Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos - PMGIRS

Padre Carvalho - MG

2019

PREFEITURA MUNICIPAL DE PADRE CARVALHO Prefeito – José Nilson Bispo de Sá

SECRETARIA MUNICIPAL DE OBRAS PÚBLICAS ASS. URB. Secretário - José Ferreira Guimarães

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE Secretária - Fabiana Félix da Silva

SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE Secretário - Genildo Guimarães Santos

EQUIPE DE APOIO TÉCNICO Alexia Malveira da Silva – Engenheira Ambiental e de Segurança do Trabalho Dinilto Pereira da Costa – Procurador Jurídico

RESPONSABILIDADE TÉCNICA PELA ELABORAÇÃO DO PLANO Thiago Barbosa e Oliveira – Engenheiro Ambiental e de Segurança do Trabalho

EMPRESA RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO PLANO Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Ambiental Sustentável do Norte de Minas – CODANORTE

Rua Dr. Santos, nº 362, sala 5 – Centro. – MG CEP: 39.400-001 Email: [email protected] Tel: (38) 3215-3644

APRESENTAÇÃO

O Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos de Padre Carvalho (PMGIRS) visa atender a legislação Federal pertinente à gestão municipal dos resíduos sólido. Este Plano é fruto da gestão compartilhada efetivada pela parceria entre as Secretarias Municipais, em especial a Secretaria de Obras Públicas, de Meio Ambiente e de Saúde. O Gerenciamento Integrado do Sistema de Limpeza Pública Urbana é, em síntese, produto do envolvimento de diferentes órgãos da administração pública e da sociedade civil com o propósito de realizar a limpeza pública urbana, a coleta, o tratamento e a disposição final do lixo, elevando assim, a qualidade de vida da população e promovendo o asseio da cidade. Para tanto, são considerados as características das fontes de produção, o volume os tipos de resíduos, as características sociais, culturais e econômicas dos cidadãos e as peculiaridades demográficas, climáticas e urbanísticas locais. As ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que envolvem a questão devem se processar de modo articulado, segundo a visão de que todas as ações e operações envolvidas estão interligadas, comprometidas entre si. Muito além das atividades operacionais, o Gerenciamento Integrado do Sistema de Limpeza Pública Urbana destaca a importância de levar em consideração as questões econômicas e sociais envolvidas no cenário da limpeza pública urbana e, para tanto, as políticas públicas – locais ou não – que possam estar associadas ao gerenciamento dos resíduos, sejam elas na área de saúde, trabalho e renda, planejamento urbano, dentre outras. Em geral, diferentemente do conceito de gerenciamento integrado, os municípios costumam tratar o “lixo” produzido na cidade apenas como um material não desejado, a ser recolhido, transportado, podendo, no máximo, receber algum tratamento manual ou mecânico para ser finalmente disposto em aterros. Trata-se de uma visão distorcida em relação ao foco da questão social, encarando o “lixo” mais como um desafio técnico no qual se deseja receita política que aponte eficiência operacional e equipamentos especializados. De acordo com o Manual de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos, publicado pelo IBAM, 2001.

O Gerenciamento Integrado do Sistema de Limpeza Pública Urbana focaliza com mais nitidez os objetivos importantes da questão, que é a elevação da urbanidade em um contexto mais nobre para a vivência da população, onde haja manifestações de afeto à cidade e participação efetiva da comunidade no sistema, sensibilizada a não sujar as ruas, a reduzir o descarte, a reaproveitar os materiais e reciclá-los antes de encaminhá-los ao lixo.

O Gerenciamento Integrado do Sistema de Limpeza Pública Urbana preconiza programas de limpeza urbana, enfocando meios para que sejam obtidos a máxima redução da produção de lixo, o máximo reaproveitamento e reciclagem de materiais e, ainda, a disposição dos resíduos de forma mais sanitária e ambientalmente adequada, abrangendo toda a população e a universalidade dos serviços. Essas atitudes contribuem significativamente para a redução dos custos operacionais, bem como colaborar para uma gestão sustentável e para o bem-estar da população. O Gerenciamento Integrado do Sistema de Limpeza Pública Urbana, portanto, implica em uma busca contínua de parceiros, especialmente junto às lideranças da sociedade e das entidades importantes na comunidade, para comporem o sistema. Faz-se necessário, ainda, identificar as alternativas tecnológicas para reduzir os impactos ambientais decorrentes da geração de resíduos, ao atendimento das aspirações sociais e aos aportes econômicos que possam sustentá-lo. Políticas, sistemas e arranjos de parceria diferenciados deverão ser articulados para tratar de forma específica os resíduos recicláveis, tais como o papel, metais, vidros e plásticos; resíduos orgânicos, passíveis de serem transformados em composto orgânico, para enriquecer o solo agrícola; entulho de obras, decorrentes de sobra de materiais de construção e demolição, e finalmente os resíduos provenientes de estabelecimentos que tratam da saúde. Esses materiais devem ser separados na fonte de produção pelos respectivos geradores, e daí seguir passos específicos para remoção, coleta, transporte, tratamento e destino correto. Consequentemente, os geradores têm de ser envolvidos, de uma forma ou de outra, para se integrarem à gestão de todo o sistema. Finalmente, o Gerenciamento Integrado do Sistema de Limpeza Pública Urbana revela-se com a atuação de subsistemas específicos que demandam instalações, equipamentos, pessoal especializado e tecnologia, não somente disponíveis na Prefeitura, mas oferecidos pelos demais agentes envolvidos na gestão, entre os quais se enquadram:

 A população, empenhada na separação e acondicionamento diferenciado dos materiais recicláveis em casa;  Os grandes geradores, responsáveis pelos próprios rejeitos;  Os catadores, organizados em associações/cooperativas, capazes de atender à coleta de recicláveis oferecidos pela população e comercializá-los junto às fontes de beneficiamento;  Os estabelecimentos que tratam da saúde, tornando-os inertes ou oferecidos à

coleta diferenciada, quando isso for imprescindível;  A Prefeitura, através de seus agentes, instituições e empresas contratadas, que por meio de acordos, convênios e parcerias exercem, é claro, papel protagonista no Gerenciamento Integrado dos Resíduos Sólidos Urbanos.

Na etapa de diagnóstico foram avaliados o estágio atual da gestão dos serviços e seus benefícios, bem como suas deficiências e causas, em particular as relacionadas à regularidade e organização jurídico-institucional, a situação da oferta e do nível de atendimento, as condições de acesso, a qualidade da prestação, bem como os seus impactos para a sociedade, refletidos nos aspectos socioeconômicos e no quadro epidemiológico de saúde da população. Neste sentido foram tratados, particularmente, os aspectos relativos à organização ou adequação da estrutura municipal para o planejamento, à prestação, regulação, fiscalização e controle social da gestão dos serviços públicos de manejo de resíduos sólidos do Município de Padre Carvalho. Na formulação dos programas, projetos e ações, além da correlação com os objetivos e metas traçadas, integra também os prognósticos a definição de ações para emergências e contingências.

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...... 7 1.1 Conteúdo...... 9

2 OBJETIVOS...... 9 2.1 Objetivo Geral...... 9

2.2 Objetivos Específicos...... 9

3 METODOLOGIA...... 10 4 ASPECTOS LEGAIS...... 11 4.1 Federal...... 11

4.2 Estadual...... 13

4.3 Municipal...... 13

5 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO...... 15 5.1 Histórico...... 15

5.2 Bacia Hidrográfica...... 16

6 ASPECTOS ANTRÓPICOS...... 17 6.1 Diagnóstico sócio econômico municipal...... 17

6.2 Caracterização Demográfica...... 17

7 PLANO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL...... 19 7.1 Introdução...... 19

7.2 Objetivos Gerais do Plano de Mobilização Social...... 20

7.3 Objetivos Específicos do Plano de Mobilização Social...... 20

8 GRUPOS DE TRABALHO...... 21 8.1 Fluxograma geral do PMS e PGIRS...... 29

9 METODOLOGIA PARA MOBILIZAÇÃO SOCIAL...... 29 10 EXECUÇÃO DO PLANO PMS - REUNIÕES DO DIAGNÓSTICO...... 31 10.1 Reuniões de Apresentação e Discussão do Diagnóstico...... 34

10.2 Conferência Pública...... 37

11 DADOS GERAIS DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS...... 38 12 DIAGNÓSTICO DA LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE PADRE CARVALHO...... 55

12.1 Coleta Convencional e Acondicionamento...... 56

13 CONSIDERAÇÕES...... 75 14 PROGNÓSTICOS PARA A GESTÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS...... 75 15 PROGRAMAS PROJETOS E AÇÕES...... 99 16 OBJETIVO DOS PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES...... 100 17 OBJETIVOS, METAS E PROGRAMAS ESPECÍFICOS DO PGIRS...... 108 18 PLANO DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA...... 114 19 DIVULGAÇÃO DO PGIRS NO MUNICÍPIO...... 121 20 DIRETRIZES PARA REVISÃO DO PGIRS...... 123

APÊNCIE A – Tabelas de programas, projetos e ações, custos e possíveis financiamentos..125

1 INTRODUÇÃO

De acordo com o artigo 30, inciso V, da Constituição Federal (1988), a limpeza pública é de responsabilidade do município, compreendendo desde o acondicionamento ao destino final. Os sistemas de limpeza urbana são elementos essenciais ao planejamento urbano, à proteção e conservação do meio ambiente e, acima de tudo, à garantia de uma qualidade de vida satisfatória à população. Nesse contexto levanta-se a necessidade de um sistema eficiente de gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos que garanta a qualidade de vida da sociedade e do meio ambiente. Buscando mitigar os impactos decorrentes da gestão inadequada e transformar o atual cenário dos resíduos sólidos, dois grandes marcos na legislação brasileira foram estabelecidos, a Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para a Política Nacional de Saneamento Básico - PNSB e a Lei 12.305, de 02 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS. A lei nº 11.445 veio resgatar e fortalecer o processo de planejamento do setor de saneamento, estabelecendo a obrigatoriedade da elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico – PMSB, os quais têm por objetivo estabelecer condições para a prestação dos serviços de cada um dos componentes de saneamento básico, definindo os objetivos e metas para a universalização do acesso da população aos serviços públicos (BRASIL, 2012). A lei 12.305/2010 em seu Art. 18 determina a elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos - PMGIRS como condição para os municípios terem acesso a recursos da União, e que o mesmo poderá ser inserido no PMSB como indicado no Art. 54 do Decreto 7.404/2010 que regulamenta a referida Lei. Um Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (PGIRS) é uma ferramenta importante nos municípios para se trazer melhorias ao sistema de limpeza urbana e efetuar a implementação da gestão integrada, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável. Diante do exposto, o PMGIRS de Padre Carvalho-MG objetiva consolidar a gestão integrada dos resíduos sólidos de forma a atender à PNRS, por meio do planejamento da gestão administrativa e operacional a curto, médio e longo prazo, possibilitando identificar as lacunas e dificuldades do gerenciamento atual, analisar a viabilidade de programas de

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coleta seletiva, delinear as atividades em todas as etapas do manejo dos resíduos, além de determinar a tecnologia de tratamento e de disposição final mais adequada à realidade local.

1.1 Conteúdo

O PMGIRS de Padre Carvalho apresenta o diagnóstico situacional, os objetivos e as metas de curto, médio e longo prazo para a universalização; os programas, projetos e ações necessários para alcançá-la; as ações de emergência e contingência; além dos mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas para atendimento ao que dispõe a Lei Federal nº 11.445/2007 e a Lei Federal nº 12.305/2010. O horizonte deste PGRS será de 20 (vinte) anos, contados a partir da data de publicação em audiência pública, além da publicação em quadro de avisos da Prefeitura Municipal e, ainda, da aprovação do legislativo na Câmara Municipal do município de Padre Carvalho. As revisões periódicas, não poderão ultrapassar 04 (quatro) anos.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O presente documento tem como objetivo apresentar o Plano De Gerenciamento Integrado De Resíduos Sólidos Do Município De Padre Carvalho. A elaboração do PGIRS é objeto do Contrato 001/2018 entre a Prefeitura Municipal de Padre Carvalho e o Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Ambiental Sustentável do Norte de Minas - CODANORTE, que prevê a entrega do PMGRS. O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Município de Padre Carvalho objetiva mitigar os impactos decorrentes dos resíduos sólidos, buscado de forma estruturada a consolidação e universalização dos serviços. Preconizando acabar com o manejo inadequado, por meio da não-geração, da redução, da reutilização, do tratamento e da disposição ambientalmente adequada dos rejeitos.

2.2 Objetivos Específicos

 Atender a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei 12.305 de 2010; 9

 Diagnosticar os serviços públicos de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos existentes no Município;  Estabelecer diretrizes, estratégias, programas, planos, projetos, ações e metas, visando uma gestão integrada com todos os agentes econômicos e sociais do município, estado e a união.

3 METODOLOGIA

Este plano foi elaborado com a cooperação de funcionários do município que contribuiram com informações para formulação de políticas públicas. O diagnóstico é resultante de informações fornecidas pelos órgãos envolvidos, visitas in locu, aplicação de questionários e audiências públicas. A aplicação do questionário permitiu levantar informações sobre o destino dado aos resíduos sólidos gerados, sobre a existência de legislação e programas de educação ambiental, número de funcionários, frequência, dias e horários da coleta e características dos veículos coletores dentre outras informações constantes no corpo do trabalho. Permitiu, ainda, o apontamento das principais dificuldades, necessidades e expectativas da população de concretização das políticas públicas propostas. Como forma de aferir as informações realizou-se o acompanhamento da gestão dos RS, bem como da varrição e das etapas de manejo, analisando-se os locais de geração e as práticas, o que possibilitou não somente a análise dos dados, mas a pertinência das práticas executadas. A elaboração do prognóstico foi subsidiada pelas informações constantes no diagnostico técnico-participativo. Foram utilizadas, ainda, as ferramentas SWOT (FOFA), montagem de cenários, projeção demográfica e projeção de demandas dos serviços de saneamento, com base na contribuição/consumo per capita. Com base nas necessidades apontadas no prognóstico, evidenciou-se os programas existentes e os programas a serem implementados, além da determinação de projetos e respectivas ações para o cumprimento das metas estabelecidas no Cenário Desejado, visando soluções práticas, buscando alcançar os objetivos traçados com o crescimento econômico, a sustentabilidade ambiental e a equidade social. Posteriormente, elaborou-se o plano de emergência e contingência, no qual constam as mediadas de controle, as quais visam à redução ou eliminação dos possíveis riscos aos

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usuários e ao meio ambiente. Determinou-se o caminho a ser adotado para execução dos programas, projetos e ações a serem mantidos e implantados no PGIRS. A programação da implantação dos Programas, Projetos e Ações foi desenvolvida considerando metas em horizontes temporais distintos:

· Imediatos ou emergenciais (até 3 anos);

· Curto Prazo (entre 4 a 8 anos);

· Médio Prazo (entre 9 a 12 anos);

· Longo Prazo (entre 13 a 20 anos).

O Plano de execução contemplou a estimativa de custos, as fontes de recursos e os responsáveis pela execução dos programas, projetos e ações traçados ao longo do horizonte de planejamento (APÊNDICE A).

4 ASPECTOS LEGAIS

4.1 Federal

A Lei Federal nº 11.445/2007, conhecida como a Lei Nacional de Saneamento Básico (LNSB), regulamentada pelo Decreto Federal nº 7.217/2010, estabelece, entre seus princípios fundamentais, a universalização e a integralidade da prestação dos serviços (art. 2º). A universalização é conceituada como a ampliação progressiva do acesso de todos os domicílios ocupados ao saneamento básico. Já a integralidade é compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso aos mesmos em conformidade com suas necessidades e maximizando a eficácia das suas ações e resultados. Desta forma, estabelece-se a premissa de investimentos contínuos, de modo a alcançar o acesso universal e a oferta integral aos serviços de saneamento básico, em conformidade com o contexto local da população atendida. Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10) e Decreto Federal nº 11

7404/2010, que tem por princípio norteador a responsabilidade compartilhada entre o Poder Público, as empresas e a sociedade civil, impulsionando o retorno dos produtos às indústrias após o consumo, através da chamada Logística Reversa e também a implantação da Coleta Seletiva. O PGIRS deve ser elaborado pelo gerador dos resíduos e de acordo com os critérios estabelecidos pelos órgãos de meio ambiente e sanitário federal, estaduais e municipais. Gerenciar os resíduos sólidos de forma adequada significa:

 Manter o município limpo por um sistema de coleta seletiva e transporte adequado, tratando o resíduo sólido com tecnologias compatíveis com a realidade local;  Garantir o destino ambiental correto e seguro para o resíduo sólido;  Manter a conscientização da população para separar materiais recicláveis;  Catadores de materiais recicláveis organizados em cooperativas e/ou associações, adequados a atender à coleta do material oferecido pela população e comercializá- lo junto às Fontes de beneficiamento.

Portanto, a política pública de Resíduos Sólidos do município de Padre Carvalho deve ser formulada visando, a universalização e a integralidade da prestação dos serviços, tendo o Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (PGIRS) como instrumento de definição de diretrizes e estratégias. O art. 11 da LNSB coloca a existência do PMSB como condição necessária à validade do contrato de prestação dos serviços públicos de saneamento entre titular e prestador dos serviços. Estes contratos são dispositivos legais, onde o titular dos serviços públicos (no caso, o município de Padre Carvalho) pode delegar tais serviços a prestadores, por tempo determinado, para fins de exploração, ampliação e implantação. Outro requisito exigido pelo art.11 da LNSB é a existência de estudo de viabilidade econômico-financeira da prestação universal e integral dos serviços em conformidade com o respectivo plano, de forma a garantir a sustentabilidade econômico- financeira dos serviços prestados em regime de eficiência. A Lei Federal nº 12.305/2010 institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e estabelece entre seus princípios norteadores a visão sistêmica, envolvendo diversas variáveis, como ambiental, social, econômica e de saúde pública. Em seu art. 9º a lei supracitada dispõe sobre diretrizes da gestão e do gerenciamento

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dos resíduos sólidos e traz, em ordem de prioridade, as seguintes ações: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final dos rejeitos de modo ambientalmente adequado. Entre os objetivos basilares da LNRS, tem-se a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental. A saber, o art. 10 incumbe ao município à gestão dos resíduos gerados em seu território; o art. 8º incentiva a adoção de consórcios entre entes federados para elevar a escala de aproveitamento e reduzir custos como instrumentos da política de resíduos sólidos; e o art. 45 estabelece prioridade, na obtenção de incentivos do governo federal, aos consórcios públicos constituídos para viabilizar a descentralização e a prestação dos serviços relacionados aos resíduos. Quanto à disposição final dos resíduos a céu aberto (lixões), excetuando-se os derivados de mineração, a PNRS proíbe esta prática, em seu art. 47. Define ainda, prazo para a extinção dos lixões, observando o ano de 2014 como prazo limite para implantação da disposição final ambientalmente adequada dos resíduos.

4.2 Estadual

A Lei 18.031 de 2009 dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos de . Em uma estrutura semelhante à política nacional a Lei 18.031 apresenta seus princípios, diretrizes, objetivos, instrumentos a serem observados por todos que desenvolvam ações, direta ou indiretamente, relacionadas à geração e gestão dos resíduos sólidos, com exceção dos resíduos radioativos, que são regidos por legislação específica. A Política Estadual dos Resíduos Sólidos objetiva fomentar o manejo adequado dos resíduos sólidos, proteção ambiental, preservação da saúde pública, inclusão social dos catadores, estimular tanto a busca por soluções intermunicipais e regionais, quando por novas tecnologias e processos ambientalmente adequados para a gestão integrada dos resíduos sólidos. Os princípios dessa lei são: a não geração, a prevenção da geração, a redução da geração, a reutilização e reaproveitamento, a reciclagem, o tratamento, a destinação ambientalmente adequada e a valorização dos resíduos sólidos.

4.3 Municipal

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O Município de Padre Carvalho não dispõe de Lei Municipal sobre Resíduos Sólidos, devendo para tanto criar uma lei específica para os mesmos. A Lei orgânica do Município de Padre Carvalho disposta na resolução nº 05 de 26 de novembro de 2002, estabelece em sua seção VI do meio ambiente parágrafo 1º que um dos objetivos prioritários do município é:

I- Promover a educação ambiental em forma de disciplina própria e/ou multidisciplinar em todos os níveis nas escolas municipais; II- Disseminar as informações necessárias ao desenvolvimento da consciência critica da população para a preservação do meio ambiente; III- Assegurar o livre acesso as informações ambientais básicas e divulgar, sistematicamente, os níveis de poluição e de qualidade do meio ambiente no município; IV- Prevenir e controlar a poluição, a erosão o assoreamento e outras formas de degradação ambiental;

V- Preservar as florestas, a fauna e a flora, inclusive controlando a extração, captura, produção, comercialização, transporte e consumo de suas espécimes (qualquer exemplar/unidade de um ser vivo) e subprodutos, vedadas as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem extinção de espécies ou submetem os animais a crueldade; VI- Criar parques, reservas, estações ecológicas e outras unidades de conservação, mantê-los sob proteção e dotá-los de infra-estrutura indispensável às suas finalidades; VII- Estimular e promover o reflorestamento com espécies nativas, objetivando especialmente a proteção de encostas e os recursos hídricos; VIII- Fiscalizar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que importem riscos para a vida, qualidade de vida e o meio ambiente bem como o transporte o armazenamento dessas substâncias no território municipal; IX- Registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direito de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais; X- Sujeitar a prévia anuência do órgão municipal encarregado da política ambiental o licenciamento para início, ampliação ou desenvolvimento de atividades,

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construção ou reforma de instalações capazes de causar degradação do meio ambiente sem prejuízos de outras exigências legais; XI- Promover a implantação de horto destinado a recomposição da flora nativa e a produção de espécies diversas, destinadas a arborização dos logradouros públicos; XII- Promover ampla arborização dos logradouros públicos de área urbana, bem como a reposição das espécies em processo de deterioração ou morte.

No parágrafo II do art. 133 da lei orgânica municipal, fica claro que é vedado em todo o território o armazenamento e a eliminação inadequada de resíduo tóxico. A lei orgânica municipal é datada de 2002 e está desatualizada. Ressalta-se urgência de revisão e atualização da mesma, e criação de novas leis que contemplem os aspectos levantados neste plano. O Plano Plurianual (PPA) do Município para o quadriênio 2018-2021, disposto na Lei Municipal nº 338 de 04 de setembro de 2017, dispõe para este período que: Serão gastos com serviços e equipamentos para a limpeza pública R$ 621.000,00 (seiscentos e vinte e um mil reías), com o objetivo da realização contínua dos serviços de limpeza urbana assegurando prestação de serviços com qualidade, regularidade e mínimo impacto ambiental, além de promover campanhas educacionais voltadas para a melhoria dos serviços.

5 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO

5.1 Histórico

O distrito de Padre Carvalho foi criado pela Lei Estadual n° 2.764, de 30-12-1962, subordinado ao município de Grão Mogol. Passou para categoria de município pela Lei Estadual n° 12.030, de 21-12-1995, sendo assim desmembrado da cidade de Grão Mogol. Localiza-se na mesorregião geográfica do norte de Minas Gerais e microrregião geográfica de Grão Mogol. Apresentando um clima tropical com diminuição de chuvas no inverno e temperatura média anual de 22.7°. Padre Carvalho faz divisa com as seguintes cidades no estado de Minas Gerais: Fruta de Leite, Grão Mogol, Josenópolis e . O município se encontra no nordeste de Minas

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Gerais como mostra na Figura 1. Figura 1 – Mapa de Localização

Fonte: IBGE

A região apresenta uma área de unidade territorial de 446,326 km², com população de 5.834 habitantes (último censo IBGE), sendo 3.462 e 2.372 habitantes na área urbana e na área rural respectivamente. Apresenta densidade demográfica de 13,07 hab/km². A população estimada em 2018 é de 6.332 habitantes. Segundo o IBGE apresentou uma taxa de crescimento 8,53% no período de 2000 a 2018. Dista a 610,9 km da capital do estado e 63,3 km de Salinas, que é a maior cidade da redondeza.

5.2 Bacia Hidrográfica

O município de Padre Carvalho localiza-se na Unidade Hidrográfica da Bacia do Alto Rio . Tendo o Córrego Marianópolis passando dentro do município, sendo sujeito à destinação de qualquer resíduo sólido da região, que por sua vez não tenha a disposição ou destinação correta, prejudicando o manancial. A Bacia Hidrográfica é situada no vale do Jequitinhonha e norte de Minas Gerais, Abrange uma área de drenagem de 19.803 km ², apresenta um clima considerado semi- úmido, com período seco durando entre quatro e cinco meses por ano, situando-se a disponibilidade hídrica entre 2 e 10 litros por segundo por quilômetro quadrado. (FIGURA 2).

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Figura 2 – Bacia Hidrográfica

Fonte: IGAM, 2019.

6 ASPECTOS ANTRÓPICOS

6.1 Diagnóstico sócio econômico municipal

Segundo o IBGE (2010), o IDH-M do município de Padre Carvalho é de 0,599. Este valor coloca o município em posição média, ou seja, de baixo desenvolvimento humano, ocupando a 629° posição, em relação aos 853 municípios de Minas Gerais e a 3.892° em relação aos 5.570 municípios brasileiros. Ressalta-se que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD classifica como “baixo desenvolvimento humano” a faixa de IDH-M compreendida entre 0,5 e 0,59.

6.2 Caracterização Demográfica

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O município de Padre Carvalho apresenta, de acordo com o IBGE, uma evolução populacional semelhante à da maioria dos municípios brasileiros, ou seja, diminuição gradativa do número de habitantes na área rural e consequente maior concentração populacional nas áreas urbanas. Tal cenário é reflexo do processo gradativo de urbanização ocorrido no Brasil nas últimas décadas. A Tabela 1 apresenta a população residente de Padre Carvalho-MG.

