2014

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ESTADO DO

GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Rosalba Ciarlini Rosado – Governadora Robson Mesquita de Faria – Vice-Governador

SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E DAS FINANÇAS Francisco Obery Rodrigues Júnior – Secretário José Lacerda Alves Felipe – Secretário Adjunto Vera Maria Olímpio Guedes - Subsecretária

COORDENADORIA DE ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS Maria Anelise Araújo Maia – Coordenadora

EQUIPE TÉCNICA SEPLAN

Américo Maia Catarina L. A. Lima Leite José Anchiêta de Lira José Lacerda Alves Felipe Maria Anelise A. Maia Marília C. de Freitas Wxlley R. L. Barreto

COLABORADORES

Alyson F. R. de Mendonça Ana C. Guedes O. Spinelli André Luis Nogueira Azaias B. de Oliveira Breno Carvalho Roos Carlos N. da Silva Isabela M. S. Resende Jéssika Morais de Moura Joanna de Oliveira Guerra Rafael Cordeiro Araújo Raquel Maria C. Silveira Sonia M. F. Magalhães; Valéria Fátima C. Araújo; Valeska Mariana D. Melo Valmir J.da Silva Barros Wagner Rodrigues

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LISTA DE SIGLAS

SIGLA DESCRIÇÃO APA Áreas de Proteção Ambiental ANP Agencia Nacional de Petróleo e Gás ASSECOM Assessoria de Comunicação Social do Estado CODERN Companhia Docas do Rio Grande do Norte CERN Centro Natural de Estratégias em Recursos Naturais e Energia CTGÁS Centro de Tecnologia do Gás e Recursos Renováveis CNT Confederação Nacional de Transito CAERN Companhia de Águas e Esgotos do RN CEHAB Companhia Estadual de Habitação e Desenvolvimento CONTROL Controladoria Geral do Estado DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte DNOCS Departamento Nacional de Obras Contra a Seca DETRAN Departamento Estadual de Trânsito DER Departamento de Estradas e Rodagens FAPERN Fundação de Apoio a Pesquisa do Rio Grande do Norte FIERN Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte GAC Gabinete Civil do Governador do Estado IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDH Índice de Desenvolvimento Humano IGARN Instituto de Gestão de Águas do RN IFRN Instituto Federal do Rio Grande do Norte ITERN Tecnologia em Energias Renováveis IDIARN Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Estado do RN IDEMA Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente PEA População Economicamente Ativa PSNB Pesquisa Nacional de Saneamento Básico PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PIB Produto Interno Bruto PGE Procuradoria Geral do Estado PIA População em Idade Ativa RMN Região Metropolitana de Natal SEPLAN Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças SIN Secretaria de Infraestrutura SEMARH Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos SETHAS Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social SETUR Secretaria de Turismo SEEL Secretaria de estado do Esporte e do Lazer SEARH Secretaria de Estado da Administração e dos Recursos Humanos SEJUC Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania SEC Secretaria de Estado da Educação e da Cultura SET Secretaria de Estado da Tributação SAPE Secretaria de Estado de Agricultura, da Pecuária e da Pesca SEARA Secretaria de Estado de Assuntos Fundiários e Apoio à Reforma Agrária

SEDEC Secretaria do Desenvolvimento Econômico SESAP Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte SECOPA Secretaria Extraordinária para assuntos relativos à Copa do Mundo de 2014 SEMURB Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFERSA Universidade Federal do Semi-Árido UERN Universidade Estadual do Rio Grande do Norte ZPA Zona de Proteção Ambiental ZPE Zona de Processamento de Exportação

LISTA DE MAPAS

MAPA DESCRIÇÃO PÁGINA 1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO RN 016 2 ZONAS HOMOGÊNEAS DO RIO GRANDE DO NORTE 019 3 ZONAS FISIOGRÁFICAS DO RIO GRANDE DO NORTE 021 4 MICRORREGIÕES HOMOGÊNEAS DO RIO GRANDE DO NORTE 023 5 MICROREGIÕES DO RIO GRANDE DO NORTE 024 6 REGIÕES DE DESENVOLVIMENTO 025 7 REGIÃO AGRESTE, POTENGI E TRAIRI 026 8 REGIÃO ALTO OESTE 027 9 REGIÃO LITORAL NORTE 028 10 REGIÃO MÉDIO OESTE 030 11 REGIÃO MOSSOROENSE 031 12 REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL 032 13 REGIÃO DO SERIDÓ 034 14 REGIÃO VALE DO AÇU 037 15 MESOREGIÕES DO RN 041 16 RELEVO DO RIO GRANDE DO NORTE 043 17 VEGETAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE 045 18 CLIMA DO RIO GRANDE DO NORTE 053 RODOVIAS FEDERAIS QUE CORTAM O ESTADO DO RIO 19 060 GRANDE DO NORTE REDE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO RIO GRANDE DO 20 061 NORTE 21 MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO RIO GRANDE DO NORTE 063 22 MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS DO RIO GRANDE DO NORTE 072 23 REDE COLETORA DE ESGOTO DO RIO GRANDE DO NORTE 073 24 ZONAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL 075 25 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO RIO GRANDE DO NORTE 081 26 AÇUDES DO RIO GRANDE DO NORTE 083 LOCALIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS PRODUTORES DE PETRÓLEO 27 124 NO RN 28 RIO GRANDE DO NORTE – PIB PER CAPITA DOS MUNICÍPIOS 138 29 PÓLOS TURÍSTICOS DO RN 143 POPULAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE/NÚMEROS DE 30 143 HABITANTES 31 MUNICÍPIOS DA REGIÃO METROPOLITANA 149 32 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO – MUNICIPAL 151 33 DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES 157 34 DELEGACIAS REGIONAIS 162 35 REGIONAIS DE SAÚDE DO RN 178

LISTA DE QUADRO

QUADRO DESCRIÇÃO PÁGINA 1 DISTÂNCIA ENTRE AS CAPITAIS BRASILEIRAS 017 2 MUNICÍPIOS QUE POSSUEM PLANO DIRETOR – RN 047 3 MUNICÍPIOS DO RN – PLANO DIRETOR 047 CLASSIFICAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS AVALIADAS EM KM – 053 4 RN 5 CLASSIFICAÇÃO POR VIA PESQUISADA/RN 054 6 SITUAÇÃO DAS RODOVIAS POR DISTRITO 055 7 SANEAMENTO BÁSICO NO RN – 2000/2008 059 CONSÓRCIOS PÚBLICOS REGIONAIS DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO 062 8 RN 9 USINAS EÓLICAS EM OPERAÇÃO NO RN 067 RESULTADO DOS LEILÕES ACUMULADO ATÉ DEZEMBRO 2013 068 10 – RN 11 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO BRASIL E NO RN 071 12 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO RN 074 13 EFETIVO DOS REBANHOS POR TIPO DE REBANHO NO RN 096 14 RESERVAS MINERAIS NO RN 111 15 PRODUÇÃO BRUTA DE MINÉRIO – RN 112 QUANTIDADE E VALOR DA PRODUÇÃO MINERAL 113 16 COMERCIALIZADA 17 PRINCIPAIS EMPRESAS PRODUTORAS 119 PROJEÇÃO DE RECEITAS PARA O TRIÊNIO 2014 – PROJEÇÃO 136 18 LDO 19 PROJEÇÃO DE RECEITAS PARA O TRIÊNIO 2015 136 20 RANKING DAS 20 CIDADES MAIS POPULOSAS DO RN 137 OS 30 MUNICÍPIOS DO RN COM MAIOR DENSIDADE 142 21 DEMOGRÁFICA (HAB./KM 2) 22 IDH BRASIL, NORDESTE E RN 148 PEA NÃO ECONOMICAMENTE ATIVA POR GÊNERO E SITUAÇÃO 150 23 DOMICILIAR 24 EFETIVO DE POLICIAIS CIVIS 155 HOMICÍDIOS REGISTRADOS PELA POLÍCIA MILITAR 162 25 (2011/2012) 26 SERVIÇOS DE SAÚDE 163 27 PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO COBERTA PELO PSF NO 163 NÚMERO DE LEITOS DE INTERNAÇÃO EXISTENTES POR TIPO 165 28 DE PRESTADOR SEGUNDO ESPECIALIDADE NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS POR TIPO DE PRESTADOR 166 29 SEGUNDO TIPO DE ESTABELECIMENTO NÚMERO DE EQUIPAMENTOS EXISTENTES, EM USO E 167 30 DISPONÍVEIS AO SUS, SEGUNDO GRUPO DE EQUIPAMENTOS RECURSOS HUMANOS (VÍNCULOS) SEGUNDO CATEGORIAS 167 31 SELECIONADAS 32 COBERTURA VACINAL (%) POR TIPO DE IMUNOBIOLÓGICO 168

33 INDICADORES DA ATENÇÃO BÁSICA 169 34 CORPO DOCENTE DAS ESCOLAS DO RN 172 35 EDUCAÇÃO NO RN 172 36 IDHM BRASIL E RN 173 37 RANKING DO IDH DOS ESTADOS DO NORDESTE 173 38 INDÍCE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA – IDEB 173 ESTABELECIMENTOS DE ENSINO QUE MINISTRAM ENSINO 174 39 FUNDAMENTAL, SEGUNDO DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA 40 EDUCAÇÃO INFANTIL 174 41 ENSINO FUNDAMENTAL 174 42 ENSINO MÉDIO 174 43 ENSINO PARA JOVENS E ADULTOS – EJA PRESENCIAL 174 44 ENSINO PARA JOVENS E ADULTOS – EJA SEMI-PRESENCIAL 175 45 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 175 46 EDUCAÇÃO INFANTIL 175 47 ENSINO FUNDAMENTAL 176 48 ENSINO DE JOVENS E ADULTOS E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 176 49 MATRÍCULAS POR DIRED 176

LISTA DE TABELAS

TABELAS DESCRIÇÃO PÁGINA 1 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE VEÍCULOS ZERO KM 048 INCLUIDOS NA FROTA/2008-2013 2 EVOLUÇÃO DA FROTA 049 3 DISTRIBUIÇÃO DA FROTA DO RN SEGUNDO TIPO DE VEÍCULO 049 4 ACIDENTES DE TRÂNSITO NO RN 2004 A 2013 051 5 PERCENTUAL DE DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES 065 COM ACESSO A COMPUTADORES, INTERNET E TELEFONES (%) 6 COMPARAÇÃO DOS NÍVEIS DE CONSUMO RESIDENCIAL DE 066 ELETRICIDADE (EM GWh) ENTRE O BRASIL E O RN 7 PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DAS GRANDES REGIÕES NO 077 PRODUTO INTERNO BRUTO - 2002-2011 8 PARTICIPAÇÃO (%) DOS ESTADOS DA REGIÃO NORDESTE NO 077 PIB DO BRASIL - ANOS SELECIONADOS 9 PIB A PREÇOS CORRENTES DE ESTADOS DO NORDESTE ANOS 079 SELECIONADOS (R$ 1.000.000) 10 PIB PER CAPITA DE ESTADOS DO NORDESTE ANOS 080 SELECIONADOS (R$) 11 DEZ MUNICÍPIOS COM MAIOR PARTICIPAÇÃO NO PIB 080 (R$1.000) 2008-2011 12 DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL 082 NO RN NO ANO 2012 13 RN-DEZ MUNICÍPIOS COM MAIOR PIB PER CAPITA EM 2010 082 (R$) 14 VALOR ADICIONADO BRUTO A PREÇOS CORRENTES DA 084 AGROPECUÁRIA DOS MUNICÍPIOS DO RN (MIL REAIS) 2011 15 VALOR ADICIONADO BRUTO A PREÇOS CORRENTES DA 085 INDÚSTRIA DOS MUNICÍPIOS DO RN (MIL REAIS) 2011 16 VALOR ADICIONADO BRUTO A PREÇOS CORRENTES DOS 086 TODOS OS SERVIÇOS DOS MUNICÍPIOS DO RN (MIL REAIS) 2011 17 COMPARATIVO DO DESEMPENHO DO SETOR PESQUEIRO NO 097 RN EM RELAÇÃO AO ANO DE 2010 18 PERCENTUAL DA PRODUÇÃO TOTAL DOS ESTADOS DO 098 NORDESTE, 2011 19 PRODUÇÃO DE PESCA MARINHA NO BRASIL E UF DO 099 NORDESTE NO PERÍODO DE 2007 A 2011 (T) 20 NÚMERO DE PESCADORES REGISTRADOS NO BRASIL E SUA 100 DISPOSIÇÃO NOS ESTADOS DO NORDESTE, 2010 21 NÚMERO DE PESCADORES REGISTRADOS POR FAIXA ETÁRIA, 102 NORDESTE 2010 22 PERCENTUAL DA PARTICIPAÇÃO NO VALOR ADICIONADO 103 BRUTO A PREÇO BÁSICO DO COMÉRCIO DO PIB DOS ESTADOS DO NORDESTE EM RELAÇÃO AO BRASIL, 2011. 23 PERCENTUAL DA PARTICIPAÇÃO DAS ATIVIDADES 104 ECONÔMICAS NO VALOR ADICIONADO BRUTO A PREÇOS

BÁSICOS, RIO GRANDE DO NORTE, 2000- 2011 24 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS 108 25 DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL 109 26 PRODUÇÃO BENEFICIADA – RN 113 27 DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL POR ESTADO 115 28 DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL 116 POR BACIA 29 PRINCIPAIS PRODUTOS EXPORTADOS PELO RIO GRANDE DO 120 NORTE (ANUAL (US FOB)) 30 MUNICÍPIOS COM ÁREA ESPECIAL DE INTERESSE TURÍSTICO 123 31 DESEMBARQUE INTERNACIONAL DE TURISTAS NO 131 TERRITÓRIO POTIGAR 32 RECEITA E DESPESA ARRECADADA, SEGUNDO A NATUREZA – 135 2011 33 PANORAMA DA MORTALIDADE INFANTIL 147 34 POPULAÇÃO RESIDENTE NO RN POR COR 148 35 EFETIVO DE POLICIAIS MILITARES 157 36 EFETIVO DO CORPO DE BOMBEIROS MILITARES (2008-2012) 161 37 LEITOS EXISTENTES NA REDE HOSPITALAR DO SUS POR 164 ESPECIALIDADE CLÍNICA 38 NÚMERO DE LEITOS COMPLEMENTARES EXISTENTES POR 165 TIPO DE PRESTADOR SEGUNDO TIPO DE LEITO COMPLEMENTAR 39 MÉDICOS REGISTRADOS POR 1.000 HAB. SEGUNDO UNIDADES 170 DA FEDERAÇÃO – BRASIL/2011 40 DISTRIBUIÇÃO DE MÉDICOS REGISTRADOS POR 1.000 HAB. 171 SEGUNDO CAPITAIS – BRASIL/2011 41 DEMANDA HABITACIONAL POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO 183 42 RIO GRANDE DO NORTE DEMANDA TOTAL RELATIVA 184 43 DEMANDA HABITACIONAL RN 2009 – ESTRATIFICADA EM SM 184

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICOS DESCRIÇÃO PÁGINA 1 ACIDENTES DE TRÂNSITO NO RN ENTRE 2004 A 2013 052 2 PARTICIPAÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS NO PIB DO RN 087 3 EVOLUÇÃO DO VALOR DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO 088 RN/2000 – 2010 4 EVOLUÇÃO DO VALOR DA PRODUÇÃO DOS PRINCIPAIS 089 PRODUTOS DA LAVOURA TEMPORÁRIA DO RN 5 PARTICIPAÇÃO NO VALOR PRODUZIDO DA LAVOURA 090 PERMANENTE NO RN 6 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA QUANTIDADE PRODUZIDA DOS 091 PRINCIPAIS PRODUTOS DA LAVOURA TEMPORÁRIA DO RN 7 PRODUTOS DA LAVOURA TEMPORÁRIA DO RN COM MAIOR 092 RETRATAÇÃO NA QUANTIDADE PRODUZIDA 8 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA QUANTIDADE PRODUZIDA DOS 093 PRINCIPAIS PRODUTOS DA LAVOURA PERMANENTE DO RN 9 EVOLUÇÃO DO VALOR DA PRODUÇÃO DE ORIGEM ANIMAL 094 NO RN 10 EVOLUÇÃO DA QUANTIDADE PRODUZIDA DE MEL DE 095 ABELHA NO RN (MIL LITROS) 11 REDUÇÃO NO REBANHO BOVINO NO RN OCASIONADO PELA 097 SECA 12 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PRODUÇÃO PESQUEIRA MARINHA 098 DO RN (EM TONELADAS), 2007 – 2011. 13 PARTICIPAÇÃO NO VALOR ADICIONADO BRUTO A PREÇO 102 BÁSICO COMO ATIVIDADE ECONÔMICA O COMÉRCIO, RIO GRANDE DO NORTE, 2000 – 2011 (%) 14 RECEITA BRUTA DE REVENDA E DE COMISSÕES SOBRE 102 VENDA 15 PERCENTUAL DA PARTICIPAÇÃO DAS ATIVIDADES 105 ECONÔMICAS NO VALOR ADICIONADO BRUTO A PREÇOS BÁSICOS, RIO GRANDE DO NORTE, 2000- 2011 16 EVOLUÇÃO DA RECEITA BRUTA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 106 NO RN (MIL REIAIS) 17 HISTÓRICO DO VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL 107 18 PARTICIPAÇÃO DA FABRICAÇÃO DE ALIMENTOS NA 107 INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO DO RN (%) 19 EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL 109 20 DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO POR ESTADO 115 21 DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE GÁS NATURAL POR 116 ESTADO 22 DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO POR BACIA 117 23 DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE GÁS NATURAL POR BACIA 117 24 BALANÇA COMERCIAL DO RN/2011-2012 121 25 POPULAÇÃO RESIDENTE POR SITUAÇÃO DE DOMICÍLIO 139 26 POPULAÇÃO RESIDENTE POR SEXO 139 27 DENSIDADE DEMOGRÁFICA E CENSOS DEMOGRÁFICOS 140

28 DENSIDADE DEMOGRÁFICA: RANKING DOS ESTADOS DO 141 NORDESTE 29 DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO POR SEXO SEGUNDO OS 144 GRUPOS DE IDADE 30 TAXA DE FECUNDIDADE DO RIO GRANDE DO NORTE 146 31 TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL 147 32 POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA POR FAIXA ETÁRIA 150 NO RN 33 DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS SEGUNDO POSIÇÃO DA 151 OCUPAÇÃO DO RN (EM %) 34 DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES POR TIPO E 152 CONDIÇÃO DE OCUPAÇÃO 35 DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES E QUANTIDADE 153 DE MORADORES 36 ÍNDICE DE GINI NO RIO GRANDE DO NORTE 154 37 DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES POR CLASSES 154 DE RENDIMENTO NOMINAL MENSAL DOMICILIAR PER CAPITA NO RN 38 VARIAÇÃO DO EFETIVO DA POLÍCA CIVIL (2010 – 2012) 155 39 VARIAÇÃO DO EFETIVO DA POLÍCA MILITAR (2008 – 2012) 158 40 VARIAÇÃO DO EFETIVO DO CORPO DE BOMBEIROS (2008 – 161 2012) 41 PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO COBERTA PELO PROGRAMA DE 164 SAÚDE DA FAMÍLIA RN 42 DEMANDA HABITACIONAL 2009 – UF- ESTRATIFICADA POR 182 SALÁRIOS MÍNIMOS – SM 43 DEMANDA HABITACIONAL RN 2009 – ESTRATIFICADA EM 184 SM

LISTA DE ORGANORAGRAMA

ORGANOGRAMA DESCRIÇÃO PÁGINA 1 ORGANIZACIONAL DO PODER EXECUTIVO ESTADUAL 132

SUMÁRIO 1.APRESENTAÇÃO...... 15 2.EIXO FÍSICO AMBIENTAL...... 16 2.1Aspectos Físicos Territoriais...... 16 2.1.1Localização e Regionalização...... 16 2.1.2 Vegetação e Ecossistemas Estaduais...... 37 2.2 Aspectos Urbanos...... 45 2.2.1 Planejamento Urbano ...... 47 2.2.2 Transportes – Vias de Transportes ...... 49 2.2.3 Saneamento Básico ...... 57 2.2.4 Comunicação ...... 63 2.2.5 Energia ...... 65 2.3 Aspectos Ambientais ...... 68 2.3.1 Unidades de Conservação ...... 68 2.3.2 Áreas de Proteção Ambiental no Rio Grande do Norte (APAS) ...... 69 2.3.3 Zonas de Proteção Ambiental ...... 69 2.3.4 Recursos Hídricos ...... 74 3.EIXOECONÔMICO ...... 75 3.1 Produto Interno Bruto (PIB) ...... 75 3.1.1 O Rio Grande do Norte no contexto nacional e regional...... 77 3.1.2 Distribuição da produção no território potiguar ...... 80 3.1.3 Atividades que se destacaram nos municípios (2005-2010) ...... 83 3.2Principaisatividadeseconômicas ...... 86 3.3 Agropecuária ...... 87 3.3.1 Agricultura ...... 87 3.3.2 Pecuária e outros produtos de origem animal...... 93 3.3.3 Pesca e Aquicultura...... 97 3.4 Serviços...... 101

3.4.1 Comércio ...... 101 3.4.2 Serviços Públicos ...... 103 3.4.3 Outros Serviços ...... 106 3.5 Indústria...... 106 3.6 Recursos Minerais ...... 110 3.7 Exportações do RN ...... 118 3.7.1 Zona de Processamento de Exportações (ZPE) ...... 121 3.8 Turismo ...... 122 3.8.1 Pólos Turísticos ...... 124 3.8.2 Investimentos Turísticos ...... 129 3.8.3 Dados do Turismo do RN ...... 130 4. EIXO INSTITUCIONAL ...... 131 4.1OrganizaçãoPolítico-administrativa ...... 131 4.2Finanças Públicas ...... 133 5. EIXO SOCIAL ...... 137 5.1 Demografia ...... 137 5.2 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ...... 142 5.3 População Economicamente Ativa (PEA) ...... 149 5.4 Domicílio ...... 151 5.5 Segurança ...... 155 5.6 Saúde ...... 162 5.7 Educação ...... 171 5.8 Habitação ...... 180 5.9Esporte ...... 185 6- REFERENCIAL CONSULTADO ...... 186

1. APRESENTAÇÃO

O Perfil do Rio Grande do Norte é um documento que apresenta informações gerais e atualizadas sobre o Estado do RN. Pensado de forma simples, tem por objetivo contribuir com o trabalho de gestores públicos, professores, estudantes e todo o publico geral, bem como ser um mecanismo orientador de novas políticas públicas para a região. O documento reúne informações referentes a diversos aspectos da realidade norte-rio-grandense. Acredita-se que este trabalho seja o ponto de partida para aqueles que vão iniciar um estudo mais aprofundado do Estado, bem como para aqueles que desejam informações gerais e objetivas sobre o Rio Grande do Norte. O Perfil fornece informações sobre os diversos temas que abrangem o Estado, respectivamente: aspectos físico-ambientais, econômicos, institucionais e sociais. A partir do Eixo Físico Ambiental é possível identificar aspectos físicos territoriais do Estado, como área, clima, relevo, vegetação etc., bem como aspectos urbanos e ambientais, que abordam questões relevantes ao planejamento urbano e conteúdos referentes ao meio ambiente. O Eixo Econômico aborda aspectos referentes ao Produto Interno Bruto – PIB, e sobre as principais atividades econômicas desenvolvidas no Estado: agricultura, serviços, indústria, recursos minerais, exportações e turismo. O Eixo Institucional considera a estrutura político-administrativa do Estado, que demonstra como o RN está composto e dividido entre os poderes, atribuições e competências de cada entidade que o compõe. O Eixo também apresenta as finanças públicas do RN, relatando as receitas e despesas de todo o Estado. O Eixo Social explana questões referentes à Demografia do Estado, Índice de Desenvolvimento Humano - IDH, População Economicamente Ativa - PEA, Domicílios, Segurança, Saúde, Educação, Habitação e Esportes. Os dados aqui abordados são apresentados a partir de publicações do IBGE, considerando pesquisas no período compreendido entre 2009 a 2012, além de informações fornecidas pelas Secretarias e órgãos do Estado.

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2. EIXO FÍSICO AMBIENTA L

2.1 Aspectos físicos territoriais

2.1.1 Localização e Regionalização

O Estado do Rio Grande do Norte localiza -se na esquina do continente sul - americano, ocupando posição privilegiada em termos de localização estratégica, pois se trata do Estado brasileiro que fica mais próximo dos continentes africano e europeu. Com uma extensão de 52.810,7 km 2, o Estado ocupa 3,41% de área da Região Nordeste e cerca de 0,62% do território nacional. Limita -se com o Estado do Ceará a Oeste, ao Sul com o Estado da Paraíba, e a Leste e ao N orte com o Oceano Atlântico.

MAPA 1: LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO RN

Fonte: IBGE, 2010.

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QUADRO 1: DISTÂNCIA ENTRE AS CAPITAIS BRASILEIRAS

Maceió Manaus Natal Palmas Porto Alegre Porto Velho Recife Rio Branco R. Janeiro Salvador São Luís São Paulo Teresina Vitória Aracajú 201 2.673 604 1.235 2.580 2.946 398 3.359 1.482 277 1.226 1.731 903 1.102 Belém 1.680 1.292 1.550 973 3.188 1.886 1.676 2.333 2.450 1.687 481 2.463 750 2.275 B. Horizonte 1.439 2.556 1.831 1.178 1.341 2.477 1.639 2.786 339 964 1.932 489 1.652 378 Boa Vista 3.089 661 2.983 1.988 3.785 1.335 3.103 1.626 3.428 3.009 1.913 3.300 2.169 3.394 Brasília 1.485 1.932 1.775 620 1.619 1.900 1.657 2.246 933 1.060 1.524 873 1.313 947 C. Grande 2.352 2.013 2.654 1.320 1.119 1.634 2.530 1.827 1.212 1.905 2.284 894 2.132 1.490 Cuiabá 2.302 1.453 2.524 1.029 1.679 1.137 2.452 1.414 1.575 1.915 1.942 1.326 1.862 1.745 Curitiba 2.259 2.734 2.645 1.693 546 2.412 2.459 2.601 675 1.784 2.599 338 2.362 1.076 Florianópolis 2.402 2.981 2.802 1.931 376 2.641 2.603 2.809 748 1.930 2.821 489 2.573 1.160 Fortaleza 730 2.383 435 1.300 3.213 2.855 629 3.300 2.190 1.028 652 2.368 495 1.855 Goiânia 1.656 1.912 1.948 724 1.497 1.813 1.829 2.138 936 1.225 1.662 810 1.467 1.022 João Pessoa 299 2.819 151 1.521 3.066 3.200 104 3.632 1.968 763 1.162 2.216 905 1.581 Macapá 2.009 1.054 1.874 1.177 3.341 1.724 2.005 2.159 2.687 2.000 803 2.664 1.079 2.545 Maceió 0 2.778 434 1.383 2.775 3.090 202 3.510 1.671 475 1.234 1.928 929 1.282 Manaus 5.491 0 2.765 1.509 3.132 761 2.833 1.149 2.849 2.605 1.746 2.689 1.921 2.865 Natal 572 5.985 0 1.527 3.172 3.179 253 3.616 2.085 875 1.071 2.320 843 1.706 Palmas 1.851 4.141 2.345 0 2.222 1.711 1.498 2.127 1.512 1.114 964 1.493 835 1.413 Porto Alegre 3.572 4.563 4.066 2.747 0 2.076 2.977 2.814 1.123 2.303 3.142 852 2.909 1.536 Porto Velho 4.505 901 4.998 2.747 3.662 0 3.190 449 2.707 2.808 2.274 2.463 2.362 2.835 Recife 285 5.698 297 2.058 3.779 4.712 0 3.618 1.874 675 1.209 2.128 934 1.483 Rio Branco 5.039 1.445 5.533 3.764 4.196 544 5.243 0 2.982 3.206 2.726 2.704 2.806 3.156 R. Janeiro 2.131 4.374 2.625 2.124 1.553 3.473 2.338 4.007 0 1.209 2.266 357 1.979 412 Salvador 632 5.009 1.126 1.454 3.090 4.023 839 4.457 1.649 0 1.323 1.453 994 839 São Luís 1.672 5.335 1.607 1.386 3.891 4.434 1.573 4.968 3.015 1.599 0 2.248 329 2.023 São Paulo 2.453 3.971 2.947 1.776 1.109 3.070 2.660 3.604 429 1.962 2.970 0 2.091 741 Teresina 1.236 5.297 1.171 1.401 3.804 4.366 1.137 4.900 2.579 1.163 446 2.792 0 1.712 Vitória 1.684 4.475 2.178 2.214 2.001 5.575 1.831 4.109 521 1.202 2.607 882 2.171 0 Fonte: IBGE, 2010

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O território norte-rio-grandense localiza-se, mais precisamente, no hemisfério sul ocidental e seus pontos extremos são limitados pelos paralelos de 4°49`53``de latitude sul e pelos meridianos de 34°58`03`` e 38°36`12`` de longitude oeste de Greenwich. A distância entre os pontos extremos do Norte-Sul é de 233 km e entre os pontos extremos Leste-Oeste, 403 km. O Rio Grande do Norte está situado próximo ao Equador, o que lhe confere características climáticas bem específicas, como o verão seco e a presença do sol durante a maior parte do ano. Assim, além da tradicional atividade salineira e de condições edáfico-climáticos para a produção de fruticultura irrigada, o Estado dispõe de um excelente potencial para a exploração da atividade turística, sendo o maior atrativo para esta ação, a extensa faixa litorânea com cerca de 410 km de praias belas e mares com temperaturas amenas. Além disso, está localizado perto de capitais importantes dos Estados do Nordeste, como Pernambuco, Ceará e Paraíba, conforme o Quadro que envolve todas as capitais do Brasil (Quadro 1). Politicamente o Estado está dividido em 167 municípios, agrupados em oito Zonas Homogêneas de acordo com estudo realizado pela SEPLAN/IDEC em 1975. Este estudo levou em consideração os aspectos físicos, as características econômicas e demográficas das regiões.

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MAPA 2: ZONAS HOMOGÊNEAS DO RIO GRANDE DO NORTE

Fonte: IDEMA.

Outro zoneamento utilizado pelo IBGE agrupa os municípios do Estado em quatro mesorregiões e dezenove microrregiões. O estudo da geografia de um dado território requer a sua divisão em parcelas menores, ou regiões, que em geral, constituem áreas distintas por suas características físicas, econômicas, políticas, sociais, culturais e outras. Como se vê, o conceito de região está vinculado a critérios de agrupamento em torno de uma determinada referência física ou humana. A diversidade da paisagem geográfica, por exemplo, pode ser um bom critério de regionalização, pois a paisagem explicita nitidamente a desigualdade entre os lugares. No entanto, não se pode deixar de considerar a importância da economia como critério de regionalização que ultrapassa as fronteiras das regiões naturais, desconsiderando a paisagem. Critérios políticos para a divisão de um país em grandes regiões, Estados e municípios também não têm sido suficientes, pois diversos são os fatores a serem levados em consideração quando se pretende caracterizar os lugares e agrupá-los, classificando-os através de divisões regionais. Da mesma forma, o avançado e crescente processo de comunicação em rede entre os lugares próximos e distantes, como o uso dos satélites pelas estações de rádio, televisão e Internet , tem incrementado o intercâmbio cultural, dificultando a regionalização pelo critério cultural.

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Observamos, entretanto, que os critérios predominantes nos diversos processos de regionalização têm sido os de ordem prática. Ou seja, as diferentes regionalizações a que os lugares são submetidos refletem, muitas vezes, necessidades político- administrativas, especialmente aquelas em que o interesse do Estado prevalece, em nome das necessidades de implementar políticas públicas em uma área territorial ampla e diversificada. Com o Estado do Rio Grande do Norte não é diferente. Mesmo tratando-se de um espaço relativamente pequeno (se comparado a outros Estados brasileiros), o Estado apresenta variada e complexa diversidade regional, que pode ser agrupada através de critérios como as diferentes paisagens do seu quadro natural, da sua economia e até mesmo os interesses de órgãos públicos para a organização sistemática de suas ações sobre o território estadual. Vejamos algumas das regionalizações adotadas para o Estado.

2.1.1.1 - Zonas Fisiográficas

As zonas fisiográficas são áreas que se distinguem das demais a partir de critérios geográficos, como os aspectos físicos, humanos e econômicos. No Rio Grande do Norte esta divisão foi adotada em 1975 pelo Governo do Estado, compreendendo as seguintes zonas: I - Zona Costeira Oriental- Envolve uma faixa de cerca de 40 km de largura, a partir do sul do Estado, até o município de , cuja principal característica é a intensa urbanização em função de concentrar os municípios da Grande Natal. II - Zona Interior da Costa- Compreende a faixa que vai da Zona Costeira Oriental até o Seridó. Inclui os altos e médios cursos dos rios que compõem as principais bacias do leste do Estado, como o Ceará-Mirim, o Potengi, o Trairi e o Jacu. III - Zona Costeira do Norte- Ocupa a faixa litorânea que vai de Touros até Macau, caracterizando-se por sua baixa densidade demográfica, clima seco e vegetação de caatinga até bem próximo à costa. IV- Zona Oriental Seridoense - Inclui os municípios situados no reverso da Serra da Borborema, que constitui um importante divisor de águas para algumas das bacias do leste e do próprio Seridó. V- Zona das Serras Centrais - Envolve as serras dos Quintos, de Santana e João do Vale. Nas áreas elevadas, o clima é ameno, com altas temperaturas no restante da zona. VI- Zona Centro-Sul Ocidental - É a maior das zonas fisiográficas, compreendendo os municípios da região serrana do Estado, os altos cursos dos rios Apodi-Mossoró e

20 parte da bacia do Piranhas-Açu na porção Seridó Ocidental, e também trechos do sertão de Angicos. VII- Zona do Baixo Apodi-Açu - Refere-se à área dos baixos cursos dos rios Apodi- Mossoró e Piranhas-Açu, e parte da Chapada do Apodi. Abrange grande parte dos municípios envolvidos na economia salineira, na produção de frutas tropicais e ainda na extração de petróleo e gás.

MAPA 3: ZONAS FISIOGRÁFICAS DO RIO GRANDE DO NORTE

Fonte: IBGE.

2.1.1.2- Microrregiões Homogêneas

No ano de 1970, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE estabeleceu critérios para a divisão do Estado em 10 Microrregiões Homogêneas. Esta nova regionalização procurou agrupar em pequenas regiões os municípios que apresentavam semelhanças e certa homogeneidade não só no quadro natural, mas também do ponto de vista econômico. I- Microrregião Salineira Norte-Riograndense: Corresponde aos tradicionais municípios da região produtora de sal, como Mossoró, Areia Branca e Macau, estendendo-se desde Baraúna até Guamaré. 21

II- Microrregião Litoral de São Bento do Norte: É uma das menores microrregiões e sua extensão vai de Galinhos a Touros, sendo uma área que, no tempo em que essa regionalização foi feita, era voltada principalmente para agricultura de subsistência e pesca. III- Microrregião de Natal: É a microrregião da capital e dos municípios localizados às suas proximidades. É a mais habitada e onde se concentram as atividades econômicas mais significativas, constituindo a planície litorânea, com clima quente e sub-úmido, com chuvas concentradas de março a junho e cujo verão seco e ensolarado propicia a exploração da atividade turística. IV- Microrregião de Açu e Apodi: Corresponde basicamente à área da Chapada do Apodi e parte dos municípios do baixo Açu. Têm em comum as duas bacias hidrográficas mais importantes do Estado. V- Microrregião do Sertão de Angicos: É a microrregião mais central do Estado, e envolve municípios como Afonso Bezerra, Santana dos Matos e Angicos. Caracteriza-se principalmente pela baixa pluviosidade, sendo uma das áreas mais secas e quentes do RN. VI- Microrregião da Serra Verde: Resulta da divisão da região agreste, sendo uma região seca e das mais quentes, ocupando parte da depressão sertaneja do Estado. João Câmara é o município mais importante. VII- Microrregião Agreste Potiguar: Limita-se a leste com a microrregião de Natal, sendo uma área de pluviosidade média em torno de 800 a1000 mm por ano, com clima predominantemente quente, úmido e sub-úmido. Nova Cruz é a sua cidade mais importante. VIII- Microrregião Borborema Potiguar: Abrange os chamados contrafortes da Serra da Borborema, sendo uma área de transição entre o sertão seco e o agreste. Concentra alguns pontos mais elevados do relevo do Estado. IX- Microrregião Serido: É uma das regiões mais secas do Estado e que apresenta certos contrastes paisagísticos, com importantes vales fluviais, como os dos rios Seridó e Piranhas-Açu, algumas das mais importantes serras do Estado como as de João do Vale, da Coruja, das Queimadas, da Garganta, dos Quintos e São Bernardo. X- Microrregião Serrana Norte-Riograndense: Envolve os municípios da área conhecida como “Tromba do Elefante” e tem como principal característica a existência de um relevo com altitudes significativas, denominado localmente como serras.

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MAPA 4: MICRORREGIÕES HOMOGÊNEAS DO RIO GRANDE DO NORTE

Fonte IBGE.

2.1.1.3 - Mesorregiões Geográficas

No ano de 1989, o IBGE realizou mais uma divisão regional do Brasil. O Estado do RN foi dividido em quatro mesorregiões geográficas (Agreste Potiguar, Central Potiguar, Leste Potiguar e Oeste Potiguar), subdivididas em microrregiões que agrupam os municípios, apresentando semelhanças em seus aspectos físicos e humanos.

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MAPA 5: MICROREGIÕES DO RIO GRANDE DO NORTE

Fonte: IDEMA.

2.1.1.4 - Regiões de Desenvolvimento

Em 1997 foi desenvolvido o primeiro Plano de Desenvolvimento Sustentável com uma visão sistêmica de todo o Estado. A ideia norteadora foi à importância que os processos econômico-sociais têm para assegurar a sustentabilidade dos recursos ambientais continuados. Além disso, um grande esforço teve o foco final fundamentado na redução da pobreza de seus habitantes. Para tanto, o Estado foi dividido em oito Regiões de Desenvolvimento.

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MAPA 6: REGIÕES DE DESENVOLVIMENTO

Fonte: SEPLAN.

As regiões foram divididas de acordo com as características das potencialidades locais, apresentadas a seguir: I - Região Agreste, Potengi e Trairi A Região Agreste, Potengi e Trairi são formadas pela união de 41 municípios.

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MAPA 7: REGIÃO AGRESTE, POTENGI E TRAIRI

Fonte: SEPLAN.

Potencialidades da Região:  Existência de arranjos produtivos locais;  Presença de solo fértil propício à agricultura;  Existência de feiras livres;  Atividades e festas religiosas;  Recursos naturais, culturais e arqueológicos com potencial turístico;  Manifestações artísticas, artesanais, e folclóricas;  Habilidades profissionais básicas em atividades tradicionais;  Presença de técnicos qualificados em áreas específicas;  Instituições de ensino superior e de formação técnica;  Disponibilidade de recursos hídricos;  Surgimento de empresas com potencial inovador (indústria têxtil, de laticínios e na avicultura);

Segmentos Dinâmicos da Economia Regional:  Turismo (ecoturismo, serrano);

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 Agropecuária (pecuária leiteira, abacaxi, caprino e ovinocultura, mandioca, avicultura, cajucultura);  Indústria (confecções, agroindústria: mandioca, laticínios, castanha de caju)  Água marinha;  Comercial (varejista).

II - Região Alto Oeste A Região Alto Oeste é formada pela união de trinta e sete municípios.

MAPA 8: REGIÃO ALTO OESTE

Fonte: SEPLAN.

