Dissertação – Guilherme Saraiva Martins. Entre O Forte E a Aldeia
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GUILHERME SARAIVA MARTINS ENTRE O FORTE E A ALDEIA: ESTRATÉGIAS DE CONTATO, NEGOCIAÇÃO E CONFLITO ENTRE EUROPEUS E INDÍGENAS NO CEARÁ HOLANDÊS (1630 – 1654) Dissertação de mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em História, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em História Social. Orientadora: Prof. a Dr. a Marilda Santana da Silva FORTALEZA 2010 M386e Martins, Guilherme Saraiva. Entre o forte e a aldeia: estratégias de contato, negociação e conflito entre Europeus e indígenas no Ceará Holandês (1630 – 1654) / Guilherme Saraiva Martins. - Fortaleza, 2010. 180 f.: Il; 31cm Dissertação (Mestrado em História Social) - Universidade Federal do Ceará, 2010. Orientadora: Dr. a Marilda Santana da Silva. 1. Ceará - História. 2. Ceará - História - Período Colonial. 3. Companhia das Índias Ocidentais. 4. Índios. I. Título. II. Universidade Federal do Ceará – UFC. CDD – 981.03098131 GUILHERME SARAIVA MARTINS ENTRE O FORTE E A ALDEIA: ESTRATÉGIAS DE CONTATO, NEGOCIAÇÃO E CONFLITO ENTRE EUROPEUS E INDÍGENAS NO CEARÁ HOLANDÊS (1630 – 1654) Dissertação de mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em História, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em História Social. Aprovada em ___/___/_____. BANCA EXAMINADORA _____________________________________________ Prof. a Dr. a Marilda Santana da Silva (Orientadora) Universidade Federal do Ceará – UFC _____________________________________________ Prof.ª Dr.ª Regina Célia Gonçalves Universidade Federal da Paraíba – UFPB _____________________________________________ Prof. Dr. Franck Pierre Ribard Universidade Federal do Ceará – UFC Aos meus pais, Eduardo e Elzira, pelo carinho e incentivo que sempre me ofereceram AGRADECIMENTOS O autor de qualquer texto é, em última instância, o único responsável pelo que escreve, mas isso não significa que a obra seja inteiramente sua. Muito embora o ato de escrever seja, eminentemente, uma atividade solitária, um grande número de indivíduos participa da criação de todo e qualquer texto. Amigos, familiares, conhecidos, autores que você nunca conheceu pessoalmente; todas essas pessoas influenciam a sua escrita. Muitas dessas pessoas foram fundamentais. Sem elas, este trabalho simplesmente não existiria. É a eles quem dedico esses agradecimentos. Em primeiro lugar, à Capes pelo apoio financeiro concedido, sem o qual esse trabalho não poderia ter sido realizado. Em segundo lugar, à minha mãe, Elzira, sempre a primeira leitora do que escrevo, pelo apoio incondicional sempre oferecido, mesmo naqueles momentos mais difíceis de dúvida e angústia, pelo qual todo autor de textos acadêmicos passa. Às professoras Edilene Toledo e Verónica Secreto, por terem incentivado o começo dessa pesquisa enquanto tutoras do Programa de Educação Tutorial (PET), bem como pelo exemplo que elas sempre deram de dedicação e competência como professoras e pesquisadoras. Aos restantes colegas do PET, em especial aos professores Franck Ribard e Ana Carla Sabino, pelo clima de camaradagem sempre mantido naquele ambiente. À minha orientadora, professora Marilda Santana, por ter sido sempre paciente com um orientando que era, muitas vezes, teimoso e algo rebelde. Ao professor Almir Leal, coordenador do grupo de estudos de história colonial do Ceará da UFC, pelas conversas estimulantes, pelas provocações e pelas dicas de livros, fontes e mapas. Aos colegas do grupo de estudo, especialmente Gabriel Parente, Rafael Ricarte e José Eudes Gomes, pela troca de idéias e pelos comentários. À professora Adelaide Gonçalves, pelo empréstimo de vários livros de sua biblioteca. À minha tia, Lena, por ter ajudado tanto com a formatação e revisão desse texto. Aos colegas Raimundo Hélio e Eduardo Parente, quase irmãos, pela amizade, pelo companheirismo, pelas risadas e por estarem sempre presentes em minha vida acadêmica, desde o começo da graduação. Muitas outras pessoas, embora não diretamente ligadas ao meio historiográfico, também contribuíram de alguma maneira para que esse trabalho fosse possível. Arthur Eduardo, Paulo César e Pedro, meus amigos de infância, com quem, até hoje, converso por muitas horas sobre inúmeros assuntos, tornaram a vida mais divertida. À minha família, as irmãs Beatriz e Aline, meu pai, Eduardo. À Malvinier, uma segunda mãe. À Andyara, por ser especial e pela paciência que teve com um namorado sempre ocupado. A todos os outros que não foram citados aqui diretamente, mas que ajudaram com a produção desse trabalho de alguma forma, mesmo da menor forma possível, sinceros agradecimentos. RESUMO Este estudo explora as relações estabelecidas entre os povos indígenas e os colonizadores europeus, no Ceará, na primeira metade do século XVII, especialmente