O DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL NA PERSPECTIVA DA ESTRUTURA AGRÁRIA E DO PROCESSO FUNDIÁRIO: UM ESTUDO EM /RS. José Geraldo Wizniewsky, professor do PPGExR/UFSM, Brasil, [email protected] Marco Antônio Verardi Fialho , professor do PPGExR/UFSM, Brasil, [email protected] Vinícius Claudino de Sá, aluno do PPGExR/UFSM, Brasil, [email protected] João Arami M. Pereira, , aluno do PPGExR/UFSM, Brasil, [email protected]

EIXO TEMATICO: Estrategias para el trabajo en extensión rural.

CATEGORIA: Investigacion

RESUMO

O presente estudo trata da estrutura agrária do Município de Jaguari/RS e teve por objetivo levantar e analisar informações sobre o comportamento agrário do município com base nos Censos Agropecuários dos anos de 1996 e 2006. Os dados encontrados demonstram que: os extratos menores aumentaram, nos últimos dez anos, suas áreas territoriais. Fato que pode ter sido influenciado pela maior diversificação de culturas, de apoios técnicos por parte de cooperativas e empresas integradoras e do aumento das culturas do fumo e da cana-de-açúcar, pois são atividades desenvolvidas em pequenas propriedades e com rentabilidade superior às demais culturas, influenciando diretamente no aumento do poder aquisitivo e na aquisição de terras, tornando-se atrativo para quem quer entrar na atividade. Já os extratos que perderam área e diminuirão o tamanho médio, provavelmente, foi em decorrência do avanço do fumo e a perda de espaço para plantio da soja e culturas que exigem maior área. Quanto às grandes propriedades acima de 500 até menos de 1.000 hectares, apesar de ganharem áreas e em estabelecimentos, no computo geral saíram perdendo, pois deixou de existir propriedades com mais de 1.000 hectares e que provavelmente foram absorvidas pelas de 500 até menos de 1.000 hectares, já que essas aumentaram em 50% o número de estabelecimentos e em 25% suas áreas. Desta forma, mesmo o município de Jaguari-RS estando no mesmo contexto brasileiro e gaúcho, têm suas particularidades, ou seja, apresenta uma estrutura agrária diferenciada, com maior número de estabelecimentos agropecuários e suas respectivas áreas totais são maiores do que o Brasil e o , para as unidades com até 50 hectares. E os grandes proprietários têm significativamente menor extensão de área em relação ao total e aos outros entes federados.

Palavras – chaves: Sistemas agrários, desenvolvimento, agricultura familiar

O DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL NA PERSPECTIVA DA ESTRUTURA AGRÁRIA E DO PROCESSO FUNDIÁRIO: UM ESTUDO EM JAGUARI/RS.

Introdução

A estrutura agrária brasileira tem sua complexidade e sua possibilidade de adequação às necessidades da população rural e que crie condições para estabelecimentos sustentáveis e viáveis, se arrasta desde a chegada dos colonizadores Europeus a esse continente. Já a estrutura agrária gaúcha, de modo geral, é reflexo do processo histórico brasileiro e das políticas públicas adotadas para todo o país. Mas tem suas particularidades, em função de diversos fatores, tais como: seu processo histórico e cultural, a natureza das atividades produtivas, seus fatores geográficos, pois nas regiões serranas ocorreu a predominância das pequenas propriedades, já as regiões planas da campanha e do planalto, têm mais incidência de grandes propriedades, principalmente, para criação de gado bovino e cultivo de cereais. Igualmente o Município de Jaguari que está inserido nos contextos brasileiro e gaúcho, absorveu características da federação, bem como do estado. Seu território tem vários relevos distintos, cada um com as suas particularidades, uma parte de sua área é de planície, outra de encosta da serra, com seu relevo bastante acidentado e o planalto, cuja superfície é menos acidentada e com mais áreas planas, próprias para o cultivo de cereais. Para os propósitos desse estudo, deve-se estabelecer diferenciação entre questão agrária e questão agrícola. A primeira está ligada às transformações nas relações de produção: como se produz, de que forma se produz. Os principais indicadores da questão agrária são: a maneira como se organiza o trabalho e a produção, o nível de renda e emprego dos trabalhadores rurais, a produtividade das pessoas ocupadas no campo. A política agrária é o conjunto de princípios fundamentais e de regras disciplinadoras do desenvolvimento do setor agrícola. E a segunda diz respeito aos aspectos ligados às mudanças na produção em si mesma: o que se produz, onde se produz e quanto se produz. A política fundiária, por sua vez, difere da política agrícola, sendo um capítulo, uma parte especial desta, tendo em vista, o disciplinamento da posse da terra e de uso adequado (função social da propriedade). A política fundiária deve visar e promover o acesso à terra daqueles que saibam produzir, dentro de uma sistemática moderna, especializada e profissionalizada. Os Censos Agropecuários utilizam o conceito de estabelecimento agropecuário, o qual é: “...todo terreno de área contínua, independente do tamanho ou situação (urbana ou rural), formado de uma ou mais parcelas, subordinado a um único produtor, onde se processe uma exploração agropecuária...” (IBGE, 1998). Segundo o Incra (1974): “Imóvel rural, para os fins de cadastro, é o prédio rústico, de área contínua, formada de uma ou mais parcelas de terra, pertencente a um mesmo dono, que seja ou possa ser utilizada em exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal ou agro- industrial, independente de sua localização na zona rural ou urbana do Município...”. Na opinião de Caio Prado Junior (1945): a concentração da propriedade fundiária tem um duplo efeito: o de conceder ao empreendimento agromercantil uma base territorial conveniente para a realização de seus objetivos; e em seguida, de assegurar ao mesmo a mão- de-obra necessária. 2 Desenvolvimento territorial: Alguns aspectos

