DIAGNÓSTICO DO SANEAMENTO BÁSICO DA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO (RIDE) GRANDE

DIAGNÓSTICO ANALÍTICO

TERESINA, MAIO DE 2019

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FIGURAS Figura 1 – Território de desenvolvimento Entre Rios onde está localizada a RIDE da Grande Teresina . Figura 1 - IDHM dos Municípios de acordo com a classificação PNUD ...... Figura 3 – Natureza Jurídica das entidades prestadoras de serviço de abastecimento de água da RIDE da Grande Teresina ...... Figura 4 – Distribuição dos municípios da RIDE da Grande Teresina por fonte de captação ...... Figura 5 – Situação do tratamento de água distribuída para o consumo no Brasil – 2008 ...... Figura 6 –Tipos de tratamentos de água empregados nos municípios com sistema de distribuição com tratamento total ...... Figura 7 - Tipos de tratamentos de água empregados nos municípios na RIDE da Grande Teresina ...... Figura 8 – Evolução dos serviços de abastecimento de água por rede geral de distribuição nos municípios brasileiros ...... Figura 9 - Formas de abastecimento de água diferente de rede geral de distribuição nos municípios brasileiros ...... Figura 10 - Volumes produzidos, consumidos e faturados por município da RIDE da Grande Teresina . Figura 11. Índice de Perdas na Distribuição ...... Figura 12 – Situação da RIDE da Grande Teresina a respeito dos municípios que possuem ou não unidades de consumo micromedidas – hidrometração ...... Figura 13 – Problemas identificados no sistema de abastecimento de água da RIDE da Grande Teresina Figura 14 – Principais necessidades apontadas pelos municípios para o melhoramento do sistema de abastecimento de água da RIDE da Grande Teresina ...... Figura 15 - Tarifa Média praticada nos municípios da RIDE da Grande Teresina ...... Figura 16 - Relação das receitas totais operacionais e despesas com os serviços totais dos municípios administrados pelas AGESPISA ...... Figura 17 –Evolução dos domicílios particulares permanentes com a existência de banheiro ou sanitário no período de 2000 – 2010 ...... Figura 18 – Evolução dos domicílios particulares permanentes sem banheiro ou sanitário no período de 2000 – 2010...... Figura 19 – Evolução da forma de destinação do esgoto por rede geral ou pluvial no período de 2000 – 2010 ...... Figura 20 - Evolução da forma de destinação do esgoto por fossa séptica no período de 2000 – 2010 .... Figura 21 - Evolução da forma de destinação do esgoto por outras alternativas no período de 2000 – 2010 Figura 22 - Evolução dos domicílios particulares permanentes em número absolutos no Estado do Piauí a respeito do acesso ao esgotamento sanitário quanto à existência ou não de banheiro ou sanitário e formas de abastecimento ...... Figura 23 - Evolução dos domicílios particulares permanentes em número absolutos no Estado do Maranhão a respeito do acesso ao esgotamento sanitário quanto à existência ou não de banheiro ou sanitário e formas de abastecimento ......

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Figura 24 - Comparação da porcentagem de cobertura de domicílios particulares permanentes com a existência de banheiro ou sanitário de uso exclusivo do morador nos cenários Nacional, Região Nordeste, Estados do Maranhão, Piauí e RIDE da Grande Teresina – 2010 ...... Figura 25 - Comparação da porcentagem de cobertura de domicílios particulares permanentes sem a existência de banheiro ou sanitário de uso exclusivo do morador nos cenários Nacional, Região Nordeste, Estados do Maranhão, Piauí e RIDE da Grande Teresina – 2010 ...... Figura 26 - Comparação da porcentagem de cobertura de domicílios particulares permanentes com a existência de banheiro ou sanitário de uso exclusivo do morador ligados à rede geral de esgoto ou pluvial nos cenários Nacional, Região Nordeste, Estados do Maranhão, Piauí e RIDE da Grande Teresina – 2010 Figura 27 – Vista de satélite para as lagoas de estabilização E.T.E Ininga na cidade de Teresina-PI ...... Figura 28 – Vista de satélite para as lagoas de estabilização da E.T.E Pirajá na cidade de Teresina-PI ... Figura 30 - Geração de RSU no Brasil ...... Figura 29 - Vista de satélite para as lagoas de estabilização da E.T.E Alegria na cidade de Teresina-PI . Figura 31 - Geração per capita de RSU no Brasil ......

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TABELAS Tabela 1 –Dados síntese sobre a RIDE da Grande Teresina ...... Tabela 2 – Área territorial e distância dos municípios da RIDE da Grande Teresina para a capital ...... Tabela 3 – População urbana e rural da RIDE da Grande Teresina ...... Tabela 4 - Índice de Desenvolvimento Humano da RIDE da Grande Teresina ...... Tabela 5 – Parques estaduais e municipais ...... Tabela 6 - Municípios, total e com serviço de abastecimento de água por rede geral de distribuição, por natureza jurídica das entidades prestadoras do serviço, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação – com destaque para os Estados do Maranhão e Piauí– 2008 ...... Tabela 7 - Distribuição dos municípios brasileiros com serviço geral de abastecimento de água por tipo de captação – Cenário 2008 ...... Tabela 8 – Quantidade e capacidade de armazenamento dos reservatórios de água localizados na zona urbana dos municípios da RIDE da Grande Teresina ...... Tabela 9 – Municípios com serviços de abastecimento de água por rede geral de distribuição, segundo Grande Regiões - 1989/2008 ...... Tabela 10 – Porcentual de domicílios atendidos por rede geral de distribuição de água na RIDE da Grande Teresina ...... Tabela 11 – Porcentual de domicílios atendidos por poço ou nascente na propriedade na RIDE da Grande Teresina ...... Tabela 12 - Ligações de água, total e com hidrômetro, e taxa de crescimento das economias ativas abastecidas residenciais, segundo as Grandes Regiões - 2000/2008 ...... Tabela 13 - Ligações de água, total e com hidrômetro da RIDE da Grande Teresina ...... Tabela 14. Matriz Tarifária da AGESPISA ...... Tabela 15. Situação das prestadoras de serviço de abastecimento de água perante os órgãos gestores de recursos hídricos ...... Tabela 16 - Municípios, total e com serviço de esgotamento sanitário por rede coletora, por natureza jurídica das entidades prestadoras do serviço no Brasil– 2008 ...... Tabela 17 - Atendimento e déficit por componente do saneamento básico no Brasil adotado pelo Plansab, 2008 ...... Tabela 18–Domicílios particulares permanentes com existência de banheiro ou sanitário comparando o cenário nacional, região Nordeste, e Estados do Maranhão e Piauí – 2000 – 2010 ...... Tabela 19 – Situação da RIDE da Grande Teresina a respeito dos domicílios particulares permanentes com a existência ou não de banheiro ou sanitário de uso exclusivo do morador ...... Tabela 20 – Situação da RIDE da Grande Teresina a respeito dos domicílios particulares permanentes com a existência de banheiro ou sanitário de uso exclusivo do morador ligados à rede geral de esgoto ou pluvial – 2010 ...... Tabela 21 – Número de ligações, índice de cobertura e tipo de tratamento dado ao esgoto e águas servidas nos municípios de Altos, e Teresina ...... Tabela 22 – Volume coletado e tratado na E.T.E Leste ......

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Tabela 23 – Volume coletado e tratado na E.T.E Leste ...... Tabela 24 - Volume coletado e tratado na E.T.E Alegria ...... Tabela 25 – Domicílios particulares permanentes com banheiro de uso exclusivo dos moradores ou sanitário e esgotamento sanitário via fossa séptica na RIDE da Grande Teresina ...... Tabela 26 - Domicílios particulares permanentes com banheiro de uso exclusivo dos moradores ou sanitário e esgotamento sanitário via fossa rudimentar na RIDE da Grande Teresina ...... Tabela 27 - Domicílios particulares permanentes com banheiro de uso exclusivo dos moradores ou sanitário e esgotamento sanitário via vala na RIDE da Grande Teresina ...... Tabela 28- Equipamentos utilizados no manejo dos resíduos sólidos nos municípios da RIDE ...... Tabela 29- Disposição final dos resíduos gerados nos municípios da RIDE ...... Tabela 30- Responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos Sólidos Urbanos nos municípios da RIDE Tabela 31 - Estimativa de geração de resíduos nos municípios da RIDE (Kg/dia) ...... Tabela 32 – Abrangência da coleta dos resíduos sólidos urbanos quanto a área ......

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QUADROS Quadro 1. Açudes Estratégicos do Estado do Piauí ...... Quadro 2 - Resultado do Monitoramento do Rio Parnaíba no Local de Lançamento dos Efluentes da ETE Pirajá ...... Quadro 3 - Qualidade do Rio Poti no Local de Lançamento da ETE Leste ...... Quadro 4 - Parâmetros analisados por Damasceno ...... Quadro 5 - Valores médios da qualidade dos pontos monitorados no rio Poti ...... Quadro 6 - Classificação das águas subterrâneas segundo McNeely et al. (1979) ...... Quadro 7. Outorgas para diluição de efluentes para a RIDE da Grande Teresina ...... Quadro 8 - Características Gerais do Manejo de Resíduos Sólidos na RIDE-Teresina ......

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MAPAS Mapa 1 – Região Integrada de Desenvolvimento - RIDE da Grande Teresina ...... Mapa 2 – Mapa rodoviário da RIDE da Grande Teresina – distância das sedes municipais a capita ...... Mapa 3 – Geologia da RIDE da Grande Teresina...... Mapa 4 – Hidrologia da RIDE da Grande Teresina ...... Mapa 5 – Situação da RIDE da Grande Teresina em relação aos serviços de abastecimento de água com rede geral de distribuição ...... Mapa 6 – Domicílios particulares permanentes com serviços de abastecimento de água por rede geral de distribuição ...... Mapa 7–Situação da RIDE da Grande Teresina em relação aos serviços de abastecimento de água por poço ou nascente na propriedade ...... Mapa 8 - Domicílios particulares permanentes com serviços de abastecimento de água por poço ou nascente na propriedade ...... Mapa 9 – Situação da RIDE da Grande Teresina em relação aos serviços de abastecimento de água por água de chuva armazenada em cisternas ...... Mapa 10–Situação da RIDE da Grande Teresina quanto aos domicílios particulares permanentes com banheiro de uso exclusivo dos moradores ou sanitário ...... Mapa 11 – Localização da Estação de Tratamento de Esgoto na cidade de Altos-PI ...... Mapa 12 – Localização das Estações de Esgotamento Sanitários – ETE Pirajá, ETE Ininga, ETE Alegria na cidade de Teresina-PI ...... Mapa 13 – Domicílios particulares permanentes com banheiro de uso exclusivo dos moradores ou sanitário e esgotamento sanitário via fossa séptica na RIDE da Grande Teresina ...... Mapa 14 – Domicílios particulares permanentes com banheiro de uso exclusivo dos moradores ou sanitário e esgotamento sanitário via fossa rudimentar na RIDE da Grande Teresina ...... Mapa 15 – Domicílios particulares permanentes com banheiro de uso exclusivo dos moradores ou sanitário e esgotamento sanitário via vala na RIDE da Grande Teresina ...... Mapa 16 - Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Teresina ...... Mapa 17 - Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Altos ...... Mapa 18– Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de ...... Mapa 19 - Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de ...... Mapa 20 - Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de ...... Mapa 20– Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Demerval Lobão ...... Mapa 21– Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de José de Freitas ...... Mapa 22– Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de ...... Mapa 23– Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Lagoa do Piauí ...... Mapa 24– Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Monsenhor Gil ...... Mapa 25– Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Miguel Leão ......

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Mapa 26 - Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Nazária ...... Mapa 27 - Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Pau D’arco ...... Mapa 29 – Domicílios com lixo coletados no Município de União – PÌ ......

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FOTOGRAFIAS Fotografia 1 – Ponto de captação de água localizado na zona urbana do município de Altos – PI ...... Fotografia 2 - Ponto de captação de água localizado na zona urbana do município de Coivaras – PI ...... Fotografia 3 - Ponto de captação de água localizado na zona urbana do município de Curralinhos – PI.. Fotografia 4 - Ponto de captação de água localizado na zona urbana do município de Lagoa do Piauí – PI Fotografia 5 - Ponto de captação de água localizado na zona urbana do município de Miguel Leão – PI Fotografia 6 - Ponto de captação de água localizado na zona urbana do município de Monsenhor Gil – PI Fotografia 7 - Ponto de captação de água localizado na zona urbana do município de Nazária – PI ...... Fotografia 8 - Ponto de captação de água localizado na zona urbana do município de Pau D’arco – PI .. Fotografia 9 - Ponto de captação de água localizado na zona urbana do município de Timon – PI ...... Fotografia 10: 1A – Ponto de Captação de água no município de Teresina. 1B – Ponto de captação de água no município de União. Fonte: Dos autores, 2015 ...... Fotografia 11- Bombas (conjuntos elevatórios de água bruta) – ETA Teresina ...... Fotografia 12 - Estação elevatória de água bruta (vertedores de alimentação de água bruta) – ETA Teresina (2A) e Canal de distribuição de água bruta – ETA Teresina (2B) ...... Fotografia 13- Tanque para pré-cloração ou pré-dosagem de cal – ETA Teresina (3A) e Fase de Coagulação – ETA Teresina (3B) ...... Fotografia 14 - Fase de floculação – ETA Teresina (4A) e Tanque de decantação ETA IV – Teresina (4B) Fotografia 15- Filtros ETA I– Teresina (5A) e Sala de dosagem de cloro – ETA Teresina (5B) ...... Fotografia 16- Sala de armazenagem de cloro(6A) e Estocagem de cal – ETA Teresina (6B) ...... Fotografia 17 – Sala das bombas da ETAe Coagulação (adição de sulfato de alumínio) – ETA União – PI Fotografia 18– Cal hidratada – Sala de armazenamento de cal (8A) e Vista para a fase de floculação – ETA União – PI (8B) ...... Fotografia 19– Vista para a fase de decantação (9A) e Adição de flúor (Floculação) – ETA União –PI (9B) ...... Fotografia 20 - Reservatório de água na zona urbana do município de Altos – PI ...... Fotografia 21 – Reservatório de água na zona urbana do município de Beneditinos ...... Fotografia 22 – Reservatórios de água na zona urbana do município de Coivaras ...... Fotografia 23 - Reservatório de água na zona urbana do município de Curralinhos –PI...... Fotografia 24 – Reservatório de água na zona urbana do município de Demerval Lobão ...... Fotografia 25 – Reservatório de água na zona urbana do município de José de Freitas – PI ...... Fotografia 26 – Reservatório de água na zona urbana do município de Lagoa Alegre – PI ...... Fotografia 27 – Reservatório de água na zona urbana do município de Lagoa do Piauí – PI...... Fotografia 28 – Reservatório de água na zona urbana do município de Miguel Leão – PI ...... Fotografia 29 – Reservatório de água na zona urbana do município de Monsenhor Gil – PI ......

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Fotografia 30 – Reservatório de água na zona urbana do município de Nazária – PI ...... Fotografia 31 – Reservatório de água na zona urbana do município de Pau D’arco – PI ...... Figura 32 - Reservatório de água na zona urbana do município de Teresina – PI ...... Fotografia 33 – Reservatório de água na zona urbana do município de Timon – MA ...... Fotografia 34 – Reservatório de água na zona urbana do município de União – PI ...... Fotografia 35 – Poço de visita da rede de esgoto transbordando na via pública na cidade de União – PI Fotografia 36 – Implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário da cidade de Monsenhor Gil ...... Fotografia 37–Vista para a lagoa facultativa da ETE da cidade de Altos – PI ...... Fotografia 38– Estação Elevatória de Esgoto ...... Fotografia 39 –Estação de Tratamento de Esgoto – ETE de Monsenhor Gil – Lagoa de Maturação ...... Fotografia 40 - Coleta domiciliar dos resíduos ...... Fotografia 41 – Transporte de resíduos sólidos da saúde ...... Fotografia 42 – Coleta de resíduos especiais ...... Fotografia 43 – Coleta dos Pontos de Entrega Voluntária – Teresina...... Fotografia 44 – Aterro Sanitário de Teresina –PI ...... Fotografia 45 – Lixão da cidade de Altos ...... Fotografia 46 – Vista da entrada da Central de Tratamento de Resíduos da cidade de Altos –PI ...... Fotografia 47 – Vista da área impermeabilizada da CTR da cidade de Altos –PI ...... Fotografia 48–Vista para a entrada do lixão de Beneditinos-PI ...... Fotografia 49 – Presença de animais no lixão do município de Beneditinos-PI ...... Fotografia 50 – Vista para o lixão da cidade de Coivaras –PI ...... Fotografia 51 – Vista da entrada do lixão da cidade de Curralinhos – PI ...... Fotografia 52 – Manta de contenção do chorume do aterro controlado paralisada da cidade de Curralinhos –PI ...... Fotografia 53 - Resíduos sólidos dos serviços de saúde dispostos a céu aberto no lixão de Curralinhos-PI Fotografia 54 – Equipe de varrição na cidade de Demerval Lobão-PI ...... Fotografia 55 – Caminhão de coleta de resíduos sólidos na cidade de Demerval Lobão-PI ...... Fotografia 56- Vista para o lixão da cidade de Demerval Lobão-PI ...... Fotografia 57 – Caminhão e equipe de coleta dos resíduos sólidos na cidade de José de Freitas-PI ...... Fotografia 58 – Vista para o lixão da cidade de José de Freitas-PI ...... Fotografia 59 – Presença de animais no lixão da cidade de José de Freitas-PI ...... Fotografia 60 – Vista para o lixão da cidade de Lagoa Alegre-PI ...... Fotografia 61 – Vista para o lixão da cidade de Lagoa do Piauí-PI ...... Fotografia 62 – Caminhão de coleta de resíduos sólidos da cidade de Lagoa do Piauí-PI ......

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Fotografia 63– Capina do passeio público na cidade de Monsenhor Gil ...... Fotografia 64 – Vista para o lixão da cidade de Monsenhor Gil-PI ...... Fotografia 65 – Caminhão de coleta e transporte dos resíduos sólidos dos serviços de saúde da cidade de Monsenhor Gil-PI ...... Fotografia 66 – Vista para o lixão da cidade de Miguel Leão-PI ...... Fotografia 67 – Equipe de varrição na cidade de Miguel Leão-PI...... Fotografia 68 – Centro de Tratamento de Resíduos de Teresina ...... Fotografia 69 – Vista para o CTR de Teresina – disposição dos resíduos em valas ...... Fotografia 70 – Equipe de limpeza pública da cidade de Pau D’arco do Piauí –PI ...... Fotografia 71 – Vista para o lixão da cidade de Pau D’arco do Piauí –PI ...... Fotografia 72 – Caminhão coletor e transportador de resíduos na cidade de União-PI ...... Fotografia 73 – Vista para o lixão da cidade de União-PI ......

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DIAGNÓSTICO DO SANEAMENTO BÁSICO DA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO (RIDE) GRANDE TERESINA

Pág. 1. CARACTERIZAÇÃO GERAL – RIDE DA GRANDE TERESINA ...... 14 1. 1 Aspectos Físico–Geográficos ...... 14 1.1.1 Aspectos Climáticos ...... 19 1.1.2 Aspectos geológicos ...... 19 1.2 Caracterização da Bacia Hidrográfica e dos Recursos Hídricos ...... 24 1.2.1 Recursos hídricos ...... 24 1.2.1.1 Águas superficiais ...... 24 1.2.1.2 Águas Subterrâneas ...... 28 1.2.1.3 Qualidade das Águas Superficiais e Subterrâneas ...... 28 1.3 Aspectos Históricos e Político-Administrativos...... 32 1.4 Aspectos Demográficos ...... 33 1.5 Aspectos Econômicos, Socioculturais e de Qualidade de Vida ...... 34 1.6 Aspectos Ambientais ...... 37 1.7 Histórico, Base Legal e Normativa ...... 38 1.7.1 Base Legal e Normativa ...... 38 1.7.1.1 Âmbito Federal ...... 38 2. GESTÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 43 2.1 Situação Atual do Sistema de Abastecimento de Água ...... 45 2.1.1 Captação de água bruta ...... 45 2.1.2 Tratamento Da Água ...... 53 2.1.3 Sistema de distribuição ...... 59 2.1.4 Reservação de água tratada ...... 59 2.1.5 Rede de distribuição ...... 69 2.1.6 Perdas no Sistema ...... 80 2.1.7 Hidrometração...... 82 2.1.8 Matriz Tarifária ...... 86 2.1.9 Outorga de Direito de Uso ...... 88

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3. DIAGNÓSTICO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – RIDE DA GRANDE TERESINA ...... 90 3.1 Gestão dos Serviços de Esgotamento Sanitário ...... 90 3.2 Situação Atual do Sistema de Esgotamento Sanitário ...... 91 3.2.1 Acesso e cobertura da Rede Coletora de Esgoto ...... 91 3.3 Matriz Tarifária ...... 119 4. DIAGNÓSTICO DE DRENAGEM URBANA – RIDE DA GRANDE TERESINA .. 120 4.1 Histórico, Base Legal e Normativa ...... 120 5. DIAGNÓSTICO DE RESÍDUOS SÓLIDOS – RIDE DA GRANDE TERESINA ..... 122 5.1 Histórico, Base Legal e Normativa ...... 122 5.2 Gestão do Setor de Resíduos Sólidos ...... 124 5.3 Classificação ...... 124 5.4 Caracterização do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos...... 126 5.4.1 Geração e Manejo dos RSU ...... 126 5.4.2 Varrição e limpeza dos logradouros públicos ...... 127 5.4.3 Acondicionamento ...... 128 5.4.4 Coleta e Transporte ...... 129 5.4.5 Tratamento e Disposição final ...... 131 5.4.6 Destinação final (RDO, RSS, RCD)...... 135 5.5 Situação Atual do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos ...... 140

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1. CARACTERIZAÇÃO GERAL – RIDE DA GRANDE TERESINA 1. 1 Aspectos Físico–Geográficos A Região Integrada de Desenvolvimento – RIDE da Grande Teresina engloba uma área total de 10.919,19 Km², distribuída em 15 municípios, sendo 14 localizados no Estado do Piauí e um no Estado do Maranhão (Mapa 1). Além de ser capital do Estado do Piauí, Teresina é um centro de referência, principalmente no tocante as questões econômicas, para os demais municípios pertencentes a este aglomerado metropolitano. A saber, compõem a lista de cidades formadoras da RIDE da Grande Teresina os seguintes centros urbanos: Altos, Beneditinos, Coivaras, Curralinhos, Demerval Lobão, José de Freitas, Lagoa Alegre, Lagoa do Piauí, Miguel Leão, Monsenhor Gil, Nazária, Pau d’arco, Timon (Maranhão), União, e a cidade de Teresina. A RIDE Grande Teresina possui uma população total de 1.154.925 (um milhão cento e cinquenta e quatro mil e novecentos e vinte e cinco) habitantes, sendo que sua população é majoritariamente urbana e concentrada em sua maioria na capital. Possui uma área total de 10.919,19 Km², distribuída em 15 municípios, sendo que 14 destes estão localizados no Estado do Piauí e somente um no Estado do Maranhão. Além de ser capital do Estado do Piauí, Teresina é um centro de referência, principalmente no tocante as questões econômicas, para os demais municípios pertencentes a este aglomerado metropolitano, sendo que as demais cidades, com exceção de Miguel Leão, estão localizados a menos de 100 km de distância da capital, levando em consideração as suas sedes municipais, como pode ser constatado na tabela abaixo. A Tabela 1 mostra os dados gerias dos municípios.

Tabela 33 –Dados síntese sobre a RIDE da Grande Teresina

População Distância da Número de Municípios Área (km²) Capital domicílios Urbana Rural Total (km) Teresina 767.557 46.673 814.230 222.154 1.391,981 - Timon 135.133 20.327 155.460 40.487 1.764,610 3,34 União 20.965 21.689 42.654 10.839 1.173,447 56,77 Altos 27.388 11.434 38.822 10.372 957,655 37 José de Freitas 21.601 15.484 37.085 9.222 1.538,176 59,45 Demerval Lobão 10.873 2.405 13.278 3.791 216,807 30,20 Monsenhor Gil 5.309 5.024 10.333 2.854 582,548 59,93 Beneditinos 6.261 3.650 9.911 2.768 788,584 65,81 Nazária 1.652 6,416 8.068 2.194 363,589 30,59 Lagoa Alegre 3.042 4.966 8.008 1.958 394,661 67,21 Curralinhos 1.331 2.852 4.183 1.102 345,848 59,91 Lagoa do Piauí 1.672 2.191 3.863 1.062 426,634 47,13 Coivaras 1.173 2.638 3.811 1.015 485,496 58,56 Pau D’arco 556 3.201 3.757 1.031 430,817 72,5 Miguel Leão 391 862 1.253 329 93,515 67,89 TOTAL 1.004.904 143.402 1.148.306 311.178 10.954,37 -

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Mapa 28 – Região Integrada de Desenvolvimento - RIDE da Grande Teresina Fonte: Dos autores, 2016.

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A RIDE da Grande Teresina está localizada na região Meio Norte do Estado do Piauí, mas necessariamente no território de desenvolvimento chamado de Entre Rios, o território ao todo engloba um conjunto de 31 municípios, a saber: Alto Longá, Altos, Coivaras, José de Freitas, Lagoa Alegre, , Nazária, Pau d’Arco, Teresina, União, que fazem parte do aglomerado de município G7, Beneditinos, Curralinhos, Demerval Lobão, Lagoa do Piauí, Miguel Leão,Monsenhor Gil, aglomerado de município G8, e Agricolândia, Água Branca, Amarante, Angical do Piauí, , Hugo Napoleão, , Lagoinha do Piauí, Olho d’Água do Piauí,, Passagem Franca do Piauí, Regeneração, Santo Antônio dos Milagres, São Gonçalo do Piauí, São Pedro do Piauí, do aglomerado G9. Sendo que os municípios pertencentes da RIDE estão presentes nos aglomerados G7 e G8, assim como pode ser observado na Figura 1.

Figura 1 – Território de desenvolvimento Entre Rios onde está localizada a RIDE da Grande Teresina Fonte: Fundação CEPRO, 2012.

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Na Tabela 2 é possível observar os municípios da RIDE da Grande Teresina que estão localizados a menos de 100 km de distância da capital, levando em consideração as suas sedes municipais, como também pode ser constado no mapa rodoviário da região (Mapa 2).

Tabela 34 – Área territorial e distância dos municípios da RIDE da Grande Teresina para a capital

Item Municípios Área (Km²) Distância de Teresina (Km) 1 Altos 957,655 37 2 Beneditinos 788,584 65,81 3 Coivaras 485,496 58,56 4 Curralinhos 345,848 59,91 5 Demerval Lobão 216,807 30,20 6 José de Freitas 1.538,176 59,45 7 Lagoa Alegre 394,661 67,21 8 Lagoa do Piauí 426,634 47,13 9 Miguel Leão 93,515 67,89 10 Monsenhor Gil 582,548 59,93 11 Nazária 363,589 30,59 12 Pau D´arco 430,817 72,5 13 Timon 1.764,610 3,34 14 União 1.173,447 56,77

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Mapa 29 – Mapa rodoviário da RIDE da Grande Teresina – distância das sedes municipais a capital Fonte: Os autores, 2015.

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1.1.1 Aspectos Climáticos As diversas inter-relações existentes entre os fatores condicionantes do clima quando bem analisadas e interpretadas adequadamente, permitem que sejam amenizados os impactos provocados pelas ocorrências de fenômenos externos e esporádicos sobre os organismos vivos, decorrentes de intervenções antrópicas desenvolvidas em qualquer tipo de ambiente. Para a caracterização dos tipos climáticos identificados na RIDE da Grande Teresina, levou-se em consideração os estudos propostos por Köppen-Geiger. Na determinação dos tipos climáticos de Köppen- Geiger são considerados a sazonalidade e os valores médios anuais e mensais da temperatura do ar e da precipitação. A classificação é baseada no pressuposto, com origem na fitossociologia e na ecologia, de que a vegetação natural de cada grande região da Terra é essencialmente uma expressão do clima nela prevalecente. Cada grande tipo climático é denotado por um código, constituído por letras maiúsculas e minúsculas, cuja combinação denota os tipos e subtipos considerados. De acordo coma a classificação de Köppen, o clima da RIDE da Grande Teresina, segundo é tropical megatérmico (AW), caracterizando-se por ser um clima tropical continental, com duas estações bem definidas: uma chuvosa, abrangendo cerca de cinco meses (de janeiro a maio) e outra seca, no 2o semestre (de julho a novembro)”.

1.1.2 Aspectos geológicos A seguir são apresentadas as características de cada municípios, quanto a geologia, e no mapa 3 é apresentada a geologia da RIDE da Grande Teresina.

Altos As unidades geológicas dominantes nos limites do município restringem-se às coberturas sedimentares. No topo do pacote sedimentar ocorre a Formação Pedra de Fogo, com arenito, folhelho, calcário e silexito. Na porção intermediaria encontram-se arenito,folhelho, siltito e calcário da denominada Formação Piauí. Na base repousam sedimentos da Formação Potí, englobando arenito, folhelho e siltito (CPRM, 2004).

Beneditinos As unidades geológicas cujas litologias estão expostas na totalidade da área do município pertencem às coberturas sedimentares. Encimando o pacote ocorrem sedimentos da denominada Formação Pedra de Fogo, destacando-se arenito, folhelho, calcário e silexito. No meio da sequência encontra-se a Formação Potí reunindo arenito, folhelho e siltito. Na base do pacote repousam rochas da unidade chamada Formação Potí, a qual engloba arenito, siltito e folhelho (CPRM, 2004).

Coivaras As unidades geológicas dominantes nos limites do município restringem-se às coberturas sedimentares, cuja sequência é descrita a seguir. No topo do pacote sedimentar ocorre a Formação Pedra de Fogo, com arenito, folhelho, calcário e silexito. Na porção intermediaria ocorrem arenito, folhelho, siltito e calcário da denominada Formação Piauí. Na base repousam sedimentos da Formação Poti, englobando arenito, folhelho e siltito (CPRM, 2004).

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Curralinhos As unidades geológicas dominantes na totalidade da área do município pertencem às coberturas sedimentares. Encimando o pacote jaz a Formação Pastos Bons reunindo arenito, folhelho e calcário. Entremeando o pacote, destaca-se a Formação Pedra de Fogo com arenito, folhelho, calcário e silexito. Na base do pacote repousam os sedimentos da Formação Piauí, cujos representantes são arenito, folhelho, siltito e calcário (CPRM, 2004).

Demerval Lobão As unidades geológicas dominantes na totalidade da área do município pertencem às coberturas sedimentares. Encimando o pacote jaz a Formação Pastos Bons reunindo arenito, folhelho e calcário. Entremeando o pacote, destaca-se a Formação Pedra de Fogo com arenito, folhelho, calcário e silexito. Na base do pacote repousam os sedimentos da Formação Piauí, cujos representantes são arenito, folhelho, siltito e calcário (CPRM, 2004).

