UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES CURSO DE JORNALISMO ALEX WILLIAN BICUDO DE OLIVEIRA

ROCK NO BRASIL – DO VINHO PARA A ÁGUA COM AÇÚCAR?

São José dos Campos – SP 2007 ALEX WILLIAN BICUDO DE OLIVEIRA

ROCK NO BRASIL – DO VINHO PARA A ÁGUA COM AÇÚCAR?

Relatório Final apresentado como parte das exigências do Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo à Banca Avaliadora da Faculdade de Comunicação e Artes Universidade do Vale do Paraíba. Orientador: Prof. Antônio Augusto de Oliveira.

São José dos Campos – SP 2007

DEDICATÓRIA .

Dedico este Trabalho à minha esposa, Marly Rezende Shinye de Oliveira, que está comigo em todos os momentos, e sem a qual, não seria possível realizá-lo.

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu orientador, professor Antônio Augusto por estar à disposição em todos os momentos que precisei de apoio. Agradeço também aos artistas que concordaram em conceder entrevistas: Roger Moreira, Demétrius, Cid, Celso Vechione e Fernanda Takai. ALEX WILLIAN BICUDO DE OLIVEIRA

ROCK NO BRASIL – DO VINHO PARA A ÁGUA COM AÇÚCAR?

Trabalho de Conclusão de Curso Apresentada como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Jornalismo do Curso de Graduação da Faculdade de Comunicação e Artes da Universidade do Vale do Paraíba

Área de concentração: Comunicação Social

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA:

______Prof. Prof. Antônio Augusto de Oliveira.

Universidade do Vale do Paraíba

______Prof Universidade do Vale do Paraíba ______Prof. Universidade do Vale do Paraíba RESUMO

Desde a chegada do rock ao Brasil em 1955 até os dias atuais, houve muitas transformações, fusões, subversões e desconstruções. O rock é mutante, e no Brasil as mudanças aconteceram umas vezes de maneira rápida e fugaz, e outras, lenta e gradativa. Muitos movimentos se sucederam desde então: a Jovem Guarda, o Tropicalismo, a “Geração 80”, o “Mangue-Beat”, o “Forró-Core”; cada geração com uma maneira criativa de fazer rock no Brasil. O que preocupa é quando não muda. A atitude e rebeldia, que são elementos fundamentais do ritmo/movimento/estilo de vida que sempre estiveram presentes no rock brasileiro, ainda estão? Com este livro o leitor é induzido a refletir sobre a essência e futuro do rock and roll no Brasil: O rock feito em terras tupiniquins se salvará? Ainda há rock ? O que é rock ? Será que perdeu a cor e o gosto? Será que vai virar bolor? Ao responder estas perguntas, podemos chegar a uma conclusão e, o mais importante, pensar em um novo caminho para este ritmo que há mais de meio século influencia a juventude brasileira.

Palavras-Chave: Rock and Roll, Rock no Brasil, História do Rock, Música. SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...... 01 CAPÍTULO 1 – O LIVRO...... 02 1.1 – O ritmo, o movimento e o estilo de vida...... 02 1.2 – Alienados?...... 02 1.3 – Anos 80 – A vida começa agora...... 03 1.4 – Anos 90 – Tudo é rock...... 03 1.5 – Isso aí é rock?...... 04 CAPÍTULO 2 – PROJETO GRÁFICO...... 04 CAPÍTULO 3 – DESENVOLVIMENTO...... 04 3.1 – Tema...... 04 3.2 – Delimitação do Tema...... 05 3.3 – Objeto...... 05 3.4 – Objetivo...... 05 3.5 – Objetivos específicos...... 05 3.6 – Modalidade...... 05 3.7 – Justificativa...... 06 3.8 – Hipótese...... 06 3.9 – Metodologia...... 06 3.9.1 – Pesquisa Bibliográfica...... 06 3.9.2 – Questionário composto de perguntas...... 06 3..9.3 – Entrevistas...... 07 Considerações finais...... 07 Bibliografia...... 07 Anexos...... 09

