eiINSERIR CAPA

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PREFEITURA MUNICIPAL DE TIJUCAS DO SUL

PRODUTO 02

ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

REVISÃO DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL E ELABORAÇÃO DO PLANO DE MOBILIDADE MUNICIPAL DE TIJUCAS DO SUL - PARANÁ

FASE 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA

DEZEMBRO DE 2020 - FEVEREIRO DE 2021

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

APRESENTAÇÃO

O presente documento técnico compõe o PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01, produzido na Fase 02, que objetiva construir a primeira parte do diagnóstico municipal para a Revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) e a Elaboração do Plano Municipal de Mobilidade (PMM) de Tijucas do Sul - Paraná - Brasil, decorrente do Edital de Tomada de Preço nº 04/2019 e do Contrato de Prestação de Serviços nº 46/2020, celebrado no dia 16 de outubro de 2020 entre a URBTECTM - Engenharia, Planejamento e Consultoria e a Prefeitura Municipal de Tijucas do Sul - Paraná, cuja Ordem de Serviço foi emitida em 19 de outubro de 2020.

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

PREFEITURA MUNICIPAL DE TIJUCAS DO SUL

JOSÉ ALTAIR MOREIRA PREFEITO MUNICIPAL DE TIJUCAS DO SUL

CLAUDEMIR PEREIRA DA ROCHA VICE-PREFEITO MUNICIPAL

JHENNEFER LORRAINNY SANTOS ALCALDE PROCURADORA JURÍDICA

HÉLIO MARCOS DE OLIVEIRA SECRETÁRIO MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO

ANTÔNIO ARINALDO ROCHA SECRETÁRIO MUNICIPAL DE AGRICULTURA

MARILDA DE FÁTIMA ALVES MOREIRA SECRETÁRIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E CIDADANIA

CLODOMIR FERREIRA DA ROCHA SECRETÁRIO MUNICIPAL DE CULTURA E ESPORTE

DANILO JOSÉ DOS SANTOS SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

ALAN ALVES MOREIRA SECRETÁRIO MUNICIPAL DE FINANÇAS

JOSE ANTÔNIO DOS SANTOS SECRETÁRIO MUNICIPAL DE INFRAESTRUTURA, VIAÇÃO E OBRAS

JULIANO DOS SANTOS SECRETÁRIO MUNICIPAL DE INDÚSTRIA, COMÉRCIO E TRABALHO

SEBASTIÃO CORDEIRO DE LIMA SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE

MANOEL MARCOS DA SILVA SECRETÁRIO MUNICIPAL DE TURISMO E MEIO AMBIENTE

THAIS BECKER DE SOUZA | COORDENADORA DOS PLANOS DIRETOR E DE MOBILIDADE DEPARTAMENTO DE LICITAÇÕES

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

EQUIPE TÉCNICA MUNICIPAL - ETM INSTITUÍDA PELO DECRETO MUNICIPAL Nº 3.330/2019 - ALTERADA PELO DECRETO Nº 3.620/2021

AMANDA VALENGA | ENGENHEIRA CIVIL

ELAINE CASTRO NEVES | MÉDICA VETERINÁRIA

HENRIQUE RAFAEL DOS SANTOS ARRUDA | FISCAL DE POSTURAS

LETICIA CORDEIRO DE LIMA | FISCAL DE MEIO AMBIENTE

ALEKSANDER VERSALLI PEREIRA | ENGENHEIRO CIVIL

SONIA GAMA RUBERTI BIRSKIS | ADVOGADA

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

GRUPO DE ACOMPANHAMENTO - GA INSTITUÍDO PELO DECRETO MUNICIPAL Nº 3.605/2021

MARCIO JOEL FERREIRA | TITULAR MARCOS RAFAEL WIMMER | SUPLENTE CONCIDADE DE TIJUCAS DO SUL E CICLOTURISMO

OLDAIR DA COSTA | TITULAR LEANDRA MOCELIN PANDOLFO | 1º SUPLENTE ACETIS - ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E EMPRESARIAL DE TIJUCAS DO SUL

ANTÔNIO CLAUDIO MARTINS | TITULAR ROSILDA MATEUS DE OLIVEIRA | SUPLENTE APAE - ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS DE TIJUCAS DO SUL

ELIZANGELA DE FATIMA JAREK | TITULAR IGOR CAIQUE DE LIMA | SUPLENTE ASSOCIAÇÃO DE MORADORES - TABATINGA E CENTRO

CARLOS CEZAR THEURER | TITULAR WILLIAN MAOSKI PEREIRA | SUPLENTE LOCALIDADE DE LAGOINHA

JUCIELE DE FATIMA LASKA | TITULAR SINDERLEY ARMANDO ZATTONI | SUPLENTE LOCALIDADE DE

LUIZ VIGNOLA | TITULAR GILSON JOÃO AMORIM | SUPLENTE SEGMENTO INDUSTRIAL

FERNANDO CEZANOSKI | TITULAR WALTER LEÃO GUIMARÃES | SUPLENTE SEGMENTOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E IMOBILIÁRIO

ANTÔNIO CÉSAR MATUCHESKI | TITULAR GUILHERME PIEKARSKI CLAUDINO | SUPLENTE ROTARY CLUB DE TIJUCAS DO SUL

JULIANO MORO BATISTA | TITULAR EDUARDO FELGA GOBBI | SUPLENTE UESTI - UNIÃO DOS ESTUDANTES DE TIJUCAS DO SUL E DAS UNIVERSIDADES

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

EQUIPE TÉCNICA DE CONSULTORA - URBTECTM

GUSTAVO TANIGUCHI | MSC. ENGENHEIRO CIVIL COORDENADOR TÉCNICO

MANOELA FAJGENBAUM FEIGES | MSC. ARQUITETA URBANISTA COORDENADORA OPERACIONAL

NAOMI DE PAULA SCHEER| ESP. ARQUITETA URBANISTA COORDENADORA ADJUNTA E REPRESENTANTE DA CONSULTORA

ALTAIR ROSA | DR. ENG. AMBIENTAL FABIANA MARCON BETTU HERBST | ESP. GEÓLOGA

GUSTAVO COSTA FERNANDES | ARQUITETO URBANISTA

LUCIANE LEIRIA TANIGUCHI | MSC. ADVOGADA MÁXIMO ALBERTO SILVA MIQUELES | ENGENHEIRO CARTÓGRAFO

PAULO VICTOR GREIN | JORNALISTA E FACILITADOR

TAMI SUZCHMAN | DRA. ARQUITETA URBANISTA

VANESSA DE CARLI GOMES | ENGENHEIRA CIVIL

VICENTE BERARDI NETO | ENGENHEIRO CIVIL

EQUIPE TÉCNICA

HEBER FONTANINI LUIZ GUILHERME TAVARES MARIA EDUARDA DIRCKSEN AGUIAR SABRINA ZMINKO KURCHAIDT ESTAGIÁRIOS DE ARQUITETURA E URBANISMO

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

SIGLAS

ACP ATIVIDADES CARACTERÍSTICAS DO TURISMO ADETUR AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO DA REGIÃO ANM AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO APA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL APP APP DE PRESERVAÇÃO PERMANETENTE BACEN BANCO CENTRAL CA COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO CFEM COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELA EXPLORAÇÃO DE RECURSOS MINERAIS CGM CONSELHO GESTOR DOS MANANCIAIS CIPS CONSÓRCIO INTERGESTORES PARANÁ SAÚDE CNM CONFERÊNCIA NACIONAL DE MUNICÍPIOS COMEC COORDENAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE COMESP CONSÓRCIO METROPOLITANO DE SAÚDE DO PARANÁ COMTURMA CONSELHO MUNICIPAL DE TURISMO E MEIO AMBIENTE CONAMA CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE CONCIDADE CONSELHO DA CIDADE DE TIJUCAS DO SUL CONRESOL CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL PARA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS COPEL COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA DER DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO PARANÁ DNIT DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES EC ESTATUTO DA CIDADE ECA ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE EIV ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA ETM EQUIPE TÉCNICA MUNICIPAL FEMULI FEIRA MUNICIPAL DO LIVRO FEMUSPOP FESTIVAL DE MÚSICA SERTANEJA E POPULAR DE TIJUCAS DO SUL FJP FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO GA GRUPO DE ACOMPANHAMENTO GIS GEOGRAPHIC INFORMATION SYSTEM (EM PORTUGUÊS, SIG) HIS HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL IAT INSTITUTO ÁGUA E TERRA IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

IDHM ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL INCRA INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA IPARDES INSTITUTO PARANAENSE DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL ITCG INSTITUTO DE TERRAS, CARTOGRAFIA E GEOLOGIA DO PARANÁ LUOS LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO MPPR MINISTÉRIO PÚBLICO DO PARANÁ NUC NÚCLEO URBANO CENTRAL PAI PLANO DE AÇÃO E INVESTIMENTOS PDM PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO MUNICIPAL PEA POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA PEUC PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIOS PIT PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO DO TRANSPORTE PMM PLANO MUNICIPAL DE MOBILIDADE PNMU POLÍTICA NACIONAL DE MOBILIDADE URBANA RIVI RELATÓRIO DE ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA SANEPAR COMPANHIA DE SANEAMENTO DO PARANÁ SECOVI SINDICATO DA HABITAÇÃO E CONDOMÍNIOS SEDU SECRETARIA DO DESENVOLVIMENTO URBANO E OBRAS PÚBLICAS SIG SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS SIGPROM SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO E PROTEÇÃO AOS MANANCIAIS SMICT SECRETARIA MUNICIPAL DE INDÚSTRIA, COMÉRCIO E TRABALHO TR TERMO DE REFERÊNCIA UC UNIDADE DE CONSERVAÇÃO VA VALOR ADICIONADO

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

SUMÁRIO

1. Introdução ...... 55

1.1. Revisão do Plano Diretor Municipal ...... 56

1.2. Elaboração do Plano Municipal de Mobilidade ...... 58

1.3. Análise Temática Integrada - Parte 01 ...... 61

2. Análise do Plano Diretor Vigente: Leis e instrumentos ...... 65

2.1. Lei do Plano Diretor Municipal de Tijucas do Sul ...... 68

2.2. Instrumentos de Ordenamento Territorial ...... 70

2.2.1. Macrozoneamento Municipal ...... 70

2.2.2. Leis dos Perímetros Urbanos de Tijucas do Sul ...... 55

2.3. Instrumentos do Estatuto da Cidade ...... 55

2.3.1. Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS ...... 57

3. Inserção Regional ...... 61

3.1. Contexto Regional Metropolitano ...... 61

3.2. Migração e Movimento Pendular ...... 65

3.3. Áreas de Proteção Ambiental e de Interesse de Proteção de Mananciais ...... 69

3.4. Regulamentações de uso e ocupação do solo nas divisas municipais ...... 55

3.5. Consórcios Intermunicipais ...... 64

3.5.1. Consórcio Intergestores Paraná Saúde - CIPS ...... 65

3.5.2. Consórcio Metropolitano de Saúde do Paraná - COMESP ...... 65

3.5.3. Consórcio Intermunicipal - Gestão de Resíduos Sólidos - CONRESOL ...... 66

4. Aspectos Socioeconômicos ...... 55

4.1. Caracterização e Dinâmica Demográfica ...... 55

4.2. Estrutura Etária ...... 58

4.3. Incidência de Deficiências Permanentes ...... 60

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

4.4. Índice de Desenvolvimento Humano - IDH ...... 61

4.5. Dinâmica Socioeconômica ...... 55

4.5.1. Relação Anual de Informações Sociais - RAIS ...... 57

4.5.2. Composição do PIB Municipal ...... 59

4.6. Programas e Projetos Municipais de Desenvolvimento Econômico ...... 61

4.7. Atividades Minerárias ...... 63

4.7.1. Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais ...... 55

4.8. Atividades Turísticas ...... 58

4.8.1. Aspectos institucionais do Turismo em Tijucas do Sul ...... 64

4.8.2. Atrativos Turísticos ...... 65

4.8.3. Rotas e Circuitos Turísticos ...... 55

4.8.4. Monumentos e Obras ...... 59

4.8.5. Eventos Anuais ...... 60

5. Referências ...... 55

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Umbrais à ocupação urbana na RMC, como na divisa entre SJP e Tijucas do Sul...... 69 Figura 2 - APA de Guaratuba em Tijucas do Sul...... 72 Figura 3 - Faixas de Desenvolvimento Humano Municipal...... 61 Figura 4 - Morro do Araçatuba e Campos do Quiriri...... 59 Figura 5 - Categorias dos municípios integrantes da Rotas do Pinhão...... 60 Figura 6 - Resultados dos questionários extraídos do Relatório do PDM vigente (2009)...... 61 Figura 7 - Rio São João e a Cachoeira do Recanto do Saltinho...... 66 Figura 8 - Residência de Sergius Erdelyi e mapa da Rota Rural Sergius Erdelyi...... 56 Figura 9 - Caminhadas Internacionais na Natureza: Pinhal dos Borges e Postinho...... 57 Figura 10 - Caminhadas Internacionais na Natureza: venda de produtos e visita à igreja...... 57 Figura 11 - Monumento à Nossa Senhora de Fátima e esculturas de Sergius Erdelyi...... 59 Figura 12 - CTG Cabanha Potro Chucro e Etapa Tijucas do Sul do Circuito Barretos de . 61 Figura 13 - Capela Santo Antônio em Lagoa e Capela de São Francisco...... 61

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

ÍNDICE DE MAPAS

Mapa 1 - Macrozoneamento Municipal de Tijucas do Sul...... 55 Mapa 2 - Perímetros Urbanos...... 55 Mapa 3 - Perímetro Urbano - Sede...... 55 Mapa 4 - Perímetro Urbano - Lagoa...... 56 Mapa 5 - Perímetro Urbano - Lagoinha...... 57 Mapa 6 - Perímetro Urbano - Campina...... 58 Mapa 7 - Perímetro Urbano - Tabatinga...... 59 Mapa 8 - Zoneamento de Uso do Solo Urbano...... 55 Mapa 9 - Macrozoneamento de Mineração da RMC...... 55 Mapa 10 - Substâncias e processos minerários...... 55 Mapa 11 - Direitos Minerários...... 55 Mapa 12 - Direitos minerários e Zonas do Plano Diretor de Mineração da RMC...... 55 Mapa 13 - Atrativos Turísticos de Tijucas do Sul...... 55 Mapa 14 - Rotas Turísticas de Tijucas do Sul...... 55

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 - Legislação correlata ao Plano Diretor vigente...... 66 Quadro 2 - Instrumentos da Política Urbana em Tijucas do Sul...... 69 Quadro 3 - Macrozoneamento Municipal: Macrozonas e Eixos...... 71 Quadro 4 - Alterações nos Perímetro Urbanos de Tijucas do Sul...... 58 Quadro 5 - Instrumentos mínimos obrigatórios conforme determina o Estatuto da Cidade. ... 55 Quadro 6 - Zonas da APA de Guaratuba da Unidade de Gestão da BR-376 incidentes em Tijucas do Sul...... 55

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Parâmetros de Ocupação do Solo - ZEIS em Tijucas do Sul...... 58 Tabela 2 - Nível de Integração Metropolitana, População (2000-2010), Taxa de Urbanização e Projeção Populacional (2021, 2025 e 2030)...... 63 Tabela 3 - Fluxos pendulares relativos à RMC com origem em Tijucas do Sul (2000)...... 66

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

Tabela 4 - População de Tijucas do Sul com Local de Trabalho em Outro Município (2010), por seções de atividades...... 67 Tabela 5 - Partes do Município em Áreas de Proteção Ambiental: Mananciais e APA...... 71 Tabela 6 - Evolução da população de Tijucas do Sul (1970 - 2010)...... 55 Tabela 7 - População total, urbana e rural e Taxa de Crescimento Geométrico (2000-2010). .. 56 Tabela 8 - Distribuição de Gênero em Tijucas do Sul, 2013 e 2017...... 60 Tabela 9 - População Censitária segundo local de Domicílio e Gênero (2010)...... 60 Tabela 10 - População com deficiência permanente (2010)...... 61 Tabela 11 - Composição do IDHM de Tijucas do Sul (2000 e 2010)...... 62 Tabela 12 - População Economicamente Ativa e Ocupada em Tijucas do Sul (2010)...... 55 Tabela 13 - Ranking da Renda Média Mensal Domiciliar per capita da RMC (2010)...... 56 Tabela 14 - Estabelecimentos e Empregos de Tijucas do Sul agrupados por Atividades (2019). 58 Tabela 15 - Valor Adicionado Fiscal por Atividade (2019) ao PIB Municipal...... 59 Tabela 16 - Substâncias minerais requeridas no município de Tijucas do Sul em 2019-2020. ... 55 Tabela 17 - Fases de tramitação de processos ativos no município de Tijucas do Sul...... 55 Tabela 18 - Alíquotas vigentes por substância mineral para cálculo da CFEM...... 55 Tabela 19 - Valores arrecadados por substância CFEM no ano base 2020...... 56 Tabela 20 - Arrecadação do CFEM por substância em Tijucas do Sul no ano base 2020...... 57

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

1. INTRODUÇÃO

O desenvolvimento dos trabalhos de Revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) e de elaboração do Plano Municipal de Mobilidade (PMM) de Tijucas do Sul deverá seguir as instruções estabelecidas pelo Termo de Referência (TR) - Anexo I do Edital de Tomada de Preço nº 04/2019 e pelo Plano de Trabalho entregue pela consultora (PRODUTO 01).

O PDM vigente em Tijucas do Sul foi instituído pela Lei Complementar nº 242/2010, enquanto o PMM será o primeiro do município em questão.

O presente documento corresponde à primeira parte da Análise Temática Integrada de Tijucas do Sul, dentre três relatórios que serão desenvolvidos durante a Fase 02. Serão apresentados dados, informações e análises sobre os seguintes temas:

▪ Legislação e instrumentos urbanísticos do Plano Diretor vigente;

▪ Inserção Regional de Tijucas do Sul;

▪ Aspectos Socioeconômicos.

O conteúdo apresentado neste documento objetiva cumprir com os itens do TR listados a seguir (a numeração está conforme o apresentado pelo TR):

3.5. Caracterização socioeconômica;

3.6. Projeção populacional;

3.12. Turismo;

3.13. Análise legislativa;

3.15. Levantamento dos perímetros de uso mineral (extração).

Os itens acima foram complementados por dados, informações e estudos de fontes e órgãos oficiais, visando o cumprimento das análises necessárias para a composição de um diagnóstico que de fato reconheça a realidade atual de Tijucas do Sul, bem como as projeções e tendências futuras, de forma a embasar adequadamente as diretrizes e as propostas a serem desenvolvidas na próxima fase de trabalho (Fase 03).

No Plano de Trabalho entregue (PRODUTO 01) foi indicado que os itens a seguir seriam incorporados a este primeiro relatório, no entanto, com a mudança da gestão municipal, entre 2020 e 2021, seu conteúdo foi redirecionado para a Parte 03 do Produto:

3.3. Planejamento e gestão urbana do município;

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

3.14. Estrutura e funcionamento dos conselhos municipais existentes.

Estes itens correspondem às análises sobre os “Aspectos Institucionais”, que tratarão da avaliação da estrutura administrativa municipal dedicada ao planejamento, gestão e controle territorial e de assuntos relativos à mobilidade. Da mesma forma, o item que avalia o conteúdo previsto pelo Plano de Ação e Investimentos do Plano Diretor vigente também foi redirecionado para a próxima etapa.

1.1. Revisão do Plano Diretor Municipal

O Plano Diretor Municipal (PDM) é o principal instrumento de planejamento e gestão da política de desenvolvimento territorial e de expansão urbana de um município.

Conforme estabelecido na Constituição Federal (1988) e na Lei Federal nº 10.257/2001 - Estatuto da Cidade, o PDM tem como objetivo principal orientar as ações do poder público de modo a compatibilizar os interesses coletivos da sociedade, promover a equidade socioterritorial e o desenvolvimento sustentável. Assim, deve contemplar o planejamento territorial e as dinâmicas das áreas urbanas e rurais.

É no Plano Diretor onde são definidas as diretrizes para o alcance do desenvolvimento municipal sustentável, além de estabelecidas as ações prioritárias a serem implantadas pelo poder público em um horizonte máximo de dez anos.

Conforme dispõe o TR, o PDM visa definir objetivos, diretrizes e ações para a política municipal de desenvolvimento territorial, sendo pautado nas diretrizes gerais definidas pelo art. 2º do Estatuto da Cidade e pela Resolução nº 34 do Ministério das Cidades:

I. Direito à cidade sustentável, que compreende os direitos à terra urbana, moradia, saneamento ambiental, infraestrutura urbana, transporte, serviços públicos, trabalho e lazer;

II. Gestão democrática, que compreende a participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;

III. Planejamento do desenvolvimento urbano da distribuição espacial da população e das atividades econômicas do município e do território na sua área de influência, de modo a evitar e corrigir distorções do crescimento urbano e efeitos negativos

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

sobre o meio ambiente e a sociedade.

Visto sua importância, o Estatuto da Cidade exige que os municípios com mais de 20 mil habitantes elaborem seus Planos Diretores Municipais.

O município de Tijucas do Sul, integrante da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), apesar de possuir população inferior (17.084 habitantes)1, elaborou seu PDM entre 2009 e 2010, em atendimento à obrigatoriedade de desenvolvimento deste instrumento por todos os municípios que são integrantes de regiões metropolitanas (conforme disposto no art. 41 do Estatuto da Cidade).

A legislação federal exige também a atualização da Lei do Plano Diretor dentro do prazo máximo de dez anos. Desta forma, a revisão do PDM de Tijucas do Sul se faz necessária, visto que completou sua vigência em 2020, uma vez que foi instituído pela Lei Complementar nº 242, de 27 de dezembro de 2010.

O processo de construção coletiva do Plano Diretor, que completa uma década, deverá contar com a participação popular ativa para a revisão de seus objetivos e diretrizes de desenvolvimento para o ano de 2030. Neste processo, o papel do poder público é fundamental, assim como é essencial a inclusão da participação popular no processo de planejamento.

É importante destacar ainda a característica predominantemente rural de Tijucas do Sul: conforme dados censitários de 2010 (IBGE), 84% dos domicílios eram rurais na época. Diante desta circunstância, o Plano Diretor, além de constituir o instrumento básico da política urbana, deve abranger a totalidade territorial do município e tratar de todos os assuntos de interesse local, contemplando o desenvolvimento da área rural no que diz respeito às relações e dinâmicas campo-cidade; à estrutura das vilas e núcleos rurais; à prestação de serviços; localização de equipamentos rurais; turismo rural; localização de atividades produtivas; e às medidas de preservação e de proteção ambiental.

Diante da baixa taxa de urbanização de Tijucas do Sul, é importante esclarecer qual o âmbito da competência do poder público municipal e da abrangência de intervenção possibilitada pelos planos a serem desenvolvidos.

Conforme publicação do Instituto Pólis, organizada por Paula Santoro (POLIS, 2004), é

1 Estimativas populacionais do IBGE para 2020. Na época de elaboração do Plano Diretor (2010), o Censo Demográfico (IBGE) registrou 14.537 habitantes em Tijucas do Sul.

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

recomendado que, na elaboração do Plano Diretor, sejam contempladas ainda outras questões voltadas para o meio rural, como o combate à pobreza e a segurança alimentar e nutricional.

Outra questão de suma importância é a tratativa da regulamentação do parcelamento do solo rural. Essa é uma competência federal, que cabe ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), órgão responsável pelo estabelecimento dos módulos mínimos das unidades de produção agrícola nas diversas regiões brasileiras.

Os municípios, por sua vez, têm a responsabilidade constitucional de legislar sobre os assuntos de interesse local, os quais incluem a regulação das formas de uso, ocupação e parcelamento do solo no território municipal como um todo. Portanto, é reconhecida a responsabilidade de exercer a regulação envolvendo negociações e articulações com o INCRA.

Assim, para a efetiva elaboração deste trabalho cabe o reconhecimento desta realidade municipal específica e o estudo de outros estudos e planos elaborados para municípios de realidade semelhante: pequeno porte e essencialmente rurais, cujo contexto urbano e a estrutura socioeconômica são distintos daqueles de concentrações urbanas de maior porte - os principais alvos dos instrumentos do Estatuto da Cidade.

1.2. Elaboração do Plano Municipal de Mobilidade

O Plano Municipal de Mobilidade é o instrumento de efetivação da Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU). É um Plano Setorial que deve contemplar o planejamento dos diferentes modos e serviços de transportes e de circulação, conforme a Lei Federal nº 12.587/2012.

Tem como objetivos principais orientar as ações do poder público de modo a compatibilizar os interesses coletivos da sociedade para o desenvolvimento sustentável e o acesso universal à cidade, aos bens e serviços.

A Lei Federal que dispõe sobre a PNMU, define as bases para o planejamento e a gestão da acessibilidade e da mobilidade de pessoas e de cargas no território nacional, além de orientar, instituir diretrizes para a legislação local e regulamentar a política de mobilidade urbana.

A PNMU é orientada pelas seguintes diretrizes, as quais devem ser inclusas ao Plano de

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

Mobilidade de Tijucas do Sul:

▪ integração com a política municipal de desenvolvimento urbano e respectivas políticas setoriais de habitação, saneamento básico, planejamento e gestão do uso do solo;

▪ priorização dos modos de transportes não motorizados (“ativos”) sobre os motorizados e dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado;

▪ integração entre os modos e serviços de transporte urbano;

▪ mitigação dos custos ambientais, sociais e econômicos dos deslocamentos de pessoas e cargas na cidade;

▪ incentivo ao desenvolvimento científico-tecnológico e ao uso de energias renováveis e menos poluentes;

▪ priorização de projetos de transporte público coletivo estruturadores do território e indutores do desenvolvimento urbano integrado.

O conceito de mobilidade trata da causa e da consequência da expansão urbana, do desenvolvimento socioeconômico e da distribuição espacial das atividades no território. Este conceito agrega quatro complementos: a inclusão social, a sustentabilidade ambiental, a gestão participativa e a democratização do espaço público.

O deslocamento de pessoas e mercadorias no território influencia fortemente os aspectos sociais e econômicos do desenvolvimento municipal, sendo a maior ou a menor necessidade de deslocamentos definida pela localização das atividades no meio físico.

O conceito da mobilidade sustentável trata, por sua vez, da capacidade de deslocamento de pessoas, bens e mercadorias em equilíbrio com o desenvolvimento econômico, social e ambiental da sociedade humana.

Enquanto isso, a acessibilidade corresponde à condição do indivíduo de deslocamento dentro de suas capacidades individuais, com autonomia e condições seguras.

Na elaboração do Plano Municipal de Mobilidade (PMM) - e da concomitante revisão do Plano Diretor (PDM) -, deverá ser definido um conjunto de diretrizes e ações estratégicas que permitam a integração entre a mobilidade e os demais instrumentos de planejamento existentes em Tijucas do Sul, bem como a consonância entre tais ações e

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

os princípios da Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU).

Importante esclarecer que, apesar da política nacional direcionar-se à “escala urbana”, a abrangência do escopo de um Plano de Mobilidade trata do tema na totalidade do território municipal. Assim, como o Plano Diretor, o Plano de Mobilidade abrangerá as áreas urbanas e rurais de Tijucas do Sul.

