Showgirls Strip-Tease, Corpos E Feminilidades
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM SEXUALIDADE Showgirls Strip-tease, corpos e feminilidades Francisco Moreira Ribeiro Neto Fabiane Muniz da Silva Orientadora Giselle Böger Brand Co-orientadora Manaus-AM 2017 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM SEXUALIDADE Showgirls Strip-tease, corpos e feminilidades Francisco Moreira Ribeiro Neto Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto A Vez do Mestre da Universidade Candido Mendes como requisito para a obtenção do grau de Especialista da Pós-Graduação em Sexualidade. Orientação: Profa. Ma. Fabiane Muniz. Co-orientação: Prof. Esp. Giselle Brand. Manaus-AM 2017 RESUMO Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), do curso da Pós-Graduação, nível especialização, em Sexualidade da Universidade Candido Mendes, AVM, Manaus-AM, intitulada Showgirls: strip-tease, Corpos e feminilidades, analisa como são (re)produzidos alguns ideais de corpos, feminilidades e identidades sexuais no filme Showgirls (1996) do diretor Paul Verhoeven. Objetiva-se de forma geral, analisar como as representações de feminilidades veem sendo apresentadas no cinema como no filme Showgirls, cuja protagonista é uma dançarina de strip-tease e de forma especifica analisar o mundo do strip-tease do filme Showgirls, observando quais os tipos de corpos são representados pelas strippers e quais estilos de sexualidades elas performatizam nos shows. Tendo como hipótese a ideia de que as strippers do filme Showgirls performatizam estilos de feminilidades diferentes daqueles da casa para seduzir a plateia. Usa-se como metodologia, teorias de gênero, corpos, sexualidades e feminilidades para se interpretar esse filme, seu enredo e suas personagens. Os capítulos do TCC ilutram: teorias sobre gênero e sexualidade advindas do movimento feminista e dos estudos de gênero, os quais dão base aos estudos sobre feminilidades para compreender esse filme; Evidenciam o cinema como arte de reproduzir o real, ajudando a analisar a sociedade que se faz presente em tela por meio de suas imagens; Mostram alguns filmes de strip-tease que marcaram época no cinema para evidenciar como algumas mudanças na representação de gênero e sexualidades no cinema veem ocorrendo na telona; Analisam o strip-tease no cinema de Paul Verhoeven, seus filmes evidenciando a história do filme Showgirls e como as strippers aprendem jeitos de corpos e danças para se encenar nos shows; Observam modelos de feminilidades entre BDSM e Nudez como contrastes dos modelos do lar e analisam como o camarim funciona como espaço de transformação dessas strippers. Na conclusão vermos como os ideais femininos são performados pelas strippers através das coreografias, fantasias e gestos para encená-los nos shows, pois encenam identidades de gênero femininas diferentes das suas, que geralmente, se distanciam dos modelos sociais caseiros, passivos e não excitáveis das feminilidades do lar, pautando-se em modelos mais sexualizados para conquistar a plateia masculina e ganhar dinheiro. Palavras-chave: Cinema, Showgirls, Strip-tease, corpos e feminilidades. METODOLOGIA A construção e delimitação dessa pesquisa e da análise subsequente fundamenta-se em pressupostos da "pesquisa qualitativa" a partir de Miriam Goldenberg em A arte de pesquisar (2009), uma vez que o filme Showgirls (1996), possui particularidades gênero, sexualidades e feminilidades, que só fazem sentidos se forem lidos a partir de sua lógica fílmica. O campo de investigação dessa pesquisa consiste em pesquisa fílmica qualitativo, cujos personagens são vistos como sujeitos e os filmes de strip-tease como instituições que determinam modelos de corpos e sexualidades para esses personagens, que se utilizará da observação de discursos (falas como dispositivos de controle), o uso de imagens do filme no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), com o uso de teorias e analises sociais sobre corpos, performances de gênero, dissertações e teses sobre strip-tease sob uma perspectiva sociológica de cunho pós-estruturalista, tendo em Guacira Lopes Louro (2010), Michel Foucault (2011) e Judith Butler (2012), suas principais referências. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Elizabeth (Kim Basinger) fazendo strip-tease no filme 9 ½ Semanas de Amor. (p. 21). Figura 2: Erin Grant (Demi Moore) fazendo show de strip-tease no filme Striptease. (p. 22). Figura 3: Alice Ayres ou Jane Jones (Natalie Portman) e Larry Gray (Clive Owen) em cena do filme Closer: perto demais. (p. 23). Figura 4: Nomi Malone (Elizabeth Berkley), em um show de strip-tease no filme Showgirls. (p. 23). Figura 5: Robocop, 1989, Paul Verhoeven, Showgirls, 1996. (p. 25). Figura 06: Nomi Malone (Elizabeth Berkley) aprendendo a dançar. (p. 29). Figura 7: Cristal ensina a Nomi dançar. (p. 30). Figura 8: Nomi simulando sexo oral em um poli dance. (p. 31). Figura 9: Nomi e Cristal no show BDSM. (p. 33). Figura 10: Nomi e Cristal no fim do show BDSM. (p. 34). Figura 11:Nomi em show particular para Cristal e Zack. (p. 36). Figura 12: Nomi se despindo para Zack. (p. 36). Figura 13: Nomi completamente nua. (p. 37). Figura 14: Nomi se montando para o show vulcão. (p. 39). Figura 15: Nomi se montando para o show BDSM. (p. 39). SUMÁRIO INTRODUÇÃO 07 CAPITULO I Da Mulher às Feminilidades Performativas 10 CAPITULO II Cinema: Ilusão do real/Espelho da cultura 14 CAPITULO III Cinema & Strip-tease 19 CAPITULO IV Strip-tease no cinema de Paul Verhoeven 25 4.1 Aprendendo jeitos de corpos e danças para os shows 27 4.2 Feminilidades ente BDSM & Nudez 32 4.3 O camarim como espaço de transformação 38 CONCLUSÃO 42 REFERENCIAS 45 FILMOGRAFIA 48 INTRODUÇÃO Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), do curso da Pós-Graduação, nível especialização, em Sexualidade da Universidade Candido Mendes, AVM, Manaus- AM, intitulada Showgirls: strip-tease, Corpos e feminilidades, analisa como são (re)produzidos alguns ideais de corpos, feminilidades e identidades sexuais no filme Showgirls (1996) do diretor Paul Verhoeven, tendo tema central o campo das representações das sexualidades no cinema. Nessa pesquisa, objetiva-se de forma geral, analisar como as representações de feminilidades veem sendo apresentadas no cinema como no filme Showgirls, cuja protagonista é uma dançarina de strip-tease e de forma especifica analisar o mundo do strip-tease do filme Showgirls, observando quais os tipos de corpos são representados pelas strippers e quais estilos de sexualidades elas performatizam nos shows. Tendo como hipótese a ideia de que as strippers do filme Showgirls performatizam estilos de feminilidades diferentes daqueles da casa para seduzir a plateia. Usa-se, para tanto, teorias de gênero, corpos, sexualidades e feminilidades para se interpretar esse filme, seu enredo e suas personagens. Não obstante, o cinema aqui delimitado deve ser visto, antes de tudo, como um hábito consumido frequentemente pelo pesquisador. Nesse sentido, um dos motivos que fizeram com o que ele começasse a ser pensando como objeto de estudo foi primeiramente a imersão do pesquisador no mundo das imagens cinematográficas, para quem, o cinema é visto como um contador de histórias diversas que através de suas cenas nos fazem pensar, já que nos dão pontos de vista diferentes sobre a diversidade social por meio das representações sociais que transmitidas. Participando, também, do Movimento Universitário em Defesa da Diversidade Sexual - Grupo Orquídeas- da Universidade Federal do Pará (UFPA), desde 2010, venho trabalhando com temáticas envolvendo gênero e sexualidades, o que vem proporcionando um olhar mais pluralizado sobre as relações sócio- sexuais e seus marcadores sociais como os de gênero (feminilidades e masculinidades), etnia/raça (negros e brancos), classe (ricos e pobres) e geração (jovens e velhos), em nossa cultura. Durante o curso de Ciências Sociais na UFPA (2010-2015), professores utilizaram diferentes métodos pedagógicos para ensinar, dentre muitos, as professoras Fernanda Valli Nummer e Mônica Prates Conrado, utilizaram o cinema para se identificar e interpretar relações de exploração nas relações de trabalho, gênero, sexualidades e étnicas (raciais), entre outros por meio dos filmes, o que me ajudando na objetivação de pesquisas envolvendo gênero, sexualidade e cinema. Além disso, pesquisas no campo da antropologia e sociologia da imagem vêm ganhando espaço e solidificação nas graduações das universidades da região norte do Brasil, a exemplo do II Encontro de Antropologia Visual da América Amazônica (EAVAAM) em 2016 da Universidade Federal do Pará (UFPA), em projetos de extensão como o Cine Vídeo Tarumã da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), o Núcleo de Antropologia Visual da UFAM (NAVI), assim como, pesquisas envolvendo cinema e ciências humanas. Por isso, ela se justifica, principalmente, pelo avanço de pesquisas envolvendo sociologia da imagem (cinema) no campo acadêmico na região norte do Brasil, uma vez que contribui com pesquisas que enfocam cinema e sexualidade, feminilidades e strip-tease. Por tudo isso, essa análise fílmica parte de uma observação das entrelinhas das imagens sobre os modelos de feminilidades acionadas pelas strippers do filme Showgirls (1996), pautando-se em leituras sobre sociologia, antropologia, cinema, gênero e feminilidades, que serão divididas nos seguintes capítulos. O Capítulo I ilustra algumas teorias sobre gênero e sexualidade advindas do movimento feminista e dos estudos de gênero, os quais dão base aos estudos sobre feminilidades para compreender esse filme. O Capítulo II evidencia o cinema como arte de reproduzir o real, ajudando a analisar a sociedade