José de Freitas Geologicamente, as unidades cujas litologias afloram nos limites do município pertencem às coberturas sedimentares, abaixo descritas. Os sedimentos mais recentes do pacote pertencem à denominada Formação Pedra de Fogo, que reúne arenito, folhelho, calcário e silexito. Logo abaixo encontram-se as litologias que compõem a Formação Piauí, constando de arenito, folhelho, siltito e calcário. Segue-se a Formação Potí com arenito, folhelho e siltito. Na base da sequência repousam os sedimentos da Formação Longá, a qual agrupa arenito, siltito, folhelho e calcário (CPRM, 2004).

Lagoa Alegre As unidades geológicas que ocupam os domínios do município pertencem às coberturas sedimentares, descritas abaixo. Na parte superior do pacote sedimentar aflora a Formação , reunindo arenito, conglomerado e folhelho. Entremeando a sequência aparece a Formação Piauí, com arenito, siltito, folhelho e calcário. Na base repousam os sedimentos da Formação Poti, representada por arenito, folhelho e siltito (CPRM, 2004).

Lagoa do Piauí Geologicamente, as unidades presentes na totalidade da área do município estão inseridas nas coberturas sedimentares, em seguida descritas. Encimando o pacote sedimentar ocorre a Formação Pastos Bons, composta de arenito, folhelho e calcário. A Formação Pedra de Fogo faz-se presente através de exposições de arenito, folhelho, calcário e silexito. Logo após repousam os sedimentos da denominada Formação Piauí, que reúne arenito, folhelho, siltito e calcário. Na base da sequência encontra-se a Formação Poti, englobando arenito, folhelho e siltito (CPRM, 2004).

Miguel Leão Geologicamente, as litologias mapeadas no âmbito do município constituem-se de representantes das coberturas sedimentares, em seguida descritas. No topo da sequência aparece a Formação Corda, com arenito, argilito, folhelho e siltito. No meio do pacote jaz a Formação Pastos Bons, englobando arenito, folhelho e calcário. Na base deste pacote sedimentar repousa a denominada Formação Pedra de Fogo, reunindo arenito, folhelho, calcário e silexito (CPRM, 2004).

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Monsenhor Gil As unidades geológicas que dominam na área do município pertencem às coberturas sedimentares, como abaixo descritas. Os sedimentos mais recentes fazem parte da Formação Corda, que reúne arenito, argilito, folhelho e siltito. A Formação Pedra de Fogo engloba arenito, folhelho, calcário e silexito. A Formação Piauí destaca-se com arenito, folhelho, siltito e calcário. Na porção basal do pacote jazem os sedimentos da Formação Poti compreendendo arenito, folhelho e siltito (CPRM, 2004).

Nazária O município de Nazária está sob a influência de três formações principais, a saber: Formação Pedra de Fogo, grupo Balsas; Formação Pastos Bons, grupo Mearim e Formação Piauí, grupo Balsas. A Formação Pedra do Fogo, grupo Balsas engloba arenito, folhelho e siltito. E que por sua vez é a que abrange maior parte do território do município. Em seguida, a Formação Pastos Bons, grupo Mearim, englobando argilito, folhelho, siltito argiloso. Por conseguinte a menor das formações representativas do município, a Formação Piauí, grupo Balsas, englobando arenito, argilito, folhelho e siltito.

Pau D’arco do Piauí As unidades geológicas cujas litologias ocorrem nos limites do município pertencem às coberturas sedimentares, como descritas abaixo. Encimando o pacote, jaz a Formação Pedra de Fogo reunindo arenito, folhelho, calcário e silexito. Repousando na base encontra-se a Formação Piauí contendo arenito, folhelho, siltito e calcário (CPRM, 2004).

Teresina Na cidade de Teresina e seus arredores afloram apenas a parte superior da Formação Piauí e a parte basal da Formação Pedra de Fogo. A parte superior da Formação Piauí é representada por um pacote deaproximadamente40 metros espessura, constituído de arenito cinza, médio a grosseiro, bem selecionado, friável, conhecido na literatura geológica como “Arenito Saraiva”. Os afloramentos são restritos e, em geral, muito alterados e intemperados, transformados em solo. Na parte sul do município, região de Piaçaba, Bom Futuro e são encontrados alguns afloramentos de arenitos dessa formação (CPRM, 2004). A Formação Pedra de Fogo domina a paisagem geológica do município de Teresina, aflorando em cerca de 70 a 80% da sua área.

Timon O município de Timon está sob influência sob a formação corda, englobando arenito, argelito, folhelho, siltico argiloso. Assim como também sob influência da formação Motuca, englobando arenito, argilito e siltito. Em seguida a Formação Pedra de Fogo, englobando arenito, folhelho e siltito. Logo após, a Formação Piauí,agrupando arenito, argilito, folhelho e siltito. E ao extremo norte do município as formações depósitos Aluvionares, englobando areia e areia arcoseana, e barreiras, sedimentos argilosos, arenosos e conglomeráticos, abrangendo arenito e pelito (CPRM, 2004).

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União As unidades geológicas cujas litologias se destacam nos limites do município pertencem, na sua totalidade, às coberturas sedimentares. Os sedimentos mais recentes dizem respeito aos Depósitos Aluvionares, constituídos de areias e cascalhos inconsolidados. Na sequência aparece o Grupo Barreiras, reunindo arenito e conglomerado, intercalações de siltito e argilito. Em seguida a Formação Pedra de Fogo, englobando arenito, folhelho, calcário e silexito. Logo após, a Formação Piauí,agrupando arenito, folhelho, siltito e calcário. Repousando na base do pacote encontra-se a Formação Potí, com arenito, folhelho e siltito (CPRM, 2004).

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Mapa 30 – Geologia da RIDE da Grande Teresina Fonte: Dos autores, 2016.

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1.2 Caracterização da Bacia Hidrográfica e dos Recursos Hídricos 1.2.1 Recursos hídricos

1.2.1.1 Águas superficiais Os recursos hídricos superficiais gerados no estado do Piauí estão representados pela bacia hidrográfica do rio Parnaíba, ocupando uma área de 330.285 km², o equivalente a 3,9% do território nacional, e abrange o estado do Piauí e parte do Maranhão e do Ceará. O rio Parnaíba possui 1.400 quilômetros de extensão e a maioria dos afluentes localizados a jusante de Teresina são perenes e supridos por águas pluviais e subterrâneas. Depois do rio São Francisco, é o mais importante rio do Nordeste. Dentre as sub-bacias, destacam-se aquelas constituídas pelos rios: Balsas, situado no Maranhão; Potí e Portinho, cujas nascentes localizam-se no Ceará; e Canindé, Piauí, Uruçuí-Preto, Gurguéia e Longá, todos no Piauí. Cabe destacar que a sub-bacia do rio Canindé, apesar de ter 29,76% da área total da bacia do Parnaíba, drena uma grande região semiárida. De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado (PERH, 2010), o Piauí possui uma grande disponibilidade hídrica tanto superficial quanto subterrânea, totalizando um volume de 19,0005 bilhões de metros cúbicos, sendo 17,9526 bilhões de metros cúbicos em água superficial (PERH, 2010). Quanto a infraestrutura hídrica, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (SEMAR- PI), possuía em seu banco de dados 215 reservatórios artificiais, com uma capacidade de armazenamento de 9.377 hm³. Entretanto desse total, a Barragem Boa Esperança contém aproximadamente 5,0 bilhões de metros cúbicos. Ainda, se forem listados os reservatórios com capacidade de acumulação acima de 10 hm³, seriam selecionados 20 reservatórios, mas que representariam 92,75% da água armazenada. Um dado interessante a se ressaltar é que a maioria desses reservatórios se encontram na Bacia do Rio Canindé, como se pode ver no Quadro 1.

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Quadro 6. Açudes Estratégicos do Estado do Piauí Barragem Rio Barrado Capacidade (hm³) Bacia Hidrográfica Bezerros Bezerro 11,00 Longá Cajueiro I Riacho Tanquinho 15,00 Canindé Estreito Boa Esperança 19,35 Canindé Cajazeiras Condado 24,70 Canindé Ingazeira Canindé 25,72 Canindé Poços 43,00 Itaueira Barreiras Catolé 52,80 Canindé Caldeirão Caldeirão 54,60 Longá Mesa de Pedra Sambito 55,00 Poti Corredores Jenipapo 63,00 Longá Piaus Marçal 104,51 Canindé Bocaina 106,00 Canindé Petrônio Portela Piauí 181,00 Canindé Algodões II Curimatá 247,00 Gurgueia Jenipapo Piauí 248,00 Canindé Piracuruca 250,00 Longá Poços Marruá Itaim 293,16 Canindé Salinas Salinas 385,00 Canindé Boa Esperança Parnaíba 5.085,00 Difusas da Boa Esperança Fonte: Plano Estadual de Recursos Hídricos do Piauí, 2010. Modificado.

Para RIDE da Grande Teresina podem ser destacados dois reservatórios: barragem Beneditinos, em Beneditinos, e barragem Bezerro, em José de Freitas. Ambas são barragem de terra, mas a primeira tem capacidade de acumulação de 4,29 hm³, já a segunda, 10,0 hm³. Entretanto, de acordo com relatórios produzidos pelos técnicos da SEMAR-PI, as estruturas dessas barragens necessitam de reparos, principalmente os taludes em que foram encontradas erosões em suas paredes, além de arvores de grande porte. O risco se torna ainda maior porque ambas barragens estão situadas no perímetro urbano dos municípios, Bezerro, por exemplo, os moradores usam sua área para fazer caminhadas. O Maranhão é o único estado do Nordeste que menos se identifica com as características hidrológicas da região, pois não há estiagem e nem escassez de recursos hídricos, tanto superficiais como subterrâneos, em seu território. É detentor de uma invejável rede de drenagem com, pelo menos, dez bacias hidrográficas perenes. Podem ser assim individualizadas: Bacia do rio Mearim, Bacia do rio Gurupi, Bacia do rio Itapecuru, Bacia do rio Grajaú, Bacia do rio Turiaçu, Bacia do rio Munim, Bacia do rio Maracaçumé-Tromaí, Bacia do rio Uru-Pericumã-Aurá, Bacia do rio Parnaíba-Balsas, Bacia do rio , além de outras pequenas bacias. O município de Timon, Timon apesar de margear o Parnaíba, apresenta-se em duas bacias hidrográficas: Itapecuru e Médio Parnaíba. A primeira pertence a região hidrográfica Nordeste Oriental, enquanto a segundo a RH do Parnaíba.

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A Região Hidrográfica do Parnaíba drena uma área aproximada de 331.441 km², distribuída entre os estados do Piauí, Maranhão e Ceará, sendo que uma parte está localizada no estado do Piauí, onde podem ser encontrados vários rios intermitentes. Em sua foz, o rio Parnaíba apresenta uma planície litorânea com aspectos variados. Ele se origina da junção dos rios Surubim, Água Quente e Boi Pintado, cujas nascentes situam-se na serra da Tabatinga que é o ponto de convergência dos estados do Piauí, Maranhão, Tocantins e , numa altitude aproximada de 800 metros, no extremo sul do Maranhão. Após um percurso de aproximadamente 1.400 km, desemboca em forma de delta, entre as baías do Caju e das Canárias. A partir da nascente, o curso segue rumo norte, margeado pelas serras do Penitente e Grande até a confluência com o rio Medonho, onde apresenta leve mudança para nordeste, mantendo seu curso até o município de Nova Iorque. De lá sofre uma súbita inflexão para leste, até Floriano, quando retorna seu rumo para norte. Próximo a Duque Bacelar, o rio começa a fluir em direção nordeste, acentuando-se próximo à Santa Quitéria, persistindo até a foz. Flui, predominantemente, sobre terrenos Paleozoicos, porém, próximo a sua desembocadura corre sobre terrenos Quaternários. Seus principais afluentes, pela margem direita, são os rios Gurguéia, Uruçuí Preto, Poti, Longá. Pela margem esquerda, rio das Balsas. Este tem suas cabeceiras na chapada das Mangabeiras com altitude média de 600 metros, após percorrer uma extensão de 525 km. Desagua no rio Parnaíba, à altura das cidades de Benedito Leite (MA) e Uruçuí (PI), cuja bacia hidrográfica tem cerca de 24.540 km². Trata-se de rio perene e tem como principais afluentes o rio Balsinhas, pela margem direita, e os rios Maravilhas e Neves, pela esquerda. Além do rio Parnaíba, drenam a área do município os riachos: Garapa, Tapera, Humaitá, Buriti, São Benedito, Varjota, Seco, Gameleira, Itaguará, Gameleira, Sangrador, Maracujá, Iguará, da Prata, Castelo, da Volta, dentre outros.

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Mapa 31 – Hidrologia da RIDE da Grande Teresina Fonte: Dos autores, 2016.

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1.2.1.2 Águas Subterrâneas A RIDE da Grande Teresina está assente sobre a bacia sedimentar do Parnaíba. Essa bacia possui uma superfície cerca de 600.000 km², abrangendo inteiramente o Estado do Maranhão e 75% do Estado do Piauí. Possui pacotes de sedimentos que podem alcançar até 3.000 metros de espessura, apresentando litologia variada e estratos alternados com predominância de sedimentos clásticos como arenitos, folhelhos e siltitos e de origem química, como calcário, gipsita silexito. Seu desenvolvimento se deu na era Paleozoica, tendo finalizado na era Mesozoica. A bacia sedimentar do Parnaíba pode ser subdividida em conjuntos mais ou menos homogêneos, que podem ser designados como: Serra Grande, , Cabeças, Longá, Poti, Piauí, Pedra de Fogo, Sambaíba, Pastos Bons, Corda e Sardinha. As formações Serra Grande, Cabeças, Poti e Piauí possuem extensão regional e um grande volume de água, sendo considerados os principais aquíferos da bacia. O aquífero Serra Grande éconstituído por arenitos, granulometria fina a muito grosseira; trata-se de um aquífero poroso, sendo sua espessura variando de 80,0 (em zonas de recargas) a 500,0 (zonas confinadas) metros. É nessa última em que apresenta grande potencial hídrico, com vazões superiores a 100,0 m³/h, rebaixamento de 25,0 m e 12 horas de bombeamento. De acordo com o relatório da CPRM (2015), apresenta uma Reserva Permanente de 995x109 m³ e Recursos Explotáveis de 3,98x109 m³/ano. O aquífero Cabeças também é constituído por arenitos, finos a médios, consolidados, com frequente estratificação cruzada, além de siltitos e presença de conglomerados na porção média a inferior do pacote. Quando livre apresenta espessura de 150,0 m e capacidade de vazão de 45,0 m³/h; quando confinado, sua espessura média é de 300,0 m e capacidade de 100,0 m³/h, para 25,0 m de rebaixamento e 12 horas de bombeamento. Apresenta uma Reserva Permanente de 255x109 m³ e Recursos Explotáveis de 1,0x109 m³/ano. As formações Poti e Piauí apresentam características hidráulicas muito semelhantes, por isso, muitas vezes são tratadas como o sistema aquífero Poti/Piauí. Assim como os dois anteriores, apresenta-se nas condições livre e confinado, com uma espessura média de 400,0 m. Na condição livre, sua vazão varia de 25 a 50 m³/h, já na condição confinada, sua vazão pode alcançar até 100,0 m³/h. O sistema aquífero apresenta uma Reserva Permanente de 540,0x109 m³ e Reserva Explotável de 2,0x109 m³/ano. Com relação a RIDE, ainda podem ser destacados o aquitardo Pedra-de-fogo. Esse aflora as margens do rio Parnaíba, principalmente na região ao sul da capital piauiense, sua alimentação principal vem das infiltrações diretas das chuvas e, em segundo plano, de águas profundas em movimentos ascendentes. É constituído principalmente por siltitos, folhelhos, arenitos muitos finos, argilosos e lentes de silexitos. Apresenta-se também na condição de livre e confinado, no entanto, sua capacidade é da ordem de 4,01 hm³/ano, apresentando uma Reserva Permanente de 42.396 hm³.

1.2.1.3 Qualidade das Águas Superficiais e Subterrâneas A qualidade dos corpos hídricos é especialmente importante quando se fala em abastecimento de água potável e lançamento de efluentes nos mananciais, isso porque, para o primeiro caso, as características do corpo hídrico irão influenciar diretamente no tipo de tratamento que as águas provenientes dele deverão receber para estarem de acordo com o Padrão de Potabilidade da Água, regulado pela Ministério da Saúde. No segundo caso, ele dita qual deverá ser a eficiência do tratamento do esgoto de modo que a capacidade corpo hídrico, onde será lançado, não seja ultrapassada. Além disso, a depender da qualidade das águas do trecho, podem ainda determinar os locais para implantação das estações de tratamento de água e esgoto.

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Nesse sentido é importante observar as resoluções CONAMA que tratam do enquadramento dos corpos hídricos – CONAMA nº 357, de 17 de maio de 2005; CONAMA nº 396, de 03 de abril de 2008 – e padrão de lançamento de efluentes – CONAMA nº 430, de 03 de maio de 2011. A resolução CONAMA nº 357/2005 dispõe sobre a qualidade e a classificação dos mananciais superficiais. Segundo ela, há treze (13) classes em qual pode-se classificar um manancial: cinco (05) classes para águas doces, quatro (04) para águas salobras e quatro (04) para águas salinas.Quanto maior o número da classe, menor será a qualidade das águas daquele trecho. A resolução CONAMA nº 396/2008 dispões sobre a qualidade e classificação de águas subterrâneas, sendo no total seis (06) classes. A resolução CONAMA nº 430/2011 dispões sobre padrões de lançamento de efluentes em corpos d’águas, trazendo alguns parâmetros extras a serem analisados para os efluentes antes de lançá-los nos mananciais. Vale destacar que os objetivos de se determinar as classes e, por ventura, as metas para o enquadramento dos corpos d’águas são: assegurar às águas qualidade compatível com seus usos mais exigentes a que forem destinadas e diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante medidas preventivas (art 9º, I e II, da Lei nº 9.433/1997).Por isso, faz-se necessário o monitoramento qualitativo das águas, pois assim será possível conhecer “o rio que temos” e estabelecer metas para “o rio que queremos”. Entretanto, e apesar da direta relação com o saneamento básico, em seus componentes de abastecimento público e esgotamento sanitário, poucas são as bacias que fazem o monitoramento qualitativo de suas águas e consequentemente possuem planos de enquadramento. Segundo o relatório Conjuntura 2015, disponibilizado pela ANA, apenas 18 UFs possuem rede estadual de monitoramento de qualidade de água, entretanto não há um padrão quanto a frequência e nem quanto aos parâmetros analisados. Com relação ao enquadramento, o mesmo relatório cita-se que apenas os Conselhos Recursos Hídricos dos Estados do Rio Grande Sul, , São Paulo e Distrito Federal aprovaram resoluções nesse sentido. Dos Estados do Maranhão e Piauí, apenas aquele faz algum monitoramento, mas esse se concentra na porção noroeste do Estado, em outras palavras, a RIDE da Grande Teresina não possui um programa de monitoramento de suas águas. Logo, para composição desses dados foi necessários trabalhos relacionados nessa área e observar o que citavam os respectivos planos estaduais de recursos hídricos desses Estados. O Plano Estadual de Recursos Hídricos do Piauí (2010) relata dois estudos feitos por Rocha (2001) e Rocha (2002) em que analisam a qualidade dos rios Parnaíba e Poti a partir do lançamento de efluentes das ETEs Pirajá e Leste, ambas no município de Teresina-PI. Rocha (2001) realizou o monitoramento do rio Parnaíba entre julho de 1999 a maio de 2000 analisando a influência da ETE Pirajá, tendo o rio apresentado as características apresentadas no Quadro 2.

Quadro 7 - Resultado do Monitoramento do Rio Parnaíba no Local de Lançamento dos Efluentes da ETE Pirajá. Montante à ETE Pirajá Jusante da ETE Pirajá Parâmetro Unid Mínimo Médio Máximo Mínimo Médio Máximo Temperatura ºC 25 29 33 24 28 32 pH 6.1 6.7 7.2 6.2 6.7 7.2 Cond. Elétrica microS/cm 9 42 180 8 45 170 DBO mg/L 2 5 10 3 7 17 DQO mg/L 41 48 197 4 48 197 Sólidos Totais mg/L 10 372 3722 20 208 1067 Coliformes Totais UFC/100mL 2,0x103 1,3 x104 9,0x104 4,0x103 3,7x104 7,0x105 Fonte: PERH (2010)

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Em Rocha (2002), segundo o PERH (2010), o foco é rio Poti, tendo sido analisado sua qualidade a montante e a jusante da ETE leste em Teresina-PI. O trabalho foi realizado a abril de 1999 a novembro de 2001, tendo abarcado três épocas de seca e três de cheias. Os resultados podem ser conferidos no Quadro 3 abaixo.

Quadro 8 - Qualidade do Rio Poti no Local de Lançamento da ETE Leste Montante da ETE Leste Jusante d ETE Leste Parâmetro Unid Média Média DBO mg/L 5 - 10 7 -16 Coliformes Totais NMP/100mL 9,3x103- 9,2x102 6,9x103 – 4,4x104 Fonte: PERH (2010)

Com relação as águas do rio Poti ainda podem ser citadas os trabalhos de Silva et. al (2010), que analisou a qualidade do rio em sete (07) pontos dentro do perímetro urbano de Teresina-PI; Oliveira e Silva (2014), que analisou a qualidade das águas do rio para o lazer utilizando os mesmo pontos da pesquisa de Silva et. al (2010); e Damasceno et. al (2008), que fez o monitoramento de 10 pontos do rio Poti e suas implicações para o consumo humano. Embora com objetivos diferentes, todos os três trabalhos visavam comparar a qualidade das águas do rio Poti e a classe1 em que está enquadrado. A seguir são apresentados os resultados desses trabalhos. Damasceno (2008) fez o monitoramento entre junho a dezembro de 2004, coletando as amostras de 10 pontos distintos, desde o residencial São Paulo (P1) até a foz do rio Poti no Parnaíba (P10). O Quadro 4 apresenta a média dos parâmetros analisados para cada ponto de coleta.

Quadro 9 - Parâmetros analisados por Damasceno Parâmetro P-1 P-2 P-3 P-4 P-5 P-6 P-7 P-8 P-9 P-10 OD (mg/L) 5,11 4,41 3,75 3,70 3,53 3,09 3,86 2,92 4,27 5,64 Amônio (mg/L) 1,42 1,69 2,11 2,04 2,11 2,21 4,07 3,86 2,39 1,74 Amônia (mg/L) 0,04 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,09 0,11 0,11 0,05 Clorofila-a 9,14 9,77 8,95 7,94 10,43 9,95 15,52 8,45 9,71 9,80 Col. Term. (UFC/100mL) <500 <1.000 150 183 800 1.230 <1.000 173 113 <500 Coli. Totais (UFC/100ml) 1.163 1.973 510 653 1890 1845 1305 495 975 1.133 Fonte: Damasceno et. al (2008)

Damasceno et. al. (2008) ainda coletou informações sobre a temperatura, em que verificou que a menor temperatura média do período foi de 30,0 ºC no ponto P-1 e a maior, de 31,1 ºC no ponto P-7 e P-9. Também foram analisados sólidos totais dissolvidos (STD), no qual se averiguou que a concentração máxima foi de 185 mg/L no ponto P8, mas não ultrapassando o limite máximo da classe 2. Por último, - ainda se faz a consideração sobre o nitrato (NO 3) no qual sua concentração variou entre 0,29 a 0,72 mg/L, não ultrapassando o máximo permitido para a classe do rio, que é de 10 mg/L.

1 A resolução CONAMA nº 357/2005, em art 42, sugere que enquanto não foram elaborados os planos de enquadramento, as águas doces serão consideradas classe 2.

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Silva et. al. (2010) coletaram amostras mensalmente entre os meses de abril de 2009 a dezembro de 2009, sendo analisados as seguintes variáveis: coliforme termotolerantes, oxigênio dissolvido, DBO, nitrato, fósforo total, pH, temperatura, turbidez e sólidos totais. Os pontos de coletas vão desde a Usina Santana até a Ponte M. G. Castelo Branco, perto da foz do rio Poti. O Quadro 5 apresenta as médias das variáveis em cada ponto.

Quadro 10 - Valores médios da qualidade dos pontos monitorados no rio Poti. Parâmetro P-0 P-1 P-2 P-3 P-4 P-5 P-6 Temperatura (ºC) 29,0 30,40 30,40 31,10 30,90 31,10 31,20 OD (mg/L) 6,31 6,25 5,99 6,03 6,11 5,40 6,08 OD saturação (%) 83 85 81 82 84 74 84 DBO (mg/L) 0,96 0,80 1,46 1,39 1,71 1,90 2,37 Turbidez (NTU) 55 56 60 66 58 52 54 Nitrato (mg/L) 0,37 0,37 0,43 0,49 0,55 0,57 0,85 Fosfato (mg/L) 0,07 0,07 0,08 0,09 0,08 0,10 0,11 pH 7,60 7,60 7,61 7,52 7,61 7,49 7,53 Coliformes (NMP/100mL) 162 253 915 376 407 6467 1067 Sólidos Totais (mg/L) 214 214 216 224 224 228 234 Fonte: Silva et. al (2010) Pela análise dos três trabalhos apresentados sobre a qualidade das águas do rio Poti, percebe-se que a medida que ele adentra no perímetro urbano da capital piauiense sua qualidade vai piorando. Chama-se atenção para a concentração de coliformes termotolerantes que chega a alcançar valor muito superior ao permitido para a classe do rio, que é de no máximo 1.000 NMP/100mL. Para a avaliação das águas subterrâneas cita-se as análises feitas pelo PERH (2010) e o levantamento feito pela CPRM para compor o Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea, sendo o principal parâmetro analisado em ambos foi a concentração de sólidos totais dissolvidos (STD). No estudo da CPRM, a análise dos STD é utilizada para caracterizar as águas quanto a doce, salobras ou salinas; e que é baseado no estudo de Mcneely et al. (1979). OQuadro 6 mostra a classificação utilizada.

Quadro 6 - Classificação das águas subterrâneas segundo McNeely et al. (1979) Tipo de água STD (mg/L) Doce < 1.000 Ligeiramente Salobra 1.000 – 3.000 Moderadamente Salbora 3.000 – 10.000 Fonte: CPRM De acordo com o relatório da CPRM para o município de Timon/MA, as águas subterrâneas foram consideradas doce, apresentando uma concentração de STD média de 186,81 mg/L, sendo a máxima de 898,95 mg/L encontrada na localidade São Miguel. Partindo dessa mesma premissa e analisando os dados produzidos pelo PERH (2010) para as bacias do Piauí e considerando ainda que a RIDE se encontra entre as bacias do médio Parnaíba, baixo Parnaíba, Poti e Longá; percebe-se que nessas bacias a quantidade de STD encontra se situo abaixo de 500 mg/L, portanto também sendo consideradas águas doces. No entanto, chama-se atenção para a bacia do baixo Parnaíba, em que em alguns lugares, próximo às margens do rio principal e da bacia do rio Poti, foram encontrados pontos com concentrado entre 500 a 1000 mg/L, mas ainda dentro da faixa de águas doces.

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1.3 Aspectos Históricos e Político-Administrativos A Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina foi criada pela Lei Complementar nº 112, de 19 de setembro de 2001, e regulamentada pelo Decreto nº 4.367, de 9 de setembro de 2002. A RIDE tem como competência articular, harmonizar e viabilizar as ações administrativas da União, dos Estados do Piauí e do Maranhão e dos municípios que a compõem para a promoção de projetos que visem à dinamização econômica e provisão de infraestruturas necessárias ao desenvolvimento em escala regional. Enquanto institucionalidade legalmente constituída, a RIDE tem prioridade no recebimento de recursos públicos destinados a investimentos que estejam de acordo com os interesses consensuados entre os entes. Esses recursos devem contemplar demandas por equipamentos e serviços públicos, fomentar arranjos produtivos locais, propiciar o ordenamento territorial e assim promover o seu desenvolvimento integrado. Dentre as peculiaridades da RIDE da Grande Teresina está o seu caráter metropolitano, pois Teresina é polo atrativo, tanto como centro comercial, como também como centro prestador de serviços, em especial na área de saúde e educação. Tal fato gera intenso fluxo de pessoas, como também uma convergência de interesses político-institucionais das cidades que a compõem. Projetos rodoviários para melhor integrar essas unidades municipais já são uma necessidade premente, o que torna possíveis ações integradoras em lógica metropolitana. Vários outros setores possuem o mesmo nexo, como o da hortifruticultura, do turismo de eventos, da educação, segurança e saneamento básico. A RIDE da Grande Teresina conta com um Conselho Administrativo da Região Integrada de Desenvolvimento (COARIDE), criado também pelo Decreto nº 4.367, de 9 de setembro de 2002. Seus membros são responsáveis por articular ações administrativas entre o Governo Federal, Estadual e Municipal, buscando interesses comuns nos respectivos setores da administração pública mencionadas anteriormente.

A inclusão dos municípios de Pau D’arco e Nazária na RIDE da Grande Teresina. Emancipada pela Lei Estadual nº 4810, de 14 de novembro de 1995, Nazária passa a pertencer a RIDE da Grande Teresina em 2009, quando ocorre a primeira eleição municipal no novo distrito. Já o município de Pau D’arco, criado através da Lei 4.904, de 29 de outubro de 1997, foi instalado em 2001. Os municípios de Pau D’arco e Nazária foram formalmente incluídos na RIDE da Grande Teresina, após discussão na COARIDE (Conselho Administrativo da RIDE). Dia 17 de maio de 2013 foi aprovado por unanimidade pelo Conselho, a inclusão dos dois municípios. Conforme Art 1º, 2º da lei complementar nº 112, de 19 de setembro de 2001, tal como Art 1º e 2º do Decreto nº 4.367, de 09 de setembro de 2002.

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1.4 Aspectos Demográficos A RIDE da Grande Teresina possui uma população total de 1.154.925 (um milhão cento e cinquenta e quatro mil e novecentos e vinte e cinco) habitantes, sendo que as áreas urbanas da região é habitada por uma população e 1.007.769 (um milhão sete mil setecentos e sessenta e nove) e nas áreas rurais 147.156 (cento e quarenta e sete mil cento e cinquenta e seis) habitantes, distribuídos como mostra a tabela 3.

Tabela 35 – População urbana e rural da RIDE da Grande Teresina

MUNICÍPIOS REGIÃO POPULAÇÃO Urbana 27.388 Altos Rural 11.434 Urbana 6.261 Beneditinos Rural 3.650 Urbana 1.173 Coivaras Rural 2.638 Urbana 1.331 Curralinhos Rural 2.852 Urbana 10873 Demerval Lobão Rural 2405 Urbana 21601 José de Freitas Rural 15.484 Urbana 3.042 Lagoa Alegre Rural 4.966 Urbana 1.672 Lagoa do Piauí Rural 2.191 Urbana 391 Miguel Leão Rural 862 Urbana 5.309 Monsenhor Gil Rural 5.024 Urbana 1.652 Nazária Rural 6.416 Urbana 3.201 Pua D’arco Rural 556 Urbana 767.777 Teresina Rural 46.662 Urbana 135.133 Timon Rural 20.327 Urbana 20.965 União Rural 21.689 Ride da Grande Urbana 1.007.769 Teresina Rural 147.156

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Ao se ver a região quanto ao ranking dos municípios mais populosos percebe-se que Teresina, capital do Estado do Piauí, é o mais populoso, com um montante de 814.439 (oitocentos e quatorze mil quatrocentos e trinta e nove) habitantes, sendo a soma das áreas urbanas e rurais, seguidos dos municípios de Timon (155.460); União (42.654); Altos (38.822); José de Freitas (37.085), como os mais populosos. Para se ter uma noção, esses cinco municípios concentram 82,12% de toda a população da RIDE, sendo Teresina representam 70,5%. Outro fato interessante a se notar é que os municípios de Coivaras, Curralinhos, Lagoa Alegre, Lagoa do Piauí, Miguel Leão e Nazária apresentam sua população rural maior que a urbana.

