Análise Cronoestratigráfica Baseada Em Conodontes Da Formação Itaituba (Pedreira Calminas), Atokano Da Bacia Do Amazonas - Brasil
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS ANÁLISE CRONOESTRATIGRÁFICA BASEADA EM CONODONTES DA FORMAÇÃO ITAITUBA (PEDREIRA CALMINAS), ATOKANO DA BACIA DO AMAZONAS - BRASIL CASSIANE NEGREIROS CARDOSO ORIENTADORA: DRª. VALESCA BRASIL LEMOS COMISSÃO EXAMINADORA: Dr. Claiton Marlon dos Santos Scherer Drª. Deusana Maria Costa Machado Dr. Nilo Siguehiko Matsuda Dissertação de Mestrado apresentada como requisito para obtenção do Título de Mestre em Geociências. Porto Alegre 2010 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. DEDICATÓRIA Aos meus amados pais, Luiz e Vera. Dedico a vocês mais essa conquista! AGRADECIMENTOS Aos meus pais, Luiz e Vera, por estarem sempre ao meu lado, por todo amor, incentivo e dedicação. Ao meu namorado Junior, pelo amor, cumplicidade e por ser extremamente paciente, principalmente em meus momentos de fraqueza (na finalera, uns dois, três, quatro por dia... rsrsrsrs). À Cris, mana. Por perceber que da graduação para cá, as coisas até que melhoraram. Antes, ela não dormia direito, agora, graças a mim, ela nunca se atrasa para o trabalho, mas também não dorme! A minha orientadora Valesca Brasil Lemos, pelo acolhimento, conhecimento compartilhado e oportunidade. As minhas amigas, companheiras de ralação no lab., Sara e Cris. “Sara, café!” E foram muitos cafés, mesmo! Obrigada pelas tardes agradáveis no LAPROM, regadas a calor e a poeira gostosa e, também, por manter sempre esse bom humor (realmente não sei como você consegue!). Cris, meu oráculo digital! O que seria de mim sem a sua prestatividade e parceria?! Ah, obrigada por me deixar esmagar, apertar, afagar e esmagar de novo, compulsivamente, os seus gatinhos lindos! Valeu meninas!!! À Aninha, pela amizade, dedicação, parceria, críticas, aquele perfeccionismo que dá trabalho (hehehe) e por despender, de grátis, parte de seu tempo comigo, até mesmo em um feriadão! Enfim, a todos aqueles não citados, mas que, talvez mesmo inconscientemente, com certeza contribuíram de alguma forma, seja por um abraço, um sorriso ou um simples bom dia, tornando essa jornada mais leve e mais prazerosa. “Sedimento nos olhos dos outros é refresco!” (autor desconhecido) RESUMO Conodontes são microfósseis potencialmente úteis para bioestratigrafia e em reconstruções paleoecológicas de rochas sedimentares paleozóicas e do Triássico. Desta forma, este estudo apresenta a classificação taxonômica e o estabelecimento das condições biocronoestratigráficas e paleoecológicas nas quais estes organismos viveram, bem como uma revisão do estágio atual do conhecimento a respeito dos conodontes e de seu aparelho alimentar. A seção analisada pertence à Formação Itaituba, Grupo Tapajós, Pensilvaniano da Bacia do Amazonas. A área de estudo localiza-se a Nordeste da cidade de Itaituba, às margens do Rio Tapajós, em um afloramento da Pedreira Calminas. A distribuição dos conodontes reconhecida define duas biozonas: uma Zona de Amplitude Diplognathodus orphanus e uma Zona de Concorrência Idiognathodus incurvus-Idiognathoides sinuatus. As espécies Diplognathodus coloradoensis, Diplognathodus orphanus e Idiognathodus incurvus formam uma associação tipicamente atokana. Baseando-se na associação descrita, a seção analisada foi definida como atokana. A espécie de melhor resolução bioestratigráfica é Diplognathodus orphanus, sendo sua distribuição restrita ao Atokano. O ambiente deposicional dominante na Bacia do Amazonas durante o Pensilvaniano é caracterizado por uma rampa carbonática rasa. Os depósitos estudados refletem uma sequência predominantemente regressiva, com a presença de gêneros de águas mais rasas, tais como Adetognathus, Diplognathodus e Ellisonia. A ocorrência de conodontes associados a braquiópodes, briozoários, crinóides e fragmentos de peixes sugere que estes estratos foram depositados em paleoambiente marinho raso, com energia de sedimentação baixa a moderada, em águas calmas, límpidas e quentes. No regime de flutuações de alta freqüência do nível do mar, os principais ambientes deposicionais eram laguna (submaré) e planície de maré (intermaré superior-supramaré inferior com tapetes microbiais). Palavras-chave: conodontes, bioestratigrafia, Pensilvaniano, Bacia do Amazonas. ABSTRACT Conodonts are useful microfossils for biostratigraphy and paleoecological reconstructions in Paleozoic and Triassic sedimentary rocks. This research aims to their taxonomic classification and to establish the biochronostratigraphic and paleoecological conditions in which these organisms lived. Furthermore, this study reviews the current knowledge about conodonts and their feeding apparatus. The section analyzed belongs to Itaituba Formation, Tapajos Group, Pennsylvanian of the