PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAOBIM – MG CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL PARA O DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL SUSTENTÁVEL DO NORTE DE MINAS - CODANORTE

PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS PMGIRS

ITAOBIM/MG NOVEMBRO/2019

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IDENTIFICAÇÃO INSTITUCIONAL

Município de Itaobim – MG Sede Administrativa: Rua , 360 – Centro - Itaobim Telefone: (33) 3734-1412 Prefeito: Charles Vieira da Costa Órgão gestor do Plano/Trabalho: Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Ambiental Sustentável do Norte de Minas – CODANORTE Engenheira Responsável pela elaboração do PMGIRS: Aléxia Malveira da Silva ART: 5638411 Responsável pela execução do PMGIRS: Departamento Municipal de desenvolvimento econômico e Sustentável. Secretário Municipal: João Batista de Aguilar Telefone: (33) 3734-3254 E-mail: [email protected]

Equipe Técnica de elaboração e coordenação Aléxia Malveira - Engenheira Ambiental e de Segurança do Trabalho Pós-graduada em Saneamento Básico e Gestão Pública Municipal

Apoio: Equipe Técnica do CODANORTE

Colaboradores do Município João Batista de Aguilar – Secretário de Meio Ambiente e Agricultura Marina Avelar Hamadé – Diretora de Divisão de Meio Ambiente

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...... 166 2 ASPECTOS LEGAIS ...... 222 2.1 Constituição Federal ...... 28 2.2 Lei Federal nº 12.305/2010 ...... 293 2.3 Demais Leis Federais ...... 30 2.3 Legislação Estadual ...... 309 2.5 Legislação Municipal ...... 300 3 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ...... 31 3.1 Contextualização Histórica ...... 341 3.1.1 Origem ...... 31 3.1.2 Localização ...... 34 3.2 Indice de Desenvolvimento Humano - IDH ...... 36 3.2.1 Evolução entre 1991 e 2000...... 37 3.2.2 Evolução entre 2000 e 2010...... 37 3.2.3 Evolução entre 1991 e 2010...... 37 3.2.4 Ranking ...... 38 3.3 Demografia ...... 38 3.3.1 População ...... 38 3.3.2 Estrutura Etária ...... 39 3.3.3 Razão de dependência ...... 39 3.3.4 Taxa de Envelhecimento ...... 40 3.3.5 Logenvidade, mortalidade e fecundade do município ...... 40 3.3.6 Educação de Crianças e Jovens ...... 54 3.3.7 Expectativa de anos de Estudo ...... 42 3.3.8 População Adulta ...... 42 3.4 Renda ...... 43 3.4.1 Índice de Gini ...... 44 3.4.2 Distribuição de Renda ...... 44 3.4.3 Trabalho ...... 456 3.5 Habitação ...... 456 3.6 Vulnerabilidade Social ...... 46 3.7 Aspectos Fisiográficos ...... 46 3.7.1 Clima ...... 46 3.7.2 Relevo ...... 48 3.7.3 Geologia...... 49 3.7.4 Vegetação ...... 50 3.7.5 Água Superficiais ...... 50 3.7.5.1 Rio Jequitinhona ...... 51 3.7.6 Águas Subterrâneas ...... 52 3.8 Energia Eelétrica ...... 54 3.9 Atividades Econômicas ...... 54 3.9.1 Agricultura ...... 55 3.9.2 Pecuária ...... 55 3.9.3 Instituições Financeiras ...... 56 3.10 Comunicações ...... 56

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3.11 Transportes ...... 57 3.12 Educação ...... 57 4 ASPECTOS ANTRÓPICOS ...... 588 4.1 Projeção Populacional ...... 58 4.2 População a ser beneficiada ...... 59 5 MOBILIZAÇÃO E COMUNICAÇÃO SOCIAL...... 61 5.1 Justificativa ...... 62 5.2 Objetivos Gerais da Mobilização Social ...... 62 5.3 Objetivos Específicos da Mobilização Social ...... 63 5.4 Metodologia para mobilização social ...... 64 5.4.1 Locais, e horários ...... 65 5.4.2 Divulgação Complementar ...... 65 5.4.3 Disponibilização de recursos humanos e materiais ...... 65 5.4.4 Ações e atividades realizadas ...... 66 6 EXECUÇÃO DA MOBILIZAÇÃO SOCIAL ...... 67 6.1 Reunião do diagnóstico para elaboração do PMGIRS ...... 67 6.2 1ª audiência pública para apresentação e discussão do diagnóstico preliminar ...... 68 6.3 2ª audiência pública para apresentação e discussão do prognóstico ...... 69 6.4 Conferência pública municipal ...... 71 7 DIAGNÓSTICO TÉCNICO PARTICIPATIVO ...... 74 7.1 Caracterização dos Resíduos ...... 74 7.2 Resíduos Sólidos Urbanos e Rurais ...... 75 7.3 Resíduos de Construção Civil e Demolição (RCC) ...... 766 7.3.1 Bota-fora ...... 77 7.3.2 O embasamento legal ...... 78 7.3.3 A responsabilidade dos Municípios ...... 78 7.3.4 A responsabilidade dos geradores ...... 78 7.3.5 Dos grande geradores ...... 78 7.3.6 Dos pequenos geradores ...... 79 7.4 Resíduos Verdes: Varrição, Poda e Capina ...... 799 7.5 Resíduos Volumosos ...... 80 7.6 Resíduos de Serviços de Saúde ...... 80 7.7 Resíduo Industrial ...... 81 7.8 Resíduos de Logística Reversa ...... 83 7.8.1 Regulamentoe expedido pelo poder público ...... 83 7.8.2 Acordos Setoriais ...... 83 7.8.3 Termos de Compromisso ...... 84 7.9 Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris ...... 85 7.10 Resíduos Contaminados por óleos Lubrificantes e Graxos ...... 86 7.11 Resíduos sólidos cemiteriais ...... 86 7.12 Resíduos da ETE e ETA ...... 877 7.12.1 ETE ...... 87 7.12.2 ETA ...... 87 8 LEVANTAMENTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS PELO MUNICÍPIO ...... 89 8.1 Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos ...... 89 8.2 Coleta Convencional ...... 899 8.3 Acondicionamento dos Resíduos Domiciliares e Comerciais ...... 90 8.4 Veículos/Equipamentos e pessoal envolvido na coleta ...... 93

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8.5 Coleta Comercial ...... 94 8.6 Serviços de Limpeza e Manutenção das Praças ...... 94 8.7 Varrição, capina e poda ...... 95 8.7.1 Poda ...... 96 8.7.2 Capina ...... 97 8.8 Serviços de Limpeza e Manutenção dos Cemitérios ...... 98 8.9 Serviço de Coleta de Animais Mortos ...... 98 8.10 Serviço de Coleta de ossos (açougue) ...... 98 8.11 Compostagem...... 98 8.12 Queimadas ...... 99 8.13 Resíduos de Construção Civil e Demolição (RCC) ...... 99 8.13.1 Coleta dos Resíduos da Construção Civil (RCC) ...... 100 8.14 Resíduo Industrial ...... 101 8.15 Resíduo de Mineração ...... 101 8.16 Logística reversa ...... 102 8.16.1 Lâmpadas, Pilhas e Baterias ...... 102 8.16.2 Pneus inservíveis ...... 102 8.16.3 Óleo de Cozinha ...... 104 8.16.4 Vidro ...... 104 8.17 Resíduos Contaminados por óleos Lubrificantes e Graxos ...... 104 8.18 Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris Orgânicos e Inorgânicos ...... 104 8.19 Resíduos dos serviços públicos de Saneamento Básico ...... 105 8.20 Resíduos de Serviços de Saúde - RSS ...... 105 9 COLETA SELETIVA ...... 107 10 EDUCAÇÃO AMBIENTAL ...... 1099 11 SERVIÇOS DA SEÇÃO DE FISCALIZAÇÃO DE LIMPEZA URBANA ...... 110 12 DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS (ATERRO CONTROLADO)111 13 CUSTOS DA LIMPEZA PÚBLICA ...... 114 14 COMPETÊNCIAS E RESPONSABILIDADES ...... 115 15 PROGNÓSTICOS E ALTERNATIVAS PARA A GESTÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ...... 117 15.1 Introdução ...... 117 15.2 Objetivo ...... 118 15.3 Metodologia ...... 118 15.4 Projeção Populacional ...... 120 15.5 Projeção Populacional Metodologia IBGE ...... 120 15.6 Construção de Cenários ...... 122 15.7 Avaliação de Demanda ...... 125 16 IDENTIFICAÇÃO DAS CARÊNCIAS ...... 127 16.1 Carências Identificadas nas audiências (lacunas e desafios) ...... 127 17 PREMISSAS PRECONIZADAS ...... 1322 18 PROPOSIÇÃO DE INDICADORES ...... 134 19 HIERARQUISAÇÃO DAS ÁREAS DE INTERVENÇÃO PRIORITÁRIA ...... 138 20 OBJETIVOS E PROGRAMAS ...... 141 21 PRIORIZAÇÃO DOS PROGRAMAS E AÇÕES ...... 142 22 PROGRAMAS, AÇÕES, CUSTOS, METAS E INDICADORES (IMEDIATAS, CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO)...... 145

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22.1 Objetivo: R1 - Garantir ferramentas para gestão pública, baseados na regulamentação dos sistemas de resíduos sólidos, para o seu efetivo funcionamento ...... 145 22.2 Objetivo: R2 - Ampliar e adequar os serviços de coleta, limpeza pública e destinação final dos resíduos sólidos ...... 151 22.3 Objetivos: R3 - Ampliar programa de coleta seletiva e reaproveitamento dos resíduos sólidos urbanos ...... 154 23 ANÁLISE GERAL DOS PROGRAMAS E AÇÕES ...... 158 24 AÇÕES DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA ...... 160 24.1 Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos ...... 161 24.1.1 Paralisação do Serviço de Coleta convencional e seletiva ...... 161 24.2 Varrição ...... Error! Bookmark not defined. 24.3 Manutenção de Vias e Logradouros ...... Error! Bookmark not defined.4 24.4 Manutenção das Áreas Verdes ...... Error! Bookmark not defined.4 24.5 Limpeza pós Feiras-livres ...... Error! Bookmark not defined.4 24.6 Limpeza de Bocas de Lobo e Galerias ...... Error! Bookmark not defined.4 24.7 Disposição Final de Rejeitos dos RSU ...... Error! Bookmark not defined.5 24.8 Paralisação dos serviços de coleta convencional e limpeza urbana por problemas relacionados ao subdimensionamento de funcionários, veículos, máquinas e equipamentos.166 24.9 Greve de Funcionários da empresa responsável pela coleta, transporte e destinação final de resíduos sólidos ...... Error! Bookmark not defined. 24.9 Coleta, Transporte e Pré-beneficiamento e disposição final dos RCCError! Bookmark not defined. 24.10 Coleta, Transporte e Tratamento dos Resíduos de Serviço de Saúde - RSS ...... 167 24.12 Imprevisíveis ...... 168 25 INDICADORES OPERACIONAIS ...... 172 26 INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS E DE INFRAESTRUTURA .. 1755 27 INDICADORES DE RECURSOS HUMANOS E DE QUALIDADE ...... 1788 27.1 Índice de frequência de acidente de trabalho ...... 179 28 INDICADORES CHAVE PARA ACOMPANHAMENTO DO PLANO MUNICIPAL DE RESÍDUO SÓLIDO ...... 180 29 ALTERNATIVAS DE INTERVENÇÃO ...... 182 30 INSTRUMENTOS DE GESTÃO PARA AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DAS AÇÕES E ATIVIDADES DE DIVULGAÇÃO DAS AÇÕES E DOS MECANISMOS DE CONTROLE SOCIAL ...... 1855 31 DIVULGAÇÃO E CONTROLE SOCIAL ...... 187 32 AVALIAÇÃO E DESEMPENHO ...... 1888 33 AÇÕES E PARCERIAS INTERMUNICIPAIS ...... 189 34 DIVULGAÇÃO DO PMGIRS NO MUNICÍPIO ...... 191 35 DIRETRIZES PARA REVISÃO DO PMGIRS ...... 1944 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 197

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FIGURAS

Figura 01...... 35 Figura 02...... 35 Figura 03...... 48 Figura 04...... 49 Figura 05...... 50 Figura 06...... 52 Figura 07...... 52 Figura 08...... 68 Figura 09...... 70 Figura 10...... 72 Figura 11...... 108 Figura 12...... 113 Figura 13...... 195

FOTOS

Foto 01...... 67 Foto 02...... 69 Foto 03...... 69 Foto 04...... 70 Foto 05...... 71 Foto 06...... 72 Foto 07...... 73 Foto 08...... 91 Foto 09...... 91 Foto 10...... 92 Foto 11...... 93 Foto12...... 94 Foto 13...... 96 Foto 14...... 96 Foto15...... 97

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Foto 16...... 97 Foto 17...... 100 Foto 18...... 101 Foto 19...... 103 Foto 20...... 108 Foto 21...... 108 Foto 22...... 108 Foto 23...... 108 Foto 24...... 109 Foto 25...... 109 Foto 26...... 112 Foto 27...... 112

TABELAS Tabela 01 ...... 17 Tabela 02...... 18 Tabela 03...... 36 Tabela 04...... 36 Tabela 05...... 37 Tabela 06...... 38 Tabela 07...... 39 Tabela 08...... 40 Tabela 09...... 40 Tabela 10...... 41 Tabela 11...... 42 Tabela 12...... 42 Tabela 13...... 44 Tabela 14...... 45 Tabela 15...... 45 Tabela 16...... 46 Tabela 17...... 46 Tabela 18...... 47

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Tabela 19...... 54 Tabela 20...... 55 Tabela 21 ...... 56 Tabela 22...... 57 Tabela 23...... 59 Tabela 24...... 60 Tabela 25...... 63 Tabela 26...... 64 Tabela 27 ...... 76 Tabela 28...... 77 Tabela 29...... 79 Tabela 30...... 80 Tabela 31...... 81 Tabela 32...... 81 Tabela 33...... 82 Tabela 34...... 83 Tabela 35...... 85 Tabela 36...... 88 Tabela 37...... 90 Tabela 38...... 95 Tabela 39...... 113 Tabela 40...... 114 Tabela 41...... 115 Tabela 42...... 116 Tabela 43...... 121 Tabela 44...... 122 Tabela 45...... 123 Tabela 46...... 126 Tabela 47...... 129 Tabela 48...... 131 Tabela 49...... 133 Tabela 50...... 137

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Tabela 51...... 140 Tabela 52...... 141 Tabela 53...... 144 Tabela 54...... 151 Tabela 55...... 153 Tabela 56...... 157 Tabela 57...... 159 Tabela 58...... 171 Tabela 59...... 174 Tabela 60...... 177 Tabela 61...... 178 Tabela 62...... 180

GRÁFICOS

Gráfico 01 ...... 40 Gráfico 02...... 42 Gráfico 03...... 42 Gráfico 04...... 43 Gráfico 05...... 44 Gráfico 06...... 45 Gráfico 07...... 47 Gráfico 08...... 48

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos os envolvidos na elaboração deste Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos. À administração municipal de Itaobim pela responsabilidade e preocupação com o meio ambiente, em especial às secretarias e seus servidores que não mediram esforços para colher todas as informações necessária para concretização deste plano. À equipe do CODANORTE pelo serviço prestado elaborando um PMGIRS que abranja todas as características e demandas do município. E por fim, fica o agradecimento à população que compareceu e participou ativamente das audiências e conferência pública contribuindo significativamente para elaboração do PMGIRS.

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APRESENTAÇÃO

O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PMGIRS de Itaobim, atendendo a legislação Federal e Estadual pertinente, objetiva organizar a gestão municipal dos resíduos sólidos. O art. 18º da Lei 12.305/2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), ensina que “a elaboração de Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é condição para o Distrito Federal e os Municípios terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade”. O Gerenciamento Integrado do Sistema de Limpeza Pública Urbana - GISLPU é, em síntese, produto do envolvimento de diferentes órgãos da administração pública e da sociedade civil com o propósito de realizar a limpeza pública urbana, a coleta, o tratamento e a disposição final dos resíduos, melhorando assim, a qualidade de vida da população e promovendo o asseio da cidade. Para tanto, são consideradas as características das fontes de produção, o volume, os tipos de resíduos, as características sociais, culturais e econômicas dos cidadãos e as peculiaridades demográficas, climáticas e urbanísticas locais. As ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que envolve a gestão dos resíduos sólidos, devem se processar de modo articulado segundo a visão de que todas estas ações e operações envolvidas estão interligadas ou comprometidas entre si. Muito além das atividades operacionais, o GISLPU destaca a importância de levar em consideração as questões econômicas e sociais envolvidas neste cenário e, para tanto, as políticas públicas – locais ou não – que possam estar associadas ao gerenciamento do resíduo sólido, sejam elas na área de saúde, trabalho e renda, planejamento urbano, dentre outras. Em geral, diferentemente do conceito de gerenciamento integrado, os municípios costumam tratar o resíduo sólido produzido na cidade apenas como um material não desejado, a ser recolhido, transportado, podendo, no máximo, receber algum tratamento manual ou mecânico para ser finalmente disposto em aterros. Trata-se de uma visão

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distorcida em relação ao foco da questão social, encarando o resíduo mais como um desafio técnico, no qual se deseja apontar eficiência operacional. De acordo com o Manual de Gerenciamento de Resíduos sólidos Urbanos, publicado pelo IBAM - 2001, o GISLPU é muito mais do que isso, pois:

“O Gerenciamento Integrado do Sistema de Limpeza Pública Urbana focaliza com mais nitidez os objetivos importantes da questão, que é a elevação da urbanidade em um contexto mais nobre para a vivência da população, onde haja manifestações de afeto à cidade e participação efetiva da comunidade no sistema, sensibilizada a não sujar as ruas, a reduzir o descarte, a reaproveitar os materiais e reciclá-los antes de encaminhá-los ao lixo”.

O GISPLU preconiza programas de limpeza, enfocando meios para que sejam obtidos a máxima redução da geração de resíduo, o máximo reaproveitamento e reciclagem de materiais e, ainda, a disposição dos rejeitos de forma sanitária e ambientalmente adequada, abrangendo toda a população e a universalidade dos serviços. Essas atitudes contribuem significativamente para a redução dos custos operacionais, bem como colabora para uma gestão sustentável, e para o bem-estar da população. Fica entendido então que o GISPLU implica em uma busca contínua de parceiros, especialmente junto às lideranças da sociedade e das entidades importantes na comunidade, para comporem o sistema. É indispensável também identificar as alternativas tecnológicas necessárias para reduzir os impactos ambientais decorrentes da geração de resíduos, ao atendimento das aspirações sociais, e aos aportes econômicos que possam sustentá-lo. Políticas, sistemas e arranjos de parceria diferenciados deverão ser objeto de ações articuladas para tratar de forma específica os resíduos recicláveis, tais como o papel, metais, vidros e plásticos, resíduos orgânicos, passíveis de serem transformados em composto orgânico para enriquecer o solo agrícola, entulho de obras, decorrentes de sobra de materiais de construção e demolição, e finalmente os resíduos provenientes de estabelecimentos que tratam da saúde. Esses materiais devem ser separados na fonte de produção pelos respectivos geradores, e então seguir os passos específicos para coleta, transporte, tratamento e

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destinação adequada. Consequentemente, os geradores têm que ser envolvidos, de uma forma ou de outra, para se integrar à gestão de todo o sistema. Por fim, o GISLPU revela-se com a atuação de subsistemas específicos que demandam instalações, equipamentos, pessoal especializado e tecnologia, não somente disponíveis na Prefeitura, mas oferecidos pelos demais agentes envolvidos na gestão, entre os quais se enquadram:  A população, empenhada na separação e acondicionamento diferenciado dos materiais recicláveis em casa;  Os grandes geradores, responsáveis pelos próprios rejeitos;  Os catadores, organizados em associações/cooperativas, capazes de atender à coleta de recicláveis oferecidos pela população e comercializá-los junto às fontes de beneficiamento;  Os estabelecimentos que tratam da saúde, tornando-os inertes ou oferecidos à coleta diferenciada, quando isso for imprescindível;  A Prefeitura, através de seus agentes, instituições e empresas contratadas, que por meio de acordos, convênios e parcerias exercem, é claro, papel protagonista no Gerenciamento Integrado dos Resíduos Sólidos Urbanos. Na etapa de diagnóstico foram avaliados o estágio atual da gestão dos serviços e seus benefícios, bem como suas deficiências e causas, em particular as relacionadas à regularidade e organização jurídico-institucional, a situação da oferta e do nível de atendimento, as condições de acesso, a qualidade da prestação, bem como os seus impactos para a sociedade, refletidos nos aspectos socioeconômicos e no quadro epidemiológico de saúde da população. Neste sentido, foram tratados, particularmente, os aspectos relativos à organização ou adequação da estrutura municipal para o planejamento, à prestação, regulação, fiscalização e controle social da gestão dos serviços públicos de manejo de resíduos sólidos do Município de Itaobim, na formulação dos programas, projetos e ações, além da correlação com os objetivos e metas traçadas. Integra também os prognósticos, que é a definição de ações para emergências e contingências. Estando em consonância com a legislação e com o contrato Administrativo firmado entre o Município de Itaobim e o Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Ambiental Sustentável do Norte de Minas – CODANORTE, o município

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recebe uma importante ferramenta de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, que irá subsidiar a universalização e a padronização dos serviços públicos adequando-os à realidade ambiental, social, sanitária e econômica regional, lançando mão de tecnologias disponíveis e economicamente aplicáveis.

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1 INTRODUÇÃO

No Brasil, o serviço sistemático de limpeza urbana foi iniciado oficialmente em 25 de novembro de 1880, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, então capital do Império. Nesse dia, o imperador D. Pedro II assinou o Decreto nº 3.024, aprovando o contrato de "limpeza e irrigação" da cidade, que foi executado por Aleixo Gary e, mais tarde, por Luciano Francisco Gary, de cujo sobrenome origina-se a palavra gari, que hoje se denomina os trabalhadores da limpeza urbana em muitas cidades brasileiras. Desde o Brasil império até os dias atuais ocorreram diversas transformações no tocante ao manejo dos resíduos sólidos. Até poucas décadas atrás outras esferas do saneamento desempenhavam papel mais notório nas iniciativas da gestão pública, como as atividades no campo da água e esgotamento sanitário. Na década de 1970, o Plano Nacional de Saneamento – PLANASA enfatizou a ampliação dos serviços de abastecimento de água e de coleta de esgoto em detrimento de investimentos em resíduos sólidos. Tal opção registrou como principal benefício levar água para 80% (oitenta por cento) da população urbana durante a década de 1980. Com relação ao esgotamento sanitário atingiu-se um resultado mais discreto: apenas 35% (trinca e cinco por cento) do esgoto passou a ser coletado, destacando-se ainda o fato de que apenas uma parcela bastante reduzida vem sendo tratada antes do descarte direto em córregos e rios (Philippi Júnior, 2001). Deve se considerar também que mais de 70% (setenta por cento) dos municípios brasileiros possuem menos de 20 mil habitantes e que 80% (oitenta por cento) da população brasileira vive em centros urbanos. Isso reforça as preocupações com os problemas ambientais urbanos e, entre estes, o gerenciamento dos resíduos sólidos, cuja atribuição pertence à esfera da administração pública local. A responsabilidade de gerenciamento dos resíduos sólidos no Brasil segue legislação própria e pode ser resumidamente entendido através da tabela explicativa abaixo:

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TIPO DE RESÍDUO RESPONSÁVEL Domiciliar Prefeitura Comercial Prefeitura* Público Prefeitura Serviços de Saúde ** Gerador (hospital, etc.) Industrial *** Gerador (Indústrias) Portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários ** Gerador (portos, etc.) Agrícola Gerador (Agricultor) Entulhos Gerador * * A Prefeitura pode ser corresponsável por pequenas quantidades (< 50 Kg) ** Resolução Conama 05/93 *** Resolução Conama 06/88 (e ainda 02/91 e 09/93, dentre outras). Tabela 1: Responsabilidade de Gerenciamento. Fonte: Adaptado Resolução Conama.

Tradicionalmente o que ocorre no Brasil é a competência do Município sobre a gestão dos resíduos sólidos produzidos em seu território, com exceção dos de natureza industrial e os provenientes dos serviços de saúde. Em todo processo de gestão dos resíduos, faz-se necessário considerar métodos e alternativas tecnológicas na implementação e operação dos sistemas, para que seja possível alcançar a sustentabilidade do Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos – PMGIRS, e numa situação considerada como ideal, até a geração de recursos, possibilitados pelo uso de alternativas de reciclagem, compostagem e outros mecanismos de transformação dos resíduos, para que promova no final destes processos, o aumento da qualidade de vida da população. Para obter mais êxito nas decisões que serão tomadas frente a gestão dos resíduos sólidos, faz-se necessário primeiramente compreender o que é resíduo sólido. Para isso segue abaixo as definições de diferentes pontos de vista dos conceitos a respeito dos resíduos.

PONTO DE DEFINIÇÃO OBS VISTA  Todo material que não tem valor de uso direto e que é descartado; NBR 10.004, U.S.EPA Econômico  Material residual que torna inviável sua reutilização ou 40 CFR 261 reciclagem.

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 Qualquer produto acidentalmente descarregado, perdido na Diretiva européia exploração ou durante o processo industrial, ou que sofre 75/442/CEE U.S.EPA qualquer incidente; 40 CFR 261; Portaria Ambiental  Material abandonado; 204 do Ministério dos  Material contaminado com substâncias perigosas; Transportes brasileiro),  Material usado na reciclagem ou usado para queima ou (40 CFR 261) incineração.  Produto fora de validade;  Vida útil esgotada (ex: baterias, catalisadores etc.);  Material que torna imprópria sua utilização devido à Diretiva européia Da utilização contaminação (ex: solventes contaminados, ácidos 75/442/CEE contaminados, materiais contaminados com PCB’s etc.);  Produto que não tenha ou deixou de ter utilidade para o detentor. Lei (BASILÉIA,  Material ou produto cuja utilização é proibida por lei; 1989); diretiva Legal  Produto que não obedece às normas ou padrão de qualidade. européia (75/442/CEE);  Perdas geradas no processo industrial (ex: escória, resíduo de destilação);  Perdas geradas na utilização de máquinas ou equipamentos (ex: Diretiva européia Industrial aparas de torneamento, fresagem etc.); 75/442/CEE.  Resíduo de extração de matéria prima (ex: resíduo de exploração mineira e petrolífera).  Resíduo gerado no processo de antipoluição (lamas de lavagem Diretiva européia Sanitário de gás, de filtros, poeiras de filtro de ar, filtros usados e etc.; 75/442/CEE.  Material proveniente de recuperação de áreas degradadas. Tabela 2: Definição de Resíduos. Fonte: Diversas.

Este Plano Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (PMGIRS) foi desenvolvido com base nos dados levantados em minucioso diagnóstico, elaboração de Prognóstico e Construção de Cenários, embasados na legislação ambiental aplicável. De acordo com o art. 30, V da Constituição Federal a limpeza pública é de responsabilidade do município, compreendendo desde o acondicionamento ao destino final. Os sistemas de limpeza urbana são elementos essenciais ao planejamento urbano, à proteção e conservação do meio ambiente e, acima de tudo, à garantia de uma qualidade de vida satisfatória à população. Nesse contexto levanta-se a necessidade de um sistema eficiente de gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos que garanta a qualidade de vida da sociedade e do meio ambiente. Buscando mitigar os impactos decorrentes da gestão inadequada e transformar o atual cenário dos resíduos sólidos foram editadas duas leis sobre tema sendo consideradas grandes marcos da modernização a gestão dos resíduos sólidos no país, são elas: a Lei nº 11.445 de 05 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para a

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Política Nacional de Saneamento Básico, e a Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A lei n° 12.305/2010 em seu art. 18 determina a elaboração do PMGIRS como condição para os municípios terem acesso aos recursos da União. O comando legal dispõe ainda que o PMGIRS poderá ser inserido no Plano Municipal de Saneamento Básico, conforme ensina o art. 54 do Decreto 7.404/2010 que regulamenta Política Nacional de Resíduos Sólidos. O PMGIRS é uma ferramenta importante para os municípios, pois traz melhorias ao sistema de limpeza urbana e efetua a implantação da gestão integrada, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável. Foram estabelecidas Diretrizes e Estratégias focadas nas diferentes classes de resíduos sólidos gerados no município. Os grupos de resíduos contemplados foram:

1) RSU – Resíduos Sólidos Urbanos; 2) RE – Resíduos Especiais; 3) RSS – Resíduos de Serviço de Saúde; 4) RCC – Resíduos da Construção e Civil; 5) RI – Resíduos Industriais.

As Diretrizes tiveram como principal objetivo estabelecer um planejamento relacionado ao gerenciamento adequado dos resíduos, com estratégias que buscaram orientar e recomendar metodologias para o alcance das metas propostas pelo PMGIRS. As Diretrizes e Estratégias foram adaptadas às realidades locais, considerando os dados fáticos resultantes das atividades de Diagnóstico, Prognóstico e Construção de Cenários. As ações, propostas e metodologias indicadas neste PMGIRS se encontram em total conformidade com as premissas e objetivos da Lei 12.305/2010. São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos:

I - Proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; II - Não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;

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III - Estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços; IV - Adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais; V - Redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos; VI - Incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados; VII - Gestão integrada de resíduos sólidos; VIII - Articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos sólidos; IX - Capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos; X - Regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira, observada a Lei nº 11.445, de 2007; XI - Prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para: a) produtos reciclados e recicláveis; b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente sustentáveis; XII - Integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; XIII - Estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto; XIV - Incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento energético; XV - Estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.

O planejamento integrado em longo prazo é capaz de responder e corresponder a todos os desafios de gestão de resíduos sólidos em todas as dimensões, atingindo o principal objetivo. Diante do exposto, o PMGIRS de Itaobim – MG, objetiva consolidar a gestão integrada dos resíduos sólidos de forma a atender à PNRS, por meio do planejamento da gestão administrativa e operacional a curto, médio e longo prazo, possibilitando identificar as lacunas e dificuldades do gerenciamento atual, assim como analisar a viabilidade de

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programas de coleta seletiva, delinear as atividades em todas as etapas do manejo dos resíduos, além de determinar a tecnologia de tratamento e disposição final mais adequada à realidade local.

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2 ASPECTOS LEGAIS

2.1 Constituição Federal

A Constituição Federal apresenta diversos dispositivos que se aplicam direta e indiretamente a gestão dos resíduos sólidos são eles:  O art. 21, dispõe que compete à União instituir o sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso, bem como instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos.  O art. 23 da Constituição Federal que é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, promover programas de construção de moradias e melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;  O art. 30 diz que compete aos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local; organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluindo o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;  O art. 175 informa que compete ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos;  O art. 182 dispõe que a política de desenvolvimento urbano será executada pelo Poder Público Municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei têm por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes;  O art. 200 informa que ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;  O art. 225 diz que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade devida, impondo-se ao

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Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações;  O art. 241 dispõe que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão, por meio de lei, os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.

Fica incumbido ao Poder Público preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas, preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético, definir em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção. Exigir, na forma da lei, para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente, proteger a fauna e a flora vedadas, na formada lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, que provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.

2.2 Lei Federal no 12.305/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos

Este Plano se fundamenta principalmente na Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS.

Art. 1º Esta Lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os

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perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. § 1º Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos. § 2º Esta Lei não se aplica aos rejeitos radioativos, que são regulados por legislação específica. Art. 2º Aplicam-se aos resíduos sólidos, além do disposto nesta Lei, nas Leis nos 11.445 de 5 de janeiro de 2007, 9.974 de 6 de junho de 2000, e 9.966 de 28 de abril de 2000, as normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) e do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (SINMETRO).

A Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS estabeleceu as diretrizes a serem seguidas pelos entes federativos, quais sejam: a) Não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; b) Estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços; c) Adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas, como forma de minimizar impactos ambientais; d) Redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos; e) Incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias- primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados; f) Gestão integrada de resíduos sólidos; g) Cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos sólidos; h) Priorização da organização e do funcionamento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, formadas por pessoas físicas de baixa renda, bem como da sua contratação.

A PNRS define ainda, como necessário, no seu art. 15, estabelecer as seguintes metas sem, contudo, já aferir um indicador específico:

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a) Metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente adequada; b) Metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de disposição final de resíduos sólidos; c) Metas para a eliminação e recuperação de lixões associadas à inclusão social e à emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.

A PNRS consagra o princípio norteador da responsabilidade compartilhada entre o Poder Público, as empresas e a sociedade civil, impulsionando o retorno dos produtos às indústrias após o consumo, através da chamada Logística Reversa e também a implantação da Coleta Seletiva. Assim, todo PMGIRS deve ser elaborado pelo gerador dos resíduos e de acordo com os critérios estabelecidos pelos órgãos de meio ambiente e sanitário federal, estaduais e municipais. Gerenciar os resíduos sólidos de forma adequada significa:

a) Manter o município limpo por um sistema de coleta seletiva e transporte adequado, tratando o resíduo sólido com tecnologias compatíveis com a realidade local; b) Garantir o destino ambiental correto e seguro para o resíduo sólido; c) Manter a conscientização da população para separar materiais recicláveis; d) Catadores de materiais recicláveis organizados em cooperativas e/ou associações, adequados a atender à coleta do material oferecido pela população e comercializá- lo junto às fontes de beneficiamento.

Entre os objetivos básicos da PNRS, tem-se a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental, a saber, o art. 10 incumbe ao município à gestão dos resíduos gerados em seu território, o art. 8º incentiva a adoção de consórcios entre entes federados para elevar a escala de aproveitamento e reduzir custos como instrumentos da política de resíduos sólidos, e o art. 45 estabelece prioridade, na obtenção de incentivos do governo federal, aos consórcios públicos constituídos para viabilizar a descentralização e a prestação dos serviços relacionados aos resíduos.

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O art. 19 da PNRS trata do conteúdo mínimo que deve conter no Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos:

Art. 19. O plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos tem o seguinte conteúdo mínimo: I - Diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no respectivo território, contendo a origem, o volume, a caracterização dos resíduos e as formas de destinação e disposição final adotadas; II - Identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente adequada de rejeitos, observado o plano diretor de que trata o § 1o do art. 182 da Constituição Federal e o zoneamento ambiental, se houver; III - Identificação das possibilidades de implantação de soluções consorciadas ou compartilhadas com outros Municípios, considerando, nos critérios de economia de escala, a proximidade dos locais estabelecidos e as formas de prevenção dos riscos ambientais; IV - Identificação dos resíduos sólidos e dos geradores sujeitos a plano de gerenciamento específico nos termos do art. 20 ou a sistema de logística reversa na forma do art. 33, observadas as disposições desta Lei e de seu regulamento, bem como as normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA e do SNVS; V - Procedimentos operacionais e especificações mínimas a serem adotados nos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, incluída a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos e observada a Lei nº 11.445, de 2007; VI - Indicadores de desempenho operacional e ambiental dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos; VII - Regras para o transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos sólidos de que trata o art. 20, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA e do SNVS e demais disposições pertinentes da legislação federal e estadual; VIII - Definição das responsabilidades quanto à sua implementação e operacionalização, incluídas as etapas do plano de gerenciamento de resíduos sólidos a que se refere o art. 20 a cargo do poder público; IX - Programas e ações de capacitação técnica voltados para sua implementação e operacionalização; X - Programas e ações de educação ambiental que promovam a não geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos;

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XI - Programas e ações para a participação dos grupos interessados, em especial das cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, se houver; XII - Mecanismos para a criação de fontes de negócios, emprego e renda, mediante a valorização dos resíduos sólidos; XIII - Sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, bem como a forma de cobrança desses serviços, observada a Lei nº 11.445, de 2007; XIV - Metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente adequada; XV - Descrição das formas e dos limites da participação do poder público local na coleta seletiva e na logística reversa, respeitado o disposto no art. 33, e de outras ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; XVI - Meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito local, da implementação e operacionalização dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos de que trata o art. 20 e dos sistemas de logística reversa previstos no art. 33; XVII - ações preventivas e corretivas a serem praticadas, incluindo programa de monitoramento; XVIII - identificação dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos, incluindo áreas contaminadas, e respectivas medidas saneadoras; XIX - periodicidade de sua revisão, observado prioritariamente o período de vigência do plano plurianual municipal. § 1o O plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos pode estar inserido no plano de saneamento básico previsto no art. 19 da Lei nº 11.445, de 2007, respeitado o conteúdo mínimo previsto nos incisos do caput e observado o disposto no § 2o, todos deste artigo. § 2o Para Municípios com menos de 20.000 (vinte mil) habitantes, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos terá conteúdo simplificado, na forma do regulamento. § 3o O disposto no § 2o não se aplica a Municípios: I - Integrantes de áreas de especial interesse turístico; II - Inseridos na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional; III - Cujo território abranja, total ou parcialmente, Unidades de Conservação. § 4º A existência de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos não exime o Município ou o Distrito Federal do licenciamento ambiental de aterros

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sanitários e de outras infraestruturas e instalações operacionais integrantes do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos pelo órgão competente do SISNAMA. § 5º Na definição de responsabilidades na forma do inciso VIII do caput deste artigo, é vedado atribuir ao serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos a realização de etapas do gerenciamento dos resíduos a que se refere o art. 20 em desacordo com a respectiva licença ambiental ou com normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA. e, se couber, do SNVS. § 6º Além do disposto nos incisos I a XIX do caput deste artigo, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos contemplará ações específicas a serem desenvolvidas no âmbito dos órgãos da administração pública, com vistas à utilização racional dos recursos ambientais, ao combate a todas as formas de desperdício e à minimização da geração de resíduos sólidos. § 7º O conteúdo do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos será disponibilizado para o Sinir, na forma do regulamento. § 8º A inexistência do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos não pode ser utilizada para impedir a instalação ou a operação de empreendimentos ou atividades devidamente licenciadas pelos órgãos competentes. § 9º Nos termos do regulamento, o Município que optar por soluções consorciadas intermunicipais para a gestão dos resíduos sólidos, assegurado que o plano intermunicipal preencha os requisitos estabelecidos nos incisos I a XIX do caput deste artigo, pode ser dispensado da elaboração de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos.

A PNRS proíbe a disposição final dos resíduos a céu aberto (lixões), excetuando- se os derivados de mineração. Define ainda, prazo para a extinção dos lixões, observando o ano de 2014 como prazo limite para implantação da disposição final ambientalmente adequada dos resíduos.

2.3 Demais leis federais

Algumas leis que regulamentam os serviços relativos ao saneamento básico:  Lei n°. 8.666, de 21/06/93, regulamenta o artigo 37, inciso XXI da Constituição Federal e institui normas para licitações e contratos da administração pública.

