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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ARTES MARCIAIS, ESPORTES DE COMBATE E LUTAS

MILTON MOREIRA: UMA LENDA VIVA DO JUDÔ CEARENSE

ANDRÉ CARLOS COSTA

Fortaleza, Ceará 2012 17

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ARTES MARCIAIS, ESPORTES DE COMBATE E LUTAS

Milton Moreira: Uma Lenda Viva do Judô Cearense

André Carlos Costa

Monografia apresentada à Universidade Estadual do Ceará – UECE, como requisito parcial para conclusão do Curso de Especialização em Artes Marciais, Esportes de Combate e Lutas, sob a orientação do prof. ms. dr. Francisco de Assis Francelino Alves.

Fortaleza, Ceará 2012 18

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ARTES MARCIAIS, ESPORTES DE COMBATE E LUTAS

André Carlos Costa

Milton Moreira Uma Lenda Viva do Judô Cearense

Monografia apresentada como requisito necessário para obtenção de grau de Especialista, do curso de Especialização em Artes Marciais, Esportes de Combate e Lutas, da Universidade Estadual do Ceará – UECE.

Defesa em:____/____/______Conceito obtido:______

Banca Examinadora ______

______

______

Aprovado em: ____/____/____

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Estadual do Ceará Biblioteca Central Prof. Antônio Martins Filho

C837m Costa, André Carlos. Milton Moreira: lenda viva do judô cearense / André Carlos Costa. — 2012. 99 fs.: il. color, enc. ; 30 cm.

Monografia (Graduação) – Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciências da Saúde, Curso de Especialização em Artes Marciais, Esporte de Combate e Lutas, Fortaleza, 2012. Orientação: Prof. Dr. Francisco de Assis Francelino Alves.

1. Milton Moreira. 2. Judô. I. Título. CDD: 796 20

Dedico esta obra ao meu falecido filho André Luan de Oliveira Costa, que partiu no dia 30/10/2011, na flor de sua juventude. 21

AGRADECIMENTOS

A Deus, Pai todo-poderoso, que sabe o que faz dos nossos destinos da vida.

Ao meu pai, André de Souza Costa, por ter me ensinado os primeiros passos nas artes marciais, por ser, inicialmente, o motivo pelo qual lutava e me esforçava para trazer medalhas e troféus; e por sua dedicação ao longo da vida em prol do meu sucesso.

À minha família, pela paciência e compreensão, durante os momentos de ausência.

Aos meus mestres Shihan Milton Nunes Moreira, Shihan Antonio de Lima Filho, Shihan Ediberto Torquato de Freitas (ambos de Fortaleza - CE), Shihan Julio Cezar Simões Adnet (Brasilia - DF) e Shihan Wilson de Paula (Belo Horizonte - MG).

A todos os meus alunos e pupilos que sempre engrandeceram minha vida pessoal

Aos nobres guerreiros de armaduras trançadas que contribuíram com seus depoimentos pessoais.

Aos amigos do curso de especialização em Artes Marciais de Combate e Lutas, no qual destaco entre eles, o prof. Heraldo Simões e os alunos Wilson Hirario e Macelle Sampaio, pela convivência alegre e harmoniosa.

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“Não existe arte se não houver espírito; não há espírito se não houver harmonia; e não existe harmonia se não houver respeito à natureza.” (Filosofia Ninjitsu). 23

PRINCÍPIOS DO JUDÔ

1. Quem teme perder já está vencido. 2. Conhecer – se e dominar-se, dominar-se é triunfar. 3. O judoísta não se aperfeiçoa para lutar, luta para se aperfeiçoar. 4. Somente se aproxima da perfeição, quem a procura com constância, sabedoria e, sobretudo a humildade. 5. Quando verificares, com tristeza, que nada sabes, terás feito teu primeiro progresso no aprendizado. 6. A única vitória que perdura, é a que se conquista sobre a própria ignorância. 7. Nunca te orgulhes de haver vencido um adversário, ao que venceste hoje, poderá vencer-te amanhã. 8. O judoca é o que possui inteligência para compreender aquilo que lhe ensinam e paciência para ensinar o que aprendeu aos seus companheiros. 9. Saber cada dia um pouco mais, utilizando o saber para o bem, é o caminho do verdadeiro judoca. 10. Praticar judô é educar a mente a pensar com exatidão e velocidade, bem como o corpo a obedecer com justeza. 11. O corpo é uma arma cuja eficiência depende da precisão com que se usa inteligência.

PRINCÍPIOS QUE RESUMEM O QUE É O JUDÔ

Seiryouku Zen’Yô – Máxima eficiência com o mínimo de esforço ou seja melhor uso da energia vital.

Ju - Suavidade

Jita Kyôei – Bem estar, Amizade e prosperidade mútua, ao assimilar os princípios do Judô, percebemos que eles não são restritos ao dojô(academia), são válidos em qualquer atividade da vida diária, quando se pretende atingir um determinado objetivo. 24

FILOSOFIA DE UM JUDOCA

Lutamos com garra porque amamos o que fazemos, amamos o judô. Judoca é aquele que luta com corpo e alma, coloca o sentimento na luta... E é o que fazemos. Não somos melhores que ninguém, mas lutamos com qualquer um. Porque não tememos ninguém, e queremos aprender a cada luta. Judô é mais que uma luta é um estilo de vida, é levar o que aprendemos dentro do tatame pro cotidiano. É tentar errar menos, levantar a cabeça toda vez que caímos, aprender com todos, ser humilde e respeitar qualquer forma de vida. Ser Judoca é pensar sempre o que diz "o espírito do Judô". E aos poucos ir entendendo o que realmente ele diz. Ir amadurecendo e aprendendo. Judô é fora e dentro do tatame, com quimono ou sem, de faixa branca a preta... Somos todos iguais, judoca não tem diferença. Judô hoje... Judô sempre... Só fazendo pra entender. Amamos isso... E é isso que fazemos... E é isso que somos. Judocas pra sempre!

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ORAÇÃO DOS JUDOCAS

Judô nosso que estais no sangue santificado seja nosso golpe, venha a nós o nosso esforço, que seja feito nosso destino, assim como nos treinos como nas competições. O treino de cada dia nos daí hoje, perdoai as faltas dos treinos assim como nos perdoamos nossos professores rígidos, não nos deixei errar a cada entrada e livrai-nos dos calos, das pancadas e golpes dos adversários.

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O CREDO DO SAMURAI

Eu não tenho parentes. Faço do céu e da terra meus parentes. Eu não tenho poder divino. Faço da honestidade a minha força. Eu não tenho condutas. Faço da humildade minha maneira de relacionamento. Eu não tenho dotes mágicos. Faço da minha força de espírito meu poder mágico. Eu não tenho nem vida nem morte. Faço da eternidade a minha vida e minha morte. Eu não tenho corpo. Faço da coragem meu corpo. Eu não tenho olhos. Faço do relâmpago meus olhos. Eu não tenho ouvidos. Faço do meu bom senso meus ouvidos. Eu não tenho membros. Faço da vivacidade meus membros. Eu não tenho projetos. Faço da oportunidade meus planos. Eu não sou um prodigo. Faço do respeito à verdadeira doutrina meu milagre. Eu não tenho dogmas rígidos. Faço da minha adaptabilidade a todas as coisas o meu principio. Eu não tenho amigos. Faço do espírito o meu amigo. Eu não tenho inimigos. Faço da distração meu inimigo. Eu não tenho armaduras. Faço da sinceridade e de minha retidão minha armadura. Eu não tenho castelo fortificado para me defender. 27

Faço da minha sabedoria de espírito meu castelo. Eu não tenho espada. Faço da minha calma e silêncio espiritual minha espada.

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RESUMO

Esta monografia tem como um dos objetivos traçar um perfil sobre uma lenda viva do Judô cearense. Discorre-se no início, sobre a história do judô, sua criação no Japão no ano 1882 na fundação da Kodokan e sua chegada ao Brasil aproximadamente no ano 1903. No Ceará, falaremos sobre o grande mestre Milton Nunes Moreira, o mais velho praticante de judô iniciou em 1958 sendo o mais velho em atividade em nosso país, com seus 95 anos de idade, mostrando sua prática na educação física e em ensinamentos de desenvolvimento físico, mental e emocional. Utilizaremos vários depoimentos de amigos, alunos, ex-alunos e praticantes de artes marciais que darão sua impressão sobre o shihan Milton Moreira, assim como teremos depoimentos do próprio mestre, enfatizando os benefícios que a prática do Judô traz para a vida pessoal e social do praticante, ressaltando sua influência para disciplina e redução da violência. Concluímos com fotos, arquivos de jornais e atas.

Palavras chaves: Shihan - Milton Moreira - Judô

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ABSTRACT (RESUMO EM OUTRO IDIOMA FAZER)

Esta monografia tem como um dos objetivos traçar um perfil sobre uma lenda viva do Judô cearense. Discorre-se no início, sobre a história do judô, sua criação no Japão no ano 1882 na fundação da Kodokan e sua chegada ao Brasil aproximadamente no ano 1903. No Ceará, falaremos sobre o grande mestre Milton Nunes Moreira, o mais velho praticante de judô iniciou em 1958 sendo o mais velho em atividade em nosso país, com seus 95 anos de idade, mostrando sua prática na educação física e em ensinamentos de desenvolvimento físico, mental e emocional. Utilizaremos vários depoimentos de amigos, alunos, ex-alunos e praticantes de artes marciais que darão sua impressão sobre o shihan Milton Moreira, assim como teremos depoimentos do próprio mestre, enfatizando os benefícios que a prática do Judô traz para a vida pessoal e social do praticante, ressaltando sua influência para disciplina e redução da violência. Concluímos com fotos, arquivos de jornais e atas .

Palavras chaves: Shihan – Milton Moreira e judô

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES (COMPARAR COM FIGURAS NA MONOGRAFIA PARA FAZER A RELAÇÃO DE FORMA CORRETA)

Figuras.

Figura - foto de Jigoro kano...... 1 Figura - foto da Kodokan- Figura - foto conde Koma- Figura - foto de conde Koma Figura – foto de professor Milton Moreira ladeado prof. André Carlos, shihan Antonio Lima e o atual presidente da FECJU Figura - foto prof. Milton Nunes Moreira.perfil Figura - foto Figura - foto Figura – foto Figura - foto

LISTA DE RECORTES DE DOCUMETOS E CERTIFICADOS

Certificados

Recorte de jornal

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SUMÁRIO (AO ACABAR A MONOGRAFIA, AJEITAR O SUMÁRIO) 1. Introdução ...... 16

2. Objetivo Geral ...... 13 2.1 Objetivo Específico ...... 14

3. Justificativa ...... 15

4. Metodologia ...... 16

5. História do Judô ...... 18 5.1 Decadência e Renascimento do ...... 21 5.2 Nascimento do Judô ...... 21

6. Judô no Brasil ...... 26 6.1 A chegada do Judô no Brasil – Conde Koma ...... 28 6.2 A volta ao Brasil ...... 29

7. História do Judô no Ceará ...... 30

8. O perfil do shihan Milton Nunes Moreira ...... 34

9. Milton Moreira por documentos, fotos e relatos ...... 00

10. Conclusão ...... 00

11.Referência...... 00

12. Anexos ...... 00

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INTRODUÇÃO

Quando iniciei no judô aos 3 (três) anos de idade, na cidade Fortaleza, Ceará, pela influência e apoio de meu pai, André de Souza Costa, praticante de vale tudo, jiu-jitsu e faixa preta de judô, que nos anos 60 foi campeão de resistência do Estado do Ceará. Naquela época, tanto eu quanto meus irmãos André de Souza Costa Filho, André Luiz de Souza Costa e o André Francisco Carlos Costa (já falecido), treinávamos na academia do prof. Milton Nunes Moreira. Nossa família é formada de praticantes de judô. Todos chegaram muito bem aos tatames cearenses graça aos ensinamentos do mestre Milton Moreira. Com o tempo, meu irmão mais velho, André Filho, músico e compositor, optou pelo karatê. Meu outro irmão, 33

