Allegro 17

Vivace 18

FORTISSIMO Nº 19 / 2019 OUT PROGRAMA

Ministério da Cidadania e Governo de Minas Gerais HENRI DUTILLEUX

APRESENTAM Métaboles Incantatoire (Encantatório) Linéaire (Linear) Obsessionnel (Obsessivo) Allegro Torpide (Entorpecido) 17/10 Flamboyant (Flamejante) Vivace 18/10 Concerto para piano nº 3 em Dó maior, op. 26 Andante – Allegro

FABIO MECHETTI, REGENTE Tema con variazioni

JOYCE YANG, PIANO Allegro, ma non tropo

INTERVALO

MAURICE RAVEL Valsas nobres e sentimentais Modéré (Moderado) Assez lent (Muito lento) Modéré (Moderado) Assez animé (Muito animado) Presque lent (Quase lento) Assez vif (Muito vivo) Moins vif (Menos vivo) Épilogue: Lent (Epílogo: Lento)

MAURICE RAVEL La Valse CAROS AMIGOS FABIO E AMIGAS, MECHETTI DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR

Os compositores franceses sempre Vencedora do famoso concurso

tiveram um talento particular para Van Cliburn, Joyce Yang retorna Diretor Artístico e Regente Titular sua estreia no Carnegie Hall de Nova entender e explorar a orquestra como ao palco da Filarmônica para exe- da Orquestra Filarmônica de Minas York conduzindo a Sinfônica de Nova uma paleta de cores. Do revolucio- cutar um dos mais desafiadores Gerais desde sua criação, em 2008, Jersey. Continua dirigindo inúmeras nário Berlioz, no século XIX, aos concertos para piano, o Terceiro Fabio Mechetti posicionou a orques- orquestras norte-americanas e é impressionistas Debussy e Ravel, de Prokofiev. Dentre os concertos tra mineira no cenário mundial da convidado frequente dos festivais no início do século XX, eles foram apresentados na Temporada 2019, música erudita. Além dos prêmios de verão norte-americanos, entre capazes de criar uma sonoridade e talvez este seja o que melhor repre- conquistados, levou a Filarmônica eles os de Grant Park em Chicago uma linguagem original que marca- senta o conceito de virtuosismo: da a quinze capitais brasileiras, a uma e Chautauqua em Nova York. ram seus lugares na história da músi- solista e da orquestra, em obra de turnê pela e Uruguai e ca ocidental. Outra figura importante extrema demanda técnica e artís- realizou a gravação de nove álbuns, Igualmente aclamado como regente no século passado foi Henri Dutilleux. tica, e do compositor, que explorou sendo quatro para o selo interna- de ópera, estreou nos Estados Unidos ao máximo a capacidade de seus cional Naxos. Natural de São Paulo, dirigindo a Ópera de Washington. No Essa variedade de cores e sons será intérpretes. Mechetti serviu recentemente como seu repertório destacam-se produções explorada na noite de hoje com três Regente Principal da Filarmônica de Tosca, Turandot, Carmem, Don obras consagradas do repertório Um excelente concerto a todos. da Malásia, tornando-se o primeiro Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, francês: Métaboles de Dutilleux e as regente brasileiro a ser titular de Madame Butterfly, O barbeiro de deliciosas Valsas nobres e sentimentais uma orquestra asiática. Sevilha, La Traviata e Otello. e La Valse de Ravel. FABIO MECHETTI