Potencialidades  Recursos hídricos;  Relevo (vales, serras, lajedos);  Solos de boa qualidade;  Instituições de ensino superior;  Instituições e profissionais de assistência técnica agropecuária;  Prefeitos municipais e funcionários públicos com elevado grau de escolaridade;

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 Organizações da sociedade civil: conselhos, associações urbanas e rurais, sindicatos de trabalhadores rurais, grupo de jovens e idosos;  Meios de comunicação, principalmente rádios comunitárias;  Manifestações culturais;  Cultura do artesanato diversificada.

Segmentos Dinâmicos da Economia Regional:  Turismo (serrano, religioso, ecoturismo);  Agropecuária (culturas alimentares, arroz, feijão, fava e milho, suinocultura, cajucultura, caprinocultura, apicultura);  Indústria (agroindústria: castanhas de caju e doces, torrefação, mel de abelha, confecções, carrocerias para caminhão);  Mineral (água marinha);  Comercial (varejista);

III - Região Litoral Norte A Região do Litoral Norte é formada pela união de 19 municípios.

MAPA 9: REGIÃO LITORAL NORTE

Fonte: SEPLAN. 28

Potencialidades:  Atividades econômicas: turismo, artesanato, carcinicultura, assentamentos, fruticultura irrigada, pesca, cajucultura, caprino e ovinocultura, apicultura, comércio, mineração;  Beleza natural das praias, clima tropical, luminosidade e ventos;  Solo fértil em algumas áreas;  Água proveniente de lençóis subterrâneo, açudes, lagoas e rios;  Ecoturismo (Pico do Cabugi, serras, cavernas e cachoeiras);  Recursos naturais para energias alternativas;  Instituições de ensino superior e de formação técnica;  Existência de capital humano e social nos municípios

Segmentos Dinâmicos da Economia Regional:  Turismo (sol e mar, ecoturismo);  Agropecuária (caprino e ovinocultura, pecuária leiteira, apicultura, abacaxi, sisal);  Indústria (laticínios);  Mineral (petróleo, sal, ouro, calcário);  Comercial (varejista);

IV - Região Médio Oeste A Região Médio Oeste é formada pela união de oito municípios.

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MAPA 10: REGIÃO MÉDIO OESTE

Fonte: SEPLAN.

Potencialidades:  Disponibilidade de água superficial e subterrânea;  Solo fértil;  Existência de instituições provedoras de assistência técnica;  Instituições de ensino superior e de formação técnica;  Agricultura diversificada;  Artesanato diversificado;  Bovinocultura, caprino e ovinocultura, apicultura piscicultura;  Disponibilidades de fonte de energia;  Mão de obra qualificada em atividades específicas;  Canais e instrumentos para comercialização de produtos regionais;  Existência de associativismo, cooperativismo, fóruns e conselhos institucionais

Segmentos Dinâmicos da Economia Regional:  Turismo (ecoturismo);  Agropecuária (culturas alimentares: milho e feijão; cajucultura, alho, piscicultura, caprino e ovinocultura);

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 Indústria (agroindústria: castanha de caju, laticínios, frutas, mel de abelha);  Mineral (água mineral, calcário, gipsita, petróleo, água marinha);  Comercial (varejista);

V - Região Mossoroense A Região Mossoroense é formada pela união de seis municípios.

MAPA 11: REGIÃO MOSSOROENSE

Fonte: SEPLAN.

Potencialidades:  Disponibilidade de água superficial de subterrânea;  Diversificados recursos minerais (petróleo, gás natural, calcário, sal, argila, gipsita, água mineral, areia);  Condições climáticas e geográficas favoráveis;  Ambientes com potencial turístico e econômico;  Recursos humanos disponíveis;  Instituições de ensino superior e de formação técnica;  Destaque na atuação do associativismo (cooperativas e associações) para produção e comercialização;  Atuação de instituições de controle e participação social;  Base produtiva diversificada: agricultura, apicultura, sal, petróleo, pequenos negócios, fruticultura, e aqüicultura;  Eventos socioculturais e religiosos 31

Segmentos Dinâmicos da Economia Regional:  Turismo (sol e mar, cultura, negócios, eventos);  Agropecuária (fruticultura irrigada: melão, manga e melancia; cajucultura, caprino e ovinocultura, apicultura; culturas alimentares: milho e feijão; pecuária leiteira e de corte);  Indústria (cimento, minerais metálicos, movelaria, papel e papelão, indústria química, vestuário, calçados, tecidos, produtos alimentícios: beneficiamento de castanha de caju e frutas; rações, indústria mecânica, cerâmica fina, indústria salineira, torrefação);  Mineral (petróleo, gás, calcário, água mineral);  Comercial (atacadista, varejista, supermercados).

VI - Região Metropolitana de Natal A Região Metropolitana de Natal é formada pela união de 10 municípios.

MAPA 12: REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL

Fonte: SEPLAN.

Potencialidades: Físico-Territorial  Riqueza do patrimônio natural; 32

 Riqueza da paisagem;  Riqueza do patrimônio histórico e ambiente construído;  Diversidade e riqueza cultural;  Liderança estadual em pesquisa;  Densidade de recursos humanos qualificados;  Integração metropolitana.

Socioeconômica  Dinamismo econômico;  Turismo e lazer;  Construção civil;  Indústria de transformação (alimentos e bebidas, têxtil e confecções);  Atividade pesqueira;  Carcinicultura;  Comércio em crescimento;  Posição geográfica estratégica;  Diversas instituições de ensino superior.

Segmentos Dinâmicos da Economia Regional:  Turismo (sol e mar, eventos religiosos, esporte radical);  Agropecuária (cana de açúcar, carcinicultura, floricultura, pecuária leiteira, mandioca, avicultura, fruticultura irrigada, culturas de vazante, cajucultura);  Indústria (têxtil, confecções, bebidas, álcool, açúcar, movelaria, construção civil, cerâmica, casa de farinha);  Mineral (água mineral, argila);  Comercial (atacadista, varejista, supermercados).

VII - Região do Seridó A Região do Seridó é formada pela união de 28 municípios.

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MAPA 13: REGIÃO DO SERIDÓ

Fonte: SEPLAN.

Potencialidades: Ambiental  Biodiversidade;  Rede de açudes;  Otimização das áreas irrigáveis do Seridó;  Gerenciamento dos recursos hídricos;  Solos férteis;  Manejo florestal da caatinga;  Modificação do balanço energético;  Recursos minerais;  Aproveitamento do lixo urbano;  Participação social e preservação ambiental.

Tecnológica  Base de recursos humanos;  Disponibilidade de núcleos de recursos humanos, capacitados a nível de mestrado e doutorado;  Existência de cultura pautada por inovações;  Campo para a interação dos esforços de C&T e meio ambiente; 34

 Demanda social pela expansão da capacidade tecnológica.

Econômica  Presença na região da segunda bacia leiteira do Estado;  Dinamismo e diversidade da base econômica urbana local;  Potencial para expansão de diversas atividades e sua cadeia produtiva;  Conceito positivo entre os consumidores da "marca SERIDÓ";  Tradição comercial da região;  Riqueza mineral;  Relativamente boa base educacional;  Melhoria da capacidade tecnológica;  Existência de uma base inicial de cooperativas;

Sociocultural  Os avanços ocorridos na oferta de alguns serviços;  A existência de um programa abrangente de redução do déficit de moradia; Político-institucional  Envolvimento da Sociedade;  Nível de Organização Comunitária;  Alterações Positivas no Sistema Municipal de Governo;  Organização da Produção;  Aparato Institucional de Apoio Técnico;

Segmentos Dinâmicos da Economia Regional  Turismo (ecoturismo, serrano rural, negócios, eventos, caverna);  Agropecuária (pecuária leiteira e de corte, piscicultura, mandioca, cajucultura, caprinocultura, culturas de vazante);  Indústria (confecções, cerâmica, laticínios, sapatos, indústria artesanal, pedra, couro, madeira);  Mineral (feldspato, caulim, ferro, tungstênio);  Comercial (atacadista, varejista, supermercados).

VIII - Região do Vale do Assú A Região do Vale do Assú é formada pela união de 11 municípios.

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MAPA 14: REGIÃO VALE DO AÇU

Fonte: SEPLAN

Potencialidades:  Disponibilidade de água superficial e subterrânea;  Condições climáticas e geográficas favoráveis;  Indústria salineira;  Eventos socioculturais e religiosos;  Agricultura familiar em expansão;  Ambientes com potencial turístico e econômico;  Existência de organizações sociais;  Recursos humanos disponíveis;  Indústria petrolífera;  Instituições de ensino superior e de formação técnica;  Agroindústria.

Segmentos Dinâmicos da Economia Regional:  Turismo (sol e mar, ecoturismo);  Agropecuária (fruticultura irrigada: melão, manga, melancia e banana; piscicultura e carcinicultura);  Indústria (cerâmica agroindústria: frutas e laticínios; mármore, salineira, petrolífera, termoelétrica);

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 Mineral (petróleo, gás, calcário, sal, argila); Comercial (varejista);

MAPA 15: MESOREGIÕES DO RN

Fonte: IDEMA.

As microrregiões do RN são: Agreste Potiguar, Angicos, Baixa Verde, Borborema Potiguar, Chapada do Apodi, Litoral Sul, Mossoró, Pau dos Ferros, Serra de Santana, Serra de São Miguel e Umarizal.

2.1.2 Vegetação e Ecossistemas Estaduais

As formações vegetais estão diretamente relacionadas aos fatores climáticos, ao tipo de solo e ao relevo. No Rio Grande do Norte, essas formações vegetais determinam sete ambientes ecológicos, também denominados de ecossistemas, os quais são: Caatinga, Mata Atlântica, Cerrado, Floresta das Serras, Floresta Ciliar de Carnaúba, Vegetação das Praias e Dunas e os Manguezais. Ao longo dos séculos as formações vegetais que caracterizavam o Rio Grande do Norte foram vítimas de muitas agressões. A cobertura vegetal primitiva foi quase toda destruída. O que hoje existe é uma vegetação secundária, apresentando um porte bastante inferior em relação ao passado.

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I - A Caatinga palavra de origem indígena significa “mato branco” (tupi) ou seridó (cariri), refere-se à aparência da vegetação no período seco. Existem outras denominações populares – carrasco, sertão etc. É a vegetação que caracteriza o semi- árido norte-riograndense, com uma predominância de 80% da cobertura vegetal no Estado. O clima Semi-Árido ou Semi-Árido Rigoroso que prevalece na maior parte do território estadual é associado a uma constituição predominante de solos pedregosos: Litólicos Eutróficos e os Brunos não cálcicos são elementos definidores da flora da caatinga. Esses solos são rasos, bem drenados, situados em relevo plano a ondulado, originados a partir de diversas rochas, como os calcários, granitos e migmatitos como representa o mapa da geologia potiguar. A terra pedregosa, calcinada por sucessivos dias de sol forte e pela ausência ou escassez de chuvas, gera arbustos ou pequenas árvores. Nos raros períodos de chuva, aparece alguma folhagem, que logo cai durante a longa estação seca. Nestas condições climáticas a oferta d’água é sempre crítica, já que os rios ou riachos presentes nesse ecossistema, de acordo com o mapa de bacias hidrográficas, são temporários, estando secos na maior parte do ano. A Caatinga está representada no Rio Grande do Norte por duas formações: a Caatinga Hipoxerófila ou arbustiva arbórea e a Caatinga Hiperxerófila ou arbustiva. A Caatinga Hipoxerófila é formada predominantemente por árvores e arbustos. Essa vegetação perde as suas folhas e torna-se ressequida na época seca. Sem as folhas, as plantas não perdem água por transpiração e não fazem fotossíntese, reduzindo o metabolismo; esse fenômeno é chamado de estivação. Estão localizadas predominantemente no Agreste do Estado, em áreas de clima Sub-úmido seco e Semiárido. A Caatinga Hiperxerófila trata-se de uma formação vegetal resistente a grandes períodos de estiagem, é um tipo de vegetação mais seca, rala, de porte baixo, de solo pedregoso, raso e pouco fértil. Ela também se caracteriza por sua grande capacidade de adaptação à falta de água (ou xerofitismo) através de diferentes estratégias. São plantas quase todas espinhosas (bromeliáceas e cactáceas) a justificarem a roupa de couro que no passado os vaqueiros vestiam para arrebanhar o gado nas trilhas abertas na caatinga. Essa formação vegetal encontra-se nas áreas de clima Semi-árido e Semi-árido Rigoroso, localizadas de acordo com o mapa de clima do Rio Grande do Norte, portanto nas áreas mais quentes e secas do semi-árido norte-rio-grandense. A estação chuvosa, também chamada de inverno, não é a estação fria, mas é menos quente do que o verão. O nordestino usa a palavra inverno não para indicar estação fria, de baixas temperaturas, mas para designar o período das chuvas. No período seco a vegetação da Caatinga torna- se ressequida. Algumas plantas como a barriguda, o xique-xique, a palmatória-de-

38 espinhos e as coroas de frades retêm água em seus tecidos por mais tempo que outras. São mecanismos de suas estruturas para acumular água, servindo de sustento para o gado e o homem. As suas raízes profundas são uma forma de buscar água no solo. As espécies vegetais mais comuns são: o pereiro, o juazeiro, a catingueira, a jurema-preta, o marmeleiro, o xique-xique, a macambira, entre outras. Quanto à Fauna, é composta principalmente por animais de pequeno porte e adaptados às condições locais, como o tatu-verdadeiro, o peba, o preá e o mocó. Na Caatinga ainda vive o primata sagüi-do-nordeste, e um cervídeo, o veado-catingueiro (atualmente em processo de extinção). A utilização de queimadas para limpar áreas destinadas a roçados, bem como o aproveitamento da madeira na construção civil, nos fornos das cerâmicas, olarias e padarias, na produção do carvão vegetal e na construção de cercas, vem contribuindo para o desaparecimento progressivo da vegetação da Caatinga. Os desmatamentos talvez sejam hoje o problema ambiental de maior gravidade no Estado. II - A Mata Atlântica é um ecossistema formado pelo conjunto de vegetais e animais que se estende ao longo de toda a costa brasileira, do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, avançando pelo interior, ocupando os Estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. No Rio Grande do Norte essa mata originalmente estendia-se pela costa litorânea, de Baía Formosa até Ceará- Mirim/Maxaranguape, hoje estando restrita numa faixa do Litoral Leste do Estado, a pequenos fragmentos em decorrência do intenso desmatamento, historicamente para o cultivo da cana-de-açúcar, mas também para a construção civil, para a indústria de móveis e pela expansão das cidades litorâneas. São florestas perenifólias, e sua ocorrência está ligada à pluviosidade e à umidade que condicionam a uma formação vegetal de maior porte e densidade, possibilitando uma variedade de espécies pertencentes a várias formas biológicas e extratos, dos quais os inferiores dependem do extrato superior. No Rio Grande do Norte, em 1500, época do descobrimento do Brasil, a área da mata original era aproximadamente de 3.000 Km², 6% da área total do Estado. As primeiras referências sobre a Mata Atlântica brasileira estão na carta de Pero Vaz de Caminha escrita ao El-Rei de Portugal, ao descrever os nativos chamados pelos portugueses de índios. A sua destruição vem ocorrendo desde o período colonial com a extração do pau- brasil e em seguida, para dar lugar ao cultivo da cana-de-açúcar, coco, caju, bem como a urbanização, construção de estradas, indústrias e a prática do turismo predatório. Ainda assim, podemos notar a sua fisionomia exuberante em alguns trechos, no sul da Bahia,

39 norte do Espírito Santo e na Serra do Mar. Dos 3.000 Km² de florestas primitivas no Rio Grande do Norte, restam atualmente cerca de 840 Km² de remanescentes florestais, distribuídos geralmente em pequenos fragmentos em diferentes áreas. Um dos mais extensos fragmentos de Mata Atlântica do Rio Grande do Norte é a Mata da Estrela, localizada no município de Baía Formosa. Trata-se de uma reserva particular do patrimônio natural, contando com cerca de 2.040 hectares de florestas. Em Natal, temos a área de preservação ambiental Parque das Dunas, conhecido também como Bosque dos Namorados, que foi criado em 1977 através do decreto estadual nº 7.237 de 22 de Novembro de 1977, sendo a primeira Unidade de Conservação implantada no Rio Grande do Norte. Outras áreas estão protegidas em parques ou reservas, particulares ou públicas. A Mata Atlântica se constitui num dos ecossistemas de maior diversidade biológica do planeta, pois abriga uma flora e fauna autóctones, com espécies raras, endêmicas, ou seja, que não podem ser encontradas em nenhuma outra parte e muitas delas em processo de extinção. Destacamos das espécies arbóreas de maior porte: Pau- brasil, Jatobá, Sucupira, Maçaranduba, Gameleira, Sapucaia, Pau-ferro, Peroba e a Amescla, além das orquídeas e trepadeiras. Quanto à fauna podemos encontrar mamíferos como o timbu, o gato-maracajá-de-manchas-pequenas e o macaco guariba; aves, como a Choca barrada, o Beija-flor, o Aracuá e o raro pássaro Pintor verdadeiro; répteis, o Bico-doce e o Tejuaçu, além de uma riqueza de insetos herbívoros, aranhas arbo-rícolas e entre as formigas destaca-se a Tocandira, uma das maiores do mundo e encontrada no Parque Estadual das Dunas de Natal. A preservação desse ecossistema se deve à sua importância ambiental, que envolve: regulação e o fluxo dos mananciais hídricos assegura a fertilidade do solo, controla o clima das cidades e protege as encostas das serras e dunas da erosão. III - Os Cerrados são conhecidos regionalmente também como “tabuleiros” ou “tabuleiros costeiros ou litorâneos”. Os aspectos fisionômicos característico são de árvores tortuosas, esparsas, e intercaladas por um manto inferior de gramíneas e principalmente a presença de dois extratos, um arbóreo-arbustivo, com elementos isolados ou em grupos formando ilhas de vegetação como a mangabeira, a lixeira, o cajueiro; e um herbáceo ralo e descontínuo, caracterizado basicamente por gramíneas (capim). O Cerrado ocupa os baixos platôs (tabuleiros) do Litoral Oriental, ocorrendo em manchas muitas vezes associadas com vegetação de restinga e Caatinga. As áreas mais extensas dessa vegetação podem ser encontradas na porção sudeste do Rio Grande do

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Norte, em Canguaretama, Baía Formosa, Tibau do Sul e Pedro Velho e também na porção nordeste, próximo a Touros. Sua devastação vem se dando principalmente para o suprimento de lenha às cidades próximas e também para dar lugar às monoculturas da cana-de-açúcar, coco, caju e à expansão urbana, de maneira que poucas são as áreas originais de Cerrado no Rio Grande do Norte. IV - As Serras são terrenos elevados com fortes desníveis, esse ambiente apresenta um ecossistema bastante diversificado, caracterizado pela Floresta das Serras, também chamada brejos de altitude. É composta de vegetais de grande porte. Desenvolve-se no Rio Grande do Norte nas partes mais altas das serras de topo plano, como as Serras de João do Vale, Santana, Martins, São Miguel e Luiz Gomes, e também numa estreita faixa entre a zona úmida e o Agreste do Estado, na região denominada de Borborema Potiguar. As regiões serranas podem ser facilmente localizadas no Mapa 16 de relevo do Rio Grande do Norte a seguir.

MAPA 16: RELEVO DO RIO GRANDE DO NORTE

Fonte: IDEMA.

A sua flora está fortemente relacionada ao tipo de clima e ao relevo, podendo ser típicas de Caatinga arbórea no Sertão, com predominância de Pereiros, Marmeleiros e Aroeiras ou ainda caracterizadas por formações associadas à Mata Atlântica, como os brejos de altitude nas serras úmidas do Rio Grande do Norte, com predominância das

41 espécies Mulungu, Sabiá e Jatobá. Dessa forma percebe-se uma relação direta do porte e das características desse tipo de vegetação com os diferentes tipos de climas apresentados no mapa de clima potiguar. Quanto à fauna, é composta por inúmeras espécies de aves, como o Galo-de-campina, o Gavião pé-de-serra, o Concriz, as Rolinhas e os Juritis. Em face da ação antrópica está reduzida em quase sua totalidade, pela extração da madeira para obtenção da lenha ou ainda pela agricultura de subsistência. V - A Floresta Ciliar de Carnaúba , também chamada de mata de galeria, é um domínio vegetal formado pela palmeira carnaúba. Ocorrem nas baixadas mais úmidas e nas várzeas dos rios Apodi-Mossoró e Piranhas-Açu. Envolvem árvores de grande porte, isoladas ou agrupadas e entremeadas por uma vegetação herbácea não muito densa, ocorrendo sobre solos arenosos num relevo de plano a suave ondulado. Pode ocorrer também em pequenas várzeas da zona úmida costeira oriental. É um tipo de vegetação que se adapta bem aos solos de várzea, mesmo aqueles salinos, daí sua destruição para aproveitamento de áreas para a produção de sal, dada sua localização nas várzeas terminais ou nos estuários. Essa formação vegetal é derrubada também para a extração de madeira. Vale ressaltar que uma quantidade expressiva dessa mata de carnaúbas foi submersa com a construção da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, nas várzeas dos rios Piranhas-Açu. VI - As Dunas são um ecossistema frágil diante das ações modificadoras impostas pelos homens, comprometendo o equilíbrio ecológico e uma função importante para as populações desses espaços, que é a recarga das águas subterrâneas. É constituída pela acumulação de areias, denominadas Quartzosas Distróficas Marinhas, depositadas pela ação dos ventos provenientes dos solos desestruturados, classificados no mapa de solos do Rio Grande do Norte. A cobertura vegetal que se fixa nas dunas, as Vegetações das Praias e Dunas são essencialmente rasteiras, resistentes às condições ambientais: umidade, nutrientes escassos e evaporação intensa. As plantas mais conhecidas são o Bredo de Praia, a Salsa- Roxa e a Ameixa. À medida que se afasta da praia, subindo as dunas, a vegetação aumenta de porte, surgindo arbustos que às vezes formam matas fechadas ou de pouca densidade, como exemplo o Guajiru, espécie bastante comum. Sua localização se estende ao longo de toda a costa, de Baía Formosa, no Litoral Oriental até Tibau no Litoral Norte. Os principais impactos sobre essa vegetação estão intimamente relacionados à urbanização com a retirada da cobertura vegetal, desestabilizando as dunas, provocando o assoreamento de rios, riachos e lagoas. VII - Os Manguezais são um ecossistema costeiro composto por vegetais essencialmente arbóreos, e ocorrem na zona de transição entre os ambientes terrestres

42 e marinhos. Característicos de regiões tropicais e subtropicais da terra estão sujeitos ao regime das marés. Os solos são salinos e ricos em matéria orgânica. O Manguezal ocorre nas margens de baías, enseadas, barras, desembocaduras de rios, lagunas e reentrâncias costeiras, onde haja encontro das águas dos rios e do mar, ou diretamente exposto à linha da costa. A cobertura vegetal, ao contrário do que acontece nas praias arenosas e nas dunas, instala-se em substratos de formação recente, de pequena declividade, sendo inundados alternadamente por água salgada e por água doce. As espécies mais encontradas são o mangue manso, mangue ratinho e o mangue vermelho ou sapateiro. A riqueza biológica desse ecossistema costeiro faz com que essas áreas sejam os grandes “berçários” naturais de várias espécies de organismos marinhos.

MAPA 17: VEGETAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE

Fonte: IDEMA .

A fauna é composta principalmente de caranguejos e ostras, além de camarões, siris e moluscos. Peixes, aves e outros animais migram para os manguezais apenas durante a época da reprodução, depositando ali seus ovos, e os filhotes permanecem no local até estarem desenvolvidos o suficiente para deixar o manguezal e completar seu ciclo de vida no mar. No Rio Grande do Norte, de acordo com o Mapa 17, os mais representativos manguezais estão distribuídos ao longo do Litoral Oriental: Curimataú/Cunhaú, Potengi, Ceará-Mirim, Nísia Floresta/Papeba/Guaraíra e ao longo do Litoral Norte: Apodi/Mossoró, Açu e Guamaré/Galinhos.

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Esses remanescentes apresentam-se em faixas estreitas e descontínuas, acompanhando paredões de salinas ou em bosques ribeirinhos pouco adensados. Apesar de protegidos por lei, os manguezais vêm sendo desmatados há muito tempo. A atividade salineira e a carcinicultura são os principais responsáveis pela sua destruição, respectivamente para a construção de cristalizadores e viveiros. Portanto, a situação de preservação dos manguezais é bastante conflitante, haja vista o setor econômico persistir em utilizar os solos indiscriminadamente para expansão de suas atividades. Os manguezais que ficam mais próximos das áreas urbanas são indevidamente utilizados como depósitos de lixo.

2.1.3 Clima

Segundo os autores do Atlas – Rio Grande do Norte – Estudo Geo-Histórico e Cultural, nos anos em que as chuvas caem com regularidade, como é o caso dos anos de 2006 e 2010 e levando-se em consideração entre os diversos fatores climáticos, apenas as médias anuais de precipitações e as isoietas por estas determinadas, o território do Rio Grande do Norte pode ser dividido em cinco tipos climáticos: I - Clima úmido é o clima de uma pequena área do litoral do Estado que vai do Município de Baía Formosa ao de Nísia Floresta, onde a média anual de chuvas fica acima de 1.200 milímetros. Esse clima, na classificação de KOPPEN, equivale ao tropical chuvoso, com verão seco e com a estação chuvosa prolongando-se até os meses de julho/agosto. II - Clima sub-úmido esse clima vai do litoral de Parnamirim/Natal até o litoral de Touros, abrange também trechos da região serrana de Luís Gomes, Martins, Portalegre e as partes mais elevadas da Serra João do Vale. As médias pluviométricas anuais situam- se entre 800 e 1.200 milímetros de chuvas. Equivale na CLASSIFICAÇÃO DE KOPPEN ao clima tropical chuvoso, com inverno seco e com a estação chuvosa prolongando-se até o mês de julho. III - Clima sub-úmido seco esse tipo de clima abrange áreas da Chapada do Apodi e das Serras de Santana, São Bernardo e Serra Negra do Norte. As médias de precipitação situam-se entre 600 e 800 milímetros de chuvas por ano. Na classificação de KOPPEN esse clima equivale à transição entre o Tropical Típico (Aw) e o Semi-árido (Bs). 1 IV - Clima semiárido esse clima abrange o Vale do Açu, parte do Seridó e do Sertão Central e o litoral que vai de São Miguel do Gostoso ao município de Areia Branca.

1 Classificação Climática de KOPPEN: Sistema de classificação climática global dos tipos climáticos mais utilizados na geografia, climatologia e ecologia, dividindo os climas em cinco grandes grupos e diversos tipos e subtipos. 44

Portanto, é o de maior abrangência no território estadual. Neste clima as médias de precipitação variam de 400 a600 milímetros de chuvas por ano. Na Classificação de KOPPEN equivale ao clima semi-árido (Bs). V - Clima semiárido intenso é o clima mais seco do Estado, pois a média anual fica em torno 400 de milímetros de chuvas. Esse tipo climático equivale na classificação de KOPPEN ao Clima-Árido (Bw) e abrangem os territórios municipais de Equador, Parelhas e Carnaúba dos Dantas no Seridó e São Tomé, Lajes, Pedro Avelino, Fernando Pedrosa, Angicos e Afonso Bezerra.

MAPA 18: CLIMA DO RIO GRANDE DO NORTE

Fonte: IDEMA.

2.2 Aspectos Urbanos

2.2.1 Planejamento Urbano

De forma geral, o espaço urbano materializa-se através das relações do homem com o meio, definindo áreas de usufruto diferenciado e com funções específicas, tais como: áreas comerciais e industriais, áreas residenciais e suas conexões com a estrutura social, de serviço, gestão e lazer, além de espaços destinados a reservas para futuras expansões espaciais ou à preservação ambiental. 45

Não diferentemente ocorre com o espaço urbano no Rio Grande do Norte. O extenso leque de atividades, a economia diversificada, a dinâmica populacional dentre outros fatores, são indicadores do crescimento e do desenvolvimento potiguar. Para tanto, são necessários instrumentos e órgãos de planejamento a fim de que o espaço seja ordenado de acordo com as necessidades econômicas e sociais. No Rio Grande do Norte, o papel das Secretarias de Estado é fundamental para se pensar e ordenar o cenário urbano. No âmbito da Administração Direta podemos citar: a Secretaria de Infraestrutura (SIN); Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH); Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças Públicas (SEPLAN); Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (SETHAS); Secretaria Extraordinária para assuntos relativos à Copa do Mundo de 2014 (SECOPA). Já na Administração Indireta podemos considerar o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN (IDEMA); Companhia de Águas e Esgotos do RN (CAERN); Companhia Estadual de Habitação e Desenvolvimento (CEHAB); Instituto de Gestão de Águas do RN (IGARN). Além disso, o Rio Grande do Norte conta com Legislações específicas acerca do tema. Deve-se citar como essencial o Plano Diretor de cada município, obrigatório para municípios com mais de 20 mil habitantes, integrantes de Região Metropolitana, em área de Interesse Turístico e municípios situados em áreas de influência de empreendimentos ou atividades de significativo impacto ambiental na região ou no país (de acordo com o artigo 41 da Lei 10.257/2001). Nesse aspecto ainda é necessário que muitos municípios avancem na elaboração de seu Plano Diretor, mesmo em casos que não sejam obrigatórios, a fim de evitar que o rápido desenvolvimento de alguns municípios do Estado se dê de forma desregrada e sem qualquer planejamento prévio. Em 2009 dos 167 municípios do RN apenas 30 possuíam o Plano Diretor. Desses 30, cinco municípios estavam revendo seu Plano. Além disso, 25 cidades estavam com o instrumento em fase de elaboração. O Quadro abaixo lista as cidades que possuíam Plano Diretor em 2009.

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QUADRO 2: MUNICÍPIOS QUE POSSUEM PLANO DIRETOR – RN

Açu Natal Apodi Nísia Floresta Areia Branca Nova Cruz Baraúna Parnamirim Caicó Santa Cruz Canguaretama Santo Antônio Ceará Mirim São Gonçalo do Amarante Currais Novos São José de Mipibu Extremoz São Miguel João Câmara São Miguel do Gostoso Jucurutu São Paulo do Potengi Macaíba Senador Georgino Avelino Maxaranguape Tibau Monte Alegre Tibau do Sul Mossoró Touros Fonte: IBGE, 2009.

QUADRO 3: MUNICÍPIOS DO RN – PLANO DIRETOR

Total de Municípios 167 Total de Municípios com Plano Diretor 30 Total de Municípios com Plano Diretor orientado pelas regras previstas nas normas 27 técnicas de acessibilidade para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida Total de Municípios em fase de revisão de Plano Diretor 5 Total de Municípios em fase de elaboração do Plano Diretor 25 Fonte: IBGE, 2009.

De acordo com o Perfil dos Municípios Brasileiros de 2012 (IBGE) o número de municípios com Plano Diretor subiu para 34. O número de cidades que possui o Plano Diretor em revisão são oito e 35 estão elaborando o Plano. O Estado do RN possui 167 cidades e apenas 34 possui Plano Diretor. Por ser o Plano Diretor uma obrigação em cidades onde o número de habitantes é igual ou superior a 20 mil habitantes e a maioria das cidades potiguar apresentarem um número inferior, os gestores se isentam dessa responsabilidade, o que reflete num espaço urbano desorganizado e precário de infraestrutura.

2.2.2 Transportes – Vias de Transportes

O aumento na quantidade de veículos tornou-se uma preocupação em todo o Brasil. No Rio Grande do Norte o crescimento se deu de forma tão rápida que não foi possível realizar um planejamento eficaz para que houvesse o crescimento da malha urbana. Como resultado, tem-se o caos no trânsito, estradas inapropriadas e, consequentemente, o crescimento no número de acidentes.

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Essa questão passou a ser alvo de políticas estaduais, tanto no tocante à melhoria da infraestrutura das estradas quanto à aderência do Governo Estadual à Campanha Trânsito na Paz. O crescimento do número de financiamentos de veículos no Estado é um dos grandes fatores que colaboram para o contexto. De acordo com o estudo realizado pelo Setor de Estatísticas do DETRAN, apresentado em janeiro de 2014, o número de veículos zero quilômetros emplacados no Estado, saltou de 65.078 no ano de 2008 para 75.647 em 2013. Conforme o estudo, desse total, 47.618 carros tiveram seus emplacamentos registrados no interior do Estado, enquanto 28.029 foram registrados na capital.

TABELA 1: DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE VEÍCULOS ZERO KM INCLUIDOS NA FROTA/2008-2013

Anos Estado Capital Interior ABS Variação % ABS Variação % ABS Variação % 2008 65.078 - 27.271 - 37.807 - 2009 60.305 - 7,3 26.080 - 4,4 34.225 - 9,5 2010 75.286 24,8 31.191 19,6 44.095 28,8 2011 72.960 - 3 19.406 - 37,8 53.556 21,5 2012 74.821 2,55 28.501 46,8 46.320 - 13,5 2013 75.647 1,1 28.029 - 1,66 47.618 2,8 Fonte: Setor de Estatística – DETRAN/RN, 2013.

O relatório do DETRAN também divulgou os dados da evolução da frota de veículos no ano de 2013 e o número de condutores habilitados no Estado. Conforme a Tabela 2, o estudo indica um aumento de 9,19% de 2012 para 2013, menor número registrado desde 2005, ano que o acompanhamento passou a ser realizado pelo órgão. Ainda segundo o relatório, o Estado do Rio Grande do Norte possui mais veículos do que condutores. Considerando o período de 2010 a 2013, a frota de veículos cresceu 29,99%, enquanto que a população potiguar cresceu 6,5%. Em números reais significa que temos 965.572 veículos e 642.948 condutores habilitados. O documento também enfatiza que o crescimento médio anual da frota de veículos no Estado do Rio Grande do Norte, nos últimos cinco anos, é de 10,5%. Observando o percentual acumulado nos anos de 2009 e 2013, tem-se aumento significativo de 48%, o que equivale a 312.552 veículos.

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TABELA 2: EVOLUÇÃO DA FROTA

Anos Estado Capital Interior Frota Variação % Frota Variação % Frota Variação % 2005 407.356 - 179.451 - 227.905 - 2009 456.918 - 195.122 8,73 261.796 14,87 2007 520.984 14,02 214.213 9,78 306.771 17,18 2008 587.411 12,75 235.553 9,96 351.858 14,7 2009 653.020 11,17 256.056 8,7 396.964 12,82 2010 731.501 12,02 279.499 9,16 542.002 13,86 2011 804.454 9,97 298.901 6,94 505.553 11,85 2012 884.239 9,92 315.023 5,39 569.216 12,59 2013 965.572 9,19 338.699 7,51 626.873 10,12 Fonte: Setor de Estatística – DETRAN/RN, 2013.

Em fevereiro de 2014 o DETRAN informa que a frota do Rio Grande do norte é composta por 972.264 veículos, estando 340.078 na capital e 632.186 nas demais cidades do Estado. A Tabela 3 disponibiliza o tipo de veículo e a quantidade.

TABELA 3: DISTRIBUIÇÃO DA FROTA DO RN SEGUNDO TIPO DE VEÍCULO

Tipo Estado % Natal % Demais cidades %

Automóvel 431.612 44,39 200.268 46,40 231.344 53,60 Caminhão 27.335 2,81 6.649 24,32 20.686 75,68 Caminhão Trator 2.697 0,28 738 27,36 1.959 72,64 Caminhonete 55.303 5,69 19.785 35,78 35.518 64,22 Camioneta 31.661 3,26 15.427 48.73 16.234 51,27 Ciclomotor 528 0,05 406 76,89 122 23,11 Microonibus 4.277 0,44 1.209 28,27 3.068 71,73 Motocicleta 343.227 35,30 76.737 22,36 266.490 77,64 Motoneta 46.508 4,78 4.600 9,89 41.908 90,11 Motor-casa 26 0,00 16 61,54 10 38,46 Onibus 5.892 0,61 2.465 41,84 3.427 58,16 Reboque 9.167 0,94 3.889 42,42 5.278 57,58 Semi-reboque 4.154 0,43 1.375 33,10 2.779 66,90 Side-car 42 0,00 25 59,52 17 40,48 Trator de Rodas 94 0,01 63 61,02 31 32,98 Trator Esteiras 9 0,00 9 100,00 0 0 Trator Misto 5 0,00 1 20,00 4 80,00 Triciclo 457 0,05 156 34,14 301 65,86 Utilitário 9.270 0,95 6.260 67,53 3.010 32,47 TOTAL 972.264 100,00 340.078 34,98 632.186 65,02 Fonte: Setor de Estatística/DETRAN-RN, 2013.

A visualização da Tabela acima nos permite concluir que o Rio Grande do Norte possui uma frota bastante diversificada. Os veículos mais utilizados são os automóveis

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(44,39%) e as motocicletas (35,30%). Alguns aspectos contribuem para a disseminação desses meios de transportes no Estado, entre eles, a redução do IPI, em vigor desde maio de 2012; Acesso ao emprego e o aumento da renda familiar; Financiamento de veículos, principalmente no interior; e o Crescimento rápido de várias cidades norte-rio- grandenses.

Malha Aérea

Em relação à malha aérea do Estado, o Rio Grande do Norte possui três opções de embarque e desembarque. O Aeroporto Internacional Augusto Severo, localizado no município de Parnamirim, 18 km da Capital Natal, realiza 32 voos diários e recebe vários voos internacionais, vindos de Portugal, Madrid, Estolcomo, Buenos Aires, Amsterdã, Londres e Milão. Nele circulam aproximadamente entre 2.446 e 3.463 usuários em desembarque e entre 2.205 e 3.787 usuários em embarques, segundo site da Infraero. Os números mostram uma quantidade superior de usuários que chegam ao Estado, possivelmente atraídos pelo potencial turístico e outros setores. O Aeroporto de São Gonçalo do Amarante que está em fase de construção, com previsão de conclusão para Março de 2014. A previsão de fluxo é de 6,2 milhões de passageiros por ano, com oito pontos de embarque, quarenta e cinco posições para check-in e um terminal de cargas de 2.700m². Seu custo total está orçado em 70 milhões de reais; e o Aeroporto Dix-sept Rosado que realiza voos domésticos e fica localizado na cidade de Mossoró, no interior do Estado.

Sistema Portuário

No que tange ao sistema portuário, o Rio Grande do Norte possui três portos. O Porto de Natal foi construído em 1932 e se destaca na exportação de frutas, que representa 30% da movimentação do terminal e recebe com regularidade navios para exportação de açúcar e importação de trigo. O Terminal Salineiro de Areia Branca, também conhecido como Porto-Ilha, responsável pelo escoamento de todo o sal produzido do Estado. E em terceiro, a Companhia Docas do Rio Grande do Norte - CODERN, empresa de economia mista, responsável pela administração dos Portos de Natal, Maceió e Areia Branca, vinculada ao Ministério dos Transportes.

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Sistema Ferroviário

O sistema ferroviário do Estado abrange apenas o município de Natal e algumas cidades da Região Metropolitana. A Superintendência de Trens Urbanos de Natal, criada em 1988, é a responsável por gerir o sistema. Atualmente a extensão da via ferroviária abrange cerca de 38,5 km na Linha Norte, que liga Natal a Ceará-Mirim, e 17,7 km na Linha Sul, que liga Natal a Parnamirim. Ao todo são realizadas 24 viagens diárias, 10 para a Linha Norte, onde se tem 12 estações e 14 para a Linha Sul, com 10 estações durante o trajeto. Ao todo oito mil passageiros são transportados durante o dia.

