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Tese Doutorado Virag Venekey

Tese Doutorado Virag Venekey

UNIVERSIDADEFEDERALDEPERNAMBUCO CENTRODETECNOLOGIAEGEOCIÊNCIAS ESCOLADEENGENHARIADEPERNAMBUCO DEPARTAMENTODEOCEANOGRAFIA ATUALIZAÇÃODOCOHECIMETOTAXOÔMICODOS EMATODAACOSTABRASILEIRAESUAECOLOGIA APRAIADETAMADARÉPE(BRASIL). VIRÁGVENEKEY RECIFE 2007 ii

V455c Venekey, Virág. Atualização do conhecimento taxonômico dos Nematoda na costa brasileira e sua ecologia na praia de Tamandaré –PE (Brasil) / Virág Venekey. - Recife: O Autor, 2007. xxi, 144 folhas, il : figs., tabs.

Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG. Programa de Pós-Graduação em Oceanografia, 2007. Inclui bibliografia e Anexos. 1. Oceanografia. 2. Nematoda. 3. Taxonomia. 4. Praia. 5. Ecologia. 6. Tamandaré-Brasil. I. Título. UFPE 551.46 CDD (22. ed.) BCTG/2008-046 VIRÁGVEEKEY iii

ATUALIZAÇÃODOCOHECIMETOTAXOÔMICODOS EMATODAACOSTABRASILEIRAESUAECOLOGIA APRAIADETAMADARÉPE(BRASIL). Tese de Doutorado apresentada ao Programa de PósgraduaçãoemOceanografiadaUniversidade Federal de Pernambuco, como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Oceanografia,áreadeOceanografiaBiológica. Orientadora:Dra.VerônicaGomesdaFonsêcaGenevois Coorientador:Dr.PauloJorgeParreiradosSantos RECIFE,2007 iv

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DEDICO: AomeupaiLajosVenekey( inmemoriam). vi

Magyarország(GesztiPéter) Hungria(PéterGeszti) Vanegyország, Temumpaís, aholálmombanjártam: ondeestiveemmeussonhos: Magyarország, Hungria, aholazarcodbanláttam Ondevinoteurosto, amagamarcát. omeu. Azölelésbenbőség, Numabraçoafartura, azigazügybenhűségvoltál. najustiçavocêfoialealdade. Éneztazarcotmárőrzöm, Eujáconservoesterosto, Magyarország! Hungria! Hiszekazálmombanegyéletenát... Acreditonomeusonhoporumavida... Magyarország! Hungria! Tevagyaszívembeírva. Tuestásescritanomeucoração. Magyarország! Hungria! Tevagyalelkemrebízva. Tuestásconfiadaaminhaalma. Magyarország, Hungria, háttevezessmostengem, entãomeconduzaagora, ésamitmegkelltennemsegítsd! Emeajudenoqueprecisofazer! Legyélaholnapbanrejlőbizonyosság! Sejaacertezaqueseescondenoamanhã! Éncsakazéletembízomrád... Euteconfioaminhavida... Vanegyország, Temumpaís, aholálmombanjártam: ondeestiveemmeussonhos: Magyarország, Hungria, aholazarcodbanláttam Ondevinoteurosto, amagamarcát. omeu. Gyereésegyszervégre, Venhaefinalmente, amikorújnapébred,tevárj! quandoonovodiaacorda,meespere! Gyereésésbújjhozzámújra Venhaeseaconcheguenovamente Magyarország! Hungria! Énezerévótavárlakmár... Jáesperohátantotempo... Magyarország! Hungria! Idegenföldönhajárok, Seestouemterrasestranhas, Magyarország, Hungria, velemazútismegfordulhazahozzád. Atéocaminhovoltacomigoatévocê Velemazősökkérnek, Comigoosancestraispedem, engedd,hogybennedéljektovább, Permitaquepossaviveremvocê, ahogyanőkélnekbennem, Assimcomoelesvivememmim, Magyarország! Hungria! Milliókáldásaszálljonrád! Quebênçãosdemilhõessejamteus! vii

Agradecimentos: Aomeupaiporsermeueternoexemplo... Àminhamãepornãodeixarqueeudesista,peloexemplodeforça,pelasuatorcida, carinho,pelasconversasviatelefone,cartas,emailseduranteasmadrugadashúngaras... Aosmeusirmãospelos“aperreios”queexercitamaminhapaciênciadiariamenteeme ensinamarespeitarasdiferenças... A todos da família Venekey (incluindo os “agregados”) pela torcida e apoio mesmo estando longe, pelas injeções de ânimo a cada “temporada húngara” e pelas inesquecíveis reuniões...Saudades... À minha orientadora Dra. Verônica Gomes da FonsêcaGenevois pela orientação, paciência, carinho de mãe, amizade, compreensão, puxões de orelha necessários e principalmenteporcontinuaracreditandonaminhacapacidade. Sem você não estaria onde estouenãoserianemmetadedoquesou!!!Eternagratidão!!! Ao meu coorientador Dr. Paulo Jorge Parreira dos Santos pela orientação, troca de idéias,ajudaindispensávelemmuitosmomentosdestetrabalhoeporsuaexpressãoinspirada “nofinalatéumdiafazfalta”. ACAPESpeloapoiofinanceirodurantetodoocursonaformadebolsadeestudos. Ao Departamento de Zoologia da Universidade Federal de Pernambuco e a todas as pessoas que o compõem por terem me acolhido com carinho mais uma vez apesar de formalmenteestarvinculadaaoDepartamentodeOceanografiadaUFPE. Aosprofessores André, Clélia,Francisco, Lília, Mauro e Taciana por terem aceitado participardabancaepelassugestõesdadas. viii

ÀDra.MariaEduardaLacerdadeLarrazabaleaoDr.JoséRobertoBotelhodeSouza peloincentivoecarinhoemmuitassituaçõesduranteestesquasecincoanos. ÀDra.CléliaMárciaCavalcantidaRochapeloprazerdetrabalharmosjuntasemvários trabalhoscientíficosepalavrasdeincentivo. ÀcoordenaçãodocursodePósgraduaçãoemOceanografiadaUFPE,naspessoasde MariaElisabethAraújoeLíliaPereiradeSouzaSantospelaatençãoeajuda,principalmente nafasedetransiçãodoMestrado/Doutorado. Aos professores pelos ensinamentos transmitidos durante o curso especialmente: Dr. MoacyrAraújo,Dra.SigridNeumannLeitãoeDr.SilvioMacedo. ÀsecretariadocursodePósgraduaçãoemOceanografiadaUFPE,MyrnaLins,porme ajudar em muitas situações e ter tido a paciência de discutir comigo inúmeras partes do regimentodocurso. A todos os colegas e amigos da pósgraduação pelos momentos de aperreio, mas tambémdealegriaedescontração,emespecialaMônica Botter, Anita Rademaker e Jorge Nunes. AAlessandrapeloauxílionasfotosdos“meusbichos”comumapaciênciaquesóela temeporseraminhaidolaemorganização. A todas as taxonomistas que me ajudaram nas identificações da nematofauna, em especial:Dra.TâniaNara,Dra.WilfridaDecraemer,M.Sc.NicSmol,M.Sc.MariaCristinada SilvaeAlessandraBotelho. À minha excoorientanda Viviane Lira pelo seu jeito especial de carinho, por ser “minhairmãcaçula”(comdireitoatudoqueenvolveestarelação)epeloauxílionatriagem dasamostrasemontagemdelâminas. ix

Ao meu excoorientando Geruso Vieira de Miranda Juniorpelo exemplo de esforço, auxilionatriagemdasamostrasemontagemdelâminas. À minha “escraviária” favorita Lídia Lins que me deu uma mãozinha especial e indispensávelnaconclusãodapartepráticadatese. AtodosquefazempartedoLaboratóriodeMeiofaunapelosmomentosdedescontração econversasdentroeforadolaboratórioeinúmerasajudasindispensáveis. AtodosquefazempartedoLaboratóriodeDinâmicadePopulaçõespormereceberem sempre comcarinho,pelasconversaseinúmerasajudas indispensáveis, principalmente em relaçãoaotrabalhomicroscópicocomogêneronovo. A todos que fazem parte do Laboratório de Fitofisiologia por abrigar os “meus filhinhos”docultivodeNematoda,pelasconversasdescontraídas,milharesdecaronasetodo carinhoacada“visita”. ÀamigaPriscilaPorchatdeAssisMurolopelocarinho,por“aquelaspalavras”queme deixamsemjeito,amizade,incentivoemváriosmomentos,nossos“happyhours”,momentos filosóficosepormeacomodarinúmerasvezesemsuacasafacilitandoassimaminhavida. AoamigoMarcosViniciusMeiadoporserumverdadeiroMiguio,companheiropara muitos“programasdeíndio”,ouvidoparatodasashoraseajudaindispensávelcomdetalhes datesequeninguémtempaciênciaderevisar. ÀtodafamíliaSipkoipelocarinhoeinúmerasajudasaolongodetodosessesanos. Ao meu tio, Dr. István Venekei, por tantas vezes me acolher em seu laboratório na Hungria, pelo seu interesse no meu trabalho no Brasil e incentivo. Estendo também meus agradecimentosatodosquetrabalhamcomelepelarecepçãosempretãocarinhosa!!! x

AoDr.IstvánAndrassy,porsermeuídolonanematologia,pormerecebercomcarinho váriasvezesemsuacasaeaspalavrasdeincentivoviaemailetambémpessoalmente!!! Atodosmeusamigosqueestãolonge(infelizmentesãomuitoslonge!!!)pelaspalavras decarinhoeincentivoprovandoqueadistânciasóexistegeograficamente:aturmahúngara (Dóri,Edina,Gyula,Ildi,NándiePanni),aportuguesa(Xuxu),abrasileira(Bianca,Binho, Cadú,JoãoPaulo,Manú,Naila,TâniaeVenina)ea turma do Potterish/MHQ (Celo, Dan, Fernando,Logan,PatyeVitor). Atodososamigosqueestãopertopelocarinho,incentivo,porouvirmeusdesabafose osabraçosapertadosemmomentosdifíceisaolongodosúltimos5anos,emespecialaturma dos cinéfilos (Gal, Kelnner e Vicky) por tornarem meus finais de semana tão deliciosos injetandoânimoparaprosseguircomatese. Enfim,atodosquedealgumaformacolaboraramparaarealizaçãodestetrabalho. xi

ListadeFigurasPág. 01. Mapa do Brasil apontando os locais onde os diversos ambientes foram estudados...... 9 02. Número de famílias e gêneros de Nematoda, em cada ordem, registrados para a costabrasileira...... 30 03. NúmerodegênerosdeNematodaregistradosparaacostabrasileiradesdeoinicio dosestudosem1920,bemcomoaporcentagemdosmesmos...... 31 04. Númerodeordens,famílias,gênerosegênerosexclusivosnosambientesestudados (PA=PraiasArenosas;ES=Estuários;FI=Fital;IO=IlhasOceânicas;BR=“Beach Rocks”;SA=SalinaseAR=Artificiais)...... 32 05. Número de famílias de Nematoda, em cada ordem, registrados para os diversos ambientesnacostabrasileira(PA=PraiasArenosas;ES=Estuários;FI=Fital;IO= IlhasOceânicas;BR=“BeachRocks”;SA=SalinaseAR=Artificiais)...... 35 06. Número de gêneros de Nematoda, em cada ordem, registrados para os diversos ambientesnacostabrasileira(PA=PraiasArenosas;ES=Estuários;FI=Fital;IO= IlhasOceânicas;BR=“BeachRocks”;SA=SalinaseAR=Artificiais)...... 35 07.Resultadodaanálisedeagrupamentosobreaslistastaxonômicasnematofaunísticas, destacando(colchete)ogrupodosestuários...... 36 08.Ordenaçãonãométricadaslistastaxonômicasnematofaunísticas,agrupadasemtrês ecossistemas:praia,estuárioecostão...... 37 09.MapadolitoraldePernambucocomalocalizaçãodaestaçãodecoletanapraiade Tamandaré(ModificadodeSouzaSantos etal .2003)...... 50 10. Abundância relativa dos grupos meiofaunísticos em ciclos de maré na praia de TamandaréPE...... 56 11.NúmerodefamíliasegênerosdeNematoda,emcadaordem,registradosduranteo estudodainfluênciadociclodamaréemTamandaréPE,Brasil...... 60 12.FotografiasdemicroscopiaeletrônicadevarreduradoGen.n.sp.n.(Enchelidiidae) encontradoemTamandaréPE–Macho:A.Cabeçaeregiãodoanfídio,B.Cutícula,C. CavidadeBucal,D.Regiãocaudal.Fêmea:E.CabeçaeRegiãodoanfídio...... 62 13.Densidademédia,desviopadrãoenúmerosdegênerosdeNematodaemdoisciclos (1=primeiro,2=segundo)demaré(B=baixamar,E=enchente,P=preamareV= vazante)dosmesesdemaio,julho,setembroenovembronapraiadeTamandaréPE...... 66 xii

14.PorcentagensdosgênerosdominantesdeNematodaemdoisciclos(1=primeiro,2 = segundo) de maré (B =baixamar, E = enchente, P=preamar e V = vazante) dos mesesdemaio,julho,setembroenovembronapraiadeTamandaréPE...... 67 15. Porcentagens dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Wieser (1953) (1A = detritívoros seletivos, 1B = detritívoros nãoseletivos, 2A = raspadores e 2B = predadores/onívoros),emdoisciclos(1=primeiro,2=segundo)demaré(B=baixa mar,E=enchente,P=preamareV=vazante)dosmesesdemaio,julho,setembroe novembronapraiadeTamandaréPE...... 68 16.PorcentagensdosgrupostróficosdeNematoda,segundoMoenseVincx(1997)(M =micrófagos,CF=comedoresdeciliados,DF=detritívoros,EF=raspadores,FP= predadoresfacultativoseP=predadores),emdoisciclos(1=primeiro,2=segundo)de maré(B=baixamar,E=enchente,P=preamareV=vazante)dosmesesdemaio, julho,setembroenovembronapraiadeTamandaréPE...... 70 17. Ordenaçõesnãométricasresultantesparacadamêsseparadamentedosestágiosda maréemTamandaréPE,Brasil...... 73 18.OrdenaçãonãométricaresultantedosmeseseestágiosdamaréemTamandaréPE, Brasil(Cinza/Preto=Maio,Verde=Julho,Vermelho=Setembro,Azul=Novembro)... 74 19.Densidadetotaldosmachos,fêmeasejuvenisde Mesacanthionhirsutum emdois ciclos(1=primeiro,2=segundo)demaré(B=baixamar,E=enchente,P=preamare V=vazante)dosmesesdemaio,julho,setembroenovembronapraiadeTamandaré PE...... 75 20. Densidade total dos machos, fêmeas ejuvenis de Calomicrolaimus formosus em doisciclos(1=primeiro,2=segundo)demaré(B = baixamar, E = enchente, P = preamareV=vazante)dosmesesdemaio,julho,setembroenovembronapraiade TamandaréPE...... 76 21. Densidadetotaldosmachos,fêmeasejuvenisde Latronemabotulum emdoisciclos (1=primeiro,2=segundo)demaré(B=baixamar,E=enchente,P=preamareV= vazante)dosmesesdemaio,julho,setembroenovembronapraiadeTamandaréPE...... 77 22. Abundância relativa dos grupos meiofaunísticos durante coleta anual na praia de TamandaréPE...... 92 23. Número de famílias e gêneros de Nematoda, em cada ordem, registrados durante coletaanualnapraiadeTamandaréPE,Brasil...... 97 xiii

24. Densidade média, desvio padrão e números de gêneros de Nematoda no ponto inferioreestratos(010e1020cm)aolongodacoletaanualnapraiadeTamandaré PE...... 99 25. Densidade média, desvio padrão e números de gêneros de Nematoda no ponto superioreestratos(010e1020cm)aolongodacoletaanualnapraiadeTamandaré PE...... 100 26. PorcentagensdosgênerosdominantesdeNematodanopontoinferioreestratos(0 10e1020cm)aolongodacoletaanualnapraiadeTamandaréPE...... 101 27. PorcentagensdosgênerosdominantesdeNematodanopontosuperioreestratos(0 10e1020cm)aolongodacoletaanualnapraiadeTamandaréPE...... 102 28. Porcentagens dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Wieser (1953) (1A = detritívoros seletivos, 1B = detritívoros nãoseletivos, 2A = raspadores e 2B = predadores/onívoros)nopontoinferioreestratos(010e1020cm)aolongodacoleta anualnapraiadeTamandaréPE...... 103 29. Porcentagens dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Wieser (1953) (1A = detritívoros seletivos, 1B = detritívoros nãoseletivos, 2A = raspadores e 2B = predadores/onívoros)nopontosuperioreestratos(010e1020cm)aolongodacoleta anualnapraiadeTamandaréPE...... 104 30. PorcentagensdosgrupostróficosdeNematoda,segundoMoenseVincx(1997)(M =micrófagos,CF=comedoresdeciliados,DF=detritívoros,EF=raspadores,FP= predadoresfacultativoseP=predadores),nopontoinferioreestratos(010e1020cm) aolongodacoletaanualnapraiadeTamandaréPE...... 105 31. PorcentagensdosgrupostróficosdeNematoda,segundoMoenseVincx(1997)(M =micrófagos,CF=comedoresdeciliados,DF=detritívoros,EF=raspadores,FP= predadores facultativos e P = predadores), no ponto superior e estratos (010 e 10 20cm)aolongodacoletaanualnapraiadeTamandaréPE...... 106 32. Ordenaçãonãométricaresultantedospontos/estratosemTamandaréPE,Brasil(I= PontoInferior;S=PontoSuperior)...... 108 xiv

ListadeTabelasPág. 01 . Coordenadas geográficas dos locais coletados na costa brasileira, conforme informadosnosrespectivostrabalhos(N.I.=Nãoinformado)eoambiente/ecossistema ondeforamclassificados(N.C.=Nãoconsiderado)...... 10 02. Valores resultantes da aplicação do ANOSIM ONEWAY em relação aos três ecossistemascomparados...... 37 03. HorárioseamplitudesdamarénosdiasdecoletanoPortodeSuapePE(pontomais próximodeTamandaréPEcommediçãodemaré)...... 51 04.Abundânciasrelativas(%)dosgruposdemeiofaunanosmesesestudadosnapraia deTamandaréPE...... 55 05.FreqüênciadeOcorrênciadosgêneros,segundoBodin(1977)(Constante:>75%, Muitofrequente:entre50e75%,Comum:entre25e50%eRaro:<25%dasamostras), encontradosemTamandaréPEaolongodosestágiosdemaré...... 63 06. Freqüênciadeocorrênciadosgêneros,segundoBodin(1977)(Constante:>75%, Muitofrequente:entre50e75%,Comum:entre25e50%eRaro:<25%dasamostras), encontradosemTamandaréPEaolongodosmesesestudados...... 64 07.Freqüênciadeocorrênciadosgêneros,segundoBodin(1977)(Constante:>75%, Muitofrequente:entre50e75%,Comum:entre25e50%eRaro:<25%dasamostras), encontradosemTamandaréPEnosperíodosdiurnoenoturnododia...... 71 08.Valoresresultantes daaplicaçãodoANOSIMTWOWAYemrelaçãoaosquatro estágiosdamarécomparados...... 72 09.Valoresresultantes daaplicaçãodoANOSIMTWOWAYemrelaçãoaosquatro mesescomparados...... 72 10. Valoresresultantes daaplicaçãodoANOSIMTWOWAYemrelaçãoaosquatro pontos/estratoscomparados(I=PontoInferior;S=PontoSuperior)...... 107 11. Valores resultantes da aplicação do ANOSIM TWOWAY em relação às quatro estaçõesdoanocomparados...... 107 12. Melhores resultados obtidos com análise BIOENV, correlacionando matrizes de similaridadedosdadosnematofaunísticosamatrizesconstruídasapartirdasvariáveis ambientais medidos durante coleta anual em TamandaréPE, Brasil (Media mm, MedianammeDesvio=parâmetrosgranulométricos;MO=MatériaOrgânica)...... 108 xv

Resumo Este estudo aborda três questões relacionadas à estrutura e funcionamento de associações de Nematoda em três diferentes capítulos: 1) qual é a riqueza de Nematoda marinhos de ambientes costeiros do Brasil e qual é o grau de similaridade, ao nível de composiçãogenérica,entreestesambientes?2)qualéoefeitodamarésobreaassociaçãoda nematofaunanapraiadeTamandaréPE,Brasil?3)quaissãoospadrõesdevariaçãoespaço temporal da associação de nematofauna na praia de Tamandaré e que fatores podem determinar esta variação? No primeiro capítulo é apresentada uma revisão do “Estado de Arte” sobre os estudos da nematofauna marinha no Brasil (excluindo aqueles de mar profundo).Comoresultadoéapresentadaumalistacomnomenclaturaatualizadacontendo6 ordens,50famílias,291gênerose231espécies,dosquais,1família,10gênerose87espécies foramencontradospelaprimeiraveznoBrasil.Dividindoosambientesemseteecossistemas (Praias Arenosas, Estuários, Fital, Ilhas Oceânicas, “Beach Rocks”, Salina e Artificial). VerificousequeatéopresentemomentoPraiasArenosasapresentamamaiorriquezaaonível degênero(231)seguidoporEstuários(142)eFital(127).Acomposiçãodanematofaunanos ambientes é similar à de outros locais amostrados mundialmente, sendo as famílias Chromadoridae e Xyalidae as mais representativas. Agrupando os ambientes em três ecossistemas (Praia, Costão e Estuário) foi determinado que todos são estatisticamente diferentesemtermosdecomposiçãoaoníveldegênero,sendoosestuáriososmaisuniformes entresi.Nosegundocapítuloéabordadaainfluênciadamarésobreanematofaunaemdois mesesdechuvas(maioejulhode1991)edoisdeestiagem(setembroenovembrode1991) comumregimede24 horasde coletanapraiadeTamandaréPE. Seis réplicas aleatórias foramretiradascomumtuboPVCde3,7cmdediâmetrointernonomédiolitoralsuperior,a cada hora, durante dois ciclos de marés consecutivos. Em laboratório os Nematoda foram triados,montadosemlâminaspermanenteseidentificadosaoníveldegêneroe/ouespécie.A associaçãodosNematodavariousignificativamenteentreosmeses,etambémentreasmarés, ao nível de gênero. As espécies Mesacanthion hirsutum , Calomicrolaimus formosus e Latronema botulum apresentaram comportamentos diferentes, tendo a primeira espécie variado significativamente entre os meses e marés quanto à densidade total, enquanto as outrasduasespéciesvariaramapenasquantoàrazãomacho/fêmea.Osresultadossugeremque os Nematoda migraram via camada sedimentar ou se dispersaram passivamente na coluna xvi

d’águaentreasmarésequeforamafetadospelasmudançassazonais.Noterceirocapítuloé verificada a influência de diversos parâmetros ambientais (granulometria, clorofila, feopigmentos,matériaorgânica,temperatura,salinidade,pluviosidademensalevelocidadedo vento)nadistribuiçãoespacial(sentidovertical)etemporal(estaçõesdoano)daassociaçãode Nematodanamesmapraia.QuatroréplicasaleatóriasforamcoletadascomumtubodePVC de 3,7cm de diâmetro interno no médiolitoral inferior e superior, em dois estratos sedimentares(010e1020cm)mensalmenteduranteumano(outubrode1997asetembrode 1998). Em laboratório os Nematoda foram triados, montados em lâminas permanentes e identificados ao nível de gênero e/ou espécie. A associação dos Nematoda variou significativamenteentreasestaçõesdoanoetambémentreospontos/estratos,diferençasestas muito associadas às variações de Calomicrolaimusformosus .Quantoàsestaçõesdoano,o verão foi mais eficaz nas densidades máximas da nematofauna sugerindo que o período chuvoso é mais instável para esta associação. Quanto aos pontos de coleta, o médiolitoral superior apresentou as máximas densidades devido à estabilidade sedimentar. Os fatores ambientaisagiramcomoestruturadoressecundáriosparaaspopulaçõesdeNematoda,sendoa sazonalidade (ou o conjunto de fatores que apresenta variações tipicamente sazonais) apontadacomoofatorprimário.Considerandoosresultadosunificadosdosegundoeterceiro capítulos, foi determinada para Tamandaré a segunda maior lista taxonômica em praias arenosascontendo71gêneros,incluindooprimeiroregistrodogênero Diodontolaimus edas espécies Mesacanthion hirsutum , Bathylaimus capacosus e Cynura cerambus para a costa brasileira.Alémdestesresultados,opresentetrabalhocontribuiutambémcomadeterminação de um novo gênero para a família Enchelidiidae e uma nova espécie para o gênero Synonchium . Palavraschave: Nematoda,Taxonomia,Praia,Ecologia,Tamandaré,Brasil xvii

Abstract ThisstudyanalyzesthreequestionsrelatedtothestructureandfunctioningofNematoda associations in three different Chapters: 1) how rich is the marine Nematoda from coastal environmentsofBrazilandwhatisthesimilaritydegreeatthelevelofgeneracomposition betweentheseenvironments?2)whatisthetidaleffectonthenematofaunaassemblageatthe beach of Tamandaré – PE, Brazil? 3) what are the spacetemporal variationpatterns of the nematofauna assemblages in Tamandaré beach and which factors can determine this variation?Inthefirstchapteritispresentedarevisionofthe“Artstatus”aboutthemarine nematofaunastudiesinBrazil(excludingthoseaboutdeepsea).Asaresultitispresenteda listwithupdatednomenclaturecontaining6orders,50families,291generaand231species, fromwhich,1family,10generaand87specieswerefoundfirstlyinBrazil.Separatingthe environmentsinsevenecosystems(SandyBeaches,Estuaries,Phytal,OceanicIslands,Beach Rocks,SalineandArtificial)wasverifiedthatuntilthepresentmomenttheSandyBeaches presentthehigherrichnessatgeneralevel(231)followedbyEstuaries(142)andPhytal(127). The nematofauna composition in the environments is similar to other places sampled worldwide,withthefamiliesChromadoridaeandXyalidaebecomingthemostrepresentative. Groupingtogethertheenvironmentsinthreeecosystems(Beach,RockyshoreandEstuary) wasdeterminedthatallofthemarestatisticallydifferentincompositionatgeneralevel,with theestuariesbecomingthemostuniformbetweenthemselves.Inthesecondchapterthetidal influenceonthenematofaunaisstudiedintworainymonths(MayandJulyof1991)andtwo drymonths(SeptemberandNovemberof1991)withasamplingof24hoursatthebeachof TamandaréPE. Six random replicates were taken with a PVC tube of 3,7 cm of inner diameterintheupperintertidalregion,ateachhour,duringtwoconsecutivetidalcycles.In laboratorytheNematodaweresortedout,mountedonpermanentslidesandidentifiedupto genusand/orspecieslevel.TheNematodaassemblagevariedsignificantlybetweenmonths, andalsobetweentides,atgeneralevel.Thespecies Mesacanthionhirsutum , Calomicrolaimus formosus and Latronema botulum presented different behaviors, the first species varying significantly between months and tides concerning the total density, while the other two speciesvariedonlyregardingthemale/femaleratio.TheresultssuggestthattheNematoda migratedthroughsedimentlayersordispersedpassivelythroughthewatercolumnbetween tides and they were affected by the seasonal changes. In the third chapter is verified the xviii

influenceofdifferentenvironmentalvariables(granulometry,chlorophylla,phaeopigments, organic matter, temperature, salinity, monthly rainfall and wind velocity) in the spatial (verticalprofile)andtemporal(yearseasons)distributionoftheNematodaassemblageatthe same beach. Four random replicates were collected with a PVC tube of 3,7 cm of inner diameterinthelowerandupperintertidalregion,monthlyintwosedimentlayers(010and 1020 cm) during one year (from September 1997 to October 1998). In laboratory the Nematodaweresortedout,mountedonpermanentslidesandidentifieduptogenusand/or specieslevel.TheNematodaassemblagevariedsignificantlybetween the year seasons and also between the sampling stations/sediment layers, differences associated mainly to the variationsof Calomicrolaimusformosus .Regardingtheyearseasons,thesummerwasmore effectiveinthemaximumdensitiesofthenematofauna suggesting that the rainy season is moreunstableforthisassociation.Regardingthesamplingstations,theupperintertidalregion presentedthemaximumdensitiesduetothesedimentstability.Theenvironmentalvariables actedassecondarystructurerstotheNematodapopulations,theseasonality(orthegroupof factorsthatpresenttypicallyseasonalvariations)pointedastheprimaryfactor.Considering theunitedresultsofthesecondandthirdchapters,wasdeterminedtoTamandaréthesecond longest taxonomic list in sandy beaches, with 71 genera, including the first register to the Brazilian coast of the genus Diodontolaimus and of the species Mesacanthion hirsutum , Bathylaimus capacosus and Cynura cerambus . Beyond these results, the present work contributedalsowiththedeterminingofanewgenustothefamilyEnchelidiidaeandanew speciestothegenus Synonchium . Keywords: Nematoda,Taxonomy,Beach,Tamandaré,Brasil xix