Nos Estados Unidos, Mechetti esteve Suas apresentações se estendem quatorze anos à frente da Orquestra ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca, Sinfônica de Jacksonville e, atual- Escócia, Espanha, Finlândia, Itá- mente, é seu Regente Titular Emérito. lia, Japão, México, Nova Zelândia, Foi também Regente Titular das Suécia e Venezuela. No Brasil, sinfônicas de Syracuse e de Spokane, regeu todas as importantes orques- da qual hoje é Regente Emérito. tras brasileiras. Regente Associado de na Orquestra Sinfônica Fabio Mechetti é Mestre em Regência Nacional de Washington, com ela e em Composição pela Juilliard dirigiu concertos no Kennedy Center School de Nova York e vencedor do e no Capitólio. Da Sinfônica de San Concurso Internacional de Regência Diego, foi Regente Residente. Fez Nicolai Malko, da Dinamarca. FOTO: RAFAEL MOTTA RAFAEL FOTO: Tonhalle de Zurique. Joyce Yang JOYCE apresentou-se com a Filarmônica YANG de Minas Gerais em 2014. Suas gravações para o selo Avie Privilegiada por um “pianismo poé- Records foram muito elogiadas pela tico e sensível” (Washington Post) crítica, bem como suas recentes e “um maravilhoso senso de cor” aparições nos Estados Unidos e no (San Francisco Classical Voice), a Canadá. Ela tem parcerias duradouras pianista Joyce Yang cativa audiências com o grupo Alexander String Quartet com sua virtuosidade, lirismo e sensi- e com o violinista Augustin Hadelich. bilidade de interpretação. Ganhadora da medalha de prata da Competição Nascida em 1986 in Seoul, Coreia do Internacional de Piano Van Cliburn e Sul, Joyce Yang teve suas primeiras do Avery Fisher Career Grant, Yang lições de piano aos quatro anos. Aos mostra sua personalidade musical em dez entrou para a Escola de Música recitais solo e em colaboração com da Universidade Nacional de Artes e as orquestras e músicos de câmara aos onze mudou-se para os Estados mais destacados do mundo. Unidos, estudando na Juilliard School. Foi solista no Terceiro Concerto de Apresentou-se como solista com a Prokofiev com a Philadelphia Orchestra Filarmônica de Nova York, Sinfônica ao doze anos. Yang voltou ao seu país de Chicago, Filarmônica de Los em turnê com a Filarmônica de Nova Angeles, Orquestra da Filadélfia, York, sob direção de Lorin Maazel. Ela sinfônicas de Baltimore, Detroit, é uma artista Steinway. Houston, Milwaukee, Pittsburgh, San Francisco, Sydney, Nova Jersey e de Toronto, Royal Flemish Philharmo- nic, Deutsches Symphonie-Orchester Berlin e Filarmônica da BBC. Trabalhou com regentes como Edo de Waart, Lorin Maazel, James Conlon, Manfred Honeck, Jacques Lacombe, Leonard Slatkin, David Robertson, Bramwell Tovey, Peter Oundjian e Jaap van Zweden. Subiu aos palcos do Lincoln Center e Metropolitan Museum de Nova York, Kennedy Center em Washington, D.C., Symphony Hall de Chicago e FOTO: EUGÊNIO SÁVIO FOTO: KT-KIM FOTO: Última apresentação: 9 de julho/2009 Métaboles Fabio Mechetti, regente Henri DUTILLEUXANGERS, FRANÇA, 1916 PARIS, FRANÇA, 2013 1959/1964 17 MINUTOS

INSTRUMENTAÇÃO 2 piccolos, 2 flautas, 3 oboés, corne inglês, requinta, Nascido em 1916, em Angers, e falecido em 2013, em Composta entre 1962 e 1964, e estreada A música como “arte das meta- 2 clarinetes, clarone, 3 fagotes, Paris, Henri Dutilleux é um dos compositores da chamada em 1965, sob encomenda da Orquestra morfoses” é uma ideia que ressoa contrafagote, 4 trompas, música contemporânea francesa mais tocados no mundo. de Cleveland, Métaboles torna-se uma em Dutilleux, para quem a questão 4 trompetes, 3 trombones, Tendo iniciado seus estudos no Conservatório de Paris, obra incontornável do compositor. da forma musical libertada de “mo- tuba, tímpanos, percussão, harpa, celesta, cordas. em 1933, época em que descobriu Stravinsky, Bartók e Primeiramente por sua forma, em delos pré-fabricados” se coloca o serialismo, Dutilleux ficará à margem das correntes cinco movimentos encadeados, cada desde os primeiros esboços de