Define-se como princípio do PMM, o estabelecimento de uma visão da circulação que oriente o uso do solo por meio da mobilidade sustentável, priorizando a mobilidade das pessoas, independentemente do modo de locomoção adotado, possibilitando a acessibilidade a todos: idosos, crianças, pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida. Determina-se que sejam contemplados nos Planos de Mobilidade não apenas os temas tradicionalmente tratados em Planos Diretores de Transporte, mas também, questões relativas ao transporte coletivo, ao tratamento dos modais não motorizados (“modais ativos”) e ao transporte de bens e mercadorias.

Ademais, o PMM deverá permear as dimensões ambiental, social e econômica. Como complemento ao Plano Diretor vigente (2010) e de efetivação da Política Nacional de Mobilidade Urbana, o PMM deve proporcionar uma visão estratégica, estabelecendo as diretrizes gerais dos sistemas de mobilidade que serão regulamentadas em lei.

Segundo o TR deste trabalho, ainda se destaca uma série de aspectos e serviços comuns a ambos os planos, como: a participação popular, tanto em oficinas como nas audiências públicas; os dados e projeções socioeconômicas; as pesquisas de campo; os diagnósticos da realidade municipal e sobre as legislações vigentes; o conhecimento e avaliação da estrutura administrativa e da gestão municipal; o levantamento e diagnóstico do desenvolvimento territorial; entre outros.

Portanto, a oportunidade do desenvolvimento de ambos os planos de forma simultânea trará economia de recursos ao realizá-los, melhorando os resultados na efetividade dos estudos, da elaboração e da sua implantação.

Além disso, a elaboração concomitante da revisão do Plano Diretor e da elaboração do Plano Municipal de Mobilidade constitui uma oportunidade ímpar de assegurar suas complementariedades de escopo, sobretudo, devido à relação intrínseca entre o planejamento e o ordenamento do território, dos usos e das formas de ocupação do solo, com o planejamento da circulação, dos modos de transporte e da acessibilidade à cidade, à habitação, aos bens e serviços.

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

1.3. Análise Temática Integrada - Parte 01

A Análise Temática Integrada de Tijucas do Sul corresponde ao reconhecimento dos principais desafios, problemáticas e oportunidades a serem trabalhados pelo município nos próximos anos, integrando as “leituras do território” sob os pontos de vista técnico e da comunidade.

A Leitura Técnica do território corresponde à elaboração de estudos e análises sobre diversos temas afeitos à realidade e às dinâmicas municipais, tratando das áreas urbanas e rurais de Tijucas do Sul.

São análises embasadas por dados, levantamentos de campo, informações e estudos de viés técnico que, em grande parte, derivam de dados disponibilizados de fontes e órgãos oficiais. As análises técnicas são realizados pela equipe consultora, em trabalho conjunto com os técnicos e servidores da Prefeitura Municipal.

Para tanto, estão em realização os levantamentos e visitas de campo, bem como as pesquisas de dados primários e secundários sobre Tijucas do Sul, além de compiladas informações sobre a realidade atual do município, com o objetivo central de atualizar o conteúdo do relatório que embasou o Plano Diretor vigente, elaborado em 2009 por uma consultoria especializada, supervisionada pelo Paranacidade.

A Leitura Comunitária, por sua vez, deriva das percepções da população de Tijucas do Sul e região, a qual, através dos espaços de participação democrática disponibilizados (como eventos públicos, oficinas e outros canais de comunicação física ou virtual), é convidada a contribuir com informações sobre suas localidades e com a composição do diagnóstico da realidade municipal, informando, refletindo, debatendo e sugerindo sobre quais os principais desafios e potencialidades existentes no município.

A integração entre a Leitura Técnica e a Leitura Comunitária constituirá a chamada “Análise Temática Integrada”, que servirá como subsídio para a definição e elaboração das propostas para o desenvolvimento sustentável municipal e da mobilidade de Tijucas do Sul.

Conforme indicado pelo Termo de Referência (TR) para a elaboração deste trabalho, a Análise Temática Integrada está estruturada em três partes:

(1) Parte 01 (presente produto), apresenta os seguintes temas:

▪ Análise do Plano Diretor Municipal vigente: análise do arcabouço legal correlato

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

ao Plano Diretor de Tijucas do Sul, vigente pela Lei Complementar nº 242/2010, no qual são avaliados os instrumentos jurídicos e de ordenamento territorial e as demais legislações urbanísticas que o compõe, como a Lei de Uso e Ocupação do Solo e a Lei dos Perímetro Urbanos;

▪ Inserção Regional: aborda os cenários do contexto regional de Tijucas do Sul, identificando externalidades, interdependências, articulações, dinâmicas, serviços e infraestruturas regionais que extrapolam o território municipal e/ou que têm impacto sobre o contexto intramunicipal e que, portanto, devem ser considerados no planejamento do município;

▪ Aspectos Socioeconômicos: caracterização socioeconômica de Tijucas do Sul, com vistas a atualizar os dados da realidade municipal utilizados na época de elaboração do Plano Diretor vigente, em 2009; abordar e analisar as dinâmicas sociais e econômicas do município.

(2) Parte 02 (próximo produto), que apresentará os seguintes temas:

▪ Aspectos Socioespaciais: tratará sobre a organização do território municipal, da estruturação de usos e ocupação da área rural e dos perímetro urbanos; da evolução da ocupação urbana; dos territórios de povos tradicionais; das conformidades de usos e formas de ocupação e parcelamento do solo urbano; e das tendências de expansão urbana;

▪ Aspectos Fundiários e Habitacionais: tratará da patrimônio fundiário público; da política municipal de habitação de Tijucas do Sul; do Plano Local de Habitação de Interesse Social; dos valores da terra, do déficit habitacional e das condições de acesso à moradia digna; identificação de possíveis irregularidades fundiárias, de ocupações e parcelamentos clandestinos e/ou irregulares e daqueles em situação de risco;

▪ Aspectos Ambientais: abordará desde os serviços ecossistêmicos, sobre as Unidades de Conservação existentes no município; dos parques; fauna e flora, recursos hídricos; hidrogeologia; geologia; geomorfologia; locais com risco ambiental à ocupação; pedologia municipal (solos); focos de poluição, de risco ou de perigo; dentre outros aspectos relacionados ao tema;

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

▪ Infraestruturas e Serviços: análises sobre os sistemas de infraestruturas e serviços de saneamento ambiental (abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem pluvial, manejo de resíduos sólidos e limpeza e varrição públicas); sobre os cemitérios; energia elétrica; iluminação pública; comunicações;

▪ Equipamentos Públicos: análises sobre a capacidade de atendimento, condições físicas e distribuição espacial dos equipamentos de Educação; Saúde; Assistência Social; Cultura; Esporte e Lazer; equipamentos de interesse histórico; e análises quanto à distribuição das áreas públicas livres e verdes, praças e parques;

▪ Aspectos da Mobilidade: trará os resultados das pesquisas de mobilidade; análises sobre o sistema viário e infraestrutura de circulação; acessibilidade universal e modos ativos de transporte; Polos Geradores de Viagens.

(3) Parte 03 (produto final), que apresentará os seguintes temas:

▪ Análise da Capacidade de Suporte do Território: capacidade de suporte do território ambiental; capacidade de suporte dos sistemas de infraestruturas, equipamentos e serviços públicos; e capacidade de suporte do sistema de mobilidade;

▪ Transporte Público Coletivo: em complementação dos aspectos de Mobilidade (Parte 02), trazendo os resultados da pesquisa de origem e destino embarcada;

▪ Aspectos Institucionais: tratará da avaliação da estrutura administrativa municipal dedicada ao planejamento, gestão e controle territorial e de assuntos relativos à mobilidade, modos de transporte e trânsito; processos de fiscalização e licenciamentos; dos instrumentos de gestão democrática e participativa; do CONCIDADE de Tijucas do Sul; e da capacidade de investimento e de pagamento municipais;

▪ Síntese da Análise Temática: Leituras Técnicas dos temas tratados no PRODUTO 02 - Partes 01 a 03.

▪ Leitura Comunitária: tratará da compilação das contribuições participativas da comunidade sobre suas percepções sobre o município de Tijucas do Sul, trazendo os resultados de questionários online, de contribuições de eventos públicos e das

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

oficinas comunitárias;

▪ Síntese das Análises Temáticas e Integração: cruzamentos das informações temáticas e das leituras técnica e comunitária, com o objetivo de reconhecer quais os principais temas e problemáticas a serem trabalhadas pelos instrumentos de planejamento e ordenamento municipal dos Planos Diretor e de Mobilidade.

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

2. ANÁLISE DO PLANO DIRETOR VIGENTE: LEIS E INSTRUMENTOS

O Plano Diretor Municipal (PDM) de Tijucas do Sul, após mais de uma década do processo de sua elaboração (ocorrido em 2009) e de sua instituição (efetivada em 2010, através da Lei Municipal nº 242/2010), está passando por uma avaliação quanto aos “erros e acertos” na definição de suas diretrizes e quanto à implementação das ações e propostas nele estabelecidas.

Neste sentido, serão realizadas entrevistas, através de reuniões e da disponibilização de questionários online, aos servidores e técnicos da Prefeitura Municipal, para verificação da situação atual das ações previstas pelo Plano de Ação e Investimentos deste PDM, ou seja, será verificado se as diretrizes foram atendidas e se as ações foram implantadas; se ainda estão em execução; ou ainda, se não foram realizadas e por quais razões.

Pretende-se verificar quais são os motivos pelos quais as propostas eventualmente deixaram de ser pertinentes e quais são os possíveis impedimentos para a execução de ações importantes ao contexto municipal.

Este processo de análise e avaliação visa embasar as propostas para as adequações e a atualização das diretrizes e ações de planejamento municipal para o horizonte temporal de 2021 a 2030, a ser cumprido durante a Fase 04 dos trabalhos.

Assim, a elaboração da “revisão” de um Plano Diretor Municipal trata, basicamente, de três importantes análises:

(1) da avaliação da legislação correlata, para embasar eventuais alterações e adequações às leis e decretos urbanísticos vigentes;

(2) da avaliação geral do ciclo das políticas públicas municipais e das ações de gestão e de planejamento do território decorrentes deste plano;

(3) da análise institucional, que avalia a situação e a capacidade administrativa municipal e o sistema de planejamento e gestão municipal do território e da mobilidade, com enfoque aos Conselhos Municipais e às estruturas administrativas da Prefeitura afeitas às matérias do Plano Diretor e do Plano de Mobilidade.

Será abordado neste produto apenas o primeiro item listado, a avaliação do conjunto legislativo ao Plano Diretor, com o objetivo de verificar sua aplicabilidade, coerência, pertinência e adequação à realidade de Tijucas do Sul, em cumprimento ao item 3.13 do

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

Termo de Referência.

Neste capítulo, consta um panorama geral da situação da legislação correlata ao Plano Diretor, que aborda o conteúdo das seguintes leis e códigos municipais:

Quadro 1 - Legislação correlata ao Plano Diretor vigente.

NOME DA LEI (OU CÓDIGO) NUMERAÇÃO

LEI DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL 242/2010

LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO E RURAL 243/2010

LEI DE PARCELAMENTO DO SOLO PARA FINS URBANOS 244/2010

LEI DO SISTEMA VIÁRIO 245/2010

CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES 246/2010

CÓDIGO DE POSTURAS 247/2010

LEI DOS PERÍMETROS URBANOS DE TIJUCAS DO SUL 248/2010 FONTE: URBTECTM (2021).

Para efetivar a avaliação da legislação vigente, elencada no quadro, serão analisados os seguintes aspectos:

▪ pertinência de conteúdo, facilidade de leitura e estrutura lógica;

▪ identificação de eventuais conflitos e carências nas normas municipais;

▪ coerência entre as legislações;

▪ compatibilidade do conteúdo com a capacidade administrativa municipal e os procedimentos de licenciamento e de emissão de alvarás;

▪ acessibilidade e disponibilidade facilitada;

▪ coerência entre os elementos internos e externos às leis, isto é, se atendem à regulamentação e conteúdo mínimo exigidos pelas instâncias federal e estadual, principalmente, ao disposto na Constituição Federal, na Constituição do Paraná e no Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257/2001).

Em princípio, como recomendação geral ao conjunto legislativo a ser revisado, caberá a inclusão de sumários no início das leis, facilitando sua leitura, consulta e compreensão.

Os princípios comuns ao Plano Diretor e ao Plano de Mobilidade indicam que as leis que os institucionalizam devem estabelecer diretrizes comuns não conflitantes e, deste modo, é coerente que as leis urbanísticas correlatas sejam desenvolvidas e elaboradas

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

em um trabalho conjunto e integrado.

Importante esclarecer ainda que, com relação ao Plano de Mobilidade, uma vez que o município ainda não dispõe do mesmo, as legislações municipais em vigor que tratam da regulamentação de assuntos relacionados (como do transporte público coletivo, por exemplo), serão abordados junto de seus capítulos correspondentes na Parte 02 do PRODUTO 02 - “Análise Temática Integrada”.

As leis a serem atualizadas e revisadas, na forma de Minutas de Leis, Decretos e Códigos Municipais, conforme as análises do presente capítulo e as reuniões técnicas realizadas com a Prefeitura, serão apresentadas no PRODUTO 05.

Conforme indicado no Plano de Trabalho (PRODUTO 01), as seguintes Minutas de Leis também serão propostas, uma vez que ainda não estão instituídas em Tijucas do Sul:

▪ Minuta de Lei da Mobilidade Municipal de Tijucas do Sul (ou nome similar, a ser definido durante os trabalhos);

▪ Minutas de Leis e de Decretos específicos dos instrumentos urbanísticos:

(a) Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios e IPTU Progressivo no tempo;

(b) Direito de Preempção;

(c) Outorga Onerosa do Direito de Construir e da Outorga Onerosa de Alteração de Uso (caso identificado ser necessária);

(d) Transferência do Potencial Construtivo;

▪ Minutas de Leis dos instrumentos de democratização da gestão urbana, como do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), respectivas e Relatórios de Impacto de Vizinhança (RIVI);

A análise constante neste capítulo foi realizada sob um viés urbanístico e jurídico e ainda deverá ser complementada pela análise da Prefeitura (quanto à aplicabilidade das leis vigentes) e pelos aspectos socioespaciais, considerando a evolução das áreas urbanas, os vetores de expansão urbana e a evolução histórica da ocupação do solo, no próximo relatório (Parte 02).

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

2.1. Lei do Plano Diretor Municipal de Tijucas do Sul

O Plano Diretor Municipal de Tijucas do Sul vigente está instituído pela Lei nº 242/2010. Estruturada em doze títulos e 136 artigos, a Lei apresenta objetivos gerais genéricos e diretrizes para a política urbana municipal.

A Lei estabelece os princípios, objetivos e diretrizes dos seguintes aspectos:

▪ Do Meio Ambiente (Título V), especificando objetivos acerca da drenagem, áreas verdes e gestão de resíduos;

▪ Da Mobilidade (Título VI), especificando objetivos e ações estratégicas relacionadas ao tema;

▪ Do Desenvolvimento Econômico e da Geração de Emprego e Renda (Título VII), no qual indica “metas” e “medidas” relacionadas ao tema;

▪ Do Desenvolvimento Social (Título VIII), trazendo objetivos e diretrizes para a política municipal de habitação e habitação de interesse social; para a saúde, educação, assistência social, cultura, esporte, lazer e segurança pública;

▪ Da Articulação Metropolitana (Título IX), trazendo objetivos para a pauta regional.

Ao analisar os itens acima, percebe-se que a forma o conteúdo dos objetivos, diretrizes, ações estratégicas e metas deverá passar por adequações e atualização (as metas não deveriam constar na legislação, por exemplo).

Além de instituir o Macrozoneamento Municipal (ver capítulo 2.2.1), esta Lei conta positivamente com um capítulo específico para tratar da função social da cidade e da propriedade (Título II, Capítulo I), cujas definições são complementadas pelos artigos seguintes, que tratam dos instrumentos do Estatuto da Cidade.

Em seu art. 36, estão indicados os instrumentos urbanísticos que objetivam promover, planejar, controlar e gerir o desenvolvimento urbano em Tijucas do Sul, elencados no quadro a seguir.

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

Quadro 2 - Instrumentos da Política Urbana em Tijucas do Sul.

TIPOS DE INSTRUMENTOS ESPECIFICAÇÃO

INSTRUMENTOS DE Plano Plurianual PLANEJAMENTO Lei de Diretrizes Orçamentárias Lei de Orçamento Anual Lei do Plano Diretor

INSTRUMENTOS JURÍDICOS E Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios URBANÍSTICOS Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) Progressivo no Tempo Desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública Zonas Especiais de Interesse Social Operações Urbanas Consorciadas Consórcio Imobiliário Direito de Preferência Direito de Superfície Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança Licenciamento Ambiental Tombamento Desapropriação Compensação Ambiental

INSTRUMENTOS DE Concessão de Direito Real de Uso REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA Concessão de Uso Especial para fins de Moradia Assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidades e grupos sociais menos favorecidos, especialmente na propositura de ações de usucapião

INSTRUMENTOS DE Conselhos municipais DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO Fundos municipais URBANA Gestão orçamentária participativa Audiências e consultas públicas Conferências municipais Iniciativa popular de projetos de lei Referendo popular e plebiscito

FONTE: Lei do Plano Diretor Municipal nº 242/2010 - Elaboração: URBTECTM (2021).

Parte destes instrumentos não foi regulamentada em lei específica, após a promulgação do PDM, o que impossibilita a sua aplicação pelo município.

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

Verifica-se ainda, que não há citação expressa ao conjunto de leis correlatas ao PDM (Quadro 1) no texto da lei, o que pode vir a causar dificuldades de interpretação de seu conteúdo, uma vez que este é o principal referencial para as demais leis urbanísticas do município.

2.2. Instrumentos de Ordenamento Territorial

Neste capítulo são abordados os principais instrumentos de ordenamento do território municipal de Tijucas do Sul:

(1) Macrozoneamento Municipal, instituído pelo Plano Diretor;

(2) Perímetros Urbanos, definidos em legislação própria - Lei nº 248/2010;

(3) Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo Urbano, instituído em legislação própria - Lei nº 243/20102.

2.2.1. Macrozoneamento Municipal

O Macrozoneamento de Tijucas do Sul, definido pela Lei do Plano Diretor (2010), delimita o território do município em dez macrozonas, sendo duas destas configuradas em eixos.

As macrozonas foram instituídas considerando as infraestruturas instaladas, as características de usos e ocupações, a cobertura vegetal, os potenciais identificados e exploráveis, bem como as áreas especiais de proteção, definidas pela legislação estadual (cf. art. 11). O quadro na sequência indica quais são as macrozonas e eixos e suas respectivas características e objetivos de instituição.

2 Este capítulo será apresentado na sequência dos trabalhos. Neste volume, é apresentado um mapa do zoneamento vigente em todas as áreas urbanas de Tijucas do Sul.

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

Quadro 3 - Macrozoneamento Municipal: Macrozonas e Eixos.

NOME CARACTERIZAÇÃO OBJETIVOS Macrozona Abrange os perímetros ▪ Controlar e direcionar o adensamento Urbana urbanos da Sede Municipal, urbano, em especial nas áreas urbanizadas, Campina, Lagoinha e adequando-o à infraestrutura disponível; Tabatinga ▪ Garantir a utilização dos imóveis não edificados, subutilizados e não utilizados; ▪ Controlar e direcionar os vetores do crescimento urbano para áreas aptas à urbanização, de forma a permitir a conservação das áreas frágeis do ponto de vista ambiental.

Macrozona Rural Território rural apto às ▪ Fortalecer as atividades rurais no Município; atividades agrícolas e não ▪ Permitir a estruturação dos pequenos sujeito às restrições do núcleos urbanos existentes no município de futuro manancial de forma ordenada; abastecimento de água da ▪ RMC e da APA de Guaratuba Estruturar uma rede de espaços de atividades urbanas interligados entre si, cuja Divide-se em: escala não comprometa o uso rural da terra; ▪ Macrozona Rural 1 ▪ Potencializar a vocação rural do município a (atividades partir do atendimento da população rural agropecuárias); com equipamentos e serviços públicos sem a ▪ Macrozona Rural 2 necessidade de deslocamento até o Distrito (atividades da Sede Municipal; silvicultura). ▪ Respeitar o módulo rural definido pelo INCRA para efeito do parcelamento do solo rural.

Macrozona da APA Parcela do território ▪ Atendimento das disposições do Plano de de Guaratuba municipal incluída na área Manejo da APA de Guaratuba, bem como a definida pelo Decreto consulta aos órgãos responsáveis pela sua Estadual nº 1.234/1992 gestão em caso de empreendimentos que possam causar impacto ambiental, obedecendo suas restrições de modo a garantir a utilização sustentável da área.

Macrozona da Área da Bacia Hidrográfica ▪ Preservar os mananciais que serão Área de Proteção do Rio da Várzea, definida indispensáveis à sobrevivência das futuras de Manancial como de proteção especial gerações da RMC; conforme o Decreto ▪ Evitar a ocupação desordenada das bacias Estadual nº 3.411/2008 dos mananciais atuais e futuros; ▪ Minimizar investimentos futuros em medidas corretivas; ▪ Garantir a qualidade da água para abastecimento.

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NOME CARACTERIZAÇÃO OBJETIVOS Macrozona de Faixas destinadas à proteção ▪ Garantir a obediência ao Código Florestal Preservação das matas ciliares (APPs de Brasileiro e ao Decreto Estadual nº Permanente nascentes e cursos d’água), 3.411/2008*. com dimensão conforme Código Florestal, Lei nº 4.771/65 e Resoluções do CONAMA

Macrozona de Região das comunidades do ▪ Oportunizar áreas para o desenvolvimento Empreendimentos Rio de Una, Rio Abaixo e turístico municipal, em locais com potencial Turísticos Morro Vermelho, entre a para tanto. divisa municipal com São José dos e a BR-376

Macrozonas de Divide-se em: ▪ Definir as áreas que terão uso e ocupação Desenvolvimento ▪ Macrozona Industrial da adaptados às condicionantes ambientais Econômico Campina - Campo Alto locais, de modo a favorecer o desenvolvimento econômico do município ▪ Macrozona Industrial e sem comprometer a capacidade de suporte de Fomento ao do meio ambiente. Desenvolvimento Tecnológico do Colono ▪ Macrozona Industrial da Sede ▪ Macrozona de Sustentabilidade Comunitária de Lagoa - São João

Macrozona do Faixa de 100 metros para ▪ Garantir a fluidez dos usuários, de forma Eixo de cada lado, ao longo da segura e eficiente; Desenvolvimento rodovia municipal, que liga ▪ Dotar o eixo de infraestrutura e sinalização Turístico as regiões do Matulão e para a população local e para visitantes e Pinhal dos Borges até a APA turistas; de Guaratuba ▪ Direcionar as instalações de atividades do local a fim de compatibilizá-las ao ecoturismo.

Macrozona Eixo Faixa de 100 metros para ▪ Desenvolver atividades econômicas que de cada lado, ao longo das incentivem a preservação ambiental e que Desenvolvimento rodovias municipais Estrada promovam o desenvolvimento econômico do Ecoturismo Tito Gava e Eixo Rio de Una - das pequenas propriedades; Campina - Rincão - Taboado ▪ Incentivar a criação de áreas de lazer que atendam as demandas da população local e ao mesmo tempo gerem novas atividades econômicas no Município; ▪ Conservação da paisagem natural; ▪ Apoio à comunidade local incentivando a

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NOME CARACTERIZAÇÃO OBJETIVOS manutenção de tradições culturais; ▪ Liberação de atividades com características urbanas (pousadas, restaurantes, comércio vicinal e de bairro) pela prefeitura municipal, desde que comprovadamente não produzam risco ao ambiente natural.

*O Decreto Estadual nº 3.411/2008 foi alterado, em última versão, pelo Decreto nº 4.435/2016. FONTE: Lei do Plano Diretor Municipal nº 242/2010 - Elaboração: URBTECTM (2021).

Importante indicar que, mesmo que o Plano Diretor tenha sido devidamente aprovado pelo Comitê Gestor dos Mananciais (CGM/RMC) e pela COMEC, ainda em 2010, algumas ressalvas e pedidos de alterações pelos órgãos deveriam ser cumpridos.

Com relação à Macrozonas de Desenvolvimento Econômico, como seus objetivos estão definidos com base nos usos e atividades pretendidas, as subdivisões das Macrozonas serão analisadas junto do Zoneamento e, por este motivo, não estão inclusos no quadro.

O uso do solo relacionado às Macrozonas está indicado pela Seção VI da Lei, mas não consta a especificação de quais são os usos pretendidos para todas as macrozonas instituídas, cabendo novamente, a compatibilização da questão à Lei de Zoneamento.

Foi justamente a instituição de tais macrozonas com previsão de usos industriais, que sofreu ressalvas por parte da COMEC e do CGM/RMC, pois não incidem inteiramente em distritos ou perímetros urbanos, mas sim, na área rural. Portanto, deveriam atender ao parcelamento do solo rural cujo módulo fiscal3 era de 30 hectares (300.000m²) na época. Isto sem a consideração de que, em grande parte, são macrozonas que incidem em áreas frágeis ambientalmente e na própria área da bacia de interesse de manancial metropolitano.

A Lei Estadual nº 8.935/1989 proíbe a instalação de atividades ou empreendimentos com potencial poluidor nas áreas das bacias de mananciais destinadas ao abastecimento

3 Em consulta ao INCRA, em janeiro de 2021, foi informado que o Módulo Fiscal Rural vigente em Tijucas do Sul é de 20 hectares (200.000m²). É uma unidade de medida fixada pelo INCRA para cada município, levando-se em conta: (a) o tipo de exploração predominante no município (hortifrutigranjeira, cultura permanente, cultura temporária, pecuária ou florestal); (b) a renda obtida no tipo de exploração predominante; (c) outras explorações existentes no município que, embora não predominantes, sejam expressivas em função da renda ou da área utilizada; (d) o conceito de "propriedade familiar".

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

público no Paraná (art. 3º), que incluem:

I - Indústrias altamente poluentes tais como:

a) Fecularias de mandioca ou álcool (vinhoto);

b) Indústrias metalúrgicas (não ferrosos) que trabalhem com metais tóxicos;

c) Galvanoplastias;

d) Indústrias químicas em geral (tintas, ácidos, defensivos);

e) Matadouros;

f) Artefatos de amianto;

g) Indústrias ou usinas que processem materiais radioativos.

II - Estabelecimentos hospitalares:

a) Hospitais;

b) Sanatórios;

c) Leprosários.

III - Depósitos de lixo;

IV - Parcelamento do solo de alta densidade demográfica:

a) Loteamento;

b) Desmembramento;

c) Conjunto Habitacional.

Nesta Lei, indicam-se como atividades adequadas as agrícolas, agropecuárias e de reflorestamento, tendo como restrição o uso de agrotóxicos e o mau uso do solo, que pode acarretar erosão.

Identifica-se que também há sobreposições entre o Macrozoneamento de Tijucas do Sul e a área da APA de Guaratuba, a qual tem seu zoneamento estadual próprio (tratado no capítulo 3.3 deste produto).