1.5 Aspectos Econômicos, Socioculturais e de Qualidade de Vida O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH é um índice que busca medir o grau de desenvolvimento das nações, levando-se em conta três indicadores indispensáveis: a educação, longevidade e renda de uma população. O índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1 estiver o IDH mais alto será, o que se traduz em desenvolvimento total. Portanto lê-se os indicadores e classificação das nações, Estados e cidades da seguinte forma: Muito baixo: 0 – 0,499; Baixo: 0,500 – 0,599; Médio: 0,600 – 0,699; Alto: 0,700 – 0,799; Muito alto: acima de 0,800. O Brasil, por exemplo, segundo dados coletados em 2014 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, ocupa o 75º lugar no ranking das nações com melhores índices de desenvolvimento humano, sendo a Noruega a detentora do 1º lugar. Já em relação a RIDE da Grande Teresina não possui um IDH específico que classifique toda a região, portanto apresenta-se a seguir os índices de todos os municípios que a compõe. Ao que pode ser observado na Tabela 4 percebe-se que na RIDE da Grande Teresina exatamente 46,66% de seus municípios estão com IDHM baixo, o qual varia entre 0,500 a 0,599, sendo que tal porcentagem é composta pelos municípios de: Beneditinos, Coivaras, Curralinhos, Lagoa do Piauí, Pau D’arco e União. Contudo, os municípios de Altos, Demerval Lobão, José de Freitas, Miguel Leão, Monsenhor Gil, Nazária e Timon, possuem IDHM médio, os quais representam os outros 46,66% da RIDE da Grande Teresina. E finalmente, Teresina que foi o único município que apresentou IDHM alto. Além disto, na Tabela 4 nota-se a colocação dos municípios da RIDE da Grande Teresina em relação aos componentes que fazem parte do IDH, como por exemplo, educação, longevidade e renda. No quesito educação a realidade torna-se mais preocupante, já que em 46,66% dos municípios da região possuem o IDHM educação muito baixo, o qual está situado no intervalo de 0 – 0,499, onde esta realidade é observada em Beneditinos, Coivaras, Curralinhos, Lagoa Alegre, Lagoa do Piauí e União. Já os demais, Altos, Demerval Lobão, José de Freitas, Miguel Leão, Monsenhor Gil, Nazária e Timon, que representam 46,66% dos municípios da região possuem IDHM educação baixo. Novamente, Teresina, é o único que apresentou IDHM educação de 0,707.

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Tabela 36 - Índice de Desenvolvimento Humano da RIDE da Grande Teresina Município IDHM IDHM Educação IDHM Longevidade IDHM Renda Teresina 0,751 0,707 0,820 0,731 Timon 0,649 0,579 0,768 0,614 Miguel Leão 0,623 0,533 0,782 0,579 Demerval Lobão 0,618 0,515 0,781 0,588 José de Freitas 0,618 0,512 0,781 0,591 Monsenhor Gil 0,615 0,524 0,781 0,568 Altos 0,614 0,512 0,767 0,590 Nazária 0,602 0,512 0,780 0,546 Lagoa do Piauí 0,583 0,464 0,778 0,548 União 0,577 0,453 0,781 0,542 Coivaras 0,565 0,453 0,732 0,543 Beneditinos 0,557 0,394 0,780 0,561 Curralinhos 0,555 0,438 0,762 0,512 Lagoa Alegre 0,550 0,425 0,728 0,538 Pau D’arco 0,514 0,376 0,742 0,488 Fonte: site Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2010.

Surpreendentemente todos os municípios apresentaram IDHM longevidade do tipo alto, que está situado no intervalo que vai de 0,700 a 0,799. Tal situação se justifica pela aquisição e incorporação de políticas públicas de assistência social, assistência médica universalizante, incentivo e a incorporação à prática de exercícios físicos ao cotidiano, acesso a medicamentos, e a boa prática alimentar. Já em relação a componente renda observa-se que em 80% da RIDE da Grande Teresina o índice de desenvolvimento humano caracterizou-se como baixo, já na cidade de Pau D’arco a situação fora a mais preocupante, atingindo a colocação de 0,488 no IDHM renda. Timon por sua vez atingiu um IDHM médio, e Teresina, novamente um IDHM renda alto, com 0,731. Na figura 2, estão representados o IDHM dos Municípios e os limites inferiores das faixas de Desenvolvimento Humano de acordo com o PNUD. Como se percebe, 46,67% dos municípios da RIDE (07) são classificados com um IDHM Baixo, enquanto 46,67% (07) apresentam IDHM médio. Apenas Teresina apresenta-se na faixa de desenvolvimento alto, com um IDHM 0,751.

35

0,8

0,75

0,7

0,65

0,6

0,55

0,5

0,45

IDHM Municípios IDHM Baixo IDHM Médio IDHM Alto IDHM Muito Alto

Figura 2 - IDHM dos Municípios de acordo com a classificação PNUD. Fonte: site Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2010.

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1.6 Aspectos Ambientais A região que engloba a RIDE da Grande Teresina está sob a influência do bioma Caatinga e do ecótono Caatinga-Amazônia. A Caatinga é um dos principais biomas brasileiros, assim como também dentre todos é o único exclusivo ao território do Brasil. Está presente principalmente na Região Nordeste, e ocupa uma área de 73.683.649 há, ou 6,83% do território nacional. O termo, Caatinga, é originário do tupi-guarani e significa mata branca. Tal nome se justifica pelas principais características edafoclimáticas da região, e pelos tipos de vegetação dominante, com características xerófitas, ou seja, formações vegetais secas, que compõem uma paisagem cálida e espinhosa, e caducifólias. E o ecótono Caatinga –Amazônia é composto pelas vegetações transicionais dentre os dois grandes biomas. A tabela 5 a seguir apresenta as principais áreas ambientais protegidas na RIDE da Grande Teresina. E assim como pode ser verificado, boa parte das áreas protegida estão inseridas na região urbana de Teresina, sob a administração da Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SEMAM, contudo, as áreas protegidas na capital são instituídas por decretos municipais, contudo não possuem força de unidades de conservação. Sendo que na RIDE da Grande Teresina a única unidade instituída por lei e com características de unidade de conservação é a Floresta Nacional de Palmares, situada na cidade de Altos, a qual conta por sua vez com uma área de 170 ha de bioma Cerrado e Caatinga.

Tabela 37 – Parques estaduais e municipais Área total Municípios Administração da Denominação (ha) abrangidos unidade Parque Acarape 5,0 Teresina SEMAM Parque Ambiental Boa Vista 2,0 Teresina SEMAM Parque Ambiental Caneleiro 0,5 Teresina SEMAM Parque Ambiental Caneleiro II 1,0 Teresina SEMAM Parque Ambiental Encontro dos Rios 3,0 Teresina SEMAM Parque Ambiental Haroldo Vaz 0,4 Teresina SEMAM Parque Ambiental Macaúba 1,0 Teresina SEMAM Parque Ambiental Nossa Srª do Livramento 0,5 Teresina SEMAM Parque Ambiental Nova Brasília 5,0 Teresina SEMAM Parque Ambiental do Poti I 2,7 Teresina SEMAM Parque Ambiental Santa Clara 1,0 Teresina SEMAM Parque Ambiental São Pedro 0,5 Teresina SEMAM Parque Ecológico Recanto das Palmeiras (*) Monsenhor Gil PMMG Parque Floresta Fóssil 13,0 Teresina SEMAM Parque Jardim Botânico de Teresina 36,0 Teresina SEMAM Parque Mini-Horto das Samambaias 1,8 Teresina SEMAM Parque da Cidade 17,0 Teresina SEMAM Parque Potycabana 8,0 Teresina SEMAM Parque Vale do Gavião 19,7 Teresina SEMAM Parque Zoobotânico 136,0 Teresina SEMAR Floresta Nacional de Palmares 170 Altos ICMBIO Fonte: Piauí em números – CEPRO, 2012.

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1.7 Histórico, Base Legal e Normativa Nesta sessão serão apresentados os aspectos históricos e legislativos a respeito dos serviços de abastecimento de água nos municípios da RIDE da Grande Teresina, principalmente levando-se em conta a evolução do atendimento as demandas de consumo de água, assim como também os marcos legais e normativos que cada município individualmente definiu para a gestão dos serviços de abastecimento de água em seus territórios.

1.7.1 Base Legal e Normativa

1.7.1.1 Âmbito Federal Constituição Federal O saneamento básico é considerado notável em relação aos aspectos de saúde pública, o desenvolvimento e planejamento das condições precárias de cada cidade, compreendendo uma reformulação na melhora de prestações de serviço. Como se apresenta vasta utilização no uso da água merece referências numerosas na Constituição Federal de forma direta ou indiretamente, preservando e conservando o instrumento fundamental a sociedade. De acordo como as normas estabelecidas pela Constituição Da República Federativa Do Brasil de 1988, em relação à política de saneamento básico e seus recursos hídricos orienta nas diretrizes havendo cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, visando equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. Compete comumente a União, aos Estados e aos Municípios, a proteção dos recursos naturais e promovendo a construção de programas de saneamento básico e fiscalização e acompanhamento dos recursos hídricos, sendo exercidas em comum ou com exclusividade (CF 1988, arts 23). Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;

Competente aos municípios legislados os interesses locais, prestando e organizando os serviços públicos. O saneamento básico é importante em relação aos aspectos de saúde pública, o desenvolvimento e planejamento das condições precárias de cada cidade, compreendendo uma reformulação na melhora de prestações de serviço. A Constituição propõe atividades relacionadas ao saneamento como a administração dos recursos hídricos, autorização ao uso da água, proteção e conservação do meio ambiente, e monitoramento do controle da água, questões de competências de prestação de serviço. Considerando o Título VIII - Da Ordem Social, do capítulo VI - Do Meio Ambiente, no art.225 considera que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, sendo um bem comum para o uso do povo para qualidade de vida encaminhando ao poder público o dever de defender e preservar.

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Lei nº 11.445/2007e decretos regulamentares (Lei de Diretrizes Gerais para o Saneamento). A lei 11.445 foi decretada em 5 de janeiro de 2007 e estabelece diretrizes nacionais para a política de saneamento básico, sendo marco regulatório para o saneamento no Brasil nos princípios fundamentais de universalização do acesso, integralização e articulação entre os setores de serviços, e participação da sociedade, se fundamenta: Art. 2º Os serviços públicos de saneamento básico serão prestados com base nos seguintes princípios fundamentais: I - universalização do acesso; II - integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso a conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados; III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente; IV - disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado; V - adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais; VI - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante; VII - eficiência e sustentabilidade econômica; VIII - utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas; IX - transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios institucionalizados; X - controle social; XI - segurança, qualidade e regularidade; XII - integração das infra-estruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos. XIII - adoção de medidas de fomento à moderação do consumo de água.

A lei do saneamento básico se define como conjunto de serviços, infraestrutura e serviços operacionais de esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos, drenagem, manejo das águas pluviais urbanas e abastecimento de água potável, sendo um conjunto de serviços, infraestrutura e instalações operacionais. Por titularidade a lei não se refere de maneira direta das questões titulares do saneamento básico, apenas prescreve serviços que deve prestar diretamente ao elaborar planos, regulamentando e fiscalizando para o atendimento essencial, fixando direitos e deveres através dos consórcios públicos e cooperação entre os entes federados. Prestação de serviço público limitada a condomínios ou localidades de pequeno porte mediante a convênios, termos de parcerias e outros instrumentos de natureza precária. Os princípios da função de regulamentação atende as questões de autonomia administrativa de orçamento, apresentando transparência e objetividade das decisões, estabelecendo padrões e normas, garantindo o seu

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cumprimento. Reprime o abuso de poder, mantendo o equilíbrio econômico, fornecendo dados e informações necessárias para o desempenho das atividades. Serviços públicos com condições asseguradas pela cobrança de serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos urbanos, e manejo de águas pluviais urbanas. Priorizando atendimento de funções essenciais, ampliando o acesso, gerando recursos necessários para a realização de investimentos, apresentando remuneração adequada e incentivo à eficiência. Para a cobrança e remuneração dos serviços públicos de saneamento, deverão ser considerando alguns fatores, como subsídios necessários aos usuários de baixa renda, considerando taxas e tarifas referentes a prestação de serviços. A interrupção dos serviços só ocorrerá em situações de emergência, necessidade de reparos, manipulação indevida e inadimplência do usuário ao serviço prestado. A União define os parâmetros mínimos para a qualidade da água, o licenciamento ambiental e as unidades de tratamento, considerando as etapas para a eficiência do processo alcançando padrões de qualidade referentes a legislação ambiental. Art. 43. A prestação dos serviços atenderá a requisitos mínimos de qualidade, incluindo a regularidade, a continuidade e aqueles relativos aos produtos oferecidos, ao atendimento dos usuários e às condições operacionais e de manutenção dos sistemas, de acordo com as normas regulamentares e contratuais (Lei nº11.445/2007) As políticas e ações da união de desenvolvimento urbano e regional devem considerar a necessária articulação, inclusive referente ao financiamento, com o saneamento básico. Criada a lei para o estabelecimento de diretrizes de saneamento básico, desenvolvendo também a urbanização, sendo seguidos processos de regulamentação do setor. Propiciando em ações futuras a segurança necessária para a realização de serviços e investimentos. O decreto n° 7.217, de 21 de junho de 2010regulamenta a Lei nº11.445/2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, e dá outras providências para fins desse decreto, considera-se o planejamento, regulamentação, fiscalização, entidade de regulamentação, prestação de serviços público de saneamento básico, controle social, titular, prestador de serviço público, gestão associada, prestação regionalizada, serviços públicos de saneamento básico, universalização, subsídios, localidades de pequeno porte, comunicação, água potável, sistema de abastecimento de água, edificações permanentes urbanas, ligação predial, etapas de eficiência e metas progressivas de corpos hídricos.

Art. 4º Consideram-se serviços públicos de abastecimento de água a sua distribuição mediante ligação predial, incluindo eventuais instrumentos de medição, bem como, quando vinculadas a esta finalidade, as seguintes atividades: I - reservação de água bruta; II - captação; III - adução de água bruta; IV - tratamento de água; V - adução de água tratada; e VI - reservação de água tratada.

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O Ministério da Saúde estabelece parâmetros de padrões de potabilidade da água, definindo procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água para o consumo humano. O prestador de serviços deve ter a responsabilidade e controle da qualidade da água informando e orientando a população sobre os processos adotados. Para os serviços públicos de esgotamento sanitário constituem coleta, transporte dos esgotos sanitários, tratamento e disposição final dos esgotos sanitários em unidades de tratamento coletivas ou individuais, incluindo fossas sépticas. Os serviços públicos de manejo de resíduos sólidos urbanos, considera-se a coleta, transporte, reutilização ou reciclagem e tratamento dos resíduos domésticos, comerciais, industriais e de limpeza pública urbana, ente outros resíduos dispostos. Os serviços públicos de manejo e águas pluviais urbanas consideram drenagem, transporte das águas pluviais, detenção ou retenção da água, tratamento e disposição das águas pluviais. Para o exercício de titularidade formulará para a política pública de saneamento básico, elaborar planos, prestar diretamente os serviços, definir responsável pela regulamentação e fiscalização dos serviços, fixando direito e deveres dos usuários, mecanismos de participação e controle estabelecendo sistemas de informação sobre os serviços. Os objetivos de regulação estabelecem padrões e normas para a adequação da prestação de serviços, garantindo o cumprimento e metas estabelecidas, definindo tarifas assegurando equilíbrio econômico- financeiro dos contratos.

Lei nº 9.433/1997 (Política Nacional de Recursos Hídricos). A Política Nacional De Recursos Hídricos, lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, institui diretrizes que fundamentam a água como um domínio público, limitado, por isso dotado de valor econômico, sendo a gestão de recursos hídricos responsável pelo uso múltiplo da água, contando com a participação do poder público, de usuários e da comunidade. Apresenta em sua finalidade assegurar a disponibilidade de água necessária em padrões de qualidade e quantidade, utilizando racionalmente e prevenindo contra uso inadequados dos recursos naturais. Para a Política Nacional De Recursos Hídricos a gestão sistemática, integrada com a gestão ambiental e articulação de planejamentos promove a constituição de ações de implementação em aspectos de quantidade e qualidade desse recurso, adequando-se também as diversidades física, bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais. Diante disso, o Plano de Recursos Hídricos orienta a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e gerenciamento dos recursos, diagnosticando a situação atual, considerando o crescimento demográfico, disponibilidade e demandas da água, com metas, racionalização do uso e proteção do recurso. O Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (SNIRH) propõe coordenar a gestão integrada das águas, implementando a Política Nacional de Recursos Hídricos, planejando, regulamentando, controlando o uso, prevenindo, recuperando os recursos e promovendo cobranças. A Lei nº 11.445/2007 que estabelece as diretrizes para o saneamento básico, propõe os serviços de regulamentação e fiscalização são instituídos pela união, regulados por agência reguladora federal, agencia reguladora local, sendo ela municipal, regional e estadual, promovendo convênios com agências federais.

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Com isso, as prestações de serviços regionalizadas serão realizadas por CESBs (companhias estaduais de saneamento básico), ou seja, empresas responsáveis, mediante a concessão do município, de administrar, operar, realizar manutenção, construção e comercialização dos serviços. As CESBs deverão preparar planejamentos para prestação de contas com a sociedade, sendo eficientes na execução de metas estabelecidas pelo contrato de programas e nos planos de saneamento. Para o desenvolvimento dessas empresas serão necessários esforços na preparação da regulamentação, normatização e gestão da informação. Para o governo federal a União institui as políticas nacionais e se responsabiliza por garantir maiores investimentos de saneamento básico no Brasil, sendo vários ministérios atuando no saneamento: Ministério Das Cidades (MinC), Ministério Da Saúde (MS), Ministério Do Meio Ambiente (MMA), Ministério Da Integração Nacional (MI), Ministério Do Desenvolvimento Social (MDS), Ministério Do Trabalho (MT), Caixa Econômica Federal (Caixa) e o BNDES.

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2. GESTÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA A gestão dos serviços de abastecimento de água, assim como destacado na Lei 11.445/2007pode ser realizado por órgão, entidade ou empresa por intermédio de contrato de concessão dos serviços de saneamento básico, podendo estes ser ou não entidades de natureza pública. Desta forma, a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (2008) revelou que em 58,2% dos municípios brasileiros que realizavam o abastecimento de água através de rede geral de distribuição era executado por entidades diferentes das prefeituras municipais. Já em 41,8%, o que corresponde a 2.311 (dois mil trezentos e onze) municípios, os serviços de abastecimento de água eram realizados pelas prefeituras de forma exclusiva ou em parcerias com demais entidades. Pode ser observado na Tabela 6 a natureza jurídica das entidades prestadoras de serviço de água dos municípios brasileiros. Portanto verifica-se que em 46,8% dos prestadores de serviços são feitos por entidades de sociedade de economia mista, correspondendo a 3.605(três mil seiscentos e cinco) municípios, em 30,5% são prestados por entidades de natureza jurídica de administração direta do poder público. E em 249 municípios são executados por empresas da esfera privada.

Tabela 38 - Municípios, total e com serviço de abastecimento de água por rede geral de distribuição, por natureza jurídica das entidades prestadoras do serviço, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação – com destaque para os Estados do Maranhão e Piauí– 2008 Municípios Com serviço de abastecimento de água por rede geral de distribuição Natureza jurídica das entidades prestadoras do serviço

Grandes

Regiões e

Unidades da Total Total Federação

Outros

Pública

Público Privada

Empresa Empresa Empresa

Consócio Consócio

Fundação

Autarquia

Associação

Sociedade de Sociedade

poder Público

Adm. direta do do direta Adm.

Economia Mista Economia Brasil 5.564 5.531 2.347 555 170 3.605 10 249 34 724 10 Norte 449 442 190 50 32 109 - 138 1 5 - Nordeste 1.793 1.772 836 169 60 1.344 6 13 10 392 3 Maranhão 217 215 164 38 34 87 - 1 4 22 - Piauí 223 218 180 7 4 139 - 2 - 83 - Sudeste 1.668 1.668 670 216 43 1.035 2 31 1 34 1 Sul 1.188 1.185 451 91 29 826 1 28 1 246 5 Centro-Oeste 466 464 200 29 6 291 1 39 21 47 1 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008.

A respeito da região Nordeste percebe-se que em 46,62% dos municípios nordestinos as entidades prestadoras de serviço são administradas diretamente pelo poder público, em 1.344 (mil trezentos e trinta e quatro) cidades são atendidas por sociedades de economia mista (74,95%), empresas privadas correspondem a 3,34% e em 21,86% são geridos por associações. Já em relação aos Estados do Maranhão e Piauí percebeu-se que em 75,57% dos municípios maranhenses são atendidos por entidades administradas diretamente pelo poder público, e por 80,71% no Estado do Piauí. Em 40,09% (Maranhão) por sociedade de economia mista e por 62,33% através entidades da

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mesma natureza jurídica no Piauí. Em comparação os dois Estados, o Piauí é o que possui o maior número de municípios com serviços de abastecimento de água atendidos por associações, correspondendo a 83 municípios. Levando em consideração a natureza das prestadoras de serviço de abastecimento de água na RIDE da Grande Teresina notou-se a presença de três modalidades diferentes, sendo que em muitos municípios os serviços de abastecimento eram compartilhados por mais de uma simultaneamente AGESPISA (Águas e Esgoto do Piauí - SA) – é uma sociedade de economia mista, pessoa jurídica de direito privado, que tem o Governo do Estado do Piauí como acionista majoritário. A AGESPISA atende somente 9 municípios dos 14 que estão localizados no Estado do Piauí, dentre os quais estão: Altos, Beneditinos, Demerval Lobão, José de Freitas, Monsenhor Gil, Lagoa Alegre, Nazária, Teresina e União. Administrados diretamente pelo poder público na RIDE Grande Teresina totalizaram 5 municípios, a saber: Coivaras, Curralinhos, Lagoa do Piauí, Miguel Leão e Pau D’arco do Piauí. ÁGUAS DE TIMON – É uma empresa pertencente a Aegea Saneamento que detém a concessão dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário da cidade de Timon. A empresa foi recentemente criada para assumir os serviços públicos de saneamento básico do município, que anteriormente contava com um SAAE. Sendo assim, observa-se na Figura 3 que em 60% dos municípios da RIDE da Grande Teresina a natureza da entidade prestadora de serviços de abastecimento de água é feita por uma Sociedade de Economia Mista, onde o Estado do Piauí é o maior acionista, chamada Agespisa. Além disto, em 33% são feitas diretamente pelo poder público, através dos Serviços Autônomos de Água e Esgoto – SAAE, e em 7% por Empresa Privada. Este último por sua vez está restrito ao município de Timon que atualmente é atendido pela empresa Águas de Timon.

Figura 3 – Natureza Jurídica das entidades prestadoras de serviço de abastecimento de água da RIDE da Grande Teresina. Fonte: Pesquisa direta, 2015.

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2.1 Situação Atual do Sistema de Abastecimento de Água 2.1.1 Captação de água bruta A captação de água corresponde ao conjunto de equipamentos e instalações que são utilizados para a tomada de água do manancial (subterrâneo ou superficial), a fim de lançá-la no sistema de abastecimento (Funasa, 2006). De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB (2008) em grande parte dos municípios brasileiros são utilizadas mais de uma fonte para a captação de água bruta para ser destinada ao sistema de abastecimento. Por conseguinte, a pesquisa revela que em 56,45% dos municípios brasileiros realizam captação de água em fontes superficiais e 76,07% em fontes subterrâneas, sendo que 12,36% correspondem a utilização de poços rasos e 63,71% em poços profundo. E 1,56% fazem uso de outras modalidades de captação, como pode ser observado na Tabela 7.

Tabela 39 - Distribuição dos municípios brasileiros com serviço geral de abastecimento de água por tipo de captação – Cenário 2008 Municípios Grandes Regiões Com serviços de abastecimento de água por rede geral de e distribuição Total Unidades da Tipo de captação Federação Total Superficial Poço Raso Poço Profundo Outro Brasil 5.564 5.531 3.141 688 3.545 87 Nordeste 1.793 1.772 901 329 946 16 Maranhão 217 215 49 18 202 - Piauí 184 184 144 80 137 6 RIDE da Grande 15 15 3 12 - - Teresina Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008.

Um fator muito importante a ser levado em consideração em relação ao captação de água em mananciais superficiais está relacionado as práticas e estratégias de conservação e preservação da qualidade do recurso hídrico. Principalmente no que se diz respeito a qualidade da água a ser ofertada para o consumo. Sendo assim, o PNSB (2008) diagnosticou que apenas 1/3, o que corresponde 1.749 (um mil e setecentos e quarenta e nove) municípios, possuíam legislação sobre proteção dos mananciais. E dentro da realidade das captações superficiais que ocorre em 3.141(três mil cento e quarenta e um) municípios do Brasil, somente 2.615 (dois seiscentos e quinze) afirmaram possuir alguma forma de proteção aos mananciais utilizados para o serviço de abastecimento, onde enumera-se as seguintes estratégias: isolamento da área através de cerca (85,7%), preservação da vegetação (54,3%) e proibição de despejos (44,6%). Já para os municípios que realizam a captação em fontes de água subterrânea afirmaram que os principais mecanismos de proteção do manancial são feitos por meio do isolamento da área e proibição de despejos. Ainda pela tabela 06 é possível averiguar realidade quanto à forma de captação de água bruta dos municípios localizados na região Nordeste do Brasil. De acordo com o PNSB (2008) observa-se que 98,82% dos municípios do Nordeste brasileiro possui serviços de abastecimento e água por rede geral de

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distribuição, sendo que não muito distante da realidade nacional, a região também realiza captação de água bruta para o sistema de abastecimento em mais de uma fonte, e principalmente em decorrência das condições edáficoclimáticas que em via de regra impossibilita a captação em recursos hídricos superficiais ou até mesmo, subterrâneo, devido a sua localização geográfica no círculo do semiárido brasileiro.Mas, ao se ponderar sobre as fontes de captação de água nesta região verifica-se que em 50,25% dos municípios a tomada de água é feita em mananciais superficiais, seguido de fonte subterrânea em 71,1% dos casos, sendo esse resultado da soma da captação em poços rasos (18,34%) e em poços profundos (52,76%). Somente 0,89% representa outros tipos de fontes de captação. De acordo com o PNSB (2008) EM 99,07% dos municípios do Estado do Maranhão possuem serviços de abastecimento de água, e em seguida o Estado do Piauí, segundo dados obtidos na pesquisa nacional, possui 100% de seus municípios com serviços de abastecimento. Contudo não muito diferente da realidade nacional estas regiões também fazem uso de mais de uma fonte de captação de água, a fim de suprir as necessidades de abastecimento público de água. Quanto a captação superficial ela ocorre em 22,58% dos municípios maranhenses e em 78,26% dos municípios piauienses. Captação em mananciais subterrâneos do tipo poço raso em 8,29% (Maranhão) e 43,47% (Piauí). Já em poços profundos a pesquisa identificou que em 93,08% dos municípios do Estado do Maranhão fazem a captura da água neste tipo de modalidade e no Estado vizinho, Piauí, ocorre em 74,45%. A supracitada pesquisa não identificou em nenhum local do Maranhão a captação em demais fontes, já no seguinte observou-se uma porcentagem de 3,26% de utilização de outros tipos de fontes de captação de água bruta. Acompanhando o perfil da realidade nacional e regional apresentadas nos dados anteriores, a RIDE da Grande Teresina faz a captação de água em ambos os tipos de mananciais apresentados, entretanto com uma sobreposição do número de captura de água bruta em fontes subterrâneas em comparação com as superficiais. Captação em manancial superficial é realizada somente em três municípios da RIDE da Grande Teresina, a saber: Teresina, Timon e União, onde ambas contam com Estações de Tratamento de Água convencional. Contudo percebeu-se que os municípios que realizam captação superficial também complementam o seu sistema utilizando captação subterrânea. Já os demais municípios, a captação é realizada exclusivamente por meio de poços tubulares nos lençóis subterrâneos. Quando são considerados os volumes de captação, segundo do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) em 2014, a RIDE da Grande Teresina consumiu um volume total de 1.267.872.600 m³ de água bruta2, sendo que 93,16% desse total são de águas subterrâneas. Portanto, percebe-se no Figura 4 que em praticamente 80% do sistema geral de captação de água para os serviços de abastecimento público da RIDE da Grande Teresina é realizado por poços subterrâneos.

2 Esse valor foi calculado a partir dos indicadores AG007 e AG006. Vale ressaltar também que não estão considerados os volumes captados por Curralinhos, Pau D’Arco e Timon; pois não foram informados no SNIS.

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Figura 4 – Distribuição dos municípios da RIDE da Grande Teresina por fonte de captação Fonte: Os autores, 2015.

Nos municípios de Altos, Beneditinos, Coivaras, Curralinhos, Demerval Lobão, José de Freitas, Lagoa Alegre, Lagoa do Piauí, Miguel Leão, Monsenhor Gil, Nazária, Pau D’arco e Timon a captação é realizada exclusivamente em mananciais subterrâneos, tanto para o abastecimento das comunidades urbanas, tanto quanto rurais. Nas fotografias que se seguem notam-se os pontos de captação em fontes subterrâneas em alguns municípios da RIDE da Grande Teresina.

Fotografia 10 – Ponto de captação de água localizado na zona urbana do município de Altos - PI Fonte: Os autores, 2015.

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Fotografia 11 - Ponto de captação de água localizado na zona urbana do município de Coivaras – PI Fonte: Os autores, 2015.

Fotografia 12 - Ponto de captação de água localizado na zona urbana do município de Curralinhos – PI Fonte: Os autores, 2015.

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Fotografia 13 - Ponto de captação de água localizado na zona urbana do município de Lagoa do Piauí – PI Fonte: Os autores, 2015.

Fotografia 14 - Ponto de captação de água localizado na zona urbana do município de Miguel Leão – PI Fonte: Os autores, 2015.

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Fotografia 15 - Ponto de captação de água localizado na zona urbana do município de Monsenhor Gil – PI Fonte: Os autores, 2015.

Fotografia 16 - Ponto de captação de água localizado na zona urbana do município de Nazária – PI Fonte: Os autores, 2015.

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Fotografia 17 - Ponto de captação de água localizado na zona urbana do município de Pau D’arco – PI Fonte: Os autores, 2015.

