ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS.

ATA Nº 47 - “A”

PRESIDENTE - DEPUTADO HUMBERTO BOSAIPO 1º SECRETÁRIO - DEPUTADO GILNEY VIANA (AD HOC) 2º SECRETÁRIO - DEPUTADO J. BARRETO

O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - Invocando a proteção de Deus, fonte inesgotável de sabedoria e justiça e em nome do povo mato-grossense, declaro aberta a presente Sessão Itinerante para discutir a área de atuação de benefício da FERRONORTE para o Estado de Mato Grosso. Convido o Deputado Gilney Viana para assumir a 1ª Secretaria e o Deputado J. Barreto para assumir a 2ª Secretaria. (OS SRS. DEPUTADOS GILNEY VIANA E J. BARRETO ASSUMEM A 1ª E 2ª SECRETARIAS, RESPECTIVAMENTE) O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - Convido para compor a Mesa de Honra o Exmº Sr. Lairto João Sperandio, Prefeito Municipal de Alto Taquari; Vereador Edmilson Luis de Rezende, Presidente da Câmara Municipal de Alto Taquari; Sr. Nelson Bastos, Presidente da FERRONORTE; Sr. Jonas Pinheiro, Senador de Mato Grosso; Sr. Carlos Bezerra, Senador de Mato Grosso; Sr. Geovan Freitas, Deputado Federal de Goiás, e Sr. Wellington Fagundes, Deputado Federal de Mato Grosso. (AS AUTORIDADES CITADAS OCUPAM SEUS LUGARES JUNTO A MESA DOS TRABALHOS - PALMAS). O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - Convido todos a porem-se de pé para a execução do Hino Nacional. (NESTE MOMENTO, É EXECUTADO O HINO NACIONAL.) O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - A Mesa Diretora da Assembléia Legislativa sente-se honrada com a presença das seguintes autoridades: Fábio Mauri Garbuzio, Vereador de Alto Taquari; Fábio Cardoso, Secretário de Desenvolvimento Econômico de Rondonópolis; Márcio Gueder, Vereador de Rondonópolis; Luiz Carlos de Souza, Secretário de Planejamento e Meio Ambiente de ; Valdeli dos Santos Rosa, Prefeito de Costa Rica, em Mato Grosso do Sul; Marcos Reis, Vice-Prefeiro de Rondonópolis; Álvaro Machado Rezende, Vice- Prefeito de Mineiros, em Goiás; Lacy Machado de Rezende, Prefeita de Mineiros, em Goiás, e esposa do nosso querido Agenor Rezende, colega Deputado, hoje membro do Conselho de Cotas de Goiás; Daniel de Freitas Marques, Prefeito de Portelândia, em Goiás; Adão Rodrigues de Oliveira, Vice-

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Prefeito de Portelândia; Ibiotônio Corrêa, Vereador de Costa Rica; Assis Ferreira, Vereador de Costa Rica; Divino Nales Carrijo, Vereador de Mineiros; Jesus de Souza Rego, Vereador de Alanópolis, em Mato Grosso do Sul; Maurício Joel de Sá, Vereador de Alto Taquari; Sr. Anderson Ferreira Dias, Secretário Municipal de Saúde de Costa Rica; Sr. José Aparecido Dias Amaral, Vereador de Alto Taquari; Convido também para compor a Mesa o Sr. José Antônio de Ávila, Presidente da Federação de Agricultura do Estado de Mato Grosso – FAMATO, representando os produtores de Mato Grosso (PALMAS); e o Exmº Sr. Deputado Federal Wilson Santos (PALMAS). (AS AUTORIDADES CITADAS OCUPAM SEUS LUGARES JUNTO A MESA DOS TRABALHOS - PALMAS). O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - Registro ainda a presença do Exmº Sr. Maia Neto; Prefeito de Alto Araguaia; Sr. Ney Pereira de Souza, Vice- Prefeito de Alto Araguaia; Sr. Homero Pereira, Vice-Presidente da FAMATO; Sr. Vanderley Fraga, Vereador de Alto Araguaia; Sr. Valdomiro Malgolar, Vereador de Costa Rica; Sr. Vilson Davi, Vereador de Alto Araguaia; Sr. Davi Domingos Ramio, representando o Prefeito de ; Presidente da Associação Mato-grossense, Sr. Érico Pianna; Sr. José Buscarial, ex-Prefeito de Alto Taquari; Srª Mailda Sperandi, Primeira-dama de Alto Taquari; Sr. Luziero Furtado de Souza, Chefe de Gabinete da Prefeitura de Alsinop, Mato Grosso do Sul; Professor Luiz Miguel de Miranda, Coordenador do Núcleo de Estudo de Logística e Transporte da Universidade Federal de Mato Grosso; alunos do 5° ano de Engenharia Civil da Universidade Federal de Mato Grosso; Sr. José Remos, Presidente do Conselho de Desenvolvimento Urbano de Cuiabá, representando neste ato o Prefeito Roberto França; Sr. Ênio de Arruda, Subsecretário de Serviço Urbano de Cuiabá; Sr. Raul Spinelli, Presidente do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Urbano de Cuiabá; Sr. Rômulo Vandoni Filho, Subsecretário de Trânsito e Transporte de Cuiabá; Sr. Francisco Vuolo, Secretário Municipal de Cultura de Cuiabá; Sr. José Lemos, Secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano de Cuiabá e Presidente do Conselho de Desenvolvimento Urbano de Cuiabá; Sr. Vicente Vuolo Filho, representante do ex-Senador Vicente Vuolo, autor do Projeto da criação da Ferrovia; Sr. José Edson Narciso Gonçalves, Secretário da Prefeitura de Costa Rica; João Neto Assis Leal, Secretário de Obras de Alto Araguaia, dentre outras autoridades que estão chegando na nossa Sessão Itinerante. Registro também a presença do Sr. João Mamão, Vereador de Costa Rica; Sr. Aldo Martins de Oliveira, Vereador de Alto Araguaia; Sr. José Manso, Vereador de Rondonópolis; Sr. Lourenço Paulo, Vereador de Costa Rica; Sr. Joaquim Moura, Vice-Prefeito de ; Sr. Francelino da Silva Filho, Prefeito de Guiratinga, Francinha; Sr. Milton Fernandes de Lima, Vereador de Alto Araguaia; Sr. Vander Alves de Castro, Vereador e Presidente da Câmara de Alto Araguaia; Sr. Roland Frentini, Prefeito de Alto Graças, nosso amigo e companheiro; Sr. Edésio Antônio, Vereador de Alto Araguaia; Sr. Ulisses Rodrigues, representando o Prefeito de Chapadão do Sul, Mato Grosso do Sul. Autoridades presentes, senhora e senhores: A Assembléia Legislativa, no seu trabalho itinerante, vem discutindo os principais aspectos no desenvolvimento do Estado. Nós estamos agora na fase de discussão da Lei de Diretrizes Orçamentária-LDO, mais do que nunca os parlamentares do nosso Estado precisam conhecer e escutar o apelo dos municípios mato-grossense, principalmente o apelo do interior do Estado. Esta Sessão Itinerante marcada para o Alto Taquari reúne, para o nosso contentamento e alegria, autoridades de todos os níveis, representantes do Congresso Nacional,

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Senadores, Deputados Federais, Deputados Estaduais de Mato Grosso, Goiás e fui informado há pouco que 05 Deputados de Mato Grosso do Sul não conseguiram decolar de Campo Grande em virtude do tempo estar bastante fechado. Mas estão tentando chegar ainda a esta Sessão Itinerante. O objetivo nosso aqui hoje é dialogar com diversos segmentos da sociedade mato- grossense, com os nossos amigos e aliados dos Estados, já mencionados, sobre os reflexos socioeconômicos e geopolíticos da tão ansiada chegada dos trilhos da FERRONORTE em Mato Grosso. O soberano Plenário do Poder Legislativo acolheu, prontamente, e aprovou por unanimidade o nosso Expediente apresentado por solicitação do Prefeito Municipal desta cidade, deste Município, Sr. Lairton Sperandio, e demais lideranças políticas e empresariais de Alto Taquari e de toda região. Os Deputados Estaduais aqui presentes: J. Barreto, Gilney Viana, Carlos Brito, Roberto Nunes, Amador Tut, Eliene, Moacir Pires, e outros colegas que estão por chegar, conscientes da importância primordial da ferrovia, não só para Mato Grosso, mas para a região Centro-Oeste, como um todo, entendem a urgência de um entendimento entre as instituições públicas a nível nacional, estadual e federal, a iniciativa privada, as esferas de planejamento e decisão da FERRONORTE, para que os efeitos/benefícios da Ferrovia sejam permanentes, amplos e harmoniosos em seu conjunto, satisfazendo as expectativas, tanto daqueles que tiveram a visão de futuro e espírito empreendedor de investir no projeto, quanto o conjunto das populações que são alcançadas pelos trilhos e por todas aquelas pessoas que acreditam e lutam por esse ideal, simbolizadas em dois grandes mato-grossenses: o ex-Senador Vicente Vuolo, aqui representado pelos seus dois filhos, e, anteriormente, o saudoso Antônio Corrêa da Costa - e, aqui, aos dois ilustres mato-grossenses queremos prestar as nossas homenagens. Agradecemos a honrosa participação dos senhores membros do Governo Federal, lideres políticos e nossos irmãos de Mato Grosso do Sul e de Goiás; à Diretoria da FERRONORTE; produtores; cidadãos e cidadãs, desta região, que engrandecem ainda mais esse ato com a sua presença. Queremos dizer que o ato que realizamos tem por cenário uma conjuntura amplamente favorável para o Estado e a região Centro-Oeste. Mato Grosso está na iminência de sua auto-suficiência e geração de energia, operacionalizada a distribuição para as regiões como o Baixo Araguaia Mato-grossense e o Norte e Noroeste do Estado, teremos erguido um dos pilares para a redenção econômica. E nesse ínterim, ilustre Senador Jonas Pinheiro, Senador Carlos Bezerra, Deputado Wellington Fagundes, nós estivemos há quinze dias no Estado do Tocantins e pudemos constatar pessoalmente, visitando a Usina do Lajeado, que há condições técnicas e apenas é necessária vontade política de todos nós para que essa energia alcance principalmente o Baixo Araguaia, que é uma das regiões mais pobres e mais desassistidas pelo Governo Federal e pelo Governo Estadual de Mato Grosso. Outros pilares são, ainda nesta discussão, a qualidade na prestação de serviço, a qualificação da mão-de-obra disponível, a garantia de recursos para a pesquisa, uma política regional consensual de alíquotas e incentivos fiscais e infra-estrutura para o escoamento da nossa produção, que a cada ano dá saltos de quantidade e, também, de produtividade. Quanto a esse último pilar, é indefectível a constatação da necessidade fundamental do transporte intermodal para o equilíbrio da estrutura que esses pilares sustentam. Temos entre nossas bandeiras de luta a implantação da Hidrovia Araguaia/Tocantins/Rio das Mortes, para em conjunto com

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. a Ferrovia Vicente Vuolo, o asfaltamento da MT-100 e da BR-158, darmos condições plenas para os avanços que aguardamos e esperamos com muita ansiedade - nós que somos filhos da Região do Araguaia. Além da Usina de Couto Magalhães, que hoje passa a ser da iniciativa privada, e de todas essas certezas que apregoamos, queremos manifestar também algumas preocupações. Primeiro, queremos louvar as palavras do Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que a agência de fomento e criação, após a extinção da SUDAM, através de projeto de emenda constitucional, dará a necessária garantia de recursos para a continuidade ininterrupta das obras, permitindo que os trilhos cheguem a Cuiabá até 2005, como está no seu cronograma. Outra questão diz respeito às preocupações plenamente compreensíveis manifestadas pelos produtores e lideranças de Alto Taquari e Municípios vizinhos, como Alto Araguaia, Alto Garças, e outros. Essas lideranças chamaram a atenção dos Deputados para a necessidade da busca de soluções para diversos pontos que os afligem, entre os quais está a urgente adequação dos vagões dos trens para o transporte Centro/Sul para Mato Grosso dos fertilizantes, petróleo, calcário, entre outros produtos imprescindíveis à atividade agropastoril, pois as composições retornam vazias para o nosso Estado, encarecendo o frete dos caminhões que nos traz os produtos citados. Há também a dúvida latente, Sr. Presidente da FERRONORTE, entre a categoria, quanto ao ocorrido com o Terminal de Inocência, em São Paulo, que estaria sendo desativado e transferido para Alto Araguaia. Há o temor que o mesmo venha ocorrer com os municípios mato- grossenses. Outra forte reivindicação é polêmica e vem sendo motivo de acirrados debates. Ela diz respeito à criação e localização de um Porto Seco para alfandegar os produtos que chegam e saem do Estado. A localização vem sendo requerida por Cuiabá, Rondonópolis e Alto Taquari - sendo que esse último município possui excelentes condições para tal. O Município de Alto Taquari, dada a sua posição geográfica que eliminaria a necessidade de, por exemplo, as cargas direcionadas a essa região terem que ser deslocadas a outros centros para depois retornar. Por outro lado, é fundamental que se leve em conta a vocação econômica de cada região, para que as empresas que estão se instalando em função da Ferrovia possam dividir e diversificar os seus investimentos ao longo do seu curso e os municípios não sejam apenas ponto de passagem dos comboios carregados. E essa é uma das principais preocupações das lideranças locais. Por fim, queremos mais uma vez conclamar as autoridades dos Estados aqui representados quanto ao esforço primordial para que vista a camisa no esforço, na formação de uma frente política única, em defesa dos interesses da região Centro-Oeste, trabalho esse que já foi feito há décadas passadas pelo Estado de Goiás, quando as lideranças políticas da região Centro-Oeste, notadamente os Deputados Estaduais, os Deputados Federais, os Senadores, os Governadores, as lideranças políticas do Estado, Prefeitos e Vereadores se uniam num esforço incomum para o desenvolvimento da região Centro-Oeste. É necessário que se retome esse trabalho. A equiparação, abaixar as alíquotas do ICMS entre os Estados membros é fundamental para o desenvolvimento harmonioso deste vasto e promissor rincão do nosso País. Temos acompanhado as iniciativas do Secretário de Fazenda neste sentido e aguardamos a propalada mensagem do Governo Federal acerca da unificação dos tributos estaduais e municipais em oposição ao aprofundamento da guerra fiscal entre os Estados. E aqui eu cito, lamentavelmente, a guerra dos produtores de banana de Mato Grosso e Goiás, ocorrida nos últimos tempos. Que cenas lamentáveis como aquelas em que os nossos produtos

