Programa De Governo Eduardo Campos
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UM NOVO PERNAMBUCO PROGRAMA DE GOVERNO EDUARDO CAMPOS FRENTE POPULAR DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE GOVERNO • FRENTE POPULAR DE PERNAMBUCO S U M Á R I O APRESENTAÇÃO ................................................................................................................ 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 2 A DIMENSÃO SOCIAL DO DESENVOLVIMENTO .............................................................. 3 TENDÊNCIAS RECENTES DA ECONOMIA .......................................................................... 8 AÇÃO ESTRATÉGICA DO PROGRAMA DE GOVERNO .................................................. 11 EIXOS ESTRUTURANTES DA AÇÃO DO GOVERNO ........................................................ 14 COLABORADORES ........................................................................................................ 129 PROGRAMA DE GOVERNO • FRENTE POPULAR DE PERNAMBUCO APRESENTAÇÃO Depois de meses de discussões e debates com vários segmentos da sociedade pernambucana, apresento o Programa de Governo da Frente Popular de Pernambuco com nossas propostas ao governo do estado para o período 2007-2010. Nossas rodadas de conversações para organizar os termos do Programa iniciaram-se há quase dois anos com a Agenda 40. Debatemos nossas propostas e recebemos contribuições e reflexões críticas de importantes segmentos políticos, econômicos e sociais das regiões do interior e da capital. Trazemos ao conhecimento do povo pernambucano um documento que expressa as aspirações dele emanadas. Reconhecemos a necessidade de realizarmos com urgência uma mudança no estilo de desenvolvimento hoje prevalecente no estado. A interiorização das ações estratégicas para o crescimento econômico e para a melhoria dos indicadores sociais é um reclamo generalizado dos cidadãos e uma diretriz central de nossas propostas ao governo do estado. Muito se tem falado que os problemas mais relevantes para nosso estado derivam do fraco desempenho econômico por que passa nossa estrutura produtiva. As discussões realizadas exaustivamente com trabalhadores, empresários e com intelectuais, entre outros, nos tornaram claro que o estado precisa sim elevar seu ritmo de expansão econômica. No entanto, os problemas mais graves estão relacionados às estruturas que impedem um pleno desenvolvimento das condições sociais do nosso povo. Em outras palavras, nossos problemas mais graves estão ligados às péssimas condições de vida da maior parte da população. Em fases recentes da nossa história (desde, pelo menos, a década de 1960) houve períodos em que a economia cresceu bastante, porém os indicadores sociais e de qualidade de vida melhoraram muito pouco. De fato, a questão social nunca foi uma prioridade para a 1 PROGRAMA DE GOVERNO • FRENTE POPULAR DE PERNAMBUCO maioria dos governantes pernambucanos. A experiência do PSB, com Dr. Miguel Arraes em seus três governos, se constitui exceção, em meio a um quadro desolador para a garantia das liberdades políticas e para o avanço das questões sociais. Queremos continuar a trilhar os caminhos socialistas e democráticos aqui no estado. No governo da Frente Popular as necessidades de ampliação do bem-estar dos cidadãos estarão em primeiro lugar. A educação, a saúde, a segurança pública e a cultura, entre outros, terão destacado papel na nossa estratégia de superação da pobreza e da conquista da dignidade cidadã. Projetaremos nossas ações para o futuro. É preciso colocar nosso estado numa rota de desenvolvimento compatível com os padrões que estão abertos em função dos avanços do conhecimento, da pesquisa e da tecnologia. Muitos dos obstáculos a serem enfrentados na questão ambiental, da saúde, da produção de alimentos e mesmo da inovação empresarial tendem a merecer considerações e apoio do Sistema Estadual de Ciência e Tecnologia que iremos proceder em Pernambuco. Para nós não basta crescer, será preciso crescer com qualidade. Somente a disseminação do conhecimento científico e da inovação tecnológica em todas as regiões poderá dotar o estado de uma base de capital humano e empresarial necessária ao desenvolvimento realmente sustentado por um longo período de tempo. Este documento se propõe a realçar o compromisso da Frente Popular com os cidadãos pernambucanos em torno a idéias que visam, sobretudo, a abraçar a causa do desenvolvimento social equilibrado e da melhoria das condições de vida do nosso povo. Recife, Outubro de 2006. Eduardo Campos 2 PROGRAMA DE GOVERNO • FRENTE POPULAR DE PERNAMBUCO I - A DIMENSÃO SOCIAL DO DESENVOLVIMENTO O compromisso da candidatura de Eduardo Campos pela Frente Popular tem como meta principal superar as mazelas do passado, as quais configuraram um quadro de prevalência