Sumário AGRADECIMETOS LISTADEFIGURAS LISTADETABELAS RESUMO ABSTRACT IntroduçãoGeral...... 1 1. CAPÍTULO1...... 4 1.1.Introdução...... 5 1.2. Objetivos...... 7 1.3. Hipótese...... 7 1.4. MaterialeMétodos...... 8 1.4.1.MetodologiaemLaboratório...... 8 1.4.2.AnálisedosDados...... 11 1.5.Resultados...... 12 1.5.1. ListaTaxonômicadacostabrasileira...... 12 1.5.2. PraiasArenosas...... 32 1.5.3. Estuários...... 33 1.5.4. Fital...... 33 1.5.5. IlhasOceânicas...... 33 1.5.6. “BeachRocks”...... 34 1.5.7. Salina...... 34 1.5.8. Artificiais...... 34 1.5.9. Análises...... 35 1.6.Discussão...... 38 2. CAPÍTULO2...... 44 2.1. Introdução...... 45 2.2. Objetivos...... 48 xx

2.3.Hipóteses...... 48 2.4. MaterialeMétodos...... 49 2.4.1. ÁreadeEstudo...... 49 2.4.2. MetodologiaemCampo...... 51 2.4.3. MetodologiaemLaboratório...... 51 2.4.4. AnálisedosDados...... 53 2.5.Resultados...... 55 2.5.1. Meiofauna...... 55 2.5.2.Nematofauna...... 56 2.5.2.1. ListaTaxonômica...... 56 2.5.2.2. DiagnosepreliminardeEnchelidiidaeGen.n.sp.n...... 61 2.5.2.3. Distribuiçãotemporal...... 62 2.5.2.3. EstruturadaComunidade...... 72 2.5.2.3. Estruturapopulacionaldealgumasespécies...... 74 2.6.Discussão...... 78 3. CAPÍTULO3...... 84 3.1. Introdução...... 85 3.2. Objetivos...... 88 3.3. Hipóteses...... 88 3.4. MaterialeMétodos...... 89 3.4.1. ÁreadeEstudo...... 89 3.4.2. MetodologiadeCampo...... 89 3.4.3. MetodologiaemLaboratório...... 90 3.4.4. AnalisedosDados...... 91 3.5. Resultados...... 92 3.5.1. Meiofauna...... 92 3.5.2. Nematofauna...... 93 3.5.2.1. ListaTaxonômica...... 93 3.5.2.2. Distribuiçãoespaçotemporal...... 98 3.5.2.3. EstruturadaComunidade...... 107 3.6. Discussão...... 109 xxi

4. ConsideraçõesFinais...... 114 5. ReferênciasBibliográficas...... 116 AEXOS 129 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 1

Introduçãogeral Nematoda livres são os metazoários mais representativos sendo numericamente dominantesdobentosmarinhoeestuarino,atingindodensidadesdeváriosmilhõesde indivíduos/m 2(Warwick&Price,1979).Estesorganismosfazempartedameiofaunae estão distribuídos desde a zona litorânea até grandes profundidades oceânicas e em todasaslatitudes,habitandotodosostiposdesedimentos(Heip etal .,1985).Platt& Warwick(1980)concluíramquequalquerestudosobreambientesintermareaisdepraias arenosasseriaincompletoseosNematodanãofossemincluídos.Maisainda,Bongers& Ferris (1999) afirmaram que de cada cinco animais multicelulares no nosso planeta, quatrosãodofiloNematoda. Segundo Bouwman (1983a) a alta densidade dos Nematoda em sedimentos estuarinosemarinhosestárelacionadaatrêsfatoresprincipais:acapacidadedeocupar os espaços intersticiais, devido ao seu tamanho reduzido e ao seu formato fino; a tolerânciaaváriostiposdeestressesambientais;eadiversidadedaestruturabucal,que permiteexplorarumaamplafaixadeitensalimentarespresentesnobentos. Os trabalhos de Wieser (1953a), Wieser (1960) e Wieser & Kanwisher (1961) dividiramosNematoda,segundosuadiversidadebucal,emquatrogrupos:oprimeiro grupocomacavidadebucalreduzidaouausente,chamadosdedetritívorosseletivos (1A); o segundo grupo com a cavidade bucal ampla e sem dentes, denominados detritívorosnãoseletivos(1B);oterceiro grupocoma cavidadebucalapresentando dentesdetamanhosreduzidos,conhecidocomoraspadores(2A);eoquartogrupocom dentes fortes ou mandíbulas na cavidade bucal denominado, conseqüentemente, de predadores/onívoros (2B). Mais recentemente, Moens & Vincx (1997) fizeram uma novaclassificaçãobaseadaemobservaçõeslaboratoriais,dividindoosnematódeosem seis grupos: micrófagos, comedores de ciliados, detritívoros, raspadores, predadores facultativos e predadores. Todos os grupos tróficos estão distribuídos horizontal e verticalmente em praias arenosas (Heip et al. , 1985) e suas interações combactérias afetamosprocessosdentrodoecossistemadevidoàdecomposiçãodamatériaorgânica emineralizaçãodosnutrientes(DeMesel etal .,2006). Praiapodeserdefinidacomoumazonaperimetraldeumcorpoaquoso,composta dematerialinconsolidado,emgeralarenosooumaisraramentecompostadecascalhos, conchasdemoluscos,etc.,estendendosedesdeoníveldebaixamarmédiaparacima Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 2 atéalinhadevegetaçãopermanente,ouondehámudançasnafisiografia,comzonade dunasoufalésiasmarinhas(Suguio,1992). As praias arenosas dominam costas abertas das regiões tropicais e temperadas processando matéria orgânica através dos seus interstícios e devolvendo águas “purificadas”enutrientesparaomar.Estafiltraçãodependedeprocessosfísicosque ocorrementreosporosdosedimentoedaatividadedafaunaintersticial(McLachlan& Turner,1994). As regiões intermareais nesses ambientes são instáveis devido à variação em espessuradaáreadetransiçãoentre águae ar(Vannini&Chelazi,1985),originando alto estresse físico para a fauna marinha e, conseqüentemente, ocasionando uma redução de densidade na macrofauna. Ao contrário, em alguns casos a densidade da meiofauna aumenta, já que este meio é propício ao seu desenvolvimento (Olafsson, 1991). Entre os grupos da meiofauna, os Nematoda geralmente apresentam maiores densidadesemsedimentosmaisfinose,empraiasarenosaspodematingirdensidadesna ordem de 100.000/m 2 (Gray & Rieger, 1971; Warwick, 1971), representando frequentementeametadeoumaisdetodameiofauna(Coull,1999).Aindaassim,este númeropodeseruma estimativaabaixodarealidade,jáqueamaioria dostrabalhos considera apenas os primeiros 10 centímetros de sedimento, apesar dos Nematoda penetrarematéváriosmetrosdeprofundidade(McLachlan,1977). Ao contrário dos valores de densidade, a diversidade dos nematódeos é geralmente maior em sedimentos mais grossos, podendo a dominância se alterar em escalastemporais(Platt&Warwick,1980).Valeressaltarqueamaioriadosestudosem praiasanalisaestegrupodemetazoáriosapenasaoníveldefilo(Blome etal. ,1999). Amesmacarênciadetrabalhosenvolveacostabrasileira,sendoosestudossobre meiofauna de praias arenosas incluindo os de Medeiros (1984), Medeiros (1989), Carvalho etal. (1992),Esteves etal. (1995),Bezerra etal. (1996);Bezerra etal .(1997), Esteves & FonsêcaGenevois (1997), Medeiros (1997), Rocha (1991), Santos (1997), Silva (1997), Souza (1997), Wandeness et al. (1997), Nascimento (1998), Bezerra (2001),Esteves(2002), Silva(2002),Moellmann(2003), SouzaSantos et al . (2003), Silva(2006),Sobral(2006)eMaria(2007).DestestrabalhosapenasMedeiros(1997), Bezerra (2001), Esteves (2002), Moellmann (2003) e Maria (2007) identificaram os Nematodaaníveistaxonômicosbaixos . Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 3

AregiãodeTamandarévemsendoestudadaaalgumasdécadasquantoàfaunae flora marinha, a exemplo do fitoplâncton (Moura & Passavante, 1994/1995), do zooplâncton(Vieira,2000),dosCnidaria(i.e.Mayal&Amaral,1990;Amaral,1994; Maida&Ferreira,1995),dosCrustacea(CoelhoeRamosPorto,1995)epeixesrecifais (Ferreira et al . 1995). Incluemse aqui os trabalhos de Carvalho et al . (1992), Silva (1997), Souza (1997), Maranhão et al . (2000), SouzaSantos et al . (2003) relativos à estruturadacomunidadedemeiofauna. Nestetrabalho,oprimeirocapítulodescreveo“EstadodeArte”sobreoestudoda nematofauna brasileira, apresentando uma lista taxonômica do Filo, no sentido de estimarabiodiversidadedosecossistemasmarinhosatéentãoestudados. A praia de Tamandaré é o foco principal deste estudo devido à abundância de dados meiobentônicos seqüenciais, sem, no entanto, estimar a bioecologia da nematofauna. Ribeiro (1999), assim como estudos anteriores, apontou os Nematoda como o grupo dominante da meiofauna, registrando a variação deste grupo ao nível temporal(estaçõesdoano)eespacial(andarbênticoeperfilsedimentar).Silva(2002), estudandoosCopepoda Harpacticoidadasmesmasamostras, também encontrou uma variação temporal. Fazse então necessário complementar os trabalhos citados, estudandoanematofaunaaoníveltaxonômicobaixo(gêneroseespécies)paraverificar a influência de diversos parâmetros ambientais sobre esta população. Para tal, dois estudosforamrealizados;oprimeiro,abordandoainfluênciadamarésobreafaunaem doismesesdesecaedoisdechuvasemregimede24horasdeprospecçãoe,osegundo, para verificar a influência de diversas variáveis ambientais na nematofauna na distribuiçãoespacial(sentidovertical)etemporal(estaçõesdoano)dacomunidade. O estudo detalhado desta fauna contribui para o incremento do conhecimento sobreabiodiversidadeeecologiadepraiasarenosas. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 4

Capítulo1: O Estado da Arte dos estudos taxonômicos da nematofaunamarinhanacostabrasileira. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 5

1.1.Introdução OfiloNematodaconstituiumgrupoque,apesardedeterumgrandenúmerode espécies parasitas, possui cerca de 4 a 5 mil espécies de nematódeos de vidalivre marinhos(Lorenzen,1994).Estenúmeroparecebemreduzido quando comparado ao total de 26646 espécies registradas para o filo, ainda mais quando as estimativas da existênciadecercadeummilhãodeespécies(Hugot etal .,2001)ouatémesmode100 milhões(Lambshead,1993)sãoconsideradas. As grandes especulações numéricas em relação aos Nematoda se baseiam na pequena quantidade de espécies válidas, as quais são provenientes de um número limitadodelocalidades(Coomans,2001).AtestaFerris(1994)que,àmedidaquemaior importância é dada aos nematódeosparasitas menor atenção é dispensada às espécies que habitam os diversos ecossistemas terrestres e aquáticos. Aliado a isto se tem também o fato de que os nematódeos de vida livre geralmente medem poucos milímetros,dificultando,assim,consideravelmenteosestudostaxonômicos(Heip etal. , 1982). No Brasil, além das dificuldades apresentadas acima, até pouco tempo não existiam especialistas neste grupo de animais, sendo que os primeiros registros de Nematoda marinhos, de apenas três espécies ( Alaimella truncata , Litotes minuta e Synonemabrasiliense ),foramfeitospelopesquisadoramericano(Cobb,1920)nacosta da Bahia. Os estudos taxonômicos nessa área iniciaramse efetivamente com os trabalhos de Dr. Sebastian Gerlach na década de 50 (1954; 1956a; 1956b; 1957a; 1957b)queveioaconvitedaUniversidadedeSãoPaulocomopesquisadorvisitante. Estes trabalhos, juntamente com os de Meyl (1956 e 1957), representaram um importante passo inicial que resultou em 209 espécies, entre elas 106 novas para a Ciência. Apósesteregistroinicialaspesquisastaxonômicasdestegrupoforamretomadas apenas na década de 90 e desde então, com a atuação de pesquisadores em diversas universidadesbrasileiras,foipossívelaconclusãode10teses(Medeiros,1997;Netto, 1999; Bezerra, 2001; Esteves, 2002; Castro, 2003; Curvelo, 2003; Maranhão, 2003; Moellmann,2003;Pinto,2003;Rocha,2003),6dissertações(Rodrigues,2002;Nunes, 2003;Silva(a),2004;Silva(b),2004;Lage,2005;Maria,2007),5monografias(Silva, 2001;Santos,2002;Fonsêca,2003;MirandaJúnior,2006;Oliveira,2007)ediversos Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 6 artigoscientíficos(i.e.Netto&Gallucci,2003;FonsêcaGenevois etal. ,2004;Fonsêca Genevois etal. ,2006)atéapresentedata.Recentementeforamtambémpublicadasas descrições das primeiras espécies novas (Venekey et al . 2005; Castro et al . 2006; Botelho etal .2007) desdeaquelasregistradasporGerlacheMeylnadécadade50. Revisõesdeoutrosgruposbentônicosmarinhosenãonecessariamentereferentes àMeiofauna,foramfeitosparaacostabrasileira,aexemplodeMollusca(Rios,1994), AnnelidaPolychaeta(Amaral&Nonato,1996),coraisconstrutoresderecifes(Maida& Ferreira, 1997) e Crustacea (Young, 1998). Registrase aqui o Estado de Arte da nematofaunaatravésdelistastaxonômicaseapresentasenestecapítuloumarevisãoda nomenclaturaaosníveisdegêneroeespécienosentidodecongregarosdadosnacionais e, ainda, poder avaliar de forma comparada a biodiversidade da nematofauna em ambientesmarinhoseestuarinos. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 7

1.2.Objetivos ConstruirumalistataxonômicacomosgêneroseespéciesdeNematodalivres marinhosregistradosparaoBrasilemambientesmarinhoseestuarinos. Comparar a riqueza de gêneros entre diversos ambientes/ecossistemas previamenteestabelecidos. Analisar os padrões de similaridade entre os ambientes/ecossistemas mencionadosanteriormente. 1.3.Hipótese Os ecossistemas marinhos brasileiros são diferentes entre si quanto à nematofauna. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 8

1.4.MaterialeMétodos 1.4.1.MetodologiaemLaboratório A construção das listas de gêneros e espécies registradaspara a costabrasileira baseouse na bibliografia disponível, constituída de: teses (incluindo o presente trabalho) (Medeiros,1997;Netto,1999;Bezerra,2001;Castro,2003; Curvelo,2003; Maranhão, 2003; Moellmann, 2003; Pinto, 2003; Rocha, 2003), dissertações (Rodrigues, 2002; Nunes, 2003; Silva (a), 2004; Silva (b), 2004; Lage, 2005), monografias(Silva,2001;Santos,2002;Fonsêca,2003;MirandaJúnior,2006)eartigos científicos (Cobb, 1920; Gerlach, 1954; Gerlach, 1956a; Gerlach 1956b; Gerlach, 1957a;Gerlach,1957b;Netto&Gallucci,2003;Esteves, 2004; FonsêcaGenevois et al. ,2004;FonsêcaGenevois etal. ,2006). Não foram usados resumos de congressos e de encontros científicos de outra natureza, bem como os artigos científicos de abordagem ecológica que não apresentaram a lista completa dos Nematoda encontrados no local estudado (i.e. Kapusta etal. ,2006;Pinto etal .,2006).Alémdisso,nãoforamconsideradosparaeste estudoostrabalhosdeMeyl(1956)eMeyl(1957)porsetrataremdegênerosdeágua doce.Nocasodeduaspublicaçõescomamesmalista ( i.e. Santos,2002eFonsêca Genevois etal. ,2004)ouumtrabalhopublicandoumaversãoampliadadeumlocal( i.e. Silva,2001eSilva(b)2004),apenasomaisrecentefoiconsiderado. Os nomes de gêneros e espécies encontrados na bibliografia disponível foram cuidadosamente revisados, respeitandose as sinonimizações e modificações de nomenclatura.Paraissoforamusadosprincipalmenteo“TheBremerhavenChecklistof Aquatic”(Gerlach&Riemann,1973eGerlach&Riemann,1974),arquivos atualizados da Seção de Biologia Marinha da Universidade de Ghent (Bélgica) e o “site”Nemys(Deprez etal. 2005). Apósarevisãodanomenclatura,ostáxonsforamclassificadosseguindoLorenzen (1994). Todos os trabalhos consultados usaram apenas este sistema de classificação, comexceçãodeSilva(b)(2004)queutilizoutambémBlaxter etal. (1998),motivoque levouaescolheroprimeirosistemadeclassificaçãonopresentetrabalho. Apósaclassificação,abibliografiafoidivididaemambientes:PraiasArenosas, Estuários,Fital,IlhasOceânicas,“BeachRocks”,SalinaeArtificial(placasdealumínio Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 9 e mímicas de algas); e posteriormente em ecossistemas: Praia, Costão e Estuário. Trabalhosqueabordavammaisdeumambienteforamdivididosemváriaslistas.Os ambientesencontramsedistribuídosemdiversospontosdacostabrasileira,refletindoo localondeostrabalhosforamrealizados(Figura01eTabela01).

Figura01. MapadoBrasilapontandooslocaisondeosdiversosambientesforamestudados. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 10

Tabela01. Coordenadasgeográficasdoslocaiscoletadosnacostabrasileira,conformeinformados nos respectivos trabalhos (N.I. = Não informado) e o ambiente/ecossistema onde foram classificados (N.C.=Nãoconsiderado).

Trabalho Coordenadas LocaldeColeta Ambiente Ecossistema

Latitude Longitude Cobb(1920) N.I. N.I. Bahia PraiaArenosa N.C. Gerlach(1954) N.I. N.I. LagoaRodrigodeFreitas Estuário N.C. –RJ Gerlach(1956a) N.I. N.I. (1)Cananéia,(2)Santos, PraiaArenosa Praia (3)SãoSebastiãoe(4) PortoFino(Todosno EstadodeSãoPaulo) Gerlach(1956b) (1)7°00’S/ N.I. (1)Paraíbae(2,3) PraiaArenosa Praia (2)7°45’S/ Pernambuco (3)9°05’S Gerlach(1957a) 25°00’S N.I. CananéiaSP Estuário Estuário Gerlach(1957b) (1)N.I./(2) N.I. (1)Bahia,(2)Espírito PraiaArenosa Praia 20°00’S/(3) Santo,(3)RiodeJaneiroe e(4)N.I. (4)SãoPaulo Medeiros(1997) 23°32’S 45°04’W IlhaAnchieta–SP PraiaArenosa Praia Netto(1999) 3°51’S 33°49’W AtoldasRocas–RN IlhaOceânica Costão Bezerra(2001) 8°02’S 34°51’W Olinda–PE PraiaArenosa Praia Silva(2001) 5°05’S 36°16’W Galinhos–RN N.C. N.C. Rodrigues(2002) 8°04’S 34°52’W Recife–PE Estuário Estuário Santos(2002) 23°44’S 42°00’W ArraialdoCabo–RJ N.C. N.C. Castro(2003) 8°04’S 44°55’W Recife–PE Estuário Estuário Curvelo(2003) 23°22’S 44°55’W EnseadadePicinguaba– PraiaArenosa Praia SP Fonseca(2003) 28º12’S 48º38’W Laguna–SC Estuário Estuário Maranhão(2003) 8°33’S 35°00’W PortodeGalinhasPE BeachRocks Costão Moellmann(2003) N.I. N.I. Guarujá–SPePeruíbe– PraiaArenosa Praia SP Netto&Gallucci(2003) 27°29’S 48°30’W IlhadeSantaCatarina– Estuário Estuário SC Nunes(2003) 23°44’S 42°00’W ArraialdoCabo–RJ Artificial Costão Pinto(2003) 32°02’S 52°07’W RioGrande–RS Estuário Estuário Rocha(2003) (1)7°33’S (1)34°49’W (1)Pernambuco PraiaArenosa Praia/Costão 8°55’S/ 35°11’W/ (2)ArraialdoCabo–RJ /Fital (2)23°44’S (2)42°00’W Esteves(2004) 22°55’S 43°05’W CoroaGrande–RJ Estuário Estuários FonsêcaGenevois etal. (2004) 23°44’S 42°00’W ArraialdoCabo–RJ PraiaArenosa Praia Silva(a)(2004) 7°49’S 34°50’W Igarassú–PE Estuário Estuário Silva(b)(2004) 5°05’S 36°16’W Galinhos–RN Salina Estuário Lage(2005) 23°44’S 42°00’W ArraialdoCabo–RJ Fital Costão FonsêcaGenevois etal. (2006) 23°44’S 42°00’W ArraialdoCabo–RJ Artificial Costão MirandaJunior(2006) 0°55’N 29°21’W ArquipélagoSãoPedroe IlhaOceânica Costão/ SãoPaulo /Artificial Costão Maria(2007) 22°24’S 42°33’W BaíadeGuanabara–RJ PraiaArenosa Praia Oliveira(2007) 8°25’S 34°55’W PraiadoCupe–PE Fital Costão Presentetrabalho 8°46’S 34°59’W Tamandaré–PE PraiaArenosa Praia Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 11

1.4.2.AnálisedosDados Apartirdaslistastaxonômicasfoiconstruídaumaplanilhaúnicadepresençae ausênciadosgêneros.OstrabalhosdeCobb(1920)eGerlach(1954)foramutilizadas apenasparaadeterminaçãodariquezagenéricadosambientes,nãosendoconsiderados paraanálisesporsetrataremdelistascomapenas3e4espécies,respectivamente. Inicialmente foi aplicada sobre as listas taxonômicas uma Análise de Agrupamento para estabelecer agrupamentos entre os trabalhos de acordo com as similaridades. Posteriormente os ambientes previamente estabelecidos foram reagrupadosemapenastrêsecossistemas(praias,estuáriosecostões)devidoonúmero reduzido de réplicas em cada categoria. Os ecossistemas foram comparados com a aplicaçãodeumaanálisedesimilaridade(ANOSIMONEWAY),utilizandoseoíndice deBrayCurtis.OsresultadosforamexpressostambémemumaOrdenaçãoNãoMétrica (MDS). Todos os testes estatísticos foram feitos usando o Programa PRIMER (versão 5.1.2)(Clarke&Warwick,1994)eoníveldesignificânciaadotadofoide0,05. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 12

1.5.Resultados 1.5.1.Listataxonômicadacostabrasileira Atéopresentemomentoforamregistrados6ordens,50famílias,291gênerose 231 espécies para ambientes marinhos e estuarinos da costa brasileira. Dentre estes táxons,1família,10gêneros(incluindoumgêneronovoregistradoaquinoCapitulo2) e 87 espécies foram descritos para a costa brasileira, estando eles marcados com asterisco(*)nalistataxonômicaabaixo. Citaçõesdenomesdeespéciescomanomenclaturaanteriorse encontramentre colchetesabaixodonomeatual. FiloNematoda ClasseSecernentia OrdemRhabditida FamíliaAlloionematidae Paradoxorhabditis Khera,1971 FamíliaCephalobidae Acrobeles Kinstow,1877 Eucephalobus Steiner,1936 Heterocephalobus (Brzeski,1960)Brzeski,1961 FamíliaRhabditidae Rhabditis Dujardin,1845 Rhabditismarina Bastian,1865 ClasseAdenophorea SubclasseEnoplia OrdemDorylaimida FamíliaDorylaimidae Aporcelaimus ThorneeSwanger,1936 Aporcelaimusgerlachi Meyl,1956 Aporcelaimusparaconicaudatus Meyl,1956 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 13

Aporcelaimusvanderlaani Meyl,1957 Dorylaimus Dujardin,1845 Dorylaimusbrasiliensis Meyl,1956* Dorylaimusparasubtilis Meyl,1956* Dorylaimusrionensis Gerlach,1954* Dorylaimussantosi Meyl,1957* Dorylaimussveltus Meyl,1957* Tylencholaimus DeMan,1876 FamíliaNygolaimidae ygolaimus Cobb,1913 FamíliaLeptonchidae Dorylaimoides ThorneeSwanger,1936 Dorylaimoidespaulbuchneri Meyl,1956* Leptonchus Cobb,1920 Ordem SubordemEnoplina FamíliaEnoplidae Enoplus Dujardin,1845 Enoplusschulzi Gerlach,1952 Fenestrolaimus Filipjev,1927 FamíliaThoracostomopsidae Enoploides Ssaweljev,1912 Enoploideslongispiculosus Vitiello,1967 Enoploidesvectis (Gerlach,1957)WiesereHopper,1967* [Enoploidesbrunette Gerlach,1957] Enoplolaimus DeMan,1893 Enoplolaimusconnexus Wieser,1953 Enoplolaimusdistortus Gerlach,1957* Epacanthion Wieser,1953 Epacanthion cf. buetschli (Southern,1914)Wieser,1953 Mesacanthion Filipjev,1927 Mesacanthionhirsutum Gerlach,1953 Mesacanthionlongispiculum Gerlach,1954 Mesacanthionproximum Gerlach,1957* Mesacanthionrigens Gerlach,1957* Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 14

Mesacanthoides Wieser,1953 Oxyonchus Filipjev,1927 Oxyonchusdentatus (Ditlevsen,1919)Filipjev,1927 Paramesacanthion Wieser,1953 Trileptium Cobb,1933 Trileptiumstylum Gerlach,1956 Trileptiumsubterraneum (Gerlach,1952)Cobb,1933 FamíliaAnoplostomatidae Anoplostoma Bütschli,1874 Anoplostomahirtum Gerlach,1956* Anoplostomasubulatum Gerlach,1957* Anoplostomaviviparum (Bastian,1865)Butschli,1874 Chaetonema Filipjev,1927 Chaetonemacanellatum Gerlach,1956* FamíliaPhanodermatidae Crenopharyncx Filipjev,1934 Phanoderma Bastian,1865 Phanodermatenuicaudum Allgén,1951 Phanodermella Kreis,1928 Phanodermopsis Ditlevsen,1926 Phanodermopsisnecta Gerlach,1957* FamíliaAnticomidae Anticoma Bastian,1865 Anticoma aff.e berthi Bastian,1865 Anticomopsis Micoletzky,1930 Odontanticoma Platonova,1976 FamíliaIronidae Conilia Gerlach,1956* Coniliadivina Gerlach,1956* Dolicholaimus deMan,1888 Syringolaimus deMan,1888 Syringolaimus cf. striatocaudatus DeMan,1888 Thalassironus deMan,1889 Trissonchulus Cobb,1920 Trissonchulusoceanus Cobb,1920 [Dolicholaimusnudus Stekhoven,1943] Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 15

FamíliaLeptosomatidae Barbonema Filipjev,1927 Barbonemaflagrum Gerlach,1957* Cylicolaimus deMan,1889 Leptosomatum Bastian,1865 Platycoma Cobb,1894 Platycomacuriosa (Gerlach,1955)Gerlach,1962 [Platycomopsiscuriosus Gerlach,1955] Platycomopsis Ditlevsen,1926 Thoracostoma Marion,1870 FamíliaOxystominidae Halalaimus deMan,1888 Halalaimusciliocaudatus Allgén,1932 Halalaimusgracilis deMan,1888 Halalaimuslongicaudata (Filipjev,1927)Schneider,1939 Halalaimuslongicollis Allgén,1932 emanema Cobb,1920 Oxystomina Filipjev,1921 Oxystominaacuta Gerlach,1957* Oxystominaaffinis Gerlach,1956 Oxystominaalpha Chitwood,1936 Paroxystomina Micoletzky,1924 Thalassoalaimus deMan,1893 ThalassoalaimusbrasiliensisGerlach,1956* Wieseria Gerlach,1956 FamíliaOncholaimidae Adoncholaimus Filipjev,1918 Metaparoncholaimus Filipjev,1918 Metoncholaimus Filipjev,1918 Meyersia Hopper,1967 Oncholaimellus deMan,1890 Oncholaimelluscarlbergi Allgén,1947 Oncholaimus Dujardin,1845 [Oncholaimium Cobb,1930] Oncholaimuscavatus Gerlach,1956 Oncholaimuscobbi (Kreis,1932)Rachor,1969 [Oncholaimiumcobbi Kreis,1932] Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 16

Oncholaimusgladius Gerlach,1956 Oncholaimus cf. longispiculosus Gerlach,1955 Oncholaimusmanilius Gerlach,1957* Oncholaimusoxyuris Ditlevsen,1911 Oncholaimusrapax Kreis,1932 Pontonema Leidy,1855 Pontonemaardens Gerlach,1957* Prooncholaimus Micoletzky,1924 Prooncholaimusaransas Chitwood,1951 Viscosia deMan,1890 Viscosiaglabra (Bastian,1865)deMan,1890 Viscosiakeiensis Kreis,1932 FamíliaEnchelidiidae Bathyeurystomina LambsheadePlatt,1979 Belbolla Andrássy,1973 Calyptronema Marion,1870 Calyptronema cf. acuminatum Wieser,1953 Calyptronema cf. denticulatum Micoletzky,1930 Calyptronemapigmentatum Gerlach,1957* Calyptronema cf. setifer (Gerlach,1953)Wieser,1953 Eurystomina Filipjev,1921 Eurystominasawayai Gerlach,1956* Eurystominaterrícola deMan,1907 Gen.n.* Gen.n.sp.n.* Pareurystomina Micoletzky,1930 Polygastrophora deMan,1922 Polygastrophoraseptembulba Gerlach,1954 Symplocostoma Bastian,1865 SubordemTripyloidina Família Bathylaimus Cobb,1894 Bathylaimusaustralis Cobb,1894 [Bathylaimusassimilis deMan,1922] Bathylaimuscapacosus Hopper,1962 Ingenia Gerlach,1957* Ingeniamirabilis Gerlach,1957* Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 17