Na tentativa de entender o processo de desenvolvimento, diversos autores vêm buscando na dimensão do território a delimitação necessária para a construção das possíveis explicações deste fenômeno. São iniciativas que constroem um caminho teórico onde as dimensões locais passam a ser relevantes. Para Abramovay (2007) a noção de território impede a confusão entre crescimento econômico e processo de desenvolvimento, ele destaca também que a abordagem territorial, exige a análise das instituições em torno das quais se organiza a interação social localizada. Esta percepção levantada dá meios para que através do entendimento da realidade territorial sejam elaboradas políticas públicas mais eficientes e que possam atender de forma satisfatória as necessidades do território. Uma análise da Guerrero (1996) apresenta o paradigma territorial, onde a localidade passa a converter-se em suporte de uma sociedade composta por atores que se relacionam, que tem capacidade de atuação frente a problemas a resolver, que contam com recursos e que podem e devem participar de seu próprio desenvolvimento. O governo federal através do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA também vêm buscando realizar sua ações através da perspectiva do desenvolvimento territorial e para isso descreve território como: Um espaço físico, geograficamente definido, geralmente contínuo, compreendendo cidades e campos caracterizados por critérios multidimensionais, tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a política e as instituições, e uma população com grupos sociais relativamente distintos, que se relacionam interna e externamente por meio de processos específicos, onde se pode distinguir um ou mais elementos que indicam identidade e coesão social, cultural e territorial (MDA, 2005). Esta perspectiva política adotada pelo governo brasileiro assume que através do pacto federativo é necessário envolver também estados e municípios para que sejam alcançados sucessos no desenvolvimento de localidades, nesse caso em especial, o meio rural. Desta forma Yanez (1998) afirma que as sub culturas de índole local tomam cada vez mais relevância nas configurações das identidades políticas no ocidente e no desenvolvimento de processos políticos, nesta perspectiva, a cidade se define como lócus do processo civilizatório tanto na sua dimensão positiva como negativa, tendo esse espaço ganhado maior atenção dos governos nacionais após a segunda guerra mundial e com a extensão do estado de bem estar social.