de péssimos indicadores de qualidade de vida, a despeito de esforços realizados pelos últimos governos: atuar no sentido da superação dos déficits nos indicadores sociais (educacionais, de saúde e saneamento). Ou seja, o compromisso que se assume é o de mobilizar todos os recursos políticos, institucionais e financeiros à disposição do Estado para romper as amarras que prendem uma parcela considerável dos cidadãos pernambucanos no subdesenvolvimento. Dito de outro modo, afirmamos o compromisso da construção sistemática e orgânica de uma visão de futuro para Pernambuco. PANORAMA DA SITUAÇÃO SOCIAL EM PERNAMBUCO Em termos da distribuição da população no território estadual, a trajetória recente tem sido a de localização preferencial no seu espaço urbano de modo mais acentuado que a observada no restante da região Nordeste. Em 1991, 70,9% da sua população viviam nas áreas urbanas contra 29,1% estabelecidos nas rurais. Em 2000, a população urbana aumentou para 76,5% do total e a rural declinou para 23,5%. O maior contingente populacional está na sua região metropolitana. Esta abrigou em 2000 aproximadamente 3,3 milhões de pessoas, correspondendo a 42,1% do total do estado. O conjunto das regiões de desenvolvimento da Mata Sul e Norte somaram neste mesmo ano 3 PROGRAMA DE GOVERNO • FRENTE POPULAR DE PERNAMBUCO 1,2 milhão de habitantes (15,2% do total estadual). Daí que toda a grande região litorânea do estado, compreendendo a região metropolitana de Recife, a Mata Norte e Mata Sul, concentrou 57,3% da população pernambucana. Por sua vez, na região do Agreste do estado (Central, Meridional e Setentrional) radicaram-se 1,9 milhão de habitantes (25,1% da população total). E, por fim, a região do Sertão (São Francisco, Araripe, Itaparica, Sertão Central, Moxotó e Pajeú) respondeu por 17,4% da população total, isto é, 1,4 milhão de pessoas em 2000. A maneira pela qual se distribui a população no território estadual fornece elementos importantes para o delineamento do conjunto das ações que a política de governo em geral necessita enfrentar: a) há uma concentração populacional excessiva na Região Metropolitana do Recife (RMR), padrão que, no entanto, se assemelha ao observado em importantes unidades da federação do país; b) somando-se as populações das zonas da Mata Norte e Sul à da RMR tem-se cerca de 4,5 milhões de habitantes, em 2000, vivendo numa estreita faixa de, aproximadamente, 100 km de largura e 300 km de extensão no litoral do estado e exercendo fortes pressões por equipamentos de infra-estrutura urbana; e finalmente c) no interior do estado encontra-se uma rede bastante frágil de cidades médias e pequenas, as quais têm pouca articulação entre si, a precisar de uma enérgica intervenção pública de maneira a dotá-la de um nível superior de infra-estrutura em geral e que facilite o incremento do potencial de trocas econômicas, sociais e culturais do conjunto de sua população. Esta dinâmica populacional mais fraca que, em tese, deveria apontar para fatores positivos quanto a uma menor pressão que a população tende a exercer sobre recursos públicos. No entanto, ela não se traduziu, como será visto mais detidamente a seguir, em substanciais melhoras no padrão médio de vida do povo pernambucano. 1.2 – Qualidade de vida: o que revelam os indicadores sociais? Com o crescimento populacional mais lento nas últimas duas décadas, o estado certamente teve algum espaço para aproveitar esta janela de oportunidade de melhorar seus indicadores sociais e econômicos. De fato, o que se observa no estado é que, na média, os indicadores de qualidade de vida são melhores que os dos demais estados nordestinos colocando-o na vanguarda, em termos regionais, de desenvolvimento social. Destarte este quadro positivo, algumas ressalvas precisam ser evidenciadas para 4 PROGRAMA DE GOVERNO • FRENTE POPULAR DE PERNAMBUCO compor um panorama mais realista da suposta vitalidade da sociedade estadual. É que seus indicadores sociais, conquanto superiores à média regional, ainda se apresentam abaixo dos patamares médios vigentes no plano nacional. Veja-se a situação atual da saúde da população pernambucana por meio de três indicadores nos quais o estado de Pernambuco apresenta-se com elevados déficits relativamente à média do país como um todo. A sua taxa de mortalidade infantil, segundo dados do Ministério da Saúde, de 40 por mil nascidos, é 60% superior à média brasileira e é, aproximadamente, três vezes superior à do Distrito Federal (a menor entre as unidades da federação). A mortalidade de menores de cinco anos por doenças diarréicas, isto é, por doenças relacionadas com a pobreza extrema e déficits de saneamento básico entre outros, foi, em 2002, de 8,2, quase o dobro da média nacional (4,4). E, de modo mais gritante, ela foi 5,8 vezes maior que a média apresentada