Transito

No que se refere aos acidentes de trânsito, o Rio Grande do Norte vem avançando em campanhas educativas e ações interventivas a fim de evitar acidentes e conscientizar a população. Mesmo assim, é necessária uma alerta para a quantidade de acidentes que ainda ocorrem por imprudência dos motoristas. O Setor de Estatísticas do Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN/RN contabilizou, no ano de 2013, um total de 20.167 mil acidentes, sendo 5.181 com vítimas, 783 acidentes com vítimas fatais e 14.986 sem vítimas. A Tabela 4 abaixo registra o número de acidentes de trânsitos com e/ou sem vítimas fatais no período de 2004 a 2013.

TABELA 4: ACIDENTES DE TRÂNSITO NO RN 2004 A 2013

ANO COM VITIMA SEM VITIMA COM VÍTIMA FATAL TOTAL 2004 2.696 8.764 429 11.889 2005 3.076 9.836 455 13.367 2006 3.230 10.328 485 14.043 2007 3.391 10.844 472 14.707 2008 3.561 11.386 463 15.410 2009 3810 11.885 501 16.196 2010 4.077 12.403 652 17.132 2011 4.362 12.941 717 18.020 2012 4.668 13.501 788 18.957 2013 5.181 14.986 783 20.167 Fonte: DETRAN – RN, 2013.

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GRÁFICO 1: ACIDENTES DE TRÂNSITO NO RN ENTRE 2004 A 2013

16000 14000 12000 10000 Sem vítima 8000 Com vítima 6000 Com vítima fatal 4000 2000 0 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Fonte: DETRAN/RN.

Apesar dos investimentos em campanhas educativas no trânsito por parte do Governo do Estado, a Tabela registrou um aumento no número de acidentes no período de 2011 a 2013. A esse fato podemos associar esse fato ao aumento na frota de veículos, a falta de infraestrutura nas estradas e a irresponsabilidade dos condutores.

Rodovias

A malha viária do Rio Grande do Norte é composta por rodovias federais e estaduais que interligam as principais cidades do Estado. O Mapa 19 apresenta as rodovias federais que cortam o Estado.

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MAPA 19: RODOVIAS FEDERAIS QUE CORTAM O ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

Fonte: Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT).

De acordo com dados da Pesquisa CNT de Rodovias (2013) da Confederação Nacional de Trânsito (CNT), dos 1.783 km de rodovias federais e estaduais analisados, 31,8% estão regular, 18,1% ruins, 7,7% em péssimo estado e 42,2% foram consideradas em boas e ótimas condições.

QUADRO 4: CLASSIFICAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS AVALIADAS EM KM – RN Estado Geral KM % Ótimo 45 2.5 Bom 711 39,9 Regular 567 31,8 Ruim 322 18,1 Péssimo 138 7,7 TOTAL 1.783 100 Fonte: Confederação Nacional de Trânsito – CNT.

A pesquisa também avaliou a qualidade das estradas, considerando o estado geral, pavimentação, sinalização e a geometria da via. Quanto ao pavimento a pesquisa considerou as disposições de pavimento com camadas flexíveis; a condição da superfície do pavimento; a velocidade devido ao pavimento (velocidade desenvolvida pelos veículos em função da condição da superfície do pavimento) e por fim, o pavimento do acostamento. Na sinalização foram observadas as sinalizações horizontais e verticais e disposição das placas e sua visibilidade durante 53 o trajeto. A análise da geometria procurou observar o tipo de rodovias (pista dupla ou simples); o perfil da rodovia (análise do relevo onde está a rodovia); curvas; pontes e viadutos e o acostamento. As condições apresentadas apontam para rodovias, em sua maioria, no seu estado ruim e regular. No tocante a pavimentação metade das rodovias estão regulares. Quanto à sinalização, item importante para a segurança, a maioria se encontra regular.

QUADRO 5: CLASSIFICAÇÃO POR VIA PESQUISADA/RN Rodovia Extensão - Estado Pavimento Sinalização Geometria Km Geral RN-023 33 Ruim Regular Ruim Péssimo RN-023/BR- 7 Ruim Péssimo Regular Péssimo 104 RN-079 32 Péssimo Ruim Péssimo Péssimo RN-117 61 Péssimo Regular Péssimo Péssimo RN-118 70 Ruim Regular Péssimo Péssimo RN-223 41 Péssimo Regular Péssimo Péssimo RN-405 21 Ruim Regular Péssimo Péssimo RNT- 21 Ruim Regular Péssimo Péssimo 104/BR-104 RNT- 4 Péssimo Ruim Péssimo Péssimo 110/BR-110 RNT- 40 Ruim Regular Ruim Péssimo 226/BR-226 BR-101 174 Regular Regular Regular Regular BR-104 39 Bom Bom Bom Regular BR-110 114 Regular Bom Regular Regular BR-226 374 Regular Bom Regular Ruim BR-304 320 Bom Ótimo Regular Regular BR-405 192 Regular Regular Regular Ruim BR-406 177 Regular Bom Regular Ruim BR-427 158 Bom Ótimo Bom Ruim Fonte: Confederação Nacional de Trânsito.

Os dados apresentados demonstram a necessidade de investimentos na infraestrutura de rodovias federais e estaduais no Rio Grande do Norte. As condições constatadas nas tabelas implicam inclusive para o aumento do número de acidentes nas estradas, o que somado à imprudência de alguns motoristas, reflete diretamente no setor de saúde, devido aos custos do acidentado para o Estado.

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Em 2011 o Estado do Rio Grande do Norte deu inicio a recuperação de alguns trechos dessas estradas. O Quadro 6 mostra a atual situação das rodovias distribuídas por Distrito.

QUADRO 6: SITUAÇÃO DAS RODOVIAS POR DISTRITO

RN/BR TRECHO SITUAÇÃO ATUAL 1° DISTRITO - MOSSORÓ 117 Entr. BR 304/Olho D’água do Borges Bom 233 Entr. BR 304/Paraú/Campo Grande/Caraubas/Entr. BR 405 Regular 405 Entr. BR 304/ Entr. BR 110/Upanema Regular 016 Entr. BR 304/Carnaubais Ruim S/N Entr. BR 110/Serra do Mel Bom 032 Entr. BR 110/Felipe Guerra Bom S/N Entr. BR 405/Solidade Bom S/N Entr. RN 013/Tibau/Grossos Regular 013 Entr. BR 304/Tibau Ótima 319 Entr. RN 013/BR 304/Div.RN/CE/Est. Melão Bom 012 Entr. RN 013/Gangorra/Grossos Regular 2° DISTRITO – CAICÓ S/N Parelhas/Barragem Boqueirão Regular S/N Entr. RN 118/Distr. Palma/Div. RN/PB Bom S/N Acari/Gargalheiras Bom S/N Entr. BR 226/Povoado Cruz Bom S/N Caicó/Perimetro Irrigado/Itans/Sabugi Regular 041 Currais Novos/Lagoa Nova Regular 042 Entr. BR 226/Cerro Corá Bom 081 Entr. RN 086 Santana Do Seridó/Div RN/PB Regular 083 Entr. RN 228 São Fernando Regular 084 Entr. RN 427 Timbauba dos Batistas Bom 086 Entr. BR 427 Parelhas/Equador/Div.RN/PB Bom 087 Florania/Tem Laurentino Cruz Regular 088 Jardim Do Seridó/Parelhas Regular/Ruim 089 Entr. BR 427 Ouro Branco/Div. RN/PB Regular/Bom 110 Entr. BR 427 Div.RN/PB S. Negra do Norte Bom 118 Caicó/Jucurutu Regular 118 Caicó/São João do Sabugi/Ipueira Div.RN/PB Regular 228 Entr. BR 427 J. de Piranhas Div. RN/PB Ruim 228 Caicó/S. José do Seridó/Cruzeta/Acari Regular/Ruim 288 Entr. BR 427 Carnauba dos Dantas Div.RN/PB Bom/Regular 226 Currais Novos/ São Vicente/Florania Bom/Regular 3° DISTRITO – JOÃO CÃMARA 404 Porto do Mangue/Ponta do Mel Regular 406 Galinhos Bom 401 Guamare Regular 309 Pureza/Tabuá Obras/Restauração 221 São Miguel do Gostoso Ótima 120 João Câmara/Bento Fernandes Regular 118 São Jose Regular 064 Punaú/Entroncamento Bom Estado 051 Poço Branco Regular 023 BR 406/Faz. São Pedro A Ser Restaurado 023 BR 101/Faz. São Pedro Regular 023 João Câmara/Jardim de Angicos Regular 221 Guamare/Macauzinho Regular Acesso Taipú BR 406 Necessita Manutenção 4° DISTRITO – NOVA CRUZ 101 Entr. RN 093/Lagoa D'anta Bom 55

002 Div. São José de Mipibú/Monte Alegre/Monte Alegre/Entr. RN 16 Regular 002 Entr. RN 160/Lagoa Salgada Bom 002 Lagoa Salgada/Córrego de São Mateus/Boa Saúde Bom 003 /Tibau do Sul/Pipa/Sibaúma Regular 003 Goianinha/Espírito Santo/Santo Antonio Regular 003 Santo Antonio/Entr. RN 093 Regular 023 Lajes Pintada/Entr. BR 226 Regular 023 Santa Cruz/Cel. Ezequiel/Jaçanã Regular 061 Entr BR 101/Arês/Patané Em execução/Tapa Buraco 062 Entr. BR 101/Baía Formosa Bom 091 Santa Cruz/São Bento do Trairi Ótimo 092 Santa Cruz/Japi Ótimo 093 Sítio Novo/Tangará Bom 093 Tangará/São J. de Campestre/P. e Fica/Div. RN-PB Em execução/Tapa Buraco 120 Div. S. Paulo do Potengi-Eloi de Souza/Entr. BR 226 Regular 120 Entr. BR 101/Boa Saúde/Serrinha/Santo Antonio Bom 120 Santo Antonio/Nova Cruz/Divisa RN-PB Bom 160 Brejinho/Entr. RN 317 Bom 160 Entr. RN 317/Passagem Ótimo 160 Entr.RN 003/Várzea Regular 160 Vera Cruz/Entr. RN 002 Regular 160 Entr. RN 002(Pagãos)/Lagoa de Pedras Bom S/N Lagoa de Pedras/Serrinha Regular 269 Entr. BR 101(Canguaretama)/Barra de Cunhaú Bom 269 Entr. BR 101/Pedro Velho/Montanhas/Nova Cruz Regular 269 Nova Cruz/Passa e Fica Regular 269 P. e Fica/S. de São Bento/Monte das Gameleiras Bom 316 Monte Alegre/Brejinho Regular 317 Entr. RN 160/Santo Antonio Bom S/N Espírito Santo/Jundiá Regular Acesso Entr. RN 120/Santa Luzia (Nova Cruz) Ótimo Acesso Entr. BR 226/Campo Redondo Bom 5° DISTRITO – NATAL 002 Entr. BR 101/Georgino Avelino Péssimo 021 Entr. BR 101/Rio do Fogo Bom 063 Entr. BR 101/ B.Tabatinga/Nisia Floresta Regular/Péssimo 064 Ceara Mirim/Touros Regular 064 Ceara Mirim/Entr. BR 304 Regular 120 Entr. BR 304/ São Paulo do Potengi Regular/Péssimo 160 Caraubas/ Maxaranguape/Entr. BR 101 Bom 160 Entr. BR 101/Coqueiros/Entr. BR 101 Péssimo 160 Entr. BR 101/Extremoz/Entr. BR 101 Bom 160 Entr. BR 406/ ão Gonçalo/Macaiba Regular/Bom 160 Entr. BR 304/ Vera Cruz Bom 203 Entr. BR 226/São Pedro/Barcelona Bom 301 Via Costeira Bom 302 Av. Joao Medeiros Bom 303 Redinha/Santa Rita Regular 304 Entr. RN 302/ Genipabu Bom 305 Entr. BR 101/Pitangui Bom 306 Entr. RN 305/Graçandu Bom 309 Entr. RN 064/Tabuá Bom 312 Igreja Nova/Macaiba Regular 313 Entr. RN 063(Pium)/Entr. BR 101 Bom 315 Vera Cruz/ Cobé/Entr. RN 316 Bom 316 Entr. BR 101/Monte Alegre Bom 317 Entr. Br 101/Brejinho Regular Acesso Ceara Mirim/Capela/Matas Regular Acesso Ceara Mirim/Coqueiros Regular Acesso Entr. RN 064/Ielmo Marinho Regular 56

Acesso Entr. Av. Maria Lacerda/Entr. RN 313 Bom Acesso Entr. BR 101/Lagoa do Bonfim Bom Acesso Av. Ayrton Senna Bom Acesso Entr. RN 063(B.Tabatinga)/Barreta Regular Acesso Av. Gastão Mariz Bom Acesso Av. Maria Lacerda Bom Acesso Parnamirim/Japecanga/Entr. RN 316 Bom Acesso Entr. BR 101/Zumbi Bom Acesso Entr.RN304(Genipabu)/Entr.BR101(Estivas) Regular Acesso Entr. BR 101/Maracajaú/Manoa Regular 6° DISTRITO – PAU DOS FERROS 031 Entr. BR 405/Severiano Melo Bom 071 Tab.Grande/Entr.BR 405 Bom 072 Umarizal/ Lucrecia Regular/Bom 072 Lucrecia/Entr. BR 226 Regular/Bom 073 Entr. BR 405/Riacho Santana Bom 074 Entr. RN 078/Rafael Godeiro Bom 074 Rafael Godeiro/Entr. BR 226 Bom 075 Pilões/Entr. RN 079 Bom 076 Entr. RN 117/Entr. RN 177 R.Cruz Bom 077 Div. RN/PB/ João Dias Regular 077 João Dias/Entr.BR 226 A. Martins Regular 078 Entr RN 117 Olho D'Agua/Entr. 074 Patu Regular 078 Entr. RN 226 Patu/Div. RN/PB Regular 079 Div. RN/PB/Alexandria Regular 079 Alexandria/ Entr. BR 405 Regular 079 Entr. BR 405/Água Nova Bom 079 Entr. RN 177/Dr Severiano Bom 177 Rodolfo Fernandes/Entr BR 405 Bom 177 Entr. BR 405 Itaú/Riacho da Cruz Bom 177 Riacho da Cruz/Viçosa Bom 177 Viçosa/ Portalegre Bom 177 Portalegre/Fco Dantas Bom 177 Fco Dantas/Pau dos Ferros Regular 177 Pau dos Ferros/ Encanto Regular 177 Encanto/São Miguel Regular 177 São Miguel/Cel. João Pessoa Bom 177 Cel. João Pessoa/Venha Ver Bom 177 Luiz Gomes/BR 405 Bom 501 Patu/Div RN/PB/Brejo Cruz Bom 177 Div. IDR/VIDR/ Olho D'Agua dos Borges Bom 177 Olho D'Agua dos Borges/Umarizal Bom 177 Umarizal/Martins Regular/bom 177 Antonio Martins/Alexandria Bom 177 Entr. RN 079/Ten. Ananias Bom 177 Ten. Ananias/Caiçara/Paraná Regular 177 Paraná/Entr. BR 405 Bom Acesso Barragem Pau dos Ferros Regular Acesso Açude Bonito Regular Acesso Açude Pau Branco Regular Acesso Div. RN/CE Regular Acesso Lig. Rn 177/ Rn 405 Pau dos Ferros Regular Acesso Municipio de Marcelino Vieira Regular 7° DISTRITO – SANTANA DOS MATOS 041 Entr.BR 304/Santana do Matos Regular 203 Santana do Matos-RN 041/Entr. RN 118 Bom 118 Entr. RN 203/ Entr. 263 São Rafael Regular 118 Entr. RN 263 São Rafael Regular 118 Entr. RN 263/BR 304 Regular 118 Entr. Rn 203/Entr. BR 226 Regular 57

263 Pedro Avelino/Afonso Bezerra Regular 263 Afonso Bezerra/Entr. RN406/407 Bom 263 Afonso Bezerra/Angicos Regular 263 Entr. Rn 406/407 Angicos Regular 263 Angicos/Entr. BR 304 Bom 129 Entr. RN263/Lajes Bom 129 Lajes/BR 304 Bom 118 BR 304/Itaja Regular 118 BR 304/Ipanguaçu Regular 118 Ipanguaçu/ Entr. RN 406 Regular 118 Alto do Rodrigues/Pendencias Ruim 118 Entr. RN 406/Ipanguaçu Ruim 118 Entr. RN 408/Entr. RN 406 Ruim 406 Entr. Rn 118/Entr. RN 407 Ótima 407 Entr. Rn 118/Entr. RN 406 Péssima 203 Entr. BR 104/Bodó Ruim 203 Entr.BR 104/Cerro Corá Regular 203 Entr. RN 093/ Entr. 023 São Tomé Regular 042 Entr. RN 203 Cerro Corá/Entr. RN 087 Regular 087 Entr. RN 041/Lagoa Nova Regular Acesso BR 304/Pedro Avelino Ruim Fonte: Departamento de Estradas e Rodagens/DER – 2014.

2.2.3 Saneamento Básico

Em 2008, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, divulgou os dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PSNB 2008). De acordo com o estudo os 167 municípios do Rio Grande do Norte possui acesso à rede geral de distribuição de água. Em 2000, esse número abrangia 159 cidades. Do número total de municípios, em apenas três a Prefeitura é a única executora. Já em 141 cidades outras entidades são as responsáveis pelo acesso e em 23, a responsabilidade é compartilhada entre Prefeitura e outras entidades. Apesar de 100% dos municípios do RN contarem com acesso à água tratada, quando se compara a abrangência da rede coletora de esgoto, esse bom indicador de saneamento básico empalidece. A PSNB 2000 constatou que apenas 52 cidades eram cobertas pela coleta de esgoto, em 2008 não houve um aumento significativo. Baseado na última de 2008, esse número aumentou para 59 municípios, apenas. Quanto ao manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais, todos os municípios tem acesso, conforme veremos mais detalhadamente.

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QUADRO 7: SANEAMENTO BÁSICO NO RN – 2000/2008

QUANTIDADE DE MUNICÍPIOS DO RN QUE POSSUEM SERVIÇO SERVIÇO 2000 2008 Rede Geral de Distribuição de Água 159 167 Rede Coletora de Esgoto 52 59 Manejo de Resíduos Sólidos 165 167 Manejo de Águas Pluviais 14 167 Fonte: Pesquisa Nacional de Saneamento Básico.

Em 2011, o Governo retomou várias obras paralisadas. A Estação de Tratamento do Baldo, em Natal, já funciona com mais de 50% da sua capacidade, seguindo o planejamento de operação gradual do projeto. Em 2013, o Governo do Estado, juntamente com o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca – DNOCS assinou o termo de compromisso para a construção da Barragem de Oiticica, em Jucurutu. A obra, orçada em R$ 311 milhões, se encontra com 16% de seu total concluído. As obras de saneamento nas praias de Pium, Pirangi e Cotovelo já se encontram concluídas. Assim como em Areia Branca, Assu, Nova Cruz, Parnamirim, Goianinha, Tibau do Sul e Currais Novos, onde as obras estão sendo executadas. O plano de trabalho da SEMARH prevê obras novas como a continuação e/ou conclusão de redes de saneamento nos municípios bem como as adutoras e outras obras de ampliação da oferta de água para consumo humano e uso em irrigação. Na área de abastecimento de água, há 21 obras em andamento ou em fase de contratação em municípios de todas as regiões do RN. Para Natal estão previstos, entre outros investimentos, a construção da nova adutora ETA-R8 e a substituição de parte da rede atual, na Zona Norte; ampliação do abastecimento no bairro Planalto; captação com a adutora do Rio Doce, na Zona Norte de Natal; e a elaboração Plano Diretor do Sistema de Abastecimento de Água.

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MAPA 20: REDE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO RIO GRANDE DO NORTE

Fonte: CAERN.

Fonte: CAERN.

Na área de esgotamento sanitário, há 38 projetos em andamento ou já em fase de contratação. Entre os municípios beneficiados, estão: Apodi, Areia Branca, Nova Cruz, Assu, Pau dos Ferros, Tibau do Sul e Pipa, Parnamirim (Pium, Cotovelo e Pirangi), Caicó (Conjunto Nova Caicó), Goianinha, Jardim de Piranhas, João Câmara, Mossoró (Alto de São Manoel; Substituição do Coletor tronco da Estação das Artes) e Natal (emissário de Candelária; esgotamento sanitário dos bairros de Mãe Luiza, Morro Branco, Redinha e Nova Descoberta).

Resíduos Sólidos

No tocante ao Manejo de Resíduos Sólidos, o Atlas do Saneamento Básico, publicado pelo IBGE em 2011, constata que, apesar do Nordeste seguir a tendência Nacional de ter o manejo de seus resíduos feitos em sua maioria por órgãos de natureza pública, Estados como Ceará, Pernambuco e o Rio Grande do Norte, apresentam percentuais muito baixos para esse grupo de empresa, respectivamente, 41,2%, 37,8% e 34,8%.

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MAPA 21: MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO RIO GRANDE DO NORTE

Fonte: IBGE.

Fonte: IBGE.

O Plano Estadual de Resíduos Sólidos Urbanos inclui várias ações, como por exemplo, a conclusão dos estudos técnicos para construção dos aterros sanitários do Seridó, Alto Oeste e Vale do Açu; a construção dos aterros sanitários de Caicó e Pau dos Ferros e a elaboração dos Planos Intermunicipais dos cinco Consórcios Regionais de Resíduos Sólidos do Estado, beneficiando todas as regiões do Estado, à exceção da cidade de Mossoró e da Região Metropolitana de Natal que já são atendidos por aterros. Quanto aos consórcios, podemos identificar a participação 124 municípios, conforme o Quadro 8 abaixo.

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QUADRO 8: CONSÓRCIOS PÚBLICOS REGIONAIS DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO RN

Agreste Alto Oeste Assu Seridó Municípios Municípios Municípios Municípios Arez Água Nova Afonso Bezerra Acarí Bahia Formosa Alexandria Alto do Rodrigues Bodó Boa Saúde Almino Afonso Angicos Caicó Bom Jesus Antonio Martins Areia Branca Carnaúba dos Dantas Brejinho Apodi Assu Cerro-Corá Canguaretama Campo Grande Baraúna Cruzeta Espírito Santo Caraúbas Carnaubais Currais Novos Goianinha Coronel João Pessoa Fernando Pedroza Equador Jundiá Doutor Severiano Grossos Florânea Lagoa de Pedras Encanto Guamaré Ipueira Lagoa de Velhos Felipe Guerra Ipanguaçu Jardim de Piranhas Lagoa Salgada Francisco Dantas Itajá Jardim do Seridó Montanhas Frutuoso Gomes Lajes Jucurutu Monte Alegre Dix-Sept Rosado Macau Lagoa Nova Nísia Floresta Itaú Paraú Ouro Branco Nova Cruz Janduís Pedra Preta Parelhas Passa e Fica João Dias Pedro Avelino Santana do Seridó Passagem José da Penha Pendências São Fernando Pedro Velho Lucrécia Porto do Mangue São João do Sabugi Riachuelo Luis Gomes Santana dos Matos São José do Seridó Santo Antonio Major Sales São Rafel São Vicente São José do Mipibu Marcelino Vieira Serra do Mel Serra Negra do Norte São Paulo do Potengi Martins Tibau Tenente Laurentino Cruz São Pedro Messias Targino Timbaúba dos Batistas São Tomé Olho D’água dos Borges Triunfo Potiguar Senador Elói de Souza Paraná Senador Georgino Patu Serrinha Pau dos Ferros Tibau do Sul Pilões Várzea Portalegre Vera Cruz Rafael Fernandes Vila Flor Rafael Godeiro Riacho da Cruz Riacho de Santana Rodolfo Fernandes São Francisco do Oeste São Miguel Serrinha dos Pintos Severiano Melo Taboleiro Grande Tenente Ananias Umarizal Venha Ver Viçosa Fonte: SEMARH.

Manejo de águas Pluviais

No tocante ao Manejo de Águas Pluviais, o Mapa abaixo, apresentado pelo IBGE no Atlas do Saneamento 2011, resume a situação do Estado do Rio Grande do Norte,

62 demonstrando que existem áreas em que as condições de drenagem ainda precisam de investimentos.

MAPA 22: MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS DO RIO GRANDE DO NORTE

Fonte: IBGE.

Rede Coletora de Esgoto

Apenas 59 municípios possuem acesso à rede de coleta de esgoto. Um número bastante reduzido diante da quantidade total de municípios do RN, 167. O escoamento de esgoto nas ruas e em praias, no caso das cidades litorâneas, agravam os índices de doenças e deixam impróprias as águas dos mares, a exemplo, a paia de Areia Preta, em Natal.

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MAPA 23: REDE COLETORA DE ESGOTO DO RIO GRANDE DO NORTE

Fonte: IBGE.

2.2.4 Comunicação

Internet e Telefonia

No tocante ao serviço de telefonia, dados do IBGE (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD) apontam que em 2009, 59,2% da população do Estado, com 10 anos ou mais de idade possuíam telefone celular para uso pessoal, enquanto em 2012, esse percentual foi de 71,6%. Já com relação ao acesso a internet, em 2012, 62,2% da população não utilizava a internet por não ter acesso a um micro computador. A Tabela 5 abaixo, com dados do IBGE, permite que seja feito um panorama geral do acesso a telefone e a internet no Rio Grande do Norte nos períodos 2009 e 2012.

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TABELA 5: PERCENTUAL DE DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES COM ACESSO A COMPUTADORES, INTERNET E TELEFONES (%)

EXISTÊNCIA DE MICROCOMPUTADOR, ACESSO À RIO GRANDE DO NORTE 2009 INTERNET E TIPO DE TELEFONE - 2012

Total 100 100 Possuíam Microcomputador 20,8 37,8 Possuíam Microcomputador com acesso à internet 15,17 32,1 Não Possuíam Microcomputador 79,2 62,2 Possuíam Telefone 79,9 92,2 Possuíam somente telefone Celular 59,2 71,6 Possuíam somente telefone fixo convencional 2,33 0,5 Possuíam telefone celular e fixo convencional 18,36 20,2 Não Possuíam Telefone 20,1 7,8 Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 2012.

Por meio de uma breve análise percebe-se que no Rio Grande do Norte, entre 2009 e 2012, diminuiu o percentual de domicílios particulares que não tinham microcomputador, embora se considere que o número apresentado ainda representa um percentual elevado. No mesmo período, aumentou o percentual de domicílios com microcomputador incluindo o acesso a internet, que foi de 20,8% para 37,8%. Com relação à telefonia, diminuiu o percentual dos domicílios sem telefone (em 2009, 20,10% e 2012, 7,8%), aumento do percentual dos domicílios que tinham apenas celulares (em 2009, 59,20%, e 2012, 71,6%), e diminuição do percentual dos que tinham somente fixo convencional .

2.2.5 Energia

Elétrica – Consumo Residencial O consumo residencial de Energia Elétrica no Rio Grande do Norte obteve um aumento significativo entre os anos de 2001 a 2010. Tal realidade pode ser explicada por diversos motivos, dentre eles as altas temperaturas e as fortes chuvas, o que aumenta a utilização de aparelhos de refrigeração, além da utilização cada vez maior de eletrodomésticos em geral. A Tabela 6 abaixo, elaborada com dados fornecidos pelo Ministério de Minas e Energia no Balanço Energético Nacional (2011), demonstra a evolução nos níveis de consumo de eletricidade no Brasil e no Rio Grande do Norte, de 2001 a 2010.

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TABELA 6: COMPARAÇÃO DOS NÍVEIS DE CONSUMO RESIDENCIAL DE ELETRICIDADE (EM GWh) ENTRE O BRASIL E O RN

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 BR 73.621 72.661 76.144 78.577 83.193 85.810 90.881 95.585 101.779 108.457 RN 768 756 850 898 951 1.063 1.138 1.198 1.312 1.468 Fonte: Balanço Energético Nacional, 2010.

Energia Eólica

Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte - SEDEC, o Brasil, em janeiro de 2012, possuía 1.509 GW instalados, ocupando a 11ª colocação mundial em capacidade instalada. Diante dessa realidade e dos investimentos no setor, o Parque Eólico Nacional cresce a passos largos. Acompanhando esse crescimento nacional, o Estado do Rio Grande do Norte vem se destacando, em razão das boas condições naturais, como força e intensidade dos ventos. Em 2001, o RN possuía três parques eólicos localizados em Rio do Fogo, gerando 49MW, em Guamaré com 51 mw e Macau com 1,8 mw. Atualmente o Estado potiguar conta com 15 usinas eólicas em operação, com capacidade total de 426, 45 mw de potência. O Quadro abaixo lista as usinas eólicas instaladas no Estado, evidenciando a capacidade individual de cada usina, bem como sua localização.

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QUADRO 9: USINAS EÓLICAS EM OPERAÇÃO NO RN CAPACIDADE USINA LOCALIZAÇÃO INVESTIDOR (MW) RN 15 – Rio do Fogo 49,3 Rio do Fogo Iberdrola New Energy Options Geração de Energia - Alegria I 51 Guamaré Multiner

New Energy Options Geração de Energia - Alegria II 100,65 Guamaré Multiner

Macau 1,8 Macau Petrobras Aratuá I 14,4 Guamaré Bioenergy Mangue Seco 1 26 Guamaré Petrobras Mangue Seco 2 26 Guamaré Petrobras Mangue Seco 3 26 Guamaré Petrobras Mangue Seco 5 26 Guamaré Petrobras Cabeço Preto 19,8 João Cãmara Gestamp Cabeço Preto IV 19,8 João Câmara Gestamp Miassaba II 14,4 Guamaré Bioenergy Mel 02 20 Areia Branca Força Eólica do Brasil (Neoenérgia e Iberdrola) Arizona I 28 Rio do Fogo Força Eólica do Brasil (Neoenérgia e Iberdrola) SD Comércio Alimentação 3,3 Tibau SD Comércio de Alimentação e Serviços e Serviços TOTAL 426,45 Fonte: SEDEC, 2013.

Os Leilões de energia eólica no Brasil começaram a ser implantados em 2005, com o objetivo de, a partir de processos licitatórios, contratar empresas para comercializar energia elétrica em ambientes regulados. Desde então, vários leilões tutelaram a produção de energia eólica por meio de empresas nacionais e estrangeiras. Em dezembro de 2013, o Rio Grande do Norte foi o segundo maior vendedor de energia eólica no Leilão A-5, realizado pelo Governo Federal. Segundo reportagem do Jornal Tribuna do Norte, o volume contrato representa um total de 25 projetos eólicos, gerando cerca de 680 mw. De acordo com dados disponibilizados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do RN – SEDEC podemos conhecer os resultados acumulados dos leilões, até dezembro de 2013.

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QUADRO 10: RESULTADO DOS LEILÕES ACUMULADO ATÉ DEZEMBRO 2013 – RN

2° LEILÃO (2009) A-3 13° LEILÃO (2011) A-5 Capacidade 12 321,8 Projeto (MW) 15° LEILÃO (2012) A-5 23 657 0 0 2° LEILÃO (2010) A-3 5° LEILÃO (2013) A-3 30 817,4 7 132 3° LEILÃO (2010) A-3 17° LEILÃO (2013) A-3 9 247 0 0 4° LEILÃO (2011) A-3 18° LEILÃO (2013) A-5 15 405,4 25 684,7 12° LEILÃO (2011) A-3 2 52,8 Fonte: SEDEC, 2013

De acordo com o Presidente do Centro Natural de Estratégias em Recursos Naturais e Energia do Rio Grande do Norte – CERN, Jean-Paul Prates, a partir de todos os investimentos no setor, o Estado deixa de ser final de linha para ser provedor regional de energia e com isso vai desafogar o sistema de rede de transmissão, com aproximadamente 70% de seu potencial eólico. Além de todos esses investimentos, para melhor aproveitar o potencial eólico potiguar, o Governo do Estado do Rio Grande do Norte, por meio da SEDEC; FAPERN e IDEMA, os Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação; da Educação e de Minas e Energia, CTGAS, UFRN, UFERSA, UERN, IFRN, Universidade Potiguar, FIERN, SEBRAE e empreendedores em energia eólica e instituições empresariais conveniadas, pretendem estruturar o Instituto de Tecnologia em Energias Renováveis - ITERN, para formar profissionais em energia eólica e energia solar.

2.3Aspectos Ambientais

2.3.1 Unidades de Conservação

Unidade de Conservação é o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, instituída legalmente pelo Poder Público, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção ambiental.

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2.3.2 Áreas de Proteção Ambiental no Rio Grande do Norte (APAS)

I - APA Bonfim Guaraíras – foi criada pelo Decreto Estadual nº 14.369 de 22 de março de 1999, com o objetivo de ordenar o uso e proteger os recursos naturais de uma área em que são realizadas diversas atividades impactantes como ocupação antrópica, cultivo de cana-de-açúcar e camarão. A APA está localizada nos municípios de Nísia Floresta, São José de Mipibu, Arês, Senador Georgino Avelino, Goianinha e Tibau do Sul, o que a insere dentro da principal rota dos turistas no Estado, o que torna ainda mais importante sua conservação. II - APA Genipabu foi instituída pelo Decreto Estadual n.º 12.620 de 17 de maio de 1995/ IDEMA-RN, estando localizada nos municípios de Natal e Extremoz. O objetivo principal é a conservação de espécies vegetais e animais; dunas; ecossistemas de Praias, Manguezal e Mata Atlântica, além dos recursos hídricos. III - APA dos Recifes de Corais foi instituída pelo Decreto nº 15.476, de 06 de Junho de 2001 e está localizada nos municípios de Maxaranguape, Rio do Fogo e Touros. Essa APA surgiu da necessidade de conservação da área diante do crescimento da atividade turística na área dos recifes de corais ou parrachos, a fim de compatibilizar a necessidade do desenvolvimento das atividades econômicas com conservação dos recursos naturais. IV - APA do Piriqui- criada por meio do Decreto nº 10.682, de 06 de junho de 1990 e ampliada pelo Decreto n° 22.182, de 22 de março de 2011, a APA do Piriqui-Una insere-se nos municípios de Pedro Velho, Canguaretama, Espírito Santo, Goianinha e Várzea. Essa APA tem o objetivo de conservar os recursos hídricos das bacias do Jacú, Catú e Curimataú, além de biomas Mata Atlântica e Caatinga. De acordo com o IDEMA, foi criada recentemente a Unidade de Conservação Morro do Careca, e outras Unidades de Conservação no Rio Grande do Norte estão em fase de criação: APA das Carnaúbas; APA Dunas do Rosado; Parque Estadual Mangues do Potengi; Parque Estadual do Jiqui e Cavernas - Região de Martins.

2.3.3 Zonas de Proteção Ambiental

Pode-se definir uma Zona de Proteção Ambiental (ZPA), de forma geral, como uma área de uso restrito em relação à ocupação do solo devido às características físicas, sendo necessária a proteção de seus aspectos paisagísticos, históricos, arqueológicos e científicos.

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No município de Natal podemos identificar 10 Zonas de Proteção que se encontram localizadas em diversos bairros, conforme demonstra o Mapa 24, elaborado pela Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB). ZPA 1 – abrange o campos dunas dos bairros de Pitimbu, Candelária e Cidade Nova. Principal área de recarga do aquífero subterrâneo, que garante a demanda de água potável da cidade, além de proteção da flora e fauna das dunas. ZPA 2 – abrange o Parque Estadual Dunas de Natal e a área do Tabuleiro Litorâneo. Pela diversidade de sua flora, fauna e das belezas naturais é destinada a fins educativos, recreativos, culturais e científicos. ZPA 3 – abrange a área entre o Rio Pitumbu e uma parte do Bairro Cidade Satélite. Dentre outras funções, destaca-se o suprimento de água doce para a Lagoa do Jiqui. ZPA 4 – abrange o campos dunas dos bairros Guarapes e Planalto. Possui relevante beleza cênico-paisagística, em virtude dos contrastes de relevo com o tabuleiro costeiro e o estuário do Rio Potengi. Tem importância de minimização de escoamento pluvial. ZPA-05 – abrange os ecossistemas de dunas fixas e lagoas do bairro de Ponta Negra. Complexo de dunas e lagoas com vegetação e espécies predominantes de formação de tabuleiro litorâneo e Mata Atlântica. Este ecossistema constitui umas das principais áreas de recarga dos aquíferos. ZPA-06 – abrange o Morro do Careca e dunas fixas contínuas. Recanto natural de notável beleza por seus aspectos panorâmicos, florísticos, paisagísticos, de interesse cultural, recreativo e turístico. ZPA-07 – abrange o Forte dos Reis Magos e seu entorno. De relevante valor artístico, arquitetônico, cultural, turístico e histórico, onde se encontra a Fortaleza dos Reis Magos. Localizada entre a zona de praia, construída sobre arrecifes adjacentes ao estuário do Potengi, é tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional. ZPA-08 – abrange o Ecossistema manguezal e Estuário do Potengi/Jundiaí. Esse é um ecossistema Litorâneo de importância ambiental e socioeconômico para a cidade. Também é fonte de alimentação e local de reprodução de espécies da fauna marinha, propiciador da indústria de pesca, atividades portuárias e de recreação, como também fonte de sobrevivência para as populações ribeirinhas. ZPA-09 – abrange os Ecossistema de lagoas e dunas ao longo do Rio Doce. Ambiente de potencial paisagístico e turístico, compreendendo o sistema de dunas e lagoas associado ao vale do rio Doce. Além das funções de perenização do rio e de recarga dos aqüíferos, este complexo é utilizado em atividades agrícolas.

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ZPA-10 – abrange o Farol de Mãe Luíza e seu entorno. É uma área de encostas dunares de grande valor cênico-paisagísticos, histórico, cultural e de lazer. O Quadro abaixo estabelece uma comparação entre a quantidade de Unidades de Conservação no Brasil e no Rio Grande do Norte no ano de 2013, demonstrando a importância que ainda é dispensada a essas áreas no Estado.

QUADRO 11: UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO BRASIL E NO RN

QUANTIDADE TIPO DE USO E CATEGORIA DE MANEJO BRASIL RN De Proteção Integral: Estação Ecológica 40 - De Proteção Integral: Reserva Biológica 36 - De Proteção Integral: Parque Estadual 42 4 De Proteção Integral: Parque Federal 69

De Proteção Integral: Refúgio de Vida Silvestre 10 - De Proteção Integral: Monumento Natural 5 - De uso sustentável: Área de relevante interesse ecológico 14 - De uso sustentável: Floresta Estadual 18 - De uso sustentável: Floresta Federal 65

De uso sustentável: Reserva de desenvolvimento sustentável 19 1 De uso sustentável: Reserva Extrativista 85 - Área de Proteção Ambiental - Terrestre 74 4 TOTAL 477 9 Fonte: Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

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MAPA 24: ZONAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

O Mapa 25 e o Quadro 12 , elaborado pelo IDEMA, apresenta a localização das Unidades de Conservação Estaduais.

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Com o objetivo de transformar a realidade apresentada e colaborar com a conservação dos recursos ambientais no Rio Grande do Norte, foi criado o Núcleo de Gestão de Unidades de Conservação (NUC), instituído no âmbito interno do IDEMA, com a finalidade de dar cumprimento ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação. A missão principal do NUC é planejar, propor a criação e gerir as Unidades se Conservação, sempre levando em consideração a gestão participativa para a preservação ambiental e bem estar da população.

MAPA 25: UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO RIO GRANDE DO NORTE

Fonte: IDEMA.

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QUADRO 12: UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO RN

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO MUNICÍPIOS QUE ABRANGEM Nísia Floresta São José de Mipibu Arês Área de Proteção Ambiental Bonfim Guaraíra Senador Georgino Avelino Goianinha Tibau do Sul Natal Área de Proteção Ambiental de Jenipabu Extremoz Maxaranguape Área de Proteção Ambiental dos Recifes de Corais Rio do Fogo Touros Pedro Velho Canguaretama Área de Proteção Ambiental Piriqui-Una Espírito Santo Goianinha Várzea Parque Estadual Dunas do Natal Natal Fernando Pedroza Parque Ecológico Dunas do Cabugi Angicos Parque Estadual Mata da Pipa Tibal do Sul Parque Estadual Florêncio Acari Macau Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão Guamaré Fonte: IDEMA – 2013.