André Luiz, foi várias vezes campeão cearense e chegou a ficar em 3º (terceiro) lugar no Campeonato Brasileiro Norte e Nordeste de Judô. Hoje é advogado. Meu irmão caçula André Francisco foi um grande destaque no judô cearense. Ficou em 3º lugar no Campeonato Brasileiro realizado no Clube Pinheiros em São Paulo-SP. Ele era franzindo, peso super ligeiro e tinha uma técnica apuradíssima pena que faleceu na flor da idade aos 15 anos. Dos quatro irmãos, fui o único que me dediquei avidamente ao Judô e praticamente passei grande parte da minha vida com o shihan Milton Moreira foram muitas viagens campeonatos, demonstrações, palestras e conselhos. Disputei 98 (noventa e oito) campeonatos e 11 (onze) seletivas sem nenhuma derrota. Sou tri-campeão norte e nordeste, tetra-campeão universitário cearense, 11 (onze) vezes campeão cearense, 2 (duas) vezes vice-campeão brasileiro, vice-campeão internacional de judô em Botucatu-SP, vice – campeão cearense de natação, instrutor de boxe, faixa preta de kick boxing, professor dos cursos de formação na área de segurança pública da Polícia Militar do Estado do Ceará, ministrei cursos para a Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e para particulares. Também ministrei cursos sobre o uso de Táticas de Imobilizações Policiais, Tonfas, Defesa Pessoal etc. Em 2008, me tornei professor na Academia de Judô Clube Sol Nascente, de propriedade do ilustre shihan Milton Nunes Moreira. Há 14 (quatorze) anos dou cursos de formação para agentes de segurança pública do estado do Ceará. A idéia do tema para esta monografia surgiu ao ler o livro “Personagens e Histórias do Judô Brasileiro”, de autoria do brasileiro Virgílio Stanlei (Campinas, SP, Ed. Átomo, 2002), escritor ilustre sobre temas de artes marciais. Sua obra sobre os grandes nomes do judô brasileiro não cita meu mestre Milton Moreira, mesmo tendo sido o primeiro faixa preta de judô do Estado do Ceará, ter treinado e formado vários faixas preta, ter sido técnico de vários campeões cearenses e brasileiros. Com simplicidade, humildade e busca pela perfeição, meu mestre mudou a vida de várias pessoas que tiveram a oportunidade de treinar com ele. Tudo isso faz dele uma lenda viva no judô cearense. Com muita honra, me senti na obrigação de ser o primeiro a fazer uma monografia falando a respeito da história de uma lenda viva no judô cearense, pois mesmo que muitos artistas marciais sejam formados nenhum escreveu sobre este ícone cearense. Acredito que esta monografia, de forma simples, clara e objetiva, visa trazer ao conhecimento de todos os professores e praticantes de artes marciais, a história do 1º. faixa preta de judô do Estado do Ceará, assim como sua importância no surgimento e 34

desenvolvimento do judô cearense, através da pesquisa em certificados e recortes de jornais, depoimentos do própria mestre e de judocas influenciados por ele.

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OBJETIVO GERAL

Esta monografia visa, de uma maneira simples e objetiva, contar a história do shihan Milton Nunes Moreira, ícone do judô cearense, mostrando a importância dele para o desenvolvimento do judô no Estado do Ceará e servindo como fonte de pesquisa para professores de artes marciais e alunos. Este trabalho será transformado em livro para que mais pessoas, novos e antigos praticantes, tenham conhecimento deste exemplo de vida.

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OBJETIVO ESPECÍFICO

Narrar, através desta monografia, a história de vida do shihan Milton Nunes Moreira, lenda viva do judô cearense, para que professores, técnicos, praticantes de judô e das mais variadas artes marciais, entendam a importância desse mestre para a história do judô no Ceará. Produzir um livro a partir desta monografia.

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JUSTIFICATIVA

Elaborar um estudo sobre a história do judô no Ceará, tendo como centro desta investigação o shihan Milton Nunes Moreira. Não busco falar dos atletas de alto nível, calendários de competições ou sistemas fisiológicos a atividades físicas, lugar comum em monografias na área de educação física. Pretendo mostrar a importância desse mestre judoca que tanto contribuiu e ainda contribui para a divulgação e prática do judô no Estado do Ceará, buscando como fonte de relatos históricos, não somente o mestre Milton, mas também alunos e ex-alunos que passaram pelos tatames cearenses, utilizando linguagem direta e simples, para fácil entendimento do leitor, judoca ou não, dando ênfase a ampla apuração sobre conceitos históricos e intimidade com personagens até então desconhecidos.

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METODOLOGIA

A pesquisa pretende apurar informações de pessoas ligadas ao judô cearense, mas sem prender-se a perguntas “prontas”. As entrevistas ocorrerão através de um método onde predomina o diálogo com o entrevistado. Segundo Medina(2000, p.6), na maior parte das circunstâncias, jornalista (comunicador) imprime o ritmo de sua pauta e até mesmo preestabelece as respostas.

(...) Eis algumas possibilidades de enriquecimento informativo na entrevista aberta, sem a camisa-de-força do questionário fechado: o centro do diálogo se desloca para o entrevistado; ocorre liberação e desbloqueamento da situação inter-humano e esta relação tem condições de fluir; atinge-se a auto- elucidação (MEDINA, 2000, p.11).

Conforme preconiza Medina (2000, p. 19), qualquer pessoa no anonimato tem alguma coisa importante a dizer. Portanto, o presente trabalho busca mostrar pessoas com historias de vida interessante, como no caso do perfil de caráter humanista do judoca cearense Milton Nunes Moreira, personagem histórico e ícone desta arte marcial.

Destaca-se ainda ser o primeiro faixa preta do Estado do Ceará e o mais velho judoca em atividade do país. Nosso objetivo é apresentar ao leitor, de maneira menos formal, parte relevante da vida do entrevistado.

Ao contrário da espetacularização, a entrevista com a finalidade de traçar um perfil humano não provoca gratuitamente, apenas para acentuar o grotesco, para “condenar” a pessoa (que estaria pré-condenada) ou glamorizá-la sensacionalisticamente. Esta é uma entrevista aberta que mergulha no outro para compreende seus conceitos, valores, comportamentos, históricos de vida. (MEDINA, 2000, p 18).

Nosso pesquisa se inicia com a historia do judô no Japão 1882 na fundação da academia Kodokan, no tendo a terra conhecida como Sol Nascente, o Japão país de origem desse esporte, sua chegada ao Brasil aproximadamente em 1902, e posteriormente ao Ceará no ano de 1958, até a iniciação do professor Milton Nunes Moreira no mesmo ano nessa arte marcial. Para compreendemos o inicio do judô no Ceará e do mestre prof. Milton Moreira, foram realizadas entrevistas com membros da Federação Cearense de Judô e com vários mestres de artes marciais do Ceará, dentre eles destacamos shihan Antonio de Lima Filho, um 39

dos precursores da arte suave no Ceará, Sensei Maraguape, professor da arte de mãos vazias, professor Sá, do jiu-jitsu e o próprio shihan Milton Nunes Moreira. Utilizaremos também, dados e recortes de jornais da época, fotos, certificados e etc.

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HISTÓRIA DO JUDÔ

A história do inicio do judô conforme a obra Kodokan , publicada em 1956, autor Jigoro Kano segundo a revisão e traduzido por Wagner Bull, São Paulo, editora Cultrix, 2008, vejamos os fatos a seguir; o Sr. Jirosaku Makeshiba Kano intendente naval do Shogunato Tokugawa teve o terceiro filho, nascido em 28 de outubro de 1860, em Mikage no distrito regional de Hyogo, Tóquio, Japão, com o nome de infância e de batismo de Shinnosuke, mas depois passou a chama-se Jigoro Kano. Quando adulto, tinha apenas 1,50 cm e pesava entre 45 e 50 kg. Faleceu a bordo do transatlântico Hikawa Maru, em 4 de maio de 1938.

O grande mestre Jigoro Kano, em 1877, com apenas 17 anos, pela primeira vez entra na escola Tenshin Shin’yo, onde aprende com o professor Hachinosuke Fukuda, aulas de jujutsu pela primeira vez.

Segundo Kano, Jigoro, Judô Kodokan/1956 tradução Bull, Wagner (São Paulo: Cultrix, 2008, p.259,), mostra uma cronologia da vida do criando do judô o mestre Jigoro Kano vejamos abaixo;

‘1860 - Jigoro Kano nasceu no dia 28 de outubro, terceiro filho de Jirosaku Mareshiba Kano, em Mikage (município de Hyogo). 1871 - Entra para a Seitatsu Shojuku, uma escola particular em Tóquio, onde aprende com o professor Keido Ubukata. 1873 - Entra para a Ikuei Gijuku, uma escola particular em Karasumori, Shiba, Tóquio. Recebe aulas especiais em inglês e alemão de professores nativos. 1874 - Entra para a Tokyo School of Foreign Languages (a escola de línguas estrangeiras de Tóquio). 1875 - Entra para escola Kaisei. 1877 - Entra para a escola Tenshin Shin’yo, onde aprende com o professor Hachinosuke Fukuda. Recebe aulas de jujutsu pela primeira vez. 1881 - Gradua-se pela Universidade Imperial de Tóquio, em Literatura, Política e Economia Política. Começou seus estudos de Jujutsu na escola de Kito, com o professor Liukubo Tsunetoshi. 41

1882 - Torna-se conferencista em Gakushuin e, mais tarde, professor. Funda a Kodokan dojo nos terrenos do templo Eishoji, em Tóquio, onde passou ser instrutor. 1883 - Funda a Kobunkan, uma escola para alunos chineses, e se torna seu diretor. 1886 - Nomeado vice-diretor de Gakushuin. 1889 - Renuncia ao cargo de vice-diretor de Gakushuin, para aceitar um cargo no departamento da Casa Imperial. Realiza uma viagem de estudos, visitando instituições educacionais na Europa. 1891 - Torna-se diretor da Quinta Escola Superior, no distrito regional de Kumamoto, passa a ser Conselheiro do Ministério da Educação. 1893 - Torna-se diretor da Primeira Escola Normal Superior, em Tóquio, e depois diretor da Escola Normal Superior de Tóquio, e chefe do Departamento Bibliotecário do Ministério da Educação. 1897 - Renúncia ao cargo de diretor da Escola Normal Superior de Tóquio, e depois reassume o cargo. 1898 - Renuncia novamente e assume a chefia do Departamento Geral de Assuntos Escolares do Ministério da Educação. 1901 - Torna-se diretor da Escola Normal Superior de Tóquio pela terceira vez. Nessa época, o judô e o kendo passam a desfrutar uma grande popularidade aos 41 anos. 1902 - Instala uma escola para o intercâmbio de estudantes da China. 1908 - A Assembléia Legislativa aprova por unanimidade um projeto de lei que exige que todas as escolas de ensino médio ofereçam aulas de jujutsu e de esgrima gekiken. 1909 - É o primeiro japonês a se tornar membro do Comitê Olímpico Internacional. 1911 - Instalação de um Departamento de Instrução para professores de Judô no Kodokan funda a Associação Atlética do Japão, sendo o seu primeiro presidente. 1912 - Visita ao V Jogos Olímpicos em Estocolmo, os primeiros com participação do Japão. 1920 - Renuncia ao cargo de diretor da Escola Normal Superior de Tóquio e visita os VII Jogos Olímpicos em Antuérpia. 1922 - É eleito para a Câmara Alta do Japão. Renuncia ao cargo de presidente da Associação Atlética, cujo Presidente de Honra ele passa a ser e logo em seguida funda a Associação dos faixas-pretas “Dan”. 1924- É nomeado professor aposentado da Escola Normal Superior de Tóquio. 42

1928 - Comparece aos IX Jogos Olímpicos em Amsterdã, como membro do Comitê Olímpico Internacional. 1930 - Mestre Kano fica muito feliz, realiza outro sonho, que é a realização dos primeiros Campeonatos Japoneses de Judô. 1932 - Visita aos X Jogos Olímpicos em Los Angeles. Fundação de um Instituto de Medicina no Kodokan. 1933 - Visita à Europa para oferecer Tóquio como local para os XII Jogos Olímpicos. 1934 - Mudança do Kodokan para o bairro de Tóquio, Suidobashi. Visita à Assembléia do Comitê Olímpio Internacional. 1936 - Comparece aos XI Jogos Olímpicos em Berlim. 1938 - Comparece ao encontro do Comitê Olímpicos Internacional no Cairo, onde propõe que Tóquio seja a sede da 12ª Olimpíada. Falece aos 78 anos no dia 4 de maio, a bordo do navio SS “Hikawa-Maru” de pneumonia. “É aprovada a realização dos XII Jogos Olímpicos em Tóquio.”

Segundo o site da Confederação Brasileira de Judô - CBJ, o judô é uma arte marcial praticada como desporto, fundada por Jigoro Kano em 1882. Os seus objetivos são fortalecer o físico, a mente e o espírito de forma integrada, para além de desenvolver técnicas de defesa pessoal.

Afirma o site www.judoinforme.com/historiajudo.html, ‘O judô teve uma grande aceitação em todo mundo, pois Kano conseguiu reunir a essência do jujutsu, arte marcial praticada pelos bushi, ou cavaleiros durante o período Kamakura (1185-1333), a outras artes de luta praticadas no Oriente e fundi-las numa única e básica.

O judô foi considerado desporto oficial no Japão nos finais do século XIX e a policia nipônica introduziu-o nos seus treinos. O primeiro clube judoca na Europa foi o londrino Budokway(1918).

