Geologia Colombiana No. 25, Diciembre, 2000

Contexto geologico dos notossuqulos (Crocodylomorpha) cretaclcos do Brasil.

ISMAR DE SOUZA CARVALHO Depf2 de Geologia - Instituto de Geoei{meiaslUFRJ Av. Brigadeiro Trompowski, sin" - "ha do Fundao - 21.949-900 - Rio de Janeiro-RJ - Brasil. e-mail: [email protected] REI NALDO JOSE BERTINI Depf2 de Geologia Sedimentar - Instituto de Geociencies e Cienciss ExataslUNESP Av.24-A, 1515 - Caixa Postal 178 - 13.506-900 - Rio Claro-SP - Brasil. e-mail: [email protected]

CARVALHO, I.S. & BERTINI, R.J. (1999): Contexto geol6gico dos notossuquios (Crocodylomorpha) cretacicos do Brasil - GEOLOGIA COLOMBIANA, 25, pgs. 163 - 184,18 Figs., Bogota.

RESUMEN

Los son un grupo de pequeiios mesosuchia crocodilomorpha cretacicos con un era- neo relativamente alto, regi6n lateralmente comprimida, fenestra mandibular corta, dentici6n especia- lizada y reducida, y caracteres primitivos en la regi6n palatal. Fueron hall ados en dep6sitos cretacicos de America del Sur (Brasil, Uruguay y Argentina), Africa (Nigeria y Malawi) y Asia (China). En el Brasil fueron descubiertos en las cuencas de Araripe, Parnaiba y Bauru. La primera es una cuenca de tipo rift y las dos ultirnas son amplias cuencas intracratonicas, con un gran espesor de sedirnentos continen- tales cretacicos, Aparentemente, la distribuci6n de los Notosuchia en Brasil esta limitada a las sucesio- nes de edad aptiana a rnaastrichtiana (7). En la cuenca de Araripe (NE Brasil, Estado de Ceara) se ha encontrado Araripesuchus games;; en nodules carbonatlcos incluidos en margas de la sucesion aptiana- albiana local (Formaci6n Santana), interpretada como depositada en lagos someros, de.aquas dulces a salobres, dispuestos a 10 largo de la paleocosta continental. Existe apenas una especie de Notosuchia en la cuenca de Parnaiba (NE Brasil, Estado de Maranhao), Candidadan itapecuruense, hallado en la Forrnaci6n Itapecuru (Albiano), en sucesiones stlicoclasticas que indican un sisterna fluvial rneandriforme. Los datos palinol6gicos sugieren un clirna caliente y humedo para la regi6n. Los Notosuchia de la Cuenca Bauru (SE Brasil, Estado de Sao Paulo) aparecen en una sucesi6n silicociastica de las forma- ciones Adamantina y Aracatuba correspondientes al intervalo Coniaciano-Campaniano (Cretacico su- perior). Los sedimentos son interpretados como depositados en rios entrelazados y lagos temporales, bajo condiciones clirnaticas semiaridas. calida y seca. Las diferentes condiciones paleoambientales en las cuales los Notosuchia fueron encontrados permite explicar la diversidad de este peculiar grupo de Crocodilomorpha en el Brasil.

Palabras Clave: Notosuchia, Crocodylomorpha, Cretecico de Brasil.

ABSTRACT

Notosuchians were a peculiar group of small "mesosuchian" crocodilomorphs with a relatively high skull, pre-orbital region laterally compressed, short mandibular fenestra, reduced and specialized dentition, and primitive characters on the palatal region. They have been recovered from continental Cretaceous deposits in South America (Brazil, Uruguay and Argentina ), Africa (Niger and Malawi) and Asia (China). In Brazil they have been found in Araripe, Parnaiba and Bauru basins. The first is a rift basin and the last two are wide intracratonic basins, with a high thickness of Cretaceous continental sediments. Apparently the occurrences of notosuchians in Brazil are limited to rocks from to Upper Cretaceous strata (? Maastrichtian). From the Araripe Basin (Northeastern Brazil, Ceara State) comes Araripesuchus qomesli, found at an Aptian- sequence (Santana Formation) in carbonate nodules, which are interpreted to have been originated in shallow, fresh to brackish water ponds, lying along the coast in a hot and dry climate. There is an unique species of notosuchian from Parnaiba Basin (Northeastern Brazil, Maranhao State), Candidadan itapecuruense, from the Albian Itapecuru Formation. The sequence of siliciclastic strata, where this fossil was found, indicates a channel of a meandering river system. Palynological data suggest a hot and humid climate in that

163 Carvalho & Bertini: Notossuquios (Crocodylomorpha) cretacicos do Brasil

area. The Bauru Basin notosuchians (Southeastern Brazil, Sao Paulo State) occur in siliciclastic Upper Cretaceous sediments (Adamantina and Aracatuba formations). The fine quartzose sandstones and siltstones, of probable Coniacian to Campanian age, are interpreted as deposited by braided rivers through a wide alluvian plain and lakes. The climate was hot and dry, in a semi-arid environment. The many environmental settings where notosuchians have been found, meandering river floodplain, braided alluvial plain and shallow ponds, could explain the diversity of this peculiar crocodylomorph group in Brazil.

Key Words: Notosuchia, Crocodylomorpha, Cretaceous, Brazil.

