Marcus Cézar De Borba Belmino ONTOLOGIA GESTÁLTICA
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Marcus Cézar de Borba Belmino ONTOLOGIA GESTÁLTICA: UM ENSAIO SOBRE A TEORIA DA EXPERIÊNCIA EM PAUL GOODMAN Tese submetida ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina, na área de Ontologia, para a obtenção do Grau de Doutor em Filosofia. Orientador: Prof. Dr. Marcos José Müller Florianópolis/SC 2016 Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC. Belmino, Marcus Cézar de Borba Ontologia Gestáltica: : Um ensaio sobre a teoria da experiência em Paul Goodman / Marcus Cézar de Borba Belmino ; orientador, Marcos José Müller - Florianópolis, SC, 2016. 367 p. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Inclui referências 1. Filosofia. 2. Gestalt-terapia. 3. Ontologia. 4. Fenomenologia. 5. Anarquia. I. , Marcos José Müller. II. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós Graduação em Filosofia. III. Título. Para Tássia, Alice e Gabriel com todo o meu amor AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente à minha família, que possibilitou que esse sonho pudesse se concretizar. Principalmente à Tássia Lobato Pinheiro Belmino, minha esposa que tanto me apoiou de todas as formas possíveis para que eu pudesse concluir essa empreitada. Foi seu empenho desde o amor e o companheirismo até ao debate de ideias e críticas às minhas formulações que possibilitaram o nascimento dessa tese. Agradeço aos meus filhos, Alice e Gabriel, que mesmo tão pequenos, sempre foram muito compreensíveis com as minhas longas viagens e também em relação a minha necessidade de sentar, estudar e escrever. Agradeço aos meus pais, Sebastião Belmino e Virginia Glaucia que sempre me apoiaram em todas as minhas escolhas que tive até aqui, sempre me dando amor e confiança, sem nunca duvidar de que essa e tantas outras vitórias fossem possíveis. Agradeço à Maninha, pelo amor, apoio e cuidado em todos esses anos, sendo ela quem me ensinou que a família de verdade é sempre muito maior do que qualquer consanguinidade. Agradeço aos meus irmãos, Aécio Neto, Regina Flávia e Leandro, que sempre foram minha base pra que eu pudesse construir qualquer crescimento. Agradeço ao Tomaz, Felipe e Nazaré por todo o apoio nessa empreitada. Mesmo de longe, a certeza do seu cuidado deixou esse momento ainda mais possível. Agradeço também a Rafael, pela a troca de conhecimento, mas, também, pelo o apoio e suporte em todos esses anos. Agradeço ao meu orientador Marcos José Müller, com quem a convivência durante todos esses anos, me ensinou muito mais do que o conhecimento teórico. Ele me ensinou uma forma única de se relacionar com a filosofia, em que a filosofia é um instrumento de construir reflexões e conhecimentos sobre a realidade, mas que essa produção só é possível se formos capazes de autorizar nosso estilo único de produzir e pensar. Foram quatro anos muito intensos de profundo aprendizado e cumplicidade. Agradeço ao Centro Universitário Leão Sampaio – UNILEÃO, que mesmo nos momentos em que precisei me afastar para o doutorado, foram muito cuidadosos e atenciosos. Tanto nos momentos mais felizes, mas também nos mais difíceis, sempre tive apoio total do grupo diretor da instituição, principalmente do Professor Jaime Romero e da Professa Sonia Romero. Agradeço aos funcionários e alunos da UNILEÃO por todas as trocas e construções nesse caminho. Também é fundamental agradecer ao corpo de professores da UNILEÃO, sem dúvidas, um grupo seleto de pessoas brilhantes, que tanto me deram motivação para trilhar esse caminho, mas, também, agradeço por cada palavra, debate teórico e conversa informal que tanto me engrandeceu. Agradeço também a Professora Flaviane Troglio, coordenadora do Curso de Psicologia por todo o apoio e confiança nesses anos. Também quero agradecer profundamente aos amigos em Florianópolis que foram fundamentais para que eu pudesse dar conta desse processo. Quero agradecer a Diogo Boccardi, que foi um irmão pra mim em todos esses anos. Ele me acolheu em sua casa, e as conversas e trocas com ele foram fundamentais para que muitas dessas ideias pudessem aparecer. Agradeço também a Carla, pela forma sempre carinhosa com que também me acolheu em sua casa. Agradeço à Carol Koneski, Lucas, Rodrigo entre tanto outros amigos queridos que me possibilitaram me sentir em casa em Florianópolis. Agradeço à Rosane Granzotto pela amizade sincera, pelo apoio dado em todos esses anos e, também, por toda a amorosidade que ela sempre teve com minha família. Agradeço à toda a comunidade de Gestalt-terapeutas no Brasil, que sempre me acolheram em congressos, encontros e cursos, me possibilitando discutir e amadurecer muitas dessas ideias. Também quero agradecer ao corpo técnico e de