no período de ocupação desta capitania pela Companhia das Índias Ocidentais Holandesa, entre 1637 e 1654. Argumenta-se que a capitania do Ceará neste período, devido à sua condição periférica no Brasil Colonial, possuía uma dinâmica particular de relativo equilíbrio de forças entre a população indígena nativa e o elemento colonizador, fazendo com que desenvolvesse-se uma série de estratégias de contato, por parte dos índios e dos europeus, para lidar uns com os outros. Essas estratégias incluíam a troca de mercadorias e presentes pelo trabalho ou pela colaboração indígena em alguma empreitada, promessas de defesa mútua, ameaças veladas ou explícitas, entre outras. Explora-se como a situação de guerra entre Portugal e a Companhia das Índias Ocidentais influenciou as relações entre europeus e índios nas capitanias do norte do Brasil e, especialmente, como os índios do Ceará posicionaram-se em relação às forças beligerantes. Estabelece a revolta indígena de 1644, na qual a guarnição holandesa do Ceará é massacrada, como resultado das tensões existentes entre a Companhia e os povos indígenas locais, geradas pela exploração dos índios como trabalhadores e soldados, e como representativa de uma crise geral no relacionamento entre os povos indígenas e a Companhia no Brasil Holandês de modo geral. Palavras-chave: Ceará colonial, Companhia das Índias Ocidentais, índios, estratégias de contato. ABSTRACT This paper explores the relations established between indigenous peoples and European colonists, on Ceará, during the first half of the XVII century, especially during the period of occupation of this captaincy by the Dutch West Indies Company, between 1637 and 1654. It argues that the captaincy of Ceará at that time, due to its condition on the periphery of Colonial Brazil, had a particular dynamic of relative equilibrium between the native indigenous population and the colonizing element, which prompted the development of a series of strategies of contact, between the Indians and the Europeans, to deal with one another. Those strategies included the exchange of goods and gifts for labor or indigenous collaboration in some enterprise, promises of mutual defense, veiled or explicit threats among others. It explores how the state of war between Portugal and the Dutch West Indies Company influenced the relations between Europeans and Indians on the northern captaincies of Brazil and, specially, how the Indians from Ceará positioned themselves toward the warring factions. It establishes how the Indian rebellion of 1644, when the Dutch garrison in Ceará was massacred, was the result of tensions between the Company and the local indigenous peoples over the exploitation of Indians as laborer and warriors, and how it was representative of a general crisis between the indigenous peoples and the Company in Dutch Brazil as a whole. Palavras-chave: Ceará colonial, Companhia das Índias Ocidentais, índios, estratégias de contato. LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 Ceará, por Arnoldus Montanus.............................................................17 FIGURA 2 Mapa do Ceará por João Teixeira Albernaz I.......................................26 FIGURA 3 Mapa com os principais pontos de interesse do Ceará........................30 FIGURA 4 Detalhe do mapa etno-histórico de Curt Nimuendaju...........................40 FIGURA 5 Detalhe do mapa de João Teixeira Albernaz mostrando o Forte de São Sebastião e uma aldeia indígena........................................................113 FIGURA 6 O Forte Schoonenborch......................................................................134 SUMÁRIO 1 Introdução..............................................................................................................10 2 Contatos entre índios e europeus na primeira metade do século XVII............17 2.1 A Construção da capitania do Ceará....................................................................17 2.2 A População indígena do Ceará na primeira metade do século XVII..................33 2.3 A Conquista da capitania do Ceará pela WIC......................................................51 3 “É uma turba de gente moça, selvagem e ímpia”: Convivência entre neerlandeses e índios no Ceará do século XVII....................69 3.1 Os Índios como trabalhadores..............................................................................69 3.2 Os Índios como soldados.....................................................................................86 4 “Eles não tem outro fito e intuito do que viver em liberdade, não servilmente”: Crise na relação entre neerlandeses e índios no Ceará.....................................111 4.1 A Revolta indígena de 1644...............................................................................111 4.2 Matias Beck e a