Fotografia 18 - Ponto de captação de água localizado na zona urbana do município de Timon – PI Fonte: Os autores, 2015.

Um importante fator a ser levado em consideração aos três municípios que realização captação em mananciais superficiais é que em ambos os casos a captura é feita no rio Parnaíba, um dos rios mais importantes do Estado do Piauí, Maranhão e por conseguinte da região Nordeste brasileira.

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1A

1B

Figura 10: 1A – Ponto de Captação de água no município de Teresina. 1B – Ponto de captação de água no município de União. Fonte: Dos autores, 2015.

Não obstante, os municípios de Teresina, União e Timon não possuem somente seus sistemas de abastecimento baseados na captação de água bruta em fontes superficiais, já que em ambos os casos existem dificuldades das mais variadas ordens, tais como dificuldade de implantação das estruturas de abastecimento, distância, baixo nível demográfico de determinadas regiões de seus territórios, provocando assim a utilização de outras fontes, como por exemplo, a subterrânea, através dos poços e, por vezes captando a água da chuva e armazenando-as em cisternas. Tal realidade pode ser observada tanto em bairros de mais difícil acesso na zona urbana destas cidades, como, em sua maioria, nas zonas rurais.

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2.1.2 Tratamento Da Água A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (2008) define o tratamento de água da seguinte forma: Classificação dos tipos de tratamento da água em: convencional – quando a água bruta passa por tratamento completo em uma estação de tratamento, abrangendo os processos de floculação, decantação, filtração, e desinfecção ou cloração, antes de ser distribuída à população, podendo ocorrer, também, as etapas correspondentes à correção de pH e fluoretação; ou não convencional – quando a água bruta passa por tratamento onde não constam todas as etapas descritas no tratamento convencional. Alguns dos processos considerados não convencionais são: clarificação de contato; tratamento em estação de tratamento de água compacta, pressurizada ou não; filtração direta; dessalinização; ou simples desinfecção (cloração e outros), antes da distribuição à população. O cloro é o desinfectante mais empregado, porém existem outros métodos químicos de desinfecção como, por exemplo, ozona; iodo; prata, coloidal ou iônica; sal de cozinha etc. Considera-se, também, simples desinfecção, quando a água recebe somente a desinfecção acrescida de aplicação de flúor. A referente pesquisa diagnosticou que 87,2% dos municípios brasileiros distribuíam a água totalmente tratada. Os demais, 6,2% distribuição a água parcialmente tratada, e em 6,6% não havia nenhum tipo de tratamento. Dentro deste universo observável de municípios que distribuíam a água sem qualquer tipo de tratamento prévio, observou-se que 20,8% deles estão situados na região Norte do Brasil. E em seguida está a região Nordeste com 7,9% de seus municípios distribuíam água não tratada, sendo os Estados do Maranhão (21,8%) e Piauí (24,3%) com os maiores índices.

Figura 5 – Situação do tratamento de água distribuída para o consumo no Brasil - 2008 Fonte: Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB, 2008.

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A pesquisa também revelou que 69,2% da água tratada e distribuída por rede geral recebe tratamento convencional, ou seja, passa por todo o processo de floculação, decantação, filtração, desinfecção, com adição de cloro (cloração), correção do pH e fluoretação. E em 7,5% o tratamento era não convencional, ou seja, clarificador de contato, estação de tratamento de água (ETA) compacta, filtração direta, dessalinização, entre outros processos. A simples adição de cloro na água antes da distribuição (desinfecção) ocorreu em 23,2% dos municípios brasileiros. Além de outros cuidados, tais como, a adição de flúor, a fim de prevenir a cárie dental fora diagnosticada em 3.351 (três mil trezentos e cinquenta e um) municípios, correspondendo a 60,6%.

Figura 6 –Tipos de tratamentos de água empregados nos municípios com sistema de distribuição com tratamento total Fonte: Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB, 2008.

Já em relação a RIDE da Grande Teresina o tratamento de água é feito tanto da forma convencional, através das Estações de Tratamento de Água –ETA, e do modo não convencional, por meio do processo de desinfecção da água com a adição de partículas de cloro. Portanto, percebeu-se que somente os municípios de Teresina, Timon e União possuíam ETA’s, correspondendo a 20% dos mecanismos de tratamento de água, sendo que o município de Teresina possui duas Estações de Tratamento e Água, uma localizada na zona sul da capital e a segunda no bairro Santa Maria da Codipi, zona norte. E em 80% dos municípios da Grande Teresina é feito por meio da cloração da água (Gráfico 5).Na Fotografia 14 e nos mosaicos fotográficos a seguir observam-se as estruturas das estações de tratamento de água nos municípios de Teresina e União.

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Figura 7 - Tipos de tratamentos de água empregados nos municípios na RIDE da Grande Teresina Fonte: Os autores, 2015.

Fotografia 11- Bombas (conjuntos elevatórios de água bruta) – ETA Teresina Fonte: PMSB Teresina, 2015.

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2A 2B

Fotografia 12 - Estação elevatória de água bruta (vertedores de alimentação de água bruta) – ETA Teresina (2A) e Canal de distribuição de água bruta – ETA Teresina (2B) Fonte: PMSB Teresina, 2015.

3A 3B

Fotografia 13- Tanque para pré-cloração ou pré-dosagem de cal – ETA Teresina (3A) e Fase de Coagulação – ETA Teresina (3B) Fonte: PMSB Teresina, 2015.

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4A 4B

Fotografia 14 - Fase de floculação – ETA Teresina (4A) e Tanque de decantação ETA IV – Teresina (4B) Fonte: PMSB Teresina, 2015.

5A 5B

Fotografia 15- Filtros ETA I– Teresina (5A) e Sala de dosagem de cloro – ETA Teresina (5B) Fonte: PMSB Teresina, 2015.

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6A 6B

Fotografia 16- Sala de armazenagem de cloro(6A) e Estocagem de cal – ETA Teresina (6B)

7A 7B

Fotografia 17 – Sala das bombas da ETAe Coagulação (adição de sulfato de alumínio) – ETA União - PI Fonte: Dos autores, 2015.

8A 8B

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Fotografia 18– Cal hidratada – Sala de armazenamento de cal (8A) e Vista para a fase de floculação – ETA União – PI (8B) Fonte: Dos autores, 2015.

9A 9B

Fotografia 19– Vista para a fase de decantação (9A) e Adição de flúor (Floculação) – ETA União –PI (9B) Fonte: Dos autores, 2015.

2.1.3 Sistema de distribuição O sistema de distribuição de água corresponde toda a parte física do serviço de abastecimento de água constituída de instalações e equipamentos, sendo assim considerados a partir da saída da estação de tratamento, a fim de armazenar, transportar e distribuir a água tratada e potável ao consumidor, no qual estão inclusos as unidades de reservação, adução de água tratada, rede de distribuição e número de ligações (PNSB, 2008). Para este diagnóstico serão descritos os componentes do sistema de distribuição individualmente, como se segue.

2.1.4 Reservação de água tratada A reservação tem por objetivo principal atender as variações de consumo de água, promover a continuidade do abastecimento e garantir a uma reserva para casos de problemas na distribuição direta da rede ou em casos de incêndios. Na RIDE da Grande Teresina, por exemplo, praticamente todos os municípios possuem reservatórios de água, que podem variar desde 5m³ de água a mais de 350m³. Em algumas cidades, o tratamento com a aplicação de partículas de cloro ocorre diretamente nos reservatórios, portanto este torna-se um instrumento indispensável para o bom funcionamento do sistema de abastecimento de água. Na Tabela 8 apresenta-se as características e quantidades dos reservatórios dos municípios da RIDE da Grande Teresina.

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Tabela 40 – Quantidade e capacidade de armazenamento dos reservatórios de água localizados na zona urbana dos municípios da RIDE da Grande Teresina. Município Quantidade Capacidade (M³) Altos 1 350m³ Beneditinos 1 150m³ Coivaras 2 5m³ / 5m³ Curralinhos 3 10m³ / 10m³ / 5m³ Demerval Lobão 2 100m³ / 400m³ José de Freitas 4 270m³ / 150m³ / 500m³ / 100m³ Lagoa Alegre 1 150m³ Lagoa do Piauí 8 10m³/ 10m³ / 10m³ / 5m³ / 5m³ / 5m³ / 5m³ / 5m³ Miguel Leão 1 350 m³ Monsenhor Gil 3 50 m³ / 110 m³ / 220 m³ Nazária 2 50 m³ / 20 m³ Pau D’arco 20 Aprox. 65 m³ Teresina 72 Aprox. 90.170 Timon 22 Aprox. 12.290 m³ União 2 200 m³ / 350 m³ TOTAL 144 Aprox. 106.135 m³ Fonte: Dos autores, 2015. Assim como pode ser constatado na Tabela 11, todos os municípios da RIDE da Grande Teresina possuem sistemas de reservação, mesmo que este se resume a somente um exemplar para atender as demandas do consumo da população urbana da cidade. Ao todo a RIDE possui 144 reservatórios com uma capacidade de armazenamento de aproximadamente 106.135m³ de água. A respeito de suas características quanto ao material que os constituem, os reservatórios são feitos de dois tipos, concreto armado ou de fibra. Os reservatórios de concreto armado são em sua maioria pertencentes ao sistema de abastecimento gerido pela Agespisa para os municípios piauienses, em alguns casos observou-se reservatórios construídos com recursos angariados com a Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, e pela Águas de Timon, no caso da cidade homônima. Já os reservatórios de fibra são em sua maioria geridos pelas prefeituras municipais que possuem sistemas autônomos de abastecimento de água. As Figuras a seguir apresentam os principais reservatórios de água identificados nos 15 municípios da RIDE da Grande Teresina.

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Fotografia 20 - Reservatório de água na zona urbana do município de Altos - PI Fonte: Os autores, 2015.

A partir da Fotografia 20 percebe-se que o reservatório da cidade de Altos é do tipo elevado, construído de concreto armado, está localizado próximo ao poço de captação de água e está em estado avançado de conservação. Na Fotografia 21 percebe o reservatório principal do município de Beneditinos, ele está localizado em uma região mais alta da cidade, tem capacidade de reservação de 150m³ de água, é construído em concreto armado e do tipo apoiado.

Fotografia 21 – Reservatório de água na zona urbana do município de Beneditinos Fonte: Os autores, 2015.

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Como nota-se na Fotografia 22, Coivaras possui dois reservatórios principais, sendo eles construídos de materiais diferentes, onde um é de concreto armado e outro de fibra, mas ambos são do tipo elevado. Além de cada um apresentarem capacidades de reservação diferentes. Vale destacar que o reservatório de fibra está localizado em um novo conjunto habitacional da cidade, a fim de suprir as necessidades da comunidade ali instalada.

Fotografia 22 – Reservatórios de água na zona urbana do município de Coivaras Fonte: Dos autores, 2015.

Assim como pode ser verificado no Fotografia 24, a zona urbana do município de Curralinhos possui três reservatórios principais, sendo um construído com concreto armado e dois de fibra, ambos do tipo elevado. Nas duas situações eles estão localizados próximos aos pontos de captação de água.

Fotografia 23 - Reservatório de água na zona urbana do município de Curralinhos –PI Fonte: Dos autores, 2015.

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Fotografia 24 – Reservatório de água na zona urbana do município de Demerval Lobão Fonte: Dos autores, 2015.

O município de Altos possui dois reservatórios principais, sendo que na pode-se observar na Fotografia 26 uma das unidades existentes na zona urbana. Especificamente, este está localizada na gerência da Agespisa do município.

Fotografia 25 – Reservatório de água na zona urbana do município de José de Freitas – PI Fonte: Dos autores, 2015.

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Na Fotografia 27 percebe-se o reservatório de água na zona urbana do município de José de Freitas. Ele está localizado em uma das áreas mais elevadas da cidade, possui a maior capacidade de reservação dentre os exemplares disponíveis para armazenamento, é construído em concreto armado e é do tipo apoiado.

Fotografia 26 – Reservatório de água na zona urbana do município de Lagoa Alegre – PI Fonte: Dos autores, 2015.

Na Fotografia 28 percebe-se o reservatório de água do município de Lagoa do Piauí, sendo ele construído de concreto armado e do tipo elevado.

Fotografia 27 – Reservatório de água na zona urbana do município de Lagoa do Piauí – PI Fonte: Dos autores, 2015.

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O município de Lagoa do Piauí possui oitos reservatórios, sendo todos eles próximos aos poços de captação de água. Na Fotografia 29 percebe-se um dos exemplares existentes com capacidade de reservação de 5m³ de água, do tipo elevado e feito em fibra.

Fotografia 28 – Reservatório de água na zona urbana do município de Miguel Leão – PI Fonte: Dos autores, 2015.

No município de Miguel Leão existe apenas um reservatório de água principal que abastece toda a zona urbana da cidade. Assim como pode ser constatado na Fotografia 30, ele foi construído com concreto armado e é do tipo elevado, com capacidade de reservação de 350m³ de água e está em um local cercado.

Fotografia 29 – Reservatório de água na zona urbana do município de Monsenhor Gil – PI Fonte: Dos autores, 2015.

O município de Monsenhor Gil possui três reservatórios com capacidade de 380m³ de água, sendo que são dois apoiados e um elevado. Reservatório 01: 5m³; Reservatório 02: 110m³; Reservatório 03: 220m³.

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Fotografia 30 – Reservatório de água na zona urbana do município de Nazária – PI Fonte: Dos autores, 2015.

Como pode ser percebido na Fotografia 32, o reservatório de água no município de Nazária é construído de concreto armado e do tipo elevado, e está localizado em um local murado com acesso restrito aos responsáveis pela gestão dos serviços de água da cidade, ou seja, a Agespisa.

Fotografia 31 – Reservatório de água na zona urbana do município de Pau D’arco – PI Fonte: Os autores, 2015.

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O reservatório da cidade de Pau D’arco está localizado em um local cercado, próximo ao ponto de captação de água, construído em concreto armado e do tipo elevado. Pode ser percebido que o reservatório do município fora construído com recursos providos pela FUNASA.

Figura 32 - Reservatório de água na zona urbana do município de Teresina – PI Fonte: Dos autores, 2015.

No Mosaico Fotográfico 34 percebe-se um dos centros de reservação de água na cidade de Teresina, sendo este localizado no bairro Parque Piauí. Como pode ser observado, ele possui uma área cercada, é construído em concreto armado e é do tipo apoiado.

Fotografia 33 – Reservatório de água na zona urbana do município de Timon – MA Fonte: Os autores, 2015.

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Na Fotografia 34 percebe-se um dos reservatórios de água na cidade de Timon, sendo este construído em concreto armado, do tipo elevado. Assim como se sabe, o sistema de abastecimento de água da cidade de Timon é de responsabilidade da empresa Águas de Timon.

Fotografia 34 – Reservatório de água na zona urbana do município de União - PI Fonte: Dos autores, 2015.

O município de União possui dois reservatórios principais, contudo somente um está em funcionamento. Na Fotografia 21 nota-se um dos reservatórios do tipo apoiado e feito de concreto armado.

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2.1.5 Rede de distribuição

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (2008), o sistema de abastecimento de água por rede geral corresponde desde o processo de tomada de água bruta do manancial, podendo ser ele superficial ou subterrâneo, passando pelas fases de tratamento da água de forma convencional ou não convencional, depois o seu transporte e fornecimento à população através da rede geral de distribuição. Contudo, demais alternativas de abastecimento também pode ser considerada, tais como: carros-pipa, água proveniente de chafariz, bicas, minas, poços particulares e cisternas, dentre outras. A Tabela 9 apresenta a evolução do serviço de abastecimento de água por rede geral de distribuição, segundo o cenário nacional durante o período de 1989/2008.

Tabela 41 – Municípios com serviços de abastecimento de água por rede geral de distribuição, segundo Grande Regiões - 1989/2008 Municípios com serviço de abastecimento de água por rede geral de distribuição Grandes 1989 2000 2008 Regiões Percentual Percentual Percentual Quantidade Quantidade Quantidade (%) (%) (%) Brasil 4.245 95,9 5.391 97,9 5.531 99,4 Norte 259 86,9 422 94,0 442 98,4 Nordeste 1.371 93,8 1.722 96,4 1.772 98,8 Sudeste 1.429 99,9 1.666 100 1.668 100 Sul 834 97,3 1.142 98,5 1.185 99,7 Centro-oeste 352 92,9 439 98,4 464 99,6 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 1989/2008.

Assim como poder ser na Tabela 9 e Figura 8 a evolução dos serviços de abastecimento de água dos municípios brasileiros quanto a distribuição por rede geral num período de 19 anos, partindo do ano de 1989 ao ano de 2008. Desta forma, percebe-se que dentre as grandes regiões do Brasil que apresentou um crescimento percentual da distribuição por rede geral foi a região Norte, com um crescimento percentual positivo de 11,5 no intervalo de tempo considerado. Contudo, a amostra demográfica da região é menor em consideração as demais. Já em relação as demais, nota-se que a região Nordeste possui o menor percentual de municípios atendidos por rede geral de distribuição, sendo que seu crescimento fora de 5%, passando a ser 98,8% no ano de 2008. A região Sudeste fora a única a atingir 100% de municípios com rede geral. As demais regiões Sul e Centro-Oeste cresceram 2,4% e 6,7% cada uma, respectivamente. Passando a 99,7% de atendimento no Sul do país e 99,6% na região Centro-Oeste.

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6.000

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rede geral geral rede

abastecimento de água água por de abastecimento Municípos com serrviço de serrviço com Municípos Grandes Regiões 1989 2000 2008

Figura 8 – Evolução dos serviços de abastecimento de água por rede geral de distribuição nos municípios brasileiros Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 1989/2008.

A pesquisa também revelou que 33 municípios brasileiros não possuíam de nenhuma rede de distribuição geral de água, nem mesmo em um distrito. Sendo assim o abastecimento era realizado de outras formas, tais como: carros-pipas, poços particulares, chafarizes, bicas ou minas, como pode ser observado no Figura 9.

Figura 9 - Formas de abastecimento de água diferente de rede geral de distribuição nos municípios brasileiros Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 1989/2008.

Nesta realidade de municípios que possuíam formas de abastecimento de água diferente da rede geral de distribuição, percebe-se que em 43% destes o serviço era realizado por carros-pipas (14 municípios), já em 39% era realizado através de poços particulares (13 municípios), e por meio de chafarizes, bicas ou minas ocorriam em 9% cada, respectivamente. A pesquisa também diagnosticou que tal situação corria em 21 municípios da região Nordeste, sendo 11 no Estado da Paraíba e 5 no Estado do Piauí. E os demais

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ocorriam na região Norte (sete municípios), destacando-se principalmente o Estado de Rondônia (4 municípios). Assim como pode ser observado no Mapa 5 nenhum dos municípios que forma a RIDE da Grande Teresina não possuem 100% de seu sistema de abastecimento de água por rede geral, pois uma realidade bastante comum nesta região é a utilização de mais de uma modalidade de abastecimento de água, como mecanismos de suporte à rede principal, tais como poços particulares, carros-pipas, dentre outras formas.

Tabela 42 – Porcentual de domicílios atendidos por rede geral de distribuição de água na RIDE da Grande Teresina Atendidos Por Rede Município Número De Domicílios Porcentagem Geral Altos 10.372 6.464 62,32% Beneditinos 2.768 1.706 61,63% Coivaras 1.015 505 49,75% Curralinhos 1.102 913 82,84% Demerval Lobão 3.791 3.027 79,84% José de Freitas 9.222 5.407 58,63% Lagoa Alegre 1.958 761 38,86% Lagoa do Piauí 1.062 491 46,23% Miguel Leão 329 224 68,08% Monsenhor Gil 2.854 2.297 80,48% Nazária 2.194 1.249 56,92% Pau D’arco 1.031 242 23,47% Teresina 222.154 207.094 93,22% Timon 40.487 34.936 86,28% União 10.839 5.683 52,43% RIDE 311.178 270.999 87,08% Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

É verificável que o município de Pau D’arco do Piauí possui o menor percentual de domicílios abastecidos por rede geral de distribuição, sendo que em sua maioria estas ligações estão localizadas na zona urbana da cidade. Na Tabela 9 percebe-se que o percentual do município é de 23,47% de domicílios atendidos por rede geral. Contudo em observação ao Mapa 6 nota-se que alguns setores censitários da cidade apresentam faixas de atendimento superiores aos percentuais geral da cidade, estando elas localizadas entre os 40 – 60% e 80 – 100%, porém vale ressaltar que tais realidades, principalmente para o setor censitário da faixa que vai de 80 – 100%, estão situadas na região central da cidade. Em segundo lugar com o menor número percentual de domicílios atendidos por rede geral de distribuição está o município de Lagoa Alegre, com 38,86% de atendimento. E não muito diferente da realidade observada na cidade de Pau D’arco e dos demais municípios da RIDE da Grande Teresina, a concentração de domicílios atendidos por esta modalidade de ligação estão concentradas em sua maioria na região central da cidade, principalmente em virtude do início dos serviços de abastecimento terem se dado nestes locais. Os municípios de Curralinhos, Demerval Lobão, Monsenhor Gil, Teresina e Timon estão situados na mesma faixa de atendimento, que vai de 79,3% a 93,2%. Sendo que dentre estes, o município de Teresina é o único em que o atendimento por rede geral de distribuição de água está acima do 90%.

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Mapa 32 – Situação da RIDE da Grande Teresina em relação aos serviços de abastecimento de água com rede geral de distribuição Fonte: Dados censitários, IBGE (2010), adaptado por autores, 2016.

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Mapa 33 – Domicílios particulares permanentes com serviços de abastecimento de água por rede geral de distribuição Fonte: Dados censitários, IBGE (2010), adaptado por autores, 2016.

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Assim como mencionado anteriormente, os serviços de abastecimento de água dos municípios da RIDE da Grande Teresina não são feitos exclusivamente por rede geral de distribuição, já que existem diversas dificuldades de ordem estrutural, geográfica e/ou de planejamento que impedem a universalização dos serviços por esta forma de abastecimento, portanto observou-se que nestes município mais de uma modalidade de abastecimento são empregadas, como por exemplo, através de poço ou nascente na propriedade, como exemplificado no Mapa 7. De acordo com o Mapa 7 verifica-se que aqueles municípios que na situação anterior apresentaram baixos níveis percentuais de atendimento por rede geral, agora possuem níveis mais elevados, em virtude da utilização de outra modalidade para agregar aos serviços de abastecimento de água. Sendo assim, nota-se que Pau D’arco do Piauí possui o maior percentual de domicílios atendidos por poço ou nascente na propriedade em comparação aos demais municípios da RIDE da Grande Teresina, sendo que isso ocorre em 53,73% de seus domicílios (Tabela 11). Ao se estabelecer um ranking de municípios que possuem maior número de domicílios atendidos por poços ou nascente na propriedade, levando-se em conta a proporcionalidade entre a territorialidade e aspectos demográficos, tem-se a seguinte situação: Pau D’arco (53,73%); Coivaras (39,80%); Lagoa Alegre (38,55%); União (29,77%); Beneditinos (25,32%); Lagoa do Piauí (24,19%); Nazária (24,15%); José de Freitas (22,86%); Altos (22,01%); Miguel Leão (15,80%); Curralinhos (12,97%); Demerval Lobão (10,39%); Monsenhor Gil (7,32%); Timon (3,18%); e Teresina (3,00%).

Tabela 43 – Porcentual de domicílios atendidos por poço ou nascente na propriedade na RIDE da Grande Teresina Número de Atendidos por Poço ou Nascente Município Porcentagem Domicílios na Propriedade Altos 10.372 2283 22,01% Beneditinos 2.768 701 25,32% Coivaras 1.015 404 39,80% Curralinhos 1.102 143 12,97% Demerval Lobão 3.791 394 10,39% José de Freitas 9.222 2109 22,86% Lagoa Alegre 1.958 755 38,55% Lagoa do Piauí 1.062 257 24,19% Miguel Leão 329 52 15,80% Monsenhor Gil 2.854 209 7,32% Nazária 2.194 530 24,15% Pau D’arco 1.031 554 53,73% Teresina 222.154 6667 3,00% Timon 40.487 1289 3,18% União 10.839 3227 29,77% RIDE 311.178 19.574 6,29% Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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Mapa 34–Situação da RIDE da Grande Teresina em relação aos serviços de abastecimento de água por poço ou nascente na propriedade Fonte: Dados censitários, IBGE (2010), adaptado por autores, 2016.

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Por conseguinte percebe-se também que tal modalidade de abastecimento de água ocorre principalmente nas zonas rurais dos municípios, já que por consequência das dificuldades de gerenciar um serviço de abastecimento de água integrado ao prestado na zona urbana, acaba por provocar a utilização desta e de outras medidas de atendimento de distribuição de água ás comunidades locais, somado a isso existem os fatores de localização geográfica das comunidades rurais, menor número de moradores, entre outros fatores, como pode ser observado no Mapa 8.

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Mapa 35 - Domicílios particulares permanentes com serviços de abastecimento de água por poço ou nascente na propriedade

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Já em relação aos municípios em que os serviços de abastecimento de água são complementados por água de chuva armazenada em cisternas são bem menores a quantidade de domicílios, isso acontece principalmente nas regiões em que os serviços por rede geral ou através de poços são mais escassos ou dificultados pelas condições locais. Portanto, percebe-se que no município de Monsenhor Gil identificou- se o maior número de ligações por este tipo de modalidade de atendimento, situado na faixa percentual que vai 0,03 – 0,04%, depois deste somente os municípios de União e José de Freitas possuíam cisternas como forma de abastecimento, estando cada um nas faixas de 0,02 -0,03% e 0,01 – 0,02%, respectivamente. Como pode ser observado no Mapa 9.

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Mapa 36 – Situação da RIDE da Grande Teresina em relação aos serviços de abastecimento de água por água de chuva armazenada em cisternas Fonte: Dados censitários, IBGE (2010), adaptado por autores, 2016.

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2.1.6 Perdas no Sistema Um fato importante a se analisar quando se fala na rede de distribuição é com relação as perdas do sistema. Do ponto de vista operacional num sistema de abastecimento de água, perdas se referem a todo o volume que não é contabilizado pela prestadora do serviço. Nesse sentido estão incluídas as perdas físicas, aquele volume que não chega efetivamente ao consumo, e as perdas não físicas, aquele volume que não é medido. Para composição dos dados foram utilizadas as informações provenientes do Sistema Nacional de informações Sobre Saneamento (SNIS) referente ao ano de 2014. As Figuras e Tabelas a seguir são apresentadas tais informações, logo em seguida são feitos comentários sobre eles.

Figura 10 - Volumes produzidos, consumidos e faturados por município da RIDE da Grande Teresina

A Figura 11 apresenta os volumes produzidos, consumidos e faturados pelas prestadoras de serviços de abastecimento de água potável. Sobre esses volumes vale fazer algumas considerações: Volume produzido – é o volume de água tratado disponível para distribuição; Volume consumido – é o volume de água hidrometrado, computado pelas residências e prédios comerciais contemplados pelo serviço; Volume faturado – é o volume de água efetivamente pago para as prestadoras de serviço, inclusos aí tanto o hidrometrado quanto o não hidrometrado. Pelo gráfico acima (Figura 11), percebe-se que Teresina e Timon são os dois municípios com os maiores volumes produzidos e, consequentemente, consumidos e faturados. Isso é reflexo da população residente em ambos municípios, uma vez que são eles os dois mais populosos da RIDE, como se pode ver pela Tabela 11.

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Também vale ressaltar que não foram obtidas informações para os municípios de Curralinhos e Pau D’Arco, já para os municípios de Coivaras e Lagoa do Piauí não se obteve informações quanto ao volume faturado. Isso pode ser explicado pelo fato de os serviços de abastecimento de água serem responsabilidade da administração direta da prefeitura e de acordo, com o levantamento feito, nos municípios com essa configuração não é feito nenhum tipo de cobrança pela prestação do serviço.

Figura 11. Índice de Perdas na Distribuição A RIDE da Grande Teresina apresenta um percentual de perdas na distribuição médio de 50,87%, maior que o índice nacional, que é de 36,67% e do o índice nordeste, que é de 46,94%. Pela figura 4, é possível ver que com relação ao índice de perdas, a RIDE apresenta uma caracterização bem heterogênea, apesar de boa parte dos municípios, que apresentaram os dados, terem seus serviços administrados pela AGESPISA. Chama-se atenção para os municípios de Teresina, Demerval Lobão, José de Freitas, Lagoa Alegre e Nazária apresentam índice de perdas maiores do que a média nordeste, sendo que Nazária apresenta o maior índice da RIDE, 57,90%. Já os municípios de Coivaras, Monsenhor Gil e União são os que detém os menores índices, que são 7,49%, 10,47%, 20,65% respectivamente.

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2.1.7 Hidrometração Em observação aos dados divulgados pela Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (2008), o número de ligações prediais no Brasil cresceu em torno de 9,5 milhões no ano da pesquisa, em comparação ao ano de 2000, passando de 30,6 milhões para 40,1 milhões. Em dados percentuais tal situação corresponde a 31,1% de crescimento. A Tabela 12 apresenta as ligações de água, totais e com hidrômetro, e taxa de crescimento das economias ativas residenciais, levando-se em conta as grandes regiões do país comparando os períodos de 2000 e 2008. Tabela 44 - Ligações de água, total e com hidrômetro, e taxa de crescimento das economias ativas abastecidas residenciais, segundo as Grandes Regiões - 2000/2008 Ligações de água Taxa de Total Com hidrômetro crescimento das economias ativas Grandes Regiões abastecidas 2000 2008 2000 2008 residenciais entre 2000/2008 (%) Brasil 30.585.732 40.102.116 25.006.557 33.765.673 30,8 Norte 1.417.901 1.797.152 524.314 808.490 23,1 Nordeste 7.235.450 10.071.236 5.026.891 6.976.674 39,2 Sudeste 14.648.948 18.491.040 13.270.733 17.106.310 27,4 Sul 5.099.790 6.581.379 4.344.740 6.056.491 28,9 Centro-Oeste 2.183.643 3.161.309 1.839.879 2.817.708 39,1 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000/2008.Nota: Inclusive os municípios cujas entidades prestadoras do serviço não informaram ligações de água ou economias ativas abastecidas residenciais.

A pesquisa revela que no período de tempo de 8 anos tanto o número de ligações totais quanto as com hidrômetros cresceram, das mais de 40 milhões de ligações totais ativas notou-se que em 84,2% destas possuíam hidrômetros. A PNSB (2008) observou que o dentre as grandes regiões brasileiras que mais se destacaram a este respeito foram as regiões Norte, com o crescimento de 54,2%, e a região Centro-Oeste, com 53,1%. E em contrapartida as regiões que apresentaram os menores índices foram as regiões Nordeste (38,8%) e Sudeste (28,9%). Contudo diferentemente da região Nordeste, a Sudeste, já possuía 92,5% das ligações com medidores, o que justifica o baixo crescimento no percentual. Já a região Nordeste, por sua vez, possuía apenas 69,3% de ligações medidas. A despeito da RIDE da Grande Teresina percebeu-se que em 67% dos municípios que compõem a referida região possuem sistema de hidrometração nos serviços de abastecimento de água, a fim de monitoramento do consumo de água e sua eventual tarifação proporcional ao consumo do cliente. E por conseguinte em 33% dos demais municípios não possuem sistema de hidrometração, assim como pode ser destacado na Figura 12.

