Maria Inês Canedo Arigoni Illusions
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE LETRAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS ÁREA DE ESTUDOS DE LITERATURA ESPECIALIDADE DE LITERATURAS ESTRANGEIRAS MODERNAS ÊNFASE DE LITERATURAS FRANCESA E FRANCÓFONAS MARIA INÊS CANEDO ARIGONI ILLUSIONS PERDUES, DE HONORÉ DE BALZAC: JORNALISMO E SOCIEDADE EM CONTEXTO Porto Alegre 2014 2 MARIA INÊS CANEDO ARIGONI ILLUSIONS PERDUES, DE HONORÉ DE BALZAC: JORNALISMO E SOCIEDADE EM CONTEXTO Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós- graduação em letras, área de estudos de literatura especialidade de literaturas estrangeiras modernas, ênfase de literaturas francesa e francófonas. Orientadora: Profª. Dra.ª Beatriz Cerisara Gil Porto Alegre 2014 3 MARIA INÊS CANEDO ARIGONI ILLUSIONS PERDUES, DE HONORÉ DE BALZAC: JORNALISMO E SOCIEDADE EM CONTEXTO Data da Aprovação: 31/03/ 2014 Banca Examinadora Prof. Dr. Robert Ponge Prof.ª Dr.ª Maristela G. S. Machado Prof. Dr. Francisco Rüdiger Porto Alegre 2014 4 Dedico este trabalho à Sofia Arigoni Malinsky e ao Rogério Malinsky. 5 AGRADECIMENTOS A todos os meus professores, pela generosidade com que partilharam o seu conhecimento; A todas as pessoas da minha família e amigos que criaram as condições objetivas para que pudesse me dedicar a esta pesquisa, especialmente a minha sobrinha Ana Lúcia de Souza; À Prof.ª Beatriz Cerisara Gil pela sua orientação; Às amigas: Adélia Porto, Maristela Machado, Mathilde Tourné, Regina Xavier e Tânia Viana Pereira; Ao Rogério Malinsky, pela parceria, paciência, estímulo e afeto. 6 RESUMO A dissertação examina uma obra ficcional, Illusions perdues, de Honoré de Balzac e também os índices biográficos do autor referente à sua atividade literária e sua experiência com o jornalismo, bem como o papel dos jornais na sua produção literária e os desafios da fragmentação do roman-feuilleton. São discutidos alguns elementos da narrativa, os temas jornalismo e literatura e os aspectos históricos referentes ao percurso da imprensa francesa da primeira metade do século XIX. Esta pesquisa traz igualmente uma reflexão sobre a prática jornalística daquele período, sobre o papel dos jornais na popularização da literatura e as associações do jornalismo e da produção literária com as regras de mercado. Palavras-chave: Honoré de Balzac. Illusions perdues. Jornalismo. Imprensa século XIX. Roman-feuilleton. 7 RÉSUMÉ Le mémoire examine une œuvre de fiction Illusions perdues d'Honoré de Balzac et les indices biographiques de l'auteur qui font référence à son activité littéraire et à son expérience en tant que journaliste, ainsi que le rôle des journaux dans sa production littéraire et les défis de la fragmentation du roman-feuilleton. On y débat quelques éléments du récit, les thèmes journalisme et littérature et les aspects historiques liés au parcours de la presse française de la première moitié du XXème siècle.Cette recherche mène également une réflexion sur la pratique journalistique de cette période, sur le rôle des journaux dans la vulgarisation de la littérature et les liens du journalisme et de la production littéraire avec les règles du marché. Mots-clés: Honoré de Balzac. Illusions perdues. Journalisme. Presse du XXème siècle. Roman-feuilleton. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 11 PRIMEIRA PARTE: BALZAC: VIDA, LITERATURA E JORNALISMO ...................................................... 13 1 BALZAC: UMA SÍNTESE DE SUA TRAJETÓRIA .................................................... 14 1.1 A FAMÍLIA BALSSA ................................................................................................... 14 1.2 OS PRIMEIROS 20 ANOS ............................................................................................ 15 1.3 MULHERES, AMIZADES E AMORES ........................................................................ 19 1.4 LITERATURA, TRABALHO E DINHEIRO . ............................................................... 22 1.5 BALZAC: O SER POLÍTICO ........................................................................................ 24 1.6 AGOSTO DE 1850: O FIM DA AÇÃO ......................................................................... 26 2 BALZAC E SEUS PERCURSOS LITERÁRIOS .......................................................... 28 2.1 HONORÉ DE BALZAC: ROMÂNTICO OU REALISTA? ........................................... 28 2.2 OS ROMANCES DA JUVENTUDE ............................................................................. 32 2.3 O PRIMEIRO ROMANCE ASSINADO ........................................................................ 33 3 BALZAC: UMA PRESENÇA NO MUNDO DOS JORNAIS ....................................... 