No mapa a seguir pode-se observar que algumas das macrozonas estão delimitadas, inclusive, em escala bastante detalhada, a exemplo da Macrozona de Sustentabilidade Comunitária e da Macrozona Industrial da Sede.

Como na presente etapa dos trabalhos ainda não será conferida a compatibilidade do que consta disposto em lei aos usos, atividades e à ocupação do solo existentes em

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

Tijucas do Sul, cabe aqui as indicações: (i) da necessidade de atualização da legislação referenciada na descrição das macrozonas (conforme o quadro); e (ii) da verificação da necessidade de manutenção de macrozona (ou zona) específica para as APPs (áreas de preservação permanente), considerando que são faixas já definidas e protegidas pela legislação federal e resoluções do CONAMA, cuja delimitação depende de mapeamento e averiguação na escala apropriada de cada propriedade, gleba ou lote.

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

Mapa 1 - Macrozoneamento Municipal de Tijucas do Sul.

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2.2.2. Leis dos Perímetros Urbanos de Tijucas do Sul

Os perímetros urbanos de Tijucas do Sul estão instituídos pela Lei Municipal nº 248, de 27 de dezembro de 2010, decorrente do processo do PDM vigente, os quais incluem os seguintes territórios (enquanto o restante do município é área rural):

▪ Sede Municipal - Colono;

▪ Campina - Morro Vermelho - Campo Alto;

▪ Tabatinga;

▪ Lagoinha - A1 e A2 e Lagoa - A1, A2 e A3.

Na Lei dos Perímetros não há regulamentação complementar às áreas urbanas, apenas são apresentados os anexos contendo os memoriais descritivos de cada perímetro.

A legislação anterior que instituía o Perímetro Urbano de Tijucas do Sul (Lei nº 14/1998), apenas concebia a Sede enquanto área urbana, inclusive decretando o tamanho do lote mínimo como sendo de 360m², com testada de 12m.

Na legislação urbanística vigente, a Lei de Uso e Ocupação do Solo (Lei nº 243/2010) determina o lote mínimo como sendo de 300m², inferior ao estipulado anteriormente e ao previsto para novos parcelamentos do solo em áreas de mananciais, pelo Decreto Estadual nº 745/2015 (ainda em vigor).

A legislação de 1998 sofreu alteração em 2008, ocasião na qual foram incorporadas como áreas de expansão urbana as comunidades de Lagoinha, Tabatinga, Campina, Campo Alto e Vossoroca.

As inclusões foram justificadas uma vez que já contavam com equipamentos públicos e infraestruturas básicas de “escoamento de águas pluviais, iluminação pública, abastecimento de água potável, e de energia elétrica pública e domiciliar e as vias pavimentadas ou não” (art. 3º da Lei Municipal nº 151/2008).

Assim como a Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS), a Lei dos Perímetros Urbanos de 2010 passou por alterações posteriores ao processo de elaboração do PDM entre os anos 2013 e 2014. No entanto, tais alterações foram revogadas pela Lei Municipal nº 541/2015, por interesse público e inconsistência legal, sobretudo, devido à carência de adequação técnica e ambiental de seu conteúdo.

Segundo o Ministério Público do Paraná (MPPR, 2019), as alterações realizadas foram

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irregulares e corresponderam a um ato de improbidade administrativa do gestor público à época. De acordo com a ação civil pública, as modificações na legislação municipal não cumpriram com os requisitos exigidos pelo Estatuto da Cidade (EC), isto é, houve ampliações dos perímetros urbanos sem a devida compatibilização com o zoneamento e as demais legislações municipais, estaduais e federal.

Com relação exclusivamente às ampliações dos perímetros urbanos, as alterações não atenderam ao previsto no art. 42-B do Estatuto da Cidade, decorrente da alteração pela Lei Federal nº 12.608/2012, que indica aos municípios:

“(…) que pretendam ampliar o seu perímetro urbano após a data de publicação desta Lei deverão elaborar projeto específico que contenha, no mínimo:

I. demarcação do novo perímetro urbano;

II. delimitação dos trechos com restrições à urbanização e dos trechos sujeitos a controle especial em função de ameaça de desastres naturais;

III. definição de diretrizes específicas e de áreas que serão utilizadas para infraestrutura, sistema viário, equipamentos e instalações públicas, urbanas e sociais;

IV. definição de parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo, de modo a promover a diversidade de usos e contribuir para a geração de emprego e renda;

V. a previsão de áreas para habitação de interesse social por meio da demarcação de zonas especiais de interesse social e de outros instrumentos de política urbana, quando o uso habitacional for permitido;

VI. definição de diretrizes e instrumentos específicos para proteção ambiental e do patrimônio histórico e cultural; e

VII. definição de mecanismos para garantir a justa distribuição dos ônus e benefícios decorrentes do processo de urbanização do território de expansão urbana e a recuperação para a coletividade da valorização imobiliária resultante da ação do poder público.”

O projeto específico indicado neste artigo não foi elaborado e deveria ter sido instituído por lei municipal, atendendo às diretrizes do Plano Diretor.

Em ofício enviado pela Prefeitura Municipal à Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (COMEC), em 17 de março de 2014, foi informado ao órgão que haviam sido instituídas as alterações nas leis municipais, através da ampliação da área industrial do

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bairro Campina, isto é, da área de incidência das Zonas de Indústria e Serviços (ZIS) no perímetro urbano do Campina. Frente à ampliação de um perímetro urbano-industrial em direção às proximidades da Represa do Vossoroca, o órgão requisitou uma análise ambiental da área.

Em resposta ao ofício citado, a COMEC resgata alguns dos itens que já haviam sido solicitados pelo órgão à Prefeitura Municipal e que deveriam ser submetidos a estudos complementares, maior aprofundamento e revisões4, sendo ainda referentes aos resultados do processo de elaboração do PDM de 2010 (a exemplo da extensão excessiva dos perímetros urbanos da Sede e de Campina).

Foi indicado pelo órgão metropolitano que o perímetro de Campina fosse revisto ou ainda, que os parâmetros construtivos fossem alterados para possibilitar a inclusão de uma Zona de Chácaras, pois sua extensão era próxima do porte da Sede, contando com uma ocupação rarefeita (exceto em seu pequeno núcleo) e, em grande parte, com presença de cobertura vegetal.

Ademais, foram solicitadas adequações nas zonas incidentes ao longo da BR-376 e dos parâmetros de usos frente à área de manancial, visando a posterior apresentação do PDM ao Conselho Gestor dos Mananciais da Região Metropolitana (CGM/RMC)5.

Em uma das propostas apresentadas de alteração pela Prefeitura, em outubro de 2014, justificou-se a necessidade de ampliação das áreas urbanas frente a uma nova dinâmica socioterritorial no município e “em virtude de algumas alterações sugeridas” pela própria COMEC, juntamente da necessidade de apresentação das adequações ao CGM, uma vez que Tijucas do Sul tem parte de seu território em área de interesse de manancial futuro (ver capítulo 3.3).

Neste documento, foram indicadas três alterações para a ampliação dos perímetros urbanos de Campina, de Tabatinga e da Sede, que incluíam a instituição de novas zonas industriais. Consequentemente, também incidiam em alterações no conteúdo da Lei de

4 A análise completa do Plano Diretor (2010) e as solicitações pela COMEC constam no Parecer nº 04, de 12 de abril de 2010. 5 Segundo documentação apresentada pela COMEC à Consultoria (Parecer nº 19/2014, de 20 de maio de 2014), as solicitações de alteração feitas às propostas não foram atendidas e o PDM foi aprovado em 2010 sem as devidas adequações solicitadas, tanto pela Coordenação Metropolitana, quanto pelo Conselho Gestor dos Mananciais (CGM/RMC).

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Uso e Ocupação do Solo, através da alteração da descrição, objetivos e parâmetros de uso e ocupação do solo das Zonas de Indústria e Serviços (ZIS).

As propostas foram justificadas com a indicação de que o município poderia acomodar a implantação de “indústrias limpas”, uma vez que ocupa uma localização estratégica junto à BR-376, que perfaz a ligação entre a Capital, o polo de indústrias automobilísticas de SJP, o porto de Paranaguá e outros portos e polos industriais de .

A proposta de fato ampliou sobremaneira a área urbana de Campina (em mais de três vezes a área instituída em 2010), além da grande ampliação do perímetro de Tabatinga (ainda que em menor proporção). Campina destaca-se neste contexto por incidir tanto na área de interesse de proteção de manancial, quanto em parte da APA de Guaratuba, graças a essa alteração.

O quadro a seguir apresenta um histórico das alterações nos perímetros urbanos6 de Tijucas do Sul, desde 1998, ano em que apenas a Sede constituía uma área urbana, que passou a contar com uma área de expansão a partir de 2009; a inclusão das áreas de expansão urbana (em 2008), as quais passaram a constituir perímetros urbanos em versões ampliadas em 2010; até as alterações decorrentes das legislações já revogadas.

Quadro 4 - Alterações nos Perímetro Urbanos de Tijucas do Sul.

LEIS MUNICIPAIS (Nº/ANO) ÁREAS 14/1998 151/2008 171/2009 248/2010 422/2013* 431/2013* 461/2014*

SEDE PERÍMETRO NA AEU AMPLIAÇÃO NA NA NA

CAMPINA NA AEU NA PERÍMETRO AMPLIAÇÃO NA DIMINUIÇÃO

TABATINGA NA AEU NA PERÍMETRO NA AMPLIAÇÃO NA

LAGOINHA NA AEU NA PERÍMETRO NA NA NA

LAGOA NA NA NA PERÍMETRO NA NA NA

VOSSOROCA NA AEU NA NA NA NA NA

NA = Não se aplica AEU = Área de Expansão Urbana (*) Leis Municipais revogadas em 2015 FONTE: Leis Municipais (1998; 2008; 2009; 2010; 2013; 2014) - Elaboração: URBTECTM (2021).

6 Os documentos encaminhados pela COMEC indicam ainda a existência da Lei Municipal nº 243/2012, a qual a Consultora não obteve acesso.

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Frente às solicitações da COMEC, principalmente com relação à ampliação de Campina, em 2013, que avançou a área urbana sobre a APA de Guaratuba, o quadro apresenta uma “diminuição” de área em 2014. No entanto, essa alteração não foi suficiente para que as zonas industriais não interferissem na área de manancial, com parâmetros de ocupação não adequados aos usos pretendidos, além de incidir uma Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) na margem oposta à BR-376, desconexa à ocupação existente.

Além disso, quaisquer alterações nos limites de perímetros urbanos necessitariam de compatibilizações no zoneamento urbano, porém, as adequações não foram realizadas à contento, tornando a legislação tecnicamente inadequada.

Ainda sobre o quadro, a área de expansão urbana do Vossoroca, instituída em 2008, não está elencada nas leis posteriores, pois deixou de constituir núcleo de expansão urbana de Tijucas do Sul.

O mapa a seguir apresenta o limite municipal de Tijucas do Sul com a espacialização de todos os perímetros urbanos em vigor, de acordo com a legislação de 2010.

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Mapa 2 - Perímetros Urbanos.

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Os mapas na sequência apresentam a sobreposição dos perímetros urbanos vigentes, conforme estabelecidos pela Lei Municipal nº 248/2010, à imagem aérea de 2020, que será disponibilizada à Prefeitura Municipal.

A partir dos mapas é facilmente perceptível a necessidade de readequação dos limites urbanos, seja por expansão ou diminuição, frente às ocupações existentes atualmente.

Verifica-se que os limites das áreas urbanas, em geral, devem ser adequados à ocupação existente, às bases cartográficas disponíveis e aos limites geográficos reconhecíveis no território (como rios, córregos, ruas ou estradas), facilitando a assimilação, pela própria população, sobre quais são os marcos de divisa entre as áreas urbanas, as áreas periurbanas7 e as áreas rurais de Tijucas do Sul.

Os perímetros urbanos de Lagoa e de Lagoinha são os que mais se destacam pela falta de compatibilidade entre o limite urbano legal e a atual ocupação verificada no entorno próximo.

Segundo os relatórios de embasamento do Plano Diretor vigente (RZS, 2009), no caso de Lagoa e Lagoinha, apesar do crescimento de suas malhas urbanas, houve resistência das comunidades locais em criar os perímetros urbanos correspondentes na época, devido aos conflitos de usos e atividades de caráter rural desenvolvidos nas localidades. Com isso, optou-se pela manutenção da situação (não inclusão das áreas já urbanizadas aos perímetros), mesmo que as atividades urbanas ali existentes permaneceriam sob condição de irregularidade, com a concordância da comunidade de que seriam feitas as alterações necessárias no futuro.

Tabatinga também apresenta disparidade entre a área urbana instituída juridicamente e a ocupação atual, que pode ser verificada pela imagem área, porém, em menor escala quando comparada às comunidades citadas.

No caso da Sede e de Campina, por outro lado, pode-se inferir que os limites definidos em lei estão excessivos quando verificada a ocupação existente na imagem aérea.

Frente a isto, é importante indicar que a expansão indevida do perímetro urbano sobre áreas em que predomina a produção agrícola pode desestabilizar a atividade produtiva,

7 As chamadas áreas periurbanas ou Regiões de Entorno Imediato (REI), conforme publicação do Instituto Pólis (2004), são áreas de transição entre o que é de fato urbano e o rural, que guardam características indefinidas de ocupação, apresentando baixos graus de consolidação.

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além de incrementar os custos para ampliação de infraestruturas básicas, equipamentos e serviços prestados pelo poder público.

A presente análise será complementada, nas Partes 02 e 03, por análises de: projeção do crescimento da população, tendências e vetores de expansão; acessibilidade das áreas urbanas e rurais às infraestruturas, serviços e equipamentos públicos; análises da capacidade de suporte ambiental do território; saturação do zoneamento vigente; bem como pelas documentações da COMEC, sobre o histórico de loteamentos aprovados no município pelo órgão e acerca das orientações aos limites urbanos de Tijucas do Sul, que serão enviadas à Prefeitura Municipal no decorrer dos trabalhos.

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Mapa 3 - Perímetro Urbano - Sede.

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Mapa 4 - Perímetro Urbano - Lagoa.

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Mapa 5 - Perímetro Urbano - Lagoinha.

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Mapa 6 - Perímetro Urbano - Campina.

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Mapa 7 - Perímetro Urbano - Tabatinga.

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Mapa 8 - Zoneamento de Uso do Solo Urbano.

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2.3. Instrumentos do Estatuto da Cidade

Os municípios brasileiros possuem a competência e a responsabilidade de promover, no que couber, seu adequado ordenamento territorial mediante planejamento e controle do uso, parcelamento e ocupação do solo urbano (art. 30, VIII, Constituição Federal).

Para atender à responsabilidade prevista na Constituição (1988), os municípios contam com diversos instrumentos para interferir na dinâmica de uso e ocupação do solo, que têm como principal força motriz, os investimentos privados.

O Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257/2001) trata dos instrumentos da política urbana e dispõe de sua regulamentação mínima obrigatória.

Parte dos instrumentos urbanísticos citados na Lei do Plano Diretor (ver Quadro 2) não estão regulamentados pela mesma. Inclusive, os instrumentos que são determinados como conteúdo mínimo obrigatório pelo art. 42 do Estatuto da Cidade não foram instituídos, além daqueles que exigem lei municipal específica para sua aplicação, conforme também é exigido pela legislação federal.

A relação dos instrumentos que ainda carecem de regulamentação pelo município está indicada no quadro abaixo. Importante destacar que é a legislação específica, à parte da Lei do Plano Diretor, que permitirá a aplicação destes instrumentos no contexto local.

Quadro 5 - Instrumentos mínimos obrigatórios conforme determina o Estatuto da Cidade.

REGULAMENTADO MÍNIMOS OBRIGATÓRIOS LEI MUNICIPAL (Plano Diretor - (cf. art. 42 Estatuto da Cidade) ESPECÍFICA Lei nº 242/2010)

Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios SIM NÃO

IPTU Progressivo no Tempo SIM NÃO

Desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública SIM NÃO

Direito de Preempção SIM NÃO

Outorga Onerosa do Direito de Construir NÃO NÃO

Operação Urbana Consorciada SIM NÃO

Transferência do Direito de Construir NÃO NÃO

Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) NÃO NÃO FONTE: Lei do Plano Diretor Municipal nº 242/2010 - Elaboração: URBTECTM (2021).

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A Lei Orgânica de Tijucas do Sul, de 22 de novembro de 2005, aborda o Plano Diretor nos seguintes artigos:

▪ no art. 31, que trata das competências da Câmara Municipal, dentre elas:

“XVI - autorizar ao Prefeito Municipal, mediante lei específica para a área, previamente determinada, no plano diretor da cidade, nos termos da legislação federal pertinente;

XVII - impor ao proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, aplicando-lhe as penas do § 4º do art. 182 da Constituição Federal, do Estatuto das Cidades e do plano diretor.”

▪ no art. 50, que trata da “aplicação de penas ao proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, nos casos previstos no plano diretor”, conforme votos da Câmara Municipal (inciso X);

▪ no art. 65, que trata das competências do Prefeito, como “aprovar projetos técnicos de edificação, de loteamento e de arruamento, conforme dispuser o plano diretor” (inciso XXVI) e “aplicar, mediante lei específica, aos proprietários de imóveis urbanos não edificados, subutilizados ou não utilizados, incluídos previamente no plano diretor (…)” (inciso XXXII).

Na menção aos instrumentos pela Lei Orgânica (art. 50) são tratadas as leis municipais específicas que devem regulamentar a aplicação do conjunto de instrumentos do Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios (PEUC), do IPTU Progressivo no Tempo e da Desapropriação mediante pagamento com títulos da dívida pública.

Na Lei do Plano Diretor, parte da regulamentação já consta nos capítulos que dispõem sobre estes instrumentos e, inclusive, são indicadas em quais zonas podem ser aplicados (ainda que não disponha de mapa anexo para facilitar a compreensão). Ainda no art. 37, constam as definições do que seriam o solo urbano “não edificado” e “subutilizado”:

▪ solo urbano não edificado: lotes ou glebas com área igual ou superior a 2.000m², quando nas Zonas de Comércio e Serviços I e II (ZCS I e II) e na Zona de Uso Misto (ZUM), definidas pela Lei de Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo Rural e Urbano;

▪ solo urbano subutilizado: lotes ou glebas com área igual ou superior a 2.000m², quando a edificação existente não atinge o Coeficiente de Aproveitamento (CA)

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mínimo estipulado para a zona em que está inserida (dentre as citadas acima), que corresponde a 5% do CA máximo previsto para a zona.

A indicação das zonas específicas para a aplicação de instrumentos também consta nos artigos que tratam do Direito de Preferência (ou Direito de Preempção).

Dentre os demais instrumentos do Quadro 2, a assistência técnica e jurídica gratuita é referente a este direito que é assegurado às famílias com renda até 3 salários mínimos, residentes em áreas urbanas ou rurais, através da Lei Federal nº 11.888/2008.

2.3.1. Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS

No caso das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), não há regulamentação municipal própria em Tijucas do Sul que as institua enquanto um instrumento para novas áreas de habitação de interesse social (HIS) ou para promover a regularização fundiária.

No entanto, as ZEIS fazem parte do zoneamento, conforme a Lei Municipal nº 243/2010:

“Art. 20. A Zona Especial de Interesse Social - ZEIS tem por objetivo garantir o acesso da população à habitação popular, tanto pela abertura de novas áreas habitacionais quanto pela regularização de ocupações irregulares.

§ 1º Corresponde às áreas onde existem ocupações irregulares identificadas no Plano Diretor e às áreas onde o Poder Público tenha interesse em produzir habitação de interesse social.

§ 2º Nas ZEIS será exigido que, no mínimo, 85% da área loteável seja reservado para Habitação de Interesse Social, admitindo-se a implantação de comércio e serviços de caráter local na fração restante.

§ 3º A delimitação de novas ZEIS, não constantes dessa Lei, deverá ser aprovada pela Câmara Municipal e passará a incorporar o Mapa de Zoneamento do Uso e Ocupação do Solo integrante dessa Lei, com a denominação de ZEIS.”

No entanto, esta Lei não determinou quais são as áreas para sua aplicação. Quando as ZEIS constituem uma modalidade de zoneamento, necessitam do estabelecimento de parâmetros de uso e ocupação do solo dentro de seus limites.

Em Tijucas do Sul, foram decretados os parâmetros de uso e ocupação do solo mínimos para “novos loteamentos para a população de baixa renda ou relocação”, apresentados

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na tabela a seguir.

Tabela 1 - Parâmetros de Ocupação do Solo - ZEIS em Tijucas do Sul.

ÁREA TESTADA TAXA DE TAXA DE COEFICIENTE ALTURA PARÂMETROS DE MÍNIMA MÍNIMA OCUPAÇÃO PERMEABILI- APROVEITA- MÁXIMA OCUPAÇÃO DO SOLO - LOTE - LOTE MÁXIMA DADE (%) MENTO (Nº PAV.) (m²) (m) (%) ZEIS - ZONA ESPECIAL 125 6,00 20 60 1,0 2 DE INTERESSE SOCIAL FONTE: Lei Municipal nº 243/2010 - Elaboração: URBTECTM (2021).

Os parâmetros acima são complementados pela Lei do Sistema Viário (nº/2010), que determina que, no interior das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), as vias locais, a critério do órgão municipal de planejamento, poderão ter dimensões menores do que as estabelecidas em Lei.

Para o caso de regularização de áreas, os parâmetros acima não possuem validade, devendo ser definidos em legislação específica (não instituída).

Assim, as ZEIS são, ao mesmo tempo, um instrumento das políticas de habitação, de disciplinamento de usos do solo e de indução ao desenvolvimento urbano. São definidas como “a parcela de área urbana instituída pelo Plano Diretor ou definida por outra lei municipal, destinada predominantemente à população de baixa renda e sujeita a regras específicas de parcelamento, uso e ocupação do solo”.

As leis de criação de novas áreas de ZEIS devem conter a exata delimitação dos seus perímetros e devem definir a porcentagem de área que será destinada à provisão de habitação de interesse social (HIS) e de habitação popular, além da porcentagem destinada a outros usos, a fim de se obter uma mescla de atividades no território.

As ZEIS podem ser classificadas em dois tipos básicos:

(1) Tipo 1 - ZEIS de Regularização Fundiária: são áreas públicas ou privadas, ocupadas por assentamentos precários (como favelas, cortiços, loteamentos clandestinos e conjuntos habitacionais irregulares), que são habitados por famílias de baixa renda. São áreas passíveis de regularização urbanística e fundiária e que não se encontram integralmente em áreas de risco ou de proteção ambiental.

A demarcação da “ZEIS 1” no território visa reconhecer, incluir e regularizar, por meio de um zoneamento e de um plano específico, as parcelas da cidade

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construídas fora das regras legais, permitindo a introdução de serviços, de infraestruturas e equipamentos básicos, melhorando as condições de vida da população residente.

Todas as áreas caracterizadas como sendo de ocupação subnormal e/ou com condições para a regularização fundiária e urbanística, poderão ser transformadas em ZEIS 1.

A regularização jurídico-fundiária envolve os instrumentos de Usucapião Especial do Imóvel Urbano, da Concessão do Direito Real de Uso e da Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia, preferencialmente com ações coletivas. Consiste nas medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais destinadas à incorporação dos núcleos informais consolidados ao ordenamento territorial do município, com a titulação de seus ocupantes, obedecendo à Lei do Plano Diretor e à Lei Federal nº 13.465, de 11 de julho de 2017.

Considera-se Regularização Fundiária de Interesse Social - Reurb-S, o conjunto de medidas que visem a regularização das áreas ocupadas irregularmente por população de baixa renda e consequentemente, que implica em melhorias no ambiente urbano do assentamento, no resgate da cidadania e na qualidade de vida da população beneficiária. As áreas identificadas como Reurb-S são consideradas ZEIS, nos termos do Estatuto da Cidade e das disposições do Plano Diretor.

Considera-se Regularização Fundiária de Interesse Específico - Reurb-E, aquela aplicável aos assentamentos irregulares que não se enquadrem na regularização de interesse social.

Enquanto isso, a Regularização Urbanística envolve a elaboração de um Plano Urbanístico específico, que planeja a regulamentação urbanística e jurídico-fundiária, a ser desenvolvido de modo participativo e que deverá conter, no mínimo: (i) diretrizes e parâmetros urbanísticos específicos para o parcelamento, uso e ocupação do solo, de acordo com o contexto das áreas; (ii) projeto de parcelamento do solo; (iii) projetos com as intervenções necessárias à regularização urbanística; (iv) instrumentos e procedimentos adequados para a regularização jurídico-fundiária; (v) número de relocações ou reassentamentos necessários; (vi) delimitação, nas áreas de encostas,

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dos espaços passíveis de serem ocupados de forma segura; (vii) restringindo a ocupação nas áreas onde o risco não puder ser mitigado, interditando-as ou utilizando-as, preferencialmente como áreas de uso comum.

(2) Tipo 2 - ZEIS de Vazios: são áreas, glebas, lotes, terrenos e imóveis vazios, subutilizados ou não utilizados, adequados para a produção de HIS, situados em áreas dotadas de infraestruturas e serviços urbanos, ou que estejam recebendo investimentos desta natureza, onde haja o interesse de promoção de inclusão residencial social, com destinação prioritária a HIS.

Critérios para a seleção das áreas a serem demarcadas como “ZEIS 2” de Vazios e/ou de Indução à Ocupação:

▪ preço da terra compatível com a produção de HIS, para o qual pode ser usada a Planta Genérica de Valores Imobiliários; ▪ existência de infraestrutura e de equipamentos urbanos básicos ou de área incluída em projeto de expansão destas melhorias; ▪ áreas em processo de mudança de uso ou que serão beneficiadas com obras e empreendimento públicos, com tendência de aumento do preço da terra; ▪ áreas que não apresentam restrições ambientais para usos habitacionais.

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3. INSERÇÃO REGIONAL

Em cumprimento ao item 3.4 do Termo de Referência e ao Plano de Trabalho, o presente capítulo aborda a inserção e características regionais de Tijucas do Sul, sobretudo, sob a perspectiva de sua integração à Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

Tijucas do Sul é um dentre os 29 municípios que integram a RMC, sendo parte de sua composição desde 1994, através da Lei Estadual nº 11.027.

Na elaboração do Plano Diretor vigente (2010) buscou-se reforçar a integração e o papel de Tijucas do Sul no contexto metropolitano e, segundo o relatório técnico que embasou o Plano (RZS, 2009), a proposta de desenvolvimento sustentável municipal foi calcada em dois princípios: a preservação dos mananciais e a vocação rural do município.

“Partindo-se da ideia que é possível outras alternativas de desenvolvimento que não as tradicionais, e que um município metropolitano não precisa necessariamente ser um município dormitório ou periferia urbana, mas que seu papel seja o de apoio do ponto de vista das atividades rurais para a sustentabilidade da aglomeração urbana metropolitana, é possível ver o papel de Tijucas do Sul dentro da metrópole, juntamente com outros municípios da região sul, de estruturação estratégica dos espaços rurais metropolitanos.” (RZS, 2009, p. 318).

3.1. Contexto Regional Metropolitano

Com extensão territorial de 671,47 km² (ITCG, 2020), Tijucas do Sul faz divisa com outros três municípios metropolitanos: São José dos Pinhais (ao norte), (à oeste) e (a sudoeste); sendo também limítrofe ao município de Guaratuba (à leste), além de fazer parte da divisa interestadual do Paraná com Santa Catarina, onde é limítrofe ao município catarinense de Campo Alegre.