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Figura 12 – Situação da RIDE da Grande Teresina a respeito dos municípios que possuem ou não unidades de consumo micromedidas – hidrometração Fonte: Pesquisa direta, 2015.

Já na Tabela 13 destaca-se os municípios que possuem ligações de água micromedidas, ou seja, com hidrômetros, o número de ligações de água ativas e por fim, os índices de hidrometração de cada cidade. Desta forma, durante o período de levantamento de dados para a composição deste diagnóstico notou-se que alguns municípios não possuíam informações precisas ou registradas em seus arquivos a respeito do número de ligações existentes, portanto, na Tabela 13 para os valores sinalizados com o asterisco (*) baseou-se no número de domicílios atendidos por rede geral de atendimento de água para compor o número de ligações de água ativas.

Tabela 45 - Ligações de água, total e com hidrômetro da RIDE da Grande Teresina Ligações de água Índice de Município Ligações de água ativas micromedidas hidrometração Altos 5.177 5.108 96,67% Beneditinos 1.668 1.606 96,28% Coivaras 505* 0 0% Curralinhos 913* 0 0% Demerval Lobão 3.696 3.557 96,23% José de Freitas 6.074 5.896 97,06% Lagoa Alegre 876 844 96,34% Lagoa do Piauí 491* 0 0% Miguel Leão 213 0 0% Monsenhor Gil 2.009 1.855 92,33% Nazária 1.322 529 40% Pau D’arco 870 0 0% Teresina 241.199 229.603 95,19% Timon 45.864 60 0,13% União 5.194 - - RIDE 316.071 Aprox. 247.203 - Fonte: Pesquisa direta, 2015.

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Sendo assim, observou-se que no município de José de Freitas existe o maior índice de hidrometração, com 97,06%, correspondendo a 5.896 (cinco mil oitocentas e noventa e seis) ligações com hidrômetros. Outros municípios tais como Altos, Beneditinos, Demerval Lobão, Lagoa Alegre e Monsenhor Gil possuem índices superiores a 90%. Teresina proporcionalmente possui o maior número de ligações de água ativas e micromedidas dentre todos os municípios, contudo seu índice de hidrometração chega aos 95,19%. Nazária possui somente 40% de unidade consumidoras com micromedidores, e Timon somente com 0,13%, sendo o município com o menor índice dentre os demais. A respeito das cidades de Coivaras, Curralinhos, Lagoa do Piauí, Miguel Leão e Pau D’arco não possuem sistema de hidrometração nos serviços de abastecimento de água, e como observado na Tabela 13 também não souberam ou possuíam dados registrados em seus arquivos sobre a quantidade de ligações ativas de água da cidade, refletindo um dos principais déficits identificados pelos pesquisadores da RIDE da Grande Teresina quanto a carência ou precisão de informações sobre o sistema de abastecimento de água dos referidos municípios. Contudo, dentro desta realidade vale ressaltar o caso do município de Miguel Leão que diferentemente dos demais citados anteriormente chegou a possuir sistema de hidrometração que na época atingia o índice de 69,95%, mas por questões políticas aboliu o uso dos hidrômetros na cidade. Dentre os principais problemas apontados pelos município são sistema de abastecimento de água na RIDE da Grande Teresina percebeu-se a intermitência de abastecimento aprontada em 12 municípios, em seguida a falha no sistema de elétrico principalmente nos sistemas em que são servidos por fonte de água subterrânea em que faz-se o uso de bombas, também identificados em 12 municípios, em seguida a falta de reposição de peças danificadas (13 municípios), e outros, tais como vazamentos e manutenção de bombas, assim como descrito na Figura 13.

Figura 13 – Problemas identificados no sistema de abastecimento de água da RIDE da Grande Teresina Fonte: Pesquisa direta, 2015.

Já em relação a principal necessidade de melhorias apontadas pelos municípios durante o período de pesquisa identificou-se a necessidade do aumento da capacidade de produção de água para consumo em particularmente em 86,66% dos municípios da RIDE da Grande Teresina. Assim como também a

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ampliação da rede de abastecimento de água, renovação da rede, perfuração de mais poços, construção de novos reservatórios e instalação de hidrômetros.

Figura 14 – Principais necessidades apontadas pelos municípios para o melhoramento do sistema de abastecimento de água da RIDE da Grande Teresina Fonte: Pesquisa direta, 2015.

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2.1.8 Matriz Tarifária Segundo o levantamento feito pelo IFPI, apenas aqueles municípios onde a AGESPISA é responsável pelo serviço de abastecimento de água é feito alguma cobrança. A Tabela 14, a seguir mostra como é feito a cobrança pela AGESPISA. Tabela 46. Matriz Tarifária da AGESPISA Faixas de Consumo Categorias Valor (R$) % Esgoto (m3) Residencial Social Até 10,0 9,17 50,0 Até 10,0 20,89 50,0 Residencial Normal 11,0 < x < 25,0 20,89 + 3,89 (excedente 10 m3) 50,0 > 25,0 79,25 + 6,72 (excedente 25 m3) 50,0 Até 10,0 42,85 80,0 Comercial/ 11,0 < x < 25,0 42,85 + 6,40 (excedente 10 m3) 80,0 Industrial/ Pública > 25,0 42,85 + 7,59 (excedente 25 m3) 80,0 Pequenos Comércios Até 10,0 20,89 80,0 Não Medidos 12,0 Respectiva tarifa Chafarizes 180,0 Categoria Pública Fonte: AGESPISA Como se pode ver pelo quadro acima, a AGESPISA cobra por tipo e faixas de consumo. A maneira como se dá a cobrança acaba onerando o pequeno usuário, principalmente aqueles que não alcançam a faixa mínima de consumo, mas acabam pagando o mesmo valor de outros usuários de maior consumo, mas que não ultrapassam a faixa mínima para a categoria.

Figura 15 - Tarifa Média praticada nos municípios da RIDE da Grande Teresina

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A Figura 15 apresenta a tarifa média por município. Esse valor é dado pela razão entre a receita gerada pela prestação do serviço e o volume de água faturado. Pela Figura 15 é possível notar que há uma certa homogeneidade nas tarifas médias praticadas, pois a maioria se encontra entre R$2,32 e R$ 2,82/m³; as exceções ficam por conta de Miguel Leão, que apresenta a menor tarifa (R$ 0,11/m³); Timon, R$ 0,68/m³; e Nazária, R$ 1,52/m³. O pequeno valor de Miguel Leão pode ser explicado pela pequena rede de distribuição, mas também porque, até o ano de 2014, uma pequena parcela dessa rede era administrada pela AGESPISA. Os dados, portanto, apresentados no gráfico são referentes à rede administrada pela concessionária regional, no entanto, a partir de 2015, todo o serviço de abastecimento de água está sendo administrado pelo município e muito provavelmente não sendo feito cobrança. Ressalta-se que Teresina apresenta a maior tarifa média praticada (R$ 2,82/m³), superior até mesmo que as tarifas médias praticadas na região nordeste (R$ 2,71/m³) e Brasil (R$ 2,75/m³), isso faz da capital piauiense o maior contribuinte da AGESPISA quando é levado em contaque ela é também a detentora do maior volume faturado. Uma última análise se faz das receitas operacionais totais e despesas com os serviços daqueles municípios administrados pela AGESPISA, mostrado na Figura 16.

Figura 16 - Relação das receitas totais operacionais e despesas com os serviços totais dos municípios administrados pelas AGESPISA

Como se pode ver pelo gráfico da figura 6, apenas a prestadora do serviço do município de Timon/MA apresenta um saldo positivo entre receitas e despesas (9,36%), as demais, o saldo é negativo variando de 7,51%, em José de Freitas, a 248,80%, em Nazária. É importante dizer que todos os municípios piauienses, que aparecem no gráfico,têm seus serviços administrados pela AGESPISA. Em outras palavras, a empresa não se sustenta financeiramente, necessitando de subsídios do governo para continuar

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prestando seus serviços. Para a RIDE da Grande Teresina, as despesas com os serviços superam a arrecadação em 46,10%.

2.1.9 Outorga de Direito de Uso Foi feito um levantamento nos órgãos gestores de recursos hídricos a fim de saber a regularidade das prestadoras de serviço de abastecimento de água perante eles. O resultado está apresentado na tabela 15. Da Tabela 15 pode-se inferir que: Apenas seis (06) dos quinze (15) municípios pertencentes a RIDE estão em situação regular perante aos órgãos ambientais; No órgão gestor estadual não foi possível obter informação quanto ao corpo hídrico, que no caso, são todos aquíferos; Embora a quantidade de outorgas para águas subterrâneas seja maior, o volume outorgado para esse tipo de manancial é insignificante quando comparado com o volume para águas superficiais. Ainda se destaca que a outorga concedida a Águas de Timon foi concedida no ano de 2015, por isso, os dados de volume captado não constam no SNIS, pois os resultados referentes ao ano de 2015 ainda não foram divulgados. Tabela 47. Situação das prestadoras de serviço de abastecimento de água perante os órgãos gestores de recursos hídricos

Órgão Corpo Volume Município Localização Vigência Gestor Hídrico (m³/ano) ANA Timon 5,13933 42,8090 Rio Parnaíba 13.434.862,00 30/01/2045 ANA Teresina 5,14611 42,8055 Rio Parnaíba 90.219.240,00 13/12/2023 ANA Miguel Alves 4,14472 42,8875 Rio Parnaíba 1.059.960,00 21/09/2035 SEMAR Beneditinos 05°33’26,0’’ 42°22’23,0’’ -- 1.008,00 22/10/2016 SEMAR Beneditinos 05°30’40,0’’ 42°26’19,0’’ -- 1.188,00 22/10/2016 SEMAR Beneditinos 05°20’43,0’’ 42°27’38,0’’ -- 1.188,00 22/10/2016 SEMAR Demerval -- E 760.123 N 9.408.099 2.376,00 27/05/2018 Lobão SEMAR Demerval -- E 765.656 N 9.410.600 3.722,40 27/05/2018 Lobão SEMAR Demerval -- E 761.768 N 9.412.499 2.376,00 27/05/2018 Lobão SEMAR Demerval -- E 762.962 N 9.410.424 3.722,40 27/05/2018 Lobão SEMAR Demerval -- E 763.462 N 9.414.014 2.412,00 27/05/2018 Lobão SEMAR Demerval -- E 765.869 N 9.412.194 5.742,00 27/05/2018 Lobão SEMAR Demerval -- E 761.005 N 9.410.922 3.384,00 27/05/2018 Lobão SEMAR Demerval -- E 765.191 N 9.416.558 1.753,20 Lobão 27/05/2018 SEMAR Demerval -- E 754.238 N 9.409.787 3.960,00 Lobão 27/05/2018 SEMAR Demerval -- E 752.872 N 9.408.273 4.824,00 Lobão 27/05/2018 SEMAR Demerval 4°11'9,141" 42°53'5,517" -- 6.130,80 28/10/2016

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Lobão SEMAR Miguel Leão 4°19'19,582" 42°36'42,816" -- 7.722,00 28/10/2016 SEMAR Miguel Leão 4° 6' 23,549" 42° 47' 0,817" -- 2.570,40 28/10/2016 SEMAR Miguel Leão 4° 6' 23,549" 42° 47' 0,817" -- 1.371,60 28/10/2016 SEMAR Miguel Leão 4° 5' 31,788" 42°47'42,213" -- 2.570,40 28/10/2016 SEMAR Miguel Leão 4° 3' 18,66" 42°47'27,962" -- 1.929,60 28/10/2016 SEMAR Monsenhor Gil 05°33’26,0’’ 42°22’23,0’’ -- 3.646,80 02/05/2016 Fonte: ANA, SEMAR

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3. DIAGNÓSTICO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – RIDE DA GRANDE TERESINA 3.1 Gestão dos Serviços de Esgotamento Sanitário Assim como destacado na Lei 11.445 de 2004 a gestão dos serviços de esgotamento sanitário pode ser realizado por órgão, entidade ou empresa por intermédio de contrato de concessão dos serviços de saneamento básico, podendo estes ser ou não entidades de natureza pública. Sendo assim, segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB (2008), o cenário brasileiro em relação a natureza jurídica das prestadoras revelou que 31,73% dos municípios brasileiros que possuem serviço de esgotamento sanitário por rede coletora são geridos diretamente pela administração do poder público. Já os atendidos por sociedades de economia mista são 17,99%, o que correspondeu a 1.001(um mil e um) municípios. Em relação aos atendidos por empresa privada são 1,15%.

Tabela 48 - Municípios, total e com serviço de esgotamento sanitário por rede coletora, por natureza jurídica das entidades prestadoras do serviço no Brasil– 2008 Municípios Com serviço de esgotamento sanitário por rede coletora Grandes Natureza jurídica das entidades prestadoras do serviço

Regiões e

de

Unidades

e Mista

Total da Total co Federação tros

Ou

Pública

Públi Privada

Empresa Empresa Empresa

Fundação

Autarquia

Consórcio Consórcio

Associação

Sociedad

poder Público

Adm. direta do do direta Adm.

Economia Brasil 5.564 3.069 1.766 303 29 1.001 1 64 - 20 1 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008.

Ao se retratar sobre a natureza jurídica das entidades que atendem os municípios da RIDE da Grande Teresina em relação aos serviços de esgotamento sanitário por rede coletora percebeu-se que existem duas entidades, a saber: a AGESPISA (sociedade de economia mista) e a Prefeitura Municipal de Monsenhor Gil (administração direta do poder público). A AGESPISA atende dois (02) municípios, Teresina e Altos. E na cidade de Monsenhor Gil o sistema é atualmente gerido pela administração pública, contudo planeja- se ao fim da ampliação da rede coletora a concessão dos serviços a AGESPISA.

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3.2 Situação Atual do Sistema de Esgotamento Sanitário

3.2.1 Acesso e cobertura da Rede Coletora de Esgoto O saneamento no Brasil é um trabalho em progresso, o país ainda precisa ampliar e melhorar a sua infraestrutura para lidar com os resíduos gerados pela sua grande população. Apesar das políticas públicas de saneamento terem chegado a uma parcela maior da população nos últimos 10 anos, a condição atual encontra-se longe do ideal. A Tabela 17 a seguir demonstra a situação do acesso ao saneamento básico à população no ano 2008.

Tabela 49 - Atendimento e déficit por componente do saneamento básico no Brasil adotado pelo Plansab, 2008 Atendimento Déficit Componente Adequado Atendimento Precário Sem Atendimento (hab.) % (hab.) % (hab.) % Abastecimento de 134.244.670 71,0 46.323.865 24,5 8.508.465 4,5 Água Esgotamento Sanitário 90.137.850 47,8 44.624.150 43,7 8.325.000 8,4 Manejo de Resíduos 125.969.070 66,6 37.957.316 20,1 25.316.000 13,4 Sólidos Domiciliares Fontes: M Cidades, 2011; IBGE, 2000 – Censo demográfico; IBGE, 2009 - PNAD 2001 a 2008; IBGE, 2010 - PNSB 2008; MS, 2007 – Sisagua.

Percebe-se que a maior parte da população brasileira tem acesso ao saneamento básico, no entanto, o número de brasileiros que vivem em condições inapropriadas ainda é elevado. Referente ao esgotamento sanitário, menos da metade do país tem um atendimento adequado (coleta de esgoto seguido de tratamento ou uso de fossa séptica). A maior parte da população não tem acesso ou este é fornecido de forma precária, o esgoto não recebe tratamento ou é despejado em uma fossa rudimentar. O IBGE classifica os tipos de esgotamento sanitário da seguinte forma: Rede geral de esgoto ou pluvial: quando a canalização das águas servidas e dos dejetos, proveniente do banheiro ou sanitário, está ligada a um sistema de coleta que os conduza a um desaguadouro geral da área, região ou município, mesmo que o sistema não disponha de estação de tratamento da matéria esgotada; Fossa séptica: quando a canalização do banheiro ou sanitário estava ligada a uma fossa séptica. A matéria é esgotada para uma fossa próxima, onde passa por um processo de tratamento ou decantação, sendo ou não a parte líquida conduzida em seguida para um desaguadouro geral da área, região ou município; Outro: quando o banheiro ou sanitário estava ligado a uma fossa rústica (fossa negra, poço, buraco, etc.), diretamente a uma vala a céu aberto, rio, lago ou mar, ou quando o escoadouro não se enquadrasse em quaisquer dos tipos descritos anteriormente; Outro dado que vale a pena ser analisado é a presença de banheiro ou sanitário nos domicílios particulares e qual o destino dado ao esgoto gerado por eles. A Tabela 20e os gráficos a seguir destacam estes dados referentes as regiões: Brasil, Nordeste, Piauí e Maranhão. Em observação a Tabela 18 nota-se o crescimento de 6,85% no número de domicílios brasileiros que possuíam banheiro ou sanitário ligados à rede geral de esgoto ou pluvial no período de 10 anos, e consequentemente a diminuição no número de domicílios ligados a outras alternativas, tais como fossa

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séptica que diminui 3,56% e outras alternativas que diminuiu 1,03%. Não muito diferente desta realidade verifica-se que o número de domicílios sem a existência de sanitário ou banheiro apresentou uma queda no período entre 2000 a 2010. Já em relação a região Nordeste apresentou um aumento expressivo de 13,07% de domicílios particulares permanentes com a existência de banheiros ou sanitários, consequentemente uma queda no número de domicílios sem tais estruturas. No ano de 2000 apenas 2.805.836 (dois milhões oitocentos e cinco mil oitocentos e trinta e seis) domicílios estavam ligados à rede geral de esgoto ou pluvial, já no ano de 2010 percebeu-se o crescimento de 7,41%, passando a 5.069.256 (cinco milhões e sessenta e nove mil duzentos e cinquenta e cinco) domicílios servidos. Por conseguinte, os Estados do Piauí e Maranhão apresentaram o mesmo ritmo de crescimento apresentados no cenário nacional e regional, com o aumento do número de domicílios com banheiros e sanitários, e ligados à rede geral de esgoto ou pluvial. Contudo, percebe-se também que em ambos os Estados o número de domicílios com outra alternativa de destinação dos esgotos gerados aumentou em níveis superiores aos ligados à rede geral ou pluvial, o que revela as precárias situações de ambos os Estados em relação ao esgotamento sanitário.

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Tabela 50–Domicílios particulares permanentes com existência de banheiro ou sanitário comparando o cenário nacional, região Nordeste, e Estados do Maranhão e Piauí – 2000 – 2010. Grandes Ano Domicílios Com existência de banheiro ou sanitário Sem Banheiro ou Regiões Particulare Sanitário e s Total Rede de Esgoto ou Fossa Séptica Outro Unidade Permanent Pluvial s da es Federaç Absoluto % Absoluto % Absoluto % Absoluto % Absoluto % ão Brasil 2000 42.707.925 39.736.315 93,04 20.757.686 48.60 6.477.651 15.17 12.500.978 30.30 2.971.610 6.96 2010 57.324.185 55.808.151 97,36 31.786.054 55.45 6.635.292 11.61 17.368.708 29.27 1.514.930 2.64 Nordeste 2000 10.562.979 8.357.325 79,12 2.805.836 26.56 1.412.108 13.37 4.139.381 39.19 2.205.654 20.88 2010 14.922.901 13.756.975 92,19 5.069.256 33.97 1.677.507 11.24 7.010.200 46.98 1.165.684 7.81 Piauí 2000 625.107 370.705 59,30 27.41 4.38 187.213 22.07 114.287 18.28 254.402 40.70 2010 848.263 679.255 80,08 59.345 7.00 229.007 36.63 432.697 51.01 169.002 19.92 Maranh 2000 1.145.498 722.499 63,07 112.977 9,86 191.330 16,70 418.192 36,51 422.998 36,93 ão 2010 1.653.701 1.425.661 86,21 192.623 11,65 248.158 15,01 984.878 59,56 228.020 13,79 Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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Portanto, comparando as quatro regiões, vê-se que o Nordeste, o Maranhão e, especialmente, o Piauí estão abaixo da média nacional de acesso ao saneamento básico. Enquanto apenas 2,64% dos brasileiros, 7,81% dos nordestinos e 13,79% dos maranhenses não dispunham de banheiro em suas residências, 19,92% dos piauienses não possuíam tal estrutura no ano de 2010. As Figuras a seguir ilustram a situação apresentada.

Figura 17 –Evolução dos domicílios particulares permanentes com a existência de banheiro ou sanitário no período de 2000 - 2010 Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

Figura 18 – Evolução dos domicílios particulares permanentes sem banheiro ou sanitário no período de 2000 – 2010. Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

A destinação do esgotamento sanitário no Piauí é ainda mais alarmante. Em 2010, somente 7% do esgoto gerado no Estado era devidamente encaminhado a uma estação de tratamento de esgoto (ETE) ou a um desaguadouro geral da área, sendo a média nacional e nordestina 55,45% e 33,97%, respectivamente. O esgotamento sanitário do Maranhão é ligeiramente melhor que o do Piauí.

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Figura 19 – Evolução da forma de destinação do esgoto por rede geral ou pluvial no período de 2000 - 2010 Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

Os meios mais usuais de destinação do esgotamento nesses dois estados são fossas sépticas, fossas rústicas, valas ou escoadouros próximos, os três últimos foram enquadrados na categoria “Outro” pelo IBGE. Os gráficos a seguir ilustram a porcentagem dessas destinações em relação ao número total de domicílios no Piauí, Maranhão, Nordeste e Brasil.

Figura 20 - Evolução da forma de destinação do esgoto por fossa séptica no período de 2000 - 2010 Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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Figura 21 - Evolução da forma de destinação do esgoto por outras alternativas no período de 2000 - 2010 Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

No estado do Piauí, entre os anos 2000 e 2010, houve um aumento de aproximadamente 42.000 fossas sépticas, no entanto, o maior aumento foi na categoria “Outro”. Esta, que engloba o número de fossas rústicas, valas a céu aberto e ligações diretas a escoadouros, aumentou de 114.287 para 432.697, praticamente quadruplicando durante esses 10 anos. Pelo aumento do número de banheiros no estado, percebe-se que praticamente todos os domicílios que passaram a ter sanitários destinaram seus resíduos de forma inadequada.

Figura 22 - Evolução dos domicílios particulares permanentes em número absolutos no Estado do Piauí a respeito do acesso ao esgotamento sanitário quanto à existência ou não de banheiro ou sanitário e formas de abastecimento Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

No Maranhão, a rede de esgoto ou pluvial aumentou de forma mais significativa do que no Piauí, no entanto, a infraestrutura sanitária do estado também cresceu de forma insatisfatória. A categoria “Outro”, que já contava com 418.192 domicílios em 2000, passou a englobar 984.878 domicílios em

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2010, mais que duplicando nesse período. Em contrapartida, o número de ligações a rede de esgoto ou pluvial aumentou em menos de 70.000 unidades e as fossas sépticas em quase de 57.000, números praticamente irrelevantes quando comparado ao acréscimo de mais de 500.000 unidades de fossas rústicas, valas e escoadouros.

Figura 23 - Evolução dos domicílios particulares permanentes em número absolutos no Estado do Maranhão a respeito do acesso ao esgotamento sanitário quanto à existência ou não de banheiro ou sanitário e formas de abastecimento Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

A respeito RIDE da Grande Teresina, são poucas as cidades que possuem esgotamento sanitário. A empresa responsável do Estado do Piauí, AGESPISA, possui poucas informações acerca do esgoto em sete das quinze cidades: Coivaras, Curralinhos, Lagoa do Piauí, Miguel Leão, Nazária, Pau D'Arco e Timon. Esta última pertence ao estado do Maranhão, portanto, está fora de sua jurisdição. Das oito cidades restantes, apenas três possuem infraestrutura de esgotamento sanitário: Altos, Monsenhor Gil e Teresina. As demais - Beneditinos, Demerval Lobão, José de Freitas, Lagoa Alegre e União – não possuem estações de tratamento ou rede coletora de esgoto. Contudo, vale destacar que o município de União possui somente algumas ligações de rede de esgoto, assim como pode observar na Fotografia 22 o poço de visita transbordando esgoto na via pública. A implantação do sistema de esgotamento sanitário de União é financiada com recursos adquiridos junto a CODESVASF – Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco. Onde com isso planeja-se ter aproximadamente 95% de rede coletora de esgoto na zona urbana da cidade.

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Fotografia 35– Poço de visita da rede de esgoto transbordando na via pública na cidade de União – PI Fonte: Dos autores, 2015.

Particularmente, o município de Monsenhor Gil possui atualmente um sistema de esgotamento sanitário com menos de 1% de cobertura, sendo este sistema composto por uma rede coletora de aproximadamente 13 km. Durante a realização desta pesquisa observou-se a operacionalização da implantação e ampliação do sistema de esgotamento sanitário de Monsenhor Gil, o qual por sua vez vai contar com 170 ligações na primeira etapa e 850 ligações na segunda (Fotografia 23).

Fotografia 36 – Implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário da cidade de Monsenhor Gil Fonte: Dos autores, 2015.

Assim como apresentado na Tabela 19 a evolução ascendente do número de domicílios com a existência de banheiro ou sanitário na residência levando em consideração o cenário nacional, nordestino e dos Estados do Maranhão e Piauí no período de 10 anos, agora destaca-se a situação da Região de Desenvolvimento Integrado – RIDE da Grande Teresina a respeito da realidade dos municípios que a

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compõem sobre a existência ou não de tais estruturas de apoio ao esgotamento sanitário e salubridade das populações e do ambiente destas regiões. Em observação a Tabela 19 percebe-se que alguns municípios da RIDE da Grande Teresina estão em condições alarmantes em relação a existência de domicílios particulares permanentes com a existência de banheiros ou sanitários na residência de uso exclusivo do morador, já que em alguns casos, como por exemplo, o município de Pau D’arco do Piauí que apresenta apenas 38,40% de domicílios com tais tipos de estruturas, correndo o risco de levar a contaminação do solo sem a devida coleta ou tratamento do esgoto e consequentemente pondo em risco o sistema de abastecimento da cidade que é exclusivamente servida de poços subterrâneos.

Tabela 51 – Situação da RIDE da Grande Teresina a respeito dos domicílios particulares permanentes com a existência ou não de banheiro ou sanitário de uso exclusivo do morador

Domicílios com Domicílios sem Porcentagem Nº Município banheiro ou banheiro ou domicílios sanitário sanitário Com Sem Banheiro Banheiro Altos 10.372 8.358 3.162 80,58% 30,48% Beneditinos 2.768 1.645 1.196 59,42% 43,20% Coivaras 1.015 716 383 70,54% 37,73% Curralinhos 1.102 848 439 76,95% 39,83% Demerval Lobão 3.791 2.984 1.188 78,71% 31,33% José de Freitas 9.222 6.912 3.133 74,95% 33,97% Lagoa Alegre 1.958 1.012 1.084 51,68% 55,36% Lagoa do Piauí 1.062 697 410 65,63% 38,60% Miguel Leão 329 278 73 84,49% 22,18% Monsenhor Gil 2.854 2.254 708 78,97% 24,80% Nazária 2.194 1.487 1.028 67,77% 46,85% Pau D’arco 1.031 396 664 38,40% 64,40% Teresina 222.154 215.887 12.028 97,17% 5,41% Timon 40.487 36.503 7.335 90,15% 18,11% União 10.839 6.941 4.780 64,03% 44,10% RIDE 311.178 286.918 37.611 92,20% 12,08% Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

Além deste, os municípios de Beneditinos e Lagoa Alegre possuem pouco mais da metade de domicílios com banheiro ou sanitário, apresentando uma porcentagem de 59,42% e 51,68% respectivamente. Apenas Teresina e Timon apresentaram porcentagem igual e superior a 90% de residências com as respectivas estruturas. Em resumo, verifica-se que na RIDE da Grande Teresina 92,20% de todos os seus domicílios particulares permanentes possuem banheiro ou sanitário de uso exclusivo do morador. Sendo que esta porcentagem é superior aos níveis de atendimento dos Estados do Maranhão e Piauí e igual aos níveis alcançados pela região Nordeste no período de 2010, assim como pode ser verificado na Figura 24.

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Figura 24 - Comparação da porcentagem de cobertura de domicílios particulares permanentes com a existência de banheiro ou sanitário de uso exclusivo do morador nos cenários Nacional, Região Nordeste, Estados do Maranhão, Piauí e RIDE da Grande Teresina – 2010. Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

Figura 25 - Comparação da porcentagem de cobertura de domicílios particulares permanentes sem a existência de banheiro ou sanitário de uso exclusivo do morador nos cenários Nacional, Região Nordeste, Estados do Maranhão, Piauí e RIDE da Grande Teresina – 2010. Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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Mapa 37–Situação da RIDE da Grande Teresina quanto aos domicílios particulares permanentes com banheiro de uso exclusivo dos moradores ou sanitário Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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Como mencionado anteriormente a rede geral de esgoto ou pluvial diz respeito a canalização das águas servidas e dos dejetos, proveniente do banheiro ou sanitário, estando ela ligada a um sistema de coleta que conduza o material a uma área de desague, podendo o esgoto estar ou não tratado. Sendo assim, a existência de cobertura por rede geral de esgoto não sinaliza diretamente a existência e funcionamento do sistema de esgotamento, implicando-se desde as ligações nos ramais prediais, passando por todas as demais estruturas, para então serem destinados as estações de tratamento e por fim, despejado a água residuária do processo dentro dos parâmetros legais de qualidade física, química e bacteriológica em um corpo hídrico. Na Tabela 20 percebe-se que apenas 14,45% de todos os municípios da RIDE da Grande Teresina possuem seus domicílios ligados à rede geral de esgoto ou pluvial, contudo apenas 3 destes, a saber, Altos, Monsenhor Gil e Teresina possuem esgotamento sanitário que perpassam por todas as fases e seu consequente tratamento em estações para tal fim. Portanto, a realidade da região a respeito da porcentagem do esgotamento sanitário é ainda menor. Na Figura 26 verifica-se a comparação da porcentagem de atendimento da RIDE da Grande Teresina em relação ao cenário Nacional, a região Nordeste, e aos Estados do Maranhão e Piauí.

