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1.0. INTRODUÇÃO

As condições climáticas constituem-se em um agente modificador dos inúmeros geossistemas que compõem o planeta Terra. Desta maneira, embora o clima não seja componente materializável e visível na superfície terrestre, é perceptível e contribui significativamente para se sentir e perceber as paisagens (CHRISTOFOLETTI, 1999).

Segundo Santos (2000), a condição climática é considerada elemento condicionador na dinâmica ambiental, por fornecer calor e umidade e principalmente, por ser responsável pelo desencadeamento de uma série de processos, como à formação de solos, das estruturas e formas de relevo, dos recursos hídricos, do crescimento, desenvolvimento e distribuição das plantas e animais, chegando a refletir nas atividades econômicas, sobretudo na agricultura e na sociedade.

Afirma Mendonça (2000) que num primeiro momento da modernidade, o clima aparecia como um dos componentes fundamentais do meio natural, e era muito fracamente tomado em consideração quando se tratava do meio social. As correlações estabelecidas entre estes dois meios prendiam-se na maioria das vezes, à perspectiva determinista fato que, com a revolução tecnológica e à expressiva urbano-industrialização em momento mais recente, abriu-se para uma perspectiva fortemente eivada de relativismo.

Alguns dos mais importantes fenômenos que contribuíram para a eclosão da questão ambiental na atualidade estão diretamente relacionados ao clima, ou seja, a interação negativa estabelecida entre este e à sociedade, como os fenômenos ligados diretamente ao aquecimento global da atmosfera (efeito-estufa planetário), os impactos do ElNiño/La Nina, os ciclones tropicais, causando inundações, secas, etc.

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A idealização desta pesquisa surge da necessidade sentida de se estudar o clima e o relevo dos municípios da Região Serrana do Estado do Espírito Santo, pois eles desempenham forte influência econômica e social na Região. De acordo com o Instituto de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento Jones Santos Neves (IPES), o setor agropecuário é o mais importante neste espaço econômico sub-regional, principalmente no que diz respeito à contratação de mão-de-obra. As atividades que mais se destacam são a cafeicultura, as olerículas, as hortículas e o turismo de montanha.

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2.0. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Realizar o estudo do clima e do relevo dos municípios da Região Serrana do Estado do Espírito Santo por meio de consultas a materiais bibliográficos e com auxílio do Sistema de Informações Geográficas e Sensoriamento Remoto.

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

• Elaborar mapas temáticos referente a alguns elementos meteorológicos da Região Serrana; • Elaborar mapas temáticos referente ao relevo da Região Serrana; • Analisar o comportamento de alguns elementos meteorológicos; • Quantificar as entradas de frentes frias; • Verificar a influência das entradas de frentes frias sobre o comportamento de alguns elementos meteorológicos. 17

3.0 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 MORFOLOGIA DA REGIÃO SERRANA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

O projeto Radambrasil (1983) afirma que, o domínio morfoestrutural representado pela Faixa de Dobramentos remobilizados na região geomorfológica denominada de Mantiqueira Setentrional, possui unidade geomorfológica caracterizada como Patamares Escalonados do Sul Capixaba. Este domínio morfoestrutural se estende por uma ampla região no Sul do Estado do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, sendo dividido em várias regiões geomorfológicas, e estas, por sua vez, subdivididas em unidades geomorfológicas distintas.

De acordo com Vale (2004), a Região Serrana pode ser dividida em duas unidades morfoestruturais; os dobramentos remobilizados e os maciços plutônicos (Tabela 1).

Ainda de acordo com o Radambrasil, a unidade geomorfológica da Região Serrana é denominada de Patamares Escalonados do Sul Capixaba, e recebeu esta denominação por constituir conjuntos de relevos que funcionam como degraus de acesso aos seus diferentes níveis topográficos, distinguindo-se três compartimentos morfológicos distintos, que compreendem: o patamar ocidental, o topo do planalto e o patamar oriental.

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TABELA 1. Unidades Geomorfológicas da Região Serrana Fonte: Vale, 2004.

3° NÍVEL PADRÕES FISIONÔMICOS DAS FORMAS 1° NÍVEL 2° NÍVEL UNIDADES ZONAS UNIDADES FORMAS MORFOES COBERTURA ASPECTOS FITOGEOGRÁ MORFOREST DE LITOLOGIA SOLOS CULTURAI VEGETAL/USO MORFODIÂMICOS FICAS RUTURAIS RELEVO S Formas de LatosSol Alta densidade de Relevo em o canais de drenagem, morros com Vermelh vertentes muito topos o- inclinadas, vales convexos Amarelos estreitos, Solos vertentes Biotita- álicos profundos e bem xistos, Estruturas Planaltos distrófico drenados. inclinadas e Quartizitos Floresta Dobradas Dissecados s, vales e Quartzo- Ombrófila Muito suscetível à Remobiliza- de Altitudes argilosos estreitos e biotita, erosão laminar e em das Médias a muito Densa Montana bem xistos e argilosos Sulcos face à entalhados filitos elevadas com declividades. declividade Ocorrência de acima de deslizamentos de 20% - Alt. terra. 200 – 600m Formas de LatosSol Relevos fortemente 1 DOMÍNIO Relevo em os dissecados com FITOCLIMÁTIC morros Vermelh vales muitos O TROPICAL altos e o- estreitos e ÚMIDO – serras com Amarelos entalhados, MATA topos álicos vertentes longas e ATLÂNTICA aguçados distrófico muito inclinadas. e/ou s, Solos rasos convexizad argilosos associados a os. a muito profundos médios. Gnaissesba Planaltos e argilosos Floresta Alto Muito suscetível à Vertentes ndeados e Maciços Serras de e erosão laminar e em longas e migmatitos Montana Plutônicos Cimeira ArgisSol Sulcos, bem como íngremes e granitos os aos deslizamentos Regional vales muito porfiríticos Vermelh de terra e rolamento entalhados, o- de blocos rochosos. com Amarelos declividade eutrófico de 30 a s 40% - Alt. 800 – 900m CambisS olos hísticos distrófico s

O patamar oriental é caracterizado por um elevado bloco basculado para leste, com presença pronunciada de sulcos estruturais, orientados no sentido norte-sul e falhas menores intercruzadas. Os pontões rochosos, constituem feição notável dos modelados diferenciais deste setor. O topo do planalto e o patamar ocidental apresentam-se com dissecação mais homogênea, sendo este último mais uniforme, com relevos dissecados em formas colinosas. As formas assumem um caráter mais típico de dissecação tropical em meias-laranjas de vertentes convexas. O setor 19

correspondente ao Topo do Planalto possui formas mais alongadas, as encostas são retilíneas ou convexas e os topos também assumem feições convexizadas.

De acordo com Azevedo et al. (1978), uma boa forma de se complementar o estudo do relevo da Região Serrana do Estado do Espírito Santo, é oferecer uma idéia da variação da altitude, o que se consegue, traçando-se uma reta do oceano à divisa com o Estado de Minas Gerais e esquematizando as altitudes. A representação da variação de altitude na Região Serrana foi feita a partir de uma reta que vai da Ponta da Fruta, no município de , passando por até Afonso Cláudio, na divisa com o Estado de Minas Gerais (Gráfico 1).

A faixa litorânea com altitudes menores que 200 metros é de aproximadamente 15 Km, a partir daí a altitude se eleva rapidamente e nas proximidades de Domingos Martins, a 35 Km do oceano, ultrapassa os 500 metros e continua em ascensão até pouco mais de 800 metros onde encontra o leito do Braço Norte do Rio Jucu. A ascensão da altitude continua rápida até aproximadamente 75 Km do oceano onde atinge mais de 1000 metros de altitude no divisor de águas entre a Bacia do Rio Jucu à leste, e a Bacia do Rio Guandu, afluente do Rio Doce, à oeste. A altitude diminui chegando a 400 metros no Município de Afonso Cláudio e se eleva novamente até chegar à divisa de Minas Gerais, como pode ser visto no gráfico 6.

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Gráfico 1: Perfil Longitudinal da Altitude do Relevo da Região Serrana

No âmbito da geologia, na porção centro-Sul do Estado do Espírito Santo, afloraram as rochas proterozóicas e fanerozóicas do cinturão móvel costeiro (Radambrasil, 1983).

A Tabela 2 apresenta a coluna geológica para a região de estudo, onde são identificados o período geológico, a unidade litoestratigráfica e suas respectivas litologias principais.

O Complexo Paraíba do Sul foi submetido a eventos tectonotermais ao longo de todo o Pré-Cambriano e constitui o embasamento do Cinturão Móvel Atlântico. Devido à tectônica, grande parte das rochas que o compõem encontram-se intimamente imbricadas com o embasamento. O Maciço Aracê é denominado de pluton granítico situado na região de Pedra Azul, e equivale, geologicamente, à definição de Diápiro Granítico de Pedra Azul. Os Depósitos Quaternários são constituídos de finas camadas de material arenoso inconsolidado que assentam diretamente sobre a rocha nos fundos de vales. Litologicamente, os depósitos 21

quaternários da região são constituídos por sedimentos arenosos recentes, mal selecionados, que são trazidos pelos rios que drenam a região (Radambrasil, 1983).

TABELA 2. Coluna Geológica da Região Serrana. Fonte: Cepemar, 2005.

COLUNA GEOLÓGICA DA REGIÃO DO PARQUE DE PEDRA AZUL

PRINCIPAIS ERA PERÍODO UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA LITOLOGIAS DEPÓSITOS ALUVIONARES E SEDIMENTOS FLUVIAIS ARENOSOS E CENOZÓICA QUATERNÁRIO COLUVIONARES ARGILOSOS GRANITOS E ROCHAS DERIVADAS: MACIÇO ARACÊ OU DIÁPIRO GRANÍTICO PALEOZÓICA CAMBRIANO DIORITO, SIENOGRANITO, DE PEDRA AZUL MONZOGRANITO BIOTITA-ANFIBÓLIO GNAISSES E PRÉ-CAMBRIANO PRÉ-CAMBRIANO COMPLEXO PARAÍBA DO SUL QUARTZITOS

3.2 CLIMA DA REGIÃO SERRANA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

De acordo com Nimer (1989), o conhecimento dos fatores estáticos ou geográficos que atuam sobre o clima de determinada região, por mais completos que sejam, não é suficiente para a compreensão de seu clima. É necessário um estudo do relevo, da latitude, da continentalidade, da maritimidade, entre outros fatores em interação com os sistemas regionais de circulação atmosférica. Portanto, para caracterizar a climatologia da Região Serrana, é necessário analisar tanto os fatores estáticos quanto dinâmicos.

O fator estático que influencia diretamente a climatologia da área de estudo é a sua posição geográfica, considerando que a área encontra-se em latitudes tropicais e o relevo escarpado com altitudes que podem ultrapassar a 1000 metros.