Ainda que integrante da RMC, o município não faz parte do agrupamento de municípios que formam uma mancha urbana contínua com Curitiba e com padrões de ocupação similares entre si, o Núcleo Urbano Central (NUC).

Tijucas do Sul integra o “Terceiro Anel Metropolitano”, composto pelos municípios que mantêm relações tênues com o restante da metrópole e que desempenham funções mais pertinentes às atividades rurais (SEDU, 2017).

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Municípios como Tijucas do Sul e Agudos do Sul, conforme caracterizados pelo Plano de Desenvolvimento Integrado da RMC (2006)8, apresentam fortes bases primárias agrícolas e extrativistas, vegetal e mineral, com uma população rural chegando a 84% do total populacional - como era o caso de Tijucas do Sul em 2010 (dados censitários do IBGE). O município registrou um total de 14.537 pessoas em 2010 (IBGE), das quais 12.252 residiam na área rural9.

A taxa de urbanização de Tijucas do Sul (relação entre a população urbana e população total) era de 16% em 2010. Essa baixíssima proporção de residentes em áreas urbanas (apenas 2.285 pessoas em 721 domicílios) condiciona Tijucas do Sul como um dos municípios com o caráter mais ruralizado da RMC, junto de (situado na extremidade oposta da região, à noroeste).

Ainda que a proporção urbano-rural de Tijucas do Sul seja comparável a Doutor Ulysses, o porte populacional de Tijucas é quase três vezes maior, destacando o contexto rural tijucano-do-sul frente a outros municípios com portes populacionais semelhantes, como (com 17.089 habitantes e 29% urbano em 2010) e Cerro Azul (com 16.938 habitantes e 28% urbano).

Para efeitos comparativos, no gráfico e tabela a seguir estão selecionados dados dos municípios da RMC, vizinhos à Tijucas do Sul, e de outros municípios metropolitanos com características similares, conforme os dados registradas pelos Censos Demográficos dos anos 2000 e 2010 (IBGE). São municípios:

▪ com grau de urbanização de até 50%;

▪ com população total inferior a 25 mil habitantes (municípios de pequeno porte);

▪ com níveis de integração metropolitana de baixo a muito baixo.

Dentre os municípios selecionados, todos apresentam áreas urbanas isoladas separadas por extensas áreas rurais e apenas Adrianópolis integra o aglomerado contínuo da RMC,

8 Importante explicitar que o PDI (2006) trata de vários aspectos de ordem metropolitana e o enfoque dado à Tijucas do Sul foi com relação à área de manancial incidente em seu território. Inclusive, este Planos está em fase de licitação para atualização na forma de um Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI), em cumprimento ao Estatuto da Metrópole - Lei Federal nº 13.089/2015. 9 O IBGE considera como área rural de Tijucas do Sul, alguns dos setores censitários que foram instituídos como parte dos perímetros urbanos por lei. Para mais informações, consultar o cap. 4.1.

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a Área de Concentração Populacional (ACP), segundo o IBGE (2008).

Gráfico 1 - População Total (2000 e 2010) e Taxa de Urbanização (2010).

25.000 60% 20.000 47% 45% 50% 40% 40% 15.000 32% 34% 33% 28% 29% 30% 10.000 16% 16% 20% 5.000 10%

0 0%

População Total (2000) População Total (2010) Taxa de Urbanização (2010)

FONTE: IBGE (2000; 2010) - Elaboração: URBTECTM (2021).

Tabela 2 - Nível de Integração Metropolitana, População (2000-2010), Taxa de Urbanização e Projeção Populacional (2021, 2025 e 2030).

Nível de População Censitária Taxa de População Projetada Municípios Integração Urbanização (RMC) 2000 2010 (2010) 2021 2025 2030 Tijucas do Sul Muito Baixo 12.260 14.537 16% 17.206 18.055 19.074 Municípios semelhantes Adrianópolis Muito Baixo 7.007 6.376 32% 6.582 6.619 6.659 Bocaiúva do Sul Baixo 9.050 10.987 47% 13.609 14.544 15.727 Cerro Azul Muito Baixo 16.352 16.938 28% 17.792 17.967 18.078 Doutor Ulysses Muito Baixo 6.003 5.727 16% 5.880 5.904 5.908 Piên Baixo 9.798 11.236 40% 13.059 13.602 14.186 Quitandinha Muito Baixo 15.272 17.089 29% 19.366 20.030 20.769 Tunas do Paraná Baixo 3.611 6.256 45% 7.632 8.136 8.799 Municípios vizinhos Agudos do Sul Muito Baixo 7.221 8.270 34% 9.716 10.178 10.721 Mandirituba Baixo 17.540 22.220 33% 28.118 30.215 32.832 São José dos Pinhais Muito Alto 204.316 264.210 90% 334.379 358.181 387.487

Curitiba Polo RMC 1.587.315 1.751.907 100% 1.923.186 1.960.779 1.992.368

FONTE: IBGE (2000; 2010; 2020); IPARDES (Projeção 2018-2040) - Elaboração: URBTECTM (2021).

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PRODUTO 02 - ANÁLISE TEMÁTICA INTEGRADA - PARTE 01

A existência de municípios eminentemente rurais na RMC institucionalizada, isto é, com taxas de urbanização baixas, revela o caráter bastante heterogêneo da conformação da região. É importante indicar que tal heterogeneidade, entre os municípios que integram o território metropolitano, não é uma especificidade desta região, pois o fato encontra consonância no universo heterogêneo e diverso dos municípios que compõem as inúmeras unidades institucionalizadas em escala nacional (FIRKOWSKI & MOURA, 2014).

Na hierarquia de centros urbanos, Tijucas do Sul é classificado como um Centro Local, que corresponde às cidades cujo papel de centralidade e atuação não extrapolam os limites do seu município, servindo apenas aos seus residentes (IBGE, 2007).

Segundo o estudo das Regiões de Influência das Cidades (REGIC), uma “cidade pequena costuma dispor de atividades que realizam ligações distantes, através do turismo ou do agronegócio, porém, sua principal função e a maior parte de suas ocupações estarão ligadas ao fato de constituir uma localidade central para seu entorno mais ou menos imediato (IBGE, 2018).

Ainda conforme o IBGE (2016), Tijucas do Sul é mais fortemente vinculado ao Arranjo Populacional de Curitiba10, estabelecendo uma ligações vinculadas à compra de bens (como vestuários, calçados, móveis, eletroeletrônicos, maquinários e implementos para agropecuária) e de serviços em geral (saúde de baixa, média a alta complexidade, ensino superior, atividades culturais, esportivas e transportes) - além de constituir em um arranjo de destino para a produção agropecuária local.

Tijucas do Sul também mantêm ligações com Piên, ainda que em menor grau, enquanto Agudos do Sul estabelece uma ligação secundária, tendo Tijucas enquanto destino para aquisição de insumos para a produção agropecuária. Neste caso último caso, não chega a constituir em uma rede urbana.

Os municípios vizinhos à Tijucas do Sul mantêm igualmente ligações diretas com o Arranjo de Curitiba, bem como com outros arranjos de Santa Catarina, no caso de Campo Alegre, e com outros arranjos do Paraná, no caso de Guaratuba.

10 O Arranjo Populacional de Curitiba abrange 18 municípios que integram a RMC, incluindo, dentre os municípios que fazem divisa com Tijucas do Sul, São José dos Pinhais e Mandirituba (ARRANJOS POPULACIONAIS E CONCENTRAÇÕES URBANAS - IBGE, 2016).

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3.2. Migração e Movimento Pendular

A análise de dados sobre migração é relevante para a compreensão do contexto regional e do impacto na capacidade de atendimento dos serviços públicos locais, considerando a recepção da nova população e sua incorporação à dinâmica municipal.

Conforme dados do IBGE (2010), cerca de 1.955 habitantes passaram a residir em Tijucas do Sul a partir de 2005, representando 13,72% da população total relativa a 2010. Deste total, estima-se que 370 habitantes eram naturais de outras regiões do Brasil, sendo a maioria da Região Sul (14.166 habitantes). Os dados apontam ainda que essa população era integralmente brasileira.

Os deslocamentos pendulares11, isto é, os movimentos diários da população para trabalho e/ou estudo em outros municípios, têm relevância como referencial para a verificação da extensão do fenômeno urbano no território.

O movimento pendular é caracterizado, portanto, como o percurso cotidiano entre diferentes cidades realizados por moradores que se deslocam para fins de trabalho e/ou estudo, gerando uma relação de origem e destino entre estes locais. O entendimento sobre este movimento é capaz de revelar a dinâmica de deslocamentos intermunicipais, assim como as relações intramunicípio.

Com base nos censitários de 2000, o IPARDES (2008)12 divulgou que os residentes de Tijucas do Sul deslocavam-se diariamente para outros 23 municípios, abrangendo 461 pessoas, enquanto recebia outras 113 pessoas diariamente de outros cinco municípios. Incluso nestes valores está o fluxo interestadual diário, no qual 330 pessoas saíam e outras 89 ingressavam em Tijucas do Sul.

11 Segundo CINTRA, DELGADO e MOURA (2012): “(...) o conhecimento deste tipo de movimento é fundamental para identificar os distintos papéis desempenhados pelos municípios, seja na concentração de atividades geradoras de opções de trabalho ou na oferta mais qualificada de serviços de educação, seja pela condição de cidade-dormitório aos trabalhadores em outro município. É fundamental também para caracterizar os processos de expansão territorial de centros e de aglomerações urbanas, bem como a configuração de subcentralidades.” (2012, pág. 1) 12 IPARDES. Quantificação e Mapeamento dos Movimentos Pendulares dos Municípios do Estado do Paraná - 2000. Primeira Versão Nº 8. Curitiba: julho de 2008. Disponível em: . Acesso em: jan. 2021.

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Mais especificamente quanto à relação com o restante da RMC, o município mantinha movimentos diários com sete municípios (tabela a seguir), com destaque para destinos em Curitiba e em São José dos Pinhais, que recebiam as maiores quantidades de viagens. Enquanto destino, por sua vez, se relacionava em maior intensidade com os municípios de Agudos do Sul e, novamente, Curitiba.

Tabela 3 - Fluxos pendulares relativos à RMC com origem em Tijucas do Sul (2000).

Município de Destino Nº de pessoas que saíam de Tijucas do Sul

Agudos do Sul 10 Araucária 3 Cerro Azul 11 Curitiba 131 Mandirituba 6 9 São José dos Pinhais 143 Total 313 FONTE: IBGE (2000) - Elaboração: URBTECTM (2021).

Estudos do IPARDES (2010) classificam Tijucas do Sul como um local de baixo evasão de fluxos, ou seja, é um município que registra números pouco expressivos de entradas e de saídas diariamente, bem como de baixa intensidade de deslocamentos pendulares com o restante da RM de Curitiba.

Dados metropolitanos registraram um total de 426.342 pessoas em deslocamento diário para outro município em 2010, com foco em trabalho e/ou estudo, correspondendo a 15,9% do total da população da RMC (IBGE).

Os principais destinos para trabalho eram, exclusivamente, os municípios de Agudos do Sul, Mandirituba, Curitiba e São José dos Pinhais, ainda que o número absoluto seja bastante pequeno e que não configure uma condição significativa para o contexto regional.

Deste montante, a evasão diária de Tijucas do Sul correspondia a menos de 1% do total dos deslocamentos diários metropolitanos e apenas 752 das pessoas ocupadas (9% do total) que trabalhavam fora do município de residência. Dentre os que trabalhavam fora do município, se destacavam os vínculos aos setores da Construção Civil, Transportes, Armazenagem e Correio, e Indústrias de Transformação, conforme tabela a seguir (IBGE,

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2010).

Tabela 4 - População de Tijucas do Sul com Local de Trabalho em Outro Município (2010), por seções de atividades.

Seção de atividade Nº de Habitantes Administração pública, defesa e seguridade social 18 Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura 73 Alojamento e alimentação 16 Artes, cultura, esporte e recreação 6 Atividades administrativas e serviços complementares 12 Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados 7 Atividades mal especificadas 19 Atividades profissionais, científicas e técnicas 3 Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas 76 Construção 166 Educação 22 Indústrias de transformação 105 Indústrias extrativas 5 Saúde humana e serviços sociais 11 Serviços domésticos 36 Transporte, armazenagem e correio 159 Outras atividades de serviços 3 Total 752 FONTE: IBGE (2010); IPARDES - Elaboração: URBTECTM (2021).

Considerando as características próprias de Tijucas do Sul, enquanto município essencialmente rural e de pequeno porte13, pode-se incluir às análises quanto ao grau de dependência de serviços externos ao município, a quantidade de agências e de estabelecimentos bancários existentes atualmente. Há apenas duas agências bancárias, segundo dados do BACEN (2020).

De fato é um município com baixas taxas de atração, bem como de repulsão e, por isto, pouco integrado ao sistema metropolitano. A proximidade de Tijucas do Sul com um dos maiores municípios da RMC, São José dos Pinhais, favorece a dependência local deste

13 Segundo o IBGE (2010), municípios com menos de 20 mil habitantes são de pequeno porte.

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município. Houve, inclusive, uma intenção de implantação de nova linha de transporte público metropolitana14 entre ambos os municípios.

A distância física à Capital e a proximidade imediata à São José dos Pinhais (SJP) revelam a maior dependência de Tijucas do Sul ao município diretamente limítrofe, que congrega diversidade de serviços, educação, atendimento de saúde de maiores complexidades e postos de trabalhos.

A ligação viária de Tijucas do Sul com SJP ocorre principalmente através da BR-376, uma rodovia integrante ao sistema viário metropolitano, categorizada como Via Expressa. Essa ligação viária é complementada pela conexão secundária e de viés turístico-rural através da Rua Izaura Ravaglio Rocha (antiga estrada para ), denominada de tal forma em SJP, a qual integrou conjunto de obras de restauração viária do PIT - Programa de Integração do Transporte, em 2009.

Pode-se dizer que São José dos Pinhais, ainda que condiga com um dos maiores vetores de expansão e de crescimento populacional da região, dispõe de uma ocupação urbana que ainda não ultrapassou os limites municipais em direção à Tijucas do Sul, em parte devido ao umbral exercido pelas fragilidades ambientais na divisa, sendo demarcada pela presença do Rio da Várzea (figura a seguir).

Por outro lado, a concentração e oferta de chácaras e sítios de lazer, desde SJP, permite destaque também à Tijucas do Sul, enquanto destino de final de semana aos residentes da região. Soma-se a este panorama, o fenômeno mundial do êxodo urbano das grandes metrópoles, reforçado pelo período pandêmico de 2020, que já vinha sendo observado no contexto brasileiro.

A interiorização têm gerado uma forte migração de pessoas das regiões metropolitanas em um raio de até 100 km a partir dos grandes centros, segundo o SECOVI/SP (Sindicato da Habitação e Condomínios). Este panorama é reforçado pelos investimentos recentes nas infraestruturas viárias e de acesso, bem como ao menor custo e à maior qualidade de vida proporcionado pelas cidades pequenas.

14 A COMEC informou em reunião, realizada em janeiro de 2020, que daria mais informações a respeito na sequência dos trabalhos.

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Figura 1 - Umbrais à ocupação urbana na RMC, como na divisa entre SJP e Tijucas do Sul.

FONTE: PDUI (2006).

3.3. Áreas de Proteção Ambiental e de Interesse de Proteção de Mananciais

No território de Tijucas do Sul incidem bacias hidrográficas que integram áreas de interesse de proteção dos mananciais metropolitanos para abastecimento de água, conforme o Decreto Estadual nº 4.435/2016 e a Lei Estadual de Proteção aos Mananciais, Lei nº 12.248/1998, que criou o Sistema Integrado de Gestão e Proteção aos Mananciais da RMC (SIGPROM).

O ordenamento territorial das áreas de mananciais de abastecimento público da RMC para fins de habitação é regulamentado ainda pelo Decreto Municipal nº 745/2015 (em vias de alteração pelo Estado).

Com a finalidade de orientar o desenvolvimento da ocupação, controlar usos e formas de parcelar o solo nos municípios, a instituição destas áreas visa garantir as condições

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adequadas de qualidade das águas para que sejam compatíveis ao abastecimento público metropolitano atual e futuro.

Incidem em Tijucas do Sul, a bacia do Alto Várzea, que abrange a região central-oeste do município, incluindo a área total dos perímetros urbanos da Sede, Lagoa, Lagoinha, Campina e Tabatinga; e a bacia do Rio Negro, que abrange a área central-sul municipal, sendo parte da Bacia do Alto Iguaçu.

No caso da bacia do Alto Várzea, na divisa municipal com Mandirituba, o Decreto (2016) supracitado indica uma área de reservatório projetado no Rio da Várzea.

Cabe ainda a ressalva à inclusão da bacia do Rio Negro enquanto manancial futuro, uma vez que a instituição, como área de proteção ambiental, apenas abrange a parte da bacia no estado do Paraná, enquanto o restante desta bacia, no estado de Santa Catarina, não dispõe da mesma tratativa institucional, protetiva ou legal.

As áreas urbanas tijucanas-do-sul incidem inteiramente sobre as áreas de proteção dos mananciais regionais, tornando evidente o desafio de controlar densidades de ocupação no território e os usos e atividades que sejam de fato compatíveis (não poluentes) com a preservação da qualidade das águas destinadas ao abastecimento público, sobretudo, por incidirem em um manancial superficial.

Diante da baixíssima densidade das áreas urbanas e do grau de urbanização também pouco expressivo de Tijucas do Sul, tal contexto indica a necessidade de identificação da existência de usos possivelmente poluentes, ocupações e parcelamentos clandestinos, irregulares e sem acesso às redes de infraestruturas de saneamento ambiental, com destaque para o esgoto, bem como a consideração das formas de produção agrícola nas áreas coincidentes com as bacias de proteção dos mananciais.

Em reunião realizada com representantes da COMEC, em janeiro de 2021, comentou-se que o Decreto (2016) vigente, além de necessitar de correções, restringe a densidade urbana e as formas de parcelamento, construção e de ocupação do solo, tendo grande impacto nas possibilidades de desenvolvimento e de expansão urbana em Tijucas do Sul. O decreto que o atualizará poderá ser bastante positivo ao trazer maior flexibilidade de parâmetros. Inclusive, a exclusão da bacia de Rio Negro como área de manancial é uma opção em estudo.

As áreas de Tijucas do Sul incidentes nas bacias de mananciais correspondem a cerca de 64% de todo o território municipal. Outros 26% do município integra a APA Estadual de

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Guaratuba, que compreende uma Unidade de Conservação (UC) de Uso Sustentável, isto é, cujo objetivo é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos naturais existentes.

Assim, 7,13% do território municipal integram simultaneamente ambas as áreas de proteção ambiental, conforme a tabela a seguir. Apenas 15% do território de Tijucas do Sul está isento das restrições ambientais relativas às áreas de proteção ambientais, que equivalem a cerca de 102,39 km² situados na Macrozona Rural (aprox. 100 km²) e o restante em áreas urbanas, conforme instituídas pelas leis municipais (2010).

Tabela 5 - Partes do Município em Áreas de Proteção Ambiental: Mananciais e APA.

Área Total Área Urbana Área Rural Situação das Áreas do Município Área Área Área Área (%) Área (%) Área (%) (km²) (km²) (km²)

Em Áreas de Proteção Ambiental* 570,58 84,79 18,97 90,20 551,61 84,61 Na Área de Proteção de Manancial 242,08 35,97 16,16 76,82 225,92 34,65 do Alto Várzea Na Área de Proteção de Manancial 195,14 29,00 2,06 9,78 193,09 29,62 do Rio Negro Na APA de Guaratuba 181,35 26,95 1,47 6,99 179,88 27,59

Sobreposição de Áreas de 47,98 7,13 0,71 3,38 47,27 7,25 Proteção** Sem incidência de Áreas de 102,39 15,21 2,06 9,80 100,33 15,39 Proteção

Área (Total) 672,97 100,00 21,03 100,00 651,94 100,00

* Em Áreas de Proteção Ambiental = Bacia do Alto Várzea + Bacia do Rio Negro + APA de Guaratuba - sobreposição destes. ** Sobreposição da APA de Guaratuba com as Áreas de Proteção de Mananciais das Bacias do Alto Várzea e Rio Negro. FONTE: IBGE; COMEC (2021); IAT (2011) - Elaboração por: URBTECTM (2021).

Para efetuar os cálculos da tabela, os vetores do limite municipal foram ajustados à base hídrica oficial disponibilizada pelo IAT (Instituto Água e Terra), datada de 2011, com vistas à compatibilização das informações provenientes de distintas fontes de dados e de diferentes escalas de representação de dados, à realidade local. Por este motivo, o limite municipal de Tijucas do Sul apresenta pequena variação de área total (672,97 km²), se comparado aos dados disponibilizados pelo IBGE (2019), que indica a área como sendo de 671,89 km², por exemplo. As áreas urbanas, por sua vez, que correspondem a

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menos de 3% do território municipal (cerca de 21 km²), são todos os perímetros urbanos instituídos pela legislação de 2010.

A área da APA de Guaratuba abrange cerca de 200 mil ha, dos quais 9,24% estão em Tijucas do Sul. Conforme o Plano de Manejo (2006), que trata do Zoneamento Ecológico- Econômico da APA, indica que esta UC tem o objetivo de compatibilizar os usos racionais dos recursos ambientais da região, com a ocupação ordenada do solo, protegendo a rede hídrica, remanescentes da Floresta Atlântica e manguezais, sítios arqueológicos e a diversidade faunística ali presentes, além de disciplinar os usos turísticos.

Figura 2 - APA de Guaratuba em Tijucas do Sul.

FONTE: IAT (2021).

Na área da APA são proibidas (ou restringidas), a implantação de atividades industriais potencialmente poluidoras, capazes de afetar mananciais de água e complexo estuarino da baía; a realização de obras de terraplenagem e a abertura de canais, quando estas iniciativas importarem em sensível alteração das condições ecológicas; o exercício de atividades capazes de provocar acelerada erosão das terras ou o assoreamento das coleções hídricas; o uso de biocidas, quando indiscriminado ou em desacordo com as recomendações técnicas e normas vigentes (art. 5º do Decreto Estadual nº 1.234/1992,

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que institui a APA).

Da mesma forma, são proibidas edificações em terrenos que não comportem, pelas suas dimensões e outras características, a existência simultânea de poços de abastecimento d'água e poços para o despejo de fossas sépticas (quando não houver rede de coleta e estações de tratamento de esgoto em funcionamento); e o despejo, sem o tratamento adequado, de esgoto nos corpos hídricos, contaminando as águas.

O quadro a seguir traz um resumo da caracterização, dos objetivos e parâmetros de usos das zonas da APA no território de Tijucas do Sul, conforme seu Plano de Manejo.

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Quadro 6 - Zonas da APA de Guaratuba da Unidade de Gestão da BR-376 incidentes em Tijucas do Sul.

ZONAS INCIDENTES EM TIJUCAS DO SUL E SOB ADMINISTRAÇÃO DA UNIDADE DE GESTÃO BR-376 Caracterização (2006) Usos Nome da Zona Objetivos Específicos Ambiental Socioeconômica Permitido Permissível Proibido

ZONA DE ▪ Região de relevo íngreme, com Ocupação antrópica ainda pouco ▪ Recuperar e conservar os campos de altitude; ▪ Agricultura familiar; ▪ Comércio médio e ▪ Indústrias de pequeno, CONSERVAÇÃO predomínio de cambissolos e expressiva, com ligeira tendência de ▪ Desenvolver manejo florestal e agrícola através de ▪ Habitação unifamiliar; grande porte; médio e grande porte, 1 - CERRINHO argissolos, solos bastante argilosos e crescimento. poluidoras ou sistemas agroflorestais com espécies nativas e ▪ Comércio de pequeno ▪ Habitações coletivas e (ZC1) com baixa permeabilidade, potencialmente Densidade demográfica entre 2 e 15 agroecológicos; porte; multifamiliares; consequentemente com alta poluidoras; hab/km². ▪ Controlar a dispersão de Pinus e outras espécies ▪ Pecuária; susceptibilidade à erosão do tipo ▪ Serviços vicinais; Evolução demográfica decrescente na exóticas invasoras nos remanescentes nativos. ▪ Infraestrutura turística escorregamento e fluxo de massa. ▪ Atividades turísticas e de ▪ Mineração; região de Pinhal dos Borges. de alto impacto ▪ Ocorrência de solos rasos e frágeis recreação de baixo ▪ Manejo florestal e ambiental; Atividades econômicas predominantes: DIRETRIZES: impacto ambiental; agropecuário; representados principalmente pelos ▪ Sistemas agroflorestais ▪ cortes e outros serviços florestais; ▪ Limitar as atividades de reflorestamento com neossolos litólicos e com afloramentos ▪ Sistemas agroflorestais ▪ Infraestrutura turística com espécies exóticas de rochas graníticas. ▪ venda de carvão; espécies exóticas invasoras e de mineração. com espécies nativas de baixo impacto ▪ Predominam reflorestamentos com a ▪ agricultura familiar; ambiental; espécie Pinus spp, havendo também ▪ plantio de mandioquinha, salsa e ▪ Comunitário 2 e 3; fragmentos de Florestas Ombrófila Pinus para comercialização. ▪ Agricultura extensiva; Densa Montana e porções em estágio ▪ Sistemas agroflorestais inicial e intermediária de sucessão. com espécies exóticas não invasoras ZONA DE ▪ Compreende a área de influência da Ocupação antrópica pouco significativa ▪ Promover a conservação dos recursos hídricos; ▪ Agricultura familiar; ▪ Comércio de ▪ Indústrias CONSERVAÇÃO Represa da Vossoroca. com densidade demográfica de 2 a 5 ▪ Promover o monitoramento do tratamento dos ▪ Habitações unifamiliares, pequeno e médio potencialmente 2 - VOSSOROCA ▪ Solos predominantes localizados nas hab/km² em 1996 e com ligeira efluentes sanitários e da destinação adequada de coletivas e porte; poluidoras, e de médio (ZC2) regiões de declividade mais acentuada tendência de crescimento: evolução resíduos sólidos; multifamiliares; ▪ Serviços vicinais, de e grande porte; 1991-1996 entre 0 e 5 hab/km². são representados pelos cambissolos ▪ Regulamentar o uso recreativo e de lazer; ▪ Chácaras de lazer; bairro e setoriais; ▪ Comércio de grande de baixa fertilidade natural, ácidos, Ocupação caracterizada por chácaras de porte; ▪ Mobilizar a comunidade para a educação patrimonial ▪ Atividades turísticas e de ▪ Atividades de argilosos e susceptíveis a erosão. lazer incluindo atividades de pesca e socioambiental. recreação de baixo recreação e turismo ▪ Infraestrutura amadora muitas vezes praticada de ▪ Nas porções de relevo menos impacto ambiental; sustentável; turística de alto forma ilegal. DIRETRIZES: movimentado ocorrem os argissolos e ▪ Indústrias de impacto ambiental; ▪ Regulamentar as atividades extrativistas ▪ Comunitário 1 latossolos, que são considerados os de A população residente pratica pequeno porte; ▪ Comunitário 2 e 3 maior aptidão para uso agropecuário agricultura familiar, extrativismo de desenvolvidas na região; ▪ Infraestrutura dentro da APA. não-madeiráveis (extração de espécies ▪ Controlar a poluição sonora provenientes das turística de baixo ornamentais: bromélias , orquídeas e atividades de recreação; ▪ Predomínio de Florestas em fases impacto ambiental inicial e intermediária da sucessão e, xaxins) e pecuária. ▪ Fiscalizar o do tratamento dos efluentes sanitários e também, de Floresta Ombrófila Mista Ocorrência também de atividades de da destinação de resíduos sólidos; Montana. exploração mineral e reflorestamento. ▪ Implantar programas de apoio e incentivo à produção ▪ Ocorrência de reflorestamento de e a venda de artesanato; pinheiro do Paraná (Araucaria ▪ Promover alternativas econômicas para as angustifolia). comunidades locais, com base na valoração do Patrimônio Cultural e Ambiental da APA; ▪ Controlar a pesca amadora; ▪ Estabelecer em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal e DNIT, ações para limitar a velocidade de veículos no trecho de transposição da BR-376 sobre a represa

