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Correio Braziliense 16/03/2004 Capa/Política Ataque do presidente do PL a Palocci abre nova crise

Declarações do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, ao Correio, pedindo a saída do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, irritam a base aliada e provocam mais uma crise no governo. Em reunião de emergência, líderes governistas ressaltaram a necessidade de um ''árbitro'' para intermediar as insatisfações internas e avaliaram que ataques do gênero são fruto de falta de articulação política. Apesar da intervenção do vice-presidente José Alencar, que também é do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto reafirmou as críticas à área econômica. No ''pacote'' de insatisfações do PL, o novo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, aproveitou a cerimônia de posse, ontem, para atacar as taxas de juros praticadas pelo Banco Central.

Fogo amigo ameaça base do governo Declarações ao Correio do presidente nacional do PL, deputado federal Valdemar Costa Neto, cobrando a saída de Palocci do Ministério da Fazenda, irrita aliados. José Alencar precisou intervir na crise

Helayne Boaventura e Rudolfo Lago Da equipe do Correio

O fogo amigo está fora de controle. A preocupante avaliação foi feita ontem por líderes aliados no gabinete do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Na reunião, convocada para discutir a crise provocada pelas declarações do presidente do PL, Valdemar Costa Neto (SP), os aliados concluíram que é preciso existir um ''árbitro'' para intermediar as insatisfações entre os governistas. Sem esta figura, a base aliada sairá disparando tiros e respostas sem rumo, e corre o risco de ''se esfacelar''. Os duros ataques de Costa Neto contra o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, na avaliação dos líderes, são sintomas dessa falta de articulação política. Para eles, o ministro da Coordenação Política, , ainda está ''verde'' na função e não conseguiu contornar as últimas crises. Em entrevista ao Correio, publicada na edição de ontem, Costa Neto pediu a saída imediata de Palocci e afirmou que ele ''não entende nada de economia''. Ontem, durante a posse do novo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, o presidente do PL reafirmou as críticas. O presidente do PL veio reforçar as insatisfações com os rumos da política econômica, expressas pelo próprio PT, e por fiéis aliados como o PCdoB. Reclamações também partem do PMDB, do mesmo grupo governista. A avaliação na reunião de ontem, porém, foi a de que Valdemar extrapolou nos ataques. As declarações contribuíram para a queda de 2,26% na Bovespa e uma valorização de 0,10% no dólar, influenciados também pelo atentado terrorista na Espanha. Alencar A solução imediata dos líderes foi pedir a intervenção do vice-presidente José Alencar. A interpretação corrente entre parlamentares ontem, e até na bancada do PL, era a de que Alencar estaria por trás das declarações de Costa Neto. Era preciso desfazer a idéia de um golpe do mineiro contra Palocci. O líder do governo no Senado, (PT-SP), foi o encarregado de telefonar ao vice-presidente. Horas

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Ministério dos Transportes Guria Informação & Sistemas depois, Valdemar e Nascimento foram convocados ao gabinete da vice-presidência no Palácio do Planalto, onde encontraram um José Alencar irritado. Procurado após a audiência, o deputado não retornou as ligações. Com as acusações, o presidente do PL fragilizou ainda mais o ministro da Fazenda, o segundo pilar do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O braço- direito do presidente, o chefe da Casa Civil, José Dirceu, foi abalado pelo escândalo Waldomiro Diniz. Ontem, Dirceu reconheceu ter sido atingido. ''Eu é que ando levando puxões de orelha de vocês (a imprensa)'', respondeu, ao esquivar-se de comentar sobre uma possível advertência a Costa Neto. O papel do ''árbitro'' seria, além de resolver crise pontuais, como a criada por Valdemar, a solução de insatisfações de aliados e a unificação do discurso governista. Ontem, Palocci escapou dos jornalistas para evitar responder aos ataques. E cada aliado tratou, a seu modo, de defendê-lo. O ministro do Planejamento, , foi um dos primeiros, ainda pela manhã, a fazer a defesa do ministro. ''O Brasil deu uma reviravolta na situação em que se encontrava e hoje está pronto para crescer. Isso se deve em parte ao trabalho do ministro Palocci'', respondeu Mantega. "Darlene" A preocupação com a ruptura da base discutidas na reunião já se manifestou ontem com a reação do vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS). ''Valdemar é mais uma Darlene que teve seus 15 minutos de fama'', atacou, comparando o presidente do PL à personagem de Deborah Secco na novela da Rede Globo. Ele também sugeriu que as declarações de Costa Neto tenham sido motivadas por insatisfações com cargos no governo e liberação de recursos do Orçamento. ''Ele deve estar com assuntos pessoais não-resolvidos'', insinuou. As afirmações provocaram um debate no plenário da Câmara, já que, ofendidos, parlamentares do PL foram à tribuna rebater as afirmações do vice-líder. Já no PT, a exigência radical de Valdemar ajudou a unir os petistas na defesa da Palocci, até então alvo de críticas do partido. Dias após uma nota da Executiva do PT cobrando mudanças na política econômica, ontem o líder do PT na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), elogiou o ministro e também atacou Costa Neto. ''Nossa bancada apóia o ministro, ele tem crédito perante o povo brasileiro. É uma opinião do presidente do PL, que não contribui na construção da unidade da base''. Apesar do momento de trégua, a indisposição com a política econômica continua latente. Os petistas, por exemplo, mesmo com as tendências em contrário, ainda esperam que o Comitê de Política Monetária (Copom), a partir de hoje, reduza os juros, estacionados em 16,5%, ou pelo menos sinalize com uma queda. ''Espero que o Copom esteja dando importância não apenas à estabilidade da moeda, mas também ao crescimento econômico e à análise da taxa de desempregado'', disse o senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Outro sintoma da indisposição dos aliados foi o comportamento do senador Ramez Tebet (PMDB-MS), relator da Lei de Falências no Senado. Pouco antes de uma reunião no Palácio do Planalto para discutir a votação do projeto, ele foi à tribuna atacar a política econômica. ''Se o Copom não anunciar uma redução da taxa de juros, passará a ser inevitável que as esperanças dos brasileiros se extingam de uma vez por todas'', sentenciou. Valdemar é mais uma Darlene que teve seus 15 minutos de fama Beto Albuquerque (PSB-RS), vice-líder do governo na Câmara, comparando o presidente do PL com a personagem de Deborah Secco na novela global Celebridades.