Tabela 52 – Situação da RIDE da Grande Teresina a respeito dos domicílios particulares permanentes com a existência de banheiro ou sanitário de uso exclusivo do morador ligados à rede geral de esgoto ou pluvial - 2010

Número de Ligados a rede geral de Município Porcentagem domicílios esgoto ou pluvial

Altos 10.372 66 0,63% Beneditinos 2.768 17 0,61% Coivaras 1.015 3 0,29% Curralinhos 1.102 0 0% Demerval Lobão 3.791 62 1,63% José de Freitas 9.222 173 1,87% Lagoa Alegre 1.958 5 0,25% Lagoa do Piauí 1.062 0 0% Miguel Leão 329 0 0% Monsenhor Gil 2.854 2 0,07% Nazária 2.194 32 1,45% Pau D’arco 1.031 1 0,09% Teresina 222.154 41.502 18,68% Timon 40.487 2.467 6,09% União 10.839 663 6,11% RIDE 311.178 44.993 14,45% Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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Figura 26 - Comparação da porcentagem de cobertura de domicílios particulares permanentes com a existência de banheiro ou sanitário de uso exclusivo do morador ligados à rede geral de esgoto ou pluvial nos cenários Nacional, Região Nordeste, Estados do Maranhão, Piauí e RIDE da Grande Teresina – 2010. Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

Além disto, nota-se que os municípios de Curralinhos, Lagoa do Piauí, Miguel Leão não possuem nenhuma ligação a rede geral de esgoto ou pluvial. Não muito diferente os municípios de Beneditinos, Coivaras, Lago Alegre e Pau D’arco apresentaram menos de 1% de atendimento por tal modalidade de coleta de águas servidas e esgoto. Demerval Lobão, José de Freitas e Nazária possuem níveis maior que 1% e menor que 2%. Já Timon e União com mais que 6% de domicílios ligados por rede geral de esgoto ou pluvial. Novamente percebe-se que a RIDE da Grande Teresina apresentou uma realidade em que a porcentagem de atendimento por determinada característica, sendo esta os domicílios ligados à rede geral de esgoto ou pluvial, apresentou uma porcentagem superior aos Estados do Maranhão e Piauí, ocupando um ranking logo abaixo da região Nordeste, tendo em vista o resguardo das proporções demográficas das respectivas regiões. Em relação aos municípios que possuem acesso ao esgotamento sanitário, a saber, Altos, Monsenhor Gil e Teresina, todos possuem todas as estruturas de um sistema convencional, o qual parte dos ramais prediais, coletor de esgoto, coletor tronco, interceptor, emissário, poços de visita, elevatória, Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) e por fim, a disposição final no corpo hídrico ou eventualmente, no solo. Em cada caso particular, os esgotos e águas servidas são lançados em corpos hídricos, sendo que nos sistemas de Altos e Monsenhor Gil o efluente final é lançado em rios intermitentes e Teresina em rios perenes. Como pode ser observado na Tabela 21 o índice de cobertura da rede de esgoto nos respectivos municípios que apresentam o sistema de esgotamento sanitário convencional é baixíssimo, estando eles situados em uma faixa de percentual que varia dos 5% a menos de 14%.

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Tabela 53 – Número de ligações, índice de cobertura e tipo de tratamento dado ao esgoto e águas servidas nos municípios de Altos, Monsenhor Gil e Teresina. NÚMERO DE NÚMERO DE INDICE DE TIPO DE MUNICÍPIO DOMICÍLIOS LIGAÇÕES COBERTURA TRATAMENTO Lagoas de Altos 10.372 569 7% Estabilização Lagoas de Monsenhor Gil 2.854 170 5,95% Estabilização Lagoas de Teresina 222.154 29.529 13,29% Estabilização Fonte: Agespisa, 2015. Pesquisa direta, 2015.

Na cidade de Altos, apenas uma pequena parte da população usufrui da infraestrutura de esgotamento sanitário, sendo que somente existem 569 domicílios com ligações ativas de esgoto. O sistema conta com rede de tubulação do tipo PVC, ETE capaz de tratar todo o esgoto gerado pela cidade, sendo que as estações de tratamento de esgoto são compostas por duas lagoas facultativas e uma lagoa de maturação com chicanas, assim como pode ser observado na Fotografia 24 abaixo e no Mapa 11.

Fotografia 37 – Vista para a lagoa facultativa da ETE da cidade de Altos - PI Fonte: Dos autores, 2015.

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Mapa 38 – Localização da Estação de Tratamento de Esgoto na cidade de Altos-PI Fonte: Dos autores, 2016.

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Após passar por todas as fazes de tratamento, a água residuária é lançada no riacho Surubim que por sua vez é um corpo hídrico perene. Na capital Teresina, o esgotamento sanitário é o mais desenvolvido da RIDE. O município possui três ETEs independentes em diferentes bairros: Pirajá, localizado na Zona Norte, Ininga, Zona Leste e na Alegria, Zona Sul, assim como pode ser observado no Mapa 12.

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Mapa 39 – Localização das Estações de Esgotamento Sanitários – ETE Pirajá, ETE Ininga, ETE Alegria na cidade de Teresina-PI Fonte: Dos autores, 2016.

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Segundo estudos a AGESPISA cerca de 13,29% do esgoto gerado na cidade é devidamente tratado antes de ser lançado no manancial; contudo, sua qualidade não está em conformidade com os parâmetros definidos pelas resoluções CONAMA n°. 357/05 e 430/11, especialmente o nível de matéria orgânica e amônia total. A AGESPISA justifica essa falha alegando que a zona de depuração possui diluição elevada e que os esgotos in natura clandestinos lançados no rio têm efeito mais nocivo ao manancial. A rede coletora se estende por cerca de 424km, possui 29.529 ligações totais e 17 estações elevatórias. Apesar da grande infraestrutura, ela ainda é incapaz de atender toda a população teresinense. Segundo o SNIS (2015), apenas 160.691 habitantes do município são atendidos pela rede de esgoto, o que representa 19,76% da população teresinense.

Figura 27 – Vista de satélite para as lagoas de estabilização E.T.E Ininga na cidade de Teresina-PI Fonte: Google Earth, 2016.

O Sistema de Tratamento de Esgoto Leste (E.T.E Ininga), assim como pode observado no Mapa 12 e na Figura 7 está situada a margem direita do Rio Poti, numa área total de 40 hectares, sendo que 15 hectares são ocupadas pelas lagoas. Ao todo, o sistema é composto por gradeamento, uma lagoa facultativa aerada, duas lagoas facultativas e duas lagoas de maturação. A Tabela 22 apresenta o volume coletado e tratado pela ETE Leste. Na Tabela 22 o volume de esgoto tratado é composto pelos esgotos coletados na rede geral somado aos esgotos de fossas sépticas captados e dispostos na estação pelos caminhões do tipo “limpa fossa” que no ano de 2013 chegaram a um volume de 88.588m³. Já os esgotos provenientes da rede geral alcançaram um volume de 3.574.981m³.

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Tabela 54 – Volume coletado e tratado na E.T.E Leste Rede coletora Fossa séptica Total Ano 2013 m³ m³ m³ JAN 275.822 6.833 282.655 FEV 275.402 6.289 281.691 MAR 325.747 6.998 332.745 ABR 332.346 8.066 340.412 MAI 319.212 7.922 327.134 JUN 296.395 6.961 303.356 JUL 275.607 7.285 282.892 AGO 289.428 6.899 296.327 SET 290.537 6.884 297.421 OUT 299.579 7.020 306.599 NOV 306.737 8.340 315.077 DEZ 288.169 9.091 297.260 TOTAL 3.574.981 88.588 3.663.569 Fonte: Agespisa, 2013.

Na Figura 28 apresenta-se o sistema de tratamento de esgoto E.T.E Norte, localizada no bairro Pirajá.

Figura 28 – Vista de satélite para as lagoas de estabilização da E.T.E Pirajá na cidade de Teresina-PI Fonte: Google Earth, 2016.

O sistema de lagoas de estabilização da E.T.E Pirajá está localizada na margem direita do Rio Parnaíba, e é composto por duas lagoas, sendo uma facultativa aerada e outra de maturação. Não muito diferente da E.T.E Leste, a E.T.E Norte, possui tratamento preliminar por gradeamento e desarenação, com intuito de conter o material grosseiro antes que este atinge a lagoa facultativa, a qual por sua vez ocupa uma área de 2,66 hectares. A seguinte, lagoa de maturação, possui uma área de 2 hectares. Durante o período de 2013, a E.T.E Pirajá coletou e tratou um volume total de esgoto de 2.339.063m³, assim como se observa na Tabela 23.

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Tabela 55 – Volume coletado e tratado na E.T.E Leste Estação de tratamento de esgoto norte - pirajá Ano 2013 m³ JAN 154.597 FEV 151.248 MAR 214.165 ABR 209.019 MAI 188.800 JUN 206.634 JUL 198.978 AGO 193.621 SET 206.634 OUT 205.889 NOV 205.390 DEZ 204.088 TOTAL 2.339.063 Fonte: Agespisa, 2013.

Na Figura 29 observa-se o sistema de tratamento de esgoto da E.T.E Alegria.

Figura 29 - Vista de satélite para as lagoas de estabilização da E.T.E Alegria na cidade de Teresina-PI Fonte: Google Earth, 2016.

O complexo de lagoas de estabilização de esgoto da Alegria está localizado na Zona Sul da cidade de Teresina na margem esquerda do Rio Poti. Segundo o Diagnóstico de Saneamento Básico de Teresina, a estação atende uma população de 32.000 habitantes e tem capacidade de tratar 13 litros de esgoto por segundo. O sistema é composto por 3 lagoas, sendo uma aerada, facultativa e outra de maturação, e

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diferentemente das demais E.T.E’s Pirajá e Ininga, esta não possui gradeamento, caixa coletora ou desarenação. De acordo com AGESPISA (2013), o sistema de lagoas de estabilização da E.T.E Alegria tratou um volume total 307.700 metros cúbicos de esgoto no ano de 2013, assim como pode constata-se na Tabela 24 em detalhes. Nos meses de Abril, Maio e Junho as lagoas estavam em manutenção, portanto sem operacionalidade quanto ao tratamento, o que se justifica a inexistência do volume de esgoto coletado e tratado nos respectivos meses na tabela.

Tabela 56 - Volume coletado e tratado na E.T.E Alegria Estação de tratamento de esgoto sul - alegria Ano 2013 m³ JAN 34.800 FEV 31.500 MAR 34.800 ABR L m MAI L m JUN L m JUL 34.800 AGO 34.800 SET 33.700 OUT 34.800 NOV 33.700 DEZ 34.800 TOTAL 307.700 Fonte: Agespisa, 2013.

A cidade de Monsenhor Gil faz parte das poucas cidades da Região de Desenvolvimento de Integrado Grande Teresina que possuem sistema de esgotamento sanitário e suas respectivas estruturas de tratamento, como por exemplo as lagoas de estabilização, como pode ser observado na Fotografia 30 a existência de somente uma lagoa de maturação na ETE da cidade. Contudo, a existência de tal estrutura não implica-se afirmar a eficiência do tratamento ou mesmo do sistema. Ao fim do tratamento na lagoa de maturação com a redução dos coliformes fecais presentes nos despejos de esgoto, a água residuária será disposta no corpo hídrico receptor mais próximo, que na ocasião é o riacho Natal.

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Fotografia 38– Estação Elevatória de Esgoto Fonte: Os autores, 2015.

Fotografia 39–Estação de Tratamento de Esgoto – ETE de Monsenhor Gil – Lagoa de Maturação Fonte: Os autores, 2015.

Com a aquisição do financiamento pela Fundação Nacional de Saúde – FUNASA para a implantação e ampliação do sistema de esgotamento da cidade pretende-se construir mais uma lagoa de estabilização na ETE de Monsenhor Gil. Assim como o abastecimento de água, o gerenciamento do sistema de esgotamento será realizado pela AGESPISA, atuando desde a coleta dos esgotos e excretas, transportando-os até a Estação de Tratamento de Esgotos – ETE da cidade e por fim, dando uma destinação as águas residuárias tratadas. Entretanto atualmente, o sistema está sob responsabilidade da Prefeitura Municipal até que seja realizado o contrato de concessão dos serviços de esgotamento sanitário.

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Os sistemas individuais de esgoto sanitário presentes na RIDE da Grande Teresina é composto por esgoto sanitário destinado a fossa séptica, via fossa rudimentar ou via vala. Diferentemente dos esgotos coletados via rede geral, estes não possuem tratamento por lagoas de estabilização, e possuem maior capacidade de gerar contaminação do solo ou dos recursos hídricos existentes. Já como observado anteriormente, poucos são os municípios que possuem rede geral de coleta e tratamento dos esgotos, e estes ainda assim, possuem o nível de atendimento baixíssimos. A respeito dos domicílios particulares permanentes com banheiro de uso exclusivo dos moradores ou sanitário e esgotamento sanitário via fossa séptica nos municípios da RIDE da Grande Teresina observa- se na Tabela 25 que o município de Teresina é aquele que possui a maior porcentagem de domicílios atendidos por fossa séptica, contudo tal realidade se aplica em razão de seu maior número populacional. Em seguida nota-se os municípios de Curralinhos (41,92%), Lagoa Alegre (41,52%), Beneditinos (37,93%), José de Freitas (37,85%), Timon (31,98%), Monsenhor Gil (25,15%), Nazária (24,06%) e União (20,61%). Já as cidades de Coivaras, Demerval Lobão, Lagoa do Piauí, Miguel Leão e Nazária possuem uma porcentagem menor que 10% de domicílios atendidos por fossa séptica, assim como pode também ser observado no Mapa 13.

Tabela 57 – Domicílios particulares permanentes com banheiro de uso exclusivo dos moradores ou sanitário e esgotamento sanitário via fossa séptica na RIDE da Grande Teresina Esgotamento Município Número de domicílios sanitário via fossa Porcentagem séptica Altos 10.372 702 6,76% Beneditinos 2.768 1.050 37,93% Coivaras 1.015 50 4,92% Curralinhos 1.102 462 41,92% Demerval Lobão 3.791 25 0,65% José de Freitas 9.222 3.491 37,85% Lagoa Alegre 1.958 813 41,52% Lagoa do Piauí 1.062 7 0,65% Miguel Leão 329 1 0,30% Monsenhor Gil 2.854 718 25,15% Nazária 2.194 528 24,06% Pau D’arco 1.031 63 6,11% Teresina 222.154 95.579 43,02% Timon 40.487 12.951 31,98% União 10.839 2.234 20,61% RIDE 311.178 118.674 38,13% Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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Mapa 40 – Domicílios particulares permanentes com banheiro de uso exclusivo dos moradores ou sanitário e esgotamento sanitário via fossa séptica na RIDE da Grande Teresina Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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De acordo com o Censo demográfico de 2010 (IBGE), a situação da RIDE da Grande Teresina a respeito dos domicílios particulares permanente com banheiro de uso exclusivo dos moradores ou sanitário e esgotamento sanitário via fossa rudimentar, apresentou uma porcentagem de atendimento de 35,87%, o que corresponde a uma realidade de 111.622 (cento e onze mil seiscentos e vinte e dois) domicílios que possuem a coleta do esgoto por meio de fossas rudimentares. Ao se analisar a situação mediante as realidades individuais dos municípios, percebeu-se que Miguel Leão possui a maior número percentual de domicílios atendidos por fossas rudimentares, o que corresponde a 81,45% do total de seus domicílios. Contudo, em números absolutos, Teresina, seria o município em que existem mais domicílios ligados a esta modalidade, em razão de possuir a maior densidade demográfica da região. Em seguida, notou-se que em Demerval Lobão é o segundo município com o maior número percentual de domicílios servidos por fossa rudimentar, com 72,32%. As cidades de Altos e Lagoa do Piauí possuem porcentagem acima dos 60%, Coivaras e Monsenhor Gil mais da metade dos domicílios possuem fossa rudimentar. Dentre todos, o município de Lagoa do Piauí fora o que apresentou o menor percentual, sendo que apenas 101 domicílios são ligados a esta modalidade, o que correspondeu a 5,15%. Tal realidade descrita na Tabela 26 também pode ser constatada no Mapa 14.

Tabela 58 - Domicílios particulares permanentes com banheiro de uso exclusivo dos moradores ou sanitário e esgotamento sanitário via fossa rudimentar na RIDE da Grande Teresina Número de Esgotamento sanitário via Município Porcentagem domicílios fossa rudimentar Altos 10.372 6.940 66,91% Beneditinos 2.768 508 18,35% Coivaras 1.015 600 59,11% Curralinhos 1.102 195 17,69% Demerval Lobão 3.791 2.742 72,32% José de Freitas 9.222 2.533 27,46% Lagoa Alegre 1.958 101 5,15% Lagoa do Piauí 1.062 686 64,59% Miguel Leão 329 268 81,45% Monsenhor Gil 2.854 1.491 52,24% Nazária 2.194 541 24,65% Pau D’arco 1.031 310 30,06% Teresina 222.154 73.435 33,05% Timon 40.487 18.116 44,74% União 10.839 3.156 29,11% RIDE 311.178 111.622 35,87% Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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Mapa 41 – Domicílios particulares permanentes com banheiro de uso exclusivo dos moradores ou sanitário e esgotamento sanitário via fossa rudimentar na RIDE da Grande Teresina Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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Segundo o Censo demográfico de 2010 (IBGE), a situação da RIDE da Grande Teresina a respeito dos domicílios particulares permanente com banheiro de uso exclusivo dos moradores ou sanitário e esgotamento sanitário via vala, apresentou uma porcentagem de atendimento de apenas 1,64%, o que corresponde a uma realidade de 5.122 (cinco mil cento e vinte e dois) domicílios que possuem a coleta do esgoto por meio de valas. Todos os municípios apresentaram um percentual abaixo dos 10%, sendo que tal modalidade é mais observável nas regiões rurais de tais locais, principalmente em virtude das dificuldades de se ampliar as redes de coleta de esgoto por rede geral ou pluvial. Mesmo assim, tal situação somada à realidade anterior, dos municípios atendidos por fossas rudimentares podem acentuar ainda mais o risco de contaminação do solo e do aquífero subterrâneo, e consequentemente afetar a qualidade dos mananciais que abastecem essas regiões. Os municípios de Beneditinos, Curralinhos, Lagoa do Piauí e Monsenhor Gil sequer chegaram a atingir 1% do percentual dos domicílios atendidos por valas. Assim como também pode ser observado no Mapa 15.

Tabela 59 - Domicílios particulares permanentes com banheiro de uso exclusivo dos moradores ou sanitário e esgotamento sanitário via vala na RIDE da Grande Teresina Esgotamento Município Número de domicílios Porcentagem sanitário via vala Altos 10.372 309 2,97% Beneditinos 2.768 13 0,46% Coivaras 1.015 51 5,024% Curralinhos 1.102 8 0,72% Demerval Lobão 3.791 49 1,29% José de Freitas 9.222 324 3,51% Lagoa Alegre 1.958 88 4,49% Lagoa do Piauí 1.062 3 0,28% Miguel Leão 329 5 1,51% Monsenhor Gil 2.854 10 0,35% Nazária 2.194 104 4,74% Pau D’arco 1.031 20 1,93% Teresina 222.154 2.351 1,05% Timon 40.487 1.160 2,86% União 10.839 627 5,78% RIDE 311.178 5.122 1,64% Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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Mapa 42 – Domicílios particulares permanentes com banheiro de uso exclusivo dos moradores ou sanitário e esgotamento sanitário via vala na RIDE da Grande Teresina Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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3.3 Matriz Tarifária Como se pode depreender da leitura dos itens anteriores, apenas em Teresina e Altos são feitos cobrança pelo serviço prestado. A matriz tarifária segue aquela apresentada no item 5.3.7, tabela 17, já que é a AGESPISA a prestadora do serviço. Pela Tabela 17 a taxa cobrada pelo esgotamento sanitário é uma porcentagem do volume consumido de água, sendo para residências 50,0% e para indústrias e comércios, 80,0%. Segundo Von Sperling (2014), o volume de esgoto geralmente varia entre 40,0% e 80,0% do volume de água, sendo comumente utilizado 80,0%. O autor ainda afirma que valores tão baixos como o de 40,0% somente podem ser alcançados se à rede de coleta estão ligados apenas os sanitários. Dado a essa afirmação e observando a matriz tarifária da AGESPISA, percebe-se que esta, para as residências, não repassa todo o valor ao consumidor, deixando de arrecadar 30,0% do que seria comumente empregado. De modo geral, como já havia sido constatado no item 2.1.8, a AGESPISA tem um déficit enorme, as receitas geradas pela prestação dos serviços são muito inferiores as despesas que esta tem com a operação. Isso faz com o que a empresa dependa maciçamente de subsídios para continuar prestando os serviços, uma vez que não eu não auferi lucro. Com relação a outorga para diluição de efluentes, apenas foram encontradas as referentes aos rios federais, Parnaíba e Poti, que são concedidas pela Agência Nacional de Águas. O quadro abaixo mostra o volume outorgado e a carga de DBO dessas outorgas.

Quadro 7. Outorgas para diluição de efluentes para a RIDE da Grande Teresina Corpo Volume Carga de DBO Município Localização Vigência Hídrico (m³/ano) (Kg/dia) Timon 5,09244 42,8229 Rio Parnaíba 7.801.919,00 8.357,67 30/01/2045 Teresina 5,04472 42,7975 Rio Poti 4.423.800,00 363,6 13/12/2023 Teresina 5,07444 42,8322 Rio Parnaíba 4.038.360,00 663,84 13/12/2023 Teresina 5,1175 42,7756 Rio Poti 324.120,00 39,96 13/12/2023 Teresina 5,12056 42,7733 Rio Poti 604.440,00 49,68 13/12/2023 Fonte: ANA

O pequeno número de outorgas concedidas já era esperado dado a pequena rede de esgotamento sanitário existente na RIDE, no entanto chama a atenção de que o sistema de Altos não possui outorga, também não foram encontrados qualquer cadastro do sistema nos órgãos gestores.

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4. DIAGNÓSTICO DE DRENAGEM URBANA – RIDE DA GRANDE TERESINA

4.1 Histórico, Base Legal e Normativa A lei que estabelece diretrizes para o saneamento básico define drenagem e manejo de águas pluviais como: “conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas”. Pela definição, percebe-se que a principal preocupação com a drenagem é com relação as enchentes e inundações. A Cobrade define inundações como: submersão de áreas fora dos limites normais de um curso de água em zonas que normalmente não se encontram submersas. O transbordamento ocorre de modo gradual, geralmente ocasionado por chuvas prolongadas em áreas de planície. Já enchentes pode ser definido pela elevação do nível de água do rio, acima de sua vazão normal, sendo normalmente sinônimo de inundação. Tucci (2002) classifica a inundação em duas categorias: inundações ribeirinhas – aquelas derivadas de eventos naturais, resultante de processos climatológicos locais e regionais, em que as capacidades de suporte dos sistemas de drenagem existentes são ultrapassadas e o excesso de volume vai ocupando as várzeas de acordo com a topografia -, inundações na drenagem urbana – aquelas resultantes da impermeabilização do solo dado a urbanização das cidades. Sendo assim, os sistemas de drenagem visam fundamentalmente a controlar e diminuir o impacto desses dois tipos de inundações nos centros urbanos. Uma boa gestão de águas pluviais deve apresentar um enfoque ambiental e não mais sanitarista, ou seja, além de se preocupar em sanear os centros urbanos, deve-se também estar atento para a manutenção e recuperação de ambientes saudáveis interna e externamente à área urbana. No entanto, esse tipo de abordagem ainda parece distante para alguns países em desenvolvimento, em que o crescimento urbano acelerado e desorganizado, sem uma política de zoneamento fazem com que áreas de várzeas, impermeabilização dos solos, causando grandes eventos de inundações. O fato se torna ainda mais grave quando em sistemas separatistas absolutos, como no Brasil, as redes de drenagem são utilizadas para deposição de efluentes de esgotos domésticos ou industriais, que termina por piorar as condições do meio ambiente e principalmente dos mananciais. Pode se destacar também a correlação que existem entre a gestão de águas pluviais e a de resíduos sólidos, pois uma má gestão dessa – deposição de lixos em locais irregulares, ou a precariedade de aterros sanitários – contribuem para proliferação de doenças de veiculação hídrica e contaminação de aquíferos, auxiliada pelas inundações das áreas urbanas e sistemas de drenagem pouco eficazes. Do exposto acima e antes de discorrer sobre o diagnóstico propriamente dito sobre drenagem urbana, faz-se necessário uma revisão da legislação acerca do tema, pois são importantes instrumentos e que devem balizar a elaboração de planos diretores de drenagem urbana. Além da lei de diretrizes para o saneamento básico que elege a drenagem como um dos quatros componentes desse e, consequentemente, como uma questão de saúde pública, há que se citar: as políticas de recursos hídricos nacional e estaduais, o novo código florestal, as leis de uso e ocupação do solo dos municípios, e os licenciamentos ambientais para as obras de infraestrutura da drenagem. Os recursos hídricos no Brasil são de competência ou da União, ou dos Estados, tendo os órgãos gestores como uma de suas funções fazer o gerenciamento através da análise e emissão de outorgas quando cabíveis. Embora todas as unidades federativas do Brasil prevejam a outorga como um instrumento de gestão, poucos são aquelas que regulamentaram o lançamento de efluente nos corpos d’águas, determinando o padrão de qualidade desse. Em alguns, a outorga para este tipo de finalidade é baseada apenas no volume lançado, sem considerar a sua qualidade ou a capacidade de suporte do meio. Outro instrumento importante da Política de Recursos Hídricos são os Planos de Bacias ações relacionadas a drenagem urbana, como medidas de controle ou monitoramento tanto da qualidade como da quantidade que chega

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aos mananciais. Além disso, os Planos de Bacias devem colaborar para o zoneamento dos municípios, determinando APP (áreas de proteção permanente), as zonas de recarga dos aquíferos, entre outros. Quanto ao código florestal, promulgado pela lei 12.651, de 25 de maio de 2012, deve-se estar atento para os novos limites estabelecidos para a largura mínima das margens dos rios, lagos, lagoas e olhos d’águas. As leis de uso e ocupação do solo são de competência municipal, porém tanto os Estados quanto a União podem intervir estabelecendo diretrizes gerais, visando a defesa do solo, proteção do meio ambiente e controle da poluição (VI, art 24 da CF de 1988). As leis de uso e ocupação do solo são responsáveis pelo zoneamento do município, pois determinando as áreas que serão ocupadas e como serão ocupadas e os tipos de uso do solo que serão permitidos. Mas o que se tem visto são leis gerais de macrozoneamento produzidos pelos municípios e que não contemplam o aspecto da drenagem urbana, além de serem muito restritivas, o que gera reações negativas e desobediências. Já o licenciamento ambiental refere-se essencial as obras necessárias para a drenagem urbana em que se deve atentar para o conteúdo da Política Nacional de Meio Ambiente, instituída pela lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, e resoluções CONAMA e CONSEMA que irão regular quanto aos tipos de obras sujeitos ao licenciamento ordinário e os tipos de documentos necessários para ele, como os Estudos de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental. Ainda pode citada a lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012, que institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, que dentre os vários objetivos estabelece: a redução do risco de desastre e as ações de proteção e defesa civil entre os elementos da gestão territorial e do planejamento das políticas setoriais; o desenvolvimento de cidades resilientes e os processos sustentáveis de urbanização; monitoramento de eventos meteorológicos, hidrológicos, geológicos, biológicos, nucleares, químicos e outros potencialmente causadores de desastres; estimular o ordenamento da ocupação do solo urbano e rural, tendo em vista sua conservação e a proteção da vegetação nativa, dos recursos hídricos e da vida humana; o combate a ocupação de áreas ambientalmente vulneráveis e de risco e promoção a realocação da população residente nessas áreas. Objetivos que em maior ou menor grau se relacionam com a drenagem urbana, pois como já se disse, essa visa principalmente ao controle e minimização das inundações, que é considerado um desastre natural. Portanto, para se elaborar um plano diretor de drenagem urbana, além de prever as medidas estruturais, há a necessidade de observar toda a legislação em torno do tema e a interdisciplinaridade que a gestão de águas pluviais tem com outras áreas, tornando-se, assim, “um elemento indispensável ao funcionamento das aglomerações urbanas”.

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5. DIAGNÓSTICO DE RESÍDUOS SÓLIDOS – RIDE DA GRANDE TERESINA

5.1 Histórico, Base Legal e Normativa A primeira cidade brasileira a tratar a questão da limpeza urbana foi a capital do Império, a cidade do Rio de Janeiro então chamada de São Sebastião que, em 25 de novembro de 1880 iniciou o serviço sistemático de limpeza urbana, por meio do Decreto nº 3024, aprovando o contrato de "limpeza e irrigação" da cidade, que foi executado por Aleixo Gary e, mais tarde, por Luciano Francisco Gary, de cujo sobrenome origina-se a palavra gari, que hoje denomina-se os trabalhadores da limpeza urbana em muitas cidades brasileiras. (MONTEIRO et al, 2001) Questões relativas ao lixo não são restritas apenas às sociedades modernas, tampouco problemas exclusivos de sociedades contemporâneas (WALDMAN, 2010). Desde os dias do Império até a presente data, a questão da limpeza urbana e o gerenciamento dos resíduos sólidos, foi relegada a segundo plano, porém a cada dia, está assumindo papel de destaque entre as principais demandas tanto da sociedade civil como dos setores governamentais e sua relevância se dá devido a diversos aspectos como os ligados à veiculação de doenças e, portanto, à saúde pública; aos aspectos ambientais pela contaminação do solo, dos cursos d'água e lençóis freáticos, como também pelas questões sociais ligadas no que se refere aos catadores, destacando-se a problemática da presença de crianças nos lixões. Outro aspecto relevante é o potencial turístico dos municípios que são bastante prejudicados por falta do correto gerenciamento dos resíduos sólidos. Após tramitar por quase vinte anos, foi promulgada a Lei Federal nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, instituindo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento dos resíduos sólidos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. Segundo Sousa (2012), somente a partir do ano de 2010, com a promulgação da Lei nº 12.305/10 que foi instituído, de fato, um novo marco regulatório para os resíduos sólidos, tendo como diretriz basilar a não geração, a redução, a reciclagem, o tratamento dos resíduos sólidos e a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Nela são consideradas as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública, bem como a promoção do desenvolvimento sustentável e da eco eficiência. O Art. 7º da referida lei trata dos seus principiais objetivos que são:  Proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;  Não geração, redução, reutilização, tratamento e disposição final adequada;  Adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas;  Diminuição do uso dos recursos naturais no processo de produção de novos produtos;  Intensificação de ações da educação ambiental;  Desenvolvimento da indústria da reciclagem no país;  Articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor empresarial;  Promoção da inclusão social, por meio da geração de emprego e renda para catadores de materiais recicláveis; e,  Gestão integrada dos resíduos sólidos. A magnitude da abrangência da Lei tem como base alguns critérios que envolvem diversos agentes econômicos e sociais, sejam eles de direito público ou privado, e, na interpretação de Lopes (2003), a falta de conscientização da população diante dos problemas relacionados aos resíduos é o ponto de maior importância a ser trabalhado pelos agentes públicos. Assim, pode-se concluir que o sucesso da Lei n ° 12.305/2010 depende também da participação popular (SOUSA, 2012).

