Um Estudo Sobre a Autofiguração Em Bruno Tolentino
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE LETRAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA E CULTURA “EU, MODELO, MARTELO E MONUMENTO” Um estudo sobre a autofiguração em Bruno Tolentino NÍVIA MARIA SANTOS SILVA Salvador 2018 Nívia Maria Santos Silva “EU, MODELO, MARTELO E MONUMENTO” Um estudo sobre a autofiguração em Bruno Tolentino Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura da UFBA (PPGLitCult-UFBA), como requisito parcial para obtenção do título de doutora em Literatura e Cultura. Área de concentração: Teorias e Crítica da Literatura e da Cultura. Linha de pesquisa: Estudos de Teorias e Representações Literárias e Culturais. Orientadora: Profª. Drª. Luciene Almeida de Azevedo Salvador 2018 g i t e Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Universitário de Bibliotecas (SIBI/UFBA), com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). Silva, Nívia Maria Santos Eu, modelo, martelo e monumento: um estudo sobre a autofiguração em Bruno Tolentino / Nívia Maria Santos Silva. -- Salvador, 2018. 231 f. : il Orientadora: Luciene Almeida de Azevedo. Tese (Doutorado - Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura) -- Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal da Bahia, 2018. 1. Bruno Tolentino. 2. Autofiguração. 3. Campo literário. 4. Polêmica. 5. Poesia. I. Azevedo, Luciene Almeida de. II. Título. DECLARAÇÃO DE APROVAÇÃO “Eu, modelo, martelo e monumento”: um estudo sobre a autofiguração em Bruno Tolentino Nívia Maria Santos Silva Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura da UFBA (PPGLitCult-UFBA), como requisito parcial para obtenção do título de doutora em Literatura e Cultura. Área de concentração: Teorias e Crítica da Literatura e da Cultura. Linha de pesquisa: Estudos de Teorias e Representações Literárias e Culturais. Aprovada em 16 de abril de 2018. Banca Examinadora Profª. Drª. Luciene Azevedo – Orientadora Universidade Federal da Bahia Profª. Drª. Sandro Ornelas Universidade Federal da Bahia Prof. Dr. Igor Ximenes Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira Prof. Dr. Érico Nogueira Universidade Federal de São Paulo Profª Drª Alana Freitas Universidade Estadual de Feira de Santana À presença incondicional das mulheres de minha vida: minha mamis, D. Loi, e minha companheira, Day. À memória sempre presente de meu pai: Seu Antonio. AGRADECIMENTOS À minha mãe, Dona Loi, e a meu pai, Seu Antonio (in memoriam), por sempre acreditarem em mim. À minha companheira, Dayane Sampaio, sem quem eu não conseguiria nem sequer iniciar essa travessia e com quem desejo passar por outras tantas. Às minhas irmãs, Maria das Graças, Ana Paula e Isis Karinny, por serem presença nos momentos certos. A meus irmãos, Alexandro Gesner, que me presenteou com Os sapos de ontem, e Adriano Wagner, pelo apoio internacional. À minha orientadora, Luciene Azevedo, com quem pude contar em todos os momentos. À Denise Carrascosa e a Igor Ximenes, pelas importantes colaborações no processo de qualificação. A Marcelo Consentino e a Rodrigo Duarte Garcia, por terem me dado permissão para consultar e reproduzir documentos do Fundo Bruno Tolentino. Ao Centro de Estudos e Documentação Alexandre Eulálio (CEDAE-IEL-UNICAMP), principalmente à Flávia Carneiro Leão, por me acolher no período de consulta ao Fundo Bruno Tolentino. Aos colegas do Grupo de Pesquisa Leituras Contemporâneas, pelas trocas que fizemos ao longo desses quatro anos. À amiga e leitora que o doutorado me deu, Esmeralda Barbosa Cravançola. A Jessé de Almeida Primo, pela amizade de sempre e a constante disposição em ajudar. A Thiago El Chami, pelas leituras e conversas. A Pedro Sette-Câmara, por nossos encontros cariocas em meio à empreitada de escrever sobre Bruno Tolentino. A Chris Miller e Simon Pringle, pela generosidade com que me acolheram. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de doutorado. O monstrengo “Tive tudo o que quis, e o que não quis também, é claro; mas ressalvo a audácia com que arranquei à pedra da desgraça uma felicidade de infeliz; martelei pedra viva e dei-lhe a face que esculpi: tive assim, não o que quis, mas o rosto que tenho, traço a traço, fui eu que o inventei, fui eu que o fiz! A Medusa morreu: matei-a eu e a espécie de Perseu que fiquei sendo não foi a ilustre morta que me deu. Fui eu mesmo que fiz este monstrengo, O inútil monumento é todo meu. Eu, modelo, martelo e monumento!” (BRUNO TOLENTINO) Todo escritor está realizando duas obras bastante diferentes ao mesmo tempo. Uma é a linha particular que ele está escrevendo, a história particular que ele está contando [...], e a outra é a imagem que ele criou de si mesmo. Talvez a segunda tarefa que acontece por toda a vida seja a mais relevante. [...] criar uma imagem muito vívida