Tripyloides deMan,1886 [annonchus Cobb,1913] Tripyloidesamazonicus (Gerlach,1957)Riemann,1970* [annonchusamazonicus Gerlach,1957] Tripyloidesgranulatus (Cobb,1913)Wieser,1956 [annonchusgranulatus Cobb,1913] FamíliaRhabdodemanidae Rhabdodemania BayliseDaubney,1926 OrdemTrefusiida FamíliaTrefusiidae Cytolaimium Cobb,1920 Cytolaimiumconicum Gerlach,1957* [Trefusiaconica Gerlach1957] Rhabdocoma Cobb,1920 Trefusia DeMan,1893 Trefusialaimus Riemann,1974 FamíliaLauratonematidae Lauratonema Gerlach,1953 Lauratonemahospitum Gerlach,1956* Lauratonemareductom Gerlach,1953 FamíliaXenellidae Xenella Cobb,1920 SubclasseChromadoria OrdemChromadorida SubordemChromadorina FamíliaChromadoridae Acantholaimus Allgén,1933 Actinonema Cobb,1920 Actinonemapachydermatum Lorenzen,1972 Atrochromadora Wieser,1959 Chromadora Bastian,1865 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 18

Chromadora aff. nudicapitata Bastian,1865 Chromadorella Filipjev,1918 Chromadorellamacris (Gerlach,1956)Lorenzen,1972* [Trichromadoramacris Gerlach,1956] Chromadorina Filipjev,1918 Chromadorita Filipjev,1922 [Allgéniela Strand,1934] Chromadorita cf. leuckarti (deMan,1876) Chromadoritatenuis (Schneider,1906) [Allgénielatennuis Schneider,1906] Dichromadora Kreis,1929 Dichromadorageophila (deMan,1876)Kreis,1929 Endeolophus Boucher,1976 Euchromadora deMan,1886 Graphonema Cobb,1898 Hypodontolaimus deMan,1886 Hypodontolaimuspumilio Gerlach,1956* Innocuonema Inglis,1969 Karkinochromadora Blome,1982 eochromadora Micoletzky,1924 eochromadorabonita Gerlach,1956* ygmatonchus Cobb,1933 Parachromadorita Blome,1974 Parapinnanema Inglis,1969 Prochromadora Filipjev,1922 Prochromadorella Micoletzky,1924 [Trichromadora Kreis,1929] Prochromadorellaparamucrodonta (Allgén,1929)Wieser,1951 Prochromadorellaspinosa Gerlach,1957* Prochromadorellatenuicaudata Gerlach,1954 Ptycholaimellus Cobb,1920 Rhips Cobb,1920 Rhipsornate Cobb,1920 Spiliphera Bastian,1865 Spilophorella Filipjev,1917 Spilophorellameyerabichi Gerlach,1955 Steineridora Inglis,1969 Trochamus BouchereBovée,1972 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 19

FamíliaEthmolaimidae Comesa Gerlach,1956 Ethmolaimus deMan,1880 Ethmolaimus cf. multipapillatus Paramonov,1926 Filitonchus Platt,1982 Gomphionchus Platt,1982 Gomphionema WiesereHopper,1966 Gomphionemacompactum(Gerlach,1957)WiesereHopper,1966* [eotonchuscompactus Gerlach,1957] Gomphionemafellatur WiesereHopper,1966 annolaimus Cobb,1920 annolaimuscomplicatus Gerlach,1957* eotonchus Cobb,1933 Paraethmolaimus Jensen,1994 FamíliaCyatholaimidae Acanthonchus Cobb,1920 Acanthonchusviviparous Cobb,1920 Cyatholaimus Bastian,1865 Kraspedonema Gerlach,1954 Longicyatholaimus Micoletzky,1924 Marylynnia Hopper,1977 Marylynniachoanolaimoides (Stekhoven,1942)Hopper,1977 [Longicyatholaimus cf. choanolaimoides Stekhoven,1942] Metacyatholaimus Stekhoven,1942 Minolaimus Vitiello,1970 annolaimoides Ott,1972 Paracanthonchus Micoletzky,1924 Paracanthonchusbatidus Gerlach,1957* Paracanthonchuscochlearis Gerlach,1957* Paracanthonchusdigitatus Gerlach,1957* Paracyatholaimoides Gerlach,1953 Paracyatholaimoidesmultispiralis Gerlach,1953 Paracyatholaimoidesserpens Gerlach,1957* Paracyatholaimus Micoletzky,1922 Paracyatholaimuspaucipapillatus Gerlach,1955 Paracyatholaimusseparatus Wieser,1954 Paracyatholaimusternus Wieser,1954 Paracyatholaimusvitraeus Gerlach,1957* Paralongicyatholaimus Stekhoven,1942 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 20

Pomponema Cobb,1917 Pomponematautraense (Allgen,1933)Lorenzen,1972 [Longicyatholaimus tautraensis Allgén,1933] Praeacanthonchus Micoletzky,1924 FamíliaSelachinematidae Cheironchus Cobb,1917 Choanolaimus deMan,1880 Choniolaimus Ditlevsen,1918 Demonema Cobb,1894 Gammanema Cobb,1920 Halichoanolaimus deMan,1886 Halichoanolaimuschordiurus Gerlach,1955 Halichoanolaimusquattordecimpapillatus Chitwood1951 Kosswigonema Gerlach,1964* Kosswigonemaacanthum (Gerlach,1957)Gerlach,1964* [Selachinemaacanthum Gerlach,1957] Latronema Wieser,1954 Latronemabotulum Gerlach,1956* Latronemaorcinum (Gerlach,1952)Wieser,1954 Richtersia Steiner,1916 Richtersiaimparis Gerlach,1956* Synonchiella Cobb,1933 Synonchiellaforceps (Gerlach,1957)Gerlach,1964* [Trogolaimusforceps Gerlach,1957] Synonchium Cobb,1920 Synonchiumdepressum Gerlach,1954 Synonchiumobtusum Cobb,1920 FamíliaDesmodoridae Acanthopharynx Marion,1870 Catanema Cobb,1920 Chromaspirinia Filipjev,1918 Chromaspiriniarabosa (Gerlach,1956)Gerlach,1963 [Desmodorarabosa Gerlach,1956] Croconema Cobb,1920 Desmodora DeMan,1889 [Micromicron Cobb,1920] Desmodora aff.g ranulata VincxeGourbault,1989 Echinodesmodora Blome,1982 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 21

Eubostrichus Greef,1869 Leptonemella Cobb,1920 Metachromadora Filipjev,1918 [Ichthyodesmodora Chitwood,1951] Metachromadorachandleri (Chitwood,1951)Timm,1961 [Ichthyodesmodorachandleri Chitwood,1951] Metachromadoraclavata Gerlach,1957* Metachromadoraonyxoides Chitwood,1936 Metachromadorapneumática Gerlach,1956* Metachromadora aff. remanei Gerlach,1951 Metachromadora aff. serrata Gerlach,1963 Metachromadoraspectans Gerlach,1957* Molgolaimus Ditlevsen,1921 Onyx Cobb,1891 Paradesmodora Stkehoven,1950 Paradesmodoracampbelli (Allgen,1932)Gerlach,1963 [Spiriniacampbelli Allgén,1962] Perspiria WiesereHopper,1967 Polysigma Cobb,1920 Pseudochromadora Daday,1889 Pseudochromadoracazca Gerlach,1956 [Desmodoracazca Gerlach,1956] Pseudochromadoraincubans GourbaulteVincx,1990 Pseudochromadoraluticola (Timm,1952)Andrassy,1959 [Micromicroncephalatum Cobb,1920] Robbea Gerlach,1956* Robbeacaelestis Gerlach,1956* Sigmophoranema HopeeMurphy,1972 Spirinia Gerlach,1963 Spiriniaelongata Castro,Bezerra,SilvaeFonsêcaGenevois,2006* Spiriniaparasitifera Bastian,1865 Spiriniaseptentrionalis Cobb,1914 Stygodesmodora Blome,1982 FamíliaEpsilonematidae Bathyepsilonema Steiner,1931 Bathyepsilonemabahiae Gerlach,1957* Epsilonema Steiner,1927 Epsilonemaespeeli VerscheldeeVincx,1994 Metepsilonema Steiner,1927 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 22

Perepsilonema Lorenzen,1973 Perepsilonemakellyae GourbaulteDecraemer,1988 FamíliaDraconematidae Dracognomus AlleneNoffsinger,1978 Dracograllus AlleneNoffsinger,1978 Draconema Cobb,1913 [Drepanonema Cobb,1933] Draconemabrasiliensis Venekey,LageeFonsêcaGenevois,2005* Draconemafluminensis Venekey,LageeFonsêcaGenevois,2005* otochaetosoma IrwinSmith,1918 Prochaetosoma Micoletzky,1922 Prochaetosomalugubre (Gerlach,1957)AlleneNoffsinger,1978* [Drepanonemalugubre Gerlach,1957] FamíliaMicrolaimidae Aponema Jensen,1978 Bolbolaimus Cobb,1920 Calomicrolaimus Lorenzen,1971 Calomicrolaimusformosus Jensen,1978 Microlaimus deMan,1880 Microlaimuscapillaris Gerlach,1957* Microlaimusformosus Gerlach,1957* Microlaimusspinosus Gerlach,1957* Spirobolbolaimus SoeaterteVincx,1988 FamíliaAponchidae Synonema Cobb,1920* Synonemabraziliense Cobb,1920* FamíliaMonoposthidae Monoposthia deMan,1889 udora Cobb,1920 udorabesnardi Gerlach,1956* [Monoposthiabesnardi Gerlach,1956] udorailhabelae Gerlach,1957* [Monoposthiailhabelae Gerlach,1957] Rhinema Cobb,1920 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 23

SubordemLeptolaimina FamíliaLeptolaimidae Alaimella Cobb,1920* Alaimellatruncata Cobb,1920* Anonchus Cobb,1913 Anonchusmangrove Gerlach,1957 Antomicron Cobb,1920 Antomicronpellucidum Cobb,1920 Assia Gerlach,1957* Assialaureata Gerlach,1957* Camacolaimus deMan,1889 Chronogaster Cobb,1913 Chronogasteralatum Gerlach,1956* Cricolaimus Southern,1914 Cynura Cobb,1920 Cynuracerambus Andrassy,1973 Cynurauniformis Cobb,1920 Dagda Southern,1914 Deontolaimus deMan,1880 Diodontolaimus Southern,1914 Halaphanolaimus Southern,1914 Ionema Cobb,1920 Ionemacobbi (Steiner,1916)Micoletzky,1924 [Ionemaocellatum Cobb,1920] Leptolaimoides Vitiello,1971 Leptolaimus deMan,1876 Leptolaimussurdus Gerlach,1957* Listia Blome,1982 Onchium Cobb,1920 Paraphanolaimus Micoletzky,1923 Paraphanolaimuscantor Gerlach,1957* Procamacolaimus Gerlach,1954 Procamacolaimuscosmius Gerlach,1956* Stephanolaimus Ditlevsen,1914 FamíliaPeresianidae* Manunema Gerlach,1957* Manunemaproboscidis Gerlach,1957* Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 24

FamíliaHaliplectidae Haliplectus Cobb,1913 [Aegialospirinia DeConick,1943] Haliplectusbibulbosus (Schulz,1935)Gerlach,1956 [Aegialospiriniabibulbosa Gerlach,1960] Haliplectusfloridanus CobbinChtwood,1956 Haliplectusschulzi (DeConick,1943)Gerlach,1957 Setoplectus Vitiello,1971 FamíliaTarvaiidae Tarvaia Allgén,1934 FamíliaAegialoalaimidae Aegialoalaimus deMan,1907 Cyartonema Cobb,1920 Diplopeltoides Gerlach,1962 Southernia Allgén,1929 FamíliaTubolaimoididae Tubolaimoides Gerlach,1963 FamíliaCeramonematidae Ceramonema Cobb,1920 Ceramonemafilum Gerlach,1957* Ceramonemarectum Gerlach,1957* Dasynemella Cobb,1933 Dasynemellacincta Gerlach,1957* Dasynemoides Chitwood,1936 Dasynemoidescristatus Gerlach,1957* Dasynemoideslatus Gerlach,1957* Metadasynemella DeConinck,1942 Metadasynemoides Haspeslagh,1973 Pselionema Cobb,1933 Pterygonema Gerlach,1954 FamíliaParamicrolaimidae Paramicrolaimus Wieser,1954 Paramicrolaimuspapillatus (Gerlach,1956)WiesereHopper,1967 [Microlaimuspapillatus Gerlach,1956] Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 25

FamíliaPrismatolaimidae Prismatolaimus deMan,1880 SubordemDesmoscolecina FamíliaMeyliidae Boucherius DecraemereJensen,1982 Gerlachius Andrássy,1976 FamíliaDesmoscolecidae Desmogerlachia Freudenhammer,1975 Desmolorenzenia Freudenhammer,1975 Desmoscolex Claparède,1863 Quadricoma Filipjev,1922 Tricoma Cobb,1893 OrdemMonhysterida FamíliaMonhysteridae Diploleimella Allgén,1929 Diplolaimellachitwoodi Gerlach,1957 Diplolaimelloides Meyl,1954 Diplolaimelloides cf. altherri Meyl,1954 Gammarinema KinneeGerlach,1953 Litotes Cobb,1920*(gen.inq.) Litotesminuta Cobb,1920* Monhystera Bastian,1865 Thalassomonhystera Jacobs,1987 Zygonemella Cobb,1920 Zygonemellastriata Cobb,1920 FamíliaXyalidae Ammotheristus Lorenzen,1977 Amphimonhystera Allgén,1929 Amphimonhystrella Timm,1961 Cobbia deMan,1907 Cobbia cf. dentata Gerlach,1953 Daptonema Cobb,1920 Daptonemacurvatus Gerlach,1957 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 26

[Theristus cf. curvatus Gerlach,1956] Daptonemasetosus (Butschli,1874)Lorenzen,1977 [Theristussetosus Butschli,1874] Daptonematenuispiculum (Ditlevsen,1918)Wieser,1956 [Theristustenuispiculum Ditlevsen,1918] Daptonematrichinus Gerlach,1956 [Theristus cf. trichinus Gerlach,1956] Elzalia Gerlach,1957* Elzaliafloresi Gerlach,1957* Gnomoxyala Cobb,1920 Gonionchus Cobb,1920 Linhystera Juario,1974 MetadesmolaimusStekhoven,1935 Metadesmolaimus cf. labiosetosus Stekhoven,1935 Metadesmolaimustersus (Gerlach,1956)Lorenzen,1972* [Theristustersus Gerlach,1956] Omicronema Cobb,1920 Omicronemaclavulatum Gerlach,1957* Omicronemalitorium Cobb,1920 Paramonohystera Steiner,1916 [Leptogastrella Cobb,1920] Paramonohysterastricta (Gerlach,1956)Wieser,1956* [Leptogastrellastricta Gerlach,1956] Promonhystera Wieser,1956 Prorhynchonema Gourbault,1982 Pseudosteineria Wieser,1956 Pseudosteineriascopae (Gerlach,1956)Wieser,1959 [Steineriascopae Gerlach,1956] Retrotheristus Lorenzen,1977 Rhynchonema Cobb,1920 Rhynchonemacinctum Cobb,1920 Scaptrella Cobb,1917 Scaptrella cf. brevicaudata Gerlach,1953 Scaptrellacincta Cobb,1917 Steineria Micoletzky,1922 Steineriaericia Gerlach,1956 Steineriamarcorum Gerlach,1956 Steineriapavo Gerlach,1957 Steineriatripartita Gerlach,1957* Stylotheristus Lorenzen,1977 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 27

Theristus Bastian,1865 Theristusacribus Gerlach,1956* Theristusflevensis Stekhoven,1935 Theristusheterospiculoides Gerlach,1953 Theristusmacroflevensis Gerlach,1954 Theristusmetaflevensis Gerlach,1954 Theristuspertenuis BresslaueStekhoveninStekhoven,1935 Theristus aff. rhynchonemoides Hopper,1961 Theristusstranus Gerlach,1957* Trichotheristus Wieser,1956 Trichotheristusheterus (Gerlach,1957)WiesereHopper,1967* [Theristusheterus Gerlach,1957] Trichotheristusmirabilis (StekhoveneDeConick,1933)Wieser,1956 [Steineria cf. mirabilis StekhoveneDeConnick,1933] Valvaelaimus Lorenzen,1977 Xenolaimus Cobb,1920 Xyala Cobb,1920 Xyalastriata Cobb,1920 FamíliaSphaerolaimidae Doliolaimus Lorenzen,1966 Sphaerolaimus Bastian,1865 Sphaerolaimusgracilis deMan,1876 Sphaerolaimuslamasus Gerlach,1956 Sphaerolaimuslodosus Gerlach,1956 Sphaerolaimus cf. maeoticus Filipjev,1922 Sphaerolaimuspenicillus Gerlach,1956 Subsphaerolaimus Lorenzen,1978 FamíliaSiphonolaimidae Astomonema Ott,RiegereEnderes,1982 Parastomonema Kito,1989 Siphonolaimus deMan,1893 Siphonolaimusweismanni (zurStrassen,1904)Steiner,1916 FamíliaLinhomoeidae Anticyathus Cobb,1920 Anticyathustrochus (Gerlach,1957)Gerlach,1963 [Prosphaerolaimustrochus Gerlach,1957] Desmolaimus deMan,1880 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 28

Desmolaimuscalvus Gerlach,1956* Didelta Cobb,1920 Disconema Filipjev,1918 Eleutherolaimus Filipjev,1922 Eleutherolaimusobtusicaudatus Allgén,1947 Halinema Cobb,1920 Halinemavaricans Gerlach,1956* Linhomoeus Bastian,1865 Megadesmolaimus Wieser,1954 Metalinhomoeus deMan,1907 Metalinhomoeusfiliformis (deMan,1907)Stekhoven,1935 Metalinhomoeustypicus deMan,1907 Paralinhomoeus deMan,1907 Paralinhomoeusconspicuus Gerlach,1957* Terschellingia deMan,1888 Terschellingiacommunis deMan,1888 Terschellingialongicaudata deMan,1907 Terschellingiamora Gerlach,1956* Terschellingiapapillata Gerlach,1955 FamíliaAxonolaimidae Apodontium Cobb,1920 Apodontiumprocerus Gerlach,1957* [Axonolaimusprocerus Gerlach,1957] Ascolaimus Ditlevsen,1919 Axonolaimus deMan,1889 Axonolaimuscaudostriatus Boucher,1973 Axonolaimusdemani DeConickeStekhoven,1933 Axonolaimus aff. steineri Timm,1952 Axonolaimustirrenicus Brunetti,1941 Odontophora Bütschli,1874 Odontophoraparagranulifera Timm,1952 Odontophoraurothrix Gerlach,1957* Odontophoroides BouchereHelléouët,1977 Parodontophora Timm,1963 Pseudolella Cobb,1920 Pseudolellaintermedia Gerlach,1957* Synodontium Cobb,1920 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 29

FamíliaDiplopeltidae Araeolaimus deMan,1888 Campylaimus Cobb,1920 Diplopeltis CobbinStileseHassal,1905 Diplopeltiscirrbatus (Berth,1863)Cobb,1891 Diplopeltula Gerlach,1950 Diplopeltulaintermedia Gerlach,1954 Morlaixia VincxeGourbault,1988 Southerniella Allgén,1932 FamíliaComesomatidae Actarjania Hopper,1967 Cervonema Wieser,1954 Comesoma Bastian,1865 Comesomaarenae Gerlach,1956 Comesomasipho Gerlach,1956* Dorylaimopsis Ditlevsen,1918 Hopperia Vitiello,1969 Laimella Cobb,1920 Metacomesoma Wieser,1954 Paracomesoma HopeeMurphy,1972 Paramesonchium Hopper,1967 Pierrickia Vitiello,1970 Sabatieria Rouville,1903 Sabatieriabreviseta Stekhoven,1935 [Sabatieriaquadripapillata Filipjev,1922] Sabatieriaceltica Southern,1914 [Sabatieriacupida BresslaueStekhoveninStekhoven,1935] Sabatieriamortenseni (Ditlevsen,1921)Filipjev,1922 Sabatieriapraedatrix deMan,1907 Sabatieriapulchra (Schneider,1906)Riemann,1970 [Sabatieriaclaviculata Filipjev,1918] Sabatieriapunctata Kreis,1924 Sabatieriarota Gerlach,1957* Sabatieriasupplicans Gerlach,1956* Setosabatieria Platt,1985 Vasostoma Wieser,1954 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 30

Entre as 6 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior número de famílias(21)egêneros(142)(Figura02).

25 Famílias 160 Gêneros 140 20 120

15 100 80

10 60

40 5 20

0 0 Rhabditida Dorylaimida Enoplida Trefusiida Chromadorida Monhysterida Figura02. NúmerodefamíliasegênerosdeNematoda,emcadaordem,registradosparaacosta brasileira. Analisandoonúmerodegênerosencontradosnacostabrasileiraverificaseque, apósoiniciodosestudosem1920houveumapausadenovosregistrosatéosanos50e posteriormenteumanovapausaatéosanos90(Figura03).Cercade39%dosgêneros foramencontradosnosanos50,osanos90contribuiramcomumacréscimode22%na listaesónosúltimos7anos(desde2000)alistacresceucomoutros39%. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 31

Nº % 350 NºdeGêneros % 100

300 80 250

60 200

150 40

100 20 50

0 0 1920 192130 193140 194150 195160 196170 197180 198190 199100 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Anos Figura03. NúmerodegênerosdeNematodaregistradosparaacostabrasileiradesdeoiniciodos estudosem1920,bemcomoaporcentagemdosmesmos. Osdiversosambientes(PraiasArenosas,Estuários,Fital,IlhasOceânicas,“Beach Rocks”,SalinaeArtificial)apresentaramváriasdiferençasemtermosdecomposiçãode táxonsdanematofauna(Figura04). Aspraiasarenosasmostraramseosambientesmaisdiversosemrelaçãoatodos ostáxonsestudados:Ordens(6),famílias(48),gêneros(231)egênerosexclusivos(61). Estes ambientes foram os únicos que apresentaram todas as 6 ordens (Rhabditida, Dorylaimida, Enoplida, Trefusiida, Chromadorida e Monhysterida) registradas para a costabrasileira.Emilhasoceânicasfoiencontradoosegundomaiornúmerodeordens (5)edefamílias(36),masnãodegêneros(113).Emrelaçãoaestaúltimacategoria, ilhas oceânicas apresentaram um número inferior quando comparadas aos estuários (142)eaofital(127). Salinase“BeachRocks”demonstraramnúmerosemelhantedeordensefamilias, muitoemboraqualitativamentediferentes,sendooprimeiroambienteapresentandouma ordemamais,enquantoqueosegundoalgumasfamíliasamais. Todososambientesregistraramgênerosexclusivoscom exceção dos substratos artificiais(ANEXO01). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 32

6 50 Ordens Famílias 40 4 30 20 2 10 0 0 PA ES FI IO BR SA AR PA ES FI IO BR SA AR 250 70 Gêneros GênerosExclusivos 200 60 50 150 40 100 30 20 50 10 0 0 PA ES FI IO BR SA AR PA ES FI IO BR SA AR Figura 04 . Número de ordens, famílias, gêneros e gêneros exclusivos nos ambientes estudados (PA=PraiasArenosas;ES=Estuários;FI=Fital;IO=IlhasOceânicas;BR=“BeachRocks”;SA= SalinaseAR=Artificiais). Apenas 15 gêneros, entre os 291, foram comuns a todos os ambientes: Chromadorella , Daptonema , Desmodora , Dichromadora , Euchromadora , Marylynnia , Metachromadora , Metalinhomoeus , Microlaimus , Oncholaimus , Sabatieria , Spirinia , Terschellingia , Theristus e Viscosia (ANEXO1). Todos os 10 gêneros descritos para a costa brasileira foram encontrados pela primeira vez em praias arenosas com exceção de Elzalia que foi registrado primeiramente para estuários. Destes gêneros, apenas Elzalia e Synonema foram registradosnovamenteapósasuadescrição. 1.5.2.PraiasArenosas Analisando 11 trabalhos científicos realizados em praias arenosas, foram encontrados6ordens,48famíliase231gênerosnestesambientes. Entreostáxonsencontrados1família(Peresianidae)e9gêneros( Assia , Conilia , Ingenia , Kosswigonema , Litotes , Manunema , Robbea , Synonema e o gênero novo) foramdescritosparaesteambiente. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 33

Entre as 6 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior número de famílias(20)(Figura05)egêneros(108)(Figura06). Considerandoasfamílias,omaiornúmerodegênerosfoiencontradoemXyalidae (21),Chromadoridae(20)eLeptolaimidae(14). 1.5.3.Estuários Analisando8trabalhoscientíficosrealizadosemestuários, foram encontrados 4 ordens,33famíliase142gênerosnestesambientes. Entreostáxonsencontradosumgênero( Elzalia )foidescritoparaesteambiente. Entre as 4 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior número de famílias(14)(Figura05)egêneros(65)(Figura06). Considerando as famílias, o maior número de gêneros foi encontrado em Chromadoridae(17),Xyalidae(16)eDesmodoridae(10). 1.5.4.Fital Analisando 3 trabalhos científicos realizados em fital, foram encontrados 4 ordens,31famíliase127gênerosnestesambientes. Entre as 4 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior número de famílias(13)(Figura07)egêneros(67)(Figura08). Considerando as famílias, o maior número de gêneros foi encontrado em Chromadoridae(20),Cyatholaimidae(12)eDesmodoridae(11). 1.5.5.IlhasOceânicas Analisando 2 trabalhos científicos realizados em ilhas oceânicas, foram encontrados5ordens,36famíliase113gênerosnestesambientes. Entre as 5 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior número de famílias(15)(Figura05)egêneros(61)(Figura06). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 34

Considerando as famílias, o maior número de gêneros foi encontrado em Chromadoridae(16),Desmodoridae(11)eCyatholaimidae(9). 1.5.6.“BeachRocks” Analisando um único trabalho científico realizado em “Beach Rocks”, foram encontrados3ordens,26famíliase76gênerosnestesambientes. Entre as 3 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior número de famílias(13)(Figura05)egêneros(40)(Figura06). Considerandoasfamílias,omaiornúmerodegênerosfoiencontradoemXyalidae (9),Desmodoridae(9)eCyatholaimidae(8). 1.5.7.Salina Analisandoumúnicotrabalhocientíficorealizadoemsalina,foramencontrados4 ordens,19famíliase75gênerosnestesambientes. Entre as 4 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior número de famílias(8)(Figura05)egêneros(38)(Figura06). Considerando as famílias, o maior número de gêneros foi encontrado em Chromadoridae(13),Cyatholaimidae(8),Comesomatidae(7)eXyalidae(7). 1.5.8.Artificiais Analisando 3 trabalhos científicos realizados em ambientes artificiais, foram encontrados4ordens,17famíliase51gênerosnestesambientes. Entre as 4 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior número de famílias(9)(Figura05)egêneros(31)(Figura06). Considerando as famílias, o maior número de gêneros foi encontrado em Chromadoridae(14),Desmodoridae(6),Linhomoeidae(4)eOncholaimidae(4). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 35

20 Famílias

15

10

5

0 PA ES FI IO BR SA AR Rhabditida Dorylaimida Enoplida Trefusiida Chromadorida Monhysterida Figura 05. Número de famílias de Nematoda, em cada ordem, registrados para os diversos ambientesnacostabrasileira(PA=PraiasArenosas;ES=Estuários;FI=Fital;IO=IlhasOceânicas;BR =“BeachRocks”;SA=SalinaseAR=Artificiais).

110 Gêneros 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 PA ES FI IO BR SA AR Rhabditida Dorylaimida Enoplida Trefusiida Chromadorida Monhysterida Figura 06. Número de gêneros de Nematoda, em cada ordem, registrados para os diversos ambientesnacostabrasileira(PA=PraiasArenosas;ES=Estuários;FI=Fital;IO=IlhasOceânicas;BR =“BeachRocks”;SA=SalinaseAR=Artificiais). 1.5.9.Análises VerificousenaAnálisedeAgrupamentoqueaslistastaxonômicasorigináriasde ambientesestuarinosseagruparamnumúnicoconjuntoaoníveldesimilaridadede45% (Figura07). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 36

Figura07.Resultadodaanálisedeagrupamentosobreaslistastaxonômicasnematofaunísticas,destacando(colchete)ogrupodosestuários. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 37

Reagrupando os trabalhos em três ecossistemas (praia, costão e estuário) o ANOSIM

ONEWAY indicou a existência de diferenças significativas (R Global =0,257; p<0,01;

Npermut =10.000). Comparações entre pares de ecossistemas indicaram a existência de diferençasentretodososecossistemasconsiderados (Tabela 02), o quepode ser observado tambémnaOrdenaçãonãométrica(Figura08). Tabela02. ValoresresultantesdaaplicaçãodoANOSIMONEWAYemrelaçãoaostrêsecossistemas comparados.

