Fiocruz Escola Politécnica De Saúde Joaquim Venâncio – Epsjv Programa De Pós- Graduação Em Educação Profissional Em Saúde
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FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ – FIOCRUZ ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO – EPSJV PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EM SAÚDE Alberto Jucelino Pereira Junior A LUTA CONTRA A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DOS AGENTES DE COMBATE ÀS ENDEMIAS (ACE) NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (1989–2014) Rio de Janeiro 2018 Alberto Jucelino Pereira Junior A LUTA CONTRA A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DOS AGENTES DE COMBATE ÀS ENDEMIAS (ACE) NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (1989–2014) Dissertação apresentada à Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio para a obtenção do Título de Mestre em Educação Profissional em Saúde. Orientadora: Dra. Ialê Falleiros Braga Coorientadora: Dra. Muza Clara Chaves Velasques Rio de Janeiro 2018 Catalogação na Fonte Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio Biblioteca Emília Bustamante Marluce Antelo CRB-7 5234 Renata Azeredo CRB-7 5207 P436l Pereira Junior, Alberto Jucelino A luta contra a precarização do trabalho dos agentes de combate às endemias (ACE) no estado do Rio de Janeiro (1989-2014) / Alberto Jucelino Pereira Junior. – Rio de Janeiro, 2018. 199 f. Orientadora: Ialê Falleiros Braga Coorientadora: Muza Clara Chaves Velasques Dissertação (Mestrado Profissional em Educação Profissional em Saúde) – Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2018. 1. Agente de Combate às Endemias. 2. Doenças Endêmicas. 3. Precarização do Trabalho. 4. Luta de Classe. I. Braga, Ialê Falleiros. II. Velasques, Muza Clara Chaves. III. Título. CDD 614.422 Alberto Jucelino Pereira Junior A LUTA CONTRA A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DOS AGENTES DE COMBATE ÀS ENDEMIAS (ACE) NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (1989–2014) Dissertação apresentada à Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio para a obtenção do Título de Mestre em Educação Profissional em Saúde. Aprovado em 24/04/2018 BANCA EXAMINADORA Profº Dr. Luiz Carlos Fadel de Vasconcelos (FIOCRUZ / ENSP) Profº Dr. Felipe Rangel de Souza Machado (FIOCRUZ / ENSP-EPSJV) Profº Dr. André Elias Fidelis Feitosa (FIOCRUZ / EPSJV) Dedico este trabalho primeiramente a Deus; aos meus pais, Leny e Alberto; à minha esposa e filho, Anália e Augusto; aos meus colegas da Turma de 2016. AGRADECIMENTOS Este trabalho foi gratificante porque me fez rememorar os dias que iniciei o trabalho no campo com as visitações domiciliares como Agente de Combate às Endemias (ACE). Naquela época trabalhava na extinta SUCAM e não possuía qualquer perspectiva de seguir a carreira profissional ou ser efetivado no serviço público. Durante um longo período muitas pessoas vinham com palavras duras e desanimadoras, decerto com afirmações de demissões sumárias. Nesse caminhar lembro-me de todos os colegas de trabalho que dividiram comigo suas alegrias e tristezas nas lutas, manifestações e passeatas em busca da efetivação. Muitos colegas ficaram pelo caminho e vários se transferiram para outros municípios. Na lista de agradecimentos não poderia deixar de incluir aqueles colegas de trabalho que estiveram comigo desde o início da nossa luta, especialmente o amigo “Tateu Bopp” que faleceu no princípio deste ano e trabalhou comigo desde a SUCAM. Aos professores e funcionários da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), que me proporcionaram, além da amizade, o aprendizado e as discussões sobre o trabalho, a educação e a saúde. Às minhas inesquecíveis orientadoras Ialê Falleiros Braga e Muza Clara Chaves Velasques, pela ajuda e paciência na construção deste trabalho. Aos colegas do curso de mestrado (turma do ano de 2016) representado aqui pelo companheiro Ivan Jose Machado da Costa (também mata-mosquito). Aos membros do Departamento de Direitos Humanos Saúde e Diversidade Cultural, Dra. Maria Helena, Dr. Luiz Carlos Fadel, Prof(a). Marise Freitas, Prof(a). Rita Costa, Prof(a). Jaqueline Caldas e Sr. Aldir Chaves, por sempre apoiarem o meu sonho. Por fim, não poderia deixar de mencionar a chefia da redação e os jornalistas do Sindsprev/RJ que carinhosamente me oportunizaram fazer o levantamento dos dados através das pesquisas no arquivo de seus informativos e jornais. Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma. (Eclesiastes 9:10) RESUMO Esta dissertação analisa as formas de luta e organização dos Agentes de Combate às Endemias do Estado do Rio de Janeiro diante da situação de desconstrução de seus vínculos empregatícios no processo de precarização do trabalho. Busca entender como conquistaram a estabilidade no serviço público federal, num momento em que, no Brasil, desencadeavam-se formas mais aceleradas para municipalização e regionalização dos trabalhadores através de contratos temporários, durante o período de 1989 a 2014. Destaca o contexto da epidemia de dengue que atingiu o Estado em 1986 e teve um avanço alarmante a partir de 1990/91, atingindo 105 mil casos (muitos da febre hemorrágica). O estudo constrói uma reflexão sobre as relações de trabalho dos ACEs que possuíam contratos de trabalhos indignos e cíclicos renováveis de seis em seis meses. Reconstrói o processo de lutas da categoria desde 1989 até 1999, quando 5.742 ACEs foram demitidos sumariamente pelo Ministro da Saúde José Serra no governo neoliberal de FHC. Após mobilizações, passeatas, atos públicos na Cinelândia e ações na justiça conquistaram a reintegração em 2002 com vínculo empregatício temporário na Funasa. Anos depois, com mais lutas e articulações políticas partidárias adquiriram o vínculo celetista como empregado público na Funasa, através da lei 11.350/2006 e adiante conseguiram a transformação para estatutários vinculados ao Ministério da Saúde. Ao investigar as transformações ocorridas no processo de trabalho dos ACEs, surgiu a hipótese que a partir deste momento, suas lutas e ações constituíram um movimento de resistência na formação histórica da saúde pública brasileira. O registro desse processo histórico evidência que a luta desses trabalhadores compôs um movimento de resistência diferenciada, dinamizador e participativo na histórica da saúde pública. Conclui-se que foi um movimento extraordinário e que, a partir do momento que a classe teve consciência que sofria exploração no trabalho, passou a reivindicar seus direitos com vários mecanismos de luta. Foram identificadas estratégias e articulações através de passeatas, manifestações na Central do Brasil, fechamentos de avenidas no Rio de Janeiro e Brasília, greves, operações tartarugas, seminários, assembleias na Cinelândia e o uso da legislação trabalhista em prol da categoria. Esse movimento de luta e unificação constituiu um movimento histórico, cujos aspectos de organização e espontaneidade garantiram romper a subordinação ao capital, em determinados momentos, e assegurar um final bem-sucedido. Palavras-chaves: Agente de Combate às Endemias. Precarização do Trabalho. Luta de Classe. ABSTRACT This dissertation analyzes the forms of struggle and organization of the Agents to Fight the Endemics of the State of Rio de Janeiro in the face of the deconstruction of their employment links in the process of precarious work. It seeks to understand how they achieved stability in the federal public service, at a time when, in Brazil, more rapid forms were being developed for the municipalization and regionalization of workers through temporary contracts, during the period from 1989 to 2014. It highlights the context of the epidemic of dengue fever that struck the state in 1986 and has made an alarming progress since 1990/91, reaching 105,000 cases (many of hemorrhagic fever). The study builds a reflection on the work relations of the ACEs that had contracts of unworthy and cyclical renewable works every six months. It reconstructs the process of fights of the category from 1989 until 1999, when 5,742 ACEs were dismissed summarily by the Minister of Health Jose Serra in the neoliberal government of FHC. After mobilizations, marches, public acts in Cinelândia and actions in the justice won the reintegration in 2002 with temporary employment bond in Funasa. Years later, with more party struggles and political articulations, they acquired the bond as a public employee in Funasa, through law 11.350 / 2006 and later they were transformed into statutory entities linked to the Ministry of Health. In investigating the transformations that occurred in the work process of the ACEs, the hypothesis arose that from this moment on, its struggles and actions constituted the resistance movement in the historical formation of Brazilian public health. The record of this historical process evidences that the struggle of these workers is a differentiated, dynamic and participatory resistance movement in the history of public health. It is concluded that it was an extraordinary movement and that, from the moment the class was aware that it was exploitation at work, it began to claim its rights with several mechanisms of struggle. Strategies and articulations were identified through demonstrations in Central Brazil, avenues closures in Rio de Janeiro and Brasilia, strikes, turtle operations, seminars, assemblies in Cinelândia and the use of labor legislation in favor of the category. This movement of struggle and unification constituted the historical movement, whose aspects of organization and spontaneity guaranteed to break the subordination to capital, at certain moments, and ensure a successful end. Key-words: Agents that fight endemic. Precarious Work. Class Struggle. LISTA DE FOTOGRAFIAS Foto 1 – Crachá da SUCAM .......................................................................................................