RIBEIRINHA • • CALHETA DO NESQUIM • • LAJES • SÃO JOÃO 2005 DEZEMBRO Nº24 Literatura dosAçores Cinco mesesdecinema e QualificaçãodoConcelho Rede deEquipamentos Agenda [primeiras palavras] [aconteceu]

3 Continuar a trabalhar 14 Homenagem ao Comendador Ermelindo Ávila

9 [destaques] 14 Nova Ermida da Rainha Santa Isabel

4 Novos órgãos autárquicos 14 Festa de São Martinho das Canadas

5 Prémio para o jornalismo juvenil 14 Plano Director Municipal

5 Crescer de Mãos Dadas 14 Comemoração do Dia Mundial da Música 13 6 Reflexões sobre educação 14 Comemoração do Dia Mundial do Idoso - Escolas Promotoras de Saúde 14 Últimas Festa de Verão 7 Os jovens e o ambiente

7 Uma mão amiga LIVROS E LEITURAS 8 Inglês para os mais jovens Inês Dias 16 [em movimento] 15 Recensão: A Difícil Caligrafia 9 Projectos e obras para a mudança 16 Sugestões de Leitura 12 Manutenção de caminhos IMPRESSÕES DIGITAIS 13 Cinco meses de cinema 18 Paulo Benvindo

20 AGENDA OUTUBRO

21 INFORMAÇÕES ÚTEIS

Boletim Municipal das www.municipio-lajes-do-pico.pt Ano 12, Nº 24, Dezembro de 2005

Direcção: Sara Santos Coordenação editorial: Carlos Alberto Machado Colaborações deste número: Jorge Alves Jorge, Vanda Alves, Anabela Quaresma (Curso de Inglês), Hildeberta Santos e Natacha Machado (projecto Crescer de Mãos Dadas), Inês Dias (Livros) e Paulo Benvindo (Impressões Digitais) Secretariado: Vânia Brum Créditos fotográficos: Manuel Ribeiro, Paulo Correia, Sérgio Sousa e Vânia Brum Foto da capa: fotografia de Rui Belo Concepção gráfica e paginação: Milideias – Comunicação Visual, Lda – Évora | Tel: 266 757 600 | E-mail: [email protected] Impressão e acabamentos: Nova Gráfica – Ponta Delgada | Tel: 296 302 140

Redacção: Convento de São Francisco 9930-135 LAJES DO PICO Tel: 292 679 700 | Fax: 292 679 710 | E-mail: [email protected] Propriedade e edição: Município das Lajes do Pico Tiragem: 1.000 exemplares Depósito legal: 151.663/00 Distribuição gratuita

Periodicidade: mensal (agradecemos o envio de informações até ao dia 15 de cada mês). Correio dos Leitores: sugestões, críticas e colaborações podem ser entregues via CTT, por e-mail, para [email protected], ou pessoalmente no Gabinete da Presidência. Só se publica correspondência devidamente identificada.

2 primeiras palavras

continuar a trabalhar

Antes de mais, quero aproveitar es- ladas no passado recente. A esta ria do acolhimento informal, além de tas primeiras palavras para desejar a equipa desejo que se juntem todos novas ofertas de lazer, a Piscina de todos um Feliz Natal e um Ano Novo quantos queiram trabalhar em prol Santa Cruz, mais e melhores Salões, cheio de felicidades. da comunidade. Já chega de maledi- percursos turísticos, rede viária e de cência e de busca de protagonismos saneamento melhorados. DEITAR MÃOS À OBRA fáceis. A hora é de trabalho. Só assim PARA O BEM DE TODOS será possível continuar a fazer da nos- CONFIANÇA NO FUTURO Quando se trata de escolher os sa terra um local próspero onde dá É isto que queremos realizar. Uma seus representantes autárquicos, o gosto viver e trabalhar. parte muito importante destes projec- povo aposta, fundamentalmente, no tos já se iniciou e será concluída no conhecimento que tem das pesso- PROJECTOS E OBRAS máximo dentro de 2 anos. Tudo isto as e da obra que realizaram, na sua PARA A MUDANÇA é razão bastante para nos sentirmos seriedade e capacidade de trabalho. No espaço de 3 a 4 anos todo o confiantes no futuro – futuro que deixa Nestes actos, a unanimidade é coisa concelho vai beneficiar de uma situa- de ser uma palavra apenas existente rara. Após a vitória de uma das partes ção nunca antes vista na nossa Vila: no jargão eleitoral para se tornar coi- no confronto democrático, trata-se de orla marítima protegida, com um por- sa palpável. Pela nossa parte, temos deitar mãos à obra, para o bem de to- to de recreio e um passeio marítimo; ideias e estamos a trabalhar. Mas é dos. É o que tenho feito. É o que con- malha urbana em processo de revigo- preciso que surjam mais ideias, mais tinuarei a fazer. ração; Posto de Turismo e espaço de trabalho, mais investimento da parte animação no Forte de santa Catarina; de todos nos projectos comuns. Mais UMA EQUIPA PARA TRABALHAR Fábrica da Baleia SIBIL recuperada e trabalho e mais investimento de cada Desta vez, após a experiência de em funcionamento como centro de ar- um nas suas terras ou nas suas em- 2 anos como Presidente em substi- tes e de ciências do mar, o Museu dos presas – o sucesso de cada um pode tuição do Presidente eleito, escolhi a Baleeiros ampliado; nós vitais de uma contribuir para o sucesso de todos. equipa com a qual dirigirei os destinos Rede de Equipamentos Sócio-Cultu- Assim, podemos ter confiança no do Município durante os próximos 4 rais e Desportivos em funcionamento: futuro.• anos. Trata-se, antes de mais, de uma Galeria Municipal, Biblioteca Munici- verdadeira equipa de trabalho. Uma pal (com o seu Auditório), Teatro Mu- equipa firme nos seus princípios e tec- nicipal, Campo de Jogos Municipal, Sara Santos nicamente capaz. Uma equipa conhe- tudo em articulação com a SIBIL e o cedora do Concelho e que aproveita Forte. Fora da Vila: pelo menos um Presidente a experiência e competência acumu- novo equipamento hoteleiro e melho- da Câmara Municipal das Lajes do Pico

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NOVOS ELEITOS DO NOSSO CONCELHO

No passado dia 1 de Novembro tomaram posse os membros dos ór- gãos autárquicos do nosso Concelho – Assembleia Municipal, Câmara Mu- ASSEMBLEIA DE FREGUESIA nicipal e Assembleias de Freguesia DE LAJES DO PICO – resultantes das Eleições de 9 de Roberto Manuel Medeiros da Silva (PS) Outubro. João Duarte da Silva Júnior (PSD) Registamos aqui os nomes de to- Clarêncio de Oliveira Vieira (PS) dos eles, com os votos de bom traba- Rui Fernando Gaspar Fialho (PSD) lho. Edite Maria Rodrigues Fagundes Azevedo (PS) Mário Rodrigues Goulart (PS) José António Clemente Cardoso Mateus (PSD) Hélder Manuel Sequeira Domingos (PS) Emanuel Peixoto da Rosa (PSD)

ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE RIBEIRAS João Hermínio Tomé (PSD) Rui Fernando Azevedo da Costa (PS) Hélio António Silveira Moniz (PSD) Vasco Nuno Dutra Amaral (PS) ASSEMBLEIA MUNICIPAL Manuel Fernando da Silva (PSD) Maria Paula Duarte Rodrigues Casals (PSD) Nelson Natalino Duarte Neves (PS) Noélia Maria Machado (PS) José Gabriel da Silveira Jorge (PSD) Jorge Alexandre Alves Moniz Jorge (PSD) José Pompeu de Proença (PS) ASSEMBLEIA DE FREGUESIA Humberta Maria Brum Bettencourt (PSD) DE CALHETA DE NESQUIM Ângela Cristina Ávila da Silva (PS) Mário Manuel da Silveira Ferreira (PSD) Manuel dos Santos Pimentel (PSD) Daniel Garcia Freitas (PS) João de Matos Chaveiro Sequeira (PS) Maria de Fátima Melo da Silva Soares (PSD) Manuel Urbano Dutra (PSD) Mário Jorge Garcia de Freitas (PSD) Hernâni Luís Ferreira Bettencourt (PS) Abner Ávila Fontes (PS) Maria de Fátima Cidade Botelho dos Santos (PSD) Serafino Silva Azevedo (PSD) Almerindo dos Cedros Leandro (PS) Ricardo Manuel Garcia da Silva (PSD) Leonildo Manuel Garcia Machado (PSD) Margarida de Jesus Gomes Fernandes Medeiros (PS) ASSEMBLEIA DE FREGUESIA Manuel Herberto da Silveira Ferreira (PSD) DE PIEDADE Hermenegildo Vargas da Silva (PSD) CÂMARA MUNICIPAL Cláudio Nemésio Freitas Gonçalves (PS). Sara Maria Alves da Rosa Santos (PSD) Anita Goulart Silva Ávila (PSD) Manuel Paulino Soares Ribeiro da Costa (PS) Norberta Maria Rosa Peixoto Fontes (PS) Sérgio Renato Azevedo de Sousa (PSD) Ricardo Jorge Valim Xavier (PSD) Paulo Jorge Leandro Pimentel (PS) Paulo Renato Nunes de Freitas (PS) Vanda Patrícia Arruda Bettencourt Macedo Alves (PSD) Honório Silveira Cardoso (PSD)