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 Lei n°. 8.987, de 13/02/95, dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previstos no art. 175 da Constituição Federal.  Lei n°. 9.605, de 12/02/98, denominada Lei de Crimes Ambientais, dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.  Lei nº. 9.795, de 27/04/99, institui a Política Nacional de Educação Ambiental.  Lei n°. 9.867, de 10/11/99, trata da criação e do funcionamento de cooperativas sociais, visando à integração social dos cidadãos, constituídas com a finalidade de inserir as pessoas em desvantagem no mercado econômico, por meio do trabalho, fundamentando-se no interesse geral da comunidade em promover a pessoa humana e a integração social dos cidadãos. Define suas atividades e organização.  Lei n°. 10.257, de 10/07/2001, denominada Estatuto da Cidade.  Lei n°. 11.107, de 06/04/2005, dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e outras providências.  Lei nº. 11.445, de 05/01/2007 Lei que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico.  O Art. 2º estabelece que os serviços públicos de saneamento básico sejam prestados com base nos seguintes princípios fundamentais: I - Universalização do acesso; II - Integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso à conformidade de suas necessidades e o maximizando.

2.4 Legislação Estadual

A Lei Estadual nº 18.031/2009 dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos de . Em uma estrutura semelhante à política nacional, a norma estadual apresenta seus princípios, diretrizes, objetivos, instrumentos a serem observados por todos que desenvolvam ações, direta ou indiretamente, relacionadas à geração e gestão dos resíduos sólidos, com exceção dos resíduos radioativos, que são regidos por legislação específica. A Política Estadual dos Resíduos Sólidos objetiva fomentar o manejo adequado dos resíduos sólidos, proteção ambiental, preservação da saúde pública, inclusão social dos

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catadores, estimular tanto a busca por soluções intermunicipais e regionais, quando por novas tecnologias e processos ambientalmente adequados para a gestão integrada dos resíduos sólidos. Os princípios dessa lei são: a não geração, a prevenção da geração, a redução da geração, a reutilização e reaproveitamento, a reciclagem, o tratamento, a destinação ambientalmente adequada e a valorização dos resíduos sólidos.

2.5 Legislação Municipal

O município de Itaobim não possui legislação específica e atualizada sobre resíduos sólidos. Após a elaboração e aprovação deste PMGIRS será necessário a criação de uma legislação específica para tal, que deverá conter as obrigações e deveres do poder público e sociedade civil.

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3 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

3.1 Contextualização histórica

O município de Itaobim está localizado no nordeste do Estado de Minas Gerais, na zona fisiográfica do Médio (Mesorregião do Jequitinhonha), está a 636 quilômetros distante de Belo Horizonte. Distrito único, Itaobim conta também com três povoados (São João, Pasmado e Cilindro), e possui 34 comunidades rurais. Limita-se com os municípios de , Medina, e Jequitinhonha. A extensa região do norte de Minas onde se localiza o município de Itaobim teria sido habitada, primitivamente, por diversas tribos indígenas, entre as quais, os Botucudos e os Trococós, com presenças assinaladas no território do município de Araçuaí, cédula mater de onde se criaram várias comunas.

3.1.1 Origem

Assim como diversas cidades do Médio e Baixo Jequitinhonha, a região de Itaobim foi explorada em um primeiro momento pelo espanhol Francisco Bruzza Espinosa, o padre jesuíta João Azpilcueta Navarro e pelo bandeirante Fernando Tourinho, na expedição conhecida como BRUZZA – NAVARRO, por volta de 1553. Estes colonizadores vieram do litoral e chegaram até a cabeceira do Araçuaí e de seus afluentes a procura de ouro e de pedras preciosas. A ocupação da região onde hoje se ergue o município de Itaobim ocorre por volta da primeira metade do século XIX. Surgiu na confluência entre o ribeirão São Roque e o rio Jequitinhonha o pequeno aglomerado de São Roque, porto natural que facilitava o encontro dos tropeiros e canoeiros que faziam o abastecimento regional dos produtos do sertão mineiro e do sul da Bahia, favorecendo a fixação dos primeiros moradores. Durante o governo do presidente da província de Minas Gerais Dr. Francisco Diogo Pereira de Vasconcelos foi aprovada a lei provincial nº. 670 de 29 de Abril de 1854, que elevava o Arraial de Santo Antônio da Barra do Rio Itinga (atualmente o município de Itinga) a

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Freguesia, tendo como uma de suas povoações o aglomerado de São Roque (atualmente Itaobim). A aglomeração do povoado se efetiva de fato no início do século XX. Com a nova rota de abastecimento pelo rio começam a surgir pequenos aglomerados, pontos de paradas onde canoeiros e tropeiros faziam as trocas de mercadorias: carnes, toucinhos, arroz, feijão, milho, aguardente, tecidos e outros gêneros do tipo, trazidos do litoral da Bahia pelos canoeiros e ou do sertão pelos tropeiros. Por volta de 1910, São Roque recebe uma enorme leva de migrantes vindos do nordeste brasileiro, principalmente da Bahia, que fugiam da seca. Tal evento contribuiu para o crescimento do lugarejo, que nessa época pertencia ao município de Araçuaí. Os primeiros habitantes de que se têm notícias foram: José Fernandes Ribeiro, Clemente Fernandes Ribeiro, Manoel Fernandes Ribeiro, Clemente Moreira, Clemente José da Trindade, Waldemar Batista Chaves, Alexandre Brito e seus familiares. Esses fixaram suas moradias ali devido a fertilidade das terras, que a tornava propícia à agricultura e à pecuária. Em 1911, o aglomerado foi elevado à categoria de Distrito do município de Araçuaí pela Lei nº. 556 de 30 de agosto. O crescimento do lugarejo é promissor, com o surgimento de sobrados, casas comerciais, lojas de tecidos e bijuterias, uma igreja, a edificação de um pequeno mercado - que funcionava como um entreposto do abastecimento regional, onde tropeiros e canoeiros faziam seus negócios. Em 1913 existia o povoado de São Roque, que no princípio daquele ano fora elevado à categoria de distrito. Poucas dezenas de casas localizadas na foz do ribeirão São Roque (à margem esquerda do rio Jequitinhonha) abrigaram uma pequena população, que julgando feliz na tranquilidade absoluta dos domínios da quietude, vegetava sem ambições em um ambiente taciturno e calmo, comum e próprio do império da monotonia. Em janeiro de 1919, ocorreu a primeira enchente que inundou a vila, causando a destruição de algumas construções. Esse evento levou o senhor José Fernandes Ribeiro, o "Juca Fernandes", a mudar-se para o outro lado do ribeiro São Roque com sua família, na busca por uma região mais elevada. Em 1923, a Lei nº. 843 de 07 de Setembro determinou que o Distrito passasse a ser chamado de ITAOBIM, nome de origem Tupi-guarani que significa pedra verde, relacionado com as pedras preciosas que eram extraídas no local.

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O curso das águas mudou significativamente a história da vila em 1928, quando uma nova enchente destruiu praticamente todas as construções, restando apenas a Igreja de São Roque, uma casa e os esteios das demais residências. Foi um momento de desespero, com as pessoas buscando abrigo em locais mais altos, como no "Lajedo Salva Vidas". A convite do senhor Juca Fernandes, os moradores se transferiram para a região onde esse erguera sua residência na ocasião da primeira enchente. Tudo é reconstruído, e, segundo a depoimento da senhora Anita Batista, a construção das novas casas durou 29 dias e foi realizada "com os "cacos" do que restou das moradias do Comércio Velho", o que pode ser observado no conjunto arquitetônico do entorno do que são hoje as praças Waldemar Batista e Max Machado. No local já havia uma igreja construída em 1920 pelo Padre Emiliano, onde hoje é a feira coberta, e havia também o cemitério da rua Amazonas, atualmente sem acesso aos túmulos que restaram, pois os terrenos da frente foram tomados por construções. Houve um aumento do comércio local devido a criação do porto que estava localizado na fazenda do senhor Abílio Fernandes - "Vila Concórdia", atualmente Bairro Santa Helena, conhecido também como Cieba. O transporte fluvial era o mais significativo, responsável pelo abastecimento geral da população, até com os artigos finos como tecidos mais sofisticados. As famílias aguardavam com grande ansiedade as novidades que os canoeiros traziam de outras terras, ou os filhos e amigos que partiam para estudar em outros locais, como no Colégio Nazareth em Araçuaí, ou em outros estados. Entre os comerciantes do negócio de canoas, o senhor Olímpio Brandão da cidade de Itinga, conhecido como Olímpio da Barra, era o que tinha a maior frota, contando com 40 embarcações. Em outubro de 1933, Itaobim recebe a Missão dos Padres Redentoristas de , tendo como coordenador religioso o Padre Ferreira. Entre as ações realizadas no distrito está a abertura do Cemitério da rua Goiás. Em 1934, o Mercado Municipal é construído e inaugurado, no mesmo período em que é fundada a Banda Musical "União Recreativa" pelo professor Eleutério Patente e por Maria Izadora da Trindade – "a Mestra Quindô". Pelo Decreto-Lei nº 148 de 17 de dezembro de 1938, Itaobim deixa de pertencer ao município de Araçuaí, sendo anexada ao município de Medina.

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Em 1945, no fim do governo de Getúlio Vargas, inicia-se a construção da rodovia BR 116, que corta o Estado de Minas Gerais, assim como o distrito de Itaobim. Na ocasião foram construídas várias casas próximas a praça Waldemar Batista para abrigar os trabalhadores envolvidos na obra. Dois anos depois, em 1947, é construída a ponte sobre o rio Jequitinhonha, sob a coordenação do engenheiro Armando Ventura, ligando os dois lados da BR, que antes era feito por balsa de tambor, possibilitando um crescimento vertiginoso no distrito. Nessa mesma época foi construído um hotel, primeiro edifício com três pavimento do distrito, recentemente demolido. A emancipação política se dá em 30 de dezembro de 1962, pela Lei nº 2.764, assinada pelo então governador do Estado de Minas Gerais Magalhães Pinto, por intermédio do senhor Afonso Martins da Silva, prefeito de Medina. Muitos foram os acontecimentos ao longo desses últimos anos, período no qual a cidade prosperou de maneira significativa. Foram instaladas olarias, serralherias e um comércio variado, destacando o Frigorífico MAÍSA, referência para exportação mundial de carnes. Dois fatos são marcantes para a cultura de Itaobim: a realização do Iº FESTIVALE (Festival de Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha) em 1979, que hoje está com sua 29ª edição pelo Vale do Jequitinhonha afora, e a FESTA DA MANGA, que está na sua 18ª edição, tornando-se um marco da cultural local. Diversos outros eventos culturais são significativos no município: Festa de São Sebastião, Festa de São Roque - padroeiro da cidade, Festa do Vaqueiro, Forróbim (Festival de forró da cidade, em que acontece concurso de quadrilha, exposição de comida típica, quermesse), Semana da Cultura – evento que integra a Jornada Mineira do Patrimônio Cultural, o Boi de Janeiro de Maria Trovão, que completa em 2012 sessenta anos de história. Destaca-se ainda na cidade o artesanato confeccionado em madeira, cabaças e argila, bem com os músicos e o Coral Ouro de Minas que tem se tornado uma referência no Vale do Jequitinhonha, Minas e Brasil.

3.1.2 Localização

O município de Itaobim localiza-se na Microrregião de , no nordeste de Minas, na região do médio vale do rio Jequitinhonha, que por sua vez encontra-se inserida

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na Mesorregião do Vale do Jequitinhonha. Suas coordenadas geográficas são 16º 33' 43" S de latitude sul e 41º 30' 10" W de longitude oeste de Greenwich.

Figura 1 - Localização de Itaobim no Brasil A mesorregião do Jequitinhonha ou Vale do Jequitinhonha é uma das doze mesorregiões do estado de Minas Gerais. É formada pela união de 51 municípios agrupados em cinco microrregiões (Almenara, Araçuaí, , Diamantina e Pedra Azul). A microrregião de Pedra Azul é composta pelos seguintes municípios; Itaobim, Cachoeira do Pajeú, , Medina e Pedra Azul. Itaobim, limita-se com os Municípios de Medina, Jequitinhonha, Ponto dos Volantes, Itinga e Almenara. A área municipal é 679,889 km2.

Figura 2 - Localização de Itaobim em Minas Gerais

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A sede municipal está a 620 km de Belo Horizonte, cujo acesso se faz pelas BR- 116 (Rio-Bahia), entre as cidades de Padre Paraíso/Ponto dos volantes e Medina/Pedra Azul. No quilômetro 0 da BR-367 a 32 km de Itinga e também no km 0 da BR-327 (BR- 116 a BR-101) a 74 km da cidade de Jequitinhonha.

3.2 Índice de Desenvolvimento Humano – IDH

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) - Itaobim é 0,629, em 2010, o que enquadra esse município na faixa de Desenvolvimento Humano Médio entre 0,600 e 0,699). A dimensão que mais contribui para o IDHM do município é Longevidade, com índice de 0,787, seguida de Renda, com índice de 0,613, e de Educação, com índice de 0,516.

IDHM e seus componentes DATA RENDA LONGEVIDADE EDUCAÇÃO IDHM 1991 0,464 0,679 0,159 0,369 2000 0,550 0,744 0,389 0,542 2010 0,613 0,787 0,516 0,629

Tabela 3: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM Fonte: PNUD, Ipea e FJP

IDHM EDUCAÇÃO – LONGEVIDADE E RENDA IDHM Educação 1991 2000 2010 % de 18 anos ou mais com fundamental completo 0,159 0,389 0,516 % de 5 a 6 anos na escola 15,26 25,94 35,57 % de 11 a 13 anos nos anos finais do fundamental 24,63 66,56 86,43 REGULAR SERIADO ou com fundamental completo % de 15 a 17 anos com fundamental completo 26,15 64,92 89,90 % de 18 a 20 anos com médio completo 7,04 39,09 37,23 IDHM Longevidade 7,09 20,37 35,15 Esperança de vida ao nascer 0,679 0,744 0,787 IDHM Renda 65,71 69,61 72,19 Renda per capita 0,464 0,550 0,613 362,88

Tabela 4: IDHM Educação Longevidade e Renda. Fonte: PNUD, Ipea e FJP

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3.2.1 Evolução entre 1991 e 2000

O IDHM passou de 0,369 em 1991 para 0,542 em 2000 - uma taxa de crescimento de 46,88%. O hiato de desenvolvimento humano foi reduzido em 72,58% entre 1991 e 2000. Nesse período, a dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,230), seguida por Renda e por Longevidade.

3.2.2 Evolução entre 2000 e 2010

O IDHM passou de 0,542 em 2000 para 0,629 em 2010 - uma taxa de crescimento de 16,05%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 81,00% entre 2000 e 2010. Nesse período, a dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,127), seguida por Renda e por Longevidade

3.2.3 Evolução entre 1991 e 2010

De 1991 a 2010, o IDHM do município passou de 0,369, em 1991, para 0,629, em 2010, enquanto o IDHM da Unidade Federativa (UF) passou de 0,493 para 0,727. Isso implica em uma taxa de crescimento de 70,46% para o município e 47% para a UF; e em uma taxa de redução do hiato de desenvolvimento humano de 58,80% para o município e 53,85% para a UF. No município, a dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,357), seguida por Renda e por Longevidade. Na UF, por sua vez, a dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,358), seguida por Longevidade e por Renda.

Município de Município de maior IDHM IDHM Data Itaobim menor IDHM IDHM no Brasil Brasil Minas Gerais no Brasil 1.991 0,369 0,697 0,120 0,493 0,478 2.000 0,542 0,820 0,208 0,612 0,624 2.010 0,629 0,862 0,418 0,727 0,731 Tabela 5: Evolução do IDHM. Fonte: PNUD, Ipea e FJP

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3.2.4 Ranking

Itaobim ocupa a 3501ª posição entre os 5.565 municípios brasileiros segundo o IDHM. Nesse ranking, o maior IDHM é 0,862 (São Caetano do Sul) e o menor é 0,418 (Melgaço).

3.3 DEMOGRAFIA

3.3.1 População

Segundo dados do censo realizado pelo IBGE, o município de Itaobim contava, em 2010 com 21.001 habitantes, dos quais 15.779 residem na zona urbana e 5.222 na zona rural, com uma densidade populacional de 30,89 hab./km².

POPULAÇÃO TOTAL POR GÊNERO - RURAL/URBANA População % do Total População % do Total População % do Total População (1991) (1991) (2000) (2000) (2010) (2010) População total 20.358 100,00 21.271 100,00 21.001 100,00 População residente 10.005 49,15 10.543 49,57 10.493 49,96 masculina População residente 10.353 50,85 10.728 50,43 10.508 50,04 feminina População urbana 14.739 72,40 16.076 75,58 15.779 75,13 População rural 5.619 27,60 5.195 24,42 5.222 24,87

Tabela 6: População total por gênero – Rural/Urbano Fonte: IBGE, 2019

Embora pareça bastante óbvio que as populações desempenham um papel importante na trajetória de uma sociedade, região ou época, a maneira pela qual essa influência se dá, nem sempre é percebida com clareza, às vezes nem mesmo por seus estudiosos ou elaboradores de políticas públicas. Entre 2000 e 2010, a população de Itaobim cresceu a uma taxa média anual de - 0,13%, enquanto no Brasil foi de 1,17%, no mesmo período. Nesta década, a taxa de urbanização do município passou de 75,58% para 75,13%. Em 2010 viviam, no município, 21.001pessoas.

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Entre 1991 e 2000, a população do município cresceu a uma taxa média anual de 0,49%. Na UF, esta taxa foi de 1,43%, enquanto no Brasil foi de 1,63%, no mesmo período. Na década, a taxa de urbanização do município passou de 72,40% para 75,58%. A população estimada de Itaobim em 2018 é de 21096 habitantes e densidade demográfica de 30,93hab/km². Informações do Município de Itaobim Prefeito CHARLES VIEIRA DA COSTA [2017] Gentílico Itaobinhense Área territorial 679,024 km² [2017] População estimada 21.096 pessoas [2018] Densidade demográfica 30,93 hab/km² [2010] Escolarização 6 a 14 anos 98,7 % [2010] IDHM Índice de desenvolvimento humano municipal 0,629 [2010] Mortalidade infantil 14,55 óbitos por mil nascidos vivos [2014] Receitas realizadas 41.893 R$ (×1000) [2017] Despesas empenhadas 38.036 R$ (×1000) [2017] PIB per capita 12.071,22 R$ [2016] Tabela 7: Informações do Município de Itaobim. Fonte: PNUD, Ipea e FJP

3.3.2 Estrutura Etária

Entre 2000 e 2010, a razão de dependência no município passou de 66,79% para 56,49% e a taxa de envelhecimento, de 6,77% para 9,93%. Em 1991, esses dois indicadores eram, respectivamente, 84,54% e 5,48%. Já na UF, a razão de dependência passou de 65,43% em 1991, para 54,88% em 2000 e 45,87% em 2010; enquanto a taxa de envelhecimento passou de 4,83%, para 5,83% e para 7,36%, respectivamente.

3.3.3 Razão de dependência

Percentual da população de menos de 15 anos e da população de 65 anos e mais (população dependente) em relação à população de 15 a 64 anos (população potencialmente ativa).

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3.3.4 Taxa de envelhecimento

ESTRUTURA ETÁRIA DA POPULAÇÃO - MUNICÍPIO - ITAOBIM - MG Estrutura População % do Total População % do Total População % do Total Etária (1991) (1991) (2000) (2000) (2010) (2010) Menos de 15 8.210 40,33 7.079 33,28 5.496 26,17 anos 15 a 64 anos 11.032 54,19 12.753 59,95 13.420 63,90 População de 65 1.116 5,48 1.439 6,77 2.085 9,93 anos ou mais Razão de 84,54 - 66,79 - 56,49 - dependência Taxa de 5,48 - 6,77 - 9,93 - envelhecimento Tabela 8: Estrutura Etária da População. Fonte: PNUD, Ipea e FJP

Pirâmide etária

DISTRIBUIÇÃO POR SEXO, SEGUNDO OS GRUPOS DE IDADE Data Homens Mulheres 0 a 4 6,00% (6,31%) 5 a 9 6,94% (6,65%) 10 a 14 7,17% (7,24%) 15 a 19 5,36% (5,32%) 20 a 24 3,72% (3,97%) 25 a 29 3,44% (3,23%) 30 a 34 2,70% (3,26%) 35 a 39 2,35% (2,92%) 40 a 44 2,38% (2,40%) 45 a 49 2,07% (2,32%) 50 a 54 1,90% (1,73%) 55 a 59 1,46% (1,52%) 60 a 64 1,10% (1,05%) 65 a 69 0,88% (0,97%) 70 a 74 0,65% (0,77%) 75 a 79 0,54% (0,56%) 80 e + 0,48% (0,63%)

Tabela 9 e Gráfico 1: Pirâmide Etária do Município de Itaobim-MG

3.3.5 Longevidade, mortalidade e fecundidade no município

A mortalidade infantil (mortalidade de crianças com menos de um ano de idade) no município passou de 29,9 óbitos por mil nascidos vivos, em 2000, para 20,0 óbitos por mil nascidos vivos, em 2010. Em 1991, a taxa era de 36,2. Já na UF, a taxa era de 15,1, em

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2010, de 27,8, em 2000 e 35,4, em 1991. Entre 2000 e 2010, a taxa de mortalidade infantil no país caiu de 30,6 óbitos por mil nascidos vivos para 16,7 óbitos por mil nascidos vivos.

LONGEVIDADE, MORTALIDADE E FECUNDIDADE

ITEM 1991 2000 2010 Esperança de vida ao nascer 65,7 69,6 72,2 Mortalidade infantil 36,2 29,9 20,0 Mortalidade até 5 anos de idade 47,4 32,7 23,3 Taxa de fecundidade total 3,7 2,6 1,9 Tabela 10: Longevidade, Mortalidade e Fecundidade. Fonte: PNUD, Ipea e FJP Em 1991, essa taxa era de 44,7 óbitos por mil nascidos vivos. Com a taxa observada em 2010, o Brasil cumpre uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas, segundo a qual a mortalidade infantil no país deve estar abaixo de 17,9 óbitos por mil em 2015. A esperança de vida ao nascer é o indicador utilizado para compor a dimensão Longevidade do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). No município, a esperança de vida ao nascer cresceu 2,6 anos na última década, passando de 69,6 anos, em 2000, para 72,2 anos, em 2010. Em 1991, era de 65,7 anos. No Brasil, a esperança de vida ao nascer é de 73,9 anos, em 2010, de 68,6 anos, em 2000, e de 64,7 anos em 1991.

3.3.6 Educação Crianças e Jovens

Proporções de crianças e jovens frequentando ou tendo completado determinados ciclos indica a situação da educação entre a população em idade escolar do estado e compõe o IDHM Educação. No município, a proporção de crianças de 5 a 6 anos na escola é de 86,43%, em 2010. No mesmo ano, a proporção de crianças de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do ensino fundamental é de 89,90%; a proporção de jovens de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo é de 37,23%; e a proporção de jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo é de 35,15%. Entre 1991 e 2010, essas proporções aumentaram, respectivamente, em 61,80 pontos percentuais, 63,75 pontos percentuais, 30,19 pontos percentuais e 28,06 pontos percentuais. Em 2010, 75,32% da população de 6 a 17 anos do município estavam cursando o ensino básico regular com até dois anos de defasagem idade-série. Em 2000 eram 76,33%

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e, em 1991, 66,06%. Dos jovens adultos de 18 a 24 anos, 8,38% estavam cursando o ensino superior em 2010. Em 2000 eram 2,32% e, em 1991, 0,85%.

FLUXO ESCOLAR POR FAIXA ETÁRIA Anos 1991 2000 2010 % 24,63% 66,56% 86,43% % 26,15% 64,92% 89,90% % 7,04% 39,09% 37,23% % 7,09% 20,37% 35,15%

Tabela 11 e Gráfico 2: Fluxo Escolar por faixa etária por década. Fonte: PNUD, Ipea e FJP

FLUXO ESCOLAR POR FAIXA ETÁRIA Minas Data Itaobim Brasil Gerais 1991 86,43% 92,16% 91,12% 2000 89,90% 87,96% 84,86% 2010 37,23% 60,94% 57,24% 35,15% 42,82% 41,01% Tabela 12 e Gráfico 3: Fluxo escolar por faixa etária no Brasil, em Minas Gerais e no Município de Itaobim. Fonte: PNUD, Ipea e FJP

3.3.7 Expectativa de Anos de Estudo

O indicador Expectativa de Anos de Estudo também sintetiza a frequência escolar da população em idade escolar. Mais precisamente, indica o número de anos de estudo que uma criança que inicia a vida escolar no ano de referência deverá completar ao atingir a idade de 18 anos. Entre 2000 e 2010, ela passou de 9,25 anos para 8,59 anos, no município, enquanto na UF passou de 9,16 anos para 9,38 anos. Em 1991, a expectativa de anos de estudo era de 7,16 anos, no município, e de 8,36 anos, na UF.

3.3.8 População Adulta

Também compõe o IDHM Educação um indicador de escolaridade da população adulta, o percentual da população de 18 anos ou mais com o ensino fundamental completo.

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Esse indicador carrega uma grande inércia, em função do peso das gerações mais antigas, de menor escolaridade. Entre 2000 e 2010, esse percentual passou de 25,94% para 35,57%, no município, e de 39,76% para 54,92%, na UF. Em 1991, os percentuais eram de 15,26% no município, e 30,09%, na UF. Em 2010, considerando-se a população municipal de 25 anos ou mais de idade, 26,69% eram analfabetos, 30,48% tinham o ensino fundamental completo, 19,86% possuíam o ensino médio completo e 5,36%, o superior completo. No Brasil, esses percentuais são, respectivamente, 11,82%, 50,75%, 35,83% e 11,27%.

Gráfico 4: Escolaridade da população de 25 anos ou mais. Fonte: PNUD, Ipea e FJP

3.4 RENDA

A renda per capita média de Itaobim cresceu 153,43% nas últimas duas décadas, passando de R$ 143,19, em 1991, para R$ 245,78, em 2000, e para R$ 362,88, em 2010. Isso equivale a uma taxa média anual de crescimento nesse período de 5,02%. A taxa média anual de crescimento foi de 6,19%, entre 1991 e 2000, e 3,97%, entre 2000 e 2010. A proporção de pessoas pobres, ou seja, com renda domiciliar per capita inferior a R$ 140,00 (a preços de agosto de 2010), passou de 68,33%, em 1991, para 55,35%, em 2000, e para 30,77%, em 2010. A evolução da desigualdade de renda nesses dois períodos pode ser descrita através do Índice de Gini, que passou de 0,48, em 1991, para 0,61, em 2000, e para 0,51, em 2010.

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3.4.1 Índice de Gini

É um instrumento usado para medir o grau de concentração de renda. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de 0 a 1, sendo que 0 representa a situação de total igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda, e o valor 1 significa completa desigualdade de renda, ou seja, se uma só pessoa detém toda a renda do lugar.

RENDA, POBREZA E DESIGUALDADE ITAOBIM - MG Anos 1991 2000 2010 Renda per capita 143,19 245,78 362,88 % de extremamente pobres 38,64 28,04 9,48 % de pobres 68,33 55,35 30,77 Índice de Gini 0,48 0,61 0,51 Tabela 13: Índice de GINI Fonte: PNUD, Ipea e FJP

3.4.2 Distribuição de renda

Gráfico 5: Distribuição de renda. Fonte: PNUD, Ipea e FJP

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3.4.3 Trabalho

COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO DE 18 ANOS OU MAIS DE IDADE – 2010 Descrição Total População economicamente ativa ocupada 8.629 População economicamente ativa desocupada 1.311 População economicamente inativa 4.315 Tabela 14 e Gráfico 6: População. Fonte: PNUD, Ipea e FJP

Entre 2000 e 2010, a taxa de atividade da população de 18 anos ou mais (ou seja, o percentual dessa população que era economicamente ativa) passou de 58,42% em 2000 para 60,53% em 2010. Ao mesmo tempo, sua taxa de desocupação (ou seja, o percentual da população economicamente ativa que estava desocupada) passou de 17,49% em 2000 para 9,20% em 2010.

OCUPAÇÃO DA POPULAÇÃO DE 18 ANOS OU MAIS ITAOBIM - MG 2000 2010 Taxa de atividade - 18 anos ou mais 58,42 60,53 Taxa de desocupação - 18 anos ou mais 17,49 9,20 Grau de formalização dos ocupados - 18 anos ou mais 33,56 37,97 Nível educacional dos ocupados % dos ocupados com fundamental completo - 18 anos ou mais 34,51 45,26 % dos ocupados com médio completo - 18 anos ou mais 23,33 32,16 Rendimento médio % dos ocupados com rendimento de até 1 s.m. - 18 anos ou mais 65,98 44,87 % dos ocupados com rendimento de até 2 s.m. - 18 anos ou mais 86,69 87,78 % dos ocupados com rendimento de até 5 s.m. - 18 anos ou mais 96,13 97,74 Tabela 15: Ocupação da População. Fonte: PNUD, Ipea e FJP

Em 2010, das pessoas ocupadas na faixa etária de 18 anos ou mais do município, 23,94% trabalhavam no setor agropecuário, 0,70% na indústria extrativa, 5,06% na indústria de transformação, 9,14% no setor de construção, 0,98% nos setores de utilidade pública, 19,39% no comércio e 36,43% no setor de serviços.

3.5 HABITAÇÃO

INDICADORES DE HABITAÇÃO - MUNICÍPIO - ITAOBIM - MG 1991 2000 2010 % da população em domicílios com água encanada 45,23 60,91 85,00

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% da população em domicílios com energia elétrica 80,57 90,81 98,63 % da população em domicílios com coleta de lixo 38,64 57,64 98,09 Tabela 16: Habitação. Fonte: PNUD, Ipea e FJP

3.6 VULNERABILIDADE SOCIAL

INDICADORES DE VULNERABILIDADE SOCIAL Crianças e Jovens 1991 2000 2010 Mortalidade infantil 36,15 29,87 20,00 % de crianças de 0 a 5 anos fora da escola - 85,19 66,00 % de crianças de 6 a 14 fora da escola 23,18 5,62 1,28 % de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e são - 24,32 18,38 vulneráveis, na população dessa faixa % de mulheres de 10 a 17 anos que tiveram filhos 1,09 1,28 1,53 Taxa de atividade - 10 a 14 anos - 8,61 9,18 Família % de mães chefes de família sem fundamental e com filho menor, no total 17,91 20,56 20,42 de mães chefes de família % de vulneráveis e dependentes de idosos 7,10 8,39 4,96 % de crianças extremamente pobres 50,41 40,67 15,81 Trabalho e Renda % de vulneráveis à pobreza 87,60 75,39 55,43 % de pessoas de 18 anos ou mais sem fundamental completo e em ocupação - 67,14 57,71 informal Condição de Moradia % da população em domicílios com banheiro e água encanada 42,21 56,65 80,26 Tabela 17: Vulnerabilidade Social. Fonte: PNUD, Ipea e FJP

3.7 Aspectos Fisiográficos

3.7.1 Clima O tipo climático predominante é o Bsw (continental-seco) com precipitação média anual inferior a 1.000 mm e média das temperaturas máximas em torno de 34 ºC. Os meses secos (de abril a setembro) apresentam déficit hídrico. A temperatura média é de 24,5 ºC com índice pluviométrico médio de 702,1 mm. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a temperatura mínima registrada em Itaobim foi de 4,9 ºC, ocorrida no dia 1º de junho de 1979. Já a máxima foi de 40,4 ºC, observada dia 3 de novembro de 2008. O maior acumulado de chuva registrado na cidade em 24 horas foi de 126,0 mm, em 7 de dezembro de 2000. O

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município é conhecido pelo clima ensolarado o ano todo, com temperatura média de 25°C. O inverno é seco e o verão chuvoso. Na tabela e gráfico abaixo são apresentados alguns dados climatológicos de Itaobim, os quais resultam de um período de observação de 30 anos (1961 - 1991), e foram obtidos junto ao Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, o qual é subordinado ao Ministério da Agricultura.

DADOS CLIMATOLÓGICOS DE ITAOBIM Mês Temp. Min. (ºC) Temp. Máx. (ºC) Média Precipitação (mm) Janeiro 20,3 31,5 25,9 136 Fevereiro 20,7 32,0 26,4 94 Março 20,6 32,0 26,3 91 Abril 19,5 30,7 25,1 73 Maio 17,6 29,5 23,6 22 Junho 15,7 28,2 22,0 14 Julho 15,1 27,7 21,4 18 Agosto 16,2 29,1 22,7 13 Setembro 18,5 30,0 24,3 26 Outubro 20,0 30,3 25,2 92 Novembro 20,4 30,0 25,2 191 Dezembro 20,4 30,5 25,5 208 Mínimo 15,1 27,7 21,4 13 Máximo 20,7 32,0 26,4 208 Média 18,8 30,1 24,4 - Total - - - 977,1

Tabela 18: Dados climatológicos. Fonte: http://tempoagora.com.br/previsaodotempo.html/brasil/climatologia/Itaobim-MG/

Gráfico 7 - Dados climatológicos de Itaobim

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3.7.2 Relevo

O relevo da área em estudo pode ser dividido em três grandes domínios fisiográficos segundo a classificação Secretaria Ciência Tecnologia /IGA (1982) e CETEC (1980,1983): a) Morfologia marcada pela presença de chapadas, formadas por superfícies de aplainamento na porção central e norte da área, fazendo parte da extremidade oriental dos Gerais; b) Os planaltos localizam-se a nordeste da área, são constituídos, em sua maioria, por morfologias do tipo “pães-de-açucar”, com altitudes situadas entre 600-900m, sendo os terrenos mais elevados da área em questão. São feições muito características dos granitóides intrusivos Brasilianos com formas dômicas; c) Uma faixa de terreno, margeando o rio Jequitinhonha com direção aproximada SWNE configura a depressão do rio Jequitinhonha, com altitudes abaixo de 300 m na extremidade leste da área. Constitui uma região de formas aplainadas, com sedimentos aluvionares.

O relevo do município é predominantemente ondulado (65% da área total), com a feição montanhosa (20%) e plana (15%), em menor expressão. A altitude máxima é de 920 m, na cabeceira do córrego Santo Antônio, e a mínima 239 m, na foz do rio Anta. Na área central a altitude média é em torno de 270 m. Na figura 3 é apresentada uma vista geral de Itaobim, onde pode ser observado o relevo montanhoso da região.

Figura 3 - Cidade rodeada de cadeia de montanhas

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3.7.3 Geologia

No município afloram rochas granitóides, de idade neoproterozóica, e coberturas detrito-lateríticas. A figura 4 apresenta a distribuição espacial das principais unidades litoestratigráficas que ocorrem nessa área (CPRM, 2003). Cerca de 80% da área é ocupada pelo biotita granitóide Água Boa, sin a tardicolisional, foliado, de cor cinza clara a bege e granulação média, que é intrudido por granito pós-colisional, peraluminoso, sem foliação (NP3aγ3Sgc, sem denominação), que ocorre nas porções noroeste e nordeste da área do município. As coberturas detritolateríticas recobrem parte das sequências anteriores. São sedimentos imaturos compostos de seixos com matriz arenosa, níveis de areia grossa a fina e de argila, intercalados. Ocorre frequente canga na superfície. Para esses sedimentos pode-se atribuir uma origem residual pela atuação do ciclo erosivo em rochas mais antigas, resultando na desagregação, alteração e laterização. Nas margens do rio Jequitinhonha é possível encontrar aluviões restritas com pequena espessura, não cartografadas, formando praias.

Figura 4 – Geologia simplificada do município de Itaobim

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3.7.4 Vegetação

O estado de Minas Gerais possui variadas formas de relevo, clima e paisagens e três tipos de biomas, sendo eles Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Suas proporções são bem variadas, o Cerrado, localizado na porção centro-ocidental, ocupa cerca de 57% da extensão territorial do Estado, o domínio da Mata Atlântica, localizado na porção oriental, é de cerca de 41% da área do Estado. O domínio na caatinga, restrito ao norte do Estado, ocupa cerca de 2% do território mineiro, segundo o IEF (Instituto Estadual de Florestas). O município de Itaobim se encontra dentro do bioma Mata Atlântica. Conforme mostra o mapa abaixo, segundo fontes do IEF e SOS Mata Atlântica.

Figura 5 - Vegetação predominante no Estado de Minas Gerais

3.7.5 Águas Superficiais

A bacia hidrográfica é considerada unidade de planejamento e gestão dos recursos hídricos. E o planejamento e a gestão para o uso, proteção e conservação dos recursos

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hídricos visam a estabelecer o equilíbrio entre as demandas e a disponibilidade de água, tanto em termos qualitativos como quantitativos. O município de Itaobim se insere na bacia do rio Jequitinhonha, uma das principais bacias hidrográficas do estado de Minas Gerais. Os principais cursos d’água do município são o ribeirão São João, o ribeirão São Roque, o rio Anta, córrego Santo Antônio e o rio Jequitinhonha.

3.7.5.1 Rio Jequitinhonha

O rio Jequitinhonha é um rio federal, que nasce na Serra do Espinhaço, no município do /MG, a uma altitude aproximada de 1.300m. Sua bacia se limita a norte com a bacia do rio Pardo, a sul com a bacia do rio Doce, a sudeste com a bacia do Mucuri e várias outras pequenas bacias independentes (Sucuruçu, Itanhém, Buranhém e Peruípe). O oeste se limita com a bacia do rio São Francisco e a leste atravessa o limite entre Minas Gerais e Bahia no município de e segue rumo ao Oceano Atlântico. A porção mineira da bacia está compreendida entre os paralelos 15º39’ e 18º36’S e os meridianos 39º50’ e 43º48’W, com orientação dominante SW-NE. A área tem forma aproximada de um losango, cujas diagonais SW-NE e SE-NW têm, aproximadamente, 442 e 255 km, respectivamente, em linha reta. O rio Jequitinhonha desenvolve-se paralelamente à diagonal SW-NE. A área total da bacia é de 70.315 km2, dos quais 65.660 (93,38%) correspondem à porção mineira e 4.655 km2 (6,62%) estão no território baiano. Ao longo do seu curso de 920 km até a foz no Oceano Atlântico, junto à cidade de Belmonte, atravessa o território mineiro numa extensão de 760 km, sendo os últimos 160 km percorridos na Bahia. A figura 6 apresenta a localização da bacia do rio Jequitinhonha no contexto do estado de Minas Gerais.