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ZONAS INCIDENTES EM TIJUCAS DO SUL E SOB ADMINISTRAÇÃO DA UNIDADE DE GESTÃO BR-376 Caracterização (2006) Usos Nome da Zona Objetivos Específicos Ambiental Socioeconômica Permitido Permissível Proibido

ZONA DE Relevo fortemente acidentado, com Densidade demográfica de 2 a 5 ▪ Disciplinar o uso e ocupação do solo na área de ▪ Chácaras de lazer; ▪ Serviços setoriais e de ▪ Extração de plantas CONSERVAÇÃO regime pluviométrico acima de hab/km². entorno da rodovia; ▪ Habitações bairro; ornamentais; 3 - (ZC3) 2.200mm/ano e erosividade de 750 a Evolução densidade demográfica ▪ Minimizar o impacto visual causado pela ocupação unifamiliares, coletivas e ▪ Infraestrutura turística ▪ Indústrias 1.000 mj.mm/ha. h.ano. Essas decrescente: 5 a 0 hab/km². atual de modo a preservar a beleza cênica da multifamiliares; de baixo impacto potencialmente características associadas à declividade e O entorno direto da BR-376 caracteriza- paisagem local; ▪ Serviços vicinais; ambiental; poluidoras; ao tipo do solo, compõem uma área de se por intenso uso agropecuário e ▪ Controlar dispersão de Pinus e outras espécies ▪ Comércio de pequeno, ▪ Infraestrutura turística grande instabilidade. ▪ Agricultura familiar; comercial de pequeno e médio porte: exóticas invasoras nos remanescentes nativos; médio e grande porte; de alto impacto As regiões mais íngremes desta zona são ▪ Comércio de pequeno artesanato, queijos, conservas e outros ▪ Recuperar e valorizar a paisagem natural da região. ▪ Atividades ambiental ocupadas por cambissolos álicos (ácidos e porte; alimentos da agroindústria. agroindustriais; de baixa fertilidade) e mais próximo ao ▪ Atividades turísticas e Existência de chácaras e sítios de lazer e vale do Rio São João os solos são DIRETRIZES ▪ Mineração; famílias residentes que praticam ▪ de recreação de baixo distróficos (menos ácidos) e mais ▪ Agricultura extensiva; agricultura familiar. ▪ Incentivar a produção de plantas ornamentais em impacto ambiental; profundos, aumentando sua aptidão para viveiros; ▪ Comunitário 1 e 2 ▪ Comunitário 3 atividades antrópicas. A grande beleza cênica da região proporciona alto potencial para turismo ▪ Solicitar sistema de saneamento adequado aos Nesta zona ocorrem outros tipos de sustentável. empreendimentos e estabelecimentos já existentes e terreno (com os horizontes revolvidos e dos novos; alterados) nas áreas marginais à BR-376, ▪ Estimular atividades turísticas de baixo impacto devido aos processos de construção e ambiental; manutenção da rodovia. ▪ Incentivar à produção e venda de artesanato. A cobertura vegetal caracteriza-se por um mosaico de fragmentos da floresta Ombrófila Densa Montana e Submontana em diversos estágios de sucessão (inicial, médio e avançado), além do uso agropecuário. ZONA DE Ocorre o predomínio dos cambissolos Há evidências da ocorrência de ▪ Conservar a zona ecotonal (de transição da Floresta ▪ Habitações ▪ Agropecuária comercial; ▪ Indústrias CONSERVAÇÃO álicos e profundos na maior parte da desmate ilegal e de caça e pesca Ombrófila Mista e Floresta Ombrófila Densa); unifamiliares, coletivas e ▪ Indústria de pequeno potencialmente 5 - VOSSOROCA zona. predatória. ▪ Controlar a expansão da ocupação. multifamiliares; porte não poluente; poluidoras de (ZC5) pequeno, médio e Nas áreas de maior declividade aparecem Ocorrem atividades minerarias. ▪ Comércio de pequeno e ▪ Reflorestamento com os solos litólicos rasos com presença médio porte; grande porte; Área de reflorestamento, com atuação DIRETRIZES manejo florestal intensa de rochas e matacões. de grande empresa. Ocupação ▪ Serviços vicinais, de adequado; ▪ Comércio de grande ▪ Promover o controle das atividades de A cobertura vegetal predominante desta antrópica relativamente significativa (5 bairro e setoriais; porte; reflorestamento; ▪ Mineração região é Fase Inicial e Intermediária de a 15 hab/km²), observada evolução ▪ Agropecuária familiar; Infraestrutura turística ▪ Infraestrutura turística Sucessão e Floresta Ombrófila negativa entre 1991 a 1996. ▪ Intensificar o controle da qualidade das águas. de alto impacto ▪ Agroindústria de de baixo impacto Densa/Mista Montana. ambiental. Agricultura familiar, com pequena pequeno porte; ambiental; Caracterizada como uma zona ecotona produção de banana para ▪ Atividades turísticas e de ▪ Comunitário 3 entre a Floresta Atlântica e a Floresta de comercialização. recreação de baixo Araucária. impacto ambiental; ▪ Comunitário 1 e 2

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ZONAS INCIDENTES EM TIJUCAS DO SUL E SOB ADMINISTRAÇÃO DA UNIDADE DE GESTÃO BR-376 Caracterização (2006) Usos Nome da Zona Objetivos Específicos Ambiental Socioeconômica Permitido Permissível Proibido

ZONA DE Região constituída por Floresta Ombrófila Região com decréscimo populacional e ▪ Proteger a biodiversidade especialmente os ▪ Agricultura familiar; ▪ Habitações unifamiliares ▪ Mineração; PROTEÇÃO 1 - Densa Montana e refúgios ecológicos com densidade demográfica de 2 a 5 fragmentos de campos de altitude e as florestas ▪ Atividades turísticas e de e coletivas; ▪ Manejo florestal ou (campos de altitude). hab/km². montanas; recreação de baixo ▪ Comércio de pequeno e agropecuário com a (ZP1) Os campos encontram-se degradados Predomínio de atividades econômicas ▪ Estimular a substituição de florestas homogêneas por impacto ambiental. porte e serviço vicinais; introdução de espécies devidos ao uso pecuário e silvicultura de subsistência. florestas heterogêneas com espécies nativas. ▪ Infraestrutura turística exóticas; (reflorestamento de Pinus). A região apresenta grande potencial de baixo impacto ▪ Indústrias de qualquer As rochas são do tipo migmatitos e turístico devido a sua beleza cênica. DIRETRIZES ambiental; porte e potencialmente granitos (Granito do Morro Redondo). poluidoras; ▪ Controlar a dispersão de Pinus e outras espécies ▪ Comunitário 1 e 2. Predomínio de solos rasos (neossolos exóticas nos remanescentes nativos; ▪ Agricultura extensiva; litólicos) e afloramentos de rochas que ▪ Promover ações para intensificar a fiscalização ▪ Serviços setoriais e de confere alta fragilidade à zona. preventiva visando coibir a caça e a extração bairro; indiscriminada de recursos vegetais; ▪ Comunitário 3; ▪ Promover a agricultura familiar com base nos ▪ Atividades esportivas princípios da agroecologia; de alto impacto ▪ Promover a implantação de sistema de coleta e de ambiental; tratamento de esgotos. ▪ Infraestrutura turística de alto impacto ▪ ▪ ▪ ZONA DE Conta com 7 Áreas de Proteção Especial A região apresenta atividade econômica Assegurar a conectividade entre os fragmentos Agricultura familiar; Habitações unifamiliares, ambiental; PROTEÇÃO 2 - (APEs). Expressiva cobertura de floresta e antrópica pouco expressiva, florestais existentes e as unidades de conservação. coletivas e ▪ Atividades turísticas e de ▪ CANAVIEIRAS - atlântica, relativamente bem conservada, ocorrendo pressão de ocupação ao multifamiliares; Meios de hospedagem recreação de baixo com número maior de ARARAQUARA em relevo montanhoso formado por Norte, a partir do Vale do Rio Sagrado e ▪ DIRETRIZES impacto ambiental. Comércio de pequeno e 20 leitos/ha; (ZP2) rochas graníticas e migmatíticas. junto aos rios Arraial e Canavieiras. médio porte; ▪ Promover ações intensivas de fiscalização preventiva ▪ Nas áreas de piemonte (início das Densidade demográfica de 1 a 2 Empreendimentos visando coibir a caça e a extração indiscriminada de ▪ Serviços vicinais, de encostas) e pedimentos (superfícies hab/km² em 1996 e com evolução turísticos com taxa recursos vegetais; bairro e setoriais; alongadas que formam as montanhas), negativa entre 1991/1996. desocupação maior do ▪ Promover os princípios da agroecologia na agricultura ▪ Agropecuária familiar; que 30%. predominam os cambissolos rasos nas Predomínio atividade agropecuária local. ▪ Agroindústria de maiores declividades e profundos nas familiar nas unidades produtivas de pequeno porte; regiões com relevos ondulado e forte pequeno porte. ondulado. Nas posições de topo ▪ Atividades turísticas e de Cultivo da banana para comercialização. (pediplanos) e escarpas ocorrem os solos recreação de baixo rasos (neossolos litólicos) e afloramentos Ocupação ilegal das encostas e topos de impacto ambiental; morros; indícios de caça de animais de rocha, altamente frágeis e susceptíveis ▪ Comunitário 1 e 2. à erosão por escorregamento e fluxo de silvestres. massa. Predomínio de Floresta Ombrófila Densa Submontana e Montana e fragmentos em Fase Intermediária da Sucessão. FONTE: Plano de Manejo da APA de Guaratuba (PARANÁ, 2006) - Elaboração: URBTECTM (2021).

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3.4. Regulamentações de uso e ocupação do solo nas divisas municipais

A partir da análise das regulamentações de uso e de ocupação do solo nas áreas de divisa municipal, a partir dos macrozoneamentos dos municípios limítrofes à Tijucas do Sul, é perceptível que tais áreas de fronteira imediata possuem forte caráter ambiental, rural e turístico.

Em grande parte, o ordenamento dos municípios limítrofes é compatível com o Macrozoneamento Municipal de Tijucas do Sul, vigente pela Lei Municipal nº 242/2010 (ver capítulo 2.2), que correspondente ao Plano Diretor Municipal. As especificidades destas áreas fronteiriças são expostas a seguir.

Quanto às restrições ambientais regionais que recaem sobre as divisas municipais, destacam-se: a área que corresponde a um umbral à urbanização, na região leste da RMC, incide na divisa de São José dos Pinhais (Figura 1).

De acordo o PDI (2006), na área de divisa estão relevos com altas declividades e os contrafortes da Serra do Mar. Já ao norte e leste de Tijucas do Sul, junto à fronteira com Guaratuba, destaca-se a Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaratuba.

Na área de fronteira com São José dos Pinhais, o ordenamento territorial é dado pelo Macrozoneamento, vigente pela Lei Municipal nº 100/2015, sendo referente ao Plano Diretor. Nesta área de fronteira incidem as seguintes macrozonas:

▪ MACROZONA DE PRODUÇÃO RURAL: caracterizada com áreas de baixa ocupação populacional, destinadas à produção agrícola, pecuária, exploração mineral e vegetal, sendo voltadas ao desenvolvimento rural sustentável, com o objetivo de evitar impactos negativos sobre os recursos naturais.

Em análise quanto ao uso do solo atual existente nesta porção do território, a partir de imagens aéreas (Google Earth, 2021), é perceptível a consonância entre a realidade e o objetivo legal dessa macrozona, visto a presença de estabelecimentos de mineração, grandes áreas de produção agropecuária e chácaras, assim como usos mistos diversos ao longo de ramificações viárias à oeste da BR-376.

▪ MACROZONA DE CONTROLE AMBIENTAL: com o objetivo de preservar os recursos naturais e de fomentar atividades de pesquisa, ecoturismo e educação ambiental, além de compatibilizar as atividades rurais com a

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proteção ambiental, respeitando a fragilidade dos terrenos.

Em análise quanto ao uso do solo atual existente nesta porção do território perceptível a existência de grandes maciços vegetais, assim como usos mistos de baixíssima densidade ao longo das estradas rurais, concordantes com a caracterização da macrozona. No entanto, observou-se também a presença de áreas mineradoras - uso que pode propiciar eventual conflito ambiental, levando em consideração a citação do caráter de fragilidade dos terrenos ali contidos. Deve ser utilizado o Plano Diretor de Mineração da RMC para confirmação da adequabilidade dessa atividades ao local.

Por parte de Tijucas do Sul, conforme a Lei do Plano Diretor, a área de divisa é ordenada a partir das seguintes macrozonas:

▪ MACROZONA DE EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS: abrange áreas onde há potencial para se oportunizar o desenvolvimento turístico municipal;

▪ MACROZONA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAL: que abrange a área da bacia hidrográfica do Rio da Várzea, determinada pelos Decretos Estaduais nº 3.411/2008 e 6.194/201215, onde se objetiva ordenar a ocupação do solo e preservar a área para garantir o abastecimento hídrico da RMC;

▪ MACROZONA DA APA DE GUARATUBA: corresponde à área da APA de Guaratuba incidente em Tijucas do Sul, definida pelo Decreto Estadual nº 1.234/1992, cujos objetivos de constituição são referentes ao disposto no Plano de Manejo da APA (2006).

A partir de uma análise quanto à interação e/ou compatibilização das legislações de ordenamento dos territórios nesta área, infere-se que os macrozoneamentos definidos em lei são compatíveis entre si, visto que dizem respeito, em grande parte, às restrições de caráter ambiental em ambos os municípios.

Diferem apenas as macrozonas cujos objetivos são vinculados ao desenvolvimento da produção rural (em São José dos Pinhais) e aos empreendimentos turísticos (em Tijucas do Sul). Apesar disso, tais macrozonas se mantêm compatíveis entre si uma vez que as

15 O Decreto Estadual nº 3.411/2008 declara as áreas de interesse de constituição dos mananciais de abastecimento para a RMC, o qual foi alterado pelo Decreto Estadual nº 4.435/2016, em que se mantém vigente a área correspondente à Bacia Hidrográfica do Rio da Várzea, conforme supracitado.

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intenções de promoção do desenvolvimento rural sustentável, estão manifestadas em lei.

A introdução da modalidade do ecoturismo aos objetivos da macrozona turística, em Tijucas do Sul, seria capaz de manter o objetivo da área de fronteira e, simultaneamente, dialogar com o seu entorno. Destaca-se, no entanto, que, se considerada plausível, essa modalidade deverá ser especificada na caracterização dos objetivos legais, visto que a descrição vigente se dá apenas de forma genérica.

Na área de fronteira com o município de Mandirituba, por sua vez, o Macrozoneamento é dado pela Lei Complementar nº 430/2008 - Lei do Plano Diretor Municipal, atualmente em revisão. A área de fronteira em questão compreende as seguintes macrozonas:

▪ MACROZONA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE: compreende as faixas de preservação ambiente ao longo dos fundos de vale, destinadas à proteção das matas ciliares, com dimensão definida pelo Código Florestal, assim como as áreas dos raios de entorno das nascentes ali presentes.

Em análise quanto ao uso do solo atual existente nesta porção do território, a partir de imagens aéreas (Google Earth, 2021), observou-se a presença de maciços vegetais ao longo do Rio da Várzea, visto a caracterização da macrozona, mantendo a obediência a sua definição legal. No entanto, ao longo do curso deste rio observou-se também pontos de coincidência com estradas rurais, que reduzem e/ou anulam a faixa de mata ciliar. O mesmo ocorre com áreas de descampados ocupadas por construções de baixíssima densidade e grandes áreas de plantio, intensificadas ao leste de Mandirituba.

▪ MACROZONA DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DE MANANCIAIS: compreende as áreas definidas pelo Decreto Estadual nº 6.390/200616 e tem como objetivo a sua conservação ambiental, de forma a garantir a qualidade da água para o abastecimento público da RMC.

O uso do solo atual exercido nesta porção do território se mantém conforme o descrito na macrozona anterior. Quanto a isso destaca-se, portanto, as grandes áreas de plantio observadas, visto que o possível uso de agrotóxicos

16 A alteração mais recente é expressa pelo Decreto Estadual nº 4.435/2016, cita interesse futuro sobre a Bacia Hidrográfica do Rio Curral das Éguas, localizada em Mandirituba.

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e similares pode influenciar negativamente a qualidade da água na região.

Em Tijucas do Sul, a área de divisa é orientada a partir da Macrozona de Proteção de Manancial, descrita anteriormente.

Incide sobre a área também o Eixo de Desenvolvimento Turístico que, diferentemente da Macrozona de Empreendimentos Turísticos, se desenvolve ao longo de uma faixa de 200 metros de distância a partir das rodovias municipais, que fazem ligação às regiões do Postinho e do Rio de Una. Nestas áreas objetiva-se o desenvolvimento de atividades econômicas desde que compatíveis com a preservação ambiental, assim como a criação de áreas de lazer em atendimento às demandas da população local.

Pode-se dizer que os macrozoneamentos municipais são compatíveis entre si, sendo alinhados às intenções de desenvolvimento econômico sustentável frente às restrições ambientais. Se destaca, neste sentido, o Eixo de Desenvolvimento Turístico em Tijucas do Sul: apenas um pequeno trecho incide na área de fronteira entre os municípios, em ligação direta com a área de proteção permanente de Mandirituba. No entanto, ao analisar a definição legal do Eixo, descarta-se a possibilidade de conflitos, visto que seu objetivo inclui o alinhamento das atividades com a preservação ambiental.

Por parte de Agudos do Sul, o ordenamento territorial é dado Lei Municipal nº 396/2007, que dispõe sobre o Uso e Ocupação do Solo nas escalas municipal e urbana. Na área de divisa com Tijucas do Sul incidem as seguintes áreas e corredor:

▪ ÁREA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAL: porção do território municipal inserida na Área de Proteção dos Mananciais metropolitanos, representada pela área da bacia do rio da Várzea, onde são priorizadas ocupações e atividades compatíveis com a preservação desta bacia de abastecimento hídrico.

Em análise quanto ao uso do solo atual nesta porção do território, a partir de imagens aéreas, denota-se grandes áreas de maciços vegetais e pequenas e dispersas áreas de descampados, com ocupação de baixa densidade, assim como áreas de plantio que, conforme descrito anteriormente, podem ocasionar conflitos a partir do possível uso de agrotóxicos.

▪ ÁREA DE ATIVIDADE AGROSSILVIPASTORIL: corresponde à porção de território com usos e ocupação de características não-urbanas, com concentração de atividades agrossilvipastoris, como agricultura, pecuária, silvicultura e criações diversas. Esta área tem o objetivo de permitir e fixar

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atividades agrícolas, priorizando práticas conservacionistas de forma a incrementar a produtividade, preservando o meio ambiente.

Em análise quanto ao uso do solo atual nesta área, observa-se a presença intensa de grandes áreas de plantio e de produção agropecuária, em conjunto com pequenas ocupações rurais de baixa densidade, firmando, portanto, conformidade com a descrição legal da macrozona.

▪ ÁREA DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL II: corresponde a uma faixa de 200 metros a partir da cota de inundação do reservatório do Rio da Várzea e, também, a uma faixa ao sudeste do município, referente às áreas de várzea do Rio Negro; objetiva assegurar a conservação dos ecossistemas envolvidos, além de, no caso específico da faixa “ao longo da futura represa do Rio da Várzea” (conforme descrito em lei), prevenir inundações.

O uso do solo atual nesta área é marcado pela presença de maciços vegetais, no entanto, por ser contínua à macrozona descrita anteriormente, apresenta também áreas de plantio que podem representar eventuais conflitos em relação ao seu objetivo legal.

▪ CORREDOR DE INTERESSE TURÍSTICO: eixo formado pelas propriedades com testada para a PR-281, onde se objetiva a criação de um corredor de lazer, com restrições à ocupação residencial intensa e priorização à instalação de estabelecimentos de turismo rural e contemplativo.

Sobre as propriedades existentes atualmente ao longo da PR-281, observam- se poucos estabelecimentos voltados ao turismo, como chácaras e pesque- pague e, portanto, é possível concluir que o Corredor de Interesse Turístico ainda está em fase de consolidação.

Tijucas do Sul, por sua vez, ordena essa porção de divisa municipal a partir da Macrozona de Proteção de Manancial (já descrita), em conjunto com o Eixo de Desenvolvimento Turístico e a Macrozona Rural 2, que é referente à porção do território apta ao desenvolvimento de atividades agrícolas e caracterizada pela vocação em silvicultura.

Quanto à interação destes macrozoneamentos, continua sendo possível atestar a compatibilidade de objetivos em ambos os municípios: a Área de Proteção de Manancial (em Agudos do Sul) faz ligação com a Macrozona da Área de Proteção de Manancial (em Tijucas do Sul), firmando o caráter ambiental; o Corredor de Interesse Turístico (em

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Agudos do Sul), perfaz a ligação com o Eixo de Desenvolvimento Turístico (em Tijucas do Sul), mantendo a interrelação; enquanto a Área de Atividade Agrossilvipastoril (em Agudos do Sul) conecta-se à Macrozona Rural 2 (em Tijucas), ambas caracterizadas pelas atividades agropecuárias e de silvicultura.

Com relação à área de divisa com Guaratuba, é incidente a APA de Guaratuba, definida pelo Decreto Estadual nº 1.234/1992, cujo ordenamento de usos e ocupação do solo é especificado pelo seu Plano de Manejo (PARANÁ, 2006), citado anteriormente.

Por parte de Guaratuba, incidem as seguintes zonas na área limítrofe à Tijucas do Sul, conforme descrição constante no Plano de Manejo supracitado:

▪ ZONA DE PROTEÇÃO 1 - PANDUVA: região constituída por Floresta Ombrófila Densa Montana e refúgios ecológicos (campos de altitude); os campos encontram-se degradados devido às atividades de pecuária e silvicultura (com reflorestamento de Pinus); apresenta afloramentos de rochas que conferem alta fragilidade à área, tendo como objetivos promover a proteção da biodiversidade e estimular a substituição de florestas homogêneas por florestas heterogêneas com espécies nativas;

▪ ÁREA DE PROTEÇÃO ESPECIAL (APE) - USINA CHAMINÉ: com presença de rochas que sustentam a Floresta Atlântica, relativamente bem conservada, além de refúgios ecológicos; o afloramento de rochas confere caráter de extrema fragilidade e susceptibilidade à escorregamentos; tem como objetivo promover a integridade das paisagens naturais, conservar os recursos hídricos, assegurar a proteção dos sítios arqueológicos nas margens das represas Guaricana e Chaminé e ordenar o uso turístico recreativo;

▪ ZONA DE CONSERVAÇÃO 3: apresenta relevo fortemente acidentado, com regime pluviométrico intenso - tais características quando associadas à alta declividade e ao tipo do solo, correspondem a áreas de grande instabilidade. Apesar disso, as regiões mais íngremes possuem maior aptidão para atividades antrópicas, apresenta ainda outros tipos de terreno nas áreas marginais à BR-376, devido aos processos de construção e manutenção da rodovia. A cobertura vegetal caracteriza-se por mosaico de fragmentos de floresta em diversos estágios, além de usos agropecuários. Tem como objetivo ordenar a ocupação do solo no entorno da rodovia federal, minimizar o impacto visual causado pela ocupação atual, controlar a

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dispersão de Pinus e outras espécies exóticas invasoras, e recuperar e valorizar a paisagem natural da região;

▪ ZONA DE CONSERVAÇÃO 4: área encravada em meio à Serra do Mar, caracterizada pela ocupação agropecuária existente na Colônia Castelhanos. Sua cobertura vegetal caracteriza-se novamente por um mosaico de fragmentos de floresta em diversos estágios, além de uso agropecuário. Tem como objetivo ordenar o crescimento das comunidades locais, regulamentar o extrativismo vegetal e controlar o uso indiscriminado de agrotóxicos;

▪ ZONA DE CONSERVAÇÃO 5: trata-se de uma área de reflorestamento, com atuação de grandes empresas e evidências de caça e desmate ilegal, além de ocupação antrópica com agricultura familiar. Tem como objetivo conservar os remanescentes florestais e controlar a expansão da ocupação.

Em Tijucas do Sul, além das Zonas de Proteção 1 e da APE Usina Chaminé, incidem também as seguintes:

▪ ÁREA DE PROTEÇÃO ESPECIAL (APE) - REPRESA DO VOSSOROCA: área de cerca de 1.000 metros no entorno da quota máxima do reservatório da Represa do Vossoroca, localizada integralmente no município de Tijucas do Sul, conforme coloca o referido Plano de Manejo. Apresenta ocorrência de áreas de reflorestamentos, ocupação antrópica pouco expressiva, além de alto potencial para desenvolvimento de atividades recreativas e turísticas, por conta da represa. Tem como objetivo proteger os recursos hídricos e a vegetação do entorno, preservar os sítios arqueológicos existentes às margens da Represa do Vossoroca, estimular e normatizar atividades de recreação e de turismo de baixo impacto ambiental;

▪ ZONA DE CONSERVAÇÃO 1: região de relevos íngremes, com solos bastante argilosos e com baixa permeabilidade, o que lhes confere alta susceptibilidade à erosão e ao escorregamento. Ocorrem ainda, quando em relevos mais acidentados, afloramentos de rochas graníticas. Predominam as atividades de reflorestamento de Pinus, ocupação antrópica ainda pouco expressiva, com ligeira tendência à crescimento. Tem como objetivo recuperar e conservar os campos de altitude, desenvolver manejo florestal e agrícola, através de sistemas agroflorestais com espécies nativas e agroecológicos, além de controlar a dispersão de Pinus e outras espécies

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exóticas invasoras nos remanescentes nativos;

▪ ZONA DE CONSERVAÇÃO 2: compreende a área de influência da Represa da Vossoroca. Em suas áreas com relevo menos movimentado ocorrem tipos de solos considerados como de maior aptidão para usos agropecuários dentro da APA; há também ocorrência de reflorestamento de pinheiros do Paraná e ocupação antrópica ainda pouco significativa, com ligeira tendência de crescimento, caracterizada por chácaras de lazer que incluem atividades de pesca amadora (muitas vezes praticadas de forma ilegal), junto com práticas de agricultura familiar, exploração mineral e reflorestamento, por parte da população local. Tem como objetivo promover a conservação dos recursos hídricos, o monitoramento do tratamento de efluentes sanitários e destinação adequada de resíduos sólidos, regulamentar usos recreativos e de lazer, além de mobilizar a comunidade local com educação patrimonial17 e socioambiental.