ASSEMBLEIA DE FREGUESIA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE SÃO JOÃO DE RIBEIRINHA José Armindo Alves Gonçalves (PSD) Luís Manuel Quaresma Gomes (PSD) Ângela Cristina da Silva Bettencourt Alvernaz (PS) Elvino Machado da Silva (PS) António Manuel Duarte Fontes (PSD) Nélia de Fátima Garcia Azevedo (PSD) António Manuel Melo Baptista (PS) Regina Maria Silveira Alemão Vieira (PS) Ana Maria Bettencourt Rosa (PSD) Lizuarte Manuel Augusto Machado (PSD) Maria Alice Dutra Bettencourt da Rosa (PS) Renato Paulo Vieira (PS) Paulo Renato Tomás Bettencourt (PSD) Marisa Raquel Azevedo Cedros (PSD)•

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PRÉMIO ção dos docentes das várias discipli- acção educativa passam grande parte PARA O JORNALISMO JUVENIL nas escolares e o apoio do Conselho do seu tempo, mas também ao fac- Executivo, visto que a modalidade to de poder beneficiar os alunos em O jornal Contacto da Escola Bá- desta actividade escolar depende da etapas influenciáveis da sua vida, que sica e Secundária das Lajes do Pico sua decisão. são a infância e a adolescência. ganhou o primeiro prémio no Con- A Escola Básica e Secundária das Numa escola onde predominam re- curso Nacional de Jornais Escolares Lajes do Pico, os colaboradores do lações saudáveis, as pessoas terão es- 2004/2005, no valor € 2.500, realizado jornal e, muito especialmente o res- paço para poderem ser elas próprias, pelo jornal Público. ponsável pelo magnífico projecto, haverá uma boa comunicação entre O projecto Público na Escola - o professor Paulo Oliveira, estão de Pa- todos, os pais serão bem vindos, os projecto de educação para os mé- rabéns! Continuem o bom trabalho!• problemas existentes provavelmente dia do jornal Público, promoveu, no serão considerados “normais” e, por ano lectivo de 2004-2005 - uma nova Vanda Alves sua vez, encarados de uma forma edição do Concurso Nacional de Jor- construtiva e o mais certo será corre- nais Escolares subordinada ao tema: rem-se riscos controlados. Como educar para a saúde?. A saúde e a educação devem ser Na escolha do tema, reconheceu- consideradas como inseparáveis e, se a singular importância de um tra- como tal, devem trabalhar em conjun- balho de promoção de uma educação to para a promoção de estilos de vida para a saúde, que em múltiplos esta- saudáveis, no sentido de contribuir belecimentos de ensino já hoje de um para a saúde das crianças e adoles- modo qualificado se faz, e julgando centes. que o jornal escolar tem um importan- As equipas de saúde escolar os- te papel a desempenhar nesse âmbi- tentam um papel importante na pro- to. moção de acções a serem desen- Pretendeu-se promover a utilização volvidas, na e pela escola, apoiando do jornal escolar como instrumento cí- os seus elementos a desenvolverem vico para a discussão de temas rele- práticas tendentes a tornar os alunos vantes para a comunidade escolar e menos vulneráveis aos acidentes, às para a promoção de relações entre a doenças sexualmente transmissíveis, escola e o meio envolvente. às dependências, aos distúrbios ali- O jornal que representa a Escola mentares, ao bullying e à violência e, das Lajes concorreu no escalão de acima de tudo, acções precursoras jornais on-line. Este concurso teve de um estilo de vida mais saudável. como tema Escreve, pela tua saúde. Já a escola deve ter a capacidade Os alunos elaboraram vários tra- de, ultrapassando o processo ensino- balhos sobre o tema a abordar. Estes aprendizagem, ser capaz de formar trabalhos podem ser vistos no site indivíduos responsáveis e competen- do jornal escolar [http://srec.azores. O EMBRIÃO DO PROJECTO tes para se adaptarem às condições gov.pt/dre/sd7115161010600] onde CRESCER DE MÃOS DADAS… de vida exigidas pelo meio ambiente. é possível ler as sínteses de debates Deve, assim, assumir um papel dina- realizados pelos alunos de Português O mundo em que vivemos tem so- mizador e poderá desempenhar me- do 11º ano, ano lectivo de 2004-2005, frido grandes mutações nos últimos lhor a sua função, se for capaz de se sob a orientação do professor Paulo tempos, resultado dos progressos abrir à comunidade onde está inseri- Oliveira. económicos, sociais e ambientais, e da, para que possa responder de uma É de salientar que estes artigos já dos avanços tecnológicos e científi- forma eficaz às necessidades que lhe haviam sido publicados no jornal O cos alcançados pelo homem. Estas são impostas pelas condicionantes Dever. grandes transformações colocam-nos contextuais. Os trabalhos são ilustrados com perante novos e exigentes desafios, Para a prossecução dos objectivos cartoons do aluno Paulo Filho. no que concerne à saúde e melhoria traçados em educação para a saúde, A sessão de entrega de prémios das condições de vida. é imprescindível a existência de um teve lugar no dia 23 de Novembro, no Perante as necessidades emergen- trabalho em equipa, entre os sectores Porto, no Museu de Serralves, numa tes, a escola constitui-se como um lo- da saúde e da educação, juntamente sessão presidida pela ministra da Edu- cal de excelência para a intervenção a com as autarquias, as associações de cação, Maria de Lurdes Rodrigues, nível da promoção da saúde, atenden- pais e toda a comunidade envolvente, Convém relembrar que esta iniciati- do não só a que é um contexto onde tendo a capacidade de actuar em con- va do jornal Contacto tem a colabora- professores, alunos e auxiliares de junto e, sem ferir susceptibilidades,

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nem invadir territórios de qualquer um deverá ser efectuada anualmente, tada por toda a comunidade. Obriga- dos intervenientes. pelo sector da saúde. do a todos pela vossa participação no Há que ter a capacidade suficien- É importante também que, sejam projecto Crescer de Mãos Dadas e te para que se evitem protagonismos dinamizadas acções de formação so- continuemos pois a construção será desnecessários e corporativistas, cul- bre as diferentes áreas da saúde, aos com certeza morosa mas extrema- tivando-se antes a humildade e o espí- professores e auxiliares de acção edu- mente gratificante.• rito de equipa para que, em conjunto, cativa, sendo que estas acções deve- se possa realizar um trabalho multidis- rão ser efectuadas por profissionais Hildeberta Santos e Natacha Machado ciplinar capaz e com resultados práti- do sector da saúde. cos e visíveis. Mediante a consideração dos pa- A promoção da saúde é “Um pro- râmetros acima apresentados, so- REFLEXÕES SOBRE EDUCAÇÃO cesso que visa criar as condições que bretudo da necessidade de existirem - ESCOLAS PROMOTORAS permitam aos indivíduos e aos grupos práticas colaborativas imediatas, a DE SAÚDE controlar a sua saúde, a dos grupos Unidade de Saúde da Ilha do Pico e a onde se inserem e agir sobre os fac- Escola Básica e Secundária das Lajes A Escola Básica e Secundária das tores que a influenciam” (Carta de Ot- do Pico uniram esforços, no sentido de Lajes do Pico, em parceria com a Uni- tawa, 1986). responder às necessidades de saúde dade de Saúde da Ilha do Pico, ade- É por demais evidente que o local vigentes na população do Concelho. riram ao projecto Escolas Promotoras de eleição para a operacionalização E o projecto Crescer de Mãos Dadas de Saúde, que irão desenvolver nos deste conceito será a escola e, sen- já deu os primeiros passos, tendo próximos anos. Importar conhecer um do assim, é importante que tanto os incidido o último avanço justamente pouco mais este projecto. profissionais de saúde como da edu- nas acções formativas anteriormen- Segundo a Carta de Ottawa, são cação reconheçam a sua importância te referidas. O curso Promoção da necessários uma série de pré-requi- e comecem, conjuntamente, a imple- Saúde em Meio Escolar, monitorizado sitos para a conquista da saúde: paz, mentar estratégias no sentido de, atra- pela doutora Gregória von Amann, habitação, educação, alimentação, vés do meio escolar, desenvolverem decorrido de 2 a 5 de Novembro na rendimentos, ecossistema estável, estilos de vida saudáveis e percebe- Sociedade Filarmónica Liberdade La- recursos sustentáveis, justiça social e rem quais as mudanças a efectuar, no jense, deu a conhecer, a professores igualdade. sentido de se tornar o ambiente físico e profissionais de saúde, os principais Este documento define Promoção e social da instituição escolar, mais elementos de mudança e alguns dos da Saúde como o processo de com- promotor da saúde. meios para a atingir. Mas o instrumen- preensão da comunidade para actuar Igualmente importante é o facto do to de acção que mais se destacou foi na melhoria da sua qualidade de vida currículo escolar ser estruturado de a importância de continuarmos a tra- e saúde, incluindo maior participa- modo a permitir aos alunos ter acesso balhar em parceria, de sairmos para ção no controle deste processo. Para aos aspectos relacionados com a saú- fora do centro de saúde e da escola, atingir um estado de bem-estar físico, de de formas variadas e inovadoras de termos a capacidade de potenciar mental e social, as pessoas e grupos durante o seu percurso académico. os recursos existentes na comunida- devem saber identificar aspirações, Para que o conceito de escola pro- de, de trabalharmos em equipa com satisfazer necessidades e modificar motora de saúde seja devidamente todos os intervenientes, facilitando favoravelmente o meio ambiente. A implementado, é também essencial o desempenho de competências de saúde deve ser vista como um recur- estimular a integração de todos os in- cada um, tendo presente a importân- so para a vida e não como um objec- tervenientes no meio escolar de uma cia das suas funções individuais, num tivo para viver. Neste sentido, a saúde forma activa e participativa, encorajan- clima de confiança e respeito mútuos. é um conceito positivo que enfatiza do também as melhorias ambientais Citando Paulo Freire, “Não há sa- os recursos pessoais e sociais, bem do espaço escola. ber mais ou saber menos: há saberes como as capacidades físicas. Tem de se estabelecer uma es- diferentes”. Por isso, é essencial que A Carta de Ottawa define os cam- tratégia de intervenção faseada no as equipas de saúde escolar de toda a pos de acção da promoção da saúde. tempo, de uma forma articulada (com Região sigam o mesmo caminho, inte- São eles: elaboração e implementação outros parceiros), privilegiando a sen- grando profissionais de diferentes áre- de políticas públicas saudáveis, cria- sibilização de professores, auxiliares as e desenvolvendo uma intervenção ção de ambientes favoráveis à saúde, de acção educativa, alunos, pais e a global e em articulação permanente participação comunitária, desenvolvi- identificação e controlo permanente com todos os parceiros, para que a mento de habilidades pessoais, reo- dos riscos. promoção da saúde surta efeitos o rientação dos serviços de saúde. Esta estratégia deve ainda ser mais rapidamente possível. Portanto, a promoção da saúde vai complementada, com uma avaliação Cá, no “nosso pequeno mundi- além de um estilo de vida saudável, das condições de segurança, higiene nho”, a obra já começou e a primeira ela caminha na busca de um bem-es- e saúde nas escolas, avaliação que pedra encontra-se firmemente implan- tar global, individual e colectivo.