EDITORA Leduc (MSC) estéticas que pautaram o século XX, desenvolvendo movimento como um estudo de sono- composição. A artesania tem papel Representante: uma trajetória singular. Suas primeiras composições são ridade e de imagem orquestral: “Cada primordial no processo criativo ri- Barry Editorial criadas durante a Segunda Guerra Mundial. Sua obra uma das cinco partes privilegia uma goroso e minucioso do compositor nos conta uma outra história da música contemporânea família particular de instrumentos, as e na potência poética de sua obra. PARA OUVIR e revela um desafio à altura da celebridade do seu autor. madeiras, as cordas, as percussões, os Os modos de tocar os instrumentos DVD Ravel, Dutilleux e Delage – Symphony Orchestra metais, e todos juntos para concluir”. buscam frequentemente uma deli- – Sir Simon Rattle, regente – Dutilleux é um dos raros compositores modernos fran- Mas, principalmente, pelo material cadeza sutil, impressionista. Do LSO Live – 2018 ceses que parece não romper nenhuma tradição, isso desenvolvido pelas “metáboles” do desejo de criar “obras que sejam porque ele seria, mais do que Messiaen, o continuador título, conforme explica o compositor: inteiras como as do passado e aber- PARA ASSISTIR da estética impressionista, herdeiro de Debussy, no “no plano formal, essas peças se imbri- tas e móveis como as do presente”, l´Orchestre National de intuito de desenvolver o gesto moderno. Se a obra de cam umas nas outras, apresentando o surge Métaboles, como testemunha – Daniele Gatti, Debussy distingue-se por fragmentar ou enriquecer a seguinte esquema: em cada uma delas, desses dois vetores de criação. regente | Acesse: fil.mg/dmetaboles tonalidade, em busca de uma estética da sonoridade, a figura inicial – melódica, rítmica ou Como defende Dutilleux: “pode-se Dutilleux parece prosseguir essa metamorfose con- harmônica – sofre uma sucessão de sempre tentar manter a substância

PARA LER tínua, fazendo a ligação entre a riqueza harmônica e transformações. A um certo estado sinfônica, libertando-se ao mesmo Nicolas Darbon (dir.) – tímbrica de Debussy e Ravel e aquela sistematizada de evolução – aproximadamente ao tempo da retórica tradicional”. Henri Dutilleux: entre le nos anos 1970 pelos franceses da corrente espectral. fim de cada peça – a deformação cristal et la nuée – Centre de No entanto, seguindo uma tradição de orquestrações é tanta que ela engendra uma nova LÚCIA CAMPOS documentation de la musique à francesa, sua obra é tecida em grandes formas figura e esta aparece em filigranas sob Professora da Universidade do Estado contemporaine, Paris – 2010 orquestrais, não muito numerosas, em torno das quais a trama sinfônica. Esta figura serve de Minas Gerais. Doutora pela École Pierre Gervasoni – gravitam peças de música de câmara. Há a procura de início à peça seguinte, e assim des Hautes Études en Sciences Sociales Henri Dutilleux – Actes Sud/ por sonoridades profundas, diáfanas, misteriosas. sucessivamente até a última peça”. (EHESS – Paris, França) Philharmonie de Paris – 2016 Última apresentação: 4 de julho/2013 Fabio Mechetti, regente Concerto para piano nº 3 em Dó maior, op. 26 Lilya Zilberstein, piano Sergei PROKOFIEVSONTSOVKA, UCRÂNIA, 1891 MOSCOU, RÚSSIA, 1953 1917/1921 27 MINUTOS

Após um aprendizado rigoroso no Conservatório de pensava com raiva fria nas maravi- Byron Janis com Kirill Kondrashin e São Petersburgo, em 1918 Sergei Prokofiev deixou a lhosas orquestras americanas que a Filarmônica de Moscou (Mercury, Rússia revolucionária para realizar uma extensa turnê não se ocupavam de minha música, 1962, Conservatório de Moscou); e pela América do Norte. O Concerto em Dó maior é nos críticos que repetiam mil vezes Julius Katchen, com István Kertész e a principal obra sinfônica dos quatro anos em que o que já fora dito – “Beethoven é a London Symphony (Decca, 1968).