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A Política Nacional de Resíduos Sólidos, portanto, contribui significativamente para a universalização da gestão ambientalmente adequada de resíduos sólidos no Brasil, e tem sua regulamentação através do Decreto Federal nº 7.404/2010, que institui normas para a execução da mesma. É importante ressaltar alguns conceitos contidos nessa lei: são os conceitos de resíduos sólidos e rejeitos e a diferença entre destinação final ambientalmente adequada e disposição final ambientalmente adequada. Resíduos sólidos: Material, substância, objeto ou bem descartado, resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. Rejeitos: Resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) na NBR 10004/2004 define resíduos sólidos, genericamente conhecidos como lixo, da seguinte forma: Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. Quanto à diferença entre destinação e disposição finais ambientalmente adequadas, a primeira refere-se a resíduos sólidos que possuem potencial de aproveitamento energético ou de tratamento, enquanto a segunda dispõe sobre rejeitos que “não apresentam outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada” (Brasil, 2010a; art. 3º; inciso XV). Vale ressaltar que a disposição é considerada ambientalmente adequada quando respeitadas “normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos” (BRASIL, 2010(a), art. 3º, inciso VII;). Outros conceitos também são relevantes e devem ressaltados, visto que para se atingir os objetivos traçados pela Lei, criaram-se importantes mecanismos de gestão que corroboram com a característica estruturante da legislação analisada: a responsabilidade compartilhada e a logística reversa.

Responsabilidade compartilhada: Conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos. Objetiva minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, além de reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos. Logística reversa: Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.

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5.2 Gestão do Setor de Resíduos Sólidos É consenso entre os especialistas na área de resíduos sólidos a urgência em equacionar o problema do tratamento e da destinação final do lixo. Na verdade, em raras situações há de fato o tratamento dos resíduos sólidos, que em geral são apenas depositados em "lixões". (SCHALCH, 2002). Essa afirmação apesar de ter sido feita há mais de dez anos, continua atual, visto que segundo a ABRELPE, em 2014, existem nos municípios brasileiros, 1.559 lixões e 1.775 aterros controlados. O termo gestão é utilizado para definir decisões, ações e procedimentos adotados em nível estratégico (Lima, 2001). Uma correta gestão desse setor pressupõe o conhecimento tanto das leis quanto de todas as etapas e ações concernentes ao adequado gerenciamento dos RSU.

5.3 Classificação Os resíduos sólidos possuem diversas classificações, nesse diagnóstico será utilizada a classificação constante na PNRS. Quanto à origem: Resíduos domiciliares: São resíduos originários das atividades domésticas em residências urbanas; Resíduos de limpeza urbana: São resíduos originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana; Resíduos sólidos urbanos: Quando compreendem os resíduos domiciliares e os resíduos de limpeza urbana; Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: São resíduos gerados nessas atividades, excetuados os resíduos de limpeza urbana, dos serviços públicos de saneamento básico, de serviço de saúde, serviços de transporte e de construção civil. Se os resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços forem caracterizados como não perigosos, os mesmos podem, em razão de sua natureza, composição ou volume, serem equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal; Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: São resíduos gerados nessas atividades, excetuados os resíduos sólidos urbanos; Resíduos industriais: São resíduos gerados nos processos produtivos e instalações industriais; Resíduos de serviços de saúde: São resíduos gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS; Resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis; Resíduos agrossilvopastoris: São resíduos gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades; Resíduos de serviços de transportes: São resíduos originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários e rodoviários; Resíduos de mineração: os gerados nas atividades de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios. A PNRS também estabelece a classificação dos resíduos quanto ao seu grau de periculosidade para os ecossistemas e saúde humana, englobando duas grandes categorias: resíduos perigosos e resíduos não perigosos, conforme detalharemos a seguir: a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica.

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Os resíduos perigosos constituem uma classe de resíduos que deve receber atenção e tratamento específicos por parte dos órgãos públicos vinculados à limpeza urbana, bem como por parte dos demais atores envolvidos na PNRS, em especial as indústrias e os grandes geradores de resíduos sólidos. De acordo com o artigo 64 do Decreto nº 7.404/2010, que regulamenta a PNRS, consideram-se geradores ou operadores de resíduos perigosos àqueles empreendimentos ou atividades: Cujo processo produtivo gere resíduos perigosos; Cuja atividade envolva o comércio de produtos que possam gerar resíduos perigosos e cujo risco seja significativo a critério do órgão ambiental; Que prestam serviços que envolvam a operação com produtos que possam gerar resíduos perigosos e cujo risco seja significativo a critério do órgão ambiental; Que prestam serviços de coleta, transporte, transbordo, armazenamento, tratamento, destinação e disposição final de resíduos ou rejeitos perigosos; ou e) que exercerem atividades classificadas em normas emitidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), do Sistema Nacional de vigilância Sanitária do Brasil (SNVS) ou do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) como geradoras ou operadoras de resíduos perigosos. Deve-se dar um maior nível de atenção às características peculiares dos resíduos perigosos, dentre as quais se destacam: Inflamabilidade: característica de alguns produtos em apresentar maior facilidade para entrar em ignição. Alguns produtos são inflamáveis a partir de determinada concentração no ar atmosférico, não necessitando da presença de fagulhas ou proximidades com fontes de calor; Corrosividade: alguns resíduos perigosos são corrosivos, podendo desgastar ou deteriorar a superfície dos recipientes onde se encontram armazenados, aumentando o risco de contaminação do solo e do lençol freático em casos de vazamentos; Reatividade: algumas substâncias possuem maior propensão para provocar reações químicas, ocasionando contaminações e maior risco de explosões. Em geral são substâncias instáveis que possuem maior capacidade de reagir com outros agentes; Toxicidade: capacidade que determinado resíduo possui de provocar intoxicação ou danos de origem biológica nos seres vivos, seja pela inalação, ingestão, contato ou absorção. A toxicidade depende da dosagem ou concentração da substância; Patogenicidade: Alguns resíduos perigosos podem conter agentes ou organismos (vírus, bactérias, etc.) patogênicos, isto é, possuem a capacidade de causar doenças em homens, animais ou vegetais; Carcinogenicidade: alguns resíduos perigosos podem atuar como agentes cancerígenos, aumentando as chances de surgimento de câncer nos organismos por inalação, ingestão ou absorção cutânea; Teratogenicidade: alguns produtos perigosos podem afetar o desenvolvimento normal de embriões, resultando em anomalias no feto que levam à má-formação; Mutagenicidade: alguns resíduos perigosos, em especial substâncias químicas são capazes de provocar alterações no código genético dos organismos, ou seja, uma mutação genética que pode ser herdada pelos seus descendentes. Exemplos de agentes mutagênicos são a radiação ultravioleta e os raios x. b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”. Outra classificação se refere à destinação: Resíduos não recicláveis - os quais devem receber tratamento, se necessária, e posteriormente, dada a correta destinação final; Resíduos recicláveis – que devem passar por um processo

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5.4 Caracterização do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos 5.4.1 Geração e Manejo dos RSU De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) a geração total de RSU no Brasil em 2014 foi de aproximadamente 78,6 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 2,9% em relação ao ano anterior que foi de 76,4 milhões de toneladas (Figuras 30 e 31). Esse crescimento é preocupante, pois, esse índice foi superior à taxa de crescimento populacional no país no período, que foi de 0,9%. (ABRELPE, 2014, IBGE, 2010).

Figura 30 - Geração de RSU no Brasil Fonte: Abrelpe, 2014 e IBGE, 2010.

Figura 31 - Geração per capita de RSU no Brasil Fonte: Abrelpe, 2014 e IBGE, 2010.

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Os 1.794 municípios dos nove Estados da região Nordeste geraram, em 2014, a quantidade de 55.177 toneladas/dia de RSU. Os dados indicam crescimento de 3,2% na geração de RSU relativamente ao ano anterior (ABRELPE, 2014, IBGE, 2010). Observa-se a cada dia, um incremento na geração de RSU, impulsionada por diversos fatores, tanto econômicos como comportamentais, visto que, uma das características da sociedade contemporânea é a busca da satisfação através do consumo exagerado de bens. Evidencia-se o embelezamento das cidades com o correto manejo dos RSU, em verdade é essencial, não somente pelo embelezamento das cidades, mas principalmente, como fator decisivo na eliminação de focos transmissores de doenças e à preservação do meio ambiente. Com o intuito de se gerenciar o volume de RSU produzido nos municípios, é necessária a criação de uma estrutura eficiente para que se possa fazer seu correto manejo. O serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos compreende todas as ações necessárias para que uma cidade possa se manter limpa, portanto, esse serviço abrange as atividades de varrição e limpeza de vias e logradouros públicos, de remoção e transporte de resíduos das atividades de limpeza, de coleta, remoção e transporte dos resíduos sólidos domiciliares, da remoção de resíduos volumosos e de entulhos lançados em vias e logradouros públicos, a prestação de serviços de operação e manutenção dos sistemas de transferência de resíduos sólidos urbanos e das unidades de triagem e compostagem, incluindo a transferência dos rejeitos gerados nessas unidades para destino final que deverá ser disposto de forma correta, utilizando aterros sanitários em conformidade com a legislação ambiental.

5.4.2 Varrição e limpeza dos logradouros públicos No Art. 30 da Constituição Federal Brasileira, promulgada no ano de 1988, é estabelecido que o município deve legislar organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, como é o caso da limpeza urbana. Consiste na remoção sistemática dos resíduos acumulados, nas sarjetas, guias das calçadas e praças, evitando o acúmulo de terra e de material particulado, contribuindo para a segurança do transito e redução de derrapagens e colisões. Do ponto de vista da drenagem a varrição previne a obstrução da rede de águas pluviais contribuindo, dessa forma para a redução das inundações. Consiste também, na catação de resíduos nas áreas verdes ajardinadas, na limpeza de feiras livres e na pintura de meios-fios. De acordo com a Lei do Saneamento Básico, os serviços de varrição, capina e poda de árvores em vias e logradouros públicos e outros eventuais serviços, como a limpeza de feiras e galerias, compõem o Sistema de Limpeza Público e conceitua esses serviços como: Capina: conjunto de procedimentos concernentes ao corte, manual ou mecanizado, ou à supressão da cobertura vegetal considerada prejudicial que se desenvolve em vias e logradouros públicos, bem como em áreas edificadas, públicas ou privadas, abrangendo, eventualmente, a remoção de suas raízes e incluindo a coleta de resíduos resultantes. Varrição: conjunto de procedimentos referentes à limpeza manual ou mecanizada desenvolvidas em vias ou logradouros públicos, abrangendo o arraste, o acondicionamento e o recolhimento comumente presentes numa faixa de aproximadamente 1(um) metro de largura a partir das sarjetas. Essa ação pode ser desenvolvida conjuntamente com as empresas geradoras dos resíduos. Poda de árvores: prática constante para proporcionar mais vitalidade às árvores, estética, ou por motivo de segurança. Consiste no corte de galhos necessários em função de diversos fatores, como por exemplo: controle fitossanitário, desimpedimento da sinalização de trânsito em função da visibilidade, bem como a desobstrução das redes de energia elétrica, telefônicas e cabos, sempre observado a manutenção do equilíbrio da copa.

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5.4.3 Acondicionamento O acondicionamento consiste na preparação dos resíduos sólidos para a coleta de forma sanitariamente adequada, compatível com o tipo e a quantidade de resíduos. Sem o devido e correto acondicionamento, as etapas posteriores como a coleta e transporte dos resíduos ficam comprometidas. A qualidade dessas operações depende da forma adequada do seu acondicionamento, armazenamento e da disposição dos recipientes no local, dia e horários estabelecidos pelo órgão de limpeza urbana para a coleta. Depende também do comprometimento da população que tem participação determinante nessa operação. Segundo Zveibil, (2000) a importância do acondicionamento adequado está em:  Evitar acidentes;  Evitar a proliferação de vetores;  Minimizar o impacto visual e olfativo;  Reduzir a heterogeneidade dos resíduos (no caso de haver coleta seletiva);  Facilitar a realização da etapa da coleta.  Ao se escolher o tipo adequado de recipiente deve-se considerar:  As características dos resíduos;  A frequência da coleta;  O tipo de edificação;  O preço do recipiente. De acordo com Monteiro et al (2001), os recipientes adequados para acondicionar o lixo domiciliar devem ter as seguintes características:  Dispositivos que facilitem seu deslocamento no imóvel até o local de coleta;  Serem herméticos, para evitar derramamento ou exposição dos resíduos;  Serem seguros, para evitar que lixo cortante ou perfurante possa acidentar os usuários ou os trabalhadores da coleta;  Serem econômicos, de maneira que possam ser adquiridos pela população;  Não produzir ruídos excessivos ao serem manejados;  Possam ser esvaziados facilmente sem deixar resíduos no fundo.

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5.4.4 Coleta e Transporte Coletar significa recolher os resíduos acondicionados por quem o gerou para encaminhá-los, mediante transporte adequado, a uma possível estação de transbordo, a um eventual tratamento e finalmente à disposição final apropriada. A coleta e o transporte dos resíduos domiciliares urbanos, produzido em imóveis residenciais, em estabelecimentos públicos e no pequeno comércio são, em geral, efetuados pelo órgão municipal encarregado da limpeza urbana. Este procedimento garantirá que os resíduos não se acumularão nas proximidades da população, e minimizará a possibilidade de causarem impactos ao meio ambiente e à saúde pública. Para esses serviços, podem ser usados recursos próprios da prefeitura, de empresas sob contrato de terceirização ou sistemas mistos, como o aluguel de viaturas e a utilização de mão-de-obra da prefeitura. Quanto aos resíduos industriais ou de grandes geradores, a responsabilidade de coletar e fazer o transporte fica a cardo do gerador. Primeiramente é necessário que sejam pré-estabelecidos a regularidade, a frequência e os horários de coleta. A importância da definição desses elementos é para que a população possa se acostumar a dispor os resíduos a serem recolhidos momentos antes da passagem do veículo coletor evitando a atração de animais que costumam prejudicar o acondicionamento, espalhando os resíduos nas calçadas. Previne-se também, o impacto visual negativo e o surgimento de fortes odores. A coleta de resíduos poderá ser diurna ou noturna. As duas modalidades oferecem vantagens e desvantagens. Na coleta diurna são as seguintes vantagens: além de ser mais econômica, possibilita melhor fiscalização do serviço; as desvantagens é que interfere muitas vezes no trânsito de veículos e causa maior desgaste dos trabalhadores em regiões de climas quentes, com a consequente redução de produtividade. Quanto à coleta noturna é indicada para áreas comerciais e turísticas, pois não interfere no trânsito dessas áreas, outra vantagem é que o lixo não fica exposto durante o dia. As desvantagens desse sistema são: o incômodo causado pelo excesso de ruído, a dificuldade de fiscalização e o aumento o custo de mão-de-obra com o pagamento de adicional pelo trabalho noturno. Em relação à coleta seletiva, a Lei n° 12.305/2010 define como a “coleta de resíduos sólidos previamente separados de acordo com sua constituição e composição” (BRASIL, 2010a). Essa prática constitui um instrumento fundamental para atingir metas de redução e tratamento, tanto de resíduos secos quanto de resíduos úmidos. É um programa que deve envolver todos os atores da sociedade: o setor público, a sociedade civil (cidadão) e a indústria, principalmente no que se refere à interface da coleta seletiva dos resíduos secos com a logística reversa, especialmente a de embalagens em geral. Todos os municípios deveriam promover campanhas de no sentido de incentivar essa prática. Segundo Viana (2011), são grandes as vantagens que a coleta seletiva oferece:  Redução no consumo de energia;  Diminuição da exploração de recursos naturais renováveis e não renováveis;  Economia de energia;  Melhoria da limpeza da cidade e da qualidade de vida da população;  Aumento da conscientização ambiental;  Aumento da vida útil dos aterros sanitários;  Diminuição da poluição do solo, da água e do ar;  Diminuição da proliferação de doenças e da contaminação dos alimentos;  Diminuição de custos de produção pelas indústrias que reaproveitam o material reciclável;  Diminuição dos gastos com limpeza urbana;  Melhoria da qualidade dos compostos produzidos a partir da matéria orgânica;

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 Inclusão social, com geração de trabalho e renda para famílias carentes; e,  Fortalecimento das organizações comunitárias. Quanto ao transporte de resíduos está em vigor a seguinte Legislação:  DZ-1310.R-7 – Sistema de Manifesto de Resíduos;  Resolução ANTT 420/2004 - Regulamento do transporte terrestre de produtos perigosos - Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT);  Norma da ABNT - NBR 13.221 - Transporte de resíduos. • NBR 13221/07 - Transporte terrestre de resíduos;  Decreto Federal N. 875 de 19 de julho de 1993 - promulga o texto da convenção sobre o controle de movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos e seu depósito;  Resolução CONAMA N. 23 de 12 de dezembro de 1996 - dispõe sobre o movimento transfronteiriço de resíduos;  Decreto Federal N. 4.581 de 27 de janeiro de 2003 - promulga a emenda ao anexo I e adoção dos anexos VIII e IX à Convenção de Basiléia sobre o controle do movimento transfronteiriço de resíduos perigosos e seu depósito. Ao se pretender um sistema de transporte que atenda às necessidades do município, esse serviço deve ter as seguintes características (MONTEIRO et al, 2001):  Não permitir o derramamento do lixo ou do chorume na via pública;  Apresentar taxa de compactação de pelo menos 3:1, ou seja, cada 3m³ de resíduos ficarão reduzidos, por compactação, a 1 m³;  Apresentar altura de carregamento na linha de cintura dos garis, ou seja, no máximo a 1,20m de altura em relação ao solo;  Possibilitar esvaziamento simultâneo de pelo menos dois recipientes por vez; e,  Possuir carregamento traseiro, de preferência. Os tipos de veículos comumente utilizados para as atividades de coleta são caminhões com carrocerias sem compactação e/ou com carrocerias compactadoras. A escolha do veículo coletor é feita considerando-se principalmente: - a natureza e a quantidade do lixo. Os equipamentos compactadores são recomendados para áreas de média a alta densidades, em vias que apresentem condições favoráveis de tráfego. Nas cidades pequenas, onde a população não é concentrada, os equipamentos sem compactação são os mais indicados (IBAM, 2001).

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5.4.5 Tratamento e Disposição final A Lei 12.305/10 prevê a destinação final ambientalmente adequada dos resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos; (Título I - Capítulo II - Parágrafo VII). Também enfatiza a não geração, a redução, a reutilização e por fim o tratamento e disposição final adequada. As ações de não geração e a redução dependem primordialmente da educação e da consciência ambiental dos atores envolvidos no processo, seja ele qual for. Quanto à reutilização, que não envolve nenhum processo produtivo, consiste no aproveitamento de produtos, objetos ou embalagens sem que estes sofram quaisquer tipos de alterações ou processamentos complexos. Esgotada a possibilidade de reutilização, os resíduos podem ser tratados de diversas formas: Reciclagem: consiste, basicamente, da reintrodução dos resíduos no processo de produção. Envolve várias atividades interligadas e tem como principal objetivo a retirada de materiais diferenciados, reduzindo o volume de resíduos a ser disposto nos aterros ou enviado a outros tipos de tratamentos finais, viabilizando, desta maneira, a redução de matéria-prima necessária aos processos produtivos industriais; Logística reversa: caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo de vida ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. Ainda se tratando da Logística Reversa, de acordo com Decreto nº 7.404/2010 esse tipo de sistema será implementado e operacionalizado por meio dos seguintes instrumentos: Regulamento expedido pelo Poder Público: Neste caso a logística reversa poderá ser implantada diretamente por regulamento, veiculado por decreto editado pelo Poder Executivo. Acordos Setoriais: Os acordos setoriais são atos de natureza contratual, firmados entre o Poder Público e os fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, visando à implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. O processo de implantação da logística reversa por meio de um acordo setorial poderá ser iniciado pelo Poder Público ou pelos fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes dos produtos e embalagens referidos no art. 18 do Decreto nº 7.404/2010. Os procedimentos para implantação da logística reversa por meio de um acordo setorial estão listados na subseção I da seção II do Capítulo III do Decreto nº 7.404/2010. Termos de Compromisso: O Poder Público poderá celebrar termos de compromisso com fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes visando o estabelecimento de sistema de logística reversa: I - nas hipóteses em que não haver, em uma mesma área de abrangência, acordo setorial ou regulamento específico, consoante o estabelecido no Decreto nº 7.404/2010; ou II - para a fixação de compromissos e metas mais exigentes que o previsto em acordo setorial ou regulamento. Os termos de compromisso terão eficácia a partir de sua homologação pelo órgão ambiental competente do SISNAMA, conforme sua abrangência territorial (MMA, 2015). Trituração: é uma técnica complementar à reciclagem e à compostagem e contribui para a redução da granulometria do material e do custo de transporte, pois diminui o volume dos materiais. Normalmente, os resíduos que são encaminhados à trituração são vidros, pneus e resíduos de construção civil e demolição. Compostagem: constitui-se em um processo aeróbio e controlado de reciclagem da matéria orgânica presente nos resíduos sólidos urbanos. A decomposição biológica e estabilização da matéria resulta em composto orgânico, cuja utilização no solo sem ocasionar riscos ao meio ambiente. Tradicionalmente a

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compostagem é vista como uma prática usual em propriedades rurais e centrais de reciclagem de resíduos. Incineração: é uma alternativa de tratamento para redução do volume e do peso dos resíduos sólidos, geralmente aplicada aos chamados resíduos de serviço de saúde (RSS), com a consequente eliminação da matéria orgânica ou das características patogênicas inerentes aos resíduos de serviços de saúde, por meio da combustão controlada. O processo consiste na combustão dos resíduos à alta temperatura em que os materiais à base de carbono são decompostos, gerando calor. Os principais problemas do uso desta tecnologia como alternativa no tratamento final de RSS são as falhas de manutenção e de operação, que podem levar à emissão à atmosfera de gases tóxicos, a partir da queima de compostos clorados, presentes em certos tipos de embalagens. Estes compostos são altamente cancerígenos, e causam doenças irreversíveis a seres humanos e animais, inclusive no nível de alterações genéticas. Por conta desses problemas, esse é um processo que vem sendo desativado em grande parte do mundo. No Brasil, a maioria destas unidades de incineração já foi fechada. Pirólise: pode ser genericamente definido como sendo o de decomposição química por calor na ausência de oxigênio, esse processo produz mais energia do que consome, ou seja, o seu balanço energético é positivo. Coprocessamento: é a queima de resíduos e de passivos ambientais (efluentes, óleos, solo contaminado, etc.) em fornos de cimento. O coprocessamento utiliza os resíduos como substituição parcial do combustível que mantém a chama do forno, transformando calcário e argila em clínquer, a matéria-prima do cimento, não alterado as suas qualidades. Finalmente, conforme a própria PNRS diz, “somente se esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade” é que rejeitos deverão ser encaminhados à disposição final ambientalmente adequada’’. A propósito, devemos entender como disposição final ambientalmente adequada a “distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos” (lei nº 12.305/10 art.3º, VIII). Significa a obrigatoriedade de implantação de aterros sanitários em substituição aos lixões e aterros controlados. Apesar de a referida lei estar em vigor há cinco anos, o lixão e o aterro controlado, formas inadequadas de disposição final, ainda persiste de muitos municípios brasileiros, segundo a ABREELPE em 2014, 17,4% dos RSU gerados são dispostos em lixões e 24,3% em aterros controlados. Ressaltam-se também as diferentes formas de destinação final dos resíduos sólidos: lixão, aterro controlado e aterro sanitário. Lixão: É uma forma inadequada de disposição final de resíduos sólidos, que se caracteriza pela simples descarga do lixo sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. Nestes locais, não há sistema de tratamento de efluentes líquidos – o chorume (líquido que escorre do lixo, fruto da decomposição da matéria orgânica). Em consequência disso, este líquido penetra pela terra, com substâncias contaminantes para o solo e para o lençol freático, atraindo insetos e ratos, aumentando o risco de contaminação, principalmente para aqueles que costumam trabalhar nesses espaços. No lixão, os resíduos ficam expostos sem nenhum procedimento que evite suas consequências ambientais e sociais negativas. Aterro Controlado: Segundo a NBR 8849/1985 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o aterro controlado é uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais. Esse método utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos, cobrindo-os com uma camada de material inerte na conclusão de cada jornada de trabalho. Aterro Sanitário: O aterro sanitário é a disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos. Antes de iniciar a disposição do lixo, o terreno é preparado com a impermeabilização do solo e o selamento da base com argila e mantas de PVC. Com esse processo, o lençol freático e o solo não são contaminados pelo chorume. Há, também, um sistema de captação desse líquido para posterior tratamento. O aterro

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sanitário também prevê a cobertura diária do lixo, evitando a proliferação de vetores, mau cheiro e poluição visual. Nesse sistema de disposição dos resíduos sólidos, não há catadores em atividade no terreno e a quantidade de resíduos que entra é controlada. Os aterros sanitários também contam com um sistema de captação e armazenamento ou queima do gás metano, resultante da decomposição da matéria orgânica. Ao final da vida útil do aterro sanitário, a empresa que o opera é responsável por efetuar um plano de recuperação do terreno. Ao se construir um aterro sanitário é imprescindível a sua correta gestão, pois sem um planejamento adequado das ações que envolvem a manutenção de um aterro sanitário, ele pode, ao longo se sua vida útil se transformar em um aterro controlado ou mesmo em um lixão. Segundo Kamiji (2014), diversos fatores afetam a qualidade operacional de aterros:  Falta de investimento;  Falta de gestão econômico-financeira;  Falta de capacitação técnica de gestão e operação;  Descontinuidade política – administrativa pública; e  Falta de “agenda” e motivação administrativa, pública, política e social para a questão dos resíduos. Sancionada em 2 de agosto de 2010, a PNRS determinava ações como a extinção dos lixões do país e substituição por aterros sanitários, além da implantação da reciclagem, reuso, compostagem, tratamento do lixo e coleta seletiva nos municípios. A lei dava prazo de quatro anos para que as cidades se adequassem à PNRS, ou seja, deveriam estar em prática já em agosto de 2014, porém a realidade brasileira está longe dessa meta, principalmente na RIDE da Grande Teresina, visto que não tem nenhum aterro sanitário em funcionamento. Segundo Salomão (2015) o Senado aprovou em 1 de julho de 2015 projeto que prorroga o prazo para as cidades brasileiras adequarem à gestão que fazem do lixo às regras da PNRS. Na prática, a matéria estende o limite da data para a extinção dos lixões nos municípios. Com a aprovação, a matéria segue agora para análise da Câmara dos Deputados. O projeto inicial que foi levado ao plenário previa a prorrogação do prazo para a extinção dos lixões em dois anos. No entanto, uma emenda em plenário apresentada pelo senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) estabeleceu prazos escalonados de acordo com o município. "A emenda que apresento confere prazos diferenciados, de acordo com perfil do ente federativo, conferindo prazos mais longos para municípios com população inferior a 50 mil habitantes e mais curtos para as capitais de Estados e Municípios integrantes de região metropolitana ou de região integrada de desenvolvimento, que possuem maior população e maior capacidade orçamentária financeira, para a implementação das exigências legais", explicou o senador. As capitais e municípios de região metropolitana terão até 31 de julho de 2018 para acabar com os lixões. Os municípios de fronteira e os que contam com mais de 100 mil habitantes, com base no Censo de 2010, terão um ano a mais para implementar os aterros sanitários. As cidades que têm entre 50 e 100 mil habitantes terão prazo até 31 de julho de 2020. Já o prazo para os municípios com menos de 50 mil habitantes será até 31 de julho de 2021. Segundo a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), o quadro institucional atual em relação aos RSU é negativo apesar de encontrar-se em fase de alteração. A maioria das Prefeituras Municipais ainda não dispõe de recursos técnicos e financeiros para solucionar os problemas ligados à gestão de resíduos sólidos. Ignoram-se, muitas vezes, possibilidades de estabelecer parcerias com segmentos que deveriam ser envolvidos na gestão e na busca de alternativas para a implementação de soluções. Raramente utiliza-se das possibilidades e vantagens da cooperação com outros entes federados por meio do estabelecimento de consórcios públicos nos moldes previstos pela Lei de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007) e Lei de Consórcios Públicos (Lei nº 11.107/2005) e de seus respectivos decretos de regulamentação, Decreto nº 7217/2010 e Decreto nº 6.017/2007). Além disso é frequente observar-se a execução de ações em resíduos sólidos sem prévio e adequado planejamento técnico-econômico, sendo esse quadro agravado pela falta de regulação e controle social no setor.

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Portanto ainda há muito que se fazer, no que se refere à gestão dos RSU principalmente, na RIDE da Grande Teresina para que esses novos prazos possam finalmente serem atendidos com todos os municípios gerenciando corretamente seus resíduos. O Termo de Cooperação firmado entre o Ministério das Cidades e a Fundação Universidade de Brasília, por intermédio do seu Centro de Desenvolvimento Tecnológico - CDT para execução do estudo “Diagnóstico do Saneamento Básico das Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDES) do Brasil (RIDE DF e Entorno, RIDE da Grande Teresina/PI e RIDE Polo Petrolina e Juazeiro)” (processo 80120.002197/2012-36), prevê em seu Plano de Trabalho a elaboração do diagnóstico sobre as condições do saneamento básico. Esse relatório apresenta os resultados das atividades do eixo resíduos sólidos desenvolvidas pela RIDE da Grande Teresina, realizadas no período de maio de 2013 a dezembro de 2015. Considerações sobre o diagnóstico: Coleta de dados – foram considerados os dados do IBGE (2010) e da ABRELPE (2014), assim como os dados primários obtidos por meio da aplicação de um questionário (Anexo 16) nos 15 municípios que compõem a RIDE da Grande Teresina. Esse diagnóstico se caracteriza pela deficiência de dados oficiais dos Municípios sobre as condições do setor de limpeza urbana, pois de uma maneira geral, não existem essas informações de forma sistematizada, dessa maneira, a obtenção de dados primários sobre a realidade dos municípios fica bastante prejudicada, assim como informações sobre projetos e programas existentes nos municípios que compões a RIDE da Grande Teresina, relacionados à gestão e ao manejo de resíduos. Além disso, verifica-se que todas as pesquisas já realizadas, pelos mesmos motivos já relatados, enfrentaram as mesmas limitações e deficiências nas informações. Inicialmente foram elaborados os diagnósticos dos 15 Municípios que compõem a RIDE da Grande Teresina constantes nos Anexos de 01 a 15: Anexo 01 - Diagnóstico do Município de Altos; Anexo 02 - Diagnóstico do Município de Beneditinos; Anexo 03 - Diagnóstico do Município de Coivaras; Anexo 04 - Diagnóstico do Município de Curralinhos; Anexo 05 - Diagnóstico do Município de Demerval Lobão; Anexo 06 - Diagnóstico do Município de José de Freitas; Anexo 07 - Diagnóstico do Município de Lagoa Alegre; Anexo 08- Diagnóstico do Município de Lagoa do Piauí; Anexo 09 - Diagnóstico do Município de Miguel Leão; Anexo 10 - Diagnóstico do Município de Monsenhor Gil; Anexo 11 - Diagnóstico do Município de Nazária; Anexo 12 - Diagnóstico do Município de Pau D’Árco; Anexo 13 - Diagnóstico do Município de Teresina; Anexo 14 - Diagnóstico do Município de Timon; e, Anexo 15 - Diagnóstico do Município de União. Foram utilizadas duas formas de obtenção dos dados primários: Presencial, através de entrevista estruturada, com aplicação de questionários; e visitas às cidades verificando as condições da limpeza urbana e ao local de disposição final dos resíduos.