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O paradigma da saúde como quali- nar do ser humano, dentro de um con- do Conselho Executivo, Olga Pache- dade de vida, exige uma acção abran- texto comunitário, ambiental e político co. O trabalho premiado intitula-se A gente que extrapola o sector da saúde mais amplo. Energia que Vem do Vento e pode ser como único responsável. Faz-se uma A Escola Promotora da Saúde pro- encontrado na página do jornal da es- acção interdisciplinar e intersectorial, cura desenvolver conhecimentos, ha- cola Contacto [http//srec.azores.gov. envolvendo os vários sectores do po- bilidades e destrezas para a preven- pt/dre/sd/115161010600/aenergia- der público e também, as organiza- ção das condutas de risco; fomenta quevemdovento.htm] ções não governamentais, a iniciativa uma análise crítica e reflexiva sobre os Parabéns a toda a equipa e conti- privada e a sociedade civil, que de- valores, condutas, condições sociais nuem no bom caminho!• vem trabalhar de forma integrada, sin- e estilos de vida, procurando fortale- cronizada e planeada, possibilitando cer tudo que contribui para a melhoria Vanda Alves realizar diagnósticos e intervenções da saúde e do desenvolvimento hu- adequadas, dentro do contexto his- mano; facilita a participação de todos tórico-social da comunidade em que os membros da comunidade escolar UMA MÃO AMIGA estejam actuando. na tomada de decisões; colabora na Cabe salientar que, nesta estraté- promoção de relações igualitárias en- “O medo de errar é a porta que nos gia, é fundamental a participação da tre as pessoas, na construção da ci- tranca no castelo da mediocridade. comunidade em todas as etapas do dadania e democracia, e reforça a so- Se conseguirmos vencer esse medo, trabalho, ou seja, este deve ser reali- lidariedade, o espírito de comunidade estaremos a um passo importante em zado com a população e não para a e os direitos humanos.• direcção à nossa liberdade.” população, possibilitando o fortale- cimento de sua autonomia, promo- Jorge Alves Jorge (professor) Paulo Coelho, MAKTUB vendo valores de consciência social, solidariedade e fraternidade, porém Hoje vou escrever sobre uma co- sem missionarismo, autoritarismo e missão muito importante que existe paternalismo. OS JOVENS E O AMBIENTE na nossa sociedade, mas que poucos Várias estratégias têm sido utiliza- ainda conhecem. Estou a falar da Co- das, a nível mundial, para se imple- Um grupo de Jovens Repórteres missão de Protecção de Crianças e mentar políticas de promoção da saú- para o Ambiente da Escola Básica e Jovens. Mas o que é isto? Para que de. Uma importante estratégia, que Secundária das Lajes do Pico ganhou serve? Mais algum grupo para esban- tem sido adoptada por vários países, o prémio de Melhor Artigo no con- jar dinheiro??? NÃO meus amigos, é a Escola Promotora da Saúde. curso promovido pela Coordenação esta comissão não tem fins lucrativos, Escola Promotora da Saúde é a es- Nacional do Projecto Jovens Repór- bem pelo contrário, tem como único cola que tem uma visão integral do ser teres para o Ambiente. A entrega do objectivo ajudar os menores que es- humano, que considera as pessoas, prémio ocorreu em Serpa, Continente, tão em risco, que são negligenciados, em especial as crianças e os adoles- no passado dia 18 de Novembro, no abusados, maltratados. Ajudamo-los centes, dentro do seu ambiente fami- Seminário Nacional. Este seminário e às suas famílias a melhorar as suas liar, comunitário e social. Ela fomenta realiza-se anualmente e insere-se na vidas e a continuar a viver como um o desenvolvimento humano saudável formação creditada para professores. agregado familiar. Não pretendemos e as relações construtivas e harmó- Tem como objectivo reunir os profes- separar ninguém nem falar mal de nicas, promove aptidões e atitudes sores coordenadores do Projecto e ninguém, só queremos ajudar! para a saúde, conta com um espaço alunos do grupo JRA das diversas es- físico seguro e confortável, com água colas inscritas a nível nacional e inter- O que é, então, a Comissão de potável e instalações sanitárias ade- nacional, de forma a debater as estra- Protecção de Crianças e Jovens? quadas, e uma atmosfera psicológi- tégias e metodologias do Programa, É uma instituição com autonomia ca positiva para a aprendizagem. Ela incentivar a comunicação, possibilitar funcional que visa promover os direi- promove a autonomia, a criatividade e uma partilha de objectivos comuns e a tos da criança e do jovem e prevenir a participação dos alunos, bem como troca de experiências. Para além das ou pôr termo a situações susceptíveis de toda a comunidade escolar. actividades atrás mencionadas, desta- de afectar a sua segurança, saúde, Desta forma, a Saúde Escolar pas- ca-se ainda a entrega de prémios, mo- formação, educação ou desenvolvi- sa, necessariamente, por uma revisão mento em que cada escola vencedo- mento integral. de seu conceito e de suas práticas sa- ra apresenta os seus trabalhos. Este A CPCJ exerce as suas atribuições nitárias. Através da estratégia de Es- grupo de vencedores é constituído em conformidade com a lei e delibera cola Promotora da Saúde, a saúde es- pelos alunos Leila Bagaço, Sofia Sou- com imparcialidade e independência. colar tem a possibilidade de avançar sa, Janete Silva, Dário Freitas, João e ampliar a sua concepção e práticas Simas e pela professora Ana Jorge. Quais as modalidades de funcio- com uma visão integral e interdiscipli- A acompanhá-los esteve a Presidente namento da CPCJ?

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Funciona em modalidade alargada no concelho das Lajes do Pico. Na nela possamos viver todos juntos e e restrita, consignadas também de co- passada quarta feira, 23 de Novembro em harmonia. missão alargada e restrita. de 2005, fez-se um balanço do nosso Nós existimos, temos a nossa desempenho anual, numa reunião re- mão amiga para vos ajudar, cabe a Composição da comissão alargada alizada na Filarmónica Liberdade La- cada um de vós aceitá-la… Os representantes da Comissão jense (agradecemos à sua direcção a Alargada são: um elemento do Muni- disponibilidade e boa vontade por nos Número de Telefone Gratuito: cípio; um representante da segurança ter cedido o seu salão). 800 910 100• social; um representante dos serviços locais do Ministério da Educação; um Agora que já sabem que existimos A Presidente da Comissão de Protecção médico, em representação dos servi- e para que servimos, pedimos a vos- de Crianças e Jovens das Lajes do Pico, ços da saúde; um elemento que re- sa colaboração: ajudem-nos a me- presente uma instituição particular de lhorar a nossa sociedade para que Vanda Patrícia A. B. Macedo Alves solidariedade social ou organização não governamental que desenvolve actividades de carácter institucional; INGLÊS PARA OS MAIS JOVENS um elemento das associações de pais; um representante de uma as- sociação ou organização privada que desenvolve actividades desportivas, culturais ou recreativas destinadas a crianças e jovens; um representante das associações de jovens, um ou dois representantes das forças de se- gurança, PSP e GNR; quatro pessoas designadas pela Assembleia Muni- cipal; os técnicos que venham a ser cooptados pela comissão. O representante do Ministério Pú- blico é convidado a estar presente nas reuniões.