INSTRUMENTAÇÃO ele viveu como um compositor “bolchevique” nos um compositor genial” – e rejeita- Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, Estados Unidos. As primeiras ideias datam de 1911. O vam violentamente as novidades, Prokofiev esteve onde estiveram 2 clarinetes, 2 fagotes, segundo movimento baseia-se num tema e variações nos empresários que organizavam as grandes reviravoltas da primeira 4 trompas, 2 trompetes, projetados em 1913 e integrados ao esboço geral no longas turnês para artistas que metade do século XX. A possibili- 3 trombones, tímpanos, decorrer de férias na Bretanha, em 1916. São desse interpretavam cinquenta vezes o dade de compor e ser executado percussão, cordas. período partes do primeiro movimento. E muito do mesmo programa de obras uni- determinou suas escolhas. O quanto

EDITORA allegro scherzando final provém de um quarteto de versalmente conhecidas. Eu havia sua arte ganhou ou perdeu com Boosey & Hawkes cordas abandonado em 1921, quando, de novo na chegado muito cedo [...]". elas é assunto para debate. O custo França, esses elementos se agregaram num conjunto. subjetivo do retorno à pátria emer- PARA OUVIR No segundo pós-guerra, a primeira giu em toda a sua crueza com a CD Byron Janis II – Great Ao estrear em Chicago em 16 de dezembro de 1921, com geração norte-americana de pia- publicação, em 2013, da tragédia Pianists of the 20th Century – o compositor ao piano e a Chicago Symphony sob a regên- nistas modernos – alunos de avós de Lina Prokofiev, esposa do com- vol. 51 – Moscow Philharmonic Orchestra – Kirill Kondrashin, cia de Frederick Stock, o opus 26 foi saudado como “o russos, de professores como Josef positor, no livro Lina e Serguei: o regente – Philips Classics – 1999 mais belo concerto moderno para piano”. Um mês depois, e Rosina Lhévinne, ou de uma pia- amor e as guerras de Lina Prokofiev, o autor executou-o com o amigo Albert Coates e a New nista texana com um Samaroff de de (professor de PARA ASSISTIR York Symphony em Manhattan. Recebido com frieza na fantasia no nome – legou-nos um história da música na Universidade London Symphony Orchestra – ilha, preso a empresários, Prokofiev via-se forçado a circu- conjunto assombroso de interpre- de Princeton). André Previn, regente – lar como intérprete de Schumann, Chopin e Rachmaninov, tações desse Concerto: William Martha Argerich, piano inserindo uma ou outra de suas composições como encore Kapell com Leopold Stokowski e Acesse: fil.mg/ppiano3 ao final dos concertos. Ele conta em suas memórias: a Philharmonic-Symphony (RCA, CARLOS PALOMBINI

PARA LER 1949, no Carnegie Hall, ao vivo); Musicólogo, professor da Escola de David Nice – Prokofiev, "Quando vagava nos parques enormes do centro de Van Cliburn com Walter Hendl e a Música da Universidade Federal de a Biography: from Russia Nova York a olhar os arranha-céus que os dominam, Chicago Symphony (RCA, 1960); Minas Gerais. to the West 1891–1935 – Yale University Press – 2003 Última apresentação: 1º de março/2012 Valsas nobres e sentimentais Fabio Mechetti, regente Maurice RAVELCIBOURE, FRANÇA, 1875 PARIS, FRANÇA, 1937 1911, ORQUESTRAÇÃO 1912 16 MINUTOS

