para conhecer Paris e para ir à Disney” - pensei. banco onde estávamos instalados oferecendo- Quando era criança sempre sonhei visitar esta cida- Entretanto, um amigo meu emprestou-me um guia nos constantemente bolachas de chocolate. de de que toda a gente falava. Ainda por cima, a dessa cidade fantástica e, daí por diante, passei os Cada vez que o autocarro fazia uma paragem mais Os primeiros autocarros Eurolines portu- Disneyland Resort Paris, que eu tanto queria visitar, dias a “sonhar acordada” com Paris. prolongada, aproveitávamos para desentorpecer as gueses foram entregues em 1993, um foi era lá perto. Mas, os meus pais insistiam que uma As férias da Páscoa aproximavam-se a “passos rá- pernas e comer qualquer coisa. Tal como a maioria colocado em Lisboa e outro no Algarve. viagem a França era muito cara e que quando cres- pidos” e então decidimos que seria a altura ideal das pessoas neste autocarro, nós também tínha- Estes veículos hoje já não fazem serviço cesse teria oportunidade de lá ir. E assim foi. Recen- para visitar Paris. Falámos com a Sílvia, combiná- mos trazido uma “malinha” com o lanche. internacional, mas na época representa- temente tive a ocasião de ir a esta cidade mágica. mos os dias e comprámos os bilhetes de autocarro. Quando eram mais ou menos 20h30m pará- vam o melhor que se produzia no merca- Era o meu último ano de faculdade e como não tive Eram três da tarde quando entrámos no autocarro mos para jantar. Para dizer a verdade, já era do nacional. oportunidade de fazer um «interail», pensei porque com destino a Paris. De imediato dirigi-me para os noite e não me recordo do nome do restauran- Ambos pertencem ao Grupo Barraqueiro não fazer uma «road trip», uma viagem de autocar- bancos de trás do autocarro pois aí, era o único sítio te, nem onde se situava, mas lembro-me que a que, é uma empresa com participação ro, até Paris. Era mais barata do que as viagens de onde podia dormir confortavelmente quando o sono comida era simplesmente fantástica. ARRIVA. avião e além disso seria uma experiência diferente. chegasse. Depois do jantar, voltámos para o autocarro e segui-

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