2.3.4 Recursos Hídricos

O Rio Grande do Norte dispõe de reservas hídricas concentradas para abastecer a sua população e atender as demandas de irrigação. O Estado apresenta-se com reservas substanciais de águas superficiais no interior, destacando-se o açude Armando Ribeiro Gonçalves no rio Açu, que se configura como a segunda maior barragem do Nordeste, com capacidade de acumulação de 2,4 bilhões de m³, sendo que 90% das reservas hídricas do Estado estão concentradas nos dois maiores rios: Açu e Apodi. O RN também possui reservas de águas subterrâneas no litoral, no sistema Dunas-Barreiras e na Chapada do Apodi, no Arenito Açu. O Estado do Rio Grande do Norte conta com 46 açudes monitorados pela Secretaria de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, distribuídos no Mapa a seguir

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MAPA 26: AÇUDES DO RIO GRANDE DO NORTE

Fonte: SEMARH.

Conforme consta no Mapa o Rio Grande do Norte possui ao todo 16 Bacias Hidrográficas. São elas: Apodi/Mossoró, Piranhas/Açu, Boqueirão, Punaú, Maxaranguape, Ceará-Mirim, Doce, Potengi, Pirangi, Trairí, Jacú, Catú, Curimataú, Guaju, Faixas Litorâneas Norte e Leste de escoamentos difusos.

Investimentos do Estado

Tendo em vista o grande potencial hídrico do Estado, o Governo Potiguar vem investindo em obras que buscam melhorar e ampliar a oferta dos recursos hídricos.

3. EIXO ECONÔMICO

3.1 Produto Interno Bruto (PIB)

Atualmente o Estado do Rio Grande do Norte participa com cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste e 0,9% da produção do país, ocupando a 18° posição no ranking nacional. Desde 1985 até meados dos anos 2000, houve crescimento 75 econômico acima da média regional e nacional, o que gerou ganho de peso relativo do Estado nos dois contextos. Dados recentes da Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças – SEPLAN revelam que o setor que mais contribui para o PIB é o de serviços com 74,4% de participação, seguido pelo setor industrial e o agropecuário com respectivamente, 21,4% e 4,2% da produção estadual. Algumas atividades têm exercido papel fundamental para a geração de riqueza em território potiguar ao se observar cada setor isoladamente. No setor de serviços o destaque é a atividade turística que nos últimos anos vem apresentando significativa taxa de expansão, sendo assim uma importante fonte de emprego e renda, já que tem a capacidade de impactar positivamente em diversos ramos produtivos. Ultimamente tem-se observado uma gama de novos serviços surgindo no Estado sob influência ou não da atividade turística, o que tem proporcionado uma ampla diversificação na prestação de serviços e tornado o setor, o mais dinâmico da economia. Com relação ao segmento industrial, três grandes grupos são considerados de maior relevância para a economia do Estado: 1) a indústria extrativa mineral, que se destaca pela produção de petróleo e gás, sal marinho e scheelita; 2) a indústria de transformação, com ênfase na produção de bens de consumo não-duráveis; e 3) a construção civil, que vem apresentando expressivas taxas de crescimento. No período recente, a expansão da economia norte-rio-grandense tem ocorrido através de um processo de reestruturação, diversificação e modernização da sua base produtiva. O Estado conta atualmente com um dos mais importantes polos agroindustriais do Nordeste, um parque têxtil moderno, que nos últimos anos vem recebendo significativos investimentos em energias renováveis, com destaque para os parques eólicos que vêm sendo instalados estrategicamente na região do Litoral Norte, onde o potencial de ventos é excelente. Nas áreas rurais os principais exemplos de transformação da estrutura produtiva são os projetos de irrigação no Baixo Açu e no Vale do Apodi/Mossoró, onde o modelo agropecuário tradicional vem dando espaço a atividades mais modernas e diversificadas. É possível citar também os casos dos projetos de floricultura e apicultura. No meio urbano a Região Metropolitana de Natal atua como principal centro de expansão do Estado, respondendo por uma importante fatia do PIB estadual: cerca de 50%. O processo de urbanização do Rio Grande do Norte, concentrado em sua capital, tem resultado em cidades médias bastante heterogêneas, tanto que a rede urbana é relativamente dispersa em termos espaciais. Entretanto, pode-se falar que no período mais recente vem ocorrendo um ligeiro movimento de interiorização do

76 desenvolvimento, sobretudo na direção da Região Mossoroense e, em menor medida, rumo ao Litoral Norte do Estado.

3.1.1 O Rio Grande do Norte no contexto nacional e regional

Analisando dados das Contas Regionais é possível perceber que a região Nordeste, comparando os anos de 2010 e 2011, reduziu sua participação em 0,1 ponto percentual, representando 13,4% do PIB. Enquanto as regiões Sul e Centro-Oeste avançaram 0,3%. Já a região Sudeste – a mais rica do país – se manteve e o Norte avançou cerca de 0,1%.

TABELA 7: PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DAS GRANDES REGIÕES NO PRODUTO INTERNO BRUTO - 2002-2011

Regiões 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Brasil 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Norte 4,7 4,8 4,9 5 5,1 5 5,1 5 5,3 5,4 Nordeste 13 12,8 12,7 13,1 13,1 13,1 13,1 13,5 13,5 13,4 Sudeste 56,7 55,8 55,8 56,5 56,8 56,4 56 55,3 55,4 55,4 Sul 16,9 17,7 17,4 16,6 16,3 16,6 16,6 16,5 16,5 16,2 Centro-Oeste 8,8 9 9,1 8,9 8,7 8,9 9,2 9,6 9,3 9,6 Fonte: IBGE – Contas Regionais.

TABELA 8: PARTICIPAÇÃO (%) DOS ESTADOS DA REGIÃO NORDESTE NO PIB DO BRASIL - ANOS SELECIONADOS

UF 1999 2004 2009 2010 2011 Nordeste 12,4 12,7 13,5 13,5 13,4 Maranhão 0,97 1,1 1,2 1,2 1,3 Piau 0,51 0,5 0,6 0,6 0,6 Ceará 2,0 1,9 2,0 2,1 2,1 Rio Grande do Norte 0,8 0,8 0,9 0,9 0,9 Paraíba 0,8 0,8 0,9 0,8 0,9 Pernambuco 2,3 2,3 2,4 2,5 2,5 Alagoas 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Sergipe 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 Bahia 3,9 4,1 4,2 4,1 3,9 NORTE 4,2 4,9 5 5,3 5,4 SUDESTE 58,2 55,8 55,3 55,4 55,4 SUL 16,4 17,4 16,5 16,5 16,2 CENTRO-OESTE 8,8 9,1 9,6 9,3 9,6 BRASIL 100 100 100 100 100 Fonte: IBGE.

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A Região Nordeste, em 2011, reduziu sua participação em 0,1 ponto percentual, representando 13,4% do PIB. Dos estados nordestinos, apenas o Maranhão, Paraíba e Bahia alteraram suas participações no PIB brasileiro. Maranhão e Paraíba avançaram 0,1 ponto percentual de participação cada, alcançando 1,3% e 0,9% em 2011; enquanto a Bahia recuou 0,2 ponto percentual, ficando com 3,9% do PIB. Os dados das Contas Regionais (IBGE) mostram que desde a década passada vem ocorrendo um ligeiro processo de desconcentração e redistribuição de renda no território brasileiro. Contudo, apesar desse movimento, a economia brasileira ainda apresenta um alto grau de concentração. Em 2011 os oito Estados mais ricos detinham 77,1% do PIB nacional. Apenas o Estado de São Paulo respondeu por 32,6% do produto naquele ano. Essas informações reforçam a necessidade de políticas públicas voltadas para a integração regional do país e para redução das desigualdades, sejam elas econômicas ou sociais. Ainda que desigual, a distribuição da riqueza em território nacional vem mudando. O bom desempenho alcançado pela região Nordeste nos últimos anos é resultado do considerável incremento no dinamismo de sua estrutura econômica, processo este influenciado pela combinação de dois elementos: 1) grandes investimentos públicos e privados; e 2) programas de transferência de renda que concretizam uma política pública específica de combate à pobreza. Os investimentos e as transferências, por funcionarem como geradores de demanda na economia têm causado impactos positivos no nível de produção e emprego. As classes de menor poder aquisitivo passaram a ingressar no mercado consumidor de massa, o que contribuiu para aquecer a economia em diversos elos da cadeia produtiva regional. Esse processo tem norteado um modelo de desenvolvimento baseado no mercado interno e propiciado melhoria nos indicadores regionais de renda. A manutenção dessas políticas ainda tem muitos desafios pela frente, como o de reduzir as disparidades existentes entre a base econômica e a base demográfica do Nordeste, além de diminuir diferenciais socioeconômicos em relação às demais regiões do país. Contando com 28% da população brasileira, o Nordeste alcança apenas 13% da renda nacional. De forma similar, essa desigualdade se repete dentro da própria região, principalmente quando se observa a base demográfica do semiárido relativamente à renda gerada. A presença de grandes projetos estruturantes é de fundamental importância para a economia e vem contribuindo para a redução dos desequilíbrios regionais. É possível citar o Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante, a duplicação da BR-101, a construção da Ferrovia Transnordestina e o Projeto de Revitalização e Integração das

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Bacias do São Francisco. Esses projetos têm gerado um impulso na economia da região, preparando a infraestrutura necessária para um crescimento econômico mais consistente no futuro próximo. Outros investimentos públicos e privados também têm exercido papel relevante para alavancar a economia regional, a exemplo das construções de refinarias, estaleiros, montadoras de automóveis, fábricas de alimentos, entre outros. Em termos nominais, a Tabela 9 mostra que a soma de todas as riquezas produzidas no Nordeste ficou próxima dos R$ 555 bilhões em 2011. No mesmo ano o produto do Rio Grande do Norte alcançou cerca de R$ 36 bilhões, sendo, portanto, a quinta economia da região. Bahia e Pernambuco são os Estados mais ricos.

TABELA 9: PIB A PREÇOS CORRENTES DE ESTADOS DO NORDESTE ANOS SELECIONADOS (R$ 1.000.000)

UF 1999 2004 2009 2010 2011 Alagoas 6.429 12.891 21.235 24 575 28 540 Bahia 42.040 79.083 137.075 154 340 159 869 Ceará 19.511 36.866 65.704 77 865 87 982 Maranhão 7.918 21.605 39.855 45 256 52 187 Paraíba 7.937 15.022 28.719 31 947 35 444 Pernambuco 26.021 44.011 78.428 95 187 104 394 Piauí 4.734 9.817 19.033 22 060 24 607 Rio Grande do Norte 7.648 15.580 27.905 32 339 36 103 Sergipe 5.434 12.167 19.767 23 932 26 199 NORDESTE 127.672 247.042 437.721 507.502 555 325 BRASIL 1.064.999 1.941.948 3.239.404 3 770 085 4 143 013 Fonte: IBGE.

Considerando o PIB per capita do ano de 2011, a Tabela 10 indica que o Rio Grande do Norte é o quarto colocado entre os Estados do Nordeste atingindo R$ 11 286,99, valor superior à média regional. Neste indicador o Estado de Sergipe aparece em primeiro. Em nível nacional o RN encontra-se na vigésima primeira colocação.

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TABELA 10: PIB PER CAPITA DE ESTADOS DO NORDESTE ANOS SELECIONADOS (R$) UF 1999 2004 2009 2010 2011 Alagoas 2.289 4.324 6.728 7 874 9 348,48 Bahia 3.230 5.780 9.365 11 007 11 340,18 Ceará 2.643 4.622 7.687 9 216 10 314,29 Maranhão 1.409 3.588 6.259 6 888 7 852,71 Paraíba 2.312 4.210 7.618 8 481 9 348,69 Pernambuco 3.301 5.287 8.902 10 821 11 776,10 Piauí 1.672 3.297 6.051 7 072 7 835,75 Rio Grande do Norte 2.771 5.260 8.894 10 207 11 286,99 Sergipe 3.068 6.289 9.787 11 572 12 536,45 NORDESTE 2.688 4.899 7.921 9 561 10 379,55 BRASIL 5.771 10.692 16.917 19 509 21 535,65 Fonte: IBGE.

3.1.2 Distribuição da produção no território potiguar

A distribuição espacial das riquezas produzidas no Rio Grande do Norte é influenciada basicamente pela dotação de recursos naturais de cada região, tendo em vista que o crescimento econômico do Estado continua dependendo da exploração desses recursos. Além disso, alguns elementos como solo e clima acabam gerando volatilidade no valor produzido, principalmente nas atividades agrícolas do meio rural. Uma das consequências dessas características é o elevado grau de concentração na distribuição espacial da riqueza. Os dados do IBGE apontam que em 2011 os dez municípios com maior participação no PIB concentravam quase 69% da produção estadual, ou seja, uma pequena parcela do território detém alta parcela da riqueza. A Tabela 11 apresenta a participação desses municípios no PIB estadual .

TABELA 11: DEZ MUNICÍPIOS COM MAIOR PARTICIPAÇÃO NO PIB (R$1.000) 2008-2011

Municípios do RN 2008 2009 2010 2011 Natal 8.858.669 10.362.496 11.532.080 12.266.519 Mossoró 2.655.950 2.908.679 3.514.550 3.916.505 Parnamirim 1.737.818 1.964.089 2.376.619 2.709.922 Guamaré 1.357.988 1.134.546 1.202.264 1.412.280 São Gonçalo do Amarante 739.234 817.521 1.183.243 1.313.124 Macaíba 682.072 708.826 843.144 956.285 Caicó 396.940 484.550 545.390 594.550 Areia Branca 486.506 352.406 455.554 589.705 Macau 466.386 350.881 459.982 587.197 Açu 312.296 316.573 401.998 500.733 Total 17.693.859 19.400.567 22.514.824 24.846.820 Fonte: IBGE. 80

A capital do Estado historicamente tem a maior participação no PIB. Em 2011 o produto de Natal atingiu R$ 12.266.519 bilhões, o que representa 34% de toda riqueza produzida em território potiguar. Em seguida aparecem Mossoró (R$ 3,9 bilhões) e Parnamirim (R$ 2,7 bilhões). Esses três municípios juntos somam quase 52% do PIB. Analisando a Tabela 11 acima, percebe-se que a maioria dos municípios listados obteve ligeiro aumento no PIB de 2008 para 2011. Um fato que chama atenção é que dois municípios produtores de petróleo (Macau e Areia Branca) perderam participação no PIB estadual de 2008 para 2009, o que parece estar ligado à queda do volume produzido. Entretanto, Guamaré – um dos principais produtores – aumentou significativamente sua participação, fato este associado aos investimentos no polo petroquímico daquela região. Quinze municípios produzem petróleo em território potiguar: Alto do Rodrigues, Apodi, Areia Branca, Assú, Caraúbas, Carnaubais, Felipe Guerra, Governador Dix-Sept Rosado, Guamaré, Macau, Mossoró, Pendências, Porto do Mangue, Serra do Mel e Upanema. A área de produção pode ser identificada no Mapa 27 abaixo.

MAPA 27: LOCALIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS PRODUTORES DE PETRÓLEO NO RN

Fonte: Elaboração própria pelo autor.

81

TABELA 12: DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL NO RN NO ANO 2012

PRODUÇÃO MÊS PETRÓLEO (bbl/d) GÁS NATURAL (Mm³/d) TOTAL(boe/d) Janeiro 57.195 1.556 66.980 Fevereiro 59.491 1.536 69.154 Março 59.444 1.536 69.105 Abril 60.108 1.565 69.953 Maio 60.523 1.613 70.668 Junho 59.643 1.529 69.260 Julho 59.358 1.450 68.476 Agosto 59.598 1.508 69.083 Setembro 59.378 1.514 68.899 Outubro 58.259 1.521 67.827 Novembro 59.788 1.514 69.314 Dezembro 60.394 1.623 70.602 Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP.

Não por acaso, seis desses municípios apontados no mapa aparecem entre os dez que possuem o maior PIB per capita no Rio Grande do Norte, o que não significa, porém, que os índices de desenvolvimento e qualidade dos serviços públicos sejam diretamente proporcionais aos indicadores apresentados na Tabela 13.

TABELA 13: RN-DEZ MUNICÍPIOS COM MAIOR PIB PER CAPITA EM 2010 (R$)

MUNICÍPIO 2005 2009 2010 Guamaré 36.309 90.233 96.358 Porto do Mangue 41.121 19.176 27.165 Galinhos 13.095 18.379 21.889 Baía Formosa 10.568 17.588 22.200 Alto do Rodrigues 11.617 14.159 15.263 Areia Branca 17.970 13.871 18.048 Natal 8.539 12.862 14.925 Arês 10.350 12.766 14.584 Macau 12.448 12.467 15.677 Mossoró 8.444 11.916 13.455 RIO GRANDE DO 5.950 8.894 10.207 NORTE Fonte: IBGE.

Outras regiões com PIB per capita relativamente alto podem ser identificadas no Mapa 28. Destacam-se, além da área produtora de petróleo, as Regiões Mossoroense, Seridó e a Metropolitana .

82

MAPA 28: RIO GRANDE DO NORTE – PIB PER CAPITA DOS MUNICÍPIOS

Fonte: PNUD.

3.1.3 Atividades que se destacaram nos municípios

No setor agropecuário, o maior destaque é Mossoró com a fruticultura irrigada, sendo o melão a principal fruta da produção. O município de Touros se destacou pela expressiva atividade agrícola, ligada principalmente ao cultivo do abacaxi. Apodi teve bom desempenho em razão da expansão da produção de arroz e do crescimento do rebanho de caprinos e ovinos. Em Ceará Mirim a principal atividade é a produção de cana-de-açúcar, seguida de outras culturas, como a mandioca e o mamão. Já em São José do Mipibu, além da cana, o mamão e a manga são culturas relevantes. A indústria tem a Região Metropolitana como principal foco de expansão, sobretudo devido à importância da construção civil (e serviços imobiliários) e da indústria de transformação (alimentos e bebidas). No município de Mossoró predomina a indústria extrativa mineral com a extração de petróleo e sal marinho. Já em Parnamirim está instalado um parque industrial com atividades bastante diversificadas, com destaque para o segmento têxtil da indústria de transformação. Esta mesma atividade foi responsável pelo bom desempenho dos municípios de São Gonçalo do Amarante e Macaíba. No setor de serviços, Natal tem apresentado uma expansão acelerada das atividades de comércio e serviços de informação. Em Mossoró, além do comércio, o ramo de transportes tem crescido, sobretudo devido à presença da Petrobras. No município de Parnamirim, o comércio também é preponderante, assim como as atividades imobiliárias decorrentes do expressivo crescimento populacional. Já Guamaré se destaca 83 pela comercialização de produtos derivados de petróleo, que são fabricados no polo petroquímico. Por fim, São Gonçalo do Amarante tem se destacado no ramo dos transportes e ganhará ainda mais importância com o novo Aeroporto Internacional que está sendo construído, além das vias de integração ao município.

TABELA 14: VALOR ADICIONADO BRUTO A PREÇOS CORRENTES DA AGROPECUÁRIA DOS MUNICÍPIOS DO RN (MIL REAIS) 2011

RANKING MUNICÍPIOS DO RN (MIL REAIS) 1 Mossoró 107.859 2 Touros 57.272 3 Baraúna 41.043 4 São José de Mipibu 36.163 5 Baía Formosa 33.176 6 Ceará-Mirim 32.365 7 Parnamirim 30.444 8 Caicó 25.732 9 Apodi 22.844 10 São Gonçalo do Amarante 22.652 11 Macaíba 21.794 12 Taipu 20.917 13 Canguaretama 20.055 14 Natal 15.935 15 Ielmo Marinho 15.912 16 Currais Novos 15.743 17 Nísia Floresta 15.082 18 Goianinha 13.958 19 Jucurutu 13.776 20 João Câmara 13.378 TOTAL 576.100 Fonte: IBGE.

84

TABELA 15: VALOR ADICIONADO BRUTO A PREÇOS CORRENTES DA INDÚSTRIA DOS MUNICÍPIOS DO RN (MIL REAIS) 2011

RANKING MUNICÍPIOS DO RN (MIL REAIS) 1 Natal 1.593.716 2 Mossoró 1.224.081 3 São Gonçalo do Amarante 526.376 4 Parnamirim 515.263 5 Areia Branca 379.559 6 Macau 376.073 7 Macaíba 312.275 8 Porto do Mangue 178.846 9 Açu 175.051 10 Apodi 174.991 11 Governador Dix-Sept Rosado 137.885 12 Alto do Rodrigues 129.746 13 Guamaré 125.722 14 Pendências 122.772 15 Arês 105.611 16 Baía Formosa 101.859 17 Grossos 96.552 18 Carnaubais 93.161 19 Caraúbas 78.829 20 São José de Mipibu 55.505 TOTAL 6.503.873 Fonte: IBGE

85

TABELA 16: VALOR ADICIONADO BRUTO A PREÇOS CORRENTES DOS TODOS OS SERVIÇOS DOS MUNICÍPIOS DO RN (MIL REAIS) 2011

RANKING MUNICÍPIOS DO RN (MIL REAIS) 1 Natal 8.959.710 2 Mossoró 2.172.502 3 Parnamirim 1.734.857 4 Guamaré 1.068.047 5 São Gonçalo do Amarante 527.103 6 Macaíba 466.362 7 Caicó 461.141 8 Ceará-Mirim 320.666 9 Açu 282.646 10 Currais Novos 270.211 11 São José de Mipibu 201.992 12 Pau dos Ferros 190.861 13 Nova Cruz 181.193 14 Macau 177.528 15 Santa Cruz 174.843 16 Areia Branca 166.269 17 Apodi 155.632 18 João Câmara 153.503 19 Touros 135.384 20 Canguaretama 130.338 TOTAL 17.930.788 Fonte: IBGE.

3.2 Principais atividades econômicas

O Produto Interno Bruto do Rio Grande do Norte, referente ao ano de 2011, demonstrou uma participação de 74,4% das atividades de serviços, 21,4% da indústria e 4,2% do setor agropecuário, como demonstrado no Gráfico 2.

86

GRÁFICO 2: PARTICIPAÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS NO PIB DO RN

4,2%

21,4%

SERVIÇOS INDÚSTRIA AGROPECUÁRIA

74,4%

Fonte: IBGE - Contas Regionais .

Destaque para as atividades relacionadas à administração, saúde, educação pública e seguridade social que contribuem com 22%, e para o comércio e atividades imobiliária s e aluguéis contribuem com 15,5% e 7,6% do PIB do Estado. Os serviços de transportes, armazenagem e correio representa 5,8% de sua participação no valor adicionado bruto a preços básicos. Dentre outros serviços constam 14,8%. Estes cinco conjuntos de ativ idades representam nada menos que 65,7% do PIB do RN. Convém destacar, ainda, os 6,1% referentes à indústria da construção civil, bem como os 10,4% das indústrias de transformação. Na agropecuária integra a economia do Estado com 4,2%. Uma análise mais det alhada destas atividades será realizada a seguir.

3.3 Agropecuária

3.3.1 Agricultura

Apesar de a Agricultura constituir -se na atividade que menos contribui para o PIB do RN, a produção agrícola rendeu cerca de 780 milhões de reais em 2010, conforme Pesquisa Agrícola Municipal do IBGE. O Gráfico 3 abaixo permite visualizar a evolução histórica desta produção.

87

GRÁFICO 3: EVOLUÇÃO DO VALOR- 2000 DA PRODUÇÃO a 2010 AGRÍCOLA NO RN/2000 – 2010

R$ 900.000,00

R$ 800.000,00

R$ 700.000,00

R$ 600.000,00

R$ 500.000,00 Lavoura Temporária Lavoura Permanente R$ 400.000,00 Total R$ 300.000,00

R$ 200.000,00

R$ 100.000,00

R$ 0,00 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Fonte: IBGE - Pesquisa Agrícola Municipal.

Como visto, a lavoura temporária 2 é predominante no Estado. Em 2010 representou aproximadamente 76% do valor da produção do RN. Para este tipo de cultura, a cana-de-açúcar foi responsável por 32% do rendimento, o melão por 25% e a mandioca e o abacaxi por 9% cada. Ou seja, as quatro culturas contribuíram com aproximadamente 75% do valor da produção da lavoura temporária naquele ano. Situação interessante é a tendência de crescimento apresentada nos últimos anos pelos principais produtos da cultura temporária do RN. O Gráfico 4 permite visualizar esta situação.

2 O IBGE define como lavoura temporária as “culturas de longo ciclo vegetativo, que permitem colheitas sucessivas, sem necessidade de novo plantio”. E lavoura permanente seriam “culturas de curta ou média duração, geralmente com ciclo vegetativo inferior a um ano, que após a colheita necessita de novo plantio para produzir”. (IBGE. Produção Agrícola Municipal, v. 37, 2010, p. 13)

88

GRÁFICO 4: EVOLUÇÃO DO VALOR DA PRODUÇÃO DOS PRINCIPAIS PRODUTOS DA LAVOURA TEMPORÁRIA DO RN 250.000

200.000

150.000 Abacaxi Cana-de-açúcar 100.000 Mandioca Melão 50.000

0 2000 2005 2010

Fonte: IBGE - Pesquisa Agrícola Municipal.

Dos quatro produtos apenas a mandioca apresentou queda. Por outro lado, o melão e a cana-de-açúcar desde o ano 2000 vêm ampliando rapidamente a renda de sua produção. Na lavoura permanente, que contribui com apenas 24% da renda obtida através da agricultura no RN, destaque para banana que responde por 36%, seguida pelo mamão com 19%, pela castanha de caju com 14%, pelo coco-da-baía com 13% e pela manga com 10%. Nos últimos 10 anos, alguns produtos vêm diminuindo sua participação na agricultura do RN enquanto outros vêm ampliando sua importância. Vejamos o Gráfico 5 abaixo.

89

GRÁFICO 5: PARTICIPAÇÃOpermanente NO VALOR PRODUZIDO no DARN LAVOURA PERMANENTE NO RN 40

35 35,22

30 29,3 25 Castanha de caju 22,51 19,69 20 Coco-da-baía 17,2 14,32 15 Mamão 13,3 10 6,87 5 4,66 0 2000 2005 2010 Fonte: IBGE - Pesquisa Agrícola Municipal.

É notória a queda na participação da castanha de caju na agricultura do Estado, bem como do coco-da-baía. Em contrapartida, o mamão expandiu consideravelmente sua atuação na economia agrícola norte-rio-grandense, ampliando em quase cinco vezes sua contribuição. Deve ficar claro, por outro lado, que a diminuição ou elevação na participação não significa perda ou ampliação do valor da produção. O que está sendo analisado é simplesmente o percentual de participação. A quantidade produzida pode não ter sofrido qualquer alteração, podendo a ampliação do valor da produção ser resultado de alterações no mercado. Desta forma, além do olhar para a contribuição da agricultura na renda do Estado faz-se necessário analisarmos o histórico da quantidade produzida destes produtos. Tal visualização permitirá identificar o real crescimento produtivo da lavoura norte-rio- grandense nos últimos anos, vez que as alterações no valor da produção podem ser resultado de flutuações nos valores de mercado destes produtos. Os números da quantidade produzida da lavoura temporária do RN demonstram um significativo crescimento da cultura da cana-de-açúcar. Esta cresceu em 2010 aproximadamente 66% em relação ao produzido em 2000. As estatísticas mostram, ainda, ínfima variação na quantidade produzida do abacaxi, da mandioca e do melão. O

90 que indica que a ampliação dos valores da produção, apresentada no Gráfico 6, decorreram de mudanças no mercado.

GRÁFICO 6: EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA QUANTIDADE PRODUZIDA DOS PRINCIPAIS PRODUTOS DA LAVOURA TEMPORÁRIA DO RN

Fonte: IBGE - Pesquisa Agrícola Municipal.

Outro indicador expressivo da lavoura temporária do Estado está na histórica retração da produção de algodão, feijão e milho. Essa situação pode indicar a transferência dos produtores para a fruticultura. O Gráfico 7 aponta uma retração vertiginosa destes produtos, com destaque especial para o milho que chegou a produzir em torno de 57 mil toneladas em 2000, chegando a apenas 8 mil toneladas em 2010.

91

GRÁFICO 7: PRODUTOS DA LAVOURA TEMPORÁRIA DO RN COM MAIOR RETRATAÇÃO NA QUANTIDADE PRODUZIDA

70.000

60.000 57.564

50.000 Algodão herbáceo (em caroço) 40.000 (Toneladas) Feijão (em grão) (Toneladas) 30.000

23.116 Milho (em grão) (Toneladas) 20.000

10.000 8.119

0 2000 2005 2010

Fonte: IBGE.

A lavoura permanente também apresentou uma constância na quantidade produzida das suas principais culturas. Destaque para o aumento do cultivo da banana, que apresentou em 2010 uma produção vinte e nove vezes maior em relação ao ano de 2000. Outro produto que aos poucos se expande no mercado agrícola do RN é o Mamão, tendo cultivado cerca de 10 mil toneladas em 2000, passando a uma produção de 86 mil toneladas em 2010.

92

GRÁFICO 8: EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA QUANTIDADE PRODUZIDA DOS PRINCIPAIS PRODUTOS DA LAVOURA PERMANENTE DO RN

Fonte: IBGE.

Portanto, os números apresentados indicam para uma expansão da produção agrícola no RN. A fruticultura domina a pauta dos produtores do RN, com destaque para a rápida disseminação da cultura da cana -de-açúcar e a valorização do melão, produtos mais rentáveis para a agricultura do Estado.

3.3.2 Pecuária e outros produtos de origem animal

A pecuária é outra atividade importante para economia do RN. Estatísticas da Pesquisa Pecuária Municipal do IBGE apontam que em 2010 a produção de origem animal 3 gerou cerca de 330 milhões de reais para seus produtores. O Gráfico 9 vislumbra uma evolução do valor da produção desta atividade.

3 A pesquisa considera como produto de origem animal o le ite, ovos de galinha, ovos de codorna, mel de abelha, casulos do bicho da seda e lã. 93

GRÁFICO 9: EVOLUÇÃO DO VALOR DA PRODUÇÃO DE ORIGEM ANIMAL NO RN animal no RN R$ 350.000.000,00 R$ 333.158.000,00 R$ 300.000.000,00 R$ 250.000.000,00 R$ 233.088.000,00 R$ 200.000.000,00 R$ 150.000.000,00 R$ 95.762.000,00 R$ 100.000.000,00 R$ 50.000.000,00 R$ - 2000 2005 2010

Fonte: IBGE.

Dentre as atividades oriundas da produção animal, podemos destacar três atividades que vem contribuindo de forma significativa para a economia do Estado: a pecuária leiteira, a venda de ovos de galinha e mais recentemente a produção do mel de abelha. É importante registrar que, após o ano de 2010, o Rio Grande do Norte continuou a apresentar aumentos importantes na produção da pecuária, porém, no ano seguinte, esse número passou por reduções significantes. Essa diminuição se deve ao quadro de seca que começou a se definir ainda em 2011, tendo seu período mais forte em 2012. Os efeitos da seca ainda é sentido em todo o Estado, bem como em toda região Nordeste.

Pecuária Leiteira

A produção de leite no Estado potiguar registrou 229.492 mil litros, em 2010. Em termos de economia, essa produção equivale a R$: 210 mil. Em 2011 o aumento de produção arrecadou para o Estado R$: 237 mil, sendo 243.249 mil litros produzidos. Em 2012 podemos perceber uma redução na produção do leite, uma vez que foram produzidos 198.052 mil litros e gerados R$: 225 mil. Comparando especificamente os anos de 2010 com 2012, podemos perceber que em 2010, a produção de leite foi superior a 2012, porém a arrecadação foi menor. No

94 primeiro ano foram arrecadados R$: 210 mil contra R$: 225, no quadro de seca. Isso deve-se a elevação do preço do produto.

Produção e venda de Ovos de Galinha

Outra atividade que merece destaque é a produção e a comercialização de ovos de galinha no RN. Em 2010, 31.447 mil dúzias de avos foram coletadas, o que representa R$: 117.370 mil reais na economia. Em 2011 registrou-se um aumento para 35.671 mil dúzias, o que equivale a R$: 144.058 mil. O ano de 2012 registrou uma pequena diminuição para 35.524 dúzias coletadas, representando R$: 167.300 mil para os cofres potiguar.

Produção de Mel de abelha

Uma terceira atividade importante para o Estado é o mel de abelha que, apesar de sua produção ainda ínfima, em 2010 apresentou um aumento de mais de cinco por cento em relação ao produzido em 2000, conforme apresenta o Gráfico 10. Em 2011 foram produzido 904 mil litros de mel. Em 2012, devido à forte seca, houve uma drástica diminuição da produção, o que interferiu na dinâmica de crescimento da atividade. De acordo com os dados do IBGE, foram produzidos apenas 406 mil litros.

GRÁFICO 10: EVOLUÇÃO DA QUANTIDADE PRODUZIDA DE MEL DE ABELHA NO RN (MIL LITROS) mel de abelha no RN (Mil litros) 1.000.000 885.835 800.000

600.000 447.882 400.000

200.000 171.084

0 2000 2005 2010

Fonte: IBGE. 95

Rebanho

Em se tratando do rebanho norte-rio-grandense o Quadro 13 apresenta a evolução do quantitativo existente no Estado no período entre 2005 a 2010.

QUADRO 13: EFETIVO DOS REBANHOS POR TIPO DE REBANHO NO RN

Tipo de Rebanho Ano 2000 2005 2010 2011 2012 Bovino 803.948 978.494 1.064.575 1.047.797 858.211 Equino 38.618 41.979 43.112. 45.100 44.454 Bubalino 31 485 2.107 2.547 2.201 Asinino 60.089 62.586 53.598 51.448 50.887 Muares 20.686 21.848 20.722 20.997 20.587 Suíno 130.900 169.100 192.553 193.187 173.049 Caprino 325.031 439.400 405.983 406.616 383.971 Ovino 389.706 490.310 583.661 587.096 558.563 Galináceos (galos, frangas, 2.075.389 2.906.662 2.529.135 2.780.284 2.536.464 frangos e pintos) Galinhas 1.840.208 2.247.523 2.080.823 2.161.643 2.087.327 Codornas 28.102 56.299 48.150 53.422 45.628 Coelhos 273 256 599 624 552 Fonte: IBGE - Pesquisa Agrícola Municipal.

Como visto os rebanhos que mais se destacam em termos quantitativos são o bovino e o galináceos (galinhas e galos, frangas, frangos e pintos). Além disso, é perceptível a pequena variação histórica na quantidade do rebanho do RN. Merecendo destaque apenas o interessante crescimento da presença dos bubalinos. É importante registrar alguns grupos de rebanho sofreram uma forte redução em 2012, conforme apresenta a pesquisa do IBGE sobre a Produção da Pecuária Municipal. Como registrado na Tabela acima, em 2010, o RN contava com 1.064.575 cabeças de gado. Já em 2011 percebemos uma leve redução, 1.047.797 cabeças. No ano de 2012, imerso a forte seca, o rebanho potiguar foi reduzido para 858.211, ou seja, 18,1 por cento.

96

GRÁFICO 11: REDUÇÃO NO REBANHO BOVINO NO RN OCASIONADO PELA SECA

1200000

1000000

800000

600000

400000

200000

0 2010 2011 2012

Fonte: Elaboração própria.

3.3.3 Pesca e Aquicultura

A atividade pesqueira, assim como a produção aquícola, são atividades que vêm apresentando significativo peso na economia do Brasil. De acordo com o Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura, do Ministério da Pesca e Aquicultura, esta atividade cresceu 13% em 2010. Segundo o documento, a produção de pescado do RN apresentou, em 2011, um decrescimento de aproximadamente 8% em relação ao ano anterior. O Estado não acompanhou a elevação apresentada pelo Nordeste, cerca de 1%. Em números absolutos a produção é de 454.216,9 toneladas de pescado, entre pesca extrativista e aquicultura. A partir dos dados da produção de pescado estimado em 2011, podemos fazer uma análise comparativa do desempenho do Setor Pesqueiro do Rio Grande do Norte em relação ao ano de 2010.

TABELA 17: COMPARATIVO DO DESEMPENHO DO SETOR PESQUEIRO NO RN EM RELAÇÃO AO ANO DE 2010

PRODUÇÃO (T) 2010 2011 CRESCIMENTO RELATIVO (%) Pesca extrativa marinha 19.962,50 19.364,00 -3,00 Pesca extrativa continental 4.412,10 4.528,40 2,64 Maricultura 28.649,70 22.299,70 -22,16 Aquicultura continental 1.264,30 3.740,10 195,82 Total 54.288,60 49.932,20 -8,02 Fonte: IBGE.

Em 2011, observa-se um decrescimento na produção total na ordem de 8,02%, em relação a 2010. A pesca marinha apresentou um decrescimento de 3% e a pesca continental um aumento de 2,64%. A maricultura apresentou um decréscimo de 22% e a 97 aqüicultura continental se destaca com um crescimento de aproximadamente 196%, em relação ao ano anterior.

TABELA 18: PERCENTUAL DA PRODUÇÃO TOTAL DOS ESTADOS DO NORDESTE, 2011

UNIDADE DE FEDERAÇÃO PERCENTUAL

Maranhão 23% Bahia 22% Ceará 22% Rio Grande do Norte 11% Pernambuco 6% Piauí 6% Paraíba 4% Alagoas 4% Sergipe 3% Total 100% Fonte: IBGE.

O Rio Grande do Norte possui 11% de sua produção pesqueira no Nordeste, ficando abaixo do Ceará (22%), Bahia (22%) e Maranhão (23%). A produção pesqueira marinha no Brasil foi em torno de 554 mil toneladas em 2011, o que representa um aumento de 2,5% em relação a 2007, e um crescimento comparado ao ano de 2010 de 3,2%. Este tipo de pesca foi o que apresentou o maior crescimento dentre as atividades pesqueiras do RN. O Gráfico 12 permite visualizar a situação supracitada.

GRÁFICO 12: EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PRODUÇÃO PESQUEIRA MARINHA DO RN (EM TONELADAS), 2007 – 2011.

30000

24888 25000

19364 20000 18157,5 18933 19962,5

15000

10000

5000

0 2007 2008 2009 2010 2011

Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura.

98

Como podemos observar, de 2007 para 2009 o Estado apresentou um crescimento de 37% na extração de pescado marinho, mas, houve um decrescimento de 22% de 2009 para 2011. A análise da produção pesqueira marinha, por Unidade da Federação, para o ano de 2011 demonstrou que a Bahia é o maior produtor do Nordeste, com 59.293 t, seguido pelos estados do Maranhão com 44.599 t, Ceará com 21.788 t e Rio Grande do Norte com 19.364 t. Dentre esses os estados que obtiveram um aumento da produção em 2011, em relação a 2010 foram os estados do Maranhão (1,87%) e Ceará (2,51%). Nos demais estados, a produção em 2011 se mostrou menor que no ano anterior, Bahia (-19,9%) e Rio Grande do Norte (-3%).

TABELA 19: PRODUÇÃO DE PESCA MARINHA NO BRASIL E UF DO NORDESTE NO PERÍODO DE 2007 A 2011 (T)

REGIÃO E UF 2007 2008 2009 2010 2011 Brasil 539.966,50 529.774 585.671 536.454,90 553.670 Alagoas 9699 9128 8994 9511 10702 Bahia 44932 66486 83537 74043 59293 Ceará 17920 20502 24 21255 21788 Maranhão 41840 40708 41380 43780 44599 Paraíba 4080 6637 8987 8337 9140 Pernambuco 11777 11947 15020 10918 10880 Piauí 2207 2751 3019 2994 4119 Rio Grande do Norte 18158 18933 24888 19963 19364 Sergipe 5014 5353 5583 5041 6127 Nordeste 654357 666598 719606 685044 690052 Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura.