e deixar isso para a memória do mundo é uma tarefa muito importante. (JORGE LUIS BORGES) RESUMO Este trabalho consiste no estudo da autofiguração em Bruno Tolentino como uma tomada de posição no campo literário brasileiro a partir da conciliação dos estudos sobre autofiguração com a Teoria dos Campos de Bourdieu. Reconhecendo a noção de autofiguração como a produção de imagens de si que abrange tanto a presença do autobiográfico em textos literários e críticos quanto a ficcionalização da biografia pelo próprio autor, bem como sua exposição pública, parte-se do pressuposto de que é possível identificar nas polêmicas, nas entrevistas, no arquivo e nas produções poéticas de Tolentino um investimento autofigurativo. Nesse sentido, o corpus analisado sugere uma atuação de Tolentino sobre sua figura de poeta em busca de uma posição de maior destaque no campo literário brasileiro, possibilitando a construção das figurações de poeta recém-chegado, de poeta polemista e de poeta pensador em prol de seu reconhecimento enquanto “poeta maior”. A mitificação da biografia pelo próprio autor, a instauração de antagonismos com outros agentes do campo e a presença de momentos autobiográficos na produção poética e ensaística constituem em Tolentino um empenho para demarcar sua diferença no campo contra a despersonalização formalista em direção ao retorno do autor como uma instância legitimadora, instituindo novas nuances na configuração do campo literário brasileiro. Palavras-chave: Bruno Tolentino; Autofiguração; Campo literário; Polêmica; Poesia. ABSTRACT This work consists in the study of the self-figuration in Bruno Tolentino as a position taking in the Brazilian literary field starting from the conciliation of the studies on self-figuration with Bourdieu’s Field Theory. Recognizing the notion of self-figuration as the production of self-images that encompasses both the presence of the autobiographical in literary and critical texts and the fictionalization of the biography by the author himself, as well as his public display, one assumes that it is possible to identify in the controversies, in the interviews, in the archive and in the poetic productions of Tolentino a self-figurative investment. In this sense, the corpus analyzed suggests a performance by Tolentino about his poet figure in search of a position of greater prominence in the Brazilian literary field, making possible the construction of the images of newcomer poet, polemicist poet and thinker-poet in favor of his recognition as a “greater poet”. The mythification of the biography by the author himself, the establishment of antagonisms against other agents in the field and the presence of autobiographical moments in his poetic and essayistic production constitute in Tolentino a commitment to delimit his distinction in the field against the formalist depersonalization toward the author's return as a legitimating instance, instituting new nuances in the configuration of the Brazilian literary field. Keywords: Bruno Tolentino; Self-figuration; Literary field; Polemic; Poetry. SUMÁRIO INTRODUÇÃO O começo da travessia --------------------------------------------------------------------- 14 1. A AUTOFIGURAÇÃO COMO PROCESSO 1.1 Eu poético e outros eus ---------------------------------------------------------------- 22 1.2 A autofiguração ------------------------------------------------------------------------- 33 1.2.1 A autofiguração como tomada de posição ---------------------------------------- 42 2. O CAMPO LITERÁRIO E O POETA RÉCEM-CHEGADO 2.1 O capital social e O POEMA aberrante -------------------------------------------- 48 2.2 Os deuses de hoje e o poeta recém-chegado----------------------------------------- 54 2.3 Outros capitais, impasses e tensões -------------------------------------------------- 64 2.3.1 Mais um investimento autofigurativo -------------------------------------------- 68 3. A POLÊMICA COMO AUTOFIGURAÇÃO 3.1 Nos campos da polêmica --------------------------------------------------------------- 76 3.1.1 “Crane anda para trás como caranguejo” ----------------------------------------- 82 3.1.2 Os sapos de ontem ------------------------------------------------------------------- 92 3.2 Os anos 90 e o desprestígio da opinião --------------------------------------------- 99 3.2.1 A polêmica em revista --------------------------------------------------------------- 104 3.2.2 “A lorota de Ipanema” -------------------------------------------------------------- 111 4. A AUTOFIGURAÇÃO NA FILOSOFIA DA FORMA 4.1 “O quase-menino” no “homem-poeta”---------------------------------------------- 115 4.2 A Balada do cárcere --------------------------------------------------------------------- 129 4.2.1 Matéria lida, matéria vivida --------------------------------------------------------