Tabela 1 – População residente por sexo e situação do domicílio.

Fonte: IBGE, 2010.

Um fato a ser destacado sobre a população de Padre Carvalho é que, por ser considerado um município pequeno sem grandes geradores de empregos, o município vem se estabilizando sem um aumento representativo nos últimos anos. É possível notar na projeção demografia um aumento no êxodo rural na busca por melhores condições de vida.

Tabela 2 – Projeção demográfica PADRE CARVALHO

Para atingir a universalização do saneamento básico ao longo de 20 anos, é necessário atender às demandas atuais e acompanhar o seu crescimento, fazendo-se indispensável visualizar a projeção de crescimento populacional do município. Partindo dos dados populacionais obtidos no IBGE das últimas 04 décadas, calculou-se o incremento médio anual das populações urbana, rural e total, cujas taxas são apresentadas no Quadro abaixo:

Dados do Censo IBGE – 1970 a 2010 PROJEÇÃO DEMOGRÁFICA POPULAÇÃO (habitantes) TAXA DE CRESCIMENTO MEDIA ANUAL (%) ANO URBANA RURAL TOTAL URBANA RURAL TOTAL PERIODO 1970 0 0 0 _ _ _ 1970 a 1960

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1980 0 0 0 _ _ _ 1980 a 1970 1991 2.057 2.137 4194 _ _ _ 1990 a 1980 2000 2970 2.257 5227 4,44% 0,56% 2,46% 2000 a 1990 2010 3.462 2.372 5834 1,66% 0,51% 1,16% 2010 a 2000 2018 6332 Estimada 2010 a 2018

Em 1991 ainda como distrito de Grão Mogol, o município de Padre Carvalho apresentava uma população de 4194 habitantes, após a emancipação o mesmo apresentou em 2000, um crescimento de 2,46%, totalizando 5227 habitantes. De 2000 a 2010 a população do município cresceu 1,16%, totalizando 5834 habitantes.

7 PLANO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL

7.1 Introdução

O Plano de Mobilização Social – PMS é um documento integrante do PMGRS e visa, em linhas gerais, traçar as diretrizes para o trabalho junto à população, contribuindo para o desenvolvimento e o acompanhamento de ações de mobilização e participação popular no processo de elaboração do Plano Municipal. Embora entendida como fundamental para o desenvolvimento do PGIRS, o protagonismo popular está longe de ser um processo espontâneo, por isso a necessidade de construção de equipamentos públicos e legais que fomentem esta prática junto à população. Ainda neste sentido nos aportamos no inciso IV, do art. 3º, da lei 11.445/07 que define o controle social, garantindo ferramentas sociais de participação da população junto aos processos de “formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de saneamento básico”. No que tange essas questões o presente Plano objetiva, para além da esfera legal, construir junto aos sujeitos mecanismos de controle social e participação, incentivando-os a refletirem sobre a importância desses mecanismos para o fortalecimento de uma cultura participativa e democrática. Nossas ações assim caminharam no sentido de instrumentalizar a população com elementos que possibilitassem seu maior protagonismo, com a clara idéia de que tal questão não se constrói de um dia para outro, mas se manifesta com avanços e retrocessos, por meio de processos complexos presentes no dia-a-dia da própria comunidade.

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7.2 Objetivos Gerais do Plano de Mobilização Social

A partir das questões elencadas o Plano de Mobilização Social proposto tem os seguintes objetivos gerais:  Garantir a participação social em todas as etapas do processo de desenvolvimento do PGRSU, visando atender as necessidades e anseios da população;  Garantir que a participação social tenha natureza democrática;

 Desenvolver junto à sociedade a noção de responsabilidade coletiva na preservação e conservação do Meio Ambiente;  Dispor os mecanismos de divulgação e comunicação para a disseminação e o acesso às informações sobre o diagnóstico e estudos preliminares, dos serviços prestados e sua avaliação, das futuras etapas do PGRSU, dos eventos previstos e as propostas relativas ao PGRSU;  Estabelecer canais para recebimento de sugestões e comentários, garantindo-se a avaliação e resposta a todas as propostas apresentadas;  Desenvolver eventos abertos à comunidade local, a exemplo de reuniões e audiência pública para discussão e participação popular na formulação do PGRSU;  Desenvolver e estimular forma de acompanhamento e participação, no processo de elaboração do PGRSU, dos Conselhos de Saúde, de Meio Ambiente e de Educação, lideranças locais, etc;  Estimular a criação e perenização de grupos representativos da sociedade para discutir assuntos relacionados ao gerenciamento após elaboração do PGRSU.

7.3 Objetivos Específicos do Plano de Mobilização Social

A seguir os objetivos específicos que devem ser atingidos com a implementação do processo participativo de elaboração do Plano de Mobilização Social proposto (TABELA 3):

Tabela 3 – Tabela de elaboração do PMS Fases Etapas Descrição

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Organização administrativa do processo: instituição das comissões de coordenação e executiva e do plano de comunicação social; I Atividades definição do conteúdo mínimo do PGIRS e das atividades e Preliminares 1 respectivos responsáveis. Elaboração de diagnóstico da situação dos resíduos e de seus 2 impactos nas condições de vida da população. Elaboração de prognósticos e análise de alternativas para a gestão. Definição de objetivos e metas, programas, projetos e ações. 3

I Elaboração 4 Definição de ações para emergências e contingências. do PGIRS Proposição de mecanismo e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência, eficácia e efetividade das ações 5 programadas. III Aprovação Aprovação do PGIRS. 6 do PGIRS

Fonte: Codanorte, 2018.

8 GRUPOS DE TRABALHO

Neste item apresentamos o planejamento geral para o desenvolvimento do Plano de Mobilização Social, composto pelos seguintes elementos:

 Formação dos Comitês de Coordenação e Executivo;

 Fluxograma Geral do PMGRS;

 Divulgação.

Formação dos Comitês de Coordenação (CC) e Executivo (CE)

O Comitê de Coordenação é a instância consultiva e deliberativa, formalmente institucionalizada, responsável pela condução da elaboração do PGIRS. Suas atribuições serão: 21

 Discutir, avaliar e aprovar, o trabalho produzido pelo Comitê Executivo;

 Criticar e sugerir alternativas, buscando promover a integração das ações de saneamento inclusive do ponto de vista de viabilidade técnica, operacional, financeira e ambiental;  Se reunir, no mínimo a cada 2 meses.

Este Comitê foi formado por representantes (autoridades e técnicos) das instituições do Poder Público Municipal relacionadas com o setor de saneamento (prestador de serviços de saneamento, Secretarias de Meio Ambiente, Saúde, Obras, Planejamento, e outras) e organizações da Sociedade Civil (entidades: profissionais, empresariais, movimentos sociais, ONG’s). Recomenda-se também a inclusão de Conselhos Municipais, Câmara de Vereadores, Ministério Público e outros. Em 27 de setembro de 2018 cria-se o comitê de coordenação e o comitê executivo através do Decreto N° 292 de 27 de setembro de 2018, e posteriormente a eleição dos membros, fica nomeada através da portaria N° 151, de 03 de outubro de 2018 os membros para compor o comitê coordenador e executivo (FIGURA 3).

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Já o Comitê Executivo será a instância responsável pela operacionalização do processo de elaboração do PGIRS, suas atribuições serão:

 Executar todas as atividades previstas no Termo de Referência apreciando cada fase da elaboração do PGIRS;  Observar os prazos indicados no cronograma de execução para finalização dos produtos;  Assim para compor os comitês foram indicados membros da sociedade, os quais ficarão responsáveis pela centralização de informações, pela convocação para os eventos e pela manutenção do cadastro pessoal de cada participante.

8.1 Fluxograma geral do PMS e PGIRS

Apresenta-se a seguir o fluxograma de ações propostas para envolvimento da sociedade local, entidades representativas e autoridades.

9 METODOLOGIA PARA MOBILIZAÇÃO SOCIAL

Este plano foi elaborado com a cooperação de funcionários do município que contribuíram com informações para formulação de políticas públicas. 29

Nos eventos foram apresentadas a situação atual do Resíduos Sólidos no Município, discutidas junto à comunidade a veracidade das informações apresentadas e relatando os pontos fortes e fracos existentes. As reuniões foram realizadas em forma de seminários e debates, onde fizemos uma apresentação do Plano Municipal de Resíduos Sólidos, e também debatemos questões relevantes com os moradores, levantando assim informações sobre os eixos, a existência de legislação e programas de educação ambiental. Permitindo ainda, o apontamento das principais dificuldades, necessidades e expectativas da população de concretização das políticas públicas propostas.

Seleção dos locais, e horários

Os locais, datas e horários dos eventos foram definidos conjuntamente pelo Comitê de Coordenação e Comitê Executivo, de forma estratégica para garantir requisitos de espaço físico, acomodação, acessibilidade e conforto aos participantes, buscando um maior comparecimento da sociedade.

Divulgação complementar

A divulgação dos eventos realizados nas Comunidades rurais, serão de responsabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que realizará em parceria com os líderes comunitários a convocação dos moradores, de forma a atender as especificidades de cada um. Na área urbana a divulgação será realizada por carta convite, faixas e quadro de avisos na prefeitura. Para as divulgações do Plano Municipal de Resíduos Sólidos em Padre Carvalho contamos com atores sociais parceiros para a mobilização, sendo estes membros da Secretaria de Obras, Agricultura e Meio Ambiente, membros do comitê de coordenação e Membros das associações da zona rural. Como estratégia de divulgação na área urbana utilizamos folder, carta convite, faixas e quadro de avisos na prefeitura.

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Disponibilização de recursos humanos e materiais

Para a elaboração do plano foram necessários a disponibilidade de recursos humanos e materiais, além da participação efetiva de todas as secretarias municipais. Para que o plano tenha efetividade, todos os órgãos envolvidos com a tomada de decisões, tais como os Comitês de Coordenação e Executivo, Defesa Civil, organizações da Sociedade Civil, e empresas locais. Os recursos materiais necessários para realização dos eventos foram de responsabilidade da prefeitura e consultoria como: computador, projetor e máquinas fotográficas.

Elaboração de lista de presença, ata do evento, registro fotográfico, áudio e vídeo

A elaboração das atas e listas de presença ficou sobre responsabilidade do representante de cada associação. Os registros fotográficos dos eventos, a cargo da Consultoria e a Prefeitura disponibilizou o sistema de microfonia. Os registros de cada evento serão compilados em documentos e farão parte da versão final do Plano de Municipal Resíduos Sólidos, na forma de anexos (APÊNDICE B).

Disponibilização do plano para consulta e sugestões

Os produtos elaborados ficarão em consulta pública ao final de cada versão preliminar, na prefeitura municipal. As versões pós-eventos, serão disponibilizadas pela consultoria aos Comitês, ficando o Comitê de Coordenação responsável pela sua aprovação e divulgação.

10 EXECUÇÃO DO PLANO PMS - REUNIÕES DO DIAGNÓSTICO

Em 02 de agosto de 2018 a equipe técnica realizou a primeira visita técnica para elaboração do diagnóstico preliminar, com levantamentos fotográficos, coleta de dados relacionados aos resíduos sólidos. Após coleta de dados foi elaborado o Pré-diagnóstico para apresentação junto à comunidade e as escolas da sede. O município de Padre Carvalho foi dividido por setores, de forma a atender todas as

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comunidades rurais.

Planilha de reuniões para elaboração do Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (PGIRS) do município de Padre Carvalho

A mobilização foi dividida em setores, agrupando as comunidades conforme viabilidade logística, de forma a atender todos os moradores, facilitando assim uma efetiva participação social (TABELA 5). Foram realizadas reuniões em todas as principais comunidades relatando a atual situação do Município e suas principais necessidades.

Tabela 5 - Cronograma das atividades realizadas

Data dos Eventos AUDIÊNCIA Conferência Pública Setores de Apresentação do plano de PÚBLICA Gerenciamento Integrado de Mobilização Sede (área urbana) Sede (área urbana) Resíduos

Campo de Vacarias 11/12/2018 - 19:30 h 27/09/2018 14/02/2019

Ponte Velha 16/12/2018 – 13:00 h

Curral de Varas 09/12/2018 – 15:30 h

Fonte: Codanorte, 2019

Após todas as reuniões setoriais e elaboração final do plano foi realizada uma única Conferência Pública Municipal, com participação de todos os setores, para aprovação do Conselho de Controle Social e da versão final do PGIRS de Padre carvalho. Este conselho é paritário, assegurando à sociedade informações, representações técnicas e participações nos processos de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação dos serviços relacionados aos resíduos.

Audiência Pública

O município de Padre Carvalho, preocupado com a situação atual do gerenciamento dos resíduos sólidos, iniciou sua Mobilização Social em 02 de agosto de 2018, convocando toda a população para juntos tratarem e discutirem sobre o assunto, onde os secretários

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municipais, vereadores e sociedade civil estavam presentes. Nesta reunião trataram não somente dos componentes do Saneamento Básico, mas também sobre os Resíduos Sólidos. No dia 27 de setembro de 2018 houve a primeira audiência pública municipal de gerenciamento de Resíduos sólidos com o intuito de apresentar a equipe que realizaria o plano de resíduos, posteriormente será elaborado o plano de saneamento básico. Na oportunidade o atual prefeito José Nilson Bispo de Sá, informou a população sobre a importância da participação social. Iniciou-se a partir daí todo o diagnóstico técnico participativo na cidade de Padre Carvalho, onde a equipe técnica e os responsáveis por cada setor da limpeza pública, reuniram-se para discutir o diagnóstico preliminar elaborado. Contendo todos os dados relatados e levantamentos fotográficos para elaboração do PGIRS. Após coleta de dados foi elaborado o Pré-diagnóstico para apresentação junto à comunidade. Secretários municipais, vereadores, representante da sociedade civil reuniram-se na prefeitura Municipal para a primeira discussão referente ao PGIRS. Nesta mesma data foram eleitos os participantes dos comitês e posteriormente nomeados conforme o decreto Nº 292 DE 27 DE setembro DE 2018.

Figura 4: I Audiência Pública para discussão do Diagnóstico técnico - participativo

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Fonte: Codanorte, 2018.

10.1 Reuniões de Apresentação e Discussão do Diagnóstico

Após elaboração do diagnóstico preliminar, este foi encaminhado ao comitê para análise e correções. No dia 27 de setembro de 2018 o comitê de execução e coordenação reuniram-se para discutir alterações e propostas a serem consideradas no diagnóstico. Diagnosticou-se que fôra aquirida nova área para a construção de um aterro, pois a área anterior onde se encontra o lixão pertence a terceiros e não atende a legilação vigente. Situação que necessita ser regularizada com urgência. O prefeito informou sobre a necessidade de cumprir com o termo de ajustamento de conduta firmado com o ministério público pelo gestor anterior, que não foi cumprida. Este objetivava adequar a destinação final dos resíduos sólidos. Atualmente encontra-se irregular reincidindo a notificação pelo ministério público, dificultando assim novos recursos para a melhoria da limpeza urbana. Nesta reunião foram convidadas as empresas que atuam no município com o objetivo de esclarecer como os resíduos, por eles gerados, estão sendo gerenciados.

Reuniões Técnico - Participativas do Diagnóstico

Após discussão e aprovação do diagnóstico preliminar pelo comitê iniciou-se as apresentações para as comunidades rurais, que foram agrupadas conforme viabilidade logística. As reuniões aconteceram nas seguintes Comunidades: Campo de Vacarias, Curral de Varas e Ponte Velha. A secretaria de Meio Ambiente entrou em contato com os líderes comunitários, solicitando que estes convocassem os associados e população para participarem ativamente da 34

elaboração do plano. Após a apresentação dos problemas levantados pelos técnicos, houve a participação efetiva de todos, com perguntas, sugestões e críticas. As reuniões contaram com a presença do Secretário de Meio Ambiente, equipe técnica, sociedade civil, produtores rurais e presidentes das associações.

Reuniões realizadas nas comunidades rurais

Em todas as reuniões realizadas nas comunidades rurais do município, foi relatada a importância da participação dos munícipes na elaboração do plano, os mesmos foram registrados em pauta que foram assinadas pelos próprios moradores ali presente. Diante dos relatos feitos pela população a equipe relatou que pretende, através do plano, realizar projetos para ampliar a coleta e outros serviços relacionados e que a elaboração do plano, era apenas o primeiro passo para o município angariar recursos para sanar tais problemas.

 Campo de Vacarias Em reunião realizada no dia 11 do mês de dezembro de 2018 na comunidade de Campo de Vacarias, os moradores presentes relataram que o município realiza a coleta duas vez por semana, em dias e horários pré-estabelecidos o que ajuda na disposição dos resíduos, porém não sendo suficiente, acarretando problemas, como o espalhamento e o condicionamento de residuos de maneira irregular. Os resíduos são dispostos a céu aberto pelos munícipes a espera da coleta, causando mau cheiro e surgimento de insetos, larvas e outros. Salientaram que não possui lixeiras em toda a comunidade. Há varrição, contudo as ruas ficam sujas constantemente por pelo serviço deficitário executado apenas por um funcionário. Entre reivindicações da população local foi citado: a criação de uma área de transbordo para acúmulo e coleta dos residuos; a criação de legislações que regularizem a limpeza de terrenos vazios; e, ainda, a instalação de tambores coletores de lixo nas ruas.

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 Curral de Varras Em reunião realizada no dia 09 do mês de dezembro de 2018 em Curral de Varras, os moradores presentes relataram que a coleta dos resíduos é feita uma vez por semana. A pesar de existir serviço de varrição nas ruas, existe uma necessidade de ampliar e melhorar ese serviço. Os resíduos são dispostos a céu aberto, ocorrendo o acúmulo de água e consequentemente o surgimento de mosquitos causadores de doenças como a dengue e outros animais peçonhentos. Dentre as reivindicações relevantes feitas pela população podemos citar: a necessiade de instalação de tambores coletores de lixo; a melhoria no serviço de varrição, coleta de Resíduos da Construção Civil - RCC e dos Resíduos Sólidos Doméstricos dispostos por moradores em terrenos vazios e a margem da LMG 627; além de leis para limpeza de terrenos vazios e a criação de uma área de transbordo para os RCC.

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 Ponte Velha Em reunião realizada no dia 16 do mês de dezembro de 2018 na comunidade de Ponte Velha, os munícipes expuseram que na comunidade existe a coleta de residuos apenas 01 vez por semana, mas não atende as necesidades da população. Expuseram que já solicitaram da Prefeitura, que o veículo que realiza a coleta fosse mais vezes a comunidade e também a implantação de lixeiras. Dentre as principais reivindicações, estão a necessidade de realização de mutirão da limpeza ao MENOS uma vez ao ano na comunidade e a implementação de um projeto de educação ambiental sobre descarte correto e os tipos de resíduos. Vale salientar que em todas as comunidades rurais foi solicitado o acionamento de sirene diferenciada para identificação da chegada do caminhão de coleta na comunidade para que os moradores disponham o seu lixo no ato da coleta evitando assim exposição antecipada do lixo e contato com animais domésticos.

10.2 Conferência Pública

No dia 14 de fevereiro de 2019 aconteceu na câmara municipal de Padre Carvalho a primeira conferência pública para apresentação da versão final do plano de resíduos. A população foi informada que a situação dos resíduos no município é critica, pois em 2010 o município assinou um termo de ajuste de conduta- TAC, informando que iria regularizar a situação da destinação final dos resíduos que ainda são depositados no lixão. A

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área atual utilizada foi doada por uma empresa instalada no municipio. O prefeito destacou a necessiade de se adequar o quanto antes o local e que traça, junto ao Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Ambiental Sustentável do Norte de Minas – CODANORTE, uma estratégia para elaboração e implantação de um aterro sanitário de pequeno porte no município.

11 DADOS GERAIS DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Neste capítulo será apresentada a situação dos resíduos sólidos gerados no município de Padre Carvalho com intuito de conhecer a situação atual dos mesmos para então avaliar a necessidade de melhorias e propor um novo modelo de gestão. No entanto para melhor embasamento, entendimento e estruturação, serão apresentados os dados gerais e caracterização dos resíduos sólidos a nível nacional.

Dados Gerais e Caracterização a Nível Nacional

Gestão e Gerenciamento dos Resíduos Sólidos no Brasil

O Brasil encontra-se em desenvolvimento tendo um crescente aumento populacional e aglomeração urbana acelerada, consequentemente existe um aumento na produção de resíduos. Os conflitos decorrentes do gerenciamento e da gestão inadequada dos resíduos sólidos urbanos estão crescendo, sendo necessárias políticas públicas para conscientização da sociedade a respeito das questões ambientais, além de mais investimentos do poder público

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para a aquisição de equipamentos, capacitação e treinamento, custeio e controle de todo o sistema de manejo de resíduos. Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS o gerenciamento de resíduos sólidos é:

Conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei. (BRASIL, 2010)

Já a Gestão integrada de resíduos sólidos é definida por:

Conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável (BRASIL, 2010).

É consenso entre os especialistas a urgência do país em adotar e fazer cumprir um sistema de gestão adequada dos resíduos, definindo como política para a gestão que garanta a melhoria da qualidade de vida promova as práticas recomendadas para o saneamento ambiental e a saúde pública. Consoante ao Panorama dos Resíduos Sólidos Urbanos (ABRELPE, 2012), houve uma elevação na geração de resíduos sólidos no Brasil de 61.936.368 t/ano em 2011, para 62.730.96 t/ano em 2012, concebendo um acréscimo no percentual de 1,3%, este índice fora maior que o crescimento populacional do país no mesmo período. O Gráfico 1 descreve sobre a quantidade de resíduo coletado em todo Brasil e a quantidade coletada por habitante ano. Gráfico 1 – Coleta de RSU no Brasil

Fonte: Pesquisa Abrelpe, 2017. 39

O Panorama dos Resíduos Sólidos Urbanos - ABRELPE (2012), mostra que no Brasil, os resíduos de origem orgânica predominam na composição dos resíduos sólidos urbanos RSU com 51,4% no entanto estes ainda não são reaproveitados tendo destinação final inadequada. A gestão dos resíduos sólidos está inclusa entre os componentes do saneamento básico, abastecimento de água, esgotamento sanitário, águas pluviais e resíduos sólidos e, no entanto não tem a atenção necessária por parte do poder público. Este fato compromete a saúde da sociedade e do meio ambiente, principalmente dos recursos hídricos e o solo. De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos as ações de manejo realizadas na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, devem seguir a seguinte hierarquia apresentada na Figura 7.

Figura 7 - Hierarquia do Gerenciamento de Resíduos

Fonte: Disponível em: www.problemasambientais.com.br Acesso em: 10/Nov./2013

Definição

Política Nacional de Resíduos Sólidos em seu artigo 3° inciso XVI define resíduos sólidos como:

Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (BRASIL, 2010).

A Associação Brasileira de normas Técnicas (ABNT), por meio da NBR 10.004 de

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2004, define resíduos sólidos como:

Resíduos nos estados sólido e Semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados e equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004).

O Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM (2001) avalia resíduos sólidos como todo material sólido ou semissólido indesejável e que necessite ser removido por ter sido considerado inútil por quem o descartou em qualquer recipiente destinado para isso. Devido à grande abrangência dos conceitos de resíduos, torna-se necessário à classificação dos resíduos, a fim de nortear os gestores quanto ao plano e estruturação da estratégia de manejo adequada.

Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos - PGIRSU

Segundo a Fundação Estadual do Meio Ambiente - Feam (2013), o Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos- PGIRSU tem como finalidade gestão participativa, trabalho integrado entre a sociedade civil e a administração pública visando às características e especificidades de cada região, neste contexto o PGIRSU torna-se uma ferramenta de administração da limpeza urbana. A Lei nº 18.031, de 12 de janeiro de 2009 define o Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos (PGIRSU) como:

Documento integrante do processo de licenciamento que apresenta um levantamento da situação, naquele momento, do sistema de manejo dos resíduos sólidos, a pré-seleção das alternativas mais viáveis e o estabelecimento de ações integradas e diretrizes relativas aos aspectos ambientais, educacionais, econômicos, financeiros, administrativos, técnicos, sociais e legais para todas as fases de gestão dos resíduos sólidos, desde a sua geração até a destinação final. (MINAS GERAIS, 2009).

Valem salientar que na elaboração do PGIRSU, deve-se arquitetar um modelo de gerenciamento adequado para cada município, em função da quantidade e a qualidade do lixo

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gerada em cada região, avaliando a densidade populacional e suas características culturais e socioeconômicas, hábitos de consumo e grau de urbanização (FEAM, 2005). Neste contexto é essencial a elaboração do diagnóstico de resíduos sólidos, para que se conheçam os resíduos, gerados no município. Para isso torna- se necessário a realização da composição gravimétrica dos resíduos, se tratando de RSU os resíduos são comumente discriminados como: matéria orgânica putrescível, papel, papelão, alumínio, plásticos, trapos, vidro, borracha, couro, madeira e outros. A composição gravimétrica será realizada pelo método do quarteamento que de acordo com o Cempre (2010) consiste em:

Um processo de mistura pelo qual uma amostra bruta e dividida em quatro partes iguais (os quartis) sendo tomados dois quartis opostos entre si para consistir em uma nova amostra, descartadas- se os dois restantes. As partes não- descartadas são novamente misturadas e o processo de quarteamento e repetindo até que se obtenha o volume desejado (CEMPRE, 2010).

Além dos aspectos qualitativos é necessário determinar a quantidade de resíduo. Esta é de difícil determinação pelo fato da mesma sofrer interferências do descarte em locais clandestinos e armazenamento inadequado ou reutilização e reciclagem dos geradores (ZANTA e FERREIRA, 2002). A elaboração do PGIRS é obrigação do gerador dos resíduos, é este deve estar de acordo com os órgãos ambientais Federais, Estaduais e Municipais.