3 Antecedentes e fatores históricos

A evolução da estrutura fundiária gaúcha se deu em função de muitos fatores. No século XVII em função da necessidade de ocupação efetiva do território riograndense. Segundo Caio Prado Junior (1945: p. 95), em 1680 uma expedição partida do Rio de Janeiro vai plantar a bandeira portuguesa e com ela uma forte guarnição militar na margem setentrional do Rio da Prata, bem defronte de Buenos-Aires. Data de então a fundação da famosa Colônia de Sacramento, hoje cidade Uruguaia de Colônia, que durante século e meio seria a causa de vivas disputas entre portugueses e espanhóis. Com o conflito na Colônia Sacramento, permite-se a Portugal ocupar com mais folga o território que fica para trás, mais para o norte e que se incorporará assim ao Brasil. A partir do século XVIII, além das tropas destacadas para a defesa, das missões jesuíticas espanholas, também uma corrente de povoadores oriunda de São Paulo irá se estabelecer no território que hoje forma o Rio Grande do Sul. Por um lado, com os imensos campos, já no século XIX, estabelecem então as primeiras estâncias regulares, sobretudo na fronteira, distribuem-se aí propriedades a granel: queria-se consolidar a posse portuguesa, garantida até então unicamente pelas armas. O abuso não tardou, e apesar da limitação legal das concessões (3 léguas, equivalentes a 108 Km², para cada concessionário), formam-se propriedades monstruosas. Para Caio Prado Junior (1945) um contemporâneo escreverá: Um homem que tinha a proteção do governo, tirava uma sesmaria (nome dados às doações de terras) em seu nome, outra em nome do filho mais velho, outras em nome do filho e filha que estavam no berço; e deste modo há casa de quatro e mais sesmarias. Por outro lado, ainda segundo Caio Prado Junior (1945: p. 95) nestes pontos foi tentado um sistema de colonização original para o Brasil e que oferece peculiaridades que o distinguem nitidamente no conjunto da nossa colonização ( ... ) os portugueses recorreram às populações das camadas mais pobres e concederam grandes vantagens aos colonos que aceitavam irem-se estabelecer lá. O custo de transporte será fornecido pelo Estado, a instalação dos colonos é cercada de toda sorte de providências destinadas a facilitar e garantir a subsistência dos povoadores: as terras a serem ocupadas são previamente demarcadas em pequenas parcelas – uma vez que não se destinavam às grandes lavouras tropicais – fornecem- se gratuitamente ou a longo prazo auxílios vários. Segundo Jurandir Pires Ferreira com base no texto da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, Volume XXXII, Rio de Janeiro, 1959. O local onde atualmente está o município de Jaguari teve como primeiros habitantes os índios Guaranis. Em 1632, quando o Padre Romero, superior das reduções do Uruguai, e mais os padres Manuel Bertot e Luiz Ernot, vieram reunir-se com Cristóvão de Mendonza e Paulo Benevides, fundaram, na margem direita do rio Jaguari, a redução de São Tomé. Há informações sobre a existência de outras reduções na região, entretanto, a mais prospera foi a de São Tomé, situada onde hoje se localiza a cidade de mesmo nome. São Tomé, como as demais reduções, não teve um período de duração muito longo. As mesmas passaram por vários transtornos como a ameaça de onças, pestes, fome e o perigo da invasão bandeirante. Estes fatores reduziram consideravelmente a população da aldeia de São Tomé que chegou alcançar 1.800 almas. Por volta de 1638, São Tomé foi transferida para a margem direita do rio Uruguai, quase em frente à cidade de São Borja. Após decorreu muito tempo até que novos acontecimentos surgissem no antigo berço das Missões Jesuíticas. Em 29.04.1871 foi criada uma colônia agrícola para nacionais e estrangeiros na costa da Serra Geral que margeia o rio Jaguari Grande, no distrito de São Vicente, entre o município de São Gabriel. No ano de 1877, começou o povoamento da 4° Colônia de , enquanto a nossa aqui ficou aguardando para ser povoada. Não havendo mais terras devolutas naquela região, alguns imigrantes desviaram de Silveira Martins para a região de “matas” entre São Vicente, Santiago do Boqueirão e Julio de Castilhos, chamada de Jaguari, devido ao rio que a percorre (Rio do Jaguar). Nesse local, a Comissão de Medição já havia demarcado 78 lotes de 25 hectares cada um, para o futuro núcleo de Jaguari e iniciado a construção do barracão que deveria abrigar não só o pessoal da Comissão como também os imigrantes recém chegados. O Núcleo Colonial instalou-se em 1889 a margem direita do Rio Jaguari. A urbanização foi planejada e demarcada pelo Eng° José Manuel de Siqueira Couto, acompanhado dos primeiros imigrantes italianos que obtiveram seus lotes. A estes se seguiram os húngaros, poloneses, russos, brasileiros, alemães e outros. Os primeiros colonizadores foram organizando suas habitações e lavouras em meio à mata virgem, onde a flora e a fauna eram exuberantes e variadas. Nas muitas comunidades que iam se formando, erguia-se, no centro, a capela dedicada ao Santo de sua devoção. Ao lado, surgia o salão que, após as devoções, era ponto reunião para conversa entre amigos e realização de festas e jogos. A religião entre os imigrantes foi sempre fator de integração. O distrito de Jaguari foi criado pelo Ato Municipal de 15.02.1893 ao município de São Vicente do Sul mesmo ano teve início a construção da Igreja atriz, projetada por Pelegrini e decorada pelo pintor Angelo Lazzarini, sendo colocado em uma das torres um grande relógio, ainda hoje em perfeito funcionamento. A Igreja tem como padroeira Nossa Senhora da Conceição e teve sua obra concluída em 1907. Por volta de 1894, a população de Jaguari aproximava-se dos oito mil habitantes, cerca de 2.170 famílias. Neste período teve início a instrução pública com dois professores: o Sr. Gregório Cony e a Srª. Guilhermina de Lemos Javorski. Ainda neste ano, foi instalada a iluminação a querosene por particulares, o que deu grande impulso ao núcleo que se orgulhava do seu desenvolvimento. Na sede do distrito havia 88 contribuintes do Imposto de Indústrias e Profissões e o comércio mantinha-se ativo com a capital e as demais cidades. Em 1899, quando houve a encampação do serviço de iluminação pública, ocorreu, de forma festiva, a inauguração da ponte Julio de Castilhos sobre o rio Jaguari. Assim como o sistema rodoviário, também o ferroviário foi uma constante preocupação do Administrador da Colônia, no que resultou na ampliação do ramal ferroviário de até Jaguari. O município de Jaguari foi Capela Curada em 12.12.1889 passando a ser Paróquia em 08.12.1915. Em 16 de agosto de 1920 Jaguari elevou-se a categoria de município possuindo quatro distritos: 1°. (sede), 2°. (Santo lzidro), 3°. (Ijucapirama) e 4°. (Taquarichin). O território de Jaguari pertence à microrregião de Santa Maria, segundo o IBGE, composta pelos municípios de , Dilermando de Aguiar, , Jaguari, Mata, Nova Esperança do Sul, Santa Maria, São Martinho da Serra, São Pedro do Sul, São Sepé, São Vicente do Sul, e Vila Nova do Sul, localizados no centro-oeste do Estado do Rio Grande do Sul. Conforme o IBGE, 2009, a superfície do município de Jaguari é de 673,46 Km², distante aproximadamente 400 km de e 105 km de Santa Maria, centro geográfico do Estado. Marco da colonização do território sul-rio-grandense está distante 300 km de portal de entrada na Argentina. Jaguari tem uma população estimada de 11.626 habitantes (IBGE, Contagem 2007), numa altitude média de 160 metros, clima subtropical, tendo como principal via de acesso a Rodovia BR 287. Conta com a “Rota Nostra Colonia”, que além de representar toda a história da colonização italiana em Jaguari, mostra a organização de uma comunidade rural “o Chapadão”, que é o berço da colonização e que continua com as suas características coloniais, com suas casas de pedras, suas cantinas, suas histórias, seus parreirais, suas pequenas propriedades com sua gente simples e orgulhosa por cultivar a sua própria terra. O Chapadão é o local mais elevado da região, característico pelos seus invernos rigorosos, com nevoeiro e vento muito frio e na primavera um colorido muito especial da sua vegetação natural, seus parreirais e o seu relevo privilegiado, tornam o Chapadão um verdadeiro “cartão postal”.