INTRODUÇÃO

A história do rock no Brasil é composta por subtítulos que delineiam a trajetória do estilo musical que se tornou um estilo de vida. Cada época traz uma bagagem e uma característica peculiar, mas que sempre carregaram a marca da rebeldia como ponto em comum. Para se fazer rock nem sempre é preciso ser um cantor com uma voz privilegiada e um exímio músico, conforme citam os jornalistas Hérica Marmo e Luiz André Alzer (2002): “O primeiro passo dos Titãs do Iê Iê era dividir os instrumentos. Sim, porque embora nenhum deles fosse um exímio músico, todos os oito arriscavam um violão, uma guitarra, um baixo, e já tinham uma certa intimidade com os palcos, individualmente ou em grupos. Garantiu uma vaga quem gritou primeiro”. O relativo baixo custo dos instrumentos facilitava o acesso para os jovens que geralmente não dispunham de muitos recursos financeiros, e que, mesmo sem possuir técnica apurada para tocar ou cantar, faziam a música simples e direta no melhor estilo “faça você mesmo”. É importante lembrar que o rock extrapolou o status de ritmo para se tornar um estilo de vida que assim influencia o comportamento da juventude de cada geração, bem como é influenciado por ela e suas gerações, indo da intolerância dos períodos de ditadura ou nos anos em que impera a liberdade de expressão. Embora o rock´n roll seja um ritmo que extrapolou as fronteiras e tenha representantes em todos os continentes, no Brasil, o ritmo ganhou cara própria e fundiu-se com ritmos característicos do país, tornando-se único, e camaleônico tendo em vista que nos anos 50 o rock feito no Brasil se limitava quase exclusivamente a reproduzir e traduzir o que era feito lá fora. Já nos anos 60, temos os primeiros grandes compositores e é quando a juventude se identifica definitivamente com o movimento. Nos anos 70 temos a revolução, tudo é permitido: rock clássico, rock pesado, rock rural, rock progressivo, mpb com rock; uma miscelânea que foi determinante para que o rock brasileiro tivesse cara, ou caras próprias. A década de 80 foi de ouro para o rock no Brasil; com o fim da ditadura a juventude estava sedenta por novas canções e novos ídolos, que surgiram como uma enxurrada nos quatro cantos do País; nunca o rock foi tão popular e nunca a indústria fonográfica apostou tão alto, faturando alto também. Os anos 90 foram criativos; não havia bandeiras, fronteiras ou limites; reggae, forró, maracatú, tudo isso somado ao rock é igual a: rock brasileiro. No novo século, pelo o que parece, o rock não vingou; pode-se ouvir nas rádios músicas de bandas com suas guitarras elétricas, porém, falta algo para que a combustão aconteça. O futuro dirá. Este livro é dedicado a trazer à tona o panorama da trajetória deste ritmo no Brasil através de seus personagens e características de cada época para narrar as mudanças que ocorreram com o rock feito no Brasil até os dias de hoje, bem como refletir sobre a possível perda da característica principal do rock, a rebeldia.

CAPÍTULO 1 – O LIVRO

1.1 – O ritmo, o movimento e o estilo de vida.

O rock and roll é um ritmo originário dos Estados Unidos tendo como referência a música negra, o blues , e chegou ao Brasil no ano de 1955 através do cinema com o filme Sementes da Violência que trazia em sua trilha sonora a canção Rock Arrond the Clock interpretada pelo conjunto Bill Halley and his Comets . A partir daí, o ritmo que influenciou a juventude em todo o planeta, que trazia Elvis Presley como maior expoente, começou a tomar uma forma peculiar em nosso país. O que no início era apenas cópia do que se fazia lá fora, conforme narra um dos precursores do rock brasileiro, o cantor Demétrius: “No início eu imitava descaradamente o Elvis, nas festinhas as meninas deliravam. Quando gravei minha primeira canção, ainda em inglês, choviam telefonemas nas emissoras de rádio para que tocassem aquela música do Elvis, mas na verdade quem cantava era eu”, aos poucos tomava nova forma. Com o surgimento dos primeiros ídolos como Celly Campello e Ronnie Cord, o ritmo foi aos poucos se apropriando das características da juventude brasileira. Surgia o rock brasileiro.

1.2 – Alienados?