Embora frequentemente se associe a obra, a pessoa e a De sua herança, através de Fauré (seu dotada de significado, o que levou o INSTRUMENTAÇÃO linguagem de Ravel a Claude Debussy, numa amálgama professor) e de um Romantismo francês próprio Debussy a declarar, antes de 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, “impressionista”, é de se marcar que a orientação estética agonizante, Ravel tira partido, relen- conhecer-lhe a autoria, que se tratava 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, do primeiro tem tamanha originalidade, que aponta para do-os com um toque de fina e velada de obra composta “pelo ouvido mais 3 trombones, tuba, tímpanos, caminhos da música do século XX cuja importância se ironia. La Valse, por exemplo, obra de refinado que jamais poderia ter existido”. percussão, 2 harpas, celesta, iguala talvez à do próprio Debussy. É quase inevitável – 1920, parece ser a metáfora da glória A versão orquestral, publicada em 1913, cordas. e, portanto, legítima – a comparação que habitualmente e destruição da Valsa Vienense, em seu foi feita com vistas a um balé intitulado se estabelece entre ambos, mas se muitos aspectos os significado não apenas musical, mas Adelaide, ou a linguagem das flores. EDITORA aproximam, muitos outros os separam. também simbólico e social. Kalmus Na ironia e no tratamento pessoal que Em Ravel pode-se observar um contínuo processo de Ravel teve em Schubert, para as Val- Ravel confere à valsa, na proposta de PARA OUVIR CD Maurice Ravel – The releitura. Ele parece tomar por desafio as formas e sas nobres e sentimentais, seu primeiro desintegração de um gênero que efetiva Piano concertos; Valses modelos antigos para retrabalhá-los, num processo de modelo. No entanto, não toma as valsas e simbolicamente já agonizava nas nobles et sentimentales – recriação e de estilização extremos, que o afasta de de Schubert como paradigmas, mas primeiras décadas do século XX, na Cleveland Orchestra – Pierre qualquer preceito escolástico ou formalista. É um cons- como exemplos de um gênero que ele harmonia francamente moderna, que o Boulez, regente – Deutsche trutor criterioso, que conhece a fundo o material com que ironiza e desconstrói. O modelo prin- afasta da tonalidade, na orquestração Grammophon – 1999 trabalha, e cujo preciosismo revela uma ciência precisa e cipal desse processo, porém, são as sempre original e surpreendente, as

Boston Symphony Orchestra – exata. Não deixa, porém, de ser original: todo o domínio valsas de Strauss e a valsa francesa Valsas nobres e sentimentais atestam Seiji Ozawa, regente da técnica e de seus materiais lhe dá a possibilidade de dos salões elegantes de Paris. Embora a importância de Ravel na música do Acesse: fil.mg/rnobresso transcender o previsível... Basta um relance de olhos o esquema rítmico da dança permaneça século XX e de novos caminhos que sobre seus caminhos no campo da orquestração para sempre vívido nas oito pequenas seções ela há de tomar. PARA ASSISTIR que se tenha uma amostragem disso. Também com as de que se constitui a obra de Ravel, o Hungarian National novas linguagens com que trava contato na Exposição que se percebe não é a onipresença da Extraído do texto de Philharmonic – Universal de Paris, Ravel assume atitude semelhante: a valsa, mas sua evocação. A harmonia é MOACYR LATERZA FILHO Pianista Zoltan Kocsis, regente Acesse: fil.mg/rnobreszk ele encantam o novo e o exótico, os modalismos orientais, a de um Ravel já totalmente vinculado e cravista, Doutor em Literaturas de Língua a liberdade melódica e harmônica do jazz. Acessível aos ao século XX, que não tem medo de Portuguesa pela PUC Minas, professor na