3 Estrutura Fundiária de Jaguari

Um dos fatores que pode ter contribuído para a atual estrutura fundiária de Jaguari, refere-se que a partir de um projeto de colonização idealizado pela Coroa brasileira e que tinha por objetivo a introdução de trabalhadores livres e brancos com o propósito da instalação de colônias agro-militares. Que tinha por objetivos guarnecer a fronteira, povoamento, dignidade do trabalho manual, formação de uma camada média e abastecimento das cidades e do exército. Que no dizer de Holanda (1987, p. 223), para os idealizadores e defensores da imigração, com a instalação do europeu em pequenas propriedades, este, deveria se constituir no agente modernizador e transformador da sociedade e da economia brasileira. Para o contexto brasileiro da época, esta era uma idéia revolucionária, pois se constituía em uma alternativa à grande propriedade agro-exportadora, liberando a Coroa da sua dependência dos latifundiários escravagistas. Esta experiência foi plenamente realizada no Rio Grande do Sul, com a colonização de São Leopoldo, que serviu de modelo para a continuação do processo de desenvolvimento e implantação da agricultura na pequena propriedade familiar nos moldes de um sistema agrário que se iniciou e desenvolveu a partir desse primeiro núcleo colonial instalado com sucesso no estado (Roche, 1969). Embora a experiência tenha começado em Nova Friburgo em 1819, no Estado Rio de Janeiro, com 1.600 suíços de língua francesa. Devido as dificuldades de transporte e difusão, chega à São Leopoldo somente em 1824, se expandindo por localidades próximas em decorrência, principalmente, em função do fornecimento de alimentos para a região de Porto Alegre. Esse processo de ocupação, em função das dificuldades naturais e o contingente populacional da época, vai ser implementado em Jaguari por volta dos anos 1890. Outro aspecto que deve ser ressaltado refere-se aos tipos de culturas, como as condições topográficas são diferenciadas no território de Jaguari, as culturas desenvolvidas são diversificadas. No final do século XIX as atividades eram a extração da madeira, pequenas culturas, pecuária, etc... próximas ao rio Jaguari – que possui afluentes como: os rios Pessegueiro, Cambará, Tunas, Caracol, Taquarichim, Pinheiro, Jaguarizinho e Piquiri – em função das melhores condições de transportes via fluvial, principalmente, da madeira. Já no alto da serra, oferecia maiores dificuldades, tendo em vista o tipo de relevo quebrado e acima da serra proporcionava cultivos agrícolas e pecuários mais extensivos e em maior escala.