Composição da comissão restrita A comissão restrita é composta sempre por número ímpar, nunca inferior a cinco, dos membros que A Câmara Municipal das Lajes do e contribuir para o desenvolvimento integram a comissão alargada. São Pico desenvolveu, desde a abertu- equilibrado da criança. Para além des- por inerência membros da comissão ra da Biblioteca Infantil, em Abril de tes objectivos, pretendeu-se também restrita: 1999, um projecto de ensino da Lín- que todos os alunos do Concelho fre- • a Presidente da CPCJ e representan- gua Inglesa a alunos do 4ºano. quentassem o espaço da biblioteca te do Município – Dra. Vanda Alves No decorrer destes anos este pro- infantil, possibilitando-lhes desta for- • o representante da Segurança So- jecto abrangeu todos os alunos do ma usufruírem de todas as mais valias cial – Dra. Vanda Lopes 4ºano do concelho das Lajes do Pico. deste espaço. • o representante da Assembleia Mu- Inicialmente, estas aulas eram lec- A partir do presente ano lectivo, 2005- nicipal – Dr. Almerindo Leandro cionadas no horário dos alunos, os 2006, a aprendizagem da língua inglesa • o representante da PSP – Chefe quais se deslocaram em transporte alargou-se igualmente aos alunos do João Cardoso da Câmara até ao espaço da bibliote- 3ºano, sendo estas aulas da responsa- • o representante dos serviços de ca infantil, onde tinham lugar as aulas bilidade das próprias escolas. Assim, saúde – Dra. Paula Casals de inglês. Nos últimos anos lectivos, este projecto de relevante importância • o representante da Escola Básica e estas aulas eram leccionadas após o chegou ao fim em Junho passado. Integrada das Lajes do Pico – Dra. horário da componente lectiva, isto é Ao longo destes anos estas aulas Ana Jorge depois das 15 horas. foram sempre leccionadas de forma • o membro cooptado da área de Psi- Este projecto inovador e dinâmico muito dinâmica pelas professoras cologia – Dra. Ana Lagos teve como principais objectivos: sensi- Anabela Quaresma e Maria Alexandra bilizar os alunos para a aprendizagem Alberto.• A Comissão de Protecção de do inglês, fomentar uma relação po- Crianças e Jovens nasceu há um ano sitiva com a aprendizagem da língua Anabela Quaresma

8 em movimento projectos e obras para a mudança

Desde a publicação da última edi- lão da Piedade, palcos desmontáveis, Equipamentos Sócio-Culturais, Des- ção deste Boletim (Setembro), a autar- biblioteca itinerante e ampliação da portivos e de Turismo em desenvolvi- quia desenvolveu um importante con- Junta de Freguesia de São João. Lem- mento. Inauguraram-se no período de junto de iniciativas, umas vindas do bramos ainda que estão a terminar as Setembro-Novembro: Polidesportivo anterior mandato, outras do mandato obras de melhoramento nas Juntas de da Silveira: um equipamento despor- que resultou das eleições autárqui- Freguesia das Lajes e Ribeiras. tivo para a prática de diversas moda- cas de 9 de Outubro. À semelhança Isto, claro, em paralelo com a rea- lidades. A obra, foi iniciativa da Junta do que tem sido feito desde Fevereiro lização continuada das obras de repa- de Freguesia das Lajes do Pico, por de 2004, continuamos aqui a informar ração e melhoramento nos domínios Delegação de Competências da Câ- os munícipes do andamento dos pro- do saneamento básico, rede viária, mara Municipal, com o apoio da Di- jectos e obras. Esta informação será equipamentos e áreas urbanas, rede recção Regional de Educação Física e regularmente complementada com a escolar, além de manutenções várias. Desporto. A utilização deste Polides- da Página Autárquica (semanário O portivo foi protocolada com a Associa- Dever) e com os conteúdos do site Falemos, então, do conjunto de ção de Jovens da Silveira; Balneários oficial da Câmara (www.municipio-la- pequenos e grandes equipamentos da Fonte, (Silveira): este aprazível lu- jes-do-pico.pt). que consubstanciam uma Rede de gar está agora equipado com chuvei- A actividade do Município carac- teriza-se por, entre outros aspectos, realizar projectos articulados entre si – e mesmo por integrar outros que se realizam por força das circunstân- cias. Lembramos que estão em curso importantíssimos projectos e obras que mudarão decisivamente o rosto do Concelho e o projectarão para o primeiro plano regional. Já falámos, e voltaremos a fazê-lo nos momentos certos, dos projectos em fase final ou à espera de execução – sem sermos exaustivos: Plano de Pormenor da Vila, Passeio Marítimo, Teatro Munici- pal e novas Sedes para as Juntas de Freguesia da Piedade, Ribeirinha e Calheta. Ou ainda daqueles que a cur- to ou médio prazo entrarão em fase de projecto: ampliação da Biblioteca Municipal, Mercado Municipal, reabili- tação da frente oceânica da Vila, Sa-

9 em movimento

riores na envolvente. Com esta obra, período para a conclusão do mobiliá- da responsabilidade da Câmara, o rio e de outros equipamentos. O novo Concelho fica ainda mais qualificado Campo Jogos, nos terrenos de Santa como um dos Concelhos do país com Catarina, terá capacidade para quase melhores condições para a prática do 700 espectadores sentados, relvado ensino – 1º ciclo e pré-escolar. sintético com mais de 8 mil metros quadrados e a bancada que o serve terá uma área idêntica em dois pisos, áreas administrativas, de apoio, bar e instalações sanitárias. Trata-se de um equipamento com todas as condições ros e instalações sanitárias perto do para o desenvolvimento do desporto mar, bem integrados numa zona arbo- de todos e para todos. rizada. Obra de iniciativa da Junta de Freguesia das Lajes do Pico por De- No dia 20 de Setembro foi assian- legação de Competências da Câmara do entre a Câmara Municipal e a em- Municipal da Câmara Municipal. presa José Almério Brum Macedo o

Piscina de Santa Cruz das Ribei- Muitos não acreditaram mas as contrato de execução da empreitada ras: um equipamento de desporto e obras aí estão, indesmentíveis: Cam- de recuperação do Forte de Santa Ca- lazer único no Concelho. Incrustada po de Jogos, Forte de Santa Catarina tarina. O objectivo de recuperação e na costa atlântica, valoriza o espaço e Fábrica da Baleia SIBIL. Estes equi- adaptação do Forte de Santa Catarina envolvente e respeita as suas caracte- pamentos colectivos são 3 das princi- (século XVIII) é o de servir para primei- rísticas naturais. É também um espa- pais pedras de base da referida Rede ro Posto de Turismo da Vila das Lajes ço para a prática da natação de com- de Equipamentos. São, também, (e principal pólo de turismo a partir do petição, aproveitando para tal os seus exemplos concretos de que a partir qual se articulam outras componentes 25 por 12 metros. O complexo inclui de agora se pode falar do futuro com da mesma ordem), com acolhimento balneários e bar de apoio. A obra será segurança e confiança. e orientação dos visitantes. Em com- entregue pelo empreiteiro até ao final deste ano e começará a ser utilizada O Campo de Jogos Municipal está na próxima época balnear. a ser construído pela empresa José da Cruz Leal, Lda (a assinatura do Igualmente pronta para ser en- contrato de execução da empreitada tregue pelo empreiteiro até ao final foi realizada dia 25 de Agosto). O pro- deste ano está a Escola Básica/Jar- jecto é do arquitecto Luís Gambão, dim-de-infância da Vila: remodelação com engenharia de Adriano Rosa. e ampliação no edifício existente e Prevê-se que a obra de construção construção de dois novos blocos de civil esteja terminada antes do final edifícios e respectivos arranjos exte- do próximo ano, a que se seguirá um

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25 de Agosto). O projecto de arquitectura pertence a Ana Robalo e a Rui Pinto. Além da equipa técnica das várias especialidades, o projecto de intervenção na SIBIL contará com a participação de todos quan- tos nela laboraram ou para ela deram o seu contri- buto. A estes, juntar-se-á o trabalho e o aconselha- mento de especialistas de diversas áreas (reparação de equipamentos, etnografia, história e museologia, ciências do mar, artes do espectáculo, literatura, en- tre outras). O primeiro móbil da actual intervenção é o de res- tituir à Vila Baleeira o conjunto arquitectónico (corpos construídos e zona envolvente) exemplar da sua his- tória recente. A par deste, a sua utilização viva, nos domínios das artes e dos espectáculos, da formação e da investigação científica.As zonas musealizadas e de actividades, serão completadas com zona de convívio ao ar livre, bar de apoio, e uma Loja/Livraria. Com estas valências a Fábrica da Baleia SIBIL será muito em breve o ponto central da Rede de Equipa- mentos do nosso Concelho. Prevê-se que a obra seja entregue pelo emprei- teiro em Outubro de 2006, a que se seguirão alguns meses para instalações técnicas, finalização da re- cuperação de peças e da musealização, áreas expo- sitivas, envolventes, etc.•

plemento natural desta principal actividade, oferece uma valência cultural e social: o terraço enquanto espaço de convívio, onde podem ocorrer pequenos espectáculos – além da contemplação do Atlântico. Prevê-se que a obra de construção civil esteja termi- nada em Agosto do próximo ano, a que se seguirá um período para a conclusão de interiores, praça de ar livre, zona verde e estacionamento. O projecto de arquitectura é de Ana Robalo e Rui Pinto.

A Fábrica da Baleia SIBIL foi durante décadas um símbolo da actividade baleeira da Vila. A intervenção de que agora é alvo fará dela, dentro em pouco, o maior símbolo do heróico passado baleeiro lajense e ao mesmo tempo símbolo de futuro – centro de artes e ciências em torno dos grandes cetáceos: o seu imaginário na literatura e artes e a investigação da sua biologia e ecologia. A obra foi iniciada em Setembro (a assinatura do contrato de execução da empreitada com a empresa Nascimento Neves e Filho, Lda, foi realizada no dia

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MANUTENÇÃO DE CAMINHOS

Sem perda de tempo, após Outu- bro a Câmara realizou já obras de ma- nutenção do pavimento de caminhos em 3 freguesias: Ribeirinha, Piedade e Ribeiras:

FREGUESIA DA RIBEIRINHA Caminho do Ramalho Caminho da Quebrada Caminho da Ponta Gorda Caminho do Antonino Canada da Fonte Canada do Amândio

FREGUESIA DA PIEDADE Caminho do Império Canada do Morgado Caminho das Terras Caminho do Cais do Galego