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Figura 6: bacia do rio Jequitinhonha

Figura 7 - Rio Jequitinhonha Fonte: www.wikimapia.org

3.7.6 Águas Subterrâneas

No município de Itaobim podem-se distinguir três domínios hidrogeológicos: o das rochas cristalinas, composto pelos granitos neoproterozóicos sin a tardicolisionais e pelos granitos pós-colisionais do Neoproterozóico, o das formações superficiais terciárias representadas pelas coberturas detrito-lateríticas e o das aluviões do Quaternário. O domínio cristalino encerra o sistema aquífero fissural. É caracterizado pela ausência de porosidade primária, onde a ocorrência de água subterrânea está condicionada a uma porosidade secundária. Esta porosidade é representada por descontinuidades (estruturas tectônicas rúpteis) como fissuras, fraturas e fendas. O potencial hidrogeológico é

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dependente da densidade e intercomunicação dessas descontinuidades, aspecto que geralmente se traduz em reservatórios aleatórios e de pequena extensão. Este sistema pode ser dividido em dois aquíferos fissurais distintos: o aquífero granito-gnáissico e o aquífero granítico. O aquífero granito-gnáissico é composto pelo granitóide foliado, sin a tardicolisional, denominado Granito Água Boa. O Água Boa, que sofreu deformação, apresenta uma possibilidade maior de possuir descontinuidades o que teoricamente torna seu potencial hidrogeológico mais elevado. O aquífero granítico, representado pelo granito sem denominação, pós-colisional, apresenta um potencial hidrogeológico inferior, determinado pela quase ausência de estruturas tectônicas. As vazões produzidas pelos poços nos aquíferos fissurais em geral são pequenas, e a água, devido à falta de circulação e dos efeitos do clima semi-árido possui, frequentemente, elevado teor de sais. Essas condições atribuem um potencial hidrogeológico baixo para este domínio, sem diminuir sua importância como alternativa de abastecimento em pequenas comunidades ou como reserva estratégica em períodos prolongados de estiagem. O domínio das coberturas detrito-lateríticas cenozóicas abrange o sistema aquífero granular. Constitui-se de aquíferos livres a semi-confinados, com porosidade primária e boa permeabilidade. Os aquíferos relacionados ao manto de decomposição mostram grande variação composicional e de espessura, determinada pelo tipo litológico originário, condições paleoclimáticas e condicionamento morfotectônico. São importantes no processo de recarga dos aqüíferos fissurais subjacentes através de filtração vertical. O domínio aluvionar também compreende o sistema aquífero granular. É representado por sedimentos areno-argilosos recentes, que ocorrem margeando as calhas dos principais rios que drenam a região. Apresenta uma importância relativa alta do ponto de vista hidrogeológico, principalmente em regiões semi- áridas com predomínio de rochas cristalinas. Normalmente, a alta permeabilidade dos termos arenosos compensa as pequenas espessuras, produzindo vazões significativas.

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3.8 Energia Elétrica

A concessionária do sistema de energia elétrica do município de Itaobim é a Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG. A tabela abaixo apresenta a evolução do consumo de energia elétrica e o número total de consumidores no período de 1999 a 2003. O serviço de iluminação pública atende adequadamente a população residente. As principais vias da cidade são bem iluminadas auxiliando veículos e transeuntes. Em contrapartida, áreas mais afastadas da região central carecem de melhor estruturação.

CLASSE 1999 2000 2001 2002 2003 Industrial consumo(KWh) 1901838 2030097 1731477 1682955 1766212 n° consumidores 65 59 61 69 68 Comercial consumo (KWh) 2387574 2425503 2180516 2313684 2546823 n° consumidores 519 521 527 545 557 Residencial consumo (KWh) 5009597 5052565 4494909 4426721 4805297 n° consumidores 4411 4546 4706 4898 5183 Rural consumo (KWh) 427053 439830 4000011 436944 526350 n° consumidores 182 183 96 228 276 Outros consumo (KWh) 1612004 1597500 1370662 1358910 1504050 n° consumidores 66 68 67 67 72 Total consumo (KWh) 1901838 2030097 1731477 1682955 1766212 nº consumidores 65 59 61 69 68 Tabela 19 - Consumo e número de consumidores de energia elétrica, por classes (1999 – 2003). Fonte: Companhia Energética de

Minas Gerais – CEMIG

3.9 Atividades Econômicas

A economia do Município gira, principalmente, em torno da agropecuária, sendo a pecuária bovina a atividade detentora do maior valor de produção. Pode-se destacar também, na agricultura, o desempenho de pequenos agricultores que abastecem parte do Município no tocante a legumes e verduras, milho e feijão, destacando-se ainda a produção de bananas e cana de açúcar. A atividade pecuária leiteira é também uma das mais

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importantes do município. A seguir são descritas alguns setores de atividades econômicas desenvolvidas em Itaobim/MG:  Comércio atacadista;  Comércio varejista;  Extração de minerais;  Indústria de produtos alimentares;  Indústria de aguardente;  Transformação de minerais não metálicos;  Cerâmica e olaria.

3.9.1 Agricultura

A agricultura é uma das mais importantes atividades econômicas de Itaobim. Abaixo são descritos os principais produtos agrícolas observados no município.

SAFRA 2003 SAFRA 2008 PRODUTO Área Colhida Produção Rendimento Área Colhida Produção Rendimento (ha) (t) Médio (kg/ha) (ha) (t) Médio (kg/ha) Arroz em casca 6 5 833 Banana (2) 12 108 9.000 20 350 17.500 Café 3 3 1.000 4 3 750 Feijão (1a.safra) 190 95 500 116 53 457 Feijão (2a.safra) 60 30 500 Cana-de-açúcar 122 3.904 32.000 140 3.360 24.000 Laranja (1) 5 35 7.000 4 32 8.000 Mandioca 168 1.613 9.601 250 1.875 7.500 Milho 125 95 760 250 200 800 Côco-da-Bahia 6 18 3.000 12 96.000 8.000 Manga - - - 132 2.640 20.000 Fumo (em folhas) 10 9 900,00 - - - Tabela 20: Principais produtos agrícolas do Município de Itaobim. Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1) Produção em mil frutos e rendimento em frutos/há (2) Produção em mil cachos e rendimento em cachos/ha

3.9.2 Pecuária

A pecuária, como mencionado, também se destaca no município, como uma das principais atividades econômicas. descritos os principais rebanhos observados no município. O gado bovino e suíno é criado mais para consumo da população local, sendo

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que o bovino, juntamente com os equinos, também ainda são utilizados para transporte e para tração de carros e carroças. Especificação 2003 2008 Asininos 419 396 Bovinos 14.771 15.509 Caprinos 164 180 Equinos 887 833 Galináceos 13.739 11.396 Muares 190 164 Ovinos 93 462 Suínos 1.591 1.729 Tabela 21 - Pecuária - Principais Efetivos (em número de cabeças) Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE

3.9.3 Instituições Financeiras

Itaobim conta com duas agências bancárias do Banco Itaú, Banco Bradesco e Banco do Brasil. Possui, ainda, casas lotéricas, que disponibilizam alguns serviços da Caixa Econômica Federal.

3.10 Comunicações

Em relação aos meios de comunicação, o município de Itaobim é atendido pelas principais empresas do ramo de telefonia fixa, os quais são ofertados pela Embratel e Telemar Norte Leste S/A (Oi). O sistema de telefonia móvel também está presente no Município. As operadoras que atuam na cidade são: Oi, Tim e Vivo. O município conta com sinais de TV aberta: Globo, SBT, Record-, Cultura, Rede TV, Bandeirantes, e possui uma Rádio FM (Rádio Cidade). Além destes, a sede municipal com serviços de TV por satélite (Sky). As correspondências são enviadas e recebidas por uma agência da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Dentre os principais serviços prestados por esta agência, estão os envios e recepção de malotes, SEDEX, telegramas, recebimentos de contas de água e luz, além das emissões de CPF e aposentadorias rurais.

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3.11 Transportes

O meio de transporte mais utilizado é o terrestre, sendo Itaobim servida por duas rodovias federais: BR 116, mais conhecida como Rodovia Rio-Bahia, que faz a ligação da sede do Município de Itaobim às regiões Nordeste e Sul do Brasil. Tem-se ainda as rodovias BR 367, que liga Itaobim à cidade de Jequitinhonha e ao litoral e sul do Estado da Bahia. As distâncias às principais capitais estaduais são:

CAPITAIS DISTÂNCIA Belo Horizonte 604 km Rio de Janeiro 870 km São Paulo 1.180 km Brasília 1.351 km Vitória 735 km

Tabela 22: Distância entre o Município e capitais.

3.12 Educação

Em relação à rede de escolas de ensino, Itaobim conta com 7 escolas municipais (5 de ensino fundamental e 2 de ensino pré-escolar), 5 escolas estaduais (3 ensino fundamental e 2 de ensino médio) e uma escola particular de ensino fundamental.

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4 ASPECTOS ANTRÓPICOS

4.1 Projeção Populacional

Na elaboração de Planos Municipais de Resíduos Sólidos é condição indispensável a elaboração de Estudo Populacional, o qual possibilitará a estimativa de evolução de crescimento do município no horizonte do Plano. Com base nestas estimativas de crescimento é possível estabelecer as demandas futuras do município no que diz respeito aos resíduos sólidos. O Município, em termos urbanos, cresceu e se expandiu seguindo uma dinâmica de intensos fluxos de mercadorias, de capitais, serviços e de usos. Neste sentido, observando a lógica das cidades médias brasileiras, os espaços são transformados, e as atividades deslocam-se intra e inter regionalmente. Torna-se meritório planejar o futuro destas cidades, considerando a dinâmica populacional frente aos indicadores socioeconômicos, de modo a ter-se uma condição mais próxima da realidade a que este espaço estará sujeito. Para se planejar o futuro de uma população em termos de investimentos, expansão, uso e ocupação do solo, dentre outros, é importante ter-se uma perspectiva do crescimento a que ela poderá estar submetida. Assim, é preciso utilizar-se das projeções populacionais existentes, publicadas por órgãos oficiais, além de modelos matemáticos de forma a se obter uma previsão mais próxima da realidade futura desta população e por fim, planejar-se as intervenções necessárias. Os cálculos de projeção populacional são fundamentais para orientar o desenvolvimento de políticas públicas e a realização de investimentos em uma região, em face do contingente populacional prospectado. Essas projeções têm como principal propósito subsidiar os estudos desenvolvidos por planejadores, tanto nas esferas públicas, quanto nos setores privados, delimitando os cenários futuros de atuação, e na formulação de políticas de curto, médio e longo prazo, sendo o ponto de partida para a elaboração das diretrizes que formatarão os diversos cenários alternativos, suas metas e demandas, objetos do Plano de Resíduos Sólidos, com vistas à universalização dos serviços prestados. A metodologia para a elaboração dos estudos populacionais do município de Itaobim foi fundamentada inicialmente, em dados populacionais oficiais do IBGE

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referentes a recenseamentos, contagens e estimativas populacionais. Após a compilação das informações, as mesmas foram processadas em modelo matemático desenvolvido para o horizonte de 20 anos (2019-2039), conforme diretrizes estipuladas no marco regulador, e que também é um tempo médio de vida mínimo a ser considerado para um aterro sanitário. Baseados na análise dos dados acima mencionados, serão estimados cenários futuros para as demandas dos serviços prestados pelo Município e objetos do PMGIRS. As estimativas de evolução populacional foram definidas por taxa geométrica de crescimento médio anual através do uso da seguinte fórmula:

푛 (푃푇) R= √ – 1 x 100 (푃0)

Em termos técnicos, para se obter a taxa de crescimento (r), subtrai-se 1 da raiz enésima do quociente entre a população final (Pt) e a população no começo do período considerado (P0), multiplicando-se o resultado por 100, sendo "n" igual ao número de anos no período. Para cálculo da taxa atual de crescimento populacional entre 2010 e 2018 utilizou-se:

8 푃표푝푢푙푎çã표 푒푚 2018 R= √ - 1 x 100 푃표푝푢푙푎çã표 푒푚 2010

4.2 População a ser beneficiada

Para cálculo de projeção do crescimento demográfico, a estimativa da população a ser beneficiada, foi realizada tomando como base a população urbana estimada em 2018, conforme dados do Censo Demográfico realizado pelo IBGE, sendo considerada também a taxa de crescimento da população total do município de Itaobim, obtida a partir dos dados históricos dos censos realizados, conforme tabela a seguir.

POPULAÇÃO RESIDENTE URBANA E RURAL MUNICÍPIO DE ITAOBIM (MG) SITUAÇÃO DO ANO DOMICÍLIO 1970 1980 1991 2000 2010 Total 15.487 18.161 20.358 21.271 21.001 Urbana 6.858 10.598 14.739 16.076 15.779 Rural 8.629 7.563 5.619 5.195 5.222

Tabela 23: População residente Urbana e Rural Fonte: IBGE – Censo Demográfico

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De posse dos dados apresentados, foi realizada a projeção populacional, adotando a fórmula do crescimento geométrico, que é a mesma empregada pelo IBGE para projeção de populações. Pode-se observar a projeção populacional para o período de alcance do sistema proposto. Especificamente para o município de Itaobim, utilizando os dados do último censo IBGE de 2010 (21.001 hab.) e a população estimada para 2018 (21.096 hab.), aplicando- se o método matemático, cuja fórmula foi definida anteriormente, ou seja, a taxa geométrica de crescimento populacional anual entre 2019 e 2039 será aproximadamente de 0,50%. Os resultados da projeção populacional obtidos para o município são apresentados a seguir:

PROJEÇÃO DEMOGRÁFICA POPULAÇÃO (habitantes) TAXA DE CRESCIMENTO MÉDIA ANUAL (%) ANO URBANA RURAL TOTAL URBANA RURAL TOTAL PERÍODO 1970 6858 8629 15487 _ _ _ 1970 a 1960 1980 10598 7563 18161 5,45% -1,24% 1,73% 1980 a 1970 1991 14739 5619 20358 3,91% -2,57% 1,21% 1990 a 1980 2000 16076 5195 21271 0,91% -0,75% 0,45% 2000 a 1990 2010 15779 5222 21001 -0,18% 0,05% -0,13% 2010 a 2000 2011 15874 5163 21036 0,60% -1,13% 0,81% 2012 a 2011 2012 16081 5106 21187 1,31% -1,10% 0,59% 2013 a 2012 2013 16187 5069 21255 0,66% -0,73% 0,43% 2014 a 2013 2014 16283 5032 21315 0,60% -0,73% 0,43% 2015 a 2014 2015 16412 4986 21397 0,79% -0,92% 0,56% 2016 a 2015 2016 16549 4942 21491 0,84% -0,87% 0,50% 2017 a 2016 2017 16668 4902 21570 0,72% -0,81% 0,48% 2018 a 2017 2018 16791 4861 21652 0,74% -0,83% 0,49% 2019 a 2018 2019 16921 4820 21740 0,77% -0,86% 0,51% 2020 a 2019 2020 17050 4779 21829 0,77% -0,84% 0,50% 2021 a 2020 2021 17178 4739 21916 0,75% -0,84% 0,50% 2022 a 2021 2022 17307 4699 22006 0,76% -0,84% 0,50% 2023 a 2022 2023 17439 4659 22098 0,76% -0,85% 0,50% 2024 a 2023 2024 17571 4620 22190 0,76% -0,84% 0,50% 2025 a 2024 2025 17704 4581 22284 0,76% -0,84% 0,50% 2026 a 2025 2026 17838 4542 22380 0,76% -0,84% 0,50% 2027 a 2026 2027 17973 4504 22476 0,76% -0,84% 0,50% 2028 a 2027 2028 18109 4466 22574 0,76% -0,84% 0,50% 2029 a 2028 2029 18246 4428 22674 0,76% -0,84% 0,50% 2030 a 2029 2030 18384 4391 22774 0,76% -0,84% 0,50% 2031 a 2030 2031 18523 4354 22876 0,76% -0,84% 0,50% 2032 a 2031 2032 18663 4317 22980 0,76% -0,84% 0,50% 2033 a 2032 2033 18804 4281 23085 0,76% -0,84% 0,50% 2034 a 2033 2034 18947 4245 23191 0,76% -0,84% 0,50% 2035 a 2034 2035 19090 4209 23299 0,76% -0,84% 0,50% 2036 a 2035 2036 19234 4174 23408 0,76% -0,84% 0,50% 2037 a 2036 2037 19380 4138 23518 0,76% -0,84% 0,50% 2038 a 2037 2038 19527 4103 23630 0,76% -0,84% 0,50% 2039 a 2038 2039 19674 4069 23743 0,76% -0,84% 0,50% 2040 a 2039 Tabela 24 – Evolução populacional 20 anos – Método Geométrico Fonte: Codanorte, 2019.

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5 MOBILIZAÇÃO E COMUNICAÇÃO SOCIAL

A Mobilização Social – MS é um documento integrante do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e visa, em linhas gerais, desenvolver e apresentar as etapas de sua elaboração junto à população, contribuindo para o desenvolvimento e o acompanhamento de ações de mobilização e participação popular. Está em conformidade com o cumprimento da Lei Federal nº 11.445/2007, que estabelece a participação e o controle social das comunidades envolvidas como condição básica para elaboração e legitimação dos Planos Municipais. Embora entendida como fundamental para o desenvolvimento do PMGIRS, o protagonismo popular está longe de ser um processo espontâneo, por isso, a necessidade de construção de equipamentos públicos e legais que fomentem esta prática junto à população. Ainda neste sentido, nos aportamos no inciso IV, do art. 3º, da lei 11.445/07 que define o controle social, garantindo ferramentas sociais de participação da população junto aos processos de “formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de saneamento básico”. No que tange essas questões, o presente plano objetivo para além da esfera legal, construir junto aos sujeitos mecanismos de controle social e participação, incentivando-os a refletirem sobre a importância desses mecanismos para o fortalecimento de uma cultura participativa e democrática. As ações, assim caminharam no sentido de instrumentalizar a população com elementos que possibilitassem seu maior protagonismo, com a clara ideia de que, tal questão não se constrói de um dia para outro, mas se manifesta com avanços e retrocessos, por meio de processos complexos presentes no dia-a-dia da própria comunidade. Foram realizadas ações para levantamento de dados referentes às peculiaridades do município de Itaobim, ações de comunicação para ampla divulgação do PMGRIS com eventos interativos, tais como: reuniões setoriais, audiências e conferências públicas, respeitando os objetivos do PMGIRS, e os objetivos específicos do Plano de Mobilização e Comunicação Social.

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5.1 Justificativa

A gestão integrada do sistema de limpeza urbana no Município, pressupõe por conceito, e fundamentalmente, o envolvimento da população e o exercício político sistemático junto às instituições vinculadas à todas as esferas dos governos municipais, estaduais e federal que possam nele atuar. A integração da população na gestão é realizada de duas formas:  Participando da remuneração dos serviços e sua fiscalização;  Colaborando na limpeza, seja reduzindo, reaproveitando, reciclando ou dispondo adequadamente o resíduo para a coleta, seja não sujando as ruas. A colaboração da população deve ser considerada o principal agente que transforma a eficiência desses serviços, em eficácia de resultados operacionais ou orçamentários. A população precisa ser estimulada a reduzir a produção de resíduos e tornar a operação mais econômica.

5.2 Objetivos Gerais da Mobilização Social

As ações de Mobilização e Comunicação Social para elaboração do PMGIRS são de suma importância, no intuito de sensibilizar, informar e envolver a população junto aos problemas relacionados com os serviços públicos, priorizando a transparência dos processos decisórios, o papel e comprometimento de cada cidadão com uma melhor qualidade de vida da sua comunidade. Sem a participação efetiva da população neste processo, qualquer alternativa se torna inviável. Alguns objetivos da participação social são

FASES OBJETIVOS DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL  Garantir a participação social em todas as etapas do processo de desenvolvimento do PMGIRS, na discussão das potencialidades e dos problemas de resíduos sólidos, e suas implicações, visando atender as necessidades e anseios da população;  Desenvolver e estimular formas de acompanhamento e participação, no processo de elaboração do PMGIRS, os Conselhos de Saúde, de Meio Ambiente e de Educação, Primeiras Fases lideranças locais, etc.;  Apresentar caráter democrático e participativo, considerando sua função social;  Sensibilizar a sociedade para a importância de investimentos na adequação dos resíduos sólidos, os benefícios e vantagens;  Conscientizar a sociedade da responsabilidade coletiva na preservação e na

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conservação dos recursos naturais;  Sensibilizar os gestores e técnicos municipais para os conhecimentos das ações de educação ambiental e mobilização social, de forma permanente, com vistas a apoiar os programas, projetos e ações de resíduos sólidos a serem implantadas por meio do PMGIRS;  Estabelecer canais para recebimento de sugestões e comentários, garantindo assim a avaliação e resposta a todas as propostas apresentadas.  Recolher dados diante da população, dos seus conhecimentos dos resíduos sólidos gerado pelo município;  Considerar a realidade prática local das condições de saneamento e saúde em Diagnósticos complemento às informações técnicas levantadas ou fornecidas pelos prestadores técnicos- de serviços; participativos  Considerar as formas de organização social da comunidade, com as suas características;  Esclarecida e sensibilizada, a população se tornará a principal aliada na implantação do programa elaborado.  Considerar as necessidades reais e os anseios da população para a definição do cenário de referência futuro; Diagnósticos e  Considerar o impacto socioambiental e sanitário dos empreendimentos de Planejamento saneamento existentes e os futuros para a qualidade de vida da população; estratégico  Desenvolver eventos abertos às comunidades locais, a exemplo de reuniões e – Cenário de audiência pública para discussão e participação popular na formulação do Referência. PMGIRS;  Sensibilizar, conscientizar, comprometer e engajar a população estudantil no que diz respeito a sua responsabilidade presente e futura no “CONCEITO DE CIDADE LIMPA”. Programas,  Considerar as necessidades reais e os anseios da população para a hierarquização Projetos e Ações da aplicação de programas e seus investimentos; para o alcance do  Considerar o ponto de vista da comunidade no levantamento de alternativas de Cenário de soluções de resíduos sólidos, tendo em conta cultura, os hábitos e as atitudes em Referência. nível local.  Estimular a prática permanente da participação e mobilização social na implantação da política municipal de resíduos sólidos; Fases posteriores:  Salientar que as questões ambientais estão sempre atreladas a outras ações Execução, comprometidas em assegurar o “CONCEITO DE CIDADE LIMPA” e maior avaliação e desenvolvimento social e econômico da cidade; previsão do  Estimular a criação de novos grupos representativos da sociedade não organizada PMGIRS. sensibilizados e com conhecimentos mínimos de saneamento básicos para acompanhar e fiscalizar a execução do PMGIRS.

Tabela 25: Objetivos da participação. Fonte: Codanorte, 2019.

5.3 Objetivos Específicos da Mobilização Social

Os objetivos específicos que foram seguidos para elaboração do PMGIRS estão descritos na tabela a seguir:

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FASES ETAPAS DESCRIÇÃO Organização administrativa do processo de instituição da equipe I Atividades responsável pela coordenação e execução do plano de comunicação 1 Preliminares social, definição do conteúdo mínimo do PGIRS e das atividades e respectivos responsáveis. Elaboração do diagnóstico da situação dos Resíduos Sólidos e de seus 2 impactos nas condições de vida da população. Elaboração de prognósticos e analise de alternativas para a gestão; 3 Definição de objetivos e metas, programas, projetos e ações. II Elaboração do 4 Definição de ações para emergências e contingências. PGIRS Proposição de mecanismo e procedimentos para a avaliação 5 sistemática da eficiência, eficácia e efetividade das ações programadas. Proposição do Sistema Municipal de Informações sobre Resíduos 6 Sólidos. III Aprovação Aprovação do PGIRS. 7 do PGIRS

Tabela 26 – Tabela de elaboração do PMGIRS. Fonte: Codanorte, 2019.

5.4 Metodologia para mobilização social

O PMGIRS de Itaobim foi elaborado com a cooperação do Departamento Municipal de Desenvolvimento Econômico e Sustentável, juntamente com a divisão de meio ambiente, que contribuíram com informações para cada etapa. Foram realizadas reuniões com o secretariado municipal e a engenheira ambiental responsável pelo departamento, apresentando a necessidade da elaboração e discussão dos itens necessários a serem levantados para o PMGIRS. Posteriormente, baseado nas informações levantadas, realizou-se o diagnóstico da situação dos resíduos sólidos em todo município, a seguir o prognóstico, sendo estas etapas apresentadas em audiências públicas, e ao final, uma conferência pública para apresentação do conteúdo da versão final do PMGIRS. Na conferência foi discutida a necessidade de criação do Conselho Municipal de Saneamento Básico conforme disposto na lei nº 11.445/2007. Nos eventos, foi apresentada a situação atual dos Resíduos sólidos do Município, discutidas junto à comunidade a veracidade das informações, e relatado os pontos fortes e fracos existentes, obtendo assim informações sobre a realidade dos serviços prestados, a

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existência de legislação e programas de educação ambiental. Foi possível ainda apontar as principais dificuldades, necessidades e expectativas da população de concretização das políticas públicas propostas.

5.4.1 Locais, datas e horários

Os locais, datas e horários dos eventos foram definidos pela equipe Departamento Municipal de Urbanismo e Fiscalização, de forma estratégica para garantir conforto aos participantes, espaço físico adequado, acomodação, acessibilidade e uma maior participação da sociedade.

5.4.2 Divulgação Complementar

Para a divulgação do PMGIRS de Itaobim, foram utilizados cartazes, convites e quadro de avisos na Prefeitura. Contou-se com atores sociais parceiros para a mobilização, sendo estes membros da Departamento Municipal de Urbanismo e Fiscalização e membros das associações comunitárias.

5.4.3 Disponibilização de recursos humanos e materiais

Os materiais necessários para realização dos eventos foram de responsabilidade da prefeitura como a elaboração da lista de presença, atas dos eventos, registros fotográficos, sistema de microfonia, etc. As atas de cada evento farão parte da versão final do PMGIRS, na forma de anexos. A participação das secretarias municipais foi de suma importância para que, todos os problemas relacionados aos resíduos sólidos fossem discutidos, e soluções propostas. Para que o PMGIRS tenha efetividade, todos os órgãos envolvidos com a tomada de decisões devem estar inseridos, como: Defesa Civil, Organizações da Sociedade Civil, Concessionária de saneamento e Secretarias.

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5.4.4 Ações e Atividades realizadas

As ações e Metodologia de Mobilização e Comunicação Social adotadas contemplaram três fases específicas: a divulgação do diagnóstico atual dos serviços de coleta e destinação dos resíduos sólidos no município de Itaobim, a divulgação do prognóstico, e a divulgação dos programas e ações necessárias para a implantação e execução deste PMGIRS.

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6 EXECUÇÃO DA MOBILIZAÇÃO SOCIAL

6.1 Reunião do diagnóstico para elaboração do PMGIRS

Em 25 de abril de 2019, foi realizada a primeira visita técnica e reunião no Departamento Municipal de desenvolvimento econômico e sustentável - DMDES, com os responsáveis pelo setor de limpeza pública e o Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Ambiental Sustentável do Norte de Minas – CODANORTE para tratar sobre da elaboração do PMGIRS. Nesta ocasião, foi realizado o levantamento de dados sobre a atual situação dos resíduos sólidos municipais desde a coleta até a destinação final e informações necessárias para elaboração do PMGIRS.

Foto 1: Primeira visita técnica para levantamento de dados para o PMGIRS Após elaborar o diagnóstico preliminar, este foi enviado para o Departamento Municipal de desenvolvimento econômico e sustentável – DMDES, especificamente para a Engenheira Ambiental Mariana Hamandé, responsável por fazer avaliação e possíveis correções, para posteriormente ser apresentado junto à comunidade em audiência pública.

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6.2 1ª Audiência Pública para apresentação e discussão do diagnóstico preliminar

No dia nove (09) de agosto de 2019, às 10h00min, foi realizada no espaço da sala de eventos da FETAEMG localizada na Av. Valter Oliveira, 169, Itaobim, a primeira Audiência Pública para apresentação do diagnóstico do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, destacando a importância da sua elaboração para o município. Os munícipes participaram com exposição e questionamentos dos principais problemas por eles enfrentados quanto a destinação e adequação dos resíduos sólidos, principalmente nas comunidades que não possuem coleta de resíduos, por serem de difícil acesso. Todas as colocações e informações foram descritas em ata (anexo 1).

Figura 8: Cartaz 1ª Audiência Pública Itaobim.

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Fotos 2 e 3: 1ª Audiência pública de discussão do diagnóstico do PMGIRS.

6.3 2ª Audiência Pública para apresentação e discussão do prognóstico

No dia quinze (15) de outubro de 2019, às 14h00min, foi realizada no auditório do departamento de educação, localizada na Av. Valter Oliveira, 169, Itaobim, a segunda

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Audiência Pública para apresentação do prognóstico do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, foram apresentadas as propostas de programas, projetos e ações para universalização dos serviços relacionados aos resíduos sólidos no município, baseado em informações relatadas no diagnóstico. Todas as colocações e informações foram descritas em ata (anexo 2).

Figura 9 – Divulgação da 2a Audiência Pública – Apresentação do Prognóstico.

Fotos 4: 2a Audiência Pública – Apresentação e discussão do Prognóstico.

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Fotos 5: 2a Audiência Pública – Apresentação e discussão do Prognóstico.

6.4 Conferência Pública Municipal

No dia vinte e um quinze (21) de novembro de 2019, às 13h00min, foi realizada no auditório do departamento de educação, localizada na Av. Valter Oliveira, 169, Itaobim, a Conferência Pública para apresentação do conteúdo e versão final do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Estiveram presentes, o prefeito municipal, servidores públicos e alunos da Escola Municipal de Itaobim, além de professores e convidados, conforme lista de presença. Após exposição do Plano pela equipe técnica do município e CODANORTE, os presentes aprovaram o conteúdo e registraram satisfação com o resultado final, conforme Ata (anexo 3).

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Figura 10 – Divulgação da Conferência Pública

Foto 6: Conferência Pública PMGIRS

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Foto 7: Conferência Pública PMGIRS.

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7 DIAGNÓSTICO TÉCNICO PARTICIPATIVO

Este diagnóstico foi elaborado pela equipe técnica do CODANORTE e do município de Itaobim, apresentado em audiência pública para a população e teve como metodologia:  Análise de documentos;  Visitas in loco;  Realização de audiências;  Preenchimento de formulário de pesquisa que será enviado à FEAM (anexo 4); Durante a fase de elaboração do diagnóstico, a população foi ouvida em audiência pública, o que possibilitou uma contribuição significativa para o levantamento dos dados.

7.1 Caracterização dos Resíduos

A caracterização de resíduos tem papel importante nessa etapa ao determinar os principais aspectos físico-químicos, biológicos, qualitativos e/ou quantitativos do resíduo gerado, pois estes aspectos analíticos auxiliam na classificação do resíduo para a escolha da melhor destinação. Conhecer o passo a passo para realizar a caracterização do resíduo é essencial para a gestão correta dos resíduos. Na caracterização é feita uma descrição detalhada da origem do resíduo, denominado com base em: seu estado físico; em qual processo originou-se; de qual atividade pertence; e qual o seu principal constituinte. Após levantamento destes dados será definida a forma de coleta/transporte e qual a destinação do resíduo se será em: aterro sanitário; ou se será destinado para tratamento térmico (Compostagem, Incineração, Coprocessamento, etc.) ou se terá uma nova alternativa ou outra forma de coleta/transporte e/ou destinação caso este seja consorciado com outros municípios. O Levantamento de informações para elaboração do PMGIRS de Itaobim, possibilitou quantificar por estimativa os seguintes resíduos:  Resíduos Urbanos;  Resíduos de Construção Civil e Demolição (RCC);

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 Resíduos Verdes: Varrição, Poda e Capina;  Resíduos Volumosos;  Resíduos de Serviços de Saúde;  Resíduo Industrial;  Resíduos de Logística Reversa;  Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris;  Resíduos Contaminados por óleos Lubrificantes e Graxos;  Os resíduos sólidos cemiteriais;  Resíduos de Açougue (Ossos e animais mortos);  Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico (ETE e ETA).

7.2 Resíduos Sólidos Urbanos e Rurais

Resíduos sólidos são todos os materiais que resultam das atividades humanas e que muitas vezes podem ser aproveitados tanto para reciclagem como para sua reutilização. A denominação “resíduo sólido” é usada para nominar o “lixo” sólido e semissólido, proveniente das residências, das indústrias, dos hospitais, do comércio, de serviços de limpeza urbana ou da agricultura. Os resíduos sólidos podem ser classificados em comum ou domiciliar, público e especiais. O resíduo comum é formado daqueles provenientes das residências, dos prédios públicos, do comércio e das escolas. Seu principal componente é a matéria orgânica. Faz parte também desse resíduo uma grande variedade de materiais recicláveis, entre eles, o papel, o papelão, os plásticos, as latinhas etc. Desta forma a estimativa da quantidade diária de resíduos domiciliares e comerciais gerados no Município de Itaobim é de aproximadamente 12 toneladas.

TOTAL DE RSU COLETADOS (T/DIA) Quantidade Destinação (Percentual em relação à Composição (t/dia) quantidade coletada) Matéria orgânica 5,8 Aterro controlado: 100 % Reciclagem: 18,66% Metais 0,04 Aterro controlado: 81,34 % Papel 0,08 Reciclagem: 23,16%

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Aterro controlado: 76,84 % Reciclagem: 55,4% Papelão 0,35 Aterro controlado: 44,6 % Reciclagem: 21,46% Plástico 0,24 Aterro controlado: 76,54 % Vidro 0,12 Aterro controlado: 100 % Outros Resíduos Reciclagem: 7,88% 0,03 (tetra Park) Aterro controlado: 90,12 % Tabela 27: Estimativa dos resíduos em Itaobim. Fonte: Extraído do formulário que será enviado à FEAM.

7.3 Resíduos de Construção Civil e Demolição (RCC)

A construção civil é uma grande geradora de impactos ambientais, modificando paisagens e acumulando grande quantidade de resíduos sólidos de suas obras. A Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição é um órgão destinado a trabalhar com o que há de mais avançado na questão dos resíduos da construção civil, em consonância com as questões ambientais é uma grade auxiliar para as empresas de construção civil. De acordo com a Resolução do CONAMA nº 307/2002, os resíduos da construção são provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras relacionadas à construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. Destaca-se que esse destino inadequado pode provocar o entupimento e o assoreamento de cursos d'água, de bueiros e galerias, estando diretamente relacionado às constantes enchentes e à degradação de áreas urbanas, além de propiciar o desenvolvimento de vetores de doenças. Se há um traço comum entre muitos municípios brasileiros este é o da existência de “depósitos clandestinos” de resíduos da construção. A impossibilidade financeira e mesmo técnica de atendimento a legislação, deixam a vista, como feridas do desenvolvimento sustentável os depósitos de entulhos, comumente denominados de “bota foras”.

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TOTAL DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL COLETADOS (ton./mês) Característica Quantidade (t/mês) Destinação¹ Grupo A 100 Todo material recolhido é destinado a aterros particulares agredidos por erosões. Tais aterros, geralmente encontram-se localizados em zonas mais afastadas da malha urbana. Grupo B Grupo C Grupo D Tabela 28: Estimativa de produção dos Resíduos da Construção Civil. Fonte: Extraído do formulário que será enviado à FEAM.

7.3.1 Bota-fora

Bota-fora é o termo usado para designar o local onde, genericamente, são depositados os produtos, não servíveis que necessitam ser colocados de lado, provisória ou definitivamente. Os bota-foras são constituídos por material não consolidado retirado de diversos locais. Como exemplo, podemos citar solo, areia, argila ou material rochoso proveniente de escavações, cortes e túneis. São muitos os resíduos poluidores dentre os diversos minerais que podem causar problemas ao meio ambiente, especial atenção deve ser dada aos sulfetos, que ao se oxidarem em contato com águas pluviais ricas em O2, podem liberar compostos de enxofre e metais pesados, como, chumbo, ferro, zinco, mercúrio, elementos radioativos, dentre outros. Existem alguns princípios que devem ser obedecidos quanto à disposição de resíduo da construção civil: I. Priorizar a não geração de resíduos; II. Uma vez gerado a ordem a seguir é a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final correta; III. Proibição da disposição final em locais inadequados, como:  Aterros controlados/lixões;  Bota-foras;  Lotes vagos;  Corpos d’água;  Encostas e áreas protegidas por lei.

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7.3.2 O embasamento legal

 Política Nacional de Resíduos Sólidos.  Resolução CONAMA nº 307 que trata da Gestão dos Resíduos da Construção Civil, de 5 de julho de 2002.  A legislação Estadual.  NBR (Normas Brasileiras Regulamentadoras).

7.3.3 As responsabilidades dos municípios

Cabe aos municípios elaborar um Plano Integrado de Gerenciamento, que incorpore:  Programa Municipal de Gerenciamento (para geradores de pequenos volumes);  Projetos de Gerenciamento em obra (para aprovação dos empreendimentos dos geradores de grandes volumes).

7.3.4 Responsabilidade dos geradores

Cabe aos geradores, elaborar Projetos de Gerenciamento em obra caracterizando os resíduos e indicando procedimentos para triagem, acondicionamento, transporte e destinação final adequada.

7.3.5 Dos grandes geradores

Deverão elaborar e implementar projetos de gerenciamento com procedimentos para manejo e destinação final adequada dos resíduos. Este item merece destaque por se tratar, de um dos graves problemas para a definição apropriada do sistema de coleta de resíduos sólidos regular, sua roteirizarão e manutenção da frequência. Deverá ser previsto o cadastramento de grandes geradores e estabelecimentos, estes poderão integrar o futuro serviço diferenciado de coleta.

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7.3.6 Dos pequenos geradores

Quando se referirem aos resíduos da construção civil deverão se orientar por diretrizes técnicas e procedimentos implementados pelo município. Os empreendedores cujas atividades não se enquadrem na legislação como sujeitas a licenciamento ambiental deverão apresentar a solicitação aos órgãos do município, acompanhada do projeto do empreendimento para sua análise quanto à adequação ao Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos. A Lei de Crimes Ambientais prevê penalidades para a disposição final de resíduos em desacordo com a legislação. Apresentamos a seguir informações sobre a classificação dos resíduos e o destino correto.

CLASSE INTEGRANTE DESTINAÇÃO A Componentes cerâmicos, Reutilizar ou reciclar na forma de agregados, ou argamassa, concreto e outros encaminhar a aterro de resíduos da construção civil, inclusive solos dispondo de modo a permitir sua utilização ou reciclagem futura. B Plásticos, papel e papelão, metais, Reutilizar, reciclar ou encaminhar a áreas de vidros, madeiras e outros. armazenamento temporário, permitindo sua reutilização ou reciclagem futura. C Gesso e outros Armazenar, transportar e destinar em conformidade com normas técnicas específicas. D Tintas, solventes, óleos e outros Armazenar, transportar reutilizar e destinar em resíduos contaminados. conformidade com normas técnicas específicas. Tabela 29: Classificação de Resíduos Fonte: Resolução CONAMA 307/2002.