profissionais da Diálogos – Centro de Desenvolvimento de Pessoas e Psicologia Clínica. Por último, quero agradecer ao professor Alberto Heller e a professora Joanneliese Freitas pelas contribuições maravilhosas na qualificação e também pelos questionamentos e comentários produzidos na defesa. Também agradeço ao Professor Celso Braida, ao professor Josias Hack, ao Professor Jason Lima e Silva pelas contribuições ricas na defesa dessa tese. Agradeço ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina pelo suporte dado, principalmente ao Professor Roberto Wu, por seu empenho em manter a qualidade desse programa tão importante no cenário nacional e internacional das pós-graduações em Filosofia. Agradeço também à Ângela e Irma, pessoas tão atenciosas e competentes que tornaram mais leve a parte burocrática de todo esse processo. Por fim, agradeço a CAPES-DS pelo financiamento dessa pesquisa. RESUMO Paul Goodman foi um dos pilares do movimento anarquista americano. Paul Goodman foi um escritor, crítico literário, psicoterapeuta, crítico político e posteriormente (a partir dos anos de 1960) tornou-se um ferrenho crítico dos modelos de educação tradicional e um dos principais nomes da desescolarização, sendo um ativista do movimento contra a escolarização obrigatória. Por conta dessa amplitude de temas, Goodman teve seus debates atravessados pela antropologia, pela educação, pela psicanálise, pela filosofia, pela psicologia e várias outras áreas. Goodman produziu uma leitura gestáltica da experiência que fora fundamental para construir suas perspectivas clínicas, políticas e educacionais. Assim, o objetivo desta tese é caracterizar na obra de Paul Goodman a vigência de um modelo de descrição e compreensão da experiência o qual caracteriza uma ontologia gestáltica, o que significa dizer: um modelo em que a experiência é descrita como um todo de diferentes dimensões e que não têm síntese entre si. Em segundo lugar, mostrar em que o sentido ontológico gestáltico serviu de base para Paul Goodman estabelecer a crítica aos modelos políticos, clínicos e educacionais de sua época. Goodman, desde seus primeiros escritos, apontava a importância de uma profunda reflexão sobre a natureza humana para fundamentar seus debates políticos. Como um leitor de John Dewey, Goodman entendia que a reflexão política em prol de uma sociedade democrática e o impacto das instituições coercitivas na vida dos indivíduos precisavam, necessariamente, de uma elucidação acerca dos fundamentos da natureza humana. Porém, para além de Dewey, é na psicanálise freudiana e parafreudiana (principalmente nas ideias de W. Reich) que Goodman procurará responder a essa questão. Foi na década de 50, ao escrever o tomo teórico do livro Gestalt Therapy, assinado conjuntamente com Frederick Perls e Ralph Hefferline, que Goodman tenta pensar um modelo ontológico que se produz a partir de uma digressão acerca de suas influências pragmatistas, psicanalíticas e fenomenológicas. Seu propósito era pensar uma ontologia anárquica, que pudesse conceber os processos de criação, sem a necessidade de um recurso dogmático, genético ou teleológico. A natureza humana é esse todo propriamente gestáltico que, à revelia do que é constituído, possibilita sempre um lugar de criação. A natureza humana, para Goodman, é justamente esse resíduo que produz, a partir da biologia e da sociedade, um espaço de diferenciação e criação. O nome que Goodman irá dar para esse processo de criação, ou seja, para a natureza humana, é teoria do self. Isso porque, estando inserido dentro do contexto psicanalítico e neopsicanalítico dos EUA, e, principalmente, estando responsável pela criação dos fundamentos de uma nova abordagem psicoterapêutica, Goodman procurou pensar uma teoria do self, porém, sem cair nas armadilhas psicologistas em que seus contemporâneos haviam sucumbido. Sendo assim, ao construir uma teoria da experiência de base gestáltica, Goodman consegue fundamentar de uma forma não dogmática suas propostas políticas, educacionais e clínicas. Isso porque o livro Gestalt Therapy tem como propósito explorar os fundamentos da experiência, mas também os efeitos da burocratização e da coerção na experiência humana. Assim, Goodman consegue pensar uma clínica que tem como propósito o acolhimento à diferença (a Gestalt-terapia); uma política que problematize a desvitalização e a apatia social vividas pelos indivíduos (a anarquia) e o papel da escola como instrumento de domesticação dos corpos na lógica burocrática (a desescolarização). Palavras-Chave: Gestalt-terapia; ontologia; fenomenologia; pragmatismo; psicanálise, anarquia. ABSTRACT Paul Goodman was one of the pillars of the American anarchist movement. Paul Goodman was a writer, literary critic,