Segundo Feitoza et al. (2001), as zonas naturais que comportam a macroforma da região serrana são distribuídas da seguinte forma: predomínio da zona natural 1 22

(terras frias, acidentadas e chuvosas); seguida pela zona 3 (terras de temperaturas amenas, acidentadas e transição chuvosa/seca); zona 2 (terras de temperaturas amenas, acidentadas e chuvosas); zona 6 (terras quentes, acidentadas e secas); zona 4 (terras quentes, acidentadas e chuvosas); zona 5 (terras quentes acidentadas e transição chuvosa/seca), como pode ser observada na Figura 1.

De acordo com Gomes et al. (1978), na maior parte do Estado do Espírito Santo a temperatura é elevada durante todo ano, fato que não ocorre na zona serrana, onde o clima é ameno. As isotermas anuais caracterizam-se pelos contrastes condicionados pelo relevo. As chuvas também estão condicionadas ao relevo; os valores crescem do litoral para o interior (1000 até 1750 mm) chegando em alguns pontos até 2000 mm atingindo o seu máximo na linha de crista da zona serrana.

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41°15'0"W 41°0'0"W 40°45'0"W 40°30'0"W 19°30'0"S 19°30'0"S

São Roque do Itaguaçú Canaã 19°45'0"S 19°45'0"S

Laranja da Terra Santa Tereza

Itarana 20°0'0"S 20°0'0"S

Afonso Cláudio Santa Maria de Jetibá

Santa Leopodina

Domingos Martins 20°15'0"S 20°15'0"S

Conceição do Castelo

Marechal Floriano 20°30'0"S 20°30'0"S

41°15'0"W 41°0'0"W 40°45'0"W 40°30'0"W

Legenda: Zona Naturais

Zona 1:Terras frias, acidentadas e chuvosas Zona 2:Terras de temperaturas amenas,acidentas e chuvosas Zona 3:Terras de temperaturas amenas,acidentas, chuvosa/seca µ Zona 4:Terras quentes, acidentadas e chuvosas 0 10.000 Zona 6:Terras quentes, acidentadas e secas m Municípios da Região Serrana

Fonte: EMCAPA/NETPUT (1999) Org: Elizabeth Dell'Orto e Silva Orientador: Dr. Alexandre Rosa dos Santos FIGURA 1. Zonas Naturais da Região Serrana do Estado do Espírito Santo segundo Feitoza et al. (2001).

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Levando-se em consideração a classificação de Koopen, Vale (2004) identifica três tipos climáticos na Região Serrana, como pode ser observada na Figura 2:

● Cfa: Clima Mesotérmico úmido, sem estiagem em que a temperatura média do mês mais quente é maior que 22ºC, apresentando o mês mais seco mais de 60 mm de chuva. Gomes et al. (1978), afirma que este clima ocorre nas encostas da zona serrana voltadas para o litoral em altitudes entre 300 a 650 metros.

● Cfb: Clima mesotérmico úmido, sem estiagem em que a temperatura média do mês mais quente não atinge 22ºC. Segundo Vale (2004), o clima mesotérmico da região serrana é devido à altitude, com temperatura média de 20ºC e mínima de 13ºC. Um outro fator que influencia a moderação da temperatura, é a localização geográfica, próxima à encosta, que intercepta os ventos do litoral, provocando as chamadas chuvas orográficas, especialmente no verão, mas também freqüentes no inverno.

● Cwa: Clima mesotérmico de inverno seco em que a temperatura média do mês mais frio é inferior a 18ºC e a do mês mais quente ultrapassa 22ºC. De acordo com Gomes et al. (1978), o clima é relativamente fresco devido à altitude, apesar de cessar a influência da serra no aumento das precipitações.

O fator dinâmico, ou as circulações atmosféricas que atuam na área de estudo é baseado na ação de centros de alta pressão, ou anticiclônicos, e de baixa pressão, ou ciclônicos. De um modo geral, os anticiclones são fonte de dispersão de ventos, determinando tempo estável, e os ciclones são fonte de atração de vento (Nimer, 1989).

Nimer (1989) afirma que, a região do Estado do Espírito Santo é litorânea, portanto, sofre pressões de ventos como o anticiclone semifixo do Atlântico Sul e o anticiclone polar móvel. A massa de ar tropical (anticiclone do Atlântico) é responsável pelas condições de bom tempo, temperaturas mais ou menos elevadas, fornecidas pela intensa radiação solar e telúrica das latitudes tropicais e ventos alísios (o encontro dos ventos dos dois hemisférios) que ocorrem na Costa Leste do Brasil.

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41°15'0"W 41°0'0"W 40°45'0"W 40°30'0"W

19°30'0"S 19°30'0"S

Aw São Roque do Canaã Itaguaçú 19°45'0"S 19°45'0"S Santa Tereza

Itarana

20°0'0"S 20°0'0"S Afonso Cláudio Santa Maria de Jetibá Cwa Am

Santa Leopodina Brejetuba Cfa Aw

Domingos Martins 20°15'0"S 20°15'0"S Conceição do Am Castelo Venda Nova do Cfb Imigrante

Marechal Floriano

20°30'0"S

20°30'0"S

41°15'0"W 41°0'0"W 40°45'0"W 40°30'0"W

Legenda:

Municípios da Região Serrana Classificação Climática:

Am - Quente/Sem Seca/Encosta Úmida Mapa climático da Região Serrana segundo TROPICAL classificação de Köppen Aw - Quente/Com Seca/Baixada 010.000 20.000 m Cfa - Sem Seca/Verão Quente MESOTÉRMICO Cfb - Sem Seca/Verão Brando Cwa - Com Seca/Verão Quente µ

Fonte: Moraes,1974 apud Cáudia Vale,2004 Org: Elizabeth Dell'Orto e Silva Orientador: Dr. Alexandre Rosa dos Santos

FIGURA 2. Mapa da classificação Climática da Região Serrana do Estado do Espírito Santo segundo a classificação de Koopen. FONTE: Vale,2004 26

O anticiclone polar móvel é o centro de pressão responsável pelas intrusões das frentes frias, provenientes do extremo Sul do continente ocasionando nebulosidade, baixas temperaturas e ventos do quadrante Sul (Figura 3).

FIGURA 3. Mapa das zonas de alta e baixa pressão. FONTE: Cepemar, 2005.

Nimer (1989) também afirma que, na Região Sudeste prevalecem três tipos de Sistemas de Circulação Instáveis ou Perturbadas: correntes perturbadas do Sul (S), as correntes perturbadas de Oeste (W) e as correntes perturbadas de Este (E). As correntes perturbadas do S, são representadas pela invasão do anticiclone polar e no verão são responsáveis pela abundante precipitação, principalmente nas áreas serranas e suas proximidades. As correntes perturbadas de W (Instabilidades Tropicais) ocorrem principalmente entre a primavera e o outono, e são formadas a partir dos avanços das frentes polares que provocam as chuvas de verão, que duram poucos minutos. As correntes pertubadas de E ou ondas de este (EW) não são tão comuns no Estado, mas podem ocorrer principalmente no inverno. São correntes perturbadas que ocorrem na origem dos anticiclones tropicais sob a forma de ondas que caminham para W e formam chuvas mais ou menos abundantes durante sua passagem. 27

De acordo com o INPE (2005), outro fator climático que pode afetar a Região Sudeste, porém em menor freqüência, é o fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS), caracterizado pelo aquecimento anômalo das águas superficiais do Pacífico Equatorial Oriental. Na região sudeste brasileira, durante o ENOS, há um moderado aumento das temperaturas médias, inclusive no inverno, e chuvas acima da média.

O sistema de baixa pressão em superfície conhecido como Baixa do Chaco localizado sobre o Paraguai também influencia o clima da Região Sudeste, as frentes frias ao ingressarem no Sul do país, associam-se a ele e intensificam-se. Neste período, freqüentemente, ficam semi-estacionados no litoral do Sudeste, devido à presença de vórtices ciclônicos em altos níveis na Região Nordeste (INPE, 2005).

3.3 ELEMENTOS METEOROLÓGICOS

De acordo com Vianello et al. (1991), os elementos climáticos são grandezas meteorológicas que comunicam ao meio atmosférico suas propriedades e características peculiares. Os principais elementos são: temperatura, umidade, chuva, vento, nebulosidade, pressão atmosférica e radiação solar.

3.3.1 Temperatura

Segundo Vianello et al. (1991) temperatura é definida como sendo a quantidade de energia absorvida pela atmosfera após a propagação do calor absorvido pelo planeta nas porções sólidas e líquidas.

Afirma Ometto (1981) que o balanço de radiação na superfície do Solo começa a ser positiva quando o ar em contato com o Solo começa a ser aquecido por condução, a partir daí, expande-se, eleva-se e é substituído por ar de maior densidade. As 28

células de circulação fazem com que o ar como um todo tenha sua temperatura aumentada continuamente sendo que o ar de junto do Solo aquece mais rápido e intensamente.

Ometto também afirma que após a temperatura máxima (balanço da radiação positivo), a temperatura do ar diminui como conseqüência da diminuição da temperatura do Solo. Quando o balanço de radiação torna-se negativo, estabelece- se um fluxo de calor por condução do ar para a superfície, logo as diversas camadas tendem a se acamar. O processo se intensifica continuamente no correr da noite até a nova inversão no balanço de radiação.

3.3.2 Precipitação Pluvial

A precipitação é o resultado final, já em retorno ao solo, do vapor d’água que se condensou e se transformou em gotas de dimensões suficientes para quebrar a tensão de suporte, e cair. Essa água em trânsito entre nuvem e solo, chamada chuva, tem aparentemente regular seu aspecto quantitativo para cada local no globo, mas sua distribuição, durante o ciclo anual é declaradamente irregular (OMETTO, 1981).

Santos (2002) afirma que a precipitação é máxima na região equatorial e decresce com o aumento da latitude em direção aos pólos, porém, as isoietas de mapas de precipitação anual mostram que outros fatores, além do geográfico, têm grande influência sobre a distribuição da precipitação, são eles: latitude, distância do mar ou de outras fontes de água, altitude, orientação das encostas e vegetação.

Afirma Ometto (1981) que na natureza a precipitação pode ser a mais variável possível, desde minúsculas gotículas, com massa somente suficiente para desequilibrar as forças de sustentação, como violentas tormentas. Os diferentes tipos de precipitações diferem quanto às suas origens, destacando-se: 29

● Chuvas Leves; ocorrem geralmente por processos associados de injeção de vapor d’agua em uma superfície umidecida com maior energia, com o ar menos energético situado acima, e posterior acréscimo de resfriamento dessa massa de ar.

● Chuvas Intensas; resultam dos movimentos convectivos de origem térmica, ocasionando às chamadas chuvas locais.

● Chuvas Frontais; resultam do encontro de diferentes massas de ar. As massas de ar mais efetivas na promoção de chuvas são as chamadas massas frias, ou “frentes frias”. Elas se originam nos pólos terrestres, possuem baixa energia interna e alta densidade. São chamadas de alta pressão, pois se assemelham a densos fluidos caminhando dos pólos em direção ao equador terrestre.