Classificação dos resíduos

Os resíduos sólidos são classificados de formas distintas, baseando-se em propriedades ou características. A classificação é importante para a escolha da estratégia de gerenciamento mais viável. Os resíduos podem ser classificados quanto: origem, características físicas, químicas, biológicas e ou potencial de riscos ao meio ambiente e à saúde pública. A ABNT por meio da NBR 10.004 classifica os resíduos quanto ao potencial de riscos ao meio ambiente e à saúde pública da seguinte forma:

 Classe I – Resíduos perigosos: Apresentam periculosidade, seja por toxidade, corrosividade, inflamabilidade, ou patogenicidade.  Classe II – Não perigosos: subdividido em classe IIA – Não inertes e

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resíduos classe IIB – Inertes.  Classe IIA – Resíduos não inertes: são aqueles que não se classificam nas Classes I - perigoso e IIB e podem ter características como: solubilidade em água combustibilidade ou biodegradabilidade.  Classe IIB – Resíduos Inertes: qualquer resíduo que fora submetido a contato estático e dinâmico ou com água deionizadas ou destiladas a uma temperatura ambiente não apresentar nem um dos teus constituintes solubilizado a concentrações maiores que permitidas pelo padrão de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, turbidez, cor, sabor e dureza.

De acordo com o PNRS (2010) os RS podem ser classificados quanto à origen em:

a) Resíduos domiciliares: originários de atividades domésticas em residências urbanas; Grande parte dos resíduos é orgânica (restos de alimentos). Constitui o resíduo domiciliar ou residencial ainda: embalagens em geral, vidro, plástico, fraldas descartáveis, papel higiênico, trapos, latas e outros. b) Resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana; c) Resíduos sólidos urbanos: engloba os resíduos domiciliares e os resíduos da limpeza urbana d) Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados nessas atividades, exceto os resíduos referidos nas letras “b”, “e”, “g”, “h” e “j”; e) Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea “c”; f) Resíduos industriais: os gerados nas instalações industriais e nos processos produtivos; g) Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA e do SNVS; h) Resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis; i) Resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias 43

e silviculturas, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades; j) Resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira; k) Resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios.

Cabe ressaltar que os resíduos de serviços de Saúde compreendem todos os resíduos gerados em estabelecimentos que prestam serviços de saúde, como em hospitais laboratórios de análises clínicas, centros de saúde, clínicas médicas e veterinárias, farmácias, consultórios odontológicos. Estes podem ser sépticos ou assépticos podendo está ou não conter microrganismos patogênicos, o seu gerador é responsável pelo gerenciamento. A Tabela 6 classifica os resíduos considerando suas características físicas, químicas e biológicas.

Tabela 6 - Classificação dos resíduos considerando suas características físicas, químicas e biológicas FÍSICA Relaciona a quantidade de resíduos urbanos geradas diariamente e o Geração per capita número de habitantes de determinada região. Composição Traduz o percentual de cada componente em relação ao peso total da amostra de lixo analisada. gravimétrica É o peso do lixo solto em função do volume ocupado livremente, sem Peso específico aparente qualquer compactação, expresso em Kg/m3. Teor de umidade Representa a quantidade de água presente no lixo, medida em percentual de seu peso. É o grau de compactação ou a redução do volume que uma massa de Compressividade lixo pode sofrer quando compactada. QUÍMICA Esta característica química indica a capacidade potencial de um material desprender determinada quantidade de calor quando Poder Calorífico submetido à queima. Potencial Hidrogeniônico O potencial hidrogeniônico indica o teor de acidez ou alcalinidade dos resíduos. Em geral, situa-se na faixa de 5 a 7. (pH)

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Consistem na determinação dos teores de cinzas, matéria orgânica, carbono, nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo, resíduo mineral total, Composição Química resíduo mineral solúvel e gorduras. Relação Carbono / Indica o grau de decomposição da matéria orgânica do lixo nos processos de tratamento/disposição final. Nitrogênio (C; N) BIOLÓGICA As características biológicas do lixo são aquelas determinadas pela população microbiana e dos agentes patogênicos presentes no lixo População microbiana e que, ao lado das suas características químicas, permitem que sejam agentes patogênicos selecionados os métodos de tratamento e disposição final mais presentes nos resíduos. adequado. Fonte: Adaptado da Funasa, 1999.

Em relação aos resíduos da construção civil a Resolução Conama 307 de 2002, subdivide ainda em quatro classes, sendo estas A, B, C e D:

 Classe A - são aqueles com potencial para reciclagem ou reutilização tais como: argamassa e concreto, placas de revestimento, tijolos, telhas, blocos, peças pré- moldadas em concreto.  Classe B - são os resíduos recicláveis encontrados no dia a dia, como: papel/papelão plásticos, vidros, madeiras, metais, e outros.  Classe C - resíduos de difícil classificação, como os produtos provenientes do gesso.  Classe D - resíduos perigosos, como: tintas, solventes, óleos e outros. Essa resolução prever ainda a elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil pelos municípios e estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão da construção civil.

Etapas do Gerenciamento dos Resíduos

Segregação - a separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características químicas, físicas, biológicas. Portanto segregação realizada de forma adequada evita à mistura de resíduos incompatíveis e consequentemente a contaminação de grande quantidade de resíduos.

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Acondicionamento - ato de embalar os resíduos para seu transporte. A escolha correta dos recipientes para a disposição dos resíduos acontece de acordo com as características dos resíduos. O acondicionamento é de responsabilidade do gerador, mas a administração municipal deve exercer a função de educar, regulamentar, e fiscalizar, visando garantir condições sanitárias e operacionais de forma a não agredir a saúde pública e o meio ambiente (CEMPRE, 2010). De acordo com a Funasa (1999), para que o acondicionamento dos resíduos seja realizado de forma adequada pelos seus geradores é necessário esclarecer as comunidades quanto aos seguintes aspectos:

 Características dos recipientes;  Perigos decorrentes do mau acondicionamento;  Higiene dos locais de acondicionamento;  Serviço de coleta;  Localização dos recipientes coletores.

Formas de Gerenciamento Coleta e Transporte

Para o IBAM (2001) a coleta consiste em recolher os resíduos acondicionados pelo gerador e conduzí-lo em transporte apropriado, a uma estação de transferência, para o tratamento e à disposição final. A coleta e o transporte para o tratamento e/ou disposição final é de responsabilidade do serviço público, porém exige uma estreita relação com a sociedade. Já a coleta e destinação final dos “grandes geradores" (geração superior a 120 litros de resíduos dia) e de responsabilidade dos mesmos, podendo ser realizadas por empresas habilitadas ou em parceria com a prefeitura.

Regularidade da Coleta

Para um sistema de coleta eficiente deverá ter regularidade de dias e horários pré- estabelecidos. Somente assim a sociedade irá adaptar-se em colocar o resíduo devidamente acondicionado no horário previsto, em virtude disso o resíduo ficará pouco tempo exposto,

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evitando assim o espalhamento por pessoas e animais além de melhorar a estética da cidade.

Frequência de Coleta

Segundo o IBAM (2001) a frequência da coleta não deve exceder uma semana, visando evitar a proliferação de vetores e outros animais bem como o aumento do mau odor. A Tabela 7 demonstra a frequência ideal para cada caso.

Tabela 7 – Frequência ideal da coleta Frequência na semana Ideal para o usuário, principalmente no que diz respeito à saúde pública. Não Diária existindo a necessidade de guardar o lixo por mais de um dia. Duas vezes Mínimo admissível sob o ponto de vista sanitário, para países de clima tropical. Ideal para o sistema, considerando-se a relação entre custo e benefício. Três vezes

Fonte: Adaptado do IBAM, 2001.

Horário da Coleta

De acordo com o IBAM (2001) a coleta pode ser realizada no período diurno ou noturno para essa definição deve se priorizar o mínimo de incómodo para a população. Nos centros comerciais, onde o trânsito é mais intenso, a coleta deve ser noturna, pois é nesse momento que as ruas se encontram mais vazias. Já em cidades turísticas deve- se estar atento aos dias de horários de uso mais intenso, período no qual a coleta deve ser evitada (TABELA 8).

Tabela 8 - Vantagens e desvantagens da coleta diurna e noturna Vantagens Desvantagens - Interfere no trânsito de veículos; - Maior desgaste dos trabalhadores em - Econômica; Diurna regiões de climas quentes, consequente -Possibilita fiscalização mente redução de produtividade.

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- Ideal para áreas comerciais e turísticas; - Incômodo pelo ruído provocado

- Menor interferência no trânsito - Dificulta a fiscalização; Noturna - O resíduo não ficará exposto durante o dia. - Aumento de custo (adicional noturno). Fonte: Adaptado do IBAM, 2001.

Veículos para coleta

Segundo o IBAM (2001), os veículos de coleta podem ser de dois tipos com ou sem compactação, desde que atenda a alguns quesitos:

 Elevação máxima de 1,20 m de altura do solo;  Não permitir derramamento do lixo ou do chorume na via pública;  Possibilitar esvaziamento simultâneo de pelo menos dois recipientes por vez;  Possuir carregamento traseiro, de preferencia;  Dispor de local adequado para transporte dos trabalhadores;  Apresentar capacidade adequada para o menor número de viagens ao destino.

Os veículos com sistemas de compactação são ideais para cidades com grande quantidades de resíduos, além de evitar o derramamento de resíduos em vias públicas. Esta também tem o descarregamento rápido, tem condições ergométricas favoráveis aos garis e maior velocidade operacional consequentemente maior produtividade. Entretanto o preço e manutenção dos equipamentos são elevados, o que torna inviável para cidades de baixa densidade populacional (FUNASA, 1999). Os veículos sem compactação são viáveis, pois possibilitam a utilização desses para outras atividades. Todavia estes necessitam de medidas preventivas, tais como a cobertura, caso seja usado para a coleta, evitando assim que os resíduos sejam levados pela ação dos ventos e que a altura seja favorável para os garis (FUNASA, 1999).

Coleta dos Resíduos de Serviço de Saúde

Os resíduos de serviços de saúde requerem cuidados especiais do momento de sua geração a sua destinação final adequada, a Associação Brasileira de Normas Técnicas por 48

meio da NBR 12810 estabeleceu normas para que a coleta seja realizada de forma eficiente. Sendo importante salientar que a coleta dos resíduos de serviços de saúde deve ser realizada separadamente dos demais resíduos, em intervalos inferiores a 24 h, podendo ser realizada em dias alternados, desde que os recipientes contendo resíduos do tipo A e os resíduos orgânicos estejam em temperaturas adequadas. Vale ressaltar que os serviços envolvidos direto ou indiretamente com o gerenciamento destes resíduos devem ser submetidos a treinamentos e estarem devidamente equipados, conforme a NBR 12810/93.

Coleta Seletiva

A coleta seletiva possui algumas leis que a regulamenta, por exemplo a Lei nº 13.766, de 30 de novembro de 2000. (MG) - Dispõe sobre a política estadual de apoio e incentivo à coleta seletiva de lixo e altera dispositivo da Lei nº 12.040, de 28 de dezembro de 1995, que dispõe sobre a distribuição da parcela de receita do produto da arrecadação do ICMS pertencente aos municípios, de que trata o inciso II do parágrafo único do art. 158 da Constituição Federal. Deliberação Normativa COPAM nº 52, de 14 de dezembro de 2001. (MG) - Convoca municípios para o licenciamento ambiental de sistema adequado de disposição final de lixo e dá outras providências. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. (Federal) - Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010. (Federal) - Regulamenta a Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. A Política Nacional de Resíduos Sólidos em seu artigo 3°, inciso V define a coleta seletiva como a coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição. Esta determina ainda em seu inciso XIV que nos planos municipais devem conter metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com intuito de promover a redução de rejeitos conduzidos para disposição final ambientalmente adequada. A implantação da coleta seletiva traz consigo economia de energia nos processos produtivos e de matérias-primas não renováveis e aumento da vida útil dos aterros sanitários. 49

Entretanto os municípios apresentam grande dificuldade em encontrar um modelo de coleta seletiva que seja econômica e sustentável. Contudo, eles veem procurando alternativas para implantar esses programas de coleta seletiva (IBAM, 2001). Um dos sistemas de coleta seletiva consiste na separação dos materiais recicláveis existentes nos resíduos domésticos pela sociedade para que posteriormente estes sejam coletados por um veículo específico. Porém é comum sistemas onde a população faz a separação entre dois grupos:

• Materiais úmidos (matéria orgânica), composta por restos de alimentos. Podendo ser acondicionada e encaminhada para a usina de compostagem. • Materiais secos (recicláveis), composta por metais, plásticos, vidros e papéis. Devem ser acondicionados e encaminhados para usina de triagem.

Para que a coleta seletiva seja eficaz é necessário que a população seja orientada sobre o funcionamento da mesma e comprometida com a separação dos resíduos a serem reciclados (IBAM, 2001). O aperfeiçoamento de técnicas adequadas de gestão está associado à avaliação quantitativa e qualitativa, esse tipo de caracterização permite estruturar com mais culminância o projeto (CEMPRE, 2010).

Logística Reversa

As leis e decretos que regulamentam a logística reversa são: Lei nº 13.766, de 30 de novembro de 2000. (MG) - Dispõe sobre a política estadual de apoio e incentivo à coleta seletiva de lixo e altera dispositivo da Lei nº 12.040, de 28 de dezembro de 1995, que dispõe sobre a distribuição da parcela de receita do produto da arrecadação do ICMS pertencente aos municípios, de que trata o inciso II do parágrafo único do art. 158 da Constituição Federal. Lei nº 18.031, de 12 de janeiro de 2009. (MG) - Dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos. Decreto nº 45.181, de 25 de setembro de 2009. (MG) - Regulamenta a Lei nº 18.031, de 12 de janeiro de 2009, e dá outras providências. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. (Federal) - Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010. (Federal) - Regulamenta a Lei no 50

12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. Deliberação Normativa COPAM nº 188 de 30 de outubro de 2013. (MG) - Estabelece diretrizes gerais e prazos para publicação dos editais de chamamento público de propostas de modelagem de sistemas de logística reversa no Estado de Minas Gerais. Nas últimas décadas, o extraordinário desenvolvimento de novas tecnologias, principalmente no setor de telecomunicação e na indústria eletroeletrônica tem proporcionado grandes benefícios à humanidade. Por outro lado, essa revolução tecnológica têm acarretado alterações na capacidade de renovação natural do ambiente, devido à ampliação equivalente na quantidade de resíduos sólidos gerados, como pilhas e baterias usadas, que em sua maioria são consideradas resíduos perigosos, por conterem metais pesados; associado à produção de expressivo volume de resíduos tecnológicos, cujo descarte de forma inapropriada, além de causarem efeitos adversos à saúde pública, agridem o meio ambiente. Os equipamentos tecnológicos, como os computadores e celulares, tornam-se cada vez mais acessíveis a população, porém o uso generalizado dos mesmos traz consigo consequências sérias ao meio ambiente. Além da elevação no consumo de matéria-prima (recursos não renováveis, em sua maioria) e energia, os resíduos do processo de produção e seu descarte final “causam um impacto potencial em proporções ilimitadas, haja vista a falta de um gerenciamento adequado” (NATUME E SANT´ANNA, 2011). Primando o desenvolvimento sustentável, que implica em um modelo ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável, e o envolvimento dos colaboradores da empresa, tal iniciativa constitui-se em uma proposta de manejo apropriado de pilhas, baterias, pneus, óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens, resíduos tecnológicos, lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista. Para isso faz-se necessário que haja coleta, destinação, e disposição final adequada destes resíduos tóxicos, evitando contaminação do meio ambiente. A crescente geração de resíduos eletroeletrônicos decorre principalmente do incremento de novas tecnologias nas últimas décadas, o que proporciona a produção de uma diversidade de equipamentos, em larga escala, os quais se tornam rapidamente obsoletos. Com o grande volume de resíduos gerados, demandam um manejo adequado, para que, riscos ambientais e a saúde não sejam potencializados. A questão da destinação de tais resíduos constitui-se em um dos grandes desafios 51

para os gestores na atualidade, tendo em vista os impactos ambientais, sociais e econômicos provenientes da não observância da legislação vigente, resultando em um gerenciamento inadequado. De acordo com Leite e Aquino apud Castanho (1993) pilhas e baterias são mini usinas, as quais convertem energia química em energia elétrica, e apresentam em sua composição metais pesados, a saber: lítio, zinco, cobre, níquel, manganês, mercúrio, chumbo e cádmio, sendo os três últimos considerados perigosos à saúde e ao meio ambiente, pois são tóxicos, persistentes e bioacumulativos em organismos vivos, podendo provocar doenças neurológicas e afetar a condição motora. Devido a constantes pressões políticas, sociais e legislações ambientais as empresas produtoras desses materiais tem buscado adequar-se a produção destes com menor quantidade de resíduos tóxicos. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE), são produzidas, anualmente, 800 milhões de pilhas no país. O consumo crescente, o ritmo desenfreado da inovação e a obsolescência programada faz com que os equipamentos eletrônicos se transformem em sucata tecnológica em pouco tempo, gerando grande quantidade de resíduo, pois os aparelhos se tornam obsoletos dentro da lógica comercial e são descartados. Os subprodutos gerados por esses equipamentos podem ser reinseridos no ciclo produtivo, reduzindo custos e tempo de produção, gerando benefício econômico além do ambiental. A lei nº 12.305 de 2010, que instituiu a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) regulamenta os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos, estabelecendo os princípios da responsabilidade compartilhada sobre o gerenciamento dos bens e produtos ao final de sua vida útil, exigindo a implementação dos Sistemas de Logística Reversa, para a destinação de pilhas e baterias; pneus; lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; produtos eletroeletrônicos e seus componentes; embalagens de agrotóxicos e medicamentos. O inciso XII, art.3º, da lei supracitada conceitua logística reversa como sendo:

Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo, em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada (BRASIL, Lei 12.305 de 2010).

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A disposição a céu aberto, queima em recipientes, instalações ou equipamentos impróprios, é proibido conforme a legislação brasileira vigente. A Resolução CONAMA 401 de 2008 institui os níveis máximos de alguns metais pesados presentes em pilhas e baterias e apresenta também alguns critérios e padrões para o manejo ambientalmente adequado desses materiais. Estabelece ainda, a obrigatoriedade dos estabelecimentos que comercializam pilhas e baterias a receberem de volta os produtos usados de seus consumidores e entregá-los aos fabricantes ou importadores para que estes deem a destinação final adequada. Todavia, são poucas as empresas que cumprem tais determinações. Segundo a ABINEE 400 milhões de pilhas irregulares, falsificadas e pirateadas, são colocadas no mercado, o que dificulta a execução da logística reversa. Assim, torna-se de suma importância práticas educativas para informar e sensibilizar sobre os problemas ambientais relacionados ao descarte de pilhas, baterias e resíduos tecnológicos. A conscientização ambiental deve levar em consideração a importância de reduzir, reutilizar e reciclar os materiais.

Tratamento e Destinação Final dos Resíduos Sólidos Urbano

Atualmente é comum encontrar municípios que ainda dispõe seus resíduos em lixões, técnica comum em municípios pequenos, provocando grandes impactos sobre o meio ambiente e a saúde pública. Segundo a Lei 12.305, após 2014 o Brasil não poderá mais ter lixões, estes deverão ser substituídos pelos aterros sanitários ou outra forma de disposição adequada, o lixão é uma técnica em que os resíduos são dispostos no solo sem preparação anterior do solo e sem sistema de tratamento de efluentes líquidos - o chorume, este contamina os recursos hídricos e o solo. No lixão, o resíduo fica exposto sem qualquer tratamento que evite as consequências negativas ao meio ambiente e a sociedade. Alguns municípios utilizam os aterros controlados para a destinação final dos resíduos, técnica intermediária entre o lixão e o aterro sanitário. Esta técnica minimiza os maus odores, evita a proliferaçao de vetores e o impacto visual. Entretanto, não há sistema de tratamento do chorume, impermeabilização do solo e aproveitamento do biogás. O IBAM (2001) define o tratamento como uma cadeia de procedimentos com o intuito de reduzir o potencial poluidor e quantidade dos resíduos sólidos, seja transformando-o em material inerte ou biologicamente estável ou impedindo o descarte em ambiente inadequado. 53

O tratamento de resíduos sólidos é uma das etapas mais importantes do gerenciamento, já que visa reduzir a periculosidade dos resíduos e a quantidade dos mesmos, existem diversas técnicas de tratamento como:

 Reciclagem,  Incineração,  Compostagem,  Aterro sanitário.

Cabe ressaltar que a disposição final deve ser exclusivamente do rejeito, isto é, da parte inaproveitável dos resíduos sólidos.

Usinas de Reciclagem e compostagem

Conforme Deliberação Normativa Copam nº118, 27 de junho de 2008, usina de triagem e compostagem é:

Local onde é realizada a separação manual da matéria orgânica, materiais recicláveis, rejeitos e resíduos especiais presentes no lixo. A parte orgânica é destinada ao pátio de compostagem, onde é submetida a um processo de conversão biológica em adubo, e o que não pode ser aproveitado é aterrado em valas de rejeitos (MINAS GERAIS, 2008).

Segundo o IBAM (2001) as usinas de triagem e compostagem podem ser simplificadas, contendo somente esteiras de catação ou usinas mais sofisticadas possuindo equipamentos que facilitam a catação manual ou separam os materiais recicláveis.

Incineração

O processo de incineração de resíduos é a forma mais antiga de tratamento térmico de resíduos. Tal técnica utiliza fornos em alta temperatura, de forma a tratar sanitariamente e a diminuir o volume dos resíduos, aumentando a vida útil dos aterros (CEMPRE, 2010). A incineração deve está aliada à proteção do meio ambiente, por meio de equipamentos para o controle de poluição e a disposição adequada dos resíduos gerados no processo (MORGADO e FERREIRA, 2006). De acordo com o Cempre (2010) dentre as vantagens da incineração estão 54

esterilização dos resíduos, redução do volume, destoxicação, geração de energia elétrica e mitigação do impacto ambiental. Apresenta como desvantagens o custo elevado de implantação e operação, necessidade de mão de obra qualificada e geração de compostos tóxicos. No Brasil, esta técnica é comumente empregada no tratamento de resíduos perigosos e de resíduos de serviço de saúde (MORGADO e FEREIRA, 2006).

Aterro Sanitário

A Deliberação Normativa COPAM nº118, 27 de junho de 2008 define aterro sanitário como:

Técnica adequada de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais, que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se necessário (MINAS GERAIS, 2008).

A implantação do aterro sanitário envolve um planejamento prévio atendendo a critérios como proximidade de núcleos populacionais, rios, aeroportos e profundidade de lençóis freáticos. O aterro sanitário deve contar com dispositivos de proteção à saúde pública a segurança e ao meio ambiente assim, o mesmo deve conter sistema de drenagem superficial; coleta e drenagem de líquidos percolados, tratamento de líquidos percolados, impermeabilização de base e laterais; recobrimento diário e cobertura final, coleta e tratamentos dos gases e monitoramento. Consoante a FEAM (2006) o monitoramento deve ser realizado de durante a operação e prolongar-se por no mínimo 10 anos, após a vida útil do aterro.

12 DIAGNÓSTICO DA LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE PADRE CARVALHO

Este capítulo conterá o diagnóstico situacional e o prognóstico dos serviços de Limpeza Urbana municipal, contendo as metas e ações necessárias para atender as diretrizes

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estabelecidas pela Lei Federal nº 11.445/2007 e pela Lei Federal nº 12.305/2010. Serão levantados os aspectos da Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos do município de Padre Carvalho, em seu caráter administrativo, regulamentário, infraestruturas e operacional.

12.1 Coleta Convencional e Acondicionamento

Na cidade de Padre Carvalho o órgão responsável pela gestão e manejo dos resíduos sólidos é a própria prefeitura, por meio da Secretaria de de Obras. Os domicílios, comércios, áreas de saúde e construção civil são os principais geradores de resíduos sólidos, sendo o resíduo comercial similar ao domiciliar. Em relação à natureza dos resíduos sólidos gerados, têm-se no município resíduos de origem domiciliar, de construção civil, de serviços de saúde, de varrição, poda e capina. Não há a segregação dos resíduos por tipologia, tão pouco há pesagem dos resíduos gerados.

Coleta

O sistema de coleta adotado no município é o convencional, não existindo programa de coleta seletiva. A coleta é realizada simultaneamente nos dois lados da rua, abrangendo as ruas não pavimentadas. Possui uma rota pré-definida para a coleta, mas não há o controle da quantidade de resíduos coletados, apenas estimativa. Todos os resíduos descartados pela população são varridos manualmente e acondicionados em lixeiras e tambores disponibilizados pela prefeitura e destinados em locais apropriados para posteriormente serem coletados e transportados para o Lixão. Os resíduos sólidos são coletados, em um caminhão compactador, com capacidade para 10,65T, 218 CV, da marca IVECO, modelo TECTOR, que pertence ao município (FIGURA 8). Além deste, possui uma caçamba da marca IVECO, modelo EUROCARGO, com capacidade para 11,6 toneladas e potência de 210 cavalos (CV), sendo utilizado para coleta de entulho e resíduos secos. Para a limpeza e manutenção do lixão, é utilizada uma Pá Carregadeira ou Retroescavadeira.

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Figura 8 - Coleta dos resíduos

Fonte: Codanorte, 2018.

Todo o resíduo coletado é enviado ao lixão, sendo recoberto semanalmente. Essa forma de disposição dos resíduos sólidos no solo sem critério de engenharia visa apenas a limpeza urbana sem preocupar com a questão ambiental. . Consoante a Prefeitura Municipal, a coleta convencional atinge 100% da área urbana e três comunidades da zona rural denominadas de Curral de Varras, Campo de Vacarias e Ponte Velha, sendo a coleta realizada diariamente na região central da sede e duas vezes por semana nas demais vias e, ainda, uma vez por semana nas comunidades rurais/distritos, exceto Campo de Vacarias onde é realizada duas vezes por semana as terça e sextas-feiras. A coleta é realizada de segunda a sexta, no período matutino e vespertino, conforme Tabela 9.