O rock já havia sido apresentado à juventude brasileira, porém algo muito mais envolvente estava prestes a nascer. E em 22 de agosto de 1965 entrava no ar pela TV Record o Programa Jovem Guarda, apresentado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa às 16h30 aos domingos, e que viria a durar até junho de 68. O Programa marcou época e o Movimento deixou suas marcas na música e na cultura brasileira, queiram ou não os intelectuais. Junto aos três protagonistas, com Roberto à frente, é claro, várias bandas e artistas solo que tocavam em bailinhos matinais tiveram a oportunidade de se apresentar nacionalmente e embarcar nesta onda. Renato e seus Blue Caps, Os Incríveis, Golden Boys, Trio Esperança, Leno e Lilian, Jerry Adriani, Eduardo Araújo, Wanderley Cardoso, Martinha, Rosemary e Ronnie Von faziam parte da turma que incomodou a ala mais conservadora da MPB e botou a pulga atrás da orelha dos Tropicalistas que viriam a seguir.

1.3 – Anos 80 – A vida começa agora

No início da decada de 80, o que mais se aproximava do rock and roll no Brasil era feito pelas bandas 14 Bis e A Cor do Som, que mesmo sendo formadas por bons músicos e compositores, estavam longe de refletir o espírito daquela juventude que via finalmente a luz da democracia e da liberdade no fim do túnel, isso sem falar dos já rodados Raul Seixas, Tim Maia e Rita Lee que pertenciam a uma geração anterior. Segundo o produtor Nelson Motta (2001), “o rock que explodiu nos Estados Unidos e na Inglaterra durante a década de 70, os progressivos, os mods, os punks, os new-wavers, nunca tiveram vez no Brasil super-nacionalista dos militares – e ultranacionalistas das esquerdas. Mas quem tinha nascido junto com o golpe militar de 1964 agora tinha 16 anos, não se interessava por política, desfrutava relativa liberdade e prosperidade e queria uma nova música. Nos subterrâneos da terra do samba, as guitarras roncavam”. Misturando música pop , esquetes teatrais e uma dose de irreverência, a Blitz pulverizou as programações das Rádios e Televisão se tornando uma febre nacional, abrindo passagem para uma nova geração de jovens artistas que surgiam em diversos Estados do País.

1.4 – Anos 90 – Tudo é rock

Os anos 90 começaram estranhos para o rock no Brasil. A febre da década anterior havia passado, muitas bandas caíram no ostracismo e as que sobreviveram pareciam meio perdidas dentro de um novo cenário, onde eles não eram mais os queridinhos da mídia, que voltava seus holofotes para outros ritmos e “ondas” como lambada, sertanejo e a recém nomeada axé-music . Porém, o que a mídia não sabia era que em vários Estados do País, novas bandas estavam se preparando para emergir e loucos para misturar o rock com o que pintasse. “A Sony tinha lançado o selo Chaos e colheu resultados rapidamente, com o sucesso dos grupos Skank, Chico Science & Nação Zumbi, e do rapper Gabriel O Pensador. A BMG já anunciava a reativação do selo Plug, que nos anos 80 revelara Engenheiros do Hawaii, DeFalla e Picassos Falsos. Faltava a Warner fazer algo pela geração dos anos 90” (Marmo; Alzer, 2002). E diferentemente do que aconteceu na década passada quando havia ‘núcleos’, como as bandas paulistas, bandas cariocas, bandas de Brasília. A geração que estava por vir era muito mais heterogênea e independente.

1.5 – Isso aí é rock?

O rock and roll que originariamente era somente um ritmo, tornou-se um movimento, um estilo de vida, uma válvula de escape para a juventude. O que acontece nos dias de hoje é que o rock and roll feito no Brasil pode ter perdido o punch , a ousadia e quase todas as características que o fizeram o símbolo de várias gerações desde meados dos anos 50.

CAPÍTULO 2 – PROJETO GRÁFICO

O projeto gráfico do livro foi elaborado enquanto o texto estava sendo finalizado. Para simbolizar o dinamismo do assunto, o autor opta por utilizar uma diagramação diferenciada na capa do livro e na abertura dos capítulos. Na capa é utilizado um mosaico de capas de discos, em cores, utilizando-se ordem cronológica para que seja refletido o conteúdo do livro já na primeira impressão. Entre os capítulos, temos duas páginas com quatro letras de canções que ilustram a época, além de uma página com fotos de artistas que marcaram a época referida. Na marcação de cada capítulo é utilizada uma fonte diferenciada disposta verticalmente do lado direito da página. A fonte utilizada no texto é o Times New Roman, tamanho 11.