Conforme descrito, a região de fronteira entre Tijucas do Sul e Guaratuba assume o mesmo caráter para ambos devido à extensão da APA de Guaratuba.

Se destaca, neste sentido, a incidência da Macrozona Rural 2, à sudeste do território de Tijucas do Sul, incidente em forma de ilha, localizada em meio à Zona de Conservação 1 (ZC1) da referida APA. Tal presença confere em parte a harmonia entre as zonas, visto o objetivo de desenvolver sistemas agroflorestais na ZC1 e a vocação de silvicultura da Macrozona Rural 2. No entanto, a fragilidade do solo nesta porção da APA pode vir a conflitar com as atividades agropecuárias previstas.

Em uma análise comparativa entre os mapas do Macrozoneamento Municipal de Tijucas do Sul e o Zoneamento da APA de Guaratuba, identificou-se a sobreposição desta macrozona ao zoneamento estadual, especificamente na área de incidência da Zona de Conservação 1. Desta forma, se faz necessária a revisão da instituição da macrozona em escala municipal.

Na área de fronteira com o estado de Santa Cataria, isto é, à divisa municipal ao sul de

17 Conforme descrito no Plano de Manejo da APA de Guaratuba (PARANÁ, 2006), a “educação patrimonial” trata-se de um instrumento de conscientização e fortalecimento da identidade e cidadania das comunidades locais, através da apropriação consciente e do uso sustentável do patrimônio cultural e ambiental da região.

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Tijucas do Sul, o ordenamento territorial é vigente pela Lei Complementar nº 147/2019, referente ao Plano Diretor Municipal de Campo Alegre. A área da fronteira em questão corresponde à MACROZONA RURAL deste município que, por sua vez, é subdividida nas seguintes zonas:

▪ ZONA DE PRODUÇÃO PRIMÁRIA: corresponde às áreas de ocupação de baixa densidade com atividades predominantes de agropecuária, além da existência de atividades agroindustriais, áreas desprovidas de vegetação nativa e propriedades como chácaras, sítios e fazendas.

Em análise quanto ao uso do solo atual nesta porção do território, observa- se presença de áreas de plantio e produção agropecuária, em conjunto com maciços vegetais e ocupações dispersas e de baixa densidade, apresentando, consequentemente, conformidade em relação à caracterização legal da zona.

▪ ZONA DE PRODUÇÃO AGROECOLÓGICA: se refere às áreas de baixo potencial de adensamento com significativo potencial para o desenvolvimento da agricultura familiar e orgânica, compreende extensas áreas de vegetação nativa e floresta e conta também com a presença de chácaras e sítios.

O uso do solo atual exercido sobre esta porção do território se mantém conforme o descrito na macrozona anterior, ainda com a redução no porte e quantidade das áreas de plantio, novamente mantendo-se a conformidade com a descrição da zona. Ressalta-se, no entanto, que o desenvolvimento da agricultura familiar e orgânica não pode ser atestado nesta análise.

▪ ZONA DE PROTEÇÃO DO QUIRIRI: trata-se da Área de Proteção Ambiental (APA) dos Campos do Quiriri18, representativa da bacia hidrográfica do Rio Negro, determinada pela Lei Municipal nº 2.348/1998. Compreende, por definição, uma área de grande interesse turístico e ambiental.

Quanto ao uso do solo atual exercido nesta porção do território, observa-se presença exclusiva de maciços vegetais e de áreas rochosas, sem ocupações,

18 A APA dos Campos do Quiriri se refere a uma Unidade de Conservação (UC) municipal, pertencente ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), estabelecido pela Lei Federal nº 9.985/2000, gerida pelo Consócio Intermunicipal Quiriri, sendo ainda desprovido de Plano de Manejo ou de zoneamento próprio instituído.

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mantendo assim, o objetivo previsto para a zona.

Tijucas do Sul, por sua vez, ordena a porção de divisa territorial a partir da Macrozona Rural 2 e da Macrozona da APA de Guaratuba, já descritas, sendo possível concluir que o ordenamento dos municípios se mantém compatível, visto que as áreas de Produções Primária e Agroecológica (em Campo Alegre) confrontam com a Macrozona Rural 2 (Tijucas do Sul), enquanto a Zona de Proteção do Quiriri confronta com a Macrozona da APA de Guaratuba (Tijucas do Sul), ambas referentes à APAs. No entanto, nesta área destaca-se a mesma questão exposta para a fronteira municipal com Guaratuba: há um pequeno trecho, em ilha, no qual incide a Macrozona Rural 2, inserido entre as APAs em questão.

Conforme já exposto, comparando-se os mapas do Macrozoneamento Municipal de Tijucas do Sul com o Zoneamento da APA de Guaratuba, identifica-se uma sobreposição de macrozona ao zoneamento estadual, especificamente na Zona de Conservação 1. Assim é reforçada, novamente, a necessidade de revisão do Macrozoneamento instituído para Tijucas do Sul, pelo Plano Diretor de 2010.

3.5. Consórcios Intermunicipais

Segundo a Conferência Nacional de Municípios (CNM), os chamados Consórcios Públicos Intermunicipais, regidos pela Lei Federal nº 11.107/2005,

[...] despontam como uma alternativa de fortalecimento e integração dos governos locais 11 Consórcios Públicos Intermunicipais: Uma Alternativa à Gestão Pública a partir da colaboração recíproca para a consecução de fins convergentes que não se solucionariam pela atuação isolada dos Municípios. Os consórcios públicos intermunicipais trazem consigo inovações na gestão que propiciam a execução de serviços e políticas públicas com maior eficiência, agilidade, transparência, assim como racionaliza e otimiza o uso dos recursos públicos (CNM, 2016, p. 10).

Conforme dados do Observatório Municipalista de Consórcios Públicos, Tijucas do Sul integra por três consórcios intermunicipais:

(1) Consórcio Intergestores Paraná Saúde (CIPS);

(2) Consórcio Metropolitano de Saúde do Paraná (COMESP);

(3) Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos (CONRESOL).

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3.5.1. Consórcio Intergestores Paraná Saúde - CIPS

O Consórcio Intergestores Paraná Saúde (CIPS), criado em 1999, tem por finalidade otimizar os recursos da assistência farmacêutica básica, efetuando a aquisição de medicamentos elencados à população usuária do SUS, preservando a autonomia de cada município integrante na seleção e na quantificação quanto às necessidades de cada aquisição.

Atualmente, 398 dos 399 municípios do Paraná integram o CIPS, incluindo Tijucas do Sul. A Prefeitura Municipal informou, por meio do memorando nº 970/2020, que o convênio foi assinado em novembro de 2019, tendo vigência de dois anos.

Os recursos das esferas federal e estadual são transferidos ao Consórcio por meio de convênio com as Secretarias da Saúde. Com tais recursos, os municípios consorciados podem adquirir medicamentos e insumos relacionados ao Componente Básico da Assistência Farmacêutica (CBAF), descritos nos Anexos I e IV da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), vigente no SUS.

3.5.2. Consórcio Metropolitano de Saúde do Paraná - COMESP

A COMESP, criada em 2005, é formada por todos os 29 municípios da RMC e tem como objetivo principal melhorar a qualidade da assistência de Atenção Especializada dos municípios consorciados. Sendo assim, é uma associação entre os municípios que possuem necessidades comuns entre si e que buscam assegurar ações e serviços de qualidade à população, ofertando atendimentos de maior complexidade a preços viáveis, quando não disponíveis na rede pública municipal.

Segundo informações da Secretaria de Saúde de Tijucas do Sul, o consórcio visa estabelecer as condições de obrigações pelas partes signatárias, visando a prestação de serviços públicos de saúde de exames, procedimentos e consultas especializadas e de apoio para diagnóstico de pacientes de média e alta complexidade, bem como regulamentar o pagamento de serviços.

A Secretaria de Saúde informa que o contrato de vigência para 2021 já assinado na data de 11 de dezembro de 2020.

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3.5.3. Consórcio Intermunicipal - Gestão de Resíduos Sólidos - CONRESOL

Além de Tijucas do Sul, outros 22 municípios19 da RMC integram o CONRESOL.

Criado em 2001, o consórcio tem por objetivo “[...] organizar e proceder a ação e atividades para a gestão do sistema de tratamento e destinação final dos resíduos sólidos urbanos gerados pelos municípios que o integram [...]” (CONRESOL, 2016, p. 6), a partir da descentralização e da integração do processamento e aproveitamento dos resíduos sólidos. Isso ocorre a partir de serviços de triagem, transbordo, transporte secundário, processamento e tratamento destes resíduos, bem como a disposição final adequada dos rejeitos metropolitanos.

Em 2014, Tijucas do Sul elaborou o Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos (PMGIRSU), contendo ações com o objetivo de reverter os prejuízos ambientais e socioeconômicos causadas pelo déficit na gestão municipal dos resíduos sólidos, principalmente nas áreas rurais. Atualmente, além da realização da compostagem do lixo, o município possui catadores regularizados e serviços de coleta seletiva20.

A destinação final do lixo é feita no Centro de Gerenciamento de Resíduos CGR-Iguaçu da ESTRE, no município de , enquanto a destinação dos recicláveis é feita na ARECICLA - Associação dos Agentes Ambientais de Tijucas do Sul.

19 Integram o CONRESOL, junto de Tijucas do Sul: Adrianópolis, Agudos do Sul, Almirante Tamandaré, Araucária, , Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Campo Magro, Colombo, , Curitiba, Fazendo Rio Grande, Itaperuçu, Mandirituba, , Quitandinha, Piên, Pinhais, , São José dos Pinhais e Tunas do Sul. 20 Os serviços de catadores e da coleta seletiva serão abordados em maior detalhe no PRODUTO 02 - Parte 02 da Análise Temática Integrada.

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4. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS

Em cumprimento ao item 3.5 do Termo de Referência e ao Plano de Trabalho, o presente capítulo aborda a caracterização socioeconômica e as dinâmicas demográficas de Tijucas do Sul, com indicação das projeções demográficas e a caracterização econômica municipal, trazendo breve perfil produtivo, indicadores de condições gerais de trabalho e as atividades econômicas predominantes.

As dinâmicas demográficas de Tijucas do Sul tratam da atualização dos dados censitários que foram apresentados no relatório técnico do Plano Diretor (RZS, 2009), através da introdução dos dados do Censo de 2010 (IBGE).

Idealmente, seriam utilizados dados atualizados, no entanto, o Censo Demográfico de 2020 não foi realizado. Tendo isto em vista, os dados apresentados deverão ser relativizados e serão complementados por outras análises posteriores, e ainda deverão, futuramente, ser devidamente atualizados pela Prefeitura Municipal.

4.1. Caracterização e Dinâmica Demográfica

Em análise acerca da evolução histórica da população de Tijucas do Sul, conforme dados do IBGE, é perceptível o padrão de crescimento populacional desde 1980. É notável também a relevância constante da população rural, que de 1980 a 2010, compôs em média 86% da população total - dado que evidencia a baixa taxa de urbanização do município, conforme mostram a tabela e o gráfico abaixo.

Tabela 6 - Evolução da população de Tijucas do Sul (1970 - 2010).

Ano População Urbana População Rural Grau de Urbanização População Total

1980 823 7.178 10,29 8.001 1991 1.271 8.953 12,43 10.224 2000 1.846 10.414 15,06 12.260 2010 2.285 12.252 15,72 14.537 FONTE: IBGE (Dados Censitários 1980 - 2010) - Elaboração: URBTECTM (2021).

De acordo com os dados do último recenseamento (2010), Tijucas do Sul contava com 14.537 habitantes, registrando uma taxa de crescimento de 1,72% no período entre censos (2000-2010).

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Gráfico 2 - Evolução da população de Tijucas do Sul (1970 - 2010).

18.000

16.000 14.537 14.000 12.260 12.000 10.224 12.252 10.000 8.001 10.414 8.000 8.953

6.000 7.178

4.000 1.846 2.285 1.271 2.000 823

0 1980 1991 2000 2010 População Urbana População Rural População Total

FONTE: IBGE (Dados Censitários 1980 - 2010) - Elaboração: URBTECTM (2021).

Entre 2000 e 2007, a taxa de crescimento anual foi de 2,56% ao ano, sendo compatível com a média de incremento dos demais municípios da RMC no período. Já no intervalo de 2000 a 2010 alcançou um crescimento populacional de 18,6% na década, superior à média regional.

Tijucas do Sul manteve uma baixa taxa de urbanização entre 2000 e 2010 (cerca de 15%). Cabe a ressalva, no entanto, à delimitação dos setores censitários que resultou no grau de urbanização e nos dados dos domicílios urbanos.

Tabela 7 - População total, urbana e rural e Taxa de Crescimento Geométrico (2000-2010).

População (2000) População (2010) Taxa de Crescimento Área Geométrica (%) Municipal Habitantes (%) Habitantes (%) (2000-2010)

Área Urbana 1.846 15,1 2.285 15,7 2,16

Área Rural 10.414 84,9 12.252 84,3 1,64 Total 12.260 100 14.537 100 1,72 FONTE: IBGE (2000; 2010) - Elaboração: URBTECTM (2021).

Definidos pelo IBGE em prol da garantia da cobertura total dos municípios, os setores censitários dividem os territórios municipais em diferentes áreas, segundo metodologia técnica. Tijucas do Sul, por sua vez, foi dividida em 25 setores para o Censo Demográfico

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de 2010, dentre eles, apenas dois setores foram considerados como “urbanos”, sendo ambos inseridos integralmente no perímetro do distrito Sede, enquanto os restantes estão considerados enquanto “rurais”.

Observa-se diferença entre essa divisão e as áreas instituídas como urbanas na última atualização dos perímetros urbanos de Tijucas do Sul, pela Lei Municipal nº 248, de 27 de dezembro de 2010. Uma vez aprovada ao fim daquele mesmo ano, as definições da lei não foram consideradas no recenseamento21. Os setores censitários, cujos dados revelam a baixa taxa de urbanização de Tijucas do Sul, dentre outros dados, deveriam estar vinculados à contagem dos domicílios urbanos, porém, estão indicados como rurais.

Diante do impasse urbano-rural e da desatualização dos dados disponíveis, um dado que pode vir a ser utilizado como referencial, são as unidades consumidoras de energia elétrica. Os dados mais atualizados, disponíveis para consulta aberta pela Copel são de 2019, os quais registraram um total de 7.763 unidades com acesso à energia elétrica em Tijucas do Sul. Dentre estas, 4.904 foram classificadas como residenciais urbanas - há uma categoria específica para unidades rurais.

Assim, se considerado que tenha sido mantida a média habitacional de 3,38 habitantes por domicílio (IBGE, 2010), pode-se estipular que o município pode contar, atualmente, com um patamar próximo de 16.576 residentes em áreas urbanas e vilas urbanas, sejam estas ocupações em situação regular, em perímetros urbanos, ou fora dos perímetros instituídos por lei, ocupadas de forma clandestina ou irregular.

Com relação às projeções populacionais, estima-se que a população de Tijucas do Sul já alcançou o patamar de 17.084 pessoas em 2020 (IBGE), ou seja, na última década pode ter havido um incremento de cerca de 2.547 residentes. Mesmo com esse crescimento, sobretudo de residentes urbanos, o patamar populacional foi mantido como sendo de pequeno porte, que compreende os municípios com até 25 mil habitantes.

As projeções do IPARDES para 2020 revelam um patamar um pouco inferior: de 16.980 pessoas em Tijucas do Sul. Entretanto, para o ano seguinte (2021), há um incremento populacional projetado que sugere o alcance de 17.206 habitantes, ultrapassando a

21 Inclusive, as áreas urbanas instituídas por lei em 2010 ainda mantinham caráter de transição e mesclas de usos e de uma ocupação rural-urbana, o que possivelmente contribuiu para não gerar ressalvas pelo IBGE na classificação dos setores.

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projeção do IBGE em quase 200 pessoas (Gráfico 3).

Gráfico 3 - Projeção Populacional para Tijucas do Sul até 2040.

25.000 20.879 20.030 19.074 19.283 20.000 18.055 16.980 17.206 14.537 15.000 12.260

10.000

5.000

0 2000 2010 2020 2021 2025 2030 2031 2035 2040

FONTE: IPARDES (Projeção 2017 - 2040) - Elaboração: URBTECTM (2021).

Ainda que seja estimado um aumento populacional constante em longo prazo (2040), as projeções indicam que este crescimento será em um patamar inferior ao verificado nas últimas décadas, passando de uma taxa de crescimento de 1,72% (entre 2000 e 2010) a uma taxa de 1,15% até 2031 e de 1,01% até 2040 (IPARDES).

Ao final do horizonte temporal dos Planos Diretor e de Mobilidade (2031), estima-se que o crescimento populacional poderá ser cada vez mais brando, com variação demográfica abaixo dos 200 habitantes a partir de 2031. Após, é previsto o alcance de mais de 20 mil habitantes a partir do ano de 2035.

4.2. Estrutura Etária

Um dos principais instrumentos para a avaliação da estrutura etária de uma população é o gráfico de pirâmide etária, em que a base representa as primeiras idades da vida, o meio, as idades produtivas gerais da população e o topo, a terceira idade.

Conforme mostram os gráficos a seguir, em uma comparação entre os dados de 2000 e 2020 (IBGE), a população de Tijucas do Sul mostrou crescimento considerável a partir da faixa de 10 a 14 anos até a faixa de 80 anos ou mais, com destaque às faixas de 10 a 14

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e de 40 a 49 anos, onde se observa maior crescimento. Denota-se também queda nas faixas etárias de base, relativas aos intervalos de idade dos 0 a 4 anos e dos 5 a 9 anos.

Gráfico 4 - Pirâmides etárias de Tijucas do Sul de 2000 e 2010.

FONTE: IBGE (2000; 2010) - Elaboração: URBTECTM (2021).

A partir dos dados, a população em idade de adolescência, inserida entre as idades de 12 e 18 anos22, estava em crescimento no período 2000-2010. Já a população em primeira (0 a 6 anos) e segunda infâncias (7 a 11 anos) mostrou o movimento contrário, de decréscimo, indicando a consequente diminuição da razão de dependência do município, expressa pela razão entre a população economicamente dependente (com menos de 15 anos) e a população potencialmente ativa (com idade entre 15 e 64 anos).

A tendência é que, em 2030, 12,7% da população estará na faixa etária dos idosos (IPARDES, 2021), o que se mostra semelhante aos municípios similares à Tijucas do Sul, como Bocaiúva (10%), Cerro Azul (12,3%) e Quitandinha (12,8%). Além disso, quanto à taxa de envelhecimento, representada pela razão entre a população de 65 anos ou mais em relação à população total, essa sofreu aumento em 2010, quando comparada a 2000 (de 1,99 pontos percentuais), atingindo uma taxa de envelhecimento de 7,98% em 2010, superior à taxa referente ao Paraná (no mesmo ano, de 7,53%).

Tal indicador identifica a qualidade de vida da população tijucana que está chegando à terceira idade, no entanto, também aponta para a necessidade de criação de um eixo de atenção específico a essa população, seja com relação à cuidados de saúde, seja com relação à mobilidade.

22 Segundo o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA, 1990).

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Paralelo a estes dados, por sua vez, a distribuição de gênero no município mostra um cenário de quase equiparidade entre mulheres e homens, atingindo em 2013, de acordo com a Fundação João Pinheiro (FJP), a porcentagem de 51,91% de população masculina e 48,09% de população feminina, mantendo o mesmo percentual em 2017, conforme mostra a tabela abaixo.

Tabela 8 - Distribuição de Gênero em Tijucas do Sul, 2013 e 2017.

População 2013 2013 (%) 2017 2017 (%) Feminina 7.490 48,09 7.862 48,09 Masculina 8.085 51,91 8.486 51,91 Total 15.575 100,00 16.348 100,00 FONTE: Atlas do Desenvolvimento Humano - PNUD Brasil, Ipea e FJP - Elaboração: URBTECTM (2021).

Quanto à distribuição de gênero nas áreas urbanas e rurais do município, conforme o Censo de 2010, o cenário de quase equiparidade, citado anteriormente, se apresenta novamente na população urbana (Tabela 9).

Tabela 9 - População Censitária segundo local de Domicílio e Gênero (2010).

Local de Domicílio População Feminina População Masculina

Urbana 1.144 1.141

Rural 5.847 6.405 FONTE: IBGE (2010) - Elaboração: URBTECTM (2021).

Em contraponto, a população rural apresenta maior disparidade entre os gêneros, com maioria masculina por 558 indivíduos. Ressalta-se neste âmbito, novamente, a caracterização dos setores censitários pelo IBGE, com apenas dois setores considerados urbanos e 23 considerados rurais.

4.3. Incidência de Deficiências Permanentes

A incidência de deficiências permanentes na população aponta para a necessidade de projetos específicos de acessibilidade, objetivando a universalização do acesso às infraestruturas e serviços municipais.

Como mostra a tabela abaixo, conforme dados do IBGE (2010), 27,28% da população de Tijucas do Sul apresenta alguma deficiência permanente, com destaque para a deficiência visual, que afeta majoritariamente essa parcela da população, seguida da

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deficiência física e motora. Isto indica a necessidade de adequação, em especial, das infraestruturas voltadas à mobilidade, como sinalização direcional e tátil em calçadas, rampas de acessibilidade e adequações para acesso e uso do transporte público e aos equipamentos públicos.

Tabela 10 - População com deficiência permanente (2010).

População com deficiência permanente (2010)

Pelo menos uma deficiência Visual Auditiva Física/Motora Mental/Intelectual

Total % da População (*) Subtotal % Subtotal % Subtotal % Subtotal %

3.965 27,28 2.887 72,81 1.084 27,34 1.620 40,86 259 6,53

(*) A população de 2010 era de 14.537 habitantes. FONTE: IBGE (2010) - Elaboração: URBTECTM (2021).

4.4. Índice de Desenvolvimento Humano - IDH

A dinâmica social e o desenvolvimento humano de um território revelam, em especial, a qualidade de vida proporcionada aos seus cidadãos. Um dos principais indicadores capazes de mensurar tais conceitos é o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), elaborado a partir de três dimensões básicas do desenvolvimento humano: Longevidade, Renda e Educação (esperança de vida ao nascer; o padrão de vida medido pela renda mensal per capita; e a escolaridade da população adulta e o fluxo escolar da população jovem).

O IDHM é apresentado de 0 a 1, conforme a classificação abaixo:

Figura 3 - Faixas de Desenvolvimento Humano Municipal.

FONTE: Atlas do Desenvolvimento Humano - PNUD Brasil, Ipea e FJP.

Em 2010, Tijucas do Sul registrou um IDHM médio de 0,636, valor contido na faixa de média qualidade - sendo até então o maior valor alcançado pelo município diante dos dados de 1991 (0,360) e de 2000 (0,502). O mesmo cenário se repetiu no componente

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do IDHM específico da Educação, que passou pelo de 0,300 em 2000, para 0,479 em 2010, como mostra a tabela a seguir.

Tabela 11 - Composição do IDHM de Tijucas do Sul (2000 e 2010).

Indicadores 2000 2010

IDHM Educação 0,300 0,479

% de 18 anos ou mais com ensino fundamental completo 18,26 32,75

% de 4 a 5 anos na escola 25,23 74,09

% de 11 a 13 anos de idade nos anos finais do ensino fundamental ou 64,42 92,21 ensino fundamental completo

% de 15 a 17 anos de idade com ensino fundamental completo 24,08 29,77

% de 18 a 20 anos de idade com ensino médio completo 11,02 19,69

IDHM Longevidade 0,703 0,792

Esperança de vida ao nascer 67,19 72,54

IDHM Renda 0,599 0,679

Renda per capita 333,31 547,62

IDH Médio (IDHM) 0,502 0,636 FONTE: Atlas do Desenvolvimento Humano - PNUD Brasil, Ipea e FJP - Elaboração: URBTECTM (2021).

Em uma comparação entre os indicadores de 2000 e 2010, todos os componentes dos indicadores do IDHM sofreram um incremento positivo, de melhoria. No entanto, Tijucas do Sul está inserido em um contexto bastante frágil com relação à dimensão da Educação, cujos indicadores ainda o enquadram, em 2010, em uma classificação “muito baixa” (0,479), que corresponde à menor faixa de avaliação.

No ranking do IDHM do Paraná, Tijucas do Sul é o município que ocupa a 376ª posição.

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4.5. Dinâmica Socioeconômica

Em relação às dinâmicas de emprego e renda no município, de acordo com dados censitários de 2010 (IBGE), a População Economicamente Ativa (PEA), abrangia 7.597 habitantes, representando 52,25% da população total daquele ano.

Com relação à população efetivamente ocupada, havia um percentual considerável sobre os dados de PEA, sendo de 96,68% no total, conforme mostra a tabela abaixo.

Tabela 12 - População Economicamente Ativa e Ocupada em Tijucas do Sul (2010).

Setor Censitário PEA População Ocupada % sobre PEA Urbano 1.204 1.145 95,10 Rural 6.393 6.142 96,07 Total - Município 7.537 7.287 96,68 FONTE: IBGE (2010) - Elaboração: URBTECTM (2021).

Tais dados se relacionam com as taxas de atividade e de desocupação que, ainda conforme os dados do IBGE (2010), registraram uma taxa de atividade de 72,29% (com acréscimo de 4,04 pontos percentuais frente a 2000) e uma taxa de desocupação de 3,79% (com queda de 2,24 pontos percentuais frente a 2000).

Apesar do cenário de crescimento verificado no período entre censos, a informalidade do trabalho é um desafio a ser enfrentado no contexto brasileiro com um todo, com destaque para os municípios que apresentam grande participação da atividade agrícola de subsistência, por exemplo.

Quanto ao rendimento médio mensal da população ocupada, 34,70% dos ocupados possuíam rendimento médio de até 1 (um) salário mínimo (SM), referente a R$ 510,00 reais na época (2010), enquanto 82,24% possuíam renda de até 2 (dois) SM.

Quanto ao rendimento médio domiciliar da população em geral, conforme a tabela abaixo, ficava em torno de uma média de R$ 538,43, se enquadrando no intervalo de 1 a 2 SM (1,05 salários-mínimos), diante de uma média de R$ 330,95 no ano 2000.

Frente à renda domiciliar média da RMC, Tijucas do Sul encontra-se na 17ª posição e, se comparado exclusivamente com os municípios metropolitanos com perfis semelhantes, como Adrianópolis, Bocaiúva do Sul, Piên, Quitandinha e Tunas do Paraná, é Tijucas do Sul que apresentava o maior valor total de renda mensal média. No entanto, todos estes municípios estavam na mesma faixa de renda relativa a SM em 2010, de 1 a 2 SM.

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Tabela 13 - Ranking da Renda Média Mensal Domiciliar per capita da RMC (2010).