● Chuvas Orográficas; ocorrem quando uma massa de ar quente e úmida, em seu movimento advectivo encontra-se com uma montanha, e é forçada a se elevar. Ao elevar-se a massa de ar resfria-se adiabaticamente havendo condensação do vapor, formação de nuvens e ocorrência de chuvas convectivas. Quando os ventos conseguem ultrapassar a barreira montanhosa, do lado oposto projeta-se a sombra pluviométrica, dando lugar a áreas secas ou semi-áridas causadas pelo ar seco, já que a umidade foi descarregada na encosta oposta. As chuvas geralmente são de pequenas intensidades, mas grande duração.

● Chuva Convectiva; São chamadas de chuvas de verão e ocorrem quando há brusca ascensão local de ar menos denso que atinge seu nível de condensação com formação de nuvens e, muitas vezes, precipitações. São geralmente, chuvas de grande intensidade e de pequena duração, restritas a áreas pequenas.

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3.3.3 Umidade Relativa

De acordo com Tucci (2001), a umidade atmosférica é um elemento essencial do ciclo hidrológico, e é a fonte de todas as precipitações e controla enormemente a taxa de evaporação do solo e reservatórios, como também a transpiração dos vegetais. A umidade do ar refere-se unicamente ao vapor de água contido na atmosfera, não levando em consideração a água no estado líquido e sólido.

Segundo Vianello et al. (1991), as variações da umidade relativa do ar, estão diretamente relacionadas a pressão de vapor d’água e com a temperatura. Para uma temperatura constante, a umidade relativa aumenta com a pressão de vapor, entretanto, quando a umidade relativa sofre influências simultâneas de temperatura e da pressão de vapor, a relação direta entre a umidade relativa e a pressão é sobrepujada pela relação inversa entre a temperatura e a umidade relativa.

Vianello et al. (1991), ressalta também a importância da umidade relativa do ar sobre as diversas atividades do homem e sobre a sua própria saúde. Tanto o excesso como a baixa umidade, causam problemas diversificados para a agricultura e para saúde humana, como as doenças respiratórias.

3.3.4 Evapotranspiração

A evapotranspiração é o processo conjugado da transpiração vegetal e da evaporação que a vegetação apresenta. A transpiração vegetal ocorre através dos estômatos e da cutícula das plantas, utilizando a água que o seu sistema radicular absorveu ao longo do perfil de Solo explorado. A evaporação corresponde à perda da água depositada na superfície vegetal e da água contida no Solo (TUBELIS, 1992).

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O termo evapotranspiração é empregado para exprimir a transferência de vapor d’água para a atmosfera, proveniente de superfícies vegetadas. A evapotranspiração engloba duas contribuições: a evaporação da umidade existente no substrato (solo e água), e a transpiração resultante da atividade biológica dos seres vivos que o habitam (SILVA, 2005).

3.3.5 Velocidade do Vento

De acordo com Ometto (1981), o aquecimento diferencial da terra possibilita haver sobre as regiões mais aquecidas ar atmosférico com menor densidade. Por sua vez, regiões mais frias, possuem sobre si, ar atmosférico mais denso. A força resultante da necessidade do equilíbrio das diferentes densidades do ar atmosférico estabelece variações na pressão atmosférica, propiciando o aparecimento de gradientes de pressão de características horizontais.

O gradiente de pressão estabelece o aparecimento de uma quantidade de movimento (Momentum) na massa de ar e essa quantidade de movimento, tanto é maior, quanto maior for o gradiente de pressão. O momentum da massa de ar é o vento, e ele possui a característica de se transferir parcialmente a todo obstáculo que lhe oferece, dependendo do obstáculo e da intensidade do processo de transferência, ele pode vir a ser altamente danoso.

3.3.6 Pressão Atmosférica

Denomina-se pressão atmosférica, o peso exercido por uma coluna de ar, com secção reta de área unitária, que se encontra acima do observador, em um dado 32

instante e local. Fisicamente, representa o peso que a atmosfera exerce por unidade de área (SILVA, 2005).

Segundo Vianello et al. (1991), a pressão atmosférica acha-se sujeita a influência de inúmeros fatores, podendo variar também em diversas circunstâncias, apresentando variações verticais, horizontais, diárias e anuais. A pressão varia com a aceleração gravitacional, com a densidade do ar e, consequentemente, com a temperatura.

3.3.7 Radiação Solar

O Sol é a fonte primária de toda a energia disponível aos processos naturais, ocorrentes na superfície da terra. A produção de energia pelo Sol é um fator constante, mas a que alcança a superfície do solo em um local qualquer não o é, devido à inclinação do eixo da terra em relação ao equador solar e a posição relativa terra-Sol alterada a cada instante. Portanto, um mesmo local sobre o globo terrestre, recebe durante o ano, quantidades diferentes de energia Solar (OMETTO, 1981).

Ometto (1981), também afirma que a energia recebida pela terra (radiação Solar) se dá na forma de ondas eletromagnéticas, provenientes do Sol. Este é a fonte primária de energia que o globo terrestre dispõe, e a sua distribuição variável é a geratriz de todos os processos atmosféricos.

3.3.8 Balanço Hídrico

Segundo Tubelis (1992), o balanço hídrico é um método de se calcular a disponibilidade de água no solo para as comunidades vegetais. Contabiliza a precipitação perante a evapotranspiração potencial, levando em consideração a 33

capacidade de armazenamento de água no Solo. O excedente hídrico representa a quantidade de água das precipitações que não teve possibilidade energética de ser utilizada. A deficiência hídrica representa a fração da evapotranspiração potencial que não foi utilizada por limitação de disponibilidade hídrica.

Afirma Vianello et al. (1991) que a limitação da classificação climática de Köppen, apesar de sua ampla utilização, é a falta de base racional na seleção de valores de temperaturas e de chuvas para diferentes zonas climáticas. Em 1948, Thornthwaite propôs superar essa dificuldade, introduzindo um Balanço Hídrico em sua classificação. A classificação climática proposta por Thornthwaite torna-se indispensável estimar a evapotranspiração potencial. A partir deste parâmetro e da precipitação pluvial medida na mesma região, estimam-se inúmeros outros parâmetros, inclusive o excesso e a deficiência hídrica.

3.4 MASSAS DE AR E FRENTES

De acordo com Silva (2005), a expressão massa de ar é usada especificamente para designar uma grande porção da atmosfera, cobrindo milhares de quilômetros da superfície terrestre e que apresenta uma distribuição vertical aproximadamente uniforme, tanto de temperatura, como da umidade. Ela é formada quando uma considerável porção da atmosfera estabelece um prolongado contato com uma vasta região, cuja superfície possui características aproximadamente homogêneas (oceanos, grandes florestas, extensos desertos, amplos campos de gelo).

Frente é uma zona de transição entre duas massas de ar de densidades diferentes. Geralmente, uma massa de ar é mais quente e úmida do que a outra. Massas de ar estendem-se horizontalmente e verticalmente; consequentemente, a extensão de uma frente é chamada de superfície frontal ou zona frontal (SANTOS, 2002,).

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Quando ocorre o encontro entre duas massas de ar, de diferentes características, elas não se misturam imediatamente. Ao invés disso, a massa mais quente, menos densa, sobrepõe-se à massa menos quente, mais densa (VIANELLO et al., 1991).

A classificação das frentes é de acordo com as características térmicas das massas de ar que as seguem, em quentes e frias. Uma frente é dita fria quando sua passagem por um determinado local da superfície terrestre provoca a substituição do ar quente que ali existia por ar frio. Já a passagem de uma frente quente por um determinado local da superfície, acarreta a substituição de ar frio por ar quente (SILVA, 2005).

3.4 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

De acordo com Aspiazú e Brites (1989), os sistemas de informações geográficas são técnicas empregadas na integração e análise de dados provenientes das mais diversas fontes, como imagens fornecidas por satélites terrestres, mapas, cartas climatológicas, censos, e outros.

O SIG se estende além das capacidades técnicas de codificar, armazenar e recuperar dados espaciais e/ou geográficos. Em sentido mais amplo, os dados em um ambiente de geoprocessamento (aspectos da superfície terrestre) representam o mundo real, físico onde cada aspecto, variável, característica e/ou propriedade deste mundo real é representado por um único mapa (plano ou camada de informação) formando um conjunto (BURROUGH, 1998).

Segundo Rocha (2002), SIG é um conjunto poderoso de ferramentas para coletar, armazenar, recuperar, transformar e visualizar dados sobre o mundo real para um objetivo específico. Esta definição enfatiza as ferramentas de SIG: hardwares, softwares, banco de dados e Sistemas de Gerência de Bancos de Dados.

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Seguindo esta abordagem Teixeira et al. (1992), consideram como informação geográfica o conjunto de dados cujo significado contém associações ou relações de natureza espacial. Esses dados podem ser representados em forma gráfica (pontos, linhas, polígonos), numérica (caracteres numéricos) ou alfanumérica (combinação de letras e números).

O SIG possui a capacidade de analisar as relações taxonômicas e topológicas entre variáveis e entre localidades constantes da sua base atualizável de dados georreferenciados. Os SIGs permitem, assim, uma visão holística do ambiente e, através de análises sinópticas ou particularizadas, propiciam a aplicação de procedimentos heurísticos à massa de dados ambientais sob investigação (ROCHA, 2002).

3.6 SENSORIAMENTO REMOTO

Afirma Santos (1989) que Sensoriamento Remoto consiste na utilização conjunta de modernos instrumentos (sensores), equipamentos para processamento e transmissão de dados e plataformas (aéreas ou espaciais) para carregar tais instrumentos e equipamentos, com o objetivo de estudar o ambiente terrestre através do registro e da análise das interações entre a radiação eletromagnética e as substâncias componentes do planeta Terra, em suas mais diversas manifestações.

Santos também afirma que o sensoriamento remoto retrata a obtenção e análise de informações sobre materiais (naturais ou não), objetos ou fenômenos que ocorrem na superfície dos planetas, utilizando a energia eletromagnética refletida e/ou emitida dos materiais estudados que são registrados por dispositivos situados à distância dos mesmos (sensores). Os sensores podem ser passivos ou ativos, sendo que os passivos utilizam fonte de energia externa, como a luz Solar e os ativos fornecem energia para imagear, como é o caso do Radar.

36

O sensor é um dispositivo capaz de responder à radiação eletromagnética em determinada faixa do espectro eletromagnético, registrá-la e gerar um produto numa forma adequada para ser interpretada pelo usuário (SANTOS, apud ROSA, 1992).

3.6.1 Satélites Meteorológicos

Segundo Rocha (2000) os satélites meteorológicos são de órbitas geoestacionárias, localizados em órbitas altas (36.000 Km acima da Terra) no plano do Equador, deslocando-se com a mesma velocidade angular e direção do movimento de rotação da Terra.