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Correio Braziliense 16/03/2004 Política/ NA ESPLANADA Nova voz contra os juros altos Ao assumir o cargo de ministro dos Transportes, em substituição a Anderson Adauto, o ex-prefeito de Manaus Alfredo Nascimento defende a redução das taxas. Porém, discorda da demissão de Palocci

Adriano Ceolin Da equipe do Correio

O ex-prefeito de Manaus Alfredo Nascimento (PL) tomou posse ontem como ministro dos Transportes em meio às declarações polêmicas do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, que pediu a demissão do ministro Antonio Palocci, da Fazenda. Constrangido, Nascimento manteve as críticas à política econômica comandada por seu novo colega de ministério, mas acabou divergindo de Costa Neto no que se refere ao pedido de demissão. Ele assumiu o lugar de Anderson Adauto, que será candidato a prefeito de Uberaba (MG). O alvo de Nascimento foram os juros altos. ''É claro que sou contra. Se você quiser desenvolver o país, você precisa gerar produção. Se você produz, gera crescimento. Se gera desenvolvimento, gera empregos.'' Apesar da ofensiva, o novo ministro não quer a saída de Palocci. ''Como vice-presidente do PL, eu não daria essa declaração. É uma posição isolada do Valdemar.'' Mesmo assim, Nascimento tratou de justificar as declarações do presidente do PL, lembrando que integrantes do PT também estão criticando a gestão de Palocci na Fazenda. ''Essa posição não é só do presidente do meu partido. Eu tenho lido pela imprensa que pessoas do próprio PT têm feito observações a respeito da política econômica.'' As declarações de Nascimento sobre a política de juros fazem coro às do vice- presidente José Alencar (PL) e, de certo modo, às de Costa Neto. A diferença é que o presidente nacional do PL quer as demissões do ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Em entrevista exclusiva ao Correio, publicada ontem, ele pediu a substituição imediata dos dois. Ontem, antes da cerimônia de posse de Nascimento no Palácio do Planalto, Costa Neto manteve ao tom das críticas. ''A dívida pública subiu, e o Brasil não cresceu. É o pior dos mundos. Essa taxa de juros está conduzindo o Brasil para o buraco. Está provado que o Palocci não entende de economia.'' Para o presidente do PL, há ''dentro do PT pessoas capazes'' para substituir Palocci. Clima palaciano Apesar de ter passado o começo da manhã no Planalto, Palocci não compareceu à posse do novo ministro dos Transportes. Porém, Nascimento não deixou de ser prestigiado por ministros importantes do governo. O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o presidente da Câmara, João Paulo Cunha, foram os convidados ilustres da cerimônia. Dirceu recebeu elogios e agradecimentos de Nascimento. ''Ao ministro José Dirceu, o meu especial agradecimento a tudo o que ele representou em minha decisão. O seu entusiasmo, a sua dedicação a este governo e a sua história de vida foram fundamentais para o meu convencimento de integrar esta equipe.'' Em seu pronunciamento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez questão de enaltecer o seu novo ministro. Mais: garantiu que Nascimento terá liberdade total para

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Correio Braziliense 16/03/2004 Coluna Brasil S/A

Por Antônio Machado [email protected]

A depender da reação que tomar contra a rebeldia dos aliados, ou Lula reafirma a sua autoridade ou corre o risco de ir daqui até o fim do mandato tutelado pelos políticos

A síndrome de Sarney Que o presidente Lula não se equivoque: o recrudescimento das críticas ao seu ministro da Fazenda, Antonio Palocci, desafia a sua autoridade mais que enfraquece a condução da política econômica. Se, agora, até o presidente de um dos menores partidos da base aliada, o PL, Waldemar da Costa Neto, se sente forte o bastante para declarar, como fez na cerimônia de posse de seu afiliado Alfredo Nascimento no Ministério dos Transportes, que ''o ministro Palocci não tem condições de tocar a economia do Brasil e já provou isso durante um ano'', logo chegará o dia em que um correligionário qualquer adentrará o palácio para dizer o que o presidente deve fazer. Aliás, foi isso o que o deputado Costa Neto, do mesmo partido do vice-presidente José Alencar, acabou por fazer, em sendo a nomeação e demissão de ministros uma atribuição indivisível do presidente da República. Uma das primeiras reações à sem cerimônia do presidente do PL partiu do vice- líder do governo na Câmara, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), mas o PT, partido de Lula e Palocci, até o meio da tarde era todo silêncio. Albuquerque foi duro além da conta. Disse que ''quem tem que pegar o boné e ir embora é o presidente do PL'', e sugeriu que a diatribe de Costa Neto deve estar relacionada com ''alguma razão pessoal na área da Receita Federal''. Nesse nível de argumentação, vai-se logo concluir que os alicerces da base de partidos aliados foram estacados pelo seu arquiteto, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, não com concreto, mas com fita durex. É nisso que dá achar que a política aceita desaforo e passaria impune à liberdade para que, primeiro o PT, depois um ministro palaciano, , saíssem alvejando Palocci, como manobra diversionista para deslocar o noticiário das franjas do caso Diniz - o funcionário de José Dirceu apanhado prevaricando -, para o terreno não menos polêmico da economia. A política econômica é passível de críticas, sobretudo pela severidade da contração monetária. Mas só resultará em crise política e insegurança nos mercados se seus fundamentos forem contestados por dentro e por fora do governo, quase que diariamente - e, naquilo que faz toda a diferença e torna tudo mais caótica, no caso do rompante do deputado Costa Neto, no mesmo dia em que Lula passou a orientação ao ministério e à base aliada para que suspendessem as críticas a Palocci e ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. É inevitável, a esta altura, a percepção de que o presidente deixou correr solto a amarração de seus ministros e das lideranças dos partidos aliados, já que um dos principais expoentes do maior deles, o PMDB, senador Renan Calheiros, também não mediu palavras ao defender mudanças da economia. A depender da reação que tomar, ou Lula reafirma a sua autoridade ou corre o risco de ir daqui até o fim do mandato tutelado pelos políticos, como ocorreu com o então presidente José Sarney - autorizado

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Ministério dos Transportes Guria Informação & Sistemas pelo mesmo PMDB a compor um ministério sem pressões só depois que seu governo já agonizava, com a dívida externa em moratória e inflação de 80% ao mês.

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Correio Braziliense 16/03/2004 XColuna Brasília-DF

Denise Rothenburg (interina) [email protected]

PPP engatilhado Empossado ontem no cargo do ministro dos Transportes, o ex-prefeito de Manaus Alfredo Nascimento pode ser o primeiro a assinar um Projeto de Parceria Público Privado (PPP). A lei ainda nem foi aprovada, mas produtores de soja e empresários da Zona Franca de Manaus planejam entrar com parte dos R$ 500 milhões para concluir a estrada Cuiabá-Santarém. Os congressistas estão avisados e vão tentar elaborar o projeto de forma a evitar que os interessados usem recursos públicos para fazer a obra. Aí não é PPP.