PARA LER novos elementos, mas sem ideias preconcebidas, neles libertar a dissonância e que dela não Universidade do Estado de Minas Gerais e Igor Stravinski e Robert Craft – encontra caminhos para manter-se original. faz apenas colorido, mas sonoridade na Fundação de Educação Artística. Conversas com Igor Stravinski – Perspectiva – 1984 Última apresentação: 5 de julho/2012 La Valse Fabio Mechetti, regente Maurice RAVELCIBOURE, FRANÇA, 1875 PARIS, FRANÇA, 1937 1919/1920 13 MINUTOS

Ravel tem seu nome indissoluvelmente ligado à dança. Ela audição ativa e uma atenção por vezes Impossível não lembrar, nesse mo- aparece, na obra do compositor, a evocar os mais diversos difusa em passagens nas quais, em mento, a nota de programa anexada sentimentos e estados de espírito. A valsa sempre atraiu, vez de temas, o compositor emprega à partitura original: “Nuvens turbi- de modo especial, a atenção de Ravel, e as oito Valses breves motivos melódicos, às vezes lhonantes deixam entrever, através nobles et sentimentales, para citar apenas um exemplo, com relevo apenas no aspecto rít- de frestas de luz, pares de valsistas. conheceram o percurso da versão para piano à realização mico. Longe do melodismo de tantas Elas se dissipam pouco a pouco: dis-

INSTRUMENTAÇÃO orquestral; esta, aliás, visando à realização coreográfica. outras obras do compositor, encon- tingue-se uma imensa sala ocupada Piccolo, 3 flautas, 3 oboés, tramo-nos, já nos compassos iniciais, por uma multidão rodopiante". corne inglês, 2 clarinetes, A composição do Poema Coreográfico La Valse teve diante de uma ambientação criada clarone, 2 fagotes, contrafagote, um percurso peculiar. Desde 1906, Ravel acalentava pelos acordes de contrabaixos, em Vale lembrar que apenas uma pas- 4 trompas, 2 trompetes, a ideia de homenagear o célebre compositor vienense tremolo e pontuações rítmicas com sagem inicial de La Valse foi objeto 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, 2 harpas, celesta, Johann Strauss. A eclosão da Primeira Guerra Mundial cordas de contrabaixos pinçadas, em dessa descrição. Em longo percurso, cordas. interrompeu o trabalho, retomado em 1919 quando pizzicati, associadas a tímpano e har- temas se sucedem sob nova roupa- Diaghilev, diretor dos , convenceu o pa. Dessa atmosfera emergem frag- gem, com transformações tímbricas, EDITORA compositor a transformar o projeto: ao ouvir La Valse mentos melódicos, entregues aos dinâmicas, em contraponto com um Durand em versão para piano a quatro mãos – apresentada, fagotes, e o clima soturno é atraves- tecido orquestral complexo. em 1920, por Ravel e Alfredo Casella –, Diaghilev teria sado por certa luminosidade, nascida PARA OUVIR dito tratar-se de uma obra-prima, porém inadequada dos tremolos de violas e violinos, e La Valse é uma obra perturbadora, CD Ravel – Orchestre Symphonique de Montréal – para versão coreográfica: era “apenas a pintura de um dos glissandos de harpa. Fragmentos que integra, de forma orgânica, uma Charles Dutoit, regente – balé”. A estreia da obra se deu em 12 de dezembro melódicos, derivados das intervenções paleta de muitos matizes. Surpreende Decca – 1999 de 1920, como peça de concerto, e La Valse teve que iniciais dos fagotes, ganham cores e desvela, de forma dramática, como aguardar nove anos até que, graças aos esforços de variadas ao se expandirem para os “um turbilhão fantástico e fatal”, seu PARA ASSISTIR Ida Rubinstein (célebre bailarina e atriz russa), a Ópera sopros, e cabe ao naipe das violas a turbulento momento histórico. Vai muito Orchestra Philharmonique de Paris apresentou a primeira coreografia. primeira e, ainda assim contida, expan- além do salão e dos limites da dança. de Radio France – Myung- são temática. Quando uma melodia Whun Chung, regente Acesse: fil.mg/rvalse Em La Valse, Ravel desmente, com ênfase, alguns epíte- ganha corpo, agora entregue aos vio- Extraído do texto de tos associados ao seu nome: “relojoeiro da orquestra”, linos, secundados por violas e vio- OILIAM LANNA Compositor, professor