Gráfico 1 – Estrutura Fundiária de Jaguari – 1995/1996

1.400 35.000

1.213 29.133 1.200 30.000

23.823 1.000 25.000

800 20.000

600 15.000

400 10.000 287 6.772

200 5.000 6 0 0 Estabelecimentos Hectares

Até 50 Hectares De 50 - 500 Hectares Mais de 500 Hectares Até 50 Hectares De 50 - 500 Hectares Mais de 500 Hectares

Fonte: IBGE – Censo Agropecuário 1995/1996.

Como pode-se notar o quadro 1 a seguir, traçando-se um comparativo entre estabelecimentos e área respectiva utilizada por cada extrato no Brasil. Os Estabelecimentos com até 50 hectares são em 80,99% e possuem somente 13,25% da área. Já a classe de 50 até 500 hectares representam 16,78% das unidades estão com 33,40% da superfície, enquanto os estabelecimentos com mais de 500 hectares que são 2,23% e abrangem 53,36% do território brasileiro. Ao se observar o mesmo quadro, comparativamente o Rio Grande do Sul assume uma condição um pouco melhor do que a situação brasileira. Os estabelecimentos com até 50 hectares atingem 85,71% das unidades e chegam 24,36% da área, os de 50 até 500 hectares representam 12,46% abrangem 33,98% da superfície e os com mais de 500 hectares são apenas 1,83% dos estabelecimentos e detêm 41,66% da superfície.

Quadro 1 – Estrutura Fundiária Brasileira, Gaúcha e Jaguari – 1995/1996. (Percentual)

BRASIL RIO GRANDE DO SUL JAGUARI CLASSES Estabele- Área Estabele- Área Estabele- cimentos cimentos cimentos Área

Até 50 Hectares 80,99 13,25 85,71 24,36 80,54 39,87

De 50 – 500 Hectares 16,78 33,40 12,46 33,98 19,06 48,78 Acima 500 Hectares 2,23 53,35 1,83 41,66 0,40 11,35

TOTAL 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Fonte: IBGE - Censo Agropecuário 1995/1996

De modo geral, Jaguari apresenta uma estrutura fundiária melhor distribuída do que a nação brasileira e o estado gaúcho, como se pode observar no quadro anterior. Segundo o IBGE, 1996, os estabelecimentos com até 50 hectares atingem 80,54% e estão inseridos em 39,87% da área total, já as unidades de 50 até 500 hectares são 19,06% e abrangem uma área de 48,78% em relação ao total, enquanto que os grandes estabelecimentos com acima de 500 hectares são 0,40% e detêm 11,35% da área em relação total. Um fator que se deve ressaltar em relação entre estabelecimentos e propriedades é que os estabelecimentos podem agregar várias propriedades, pelo conceito do IBGE.