A vestimenta utilizada nessa modalidade é o keikogi(não confundir com kimono), que no judô recebe o nome de judogui, e que com o cinturão forma o equipamento necessário à sua prática.’. 43

O site da CBJ explica que judogui pode ser branco ou azul, ainda que o azul seja quase apenas utilizado para facilitar as arbitragens em campeonatos oficiais. Com milhares de praticantes e federações espalhadas pelo mundo, o judô se tornou um dos esportes mais praticados representado um nicho de mercado fiel e bem definido.

Não restringindo seus adeptos a homens com vigores físicos e estendendo seus ensinamentos para mulheres, crianças e idosos, o judô teve um aumento significativo no número de praticantes. Sua técnica utiliza basicamente a força e o peso do oponente contra ele.

Palavras ditas por mestre Kano(1882) para definir a luta: “arte em que usa ao máximo a força física e espiritual.” A vitória, ainda segundo seu mestre fundador, representa um fortalecimento espiritual.

Diz ainda Kano (1882) em seu discurso da inauguração de sua escola de Judô – Kodokan; “Aproveitando todas as vantagens e conhecimentos por mim adquiridos nas varias escolas de jiu-jitsu (ataque e defesa) e acrescentando minhas idéias e métodos próprios, eu estou inaugurando um novo sistema de cultura física e desenvolvimento mental, assim como de competir vitoriosamente. A isto denomino Judô - Kodokan ”.

Figura 1 Jigoro Kano, fundador do Judô

DECADÊNCIA E RENASCIMENTO DO JUJUTSU 44

Conforme Kano, Jigoro em sua obra Judô memóirs of Jigoro Kano(1938), em 1864, o comodoro Matthew Perry, comandante de uma expedição naval americana conseguiu fazer com que os japoneses abrissem seus portos ao mundo com o tratado ‘Comércio, Paz e Amizade’.

Abrindo seus pontos para o ocidente, surgiu na terra do Sol nascente uma tremenda transformação política – social, denominada Era Meiji ou ‘Renascença Japonesa’, promovido pelo imperador Matsuhito Meiji(1868-1972).

Anteriormente, o imperador exercia sobre o povo influência e poderes espirituais, porém com a “Renascença Japonesa” ele passou a ser o verdadeiro comandante da Terra das Cerejeiras. Nessa dinâmica época de transformações e inovações radicais, os nipônicos ficaram ávidos por moderniza-ser e adquirir a cultura ocidental.

Tudo aquilo que era tradicional ficou um pouco esquecido, ou melhor, quase que totalmente renegado. Os mestres do jujutsu perderam as suas posições oficiais e viram-se forçados a procurar emprego em outros lugares. Muitos se voltaram então para a luta e exibição em feiras.

A ordem proibindo os samurais de usar espadas em 1871 assinalou um declínio em todas as artes marciais, e o jujutsu não foi uma exceção, sendo considerado como uma relíquia do passado. Como não era difícil acreditar, tempos depois surgiu uma onda contrária às inovações radicais, conforme o site www.judoinforme.com/historiajudo.html Segundo Kano, Jigoro (1938) conta; “havia terminada a onda chamada febre ocidental. O jujutsu foi recolocado na sua posição de arte marcial, tendo o seu valor reconhecido, principalmente pela policia e pela marinha. Apesar de sua indiscutível eficiência para a defesa pessoal, o antigo jujutsu não podia ser considerado um esporte, muito menos ser praticado como tal. Não haviam regras tratadas pedagogicamente e nem mesmo padronizadas.”. Os professores ensinavam às crianças os denominados golpes mortais e os traumatizantes e perigosos golpes baixos. Sendo assim, quase sempre, os alunos menos experientes, machucavam-se seriamente. 45

Valendo-se das suas superioridades físicas, os maiores chegavam a espancar os menores e mais fracos. Tudo isso fazia com que o jujutsu gozasse de certa impopularidade, logicamente, entre as pessoas esclarecidas e que possuíssem um pouco de bom senso, fazendo assim o jujutsu entra em outra fase de decadência.

NASCIMENTO DO JUDÔ

Originado no Japão, o judô na verdade envolver conjuntos de técnicas aplicadas a conceitos de filosofia, que tem como principio ensinar ao praticante, independente de sexo, a arte do ataque e defesa. Segundo Adnet, Julio.(2012), o professor Jigoro Kano até meados de 1882 praticava a arte marcial Jujutsu. Nesta época concluiu um criterioso estudo junto ás escolas que freqüentavam como praticante e pesquisador da nobre arte de ataque e defesa. Decidiu então criar um método de luta cujo objetivo, acima de tudo, era o de respeito ao próximo. Afirmar ainda Adnet, Julio(2012), que mestre kano reformulou-o, eliminando todas as técnicas perigosas que pudessem ameaçar a integridade física dos praticantes e acrescentando novas idéias e métodos. Assim foi criado o Judô – instrumento decisivo e valioso na formação dos jovens que o praticam: - JU - suave - DO – respeito, moral, principio, doutrina, caminho Conforme Adnet, Julio (2012), baseado nesses inconvenientes, Jigoro Kano, um jovem que na adolescência se sentia inferiorizado sempre que precisasse desprender muita energia física para resolver um problema, resolveu modificar o tradicional jujutsu, unificando os diferentes sistemas, transformando-o em um poderoso veiculo de educação física. Pessoa de alta cultura geral, ele era um esforçado cultor de jujutsu. Procurando encontrar explicações cientificas aos golpes, baseados em leis de dinâmica, ação e reação, selecionou e classificou as melhores técnicas dos vários sistema de jujutsu, dando ênfase principalmente no ataque aos pontos vitais e nas lutas de solo do estilo Tenshin-Shinyu-Ryu e nos golpes de projeção do estilo Kito-Ryu. Inseriu princípios básicos como o do equilíbrio, gravidade e sistema de alavancas nas execuções dos movimentos lógicos. Estabeleceu normas a fim de tornar o aprendizado mais 46

fácil e racional. Idealizou regras para um confronto esportivo, baseado no espírito do ippon- shobu (luta pelo ponto completo). Segundo Kano, Jigoro (1938) ele procurou demonstrar que o jujutsu aprimorado, além de sua utilização para defesa pessoal, poderia oferecer aos praticantes, extraordinárias oportunidades no sentido de serem superadas as próprias limitações do ser humano. Jigoro Kano tentava dar maior expressão à lenda de origem do estilo Yoshin-Ryu (escola do coração de Salgueiro), esta se baseava no principio de “ceder para vencer”, utilizando a não resistência para controlar, desequilibrar e vencer o adversário com o mínimo de esforço. Em um combate o praticante tinha como o único objetivo à vitoria. No entender de Kano, isso era totalmente errado. Uma atividade física deveria servir em primeiro lugar, para a educação global dos praticantes. Os cultores profissionais do jujutsu não aceitavam tal concepção. Para eles o verdadeiro espírito do jujutsu era o shi-Ken- shobu(vencer ou morrer até a morte). Diz à lenda que um médico e filósofo japonês, Shirobei-Akyama, estava convencido que a origem dos males humanos seria resultado da má utilização do corpo e do espírito. Deste modo partiu para estudos de técnicas terapêuticas chinesas, estudou o princípio do taoísmo, acupuntura e algumas técnicas de wushu, luta chinesa que usava as projeções, as luxações e os golpes. Quando Shirobei retornou ao Japão passou a ensinar seus discípulos o que havia assimilado do princípio positivo da filosofia taoista, tanto na medicina como na luta, ou seja, ao mal ele opunha o mal, à força, força. No entanto este princípio só se aplicava a doença menos complexas como em situações fáceis de lutas, ao enfrentar um oponente mais forte não dava resultados. Assim, seus discípulos o abandonaram e ele perplexo retirou-se para um pequeno tempo e por cem dias meditou. Durante este espaço, tudo foi colocado em questão, a filosofia chinesa ying e yang, a acupuntura e por fim todos os métodos de combate, na medida que “por uma ação a outra ação não é vantajoso a não ser que a minha força seja superior à força adversa”. Certo dia quando passeava no jardim do templo enquanto nevava, escutava os estalidos dos galhos das cerejeiras que se quebravam sob ao peso da neve. Por outro lado, observou um salgueiro que com o peso da neve curvava os seus ramos até que a neve era depositada no solo e depois retornava a sua posição inicial. 47

Por suas idéias, Jigoro Kano era desafiado e desacatado insistentemente pelos educadores da época, mas não mediu esforços para idealizar o novo jujutsu, diferente, mais completo, mais eficaz, muito mais objetivo e racional, denominado de judô, e transformando- o num poderoso veículo de educação física. Chamando o seu novo sistema de judô, ele pretendeu elevar o termo “jutsu”(arte ou prática) para “do”, ou seja, para caminho ou via, dando a entender que não se tratava apenas de mudança de nomes, mas que seu novo sistema repousava sobre uma fundamentação filosófica. Em fevereiro de 1882, no templo de Eishoji de Kita Inaritcho, bairro de Shimoya em Tóquio, logo Jigoro Kano inaugura sua primeira escola de judô, denominada Kodokan (Instituto do Caminho da Fraternidade), já que “Ko” significa fraternidade, irmandade; “Do” significa caminho ou via e “Kan” instituto. O mestre Jigoro Kano, conhecido como pai da educação integral no Japão e, ainda hoje, é universalmente reverenciado por todos os praticantes do Judô e educadores pedagógicos do Japão e do mundo. Certa vez, comentou o mestre, em 1989, numa de suas primeiras palestras a respeito de sua idéia de sistematizar os conhecimentos do Ju-jutsu (Kano apud, Sugai, 2000, p. 211, vol.1): “O jiu-jitsu era algo que não poderia ser usados por jovens ou por homens inexperientes. Eu desejava mostrar que eu ensino não é perigoso e não necessariamente iria machucar uma pessoa. Não é o jiu-jitsu como era ensinado.Isso é o Judô, uma coisa totalmente diferente. A segunda razão é os mestres de jiu-jitsu ganharam a vida organizando tropas que eram compostas pelos seus seguidores, colocando as brigas em exibição, e ainda cobravam ingresso para as pessoas assistirem. Outros foram mais longe, aos estágios de lutas profissionais de Sumô e jiu-jitsu . Tais práticas degrantes de prostituição das artes marciais são repugnantes para mim.Então, resolvi evitar o termo Jiu-jitsu e adotei o judô.”

Devemos ao judô algumas mudanças; Uma grande organização, ao invés de pequenas organizações familiares. A oportunidade de padronização das técnicas haja vista a criação de um gokyo. As artes marciais como esporte olímpico. O uso de roupa apropriada para artes marciais o judogui. As faixas coloridas (que foram depois imitadas pelo Karatê e outras artes marciais).

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2. FIGURA Jigoro Kano fazendo a leitura no Kodokan em uma cerimônia de promoção

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JUDÔ NO BRASIL

O mestre Massao Shinohara em seu manual de Judô, publicação de maio de 1982, página 9, afirma que o Judô foi implantado no Brasil por volta do ano 1908 ou pouco mais, com o advento da imigração japonesa, cujo primeiro contingente chegou ao porto de Santos em 18 de junho de 1908, a bordo do navio Kasato Maru. Com referência muito vagas sobre um certo professor Miura que teria ensinado Judô em nossa pátria por volta de 1903. Já o mestre Kwanichi Takeshita, afirma que foi no inicio dos anos vinte que chegou o Judô, impressionando os esportistas pela facilidade com que se venciam os desafios feitos aos nossos lutadores. Entretanto, o interesse despertado não cresceu, apenas foi mantido com a chegada de novos mestres, que foram preparando e dando condições para que anos mais tardes viesse a ser o Judô no Brasil o grande esporte que efetivamente é nos dias de hoje. Essa duplicidade de datas talvez possa ser explicado pela forma com que foi introduzido em nosso país o judô, pois de uma lado há uma corrente formada pelos pioneiros do kasato Maru e subseqüentes, que dedicando-se a outros misteres, principalmente a agricultura, faziam do judô um derivado, uma atividade social, uma forma de manter laços e apagar a saudade da pátria longínqua. Poderia se dizer que praticavam um judô localizado, restrito a pequenos grupos e sem finalidades lucrativas. O primeiro registro com referência a esse grupo iria para Tatsuo em 1924, seguindo – se Katsutoshi Naito, Sobei Tani, Ryuzo Ogawa e outros mais. Por outro lado, numa outra corrente, formavam os ‘lutadores’, isto é, aqueles que lançando e aceitando desafios, lutando publicamente, além de buscarem a implantação do judô entre nós, faziam disso uma forma de subsistência ou de complementação financeira. Entre estes colocaríamos, (Conde Koma), Takagi Saigo, Géo Omori, Ono e etc. Visto por prisma, o judô começou a ser implantado no inicio dos anos vintes. Olhando uma forma e outra, achamos que a primazia pode realmente estar com o japonês do Kasato Maru, entretanto a forma mais válida e que melhores resultados trouxeram na época foi a atuação dos lutadores, que atingiam com seus espetáculos um número bem maior e de forma mais positiva os possíveis interessados. Com o passar do tempo essa situação inverteu-se, já não mais havendo os espetáculos como eram proporcionados naqueles tempos. Assim, se uns chegaram primeiros, os outros atuaram de forma mais objetiva e eficiente para a implantação da época. Revista ‘Budô’, p.24, ano 1986 Agora conforme o site da Confederação Brasileira de Judô; o judô surgiu no Brasil por volta de 1902, através de Thayan Lauzin. 50