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Econômica Federal; um Fundo americano chamado J.P. Morgan, que é um grande banco americano; o outro Fundo chamado, Latin America Infrastructure Fundation-LAIF; o BRADESCO, que é um acionista pequeno, tem 3%, e 5% nas mãos de outros acionistas. Estou ressaltando o caráter privado da FERRONORTE, porque é comum a gente encontrar a menção da existência de fundos públicos na FERRONORTE. Não é que a gente seja contra a existência de fundos públicos, nós somos a favor. Mas, nós não contamos com eles! 100% dos recursos da FERRONORTE foram ou contribuídos em dinheiro pelos seus acionistas, ou são recursos tomados emprestados no mercado financeiro, sobretudo do BNDS. Mas, não são doações, são empréstimos. Nós temos que devolver o capital tomado emprestado, somado de juros, que no mercado internacional não são nada baratos. Eu queria mostrar aqui neste mapa do Brasil...(APONTANDO PARA O MAPA EXPOSTO EM PAINEL), que a maioria dos Senhores vai ver, embora quem está mais longe não vai conseguir enxergar, qual é a nossa situação do ponto de vista geográfico. A FERRONORTE por si só vai hoje de Alto Araguaia até a ponte famosa, que nós chamamos de Aparecida do Taboado, na nossa linguagem ferroviária. Este trecho, aqui, de quatrocentos e dez quilômetros, é a FERRONORTE por si só, e ela une Alto Taquari, cuja existência se alterou bastante com a presença da Ferrovia, ao Rio, em Aparecida do Taboado. Portanto, ela leva o Centro-Oeste a lugar nenhum, no sentido de que o Rio não representa uma alternativa. É fundamental, para que a FERRONORTE possa existir, que o problema do acesso ao Porto de Santos fosse resolvido! Então, para tanto, os nossos acionistas participaram da privatização da antiga FEPASA, e por isto é que a FERRONORTE se tornou acionista, com os seus acionistas, em 74% da antiga FERROBAN. O valor investido, aqui, é altamente significativo. Os acionistas colocaram perto de duzentos milhões de reais na privatização da FERROBAN, e estão assumindo compromissos de investimentos para melhorar esse acesso entre o Rio e Santos, que são números bastante significativos. O outro problema que existe e que tem que ser considerado, é que a FERROBAN termina as suas operações às margens do Porto de Santos. A Ferrovia, propriamente dita, não chega ao Porto. Existia uma operação ferroviária que era do Governo Federal, que operava o tráfego de vagões do Porto de Santos. Em junho do ano passado, a FERRONORTE fez um contrato com o Governo Federal, juntamente com a FERROBAN, criou uma empresa específica que, hoje, opera o Porto de Santos, e graças a isso é que nós estamos conseguindo fazer a Ferrovia funcionar. Isso aqui é uma coisa muito importante. Volto a repetir: a FERRONORTE, terminando na ponte, não serve para coisa nenhuma a nível de realizar transportes. Então, foi feito um trabalho, aqui, neste último ano - um ano e dois meses, quando eu tenho sido Presidente da Empresa -, no sentido de viabilizar o transporte de trens pela FERRONORTE, através da FERROBAN, e também para resolver o Porto de Santos que tomou um investimento enorme. O próximo trecho, de Alto Taquari até Rondonópolis - que, infelizmente, não aparece no mapa, porque as letras estavam ficando grandes - já está em andamento. Nós, ao sairmos do aeroporto e passarmos para cá, pudemos ver o novo trecho já terraplenado, aguardando a colocação da superestrutura. E nós devemos chegar a Alto Araguaia com essa nova linha em tempo ainda de operacionalizar o transporte do ano que vem. O trecho de Rondonópolis a Cuiabá continua com pendências de natureza jurídico-

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. discurso do Presidente, é de que a FERRONORTE precisa servir a comunidade que ela percorre. Só pode acontecer de servir a comunidade na medida que a FERRONORTE tenha uma capacidade própria de embarque em Santos! Nós, hoje, temos apenas cinco clientes, dos quais dois são multinacionais, um é mais ou menos e dois são nacionais: Ceval, que é mais ou menos nacional, Cargill, ADM, Caramuru e, claro, o nosso Maggi, que todos os senhores conhecem pessoalmente. E nós não podemos embarcar a soja ou o grão de produtor nenhum, porque eu só posso colocar num trem a soja que tenha um terminal para recebê-la em Santos. E os terminais, hoje, são controlados por pouquíssimas empresas, há só quatro ou cinco terminais funcionando em Santos. Isso forma um oligopólio fechado, aonde só a Cargill, só a ADM é que podem de fato exercer o transporte na FERRONORTE. Não é que nós não queiramos ter mais clientes, nós buscamos ter mais clientes, mas sem o nosso Terminal isso não é possível! Então, o Terminal de Santos é importantíssimo, porque ele assegura a democratização do transporte da FERRONORTE para quem tiver capacidade de realizar exportação diretamente. Nós vamos ter condições, se houver uma cooperativa de produtores aqui que faça uma venda na Europa, de colocar esse grão ou esse farelo diretamente no navio, passando por nosso terminal, sem estar dependendo, como hoje estamos, dos nossos clientes em Santos. Acho que esse é um ponto fundamental que tem que ficar compreendido por todos. A FERRONORTE tem que tentar fazer o seu trabalho e considerar o interesse social, mas não pode fazer algo que está fora do seu alcance. Para fechar esse assunto, Porto de Santos, que antigamente operava com tempos de trânsito de vagões de cem horas, hoje está operando com vinte e quatro horas, em dias de greve, naturalmente, tivemos dificuldades, mas houve uma melhora enorme, e é de novo a FERRONORTE chegando em Santos. Isso é uma coisa fundamental, tanto para nós, como para a comunidade, como para os produtores aqui do Centro-Oeste. É fundamental que consigamos, como contrapartida aqui do Terminal de Taquari, que nós vamos visitar daqui a pouco, que consigamos ter início aqui e terminar no navio, senão isso aqui é absolutamente inútil... Eu também queria dizer que a FERRONORTE é, talvez, a ferrovia mais moderna no mundo, não porque a nossa engenharia seja muito mais competente do que as outras, mas porque ela é a última que foi construída, portanto, temos, os Senhores vêem aí, dormentes de concretos, raios de curvatura grandes, podemos andar até a oitenta quilômetros por hora aqui no nosso trecho e nos deparamos com as dificuldades de passar pela FERROBAN, que é uma ferrovia em que existem trechos que foram construídos em mil oitocentos e noventa e poucos. Então, essa é a nossa situação na FERROBAN, com relação à capacidade de transporte. Nós queríamos mostrar para os senhores qual a evolução que estamos enxergando 1999/2000/2001, que também serve para responder um pouco das críticas que temos ouvido. Quer dizer, esse charter já existia no nosso estoque, não foi feito de ontem para hoje, para mostrar aos Senhores, mas mostra-se aqui claramente, primeiro, que em 99 nós fizemos um transporte muito pequeno, quase que um teste da ferrovia, trezentas mil toneladas, alguma coisa assim; no ano 2000 fizemos cerca de um milhão e trezentas mil toneladas e neste um milhão e trezentas mil toneladas já tivemos uma pauta relativamente diversificada, transportamos algum algodão, no ano passado, além de soja. No ano de 2001, nós estamos prevendo transportar, além de três milhões e meio de toneladas, portanto um crescimento enorme, completamente validado pelo que já aconteceu em março e abril, mas na segunda quinzena de abril carregamos numa média de 450 mil toneladas por mês, o que

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. nos daria condições de ultrapassar esse número. Quer dizer, esse número aqui é perfeitamente viável e na nossa pauta, nós temos, em 2001, soja e farelo representam quase dois milhões e meio de toneladas mas nós estamos contemplando carregar milho e é com satisfação que eu vejo a safrinha em pleno vigor - quando passamos aqui na estrada vimos a safrinha de milho -, nós pretendemos carregar neste ano duzentos e vinte e uma mil toneladas de fertilizantes e algum algodão que ainda está numa fase incipiente, algum açúcar dos produtores da parte mais ao Norte de Mato Grosso, pretendemos transportar combustível, álcool levado daqui para o Sul e outras cargas gerais para chegar nos três milhões quinhentos e dez. Então, esse aqui é o desenho da FERRONORTE. O que eu tenho para falar sobre isso aqui? O transporte de fertilizantes, como foi mencionado pelo Sr. Presidente da Assembléia Legislativa, ele não pode ser realizado nos vagões que a gente dispõe hoje, os nossos vagões são graneleiro, eles não têm porta para carregar sacaria e infelizmente o NPK, que é o principal fertilizante, não pode ser transportado em vagão graneleiro porque o nitrogênio, o fósforo e o potássio se separam com a vibração do trem. Então, para que a gente possa usar os vagões graneleiros atuais, que é a única forma eficiente de trazer fertilizante, eu precisaria ter um misturador de fertilizante em Alto Taquari. E isso não depende da FERRONORTE, nós somos – para falar o óbvio – apenas transportadores de carga dos nossos clientes, nós não somos donos da carga, nós só transportamos. Nós estamos, há um ano, tentando estimular os nossos clientes de fertilizante, MANAH, enfim, Ultrafértil, a colocarem misturadores em Alto Taquari. Não tivemos sucesso. Infelizmente, não foi possível viabilizar uma cooperativa em Alto Taquari, que colocasse esse misturador, que não é um grande investimento, é um investimento pequeno em Alto Taquari para fazer isso. O que é que nós estamos fazendo, então? Nós alugamos uma frota de vagões com portas que levam soja para o Sul e podem trazer fertilizantes de volta e já estamos trazendo. Foi feito um embarque piloto, semanas atrás aonde trouxemos fertilizantes de volta. Eu queria dizer, que nesse aspecto o que a FERRONORTE deseja é exatamente a mesma coisa que o Sr. Presidente colocou, eu estou voltando com o vagão vazio e se eu pudesse trazer fertilizante, para mim isso era uma coisa maravilhosa. Eu queria também dizer uma outra coisa aos Senhores, que a FERRONORTE, apesar da importância que ela tem regional, é claro que para mim é a coisa mais importante do mundo, nós temos uma porção de barreiras que, às vezes, são difíceis de entender. Nós fomos multados pelo IBAMA, pela filial lá, da organização de Cuiabá, porque trouxemos... O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO - FALA FORA DO MICROFONE) – FEMA? O SR. NELSON BASTOS – Não, não, não! Foi o IBAMA mesmo. A Sucursal em Cuiabá do IBAMA, porque trouxemos fertilizantes ensacados para fazer esse teste de transporte nos nossos vagões. Fomos multados e estamos proibidos de fazê-lo. A razão alegada é que nós estaríamos transportando amônia e amônia é produto perigoso. Ora, a amônia está incorporada no NPK de uma forma que a torna completamente inerte, mesmo que a gente deixe cair fertilizante na via férrea, nós vamos estar fertilizando o trecho que não tem pedra britada. Não nos parece que a gente pudesse estar criando algum problema, nem trazendo algum risco adicional, mas estamos proibidos de trazer fertilizantes até Alto Taquari... O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) – Eu queria fazer um aparte a Vossa Excelência. O SR. NELSON BASTOS – O Sr. Presidente é que me concede aparte.