7.4 Resíduos Verdes: Varrição, Poda e Capina

São os resíduos provenientes da manutenção de parques, áreas verdes e jardins, além da manutenção das redes de distribuição de energia elétrica, telefonia e outras. São comumente classificados em troncos, galharia fina, folhas e material de capina e desbaste. Boa parte deles coincide com os resíduos geridos nas atividades de limpeza pública.

TOTAL DE RESÍDUOS DE LIMPEZA PÚBLICA COLETADOS (T/DIA) Característica Quantidade (t/dia) Destinação¹ Varrição 0,6 Aterro Controlado

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Poda 6,8 Aterro Controlado Capina 4 Aterro Controlado Tabela 30: Resíduos de Limpeza Pública Fonte: Extraído do formulário que será enviado à FEAM.

7.5 Resíduos Volumosos

Os resíduos volumosos são definidos nas normas brasileiras sobre resíduos da construção com os quais, normalmente são transportados no processo de remoção das áreas geradoras. São constituídos por peças de grandes dimensões como móveis e utensílios domésticos inservíveis, grandes embalagens, podas e outros resíduos de origem não industrial e não coletados pelo sistema de recolhimento domiciliar convencional. Os componentes mais constantes são as madeiras e os metais.

7.6 Resíduos de Serviços de Saúde

De acordo com a resolução CONAMA 358/05, art. 3°, cabe aos geradores de resíduos de serviço de saúde e ao responsável legal, referidos no art. 1° desta Resolução, o gerenciamento dos resíduos desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública e saúde ocupacional, sem prejuízo de responsabilização solidária de todos aqueles, pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, causem ou possam causar degradação ambiental, em especial os transportadores e operadores das instalações de tratamento e disposição final, nos termos da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. O Art. 4° resolução CONAMA 358/05 os geradores de resíduos de serviços de saúde constantes do art. 1°, em operação ou implantação, devem elaborar e implantar o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde-PGRSS, de acordo com a legislação vigente, especialmente as normas da vigilância sanitária. Os resíduos de serviços de saúde requerem cuidados especiais do momento de sua geração a sua destinação final adequada, a Associação Brasileira de Normas Técnicas por meio da NBR 12810 estabeleceu normas para que a coleta seja realizada de forma eficiente.

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Sendo importante salientar que a coleta dos resíduos de serviços de saúde deve ser realizada separadamente dos demais resíduos, e em intervalos não superiores a 24 h, podendo ser realizada em dias alternados, desde que os recipientes contendo resíduo do tipo A e os resíduos orgânicos estejam em temperaturas adequadas. Cabe ressaltar que os serviços envolvidos direta ou indiretamente com o gerenciamento destes resíduos devem ser submetidos a treinamentos e estarem devidamente equipados, conforme a NBR 12810/93.

CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO Grupo A Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção. Grupo B Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente. Grupo C Resíduos contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratório de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia. Grupo D Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Grupo E Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como agulhas e lâminas de vidro, contaminados ou não.

Tabela 31: Grupos e Classificação dos Resíduos Fonte: Extraído do formulário que será enviado à FEAM.

CLASSIFICAÇÃO NO DE ESTABELECIMENTOS QUANTIDADE DESTINAÇÃO¹ GRUPO DE GERAÇÃO POR GRUPO DE GERAÇÃO (T/MÊS) Grupo A 5 0,6861 SERQUIP Grupo B 8 0,1573 SERQUIP Grupo C 0 0 - Grupo D 48 2,41 Prefeitura Municipal Grupo E 29 1,02785 SERQUIP Tabela 32: Total de resíduos de serviços de saúde coletados no município (t/mês) Fonte: Vigilância Sanitária.

7.7 Resíduo Industrial

De acordo com a Resolução CONAMA 313 de 2002 “Resíduo Sólido Industrial: é todo o resíduo que resulte de atividades industriais e que se encontre nos estados sólido, semissólido, gasoso – quando contido, e líquido – cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.

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Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição”. Os resíduos industriais são bastante diversificados e foram disciplinados, anteriormente à Política Nacional de Resíduos Sólidos, pela Resolução CONAMA no 313/2002. A partir da sua edição os seguintes setores industriais deveriam enviar registros para composição do Inventário Nacional dos Resíduos Industriais: indústrias de preparação de couros e fabricação de artefatos de couro; fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool, fabricação de produtos químicos; metalurgia básica, fabricação de produtos de metal, fabricação de máquinas e equipamentos, máquinas para escritório e equipamentos de informática, fabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias, e fabricação de outros equipamentos de transporte. A classificação de resíduos sólidos industriais deve ser feita considerando duas normativas, são elas a Resolução CONAMA 313 de 2002 e a ABNT NBR 10.004 de 2004. A ABNT NBR 10.004:2004 apresenta a classificação dos resíduos. De acordo com a Norma, os resíduos são classificados em:

CLASSIFICAÇÃO TIPOS DESCRIÇÃO Aqueles que apresentam risco à saúde pública ou ao meio ambiente ou até mesmo apresentam pelo menos umas das características como: Classe I Perigosos inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade ou os que constam nos Anexos A ou B da respectiva ABNT NBR.

Classe II Não perigosos Classe II A Não inertes Não inertes podem ter propriedades como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água Inertes são aqueles que, quando amostrados de uma forma representativa, segundo a ABNT NBR 10.007, e submetidos a um Classe II B Inertes contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se os aspectos de cor, turbidez, dureza e sabor, conforme Anexo G da ABNT NBR 10.004 Tabela 33: Resíduos Industriais: (De acordo com a NBR 10004/2004 da ABNT). Fonte: NBR 10.004:2004.

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CARACTERÍSTICA QUANTIDADE (t/ano) DESTINAÇÃO¹ Classe I 2,4 SERQUIP Classe II-A 0,8 SERQUIP Classe II-B 15 SERQUIP

Tabela 34: Total de resíduos industriais coletados (t/ano). Fonte: Extraído do formulário que será enviado à FEAM.

7.8 Resíduos de Logística Reversa

A logística reversa é um dos instrumentos para aplicação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. A PNRS define a logística reversa como um "instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”. De acordo com Decreto nº 7.404/2010 os sistemas de logística reversa serão implementados e operacionalizados por meio dos seguintes instrumentos:

7.8.1 Regulamento expedido pelo Poder Público Neste caso a logística reversa poderá ser implantada diretamente por regulamento, veiculado por decreto editado pelo Poder Executivo. Antes da edição do regulamento, o Comitê Orientador deverá avaliar a viabilidade técnica e econômica da logística reversa. Os sistemas de logística reversa estabelecidos diretamente por decreto deverão ainda ser precedidos de consulta pública.

7.8.2 Acordos Setoriais Os acordos setoriais são atos de natureza contratual, firmados entre o Poder Público e os fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, visando a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. O processo de implantação da logística reversa por meio de um acordo setorial poderá ser iniciado pelo Poder Público ou pelos fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes dos produtos e embalagens referidos no art. 18 do Decreto nº 7.404/2010.

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Os procedimentos para implantação da logística reversa por meio de um acordo setorial estão listados na subseção I da seção II do Capítulo III do Decreto nº 7.404/2010.

7.8.3 Termos de Compromisso

O Poder Público poderá celebrar termos de compromisso com fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes visando o estabelecimento de sistema de logística reversa:

I - Nas hipóteses em que não houver, em uma mesma área de abrangência, acordo setorial ou regulamento específico, consoante o estabelecido no Decreto nº 7.404/2010; ou II - Para a fixação de compromissos e metas mais exigentes que o previsto em acordo setorial ou regulamento.

São Resíduos com Logística Reversa Obrigatória: pilhas e baterias, pneus, lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio, e de luz mista, óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens, produtos eletroeletrônicos e seus componentes, entre outros a serem incluídos. Caberá aos consumidores devolver os produtos que não são mais usados em postos específicos, estabelecidos pelos comerciantes. Às indústrias cabe a retirada destes produtos, através de um sistema de logística, seja para reciclá-los ou reutilizá-los. À Administração incumbe criar campanhas de educação e conscientização para os consumidores, além de fiscalizar a execução das etapas da logística reversa. Com a implantação da logística reversa, da conscientização para a educação ambiental e seus benefícios, pode-se mitigar impactos causados por descartes residuais, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e obter um balanço ambiental positivo. Além disso, dá-se um passo rumo ao desenvolvimento sustentável do planeta, pois possibilita a reutilização e redução no consumo de matérias-primas.

Abaixo, estimativa de resíduos que precisam de logística reversa no município.

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CARACTERÍSTICA QUANTIDADE (T/MÊS) DESTINAÇÃO¹ Pilhas e baterias 0,03 Aterro Controlado Eletroeletrônicos 0,37 Aterro Controlado Lâmpadas 0,009 Aterro Controlado Pneus 7

Tabela 35: Total de resíduos sujeitos à logística reversa coletados (t/mês). Fonte: Extraído do formulário que será enviado à FEAM.

O Município não possui coleta de pneus pelo município. A destinação adequada destes resíduos é dos responsáveis pela comercialização, uma vez que se enquadra na logística reversa. O local mais próximo de recolhimento de Pneus é o município de Jequitinhonha, que é realizado pela RECICLANIP. Diante disso, os proprietários de estabelecimentos que possuem pneus inservíveis são orientados a enviar seus resíduos para Jequitinhonha. Outra prática comum dos pequenos estabelecimentos é deixar os pneus inservíveis para o lado de fora e algumas pessoas pegam para reutilizar em barragem, erosões na zona rural e cocheiras para animais.

7.9 Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris

Por meio da compostagem, a matéria orgânica produzida pode ser utilizada como parte da ração animal, adubo, ou, ainda, fonte de energia/combustível. Enquanto os resíduos sólidos inorgânicos são passíveis de reciclagem, diminuindo o passivo ambiental, além de propiciar uma fonte de renda complementar as famílias. O processo da logística reversa das embalagens vazias inicia-se com o agricultor, que após a utilização do agrotóxico tem a obrigação legal de efetuar a lavagem das embalagens, uma tríplice lavagem ou a lavagem sob pressão, e devolvê-las no prazo de um ano após a compra ou seis meses após o vencimento da data de validade do produto (SATO, CARBONE e MOORI, 2006). As embalagens vazias de agrotóxicos não lavadas, são classificadas pela Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) 10004/2004 (ABNT, 2004) como resíduos sólidos perigosos (classe I), exigindo procedimentos especiais para as etapas de manuseio e destinação adequada. Enquanto as embalagens lavadas corretamente por meio da tríplice lavagem ou sob pressão são classificadas como resíduos sólidos não perigosos (classe III).

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Os resíduos de agrossilvopastoris são os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades.

7.10 Resíduos Contaminados por óleos Lubrificantes e Graxos

Os lava-jatos são uma fonte de produção de resíduos sólidos, isso porque nas “águas de lavagem de automóveis existem detergentes de vários tipos, biodegradáveis ou não, restos de poeira, fuligem, graxa, gasolina e todo tipo de resíduo produzido pelos automóveis”, estopas e resíduos de fábricas que fazem manutenção de máquinas e que têm graxas e óleos necessitam ser descartados em aterros de resíduos de classe I, que são resíduos perigosos. Evidentemente que o grau de diluição dos panos é muito maior e não configura risco à saúde humana, mas panos que lavam automóveis e motores de automóveis devem ter algum tipo de contaminação com óleos e graxas. Estopas e resíduos de fábricas que fazem manutenção de máquinas e que têm graxas e óleos necessitam ser descartados em aterros de resíduos de classe I, que são resíduos perigosos. Evidentemente que o grau de diluição dos panos é muito maior e não configura risco à saúde humana, mas panos que lavam automóveis e motores de automóveis possuem contaminação com óleos e graxas.

7.11 Resíduos sólidos cemiteriais

Os resíduos sólidos cemiteriais são formados por: restos florais, velas, faixas, madeiras e vasos provenientes dos serviços de jardinagem, podas, varrição e limpeza. Atualmente, o Município de Itaobim possui 02 cemitérios no perímetro urbano, sobre a administração pública, e pequenos cemitérios nos distritos. A limpeza interna dos cemitérios do perímetro urbano é feita pela prefeitura, com os serviços de jardinagem, podas, varrição, coleta de resto de flores, velas, faixas e vasos, após a limpeza interna esses resíduos são depositados fora do cemitério e a empresa responsável pela coleta convencional e de poda fazem o recolhimento desse material.

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7.12 Resíduos da ETE e ETA

7.12.1 ETE

A quantidade gerada de lodo de esgoto cresce proporcionalmente ao aumento dos serviços de coleta e tratamento de esgoto, que, por sua vez, deve acompanhar o crescimento populacional. Em 2010, estimativas apontavam uma produção nacional de 150 a 220 mil toneladas de matéria seca por ano, considerando que o tratamento de esgoto atingia apenas 30% da população urbana. Em média, estima-se que cada ser humano produza cerca de 120g de sólidos secos diários lançados nas redes de esgoto. O esgoto, quando não contém resíduos industriais, é basicamente composto por 99,87% de água, 0,04% de sólidos sedimentáveis, 0,02% de sólidos não sedimentáveis e 0,07% de substâncias dissolvidas. O tratamento de esgoto por processo biológico resulta em dois tipos de resíduos: o efluente líquido pronto para ser devolvido ao meio ambiente e o lodo (primário e secundário) que é um material pastoso com grande concentração de micro-organismos, sólidos orgânicos e minerais. O aproveitamento do lodo já é feito em outros países há bastante tempo, sendo o reuso agrícola o método mais empregado, no Brasil as alternativas de reuso ainda são pouco utilizadas e a destinação mais comum é o aterro sanitário. O artigo 3º da Resolução CONAMA nº 375/2006, que define critérios e procedimentos para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, determina que os lodos gerados em sistemas de tratamento de esgoto sejam submetidos a processos de redução de patógenos e da atratividade de vetores, para que possam ser utilizados na agricultura.

7.12.2 ETA

No processo de produção de água potável, considerado como uma das etapas da indústria da água há geração de resíduos devido à presença de impurezas na água bruta e

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aplicação de produtos químicos. Esses resíduos apresentam características e propriedades diversas e geralmente desconhecidas, dificultando a solução do problema. Os principais resíduos gerados nas ETAs, que possuem tecnologia de ciclo completo, são o lodo de decantadores e a água de lavagem de filtros (ALAF). As principais perdas de água, neste tipo de sistema, ocorrem devido à necessidade de limpeza das unidades de tratamento para remoção de resíduos (lavagem de floculadores, decantadores e filtros) e vazamentos nas unidades e/ou tubulações. O lodo é definido como resíduo sólido, e, portanto, deve estar em consonância com os preceitos da Lei 12.305/2010 (artigo 3º, inciso XVI) (BRASIL, 2010) e da série de normas NBR 10.004/2004 (ABNT, 2004) No Brasil, a problemática dos resíduos de ETAs deve ser analisada sob a ótica da legislação vigente, levando-se em conta aspectos relativos ao conhecimento mais profundo sobre as características físicas, químicas e biológicas; as condições operacionais dos sistemas de tratamento de água que geram esses resíduos; as condições e periodicidade de limpeza de filtros e decantadores; os impactos ambientais do lançamento in natura (solo ou águas superficiais); as alternativas de tratamento dos resíduos e a destinação ou disposição final das fases sólida e líquida após o tratamento (desaguamento). Avaliar e gerenciar as unidades de tratamento em uma ETA pode ser útil também para minimizar a água utilizada na limpeza das unidades e, consequentemente, reduzir a geração de resíduos. Adotar sistemas mais eficientes, que busquem economia na água de lavagem dos decantadores e filtros, deve ser considerado no projeto e nos procedimentos operacionais de um sistema de tratamento de água.

CARACTERÍSTICA QUANTIDADE (T/MÊS) DESTINAÇÃO¹ Lodo da ETE 0,03 Aterro da Copasa Lodo da ETA 0,17 Rio Jequitinhonha

Tabela 36: Total de resíduos de serviços públicos de Saneamento Básico coletados (t/dia) (ETE / ETA) Fonte: Extraído do formulário

que será enviado à FEAM.

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8 LEVANTAMENTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS PELO MUNICÍPIO ITAOBIM

No município de Itaobim o serviço de limpeza pública, como coleta dos resíduos domiciliares e comerciais, varrição, capina e poda são todos terceirizados (contrato de prestação de serviço no Anexo 5). Fica a cargo do município apenas a destinação final dos mesmos e a fiscalização dos serviços prestados. Atualmente o município desenvolve várias ações com a finalidade de cumprir a Política Nacional de Resíduos, dentre as quais destacam as elencadas neste PMGIRS.

8.1 Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos

O Departamento Municipal de Urbanismo e Fiscalização é o órgão municipal que opera e gerencia os serviços de limpeza, juntamente com a divisão de meio ambiente que fiscaliza o serviço da coleta dos RSU. Considerando a metodologia de caracterização de Resíduos Sólidos Urbanos – RSU em Minas Gerais estabelecido pela FEAM – Fundação Estadual de Meio Ambiente, em média 1 m³ de RSU equivale a 200 Kg. Em relação à natureza dos resíduos sólidos gerados, têm-se no município resíduo de origem domiciliar, de construção civil, de serviços de saúde, de varrição, poda e capina, sendo o resíduo comercial similar ao domiciliar perante a coleta.

8.2 Coleta Convencional

O sistema de coleta adotado no município é o convencional, realizado simultaneamente nos dois lados da rua e definido de acordo com a realidade local. É realizada no período diurno, abrangendo todas as ruas pavimentadas e não pavimentadas, possuindo rota pré-definida para o centro, nos 16 bairros e 2 comunidades rurais.

Tabela 37: Cronograma de coleta Fonte: Divisão de Meio Ambiente

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A coleta convencional atinge 100% da área urbana e aproximadamente 15.779 hab. (IBGE, estimativa 2018) e 19% da área rural ou seja 1028 hab. dos distritos de São João e Pasmado, conforme tabela a seguir. No município de Itaobim é realizada a coleta convencional e coleta seletiva, ambas possuem cronogramas distintos. A planilha do volume coletado em 2018 e 2019 consta do Anexo 6 deste plano. A coleta de resíduos volumosos (poda e capina) é realizada conforme a demanda.

8.3 Acondicionamento dos Resíduos Domiciliares e Comerciais

O acondicionamento dos resíduos domiciliares e comerciais realizado pela população, normalmente apresenta-se de maneira adequada no momento da coleta. Os resíduos domiciliares são acondicionados habitualmente em sacos, latões, caixas de papelão, baldes plásticos (muitas vezes reaproveitando vasilhames de produtos comercializados, por exemplo galões de tinta, etc.), sacos plásticos, sacolinhas ou até mesmo no chão em frente às residências. Alguns locais ocorrem o acondicionamento de resíduos de maneira inadequada devido à inexistência de lixeiras próximas às residências ou simplesmente dispostos fora das lixeiras, quando existentes. Apesar da coleta convencional ter horários específicos para

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passar nos bairros, alguns moradores não respeitam, colocando o resíduo produzido fora do horário, aumentado assim à possibilidade de animais dispersa-los pela rua.

Fotos 08 e 09: Disposição de resíduos para coleta. Fonte: Divisão de meio ambiente, 2019.

Das maneiras de acondicionamento incorretas, observa-se maior incidência nas zonas e localidades de maiores carências socioeconômicas, que pode ser justificado pela falta de recursos dos moradores, para investimento em recipientes adequados, o que ocasiona a proliferação de insetos, ratos e vetores de doenças em geral. Alguns moradores possuem instaladas em suas calçadas lixeiras fixas, que facilitam a disposição dos resíduos

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no momento da coleta, o que não isenta os demais dos maus hábitos em descartar os resíduos de forma e locais inadequados. O manejo dos resíduos é realizado por equipe (varrição, coleta e capina) formada por 37 (trinta e sete) funcionários, incluindo o motorista do caminhão. Estes possuem uniformes e equipamentos de proteção individual (EPI’s). É importante ressaltar que a empresa disponibiliza EPIs pensando no bem-estar e segurança dos seus funcionários. As técnicas básicas de trabalho devem ser obedecidas pelos trabalhadores envolvidos no processo de coleta, para um efetivo resultado em todo o processo, tais como: I. Os coletores devem pegar e transportar os recipientes com precaução, esvaziando-os completamente, com os cuidados necessários para não os danificar e evitar a queda dos resíduos nas vias públicas; II. Os resíduos que estiverem em sacos de lixo, devem ser transportados com cuidado redobrado e sempre afastado do corpo; III. Os resíduos depositados nas vias públicas pelos moradores que estiverem espalhados ou que caírem durante a coleta deverão ser varridos e recolhidos. IV. Todas as operações deverão ser executadas sem ruído e sem danificar os recipientes.

Foto 10: Lixeira para acondicionamento de resíduos. Fonte: Divisão de Meio Ambiente, 2019.

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Foto 11: Lixeira para acondicionamento de resíduos. Fonte: Divisão de meio ambiente, 2019.

8.4 Veículos/equipamentos e pessoal envolvidos na coleta

A empresa responsável pelo serviço de limpeza pública possui um caminhão compactador com capacidade de 8 toneladas ou 15 m³, para realizar a coleta dos resíduos sólidos urbanos, e uma caçamba com capacidade de 6m³, para a coleta dos resíduos volumosos que esta possui proteção lateral e sombrite para cobrir e evitar perda de resíduos durante o percurso até o aterro controlado. Para execução dos serviços possui 10 (dez) funcionários coletores de resíduos, sendo 02 (dois) coletores para cada caminhão caçamba e 03 (três) para o caminhão compactador e 3 motoristas, conforme serviços prestados atualmente, para o exercício de 2019. Todos os veículos utilizados na coleta são terceirizados. O município possui um caminhão compactador, este encontra-se sem utilização devido a coleta ser terceirizada, um caminhão que é utilizado na coleta seletiva e um trator de esteira específico para uso na manutenção do aterro.

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Foto 12: Coleta domiciliar. Fonte: Divisão de Meio Ambiente, 2019.

8.5 Coleta Comercial

Os resíduos do comércio são armazenados em sacos plásticos, caixas de papelão e dispostos em lixeiras e coletados pela coleta regular do município. Alguns comerciantes fazem a disposição de resíduos nos passeios em frente aos estabelecimentos, outros já deixam separados para a coleta seletiva, pois a maior parte dos resíduos gerados pelos comércios são recicláveis.

8.6 Serviços de Limpeza e Manutenção das Praças

Em Itaobim são realizados serviços de limpeza como: varrição, jardinagem e podas nas praças da cidade. Os resíduos provenientes de jardinagem e podas são coletados por caminhão e destinados ao Aterro Controlado.

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8.7 Varrição, capina e poda

A execução dos serviços de limpeza pública em geral é realizada pela empresa responsável por toda a coleta municipal. A varrição de ruas, poda, coleta de podas de árvores, capina e roçada são realizados de acordo com a demanda. A destinação final desses resíduos é de responsabilidade da prefeitura, que realiza a coleta em um caminhão específico para tal e os envia para o aterro. A empresa responsável pela varrição disponibiliza para execução dos serviços EPIs como: luvas, uniformes com faixas reflexivas, botinas, chapéus e bonés. A varrição é realizada diariamente no centro e demais regiões seguem dias estabelecidos conforme cronograma a seguir.

Tabela 38: Cronograma da varrição. Fonte: Divisão de Meio Ambiente, 2019.

Em relação à rotina operacional, os serviços de varrição são efetuados por trio de varredores, conforme prática consagrada nesse tipo de atividade, onde dois profissionais varrem todos os resíduos descartados no chão pela população, acumulando-os em montículos ao longo das sarjetas, enquanto o outro, munido de carrinho de mão recolhe e

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depositam em sacos de 100 litros que posteriormente são coletados e transportados para o aterro.

Fotos 13 e 14: Serviços de Varrição. Fonte: Divisão de Meio Ambiente, 2019.

8.7.1 Poda

O Serviço de poda de árvores particulares é realizado por um morador que executa e cobra pela prestação do serviço. A empresa responsável pela coleta municipal de resíduos volumosos faz somente o recolhimento dessas podas, e os encaminha ao aterro controlado. O serviço de poda de árvores é executado por empresa terceirizada.

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Foto 15: Coleta do serviço de poda. Fonte: Divisão de Meio Ambiente, 2019.

8.7.2 Capina

A capina e roçada é realizada pela Prefeitura de acordo com a necessidade e demanda, e os resíduos proveniente destes são coletados no caminhão caçamba.

Foto 16: Capina manual e com roçadeira. Fonte: Divisão de Meio Ambiente, 2019.

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8.8 Serviços de Limpeza e Manutenção dos Cemitérios

O Município de possui 1 (um) cemitério no perímetro urbano, sobre a administração pública e pequenos cemitérios nas comunidades rurais. A limpeza dos cemitérios é realizada de acordo com a necessidade pelos funcionários do município que trabalham no local. A coleta destes resíduos é de responsabilidade da empresa terceirizada. Os resíduos sólidos dos cemitérios são constituídos por: I. Da construção civil, oriundos de reformas de túmulos e infraestrutura; II. Dos restos florais, velas, faixas, madeiras e vasos; III. De serviços de jardinagem, podas, varrição e limpeza.

1.1 Serviço de Coleta de Animais Mortos

A prefeitura só realiza o recolhimento de animais mortos de grande porte como equinos caso tenham sido atropelados na BR-116 no perímetro urbano, de forma a prevenir novos acidentes se permanecerem no local. Após recolhidos são dispostos em valas especiais no aterro controlado, onde também são enterrados os animais abatidos pela vigilância epidemiológica.

8.9 Serviço de Coleta de ossos (açougue)

A prefeitura não realiza o serviço coleta de ossos. Os estabelecimentos que geram estes tipos de resíduos deverão elaborar um plano de resíduo individual e destinar adequadamente os mesmos.

8.10 Compostagem

Não possui no município pátio para realizar a compostagem, todo o resíduo orgânico coletado é enviado para o aterro.

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A população de Itaobim tradicionalmente faz a segregação da maioria dos resíduos orgânicos, para utilização como adubo orgânico em pequenas hortas caseiras ou mesmo para a alimentação de animais de pequeno e médio porte como galinhas e porcos, que são criados em sítios próximos a área urbana. Nas comunidades rurais onde não há coleta regular, os resíduos orgânicos em quase sua totalidade são destinados à engorda de animais.

8.11 Queimadas

A queimada pode ser uma alternativa desastrosa tanto para o meio ambiente quanto para o ser humano. Ao se promover a queima do resíduo, o fogo pode extravasar e ocasionar incêndios, com perdas para a fauna, flora nativa e empobrecimento do solo, causando também perda de nutrientes provindos da queima da matéria orgânica. Outra questão é a emissão de gás carbônico, totalmente prejudicial ao meio ambiente e à saúde humana, a sua liberação causa poluição do ar, sendo assim responsável por alguns fenômenos, tais como efeito estufa e inversões térmicas. A Gestão Municipal não realiza queima de resíduos. Quando há necessidade de limpeza de áreas públicas, realiza-se a capina ou roçada, com o recolhimento dos resíduos pela equipe da limpeza urbana, que os encaminham para o aterro. Na zona rural o mecanismo mais comum para a redução de resíduos sólidos, são as queimadas, que posteriormente são soterrados. A falta de coleta ou mesmo a dificuldade de acesso aos locais que realizam este serviço, faz com que a população opte por este método mais rápido, já os resíduos orgânicos em quase sua totalidade são destinados à engorda de animais.

8.12 Resíduos de construção civil e demolição- (RCC)

Em Itacambira diversas são as origens, podem ser as grandes construções, ou mesmo as pequenas reformas, independentemente do tamanho, encontram-se espalhados por diversos pontos da cidade. Além da composição semelhante, oriunda de processos

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construtivos, temos a profunda indisciplina existente quanto à destinação correta destes resíduos. Em Itaobim os RCC são coletados por uma empresa particular. Em caso de obras, reformas e demais atividades que gere este tipo de resíduos, fica sobre responsabilidade do proprietário contratar uma empresa para fazer a coleta de todo o volume gerado.

8.12.1 Coleta dos Resíduos da Construção Civil (RCC)

No município possui apenas uma empresa que faz esse recolhimento, segundo a mesma, todo material recolhido é destinado a aterros particulares agredidos por erosões. Tais aterros, geralmente encontram-se localizados em zonas mais afastadas da malha urbana. Em caso de disposição inadequada desses resíduos na área urbana o município notifica o morador responsável.

Foto 17: Disposição inadequada de Resíduos da Construção Civil. Fonte: Divisão de meio ambiente, 2019.

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Foto 18: Disposição inadequada de Resíduos da Construção Civil. Fonte: Divisão de meio ambiente, 2019 - Bairro Guadalupe.

8.13 Resíduo Industrial

No município de Itaobim contém indústrias de pequeno e médio porte sendo:  Três fábricas de tijolos e telhas;  Duas empresas que fazem somente o transporte de eucalipto;  Uma que faz o tratamento de eucalipto,  Uma concreteira;  E uma empresa de fabricação de argamassa. Foram enviados ofícios solicitando informações sobre os resíduos produzidos e obtivemos apenas uma resposta, conforme anexo 7. Vale salientar que tais resíduos não são destinados no aterro municipal.

8.14 Resíduo de Mineração

Com relação aos resíduos de mineração no município de Itaobim, encontra-se em funcionamento duas empresas, um areial e uma mineradora de granito, foi enviado ofício

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solicitando informações sobre os resíduos gerados. Apenas a mineradora de granito respondeu (anexo 8).

8.15 Logística reversa

No Município não possui nenhum departamento municipal que trabalhe a logística reversa, estes resíduos são coletados parcialmente por empresas privadas, os demais são coletados juntamente com os resíduos domiciliares.

8.15.1 Lâmpadas, Pilhas e Baterias

Não possui monitoramento pelo poder público sobre a quantidade gerada e a destinação final destes resíduos, no entanto é comum encontrá-los dispostos juntamente com os resíduos domiciliares. Somente após a implantação de eco pontos será possível mensurar a quantidade gerada para assim dar uma destinação final adequada.

8.15.2 Pneus inservíveis

O município de Itaobim, busca a todo o momento realizar ações de prevenção e combate ao vetor Aedes Aegypti, transmissor das doenças como Dengue, Zika e Chikungunya e Febre Amarela Urbana, o departamento de epidemiologia faz visitas periódicas aos locais onde tem armazenamento de pneus e possíveis focos de criatórios desses vetores. Não possui coleta pneus pelo município. A coleta e destinação adequada destes resíduos são dos geradores, uma vez que se enquadra na logística reversa. O local mais próximo de recolhimento de Pneus é o município de Jequitinhonha, que é realizado pela RECICLANIP. Diante disso, os proprietários de estabelecimentos que possuem pneus inservíveis são orientados a enviar seus resíduos para Jequitinhonha. Outra prática comum dos pequenos estabelecimentos é deixar os pneus inservíveis para o lado de fora e algumas pessoas pegam para reutilizar em barragem, erosões na zona rural e cocheiras para animais.

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Foto 19: Disposição de pneus inservíveis, coberto e a céu aberto. Fonte: Divisão de meio ambiente, 2019.

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8.16.3 Óleo de Cozinha

No município de Itaobim não possui coleta e destinação adequada destes resíduos. Alguns moradores isoladamente, reutilizam este resíduo para fabricação de sabão artesanal.

8.16.4 Vidro

No município de Itaobim não possui volume estimado da geração destes resíduos. A coleta é realizada juntamente com a coleta domiciliar e todo o volume é enviado ao aterro controlado.

8.16 Resíduos Contaminados por óleos Lubrificantes e Graxos

No perímetro urbano do município possui 3 (três) postos de combustíveis e 2 (dois) na BR-116 sentido Ponto dos Volantes. Nenhum destes estabelecimentos possuem lava-jatos. O município possui um lava-jato particular e aproximadamente 11 (onze) borracharias. Os postos de combustíveis são supervisionados quando precisam de renovação de licença ambiental, porém os demais estabelecimentos não são fiscalizados, sendo altamente poluidores, se não gerenciados corretamente. Não possui recolhimento específico desse resíduo no município.

8.17 Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris Orgânicos e Inorgânicos

As práticas de compostagem e reciclagem são pouco frequentes no meio rural, e mesmo em centros urbanos. O município de Itaobim possui três estabelecimentos que comercializam produtos agrossilvopastoris. Foram enviados ofícios solicitando informações de resíduos produzidos, mas não obtivemos resposta.

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8.18 Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico

Em resposta ao ofício 01/2019 (anexo 9), a COPASA informa que há geração de resíduos sólidos na Estação de Tratamento de Esgoto de 0,03 t/dia, destinado para aterro próprio. Já na Estação de Tratamento de Água existe a geração 0,17 t/dia destinados para rio Jequitinhonha.

8.19 Resíduos de Serviços de Saúde – RSS

Os serviços de saúde no município são organizados pela Secretaria Municipal de Saúde à qual compete identificar, planejar e executar ações e estratégias de promoção e prevenção em saúde na atenção básica, secundária e terciária, através de políticas de saúde pública, em consonância com as diretrizes do Sistema Único de Saúde. O Município de Itaobim dispõe de uma modesta rede de unidades de saúde, composta por Unidades Básicas de Saúde – UBS, Postos de Saúde Públicos e clínicas particulares, as quais são dotadas de profissionais capacitados e equipamentos de primeira geração, em modernos hospitais, nos setores públicos e privados. Algumas unidades de saúde de Itaobim, segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNE, do Ministério da Saúde. I. Centro de Saúde Mental de Itaobim CESAMI – CNES; II. Laboratório de Análises Clínica de Itaobim; III. CISMEJE; IV. Hospital Vale do Jequitinhonha; V. PSF Alta Vista; VI. PSF Central; VII. Posto de Saúde Estação da luz; VIII. Posto de Saúde Bela Vista; IX. Posto de Saúde Sobrado; X. Posto de Saúde São João; XI. Posto de Saúde Pasmado; XII. Posto de Saúde Córrego Novo;

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XIII. Posto de Saúde Nossa Senhora da Paz; XIV. Unidade de Saúde PSF São Cristóvão; XV. Unidade Básica de Saúde de Itaobim; XVI. Unidade Básica do Programa de Saúde Alvorada; XVII. Unidade Básica do Programa de Saúde da Família B Esperança XVIII. Centro de Testagem e Aconselhamento. Conforme informações passadas pela Vigilância Sanitária os estabelecimentos informados acima que produzem RSS são de responsabilidade do município gerando em média 150 kg de RSS do grupo E. Os RSS gerados por estabelecimentos particulares (farmácias e consultórios odontológicos), a responsabilidade de coleta, tratamento e destinação final adequada é do respectivo gerador, não foi informado neste diagnóstico o seu quantitativo. No município de Itaobim, segundo relatório da Vigilância Sanitária, possui 33 estabelecimentos comerciais que produzem algum tipo de RSS, distribuídos entre consultórios médicos e odontológicos, farmácias e uma funerária, um hospital e um centro de hemodiálise. Destes estabelecimentos os que produzem maior quantidade é o hospital e hemodiálise. Além disso, o município possui 8 – PSF (Programa Saúde da Família), 3 CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), 1 CISMEJE (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Jequitinhonha) 1 Melhor em Casa (atendimento domiciliar de pessoas acamadas com uma equipe multiprofissional), são locais que produzem RSS que são de responsabilidade do município. Itaobim faz parte do CISMEJE (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Jequitinhonha) e a partir do mês de agosto de 2019, o município credenciou via consórcio com a Empresa SERQUIP, para fazer o recolhimento dos RSS que é de responsabilidade do município.

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9 COLETA SELETIVA

Coleta Seletiva é o processo que consiste na separação e no recolhimento dos materiais recicláveis separados nas residências, comércios, escolas, órgão públicos dentre outros. Em março de 2017 através de um projeto do governo do Estado de Minas Gerais, chamado Minas Reciclando Atitudes Repensando o Futuro, no qual o município de Itaobim aderiu e se comprometeu em participar na criação de uma associação de catadores de materiais recicláveis dando apoio técnico, maquinário para triagem e a prensagem dos materiais, além do caminhão com motorista para efetuar a coleta e dois vigias para o galpão de triagem, pois o mesmo se encontra em uma área da zona rural onde acontecem muitos furtos e os maquinários para o processo de reciclagem como as prensas e a balança tem valor de mercado significativo. Através desse projeto foi criado a ASCAITA (Associação de catadores de materiais recicláveis de Itaobim-MG) que começou a operar no dia 4 de julho de 2018 onde a prefeitura realizou uma carreata de lançamento da associação para mobilizar toda a população sobre da importância da reciclagem, além disso foram realizados panfletagens porta-a-porta, palestras em escolas e divulgação na rádio e em redes sociais. Os sete catadores que fazem parte da ASCAITA eram catadores informais que coletavam nas ruas e hoje através da associação se tornaram catadores formais sendo reconhecidos como profissionais. O município trabalha ativamente na conscientização sobre importância da coleta seletiva e reciclagem, pois assim teremos cidade mais limpa, reduzindo o volume de resíduos enviados ao aterro (o que amplia a sua vida útil), reduzindo a extração de recursos naturais e reutilizando os resíduos (por meio da reciclagem e do reaproveitamento). Além disso, ajudamos na valorização dos resíduos sólidos, na geração de empregos e de renda para os catadores de matérias recicláveis que dependem da comercialização do material a ser reciclado. O serviço de coleta seletiva é realizado por 7 catadores da ASCAITA e um motorista da prefeitura, onde 2 catadores realizam a coleta dos recicláveis na cidade e os outros 5 ficam no galpão fazendo o trabalho de triagem e de prensagem desse material recolhido, o veículo utilizado para a coleta é um caminhãozinho F400.

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Figura 11: Panfleto da Coleta Seletiva e Cronograma da Coleta.

Fotos 20, 21, 22 e 23: Coleta Seletiva, Caminhão da coleta de recicláveis, processo de triagem e prensagem dos recicláveis.

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10 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O Município de Itaobim trabalha a educação ambiental estruturado e planejado com enfoques para produção de resultados específicos e que possam contribuir com melhorias na percepção ambiental de fatores estratégicos para a gestão de ações que visam:  A preservação do meio ambiente;  A coleta seletiva e reciclagem do resíduo doméstico;  Nossos recursos naturais, a flora, fauna e água;  A prática da sustentabilidade para manter o equilíbrio homem e natureza. Dentre as atividades desenvolvidas voltadas para área de educação ambiental o município realiza nas escolas municipais comemorações como dia da água, meio ambiente e outras com foco na preservação. A Divisão de Meio Ambiente participa de palestras nas escolas com enfoque na coleta seletiva e a importância dela para o meio ambiente. Das as escolas com maior fluxo de aluno a Escola Estadual de Itaobim, tornou-se o primeiro eco ponto para a coleta de materiais recicláveis e mantem ativa.

Foto 24 e 25: Palestra na Escola Estadual de Itaobim e Mobilização Coleta Seletiva.