Tabela 9 - Frequência e horários da coleta Frequência e horários da coleta

Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Manhã Sede Zona Rural Sede Sede Zona rural Tarde Sede Sede Sede Sede Sede Fonte: Pefreitura de Padre Carvalho, 2018.

O lixão do município de Padre Carvalho recebe todas as categorias de resíduos, sem nenhum tipo de inspeção, sendo estes dispostos a céu aberto. Essa área não possui nenhum 57

tipo de monitoramento de entrada e saída de pessoas, na qual realizam descarte de resíduos sem nenhuma autorização. O município possui documentação da área utilizada e apesar de possuir licença ambiental ou autorização para fazer uso dessa área, tem atuado de maneira irregular e avança em realção a regularização e implantação do projeto de Aterro Sanitário de Pequeño Porte. É comum ocorrer a queima dos resíduos, no entanto, segundo a prefeitura essa queima não é realizada pela mesma. Podendo ser explicado pelo descarte ilegal de resíduos no Lixão por empresas e moradores do município, estes possivelmente promovem a queima com o intuito de reduzir o volume, que expande atingindo todos os resíduos urbanos. A gestão integrada de resíduos tem como objetivo a não geração, a minimização da geração e o reaproveitamento dos resíduos, a fim de evitar os efeitos negativos sobre o meio ambiente e a saúde pública.

Coleta Domiciliares

Os resíduos domiciliares são acondicionados em sacolas plásticas e lixeiras, ou até mesmo no chão em frente às residências. Em alguns locais ocorrem o acondicionamento dos resíduos de maneira incorreta devido à inexistência de lixeiras ou simplesmente dispostos fora das mesmas quando existentes. Percebe-se em visitas técnicas que o resíduo depositado fora das lixeiras, é também queimado, causando assim outro impacto ambiental e até mesmo incômodo aos moradores (FIGURA 10).

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Figura 10- Disposição dos resíduos para coleta

Fonte: CODANORTE, 2019

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Coleta Comercial

Os resíduos do comércio são armazenados em caixas de papelão e dispostos nos passeios dos comércios, sem nenhuma separação dos reutilizáveis ou recicláveis. O município não apresenta nenhum programa de coleta seletiva, nem mesmo empresas de reciclagem, tendo todo seu resíduo destinado ao lixão (FIGURA 11).

Figura 11 - Resíduos comerciais

Fonte: CODANORTE, 2019.

Estrutura Funcional da Secretaria de Serviços Urbanos

Parte dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos é de responsabilidade da prefeitura, cabendo à estrutura própria da Secretaria, principalmente as atividades administrativas, de planejamento e gerenciamento, além de atividades operacionais específicas, conforme mostra a Tabela 10 reproduzida a seguir:

Tabela 10 - Atividades de limpeza urbana e manejo de Resíduos sólidos. SERVIÇOS COLABORADORES Coleta (coletores e motoristas) 03

Varrição 04

Capina, poda e Roçada 03

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Demais serviços de limpeza urbana 03 (Motoristas)

Gerenciais ou administrativos 4

TOTAL 17 Fonte: Prefeitura de Padre Carvalho, 2018.

A equipe de manejo dos resíduos (varrição, coleta, poda e capina e destinação final) é formada por 17 (dezessete) funcionários incluindo o motorista do caminhão, que faz a coleta total 5 (cinco) dias por semana na área urbana e 2 (dois) dias nas comunidades rurais de Curral de Varas, Ponte Velha e Campo de Vacarias (TABELA 9). Os funcionários responsáveis pelo manejo dos resíduos não usam uniformes e equipamentos de proteção individual (EPI’s) conforme Normas Vigentes, contam apenas com sapatos fechados, blusas de manga longa, luvas e bonés/chapéus. É importante ressaltar que a prefeitura disponibiliza periódicamente os equipamentos e faz campanhas de proteção para estes servidores (FIGURA 12).

Figura 12 - Servidores usam EPI´s para realizar seus trabalhos

FONTE: CODANORTE, 2018.

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Estrutura Operacional da Secretaria de Obras de Padre Carvalho

A infraestrutura operacional dos Serviços de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos - basicamente são constituídos pela frota de veículos, máquinas e equipamentos utilizados nas atividades de limpeza urbana, na coleta de resíduos domiciliares e especiais e na operação do lixão. Na gestão operacional, os serviços são realizados diretamente pela prefeitura, sendo, as atividades operacionais da coleta de resíduos domiciliares e assemelhados, específicas de limpeza urbana (capina, varrição de vias e logradouros públicos, poda de árvores, etc.) executados com equipes e equipamentos próprios.

Varrição, Poda e Capina

A execução dos serviços de limpeza pública de Padre carvalho como: varrição das sarjetas e ruas, poda de árvores, capina das praças, transporte e destinação final dos resíduos, são realizados pela própria prefeitura através da secretaria de obras e meio ambiente. A varrição é realizada diariamente no centro e em algumas avenidas principais; Nas demais regiões a varrição é realizada em ruas e dias alternados (FIGURA 13).

Figura 13 - Varrição, Poda e Capina

Fonte: CODANORTE, 2018.

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Resíduos de Construção Civil e Demolição

De acordo com a Resolução do CONAMA nº 307/2002, os resíduos da construção civil são provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. Destaca-se que a destinação inadequada desses resíduos pode provocar o entupimento e o assoreamento de cursos d'água, de bueiros e galerias, estando diretamente relacionado às constantes enchentes e à degradação de áreas urbanas, além de propiciar o aparecimento de vetores que podem transmitir doenças a população. Segundo informações da Secretária Municipal de obras e meio ambiente, o município de Padre Carvalho não dispõe de qualquer controle quanto aos resíduos de construção civil - RCC coletados na cidade. Notou-se que há alguns depósitos clandestinos de RCC em calçadas, terrenos baldios e em estradas vicinais afastadas do perímetro urbano e muitas vezes esses resíduos são destinados ao próprio "lixão". Os RCC são coletados e armazenados no lixão e posteriormente utilizados para o recobrimento dos resíduos sólidos urbanos, usados para manutenção de estradas e/ou recuperação de voçorocas. As figuras abaixo mostram a destinação dos RCC no município (FIGURA 14).

Figura 14 - Disposição inadequada de resíduos e descarte ilegal nas vias Públicas

Fonte: CODANORTE, 2018. 63

Serviços de Limpeza e Manutenção das Praças

São realizados serviços de limpeza como: varrição, jardinagem, podas nas praças da cidade. Os resíduos provenientes de jardinagem e podas são coletados por caminhão e destinados ao lixão. Os demais são coletados pela coleta regular.

Coleta de Resíduos Verdes

Os resíduos verdes, de capina e roçada, não são coletados separadamente, pois são considerados volumosos sendo assim encaminhados ao lixão.

Serviços de Limpeza e Manutenção dos Cemitérios

Atualmente o Município de Padre Carvalho possui 1 cemitério no perímetro urbano, sendo sua manutenção sobre a administração pública e pequenos cemitérios nos distritos (a manutenção é realizada pela própria comunidade). A coleta de resíduos no Cemitério é feita pelo caminhão convencional e realizada sempre que solicitado ou mensalmente, conta ainda com a retirada de entulhos, dependendo do volume acumulado.

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Os resíduos sólidos de cemitério são formados:

• Da construção civil oriundos de reformas de túmulos e infraestrutura; • Dos restos florais, velas, faixas, madeiras e vasos; • De serviços de jardinagem, podas, varrição e limpeza.

Serviço de coleta de animais mortos

A coleta de animais de pequeno, médio e grande porte é realizada pelo caminhão caçamba aberto e encaminhado ao aterro controlado, sobre responsabilidade pública.

Compostagem

O município não possui um pátio para realizar a compostagem, por esse motivo continua enviando para o aterro sanitário os resíduos orgânicos. Necessitando de adequação. Assim além de estar em conformidade com a legislação, haverá uma aumento na vida útil do aterro sanitário.

Queimadas

Na zona rural o mecanismo mais utilizado para diminuir a quantidade de resíduos sólidos, são as queimadas. A falta de coleta, ou mesmo a dificuldade de acesso aos locais que realiza este serviço, faz com que a comunidade rural opte por este método. Todavia a queimada pode ser uma alternativa desastrosa tanto para o meio ambiente quanto para o ser humano. Com a queima do lixo, o fogo pode extravasar e ocasionar um incêndio causando perdas para a fauna e a flora nativa. Além disso, o empobrecimento do solo, causado também pela perda de nutrientes provindos da serapilheira é notável. Outra questão seria a emissão de gás carbônico, totalmente prejudicial ao meio ambiente e à saúde humana. A sua liberação causa poluição do ar, sendo assim responsável por alguns fenômenos, tais como efeito estufa e inversões térmicas. Em Padre Carvalho foi constatado através de visitas in loco à zona rural, que os resíduos orgânicos em quase toda sua totalidade são destinados a engorda de animais, os demais são queimados ou enterrados.

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Logística Reversa

A logística reversa é um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação.

A Lei nº 12.305/2010 dedicou especial atenção à Logística Reversa e definiu três diferentes instrumentos que poderão ser usados para a sua implantação: regulamento, acordo setorial e termo de compromisso.

O município de Padre Carvalho não possui nehuma indústrias, no entanto como em todos os municípios os produtos advindos das industrias são comercializados, gerando resíduos de difícil classificação e destinação final adequada, mesmo que em pequenas quantidades. Neste contexto torna-se inviável o envio destes resíduos para a destinação final adequada, sendo necessário, soluções consorciadas. Para que isso seja possível já existe em andamento um estudo de viabilidade técnica, financiado pelo governo do estado, na busca de obter alternativas economicamente adequadas.

Consórcios públicos

Os consórcios públicos são parcerias formadas por dois ou mais entes da federação, para a realização de objetivos de interesse comum, em qualquer área. Os consócios podem discutir formas de promover o desenvolvimento regional, gerir o tratamento de lixo, saneamento básico da região, saúde, abastecimento e alimentação ou ainda execução de projetos urbanos. Eles têm origem nas associações dos municípios, que já eram previstas na Constituição de 1937. Hoje, centenas de consórcios já funcionam no País. Só na área de saúde, 1969 municípios fazem ações por meio destas associações. Porém, faltava a regulamentação da legislação dos consórcios para garantir regras claras e segurança jurídica para aqueles que já estão em funcionamento e estimular a formação de novas parcerias. É esta a inovação da lei atual. Ela busca, sobretudo, estimular a qualidade dos serviços públicos prestados à população. Um dos objetivos dos consórcios públicos é viabilizar a gestão pública nos espaços metropolitanos, em que a solução de problemas comuns só pode se dar por meio de políticas e 66

ações conjuntas. O consórcio também permite que pequenos municípios hajam em parceria e, com o ganho de escala, melhorem a capacidade técnica, gerencial e financeira. Também é possível fazer alianças em regiões de interesse comum, como bacias hidrográficas ou polos regionais de desenvolvimento, melhorando a prestação de serviços públicos. A Lei nº 11.107/2005 regulamenta o Art. 241 da Constituição Federal e estabelece as normas gerais de contratação de consórcios públicos. Aos consórcios públicos atribui-se a personalidade jurídica, funcionando essa nova espécie de pessoa jurídica como importante mecanismo propulsor do desenvolvimento, tanto em nível federal quanto estadual e municipal. Entre os aspectos favorecidos por esse novo mecanismo, está a tutela do meio ambiente, principalmente as questões de interesse local, em cujo âmbito se encontram os problemas ambientais comuns a mais de um município. A resolução desses problemas pode ser favorecida pela convergência de recursos destinados a uma pessoa jurídica cuja finalidade é a gestão das questões atinentes ao meio ambiente. Os consórcios públicos possibilitam a prestação regionalizada dos serviços públicos instituídos pela Lei Federal de Saneamento Básico, e é incentivada e priorizada pela PNRS (BRASIL, 2005). Os consórcios públicos recebem, no âmbito da PNRS, prioridade absoluta ao acesso aos recursos da União ou por ela controlado. Essa prioridade também é concedida aos estados que instituírem microrregiões para a gestão, e ao Distrito Federal e municípios que optem por soluções consorciadas intermunicipais para gestão associada. A formação de consórcios públicos vem sendo estimulada pelo Governo Federal e por muitos estados, para que aconteça a melhor qualidade na gestão dos serviços públicos. Os municípios pequenos, quando associados, de preferência com os de maior porte, podem superar as fragilidades da gestão, racionalizar e ampliar a escala no tratamento dos resíduos sólidos, e ter um órgão preparado para administrar os serviços planejados. Assim, consórcios que integrem diversos municípios, com equipes técnicas capacitadas e permanentes serão os gestores de um conjunto de instalações tais como: pontos de entrega de resíduos; instalações de triagem; aterros; instalações para processamento e outras. A Lei 11.107/2005 possibilita a constituição de consórcio público como órgão autárquico, integrante da administração pública de cada município associado, contratado entre os entes federados consorciados. A Lei institui o Contrato de Consórcio celebrado entre os entes consorciados que contêm todas as regras da associação; o Contrato de Rateio para transferência de recursos dos consorciados ao consórcio, e o Contrato de Programa que regula 67

a delegação da prestação de serviços públicos, de um ente da Federação para outro ou, entre entes e o consórcio público. O Contrato de Consórcio, que nasce como um Protocolo de Intenções entre entes federados autoriza a gestão associada de serviços públicos, explicitando as competências cujo exercício será transferido ao consórcio público. Explicitam também quais serão os serviços públicos objeto da gestão associada, e o território em que serão prestados. Cede, ao mesmo tempo, autorização para licitar ou outorgar concessão, permissão ou autorização da prestação dos serviços. Define as condições para o Contrato de Programa, e delimitam os critérios técnicos para cálculo do valor das taxas, tarifas e de outros preços públicos, bem como para seu reajuste ou revisão (BRASIL, 2005). Os consórcios públicos têm prioridade nos recursos federais e estaduais. Diante do exposto e considerando a necessidade e prioridade dos consórcios públicos, o município de Padre Carvalho, juntamente com outros 58 municípios consorciaram, criando o consórcio CODANORTE – Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Ambiental Sustentável do Norte de Minas, em busca de maior facilidade para resolver os problemas relacionados à limpeza pública, desde sua geração à sua destinação final. Este permite o gerenciamento dos resíduos de forma integrada, abrangendo o sistema de coleta, segregação, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos municipais.

Resíduos Produzidos no Município que Necessitam de Logística Reversa Pneus Inservíveis

A cidade de Padre Carvalho pretende regularizar cumprindo a Resolução 416/2009 do CONAMA, quanto à destinação correta dos pneus inservíveis que não são utilizados para reaproveitamento, recauchutagem ou recapagem, abandonados ou dispostos inadequadamente, constituem um passivo ambiental e representam sério risco ao meio ambiente e à saúde pública. Os pneus coletados são encaminhados para o Ecoponto localizado na Rua Bonfim para posterior destinação final ambientalmente correta. Este procedimento não evita que, ocasionalmente, seja encontrado no atrerro unidades de pneus inservíveis.

Lâmpadas

Padre Carvalho não possui empresas de gerenciamento, tratamento e destinação 68

adequada de resíduos classe I e não há monitoramento formalizado pelo poder público sobre estes resíduos.

Pilhas e Baterias

Após a implantação de Eco-pontos será possível realizar a coletado e destinação final adequada destes resíduos. No momento a maioria destes residuos são destinados ao lixão, sendo uma pequena parte disposta em ecopontos distribuídos em órgãos públicos da cidade.

Não há monitoramento pelo poder público sobre a quantidade gerada destes resíduos, nem tão pouco sobre sua destinação final, no entanto é comum encontrar estes resíduos dispostos juntamente com os resíduos domiciliares.

Resíduos Contaminados por Óleos Lubrificantes e Graxos.

A área urbana do município conta com 2 (dois) postos de combustíveis, duas oficinas mecânicas e 1 (um) lava-jato. A seguir são apresentadas informações de alguns dos locais. Estes estabelecimentos são altamente poluidores, se não gerenciados corretamente, além de ser um meio de hiperdesperdício de água, os lava-jatos para carros são uma fonte de produção de resíduos sólidos e efluentes líquidos, isso porque nas “águas de lavagem de automóveis pode existir detergentes de vários tipos, biodegradáveis ou não, restos de poeira, fuligem, graxa, gasolina e todo tipo de resíduo produzido pelos automóveis”, Estopas e resíduos de oficinas que fazem manutenção de máquinas e que têm graxas 69

e óleos necessitam ser incinerados ou descartados em aterros de resíduos de classe I, que são resíduos perigosos. Evidentemente que o grau de diluição dos panos é muito maior e não configura risco à saúde humana, mas panos que lavam automóveis e seus motores podem conter resíduos de óleos e graxas.

Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris Inorgânicos

A Lei 12.305 em seu artigo 13 item I, subitem i, define resíduos agrossilvopastoris como: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades. No Município de Padre Carvalho as principais atividades econômicas são pecuária de corte e leite, carvão, coleta de resina em pinus, florestamento e reflorestamento de pinus e eucalipto. Os resíduos gerados pelas empresas de reflorestamento e Resinas são de responsabilidade das mesmas.

Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris Orgânicos

A área rural do Município de Padre Carvalho é de 400 km², com uma economia diversificada predominada pelo setor de reflorestamento e produção de resina, ficando à frente dos setores comerciais, serviços e indústria. Na prática, sob o ponto de vista ambiental, social e econômico, percebe-se que o Município, na sua maioria, não gerenciam seus resíduos sólidos de forma tecnicamente adequada, não observando princípios básicos, tais como: a prevenção; o aproveitamento; a reciclagem e outras formas de valorização dos resíduos, como a compostagem, além de não oferecer uma destinação final adequada.

Resíduos de Serviços de Saúde

De acordo com a CONAMA 358/05, art. 3°, cabe aos geradores de resíduos de serviço de saúde e ao responsável legal, referidos no art. 1° desta Resolução, o gerenciamento dos resíduos desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública e saúde ocupacional, sem prejuízo de responsabilização solidária de todos aqueles, pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, causem ou 70

possam causar degradação ambiental, em especial os transportadores e operadores das instalações de tratamento e disposição final, nos termos da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Art. 4º - os geradores de resíduos de serviços de saúde constantes do art. 1º desta Resolução, em operação ou a serem implantados, devem elaborar e implantar o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde-PGRSS, de acordo com a legislação vigente, especialmente as normas da vigilância sanitária. Segundo a Prefeitura, os resíduos sólidos de serviços de saúde (RSS) gerados nos estabelecimentos públicos como clínica e postos de saúde estão sendo armazenados nas unidades de saúde e destinados a empresa especializada - SERQUIP.

Todo o resíduo sólido produzido pelo centro de saúde e unidades básicas de saúde é armazenado em recipientes adequados, porém em local inadequado, em um depósito localizado na própria Secretaria de saúde. Não possui mensuração de quantidade nem tampouco destinação adequada. Segundo a secretaria de saúde o município não possui nenhuma parceria com outros municípios para adequarem estes resíduos, e que por enquanto está armazenado em um pequeno depósito na secretaria. (SECRETARIA DE SAUDE DE PADRE CARVALHO, 2014).

Quanto aos RSS gerados por estabelecimentos particulares (farmácias e consultórios odontológicos), a responsabilidade de coletar, tratar e realizar a disposição final adequada é do respectivo gerador.

Resíduos Indústrias

No município de Padre Carvalho possui duas empresas que são fontes de geração de emprego e renda, uma delas, é a Norflor Empreendimentos Agrícolas e outra empresa do ramo de Resinarias a Resinas Marajuara. Estas realizam o gerenciamento e destinação adequada dos seus resíduos. Os resíduos gerados pelas indústrias são de responsabilidades das mesmas. No entanto com a falta de fiscalização e consciência destas empresas é comum encontrar descartes inadequados no lixão conforme citado. As empresas devem possuir seus planos de gerenciamento de resíduos sólidos, licenciar suas atividades e destinar corretamente todos os resíduos por elas produzidos.

Serviços da Seção de Fiscalização de limpeza urbana 71

As competências estão na fiscalização e notificação de lotes vagos para fazer limpeza, construção de passeio e cerca/muro, e a fiscalização das empresas de caçambas. Execução de apreensões de animais nas vias públicas (equinos, bovinos e caprinos). E fiscalização de Alvarás de funcionamento (pessoa física e jurídica). Não possui lei para construção e lotes vagos são limpos pela prefeitura. São de obrigação da prefeitura a emissões de alvarás:

• Alvarás eventuais (festas, show, feiras, parques, circos e outros eventos); • Autorizações para vendas ambulantes (comércio informal); • Autorização para instalação de: Toldos nas fachadas dos edificios, Banca de jornal, revistas e libros, Barracas (para festas de caráter públicas e religiosas) provisórias, Caixas coletoras de papéis usados, Bancos e abrigos nas vias públicas, Coretos e palanques (para comícios, festividades cívicas, religiosas), Serviços executados em logradouros públicos; • Autorização para instalação de dispositivos de publicidade (Outdoor, painéis, luminosos, faixas e outros); • Cancelamento de taxas (funcionamento, publicidade, horário especial, ocupação de solo).

Serviços de coleta de resíduos verdes

Os resíduos verdes de capina, poda e roçagem são considerados volumosos e por isso são coletados separadamente em caminhão aberto, encaminhados ao lixão e dispostos juntamente com os demais resíduos (FIGURA 16).

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Figura 16 – Coleta de resíduos verdes

Fonte: CODANORTE, 2018.

Disposição Final dos Resíduos Sólidos

A disposição final dos resíduos sólidos urbanos é realizada no aterro controlado, que vem recebendo todas as categorias de resíduos gerados. É importante ressaltar que a disposição em aterro controlado se faz contrária, não somente à lei, mas também ao meio ambiente, já que favorece a poluição do solo e dos corpos hídricos.

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Figura 17 - Localização entre o lixão e a área urbana.

FONTE: CODANORTE, 2018.

Tabela 11 – Localização do atual do aterro controlado Distância média até o núcleo Área Coordenadas populacional / Características favoráveis Endereço Potencial Geográficas transbordo / tratamento (X) Distância de curso d’água maior que 300m Lat – 16°21’22’’  Dist. da sede: (X ) Distância do núcleo Long – 42°32’57’’ 4000m 2,0 MG 663 populacional maior que 500m

(X ) Distância maior que 100m

 Dist. da MG: de rodovias e estradas

 250 m Fonte: Prefeitura de Padre Carvalho, 2018.

É necessário o planejamento para a recuperação da área utilizada atualmente. O município de Padre Carvalho não possui cooperativas de reciclagem, triagem e coleta seletiva, sendo todo o resíduo urbano destinado ao lixão sem separação. Apenas catadores informais realizam a coleta de pequena quantidade de residuos recicláveis. O aterro possui isolamento, está cercado, porém fica aberto sem nenhuma fiscalização ou restrição de uso.

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13 CONSIDERAÇÕES

Depois de realizado o levantamento de dados e em campo para verificar a situação atual da limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos em Padre Carvalho, algumas considerações podem ser realizadas:

 O município conta com serviços de capina, varrição e poda, sendo necessário ampliar sua cobertura de atendimento;  Não há programas de coleta seletiva;  Não existe associação de catadores;  O município não possui aterro sanitário dentro dos padrões estabelecidos;  São necessárias ações para conscientização da população;  Um programa de Educação Ambiental realizado pela Prefeitura em 2014 não atendeu todas as escolas do municipio sendo necessário sua atualização e reativação.

É necessário ampliar o programa com o intuito de envolver todas as escolas municipais, incluindo as zonas rurais, sendo essas o ponto de partida no processo de conscientização ambiental, através de ações que buscam melhorias na qualidade de vida.

14 PROGNÓSTICOS PARA A GESTÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Introdução

Na elaboração do Plano Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (PGIRS) foi realizado inicialmente o diagnóstico situacional da gestão dos serviços de manejo dos resíduos e limpeza pública. De acordo com os resultados do diagnóstico, nessa segunda etapa dos trabalhos refere-se a elaboração de prognósticos e análises contemplando a definição de diretrizes, dos objetivos e das metas que orientarão a gestão dos referidos serviços relacionados aos resíduos no período de 2018 á 2038, inclusive a proposição dos programas e o detalhamento das ações e dos projetos para a consecução dos referidos objetivos e metas. O PGIRS trata das diretrizes e dos objetivos para a prestação de serviços, nos

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aspectos administrativos, técnicos e econômico-financeiros, conforme programas e metas para a gestão administrativa, financeira e operacional, buscando universalização e manutenção da disposição e do acesso integral aos serviços para todos os cidadãos e demais usuários, em condições técnica e economicamente sustentáveis e viáveis. Os elementos a seguir também entram no PGIRS:

 A formulação e proposição de mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e efetividade da execução do PGIRS;  A avaliação dos riscos naturais, acidentais e outros relacionados à prestação dos serviços. No caso de suas ocorrências, a formulação de ações emergenciais e contingenciais.