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O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) – A sua exposição está sendo muito produtiva e altamente entendida, mas eu quero aproveitar o ensejo para determinar à Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa a convocação, na próxima semana, do representante do IBAMA na Assembléia Legislativa para tratar desse assunto. Determino já, aqui, aos Deputados da Comissão presentes. Muito obrigado... (PALMAS). O SR. NELSON BASTOS – Eu agradeço a mais este apoio do Senhor e da classe política em geral à FERRONORTE, mas é só para ver que a despeito do nosso esforço, quando a gente consegue fazer alguma coisa funcionar, sempre tem alguma coisa que atrapalha, eu acho que a vida é assim, é um projeto grande que tem uma porção de complicações. Então, quanto ao fertilizante, a situação é essa. A coisa que a gente mais deseja, até a nossa Diretoria Comercial tem uma meta até de remuneração específica de conseguir completar esses vagões que voltam com fertilizante. Embora que, se a gente estivesse trazendo 100% do fertilizante, nós estaríamos usando só um terço dos vagões de retorno, porque a quantidade de fertilizante que volta é muito menor do que a soja que desce, por razões bastante claras. Outro assunto que eu queria também levantar é a questão dos combustíveis. Desde o início da nossa operação na FERRONORTE, é óbvio para nós que a gente tem que implementar uma operação de combustíveis. Então, nós buscamos uma parceria com uma empresa desse setor de atividades, esse contrato foi assinado, recentemente - nós, hoje, eu acho que estamos fazendo o primeiro anuncio público disto - fizemos um contrato com a Ipiranga para transportar trezentos mil metros cúbicos de óleo diesel entre Paulínia e Alto Taquari, nós fomos visitar, e o Sr. Prefeito, com certeza, já viu, as obras do terminal, o material já está aqui, tem chapas de aço, tanques, enfim, esse negócio está em pleno andamento, e quanto mais cedo nós pudermos ter essa operação de combustíveis funcionando, é melhor. Posso dar uma data para os Senhores? Infelizmente, não posso. Nós, de novo, temos problemas de regulamentação pendentes. O IBAMA entende que por a FERRONORTE atravessar mais de um Estado, é o IBAMA, como órgão Federal, que tem que licenciar o transporte de combustíveis. Isso não pode, portanto, ser feito no âmbito estadual. A própria existência do terminal de combustível, aqui, ainda não está aprovada pelo IBAMA. E o IBAMA insiste que tem que ser ele e não a FEMA que tem que fazer. A Ipiranga entende que é a FEMA, e o IBAMA entende que é Federal, nós temos um problema. Nós temos mais um problema que o Sr Presidente poderia nos ajudar a resolver: não é permitido, na situação atual do regulamento, caminhões transportarem combustível em estradas não pavimentadas e a saída do terminal, que está sendo construído, passa por um trecho de estrada não pavimentada. De maneira que, se nós não nos adequarmos a essa regra, nós estamos fazendo uma obra que não vai servir para nada, quer dizer, precisamos, realmente, conseguir resolver esse problema. Então, respondendo essa questão do combustível, Sr. Presidente, nós vamos trazer trezentos mil metros cúbicos - é uma quantidade de quase 20% do consumo do Centro-Oeste - de combustível de Paulinea para Alto Taquari, não é Rondonópolis ou Cuiabá, para Alto Taquari, e assim que esse terminal estiver pronto a gente poderá transportar pela estrada. E alem disso, nós vamos estar levando trezentos mil metros cúbicos de álcool do Mato Grosso, das usinas que já estão, hoje, funcionando, aliás, consta que o maior produtor de álcool do Brasil, hoje, está em Mato Grosso, que é a Itamarati II. Então, temos mais do que um cliente, mas faz parte do acordo com a Ipiranga carregar esse álcool para Paulinea para ser misturado no combustível.

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Então, todo mundo está ganhando aqui, a FERRONORTE ganha, porque tem um fluxo bidirecional, nas duas direções, o usuário de óleo diesel vai ter um custo presumivelmente melhor... Agora, não somos nós que fixamos o custo do combustível e sim os nossos clientes. E como uma outra notícia boa, nós colocamos nesse contrato da Ipiranga a possibilidade de se construir um posto de combustível nas proximidades do terminal para que possamos abastecer esses 400 caminhões que por dia chegam aqui. Então, essa é a situação. Com relação aos terminais, sobre o qual o Sr. Presidente levantou um ponto que é relevante, nós, de fato, estamos desmontando o terminal de Inocência para levarmos para Alto Araguaia. É claro que essa é uma notícia muito boa para Alto Araguaia. Nós já tivemos o regozijo de alguns vereadores e do Prefeito, quando estiveram há um mês atrás em Alto Taquari. Por outro lado, existe a preocupação do que vai acontecer com o terminal de Alto Taquari. A FERRONORTE não pretende desativar o terminal de Alto Taquari. A FERRONORTE pretende redimensionar o terminal de Alto Taquari, para que ele sobreviva transportando a demanda regional de soja. E nós estamos procurando estimular os nossos parceiros a colocarem instalações industriais em Alto Taquari. Eu não posso revelar nomes, porque são negociações em estágio preliminar, mas existe uma proposta de cedermos uma área no terminal para colocar uma operação de esmagamento de caroço de algodão para produzir óleo de algodão aqui em Alto Taquari e existe uma outra proposta de se montar uma operação de esmagamento de soja aqui. Quer dizer, nós estamos fazendo o possível para perenizarmos o terminal de Alto Taquari, não porque sejamos bonzinhos, mas porque nós fizemos aqui um investimento enorme, que queremos usar para alguma coisa, mantendo o retorno sobre esse investimento. Então, na medida do possível, nós estamos estimulando esses parceiros e esperamos que isso dê certo o mais cedo possível, embora Alta Taquari tenha um volume relativamente para os próximos muitos trimestres. O terminal de Alto Araguaia, que nós vamos providenciar, não será do tamanho do terminal de Alto Taquari, até porque nós estamos contemplando - se as medidas provisórias ajudarem - chegar em Rondonópolis, realmente, até o fim de 2002. Portanto, não haveria necessidade de se fazer um terminal em Alto Araguaia tão grande. Quanto à questão dos clientes eu já toquei. Quer dizer, nós hoje temos dois clientes multinacionais, um mais ou menos e mais a Maggi e a Caramuru, que são grandes clientes nossos. Nós estamos transportando, colocando na lista clientes como a Ipiranga e a Usina Itamarati, porque o contrato de transporte de combustível está fechado completamente. Nós estamos vendo aqui que a taxa de crescimento nosso este ano é enorme. Isso aqui pode parecer para os senhores uma coisa trivial, mas a gente está crescendo 450%! A nossa produção este ano e o esforço para fazer isso, do ponto de vista operacional, é gigantesco, são centenas de providências que têm que ser tomadas todos os dias para fazer esses vagões saírem daqui e chegar até lá. E isso só é possível de novo, porque conseguimos reduzir o tempo que se levava para sair daqui e chegar em Santos num período de 96 horas, no ano passado, para 50 horas agora em fevereiro de 2001. Quer dizer, nós estamos conseguindo fazer a viagem na metade do tempo! No mês de março, Sr. Presidente, o atraso máximo que a gente teve com clientes foi 5 horas, acumulando o mês inteiro e terminamos o mês adiantados. Quer dizer, a FERRONORTE está funcionando como um relógio e a gente precisa realmente manter um esforço para fazê-la funcionar desse jeito. Então, isto aqui são as realizações que a gente fez até aqui, que acho que são importantes. Outro dia, numa outra reunião, eu ouvi uma crítica de que a FERRONORTE não estava

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O SR. NELSON BASTOS – Muito obrigado, Sr. Senador. O seu apoio, ainda mais com essa função importante que Vossa Excelência está assumindo, será com certeza fundamental para nós como vem sendo até aqui, eu preciso sempre repetir que os Senadores Jonas Pinheiro e Vossa Excelência têm sido instrumentos importantes para garantir a continuidade da FERRONORTE. Então, eu vou sublinhar de novo um ponto de que em agosto a gente deveria estar começando uma nova obra de Alto Araguaia até Rondonópolis e não poderemos fazer isso, se não tivermos conseguido captar a SUDAM. Temos que fazer alguma coisa dramática, porque o tempo está passando e essa Medida Provisória ainda vai levar um tempo até ser transformada em ação. Existe uma determinada, um lapso de tempo que inevitavelmente vai ocorrer. De qualquer maneira, se captarmos a SUDAM que falta, que é da ordem de cento e sessenta milhões, a chegada a Rondonópolis está assegurada e eu vou poder cumprir o mandato que me foi dado pelo Presidente da República pessoalmente, de levar os trilhos até o Município de Rondonópolis ainda durante o seu mandato. É claro que eu estou disposto a fazer o que for necessário para fazer isso, só preciso dos meios. O Vuolo me perguntou hoje o que é que precisa. A gente essencialmente precisa de recursos. Quer dizer, não há como... Eu, como Presidente da empresa, não posso autorizar a obra que eu não possa pagar, não há condições de fazer isso. Finalmente, eu tenho um quadro aqui que são os investimentos necessários, eu preciso de quatrocentos e setenta e dois milhões para chegar em Rondonópolis, um milhão e sessenta e três por quilômetro - é o custo da ferrovia nesse trecho. Tenho duzentos e trinta e trinta e dois assegurados pelo BNDES, desde que eu consiga captar duzentos e quarenta milhões da SUDAM, dos quais setenta e dois já estão captados, já estão no caixa da companhia. Então, esse é o quadro do investimento. Finalmente, para ir ao último ponto nosso, existe a questão do que vai acontecer de Rondonópolis para frente, que é uma palpitante questão que tem gerado um nível grande de assédio. A ferrovia tinha planejado fazer esse traçado azul aqui, que é o traçado de menor custo, menor distância e que esbarrou na questão da Reserva Indígena de Tereza Cristina, que é esse território verde que está marcado aqui. Por este mapa, parece que a gente está passando em cima da Reserva, na verdade ele passa um pouco ao lado, qual o lado a gente não sabe, mas depende de um consenso. A Procuradoria da República em Cuiabá entrou com uma ação inviabilizando essa passagem por aí, como conseqüência, o IBAMA até hoje não nos autorizou a pôr o pé no chão nesse trecho. Tudo que a gente tem de projeto aqui está sendo feito baseado em fotografia área, porque não há condição de botar gente aí sem a licença preliminar aí de fazer a obra. Eu mostrei aqui o traçado alternativo, que seria esse de vir por cima, uma mera inspeção visual mostra que ele tem um acréscimo de distância bastante grande, uma topografia bastante pior, porque tem que subir a Chapada dos Guimarães e descer, enfim, é uma coisa bastante complicada. Nós temos a palavra do Ministro Tápias, num Seminário em Cuiabá, que ele gostaria de ver a FERRONORTE chegar aí em 2005 - ele até pôs a mão no meu ombro nessa hora, e eu me senti assim... bastante poderoso -, mas na verdade a gente tem que viabilizar essa questão dos recursos. A gente não tem certeza se existe viabilidade econômica no trecho Rondonópolis/Cuiabá ou não, mas a FERRONORTE tem como objetivo estratégico chegar a Cuiabá. Como eu expliquei numa platéia lá, no Conselho de Desenvolvimento Urbano de Cuiabá, semana passada, os nossos clientes grandes querem saber se eu vou chegar em Cuiabá ou não, para decidir se eles vão investir na parte mais próxima de Mato Grosso, ou se eles vão para o Pará, vão viabilizar saída por Santarém, esse tipo de coisa. Então, nós precisamos dar uma palavra firme para os clientes e fazer o projeto, conseguir que o IBAMA nos

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. autorize a detalhar o azul aqui, e ter a verba orçamentária para fazer esse projeto é uma coisa que seria, realmente, bastante importante. Eu peço desculpas aos Senhores, por ter sido mais uma vez maçante, o assunto é complicado, eu digo que a ferrovia tem 1.310km e, às vezes, eu acho que percorro todos eles nas minhas palestras. Mas, eu fui transparente, procurei colocar tudo para os Senhores, estou totalmente às ordens, se houver alguma dúvida, ou alguma crítica, que os Senhores presentes entendam necessárias... (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) – Nós queremos cumprimentar e agradecer a presença do Deputado Ernesto Vilela, de Goiás; Dr. Luiz Otávio Sabóia, Juiz de Direito da Comarca de Alto Araguaia; Dr. Marco Antônio, Promotor da Comarca de Alto Araguaia; Sr. Romair Alves de Oliveira, Coordenador do Campus da UNEMAT de Alto Araguaia; Sr. Jorge Antônio de Melo, Jorge Melo, nosso querido Vereador de Alto Araguaia; Sr. Ondanir Bortolini, que é o Nininho, Prefeito de Itiquira, nosso amigo; o Engenheiro Zenildo Pinto de Castro Filho, representando o DVOP, já leva a preocupação colocada para a Diretoria do término do asfalto; Valdir Vieira Resende, Prefeito de Santa Rita do Araguaia, que estão aqui nos prestigiando. Concedo a palavra ao Prefeito Municipal de Alto Taquari, Sr. Lairton João Sperandio. O SR. LAIRTON JOÃO SPERANDIO – Sr. Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso, Deputado Humberto Bosaipo, muito obrigado por ter permitido a realização dessa Sessão Itinerante em nosso Município; Srs. Deputados Estaduais, aqui presentes, em nome do nosso Presidente eu agradeço a presença de todos os senhores, porque nós precisamos do apoio da Assembléia do Estado de Mato Grosso para que possamos realizar as nossas vontades, os nossos sonhos, desse cantinho de Mato Grosso, Sul de Mato Grosso, que é Alto Taquari, pois aqui chegou a Ferrovia. Eu agradeço, de coração, a presença dos dois ilustres Senadores, Carlos Bezerra e Jonas Pinheiro. Muito obrigado pela presença dos senhores. Alto Taquari, eu acho que nunca recebeu tantos ilustres representantes da classe política do Estado de Mato Grosso. Eu quero agradecer, também, a presença do Deputado Federal Wellington Fagundes, do Deputado Federal Wilson Santos, que nos honra com a sua presença, e eu tenho certeza que após as colocações das minhas idéias, que representam a vontade e o anseio do povo de Alto Taquari e toda essa região, eu quero contar com o apoio dessa Bancada Federal em Brasília. Eu quero, também, agradecer, fazendo parte da Mesa - a quem eu tive o prazer de conhecer há poucos dias -, o Deputado Federal de Goiás, Geovan Freitas, que já, junto conosco, está nos ajudando a viabilizar alguns projetos na nossa região... Daqui a pouco vou fazer alguns comentários. Gostaria de agradecer, também, ao Deputado Estadual, que é de Mineiros, aqui da região, muito obrigado pela sua presença, Deputado Ernesto Vilela. Muito obrigado pela sua presença. Gostaria de agradecer a presença do Presidente da FERRONORTE, Dr. Nelson Bastos, e demais. O Dr. Sérgio Ricardo também está aqui. Eu gostaria de agradecer às entidades, como a FAMATO, que representa a nós, produtores rurais, na presença do Sr. Zeca d'Ávila, do Dr. Homero e de fortes líderes da área de agricultura, que nos representam muito bem. Eu quero agradecer a todos os prefeitos, meus amigos de Mato Grosso. Eu vou dizer o nome de alguns que eu vi, se ficar alguém desculpem-me: o Prefeito de Itiquira, meu amigo Nininho; o