Com Klecius Henrique [email protected]

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O Globo 16/03/2004 XCapa/O País PL pede saída de Palocci na posse de seu ministro

Bola nas costas de Lula

Cristiane Jungblut BRASÍLIA

Na solenidade no Palácio do Planalto em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu posse ao novo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, do PL, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, atacou duramente a política econômica e pediu a saída do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. O PL é o partido do vice-presidente, José Alencar, que não compareceu à posse. Dirigentes do partido estão insatisfeitos porque não estariam conseguindo fazer nomeações de segundo escalão. Além de defender a saída de Palocci em entrevista quando Lula já estava no Planalto, Valdemar acusou Meirelles de defender interesses de banqueiros. - O presidente Lula tem que trocar Palocci por alguém que tenha competência no cargo. Palocci tem competência para ser prefeito de Ribeirão Preto, mas não para ser ministro da Fazenda de um país como o nosso - disse Valdemar. As duras críticas acabaram ofuscando a cerimônia de posse do novo ministro. Para Valdemar, as altas taxas de juros estão levando o país "para o buraco". - O ministro Palocci não tem condições de tocar a economia do Brasil. Já provou isso durante um ano. Palocci é um homem de bem, decente, respeitado, mas não foi bem na área econômica. Este é o pior dos mundos. Essa taxa de juros que ele manteve conduziu o Brasil para o buraco - disse Valdemar. O presidente do PL, que já fizera ameaças quando tentava fazer nomeações no Porto de Santos, foi ainda mais longe: - Tem muita gente no PT boa para conduzir a política econômica. É preciso entender de economia. Palocci não entende, está aprendendo. Constrangimento para novo ministro Alfredo Nascimento, que tomava posse nos Transportes no lugar de Anderson Adauto, também do PL, ficou numa situação constrangedora. Após as críticas do presidente do PL, Nascimento saiu em defesa do governo mas concordou que é preciso baixar os juros. Ex-prefeito de Manaus, ele assumiu prometendo "lealdade ao governo". - É uma posição episódica, localizada, do presidente do meu partido, e que tem que ser considerada. Com os juros praticados, você tem problemas para produzir - disse Nascimento. O novo ministro, porém, afirmou que a política econômica adotada no primeiro ano do governo Lula foi "correta e adequada" e que precisa ser modificada sem pressa. Apesar das críticas, Valdemar ressaltou que era uma opinião pessoal e que não tinha o objetivo de prejudicar o governo. - Lula faz o que quer. Fazemos parte da aliança e não queremos que dê errado - disse, afirmando, entretanto, que seu pensamento é o da maioria da bancada. Valdemar diz que PL aceita Mercadante

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Valdemar chegou até a tentar fazer graça dizendo, rindo, que apoiaria a indicação do líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), para o lugar de Palocci: - Defenderia o nome de Mercadante para o cargo, mas tenho certeza que ele nunca vai ser escolhido porque ninguém o suporta no PT. É uma unanimidade. Gosto dele, mas a verdade é que ninguém o suporta. Ele é um camarada honesto, mas difícil. Isso é natural, isso é da vida.

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O Globo 16/03/2004 O País Lula reafirma a confiança em seus ministros

Cristiane Jungblut

BRASÍLIA. Mesmo que indiretamente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu ontem em defesa de sua equipe, sem citar os ministros envolvidos no escândalo Waldomiro Diniz. A manifestação de confiança foi feita no discurso de posse do novo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Ao lado do chefe da Casa Civil, José Dirceu, Lula disse que tem uma relação de confiança com seus ministros e afirmou que todos eles são da mais alta qualidade ética e moral. - Você vai conviver com um conjunto de companheiros da melhor qualidade moral, ética e profissional. Quero que saiba que, com todos os meus ministros, trabalho numa relação de confiança entre os seres humanos. Se não tivesse confiança, Vossa Excelência não teria se transformado em ministro - disse Lula, dirigindo-se a Alfredo Nascimento. Lula destaca entrosamento entre seus ministros O presidente avisou ao novo ministro que eles deverão atravessar momentos bons e ruins. - Só posso dizer para você que muitas vezes iremos festejar, possivelmente, as nossas vitórias. Iremos rir juntos, mas é possível que, em alguns momentos, tenhamos que chorar juntos. Você vai perceber que não temos um Ministério de pessoas que se conhecem apenas numa reunião. Na primeira reunião, você já vai se considerar um ministro que está comigo no governo há um ano e três meses. Ao longo do discurso, o presidente disse diversas vezes que o Brasil precisa voltar a crescer e que para isso é fundamental retomar as obras no setor de transportes. Ele citou a construção de estradas, ferrovias e a modernização dos portos. Para o presidente, o setor de transporte é fundamental para acabar com os gargalos que impedem o crescimento do país. - Como todos temos interesse que o Brasil ande, que o Brasil cresça cada vez mais, vamos, numa ação combinada de todos os ministros, ver o que poderemos fazer para que essas coisas comecem a funcionar - disse Lula. Numa crítica a governos anteriores, ele disse que muitas vezes o planejamento de obras só foi pensando tendo em vista as disputas eleitorais. Ele criticou a paralisia no setor de transportes e marcou para o dia 19 uma reunião com os ministros da área de infra-estrutura para discutir o assunto: - Há obras paralisadas porque em nenhum momento elas foram pensadas para serem feitas. Muitas vezes uma obra foi pensada apenas para se disputar uma ou outra eleição. O presidente fez questão de elogiar Anderson Adauto, também do PL, e que foi substituído por Nascimento, que renunciou ao cargo de prefeito de Manaus (AM). Lula disse que seu governo vai "provocar os empresários" a custear essas obras. Ele avisou que, se as ferrovias não forem recuperadas, as exportações serão prejudicadas: - Se a nossa taxa de exportação continuar crescendo no nível em que está crescendo, logo teremos problemas sérios de exportação. Já o novo ministro dos Transportes discursou prometendo lealdade ao presidente. E elogiou Dirceu pelo apoio à sua indicação.

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- Faço voto de compromisso e de lealdade com o povo brasileiro. E obrigado, ministro (Dirceu) - disse Alfredo Nascimento.

FH evita polêmica sobre crise

SÃO PAULO. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso evitou polemizar sobre a crise enfrentada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ontem, durante aula inaugural da Universidade Israelita da Saúde Albert Einstein, o ex-presidente usou parte de sua palestra para fazer uma indireta analogia sobre governabilidade, sem citar o atual o governo: - Tenho dito muitas vezes que as grandes questões do Brasil dependem menos de dinheiro do que de organização e capacidade efetiva para se fazer o que deve ser feito. Condiciono a minha afirmação: não se trata de dizer que querendo eu consigo, não é assim, depende das oportunidades e das possibilidades. ( Flávio Freire )

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Jornal do Brasil 16/03/2004 XCapa/Brasil Ministro toma posse e critica juros Novo titular dos Transportes pede taxas mais baixas e presidente do PL sugere que Palocci seja afastado

Logo depois de tomar posse ontem, o ministro dos Transportes e vice- presidente nacional do PL, Alfredo Nascimento, criticou os juros oficiais no Brasil. "Com as taxas que estão sendo praticados, você tem problemas para produzir", opinou. As críticas provocaram constrangimentos no governo e nos líderes parlamentares, que saíram em defesa do ministro da Fazenda.