FREGUESIA DAS RIBEIRAS Caminho dos Biscoitos

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CINCO MESES DE CINEMA sentados. Em regra, o filme das ses- NAS LAJES sões para adultos repetiu-se (sextas à noite e domingos ao fim da tarde; as A Câmara iniciou um processo sessões destinadas ao público mais de qualificação do concelho a vários jovem realizaram-se em regra aos do- níveis: reestruturação do espaço ur- mingos, nas primeiras semanas a meio bano, rede de equipamentos sócio- da manhã, depois o início da tarde). culturais e desportivos e actividades. No período em análise – 8 de Julho Destas, a fase mais visível tem sido a 27 de Novembro – cumpriram-se 57 centrada no renovado Auditório Muni- sessões, a que assistiram 1.751 pes- cipal (que inicia na Vila, com a Galeria soas, tendo-se verificado uma média Municipal, a referida rede de equipa- de 352,2 espectadores por mês (mé- mentos – ver páginas 9 a 11). Além de dia de espectadores por sessão: 30,9; espectáculos, concertos e lançamen- por filme: 53,4). As sessões para adul- to de obras literárias, o Auditório tem, tos tiveram uma assistência global de nesta fase, privilegiado a exibição 1.390 espectadores, com uma média cinematográfica, há décadas negada por sessão de 30,9 (por filme: 60,4). aos lajenses. Passados os primeiros Os filmes nas sessões destinadas a 5 meses de exibição regular, importa crianças, tiveram um total de 371 es- fazer uma breve reflexão, apoiada em pectadores, realizando uma média de As sessões para crianças têm uma elementos quantitativos. sessão/filme de 30,9 espectadores. maior regularidade de presenças. Po- O Auditório depois de recuperado demos dizer que as crianças são “fiéis manteve a sua lotação de 100 lugares O número de espectadores evoluiu espectadores” e que a esmagadora positivamente desde Julho até ao final maioria delas já não passa sem a ses- de Novembro (Outubro duplicou a au- são dominical de cinema no Auditório. diência de Julho). Desde Setembro a Percebem como ninguém que o cine- tendência é claramente para o cresci- ma é uma arte pública e em público mento. A Câmara tem trabalhado com deve ser partilhada – com boas con- 3 distribuidoras nacionais de filmes: dições de som e imagem, acrescenta- Lusomundo, Victória Filmes e Atalan- mos ainda… ta, conseguindo, assim, uma relativa Realizaram-se 12 sessões (12 fil- diversidade de obras (países de ori- mes), com um total de espectadores gem, conteúdos e estéticas). de 371 e uma média por sessão/filme Foram 14 os filmes que registaram de 30,9 espectadores. audiências superiores a 50 especta- dores: Em jeito de conclusão podemos afirmar que esta renovada actividade cultural proporcionada pela autarquia Madagáscar 169 se inicia da melhor maneira possível. Uma Sogra de Fugir 144 A experiência destes 5 meses permi- Guerra dos Mundos 128 te-nos agora tomar algumas iniciativas para servir ainda melhor a população Apocalypse Now 100 neste domínio. Assim, a Câmara ini- O Amor está no Ar 95 ciará no próximo ano, em colaboração com escolas e diversos agentes edu- Cinderella Man 90 cativos e associativos, acções para tra- A Chave 84 zer às sessões de cinema no Auditório segmentos da população que por di- Million Dollar Baby 77 versas razões têm menor capacidade Adriana 76 de se deslocarem. Ao nível da progra- mação, manteremos, no mínimo, os Águas Passadas 73 níveis de qualidade relativa dos filmes À Procura de Nemo 72 e alargaremos a oferta (conteúdos, Sob o Sol de Toscana 70 proveniências e géneros). Como sempre, a autarquia está Red Eye 60 disponível para receber propostas e Danny the Dog 55 sugestões de melhoramento.•

13 aconteceu

HOMENAGEM AO COMENDADOR sidida pelo senhor Manuel Ferreira. ERMELINDO ÁVILA Houve quermesse e tasquinhas, actu- No dia 18 de Setembro o Clube ação do grupo do Centro de Idosos Desportivo Lajense homenageou o Canoa da Esperança, da Calheta de seu sócio número um, o Comendador Nesquim e Serão Convívio com cha- Ermelindo Ávila. A sessão teve lugar marritas pela noite dentro, actuaram na sede da Sociedade Filarmónica Luis Ceguinho e Armando São Miguel, Liberdade Lajense, onde também se a fadista Armida Alvernaz e as Velhas. inaugurou nesse dia uma exposição No último dia: missa campal, com a intitulada História e Vida do Clube Des- participação do Grupo Coral da Igre- portivo Lajense. Na mesa de honra esti- ja de São Sebastião, seguida de uma veram a Presidente da Câmara Munici- romagem ao cemitério de São Sebas- pal das Lajes do Pico, o Presidente da tião para a colocação de uma coroa COMEMORAÇÃO Direcção do clube, o representante do de flores em homenagem a todos os DO DIA MUNDIAL DO IDOSO Director Regional do Desporto, o Presi- mortos. A Festa teve o patrocínio da O Dia Mundial do Idoso foi come- dente do concelho Fiscal, o Presidente Câmara Municipal das Lajes do Pico, morado no nosso concelho no dia 1 de da Comissão de Honra, o jogador mais Junta de Freguesia da Calheta de Outubro pelos Centros de Convívio do antigo do Lajense e o homenageado. Nesquim e Rádio Montanha.• Concelho das Lajes do Pico. No Salão Depois das alocuções de ocasião re- de Santa Bárbara, da Sociedade Filar- alizou-se uma entrega de ofertas e um PLANO DIRECTOR MUNICIPAL mónica União Ribeirense, fez-se a festa serão musical.• Foi publicado no Diário da Repúbli- com lanche, seguido de um espectá- ca, o Decreto Regulamentar Regional culo musical com a cantora Bianca. O NOVA ERMIDA n.º 21/2005/A, de 12 de Outubro 2005, evento foi organizado pela Câmara.• DA RAINHA SANTA ISABEL diploma que ratifica o Plano Director Municipal das Lajes do Pico (PDM), ÚLTIMAS FESTAS DE VERÃO bem como as normas interpretativas Dia 8 de Setembro: na freguesia da da aplicação do regulamento, da Piedade, a Festa de Nossa Senhora da planta de ordenamento e da planta de Piedade com um vasto programa de condicionantes. O PDM das Lajes do actividades que incluiu provas despor- Pico encontra-se em vigor desde o dia tivas, karaoke, baile e chamaritas, e ain- 13 de Outubro de 2005.• da missa, procissão e um arraial com as Filarmónicas da Piedade, Calheta e COMEMORAÇÃO Santa Bárbara. Entre os dias 14 e 18 de DO DIA MUNDIAL DA MÚSICA Setembro, no Calhau, Piedade, a festa O Dia Mundial da Música foi co- em honra de Nossa Senhora da Boa memorado no Concelho das Lajes Viagem: na quarta-feira: noite de fados. do Pico em várias freguesias. Na das Quinta-feira: baile e karaoke com o con- Lajes, lugar da Ribeira do Meio, na junto MP2. Sexta-feira: o artista Sérgio No lugar da Almagreira, freguesia Sociedade Recreativa e Cultural local, Rossi, finda a com uma rave. No Sába- das Lajes, foi inaugurado no dia 26 de com um concerto da Banda Filarmó- do: tourada, desfiles de marchas popu- Novembro a nova Ermida dedicada à nica União Prainhense, sob a direcção lares com grupos de S. Roque do Pico, Rainha Santa Isabel. Pelas 16.00 ho- do amestro Lídio Serpa. O evento ser- S. Jorge e Terceira. Ainda nessa noite: ras houve eucaristia seguida de dis- viu também para homenagear as ban- Micaela e o conjunto musical Amnésia. cursos das entidades que ajudaram a das filarmónicas da ilha. Esta iniciativa No domingo: missa de festa e procis- levar a cabo a obra de reconstrução pertenceu ao Museu Regional do Pico são seguido de espectáculo com o da Ermida. Este local de culto voltou e da Direcção Regional da Cultura, hipnotizador Rubem Oliveira. Também a abrir as suas portas passados sete com o apoio da Sociedade Recreativa na Piedade, mas desta vez no lugar da anos desde o sismo de 9 de Julho de e Cultural da Ribeira do Meio. Manhenha, a Festa de nossa Senhora 1998.• Na Sociedade Filarmónica União das Mercês. No dia 19 realizou-se um Ribeirense, em Santa Bárbara, rea- torneio de futsal e na quinta-feira lugar FESTA DE SÃO MARTINHO lizou-se um concerto pelas bandas ao karaoke com o conjunto MP2. A DAS CANADAS Sociedade Filarmónica União Ribei- sexta-feira foi a noite da chamarrita e A Festa de São Martinho das Ca- rense, Lira Madalense e a União Mu- o sábado foi dedicado ao fado com a nadas, na freguesia da Calheta de sical da Piedade, com organização da fadista Eugénia Alves. No domingo rea- Nesquim realizou-se nos dias 11, 12 e Federação de Bandas Filarmónicas lizou-se a missa e a procissão e à noite 13 de Novembro, com organização da dos Açores e pela sua Delegação do um arraial com filarmónicas, karaoke e respectiva Comissão de Festas, pre- Pico. • fogo de artifício.•