CAPÍTULO 3 – DESENVOLVIMENTO

3.1 – Tema

O tema foi escolhido a partir da afinidade do autor com o assunto que até o momento foi pouco explorado. É certo que existem obras destinadas a contar a história de determinada fase do rock no Brasil, porém fazer um panorama geral da história do ritmo no Brasil, pontuando características de cada época para que o leitor reflita sobre o futuro do movimento é algo que ainda não havia sido feito.

3.2 – Delimitação do Tema

Um dos maiores desafios na realização deste trabalho final consistiu no fato do tema ter uma abrangência nacional, portanto a pesquisa seria ampla já que estamos falando de mais de cinqüenta anos de história e a captação de entrevistas dificultada já que todos os entrevistados estão fora da área do Vale do Paraíba.

3.3 – Objeto

O objeto do trabalho é a análise do movimento que originou-se no início da década de 50 nos Estados Unidos e chegou ao Brasil em 1955 e as gerações que acompanharam, e acompanham tal movimento.

3.4 – Objetivo

O objetivo deste trabalho é mostrar a origem do movimento, sua trajetória no Brasil e a possível perda de suas características principais, que são a rebeldia, contestação, subversão, ou seja, uma maneira de ir de encontro com o poder estabelecido.

3.5 – Objetivos específicos

Dentro do objetivo há um ainda mais pontual que é levantar fatos que levem à reflexão sobre o que significa o ritmo para a juventude e como ele pode influenciar as gerações.

3.6 – Modalidade

A modalidade escolhida foi a de livro-reportagem, por se encaixar melhor com o tema abordado.

3.7 – Justificativa

A relevância deste trabalho está no fato de que o “rock and roll ” que nasceu como um ritmo, logo se transformou em um movimento, uma maneira da juventude se expressar, um modo de vida. E o que era sinônimo de rebeldia, aos poucos pode ter perdido esta característica.

3.8 – Hipótese

- O que é rock and roll ? - Será que os meios de comunicação (rádio e TV) têm influência na pasteurização do rock and roll no Brasil? - A juventude está cada vez mais alienada e isso reflete na perda de atitude associada ao ritmo?

3.9 - Metodologia

A metodologia utilizada foi, primeiramente, o aprofundamento do autor em relação do tema abordado através da análise de materiais diversos. Após foram feitas entrevistas e questionários para enriquecer o conteúdo e sustentar o texto do autor.

3.9.1 – Pesquisa Bibliográfica

A pesquisa bibliográfica iniciou-se no ano de 2006 através da análise de livros, revistas, matérias e vídeos que se referiam ao tema.

3.9.2 – Questionário composto de perguntas

Devido à distância em relação aos artistas que foram entrevistados, o questionário se fez necessário para compensar esta dificuldade. Foram preparados dois questionários no segundo semestre do ano de 2007, para Roger Moreira, líder da banda Ultraje à Rigor, e Fernanda Takai, vocalista da banda Pato Fu.

3.9.3 – Entrevistas

No segundo semestre do ano de 2007 foram feitas as entrevistas, que devido à distância em relação aos entrevistados foram feitas via telefone com o cantor Demétrius, o componente da banda Renato e Seus Blue Caps, Cid Chaves, e Celso Vecchione, fundador da banda Made in ; devidamente registradas e gravadas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O livro foi finalizado na metade do mês de novembro do ano de 2007 após dois anos de pesquisas, estudos e horas de trabalho. As dificuldades foram sanadas com perseverança, visto que este tipo de trabalho requer dedicação total do autor para que o resultado final seja satisfatório.

BIBLIOGRAFIA

Livros:

MOTTA, Nelson; Noites Tropicais ; 1999 - Editora Objetiva ALZER, Luiz André; MARMO, Hérica ; A Vida Até Parece uma Festa - Uma Biografia dos Titãs; 2002 - Editora Record CALADO, Carlos; A Divina Comédia dos Mutantes; 1995 - Editora 34 ARAÚJO, Lucinha; Só as Mães são Felizes;Ano: 2004 - Globo Editora GASPARI, Elio ; A Ditadura Envergonhada ; Ano: 2002 - Editora Companhia das Letras GASPARI, Elio ; A Ditadura Escancarada; Ano: 2002 - Editora Companhia das Letras

Revistas:

Super Interessante - A História do Rock Brasileiro – 4 Volumes - Editora Abril-Ano: 2004

Videos:

Box The Beatles: Anthology- 5 DVDs ; EMI (Video) ; Ano: 1994 Sites: http:// www.rockinsampa.com.br http:// www.sergiodias.com.br http://www.rockbrasileiro.com http://www.zerozen.com.br/anos80 http://www.bandamadeinbrazil.com.br http://www.raulseixas.com.br http://www.ultraje.com.br http://www.titas.net http://www.jovemguarda.com.br

ANEXOS

1 – Entrevista com Roger Moreira, da Banda “Ultraje à Rigor”:

AW - Quais foram suas influências musicais? E especificamente na música brasileira?