PARA LER clássico, calculista... Esse Poema Coreográfico é todo loncelos, estamos diante de um dos da Escola de Música da Universidade Roland de Candé – História fantasia, emoção, arrebatamento. La Valse pede uma crescendos arrebatadores de La Valse. Federal de Minas Gerais. Universal da Música – volume 2 – Editora Martins Fontes – 1994 Diretor Artístico e Regente Titular Oscip — Organização da Sociedade Civil de Interesse Público ORQUESTRA FABIO MECHETTI INSTITUTO Lei 14.870 / Dez 2003 Regente Associado FILARMÔNICA DE CULTURAL OS — Organização Social MINAS GERAIS MARCOS ARAKAKI FILARMÔNICA Lei 23.081 / Ago 2018

PRIMEIROS VIOLINOS Mikhail Bugaev FAGOTES HARPAS CONSELHO EQUIPE TÉCNICA EQUIPE Mensageiro Leonidas Cáceres – Nathan Medina Catherine Carignan * Clémence Boinot * ADMINISTRATIVO Gerente de ADMINISTRATIVA Douglas Conrado Spalla convidado Victor Morais*** Jennifer Campbell **** Presidente Emérito Comunicação Gerente Rommel Fernandes – VIOLONCELOS Francisco Silva Jacques Schwartzman Merrina Godinho Administrativo- Jovem Aprendiz Spalla associado Philip Hansen * Romeu Rabelo **** TECLADOS Delgado financeira Sunamita Souza Ara Harutyunyan – Robson Fonseca *** Ayumi Shigeta * Presidente Ana Lúcia Carvalho Spalla assistente Camila Pacífico TROMPAS Roberto Mário Gerente de SALA MINAS GERAIS Ana Paula Schmidt Camilla Ribeiro Alma Maria Liebrecht * Gonçalves Soares Filho Produção Musical Gerente Contábil Gerente de Ana Zivkovic Eduardo Swerts Evgueni Gerassimov *** Claudia da Silva Graziela Coelho Infraestrutura Arthur Vieira Terto Emília Neves Gustavo Trindade GERENTE Conselheiros Guimarães Renato Bretas Joanna Bello Lina Radovanovic José Francisco dos Santos Jussan Fernandes Angela Gutierrez Gerente de Laura von Atzingen Lucas Barros Lucas Filho Arquimedes Brandão Assessora de Recursos Humanos Gerente de Operações Luis Andrés Moncada William Neres Fabio Ogata INSPETORA Berenice Menegale Programação Musical Quézia Macedo Silva Jorge Correia Roberta Arruda Karolina Lima Bruno Volpini Gabriela de Souza Rodrigo Bustamante CONTRABAIXOS TROMPETES Celina Szrvinsk Analistas Técnicos de Áudio Rodrigo M. Braga Nilson Bellotto * Marlon Humphreys -Lima * ASSISTENTE Fernando de Almeida Produtor Administrativos e de Iluminação Rodrigo de Oliveira André Geiger *** Érico Fonseca ** ADMINISTRATIVO Iran Almeida Pordeus Luis Otávio Rezende João Paulo de Oliveira Daniel Hazan Wesley Prates Marcelo Cunha Daniel Leal *** Risbleiz Aguiar Ítalo Gaetani Letícia Cabral Diano Carvalho Marcos Lemes Tássio Furtado Marco Antônio Pepino Analistas de SEGUNDOS VIOLINOS Pablo Guiñez ARQUIVISTA Mauricio Freire Comunicação Secretária Executiva Assistente Operacional Frank Haemmer * Rossini Parucci TROMBONES Ana Lúcia Kobayashi Octávio Elísio Carolina Moraes Santana Flaviana Mendes Rodrigo Brandão Hyu-Kyung Jung *** Walace