Ecossistemas RGlobal p(%) permut PraiaxCostão 0,276 0,2 10000 PraiaxEstuário 0,258 0,1 10000 CostãoxEstuário 0,349 <0,1 10000

Figura 08. Ordenação nãométrica das listas taxonômicas nematofaunísticas, agrupadas em três ecossistemas:praia,estuárioecostão. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 38

1.6.Discussão Nematoda são os metazoários mais abundantes em quase todos os ambientes, constituindo cerca de 8090% da meiofauna e, sendo assim, dificilmente podem ser negligenciados(McIntyre,1971). AspesquisasecológicasenvolvendoNematodaserestringiaminicialmenteaoestudodo grupo como uma única unidade taxonômica, também considerada como uma unidade funcional. Atualmente já se sabe que os Nematoda formam um grupo muito heterogêneo ecologicamenteequeocupamposiçõestróficasbemdiferentesnacadeiamarinha(Heip etal ., 1982). Estudos ecológicos com detalhamento taxonômico maior só foram possíveis como desenvolvimento da Taxonomia, que começou no final do século XIX com os trabalhos pioneirosdeautorescomoCobb(i.e.1890,1891,1894)edeMan(i.e.1876,1888). Onúmerodetaxonomistasfoiaumentandoàmedidaqueamicroscopiaevoluía,sendo quenosanos70forampublicadosemtornode42artigoscadaanoentre19711975por50 nematologistas marinhos, descrevendo cerca de 111 novos táxons anualmente (Gerlach, 1980). A partir dos anos 80 e, possivelmente devido ao desenvolvimento de técnicas moleculares,observaseumdeclíniodataxonomiaclássicanamaioriadosgruposdeanimais. Tornase,assim,ataxonomiatradicionalcadavezmaisestagnadaepassandoaatrairmenos cientistas (Wilson, 2000). Em relação aos Nematoda, grande parte desse fato se deve às dificuldades de identificação pelo método clássico, o qual exige muita experiência e um laboratóriobemequipado(Coomans,2001). NoBrasiloestudodataxonomiadosNematodacomeçoudeformasignificativaapenas na década de 50 do século passado, com os trabalhos de Gerlach (1956a, 1956b, 1957a, 1957b),tardiamentequandocomparadoaosestudosdogrupoaonívelmundial.Ocrescente registrodegêneroseespéciesnofinaldoséculoXXnacostabrasileira,comodemonstrado pelos resultados deste capítulo, mostra que está havendo um florescimento taxonômico, resultandoempublicações,aocontráriodatendênciamundial. O aumento dos estudos no Brasil é provavelmente uma conseqüência da formação acadêmica de nematologistas por meio de pósgraduações como o PINC (Postgraduate International Nematology Course, Bélgica – http://www.pinc.ugent.be) ou de cooperações com outros grupos como aquele por meio do Projeto Darwin (Inglaterra http://web.pml.ac.uk/nematode). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 39

Em termos gerais, outro aspecto que tem contribuído na desmistificação das identificaçõesnematológicas,tantomundialmentecomonoBrasil,éosurgimentodechaves pictóricas,aexemploda“IllustratedGuide”deTarjan(1980)edamaisusada“Freeliving Marine Nematodes” que se divide em três volumes: “Enoplids” (Platt & Warwick, 1983), “Chromadorids” (Platt & Warwick, 1988) e “Monhysterids” (Warwick et al. 1998). Recentementefoilançadoum“site”contendodescriçõesoriginaisdeespéciesdeNematoda pelaSeçãodeBiologiaMarinhadaUniversidadedeGhent(Bélgica):“Nemys”(Deprez etal . 2005). Listascompletasnoâmbitomundialvêmsendofeitas anteriormente àpublicação das chavespictóricas:Stiles&Hassal(1905),Baylis&Daubney(1926),Hope&Murphy(1972) e o mais completo, Bremerhaven Checklist (Gerlach & Riemann,1973/1974). Compilações taxonômicasmaioresarespeitoderegiõesgeográficasespecíficas,contendolistascompletas, de forma similar a esse capítulo, também já foram publicadas: América do Norte (Cobb, 1920),costalestedaAméricadoNorte(Wieser&Hopper,1967),Antártida(Allgén,1959), Costa Chilena (Wieser, 1953b; Wieser, 1954; Wieser, 1956), Mar do Norte (Schuurmans Stekhoven,1935)eMarBáltico(Schneider,1939). OconhecimentosobreabiogeografiadosNematodaé fragmentado devido à falta de amostragememváriasregiões.Algumasespéciesdevidalivreeparasitasdeplantasparecem terdistribuiçãomundial,mashácontrovérsiasarespeitodavalidaçãodepopulaçõesdeuma mesma espécie ou com uma série de espécies crípticas (Coomans, 2001). Exceto por evidências de transporte de Nematoda por meio de correntes de água, ventos, gelo, embarcaçõesouaves(Gerlach,1977;Coomans etal .,1985;WinotoSuatmadji etal. ,1988; Eyualem&Coomans,1995)hápoucasreferênciassobresuadispersãopassiva. Aliteraturaatualregistraemtornode450gênerosdeNematodamarinhos(Heip etal , 1982),dosquais,segundoopresenteresultado,291(cercade64%)jáforamencontradosem umoumaislocaisdacostabrasileira.Aparentementeestenúmeropareceserumresultado significativo,masatéquepontopodeserconsideradoassimselevarmosemcontaotamanho da linha costeira brasileira (aproximadamente 8000 km) e a quantidade de áreas completamente desconhecidas em termos de composição da nematofauna? Comparativamente, na costa da GrãBretanha e Irlanda, o que corresponde a 4.500 km de linha costeira, foram encontrados 170 gêneros (Warwick et al , 1998). Se levarmos em consideraçãoavariaçãodeambientesnoBrasileotamanhodacosta,onúmerodetáxons Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 40

parecereduzidocomparadoaesteúltimoexemplo.Fleeger&Decho(1987)jáafirmavamem suarevisãodequeoesforçoamostralfeitoemumdeterminado local é um fator quepode influenciar na determinação da biodiversidade de grupos meiofaunísticos. Baseado nessa declaração podese concluir que os resultados obtidos para a costa brasileira são provavelmente uma subestimativa da real diversidade da nematofauna. Portanto, enquanto grandepartedacostapermanecesemestudos,arespostaparaasignificânciadosresultados encontradosaquipermaneceincógnita. Umoutrofatorquechamaatenção,nalistataxonômica construída neste capitulo, é a quantidadedetáxonsquesofreramalteraçõesdenomenclaturadesdeseuprimeiroregistrona costa brasileira. Considerando ao nível de espécies, cerca de 40 (17,3% dos 231) foram registradosprimeiramentesoboutronome,inclusivefrequentementedentrodeoutrogênero ou até mesmo família. Este resultado gera uma insegurança em relação à confiança dos registrosdasespéciesencontradasnostrabalhosmaisantigos. SegundoDubois(2005),anomenclaturaeasdescriçõesdeespéciesdevemserfeitasde forma que dois taxonomistas trabalhando em lados opostos do globo terrestre possam facilmente chegar a uma mesma conclusão, caso estejam estudando indivíduos da mesma espécie.Atualmenteémaisraroaconteceremdescriçõesdeumamesma espéciesobnomes diferentesdevidoàsfacilidadesdecomunicaçãodesdeofinaldoséculopassado,bemcomoa disponibilidade de consulta, inclusive o envio, do “material tipo” dos táxons (Dubois & Nemésio, 2007). Ainda assim recomendase, baseado nos resultados deste trabalho, buscar sempretodoohistóricodedescriçõesdaespécie,principalmentequandoestaéumregistro ocorridoantesdodesenvolvimentodacomunicaçãomoderna, como a Internet. No caso da nematofauna, o período de surgimento das chaves pictóricas e do “Nemys”, já citados anteriormente, deve ser considerado como o marco a partir do qual a duplicidade das descriçõestaxonômicaspôdeserevitadamaisfacilmente. Em termos de composição da lista taxonômica para a costa brasileira, os estudos contribuíramcom1família,10gênerose87espéciesnovasparaaCiência.Entreestestáxons Assia , Conilia , Ingenia , Kosswigonema e Litotes não foram ainda encontrados em outras regiõesdomundo,enquanto Elzalia , Manunema , Robbea e Synonema jáforamregistradosem diversosambientesmarinhosforadoBrasil(Gerlach&Riemann,1973/1974;Deprez etal. , 2005). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 41

Aspraiasarenosasmostraramsecomoosmaisdiversosemrelaçãoatodosostáxons estudados (6 ordens, 48 famílias e 231 gêneros), resultado já esperado, uma vez que este ambienteapresentasecomomaiornúmerodeestudos realizados (11). Estuários, com um númerobempróximodeestudos(8),apresentaramosegundomaiornúmerodegêneros(142), masnãodeordens(4)oufamílias(33).Estefatoestádeacordocomoapontadoporvárias pesquisas,dequecomunidadesbênticasdeestuáriosapresentamummenornúmerodetáxons do que àquelas marinhas ou de água doce (Remane, 1933). Por outro lado, as listas taxonômicasdosestuáriosestudadosnacostabrasileirasãobemsimilaresentresi,comofoi demonstradopelaAnálisedeAgrupamento,esãoasmaisdistintascomparandocomoutros ecossistemas(praiaecostão),porsuavezcomprovadopelotesteANOSIM. Os resultados acima podem ser explicados pela maior homogeneidade ambiental, ou seja,menorquantidadedemicrohabitatsemumambienteestuarinoquandocomparadocom praiaoucostão.ArespeitodissoFlemming&Fricke(1983)afirmaramqueossedimentosdo ambiente de praia não são homogêneos, nem uniformes em sua distribuição, mesmo em escalasrelativamentepequenas,permitindodestaformaaexistênciadeváriosmicrohabitats. Outros autores, como Wieser (1959) e Hopper & Meyer (1967), também explicam que a diversidade nos ambientes arenosos aumenta porque nestes ocorre um grande número de nichosdevidoaosedimentomarinhosetornarmaisheterogêneoquandoaquantidadedesilte argiladecresce.Poroutrolado,comrelaçãoaocostão,deveselevartambémemconsideração que neste trabalho foram incorporados neste ecossistema os estudos realizados em fitais, assimcomoemambientesartificiais,aumentandoaindamaisaheterogenidadedehabitats. Analisando os demais ambientes estudados, surpreendentemente as Ilhas Oceânicas constituíramosegundomaiorregistronuméricodeordens(5)efamílias(36)eumnúmero considerável de gêneros (113). Tal fatopode estarrelacionado com um elevado esforço de amostragememcoletaspontuaisdevidoàsdificuldadeslogísticas. AslistastaxonômicasdeSalinae“BeachRocks”sãoresultantesdeumúnicoestudoem cadaumdestesambientes.Considerandoessefato,onúmerodegênerosencontrado,(75e76, respectivamente) pode ser considerado expressivo, principalmente levando em conta que existeoregistrodegênerosexclusivosnessesambientes.Omesmopodeserditoemrelação aosestudosdoFital(apenas3),reunindoumalistade127gêneros,aterceiramaior,incluindo 5gênerosexclusivos. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 42

Os ambientes artificiais estudados (placas de alumínioemímicasdealgas)poroutro lado,nãoacrescentaramnenhumgêneroàlistataxonômicadacostabrasileira.Estefatojáera esperadoumavezqueosgeneroscolonizadoresdessesambientessãooriundosdeambientes naturaisestudadospreviamenteemoutrostrabalhos. Considerando a composição de gêneros dos ambientes, observase que Xyalidae e Chromadoridaeaparecemcomoasfamíliascommaiornúmerodegêneros.Esteresultadojá era esperado, já que estas famílias são taxonomicamenteasmaisnumerosasemtermosde quantidadedegêneros(Lorenzen,1994). Onúmeroreduzidodeestudossequenciaisemváriosambientesdificultaacomparação daslistastaxonômicas.Apesardesóseremencontrados15gêneroscomunsaos7ambientes, dentreos291,seriaprecipitadotiraralgumaconclusão em relação à isso. Qualquerpadrão ecológicooumorfológiconãoédistinguívelentreeles:nãopossuemomesmotipotrófico, cutículas são diferentes, não pertencem à mesma Ordem e não habitam o mesmo tipo de sedimento.Edefatotodosos15gênerossãotáxonsfrequentementeregistradosemtrabalhos sobreNematodamarinhos,sejamecológicosoulistastaxonômicasdealgumaregião.Outro resultadoquedemonstraonúmerobaixodetrabalhoséofatodequeaproximadamente25% dosgênerosregistradossóforamencontradosemestudosespecíficosdentreos29existentes. Acomposiçãodosambientesseparadamenteésimilaraosmesmostiposdeambientes amostrados em outros locais mundialmente. Considerando os dois ambientes com maior númerodeestudos,empraiasarenosasnenhumdosgênerosdalistaécomumaos11trabalhos consideradosaqui.Ogênero Metachromadora foiomaiscomumempraias,sendoencontrado em10trabalhos(ausenteapenasemBezerra,2001).Este gêneroocorre comfreqüênciano bentosmarinhoemgeral(i.e.Ott,1972;Blome,1983;Tita etal .1999;Nicholas,2001).Nos estuários, Anoplostoma , Daptonema , Metachromadora , Oncholaimus , Spirinia , Terschellingia , Theristus e Viscosia aparecemnos8trabalhosconsideradosparaesteestudo. Destes,apenas Anoplostoma nãofazpartedaquelegrupode15gênerosencontradosemtodos osambientes.Estegêneroéregistradocomfreqüênciaemestuários(i.e.Bouwman,1983b; Pinto etal .,2006).AsocorrênciasindicamoquejáafirmavamHeip et al (1985),quenão existemgênerostipicamentedemeiohipersalinoenemexclusivosdeestuário. Olevantamentodostrabalhosdanematofaunadestecapítulopossibilitouconcluirque1 família, 10 gêneros e 87 espécies foram descritos para a costa brasileira. Considerando os gêneros isso significa que cerca de 3,5% do que foi encontrado não era conhecida pela Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 43

literaturamundialantesdarealizaçãodosestudosnoBrasil.Aquantidadedetáxonsnovos descobertos não surpreende. O conhecimento da biodiversidade nematológica mundial se restringepraticamenteaosestudosnaEuropaeAméricadoNorte,sendoquecercade10% dasespéciesconhecidasforamencontradasnaGrãBretanhaouIrlanda(Lambshead,2003). A descrição de novos táxons, à medida que novas regiões são amostradas como no Brasil, demonstra a necessidade de mais estudos e da contínua necessidade da taxonomia tradicional. Para que as descrições de novos táxons continuem, o problema maior e mais urgente é renovar o interesse em Taxonomia. Coomans (2001) afirma que o número de taxonomistaspraticanteséalarmantementepequenoecontinuadecrescendoemesmoqueo interessedejovenscientistassejadespertado, em breve não haverá mais especialistas para transferir o conhecimento. Obviamente o comentário de Coomans (2001) é anterior ao desenvolvimento da Taxonomia no Brasil onde observase um aumento no interesse pela Taxonomia, o qual pôde ser confirmado no THIRIMCO2007 (Thirteenth Internacional MeiofaunaConference).Nesteencontrocientíficocercade25%dostrabalhosapresentados emposterseramestudostaxonômicos. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 44

Capítulo2: Efeitodociclomarealnaestruturadacomunidade danematofaunadeumapraiaarenosatropical(Baía deTamandaréPE,Brasil). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 45

2.1.Introdução Otermo“praiaarenosa”temsidoutilizadonaliteraturaparacaracterizarumasériede ambientesquevariamdesdepraiasdealtaenergia,expostaàaçãodasondas,atéplanícies estuarinasprotegidas(McLachlan,1983).Essesambientessãoosmaissimplesedinâmicosde todooecossistemamarinhoesedistribuempredominantementenaszonascosteirasderegiões temperadasetropicais(McLachlan&Turner,1994). Nessesecossistemas,aspropriedadesdosedimentocomograudeseleção,tamanho,tipo eformatodogrão,porosidadeepermeabilidadedefinemoambienteintersticial(McLachlan & Turner, 1994). Além disso, diversos fatores bióticos e abióticos como microfitobentos, oxigênio disponível, temperatura e matéria orgânica também influenciam na fauna bêntica (Giere,1993).Essesfatores,poroutrolado,sãodiretamentereguladospelaenergiaeregime das ondas e a amplitude de maré, principalmente na região intermareal onde o efeito dos mesmosémaior(McLachlan,1983). Àmedidaqueamaréencheeseca,diversasmudançasocorrem,taiscomoalteraçõesna durezadosedimentoounaturbidezdoambiente(Palmer&Brandt,1981).Destaforma,este processodinâmicodeterminaaseqüênciadehabitatseopadrãodezonaçãodosorganismos (Fenchel, 1978). Apesar da reconhecida importância da maré, ainda assim a maioria das amostragensdematerialbiosedimentológicotemsidofeitaduranteabaixamar,desprezando seosdemaisestágiosdesseciclo(Dye,1978). Dentreadiversidadedeorganismosquehabitamasregiõescosteiraseaspraiasarenosas destacaseameiofauna,quefoidefinidaporMare(1942)comooconjuntodeanimaisretidos entreasmalhasde1,0e0,042mm.SegundoMcIntyre(1969)estegrupofaunísticoapresenta altadiversidadeedensidade(freqüentementeemtornode1milhãodeindivíduospormetro quadrado)e,mesmoassim,amaioriadostrabalhossobreafaunabênticaempraiasarenosas abordaamacrofauna,cujadimensãoémaiorque1mm(McLachlan&Jaramillo,1995). ConsiderandoameiofaunadepraiasarenosasosNematodasãofreqüentementeogrupo mais abundante (Heip et al. , 1982). Apesar da alta dominância na meiofauna, estes são tratados geralmente ao nível de filo, ainda que sejam conhecidos como um grupo muito heterogêneo(Heip etal. ,1985).Talfatoécomprovadonostrabalhoscomidentificaçãoaos níveistaxonômicosbaixos,nosquaissãofrequentementeregistradas,espéciesnovasparaa Ciência(Gheskiere etal. ,2004). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 46

A diversidade destes animais refletese nas diferentes posições que as espécies de Nematodapodemocuparnateiatróficamarinha,sendoestastãograndesquantoentreordens da macrofauna (Heip et al. , 1982). Além da diversidade alimentar, algumas espécies incorporam matéria orgânica, desempenhando um importante papel na mineralização e regeneraçãodenutrientes(Medeiros,1997). Sobre Nematoda em praias arenosas são registrados poucos trabalhos ecológicos mundialmente que identificam gêneros e espécies, e estes se restringem principalmente a regiõestemperadas,taiscomoaEuropa(i.e.Gheskiere etal. ,2004;Gheskiere etal. ,2005)e Canadá(Sharma&Webster,1983).Emregiõestropicaispodemsercitadosaquelesfeitosna Austrália (Nicholas & Hodda, 1999; Nicholas, 2001; Hourston et al. , 2005) e Polinésia Francesa(Gourbault etal. ,1994). As pesquisas realizadas com Nematoda na costa brasileira, abordando regiões intermareais de praias arenosas seguem o padrão mundial, sendo este grupo identificado apenasaoníveldefilo(SouzaSantos etal .,2003)ousópartedestafaunaaoníveldegênero na maioria das vezes (Bezerra et al ., 1997). Nestes estudos, quando existem as variações temporais,quasesempreéutilizadaaescalamensal,comparandoaestruturadacomunidade entreperíodos“seco”e“chuvoso”. Dentro da escala mensal, a alta variabilidade da composição qualiquantitativa da nematofauna,assimcomodameiofaunacomoumtodo, é atribuída a uma série de fatores ambientais e biológicos (Giere, 1993), porém segundo Ansari et al . (1990) os animais da meiofaunaapresentammenorvariaçãodedensidadeedebiomassadoqueosdamacrofauna emfunçãodestesfatores.Umadascaracterísticasdameiofaunaqueexplicaissoéociclode vidamaiscurtoquandocomparadoaodamacrofaunavariandode24semanasnamaioriados casos (Coull, 1999) e conseqüentemente sugerindo a necessidade também de estudos com menorintervalodetempo. Em menor escala o efeito temporal recai também sobre os processos hidrodinâmicos, comoaçãodasondasedasmarés,queinterferemnavariabilidadedaestruturadameiofauna, respondendo pela dispersão da globalidade dos grupos ou de taxa específicos (Palmer & Brandt, 1981; Decho & Fleeger, 1988). Durante este processo os grãos das camadas superiores de sedimento estão constantemente sendo ressuspendidos e depositados, deslocando,conseqüentemente,asespéciesintersticiais(Swedmark,1964). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 47

Sterrer (1973) apontou a meiofauna como uma das faunas mais sedentárias e Gerlach (1977)propôsqueadispersãodessesorganismosemlargaescalapoderiaseprocessaratravés de substratos flutuantes, incluindo gelo, folhas, algas ou por adesão às partículas sedimentares.OsresultadosdeBell&Sherman(1980),Hagerman&Rieger(1981)eSibert (1981)corroboraramasevidênciasdadispersãopassivanacolunad’água,enquantoPalmer& Gust(1985)apontamotransportepormigraçãoativa,paradentroou foradossedimentos, comoprincipalmecanismodedispersão.Atribuiseaindaaosfatoresabióticosrelacionadosà hidrodinâmicaarecolonizaçãodameiofaunaemáreasperturbadas(Sherman&Coull,1980; Tristle,1980). Alémdadispersãooefeitodamarépodeinfluenciaroutrosaspectosdafisiologiados organismosmeiofaunísticosaexemplodaalimentação,comodemonstraramSouzaSantos et al .(1995)atravésdeexperimentoslaboratoriaisparaCopepodaHarpacticoida. Quantoaoefeitodemarésobreanematofaunaumdospoucostrabalhosexistentesfoi realizado em um estuáriopor Steyaert et al .(2001)edemonstrouqueasespéciesrealizam umarepartiçãoverticaldentrodomesmogênero. Emregiãotropicaloefeitomarealsobreadinâmicadacomunidademeiofaunísticaem áreasintermareaisdepraiasarenosasfoiabordadoapenaspelostrabalhosdeSilva(2006)e Rocha et al. (2004), este último canalizando nos Tardigrada. Pretendese abordar neste capítuloainfluênciadamarésobreanematofaunaemdoismesesdesecaedoisdeestiagem, emregimede24horasdeprospecção. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 48

2.2.Objetivos Verificar a influência dos ciclos mareais (estágios baixamar, enchente, preamar e vazante) na nematofauna da praia arenosa tropical de TamandaréPE em duas situações de estiagem(setembroenovembro)eduassituaçõesdechuvas(maioejulho). Verificarainfluênciadociclonictimeralnanematofaunadamesmapraiaarenosa. 2.3.Hipóteses A variabilidade da nematofauna da praia arenosa tropical de TamandaréPE é influenciadapelosestágiosdociclodemaréassociadoaosperíodosdeestiagemedechuvas. Anematofaunadestamesmapraiaarenosaéinfluenciadapelociclonictimeral. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 49

2.4.MaterialeMétodos 2.4.1.ÁreadeEstudo AcidadedeTamandaré(Figura09)situase110kmaosuldoRecife(08º46´20´´S– 34º59´13´´W)entreascidadesdeRioFormosoeBarreiros possuindo uma população em tornode8153habitantes(FonteIBGE–senso1996).Encontramseinstaladostambémláo CentrodePesquisaeExtensãoPesqueiradoNordeste(CEPENE)IBAMA,quetemservido debaseparapesquisasoceanográficas,alémdaReservaBiológicadeSaltinho(Fonte:IBGE). Tamandaré limitase ao norte com o Pontal do Lira, ao sul com o estuário de Mamucabinha,alestecomalinhaderecifeseaoestecomaplaníciecosteira.Aregiãosofre grandeinfluênciadosriosMamucabaseIlhetas,quantoaoaportedomaterialemsuspensãoe à dissolução de sais marinhos, sobretudo na época de chuvas (Lira & FonsêcaGenevois, 1998). A população do local vive da monocultura da cana de açúcar, agricultura de subsistência, pecuária e principalmente da pesca artesanal depeixes, camarão e lagosta. A região possui alguns viveiros destinados ao cultivo de peixes e camarões. Existem 40 embarcaçõesentrejangadasebarcosmotorizados,preparadosparaapescadepeixeearrastos decamarão(Ribeiro,1999). A Baía de Tamandaré possui uma profundidade média de 7 a 8m, caracterizada por praias arenosas com sedimentos quartzosos, de granulometria variando de areia média a grossa(SouzaSantos etal. ,2003).Faixasderecifesdearenito,algumasvezesdescontínuas, corremparalelasàlinhadepraia,impedindooimpactodiretodasondassobreapraia(Maida &Ferreira,1997). OclimadaregiãodeacordocomRebouças(1966/1967)édotipolitorâneo,quentee úmido(ASnosistemadeKöppen),comtemperaturasvariandoentre25ºe30ºCeamenizados pelos ventos alísios. Os ventos dominantes sopram do SE e do NE e a precipitação é consideradaelevada(Lira&FonsêcaGenevois,1998). Amédiahistóricadaregiãodosúltimos50anosdemonstraqueosmesesdesetembroa fevereiro compreendem o período seco e os demais o chuvoso, com metade das chuvas ocorrendo entre maio e julho (SEMA – Secretaria do Meio Ambiente do Estado de Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 50

Pernambuco).Operíododediaclarovariaentre1213horas/diaduranteoano,caracterizado pelopadrãoderegiãotropical. Emtermosdemarénaregião,estaédotiposemidiurna(doiscicloscompletospordia) consistindodemaréscomamplitudedeaproximadamente2,5m.NaTabela03encontramse osvaloresdasbaixamaresepreamaresnosdiasdecoletadestetrabalho.