grupos mais caracterlsticos e peculiares deste momenta 1. INTRODUC;AO da hist6ria geol6gica da America do Sui e da Africa. as notossuquios foram pequenos crocodilomorfos, prin- De acordo com GASPARINIet alii (1991) as notavels cipalmente gondwanicos, encontrados especial mente em especlaltzacoes apresentadas pelos notossuquios rochas do Cretaceo sul-americano e africano. indicariam que 0 grupo tem uma hist6ria bem anterior a as notossuquios, de acordo com GASPARINI(1971), mais antiga ocorrencia f6ssil conhecida. constituem uma infraordem de crocodilomorfos A conexao entre America do Sui e Africa ate 0 Aptiano- " esossuquianos". as "Mesosuchia", diante da ampla Albiano e coerente com a distribui~ao dos notossuquios, variedade de padr6es morfol6gicos, provavelmente nao sendo que nao ha especles de crocodilomorfos formariam um grupo natural. estritamente terrestres, comuns aos dois continentes, em Inicialmente identificados na America do Sui, rochas p6s-albianas, e a fauna destes arcossauromorfos atualmente existem registros na Africa (havendo um genero terrestres do Cretaceo Superior da America do Sui e em comum com a America do Sui) e com duvidas na Asia. contrastante com a registrada nos continentes do norte. a tamanho era pequeno e foram continentais, terrestres, Na America do Sui, diferentes grupos de "mesossuquianos" possivelmente ornruvoros e com caracterfstieas eram os principais componentes das assembleias morfol6gicas que poderiam associa-los aos membros mais crocodilianas. Tais fatores, segundo GASPARINIet alii (1991), primitivos desta ordem (BERTINI& CARVALHO1998; CARVALHO retorcam as conslderacoes de BONAPARTE(1986) de um & BERTINI1998). isolamento geografico da America do Sui em rela~ao a Laurasia, 0 qual teria grande influencia na evolucao das No Brasil (Fig. 1) temos a ocorrencia deste grupo f6ssil faunas terrestres. na Bacia do Araripe (Aptiano-Albiano, Formacao Santana - Araripesuchus gomesit), Bacia do Parnaiba (Aptiano- Albiano, Forma~ao Itapecuru - itapecuruense), 2. GEOLOGIA DAS AREAS DE OCORRENCIA DE e Bacia Bauru (? Coniacino-Maastrichtiano, Formacao NOTOSSUaUIOS Adarnantina - Mariliasuchus amarall). 2.1 Bacia do Araripe Na Bacia do Araripe, Araripesuchus gomesii provem A Bacia do Araripe apresenta a maior area de exposicao de uma sequencia carbonanca (Formacao Santana) do de rochas cretacicas (12.200 km2) dentre as bacias inte- Cretacso Inferior, interpretada como tendo side originada riores do Nordeste (Fig. 2). Localiza-se na regiao sui do em lagunas rasas, de aguas doces a salobras, em clima Estado do Ceara e oeste do Estado de Pernambuco. quente e seco (PRICE 1959; HECHT1991). Na Bacia do Parnaiba ocorre Candidodon itapecuruense, oriundo da As Iitologias sedimentares que a preenchem sao Formacao Itapecuru, tarnbern do Cretaceo Inferior constituidas por conglomerados, arenitos conglomeraticos, (CARVALHO1994). A sequencia slllctclastlca onde este f6ssil arenitos, siltitos, folhelhos, argilitos, margas, calcarlos, e encontradc indica dep6sitos de um sistema fluvial gipsita e anidrita (Fig. 3). meandrante. Os dados palinol6gicos desta unidade A suodivlsao litoestratigrafica destas rochas, tem side sugerem um clima quente e urnido na area. Os amplamente discutida e revista por inurneros autores. No notossuqutos da Bacia Bauru sao encontrados em rochas presente estudo optou-se pelos termos litoestratiqraficos siliciclasticas (Forma~ao Adamantina) do CretaceoSupe- mais utilizados na literatura geol6gica da regiao (BEURLEN rior (BERTINI& ARRUDA-CAMPOS1995; CARVALHO& BERTINI,no 1962, 1963, 1971; VIANA& CAVALCANTI1991; CAVALCANTI& prelo). 0 paleoambiente e interpretado como dep6sitos de VIANA1992; PONTE1992b), com a sequencia constitulda rios entrelacados em uma ampla planicie aluvial, e lagos. pelas tormacoes Cariri, Brejo Santo, Missao Velha, Santana a clima era quente e seco, em ambiente sernl-arido. e Exu. A subdivisao litoestratiqratica dos furos de sondagem Os tetrapodos cretacicos gondwanicos possuem gran- da Bacia do Araripe (Projeto Santana - CPRM) foi baseada de numero de formas especializadas, sendo que os na proposta de SHEIDet alii (1978). Contudo, na opimao crocodilomorfos notossuquianos parecem ter side um dos de Mitsuru Arai (CENPES-Petrobras, inforrnacao oral) 0

164 Geologia Colombiana No. 25, Diciembre, 2000

-'l ~L':~~,~..rs /. ~ J..... l..... J---'....~... . "-' ...,- 0'

~ C~CO..·_ ...... MEso2DCO .. BASAL TOS MES02OtCOS

~ PALE02DICO CJ EMBASAMENTO

30"

Fig. 1. Dlstrlbulc;io das principals baclas cretaclcas brasllelras e Indlcac;oes das ccorrenclas de nostessuquios. termo lltoestretlqraftco mais adequado para os depositos estratiticacoes cruzadas acanaladas, tabulates, marcas de do Aptiano desta bacia seria 0 proposto por PONTE& ApPI onda, «climbing-ripples » , «flaser .., «Iinsen .., gretas de (1990) (Formac;ao Rio da Batateira). contracao e bloturbacoes. A unidade subseqOente - Formac;ao Santana - a cornposta por calcarios laminados, A Formacao Cariri a composta por conglomerados com siltitos, argilitos (Membra Crate); gipsita e anidrita (Membro seixos de quartzo arredondados e arenitos conqlomeraticos ipubi): catcarlos, margas, siltitos e argilitos com nodules a grossos bern silicificados. Sao comuns as estratificac;oes carbona-tlcos (Membro Romualdo). Os arenitos cruzadas acanaladas e tabulares; a coloracao a quartzosos, trlavels, argilosos (caulfnicos ou nao), e de esbranqulcada a amarelada. A Formac;ao Brejo Santo a coloracao avermelhada que capeiam a FormaC;aoSantana, constitufda por arenitos muito finos, siltitos e argilitos sao designados como FormaC;ao Exu. Possuem avermelhados com intercalac;oes de margas esverdeadas. sstrattncacoes cruzadas acanaladas e tabulares, em Estruturas «linsen .., «f1aser.. e gretas de contracao sao corpos de geometria tabular com espessura em torno de freqOentes. A Formac;ao Missao Velha, com os membros urn metro. Grota Funda, Olho D'Agua Comprido, Barbalha e Rio da Batateira, sao arenitos trlavels, de granulac;ao madla-tina, o fossil Araripesuchus gomesii descrito por PRICE com lntercalacoes de argilas cinza-esverdeadas ou nfveis (1959), provern de afloramento do f1ancoocidental da Bacia conglomeratlcos. As principais estruturas sedimentares sao do Araripe (Fig. 4). Trata-se de material contido em urn

165 Carvalho & Bertini: Notossuquios (Crocodylomorpha) cretacicos do Brasil

n6dulo carbonatico, coletado em uma sucessao de folhelhos, si- tuados na Ladeira do Berlenga, na estrada que vai da cidade de Campos Sales, no Estado do Ceara, a Caldeirao Grande, Municfpio de Fronteiras, no Es- tado do Piauf (Fig. 5). PRICE(ap. cit.) considerou que esta sucessao litol6gica enquadrar- se-ia na Formacao Santana.

Algumas das concepc;:6es da hist6ria evolutiva da Bacia do Araripe consideram-na num con- texto poli-hist6rico iniciado no Paleoz6ico (MABESOONE& TINOCO 1973; BRITO NEVES 1990; MEDEIROS1990; PONTE& ApPI 1990; ASSINE 1992; PONTE 1992a). Porern, como demons- trado por CARVALHOet alii (1995), as rochas consideradas como de um primeiro cicio sedimentar paleoz6ico (Siluro-Devoniano) contern uma icnofauna dinossauriana similar a encon- trada em rochas cretacicas de bacias adjacentes. Desta forma, os modelos rnais adequados para a origem e evolucao da Bacia do Araripe sao os apresentados por SILVA(1983); BERTHOU(1990) e DARROSDE MATOS(1992).