De acordo com Moreira (2003), os satélites meteorológicos são equipados com radiômetros infravermelhos que lhes permitem operar mesmo sobre a face escura da Terra. Além da função de coletar dados meteorológicos, esses satélites ainda são utilizados para comunicar, através de radielétrico, com uma série de plataformas (balões, bóias, balizas, etc.) encarregadas de coletarem na alta atmosfera, no mar e em regiões continentais dados de parâmetros meteorológicos, como pressão atmosférica, temperatura, velocidade dos ventos, entre outros.

De acordo com a EMPRAPA, o satélite GOES é operado pela empresa NOAA e possui um sistema de imageamento fundamental para a meteorologia mundial, dado seu posicionamento privilegiado. A América do Sul e a maior parte do Oceano Atlântico são monitoradas pelo GOES-East, responsável pela geração, a cada quinze minutos, de imagens meteorológicas, disponibilizadas diariamente na Internet pelo CPTEC/INPE.

Ainda de acordo com a EMBRAPA, o satélite METEOSAT iniciou suas atividades em 1977 como resultado de uma iniciativa da Agência Espacial Européia (ESA) para a produção de dados primários relacionados à previsão de tempo e condições 37

meteorológicas. Atualmente é mantido pelo EUMETSAT, organização intergovernamental que agrega dezoito países europeus, e junto com os satélites da série GOES, o METEOSAT completa a rede internacional de observação meteorológica da Terra.

As Figuras 4 e 5 mostram um exemplo de imagens enviadas pelo satélite GOES e METEOSAT.

FIGURA 4: Imagem do Satélite GOES, Ciclone Catarina. FONTE: CPTEC, INPE, 2004. 38

FIGURA 5: Satélite METEOSAT, Entrada de Frente Fria. FONTE: CPTEC, INPE, 2004.

39

4.0. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo limitar-se-á a Região Serrana do Estado do Espírito Santo localizada entre as latitudes 19º 30’S e 20º 24’S e as longitudes 41º 24’W e 40º 30’W (Figura 6).

De acordo com o Instituto de apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento Jones Santos Neves (IPES), a Região Serrana é formada por duas microrregiões administrativas; Sudoeste Serrana (municípios de Afonso Cláudio, Brejetuba, Conceição do Castelo, Domingos Martins, Laranja da Terra, Marechal Floriano e Venda Nova do Imigrante) e a Central Serrana (municípios de Itaguaçu, Itarana, Santa Tereza, Santa

Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e São Roque do Canaã). Estas duas regiões estão inseridas na Macrorregião Metropolitana criada pela lei complementar nº 318 de 18 de janeiro de 2005, que reestrutura a Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), (Tabela 3).

4.2 ESTUDO MORFOLÓGICO DA REGIÃO SERRANA

A caracterização morfológica da Região Serrana constou de uma etapa inicial de levantamento bibliográfico com consultas a vários documentos, destacando-se o Levantamento de Recursos Naturais do projeto RADAMBRASIL (IBGE Ministério das Minas e Energia, 1983).

40

MUNICÍPIOS DA REGIÃO SERRANA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

42°30'0"W 42°0'0"W 41°30'0"W 41°0'0"W 40°30'0"W 40°0'0"W 39°30'0"W 39°0'0"W 18°0'0"S 18°0'0"S 18°30'0"S 18°30'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S 19°30'0"S 19°30'0"S 11 12

9 13 10

7 20°0'0"S 8 20°0'0"S 1 6

4 2 3 5 20°30'0"S 20°30'0"S 21°0'0"S 21°0'0"S

42°30'0"W 42°0'0"W 41°30'0"W 41°0'0"W 40°30'0"W 40°0'0"W 39°30'0"W 39°0'0"W

Municípios

1: Brejetuba 8: Afonso Cláudio 2: Conceição do Castelo 9: Laranja da Terra 3: Venda Nova do Imigrante 10: Itarana 4: Domingos Martins 11: Itaguaçú 5: Marechal Floriano 12: São Roque do Canaã µ 6: 13: Santa Tereza 030.000 7: Santa Maria de Jetibá m

FONTE: IBGE, ORG: Elizabete Dell'Orto e Silva ORIENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos Santos DATA: 07/11/2005

FIGURA 6. Mapa de Localização da Região Serrana do Estado do Espírito Santo. FONTE: IBGE, 2005

41

TABELA 3. Divisão em Macrorregiões de Planejamento do Estado do Espírito Santo. FONTE: IPES, 2005.

acrorregiões de Microrregiões Administrativas Municípios Planejamento de Gestão , Fundão, , Serra, Viana, Vila Velha e 1 - Metropolitana Vitória. Aracruz, Ibiraçu, João Neiva, , e 2 - Pólo Linhares . , Anchieta, , Itapemirim, Marataízes e 1 3 - Metrópole Expandida Sul Piúma. Metropolitana Afonso Cláudio, Brejetuba, Conceição do Castelo, 4 - Sudoeste Serrana Domingos Martins, Laranja da Terra, Marechal Floriano e Venda Nova do Imigrante. Itaguaçu, Itarana, Santa Tereza, Santa Leopoldina, 5 - Central Serrana Santa Maria de Jetibá e São Roque do Canaã.

6 - Litoral Norte Conceição da Barra, Jaguaré, Pedro Canário e São Mateus. 2 7 - Extremo Norte Montanha, , Pinheiros e . Norte , , , Marilândia, 8 - Pólo Colatina e .

Água Doce do Norte, Barra de São Francisco, Ecoporanga, 9 - Noroeste I 3 Mantenópolis e Vila Pavão. Noroeste Águia Branca, Boa Esperança, Nova Venécia, São Gabriel 10 - Noroeste II da Palha, São Domingos do Norte e Vila Valério.

Apiacá, Atílio Vivácqua, , , Castelo, Jerônimo Monteiro, , 11 - Pólo Cachoeiro Muqui, Presidente Kennedy, e Vargem 4 Alta. Sul Alegre, Divino de São Lourenço, , 12 - Caparaó Guaçuí, , , , Iúna, Muniz Freire e São José do Calçado.

A segunda etapa é relativa à construção dos mapas de hipsometria, declividade, aspecto do terreno e modelo sombreado do terreno a partir do Modelo Numérico do Terreno (MNT). Por meio de download no site do IBGE, obteve-se as Cartas Topográficas do Mapeamento Sistemático em meio digital no formato dgn (formato compatível ao aplicativo computacional MicroStation). Das diversas camadas de informações (layers) que contêm as Cartas Topográficas apenas a camada de curvas de nível foi utilizada.

As curvas de nível são de 20 metros e nelas foram inseridas manualmente cotas de elevação, possibilitando assim, a criação do modelo numérico do terreno (MNT). 42

O MNT é uma representação matemática computacional da distribuição de um fenômeno espacial que ocorre dentro de uma região da superfície terrestre. A estrutura de dados do MNT pode ser utilizada a partir de dois modelos: os modelos de grade regular e os modelos de malha triangular (TIN). O modelo de malha triangular foi utilizado para se criar a modelo digital do terreno, pois representa melhor as superfícies não homogêneas com variações locais ascentuadas e também porque preserva melhor as características topográficas como linhas divisoras de águas e linhas de drenagem.

4.2.1 Mapa de Hipsometria

Para se criar o mapa de hipsometria foi necessário transformar o MNT (modelo TIN) que estava no formato vetorial para formato raster ou matricial. Assim foi possível reclassificar o MNT em intervalos de curvas de nível de 100 em 100 metros.

O mapa de hipsometria possui 19 classes e intervalos de 100 metros de altitude. A classe inicial foi definida com os valores de 20 a 100 metros e a última com valores de 1800 a 1900 metros.

4.2.2 Mapa de Declividade

O mapa de declividade representa a inclinação da superfície do terreno em relação ao plano horizontal. Para a geração do mapa de declividade foi utilizado o Modelo Numérico do Terreno (MNT) como imagem de entrada. Esta imagem foi fatiada e, as classes de declividades discriminadas em seis intervalos distintos sugeridos pela EMBRAPA (1979): 0-3% (relevo plano), 3-8% (relevo suavemente ondulado), 8-20% (relevo ondulado), 20-45% (relevo fortemente ondulado), 45-75% (relevo 43

montanhoso), e, > 75% (relevo fortemente montanhoso). Esta operação foi realizada após a reclassificação das classes de declividade com base em uma Tabela gerada para este propósito (Tabela 4).

TABELA 4. Classes de Declividade da Região Serrana

0 – 3 1 3 – 8 2 8 – 20 3 20 – 45 4 45 – 75 5 > 75 6

4.2.3 Mapa de Exposição do terreno

O mapa de exposição representa a direção (0 a 360°) da inclinação da superfície em relação ao plano horizontal. O cálculo da orientação do terreno foi realizado utilizando como imagem de entrada o modelo numérico do terreno sendo que a grade de exposição do terreno gerada foi do tipo contínua, sendo a mesma fatiada em 8 classes, conforme Figura 7 e usando a técnica de reclassificação, de acordo com a Tabela 5.

44

0-360° (N)

315° 45°

270° (W) 90° (E)

215° 135°

180° (S)

FIGURA 7. Representação esquemática das classes de exposição do terreno.

TABELA 5. Classes de Exposição do Terreno da Região Serrana

0 – 45 1 45 – 90 2 90 – 135 3 135 – 180 4

180 – 225 5 225 – 270 6 270 – 315 7 315 – 360 8

4.2.4 Mapa do Modelo Sombreado Terreno

O mapa do sombreamento ou iluminação do relevo foi elaborado a partir de uma variável representada pela simulação do nível de luz (ou de sombra) refletida pelo relevo ao ser iluminado pelo Sol situado numa posição geográfica determinada. As áreas de maior declividade, que se encontram expostas ao Sol, refletirão muita luz e serão, portanto, muito visíveis; aquelas áreas que se encontram nas encostas não iluminadas diretamente pelo Sol, não refletirão luz e aparecerão escuras no modelo. Na representação do terreno utilizou-se ângulo azimutal de 315 graus, ângulo de elevação do Sol de 45 graus e o modelo numérico do terreno.

45

4.3 ESTUDO CLIMÁTICO DA REGIÃO SERRANA

Para o desenvolvimento desta pesquisa utilizou-se um amplo estudo a materiais bibliográficos referente ao clima do Estado do Espírito Santo e da Região Serrana. Utilizou-se também meios técnicos metodológicos, como: observação, análise e dedução para organização e manipulação dos dados relativos aos elementos meteorológicos.

Os dados meteorológicos referentes à Temperatura, Precipitação, Evapotranspiração, Excedente e Deficiência Hídrica foram coletados de Estações Climatológicas inseridas nos municípios que compreendem a área de estudo. Eles foram fornecidos pelo INCAPER, INMET e pela ANA (HIDROWEB) com série histórica entre 1976 a 2004 e organizados em planilhas no aplicativo computacional Microsoft Excel. Foram acrescentadas à Tabela duas colunas; uma com coordenadas x e outra com coordenadas y (coordenadas UTM) para cada Estação Climatológica, para que os dados pudessem ser georreferenciados no aplicativo computacional ArcGis 9.0. (Figura 8).