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Prefeito de Alto Araguaia, meu vizinho, Gerônimo Samita Maia Neto, obrigado pela sua presença; o Prefeito de Alto Garças, Roland Trentini, produtor e batalhador por essa região; o Prefeito de Guiratinga, Francelino Pedro da Silva Filho, obrigado pela sua presença; o Sr. Joaquim, que é meu amigo de muito tempo, da outra vez que nós fomos Prefeito. Eu quero agradecer a todos os Prefeitos do Estado de Mato Grosso e, também, agradecer aos Prefeitos que estão me ajudando nessa luta para montarmos, fortalecermos toda essa região, que compraram essa briga, essa luta. Eu falo briga, mas nós estamos tentando, em parceria com a FERRONORTE, trazer o desenvolvimento do Sul Mato-grossense, juntamente com mais alguns Estados, que são Mato Grosso do Sul e Goiás. Eu quero agradecer a presença do Prefeito de Costa Rica, que entrou nessa briga, o Valdenir. Muito obrigado pela sua presença. Vamos lá. Nós vamos conseguir os nossos ideais. Gostaria de agradecer, também, à Prefeita de Mineiros, a Dona Lacy, que gentilmente com a sua liderança, com sua sabedoria, está conosco nesse projeto para desenvolvermos a união desses três Estados tão importantes, que representam o Centro-Oeste brasileiro. Eu gostaria de agradecer a presença do Prefeito de Santa Rita do Araguaia. Se eu esqueci o nome de algum prefeito, me desculpem. A casa é de Vossas Excelências. Hoje eu quero passar algumas idéias do que Alto Taquari está pretendendo trazer para a nossa cidade e quero, também, agradecer aos ex-prefeitos aqui presentes em nome do meu amigo Sr. Dino. Eu gostaria de, também, agradecer a presença do meu Vice-Prefeito e por tudo que Vossa Excelência tem feito pela minha administração. E a todos os vereadores de Alto Taquari, que não medem esforços para me ajudar em nome do Presidente da Câmara Municipal, que faz parte da mesa, Ademilson Luiz Rezende. Obrigado pela presença de todos os vereadores. Eu gostaria, também, de agradecer por um dos momentos mais importantes pelo qual Alto Taquari está passando, que é a imprensa do Estado de Mato Grosso. Às vezes, com a pouca experiência que nós temos na televisão ou de dar entrevista, mas eu falo aquilo que penso estar dando certo e nós vamos seguir em frente com isso mesmo. Antontem, convocado pelo Vuolinho, aqui presente, a quem vou agradecer pessoalmente, porque a Ferrovia leva o nome do seu pai e você, todas as vezes que fala na Ferrovia, chora igual o seu pai já chorou muitas vezes aqui em Alto Taquari. Então, eu gostaria de agradecer toda a imprensa do Estado de Mato Grosso, que tem divulgado Alto Taquari para os quatro cantos do Estado, é muito importante e eu agradeço mesmo toda a imprensa, porque eu acho que eles estão acreditando na nossa proposta, no Projeto que nós estamos propondo para a nossa região e tenho certeza que, com a ajuda dos Deputados, principalmente com a idéia do Deputado Presidente da Assembléia, dessas Sessões Itinerantes, que vem ouvir aquilo que a população de Alto Taquari e região tem para colocar. Eu tenho certeza, Deputado, que nós vamos conseguir, se não tudo, parte dos anseios da nossa população. E, para finalizar, quero agradecer ao Rotary, que gentilmente está com toda a sua equipe em nome do Presidente Wanderley Santero, que está ajudando organizar a festa. Mas, o assunto é de extrema importância. Em três meses de mandato, eu posso dizer que andei, Deputado, quarenta e cinco mil quilômetros correndo atrás de desenvolvimento para o meu município. Estou até ausente muitas vezes do meu Município, mas eu sei e já entendi que a hora é essa, que o momento é esse para o meu Município e nossa região. Estão se deslocando daqui para frente os trilhos e eu não posso ficar somente com os trilhos, eu quero desenvolver esse Terminal em parceria

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. com a Presidência da FERRONORTE, com os seus diretores e nós já conversamos muito sobre isso. Sei também das dificuldades que eles enfrentam, mas quero colocar à toda Diretoria da FERRONORTE qual é a intenção do Município de Alto Taquari. Nós temos já exemplos de alguns municípios, eu encontrei na semana passada, em Brasília, o Prefeito de Inocência já reclamando, não da FERRONORTE, às vezes por não ter se unido igual nós estamos fazendo aqui, em fazer uma descentralização ao longo dos trilhos, dividindo as empresas que se instalarem ao longo desses trilhos para que não concentrem só nos grandes pólos e os pequenos fiquem só vendo o trem subir e descer dentro do seu município e a gente ficar de fora de um projeto de desenvolvimento. Mas, para chegar nesse ponto, eu vou fazer algumas colocações para os empresários que foram convidados e estão aqui hoje. Alto Taquari é um Município que está completando quinze anos de idade, é exclusivamente agrícola, agropecuário, altitude de 900m, excelente na produção de sementes e temos a maior produtividade de soja e milho de Mato Grosso. Esses são dados para que os investidores acreditem em toda essa região. E quero dizer mais, que esse bolsão formado por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, representa de 8% a 9% da produção agrícola do Brasil. Depois eu vou chegar em por que estamos reivindicando um parque industrial nesta região. O que nós precisamos para esse investimento? Acabou de dizer o nosso Presidente da FERRONORTE e ouviram muito bem os nossos Deputados e Senadores, que falta um pedaço para chegar o asfalto. Pedimos que precisamos urgente, porque também as empresas que chegam aqui estão realmente levantando esses dados. Sem o asfalto... O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - Quantos quilômetros? O SR. LAIRTO JOÃO SPERANDIO - Faltam onze quilômetros, Deputado. Sem o asfaltamento externo da MT-100 e sem uma melhoria da energia, e eu disse isso ao Governador Dante de Oliveira, disse que preciso de três obras dele ao meu Município, o resto ele deixa com a gente, que nós damos um jeito. Quais seriam: o asfaltamento da MT-100, que está sendo feito; energia, e os Senhores assistiram aqui uma queda de energia e quem mora aqui sabe que essa queda se repete cinco, seis, dez vezes por dia, todos os dias, mas, graças a Deus, na semana passada eu estive com o Dr. Nivaldo, da Rede/CEMAT, que deve estar presente e agradeço a presença e ele já me pediu a localização de um terreno para montar um rebaixamento, seria uma estação para Alto Taquari, para melhorar a energia; e a terceira, não tem como mais, Sr. Presidente, Deputados Federais, Senadores, em Alto Taquari estão passando duzentas, trezentas, quatrocentas carretas por dia dentro da cidade, não tem quem consiga limpar o centro da cidade, não tem como controlar o trânsito, é dia e noite. Estamos felizes por isso, mas pedimos ao Governador, agora, na construção da MT-100, para fazer um anel viário para Alto Taquari. Nós necessitamos disso para que a cidade se torne uma cidade tranqüila para os moradores. Nós temos que preparar a cidade e, tendo essas três importantes obras que precisamos, continuaremos correndo atrás. Estamos dando a notícia de que o Banco do Brasil será aberto em nossa cidade, que foi aprovado e recebi um ofício do Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Humberto Bosaipo, que está nos ajudando nisso, e já agradecendo ao Senador Jonas Pinheiro que em Brasília... o Deputado Humberto Bosaipo fez o seu trabalho em Cuiabá, eu estive lá chorando por isso já com a Superintendência e cumprimentando o Senador Jonas Pinheiro, que em Brasília tem muita consideração com o Banco do Brasil e, graças a Deus, já recebemos a notícia de que a agência será aberta o quanto antes possível. Por que o Banco do Brasil? Nós estivemos na semana passada, onde eu tive o prazer

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. de conhecer o Deputado Federal Jeovan Freitas, na cidade de Chapadão do Céu, onde mostraram o exemplo da união dos políticos do Estado de Goiás. Nós estivemos lá na inauguração, Sr. Presidente, Srs. Deputados, não é da agência do Banco do Brasil, mas da mudança de prédio da agência do Banco do Brasil para um prédio de melhor instalação, um prédio bonito, todo adequado, construído por produtores rurais e cedido para o Banco do Brasil, onde tivemos a oportunidade de encontrar lá, é testemunho o meu amigo Deputado - já posso chamá-lo de meu amigo - Jeovan Freitas, estavam os três Senadores do Estado de Goiás nessa inauguração, que é o Senador Maguito Vilela, que até tinha confirmada a sua presença aqui, não foi possível vir, o Íris Resende e o Mauro Miranda e também estava lá o Deputado Federal Jeovan Freitas e o Deputado Estadual Ernesto Vilela. Fiquei feliz em ver a união que o Estado de Goiás tem, por isso eu estive lá pedindo também ajuda desses Senadores, porque - olha o absurdo! - só Alto Taquari que não tem Banco do Brasil em toda esta região, Deputado! Chapadão do Sul tem, Costa Rica tem, Chapadão do Céu tem, Mineiros, Alto Araguaia, Alto Garças... Só Alto Taquari, com todo esse desenvolvimento, com toda esperança que estamos tendo! Mas o Banco do Brasil, se Deus quiser, já está concretizado, nós vamos ouvir, acredito que daqui a pouco, o Senador Jonas Pinheiro e se não tiver prédio, até brinquei com o gerente de Alto Araguaia que está aqui, que está difícil para arrumar o prédio, nós prontificamos a tirar a Prefeitura do prédio e doar para o Banco do Brasil e nós vamos para qualquer cantinho, mas que vai sair o prédio, nós prometemos! (PALMAS). Eu gostaria de continuar falando no assunto principal, porque o tempo é curto, pedir aos Deputados Estaduais, os Deputados Federais e aos Senadores, com muita tranqüilidade eu vou à idéia principal que, juntamente com Mato Grosso do Sul e com Goiás, nós estamos defendendo um projeto de comum acordo aqui nesta região, onde com certeza Alto Araguaia, Alto Garças, Itiquira, , , Santa Rita do Araguaia, Costa Rica até Chapadão do Sul, com certeza, serão beneficiados com a nossa idéia. E graças a Deus, Mato Grosso do Sul, através do Prefeito de Costa Rica, que se empenhou 100% nesse trabalho, já faz 15 dias que ele está por conta disso, mobilizou a liderança de Mato Grosso do Sul, infelizmente, o nosso Deputado já disse, eles telefonaram do aeroporto de Campo Grande, não conseguiram decolar para chegar aqui, mas estão sabendo do evento, do que está acontecendo. Não é copiando do nosso Deputado, mas o Prefeito de Costa Rica já propôs também fazer uma Sessão Itinerante em Costa Rica, Mineiros, também já pedimos ao Deputado, depois vamos conversar com a Prefeita Nanci, para que se repita a dose deste evento para que nós possamos fortalecer, então, esse local que vai representar os três estados. Mas, qual é a idéia nossa? Vou contar uma historiazinha, porque que é que nós estamos lutando para o desenvolvimento dentro do nosso terminal. Qual desenvolvimento? Primeiro, trazer as indústrias ligadas à agropecuária, que é a vocação aqui da nossa região. Nós temos até uma notícia de primeira mão, nós falamos ontem com o dono da Caramuru, Sr. Presidente, é a hora que nós vamos precisar da maior força política neste momento. Nós queremos que exista descentralização das indústrias. Se vier 10 indústrias para Mato Grosso, se colocar uma ou duas para Alto Taquari, uma em Alto Araguaia, uma para Itiquira, é isso que nós queremos, desenvolver todo o longo trecho onde passará a ferrovia, Sr. Deputado, para que nós não fiquemos para trás. Mas, voltando ao assunto, o dono da Caramuru me deu autorização para dizer que o local da escolha da esmagadora já foi escolhido, que é Alto Taquari para a esmagadora de soja!...

