Universidade Estadual De Campinas Instituto De Artes Guilhermina Maria Lopes De Carvalho Santos O Viajante No Labirinto: a Crít

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Universidade Estadual De Campinas Instituto De Artes Guilhermina Maria Lopes De Carvalho Santos O Viajante No Labirinto: a Crít UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ARTES GUILHERMINA MARIA LOPES DE CARVALHO SANTOS O VIAJANTE NO LABIRINTO: A CRÍTICA AO EXOTISMO NA OBRA MUSICAL DE TEMÁTICA BRASILEIRA DE FERNANDO LOPES-GRAÇA CAMPINAS 2018 GUILHERMINA MARIA LOPES DE CARVALHO SANTOS O VIAJANTE NO LABIRINTO: A CRÍTICA AO EXOTISMO NA OBRA MUSICAL DE TEMÁTICA BRASILEIRA DE FERNANDO LOPES-GRAÇA Tese apresentada ao Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Doutora em Música, área de concentração Música: Teoria, Criação e Prática. ORIENTADORA: Profa. Dra. Lenita Waldige Mendes Nogueira ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA PELA ALUNA GUILHERMINA MARIA LOPES DE CARVALHO SANTOS E ORIENTADA PELA PROFA. DRA. LENITA WALDIGE MENDES NOGUEIRA. CAMPINAS 2018 BANCA EXAMINADORA DA DEFESA DE DOUTORADO GUILHERMINA MARIA LOPES DE CARVALHO SANTOS ORIENTADORA: Profa. Dra. Lenita Waldige Mendes Nogueira MEMBROS: 1. PROFA. DRA. Lenita Waldige Mendes Nogueira (ORIENTADORA) 2. PROF(A). DR(A). Suzel Ana Reily 3. PROF(A). DR(A). Carlos Gonçalves Machado Neto 4. PROF(A). DR(A). Flávia Camargo Toni 5. PROF(A). DR(A). Ana Cláudia de Assis Programa de Pós-Graduação em Música do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas. A ata de defesa com as respectivas assinaturas dos membros da banca examinadora encontra-se no processo de vida acadêmica da aluna. DATA DA DEFESA: 22.02.2018 À Raquel, de quem pela primeira vez ouvi o nome de Fernando Lopes-Graça. Ao Marcão, pelas mãos de quem pela primeira vez cantei uma de suas composições. Ao maestro José Robert e ao Coro Lopes-Graça, pela profunda lição de musicalidade. AGRADECIMENTOS À CAPES, pelo financiamento desta pesquisa no país e no exterior. À minha orientadora, profa. Dra. Lenita Nogueira e ao meu coorientador em Portugal, prof. Dr. Mário Vieira de Carvalho, pela confiança, paciência e generosidade. Aos meus pais, Nilton José Lopes e Maria Zilda de Carvalho Lopes e ao meu esposo Volnei dos Santos, pelo incentivo e apoio incondicional aos meus estudos. Aos professores Drs. Ana Cláudia de Assis, Flávia Toni, Suzel Reily e Cacá Machado, pelo intenso e proveitoso diálogo durante a defesa. Aos profs. Drs. José Roberto Zan, Lutero Rodrigues e Paulo Kühl, pela disposição em participar da banca. Aos professores que participaram das bancas dos exames intermediários, pelas valiosas sugestões: Drs. José Roberto Zan e Denise Garcia (Monografia I), Dras. Adriana Giarola Kayama e Maria José Carrasqueira (Monografia II) e Drs. Suzel Reily e Cacá Machado (Qualificação). Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Música da UNICAMP e convidados, com quem pude cursar disciplinas que muito acrescentaram à minha formação: Drs. Hermilson Garcia do Nascimento, Denise Garcia, Angelo Fernandes, Kathryn Hartgrove, Cacá Machado, Adriana Giarola Kayama, Eliana Asano Ramos e Carlos Fiorini. Às coordenadoras do projeto temático “O musicar Local”, Suzel Reily, Flávia Toni e Rose Hikiji e a todos os colegas, pelo interesse nesta pesquisa, sugestões e contribuições nas desafiadoras leituras coletivas. Ao Programa de Pós-Graduação em Música da UNICAMP, na pessoa de seu atual coordenador, prof. Dr. Alexandre Zamith Almeida e de todos os funcionários da secretaria, pelo apoio financeiro e esclarecimentos sobre as questões burocráticas. A toda a equipe do CESEM – Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical e ao Núcleo de Doutoramentos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, pela acolhida e atenção. Aos professores com quem cursei disciplinas no programa de Ciências Musicais da FCSH-NOVA, Drs. Maria de São José Côrte-Real, Manuela Toscano e Paulo Ferreira de Castro. Também aos profs. Drs. Paula Gomes Ribeiro, pela acolhida no Grupo de Investigação em Teoria Crítica e Comunicação e Manuel Deniz Silva, um dos coordenadores dos seminários “Cultura, Ciência e Política em Portugal no século XX”, com cujos trabalhos esta tese acabou por ter grande diálogo. À professora Lucielena Terribile, pelas valiosas lições de análise musical durante a elaboração do projeto e o início da pesquisa. A todos os colegas do PPG-Música-UNICAMP e dos cursos de Mestrado e Doutoramento em Ciências Musicais da FCSH, pela acolhida dentro e fora da sala de aula e sempre proveitosa troca de ideias. Às equipes dos acervos, portugueses e brasileiros, a que tive acesso, especialmente à do Museu da Música Portuguesa-Casa Verdades de Faria, na pessoa de sua diretora Conceição Correia, bem como à Biblioteca Nacional de Portugal, à Divisão de Música da Biblioteca Nacional, ao Centro Cultural Banco do Brasil e à Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, ao