Figura09. MapadolitoraldePernambucocomalocalizaçãodaestaçãodecoletanapraiadeTamandaré (ModificadodeSouzaSantos etal .2003). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 51

Tabela03. HorárioseamplitudesdamarénosdiasdecoletanoPortodeSuapePE(pontomaispróximo deTamandaréPEcommediçãodemaré). Horário Amplitude Maio(14/05/91–15/05/91) 10:04h 0.0 16:13h 2,3 22:23h 0,1 04:28h 2,3 Julho(11/07/91–12/07/91) 09:43h 0.0 15:51h 2.3 21:58h 0.2 04:06h 2.4 Setembro(09/09/91–10/09/91) 10:30h 0.0 16:32h 2.3 22:41h 0.1 04:51h 2.4 Novembro(22/11/91–23/11/91) 10:00h 0.2 16:06h 2.3 22:26h 0.0 04:36h 2.3 2.4.2.MetodologiaemCampo A estação de coleta se localiza nas coordenadas 08º46’20’’S, 34º59’13’’W, no médiolitoralsuperiordapraiadeTamandaré,emfrenteaoCEPENE. O material biosedimentológico foi coletado com tubo PVC de 3,7 cm de diâmetro interno, sendo este inserido nos sedimentos até 10 cm de profundidade, no médiolitoral superior. Seis réplicas aleatórias foram retiradas a cada hora em dois ciclos de marés consecutivos, perfazendo 24 horas de trabalho de campo em cada coleta. As amostragens ocorreramemdoismesesdoperíodoseco(setembroenovembrode1991)edoismesesdo períodochuvoso(maioejulhode1991). As amostras foram fixadas em campo com formalina neutra a 4% e transportadas posteriormenteparaoLaboratóriodeMeiofaunadoDepartamentodeZoologiadaUFPE. 2.4.3.MetodologiaemLaboratório AsamostrasbiosedimentológicasforamcolocadasemBeckerde1.000ml,lavadase elutriadas sucessivamente (mínimo de 10 vezes). O sobrenadante resultante deste Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 52

procedimentofoivertidoempeneirasgeológicasde0,045mmefixadoemsoluçãodeformol a4%. A meiofauna foi quantificada em estudo prévio (FonsêcaGenevois et al . dados não publicados) utilizandose uma placa de Dollfus sob microscópio estereoscópico. Após as amostrasseremestudadasemfunçãodameiofauna(grandesgruposzoológicos)asréplicasde cadahoradecoletaforamreunidasnumúnicorecipienteplástico. ParaoestudotaxonômicodosNematodalivres,quesãoobjetivodestetrabalho,foram retirados50animaisparacadahoradodiacomauxíliodeestileteecolocadosemcadinhos paradiafanização. A diafanização dos animais foi efetuada através da técnica descrita por De Grisse (1969),queconsisteemintroduzilosseqüencialmenteemtrêssoluções:Solução1:99%de Formola4%mais1%deGlicerina(24horasderepousoemdessecador);Solução2:95%de Etanolmais5%deGlicerina(10horasemestufa);Solução3:50%deEtanolmais50%de Glicerina. Aproximadamente dez animais foram destinados à montagem de cada lâmina, previamentepreparadacomumcírculodeparafina,contendoumagotadeglicerina.Alâmina foi fechada com uma lamínula, sendo o conjunto levado ao aquecimento até a parafina derreter. Aidentificaçãodosindivíduosaosníveisdegêneroeespéciesfoifeitacomoauxíliode um microscópio óptico modelo OLYMPUS CX31RBSFA munido de câmara clara para desenhosemedidascorpóreas.FoiutilizadaachavepictóricadeWarwicketal. (1998),assim como a bibliografia específica da Seção de Biologia Marinha da Universidade de Ghent (Bélgica)edo“site”Nemys(Deprez etal .2005)paraadeterminaçãodosgêneroseespécies. Para a confecção da lista taxonômica, a classificação proposta por Lorenzen (1994) foi adotada. Algunsanimaisdogêneronovoforamseparadosparaposteriorrealizaçãodefotografias de microscopia eletrônica de varredura na Seção de Biologia Marinha da Universidade de Ghent(Bélgica).Paraistoosanimaisforamretiradosdaslâminasetransferidosparacadinhos contendo glicerina pura, onde água destilada era adicionada a cada meiahora até que o cadinhoestivessecheiocomcercade¾dasolução.Apósorepousodeumamanhãosanimais foram transferidos para outro cadinho contendo água destilada, onde foi realizado um tratamento ultrasônico para a retirada de impurezas, e posteriormente os animais foram introduzidosnumblococometanol(25%)paraumprocessogradualdedesidratação. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 53

Oprocessodedesidrataçãofoiconcluídocomautilizaçãodesoluçõesdeetanolde50%, 75%,95%e100%adicionadasacada2horasduranteumdia,eposteriormenterepousona última concentração por uma noite. Após a desidratação os animais foram colocados num tubocomfibrasdevidroquefoiimpregnadocomouro,eentãocomoprocessoconcluídoas fotografiasforamtiradasusandoummicroscópioeletrônicodevarreduramodeloJEOLJSM 840. Os gêneros encontrados foram agrupados em quatro tipos tróficos segundo Wieser (1953a) (detritívoros seletivos1A, detritívoros nãoseletivos1B, raspadores2A e predadores/onívoros2B)etambémemseisgrupostróficossegundoMoens&Vincx(1997) (micrófagos, comedores de ciliados, detritívoros, raspadores, predadores facultativos e predadores). No caso do gênero Metachromadora foi adotada o grupo trófico 2A na classificaçãodeWieser(1953a)ederaspadoresnaclassificaçãodeMoens&Vincx(1997). Foiaindaexaminadaacomposiçãodapopulaçãoquantoaosexo(macho,fêmea)eestágiode vida(adultoejuvenil). 2.4.4.AnálisedosDados As densidades médias para cada estágio da maré (baixamar, enchente, preamar e vazante) foram calculadas usando os valores obtidos durante cada pico de maré, horário anterior e posterior. Os resultados da densidade da fauna foram expressos em número de indivíduos/10cm 2desedimento.Apartirdestesdadosforamorganizadastabelaseconstruídos gráficosparafacilitaravisualizaçãodospadrõesdecomposiçãoeabundância. As análises estatísticas foram aplicadas utilizandose os fatores mês (maio, julho, setembroenovembro),estágiosdemaré(baixamar,enchente,preamarevazante)eperíodos do dia (diurno e noturno). A comparação da estrutura da associação nematofaunística foi realizadaatravésdaanálisedesimilaridade(ANOSIMTWOWAY)utilizandoseoíndicede BrayCurtis.OsresultadossãovisualizadostambémemumaOrdenaçãonãométrica(MDS). Entreasespéciesencontradas,trêsforamescolhidas,baseadonosresultadosemtermos dosmaisabundantesdoCapítulo3.Aestruturadaspopulaçõesdestasespéciesfoicomparada utilizandose uma ANOVA multifatorial, testando a homogeneidade das variâncias anteriormentecomoTesteNãoParamétricodeSen&Puri.Asmédiasforamcomparadas a Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 54

posteriori com o teste Tukey. Além disso, tabelas de contingência foram geradas e foi comparadaavariaçãoentrearazãomacho/fêmeapormeiodetestesdeQuiquadrado. A ANOSIM e o MDS foram feitos usandose o programa PRIMER (versão 5.1.2) (Clarke & Warwick, 1994), enquanto que a ANOVA e oTeste Tukey foram aplicadospor meiodoprogramaSTATISTICA(versão5.0).Emtodasasanálisesoníveldesignificância adotadofoide0,05. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 55

2.5.RESULTADOS 2.5.1.Meiofauna EstudopréviorealizadoporFonsêcaGenevoisecolaboradores(dadosnãopublicados) demonstrou que a Meiofauna foi composta por 10 grupos: Turbellaria, Gastrotricha, Tardigrada,Nematoda,Polychaeta,Oligochaeta,Bivalvia,CopepodaHarpacticoida(adultose nauplius),OstracodaeAcari. OfiloNematodaconstituiuogrupomeiofaunísticomaisabundanteemmaioesetembro eosegundoemjulhoenovembro,variandode28,9a57,79%(Tabela04). Tabela 04. Abundâncias relativas (%) dos grupos de meiofauna nos meses estudados na praia de TamandaréPE. Meses Maio Julho Setembro ovembro ematoda 57,79 28,90 54,89 34,29 Tardigrada 23,67 22,59 22,47 45,20 Copepoda 9,42 37,74 12,07 8,53 Turbellaria 5,01 3,03 2,10 2,15 Gastrotricha 0,93 3,42 0,25 4,55 Oligochaeta 0,65 0,85 2,66 3,12 Bivalvia 0,84 2,18 2,57 1,41 Polychaeta 1,53 0,51 2,44 0,59 Ostracoda 0,03 0,15 0,12 0,11 Acari 0,13 0,63 0,43 0,05 Considerando o total das amostras do período de estudo, Nematoda foi o grupo dominante,perfazendo45%dototaldefaunacoletada(Figura10). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 56

Outros 11% Copepoda 13% Nematoda 45%

Tardigrada 31%

Figura10. Abundânciarelativadosgruposmeiofaunísticostegistradosduranteoestudodainfluênciado ciclodamaréemTamandaréPE,Brasil. 2.5.2.ematofauna 2.5.2.1.ListaTaxonômica A fauna deNematoda esteve representadapor 4 ordens,21famílias,48gênerose41 espéciesidentificadas. FiloNematoda ClasseAdenophorea SubclasseEnoplia OrdemEnoplida SubordemEnoplina FamíliaEnchelidiidae Gen.n. Gen.n.sp.n. Eurystomina Filipjev,1921 FamíliaIronidae Trissonchulus Cobb,1920 FamíliaOncholaimidae Viscosia DeMan,1890 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 57

FamíliaOxytominidae Halalaimus DeMan,1888 Oxystomina Filipjev,1921 Oxystomina sp. Wieseria Gerlach,1956 Wieseria sp. FamíliaThoracostomopsidae Enoploides Ssaweljev,1912 Mesacanthion Filipjev,1927 Mesacanthionhirsutum Gerlach,1953 Trileptium Cobb,1933 Trileptiumstylum Gerlach,1956 SubordemTripyloidina FamiliaTripyloididae Bathylaimus Cobb,1894 Bathylaimuscapacosus Hopper,1962 OrdemTrefusiida FamíliaLauratonematidae Lauratonema Gerlach,1953 Lauratonema sp. SubclasseChromadoria OrdemChromadorida SubordemChromadorina FamíliaChromadoridae Acantholaimus Allgén,1933 Chromadorita Filipjev,1922 Dichromadora Kreis,1929 Dichromadora sp. Endeolophus Boucher,1976 Innocuonema Inglis,1969 eochromadora Micoletzky,1924 eochromadora sp. Parachromadorita Blome,1974 Parachromadorita sp. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 58

FamíliaCyatholaimidae Marylynnia Hopper,1977 Marylynnia sp. Paracyatholaimoides Gerlach,1953 Paracyatholaimoides sp. FamíliaDesmodoridae Chromaspirinia Filipjev,1918 Chromaspirinia sp. Desmodora DeMan,1889 Desmodora sp. Metachromadora Filipjev,1918 Metachromadora sp.1 Metachromadora sp.2 Metachromadora sp.3 Metachromadora sp.4 FamíliaEpsilonematidae Perepsilonema Lorenzen,1973 Perepsilonema kellyae Gourbault&Decraemer,1988 Perepsilonema sp.n. FamíliaMicrolaimidae Calomicrolaimus Lorenzen,1971 Calomicrolaimusformosus Jensen,1978 Microlaimus DeMan,1880 Microlaimus sp. FamíliaSelachinematidae Latronema Wieser,1954 Latronemabotulum Gerlach,1956 Synonchium Cobb,1920 Synonchium sp.n. SubordemLeptolaimina FamíliaCeramonematidae Metadasynemoides Haspeslagh,1973 Metadasynemoides sp. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 59

FamíliaHaliplectidae Haliplectus Cobb,1913 Haliplectus sp. FamíliaLeptolaimidae Camacolaimus DeMan,1889 Cynura Cobb,1920 Cynuracerambus Andrassy,1973 Diodontolaimus Southern,1914 Diodontolaimus sp. Procamacolaimus Gerlach,1954 Stephanolaimus Ditlevsen,1914 Stephanolaimus sp. FamíliaTarvaiidae Tarvaia Allgén,1934 Tarvaia sp. OrdemMonhysterida FamíliaAxonolaimidae Axonolaimus DeMan,1889 Axonolaimus sp. FamíliaDiplopeltidae Araeolaimus DeMan,1888 FamíliaXyalidae Daptonema Cobb,1920 Daptonema sp.1 Daptonema sp.2 Elzalia Gerlach,1957 Elzalia sp. Paramonohystera Steiner,1916 Pseudosteineria Wieser,1956 Pseudosteineriascopae Gerlach,1956 Rhynchonema Cobb,1920 Rhynchonema sp.1 Rhynchonema sp.n. Scaptrella Cobb,1917 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 60

Scaptrellasp. Theristus Bastian,1865 Theristus sp.1 Theristus sp.2 FamíliaComesomatidae Paracomesoma HopeeMurphy,1972 Paracomesoma sp. Paramesonchium Hopper,1967 Aidentificaçãoaoníveldeespécienãofoiinteiramenteconcluída,sejapelaquantidade de indivíduos a ser examinados, ausência de machos ou, em alguns casos, pelo estado de conservaçãodomaterial. Entre as 4 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior número de famílias (10)egêneros(25)(Figura11).

15 25 Famílias 12 Gêneros 20

9 15

6 10

3 5

0 0 Enoplida Trefusiida Chromadorida Monhysterida Figura11. NúmerodefamíliasegênerosdeNematoda,emcadaordem,registradosduranteoestudoda influênciadociclodamaréemTamandaréPE,Brasil. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 61

2.5.2.2.DiagnosepreliminardeEnchelidiidaeGen.n.sp.n. NopresentetrabalhofoiencontradoumgêneronovodafamíliaEnchelidiidae(Ordem Enoplida). A descrição é baseada em 10 machos e 11 fêmeas. O gênero encontrado foi considerado novo devido à cutícula ornamentada, característica morfológica apresentada apenaspelogênero Oncholaimoides dentrodaordemEnoplida.Osespécimesencontradosem Tamandaré, no entanto, apresentam a cutícula ornamentada com linhas longitudinais, diferentede Oncholaimoides quepossuicutículacomestriações.Alémdessacaracterística,o gêneronovoapresentaapenasdoisdentes,(afamíliapossuitrês)e,estessãobífidos. As demais características seguem os padrões já encontrados dentro da família Enchelidiidae:corpoalongadoeafuniladoanteriormente,cerdascefálicasnopadrão6+(6+4) com o primeiro círculo papiliforme, lábios fusionados em um único anel, cavidade bucal alongada com paredes bem esclerotizadas, contendo 2 dentes ocos bífidos e numerosos dentículos, faringe alargada posteriormente com anel nervoso na porção mediana; anfídios localizadosposteriormenteacavidadebucaleapresentandodimorfismosexual(formatobolso nosmachoseespiralincompletosimplesnasfêmeas);sistemareprodutivomasculinocomum testículo do lado direito do intestino, espículas com “cabeça” e gobernáculo com apófise dorsal;sistemareprodutorfemininodidélficocomováriosrefletidoseposicionadostambém doladodireitodointestino;caudaapresentandooespinereteesclerotizado. AlgumasdascaracterísticasdoGen.n.sp.n.podemservisualizadosnasfotografiasde microscopiaeletrônica(Figura12). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 62

Figura12. FotografiasdemicroscopiaeletrônicadevarreduradoGen.n.sp.n.(Enchelidiidae)encontrado emTamandaréPE–Macho:A.Cabeçaeregiãodoanfídio,B.Cutícula,C.CavidadeBucal,D.Regiãocaudal. Fêmea:E.CabeçaeRegiãodoanfídio. 2.5.2.3.Distribuiçãotemporal Nenhumdosestágiosdociclodemaréapresentoutodososgênerosregistradosparaa área estudada (Tabela 05). O número máximo de gêneros foi detectado na vazante (37), seguindoseemordemdecrescentedapreamar(32),enchente(29)ebaixamar(28). Em relação à Frequência de Ocorrência a maioria dos gêneros apresentouse rara em algum dos estágios da maré, com exceção de Axonolaimus , Gen.n., Latronema , Mesacanthion , Metachromadora , Microlaimus ,Perepsilonema , Pseudosteineria e Theristus . Ogênero Metachromadora demonstrouamaiorfreqüênciadeocorrência,sendoconstanteem todososestágiosdamaré. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 63

Tabela 05. Freqüência de Ocorrência dos gêneros, segundo Bodin (1977) (Constante: > 75%, Muito frequente:entre50e75%,Comum:entre25e50%eRaro:<25%dasamostras),encontradosemTamandaréPE aolongodosestágiosdemaréestudados.

Baixa Enchente Preamar Vazante Acantholaimus Raro Raro Araeolaimus Raro Raro Raro Axonolaimus Constante Constante MuitoFreqüente Constante Bathylaimus Comum Raro Raro Comum Gen.n. Comum Comum Comum Comum Calomicrolaimus Comum Comum Raro Raro Camacolaimus Raro Raro Raro Raro Chromadorita Raro Raro Raro Raro Chromaspirinia Raro Cynura Raro Raro Raro Raro Daptonema Raro Raro Raro Desmodora Raro Dichromadora Raro Diodontolaimus Raro Elzalia Raro Endeolophus Raro Raro Raro Raro Enoploides Raro Eurystomina Raro Raro Raro Halalaimus Raro Haliplectus Raro Innocuonema Raro Raro Latronema Comum Comum Comum Comum Lauratonema Raro Marylynnia Comum Comum MuitoFreqüente Comum Mesacanthion MuitoFreqüente Comum Constante Constante Metachromadora Constante Constante Constante Constante Metadasynemoides Raro Microlaimus MuitoFreqüente Comum MuitoFreqüente MuitoFreqüente eochromadora Raro Raro Oxystomina Raro Raro Parachromadorita Raro Paracomesoma Raro Raro Paracyatholaimoides Raro Raro Raro Raro Paramesonchium Raro Raro Paramonohystera Raro Raro Perepsilonema MuitoFreqüente MuitoFreqüente Comum MuitoFreqüente Procamacolaimus Raro Raro Comum Raro Pseudosteineria MuitoFreqüente Comum Constante MuitoFreqüente Rhynchonema Raro Scaptrella Raro Raro Stephanolaimus Raro Synonchium Raro Raro Tarvaia Raro Theristus MuitoFreqüente MuitoFreqüente Comum Comum Trileptium Raro Raro Raro Raro Trissonchulus Raro Raro Viscosia Raro Raro Raro Raro Wieseria Raro Raro Raro Total 28 29 32 37 Nenhumdosmesesapresentoutodososgênerosregistradosparaaáreaestudada(Tabela 06).Comparandoosmeses,setembrofoioqueapresentouomaiornúmerodegêneros(38), seguidodenovembro(25),julho(23)emaio(20). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 64

Tabela 06. Freqüênciade Ocorrênciadosgêneros, segundoBodin (1977) (Constante: > 75%, Muito frequente:entre50e75%,Comum:entre25e50%eRaro:<25%dasamostras),encontradosemTamandaréPE aolongodosmesesestudados.

Maio Julho Setembro ovembro Acantholaimus Raro Araeolaimus Raro Axonolaimus MuitoFreqüente Constante MuitoFreqüente Constante Bathylaimus Raro Raro MuitoFreqüente Gen.n MuitoFreqüente Raro MuitoFreqüente Calomicrolaimus MuitoFreqüente Raro Raro Comum Camacolaimus Raro Raro Chromadorita Comum Raro Raro Chromaspirinia Raro Cynura Raro Raro Comum Comum Daptonema Raro Raro Desmodora Raro Dichromadora Raro Diodontolaimus Raro Elzalia Raro Endeolophus Raro Raro Comum Enoploides Raro Eurystomina Raro Raro Raro Halalaimus Raro Haliplectus Raro Raro Innocuonema Raro Latronema Comum Comum MuitoFreqüente Raro Lauratonema Raro Marylynnia Comum Constante Comum MuitoFreqüente Mesacanthion Comum MuitoFreqüente MuitoFreqüente Constante Metachromadora Constante Constante MuitoFreqüente Constante Metadasynemoides Raro Microlaimus Raro MuitoFreqüente MuitoFreqüente Constante eochromadora Raro Raro Oxystomina Raro Parachromadorita Raro Raro Paracomesoma Raro Paracyatholaimoides Raro Raro Paramesonchium Raro Paramonohystera Raro Raro Perepsilonema Raro MuitoFreqüente Constante Comum Procamacolaimus Raro Raro MuitoFreqüente Pseudosteineria Raro MuitoFreqüente MuitoFreqüente Constante Rhynchonema Raro Scaptrella Raro Raro Stephanolaimus Raro Synonchium Raro Tarvaia Raro Theristus MuitoFreqüente Constante MuitoFreqüente Raro Trileptium Raro Comum Trissonchulus Raro Raro Viscosia Raro Raro Raro Raro Wieseria Raro Total 20 23 38 25 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 65

AindacomrelaçãoàFreqüênciadeOcorrênciatodososgênerosseapresentaramraros em pelo menos um mês, com exceção de Axonolaimus , Marylynnia , Mesacanthion e Metachromadora . Nenhum gênero foi constante durante todo o período de coleta. Metachromadora e Axonolaimus apresentaram as maiores freqüências de ocorrência. O primeiroapresentouseconstanteemtodososmeses,comexceçãodesetembroquandofoi muitofreqüente,eosegundofoiconstanteemjulhoenovembroemuitofreqüenteemmaioe setembro. Levandose em consideração os meses separadamente, em termos de flutuação do número de gêneros entre os estágios do ciclo de maré, maio foi o mês mais estável com variaçõesde7a11.Emjulhoonúmerodegênerosvarioude9a15,emsetembrode8a23e emnovembrode13a19(Figura13). Em termos de variações de densidade nos meses, a nematofauna apresentou as densidadesmédiasmaisbaixasemjulho,quandovarioude38a84ind/10cm 2.Omêsdemaio apresentou variações de densidade média entre 146 e 570 ind/10cm 2, setembro entre 45 e 1013ind/10cm 2enovembroentre84e334ind/10cm 2(Figura13). Comparandoseosquatroestágiosdociclodemaré(baixamar=B1eB2,primeiroe segundociclos;enchente=E1eE2,primeiroesegundociclos;preamar=P1eP2,primeiroe segundo ciclos, e vazante= V1 e V2, primeiro e segundo ciclos), a densidade média da nematofauna variou na baixamar de 45 (B2 julho) a 373 (B2 setembro) ind/10cm 2, na enchentede45(E2setembro)a1013(E1setembro)ind/10cm 2,napreamarde38(P2julho)a 452 (P2 Maio) ind/10cm 2 e na vazante de 41 (V2 julho) a 654 (P1 setembro) ind/10cm 2 (Figura13). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 66

Ind/10cm 2 Maio Ind/10cm 2 Julho 2200 25 2200 25 2000 2000 1800 20 1800 20 1600 1600 1400 1400 15 15 1200 1200 1000 1000 10 10 800 800 600 600 NúmerodeGeneros NúmerodeGeneros 400 5 400 5 200 200 0 0 0 0 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 EstágiosdaMaré EstágiosdaMaré Densidade NúmerodeGêneros Densidade NúmerodeGêneros 2 Ind/10cm 2 Setembro Ind/10cm Novembro 2200 25 2200 25 2000 2000 1800 20 1800 20 1600 1600 1400 15 1400 15 1200 1200 1000 1000 10 10 800 800 600 600 NúmerodeGeneros 400 5 400 5 NúmerodeGeneros 200 200 0 0 0 0 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 EstágiosdaMaré EstágiosdaMaré Densidade NúmerodeGêneros Densidade NúmerodeGêneros Figura 13. Densidade média, desvio padrão e números de gêneros de Nematoda em dois ciclos (1= primeiro,2=segundo)demaré(B=baixamar,E=enchente,P=preamareV=vazante)dosmesesdemaio, julho,setembroenovembronapraiadeTamandaréPE. Emtermosdeabundânciadosgêneros,nomêsdemaio Metachromadora foi o mais abundantedurantetodososestágiosdamarénosdoisciclosestudadosvariandode49a89%. Osgêneros Calomicrolaimus e Mesacanthion contribuíramcom14e10%duranteaprimeira e segunda vazante, respectivamente. Os demais gêneros constituíram menos de 10% em relaçãoaototaldacomunidadeemmaio(Figura14). No mês de julho Metachromadora continuou sendo o mais abundante, porém com porcentagens menores (27 a 40%). Outros gêneros como Perepsilonema , Axonolaimus , Marylynnia , Microlaimus , Pseudosteineria e Theristus foramocasionalmentecomputadosem maisde10%emrelaçãoaototal(Figura14). No mês de setembro Metachromadora representou mais de 10% do total apenas na segundavazante.Nestemês Perepsilonema apresentouasmaioresabundâncias(variandode 39a85%)emtodososestágiosdosdoisciclosdemaréestudados,comexceçãodasegunda vazante,quando Microlaimus foiomaisabundantecom22%(Figura14). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 67

No mês de novembro Perepsilonema representou mais de 10% do total apenas na primeiraenchente.Nestemêshouveumaalternânciadadominânciaentre Microlaimus (B1, P2 e V2), Axonolaimus (E1 e E2) e Pseudosteineria (P1,V1eB2).Outrosgêneros como Mesacanthion , Bathylaimus e o Gen.n. apareceram ocasionalmente com mais de 10% em relaçãoaototal(Figura14).

% Maio % Julho 100 100 80 80

60 60

40 40

20 20

0 0 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 EstágiosdaMaré EstágiosdaMaré Metachromadora Perepsilonema Axonolaimus Metachromadora Mesacanthion Calomicrolaimus Outros Marylynnia Microlaimus Pseudosteineria Theristus Outros % Setembro % ovembro 100 100 80 80 60 60

40 40

20 20

0 0 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 EstágiosdaMaré EstágiosdaMaré Metachromadora Perepsilonema Axonolaimus Microlaimus Axonolaimus Perepsilonema Pseudosteineria Microlaimus Pseudosteineria Theristus Araeolaimus Outros Mesacanthion Gen.n. Bathylaimus Outros Figura14. PorcentagensdosgênerosdominantesdeNematodaemdoisciclos(1=primeiro,2=segundo) demaré(B=baixamar,E=enchente,P=preamare V= vazante)dos mesesde maio,julho,setembroe novembronapraiadeTamandaréPE. Quanto à classificação de ecologia trófica seguindo Wieser (1953a), no mês de maio houveumaclaradominânciadosraspadores(2A)durantetodososestágiosdosdoisciclosde marécomvariaçãode70a92%emrelaçãoaototal.Esteresultadorefleteadominânciado gênero Metachromadora durante este mês, que possui cavidade bucal adaptada ao hábito raspador.Osdetritívorosseletivos(1A)estiveramausentesduranteasenchentesepreamares dosdoiscicloseduranteavazantedosegundociclo(Figura15). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 68

Em julho os raspadores continuaram com as maiores abundâncias durante todo o períodoestudado,variandode46a60%emrelaçãoaototal.Nestemêstodosostiposbucais estiverampresentes(Figura15). Emsetembroosdetritívorosseletivosdominaramemtodososestágiosdociclodemaré, variandode46a85%,comexceçãodasegundavazante(apenas12%),quandoosraspadores foram os mais abundantes com 40% em relação ao total. Neste mês também estiveram presentestodosostiposbucais(Figura15). Emnovembroosdetritívorosnãoseletivos(1B)representaram7a52%daabundância total,dominandoduranteaE1,V1,B2eE2.Estegruposealternouemdominânciacomos raspadoresquevariaramde24a63%eforamosmaisabundantesduranteaB1,P2eV2.Na preamar do primeiro ciclo os predadores/onívoros dominaram com 37% (Figura 11). Os detritívorosseletivosestiveramausentesduranteasegundavazante(Figura15). % Maio % Julho 100 100 80 80

60 60

40 40

20 20

0 0 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 EstágiosdaMaré EstágiosdaMaré 1A 1B 2A 2B 1A 1B 2A 2B % Setembro % ovembro 100 100 80 80 60 60 40 40 20 20 0 0 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 EstágiosdaMaré EstágiosdaMaré 1A 1B 2A 2B 1A 1B 2A 2B Figura15. PorcentagensdosgrupostróficosdeNematoda,segundoWieser(1953a)(1A=detritívoros seletivos, 1B = detritívoros nãoseletivos, 2A = raspadorese2B=predadores/onívoros),emdoisciclos (1 = primeiro,2=segundo)demaré(B=baixamar,E=enchente,P=preamareV=vazante)dosmesesdemaio, julho,setembroenovembronapraiadeTamandaréPE. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 69

SeguindoaclassificaçãodeecologiatróficadeMoens&Vincx(1997),nomêsdemaio osraspadoresdominaramemtodososestágiosdociclodemarécomvariaçãode70a92%. Osmicrófagosestiveramausentesduranteaenchentedoprimeirociclodemaré,preamares dosdoisciclosevazantedosegundociclo.Oscomedoresdeciliadosnãoforamencontrados naenchenteepreamardosegundociclo.Ospredadoresfacultativossóforamobservadosna baixamardeambososciclos,enchenteevazantedosegundociclo(Figura16). Em julho os raspadores continuaram com as maiores abundâncias durante todo o períodoestudado,variandode46a59%emrelaçãoaototal.Ospredadoresfacultativosforam registrados apenas na preamar do primeiro ciclo, enchente evazantedosegundo ciclo.Os predadoresnãoforamencontradosnaenchentedosegundociclo(Figura16). Emsetembroosmicrófagosdominaramemtodososestágiosdociclodemaré,variando de46a86%,comexceçãodasegundavazante(apenas12%),quandoosraspadoresforamos mais abundantes com 34% em relação ao total. Neste mês os predadores facultativos agruparamseàcomunidadenabaixamarevazantedoprimeirocicloeenchentedosegundo ciclo(Figura16). Em novembro os comedores de ciliados representaram 3 a 38% da abundância total, dominandoduranteasenchentesdosdoisciclos.DuranteaP1eV1osdetritívorosforam dominantescom32e43%,respectivamente.Osdemaisestágiosdemaréforamdominados pelosraspadoresquevariaramde24a64%emrelaçãoaototal(Figura16). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 70

% Maio % Julho 100 100 80 80 60 60 40 40 20 20 0 0 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 EstágiosdaMaré EstágiosdaMaré M CF DF EF FP P M CF DF EF FP P % Setembro % ovembro 100 100

80 80

60 60

40 40

20 20

0 0 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 EstágiosdaMaré EstágiosdaMaré M CF DF EF FP P M CF DF EF FP P Figura 16. Porcentagens dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Moens e Vincx (1997) (M = micrófagos,CF=comedoresdeciliados,DF=detritívoros,EF=raspadores,FP=predadoresfacultativoseP= predadores),emdoisciclos(1=primeiro,2=segundo)demaré(B=baixamar,E=enchente,P=preamareV =vazante)dosmesesdemaio,julho,setembroenovembronapraiadeTamandaréPE. Osperíodosnictimeraisforamsimilaresemtermosdecomposiçãoaoníveldegêneros de Nematoda. O período diurno registrou 36 gêneros, enquanto que no noturno foram encontrados41(Tabela07). No período diurno não foram encontrados Chromaspirinia , Dechromadora , Diodontolaimus , Enoploides , Innocuonema , Lauratonema , eochromadora , Oxystomina , Paramesonchium , Stephanolaimus , Tarvaia e Wieseria . No período noturno não foram registrados Acanthonchus , Desmodora , Elzalia , Halalaimus , Haliplectus , Metadasynemoides e Rhynchonema . Em relação à freqüência de corrência a maioria dos gêneros se apresentou raro em ambososperíodosestudados,eapenasogênero Metachromadora seapresentouconstantenos doisperíodosdodia. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 71

Tabela 07. Freqüência de Ocorrência dos gêneros, segundo Bodin (1977) (Constante: > 75%, Muito frequente:entre50e75%,Comum:entre25e50%eRaro:<25%dasamostras),encontradosemTamandaréPE nosperíodosdiurnoenoturnododia.