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(PALMAS). Só depende de, eu não vou entrar diretamente no assunto, depende de isenção fiscal em algumas partes como em Goiás e Mato Grosso do Sul têm; às vezes, tem que fazer uma igualação do ICMS dos três estados. Se não for possível fazer a nível do Estado, Deputado, inteiro, que pelo menos nós consigamos fazer tipo uma zona de livre comércio entre os três estados, só nessa região, então, porque Alto Taquari seria beneficiada com a implantação dessa esmagadora de soja. Disse o Dr. Nelson, que já também sabia da notícia quanto à implantação da Ipiranga Petróleo, eu estou citando nome porque já conversei com esse pessoal e nós estamos em negociação com um pouquinho mais de dificuldade com a Empresa Serrana, que é o Grupo Ceval, ou Grupo... melhor assim, também, tentando montar uma misturadora. Mas nós estamos mobilizando, Sr. Presidente, os próprios produtores de Alto Taquari. Se não houver interesse das empresas montarem uma misturadora de fertilizantes, aqui, nós vamos nos organizar, os produtores de Alto Taquari, de Alto Araguaia, de Alto Garças, de Costa Rica, tentar fazer uma parceria e aí, sim, montar uma misturadora dentro também do terminal, nós vamos começar esse estudo a partir de agora. Então, essas seriam as notícias das empresas que estamos correndo atrás. Nós precisamos da ajuda dos Deputados para que sensibilize o Governador do Estado de que é melhor, às vezes, baixar o ICMS de 17% para 12%, perder 05%, do que perder os outros 12% a empresa se instalar em outro Estado ou em outra região, deixando a nossa região sem. Eu prefiro ganhar os 12% e manter uma atividade sustentável em todo nosso Município e nossa região, do que ficar um terminal morto sem nenhuma indústria. Gostaria da atenção dos Srs. Deputados para isso. Mas, estamos indo além disso, nós estamos pleiteando... Estivemos, também, numa audiência, há dez dias atrás, não me lembro direito, com o Secretário da Receita Federal Everardo Maciel, na qual o Prefeito de Costa Rica gentilmente conseguiu, através dos seus Deputados, dos seus amigos, e nós tivemos uma hora e quinze minutos de audiência com o Secretário. Só para finalizar, depois de uma longa conversa, Mato Grosso está pleiteando, sim, um terminal, aliás um porto seco ou uma agência alfandegária, eu não sei direito como funciona, mas nós chamamos isso de porto seco. O próprio Secretário nos disse que teria três reivindicação como a nossa: Rondonópolis já tinha reivindicado para instalar esse porto lá, e Cuiabá já estaria reivindicando para ser instalado lá. E nós tentamos, de uma maneira humilde e técnica, mostrar ao Secretário que Alto Taquari, que está na região dos três Estados, teria maior viabilidade econômica e técnica, posso estar errado em alguns pontos, mas é o meu ponto de vista e da equipe que está ajudando a montar esse projeto. Resumindo, enfim, o Secretário nos autorizou a fazer o Projeto, nós já estamos com o Projeto em andamento, ele, no começo, não ia autorizar, mas depois autorizou a fazer o Projeto. Se Deus quiser, até vinte de maio nós protocolamos nas mãos do Secretário o Projeto pronto do nosso porto seco, na divisa dos três Estados, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Nós pedimos a compreensão, sabemos que Rondonópolis é um grande pólo, e sabemos que Cuiabá é a Capital do Estado, mas eu vou dizer só três fatores de por que Alto Taquari, essa região, eu acho que tem mais viabilidade técnica do que Rondonópolis e Cuiabá. É lógico que, agora, Sr. Presidente, eu estou vendendo, aqui, o peixe do meu município... Primeiro deles, por que o produto sairia de Alto Taquari, Alto Araguaia e Alto Garças para ser embarcado num porto em Cuiabá ou em Rondonópolis? Não teria viabilidade colocar aqui, levar até lá e depois voltar. Haveria o frete para ir e para voltar. Todo produto produzido em Mato Grosso, e até, se for o caso, em Rondônia e no

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Pará, tem que passar por aqui. E Alto Taquari é Mato Grosso, vai ser alfandegado dentro de Mato Grosso, porque aí vem uma série... Está aí o Prefeito de Costa Rica que ouviu: nós tomamos uma aula! Eu não domino bem a área de fiscalização, mas os incentivos, o que aumenta de receita para o Estado e para o município com a abertura de um porto seco, é um negócio inacreditável. Eu posso falar isso com mais embasamento, porque nós tivemos a oportunidade de passar dois dias no porto seco de Maringá. O mesmo grupo que montou o projeto de porto seco de Maringá está montando para Alto Taquari. Nós já contratamos a equipe para apresentar o projeto. Eu fiquei de queixo caído ao ouvir que 30% a 40% da receita da Maringá vem do porto seco - para Vossas Excelências verem! Muita gente, às vezes, não está observando a importância da briga disso. Então, esta seria a segunda hipótese: Alto Taquari está num ponto estratégico. O produto que carregar no Norte de Mato Grosso teria que passar por aqui para ser alfandegado. E Alto Taquari é Mato Grosso, 75% do que se arrecada do ICMS do Estado, não interessa em que Município, vai para o Estado. Então, nós precisamos descentralizar um pouco tanto o poder, como os pólos regionais, porque nos maiores pólos, que são Rondonópolis e Cuiabá, também chegam muitos problemas juntos. E se nós descentralizarmos, deixando para o nosso pequeno município algumas pequenas indústrias e, também, se possível, porque nós vamos comprar essa luta, essa briga, junto com os outros dois Estados até o fim... Se não conseguirmos trazer aqui, Deputado Humberto Bosaipo, desencargo de consciência do Prefeito de Alto Taquari, porque eu estou usando toda a pequena força que nós temos para tentarmos instalar esse porto seco aqui dentro. E a terceira é que nós já temos a grande vantagem: nós já temos um terminal funcionando e pronto. O próprio Presidente nos disse que, se não houver captação do fundo de recursos, ficará difícil chegar em Rondonópolis no ano que vem. Nós não somos contra... Tem um monte de faixas aí sobre a Ferrovia chegar a Cuiabá. Nós queremos que chegue a Cuiabá, a Santarém, a Porto Velho... Isso é o desenvolvimento, porque tudo que carregar lá para cima vai passar dentro do nosso Município e é um desenvolvimento integrado, Deputado. Nós somos totalmente a favor que a Ferrovia siga e que ajude os nossos irmãos, inclusive porque muitos produtores de Alto Taquari, como eu, também têm terras no Norte de Mato Grosso e sofrem com o custo do frete na região de , onde eu tenho terra, e , os companheiros produtores de lá sabem, e como produtores rurais temos que defender a classe produtora, que a única saída é o barateamento do frete. Então, Srs. Deputados, isso é uma briga que nós estamos entrando agora, pedimos ajuda do Senador Carlos Bezerra, do Senador Jonas Pinheiro, dos nossos Deputados Federais, até fiquei feliz que agora acabei de receber um ofício do nosso amigo Deputado Federal Wilson Santos, que já encaminhou para o Ministro Eliseu Padilha, dando apoio ao porto seco em Alto Taquari. Quero agradecer ao Deputado Federal Wilson Santos... (PALMAS)... E peço humildemente a todos os Deputados Federais, à Bancada Federal do Estado de Mato Grosso, no sentido de dizer que Alto Taquari é Mato Grosso e se esse porto seco for instalado aqui, vai ser beneficiado todo o nosso Estado - com certeza. Para finalizar, eu gostaria de agradecer ao Presidente da Assembléia, acho que é uma mensagem curta, Sr. Deputado, mas para nós é, com certeza, e vai ser, até se não tiver outra dessa, a mais importante reunião para o nosso município. Nós vamos, sem dúvida, brigar até o fim para fortalecer o Sul de Mato Grosso, juntamente com os amigos Prefeitos, que depois vão ter oportunidade também de colocar as suas idéias e dizer a todos os empresários aqui presentes que nos ajudem nessa caminhada, porque o grupo FERRONORTE, através da sua diretoria, já nos procurou dizendo que a parte deles eles estão fazendo - e eu concordo com isso - que é transportar o nosso produto a um custo

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Fagundes; Presidente da FERRONORTE; Prefeito; demais prefeitos aqui presentes; Srs. Vereadores; demais autoridades; meus amigos. Eu ouvi a fala do representante do Ministério e ele falava que a questão da infra- estrutura é fundamental para diminuir o Custo Brasil. Mas, nós não vamos resolver o problema da agricultura brasileira só resolvendo o problema do transporte. O Brasil é o país que menos investe em biotecnologia na América Latina, não vou dizer nem no mundo, não, na América Latina! Hoje, nós perdemos para o Chile e para a Argentina, em matéria de investimento e pesquisa de biotecnologia. E estamos ainda com umas discussões aí que eu acho meio equivocadas na questão dos transgênicos. O Brasil, eu já sei a posição do Deputado Gilney Viana, aqui, e de alguns, mas eu acho que isso vai influenciar, futuramente, o Custo Brasil enormemente. A nossa competitividade vai diminuir. Essa é a realidade! Pode ser a favor ou contra o transgênico, mas a verdade é que isso já está tendo uma interferência no custo da agricultura mundial, e vai ter cada vez mais, porque a pesquisa avança, a cada dia vem uma novidade que interfere no custo da produção, e o Brasil não está levando isso na consideração devida. Eu já não digo aí na questão dos transgênicos, mas, no geral, principalmente na questão da biotecnologia, que eu acho que um País, da dimensão do nosso, não poderia estar no estágio que está em matéria de biotecnologia. Mas quero, aqui, dizer que neste atual Governo houve um avanço enorme na questão de diminuir o Custo Brasil. O representante do Ministério colocou, aqui. Não deviam aprovar projetos como esses aqui. O Governo Federal tem sido decisivo. Eu me lembro que quando eu fui Relator Geral do Orçamento de 97, no Congresso havia uma briga por conta da ponte rodoferroviária, que liga São Paulo a Mato Grosso do Sul. Quase metade da Comissão de Orçamento era contra a ponte, falavam miséria da obra! E o Governo, meio hesitante com relação ao assunto, não querendo tomar uma posição mais determinada, eu como Relator do Orçamento, sabendo que aquilo era importante para Mato Grosso, para Mato Grosso do Sul, para o Brasil, peitei toda Comissão, peitei e coloquei todo recurso para terminar a ponte, colocamos duzentos e tantos milhões que foi o possível para terminar essa ponte e os trilhos estão chegando, aqui, até hoje. Se houvesse um Relator do Orçamento frouxo, medroso, não teria colocado recurso - e lá grande parte tem medo, quando sobe um, dois, na tribuna, correm com medo, mas nós assumimos e conseguimos fazer com que essa ponte acontecesse, terminasse, e os trilhos chegassem aqui. O Presidente Fernando Henrique, quando a ponte passou, terminou, e os trilhos chegaram aqui, eu tive um almoço com ele, lá no Palácio Alvorada, e mostrei para ele os pontos de estrangulamento, que a Ferrovia precisava do apoio da SUDAM, mas que estava inviabilizada pela estrutura legal da SUDAM, e mostrei ao Presidente quais eram os pontos. Ele não hesitou. Na mesma hora, na minha frente, ligou para o Ministro e disse: “Olha, o Bezerra está aqui com a proposta de mudança da legislação da SUDAM. Eu acho que a proposta é boa e tem que ser realizada. Vamos fazer isso imediatamente”. E depois de um ano de luta contra a SUDENE, que era contra porque achava que os incentivos deixariam de ir para o Nordeste e iriam para o Norte, que tem mais oportunidade. No final, o Ministro de Ângelis não queria definir, porque o Norte estava contra o Nordeste, etc. Eu tive uma conversa dura com ele e disse: Olha, Ministro, eu assisti o Presidente da República ligar para o Senhor. Agora, o Senhor é o juiz, tem que decidir, desempacar isso. Senão eu vou voltar ao Presidente da República novamente. Isso é um absurdo, isso é contra o Brasil! E o Ministro, uma semana depois, decidia a questão, dando a oportunidade que grandes projetos recebessem incentivos fiscais da SUDAM, porque, até então, somente pequenos projetos podiam receber incentivo fiscal da SUDAM, principalmente os projetos de infra-estrutura, como é o caso da FERRONORTE.

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A partir daí o Governo liberou uma parcela de sessenta milhões e ainda ontem, à tarde, uma pessoa ligada ao atual interventor da SUDAM disse-me - não foi ele, mas foi uma pessoa que é muito ligada a ele - que ele estará liberando imediatamente os recursos que estão retidos na SUDAM para a FERRONORTE. E essa outra parte para chegar a Rondonópolis, eu tenho certeza que o Presidente Fernando Henrique dará todo apoio para liberar esse recurso, porque é um dos projetos que é a "menina dos olhos" do atual Presidente da República, do atual Governo. Eu sei que não faltará apoio para que essa Ferrovia não só chegue a Rondonópolis, como, também, chegue a Cuiabá. Isso é de fundamental importância para nós (PALMAS). Eu estive no Planejamento, eu sei, captei, pois venho conversando com a FERRONORTE diuturnamente, que eles têm dúvidas sobre a viabilidade econômica do Projeto de Rondonópolis a Cuiabá. E, portanto, temerosos de investir. Já prevendo isso, eu estive com o Ministro Marcus Tavares, esta semana, e sei que é preciso três milhões para se fazer o projeto de engenharia. O Governo Federal vai bancar esse projeto. Vamos colocar no orçamento do ano que vem, aprová-lo e a FERRONORTE vai estar com esse recurso para fazer o projeto de engenharia de Rondonópolis a Cuiabá. Sobre o Porto Seco, Prefeito, que Vossa Excelência reivindica para cá, e com razão, eu tive uma discussão muito grande sobre a questão com o Governador do Estado. Porque, quando eu vi os trilhos, eu liguei para o Prefeito de Rondonópolis e lhe disse: Olha, os trilhos vão chegar aí. Vamos adiantar, preparar a cidade para receber os trilhos, vamos fazer um projeto de porto seco para Rondonópolis. E orientei ele, falei assim: Contrata a Fundação Getúlio Vargas, que é o melhor órgão para isso. E o Prefeito contratou, fez um projeto, um projeto muito bem feito pela Fundação Getúlio Vargas, com viabilidade econômica. Na hora de terminar a decisão, recebo uma ligação às 23:00 horas, do atual Secretário da Receita, Everardo Maciel, na minha casa: “Senador, eu recebi um ofício do Governador pedindo que o porto seco fosse para Cuiabá!” Não era um projeto, um ofício apenas: “Eu sinto muito informar o Senhor que o porto seco eu estou deferindo para Cuiabá e, portanto, indeferindo o porto seco para Rondonópolis." Eu achei aquilo um absurdo, porque em Mato Grosso cabe mais de um porto seco! Acho que isso é questão de viabilidade econômica, pode ter um, dois, três! Minas Gerais tem um em Uberlândia e outro em Uberaba, duas cidades próximas! Isso é questão de viabilidade econômica, os empresários é que vão adquirir (PALMAS). Hoje, o projeto de Rondonópolis está adiantado, tem os empresários que vão investir em Rondonópolis, o projeto de lá está adiantado. Isso não quer dizer que não possa ter um outro porto seco aqui atendendo não só esta região aqui como atendendo Goiás e Mato Grosso do Sul. Nós vamos apoiar, Sr. Prefeito, o seu projeto, porque ele é importante não só para Mato Grosso, mas importante para o Brasil, que tem que exportar mais (PALMAS). Então, Prefeito, conte conosco, conte com este Senador e tenho certeza que contará também com toda a Bancada de Mato Grosso que estará ao seu lado para ajudar a viabilizar esse projeto! Eu não quero me alongar, quero parabenizar o Presidente da Assembléia, os Deputados aqui presentes por esse esforço da Assembléia Legislativa de Mato Grosso para vir para o interior do Estado, para conhecer a realidade, para discutir a realidade de cada região. É uma iniciativa louvável, uma iniciativa que não deve paralisar, deve continuar. Vossa Excelência sabe que eu sou um homem do interior e em Mato Grosso o queixume do interior é muito grande, o interior do Estado todo se sente um pouco abandonado. Então, a presença da Assembléia Legislativa, a presença dos Deputados aqui ajuda a aparar um pouco essas arestas. Eu vejo aí essa questão da divisão do Estado e Mato Grosso