Roger - http://roxmo.sites.uol.com.br/roger.html

AW - Quando você montou o Ultraje à Rigor com o Leospa, qual era a idéia inicial? Já tinha essa vertente rebelde, irreverente e contestadora, ou essas características foram surgindo com o passar do tempo?

Roger - http://roxmo.sites.uol.com.br/biografias.html

AW - O que mudou após o estrondoso sucesso do disco "Nós vamos invadir sua praia"?

Roger - O cachê e o número de apresentações. Enfim, a diferença entre sucesso local e sucesso nacional.

AW - No período dos "anos 80", como era a relação da banda com a gravadora?

Roger - Muito boa. Afinal, só demos lucro.

AW - E com as outras bandas? Havia alguma rivalidade? Rock Paulista x Rock Carioca?

Roger - Também muito boa, sem rivalidades.

AW - Hoje, qual o retrospecto que você faz sobre a importância do rock brasileiro feito nos anos 80?

Roger - Bem, a influência permanece até hoje, nos costumes e na música.

AW - Qual a sua opinião sobre o rock brasileiro feito hoje? Quais as principais mudanças, para melhor ou para pior?

Roger - Acho que a intenção é outra, hoje em dia, os ideais são outros. Hoje, graças a nossa geração, existe um ambiente para o rock e as coisas são mais fáceis. Também, graças à evolução da tecnologia, é mais fácil gravar um CD, demo ou profissional, e mais fácil de divulgar, via internet.

AW - No cenário atual, quais são as bandas ou artistas que você destaca?

Roger - Charlie Brown Jr.

AW - A influência das rádios e gravadoras sobre o "rumo musical e estético" de um artista ou banda são maiores nos dias de hoje em comparação à década de 80?

Roger - Sim, principalmente pela falta de ideais das novas bandas, a não ser o de ficar famoso. Em nosso tempo não fazíamos concessões.

AW - Qual a importância dos selos menores e independentes no cenário atual?

Roger - A importância é grande, já que estes são menos atrelados a esquemas de divulgação. Nós mesmos fazemos parte do cast de uma gravadora independente, a Deckdisc.

AW - Quais são os próximos projetos do Ultraje à Rigor?

Roger - Sem projetos, no momento.

2 – Entrevista com Fernanda Takai, da Banda Pato Fu:

AW - Quando o Pato Fu surgiu o rock no Brasil vivia uma entre-safra entre a "geração 80" e a que estava chegando (Pato Fu, Raimundos, Skank, Chico Science...). Você pode contar um pouco sobre este momento?

Fernanda Takai - Basicamente todas as pessoas que montaram novas bandas nos anos 90, já estavam tocando desde os anos 80. Talvez a formação de cada um não estivesse "pronta" naquela época. O mais interessante era a diversidade estética entre nós. Cada banda tinha um som de um jeito.

Fernanda Takai - Quais as influências musicais do Pato Fú?

Ouvimos música do mundo inteiro e de todas as épocas, mas o ponto comum são os anos 80. Muito do rock inglês, alguma bandas americanas e também alguns artistas brasileiros. Cada integrante tem o seus preferidos. Do meu lado posso dizer que ouvi muito Blitz, , Suzanne Vega, Duran Duran... Só pra você ter uma idéia, nosso baterista tem formação de jazz... ou seja, o Pato Fu reflete bem tudo o que cada membro ouve em separado. Acho bom que as influências se confundam. Se não vira apenas uma repetição de padrões.

AW - O Pato Fú é uma banda que apesar de seguir uma linha de trabalho está sempre inovando. Qual é a fórmula para não se acomodar?

Fernanda Takai - O "não se acomodar" é que nos faz tentar produzir álbuns melhores ano após ano. Às vezes acertamos, outras nem tanto. Acho que a gente nunca facilita as coisas pro nosso lado. É sempre mais lento e mais complicado mas traz uma satisfação pessoal grande. Talvez isso valha a longevidade artística, o bom relacionamento entre a gente.