A extensão 3D Analyst do Arcmap (aplicativo computacional que compõe o ambiente ArcGis 9.0) foi utilizada para a interpolação dos dados pontuais dos elementos meteorológicos a partir das funções de ponderação pelo método do inverso do quadrado da distância (IQD). Este método de interpolação de grades regulares retangulares é um procedimento matemático de ajuste de uma função a pontos não amostrados, baseando-se em valores obtidos em pontos amostrados. Ele cria uma interpolação da superfície raster¹, dos dados pontuais onde cada valor da célula raster é baseado na influência e distância dos vizinhos amostrais.

Superfície Raster¹: Estrutura de representação de dados espaciais na qual os elementos são codificados na forma de uma matriz (grid).

46

Fórmula do Inverso do quadrado da distância:

n Zi ∑ β = (h +δ ) Z = i 1 ij n 1 ∑ +δ β i=1 (hij )

Em que: Z = medida da interpolação; Zi = vizinho do ponto a ser interpolado; hij = medida de distância; β = fator de ponderação δ = parâmetro de suavização.

FIGURA 8. Distribuição Espacial das Estações Climatológicas

47

4.4 QUANTIFICAÇÃO DAS ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NA REGIÃO SERRANA

A quantificação das entradas de frentes frias na região Serrana foi feita através da visualização de imagens do satélite GOES e Meteosat que se encontram disponíveis no site do INPE. As imagens foram analisadas em um período histórico de dez anos (1995 a outubro de 2005), todos os dias às 12:00 horas.

Foi usado o aplicativo computacional Excel para a criação de uma Tabela para a contabilização das entradas de frentes frias. Criaram-se dois campos na Tabela, um para especificar o dia, mês e ano e o outro para especificar a ocorrência das entradas de frentes frias. Foi estabelecido que para ocorrência de entrada de frente fria na região Serrana indicava-se o número um e a não entrada o número zero. Após a finalização da Tabela obteve-se a média mensal das entradas de frentes frias para cada ano da série histórica e uma média mensal de todos os anos.

5.0. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 ESTUDO MORFOLÓGICO DA REGIÃO SERRANA

5.1.1 Mapa de Hipsometria dos Municípios da Região Serrana

O relevo da Região Serrana possui uma variação de altitude grande com classes de 20 a 40 metros até classes que vão de 1880 a 1900 metros (Figura 9). Os Municípios de Domingos Martins e Santa Leopoldina possuem na parte Leste uma área menos elevada (20 a 100 m), devido à proximidade com a planície 48

litorânea, mas à Oeste a altitude se eleva bastante. O Município de Domingos Martins possui relevo com maior altitude da Região Serrana devido ao Maciço de Aracê no qual encontra-se o Pico da Pedra Azul com 1822 m e Pedra das Flores com 1909 m. Esta área de altitude mais elevada possui relevos com pontões rochosos e serras com topos aguçados onde os rios que compreendem a Bacia do Rio Jucu possuem leitos pedregosos e encachoeirados. Os municípios de Marechal Floriano, Venda Nova do Imigrante, Conceição do Castelo, Santa Maria de Jetibá, Santa Tereza e Brejetuba também possuem altitudes elevadas podendo atingir mais de 1000 metros. O relevo é acidentado apresentando muitas vezes afloramentos rochosos com formas colinosas e alongadas. A partir do divisor de águas entre as Bacias do Rio Jucu a Leste, e a Bacia do Rio Guandu, a Oeste, a altitude começa a diminuir chegando a 400 metros nos municípios de Afonso Cláudio e Laranja da Terra. Os municípios de Itarana, Itaguaçu e São Roque do Canaã também possuem altitudes menores. O relevo desses municípios são menos acidentados e as encostas são longas e uniformes.

49

MAPA DE HIPSOMETRIA 41°24'0"W 41°6'0"W 40°48'0"W 40°30'0"W 19°30'0"S 19°30'0"S

São Roque Itaguaçú do Canaã 19°48'0"S 19°48'0"S Laranja da Terra Santa Tereza

Itarana

Afonso Cláudio Santa Maria de Jetibá 20°6'0"S 20°6'0"S Brejetuba Santa Leopodina

Domingos Martins Venda Nova do Imigrante Conceição 20°24'0"S 20°24'0"S do Castelo Marechal Floriano

41°24'0"W 41°6'0"W 40°48'0"W 40°30'0"W

Legenda:

Hidrografia Limite Municipal

Hipsometria

20 - 100 m 700 - 800 m 1400 - 1500 m 100 - 200 m 800 - 900 m 1500 - 1600 m 200 - 300 m 900 - 1000 m 1600 - 1700 m 300 - 400 m 1000 - 1100 m 1700 - 1800 m 400 - 500 m 1100 - 1200 m 1800 - 1900 m 500 - 600 m 1200 - 1300 m 600 - 700 m 1300 - 1400 m ®

03015 FONTE: IBGE, ORG: Elizabete Dell'Orto e Silva ORIENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos Santos DATA: 21/10/2005 km

FIGURA 9. Mapa de Hipsometria dos municípios da Região Serrana FONTE: IBGE, 1994

50

5.1.2 Mapa de Declividade dos Municípios da Região Serrana

A Região Serrana possui uma área de 7.151,60 m², sendo que 47% desta área possui relevo ondulado, 24% possui relevo suavemente ondulado, 21 % possui relevo fortemente ondulado, 7% possui relevo plano e apenas 1% possui relevo fortemente montanhoso. Na maior parte da área Sul do mapa, que compreende os municípios de Marechal Floriano, Domingos Martins, Venda Nova do Imigrante, Conceição do Castelo, Brejetuba, Afonso Cláudio, Santa Maria de Jetibá e Santa Leopoldina o relevo é ondulado a fortemente ondulado, embora em algumas áreas o relevo seja montanhoso. Nessa região, os modelados estruturais são representados por cristas de topos aguçados, pães-de-açúcar, morros, pontões, escarpas sub- paralelas e festonadas e patamares escalonados, sendo visíveis os intensos ravinamentos proporcionados pelas formações superficiais e pela devastação da vegetação florestal primária, substituída principalmente por pastagens e lavouras.

Na região Norte do mapa (municípios de Afonso Cláudio, Laranja da Terra, Itarana, Santa Tereza, Itaguaçu e São Roque do Canaã), verifica-se menor declividade onde o relevo torna-se plano a suavemente ondulado embora em alguns locais a declividade seja maior. O desenvolvimento de processos morfogenéticos vai desde a desagregação mecânica até processos superficiais de escoamento difuso e concentrado originando sulcos, ravinas e voçorocas além de movimento de massa. Ocorre um desequilíbrio morfodinâmico resultante da intensa utilização das encostas com declividades acentuadas com pastagens.

51

MAPA DE DECLIVIDADE

41°24'0"W 41°6'0"W 40°48'0"W 40°30'0"W 19°30'0"S 19°30'0"S

São Roque Itaguaçú do Canaã 19°48'0"S 19°48'0"S Laranja da Terra Santa Tereza

Itarana

Afonso Cláudio Santa Maria de Jetibá 20°6'0"S 20°6'0"S Brejetuba Santa Leopodina

Domingos Martins Venda Nova do Imigrante

Conceição 20°24'0"S 20°24'0"S do Castelo Marechal Floriano

41°24'0"W 41°6'0"W 40°48'0"W 40°30'0"W

Declividade: 0 - 3 % (Relevo Plano) 3 - 8 % (Relevo Suavemente Ondulado) 8 - 20 % (Relevo Ondulado) 20 - 45 % (Relevo Fortemente Ondulado) 45 - 75 % (Relevo Montanhoso) ® > 75 % (Relevo Fortementente Montanhoso) 03015 FONTE: IBGE, EMBRAPA ORG: Elizabete Dell'Orto e Silva ORIENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos Santos DATA: 21/10/2005 km

FIGURA 10. Mapa de Declividade dos municípios da Região Serrana. FONTE: IBGE, 1994

52

5.1.3 Mapa de Exposição do Terreno dos Municípios da Região Serrana

Na Figura 11, as classes de exposição do terreno variam muito em toda a Região Serrana. A classe de 0 a 45 graus representa 12,7% da área total da Região Serrana. A classes de 45 a 90 graus representa 14,3 %, a classes de 90 a 135 representa 15,3 %, a classe de 135 a 180 representa 11,5 %, a classe de 180 a 225 representa 9,4 %, a classe de 225 a 270 representa 10,6 %, a classe de 270 a 315 representa 13,5 % e a classe de 315 a 360 representa 12,7 %.

Percebe-se um elevado bloco basculado para leste, com classes de exposição de 270 a 315 graus e 315 a 360 graus. A presença pronunciada de sulcos estruturais, orientados no sentido aproximado Norte-Sul, e falhas menores intercruzadas, apresenta conseqüentemente maiores extensões de formas diferenciais, contrariando o aspecto preferencialmente homogêneo que prevalece em toda a unidade. 53

MAPA DE EXPOSIÇÃO DO TERRENO

41°24'0"W 41°6'0"W 40°48'0"W 40°30'0"W 19°30'0"S 19°30'0"S

São Roque Itaguaçú do Canaã 19°48'0"S 19°48'0"S Laranja da Terra Santa Tereza

Itarana

Afonso Cláudio Santa Maria de Jetibá 20°6'0"S 20°6'0"S Brejetuba Santa Leopodina

Domingos Martins Venda Nova do Imigrante

Conceição 20°24'0"S 20°24'0"S do Castelo Marechal Floriano

41°24'0"W 41°6'0"W 40°48'0"W 40°30'0"W

Exposição do Terreno: 0 - 45 graus 180 - 225 graus 45 - 90 graus 225 - 270 graus 90 - 135 graus 270 - 315 graus ® 135 - 180 graus 315 - 360 graus 03015 FONTE: IBGE, ORG: Elizabete Dell'Orto e Silva ORIENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos Santos DATA: 21/10/2005 km FIGURA 11. Mapa de Exposição do Terreno dos municípios da Região Serrana. FONTE: IBGE, 1994

54

5.1.4 Mapa do Modelo Sombreado do Terreno dos Municípios da Região Serrana

Na Figura 12, o mapa do modelo sombreado do terreno, indica algumas discrepâncias em relação a iluminação do terreno. No município de Itaguaçu, por exemplo, verifica-se uma falha bastante escura, a qual provavelmente localiza-se no sopé de uma encosta, dificultando assim, a iluminação do terreno pelo Sol. Nas outras áreas do mapa a iluminação do terreno tende para alta, ou seja, estão mais expostas ao Sol. Na parte central do mapa verifica-se uma faixa de Norte a Sul bastante iluminada, caracterizando uma área de declividade alta no qual a exposição ao Sol é intensa.