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. hoje está muito ligado a isso, muito ligado à situação em que se encontra o interior do Estado. Mas, com iniciativas como essa e outras, eu tenho certeza que nós vamos ajudar a animar mais e unificar mais o nosso querido Mato Grosso. Parabéns, Presidente! Parabéns, Deputados! Muito obrigado. Felicidades a todos! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - Nós comunicamos aos Srs. Deputados Estaduais de Mato Grosso, que hoje à noite nós estaremos realizando uma Audiência Pública em Rondonópolis, por solicitação dos Deputados Zé Carlos do Pátio e J. Barreto, com o Diretor-Presidente do DVOP, Dr. José Carlos Novelli, e toda a sua equipe, para tratar das questões de estradas da região Sul. Todos estão convocados para hoje, às 20:00 horas, no Novotel, em Rondonópolis, que é a continuidade do trabalho que estamos fazendo de interiorizar a Assembléia, como já fizemos em Poconé e já fizemos diversas vezes, em alguns municípios, nesta gestão. Com a palavra, o eminente Senador Jonas Pinheiro. O SR. JONAS PINHEIRO - Sr. Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Humberto Bosaipo; Srs. Deputados Estaduais presentes; Sr. Prefeito de Alto Taquari, Lairton Sperandio; Srs. Prefeitos visitantes, Senador Carlos Bezerra, Deputados Federais Welington Fagundes e Wilson Santos; Srs. Diretores da FERRONORTE, Dr. Nelson Bastos e Dr. Sérgio, Srs. Vereadores: Nós somos muito ligados a Alto Taquari, desde o seu nascedouro, e aí já se vão trinta anos, foi como Coordenador do Programa POLOCENTRO, do Programa de Desenvolvimento do Cerrado, como Presidente da EMATER, quase vinte anos como Deputado Federal e Senador, e participamos de todas as suas etapas de desenvolvimento. Mas, há seis anos, no mês de março, vim fazer uma visita, no Dia de Campo, a convite do Eroci, quando Alto Taquari e região estava desanimada, com produtividade de dezessete, dezoito, vinte sacas de soja por hectares. Eu estou lembrando isso, Eroci, porque há poucos dias eu vi ali na sede da Sementes Adriana o Estado lançando o Projeto Mato Grosso - Setenta Sacas de Soja por Hectare e me lembrei daquela oportunidade, quando aqui a Associação dos Produtores de Alto Taquari lançava, naquela época, Taquari - Setenta Sacas de Soja por Hectare - e evidentemente vamos chegar lá. Nós fazemos parte de uma comissão de alto nível, comandada pelo Ministério da Agricultura, eu o Senador Arlindo Porto, cinco Deputado Federais, o Presidente da CNA, Presidente da OCB, da EMBRAPA, reunimos às quintas-feiras em Brasília para tratar desse assunto, assunto da agricultura. Como vamos fazer com a agricultura brasileira? E, agora, nós pegamos uma empreitada, como vamos aumentar a renda do produtor brasileiro? O problema da agricultura brasileira é renda. Pois bem, esse programa nós já estamos trazendo há muito tempo, foi desse programa que surgiu a chamada securitização da agricultura brasileira. Depois veio a dívida, a altíssima dívida dos produtores brasileiros impagáveis, em função das várias etapas dos planos econômicos que daí surgiram, passamos pelo RECOP, passamos pelo PESA, agora terminamos a parte de financiamento organizando os fundos constitucionais. O nosso FCO, o FNO, o FNE, hoje ele está exatamente na roupagem jurídica que nós precisávamos. Dívidas alongadas, juros mais baratos, enfim, quem hoje está entrando no financiamento dos fundos constitucionais ou quem tinha o financiamento pode, agora, normalizar a sua vida, porque os fundos constitucionais que nós criamos para desenvolver as regiões e que não estava fazendo esse papel, hoje, vem fazer esse papel conforme quiseram os Constituintes de 1988. Mas, outras medidas estão sendo tomadas pelo Governo Federal e pelo Congresso Nacional para a organização da agricultura brasileira. Foi desse diálogo que nasceu a nova Lei da Armazenagem, que tem muita coisa a ver com esta região. A Lei da Armazenagem, que era de 1903,

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. extremamente arcaica para a atual situação, já está aí a nova Lei e já está regulamentada. O programa de classificação de produtos agrícolas. Por que só o Poder Público classificar produtos agrícolas? Se, às vezes, a própria classificação não valia nada, se eu quero comprar algodão e alguém produz, somos nós que interessamos nessa classificação, ele como vendedor e eu como comprador. Portanto, está aí a nova Lei da classificação agrícola. Veio a Lei de Nova Frota, renovação das frotas com juros mais baratos de máquinas e equipamentos agrícola. Votamos a Lei do Contrato de Opções, veio a CPR-Cédula do Produto Rural, depois veio a CPR com liquidação financeira, se você faz um empréstimo para sua produção, você não tem mais a obrigação de entregar o produto, se o mercado está melhor, você vende e entrega em dinheiro - em dinheiro! Portanto, são avanços que nós estamos trazendo ao produtor agrícola. Recentemente, e ontem ainda tratando especificamente de Mato Grosso, estamos aí caminhando para a solução do problema do setor sucro-alcooleiro, lembram que há pouco tempo o álcool estava a 0,20 centavos o litro e para produzir era 0,32 centavos; o açúcar, para produzir, era 15 reais a saca, ele estava sendo vendido 9 reais a saca. O setor passou dois anos com extremos prejuízos! Ontem ainda resolvemos o chamado problema dos “caloteiros da PETROBRÁS”, que produzem álcool - um absurdo. É um absurdo! Todas as usinas de Mato Grosso têm lucro, têm saldo. Aliás, têm saldo junto a MP e taxado de caloteiro. Ontem, enquanto o Brasil estava parado assistindo a Comissão de Ética, nós estávamos na PETROBRÁS resolvendo o problema dos produtores de álcool e açúcar do Estado de Mato Grosso. O setor de borracha, que era um setor que estava contaminado, perdido, perdendo tudo, estamos aí ainda com uma Lei, a Lei da época que nos apoiou muito o Dr. Clóvis Carvalho, a Lei do Subsídio da Borracha... Porque nós, apesar do problema do preço da borracha lá na Malásia estar prejudicando o preço aqui no Brasil, mas de qualquer maneira, ainda aquela Lei é a Lei redentora do setor de borracha do Brasil. Enfim, o que nós queremos é dar prosseguimento nessa ação para aumentar a renda do produtor. Mas, a renda do produtor não vai aumentar se nós não estamos tratando do assunto de hoje, diminuição do Custo Brasil, diminuição do preço de transporte, isso tudo é fundamental, para que possamos resolver esse problema. Ontem de manhã, no Ministério da Agricultura, com o Dr. Márcio Fortes, nós estávamos tratando da concorrência do produto brasileiro. Olha, ninguém de nós pensávamos que nós íamos chegar a 95, 96, com milhões de toneladas de grãos. Chegamos! E agora, fazer o que com esses grãos? O preço tão barato. Uma vez, como já havia dito, aqui, o Dr. Carlos Naia, os países têm dinheiro à vontade para dar subsídio e nós não temos. Ontem, estávamos tratando da votação de uma Mensagem Presidencial onde dá ao Ministério da Agricultura para sustentar o preço do produto agrícola brasileiro, um bilhão e noventa milhões de reais, exatamente para garantir preço, para garantir renda, pelo menos garantir o preço mínimo dos produtos brasileiros. Portanto, é nessa linha que eu quero, nesta Audiência Pública promovida pela Assembléia Legislativa, coordenada por esse grande brasileiro, Deputado Estadual Humberto Bosaipo, Presidente da Casa, é que nós queremos dar a esta região, não só do Estado de Mato Grosso, mas de outros Estados, o nosso apoio, queremos estar ao lado de vocês, como sempre estivemos, são quarenta anos de vida pública que nós, mais uma vez, colocamos à disposição de vocês. E, quando nós estamos falando em garantir renda, em garantir ação, nós estamos,

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. hoje, no Congresso Nacional com uma Medida Provisória, que é a Medida Provisória que renova, ou agrega, ou muda alguns itens do Código Florestal, são sessenta e duas edições. Cinco anos e dois meses! Medida Provisória que deixa os proprietários no Brasil, sobretudo na região da Amazônia, considerando também Mato Grosso, em situação de instabilidade. O que nós vamos fazer com a nossa propriedade? Vamos tê-la ou vão tomar de nós? Pois bem, nós marcamos a votação dessa Medida Provisória do Código Florestal para o dia 02 de maio. O Relator pediu um prazo de mais um mês. Então, vamos para mais uma edição, vamos à edição de número sessenta e três, e já marcamos a votação dessa Medida Provisória para o dia 30 de maio. E como está sendo conduzida essa Medida Provisória? Nós estamos conduzindo essa Medida Provisória através das nossas reuniões e relatado pelo eminente Deputado Moacir Micheletto, da seguinte forma: vai valer o zoneamento agroeconômico ecológico, e esse momento é importante para tratar disso, porque é uma Lei de nível estadual e que vai ser tratada por esta Casa, pela Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso! Nós já fomos ao Acre, onde o seu Código Florestal está pronto. O Governo do Acre, que é o Governo da Floresta, estabelece como passível de utilização 26% do Estado do Acre, deixando 74% do Estado do Acre com cobertura florística original na região de floresta. No Estado de Rondônia, está pronta uma extraordinária lei do zoneamento agroeconômico e ecológico, onde o Estado preserva 70% de cobertura florestal e utiliza 30%, conforme determinação do zoneamento. Está na hora de Mato Grosso fazer, também, o seu zoneamento, porque a Medida Provisória que nós estamos aprovando é deixando de cobertura florística, na área florestal, na Amazônia brasileira, em torno de 80% da Região Amazônica. Porém, na propriedade privada, que só tem 26% dentro da Amazônia, poderá ser explorada na sua plenitude, deixando a parte permanente de obrigação, com a reserva permanente podendo utilizar, desde que haja recomendação do zoneamento ecológico e econômico para aquele Estado. Portanto, é uma Medida Provisória que precisou se alongar por mais um mês para esse entendimento global, mas que, com certeza, dará aos proprietários a garantia de que eles não vão perder suas propriedades; dará garantia ao Brasil de que continuará produzindo onde poder produzir... O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - Vossa Excelência dispõe de três minutos para encerrar. O SR. JONAS PINHEIRO - Eu vou encerrar dentro de um minuto. No cerrado, a reserva deve ficar em torno de 50%, a reserva no Estado. A reserva no Brasil, de cerrado, será de 50%. Agora, onde o cerrado for bom dentro da propriedade privada, ele poderá ser utilizado plenamente, como é utilizado nesta região. Se isso não acontecer, evidentemente, o Código Florestal, como está na Medida Provisória, parte de Alto Taquari será expulsa da sua propriedade, porque teria que reflorestar o que nunca foi florestado. Por isso, meus amigos, caro Presidente, Deputado Humberto Bosaipo, Srs. Deputados, nós estamos à disposição para tratar de todos esses assuntos, se esses assuntos vêm ser do interesse do Estado de Mato Grosso, do Brasil e dos produtores rurais. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - Com a palavra, o Deputado Wellington Fagundes. O SR. WELLINGTON FAGUNDES - Eu gostaria de cumprimentar o Deputado Humberto Bosaipo, Presidente da Assembléia Legislativa, juntamente com o Deputado Gilney Viana e o Deputado J. Barreto, representando aqui a Mesa Diretora e todos os Deputados Estaduais que aqui