Diurno oturno Acantholaimus Raro Araeolaimus Raro Raro Axonolaimus Constante MuitoFreqüente Bathylaimus Comum Raro Gen.n. Comum Comum Calomicrolaimus Comum Comum Camacolaimus Raro Raro Chromadorita Raro Raro Chromaspirinia Raro Cynura Raro Raro Daptonema Raro Raro Desmodora Raro Dichromadora Raro Diodontolaimus Raro Elzalia Raro Endeolophus Raro Raro Enoploides Raro Eurystomina Raro Raro Halalaimus Raro Haliplectus Raro Innocuonema Raro Latronema Comum Comum Lauratonema Raro Marylynnia Comum Comum Mesacanthion MuitoFreqüente MuitoFreqüente Metachromadora Constante Constante Metadasynemoides Raro Microlaimus MuitoFreqüente MuitoFreqüente eochromadora Raro Oxystomina Raro Parachromadorita Raro Raro Paracomesoma Raro Raro Paracyatholaimoides Raro Raro Paramesonchium Raro Paramonohystera Raro Raro Perepsilonema MuitoFreqüente MuitoFreqüente Procamacolaimus Comum Raro Pseudosteineria MuitoFreqüente MuitoFreqüente Rhynchonema Raro Scaptrella Raro Raro Stephanolaimus Raro Synonchium Raro Raro Tarvaia Raro Theristus MuitoFreqüente Comum Trileptium Raro Raro Trissonchulus Raro Raro Viscosia Raro Raro Wieseria Raro Total 36 41 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 72

2.5.2.4.EstruturadaComunidade O ANOSIM TWOWAY indicou a existência de diferenças significativas entre os estágiosdamaréestudados(R Global =0,126;p<0,01;N permut =10.000)etambémentreosmeses

(R Global =0,601; p<0,01; N permut =10.000), mas não entre os períodos do dia (RGlobal =0,047; p=0,06;N permut =10.000).Comparaçõesentreparesdeestágiosdamarémostraramdiferenças significativas entre todos os estágios com exceção da Vazante x BaixaMar e Vazante x Preamar(Tabela08). Em relação aos meses, comparações entre pares indicaram a existência de diferenças significativasentretodososmesesestudados(Tabela09).Asdiferençasentreosestágiosda maré podem ser observadas nas Ordenações nãométricas de cada mês separadamente (Figuras17),eentreosmeses,naOrdenaçãonãométricacomtodososmesesjuntos(Figura 18). Tabela08. ValoresresultantesdaaplicaçãodoANOSIMTWOWAYemrelaçãoaosquatroestágiosda marécomparados.

EstágiosdaMaré RGlobal p(%) permut VazantexBaixaMar 0,065 13,8 10000 VazantexEnchente 0,215 0,1 10000 VazantexPreamar 0,085 94,6 10000 BaixaMarxEnchente 0,137 1,2 10000 BaixaMarxPreamar 0,22 0,1 10000 EnchentexPreamar 0,182 0,5 10000 Tabela 09. Valores resultantes da aplicação do ANOSIM TWOWAY em relação aos quatro meses comparados.

Meses RGlobal p(%) permut MaioxJulho 0,584 <0,01 10000 MaioxSetembro 0,741 <0,01 10000 MaioxNovembro 0,948 <0,01 10000 JulhoxSetembro 0,345 <0,01 10000 JulhoxNovembro 0,624 <0,01 10000 SetembroxNovembro 0,528 <0,01 10000 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 73

Figura17. Ordenaçõesnãométricasresultantesparacadamêsseparadamentedosestágiosdamaréem TamandaréPE,Brasil. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 74

Figura 18. Ordenação nãométrica resultante dos meses e estágios da maré em TamandaréPE, Brasil (Cinza/Preto=Maio,Verde=Julho,Vermelho=Setembro,Azul=Novembro). 2.5.2.5.Estruturapopulacionaldealgumasespécies Adensidadetotaldaespécie Mesacanthionhirsutum variousignificativamenteentreos estágiosdamaré(p<0,01)etambémentreosmeses(p<0,01)deacordocomumaAnálisede Variância Multifatorial (ANOVA). Durante as preamares e as vazantes M. hirsutum apresentou densidades totais significativamente maiores, assim como durante novembro, comparandoseosmeses,conformeoTesteTukey(p<0,05)(Figura19). Considerando a população de M. hirsutum , esta foi composta principalmente por juvenis, que foram dominantes durante julho, setembro e novembro. As fêmeas foram dominantesemmaioquandoosmachosforamausentes.Arazãomachos/fêmeasnãovariou significantemente entre os estágios da maré (x 2 = 6,77; p>0,05), mas variou significativamenteentreosmeses(x 2=9,83;p<0,05). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 75

2 Ind/10cm Maio Ind/10cm 2 Julho 40 5 4 30 3 20 2 10 1 0 0 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 EstágiosdaMaré EstágiosdaMaré Ind/10cm 2 Setembro Ind/10cm 2 Novembro Machos 15 100 Fêmeas Juvenis 12 80 Total 9 60 6 40

3 20 0 0 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 EstágiosdaMaré EstágiosdaMaré Figura19.Densidadetotaldosmachos,fêmeasejuvenisde Mesacanthionhirsutum emdoisciclos(1= primeiro,2=segundo)demaré(B=baixamar,E=enchente,P=preamareV=vazante)dosmesesdemaio, julho,setembroenovembronapraiadeTamandaréPE. A espécie Calomicrolaimus formosus apresentou comportamento diferente de M. hirsutum , com as densidades totais não variando significativamente nem em relação aos estágiosdamaré(p=0,47),enememrelaçãoàsmeses(p=0,17),deacordocomaANOVA (Figura20). Asfêmeasdominaramapopulaçãode C.formosus empraticamentetodososmomentos do estudo e apenas elas estiveram presentes nos meses julho e setembro. A razão machos/fêmeasnãovariousignificantementeentreosestágiosdamaré(x 2=2,53;p<0,05), masvariouentreosmeses(x 2=8,16;p<0,05). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 76

2 2 Ind/10cm Maio Ind/10cm Julho 70 1.0 60 0.8 50 40 0.6 30 0.4 20 0.2 10 0 0.0 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 EstágiosdaMaré EstágiosdaMaré

2 2 Ind/10cm Setembro Ind/10cm Novembro Machos 1.0 15 Fêmeas 0.8 12 Juvenis 0.6 9 Total 6 0.4 0.2 3 0.0 0 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 EstágiosdaMaré EstágiosdaMaré Figura20.Densidadetotaldosmachos,fêmeasejuvenisde Calomicrolaimusformosus emdoisciclos(1 =primeiro,2=segundo)demaré(B=baixamar,E=enchente,P=preamareV=vazante)dosmesesdemaio, julho,setembroenovembronapraiadeTamandaréPE. A espécie Latronema botulum apresentou comportamento diferente de M. hirsutum e similar à C. formosus com as densidades totais não variando significativamente nem em relaçãoaosestágiosdamaré(p=0,70)enememrelaçãoàsmeses(p=0,07),deacordocoma ANOVA(Figura21). A população de L. botulum foi composta principalmente por juvenis que dominaram durantetodasasmarésnosmesesestudadoscomexceçãodeapenasalgumassituaçõesonde asfêmeasforamasmaisabundantes.Arazãomachos/fêmeas não variou significantemente nementreasmarés(x 2=0,24;p<0,05)enementreosmeses(x 2=1,63;p<0,05). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 77

2 2 Ind/10cm Maio Ind/10cm Julho 25 25 20 20

15 15 10 10 5 5

0 0 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 EstágiosdaMaré EstágiosdaMaré

2 2 Ind/10cm Setembro Ind/10cm Novembro Machos 25 25 Fêmeas 20 20 Juvenis 15 15 Total 10 10 5 5 0 0 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 B1 E1 P1 V1 B2 E2 P2 V2 EstágiosdaMaré EstágiosdaMaré Figura 21. Densidade total dos machos, fêmeas e juvenis de Latronema botulum em dois ciclos (1 = primeiro,2=segundo)demaré(B=baixamar,E=enchente,P=preamareV=vazante)dosmesesdemaio, julho,setembroenovembronapraiadeTamandaréPE. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 78

2.6.Discussão Oambienteintersticialdepraiasarenosastemacapacidadedeseadaptaràsflutuações dosníveisdeenergialocalporsetratardeumambientedinâmico,ondeaareia,aáguaeoar estãoconstantementesemovendo(Brown&McLachlan,1990). Os processos de adaptação aos níveis de erosão ou deposição local dependem do gradiente de energia ao qual o sistema de praia é exposto (Flemming & Fricke, 1983) e emboraistodependadeumacomplexacombinaçãodefatores,asmarésrepresentamumdos principais(Huling&Gray,1976).EmperfilsituadonaPraiadeTamandaré,SouzaSantos et al .(2003)determinaramprocessoserosivosentreoutubroejaneiro,sedimentaçãodejaneiroa junhoemudançasabruptasnoperfildepraiaentrejunhoeoutubro. Diversosautoresrelacionamoaumentodotamanhodogrãodesedimentoàdiminuição da dominância dos Nematoda em relação à meiofauna total. Outros grupos, como os Copepoda,passamaserdominantesemambientesdepraiasarenosasondeogrãosedimentar émaior(Gray&Rieger,1971;Heip etal .,1982).NabaíadeTamandaré,duranteesteestudo, osNematodarepresentaramogrupomaisabundanteapenasemmaioesetembro.Nosoutros meses amostrados, julho e novembro, os Copepoda e os Tardigrada foram os mais expressivos, respectivamente (FonsêcaGenevois et al ., dados não publicados). Ribeiro (1999),duranteestudodeumano,encontrouparaamesmalocalidadeotamanhomédiodo grão similar em maio, julho e setembro, porém maior em novembro. A autora aponta o tamanho do grão como um dos fatores principais na estruturação da comunidade, como provavelmenteéocasotambémnopresentetrabalhoaomenosnomêsdenovembro. AdensidademaisaltadogrupoNematoda,determinadaparaTamandaréfoideapenas 1.013 ind/cm 2, bem inferior aos valores provenientes de estuários, onde o número está frequentementeacimados10.000ind/10cm 2(Heip etal .,1982).Poroutroladoosvaloresde densidade estão dentro das variações encontradas emoutrostrabalhosrealizadosempraias arenosas,sejaemregiõestemperadas,aexemplodeGheskiere etal .(2005)naItália(130a 2.001ind/10cm 2)outropicais,comootrabalhodeBezerra etal .(1996)noBrasil(380a4.681 ind/10cm 2). Em termos de registro taxonômico, foram encontrados, neste Capítulo, 48 gêneros, distribuídosem21famíliase4ordens.Considerandoaflutuaçãodonúmerodegênerosentre osmeses,estágiosdamaréeperíodosnictimerais,estafoiocasionada,namaioriadoscasos, Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 79

pelapresençaouausênciadoschamados“gênerosde ocorrência rara” (ex: Acantholaimus , Chromaspirinia , Dichromadora , Halalimus , Paracomesoma , Stephanolaimus e Tarvaia ). OANOSIMdetectouvariaçõessignificativasemtermosdeestruturadacomunidadedos Nematoda entre os meses amostrados. De fato podemse observar variações na densidade, bemcomonacomposiçãodanematofaunaaolongodoestudo.Umavezqueoshoráriosdos estágiosdemaré,bemcomosuasamplitudes,sãobemsimilaresentreosmeses,podesesupor que as diferenças entre os meses são decorrentes das mudanças em outras variáveis ambientais. Diversosestudossobreameiofauna,incluindoosNematoda,associamasmudançasnas densidadesmensaisàsvariaçõessazonais(Heip etal .,1985).Emregiõestemperadas,ondeas estações são bem demarcadas, é comum encontrar densidades baixas durante os meses de inverno,sendoexplicadaspormudançanatemperaturaouadiminuiçãodemicrofitobentos (Rudnik etal .,1985;Santos etal .,1996).Emregiõestropicaisospoucostrabalhosexistentes associamasmudançasnaestruturadacomunidadeaociclodechuvas(Pattnaik&Rao,1990; Ingole&Parulekar,1998). AnematofaunadeTamandaréseapresentoudeformabemcaracterísticaparacadamês estudado. Considerando os extremos mínimos e máximos de densidade nesse estudo, 38 e 1.013 ind/10cm 2, em maio observaramse flutuações com valores variando de baixos a medianoseumadominânciaclaradogênero Metachromadora sobreosdemais.Emjulhonão ocorreramflutuaçõesconsideráveisdedensidadeseasabundânciasentreosgênerosestiveram maisbemdistribuídas.Emsetembroforamregistradasasmaioresflutuaçõesdedensidades, devaloresbaixosaaltos,enovamenteumaclaradominânciadeumúnicogênero,nestecaso Perepsilonema .Emnovembroforamencontradasflutuaçõesdedensidades,devaloresbaixos amedianoseadistribuiçãomaisequilibradadeabundâncias,entregêneros,durantetodoo estudo.Estasvariaçõesparecemestarligadasàsdiferençassazonaisentreosmeses.Maioe setembrosãomesesdechuvaedesecaatípicos,quandocomparadoscomjulhoenovembro quesão,entreosmesesamostrados,osmomentosdemaiorchuva eseca,respectivamente. AlémdotesteANOSIM,aOrdenaçãoNãoMétricademonstroutambémaseparaçãoclarados meses,ressaltandoasdiferençasmarcantesentreeles. AdominânciadepoucosoudeumúnicogênerofoitambémobservadanoMéxicopor Vincx(comunicaçãopessoal)nosmesesdechuvaesecaatípicos. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 80

Ainda comparando os meses, são notáveis as densidades médias significativamente menores no mês de julho, com valores sempre abaixo dos 150 ind/10cm 2. Bezerra et al . (1996)tambémdeterminaramasmenoresdensidadesdeNematodanomêsdejulhoestudando umapraiaarenosatropical,IstmodeOlindaPE,duranteumanocomcoletasmensais. Emregiõestemperadasjáfoidetectadoquenoverãoamaioriadosanimaishabitaas camadas próximas à superfície e no inverno eles migram para camadas mais profundas (Harris,1972).EmTamandaré,etambémnoIstmodeOlinda,foramcoletadosapenasos10 primeiros centímetros do sedimento, não permitindo verificar se ocorrem variações de densidade nas camadas mais inferiores. No entanto, certamente os nematódeos se dispersaram/migraram,sejaviacolunasedimentarouágua. Entre os gêneros, é marcante a dominância de Metachromadora em maio e de Perepsilonema emjulho.Comofoivistonocapítuloanterior,écomumapresençadogênero Metachromadora empraiasarenosas.Énecessáriotambémressaltarofatodequealémdeser um táxon comum nestes ambientes, Metachromadora pode ser um dos gêneros mais abundantes (Gheskiere et al ., 2005). O gênero Perepsilonema tambémjáfoiregistradoem outras praias arenosas tropicais com altas densidades (Gourbault & Decraemer, 1993), inclusivenolitoralpernambucano(Bezerra etal. ,1996;Bezerra,2001).Acrescentaseaeste fatoque,nãosó Perepsilonema foidominante,mastambémasduasespéciesquecompõem este gênero em Tamandaré ( Perepsilonema kellyae e Perepsilonema sp.n.) são as mesmas encontradasporBezerra(2001)comodominantesnanematofaunadoIstmodeOlinda. Além do fator mês, o teste ANOSIM detectou diferenças significativas entre as densidadesda comunidadenematofaunísticadosdiversos estágiosdamaré,commudanças mais intensas na enchente do que na vazante. Este último, quando comparamos todos os estágios da maré, parece ser aquele que tem menor influência sobre a nematofauna em TamandaréPE já que não foram detectadas diferenças entre ele, quando comparado com o imediatamenteanterior(preamar)ouposterior(baixamar). SegundoHuling&Gray(1976)asmarésrepresentamumfatordeterminantenazonação eabundânciadameiofaunacomoumtodo.Éevidentequeaspraiassãobastantesensíveisàs mudançasnascondiçõesambientais,especialmenteaoregimedeondaslocalrespondendoa curtoelongoprazoaosdiferentesníveisdeenergia(Fleeming&Fricke,1983). Ainfluênciadociclodemarénadistribuiçãovertical dos organismos é demonstrada pelasmudançascíclicasdoambienteintersticialassociadoaosprocessosdemobilizaçãodo Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 81

sedimento,dehidrodinamismocausadopelascorrentesdefundoeàsdiferençasnosníveisde energiadaondaincidentenacolunadosedimento(Boaden,1968).Deummodogeral,os animaisapresentammovimentosascendentesduranteamaréenchente,quandoosedimento tornasesaturadocomáguaedeformaopostamovimentosdescendentesduranteabaixamar quandoascamadassuperficiaisdosedimentoficamsecas(McLachlan etal .,1977). Silva(2006),estudandooefeitodamarénameiofauna em Maracaípe não encontrou variaçõessignificativasnasdensidadesdosNematoda,sugerindoqueestessejamorganismos resistentesaohidrodinamismoexistenteduranteamaré.Estaobservaçãoexistiriaapenasao níveldecomposiçãodanematofaunaegênerosdominantes,segundoLins etal .(2007)que estudaramomesmomaterialcoletadoporSilva(2006). AocontráriodosresultadosdeSilva(2006),diversosautoressugeremqueosNematoda são influenciados pela maré (Boaden & Platt, 1971; Palmer & Gust, 1985; Fegley, 1987; Palmer,1988).OsresultadosdesteCapítulocorroboramcomesteúltimogrupodeautorese, umavezquegeralmenteasmenoresdensidadesmédias totais foram encontradas durante a baixamar, sugerese que os Nematoda estejam migrando para camadas inferiores do sedimentoevitandoadessecação. Trabalhos experimentais em laboratório determinaram para diversas espécies de Nematodaqueestaspodemmigraraté7cm,emumahora,quandoinfluenciadosporalgum fator externo (Venekey, 2002). Baseandose nestes resultados, entre ciclos de maré de 12 horas ou mesmo entre estágios de maré de 3 horas, os animais poderiam se enterrar no sedimento,sejaseguindoociclodomicrofitobentos ou mesmo por fatores desfavoráveis à fisiologiadeles,taiscomochuva(Esteves etal. ,1998)ouvariaçõesdetemperatura(Coull, 1988). Alémdasmudançasnaestruturadacomunidadecomoumtodo,foipossíveltambém verificarnesteestudoainfluênciadosmesesedosestágiosdamarénaestruturapopulacional de algumas espécies. As três espécies escolhidas apresentaram comportamentos distintos. Enquanto a população de Mesacanthion hirsutum , densidade total e também razão macho/fêmea,variousignificativamenteentreosmeseseoprimeiroparâmetrotambémentre os estágios da maré, Calomicrolaimus formosus e Latronema botulum não apresentaram variaçõessignificativasemtermosdedensidadetotalparanenhumadessasescalastemporais. Aespécie C.formosus variousignificativamentequantoàrazãomacho/fêmeaapenasentreos meses.Entreastrêsespécies, L.botulum foiaqueapresentoumenorvariaçãoemtermosde Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 82

razão macho/fêmea não diferindo significativamente nem entre os meses, e nem entre as marés. Asrespostasdiferentesdestastrêsespéciesjáeramesperadasumavezqueelassãobem distintas morfológicamente. Distribuições variadas de espécies relacionadas à morfologia corporal já foram encontradas para os Copepoda Harpacticoida (Hockin, 1982) em praias arenosas.QuantoaosNematodaestasdiferençasnãosãoconhecidasainda,masbaseandose em resultados para ambientes de fital (Warwick, 1977; Rocha et al ., 2006), onde a distribuiçãofoideterminadaparadiferentesornamentaçõesdecutícula,épresumívelqueelas sejampossíveistambémempraiasarenosas. Asespécies M.hirsutum e L.botulum sãopredadoresapresentandoarmadurabucalbem desenvolvida,porémpossuemasoutrascaracterísticasmorfológicasdiferentes,aexemplode cutícula(lisaxpontilhada)eanfídio(bolsoxespiral).Aespécie C.formosus ébemdistinta dasanterioressendoraspadoreapresentandocutículaestriadaeanfídiocircular. Sãopoucososestudosaoníveldeespéciesobreefeitodemarénanematofauna.Umdos poucosestudosfoirealizadonumestuáriodaHolandaporSteyaert etal .(2001).Osautores tambémencontraramvariaçõessignificativasentreasmaréstantoparaadensidadetotalda nematofauna,comoparadiversasespécies. Devidoaoesquemadecoletadesseestudonãosepodeafirmarcomcertezaascausasde possíveismigraçõesdanematofaunacomoumtodoalémdainfluênciadociclodemaré.Da mesma forma não pode ser apontada uma explicação para as diferenças na resposta das espéciesemparticularaociclodemaré,noentantoalgumassugestõespodemserfeitas.Uma delas seria a diferença óbvia entre hábitos alimentares das espécies que compõem a comunidade.Estudoslaboratoriaisjáapontaramqueatémesmoespéciesdomesmogênero podem demonstrar preferências alimentares diferentes e consequentemente ocupar posições diferentes no ambiente evitando uma competição que à primeira vista pareceria óbvia (Venekey,2002). Uma outra explicação seria a própria morfologia corporal em termos de tamanho, consequentementeumamigraçãodiferenciadadentrodacolunasedimentar.Algunsautoresjá ressaltaram a influência do tamanho corporal sobre alguns aspectos da fisiologia dos Nematoda como metabolismo (Gerlach et al .,1985)ouatémesmomobilidade(Ullberg & Ólafsson,2003). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 83

O presente estudo levanta várias possibilidades quanto à influência dos parâmetros morfológicos dos Nematoda, como cavidade bucal e tamanho corporal, nos processos de migração durante os estágios da maré. Os resultados aqui apontam que, o comportamento ecológicodaassociaçãonematofaunísticacomoumtodo,sópoderásercompreendidomelhor comestudosaprofundadosaoníveldeespécie.Recomendase, portanto a identificaçao dos Nematoda,emtrabalhosfuturos,pelomenosaoníveldegênero,equandopossível,também aoníveldeespécie. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 84

Capítulo3: Efeito das variáveis ambientais na estrutura da comunidade da nematofauna de uma praia arenosa tropical(BaíadeTamandaréPE,Brasil). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 85

3.1.Introdução Adistribuiçãoespacialecomposiçãodameiofaunanosdiversosambientesdependem de diversos fatores geológicos, químicos, físicos e atmosféricos, a exemplo do hidrodinamismo, da salinidade, da temperatura, do teor de oxigênio, da granulometria e naturezadosubstrato(RenaudMornant etal. ,1984).Emambientemarinhoestacomunidade ocorre desde o supralitoral até as grandes profundidades abissais, sendo o grupo mais abundante(Venberg&Coull,1981). Considerando o ecossistema marinho, as praias arenosas constituem os ambientes de acesso mais fácil, sendo assim alvos de ampla exploração comercial e lazer (McLachlan, 1983)eameiofaunapodeseraliencontradacomaltadiversidadeedensidade(Giere,1993). Nelasospadrõesverticaisehorizontaisdedistribuiçãodependemtambémdacombinaçãodos fatoresfísicoquímicos,geológicoseatmosféricos,alémdeoutrosintrínsecosàscomunidades alipresentes(Giere,1993;Silva etal .,1997). A distribuição vertical depende principalmente das características do sedimento que estãorelacionadasàscaracterísticasdohabitat.Emregiõesintermareaiscomareiagrossaos organismospenetramatéváriasdezenasdecentímetroseatémesmometros(SouzaSantos et al .,2004).Poroutrolado,emambientesestuarinos, ondeotamanhodogrãosedimentar é menor,ameiofaunaficarestritaaosprimeiroscentímetrosdosedimentoporcausadaoclusão do espaço intersticial e redução na quantidade de oxigênio disponível em camadas mais profundas (Fleeger & Decho, 1987). Em relação à distribuição horizontal, esta é afetada principalmentepelaaçãodamaré(McLachlan,1983). Além dos fatores abióticos, os biológicos também exercem influência na meiofauna, principalmente a disponibilidade alimentar que condiciona a distribuição desta fauna em mosaicos (Findlay, 1981), a quimiotaxia (Venekey, 2002), a predação (Hicks, 1984) e a bioturbação(Schratzberger&Warwick,1999). A meiofauna de praias arenosas apresenta como principais grupos: Nematoda, CopepodaHarpacticoidaeTurbellaria(Giere,1993),sendooprimeirofreqüentementeomais abundante.Estegrupo,empraiasarenosasprotegidas,seconcentranosedimentopróximoa superfície, geralmente até os primeiros 10 centímetros, movendose para as camadas mais profundasàmedidaqueamaréavançaeretornandoposteriormente(Platt,1977).Empraias expostas,ondeoambienteintersticialtemmaiorteordeoxigênio,osNematodadispersam Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 86

verticalmenteparaatéummetrooumais(Heipetal. ,1985)ecomorespostaàscorrentesde maiorvelocidadetendemaseenterrar(Fegley,1987).Arespeitodisso,Palmer(1984)afirma queodeslocamentoverticalaparececomoumcomportamentopara evitaroriscodeserem carreadospelaerosão. Alémdadispersãoviacamadasedimentar,FonsêcaGenevois etal.(2006)mostraram emestudosexperimentaisemcampo,queosNematodaalémdesedispersarempassivamente, colonizam outros substratos que não sejam os sedimentos. Em mímicas de algas (plantas artificiais utilizadas em aquários) Nunes (2003) demonstrou que existia uma colonização específica nas diferentes cores das plantas, muito embora este fato careça ainda de explicações. EmpraiasarenosastropicaisBezerra(2001)eSilva(2006)estudaramadistribuiçãoe repartição vertical dos Nematoda na camada sedimentar. Bezerra (2001) estudou os nematódeos ao nível taxonômico baixo (gêneros e espécies) até 10 cm de profundidade, dividido a amostra em estratos (02, 25, 510cm), e encontrou variações significativas ao níveldedistribuiçãodosgêneroseespécies.Silva(2006)estudouosnematódeosapenasao níveldefiloatéaproximadamente50cmdeprofundidadenosedimentoedeterminouuma forteinfluênciadaestratificaçãosedimentarnogrupocomoumtodo. Umdosfatoresqueafetamverticalmenteanematofaunadepraiaséadisponibilidadedo recurso alimentar, o que pode ocasionar migrações ou a distribuição dos grupos tróficos segundo os itens alimentares (Meyers & Hopper, 1966). No entanto, os fatores abióticos, como a granulometria, também regulam a composição dos Nematoda ao nível de gêneros, devidoàinfluênciadiretanarelaçãotamanho/formadocorpo(Roggen,1970). Emescalastemporaisdemesesouanosemregiõestemperadas,amaiorabundânciados Nematoda ocorre nos meses mais quentes, porém Coull (1988) afirmou existirem lacunas sobre o assunto. A falta de padrão sazonal em alguns casos levou Li & Vincx (1993) a comentaremqueociclodealgumasespéciespodesermuitodiferenteentrelatitudes,deano paraanoeatéemmenorespaçodetempo.AlgumasexplicaçõesforampropostasporAlongi (1990) para explicar variações sazonais da nematofauna nestas regiões, a exemplo das mudançasdetemperaturaedadisponibilidadedealimento(matériaorgânicaedensidadede microalgas). Em regiões tropicais, segundo Boucher (1990), os trabalhos são raros, e no Brasil,aosníveistaxonômicosbaixos,estesserestringemaBezerra(2001),Esteves(2002)e Moellman(2003),esteúltimoabordandoalgunsmesesdoano. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 87

NabaíadeTamandaré,Carvalho etal .(1992)demonstraramqueexistiaumavariação espacial da meiofauna mediolitorânea e Maranhão et al . (2000) confirmaram haver uma variaçãoespacialnosambientesrecifaisadjacentesàpraia.Souza(1997)encontrouvariação mensal na comunidade meiofaunística e sugeriu um fenômeno de migração dos Copepoda HarpacticoidaeNematodaentreosmesesdeoutubroenovembrodomédiolitoralinferior paraomédiolitoralsuperior.Ribeiro(1999),noentanto,estudandotambémmensalmentea mesmaáreanãoconfirmouestefenômenomuitoemboratenhaconsideradoanematofaunaao níveldegrandegrupo. Neste capítulo abordase a variação espaçotemporal da nematofauna, a nível taxonômico baixo, em função de diversos fatores ambientais, tais como: pluviosidade, granulometriadosedimento,clorofilaesalinidade. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 88

3.2.Objetivos Caracterizaraassociaçãodenematofaunadeumapraiaarenosatropical(Tamandaré PE). Verificar a variação temporal das associações de Nematoda da praia de Tamandaré duranteumano(outubrode1997asetembrode1998),relacionandoaàsvariáveisambientais comopluviosidade,granulometriadosedimento,clorofilaesedimento. Verificaravariaçãoespacial(andarbênticoeperfil sedimentar) das associações de Nematodadamesmapraiaarenosaduranteumano(outubrode1997asetembrode1998),sob ainfluênciadevariáveisambientaiscomopluviosidade,granulometriadosedimento,clorofila esalinidade. 3.3.Hipóteses ExistevariabilidadetemporalnasassociaçõesdeNematodanapraiadaTamandaré PE,sendoestasinfluenciadaspelasvariáveisambientais. Existe variabilidade espacial (entre andares bênticos e estratos sedimentares) nas associações de Nematoda na praia da TamandaréPE, sendo estas influenciadas pelas variáveisambientais. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 89