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MAPA DE ILUMINAÇÃO DO TERRENO

41°24'0"W 41°6'0"W 40°48'0"W 40°30'0"W 19°30'0"S 19°30'0"S

SãoSão RoqueRoque dodo CanaãCanaã ItaguaçúItaguaçú 19°48'0"S 19°48'0"S LaranjaLaranja SantaSanta TerezaTereza dada TerraTerra

ItaranaItarana

AfonsoAfonso CláudioCláudio SantaSanta MariaMaria dede JetibáJetibá 20°6'0"S 20°6'0"S BrejetubaBrejetuba SantaSanta LeopodinaLeopodina

DomingosDomingos MartinsMartins ConceiçãoConceição dodo Castelo Castelo VendaVenda Nova Nova MarechalMarechal 20°24'0"S 20°24'0"S dodo ImigranteImigrante FlorianoFloriano

41°24'0"W 41°6'0"W 40°48'0"W 40°30'0"W

Iluminação do Terreno:

> Luminosidade

< Luminosidade ®

03015 km FONTE: IBGE, ORG: Elizabete Dell'Orto e Silva ORIENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos Santos DATA: 21/10/2005 FIGURA 12. Mapa de Modelo Sombreado do Terreno dos municípios da Região Serrana. FONTE: IBGE, 1994

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5.2 ESTUDO CLIMÁTICO DA REGIÃO SERRANA

5.2.1 Mapa Precipitação dos Municípios da Região Serrana

A Figura 13 indica que o município que mais chove é o de Marechal Floriano com pluviometria variando de 1200 a 1700 mm. De acordo com a HIDROWEB a precipitação média no município de Marechal Floriano é de 1.572,2 mm. O município de Santa Leopoldina também possui um índice pluviométrico elevado com valores variando de 1100 a 1500 mm. Estes municípios estão localizados à barlavento da Região Serrana e sofrem influência dos ventos vindos do litoral no aumento da pluviosidade.

Os municípios de Venda Nova do Imigrante, Conceição do Castelo e Santa Tereza também possuem índice de precipitação alto devido as altitudes elevadas. O índice pluviométrico varia de 1200 a 1500 mm. Já nos municípios de Santa Maria de Jetibá e Brejetuba o índice pluviométrico é menor e varia de 1100 a 1350 mm.

Nos municípios de São Roque do Canaã, Itaguaçu, Laranja da Terra e parte de Itarana o índice pluviométrico diminui ainda mais chegando a 950 mm. Estes municípios possuem relevo com altitudes menores, influenciando assim, o regime de precipitações. Os gráficos 2 e 3 respectivamente, mostram as médias das precipitações no município de Domingos Martins e Itarana entre os anos de 1976 a 2004. Pode-se perceber que a média do município de Domingos Martins é de 1349 mm enquanto a de Itarana é de 1088 mm.

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CLASSES DE PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA ANUAL ENTRE 1976 E 2004

41°24'0"W 41°6'0"W 40°48'0"W 40°30'0"W 19°30'0"S 19°30'0"S

São Roque Itaguaçú do Canaã 19°48'0"S 19°48'0"S Laranja da Terra Santa Tereza

Itarana

Santa Maria de Jetibá Afonso Cláudio 20°6'0"S 20°6'0"S Brejetuba Santa Leopodina

Conceição Domingos Martins do Castelo Venda Nova do Imigrante 20°24'0"S 20°24'0"S Marechal Floriano

41°24'0"W 41°6'0"W 40°48'0"W 40°30'0"W

Precipitação pluviométrica

950 - 1000 mmm 1200 - 1300 mm 1550 - 1600 mm 1000 - 1050 mm 1300 - 1350 mm 1600 - 1650 mm 1050 - 1100 mm 1350 - 1400 mm 1650 - 1700 mm 1100 - 1150 mm 1400 - 1450 mm 1150 - 1200 mm 1450 - 1500 mm ® 1200 - 1250 mm 1500 - 1550 mm 03015 km FONTE: IBGE, INCAPER E INMET ORG: Elizabete Dell'Orto e Silva ORIENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos Santos DATA: 21/10/2005 FIGURA 13. Mapa de Precipitação dos municípios da Região Serrana. FONTE: INCAPER, ANA, INMET

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Precipitação Anual Precipitação Média

2000

1800

1600

1400 1349

1200

1000

800

Precipitação (mm) 600

400

200

0 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004

GRÁFICO 2. Gráfico de Precipitação Média do Município de Domingos Martins.

1800 1500 1200 1088 900 600 300 Precipitação (mm) 0 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 Precipitação Anual Média 1976/2004

GRÁFICO 3. Gráfico de Precipitação Média do Município de Itarana.

O Gráfico 4 representa a precipitação média de alguns municípios da região Serrana. Verifica-se uma diferença grande nas médias de precipitações desses municípios, sendo que se dividirmos o mapa ao meio veremos que a parte Sul; municípios de Marechal Floriano, Venda Nova do Imigrante, Domingos Martins, Santa Tereza, etc. possuem a média de temperatura bem maior que os municípios da parte Norte do mapa, como os de Afonso Cláudio, Itarana e Laranja da Terra. 59

1800 Precipitação (1976 a 2004) 1600

1400

1200

1000

800

600

Precipitação (mm) 400

200

0 a ins rra riano ldina art o M Itarana Flo l a Terez ha indos ta Leop Sant Venda Nova Afonso Cláudio n om Laranja da Te arec D M Sa Conceição do Castelo

GRÁFICO4. Gráfico das Precipitações Médias de alguns municípios da Região Serrana.

Os Gráficos 5 e 6 representam a quantidade de chuva precipitada para cada mês do ano com médias dos anos de 1976 a 2004, 2004 e 2005 nos municípios de Venda nova do Imigrante e Itarana. Percebe-se que o município de Venda Nova do Imigrante, o período de maior quantidade de chuva precipitada ocorre no verão sendo que no inverno ela pode a chegar a menos de 50 mm. No município de Itarana ocorre o mesmo, com verão chuvoso e inverso seco, embora em menor quantidade que a do município de Venda Nova.

450 400 350 300 250 200 150 100 Precipitação (mm) Precipitação 50 0 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Média 1976/2004 2004

GRÁFICO 5. Média da Quantidade de chuva precipitada no Município de Venda Nova do Imigrante.

60

350 300 250 200 150

100

Precipitação (mm) Precipitação 50 0 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Média 1976/2004 2004

GRÁFICO 6. Média da Quantidade de chuva precipitada do Município de Itarana.

Os Gráficos 7 e 8 mostram a média mensal do número de dias chuvosos da média dos anos de 1976 a 2004 dos municípios de Venda Nova do Imigrante e Itarana e a média mensal dos meses do ano de 2004 separadamente. Verifica-se que os municípios de Venda Nova e Itarana possuem maior quantidade de dias chuvosos no verão, nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março. O número de dias chuvosos no município de Itarana é menor se comparado com o Município de Venda Nova do Imigrante em todos os meses da média dos anos de 1976 a 2004.

18 16 14 12 10 8 6 4 Dias chuvosos Dias 2 0 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média 1976/2004 2004

GRÁFICO 7. Dias Chuvosos no Município de Venda Nova do Imigrante.

61

20 18 16 14 12 10 8 6 4 Dias chuvosos Dias 2 0 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média 1976/2004 2004

GRÁFICO 8. Dias Chuvosos no Município de Itarana.

5.2.2 Mapa de Temperatura dos Municípios da Região Serrana

De acordo com a Figura 14, os municípios que possuem temperaturas mais amenas são: Domingos Martins, Marechal Floriano, Venda Nova do Imigrante, Santa Maria de Jetibá e Conceição do Castelo. O clima está diretamente relacionado à altitude do relevo dessas regiões. Segundo a classificação de Köppen o clima é temperado com temperaturas médias do mês mais quente inferior a 22ºC e pelo menos durante quatro meses a temperatura é superior a 10ºC.

Os municípios de Domingos Martins, Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina e Santa Tereza possuem uma variação térmica grande devido à proximidade com o litoral. As entradas de massas de ar quentes vindas do litoral influenciam no clima desses municípios, principalmente no verão ocasionando maiores precipitações, insolação, altas temperaturas e ventos alísios embora as elevadas altitudes contribuam para amenizar o clima.

Os municípios da região Norte do mapa são os que possuem temperaturas mais elevadas como é o caso de Afonso Cláudio, Laranja da Terra, Itaguaçu, São Roque do Canaã e Itarana. De acordo com a classificação de Köppen este clima é 62

CLASSES DE TEMPERATURA MÉDIA MENSAL ENTRE 1976 E 2004

41°24'0"W 41°6'0"W 40°48'0"W 40°30'0"W 19°30'0"S 19°30'0"S

São Roque Itaguaçú do Canaã 19°48'0"S 19°48'0"S Laranja da Terra Santa Tereza

Itarana

Afonso Cláudio Santa Maria de Jetibá 20°6'0"S 20°6'0"S Brejetuba Santa Leopodina

Domingos Martins Venda Nova do Imigrante

Conceição 20°24'0"S 20°24'0"S do Castelo Marechal Floriano

41°24'0"W 41°6'0"W 40°48'0"W 40°30'0"W

Temperatura

17,0 - 17,5 °C 20,0 - 20,5 °C 23,0 - 23,5 °C 17,5 - 18,0 °C 20,5 - 21,0 °C 23,5 - 24,0 °C 18,0 - 18,5 °C 21,0 - 21,5 °C 24,0 - 24,5 °C 18,5 - 19,0 °C 21,5 - 22,0 °C 19,0 - 19,5 °C 22,0 - 22,5 °C ® 19,5 - 20,0 °C 22,5 - 23,0 °C 03015 km FONTE: IBGE, INCAPER E INMET ORG: Elizabete Dell'Orto e Silva ORIENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos Santos DATA: 21/10/2005

FIGURA 14. Mapa de Temperatura dos municípios da Região Serrana. FONTE: INCAPER, ANA, INMET 63

Mesotérmico seco em que a temperatura média do mês mais frio é inferior a 18ºC e a do mês mais quente ultrapassa 22ºC. Esses municípios possuem altitudes menos elevadas e sofrem menos influência das massas de ar vindas do litoral. Os Gráficos 9 e 10 representam a média das temperaturas máximas e mínimas do município de Venda Nova do Imigrante. As temperaturas mínimas no verão chegam a 18°C enquanto no inverno podem chegar a menos de 10°C. As temperaturas máximas no verão podem chegar a mais de 29°C e 21°C no inverno.

18

16

14

12

10

Temperatura Mínima (oC) Mínima Temperatura 8 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média 1976/2004 2004

GRÁFICO 9. Temperatura Mínima no Município de Venda Nova do Imigrante.

30 29 C) o 28 27 26 25 24 23 22 Temperatura Máxima ( 21 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média 1976/2004 2004

GRÁFICO 10. Temperatura Máxima no Município de Venda Nova do Imigrante.