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. estão; o Prefeito Lairton João Sperandio; quero cumprimentar também o Senador Carlos Bezerra e o Senador Jonas Pinheiro; o Deputado Federal Wilson Santos, o Deputado Federal Geovan Freitas; também que aqui nos visita, o Sr. Nelson Bastos representando a FERRONORTE, o Sr. Zeca d'Ávila, o Presidente da Câmara de Vereadores de Alto Taquari, cumprimento todos os Vereadores da cidade e da região, e aqui cumprimento toda a população. E dizer, Sr. Presidente da Assembléia, que eu gostaria aqui de estar falando em nome de toda a Bancada Federal que aqui não está presente, o Senador Antero - que agora há pouco acabou de nos ligar pedindo que registrasse o motivo de não poder estar, porque está lá na Comissão de Ética do Senado - e dos outros Deputados Federais que aqui não puderam estar por outros compromissos, até do Governador Dante de Oliveira, que também, com certeza, por outros compromissos não pode estar aqui. E eu estou dizendo isso, porque aqui eu até invocaria o testemunho do Dr. Nelson, que todas as vezes que a Bancada Federal, juntamente com o Governador, foi convocada para estar junto ao Presidente da República, junto ao Presidente do BNDES, porque lá estivemos algumas vezes e também no Congresso Nacional a Bancada de Mato Grosso, sem exceção, esteve apoiando o Projeto da FERRONORTE. Portanto, eu gostaria aqui, mais uma vez, de não trazer isso para mim ou não levar apenas para a responsabilidade desse ou daquele, porque teve com certeza a participação e o apoio de todos aqueles mato-grossenses que estão lá em Brasília representando. Eu sempre tenho dito que em Brasília é "uma briga de foice no escuro", porque lá nós somos apenas onze Parlamentares para às vezes estar lutando contra as Bancadas como a de São Paulo, com mais de setenta Parlamentares. Então, precisa ter muita união, muita dedicação, muita força de vontade para que a gente traga as conquistas para o nosso Estado. E, assim, tem sido a atitude de toda a Bancada do Estado de Mato Grosso, não só em relação à FERRONORTE como no Orçamento da União e outras tantas bandeiras do Estado de Mato Grosso. Eu quero aqui mudar um pouco o enfoque do que foi dito até agora. O Senador Jonas Pinheiro, conhecedor principalmente da área da agricultura, o papel da agricultura, que já foi enfocado pelo Prefeito, a FERRONORTE e o próprio Presidente da FERRONORTE dizendo do papel da empresa, com o objetivo de cumprir o seu papel, que é transportar grãos e gerar lucros. Esse é o papel da FERRONORTE e também de estar interiorizando o desenvolvimento. Aqui, principalmente por estar numa Sessão da Assembléia Legislativa, eu gostaria de contribuir com uma sugestão: a grande preocupação que nós temos é com o impacto que uma obra dessa traz ao chegar num Município, e aqui nós temos o exemplo de Alto Taquari, todos nós, com entusiasmo, porque é importante a FERRONORTE na questão da competitividade, na questão do custo, mas também tem o aspecto social, Deputado Humberto Bosaipo. Chega a FERRONORTE, chegam outras empresas, como outras obras grandes em qualquer outro local, e também chegam os problemas. E é aí onde eu acho que nós, Poder Público, o Governo do Estado, a AMM, enquanto Associação dos Municípios Mato-grossenses, já estamos muito atrasados no sentido de desenvolver um projeto de desenvolvimento sustentado com o impacto dessa obra ou outras obras que porventura aconteçam em nosso Estado. Já cansei de ver no Brasil a construção de hidroelétricas para levar energia para os grandes centros e, de repente, a pequena cidade que tem a hidroelétrica estar sem luz - isso já aconteceu no Brasil muito. Então, o que nós precisamos fazer é exatamente, e aí eu acho que a preocupação não é da FERRONORTE e não deve ser dela mesmo, a preocupação tem que ser do Governo do Estado e dos municípios. Eu me lembro bem da administração passada, do Prefeito anterior, e agora deste

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Prefeito, que já me visitou algumas vezes lá em Brasília, com a sua angústia, como Prefeito, de ver chegando pessoas, famílias, homens, mulheres e crianças e a cidade não ter um hospital, não ter escolas, não ter a infra-estrutura mínima necessária. E os resultados que a própria ferrovia traz para o município não é a curto prazo, não é imediato, mas a médio e longo prazo. Está aí a necessidade de todos nós políticos estarmos envolvidos e somar esforços para garantir que no impacto de uma obra como essa o Município também tenha o apoio necessário para as obras de infra-estrutura. Por isso eu tenho a felicidade de estar aqui hoje, juntamente com o Prefeito, após esta Sessão, inaugurando o primeiro Hospital Municipal desta cidade, com recursos que aloquei no Orçamento do ano passado, já pela angústia do Prefeito anterior, mas com certeza, de muitas outras obras o município precisa e o Prefeito já colocou aqui algumas delas, a questão do anel viário, porque com certeza é um transtorno para a população e ele não registrou aqui acidentes, ou outras coisas tantas que acontecem com esse grande movimento. Portanto, eu não quero aqui delongar muito, mas eu gostaria de sugerir à Assembléia Legislativa, que convocasse uma reunião específica com o Governador, com a equipe de Governo, com a AMM, para estarmos discutindo o que é que a FERRONORTE e aí o BNDES, inclusive, está financiando, o “S” do BNDES que é área social tem e pode aplicar recurso nessa área social e aqui os recursos do BNDES na nossa região, nessa área é muito pequena, eu tive a oportunidade de conversar com o Presidente do BNDES, poucos recursos nessa área social tem sido investido na nossa região. Por quê? Talvez por falta de articulação política nossa. Então, é nesse aspecto que eu queria somar com a Bancada Estadual, com todos os Parlamentares Federais e o Governo do Estado para encontrarmos realmente soluções para a cidade. Não só para Alto Taquari, Alto Araguaia, enfim, para todas as cidades que vão sofrer esse impacto no desenvolvimento que a FERRONORTE com certeza vai trazer. Mas nós queremos um desenvolvimento organizado e não um desenvolvimento que cause transtorno, cause preocupação, enfim, prejudique a qualidade de vida da população, porque esse novo milênio não tem outra discussão, a discussão é a qualidade de vida da população. Nós precisamos fazer com que o nosso povo viva feliz. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - Com a palavra, o nobre Deputado Wilson Santos. O SR. WILSON SANTOS - Cumprimentar todas as Senhoras e os Senhores que se encontram aqui, em nome do Francisco e do Vicente Vuolo, filhos do eterno Senador Vicente Vuolo, pai dessa luta, pai deste sonho, eu quero cumprimentar todos os presentes. Prefeito Lairton João; Presidente Humberto Bosaipo que está de parabéns em inovar essa prática trazendo a Assembléia Legislativa para o interior; vários Deputados que estão aqui, hoje, pela primeira, alguns até se surpreendendo com o potencial de Alto Taquari, outros se surpreendendo com a não conclusão da MT-100. Quero cumprimentar o Senador Carlos Bezerra, que este ano tem um papel decisivo para os interesses de Mato Grosso, volta depois de quatro anos a presidir a Comissão Mista do Congresso Nacional, que trata da principal peça a ser discutida por aquela Casa, que é o Orçamento e o Senador Bezerra tem condições e deve se empenhar como se empenhou em 97, alocando o máximo de recursos para Mato Grosso, porque essa prática tem sido também dos ministros. O Ministro Ovídio de Angelis tem destinado para o nosso vizinho Estado de Goiás o que pode. Semana passada, o Ministro Fernando Bezerra destinou mais de 30% de todos os pagamentos feitos até agora para o seu Estado de origem. Enquanto esse modelo de pacto federativo não mudar, os

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. nossos representantes da Bancada, quando estiverem ocupando cargos importantes devem trabalhar para destinar o máximo possível para os municípios de Mato Grosso e para o nosso Estado. Essa prática é muito feita no Nordeste, a Bancada Nordestina se une, esquece as divergências partidárias e ideológicas quando quer atingir alguma coisa. Este ano, Senador Carlos Bezerra, o Senhor tem a obrigação de fazer tudo que puder para trazer o máximo de recurso para Mato Grosso, para locar para FERRONORTE, Hidrovia Araguaia/Tocantins, o que for necessário para o nosso Estado...(PALMAS). Quero cumprimentar o meu amigo Geovan Freitas, jovem Deputado Federal por Goiás, que se interessa pelo assunto, nós temos tudo a ver, porque essa macrorregião aqui passa pela região de Goiás, pelo Mato Grosso do Sul e pelo nosso Mato Grosso. O Deputado Federal Wellington Fagundes, que falou muito bem da postura sempre unânime da Bancada Federal nas questões maiores. Quero cumprimentar os Deputados Estaduais Gilney Viana e J. Barreto, que estão compondo a Mesa. Quero cumprimentar o Deputado Eliene, o meu velho amigo; os Deputados Moacir Pires, Roberto Nunes, Amador Tut e Carlos Brito; o José Antônio Lemos, que representa neste ato o Prefeito da Capital, Roberto França; Vereadores; Sérgio Ricardo, Diretor da FERRONORTE. O Deputado Carlos Brito que vem insistentemente cuidando de maneira especial, Presidente Nelson Bastos, do traçado até Cuiabá, nós vamos tocar nesse ponto aqui. Presidente Humberto Bosaipo, quero falar rapidamente alguns pontos: primeiro, quero fazer uma solicitação para que o Governo do Estado, representado aqui por vários Deputados e em especial pelo Zenildo, do DVOP, que possa até o final desta gestão, Zenildo, concluir esses últimos 11 quilômetros. Nos últimos sete anos, o Governo fez aqui apenas 60 quilômetros, até o Córrego do Sapo; vinha de uma largura, de lá para cá diminuiu até a largura, a estrada tem duas larguras! De Alto Araguaia ao Córrego do Sapo tem uma largura, do Córrego Sapo para cá estreitou a largura... (PALMAS). É importante essa observação! Nós vamos ter aqui um trânsito pesado, pesadíssimo, já estamos tendo. É fundamental a conclusão pelo menos até o terminal ferroviário, se a MT não encostar até a divisa com Mato Grosso do Sul, que pelo menos chegue até o terminal ferroviário, faça parte do Governo Estadual, e não há por que alegar que não tem recursos, porque o Governo do Estado arrecada, hoje, duzentos milhões de reais por mês. Criou-se o FETHAB, que é um imposto novo, e o FETHAB é para a estrada, cobra por boi em pé, soja e combustível. Se essa estrada não é importante para Mato Grosso, qual é a estrada importante? Então, eu quero cobrar, aqui, do Senhor, para que leve ao DVOP a cobrança, a exigência desta região, da conclusão da MT-100, pelo menos até o terminal ferroviário. Outra questão, eu quero dizer ao Presidente da FERRONORTE, Dr. Nelson Bastos, homem experiente, que veio da iniciativa privada, é um dos proprietários, fundadores da Gradiente, arrumador de empresas, um gerente extraordinário, cobiçado e namorado por tudo quanto é empresa, nacional e multinacional, aqui, no Brasil. Dr. Nelson, eu quero fazer um pedido de ordem histórica. Eu tenho recebido vários materiais publicitários da FERRONORTE, tenho em meu gabinete, como o Senador Carlos Bezerra tem, o Senador Jonas Pinheiro tem, como o Wellington tem, marketing da FERRONORTE, mapa, em

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. tudo quanto é lugar, e nenhum desses lugares se faz referência ao pai dessa idéia, ao homem que foi chamado de louco, ao homem que foi chamado de bobo, ao homem que foi chamado de ultrapassado. Eu gostaria que a FERRONORTE, se for possível levar essa proposta ao Conselho Deliberativo, em todo seu material publicitário colocasse uma lei estadual, em território mato-grossense, a Ferrovia tem nome: Chama-se Ferrovia Senador Vicente Vuolo, o pai dessa idéia, o pai dessa luta! Quero também dizer ao Dr. Nelson Bastos sobre a quebra do monopólio de embarques e desembarques, que é fundamental. Não é possível que tantas pessoas que venderam o que tinham no Sul, em São Paulo, aqui em Goiás, no Nordeste, vieram comprar terras aqui, que hoje são caríssimas, altamente valorizadas, e isso é bom, investiram o que tinham e o que não tinham, e hoje têm dificuldades de embarcar na ferrovia. Então, é importante que essa quebra do monopólio do embarque em Santos seja levada com velocidade por parte da FERRONORTE. Eu sei dos enormes investimentos que a FERRONORTE tem feito, 74% da FERROBAN, e sem a FERROBAN tudo isso, aqui, estaria anulado, não tenham dúvida disso! Mais de 50% da PORTOFER, 50% dos terminais graneleiros, da Novo Oeste 100%. Os investimentos todos fora de Mato Grosso - faço esse apelo também Quero, também, Deputado Humberto Bosaipo, por último, aqui, dizer sobre o ICMS. Aqui, em Goiás, é 12%. Quando entramos em Alto Araguaia, passa para 17%. Tem-se que pagar 5%. Isso é ruim para todo mundo. E o Governo do Estado já tem políticas de incentivo na área do algodão; tem na área da suinocultura e tem no couro. Eu acho que já está na hora de reconhecermos que o ajuste fiscal do Governo Estadual já foi feito há muito tempo. Os servidores há sete anos não sabem o que é reposição de perdas. Eu não estou dizendo aumento salarial, mas reposição de perdas! A arrecadação do Estado mais do que dobrou nos últimos anos. Eu acho que o Estado de Mato Grosso tem plenas condições, neste momento, de reduzir a carga tributária de 17% para 12%, tornando o produto mais competitivo (PALMAS). Diz aqui o Senador: “Energia elétrica sobe 3%”. Por último, eu quero dizer que, Sr. Lairton Sperandio, nós que estivemos aqui no mês passado entregando uma unidade móvel de saúde, uma ambulância para Alto Taquari, nós vamos estar aqui mês que vem lançando uma creche e lançando um mini-estádio, que é fruto do pedido do ex- Prefeito João, dos vereadores e de Vossa Excelência, que envidou todos os esforços para que isso acontecesse e, de maneira particular, do nosso assessor Vicente Vuolo. Por último, eu quero chamar a atenção do meu amigo Zeca d'Ávila, da FAMATO, do Senador Jonas Pinheiro e do Deputado Humberto Bosaipo: o mundo americano, tanto Norte, Centro e Sul, está discutindo uma coisa de suma importância para o homem da roça de Alto Taquari, que é a formação da ALCA. Eu quero sugerir ao Presidente, Deputado Humberto Bosaipo, que crie uma Comissão Especial na Assembléia Legislativa, que crie desde já uma Comissão, formada por cinco Parlamentares, para começarem a conhecer e a se interessarem por um assunto que irá mudar os destinos da economia do Brasil e, em especial, do agro business. Os Estados Unidos representam o maior protetor. Os Estados Unidos, que faz a maior política protecionista, seja de forma tarifária, de forma fitossanitária, de forma de cotas, de forma de dumping, das mais diferentes formas que os americanos fazem a sua proteção, a sua economia, e, Senador Bezerra, o setor que eles mais protegem é o setor da agricultura, Nelson Bastos. Esse é o setor mais protegido, mais fechado. A tarifa média americana é 4%, enquanto que a nossa média é 14%. Porém, eles têm 135 tarifas acima de 35%. E dessas 135 tarifas, mais de 100 são na área da agricultura e da pecuária. A ALCA tem que ser tratada com muito cuidado, senão o Brasil vai "entrar de gaiato", vai "ficar vendo navio". E o Mato Grosso,