Acervo Curt Lange, da UFMG, à biblioteca do Instituto de Estudos Brasileiros, da Universidade de São Paulo, à divisão de obras raras da Biblioteca Central César Lattes e ao Centro de Documentação da Música Contemporânea, da UNICAMP. Também à Ana Paula Sampaio pelo acesso ao seu extraordinário arquivo pessoal e à Fundação Casa de Jorge Amado e ao Acervo Vera Janacopoulos - UNIRIO, pela rápida resposta às dúvidas. A Edino Krieger, António de Sousa, José Robert, Fernando Serafim, Ana Paula Sampaio, Francisco Jorge e José Eduardo Martins, pela solicitude e generosidade em suas entrevistas. Ao maestro José Robert e ao Coro Lopes-Graça da Academia de Amadores de Música, pela “adoção imediata” e pela valiosa lição de “acção vivida”. A todos os amigos da Casa e do Coro da Achada, pelas ricas e diversas experiências culturais e por me aproximarem da figura de Mário Dionísio. À equipe do Museu Nacional da Música, por possibilitar a realização do recital “Fernando Lopes-Graça e seus Contemporâneos”. Aos pianistas Carla Ruaro e Duarte Pereira Martins, pela parceria musical. À Fundação D. Luís, pelo convite para participar do Simpósio Fernando Lopes-Graça em retrospectiva. A toda a equipe da revista Glosas, nas pessoas de Edward Luiz Ayres d’Abreu e Duarte Pereira Martins, por me permitir colaborar neste importantíssimo intercâmbio. À profa. Lenita e aos alunos de História da Música e História da Música Brasileira, pela oportunidade de aprendizado no Programa de Estágio Docente. À maestrina Elisabeth Alcântara e ao Coral da Escola de Engenharia de Lorena, por acolher a mim e à música de Lopes-Graça e fazer seu o “Acordai!” A todos os pareceristas e intervenientes que nos projetos, artigos e eventos acadêmicos, abriram novas possibilidades a este trabalho. Aos amigos Angela Portela, Gabriel Gagliano, Yasmin Portela Gagliano, Maria Aparecida Martins, (Lisboa/Amadora/Cascais), Laiana Oliveira, Cláudia Roberta Bortoletto e Rodrigo Lermes (São Paulo) Aoife Hiney, Manuela Valente e Jaime Cunha (Aveiro), Estêvão Amaro e Célia Nahas (Belo Horizonte), Gabriela Salomão Martins e Felipe Saliba, (Rio), por me receberem em suas casas. Aos amigos especialmente próximos virtual e presencialmente nos últimos anos, uns por me fazerem falar mais da pesquisa, outros por me ajudar a descontrair. É necessário conhecer seu próprio abismo E polir sempre o candelabro que o esclarece Murilo Mendes – Poema Dialético RESUMO A multifacetada trajetória do compositor, ensaísta, crítico, regente, professor, pianista, pesquisador de folclore, ativista político e tradutor português Fernando Lopes-Graça (1906-1994) é marcada pela dialética entre as noções de modernidade e tradição, bem como de local e universal. Apontam-se muitas similaridades entre o seu pensamento estético e o nacionalismo modernista brasileiro, bem como entre os momentos políticos vivenciados nos dois países. Mais que um paralelo, existe uma relação entre Lopes-Graça e o Brasil, abrangendo cerca de quatro décadas de correspondência com personalidades e instituições ligadas ao meio cultural do país, dedicatória de obras, duas viagens, promoção de concertos, escrita e publicação de textos e a composição de considerável obra musical de temática brasileira, a saber: as Sete Canções Populares Brasileiras (1954), para voz e piano, dedicadas à soprano Vera Janacopoulos, a canção Desafio (1958), sobre um poema de Manuel Bandeira, para a mesma formação, as Dezassete Canções Tradicionais Brasileiras (1960), para coro misto a cappella, dedicadas à memória de Mário de Andrade, a abertura orquestral Gabriela, Cravo e Canela (1963), inspirada no romance homônimo de Jorge Amado e o quinteto de sopros O Túmulo de Villa-Lobos (1970). O conhecimento da existência desse repertório levou a perscrutar a natureza de seu olhar, enquanto compositor, sobre o Brasil. Como se posicionaria, num contexto pós-colonial informado por colonialismos vigentes, sobre a questão do exotismo (preocupação cara ao autor, embora nem sempre discutida nestes termos)? A partir da análise do corpus musical, tendo como foco a sua relação com o que denomino, num sentido alargado, “material temático” (fontes musicais e literárias, dedicatários, etc.), associada à comparação com algumas de suas composições coevas sobre a cultura portuguesa e outras, é possível perceber uma atitude de crítica, realizada em duas vias relacionadas. Uma é a do conhecimento, isto é, de sua aproximação com a cultura e a arte brasileiras, visível no refinamento de suas abordagens musicais. A outra é a da alteridade, seja por meio do trabalho sobre a música tradicional a partir do destaque dos elementos que a diferenciavam da produção mais difundida nos meios de comunicação ou da explicitação de suas idiossincrasias estilísticas, possível reconhecimento dos limites conferidos por sua condição de estrangeiro. Palavras-chave: Fernando
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