Forma, tamanho, geometria e estilos de deforrnacao tectonics da Bacia do Araripe sao analoqos aos modelos preditivos de bacias pull-apart. A Bacia do Araripe seria, segundo SILVA (1983), parte de um complexo de rift-valleys localiza- do na extremidade de um rift abortado a Bacia do Heconcavo - separando-se deste por regi6es soerguidas pelos lineamentos Parafba e Pernambuco. Para DARROSDE Fig. 2. Mapa de Locallzacao das bacias intracontinentais cretaclcas MATOS (1992), 0 tectonismo do Nordeste brasileiro (CARVALHO 1993). conduziu a individualizacao de duas sub-bacias, Feira Nova e Crato, as quais seriam limitadas

166 Geologia Colombiana No. 25, Diciembre, 2000

N Ol Ol ~ « z :1 C1l « & s o/l s ~ t= z ii ffi « ~ o ~ «..J m ~ ;,( C§ !i c q;-I ~ :J ~ U G Q) '0 0 '0 .I as CJ ·~!i'~• ;;::: I :0 0 :: ::: III Q) E 0 Ol ~III .c:: ~u ~ III :5 .g.Q) ~ ~ I '=( m ! .2 2 c ::J W 0" ~ '::J ~ Ul .~ § ..I Ul 0 != CiS ~ w :J 0 • II: -l: ~ W 0 E I ~ .Q) tS II) > II) m ~ ...0 +', > ~ Co I Q) I '2 \ '0 " ,, ;" ~ § c ~ ~ 0 0 v.; ~ Q) i lfi '0 i U) ~ II) al c i Co w w ~ c .;: II) w i >"! e ...as § « ~ i 0 + .~ i ~ '0 I as ~ + ~ ~ ! '(3 ~ ~ Q. as f ..I m + ~ as t5 CiS '0 ~ ffi ~ 0 < ~ ~ .~ Q ~ Cl ~ ~ ..I III ! '0 z g "0 w ~ Q) tS ~ ~ I Cl C) I as Co + w as ~. ~'i~1I III + .... m I I[gJ :: M + Cl u:::

167 Carvalho & Bertini: Noto88uquios (Crocodylomorpha) cretacicos do Brasil

L.ADBRA DO BERLENGA, MUNciPiO DE FRONTEIRA, PIAU BACIA 00 ARARIPE • FORMA 0 SANTANA

I IlWt'llIl 0 ·... ··..···.... 2 ··...... · 0 ···.···... Q ···.· ·.. -e ··.·.. ::) ···.·.. U' ·... )( • ····...·..· -e ·······....· 1&1 ... ··.··...·.. 1&1 e ··..···... 0 ct: LEGENDA ·.·....·.. -e ~ ··.······... U' Z ·······...·..· -e 1&1 FOSSEIS ·······..... ~ a:: ... ····... 0:: 0 -e ~ Pel•• 10 ···.····..... 0 ··· ·.. II. > ·····...·.. Ge~ ··.····.. a:: :::t d 12 ··.. ... ··· ·..· W ··.·.·····...· II. (() OIIrIcode ·.····...· II. 1. ···· Z A Artlripewchw ~

1e L.ITOLOGIAS ~ Celeirio Ilminado (I) II -e ~ 0 Siltito ergiiotO Glrbonttlc:o ~ Z 1&1 -e Siltito l:lilotO com nOdule» ~ ~ (,) ~ Glrbon cos Z -.c -e A ct: .. Arenito fn ~ -e ~... w Z 0 :::t -e a:: C!) 28 U' ~ ilC (,) -e a ... 0::. ~ 0'

Fig. 4. Perfil e8tratlgr4flco da Ladelra do Berlenga, Estado do Plauf, localidade de onde provem Ar.rl".suchus.

168 Geologia Colombiana No. 25, Diciembre, 2000

primeira ingressao marinha na bacia (oriunda da regiao oeste), no tempo Alagoas (Aptiano) e outra posterior, ja no Albiano. Tais evidencias seriam f6sseis de dinoflagelados (Subtili- sphaera), milioHdeos, foraminiferos hialinos, rotalideos, moluscos cassiopideos (Paraglauconia e Diglauconia), microgastr6podes, micropelecfpodes e equin6ideos cassidul6ides (ARAI & COIMBRA1990; BERTHou,VIANA& CAMPOS1990; PONS, BERTHou& CAMPOS1990). 0 retorno das condicoes dulcfcolas, na deposicao de muitos dos sedimentos p6s-gipsita na Bacia do Araripe, sao atestadas por associacoes f6sseis como as apresentadas por SILVA (1975). Este autor observou a A ocorrencia conjunta de ostracodes (Darwinula sp.) e girogonites (algas car6fitas), sugerindo urn ambiente de aqua doce ou de salinidade muito baixa.

2.2 Bacia do Parnaiba

A Bacia do Pamaiba abrange uma

area de 600.000 km2, ocupando uma grande regiao do Nordeste brasileiro (estados do Piaui, Maranhao, Ceara B - e parte de Tocantins). Separa-se das bacias do Amazonas, Maraj6, Sao Lufs e Barreirinhas at raves de arcos Fig. 5. Ararlpesuchus gomesll (HoI6tlpo: DGM 423 - R ) orlundo de estruturais. Sua origem inicia-se no localidade de Ladelra do Berlenga, Plaut Bacia do Ararlpe, Paleoz6ico, havendo sequencias Forma~io Santana (Aptiano-Albiano). fluviais no Siluro-Devoniano, marinhas no Devoniano-Carbonifero e lagu- por falhas de transtereneia de dlrecao assimefricos, separados POl'altos do nares no Permiano. 0 Mesoz6ico e noroeste e/ou zonas de acornodacao. embasamento e falhamentos. dominantemente continental, com Em ambas haveriam falhas normais Os ambientes deposicionais na ingressoes marinhas no final do Eo- de direcao nordeste-sudoeste, altos Bacia do Araripe sao essencialmente Cretaceo (Fig. 6). do embasamento e local mente blocos continentais. Leques aluviais, sistema mergulhando em direcao oposta. Na A sequencia cretaclca fluvial entrelacado e meandrante, la- proposta daquele autor a bacia do compreende principal mente dep6sitos gos rasos (efemeros e perenes), sao Araripe, bem como as demais bacias continentais. A secao basal e os principais tipos de paleoambientes interiores do Nordeste, seria composta por material clastico da desta bacia. Em relacao aos ambien- pertencente a uma fase de evolucao Formacao Pastos Bons, sucedida por tes em que se depositaram os carbo- tect6nica neocomiana, associada conglomerados e arenitos da a natos e sulfatos, devemos considerar formacao do Anantico SuI. Tais bacias Formacao Corda. Sao considerados que foram formados principal mente compreenderiam as bacias «rift» do como sedimentos de ambientes em lagos rasos salinos (<

169 Carvalho & Bertini: Notossuquios (Crocodylomorpha) cretacicos do Brasil

2"-

+ o 50 ,.

UNIl'DES uTOESTRAnGRAFICA BACIA DO PARNAiBA

~ FORMAC;:OEslERClARAs/ QUA1EIMRIAS

_ FORMAC;Ao ITAPEClJllJ

_ FORMAC;Ao cooor GAAJIliJ

_ FORMN;Ao SARllII'H.