Quadro 2 – Estrutura Fundiária Brasileira, Gaúcha e Jaguari – 2006. (Percentual)

RIO GRANDE BRASIL DO SUL JAGUARI CLASSES Estabele- Estabele- Estabele- cimentos Área cimentos Área cimentos Área

Até 50 Hectares 78,40 13,40 85,81 25,23 84,10 43,67

De 50 – 500 Hectares 14,72 30,98 10,98 32,82 15,45 49,30

Acima 500 Hectares 1,95 55,62 1,66 41,95 0,45 7,03

TOTAL 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Fonte: IBGE - Censo Agropecuário 2006 Nota: No Brasil – Os produtores sem área representam 4,93% = 255.024 estabelecimentos No RS – Os produtores sem área representam 1,55% = 6.857 estabelecimentos

Conforme os resultados de 2006 (Quadro 2) Jaguari apresenta uma distribuição de terras melhor do que o quadro geral brasileiro e gaúcho, considerando-se que a melhor estrutura agrária é de estabelecimentos com até 50 hectares. Ou seja, O Município tem 84,10% dos estabelecimentos e 43,67% da área total destinada aos produtores com até 50 hectares. Comparativamente com 1996 ocorreu uma variação de 4,42% de estabelecimentos e de 9,53% de área. Tal desempenho pode ser em decorrência da maior diversificação de culturas, do aumento de área e consequentemente de produção da cultura do fumo, tendo em vista que este produto gera maior rentabilidade ao produtor rural e com isso tem a possibilidade de adquirir mais terras, apesar dos preços no município serem relativamente elevados, em relação a localidades próximas. Em Jaguari os estabelecimentos com até 50 hectares atingem a representatividade de 80,54% e abrangem uma área de 39,89%, enquanto os de 50 até 500 hectares chegam a 19,06% possuem uma superfície de 48,78% e os com mais de 500 hectares que representam apenas 0,40% das unidades, estão com 11,34% do território do município. Como já foi ressaltado, acredita-se que tal estrutura é mais adequada em relação aos territórios gaúcho e brasileiro. – Com 5.460 habitantes na zona rural, representando 46,96% da população, o município de Jaguari distingue-se da maioria dos municípios gaúchos e do restante do Brasil, que são mais urbanizados. Desenvolvem atividades agrícolas, sendo que 84,5% da mão-de-obra ocupada é familiar. Mais de 1.000 moradores rurais são aposentados e em muitos lares é a principal renda, segundo o Sindicato dos Trabalhadores Rurais.

TABELA 1 Estrutura Fundiária de Jaguari – anos 1996 e 2006. Número de Área % Estabelecimentos Extratos de Área - (Há) (Ha) (Ha)

1996 2006 1996 2006 1996 2006

Até menos de 5 hectares 126 239 381 539 0,639 1,057

5 a menos de 10 hectares 181 226 1.279 1.480 2,141 2,900

10 a menos de 20 hectares 367 360 5.148 4.913 8,619 9,627

20 a menos de 50 hectares 539 503 17.015 15.355 28,487 30,089

50 a menos de 100 hectares 191 159 12.306 10.382 20,603 20,344

100 a menos de 200 hectares 72 55 9.503 6.954 15,910 13,627

200 a menos de 500 hectares 24 30 7.324 7.821 12,262 15,325

500 a menos de 1.000 hectares 4 6 3.010 3.588 5,040 7,031

1.000 a menos de 2.500 hectares 2 0 3.762 0 6,299 0,000

Produtor sem área 0 1 0 0 0,000 0,000

TOTAL 1.506 1.579 59.728 51.032 100,00 100,00 Fonte: IBGE – Censo Agropecuário 2006

O número de propriedades aumentou em 4,85% entre 1996 e 2006, já o tamanho médio das propriedades caiu em 18,51%. Somente as propriedades entre 50 até menos de 100 hectares conseguiram ampliar seus tamanhos médios, ou seja, aumentaram de 64,43 para 65,30 hectares de tamanho médio. Uma possibilidade para o aumento de tamanho está em função de que tais propriedades terem possibilidade de maior rentabilidade, conseguido pelo ganho de escala de produção e com isso adquirir mais áreas de terras.

TABELA 2 Tamanho Médio dos Estabelecimentos – anos 1996 e 2006. Número de Estabelecimentos Área Tamanho Extratos de Área - (Ha (Ha) Médio (Ha)

1996 2006 1996 2006 1996 2006

Até menos de 5 hectares 126 239 381 539 3,024 2,255

5 a menos de 10 hectares 181 226 1.279 1.480 7,07 6,55

10 a menos de 20 hectares 367 360 5.148 4.913 14,03 13,65

20 a menos de 50 hectares 539 503 17.015 15.355 31,57 30,53

50 a menos de 100 hectares 191 159 12.306 10.382 64,43 65,30

100 a menos de 200 hectares 72 55 9.503 6.954 131,99 126,44

200 a menos de 500 hectares 24 30 7.324 7.821 305,17 260,70

500 a menos de 1.000 hectares 4 6 3.010 3.588 752,50 598,00

1.000 a menos de 2.500 hectares 2 0 3.762 0 1.881,0 0,0

Produtor sem área 0 1 0 0 0,0 0,0

TOTAL 1.506 1.579 59.728 51.031 39,66 32,32 Fonte: IBGE – Censo Agropecuário 2006