Presidente do PL ataca Palocci Em cerimônia no Palácio do Planalto, Waldemar Costa Neto diz que ministro não tem condições de tocar a economia do país

Luiz Queiroz e Paulo de Tarso Lyra Arquivo JB

BRASÍLIA - A posse do novo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, indicado pelo PL, e a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na solenidade não foram o bastante para amenizar a acidez das críticas proferidas pelo presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto (SP). Um dia após pedir, em entrevista ao Jornal do Brasil, a cabeça do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, alegando que este não entende ''bulhufas'' de economia, Costa Neto repetiu que a manutenção da política econômica vai conduzir o Brasil ''direto para o buraco''. - O ministro Palocci tem competência para ser prefeito de Ribeirão Preto, mas não tem condições de tocar a economia do Brasil e já provou isso durante um ano. Não entende de economia e levou o país para o pior dos mundos: crescimento negativo, com aumento de dívida - atacou o presidente do PL, partido que integra a base governista, com dois ministérios: Transportes (Nascimento) e Coordenação Política (Aldo Rebelo). Na avaliação de Costa Neto, o presidente Lula conseguiu, após muito esforço, obter uma economia de R$ 70 bilhões (superávit primário), mas a dívida pública cresceu R$ 80 bilhões. - Não dá para o país gastar R$ 150 bilhões e investir apenas R$ 4 bilhões. Não há quem resista a isso - disparou. Os petardos de Costa Neto não se restringiram ao ministro Palocci. Como na véspera, atingiram também o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles: - É um homem que não tem afinidade com o PT, com o governo e com a aliança dos partidos. O discurso de posse de Alfredo Nascimento mostrou que os ataques não partem de opiniões pessoais de Costa Neto, mas formam uma estratégia partidária. Filiado ao PL, o ex-prefeito de Manaus defendeu ontem uma redução nas taxas de juros, assunto que começa a ser debatido hoje em reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Os resultados serão divulgados amanhã. - Com os juros que estão sendo praticados no país você tem problemas para produzir - reclamou.

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O novo ministro, contudo, foi mais comedido que o presidente de sua legenda. Embora tenha criticado os juros, evitou dizer, após assumir o cargo, se concordava com a posição de Valdemar sobre o afastamento de Palocci e Meirelles. - Eu não faria este comentário - afirmou, acrescentando, no entanto, que o próprio PT tem criticado a política econômica de Palocci. Os ataques dos liberais acionaram a defesa antiaérea dos governistas. Ainda no Planalto, o vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), puxou Costa Neto para o canto e disse que ele deveria cancelar a indicação. Revoltado, afirmou que está surgindo uma nova Darlene no governo - em referência à personagem de Deborah Secco na novela Celebridade, uma jovem deslumbrada que faz tudo para aparecer. - O que ele disse é uma irresponsabilidade. O Valdemar suava de felicidade aplaudindo o ministro dele. E não quer suar, não quer desgaste na hora de defender o governo? - esbravejou. Para o vice-líder do governo, se Palocci não entende de economia, Costa Neto não entende de política. Albuquerque lembrou que a opinião do PL ou do PFL pouco importa para o governo. - Quem dita os rumos da política econômica é o presidente Lula. E ele já disse o que quer - acrescentou, referindo-se ao apoio irrestrito de Lula ao ministro Palocci. Os petistas também trataram de se defender. Líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP) garantiu que Palocci está fazendo um grande trabalho, que permitiu a retomada da confiança externa em relação ao Brasil: - O caminho sólido e consistente está sendo possível graças ao trabalho de muita gente. E a atuação do Palocci vem sendo decisiva. Mercadante também foi alvo das críticas de Costa Neto, que considera o líder do governo um nome natural para o Ministério da Fazenda. - Só que ninguém gosta dele. Ele é um camarada difícil, honesto, mas não foi colocado no cargo justamente porque ninguém suporta ele - disse o presidente do PL. O líder petista na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), também defendeu Palocci . Disse que 2003 foi um ano difícil e que o Brasil só não quebrou por conta da atuação firme. Admitiu que o PT, assim como o PL, defende a mudança nos rumos econômicos. Mas lembrou que isso não significa a troca do titular da Fazenda. - Se o presidente Lula resolver que é necessário mudar a linha de atuação, Palocci vai ser ouvido e será o condutor desta nova fase - garantiu Chinaglia. Diante da briga interna na base do governo, a oposição ficou entre a preocupação e o sarcasmo. O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), classificou o momento como preocupante. Recordou a nota da Executiva do PT - com críticas à política econômica -, os discursos de Costa Neto e a convenção do PMDB como sinais de divisão na base de sustentação ao Planalto. - Estamos diante de uma fratura exposta na relação doméstica do Poder Executivo - apontou. O líder do PFL na Câmara, José Carlos Aleluia (BA), sugeriu a Lula que repita, todo dia pela manhã, uma frase do padre-filósofo espanhol Baltasar Gracián, do século 17. O mantra serviria para o presidente se proteger dos aliados no governo: - Oh, meu Deus. Cuide dos meus amigos, que dos meus inimigos, cuido eu.

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Jornal do Brasil 16/03/2004 Brasil Lula não rebate críticas

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem, durante a solenidade de posse do novo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que fará nova reunião na próxima sexta-feira para discutir medidas que agilizem a conclusão de obras de infra-estrutura em todo o país. Os ministros da área deverão conversar com representantes do Ministério do Meio Ambiente, Ibama, BNDES e do Ministério Público sobre um dos principais gargalos que inviabilizam ou atrasam a execução de obras: a concessão de licenças ambientais. - Vamos realizar uma ação combinada de todos os ministros para ver o que podemos fazer para a coisa funcionar - disse o presidente. Lula fez um discurso de cerca de 20 minutos sobre os problemas da área de Transportes e evitou rebater as críticas do Partido Liberal à política econômica do ministro Palocci. O presidente ressaltou a importância do Ministério dos Transportes para o incremento das exportações e o crescimento da economia. Afirmou que o novo ministro Alfredo Nascimento está assumindo ''uma pasta difícil'', cuja demanda é superior aos recursos disponíveis. O presidente garantiu que Nascimento ganhou liberdade total para escolher sua equipe no Ministério dos Transportes, já que ele ''terá o desafio de fazer com que as coisas comecem a andar''. - O que foi grave no Brasil foi que não se fez as coisas novas que precisavam ser feitas, como não se fez corretamente a manutenção daquilo que precisava ser feito - lembrou Lula, afirmando ainda que o Ministério dos Transportes é uma pasta ''que historicamente deixou a desejar''. O presidente destacou a importância do capital privado no setor de infra- estrutura. E pediu o esforço do Congresso na aprovação do projeto que cria o plano de Parceria Público-Privada. - Certamente vamos convocar os empresários brasileiros para que eles assumam a responsabilidade de investir em obras em que possivelmente o poder público não teria o suficiente para construir - disse. Ao se dirigir ao novo ministro, Alfredo Nascimento, o presidente Lula disse que ele passa a fazer parte de um conjunto de ministros ''da melhor qualidade moral, ética e profissional''. Lula ainda brincou com Nascimento sobre a escolha dos técnicos que o ministro pretende levar para o ministério, fazendo uma alusão à situação do Corinthians no campeonato paulista: - Eu tenho certeza que você terá visão de jogo e não deixará que o seu time vire o que virou o meu Corinthians ontem, que, se não fosse o São Paulo, seria massacrado da primeira divisão do futebol em São Paulo. (LQ).