AW - O que você acha do panorama do rock no Brasil hoje com o surgimento destas novas bandas (principalmente as que estão na mídia - NXZero, Detonautas, CPM22...)?

Fernanda Takai - Sempre há essa renovação. Bandas vem e vão. Em toda época tem gente bacana e outras nem tanto assim. Eu gosto de sons mais calmos, não sou especialista nessa leva de bandas mais pesadas. Acho que tem espaço pra todos e o público decide o que quer ouvir mais.

AW - Quais são as principais diferenças (e semelhanças) entre a sua geração e a atual?

Fernanda Takai - A gente mesmo já é muito diferente de muitos da nossa mesma geração. Cada banda tem suas particularidades, faz suas escolhas. Eu tenho muito orgulho de nossa carreira, de onde conseguimos chegar. Acho que o Pato Fu de hoje é ainda melhor do que no começo e me faz acreditar que existe muita coisa boa pra acontecer pra gente.

3 – Pré-Projeto entregue no primeiro semestre:

UNIVAP – UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA

FCA – FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES TCC – TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

RELATÓRIO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ROCK AND ROLL – DO VINHO PARA A ÁGUA COM AÇÚCAR Alex Willian Bicudo de Oliveira

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/2007 UNIVAP -UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA FCA – FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES

TÍTULO: ROCK AND ROLL – DO VINHO PARA A ÁGUA COM AÇÚCAR

ALUNO: ALEX WILLIAN BICUDO DE OLIVEIRA

Monografia apresentada ao curso de Jornalismo, como exigência para sua conclusão, orientada pelo Professor Antônio Augusto de Oliveira.

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/2007

1. Introdução

1.1. Tema Com este trabalho, pretendo analisar a transformação do ritmo “rock and roll” através dos tempos. Para isso, quero delinear uma “linha do tempo” começando com o início deste movimento na década de 50 até os dias de hoje. Para não me perder, darei ênfase ao rock brasileiro e seus personagens, relatando a origem, à que se propunha, e no que se transformou.

1.2. Objeto O objeto do trabalho é a análise do movimento que originou-se no início da década de 50 nos Estados Unidos e chegou ao Brasil em 1955 e as gerações que acompanharam, e acompanham tal movimento.

1.3. Objetivo O objetivo deste trabalho é mostrar a origem do movimento, e a eminente perda de suas características principais, que são a rebeldia, contestação, subversão, ou seja, uma maneira de ir de encontro com o poder estabelecido.

1.4. Hipótese - O que é rock and roll? - Será que os meios de comunicação (rádio e TV) têm influência na pasteurização do rock and roll? - A juventude não tem está cada vez mais alienada, e isso reflete na perda de atitude do ritmo?

1.5. Justificativa A relevância deste trabalho está no fato de que o “rock and roll” que nasceu como um ritmo, logo se transformou em um movimento, uma maneira da juventude se expressar, um modo de vida. E o que era sinônimo de rebeldia, aos poucos foi perdendo essa característica, e hoje o que se vê são bandas e artistas “pré-fabricados”, com músicas e letras pobres de conteúdo.

1.6. Modalidade A modalidade escolhida é a de Livro-Reportagem

1.7. Cronograma

Item/Mês - 2007 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Apresentação da pré-banca --- Apresentação do --- projeto final Elaboração do ------1º pré-projeto Elaboração do ------2º pré-projeto Entrega pré-projeto --- Parte 1 Entrega pré-projeto --- Parte 2 Entrevistas ------Pesquisa bibliográfica ------

1.8. Metodologia 1 – Pesquisa através de livros, revistas, documentários, sites e discos. 2 – Entrevistas com músicos, críticos de música, radialistas, historiadores. 3 – Apuração do material. 4 – Redação. 5 – Parte gráfica. 6 – Finalização.

2. RELATÓRIO DO TRABALHO DE CONCLUSÂO DE CURSO

Etapas concluídas:

2.1. Pesquisa Comecei a pesquisa efetivamente no mês de fevereiro deste ano. Anteriormente já havia lido muitos livros e matérias sobre o assunto (música, rock and roll), e o que fiz foi reler estes materiais e buscar novas informações em livros, sites e revistas.