Em relação ao total de área, ocorreu uma perda, passando de 59.729 passando para 51.031 hectares, representando um decréscimo de 14,56% se comparado os exercícios de 1996 e 2006. De modo geral o total de área diminui nos extratos de tamanhos. Somente os extratos com menor tamanho conseguiram ampliar o volume de hectares em relação ao total, ou seja, até menos de 5 hectares que tinham 381 hectares passaram para 539 hectares, representam um acréscimos de 41,47%. Tal fenômeno pode estar atrelado à cultura do fumo, ou processo de sucessão (herança), ou no aumento do valor da propriedade. Um fator que pode ter contribuído para aumento de tamanho das propriedades com menos de 5 hectares é a cultura do fumo que pode ser cultivado em 1 hectare e conseguir uma boa rentabilidade. Um outro fator que se deve destacar é o fato que o extrato (20 a menos de 50 hectares) com maior volume de área perdeu 9,76% de suas áreas territoriais, ou seja, caiu de 17.015 para 15.355 hectares, diminuindo volume total de 1.660 hectares. Tal comportamento tem a possibilidade de ter ocorrido em função da queda no número de propriedades, que eram 539 em 1996 involuindo para 506 propriedades em 2006. Mais recentemente, os tipos de cultivos podem influenciar e contribuir para determinar a estrutura fundiária do município, dentro de um processo dinâmico que são as atividades agropecuárias. Ou seja, muitos fatores contribuem para que o produtor decida desenvolver essa ou aquela atividade rural, tais como: clima, relevo, solo, rentabilidade, custos de produção, crédito agropecuário (empréstimos e financiamentos), etc. Então, o feijão soja, o trigo, o arroz e o milho requerem propriedades maiores, enquanto que o fumo, a cana-de- açúcar, a uva, etc., podem render e proporcionar sustentabilidade ao produtor em pequenas extensões de terra. Como o território do município está dividido em três tipos de áreas, já ressaltado anteriormente, oferece possibilidades de plantio de grandes extensões, bem como para pequenas extensões. Porém, nas décadas de 70 e 80, as culturas que exigiam maior extensão de áreas, devido, principalmente, aos subsídios da modernização agrícola, que possibilitaram maior rentabilidade, eram a alternativa para o produtor, que em muitos lugares tornou-se monocultor. Já com a queda dos subsídios na segunda metade da década de 80, os produtores voltaram-se para as culturas de menor escala e consequentemente para a diversificação de culturas, existentes na maioria dos estabelecimentos jaguarienses.

TABELA 3 – Lavouras Permanentes e Temporárias.

Ano Base 1995/6 e 2006

ATIVIDADES Área (Ha) Participação (%) Nº. Propriedades

1995/6 2006 1995/6 2006 1995/6 2006

Lavouras permanentes 260 281 0,44 0,56 426 151

Lavouras temporárias 10.685 12.987 17,89 25,44 1.332 1.335

Lavouras em descanso 708 565 1,19 1,11 94 0

Pastagem natural 35.649 28.186 59,69 55,22 1.380 1.238

Pastagem plantada 1.239 699 2,07 1,37 225 87

Mata natural 7.133 4.835 11,94 9,47 1.222 780

Mata plantada 928 485 1,55 0,95 878 227

Produtivas e não utilizadas 115 145 0,19 0,28 43 12

Terras inaproveitáveis 3.010 2.860 5,04 5,60 1.424 358

Total 59.727 51.043 100,00 100,00 1.506 1.579 Fonte: IBGE – Censo Agropecuário 2006. 59.728 hectares = 1995/6 51.031 hectares = 2006

TABELA 4 – Atividade Agrícola de Produtos Selecionados – 2006.

Produtos Área Plantada (Ha) Produtividade Valor da Produção (Kg/Ha) Em Reais

Soja 4.500 1.800 3.496.000

Milho 3.500 2.700 3.046.000

Arroz 2.450 7.000 6.817.000

Fumo 2.000 2.100 16.800.000

Feijão 210 914 278.000

Cana-de-açúcar 900 50.000 3.095.000

Trigo 100 1.920 64.000

Mandioca 240 11.500 1.230.000

Batata doce 17 8.000 122.000

Uva 138 12.000 1.484.000 Fonte: IBGE – Censo Agropecuário 2006.