3.4.MaterialeMétodos 3.4.1.ÁreadeEstudo AdescriçãodaáreadeestudoconstanoCapítulo2destatese(páginas49e50). 3.4.2.MetodologiaemCampo As coletas foram realizadas mensalmente durante as marés de sizígia, no período de outubrode1997asetembrode1998,emfrenteaoCEPENE(CentrodePesquisaeExtensão PesqueiradoNordeste).Doispontosfixosforammarcados,distandosetemetrosentresi,no médiolitoralsuperioreinferior,sendooprimeirodistando22metrosdacercadoCEPENE. OmaterialbiosedimentológicofoicoletadoutilizandoseumtubodePVCde3,7cmde diâmetro e 10 centímetros de comprimento. Em cada ponto de coleta foram coletadas 4 réplicasaleatóriasdesedimentosuperficial(0a10cm)edacamadalogoabaixo(10a20cm). Omaterialcoletadofoicolocadoemrecipientedeplásticoepreservadocomformola4%. Paradeterminarabiomassadaclorofilaefeopigmentosforamcoletadastrêsamostras com seringas plásticas de 2,5cm 2 de diâmetro, de sedimento superficial até 1 cm de profundidade, em cada ponto fixo. Em seguida o sedimento foi transferido para um pote plásticoeacondicionadoemisoporcomgeloatéachegadaemlaboratórioondefoicongelado a–18°C.Foramtambémcoletadasduasamostrascomseringasde2,5cm 2dediâmetroatea profundidadede5cmnosedimento,umaparaadeterminaçãodoteoremmatériaorgânicaea outraparaoestudodagranulometriadosedimento. Foramtambémcoletadasamostrasdeáguanosdoispontosfixosatravésdeumburaco cavado na areia para a leitura da salinidade e foi medidaatemperatura dosedimentocom termômetrodemercúrio,introduzindonosolocercade10cm. Os dados pluviométricos foram fornecidos pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente – SEMA, através da Diretoria de Recursos Hídricos – DRHI. O referido órgãoforneceuumatabeladopostodeIpojuca(Est.Exp.IPA),aqualcontinhaapluviometria mensaldosanos1997e1998. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 90

OCentroIntegraldeDefesaAéreadeControledoTráfegoAéreo,CINDACTAIII,do MinistériodaAeronáutica,atravésdaDiretoria deEletrônicaeProteçãoaovôoforneceu a Escala Beaufort com a velocidade e características do vento e o Sumário Climatológico Mensalcontendomédiasmensaisdatemperaturadoardosanosde1997e1998paraRecife. Todooprocessodecoletadasamostrasedeanálisedosfatoresambientaisfoirealizado edescritoporRibeiro(1999). 3.4.3.MetodologiaemLaboratório As amostras biosedimentológicas para o estudo meiofaunístico foram colocadas em Becker de 1000 ml e lavadas sucessivamente (mínimo de 10 vezes). O sobrenadante foi vertidoempeneirasgeológicasde0,045mmefixadoemsoluçãodeformola4%.Apósas amostrasseremestudadasporRibeiro(1999)asréplicasdecadaamostra(pontoestratomês) foramreunidasnumúnicorecipienteplástico. ParaoestudotaxonômicodosNematodalivresforamretirados50animaisporestratode coleta com auxílio de estilete e colocados em cadinhos para diafanização. O processo de diafanizaçãoedeidentificaçãodosanimaisseguiuamesmametodologiadescritanoCapítulo anterior(páginas52e53). Asamostrascoletadasparaomicrofitobentosforamdescongeladas,colocadasemtubos de ensaio com 6ml de acetona pura sendo neste momento determinado o peso total da amostra.Emseguida,forammantidasemtemperaturadeaproximadamente5 °Cnaausência de luz. Após 12h, o sobrenadante foi utilizado para a determinação por meio de espectofotometria,seguindoametodologiadeLorenzen(1967). Oteordematériaorgânicafoimedidapormeiodométododeignição.Asamostrasde sedimento, previamente secas a 100 °C,foramtransferidasparacadinhosdeporcelanapré pesados. Foram incineradas por 24 h a 500ºC em Forno Mufla, e removidas para o dessecador. Após resfriamento à temperatura ambiente por 1h, pesouse o cadinho com sedimento e cinzas. Pela diferença dos pesos iniciais e finais obtevese o peso da matéria orgânica.Oresultadofoidivididopelopesoinicialparaseobterapercentagemdamatéria orgânica. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 91

3.4.4.AnálisedosDados As análises dos dados da variação interanual da clorofila, feopigmentos e da granulometria já foram realizadas por Ribeiro (1999). Neste estudo foi analisada apenas a variaçãodapopulaçãonematofaunística anível temporal (meses do ano) e espacial (andar bênticoeperfilsedimentar)sobainfluênciadosfatoresambientaisjáestudadospelacitada autora. Osresultadosdadensidadedafaunaforamexpressosemnúmerodeindivíduos/10cm 2 de sedimento. A partir destes dados foram organizadas tabelas e construídos gráficos para facilitaravisualizaçãodospadrõesdecomposiçãoeabundância. As análises foram feitas agrupandose os meses em estações do ano (primavera: setembro,outubroenovembro;verão:dezembro,janeiroefevereiro;outono:março,abrile maio;einverno:junho,julhoeagosto),pontosdecoleta(médiolitotalsuperioreinferior)e perfil sedimentar (010 e 1020 cm). A comparação da estrutura da população nematofaunísticafoirealizadacomosdadostransformadosemlog(x+1)eemseguidacoma aplicaçãodeanálisesdesimilaridade(ANOSIMTWOWAY),utilizandoseoíndicedeBray Curtis.OsresultadosforamexpressostambémemOrdenaçõesNãoMétricas(MDS). Correlações foram estabelecidas com os parâmetros ambientais (temperatura do sedimento, salinidade, granulometria, vento, temperatura do ar, matéria orgânica, pluviosidade,clorofilaefeopigmentos)pormeiodoBIOENV,nointuitodeverificarquais foramosfatoresambientaisquemelhorexplicaramopadrãobiológicodacomunidade.Para istoamatrizdesimilaridadeentreospontos,estratosemesesutilizouadistânciaEuclidiana para os dados das variáveis ambientais estandardizados. A correlação de Spearman foi a medida de associação utilizada entre a matriz da nematofauna e cada uma das matrizes geradasapartirdasvariáveisambientais. Todos os testes estatísticos foram feitos usando o Programa PRIMER (versão 5.1.2) (Clarke&Warwick,1994).Emtodasasanálisesoníveldesignificânciaadotadofoide0,05. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 92

3.5.RESULTADOS 3.5.1.Meiofauna Estudoprévio(Ribeiro,1999)demonstrouqueaMeiofaunafoicompostapor14grupos: Cnidaria, Turbellaria, Gastrotricha, Tardigrada, Nematoda, Rotifera, Kinorhyncha, Gastropoda,Bivalvia,Polychaeta,Oligochaeta,CopepodaHarpacticoida(adultosenauplius), OstracodaeAcari. Considerando o total das amostras do período de estudo, Nematoda foi o grupo dominante,perfazendo33%dototaldefaunacoletada(Figura22).

Outros 10% Turbellaria Nematoda 15% 33%

Rotifera Copepoda 24% 18%

Figura 22. Abundância relativa dos grupos meiofaunísticos durante coleta anual (outubro de 1997 a setembrode1998)napraiadeTamandaréPE. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 93

3.5.2.ematofauna 3.5.2.1.ListaTaxonômica A fauna de Nematoda esteve representada por 4 ordens,25famílias,57gênerose43 espéciesidentificadas. FiloNematoda ClasseAdenophorea SubclasseEnoplia OrdemEnoplida SubordemEnoplina FamíliaAnoplostomatidae Anoplostoma Bütschli,1874 Anoplostoma sp. FamíliaAnticomidae Odontanticoma Platonova,1976 Odontanticoma sp. FamíliaEnchelidiidae Eurystomina Filipjev,1921 FamíliaIronidae Thalassironus DeMan,1889 Thalassironus sp. Trissonchulus Cobb,1920 FamíliaOncholaimidae Oncholaimellus DeMan,1890 Oncholaimus Dujardin,1845 Viscosia DeMan,1890 FamíliaOxytominidae Halalaimus DeMan,1888 emanema Cobb,1920 emanema sp. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 94

FamíliaThoracostomopsidae Enoploides Ssaweljev,1912 Mesacanthion Filipjev,1927 Mesacanthionhirsutum Gerlach,1953 Trileptium Cobb,1933 Trileptiumstylum Gerlach,1956 SubordemTripyloidina FamiliaTripyloididae Bathylaimus Cobb,1894 Bathylaimus capacosus Hopper,1962 OrdemTrefusiida FamíliaLauratonematidae Lauratonema Gerlach,1953 Lauratonema sp. SubclasseChromadoria OrdemChromadorida SubordemChromadorina FamíliaChromadoridae Acantholaimus Allgén,1933 Chromadorita Filipjev,1922 Dichromadora Kreis,1929 Dichromadora sp. Endeolophus Boucher,1976 Innocuonema Inglis,1969 Prochromadorella Micoletzky,1924 Prochromadorella sp. FamíliaCyatholaimidae Marylynnia Hopper,1977 Marylynnia sp. Paracyatholaimoides Gerlach,1953 Paracyatholaimoides sp. FamíliaDesmodoridae Chromaspirinia Filipjev,1918 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 95

Chromaspirinia sp. Desmodora DeMan,1889 Desmodora sp. Eubostrichus Greef,1869 Metachromadora Filipjev,1918 Metachromadora sp.1 Metachromadora sp.2 Metachromadora sp.3 Metachromadora sp.4 Molgolaimus Ditlevsen,1921 Pseudochromadora Daday,1889 Pseudochromadora sp. Spirinia Gerlach,1963 FamíliaEpsilonematidae Perepsilonema Lorenzen,1973 Perepsilonema kellyae Gourbault&Decraemer,1988 Perepsilonema sp.n. FamíliaMicrolaimidae Calomicrolaimus Lorenzen,1971 Calomicrolaimusformosus Jensen,1978 Microlaimus DeMan,1880 Microlaimus sp. FamíliaSelachinematidae Latronema Wieser,1954 Latronemabotulum Gerlach,1956 Synonchium Cobb,1920 Synonchium sp.n. SubordemDesmoscolecina FamíliaDesmoscolecidae Tricoma Cobb,1893 SubordemLeptolaimina FamíliaCeramonematidae Metadasynemoides Haspeslagh,1973 Metadasynemoides sp. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 96

FamíliaLeptolaimidae Camacolaimus DeMan,1889 Cricolaimus Southern,1914 Cynura Cobb,1920 Cynuracerambus Andrassy,1973 Procamacolaimus Gerlach,1954 FamíliaTubolaimoididae Tubolaimoides Gerlach,1963 Tubolaimoides sp. OrdemMonhysterida FamíliaAxonolaimidae Axonolaimus DeMan,1889 Axonolaimus sp. Synodontium Cobb,1920 Synodontium sp. FamíliaDiplopeltidae Diplopeltula Gerlach,1950 Diplopeltula sp. Southerniella Allgén,1932 Southerniella sp. FamíliaLinhomoeidae Desmolaimus DeMan,1880 Desmolaimus sp. Terschellingia DeMan,1880 FamíliaMonhysteridae Diplolaimelloides Meyl,1954 Diplolaimelloides sp. FamíliaXyalidae Cobbia DeMan,1907 Cobbia sp. Daptonema Cobb,1920 Daptonema sp.1 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 97

Daptonema sp.2 Promonohystera Wieser,1956 Pseudosteineria Wieser,1956 Pseudosteineriascopae Gerlach,1956 Rhynchonema Cobb,1920 Rhynchonema sp.1 Rhynchonema sp.n. Theristus Bastian,1865 Theristus sp.1 Theristus sp.2 Xyala Cobb,1920 Xyala sp. FamíliaComesomatidae Paramesonchium Hopper,1967 Aidentificaçãoaoníveldeespécienãofoiinteiramenteconcluída,sejapelaquantidade de indivíduos a ser examinados, ausência de machos ou, em alguns casos, pelo estado de conservaçãodomaterial. Entre as 4 ordens registradas, Chromadorida apresentou o maior número de famílias (10)egêneros(27)(Figura23).

10 30 Famílias Gêneros 25 8

20 6 15 4 10

2 5

0 0 Enoplida Trefusiida Chromadorida Monhysterida Figura23.NúmerodefamíliasegênerosdeNematoda,emcadaordem,registradosdurantecoletaanual (outubrode1997asetembrode1998)napraiadeTamandaréPE,Brasil. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 98

3.5.2.2.Distribuiçãoespaçotemporal Nenhum dos pontos de coleta, estratos ou meses amostrados apresentou todos os gênerosregistrados(Anexos04e05).Comparandoospontoseestratos,opontoinferior10 20cmeopontosuperior010cmdetiveramo maiornúmero de gêneros (33), seguido do pontoinferior010cm(32)edopontosuperior1020cm(27). Comparando os meses, setembro foi o mes com o maior número de gêneros (27), seguidodeoutubroefevereirocom24gêneroscada. Houve flutuação quando comparados os pontos de coleta e estratos em termos do númerodegêneros.Osestratosdecoletamenosprofundos (010 cm) apresentaram menor flutuação(5a14parapontoinferiore5a15paraosuperior)doqueosmaisprofundos(10 20cm),(3a19nopontoinferiore3a14nosuperior)(Figuras23e24). Em termos de variações de densidade o Ponto Inferior apresentou densidades quase sempreinferiores,tantonoestratode010(32a194ind/10cm 2)quantonoestrato1020cm (18a345ind/10cm 2)comparadoaosestratosdoPontoSuperior:79a1.472em010e110a 2.781ind/10cm 2em1020cm(Figuras24e25). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 99

2 Ind/10cm P.Inferior010cm 600 20 18 500 16 400 14 12 300 10 8 200 6 4 NúmerodeGêneros 100 2 0 0 Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Densidade NúmerodeGêneros

2 Ind/10cm P.Inferior1020cm 600 20 18 500 16 400 14 12 300 10 8 200 6 NúmerodeGêneros 100 4 2 0 0 Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Densidade NúmerodeGêneros Figura 24. Densidade média, desvio padrão e números de gêneros de Nematoda no ponto inferior e estratos (010 e 1020 cm) ao longo da coleta anual (outubro de 1997 a setembro de 1998) na praia de TamandaréPE. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 100

Ind/10cm 2 P.Superior010cm 3500 20 18 3000 16 2500 14 2000 12 10 1500 8 1000 6 4 NúmerodeGêneros 500 2 0 0 Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Densidade NúmerodeGêneros 2 Ind/10cm P.Superior1020cm 3500 20 18 3000 16 2500 14 2000 12 10 1500 8 1000 6 4 NúmerodeGêneros 500 2 0 0 Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Densidade NúmerodeGêneros Figura 25. Densidade média, desvio padrão e números de gêneros de Nematoda no ponto superior e estratos (010 e 1020 cm) ao longo da coleta anual (outubro de 1997 a setembro de 1998) na praia de TamandaréPE. Em termos de abundância dos gêneros, Calomicrolaimus se apresenta como o táxon dominantenamaioriadosmesesestudadosnoPontoInferior010cm,comexceçãodejulhoe setembro,onde Daptonema éomaisabundante.NoPontoInferior1020cmadominânciaé mais equilibrada, aparecendo como gêneros com maior porcentagem ao longo dos meses estudados: Mesacanthion (outubro), Calomicrolaimus (novembro e setembro), Synonchium Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 101

(dezembro e janeiro), Trileptium (fevereiro), Eubostrichus (março), Paracyatholaimoides (abrilejunho), Microlaimus (maioejulho), Rynchonema (agosto)(Figura26).

% P.Inf.010cm 100

80 60 40

20 0 Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Calomicrolaimus Metachromadora Mesacanthion Paracyatholaimoides Theristus Rhynchonema Trileptium Daptonema Outros % P.Inf.1020cm 100 80 60

40 20 0 Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Mesacanthion Marylynnia Trileptium Calomicrolaimus Synonchium Paracyatholaimoides Theristus Microlaimus Daptonema Metachromadora Rhynchonema Outros Figura26.PorcentagensdosgênerosdominantesdeNematodanopontoinferioreestratos(010e10 20cm)aolongodacoletaanual(outubrode1997asetembrode1998)napraiadeTamandaréPE. NoPontoSuperior010cm Calomicrolaimus aparececomodominantedurantemetade doestudo(exceçãodeoutubro,novembro,abril,junho,agostoesetembro).Omesmoocorre no estrato de 1020 cm (exceção para outubro, novembro, janeiro, maio, junho e agosto) (Figura27). Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 102

% P.Sup.010cm 100 80 60

40 20 0 Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Mesacanthion Latronema Metachromadora Calomicrolaimus Theristus Trileptium Paracyatholaimoides Outros

% P.Sup.1020cm 100 80 60 40 20 0 Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Mesacanthion Latronema Trileptium Metachromadora Calomicrolaimus Rhynchonema Outros Figura27.PorcentagensdosgênerosdominantesdeNematodanopontosuperioreestratos(010e10 20cm)aolongodacoletaanual(outubrode1997asetembrode1998)napraiadeTamandaréPE. QuantoàclassificaçãodeecologiatróficaseguindoWieser(1953a),noPontoInferior0 10cmhouveumaclaradominânciadosraspadores(2A)durantetodososmeses,comuma variaçãode44a78%emrelaçãoaototal,comexceçãodejulho,ondeosmaisabundantes foramosdetritívorosseletivos(1B)com60%. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 103

No Ponto Inferior 1020 cm ocorreu uma alternância de dominância entre raspadores (2A) e predadores/omnivoros (2B). Os detritivoros seletivos formaram o grupo trófico dominantenumúnicomomentodoano,emagosto(Figura28). % P.Inf010cm 100 80 60

40 20 0 Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set 1A 1B 2A 2B % P.Inf1020cm 100

80 60

40 20 0 Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set 1A 1B 2A 2B Figura28.PorcentagensdosgrupostróficosdeNematoda,segundoWieser(1953a)(1A=detritívoros seletivos, 1B = detritívoros nãoseletivos, 2A = raspadores e 2B = predadores/onívoros) no ponto inferior e estratos (010 e 1020 cm) ao longo da coleta anual (outubro de 1997 a setembro de 1998) na praia de TamandaréPE. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 104

NoPontoSuperior010cmtambémfoiobservadaumaalternânciadedominânciaentre raspadores(2A) epredadores/omnívoros(2B). Omesmo ocorreu no Ponto Superior 1020 cm,comexceçãoapenasparaomêsdemaioondeosdetritívorosseletivosdominaramcom 42%(Figura29). % P.Sup010cm 100 80 60 40 20 0 Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set 1A 1B 2A 2B % P.Sup1020cm 100 80 60 40 20 0 Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set 1A 1B 2A 2B Figura29.PorcentagensdosgrupostróficosdeNematoda,segundoWieser(1953a)(1A=detritívoros seletivos, 1B = detritívoros nãoseletivos, 2A = raspadores e 2B =predadores/onívoros) no ponto superior e estratos (010 e 1020 cm) ao longo da coleta anual (outubro de 1997 a setembro de 1998) na praia de TamandaréPE. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 105

SeguindoaclassificaçãodeecologiatróficadeMoens&Vincx(1997)noPontoInferior 010cmosraspadoresdominaramemtodososmesesvariandode44a78%,comexceçãode julhoondeosdetritívorosformaramogrupomaisabundantecom60%.NoPontoInferior10 20cmadominânciasealternouentredetritívoros,raspadoresepredadores(Figura30). % P.Inf.010cm 100

80 60 40 20

0 Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set M CF DF EF FP P % P.Inf.1020cm 100 80 60 40

20 0 Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set M CF DF EF FP P Figura 30. Porcentagens dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Moens e Vincx (1997) (M = micrófagos,CF=comedoresdeciliados,DF=detritívoros,EF=raspadores,FP=predadoresfacultativoseP= predadores),nopontoinferioreestratos(010e1020cm)aolongodacoletaanual(outubrode1997asetembro de1998)napraiadeTamandaréPE. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 106

No Ponto Superior 010 cm os predadores dominaram em outubro, novembro e setembro(72a82%)enquantoosraspadoresdominaramnosdemaismeses(44a92%).No PontoSuperior1020cmadominâncianovamentesealternouentredetritívorosepredadores, sendo o primeiro mais abundante na maioria dos meses de estudo (dezembro a julho), enquantoosegundoemoutubro,novembroesetembro(Figura31). % P.Sup.010cm 100 80 60 40

20 0 Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set M CF DF EF FP P % P.Sup.1020cm 100

80 60 40

20 0 Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set M CF DF EF FP P Figura 31. Porcentagens dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Moens e Vincx (1997) (M = micrófagos,CF=comedoresdeciliados,DF=detritívoros,EF=raspadores,FP=predadoresfacultativoseP= predadores), no ponto superior e estratos (010 e 1020 cm) ao longo da coleta anual (outubro de 1997 a setembrode1998)napraiadeTamandaréPE. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 107

3.5.2.3.EstruturadaComunidade Levandose em consideração a densidade, os dados foram comparados usandose o ANOSIM TWOWAY, que indicou a existência de diferenças significativas entre os pontos/estratos (R Global =0,396; p<0,01; Npermut =10.000) e também entre as estações do ano

(RGlobal =0,301; p<0,01; N permut =10.000). Comparações entre pares de pontos/estratos mostraram diferenças significativas entre todos, comexceçãodoPonto Inferior010cmx PontoSuperior1020cmePontoSuperior010cmxPontoSuperior1020cm(Tabela10). Emrelaçãoàsestaçõesdoano,comparaçõesentreparesindicaramaexistênciadediferenças significativas entre todas as estações com exceção da Primavera x Inverno e de Verão x Outono(Tabela11).Asdiferençasentreospontoseestratospodemtambémserobservadas naOrdenaçãonãométrica(Figura32). Tabela 10. Valores resultantes da aplicação do ANOSIM TWOWAY em relação aos quatro pontos/estratoscomparados(I=PontoInferior;S=PontoSuperior).

EstaçõesdoAno RGlobal p(%) permut I(010cm)xI(1020cm) 0,399 1,1 10000 I(010cm)xS(010cm) 0,491 0,2 10000 I(010cm)xS(1020cm) 0,233 6,4 10000 I(1020cm)xS(010cm) 0,731 <0,01 10000 I(1020cm)xS(1020cm) 0,509 <0,01 10000 S(010cm)xS(1020cm) 0,157 10,8 10000 Tabela11. ValoresresultantesdaaplicaçãodoANOSIMTWOWAYemrelaçãoàsquatroestaçõesdo anocomparados.

EstaçõesdoAno RGlobal p(%) permut PrimaveraxVerão 0,417 0,7 10000 PrimaveraxOutono 0,606 <0,01 10000 PrimaveraxInverno 0,056 36,5 10000 VerãoxOutono 0,156 10,0 10000 VerãoxInverno 0,435 1,1 10000 OutonoxInverno 0,278 4,9 10000 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 108

Figura 32. Ordenação nãométrica resultante dos pontos/estratosemTamandaréPE,Brasil(I=Ponto Inferior;S=PontoSuperior). A relação entre Nematoda, durante a coleta anual de TamandaréPE, e as variáveis ambientais,atravésdoprocedimentoBIOENV,resultounaseleçãodediversasmatrizes,com correlaçõesbaixas(<0,2)comaquelacomosgênerosdeNematoda(Tabela12). Tabela12. MelhoresresultadosobtidoscomanáliseBIOENV,correlacionandomatrizesdesimilaridade dos dados nematofaunísticos a matrizes construídas a partir das variáveis ambientais medidos durante coleta anual em TamandaréPE, Brasil (Media mm, Mediana mm e Desvio = parâmetros granulométricos; MO = MatériaOrgânica).

Correlaçãor s ConjuntodeVariáveis 0,173 Mediamm 0,166 Mediamm;Medianamm 0,124 Mediamm;Medianamm;Desvio 0,120 Mediamm;Desvio 0,104 Medianamm;Desvio 0,095 Desvio 0,087 Mediamm;Medianamm,Desvio,MO 0,086 Mediamm;Desvio;MO 0,082 Medianamm;Desvio,MO 0,081 Desvio;MO Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 109

3.6.Discussão EmdiversosmomentosdopresentetrabalhofoiressaltadoofatodequeosNematoda apresentamdensidadesmenoresempraiasarenosasquandocomparado,porexemplo,comas dosestuários.Noentantoestegrupopodeatingiraltadiversidadedevidoprincipalmenteàs característicasdosedimentoarenoso(Wieser,1960;Hopper&Meyers,1967). Alémdadiversidade,onúmerodetáxonstambéméaltoe,segundoHeip&Decraemer (1974),aspraiasarenosasabrigammais“especialistas”doqueosambienteslamosos.Omaior número de nichos e microhabitats em ambientes arenosos é indicado também pela coexistênciadeespéciespróximastaxonomicamente.Estasdiferençasentreestuáriosepraias foramcomprovadasnosresultadosdoCapítulo1desteestudo. Considerandoalistataxonômicadestecapitulosomadaàdoanterior(páginas56a60), foi registrado em Tamandaré um total de 71 gêneros, a segunda maior lista para praias arenosasbrasileiras,inferiorapenasadeCurvelo(2003),queencontrou113paraaEnseada de Picinguaba (estado de São Paulo). Comparando com listas de ambientes lamosos, TamandaréapresentouriquezadegênerosinferiorapenasàlistadeNetto&Gallucci(2003), que registraram 81 gêneros num manguezal do estado de Santa Catarina. Este resultado é expressivo, mas deve se considerar o maior esforço amostral devido à unificação de duas coletasdistintasabrangendodiferenteshoráriosdodiaetambémtodososmesesdoano.Por outroladodeveserdestacadoocaráterfortementepontualdesteestudonoqueserefereao espaço,jáqueforamamostradosapenasumadoispontosnumamesmaárea/transectdapraia deTamandaré. Ao nível de gênero Diodontolaimus e, ao nível de espécie, Mesacanthion hirsutum , Bathylaimus capacosus , e Cynura cerambus foram registrados pela primeira vez na costa brasileira.Alémdosnovosregistrosforamtambémdeterminadosumnovogênerodafamília Enchelidiidaeeumanovaespéciede Synonchium (famíliaSelachinematidae). AdensidadetotaldosNematoda,considerandotodososmeses,variouentre18e2.781 ind/10cm 2, estando, como no Capitulo anterior (página 75), em conformidade com as variaçõesregistradasemoutraspraias. SouzaSantos et al . (2003) já discutiram amplamente os resultados da meiofauna originadosdasmesmascoletasusadasnestetrabalho,incluindoosNematoda,emboraesses autores considerem separadamente a família Epsilonematidae. A nematofauna da família Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 110