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11 SERVIÇOS DA SEÇÃO DE FISCALIZAÇÃO DE LIMPEZA URBANA

É responsabilidade da gestão municipal a fiscalização e notificação de lotes vagos para fazer limpeza, construção de passeio, cerca/muro e a fiscalização das empresas de caçambas, apreensões de animais nas vias públicas (equinos, bovinos e caprinos), e fiscalização de alvarás de funcionamento (pessoa física e jurídica). A emissão de alvarás e autorizações fica sobre competência da prefeitura, como:  Alvarás eventuais (festas, show, feiras, parques, circos e outros eventos);  Autorizações para vendas ambulantes (comércio informal);  Autorização para instalação de: Toldos nas fachadas dos edifícios; Banca de jornal, revistas e livros; Barracas (para festas de caráter públicas e religiosas) provisórias; Caixas coletoras de papéis usados; Bancos e abrigos nas vias públicas; Coretos e palanques (para comícios, festividades cívicas, religiosas), Serviços executados em logradouros públicos.  Autorização para instalação de dispositivos de publicidade (Outdoor, painéis, luminosos, faixas e outros);  Cancelamento de taxas (funcionamento, publicidade, horário especial, ocupação de solo).

A limpeza de lotes vagos é de responsabilidade do proprietário, podendo a prefeitura notificar, caso estes possuam entulhos e ofereçam riscos à população. Quando o proprietário não é encontrado para ser notificado, os agentes da vigilância em conjunto com os fiscais de obras identificam os riscos e a própria prefeitura realiza a limpeza como forma de prevenir proliferação de vetores de doenças.

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12 DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS (ATERRO CONTROLADO)

Segundo o que consta na Lei no 12.305, de 02 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, em seu Art. 3o e item VIII, a disposição final ambientalmente adequada dos resíduos se configura na distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos. Então, seguindo estas predições e normas específicas, o município de Itaobim, dispõe os resíduos em um aterro controlado, distante 8,28 km de sua sede, que vem recebendo todas as categorias de resíduos sólidos gerados, exceto de saúde, industriais e de mineração. É importante ressaltar que esta disposição se faz contrária, não somente a lei, mas também ao meio ambiente, já que favorece a poluição do solo e dos corpos hídricos. Os resíduos coletados diariamente são encaminhados para o aterro controlado municipal, depositado em valas, que são preenchidas e cobertas diariamente ou a cada 3 dias por camada de terra. A área do aterro é cercada, possui mata burro na entrada, placa de identificação e um portão com cadeado para garantir um maior controle das pessoas que circulam na área. As únicas pessoas autorizadas para circular na área são: a equipe da empresa de coleta, os catadores da associação, se faz necessário, uma vez que o galpão de triagem é dentro desta área, os vigias e os funcionários da prefeitura que trabalham na manutenção e limpeza do local. Ressalta-se que o local utilizado atualmente não foi licenciado, por se tratar de um aterro controlado. O município está em processo de construção e regularização ambiental do aterro sanitário de pequeno porte juntamente com uma UTC.

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Foto 26: entrada do aterro controlado. Fonte: Divisão de Meio Ambiente, 2019.

Foto 27: Localização entre o aterro atual e a área urbana

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Figura 12: imagem via satélite da localização do aterro controlado. Fonte: Divisão de Meio Ambiente, 2019.

A tabela abaixo indica a localização da área utilizada atualmente para disposição de resíduos sólidos.

Distância média até o núcleo Coordenadas Características favoráveis Área Potencial Endereço populacional / Geográficas transbordo / tratamento Entrada margem (x)Distância de curso d’água direita BR 116 Lat.: maior que 300m Área total (ha): sentido Medina, 16º29’57,22’’ (x)Distância do núcleo 65,7 ha aproximadamente 8,28 km populacional maior que 500m 6 km do centro de Long.: (x)Distância maior que 100m Área Disponível: Itaobim 41º29’30,56’’ de rodovias e estradas 45 ha (x)Distância de aeroporto maior que 20 km

Tabela 39 – Localização do aterro controlado em Itaobim – MG. Fonte: Extraída da planilha que será enviada a FEAM.

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13 CUSTOS DA LIMPEZA PÚBLICA

Em Itaobim todos os gastos relacionados à limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos são custeados pelo município.

FORMA DE COBRANÇA TIPO CUSTO/PER CAPITA DOS SERVIÇOS Coleta dos RSU: R$ 43.099,60 mês Varrição: R$24.507,90 (mês) Limpeza Urbana (incluindo coleta Capina (média/mês): Todos esses serviços são de RSU, serviços de varrição, R$15.000,00 terceirizados. coleta de poda e capina em áreas Coleta de Poda (média/mês): públicas) R$ 15.900,00 Custo da Coleta: R$ 98.507,50 Per capita= R$ 5,86 Manejo de RSU (incluindo a Manutenção do aterro: R$ OBS: Não há cobrança aos destinação e disposição final de 143.365,98 moradores. RSU ano 2018)

Tabela 40: Custos da limpeza urbana e manejo de RSU. Fonte: Extraída da planilha que será enviada a FEAM.

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14 COMPETÊNCIAS E RESPONSABILIDADES

Para a visualização geral das competências e responsabilidades pelo manejo de cada um dos resíduos sólidos gerados no município, a tabela abaixo destaca os agentes responsáveis.

Responsabilidades públicas Responsabilidades privadas TIPOS DE RESÍDUOS Principal Complementar Gerador Transportador Receptor Domiciliares RSD coleta convencional X X X X Domiciliares RSD secos X X X X X Domiciliares RSD úmidos X X X X Limpeza pública X X X X Construção civil - Volumosos X X X X Construção civil - Domiciliares X X X X Volumosos - Domiciliares X X X X Verdes público – Volumosos X X X X Verdes particular – Volumosos X X X Verdes particular - Domiciliares X X X Serviços de saúde X X X X Equipamentos eletroeletrônicos X X X Pilhas e baterias X X X Lâmpadas – grande gerador X X X Lâmpadas - Domiciliares X X X X Pneus – grande gerador X X X X Pneus - Domiciliares X X X X Óleos lubrificantes e embalagens X X X Agrotóxicos X X X Sólidos cemiteriais X X X X Óleos comestíveis X X X X Industriais X X X Serviços de transportes X X X Agrossilvopastoris X X X

Tabela 41 – Grau de responsabilidade de acordo com os tipos de resíduos. Fonte: Portalresiduossolidos.com

As definições das responsabilidades públicas e privadas estão vinculadas aos tipos de resíduos gerados e seus geradores, podendo haver variação quanto à função de cada agente na cadeia de produção. A responsabilidade pelos resíduos gerados no município

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deve ser compartilhada com todos os atores envolvidos, passando pelos setores primário, secundário e terciário, o setor de consumo e o poder público. As responsabilidades de cada ator envolvido estão diretamente relacionadas à natureza do resíduo, origem ou volume gerado.

TIPO CARACTERÍSTICAS RESPONSABILIDADES Resíduos domiciliares Residências Gerador e Prefeitura Resíduos comerciais Pequeno gerador (≤ 200 kg) Gerador e Prefeitura Resíduos comerciais Grande gerador (> 200 kg) Gerador Resíduos dos serviços de limpeza pública Equipamentos e áreas públicas Prefeitura Resíduos da Construção Civil e Pequeno gerador (< 1 m 3) Gerador e Prefeitura Demolição Resíduos da Construção Civil e Grande gerador (> 1 m 3) Gerador Demolição Resíduos volumosos Residências Gerador e Prefeitura Resíduos volumosos Comercial e Industrial Gerador Resíduos Verdes Equipamentos e áreas públicas Prefeitura Resíduos Verdes Pequeno gerador (< 1 m3) Gerador e Prefeitura Resíduos Verdes Grande gerador (> 1 m3) Gerador Resíduos dos serviços da Saúde Comercial e Industrial Gerador Resíduos tecnológicos Lâmpada fluorescente Gerador e Fornecedor (residencial) Resíduos tecnológicos Lâmpada fluorescente Gerador e Fornecedor (Comercial e Industrial) Resíduos tecnológicos Pilhas e Baterias (residencial) Gerador e Fornecedor Resíduos tecnológicos Pilhas e Baterias (Comercial e Gerador e Fornecedor Industrial) Resíduos tecnológicos Eletroeletrônicos (residencial) Gerador e Fornecedor Resíduos tecnológicos Eletroeletrônicos (Comercial e Gerador e Fornecedor Industrial) Resíduos especiais Pneus Gerador e Fornecedor Resíduos especiais Embalagens de agrotóxicos Gerador e Fornecedor Resíduos especiais Óleos e Graxas lubrificantes Gerador e Fornecedor Resíduos dos serviços públicos de Equipamentos e áreas públicas Prefeitura Saneamento Básico Resíduos dos serviços de Saneamento Comercial e Industrial Gerador Básico Resíduos sólidos Cemiteriais Equipamentos e áreas públicas Prefeitura Resíduos sólidos Cemiteriais Particular Gerador Resíduos de Óleos Comestíveis Residências Gerador e Prefeitura Resíduos de Óleos Comestíveis Comercial e Industrial Gerador Resíduos Industriais Comercial e Industrial Gerador Resíduos dos serviços de transportes Comercial e Industrial Gerador Resíduos Agrossilvopastoris Comercial e Industrial Gerador e Fornecedor Resíduos Agrossilvopastoris Particular Gerador e Fornecedor Resíduos da Mineração Comercial e Industrial Gerador e Fornecedor

Tabela 42 - Responsabilidades públicas e privadas dos resíduos gerados. Fonte: Portalresiduossolidos.com

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15 PROGNÓSTICOS E ALTERNATIVAS PARA A GESTÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Este capítulo conterá o prognóstico dos serviços, contendo as metas e ações necessárias para atender as diretrizes estabelecidas pela Lei Federal nº 11.445/2007 e pela Lei Federal nº 12.305/2010, e demais submissões do PGIRS para os serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

15.1 Introdução

O prognóstico é um planejamento em forma sistemática para determinar o estágio em que o processo se encontra, onde se deseja chegar, e qual o melhor caminho para chegar ao objetivo. É um processo contínuo que envolve a coleta, organização e análise sistematizada de informações, por meio de procedimentos e métodos para chegar a decisões ou escolhas acerca das melhores alternativas para o aproveitamento dos recursos disponíveis. Na elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos - PMGIRS foi realizado inicialmente, o diagnóstico situacional da gestão dos serviços de manejo dos resíduos e limpeza pública. Há carências de estudos recentes sobre composição gravimétrica - com embasamento estatístico e análise de dados - que traduzam, em dimensão mais detalhada o perfil de geração dos resíduos sólidos de Itaobim. Os trabalhos de caracterização dos resíduos domiciliares foram desenvolvidos pelo Departamento Municipal de Urbanismo e Fiscalização e equipe técnica, conforme detalhado no Diagnóstico deste Plano. Os levantamentos não foram executados com a periodicidade desejável para se compreender o comportamento da geração de resíduos ao longo do tempo. De acordo com os resultados do diagnóstico, essa segunda etapa dos trabalhos refere-se à elaboração de prognósticos e análises, contemplando a definição de diretrizes, dos objetivos e das metas que orientarão a gestão dos referidos serviços relacionados aos

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resíduos no período de 2019 a 2039, inclusive a proposição dos programas e o detalhamento das ações e dos projetos para a consecução dos referidos objetivos e metas.

15.2 Objetivo

O prognóstico trata das diretrizes e dos objetivos para a prestação de serviços, nos aspectos administrativos, técnicos e econômico-financeiros, conforme programas e metas para a gestão administrativa, financeira e operacional, buscando universalização, manutenção da disposição e do acesso integral aos serviços a todos os cidadãos e demais usuários, em condições técnicas economicamente viáveis e sustentáveis. Os elementos a seguir também entram no Prognóstico:  A formulação e proposição de mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e efetividade da execução do PMGIRS;  A avaliação dos riscos naturais, acidentais e outros relacionados à prestação dos serviços. No caso de suas ocorrências, a formulação de ações emergenciais e contingenciais.

15.3 Metodologia

A metodologia adotada neste trabalho foi a da projeção de cenários alternativos de crescimento populacional, bem como a análise da projeção de demandas dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, buscando alternativas para as carências identificadas no diagnóstico, definindo objetivos e metas a serem alcançados pelo PGIRS, os quais possibilitaram a indicação de proposições visando à universalização dos serviços em questão. Os estudos de cenários têm sido crescentemente utilizados na área de planejamento estratégico, tanto de grandes empresas quanto de governos, por oferecer um referencial de futuros alternativos, em face dos quais, decisões serão tomadas, apesar da percepção de que o futuro é algo incerto e indeterminado. À medida que aumentam as incertezas em quase todas as áreas de conhecimento, cresce também a necessidade de

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análise e reflexão sobre as perspectivas futuras da realidade em que se vive, e diante da qual se planeja. Embora não possam eliminar incertezas, nem definir categoricamente a trajetória futura da realidade estudada, as metodologias de construção de cenários contribuem para delimitar os espaços possíveis de evolução da realidade. Neste processo, deverão ser consideradas as informações técnicas e participativas consolidadas na etapa de diagnóstico como referência de cenário atual, e como direcionadoras dos avanços necessários para a prospectiva de cenário futuro (REZENDE e HELLER, 2008). A metodologia escolhida para a construção dos cenários para o PMGIRS de Itaobim trabalhará com dois cenários: Atual e Futuro. Com base nos cenários populacionais futuros criados para o município, para um horizonte de 20 anos, pode-se estabelecer as demandas futuras por serviços e identificar as alternativas de intervenção. A partir da análise da evolução populacional, buscou-se estimar as projeções das demandas para o gerenciamento de resíduos, que contemplasse a realidade dos sistemas já existentes, assim como, as necessidades prioritárias da população. Para tal, buscou-se construir dois cenários, o atual e o futuro, sendo que o futuro adota a taxa de crescimento de 0,63% baseado no crescimento apresentado na última década. Para o cálculo das estimativas de geração de resíduos domiciliares em Itaobim, adotou-se, como parâmetros de referência:  A projeção de população feita a partir dos resultados divulgados pelo IBGE- Censo 2019;  A taxa per capita estimada de geração de resíduos e os dados obtidos pela série histórica. O conjunto de alternativas que promoverá a compatibilização entre demandas e disponibilidade de serviços foi definido como o cenário normativo do PMGIRS, e em seguida, foram determinados os objetivos e metas, bem como as estratégias para alcançá- los.

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15.4 Projeção Populacional

Na elaboração do Plano Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos é condição indispensável o Estudo Populacional, o qual possibilitará a estimativa de evolução populacional do município no horizonte do Plano. Com base neste estudo, é possível estabelecer as demandas futuras do município, no que diz respeito à limpeza pública.

15.5 Projeção Populacional Metodologia IBGE

A metodologia desenvolvida fundamenta-se em dados populacionais oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes a recenseamentos, contagens e estimativas populacionais. Conforme detalhado no Diagnóstico, o método utilizado para definição dos contingentes populacionais foi definido pelo modelo adotado para estimar os contingentes populacionais dos municípios brasileiros, e emprega uma metodologia desenvolvida pelos demógrafos Madeira e Simões, onde se observa a tendência de crescimento populacional do município, entre dois Censos Demográficos consecutivos, em relação à mesma tendência de uma área geográfica hierarquicamente superior (área maior). Neste contexto, adotou-se para o cálculo de projeção populacional, um horizonte de 20 anos. Para tanto, utilizou-se a projeção geométrica cujas estimativas de crescimento da população são realizadas pelo método geométrico, ou seja, o método considera a mesma porcentagem de aumento da população para iguais períodos de tempo. Frente ao prospecto de taxas de crescimento populacional disponíveis, foi considerada a média entre tais índices, somatório dos quatro últimos censos (1970, 1980, 1991, 2000, 2010, 2019), adotando-se a taxa de evolução populacional de 0,7% para a área Urbana, com queda de -1,97 na área rural, e crescimento geral de 0,18% da população total. Os cálculos foram realizadas para o horizonte do plano de 20 anos (2019 – 2039). Os resultados obtidos considerando-se a taxa de crescimento definida para o Cenário Tendencial (método geométrico de crescimento populacional) são apresentados abaixo.

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VARIÁVEL - POPULAÇÃO RESIDENTE (PESSOAS) MUNICÍPIO – ITAOBIM (MG) ANO SITUAÇÃO DO DOMICÍLIO 1970 1980 1991 2000 2010 2019 TOTAL 15.487 18.161 20.358 21271 21.001 21.062 URBANA 6.858 10.598 14.739 16076 15.779 RURAL 8.629 7.563 5.619 5.195 5.222

Tabela 43 - População residente - Urbano e Rural. Fonte: IBGE - Censo Demográfico (adaptado). Especificamente para o município de Itaobim, utilizando os dados do último censo IBGE de 2019 com população de 21.062 hab. e comparado ao censo 2010 com população de 21.001 hab., mantendo a taxa entre estes censos e aplicando-se o método matemático, cuja fórmula foi definida anteriormente, ou seja, a taxa geométrica de crescimento populacional anual entre 2019 e 2039 será aproximadamente de 0,63%. Os resultados da projeção populacional obtidos para o município são apresentados a seguir:

PROJEÇÃO DEMOGRÁFICA POPULAÇÃO (habitantes) TAXA DE CRESCIMENTO MÉDIA ANUAL (%) ANO URBANA RURAL TOTAL URBANA RURAL TOTAL PERÍODO 1970 6858 8629 15487 _ _ _ 1970 a 1960 1980 10598 7563 18161 5,45% -1,24% 1,73% 1980 a 1970 1991 14739 5619 20358 3,91% -2,57% 1,21% 1990 a 1980 2000 16076 5195 21271 0,91% -0,75% 0,45% 2000 a 1990 2010 15779 5222 21001 0,64% 0,05% -0,13% 2010 a 2000 2011 15880 5119 20999 0,64% -1,97% -1,33% 2010 a 2011 2012 15980 5018 20998 0,63% -1,97% -1,34% 2011 a 2012 2013 16081 4919 21000 0,63% -1,97% -1,34% 2012 a 2013 2014 16182 4823 21005 0,63% -1,97% -1,34% 2013 a 2014 2015 16284 4728 21011 0,63% -1,97% -1,34% 2014 a 2015 2016 16387 4634 21021 0,63% -1,97% -1,34% 2015 a 2016 2017 16490 4543 21033 0,63% -1,97% -1,34% 2016 a 2017 2018 16594 4454 21047 0,63% -1,97 -1,34% 2017 a 2018 2019 16698 4366 21064 0,63% -1,97% -1,34% 2018 a 2019 2020 16803 4280 21083 0,63% -1,97% -1,34% 2019 a 2020 2021 16909 4196 21105 0,63% -1,97% -1,34% 2020 a 2021 2022 17016 4113 21129 0,63% -1,97% -1,34% 2021 a 2022 2023 17123 4032 21155 0,63% -1,97% -1,34% 2022 a 2023 2024 17231 3952 21183 0,63% -1,97% -1,34% 2023 a 2024 2025 17339 3875 21214 0,63% -1,97% -1,34% 2024 a 2025 2026 17449 3798 21247 0,63% -1,97% -1,34% 2025 a 2026 2027 17559 3723 21282 0,63% -1,97% -1,34% 2026 a 2027 2028 17669 3650 21319 0,63% -1,97% -1,34% 2027 a 2028 2029 17781 3578 21359 0,63% -1,97% -1,34% 2028 a 2029 2030 17893 3508 21400 0,63% -1,97% -1,34% 2029 a 2030 2031 18005 3439 21444 0,63% -1,97% -1,34% 2030 a 2031 2032 18119 3371 21490 0,63% -1,97% -1,34% 2031 a 2032 2033 18233 3304 21537 0,63% -1,97% -1,34% 2032 a 2033 2034 18348 3239 21587 0,63% -1,97% -1,34% 2033 a 2034

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2035 18463 3175 21639 0,63% -1,97% -1,34% 2034 a 2035 2036 18580 3113 21693 0,63% -1,97% -1,34% 2035 a 2036 2037 18697 3052 21748 0,63% -1,97% -1,34% 2036 a 2037 2038 18814 2991 21806 0,63% -1,97% -1,34% 2037 a 2038 2039 18933 2933 21866 0,63% -1,97% -1,34% 2038 a 2038 Tabela 44 – Evolução populacional 1970 a 2039 – Método Geométrico. Fonte: CODANORTE, 2019.

15.6 Construção de Cenários

A partir da análise da evolução populacional, buscou-se estimar as projeções das demandas para o gerenciamento de resíduos, que contemple a realidade dos sistemas já existentes, assim como as necessidades prioritárias da população. Tal previsão pauta-se no desenho de cenários e ponderação das variáveis que interferem na prestação desses serviços, dessa forma pode-se estabelecer as demandas e cenários futuros no que diz respeito aos serviços de manejo de resíduos sólidos para o município de Itaobim. O problema da quantidade e qualidade de dados gerados sobre resíduos sólidos também faz parte deste prognóstico e está contemplado a partir do apontamento de indicadores a serem medidos e incorporados ao processo. A avaliação se dará segundo dois dos cenários limites, a saber:  Cenário atual: que apresenta uma evolução populacional constante, considerando a mesma curva da evolução populacional apresentada até a presente data, mantendo os serviços prestados atualmente, sem avanços;  Cenário futuro: representa uma evolução decorrente de fatores diversos identificados na fase de diagnóstico;  Cenário Tendencial: representa a continuidade da tendência atual;  Cenário Alternativo: representa uma evolução superior decorrente de fatores externos. Desta forma, tem-se apresentado a seguir os cenários esperados para os diversos resíduos sólidos urbanos. Para tal, buscou-se construir dois cenários, o atual e o futuro, sendo que o futuro adota a taxa de crescimento de 0,70%, baseado no crescimento apresentado na última década.

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Conforme citado a coleta convencional atinge 100% da área urbana, em média 17.060 hab. (IBGE, estimada 2019) e aproximadamente e 19% da área rural dos distritos de São João e Pasmado, conforme tabela a seguir.

PROJEÇÃO DA QUANTIDADE DE RESÍDUO GERADA Projeção urbana Projeção Rural Atendimento Per capita Quantidade de ANO populacional populacional Rural e Urbano (kg/hab./dia) resíduo (kg) (hab.) (hab.) 2019 16698 1028 17726 0,7 12408,2 2020 16803 1028 17831 0,7 12481,7 2021 16909 1028 17937 0,7 12555,9 2022 17016 1028 18044 0,7 12630,8 2023 17123 1028 18151 0,7 12705,7 2024 17231 1028 18259 0,7 12781,3 2025 17339 1028 18367 0,7 12856,9 2026 17449 1028 18477 0,7 12933,9 2027 17559 1028 18587 0,7 13010,9 2028 17669 1028 18697 0,7 13087,9 2029 17781 1028 18809 0,7 13166,3 2030 17893 1028 18921 0,7 13244,7 2031 18005 1028 19033 0,7 13323,1 2032 18119 1028 19147 0,7 13402,9 2033 18233 1028 19261 0,7 13482,7 2034 18348 1028 19376 0,7 13563,2 2035 18463 1028 19491 0,7 13643,7 2036 18580 1028 19608 0,7 13725,6 2037 18697 1028 19725 0,7 13807,5 2038 18814 1028 19842 0,7 13889,4 2039 18933 1028 19961 0,7 13972,7 Tabela 45: Cenário Atual o atendimento regular a zona urbana e os distritos de São João e Pasmado. Fonte: CODANORTE, 2019

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PROJEÇÃO DE REDUÇÃO DE RESÚDUO COLETA SELETIVA/COMPOSTAGEM

PROJEÇÃO PER CAPITA QUANTIDADE DE QUANTIDADE DE QUANTIDADE DE Taxa de redução de 80% (coleta ANO POPULACIONAL (hab.) (kg/hab./dia) RESÍDUO (ton /dia) RESÍDUO (ton /mês) RESÍDUO (ton/ano) seletiva e orgânicos) (ton/mês) 2019 21.064 0,7 14,74 442,34 5308 88,47 2020 21.083 0,7 14,76 442,74 5313 88,55 2021 21.105 0,7 14,77 443,21 5318 88,64 2022 21.129 0,7 14,79 443,71 5325 88,74 2023 21.155 0,7 14,81 444,26 5331 88,85 2024 21.183 0,7 14,83 444,84 5338 88,97 2025 21.214 0,7 14,85 445,49 5346 89,10 2026 21.247 0,7 14,87 446,19 5354 89,24 2027 21.282 0,7 14,90 446,92 5363 89,38 2028 21.319 0,7 14,92 447,70 5372 89,54 2029 21.359 0,7 14,95 448,54 5382 89,71 2030 21.400 0,7 14,98 449,40 5393 89,88 2031 21.444 0,7 15,01 450,32 5404 90,06 2032 21.490 0,7 15,04 451,29 5415 90,26 2033 21.537 0,7 15,08 452,28 5427 90,46 2034 21.587 0,7 15,11 453,33 5440 90,67 2035 21.639 0,7 15,15 454,42 5453 90,88 2036 21.693 0,7 15,19 455,55 5467 91,11 2037 21.748 0,7 15,22 456,71 5480 91,34 2038 21.806 0,7 15,26 457,93 5495 91,59 2039 21.866 0,7 15,31 459,19 5510 91,84 Tabela 46: Cenário Futuro atendimento População Total (Urbana e Rural). Fonte: CODANORTE, 2019

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A tabela 46 demonstra a ampliação da coleta seletiva e implantação da compostagem com atendimento a 100% do município. Considerando uma redução média de 80% do volume dos resíduos gerados. Estas iniciativas são ações previstas e que devem ser implantadas durante a vigência do PMGIRS.

15.7 Avaliação de Demanda

A metodologia de avaliação das demandas (Q) de geração de resíduos sólidos será a clássica, tomando como base a quantidade de pessoas atendidas por coleta domiciliar, sendo a população estimada de 17.726 habitantes, no ano de 2019, juntamente com a média per capita estimada de resíduos de 0,70 kg/hab./dia. Verificou-se que a produção de resíduos do município de Itaobim é em média 5.300 t/ano. Vale ressaltar que, essa produção corresponde apenas ao resíduo urbano e os distritos de São João e Pasmado. Esta avaliação de demanda de geração de resíduos sólidos foi obtida através da expressão Q = população projetada (hab.) x taxa de geração (kg/hab./dia). Dessa forma, para a avaliação das demandas dos serviços de Resíduos sólidos municipais, dentro do horizonte de 20 anos do presente PMGIRS, a equipe técnica optou por adotar o método geométrico de crescimento populacional, dentro do cenário futuro. O sistema revela que a maior parcela da população que recebe serviço de coleta reside em área urbana. As demandas para ambos os cenários a serem adotados citados anteriormente, consideraram, para base de cálculo, a projeção populacional apresentada conforme planilha de crescimento populacional, definindo a taxa de geração de resíduos sólidos urbanos (RSU). Conforme os dados apresentados, considerou-se que, para o Cenário Atual o atendimento limitando apenas a zona urbana e os distritos de São João e Pasmado, conforme diagnóstico do PMGIRS, sendo este um cenário indesejável para o município, e com relação ao Cenário Futuro, adotou-se a população total do município, urbano e rural, universalizando o sistema, sendo este o cenário desejado.

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Dadas às circunstâncias de crescimento apontadas em ambos os Cenários Atual e Futuro, entende-se como fundamental o compromisso por parte da gestão pública em implantar melhorias neste setor. Além disso, é de suma importância que haja uma participação social para que essas melhorias ocorram efetivamente. No item anterior foram apresentados os dois cenários, atual e futuro, bem como a geração de RSU, transportando a projeção populacional estimada anteriormente para a efetiva demanda de geração de resíduos sólidos. O previsto dentro da realidade de ambos os cenários é que, deverá ocorrer uma evolução da demanda dos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos em Itaobim. O Cenário Futuro estimado é confirmado pelos dados apresentados no último censo pelo IBGE em julho de 2019 que, comparado ao diagnóstico do censo de 2010, obteve uma taxa de crescimento demográfico próximo a taxa calculada pela equipe técnica de elaboração deste PGIRS que foi de 0,68%. Não havendo nenhuma previsão de mudanças relevantes que levasse a outra perspectiva, apresenta-se neste prognóstico os Objetivos, Metas, Indicadores, Programas, Ações e Prazos, com maior detalhamento, elaborados para este cenário adotado.

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16 IDENTIFICAÇÃO DAS CARÊNCIAS

Analisando os levantamentos realizados, constatou-se que as condições dos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos oferecidos atualmente em Itaobim são de atendimento regular. Tendo em vista a perspectiva evidenciada pelo estudo de projeção populacional, em um horizonte de planejamento de 20 anos, surge a necessidade de buscar alternativas que aumentem e melhorem a disponibilidade e qualidade dos serviços públicos de gerenciamento de resíduos do município. As dificuldades encontradas para a prestação de serviços relativos ao gerenciamento de resíduos, são fatores limitantes na garantia de uma melhor qualidade de vida e saúde da população atendida, bem como, no compromisso de prever o desenvolvimento sustentável do município. Em Itaobim, as principais carências foram levantadas e discutidas, no Diagnóstico. A análise deste diagnóstico possibilitou um maior conhecimento das carências, necessidades e disponibilidades de serviços de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos apresentadas pela população local e detectadas pela equipe técnica.

16.1 Carências Identificadas nas audiências (Lacunas e Desafios)

Na 1ª Audiência Pública realizada sobre o PMGIRS, na sede de Itaobim, foram identificadas as carências que expressam a percepção da população quanto aos serviços no âmbito municipal. Foram feitas análises e compilações de entrevistas, audiências públicas e reuniões de trabalho, desta forma, foi possível identificar as principais carências na área urbana e rural, que são apresentadas conforme tabela abaixo.

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LACUNAS DESAFIOS Acondicionamento e disposição de  Sensibilizar a população para o correto acondicionamento e disponibilização para coleta nos dias e horários resíduos de forma inadequada adequados; (locais e/ou horários)  Atuação mais efetiva da fiscalização. Universalização  Universalizar os serviços de gestão integrada dos Resíduos no âmbito municipal. Crescimento da massa de resíduos  Investir em ações de educação ambiental, com vistas a não geração, redução, reaproveitamento e reciclagem ao longo dos anos dos resíduos gerados pela população;  Promover o aproveitamento de todos os resíduos potencialmente recicláveis.  Implantar programa de reciclagem de RCC; Resíduos Inertes e RCC  Implantar projeto específico para os Resíduos Inertes e da RCC;  Implantar regulamentação municipal quanto à destinação. Resíduos de Poda  Regulamentar a destinação adequada;  Utilização como “biomassa” e/ou em técnicas de fertilização. Resíduos de Serviços de Saúde  Implantar sistema de fiscalização dos estabelecimentos serviços de saúde; (RSS)  Implantar instrumentos de mensuração do descarte total gerado no município. Indicadores  Inexistência de indicadores relativos à Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos. Limpeza de Bocas  Implantar programa de limpeza e manutenção de bocas de lobo. Planejamento Institucional,  Implantar programas de treinamento dos responsáveis pela gestão e operação da limpeza urbana; Capacitação e Segurança  Implantar programas, planos e projetos de melhoria continuada do sistema;  Monitorar e fiscalizar periodicamente o uso de EPI. Demanda por ampliação dos  Expandir a cobertura dos serviços de coleta em áreas rurais, a partir de metodologias e ações integradas; serviços em áreas Rurais  Disponibilizar caçambas estacionárias ou guaritas cobertas e teladas para ponto coleta de resíduos nas principais saídas para os distritos e em pontos estratégicos;  Disponibilizar caçamba estacionária ou guaritas cobertas nas principais estradas vicinais de acesso à cidade.  Regularizar área atualmente utilizada para destinação dos resíduos;  Implantar Aterro Sanitário de pequeno Porte; Disposição Final dos Resíduos  Implantar UTC;  Implantar novas alternativas de processamento e tratamento dos resíduos potencialmente recicláveis. Deficiência de recursos humanos e  Informatizar e otimizar o controle, análise e tratamento dos dados de produção; infraestrutura para monitoramento  Melhorar a infraestrutura e ampliar a equipe responsável. da execução dos serviços prestados

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Carência de campanhas educativas  Intensificar ações de educação ambiental. quanto ao adequado manejo de resíduos pela população  Ampliar programa municipal de coleta seletiva; (Urbana e Rural) Coleta seletiva  Buscar novas tecnologias e metodologias operacionais;  Promover a educação ambiental e adesão da população. Não existe automação nos serviços  Implantar serviços, por meio da automação. de coleta dos resíduos Inexistência de Infraestrutura  Ampliar e capacitar Associações e cooperativas de catadores; adequada e de Associações e a  Promover metodologias eficazes operacionais e gerencial das Associações e Cooperativas. Cooperativas Atuação de catadores avulsos, em  Promover metodologias eficazes operacional e gerencial das Associações e Cooperativas; condição de vulnerabilidade social  Criar incentivos para adesão de catadores avulsos às entidades associativas/cooperativas. Ausência de mercado para materiais  Fomentar a implantação de indústrias recicladoras. de recicláveis no município Existência de um aterro controlado.  Construção de um aterro sanitário. Tabela 47 – Resíduo Domiciliar. Fonte: Adaptação CODANORTE, 2019.

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ITENS CARÊNCIAS Gestão  Falta de gestão ampla e atuante. Universalização  Falta de universalização dos Serviços relacionados ao gerenciamento de Resíduos Sólidos.  Coleta não atende 100% do município;  Inexistência de controle da qualidade dos resíduos descartados;  Inexistência de controle de quantidade dos resíduos por estabelecimentos comerciais; Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD)  Inexistência de plano de distribuição de lixeiras públicas;  Inexistência do uso de alguns EPIs;  Inexistência de coleta em algumas comunidades rurais.  Insuficiência de maquinários e veículos para operação da coleta Coleta Seletiva  Coleta seletiva restrita a área Urbana;  Inexistência de Programa de Coleta e reutilização de Óleo de Cozinha;  Inexistência de Programa de Coleta e reciclagem de vidros.  Insuficiência de veículo para realizar toda a logística (Urbana e rural)  Inexistência de programa de reciclagem de RCC;  Inexistência de projeto específico para os Resíduos Inertes e da RCC; Resíduos Inertes e RCC  Inexistência de regulamentação municipal quanto à destinação;  Inexistência de projeto de educação ambiental para conscientização  Inexistência de veículo para realizar toda a logística (Urbana e rural)  Destinação inadequada; Resíduos de Poda e capina  Não utilização como “biomassa” ou em técnicas de fertilização. Resíduos de Serviços de Saúde  Ausência de fiscalização dos estabelecimentos serviços de saúde quanto ao volume e descarte; (RSS)  Armazenamento inadequado dos RSS em algumas unidades de saúde.  Falta de regularidade dos serviços de varrição; Varrição  Área de atendimento restrita à parte central da cidade;  Falta da observância das diretivas de segurança do trabalho;

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 Insuficiência de equipamentos/ferramentas (carrinho de mão para limpeza urbana).

Indicadores  Inexistência de indicadores relativos à Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos.  Falta de monitoramento da área utilizada atualmente e intervenções de manutenção; Implantação do ASPP (Substituir o  Falta de controle do acesso à área; aterro controlado)  Insuficiência de maquinário próprio para a devida operação e manutenção. Limpeza de Bocas de Lobo e Córregos  Inexistência de plano de limpeza e manutenção de bocas de lobo e córregos.  Falta de programas de treinamento permanente;  Falta de especificação e uso de EPI mínimos; Desenvolvimento Institucional, Capacitação Determinação da equipe, equipamento e recursos para gerenciamento; e Segurança  Ausência do Conselho Municipal paritário e transparência de informações;  Inexistência de programa para implantação da cobrança pela coleta e disposição final dos resíduos sólidos.

Tabela 48 - Carências identificadas pela equipe técnica – resíduos Sólidos. Fonte: Adaptação CODANORTE, 2019.

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17 PREMISSAS PRECONIZADAS

Este Plano está nivelado com a Política Nacional de Meio Ambiente e demais legislações pertinentes, no âmbito federal, estadual e municipal. Tendo como intuito a implantação de um planejamento, dentro do cenário Futuro definido, e após identificadas as carências do município, são dispostas as seguintes premissas a serem adotadas, visando a efetividade na prática deste processo. Dentro deste contexto, enfatiza-se o relevante papel de todas as esferas da sociedade na construção de uma política pública municipal efetiva. Para obter um resultado positivo no processo de gestão dos resíduos sólidos, é fundamental a sensibilização e envolvimento dos três setores da sociedade: poder público, iniciativa privada e sociedade civil, sendo a coleta seletiva um fator preponderante para o sucesso de todo o processo, pois a separação dos resíduos ainda na fonte geradora, possibilita a redução do volume que seria aterrado, enviado ao aterro somente os rejeitos e possibilitando assim a geração de emprego e renda e consequentemente inclusão social.

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ITEM PREMISSAS A SEREM ADOTADAS 1 Garantir que as premissas do Gerenciamento dos serviços de Resíduos Sólidos, e também as ambientais relacionadas aos Resíduos Sólidos, sejam parte integrante da gestão municipal e do planejamento urbano e rural, visando à universalização, qualidade e efetividade destes serviços. 2 Garantir por Lei o cumprimento dos aspectos básicos primordiais referentes ao tema, priorizando a transparência e gestão participativa junto à comunidade. 3 Investir na gestão pública, capacitando e estruturando-a tanto com recursos técnicos quanto operacionais e materiais. 4 Implantar Programas e Políticas Públicas voltadas especificamente para o reaproveitamento sustentável, minimizando os resíduos sólidos urbanos. 5 Desenvolver e implantar um Programa de Educação Ambiental, visando maior sensibilização da população quanto ao reaproveitamento e descarte adequado dos resíduos. 6 Implantar o Aterro Sanitário de Pequeno Porte e uma Unidade de Triagem e Compostagem – UTC. 7 Analisar criticamente o sistema de coleta de resíduos, prevendo seu aprimoramento para melhor atender todas as áreas do município e suas carências de forma continuada. 8 Ampliar Programa de Coleta Seletiva no município, garantindo o reaproveitamento de recicláveis. 9 Adotar programas de incentivo junto à coleta seletiva e recicláveis, promovendo a economia da reciclagem, conforme já previsto na legislação federal. 10 Treinar e capacitar o corpo técnico da Prefeitura de forma continuada. 11 Desenvolver e implementar um Programa de Manejo e Reaproveitamento dos RCC, contemplando as etapas de recebimento, separação, destinação e reaproveitamento, de acordo com sua classificação. Incentivando a separação ainda na fonte, programa de Desconstrução, promovendo a economia desse setor através da geração de subprodutos passíveis de reaproveitamento. 12 Criação de lei específica para as obras públicas, garantindo o reaproveitamento dos resíduos por elas gerados. 13 Desenvolver e implementar Programa de manejo, visando um melhor aproveitamento do material resultante de poda e capina. 14 Implantar o PGRSS, garantindo a destinação correta dos RSS e sua separação por classificação, otimizando a etapa de esterilização, destinada apenas aos resíduos infecciosos. 15 Aquisição de máquinas e equipamentos para operação e manutenção da limpeza urbana: coleta seletiva, UTC e ASPP.