Considerações Finais O presente estudo trata da estrutura agrária do Município de Jaguari e teve por objetivo o levantamento de informações e análise do comportamento com base nos Censos Agropecuários dos anos de 1996 e 2006. Apesar do município estar no mesmo contexto brasileiro e gaúcho, têm suas particularidades, ou seja, apresenta um estrutura agrária diferenciada, com maior número de estabelecimentos agropecuários e suas respectivas áreas totais são maiores do que o Brasil e o Rio Grande do Sul, para as unidades com até 50 hectares. E os grandes proprietários têm significativamente menor extensão de área em relação ao total e aos outros entes federados. A referida estrutura é reflexo da forma de colonização e do tipo de cultivo diversificado. Além disso, dado seus tipos de relevo, solo e clima, proporciona três possibilidades de utilização, tanto para cultura do arroz e pecuária no distrito de Santo Izidro, para cultura do fumo e da cana-de-açúcar na serra e uva, soja, milho, trigo nos distritos do Chapadão, Ijucapirama, linha 15, Boca da Picada e outros. O extrato com até 5 hectares, aumentou em quase 100% seus estabelecimentos e sua respectiva área em 41,47%. Porém, diminuiu o tamanho das unidades de 3,024 para 2,25 hectares. Já o extrato de 5 até menos de 10 hectares, conseguiu ter maior abrangência em 24,86% dos estabelecimentos e ampliação de área em 15,72%, enquanto em relação ao tamanho caiu de 7,07 para 6,55 hectares. No extrato seguinte de 10 até menos de 20 hectares, não segue o desempenho dos extratos anteriores, ou seja, variando negativamente em 1,91% o número de estabelecimentos, bem como sua área diminuiu em 4,57%, seguindo a mesma situação para o tamanho das unidades que tinham, em média, 14,03 hectares chegaram em 2006 com 13,65, obtendo variação negativa de 2,71%. Para o extrato de 20 até menos de 50 hectares, ao se analisar as variáveis estabelecimentos, área e tamanho, seguem igual tendência de variação negativa de -6,68%, -9,76% e -3,29%, respectivamente. Também os dois extratos subseqüentes seguem igual tendência do anterior. Entretanto, os extratos maiores de 200 até menos de 500 e finalmente o acima revertem a tendência dos três anteriores e aumentaram em 25% e 50% seus estabelecimentos, em 6,79% e 19,21% suas áreas para os respectivos extratos, enquanto que diminuíram em tamanhos -14,57% e -20,53% para os extratos respectivos. Os extratos menores aumentaram suas áreas territoriais, nos últimos dez anos, basicamente, em função da maior diversificação de culturas, de apoios técnicos por parte de cooperativas e empresas integradoras e do aumento das culturas do fumo e da cana-de-açúcar, pois são atividades desenvolvidas em pequenas propriedades e com rentabilidade superior às demais culturas, tendo como conseqüência, maior poder aquisitivo e com isso adquirem terras, bem como influenciam quem quer entrar na atividade, já aumentaram em quase 100% o número de estabelecimentos. Já os extratos que perderam área e diminuirão o tamanho médio, provavelmente, foi em decorrência do avanço do fumo e a perda de espaço para plantio da soja e culturas que exigem maior área. Quanto às grandes propriedades acima de 500 até menos de 1.000 hectares, apesar que ganharem áreas e em estabelecimentos, no computo geral saíram perdendo pois deixou de existir propriedades com mais de 1.000 hectares e que provavelmente foram absorvidas pelas de 500 até menos de 1.000 hectares, já que essas aumentaram em 50% o número de estabelecimentos e em 25% suas áreas. Desta maneira, considerando as variáveis e os exercícios aqui analisados verifica-se que, a estrutura agrária do Município de Jaguari diferenciou-se em função de sua colonização, relevo e atividades desenvolvidas. Que ao longo do período estudado ocorreu melhoria da estrutura fundiária, devido principalmente, ao aumento de pequenos estabelecimentos e de suas respectivas áreas, contribuindo para ampliação da quantidade de unidades entre pequenos produtores rurais. Que a evolução atual demonstra tendência de continuidade de aumento dos pequenos estabelecimentos, porém salientar que as atividades que possibilitam essa perspectiva são a cana-de-açúcar e o fumo, cujos produtos prejudicam a saúde humana.

Referências

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