Mariano Mark John Mulley * Sérgio Pena Fernando Dornas Gideôni Loamir Diego Ribeiro ** ASSISTENTES Lívia Aguiar Assistente Jovana Trifunovic FLAUTAS Wagner Mayer *** Claudio Starlino DIRETORIA EXECUTIVA Renata Romeiro Administrativa Luka Milanovic Cássia Lima * Renato Lisboa Jônatas Reis Diretor Presidente Cristiane Reis FORTISSIMO Martha Pacífico Renata Xavier *** Diomar Silveira Analistas de Outubro nº 19 / 2019 Matheus Braga Alexandre Braga TUBAS SUPERVISOR DE Marketing Assistente de ISSN 2357-7258 Radmila Bocev Elena Suchkova Eleilton Cruz * MONTAGEM Diretor Eventos — Lívia Brito Recursos Humanos Editora Merrina Rodolfo Toffolo Rafael Mendes **** Rodrigo Castro Administrativo- Projetos — Lilian Sette Jessica Nascimento Godinho Delgado Tiago Ellwanger OBOÉS financeiro Relacionamento — Edição de texto Valentina Gostilovitch Alexandre Barros * TÍMPANOS MONTADORES Joaquim Barreto Itamara Kelly Recepcionistas Berenice Menegale Públio Silva *** Patricio Hernández Hélio Sardinha Meire Gonçalves Capa Detalhe de VIOLAS Israel Muniz Pradenas * Klênio Carvalho Diretor de Assistente de Vivian Figueiredo The Fifer – Pintura de João Carlos Ferreira * Maria Fernanda Gonçalves Comunicação Marketing e Édouard Manet Roberto Papi *** PERCUSSÃO Agenor Carvalho Relacionamento Auxiliar Contábil Flávia Motta CLARINETES Rafael Alberto * Henrique Campos Pedro Almeida O Fortissimo está Gerry Varona Marcus Julius Lander * Daniel Lemos *** Diretora de indexado aos sistemas Gilberto Paganini Jonatas Bueno *** Sérgio Aluotto Marketing e Projetos Assistente Auxiliar nacionais e internacionais Katarzyna Druzd Ney Franco Werner Silveira Zilka Caribé de Produção Administrativa de pesquisa. Você pode Luciano Gatelli Alexandre Silva José Henrique Viana **** Rildo Lopez Geovana Benicio acessá-lo também Marcelo Nébias Diretor de Operações em nosso site. Ivar Siewers Auxiliar Auxiliares de de Produção Serviços Gerais Este programa foi Jeferson Silva Ailda Conceição impresso em papel doado * principal ** principal associado *** principal assistente **** musicista convidado (a) Rose Mary de Castro pela Resma Papéis. NO CONCERTO SUA FAZ A DOAÇÃO Cuide da Sala Seja pontual. DIFERENÇA Minas Gerais. Traga seu ingresso ou Não coma ou beba. Hoje temos Amigos que fazem cartão de assinante. a diferença na vida de milhares de crianças e jovens ao Desligue o celular Deixe para aplaudir possibilitar cada vez mais o (som e luz). ao fim de cada obra. acesso ao universo sinfônico.

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31 out e 1 nov, 20h30 ALLEGRO E VIVACE

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16 nov, 18h FORA DE SÉRIE / MÚSICA E LITERATURA

24 nov, 11h CONCERTOS PARA A JUVENTUDE

28 e 29 nov, 20h30 PRESTO E VELOCE

5 e 6 dez, 20h30 ALLEGRO E VIVACE

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