Segundo, Virgilio, Stanlei, Conde Koma - O invencível yondan da historia, Campinas - SP, Editora ÁTOMO, 2002; o conde Koma Mitsuyo Maeda ou Eisei Maeda, como também era conhecido, fez sua primeira apresentação no país em Porto Alegre. Partiu para as demonstrações pelos Estados do e São Paulo, transferindo-se depois para o Pará em outubro de 1915, onde popularizou seus conhecimentos dessa arte. Outros mestres também faziam exibições e aceitavam desafios em locais públicos. Mas foi um inicio difícil para um esporte que viria a se tornar tão difundido. Um fator decisivo na historia do judô foi a chegada ao pais de um grupo de nipônicos em 1924. Tinham como líder o professor Riuzo Ogawa e fundaram a Academia Ogawa, com o objetivo de aprimorar a cultura física, moral e espiritual, por meio do esporte do quimono. Apesar de Riuzo Ogawa ser um mestre de jujutsu tradicional, chamou de judô a arte marcial que lecionava quando este nome se popularizou. Portanto, ensinava um estilo que não era exatamente o Kodokan judô, o que não diminui sua enorme contribuição ao começo do judô no Brasil. Daí por diante disseminaram-se a cultura e os ensinamentos do mestre Jigoro Kano e em 18 de março de 1969 era fundada a Confederação Brasileira de judô, sendo reconhecida por decreto em 1972. Hoje em dia o judô é ensinado em academias e clubes e reconhecidos como um esporte saudável que não está relacionado à violência. Esse processo culminou com a grande oferta de bons lutadores brasileiros atualmente, tendo conseguido diversos títulos internacionais.

3 FIGURA DE CONDE KOMA MAEDA

Nome completo: Mitsuyo Maeda Nascimento:18 de novembro de 1878 Local nascimento: Hirosaki – Japão Morte:28 de novembro de 1941 (63 anos) Local de falecimento:Belém-Pará-Brasil Nacionalidade: Japão 51

Cidadania: Brasil Nome brasileiro: Otavio Mitsuyo Maeda Cônjuge: May Iris Filhos:Celeste Maeda e Clivia Maeda ambos brasileiros

A CHEGADA DO JUDÕ NO BRASIL CONDE KOMA

Segundo, Virgilio, Stanlei(2002), Mitsuyo Maeda nasceu em 1878, na Prefeitura de Aomori, situada ao Norte da ilha japonesa de Honshu. Quando tinha, aproximadamente, 18 anos, ele se transferiu para Tóquio, onde começou a praticar artes marciais.

Ao chegar à cidade de Tóquio, Maeda passou a estudar num dos colégios mais tradicionais do país e, mais tarde, entrou numa universidade elitista, hoje chamada de Waseda e reconhecida como grande centro de ensino. Foi lá eu se versou nas técnicas do jiu-jitsu japonês. Posteriormente, bateria às portas da Kodokan, famosa academia de judô que permanece em funcionamento até hoje e já na época, considerado o melhor centro de artes marciais do Japão.

Mais tarde, ao 26 anos mais precisamente em 1904, Koma ao lado de Sanshiro Satake, saiu do Japão. Seguiram então para os Estados Unidos, México, Cuba, Honduras, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Equador, Peru (onde conheceram Laku, mestre em ju-jitsu que dava aulas para a polícia peruana), Chile, onde mantiveram contato com outro lutador, (Okura), Argentina (foram apresentados a Shimitsu) e Uruguai.

Mas antes da saída o Mestre Jigoro Kano convoca o aluno-prodígio Eida Maeda para viaja aos EUA, a fim de propagar o judô, sendo nomeado ‘Embaixador’ e recebendo o titulo de quarto grau das mãos de seu mestre.

Ao lado da troupe que a eles se juntou nos países sul-americanos, Koma exibiu-se pela primeira vez no Brasil em Porto Alegre. Seguiram depois para o Rio de Janeiro, São 52

Paulo, Salvador, Recife, São Luís, Belém (em outubro de 1915) e finalmente Manaus, no dia 18 de dezembro do mesmo ano.

A passagem pelas cidades brasileiras foi marcada apenas por rápidas apresentações. Por sua elegância e semblante sempre triste, Mitsuyo Maeda ganhou o apelido de Conde Koma durante o período que ficou no México. A primeira apresentação do grupo japonês em Manaus, intermediado pelo empresário Otávio Pires Júnior, em 20 de dezembro de 1915, aconteceu no teatro Politeama.

Foram apresentadas técnicas de torções, defesas de agarrões, chaves de articulação, demonstração com armas japonesas e desafio ao público. Com o sucesso dos espetáculos, os desafios contra os membros da equipe multiplicaram.

Entre os desafiantes, boxeadores como Adolfo Corbiniano, de Barbados, e lutadores de luta livre romana como o árabe Nagib Asef e Severino Sales. Na época Manaus vivia o "boom" da borracha e com isso as lutas eram recheadas de apostas milionárias, feitas pelos barões dos seringais. De 4 a 8 de janeiro de 1916, foi realizado o primeiro Campeonato de Jiu- jitsu amazonense.

4 FIGURA DE CONDE KOMA MAEDA

A VOLTA AO BRASIL

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No livro Conde Koma – O Invencível yondan da historia, Virgilio, Stanlei(2002), conta a historia, que no ano de 1917, de volta ao Brasil, mais especificamente em Belém, e tendo ao lado sua companheira, a inglesa May Iris Maeda, Conde Koma ingressa no American Circus onde conhece finalmente Gatão Gracie. Em novembro de 1919, o Conde retorna a Manaus, agora na condição de desafiante de seu amigo Satake. Foi então que aconteceu a única derrota de Koma em toda sua carreira. Em algumas biografias diziam que ele nunca havia sido derrotado.

Então ele volta para Belém e em 1920, já com a crise da borracha, é desfeito o American Circus. Com isso, Mitsuo Maeda embarca novamente para a Inglaterra. Em 1922, regressa como agente de imigração, trabalhando pela Companhia Industrial Amazonense e começa a ensinar judô aos belenenses na Vila Bolonha.

No mesmo ano, seu ex-companheiro Satake embarca para a Europa e nunca mais se tem notícias do grande mestre. Conde Koma continuou em Belém, falecendo em julho de 1941. Carlos e Hélio Gracie, filhos de Gastão seguiram atuando no ju-jitsu, modalidade que aprenderam com Koma no circo do pai. Isso, depois que a arte marcial já estava definitivamente implantada em Manaus pelos membros da troupe de Koma, principalmente Sanshiro "Barriga Preta" Satake.

5 FIGURA DE CONDE KOMA MAEDA E PRIMEIROS ALUNOS BRASIELIROS

HISTORIA DO JUDÔ NO CEARÁ 54

Quando incluirmos a historia do judô do Ceará retiramos de informações de varias fontes dentre elas esta a reportagem da revista Tatame pag.27 a 32, ano 2008, também pesquisado foi a obra O criado de uma dinastia, Reila Gracie, Rio de Janeiro – RJ em 2008, filha do mestre Carlos Gracie, sendo que foi de extrema importância a entrevista do pesquisado Rafhael Sampaio sobre a historia do judô no Ceará, fonte de pesquisa site http://www.judoclubesolnascente.com.br/historico.html. O Judô no Ceará começa na década de 50, quando aqui no Ceará reinava a arte suave (jiu-jitsu). Aquela mesma que foi repassada aos integrantes da família Gracie por Mitsuyo Maeda o “Conde Coma” no Pará na década de 20. Com a ida dos Gracie para o Rio de Janeiro, tiveram eles uma parada em Fortaleza, inclusive se estabelecendo aqui por alguns anos. No período de sua estadia por aqui os mesmos chegaram a organizar alguns eventos na cidade, descobrindo o interesse de várias pessoas pelas lutas corpo a corpo e vários talentos, entre eles, um em especial, Sr. Pedro Hemetério que veio a se tornar uma das sumidades do jiu-jitsu Nacional, e braço direito dos Gracie. Antes da chegada do jiu-jitsu no Ceará a única forma de luta aqui praticada era a luta Grego-Romana (Livre) que aqui chegou em 1928. Com o passar do tempo alguns praticantes de jiu-jitsu mais graduados resolveram repassar aquilo que sabiam isso ocasionou o surgimento de algumas academias, dentre elas três se destacavam: A do Prof. Nilo Veloso aluno direto de George Gracie, do Prof. Soares e a do Prof. Herondino esse último aluno do Prof. Pedro Hemetério. Na academia do Prof. Nilo Veloso uma das mais tradicionais, um aluno se destacava, seu nome era Milton Nunes Moreira, que na época exercia a profissão de alfaiate, mas era um aficionado por esportes de luta os quais acompanhava desde a chegada da Luta Livre aqui em Fortaleza. Como na décadas de 40 e 50 época ensino do jiu-jitsu era bastante restrito, os alunos que desejassem aprender a lutar tinham de ser indicados por algum praticante para chegar até a academia, geralmente os treinos aconteciam a portas fechadas e raramente aceitavam-se visitantes, o Sr. Milton Moreira foi convidado pelo próprio Prof. Nilo Veloso quando numa conversa demonstrou o seu interesse em praticar o jiu-jitsu , isso ocorreu por que o Prof. Nilo Veloso era cliente da alfaiataria do Sr. Milton Moreira. Segundo depoimento do próprio mestre Milton Moreira como aluno logo chegou com algum tempo de prática a faixa marrom, e logo foi observado pelo prof. Nilo Veloso uma vocação especial do aluno Milton, ele tinha uma desenvoltura para ensinar, isso culminou na 55

sua promoção a instrutor da academia, passando a assumir a academia quando a ausência do professor e como distinção dos demais faixas marrons da academia foi lhe dada uma faixa de cor vermelha. Apesar do interesse do povo Cearense pelas lutas, várias dificuldades atrapalhavam o progresso das Artes Marciais no Estado, uma das dificuldades era a vestimenta usada nos treinos que vinha de fora e com isso seu preço era muito alto, mas o aluno Milton como era alfaiate se ofereceu em reproduzir os kimono em troca das mensalidades da academia, a outra dificuldade pior era a falta de tatame, pois eram improvisados com bastante criatividade usando bagaço de cana, papelão ou sisal recoberto por lonas de caminhão. Só algum tempo depois chegou ao Ceará alguns tatames de palha de arroz. Aqui no Ceará em 1950, já se ouvia falar numa nova arte misteriosa chamada Judô, que era praticada no sul do país. Os comentários falavam que os praticantes de Judô não conseguiam ser projetados ao chão, e com isso os praticantes de jiu-jitsu do nosso estado se perguntavam ironicamente se os judocas não caiam por terem os pés muito grandes, ou por terem os pés pregados ao chão. Não sabiam eles que brevemente iriam conhecer uma das mais completas Artes Marciais. Nos idos de 1958 bateu a porta da academia do prof. Nilo Veloso um senhor aparentando seus 48 anos, dizendo que estava interessado em participar dos treinos, pois vinha de uma longa estada no Rio de Janeiro onde tinha se iniciado na arte do Judô, como aqui ainda não existia nenhuma academia de Judô resolveu ele procurar uma academia de jiu- jitsu para prosseguir seus treinos tendo em vista terem os dois uma grande semelhança. Seu nome era Antonio Lima Aguiar, Cearense, que residira no Rio de Janeiro onde teria aprendido o tal Judô até então desconhecido no Ceará, foi de grande interesse por parte dos alunos da academia que o Sr. Antonio Lima participasse dos treinos, pois os mesmos iriam conhecer a nova arte, o Sr. Antonio Lima deixou bem claro que sabia muito do judô tendo praticado por muito tempo, mas nunca chegara a se graduar, pois tinha uma enfermidade na perna que em toda véspera de exame para avaliação piorava, impedindo assim de ser examinado. Ficou o Sr. Antonio Lima Aguiar por dois anos na academia do prof. Nilo Veloso passando os seus conhecimentos no judô para os alunos da mesma, até que certo dia resolveu montar uma fábrica de camisas, porém não obteve sucesso na nova investida, e resolveu regressar ao Rio de Janeiro. 56