Novo ministro é alvo de denúncias

BRASÍLIA - Sob denúncia do Ministério Público do Amazonas, o ex-prefeito de Manaus Alfredo Nascimento (PL) assumiu ontem o Ministério dos Transportes, dando saída honrosa ao colega de partido Anderson Adauto, que vai concorrer à Prefeitura de Uberaba (MG).

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Segundo denúncia feita em 5 de fevereiro deste ano pela procuradora Noeme Tobias de Souza, Nascimento não listou entre seus bens, na declaração enviada ao Tribunal Regional Eleitoral em 1996 (primeira eleição) e 2000 (reeleição), a empresa Vulcanização Tarumã Ltda. A empresa, que já foi a principal prestadora de serviços de recauchutagem de pneus para empresas de transporte de Manaus, pertence à mulher do prefeito, Francisca Leônia do Nascimento, e ao irmão dela, Francisco Rodrigues de Morais. Nascimento também é acusado de suposta ameaça a Francisco Cirilo Batará Anunciação, dono do jornal Diário do Amazonas. A ameaça teria sido motivada por reportagens sobre tráfico de influência envolvendo empresas de Nascimento.

Agência Folha

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O Estado de S.Paulo 16/03/2004 Nacional Lula defende integridade de colaboradores Presidente assegura a novo ministro que ele terá toda a liberdade para montar seu time

TÂNIA MONTEIRO

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o discurso de posse do novo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, para sair em defesa de seus ministros e da integridade deles. Seus dois ministros mais fortes - José Dirceu (Casa Civil) e Antônio Palocci Filho (Fazenda) - têm sido alvo de seguidos ataques na imprensa. "Não temos um ministério de pessoas que se conhecem apenas há uma reunião", disse o presidente, procurando demonstrar unidade na equipe. "Você vai perceber que muito mais que um conjunto de ministros, vai conviver com um conjunto de companheiros da melhor qualidade moral, ética e profissional e vai perceber que, na primeira reunião, você já irá se considerar um ministro que está comigo no governo há um ano e três meses." Em discurso de improviso, Lula assegurou a Nascimento que ele terá "toda a liberdade do mundo para montar o seu time" e avisou ao novo titular da pasta que o Ministério dos Transportes "tem problemas sérios" e "historicamente, deixou a desejar". O presidente afirmou que todos os ministros têm de trabalhar pelo fim dos gargalos em infra-estrutura, de forma a permitir a retomada do crescimento, e alertou Nascimento sobre os problemas que ele poderá enfrentar no governo: "Só posso dizer a você que, muitas vezes, iremos festejar, possivelmente, as nossas vitórias. Iremos rir juntos, mas é possível que, em alguns momentos, tenhamos que chorar juntos." Prosseguindo na defesa de sua equipe, o presidente Lula garantiu ao novo integrante do governo que, com todos os seus ministros, trabalha "numa relação de confiança entre os seres humanos". Antes de assumir o cargo, Alfredo Nascimento também foi alvo de denúncias. "Se eu não tivesse confiança, Vossa Excelência não teria se transformado em ministro", declarou o presidente. "Você terá toda mobilidade e toda a liberdade que quiser para montar o seu time, porque o Ministério dos Transportes será o seu time." A cerimônia de posse do novo ministro do PL teve início em meio a um clima de constrangimento. Isso porque o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, ao chegar ao Palácio do Planalto para prestigiar Nascimento, pediu a demissão de Palocci. De sua parte, Lula elogiou o trabalho de Nascimento à frente da prefeitura de Manaus e da Superintendência do Desenvolvimento da Zona Franca de Manaus (Suframa). Apesar da ausência de Anderson Adauto, que deixa o cargo para se candidatar à prefeitura de Uberaba (MG), Lula fez questão de elogiar o antigo colaborador. Gargalo - O presidente voltou a atacar o governo anterior por causa da deterioração das estradas e anunciou para o dia 19 de março uma "mega" reunião com a área de infra-estrutura para reativar o setor de transportes, realizando "as obras necessárias para desativar os gargalos que, hoje, impedem concretamente o crescimento do País". Depois de lembrar "o abandono em que se encontra a malha viária do País", Lula salientou que a tarefa é complicada "porque a demanda é sempre muito maior do

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Ministério dos Transportes Guria Informação & Sistemas que a quantidade de dinheiro disponível" para fazer as obras "que precisam ser feitas no Brasil". Ao falar da importância dos investimentos em infra-estrutura, o presidente afirmou: "Temos consciência que, se o Brasil quer crescer como precisa crescer - tanto para o mercado interno, quanto para o mercado externo, com o crescimento das nossas exportações -, o setor de transporte passa a ser um setor vital e prioritário a qualquer governo, seja ele o governo federal, sejam eles governadores dos nossos Estados." Além de se queixar das estradas que atrapalham o crescimento do País, o presidente citou os problemas de falta de investimentos nos portos, deterioração da marinha mercante e da falta de ferrovias: "Se a nossa taxa de exportação continuar crescendo nos níveis em que estão crescendo, logo teremos problemas sérios de exportação dos nossos produtos, por conta da escassez de ferrovias."