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O diagnóstico dos municípios da RIDE da Grande Teresina categorizou, quando possível, os dados obtidos nos seguintes grupos de informações: a) Setor administrativo responsável pela gestão de RS; b) Legislação incidente e normatização; c) Agente executor dos serviços de manejo; d) Serviços disponibilizados para a população; e) Finanças; f) Mão de obra envolvida; g) Veículos e equipamentos; h) Coleta (RDO – Resíduo Doméstico, RSS, RCD): metodologia, taxa per i) capita e massa coletada; j) Varrição; e k) Capina/Roço.

5.4.6 Destinação final (RDO, RSS, RCD). Nota-se que, na maioria dos municípios, o gerenciamento dos resíduos sólidos apresenta características muito semelhantes, da geração à disposição final, envolvendo apenas as atividades de coleta regular, transporte e descarga final, em locais selecionados pela Prefeitura, levando-se em conta, simplesmente a disponibilidade de áreas e pela distância em relação ao centro urbano e às vias de acesso, ocorrendo essa descarga, na maioria dos municípios, a céu aberto. De uma forma geral, a estrutura operacional das prefeituras que compõem a RIDE não é suficiente para a gestão municipal. Um dos maiores problemas detectado nas visitas os municípios foi o reduzido quadro de pessoal de nível superior em áreas estratégicas dos municípios, portanto, é imprescindível que seja viabilizado programas de capacitação para os servidores e gestores municipais. Todos os municípios avaliados pertencem a RIDE da Grande Teresina, sendo 14 municípios pertencentes ao Estado do Piauí e um pertencente ao Estado do Maranhão, sendo considerados pequenos municípios, exceto Teresina e Timon. Miguel Leão é o município com a menor população da região com cerca de 1.253 habitantes enquanto que Teresina é a maior cidade avaliada contando com cerca de 814.439 habitantes (IBGE, 2010). A taxa de urbanização oscila de 94,27% a 20,48%, sendo o município de Teresina com a maior taxa de urbanização e Nazária com a menor. Uma limitação dessa pesquisa deveu-se a falta de estrutura dos municípios que na maioria dos casos, não tem as informações referentes ao saneamento básico sistematizadas, dificultando dessa forma, o acesso dos pesquisadores aos dados necessários para a formulação do diagnóstico. Quanto ao requisito legislação, duas leis básicas em termos de gestão de RSU como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela lei federal nº 12.305/2010, e a Lei do Saneamento Básico (LSB), instituída pela Lei nº 11.445/2007 incidir sobre todo e qualquer município brasileiro, essa legislação é constantemente descumprida, além do que somente 40% dos municípios possuem algum tipo de legislação municipal no que se refere ao manejo dos RSU. Quanto ao requisito “serviços de limpeza urbana e coleta de lixo”, tem-se que todos os municípios avaliados realizam o serviço de coleta periódica do lixo doméstico em 100% dos domicílios urbanos, já os domicílios da zona rural, somente dois municípios contam com esse serviço. A logística empregada por cada município é bem desigual, Teresina, Timon e mais cinco municípios possuem caminhões compactadores, enquanto oito, fazem o transporte dos RSU em caminhões comuns, conforme Tabela 28.

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Tabela 60- Equipamentos utilizados no manejo dos resíduos sólidos nos municípios da RIDE

Fonte: Pesquisa direta, 2015.

O serviço de varrição é comum a todos os municípios apesar de que, via de regra, este serviço abrange somente as vias principais dos municípios. Enquanto que a roçada de terrenos baldios e a capina de vias públicas é feita sob demanda. Quanto aos resíduos domésticos coletados periodicamente tem-se que em 13 municípios não foi possível avaliar a quantidade coletada diariamente, apenas os municípios de Teresina e Altos informaram o volume diário de resíduos gerados no município. Os resíduos domésticos coletados periodicamente são dispostos em lixões, somente Teresina e José de Freitas possuem aterros controlados e nos municípios de Altos e Nazária foram implantados pela iniciativa privada, Centros de Tratamento de Resíduos (CTR). Ressalta-se que Teresina já possui um

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aterro sanitário ao lado do aterro controlado que em breve entrará em operação. A Tabela 29 relaciona à disposição final dos resíduos em todos os municípios que compõem a RIDE.

Tabela 61- Disposição final dos resíduos gerados nos municípios da RIDE Município Disposição final Altos Vazadouro a céu aberto Beneditinos Vazadouro a céu aberto Coivaras Vazadouro a céu aberto Curralinhos Vazadouro a céu aberto Demerval Lobão Vazadouro a céu aberto José de Freitas Aterro controlado Lagoa Alegre Vazadouro a céu aberto Lagoa do Piauí Vazadouro a céu aberto Miguel Leão Vazadouro a céu aberto Monsenhor Gil Vazadouro a céu aberto Nazária Centro de Tratamento de Resíduos de Teresina Pau D'arco Vazadouro a céu aberto Teresina Aterro controlado Timon Centro de Tratamento de Resíduos de Timon União Vazadouro a céu aberto Fonte: Pesquisa direta, 2015.

Quanto aos resíduos da construção civil (RCC) verificou-se que nenhum município atende plenamente à legislação de forma a ter áreas licenciadas ambientalmente para a destinação final destes resíduos. Os RCC são dispostos em valas, terrenos baldios, em praças, chegando até a ser dispostos ao longo das margens de cursos d ́água urbanos. Dentre todos os municípios avaliados, somente Teresina existe empresas que realizam a coleta de RCC, porém o transporte de forma irregular também está presente na cidade. Já aos resíduos dos serviços de saúde (RSS), verificou-se que oito municípios enterram e incineram os RSS em valas comuns, em quatro municípios não se obteve nenhuma informação e somente três municípios fazem a correta destinação por meio de empresas terceirizadas. Em relação à coleta seletiva, verificou-se que na maioria dos municípios não realizam qualquer procedimento deste tipo, acontecendo ações isoladas de catadores que trabalham de forma isolada, sem fazerem parte de nenhuma associação ou cooperativa. Quanto às outras coletas especiais como lixo eletrônico e pneus, verificaram-se iniciativas particulares e informais nos municípios não havendo programa ou proposta alguma dos governos municipais. Não há postos de entrega voluntária, exceto em Teresina que existem vários pontos dispostos pela cidade.

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Tabela 62- Responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos Sólidos Urbanos nos municípios da RIDE MUNICÍPIO ÓRGÃO RESPONSÁVEL Altos Secretaria de Obras Públicas Beneditinos Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente Coivaras Secretaria de Administração Curralinhos Secretaria de Saúde Demerval Lobão Secretaria de Obras José de Freitas Secretaria de Infraestrutura Lagoa Alegre Secretaria de Administração Lagoa do Piauí Secretaria de Administração Miguel Leão Secretaria de Obras e Saúde Monsenhor Gil Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente Nazária Departamento de Limpeza e Fiscalização do Município Pau D'arco Não tem secretaria responsável Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação Teresina (SEMDUH) Timon Superintendência de Limpeza Pública e Urbanização (SLU) União Secretaria de Obras Fonte: Pesquisa direta, 2015.

Para tanto, a Tabela 31 apresenta a estimativa de geração de resíduos sólidos dos municípios da RIDE da Grande Teresina para os 30 anos de previsão de projeto.

Tabela 63 - Estimativa de geração de resíduos nos municípios da RIDE (Kg/dia) Município 2015 2020 2025 2030 2035 Altos 46.467 46.830 46.936 46.812 46.607 Beneditinos 10.177 10.218 10.230 10.216 10.194 Coivaras 3.989 34.031 4.043 4.029 4.005 Curralinhos 4.402 4.457 4.472 4.454 4.423 Demerval Lobão 13.755 13.853 13.880 13.848 13.793 José de Freitas 38.889 39.323 39.449 39.301 39.056 Lagoa Alegre 8.455 8.569 8.602 8.563 8.499 Lagoa do Piauí 2.544 2.569 2.576 2.568 2.554 Miguel Leão 1.254 1.247 1.245 1.247 1.251 Monsenhor Gil 6.184 6.200 6.204 6.198 6.189 Nazária 8.491 8.597 8.628 8.591 8.532 Pau D'arco 3.996 4.060 4.078 4.056 4.020 Teresina 1.354.169 1.370.952 1.375.784 1.370.074 1.360.627 Timon 161.571 167.642 171.923 174.735 177.030 União 44.260 44.597 44.693 44.580 44.390 Fonte: Pesquisa direta, 2015.

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Tabela 64 – Abrangência da coletados resíduos sólidos urbanos quanto a área MUNICÍPIO ÁREA COLETADA Altos Urbana Beneditinos Urbana Coivaras Urbana Rural em 5 povoados Demerval lobão Urbana José de Freitas Urbana Lagoa Alegre Urbana Lagoa do Piauí Urbana Miguel Leão Urbana Monsenhor Gil Urbana Rural em 1 povoado Nazária Urbana Rural Pau D’Arco Urbana Teresina Urbana Timon Urbana União Urbana Fonte: Pesquisa direta, 2015.

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5.5 Situação Atual do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Grande parte dos municípios não dispõem de aterros sanitários em operação, sendo verificado ainda a disposição irregular de resíduos sólidos urbano e de resíduos de construção. Em Teresina, o serviço administrativo da coleta convencional de resíduos sólidos é de responsabilidade da Prefeitura Municipal através da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SEMDUH). Quanto à coleta seletiva, a Prefeitura de Teresina optou por disponibilizar 14 PEV onde um agente sanitário permanece no local com a finalidade de orientar a população como também de providenciar a coleta desses resíduos. No Mapa 16 é possível identificar domicílios com coleta direta no município de Teresina.

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Mapa 43 - Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Teresina. Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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A prefeitura faz a coleta dos seguintes resíduos: domiciliar; resíduos especiais; áreas de difícil acesso e de recicláveis. Quanto aos pontos de disposição irregular, a prefeitura colocou 19 contêineres de 40m³ onde permanece um agente ambiental para orientar a utilização desses equipamentos que são específicos para o recebimento de resíduos do pequeno gerador, ou seja, recebe RCC. Resíduos de saúde – somente das unidades da prefeitura – autoclave e incineração.

Fotografia 40 - Coleta domiciliar dos resíduos Fonte: Dos autores, 2015.

Fotografia 41 – Transporte de resíduos sólidos da saúde Fonte: Dos autores, 2015.

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Fotografia 42 – Coleta de resíduos especiais Fonte: Dos autores, 2015.

Fotografia 43 – Coleta dos Pontos de Entrega Voluntária – Teresina. Fonte: Dos autores, 2015.

Teresina possui ainda um aterro sanitário que recebe aproximadamente 40 mil toneladas por mês sendo observado na Fotografia 31.

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Fotografia 44 – Aterro Sanitário de Teresina -PI Fonte: Dos autores, 2015.

No Município de Altos a gestão é de responsabilidade da Secretaria de Obras Públicas. O município de produz: Resíduos domésticos- 32 t/dia; Resíduos provenientes da varrição – 40 kg/dia; Resíduos provenientes da capina e roço – 100 kg/dia. Em Altos, a coleta de resíduos sólidos domiciliares do município é de responsabilidade da prefeitura, não existindo qualquer tipo de separação ou coleta seletiva. Esses resíduos são coletados duas vezes por semana em todos os bairros da cidade por um caminhão compactador e quatro caminhões basculantes e disposto de forma inadequada no lixão da cidade. Essa coleta se restringe à zona urbana, portanto, a zona rural é desprovida desse serviço. No Mapa 17 verifica se o número de domicílios com coleta direta de resíduos sólidos.

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Mapa 44 - Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Altos. Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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A poda de árvores, a capinação manual e a limpeza das praças são executadas de forma descontínua e na limpeza da feira livre trabalham 12 garis. De responsabilidade da Prefeitura, o volume produzido de capina e roço é recolhido por uma caçamba e despejados no lixão. Quanto ao lixão, localizado à 7,5 Km do perímetro urbano, recebe todos os resíduos coletados diariamente da cidade, inclusive os provenientes de Serviços de Saúde que são colocados em uma vala sem nenhum tipo de impermeabilização e incinerados em área próxima ao lixão.

Fotografia 45 – Lixão da cidade de Altos Fonte: Dos autores, 2015.

No Município de Altos foi instalada uma Central de Tratamentos de Resíduos (CTR) com Licença Ambiental concedida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar), com o objetivo de prestar serviços de tratamento e destinação final de resíduos sólidos urbanos, industriais, de serviços de saúde e de grandes geradores.

Fotografia 46 – Vista da entrada da Central de Tratamento de Resíduos da cidade de Altos -PI Fonte: Dos autores, 2015.

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Fotografia 47 – Vista da área impermeabilizada da CTR da cidade de Altos -PI Fonte: Dos autores, 2015.

No Município de Beneditinos essa gestão é de responsabilidade da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente. Em Beneditinos, a coleta de resíduos sólidos domiciliares do município é de responsabilidade da prefeitura, não existindo qualquer tipo de separação ou coleta seletiva. Esses resíduos são coletados duas vezes por semana em todos os bairros da cidade por um caminhão compactador e disposto de forma inadequada no lixão da cidade. Essa coleta se restringe à zona urbana, portanto, a zona rural é desprovida desse serviço.

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Mapa 45– Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Beneditinos. Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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No caso de Beneditinos, com frequência diária, a varrição das vias públicas é executada por dez garis apenas ao longo da sarjeta, cabendo ao ocupante do imóvel a limpeza do passeio situado à frente do seu lote. Quanto ao lixão (Fotografia 35 e Fotografia 36), este recebe todos os resíduos coletados diariamente da cidade, exceto os provenientes de Serviços de Saúde que são colocados em uma vala sem nenhum tipo de impermeabilização e incinerados em área próxima ao lixão, esse procedimento é realizado a cada três meses, visto que, não possuindo hospital, somente postos de saúde, a produção de resíduos de saúde é reduzida.

Fotografia 48–Vista para a entrada do lixão de Beneditinos-PI Fonte: Dos autores, 2015.

Fotografia 49 – Presença de animais no lixão do município de Beneditinos-PI Fonte: Dos autores, 2015.

No Município de Coivaras essa gestão é de responsabilidade da Secretaria de Administração. Em Coivaras, a coleta de resíduos sólidos domiciliares do município é de responsabilidade da prefeitura, não existindo qualquer tipo de separação ou coleta seletiva. Esses resíduos são coletados uma vez por

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semana em todos os bairros da cidade por um caminhão caçamba e disposto de forma inadequada no lixão da cidade. Essa coleta se restringe à zona urbana, portanto, a zona rural é desprovida desse serviço.

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Mapa 46 - Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Coivaras. Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

Quanto aos RCC, a coleta também é de responsabilidade da Prefeitura, sendo realizada a pedido dos munícipes.Com a finalidade de executar os serviços de limpeza urbana, a Prefeitura possui a seguinte frota: um caminhão caçamba e um trator, que diariamente transportam os resíduos para o lixão. No caso de Coivaras, com frequência diária, a varrição das vias públicas é executada por quatro garis apenas ao longo da sarjeta, cabendo ao ocupante do imóvel a limpeza do passeio situado à frente do seu lote. De responsabilidade da Prefeitura, a capina e o roço não tem uma equipe permanente, quando necessário, é contratada por diária e fiscalizada por um funcionário da Prefeitura, o volume de resíduos é recolhido por uma caçamba e despejados no lixão. Os resíduos provenientes de Serviços de Saúde são colocados em uma vala separada, porém, sem nenhum tipo de impermeabilização e incinerados em área próxima ao lixão, não possuindo hospital, somente postos de saúde, a produção de resíduos de saúde é reduzida.

Fotografia 50 – Vista para o lixão da cidade de Coivaras -PI Fonte: Dos autores, 2015.

No Município de Curralinhos essa gestão é de responsabilidade da Secretaria de Saúde. Em Curralinhos, a coleta de resíduos sólidos domiciliares do município é de terceirizada, não existindo qualquer tipo de separação ou coleta seletiva. Esses resíduos são coletados três vezes por semana em todos os bairros da cidade e disposto de forma inadequada no lixão da cidade. De responsabilidade da empresa terceirizada, o volume produzido de capina e roço é recolhido por uma caçamba e despejados no lixão.

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Mapa 20 - Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Curralinhos. Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

Em Curralinhos iniciou-se a construção de um aterro sanitário que por motivos não informado teve sua execução paralisada e, infelizmente o que se pode observar é o total abandono dos serviços e o desperdício dos recursos públicos (Fotografia 38; Fotografia 39 e Fotografia 40).

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Fotografia 51 – Vista da entrada do lixão da cidade de Curralinhos - PI Fonte: Dos autores, 2015.

Fotografia 52 – Manta de contenção do chorume do aterro controlado paralisada da cidade de Curralinhos -PI Fonte: Dos autores, 2015.

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Fotografia 53 - Resíduos sólidos dos serviços de saúde dispostos a céu aberto no lixão de Curralinhos-PI

No Município de Demerval Lobão essa gestão é de responsabilidade da Secretaria de Obras.Em Demerval Lobão, a coleta de resíduos sólidos na área urbana do município é terceirizada, a empresa faz a coleta dos resíduos domiciliares, os serviços de varrição e capina da cidade.

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Mapa 47– Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Demerval Lobão. Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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Segundo informações da Secretaria de Obras, duas vezes por semana, a coleta dos resíduos domiciliares é realizada por uma equipe de nove funcionários atendendo a todos os bairros da zona urbana da cidade. Na zona rural a Prefeitura não disponibiliza esse serviço. Os resíduos de saúde são coletados duas vezes por semana por uma empresa especializada por esse tipo de serviço e transportados para Teresina para tratamento e disposição final. No caso de Demerval Lobão a varrição das vias públicas é executada por uma empresa terceirizada com uma equipe de 12 garis (Fotografia 41). A poda de árvores, a capinação manual e a limpeza das praças são serviços executados de forma descontínua por uma equipe de oito funcionários terceirizados. De responsabilidade da Prefeitura, o volume produzido pelos serviços descritos acima são recolhidos por uma caçamba e despejados no lixão.

Fotografia 54 – Equipe de varrição na cidade de Demerval Lobão-PI Fonte: Dos autores, 2015.

Fotografia 55 – Caminhão de coleta de resíduos sólidos na cidade de Demerval Lobão-PI Fonte: Dos autores, 2015.

Apesar de não existir um programa formal de coleta seletiva, os catadores da cidade (em torno de 14 pessoas) não estão organizados em nenhum tipo de associação, trabalhando de forma independente.

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Quanto à disposição final dos resíduos do município, o lixão de Demerval Lobão está localizado muito próximo da cidade, somente a 1.300 m do centro da cidade (Fotografia 43).

Fotografia 56- Vista para o lixão da cidade de Demerval Lobão-PI Fonte: Dos autores, 2015.

No Município de José de Freitas essa gestão é de responsabilidade da Secretaria de Infraestrutura. A coleta de resíduos sólidos domiciliares do município é terceirizada, não existindo qualquer tipo de separação ou coleta seletiva. Esses resíduos são coletados uma vez por semana em todos os bairros da cidade por dois coletores compactadores, uma retroescavadeira e três caminhões da empresa terceirizada e disposto de forma inadequada no lixão da cidade. Essa coleta se restringe à zona urbana, portanto, a zona rural é desprovida desse serviço.

Fotografia 57 – Caminhão e equipe de coleta dos resíduos sólidos na cidade de José de Freitas-PI

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Mapa 48– Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de José de Freitas. Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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No caso de José de Freitas, com frequência diária, a varrição das vias públicas é executada por seis garis apenas ao longo da sarjeta, munidos de equipamentos manuais como vassouras, carrinhos de mão, pás e sacos plásticos. Esse serviço é fiscalizado somente por um funcionário da prefeitura. A poda de árvores, a capinação manual e a limpeza das praças são executadas de forma descontínua por 32 operários que recolhem para o lixão 8t/mês.

Fotografia 58 – Vista para o lixão da cidade de José de Freitas-PI Fonte: Dos autores, 2015.

Fotografia 59 – Presença de animais no lixão da cidade de José de Freitas-PI Fonte: Dos autores, 2015.

No Município de Lagoa Alegre essa gestão é de responsabilidade da Secretaria de Administração. Para a realização dos serviços de limpeza urbana o município possui alguns equipamentos importantes para a realização dos trabalhos que são: um caminhão coletor compactador, um trator retroescavadeira, um caminhão caçamba e uma patrol.

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Mapa 49– Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Lagoa Alegre. Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

O lixão do município recebe todos os resíduos coletados diariamente na cidade, exceto os provenientes de Serviços de Saúde que são coletados por carroceiros tendo como destino final a queima ou o enterro

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em uma vala sem nenhum tipo de impermeabilização. Nota-se na Fotografia 47 a queima dos resíduos no lixão.

Fotografia 60 – Vista para o lixão da cidade de Lagoa Alegre-PI Fonte: Dos autores, 2015.

No Município de Lagoa do Piauí essa gestão é de responsabilidade da Secretaria de Administração. Segundo informações prestadas pela Secretaria de administração o volume de resíduos gerados no município é: os domiciliares – 10t/mês, os provenientes da varrição – 15t/mês, capina e roçagem – 4t/mês, os resíduos da saúde - 100kg/mês e os RCC – 3t/mês, não existindo nenhuma indústria que gere um grande volume de resíduos. Em Lagoa do Piauí, a coleta de resíduos sólidos domiciliares do município é terceirizada, não existindo qualquer tipo de separação ou coleta seletiva. Esses resíduos são coletados três vezes por semana em todos os bairros da cidade por um caminhão e disposto de forma inadequada no lixão da cidade. Essa coleta se restringe à zona urbana, portanto, a zona rural é desprovida desse serviço.

Fotografia 61 – Vista para o lixão da cidade de Lagoa do Piauí-PI Fonte: Dos autores, 2015.

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Mapa 50– Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Lagoa do Piauí. Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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Com a finalidade de executar os serviços de limpeza urbana, a Prefeitura possui somente um caminhão que diariamente transportam os resíduos para o lixão. Quanto ao lixão, localizado a 4,5 Km do perímetro urbano, recebe todos os resíduos coletados diariamente da cidade, exceto os provenientes de Serviços de Saúde que são coletados e transportados para a cidade de Teresina por uma empresa terceirizada especializada na execução desse serviço.

Fotografia 62 – Caminhão de coleta de resíduos sólidos da cidade de Lagoa do Piauí-PI Fonte: Dos autores, 2015.

No Município de Monsenhor Gil essa gestão é de responsabilidade da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente. Em Monsenhor Gil a coleta de resíduos sólidos domiciliares do município é de responsabilidade da prefeitura, a poda de árvores, a capinação manual e a limpeza das praças, da capina e do roço são executadas de forma descontínua e a cidade pelos mesmos garis da varrição.

Fotografia 63 – Capina do passeio público na cidade de Monsenhor Gil Fonte: Dos autores, 2015.

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Mapa 51– Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Monsenhor Gil. Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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Quanto ao lixão, este recebe todos os resíduos coletados diariamente da cidade, exceto os provenientes de Serviços de Saúde que são colocados em uma vala sem nenhum tipo de impermeabilização e incinerados em área próxima ao lixão.

Fotografia 64 – Vista para o lixão da cidade de Monsenhor Gil-PI Fonte: Dos autores, 2015.

Fotografia 65 – Caminhão de coleta e transporte dos resíduos sólidos dos serviços de saúde da cidade de Monsenhor Gil-PI Fonte: Dos autores, 2015.

No município de Miguel Leão a execução da limpeza urbana no município é realizada por uma empresa privada denominada DECON. Em Miguel Leão, a coleta e transporte dos resíduos sólidos domiciliares da área urbana são de responsabilidade de uma empresa privada chamada DECON, a área rural não é contemplada com este serviço. A coleta realizada no município é a convencional, onde há a realização de coleta seletiva, ou seja, não existe nem uma forma de separação dos resíduos sólidos gerados.

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Mapa 52– Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Miguel Leão. Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

Esses resíduos são coletados três vezes por semana em todos os bairros da cidade por um caminhão e disposto de forma inadequada no lixão da cidade. Quanto aos resíduos dos serviços de saúde também são coletados e transportados pela empresa privada DECON, a poda de árvores, a capinação manual e a

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limpeza das praças são executadas pela empresa privada DECON, na cidade não possui feiras livres e nem existe sistema de drenagem. De responsabilidade da Prefeitura, e realizado por uma empresa privada todo o volume de resíduos gerados neste processo de limpeza pública é recolhido e despejados no lixão do município de Miguel Leão que é responsável por receber todos os resíduos coletados diariamente da cidade, exceto os provenientes de Serviços de Saúde que são coletados e enviados para o município de Água Branca.

Fotografia 66 – Vista para o lixão da cidade de Miguel Leão-PI Fonte: Dos autores, 2015.

Fotografia 67 – Equipe de varrição na cidade de Miguel Leão-PI Fonte: Dos autores, 2015.

No Município de Nazária essa gestão é de responsabilidade do Departamento de Limpeza e Fiscalização do Município. A coleta e transporte dos resíduos sólidos domiciliares do município de Nazária são de responsabilidade da prefeitura. O município distingue-se dos demais à medida que realiza a coleta dos resíduos em domicílios localizados na área rural de Nazária e encaminha todos os resíduos para o Centro de Tratamento de Resíduos – CTR de Teresina, que recebe e trata todos os resíduos sólidos gerados no município.

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Mapa 53 - Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Nazária. Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE

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Esses resíduos gerados são coletados três vezes por semana em todos os bairros da zona urbana e na zona rural, estes materiais não passam por nem um processo de segregação, a coleta é realizada por meio de um caminhão aberto que realiza a disposição final no CTR, não existindo qualquer tipo de separação ou coleta seletiva. A coleta dos resíduos provenientes dos serviços de saúde executados pela empresa Sterlix Teresina, que coleta esses resíduos uma veze por semana e transporta os resíduos para o CTR de Teresina para o tratamento ambientalmente adequado.

Fotografia 68 – Centro de Tratamento de Resíduos de Teresina Fonte: Dos autores, 2015.

Fotografia 69 – Vista para o CTR de Teresina – disposição dos resíduos em valas Fonte: Dos autores, 2015.

No Município de Pau D’arco não tem nenhuma secretaria responsável pela limpeza urbana, o gerenciamento dos serviços de varrição, limpeza e conservação de logradores públicos, incluindo nesses serviços a capina e a poda de árvores, a coleta e o transporte dos resíduos domiciliares, assim como os resíduos de saúde, são de responsabilidade de um funcionário da prefeitura.

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Em Pau D’arco, a coleta de resíduos sólidos domiciliares do município é de responsabilidade da prefeitura, não existindo qualquer tipo de separação ou coleta seletiva. Esses resíduos são coletados duas vezes por semana em todos os bairros da cidade por um caminhão e disposto de forma inadequada no lixão da cidade. Essa coleta se restringe à zona urbana, portanto, a zona rural é desprovida desse serviço. De responsabilidade da Prefeitura, o volume produzido de capina e roço é recolhido por uma caçamba e despejados no lixão.

Fotografia 70 – Equipe de limpeza pública da cidade de Pau D’arco do Piauí -PI Fonte: Dos autores, 2015.

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Mapa 54 - Domicílios com coleta direta de resíduos sólidos no município de Pau D’arco. Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE

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Quanto ao lixão, este recebe todos os resíduos coletados diariamente da cidade, exceto os provenientes de Serviços de Saúde que são colocados em uma vala sem nenhum tipo de impermeabilização e incinerados em área próxima ao lixão, esse procedimento é realizado a cada três meses, visto que, não possuindo hospital, somente postos de saúde, a produção de resíduos de saúde é reduzida.

Fotografia 71 – Vista para o lixão da cidade de Pau D’arco do Piauí -PI Fonte: Dos autores, 2015.

No Município de União essa gestão é de responsabilidade da Secretaria de Obras. De uma forma geral, os resíduos gerados em União são: os domiciliares, os provenientes da varrição, capina e roçagem, os resíduos da saúde que não passa por nenhum tratamento especial antes de ser transportado para o lixão. Em União, a coleta de resíduos sólidos domiciliares do município é de responsabilidade da prefeitura, não existindo qualquer tipo de separação ou coleta seletiva.

Fotografia 72 – Caminhão coletor e transportador de resíduos na cidade de União-PI

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Mapa 29 – Domicílios com lixo coletados no Município de União - PÌ Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE.

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A limpeza pública é atribuição da Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos, sem terceirização de serviços. No caso de União, com frequência diária, a varrição das vias públicas é executada por 16 garis apenas ao longo da sarjeta. Contando com uma equipe de 40 pessoas, a poda de árvores, a capinação manual, o roço e a limpeza das praças são executados de forma descontínua.

Fotografia 73 – Vista para o lixão da cidade de União-PI Fonte: Dos autores, 2015.

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Quadro 8 - Características Gerais do Manejo de Resíduos Sólidos na RIDE-Teresina Unidade Respon. pela Natureza Jurídica do Taxa p/ Responsável Final dos Responsável Município Coleta de Res. Destino dos Resíduos de Saúde Responsável serviço pela Coleta Resíduos Unid. Final Saúde Urbanos Administração Altos - Prefeitura Prefeitura Lixão Lixão Prefeitura pública direta Vala sem nenhum tipo de Administração Beneditinos - Prefeitura Prefeitura impermeabilização e Lixão Prefeitura pública direta incinerados em área próxima ao lixão. Vala separada, porém, sem nenhum Administração Coivaras - Prefeitura Prefeitura tipo de impermeabilização. e incinerados Lixão Prefeitura pública direta em área próxima ao lixão. Vala sem nenhum tipo de Administração Prefeitura Curralinhos - - impermeabilização e Lixão Prefeitura pública direta terceirizada incinerados em área próxima ao lixão. Demerval Empresa Empresa Transportados para Teresina para Adm. Pública direta - Lixão Prefeitura Lobão terceirizada terceirizada tratamento e disposição final. Vala sem nenhum tipo de Empresa José de Freitas Adm. Pública direta - Prefeitura impermeabilização e incinerados em área Lixão Prefeitura terceirizada próxima ao lixão Coletados por carroceiros tendo como destino final a Lagoa Alegre Adm. Pública direta - Prefeitura Prefeitura Lixão Prefeitura queima ou o enterro em uma vala sem nenhum tipo de impermeabilização. Lagoa do Empresa Empresa Coletados e transportados para a cidade de Adm. Pública direta - Lixão Prefeitura Piauí terceirizada terceirizada Teresina. Empresa Empresa privada Encaminhado para a cidade de Água Miguel Leão Adm. Pública direta - privada Lixão Prefeitura (DECON) Branca. (DECON) Vala sem nenhum tipo de Monsenhor Adm. Pública direta - Prefeitura Prefeitura impermeabilização e Lixão Prefeitura Gil incinerados em área próxima ao lixão.

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Centro de Tratamento de Nazária Adm. Pública direta - Prefeitura Empresa Sterlix CTR de Teresina Particular Resíduos – CTR de Teresina Vala sem nenhum tipo de Pau D’arco do Adm. Pública direta - Prefeitura Prefeitura impermeabilização e Lixão Prefeitura Piauí incinerados em área próxima ao lixão Empresa Aterro Teresina Adm. Pública direta Empresa Sterlix CTR de Teresina Prefeitura terceirizada Controlado Timon

União Adm. Pública direta - Prefeitura - Não foi informado o seu destino Lixão Prefeitura

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ANEXO I

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