64

Os Gráficos 11 e 12 representam a média das temperaturas máximas e mínimas do município de Itarana. As temperaturas mínimas no verão chegam a mais de 22°C, enquanto no inverno podem chegar a menos de 16°C. As temperaturas máximas no verão podem chegar a 33°C e menos de 27°C no inverno.

25

22

19

16

13 Temperatura Mínima (oC) Mínima Temperatura 10 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média 1976/2004 2004

GRÁFICO 11. Temperatura Mínima no Município de Itarana.

35 C)

o 33

31

29

27

25

23 Temperatura Máxima ( Máxima Temperatura 21 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Média 1976/2004 2004

GRÁFICO 12. Temperatura Máxima no Município de Itarana.

65

5.2.3 Mapa de Evapotranspiração dos Municípios da Região Serrana

No Figura 15, as áreas com menor índice de evapotranspiração real são as que possuem temperaturas mais amenas, sendo que o município de Domingos Martins possui o menor índice (650 a 750 mm), principalmente na região do maciço de Aracê onde a altitude do relevo é elevada.

Verifica-se que os municípios de Marechal Floriano, Venda Nova do Imigrante, Conceição do Castelo, Brejetuba e Santa Maria de Jetibá também possuem índice de evapotranspiração real baixo podendo variar entre 650 a 1050 mm. O índice de evapotranspiração desses municípios está diretamente relacionado à temperatura da região que é mais amena embora a precipitação pluviométrica seja elevada.

Na região Norte do mapa, os municípios de Afonso Cláudio, Laranja da Terra, Itaguaçu e São Roque do Canaã possuem índice de evapotranspiração maior, variando entre 1100 a 1700 mm. A temperatura nesses municípios é mais elevada e a precipitação pluviométrica menor. 66

CLASSES DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO REAL ANUAL ENTRE 1976 E 2004

41°24'0"W 41°6'0"W 40°48'0"W 40°30'0"W 19°30'0"S 19°30'0"S

São Roque Itaguaçú do Canaã 19°48'0"S 19°48'0"S Laranja da Terra Santa Tereza

Itarana

Santa Maria de Jetibá Afonso Cláudio 20°6'0"S 20°6'0"S Brejetuba Santa Leopodina

Domingos Martins Venda Nova do Imigrante Conceição 20°24'0"S 20°24'0"S do Castelo Marechal Floriano

41°24'0"W 41°6'0"W 40°48'0"W 40°30'0"W

Evapotranspiração real

650 - 700 mm 950 - 1000 mm 1250 - 1300 mm 700 - 750 mm 1000 - 1050 mm 1300 - 1350 mm 750 - 800 mm 1050 - 1100 mm 800 - 850 mm 1100 - 1150 mm 850 - 900 mm 1150 - 1200 mm ® 900 - 950 mm 1200 - 1250 mm 03015 km FONTE: IBGE, INCAPER E INMET ORG: Elizabete Dell'Orto e Silva ORIENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos Santos DATA: 21/10/2005

FIGURA 15. Mapa de Evapotranspiração dos municípios da Região Serrana. FONTE: INCAPER, ANA, INMET

67

Ao analisar os Gráficos 13 e 14, percebe-se que os índices de evapotranspiração dos municípios de Domingos Martins e Itarana são bem diferentes. Em Domingos Martins, o índice de evapotranspiração é um pouco maior que 100 mm, enquanto que no município de Itarana o índice é maior que 150 mm. Estes índices aumentam no verão.

250 Série2 Série1

200

150

100 P e ET0 (mm) P e ET0

50

0 123456789101112

GRÁFICO 13. Gráfico de Evapotranspiração no município de Domingos Martins.

250,0 Série2 Série1

200,0

150,0

100,0 P e ET0 (mm) P e

50,0

0,0 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

GRÁFICO14. Gráfico de Evapotranspiração no município de Itarana.

68

5.2.4 Mapa de Excedente Hídrico dos Municípios da Região Serrana

Analisando a Figura 16 verifica-se que os municípios com menor índice de disponibilidade hídrica são; Afonso Cláudio, Laranja da Terra, Itaguaçu, São Roque do Canaã, Itarana e Santa Tereza (50 a 200 mm). O cálculo de balanço hídrico proposto por Thornthwaite (1948), contabiliza a precipitação perante a evapotranspiração real, logo se remetermos aos mapas de precipitação e evapotranspiração (Figuras 13 e 15) veremos que os índices de precipitação são baixos e os de evapotranspiração real altos se comparados com os demais municípios da Região. A temperatura, como pode ser observado na Figura 14 é alta nesses municípios, ocasionando um índice alto de evapotranspiração e diminuição do excedente hídrico.

Os municípios de Brejetuba, Santa Maria de Jetibá e Santa Leopoldina possuem um excedente hídrico maior (150 a 450 mm), devido aos altos índices pluviométricos e as baixas taxas de evapotranspiração.

Os municípios de Domingos Martins, Conceição do Castelo, Venda Nova do Imigrante e Marechal Floriano são os que possuem maior índice de excedente hídrico em relação aos demais municípios da Região, variando entre 300 a 650 mm. Destaca-se entre estes municípios o de Marechal Floriano que possui o maior índice de evapotranspiração chegando a 700 mm.

69

CLASSES DE EXCEDENTE HÍDRICO ANUAL ENTRE 1976 E 2004

41°24'0"W 41°6'0"W 40°48'0"W 40°30'0"W 19°30'0"S 19°30'0"S

São Roque do Canaã Itaguaçú 19°48'0"S 19°48'0"S Laranja da Terra Santa Tereza

Itarana

Afonso Cláudio Santa Maria de Jetibá 20°6'0"S 20°6'0"S Brejetuba Santa Leopodina

Domingos Martins Venda Nova do Imigrante

Conceição 20°24'0"S 20°24'0"S do Castelo Marechal Floriano

41°24'0"W 41°6'0"W 40°48'0"W 40°30'0"W

Excedente hídrico

50 - 100 mm 300 - 350 mm 550 - 600 mm 100 - 150 mm 350 - 400 mm 600 - 650 mm 150 - 200 mm 400 - 450 mm 650 - 700 mm 200 - 250 mm 450 - 500 mm ® 250 - 300 mm 500 - 550 mm 03015 km FONTE: IBGE, INCAPER E INMET ORG: Elizabete Dell'Orto e Silva ORIENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos Santos DATA: 21/10/2005 FIGURA 16. Mapa de Excedente Hídrico dos municípios da Região Serrana. FONTE: INCAPER, ANA, INMET

70

5.2.5 Mapa de Deficiência Hídrica dos Municípios da Região Serrana

A Figura 17 indica que os municípios de Marechal Floriano, Domingos Martins, Venda Nova do Imigrante, Conceição do Castelo, Santa Leopoldina, possuem baixo índice de deficiência hídrica variando de 0 a 50 mm. O município de Santa Maria de Jetibá possui índice variando de 50 a 150 mm. Os municípios de Brejetuba, Afonso Cláudio, Itarana e Santa Tereza possuem deficiência hídrica variando de 50 a 300 mm.

Já municípios de Laranja da Terra, Itaguaçu, São Roque do Canaã são os que apresentam maior taxa de deficiência hídrica variando de 200 a 400 mm. Esses municípios possuem as maiores taxas de evapotranspiração da região Serrana (Figura 15) e os menores índices de precipitação pluviométrica (Figura 13).

71

CLASSES DE DEFICIÊNCIA HÍDRICA ANUAL ENTRE 1976 E 2004

41°24'0"W 41°6'0"W 40°48'0"W 40°30'0"W 19°30'0"S 19°30'0"S

São Roque Itaguaçú do Canaã 19°48'0"S 19°48'0"S Laranja da Terra Santa Tereza

Itarana

Santa Maria de Jetibá Afonso Cláudio 20°6'0"S 20°6'0"S Brejetuba Santa Leopodina

Domingos Martins Conceição Venda Nova do Castelo do Imigrante 20°24'0"S 20°24'0"S Marechal Floriano

41°24'0"W 41°6'0"W 40°48'0"W 40°30'0"W

Deficiência hídrica

0 - 50 mm 250 - 300 mm 50 - 100 mm 300 - 350 mm 100 - 150 mm 350 - 400 mm 150 - 200 mm ® 200 - 250 mm 03015 km

FONTE: IBGE, INCAPER E INMET ORG: Elizabete Dell'Orto e Silva ORIENTADOR: Dr. Alexandre Rosa dos Santos DATA: 21/10/2005 FIGURA 17. Mapa de Deficiência Hídrica dos municípios da Região Serrana. FONTE: IBGE, INMET E INCAPER

72

5.3 ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NA REGIÃO SERRANA

As circulações atmosféricas, que atuam na área de estudo são baseadas na ação de centros de alta pressão, ou anticiclônicos, e de baixa pressão, ou ciclônicos.

De acordo com Nimer (1989), durante todo ano predominam as influências do Anticiclone Semipermanente do Atlântico Sul, sendo que ele é mais fraco no verão e mais forte no inverno. A massa de ar tropical originada deste ciclone é produzida sobre os oceanos tropicais e possui temperaturas elevadas ou amenas, constante inversão de temperatura e forte umidade específica conduzindo calor e vapor d’água na direção dos pólos.

Ainda segundo Nimer (1989), as frentes polares oriundas do Anticiclone Polar Marítimo da América do Sul atuam também na Região e estão associadas a freqüentes instabilidades e chuvas provocadas pelas frentes frias. As ITs são formadas principalmente entre a primavera e o outono, especialmente no verão a partir dos avanços das frentes polares, onde convergem ventos do quadrante N, que em contato com ar frio polar dão origem a ciclones dos quais surgem as ITs, praticamente normais às frentes polares.

O sistema de baixa pressão em superfície conhecido como Baixa do Chaco localizado sobre o Paraguai também influencia o clima da Região, pois as frentes frias ao ingressarem no Sul do país, associam-se a ele e intensificam-se. Outro fator que pode afetar a região deste estudo, porém em menor freqüência, é o fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS), ocasionando um moderado aumento das temperaturas médias, inclusive no inverno, e chuvas acima da média (INPE, 2005).

No estudo relativo às entradas de frentes frias na Região Serrana entre os anos de 1995 a outubro de 2005, verificou-se que no verão (período chuvoso) ocorrem maior entrada de frente fria com média de 3 a 2 e no inverno (período seco) o número de frentes diminui com média de 1 a 2. Ao comparar os Gráficos 5 e 6 que representam 73

a média mensal da quantidade de chuva precipitada nos municípios de Venda Nova do Imigrante e Itarana respectivamente, com o Gráfico 15 da média mensal das entradas de frentes frias nos anos de 1995 a outubro de 2005, percebe-se que os meses mais chuvosos; outubro, novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março, são os que recebem maior número de entradas de frentes frias.

As invasões de frentes frias têm períodos que duram aproximadamente 4 a 5 dias no período chuvoso e 3 dias no período seco.