Por outro lado, ao analisarmos a produção pesqueira continental do Estado nos últimos três anos, percebe-se uma estagnação, vez que demonstrou um volume de 4.238t em 2007, caiu em 2008 para 3.789t, e restabeleceu-se em 2009 com 4.236t. Na aquicultura é onde o RN se destaca a nível nacional, principalmente por meio da carcinicultura. Atualmente a produção aquícola marinha brasileira pode ser dividida basicamente em dois tipos: a malacocultura, que se refere à produção de moluscos, e a carcinicultura, que se refere à produção de crustáceos. Desses, a carcinicultura, a qual concentra a maior parte da produção nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará, foi responsável por cerca de 78% do total produzido em 2011. Na modalidade marinha, o Estado é o maior produtor nacional ao responder por 33% da produção. Em números absolutos significa 26.478 toneladas de pescado produzido em cativeiro.

99

No que concerne a valor da produção pesqueira, dados do IBAMA 4 revelam que em 2007 o RN apurou cerca de 260 milhões de reais com a venda de pescado. Este valor representa 18% do total produzido no Nordeste, deixando o RN com o 3º maior faturamento da região. Números da mesma pesquisa colocam que em 2007 o RN foi líder na exportação de pescados, contribuindo com 17,97% (US$ 55,8 milhões) das exportações globais. Situação que merece destaque é a acentuada queda na exportação do camarão. Estimativas da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC) 5 apontam que em 2004 o RN exportou cerca de 21 mil toneladas do produto. Este número caiu para apenas 1.500 toneladas em 2010. A retração foi nacional, prova disso é que o Estado continua como principal exportador do país respondendo por cerca de 68% das vendas ao exterior. Segundo o Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura, a região Nordeste concentra o maior número de pescadores profissionais do Brasil. Dos 853.231 mil pescadores registrados no Registro Geral da Atividade Pesqueira, 372.787 estão na região Nordeste. A Tabela 20 dispõe o número de pescadores registrados no Brasil e a distribuição destes no território nordestino.

TABELA 20: NÚMERO DE PESCADORES REGISTRADOS NO BRASIL E SUA DISPOSIÇÃO NOS ESTADOS DO NORDESTE, 2010

UF Masculino % Feminino % Total Brasil 504.678 59,15 348.553 40,85 853.231 Nordeste 200.460 53,77 172.327 46,23 372.87 Alagoas 13.566 46,83 15.403 53,17 28.969 Bahia 54.991 50,27 54.405 49,73 109.396 Ceará 21.957 79,29 5.736 20,71 27.693 Maranhão 56.303 48,32 60.208 51,68 116.511 Paraíba 16.141 73,03 5.960 26,97 22.101 Pernambuco 4.532 52,72 4.064 47,28 8.596 Piauí 14.419 61,48 9.034 38,52 23.453 Rio Grande do Norte 9.510 59,50 6.472 40,50 15.982 Sergipe 9.041 45,01 11.045 54,99 20.086 Fonte: IBGE.

A partir da leitura da Tabela a cima, podemos observar que o Maranhão é o Estado que mais possui pescadores registrados (116.511), seguido da Bahia (109.396) e Alagoas (28.969). Nota-se que a participação das mulheres na atividade pesqueira é consideravelmente importante, tendo os Estados de Sergipe (54,99%), Alagoas (53,17) e Maranhão (51,68) mais de 50% das mulheres registradas. Apesar do grande impacto que essa atividade traz na economia do Estado, o Rio Grande do Norte possui um total de

4 IBAMA – Estatística da Pesca, 2007. 5 ABCC – Estatísticas do setor pesqueiro e da carcinicultura brasileira. Disponível em: www.abccam.com.br/ 100

15.982 pescadores registrados, número superior apenas a Pernambuco, com 8.596. A participação das mulheres na pesca é significativa, 40,50%. Quanto à distribuição etária dos pescadores nota-se que faixa entre 30-39 anos apresentou o maior número de registros, seguido da faixa entre 40 a 49 anos. O Estado potiguar acompanha a dinâmica nacional, tendo o maior número de pescadores com 30 a 39 anos, como mostra a Tabela abaixo.

TABELA 21: NÚMERO DE PESCADORES REGISTRADOS POR FAIXA ETÁRIA, NORDESTE 2010

UF Total <20 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 ≥ 70 Brasil 853.231 4.635 187.984 242.683 220.443 158.201 36.359 2.926 Nordeste 372.787 1.722 82.800 110.771 99.617 65.186 12.150 541 Alagoas 28.969 136 5.963 8.628 7.477 5.496 1.200 69 Bahia 109.396 500 23.981 31.802 29.150 19.586 4.175 202 Ceará 27.693 72 3.976 7.649 8.255 6.459 1.248 34 Maranhão 116.511 626 29.452 35.243 29.822 18.480 2.786 102 Paraíba 22.101 123 4.553 6.582 6.043 3.985 762 53 Pernambuco 8.596 23 1.275 2.450 2.458 1.912 450 28 Piauí 23.453 85 5.118 7.768 6.921 3.150 401 10 Rio Grande do 15.982 66 4.284 4.505 4.066 2.267 412 22 Norte Sergipe 20.086 91 4.198 6.144 5.425 3.491 716 21 Fonte: IBGE.

3.4 Serviços

3.4.1 Comércio

Na última década o setor de serviços, que já tinha um grande peso no Valor Adicionado Bruto (VAB) do Rio Grande do Norte, aumentou ainda mais essa participação. O componente que mais avançou neste segmento foi o comércio, saltando de 10,5% em 1999 para 16,8% em 2009. Este fenômeno pode ser atribuído à elevação do rendimento médio da população, sobretudo daqueles trabalhadores que têm sua renda vinculada ao salário mínimo – que nos últimos anos apresentou significativo incremento em termos reais. Com efeito, muitas pessoas que não tinham acesso a determinados bens de consumo passaram a tê-lo. As políticas de transferência de renda também têm contribuído para o aquecimento do comércio e para o aumento na demanda por serviços. O Gráfico 13 apresenta a evolução da participação do comércio no PIB do Estado.

101

GRÁFICO 13: PARTICIPAÇÃO NO VALOR ADICIONADO BRUTO A PREÇO BÁSICO COMO ATIVIDADE ECONÔMICA O COMÉRCIO, RIO GRANDE DO NORTE, 2000 – 2011 (%)

1,40

1,20 1,13 1,19 0,98 1,00 0,91 0,98 1,00 0,80 0,80 0,77 0,91 0,80 0,85 0,77 0,60

0,40

0,20

0,00 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Fonte: IBGE – Contas Regionais.

Ainda no âmbito do Comércio, a Pesquisa Anual do Comércio de 2011 6 registrou a existência de 21.010 unidades locais com receita de revenda, que empregava cerca 124.182 mil pessoas. Naquele mesmo ano a pesquisa apontou que as empresas obtiveram 22 bilhões em receita bruta. Participaram desta receita o comércio varejista com 53%, o comércio atacadista com 33% e o comércio de veículos, peças e motocicletas com 13%. A receita bruta de revenda vem apresentando um histórico de crescimento. Vejamos o Gráfico 14 a seguir.

GRÁFICO 14: RECEITA BRUTA DE REVENDA E DE COMISSÕES SOBRE VENDA

16.000.000

14.000.000

12.000.000

10.000.000 Comércio de veículos, peças e motocicletas 8.000.000 Comércio por atacado 6.000.000 Comércio varejista 4.000.000

2.000.000

0 2008 2009 2010 2011

Fonte: IBGE.

IBGE – Pesquisa Anual do Comércio (PAC), 2011. 102

Fazendo um ranking percentual das Unidades de Federação do Nordeste em relação ao Brasil da participação no valor adicionado bruto a preço básico do comércio do PIB para o ano de 2011, o Rio Grande do Norte fica na posição 5° como podemos verificar na Tabela 22 abaixo.

TABELA 22: PERCENTUAL DA PARTICIPAÇÃO NO VALOR ADICIONADO BRUTO A PREÇO BÁSICO DO COMÉRCIO DO PIB DOS ESTADOS DO NORDESTE EM RELAÇÃO AO BRASIL, 2011

UF (%) Bahia 4,5 Ceará 2,7 Pernambuco 2,7 Maranhão 1,6 Rio Grande do Norte 1,0 Paraíba 1,0 Alagoas 0,9 Piauí 0,8 Sergipe 0,6 Nordeste 15,8 Fonte: IBGE.

3.4.2 Serviços Públicos

Outro fator que chama atenção na estrutura econômica do Estado é a forte dependência que existe em relação aos gastos públicos, que por sinal cresceram no período analisado. A Tabela 23 mostra que a participação do componente Administração Pública (Saúde, Educação e Seguridade Social) atingiu 28% do VAB em 2008 - 2011, configurando-se como o componente de maior peso em todos os setores da economia potiguar. A Tabela 23 mostra o percentual das atividades econômicas do Rio Grande do Norte.

103

TABELA 23: PERCENTUAL DA PARTICIPAÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS NO VALOR ADICIONADO BRUTO A PREÇOS BÁSICOS, RIO GRANDE DO NORTE, 2000- 2011

ATIVIDADES 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Agropecuária 3 2 7 8 7 6 6 5 5 5 4 4

Indústria 26 26 25 23 26 26 25 24 25 20 21 24

Indústria extrativa 10 8 8 7 8 10 10 8 9 5 6 8

Indústria de transformação 7 8 7 7 7 7 7 8 8 7 7 7

Produção e distribuição de eletricidade e gás, água e 2 2 3 3 3 3 3 2 2 2 1 1 esgoto e limpeza urbana

Construção civil 8 7 7 5 8 6 6 6 6 7 7 7

Serviços 71 72 68 69 67 68 68 71 70 75 74 73

Comércio 11 10 10 11 10 12 12 13 14 17 16 14

Intermediação financeira, seguros e previdência 3 3 4 4 3 4 4 4 3 4 4 4 complementar e serviços relacionados

Administração, saúde e educação públicas e 26 28 26 26 25 26 26 27 28 28 28 28 seguridade social

Outros serviços 32 30 28 28 28 27 27 26 25 26 26 27

TOTAL 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100

Fonte: IBGE - Contas Regionais.

Se observarmos o VAB a preços correntes destas atividades, o crescimento torna- se mais perceptível. Podemos afirmar que nos últimos 10 anos este número aumentou em mais de três vezes.

104

GRÁFICO 15: PERCENTUAL DA PARTICIPAÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS NO VALOR ADICIONADO BRUTO A PREÇOS BÁSICOS, RIO GRANDE DO NORTE, 2000- 2011

80,0 70,0 74,8 74,3 70,9 72,0 69,2 70,9 70,0 72,6 68,2 67,1 68,4 68,2 60,0 50,0 40,0 26,3 30,0 25,5 25,0 22,7 25,7 26,0 25,5 24,1 25,4 19,9 21,5 23,7 20,0

10,0 6,8 8,0 7,2 5,6 6,4 5,3 2,8 2,5 5,1 4,6 4,2 3,7 0,0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Agropecuária Indústria Serviços

Fonte: IBGE.

Dois segmentos industriais tiveram bom desempenho no ano de 2009: a construção civil e a indústria de transformação e se manteve em 2011. A construção civil foi o componente mais significativo naquele ano, contribuindo para a geração de emprego e de demanda em uma ampla cadeia de suprimentos necessários para realização de obras civis. Em 2005 esta atividade apresentou participação de 6% no PIB estadual, crescendo para 7% no ano de 2011. Em 2009 a Pesquisa Anual da Indústria da Construção 7 (PAIC) registrou 641 empresas, cuja principal atividade está relacionada com obras e serviços de engenharia. Foi identificado ainda um volume de 21.170 pessoas ocupadas nesta atividade 8. A indústria de transformação, por sua vez, aparece logo em seguida – participando com 6,7% no VAB – com sua produção pautada em bens de consumo não-duráveis. Os segmentos têxteis, alimentos e bebidas, calçados, confecções e indústria química respondem pela maior parte da produção. Estatísticas da Pesquisa Industrial Anual 9 apontam que em 2009, 23,4% do valor bruto da produção industrial adveio da fabricação de produtos alimentícios. Este ramo da indústria norte- rio-grandense vem apresentando rápido crescimento.

7 IBGE - Pesquisa Anual da Indústria da Construção, 2009. 8 Estes dados referem-se a empresas de construção com 5 ou mais pessoas ocupadas. IBGE - Pesquisa Industrial Anual, 2009. 105

3.4.3 Outros Serviços

A Pesquisa Anual de Serviços 10 registrou cerca de sete mil empresas de serviço instaladas no RN em 2011. Estas contemplavam aproximadamente 99 mil pessoas empregadas e uma receita bruta anual de 6,5 bilhões de reais. Assim como em outras atividades, o faturamento do setor de serviços também vem apresentando um histórico de crescimento. O Gráfico 16 demonstra a evolução da receita bruta de prestação de serviços no Estado.

GRÁFICO 16: EVOLUÇÃO DA RECEI TA BRUTA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NO RN (MIL REIAIS)

6.574.631 7.000.000 5.554.474 6.000.000 4.810.093 5.000.000 4.094.761

4.000.000

3.000.000

2.000.000

1.000.000

0 2008 2009 2010 2011

Fonte: IBGE .

3.5 Indústria

Desde 1995 a participação da indústria no VAB tem oscilado entre 20% e 26%, percentual compatível com os demais estados nordestinos que, como o RN, têm maior peso no setor de serviços. Em 2009 o valor adicionado da indústria atingiu 19,9%, um dos mais baixos da série histórica estudada. O fraco desempenho naquele ano esteve associado à crise econômica internacional que ocasionou queda nas exportações e diminuição dos i nvestimentos estrangeiros.

10 IBGE – Pesquisa Anual de Serviços (PAS). 106

GRÁFICO 17: HISTÓRICO DO VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL

12.000.000 10.018.817 10.000.000 8.989.258 9.070.589

8.000.000 6.752.432

6.000.000

4.000.000

2.000.000

0 2008 2009 2010 2011

Fonte: IBGE.

GRÁFICO 18: PARTICIPAÇÃO DA FABRICAÇÃO DE ALIMENTOS NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO DO RN (%) Transformação do RN (%) 25 23,41 20 18,55 15 17,08

10

5

0 2007 2008 2009

Fonte: IBGE – PIA Empresa.

107

TABELA 24: FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS

ANOS NÚMERO DE UNIDADES LOCAIS PESSOAL OCUPADO

2008 433 13.527 2009 399 12.878 2010 459 12.916 2011 498 14.600 Fonte: IBGE – PIA Empresa.

Se analisarmos os dados do valor bruto da produção, o crescimento é ainda mais latente. Em 2008 a fabricação de produtos alimentícios rendeu cerca de 1,1 bilhão de reais. Valor que cresceu para 2,1 bilhão em 2009. Ou seja, um crescimento de quase 100%. O setor têxtil é outro destaque na composição da Indústria de Transformação do Estado, participando com 7,8% da produção industrial do RN. No entanto, esta atividade vem apresentando queda de participação em relação a 2007 e 2008, quando registrou taxas de 12,2% e 10,5%, respectivamente. O valor da produção industrial, no entanto, não decaiu tanto, saindo de aproximadamente 710 milhões em 2008, para 700 milhões em 2009. A confecção de artigos de vestuário e acessórios - se enquadra o setor de calçados – compõe a produção industrial com 7% de participação. A atividade também vem apresentando queda na contribuição para a Indústria, no entanto o valor bruto da produção registrou ligeira retração com relação ao ano de 2008. A indústria extrativa mineral é outro ramo que historicamente apresenta importante participação na produção estadual. A despeito da queda em 2009 – caiu de 9,4% para 4,6% de participação no VAB –, sua contribuição média foi de 8% entre 1999 e 2009. O RN possui grande potencial mineral e se destaca pela produção de sal marinho, sendo responsável por 95% da oferta do produto no Brasil. Além do sal, o Estado possui a maior mina de sheelita da América do Sul, localizada no município de Currais Novos, e é considerado o maior produtor nacional. Outro mineral que vem ganhando importância na economia e contribuindo para diversificação da produção é o ferro, extraído principalmente no município de Jucurutu. Entretanto, a principal atividade da indústria extrativa mineral continua sendo a exploração e industrialização de petróleo e gás – 36,7% de participação na produção industrial. O Estado está entre os maiores produtores em terra do Brasil. Desde a década de 1980 a atividade petrolífera vem contribuindo significativamente para a geração de emprego e renda nas regiões de Mossoró e do Litoral Norte. Contudo, apesar da atividade continuar aumentando seu valor produzido e gerando altas receitas com o

108 pagamento de royalties, vem ocorrendo uma desaceleração no nível de produção em termos físicos, processo ligado ao natural esgotamento das reservas petrolíferas. Especialistas advertem que a maioria dos campos da Bacia Potiguar já está em fase madura e apenas a descoberta de novas áreas poderão trazer de volta o nível de produção para o auge alcançado no ano de 1998.

TABELA 25: DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL

PERÍODO PETRÓLEO (BBL/D) GÁS NATURAL (MM3/D) PRODUÇÃO (BOE/D)

2010 58.740 1.665 69.210 2011 59.149 1.239 66.943 2012 60.394 1.623 70.602 Fonte: Boletim da Produção de Petróleo e Gás Natural.

GRÁFICO 19: EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL

71.000 70.602 70.000

69.210 69.000

68.000

67.000 66.943

66.000

65.000 2010 2011 2012

Fonte: Boletim da Produção de Petróleo e Gás Natural.

Apesar da desaceleração na produção de óleo cru o Estado vem avançando na indústria petroquímica. Na Unidade de Tratamento e Processamento de Fluídos, localizada no município de Guamaré, são produzidos querosene de aviação (QAV), óleo diesel e gás liquefeito de petróleo (GLP). E a mesma planta vem sendo ampliada dando espaço para as instalações da Refinaria Potiguar Clara Camarão, que atualmente já produz gasolina automotiva e nafta e há previsão de que o volume produzido aumente nos próximos anos. Aquela região vem se configurando como o principal polo industrial do Estado, contando também com vultosos investimentos em energia eólica.

109

3.6 Recursos Minerais

O RN tem uma produção diversificada e significativa de bens minerais. Dentre os minérios produzidos, destacam-se granito, diatomita, calcário, caulim, mica, tantalita- columbita e as gemas, utilizadas no setor de joalheria. A produção mineral do Rio Grande do Norte também dispõe de reservas consideráveis de scheelita, porém, sua produção está praticamente paralisada em decorrência de fatores a serem superados em médio prazo. As reservas minerais do RN são diversificadas, indo desde o sal, maior produto mineral do Estado, até o Molibdênio, cuja produção ainda se encontra na fase inicial. O Estado destaca-se como o maior produtor nacional de sal marinho, com uma produção equivalente a cerca de 90% do total extraído no Brasil. Os investimentos nesse setor são significativos, devido principalmente, pela utilização em larga escala do sal, tanto como complemento alimentar, como na indústria química para produção de cloro e derivados, além de ser utilizado como ração para os animais. Entre os investimentos no setor salineiro do Estado, destaca-se a construção de uma fábrica de barrilha, que estará localizada no município de Macau. A localização da Fábrica em Macau foi escolhida pela proximidade das fontes de abastecimento de matérias-primas, sal e calcário. O Quadro 14 apresenta as reservas minerais contidas no Estado.

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QUADRO 14: RESERVAS MINERAIS NO RN Classe/ Substância Reservas Medida Indicada Indeferida Lavrável METÁLICOS Bismuto t 134.650 20.716 - - Ferro t 141.763.337 64.246.000 34.367.000 205.629.884 Molibdênio t Mo 168 38 272 - Ouro (Primário) Kg Au 1.418 220 - 547 Tungstênio t WO3 19.421 15.565 30.438 13.703 NÃO METÁLICOS Areia t n.d. n.d. n.d. n.d. Argilas Comuns t 1.702.510 4.489.396 - 6.191.906 Argilas Plásticas t 2.027.184 420.801 - - Calcário (Rochas) t 1.787.554.263 1.400.804.746 938.810.374 598.040.807 Caulim t 729.008 249.640 - 153.654 Diatomita t 388.998 600 15.000 263.034 Feldspato t 32.300.435 4.492.073 398.876 5.640.436 Gipsita t 3.884.686 1.968.843 - 936.804 Mica t 2.086.124 1.126.000 295.256 1.309 Quartzito Industrial t 5.383.802 - - - Quartzito Ornamental t 65.316 - - - Quartzo t 105.384 37.000 3.182 105.384 Rochas (Britadas) e Cascalho t n.d. n.d. n.d. n.d. Rochas Ornamentais – Outras t 1.314.099 2.432.378 403.445 642.770 Rochas Ornamentais (Granito t 748.612.136 557.955.267 237.932.642 272.601.669 e afins) Rochas Ornamentais t 54.691.179 8.204.518 202.164.413 42.750 (Mármore e afins) Talco t 963.396 21.278 - 984.675 Fonte: Anuário Mineral Brasileiro 2010. Departamento Nacional de Produção Mineral. Ministério de Minas e Energia.

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Segundo o Anuário Mineral Brasileiro 2010, a produção mineral bruta do RN, em 2009, teve como destaque a produção de sal (4.222.000 toneladas) e de areia (3.759.431 toneladas).

QUADRO 15: PRODUÇÃO BRUTA DE MINÉRIO - RN

Classe/Substância Quantidade (rom) Contido Teor Médio METÁLICOS Ferro 10.359 t 92,00 t 0,89% Fe Ouro (Primário) - 627,47 Kg - Tungstênio 33.299 t 279,84 t 0,84% WO3 NÃO METÁLICOS Areia 3.759. 431 t - - Argilas Comuns 187. 949 t - - Calcário (Rochas) 467.031 t - - Caulim 6.200 t - - Diatomita 334 t - - Dolomito 37 t - - Rochas (Britadas) e Cascalho 781.246 t - - Rochas Ornamentais (Granito e afins) 10.586 t - - Rochas Ornamentais (Mármore e afins) 16 t - - Saibro 102. 645 t - - Sal Marinho 4.122.000 t - - Talco 12.753 t - - GEMAS E DIAMANTES Gemas (Primária) n.d. n.d. n.d. Fonte: Anuário Mineral Brasileiro 2010. Departamento Nacional de Produção Mineral. Ministério de Minas e Energia.

A produção mineral beneficiada tem como destaques a produção de rochas britadas e Cascalho (2.779.220 toneladas) além de calcário (463.867 toneladas).

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TABELA 26: PRODUÇÃO BENEFICIADA – RN

CLASSE/SUBSTÂNCIA QUANTIDADE CONTIDO TEOR MÉDIO

METÁLICOS Tugstênio 252 t 190,00 t 75,40% WO3 NÃO METÁLICOS Água Mineral 145.340 10 3 l - - Arenito Ornamental 8.320 t - - Argilas Comuns 17.949 t - - Calcário (Rochas) 463.867 t - - Caulim 5.610 t - - Dolomito 37 t - - Rochas (Britadas) e Cascalho 2.779.220 t - - Rochas Ornamentais (Mármore e afins) 10 t - - GEMAS E DIAMANTES Fonte: Anuário Mineral Brasileiro 2010. Departamento Nacional de Produção Mineral. Ministério de Minas e Energia

QUADRO 16: QUANTIDADE E VALOR DA PRODUÇÃO MINERAL COMERCIALIZADA

CLASSE/ BRUTA BENEFICIADA VALOR SUBSTÂNCIA TOTAL (R$) QUANTIDADE VALOR QUANTIDADE VALOR (R$) (R$)

RIO GRANDE DO 499.345.3 95.240.955 594.586.274 NORTE 19 METÁLICOS 124.320 7.055.591 7.179.911 Ferro 10.359 t 124.320 124.320 Tungstênio - - 210 t WO3 7.055.591 7.055.591 NÃO METÁLICOS 499.220.99 88.119.261 587.340.259 9 Água Mineral - - 145.340 10 3 l 10.286.098 10.286.098 Areia 3.751.111 t 19.708.506 - - 19.708.506 Arenito Ornamental - - 8.320 t 43.517 43.517 Argilas Comuns 170.000 t 850.000 17.949 t 12.567 862.587 Calcário (Rochas) 21.732 t 1.358.935 463.867 t 8.606.589 9.965.523 Caulim - - 5.610 t 787.424 787.424 Diatomita 304 t 45.600 - - 45.600 Dolomito - - 37 t 1.650 1.650 Rochas (Britadas) e 540.579 t 5.473.638 - - 4.363.606 Cascalho Rochas Ornamentais - - 10 t 25.575 25.575 (Mármore e afins) Saibro 102.645 m 3 1.026.480 - - 1.026.480 Sal Marinho 4.122.000 t 466.198.20 - - 466.198.200 0 Talco 13.069 t 196.035 - - 196.035 GEMAS E 66.103 66.103 DIAMANTES Gemas (Primária) - - 8g Gemas 66.103 66.103 Fonte: Anuário Mineral Brasileiro 2010. Departamento Nacional de Produção Mineral. Ministério de Minas e Energia. (*) Quantidade e valor da produção vendida, consumida ou transferida para industrialização. 113

QUADRO 17: PRINCIPAIS EMPRESAS PRODUTORAS

EMPRESAS PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS PARTICIPAÇÃO PRODUZIDAS (%) CONSÓRCIO CONSTRAN/GALVÃO/ Areia, Rochas (Britadas) e 16,47 CONSTRUCAP Cascalho, Saibro

ITAPETINGA AGRO-INDUSTRIAL S/A Argilas Comuns, Calcário (Rochas) 14,31 MINERAÇÃO TOMAZ SALUSTINO Tungstênio 10,88

MINERAÇÃO CUNHA COMÉRCIO LTDA Água Mineral 6,74

STER BOM INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA Água Mineral 5,46

SERRINHA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA Rochas (Britadas) e Cascalho 4,16

CAMPEL - CONSTRUÇÃO E MÁQUINAS Rochas (Britadas) e Cascalho 3,77 PESADAS

PJ DE CARVALHO POLI Rochas Ornamentais (Granito e 3,35 afins) DANTAS, GURGEL & CIA LTDA-ME Rochas (Britadas) e Cascalho 2,58

MINA BOCA DE LAGE LTDA Tungstênio 2,57

ROCHEDO MÁRMORES E GRANITOS LTDA Rochas Ornamentais (Granito e 2,54 afins) MINERAÇÃO SÃO FRANCISCO LTDA-ME Água Mineral 2,52

COMPANHIA BRASILEIRA DE Areia, Arenito Ornamental, 2,29 EQUIPAMENTO – CBE Calcário (Rochas)

MINERAÇÃO JU-BORDEAUX EXPORTAÇÃO Rochas Ornamentais (Granito e 2,24 LTDA afins)

CAULIM CAIÇARA LTDA Caulim 1,66

HIDROMINAS SANTA MARIA INDÚSTRIA E Água Mineral 1,63 COMÉRCIO LTDA

MINA BARRA VERDE LTDA Tungstênio 1,41

ÁGUA MINERAL POTIGUAR LTDA Água Mineral 1,21

CALCÁRIO IMAP - AGRO - MINERAÇÃO Calcário (Rochas) 1,12 LTDA

MINERAÇÃO COTO COMÉRCIO Rochas Ornamentais (Granito e 1,05 IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA afins)

Fonte: Anuário Mineral Brasileiro 2010. Departamento Nacional de Produção Mineral. Ministério de Minas e Energi. (*) Participação percentual da empresa no valor total da comercialização da produção mineral da UF.

O RN destaca-se também na produção de petróleo e gás natural. A produção de petróleo e gás natural no Brasil, segundo o Boletim da Produção de Petróleo e Gás Natural, publicado em Fevereiro de 2012 pela Superintendência de Desenvolvimento e Produção – SDP da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Governo Federal, foi 114 de aproximadamente 59.491 Mbbl/d (mil barris por dia) e 1.536 MMm³/d (milhões de m³ por dia), respectivamente, totalizando em torno de 69.154 boe/d (mil barris de óleo equivalente por dia). O setor petrolífero é de suma importância para a economia do RN, porque além dos royalties pagos pela Petrobrás ao Estado e aos Municípios, há os contratos com terceiros para prestação de serviços e o pagamento das indenizações aos proprietários de terras onde são perfurados os poços. O principal produtor de petróleo no Rio Grande do Norte é o Município de Guamaré.

TABELA 27: DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL POR ESTADO

ESTADO PETRÓLEO (bbl/d) GÁS NATURAL (Mm 3/d) PRODUÇÃO TOTAL (boe/d)

Rio de Janeiro 1.622.603 27.501 1.795.586 Espírito Santo 347.120 12.431 425.312 Amazonas 33.764 11.634 106.940 Bahia 43.191 7.862 92.643 São Paulo 52.332 5.970 89.886 Rio Grande do Norte 59.491 1.536 69.154

Sergipe 42.835 2.918 61.186 Alagoas 4.964 1.712 15.733 Ceará 7.972 91 8.544 TOTAL 2.213.929 71.359 8.544 Fonte: ANP/SDP/SIGEP.

GRÁFICO 20: DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO POR ESTADO

Fonte: ANP/SDP/SIGEP.

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GRÁFICO 21: DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE GÁS NATURAL POR ESTADO

Fonte: ANP/SDP/SIGEP.

TABELA 28: DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL POR BACIA

BACIA PETRÓLEO (bbl/d) GÁS NATURAL (Mm 3/d) PRODUÇÃO TOTAL (boe/d) Campos 1.847.519 27.113 2.018.056 Santos 129.982 10.244 193.415 Solimões 33.764 11.634 106.940 Espírito Santo 45.554 8.546 99.312 Potiguar 60.819 1.537 70.549 Sergipe 42.835 2.918 58.923 Recôncavo 42.710 2.578 58.923 Camamu 468 5.215 33.271 Alagoas 4.964 1.712 15.733 Ceará 6.606 90 7.171 Tucano Sul 12 69 449 TOTAL 2.213.929 71.358 2.662.774 Fonte: ANP/SDP/SIGEP.

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GRÁFICO 22: DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO POR BACIA

Fonte: ANP/SDP/SIGEP.

GRÁFICO 23: DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE GÁS NATURAL POR BACIA

Fonte: ANP/SDP/SIGEP.

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3.7 Exportações do RN

Na última década a economia exportadora do Rio Grande do Norte passou por algumas mudanças em sua estrutura e pauta de externa, destacando a seguir, o fim dos ciclos do petróleo e do camarão, bem como o redirecionamento da produção do açúcar para o mercado interno. Por outro lado, houve o fortalecimento de diferentes setores e a inclusão de outros produtos exportados.

I - Petróleo e camarão: fim dos ciclos de exportação O ano de 2012 marca uma década do início da primeira exportação de petróleo extraído no Rio Grande do Norte quando ocorreu o primeiro embarque em junho desse ano. Foi o início de um ciclo de cinco anos, sem a venda de petróleo de 2007 a 2011. As primeiras exportações do óleo bruto foram de US 24,1 milhões (em 2002) tendo atingindo o pico no ano de 2004 quando a Petrobrás exportou US 284,2 milhões, correspondente a 49,5% de todas as vendas internacionais do RN. Mas em 2006, último ano do petróleo exportado, o valor ficou apenas um pouco maior, cerca de US 27,9 milhões. Apesar desse aumento em valores entre o início e o fim do ciclo do petróleo, o peso na pauta de exportação do Estado foi de 10,8% e de 7,9%, respectivamente, para os anos de 2002 e 2006. Em outras palavras, o Estado diversificou e ampliou suas vendas para o exterior durante o ciclo do petróleo exportado. O camarão também teve seu apogeu no ano de 2004. À época, ficou atrás apenas do petróleo e, com as vendas da ordem de US 82,6 milhões, desbancava o líder tradicional no Rio Grande do Norte, o melão. O primeiro grande contrato de fornecimento de camarão para o mercado europeu começou no ano de 2000, mas a exemplo do petróleo, também encerrou seu ciclo externo, embora mais tardiamente: a última exportação do camarão foi no início de 2011 e somou menos de US 400 mil.

II - Mercado interno aquecido O mercado interno aquecido também afetou diretamente as exportações do Rio Grande do Norte, principalmente em 2011, impedindo que a curva de crescimento continuasse a recuperar mais rapidamente os efeitos da crise financeira internacional. O açúcar, com suas vendas de apenas US 7,6 milhões, puxou para baixo o índice de desempenho estadual em 2011. Basta comparar com 2010 quando foi exportado US 27,6 milhões desse item: a queda e a ausência desses US 20 milhões impediram o crescimento da pauta comercial internacional. Sua produção, no entanto, não perdeu espaço. O mercado

118 interno, aquecido com a venda recorde de veículos nos últimos anos e a pressão por mais álcool combustível transformaram o mercado interno bem mais rentável do que a oferta de compra por parte dos tradicionais compradores estrangeiros. As empresas do RN privilegiaram, portanto, o comprador local e a média exportada dos últimos anos (em torno de US 23 milhões) foi sensivelmente puxada para baixo.

III - 2011: agronegócio e minérios. O ano 2011 manteve equilibrado, suas exportações, trouxe alguns bons resultados para a economia internacional do Estado com destaques para o melão, o pescado, o granito, o mel, a sheelita e o ferro, por exemplo. O setor mineral recuperou sua força econômica e tem demonstrado no período mais recente uma maior vitalidade na conquista de novos mercados. Foi assim que em 2011 constatou-se um crescimento elevado nas exportações de granito (28,7%), sheelita (365,2%) e ferro que desde o ano de 2008 não era mais exportado. Foram os novos investimentos recebidos no RN de empresas locais ou nacionais, mas também de capital estrangeiro, que reativaram o setor de extração mineral na região do Seridó. Esses produtos minerais responderam por US 14,4 milhões em exportações no ano de 2011: um significativo crescimento de 110,6% em relação ao ano de 2010 (US 6,8 milhões). A expectativa é de que essa evolução seja contínua nos próximos meses. A fruticultura trouxe em 2011 uma boa notícia a ser comemorada pelo setor produtivo: o melão voltou a apontar um crescimento em suas exportações, atingindo a marca de US 50,6 milhões, com um aumento de 19,6% em relação ao ano passado. Embora ainda menor do que seus índices históricos, o crescimento da concorrência em outros Estados e a queda do consumo na Europa afetaram a produção local sem, no entanto, diminuir sua importância para a economia norte-riograndense. Continuando com as boas notícias do agronegócio em 2011 há de se destacar o pescado e o mel. Este último marcou US 4,5 milhões na pauta externa do Estado com um expressivo crescimento de 145,9% em relação a 2010; a característica de sua capilaridade e sua diversidade geográfica na produção contribuem para uma maior distribuição dessa nova riqueza no RN. O pescado recebeu investimentos de empresas japonesas que, com sua tecnologia e conhecimento de mercado, aliada à experiência de empresas locais, permitiu um impulso bastante significativo nas exportações de peixes (principalmente do atum): US 17,9 em 2010, com um aumento de 83,4% em relação ao ano anterior. Neste mesmo ano o pescado foi o quarto maior item da pauta de exportação.

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A Tabela 29 apresenta os principais produtos exportados pelo RN no período de 2010 a maio de 2012.

TABELA 29: PRINCIPAIS PRODUTOS EXPORTADOS PELO RIO GRANDE DO NORTE (ANUAL (US FOB))

PRODUTOS 2010 (*) 2009 2008 2012 Castanha de caju R$ 45.945.003,00 R$ 41.874.760,00 R$ 44.644.627,00 R$ 19.437.369,00

Melão R$ 45.708.351,00 R$ 45.645.595,00 R$ 64.993.158,00 R$ 13.820.351,00

Açúcar R$ 27.623.476,00 R$ 18.165.271,00 R$ 28.191.061,00 R$ 10.055.751,00

Banana R$ 17.644.906,00 R$ 13.906.635,00 R$ 14.411.366,00 R$ 5.881.504,00

Sal R$ 14.277.971,00 R$ 15.791.503,00 R$ 4.728.753,00 R$ 937.156,00

Confeitaria R$ 13.513.697,00 R$ 16.975.268,00 R$ 20.060.904,00 R$ 9.045.450,00

Roupa de cama R$ 11.998.340,00 R$ 10.353.150,00 R$ 74.063.737,00 R$ 1.081.209,00

Peixes R$ 9.770.306,00 R$ 7.893.043,00 R$ 8.633.066,00 R$ 6.097.325,00

Manga R$ 8.090.563,00 R$ 7.175.572,00 R$ 5.683.840,00 R$ 3.333.599,00

Cera de carnaúba R$ 7.706.324,00 R$ 3.021.548,00 R$ 4.782.625,00 R$ 3.292.436,00

Chapas plásticas R$ 6.850.699,00 R$ 5.823.627,00 R$ 4.114.813,00 R$ 4.181.795,00

Camarão R$ 6.548.615,00 R$ 16.870.437,00 R$ 24.980.580,00

Granito R$ 6.102.932,00 R$ 1.363.171,00 R$ 3.409.083,00 R$ 2.681.949,00

Lagosta R$ 4.995.484,00 R$ 3.954.415,00 R$ 13.676.853,00

Melancia R$ 4.931.235,00 R$ 4.335.726,00 R$ 5.157.913,00 R$ 918.717,00

Mamão R$ 2.743.766,00 R$ 5.116.603,00 R$ 7.667.847,00 R$ 1.540.045,00

Mel R$ 1.840.338,00 R$ 4.490.553,00 R$ 2.114.569,00 R$ 635.196,00

Fonte: FIERN

O Gráfico 24 mostra a balança comercial do Estado no período de 2011 e 2012. Percebe-se que em 2012 houve um superávit comercial, visto que o montante de exportação foi superior ao de importação, como demonstrado abaixo.

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GRÁFICO 24: BALANÇA COMERCIAL DO RN/2011-2012

Fonte: Federação das Indústrias do RN.

3.7.1 Zona de Processamento de Exportações (ZPE)

As Zonas de Processamento de Exportações são áreas de livre comercio, destinadas á instalação de empresas voltadas para a produção de bens a serem comercializados no exterior. O RN implantará uma ZPE no Município de Macaíba, o projeto foi desenhado pela Prefeitura de Macaíba, pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDEC), e pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), que juntamente com os empresários formalizaram um espaço para a implantação da ZPE. O Município de Macaíba está localizado próximo tanto do Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim, quanto do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, que está em construção, e que, junto à ZPE, promete transformar a Região Metropolitana de Natal em um dos principais pólos exportadores do Nordeste. A área escolhida tem mais de 160 hectares e está localizada na Reta Tabajara, rodovia que liga Macaíba a Natal e aos Municípios do Interior do Estado, pela BR-101. Além da ZPE de Macaíba também está previsto a construção da ZPE do Sertão, localizada no município de Assu. Apesar de ter como principal finalidade atrair investimentos estrangeiros, as ZPE's acabam também fortalecendo o mercado interno, deixando as empresas nacionais em igualdade de condições com os concorrentes de outros países. O desenvolvimento da

121 economia local acaba vindo naturalmente por uma sucessão de fatores interligados. O incremento de novas tecnologias, o aumento do valor agregado dos produtos e conseqüentemente, o aumento do fluxo de mercado, e a geração de empregos.