2.2. Orientações Tive uma orientação preliminar com o professor Antônio Augusto, quando ele aprovou o tema que seria abordado, e outra quando ele leu os dois capítulos já feitos. A partir do mês de Junho buscarei mais efetivamente e constantemente a orientação do professor, que será de extrema importância para o prosseguimento do projeto.

2.3. Início do trabalho de composição dos capítulos No mês de abril comecei a pensar nos capítulos, quando optei por fazer uma análise cronológica do tema. No final do mês de maio escrevi o primeiro capítulo e no início de junho escrevi o último. De acordo com o roteiro inicialmente traçado, há mais doze capítulos a serem feitos. No mês de Julho estarei de férias na empresa da qual sou colaborador e usarei o maior tempo disponível para adiantar a execução dos capítulos restantes.

Etapas a serem concluídas: 2.4. Pesquisa Entrevistarei pessoas que têm conhecimento do assunto abordado e com “personagens” que vivenciaram as épocas relatadas e a época atual. Essa etapa será de fundamental importância para que o trabalho ganhe em conteúdo e substância.

2.5. Diagramação Não cheguei a uma conclusão quanto ao formato do livro, apenas penso em algo contemporâneo. 2.6. Capa Tenho a concepção da capa do livro, mas ainda não coloquei no papel. Solicitarei a ajuda dos professores de Fotografia para este trabalho.

3. CAPÍTULOS

3.1. Sumário Capítulo 1 – Yes, nós temos rock and roll Capítulo 2 – É uma brasa, mora!!! Capítulo 3 – Geléia geral Capítulo 4 – LSD Capítulo 5 – Atitude é tudo Capítulo 6 – Enquanto isso, lá fora... Capítulo 7 – Eu entendo a juventude transviada Capítulo 8 – Ah! Esses malucos adoráveis Capítulo 9 – Com 20 anos de atraso Capítulo 10 – Me deixa falar Capítulo 11 – Mangue-beat, forró-core, reggae, ROCK AND ROLL Capítulo 12 – Querem acabar comigo Capítulo 13 – No underground Capítulo 14 – É só o fim?

3.2. Capítulo 1 – Yes, nós temos rock and roll

O rock´n roll chegou ao Brasil vindo da América do Norte em 1955, através das telas de cinema. Sementes da Violência não era um filme sobre rock e sim sobre juventude, a juventude que começava a colocar as “manguinhas de fora” em busca de seu espaço, sua identidade. E nada melhor do que um ritmo incendiário para romper com os antigos valores e chocar os “quadrados”. A juventude se identificou com a música vibrante e seus personagens rebeldes, com ou se causa, e uma nova atitude se manifestou seja na maneira de dançar, nas jaquetas de couro, nos óculos escuros, nas pernas das garotas à mostra. Mais do que um ritmo, nascia um novo estilo de vida, que iria revolucionar as décadas seguintes. Engraçado é pensar que no Brasil, os primeiros a se aventurarem no rock and roll, foram os cantores de samba-canção e música de fossa Nora Ney, Agostinho dos Santos e Cauby Peixoto, que não eram propriamente representantes do gênero, mas viram na nova onda uma oportunidade de arrebanhar as almas da juventude transviada tupiniquim. Só em 1957 surgem os primeiros ídolos jovens cantando músicas para os jovens. Betinho, com um topete de fazer inveja a Elvis Presley, lança o sucesso “Enrolando o Rock” abrindo caminho para os irmãos Tony e Celly Campello alastrarem a febre pelas ondas do rádio. Tony, nome artístico de Sérgio Benellli Campello, era crooner do conjunto Ritmos OK, que animava os bailes em Taubaté, interior de São Paulo. Em 1957 ele foi para a capital, onde trabalhou com o acordeonista Mário Gennari Filho em seu conjunto de baile, e foi Gennari quem abriu as portas para a primeira gravação de Tony, que a princípio seria um acompanhante nas gravações, mas a necessidade de uma voz feminina para uma das duas músicas abriu caminho para Celly, que tinha apenas 15 anos, fazendo com que a Gravadora Odeon enxergasse neles os representantes da nova geração. Um tiro certeiro. Na esteira vieram Ronnie Cord, Sérgio Murilo, Sônia Delfino, Demétrius, entre outros, sedimentando a primeira geração do rock no Brasil. No auge do sucesso, em 1962, Celly larga tudo para se casar, encerra um ciclo e passa o bastão para um rapaz de Cachoeiro do Itapemirim chamado Roberto Carlos, que liderava uma turma ainda mais animada e irreverente. Nasce a Jovem Guarda.