~ FORMAl;Ao CORDA/ PASlOS BONS

lE:E EMBASANENlO ItlIpoeuru ~bhtno _:~~~:-~----_!'~~---- _ C'''''dodM ," .... __ s..dlnha ------? ----- Cord,) ~~------i------P-.to .. 90n& BurIK:-ica

Moditle.ado : M.apo ~Ogico do Brasil 1: 2.500.000 SChobborNUS et 11111. 1991

Fig. 6. Mapa geologico da porcao norte da Bacia do Parnaiba, onde ha a ocorrencia de crocodilos notossuquios (Candidodon itapecuruense) em rochas da Formacao Itapecuru (Aptiano-Albiano).

170 Geologia Colombian a No. 25, Diciembre, 2000

N

2f

Qol '. ~

~~1 F \ ./F

'.' .•,..",,". -...:..... -, '- -" '.0 '.,";,";,

ll$2' •• , ~•.." .,,, -.-.. ._.~_";';'r- .t) ~I JUAIJWA ~' "- .0' -,, "

/ ..

./ 'J .'

.~.....

, CONYENCOEs i ( I ESTRADA DE FERRO

.I9Ii. L1NHA DE TELEGRAFO L1NHA TRANSMISSORA DE ENERGIA !lII •• \. ) "~... -.:.>._" ,. ESTRADAS DE RODAGEM /;'~UZEIRO '\ CAM Pol HOS ..~,..

DRENAGEM

( candlr1udon .C7 ESCAMA DE PEIXE ... I Sllolirtlos DENTE DE OINOSSAURO '-: • t FRAGMENTO 6SSEO D DENTE DE CROCOOILOMORFO t DENTE DE PElXE 0 BIVALVE o Fm. ITAPECURU t&i'I CONCHOSTAAcEO

flIIODtFICAOO DE: CPRM FOlHA SA.23,z-C-ll-! ITAPECUFlU - MIFlIM MA , 0 1 2km e

Fig. 7. Mapa de localiza~ao da ocorrencia de notossuquio (Candidodon itapecuruense) na Bacia do Parnaiba.

171 Carvalho & Bertini: Notossuquios (Crocodylomorpha) cretacicos do Brasil

A B

c

o O,5mm

Fig. 8. Candidodon itapecuruense (MN-4152-V) Dente incisiforme (A) face bucal; ( B ) face lingual; ( C ) vista lateral. rante a abertura da margem altantica equatorial ocorreram Os dep6sitos cretacicos na reqiao centro-norte da Bacia derrarnes basalticos atraves de vulcanismo fissural, os do Parnaiba, no Estado do Maranhao, sao abrangidos pela quais constituem a Formacao Sardinha. No final do unidade litoestratlqrafica definida por CAMPBELL(1949) como Cretaceo Inferior, em condicoes climaticas quentes e se- Formacao Itapecuru, que compreende os umrnoe dep6si- cas, ocorre a deposicao de conglomerados e arenites, tos cretacicos na bacia. A secao-tipo desta formacao situ a- denominados como Formacao Grajau. Uma inqressao se na margem direita do Rio Itapecuru (Fig. 7), sob a pon- marinha posterior deposita folhelhos e carbonatos, desig- te de acesso a sede do Municfpio de Itapecuru-Mirim (MA), nados como Formacao Cod6 (CASSABet alii 1994). localidade de onde e oriundo 0 notossuquio Candidodon

172 Geologia Colombiana No. 25, Diciembre, 2000

A B

c

o O,5mm

Fig. 9. Candldodon Itapecuruense (MN-4153-V) Dente pre-molariforme. (A) superflcie oclusal; (B) face lingual; (C) face bucal. itapecuruense (Figs. 8 a 13). (Theropodomorpha), ostracodes, conchostracsos (Cyzicus sp.), gastr6podes e bivalvlos (Anodonta sp.). Na Bacia do Parnaiba, os f6sseis js identificados para a Forma<;ao Itapecuru sao sempre organismos de ambiente As rochas da secao-tipo desta unidade litoestratlqraflca continental: restos de testudinos, dentes de distribuem-se em camadas com geometria tabular, crocodilomorfos, ossos e dentes de dinossauros havendo 0 predominio de litotacles siltico-argilosas, inter-

173 Carvalho & Bertini: Notossuquios (Crocodylomorpha) cretacicos do Brasil

A

o 1mm

Fig. 10. Candidodon itapecuruense (MN-4154-V) Dente molariforme. Hol6tipo. (A) face bucal; (B) face lingual; (e) vista lateral.

174 Geologia Colombiana No. 25, Diciembre, 2000

e Querru, houve a identificacao de uma associacao polfnica indicativa do Albiano medic (PEDRAOet alii 1993).

A interpretacao paleoambiental para a area onde sao encontrados estes f6sseis e a de um ambiente flu- vial, tendo havido a concentracao de restos 6sseos ao lange de depositos de pequenos canais fluviais que colmatavarn um lago de pouca profundidade.

2.3 Bacia Bauru

A Bacia Bauru ocupa uma area de 370.000 krn", cujos sedimentos A distribuem-se no Brasil pelos estados de Sao Paulo, Parana, Mato Grosso do Sui, Minas Gerais, Golas e na reqiao nordeste do Paraguai (Fig. 15). A sedirnentacao - essencialmente siliciclastica - teria transcorrido duran- te 0 Cretaceo Superior, havendo nestes dep6sitos uma ampla variedade de f6sseis de algas car6fitas, moluscos, crustaceos, peixes e tetrapode s (COIMBRA & FERNANDES1995). A distribuicao geo- qrafica e estratigratica dos grupos f6sseis nesta bacia pode ser encon- trada em MEZZALIRA(1989). A revisao das varias formas de crocodilomorfos do Grupo Bauru encontrase em PRICE (1950), GASPARINIet alii (1991) e BERTINI B (1993).

Fig. 11. Candidodon itapecuruense (HoI6tipo: MN-4154-V). COIMBRA & FERNANDES (1995) Fotomicrografias de dente molariforme. (A) vista oclusal propoern uma cornpartirnentacao da com cuspldes e estilos dispostos num cingulo que Bacia Bauru atraves do zoneamento percorre a margem interna, desde a regiao anterior paleoecol6gico. Associaram os posterior do dente: (B) face lingual. a jazigos f6sseis com os sistemas deposicionais da porcao oriental desta caladas com arenitos de qranulacao o controle estratiqrafico local e regio- bacia, e indicaram a existencia de tres rnedia-qrossa e nfveis conglomera- nal, sendo 0 nfvel em que Candidodon "compartimentos" paleoecol6gicos: ticos (Fig. 14). Sao nitidos dois ciclos foi encontrado. Junto a este ocorrem Peir6polis, Sao Jose do Rio Preto e de qranocrescencia. A distribuicao dos dentes e escamas de peixes, dentes Presidente Prudente. Estes autores f6sseis situa-se numa camada de 1 de crocodilomorfos (?) e de um consideraram que a abundancia de m de espessura, constitufda por dinossauro carnfvoro (carnossauro ?), f6sseis nestas reqioes indicariam arenitos avermelhados-esverdeados alem de moluscos de aqua doce areas rnais tavoraveis a vida, forma- com intercalacoes centrirnetricas de (Anodonta sp.). das por amplas planfcies com lagoas siltito argiloso, a qual pode ser Apesar dos sedimentos deste alcalinas efemeras e fluxos fluviais de acornpannada por aproximadamente afloramento terem side estereis canais entrelacados. A reqiao de 20 km ao lange do Rio Itapecuru. Tal palinologicametne, em nfveis Marflia estaria fora deste contexto, cam ada e de grande importancia para correlatos, nas localidades de Guariba pois segundo COIMBRA& FERNANDES