Durante um ano os alunos do jiu-jitsu conforme depoimento do shihan Milton Moreira, aperfeiçoaram as técnicas aprendidas com o Sr. Antonio Lima Aguiar, até que em 1961, chega em Fortaleza outro Cearense que também residia no Rio de Janeiro. E por coincidência seu nome era Antonio Lima Filho, mas não tinha nenhum parentesco com o anterior, o Sr. Antonio Lima Filho foi aluno do Professor Augusto de Oliveira Cordeiro, um dos pioneiros do Judô nacional e o primeiro presidente da Confederação Brasileira de Judô, no Rio obteve a graduação de faixa preta Nidan (2º grau) foi campeão daquele estado por varias vezes. Quando da chegada do Sr. Antonio Lima Filho, muitos adeptos do jiu-jitsu ainda se negavam a aceitar a nova modalidade de luta, pois contestavam sua eficácia, porém no decorrer dos treinamentos o Sr. Antonio Lima Filho demonstrou e comprovou a eficácia do Judô sobrepondo os atletas do jiu-jitsu, tendo em vista o mesmo ser integrante da equipe Carioca de Judô. Com o passar do tempo muitos adeptos do jiu-jitsu passaram a treinar Judô, porque ficou evidenciado que além de ser uma Arte Marcial, estava o Judô envolto em um principio filosófico, didático, e moral e que sua prática tinha como objetivo não só o ensino de técnicas de lutas e defesa pessoal e sim a formação do caráter humano. Muitos atletas do jiu- jitsu, comprovaram isso na prática como está relatado neste diálogo de dois expoentes do jiu- jitsu historia essa contada pelo ilustre mestre Milton Moreira e confirmada pelo prof. Maraguape realizado esse conversa na década de 60. Certa vez o Prof. Maranguape convida ao Prof. Abdias Queiroz (ex-presidente da Federação do Piau de Judô) para irem treinar Judô: Abdias Queiroz diz; Vamos para o Judô ? Por que prof. Maranguape? Prof. Maranguape finalizando diz: Por que é o jiu-jitsu e um pouco mais!

Segundo o professor Antonio Lima Filho ele permaneceu durante três (3) anos na academia do Prof. Nilo Veloso, no decorrer de 1964 se desliga da academia para montar a sua própria academia especializada no Judô. Neste mesmo ano é realizado o 1º campeonato misto de Judô e jiu-jitsu, não oficial no Ceará com participação dos atletas do Judô e do jiu-jitsu, apesar das adversidades a competição teve um bom êxito. 57

O 1º judoca promovido à faixa preta no Ceará foi o Sr. Milton Moreira no ano de 1966, outorgado pela então Federação Cearense de Pugilismo, entidade a qual o Judô era a filiado por não ter federação própria. Em Janeiro de 1967 e inaugurada a 2º academia de Judô do Ceará com nome de batismo de “Centro de Judô Cearense” a mesma pertencente ao Prof. Milton Moreira. Com a inauguração de mais uma academia, e com o aumento considerável de praticantes, o Judô já estava fincando raízes em nossa terra, o Judô agora necessitava de uma entidade que organizasse de forma centralizadora a prática do Judô no Ceará. Com esse propósito reuniram-se os professores e praticantes mais influentes para decidir a fundação da Federação Cearense de Judô. Tendo sido oficializado a fundação da mesma em 19 de Outubro de 1969, passando então a partir desta data a se desvincular da Federação Cearense de Pugilismo. A nova federação teve como seu 1º presidente o Dr. Agamenon Magalhães Advogado e jogador de vôlei, posteriormente assume o Dr. José Maria, que também era Advogado mas não praticava nenhum esporte o terceiro a assumir foi o Dr. Luiz Paiva que era Médico e Judoca, esse último só ficou no cargo durante seis meses, pois sua profissão exigia muito do seu tempo, com isso ele não podia se fazer presente nas reuniões, porém, Dr. Luiz Paiva pode-se dizer que foi um dos que mais contribuíram para o engrandecimento do Judô no Ceará, chegando diversas vezes a tirar dinheiro do próprio bolso para custear a ida dos atletas Cearenses para uma competição fora do Estado. No ano de criação da federação foi realizado pela recém criada entidade o 1º exame de faixas pretas no Ceará, onde foram promovidos os seguintes atletas: Hugo Hipardo, Francisco Mauri Carvalho e Welligtom. Também em 1969 inicia no judô a primeira atleta do sexo feminino, filha do prof. Milton Moreira, Sra. Francineide Moreira Frazão, hoje faixa preta Shodan (1º grau), posteriormente em 1994 foi promovida a 1ª faixa preta do Ceará Sra. Maria Elenira Tho’e. Já em 1975 assume o cargo o Prof. Antonio Lima Filho permanecendo no cargo até 2000, o Prof. Lima foi agraciado em 1999 pelo então presidente da Confederação Brasileira de Judô, Sr. Joaquim Mamede, com a outorgação do seu 9º DAN (kyu-dan), tornado-se um entre os pouquíssimos brasileiros com essa graduação e o único do norte-nordeste. Em 2001 assume a Federação Cearense de Judô o Prof. Milton Nunes Moreira, atualmente 8º DAN (hatchi-dan), durante sua gestão procurou trabalhar em conjunto com toda a diretoria para que o Judô Cearense voltasse a hegemonia de outrora, visto que o Ceará era uma das potências do norte-nordeste em décadas passadas. Essa mudança se iniciou com a 58

aquisição novas áreas de tatame sintético, a compra de sede própria, incentivo na participação de atletas Cearenses em competições Nacionais, etc. Federação cearense de judô também pelo período de 7 anos passou por intervenção judicial e neste período que esteve a frente foi o interventor Eduardo Costa Filho nomeado pela justiça do Estado do Ceará. Ocorre que em 21 de novembro de 2012 foi realizado eleições na FECJU e eleito a chapa “Pra frente judô” estando na presidência o Sr. Atila Cardoso de Oliveira Mendes e vice – presidente o Sr. José Marcelo Moreira Frazão (neto do shihan Milton Moreira). .

6 FIGURA DO SENSEI ANDRÉ CARLOS SHIHAN MILTON MOREIRA E ANTONIO LIMA O ATUAL PRESIDENTE DA FECEJU ATILA CARDOSO, LOCAL SESC – FORT/CE EVENTO CAMPEONATO CEARENSE 17/12/ 2011

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O PERFIL DO SHIHAN MILTON NUNES MOREIRA

7 FIGURA DO SHIHAN MILTON MOREIRA AOS 95 ANOS

Nome: Milton Nunes Moreira Data de nascimento: 24 de janeiro de 1917 Local de Nascimento: Fortaleza-Ce. Peso: 42 kilos Altura: 1.59m Filiação: João Nunes Moreira e Tereza Nunes Moreira Irmãos: 6 irmãos um faleceu ainda bebê, não chegando a ser batizado. Ficando assim a ordem de nascimento. José Nunes Moreira (1) Milton Nunes Moreira (2) Vivo 1917 nasceu Raimundo Nunes Moreira (3) Antonio Nunes Moreira (4) Luzia Nunes Moreira (5) 1925 nasceu e hoje residindo no Rio de Janeiro-RJ Francisco Nunes Moreira (6) Escolaridade: 2 grau completo Escolas onde estudou: Grupo Escola Visconde do Rio Branco ano de 1925, Escola Pio X ano de 1928, Associação dos Merceeiros ano de 1931 e Centro Artístico Cearense que funcionava na rua Tristão Gonçalves com Duque de Caxias hoje é a loja Acal. Profissões: Sapateiro, Alfaiate, Instrutor de jiu-jitsu e Professor de Judô 60

Filhos: 4 primeiro casamento e 1 fora do casamento ordem cronológica pela mais velho 1 Filho : Amilton Moreira Simão 2 Filho:Nilton Simão Moreira 3 Filha:Franci Moreira Parente 4 Filha:Francineide Moreira Frazão Neto: José Marcelo Moreira Frazão 5 Filho este fora do seu casamento: Milton Nunes Moreira Filho Neta: Patrícia da Costa Moreira Artes marciais praticadas: Jiu-Jitsu(iniciou – 1952) e Judô (iniciou 1958) Graduação de arte marcial: Marron/vermelha representava instrutor de jiu-jitsu e judô 8º Dan faixa Vermelha e Branca (coral) representação de mestre dos mestres. Esporte praticados: futebol antes de entra para artes marciais Estado Civil: Viúvo da Sra. Francisca e separado do segundo casamento Sra. Maria Herculano Vitorias em Campeonatos como lutador: Primeiro Campeonato de Judô ano de 1961 campeão lutou uma única vez com um japonês e o jogou de Iponn, técnica Tomoe Nague. Academias criadas: Centro de Judô Cearense depois mudou o nome para Judô Clube Milton Moreira e finalmente ficou Judô Clube Sol Nascente Data de fundação da Academia Judô Clube Sol Nascente: 24 de janeiro de 1967 Alunos que ser destacaram com seus ensinamentos: Nilton Simão Moreira(Crato), Manoel Vitorido, Francisco Assis do Santos (Piçarra), Francisco de Assis Francelino Alves, os irmão João Inocêncio Paiva Freitas irmão e Dr. Luiz Paiva, Doutor Jorge Azevedo, Antonio Valdir de Almeida, Gilberto Moraes e José Moraes, João Bosco, Francisco Santana, Francisco Barbosa chegou a treina junto com o shihan na academia do prof. Nilo Veloso, esses foram os pioneiro da Judô Clube Sol Nascente. Fundadores de 60 a 70. Ediberto Torquato de Freitas(professor do Colégio Santa Cécilia-Fortaleza-Ce), Francisco Bento (proprietário Academia Budokan – Fortaleza-Ce) – Antonio de Pádua Pereira Batista (proprietário da Academia Shihan Milton Moreira – Maracanau - Ce), José Marcelo Moreira Franzão(proprietário da Academia Budokai), Frank Wilton Parente, Francineide (Filha do shihan Milton Moreira) – Lourdes (Lourdinha princesinha Crato nora do shihan 61

Milton) e Maria Elenira Thoe(professora da academia de Policia Civil do Estado do Ceará - APOC) destaques femininos, todos do anos 70 a 80. Wilson Hirario (Próprietario Academia W Judô) Iguato/Ce., Silvio Kim e a família André Real, André Filho, André Luiz, André Carlos Costa, André Francisco Carlos Costa(falecido) e Walter Carlos Paula(Camona) foram os destaques dos anos 80 a 95. Religião: Católico Comida preferida: frutas, cereais, verduras e legumes Bebida preferida: Suco laranja, goiaba, uva, limão e graviola Costume: Fazer caminhadas Gosto: Quando era no jovem adorava dança, agora ao ser aposenta adora ler. Família: É o ideal para o bem da humanidade sendo primordial o laço de pai para filho para não ser acaba o respeito mantendo assim uma estrutura. Alunos que ser tornaram excelentes professor de judô e inclusive ministraram aulas em sua academia na sede da Judô Clube Sol Nascente: Nilton Moreira dirigia no inicio, Mauri Carvalho, Antonio Valdir, Dr. Paiva, João Inocêncio, Ediberto Torquato de Freitas, Frank Wilton, Marcelo Frazão, Andre Carlos Costa, Wilson Hirario no (SESC), Luciano Moura único que era aluno do shihan Antonio de Lima Filho, Rafael Sampaio, Maison Sampaio e Pedro Ricardo todos alunos do sensei Marcelo Frazão (neto do prof. Milton) – e voltando em 2003 ate a presente data o sensei André Carlos Costa esses são os que destacaram nos ensinamentos como professor transmitindo com responsabilidade todos os ensinamentos do judô. Grande alegria na vida: São os amores dos seus 4 filhos e ser muito querido e admirado pelos seus inúmeros discípulos e alunos. Um Local: Cidade do Crato – Ce., balneário de granjeiro e a cidade do Rio de Janeiro – RJ por que foi um dos primeiros estados que freqüentou quando saiu do Ceará sendo muitas viagens para esses dois locais. Uma frase: “O ideal não é a partida e sim a caminha, caminhando e semeando no fim terá o que colher” autor desconhecido. Um recado para quem ta começando agora no esporte: Que tenha amor a por si mesmo assim poderão ter amor pelo próximo, procura olha as com bom olhos usando o coração. Judô: Flexibilidade, e o caminho da minha vida. 62

Ganhou muito dinheiro com o judô: Dinheiro suficiente para viver honestamente mais fiquei bilionários com amigos que tenho até hoje. Drogas: Horrível uma imensa tristeza. Medalhas: Não precisariam existe(descorda), pois judô é muito mais do que apenas campeonatos é um estilo de vida. Pelo professor Milton Nunes Moreira que é Milton Moreira: Uma ser realizado Futuro: Nós vamos ter um futuro brilhantes.

