D. Jorge Pede Aos Cristãos Que Assumam a Coragem Da Diferença
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DOMINGO.01.ABR 2018 WWW.DIARIODOMINHO.PT 0,90 € Diretor: DAMIÃO A. GONÇALVES PEREIRA | Ano XCVIII | n.º 31718 António Silva D. Jorge pede aos cristãos que assumam a coragem da diferença SEMANA SANTA P.02-03 Terceiro José Coelho/Lusa José HOJE lugar ganha força O Sporting de Braga património | venceu ontem o Valença-Fontoura Sporting, por 1-0, com golo de Raul Silva (87') e ficou a um ponto dos leões na luta pelo terceiro lugar. Já o Vitória, perdeu ontem, no Estádio da Luz, por 2-0, enquanto o Moreirense foi derrotado por 4-3 frente ao Portimonense. WWW.AUTOFIX.PT AutoFix.lda DESPORTO P.17-21 02 DIÁRIO DO MINHO / DOMINGO / 01.04.18 www.diariodominho.pt Arcebispo de Braga Não quer batizados com vergonha de afirmarem na sociedade a sua fé em Cristo ressuscitado Assumam «a coragem da dife António Silva O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, quer que os cristãos se assumam homens e mulheres de fé em Cristo Ressuscitado, de corpo e alma, perante uma sociedade «onde a religião e a ressurreição estão sob suspeita». Falando na homilia da Missa de Vigília Pascal, o prelado lamentou a «perda de identidade» dos que se afirmam cristãos que acabam por se confundir «com a mentalidade do mundo» e esconderem «a coragem da diferença» que manifesta a sua verdadeira fé. A celebração de ontem contou com o batismo de três adultos. O fogo e a água são os elementos simbólicos mais fortes de uma celebração que revive a passagem da morte à vida de Jesus Cristo ligião e a ressurreição es- a passo, vamos perdendo diferença que expressa mo alguém vivo que nos trarmos com Cristo, que Álvaro Magalhães tão sob suspeita», frisou a nossa identidade. Con- quem somos e em quem seduziu e confiou a tare- algo mude na nossa vida, D. Jorge Ortiga perante fundimo-nos com a men- acreditamos», lamentou. fa de sermos sua presen- que algo escape ao nosso stereótipos. Esta é «a uma Sé Catedral reple- talidade do mundo e es- Assim, prosseguiu «a ça no meio do mundo», controlo ou que simples- pedra que muitas ve- ta de fieis. condemos a coragem da ressurreição significa, nes- exortou. mente os nossos projetos zes a sociedade colo- Para a sociedade oci- te sentido, a vitória sobre O celebrante enume- Eca» no caminho dos dental, a religião cristã e os estereótipos e a liber- rou esta e mais três “pe- cristãos, denunciou on- a verdade fundamental dade de anunciar aqui- dras” que, à imagem da tem à noite o Arcebispo da ressurreição de Cris- lo em que acreditamos». que tapou o corpo de Cris- Primaz, no início da cele- to «são consideradas coi- E, «por mais contraditó- to no sepulcro, também bração da festa em que os sas antiquadas, irracio- Três jovens rio que possa parecer, o impedem o “acesso” do D. Jorge Ortiga católicos de todo o mun- nais e castradoras», disse adultas fizeram mundo aprecia gente li- crente ao seu Senhor. «A quer cristãos do proclamam, com júbi- o prelado. E, «porque gos- a caminhada do vre, pessoas com coluna pedra do medo» é a pe- «com coluna lo, a ressurreição de Je- tamos de nos sentir in- catecumenado vertebral e coragem de as- dra que coloca no cora- vertebral e sus Cristo. tegrados, deixamo-nos, e ontem foram sumir os seus valores. Se- ção do cristão «a semente coragem de «Sabemos que atraves- amiúde, amarrar por es- batizadas na jamos essas pessoas que da dúvida». «Temos me- assumir os samos tempos onde a re- tes estereótipos e, passo Vigília Pascal. ousam falar de Cristo co- do de que, ao nos encon- seus valores». 01.04.18 / DOMINGO / DIÁRIO DO MINHO 03 www.diariodominho.pt Romão.Figueiredo «Cristo ressuscitou, aleluia!». […] Esperança certa, porque desde quando, na aurora Romão.Figueiredo do terceiro dia, Jesus crucificado ressuscitou, a última palavra já não é da morte, mas da vida! Esta é a nossa certeza. A última palavra não é o sepulcro, não é a morte, é a vida! Repitamos: «Cristo ressuscitou». PAPA FRANCISCO erença» e não se escondam pessoais não se realizem», Destaque explicou. Outra é «a pedra do co- António Silva António Silva modismo» que faz acre- Perante a morte de ditar que haverá sempre Cristo, D. Jorge Ortiga alguém disposto a anun- disse que «nenhuma ciar Cristo. «Ninguém po- mãe deveria enterrar de ocupar o lugar de cada o seu filho» e, por isso um. Até porque cada pes- manifestou proximidade soa tem um carisma úni- a todas as que «contra co e um modo irrepetível a ordem natural da de narrar a sua experiên- vida», enfrentam cia», frisou. «feridas profundas «A pedra da medio- e um sentido de vazio cridade» é aquela que que se prolonga por adormece a «dinâmica» muito tempo». do batismo. «Preferimos Mas este facto suscitou ser cristãos mornos que um desafio colocado deixam as coisas correr, aos padres e às marcando a nossa vida por comunidades paroquiais: uma indiferença. Fecha- António