Epsilonematidaefoirepresentadaaquiapenaspelogênero Perepsilonema quenãoesteveentre osmaisabundantesemnenhummomentodotrabalho.Portantonestadiscussãosãoenfocadas apenasasvariaçõesdaassociaçãonematofaunística,umavezqueogrupo,comoumtodo,já foiestudadoanteriormente. O trabalho de SouzaSantos et al. (2003) destaca as variações significativas na meiofaunaentrepontos,estratosemeses.AnematofaunadeTamandaréapresentouflutuações emtermosderiquezaaoníveldegêneros,quandocomparadososestratossedimentares,tanto nopontoinferiorcomonosuperior.Aflutuaçãoentre os meses foi ainda mais expressiva, chegandoadobrardevalor,variandoentre13(abril)e27(setembro).Noentanto,osgêneros mais abundantes (i.e. Calomicrolaimus , Paracyatholaimoides , Mesacanthion , Latronema e Rhynchonema )tiverampresençaconstanteaolongodetodooestudo. A comparação conjunta de pontos de coleta e estratos, considerando as densidades, apontouvariaçõessignificativas,segundooANOSIM,paraaassociaçãonematofaunística.A diferençaentreospontosémaisexpressivadoqueentreestratos.Estadiferençaficoubem evidentenoMDS,noqualospontos,inferioresuperior,estãobemseparados.Jáquantoaos estratosobservasequeexistemdiferençasapenasentreaquelesdopontoinferior. Considerandoas48situaçõesdotrabalho(2pontosdecoletax2estratossedimentaresx 12 meses), Calomicrolaimus formosus foi o táxon mais abundante e mais freqüente, ocorrendoemmetadedasocasiões(24).Esteresultadoindicaqueasdiferençasencontradas pelo ANOSIM entre os pontos de coleta e entre os estratos do ponto inferior podem ser relativasàsmudançasnadensidadedestaespécie.Defato, C.formosus apresentoudiferenças marcantesentreosestratosdopontoinferior,preferindoa camadasuperior(010cm),mas não entre os do ponto superior, sendo dominante durante um espaço temporal igual (seis meses).Estaespéciepareceuevitaracamadasedimentar com maior concentração de água (Ponto Inferior 1020 cm), uma vez que neste local só esteve presente com números expressivosemapenasduassituaçõesdoestudo. Considerandoosestudosempraiasarenosas, Calomicrolaimus ,assimcomoafamília Microlaimidaecomoumtodo,nãoestáentreosmaisabundantesenementreoscitadospor Tietjen (1977) como característicos para estes ambientes. Diversos trabalhos apontam esta famíliacomomaisabundanteemambientesdemarprofundo(Dinet&Vivier,1979,Jensen, 1988; Vanhove et al ., 1999). No entanto, alguns trabalhos têm registrado esta família, inclusiveogênero Calomicrolaimus ,comoumadasdominantesemsedimentosarenosos,ou Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 111

compreferênciasporumadeterminadaregiãodapraia.Blome(1983)destacou C.arenarius e C.tenuicollis comoespéciestípicasdapartesuperiordaregiãomediolitoraldailhadeSylt (Mar do Norte). Schratzberger & Warwick (1998) realizando experimentos em laboratório também encontraram duas espécies deste gênero, C. barbatus e C. honestus , como as mais abundantese,alémdisso,comoaquelasquemelhorresponderamaosdistúrbiostestados.No litoral pernambucano Bezerra (2001) determinou a mesma espécie encontrada aqui, C. formosus ,comoumadasdominantes,tantoparaosedimento,comoparaaáguaintersticialdo IstmodeOlinda. A distribuição vertical dos Nematoda no sedimento pode ser influenciada por uma variedadedefatoresbiológicos,químicosefísicos(Giere,1993;Soetaert etal .,1994).Em Tamandaréanematofaunaapresentoudiferençasentreosdoisestratosamostradosapenasno PontoInferior. McLachlan etal. (1981)afirmaramqueameiofaunaéencontradaatéaprofundidadede 160cmnosedimentoesegundoMcLachlan(1977)osNematodaparticularmenteaté140cm, noentanto,apreferênciaépelascamadassuperficiais.Anematofaunanos12mesesdecoleta apresentoumaioresdensidadesnoestratosuperior(010cm)durante7mesesparaoPonto Inferior e 5 para o Ponto Superior. Neste caso, o resultado é bem equilibrado, sendo as diferençasapontadasentreosestratosdoPontoInferiorrelativasàcomposiçãoeabundância dosgênerosdaassociaçãonematofaunística. EmTamandaréoestratosuperiordoPontoInferiorfoidominadodurante10mesesdo estudopelaespécie Calomicrolaimus formosus ,enquantoquenoestratoinferiorapareceram também as espécies Mesacanthion hirsutum , Synonchium sp.n., Trileptium stylum , Paracyatholaimoides sp., Microlaimus sp.eosgêneros Eubostrichus e Rhynchonema . Entreasvariáveisambientaisconsideradas,nenhuma delas foi medida separadamente paracadaestratosedimentar,sendodifícilexplicarasdiferençasentreosestratos.Noentanto, umahipótesepodeserlevantadaemrelaçãoaotamanhodosorganismos. C.formosus possui umcomprimentomenor(médiade847µm)quandocomparado com a maioria das espécies dominantesdoestratoinferior(i.e. M. hirsutum 1390µm, Synonchium sp.1542µm, T. stylum –2930µm).SegundoHeip etal. (1982)animaisdetamanhomaiorsãomaiscomuns doqueosmenoresemestratoscombaixastensõesdeoxigênio,poisestaspermanecemmais úmidasepodemapresentarreduçõesdeoxigenaçãodurante a baixamar. Esta distribuição entre as camadas sedimentares de acordo com o tamanho corporal não seria detectável no Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 112

Ponto Superior, devido à distância deste em relação à linha d’água, onde as camadas sedimentares são mais uniformes em relação à umidade. Os autores relatam ainda que as diferenças verticais podem também ser decorrentes de outras variações morfológicas, com espéciescommaiornúmerodeglândulascaudaisefortecutículasendomaisabundantesem estratos superficiais. No entanto em Tamandaré nenhum destes padrões de distribuição morfológicafoiobservado. Ainda considerando sobre as camadas sedimentares, Ribeiro (1999) estudando a meiofaunadasmesmasamostrasutilizadasnopresentetrabalho,tambémencontrouomesmo padrão, ou seja, diferenças entre os estratos apenas no Ponto Inferior. O referido trabalho explicaquetaisresultadossãoprovavelmentedecorrentesdalocalizaçãodoPontoSuperiorna zonaderetençãoedoPontoInferiorpróximodazona de ressurgência. Em sedimentos na regiãoentremarésafaunaseconcentrariaprincipalmentenazonaderetenção(Silvaetal., 1997),portantonoPontoSuperior,eosanimaisseriamafetadospelaproximidadedazonade ressurgêncianoPontoInferior,gerandoestadiferençaentreosestratosapenasnesteúltimo. AmeiofaunaemTamandaré,segundoSouzaSantos etal. (2003),alémdasdiferenças espaciais,apresentoutambémvariaçõessazonaismarcantes.Osautoresdeterminaramgrupos deassociaçõesmensais,ebaseandosenesseresultadoopresentetrabalhofezcomparaçõesde dadosagrupandoosmesesemquatroestações.Comparando a associação nematofaunística entreas4estaçõesdivididaspreviamentetambémforamencontradasdiferençassignificativas segundo o ANOSIM. Assim, semelhante ao encontrado no Capítulo anterior, a associação nematofaunísticadeTamandarénestacoletatambémapresentouumfortepadrãosazonal.As densidades foram mais elevadas durante os meses mais secos (verão e primavera) demonstrandonovamenteainfluênciadosciclosdechuvas. Giere (1993) enfatizou que a meiofauna, incluindo os Nematoda, é influenciada por muitasvariáveisambientais.EmTamandarénenhumadas variáveis ambientais medidas se destacou como sendo um melhor estruturador da associação nematofaunística, baseandose nas correlações fracas encontradas no BIOENV. Outros estudos realizados na área com a meiofauna ao nível de grandes grupos foram unânimes em sugerir a sazonalidade (ou o conjunto de fatores que apresenta variações tipicamente sazonais) como o fator de maior influência(Souza,1997;Carvalho etal .,1992).SouzaSantos etal .(2003)afirmaramqueos demaisfatoresforamdeinfluênciasecundáriaparaameiofaunaenesteestudoomesmopode ser concluído para a nematofauna. Considerando a quantidade de variáveis ambientais Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 113

medidas nesse estudo e sem nenhum explicar especificamente as mudanças na associação nematofaunísticaparecequeoutrosfatosdevemserlevadosemconsideração. SabesequeamaioriadasespéciesdeNematodaestudadasemrelaçãoaosaspectosdo ciclobiológicotemotempodegeraçãodemenosdeummês,emaisfrequentementepouco mais de uma semana (Moens & Vincx, 1998). É fato conhecido também que variáveis ambientais como temperatura, salinidade e disponibilidade de recurso alimentar afetam o potencialreprodutivodosNematoda(i.e.Tietjen&Lee,1972;Findlay,1982;Moens et al ., 1999).Istoindicaque,sealgumamudançaambientalrelevanteocorreuentreascoletasneste trabalho,ummêsseriatempomaisdoquesuficiente para que houvesse uma mudança na composição ao nível de gêneros/espécies. Por outro lado isto também pode ser uma explicaçãoparaasmudançasnadominânciadaassociaçãonematofaunísticaemTamandaré entreosmeses. Hulings & Gray (1976) sugerem que em praias arenosas temperadas os fatores biológicossãoosmaisimportantesnadeterminaçãodaestruturadacomunidadedemeiofauna noverãoenquantonoinvernoosfatoresfísicoquímicospredominam.Assim,éprovávelque emambientestropicaisumamaiorimportânciadosfatoresbiológicosocorraaolongodetodo o ano, sendo, possivelmente, as interações espécie específicas, como as interações tróficas (Jensen,1987),predominantes.Nopresenteestudo,ondecomofatorambientalbiológicofoi medidoapenasabiomassadomicrofitobentos,adeterminaçãodepadrõesderelaçãoentrea nematofaunaeosfatoresambientaisfica,portanto,bastantelimitada. Neste capítulo, assim como no anterior, os resultados sugerem que as variáveis ambientaisfísicoquímicaspodemnãosersuficientesparaexplicarospadrõesdeassociação nematofaunísticaemumapraiaarenosa.Sugeresedestaformaqueemestudosfuturosqueos fatores biológicos sejam levados em consideração. No caso dos Nematoda detalhes morfológicos como ornamentação da cutícula, tamanho corporal, mecanismos visuais e sensoriais, entre outros, podem ser uma ferramenta auxiliar para compreender padrões de composição e abundância de uma comunidade onde as variáveis ambientais por si só não determinampadrõesclaros. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 114

4.Consideraçõesfinais NoCapítulo1foidiscutidaanecessidadedemaisestudos,envolvendoosNematodaaos níveistaxonômicosbaixos,paraquesepossaterumquadromaiscompletodabiodiversidade danematofaunadoBrasileseuposicionamentoaonívelmundial.Osnovosregistros,emais aindaostáxonsdesconhecidosparaaCiência,encontradosnestetrabalhoapóiamtotalmente estasafirmações. Tantonoestudosobreainfluênciadosestágiosdemaré,comonaquelesobreoefeito dasvariáveisambientais,nãofoiencontradaqualquerrelaçãoentreaflutuaçãodariquezade gêneroseasvariaçõesdadensidadetotaldosNematoda.Esteresultadodemonstraqueoque acontece no ambiente são apenas substituições na composição da associação sem afetar efetivamenteariquezadegêneros. AmarésemostrouumfatordeterminanteparaanematofaunadapraiadeTamandaré, tanto para a estrutura da comunidade como para as populações de algumas espécies. A distribuição também variou espacialmente, mas esta variação foi maior horizontalmente do que verticalmente. Quanto à distribuição vertical, as variações foram dependentes da localizaçãonapraia.Tantoasdiferençashorizontais,comoasverticais,estãopossivelmente relacionadasàumidadediferenciadadascamadassedimentaresquedependedadistânciaem relação à linha d’água e consequentemente da localização das zonas de retenção e de ressurgêncianapraia. Independente das influências da maré ou do espaço de praia, a sazonalidade (ou o conjuntodefatoresqueapresentavariaçõestipicamentesazonais)foiofatorquemaisafetou asassociaçõesnematofaunísticasdeTamandaré.Istoficouevidenteaocompararumgrupode 2mesesdechuvaede2mesesdeseca,assimcomoparaasestaçõesdoanodeumacoletade 12meses.Sugeresecomesteresultadoquemesmoem regiões tropicais a nematofauna é afetada pelas chamadas “mudanças estacionais ou intraanuais”, sendo este fato importante paraconsideraçõesemestudosfuturos. Nenhuma das variáveis ambientais medidas explicou claramente as diferenças na estrutura da comunidade e também não puderam ser explicadas mudanças repentinas na dominânciadegênerosentreummêseoutroimediatamenteposterior.Esteresultadosugere queaescalamensalnãoésuficienteparaentendercompletamenteavariaçãodanematofauna emTamandaré. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 115

Sugerese também, além disso, que detalhes morfológicos podem vir a ser uma ferramentaimportanteparaentenderospadrõesdecomposiçãoeabundânciadosNematoda. Detalhes morfológicos como ornamentação da cutícula, tamanho corporal, mecanismos visuais e sensoriais, entre outros, podem ser uma ferramenta auxiliar para compreender padrõesdecomposiçãoeabundânciadeumacomunidadeondeasvariáveisambientaisporsi sónãodeterminampadrõesclaros. Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 116

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ANEXOS Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 130

AEXO01. ListadegênerosencontradosparaosambientesestudadosnaCostaBrasileira.Asteriscosindicamgênerosdeocorrênciaexclusivaparacadaambiente. PraiasArenosas Estuários Fital IlhasOceânicas BeachRocks Salina Artificial Acantholaimus X X X Acanthonchus X X X X X Acanthopharynx X* Acrobeles X* Actarjania X* Actinonema X X X X Adoncholaimus X X X Aegialoalaimus X X X Ammotheristus X* Amphimonhystera X X Amphimonhystrella X X Anonchus X* Anoplostoma X X X Anticoma X X X Anticomopsis X* Anticyathus X X Antomicron X X Apodontium X* Aponema X X Aporcelaimus X* Araeolaimus X X X Ascolaimus X X X X Assia X* Astomonema X X Atrochromadora X X Axonolaimus X X X X X Barbonema X* Bathyepsilonema X* Bathyeurystomina X X Bathylaimus X X X X X Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 131

PraiasArenosas Estuários Fital IlhasOceânicas BeachRocks Salina Artificial Belbolla X X Gen.ndestetrabalho X* Bolbolaimus X X X X Boucherius X* Calomicrolaimus X X Calyptronema X X X X Camacolaimus X X X X Campylaimus X* Catanema X X Ceramonema X X X Cervonema X* Chaetonema X* Cheironchus X Choanolaimus X* Choniolaimus X Chromadora X X X X X X Chromadorella X X X X X X X Chromadorina X X X X X Chromadorita X X X X X Chromaspirinia X X X X X Chronogaster X* Cobbia X X X X Comesa X* Comesoma X X X X X Conilia X* Crenopharyncx X X X X Cricolaimus X X Croconema X* Cyartonema X X X Cyatholaimus X X X X X Cylicolaimus X X X Cynura X* Cytolaimium X* Dagda X X Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 132

PraiasArenosas Estuários Fital IlhasOceânicas BeachRocks Salina Artificial Daptonema X X X X X X X Dasynemella X* Dasynemoides X X X Demonema X* Desmodora X X X X X X X Desmogerlachia X* Desmolaimus X X X X X X Desmolorenzenia X X Desmoscolex X X X X X Deontolaimus X* Dichromadora X X X X X X X Didelta X* Diodontolaimus X* Diplolaimella X X X X Diplolaimelloides X X X Diplopeltis X X X Diplopeltoides X X Diplopeltula X X Disconema X* Dolicholaimus X X X Doliolaimus X* Dorylaimoides X* Dorylaimopsis X X X Dorylaimus X* Dracognomus X* Dracograllus X* Draconema X X X X Echinodesmodora X* Eleutherolaimus X X X X Elzalia X X Endeolophus X X Enoploides X* Enoplolaimus X X X Enoplus X X X X Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 133

PraiasArenosas Estuários Fital IlhasOceânicas BeachRocks Salina Artificial Epacanthion X X X Epsilonema X X X X Ethmolaimus X X Eubostrichus X X X Eucephalobus X* Euchromadora X X X X X X X Eurystomina X X X X X X Fenestrolaimus X X Filitonchus X* Gammanema X X X Gammarinema X* Gerlachius X* Gnomoxyala X X Gomphionchus X* Gomphionema X X X X Gonionchus X* Graphonema X X X X Halalaimus X X X X X Halaphanolaimus X* Halichoanolaimus X X X X X X Halinema X* Haliplectus X X X Heterocephalobus X* Hopperia X X X Hypodontolaimus X X X X X Ingenia X* Innocuonema X X X Ionema X* Karkinochromadora X X Kosswigonema X* Kraspedonema X X Laimella X X X Latronema X X X Lauratonema X* Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 134

PraiasArenosas Estuários Fital IlhasOceânicas BeachRocks Salina Artificial Leptolaimoides X* Leptolaimus X X X X Leptonchus X* Leptonemella X X Leptosomatum X X X Linhomoeus X X X X X X Linhystera X X Listia X* Longicyatholaimus X X X X X Manunema X* Marylynnia X X X X X X X Megadesmolaimus X X X Mesacanthion X X X Mesacanthoides X* Metachromadora X X X X X X X Metacomesoma X X Metacyatholaimus X X X Metadasynemella X* Metadasynemoides X X Metadesmolaimus X X X Metalinhomoeus X X X X X X X Metaparoncholaimus X X X Metepsilonema X X X X X Metoncholaimus X X X X X X Meyersia X* Microlaimus X X X X X X X Minolaimus X* Molgolaimus X X X X X Monhystera X* Monoposthia X X X X X X Morlaixia X* annolaimoides X X annolaimus X* emanema X X X Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 135

PraiasArenosas Estuários Fital IlhasOceânicas BeachRocks Salina Artificial eochromadora X X X X X X eotonchus X X otochaetosoma X* udora X X X ygmatonchus X X ygolaimus X* Odontanticoma X X Odontophora X X X X X Odontophoroides X* Omicronema X X Onchium X X Oncholaimellus X X X Oncholaimus X X X X X X X Onyx X* Oxyonchus X* Oxystomina X X X X X Paracanthonchus X X X X X X Parachromadorita X X X X Paracomesoma X X X X X X Paracyatholaimoides X X X X Paracyatholaimus X X X X X X Paradesmodora X X X Paradoxorhabditis X* Paraethmolaimus X* Paralinhomoeus X X X X Paralongicyatholaimus X X X X X X Paramesacanthion X X Paramesonchium X X Paramicrolaimus X X Paramonohystera X X X X X Paraphanolaimus X* Parapinnanema X X Parastomonema X* Pareurystomina X X X Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 136

PraiasArenosas Estuários Fital IlhasOceânicas BeachRocks Salina Artificial Parodontophora X X X X Paroxystomina X* Perepsilonema X X X Perspiria X X X Phanoderma X X X X X Phanodermella X* Phanodermopsis X X Pierrickia X X X Platycoma X X Platycomopsis X* Polygastrophora X X X Polysigma X X X X Pomponema X X X X X X Pontonema X X X X Praeacanthanchus X X Prismatolaimus X* Procamacolaimus X X Prochaetosoma X X X Prochromadora X X Prochromadorella X X X X X Promonhystera X X X X X Prooncholaimus X X X X X Prorhynchonema X* Psammonema X X Pselionema X X X X Pseudochromadora X X X X X Pseudolella X* Pseudosteineria X X X X X Pterygonema X* Ptycholaimellus X X X X X Quadricoma X X X X Retrotheristus X X X Rhabditis X X Rhabdocoma X X Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 137

PraiasArenosas Estuários Fital IlhasOceânicas BeachRocks Salina Artificial Rhabdodemania X X Rhinema X* Rhips X X X Rhynchonema X X X X Richtersia X X X Robbea X* Sabatieria X X X X X X X Scaptrella X* Setoplectus X X Setosabatieria X X Sigmophoranema X X X X X Siphonolaimus X X X X Southernia X X Southerniella X X Sphaerolaimus X X X X Spiliphera X X X X Spilophorella X X X X X X Spirinia X X X X X X X Spirobolbolaimus X X X Steineria X X X X Steineridora X X Stephanolaimus X X Stygodesmodora X* Stylotheristus X* Subsphaerolaimus X* Symplocostoma X X X X X Synodonthium X X Synonchiella X X Synonchium X X Synonema X X X Syringolaimus X X X X X X Tarvaia X X Terschellingia X X X X X X X Thalassironus X X Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 138

PraiasArenosas Estuários Fital IlhasOceânicas BeachRocks Salina Artificial Thalassoalaimus X X Thalassomonhystera X X X X X X Theristus X X X X X X X Thoracostoma X X Trefusia X X X Trefusialaimus X* Tricoma X X X X X Tricotheristus X X X X Trileptium X Tripyloides X X X X Trissonchulus X X X X Trochamus X X X Tubolaimoides X* Tylencholaimus X* Valvaelaimus X* Vasostoma X* Viscosia X X X X X X X Wieseria X X X Xenella X X Xenolaimus X* Xyala X* Zygonemella X* Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 139

AEXO 02. Densidades médias dos gêneros encontrados nos estágios da maré durante o estudo da influênciadociclodamaréemTamandaréPE,Brasil. Baixamar Enchente Preamar Vazante Acantholaimus 0,66 0,05 Araeolaimus 0,34 2,24 1,00 Axonolaimus 14,70 33,46 8,18 12,10 Bathylaimus 3,32 4,51 4,24 3,69 Gen.n . 2,95 5,45 5,11 5,42 Calomicrolaimus 2,28 0,92 1,15 9,96 Camacolaimus 0,46 0,16 0,25 1,00 Chromadorita 0,78 0,17 0,52 4,45 Chromaspirinia 0,04 Cynura 0,63 1,86 1,04 2,59 Daptonema 2,08 0,32 7,92 Desmodora 0,04 Dichromadora 1,47 Diodontolaimus 0,26 Elzalia 0,17 Endeolophus 0,06 0,18 1,19 1,03 Enoploides 0,04 Eurystomina 0,46 0,79 0,88 Halalaimus 0,04 Haliplectus 0,29 Innocuonema 0,14 1,47 Latronema 3,88 2,99 3,57 4,82 Lauratonema 0,73 Marylynnia 4,40 5,97 6,52 3,25 Mesacanthion 7,28 2,51 26,60 13,41 Metachromadora 55,30 96,83 74,40 63,07 Metadasynemoides 0,14 Microlaimus 24,54 12,28 14,91 23,49 eochromadora 0,06 0,20 Oxystomina 0,05 1,47 Parachromadorita 0,89 Paracomesoma 0,01 0,05 Paracyatholaimoides 0,20 0,02 0,05 2,57 Paramesonchium 0,05 1,47 Paramonohystera 0,64 0,32 Perepsilonema 50,62 116,50 17,01 53,56 Procamacolaimus 3,33 0,39 4,33 2,90 Pseudosteineria 10,66 0,12 23,39 26,20 Rhynchonema 5,57 Scaptrella 0,05 0,27 Stephanolaimus 0,73 Synonchium 0,23 0,25 Tarvaia 0,01 Theristus 5,72 8,04 3,48 8,06 Trileptium 0,50 0,06 0,58 0,95 Trissonchulus 0,44 0,54 Viscosia 0,54 0,49 1,71 1,96 Wieseria 0,08 0,11 0,04 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 140

AEXO03. Densidades médiasdosgênerosencontradosnos mesesduranteoestudo dainfluênciado ciclodamaréemTamandaréPE,Brasil. Maio Julho Setembro ovembro Acantholaimus 0,71 Araeolaimus 2,67 Axonolaimus 10,04 6,21 20,80 31,39 Bathylaimus 0,21 0,80 14,74 Gen.n. 1,21 2,48 15,24 Calomicrolaimus 12,34 0,09 0,02 1,86 Camacolaimus 0,10 0,88 Chromadorita 5,59 0,08 0,25 Chromaspirinia 0,04 Cynura 1,56 0,07 1,93 2,56 Daptonema 6,33 4,00 Desmodora 0,04 Dichromadora 1,47 Diodontolaimus 0,26 Elzalia 0,17 Endeolophus 0,06 0,51 1,90 Enoploides 0,04 Eurystomina 0,16 0,73 1,24 Halalaimus 0,04 Haliplectus 0,04 0,25 Innocuonema 1,61 Latronema 6,05 0,81 5,70 2,70 Lauratonema 0,74 Marylynnia 3,38 3,24 3,74 9,78 Mesacanthion 9,40 1,97 4,99 33,45 Metachromadora 245,78 25,74 9,06 9,01 Metadasynemoides 0,14 Microlaimus 1,11 6,55 19,36 48,19 eochromadora 0,20 0,06 Oxystomina 1,52 Parachromadorita 0,16 0,73 Paracomesoma 0,06 Paracyatholaimoides 2,64 0,20 Paramesonchium 1,52 Paramonohystera 0,64 0,32 Perepsilonema 5,97 12,50 206,76 12,47 Procamacolaimus 0,20 0,86 9,88 Pseudosteineria 2,59 4,94 8,31 49,98 Rhynchonema 0,12 Scaptrella 0,05 0,27 Stephanolaimus 0,73 Synonchium 0,48 Tarvaia 0,01 Theristus 12,69 3,92 8,08 0,60 Trileptium 0,02 2,08 Trissonchulus 0,54 0,44 Viscosia 1,55 0,11 1,59 1,46 Wieseria 0,23 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 141

Anexo04. Densidadesmédiasdosgênerosencontradosaolongodospontosdecoletaeestratosduranteo estudodecoletaanualemTamandaréPE. PontoInferior PontoSuperior 010cm 1020cm 010cm 1020cm Acantholaimus 0,27 0,86 Anoplostoma 0,43 Axonolaimus 1,46 1,52 2,38 0,72 Bathylaimus 0,25 1,00 1,27 Calomicrolaimus 47,41 9,72 133,06 170,06 Camacolaimus 0,19 Chromadorita 3,87 2,31 4,57 9,97 Chromaspirinia 0,25 Cobbia 0,12 Cricolaimus 8,49 Cynura 0,13 Daptonema 12,35 4,37 1,00 Desmodora 0,33 Desmolaimus 0,86 Dichromadora 0,42 Diplolaimelloides 0,19 0,64 Diplopeltula 2,42 Endeolophus 0,31 Enoploides 1,21 Eubostrichus 3,74 0,42 Eurystomina 0,62 0,51 Halalaimus 13,10 6,80 Innocuonema 0,67 3,81 Latronema 0,70 0,96 68,97 128,17 Lauratonema 0,19 1,21 Marylynnia 7,11 0,86 Mesacanthion 2,78 7,12 113,17 73,12 Metachromadora 4,01 0,71 38,11 64,27 Metadasynemoides 1,26 1,00 Microlaimus 0,28 4,75 2,21 1,81 Molgolaimus 0,05 0,90 emanema 0,67 Odontanticoma 1,34 Oncholaimellus 0,42 16,59 Oncholaimus 0,35 1,00 2,14 Paracyatholaimoides 7,12 4,27 9,04 7,67 Paramesonchium 0,35 Perepsilonema 0,45 0,04 16,58 6,04 Procamacolaimus 0,35 0,05 8,12 Prochromadorella 0,42 Promonhystera 0,25 0,67 Pseudochromadora 0,18 Pseudosteineria 0,54 Rhynchonema 8,23 2,61 1,42 13,00 Southerniella 0,49 Spirinia 4,98 0,72 6,28 Synodontium 0,43 Synonchium 0,42 9,97 3,64 Terschellingia 1,46 0,54 1,61 0,49 Thalassironus 0,18 Theristus 5,96 4,95 15,61 5,20 Tricoma 1,01 1,21 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 142

PontoInferior PontoSuperior 010cm 1020cm 010cm 1020cm Trileptium 3,00 15,17 29,32 95,03 Trissonchulus 0,20 0,55 Tubolaimoides 1,72 Viscosia 1,09 4,34 3,13 14,33 Xyala 0,35 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 143

Anexo05. DensidadesmédiasdosgênerosencontradosaolongodosmesesduranteoestudodecoletaanualemTamandaréPE. Out ov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Acantholaimus 2,58 0,24 2,35 Anoplostoma 1,29 Axonolaimus 5,95 6,77 0,56 4,67 0,76 0,69 8,73 Bathylaimus 11,98 3,82 0,69 Calomicrolaimus 30,87 74,63 279,79 113,43 82,27 357,88 42,08 518,94 41,40 122,53 30,26 171,67 Camacolaimus 2,34 Chromadorita 1,40 1,87 5,05 24,95 3,29 32,46 4,34 16,47 7,67 30,44 Chromaspirinia 0,69 Cobbia 0,34 Cricolaimus 25,47 Cynura 1,59 Daptonema 4,01 2,07 1,29 0,56 13,37 0,31 30,39 2,12 19,56 2,90 25,53 Desmodora 0,90 Desmolaimus 2,58 Dichromadora 1,26 Diplolaimelloides 0,76 1,91 Diplopeltula 7,28 Endeolophus 0,34 2,00 Enoploides 1,94 0,90 2,00 Eubostrichus 0,45 1,82 35,64 0,62 0,76 0,36 1,17 Eurystomina 0,82 0,56 0,68 0,90 1,17 Halalaimus 18,19 3,62 5,16 17,20 18,24 Innocuonema 2,00 0,38 23,95 5,16 Latronema 305,39 192,94 7,25 3,64 2,52 2,34 28,74 54,88 1,17 Lauratonema 3,64 0,56 Marylynnia 16,05 3,35 1,29 0,45 0,76 2,58 Mesacanthion 390,69 128,96 4,65 7,28 2,52 10,32 7,25 18,42 71,10 Metachromadora 137,13 84,07 4,46 0,76 36,69 60,96 20,87 12,30 Metadasynemoides 0,30 11,98 2,89 2,00 Microlaimus 2,00 0,69 0,45 1,12 12,18 2,17 9,90 3,05 11,33 5,13 Molgolaimus 10,87 0,14 emanema 2,00 Odontanticoma 4,01 Oncholaimellus 13,90 25,87 1,26 14,02 6,49 Oncholaimus 0,97 18,11 1,91 1,17 Venekey,V.AtualizaçãodoconhecimentotaxonômicodosNematoda... 144

Out ov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Paracyatholaimoides 13,17 8,54 3,86 13,10 3,79 3,72 15,62 19,43 5,86 2,78 21,19 Paramesonchium 0,97 Perepsilonema 43,12 0,34 72,45 0,90 6,75 Procamacolaimus 23,05 2,42 Prochromadorella 1,26 Promonhystera 2,00 0,69 Pseudochromadora 2,00 Pseudosteineria 6,45 Rhynchonema 1,94 2,76 7,10 25,93 5,67 6,45 0,31 23,23 7,64 7,62 3,73 14,69 Southerniella 1,49 Spirinia 7,36 3,79 0,59 9,72 6,34 3,48 12,35 Synodontium 1,29 Synonchium 21,08 16,37 0,56 11,88 0,69 1,17 Terschellingia 0,97 1,40 3,51 1,26 1,07 1,04 1,49 7,86 Thalassironus 2,00 Theristus 1,38 33,38 6,66 14,49 45,75 40,10 4,03 1,05 5,86 Tricoma 2,58 4,09 Trileptium 222,61 69,21 15,46 25,25 11,23 43,67 0,38 89,72 35,00 1,59 6,03 5,94 Trissonchulus 1,66 2,35 Tubolaimoides 5,16 Viscosia 4,01 7,73 25,47 19,69 9,19 6,48 0,81 4,76 Xyala 0,97