O seguinte documento firma os prognósticos e demais submissões do PGIRS para os serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Metodologia

O desenvolvimento do Prognóstico e das Alternativas para Universalização dos Serviços de Padre Carvalho ocorreu em consonância com o contrato de licitação realizado entre a CODANORTE e a Prefeitura Municipal de Padre Carvalho. Após o Diagnóstico, é na fase de prospecção e de planejamento estratégico onde serão efetivamente elaboradas as estratégias de atuação para melhoria das condições dos serviços de manejo e gerenciamento integrado dos resíduos. A metodologia adotada neste trabalho é a projeção de cenários alternativos de crescimento populacional, bem como a projeção de demandas dos serviços limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, buscando analisar as demandas pelos serviços e as carências identificadas no Diagnóstico, no cenário escolhido, definindo objetivos e metas a serem alcançados pelo PGIRS, os quais possibilitaram a indicação de proposições visando à universalização dos serviços em questão. Os estudos de cenários têm sido crescentemente utilizados na área de planejamento estratégico, tanto de grandes empresas quanto de governos, por oferecer um referencial de futuros alternativos em que as decisões serão tomadas. À medida que aumentam as incertezas em quase todas as áreas de conhecimento, cresce também a necessidade de análise e reflexão sobre as perspectivas futuras da realidade em que se vive e diante da qual se planeja. 76

As técnicas de cenários vêm conquistando rapidamente o cotidiano dos planejadores e dos decisores do mundo contemporâneo, apesar da percepção de que o futuro é algo incerto e indeterminado. Embora não possam eliminar incertezas nem definir categoricamente a trajetória futura da realidade estudada, as metodologias de construção de cenários contribuem para delimitar os espaços possíveis de evolução da realidade. Neste processo deverão ser consideradas as informações técnicas e participativas consolidadas na etapa de diagnóstico como referência de cenário atual e como direcionadoras dos avanços necessários para a prospectiva de cenário futuro (REZENDE e HELLER, 2008). A metodologia escolhida para a construção dos cenários para o PGIRS de Padre Carvalho utilizará dois cenários, Atual e Futuro, para o serviço de Gerenciamento de resíduos. Com base nos cenários populacionais futuros criados para o município, para os 20 anos de horizonte de projeto, pode-se estabelecer as demandas futuras por serviços e identificar as alternativas de intervenção. O conjunto de alternativas que promoverá a compatibilização entre demandas e disponibilidade de serviços foi definido como o cenário normativo do PGIRS e, em seguida, foram determinados os objetivos e metas, bem como as estratégicas para alcançá- los.

Construção de cenários

A partir da análise da evolução populacional, estimou-se as projeções das demandas para os setores do gerenciamento de resíduos, que contemplasse a realidade dos sistemas já existentes, assim como as necessidades principais da população. Para tal, buscou-se construir dois cenários, o Atual e futuro, sendo que o futuro adota a taxa de crescimento de 1,66% baseando no crescimento apresentado na última década. Dentro deste cenário alternativo, a evolução populacional é mostrada na Tabela 12 a seguir.

Tabela 12 – Evolução Populacional

DEMANDA ANUAL DOS SERVIÇOS

POPULAÇÃO (habitantes)

URBANA RURAL PRAZO ANO Taxa Taxa População RURAL TOTAL Cresc.% Cresc.% 2018 3757 - 2575 - 6.332

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2019 3.819 1,66 2.588 0,51 6.407

CURTO 2020 3.882 1,66 2.601 0,51 6.483

2021 3.947 1,66 2.614 0,51 6.561

2022 4.012 1,66 2.627 0,51 6.639

2023 4.079 1,66 2.641 0,51 6.720

2024 4.147 1,66 2.654 0,51 6.801

2025 4.215 1,66 2.668 0,51 6.883

2026 4.285 1,66 2.681 0,51 6.966 MÉDIO 2027 4.357 1,66 2.695 0,51 7.052

2028 4.429 1,66 2.709 0,51 7.138

2029 4.502 1,66 2.723 0,51 7.225 2030 4.577 1,66 2.737 0,51 7.314

2031 4.653 1,66 2.751 0,51 7.404

2032 4.730 1,66 2.765 0,51 7.495

2033 4.809 1,66 2.779 0,51 7.588

2034 4.889 1,66 2.793 0,51 7.682 LONGO 2035 4.970 1,66 2.807 0,51 7.777

2036 5.052 1,66 2.821 0,51 7.873

2037 5.007 1,66 2.836 0,51 7.843

2038 5.090 1,66 2.850 0,51 7.940 Fonte: Codanorte, 2018.

Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos

O serviço de limpeza urbana trata-se de um componente indispensável ao manejo de resíduos sólidos. Este, por sua vez, envolve os diferentes órgãos da administração pública e da sociedade civil, com o propósito de realizar a limpeza urbana, coleta, tratamento e disposição final do resíduo, melhorando desta forma a qualidade de vida da população e promovendo o asseio da cidade, levando em consideração as características das fontes de produção, o volume e os tipos de resíduos, considerando ainda as características sociais, culturais e econômicas dos cidadãos e peculiaridades demográficas, climáticas e urbanísticas locais. Para um diagnóstico efetivo desse serviço, prevendo resultados mais eficientes, será

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necessário avaliar as reais demandas identificadas junto às diversas atividades locais referentes ao mesmo.

Avaliação de Demanda

A metodologia de avaliação das demandas de geração de resíduos sólidos será a clássica, tomando como base a quantidade de pessoas atendidas por coleta domiciliar, sendo a população da área urbana de 3.462 habitantes, no ano de 2016, juntamente com a média per capita nacional de resíduos por dia, 0,900 kg/hab/dia. Verificou-se que a produção do município de Padre Carvalho é de 3115.8 kg/dia, segundo dados fornecidos pela Equipe Técnica (2018). Vale ressaltar que essa produção corresponde apenas ao resíduo urbano. Esta avaliação de demanda de geração de resíduos sólidos foi obtida através da expressão Q = população projetada (hab) x taxa de geração (kg/hab/dia). O problema da quantidade e qualidade de dados gerados sobre resíduos sólidos também faz parte deste Prognóstico e está contemplado a partir do apontamento de indicadores a serem medidos e incorporados ao processo. A avaliação se dará segundo dois cenários limites, a saber:

- Cenário ATUAL: representa o município no momento e a continuidade da tendência atual; - Cenário FUTURO: representa uma evolução decorrente de fatores diversos identificados na fase de diagnóstico.

Desta forma tem-se apresentado a seguir os cenários esperados para os diversos resíduos sólidos urbanos. As demandas para ambos os cenários a serem adotados, citados anteriormente, consideram, para base de cálculo, a projeção populacional apresentada no diagnóstico, definindo a taxa de geração de resíduos sólidos urbanos (RSU), dos resíduos inertes e da construção civil (RCC) e dos resíduos de serviços de saúde (RSS). A partir desses cálculos, obtém-se uma estimativa da variação desses quantitativos, segundo as Tabelas 13 e 14, de acordo com os Cenários atual/Tendencial e futuro. Conforme os dados da tabela considerou-se que para o Cenário Atual/tendencial o atendimento limitasse apenas a zona urbana, sendo este um cenário indesejável para o município. 79

Tabela 13 - Evolução populacional – Cenário tendencial DEMANDA POPULAÇÃO (habitantes) ANUAL

PRAZO ANO URBANA RESÍDUOS Taxa (Kg/dia) População Cresc.%

2013 3.662 3662 3295,80

2014 3.723 1,66 3723 3350,51 CURTO 2015 3.785 1,66 3785 3406,13

2016 3.847 1,66 3847 3462,67

2017 3.911 1,66 3911 3520,15

2018 3.976 1,66 3976 3578,59 MÉDIO 2019 4.042 1,66 4042 3637,99

2020 4.109 1,66 4109 3698,38

2021 4.178 1,66 4178 3759,77

2022 4.247 1,66 4247 3822,19

2023 4.317 1,66 4317 3885,63

2024 4.389 1,66 4389 3950,14

2025 4.462 1,66 4462 4015,71

2026 4.536 1,66 4536 4082,37

2027 4.611 1,66 4611 4150,14

2028 4.688 1,66 4688 4219,03

2029 4.766 1,66 4766 4289,06

2030 4.845 1,66 4845 4360,26

2031 4.925 1,66 4925 4432,64

80

LONGO 2032 5.007 1,66 5007 4506,22

2033 5.090 1,66 5090 4581,03

Fonte: Codanorte, 2013.

E com relação ao Cenário Futuro, adotou-se a população total do município, urbano e rural, universalizando o sistema, sendo este o cenário desejado.

Tabela 14 – Demanda anual de serviços

DEMANDA ANUAL DOS SERVIÇOS

DEMANDA POPULAÇÃO (habitantes) ANUAL

PRAZO ANO URBANA RURAL RESÍDUOS Taxa Taxa TOTAL População RURAL (Kg/dia) Cresc.% Cresc.%

2013 3.662 2492 - 6154 5538,60

2014 3.723 1,66 2.505 0,51 6227 5604,75

2015 3.785 1,66 2.517 0,51 6302 5671,86 CURTO 2016 3.847 1,66 2.530 0,51 6378 5739,96

2017 3.911 1,66 2.543 0,51 6455 5809,06

2018 3.976 1,66 2.556 0,51 6532 5879,16

2019 4.042 1,66 2.569 0,51 6611 5950,30

2020 4.109 1,66 2.582 0,51 6692 6022,48

2021 4.178 1,66 2.596 0,51 6773 6095,73

MÉDIO 2022 4.247 1,66 2.609 0,51 6856 6170,06

2023 4.317 1,66 2.622 0,51 6939 6245,48

2024 4.389 1,66 2.635 0,51 7024 6322,01

2025 4.462 1,66 2.649 0,51 7111 6399,68

81

2026 4.536 1,66 2.662 0,51 7198 6478,50

2027 4.611 1,66 2.676 0,51 7287 6558,49

2028 4.688 1,66 2.690 0,51 7377 6639,67

2029 4.766 1,66 2.703 0,51 7469 6722,05

2030 4.845 1,66 2.717 0,51 7562 6805,65

2031 4.925 1,66 2.731 0,51 7656 6890,50 LONGO 2032 5.007 1,66 2.745 0,51 7752 6976,62

2033 5.090 1,66 2.759 0,51 7849 7064,02 Fonte: Codanorte, 2013.

Na atual realidade do município, conforme Diagnóstico do PGRS, segundo a Secretaria de Serviços Urbanos de Padre Carvalho (2018), os serviços relacionados aos resíduos sólidos atendem a população urbana e somente 3 (três) comunidades rurais, que são Curral de Varas, Campo de Vacarias e Ponte Velha como supracitado sua destinação é inadequada. Entretanto, constatou-se em visita técnica in loco, várias irregularidades, como descartes incorretos, deficiência na fiscalização dos estabelecimentos, coleta ineficiente nos distritos e demais serviços de manejo dos resíduos nas áreas rurais.

Definição do Cenário

No item anterior foram apresentados os dois cenários, Atual/tendencial e futuro, bem como, a geração de RSU, transportando a projeção populacional estimada anteriormente para a efetiva demanda de geração de resíduos sólidos considerada, propondo as seguintes realidades:

- Cenário Atual/Tendencial, que apresenta uma evolução populacional constante, considerando a mesma curva da evolução populacional apresentada até hoje, mantendo os serviços prestados atualmente, sem avanços; - Cenário futuro, que apresenta uma evolução populacional, mas também uma evolução no atendimento considerando a universalização dos serviços.

O previsto dentro da realidade de ambos os cenários é que deverá ocorrer uma 82

evolução da demanda dos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos de Padre Carvalho. Após análise de ambos, considerou-se a adoção do Cenário Futuro, que tende a acompanhar o índice de crescimento apresentado nos últimos anos pelo Município, sendo o mais próximo à realidade projetada para o mesmo, não havendo nenhuma previsão de mudanças relevantes neste sentido que levasse a outra perspectiva. Assim, apresenta-se neste prognóstico os Objetivos, Metas, Indicadores, Programas, Ações e Prazos, com maior detalhamento, elaborados para este cenário.

Identificação das carências

Analisando os levantamentos realizados nos trabalhos de campo, in loco, constatou- se que as condições dos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos oferecidos atualmente em Padre Carvalho são de atendimento regular. Tendo em vista a perspectiva de acréscimo da população, evidenciada pelo estudo de projeção populacional para Padre Carvalho, em um horizonte de planejamento de 20 anos, surge a necessidade de analisar alternativas que busquem aumentar e melhorar a disponibilidade e qualidade dos serviços públicos do município. As dificuldades encontradas para a prestação de serviços relativos aos resíduos, são fatores limitantes na garantia de melhor qualidade de vida e saúde da população atendida, bem como no compromisso de estabelecer um desenvolvimento sustentável de um município. Em Padre Carvalho, as principais carências foram levantadas e discutidas, no Diagnóstico. A análise deste diagnóstico possibilitou um maior conhecimento das carências, necessidades e disponibilidades de serviços de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos, apresentadas pela população local e detectadas pela equipe técnica.

Carências Identificadas pela Comunidade

Na 1ª Conferência realizada sobre o PGIRS, na sede e distritos de Padre Carvalho, foram identificadas as carências apresentadas nas Tabelas 15 e 16 a seguir:

Tabela 15 - Carências identificadas pela comunidade na Sede – Resíduos sólidos PROBLEMA LEVANTADO SOLUÇÃO DA COMUNIDADE TEMA COMUNIDADE

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Falta de conscientização da população. Palestras educativas Falta de um sistema de coleta dos Criação de uma cooperativa de materiais recicláveis. triagem e venda dos materiais Existência de um lixão. Construção de um aterro sanitário Grande quantidade de entulho disposto Reaproveitar os resíduos da construção civil clandestinamente em vários pontos da nas áreas rurais para aterrar as voçorocas. cidade. Resíduos Construção em áreas de Preservação Fiscalização na área construída e fazer Sólidos Permanente. drenagens periódicas onde acontecem os alagamentos. Obstrução de bueiros, danificando o Manter limpa as áreas de asfalto, abrangência é o centro da cidade. escoamento dos bueiros, desentupir os bueiros periodicamente e, sobretudo não jogar lixo dentro dos mesmos. Falta de equipe especializada para o Manter uma equipe para acompanhar o acompanhamento de obras, já que em desenvolvimento dessas obras. todos os bairros existe algum ponto de atenção. Acúmulo de lixo nas margens dos Limpeza constante. Fiscalização. córregos que atravessam o município. Campanha de conscientização.

Fonte: Codanorte, 2018.

Tabela 16 - Carências identificadas pelas comunidades – Resíduos sólidos PROBLEMA LEVANTADO PELA SOLUÇÃO PROPOSTA PELA TEMA COMUNIDADE COMUNIDADE

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o Coletar pelo menos dois dias da semana. A Coleta de lixo acontece apenas um o Promover palestras para dia da semana e apenas três conscientizar a população. o Fiscalização em relação às pessoas comunidades (Curral de Varas, o que colocam o lixo fora do dia a ser Campo de Vacarias e Ponte Velha) , recolhido. exceto Campo de Vacarias onde a coletaocorre 02 vezes/semana

Dispor os resíduos em locais e horários Separar o lixo e colaborar dispondo

impróprios. os resíduos no dia e hora adequados. A solução proposta é estipular multa Resíduos Faltam caçambas para colocar o lixo para quem joga lixo em local indevido. Sólidos em todo o distrito. A maioria dos moradores dispõe o lixo na porta no dia da coleta, porém alguns ainda preferem queimar ou Conscientização e fiscalização jogar em lotes vagos. Fonte: Codanorte, 2018.

Vale ressaltar que, com relação às demais localidades rurais, não foram relacionadas às principais carências, uma vez que essas não recebem nenhum tipo de atendimento por parte do poder público, referente aos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos. Porém, a equipe técnica, em seus levantamentos, constatou in loco várias situações críticas, propondo também soluções possíveis para reverter este quadro, sendo prioritária, a implantação do PGIRS. A atual situação da limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos no município de Padre Carvalho apresentam as seguintes carências, levantadas na fase do Diagnóstico (TABELA 17).

Tabela 17 - Carências identificadas pela equipe técnica – Resíduos sólidos

ITEM CARÊNCIAS

01 Gestão Falta de gestão ampla e atuante;

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02 Universalização Falta de universalização dos Serviços de Resíduos Sólidos; - Coleta não atende 100% do município;

- Inexistência de controle da qualidade dos resíduos descartados; - Inexistência de controle de quantidade dos resíduos por Resíduos Sólidos estabelecimentos comerciais; 03 Domiciliares (RSD) - Falta de plano de distribuição de lixeiras públicas; - Falta da observância das diretivas de segurança do trabalho;

- Inexistência de coleta em algumas comunidades rurais; 04 Coleta Seletiva - Inexistência de um plano de coleta seletiva no município; - Inexistência de programa de reciclagem de RCC;

- Inexistência de projeto específico para os Resíduos Inertes e da RCC; Resíduos Inertes e - Inexistência de regulamentação municipal quanto à 05 RCC destinação; - Inexistência de conscientização; - Destinação inadequada; - Não utilização como “biomassa” ou em técnicas de 06 Resíduos de Poda fertilização;

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- Ausência de fiscalização dos estabelecimentos serviços de Resíduos de Serviços saúde públicos e privados; 07 de Saúde (RSS) - Ausência de mensuração do descarte;

- Falta de regularidade dos serviços de varrição;

08 Varrição - Área de atendimento restrita à parte central da cidade;

- Falta da observância das diretivas de segurança do trabalho; - Inexistência de indicadores relativos à Limpeza Urbana e 09 Indicadores Manejo dos Resíduos Sólidos; - Falta de monitoramento da área e de intervenções de manutenção; 10 Lixão - Falta de controle do acesso à área; - Inexistência de manutenção da área; Limpeza de Bocas de - Inexistência de plano de limpeza e manutenção de bocas de 11 Lobo e Córregos lobo e córregos; - Falta de programas de treinamento;

- Falta de especificação e uso de EPI mínimos; Desenvolvimento - Determinação da equipe, equipamento e recursos para Institucional, gerenciamento; - Ausência do Conselho Municipal paritário e Capacitação e 12 transparência de informações; Segurança - Ausência de cobrança pela coleta e disposição dos residuos sólidos. Fonte: Codanorte, 2018.

Premissas preconizadas

O PGIRS tem como objetivo principal promover a universalização e qualidade dos serviços relativos ao gerenciamento de resíduos, instrumentalizando o município com um planejamento integrado, considerando as especificidades locais, com metas bem definidas a

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curto, médio e longo prazos. Este Plano deve estar nivelado à Política Nacional de Meio Ambiente e demais legislações pertinentes, no âmbito federal, estadual e municipal. Tendo como intuito a implantação de todo este planejamento, dentro do cenário Futuro definido e após identificadas as carências do município, são dispostas as seguintes premissas a serem adotadas, visando a efetividade na prática deste processo. Garantir que as premissas dos serviços de gerenciamento de resíduos, e também as ambientais relacionadas, sejam parte integrante da gestão municipal e do planejamento urbano e rural do município, visando a universalização, qualidade e efetividade destes serviços:

 Garantir por Lei o cumprimento dos aspectos básicos primordiais referentes ao tema, priorizando a transparência e gestão participativa junto à comunidade;  Investir na gestão pública, capacitando e estruturando-a tanto com recursos técnicos quanto operacionais e materiais;  Implantar Programas e Políticas Públicas voltados especificamente para o reaproveitamento sustentável, minimizando os resíduos sólidos urbanos;  Desenvolver e implantar um Plano de Educação Ambiental, visando maior conscientização da população quanto ao reaproveitamento e descarte adequado dos resíduos;  Analisar criticamente o sistema de coleta de resíduos, prevendo seu aprimoramento para melhor atender todas as áreas do município e suas carências;  Desenvolver e implantar Programas de Coleta Seletiva no município, garantindo o reaproveitamento de recicláveis, desafogando o aterro, projetado apenas para receber os rejeitos. Adotando ainda programas de incentivo junto à coleta seletiva e recicláveis, promovendo a economia da reciclagem, conforme já previsto na legislação federal;  Treinar e capacitar o corpo técnico da prefeitura;  Desenvolver e implementar um Programa de Manejo e Reaproveitamento dos RCC. Prevendo as etapas de recebimento, separação, destinação e possível reaproveitamento, de acordo com sua classificação. Incentivando a separação ainda na fonte, programa de Desconstrução, promovendo a economia desse setor através da geração de subprodutos passíveis de reaproveitamento. Além da criação de lei específica para as obras públicas, garantindo o reaproveitamento dos resíduos por elas gerados;  Desenvolver e implementar Programa de manejo, visando um melhor

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aproveitamento do material resultante de poda e capina;  Implantar o PGRSS, garantindo a destinação correta dos RSS e sua separação por classificação, otimizando a etapa de esterilização, destinada apenas aos resíduos infecciosos;  Desenvolver Programa de divulgação e Comunicação Visual, como ferramenta de endomarketing, garantindo maior transparência e descentralização de informações, visando maior conscientização e envolvimento da comunidade.

Dentro deste contexto, enfatiza-se o relevante papel de todas as esferas da sociedade, como parte fundamental no processo de reciclagem de resíduos sólidos, pois o sucesso do mesmo depende diretamente da separação dos resíduos ainda na fonte geradora, devendo ser enviado aos aterros somente os rejeitos, que não podem ter nenhum tipo de aproveitamento. Portanto, a conscientização e envolvimento dos três setores da sociedade, poder público, iniciativa privada e sociedade civil, é indispensável para promover a economia da reciclagem e garantir o alcance da mesma.

Proposição de Indicadores

Há na literatura nacional vários modelos de indicadores que podem ser adotados para o controle dos Resíduos Sólidos, buscando sua melhor gestão. Optou-se aqui, por adotar um padrão mais simplificado e ao mesmo tempo didático e objetivo, que atenda de maneira prática às necessidades da realidade local e possibilite o acompanhamento de cada um dos Programas estabelecidos. Esses indicadores contemplam Objetivo, Descrição, Cálculo, Unidades e Periodicidade do controle, conforme apresentado na Tabela 18 a seguir:

Tabela 18- Indicadores – Resíduos sólidos

NOME– INDICADOR DESCRIÇÃO PERÍODO COMO CALCULAR UNID. 1 - GESTÃO PÚBLICA 1.1. Sustentabilidade Verificar a autossuficiência (Receita arrecadada com o manejo financeira dos serviços financeira do município de resíduos sólidos / Despesa total Semestral % relacionados ao manejo com o manejo de resíduos da Prefeitura com o manejo de de resíduos sólidos urbanos resíduos) x 100

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1.2. Índice de despesas Comparar as despesas com empresas realizadas com contratação (Despesa da Prefeitura com empresas contratadas / Despesa contratadas para de terceiros para total execução de serviços Execução de serviços de de manejo de RSU manejo de da Prefeitura com manejo de RSU) Mensal % RSU, em relação às despesa x 100 totais para este fim 1.3. Custo unitário Despesa total da prefeitura com médio dos serviços de Quantificar o custo médio serviço de varrição / Extensão total R$ / Mensal varrição dos serviços de varrição de sarjeta varrida Km Comparar os custos dos (Despesa total da prefeitura com serviços de varrição em serviço de varrição / Despesa total 1.4. Índice do custo do relação ao custo total com o da Prefeitura com manejo de RSU) serviço de varrição Mensal % manejo dos resíduos sólidos x100 Comparar os custos dos (Despesa total da prefeitura com serviços da serviço de coleta / Despesa total da coleta, em relação ao custo 1.5. Índice do custo Prefeitura com manejo de RSU) x total com o manejo de Mensal % de serviço de coleta 100 resíduos sólidos. Quantificar o gasto anual Gasto anual com o sistema de por habitante com o sistema limpeza urbana / População total do 1.6. Gasto por de limpeza urbana do município habitante ano Anual Anual município 2 - OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS SERVIÇOS Quantificar as vias urbanas (Extensão (km) de vias atendidas pelo serviço de pavimentadas varridas x 100) / varrição, tanto manual 2.1. Índice de serviço Extensão total de quanto eventualmente Anual % de varrição das vias vias pavimentadas mecanizada 2.2. Índice total do Quantificar os domicílios (Nº total de domicílios atendidos por serviço de coleta atendidos por coleta de coleta direta de resíduos sólidos x Anual % regular resíduos sólidos 100) / Nº total de domicílios urbanos domiciliares, Meio de (Nº de domicílios urbanos atendidos controle para dar diretrizes por coleta direta de resíduos sólidos e apoiar as ações 2.3. Índice urbano do x referentes à implantação de serviço de coleta 100) / nº total de domicílios urbanos melhorias nos sistemas de % regular coleta domiciliar

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Quantificar a população (Nº total de domicílios atendidos por 2.4. Índice total do atendida pelo serviço de coleta seletiva direta e indireta de serviço de coleta coleta domiciliar menos de resíduos sólidos x 100 / Nº total de seletiva Anual % 2 vezes, considerando-se domicílios como frequência adequada (Nº de domicílios urbanos atendidos à coleta que por coleta seletiva direta e indireta 2.5. Índice urbano do atende a uma determinada de serviço de coleta área duas vezes ou mais por resíduos sólidos x 100) / Nº total de % seletiva semana. domicílios urbanos Quantificar a população atendida pelo serviço de coleta domiciliar menos de 2 vezes, considerando-se (População atendida com frequência 2.6. Índice de como frequência adequada adequada pelo serviço de coleta de satisfação de à coleta que atende a uma Trimestral RSD X 100) / População total do % frequência de coleta determinada área 2 vezes ou município mais por semana. 3 – CONTROLE E FISCALIZAÇÃO 3.1. Índice de geração Acompanhar os índices de de resíduos sólidos geração de resíduos da Quantidade total de RSU gerados Kg/ha Semestral domésticos per capta população do por dia / nº total de habitantes. b/dia Município. 3.2. Índice de geração Acompanhar os índices de de resíduos de geração de RSS no Quantidade total de RSS gerados x Kg/an serviços de saúde município. Semestral 1,0 kg/ hab/ ano. o (RSS) per capta 3.3. Índice de geração Kg/ de resíduos sólidos Acompanhar os índices de Quantidade total de RSI e RCC estabel inertes geração de RSI e RCC no Semestral gerados / nº total de obras e ecime (RSI) e da construção Município. indústrias. nto/ civil (RCC) dia 4 – CAPACITAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO Apontar os índices de acidentes de trabalhos com 4.1. Índice de afastamento de mais de 15 (Número de acidentes com frequência de dias, em um determinado Mensal afastamento de mais de 15 dias /

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acidente de trabalho período do serviço de Homens horas trabalhadas) x Men 1.000.000 sal limpeza urbana dos

município e indicar quantos

acidentes para cada milhão

de horas trabalhadas. Acompanhar o desempenho dos serviços de coleta de

RSU. Portanto, semestralmente devem ser feitas Aplicar a seguinte pontuação: Muito entrevistas com 5% da Bom – 10; Bom – 8; Satisfatório – 6; 4.2. Índice de população Regular – 3; Insatisfatório – 1. Os Sem desempenho da coleta total do município. Cada pontos dever ser somados e estra Semestral de RSU posteriormente divididos pela l munícipe deve avaliar o serviço de quantidade total de entrevistados coleta de RSU em (Muito bom), (Bom), (Satisfatório), (Regular) e (Insatisfatório)

5 - COLETA SELETIVA E REAPROVEITAMENTO

5.1. Índice de Traduzir o grau de (Quantidade total de materiais Reaproveitamento dos reaproveitamento dos recuperados com a coleta seletiva x Resíduos Sólidos materiais reaproveitáveis Semestral 100) / Quantidade total de resíduos % Domiciliares presentes nos resíduos sólidos coletados domiciliares Traduzir o grau de 5.2. Índice de reaproveitamento dos reaproveitamento dos materiais reaproveitáveis Semestral (Total de RSI e RCC reaproveitados %

RSI e RCC presentes na composição x 100) / Total de RSI e RCC coletados

dos RSI e RCC Acompanhar os números de 5.3. Taxa de Inclusão pessoas que têm sua renda (Nº de catadores incluídos nas de catadores no oriunda da atividades propostas pelo município / Anual % sistema de coleta reciclagem dos resíduos e Total de catadores no município) x

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seletiva do município auxiliar no 100 fomento desta atividade 5.4. Volume de Verificar quais são os (Total de resíduos comercializados resíduos índices de reciclagem do pelas cooperativas / Total de resíduos comercializados pelas município. Análises Anual encaminhados para a disposição % cooperativas de gravimétricas dos resíduos final) x 100 reciclagem sólidos indicariam qual

seria o índice ideal

5.5. Índice de Quantificar o percentual de Quantidade de RSU tratados / tratamento adequando RSU tratados Quantidade Total de RSU gerados Anual % dos RSU adequadamente Quantificar a parcela dos (Total de resíduos valorizados x 100) / RSU valorizados por Total de resíduos coletados no 5.6. Taxa de resíduos processo de compostagem município úmidos valorizados Anual % ou outro qualquer Fonte: Adaptação CODANORTE, 2018.