175 Carvalho & Bertini: Notossuquios (Crocodylomorpha) cretacicos do Brasil

Marilia, suscita a possibilidade de uma reavaliacao das interpretac;:5es de COIMBRA& FERNANDES(op. cit.). Tal fato ja havia side discutido por FULFARO& PERINOTTO(1996) ao reconhecerem que ha grandes diferenc;:as regionais na arquitetura deposicional do Grupo Bauru, e que os modelos deposi- cionais e cronoestratiqraflcos atuais sao duvidosos.

A deflnlcao dos andares A compreendidos entre Turoniano e Maastrichtiano para a deposicao dos sedimentos da Bacia Bauru baseia-se essencialmente na fauna de vertebrados (COIMBRA& FERNANDES 1995; BERTINI1993). Para FERNANDES & COIMBRA(1996) a deposicao na Bacia Bauru restringiria-se ao Santoniano - Maastrichtiano. Porern os estudos palinol6gicos de LIMAet al. (1986) indicaram um intervalo tempo- ral mais amplo, com a identiflcacao do andar Coniaciano, para alguns dep6- sitos isolados na regiao de Sao Car- los, cuja assoclacao litoestratlqraflca com os demais sedimentos cretaclcos da Bacia Bauru e muito controversa. o infcio da deposicao na Bacia Bauru teria se processado na concepcao de SOARES& LANDIM(1976) a partir do Albiano, para os sedimentos que FERNANDES & COIMBRA (op. cit.) designaram de Grupo Caiua. SOARES ....~io "Post~O(.·· & LANDIM(op. cit.), atravss do estudo das sequencias tectono- sedimentares, apresentaram um mo- delo de evolucao geol6gica para esta bacia, cuja sedlmentacao inicial B -: transcorreria entre 0 Albiano e 0 Turoniano. FULFARO& PERINOTTO(1996) advogam inclusive a arnpllacao do li- Fig. 12. Candidodon itapecuruense (MN-4355-V), mite cronogeol6gico superior - especlmem na Forma~ao Itapecuru, Bacia do Crstaceo Superior (Maastrichtiano) - Parnaiba. Mandfbula com os do is ramos para a deposicao do Grupo Bauru. mandlbulares. (A) Fotografia em vista dorsal; Entretanto faltam evldenclas (B) Desenho esquematlco da mandfbula. paleobiol6gicas para esta assertiva.

(op. cit.), 0 incremento progressivo descoberta de moluscos, escamas de A Formacao Adamantina, unidade das condlcoes de aridez para 0 inte- peixes, tetrapodes, copr61itos e inten- lltoestratlqraflca da qual provern 0 rior da bacia levaria a escassez e sa bloturbacao nos dep6sitos f6ssil MariliaslJchus amarali (Figs. 16 baixa diversidade da biota, e por sedimentares cretaclcos de diferentes e 17) e composta por arenitos finos, conseguinte de f6sseis. Entretanto, a unidades estratlqraflcas da regiao de siltitos argilosos e argilitos de

176 Geologia Colombiana No. 25, Diciembre, 2000

ocorrer estratiticacoes cruzadas, «flaser», «linsen», marcas onduladas, larninacao cruzada cavalgante e intraclastos argilosos. Na localidade de ocorrencia deste f6ssil, a Formacao Adamantina caracteriza- se por uma sucsssao de arenitos finos, quartzosos amarelados, avermelhados e esverdeados. Ocorrem lntercalacoes de niveis centirnetricos de calcarenitos e arenitos com intraclastos argilosos. Todos os es- tratos mostram-se intensamente bioturbados por escavacoes verticais do tipo Skolithos. A geometria dos estratos e tabular (Fig. 18). BERTINIet alii (1993) propoern uma idade entre 0 Cenomaniano e 0 Campaniano para a Formac;:ao Adamantina, com base em sua fauna de vertebrados.

DIAS-BRITO et alii (1998) na analise de microf6sseis carbonaticos (ostracodes e car6fitas) A de uma unidade que designam como Formacao Adamantina consideraram que 0 intervale de deposicao estaria compreendido entre 0 Turoniano e 0 Santoniano. Entretanto, indicaram que as assembleias de ostracodes tarnbern denotavam afi- nidades com formas do Albiano-Cenomaniano e do Campaniano-Maastrichtiano. Apenas este ultimo in- tervalo temporal e reconhecido por GoSSO-RODRIGUEZ et alii (1998).

Os depositos acima descritos poderiam ser re- lacionados, na concepcao de BATEZELLI(1998), no ambito da Formacao Aracatuba, unidade geol6gica B principal mente pelftica, vermelho-esverdeada, que aflora no vale do Rio do Peixe.

PRICE(1950) ja indicava que os f6sseis do Gru- po Bauru resultavam de coletas acidentais e sem controle estratiqrafico, dificultando assim sua utilizacao para a crono-bioestratigrafia. A inexistencia de um controle bioestratigratico apropriado e detalhado das areas de ocorrencia dos f6sseis da Bacia Bauru torna assim duvidoso 0 intervalo tem- poral de sedirnentacao nesta bacia. As afinidades filoqeneticas de Mariliasuchus com generos do Cretaceo Inferior das bacias do Araripe e Parnaiba c necessitariam de uma analise, assim como com Notosuchus terrestris da Formacao Rio Colorado Fig. 13. Candidodon itapecuruense (MN-4356-V). (Argentina) de idade coniaciana (BONAPARTE1991). Fotomicrografias de um dente molariforme. Poder-se-ia inferir que a sedirnentacao dos dep6si- (A) Superflcie lingual do dente; a regiao proxima tos contendo este crocodilomorfo possa ter se ini- a raiz apresenta-se deprimida, formando um sulco ciado a partir do Coniaciano. ample na base da raiz uniradiculada; (B) detalhe da base da raiz; (e) aspecto bifurcado da base da raiz. FERNANDES& COIMSRA(1996) postularam uma condicao clirnatica quente - serni-arido nas bordas coloracao avermelhada a esverdeada. Os estratos sao e desertico no interior - durante a sedimentacao geralmente rnacicos, dispostos em acamamentos plano-para le- cretacica na Bacia Bauru. A Formacao Adamantina los com gradac;:ao granodecrescente em direcao ao topo. Podem refletiria uma deposicao em sistema fluvial