3.3. Capítulo 14 – É só o fim?

O rock and roll que originariamente era somente um ritmo, tornou-se um movimento, um estilo de vida, uma válvula de escape da juventude. Com ele era possível transgredir, subverter, inovar, ou tão somente tirar um sarro; ou seja: fazer tudo o que se faz quando se é jovem, ou tudo o que deve fazer os jovens. Sim, porque os jovens sempre foram a mola propulsora do mundo. Sem a rebeldia e a vontade de fazer novas coisas, de maneiras diferentes, o mundo fica velho, chato, sem graça. E quando me refiro à juventude, não estou falando da idade cronológica, pois existem muitos jovens com cabeça de velho e muitos velhos que serão sempre jovens. O que acontece nos dias de hoje é que o rock and roll perdeu o punch , a ousadia e quase todas as características que o fizeram o símbolo de várias gerações desde meados dos anos 50. E particularmente no Brasil, onde o rock foi sempre tão dinâmico e tão diferente. Parece uma contradição, e na verdade pode até ser... Quando surgiu era uma cópia do que era feito lá fora, mas aí surgiu a Jovem Guarda, com a mini-saia e carrões a 120 por hora; em seguida a Tropicália, onde se fez a revolução; então surgem os malucos-hippies-rurais dos anos 70; após a geração 80 com tanta coisa entalada na garganta após décadas de ditadura militar... e tudo foi devidamente dito, expelido e exorcizado; nos anos 90, quando parecia que tudo tinha ido para o espaço, surge uma nova geração querendo misturar maracatú, forró, reggae; o que viesse eles traçavam... ; então chegamos a um novo século, e o rock?, bem, o rock ficou chato, à favor da maré, perdeu o sentido. Será que o mercado fonográfico esmagou e engessou o rock?; Será que a juventude não tem mais a cara do rock?; O rock, um ideal de vida, morreu?. Bem uma coisa é certa, se não morreu, está moribundo, fraquinho e desnutrido. Vemos essa nova geração empunhando guitarras, fazendo cara de mau, com tatuagens pelo corpo, mas, e o rock?, e as letras irreverentes e contestadoras?, e a rebeldia?. As letras são melosas e mal escritas, as melodias se repetem, não há nenhuma inovação técnica. Está claro que as grandes gravadoras do mercado fonográfico tem sua parcela de culpa, já que abrem (o pequeno) espaço para as bandas que são cópias de bandas que fazem relativo sucesso. Assim temos a “ geração das bandas clones” . Mas, por outro lado, vemos poucas bandas nadando contra a maré. Tudo bem que no underground , como vimos no capítulo anterior, há um bloco de resistência que não consegue submergir até a superfície da mídia e das grandes gravadoras, entretanto, se surgir algo realmente forte e inovador, fatalmente romperá essa barreira, como vimos através da história. Aos amantes das guitarras incendiárias, das letras provocadoras, da postura de palco “pulando do trapézio sem rede de proteção”, resta aguardar os próximos capítulos da história deste velho movimento, que sempre se renovou, e não será agora que morrerá. Será?

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

4.1. Internet http:// www.rockinsampa.com.br – Acessado em 03 de fevereiro de 2007 http:// www.sergiodias.com.br – Acessado em 04 de fevereiro de 2007 http://www.rockbrasileiro.com – Acessado em 25 de fevereiro de 2007 http://www.zerozen.com.br/anos80/ – Acessado em 25 de fevereiro de 2007 http://www.bandamadeinbrazil.com.br/ – Acessado em 17 de março de 2007 http://www.raulseixas.com.br/ – Acessado em 03 de março de 2007

4.2. Livros

MOTTA, Nelson, Noites Tropicais,1999 - Editora Objetiva ALZER, Luiz André; MARMO, Hérica ,A Vida Até Parece uma Festa - Uma Biografia dosTitãs,2002 - Editora Record CALADO, Carlos,A Divina Comédia dos Mutantes,Editora 34 ARAÚJO, Lucinha,Só as Mães são Felizes , Globo Editora

4.3. Revistas

Superinteressante - A História do Rock Brasileiro – 4 Volumes, Editora Abril

4.4. Vídeos

Box The Beatles: Anthology- 5 DVDs EMI (Video)