Tabela 49: Premissas a serem adotadas.Fonte: Adaptação CODANORTE, 2019.

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18 PROPOSIÇÃO DE INDICADORES

Existem vários modelos de indicadores que podem ser adotados para o controle do serviço de Resíduos Sólidos, buscando sua melhor gestão. Optou-se aqui, por adotar um padrão mais simplificado, e ao mesmo tempo didático e objetivo, que atenda de maneira prática às necessidades da realidade local, e possibilite o acompanhamento de cada um dos Programas estabelecidos. Esses indicadores contemplam Objetivo, Descrição, Cálculo, Unidades e Periodicidade do controle, conforme apresentado na Tabela a seguir:

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INDICE FINANCEIRO NOME-INDICADOR DESCRIÇÃO PERÍODO FORMA DE CALCULAR UN 1.1. Sustentabilidade financeira dos Verificar a autossuficiência financeira do (Receita arrecadada com o manejo de resíduos sólidos / serviços relacionados ao manejo de município com o manejo de resíduos sólidos Semestral Despesa total da Prefeitura com o manejo de resíduos) % resíduos urbanos. x 100 1.2. Índice de despesas com Comparar as despesas realizadas com contratação empresas contratadas para execução de terceiros para execução de serviços de manejo (Despesa da Prefeitura com empresas contratadas / Mensal % de serviços de manejo de RSU de RSU, em relação às despesas totais para este Despesa total da Prefeitura com manejo de RSU) x 100 fim. 1.3. Custo unitário médio dos Quantificar o custo médio dos serviços de Despesa total da Prefeitura com serviço de varrição / Mensal R$/Km serviços de varrição varrição. Extensão total de vias (sarjetas) varridas Comparar os custos dos serviços de varrição em 1.4. Índice do custo do serviço de (Despesa total da Prefeitura com serviço de varrição / relação ao custo total com o manejo dos resíduos Mensal % varrição Despesa total da Prefeitura com manejo de RSU) x100 sólidos. Comparar os custos dos serviços da coleta, em 1.5. Índice do custo de serviço de (Despesa total da Prefeitura com serviço de coleta / relação ao custo total com o manejo de resíduos Mensal % coleta Despesa total da Prefeitura com manejo de RSU) x 100 sólidos. Quantificar o gasto anual por habitante com o Gasto anual com o sistema de limpeza urbana / 1.6. Gasto por habitante ano Anual Anual sistema de limpeza urbana do município. População total do município

2 - OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS SERVIÇOS NOME– INDICADOR DESCRIÇÃO PERÍODO COMO CALCULA UN

2.1. Índice de serviço de Quantificar as vias urbanas atendidas pelo serviço de varrição, tanto (Extensão (km) de vias pavimentadas varridas Anual % varrição das vias manual quanto eventualmente mecanizada. x 100) /Extensão total de vias pavimentadas

Quantificar os domicílios atendidos por coleta de resíduos sólidos (Nº total de domicílios atendidos por coleta 2.2. Índice total do serviço domiciliares, Meio de controle para dar diretrizes e apoiar as ações Anual direta de resíduos sólidos x 100) / Nº total de % de coleta regular referentes à implantação de melhorias nos sistemas de coleta domicílios urbanos domiciliar. 2.3. Índice urbano do (Nº de domicílios urbanos atendidos por coleta % serviço de coleta regular direta de resíduos sólidos x 100) / nº total de

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domicílios urbanos

(Nº total de domicílios atendidos por coleta 2.4. Índice total do serviço Anual seletiva direta e indireta de resíduos sólidos x % de coleta seletiva Quantificar a população atendida pelo serviço de coleta domiciliar menos de 2 vezes, considerando-se como frequência adequada à 100 / Nº total de domicílios coleta que atende a uma determinada área duas vezes ou mais por (Nº de domicílios urbanos atendidos por coleta 2.5. Índice urbano do semana. seletiva direta e indireta de resíduos sólidos x % serviço de coleta seletiva 100) / Nº total de domicílios urbanos Quantificar a população atendida pelo serviço de coleta domiciliar (População atendida com frequência adequada 2.6. Índice de satisfação de menos de 2 vezes, considerando-se como frequência adequada à Trimestral pelo serviço de coleta de RSD X 100) / % frequência de coleta coleta que atende a uma determinada área 2 vezes ou mais por População total do município semana.

3 – CONTROLE E FISCALIZAÇÃO NOME– INDICADOR DESCRIÇÃO PERÍODO COMO CALCULA UM 3.1. Índice de geração de resíduos sólidos Acompanhar os índices de geração de Quantidade total de RSU gerados por dia Semestral Kg/hab/dia domésticos per capita resíduos da população do Município. / nº total de habitantes 3.2. Índice de geração de resíduos de Acompanhar os índices de geração de Quantidade total de RSS gerados x 1,0 Semestral Kg/ano serviços de saúde (RSS) per capita RSS no município. kg/ hab/ ano 3.3. Índice de geração de resíduos sólidos Acompanhar os índices de geração de RSI Quantidade total de RSI e RCC gerados / Kg/estabelecimento/ Semestral inertes (RSI) e da construção civil (RCC) e RCC no município. nº total de obras e indústrias dia

4 – CAPACITAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO NOME– INDICADOR DESCRIÇÃO PERÍODO COMO CALCULA UM Apontar os índices de acidentes de trabalhos com (Número de acidentes com afastamento 4.1. Índice de frequência de afastamento de mais de 15 dias, em um determinado período Mensal de mais de 15 dias/Homens horas Mensal acidente de trabalho do serviço de limpeza urbana do município e indicar quantos trabalhadas) x 1.000.000 acidentes para cada milhão de horas trabalhadas. Acompanhar o desempenho dos serviços de coleta de RSU. Aplicar a seguinte pontuação: Muito 4.2. Índice de desempenho da Portanto, semestralmente devem ser feitas entrevistas com Bom – 10; Bom – 8; Satisfatório – 6; Semestral Semestral coleta de RSU 5% da população total do município. Cada munícipe deve Regular – 3; Insatisfatório – 1. Os avaliar o serviço de coleta de RSU em (Muito bom), (Bom), pontos dever ser somados e

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(Satisfatório), (Regular) e (Insatisfatório). posteriormente divididos pela quantidade total de entrevistados

5 - COLETA SELETIVA E REAPROVEITAMENTO NOME– INDICADOR DESCRIÇÃO PERÍODO COMO CALCULA UN 5.1. Índice de aproveitamento dos (Quantidade total de materiais recuperados com a Traduzir o grau de reaproveitamento dos materiais Resíduos Sólidos Domiciliares Semestral coleta seletiva x 100) / Quantidade total de % reaproveitáveis presentes nos resíduos domiciliares. resíduos sólidos coletados 5.2. Índice de reaproveitamento Traduzir o grau de reaproveitamento dos materiais (Total de RSI e RCC reaproveitados x 100) / Total Semestral % dos RSI e RCC reaproveitáveis presentes na composição dos RSI e RCC. de RSI e RCC coletados 5.3. Taxa de Inclusão de catadores Acompanhar os números de pessoas que têm sua renda (Nº de catadores incluídos nas atividades propostas no sistema de coleta seletiva do oriunda da reciclagem dos resíduos e auxiliar no fomento Anual pelo município/Total de catadores no município) x % município desta atividade. 100 5.4. Volume de resíduos Verificar quais são os índices de reciclagem do (Total de resíduos comercializados pelas comercializados pelas cooperativas município. Análises gravimétricas dos resíduos sólidos Anual cooperativas/Total de resíduos encaminhados para % de reciclagem indicariam qual seria o índice ideal. a disposição final) x 100 5.5. Índice de tratamento Quantificar o percentual de RSU tratados Quantidade de RSU tratados / Quantidade Total de Anual % adequando dos RSU adequadamente. RSU gerados 5.6. Taxa de resíduos úmidos Quantificar a parcela dos RSU valorizados por processo (Total de resíduos valorizados x 100) / Total de Anual % valorizados de compostagem ou outro qualquer. resíduos coletados no município

Tabela 50 – indicadores – resíduos sólidos. Fonte: Adaptação CODANORTE, 2018.

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19 HIERARQUISAÇÃO DAS ÁREAS DE INTERVENÇÃO PRIORITÁRIA

A hierarquização de áreas prioritárias para intervenção definidas no Prognóstico, fundamentou-se na percepção técnica do PMGIRS, e na busca pela definição de ações mais direcionadas nas áreas que apresentaram maiores déficits em relação ao acesso a Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos, garantindo assim o princípio da universalização definidas pela Política Nacional. Levaram-se em consideração os seguintes critérios:  Acesso à coleta de RSD;  Destinação final adequada dos RSD (aterro sanitário);  Acesso aos serviços de poda e capina;  Acesso à disposição adequada dos RCC e RSS;  Acesso à coleta seletiva;  Acesso aos serviços de limpeza de bueiros e córregos;  Acesso à disposição adequada dos Resíduos da Logística Reversa;  Acesso à disposição adequada dos resíduos de poda e capina. A definição da hierarquização de cada uma das localidades de Itaobim, passa pelo entendimento de qual o Nível de desenvolvimento de cada um dos critérios supracitados. Neste plano, optou-se por trabalhar com três Níveis, a saber, Nível 0 (pontua-se 0), Nível 1 (pontua-se 1) e Nível 2 (pontua-se 2), sendo que, por fim calcula-se a pontuação total e quanto maior a pontuação de cada localidade, menos crítica é a situação do serviço de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. A seguir, apresenta-se a definição de cada um dos Níveis para os critérios utilizados:  Acesso à coleta de RSD Nível 0 – Não possui coleta de RSD; Nível 1 – Possui coleta de RSD de maneira irregular; Nível 2 - Possui coleta de RDS de maneira regular.

 Aterro Sanitário Nível 0 - Possui aterro sanitário; Nível 1 - Não possui aterro sanitário.

 Acesso aos serviços de poda e capina Nível 0 – Não possui acesso aos serviços de poda e capina; 138

Nível 1 – Possui acesso irregular aos serviços de poda e capina; Nível 2 – Possui acesso aos serviços de poda e capina de maneira regular.

 Disposição adequada dos RCC e RSS Nível 0 – Sem acesso; Nível 1 – Acesso ao serviço de maneira irregular; Nível 2 – Acesso ao serviço de maneira regular.

 Coleta Seletiva Nível 0 – Não possui; Nível 1 – Com acesso irregular; Nível 2 – Com acesso regular ao serviço.

 Densidade Demográfica Nível 0 – Até 400 habitantes; Nível 1 – De 401 a 5.000 habitantes; Nível 2 – Mais que 5.000 habitantes. Dessa forma, a hierarquização das áreas de intervenção no município foi classificada em 04 níveis de prioridade (1-Preocupante, 2-Insatisfatório, 3-Regular, 4- Satisfatório), sendo que, a classificação 1 possui maior nível de prioridade do que a 2, e assim sucessivamente. A seguir apresenta-se a definição dos níveis de prioridade:  Preocupante: Pode-se considerar crítica a situação dessas localidades, sem acesso aos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos, em especial de coleta dos RSD. Essas áreas são prioritárias quanto às intervenções;  Insatisfatório: Áreas com acesso insuficiente do sistema de limpeza urbana. Portanto, são as localidades de acesso insatisfatório, não atendendo a demanda da população, como por exemplo, as áreas atendidas pelo serviço de coleta dos RSD de forma insuficiente e sem os demais serviços;  Regular: Áreas de acesso regular, com questões pendentes. Por exemplo, áreas atendidas pelos serviços de coleta dos RSD de forma satisfatória, mas com pouco ou nenhum acesso a outros serviços como poda, coleta seletiva, disposição final adequada, gestão e manejo dos RCC, RSS, etc.;

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 Satisfatório: Áreas e localidades consideradas com acesso satisfatório aos serviços, assim sendo as menos prioritárias nesta hierarquização.

Assim, a tabela abaixo apresenta a hierarquização das áreas do município de Itaobim, considerando o acesso aos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos.

CLASSIFICAÇÃO ÁREAS 1 – Preocupante Pequenas localidades rurais sem coleta de resíduos; 2 – Insatisfatório Coleta não atende 100% da área rural; 3 – Regular Sede Municipal e distritos de São João e Pasmado. Coleta seletiva já implementada com atendimento a 60% da população 4 – Satisfatório urbana Tabela 51 - Hierarquização das áreas - Resíduos sólidos e limpeza urbana. Fonte: Adaptação Codanorte, 2019.

Com relação às áreas críticas, “preocupante”, sem acesso aos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos, em especial de coleta dos RSD e consideradas como prioritárias quanto às intervenções, são as comunidades rurais. Para os serviços de manejo dos resíduos sólidos e limpeza urbana, a maior ocorrência foi definida pela classe “Insatisfatório”. Para as áreas de acesso regular, áreas atendidas pelos serviços de coleta dos RSD de forma satisfatória, mas com pouco ou nenhum acesso a outros serviços como poda, coleta seletiva, disposição final adequada, gestão e manejo dos RCC, RSS. A Sede Municipal de Itaobim é considerada com acesso “satisfatório” aos serviços de limpeza e manejo de resíduos sólidos.

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20 OBJETIVOS E PROGRAMAS

A definição do cenário e identificação das carências do Município possibilitou o estabelecimento de algumas premissas iniciais para o alcance da universalização, e dentro de um contexto mais amplo, definiu-se três objetivos macro. A Tabela a seguir, apresenta estes objetivos com seus respectivos programas definidos para o PMGIRS, num horizonte de 20 anos, a serem implantados nos períodos estabelecidos para curto, médio e longo prazo, e em casos extremos, de caráter imediato. Admitindo-se soluções graduais e progressivas de forma a atingir a universalização e qualidade dos serviços prestados, bem como a sustentabilidade dos recursos naturais.

Nº OBJETIVOS PROGRAMAS

Garantir ferramentas para a implantação do Plano Municipal PR 1 - Programa de R1 de Gerenciamento de Resíduos, baseados na estruturação do Implantação e sistema de resíduos sólidos, para seu efetivo funcionamento. Estruturação dos RSD Ampliar e adequar os serviços de coleta, limpeza pública e PR 2 - Operação e R2 destinação final dos resíduos sólidos. Manutenção Implantar programa de Educação Ambiental e ampliar a coleta PR 3 - Programa R3 seletiva com foco no reaproveitamento dos Resíduos Sólidos Reciclando Urbanos. Tabela 52: Objetivos e Programas – Resíduos sólidos. Fonte: Adaptação Codanorte, 2019.

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21 PRIORIZAÇÃO DOS PROGRAMAS E AÇÕES

Para esta etapa do PMGIRS que trata da consolidação de programas, projetos e ações, é necessário estabelecer uma priorização, buscando garantir uma hierarquização de execução, frente às carências e demandas da população, ou seja, a definição das áreas de intervenção mais carentes e prioritárias, que orientará a sequência de execução das atividades previstas. Após a apresentação de uma hierarquização das áreas e uma posterior discussão a respeito dos recursos disponíveis no PPA e na LOA, e ainda, uma correlação com outros Programas financiados pelo governo no intuito de atingir um dos objetivos do presente documento, ou seja, a consolidação dos Programas e Ações criou-se uma escala de prioridade para as ações dentro dos programas. Essa escala será dividida em alta, média e baixa, seguindo os critérios apresentados, lembrando que se trata da prioridade da execução da ação.  Alta: Ações que contemplam localidades de classificação Preocupante ou Insatisfatório na hierarquização de áreas de intervenção. Programas que possuem previsão orçamentária adequada no PPA ou LOA. Ações que possuem correlação com Programas financiados pelo governo. Ações realizadas internamente, ou seja, diretamente pela Prefeitura Municipal, e com baixo custo.  Média: Ações que contemplam localidades de classificação Regular na hierarquização de áreas de intervenção. Ações que possuem previsão orçamentária no PPA ou LOA, mesmo que de forma inadequada. Ações que ainda não possuem correlação com Programas já financiados pelo governo, porém buscam apoios, parcerias e convênios com o mesmo, e com Prefeituras, órgãos etc.  Baixa: Ações que contemplam localidades de classificação Satisfatória na hierarquização de áreas de intervenção. Ações que não possuem previsão orçamentária no PPA ou LOA.

Vale ressaltar que, ações que atenderem pelo menos a um dos requisitos pontuados acima, em cada um dos itens (alto, média ou baixa), já estarão dentro de sua respectiva classificação.

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As ações levaram em conta as necessidades locais para atendimento aos Objetivos e Programas estabelecidos, para o alcance da universalização dos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos. As metas foram estabelecidas conforme as peculiaridades do município, e de forma que sejam mensuráveis ao longo do horizonte do Plano, por meio de indicadores de monitoramento. Há na literatura nacional vários modelos de indicadores que podem ser adotados para o controle do serviço de saneamento básico, buscando sua melhor gestão. Optou-se aqui, por adotar um padrão mais simplificado, e ao mesmo tempo didático e objetivo, que atenda de maneira prática às necessidades da realidade local e possibilite o acompanhamento de cada um dos Programas estabelecidos. Dessa forma, segue a tabela com a classificação dos Programas e Ações, segundo a ordem de priorização. A apresentação será por meio de códigos já definidos no item de Prospecção do Prognóstico, todavia, estes Programas e Ações serão melhor detalhados no próximo item, em formato de fichas.

AÇÃO PR 1.1 - ALTA PR 1.1.1 - Implementar o PGIRS; PR 1.2 - ALTA PR 1.1.2 - Projetar e implementar o aterro sanitário; PR 1.3 - MÉDIA PR 1.1.3 - Estudo de viabilidade técnica para tarifação específica do serviço de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos; PR 1.4 - BAIXA PR 1.1.4 - Elaboração de programa de indicadores relativos à limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos; PR 1.5 - MÉDIA PR 1.1.5 – Projetar, licenciar e implantar uma Unidade de Triagem e Compostagem (UTC) do Município; PR 1.6 - MÉDIA PR 1.1.6 - Plano de Gerenciamento dos RCC, para aproveitamento dos resíduos inertes e diminuição dos resíduos descartados; PR 1.7 - MÉDIA PR 1.1.7 - Elaborar projeto específico para orientação da comunidade ao acondicionamento e disposição adequados dos resíduos sólidos; PR 1.8 – MÉDIA PR 1.1.8 - Promover cursos periódicos de qualificação profissional e oficinas de reciclagem da mão de obra local, com orientações teóricas e conhecimento prático sobre as atividades do setor, como cursos sobre: direção cuidadosa de maquinário pesado, proteção pessoal, resíduos contaminantes e materiais tóxicos e perigosos, situações insalubres, disposição adequada dos resíduos, planejamento do trabalho; PR 2.1 – MÉDIA PR 2.1.1 - Criar uma equipe de limpeza e manutenção dos serviços de capina e poda de logradouros públicos; PR 2.2 – MÉDIA PR 2.1.2 - Remediar a área do atual aterro controlado;

PR 2.3 – MÉDIA PR 2.1.3 - Expandir o atendimento de coleta a todo o Município, oferecendo o serviço também a toda a extensão rural e assim diminuindo a queima ou aterro dos resíduos; PR 3.1 – MÉDIA PR 3.1.1 - Ampliar programa de coleta seletiva na sede e implantar nos distritos;

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PR 3.2 – MÉDIA PR 3.1.2 – Ampliar ou implantar nova associação formalizada de catadores de materiais recicláveis na sede; PR 3.3 – MÉDIA PR 3.1.3 - Programa de reaproveitamento dos entulhos gerados no Município em operações tapa-buracos, em voçorocas, etc., visando a sustentabilidade econômico-ambiental; PR 3.4 - BAIXA PR 3.1.4 - Elaboração e implantação do programa de reutilização dos resíduos de poda como biomassa ou em técnica de fertilização. TIPOS DE PRIORIZAÇÃO Alta Media Baixa Tabela 53: Priorização dos Programas e Ações – Limpeza e Manejo de Resíduos Sólidos. Fonte: Adaptação CODANORTE, 2019.

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22 PROGRAMAS, AÇÕES, CUSTOS, METAS E INDICADORES (IMEDIATAS, CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO)

Na próxima Tabela, estão dispostas as ações, metas e indicadores, bem como suas respectivas ações e prazos relacionados, para alcance dos objetivos correspondentes, dentro dos períodos estabelecidos em curto (0 – 4 anos), médio (5 – 8 anos) e longo prazo (9 – 20 anos), considerando-se ainda, para situações de caráter emergencial, prazo imediato (até 2 anos). No Prognóstico foram contabilizados 3 programas e 15 ações para o eixo de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, que serão expostos, no item a seguir, em formato de ficha.

22.1 Objetivo: R1 - Garantir ferramentas para a gestão pública, baseados na regulação do sistema de resíduos sólidos, para seu efetivo funcionamento.

Considerando um possível crescimento populacional e econômico, e ainda da facilidade ao acesso de bens de consumo da atual realidade global, torna-se fundamental estruturar a gestão pública com ferramentas legais, e infraestrutura que a permita exercer seu papel de forma abrangente e eficaz, respaldada por uma legislação eficiente e atual, específica, voltada para o controle, manutenção, ampliação e regulação do sistema de resíduos sólidos, buscando oferecer um serviço de qualidade, que atenda a 100% da população.

a) Ações do Programa PR 1 - Programa Estruturante dos RSD

AÇÃO PR 1.1 IMPLEMENTAR O PGIRS A Prefeitura de Itaobim, diretamente, ou através do consórcio CODANORTE, deverá contratar um técnico especializado e com experiência na elaboração de DESCRIÇAO PMGIRS e na execução das obras. Nesse contexto a Prefeitura, através de sua AÇÃO equipe própria ou da contratação de um técnico com formação ou experiência na área de resíduos, deverá acompanhar, participar e fiscalizar as ações (consorciadas ou não) dispostas no PGIRS. Curto Alcançar 30 % da regulação do sistema de resíduos sólidos; METAS Médio Alcançar 60 % da regulação do sistema de resíduos sólidos; Longo Alcançar 100 % da regulação do sistema de resíduos sólidos. INDICADOR (Bimestral) Relatório técnico do setor responsável com acompanhamento e controle das ações previstas no PGIRS. Curto Até 4 anos; 145

PRAZO Médio 4 a 8 anos; Longo 8 a 20 anos. Curto 192.000,00 CUSTOS Médio 192.000,00 ESTIMADOS Longo 576.000,00 (R$) Total 960.000,00 Técnico especializado em resíduos sólidos, Fonte remuneração de R$ 4.000,00/mês ou R$ SINAPI, 2019 Descrição 48.000,00/ano, com leis sociais. MEMÓRIA DE Preço 960.000.00 CÁLCULO E total (R$) REFERÊNCIAS Total da 960.000,00 ação FONTES DE Prefeitura, com recursos próprios. RECURSOS Priorização Alta

AÇÃO PR 1.2 PROJETAR E IMPLEMENTAR O ATERRO SANITÁRIO DE PEQUENO PORTE – ASPP A Prefeitura de Itaobim projetou e está implantando um aterro sanitário de pequeno porte com assessoria técnica do CODANORTE, entidade pública, DESCRIÇÃO especializada na elaboração de projetos de aterros sanitários. Nesse contexto a AÇÃO Prefeitura, através de sua equipe própria ou da contratação de um técnico com formação ou experiência na área de resíduos, deverá acompanhar, participar e fiscalizar as ações de monitoramento. Curto Projeto e implantação de 100% do aterro sanitário concluído; Médio Alcançar e manter 100% da destinação final adequada dos RSD; METAS Longo Alcançar e manter 100% da destinação final adequada dos RSD. - (Mensal) Relatório do setor responsável (n° de etapas realizadas / total de etapas previstas no projeto); INDICADOR - (Mensal) Relatório de controle de funcionamento e pesagem do resíduo. Implementação Curto Até 4 anos; PRAZO Manutenção Médio e Longo 4 a 20 anos. Curto 392.369,166 CUSTOS Médio 784.738,332 ESTIMADOS Longo 6.532.226,492 (R$) Total 7.709.333,99 Descrição Preto total (R$)

Este orçamento visa apresentar o custo para projeto, implantação e operação de um aterro sanitário específico para o município, e está fundamentado nos trabalhos: "Estudo sobre os Aspectos Econômicos e Financeiros de Implantação e Operação de Aterros Sanitários-FGV-ABETRE/2009”; “Custo de implantação de aterros sanitários”, apresentado no 26º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental-ABES (2011). Produção: MEMÓRIA DE 5.292 ton/ano (área urbana e rural). Este orçamento contempla a opção de CÁLCULO E aterro específico para Itaobim Valores reajustados para 2019.

REFERÊNCIAS Pré-implantação, inclusive projeto 89.388,78 Implantação 392.369,166 Operação 6.683.819,961

146

Encerramento 71.540,049 Pós-encerramento 472.216,038 TOTAL 7.709.333,99 FONTES DE Com recursos advindos de recursos estaduais/federais. RECURSOS PRIORIZAÇÃO Alta

AÇÃO PR 1.3 ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA PARA TARIFAÇÃO ESPECÍFICA DO SERVIÇO DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS A Prefeitura, através da equipe técnica própria, deverá efetuar os DESCRIÇÃO AÇÃO estudos de viabilidade técnico-econômica para a determinação da tarifa a ser aplicada na cobrança dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Curto Viabilizar de maneira autossustentável 50% das atividades do setor; METAS Médio Viabilizar de maneira autossustentável 100% das atividades do setor; Longo Manter. - (Semestral) Sustentabilidade financeira dos serviços relacionados ao manejo de resíduos (Receita arrecadada com o manejo de INDICADOR resíduos sólidos / Despesa total da Prefeitura com o manejo de resíduos) x 100; - Índice de despesas com empresas contratadas para execução de serviços de manejo de RSU (Despesa da Prefeitura com empresas contratadas / Despesa total da Prefeitura com manejo de RSU) x 100. PRAZO Implantação: Curto Até 4 anos Manutenção: Médio e Longo 4 a 20 anos CUSTOS ESTIMADOS Sem custos diretos. MEMÓRIA DE Ação a ser desenvolvida pela equipe própria da CÁLCULO E Descrição Prefeitura. REFERÊNCIAS RESPONSÁVEL/FONTES Prefeitura DE RECURSOS PRIORIZAÇÃO Média

AÇÃO PR 1.4 ELABORAÇÃO DE PROGRAMA DE INDICADORES RELATIVOS À LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS A Prefeitura, através de sua equipe própria, deverá desenvolver um DESCRIÇÃO programa que terá o propósito de estabelecer indicadores de controle e AÇÃO desempenho dos serviços relativos à limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos. Curto Garantir ferramenta para medir e controlar o desempenho do setor; METAS Médio Ação continua; Longo Ação continua. - (Mensal) Custo unitário médio dos serviços de varrição (Despesa total da

147

Prefeitura com serviço de varrição / Extensão total de sarjeta varrida); - (Mensal) Índice do custo de serviço de coleta (Despesa total da Prefeitura INDICADOR com serviço de coleta / Despesa total da Prefeitura com manejo de RSU) x 100; - (Anual) Gasto por habitante ano (Gasto anual com o sistema de limpeza urbana / População total do Município). Curto Até 4 anos; PRAZO Manutenção Médio e Longo (4 a 20 anos). CUSTOS Sem custos diretos. ESTIMADOS MEMÓRIA DE Descrição Ação a ser desenvolvida pela equipe própria da Prefeitura. CÁLCULO E REFERÊNCIAS RESPONSÁVEL/F Prefeitura ONTES DE RECURSOS PRIORIZAÇÃO Baixa

AÇÃO PR 1.5 PROJETAR, LICENCIAR E IMPLANTAR UMA UNIDADE DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM (UTC) NO MUNICÍPIO Contratação de uma empresa especializada e com experiência na área de resíduos sólidos para projetar, licenciar e implantar uma Usina de Triagem e DESCRIÇÃO Compostagem-UTC. Nesse contexto a Prefeitura, através de sua equipe AÇÃO própria ou da contratação de um técnico com formação ou experiência na área de resíduos, deverá acompanhar, participar e fiscalizar as ações (consorciadas ou não). Curto Projeto da UTC 100% concluído e com licença de implantação; METAS Médio Implantação da UTC com licença para operação e funcionamento; Longo Acompanhamento do funcionamento. - (Mensal) Relatório do setor responsável das etapas de elaboração e INDICADOR implantação do projeto; - (Semanal) Controle com pesagem do resíduo recolhido. Implantação: Curto até 4 anos; PRAZO Manutenção: Médio e Longo 4 a 20 anos. CURTO 129.300,00 CUSTOS MÉDIO 258.600,00 ESTIMADOS (R$) LONGO 390.200,00 TOTAL 778.100,00 Descrição Preço Total Este orçamento está fundamentado na "Análise da Viabilidade de Implantação de uma Usina de Triagem e Compostagem na Ilha de São MEMÓRIA DE Vicente-Cabo Verde-UFRGS-Antônio Pedro Brito Delgado/2009”, adaptado CÁLCULO E para uma geração de resíduos até 14,7 ton./dia e preços atualizados 2019. REFERÊNCIAS Projeto (formato A1) 8.400,00

Obras Civis 95.000,00 Equipamentos 190.300,00 Total da implantação 293.700,00

Operação 484.400,00 148

Total da ação 778.100,00 FONTES DE Prefeitura, através de convênio a nível estadual/federal.

RECURSOS PRIORIZAÇÃO Média

AÇÃO - PR 1.6 PLANO DE GERENCIAMENTO DOS RCC, PARA APROVEITAMENTO DOS RESÍDUOS INERTES E REDUÇÃO DOS RESÍDUOS DESCARTADOS. A Prefeitura deverá elaborar o Plano de Gerenciamento dos Resíduos da DESCRIÇÃO Construção Civil, adquirir ou desapropriar uma área adequada, acompanhar e AÇÃO fiscalizar as atividades do descarte correto dos entulhos e operacionalizar a disposição final nos bota-foras. CURTO Elaboração do Plano de Gerenciamento; METAS MÉDIO Implantação de 100% do Plano; LONGO Manter. - (Mensal) Controle do setor responsável com registro ou cadastro das obras INDICADOR e demolições; - (Mensal) Fiscalização da destinação dos resíduos gerados. PRAZO Implantação: Curto (até 4 anos); Manutenção: Médio e Longo (4 a 20 anos). CUSTOS CURTO 325.332,00 ESTIMADOS (R$) MÉDIO 650.664,00 LONGO 974.004,00 TOTAL 1.950.000,00 Descrição Preço total (R$) MEMÓRIA DE Elaboração do Plano de Gerenciamento 30.000,00 CÁLCULO E Acompanhamento da implantação do Plano, 1.920.000,00 REFERÊNCIAS com uma equipe composta de 1(um)

profissional de nível superior e 1(um) técnico especializado. Custo da equipe: R$8.000,00/mês ou R$96.000,00/ano Total da ação 1.950.000,00 RESPONSÁVEL/F Prefeitura, através da cobrança pelos serviços e de convênios a nível ONTES DE estadual/federal. RECURSOS PRIORIZAÇÃO Média

AÇÃO - PR 1.7 ELABORAR PROJETO ESPECÍFICO PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA COMUNIDADE PARA O ACONDICIONAMENTO E DISPOSIÇÃO ADEQUADA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DESCRIÇÃO A Prefeitura deverá, através de sua equipe técnica, elaborar as normas de AÇÃO orientação à população no acondicionamento e disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos. CURTO Elaborar projeto e diminuir para 30% o índice de resíduo queimado ou (seco) aterrado; MÉDIO Diminuir para 15% o índice de resíduo queimado ou (seco) METAS aterrado; Alcançar 0% de resíduo queimado. (*considerando que o 149

LONGO resíduo úmido/orgânico pode e deve ser aproveitado como adubo, etc.). - (Anual) Índice de orientação (Nº hab. visitados ou orientados pelo projeto / INDICADOR total de hab.); - (Semestral) Entrevistas com a comunidade (amostragem) para levantamento sobre a destinação do seu resíduo. Curto (até 4 anos); PRAZO Manutenção: Médio e Longo (4 a 20 anos). CUSTOS Sem custos diretos. ESTIMADOS MEMÓRIA DE Descrição CÁLCULO E Ação a ser desenvolvida pela equipe própria da Prefeitura. REFERÊNCIAS FONTES DE Prefeitura. RECURSOS PRIORIZAÇÃO Média

PROMOVER CURSOS PERIÓDICOS DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL E OFICINAS DE RECICLAGEM DA MÃO DE OBRA LOCAL, COM AÇÃO - PR 1.8 ORIENTAÇÕES TEÓRICAS E CONHECIMENTO PRÁTICO SOBRE AS ATIVIDADES DO SETOR, COMO CURSOS SOBRE: DIREÇÃO CUIDADOSA DE MAQUINÁRIO PESADO, PROTEÇÃO PESSOAL, RESÍDUOS CONTAMINANTES E MATERIAIS TÓXICOS E PERIGOSOS, SITUAÇÕES INSALUBRES, DISPOSIÇÃO ADEQUADA DOS RESÍDUOS, PLANEJAMENTO DO TRABALHO. (DIRETRIZES DE SEGURANÇA DO TRABALHO). Contratação de um técnico com formação e experiência na área, responsável por desenvolver junto a Prefeitura cursos periódicos de capacitação, teórica e prática, para os funcionários, assim como implantá-lo segundo recomendações da própria Prefeitura. Para essa ação são previstos 2(dois) eventos/ano e as DESCRIÇÃO oficinas de capacitação abordariam as mais variadas temáticas, tais como AÇÃO cursos de direção cuidadosa de maquinário pesado, proteção pessoal, resíduos contaminantes e materiais tóxicos e perigosos, situações insalubres, disposição adequada dos resíduos, planejamento do trabalho, etc. (Diretrizes de segurança do trabalho). CURTO Qualificar e reciclar 80% da mão da mão de obra do setor, envolvendo todas as esferas do setor; METAS MÉDIO Qualificar e reciclar 100% da mão da mão de obra do setor, envolvendo todas as esferas do setor; LONGO Ação contínua. - (Semestral) Índice de frequência de acidente de trabalho. (Número de acidentes/ Homens horas trabalhadas) x 1.000 (Semestral) Acompanhamento de desempenho dos serviços de coleta de, através de avaliação, por entrevista INDICADOR ou questionário, com 5% da população total do Município. (Pontuação a ser aplicada: Muito Bom – 10; Bom – 8; Satisfatório – 6; Regular – 3; Insatisfatório – 1. Os pontos dever ser somados e posteriormente divididos pela quantidade total de entrevistados). Curto (até 4 anos); PRAZO Manutenção: Médio e Longo (4 a 20 anos). CURTO 245.344,00 CUSTOS MÉDIO 394.708,00

150

ESTIMADOS (R$) LONGO 426.668,00 TOTAL 1.066,720,00 Descrição Preço total (R$) Equipe composta de 1 (um) Profissional 1.066,720,00 especializado 80hs x 35: R$ 2.800,00, 1 (um) MEMÓRIA DE Técnico em mobilização 80hs x 35: R$ CÁLCULO E 2.800,00, 1 (um) veículo leve 80hs x 30: R$ REFERÊNCIAS 2.400,00, confecção de 150 cartilhas: 150 x

8,00: R$ 1.200,00, folders e materiais diversos: R$ 1.000,00, lanche (50 pessoas): R$ 2.000,00; eventuais: R$ 1.134,00, num total de R$ 13.334,00 por evento e R$ 26.668,00/ano (2 eventos). Custo da ação 1.066,720,00 FONTES DE Prefeitura, com recursos próprios ou através de convênios a nível RECURSOS estadual/federal. PRIORIZAÇÃO Média

Tabela 54: Ações do Programa PR 1 - Programa Estruturante dos RSD. Fonte: Adaptação CODANORTE, 2019.