3.8 Turismo

O turismo é uma das principais atividades econômicas do Estado que mais gera emprego e renda. Em 2010 o fluxo turístico foi de aproximadamente 2,5 milhões de turistas, o que representou uma variação de 10,3% em relação a 2009, e uma receita de R$: 2.028,0 milhões. A permanência do turista no Estado chega há 7,7 dias e, o seu gasto diário é de R$ 122,96, dado revelado pela Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte (SETUR-RN). Para desenvolver o turismo do Estado a SETUR tem a responsabilidade de formular a política de turismo do Estado; desenvolver estudos e pesquisas para avaliar a potencialidade turística do Estado; articular-se com os Municípios e os demais Órgãos da Administração Estadual, com o objetivo de desenvolver a infraestrutura de saneamento básico, transportes e energia, nas áreas de atividades turísticas; e promover ações voltadas para a ocupação da infraestrutura de turismo do Estado, principalmente nos períodos de baixa estação. Em 2008, com os problemas da crise econômica mundial, a variação cambial e a realização de tímidas campanhas de divulgação e promoção, ocasionaram a perda de vôos charters e, conseqüentemente, a diminuição do fluxo turístico internacional. O turismo nacional tornou-se o grande emissor de turistas para o RN. Em 2011, o Governo priorizou o trabalho de divulgação e promoção do destino RN, na mídia regional e nacional, participando das feiras e outros eventos promocionais no Brasil e principais mercados internacionais, visando reverter à situação do turismo internacional e incrementar cada vez mais o turismo nacional. Além disso, o Governo liderou a luta para garantir Natal como sede da Copa do Mundo 2014, que atrairão turistas e funcionará como janela de divulgação da cidade e do Estado. O RN apresenta um grande potencial turístico com atrativos naturais que revelam o turismo de sol e mar, agregados a outros segmentos como turismo cultural, aventura, religioso e ecoturismo. O Estado tem uma costa litorânea de 400 km, com belíssimas praias, parrachos, falésias, dunas e lagoas naturais. Além disso, conta com a riqueza dos manguezais, zonas preservadas de Mata Atlântica, cuidadas sob a égide da política de proteção ao meio-ambiente praticada pelo Governo do Estado, que preserva e fortalece o compromisso em torno do desenvolvimento sustentável e responsável.

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O Estado é dotado de excelente infraestrutura turística, tendo Natal um dos maiores e melhores parques hoteleiros do Brasil, contando com restaurantes e bares que apresentam a irresistível gastronomia potiguar, como o camarão e a carne de sol, bem como a culinária internacional.

TABELA 30: MUNICÍPIOS COM ÁREA ESPECIAL DE INTERESSE TURÍSTICO

Acari São Gonçalo do Amarante Apodi São Miguel Arês São Miguel do Gostoso Baía Formosa Serra de São Bento Caicó Serra Negra do Norte Canguaretama Serrinha dos Pintos Caraúbas Parelhas Ceará-Mirim Parnamirim Currais Novos Passa e Fica Extremoz Patu Felipe Guerra Pedro Velho Florânia Poço Branco Goianinha Portalegre João Câmara Presidente Juscelino Jucurutu Rio do Fogo Lagoa Nova Santa Cruz Luís Gomes Tibau Macau Tibau do Sul Maxaranguape Timbaúba dos Batistas Mossoró Touros Natal Upanema Nísia Floresta Fonte: IBGE.

Essa estrutura turística encontra-se em processo de modernização, objetivando o planejamento integrado das ações para a manutenção e preservação dos patrimônios turísticos e ecológicos; a promoção à cultura – com destaque, na valorização da cultura local; o apoio à interiorização do turismo - estimulando o desenvolvimento dos polos turísticos e, junto à iniciativa privada, o incentivo a inserção do Estado no turismo de negócios e de eventos, uma vez que esse segmento tem elevada importância para um destino. O turismo de eventos incentiva o desenvolvimento socioeconômico local, pois possibilita contornar os efeitos da "alta e baixa estação", visando fomentar o turismo em diferentes épocas do ano, permitindo um maior equilíbrio da demanda. Um evento movimenta um grande número de profissionais durante a sua realização, provocando uma grande movimentação econômica porque o turista de eventos é motivado por interesses profissionais, mesclando atividades de trabalho e lazer.

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3.8.1 Polos Turísticos

Pela diversidade de potencial natural, cultural, estrutural e econômico o RN está dividido em cinco Pólos turísticos, cada um mapeado de acordo com suas especificidades locais atrativas. O Mapa 29 abaixo permite visualizar os polos turísticos do RN.

MAPA 29: PÓLOS TURÍSTICOS DO RN

Fonte: SETUR.

I - Polo Costa das Dunas: situado no litoral oriental, foi o primeiro Polo Turístico do RN, e tem grande parte da dinâmica turística assentada nos atrativos naturais, representados por praias, dunas, lagoas, mangues, falésias, mata atlântica, entre outros elementos paisagísticos naturais, distribuídos pelos municípios que o compõem. Essa imagem natural sagrou-se como a imagem do destino turístico de Natal que, nesse aspecto, representa também a imagem do Rio Grande do Norte para o Brasil e internacionalmente, sendo os segmentos de lazer com sol e praia, os principais nichos mercadológicos do Estado. Dos 18 municípios que integram o Polo Costa das Dunas, 14 deles são litorâneos, denotando já o grande potencial para o turismo de sol e praia. Por esse fato, as praias são os elementos mais comuns na oferta turística de atrativos no polo. Com destaque para a capital Natal e praias internacionalmente conhecidas, como Ponta Negra, Jenipabu, Maracajaú e Pipa, aliadas aos passeios de buggy e barcos, mergulhos,

124 visita ao maior cajueiro do mundo, gastronomia regional e internacional, folclore, artesanato, festividades e monumentos históricos e turísticos, tornam o Pólo Costa das Dunas um dos destinos mais procurados pelo turista nacional e internacional. Integram o Pólo Costa das Dunas os municípios de Arez, Baía Formosa, Canguaretama, Ceará-Mirim, Extremoz, Macaíba, Maxaranguape, Natal, Nísia Floresta, Parnamirim, Pedra Grande, Rio do Fogo, São Gonçalo do Amarante, São José de Mipibu, São Miguel do Gostoso, Senador Georgino Avelino, Tibau do Sul e Touros. II - Polo Costa Branca: Situa-se na Zona Oeste do Estado, caracteriza-se de um lado, pela vegetação típica da caatinga, repleta de xique-xiques e juremas, do outro, o mar, praias, dunas multicoloridas, mangues, falésias, rios, lagos, lagoas e águas termais. É conhecido como o lugar onde o mar encontra o sertão e o sertão literalmente vira mar. Destaca-se pelas cidades produtoras de sal, petróleo e fruticultura, pela presença de sítios arqueológicos e paleontológicos. A faixa litorânea do Costa Branca, com 170 km de extensão, é caracterizada por ser ainda bastante rústica, pouco adensada, ideal para turistas que procuram destinos mais preservados e tranqüilos, onde a atividade turística é ainda incipiente, mas com abundantes recursos para desenvolver um turismo de caráter natural, com maior contato com a natureza e com a comunidade. O destaque maior é nas salinas de Macau e Areia Branca que são atrativos diferenciados, uma vez que o RN é o maior produtor de sal do país. Algumas praias, já recebem fluxos de brasileiros e estrangeiros freqüentes, como é o caso de Galinhos que mantém aquele aspecto de vilarejo rústico “perdido da civilização”, a Praia de Ponta do Mel, em Areia Branca, destaca-se por sua beleza selvagem e por apresentar aspectos de serra, sertão e mar. As dunas brancas misturam-se às falésias vermelhas, fenômeno que origina dunas de coloração rosada, como as de Redonda e as do Rosado (Porto do Mangue). Os cactos e a vegetação da caatinga chegam à praia, caracterizando o “encontro do mar com o sertão”. Tibau que tem como grande diferencial seus morros de areia colorida. O município de Macau tem na praia de Diogo Lopes o seu grande destaque, que tem aproximadamente 8 km de extensão com dunas ainda inexploradas, reserva de manguezais e belos coqueirais. Saindo um pouco do litoral, tem-se como destaque entre os atrativos naturais as águas termais de Mossoró. Entre as lagoas sertanejas, pode-se mencionar a Lagoa do Piató, em Assú, que já conta com um terminal turístico e recebe fluxos de visitantes das comunidades vizinhas especialmente nos finais de semana.

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A região onde se encontra a Lagoa Formosa, em São Rafael, constitui-se num diferencial ao sol e praia do Pólo Costa Branca. A grande formação rochosa em granito é ideal para a prática de trilhas e esportes de aventura como trekking , rapel, parapente, etc. Entre os principais atrativos culturais do Polo, pode-se destacar a cidade de Mossoró que está bastante ligada à cultura, sendo inclusive conhecida como a “Capital Cultural do Rio Grande do Norte”, diante do grande investimento em eventos de caráter cultural, na valorização do patrimônio e história locais. O patrimônio Cultural de Mossoró está em boa parte ligado à história de resistência da cidade ao bando de Lampião. Dentre os pontos de destaque estão: a Igreja de São Vicente, o Palácio da Resistência, a Estação das Artes (antiga estação de trens), o Museu Lauro da Escócia e o Memorial da Resistência: lugar que conta a história do cangaço, bem como a trajetória de Lampião em Mossoró. Durante os festejos de São João, é apresentado anualmente o espetáculo “Chuva de Bala no País de Mossoró” que teatraliza no átrio da Igreja São Vicente, esse importante momento para a história de Mossoró, sendo uma das atrações de maior destaque no evento, e atrai um grande fluxo de turistas. Outro destaque é o Lajedo de Soledade e seu Museu, em Apodi. Esse sítio arqueológico abrange cerca de 1 km² de dimensão, incrustado numa formação rochosa calcária do período paleolítico, com idade geológica estimada em 90 milhões de anos. Em Assú, existe um casario histórico encravado no centro da cidade tombado pelo Patrimônio Histórico-Cultural. Além de todos esses atrativos, um dos grandes motivadores das viagens para o Polo Costa Branca são as suas festas populares, como o Carnaval, os Festejos Juninos e as Festas Religiosas. Os municípios que compõem o Polo Costa Branca são: Angicos, Apodi, Areia Branca, Caiçara do Norte, Carnaubais, Galinhos, Grossos, Guamaré, Itajá, Lages, Macau, Mossoró, Pendências, Porto do Mangue, São Bento do Norte, São Rafael, Serra do Mel e Tibau. III - Polo Seridó : localizado no semi-árido do RN é constituído por ecossistemas naturais, como o bioma caatinga, único no mundo, que aliado a majestosas serras, formações rochosas, trilhas, rios, açudes, tanques naturais e cavernas misteriosas, sítios arqueológicos, que registram a presença do homem pré-histórico, através de enigmáticas inscrições rupestres, conferem a região uma beleza selvagem que encanta os visitantes. Somados a tudo isso, tem a beleza do artesanato da região, com destaque para os famosos bordados e belos arranjos que adornam variados tipos de conjuntos de cama, mesa e banho, assim como artigos para vestuário. A culinária típica, como a famosa carne de sol, queijos, biscoitos, manteiga da terra, e a cultura sacra, que inspira a fé do sertanejo.

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Entre os atrativos naturais, existem as serras, o relevo acidentado e as formações rochosas, destacando-se o Bico das Araras e Serra da Formiga em Acari, que emolduram o Açude de Gargalheiras, a Gruta da Caridade, Serra de São Bernardo em Caicó, Vale Vulcânico em Cerro Corá e Lagoa Nova, Serra do Chapéu, Pico do Totoró, Cânion dos Apertados, Serra da Mina Brejuí, Pedra do Sino e do Navio em Currais Novos, Serra dos Quintos e Pedra da Boca em Parelhas. Além da religiosidade do povo do Seridó, outros atrativos histórico-culturais existem no Polo Seridó como sítios arqueológicos, museus, sítios históricos urbanísticos, igrejas, capelas, fazendas, festas populares e religiosas, artesanato e a gastronomia. O que chama grande atenção são os sítios arqueológicos que apresentam vestígios da ocupação do homem pré-histórico que deixaram suas marcas em cavernas, grutas , sendo os de maior representatividade: Sítios Mirador, em Parelhas, Pedra do Alexandre, Talhado do Gavião, Casa Santa e Xiquexique I e II em Carnaúba dos Dantas, estes últimos já estruturados para receber visitantes. Outros dos atrativos turísticos histórico-culturais do Polo Seridó são os seus castelos, um deles está localizado em Caicó, o Castelo de Engady e o outro, o Castelo de Bivar encontra-se em Carnaúba dos Dantas. Um dos grandes, motivadores das viagens para o Polo Seridó são as suas festas religiosas e populares, amplamente conhecidas, como o Carnaval e a Festa de Sant’Ana, em Caicó, tendo sido construído um espaço de eventos no município, conhecido como Ilha de Santana, para melhor estruturar o evento. Em Carnaúba dos Dantas, a encenação da Paixão de Cristo, no Monte do Galo, é destaque no calendário religioso da cidade. Em Acari, no aspecto cultural destacam-se a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e o Museu do Sertanejo, ambos tombados pelo Patrimônio Histórico. O Polo Seridó abrange as cidades de Acari, Caicó, Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Currais Novos, Equador, Florânia, Jardim do Seridó, Jucurutu, Lagoa Nova, Ouro Branco, Parelhas, Santana do Seridó, São João do Sabugi, São José do Seridó, Serra Negra do Norte, Tenente Laurentino Cruz e Timbaúba dos Batistas. IV- Polo Serrano: Situa-se no semiárido nordestino, caracteriza-se pelo clima ameno, durante boa parte do ano, presença de grutas, belas e mais altas serras do RN, sendo um paraíso para os amantes da natureza, da aventura e do ecoturismo, com trilhas, mirantes, sítios arqueológicos, formações rochosas e vistas deslumbrantes e também o turismo religioso. Entre julho e agosto, as temperaturas ficam entre 16 e 26ºC, o que torna o clima propício para a realização dos Festivais de Inverno, com programações culturais diversificadas e festivais gastronômicos com ênfase na culinária Potiguar.

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Destaque para as cidades de Martins, com os Mirantes da Carranca e do Canto, Casa de Pedra, Pedra do Sapo, Pedra Rachada com a silhueta de Cristo, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição e seu famoso Festival Gastronômico, que já atrai grande fluxo turístico, Portalegre cujas principais atrações são a Fonte da Bica (de água mineral), no Terminal Turístico, a Cachoeira do Pinga, com quase 100 metros de altura, Casas de Farinha, Mirante Boa Vista, os Sítios Arqueológicos da Furna do Pelado e Pedra do Letreiro e, recentemente, o Festival Gastronômico, Patu com a Serra e Santuário do Lima, onde o turismo religioso com romarias, acontece durante todo o ano, Pedra da Bocada, Casa do Cangaceiro Jesuíno Brilhante, Cruzeiro de São Sebastião e a Rampa de Vôo Livre, onde acontece anualmente grande campeonato, por ser um dos melhores lugares do mundo para a prática desse esporte. Municípios que compõem o Polo Serrano: Alexandria, Antônio Martins, Campo Grande, Caraúbas, Doutor Severiano, Felipe Guerra, Lucrécia, Luís Gomes, Major Sales, Martins, Patu, Pau dos Ferros, Portalegre, Riacho da Cruz, São Miguel, Venha Ver, Viçosa e Pilões. V- Polo Agreste/Trairi : Situado num belo trecho do sertão nordestino, o Polo Agreste/Trairi atrai visitantes tanto pelo seu cenário magnífico como pelas demonstrações de fé e religiosidade de seu povo. O Polo tomou grande impulso no Turismo Religioso com a construção do Complexo Turístico Religioso Alto de Santa Rita de Cássia, no município de Santa Cruz, maior estátua religiosa do mundo, com 53 metros de altura, constando de área para missas e eventos, restaurantes, lojas de artesanato e estacionamento. Devido à beleza de suas serras, formações rochosas, trilhas e lajedos, a região é de grande interesse para o desenvolvimento do turismo de aventura. Multidões de todas as partes do Estado participam dos festejos juninos e religiosos. As tradicionais vaquejadas e os festivais gastronômicos também são outros atrativos para quem visita a região. Os principais atrativos turísticos do Polo Agreste/Trairi encontram-se nas cidades de Santa Cruz, com o já citado Complexo Turístico Religioso Santa Rita de Cássia, Vila de Todos (complexo de apoio ao turismo, com quiosques, bares e música ao vivo) casa da Cultura e eventos como o Serra de São Bento,Festival de Quadrilhas, Espetáculo Rita Senhora dos Impossíveis e os Festejos da Padroeira, com suas serras, cavernas, clima ameno que favorece a realização do já consolidado Festival de Inverno, Sítio Novo com o Castelo de Zé dos Montes, Inscrições Rupestres na Pedra do Letreiro, Balneário, Passa e Fica devido a proximidade do Parque Ecológico Pedra da Boca, que fica na Paraíba, se beneficia desse atrativo, com trilhas e deslumbrante visual e , com a Serra do mesmo nome,

128 formação rochosa mais antiga das Américas, que é bastante utilizada para escaladas, além da praça com Concha Acústica para realização de eventos. Compõem o Polo Agreste/Trari: Coronel Ezequiel, Jacanã, Japi, Montanhas, Monte das Gameleiras, Nova Cruz, Passa e Fica, Santa Cruz, São Bento do Trairi, Serra Caiada, Serra de São Bento, Sítio Novo e Tangará.

3.8.2 Investimentos Turísticos

O Governo executa projetos de obras e investimentos para melhorar a infraestrutura, qualificar a mão de obra e implementar o projeto de interiorização do turismo. Com o Plano de Metas para o Turismo, lançado em 2012 pelo Governo do Estado, juntamente com a Secretaria de Turismo e a Emprotur, se prevê uma série de investimentos em obras e programas para fortalecer o setor e multiplicar a capacidade de emprego e renda. Essas ações são executadas por diversas áreas do Governo, dentro do projeto de gestão articulada, em que várias secretarias somam esforços para viabilizar as ações da gestão. Com recursos do Prodetur, o Governo tem investido em diversas ações para fortalecer o turismo no Estado. Na área de qualificação profissional, no Polo Costa das Dunas, os cursos nos municípios de Arez, Baia Formosa, Canguaretama, Rio do Fogo e São Miguel do Gostoso foram executados em sua totalidade, atendendo um total de 1.481 alunos em 16 modalidades de atividades diferente. Quanto à elaboração dos projetos que dão acesso as praia e lagoas do Estado, os projetos, já elaborados, aguardam a liberação de recursos no Ministério do Turismo. Outro investimento que se encontra em fase de elaboração, é o do Projeto do Cajueiro. Também os Projetos de Urbanização das Orlas das Cidades Litorâneas de Cotovelo, Pirangi do Norte, Pitangui, Jacumã, Muriú, Tibau do Sul e Pipa, já tiveram suas ações concluídas. Outro grande investimento do Governo do Estado é referente ao esgotamento sanitário das cidades litorâneas de Cotovelo e Pium. Segundo a Secretaria de Turismo 99,9% das obras estão concluídos. A conclusão das obras está dependendo da Caern, onde serão feitas as ligações elétricas necessárias. O Museu da Rampa, antiga base de hidroaviões de Natal, também recebeu investimentos do Governo, estando 40% de suas obras concluídas. Segundo a Secretaria de Turismo, há outros investimentos previstos, como: o Projeto de Reabilitação do Centro Histórico de Natal; A construção dos acessos as RN 313/Alcaçuz/Nísia Floresta, BR 101 (Nísia Floresta)/Alcaçuz, RN 063 e do acesso RN 063/ Lagoa de Arituba; Projeto para visitação e conservação dos sítios arqueológicos do Seridó; e Implantação do Sistema de Esgotamento de San Vale.

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O Programa de Regionalização do Turismo prevê investimentos de R$ 2 milhões, com recursos próprios, para, entre outras ações, elaboração do Plano Estratégico Sustentável do Turismo; implantação de Sinalização Turística Interpretativa de Natal; implantação do Projeto Turístico Rota 33, entre o RN, PB e AL; e contratação de consultoria para desenvolver ações de acesso ao mercado.

3.8.3 Dados do Turismo do RN

O Rio Grande do Norte dispõe de uma das maiores redes hoteleiras, com mais de 42.000 mil leitos. Só a Capital dispõe de 20.558 mil leitos, sendo a sexta do país e terceira do Nordeste em número de leitos. Segundo a Pesquisa Serviços de Hospedagem divulgada pelo IBGE (2011), Natal tem capacidade para receber, em média, 140 hóspedes por estabelecimento, posicionando-se acima da média nacional (110) e, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro, que tem a capacidade de receber, em média, 157 hóspedes por estabelecimentos. A capital tem a quarta maior média de unidades habitacionais – suítes, apartamentos, quartos e chalés – por estabelecimento do país, também possui a segunda maior proporção de estabelecimentos de luxo do país (4,2% dos meios de hospedagem) e a quarta maior proporção de estabelecimentos nacionais na categoria superior/muito confortável (15,6% dos meios). O Ministério do Turismo, por meio do Anuário Estatístico do Turismo, registra uma diminuição no número de desembarque internacional de passageiros, levando em consideração os anos de 2011 e 2012. Segundo a pesquisa, em 2011, desembarcaram no território potiguar 60.706 mil pessoas, contra 54.269 mil pessoas em 2012. Um dos indicativos para esta queda pode está relacionado com o crescimento da demanda e a não adequação da estrutura nos terminais portuários. Recentemente, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou em um estudo que o Aeroporto Internacional Augusto Severo tem funcionando acima da capacidade operacional - a taxa apontada no estudo foi de 138%. A Tabela abaixo mostra o número mensal de turistas que chegam ao território potiguar. Nota-se uma regularidade, sendo o início e o final do ano onde o fluxo mais se intensifica.

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TABELA 31: DESEMBARQUE INTERNACIONAL DE TURISTAS NO TERRITÓRIO POTIGAR/ MÊS Total Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 2010 58.482 6.647 5.593 5.380 3.673 2.77 3.712 5.707 5.241 3.592 5.195 5.299 5.666 2011 60.705 6.629 5.320 4.534 3.737 2.360 3.603 6.322 5.60 4.164 6.245 5.748 6.443 2012 54.269 6.420 5.629 3.879 3.036 3.023 3.103 4.897 3.690 3.163 5.915 5.865 5.649 Fonte: Anuário Estatístico do Turismo/ Ministério do Turismo.

A partir dos dados acima, podemos perceber que o início e o final do ano é período onde o Estado recebe mais turistas. Apesar da queda, o mês de janeiro e dezembro apresentou uma constante de seis e cinco mil visitantes, respectivamente. Considerando um incremente de cerca de seis mil visitantes em dezembro 2011. Apesar da diminuição de visitantes registrada na Tabela, percebe-se que o Estado do Rio Grande do Norte, é preferência de destino durante o ano todo, o que reflete na economia do setor.

Numero de agências de Turismo

Em 2010, Ministério do Turismo contou 146 agências. Em 2011 e 2012 esse número aumentou significativamente, sendo 184 e 204 agencias respectivamente. Esse dado enfatiza a preferência dos turistas pelo Estado.

Número de Restaurantes

Segundo o Sindicato de Hotéis Bares Restaurantes e similares – SHRBS/RN, o Rio Grande do Norte conta com uma média de 6 mil estabelecimentos que prestam serviços desde hospedagem a lazer como bares e restaurantes.

4. EIXO INSTTUCIONAL

4.1 Organização Político-administrativa

Conforme disposto na Constituição Federal de 1988, os Estados, juntamente com União, Municípios e Distrito Federal constituem-se Entes Federados da República Federativa do Brasil, com responsabilidades no desenvolvimento e promoção das políticas públicas. No Rio Grande do Norte, o desenho institucional da Administração Direta e Indireta, envolve autarquias, fundações públicas, órgãos de regime especial, empresas públicas e

131 sociedades de economia mista, como representado no Organograma 1 da estrutura organizacional do Poder Executivo Estadual abaixo.

ORGANOGRAMA 1: ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO PODER EXECUTIVO ESTADUAL

Fonte: Catálogo do poder executivo estadual.

A Administração Direta é composta por 15 (quinze) Secretarias: Secretaria de Estado do Esporte e do Lazer (SEEL), Secretaria de Estado da Administração e dos Recursos Humanos (SEARH), Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania (SEJUC), Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (SEC), Secretaria de Estado da Tributação (SET), Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH), Secretaria de Estado de Infraestrutura (SIN), Secretaria de Estado de Agricultura, da Pecuária e da Pesca (SAPE), Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (SEDEC), Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (SETHAS), Secretaria de Estado do Turismo (SETUR), Secretaria de Estado de Assuntos Fundiários e Apoio à Reforma Agrária (SEARA) e a Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social. Como integrantes da Administração Direta há ainda a Controladoria Geral do Estado, Procuradoria Geral do Estado(PGE), Consultoria Geral do Estado, Gabinete Civil do 132

Governador do Estado (GAC), Assessoria de Comunicação Social do Estado (ASSECOM) e a Defensoria Pública Geral do Estado. A Administração Indireta, por sua vez, é composta por 11 (onze) autarquias: Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Estado do RN (IDIARN), Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN, Instituto de Educação Superior Presidente Kennedy, Instituto de Previdência dos Servidores do Estado do RN, Departamento Estadual de Trânsito, Departamento de Estradas e Rodagens, Agência Reguladora de Serviços Públicos, Instituto da Gestão das Águas do Estado do RN, Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural, Instituto de Pesos e Medidas e a Junta Comercial do Estado do RN. Dentre as Fundações Públicas estão a Fundação José Augusto, a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Fundação Estadual da Criança e do Adolescente e a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do RN. São5 (cinco) os Órgãos de Regime Especial: Departamento Estadual de Imprensa, Instituto Técnico e Científico, Polícia Civil, Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar. A Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN e a Empresa Gestora de Ativos do RN constituem-se nas únicas Empresas Públicas do Estado. Por outro lado, existem 6 (seis) Sociedades de Economia Mista: Companhia de Águas e Esgotos do RN, Centrais de Abastecimento do RN, Companhia Potiguar de Gás, Agência de Fomento do RN, Companhia de Processamento de Dados do RN, Companhia Estadual de Habitação e Desenvolvimento Urbano e Empresa Potiguar de Promoção Turísticas. Todas essas instituições possuem atribuições e responsabilidades inerentes a determinadas áreas de atuação do Estado, que interferem na sociedade a partir de recursos administrativos (Pessoal, Material e Financeiro) impactando significativamente nas Finanças Estaduais. É exatamente sobre o orçamento público estadual que nos deteremos a seguir 11 .

4.2 Finanças Públicas

As receitas são classificadas em duas amplas categorias: Receitas Correntes e de Capital. Nas Receitas Correntes é importante destacar as seguintes subcategorias: Receita Tributária que corresponde à soma dos recursos decorrentes da arrecadação dos impostos, taxas e contribuições de melhorias; Receita Patrimonial que corresponde ao resultado financeiro da movimentação do patrimônio, seja decorrente de bens mobiliários e imobiliários, seja advinda da participação societária; Transferências que são recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, independentemente da

11 Para maiores informações sobre as atribuições de cada órgão ou entidade do executivo estadual consultar www.rn.gov.br 133 contraprestação. Vale salientar que os governos estaduais e municipais registram neste item as participações em tributos federais. As Receitas de Capital são aquelas provenientes da realização de recursos financeiros, via constituição de dívidas da conversão de bens e direitos em espécie, e dos recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender despesas classificadas como em Despesas de Capital. Estão também nesta categoria as “Operações de Crédito” que englobam o volume de recursos decorrentes da colocação de títulos públicos ou de empréstimos obtidos junto a entidades estatais ou particulares internas ou externas. As despesas classificam-se em Despesas Correntes e de Capital. As Despesas Correntes constituem o grupo de Despesas Operacionais realizadas pela Administração Pública destinadas a promover a manutenção e o funcionamento dos órgãos que a compõem. Nesta categoria, destaca-se o item “Pessoal”, que compreende os gastos com vencimentos, diárias, ajudas de custo, gratificações, honorários, entre outros. As Despesas de Capital são aquelas cujo propósito é criar novos bens a se incorporarem ao patrimônio público. Destaca-se o item “Investimentos”, que compreende as dotações para o planejamento e execução de obras, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente, e constituição ou aumento de capital de empresas que compõe a estrutura estadual. Na Tabela a seguir consta o Balanço Orçamentário Geral do Estado em 2012.

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TABELA 32: RECEITA E DESPESA ARRECADADA, SEGUNDO A NATUREZA – 2011 BALANÇO ORÇAMENTÁRIO RECEITA DESPESA TÍTULOS PREVISÃO EXECUÇÃO DIFERENÇA TÍTULOS FIXAÇÃO EXECUÇÃO DIFERENÇA Créditos Orçamentários e RECEITAS CORRENTES 9.041.430.000,00 9.120.525.868,17 79.095.868,17 Suplementares Receita Tributária 4.188.809.000,00 4.454.961.635,58 266.152.635,58 Créditos Especiais 10.175.371.581,07 8.681.811.690,66 1.493.559.890,41 Receita de 253.555.000,00 303.421.865,60 49.866.865,60 16.821.067,02 3.976.871,33 12.844.195,69 Contribuições Receita Patrimonial 68.961.000,00 135.488.306,97 66.527.306,97

Receita Agropecuária 2.500.000,00 925.981,25 1.574.018,75

Receita Industrial 12.062.000,00 5.197.151,06 6.864.848,94

Receita de Serviços 127.802.000,00 88.912.408,30 38.889.591,70

Transferências 4.350.467.000,00 3.958.302.872,03 392.164.127,97 Correntes Outras Receitas 37.274.000,00 173.315.647,38 136.041.647,38 Correntes RECEITAS DE CAPITAL 814.763.000,00 89.578.753,01 725.184.246,99

Operações de Crédito 386.251.000,00 4 43.890.632,21 342.360.367,79

Alienação de Bens 20.006.000,00 2.330.203,10 17.675.796,90

Amortização de 3.780.000,00 2.563.382,96 1.216.617,04 Empréstimos Transferências de 384.664.000,00 40.212.417,57 344.451.582,43 Capital Outras Receitas de 20.062.000,00 582.117,17 19.479.882,83 Capital RECEITAS INTRA- 598.580.000,00 612.285.639,28 13.705.639,28 ORÇAMENTÁRIAS DEDUÇÃO DA RECEITA 1.059.411.000,00 1.080.610.891,4 21.199.891,45 CORRENTE Dedução Receita p/ 1.059.411.000,00 1.080.610.891,45 21.199.891,45 form. FUNDEB 10.192.192.648,0 SOMA 9.395.362.000,00 8.741.779.369,01 653.582.630,99 SOMA 8.685.788.561,99 1.506.404.086,10 9 DÉFICIT 0,00 0,00 0,00 SUPERÁVIT -796.830.648,09 55.990.807,02 852.821.455,11 TOTAL 9.395.362.000,00 8.741.779.369,01 653.582.630,99 TOTAL 9.395.362.000,00 8.741.779.369,01 653.582.630,99 Fonte: Controladoria Geral do Estado – CONTROL

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Ainda segundo o Relatório da CONTROL, a projeção das receitas tributárias para o biênio 2014-2015, prevê arrecadação de R$: 4.709.023.050 e R$: 5.198.241.571, respectivamente, conforme mostram os Quadros 18 e 19 abaixo.

QUADRO 18: PROJEÇÃO DE RECEITAS PARA O TRIÊNIO 2014 – PROJEÇÃO LDO Meses Tributos Total de C. HIST. C. HIST. C. HIST. Tributos % ICMS. % IPVA. % ITCD. ULT. 10 ULT. 6 ULT. 10 ANOS ANOS ANOS ICMS IPVA ITCD Janeiro 380.803.389 7.024.217 1.105.859 388.933.464 8,56% 2,85% 7,14% Fevereiro 335.440.260 14.843.101 1.229.609 351.512.970 7,54% 6,02% 7,94% Março 332.181.537 28.203.602 1.242.899 361.628.038 7,47% 11,43% 8,03% Abril 348.367.014 31.946.275 1.329.116 381.642.405 7,83% 12,95% 8,58% Maio 357.265.55 40.337.663 1.375.400 398.978.617 8,03% 16,35% 8,88% Junho 359.549.777 36.791.328 1.206.493 397.547.598 8,09% 14,91% 7,79% Julho 363.057.448 30.498.717 1.356.346 394.912.511 8,16% 12,36% 8,76% Agosto 377.358.885 24.053.568 1.291.383 402.703.835 8,49% 9,75% 8,34% Setembro 388.401.783 12.922.651 1.289.648 402.614.082 8,73% 5,24% 8,33% Outubro 388.151.542 8.707.355 1.170.398 398.029.294 8,73% 3,53% 7,56% Novembro 393.351.124 5.664.976 1.223.261 400.239.361 8,85% 2,30% 7,90% Dezembro 422.894.286 5 5.719.454 1.667.134 430.280.874 9,51% 2,32% 10,76% TOTAL 4.446.822.598 2 246.712.906 15.487.546 4.709.023.050 100% 100% 100%

Fonte: CONTROL 2014 => 5,60% DE INFLAÇÃO; 3,50% DE PIB ; 1% DE ESFORÇO FISCAL. Obs.: previsão realizada com base na inflação e PIB previstos no relatório FOCUS-BCB, de 22/03/2013, aplicados, conjuntamente com o percentual de esforço fiscal, aos valores previstos para o exercício de 2013.

QUADRO 19: PROJEÇÃO DE RECEITAS PARA O TRIÊNIO 2015

Meses Tributos Total de C. HIST. C. HIST. C. HIST. Tributos % ICMS. % IPVA. % ITCD. ULT. 10 ULT. 6 ULT. 10 ANOS ANOS ANOS ICMS IPVA ITCD Janeiro 420.364.900 7.753.960 1.220.746 429.339.606 8,56% 2,85% 7,14% Fevereiro 370.289.015 16.385.145 1.357.352 388.031.511 7,54% 6,02% 7,94% Março 366.691.74 31.133.66 1.372.024 399.197.430 7,47% 11,43% 8,03% Abril 384.558.723 35.265.161 1.467.198 421.291.082 7,83% 12,95% 8,58% Maio 394.381.72 44.528.327 1.518.290 440.428.346 8,03% 16,35% 8,88% Junho 396.903.260 40.613.564 1.331.835 438.848.659 8,09% 14,91% 7,79% Julho 400.775.341 33.667.216 1.497.257 435.939.814 8,16% 12,36% 8,76% Agosto 416.562.548 26.552.483 1.425.544 444.540.576 8,49% 9,75% 8,34% Setembro 428.752.689 14.265.180 1.423.629 444.441.498 8,73% 5,24% 8,33% Outubro 428.476.450 9.611.958 1.291.990 439.380.398 8,73% 3,53% 7,56% Novembro 434.216.215 6.253.508 1.350.345 441.820.068 8,85% 2,30% 7,90% Dezembro 466.828.604 6.313.646 1.840.332 474.982.582 9,51% 2,32% 10,76% TOTAL 4.908.801.219 272.343.811 17.096.541 5.198.241.571 100,00% 100,00% 100% Fonte: CONTROL 2015 => 5,60% DE INFLAÇÃO; 3,50% DE PIB ; 1% DE ESFORÇO FISCAL Obs.: previsão realizada com base na inflação e PIB previstos no relatório FOCUS-BCB, de 22/03/2013, aplicados, conjuntamente com o percentual de esforço fiscal, aos valores previstos para o exercício de 2014

136

5. EIXO SOCIAL

5.1 Demografia

O Rio Grande do Norte é o décimo sexto Estado mais populoso do Brasil com 3.168.027 habitantes, de acordo com o último censo realizado em 2010. Observando a dinâmica populacional nos últimos 10 anos, a população potiguar apresentou um aumento de 14,3%, quando em 2000 o censo contou exatamente 2.771.538 habitantes residentes na federação potiguar. O Estado concentra grande parte da sua população em três municípios (Mossoró, Natal e Parnamirim) com população superior a 200 mil habitantes. Esses municípios, que constituem cidades pólo no leste e oeste do Rio Grande do Norte, detêm acessos a serviços e bens públicos, não encontrados noutras localidades, o que ocasiona constantes deslocamentos da população adjacente para o atendimento dos serviços ofertados nesses centros. O Quadro 20 a seguir apresenta o ranking das vinte cidades mais populosas do Rio Grande do Norte, e o Mapa 30 apresenta a população do RN por número de habitantes.

QUADRO 20: RANKING DAS 20 CIDADES MAIS POPULOSAS DO RN POSIÇÃO CIDADE POPULAÇÃO ESTIMADA 1 Natal 810.780 2 Mossoró 263.344 3 Parnamirim 208 .425 4 São Gonçalo do Amarante 89. 044 5 Macaíba 70. 586 6 Ceará-Mirim 68. 580 7 Caicó 63. 147 8 Assu 53. 636 9 Currais Novos 42. 795 10 São José de Mipibu 40.149 11 Santa Cruz 36. 143 12 Nova Cruz 35. 617 13 Apodi 34. 808 14 João Câmara 32. 456 15 Touros 31. 335 16 Canguaretama 31. 216 17 Macau 29. 204 18 Pau dos Ferros 27. 974 19 Areia Branca 25. 529 20 Extremoz 24. 953 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais.

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MAPA 30: POPULAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE/NÚMEROS DE HABITANTES

Fonte: IBGE, 2010

Do total da população do Estado, 2.464.991 habitantes estão na zona urbana, representando aproximadamente 78% e, 703.036 habitantes encontram-se na zona rural, que corresponde a 22 % da população do Estado. Ao comparar esses dados com a população do Nordeste e do Brasil, verifica-se uma tendência urbana, que também é seguida pelo Estado do Rio Grande do Norte, conforme identifica o Gráfico abaixo.

138

GRÁFICO 25 : POPULAÇÃO RESIDENTE POR SITUAÇÃO DE DOMICÍLIO

Fonte: IBGE. Censo Demográfico .

Essa constatação revela -se em virtude da estagnação das relações de trabalho no campo em face à modernização da agricultura – setor primário – ocasionada pela disseminação das atividades oriundas do segundo e terceiro setor da economia. As populações rurais têm migrado para os centros urbanos, em busca de melhor qualidade de vida e condições mais favoráveis de trabalho, assim como acesso a bens e serviços públicos. No Rio Grande do Norte 1.548.887 habitantes são do sexo masculino e, 1.619.14 0 do sexo feminino. Na área urbana 1.183.327 homens e 1.281.664 mulheres e, na área rural 365.560 homens e 337.476 mulheres. Comparando com o Brasil e a Região Nordeste, nota -se que há uma semelhança quanto à proporção do número de pessoas por sexo.

GRÁFICO 26: POPULAÇÃO RESIDENTE POR SEXO

Fonte: IBGE. Censo Demográfico. 139

O Censo 2010 registrou também um aumento na densidade demográfica do Estado, que passou de 52,22 hab./km² em 2000 para 59,99 hab./km² em 2010. No Brasil e na região Nordeste é possível observar também um aumento na densidade populacional nos últimos dez anos.

GRÁFICO 27: DENSIDADE DEMOGRÁFICA E CENSOS DEMOGRÁFICOS

Fonte: IBGE, SIDRA, 2011.

No ranking dos Estados brasileiros, em relação à densidade demográfica, o Rio Grande do Norte ocupa a décima posição. Em relação ao ranking da região Nordeste, o Estado ocupa a quinta posição.

140

GRÁFICO 28: DENSIDADE DEMOGRÁFICA: RANKING DOS ESTADOS DO NORDESTE

Fonte: IBGE

A maior concentração demográfica do Estado situa-se na Região Metropolitana de Natal 12 , conforme mostra o Quadro 21 a seguir.