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Folha de S.Paulo 16/03/2004 Capa/Brasil PL defende demissões de Palocci e Meirelles

Presidente do PL cobra de Lula a demissão de Palocci Para Costa Neto, ministro não tem competência para o cargo

EDUARDO SCOLESE HUMBERTO MEDINA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na esteira do PT e do PMDB, que pediram mudanças na política econômica, o comando do PL defendeu ontem as demissões de Antonio Palocci Filho, ministro da Fazenda, e de Henrique Meirelles, presidente do Banco Central. O PL é o partido do vice-presidente da República, José Alencar, que desde o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva tem insistido sistematicamente na redução da taxa de juros. O ataque à equipe econômica foi feito pelo presidente do partido, o deputado Valdemar Costa Neto (SP), pela manhã, no Palácio do Planalto, antes da solenidade de posse de Alfredo Nascimento (PL), que renunciou à Prefeitura de Manaus (AM) para assumir o Ministério dos Transportes. "Na minha opinião, ele [Lula] tem de trocar o ministro Palocci por alguém que tenha competência para o cargo. O Palocci tem competência para ser prefeito de Ribeirão Preto [SP], não para ser ministro da Fazenda." As declarações repercutiram no mercado financeiro. Houve queda na Bovespa e aumento na cotação do dólar e do risco Brasil. As pressões contra a política econômica se acirraram desde que foi anunciado no início do ano o encolhimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 0,2%. Criticar a política econômica se tornou comum e parte tanto da oposição quanto de aliados. O que não era usual, ao se tratar da base aliada, era crítica direta a Palocci. A situação mudou com o caso Waldomiro Diniz (ex-assessor da Presidência que, em vídeo de 2002, pede propina a um empresário de jogos), que atingiu o ministro José Dirceu (Casa Civil). Abalado, Dirceu reagiu e tentou atingir Palocci. O PT divulgou no dia 5 documento exigindo mudanças nas diretrizes econômicas, e, anteontem, em sua convenção nacional, o PMDB fez coro às críticas. Ao cobrar mudanças, Costa Neto citou o vice-presidente: "José Alencar tem alertado o governo há mais de um ano. Ele viu que o país não ia ter crescimento em abril do ano passado. O Palocci e o Meirelles só foram enxergar isso no mês de outubro. Quer dizer, nenhum dos dois tem condições de estar no governo". E continuou: "Precisamos de gente que entenda de economia. É preciso entender de economia, e o Palocci não entende. Ele está aprendendo." O PT, para o presidente do PL, tem quadros capacitados para assumir a Fazenda. Sobre se o senador Aloizio Mercadante (SP) seria um deles, disse: "Ninguém o suporta. É um camarada difícil, mas é um camarada decente e honesto". O novo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, também criticou a taxa de juros e cobrou investimentos no social. Mas, ao contrário do correligionário, poupou Palocci. Disse não defender sua saída e afirmou que essa é a posição de Costa Neto, não do PL.

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Lula e a tropa de choque Em discurso na posse de Nascimento, o presidente Lula defendeu ontem seu time ministerial, dizendo que tem qualidade "moral", "ética" e "profissional". "Você [Nascimento] vai perceber que, muito mais que um conjunto de ministros, vai conviver com um conjunto de companheiros da melhor qualidade moral, ética e profissional. E vai perceber que, na primeira reunião, já irá se considerar um ministro que está comigo no governo há um ano e três meses", disse Lula. Após a solenidade, aliados de Lula defenderam Palocci. "É um dos principais responsáveis pelo avanço que o país obteve ao longo de um ano e três meses de novo governo. Estamos prontos para crescer. Isso se deve ao trabalho do ministro Palocci, orientado pelo presidente", disse o ministro Guido Mantega (Planejamento). O vice-líder do governo na Câmara Beto Albuquerque (PSB-RS) foi mais duro no contra-ataque: "Foi uma atitude irresponsável, fora de hora e oportunista. Acho que o Valdemar está querendo alguns minutos de fama." Mercadante também defendeu o ministro: "Palocci teve um grande papel para o país e continua tendo. Tivemos melhora espetacular nos indicadores econômicos, além da reforma tributária, que criaram bases sólidas para um crescimento sustentado". "Nós não temos um ministro que pratique políticas próprias, todas elas são de responsabilidade do governo como um todo, e quem comanda o governo é o presidente Lula, que tem toda a confiança no ministro Palocci", disse o ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política) ontem, em Belo Horizonte.

Colaboraram a Agência Folha e a Redação

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Folha de S.Paulo 16/03/2004 Brasil/ SAIBA MAIS Política econômica era alvo de aliados, mas ministro não

DA REDAÇÃO

Criticar a política econômica, sobretudo os juros, se tornou comum e parte tanto da oposição quanto de aliados. O que não era comum, ao se tratar da base aliada, era crítica direta ao ministro Antonio Palocci (Fazenda). Até então, isso foi esporádico. A situação mudou com o caso Waldomiro, que atingiu o ministro José Dirceu (Casa Civil). Em reação a isso, Dirceu tentou atingir Palocci. A seguir, vieram a nota do PT, que ainda não citava Palocci, e declarações do ministro Jaques Wagner (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social). "Se o Palocci acha que opera melhor sem que ninguém fale, isso é desejo dele", disse.

Dirceu não comenta ataques a colega

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, se esquivou ontem de comentar as recentes críticas recebidas pelo governo federal em relação à política econômica. O ministro afirmou ser o "homem do silêncio" e que nos últimos dias tem levado "puxões de orelha" da imprensa. "Eu sou o homem do silêncio", disse, ao ser questionado sobre qual comentário faria em relação às declarações que o presidente nacional do PL, deputado Valdemar Costa Neto, fez ontem contra o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho. "Eu é que ando levando puxões de orelha de vocês [imprensa]", disse, sobre uma possível advertência do governo a Costa Neto. As declarações foram dadas no final da tarde de ontem no Palácio do Planalto, após evento em que o governo federal anunciou um balanço das ações contra o desmatamento na Amazônia. Para tentar abafar a atual e pior crise política de sua gestão, o presidente Lula pediu que Dirceu voltasse a participar de eventos e solenidades públicas no Planalto. A idéia é mostrar que o governo não está paralisado, mesmo sob turbulência. Ontem, o ministro apareceu em duas oportunidades. Em ambas, permaneceu sentado ao lado de Lula, com freqüentes trocas de palavras e sorrisos. À tarde, fez um rápido discurso sobre o desmatamento na Amazônia e ainda permaneceu com a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) durante entrevista coletiva dada por ela sobre o tema. A crise foi desencadeada no mês passado, quando veio à tona o caso Waldomiro Diniz. Homem de confiança de Dirceu, Waldomiro, em vídeo gravado em 2002, aparece pedindo propina e doações de campanha para um empresário do jogo de loterias no Rio, quando ele era presidente da Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro), no governo Benedita da Silva (PT). Pelo fato, Waldomiro foi exonerado do cargo de subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência. Já pela manhã, Dirceu compareceu à solenidade em que foi empossado o novo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Após o evento, Dirceu deixou rapidamente o salão do Palácio do Planalto. Chegou a ser questionado pelos