35 3.1 O JORNALISTA HONORÉ DE BALZAC .................................................................... 35 3.1.1 Le Renovateur, La Chronique de Paris, Revue parisienne ......................................... 46 3.2 CAMINHOS QUE CONVERGEM PARA O ROMAN-FEUILLETON DE 1836 ............ 48 3.2.1 A prosa popular: o romance noir e o romance sentimental ..................................... 49 3.2.1.1 O romance gótico e noir ........................................................................................... 49 3.2.1.2 Romance sentimental ................................................................................................ 52 3.2.1.3 A era do roman-feuilleton ......................................................................................... 53 9 4 BALZAC E O ROMAN-FEUILLETON ......................................................................... 60 4.1 LA VIEILLE FILLE: O PROTAGONISMO DE BALZAC ............................................. 60 4.2 A COMPLEXA GÊNESE DE SPLENDEURS ET MISÈRES DES COURTISANES ........ 65 4.2.1 Os ingredientes do roman-feuilleton ......................................................................... 68 4.2.2 Os desafios da fragmentação..................................................................................... 69 SEGUNDA PARTE: BALZAC E AS ILLUSIONS PERDUES ........................................................................... 71 5 A GRANDE OBRA: LA COMÉDIE HUMAINE ........................................................... 72 5.1 A PRETENSÃO DE TUDO REPRESENTAR COM A LITERATURA . ...................... 72 5.2 O RETORNO DAS PERSONAGENS ........................................................................... 74 5.3 A ESTRUTURA DA COMÉDIE HUMAINE ................................................................. 75 5.4 O MICROCOSMO: LE PÈRE GORIOT, ILLUSIONS PERDUES E SPLENDEURS ...... 84 5.5 A PRESENÇA DE UM NARRADOR ONISCIENTE .................................................... 86 5.6 A GÊNESE DE UMA GRANDE OBRA ....................................................................... 88 5.7 RESUMO DA INTRIGA ............................................................................................... 90 6 ILLUSIONS PERDUES: IMPRENSA, HISTÓRIA E ESPAÇO .................................. 97 6.1 HISTÓRIA DA IMPRENSA: DOS MANUSCRITOS À TIPOGRAFIA ........................ 97 6.2 CIRCUNSTÂNCIAS POLÍTICAS E LEIS DE IMPRENSA ............................................ 104 6.3 A EVOLUÇÃO DA CIDADE: O ESCRITOR, O LEITOR, O JORNALISTA ............. 111 6.3.1 Angoulême e Paris: uma aparente oposição ........................................................... 112 6.3.2 Paris: itinerários de iniciação de Lucien de Rubempré ......................................... 115 6.3.3 Angoulême: uma escolha especial ........................................................................... 120 7 FIGURAS EMBLEMÁTICAS DE ILLUSIONS PERDUES:...................................... 130 7.1 LUCIEN DE RUBEMPRÉ: O PRODUTO IMPERFEITO DE UMA ERA .................. 130 7.2 SÉCHARD, O PROMETEU: UM IMORTAL HONORÉ DE BALZAC ...................... 139 7.3 DANIEL D’ARTHEZ: ESSÊNCIA DO BOM JORNALISMO .................................... 142 7.4 ÉTIENNE LOUSTEAU: MEFISTO DE LUCIEN DE RUBEMPRÉ ............................ 148 10 8 ILLUSIONS PERDUES: A TENRA IDADE DO JORNALISMO ............................. 153 8.1 ILLUSIONS PERDUES E O SINGULAR JORNALISMO FRANCÊS ......................... 153 8.2 JORNALISMO: UMA PROFISSÃO EM VIA DE CONSOLIDAR-SE ....................... 158 8.3 OS HOMENS DE REDAÇÃO BALZAQUIANOS ...................................................... 163 8.4 O JORNAL E AS IDEOLOGIAS POLÍTICAS E LITERÁRIAS ................................. 169 8.5 O SAVOIR-FAIRE DO JORNALISMO ........................................................................ 172 8.6 OS PEQUENOS JORNAIS, A CRÍTICA E A CREDIBILIDADE ............................... 174 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 179 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 184 ANEXO 1.......................................................................................................................... 192 11 INTRODUÇÃO Através da leitura das obras de Honoré de Balzac, especialmente Illusions perdues, e do conhecimento de índices biográficos que o vinculam aos periódicos, surgiu a ideia desta pesquisa. Ela nasceu de uma convicção e de uma curiosidade simples: a convicção da contribuição dos jornais para o desenvolvimento de uma leitura de caráter massivo, e a curiosidade acerca das condições objetivas que fizeram com que a produção periódica