22.2 OBJETIVO: R2 - ampliar e adequar os serviços de coleta, limpeza pública e destinação final dos resíduos sólidos.

Com o aumento da população do Município, cresce também os desafios em oferecer um serviço abrangente, descentralizado e qualificado, prevendo todas as etapas do processo, desde a limpeza e coleta, até o acondicionamento e destinação final dos resíduos. Realidade esta que, só se torna possível através de um conjunto de ações, de forma sistêmica, prevendo melhorias físicas e dos serviços prestados e, sobretudo, sua manutenção, evitando retrocessos e gastos com retrabalhos, garantindo a continuidade dos serviços.

a) Ações do Programa PR 2 – Operação e Manutenção

CRIAR UMA EQUIPE DE LIMPEZA E MANUTENÇÃO DOS AÇÃO - PR 2.1 SERVIÇOS DE CAPINA E PODA DE LOGRADOUROS PÚBLICOS. DESCRIÇÃO A Prefeitura deverá montar uma equipe de limpeza e manutenção dos AÇÃO serviços de capina e poda de logradouros públicos. METAS CURTO Garantir 80% da limpeza e manutenção adequada dos logradouros públicos; MÉDIO Garantir 100% da limpeza e manutenção adequada dos logradouros públicos; LONGO Manter. INDICADOR (Anual) Índice de serviço de limpeza e manutenção das vias (Extensão (km) de vias pavimentadas limpas x 100 / Extensão total de vias pavimentadas. Curto (até 4 anos); 151

PRAZO Manutenção: Médio e Longo (4 a 20 anos). CUSTOS CURTO 2.736.000,00 ESTIMADOS (R$) MÉDIO 2.736.000,00 LONGO 8.208.000,00 TOTAL 13.680.000,00 Descrição Preço total MEMÓRIA DE Equipe de manutenção, capina e poda dos logradouros CÁLCULO E públicos: REFERÊNCIAS 1) Mão de obra (salário e leis sociais): 1(encarregado de turma), R$ 3.000,00/mês; 2) 20 (serventes), R$ 24.000,00; R$ 13.680.000,00 3) 04 Caminhão caçamba, 02 Caminhão aberto, R$ 30.000,00/mês; 4) EPI e pequenas ferramentas: verba R$ 4.000,00/mês; 5) Total mensal: R$ 57.000,00; 6) Total de R$ 684.000,00/ano. Custo da ação R$ 13.680.000,00 FONTES DE Prefeitura, com recursos próprios ou através de convênios a nível RECURSOS estadual/federal. PRIORIZAÇÃO Média

REMEDIAR A ÁREA DO UTILIZADA COMO ATERRO CONTROLADO AÇÃO - PR 2.2 Esta ação contempla o projeto de recuperação da área degradada-PRAD, e a execução de serviços, tais como: recobrimento e compactação da área com DESCRIÇÃO terra, execução de drenagem pluvial, constituída de valetas nas curvas de AÇÃO nível, bigodes, revestimento vegetal (grama), plantio de árvores, cercamento, sinalização, etc. CURTO E MÉDIO PRAZO: Recuperar 100% da área degradada pelo METAS aterro controlado, principalmente se estiver em área de APP (Área de preservação permanente); LONGO PRAZO: Manter. INDICADOR (Semestral) Índice de recuperação ambiental da área através de relatório pelo setor responsável. Curto (até 4 anos); PRAZO Manutenção: Médio e Longo (4 a 20 anos). CURTO 71.607,40 CUSTOS E MÉDIO ESTIMADOS (R$) LONGO 182.160,00 TOTAL 253.767,40 Descrição Preço total (R$) Conforme estimativas elaboradas pelo CODANORTE para os PMRS, o custo de encerramento de lixões, MEMÓRIA DE para municípios com população até 40.000 habitantes, CÁLCULO E é de R$ 3,40/hab., ou seja, para uma população total 71.607,40 REFERÊNCIAS de 21.061 hab. temos: R$ 71.607,40 O custo do pós- encerramento será de R$ R$ 1,20/hab. x ano, ou R$ 9.108,00/ano ou R$ 182.160,00 (20 anos). 182.160,00 Custo da ação 253.767,40

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FONTES DE Prefeitura, com recursos próprios ou através de convênios. RECURSOS PRIORIZAÇÃO Média

EXPANDIR O ATENDIMENTO DE COLETA A TODO O MUNICÍPIO, AÇÃO - PR 2.3 OFERECENDO O SERVIÇO TAMBÉM A TODA A EXTENSÃO RURAL, EVITANDO ASSIM A QUEIMA OU ATERRO DOS RESÍDUOS. Formação de uma equipe interna da Prefeitura, composta pessoal (garis, DESCRIÇÃO encarregado de limpeza dentre outros) e munida de toda a estrutura de apoio AÇÃO necessária (caminhões compactadores), com o objetivo de ampliar a coleta em toda extensão rural e evitar a queima ou aterro irregular dos resíduos. CURTO Atendimento satisfatório a 80% do Município com o serviço de coleta; METAS MÉDIO Atendimento satisfatório a 100% do Município com o serviço de coleta; LONGO Manter. (Anual) quantificar os domicílios atendidos por coleta de resíduos sólidos INDICADOR domiciliares, (Nº total de domicílios atendidos por coleta direta de resíduos sólidos x 100) / Nº total de domicílios. Curto (até 4 anos); PRAZO Manutenção: Médio e Longo (4 a 20 anos). CURTO 1.282.620,00 CUSTOS MÉDIO 1.282.620,00 ESTIMADOS (R$) LONGO 2.565.240,00 TOTAL 5.130.480,00 Descrição Preço total (R$) Equipe completa de coleta e limpeza, custo mensal: MEMÓRIA DE 1) Mão de obra: CÁLCULO E  Encarregado: 1 x 3,5 SM x R$ 880,00 = R$ REFERÊNCIAS 3.080,00;  Ajudantes: 5 x 1,2 SM x R$ 880,00 = R$ 5.280,00;  Leis Sociais (73,44%): R$ 13.640,00 x 0,7344 = R$ 5.130.480,00 10.017,00;  Total de mão de obra: R$ 18.377,00. 2) Equipamento:  1 caminhão caçamba: R$ 3.000,00/mês. 3) Total mensal: R$ 21.377,00 Custo da ação 5.130.480,00 FONTES DE Prefeitura, com recursos próprios ou através de convênios. RECURSOS PRIORIZAÇÃO Média

Tabela 55: Ações do Programa PR 2 – Operação e Manutenção. Fonte: Adaptação CODANORTE, 2019.

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22. 3 OBJETIVO: R3 – Ampliar programa de coleta seletiva e reaproveitamento dos resíduos sólidos urbanos.

Considerando a necessidade de se alcançar e manter a universalização dos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos do Município, com qualidade satisfatória em seu atendimento, propõe-se a ampliação do Programa de Coleta Seletiva, considerando os diversos benefícios advindos do mesmo, sobretudo na destinação final dos resíduos, e incentivo a práticas sustentáveis e ambientais. a) Ações do Programa PR 3 - Programa Reciclando

AMPLIAR PROGRAMA DE COLETA SELETIVA NA SEDE AÇÃO - PR 3.1 E IMPLANTAR NOS DISTRITOS Contratação de uma consultoria ambiental especializada em manejo dos resíduos sólidos, responsável pela elaboração de um projeto de DESCRIÇÃO AÇÃO coleta seletiva, assim como pela ampliação do mesmo na sede e implantação nos povoados. No caso da implantação deve-se incluir o custo de coleta, transporte e triagem que seriam gastos periódicos a serem pagos pela Prefeitura, como por exemplo, a contratação de mais mão de obra. CURTO Atender 100% da sede com o programa de coleta seletiva; METAS MÉDIO Atender 100% da sede e distritos com o programa de coleta seletiva; LONGO Ação contínua. (Semestral) Índice de Reaproveitamento dos Resíduos Sólidos INDICADOR Domiciliares; (Total de materiais recuperados com a coleta seletiva x 100 / Total de resíduos sólidos coletados). PRAZO Curto (até 4 anos); Manutenção: Médio e Longo (4 a 20 anos). IMEDIATO 550.300,00 CURTO 7.300.000,00 CUSTOS ESTIMADOS MÉDIO 10.301.100,00 LONGO 13.600.600,00 TOTAL 31.752.000,00 MEMÓRIA DE Descrição Preço total (R$) CÁLCULO E Os valores constantes do presente orçamento REFERÊNCIAS foram apresentados no XXVII Congresso

Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental- ABES-Alexandre Aguiar/2012, atualizados para 2019. Coleta e transporte: 31.752.000,00 US$ 50,00/ton. Triagem: US$ 25,00/ton. Quantidade estimada: 5.292,00 ton./ano Custo 1) Operação de coleta e transporte: 5.292 ton. 154

x R$ 200,00/ton. = R$ 1.058.400,00; 2) Triagem: 5.292 ton. x R$ 100,00/ton. = R$ 529.200,00 3) Total anual: R$ 1.587.600,00

Total da ação 31.752.000,00 RESPONSÁVEL/FONTES Prefeitura, com recursos próprios ou através de convênios. DE RECURSOS PRIORIZAÇÃO Média

AMPLIAR OU IMPLANTAR NOVA ASSOCIAÇÃO AÇÃO - PR 3.2 FORMALIZADA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS NA SEDE DESCRIÇÃO AÇÃO A Prefeitura deverá regularizar e incrementar, com o seu pessoal próprio, a criação e operacionalização das associações de catadores. CURTO Regular e incentivar a atividade dos catadores de recicláveis na sede; METAS MÉDIO Ter 100% dos catadores em atividade no Município formalizados; LONGO Tornar a atividade economicamente autossustentável. INDICADOR  (Anual) Taxa de inclusão de catadores no sistema de coleta seletiva do Município (Nº de catadores incluídos nas atividades propostas pelo Município / Total de catadores no Município) x 100;  (Anual) Volume de resíduos comercializados pelas cooperativas de reciclagem (Total de resíduos comercializados pelas cooperativas / Total de resíduos encaminhados para a disposição final) x 100. Implantação: Curto (até 4 anos); PRAZO Manutenção: Médio e Longo (4 a 20 anos). CUSTOS ESTIMADOS Ação sem custos diretos. MEMÓRIA DE Descrição CÁLCULO E A ação será executada pela Prefeitura, utilizando seu pessoal REFERÊNCIAS próprio. RESPONSÁVEL/FONTES Prefeitura. DE RECURSOS PRIORIZAÇÃO Média

PROGRAMA DE REAPROVEITAMENTO DOS ENTULHOS GERADOS NO MUNICÍPIO EM OPERAÇÕES TAPA- AÇÃO - PR 3.3 BURACOS, EM VOÇOROCAS, ETC., VISANDO A SUSTENTABILIDADE ECONÔMICO-AMBIENTAL. A Prefeitura utilizará seus equipamentos próprios para fazer as DESCRIÇÃO AÇÃO operações de tapa-buracos e tratamento de voçorocas, utilizando o entulho de construção civil gerado no município. CURTO Reaproveitar 80 % dos RCC gerados; METAS MÉDIO Reaproveitar 100% dos RCC gerados; LONGO Manter. (Semestral) Índice de reaproveitamento dos RSI e RCC; 155

INDICADOR (Total de RSI e RCC reaproveitados x 100) / Total de RSI e RCC coletados. Implantação: Curto (até 4 anos); PRAZO Manutenção: Médio e Longo (4 a 20 anos). CUSTOS ESTIMADOS CURTO 1.142.816,00 (R$) MÉDIO 2.142.816,00 LONGO 3.503.488,00 TOTAL 6.789.120,00 Descrição Preço total (R$) Critérios utilizados neste orçamento: Geração MEMÓRIA DE dos RCC: 136 ton./mês x 461,50 kg/m³ = 884 CÁLCULO E m³/mês. Distância de Transporte: 10 km. REFERÊNCIAS 1) Operação de carga e descarga: 884 m³/mês x

R$ 2,50/m³ = R$ 2.210,00 6.789.120,00 2) Transporte: 884 m³/mês x R$1,60 m³xkm x 20 km = R$ 42.432,00/mês. 3) Total mensal: R$ 28.288,00 4) Total anual: R$ 339.456,00 Total da ação 6.789.120,00 RESPONSÁVEL/FONTES Prefeitura, com recursos próprios ou através de convênios. DE RECURSOS PRIORIZAÇÃO Média ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE AÇÃO - PR 3.4 REUTILIZAÇÃO DOS RESÍDUOS DE PODA COMO BIOMASSA OU EM TÉCNICA DE FERTILIZAÇÃO A Prefeitura Municipal, por meio da criação e capacitação técnica de um DESCRIÇÃO grupo interno ou pela contratação de uma consultoria ambiental, deverá AÇÃO elaborar e implantar um programa que irá produzir o composto orgânico a partir da utilização dos resíduos da poda. CURTO Reutilizar 70% dos resíduos de poda; METAS MÉDIO Reutilizar 100% dos resíduos de poda; LONGO Ação contínua.  (Anual) Taxa de resíduos úmidos valorizados; INDICADOR  (Total de resíduos valorizados x 100) / Total de resíduos coletados no Município. PRAZO Implantação: Curto (até 4 anos); Manutenção: Médio e Longo (4 a 20 anos). CUSTOS CURTO 425.320,00 ESTIMADOS (R$) MÉDIO 1.220.500,00 LONGO 1.724.900,00 TOTAL 3.370.720,00 Descrição Preço total (R$) MEMÓRIA DE Este orçamento tem como referência o "Estudo do CÁLCULO E potencial de utilização da biomassa resultante da poda REFERÊNCIAS de árvores urbanas para a geração de energia (utilização como composto orgânico)", Produção de Composto orgânico, num preço de R$ 80,00/ton., uma quantidade 3.370.720,00 estimada, per capita de 0,1 ton./hab. x ano ou 2.106,7 ton./ano, resultando em um custo anual de R$ 156

168.536,00 Total da ação 3.370.720,00 RESPONSÁVEL/F Prefeitura. ONTES DE RECURSOS PRIORIZAÇÃO Baixa

Tabela 56: Ações do Programa PR 3 - Programa Reciclando Fonte: Adaptação CODANORTE, 2019.

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23 ANÁLISE GERAL DOS PROGRAMAS E AÇÕES

Buscando atingir o principal objetivo do PMGIRS, foi realizada uma análise final dos Programas e Ações elaborados e consolidados no presente documento. Primeiramente foi realizado um resumo financeiro incluindo todos os programas e suas respectivas ações, já com seus valores orçamentários, consolidados por Programa. No campo das ações, serão utilizados os códigos, já delineados neste documento, com o objetivo de facilitar o entendimento. O valor global do PMGIRS, no horizonte de 20 anos, para o alcance da melhoria em quantidade e qualidade dos serviços no campo dos resíduos sólidos e limpeza urbana foi de aproximadamente de R$ 73.440.241,39 de acordo com a tabela a seguir.

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PROGRAMAS CONTEMPLADOS E AÇÕES – RESÍDUOS PROGRAMAS PRAZO: CURTO 2019-2022 PRAZO: MÉDIO 2023-2026 PRAZO: LONGO 2027-2038 VALOR CONTEMPLADOS AÇÃO VALOR AÇÃO VALOR AÇÃO VALOR PR 1.1 R$ 960.000,00 PR 1.1 R$ 192.000,00 PR 1.1 R$ 576.000,00 R$ 960.000,00 PR 1.2 R$ 392.369,166 PR 1.2 R$ 784.738,332 PR 1.2 R$ 6.532.226,49 R$ 7.709.333,99 PR 1.3 R$ 0,00 PR 1.3 R$ 0,00 PR 1.3 R$ 0,00 R$ 0,00 PR1.1 - Programa Estruturante PR 1.4 R$ 0,00 PR 1.4 R$ 0,00 PR1.4 R$ 1.200.000,00 R$ 0,00 dos RSD PR 1.5 R$ 129.300,00 PR 1.5 R$ 258.600,00 PR 1.5 R$ 390.200,00 R$ 778.100,00 PR 1.6 R$ 325.332,00 PR 1.6 R$ 650.664,00 PR 1.6 R$ 974.004,00 R$ 1.950.000,00 PR 1.7 R$ 0,00 PR 1.7 R$ 0,00 PR 1.7 R$ 0,00 R$ 0,00 PR 1.8 PR 1.8 PR 1.8 R$ 245.344,00 R$ 394.708,00 R$426.668,00 R$ 1.066,720,00 TOTAL TOTAL TOTAL R$ 1.558.356,00 R$ 2.049.189,00 R$4.300.105,00 R$ 12.464.153,99 PR 2.1 R$2.736.000,00 PR 2.1 R$2.736.000,00 PR 2.1 R$ 8.208.000,00 R$ 13.680.000,00 PR2.1 - Programa Operação e PR 2.2 R$ 71.607.40 PR 2.2 R$0,00 PR 2.2 R$ 182.160,00 R$ 253.767,40 Manutenção PR 2.3 R$1.282.620,00 PR 2.3 R$1.282.620,00 PR 2.3 R$ 2.565.240,00 R$ 5.130.480,00 TOTAL R$4.090.227,40 TOTAL R$4.018.620,00 TOTAL 10.955.400,00 R$ 19.064.247,40

PR3.1 - Programa Reciclando PR 3.1 R$ 7.850.300,00 PR 3.1 R$10.301.100,0 PR 3.1 R$13.600.600,00 R$ 31.752.000,00 PR 3.2 R$ 0,00 PR 3.2 R$ 0,00 PR 3.2 R$ 0,00 R$ 0,00 PR 3.3 R$1.142.816,00 PR 3.3 R$2.142.816,00 PR 3.3 R$3.503.488,00 R$ 6.789.120,00 PR 3.4 R$425.320,00 PR 3.4 R$1.220.500,00 PR 3.4 R$1.724.900,00 R$ 3.370.720,00 TOTAL R$9.418.436,00 TOTAL R$13.664.416,00 TOTAL R$18.828.988,00 R$ 41.911.840,00

TOTAL DE TOTAL R$ 15.067.019,40 TOTAL R$ 19.732.225,00 TOTAL R$ 34.084.493,00 R$ 73.440.241,39 INVESTIMENTOS Tabela 57: Programas Contemplados e Ações – Resíduos. Fonte: Adaptação CODANORTE, 2019.

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24 AÇÕES DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA

O consumismo tem aumentado significativamente, e com ele, o uso de descartáveis, o que implica numa quantidade maior de geração de resíduo e no seu acúmulo. Assim, em 2010, a Lei nº 12.305, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como, sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo os perigosos. Dessa forma, o manejo dos resíduos sólidos é um dos principais desafios para atender as diretrizes da proteção ambiental, pois permite o conhecimento qualiquantitativo e as peculiaridades dos diferentes resíduos gerados por uma população e exige a participação e o envolvimento de todos em um processo de gestão participativa integrada de resíduos sólidos urbanos (OLIVEIRA et al., 2007.) No município de Itaobim ainda está muito aquém ao atendimento previsto na legislação vigente, limitando-se seus serviços de coleta à área urbana e as comunidades de São João e Pasmado. Neste contexto, o Plano de Municipal de Gerenciamento Integrado dos Resíduos Sólidos (PMGIRS) norteia ações e estabelece as diretrizes necessárias na busca de reverter o atual cenário indesejável. Com relação à destinação final dos Resíduos Sólidos Urbanos, o município está regularizando em parceria com o CODANORTE a área que anteriormente era utilizada como aterro controlado, e assim construindo um aterro sanitário de pequeno porte. Para um efetivo funcionamento e aumento de sua vida útil, será necessário adquirir uma usina de triagem e compostagem, e implantar programa de coleta seletiva, conforme previsto neste plano. O projeto e custos de construção do aterro encontra-se no apêndice. Outra ferramenta importante para melhorar e adequar a situação de manejo dos resíduos sólidos e limpeza urbana é a existência de um Plano de Emergência e Contingência. Em função das várias atividades neste eixo, determinada pelas diversas classificações dos resíduos, segue uma abordagem das principais ações de emergência e que deverão ser relatadas e adequadas de forma específica para cada ocorrência.

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24.1 Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos

Com relação aos Serviços de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos, algumas situações que podem exigir respostas rápidas são citadas a seguir:

24.1.1 Paralisação do serviço de coleta convencional e seletiva.

 Ocorrência de avarias e falhas mecânicas em máquinas, veículos e equipamentos.  Ocorrência de acidentes de trabalho com os funcionários.  Greves de funcionários.  Constatação de disposição inadequada de resíduos sólidos com potencial de contaminação das pessoas e do meio ambiente.  Ocorrência de eventos climáticos que impeçam a prestação de serviços nesse setor (coletas, processamento, transbordo, transporte ou disposição de resíduos).  Ocorrência de incêndios ou outros eventos imprevisíveis nas dependências utilizadas pelo setor de resíduos ou em locais que que impeçam as coletas convencionais e seletivas. As ações de emergência e contingência tomadas pelo Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos devem deflagrar providências, visando à comunicação das autoridades responsáveis pelo setor, que por sua vez, agirão no sentido de mobilizar os órgãos capazes de mitigar os impactos da emergência ocorrida, assim como comunicar a população local.

a) Ocorrência de avarias nos veículos de coleta convencional:

Consequências potenciais: paralisação do serviço de coleta convencional de resíduos em todos ou em alguns bairros do município. Isso pode acarretar o acúmulo de resíduos sólidos nos passeios e logradouros públicos e a queima ou descarte irregular em lotes vagos, atração de animais e possíveis catadores, que violam os volumes, mau cheiro, chorume, risco dos resíduos serem levados pelas águas pluviais para os dispositivos de drenagem ou margens e leitos de cursos d’água.

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Dessa forma, há um preocupante impacto socioambiental, colaborando para falhas no sistema de drenagem, assoreamento dos corpos hídricos e comprometendo a salubridade da população pela poluição recorrente. Ações a serem tomadas: providenciar veículo reserva e iniciar processo de conserto do(s) veículo(s) avariado(s); se não for possível manter a prestação dos serviços dentro da rotina operacional, comunicar à população e às instituições que estejam direta ou indiretamente envolvidas com a coleta convencional. Responsável: Coordenadoria de Limpeza Urbana.

b) Ocorrência de avarias aos veículos de coleta seletiva:

Consequências potenciais: paralisação do serviço de coleta, o que pode implicar no acúmulo de material reciclável nos passeios e logradouros públicos ou no descarte irregular de resíduos em lotes vagos ou nas margens e leitos de cursos d’água. Ações a serem tomadas: acionar a Prefeitura Municipal para solicitar veículo reserva e encaminhar veículo avariado para o conserto. Se não for possível manter a prestação dos serviços dentro da rotina operacional, comunicar à população e às instituições que estejam diretas ou indiretamente envolvidas com a coleta seletiva.

c) Ocorrência de avarias aos veículos utilizados na limpeza urbana:

Consequências: a paralisação do serviço de limpeza urbana pode acarretar no acúmulo de resíduos sólidos nos passeios e logradouros públicos, comprometendo o bom estado de limpeza e conservação das vias e espaços públicos; os resíduos podem ser carregados pelas águas pluviais até o sistema de microdrenagem, entupindo galerias e bocas de lobo, provocando inundações. Ações a serem tomadas: solicitar veículo reserva e iniciar manutenções corretivas; comunicar à população, instituições e autoridades sobre possíveis atrasos e/ou alterações do horário na realização dos serviços de limpeza urbana.

d) Ocorrência de acidente de trabalho com os coletores responsáveis pela coleta convencional:

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Ações a serem tomadas: iniciar primeiros socorros; acionar socorristas do SAMU; comunicar à população sobre possíveis atrasos ou outras alterações na coleta; substituir o operário lesionado por outro funcionário, temporariamente. Responsável: prestador dos serviços de coleta convencional de resíduos sólidos.

e) Ocorrência de acidentes de trabalho com os coletores responsáveis pela coleta seletiva:

Ações a serem tomadas: iniciar primeiros socorros; acionar socorristas do SAMU; comunicar à população sobre possíveis atrasos ou outras alterações na coleta; substituir o operário lesionado por outro funcionário, temporariamente.

f) Acidentes de trabalho nas unidades do setor de resíduos sólidos devido à má utilização de máquinas e equipamentos:

Ações a serem tomadas: iniciar os primeiros socorros; acionar socorristas do SAMU substituir o operário lesionado por outro funcionário, temporariamente. A fim de evitar acidentes, deve-se deixar oferecer treinamentos aos funcionários para operar quaisquer máquinas, equipamentos ou veículos, mantendo registro dos treinamentos oferecidos. Deve-se ainda deixar à disposição dos funcionários as instruções de uso das máquinas ou equipamento presentes nas unidades do setor de resíduos sólidos.

24.2 Varrição

Pode-se considerar que, o maior impacto decorrente da paralisação dos serviços de varrição, além de comprometer o bom estado de limpeza e conservação das vias e espaços públicos, está relacionado ao acúmulo dos resíduos descartados inadequadamente nas vias que, com a precipitação das chuvas são escoados para os dispositivos de drenagem superficial, sendo a principal causa, e mais recorrente, de entupimento das galerias e bocas de lobo, provocando as tão perigosas inundações nas áreas urbanas. Ações a serem tomadas: A fim de evitar acúmulo de resíduos manter vias e logradouros sempre limpos e deve-se ainda deixar à disposição funcionários para limpeza emergencial nos principais pontos de acumulo de resíduos sólidos.

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24.3 Manutenção de Vias e Logradouros

Os serviços de roçada, pintura e capina de meios fios não ocorre com tanta frequência como ocorrem os serviços de varrição, e por este motivo, este serviço pode se ausentar por um período maior sem causar prejuízos expressivos. Ações a serem tomadas: Monitorar estes serviços para garantir o bem-estar da população e evitar proliferação de doenças, além de manter um controle ambiental.

24.4 Manutenção das Áreas Verdes

Uma paralisação prolongada deste serviço pode ser considerada da mesma abordagem do serviço de manutenção das vias, citado anteriormente.

24.5 Limpeza pós Feiras-livres

Há uma preocupação considerável para a paralisação deste serviço, sendo comparável à mesma abordagem do serviço de varrição, uma vez que, o excesso de resíduos e descartáveis pode ser levado ao acúmulo junto aos dispositivos de drenagem, comprometendo da mesma forma sua eficiência.

24.6 Limpeza de Bocas de Lobo e Galerias

Apesar de pouco visível, a princípio, o impacto ocasionado pela paralisação deste serviço é de entupimento e assoreamento dos dispositivos de drenagem superficial, apresentando as mesmas consequências junto ao sistema de drenagem, e causas de inundação das respectivas zonas urbanas. Este serviço de manutenção é indispensável, uma vez que, na ocorrência de inundação, não há medidas eficientes neste aspecto para mitigação do problema, a não ser a espera pelo escoamento das águas, e então o procedimento de limpeza.

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24.7 Disposição Final de Rejeitos dos RSU

Considerando que no município de Itaobim está em obra um Aterro Sanitário de Pequeno Porte - ASPP, é necessário enfocar a importância deste para a operação e gestão dos RSU, visando atender à legislação federal vigente, que prevê somente a disposição final dos rejeitos ou resíduos não reaproveitáveis, assim, o volume de resíduos enviado aos aterros tende a diminuir de forma considerável, aumentando sua vida útil. As alternativas atuais visam manter o ASPP devidamente em operação. Caso ocorra a paralização destes serviços, seja por greve, falta de equipamentos, complicações nos processos de gestão e questões ambientais, a execução dos trabalhos deverá ser remediada o quanto antes, exigindo um Plano de Emergência bem expressivo.

a) Paralisação do funcionamento do aterro sanitário para o qual o município envia seus resíduos:

Consequências: acúmulo de resíduos sólidos na estação de transbordo; comprometimento da coleta convencional de resíduos devido à falta de local, no município, para a disposição final de resíduos sólidos (rejeitos). Ações a serem tomadas: comunicar à população sobre possíveis atrasos ou outras alterações na coleta; a Prefeitura Municipal deve buscar locais alternativos licenciados para disposição de resíduos sólidos temporariamente.

b) Ocorrência de vazamento de chorume devido a avarias na tubulação, sistema de bombeamento ou de contenção do aterro sanitário:

Consequências: contaminação do solo, do lençol freático e cursos d’água; mau cheiro. Ações a serem tomadas: conter o vazamento imediatamente; caso o aterro não disponha de sistema de tratamento de chorume, o mesmo deve ser encaminhado para uma Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) especializada no tratamento desse tipo de efluente; se houver paralisação do funcionamento do aterro sanitário, a Prefeitura Municipal precisa ser comunicada e deve buscar locais alternativos licenciados para

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disposição de resíduos sólidos temporariamente; comunicar aos órgãos de controle ambiental; implantar de planos de recuperação e monitoramento das áreas degradadas.

c) Paralisação do funcionamento do aterro sanitário devido à falta de licenças ambientais:

Consequências: acúmulo de resíduos sólidos na estação de transbordo; comprometimento da coleta convencional devido à ausência de local para disposição final de resíduos sólidos. Ações a serem tomadas: a Prefeitura Municipal deve buscar locais alternativos licenciados para disposição de resíduos sólidos temporariamente; solicitar a renovação das licenças necessárias em caráter emergencial para o restabelecimento do funcionamento do aterro sanitário.

24.8 Paralisação dos serviços de coleta convencional e limpeza urbana por problemas relacionados ao subdimensionamento de funcionários, veículos, máquinas e equipamentos:

Consequências: acúmulo de resíduos sólidos nos passeios e logradouros públicos, comprometendo o bom estado de limpeza e conservação das vias e espaços públicos; carreamento de resíduos pelas águas pluviais até o sistema de microdrenagem, entupindo galerias e bocas de lobo, o que pode implicar no alagamento de ruas e inundações de áreas, além da poluição dos sistemas de drenagem natural do município. Ações a serem tomadas: comunicar a população em caso de atrasos ou alterações na realização dos serviços; acionar a Coordenadoria de Limpeza Urbana para recrutar funcionários adicionais para realizarem a coleta de resíduos sólidos e varrição nos principais pontos do município, por exemplo, na região central, no entorno das Unidades de Saúde e das escolas, entre outros; disponibilizar caminhões adicionais para coleta dos resíduos; realizar campanha de conscientização junto à população, a fim de mobilizar a sociedade para manter a cidade limpa (evitar o descarte irregular de resíduos sólidos nas vias públicas); se necessário, contratar mais funcionários ou outra empresa para realização dos serviços, em caráter de emergência.

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24.9 Greve de funcionários da empresa responsável pela coleta, transporte e destinação final de resíduos sólidos:

Consequências: acúmulo de resíduos sólidos nas lixeiras, passeios e logradouros públicos; aproximação de animais domésticos e de vetores de doenças (ratos, baratas, etc.; possiblidade de atrair catadores informais; deflagração de mau cheiro; vazamento de chorume nas ruas; carreamento de resíduos sólidos pelas águas pluviais até os cursos d’água e dispositivos de drenagem, podendo ocasionar alagamentos, inundações e poluição dos rios. Ações a serem tomadas: negociar com os funcionários o encerramento da paralisação; recrutar funcionários da Prefeitura Municipal para realização dos serviços em regime de mutirão; se necessário, alterar programação dos serviços e comunicar a população. o

24.10 Coleta, Transporte, Pré-beneficiamento e Disposição Final dos RCC

No que tange aos resíduos da construção civil (RCC), é de responsabilidade da administração municipal somente aqueles descartados irregularmente nas vias e locais públicos. A paralisação na coleta geralmente está associada à greve dos funcionários públicos alocados neste setor. É importante para o município, prever em sua gestão a construção de um aterro para os RCC e principalmente uma triagem e pré-beneficiamento dos que possam ser reaproveitáveis.

24.11 Coleta, Transporte e Tratamento dos Resíduos de Serviço de Saúde – RSS

É de responsabilidade da administração pública o gerenciamento somente dos RSS gerados nos estabelecimentos públicos. As organizações privadas são responsáveis em tratar e destinar adequadamente seus RSS. Em se tratando deste serviço, é previsto que todo o processo seja realizado por profissionais treinados e utilizando equipamentos de proteção individual (EPI). Por sua alta periculosidade, estes resíduos devem ainda ser transportados em veículos e embalagens 167

específicas. Assim, a paralisação deste serviço está associada a greves ou paralisações da empresa contratada. Este criterioso processo é atendido plenamente pela administração atual, através de serviço terceirizado, realizado pela empresa licenciada SERQUIP responsável em coletar e dar destinação adequada aos RSS.

a) Paralisação do serviço de coleta, transporte e destinação final dos Resíduos de Serviços de Saúde:

Cabe ao Poder Público Municipal gerenciar os RSS gerados nos estabelecimentos públicos, mas fica a cargo dos estabelecimentos privados o devido gerenciamento dos RSS gerados por eles. Esse serviço deve ser realizado por profissionais e empresas especializados, com utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) necessários. Além disso, devido à alta periculosidade, estes resíduos devem ser transportados em veículos e embalagens apropriados, de maneira a evitar contaminações. Consequências: acúmulo de RSS nos Estabelecimentos de Saúde e aumento do risco de contaminação. Ações a serem tomadas: se necessário, contratar empresa especializada na realização desse serviço, em caráter de emergência; comunicar à população; em caso de greve de funcionários, deve-se negociar a volta às atividades; se necessário, solicitar veículo adicional; comunicar os prestadores públicos e privados de serviços de saúde.

24.12 Imprevisíveis

a) Ocorrência de chuvas intensas e tempestades:

Consequências: quedas de árvores; danos às residências e veículos; as chuvas excessivas podem tornar algumas ruas e estradas rurais intransitáveis, o que pode comprometer os serviços de coleta convencional e seletiva e limpeza urbana. Ações a serem tomadas: comunicar à população sobre a suspensão ou um possível atraso na coleta convencional e seletiva e na realização dos serviços de limpeza urbana; retomar os serviços o mais rápido possível após as chuvas abrandarem; avaliar se houve algum dano material e, se necessário, realizar medidas corretivas.

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As ações emergenciais e contingenciais terão suas responsabilidades de acordo com a instituição responsável pela execução dos serviços.

Na tabela abaixo foram identificados os principais tipos de ocorrências, as possíveis origens, e as ações a serem realizadas para os serviços relacionados à limpeza urbana, e manejo dos resíduos sólidos.

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LIMPEZA URBANA OCORRÊNCIA ORIGEM AÇÕES – EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA Paralisação dos serviços de Greves de pequena duração varrição manual Paralisação por tempo indeterminado  Negociação com os trabalhadores; Paralisação dos serviços de Greves de pequena duração  Mutirão com funcionários municipais que possam efetuar o serviço; manutenção de vias e logradouros Paralisação por tempo indeterminado  Contratação emergencial de empresas terceirizadas; Paralisação dos serviços de limpeza Greves de pequena duração  Alteração na programação dos serviços. dos dispositivos de drenagem Paralisação por tempo indeterminado (bocas de lobo e galerias) Queda de árvores  Acionamento de equipes de plantão para remoção e liberação da via Paralisação dos serviços de Greves de pequena duração (caso haja acidente de trânsito); manutenção de áreas verdes Paralisações por tempo  Acionar os órgãos e entidades responsáveis pelo tráfego; indeterminado  Em casos com vítimas, acionar o Corpo de Bombeiros;  E, em último caso, acionar a Defesa Civil local ou regional.

MANEJO DE DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS OCORRÊNCIA ORIGEM AÇÕES – EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA  Negociação com os trabalhadores; Paralisação dos serviços de coleta Greves de pequena duração  Mutirão com funcionários municipais que possam efetuar o serviço; domiciliar Paralisações por tempo  Contratação emergencial de empresas terceirizadas; indeterminado  Alteração na programação dos serviços.  Avisar a SEMAD, caso haja ruptura de taludes e bermas.  Caso ocorra vazamento de chorume, estancar o vazamento e transferi- Ocorrências que requerem maiores lo para uma ETE. Paralisação dos serviços de cuidados  Acionar a SEMAD e Corpo de Bombeiros, caso haja explosão ou operação do aterro sanitário incêndio.  Seguir orientação do Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas da SEMAD se houver contaminação da área; Demora na obtenção das licenças  Buscar agilizar o processo, inclusive solicitando apoio de órgãos para elevação e/ ou ampliação do competentes e decretos emergenciais.

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aterro

MANEJO DE RESIDUOS SOLIDOS DA CONTRUÇÃO CIVIL – RCC OCORRÊNCIA ORIGEM AÇÕES – EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA Greves de pequena duração Deslocar equipes de outros setores para suprir necessidade. Envio dos resíduos para disposição final em outra unidade similar Paralisação dos serviços de coleta, existente na região; transporte, triagem ou disposição Paralisações por tempo Contratação emergencial de empresas terceirizadas; final dos RCC indeterminado Caso haja ruptura de taludes, recolocar dispositivos de drenagem superficial e repor a cobertura de gramíneas; Vistorias periódicas para detectar fendas causadas por erosões localizadas. MANEJO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE Descontinuidade da coleta, Greves de pequena duração Contratação de empresa prestadora destes serviços de forma continua e transporte e tratamento de resíduos se necessário, em situação emergencial; dos serviços de saúde Paralisações por tempo Contrato emergencial de empresa terceirizada especializada, caso haja indeterminado paralisação dos funcionários. Tabela 58: Ações de Emergência e Contingência – Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos. Fonte: Adaptação CODANORTE,2019.

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25 INDICADORES OPERACIONAIS

Os indicadores operacionais são classificados como indicadores de efetividade, já que analisam de que forma as ações propostas anteriormente estão sendo implantadas. Este indicador procura fazer uma ligação direta da quantidade de recursos que o município possui e o resultado efetivo, ou mesmo os benefícios que tal transformação, ou melhoria, trará para a população, e se tal ação foi diretamente proporcional ao que foi gasto.

NOME – INDICADOR DESCRIÇÃO COMPARAÇÃO COM O SNIS 1. Relatório técnico do setor responsável O resultado de tal índice é acompanhar e controlar as Não é utilizado pelo SNIS. com acompanhamento e controle das ações previstas no PGIRS. ações previstas no PGIRS 2. Relatório do setor responsável pelo O resultado de tal índice é verificar o andamento da Não é utilizado pelo SNIS. projeto e implementação do aterro obra, segundo projeto elaborado previamente. sanitário 3. Relatório de controle de funcionamento O resultado de tal índice é controlar o funcionamento e Não é utilizado pelo SNIS. e pesagem do resíduo pesagem do resíduo. 4. Sustentabilidade financeira dos serviços O resultado de tal índice é verificar se o valor total O SNIS utiliza I005 – Autossuficiência relacionados ao manejo de resíduos arrecado pelo município através do manejo correto dos financeira da Prefeitura com o manejo de RSU. resíduos sólidos é compatível com o total gasto pela Prefeitura para que esta ação se viabilize. 5. Índice de despesas com empresas O resultado de tal índice é verificar se o valor total gasto I004 – Incidência das despesas com empresas contratadas para execução de serviços pelo município com o manejo correto dos resíduos contratadas para execução de serviços de de manejo de RSU sólidos através de empresas contratadas é compatível manejo RSU nas despesas com manejo de RSU. com o total gasto pela Prefeitura para que esta ação se viabilize. 6. Custo unitário médio dos serviços de O índice tem como objetivo medir a proporção entre a O SNIS utiliza I006 – Despesa per capita com varrição despesa total da Prefeitura com serviço de varrição e a manejo de RSU em relação à população urbana.

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extensão total de sarjeta varrida. 7. Índice do custo de serviço de coleta O índice tem como objetivo medir a proporção entre O SNIS utiliza I024 – Incidência do custo do Despesa total da Prefeitura com serviço de coleta / serviço de coleta no custo total do manejo de Despesa total da Prefeitura com manejo de RSU. RSU. 8. Gasto por habitante ano no sistema de O índice busca medir os gastos por habitante do sistema O SNIS utiliza I006 – Despesa per capita com limpeza urbana de limpeza urbana. manejo de RSU em relação à população urbana. 9. Relatório do setor responsável das etapas O índice tem como objetivo estabelecer e verificar as Não é utilizado pelo SNIS. de elaboração e implantação do projeto etapas do Projeto. da UTC 10. Controle com pesagem do resíduo O índice tem como objetivo controlar a pesagem do O SNIS utiliza I028 – Massa de resíduos recolhido resíduo recolhido. domiciliares e públicos (RDO+RPU) coletada per capita em relação à pop. Total (urbana e rural) atendida (declarada) pelo serviço de coleta. O SNIS utiliza I032 – Massa recuperada per capita de materiais recicláveis (exceto matéria orgânica e rejeitos) em relação à população urbana. 11. Controle do setor responsável pelo O índice tem como objetivo controlar o setor responsável Não é utilizado pelo SNIS. gerenciamento do RCC com registro ou pelo registro e cadastro das obras e demolições. cadastro das obras e demolições 12. Acondicionamento e disposição Este índice indica o número de habitantes visitados Não é utilizado pelo SNIS. adequada do RSU: índice de orientação dentro do projeto especifico para orientação da a comunidade comunidade. 13. Acondicionamento e disposição Este índice indica o número de entrevistas realizadas Não é utilizado pelo SNIS. adequada do RSU: entrevistas a com a comunidade para levantamento sobre a destinação comunidade do resíduo. 14. Índice de frequência de acidente de O índice busca medir a incidência de acidentes de Não é utilizado pelo SNIS. trabalho trabalho envolvendo os trabalhadores do setor de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos. 15. Índice de serviço de limpeza e O índice tem como objetivo medir a proporção entre O SNIS utiliza I044 – Produtividade média dos manutenção das vias extensão de vias pavimentadas e extensão total de vias varredores (Prefeitura + empresas contratadas). pavimentadas.