Renda Média Domiciliar Faixa de Ranking Cidade da RMC (per capita) (R$) Salários Mínimos (SM) 1º Curitiba 1.536,39 3 a 4 2º Pinhais 845,36 2 a 3 3º São José dos Pinhais 832,85 2 a 3 4º Araucária 806,58 2 a 3 5º Quatro Barras 782,03 2 a 3 6º Campo Largo 732,46 1 a 2 7º Rio Negro 701,42 1 a 2 8º Colombo 667,21 1 a 2 9º Campina Grande do Sul 654,77 1 a 2 10º Fazenda Rio Grande 639,89 1 a 2 11º Almirante Tamandaré 629,58 1 a 2 12º Contenda 608,21 1 a 2 13º Lapa 588,91 1 a 2 14º Balsa Nova 582,79 1 a 2 15º Piraquara 556,48 1 a 2 16º Campo Magro 543,44 1 a 2 17º Rio Branco do Sul 539,02 1 a 2 18º Tijucas do Sul 538,43 1 a 2 19º Bocaiúva do Sul 535,61 1 a 2 20º Piên 529,83 1 a 2 21º Mandirituba 524,53 1 a 2 22º Agudos do Sul 516,96 1 a 2 23º 475,45 1 a 2 24º Itaperuçu 458,09 1 a 2 25º Quitandinha 438,76 1 a 2 26º Adrianópolis 430,79 1 a 2 27º Tunas do Paraná 424,76 1 a 2 28º Cerro Azul 337,14 1 a 2 29º Doutor Ulysses 274,05 1 a 2 FONTE: IBGE (2010) - Elaboração: URBTECTM (2021).

Outro fator a ser considerado é a desigualdade de renda, representada pelo Índice Gini, expresso em uma escala de 0 a 1, onde os valores mais próximos de 1 revelam maior

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desigualdade. Em uma análise comparativa entre 2000 e 2010, Tijucas do Sul mostrou redução de seu índice, passando de 0,53 para 0,47 - indicando, portanto, diminuição na desigualdade de renda no município.

4.5.1. Relação Anual de Informações Sociais - RAIS

A análise de FIRKOWSKI & MOURA (2014), através de publicação do Observatório das Metrópoles, coincide com a caracterização essencialmente rural dos municípios que apresentam níveis de integração à metrópole de baixo a muito baixo.

Foram relacionados dados censitários de 2000 e 2010 (IBGE) acerca das categorias sócio- ocupacionais, considerando o polo da RMC e os demais municípios agrupados por níveis de integração. Diante disso, a análise revela não só a manutenção da proporção da distribuição das categorias, para o caso dos municípios de baixo a muito baixo nível de integração (como Tijucas do Sul), para os quais os “trabalhadores agrícolas” abrangiam mais de 40% do total de ocupações, mas também, certo ganho de representatividade para a categoria de “trabalhadores do secundário”.

Conforme as autoras, destaca-se o aumento de áreas do tipo Agrícola no período 2000- 2010: passou de quatro, em 2000, para sete em 2010. São municípios que estavam classificados no tipo “Operário Agrícola” e passaram ao tipo “Agrícola”, apresentando assim, um aumento absoluto nas ocupações agrícolas ao mesmo tempo em que o número de dirigentes diminuiu.

De acordo com dados da Relação Anual de Informações Socais (RAIS, 2019), pode inferir- se que a atividade econômica que mais emprega formalmente em Tijucas do Sul é o Administração Pública Direta e Indireta, contando com quatro estabelecimentos que ofertavam 30% do total de empregos (686).

Considerando apenas a quantidade de estabelecimentos, as atividades de Comércio ganham destaque (sobretudo o varejista), contando com 132 estabelecimentos (41% do total), nos quais 614 empregos foram ofertados (27% do total), sendo uma dinâmica compatível aos dados de valor adicionado ao PIB municipal, citados no item a seguir.

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Tabela 14 - Estabelecimentos e Empregos de Tijucas do Sul agrupados por Atividades (2019).

Estabelecimentos Empregos Atividades Econômicas (RAIS) Número % Número % Indústria 41 13% 305 14% Construção Civil 8 2% 72 3% Comércio 132 41% 614 27% Serviços 75 23% 327 15% Administração Pública Direta e Indireta 4 1% 686 30% Agropecuária - Agricultura, Silvicultura, 64 20% 247 11% Criação de Animais, Extração Vegetal e Pesca Total 324 100% 2.251 100% FONTE: IPARDES; RAIS - Ministério do Trabalho (2019) - Elaboração: URBTECTM (2021).

Quando verificada a evolução temporal da disponibilidade de empregos formais, por grupos de atividades econômicas, como mostra o gráfico abaixo, é possível identificar que a partir de 2011 houve ascensão das atividades enquadradas como Comércio e Administração Pública, em associação à queda dos Serviços, atividade que até então liderava o número de empregos gerados.

Gráfico 5 - Evolução dos Empregos Formais (%) por grupos de atividades (Anos base 2006, 2009, 2011 e 2019).

100 90 90 80 67 70

60 52 49 50 39 37 40 31 30 21 15 15 17 18 20 14 15 12 10 9 9 11 10 4 5 1 3 2 0 Indústria Construção Civil Comércio Serviços Administração Agropecuária e Pública Direta e afins Indireta 2006 2009 2011 2019

FONTE: IPARDES; RAIS - Ministério do Trabalho (2006, 2009, 2011, 2019) - Elaboração: URBTECTM (2021).

A atividade comercial e de serviços está concentrada na área central urbana de Tijucas

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do Sul. Conforme a Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Trabalho (SMICT), cerca de 60% dos estabelecimentos comerciais estão nas áreas urbanas, cuja maior concentração ocorre na Rua XV de Novembro (trecho urbano da PR-281), enquanto os demais estão distribuídos ao longo das rodovias (BR-376 e PR-281) e dispersos nas localidades rurais.

4.5.2. Composição do PIB Municipal

Dos municípios mais distantes do polo metropolitano, conforme relatório do Plano Diretor de Tijucas do Sul (RZS, 2009), a maior parte apresentou uma variação positiva do PIB (Produto Interno Bruto) entre 1999 e 2002 - todos com características rurais e ausência do desempenho de funções relevantes à dinâmica metropolitana.

As maiores taxas de variação do PIB foram registradas nos municípios de menor porte, menos integrados ao polo e cujo principal componente na formação do PIB é a atividade Agropecuária. Este foi o caso de Tijucas do Sul (aumento de 19% no período) e de Agudos do Sul (15%) (RZS, 2009).

Conforme dados do IBGE (2018), Tijucas do Sul atingiu em 2018 um valor de Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 324.887.000 reais. Quanto ao seu PIB per capita, o município atingiu o valor de R$ 19.217,42 reais, valor inferior dentre os municípios de perfil semelhante, quando comparado a Piên (63.033,00 reais), Adrianópolis (43.677,00 reais) e Quitandinha (20.764,00 reais), no entanto, superior frente a Cerro Azul (17.862,00 reais), Bocaiúva do Sul (15.506,00 reais) e Doutor Ulysses (11.112,00 reais).

De acordo com dados do IPARDES (2019), na composição do Valor Adicionado (VA) total do PIB, a atividade de maior contribuição é atribuída ao Comércio e Serviços (41%), seguida da Produção Primária (32%), conforme a tabela a seguir.

Tabela 15 - Valor Adicionado Fiscal por Atividade (2019) ao PIB Municipal.

Atividade VA PIB (R$) VA PIB (%) Produção Primária 54.111.544 32,39% Indústria 43.510.523 26,04% Comércio e Serviços 69.365.746 41,52% Recursos/Autos 82.108 0,05% Total 167.069.921 100,00% FONTE: SEFA (2019); IPARDES - Elaboração: URBTECTM (2021).

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Portanto, além da Administração e Comércio, outra atividade econômica de relevância à dinâmica econômica do município é a Agropecuária, com importante presença da agricultura de subsistência de base familiar.

Dados do Censo Agropecuário (IBGE, 2017) registraram 691 estabelecimentos voltados à atividade em Tijucas do Sul, em 2017, abrangendo 20.598 hectares, o que corresponde a aproximadamente 31% da área municipal de Tijucas do Sul. Estes dados, no entanto, são inferiores aos do Censo Agropecuário anterior (de 2006), que contabilizou 818 estabelecimentos (queda de 15%), em uma área total de 30.046 hectares.

Naquele ano, foi registrada a maior parte dos estabelecimentos agrícolas dedicados à produção de abóbora, batata-inglesa, feijão, fumo, mandioca, milho e soja, enquanto os maiores rebanhos eram de galináceos e de bovinos, seguidos dos suínos (IBGE, 2017). Existe também uma importante produção de morangos, de cogumelos champignon e de hortaliças, nas formas convencional e orgânica. A produção de orgânicos ocorre em parceria com a EMATER, tendo a Cozinha Comunitária do Matulão como um exemplo dos resultados obtidos desta cooperação.

Em reunião com servidores municipais, foi mencionado, de maneira complementar, que o tabaco ainda é muito produzido e que os haras não geram receita ao município.

Destacam-se, pela quantidade, os estabelecimentos existentes dedicados às lavouras temporárias, à horticultura e floricultura, bem como à pecuária e criação de outros animais. São dados que corroboram com o PDI (2006), acerca da representatividade da avicultura de corte na área sul da RMC, com destaque para Tijucas do Sul e Mandirituba.

Atualmente, existem duas cooperativas vinculadas ao setor em atividade em Tijucas do Sul: a CooperTijucas, uma cooperativa agroindustrial de produtores de cogumelos, que conta com 35 associados; e a Cooperativa de Produtores de Orgânicos de Tijucas do Sul - Coorgânicos Tijucas, com 69 associados. Além destas, de acordo com a SMICT, seria também conveniente o município contar com uma cooperativa de grãos. Há ainda o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, criado pela Lei nº 588/2017, vinculado a um fundo municipal próprio.

Com relação à área ocupada pelos estabelecimentos, além dos citados, ganha destaque no contexto de Tijucas do Sul, a área dedicada à produção florestal (floresta plantada)23.

23 Os dados aqui relacionados, acerca da atividade agropecuária, serão ainda complementados pelas

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Informações fornecidas pela SMICT indicam a expectativa de instalação de indústrias vinculadas ao processamento da madeira produzida localmente, do ramo moveleiro e, ainda, a previsão de uma nova cooperativa industrial do ramo de corte, costura e fabricação de fios da área têxtil, com intenção de instalação na Lagoa.

As atividades industriais estão relacionados, sobretudo, a estabelecimentos industriais de pequeno a médio porte, como madeireiras e fabricação de artefatos de concreto. O município conta também com produção de material médico e cirúrgico, produção de substratos e envaze de conservas, por exemplo.

Independente do setor econômico, a deficiência no sistema de estradas municipal, com necessidade de melhorias e de infraestruturas de pavimentação e drenagem, dificultam o escoamento produtivo local.

4.6. Programas e Projetos Municipais de Desenvolvimento Econômico

Dentre as políticas públicas de desenvolvimento econômico em curso no município, há parcerias com o Sebrae/PR, através da qual são disponibilizados cursos de capacitação e de consultoria para empreendedores, e com o Senai/PR, que disponibiliza cursos de capacitação para qualificação da mão de obra local.

Atualmente, também está em processo de formalização uma parceria com o Senac/PR, que poderá disponibilizar 30 bolas de estudo para a qualificação da mão de obra em diversas áreas de conhecimento.

Com relação aos programas de incentivo ao agricultor vigentes no município, a Secretaria Municipal de Agricultura indicou a existência dos seguintes:

▪ Programa municipal de inseminação artificial do gado;

▪ Programa municipal de frete do calcário, subsidiado pela Secretaria, através do qual o agricultor arca apenas com os custos do produto;

▪ Programa municipal de assistência agrícola e veterinária;

▪ Serviços de assistência ao agricultor, como a emissão de notas fiscais, da Guia de

análises de uso do solo rural, na Parte 02 do relatório.

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Trânsito Animal (GTA) e a atualização junto ao INCRA e do ITR.

Outro projeto municipal, que já está em execução, é relativo à provisão de incentivo à novas culturas em Tijucas do Sul, visando a diversificação e ampliação das culturas existentes, a exemplo da introdução do plantio de frutas vermelhas, como a amora e o mirtilo. Através do projeto, o Município facilita a aquisição e o transporte das mudas, a preços mais acessíveis aos agricultores, abaixo do valor de mercado.

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4.7. Atividades Minerárias

No período entre julho de 2002 e janeiro de 2004, a Mineropar/ITCG24, em um convênio com o DNPM (ANM)25, executou um trabalho denominado “Plano Diretor de Mineração para a Região Metropolitana de Curitiba”, o qual teve como objetivos principais elaborar um diagnóstico da mineração regional e delimitar um macrozoneamento com diretrizes e proposições para ações governamentais.

Segundo os autores, para a elaboração do plano foi utilizado um mapa geológico resultante da compilação de dados de projetos diversos com fontes e enfoques distintos, o que ocasiona em necessidade de conferências de campo e ajustes, sendo que a informação geológica - mapa geológico em escala 1:250.000 -, deve servir como referencial para a composição de trabalhos mais detalhados.

Assim, tal plano foi abordado de forma indicativa; considerou informações econômicas e de atividades minerais obtidas na fase de cadastramento e compilação de dados e, portanto, tais dados necessitam de trabalhos constantes de atualização.

O Macrozoneamento da Mineração é resultante dos estudos do referido Plano e foi o resultado da integração do cadastro das áreas de lavra com as Unidades de Conservação (UC) e as áreas urbanas. Foi produzido com o intuito de auxiliar e subsidiar a COMEC e os municípios da região na revisão e implantação dos planos territoriais (como o Plano Diretor), contribuindo para o lançamento de ações efetivas de planejamento local e regional.

Esse Macrozoneamento apresenta três zonas, assim estabelecidas (mapa a seguir):

▪ Zona Preferencial para Mineração (ZPM):

São as áreas que não englobam nenhuma unidade de conservação ou áreas externas aos perímetros urbanos. Abrange terrenos mais adequados à finalidade da mineração, tanto em termos ambientais quanto com relação à ocupação territorial. Dentro dessa zona podem vir a serem identificadas APPs de nascentes, áreas de margens dos rios, topos de morro, áreas de alta declividade,

24 A Mineropar e o ITCG fazem parte, atualmente, do Instituto Água e Terra (IAT). 25 O DPNM (Departamento Nacional da Produção Mineral) foi extinto em 2018, na instalação da atual ANM (Agência Nacional de Mineração), autarquia vinculada ao Ministério de Minas e Energia.

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cavernas em áreas cársticas, etc., e nestes casos, a legislação vigente deve ser obedecida.

▪ Zona Controlada para a Mineração (ZCM):

São áreas que apresentam restrições ao desenvolvimento da mineração, exigindo-se maior complexidade na avaliação do processo de licenciamento. Por vezes podem estar superpostas em porções de APAS (Áreas de Proteção Ambiental), perímetros urbanos, florestas nacionais e/ou estaduais, e áreas aluvionares definidas como APPs.

Essa zona tem como princípio permitir o aproveitamento de bens minerais, mas com cautela, e o empreendedor deve se comprometer com os procedimentos técnicos mais detalhados quanto ao planejamento e controle da atividade minerária. Como o aproveitamento dos recursos minerais é essencial para o desenvolvimento socioeconômico, há necessidade de certa flexibilidade frente às restrições.

▪ Zona Bloqueada para Mineração (ZBM):

É a porção que inclui os terrenos onde existem Unidades de Conservação definidas como de proteção integral. Nestes locais a mineração não será permitida. Em condições excepcionais esse bloqueio poderá ser considerado em casos como, por exemplo, de descoberta de uma jazida de grande interesse estratégico ou de grande valor e/ou dimensões.

Tijucas do Sul está classificado majoritariamente como Zona Preferencial de Mineração, com alguns pontos restritivos que são pertencentes às Unidades de Conservação de Uso Sustentável, que integram a APA de Guaratuba.

O Plano de Mineração realizou o cadastro minerário regional e delimitou sete distritos mineiros, dos quais Tijucas do Sul integra o distrito cujo foco é a argila:

▪ Alto Iguaçu (argila/areia); ▪ Calcário Calcítico; ▪ Capiru (calcário dolomítico); ▪ Quatro Barras (granito); ▪ Tunas (sienito); ▪ Tijucas do Sul (argila); ▪ Vale do Ribeira (fluorita e chumbo/prata).

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Mapa 9 - Macrozoneamento de Mineração da RMC.

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A Tabela 16 (a seguir) indica as substâncias minerais requeridas entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020 em Tijucas do Sul: três requerimentos de lavra para minério de e um requerimento para autorização de pesquisa para granito.

Tabela 16 - Substâncias minerais requeridas no município de Tijucas do Sul em 2019-2020.

Substância Quantidade de Requerimentos

Minério de Ouro - Requerimento de Lavra Garimpeira 03

Granito - Requerimento de Autorização de Pesquisa 01 FONTE: URBTECTM (2020) - Dados obtidos em dezembro de 2020 (ANM, 2020).

De acordo com levantamento realizado junto à ANM, no mês de janeiro de 2021, Tijucas do Sul apresentou 87 processos minerários ativos junto ao órgão (Tabela 17).

Tabela 17 - Fases de tramitação de processos ativos no município de Tijucas do Sul.

Fase de tramitação - Janeiro de 2021 Nº de processos ativos

Requerimento de lavra garimpeira 03

Apto para disponibilidade 02

Requerimento para autorização de pesquisa 19

Requerimento de registro de extração 01

Requerimento de lavra 16

Direito de requerer a lavra 02

Disponibilidade 02

Concessão de lavra 23

Autorização de pesquisa 13

Licenciamento 01

Requerimento de lavra garimpeira 03

Apto para disponibilidade 02

Total - Processos ativos 87 FONTE: URBTECTM (2020) - Dados obtidos em dezembro de 2020 (ANM, 2020).

Os dados referentes aos direitos minerários representam a situação dos títulos na data verificada e, ainda que os dados sejam atualizados frequentemente, são necessárias consultas constantes para conhecimento da situação em vigor. Ressalta-se que, em um mesmo requerimento, pode haver mais de uma substância solicitada e tais substâncias apresentam a denominação disponível para preenchimento junto à ANM.

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A atividade minerária ocorre atualmente em Tijucas do Sul em jazidas localizadas nas áreas rurais de Araçatuba, Campo Alto, Campestre, Chimbuva, Fazendinha, Salto da Boa Vista, Postinho e Pinhal dos Borges, conforme informações da SMICT.

É possível que existam ainda atividades minerárias irregulares no município. Há certa dificuldade em realizar o levantamento destas lavras que não possuem autorização para extração, pois é necessário coleta de dados e informações georreferenciadas, coletadas em campo ou em banco de dados existentes, além de realizar um comparativo com os polígonos dos direitos minerários cadastrados na ANM.

Além disso, por vezes há descuido na recuperação das áreas degradadas, não havendo cuidado em realizar a recuperação ambiental do local. O ideal é que seja realizado um projeto de recuperação, assegurando que as áreas não serão utilizadas ou ocupadas irregularmente, ou seja, deve ser assegurado outro uso para os locais, junto de medidas mitigadoras. Vale ressaltar que, mesmo nas áreas de proteção ambiental, o CONAMA não proíbe a prática de mineração e dispõe que sua exploração dependerá da comprovação de que não será causado nenhum dano ambiental.

Os possíveis impactos decorrentes das atividades estão associados à degradação da paisagem, impactos sobre fauna e flora, sobre o próprio solo, além de conflitos do tráfego de cargas para o escoamento produtivo.

O principal fator negativo em relação às atividades minerarias, quando em áreas urbanas, ocorre na existência de processos em fase de concessão de lavra, o que pode gerar conflitos com demais atividades e usos urbanos.

Conforme o mapa, na sequência, foram identificados dois processos com concessão de lavra na porção noroeste do perímetro urbano da Sede, um processo de concessão na parte sudoeste e uma concessão de lavra à oeste. Todos estes processos abrangem boa parte da extensão territorial do perímetro da Sede do município.

As localidades de Lagoinha, Campina e Tabatinga, que também constituem perímetros urbanos, igualmente apresentam requerimentos em fase de concessão de lavra em seus territórios.

Atividades minerárias próximas às áreas urbanizadas podem gerar conflitos e devem dispor de uma gestão voltada para os impactos gerados à vizinhança, para que se tenha um equilíbrio entre a intervenção minerária, meio ambiente e a população local.

Por outro lado, quando atuantes com o adequado cumprimento à legislação, as

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atividades minerárias em geral constituem em uma importante fonte de arrecadação municipal, sendo igualmente relevantes para o desenvolvimento econômico como meio de geração de empregos e de renda.

Na sequência são apresentados mapas indicando as áreas requeridas no contexto de Tijucas do Sul, as áreas com presença de atividades minerárias e as zonas de controle e de preferência para mineração, segundo o Plano de Mineração (Mineropar/ITCG, 2004).

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Mapa 10 - Substâncias e processos minerários.

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Mapa 11 - Direitos Minerários.

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Mapa 12 - Direitos minerários e Zonas do Plano Diretor de Mineração da RMC.

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4.7.1. Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais

As empresas que extraem bens minerais em território municipal devem recolher a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). A fiscalização referente a tal arrecadação é de responsabilidade da ANM.

A CFEM é calculada sobre o valor do faturamento líquido quando o bem mineral é vendido, ou quando não ocorre a venda e este produto é consumido, transformado ou utilizado pelo próprio minerador. Toda pessoa física ou jurídica habilitada a extrair substâncias minerais para fins de aproveitamentos econômicos deve recolher essa compensação. Atualmente, as alíquotas vigentes aplicadas no cálculo variam de acordo com a substância mineral explorada (Tabela 18).

A distribuição da CFEM ocorre entre o Estado, o município e os órgãos da administração da União, sendo distribuída conforme o gráfico na sequência.

Tabela 18 - Alíquotas vigentes por substância mineral para cálculo da CFEM.

Substância Alíquota (%)

Minério de alumínio, manganês, sal-gema e potássio 3,00

Ferro, fertilizante, carvão, demais substâncias 2,00

Ouro 1,00

Pedras preciosas, pedras coradas lapidáveis, carbonetos e metais nobres 0,20 FONTE: ANM (2021); Decreto Federal nº 01, de 11 de janeiro de 1991.

Gráfico 6 - Distribuição da Arrecadação entre Município, Estado e União.

FONTE: URBTECTM (2020) - Adaptado de ANM - Agência Nacional de Mineração (2020).

Conforme indica a ANM (2020), a utilização dos recursos provenientes da CFEM devem ser aplicados em projetos que direta ou indiretamente revertam em prol da comunidade

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local, na forma de melhorias em infraestrutura, qualidade ambiental, saúde e educação. O Decreto Federal nº 01, de 11 de janeiro de 199126 veda a utilização destes recursos para o pagamento de dívidas ou do quadro permanente de pessoal do Município.

Através do informe mineral disponibilizado pela ANM, foi possível fazer o levantamento do repasse do valor das taxas do CFEM para o estado do Paraná e para o município de Tijucas do Sul (ano base de 2020). Esses valores são oriundos de três tipos de substâncias minerais: areia, saibro e granito.

A Tabela 19 apresenta os valores totais obtidos mensalmente pelo município e o valor total da arrecadação estadual enquanto a Tabela 20 apresenta os valores mensais obtidos por cada substância.

Tabela 19 - Valores arrecadados por substância CFEM no ano base 2020.

Valor Arrecadado (R$) Participação municipal em Mês de relação à arrecadação referência Estado do Paraná Município de Tijucas do Sul estadual (%) Janeiro 1.498.354,46 1.213,39 0,08 Fevereiro 1.246.023,15 1.241,15 0,10 Março 1.551.878,86 1.466,44 0,09 Abril 1.491.625,32 976,47 0,07 Maio 1.502.368,08 1.017,42 0,07 Junho 1.595.621,33 1.266,86 0,08 Julho 1.519.090,10 2.057,25 0,14 Agosto 1.616.131,86 1.529,29 0,09 Setembro 1.471.484,85 1.550,91 0,11 Outubro 1.589.418,72 40,80 0,00 Novembro 1.888.986,10 3.422,37 0,18 Dezembro 1.350.126,18 1.593,17 0,12 Total 18.321.109,01 17.375,50 0,09 FONTE: URBTECTM (2020) - Dados obtidos em janeiro de 2021 (ANM, 2021).

26 Decreto que regulamenta o pagamento da compensação financeira, instituída pela Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989, e dá outras providências.

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Tabela 20 - Arrecadação do CFEM por substância em Tijucas do Sul no ano base 2020.

Mês (2020) Areia (R$) Granito (R$) Saibro (R$) Total (R$) Janeiro 984,99 - 228,40 1.213,39 Fevereiro 1.196,95 - 44,20 1.241,15 Março 788,77 626,67 51,00 1.466,44 Abril 976,47 - - 976,47 Maio 1.017,42 - - 1.017,42 Junho 1.266,86 - - 1.266,86 Julho 2.057,25 - - 2.057,25 Agosto 1.112,39 - 416,90 1.529,29 Setembro 1.360,22 - 190,69 1.550,91 Outubro - 40,80 40,80 Novembro 3.049,22 - 420,75 3.469,97 Dezembro 1.532,97 - 60,67 1.593,64 Total arrecadado (R$) 15.343,51 626,67 1.453,41 17.362,92 FONTE: URBTECTM (2020) - Dados obtidos em janeiro de 2021 (ANM, 2021).

Observa-se que a substância mineral que mais arrecada valores junto à CFEM é a areia, mesmo o município tendo um grande potencial para as argilas, conforme dispõe o Plano Diretor da Mineração da RMC. Em 2020, a argila inclusive não retornou nenhum valor pelo CFEM para Tijucas do Sul.

O próprio nome do município tem origem na palavra popular tijuco, que remete aos depósitos de argila de coloração cinza escura encontrados em grande escala na região.

Segundo projeto da CPRM (2017) - Materiais de Construção da Região Metropolitana de Curitiba (Série Rochas e Minerais Industriais, nº 21), em Tijucas do Sul, os depósitos de caulim (um tipo de argila) da lavra da Mina Fazendinha eram bastante representativos em termos de volume.

A produção de caulim atende, sobretudo, as indústrias de louças, cerâmica branca, refratários, química e de cosméticos. A areia e o saibro também são insumos minerais utilizados na construção civil e o granito, na fabricação de brita e de revestimentos.

Em síntese, o município tem um grande potencial mineral, mas atualmente recebe baixo retorno de arrecadação através do CFEM.

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4.8. Atividades Turísticas

O segmento turístico é tratado neste capítulo, juntamente das principais dinâmicas econômicas municipais, devido à evidente vocação desta atividade em Tijucas do Sul - seja pela presença dos atrativos naturais e do turismo rural, seja pela capacidade em potencial deste setor em gerar renda, empregos locais e possibilidades de lazer.

No contexto estadual, o Paraná possui um masterplan denominado “Paraná Turístico 2026 - Pacto para um destino inteligente”27 que visa transformar a realidade turística do Estado e apresenta-se como produto derivado de um processo de construção conjunta, pactuado entre poder público, iniciativa privada e sociedade civil. Este documento surgiu no âmbito do CEPATUR - Conselho Paranaense de Turismo, coordenado por uma Câmara Técnica de Gestão.

Conforme o Plano, o Estado é dividido em 14 Regiões Turísticas que equivalem a 10% dos municípios integrantes de regiões turísticas em escala nacional. Tais municípios são agrupados por características e ofertas turísticas em comum, estando separados em segmentos turísticos variados.