Amazon Basin. The study area is located northeast of Itaituba city, on the banks of the Tapajós River, in an outcrop of Calminas Quarry. The distribution of conodonts recognized defined two biozones: Diplognathodus orphanus Amplitude Zone and Idiognathodus incurvus-Idiognathoides sinuatus Competition Zone. The species Diplognathodus coloradoensis, Diplognathodus orphanus and Idiognathodus incurvus are typically an Atokan association. Based on the association described, the section analyzed was defined as Atokan. The specie with better biostratigraphic resolution is Diplognathodus orphanus, because its distribution is restricted to the Atokan. The depositional environment prevailing in the Amazon Basin during the Pennsylvanian is characterized by a shallow carbonate ramp. The deposits studied reflect a predominantly regressive sequence, with the presence of shallow water genera, such as Adetognathus, Diplognathodus and Ellisonia. The occurrence of conodonts associated with brachiopods, bryozoans, crinoids and fish fragments suggests that these strata were deposited in a shallow marine environment, with low to moderate energy, in calm, clear and warm waters. In high frequency sea level fluctuations regime, the main depositional environments were lagoon (subtidal) and tidal flat (upper intertidal-lower supratidal with microbial mats). Keywords: conodonts, biostratigraphy, Pennsylvanian, Amazonas Basin. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Mapa de localização da Bacia do Amazonas (modificado de MILANI; THOMAZ FILHO, 2000). - 16 - Figura 2 - Mapa de localização do afloramento estudado (balão em azul, GOOGLE EARTH, 2005). - 17 - Figura 3 - Seção colunar da Pedreira Calminas. - 18 - Figura 4 - Mapa de localização das bacias intracontinentais paleozóicas da América do Sul. (MILANI; THOMAZ FILHO, 2000). - 22 - Figura 5 - Estratigrafia das bacias intracontinentais paleozóicas da América do Sul. (MILANI; ZALÁN, 1999). - 24 - Figura 6 - Representação esquemática dos principais tipos de bacias fanerozóicas interiores do Brasil (SILVA et al., 2003). - 25 - Figura 7 - Perfil Norte-Sul da Bacia do Amazonas (MILANI; THOMAZ FILHO, 2000).- 31 - Figura 8 - Representação artística do organismo conodonte (modificado de PURNELL et al., 1995). - 40 - Figura 9 - Relações dos conodontes entre si e dos conodontes, invertebrados e outros vertebrados (SWEET; DONOGHUE, 2001). - 42 - Figura 10 - Impressão fóssil de Clydagnathus windsorensis. Organismo completo, bem preservado, com 3,75 cm de comprimento (SWEET; DONOGHUE, 2001). - 43 - Figura 11 - Impressão fóssil de Promissum pulchrum (GABBOTT et al., 1995). Região cefálica posicionada para a esquerda e dorsal direcionada para o topo. - 43 - Figura 12 - Impressão fóssil de Clydagnathus windsorensis. Região cefálica, detalhando os lobos orgânicos escuros (olhos) e as estruturas associadas, incluindo uma assembléia natural de elementos conodontes (SWEET; DONOGHUE, 2001). - 44 - Figura 13 - Impressão fóssil de Clydagnathus windsorensis. Detalhe da cauda e de raios sugestivos de uma nadadeira caudal (SWEET; DONOGHUE, 2001). - 44 - Figura 14 - Impressão fóssil de Clydagnathus windsorensis. Detalhe da região do tronco apresentando duas linhas axiais paralelas, interpretadas como resquícios de uma notocorda e marcas em chevrons sobrepostos, interpretados como resquícios de músculos segmentados em forma de “V” (SWEET; DONOGHUE, 2001). - 45 - Figura 15 - Reconstrução da anatomia de Clydagnathus windsorensis (PURNELL, 1995a). - 46 - Figura 16 - Filogenia dos vertebrados primitivos, localizando os conodontes como organismos mais evoluídos do que mixinóides (peixes-bruxa) e lampréias, posicionando-os como os vertebrados mais primitivos (ARMSTRONG, 2005). - 47 - Figura 17 - Assembléia natural de elementos conodontes do gênero Idiognathodus (Ordem Ozarkodinida) preservado em rochas pensilvanianas de Illinois. As letras em preto indicam alguns dos componentes das posições P, S e M do aparelho alimentar (SWEET; DONOGHUE, 2001). - 49 - Figura 18 - Seções transversais de: (1) elemento protoconodonte. (2) elemento paraconodonte. (3) elemento euconodonte. As diferentes tonalidades refletem as diferentes camadas de tecido nos elementos. As camadas de tecido dos protoconodontes não têm homólogos nos paraconodontes e/ou nos euconodontes. No euconodonte, a tonalidade rosa representa a coroa, enquanto que a marrom representa a base, homóloga nos paraconodontes (SWEET; DONOGHUE, 2001). - 50 - Figura 19 - Morfologia de elementos coniformes (CLARK et al., 1981). - 51 - Figura 20 - Orientação e terminologia de elementos coniformes (CLARK et al., 1981). - 52 - Figura 21 - Morfologia de um elemento ramiforme Alate visto sob as perspectivas (1a) anterior e (1b) lateral (CLARK et al., 1981). - 54 - Figura 22 - Morfologia de elementos ramiformes