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Ministério dos Transportes Guria Informação & Sistemas repórteres sobre a atuação de seu filho, o funcionário público do governo do Paraná, José Carlos Becker de Oliveira e Silva, 26, o Zeca Dirceu, mas não respondeu a nenhuma pergunta. Em reportagens publicadas na semana passada, a Folha informou que seu filho Zeca, mesmo não sendo deputado nem senador, conseguiu empenhar pelo menos R$ 1,4 milhão em recursos para municípios do noroeste do Paraná. (EDS)

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Valor Econômico 16/03/2004 Coluna Cristiano Romero

Colunista Cristiano Romero

Presidente é fiador da política econômica Vendo que até os petistas batem na política econômica, os aliados nunca se sentiram tão à vontade para fazer o mesmo. Ontem, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, chamou Palocci de incompetente em pleno Palácio do Planalto, a casa de Lula. Em seguida, foi a vez de o ex-prefeito Alfredo Nascimento, minutos antes de se sentar na cadeira de ministro dos Transportes, defender mudanças na economia. Do Palácio do Planalto, não se ouviu uma só palavra em defesa de Palocci. O silêncio pode ser entendido, no mínimo, como embaraço, o que já demonstra fragilidade. "Bater na Fazenda é má-fé ou burrice. Se fragilizar ali, fragiliza o governo inteiro", diz o deputado (PT-PR). No governo anterior, Fernando Henrique Cardoso teve que demitir sumariamente um ministro - Clóvis Carvalho, então à frente da Pasta do Desenvolvimento - por ele ter criticado publicamente a política econômica. Fez isso não porque já não gostasse de Clóvis, um de seus amigos diletos e auxiliar dos mais leais, mas por entender que a política econômica, certa ou equivocada, era dele, FHC, e não do ministro da Fazenda ou do presidente do Banco Central. Ricardo Kotscho, secretário de imprensa da presidência da República, vem travando uma briga silenciosa dentro do governo. Ele tenta convencer seus colegas de que, ao contrário do que pensam alguns ministros, a imprensa, mesmo quando erra, não tem como objetivo perseguir o governo. Em muitos setores da administração, confunde-se opinião com informação. Na maioria deles, a crítica é inaceitável. "A função da imprensa é criticar mesmo", diz Kotscho. Jornalista há 39 anos - faltam menos de oito meses para atingir a marca dos 40 - , Kotscho discorda com veemência da tese do PT e de um ministro importante, registrada semana passada nesta coluna, de que a imprensa, aproveitando-se do Caso Waldomiro, estaria promovendo uma "campanha sistemática" contra o governo e o partido. "Esta não é a opinião do presidente Lula nem muito menos a minha, portanto, não pode ser a posição atribuída ao governo", observa Kotscho. De fato, no dia em que o escândalo estourou, o presidente fez um discurso em Caxias do Sul (RS), elogiando o trabalho da imprensa. "Acho que a imprensa joga um papel muito importante quando levanta as dúvidas, agindo cada vez mais com seriedade", disse Lula na ocasião.

Cristiano Romero é repórter especial de Política, em Brasília. Escreve às terças-feiras

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Jornal de Brasília 16/03/2004 Brasil Ministro toma posse com apoio total

Ao empossar ontem o novo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que o governo investirá mais em obras de infra-estrutura, como ferrovias e rodovias, para estimular o aumento das exportações brasileiras. Lula reconheceu que se as exportações continuarem crescendo nos níveis atuais, o País enfrentará problemas para escoar sua produção devido às péssimas condições das estradas e ferrovias. O presidente deu carta branca para o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, montar sua equipe de assessores, mas condicionou essa liberdade à apresentação de resultados. Reconheceu que Nascimento assume um ministério "difícil", por causa da escassez de recursos, mas disse que o novo ministério "terá o desafio de fazer com que as coisas comecem a andar". Alfredo Nascimento garantiu que as estradas, ferrovias e portos não podem ser entraves ao desenvolvimento do País. Nascimento prometeu levar a experiência adquirida na Prefeitura de Manaus, para o Ministério.

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Gazeta Mercantil 16/03/2004 Política Lula tenta acordo para votar a Cide

Brasília, O congestionamento de medidas provisórias promete mais uma semana de trabalho árduo para as lideranças do governo na Câmara e no Senado. Ao todo, são sete MPs que precisam ser votadas - quatro na Câmara e três no Senado - para que outras matérias de interesse do governo possam entrar na pauta de votação, como o projeto de lei da Parceria Público Privada (PPP) na Câmara e o empréstimo de US$ 100 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a cidade de São Paulo, no Senado. A negociação de apoio as matérias deve começar hoje cedo e a expectativa do governo é iniciar a votação ainda hoje, na Câmara dos Deputados e no Senado. O assunto mais polêmico é a MP da Cide. A votação da semana passada parou aí por que os governadores orientaram suas bancadas a não votar o texto do relator Vander Loubet (PT-MS). Os governadores ainda tentam convencer o governo a aceitar a exclusão do repasse da Cide do cálculo da receita líquida dos estados, o que significa mais recursos para os estados pois 13% da receita líquida deve ser repassada ao governo federal para pagamento da dívida. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe hoje, no Palácio do Planalto, uma comissão de governadores para tentar um acordo sobre o assunto. Na semana passada, os governadores já conseguiram retirar a obrigatoriedade de os estados e o Distrito Federal terem os planos de aplicação dos recursos pré-aprovados pelo Ministério dos Transportes. Também estão vencidas a MP 162/03, que abre crédito extraordinário de R$ 3,4 bilhões para transferência para estados, Distrito Federal e municípios para compensar a isenção do ICMS feitas por estados exportadores; a MP 163/04, que criou a secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais e transformou o Ministério de Assistência Social no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; e a Medida Provisória 164/04, que institui a cobrança de Cofins e PIS/Pasep sobre produtos, bens e serviços importados que tenham seus semelhantes nacionais tributados. Já no Senado, a liberação da pauta depende da votação de três MPs que não puderam ser votadas na semana passada por falta de acordo. Um dos projetos extingue o Conselho Diretor do Fundo de Garantia à Exportação (CFGE) e passa suas atribuições para a Câmara de Comércio Exterior (Camex) com o objetivo de melhorar a eficiência na aplicação dos recursos públicos de apoio às exportações brasileiras. Outra medida provisória que deve ser convertida em lei reestrutura a carreira previdenciária, instituindo a carreira do Seguro Social no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Há ainda a MP que institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) que substituirá o Exame Nacional de Cursos, criado no governo passado e conhecido como Provão. De acordo com o texto, além dos alunos, os cursos e as instituições de ensino superior também serão avaliados. Se as MPs forem votadas, o plenário apreciará o projeto de resolução que autoriza a Prefeitura de São Paulo a contratar US$ 100 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para obras de recuperação do centro da capital paulista. Também está prevista a discussão no plenário do Senado da proposta de emenda à Constituição (PEC nº 22 de 2000) do senador Antônio Carlos Magalhães

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(PFL-BA), que torna obrigatória a execução da programação da lei orçamentária e considera crime de responsabilidade o não cumprimento do estabelecido no texto da lei. As quinze MPs votadas na semana passada na Câmara já foram enviadas ao Senado. Pelo regimento do Senado, elas só passam a trancar a pauta depois que forem lidas pela mesa diretora. O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT- SP), tentará retardar a leitura para conseguir votar alguns projetos de interesse do governo.