12 Criada pela Lei Complementar nº 152, de 16 de janeiro de 1997, DOE de 6 de fevereiro de 1997. Atualmente é constituída por 10 municípios , sendo a décima quinta maior aglomeração urbana do Brasil, com 1 350 840 habitantes . 141

QUADRO 21: OS 30 MUNICÍPIOS DO RN COM MAIOR DENSIDADE DEMOGRÁFICA (HAB./KM 2)

MUNICÍPIO TOTAL ÁREA DENSIDADE TOTAL - DEMOGRÁFICA - KM² HAB./KM² 1 Natal* 803.739 167,2 4808,2 2 Parnamirim* 202.456 123,6 1638,14 3 São Gonçalo do 87.668 249,1 351,91 Amarante* 4 Passa e Fica 11.100 42,1 263,43 5 Brejinho 11.577 61,6 188,07 6 Extremoz* 24.569 139,6 176,03 7 Senador Georgino Avelino 3.924 25,9 151,31 8 Jaçanã 7.925 54,6 145,25 9 Montanhas 11.413 82,2 138,82 10 São José de Mipibu* 39.776 290,3 137 11 Macaíba* 69.467 510,8 136,01 12 São Miguel 22.157 171,7 129,05 13 Vera Cruz* 10.719 83,5 128,43 14 Nova Cruz 35.490 277,7 127,82 15 Canguaretama 30.916 245,4 125,98 16 Mossoró 259.815 2099,3 123,76 17 Lucrécia 3.633 30,9 117,45 18 Goianinha 22.481 192,3 116,92 19 Arês 12.924 115,5 111,89 20 Tibau do Sul 11.385 101,8 111,81 21 Major Sales 3.536 32 110,6 22 Pau dos Ferros 27.745 260 106,73 23 Monte Alegre* 20.685 211,3 97,87 24 Lagoa Salgada 7.564 79,3 95,37 25 Ceará-Mirim* 68.141 724,4 94,07 26 Jundiá 3.582 44,6 80,24 27 Maxaranguape 10.441 131,3 79,51 28 Lagoa Nova 13.983 176,3 79,31 29 Bom Jesus 9.440 122 77,35 30 Nísia Floresta* 23.784 307,8 77,26 Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.(*) Municípios que compõe a região metropolitana do Rio Grande do Norte.

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MAPA 31: MUNICÍPIOS DA REGIÃO METROPOLITANA

Fonte: Anuário Natal, 2013

A Região Metropolitana de Natal (RMN) apresenta-se como uma das regiões de maior dinamismo econômico e social do Rio Grande do Norte, por suas características urbanas e por constituir o principal pólo industrial - construção civil, indústria de transformação/ têxtil – alimentos – bebidas – atividade pesqueira - produção industrial, e um diversificado complexo de bens e serviços, concentrando inclusive nas atividades administrativas, ao incluir entre seus municípios, a capital do Estado. Com a entrada de Maxaranguape, em 2013, a RMN passa a ter 11 municípios, sendo a décima quinta maior aglomeração urbana do Brasil, com mais de 1.350.840 habitantes. Sua área territorial supera 2.819,11 quilômetros quadrados, o que corresponde a mais de 5,3% do território estadual. Analisando a estrutura etária, formada pelos dados do Censo 2000 e 2010, as pirâmides mostram que o Rio Grande do Norte segue a mesma tendência nacional, isto quer dizer, um incremento na população jovem, redução da população infantil, sobretudo nos primeiros dois grupos etários, e aumento da população de idades mais avançadas.

143

GRÁFICO 29: DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO POR SEXO SEGUNDO OS GRUPOS DE IDADE

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000.

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000.

144

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000.

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000.

Na pirâmide etária do Rio Grande do Norte, nota-se um estreitamento na base, onde a faixa populacional com idade de até 19 anos reduziu, motivado pelo declínio dos níveis de fecundidade e queda da mortalidade.

145

Em relação à taxa de fecundidade 13 no Rio Gran de do Norte, os dados divulgados pelo IBGE, revelam queda. Em 2000, a taxa de fecundidade foi de 2,54 filhos por mulher. Já no último Censo2010, registrou-se uma taxa de 1,99 filhos por mulher.

GRÁFICO 30: TAXA DE FECUNDIDADE DO RIO GRANDE DO NORTE

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010. No Gráfico acima se observa que no período compreendido entre os Censos Demográficos de 1940 e 2010 a diminuição no número de filhos nascidos vivos por mulher foi de 6,38. Este fato é o resultado das intervenções da Política Pública de Saúde, que com o uso de métodos contraceptivos, laqueadura e o incentivo ao planejamento familiar, contribuíram para o declínio desta taxa. Outro fator que influenciou também o estreitamento da base da pirâmide etária do Estado foi o declínio da taxa de mortalidade infantil, que decresceu de 14,53% (2009), para 13,07% (2011). Esta diminuição foi resultante de alguns fatores, como melhoria no a cesso aos serviços de saúde, água potável e uma melhor nutrição. A Tabela 33, assim como o Gráfico 32 abaixo, permite visualizar o panorama da mortalidade infantil no Brasil, Nordeste e no RN.

13 A taxa de fecundidade total fornece o número médio de filhos que teria uma mulher ao final de seu período fértil. 146

TABELA 33: PANORAMA DA MORTALIDADE INFANTIL

ANO BRASIL NORDESTE RN Nascidos Óbitos Tx, de Nascido Óbitos Tx. de Nascido Óbitos Tx. de vivos Infantis Mortalidad s vivos Infanti Mortalidad s vivos Infanti Mortalidade e s e s

2009 2.913.160 39.716 13,63% 851.004 14.729 17,30% 48.101 676 14,53% 2010 2.861.868 39.870 13,93% 841.160 13.197 15,68% 47.668 638 13,38% 2011 2.881.581 39.716 13,78% 856.098 13.006 15,28% 48.931 640 13,07% Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade – DATASUS.

GRÁFICO 31: TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL

20,00% 18,00% 16,00% 14,00% 12,00% 2009 10,00% 2010 8,00% 2011 6,00% 4,00% 2,00% 0,00% BRASIL NORDESTE RN

Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade – DATASUS.

No topo da pirâmide etária vê-se o alargamento, com uma população idosa cada vez maior. O Censo 2010 registrou no Rio Grande do Norte um aumento na população com 65 anos ou mais e com 80 anos ou mais de idade. O índice de envelhecimento do Estado, que mede o número de pessoas idosas em uma população, para cada grupo de 100 pessoas jovens em 2010 foi de 27,86, o que significa que se tem 27,86 idosos para cada 100 jovens com 14 anos ou menos. A expectativa de vida do norte-rio-grandense passou de 67,1 para 71,1 anos em ambos os sexos, que fica um pouco acima da média nordestina, porém, ainda abaixo da média nacional. Destarte, nota-se o reflexo do aumento da longevidade da população combinado à redução dos níveis da fecundidade. De acordo com o Censo 2010, a composição étnica do Rio Grande do Norte apresenta mais de 90% da população que se declara de cor branca ou parda, enquanto 5% se consideram de cor preta.

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TABELA 34: POPULAÇÃO RESIDENTE NO RN POR COR

HOMENS MULHERES TOTAL BRANCA 617.865 685.727 1.303.592 PRETA 89.318 76.772 1.660.90 AMARELA 13.620 19.176 32.796 PARDA 826.520 836.125 1.662.645 INDÍGENA 1.272 1.325 2.597 SEM DECLARAÇÃO 292 15 307 Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Esta caracterização étnica resulta da influência de três povos: negros, indígenas e portugueses desde o processo de formação do Estado Rio Grande do Norte. Hoje, é perceptível no Estado a presença destas raças/cor não só em seu aspecto físico, mas visualizam-se características marcantes destes povos na cultura, na religião, na educação, na culinária, além de outros traços evidentes destes grupos étnicos.

5.2 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH tem como objetivo medir o grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais. O IDH varia de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1(desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo do valor 1, maior o desenvolvimento no local. No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e Renda Nacional Bruta. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, o Brasil apresenta IDH de 0,727, valor considerado alto, atualmente ocupa a 73º lugar no ranking mundial, conforme apresentado no Quadro 22 abaixo.

QUADRO 22: IDH BRASIL, NORDESTE E RN

DISCRIMINAÇÃO ANO 1991 2000 2010 Brasil 0,492 0,612 0,727 Rio Grande do Norte 0,428 0,552 0,684 Fonte: PNUD 2010.

O IDH dos municípios do RN (IDH-M) distribui-se conforme o Mapa 32. Nota-se que no Rio Grande do Norte, nenhum município atingiu IDH em alto estágio de desenvolvimento (IDH entre 0,8 e 1,0). Majoritariamente os municípios do RN estão na posição de desenvolvimento moderado (IDH entre 0,6 e 0,8). 148

MAPA 32: ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO – MUNICIPAL

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.

5.3 População Economicamente Ativa (PEA)

De acordo com os dados divulgados pelo IBGE e pela Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD), a População em Idade Ativa (PIA) do Rio Grande do Norte, em 2011, chegou a 2.676 milhões de pessoas com 10 ou mais anos de idade. Deste total, 1.538 milhões de pessoas compõem a População Economicamente Ativa (PEA) do Estado, ou seja, estavam inseridas no mercado de trabalho e, 1.301 milhões de Pessoas Não Economicamente Ativas (PNEA). Observada sob a perspectiva de gênero, a PIA do RN é formada por 1.298 milhões de homens e 1.378 milhões de mulheres. Estas são em maior número, pois representam 51% da população do total do Estado. Já quando se analisa a PEA do Rio Grande do Norte, a situação fica inversa, quando se têm 1.298.019 homens e 1.378.289 mil mulheres. Isso significa que a participação das mulheres no mercado de trabalho cresce cada vez mais.

149

QUADRO 23: PEA NÃO ECONOMICAMENTE ATIVA POR GÊNERO E SITUAÇÃO DOMICILIAR

PESSOAS DE 10 ANOS OU MAIS DE IDADE (1.000 pessoas)

SITUAÇÃO DO Condição de atividade na semana de DOMICÍLIO Sexo referência TOTAL Não Economicamente Homens Mulheres economicamente ativas ativas ESTADO 2.676.308 1.298.019 1.378.289 1.538 000 URBANA 2.095.615 995.421 1.100.196 1.227.000 1.301.266 RURAL 580.693 302.598 278.093 311.000 Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD/2010.

Analisando os dados por faixa etária percebe-se que em 2010 a maioria da população ativa está na faixa etária de 30 a 39 anos, seguida da faixa etária de 40 a 49 anos. Esta situação também é semelhante no Brasil e na região Nordeste.

GRÁFICO 32: POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA POR FAIXA ETÁRIA NO RN

70 anos ou mais 163.768

60 a 69 anos 179.675

50 a 59 anos 261.392

40 a 49 anos 406.159

30 a 39 anos 476.859

25 a 29 anos 288.123

20 a 24 anos 309.465

15 a 19 anos 297.238

10 a 15 anos 293.629

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 2010.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, na composição da PEA do RN estão ocupadas 1.238.316 milhões de pessoas e, segundo a posição na ocupação, o maior grupo de destaque são os assalariados representando 41,94% dos ocupados.

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GRÁFICO 33: DISTRIBUIÇÃO DOS OCUPADOS SEGUNDO POSIÇÃO DA OCUPAÇÃO DO RN (EM %)

Trabalhadores na produção para o 7,13% consumo próprio

Não remunerados 2,08%

Empregadores 1,65%

Contra Própria 22,72%

Sem carteira de trabalho assinada 17,26%

Militares e funcionários públicos 7,19% estatutários

Com Carteira de Trabalho assinada 41,94%

Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD/2010.

5.4 Domicílio

O Censo Demográfico 2010 registrou para o Rio Grande do Norte, 899.513 domicílios particulares permanentes, dos quais 712.246 estão na área urbana e, 187.267 na área rural.

MAPA 33: DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010 .

Em relação à condição de ocupação, do total de domicílios particulares permanentes, 632.836 são próprios e quitados (70,4%), 27.501 são próprios em aquisição, 166.073

151 alugados (18,5%), e 13.110 (1,5%) cedidos por empregador, cedidos de outra forma 56.153 (6,2%) e 3.840 (0,4%) em outras condições. No tocante ao tipo de domicílio, registrou-se 830.446 (9,2%) casas, 26.873 (3%) casa de vila ou em condomínio e 41.072 (4,6%) apartamentos.

GRÁFICO 34: DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES POR TIPO E CONDIÇÃO DE OCUPAÇÃO

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

No Censo de 2000 havia 671.993 moradores em domicílios particulares permanentes. No último Censo (2010) foi registrado um aumento de aproximadamente 1,3% no número de moradores em domicílios particulares permanentes, totalizando 899.513 moradores. Observando o Gráfico 35 abaixo, percebe-se que em 2010 o número de moradores com um, dois, três, quatro ou cinco moradores cresceu. Esse dado é um dos fatores que justifica a diminuição do número médio de pessoas nas famílias do Rio Grande do Norte, que é 3,5 pessoas/família.

152

GRÁFICO 35: DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES E QUANTIDADE DE MORADORES

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

O arranjo familiar vem passando por mudanças, pois as famílias têm diminuído em decorrência, por exemplo, das ações da política de saúde no controle da fecundidade e da inserção da mulher no mercado de trabalho, assumindo novos papéis sociais e sendo parte integrante da renda familiar. A família é um grande instrumento de reprodução da sociedade. Sua organização e composição é que define o acesso aos bens e serviços. Além disso, a constituição da renda familiar define as necessidades e possibilidades de cada membro da família. No Rio Gra nde do Norte, em 2010, a renda per capita média mensal total foi de R$ 475. Quando destacamos o ranking classificando por rendimento mensal total domiciliar per capita nominal dos Estados do Brasil, o RN marcou a 16º posição, superando todos os demais Esta dos da Região do Nordeste Brasileiro. Em face ao ranking supracitado, tem -se o Índice de Gini 14 do Rio Grande do Norte, que de acordo com o Censo 2000, o Estado tinha a 12ª melhor distribuição de renda do país e, no último Censo2010 ficou com a 20ª posição na distribuição de renda entre os 26 Estados Brasileiros e o Distrito Federal, o que revela existir grandes disparidades socioeconômicas entre a população.

14 Mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda , cujo valor varia de zero (a perfeita igualdade) até 1 (a desigualdade máxima). 153

GRÁFICO 36: ÍNDICE DE GINI NO RIO GRANDE DO NORTE

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

A concentração de renda no Estado está na classe dos mais ricos. Isso fica perceptível, quando se observa, por exemplo, que nos domicílios particulares permanentes do Rio Grande do Norte, aproximadamente 3% – o que corresponde a 27.985 domicílios – tem gan hado mais de cinco salários mínimos. Em contraposição, os que ganham entre metade a um salário mínimo têm a maior representação (29%) no rendimento mensal domiciliar per capita .

GRÁFICO 37: DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES POR CLASSES DE RENDIMENTO NOMINAL MENSAL DOMICILIAR PER CAPITA NO RN

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010

154

5.5 Segurança Pública

A Segurança Pública do Rio Grande do Norte conta com um efetivo de 11.297 policiais, sendo que 9.442 são Policiais Militares, 690 são Bombeiros Militares e 1.165 são Policiais Civis. Entre o período de 2008 a 2012, o efetivo das policias civil e militar no Rio Grande do Norte teve variações para mais e para menos, refletindo as seguintes situações: admissões, falecimento, afastamentos disciplinares e a pedido, entre outros.

I - Policia Civil do Rio Grande Do Norte A Polícia Civil do Rio Grande do Norte é responsável pela parte investigativa da atividade policial e conta com um efetivo de 1.165 policiais.

QUADRO 24: EFETIVO DE POLICIAIS CIVIS

2008 2009 2010 2011 2012

- - 1.108 1.084 1.165 Fonte: Polícia Civil do RN.

GRÁFICO 38: VARIAÇÃO DO EFETIVO DA POLÍCA CIVIL (2010 – 2012)

1.180 1.165 1.160

1.140

1.120 1.108 1.100

1.080 1.084

1.060

1.040 2010 2011 2012

Fonte: Polícia Civil do RN

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte está dividida em:

• 10 Delegacias Regionais, cada uma delas responsável por um determinado numero de municípios do Estado. • 16 Delegacias Especializadas: 1. DAME - Delegacia Especializada de Armas, Munições e Explosivos 155

2. DEA - Delegacia Especializada de Atendimento ao Adolescente 3. DEPREMA - Delegacia Especializada de Proteção e o Meio Ambiente 4. DEATUR – Delegacia Especializada em Assistência ao Turista 5. DEAV - Delegacia Especializada em Acidentes de Veículos 6. DEC - Delegacia Especializada de Costumes 7. DECAP - Delegacia Especializada de Capturas 8. DECON - Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor 9. DEDAM - Delegacia Especializada em Defesa da Mulher 10. DEDEPP - Delegacia Especializada em Defesa do Patrimônio Público 11. DEFD - Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações 12. DEFUR - Delegacia Especializada em Furtos e Roubos 13. DEHOM - Delegacia Especializada de Homicídios 14. DEPROV - Delegacia Especializada de Defesa da Propriedade de Veículos e Cargas 15. DETE - Delegacia Especializada em Tóxicos e Entorpecentes 16. DCA - Delegacia Especializada da Criança e do Adolescente • Delegacias Distritais • 02 Delegacias de Plantão – Localizadas nas Zonas Norte e Sul da Capital • Delegacias Municipais

Outros órgãos que fazem parte da estrutura organizacional da Polícia Civil do Rio Grande do Norte: • Delegacia Geral de Polícia Civil (DEGEPOL) • Conselho Superior de Polícia Civil (CONSEPOL) • Colegiado de Delegados de Polícia Civil (COLDEPOL) • Secretaria Executiva e de Comunicação Social (SECOMS) • Núcleo de Inteligência Policial - NIP • Academia de Polícia Civil (ACADEPOL) • Divisão Especializada de Investigações e Combate ao Crime Organizado - DEICOR • Assessoria Técnico-Jurídica (ATJUR) • Diretoria de Polícia Civil da Grande Natal • Diretoria de Polícia Civil do Interior • Divisão de Polícia Especializada - DIVIPOE • Diretoria Administrativa (setores de pessoal, transportes, almoxarifado, arquivo, patrimônio, compras e rádio) • Diretoria de Planejamento e Finanças 156

MAPA 34: DELEGACIAS REGIONAIS

Fonte: SESED2012.

II - Policia Militar Do Rio Grande Do Norte A Polícia Militar do Rio Grande do Norte conta com um corpo efetivo de mais de 9.000 policiais na ativa, que se dividem em Batalhões, Companhias Regionais, Companhias Independentes e Comandos, localizados em diversas regiões do Estado.

TABELA 35: EFETIVO DE POLICIAIS MILITARES

2008 2009 2010 2011 2012 8.560 8.971 9.794 9.673 9.442 Fonte: Polícia Militar – RN

157

GRÁFICO 39: VARIAÇÃO DO EFETIVO DA POLÍCA MILITAR (2008 – 2012)

10.000 9.794 9.800 9.673 9.600 9.442 9.400 9.200 9.000 8.971 8.800 8.600 8.560 8.400 8.200 8.000 7.800 2008 2009 2010 2011 2012

Fonte: Polícia Militar – RN

Batalhões: • 1º BPM - Batalhão Felipe Camarão - Zona Leste de Natal • 2º BPM - Batalhão 30 de Setembro - Mossoró • 3º BPM - Batalhão Trampolim da Vitória - Parnamirim • 4º BPM - Batalhão Potengi - Zona Norte de Natal • 5º BPM - Batalhão Câmara Cascudo - Zona Sul de Natal • 6º BPM - Batalhão Dinarte Mariz - Caicó • 7º BPM - Batalhão Cel André Fernandes – Pau dos Ferros • 8º BPM – Nova Cruz • 9º BPM - Zona Oeste de Natal • 10º BPM - Batalhão Del. Pedro Soares de Macedo Neto - Assu • 11º BPM - Batalhão Auta de Sousa - Macaíba • 12º BPM - Batalhão Cel PM Sebastião de Souza Revoredo – Mossoró • BPCHOQUE - Batalhão de Policia de Choque ;

Companhias: • Companhia de Polícia de Choque (CPChoque) • Companhia de Policiamento com Cães (CPCães) • Companhia de Patrulhamento Tático Móvel (CPATAMO) • CIPAM - Companhia Independente de Proteção Ambiental. • CIPTur - Companhia Independente de Policiamento Turístico; • CPFem - Companhia de Polícia Feminina; 158

• CIPGD - Companhia Independente de Policiamento de Guardas • 1ª CIPM (Companhia independente de Policia Militar) - Macau; • 2ª CIPM (Companhia independente de Policia Militar) - João Câmara; • 3ª CIPM (Companhia independente de Policia Militar) - Currais Novos; • 4ª CIPM (Companhia independente de Policia Militar) - Santa Cruz • 5ª CIPM (Companhia independente de Policia Militar) - Jardim de Piranhas

Comandos • Comando de Policiamento do Interior - (CPI) • Comando de Policiamento Regional I, sediado em Mossoró; • Comando de Policiamento Regional II, sediado em Caicó; • Comando de Policiamento Regional III - Sediado em Santa Cruz;

Outras • Regimento de Polícia Montada - Regimento João Fernandes de Almeida; • ROCAM - Rondas Ostensivas Com Apoio de Motocicletas;

III- Instituto Técnico e Científico de Polícia – ITEP O Instituto Técnico e Cientifico de Policia do Rio Grande do Norte é subordinado diretamente a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado e é responsável pela coordenação das atividades desenvolvidas pelas pericias criminais, as quais são realizadas por três órgãos:

• Instituto de Criminalística (IC) – Órgão responsável pela realização de exames periciais e tem como função principal auxiliar a Justiça, fornecendo provas técnicas para a instrução de processos criminais;

• Instituto de Identificação (II) – Órgão responsável por necropsias e laudos cadavéricos, além de exames de corpo de delito, de lesões corporais, de constatação de violência sexual, de embriaguez, de uso de substâncias entorpecente, exames de sanidade mental e outras perícias de interesse da Justiça;

• Instituto Médico-Legal (IML) – Órgão responsável por processar a identificação civil e criminal, além de elaborar e expedir documento de identificação e armazenar a base civil e criminal de impressões digitais do Estado. O Instituto Técnico e Cientifico de Policia do Rio Grande do Norte está sediado em Natal e atende à capital e as cidades da Região Metropolitana. O ITEP atualmente possui duas

159 unidades regionais, a Unidade Regional de Mossoró que atende a 57 municípios e a Unidade Regional de Caicó, que atende a 23 municípios. Além das unidades regionais, existem postos de atendimento do ITEP para requerimento de carteiras de identidade nas Centrais do Cidadão localizadas em Natal e em cidades como Parnamirim, Mossoró, Caicó, Currais Novos, Nova Cruz, Assu, São José do Mipibu, Macau e João Câmara.

IV - Policia Rodoviária Federal A Polícia Rodoviária Federal também está presente no Rio Grande do Norte, com efetivo dividido em 05 Distritos: 1. 1º Distrito de Polícia Rodoviária Estadual, em Natal 2. 2º Distrito de Polícia Rodoviária Estadual, em Mossoró 3. 3º Distrito de Polícia Rodoviária Estadual, em Caicó 4. 4º Distrito de Polícia Rodoviária Estadual, em Pau dos Ferros 5. 5º Distrito de Polícia Rodoviária Estadual, em Nova Cruz

V- Corpo de Bombeiros Militar – CBMRN O Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte foi criado em 1917 e emancipou-se da Policia Militar do Estado em 2002, passando a ter autonomia financeira e administrativa. Sua missão principal é a prevenção e o combate a incêndios, mas o efetivo atua também em atividades de defesa civil, tais como buscas e salvamentos (aquáticos, aéreos e terrestres), além de atendimentos pré hospitalares em caso de acidentes automobilísticos (especialmente nos casos em que é necessário desencarceramento da vítima), atendimento à parturientes, dentre outros.

Unidades Do CBMRN:  Quartel do Comando Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte: Oferece suporte operacional nas zonas sul e oeste da capital, além da Região Metropolitana e agreste. É no Quartel do comando geral que funciona toda a parte administrativa do CBMRN.  Unidade de Bombeiros de Mossoró - RN 2º SGB (Subgrupamento de Bombeiro) / 2º GB (grupamento de Bombeiro): Atende as ocorrências de Mossoró, da região Oeste e do Litoral Setentrional do Estado.  Unidade de Bombeiros De Caicó - RN 3º SGB/2º GB: Atende as ocorrências de Caicó e da Região Seridó do Estado.

160

 Unidade de Bombeiros SCI Infraero - Aeroporto 1º SGB/2º GB: É uma Seção Contra Incêndio – SCI - que funciona no Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim e é o resultado de uma parceria entre o Corpo de Bombeiros Militar e a Infraero. Essa seção tem a missão de atender possíveis ocorrências em aeronaves e também as que ocorrem num raio de até 8 quilômetros do Aeroporto.  Unidade de Bombeiros Tenal - 3º SGB/1º GB: Atende as ocorrências da região localizada nas proximidades dos depósitos de combustível da Petrobrás no bairro de Santos Reis.  Unidade de Bombeiros Coteminas - 2º SGB/1º GB: Atende as ocorrências de toda a zona norte da capital, além dos municípios do litoral norte.

TABELA 36: EFETIVO DO CORPO DE BOMBEIROS MILITARES (2008-2012)

2008 2009 2010 2011 2012 598 690 679 661 690 Fonte: Corpo de Bombeiros – RN

GRÁFICO 40: VARIAÇÃO DO EFETIVO DO CORPO DE BOMBEIROS (2008 – 2012)

700 690 690 680 679

660 661 640

620

600 598 580

560

540 2008 2009 2010 2011 2012

Fonte: Corpo de Bombeiros do RN

VI – Indicadores de Segurança Pública

Segundo a Polícia Militar do Rio Grande do Norte, os crimes de homicídios cresceram 10% na capital potiguar e 13% na Região Metropolitana de Natal quando comparados o intervalo de 1º de janeiro a 17 de setembro de 2011 e o mesmo período de 2012. Os registros de

161 ocorrências e assassinatos em relatórios são oriundos da Sub-coordenadoria de Estatística e Análise Criminal da Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social (SESED).

QUADRO 25: HOMICÍDIOS REGISTRADOS PELA POLÍCIA MILITAR (2011/2012)

CAPITAL REGIÃO METROPOLITANA ANO 2011 2012 2011 2012 NÚMERO DE HOMICÍDIOS 211 232 335 379

CRESCIMENTO % 9,90% 13,10%

Fonte: SESED, 2012

5.6 Saúde

As Unidades Regionais de Saúde Pública (URSAP’s) são instâncias administrativas da Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP), que atuam junto aos municípios de sua jurisdição, assessorando e monitorando as ações desenvolvidas. Assim, exercem um papel fundamental no processo de regionalização da saúde e descentralização do Sistema Único de Saúde (SUS). As sedes das regionais estão localizadas em São José de Mipibu (I URSAP), Mossoró (II URSAP), João Câmara (III URSAP), Caicó (IV URSAP), Santa Cruz (V URSAP) e Pau dos Ferros (VI URSAP). As URSAP’s participam da formulação das políticas de saúde voltadas para a atenção básica, em consonância com as diretrizes propostas pelo Ministério da Saúde, além de coordenarem e avaliarem as ações implementadas pelos municípios, buscando a atualização permanente e a troca de experiências, com vistas à melhoria da qualidade de vida. O Mapa abaixo indica as Regiões de Saúde em toda extensão do Estado.

MAPA 35: REGIONAIS DE SAÚDE DO RN

Fonte: Elaboração própria do autor 162

De acordo com o IBGE, no Censo 2010, os dados dos Serviços de Saúde em 2010 no RN, são os seguintes:

QUADRO 26: SERVIÇOS DE SAÚDE

ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE (TOTAL) 1.932 Estabelecimentos de Saúde pública total 1.294 Estabelecimentos de Saúde pública federal 15 Estabelecimentos de Saúde pública estadual 34 Estabelecimentos de Saúde pública municipal 1.245 Estabelecimentos de Saúde privado total 638 Estabelecimentos de Saúde privado com fins lucrativos 576 Estabelecimentos de Saúde privado sem fins lucrativos 62 Estabelecimentos de Saúde privado SUS 226 Fonte: IBGE - 2010.

O Programa Saúde da Família em 2012 atingiu cerca de 74,92% da população, conforme Tabela 24 divulgada pelo Ministério da Saúde. O Gráfico 42 em seguida mostra a série temporal da proporção da população coberta pelo programa Saúde da Família – PSF no RN.

QUADRO 27: PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO COBERTA PELO PSF NO RN

AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE Nº de Credenciados pelo Cadastrados no Implantados Estimativa da Proporção de municípios Ministério da Sistema pop. Coberta cobertura com ACS Saúde populacional estimada

167 7.203 5.476 5.417 2.503.028 78,44

EQUIPE SAÚDE DA FAMÍLIA Nº de Credenciados pelo Cadastrados no Implantados Estimativa da Proporção de municípios Ministério da Sistema pop. Coberta cobertura com ACS Saúde populacional estimada

165 1.146 880 864 2.390.909 74,92

Fonte: Ministério da Saúde – Departamento de Atenção Básica – 2012.

163

GRÁFICO 41: PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO COBERTA PELO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA RN

78,5

78 77,86 77,5 77,44 77 76,5 76,56 76 75,5 75 74,92 74,5 74 73,5 73 2009 2010 2011 2012

Fonte: Ministério da Saúde – Departamento de Atenção Básica.

TABELA 37: LEITOS EXISTENTES NA REDE HOSPITALAR DO SUS POR ESPECIALIDADE CLÍNICA

Unidade da LEITOS EXISTENTES DA REDE HOSPITALAR DO SUS Federação Total Especialidades Clínicas Cirúrgicos Clínicos Obstétricos Pediátricos Outros Rio Grande do 6.531 1.306 2.445 1.101 1.215 664 Norte Fonte : Ministério da Saúde – DATASUS 2010

O Estado conta, ainda, com a UNICAT (Unidade Central de Agentes Terapêuticos), que foi criada com o objetivo de atender as demandas por medicamentos de alto custo dos hospitais do Estado. Atualmente esta Unidade atende cerca de 30 mil pessoas no Estado, através da parceira com o Ministério da Saúde no programa “Componente de Medicamentos de Dispersão Excepcional” que fornece remédios de alto custo e de uso contínuo ao paciente, especialmente os utilizados para doenças como osteoporose, asma e insuficiência renal, de acordo com a Secretaria de Saúde Pública.

164

TABELA 38: NÚMERO DE LEITOS COMPLEMENTARES EXISTENTES POR TIPO DE PRESTADOR SEGUNDO TIPO DE LEITO COMPLEMENTAR

CIRÚRGICOS PÚBLICO FILANTRÓPICO PRIVADO SINDICATO TOTAL Existente SU Existent SUS Existent SU Existent SU Existent SU S e e S e S e S Unidade 52 52 2 2 - - - - 54 54 Intermediári a Unidade 26 26 - - 3 2 - - 29 28 Intermediári a neonatal Unidade 21 21 6 6 26 21 - - 53 48 isolamento UTI adulto I 31 8 - - 141 5 - - 172 13 UTI adulto II 33 28 8 4 85 69 - - 126 10 1 UTI adulto II 10 10 ------10 10 UTI infantil I 6 - - - 9 - - - 15 - UTI infantil II 7 7 - - 18 13 - - 25 20 UTI infantil - - - - 6 - - - 6 - III UTI neonatal - - - - 15 - - - 15 - I UTI neonatal 39 25 - - 7 5 - - 46 30 II UTI neonatal ------III UTI ------queimados Total 225 17 16 12 310 11 - - 551 30 7 5 4 Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional - 2010.

QUADRO 28: NÚMERO DE LEITOS DE INTERNAÇÃO EXISTENTES POR TIPO DE PRESTADOR SEGUNDO ESPECIALIDADE

Especialidade Público Filantrópico Privado Sindicato TOTAL Existentes SUS Existente SUS Existente SUS Existente SUS Existentes SUS s s s Cirúrgicos 653 635 153 138 946 569 - - 1.752 1.34 2 Clínicos 1.601 1.55 373 321 626 349 - - 2.600 2.22 3 3 Obstétrico 729 718 192 185 331 246 - - 1.252 1.14 9 Pediátrico 773 767 147 135 386 305 - - 1.306 1.20 7 Outras 514 468 107 107 387 260 - - 1.008 835 especialidades

Hospital/DIA 14 14 - - 25 4 - - 39 18 Total 4.284 4.15 972 886 2.701 1.73 - - 7.957 6.77 5 3 4 Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional - 2010.

165

QUADRO 29: NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS POR TIPO DE PRESTADOR SEGUNDO TIPO DE ESTABELECIMENTO

TIPO DE ESTABELECIMENTO PÚBLICO FILANTROPICO PRIVADO SINDICATO TOTAL Central de Regulação de 7 - - - 7 Serviços de Saúde Centro de Atenção 2 - - - 2 Hemoterapia e ou Hematológica Centro de Atenção 25 1 - - 26 Psicossocial Centro de Apoio a Saúde da - - - - - Família Centro de Parto Normal - - - - - Centro de Saúde/Unidade 603 - 4 4 611 Básica de Saúde Clinica 53 3 340 - 396 Especializada/Ambulatório Especializado Consultório Isolado 20 - 894 3 917 Cooperativa - - 6 - 6 Farmácia Medica 6 - - - 6 Excepcional e Programa Farmácia Popular Hospital Dia - - 2 - 2 Hospital Especializado 9 2 18 - 29 Hospital Geral 54 12 20 - 86 Laboratório Central de - - - - - Saúde Pública – LACEN Policlínica 18 3 17 1 39 Posto de Saúde 429 - 1 - 430 Pronto Socorro 2 - 3 - 5 Especializado Pronto Socorro Geral 3 1 5 - 9 Secretaria de Saúde 44 - - - 44 Unid. Mista –atend. 24h: 72 12 14 - 98 atenção básica, internação/urgência Unidade de Atenção à Saúde - - - - - Indígena Unidade de Serviço de Apoio 25 - 195 - 220 de Diagnose e Terapia Unidade de Vigilância em 28 - - - 28 Saúde Unidade Móvel Fluvial - - - - - Unidade Móvel Pré 5 - 1 - 6 Hospitalar - Urgência/Emergência Unidade Móvel Terrestre 7 - 2 - 9 Tipo de estabelecimento não - - - - - informado Total 1.412 34 1.522 8 2.976 Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional em 10/04/2010. Nota: Número total de estabelecimentos, prestando ou não serviços ao SUS

166

QUADRO 30: NÚMERO DE EQUIPAMENTOS EXISTENTES, EM USO E DISPONÍVEIS AO SUS, SEGUNDO GRUPO DE EQUIPAMENTOS

CATEGORIA EXISTENTES EM USO DISPONÍVEIS AO SUS

Equipamentos de diagnóstico por imagem 942 898 567 Equipamentos de infra-estrutura 379 369 141 Equipamentos por métodos ópticos 316 302 121 Equipamentos por métodos gráficos 391 371 221 Equipamentos de manutenção da vida 3.900 3.612 766 Equipamentos de Odontologia 3.468 3.416 1.810 Outros equipamentos 1.017 997 193 Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional - 2010.

QUADRO 31: RECURSOS HUMANOS (VÍNCULOS) SEGUNDO CATEGORIAS SELECIONADAS

CATEGORIA TOTAL ATENDE AO NÃO ATENDE PROF./1.000 HAB. PROF. SUS/ SUS AO SUS 1.000 HAB Médicos 11.352 9.346 2.006 3,6 3 Anestesista 689 659 30 0,2 0,2 Cirurgião Geral 795 717 78 0,3 0,2 Clínico Geral 1.948 1.739 209 0,6 0,6 Gineco Obstetra 1.057 816 241 0,3 0,3 Médico de Família 985 981 4 0,3 0,3 Pediatra 956 782 174 0,3 0,2 Psiquiatra 185 158 27 0,1 0,1 Radiologista 480 365 115 0,2 0,1 Cirurgião dentista 2.322 1.681 641 0,7 0,5 Enfermeiro 2.486 2.391 95 0,8 0,8 Fisioterapeuta 645 458 187 0,2 0,1 Fonoaudiólogo 298 233 65 0,1 0,1 Nutricionista 497 459 38 0,2 0,1 Farmacêutico 1.352 1.145 207 0,4 0,4 Assistente social 562 551 11 0,2 0,2 Psicólogo 417 318 99 0,1 0,1 Auxiliar de 5.982 5.579 403 1,9 1,8 Enfermagem Técnico de 2.109 1.980 129 0,7 0,6 Enfermagem Fonte: CNES. Situação da base de dados nacionais – 2010 Nota: Se um profissional tiver vínculo com mais de um estabelecimento, ele será contato tantas vezes quantos vínculos houver.

167

QUADRO 32: COBERTURA VACINAL (%) POR TIPO DE IMUNOBIOLÓGICO

MENORES DE 1 ANO IMUNOBIOLÓGICOS 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 BCG (BCG) 103,4 107,3 114,2 113,3 111,5 112,2 117,7 113,4 107,9 107 Contra Febre Amarela (FA) 3,7 2,7 1,8 2 1,2 1,3 0,9 0,6 0,3 0,4 Contra Haemophilusinfluenzae 56,3 81,3 30,8 2,4 0 0 0 0 0 0 tipo b (Hib) Contra Hepatite B (HB) 86,4 88 97,6 97,6 95,4 94,6 102 97,7 91,9 96,7 Contra Influenza (Campanha) 70,5 73,2 76,1 80 85,4 84,6 83,5 81,9 78,2 87,5 (INF) Contra Sarampo 101,4 96,8 93,6 2,9 ------Dupla Viral (SR) ------0,2 0,1 0 0,2 Oral Contra Poliomielite (VOP) 86,8 91,5 94,4 97,4 98,7 98,4 103 99 92,9 94,8 Oral Contra Poliomielite 94,9 98,9 96,2 98,4 97 92,5 93 98,8 97,5 94,5 (Campanha 1ª etapa) (VOP) Oral Contra Poliomielite 99 101,9 98,8 98,9 98,8 95,2 94,7 100,2 94,1 96,6 (Campanha 2ª etapa) (VOP) Oral de Rotavírus Humano (RR) ------35,2 67,5 72,2 75,5 Tetravalente (DTP/Hib) - - 60,8 96,8 98,4 97 103,9 99 93,1 97,4 (TETRA) Tríplice Bacteriana (DTP) 88,3 92 40,2 2,6 0,5 0,2 - 0,5 0,3 0,3 Tríplice Viral (SCR) 46,6 39,5 75,4 116,8 107,1 103,4 98,9 107,1 98,1 99,7 Tríplice Viral (campanha) (SCR) - - - - 41,3 - - - - - Totais das vacinas contra ------117,7 113,4 107,9 107 tuberculose Totais das vacinas contra ------102 97,7 91,9 96,7 hepatite B Totais das vacinas contra ------103 99 92,9 94,8 poliomielite Totais das vacinas Tetra + Penta ------103,9 99 93,1 97,4 + Hexavanlente Totais das vacinas contra ------99,2 107,2 98,2 99,9 sarampo e rubéola Totais das vacinas contra ------103,9 99,5 93,4 97,7 difteria e tétano Fonte: SI/PNI. Situação da base de dados nacional - 2010.