MILTON MOREIRA POR DOCUMENTOS, FOTOS E RELATOS

Foram muitas historias e depoimentos pessoais do professor Milton Nunes Moreira, haja vista quase um centenario de vida, sendo que uma delas ficou marcada na minha pesquisa foi quando ele sitou sua mãe, era uma tarde logo depois de sua pestanha rotineira, quando eu cheguei em sua atual residência uma apartamento aconhegante onde hoje mora com sua filha a Sra .Maninha, como de costume chego logo falando da sala em bom tom OSS (palavra japonesa que segnifica, presente, preparador, feita geralmente no cumprimento de alunos e professores praticante de artes marciais) e ele respondeu do seu quarto OSS e disse: “Tudo bem Andre Carlos vamos conversa?” ele tem esse dom de conhecer as pessoas pelo tom de voz.

Neste dia eu liguei a minha camera de filma com a maior rapidez, pois vi em seus olhos que ele estava muito animado sentir vontade de lhe pergunta como era sua infancia seus pais? Foi quando ele disse, minha infancia foi simples humilde, pois vinha de uma familia modesta seu pai trabalhava muito e sua educação e de seus irmãos era responsabilidade de sua mãe que fazia questão que eles estudasse sua primeira escola foi o Grupo Visconde do Rio Branco situado na av.Dom Maneul esquina com rua Padre Valdevino sempre com o costume de detalha e fazer lembraças de tudo, ele comentou que nessa escola tinha um menino que toda vez que ele saia da aula ficava batendo nele e emplicando, ele já não queria ir mais para aula então sua mãe perguntou o motivo que ele contou então sua genitora disse vá para aula e deixe que eu resolvo isso e naquele dia ele saiu da aula e foi logo indo para casa como de custume e o menino que emplicava foi logo mexendo com ele, então sua mãe apareceu do nada pegou o garoto pela gola da blusa e balaçou bem forte dizendo ser você mexe com meu filho de novo lhe dou uma corça bem grande, o garoto ficou pasmo e no outro dia a escola toda sabia que a mãe do Milton era valente e ninguém mais brincou com ele por ele ter uma estatura pequena e fragil, foi quando Milton disse que foi a primeira fez que viu sua mãe com um sinal de raiva, indo até sua casa em silêncio ao chegar em casa pergunto mamãe a senhora tava com raiva daquele menino e iria da uma corça nele mesmo, então sua mãe lhe respondeu Miltinho tava morendo de medo mais quando alguém mexe com uma cria minha e tando eu certa brigo por meus direitos com forças e unhas ser for preciso, este fato aconteceu quando tinha oito anos de idade nunca ser esqueceu. 63

Logo depois sua mãe matriculou ele no colegio Pio X localizando em frente a praça e igreja coração de Jesus no centro de Fortaleza, por motivos de financeiros saiu desta escola e foi estuda na escola do Merceeiros localizado na praça da Igreja do Carmo Centro de Fortaleza, haja visto sua mãe ter um amigo que lhe consegui uma bolsa de estudos, foi quando aconteceu sua segunda briga sendo que desta vez ainda não brigou apenas estava presente, neste colegio estudava a noite e junto com seu irmão e seus colega conhecido como Mundico rapaz de estatura forte e que não gostava muito de leva desaforo para casa, foi quando certa vez um grupo de malandros que ficava nas esquina da rua Visconde do Rio Branco com Av.Antonio Sales parou ele seu irmão e o seu colega Mundico e passou a tentarem intimidarem com palavras e agressoes mas seu amigo Mundico disse pode deixa que dou conta deles e partiu para cima daquele grupo e sozinho bateu em todos, acabando a briga com a vinda do bonde, pois nele sempre andava a policia fazendo assim com que todos corresem e nunca mais aquele malandros foram para aquela esquina.

Ocorre que nossa conversa ficou mais interresante então mais uma insisti perguntando; “então que dizer que o senhor nunca brigou mesmo de fato, sempre tinha alguém para lhe defender ?”.

Neste exato momento o prof. Milton Moreira parou um pouco e disse; André Carlos qual foi a criança ou adolecente que nunca brigou você era um que vivia com brigas no colegio levou muito tempo para entra nos eixos, lembra de uma vez que sua mãe disse que você estava muito danado bantendo nos seus coleguinhas de escola então uma mãe da um aluno da escola que voce bateu e procurou saber onde voce treinava e veio fala comigo, foi desta forma que resolvi o problema disse que ela trouxe-se o garoto para treina na academia e por 3(três) meses voce somente treinava com ele e tinha que fica caindo sempre desenvolvendo e não podia derruba aquele garoto, pois tinha que apreender que judô era uma filosofia de vida e nós lutavamos para não brigamos na rua, e luta ou bater em quem não sabia luta era corvadia demorou mais você apreendeu, falando isso e com um sorriso no rosto.

Ocorre que com o continuado da nossa conversa ele foi logo dizendo que briga ele só teve uma já na adolecencia com um rapaz não ser recorda o motivo mais era no jogo de futebou, disse que foi uma briga violenta que ainda não praticava artes marciais que quando isso ocorreu ficou longos 12 anos sem conversa ou fala com esse garoto que no dia de seu casamento com sua primeira esposa dona Francisca o rapaz chegou perto dele naquela data já mais velho e disse: “Vem car Milton me dar um abraço e seja bastante feliz em seu casamento.” Eles conversam como nunca tivesse acontecido aquela divergencia do passado e riram muitos de terem ficado tantos anos sem conversarem. Mas Milton Nunes salienta foi somente esta briga e ainda não tinha os conhecimentos das artes marciais.

Mas daquela tarde de 05 de dezembro de 2011 nosso shihan Milton Nunes estava com muita vontade de conversa e foi dizendo que quando jovem adorava jogar bola, dança e paquera mais por ser de uma familia pobre era muito timido, recorda-se que logo na adolecencia chegou a namora e não era muito diferente dos homens de hoje pois ele namorava sempre com duas meninas assim que uma começava a colocar obstaculos ele largava logo e passava para fica com a outra e já arrumava outra, sendo um fato pitoresco foi quando ele 64

estava com uma namorada e vinha do Centro de Fortaleza- Ce, para sua casa com uma namorada então ela disse Milton vamos almoça ele estão disse hoje não posso tenho muitos serviços a fazer deizando a moça perto de casa e voltando para trabalha ocorre que a menina com pena dele fica com fome resolveu leva o almoço para ele e quando chegou no meio do caminho lá estava Milton com a segunda namorada então foi aquele barraco, a primeira moça pergunta que é essa ele disse minha amiga, então a segunda namorada disse Milton eu no só sua namorada a primeira diz namorada sou eu e no meio daquela disculsão ele diz bem alto e bom som vão as duas para casa que tenho que trabalha e não quero confusão naquele momento já sabia que tinha perdido as duas namoradas.

Prof. Milton Moreira disse; que foi aos 15 anos de idade que já tinha responsabilidade de trabalho pois começou cedo na primeira profissão sapateiro, trabando até a tardinha, pois todo final de tarde batia uma bolinha, com o passa da idade ele começou a ser mais esperto a turma passava e dizia vamos joga Milton ele dia vão na frente chego já estou acabando uma serviços, sendo que não era por este motivo do serviço que não iria de imediato era que gostava de chega somente no segundo tempo pois todos já estavam cansado e ele então fazia show de traços no seus colegas e como sempre marcava gol, já com o passa da idade jogava apenas os 15 minutos restante e adorava dança.

Porém foi na segunda profissão a de alfaiate que shihan Milton Moreira teve o encontro com as artes marciais feito através de um cliente que chamava-se Nilo Vesolo alto funcionario do Banco da Caixa Economica Federal que tinha um grupo de amigos que treinava jiu-jitsu que era somente praticado por grupos fechados e cheio de misterios poucos tinha oportunidade de praticarem ir participarem do treinos ocorre que o alfaiate Milton Nunes fazia ternos com um excelente acabamento e como ele conversavam nas provas das peças o sr Nilo Veloso acabou deixando escapa que treinava alguns amigos de imediato Milton disse que tinha enterrece em aprender aqueles golpes misteriosos.

Então perguntei professor Milton Nunes senhor tem fotos, recortes de jornais ou algo que prove sua historia ele disse que sim, vejamos olha André Carlos o que eu achei sua ficha de inscrição quando era criança, fiquei supresso, já era noitinha então resolvemos conversamos no outro dia.

Era um sabado 09 de dezembro de 2011, pela manha quando ele chegou em sua academia Judô Clube Sol Nascente(sede) vizinho era sua antiga residencia que ainda tem pertences seus e ele foi logo dizendo hoje nosso papa vai longe, prepare os ouvidos que encontrei muitos documentos, recortes de jornais, fotos e certificados da minha vida esportiva de imediato fiquei atento, pois cada objeto era uma historia.

Disse Milton Moreira: “Olha minha carteira do Nilo Veloso foi no ano de 1952, neste momento tive a ideia de solicitar que ele deixasse coloca aqui junto da nossa pesquisa, vejamos a curiosidade é que esta assinada por professor Nilo Veloso mais não esta preenchida os dados do mestre ele disse que o professor dele dizia que depois faria o preenchimento que teria muito tempo e o tempo passou e nunca foi feito, vejamos a carteira abaixo; 65

8 FIGURA CARTEIRA DO QUANDO ALUNO MILTON MOREIRA JIU- JTSU

Nossa conversa ficou cada vez mais interresante então ele mostrou a carteira do Comercial Clube onde também treinou Jiu-Jitsu com o professor Joselino Costa em 1962, e era um verdadeiro atleta vejamos a seguir;

9 FIGURA CARTEIRA DO QUANDO ALUNO MILTON MOREIRA JIU- JTSU

Milton atleta de Jiu Jitsu 1963

...... Essa foto era quando eu estava ministrando aula na nossa Academia ‘Centro de Judô Cearense’, na rua São Paulo, n.459, Centro,Fort/Ce, eu fica impressionado como o senhor de Milton Moreira aos seus 94 anos tinha detalhes de nome de rua, numero do imovél e etc, foto abaixo; 66

10 FIGURA PROF. MILTON MOREIRA ENSINANDO UKEMI(AMORTECIMENTO DE QUEDA)

Foi quando ele pegou um recorte de jornal antigo e disse aprendie que ser queria sobreviver do esporte não poderia ser mais secreto ou misteriosos os treinamentos então comercei a divulga no jorrnal da epoca, começamos a fazer demostrações em público e assim divulga o judô estava com o meu filho neste jornal abaixo;

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1 RECORTE DE JORNAL ‘GAZETA’ – CENTRO DE JUDÔ INAUGURAÇÃO PROF. MILTON E PROF NILTON MOREIRA(FILHO).

Esta foto é de umas das inumera apresentações de judô que fizemos, na epoca essa era na antiga praça do passeio publico, Centro, Fort/Ce, devidos as apresentações nosso Centro Cearense de Judô começou a fica apertado para a quantidade de alunos que procurava na epoca esse era o quarto lugar onde ministravamos aulas , foto abaixo;.

11 FIGURA DEMOSTRAÇÃO DE JUDÔ NA PRAÇA DO PASSEIO PÚBLICO FORT/CE.

Os locais onde ensinei judô foram muitos vejamos na ordem;

1.Local onde professor Milton ministrou aula foi na Academia Nilo Veloso

2.Local onde professor Milton ministrou aula foi na Academia Prof.Sá

3.Local onde professor Milton ministrou aula foi na rua General Sampaio primeiro local imovel alugado sozinho.

4.Local onde professor Milton ministrou aula foi na rua São Paulo, n. 459,, Centro, Fort/Ce, ‘Centro de Judô Cearense’ segundo local imovel alugado sozinho.

5.Local onde professor Milton ministrou aula foi na rua Duque de Caxias, n. 722 Centro, Fort/Ce, nesta epoca tinha até juramento, pois sempre busquei a filosofia e os principios do Budo, carteira abaixo; 68

12 FIGURA CARTEIRA DE INDETIFICAÇÃO ACADEMIA CEARENSE DE JUDÔ E JIU-JTSU DA RUA DUQUE DE CAXIAS, N.773, FORT/CE.

Essa foto é dos alunos da epoca no ano 1967 da Academia Cearense de Judô e Jiu – Jitsu.