Silva o do acompanhamento mos a responsabilidade de pessoas em luto. de anunciar a ressurrei- «Seria importante que ção na gaveta», lamentou as comunidades cristãs, D. Jorge Ortiga. e de modo particular os Este ano, a Vigília Pas- sacerdotes, abraçassem cal ficou marcada pelo o acompanhamento Batizado de três jovens espiritual num período adultas. Trata-se de uma de luto como um ocasião especial de en- autêntico ministério», tronização na fé daque- declarou. A presença les que fizeram um ca- e a esperança, minho preparatório. «geram uma gratidão eterna», concluiu. Simbologia única do Rito Bracarense Procissão da Ressurreição A Semana Santa de Braga tem particularidades António Silva No final da Missa da Vigília Pascal na Sé de Bra- que a tornam única em toda a cristandade, fruto ga realiza-se a singular Procissão da Ressurreição do secular privilégio de poder manter as celebra- que acontece como síntese e contraposição da ções segundo o Rito Bracarense, muito mais ri- também única Procissão Teofórica de Sexta-feira co em símbolos do que o habitual Rito Romano. Santa, que tinha percorrido todo o perímetro in- Um desses ritos é o “Accendite”. Durante a cele- terior da Sé Catedral. bração da Vigília Pascal é notada a presença da fi- Assim, o Santíssimo Sacramento, que estivera gura de um dragão que suporta três velas na boca encerrado na urna sob um manto negro desde o e que são acesas com o "lume novo" ainda no ex- final da cerimónia da Morte do Sennhor, é colo- terior da catedral. Este dragão integra o “Accendi- cado na custódia e trazido para o altar-mor. Or- te”, um ritual de apagar e voltar a acender o Círio ganiza-se a Procissão da Ressurreição pelas na- Pascal, simbolizando o risco que os crentes cor- ves da catedral. De novo no altar-mor, Cristo vivo rem de perderem a fé e do dom que é voltarem a em todo o seu esplendor abençoa toda a assem- ter a fé viva simbolizada no círio pascal. bleia presente. 04 DIÁRIO DO MINHO / Semana Santa / DOMINGO / 01.04.18 www.diariodominho.pt Oração de Laudes de Sábado de Aleluia D. Francisco lembra aos féis que só Cristo nos pode ajudar a «sair dos nossos desertos» António Silva António Silva D. Francisco Senra Coelho presidiu à oração de Laudes na Sé de Braga Foram muitos os fiéis que participaram na oração Carla Esteves no Metropolitano e Pri- lho recor- D. Fran- e se levantou ra Coelho, apelando aos dade que nos convocam macial bracarense. dou toda cisco Senra ao terceiro», presentes para que «per- ao mandamento novo». bispo auxiliar de Bra- Durante a sua alocução, a envol- Coelho disse tempo con- maneçam no silêncio ha- A oração de Laudes, na ga, D. Francisco Sen- D. Francisco Senra Coe- vência que «do silêncio siderado su- bitado pelo amor de Cristo manhã do sábado santo, tra Coelho lembrou, lho fez toda uma alegoria histórica da noite ficiente para e pelas dores da humani- concluiu assim a celebra- oontem, aos fiéis que em torno do silêncio, lem- da épo- brotará Deus refazer ção dos Ofícios do Tríduo tal como quem se perde brando aos cristãos pre- ca em que a aurora». o Homem e Pascal na Sé Primaz, pro- no deserto procura um sentes na Sé Catedral que o profeta vi- toda a criação. longando o louvor a Deus guia, «apenas Cristo nos «foi no absoluto silêncio via, quando o «Deus ama-nos que venceu o pecado e a poderá ajudar a sair dos da morte que Jesus me- povo de Israel tinha com um amor fiel, mes- morte, ainda no silêncio nossos desertos, das nos- lhor nos comunicou até esquecido a sua aliança mo quando o seu povo se Durante a sua contemplativo do mis- sas mortes, e ajudar-nos a onde chega o Amor do Pai com Iavé e acolhera co- esquece da aliança com o alocoção, tério da paixão e Morte saber ler os sinais de es- por nós», revelando assim mo seus os deuses dos po- Pai», sustentou D. Francis- D. Francisco do Senhor. perança que o silêncio que «por nós Ele aceitou vos vizinhos. co Senra Coelho, defen- Sentra Coelho Ontem foram muitos nos propõe». A reflexão a morte do Seu filho e o Para incentivar o povo dendo que «do silêncio elogiou os que se dirigiram à Sé foi proposta pelo Prela- Seu sofrimento». de Israel a renunciar aos da noite brotará a espe- o silêncio, Catedral para participar do durante a celebração Refletindo sobre a lei- ídolos, o profeta Oseias rança da aurora». lembrando que na oração de Laudes, in- do Ofício de Laudes de tura desta celebração, em retirou da sua própria «Sepultados com Cris- foi no silêncio cluindo muitos turistas, Sábado de Aleluia, a que que o profeta Oseias su- experiência a confiança to, também com Deus res- que Jesus nos que na sua maioria, fo- presidiu na Sé Catedral blinha a presença de Deus no Senhor, lembrando suscitaremos para a vida mostrou o ram supreendidos pela de Braga, acompanhado e a Sua ação libertadora, ao povo de Israel que ele eterna através do Batismo», quanto o Pai cerimónia quando visi- pelos membros do Cabi- D.