Hierarquização das Áreas de Intervenção Prioritária

Na elaboração de ações, programas e projetos, é necessário realizar a hierarquização das áreas de intervenção, ou seja, a definição das áreas mais carentes e prioritárias, que orientará a sequência de execução das atividades previstas O processo de hierarquização de áreas para intervenção, tendo como eixo norteador o acesso à coleta e destinação de resíduos sólidos, levou em consideração os seguintes critérios:

 Destinação final adequada dos resíduos sólidos (aterro sanitário);  Acesso à coleta de RSD;  Acesso às metas de coleta de RSD;  Acesso aos serviços de coleta seletiva;  Acesso aos serviços de poda e capina;  Acesso aos serviços de limpeza de bueiros e córregos;  Acesso à disposição adequada dos RCC;  Acesso à disposição adequada dos resíduos de poda e capina. 93

Dessa forma, a hierarquização das áreas de intervenção no município foi classificada em 04 níveis de prioridade (Inexistente, Insatisfatório, Regular, Satisfatório). A seguir é apresentada a definição dos níveis de prioridade:

Inexistente: Pode-se considerar crítica a situação dessas localidades, sem acesso aos serviços de limpeza urbana, em especial de coleta dos RSD. Essas áreas são prioritárias quanto às intervenções; Insatisfatório: Áreas com acesso insuficiente do sistema de limpeza urbana. Portanto, são as localidades de acesso insatisfatório, não atendendo a demanda da população, como por exemplo, as áreas atendidas pelo serviço de coleta dos RSD apenas uma vez na semana; Regular: Áreas de acesso regular, com questões pendentes. Por exemplo, áreas atendidas pelos serviços de coleta dos RSD minimamente, duas vezes por semana, mas sem acesso a outros serviços como varrição de vias, de gestão e manejo dos RCC, RSS, etc.; Satisfatório: Áreas e localidades consideradas com acesso satisfatório aos serviços, assim, sendo as menos prioritárias nesta hierarquização.

Assim, a Tabela 19, apresenta a hierarquização das áreas do município de Padre Carvalho, considerando o acesso aos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos.

Tabela 19 - Hierarquização das áreas - Resíduos sólidos CLASSIFICAÇÃO ÁREAS As áreas rurais não são contempladas com os serviços básicos do sistema de manejo dos resíduos. Apenas três comunidades recebem Inexistente apenas a coleta (Curral de Varas, Campo de Vacarias e Ponte Velha) Insatisfatório Distritos de Curral de Varas e Ponte Velha, há coleta somente 1 vez por semana, Campo de Vacarias 02 vezes por semana ( localidade de maior aglomerado de familias da área rural)

Regular Há coleta de resíduos e varrição diariamente na sede.

Não há no município áreas que se enquadrem nessa classificação, Satisfatório considerando suas atuais carências e deficiências em vários aspectos

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referentes à limpeza urbana e manejo dos resíduos.

Fonte: Codanorte, 2018.

Com base no diagnóstico e análises da equipe técnica, ficou evidenciado que a área rural é considerada como área prioritária, pela inexistência do acesso aos serviços de manejo dos resíduos sólidos nessa localidade. Considerando as várias limitações e carências em quase todos os setores referentes aos serviços de limpeza urbana, pode-se concluir que não há áreas tidas como satisfatórias no município de Padre Carvalho. Para atendimento à demanda apontada na hierarquização das áreas, de uma forma geral, visando uma ação efetiva, faz-se necessária toda uma revisão dos serviços prestados, como sua setorização, descentralização e sistematização. O sucesso da mesma depende diretamente da implementação do PGIRS, estando este serviço sob a responsabilidade da gestão pública municipal, desde o gerenciamento à fiscalização, e não da empresa a ser contratada para executá-lo. Após a etapa de priorização das áreas a serem atendidas, prevê-se a próxima etapa, sendo a gestão dos resíduos sólidos e sua capacitação, que atualmente está muito aquém às demandas que envolvem esse setor, visando atingir as metas de acordo com o planejamento de curto, médio e longo prazos. Conforme já apresentado, o município não possui estrutura institucional, técnica e financeira para garantir à população, com seus próprios recursos, serviços de saneamento com qualidade e quantidade suficientes, sendo necessária ampla discussão sobre o tema. Com isso, a análise de viabilidade técnico-financeira dos serviços, considerando os cenários junto aos objetivos, metas, programas, projetos e ações.

Alternativas de intervenção

Com o crescimento da prática consumista e habitual uso de descartáveis, entre outros fatores de impacto direto ao meio, aumentam também as preocupações com relação ao acúmulo crescente de resíduos, resultante destas práticas.

Impacto ambiental: qualquer alteração das propriedades físicas, 95

químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais (ReCESA, 2008).

Deste modo, o gerenciamento dos resíduos sólidos é hoje um dos principais desafios para atender plenamente às diretrizes atuais de proteção ambiental e responsabilidade social, pois permite o conhecimento quali-quantitativo e as peculiaridades dos diferentes resíduos gerados por uma população e exige a participação e o envolvimento de todos em um processo de gestão participativa integrada de resíduos sólidos urbanos (OLIVEIRA et al., 2007). Indo de encontro a essa perspectiva pode-se constatar que, a ação do poder público por si só, com todas as suas limitações, é insuficiente para a solução deste preocupante cenário, sendo necessário encontrar ações alternativas, aliando tecnologia e simplicidade, com soluções ecologicamente positivas e economicamente sustentáveis. A seguir, apresentam-se algumas alternativas, viáveis à realidade de Padre Carvalho, dado seu baixo custo e facilidade de adaptação e manejo:

 Reciclagem e reaproveitamento dos materiais da construção civil: evita o desperdício, a produção de lixo e a poluição, com retorno da matéria-prima ao ciclo de produção do qual foi descartada, sendo muito importante, tanto para diminuir o acúmulo de dejetos, quanto para poupar o meio ambiente da extração excessiva de recursos;  Programa de Coleta Seletiva: envolve a comunidade em geral e escolas, trazendo para a realidade cotidiana a importância das práticas ambientais. Além de gerar renda e promover a inserção social e regulação da atividade dos catadores, contribui significativamente para diminuição do volume de lixo recolhido (menos viagens de coleta), além de aumentar a vida útil do aterro;  Associações para Coleta Seletiva: Pessoas que vivem na mesma área rural podem criar associações para a coleta seletiva do lixo produzido no local e para a conscientização ambiental da comunidade. Uma infraestrutura coletiva pode ser desenvolvida para armazenar o lixo previamente selecionado por cada um e transporta-lo até as recicladoras. A criação de estruturas de uso comum também poderia ser criada visando o armazenamento e transporte dos recicláveis até os postos de recolhimento (Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural, 2006);  Compostagem: É uma maneira natural, fácil e barata de reciclar restos de

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cultura, sendo uma alternativa para minimizar os restos vegetais da propriedade, inclusive aqueles que não podem ser utilizados diretamente como adubo e/ou cobertura vegetal;  Reutilização dos resíduos de poda como biomassa: lixo orgânico proveniente das podas e cortes de árvores, limpeza de praças, capina de terrenos, que se destinado e utilizado de maneira adequada, pode produzir biogás, gerando energia elétrica ou térmica, sendo uma fonte limpa de energia;  Biodigestor ou digestão anaeróbica: é o processo de degradação da matéria orgânica pela ação de microrganismos, processo este que ocorre, diferentemente da compostagem, sem a presença de oxigênio. O lodo gerado em sistemas anaeróbios é menor. Enquanto que em sistemas aeróbios, como a compostagem, somente ocorre cerca de 40% a 50% de degradação biológica, nos sistemas anaeróbios essa taxa varia de 70% a 90%(CHERNICHARO, 2001);  Reaproveitamento do óleo vegetal: a reciclagem de óleo também oferece para os gestores municipais e estaduais uma alternativa de tratamento para um resíduo que está associado a toda uma série de problemas ambientais (eutrofização das águas, mau funcionamento da rede pluvial ou de esgotos), pragas urbanas tais como a proliferação de baratas e ratos e também diminuição dos riscos de enchentes causadas pelo entupimento da rede de drenagem urbana.

Por se tratar de um município pequeno com pouca geração de óleos, sugere-se que seja realizado um programa com vistas à geração de renda para as famílias carentes. Utilizando o óleo coletado para produção de sabão, técnica já utilizada por famílias na região.

Articulação e integração com outros setores

Dada à complexidade da gestão dos resíduos sólidos, necessário se faz buscar uma articulação entre os atores públicos e/ ou privados responsáveis por essa gestão e os diversos setores da gestão pública municipal, envolvendo também os geradores, sejam eles domiciliares, comerciais, industriais, públicos e privados. Assim, promovendo um diálogo multilateral para aperfeiçoar e fortalecer ações específicas, visando o sucesso das mesmas. A seguir são propostas algumas parcerias neste sentido. Parceria com as redes de ensino, públicas e privadas, quando for o caso, para implantação do Programa de Educação Ambiental, de preferência incluindo-o na grade curricular. Incentivando também trabalhos extracurriculares e gincanas escolares com foco na 97

coleta seletiva. Apoio da Secretaria de Saúde, para, junto ao Programa de Saúde da Família (PSF), levantar alguns dados relevantes correlacionando doenças atuais corriqueiras junto à comunidade, sobretudo possíveis epidemias e causas relacionadas aos vetores e locais com acúmulo de resíduos expostos, em locais inadequados. Apoio do setor de comunicação da Prefeitura e veículos de comunicação que prestem serviços de cunho social, como rádios comunitárias e websites públicos, entre outros, para divulgação dos dias de coleta e dicas ambientais, como forma correta da população acondicionar e dispensar o lixo doméstico, etc. Trabalho de conscientização junto ao setor de obras da Prefeitura, incentivando a reutilização dos entulhos gerados pelas mesmas. Ações de sensibilização junto ao setor primário e comerciantes em geral, para acondicionamento adequado e principalmente, transporte do próprio resíduo gerado, nos casos de grandes volumes, que sobrecarregam o serviço público de coleta.

Ações e parcerias intermunicipais

Considerando o gerenciamento de resíduos como uma sequência de ações e atividades que ajudam a melhorar os serviços de limpeza urbana, a etapa de destinação final caracteriza-se como uma das principais dentro deste complexo sistema, dado seu expressivo impacto, positivo ou negativo, de acordo com sua adequação. A Lei nº 11.107, em vigência desde 6 de abril de 2005, regula a cooperação Inter federativa para a gestão de serviços públicos por meio dos consórcios públicos e convênios de cooperação. Tais parcerias, se dentro dos moldes legais, representam, não raramente, a solução mais viável, considerando, sobretudo os aspectos ambientais e econômicos, por isso comumente adotadas por municípios vizinhos, em especial os de pequeno porte e menor infraestrutura. O município de Padre Carvalho, que se encaixa dentro destes moldes, também tem buscado firmar parceria com os vizinhos, assim amenizando a questão da destinação dos resíduos no Município e os altos custos que esta envolve, adotando a linha de consorcios públicpos para gestão dos residuos sólidos urbanos.

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Considerações finais

Após a análise de todas as lacunas, considerando a realidade encontrada no município, bem como as carências apontadas pela comunidade e identificadas in loco pelos técnicos; e avaliadas as devidas projeções com a abordagem de cenários, prevendo uma realidade mais aproximada, em um horizonte de 20 anos, no qual adotou-se o Cenário futuro como o que melhor atenderia a essa análise; conclui-se que este prognóstico evidencia uma situação preocupante referente à institucionalização adequada dos serviços de resíduos sólidos e limpeza urbana. Há a necessidade de se rever toda a gestão pública, nesse sentido, criando um planejamento efetivo e praticável para o adequado manejo dos resíduos sólidos e limpeza urbana do município, visando a sua devida implementação e manutenção. Sendo a ferramenta mais relevante para atingir este objetivo a implantação do PGIRS, com suas devidas diretrizes, medidas de controle, adequação e implementação de serviços relacionados aos resíduos sólidos, uma vez que, a ausência deste Programa compromete significativamente todo esse sistema, limitando e muitas vezes inviabilizando a atuação do poder público. Se as devidas medidas não forem tomadas, ao longo dos anos, com a projeção de aumento da demanda, a situação só tende a agravar-se. Portanto é imprescindível para reversão deste quadro preocupante o comprometimento e empenho por parte do poder público, também cumprindo com seu papel de envolver a comunidade, com uma atuação transparente e participativa, além de buscar parcerias e alternativas que aperfeiçoem os serviços relacionados, em busca de uma melhoria progressiva dos mesmos, e futuro alcance de toda a população.

15 PROGRAMAS PROJETOS E AÇÕES

O planejamento é uma forma sistemática de determinar o estágio em que o processo se encontra, onde se deseja chegar e qual o melhor caminho para chegar lá. É um processo contínuo que envolve a coleta, organização e análise sistematizada de informações, por meio de procedimentos e métodos para chegar a decisões ou escolhas acerca das melhores alternativas para o aproveitamento dos recursos disponíveis. A Lei nº 12305/2010 estabelece a elaboração do Plano Gerenciamento Integrado de resíduos Sólidos (PGIRS), como instrumento de planejamento para a prestação dos serviços

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públicos. O PGIRS é o instrumento indispensável da política pública de saneamento e obrigatório para a contratação ou concessão desses serviços, e deve abranger objetivos, metas, programas e ações para o alcance de melhorias nos serviços. Dentre as etapas necessárias para a elaboração do PGIRS, encontra-se a proposição de programas e ações, que servem como instrumento de ligação e execução entre as demandas da população e as ações da administração pública municipal. Os programas e ações devem focar a resolução das demandas sociais resultantes de problemas relacionamos aos resíduos; ser organizados e avaliados conforme sua pertinência, relevância e compatibilização com os princípios, metas e objetivos do PGIRS; ser hierarquizados, priorizando as intervenções mais imediatas, conforme a disponibilidade orçamentária, de pessoal técnico, urgência, abrangência, entre outros. Conforme a lei nº 12305/2010 o PGIRS deve definir os objetivos e metas de curto, médio e longo prazo para a universalização, admitidas soluções graduais e progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos setoriais, sendo que para tanto, devem ser definidos programas, projetos e ações compatíveis com os respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos.

16 OBJETIVO DOS PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES

Depois de explicitados os objetivos do PGIRS é importante definir os objetivos dos Programas, Projetos e Ações. São eles:

 Compatibilizar e correlacionar os programas e ações propostos com o conteúdo do Plano Plurianual de Padre Carvalho, bem como outros planos municipais e governamentais correlatos e de setores afins;  Apresentar a relação entre as carências e demandas identificadas e os programas e ações propostos;  Estabelecer a priorização de execução dos programas e ações do município de Padre Carvalho;  Apresentar custos estimados, de acordo com o mercado, para a contratação e implantação dos programas e ações;  Identificar as possíveis fontes de financiamento para implantação dos programas e ações propostos;

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 Consolidar os programas e ações dentro de uma escala temporal de prazo imediato, curto, médio e longo.

Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos

Para os serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, após a análise de todas as lacunas, considerando a realidade encontrada no município, bem como as carências apontadas pela comunidade e identificadas in loco pelos técnicos; e avaliadas as devidas projeções com a abordagem de cenários, prevendo uma realidade mais aproximada, em um horizonte de 20 anos, no qual adotou-se o Cenário futuro para a analise; concluiu-se que este prognóstico evidencia uma situação preocupante referente à institucionalização adequada dos serviços de resíduos sólidos e limpeza urbana. Há a necessidade de se rever toda a gestão pública, nesse sentido, criando um planejamento efetivo e praticável para o adequado manejo dos resíduos sólidos e limpeza urbana do município, visando a sua devida implementação e manutenção. Sendo a ferramenta mais relevante para atingir este objetivo a implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGIRS, com suas devidas diretrizes, medidas de controle, adequação e implementação de serviços relacionados a esse importante eixo do saneamento básico, uma vez que, a ausência deste compromete significativamente todo esse sistema, limitando e muitas vezes inviabilizando a atuação do poder público. Caso as devidas medidas não sejam tomadas ao longo dos anos, com a projeção de aumento da demanda, a situação só tende a agravar-se. Portanto é imprescindível para reversão deste quadro preocupante o comprometimento e empenho por parte do poder público, também cumprindo com seu papel de envolver a comunidade, com uma atuação transparente e participativa, além de buscar parcerias e alternativas que aperfeiçoem os serviços relacionados, em busca de uma melhoria progressiva dos mesmos e futuro alcance de toda a população. Assim sendo, foram identificadas algumas deficiências por parte da população que foram sintetizadas nas Tabelas 20 e 21 a seguir. Estas percepções auxiliaram na construção dos Programas e Ações do Prognóstico.

Tabela 20 - Carências identificadas pela comunidade na Sede – Resíduos sólidos

PROBLEMA LEVANTADO PELA COMUNIDADE SOLUÇÃO PROPOSTA PELA COMUNIDADE

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Falta de conscientização da população. Realizar palestras nas escolas.

Falta de um sistema de recolhimento dos materiais Criação de uma cooperativa de triagem e venda dos recicláveis. materiais Existência de um lixão. Construção de um aterro sanitário. A pesar do reaproveitamento dos entulhos coletados para Reaproveitá-lo nas áreas rurais para aterrar as o aterraemnto de terrenos e ou voçorocas, grande Voçorocas. E nas áreas urbana para aterramento e quantidade de entulho são dispostos clandestinamente nivelaemnto de lotes. em vários pontos da cidade. Fiscalização na área construída e fazer drenagens Construção em áreas de Preservação Permanente periódicas onde acontecem os alagamentos. Falta de equipe especializada para o acompanhamento de obras, já que em todos os bairros existe algum ponto que Manter uma equipe para acompanhar o necessita de atenção. desenvolvimento dessas obras. Acúmulo de lixo nas margens dos córrego que Limpeza constante. atravessa o municipio – Córrego Marianópolis. Fiscalização. Campanha de conscientização. Fonte: Codanorte, 2019.

Tabela 21 - Carências identificadas pela comunidade na zona rural – Resíduos sólidos

SOLUÇÃO PROPOSTA PELA COMUNIDADE PROBLEMA LEVANTADO PELA COMUNIDADE Coleta de lixo acontece apenas um dia da semana nas seguintes comunidades, Curral de Varas e Ponte Velha, Coleta pelo menos dois dias da semana. sendo dois dias na comunidade de Campo de Vacarias. Faltam caçambas para colocar o lixo em todas as A solução proposta é estipular multa para quem Comunidades. joga lixo em local indevido. Promover palestras para conscientizar a população. Promover coleta mais de uma vez na semana. Recolhimento do lixo apenas uma vez por semana. Fiscalização em relação às pessoas que colocam o lixo fora do dia a ser recolhido. A solução proposta seria ampliar a coleta para as Não há coleta na maioria das comunidades, com isso o demais comunidades. lixo é queimado em vários pontos. Fonte: Prefeitura de Padre Carvalho, 2018.

Vale ressaltar que as demais localidades rurais que não foram citadas anteriormente, não recebem nenhum tipo de atendimento por parte do poder público, referente aos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos. Porém, a equipe técnica, em seus levantamentos, constatou in loco várias situações críticas, propondo também soluções 102

possíveis para reverter este quadro, sendo a prioritária, a implantação do PGIRS. Assim como as carências citadas anteriormente, a seguir são apresentadas as principais percepções, agora técnicas, discutidas no Prognóstico do PGIRS, quanto ao serviço de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos no município de Padre Carvalho. Por se tratar de um eixo bastante amplo e precário do município, o mesmo, diferente dos outros serviços, foi subdividido para facilitar o entendimento, conforme a seguir:

 Gestão: Pode-se definir a gestão dos resíduos sólidos no município como ineficiente, com importantes carências nos vários setores que constituem o sistema. A mesma explica-se, dada a inexistência de um PGIRS para gerir todo o processo, bem como a falta de mão de obra capacitada e uma atenção maior por parte do poder público. Aliado a isso, a falta de recursos materiais e financeiros também é um dificultador para uma gestão eficiente desse serviço, na busca da qualidade do gerenciamento dos resíduos sólidos.

 Universalização dos Serviços: Segundo dados oficiais fornecidos pelo poder público local, os serviços de coleta e disposição final dos resíduos sólidos encontram-se praticamente universalizados. Porém, nos levantamentos efetuados se constataram realidades divergentes, com informações conflitantes e a existência de várias carências no atendimento, o que indica a necessidade da tomada de medidas para que se garanta tal objetivo. Pode se constatar tal situação, pela atual disposição final dos RSU, que se apresenta como a menos indicada para o resíduo sólido, ou seja, lixão.

 Coleta de Resíduo Sólido Domiciliar (RSD): Na coleta de resíduos sólidos domiciliares do município, detectou-se as seguintes carências:

-A coleta certamente não atinge 100% da população na sede, conforme informado pelo setor público, estimando-se que se aproxime deste valor. Dado constatado não somente em função da área coletada, mas também por sua frequência e educação da população no manejo doméstico do lixo; -O mau acondicionamento dos diversos tipos de resíduos, bem como sua disposição para coleta por parte dos munícipes, e dos provenientes de prestadores de serviços (oficinas mecânicas, comércios em geral, reparos diversos, mercados, etc.);

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-Ausência de controle da quantidade de RSU descartada; -Falta de implantação estratégica de distribuição espacial de lixeiras públicas e de sua operacionalização contínua, visando garantir o lançamento de dejetos em vias públicas e conscientizar a população por uma cidade mais limpa; -Ineficiência no sistema de coleta, havendo necessidade de ampliação da sua frequência nos bairros e distritos, otimizando o uso dos equipamentos disponíveis; -Descumprimento da legislação referente à segurança do trabalho, pela falta de utilização diária de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequados para o manuseio dos resíduos; -Inexistência da coleta em áreas rurais em comunidades com menor número de aglomerados populacionais.

 Coleta Seletiva: Não há coleta seletiva no municipio.

 Resíduos Inertes e da Construção Civil (RCC): Foram levantadas as

seguintes carências:

 Ausência de um plano específico para o sistema de coleta, transporte, reciclagem e destinação final dos resíduos inertes da construção civil. Parte destes materiais ainda são misturados aos RSD, quando em quantidades muito pequenas, ou são dispostos em vias públicas, estradas vicinais e no aterro municipal. Quando dispostos em vias públicas cabe, então, ao município a obrigatoriedade da sua remoção e destinação, que realiza multirões de coletas e nem sempre é feita de forma ambientalmente correta;

 Não há nenhum programa de reciclagem dos resíduos inertes da construção civil;

 Falta de regulamentação específica para os resíduos inertes da construção civil e suas especificidades, como reaproveitamento, reciclagem, encaminhamento e disposição adequada, assim como da obrigatoriedade de utilização dos resíduos gerados em obras públicas como forma de indução do mercado de reciclagem;

 Inexistência de ações e programas de conscientização e educação ambiental, promovendo a redução da geração de RCC, e incentivando

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o reaproveitamento.

 Resíduos de Poda: Encontra-se em pequena quantidade, tendo em vista a pouca arborização urbana. As principais carências levantadas foram:

 Disposição inadequada do material de poda por seu lançamento em áreas urbanas, gerando focos para incêndios, assoreamento do córrego a jusante e proliferação de vetores de doenças;

 Falta de projetos para o reaproveitamento do material de poda, sendo utilizado de maneira mais nobre, como por exemplo, na compostagem.

 Falta de ação contínua na execução dos serviços, que são realizados somente com solicitação por parte dos munícipes ou em multirões de limpeza do municipio,onde são direcionadas a local específico no aterro municipal.

 Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) - Coleta, Transporte, Tratamento e Destinação Final, foram identificadas as carências a seguir:

 Fiscalização inadequada dos estabelecimentos de serviços de saúde;

 Controle deficiente por parte da fiscalização municipal, da mensuração do descarte de RSS.

 Varrição de Vias e Logradouros Públicos, considerando as seguintes carências:

 Atualmente, a limpeza é feita sem roteiro definido;

 Irregularidade dos serviços de varrição;

 Atendimento limitado à área central da sede;

 Dimensionamento inadequado da varrição de vias e logradouros, ocasionando em baixo aproveitamento dos equipamentos alocados;

 Descumprimento da legislação referente à segurança do trabalho, pela falta de utilização diária de EPI para o manuseio dos resíduos.

 Indicadores de Limpeza Urbana: Ausência de levantamento de dados,

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resultando na carência de importantes indicadores para dimensionar adequadamente os serviços de Limpeza Urbana e, consequentemente, a falta de um conhecimento efetivo dos resultados do serviço prestado.

 Destinação Final (lixão):

 Falta de monitoramento da área e de intervenções de manutenção;

 Falta de controle do acesso à área;

 Ausência de local adequado para a destinação final (aterro sanitário).

 Desenvolvimento Institucional, Capacitação e Segurança Pessoal – Levantadas as carências a seguir:

 Capacitação da mão de obra, referente ao manuseio de resíduos contaminados e perigosos, em toda a sua cadeia;

 Não utilização de EPI (luvas, botinas, capacete) e caso requerido, protetores bactericidas e solares;

 Falta de dimensionamento da equipe, equipamentos, recursos e capacitação para os gestores públicos, com relação aos resíduos sólidos, para melhor acompanhamento dos serviços, planejamento e gerenciamento junto as equipes da prefeitura.

 Falta de taxa de cobrança de serviço de limpeza.

As carências descritas encontram-se sintetizadas na Tabela 22 a seguir:

Tabela 22 – Carências identificadas pela equipe técnica – Resíduos Sólidos

ITEM CARÊNCIAS

01 Gestão Falta de gestão ampla e atuante. 02 Universalização Falta de universalização dos Serviços de Resíduos

Sólidos.

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o Atendimento estimado próximo de 100%;

o Inexistência de controle da qualidade dos resíduos descartados;

o Inexistência de controle de quantidade dos resíduos de grandes geradores; o Falta de plano de distribuição de lixeiras públicas; 03 Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) o Falta da observância das diretivas de segurança do trabalho;

o Inexistência de coleta na área rural. Coleta Seletiva Inexistência de um plano de coleta seletiva no 04 município.

o Inexistência de programa de reciclagem de RCC; o Inexistência de projeto específico para os Resíduos Inertes e da RCC; o Inexistência de regulamentação municipal

Resíduos Inertes e RCC quanto à destinação; 05 o Inexistência de projeto de conscientização e desconstrução na obra. o Destinação inadequada; o Não utilização como “biomassa” ou em técnicas 06 Resíduos de Poda de fertilização. o Ausência de fiscalização dos estabelecimentos serviços de saúde públicas e privadas; o Ausência de mensuração do descarte; Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) 07

o Falta de regularidade dos serviços de varrição;

o Área de atendimento restrita à parte central da cidade; Varrição 08 o Falta da observância das diretivas de segurança

o do trabalho. Inexistência de indicadores relativos à Limpeza Indicadores 09 Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos;

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o Falta de monitoramento da área e de intervenções de manutenção; o Falta de controle do acesso à área; 10 Lixão o Inexistência de manutenção da área. Inexistência de plano de limpeza e manutenção de Limpeza de Bocas de Lobo e Córregos 11 bocas de lobo e córregos; o Falta de programas de treinamento;

o Falta de especificação e uso de EPI’s mínimos;

o Determinação da equipe, equipamento e recursos

Desenvolvimento para gerenciamento;

Institucional, Capacitação e o Ausência do Conselho Municipal paritário e 12 Segurança transparência de informações; o Ausência de cobrança pela coleta e disposição dos resíduos sólidos. Fonte: CODANORTE, 2018.

17 OBJETIVOS, METAS E PROGRAMAS ESPECÍFICOS DO PGIRS

Neste tópico são propostos os objetivos, as metas e os programas específicos do PGIRS para a gestão dos serviços públicos do Município de Padre Carvalho, abrangendo os aspectos jurídico-institucionais, administrativos, estruturais e operacionais. As metas temporais consideradas neste Plano observarão as seguintes definições:

- Metas de curto prazo: os primeiros 4 anos; - Metas de médio prazo: de 4 a 8 anos; e Metas de longo prazo: acima de 8 anos.

O Apêndice A apresenta com detalhes as tabelas de programas e ações, programas e projetos e também as fontes de financiamento. Tendo seus períodos separados por curto médio e longo prazo.

a) Governo Federal: Ministério das Cidades

Uma das principais fontes de financiamento do governo federal é através do Ministério das Cidades. Por meio da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA), este ministério atua diretamente na área de saneamento básico, com o intuito de promover a 108

universalização dos serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos e drenagem urbana e manejo das águas pluviais. Assim sendo, a SNSA presta atendimento a municípios de população superior a 50 mil habitantes, integrantes de Regiões Metropolitanas (RM), Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDE) ou participantes de consórcios públicos com população superior a 150 mil habitantes. Para os municípios com até 50 mil habitantes, a SNSA só atua por meio de financiamento com recursos não OGU para as modalidades de abastecimento de água e esgotamento sanitário, que são atendidas pelo Ministério da Saúde, por meio da FUNASA. Os municípios podem receber os recursos por duas maneiras, a primeira seria mediante assinatura do Contrato de Repasse de dotações nominalmente identificadas na Lei Orçamentaria Anual. Vale ressaltar que os proponentes deverão inserir, antecipadamente, a proposta no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (SICONV) e seguir as orientações do Manual de Instruções para Contratação e Execução dos Programas e Ações do Ministério das Cidades não inseridos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em vigência. A segunda forma seria a incorporação direta no PAC, seguindo um edital, diante divulgado, que irá selecionar as iniciativas que serão apoiadas. Nesse caso, a transferência de recursos ocorrerá por meio de assinatura de Termo de Compromisso, devendo seguir as orientações do Manual de Instruções para aprovação e Execução dos Programas e Ações do Ministério das Cidades inseridos na 2ª fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). A SNSA é subdividida em três Departamentos: Departamento de Água e Esgoto (DAGES), Departamento de Cooperação Técnica (DDCOT) e o Departamento de Articulação Institucional (DARIN). Fica a cargo do DDCOT toda a análise técnica que irá servir de base para elaboração e articulação de programas e ações, que com o apoio de recursos não onerosos (OGU), buscam a universalização dos serviços de saneamento básico. Já a atuação do DARIN se dá por meio de programas e ações do governo federal, tais como Desenvolvimento Institucional e Planos de Saneamento; Interáguas; PLANSAB; Planos Municipais; RECESA e SNIS. De todas as suas competências e linhas de ação, a de Desenvolvimento Institucional e Planos de Saneamento, é aonde os municípios podem se inscrever, objetivando apoio e melhorias no campo institucional para assim trabalharem na elaboração de projetos, estudos e planos de saneamento básico, tendo como principal fonte de recursos o OGU. Os municípios podem ter acesso a estes recursos por meio de seleção pública do PAC ou através de emenda parlamentar. 109

Nesse sentido o DAGES realiza toda a parte de coordenação, monitoramento e avaliação dos programas e ações, assim como dos planos de investimento em saneamento básico, relacionados a instrumentos de mercado, com incentivos fiscais e tributários. Dentre as Ações e Programas desenvolvidos no DAGES, existe o Programa Saneamento Para Todos.

b) Bancos Públicos (Caixa Econômica Federal): Programa Saneamento para Todos

Destinado ao setor público, tais como Estados, municípios, Distrito Federal, concessionárias públicas de saneamento, consórcios públicos de direito público e empresas públicas não dependentes e também ao setor privado, por exemplo, concessionárias ou sub- concessionárias privadas de serviços públicos de saneamento básico, ou empresas privadas, organizadas na forma de sociedade de propósito específico para o manejo de resíduos sólidos e manejo de resíduos da construção e demolição, o Programa Saneamento para Todos, por meio da Caixa Econômica Federal, apoia o poder público na promoção de melhores condições de vida para a população, incluindo assim a universalização dos serviços de saneamento básico. O programa aprovado pela resolução CCFGTS nº 476/05 e alterada pela resolução CCFGTS nº 647/10, divide-se em 10 modalidades que possuem atuação direta com os quatro eixos que compõe o PMSB, assim como a maioria dos programas e ações propostos e consolidados no presente documento. De acordo com o site da Caixa Econômica Federal (2014) são eles:

• Abastecimento de água: Destina-se à promoção de ações que visem o aumento da cobertura ou da capacidade de produção do sistema de abastecimento de água; • Esgotamento sanitário: Destina-se à promoção de ações para o aumento da cobertura dos sistemas de esgotamento sanitário ou da capacidade de tratamento e destinação final adequados de efluentes; • Saneamento integrado: Destina-se à promoção de ações integradas de saneamento em áreas ocupadas por população de baixa renda, onde esteja caracterizada a precariedade ou a inexistência de condições sanitárias e ambientais mínimas. O programa é efetivado por meio de soluções técnicas adequadas, abrangendo abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de águas pluviais, manejo de resíduos sólidos, implantação de unidades sanitárias domiciliares e outras ações relativas ao trabalho sócioambiental nas áreas 110

de educação ambiental, além da promoção da participação comunitária e, quando for o caso, ao trabalho social destinado à inclusão social de catadores e aproveitamento econômico de material reciclável, visando a sustentabilidade socioeconômica e ambiental dos empreendimentos; • Desenvolvimento institucional: Destina-se à promoção de ações articuladas, visando o aumento da eficiência dos prestadores de serviços públicos de: abastecimento de água e esgotamento sanitário, por meio da promoção de melhorias operacionais, incluindo reabilitação e recuperação de instalações e redes existentes, outras ações de redução de custos e de perdas, e de preservação de mananciais utilizados para o abastecimento público, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, por meio de promoção de melhorias operacionais, incluindo reabilitação e recuperação de instalações existentes e outras ações de redução de custos e aumento de eficiencia; • Manejo de águas pluviais: Destina-se à promoção de ações com vistas à melhoria das condições de salubridade ambiental associadas ao manejo das águas pluviais, em particular, por meio de promoção de ações de prevenção e de controle de enchentes, inundações e de seus danos nas áreas urbanas e de melhoria da qualidade da água dos corpos que recebem lançamentos de águas pluviais; • Manejo de resíduos sólidos: Destina-se à promoção de ações com vista ao aumento da cobertura dos serviços de coleta, transporte, tratamento e disposição final de resíduos sólidos urbanos domiciliares e assemelhados e à implantação de infra-estrutura necessária à execução de coleta de resíduos de serviços de saúde, varrição, capina, poda e atividades congêneres, bem como ao apoio à implementação de ações relativas à coleta seletiva, à triagem e à reciclagem, além da infra-estrutura necessária à implementação de ações de redução de emissão de gases de efeito estufa em projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo; • MDL, no âmbito do Protocolo de Quioto: Destina-se também ao desenvolvimento de ações relativas ao trabalho sócio-ambiental nas áreas de educação ambiental e promoção da participação comunitária e, quando for o caso, ao trabalho social destinado à inclusão social de catadores e ao aproveitamento econômico do material reciclado; • Manejo de resíduos da construção e demolição: Destina-se à promoção de ações com vistas ao acondicionamento, à coleta e transporte, ao transbordo, à triagem, à reciclagem e à destinação final dos resíduos oriundos das atividades de construção e demolição, incluindo as ações similares que envolvam resíduos volumosos, por meio da 111

implantação e ampliação de instalações físicas, inclusive aterros, e de aquisição de equipamento novos. Destina-se também ao desenvolvimento de ações relativas ao trabalho socioambiental nas áreas de educação ambiental, promoção da participação comunitária e, quando for o caso, ao trabalho social destinado à inclusão social de transportadores informais destes residuos; • Preservação e recuperação de mananciais: Destina-se à promoção da preservação e da recuperação de mananciais para o abastecimento público de água, por intermédio de ações na bacia do manancial, de coleta, transporte, tratamento de esgotos sanitários, instalações de ramais prediais ou ramais condominiais de esgoto sanitário e de unidades sanitárias em domicílios de baixa renda, de desassoreamento de cursos de água, de proteção de nascentes, de recomposição de matas ciliares, de recuperação de margens, de recuperação de áreas degradadas, inclusive pela deposição indevida de resíduos sólidos, de processo erosivo, em particular os causados por drenagem inadequada de água em vias, de apoio à implantação de coleta seletiva de materiais recicláveis. Destina-se também ao desenvolvimento de ações relativas ao trabalho socioambiental nas áreas de educação ambiental e promoção da participação comunitária; • Estudos e projetos: Destina-se à elaboração de planos municipais e regionais de saneamento básico, à elaboração de estudos de concepção e projetos para empreendimentos de abastecimento de água, esgotamento sanitário, saneamento integrado, desenvolvimento institucional, manejo de águas pluviais, manejo de resíduos sólidos, incluindo os que visem à redução de emissão de gases de efeito estufa enquadrados como projetos de MDL, no âmbito do Protocolo de Quioto, manejo da construção e demolição e preservação de mananciais, desde que esses empreendimentos possam ser enquadrados nas demais modalidades.

Os municípios interessados em integrar o Programa devem, desde que aberto o processo de seleção pública pelo Ministério das Cidades, preencher ou validar a Carta- Consulta eletrônica disponibilizada no sítio daquele Ministério na internet. Uma via impressa da Carta-Consulta deve ser entregue na Superintendência Regional de vinculação do solicitante, acompanhada de todos os anexos relacionados, como a documentação necessária à análise de risco de crédito e a do Projeto Básico do empreendimento, juntamente com as demais peças de engenharia e trabalho técnico social necessário às análises técnicas pertinentes. Além disso, o solicitante, ou seja, o município, em conjunto com a Superintendência Regional, envia à Secretaria do Tesouro Nacional a 112

documentação constante do Manual de Instrução de Pleitos daquela Secretaria com vistas à obtenção da autorização de crédito. Sendo habilitada pelo Ministério das Cidades, aprovada nas análises técnicas e de risco e autorizada pela Secretaria do Tesouro Nacional (necessária quando o solicitante for o estado, município ou o Distrito Federal), a Proposta de Abertura de Crédito é submetida à alçada decisória da CAIXA para aprovação e posterior assinatura do contrato de financiamento.

c) Alianças Estratégicas: Fundação Nacional da Saúde (FUNASA)

A Funasa, órgão do Ministério da Saúde, detém a mais antiga e contínua experiência em ações de saneamento no País, atuando a partir de critérios epidemiológicos, socioeconômicos e ambientais, voltados para a promoção e proteção da saúde. O Departamento de Engenharia de Saúde Pública (DENSP) da Funasa foi criado com o objetivo de fomentar soluções de saneamento para prevenção e controle de doenças. O DENSP busca a redução de riscos à saúde, financiando a universalização dos sistemas de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário e gestão de resíduos sólidos urbanos. Promove as melhorias sanitárias domiciliares, a cooperação técnica, estudos e pesquisas e ações de saneamento rural, contribuindo para a erradicação da extrema pobreza. Dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), a Funasa respeita o pacto federativo nacional promovendo o fortalecimento das instituições estaduais e municipais com o aporte de recursos que desoneram as tarifas dos serviços e aceleram a universalização do atendimento dos serviços. E utilizando ferramentas de abrangência regional, sempre que se mostrar necessário. Na esfera federal, cabe à Funasa a responsabilidade de alocar recursos não onerosos para sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos urbanos e melhorias sanitárias domiciliares. Compete, ainda, à Funasa, ações de saneamento para o atendimento, prioritariamente, a municípios com população inferior a 50.000 habitantes e em comunidades quilombolas e de assentamentos. Em parceria com órgãos e entidades públicas e privadas, presta consultoria e assistência técnica e/ou financeira para o desenvolvimento de ações de saneamento. A Funasa, por intermédio do DENSP, está inserida no Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), do Ministério das Cidades, assumindo a responsabilidade de elaborar e implementar o Programa Nacional de Saneamento Rural (PNSR). 113

Atualmente, o principal meio de transferência de recursos para o saneamento é através do PAC. Conforme as demandas, a Funasa convoca periodicamente os municipios por meio de Portarias específicas, publicadas no Diário Oficial da União e no site da Funasa. Para as ações supracitadas, são elegíveis municípios com até 50 mil habitantes. Sendo assim, o município de Padre Carvalho, um município apto a receber financiamento da FUNASA para as ações citadas nesse item. Todavia apesar da identificação de inúmeras possíveis fontes de financiamento, essas alternativas precisam vir acompanhadas por uma efetiva gestão administrativa por parte da prefeitura. É necessária a percepção de algumas análises inclusive as já contempladas neste documento, tais como a de priorização, assim como a elaboração de projetos específicos e uma política de concretização dos financiamentos, só a partir deste processo os recursos poderão estar disponíveis para implantação dos Projetos e Programas listados.

18 PLANO DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA

A Lei Federal nº 11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e dá outras providências, prevê, após o devido diagnóstico da situação do município e da definição dos objetivos e metas, bem como dos programas, projetos e ações, o estabelecimento das ações de emergências e contingências, tendo estas um importante papel para controle e mitigação dos impactos causados em situações de risco e anormalidades, que comprometam a segurança pública e a normalidade na prestação dos serviços básicos, no caso desta abordagem, do saneamento. Basicamente, emergências tratam-se de situações críticas, acontecimentos perigosos ou fortuitos, incidentes, casos de urgência, situação mórbida inesperada e que requer tratamento imediato; e contingências tratam-se da qualidade do que é contingente, ou seja, que pode ou não suceder-se, eventual incerto; incerteza sobre se uma coisa acontecerá ou não (CORDEIRO, 2013). As ações para emergências e contingências contemplam medidas e procedimentos a serem adotados, previstos e programados com relação ao controle ou eliminação de uma ocorrência atípica, que possa provocar sérios riscos à população, ao meio ambiente e aos bens materiais. Medidas de contingência centram na prevenção e as de emergência visam programar as ações, face à ocorrência de um acidente ou, incidente grave. Assim, as ações para emergência e contingência serão abordadas conjuntamente para

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o manejo dos resíduos sólidos e limpeza urbana, pois ambas encontram-se em uma situação anormal. Para tanto, é feito um trabalho de identificação dos pontos críticos e planejamento sistêmico, com ações de prevenção, ajustes e monitoramento periódico, garantindo resultados satisfatórios dentro das condições permitidas. Para uma eficiente adoção das medidas previstas frente a anormalidades/ emergências no sistema de Gerenciamento de resíduos, o fato deve ser comunicado às entidades responsáveis para mobilização das ações necessárias, segundo uma sequência pré- definida, de forma a garantir agilidade na resposta aos problemas e controle dos seus efeitos negativos. Caso seja necessário realizar evacuação e o abandono de áreas afetadas por emergência, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros deverão coordenar as ações. Assim, este documento visa destacar as estruturas disponíveis e estabelecer as formas de atuação dos órgãos e operadoras locais, tanto de caráter preventivo quanto corretivo, buscando elevar o grau de segurança e a continuidade operacional das instalações afetadas com os serviços relacionados aos resíduos.

Serviços de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos

Com o crescimento da prática consumista e habitual uso de descartáveis, entre outros fatores de impacto direto ao meio ambiente, aumentam também as preocupações com relação ao acúmulo crescente de resíduos, resultante destas práticas. Assim, em 2010, a Lei nº 12.305, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo os perigosos. Deste modo, o gerenciamento dos resíduos sólidos é hoje um dos principais desafios para atender plenamente às diretrizes atuais de proteção ambiental e responsabilidade social, pois permite o conhecimento quali-quantitativo e as peculiaridades dos diferentes resíduos gerados por uma população e exige a participação e o envolvimento de todos em um processo de gestão participativa integrada de resíduos sólidos urbanos (OLIVEIRA et al., 2007). O município de Padre Carvalho ainda está muito aquém ao atendimento mínimo previsto na legislação vigente, limitando-se seus serviços à sede municipal e ainda assim, apenas parcialmente, tanto com relação à limpeza quanto destinação final, sem local adequado (aterro sanitário), nem usina de compostagem ou programa de coleta seletiva. Neste contexto, certamente o maior gargalo do município se dá pela falta de um 115

Plano de Gerenciamento Integrado dos Resíduos Sólidos (PGIRS), norteando as ações e estabelecendo as diretrizes necessárias na busca de reverter esse cenário não desejável. Outra importante ferramenta para controle, melhoria e avaliação destes serviços de manejo dos resíduos e limpeza urbana é a existência de um Plano de Emergências e Contingências, suprindo em parte essa carência identificada, sobretudo, na sistematização e planejamento das atividades, ações e serviços prestados. Além, certamente das ações estruturais e de caráter operacional. Dadas às várias atividades deste eixo, inclusive pelas diversas classificações dos resíduos, estabelecidas pela legislação, abordarão estes serviços de maneira distinta, conforme a seguir.

a) Varrição Pode-se considerar que o maior impacto decorrente da paralisação dos serviços de varrição, além de comprometer o bom estado de limpeza e conservação das vias e espaços públicos, está relacionado ao acúmulo dos resíduos descartados inadequadamente nas vias que, com a precipitação das chuvas, são escoados, provocando as tão perigosas inundações nas áreas urbanas.

b) Manutenção de Vias e Logradouros Diferentemente do serviço de varrição, a manutenção das vias, que inclui os serviços de roçada, capina e pintura de meios fios, não ocorre com tanta frequência, podendo sua ausência ser suportada por um período mais prolongado, sem prejuízos expressivos. Ainda assim, vale ressaltar a importância no monitoramento destes serviços, garantindo um maior bem estar da população, controle ambiental e evitando proliferação de vetores de doenças.

c) Manutenção das Áreas Verdes Uma paralisação prolongada deste serviço pode ser considerada de mesma abordagem do serviço de manutenção das vias, citado anteriormente.

d) Coleta Domiciliar dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) No caso deste serviço, pode-se destacar como principal impacto por sua paralisação: atração de animais e possíveis catadores, que violam os volumes; mau cheiro; chorume; risco dos resíduos serem levados pelas águas pluviais para os dispositivos de drenagem e aos cursos d’água. 116

Dessa forma, há um preocupante impacto socioambiental, colaborando para o assoreamento dos corpos hídricos e, ainda mais grave, comprometendo a salubridade da população pela poluição recorrente.

e) Disposição Final de Rejeitos dos RSU Considerando que o município de Padre Carvalho ainda não possui um aterro sanitário, é importante enfocar este serviço, dada a importância desta operação na gestão dos RSU, visando atender à legislação federal vigente, que prevê somente a disposição final dos rejeitos ou resíduos não reaproveitáveis. Assim, o volume nos aterros tende a diminuir de forma considerável, aumentando sua vida útil e o controle do mesmo. Uma possível paralisação deste tipo de serviço pode ocorrer por diversas causas, de greve há falta de equipamentos e complicações nos processos de gestão e questões ambientais. Apesar das alternativas que visão minimizar a falta de um aterro sanitário, devidamente em operação, esta ausência não deixa de ser um fator preocupante, devendo ser remediada o quanto antes e até então, exigindo um Plano de Emergência bem expressivo.

f) Coleta, Transporte, Pré-beneficiamento e Disposição Final dos RCC No que tange aos resíduos da construção civil (RCC), é de responsabilidade da administração municipal somente aqueles descartados irregularmente nas vias e locais públicos. No caso de uma paralisação, as vias públicas, seriam prejudicados. Considerando a existência de um aterro de RCC, que ainda não é realidade em Padre Carvalho, sua paralisação pode ser causada pela morosidade no processo de licenciamento, em casos como de ampliação ou elevação do aterro. Riscos de explosões são praticamente desconsiderados, uma vez que nestes não ocorre o desenvolvimento de efluentes líquidos nem gasosos. No caso do aterro de inertes, a paralisação do serviço também pode ocorrer devido à demora na obtenção das licenças necessárias para a elevação e/ ou a ampliação do aterro, já que pelas características desse tipo de resíduo, não existem ocorrências com efluentes líquidos e gasosos. É importante para o município, prever em sua gestão a construção de um aterro para os RCC, para melhor disposição destes, evitando consequências, caso levados pela chuva, como o assoreamento dos cursos d’água.

g) Coleta, Transporte e Tratamento dos RSS 117

Cabe à administração pública o gerenciamento somente dos RSS gerados nos estabelecimentos públicos, ficando a cargo dos privados o devido tratamento dos RSS gerados por estes. Em se tratando deste serviço, é previsto que todo o processo seja realizado por profissionais com esse tipo de treinamento e equipamentos de proteção individual (EPI) necessário. Por sua alta periculosidade, estes resíduos devem ainda ser transportados em veículos e embalagens específicos. Este criterioso processo foi atendido plenamente pela administração atual. Em suma, foram identificados na Tabela 23 a seguir, os principais tipos de ocorrências, as possíveis origens e as ações a serem realizadas para os serviços relacionados à limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos.

Tabela 23 - Ações de Emergência e Contingência – Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos OCORRÊNCIA ORIGEM AÇÕES – EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA LIMPEZA URBANA Greves de pequena • Negociação com os trabalhadores Paralisação dos serviços duração de varrição manual Paralisação por tempo indeterminado • Mutirão com funcionários municipais que possam Greves de pequena efetuar o serviço duração

Paralisação dos serviços de manutenção de vias e • Contratação emergencial de empresas terceirizadas logradouros Paralisação por tempo indeterminado • Alteração na programação dos serviços

Paralisação dos serviços • Acionamento de equipes de plantação para remoção e de manutenção de áreas liberação da via (caso haja acidente de trânsito) Queda de árvores verdes

Greves de pequena  Acionar os órgãos e entidades responsáveis pelo duração tráfego

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• Em casos com vítimas, acionar o Corpo de Bombeiros e, em último caso, aciona a Defesa Civil local ou regional. • Negociação com os trabalhadores;

• Mutirão com funcionários municipais que possam efetuar o serviço • Contratação emergencial de empresas Terceirizadas;

• Alteração na programação dos serviços.