14 livros e leituras / recensão | inês dias

Emanuel Félix 121 POEMAS ESCOLHIDOS,

Edições Salamandra, 2003

A DIFÍCIL CALIGRAFIA

Para a Claúdia

É Emanuel Félix por Emanuel Félix seja pela partilha de um mesmo desti- pouco como a criança de A Invenção o que encontramos nesta antologia: no, a morte: “Boa noite acabou/ (volte- do Dia Claro, de Almada Negreiros, 121 poemas do autor, escolhidos pelo mos para as nossas celas/ novamente que desenha uma flor que as pessoas próprio e tentando abarcar toda a sua isolados/ novamente/ estranhos)// um não compreendem, mas cujo esboço produção poética, desde a juvenília de pobre rato, no entanto/ em cada coisa possui à mesma as linhas necessá- 1954 até Habitação das Chuvas (de um poeta vive ou morre” (p. 45). Em rias para se fazer uma flor: “Mulher 1997). Uma espécie de balanço ou de segundo lugar, a da aceitação da fra- ouvindo música (escutando/ primeiro testamento literário (o que, neste con- gilidade das coisas. Nestes poemas, os agudos e depois os graves)/ como texto, equivale a dizer biográfico), se Emanuel Félix é como que um misto se um exército de gnomos verdes/ in- tivermos em conta que Emanuel Félix, de Alberto Caeiro e Ricardo Reis; con- vadisse furtivamente a casa/ primeiro nascido em 1936 na Ilha Terceira, vi- templa apaixonadamente a Natureza, o soalho e depois as paredes/ com o ria a falecer em 2004, um ano depois mas percebe que ela tem de passar sulco dos dedos os milhares de patas/ desta edição. como as águas do rio, e que a nós, o círculo azul dos lábios ou/ o verme- Um dos principais traços desta seres humanos, só nos resta reconhe- lho das mãos” (p. 31). poética é o seu apego à terra, não se cer, com maior ou menor estoicismo, De todo este universo poético entendendo com isto qualquer atrofia que fazemos parte dessa mesma cor- construído ao longo de mais de qua- geográfica, pelo contrário. Trata-se an- rida: “Os homens esperam viver cem tro décadas, acaba por ressaltar uma tes de um profundo fascínio pela Natu- anos,/ Mas as flores vivem uma prima- tensão permanente entre o domínio do reza nas suas diversas manifestações vera./ Porém, num dia de vento e de concreto e o do espiritual, entre o ima- e ritmos, ou, se preferirmos usar o tí- chuva,/ Elas podem desfolhar-se na nente e o transcendente, tensão essa tulo de um dos seus conjuntos de po- poeira./ Se as flores soubessem afligir- para a qual o autor vai encontrando al- emas, pelo “Ciclo da Terra”: “O rosto se com isso,/ A sua tristeza seria maior guns símbolos de mediação. É o caso rente ao chão escuto o indefinido/ ca- que a dos homens” (p. 82). É talvez a dos búzios, “Deixados pelos Deuses minhar das estações/ o bater distante admissão desse carácter fugidio da sobre a areia” e que “são cofres com do coração da Terra” (p. 69). Plantas existência que justifica a necessidade pedaços da noite/ Pequenos transis- e sobretudo animais (como esse Gato de evasão patente nesta poesia. Uma tors para as notícias do mar” (p. 42); Gaspar a quem dedicou o belíssimo evasão que não se esgota na via mais mas principalmente dos anjos, figuras poema da p. 40) alimentam a vocação habitual da partida física, preferindo híbridas de corpo, arte e luz. Veja-se, genesíaca de uma poesia que se pre- escapar pela e para a arte, opção a por exemplo, esse “Tríptico do Anjo”, tende feita de “palavras-espigas” (p. que não é alheio o trabalho desen- uma quase Visitação em que o poeta 57), isto é, de realidade fértil: “Lá em volvido por Emanuel Félix no âmbito aguarda o anjo-poema: “Nesta sala baixo a pequena baía circular e o mar das artes plásticas. Além da frequente com janelas para o poente distante/ verde, verde mesmo sem literatura” equivalência entre poesia e pintura, é Fico porém esperando o indizível/ (p. 163). E ensinam ao sujeito duas também prestada uma especial aten- Talvez o poema/ Um dia” (p.168). Daí importantes lições. Em primeiro lugar, ção à música, como se assistíssemos essa “difícil caligrafia” (p. 31) de que a da solidariedade, seja pelos laços a um esforço no sentido de reduzir se fala no título – a de saber aceitar (de amor inclusive) que se estabele- um mundo tão complexo aos elemen- a vida e passá-la à escrita, dando-lhe, cem numa comunidade para a qual tos mais simples que o compõem ou pelo menos, o sentido, o consolo pos- cada criatura contribui a seu modo, (re) criam – sons, cores, traços_; um sível da beleza.•

15 livros e leituras / sugestões

POESIA sempre irão”(p.71), perdidos nos cor- João Miguel Fenandes Jorge redores do tempo e da geografia. Um Bellis Azorica livro pessoal mas transmissível.

nho e 29 de Agosto de 1924, e permi- tiu-lhe visitar os Açores ilha por ilha. Chama-lhes ilhas desconhecidas, não só pelo seu isolamento (então ainda mais flagrante), mas sobretudo por reconhecer nelas uma autenticidade já perdida ou desvirtuada em muitos outros pontos de , reduzidos a meros cenários para turistas. Che- gar aos Açores é chegar a um mundo dotado de uma pureza quase original, Joaquim Manuel Magalhães/ José Sou- João Miguel Fernandes Jorge re- em que o “luxo da verdura”(p.149) e sa Gomes, Do Corvo a Santa Maria, Re- gressa ao arquipélago dos Açores, o “espectáculo da luz”(p.12) deslum- lógio D’Água, 1993• que já visitara poeticamente em Ter- bram o autor como se estivesse pe- ra Nostra (1992), com Bellis Azorica, rante um quadro impressionista. um livro que poderia funcionar como um guia de viagem. Não no sentido Raul Brandão, As Ilhas Desconhecidas, habitual, indicando-nos apenas coor- Frenesi, 2001• POESIA denadas geográficas ou de conforto Roberto de Mesquita consumista, mas antes fornecendo Almas Cativas e Poemas Dispersos pequenos apontamentos que enume- ram, poema a poema, os elementos Almas Cativas e Poemas Disper- que compõem uma ilha e, num sen- NARRATIVA sos é o volume que reúne a produ- tido mais lato, a própria existência so- Joaquim Manuel Magalhães ção poética de Roberto de Mesquita, bre a Terra. Um inventário feito de pai- e José Sousa Gomes autor açoriano da viragem do século sagens, costumes, leituras, momentos Do Corvo a Santa Maria XIX para o século XX. Funciona, antes pessoais resgatados ao passado. de mais, como uma espécie de diário Do Corvo a Santa Maria é, sem sentimental de quem se vê confinado João Miguel Fenandes Jorge, Bellis Azo- dúvida, um dos mais singulares li- às ilhas (só as deixou uma vez, em rica, Relógio d’Água, 1999• vros dedicados aos Açores. Antes de 1904) e a uma existência burocratica- mais, pelo modo fortíssimo como os mente árida. No entanto, Almas Cati- textos (em que confluem poesia e pro- vas não é o retrato de um só homem, sa) de Joaquim Manuel Magalhães e e sim do Homem em geral, contami- as fotografias de José Sousa Gomes nado pelo “spleen mortal”(p.70) des- NARRATIVA parecem aliar-se contra o cliché, o se fim-de-século. Raul Brandão lugar-comum. E porque, ao invés de As Ilhas Desconhecidas análises de carácter mais etnográfico Roberto de Mesquita, Almas Cativas ou sociológico, nos deparamos com e Poemas Dispersos, Edições Ática, A viagem em que acompanhamos um livro feito de acasos e perdas, de 1973• Raul Brandão ocorreu entre 8 de Ju- “corpos intocáveis e desejos que para

16 livros e leituras / sugestões

aportou, numa das suas incursões ROMANCE literárias, a território português. Fa- Enrique Vila-Matas lamos, em concreto, de A Agência O Mal de Montano Thompson & C.ª, dois volumes que acompanham o périplo de um gru- po de turistas que um dia decide trocar Londres sucessivamente pe- los Açores, a Madeira, as Canárias, Cabo Verde e a costa de África, num percurso que vive muito do misticismo próprio de todas essas ilhas perdidas (porque remotas e misteriosas) no oceano.

Júlio Verne, A Agência Thompson & C.ª (2 vols.), Livraria Bertrand, s/d•

dada a oportunidade de as redesco- No seu mais recente livro, Enrique brir, intactas, no meio dos mares. Esse Vila-Matas retoma brilhantemente al- carácter utópico, entre o sonho e a gumas das suas temáticas preferidas magia, contamina todo o livro, ficando – a escrita, a leitura, o constante cru- patente na importância dada ao acaso zamento entre realidade e ficção. O como fio condutor das nossas vidas. A Mal de Montano é a expressão por ele ideia da existência de uma teia secreta encontrada para descrever a “mania de encontros e desencontros comuni- de ver tudo a partir da literatura”(p.18), ca-se à própria estrutura da obra, que doença que afecta o narrador deste resulta da colagem de vários registos, romance. É a sua busca de identidade vozes e tempos, em parte através do que vamos acompanhar, num percur- recurso a relatos deixados por outros so simultaneamente interior e exterior, viajantes nas ilhas. que se reflecte numa quase peregri- nação por Barcelona, Nantes, Chile, Antonio Tabucchi, Mulher de Porto Pim, Budapeste, Áustria, Suíça, Lisboa e Difel, 1998• também os Açores, em concreto o Faial e o Pico.