13 FIGURA DO PROF. MILTON E ALUNOS DA ACADEMIA CEARENSE DE JUDÔ E JIU-JTSU – RUA DUQUE DE CAXIAS.

Meu caro aluno veja o recorte de jornal da inauguração de nossa Academia Judô Clube Sol Nascente a e foi logo dizendo a preimeira sede propria totalmente direcionada para o judô cearense, aqui era no inicio tudo mato, e nossos alunos e pais, fizeram doações de materias de contrução, moveis, utercilios e etc, lembro que o aluno que contribuiu menos nós presentiou com a cortina do banheiro e eu como professor sempre dizia que nossa academia era uma extenção da casa deles, por esse motivo tinha que manter organizada. 69

A compra do nosso terreno somente aconteceu por causa da ajuda de parenters da minha falecida esposa dona Francisca., nossa casa foi construida ao lado, vejamos foto abaixo.

2 RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ ANO 1967, FUNDAÇÃO DA SEDE PROPRIA JUDÔ CLUBE SOL NASCENTE

Nossa regularização saiu logo na junta comercial, foi publicada no Diario Oficial em 03 de outubro de 1968, até guardei o Diario Oficial da epóca veja com o nome inicial de Judô Clube Milton Moreira. Vejamos o Diario Oficial abaixo;

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3.RECORTE DE JORNAL ‘DIARIO OFICIAL’ ANO 1968, REGULARIZAÇÃO JUNTO A JUNTA COMERCIAL DA SEDE PROPRIA DE JUDÔ CLUBE SOL NASCENTE

Já no ano 1969 comecei a lecionar aulas no Serviço Social do Comercio – SESC de Fortaleza – CE, no começo o salário era muito pouco mais como precisava para paga o empréstimo da compra do terreno para sede da nossa academia e na minha casa, o que ocorre que com o passa do tempo já tinha feitos muitos amigos e não sai de lá fiquei até minha aposentadoria indiquei vários alunos para ser professor das outras unidades do SESC, no Crato/Ce, foi meu filho, Newton (0 maninho como é conhecido), em Iguatu/Ce, foi o Wilson Hilario, lembra você não quiz ir então foi ele, em Sobra/Ce, foi o Torquato de Freitas ficou pouco tempo, e quando aposentei-me ficou o meu neto Marcelo Frazão e você André Carlos ficou comigo na sede da Sol Nascente, olha minha carteira;

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14 FIGURA CARTEIRA DE INDETIFICAÇÃO SESC FORT/CE ANO 1969

Lembro que com pouco tempo nossos alunos começaram a ser destaca em lutas e as viagem de competições ser iniciaram, minha primeira competição foi na sua cidade natal onde você nasceu no Rio de Janeiro - RJ no ano de 1970 não tirei foto, mais no mês de novembro de 1972 fui para a cidade de Salvado – Bahia para o XIX Campeonato Brasileiro de Judô na função de técnico olha que bonita foto olhava se todos estavam com a postura certa foi quando o fotografo bateu veja como ficou a foto;

15 FIGURA PROF. MILTON TÉCNICO SELEÇÃO CEARENSE XIX CAMPEONATO BRASILEIRO DE JUDÔ – SALVADOR- BAHIA

Já era tardinha estávamos cansados foi quando levei o professor Milton Moreira para sua atual residência a casa de sua filha a sra. Franci Moreira Parente, no caminho tive idéia de procura por ex-alunos que tivessem alguma foto, recorte de jornal ou historias sobre o shihan 73

Milton Moreira, então mandei inúmero email, coloquei aviso na redes sociais e dia escolhido foi para receber as fotos 24 de janeiro de 2012 aniversario do mestre onde completaria seus 95 anos.

Ocorre que antes do dia marcado o e como ainda faltava muito tempo marquei um passeio com o professor Milton Moreira no pesque e pague haja visto esse últimos anos sua alimentação ficou praticamente vegetariana comendo apenas peixe como carne branca, então peguei ele em sua residência e fui para o local, lá a surpresa ficou por conta da professora Maria Elenira Tho’e a primeira faixa preta feminina do shihan Milton, orgulho do mestre haja vista a mesma ser a única mulher professora de defesa pessoal da Policial Civil do estado do Ceará, vejamos a um recorte de jornal e uma das fotos que a professora cedeu para abrilhanta nossa pesquisa;

4.RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ 02/07/1976 PROFA. ELENIRA 74

16 FIGURA PROF. MILTON, PROFA. ELENIRA E PROF. NILTON MOREIRA

Prof. Milton Moreira, profa. Maria Elenira e prof. Newton Moreira

Quando o judô estava perto de completa um século foi escolhido a academia do professor Milton Moreira da rua Gov. Sampaio, Centro, Fort/Ce, para fazer uma matéria vejamos; 75

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4.RECORTE DE JORNAL ‘ GAZETA DE NOTICIAS’ 30/06/1976

Observam-se alunos na academia da rua Gov. Sampaio

E quando ex-alunos souberam que a historia do Prof. Milton Moreira vários pessoas que passaram nos tatames cederam fotos e recortes de jornais dentre eles agradecemos ao advogado Dr. Antonio Valdir Almeida vejamos suas recortes de jornais;

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17 FIGURA PROF. MILTON MINISTRANDO UMA PALESTRA SOBRE A FILOSOFIA DO JUDÔ EM 1976

Mostrando sempre a transparência de seus ensinamentos fazia questão de divulga seus exames de faixa vejamos abaixo;

5.RECORTE DE JORNAL ‘ O POVO’ 19/06/1976 EXAME DE FAIXA PRETA

Outro ex – aluno foi e professor de judô que contribuiu foi o Dr. Jorge Azevedo que fez parte da seleção cearense dos anos 70 e viajou muito para participar de campeonatos vejamos a foto. 78

18 FIGURA SELEÇÃO UNIVERSITARIA ANO 1976, FRANCISCO BARBOSA, IVAN PANEMEN, JORGE AZEVEDO E JOÃO INOCÊNCIO

Sendo que não poderíamos deixa de fazer uma menção especial ao professor Francisco Barbosa estando na foto acima o primeiro do lado direito, hoje instrutor de tiro da Policia Civil do Estado do Ceara que contribuiu com uma vasta documentação e inclusive um foto do nosso orientado o Dr.Ms, professor Francisco Francelino que foi uns dos alunos atuantes que por varias vezes representou nossa academia nos campeonatos tanto estaduais como nacionais na primeira foto junto do filho do prof. Milton.

19 FIGURA SELEÇÃO CEARENSE 1975 EQUIPE NORTE E NORDESTE SALVADOR - BAHIA

Prof. Francisco Barbosa mostra sua relíquias de informações sobre a historia do prof. Milton Moreira que ele diz que praticamente é a historia do judô cearense que saiu do treinamentos secretos e de portas fechadas para a mídia. Fala que treinava na Academia do Prof. Nilo Veloso e logo começou a gosta dos jeito que o prof. Milton ensinava e passou então a treina com o mestre Milton. Vejamos a foto de comemoração dos 10 anos a serviço do judô. 79

6 RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ ANO 1976, 10 ANOS DE FUNDAÇÃO DA SEDE PROPRIA JUDÔ CLUBE SOL NASCENTE 24/01/1976

Vejamos uma foto quando o professor Milton era arbitro diz Barbosa; ‘Que ninguém tinha coragem de questionar o grande professor pela sua sabedoria, honestidade e conhecimento do judô ’ abaixo.

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20 FIGURA PROF. MILTON MOREIRA AO CENTRO DA ARBITRAGEM

O que notávamos era que o prof. Milton Moreira naquela época não queria resultados apenas nos campeonatos mais no estudo também e logo seus alunos ser tornaram cidadão de bem e alguns excelentes professores dentre este destacamos na época de 1976 o Sr. João Inocêncio reportagem abaixo;

7 RECORTE DE JORNAL ‘TRIBUNAL DO CEARA’ 22/06/1976 ALUNO DO PROF. MILTON SE TORNA PROF. JOÃO INOCENCIO

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21 FIGURA JUDÕ COLEGIO PIO X EM 1976, DR. ANTONIO VALDIR E NOSSO ORIENTADOR AO LADO PROF. FRANCELINO ALVES

Começaram os ser realizados mais competições o judô já estava solidificado no solo cearense.

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8 RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ 22/05/1976 JUDOCAS MIRINS COMPETIRAM NA FRENTE O PROF. MILTON FAZENDO A SAUDAÇÃO DE ABERTURA DO EVENTO

No ano de 1976 o professor Milton Moreira assume o cargo de vice-presidente da federação cearense de judô, noticiado nos jornais na época, vejamos logo a segui;

9 RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ 26/05/1976 ELEITA A NOVA DIRETORIA DE FEDERAÇÃO CEARENSE DE JUDO E O PROF. MILTON MOREIRA ERA O VICE-PRESIDENTE.

O ano de 1976 das reportagens foi escolhido pelo motivo de ser a data que o autor desta pesquisa ter nascido, André Carlos Costa data de Nascimento 17/07/1976. O que ser nota nesta pesquisa é que a vida do professor Milton Moreira sempre foi feito de transparência e legalidade até os exames de faixa eram noticiados nos meios de comunicação, saído totalmente das aulas secretas.. 83

10 RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ 03/06/1976 JUDOCAS PROMOVIDOS DA ACADEMIA JUDÔ CLUBE SOL NASCENTE E DO SESC AVALIADO PELO PROF. MILTON MOREIRA ERA O VICE-PRESIDENTE.

Dentre exame destaco um onde fazia parte da banca examinadora o nosso orientado Francisco Francelino Alves, vejamos;

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22 FIGURA PROF. MAURI CARVALHO, PROF. FRANCELINO ALVES, E O MESTRE MILTON MOREIRA

Inumeras foram as viagem como dirigente e técnico do judô cearense vejamos algumas abaixo.

11.RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ 13/07/1976 CEARÁ – BAHIA DISPUTAM TORNEIO JUVENAL DE JUDÔ, PROF. MILTON MOREIRA TÉCNICO. 85

12.RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ 25/09/1976 CEARÁ BEM CLASSIFICADO NO III ZONAL DE JUDÔ DOIS ATLETAS ERA DA ACADEMIA JUDÔ CLUBE SOL NASCENTE DO PROF. MILTON MOREIRA.

Quando se falava de prof. Milton Moreira automaticamente era associado sua academia a Judô Clube Sol Nascente inclusive em qualidade,

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13.RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ 19/08/1976 A ACADEMIA JUDÔ CLUBE SOL NASCENTE CONQUISTA O 1 LUGAR NO CAMPEONATO DE JUDÔ

Esporte total 24 de janeiro de 1985; “Judô Clube Sol Nascente escola fácil para judocas”. 87

14.RECORTE DE JORNAL ‘O POVO’ 30/01/1989 JUDÔ CLUBE SOL NASCENTE ESCOLA FÁCIL PARA JUDOCAS – HAJA VISTO A GRANDE QUALIFICAÇÃO DE SEUS PROFESSORES

Essa matéria o próprio shihan Milton Moreira disse esse é meu filho fora do casamento gostaria que coloca-se na minha pesquisa e disse-se que ele canta maravilhosamente Frack Sinatra. 88

15. RECORTE DE JORNAL ESSE O PROPRIO SHIHAN MILTON MOREIRA DISSE; ‘ COLOQUE É UMA MANEIRA DE HOMENAGEA MEU FILHO’ SEM DATA OU NOME DO JORNAL .

O professor Milton Moreira já no ano de 2000 na realização de uma competição que leva seu nome Copa Milton Moreira recebe das mãos do faixa vermelha 9º.Dan Antonio Lima Filho a titularidade de mestre (shihan) muda a faixa de preta para faixa coral e recebe sua carteira da federação cearense de judô vejamos as documentos e fotos;

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23 FIGURA CARTEIRA SHIHAN MILTON MOREIRA DA FEDERAÇÃO CEARENSE DE JUDÔ ANO 2000

24 FIGURA RECEBENDO O TITULO DE SHIHAN (MESTRE) KO DAN SHAN DAS MÃOS DO PRESIDENTE DA ÉPOCA ANTONIO LIMA FILHO ANO 2000

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15. RECORTE DE JORNAL DIARIO DO NORDESTE V COPA MILTON MOREIRA 05/10/2000

Foram vários campeonatos, torneios, festivais e etc, mas em nossa conversas o shihan Milton Moreira dizia; ‘Esses eventos deixam me orgulho, pois posso revê alunos, ex – alunos, aluno de meus alunos e noto que todos seguiram meus passo e tornaram verdadeiros campeões da VIDA são cidadões de bem.”

16. RECORTE DE JORNAL DIARIO DO NORDESTE FESTIVAL NO SESC 07/12/2006

Ocorre que o grande mestre nunca se deu por vencido e sempre diz que todos podemos fazer cada vez mais pelo esporte em 31 de janeiro de 2001 foi eleito presidente da federação cearense de judô e na sua administração compra uma sede própria para federação de judô, viaja com atletas cearense para todas as competições importantes da CBJ.