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16. Índice de recuperação ambiental da O índice tem como objetivo medir quanto da área total Não é utilizado pelo SNIS. área através de relatório pelo setor impactada pelo aterro controlado foi remediada. responsável (remediação do aterro controlado) 17. Quantificar os domicílios atendidos por O índice tem como objetivo quantificar os domicílios O SNIS utiliza I014 – Taxa de cobertura do coleta de resíduos sólidos domiciliares atendidos por coleta de resíduos sólidos domiciliares. serviço de coleta domiciliar direta (porta-a- no município porta) da população urbana do município. 18. Coleta seletiva (Índice de O índice mede a proporção de materiais recuperados O SNIS utiliza I032 – Massa recuperada per Reaproveitamento dos Resíduos Sólidos com a coleta seletiva e o total de resíduos coletados. capita de materiais recicláveis (exceto matéria Domiciliares) orgânica e rejeitos) em relação a pop. urbana. 19. Taxa de inclusão de catadores no O índice tem como objetivo verificar o número de Não é utilizado pelo SNIS. sistema de coleta seletiva do Município catadores incluídos no sistema de coleta do município. 20. Volume de resíduos comercializados O índice tem como objetivo quantificar o volume de Não é utilizado pelo SNIS. pelas cooperativas de reciclagem resíduo comercializado pelas cooperativas de reciclagem. 21. Índice de reaproveitamento dos RSI e O índice tem como objetivo quantificar o total de RSI e O SNIS utiliza I031 – Taxa de recuperação de RCC RCC reaproveitado. materiais recicláveis (exceto matéria orgânica e rejeitos em relação a quantidade total coletada. 22. Taxa de resíduos úmidos valorizados O índice tem como resultado medir qual total de resíduos Não é utilizado pelo SNIS. coletados no município são valorizados.

Tabela 59: Indicadores – Limpeza urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos. Fonte: Adaptação CODANORTE, 2019.

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26 INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS E DE INFRAESTRUTURA

Os indicadores econômico-financeiros e de infraestrutura possuem uma ligação direta com os indicadores operacionais. Estes são classificados como indicadores de eficiência e efetividade, e servem para mensurar quanto dos recursos dos municípios precisam estar alocados para o desenvolvimento das ações, bem como, para a avaliação dos serviços.

INDICADOR DESCRIÇÃO PERÍODO RELATÓRIO / CÁLCULO UN.

1. Relatório técnico do setor O resultado de tal índice é acompanhar e controlar Bimestral Relatório Un. responsável com as ações previstas no PGIRS. acompanhamento e controle das ações previstas no PGIRS 2. Relatório do setor responsável O resultado de tal índice é verificar o andamento da Mensal N° de etapas realizadas / total de Un. pelo projeto e implementação obra, segundo projeto elaborado previamente. etapas previstas no projeto do aterro sanitário 3. Relatório de controle de O resultado de tal índice é controlar o Mensal Relatório Un. funcionamento e pesagem do funcionamento e pesagem do resíduo. resíduo 4. Sustentabilidade financeira O resultado de tal índice é verificar se o valor total Semestral (Receita arrecadada com o manejo % dos serviços relacionados ao arrecado pelo município através do manejo correto de resíduos sólidos / Despesa total manejo de resíduos dos resíduos sólidos é compatível com o total gasto da Prefeitura com o manejo de pela Prefeitura para que esta ação se viabilize. resíduos) x 100 5. Índice de despesas com O resultado de tal índice é verificar se o valor total Semestral (Despesa da Prefeitura com % empresas contratadas para gasto pelo município com o manejo correto dos empresas contratadas / Despesa execução de serviços de resíduos sólidos através de empresas contratadas é total da Prefeitura com manejo de manejo de RSU compatível com o total gasto pela Prefeitura para RSU) x 100 que esta ação se viabilize.

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6. Custo unitário médio dos O índice tem como objetivo medir a proporção Mensal Despesa total da Prefeitura com R$/m serviços de varrição entre a despesa total da Prefeitura com serviço de serviço de varrição / Extensão total varrição e a extensão total de sarjeta varrida. de sarjeta varrida 7. Índice do custo de serviço de O índice tem como objetivo medir a proporção Mensal (Despesa total da Prefeitura com % coleta entre Despesa total da Prefeitura com serviço de serviço de coleta / Despesa total da coleta / Despesa total da Prefeitura com manejo de Prefeitura com manejo de RSU) x RSU. 100 8. Gasto por habitante ano no O índice busca medir os gastos por habitante do Anual Gasto anual com o sistema de R$/hab. sistema de limpeza urbana sistema de limpeza urbana. limpeza urbana / População total do Município 9. Relatório do setor responsável O índice tem como objetivo estabelecer e verificar Mensal Relatório Un. das etapas de elaboração e as etapas do Projeto. implantação do projeto da UTC 10. Controle com pesagem do O índice tem como objetivo controlar a pesagem do Semanal Relatório Kg resíduo recolhido resíduo recolhido.

11. Controle do setor O índice tem como objetivo controlar o setor Mensal Relatório Un. responsável pelo gerenciamento responsável pelo registro e cadastro das obras e do RCC com registro ou demolições. cadastro das obras e demolições 12. Acondicionamento e Este índice indica o número de habitantes visitados Anual (Número de habitantes visitados ou % disposição adequada do RSU: dentro do projeto especifico para orientação da orientados pelo projeto / total de índice de orientação à comunidade. habitantes) x 100 comunidade 13. Acondicionamento e Este índice indica o número de entrevistas Semestral Número de entrevistas Un disposição adequada do RSU: realizadas com a comunidade para levantamento entrevistas a comunidade sobre a destinação do resíduo. 14. Índice de frequência de O índice busca medir a incidência de acidentes de Semestral (nº acidentes / Homens hs % acidente de trabalho trabalho envolvendo os trabalhadores do setor de trabalhadas) x 1.000 limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos. 15. Índice de serviço de limpeza O índice tem como objetivo medir a proporção Anual Extensão (km) de vias % e manutenção das vias entre extensão de vias pavimentadas e extensão pavimentadas limpas x 100) /

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total de vias pavimentadas. Extensão total de vias pavimentadas 16. Índice de recuperação O índice tem como objetivo medir quanto da área Semestral % ambiental da área através de total impactada pelo aterro controlado foi relatório pelo setor responsável remediada. área total remediada/área total do (remediação do aterro aterro controlado controlado) 17. Quantificar os domicílios O índice tem como objetivo quantificar os Anual % atendidos por coleta de resíduos domicílios atendidos por coleta de resíduos sólidos Nº total de domicílios atendidos por sólidos domiciliares no domiciliares. coleta direta de resíduos sólidos x município 100) / Nº total de domicílios 18. Coleta seletiva (Índice de O índice mede a proporção de materiais Semestral Total de materiais recuperados com % Reaproveitamento dos Resíduos recuperados com a coleta seletiva e o total de a coleta seletiva x 100 / Total de Sólidos Domiciliares) resíduos coletados. resíduos sólidos coletados 19. Taxa de inclusão de O índice tem como objetivo verificar o número de Anual (Nº de catadores incluídos nas % catadores no sistema de coleta catadores incluídos no sistema de coleta do atividades propostas pelo seletiva do Município município. Município / Total de catadores no Município) x 100 20. Volume de resíduos O índice tem como objetivo quantificar o volume Anual (Total de resíduos comercializados M³ comercializados pelas de resíduo comercializado pelas cooperativas de pelas cooperativas / Total de cooperativas de reciclagem reciclagem. resíduos encaminhados para a disposição final) x 100 21. Índice de reaproveitamento O índice tem como objetivo quantificar o total de Semestral (Total de RSI e RCC % dos RSI e RCC RSI e RCC reaproveitado. reaproveitados x 100) / Total de RSI e RCC coletados 22. Taxa de resíduos úmidos O índice tem como resultado medir qual total de Anual (Total de resíduos valorizados x % valorizados resíduos coletados no município são valorizados. 100) / Total de resíduos coletados no Município Tabela 60: Indicadores – Limpeza urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos. Fonte: Adaptação CODANORTE, 2018.

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27 INDICADORES DE RECURSOS HUMANOS E DE QUALIDADE

Trata-se de um indicador de eficácia, já que mede diretamente os resultados do trabalho, segundo a própria população, assim como todos os agentes envolvidos na ação para se alcançarem os objetivos propostos. Além de mensurarem as características das ações a serem propostas, e o seu impacto positivo ou negativo sobre a população.

INDICADOR CLASSIFICAÇÃO  Relatório técnico do setor responsável com acompanhamento e controle das ações previstas no PGIRS;

 Relatório do setor responsável pelo projeto e implementação do aterro sanitário;  Relatório de controle de funcionamento e pesagem do resíduo;

 Relatório do setor responsável das etapas de elaboração e implantação do projeto da UTC;  Controle com pesagem do resíduo recolhido; OPERACIONAL  Controle do setor responsável pelo gerenciamento do RCC com registro ou cadastro das obras e demolições;  Acondicionamento e disposição adequada do RSU: índice de orientação a comunidade;  Acondicionamento e disposição adequada do RSU: entrevistas a comunidade;  Índice de serviço de limpeza e manutenção das vias;  Índice de recuperação ambiental da área através de relatório pelo setor responsável (remediação do aterro controlado);  Coleta seletiva (Índice de Reaproveitamento dos Resíduos Sólidos Domiciliares).

Tabela 61: Resumo dos indicadores. Fonte: Adaptação CODANORTE.

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27. 1 Índice de frequência de acidente de trabalho

O índice busca medir a incidência de acidentes de trabalho envolvendo os trabalhadores do setor de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos. Possui periodicidade semestral. I= (nº acidentes / Homens hs trabalhadas) x 100

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28 INDICADORES CHAVE PARA ACOMPANHAMENTO DO PLANO MUNICIPAL DE RESÍDUO SÓLIDO

O Indicador-chave de desempenho, em inglês Key Performance Indicator - KPI, ou ainda "Key Success Indicator" – KSI, é uma ferramenta de gestão muito difundida na administração gerencial. Seu principal objetivo é a medição do nível de desempenho e sucesso de uma organização, ou de um determinado planejamento, focando no “como”, indicando quão bem os processos dessa organização ou plano, no caso do PMGIRSestão permitindo assim que, seus objetivos sejam alcançados. O conceito de indicador chave acaba por retornar o que já fora pontuado anteriormente no presente produto, que é necessário medir o que está sendo executado e gerenciá-lo de forma adequada para o atingir as metas propostas nos produtos anteriores.

Nº Objetivos Programas Ações Indicações Garantir ferramentas para PR 1.1 - PR 1.1-  (Bimestral) Relatório técnico a gestão pública, baseados Programa Implementar o do setor responsável com R1 na regulação do sistema de Estruturante PGIRS. acompanhamento e controle resíduos sólidos, para seu dos RSD. das ações previstas no PGIRS. efetivo funcionamento. Garantir ferramentas para PR 1.1 - PR 1.2 -  (Mensal) Relatório do setor a gestão pública, baseados Programa Projetar e responsável (n° de etapas na regulação do sistema de Estruturante implementar realizadas / total de etapas R2 resíduos sólidos, para seu dos RSD. UTC. previstas no projeto). efetivo funcionamento.  (Mensal) Relatório de controle de funcionamento e pesagem do resíduo. Tabela 62: Indicadores Chave – Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos. Fonte: Adaptação CODANORTE.

É importante ressaltar que, os indicadores-chave propostos pelos técnicos, possuem uma visão científica, e que têm uma maior relação com os objetivos propostos e consolidados por meio das ações, mas não se tratam necessariamente de uma obrigatoriedade a seguir. Nesse sentido, é necessário destacar que a prefeitura municipal diante da sua realidade atual, ou mesmo considerando algum evento extraordinário que possa assolar o município no horizonte de 20 anos, período de duração do PMGIRS, possui total independência para escolher os indicadores que sejam mais aplicados à sua realidade.

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Essa escolha pode permear tanto os indicadores propostos no item anterior, quanto os indicadores chave, ou ainda possibilitar uma abertura para a criação de novos indicadores pela própria Prefeitura municipal.

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29 ALTERNATIVAS DE INTERVENÇÃO

Com o crescimento da prática consumista, e habitual uso de descartáveis, entre outros fatores de impacto direto ao meio, aumentam também as preocupações com relação ao acúmulo crescente de resíduos, resultante destas práticas, define-se impacto ambiental como: Impacto ambiental: qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais (ReCESA, 2008).

Deste modo, o gerenciamento dos resíduos sólidos é hoje um dos principais desafios para atender plenamente às diretrizes atuais de proteção ambiental e responsabilidade social, pois permite o conhecimento qualiquantitativo, e as peculiaridades dos diferentes resíduos gerados por uma população, e exige a participação e o envolvimento de todos em um processo de gestão participativa integrada de resíduos sólidos urbanos (OLIVEIRA et al., 2007). Indo de encontro a essa perspectiva, pode-se constatar que, a ação do poder público por si só, com todas as suas limitações, é insuficiente para a solução deste preocupante cenário, sendo necessário encontrar ações alternativas, aliando tecnologia e simplicidade, com soluções ecologicamente positivas e economicamente sustentáveis. A seguir, apresentam-se algumas alternativas, viáveis à realidade de Itaobim, dado seu baixo custo e facilidade de adaptação e manejo.

a) Reciclagem e reaproveitamento dos materiais da construção civil: evita o desperdício, a produção de resíduo e a poluição, com retorno da matéria-prima ao ciclo de produção do qual foi descartada, sendo muito importante, tanto para diminuir o acúmulo de dejetos, quanto para poupar o meio ambiente da extração excessiva de recursos.

b) Programa de Coleta Seletiva: envolve a comunidade em geral e escolas, trazendo para a realidade cotidiana a importância das práticas ambientais. Além de gerar renda e promover a inserção social, e regulação da atividade dos catadores,

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contribui significativamente para diminuição do volume de resíduo recolhido (menos viagens de coleta), além de aumentar a vida útil do aterro. c) Associações para Coleta Seletiva: Pessoas que vivem na mesma área rural podem criar associações para a coleta seletiva do resíduo produzido no local, e para a conscientização ambiental da comunidade. Uma infraestrutura coletiva pode ser desenvolvida para armazenar o resíduo previamente selecionado por cada um, e transporta-lo até as recicladoras. A criação de estruturas de uso comum também poderia ser criada visando o armazenamento e transporte dos recicláveis até os postos de recolhimento (Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural, 2006). d) Compostagem: É uma maneira natural, fácil e barata de reciclar restos de alimentos, sendo uma alternativa para minimizar os restos vegetais da propriedade, inclusive aqueles que não podem ser utilizados diretamente como adubo e/ou cobertura vegetal. e) Reutilização dos resíduos de poda como biomassa: Resíduo orgânico proveniente das podas e cortes de árvores, limpeza de praças, capina de terrenos, que se destinado e utilizado de maneira adequada, pode produzir biogás, gerando energia elétrica ou térmica, sendo uma fonte limpa de energia. f) Biodigestor ou digestão anaeróbica: é o processo de degradação da matéria orgânica pela ação de microrganismos, processo este que ocorre, diferentemente da compostagem, sem a presença de oxigênio. O lodo gerado em sistemas anaeróbios é menor. Enquanto que em sistemas aeróbios, como a compostagem, somente ocorre cerca de 40% a 50% de degradação biológica, nos sistemas anaeróbios essa taxa varia de 70% a 90% (CHERNICHARO, 2001). g) Reaproveitamento do óleo vegetal: a reciclagem de óleo também oferece para os gestores municipais e estaduais uma alternativa de tratamento para um resíduo que está associado a toda uma série de problemas ambientais (eutrofização das águas, mau funcionamento da rede pluvial ou de esgotos), pragas urbanas, tais como, a 183

proliferação de baratas e ratos, e também diminuição dos riscos de enchentes causadas pelo entupimento da rede de drenagem urbana.

Por se tratar de um município pequeno com pouca geração de óleos, sugere-se que seja realizado um programa com vistas à geração de renda para as famílias carentes, utilizando o óleo coletado para a produção de sabão.

h) Reaproveitamento do Vidro: O seu uso em garrafas e diversas embalagens, como de bebidas, medicamentos, perfumes, cosméticos, alimentos em conserva e outros artigos, tem aumentado cada vez mais. Por isso, o melhor a fazer é reciclar os materiais feitos de vidro. Existem muitas vantagens na reciclagem do vidro, veja algumas:

 Diminuição do volume deste resíduo nos aterros;  Reaproveitamento do vidro em 100%;  Para cada tonelada de vidro reciclado, gasta-se menos 70% do que se gastaria para se fabricar novos vidro e economiza-se 1,2 toneladas de matéria-prima  Conforme dito, usa-se areia para a sua fabricação, assim, com a reciclagem, o processo de extração de areia em rios diminui. Esse ponto é muito importante, porque essa extração devasta matas, provoca erosões e assoreamento de rios;

i) Articulação e Integração com Outros Setores: Dada à complexidade da gestão dos resíduos sólidos, se faz necessário buscar uma articulação entre os atores públicos e/ ou privados responsáveis por essa gestão e os diversos setores da gestão pública municipal, envolvendo também os geradores, sejam eles domiciliares, comerciais, industriais, públicos e privados. Assim, promovendo um diálogo multilateral para aperfeiçoar e fortalecer ações específicas, visando o sucesso das mesmas.

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30 INSTRUMENTOS DE GESTÃO PARA AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DAS AÇÕES E ATIVIDADES DE DIVULGAÇÃO DAS AÇÕES E DOS MECANISMOS DE CONTROLE SOCIAL

A avaliação é uma importante ferramenta que tem constituído uma estratégia de mudança na gestão de políticas públicas. Sob o ponto de vista da gerência social, as políticas devem ser avaliadas pelo cumprimento de seus objetivos, e os gestores devem utilizar desta informação no acompanhamento e monitoramento de seu desempenho em relação a esses objetivos, e consequentemente no cumprimento das ações propostas. Mokate (2002) aponta quatro desafios prioritários para construir um processo de avaliação aliado à gerência social:

1. A definição de um marco conceitual da intervenção que se pretende avaliar, indicando claramente objetivos, resultados e as supostas relações causais que orientam a intervenção, pois quando não se sabe onde e como se quer chegar, torna- se muito difícil avaliar nosso desempenho. 2. A superação da brecha entre o “quantitativo” e o “qualitativo” na definição de metas e objetivos e na própria avaliação, gerando complementaridade e sinergia entre eles; 3. A identificação e pactuação de indicadores e informações relevantes, levando em conta o marco conceitual e as diversas perspectivas e interesses dos atores envolvidos; 4. A definição e manejo efetivo de fluxos da informação gerada pelo processo avaliativo e a introdução de estratégias de incentivos que promovam o uso dessa informação.

Assim como a avaliação, o controle social, ou seja, a participação da população pode ser um grande mecanismo de gestão das políticas públicas. O controle social conta com vários dispositivos legais, implantados após o processo de redemocratização do país durante a década de 1980-90, não só na Constituição Federal de 1988, mas também pela Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF), nas Leis de

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Diretrizes Orçamentárias (LDO), e principalmente na Lei nº 11.445/2007 que se relaciona diretamente com a elaboração do PMSB. A Constituição de 1988, também chamada de Constituição Cidadã, prevê em diversos de seus artigos, a participação popular nas decisões políticas da nação. O parágrafo único do art. 1º traz a pedra fundamental desta participação: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta constituição”. Há, ainda, a previsão da participação da sociedade por meio dos Conselhos Gestores de Saúde, Educação Pública, e de Assistência Social, respectivamente, disciplinados pelos artigos. 198, 206 e 204, e de proteção à criança e ao adolescente previsto no art. 227.

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31 DIVULGAÇÃO E CONTROLE SOCIAL

O princípio da publicidade, que significa dar conhecimento, tornar transparente, que vai de encontro com a transparência fiscal responsável, pois se um ato administrativo não se torna público ele não possui sua devida transparência, entre outros aspectos, franquear ao público acesso às informações relativas às atividades financeiras e deflagrar, de forma clara e previamente estabelecida, os procedimentos necessários à divulgação dessas informações. A abertura de novas possibilidades de divulgação das informações da administração pública pode contribuir com a transparência das ações governamentais, e consequentemente, tornarem mais democrática as relações entre os governos e a sociedade. O propósito de contribuir com essa transparência, o desafio a ser superado consiste em buscar uma solução para o fortalecimento das instituições públicas e da democracia, a fim de deixar claro para a sociedade os atos públicos, dentre outros fatores a destacam-se: a importância da divulgação das informações da administração pública municipal, a interação da transparência com o controle social, fornecer ao cidadão elementos de reflexão sobre seu papel na sociedade em relação à gestão pública, a constatação de que a mera publicação de uma informação não é clara se não for do entendimento do cidadão. Atendendo a este princípio, é obrigação do Município de Itaobim ampla divulgação deste plano e de suas respectivas ações e projetos, conforme segue:  Ofícios para a prestadora de serviço, para a administração;  Ofícios para as associações comunitárias;  Divulgação na mídia e colocação de placas nos locais das obras;  Reunião com a prestadora de serviço e associações;  Ofícios para o CODEMA e Conselho Municipal;  Ofícios para o poder legislativo;  Ofícios a administração;  Formação e treinamento de equipe de fiscalização;  Promover reuniões com as associações comunitárias e secretarias municipais;  Ofícios ao Ministério Público;  Ofícios a Secretaria de Meio Ambiente; 187

32 AVALIAÇÃO E DESEMPENHO

A avaliação de desempenho ambiental, uma das ferramentas que visa fornecer medidas de controle, com análise e descrição dos impactos ambientais e a situação atual, melhorando os processos de operação. Os resultados das avaliações produzem informações capazes de configurar novas tendências. Esses resultados, tanto podem demonstrar que o desempenho das ações ou o processo está adequado, quanto podem apontar quadros de não-conformidade que mereçam ser saneados. Conhecendo-se os resíduos e rejeitos produzidos, pode-se escolher indicadores que melhor se adaptem às reais condições e não-conformidades encontrados no desenvolver das ações propostas. Para haver melhoria contínua nos sistemas de gestões ambientais, a escolha de indicadores torna-se uma ferramenta importante, conforme citado neste plano. Com isso, é possível que as metas e melhorias sejam alcançadas, tanto na adequação, quanto na qualidade dos serviços prestados, além de atingir efetivamente a sustentabilidade ambiental municipal. Para uma avalição de resultados, propõe-se as medidas a seguir:  Acompanhamento da elaboração dos projetos;  Fiscalização das obras em execução;  Verificação da elaboração e acompanhamento da implementação do plano;  Acompanhamento dos programas de acordo com as metas estabelecidas;  Verificação da elaboração e acompanhamento da implementação de políticas no município;  Acompanhamento do conselho de acordo com as metas estabelecidas.

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33 AÇÕES E PARCERIAS INTERMUNICIPAIS

Considerando o gerenciamento de resíduos como uma sequência de ações e atividades que ajudam a melhorar os serviços de limpeza urbana, a etapa de destinação final caracteriza-se como uma das principais dentro deste complexo sistema, dado seu expressivo impacto, positivo ou negativo, de acordo com sua adequação. A Lei nº 11.107, em vigência desde 6 de abril de 2005, estabelece as normas e critérios de cooperação Inter federativa para a gestão de serviços públicos por meio dos consórcios públicos e convênios de cooperação. A seguir, são propostas algumas parcerias neste sentido:  Parceria com as redes de ensino, públicas e privadas, quando for o caso, para implantação do Programa de Educação Ambiental, de preferência incluindo-o na grade curricular. Incentivando também trabalhos extracurriculares e gincanas escolares com foco na coleta seletiva;  Apoio da Secretaria de Saúde, para, junto ao Programa de Saúde da Família (PSF), levantar alguns dados relevantes correlacionando doenças atuais corriqueiras junto à comunidade, sobretudo possíveis epidemias e causas relacionadas aos vetores e locais com acúmulo de resíduos expostos, em locais inadequados;  Apoio do setor de comunicação da Prefeitura e veículos de comunicação que prestem serviços de cunho social, como rádios comunitárias e websites públicos, entre outros, para divulgação dos dias de coleta e dicas ambientais, como forma correta da população acondicionar e dispensar o resíduo doméstico, e etc.;  Trabalho de conscientização junto ao setor de obras da Prefeitura, incentivando a reutilização dos entulhos gerados pelas mesmas;  Ações de sensibilização junto ao setor primário e comerciantes em geral, para acondicionamento adequado, e principalmente, transporte do próprio resíduo gerado, nos casos de grandes volumes, que sobrecarregam o serviço público de coleta.

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Tais parcerias, se dentro dos moldes legais, representam, não raramente, a solução mais viável, considerando, sobretudo os aspectos ambientais e econômicos, sendo comumente adotadas por municípios vizinhos, em especial os de pequeno porte e menor infraestrutura. O município de Itaobim, que se encaixa dentro destes moldes, e também tem buscado firmar parceria com o CODANORTE, assim, amenizando os custos na adequação da destinação dos resíduos no Município e os altos custos que esta envolve, adotando a linha de consórcio, sendo realizado com outros 34 municípios, a saber: Bocaiúva, , , Campo Azul, Capitão Enéas, Claro dos Poções, Coração de Jesus, Cristália, , , Francisco Sá, Glaucilândia, Grão Mogol, , Ibiaí, , Itacambira, , Jequitaí, Josenópolis, , Lagoa dos Patos, Lontra, , , Olhos D’Água, , Patis, , , São João da Lagoa, São Joao da Ponte, São João do Pacuí, Varzelândia. Na busca por alternativas de melhoria e adequação ambiental, outros municípios aderiram ao Consórcio CODANORTE, através de contratos de Programa e de Rateio, totalizando 56, sendo eles: Augusto de Lima, Buenópolis, , , Itaobim, , Várzea da Palma, e os municípios integrantes do CIAMESF – Consórcio Intermunicipal Ambiental do Médio São Francisco, são eles: Brasília de Minas, , Cônego Marinho, Icaraí de Minas, , Jaíba, Januária, Juvenilha, Luislândia, , Manga, Montalvânia, , São Francisco, Ubaí. Entre as principais atividades desenvolvidas no Consórcio, estão:  Elaboração e implantação do Projeto de Desenvolvimento Ambiental sustentável, Norte sem Lixões com os seguintes Programas: Implantação e operação aterros sanitários de pequenos portes;  Elaboração de projeto e Implantação de Usinas de Triagem e Compostagem – UTC;  Elaboração e implantação do Programa de Educação Ambiental;  Planejamento, regularização e fiscalização dos serviços de gestão regional de resíduos sólidos;  Elaboração de Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e Plano Municipal de Saneamento Básico.

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34 DIVULGAÇÃO DO PMGIRS NO MUNICÍPIO

A elaboração e atualização do PMGIRS deve atender ao previsto na Lei nº 11.445/2007, sendo sua divulgação em conjunto com os estudos que os fundamentarem, o recebimento de sugestões e críticas por meio de consulta ou audiência pública e, quando previsto na legislação do titular, análise e opinião por órgão colegiado. Existem vários mecanismos para a divulgação do PGIRS, assegurando o conhecimento da população de maneira íntegra. Primeiramente, é fundamental que exista pelo menos uma cópia física do PMGIRS junto à prefeitura disponível para acesso a todos os interessados. Da mesma forma que, demais documentos públicos de caráter não sigiloso, podem ser solicitadas cópias parciais ou totais pela população. Ao mesmo tempo, é recomendada a disponibilização do PMGIRS através da internet, preferencialmente, no site da Prefeitura. Atualmente, a internet consiste numa ferramenta valiosa para divulgação de informações e documentos de caráter público. Deve-se apenas tomar cuidado em relação ao tamanho dos arquivos disponibilizados, visto que o PMGIRS possui um número considerável de figuras, sendo o tamanho total do arquivo significativo, podendo impactar negativamente no tráfego de dados do órgão. Sendo assim, recomenda-se em determinados casos disponibilizar os arquivos em formatos compactados. A internet pode ser utilizada também como canal de interação, através de fóruns, e-mails, consultas públicas e outros mecanismos que permitam à população de Itaobim opinar acerca das atualizações do PMGIRS. Outros mecanismos de divulgação incluem jornais e revistas, rádio, televisão, folders, cartazes, e-mails e divulgação em sites. É importante prever, ainda, um relatório anual de monitoramento deste plano, para dar transparência às ações realizadas ao longo de cada ano, com síntese dos indicadores adotados, assim como, uma avaliação crítica acerca dos resultados obtidos e, quando necessário, das mudanças que terão que ser adotadas (NURENE, 2008). A efetivação do PMGIRS de Itaobim mediante práticas participativas e ações de mobilização e comunicação social, requer à adoção de novas práticas, que privilegiem o interesse coletivo, assim como, a implementação e o desenvolvimento de ações, sendo algumas sugeridas a seguir:

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 Planejar os principais objetivos e recursos juntamente com os atores sociais;  Promover ações de sensibilização para os técnicos da prefeitura que atuarem na implantação e operação de programas e projetos, bem como, da atualização do PMGIRS, sobre sua importância e sua efetivação com metodologias participativas;  Buscar parcerias e patrocínios para a implantação do PMGIRS, e também para a capacitação técnica, com universidades, empresas públicas, ONG e etc.;  Elaborar e disponibilizar documentos e informações sistematizadas, construídas com linguagem acessível e clara para a maioria;  Qualificar agentes governamentais e capacitar o conjunto de atores, contribuindo para o fortalecimento da cultura democrática e a prática da negociação;  Estimular a participação por meio de audiências públicas, atividades de consultas populares, como assembleias, fóruns, reuniões comunitárias, etc.;  Fazer uso de materiais didáticos regionalizados ou locais, considerando a identidade do município de Itaobim;  Organizar, junto às escolas do município, visitas técnicas aos sistemas de saneamento, com o objetivo de apresentar como os setores funcionam;  Empregar estratégias e atividades com caráter pedagógico (apresentações teatrais, por exemplo) em iniciativas de educação ambiental, que devem primar pela reflexão e estímulo ao posicionamento crítico diante dos problemas socioambientais do município;  Disponibilizar cursos que apresentem diversas tecnologias em saneamento, tais como: bioconstruções, banheiros secos, fossas ecológicas, sistemas de compostagem, entre outras;  Utilizar outras linguagens, tais como: arte, música, resgate de histórias vividas, visitas em campo, entrevistas, dinâmicas lúdicas, entre outros, como elementos de sensibilização e favorecimento da aprendizagem.

Com isso, ressalta-se que, os diversos mecanismos de divulgação existentes devem ser empregados para esclarecer a população. É fundamental envolver a sociedade civil, grupos e instituições que atuam em processos de formação na região, e esses

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processos devem buscar uma perspectiva de continuidade e permanência, devendo ser elaborados e avaliados pela comunidade como um todo. De acordo com o Ministério das Cidades (2011) muitas são as possibilidades e grandes os desafios na promoção de práticas participativas, e de ações de mobilização e comunicação social. Esses desafios, no entanto, podem representar a diferença entre um simples “plano de gaveta” e um planejamento participativo em que a sociedade se envolve e manifesta-se a favor do interesse coletivo. O planejamento e a gestão das ações mencionadas anteriormente, necessitam do apoio institucional, financeiro e pedagógico para cada uma delas. É preciso também que, essas ações sejam monitoradas, para que sejam avaliados os seus resultados e feitas futuras adequações. As ações de divulgação, educação ambiental, mobilização social em saneamento, devem ser iniciadas bem antes dos projetos e obras, e continuar após o término delas.

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35 DIRETRIZES PARA REVISÃO DO PMGIRS

Considerando a situação de Itaobim, bem como a necessidade de revisão periódica do PMGIRS (no máximo a cada quatro anos), conforme a Lei nº 12305/2010, sugere-se a manutenção e atualização constante do banco de dados para cálculo periódico de indicadores, identificação de novos cenários ou objetivos alcançados, assim, teremos sempre uma versão com conteúdo mais completo e próximo da realidade do município. Este banco de dados deve ser incrementado gradativamente conforme a execução das ações do Plano e aperfeiçoamento da estrutura (física, operacional e administrativa) dos Resíduos sólidos. Assim, um número maior de indicadores poderá ser efetivamente calculado com dados atualizados, precisos e específicos, facilitando o acompanhamento e a fiscalização da situação dos serviços relacionados aos resíduos sólidos em todo o município. Os indicadores adotados como forma permanente de avaliação de desempenho, deverão ser analisados e seus resultados confrontados, tomando-se como base os parâmetros exigidos pelos órgãos oficiais competentes, quando existentes, e pelas metas e ações previstas no PMGIRS. Caso os indicadores e programas adotados no plano não estejam funcionando adequadamente, atingindo suas devidas metas, seja pela falta de implantação adequada das ações, capacitação do corpo técnico responsável ou ausência de monitoramento, fatores que comprometem o sucesso deste planejamento, propõem-se como mais indicado a contratação de empresa especializada, com equipe multidisciplinar de profissionais adequados para execução da revisão quadrienal do Plano. É importante ressaltar que, essa revisão deve ser realizada de forma articulada com outras políticas municipais, como na área de saúde, meio ambiente, recursos hídricos, desenvolvimento urbano e rural, e de habitação. Sugere-se que, a revisão do PMGIRS, bem como a implantação de seus programas, seja tratada de forma intersetorial, primando pela integração dos diversos setores da administração pública, nos níveis municipal, estadual e federal. Os setores devem trabalhar conjuntamente para que haja aumento da eficiência e eficácia das medidas públicas propostas. Além disso, a articulação com as diferentes políticas setoriais fortalece o enfrentamento da problemática socioambiental associada ao

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saneamento, uma vez que, elas têm ligação direta com a melhoria das condições de vida da população (CIDADES, 2011). Essa revisão deve, ainda, avaliar os resultados das ações do PMGIRS em relação às melhorias nos serviços de gerenciamento dos resíduos, quanto ao acesso, à qualidade, à regularidade e à frequência dos serviços, à técnica e à operação, à qualidade de vida, ao impacto na saúde, e ao impacto nos recursos naturais. No momento da revisão, os agentes envolvidos de cada um dos setores devem trabalhar com fluxogramas, que possibilitem uma melhor visualização das alterações necessárias após a avaliação dos programas do PMGIRS. A Figura 13 apresenta um exemplo de fluxograma para facilitar a visualização das alterações necessárias, em que, após realizado o acompanhamento do indicador, notou-se que a meta original não estava sendo atingida.

Figura 13: Fluxograma para a avaliação de metas. Fonte: MCIDADES, 2011. Adaptação Codanorte,2019.

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Além disso, em alguns casos a dificuldade de planejamento ocorre devido a problemas nos indicadores adotados, os quais ao longo dos anos podem deixar de refletir adequadamente a realidade do município. Nesses casos, deve-se proceder não apenas a revisão das metas, mas também dos indicadores utilizados.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a análise de todas as lacunas, considerando a realidade encontrada no município, bem como as carências apontadas pela comunidade, e identificadas in loco pelos técnicos, e avaliadas as devidas projeções com a abordagem de cenários, prevendo uma realidade mais aproximada, em um horizonte de 20 anos, no qual adotou-se o Cenário futuro como o que melhor atenderia a essa análise. O prognóstico evidenciou uma situação preocupante referente à institucionalização adequada dos serviços de resíduos sólidos e limpeza urbana. Os dados utilizados na elaboração deste plano foram descritos conforme a realidade do município, com a destinação dos resíduos sólidos em aterro controlado. Caso as devidas medidas não sejam tomadas ao longo dos anos, com a projeção de aumento da demanda, a situação tende a agravar-se. Faz-se necessário ressaltar que no decorrer da elaboração do PMGIRS - Itaobim algumas metas já estão sendo alcançadas no município de Itaobim em parceria com o CODANORTE, como a construção de um aterro sanitário de pequeno porte - ASPP e UTC para receber a coleta municipal e atender a legislação ambiental, adequando assim a destinação dos resíduos sólidos urbanos, conforme citado anteriormente. Possui também um eco ponto na Escola Estadual de Itaobim, uma iniciativa que precisa ser expandida para outros pontos na sede e distritos. Quanto ao custeio da gestão municipal dos Resíduos Sólidos, vale destacar que o Município tem a competência constitucional de cobrar a taxa de resíduos em contraprestação aos serviços de coleta e remoção. Neste sentido, o inciso I do art. 30 da Constituição Federal atribui aos Municípios, a competência para legislar sobre o lixo, em consonância com o art. 145, II da Carta Magna, como o art. 77 do Código Tributário Nacional exigem que a taxa deve ter como fato gerador um serviço específico e divisível. Ou seja, a cobrança da taxa deve ser uma contraprestação ao serviço especialmente realizada para o contribuinte e só para o contribuinte. Portanto, revela-se necessário rever toda a gestão ambiental municipal criando um planejamento efetivo e praticável para o adequado manejo dos resíduos sólidos e limpeza urbana do município.

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O PMGIRS é o primeiro passo para construção de uma cultura de preservação ambiental que deve ser iniciada pelo poder público, mas praticada por toda a sociedade como dever constitucional previsto no art. 225 da Constituição Federal. Este plano se apresenta como ferramenta mais relevante para atingir este objetivo, com suas devidas diretrizes, medidas de controle, adequação e implementação dos serviços relacionados a esse importante eixo do saneamento básico, uma vez que, a ausência deste compromete significativamente todo o sistema, limitando e inviabilizando a atuação do poder público. Portanto, é imprescindível para reversão do quadro apresentado, o comprometimento e empenho por parte do poder público, cumprindo com seu papel de envolver a comunidade, com uma atuação transparente e participativa, através de parcerias e alternativas que aperfeiçoem os serviços relacionados, em busca de uma melhoria progressiva dos mesmos e futuro alcance por toda a população.

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ANEXO 1:

ATA DA 1ª AUDIENCIA PÚBLICA PARA APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DO DIAGNOSTICO PRELIMINAR.

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ANEXO 1.1: LISTA DE PRESENÇA DA 1ª AUDIENCIA PÚBLICA.

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ANEXO 2:

ATA DA 2ª AUDIENCIA PÚBLICA PARA APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DO PROGNOSTICO.

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ANEXO 2.1: LISTA DE PRESENÇA DA 2ª AUDIENCIA PÚBLICA.

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ANEXO 3: ATA DA CONFERÊNCIA PÚBLICA MUNICIPAL.

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ANEXO 3.1: LISTA DE PRESENÇA DA CONFERÊNCIA PÚBLICA MUNICIPAL.

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ANEXO 4: FORMULÁRIO DE CADASTRO DE PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA FEAM.

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ANEXO 5: CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO COM EMPRESA DE LIMPEZA PÚBLICA.

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ANEXO 6: PLANILHAS DE VOLUME DE RESÍDUO COLETADO POR ASSOCIAÇÃO DE CATADORES.

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ANEXO 7: OFÍCIOS SOLICITANDO INFORMAÇÕES SOBRE OS RESÍDUOS INDUSTRIAIS.

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ANEXO 8: OFÍCIOS SOLICITANDO INFORMAÇÕES SOBRE OS RESÍDUOS DE MINERAÇÃO.

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ANEXO 9: OFÍCIO SOLICITANDO INFORMAÇÕES DA COPASA SOBRE OS RESÍDUOS DO SANEMANTO BÁSICO.

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