Enrique Vila-Matas, O Mal de Montano, ROMANCE Teorema, 2004• Júlio Verne A Agência Thompson & C.ª

No ano em que se assinala o cen- NARRATIVA tenário da sua morte, vale a pena re- Antonio Tabucchi gressar à obra daquele que o tempo Mulher de Porto Pim provou ser um verdadeiro visionário: Júlio Verne. Conhecido sobretudo Quando abrimos Mulher de Por- por livros mais “cinematográficos”, to Pim, de Antonio Tabucchi, é como como Vinte Mil Léguas Submarinas se assistíssemos aos nascimento das ou Viagem ao Centro da Terra, é fá- ilhas dos Açores ou como se nos fosse cil esquecermos que o autor também

17 impressões digitais | paulo benvindo

CDs

MADONNA – CONFESSIONS ON A DANCE FLOOR COLDPLAY – X & Y (WARNER/MAVERICK) (CAPITOL, 2005)

No momento em que o single Hung Up está em alta rota- ção em todo o planeta terra, 14 de Novembro é a data que Já tinha ouvido falar dos Coldplay, sabia que faziam marca o regresso de Madonna às lides musicais. Regresso muito sucesso, mas não que tinham vendido 10 milhões é uma palavra difícil de aplicar à artista americana, uma vez de cópias. que ela é sempre notícia pelas mais diversas razões. Uma tarde destas voltava para casa de carro e ouvi na Este novo álbum é um excelente motivo para falar da rádio, o novo single Fix You, fiquei maravilhado com a sono- música de Madonna. Em 2003, tal como já tinha acontecido ridade e com a mensagem e passei na loja para comprar o com Erotica em 1992, o álbum American Life arrancou mal, CD, que afinal já tem uns meses. pelo excelente vídeo realizado pelo sueco Jonas Akerlund, Fix You fala das nossas imperfeições e quando jogamos que retratava os horrores da guerra e especialmente da in- tudo no amor e perdemos. O primeiro single Square One tervenção americana no Iraque. A administração Bush não fala da essência da condição humana e das coisas que nos simpatizou com a ideia e “pediu” aos meios de comunica- nivelam, ou deveriam nivelar a todos. Fruto da sua condição ção norte-americanos que boicotassem todo o álbum. As de estrelas da música Speed of Bound fala de espiritualida- vendas foram más, mas curiosamente Madonna consegui de e da necessidade de manter os pés na terra. um recorde extraordinário, conseguiu que 7 temas do mes- Musicalmente há influências de Kfraftwerk e The Pogues, mo álbum atingissem o top 10 dance da prestigiada Bilbo- mas o traço mais marcante é a simplicidade e profundidade ard. do álbum em geral. Seguramente que este facto não é a única razão, mas Uma agradável surpresa que vos convido a descobrir.• pesou na decisão de fazer com que Confessions seja um álbum todo de dança. Madonna é indiscutivelmente a rai- nha das pistas de dança em todo mundo, é assim desde dos anos 80, e com este álbum segura o título por mais uns bons tempos. Além de Hung Up que usa e abusa do sample de Guim- me Guimme Gimme – A Man After Midnight dos ABBA, o próximo single agendado é Sorry. Musicalmente a música de dança dos anos 70 e 80 é revisitada e actualizada. Note-se que é privilégio de muitos poucos poderem autocitar-se musicalmente, samples musi- cais de Into The Groove, Papa Don’t Preach e Die Another Day podem ser claramente ouvidos. Stuart Price, o co-autor afirmou que todas as canções neste álbum são as suas favoritas, mas além do há muito tempo falado I Love New York, o destaque vai para a belís- sima e irresistível Isaac. Uma obra-prima, obrigatório comprar e ouvir e, ainda, ver as lindas fotos assinadas por Steven Klein.•

18 impressões digitais | paulo benvindo

CINEMA EM SALA /DVDs

ALICE, A CASA DOS PUNHAIS VOADORES, DE MARCO MARTINS DE ZHANG YIMOU (PORTUGAL, 2005, CORES, 102 MIN.) O realizador chinês há muito que tinha entrado no cora- Lisboa, a cidade da luz branca, transforma-se sob o olhar ção dos amantes de cinema, quando nos anos 90, o filme de um pai que obsessivamente procura a sua filha desapa- Viver teve estreia entre nós, a crítica aclamava em uníssono recida, onde a pulsão para filmar e encontrar parecem ser a a mestria e qualidade do filme. Esposas e Concubinas (Rai- força motriz da sua existência. se The Red Lantern) era uma crítica velada aos resquícios Passaram 193 dias desde que Alice foi vista pela última ditatoriais na sociedade chinesa. vez. Diariamente, Mário (interpretado pelo actor Nuno Lo- Em ambos filmes, apesar da indiscutível qualidade das pes), o seu pai, sai de casa e repete o mesmo percurso que interpretações, ressaltava a qualidade da cinematografia, fez no dia em que Alice desapareceu. cada frame era um banquete visual ao qual era impossível A obsessão de a encontrar leva-o a instalar uma série de ficar indiferente. câmaras de vídeo que registam o movimento das ruas. No Ang Lee popularizou na mercado internacional os filmes meio de todos aqueles rostos, daquela multidão anónima, de artes marciais com O Tigre e o Dragão e Zhang Yimou Mário procura uma pista, uma ajuda, um sinal... segui-lhe os passos. Depois de Herói, surge agora mais um Não há dor maior do que a morte de um filho, mas o fábula visual, baseada em lendas chinesas milenares. desaparecimento é certamente uma dor redobrada, que A Dinastia Tang fora durante muito tempo uma das mais transforma qualquer ser humano. Mas se a dor é algo ge- prósperas da história chinesa. Mas em 859 está em declí- nuinamente humano, também a esperança o é e por isso nio, o Imperador é incompetente e o governo corrupto. A este pai confia num destino incerto que talvez um dia lhe inquietação instala-se por todo o território e muitos rebeldes traga a vida. armados juntam-se em protesto. A mais poderosa e presti- Tematicamente, este filme é como um Fado Visual, tem giada organização secreta é conhecida como A Casa dos todos os ingredientes para o ser, mas do ponto de vista Punhais Voadores. cinematográfico utiliza um dispositivo, que apesar de não Para além de cenas, em que nos questionamos, mas ser original, não é muito frequente no cinema português: a como é que o senhor filmou isto?, há ainda uma história ausência da personagem principal. de amor, que dificulta as coisas quando chega a hora de Alice é a primeira longa-metragem de Marco Martins e escolher ente o bem e o mal. ganhou o Prémio Regards Jeunes da Quinzena dos Reali- Estamos perante um produto chinês que não deve de zadores do Festival de Cannes. ser embargado de todo, pois é único e não se faz por cá [http://www.madragoafilmes.pt/alice]• nada parecido!•

19 agenda dezembro

LAJES 2 | Cinema no Auditório Municipal: 21h30: A Balada de Jack e Rose, dezembro de Rebecca Miller 4 | Cinema no Auditório Municipal: 18h: A Balada de Jack e Rose, de Rebecca Miller 8 | Centro Social Cultural e Recreativo da Silveira: 21h30: Sarau Cul- tural pelo Grupo de Teatro Muitieramá 9 | Cinema no Auditório Municipal: 21h30: Assalto à 13ª Esquadra, de Jean-François Richet 11 | Cinema no Auditório Municipal: 18h: Assalto à 13ª Esquadra, de Jean-François Richet 11 | Cinema no Auditório Municipal: 15h: Peter Pan, de P. J. Hogan 16 | Cinema no Auditório Municipal: 21h30: Last Days, de Gus Van Sant 18 | Cinema no Auditório Municipal: 18h: Last Days, de Gus Van Sant 22 | Cinema no Auditório Municipal: 21h30: Alice, de Marco Martins 23 | Cinema no Auditório Municipal: 18h: Herbie – Prego a Fundo, de Angela Robinson 23 | Cinema no Auditório Municipal: 21h30: Alice, de Marco Martins 29 | Cinema no Auditório Municipal: 21h30: A Marcha dos Pinguins, de Luc Jacquet 29 | Igreja Matriz: 20h30: Cantata de Natal pelo Grupo Coral das La- jes do Pico 30 | Cinema no Auditório Municipal: 21h30: A Marcha dos Pinguins, de Luc Jacquet

RIBEIRAS 4 | Festa de Santa Bárbara, lugar de Santa Bárbara. Organização: Paróquia de Santa Bárbara 8 | Festa de Nossa Senhora da Conceição, Santa Cruz. Organiza- ção: Secção Feminina de Santa Cruz 10 | Festa de Natal da Unidade de Saúde da Ilha do Pico, 14h, Sa- lão da Sociedade Filarmónica Recreio Ribeirense 29 | Cantata de Natal pelo Grupo Coral das Lajes do Pico, 19h45, Igreja de Santa Bárbara 31 | Baile de Passagem de Ano, Salão da Sociedade Filarmónica Recreio Ribeirense

PIEDADE 29 | Cantata de Natal pelo Grupo Coral das Lajes do Pico, 19h, Igreja de Nossa Senhora da Piedade,

RIBEIRINHA 8 | Festa de Nossa Senhora da Conceição

20 agenda janeiro

LAJES 6 | Cinema no Auditório Municipal: 21h30: Birth – O Mistério, de Jo- janeiro natthan Glazer 8 | Cinema no Auditório Municipal: 18h: Birth – O Mistério, de Jonatthan Glazer 8 | Cinema no Auditório Municipal: 15h: Corrida (A)rriscada, de Fre- derik Du Chau 13 | Cinema no Auditório Municipal: 21h30: A Dama de Honor, de Claude Chabrol 15 | Cinema no Auditório Municipal: 18h: A Dama de Honor, de Clau- de Chabrol 20 | Cinema no Auditório Municipal: 21h30: Uma Canção de Amor, de Shainee Gabel 22 | Cinema no Auditório Municipal: 15h: A Maldição do Coelho Ho- mem, de Steve Box e Nick Park 22 | Cinema no Auditório Municipal: 18h: Uma Canção de Amor, de Shainee Gabel 22 | Festa de São Sebastião, Ribeira do Meio, Lajes do Pico 27 | Cinema no Auditório Municipal: 21h30: A Lenda de Zorro, de Martin Campbell 29 | Cinema no Auditório Municipal: 18h: A Lenda de Zorro, de Martin Campbell

RIBEIRAS 1 | Festa do Senhor Jesus, Santa Cruz das Ribeiras. Organização: Paróquia de Santa Cruz

CALHETA DE NESQUIM 22 | Festa de São Sebastião 29 | Festa de São Pedro Gonçalo

Informações para serem publicadas nesta Agenda podem ser enviadas pe- los CTT, por e-mail ([email protected]) ou pessoalmente entregues no Gabinete da Presidência, até ao dia 15 de cada mês (para inclusão na edição do mês seguinte). Agradecemos a colaboração de to- dos.