Paralisações por tempo indeterminado Manejo dos Resíduos Sólidos Urbanos

Greves de pequena • Negociação com os trabalhadores

duração • Mutirão com funcionários municipais que possam efetuar o serviço

Paralisação dos serviços Paralisações por tempo • Contratação emergencial de empresas de coleta domiciliar indeterminado Terceirizadas. • Alteração na programação dos serviços • Negociação com os trabalhadores Greves de pequena

duração

• Mutirão com funcionários municipais que possam

efetuar o serviço

Paralisações por tempo indeterminado • Contratação emergencial de empresas Terceirizadas

• Alteração na programação dos serviços Paralisação dos serviços de operação do aterro Ocorrências que Avisar a SEMAD, caso haja ruptura de taludes sanitário requerem maiores Caso ocorra vazamento de chorume, estancar o cuidados vazamento e transferi-lo para uma ETE Acionar a SEMAD e Corpo de Bombeiros, caso haja explosão ou incêndio. Demora na obtenção das Seguir orientação do Manual de Gerenciamento de Áreas licenças para elevação e/ Contaminadas da SEMAD se houver contaminação da ou ampliação do aterro área. 119

MANEJO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - RCC OCORRÊNCIA ORIGEM AÇÕES – EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA

Greves de pequena Deslocar equipes de outros setores para suprir Paralisação dos serviços duração necessidade de coleta, transporte, Paralisações por tempo Envio dos resíduos para disposição final em outra triagem ou disposição indeterminado unidade similar existente na região final dos RCCs

Contratação emergencial de empresas terceirizadas

Caso haja ruptura de taludes, recolocar dispositivos de drenagem superficial e repor a cobertura de gramíneas

Vistorias periódicas para detectar fendas causadas por erosões localizadas. Fonte: Adaptação CODANORTE, 2018.

Agentes envolvidos para atuação em casos de emergências e contingências

Considerando a estrutura operacional proposta para atendimento das questões de que trata este documento, o presente capítulo abordará os principais agentes envolvidos neste processo e suas devidas competências, a nível municipal, estadual e federal, para um melhor direcionamento das ações propostas, dentro de uma hierarquização de acordo com a ocorrência. Assim, definindo o papel de cada entidade, tentando evitar um acúmulo de funções, além de desperdício de tempo e esforços desnecessários, que podem fazer toda a diferença em um caso de emergência, onde todos os esforços devem funcionar de forma cooperativa e em tempo hábil.

a. Prefeitura Municipal A administração pública municipal, incluindo seus departamentos e secretarias, atua como agente no Plano de Emergências e Contingências nos casos em que seus funcionários são os responsáveis diretos pela execução dos procedimentos. Esse papel se estende também às possíveis empresas autônomas que responda pelos serviços envolvidos.

b. Prestador de Serviço em Regime Normal Os prestadores de serviço, no caso de terceirização do mesmo, são tidos como agentes envolvidos no Plano, quando, mediante contrato através de licitação pública, sua mão 120

de obra assume a responsabilidade pela execução dos procedimentos.

c. Concessionária de Serviços Outro possível agente envolvido são as empresas executantes dos procedimentos, contratadas formalmente através de contrato de concessão ou mediante parcerias público- privadas (PPP), no caso de seus funcionários estarem diretamente envolvidos na execução de procedimentos.

d. Prestadora de Serviços em Regime de Emergência As empresas de prestação de serviços também podem ser um agente envolvido, desde que justificada legalmente a necessidade, no caso de seus funcionários serem mobilizados através de contrato de emergência em caráter de urgência, dispensada a licitação pública, geralmente por um período de curta duração.

e. Órgãos Públicos Também há a possibilidade de alguns órgãos públicos serem constituídos como agentes no Plano quando, dependendo da ocorrência, sejam mobilizados para controlar ou mitigar eventuais impactos provocados pela mesma. É o caso, por exemplo, da SEMAD, do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), Polícia Ambiental, entre outros.

19 DIVULGAÇÃO DO PGIRS NO MUNICÍPIO

A elaboração e atualização do PGIRS deve atender ao previsto na Lei nº 12.305/2010, na qual é prevista a sua divulgação em conjunto com os estudos que os fundamentarem, o recebimento de sugestões e críticas por meio de consulta ou audiência pública e, quando previsto na legislação do titular, análise e opinião por órgão colegiado. Atualmente existem vários mecanismos para a divulgação do PGIRS, assegurando o conhecimento da população de maneira íntegra. Primeiramente, é fundamental que exista pelo menos uma cópia física junto à prefeitura disponível para acesso a todos os interessados. Da mesma forma que demais documentos públicos de caráter não sigiloso, a população pode solicitar cópias parciais ou totais do PGIRS. Ao mesmo tempo, é recomendada a disponibilização do Plano através da internet, preferencialmente, no site da prefeitura. Atualmente, a internet consiste numa ferramenta valiosa para divulgação de

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informações e documentos de caráter público. Deve-se apenas tomar cuidado em relação ao tamanho dos arquivos disponibilizados, visto que o PGIRS possui um número considerável de figuras, sendo o tamanho total do arquivo significativo, podendo impactar negativamente no tráfego de dados do órgão. Sendo assim, recomenda-se em determinados casos disponibilizar os arquivos em formatos compactados. A internet pode ser utilizada também como canal de interação, através de fóruns, e- mails, consultas públicas e outros mecanismos que permitam à população de Padre Carvalho opinar acerca das atualizações do PGIRS. Outros mecanismos de divulgação incluem jornais e revistas, rádio, televisão, folders, cartazes, e-mails e divulgação em sites. É importante prever, ainda, um relatório anual de monitoramento do Plano, para dar transparência às ações realizadas ao longo de cada ano, com síntese dos indicadores adotados, assim como uma avaliação crítica acerca dos resultados obtidos e, quando necessário, das mudanças que terão de ser adotadas (NURENE, 2008). A efetivação do PGIRS de Padre Carvalho mediante práticas participativas e ações de mobilização e comunicação social, requer à adoção de novas práticas, que privilegiem o interesse coletivo, assim como a implementação e o desenvolvimento de ações, sendo algumas sugeridas a seguir:

• Planejar os principais objetivos e recursos juntamente com os atores sociais; • Promover ações de sensibilização para os técnicos da prefeitura que irão atuar na implantação e operação de programas e projetos, bem como na atualização do PGIRS, sobre sua importância e a realização das metodologias participativas; • Buscar parcerias e patrocínios para a implantação do PGIRS e também para a capacitação técnica, com universidades, empresas públicas, ONG, etc; • Elaborar e disponibilizar documentos e informações sistematizadas, construídas com linguagem acessível e clara para a maioria; • Estimular a participação por meio de audiências públicas, atividades de consultas populares, como assembleias, fóruns, reuniões comunitárias, etc; • Fazer uso de materiais didáticos regionalizados ou locais, considerando a identidade do município de Padre Carvalho; • Organizar, junto às escolas do município, visitas técnicas aos sistemas de gerenciamento de resíduos, com o objetivo de apresentar como o setor funciona em Padre Carvalho; • Empregar estratégias e atividades com caráter pedagógico (apresentações 122

teatrais, por exemplo) em iniciativas de educação ambiental, que devem primar pela reflexão e estímulo ao posicionamento crítico diante dos problemas socioambientais do municipio; • Disponibilizar cursos que apresentem diversas tecnologias relacionadas as tratamento de resíduos, tais como: sistemas de compostagem, artesanatos, geradores de energia, entre outras; • Utilizar outras linguagens, tais como: arte, música, resgate de histórias vividas, visitas em campo, entrevistas, dinâmicas lúdicas, entre outros, como elementos de sensibilização e favorecimento da aprendizagem.

Com isso, ressalta-se que os diversos mecanismos de divulgação existentes devem ser empregados para esclarecer a população. É fundamental envolver as pessoas, grupos e instituições que atuam em processos de formação na região e esses processos devem buscar uma perspectiva de continuidade e permanência, devendo ser elaborados e avaliados com a comunidade como um todo. De acordo com o MCidades (2011) muitas são as possibilidades e grandes os desafios na promoção de práticas participativas e de ações de mobilização e comunicação social. Esses desafios, no entanto, podem representar a diferença entre um simples “plano de gaveta” e um planejamento participativo em que a sociedade envolve-se e manifesta-se a favor do interesse coletivo. O planejamento e a gestão das ações mencionadas, anteriormente, necessitam do apoio institucional, financeiro e pedagógico para cada uma delas. É preciso também que essas ações sejam monitoradas, para que sejam avaliados os seus resultados e feitas futuras adequações. As ações de divulgação, educação ambiental, mobilização social em saneamento, devem ser iniciadas bem antes dos projetos e obras e continuar após o término delas.

20 DIRETRIZES PARA REVISÃO DO PGIRS

Considerando a situação de Padre carvalho, bem como a necessidade de revisão periódica do PGIRS (no máximo a cada quatro anos), conforme a Lei nº 12305/2010, sugere- se a manutenção e atualização constante do banco de dados para cálculo periódico de indicadores. Este banco de dados deve ser incrementado gradativamente conforme a execução das ações do Plano e aperfeiçoamento da estrutura (física, operacional e administrativa) do setor

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relativo aos resíduos. Assim, um número maior de indicadores poderá ser efetivamente calculado com dados atualizados, precisos e específicos, facilitando o acompanhamento e a fiscalização da situação do resíduo sólido em todo o município. Contudo, é necessário que o órgão gestor do setor responsável pelos resíduos utilize os indicadores essenciais relacionados nas Tabelas “Indicadores”, pertinente à realidade municipal e sensíveis às principais alterações previstas no PGIRS. Vale ressaltar ainda que, para esta utilização deve ser considerada a estrutura dos setores, visando o levantamento dos dados utilizados para o cálculo dos indicadores. Os indicadores, adotados como forma permanente de avaliação de desempenho, deverão ser analisados e seus resultados confrontados, tomando-se como base os parâmetros exigidos pelos órgãos oficiais competentes, quando existentes, e pelas metas e ações previstas no PGIRS. Com a atualização periódica do Plano, o sistema com todos os indicadores poderá ser reavaliado e implantado gradativamente. Caso os indicadores e programas adotados no Plano não estejam funcionando adequadamente, atingindo suas devidas metas, seja pela falta de implantação adequada das ações, capacitação do corpo técnico responsável ou ausência de monitoramento, fatores que comprometem o sucesso deste planejamento, propõem se como mais indicado a contratação de empresa especializada no setor de gerenciamento de resíduos, com equipe multidisciplinar de profissionais adequados para execução da revisão quadrienal do Plano. No caso da prefeitura possuir um corpo técnico adequado e capacitado para cumprir as etapas do Plano, incluindo sua revisão, que pode ser realizada pela própria gestão pública ou por órgãos competentes como o CODEMA do município, caso este seja ativo e atuante em suas funções.

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APÊNCIE A – Tabelas de programas, projetos e ações, custos e possíveis financiamentos Plano de Gerenciamento Integrado dos Resíduos Sólidos – PGIRS

PROGRAMAS-PROJETOS

PRIORIDADE DO PROGRAMA ITE (Baixa/Média/Alta M PROGRAMA PROJETOS CUSTO TOTAL )

Alta Projetar o Aterro Sanitário 226.250 Elaboração de plano de Media 99.850 gerenciamento de RCC

Estudo para implantação de serviço Media 26.400 de coleta na área rural Alta Projetar e licenciar uma UTC 99.850

Regulação dos Sistemas Implantação de Plano de 1 Media 39.900 532.250 de Resíduos Sólidos Gerenciamento dos RCC Implantar o consórcio CODANORTE para destinação dos Alta 40.000 resíduos sólidos. Alta Implantar o aterro sanitário 1.985.000 Implantar Unidade de Triagem e Alta 90.000 Compostagem – UTC

Criar uma equipe de limpeza para

manutenção dos serviços de poda e Baixa 50.000 capina

Implantação de serviço de coleta na Programa de Construção, 2 Baixa 72.000 2.672.790 Operação e Manutenção. área rural Alta Remediar a área do lixão 18.750 Manutenção do serviço de coleta na Baixa 457.040 área rural (ano) Instituir e implantar uma Central de Baixa 26.000 atendimento à população (tele-lixo)

Instituir procedimentos para

Controle e Fiscalização Alta 26.000 3 fornecimento de EPI 78.000 Incentivar a fiscalização do setor de Baixa 26.000

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limpeza urbana

4 Programa Alta Elaborar o programa de educação 15.000

Conscientização ambiental Ambiental e Elaborar projetos de conscientização Capacitação. Baixa 15.000 para o uso racional da sacola plástica

Ministrar cursos de capacitação para Alta 15.000 os servidores municipais da limpeza Realizar reunião com empresários para elaboração do PGIRS dos comércios e farmácias e consultórios Baixa 9.000 de saúde 290.000 Implantação de Plano de Distribuição Baixa 100.000 de lixeiras públicas e comunitárias Programa de divulgação e Baixa 23.000 comunicação visual Implantar o programa de educação Alta 42.000 ambiental Ministrar cursos de reciclagem sobre limpeza urbana para os servidores Media 42.000 municipais Manter o Programa de Educação Alta 29.000 Ambiental Elaborar e instituir programa de Alta 29.000 coleta seletiva para a sede e distritos

Instituir e implantar associação de

catadores de materiais recicláveis na Media 29.000 sede

Programa de reaproveitamento de

entulhos para aterramento de Media 29.000 voçorocas Programa de Coleta Elaboração e implantação do Seletiva e 5 programa de reutilização dos Reaproveitamento dos Media 29.000 resíduos de poda como biomassa Resíduos Ampliação do serviço de coleta na Media 106.600 222.600 sede e distritos

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Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Regulação dos Sistemas de Resíduos Sólidos Projeto: Projetar o Aterro Sanitário Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Licitação prefeitura h 25 150 3.750 Levantamento Topográfico M² 40000 3 120.000 Projeto (formato A1) Unid. 10 3200 32.000 Licenciamento Ambiental h 100 150 15.000 Despesas indiretas 1 55500 55.500 Total da ação 226.250

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Elaboração de plano de gerenciamento de RCC Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Licitação prefeitura h 25 150 3.750 Projeto (formato A1) Unid. 8 3200 25.600 Licenciamento Ambiental h 100 150 15.000 Despesas indiretas vb 1 55500 55.500 Total da ação 99.850

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Estudo para implantação de serviço de coleta na área rural Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Mão de obra(terceiros) h 376 150 56.250 Transporte Unid. 8 1500 12.000 Despesas indiretas vb 1 9150 9.150 Total da ação 26400

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Projetar e licenciar uma UTC Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Licitação prefeitura h 25 150 3.750 Projeto (formato A1) Unid. 8 3200 25.600 127

Licenciamento Ambiental h 100 150 15000 Despesas indiretas vb 1 55500 55.500 Total da ação 99.850

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Implantação de Plano de Gerenciamento dos RCC Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Mão de obra (terceiros) h 175 150 26.250 Transporte Unid. 3 1500 4.500 Despesas indiretas vb 1 9150 9.150 Total da ação 39.900

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Implantar o consórcio CODANORTE para destinação dos resíduos sólidos. Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Mão de obra(prefeitura) H 150 150 22.500 Transporte Unid. 3 1500 4.500 Despesas indiretas Vb 1 9150 13.000 Total da ação 40.000

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 2. Programa de Construção, Operação e Manutenção. Implantar o aterro sanitário Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Projeto executivo (A1) Unid. 20 3200 64.000 Licitação h 50 150 7.500 Terraplenagem da área m³ 15000 6 90.000 Obras civis m² 300 1250 375.000 Urbanização/drenagem m² 30000 15 450.000 Abertura de valas m³ 3000 8 240.000 Despesas indiretas vb 1 758.500 Total da ação 1.985.000

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Implantar Unidade de Triagem e Compostagem - UTC

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Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Licitação h 25 150 3750 Obras Civis M² 2 22.500 45.000 Obras complementares vb 1 1250 1250 Despesas indiretas vb 1 40.000 40.000 Total da Ação 90000

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Criar uma equipe de limpeza para manutenção dos serviços de poda e capina Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Mão de obra (terceiros) h 2.600 10 26.000 Transporte Unid. 2 8000 16.000 Despesas indiretas vb 1 8000 8.000 Total da ação 50.000

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Implantação de serviço de coleta na área rural Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Mão de obra (terceiros) h 4800 10 48000 Transporte Unid. 2 8000 16000 Despesas indiretas vb 1 8000 8000 Total da ação 72000

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Remediar a área do lixão Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Recobrimento do lixo exposto h 25 70 1750 Revegetação da área M2 500 10 5000 Dispensas indiretas vb 1 12000 12000 Total da ação 18.750

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Manutenção do serviço de coleta na área rural (ano) Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Mão de obra (terceiros) h 10.120 22 222.640

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Transporte Unid. 2 13000 26.000 Carregadeira h 1600 70 112.000 EPI/ Pequenas Ferramentas vb 1 15000 15000 Despesas indiretas vb 1 81400 81400 Total da ação 457.040

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Controle e Fiscalização Instituir e implantar uma Central de atendimento à população (tele-lixo) Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Mão de obra(prefeitura) H 25 100 25.000 Transporte Unid. 2 400 800 Despesas indiretas Vb 1 200 200 Total da ação 26.000

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Instituir procedimentos para fornecimento de EPI Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Mão de obra (prefeitura) H 25 100 25.000 Transporte Unid. 2 400 800 Despesas indiretas Vb 1 200 200 Total da ação 26.000

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Incentivar a fiscalização do setor de limpeza urbana Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Mão de obra (prefeitura) H 100 100 25.000 Transporte Unid. 12 400 800 Despesas indiretas Vb 1 200 200 Total da ação 26.000

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Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Programa Conscientização Ambiental e Capacitação Elaborar o programa de educação ambiental Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Capacitação da equipe h 100 100 10.000 Eventos Unid. 2 1000 2000 Transporte Unid. 2 1000 200 0 Despesas Indiretas Vb 1 1000 1000 Total da ação 15.000

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Elaborar projetos de conscientização para o uso racional da sacola plástica Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Capacitação da equipe h 100 100 10.000 Eventos Unid. 2 1000 2000 Transporte Unid. 2 1000 2000 Despesas Indiretas Vb 1 1000 1000 Total da ação 15.000

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Ministrar cursos de capacitação para os servidores municipais da limpeza Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Capacitação da equipe h 100 100 10.000 Eventos Unid. 2 1000 2000 Transporte Unid. 2 1000 2000 Despesas Indiretas Vb 1 1000 1000 Total da ação 15.000

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Realizar reunião com empresários para elaboração do PGIRS dos comércios e farmácias e consultórios de saúde Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Mão de obra (prefeitura) h 50 100 5000 Eventos Unid. 2 1000 2000

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Transporte Unid. 1 1000 1000 Despesas Indiretas Vb 1 1000 1000 Total da ação 9000

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Implantação de Plano de Distribuição de lixeiras públicas e comunitárias Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Mão de obra (prefeitura) h 60 100 6.000 Aquisição das lixeiras Unid. 300 150 45.000 Transporte Unid. 6 3000 18.000 Instalação das lixeiras h 800 10 8.000 Despesas Indiretas Vb 1 23000 23000 Total da ação 100.000

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Programa de divulgação e comunicação visual Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Mão de obra (terceirizada) h 100 100 10.000 Eventos Unid. 6 1.000 6.000 Transporte Unid. 1 1000 1000 Despesas Indiretas Vb 1 6.000 6000 Total da ação 23000

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Implantar o programa de educação ambiental Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Mão de obra (terceirizada) h 200 100 20.000 Eventos Unid. 6 1000 6.000 Transporte Unid. 1 1000 1000 Despesas Indiretas Vb 1 15000 15000 Total da ação 42.000

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Ministrar cursos de reciclagem sobre limpeza urbana para os servidores municipais

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Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Mão de obra (terceirizada) h 200 100 20.000 Eventos Unid. 6 1000 6000 Transporte Unid. 1 1000 1000 Despesas Indiretas Vb 1 15000 15000 Total da ação 42.000

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Manter o Programa de Educação Ambiental Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Capacitação da equipe h 100 100 10.000 Eventos Unid. 2 1000 2.000 Transporte Unid. 2 1000 2.000 Despesas Indiretas Vb 1 15000 15.000 Total da ação 29.000

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Programa de Coleta Seletiva e Reaproveitamento dos Resíduos Elaborar e instituir programa de coleta seletiva para a sede e distritos Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Capacitação da equipe h 100 100 10.000 Eventos Unid. 2 1000 2000 Transporte Unid. 2 1000 2000 Despesas Indiretas Vb 1 15000 15000 Total da ação 29.000

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Instituir e implantar associação de catadores de materiais recicláveis na sede Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Capacitação da equipe h 100 100 10.000 Eventos Unid. 2 1000 2000 Transporte Unid. 2 1000 2000 Despesas Indiretas Vb 1 15000 15000 Total da ação 29.000

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Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Programa de reaproveitamento de entulhos para aterramento de voçorocas Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Capacitação da equipe h 100 100 10.000 Eventos Unid. 2 1000 2000 Transporte Unid. 2 1000 2000 Despesas Indiretas Vb 1 15000 15000 Total da ação 29.000

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Elaboração e implantação do programa de reutilização dos resíduos de poda como biomassa Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Capacitação da equipe h 100 100 10.000 Eventos Unid. 2 1000 2000 Transporte Unid. 2 1000 2000 Despesas Indiretas Vb 1 15000 15000 Total da ação 29.000

Programas e Ações (CURTO MÉDIO E LONGO PRAZO) LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Ampliação do serviço de coleta na sede e distritos Descrição Unid. Quant. Preço Unit. Preço Total Mão de obra h 800 22 17.600 Transporte Unid. 4 8000 32.000 EPI/pequenas ferramentas vb 1 15000 15.000 Despesas indiretas vb 1 45000 45.000 Total da ação 109.600

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Fontes de financiamento Concedentes O Que Financiam Captação municipais 1-Educação 2- Saúde 3- Infraestrutura 4- Agricultura

5- Biodiversidade

6- Bolsa Família

7- Cidadania e Justiça 8- Ciência, Tecnologia e Inovação 9- Comércio e Serviços 10- Conservação e Gestão de Recursos Hídricos 11- Cultura 12- Democracia e Gestão

Pública 1- Transferência

13- Energia Elétrica Voluntaria- SICONV-

14- Mobilidade Urbana e Portal de Convênios da Trânsito União: Convênios e Orçamento Geral da 15- Moradia Digna Contratos de Repasse Governo Federal União: Ministérios, 16- Planejamentos Urbanos 2- Chamadas Públicas Fundos 17- Desenvolvimento 3-Editais Públicos Produtivo e 4-Acordos de Cooperação Desenvolvimento Regional 18- Turismo 19- Transporte 20- Saneamento Básico e Resíduos Sólidos 21- Segurança Publica e Cidadania 22- Trabalho Emprego e Renda 23- Reforma Agrária e Ordenamento da Estrutura Fundiária 24- Segmentos: Criança, Adolescente, Pessoas com Deficiência, Direitos Humanos, Povos Indígenas, Drogas, ETC

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1- Apresentação de 1- Infraestrutura Projetos Governamentais 2- Desenvolvimento Para Serem Financiados Social Via

3- Desenvolvimento 1.1 Emenda Senado Federal Econômico Parlamentar no Emendas Parlamentares Câmara Federal 4- Educação Orçamento Geral da Assembleia Estadual 5- Saúde União (Federal) ou 6- Meio Ambiente 1.2 Emenda 7- Turismo, Cultura, Parlamentar no Esporte Orçamento Geral de Minas Gerais (Estadual) 1- Infraestrutura 2- Desenvolvimento Social 1- Operações de Caixa Econômica Federal 3- Desenvolvimento Crédito BNDES- Banco Nacional Econômico Bancos Públicos 2- Contrato de de Desenvolvimento 4- Educação Concessão de Banco do Brasil 5- Saúde Financiamento 6- Meio Ambiente 7- Turismo, Cultura, Esporte

FONTES DE FINANCIAMENTOS CONCEDENTES O QUE FINANCIAM CAPTAÇÃO MUNICIPAIS - Estudo do Negócio: Estudo De - Sistemas de Abastecimentos Viabilidade de Concessão de Água e Esgoto - Avaliação dos Impactos: Estudo de Iniciativas - Radiodifusão- Rádio e Concessões Viabilidade Privadas Televisão - Atendimento a legislação Vigente - Infraestrutura Contrato Administrativo de Concessão, na Modalidade Patrocinada ou - Infraestrutura Administrativa.

- Buscar Parceiros Iniciativas PPPs - Parcerias - Educação

Privadas Público Privada - Demonstrar a Viabilidade da PPP - Saúde

- Atendimento aos Requisitos Legais

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- Saúde - Identificação de Parceiros - Estabelecimento De Parcerias - Aterro Sanitário - Atendimentos aos Requisitos Legais

- Resíduos Sólidos

Consórcios - Planejamento Consórcios Municipais e Públicos Regionais - Saneamento Básico

- Infraestrutura

- Educação - Conselhos - Identificação De Parceiros Municipais - Desenvolvimento Social Temáticos - Articulação e Negociação Alianças - Fortalecimento Institucional - Estabelecimento das Alianças Estratégicas - Fundações - Repasse de Conhecimento - Estudos e Pesquisas - Institutos - Qualificação Profissional

- Desenvolvimento Municipal Sistema "S" -

SENAI, e Regional Outras SENAC, SESI, - Convênios SEBRAE - Comércio, Serviços

- Acordos de Cooperação - Indústria

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