177 Carvalho & Bertini: Notossuquios (Crocodylomorpha) cretacicos do Brasil

SECAo· TIPO DA FORMACAO ITAPECURU,ITAPECURU-MIRIM (MA) E DEP6sITOS QUATERNARIOS SOBREPOSTOS

metroS 11. i w LEGENDA 10 !i -0- ",~f Q ~ ESTRUTURAS .~II:: 0 9 ...... F1aser II:: ~ --- W -<>- Linsen l- :IE ..A 7ZL Estratlncat;lIo cruzada tabular i ~ .:7 Estratlncat;lIo lICanllladll 7II:~ :3 • Pelotll de arllila .;;I "- o Seixo • NOduio sllicoso + NOduIo oxido de ferro 7 --c-. -u- Estrutura de carDa -0- = LaminlllYio plano.pilralela -c--

W IE: F6sSEIS I- tI) i Skolithos 0 ESC8ffla de peIxe 5 --0- ~ = ...... Dente de pelxe -<..-- t - 0 Dente de crocodlomorfo 7lI--e,___....- a:: Dente de dInossauro 0 ..A • 4 ~ + w 0 Bivalve .0. oto.... ~ "- i C C8ndldodOll i; u it. 0 g~t 0 Fragrnento wgelill W ~ ..;:;d -u- ~ ;i E 3 ~ ~ I- i W UTOLOGIAS II:: =-<>-I 0 2 • MGI-ITO --<>- W -<>- II:: -<>- III SIlTiTOARGILOSO =-<>- --<>-- ~ I!~::::J SIL TITO ;;;;;;-<>-. 0 1 0( ..A I·....' ARENITO

IIi8 CONGLOMERAOO --<>- o 1

Fig. 14. secao - tipo da Forma~ao Itapecuru, de onde provem Candidodon itapecuruense . entrelacado (<

178 Geologia Colombiana No. 25, Diciembre, 2000

BACIA BAURU

0 'U I_ 0

LEGENDA ~ 0 m Sedmet*- ~lItm6r1os 0 SolO JRocha Anerllda 0 CIU'OBAUAU lQ2l Carbonato O~ fin. Marilla Arglllto 0 fin. Uberabl ~• Arenito ~ fin. Adllmamn .4 Intraclastos de arglla - 0 GfUIOCAlUl 0 SIroIIfhos A • II• Rm3 fin. SlntoAnIlSt.tclo • I • - Fragmel1to osseo l • ~ fin. RIo PI rani! ~ I T •I FIn.~Ert l I I - ~ ItIwfIIaucIlJs anratWJInsIs · • Fig. 15. Mapa geologico da Bacia Bauru, e perfil estratigrafico da regiao ao sui de Marllia, de onde e proveniente Mariliasuchus amarali. Modificado de FERNANDES& COIMBRA(1996). anallses filoqeneticas adequadas, bem como a avaliacao dtstribuicao qeoqrafica e temporal possibilitarao sua das relacoes entre as faunas destes crocodilomorfos das aplicacao na analise cronoestratiqrafica dos depositos reqioes norte (nordeste do Brasil), sudeste e sui (Uruguai continentais cretacicos do Brasil. Alem disso possibilitara e Argentina) da America do SuI. a cornpreensao da svoiucao das faunas crocodilianas, e das transtorrnacoes dos ecossistemas terrestres durante melhor conhecimento dos notossuquios e de sua o o Cretaceo.

179 Carvalho & Bertini: Notossuquios (Crocodylomorpha) cretacicos do Brasil

CRETAclCAS BRASI- LEIRAS, 2, Rio Claro, 1992. Resumos expandidos, SP, p. 59-60.

BATEZELLI, A. (1998): Rede- tinicao litoestratigratica da unidade Aracatuba e da sua extsnsao regional na Bacia Bauru no Estado de Sao Paulo (Dlssertacao de Mestrado).- Universidade Estadual Paulista - "Campus" Rio Claro, Instituto de Geoclencias e Cienclas Exatas, Rio Claro, 110 p. (in- edita).

BERTHOU, r.Y. (1990): Le bassin d'Araripe et les petits bassins A int.racontinentaux voisins a a,Scm (N.E. du Bresil): formation et ~ evolution dans Ie cadre de I'ouverture de l'Atlantique Equatorial. Comparaison avec les bassins ouest - Africains situes dans Ie rnerne contexte.- In: SIMPOSIO SO- BRE A BACIA DO ARARIPE E BACIAS INTERIORES DO NORDESTE, 1, Crato, 1990. Atas, p. 113-134.

BERTHOU, P.Y.; VIANA, M.S.S. & CAMPOS, D.A. (1990): Coupe da la Formation Santana dans Ie secteur de "Pedra Branca" (Santana do Cariri) (Bassin d'Araripe, NE du Bresil). Contribution a I'etude de la sedimentologie et des paleoenvironments.- In: SIMPOSIO SOBRE A BACIA DO ARARIPE E BACIAS IN- TERIORES DO NORDESTE, B 1, Crato, 1990. Atas, p. 173- a 1cm 191. ~ BERTINI, R.J. (1993): Paleo- biologia do grupo Bauru, Fig. 16. Mariliasuchus amarali (HoI6tipo: Dept? Geologia I UFRJ n° 50-R). (A) Cretaceo Superior continental vista lateral direita do cranlo; ( B ) vista dorsal do cranlo e parte da col una da Bacia do Parana, com vertebral. entase em sua fauna de amniotas (Tese de Doutorado).- Universidade AGRADECIMENTOS 5. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS Federal do Rio de Janeiro, ARAI, M. & COIMBRA, J.C. (1990): Analise Instituto de Geociencias, Rio Ao Prof. Renato Andreis por suas sugest5es. paleoecol6gica do registro das primeiras de Janeiro, 397 p. (inedita). A Fundacao de Amparo a Pesquisa do Estado ingress5es marinhas na Formacao Santana do Rio de Janeiro pela concessao de bolsa de BERTINI, R.J. & ARRUDA-CAM- (Cretaceo Inferior da Chapada do Araripe).- p6s-doutoramento a um dos autores, para 0 POS, A.C. (1995): Ocorrencia In: SIMPOSIO SOBRE A BACIA DO desenvolvimento deste estudo (Processo E- de Notosuchia (Crocodylo- ARARIPE E BACIAS INTERIORES DO 26/150.267/97) no DeptQ de Geologia Sedi- morpha) no Cretaceo Supe- NORDESTE, 1, Crato, 1990. Atas, p. 225- mentar da UNESP - Rio Claro. A Fundacao rior continental da Bacia do 239. Universitaria Jose Bonifacio e CNPq pelo apoio Parana (Formacao Adaman- financeiro as atividades de campo. Este ASSINE, M.L. (1992): Paleocorrentes na Bacia tina da regiao de Monte Alto - estudo e uma contribuicao ao IGCP 381 do Araripe, Nordeste do Brasil.- In: SP).- In: CONGRESSO (South Atlantic Mesozoic Correlations). SIMPOSIO SOBRE AS BACIAS BRASILEIRO DE PALEON-