Neste contexto, Tijucas do Sul integra a Região Turística Rotas do Pinhão, juntamente de outros 17 municípios da RMC28, estando vinculado à Agência de Desenvolvimento Turístico da Região (ADETUR), conforme a Lei nº 558/2016.

Ao compor uma das mais importantes Macrorregiões de Turismo do Paraná, que dispõe da maior disponibilidade de infraestruturas e serviços relacionados ao setor, Tijucas do Sul possui um potencial evidente de integração aos atrativos e estruturas existentes nos demais municípios metropolitanos e, inclusive, com o estado de Santa Catarina - uma vez que são limítrofes e compartilham atrativos naturais como, por exemplo, a Serra do Quiriri e a Serra do Mar, onde localizam-se o Morro do Araçatuba (imagens a seguir) e diversas cachoeiras.

27 PARANÁ. Paraná Turístico 2026. CETAPUR - Conselho Paranaense de Turismo. Disponível em: . Acesso em: dez. de 2020. 28 Os 17 municípios são: Almirante Tamandaré, Araucária, Balsa Nova, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Campo Magro, Campo do Tenente, Colombo, Curitiba, Fazenda Rio Grande, Lapa, Mandirituba, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, Rio Negro e São José dos Pinhais.

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Figura 4 - Morro do Araçatuba e Campos do Quiriri.

FONTE: Prefeitura Municipal de Tijucas do Sul (2019); Turismo Campo Alegre - Divulgação.

Outro potencial turístico de Tijucas do Sul é vinculado a sua proximidade à Região Turística do Litoral Paranaense, devido à divisa municipal com Guaratuba.

Tijucas do Sul integra o “Mapa do Turismo Brasileiro 2019-2021”, por meio do Programa de Regionalização do Turismo do Governo Federal. Este mapeamento é realizado em parceria com os órgãos estaduais de turismo, responsáveis pela indicação dos municípios impactados de alguma forma pelo setor de viagens e turismo em suas regiões.

Para garantir que o repasse de recursos e a adoção de políticas públicas priorizem as áreas com potencial turístico efetivo, a atualização da categorização é bienal e atrelada ao calendário eleitoral. Constitui uma medida estratégica já que os critérios para a indicação e adesão dos municípios estão relacionados diretamente à pactuação com os gestores públicos municipais.

O Paraná Turístico apresenta as seguintes orientações, provenientes do Ministério do Turismo, para o mapeamento:

“Com objetivo de refletir acerca do papel de cada município envolvido na regionalização, o MTur orienta que seja realizada uma reflexão por parte dos municípios envolvidos, com validação da UF. Essa classificação não é publicada no Mapa do Turismo Brasileiro, mas pode subsidiar a equipe técnica do MTur na elaboração de políticas públicas relacionadas ao Programa de Regionalização do Turismo. A identificação também não deve ser confundida com a metodologia de categorização, que somente considera

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o desempenho da economia do turismo dos municípios”.

Conforme o Paraná Turístico, cada região turística dispõe de uma análise específica dos municípios que a integram, sendo categorizados de A a E: a categoria “A” é indicada aos municípios com maior fluxo turístico e maior número de empregos e estabelecimentos no setor de hospedagem, enquanto a categoria “E” é indicada aos municípios em que tais aspectos estão ausentes.

Conforme o Plano Operacional da Rotas do Pinhão29, desenvolvido junto do “Paraná Turístico 2026”, Tijucas do Sul foi incluso na categoria “D” (ilustrada no mapa a seguir), junto de outros dez municípios, dentre os 18 que integram esta região turística.

Pode-se inferir, portanto, que o desenvolvimento da atividade turística no contexto local de Tijucas do Sul ainda é inicial. Estima-se que o município recebeu cerca de 2.473 visitantes domésticos em 2019, segundo dados do Ministério do Turismo.

Figura 5 - Categorias dos municípios integrantes da Rotas do Pinhão.

FONTE: MINISTÉRIO DO TURISMO (2021). Mapa do Turismo (2019-2021).

29 PARANÁ. Paraná Turístico 2026. Plano Operacional 2017-2019 da Região Turística Rotas do Pinhão e Região Metropolitana. Disponível em: . Acesso em: dez. 2020.

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Dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), consultados no IPARDES, revelam que, na última década (2009-2019), Tijucas do Sul teve oscilação e, inclusive, diminuição do número de estabelecimentos dedicados às Atividades Características do Turismo (ACTs): dos 18 estabelecimentos em 2009, atualmente existem apenas 14 (2019).

Ainda assim, o número de empregos do setor aumentou em 54% na última década, chegando a 146 postos de trabalho em 2019, sobretudo, vinculados à alimentação.

Desde os relatórios de elaboração do Plano Diretor vigente (RZS, 2009), o “Turismo” foi apontado como a segunda maior potencialidade de Tijucas do Sul, após a agricultura, segundo resultados obtidos de questionários realizados junto à população, conforme ilustrado pelo quadro e gráfico seguir.

As diretrizes estabelecidas para o Plano Diretor vigente traziam destaque à “aplicação de instrumentos econômicos para o gerenciamento de recursos naturais, visando a sustentabilidade urbana”, principalmente vinculada às atividades voltadas ao turismo. Exclusivamente para a área rural, indicava-se a estruturação do município para a manutenção e o desenvolvimento rural a partir de políticas de incentivo à permanência da população nestas áreas, através do desenvolvimento de atividades voltadas ao turismo rural.

Figura 6 - Resultados dos questionários extraídos do Relatório do PDM vigente (2009).

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FONTE: RZS (2009) - Plano Diretor Municipal de Tijucas do Sul.

O Plano trazia ainda a diretriz geral de “investir no turismo como atividade econômica geradora de empregos”, de forma a possibilitar a criação de alternativas de renda para os pequenos produtores rurais; estimular as atividades comerciais na área urbana; e promover o município no cenário regional.

A diretriz específica para o desenvolvimento turístico tratava ainda de “fortalecer o potencial turístico no Município como fonte de empregos e geração de renda”, por meio:

▪ do Turismo Ecológico Rural;

▪ de um roteiro turístico de identidade cultural no município;

▪ do estímulo à construção de equipamentos de hospedagem na sede urbana;

▪ do fortalecimento das festividades culturais já existentes;

▪ do incentivo ao ensino e a pesquisa científica na área do turismo em parceria com as Instituições de Ensino;

▪ de investimento em infraestrutura (estradas, transportes, sinalização, etc.);

▪ da criação de uma central de informações;

▪ da criação de uma linha turismo;

▪ da criação de um centro de comercialização de produtos artesanais.

Dentre as ações planejadas no Plano Diretor vigente (RZS, 2009), foram definidas ainda:

▪ a “implantação de infraestruturas de suporte ao turismo na Macrozona de Interesse Turístico da Campina e nos Eixos de Interesse Turístico do Saltinho e dos Ambrósios”, com aplicação de recursos municipais. Essas Macrozonas foram instituídas pela Lei do Plano Diretor Municipal (Lei nº 242/2010), como “Macrozona de Empreendimentos Turísticos” e Eixos de “Desenvolvimento

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Turístico” e de “Desenvolvimento do Ecoturismo”;

▪ e a “caracterização do potencial turístico do município, incluindo os recursos naturais, através do levantamento dos potenciais turísticos municipais em um Inventário Turístico Municipal”.

Em complementação, foi proposto como possível detalhamento às ações a “integração turística com os municípios do entorno”, através de uma possível compatibilização do Plano de Desenvolvimento Turístico Ambiental com os Planos Estadual e Regional; a atualização do Inventário Turístico (efetivada); projetos de marketing e de propaganda; busca de parcerias com a iniciativa privada, a fim de incrementar o fluxo turístico; e a promoção do desenvolvimento das potencialidades turísticas.

No Plano Plurianual do município (2018-2021) consta como uma das diretrizes, disposto na Lei nº 611, de 07 de dezembro de 2017 (art. 2º), “aproveitar o potencial turístico da região, buscando parcerias para o seu desenvolvimento e expansão em conjunto com a população direta e indiretamente envolvida nos pontos turísticos do município”.

Em consulta ao Departamento de Turismo da Prefeitura Municipal, em janeiro de 2021, foram sugeridas complementações às diretrizes elencadas nos tópicos (acima), que serão considerados na parte de propostas deste Plano Diretor, como, por exemplo, a inclusão dos itens a seguir:

▪ estímulo à formalização e à profissionalização da atividade turística;

▪ implantação de rotas de cicloturismo;

▪ implantação de caminhadas permanentes;

▪ incentivo para implantação de museus;

▪ estímulo à construção de equipamentos turísticos e de prestação de serviços turísticos;

▪ evidenciar a importância histórica do município para a formação do Paraná;

▪ capacitação para o turismo técnico;

▪ criação de novos espaços turísticos como parques e centro de eventos.

Foi disponibilizado pelo departamento um relatório, em produção pelo município desde 2019, cujo objetivo é fazer com que todo o território de Tijucas do Sul seja contemplado por alguma rota turística, que ainda não tenha sido projetada ou implantada. Tais rotas

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poderão constituir vetores de distribuição de oportunidades e empregos vinculados às atividades turísticas.

4.8.1. Aspectos institucionais do Turismo em Tijucas do Sul

A normatização para o desenvolvimento do turismo em Tijucas do Sul está presente na Lei Municipal nº 545, de 04 de dezembro de 2015, que atualiza a lei que instituiu o Conselho Municipal de Turismo e Meio Ambiente (COMTURMA) em 2010, bem como na Lei Municipal nº 213, de 26 de maio de 2010, que instituiu os Fundos Municipais de Turismo e do Meio Ambiente.

Cabe ao Departamento de Turismo, “planejar, organizar, executar e controlar a gestão administrativa e operacional” do órgão, melhorando a estrutura física e funcional, visando alcançar os objetivos propostos para a política pública neste setor, além de:

▪ reestruturar acessos e a sinalização dos pontos turísticos do município;

▪ criar centros de informação turística;

▪ atualizar o inventário turístico;

▪ ampliar as áreas de interesse turístico;

▪ captar recursos juntos ao Governo Federal e Estadual para a recuperação e colocação de camada asfáltica na Estrada do Saltinho e Estrada Velha de Joinville;

▪ buscar apoio e manter o Conselho e o Fundo Municipal do Turismo;

▪ realizar eventos turísticos em conjunto com as demais secretarias municipais;

▪ apresentar os produtos e os potenciais turísticos nas escolas, empresas e instituições;

▪ realizar e apoiar a realização de feiras e eventos de interesse turístico;

▪ implantação de um “polo turístico” na Represa da Vossoroca;

▪ implantar e manter praças e parques públicos.

Além disso, ainda que Tijucas do Sul conte com um departamento municipal específico para gerir e planejar as políticas públicas de turismo, o município carece da elaboração de um Plano Municipal específico para a continuidade da estruturação deste segmento em escala local, buscando a adequada integração ao contexto regional do setor.

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O Plano Municipal de Turismo é um documento que reúne os princípios orientadores para o desenvolvimento da atividade turística em determinada localidade, no qual são estabelecidas as diretrizes para a condução da atividade, visando a qualificação do município como um destino turístico.

A estruturação da atividade turística em Tijucas do Sul ainda é incipiente, porém, está passando por processo de transformação, a começar pela atualização do Inventário Turístico Municipal30, divulgado em 2020, pelo Departamento de Turismo.

Tendo como base o conteúdo deste Inventário, além dos equipamentos públicos de cultura, de lazer e de interesse histórico (que serão tratados na Parte 02 da Análise Temática)31, atualmente, as potencialidades turísticas de Tijucas do Sul podem ser divididas em quatro temas principais:

1. Atrativos Turísticos; 2. Rotas e Circuitos Turísticos; 3. Monumentos e Obras; 4. Eventos Anuais.

Cada um dos temas será tratado a seguir em maiores detalhes.

4.8.2. Atrativos Turísticos

Dentre as diversas ofertas de turismo em Tijucas do Sul destacam-se os atrativos vinculados ao turismo rural, cultural e ao ecoturismo, contando com as cachoeiras, morros, rios, haras e com a Represa do Vossoroca, por exemplo. Os atrativos turísticos estão relacionados, principalmente, aos potenciais naturais existentes, que correspondem aos atrativos em maior quantidade, os quais são muito procurados pelos visitantes devido à existência de trilhas e de equipamentos de apoio vinculados.

Os recursos hídricos são abundantes em Tijucas do Sul e têm sua utilização em

30 PREFEITURA MUNICIPAL DE TIJUCAS DO SUL. Inventário Turístico de Tijucas do Sul. Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turístico - Departamento de Turismo. Tijucas do Sul: 2020. 31 Os equipamentos públicos de cultura, lazer e de interesse histórico também possuem importância como apoio às atividades turísticas. Análises quanto à distribuição espacial destes equipamentos e as atividades neles desenvolvidas, constarão no PRODUTO 02 - Parte 02.

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usinagem, pesca, turismo e lazer, como os rios Gama, Negro, São João e Várzea.

Um exemplo de destaque é o Recanto do Saltinho, estabelecimento rural que oferece acesso à cachoeira de mesmo nome, espaços para churrasqueiras, trilhas, serviços de alimentação, de hospedagem e a modalidade day use, isto é, hospedagem de dia único, sem pernoite. Segundo o Paraná Turismo32, a Cachoeira do Saltinho, administrada pela iniciativa privada, é apontada como um dos melhores pontos turísticos fora da capital. Outro estabelecimento de destaque com day-use no município é o Hotel La Dolce Vita, na região do Rio da Una, próximo da divisa com o município de São José dos Pinhais.

Figura 7 - Rio São João e a Cachoeira do Recanto do Saltinho.

FONTE: Prefeitura Municipal de Tijucas do Sul (2019).

O mapa a seguir apresenta os atrativos turísticos existentes em Tijucas do Sul, conforme o Inventário Municipal de 2020.

Dentre outros potenciais, o único destacado pelo relatório do PDM (2009) como “não explorado” foi a cachoeira do “Chico Leme”, visitada por poucas pessoas na época. Como não existem indícios de que o local continua sendo explorado como ponto turístico atualmente e o Inventário Turístico não o cita, o mesmo não foi mapeado.

32 PARANÁ TURISMO. Região Metropolitana de Curitiba: os melhores pontos turísticos fora da capital. Disponível em: . Acesso em: dez. 2020.

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Mapa 13 - Atrativos Turísticos de Tijucas do Sul.

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4.8.3. Rotas e Circuitos Turísticos

Conforme o Inventário Turístico, o município oferece ainda, além dos atrativos naturais, Rotas e Circuitos Turísticos que estão situados, principalmente, nas áreas rurais do município (ver o mapa na sequência).

A seguir são apresentadas as rotas em desenvolvimento e estruturação pelo Município que, inclusive, correspondem a percursos que já aconteciam espontaneamente, antes de sua oficialização como eixos turísticos.

Um exemplo é o Caminho dos Ambrósios de cerca de 40 km em Tijucas do Sul, que constitui uma ligação histórica entre Curitiba e São Francisco do Sul, possivelmente uma ramificação do caminho de (“a mais importante via transcontinental da América do Sul pré-colombiana”), que conta com vestígios do ciclo do tropeirismo em seu trajeto. Neste percurso, o enfoque é dado ao desenvolvimento do cicloturismo e à possibilidade de interligar duas regiões com potencial turístico: as comunidades do Postinho e do Rio de Una.

Outra rota importante para o município é o Roteiro Turístico do Postinho, trajeto de passagem para os turistas de natureza e aventura rumo à Serra do Quiriri. A Prefeitura Municipal pretende conformá-lo enquanto um produto turístico, integrando o turismo rural ao ecoturismo e, desta forma, formando um roteiro diversificado que proporcione maior interesse ao turista, promovendo o desenvolvimento dos agricultores familiares da região, além de contribuir para o turismo sustentável na Serra do Quiriri e de parte do Caminho dos Ambrósios.

Importante indicar que, em Santa Catarina, já existe um roteiro de cicloturismo que chega até a Serra do Quiriri. Portanto, é possível desenvolver a continuidade da rota em Tijucas do Sul, sentido São José dos Pinhais, em concordância com o caminho histórico tropeiro.

Desde 2009, 35 famílias da agricultura familiar participam do projeto, parte delas recebendo os turistas que percorrem a rota. Alguns dos estabelecimentos familiares estavam em processo de estruturação naquele ano, enquanto empreendimentos turísticos e outros estavam em capacitação33. Segundo o Departamento de Turismo da

33 RZS Consultoria e Planejamento Ltda. Plano Diretor Municipal de Tijucas do Sul. Análise Temática

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Prefeitura, as atividades para a retomada do roteiro e de sua estruturação estão programadas para abril de 2021, contando com a parceria da EMATER e a partir dos cursos ministrados pelo SENAR. No momento, algumas propriedades ainda atendem visitantes de forma isolada e através de agendamento prévio.

Atualmente, a única rota já estruturada e pronta para o recebimento de visitantes é a Rota Rural Sergius Erdelyi, que interliga as obras do artista plástico que dá nome ao circuito, as quais estão distribuídas entre igrejas, capelas, museus e na sua própria antiga residência.

Figura 8 - Residência de Sergius Erdelyi e mapa da Rota Rural Sergius Erdelyi.

FONTE: Sabiá Laranjeira34; Prefeitura Municipal de Tijucas do Sul (2020).

Antes da oficialização da rota, no entorno das obras várias propriedades já trabalhavam com o turismo de forma isolada, disponibilizando serviços e atividades, como pesque- pague, restaurantes, locais para eventos, casas de artesanato e de produtos de agricultores familiares e cooperativas. Distribuídas por todo o município, as obras do artista plástico austríaco, que residia no município, são uma marca para Tijucas do Sul.

Também acontecem no município as Caminhadas Internacionais na Natureza, com quatro circuito cadastrados, que ocorrem quatro vezes ao ano: Orgânicos da Serra, em Pinhal dos Borges; o Caminho dos Ambrósios, na comunidade do Postinho; Circuito Cogumelo Champignon, em Campestre; e a Cachoeira do Saltinho, no Saltinho.

Integrada, Diretrizes e Proposições e Plano de Ações e Investimentos. VOLUME I. Tijucas do Sul: 2009. 34 A residência faz parte do Sabiá Laranjeira, um espaço que promove eventos, cursos, imersões e projetos de estímulo à criatividade, oferecendo cursos, oficinas e ateliê compartilhado, além de locação de espaços para eventos.

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Os trajetos têm extensão entre 10 e 15 km, interceptando propriedades de agricultores familiares. Segundo técnicos da Prefeitura, este é o evento esportivo e turístico de maior movimentação em Tijucas do Sul, contando a presença de cerca de 1.000 participantes todos os anos.

A prática, que surgiu na França em meados do século XX, foi estruturada e desenvolvida no Paraná pelo Instituto de Desenvolvimento Rural-Iapar-Emater, tendo como objetivo incrementar a economia em regiões rurais, valorizando este modal de turismo. As rotas são gratuitas e os agricultores têm a oportunidade servir refeições e vender seus produtos ao longo dos trajetos.

Pretende-se incluir a Rota Rural Sergius Erdelyi ao conjunto das Caminhadas, para o qual são previstas oficinas pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR Paraná).

Figura 9 - Caminhadas Internacionais na Natureza: Pinhal dos Borges e Postinho.

FONTE: Prefeitura Municipal de Tijucas do Sul (2019).

Figura 10 - Caminhadas Internacionais na Natureza: venda de produtos e visita à igreja.

FONTE: Prefeitura Municipal de Tijucas do Sul (2019).

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Os trajetos tiveram em janeiro de 2020, segundo notícias35, 160 trajetos confirmados no Paraná, isto é, mais da metade do total de 300 circuitos brasileiros catalogados pela Confederação Brasileira de Esportes Populares, Caminhadas na Natureza e Inclusão Social.

O relatório técnico do PDM (2009) também cita um projeto em parceria com o SEBRAE, denominado “Caminhos de Tijucas do Sul”, realizado no ano 2000, em conjunto com empresários do município e Prefeitura. Segundo o relatório, o objetivo inicial foi definir um roteiro turístico, identificando áreas de lazer e de entretenimento rural existentes, apontando propriedades com potencial turístico, de acordo com os critérios definidos pelo grupo. O intuito era fortalecer antigos costumes, inseridos em uma paisagem típica, através da possibilidade de apreciação da culinária, das opções de lazer e das práticas de esporte, como caminhadas, cavalgadas e trajetos de bicicleta, além de incentivar o artesanato local e a compra de produtos caseiros36. Foram encontradas 27 propriedades com este perfil turístico, das quais nove já estavam organizadas para receber o turista. Atualmente, no entanto, a Prefeitura não dispõe mais deste material e, portanto, não há informações sobre os levantamentos e rotas definidas.

Em 2019, no evento de inauguração da Ciclorrota Nascente do Iguaçu, o presidente da COMEC reconheceu o potencial turístico do modal de transporte no impulsionamento da economia local, expondo a intenção da criação de outras duas ciclorrotas no Paraná: a Ciclorrota dos Tropeiros - compreendendo Lapa, Rio Negro, Mandirituba, Campo do Tenente e Balsa Nova, e a Ciclorrota do Pinhão - a incidir em Tijucas do Sul, São José dos Pinhais, Agudos do Sul, Piên e Mandirituba37. Porém, ainda não houve divulgação de informações ou estudos relacionados ao projeto.

Trilhas off-road também são realizadas de forma não oficial, as quais deveriam passar por estruturação, definição de trajetos propícios e oficialização junto ao município,

35 BEM PARANÁ. Caminhadas da Natureza completam 15 anos no Paraná. Curitiba, 22 de janeiro de 2020. Disponível em . Acesso em: dez. 2020. 36 RZS Consultoria e Planejamento Ltda. Plano Diretor Municipal de Tijucas do Sul. Análise Temática Integrada, Diretrizes e Proposições e Plano de Ações e Investimentos. VOLUME I. Tijucas do Sul: 2009. 37 BEM PARANÁ. Disponível em: . Acesso em: dez. 2020.

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evitando-se possíveis danos ao meio ambiente.

Outros projetos previstos pela Prefeitura são: a estruturação da Rota Turística do Rio de Una, da Rota da Região das Flores e da Rota Turística Orgânicos da Serra (onde já ocorre a caminhada da Natureza Orgânicos da Serra). Para os três roteiros foi realizado o levantamento de parte das propriedades das respectivas regiões. A intenção também é de transformá-los em produtos turísticos, ao estruturar os roteiros e a sua divulgação. A Prefeitura também dispõe de um projeto, cujo levantamento histórico relacionado já foi cumprido.

4.8.4. Monumentos e Obras

Além das obras do artista Sergius Erdelyi, o Inventário Turístico dispõe de outras obras e monumentos que são relevantes ao município, como o Monumento à Nossa Senhora de Fátima, os Mosaicos da Secretaria da Educação, o Obelisco Hermínio Cardoso, dentre outros.

O Departamento de Turismo indicou ainda que há intenção de divulgar o levantamento histórico de construções existentes no Centro da Sede Municipal, a fim de proporcionar “a percepção e compreensão dos aspectos físico, cultural e históricos da região”, através do projeto “Descobrindo o Centro de Tijucas do Sul”.

Figura 11 - Monumento à Nossa Senhora de Fátima e esculturas de Sergius Erdelyi.

FONTE: Inventário Turístico - Prefeitura Municipal de Tijucas do Sul (2020).

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Os novos projetos previstos pela Prefeitura incluem a construção do Museu Casa da Vovó e do novo portal de acesso à cidade, demolido em 2015, a ser reconstruído em novo local a cargo da própria concessionária da rodovia, Arteris Sul Litoral.

Ainda, o Memorial da Revolução Federalista foi construído recentemente com verbas do Ministério do Turismo, no entanto, não foi inaugurado por falta de acervo. Sua estrutura física compreende um espaço de cerca de 150m², com auditório e salas de exposição recepção ao visitante.

4.8.5. Eventos Anuais

Com relação aos eventos anuais realizados no município, estes são, em sua maioria, relacionados ao turismo religioso, através de festas organizadas pela iniciativa privada, pelas instituições religiosas e órgãos públicos. São eventos realizados durante todo o ano, com eventuais alterações de datas e de localização.

Outros eventos em potencial são: a FEMULI - Feira Municipal do Livro e o FEMUSPOP - Festival de Música Sertaneja e Popular de Tijucas do Sul, que teve sua primeira edição em 1989, buscando promover o intercâmbio cultural no município. É um atrativo que visa valorizar e incentivar a criatividade musical, dando visibilidade e difundindo a música. Sua última edição ocorreu em 2017, com apresentações e premiações, passando pelo evento cerca de 2.000 pessoas38.

Os rodeios que acontecem no CTG Cabanha Potro Chucro são eventos que também geram grande movimentação no município. A antiga cancha particular possui grandes terrenos e promove dois eventos por ano, trazendo pessoas de outros municípios e ofertando acampamento para hospedagem. Enquanto as cavalgadas, como a Cavalgada Farroupilha, acontecem todos os anos e são organizadas também por particulares, sem envolvimento da Prefeitura, sendo importantes para a preservação da cultura campeira.

38 PREFEITURA DE TIJUCAS DO SUL. XXVII FEMUSPOP. Tijucas do Sul, 22 de dezembro de 2017. Disponível em: . Acesso em: dez. 2020.

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Figura 12 - CTG Cabanha Potro Chucro e Etapa Tijucas do Sul do Circuito Barretos de Rodeio.

FONTE: Cabanha Potro Chucro (2015); Prefeitura Municipal de Tijucas do Sul (2017).

O turismo gastronômico também possui relevância no município devido à cultura local, através da Festa de Inverno, na qual acontece a Trilha do Pinhão, e do Festival Gastronômico do Pinhão. Segundo publicação da Prefeitura de Tijucas do Sul, o último evento realizado foi em 2017, entre os dias 06 e 09 de julho, com a participação de mais de 7.000 pessoas. A programação contou com a “Etapa Tijucas do Sul do Circuito Barretos de Rodeio”, com shows nacionais e com um “Baile da Melhor Idade” que recebeu idosos, inclusive, de São Jose dos Pinhais39.

Figura 13 - Capela Santo Antônio em Lagoa e Capela de São Francisco.

FONTE: Prefeitura Municipal de Tijucas do Sul (2020).

Ocorrem também em Tijucas do Sul, de forma não oficial, eventos de trilhas off road,

39 PREFEITURA DE TIJUCAS DO SUL. 8ª Festa de Inverno e 6º Festival Gastronômico do Pinhão. Tijucas do Sul, 11 de julho de 2017. Disponível em: . Acesso em: dez. 2020.

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organizados por grupos de jipeiros. O evento em si e as rotas utilizadas ainda não são submetidas à autorização pública ou recebem apoio do Município, podendo acarretar problemas ao meio físico-ambiental do entorno dos trajetos utilizados. A oficialização torna-se essencial a fim de que o evento possa receber o devido incentivo municipal e apoio à publicização, por exemplo.

O mapa na sequência apresenta as rotas e circuitos turísticos em Tijucas do Sul e os Eixos de Desenvolvimento Turísticos e de Ecoturismo, estabelecidos pelo Macrozoneamento Municipal, pela Lei do Plano Diretor em vigor.

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Mapa 14 - Rotas Turísticas de Tijucas do Sul.

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5. REFERÊNCIAS

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