21 informações úteis

CÂMARA MUNICIPAL Junta de Freguesia Santa Casa da Misericórdia TÁXIS Rua de São Francisco de São João das Lajes do Pico Ana Santos Cardoso 9930 – 135 Lajes do Pico Estrada Regional, Companhia Rua Capitão-Mor Garcia Gon- Tel: 292 672 265 Tel: 292 679 700 de Baixo, São João çalves Madruga Fernando Cardoso TM: 916 635 223 / 969 832 180 9930 Lajes do Pico 9930 LAJES DO PICO TM: 919 535 390 Fax: 292 679 710 Tel e fax: 292 673 250 Tel: 292 672 140 Gabriel Melo E-mail: Fax: 295 412 563 TM: 918 704 080 [email protected] SEGURANÇA E BOMBEIROS Humberta Maria Lucas Polícia de Segurança Pública Serviço de Acção Social TM: 919 535 358 JUNTAS DE FREGUESIA Rua de São Francisco das Lajes do Pico José Pereira da Silva Junta de Freguesia 9930 LAJES DO PICO Largo General Lacerda Machado TM: 969 370 543 da Ribeirinha Tel: 292 672 410 9930 LAJES DO PICO Luciana Bettencourt Largo da Igreja, Ribeirinha Tel: 292 672 061 e 292 672 062 TM: 916 405 515 9930 Lajes do Pico Protecção Civil Fax: 292 672 062 Luís Filipe Cedros Alemão Tel: 292 666 648 Tel: 292 679 300 TM: 919 919 284 Fax: 292 666 648 Instituto de Gestão Manuel Garcia da Silva Bombeiros Voluntários de Regimes da Segurança Tel: 292 678 337 Junta de Freguesia das Lajes do Pico Social Maria de Fátima Neves da Piedade Estrada Regional Largo General Lacerda Machado TM: 964 863 778 Calhau, 5-A, Piedade 9930 LAJES DO PICO 9930 LAJES DO PICO Rosa Cardoso Bettencourt 9930 Lajes do Pico Tel: 292 672 300 Tel: 292 672 685 TM: 919 535 362 Tel e fax: 292 666 151 Fax: 292 672 895 Rui Bettencourt CTT – Estação das Lajes do Pico TM: 919 535 363 Junta de Freguesia SERVIÇOS Largo General Lacerda Macha- Urbano Cardoso da Calheta de Nesquim DE UTILIDADE PÚBLICA do, n.º 2 TM: 964 863 751 Terreiro, Calheta de Nesquim Cartório Notário 9930-999 LAJES DO PICO 9930 Lajes do Pico e Conservatória do Registo Civil Tel: 292 679 590 ENSINO Tel e fax: 292 666 122 Rua de São Francisco Fax: 292 679 596 Escola Básica 2,3 9930 LAJES DO PICO e Secundária das Lajes do Pico Junta de Freguesia Tel: 292 672 335 EDA, SA – Lajes do Pico Avenida Marginal das Ribeiras Fax: 292 672 084 Largo Vigário Gonçalo G. Lemos 9930 LAJES DO PICO Largo da Igreja, Santa Bárbara 9930 LAJES DO PICO Tel: 292 679 600 9930 Lajes do Pico Repartição das Finanças Tel: 292 679 520 Tel: 292 672 051 Rua de São Francisco Escola do 1º Ciclo 9930 LAJES DO PICO Farmácia Lajense e Jardim de Infância da Junta de Freguesia Tel: 292 672 352 Rua Padre Manuel José Lopes Ribeirinha das Lajes do Pico 9930-153 LAJES DO PICO Caminho Novo Rua Capitão-mor Garcia Gon- Tel: 292 672 408 9930 LAJES DO PICO çalves Madruga Tel: 292 666 675 9930 Lajes do Pico Tel e fax: 292 672 175

Se pretende começar a receber gratuitamente o Boletim Municipal das Lajes do Pico, assim como outras informações acerca do Município, preencha e recorte este cupão e envie para: Boletim Municipal das Lajes do Pico Município das Lajes do Pico Convento de S. Francisco 9930-135 LAJES DO PICO

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código postal e-mail

22 informações úteis

Escola do 1º Ciclo RESTAURANTES Aqua Açores Casa de Hospedes e Jardim de Infância Restaurante do Clube (Observação de golfinhos e O Castelete da Piedade Desportivo Ribeirense baleias e mergulho) Rua de São Francisco, 2 Caminho do Calhau Santa Cruz Ribeiras Rua Manuel Paulino de Azeve- 9930-135 LAJES DO PICO 9930 LAJES DO PICO 9930 LAJES DO PICO do e Castro Telefone: 292 672 304 Tel: 292 666 689 Telefone: 292 678 449 9930 LAJES DO PICO Tel: 292 672 686 Residencial Açor Escola do 1º Ciclo e Jardim Restaurante Hocus-Pocus TM: 919 991 686 Rua D. João Paulino de Infância da Calheta Aldeia da Fonte E-mail: 9930 LAJES DO PICO de Nesquim Caminho de Baixo, Silveira [email protected] Telefone: 292 672 438 Ramal da Calheta 9930 LAJES DO PICO Fax: 292 672 642 9930 LAJES DO PICO Telefone: 292 679 504 Espaço Talassa Tel: 292 666 657 (Observação de golfinhos e Residencial Restaurante Lagoa baleias) Whale Come ao Pico Escola do 1º Ciclo Largo de São Pedro, 2 Rua do Saco Rua dos Baleeiros, 15 e Jardim de Infância 9930 LAJES DO PICO 9930 LAJES DO PICO 9930-143 LAJES DO PICO das Ribeiras Telefone: 292 672 272 Tel: 292 672 010 Telefone: 292 672 010 Caminho de Baixo Website: Fax: 292 672 617 Ribeiras Restaurante O Lavrador www.espacotalassa.com Web: www.espacotalassa.com 9930 LAJES DO PICO Estrada Regional, 3, Silveira E-mail: Tel: 292 678 355 9930 LAJES DO PICO Futurismo [email protected] Telefone: 292 672 604 (Observação de golfinhos e Escola do 1º Ciclo e Jardim baleias) Glicínias do Pico de Infância das Lajes do Pico Restaurante Onda Azul Avenida Marginal Companhia de Baixo, Rua Família Xavier (Pizzaria) 9930 LAJES DO PICO São João 9930 LAJES DO PICO Largo de São Pedro Tel: 292 672 000 9930 LAJES DO PICO Tel: 292 672 070 9930 LAJES DO PICO Fax: 292 672 027 Telefone: 292 672 024 TM: 962 413 409 Casas do Pico Escola do 1º Ciclo e Jardim Website: 9930 LAJES DO PICO de Infância da Ribeira do Meio Restaurante Ponta da Ilha www.azoreswhales.com Telemóvel: 916 236 780 Estrada Regional Manhenha, Piedade E-mail: 9930 LAJES DO PICO 9930 LAJES DO PICO Sealine [email protected] Tel: 292 672 090 Telefone: 292 666 708 (Observação de golfinhos e Web: www.casasdopico.com baleias) Escola do 1º Ciclo Restaurante O Ritinha Rua Manuel Paulino de Azeve- Pico Holliday e Jardim de Infância da Silveira Avenida dos Baleeiros do e Castro Caminho do Calhau, 37 Caminho de Baixo – Silveira 9930 LAJES DO PICO 9930 LAJES DO PICO Piedade 9930 LAJES DO PICO Telefone: 292 672 271 TM: 917 289 369 9930 LAJES DO PICO Tel: 292 672 064 Telefone:292 666 599 Restaurante/Marisqueira Turispico Telemóvel: 916 034 683 Escola do 1º Ciclo de São João (Montanhismo e passeios a e Jardim de Infância de São Rua da Igreja, cavalo e charrete) Escale de L’Atlantic João Companhia de Baixo Caminho de Cima, Piedade Morro de Baixo Rua do Porto 9930 LAJES DO PICO 9930 LAJES DO PICO Piedade 9930 LAJES DO PICO Telefone: 292 673 116 TM: 938 188 099 e 912 622 198 9930 LAJES DO PICO Tel: 292 673 223 Telefone: 292 666 260 Restaurante Terra e Mar ALOJAMENTOS Fax: 292 666 260 COMUNICAÇÃO SOCIAL Arrife, Ribeiras Alojamento Bela Vista Jornal O Dever 9930 LAJES DO PICO Rua do Saco, 1 Estrada Regional Telefone: 292 672 794 9930-121 LAJES DO PICO 9930 LAJES DO PICO Telefone: 292 672 000 Tel: 292 672 247 TURISMO Fax: 292 672 027 E-mail: [email protected] Museu dos Baleeiros Rua dos Baleeiros, 13 Aldeia da Fonte Rádio Montanha 9930-143 LAJES DO PICO Silveira Rua Capitão-Mor Garcia Gon- Tel: 292 672 276 9930-177 LAJES DO PICO çalves Madruga Fax: 292 679 020 Telefone: 292 672 777 9930 LAJES DO PICO Horário: De 3ª a 6ª feira: Fax: 292 672 700 Tel: 292 672 299 09h00-12h30 e 14h00-17h30 E-mail: Sábados e domingos: [email protected] 14h00-17h30 Encerra: segundas-feiras e feriados

23 Ouço o coração da noite (o motor duma traineira que fundeou na baía).

Horas no mundo... Acordado, escuto o coração da noite no seu bater apressado

Emanuel Félix

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