168

QUADRO 33: INDICADORES DA ATENÇÃO BÁSICA

Model Populaç % Médi % de % de % de Taxa Prevalên Taxa Taxa o de ão populaç a crianças criança cobertu mortalid cia de hospitaliza hospitaliza Atenç coberta ão mens c/ s ra de ade desnutri ção por ção por Ano ão (1) coberta al de esq.vaci c/aleit. consult infantil ção (4) pneumonia desidrataç pelo visita nal matern as de por (5) ão (5) progra s por básico o pré- diarréia ma famíl em dia exclusi natal (2) (3) ia (2) (2) vo (2) PACS 829.818 28,4 0,08 87,3 69,5 88,4 4,6 5,8 12,8 8,5 PSF 1.504.46 51,5 0,09 90,2 67,9 89,1 2,7 5,6 21,1 15,1 2004 2 Outros 27.464 0,9 0,1 85,5 65,5 86,5 7 6,8 5,9 9,1 Total 2.361.7 80,8 0,09 89,7 68,1 89 3 5,6 19,4 13,8 44 PACS 603.785 20,1 0,08 90 72,3 89,1 4,5 4,4 17,1 10,8 PSF 1.875.74 62,5 0,09 91,1 70,1 90,8 2,5 4,5 18,2 12,8 2005 8 Outros 14.209 0,5 0,09 96,6 63,8 96,2 - 1,7 - - Total 2.493.7 83 0,09 91 70,3 90,7 2,7 4,5 18 12,6 42 PACS 450.333 14,8 0,08 90,7 74,3 90,1 3,6 3,9 11,8 11 PSF 2.116.61 69,5 0,09 92,2 69,9 92,2 1,5 3,7 15,7 12,1 2006 0 Outros 6.592 0,2 0,14 92,3 100 80 - 5 - - Total 2.573.5 84,6 0,09 92,1 70,2 92 1,6 3,7 15,4 12 35 PACS 209.640 6,8 0,08 91,1 73,6 90,9 - 2,8 20,6 12,9 PSF 2.334.63 75,7 0,1 93 70,7 92,9 1,6 2,8 16,3 9,1 2007 4 Outros - - 0,09 93,2 73,1 90,2 - 6,7 - - Total 2.544.2 82,5 0,1 92,9 70,8 92,8 1,5 2,8 16,5 9,3 74 PACS 187.720 6 0,08 91,9 73,1 91,8 1,5 1,9 13,7 10,1

2008 PSF 2.358.44 75,9 0,09 93,9 71 93,4 1,3 2 12,7 7,1 6 Outros ------Total 2.546.1 82 0,09 93,8 71,1 93,4 1,3 2 12,7 7,2 66 PACS 248.083 7,9 0,07 93,4 75,7 90,7 1,6 1,7 12,7 4,4

2009 PSF 2.379.43 75,8 0,09 94,2 71,5 94 2,8 1,7 12,4 5,2 1 Outros ------Total 2.627.5 83,7 0,09 94,2 71,7 93,8 2,8 1,7 12,4 5,1 14 Fonte: Fonte: SIAB. Situação da base de dados nacional 2010

Um estudo sobre a Demografia Médica no Brasil, desenvolvido pelo Conselho Federal de Medicina – CFM e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo - CREMESP, confirma que a tese de que faltam médicos no país, defendida pelos Ministérios da Saúde e da Educação, é “equivocada", afirmou o presidente do CREMESP, Renato Azevedo Júnior . Segundo ele, a falta de políticas públicas nas áreas de formação e trabalho médico, além do baixo investimento no setor, é que contribuem para a má distribuição de profissionais pelo país, acentuando as desigualdades. O Rio Grande do Norte segue com o mesmo problema da desigualdade na distribuição dos profissionais, onde existe uma maior concentração de profissionais na capital que

169 resulta na razão de 3,44 enquanto que o restante do Estado é de 1,39, demonstrados nas Tabelas 39 E 40. Essa relação médico versus população e a falta de estrutura nos municípios do interior do Estado, resultam nos problemas enfrentados atualmente pela Secretaria Municipal de Saúde do Município de Natal e pela Secretaria Estadual de Saúde do Estado do RN, com a superlotação nos Hospitais, Maternidades e Postos de atendimento da Capital.

TABELA 39: MÉDICOS REGISTRADOS POR 1.000 HAB. SEGUNDO UNIDADES DA FEDERAÇÃO – BRASIL/2011

UF/BRASIL MÉDICO CFM* POPULAÇÃO** RAZÃO*** Distrito Federal 10.300 2.562.963 4,02 Rio de Janeiro 57.175 15.993.583 3,57 São Paulo 106.536 41.252.160 2,58 Rio Grande do Sul 24.716 10.695.532 2,31 Espírito Santo 7.410 3.512.672 2,11 Minas Gerais 38.680 19.595.309 1,97 Santa Catarina 11.790 6.249.682 1,89 Paraná 18.972 10.439.601 1,82 Goiás 9.898 6.004.045 1,65 Mato Grosso do Sul 3.983 2.449.341 1,63 Pernambuco 13.241 8.796.032 1,51 Rio Grande do Norte 4.392 3.168.133 1,39 Sergipe 2.804 2.068.031 1,36 Roraima 596 451.227 1,32 Paraíba 4.886 3.766.834 1,3 Tocantins 1.771 1.383.453 1,28 Mato Grosso 3.735 3.033.991 1,23 Bahia 17.014 14.021.432 1,21 Alagoas 3.659 3.120.922 1,17 Rondonia 1.738 1.560.501 1,11 Ceará 9.362 8.448.055 1,11 Amazonas 3.828 3.480.937 1,1 Acre 755 732.793 1,03 Piauí 3.125 3.119.015 1 Amapá 643 668.689 0,96 Pará 6.300 7.588.078 0,83 Maranhão 4.486 6.598.683 0,68 BRASIL 371.788 190.732.694 1,95 Fonte: Pesquisa Demográfica Médica no Brasil/2011.* Médicos registrados no Conselho Federal de Medicina: endereço informado de domicílio ou local de trabalho.**População Geral IBGE/2011.***Razão Médica registrada no CFM/Habitante geral (1.000 hab.).

170

TABELA 40: DISTRIBUIÇÃO DE MÉDICOS REGISTRADOS POR 1.000 HAB. SEGUNDO CAPITAIS – BRASIL/2011

CAPITAL MÉDICO CFM* POPULAÇÃO** RAZÃO*** Vitória 3.098 297.489 10,41 Porto Alegre 11.378 1.365.039 8,34 Florianópolis 2.733 424.224 6,44 Belo Horizonte 14.195 2.258.096 6,29 Rio de Janeiro 35.791 5.940.224 6,03 Recife 8.038 1.472.202 5,46 Curitiba 8.147 1.678.965 4,85 São Paulo 46.112 10.659.386 4,33 Goiânia 5.326 1.256.514 4,24 Salvador 10.394 2.480.790 4,19 Aracaju 2.292 552.365 4,15 João Pessoa 2.592 716.042 3,62 Natal 2.706 785.722 3,44 Maceió 3.012 917.086 3,28 Belém 4.181 1.351.618 3,09 Cuiabá 1.597 530.308 3,01 Campo Grande 2.097 766.461 2,74 Terezina 2.025 797.029 2,54 São Luiz 2.250 966.989 2,33 Brasília 5.743 2.469.489 2,33 Fortaleza 4.824 2.315.116 2,08 Palmas 408 223.817 1,82 Boa Vista 430 277.684 1,55 Porto Velho 634 410.520 1,54 Rio Branco 427 319.825 1,34 Manaus 2.250 1.718.584 1,31 Macapá 409 387.539 1,06 Fonte: Pesquisa Demográfica Médica no Brasil/2011.* Médicos registrados no Conselho Federal de Medicina: endereço informado de domicílio ou local de trabalho.**População Geral.IBGE/2011.***Razão Médica registrada no CFM/Habitante geral (1.000 hab.)

5.7 Educação

A educação do Rio Grande do Norte está em processo de desenvolvimento, e de acordo com Censo Escolar realizado em 2013, o Estado possui 2.943 escolas de ensino fundamental, das quais 1.894 são municipais, 541 são estaduais, 507 são privadas e uma federal. Distribuídos nessa rede de ensino encontram-se 32.309 professores, dos quais 655 ensinam em escolas federais, 11.184 ensinam em escolas públicas estaduais, 18.495 em escolas municipais e 1.975 em escolas particulares. No mesmo ano, havia 554.372 alunos, sendo que 469.667 eram estudantes da rede pública estadual e municipal e 84.705 frequentavam escolas particulares. Apesar destes números, havia no Estado uma taxa de analfabetismo em torno de 23%, uma das mais altas do Brasil.

171

QUADRO 34: CORPO DOCENTE DAS ESCOLAS DO RN

NÍVEL DE CORPO DOCENTE ENSINO TOTAL DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA E LOCALIZAÇÃO Federal Estadual Municipal Privada Total Rural Total Rural Total Rural Total Rural Total Rural Ed. Infantil 5.775 1.304 37 - 3 - 5.566 1.299 169 5 Ens. 20.624 3.814 16 - 6.452 420 12.90 3.383 1.248 11 Fundamental 8 Ens. Médio 5.910 224 602 88 4.729 132 21 - 558 4 Fonte: Anuário estatístico do Rio Grande do Norte 2011.

As principais instituições públicas de ensino superior do Rio Grande do Norte são a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) e a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Entre as instituições particulares de ensino superior do Rio Grande do Norte destacam-se a Universidade Potiguar (UnP), o Centro Universitário do Rio Grande do Norte (UNI-RN) e a Faculdade de Ciências, Cultura e Extensão do Rio Grande do Norte (FACEX). O PNAD 2012 revelou os dados mais recentes sobre a educação no Rio Grande do Norte ao que se referem indicadores de conclusão, conforme o Quadro 35 abaixo.

QUADRO 35: EDUCAÇÃO NO RN

Depêndencia Jovens de 16 anos que Jovens de 19 anos que Administrativa concluíram o Ensino concluíram o Ensino Fundamental Médio Rio Grande do Norte 53,3% 57,6% Região Nordeste 53,6% 41,4% Brasil 64,9% 51,1% Fonte: PNAD/IBGE – 2011

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) do Estado é de 0,738, classificado como o 16º do Brasil e 1º maior da Região Nordeste. Em seguida vem Ceará, Pernambuco e Sergipe, como mostra O Quadro 36 abaixo, de acordo com o Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento (PNUD) em sua mais recente pesquisa no ano de 2010. O municipio com maior IDH-M no Rio Grande do Norte é Natal (IDH-M de 0,763) e o que possui o menor IDH-M é Venha Ver (IDH-M de 0,555).

172

QUADRO 36: IDHM BRASIL E RN

Depêndencia IDHM IDHM-Renda IDHM- IDHM- Administrativa Longevidade Educação Brasil 0,727 0,816 0,739 0,637 Rio Grande do Norte 0,684 0,678 0,792 0,597 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil – 2010.

QUADRO 37: RANKING DO IDH DOS ESTADOS DO NORDESTE

Estados do Nordeste Ranking IDHM IDHM- IDHM- IDHM- Renda Longevidade Educação

Rio Grande do Norte 1º 0,684 0,678 0,792 0,597 Ceará 2º 0,682 0,651 0,793 0,615 Pernambuco 3º 0,673 0,673 0,789 0,574 Sergipe 4º 0,665 0,672 0,781 0,56 Bahia 5º 0,660 0,663 0,783 0,555 Paraíba 6º 0,658 0,656 0,783 0,555 Piauí 7º 0,646 0,635 0,777 0,547 Maranhão 8º 0,639 0,612 0,757 0,562 Alagoas 9º 0,631 0,641 0,755 0,52 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil – 2010.

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) é um indicador da qualidade da Educação, desenvolvido pelo Ministério da Educação - MEC. Seus valores variam de 1 a 10. O objetivo do MEC é que o Brasil alcance o IDEB “6” no Ensino Fundamental I até 2022. No Rio Grande do Norte o IDEB ainda não alcançou o objetivo do MEC, mas se encontra em patamares promissores, conforme pesquisa realizada pelo proprio MEC.

QUADRO 38: INDÍCE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA – IDEB

DEPÊNDENCIA Ens. Fundamental – Ens. Fundamental – Ensino Médio ADMINISTRATIVA anos iniciais anos finais (3º série) (4º série/5º ano) (8º série/9º ano) Rio Grande do Norte 4,1 3,4 3,1 Brasil 5,0 4,1 3,7 Fonte: INEP/ SEEC/ATP/GAEE– 2011

173

QUADRO 39: ESTABELECIMENTOS DE ENSINO QUE MINISTRAM ENSINO FUNDAMENTAL, SEGUNDO DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA

DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA TOTAL URBANA RURAL

Estadual 581 481 100 Federal 1 1 0 Municipal 1995 594 1401 Particular 486 480 6 TOTAL 6063 1556 1507 Fonte: INEP/SEEC/ATP/GAEE - 2011

I - Matrícula inicial por Nível De Ensino, segundo Dependência Administrativa:

QUADRO 40: EDUCAÇÃO INFANTIL

DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA EDUCAÇÃO INFANTIL CRECHE PRÉ-ESCOLA TOTAL Estadual 0 0 0 Federal 109 99 208 Municipal 35497 63641 99138 Particular 9497 26321 35818 Total 45103 90061 135164 Fonte: INEP/SEEC/ATP/GAEE/RN – 2011

QUADRO 41: ENSINO FUNDAMENTAL

DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA ENSINO FUNDAMENTAL INICIAIS FINAIS TOTAL Estadual 55421 80907 136328 Federal 139 0 139 Municipal 188004 109178 297182 Particular 53737 35846 89583 Total: 297301 225931 523232 Fonte: INEP/SEEC/ATP/GAEE/RN – 2011

QUADRO 42: ENSINO MÉDIO

DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA ENSINO MÉDIO Estadual 123.030 Federal 5.378 Municipal 9 Particular 20.144 Total 148.561 Fonte: INEP/SEEC/ATP/GAEE/RN– 2011

174

QUADRO 43: ENSINO PARA JOVENS E ADULTOS – EJA PRESENCIAL

DEPENDÊNCIA EJA PRESENCIAL ADMINISTRATIVA 1ª a 4ª 5ª a 8ª 1ª A 8ª ENS.FUND. ENS.MÉDIO TOTAL Estadual 9502 19.691 258 29.451 12.027 41.478 Federal 0 0 30 30 1255 1.285 Municipal 18450 24.052 840 43342 27 43.369 Particular 1105 851 102 2058 1654 3.712 Total: 29057 44594 1230 74881 14963 89844 Fonte: INEP/SEEC/ATP/GAEE/RN – 2011

QUADRO 44: JOVENS E ADULTOS – EJA SEMI-PRESENCIAL

DEPENDÊNCIA EJA SEMI-PRESENCIAL ADMINISTRATIVA 1ª A 5ª A 8ª 1ª A ENS.FUND. ENS.MÉDIO TOTAL 4ª 8ª Estadual 22 386 0 408 1.038 1446 Federal 0 0 0 0 169 169 Municipal 60 56 28 144 0 144 Particular 110 456 0 566 1257 1823 Total 192 898 28 1118 2464 3582 Fonte: INEP/SEEC/ATP/GAEE/RN – 2011

QUADRO 45: EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA MAT. PROFIS. TOTAL MATRÍCULA

Estadual 610 302892 Federal 4522 11701 Municipal 0 439842 Particular 8464 159544 Total: 13596 913979

Fonte: INEP/SEEC/ATP/GAEE/RN - 2011

II - Função Docente por nível de ensino, segundo Dependência Administrativa RN

175

QUADRO 46: EDUCAÇÃO INFANTIL

DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA EDUCAÇÃO INFANTIL CRECHE PRÉ TOTAL Estadual 0 3 3 Federal 28 9 37 Municipal 2233 3282 5327

Privada 51 118 163 Total: 2312 3412 5530

Fonte: INEP/SEEC/ATP/GAEE/RN – 2011 Nota: O Docente que ministrar em mais de uma dependência administrativa e em mais de um nível de ensino é contado mais de uma vez.

QUADRO 47: ENSINO FUNDAMENTAL

DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA ENSINO FUNDAMENTAL INICIAIS FINAIS TOTAL Estadual 2256 4165 6309 Federal 16 0 16 Municipal 7200 5291 12085 Privada 476 755 1124 Total: 9948 10211 19534 Fonte: INEP/SEEC/ATP/GAEE/RN - 2011 Nota: O Docente que ministrar em mais de uma dependência administrativa e em mais de um nível de ensino é contado mais de uma vez.

QUADRO 48: ENSINO DE JOVENS E ADULTOS E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

DEPENDÊNCIA ENSINO EJA ADMINISTRATIVA MÉDIO PRESENCIAL SEMI ED. PROFISSIONAL PRESENCIAL Estadual 4662 2342 73 37 Federal 601 259 21 412 Municipal 21 2713 10 0 Privada 524 61 13 13 Total 5808 5375 117 462 Fonte: INEP/SEEC/ATP/GAEE/RN - 2011 Nota: O Docente que ministrar em mais de uma dependência administrativa e em mais de um nível de ensino é contado mais de uma vez.

A educação do Estado está dividida em 16 Diretorias Regionais de Educação, Cultura e Esportes - DIREDS, que são os órgãos que fazem a ligação entre as escolas e as determinações da Secretaria Estadual de Educação. As Diretorias Regionais tem como objetivo: • Coordenar e supervisionar as atividades realizadas nas escolas estaduais;

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• Supervisionar, prestar assistência e fiscalizar as condições de funcionamento das escolas (de ensino infantil ao médio, inclusive ensino supletivo);

• Assegurar que os serviços de assistência ao aluno estão funcionando;

• Tratar de assuntos relacionados aos professores (habilitação, transferência, etc). O Rio Grande do Norte está dividido em 16 DIREDS, quelocalizam-se nas seguintes cidades e atendem aos municípios das seguintes regiões: • 1ª Diretoria Regional de Educação - Natal • 2ª Diretoria Regional de Educação - Parnamirim • 3ª Diretoria Regional de Educação - Nova Cruz • 4ª Diretoria Regional de Educação - São Paulo do Potengi • 5ª Diretoria Regional de Educação - Ceará Mirim • 6ª Diretoria Regional de Educação – Macau • 7ª Diretoria Regional de Educação - Santa Cruz • 8ª Diretoria Regional de Educação – Angicos • 9ª Diretoria Regional de Educação - Currais Novos • 10ª Diretoria Regional de Educação – Caicó • 11ª Diretoria Regional de Educação – Açu • 12ª Diretoria Regional de Educação – Mossoró • 13ª Diretoria Regional de Educação – Apodi • 14ª Diretoria Regional de Educação - Umarizal • 15ª Regional de Educação - Pau dos Ferros • 16ª Regional de Educação - João Câmara

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MAPA 36: DIRETORIAS REGIONAIS DO RN

Fonte: DIRED 2010

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QUADRO 49: MATRÍCULAS POR DIRED

NTE NTE ANO ANO EJA – EJA – CRECHE CRECHE INFANTIL INFANTIL TOTAL ED. ED. TOTAL TOTAL EJA EJA TOTAL EJA - MÉDIO MÉDIO EJA - PRÉ - ESCOLA ESCOLA PRÉ - TOTAL GERAL GERAL TOTAL ENSINO MÉDIO MÉDIO ENSINO FUNDAMENTAL FUNDAMENTAL FINAIS) 6º AO 9º AO 6º FINAIS) ENS. FUND. (ANOS (ANOS ENS. FUND. ENS. FUND. (ANOS (ANOS ENS. FUND. INICIAIS) 1º AO 5º 1º AO 5º INICIAIS) PROFISSIONALIZA TOTAL ENS. MÉDIO MÉDIO ENS. TOTAL

1ª DIRED 707 Escolas 9207 2508 34289 80137 67555 48215 14769 2175 7557 2931 6107 26561 2 2 8 5 8 2ª DIRED 377 Escolas 6091 1092 17013 38394 30758 16239 69152 7997 2054 1005 179 11263 2 1 4 3ª DIRED 335 Escolas 3541 5706 9247 21868 15325 8160 37193 6637 1146 7783 0 62383 4ª DIRED 178 Escolas 1537 3281 4818 11126 7706 4002 18832 3415 594 4009 0 31661 5ª DIRED 218 Escolas 1974 5370 7344 18653 12976 6835 31629 4255 99 4354 45 50207 6ª DIRED 116 Escolas 1744 2546 4290 7492 5610 3947 13102 2686 157 2843 226 24408 7ª DIRED 180 Escolas 1532 2592 4124 9053 8336 4663 17389 1345 271 1616 204 27996 8ª DIRED 92 Escolas 974 1781 2755 5836 3997 2373 9833 1747 173 1920 0 16881 9ª DIRED 205 Escolas 2841 4028 6869 12886 10284 7189 23170 2471 753 3224 137 40589 10ª DIRED 216Escolas 2406 3662 6068 11391 9413 6596 20804 2770 670 3440 342 37250 11ª DIRED144 Escolas 1737 3363 5100 11045 8937 6087 19982 2097 197 2294 125 33588

12ª DIRED 419 Escolas 6871 1049 17364 31679 25218 16608 56897 7468 2508 9976 2415 10326 3 0

13ª DIRED 150 Escolas 1338 2346 3684 7172 5833 4058 13005 1323 132 1455 287 22489

14ª DIRED 212 Escolas 1482 2568 4050 8032 5473 3671 13505 2969 0 2969 0 24195

15ª DIRED 351 Escolas 3314 4759 8073 15934 11247 6974 27181 5601 652 6253 459 48940

16ª DIRED 217 Escolas 1124 2249 3373 9892 7228 3907 17120 2206 226 2432 213 27045 4771 9074 13846 30059 23589 14952 53648 7674 1718 9393 1073 9291 TOTAL ESCOLAS 3 8 1 0 6 4 6 5 9 4 9 Fonte: SEEC / ATP Dados do Censo Escolar 2010

No campo da ciência, destacam-se o Instituto Internacional de Neurociências de Natal, inaugurado em 2006 e idealizado pelo neurocientista Miguel Nicolelis, cujo principal objetivo é de descentralizar a pesquisa nacional, atualmente restrita às regiões Sudeste e Sul do Brasil; e o Instituto Internacional de Física, vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte que se caracteriza por ser um Centro de Pesquisa de caráter nacional que tem o objetivo de contribuir com o desenvolvimento tecnológico e científico do Brasil, mais especialmente das regiões Norte e Nordeste. O Instituto Internacional de Física foi criado em outubro de 2009, mas foi inaugurado definitivamente em maio de 2010, atuando na área de física teórica onde possui cinco grupos de pesquisas relacionados a seguir, que são coordenados por professores de renome internacional: Sistemas Fortemente Correlacionados, Nanoestruturas Fora do Equilíbrio, Teoria de Campos Fenômenos Críticos, Materiais e Aplicações e Cálculos AbInitio para Nanoestruturas e Sistemas Correlacionados. As atividades do Instituto expandir-se-ão para 179 as demais áreas da física teórica, que são: Partículas Elementares, Astrofísica e Cosmologia, Mecânica Estatística, Teoria de Campos e Teoria de Cordas de forma gradual. O Instituto também vai atuar na organização de eventos científicos e de workshops de pesquisa de longa duração, além de proporcionar o diálogo permanente entre várias instituições de pesquisa na área de física no Brasil e no mundo. Outra entidade que atua na área de Ciência e Tecnologia é o Instituto do Cérebro, que tem por objetivo contribuir para a formação multidisciplinar dos alunos de graduação da UFRN. As pesquisas desenvolvidas no Instituto do Cérebro são publicadas em periódicos de grande circulação internacional e abrangem diversas linhas de pesquisa relacionadas à dinâmica do sistema visual, conexões sensorimotoras, neurobiologia celular, oscilações neurais, comunicação animal, papel cognitivo do sono, modelos computacionais de circuitos neurais, neuroengenharia, bem como o estudo dos mecanismos e possíveis tratamentos para epilepsia, doenças vasculares, psicoses, depressão e outros transtornos neurais. Foram implantados no Estado diversos Centros Tecnológicos. Esses Centros integram a rede de ciência e tecnologia como forma de fomentar as potenciais cadeias produtivas econômicas do interior do Estado investindo em setores estrategicamente selecionados e visíveis, através de uma parceria com o Ministério de Ciência e Tecnologia. Foram criados o Centro Vocacional Tecnológico, Centro Tecnológico do Camarão, Centro Tecnológico do Agronegócio, o Centro Tecnológico Temático da Apicultura, e o Centro Tecnológico do Queijo do Seridó.

5.8 Habitação

A primeira iniciativa brasileira de criação de uma política habitacional de abrangência nacional com objetivos e metas definidos, fontes de recursos permanentes e mecanismos próprios de financiamento ocorreu em 1964, com a edição da lei nº 4.380/64. Esta lei instituiu o Sistema Financeiro de Habitação - SFH, o Banco Nacional da Habitação - BNH e a correção monetária nos contratos imobiliários de interesse social, dentre outras medidas. A partir de então, o Governo Federal passou a ter as atribuições de formular a política nacional de habitação e coordenar as ações públicas e privadas para estimular a construção e o financiamento para aquisição de habitações de interesse social. A política habitacional executada pelo BNH teve por objetivo viabilizar o acesso à moradia aos diferentes estratos sociais, com foco nas famílias de baixa e média renda. Essa política foi financiada com recursos do SFH provenientes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo - SBPE e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS.

180

A CAIXA elaborou um estudo para aprimorar o conhecimento a respeito da dinâmica do mercado imobiliário com o objetivo de identificar o comportamento das principais variáveis que determinam a demanda potencial por habitação. O embasamento conceitual se fundamenta na premissa de que a demanda por habitação é constituída por pessoas que pretendem formar um novo arranjo domiciliar (uma pessoa sozinha, duas pessoas unidas pelo casamento, duas ou mais pessoas com ou sem laços de parentesco que decidem morar juntas, entre outros) ou que necessitam substituir um domicílio inadequado. As condições demográficas de um país, especialmente a sua estrutura etária, são fatores determinantes para a demanda habitacional. Por exemplo, a demanda habitacional de um país jovem, com alta proporção de crianças em sua população, geralmente, é inferior a de um país com maior população de adultos. Isto ocorre porque as crianças não têm autonomia para gerar um novo arranjo domiciliar, mas os adultos e idosos podem ser potenciais demandantes de habitação. A Demanda Habitacional Total é constituída pela soma da Demanda Habitacional Demográfica+ Demanda Habitacional Domiciliar (DHT=DHDE+DHDO). Estes componentes proporcionam a aferição da carência de moradia de maneira abrangente, contemplam tanto a demanda decorrente do crescimento da população do país quanto a necessidade de reposição unidades habitacionais. A Tabela 40 apresenta os valores absolutos de Demanda Habitacional Demográfica - DHDE e Demanda Habitacional Domiciliar – DHDO referentes às Unidades da Federação, calculados com base na PNAD 2009 – IBGE. A variação da Demanda Habitacional nas Unidades da Federação reflete a heterogeneidade socioeconômica e cultural do território brasileiro. Em alguns Estados, a Demanda Habitacional Demográfica - DHDE é predominante em todas as faixas de renda. A Demanda Habitacional Domiciliar - DHDO nos Estados, em geral, concentra-se nas faixas de menor renda (0 a 5 SM). Esta constatação facilita o estabelecimento de critérios e a quantificação de metas para programas de habitação de acordo com as especificidades locais da demanda habitacional. A distribuição dos valores absolutos de Demanda Habitacional Demográfica - DHDE e Demanda Habitacional Domiciliar – DHDO pelas unidades da federação, calculada com base na PNAD 2009 – IBGE pode ser observada no Gráfico 42.

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GRÁFICO 42 - DEMANDA HABITACIONAL 2009 – UF- ESTRATIFICADA POR SALÁRIOS MÍNIMOS – SM

Fonte: Estudo de Demanda Potencial por Habitação 2009

182

TABELA 41: DEMANDA HABITACIONAL POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO

UF DHDE DHDO DHT Rondônia 43.166 20.745 63.911 Acre 21.601 24.198 45.799 Amazonas 129.480 49.691 179.171 Roraima 13.217 2.777 15.994 Pará 258.415 168.997 427.412 Amapá 24.016 3.611 27.627 Tocantins 40.126 51.168 91.294 Maranhão 211.329 340.340 551.669 Piauí 118.407 233.662 352.069 Ceará 321.424 191.539 512.963 Rio Grande do Norte 129.914 29.843 159.757 Paraíba 141.957 55.209 197.166 Pernambuco 347.277 170.095 517.372 Alagoas 103.959 104.480 208.439 Sergipe 76.925 18.019 94.944 Bahia 524.943 418.503 943.446 Minas Gerais 784.946 131.499 916.445 Espírito Santo 126.986 11.259 138.245 Rio de Janeiro 618.849 37.888 656.737 São Paulo 1.567.697 60.752 1.628.449 Paraná 354.038 41.680 395.718 Santa Catarina 176.666 11.343 188.009 Rio Grande do Sul 353.262 51.264 404.526 Mato Grosso do Sul 74.823 9.495 84.318 Mato Grosso 97.170 26.082 123.252 Goiás 216.070 43.667 259.737 Distrito Federal 101.752 10.993 112.745 BRASIL 6.978.415 2.318.799 9.297.214 Fonte: PNAD IBGE – Estudo Demanda Habitacional 2009

A seguir serão expostas nas Tabelas 42 e 43 e no Gráfico 44 os cálculos da Demanda Habitacional do Rio Grande do Norte e um estudo da demanda habitacional para o período de 2001 a 2009.

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TABELA 42 - RIO GRANDE DO NORTE DEMANDA TOTAL RELATIVA

ANO DHDE - DEMANDA DHDO - DEMANDA DHT DEMANDA TOTAL DEMOGRÁFICA RELATIVA DOMICILIAR RELATIVA (DHDE + DHDO) 2001 12,38% 7,40% 19,77% 2002 11,83% 5,61% 17,44% 2003 13,72% 5,21% 18,93% 2004 14,39% 5,26% 19,66% 2005 14,77% 4,80% 19,57% 2006 13,43% 4,18% 17,61% 2007 13,83% 3,48% 17,31% 2008 14,23% 3,77% 18,00% 2009 14,08% 3,23% 17,31% Fonte: PNAD

TABELA 43: DEMANDA HABITACIONAL RN 2009 – ESTRATIFICADA EM SM

RENDA EM ATÉ DE 2 A 3 DE 3 A 5 DE 5 A 10 DE 10 A 20 MAIS DE 20 IGNORA- SM 1SM SM SM SM SM SM DO % DHDE 3,44 13,54 21,6 15,86 2,77 3,42 0,09 %DHDO 10,72 6,12 0,92 0 0 0 0 % TOTAL 14,16 19,66 22,52 15,86 2,77 3,42 0,09 (DHDO+DHD E) Fonte: PNAD

GRÁFICO 43: DEMANDA HABITACIONAL RN 2009 – ESTRATIFICADA EM SM

Fonte: PNAD IBGE

5.9 Esporte

O esporte no Rio Grande do Norte encontra-se em fase de desenvolvimento, especialmente no que se refere ao futebol e aos esportes paraolímpicos, ao qual o estado tem

184 se destacado com nadadores como Clodoaldo Silva, medalhista em quatro Paraolimpíadas, três jogos Panamericanos e três campeonatos Mundiais de Natação. Destacam-se também em outros esportes: Renan Barão e Rony Marques, no UFC; Alice Melo, ciclista Mossoroense e Maria da Apresentação Oliveira de Castro, campeã estadual de Badminton. Porém, a representante maior do esporte potiguar é Magnólia Figueiredo, recordista brasileira dos 400 metros (1990). Participou ainda das Olimpíadas de Seul, em 1988, Atlanta, em 1996 e Atenas, em 2004 (como reserva). O trabalho de estruturação da política de esportes, atração de grandes eventos nacionais e internacionais e de apoio a eventos, clubes e atletas do Estado serão intensificados. Vários convênios serão realizados com o Ministério do Esporte, por meio da Secretaria Nacional do Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social, com a finalidade de fomentar os esportes de identidade nacional, os radicais e de aventura, que proporcionarão atividades de lazer orientado às comunidades carentes nos diversos municípios. Diversos projetos estão em construção, com ênfase na elaboração de instrumentos legais para implantar um circuito permanente de eventos esportivos no Estado, entre eles os Jogos Abertos, Jogos do Idoso, Olimpíadas Escolares e os Jogos Paradesportivos do Rio Grande do Norte, a serem realizados anualmente pela Secretaria de Estado do Esporte e do Lazer, em parceria com as Secretarias Municipais de Esporte e Lazer e órgãos afins. A Copa do Mundo da FIFA ( FédérationInternationale de Football Association ) é um dos maiores eventos esportivos do planeta. A disputa quadrienal entre as melhores seleções do mundo mobiliza bilhões de pessoas de todos os quadrantes, e de todas as culturas. Em 2014, o Brasil será novamente a sede do torneio. A vigésima Copa do Mundo da FIFA ocorrerá 64 anos depois da edição em que a seleção nacional se sagrou vice-campeã mundial em pleno Maracanã. A capital do RN foi consagrada para ser uma das cidades que sediarão a copa mundial. Para acomodar a todos com qualidade e eficiência foi inaugurado em 26 de janeiro de 2014, pela Presidenta Dilma Rouseff e a Governado do Estado Rosalba Ciarlini, bem como demais Secretários, o Estádio Arena das Dunas, instalado na antiga localização do Estádio “Machadão” que foi demolido. O investimento foi de R$ 417 milhões, sendo R$ 396,5 milhões vindos de financiamento federal. O Estádio da Capital Potiguar terá capacidade para 43 mil torcedores, sendo 10 mil assentos removíveis. Qualquer que seja o resultado da Copa ficará um relevante legado em infraestrutura, criação de emprego e renda e a promoção da imagem do Rio Grande do Norte e do Brasil em escala global.

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6- REFERENCIAL CONSULTADO

ANP. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis. Boletim da Produção de Petróleo e Gás Natural. Superintendência de Desenvolvimento e Produção – SDP/2011.

IDEMA. Anuário Estatístico do Rio Grande do Norte. Natal, 2010.

APOLINÁRIO, Valdênia, et al. Impacto dos Grandes Projetos Federais na Economia do Rio Grande do Norte e Proposição de Políticas. PROJETO DE PESQUISA (BNDES/FUNPEC) – Análise do mapeamento e das políticas para arranjos produtivos locais no Norte, Nordeste e Mato Grosso e dos impactos dos grandes projetos federais no Nordeste. Natal/RN, 2010. (NOTA TÉCNICA 11/RN). Disponível em: www.politicaapls.redesist.ie.ufrj.br

ARAÚJO, Tânia Bacelar. Ensaios sobre o desenvolvimento brasileiro. Rio de Janeiro: Revan, 2000.

BEN. Balanço Energético Nacional 2011 . Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética. Rio de Janeiro: EPE, 2011.

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186

DETRAN. Departamento Estadual de Transporte e Trânsito do Rio Grande do Norte. Disponível em: http://www.detran.rn.gov.br/

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IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de saneamento Básico . Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, 2002.

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IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Contas Regionais. Disponível em: www.ibge.gov.br

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Agrícola Municipal. Disponível em: www.ibge.gov.br

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Anual da Indústria da Construção. Disponível em: www.ibge.gov.br

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Anual do Comércio. Disponível em: www.ibge.gov.br IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Anual de Serviços. Disponível em: www.ibge.gov.br

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Industrial Anual. Disponível em: www.ibge.gov.br

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística . Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD . Síntese de Indicadores. 2009. Rio de Janeiro. Disponível em: .

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MINISTÉRIO DA SAÚDE. DATASUS. Informações de Saúde. Disponível em: http://www.datasus.gov.br/

PRODETUR. Programa de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável (PDITS) . BNB, 2011.

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SCNES. Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. Situação da base de dados nacional – 2010. Disponível em: http://cnes.datasus.gov.br/Mod_Ind_Equipes.asp .

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SESAP. Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN. Relatório de Gestão 2010. Sistema de Informação da Atenção Básica.

Tribuna do Norte. Disponível em: www.tribunadonorte.com.br .

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C

O

N

Forte dos Reis Magos, foto: Giovanni Sérgio. H

E

Ç

A

Centro de Artesanato Fonte: Centro de Artesanato. O

R

N

Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, fonte: Internet .

189

C

O

N

H Parque das Dunas, fonte: internet

E

Ç

A

Via Costeira, foto: Assecom/RN

O

R

N

Praia Tibau do Sul, fonte: Giovanni Sérgio

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C

O

N

Praia de Galinhoos, foto: Elaine Kawabe/UOL H

E

Ç

A

Praia de São Miguel do Gostoso, foto: Giovanni Sérgio O

R

N

Maior Cajueiro do Mundo – Pirangi, foto: Assecom/RN 191

C

O

N

H Praia de Barra do Cunhaú, foto: Internet

E

Ç

A

Praia de Maracajaú – Maxaranguape, foto: internet

O

R

N Praia de Genipabu – Extremos, foto: Assecom/RN

192

C

O

N

Açude Gargalheiras – Acari, foto: Giovanni Sérgio

H

E

Ç

A

Alto de Santa Rita de Cássia – Santa Cruz, foto: Giovanni Sérgio

O

R

N Castelo di Bivar, fonte: Juquinha JCN 193

C

O

Casa da N

Casa das Pedras, foto: Giovanni Sérgio:

H

E

Ç

A

Serra de São Bento, foto: Rogério Vital

O

R

Barragem Eng. Armando Ribeiro Gonçalves – Assu, foto: Arquivo N Tribuna do Norte 194

C SÍMBOLOS

O  BANDEIRA

N

H

E

Criada pela Lei 2.160/1957, foi sancionada pelo então Ç governador Dinarte de Medeiros Mariz. Sua criação partiu de um grupo de pensadores ligados à cultura potiguar, cabendo ao historiador Luís da Câmara Cascudo a missão de dar forma à A bandeira .

 BRASÃO O

R

Foi criado pelo Decreto nº 201/1909, durante a gestão do N governador Alberto Maranhão. O Decreto de oficialização determinou que o original fosse arquivado no Instituto Histórico e Geográfico do RN. Durante o governo de Dinarte de Medeiros Mariz, em 1957, f oi criada a Flor do Algodoeiro como Emblema Floral do Estado (Lei 2.160/1957) 195

 HINO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

C De autoria do senador José Augusto Meira Dantas, com música de José Domingos Brandão (ambos de Ceará Mirim), foi declarado oficial pela Lei 2.161/1957, no governo de Dinarte Mariz. É constituído de três estrofes de doze versos O cada uma e um estribilho. A solenidade de oficialização aconteceu em frente ao Palácio Potengi com uma apresentação da Banda de Música da Polícia Militar.

N I

Rio Grande do Norte esplendente Indomado guerreiro e gentil, Nem tua alma domina o insolente, Nem o alarde o teu H peito viril! Na vanguarda, na fúria da guerra Já domaste o astuto holandês! E nos pampas distantes quem erra Ninguém ousa afrontar - te outra vez! Da tua alma nasceu Miguelinho, Nós, como ele, nascemos também, Do civismo no rude E caminho, Sua glória nos leva e sustém!

ESTRIBILHO

Ç A tua alma transborda de glória! No teu peito transborda o valor! Nos arcanos revoltos da história Potiguares é o povo senhor!

A II

Foi de ti que o caminho encantado Da Amazônia Caldeira encontrou, Foi contigo o mistério escalado, Foi por ti que o Brasil acordou! Da conquista formaste a vanguarda, Tua glória flutua em Belém! Teu esforço o mistério inda guarda Mas não pode negá-lo a ninguém! É por ti que teus filhos descantam ,Nem te esquecem, distante, jamais! Nem os O bravos seus feitos suplantam Nem teus filhos respeitam rivais!

III

Terra filha de sol deslumbrante, És o peito da Pátria e de um mundo A teus pés derramar trepidante, Vem atlante o seu canto profundo! Linda aurora que incende o teu seio, Se recama florida e sem par, Lembra uma harpa, é um salmo, um R gorjeio, Uma orquestra de luz sobre o mar! Tuas noites profundas, tão belas, Enchem a alma de funda emoção, Quanto sonho na luz das estrelas, Quanto adejo no teu coração! N

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GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E DAS FINANÇAS -SEPLAN COORDENADORIA DE ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS - CES CENTRO ADMINISTRATIVO DO ESTADO, BR 101 – KM 0 LAGOA NOVA NATAL/RN - BRASIL CEP 59064-901 Tel.: (84) 3232-1873

www.seplan.rn.gov.br

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