180 Geologia Colombian a No. 25, Diciembre, 2000

a - angular ar - articular cv - coluna vertebral d - dentario dc - dente caniniforme di - dente incisivo esp - esplenial esq - esquamosal f - frontal fit - fenestra latero-temporal fm - fenestra mandibular fst - fenestra supra-temporal j - jugal I-lacrimal m - maxilar n - nasal ne - narina extern a 0- orbita p - parietal pm - pre-rnaxilar po - pas-orbital q - quadrado qj - quadrado-jugal sa - supra-angular soa - supra orbital anterior o O,5ccm _. __ PO I!!'!!!5i;;iI J VISTA FRONTAL

notosuchians, Cretaceous crocodylomorphs.- Crocodilian Biology and Evolution Conference, Abstract, The University of Queensland, Q Brisbane, Australia, p. 15. 01 NE BEURlEN, K. (1962): A geologia da Chapada do Araripe.- Anais da Academia brasileira de Ciencias, v. 34, 3, p. 365-370, Rio de Janeiro. (B) BEURlEN, K. (1963): Geologia e estratigrafia da Chapada do Araripe.· In: CONGRESSO NA- ClONAL DE GEOLOGIA, 17, Recife, 1963. Boletim, Sociedade Brasileira de Geologia, Q a,Scm !!!!!5iiilI Nucleo de Pernambuco, 47 p. VISTA VENTRAL BEURlEN, K. (1971): As condicoes ecol6gicas e faciol6gicas da Formacao Santana na Cha- (C) pad a do Araripe (Nordeste do Brasil).- Anais da Academia brasileira de Ciencias, v. 43, supl., p. 411-415, Rio de Janeiro.

BONAPARTE, J.F. (1986): History of the terrestrial Cretaceous vertebrates of Gondwana.- In: CONGRESO ARGENTINO DE PAlEON- Fig. 17 - Mariliasuchus amarali (Hol6tipo : Dept? Geologia I UFRJ TOlOGIA Y BIOESTRATIGRAFIA, 4, n° 50-R), (A) vista lateral direita do cranio: (B) vista dorsal do Mendoza, 1986. Aetas, 1986, v. 2, p. 63-95. cranlo: (C) vista ventral da porcao anterior do dentario (CARVALHO BONAPARTE, J.F. (1991): los vertebrados f6si- & BERTINI 1999). les de la Formaci6n Rio Colorado, de la Ciu- dad de Neuquen y cercanias, Cretacico Su- TOlOGIA, 14. Anais. Uberaba, stratigraphic and paleobio- perior, Argentina.- Revista del Museo Argenti- 1995, p. 20-21. geographic context.- Neues no de Ciencias Naturales Bernardino Jahrbuch fOr Geologie und Rivadavia, Paleontologia, v. 4, 3, p. 17-123, BERTINI, R.J.; MARSHAll, L.G.; Palaontholoqie Abh., v. 188, 1, p. Buenos Aires. GAYET,M. & BRITO, P. (1993): 71-101, Stuttgart. Vertebrate faunas from the BRITO NEVES, B.B. (1990): A Bacia do Araripe Adamantina and Marflia formations BERTINI, R.J. & CARVALHO, I.S. no contexto geotect6nico regional.- In: (Upper Bauru Group, late (1998): Paleobiological and SIMPOSIO SOBRE A BACIA DO ARARIPE E Cretaceous, Brazil) in their phylogenetical comments about BACIAS INTERIORES DO NORDESTE, 1, Crato, 1990. Atas, p. 21-33.

181 Carvalho & Bertini: Notossuquios (Crocodylomorpha) cretacicos do Brasil

FAZENDA DORETO, MARGEM ESQUERDA DO RIO DO PEIXE FORMA~IOADAMANnNA.BAC~BAURU

LEGENDA

ESTRUTURAS ~ L1nsen ~ .-.....- Flaser IeSTRUTURAS I F6sSEIS I'jijj\~;l~ Estratifica~io cruzada tabular Lamina~io plano-paralela ml FllMAL Intraclastos de argila

FOSSEIS

o Sko!ithos qf> Fragmento osseo ~ Mar;!iasumus amaralens;s

L1TOLOGIAS

A o Solo! Rocha Alterada • • ·I -I L I • A ~ Carbonato • Argillto tml Arenito

Fig. 18. Perfil estratlqraflco da localidade da Fazenda Doreto, Formac;ao Adamantina (? Coniaciano) onde foi coletado Mariliasuchus amarali.

CAMPBELL, D.F. (1949): Revised report on the reconnaissance CARVALHO, 1.5. (1994): Candidodon: um crocodilo com geology of the Maranhao Basin, Belem.- Petrobras (Rep!. 7), heterodontia (Notosuchia, Cretaceo Inferior).- Anais da Aca- RENOR 93, Relat6rio Interno, 117 p. demia brasileira de Ctencias, v. 66, 3, p. 331-346, Rio de Janeiro. CARVALHO, 1.5. (1993): Os conchostraceos f6sseis das bacias interiores do Nordeste do Brasil (Tese de Doutoramento). CARVALHO, 1.5.; VIANA, M.S.S. & L1MAFILHO, M.F. (1995): Os Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de icnof6sseis de dinossauros da Bacia do Araripe (Cretaceo Geociencias, Rio de Janeiro, v. 1, 319 p. (inedita). Inferior, Ceara - Brasil).- Anais da Academia brasileira de Ciencias, v. 67, 4, p. 433-442, Rio de Janeiro.