ENTRADAS DE FRENTES FRIAS: 1995 a Outubro de 2005

3,5

3

2,5

2

1, 5

1

0,5

0

MESES

GRÁFICO 15. Média Mensal das Entradas de Frentes Frias na Região Serrana nos anos de 1995 a Outubro de 2005.

Os Gráficos 16 a 26, representam o número de entradas de frentes frias por mês para cada ano do período estudado (1995 a outubro de 2005). O Gráfico 16 é referente ao ano de 1995 e indica que os meses com maior entrada de frente fria são os do período chuvoso com média de 2 frentes, e no inverno a média é de 1.

74

ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 1995

4,5

4 A 3,5

3

2,5

2

1,5

1 Nº ENTRADA FRI DE FRENTE

0,5

0

l o ro o i o ro ro i ç aio br b ar abr m julho mb ere m junho gosto janeir a tem vem ze fev outubro o e se n d MESES

GRÁFICO 16. Entradas de frentes frias no ano de 1995.

O Gráfico 17 representa o número de entradas de frentes frias no ano de 1996. No período chuvoso o número de entradas é de 2 enquanto que no período chuvoso a média é de 1.

ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 1996

4,5

4 A 3,5

3

2,5

2

1,5

1 Nº ENTRADA DE FRENTE FRI DE FRENTE ENTRADA Nº

0,5

0

l o o to iro iro ç bri lho s e a nh u bro bro bro ne r maio ju j go m ubro m m ja mar a te ut e e feve e o ov ez s n d MESES

GRÁFICO 17. Entradas de frentes frias no ano de 1996

75

O Gráfico 18 representa o número de entradas de frentes frias no ano de 1997. A média das entradas de frentes frias tanto para o período chuvoso como para o período seco variaram de 1 a 2 frentes.

ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 1997

4,5

4 A 3,5

3

2,5

2

1,5

1 Nº ENTRADA DE FRENTE FRI DE FRENTE Nº ENTRADA 0,5

0 l o o to iro iro ç bri lho s e a nh u bro bro bro ne r maio ju j go m ubro m m ja mar a te ut e e feve e o ov ez s n d MESES

GRÁFICO 18. Entradas de frentes frias no ano de 1997

O Gráfico 19 representa o número de entrada de frente fria no ano de 1998. A média das entradas de frentes frias é a mesma que as dos anos de 1995 e 1996; 2 para o período chuvoso e 1 para o período seco.

76

ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 1998

4,5

4 A 3,5

3

2,5

2

1,5

1 Nº ENTRADA DE FRENTE FRI

0,5

0

il o iro abr maio junho julho janeiro março agosto tembro fevere e outubr s novembro dezembro MESES

GRÁFICO 19. Entradas de frentes frias no ano de 1998

O Gráfico 20 representa o número de entradas de frentes frias no ano de 1999. No período chuvoso o número de entradas é de 2 e no período seco a média é de 1.

ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 1999

3,5

3 A

2,5

2

1,5

1

Nº ENTRADA DE FRENTE FRI DE FRENTE Nº ENTRADA 0,5

0

l o o to iro iro ç bri lho s e a nh u bro bro bro ne r maio ju j go m ubro m m ja mar a te ut e e feve e o ov ez s n d MESES

GRÁFICO 20. Entradas de frentes frias no ano de 1999

77

O Gráfico 21 representa o número de entradas de frentes frias no ano de 2000. No período chuvoso a média de entradas é de 3 e no período seco varia de 1 a 2 frentes.

ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 2000

4,5

4 A 3,5

3

2,5

2

1,5

1 Nº ENTRADA DE FRENTE FRI DE FRENTE Nº ENTRADA

0,5

0

l o o to iro iro ç bri lho s e a nh u bro bro bro ne r maio ju j go m ubro m m ja mar a te ut e e feve e o ov ez s n d MESES

GRÁFICO 21. Entradas de frentes frias no ano de 2000

O Gráfico 22 representa o número de entradas de frentes frias no ano de 2001. A média é a mesma que a do ano de 2000; 3 entradas no período chuvoso e 1 a 2 entradas no período seco.

78

ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 2001

4,5

4 A 3,5

3

2,5

2

1,5

1 Nº ENTRADA DE FRENTE FRI DE FRENTE Nº ENTRADA

0,5

0

l o o to iro iro ç bri lho s e a nh u bro bro bro ne r maio ju j go m ubro m m ja mar a te ut e e feve e o ov ez s n d MESES

GRÁFICO 22. Entradas de frentes frias no ano de 2001

O Gráfico 23 representa o número de entradas de frentes frias no ano de 2002. No período chuvoso a média é de 3 entradas e no período seco a média é de 1.

ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 2002

4,5

4 A 3,5

3

2,5

2

1,5

1 Nº ENTRADA DE FRENTE FRI DE FRENTE Nº ENTRADA

0,5

0

l o o to iro iro ç bri lho s e a nh u bro bro bro ne r maio ju j go m ubro m m ja mar a te ut e e feve e o ov ez s n d MESES

GRÁFICO 23. Entradas de frentes frias no ano de 2002

79

O Gráfico 24 representa o número de entradas de frentes frias no ano de 2003. No período chuvoso a média de entradas é de 3 no período seco a média varia de 2.

ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 2003

6

5 A

4

3

2

Nº ENTRADA DE FRENTE FRI DE FRENTE Nº ENTRADA 1

0

o il io o to o o iro iro ç br a h s r ro ro a ul b br b b m junho j m u m m jane mar ago te ut e e fevere e o s nov dez MESES

GRÁFICO 24. Entradas de frentes frias no ano de 2003

O Gráfico 25 representa o número de entradas de frentes frias no ano de 2004. No período chuvoso a média é de entradas é de 3 e no período seco a média é de 2.

80

ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 2004

4,5

4 A 3,5

3

2,5

2

1,5

1 Nº ENTRADA DE FRENTE FRI DE FRENTE Nº ENTRADA

0,5

0

l o o to iro iro ç bri lho s e a nh u bro bro bro ne r maio ju j go m ubro m m ja mar a te ut e e feve e o ov ez s n d MESES

GRÁFICO 25. Entradas de frentes frias no ano de 2004

O Gráfico 26 representa o número de entradas de frentes frias de janeiro a outubro de 2005. Nos meses de Janeiro a meados de março a média de entrada de frente fria é 3 e no período seco (meados de março a meados de outubro) a média é de 3. Este ano é o que apresentou maior entrada de frente fria da série história estudada.

ENTRADAS DE FRENTES FRIAS NO ANO DE 2005

6

5 A

4

3

2 Nº ENTRADA DE FRENTE FRI DE FRENTE Nº ENTRADA 1

0 janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro MESES

GRÁFICO 26. Entradas de frentes frias no ano de 2005 81

6.0. CONCLUSÃO

Conclui-se que a Região Serrana possui áreas bem distintas no que se refere à climatologia e ao relevo.

O relevo da Região Serrana esta inserido na unidade geomorfológica denominada de Patamares Escalonados do Sul Capixaba. Dentro desta classificação pode-se dividi-lo em outras três unidades: patamar ocidental, o topo do planalto e o patamar oriental.

Os municípios de Domingos Martins, Marechal Floriano, Venda Nova do Imigrante, Conceição do Castelo, Santa Maria de Jetibá, Santa Tereza e Brejetuba possuem altitudes que variam de 20 a 1900 m, e as classes de declividade variam de 8 a 20% (relevo ondulado), 20 a 45% (relevo fortemente ondulado) e 45 a 75% (relevo montanhoso). Nos municípios de Afonso Cláudio, Laranja da Terra, Itarana, Itaguaçu e São Roque do Canaã as altitudes são menores com classes que variam de 20 a 900m. A declividade do relevo varia com classes de 0 a 3% (relevo plano), 3 a 8% (relevo suavemente ondulado) e 8 a 20% (relevo suavemente ondulado).

É possível verificar no relevo da Região Serrana um elevado bloco basculado para leste, com classes de exposição do terreno de 270 a 315 graus e 315 a 360 graus. Este bloco possui alta luminosidade conforme visto na Figura 12. As demais áreas possuem sulcos estruturais, orientados no sentido aproximado Norte-Sul, e falhas menores intercruzadas e a luminosidade varia de média a alta, exceto em uma faixa ao Norte do município de Itaguaçu, onde a luminosidade é muito baixa.

Quanto a climatologia, o município com maior índice de precipitação é o de Marechal Floriano (1650 a 1700 mm), devido principalmente às influências das massas de ar vindas do litoral. Nos municípios de Domingos Martins, Venda Nova do Imigrante, Conceição do Castelo, Santa Tereza e Santa Leopoldina os índices de precipitação também são elevados variando de 1200 a 1500 mm. O índice pluviométrico nos 82

municípios de Santa Maria de Jetibá e Brejetuba são de 1100 a 1350 mm. A temperarura média neste municípios varia de 17 a 23°C, exceto nos municípios de Santa Leopoldina e Santa Tereza onde ela chega a 24,5°C. A taxa de evapotranspiração é pequena se comparada aos demais municípios e o índice de deficiência hídrica varia de 0 a 50mm.

Nos municípios de Afonso Cláudio, Itarana, Itaguaçu e São Roque do Canaã o clima difere dos demais com temperaturas mais elevadas (22 a 24,5° C) e menor índice de precipitação (950 a 1200 mm). É atribuído a essas condições climáticas o fator topográfico, haja vista que as altitudes são bem menores que as dos demais municípios da Região e sofrem menos influência das massas de ar vindas do litoral. A taxa de evapotranspiração é maior e os índices de deficiência hídrica são os maiores de toda a Região, variando de 200 a 400 mm.

As entradas de frentes frias na Região Serrana ocorrem em maior intensidade na primavera e verão (período chuvoso), com média de 2 a 3 entradas e no outono e inverno (período seco), o número de entradas varia de 1 a 2.

Estas frentes frias são oriundas do Anticiclone Polar Marítimo da América do Sul e estão associadas a freqüentes instabilidades e chuvas que duram dois ou mais dias. As instabilidades são formadas principalmente entre a primavera e o outono, especialmente no verão a partir dos avanços das frentes polares, onde convergem ventos do quadrante N, que em contato com ar frio polar dão origem a ciclones dos quais surgem as ITs, praticamente normais às frentes polares. As invasões de frentes frias têm períodos que duram aproximadamente 4 a 5 dias no período chuvoso e 3 dias no período seco. 83

7.0 RECOMENDAÇÕES

Sugere-se uma continuidade e desenvolvimento do trabalho no que se refere ao estudo das entradas de frentes frias na Região Serrana, usando uma série temporal maior que dez anos para consolidar as informações obtidas.

É necessário também um maior número de estações climatológicas para a interpolação dos dados referentes aos elementos meteorológicos principalmente que a maioria das informações coletadas foram obtidas por meio do órgão INCAPER, sendo interessante criar uma rede de informação integrada entre as estações da ANA, INMET e INCAPER.

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8.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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