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17. RECORTE DE JORNAL O POVO JUDÔ CEARENSE TEM NOVO COMANDO, APÓS OITO ANOS, E SEU NOVO PRESIDENTE ERA MILTON MOREIRA 06/02/2001

Como se fosse pouco o dia escolhido para o Encontro dos faixas preta de judô, mestres e ex alunos é a data da aniversario do shihan Milton Moreira 24 de janeiro, onde todo a comemoração e o encontro na sede da Judô Clube Sol Nascente sendo o bolo de responsabilidade da professora Elenira Tho’e , a organização da filha Francineide Moreira, o neto Marcelo Frazão e prof. André Carlos Costa são inúmeros encontros realizados vejamos algumas matérias.

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18. RECORTE DE JORNAL DIARIO DO NORDESTE FAIXAS PRETAS 01/02/2006 , SHIHAN MILTON MOREIRA AO LADOS DE SEUS PROFESSORES DENTRE ELE EU ANDRE CARLOS

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19. RECORTE DE JORNAL DIARIO DO NORDESTE FAIXAS PRETAS 31/01/2007, SHIHAN MILTON MOREIRA AO LADOS DE SEUS PROFESSORES DENTRE ELES EU ANDRE CARLOS

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20. RECORTE DE JORNAL DIARIO DO NORDESTE FAIXAS PRETAS 07/02/2007, SHIHAN MILTON MOREIRA AO LADOS DE SEUS PROFESSORES DENTRE ELES EU ANDRE CARLOS

21. RECORTE DE JORNAL LITORAL 02/2011 O MESTRE DO JUDÔ QUE VIROU LENDA SHIHAN MILTON MOREIRA AO LADOS DE SEUS PROFESSORES DENTRE ELES EU ANDRE CARLOS

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CONCLUSÃO

O shihan Milton Nunes Moreira criador da Judô Clube Sol Nascente é o atleta mais idoso em atividade com seu 95 anos festejados recentemente, lúcido, alegre e bem disposto tendo uma memória apuradíssima, sua grande diferença agora para época de juventude é apenas os passos mais lentos que traduzem o peso da idade, seguidos de sabedoria, humildade, lealdade e respeito por ele e mais ainda pelo próximo.

Sendo admirado por todos recebendo o titulo de mestre dos mestres, com o reconhecimento de vários de seus alunos como paizão, avozão, um porto seguro de conselhos de sabedoria, firme de seus ideais com palavras simples mais objetivas; exemplo ‘Se eu pudesse voltar atrás no tempo, faria tudo de novo. Não me arrependo de ter dedicado seis décadas da minha existência ao judô, primeiro como atleta e depois como treinador’ Milton Moreira (2011).

Prof. Milton Moreira começou tarde aos 33 anos, idade na qual muitos atletas atingiram o ápice na carreira conseguindo a faixa preta e faturando títulos, diz Milton Moreira; ‘Antes do início no judô eu praticava o jiu-jítsu na academia do professor Nilo Veloso, que funcionava na Avenida Duque de Caxias, exatamente na esquina com a Rua Senador Pompeu", lembrou o shihan. Com pouco tempo o aluno Milton chegou à faixa marrom e mostrou suficiente desenvoltura para ensinar, sendo promovido à função de instrutor, assumindo a academia na ausência do professor Veloso. Tudo isso ocorreu na década de 40. Já no início dos anos 50 o judô começou a ser praticado em nosso Estado e na academia do professor Veloso, que também lecionava Educação Física no Colégio Estadual Liceu do Ceará. Aluno aplicado, Milton Moreira foi então incentivado pelo mestre Nilo a trocar de modalidade. E no ano de 1966 o atleta Milton tornou-se o primeiro judoca no Estado promovido a faixa preta, com aprovação da então Federação Cearense de Pugilismo (FCP), entidade à qual o judô era afiliado, por não ter federação própria.’’.

Um ano após a conquista da faixa preta, em janeiro de 1967, o atleta Milton Moreira inaugurou a sua própria academia, a Judô Clube Sol Nascente, que primeiro funcionou em prédio alugado no centro - Rua São Paulo, entre Senador Pompeu e General Sampaio. "Mas desde 1976 essa academia mudou-se para a Rua Joaquim Torres, 872, onde as aulas são ministradas às segundas, quartas e sextas-feiras, com mensalidades de 70(setenta reais)", disse o shihan Milton Moreira.

Mostra pela harmonia que há em sua associação que ela não é dele, mais de todos que participam nunca quiz ele ser o todo poderoso, delegou sempre poderes para todos os integrante desde seus familiares e muitos alunos, vejamos o exemplo hoje quem ministra aula na sede da Judô Clube Sol Nascente é o prof. Andre Carlos Costa sem nenhum vinculo sanguinho mais que por inúmeras vezes o shihan Milton Moreira disse “que tinha como um filho”, pelo motivo de o mesmo desde criança até a faze adulta esta ao lado dele com um braço direito. 96

Mas fala ainda sua filha Francineide Moreira,um dos cinco filho do mestre; "As crianças, adolescentes e adultos que treinam na Judô Clube Sol Nascente não escondem a admiração pelo meu pai.... Shihan, vem para o dojô dar aulas para nós", convidam as convidam as crianças que freqüentam a academia", disse, orgulhosa, Francineide, a primeira atleta do sexo feminino iniciou judô em 1969. Hoje, ela é faixa preta shodan (1º grau) e responde pela organização dos eventos da Academia Judô Clube Sol Nascente. Existe outros integrantes do clã Moreira que foram atraídos para o judô são o filho Nilton Simão Moreira, que dirige um núcleo da Sol Nascente no Crato; os netos José Marcelo Moreira Frazão(Instituto Budokai), além dos alunos que hoje são professores que dentre eles destacamos Andre Carlos Costa(sede Sol Nascente), Wilson Hilario (W Judô Iguatu), Torquato Freita(Santa Cecilia), Antonio Padua(Shihan Milton Moreira), Francelino Alves(Faculdade Catolica), Elenira Thoé (Academia de Policia), Maison Sampaio, Marcelle Sampaio, Rafhael Sampaio (SESC-Fortaleza).

O judô cearense evolui muito graças a pessoas como o shihan Milton Moreira da década de 40 o jiu-jítsu começou a ser praticado no Ceará, mas o seu ensino era restrito. Quem desejasse aprender a lutar tinha de ser indicado por algum praticante para chegar até a academia. Geralmente os treinos eram realizados a portas fechadas, com raros visitantes.

E o senhor Milton Moreira foi então convidado pelo professor Nilo Veloso quando numa conversa demonstrou o seu interesse em praticar aquele esporte. Isso só aconteceu porque o mestre Nilo era cliente da alfaiataria de Milton, que funcionava na Rua Guilherme Rocha, 1325.

De alfaiate a mestre de judô usando o ofício Milton Moreira foi providencial para os lutadores de jiu-jítsu cearenses. E a explicação é bem simples. Uma das dificuldades dos seus praticantes era a roupa utilizada nos treinos, que era exportada, por isso seu preço era elevado. Mas o aluno Milton se ofereceu para reproduzir os "kimonos" em troca das mensalidades na academia do professor Nilo. "Nesse tempo os campeonatos, primeiro de jiu-jítsu, e depois os de judô, eram raros, pelas próprias dificuldades de organização", ressaltou o shihan Milton

Segundo o nonagenário mestre dos mestres do judô, que ainda teve tempo para alcançar o 8º Dan, enumerou o lúcido professor Milton Moreira, aliás, o shihan, hoje, já não participa tão ativamente, claro, das aulas na academia. "Apenas supervisiono as atividades dos professores. Mas quando se faz necessário também vou ao dojô para corrigir esses professores", ressalvou o mestre Milton Moreira.

Finalizo essa pesquisa dizendo que a festa do shihan Milton Moreira na comemoração dos seus 95 anos foi um sucesso todos queriam fala e conta um fato sobre o mestre Milton Moreira, vieram convidados de todas as artes Marciais, dentre eles destaco o Mestre Fabio do Pakua, Mestre Luiz Carlos do Karatè, Mestre Roberio Carcará do , etc. foi feita uma filmagem com depoimentos de todos DVD este que será parte integrada desta pesquisa.

Junto uma foto do dia dizendo uma frase que do shihan Milton Moreira diz; ‘Nos da judô clube Sol Nascente somos uma família e devemos olha a todos com os olhos do bem.’ 97

25 FIGURA 24/01/2012 – ENCONTRO DOS FAIXAS PRETAS, MESTRES KODASHAS DO CEARA E ANIVERSARIO DO MESTRES DOS MESTRE DO JUDÔ PROF. MILTON MOREIRA 95 ANOS – SOMOS UMA GRANDE FAMILIA TODOS IRMÃOS DE ARMADURAS TRANÇADAS- OSS.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Internet.

Coloca o site da Confederação Brasileira de Judô - CBJ

História do Judô (http://www.judoinforme.com/historiajudo.html)

A chegada do Judô no Brasil - Conde Koma http://www.judobrasil.net/historia3.htm

Historia do Judô no Ceará http://www.judoclubesolnascente.com.br/historico.html

shihan Milton Nunes Moreira http://judoinforme.blogspot.com

Livros.

DUNCAN, Oswaldo. Judô – Luta no Chão (Katame-waza), Rio de Janeiro – RJ, 3 ed. Editora Ediouro Publicações S.A, 1979, ISBN 85-00-18167-2

TSU TOO, Henji, Judô - O caminho suave, São Paulo, SP, Editora Hemus, 1982, ISBN 85-289-0146-7

VELTE, Herbert. Dicionário de Termos Técnicos de Judô, Rio de Janeiro – RJ, Editora Tecnoprint S.A, 1989, ISBN 85-00-11910-1

HONDA, Marco K. Judô, São Paulo, SP, Editora Letras e Letras, 1991

VIRGÍLIO, Stanlei. A arte do Judô, Porto Alegre, RS. 3 ed. Editora Rigel, 1994, ISBN 85-85186-62-3 99

LÍBERI, Carlos Alberto e VIRGÍLIO, Stanlei. A arte da defesa pessoal, Porto Alegre, RS. Editora Rigel, 1994, ISBN 85-85186-55-0

OTOSHI, Christopher. Dicionário de Artes Marciais, Judô para Crianças, Porto Alegre, RS. 2 ed. Editora Rigel, 1995, ISBN 85-85186-68-2

CASTRO, Ricardo Lerner e HASSAN, Daniel Zumerkorn.Judô o tatami ao alcance de todos, São Paulo, SP, Editora Paulo Figueiredo, 2001.

VIRGÍLIO, Stanlei. Conde Koma – O invencível yondan da história (em Português). Editora Átomo, 2002. ISBN 978-85-87585-24-0

VIRGÍLIO, Stanlei. Personagens e Historia do Judô Brasileiro – Campinas, SP, Editora Átomo, 2002. ISBN 85-87585-27-4

BAPTISTA, Carlos Fernando dos Santos. Judô: da escola à competição – Rio de Janeiro, RJ, 3ed. Editora Sprint. 2003. ISBN 85-7332-081-8

VIRGÍLIO, Stanlei. Judô: golpes extra gokiô – Campinas, SP, Editora Átomo, 2007. ISBN 978-85-7670-070-8

KANO, Jigoro. Judô Kodokan: publicado sob a supervisão do Kodokan Editorial Committee: traduzido por Wagner Bull. São Paulo: Cultrix, 2008. ISBN 978-85-316-1023-3

MEDINA, Cremilda. Entrevista – O diálogo possível. 5ª.ed. Editora Ática,Serie Princípios, 2008. P.105.

ADNET, Júlio. O guia do Judô, Brasília, DF, Editora Fórmula Gráfica, 201l. WATSON, Brian N. Memórias de Jigoro Kano: o inicio da historia do judô / Brian N.Watson; tradução: Shihan Wagner Bull(6º. Dan Aikikan), São Paulo: Cultrix, 2011

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ANEXOS

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Aniversario de 37 anos do Sensei André Carlos Costa, presença do Shihan Milton Moreira 97 anos.

Sensei André Carlos, presidente da Confederação Brasileira de Karate shinhan Carlos e shihan Milton Moreira quando este foi homenageado por fazer parte da historia do Karate Cearense. 113

Copa Milton Moreira, mesa de honra, sentado Shihan Garcia, Milton, Fernandes, Torquato e em pé sensei Cardoso Neto e Sensei André Carlos.

Alunos e professores da academia Judô Clube Sol Nascente no Japão na 1 academia do mundo de Judô KODOKAN.

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Sensei André Carlos, shihan Milton Moreira quando foi homenageado pelo serviços prestados no Jiu Jitsu cearense no dia da copa Milton Moreira pelo presidente da Confederação Brasileira de Jiu Jitsu e Lutas Profissionais prof. Sazinho.

Secretario de Esportes do estado do Ceara Sr. Ferrucio ao lado shihan Milton Moreira homenageado e citado do Livro Historias do Karate escrito pelo prof. Cartaxo.

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