182 Geologia Colombiana No. 25, Diciembre, 2000

CARVALHO, I.S. & BERTINI, R.J. (1998): Paleoenvironments of Cretaceo do Estado de Sao Paulo.- Revista do Instituto the Brazilian Cretaceous notosuchians.- Crocodilian Biology Geologico, v. 7, 1/2, p. 5-9, Sao Paulo. and Evolution Conference, Abstract. The University of Queensland, Brisbane, Australia, p. 19. MABESOONE, J.M. & TINOCO, I.M. (1973): Palaeoecology of the Aptian Santana Formation (Northeastern Brazil).- CARVALHO, I.S. & BERTINI, R.J. (1999): Mentiesucnus: um novo Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, v. 14, Crocodylomorpha (Notosuchia) do Cretaceo da Bacia Bauru, p. 97-118, Amsterdam. Brasil.- Geologia Colombiana 24, p. 83-106, Bogota. MEDEIROS, R.A. (1990): Estratigrafia da Chapada do Araripe - 0 CASSAB, R.C.T.; CARVALHO, I.S.; FERREIRA, C.S.; CAMPOS, estado da arte.- In: SIMPOSIO SOBRE A BACIA DO ARARIPE D.A.; SANTOS, M.E.M.; CARVALHO, M.S.S. & LIMA, R.M. E BACIAS INTERIORES DO NORDESTE, 1, Crato, 1990. (1994): Parnaiba Basin.- In: Stratigraphic range of Cretaceous Atas, p. 43-51. mega- and microfossils of Brazil. BEURLEN, G.; CAMPOS, DA & VIVIERS, M.C. (coord.). VOLKHEIMER, W. (ed.), PICG MEZZALlRA, S. (1989): Os tosseis do Estado de Sao Paulo.- Serle 242/1nstituto de Geociencias - Universidade Federal do Rio Pesquisa, 2' ed., Instituto Geologico, Governo do Estado de de Janeiro. p. 371-391. Sao Paulo, Secretaria do MeioAmbiente, 141 p. PEDRAO, E.; ARAI, M.; BARRILARI, I.M.R. & CARVALHO, I.S. CAVALCANTI, V.M.M. & VIANA, M.S.S. (1992): Revisao (1993): Analise palinoloqica de uma amostra de superficie de estratiqrafica da Formacao Missao Velha, Bacia do Araripe, Querru (Formacao Itapecuru), Municipio de Itapecuru-Mirim Nordeste do Brasil.- Anais daAcademia brasileira de Ciencias, v. 64, 2, p. 155-168, Rio de Janeiro. (MA). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PALEONTOLOGIA, 13, SIMPOSIO PALEONTOLOGICO DO CONE SUL, 1. COIMBRA, A.M. & FERNANDES, LA (1995): Paleogeografia e Boletim de Resumos. Sao Leopoldo, 1993, p. 175. consideracoes paleoecoloqicas sobre a Bacia Bauru (Cretaceo PONS, D.; BERTHOU, P.Y. & CAMPOS, D.A. (1990): Quelques Superior do Brasil). In: CONGRESO ARGENTINO DE observations sur la palynologie de l'Aptien Superieur et de PALEONTOLOGIA Y BIOESTRATIGRAFIA, 6. Aetas. Trelew, I'Albien du bassin d'Araripe (N.E. du Bresil).- In: SIMPOSIO 1985, Museo Paleontologico Egidio Feruglio, p. 85-90. SOBRE A BACIA DO ARARIPE E BACIAS INTERIORES DO DARROS DE MATOS, R.M. (1992): The Northeast Brazilian rift NORDESTE, 1, Crato, 1990. Atas, p. 241-252. system.- Tectonics, v. 11,4, p. 766-791. PONTE, F.C. (1992a): Origem e evolucao das pequenas bacias DIAS-BRITO, D.; MUSACCHIO, E.A.; MARANHAO, M.S.A.S.; cretacicas do interior do Nordeste do Brasil.- In: SIMPOSIO CASTRO, J.C.; SUAREZ, J.M. & RODRIGUES, R. (1998): SOBRE AS BACIAS CRETAclCAS BRASILEIRAS, 2, Rio Cretaceous non-marine calcareous microfossils from the Claro, 1992. Resumos expandidos, SP, p. 55-58. Adamantina Formation (Bauru Group), Western Sao Paulo, PONTE, F.C. (1992b): Sistemas deposicionais na Bacia do Araripe, Brazil. Abstracts. Third Annual Conference of South Atlantic Nordeste do Brasil.- In: SIMPOSIO SOBRE AS BACIAS Mesozoic Correlations (IGCP 381 ).- Asociacion Paleontoloqica CRETAclCAS BRASILEIRAS, 2, Rio Claro, 1992. Resumos del Golfo San Jorge, Boletin 2 (Edlclon especial), p. 8-10. expandidos, SP, p. 81-84. FERNANDES, L.A. & COIMBRA, A.M. (1996): A Bacia Bauru PONTE, F.C. & APPI, C.J. (1990): Proposta de revisao da cotuna (Cretaceo Superior, Brasil).- Anais da Academia brasileira de htoestratiqrafica da Bacia do Araripe.- In: CONGRESSO Ciencias, v. 68, 2, p. 195-205, Rio de Janeiro. BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 36, Natal, 1990. Anais, FULFARO, V.J. & PERINOnO, JAJ. (1996): A Bacia Bauru: Sociedade Brasileira de Geoloqia/Nucleo Nordeste, v. 1, p. estado da arte.- In: SIMPOSIO SOBRE ° CRETAcEO DO 211-226. BRASIL, 4. Boletim. Rio Claro, 1996, p. 297-303. PRICE, L.1.(1950): Os crocodilideos da fauna da Formacao Bauru, GASPARINI, Z. (1971): Los Notosuchia del Cretacico de America do Cretaceo terrestre do Brasil Meridional.- Anais da Acade- del Sur como um nuevo intraorden de los Mesosuchia mia brasileira de Ciencias, v. 22, 4, p. 473-490, Rio de Janeiro. (Crocodilia).- Ameghiniana, v. 8, 2, p. 83-103, Buenos Aires. PRICE, L.I. (1959): Sobre um crocodilideo notossuquio do GASPARINI, Z.; CHIAPPE, L.M. & FERNANDEZ, M. (1991): A Cretaceo brasileiro.- Divisao de Geologia e Mineralogia, De- new Senonian peirosaurid (Crocodylomorpha) from Argenti- partamento Nacional da Producao Mineral (Boletim nO 188, na and a synopsis of the South American Cretaceous Rio de Janeiro), 55 p. crocodilians. - Journal of Vertebrate Paleontology, v. 11, 3, p. SHEID, C.; BARROS MUNIS, M. & PAULINO, J. (1978): Projeto 316-333. Santana. Helatorio Final da Etapa 11.-Companhia de Pesqui- GOBBO-RODRIGUEZ, S.R.; PETRI, S. & BERTINI, R.J. (1998): sa de Recursos Minerais - Superintendencia Regional de Possibilities of biotic correlations between Bauru Group Recife. MME/DNPM. 131 p. (Parana Basin, Brazil) and Neuquen Basin (Argentina) in the SILVA, MAM. (1983): The Araripe Basin, Northeastern Brazil: Upper Cretaceous. Abstracts. Third Annual Conference of regional geology and facies analyses of a Lower Cretaceous South Atlantic Mesozoic Correlations (IGCP 381). - Asociacion evaporitic depositional complex (PhD Thesis). 290 p., Colum- Paleontoloqica del Golfo San Jorge, Boletin 2 (Edicion espe- bia University. cial), p. 15-16. SILVA, M.E. (1975): Primeira ocorrencia de Charophyta na HECHT, M.K. (1991): Araripesuchus Price, 1959.-ln: Maisey, J.G. Formacao Santana (Cretaceo) do Grupo Araripe, Nordeste (editor).- Santana Fossils: an illustrated atlas. T.F.H. do BrasiL-In: SIMPOSIO DE GEOLOGIA, 7, Fortaleza, 1975. Publications Inc., p. 342-347, New York. Atas, Sociedade Brasileira de Gecloqla/Nucleo Nordeste, p. LIMA, M.R.; MEZZALlRA, S.; DINO, R. & SAAD, A.R. (1986): 67-73. Descoberta de microflora em sedimentos do Grupo Bauru,

183 Carvalho & Bertini: Notossuquios (Crocodylomorpha) cretacicos do Brasil

SOARES, P.C. & LANDIM, P.M.B. (1976): Comparison between VIANA, M.S.S. & CAVALCANTI, V.M.M. (1991): Distribuicao the tectonic evolution of the intracratonic and marginal basins sstratiqrafica dos tossers da Formacao Missao Velha, Bacia in South Brazil. - Anais da Academia brasileira de Ciencias, v. do Araripe.- Revista de Geologia, v. 4, 1-2, p. 81-88, Fortale- 48, supl., p. 313-324, Rio de Janeiro. za.

Manuscrito recibido, Febrero de 1999

184