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Gazeta Mercantil 16/03/2004 Transporte & Logística O novo ministro só tem 70% da verba

Brasília, O novo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, assumiu o cargo em um momento delicado. De imediato, a pasta terá que desembolsar cerca de 30% de toda a verba de 2004 para reparar as rodovias federais danificadas pelas chuvas do início do ano. Ao todo, são 32 mil quilômetros de estradas, ou cerca de 40% da malha viária do País. Situação de sempre Como o orçamento do ministério aumentou apenas 30,67% este ano, passando de R$ 1,5 bilhão para R$ 1,960 bilhão, Nascimento terá diante de si um quadro aproximado ao que encontrou o ex-ministro Anderson Adauto no ano passado: falta verba, sobram as demandas.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez questão de elogiar a gestão de Adauto e sua "grandeza de comportamento" à frente do Ministério dos Transportes, durante a solenidade da posse de Alfredo Nascimento. Ao novo ministro, ele enfatizou as dificuldades que o aguardam. Tarefa complicada "É uma tarefa complicada, porque a demanda é sempre muito maior do que a quantidade de dinheiro disponível para fazermos as obras que precisam ser feitas no Brasil", disse o presidente. Já na próxima sexta-feira, Nascimento terá uma reunião com os outros ministros de infra-estrutura, o BNDES, Ibama e Ministério do Meio Ambiente para tentar resolver os gargalos que estão impedindo a conclusão de obras na área. Adauto deixa o ministério 14 meses depois de sua posse, sem ter construído nenhuma nova estrada. O orçamento curto, atingido em cheio no ano passado pelo contingenciamento de R$ 114 milhões - o maior da Esplanada em valores nominais - imobilizou o ex-ministro, que optou por tentar conservar a malha existente. A choradeira pública pela escassez de recursos acabou por acelerar seu processo de fritura dentro do governo. No final de janeiro deste ano, a saída de Adauto do ministério foi anunciada. O motivo oficial foi a campanha eleitoral pela prefeitura de Uberaba (MG), à qual concorre o ex-ministro. Ele agora retorna ao Congresso Nacional como deputado mineiro pelo PL. O que foi possível Em seu discurso, na cerimônia de transmissão do cargo, o ex-ministro disse ter feito "o que era possível fazer", com os recursos que encontrou disponíveis. Entre suas realizações na pasta, ele citou a redução de 25% dos custos de serviços licitados e a conclusão dos estudos para o novo modelo de concessões rodoviárias.

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Jornal do Brasil 16/03/2004 Brasília Porta entreaberta

Marcos Magalhães Jornalista, articulista do site www.congressonatela.net

Na mesma semana em que a Argentina obteve êxito relativo em suas negociações com o Fundo Monetário Internacional, evitando o calote de US$ 3,1 bilhões em troca de concessões da diretora-gerente interina Anne Krueger, uma discreta e curta errata divulgada pelo novo relator do projeto do Plano Plurianual 2004- 2007, senador Sibá Machado (PT-AC), demonstrou que, também em Brasília, existe uma porta entreaberta para uma postura menos ortodoxa no comando da economia. Sibá foi escolhido para apresentar parecer ao PPA depois que o relator original da proposta, senador Roberto Saturnino (PT-RJ), havia insistido na tese da adoção de metas decrescentes para o superávit primário do setor público (receitas menos despesas, excluídos os gastos com juros), caindo até 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2007, já no primeiro ano de mandato do presidente que vier a ser eleito - ou reeleito - dentro de dois anos. A redução foi prontamente alvejada pela equipe econômica do governo federal, que insistiu na manutenção ao longo dos próximos anos do superávit equivalente a 4,25% do PIB. A ortodoxia foi garantida no parecer apresentado inicialmente por Sibá Machado, segundo o qual ficariam mantidas as metas de superávit primário do setor público em 4,25%, ''conforme proposto pelo Poder Executivo''. O mesmo relator, porém, decidiu submeter à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) uma errata de quatro linhas, nas quais deixa o caminho aberto para interpretação mais elástica do cumprimento das metas fiscais do governo. ''Vale lembrar'', diz o senador em sua errata, ''que estão em curso no governo discussões sobre a racionalização do cômputo dos investimentos em infra-estrutura nas metas fiscais dos próximos anos, bem como a introdução do critério do superávit anti-cíclico, que, quando necessário, poderão levar a revisões anuais do PPA''. A ''racionalização'' dos investimentos em infra-estrutura tem sido tema constante nas negociações do Brasil com o FMI. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem levantado o tema até mesmo em negociações com os líderes dos países mais ricos do mundo. Caso tenha sucesso, Lula abrirá a possibilidade de garantir um impulso extra ao crescimento econômico, sem trombar com a tecnocracia do Fundo Monetário Internacional. O superávit anti-cíclico, por sua vez, andou freqüentando os discursos de integrantes do PT interessados em abrandar os cortes de gastos públicos que precisariam ser feitos até 2007, para se garantir a meta de 4,25% do PIB. Pelo novo mecanismo, o superávit poderia ser maior em anos de crescimento econômico mais acelerado e menor quando viesse a ser registrada menor expansão do Produto Interno Bruto. Nenhuma das duas medidas é apontada como obrigatória no parecer elaborado por Sibá Machado. Ao contrário, o texto adotado pelo relator parece apenas trazer para o centro do debate a respeito da política econômica dois temas muito caros à ala mais desenvolvimentista do PT. Até porque o próprio PPA pode ser resumido a uma série de recomendações a serem adotadas nos anos seguintes na execução orçamentária.

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Sem a pequena errata, porém, a equipe econômica estaria obrigada a estabelecer nos projetos orçamentários de 2005 a 2007 a meta de superávit fiscal de 4,25% do PIB. Caso o texto venha a ser adotado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) e aprovado pelo Congresso Nacional, estará sendo emitido talvez o primeiro pequeno sinal de distensão na ortodoxia do governo. No momento em que a economia do país permanece quase paralisada e que o presidente Nestor Kirchner ostenta grande popularidade junto aos argentinos por endurecer as negociações com o FMI e os credores privados, esse pequeno sinal pode ter uma dimensão maior do que parece à primeira vista.

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