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A ferrovia é inviável, Sr. Presidente, não é porque ela chegou na beira do Rio, é porque ela não tinha condições de passar para a outra margem, era por isso que ela era inviável. E sem os seiscentos milhões do orçamento público federal, como relembrou o Senador Bezerra e os outros tantos do orçamento do Governo de São Paulo, ela seria inviável. Então, a ferrovia, a FERRONORTE, o FERROPASA, tem dívida, dívida para com o Orçamento da União, não é divida financeira, porque não existe contrapartida. Mas, dívida com relação à população e ao desenvolvimento do Centro-Oeste e do País. E o grande problema é que nós estamos construindo, investindo e podemos "morrer na praia", ou seja, morrer na margem de cá. Porque, na verdade, a transnacionalização da nossa economia impõe isso, Sr. Prefeito, que o preço do soja - ou da soja, como queiram -, não seja determinado por forças internas, para um mercado globalizado. E não adianta você diminuir o Custo Brasil quanto queriam, derrube os direitos trabalhistas como este Governo está fazendo com o aval do Congresso, mas não com o nosso apoio. Derrubem as fronteiras, inclusive fitossanitárias, tudo isso eles serão capazes de derrubar a nossa produção. Não o fazem hoje, não só pelo mecanismo externo, mas também interno, porque essa mesma produção agrícola do Centro-Oeste, do Estado de Mato Grosso, está submetida às transnacionais - qualquer produtor de soja aqui sabe disso, qualquer um. E o que o produtor não sabe é que a mesma produção, hoje, é transnacional. A mesma produção! Não só a venda externa, mas a própria produção - pesquisa da USP e de lá de Piracicaba para quem queira confrontar. O Senador lembrou que esse modelo não vai nos impossibilitar que nós tenhamos uma inserção soberana no mercado internacional, nessa nova ordem, independente da ALCA, como lembrou bem o Deputado Wilson Santos, e digo mais, Wilson Santos - já dando de lambuja -, nós, do PT, somos contra essa ALCA! Nós vamos derrubar essa ALCA, nós vamos perseguir, se for ao Congresso, nós vamos desautorizar, porque nós não aceitamos essa inserção na ALCA que, na verdade, vai fazer daqui um terreiro dos Estados Unidos, e os produtores de soja e de algodão vão ser os integrados da Monsanto - se já não são. Então, por que a ferrovia? Nós precisamos da ferrovia. A ferrovia, apesar de tudo, ainda é a menos custosa do ponto de vista ambiental, é a que oferece maior possibilidade de carga, mesmo com esse modelo, ou se nós mudarmos o modelo, nós precisamos da ferrovia. Agora, não sejamos – e eu aí me permito discordar do Senador Jonas Pinheiro, a quem eu reputo um dos Senadores mais competentes que tem no Senado Federal, reputo e falo publicamente como elogio, mas discordo totalmente dessa linha de raciocínio dele de que para a Amazônia é possível você transportar o modelo lá do Sul, como já estamos aqui no Sul de Mato Grosso... Eu falava para o Prefeito que esse discurso do Senador Jonas Pinheiro não vale, ele não vale nem mais para Mato Grosso - tal desrespeito às reservas florestais e tal desrespeito às áreas de preservação permanente. E é por isso que o Congresso Nacional não vai aprovar a articulação do Micheletto e do Jonas com o novo Projeto, não vai aprovar! Uma vez o Senador fez uma audiência, na FAMATO, e quando ele saiu do palanque, eu falei: Nós vamos derrubar o Senhor lá no Congresso. E ele respondeu: "O Senhor não está mais lá." E eu disse: Mas tem sessenta do PT lá! Então, é esse tipo de coisa que não vai dar certo. Nós estamos "matando a galinha dos ovos de ouro", Senador Jonas Pinheiro! E digo mais, Vossa Excelência vai ser derrotado, mais uma vez, no Congresso Nacional. Vai ser derrotado! E, se for aprovado pelo Congresso Nacional, será vetado pelo Presidente, porque as consciências nacional e internacional não suportam o fim, o término da destruição da Amazônia. E eu falo isto com convicção. E Vossa Excelência vai ver e quem viver

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Deputados Estaduais que vieram de Mato Grosso, Deputado J. Barreto, Deputado Moacir Pires, Deputado Gilney Viana, Deputado Amador Tut, Deputado Roberto Nunes, Deputado Carlos Brito; cumprimento o Presidente da Câmara de Alto Taquari, o Vereador Edmilson Rezende, juntamente com ele cumprimento os Vereadores Amaral e Geraldo aqui de Alto Taquari; os Prefeitos visitantes que cumprimento na pessoa do meu amigo Prefeito de Alto Araguaia, Jerônimo Samita Maia Neto; cumprimento os Vereadores visitantes também nas pessoas do Vereador Zinho e Milton Lima, de Alto Araguaia; todos os Vice-prefeitos também na pessoa do Dr. Nei, de Alto Araguaia; os companheiros de Cuiabá, que vieram na comitiva; o Secretário Municipal de Meio Ambiente, José Antônio Lemos; o Secretário Executivo de Transportes Urbanos da Capital, Rominho Vandoni... O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - Informo ao Deputado Eliene que o tempo está correndo nos cumprimentos... O SR. ELIENE - Eu só quero o mesmo tempo que o Deputado Gilney Viana falou, e me dou por satisfeito... Quero fazer um cumprimento especial aos alunos de Engenharia Civil, que acho extremamente importante a participação deles aqui, juntamente com o professor Miguel, que os acompanha; toda a sociedade dos Estados de Goiás, Mato Grosso de Sul e de Mato Grosso aqui presente; o povo de Alto Taquari e cidades vizinhas. Eu gostaria de dizer, Sr. Presidente, que acho de extrema importância esta Sessão Itinerante da Assembléia aqui em Alto Taquari, como outras já realizadas pelo interior do Estado. Por quê? Porque nós precisamos, um Estado tão grande, estar indo às regiões, conhecer, de fato, as preocupações que estão sendo aqui hoje postas. Eu deixei de cumprimentar o Presidente da FERRONORTE, Dr. Nelson Bastos, que deu aqui uma aula esclarecedora sobre essas questões da FERRONORTE e eu gostaria de voltar ao tema dizendo que os contraditórios que surgiram, principalmente os puxados pelo Deputado Gilney Viana é que fazem a diferença, porque se todos fossem numa conversa só, num rumo só, ninguém iria fazer uma reflexão sobre a importância dessa discussão. Existe uma frase de um filósofo alemão que diz: “Legislar é fazer experiências com vidas humanas”. Nós estamos aqui num tema muito importante, porque os rios, as estradas, as rodovias são onde começaram o crescimento da humanidade, e nós temos que nos preocupar com a questão social, além da questão estrutural que está sendo discutida aqui. Os principais vetores do Estado de Mato Grosso, que são as produções agrícolas e agrárias, têm que ter tempo para serem debatidos. Eu observava aqui o mapa da FERRONORTE e me lembrava do meu primeiro mandato como Deputado Estadual, quando participamos, por iniciativa do Deputado Wilson Santos, da discussão da Hidrovia Madeira/Amazonas. Aprendemos muito sobre a realidade da região Norte, juntamente com os Deputados Amador Tut, Roberto Nunes, Rene Barbour nessa discussão e foi um aprendizado muito grande, com muitos esclarecimentos. Então, eu queria dizer que as contradições aqui colocadas são importantes, são enriquecedoras. E eu queria, para concluir, colocar para o Dr. Nelson Bastos dois questionamentos: primeiro, com esse crescimento de 450% que o Senhor colocou no aumento de cargas transportadas, de 2000 para 20001, quando é que ela chegaria a ser auto-sustentável, com que carga, com que taxa de carga de transporte ela poderia, inclusive, estar investindo os recursos dela, caso tenha alguma dificuldade para continuar o projeto na totalidade.

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E também colocar que a questão do porto seco em Cuiabá é uma necessidade, não sou contra que se crie em Rondonópolis, que se crie em Alto Taquari, acho importante, mas a questão... (NESTE MOMENTO, O SR. CARLOS BEZERRA FALA FORA DO MICROFONE - INAUDÍVEL) O SR. ELIENE – O Deputado Carlos Brito vai esclarecer aqui, porque ele tem acompanhado de perto essa questão. Eu coloco que o porto seco de Cuiabá, principalmente do ponto de vista que o Deputado Wilson Santos colocou, que é o retorno das cargas, é muito importante. A região da Baixada Cuiabana, que contém 40% da população do Estado, tem que ser presenteada e não pode abrir mão desse direito, dessa evolução que nós vamos ter através do porto seco de Cuiabá. Quero aqui fazer uma sugestão à Assembléia Legislativa, que em função da importância - já foi colocado aqui – do crescimento da humanidade, da população à beira dos rios, das estradas ou das ferrovias, nós devíamos também ter uma Comissão específica na Assembléia Legislativa para acompanhar essa FERRONORTE, associada com os braços, como foi mostrado aqui pelo Dr. Nelson Bastos. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) – Informo ao Deputado Eliene que nós já temos a Comissão Permanente de Transporte na Casa. Com a palavra, o nobre Deputado Amador Tut. Eu peço aos Deputados que dispensem os cumprimentos às personalidades da Mesa, uma vez que todos já foram excessivamente cumprimentados. O SR. AMADOR TUT – Quero cumprimentar todo o povo de Alto Taquari e todos aqui presentes, em nome do representante da FERRONORTE, que é o motivo porque aqui estamos. Quero fazer um apelo aos nossos colegas, principalmente os Deputados de Mato Grosso e o pessoal de Mato Grosso. Nós estamos conversando aqui e parece que é só em Cuiabá, nós esquecemos que para chegar em Cuiabá nós temos que passar por Alto Araguaia, por Rondonópolis para depois chegar em Cuiabá! (PALMAS). Nós temos que, neste momento, conversar que nós vamos partir de Alto Taquari para Alto Araguaia, de Alto Araguaia para Rondonópolis. Cuiabá será o dia que a gente vem em Rondonópolis e passa daí para frente. O Senador Carlos Bezerra até enfatizou muito essa conversa mas eu gostaria que Vossa Excelência lá no Senado, vamos fazer primeiro, vamos ter a mulher para depois pensar no filho, não é? (RISOS). E quero aqui até fazer uma reflexão com o Presidente da FERRONORTE. Nós nunca vamos conseguir ter viabilidade se pensarmos só no transporte, só em levar a soja ou o algodão, que é o nós vamos ter com fartura para levar do Mato Grosso para o Sul, do Centro-Oeste para o Sul. Nós não podemos só pensar nisso. Nesta oportunidade, eu quero até parabenizar o Senador Jonas Pinheiro que tem nos ajudado muito no sistema alcooleiro de Mato Grosso, tendo feito o possível para fazer com que nós poderíamos tentar fazer a ida e volta, porque nós precisamos levar 120 milhões de litros de diesel para Mato Grosso e não temos nada que pode retornar nessa mesma barcaça. Não é porque é incompatível o que nós colocamos a não ser o álcool ou o nosso combustível vegetal, que nós estamos lutando para que Mato Grosso seja o "pai dessa criança", para que Mato Grosso vá exportar para todo o Brasil. Enquanto nós levamos 70% a 80% do que nós vamos consumir lá, nós vamos devolver para o Brasil 15% do que o Brasil vai consumir, não só em valores, mas também em ambiente, em vida para esse povo. O Deputado Gilney Viana fala em ecologia, mas não importa que nós vemos

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. escapamento de diesel puro derramando aí nas ruas, arrebentando com os pulmões das nossas crianças. Portanto, é um dos trabalhos que eu quero pedir mais uma vez, Senador Jonas Pinheiro, ajude Mato Grosso a conseguir produzir o combustível ecológico, porque é onde nós traremos 15% de produto vegetal, enquanto nós diminuímos um excesso de poluição do produto fósforo. E quero ressaltar mais uma vez, nós estamos assistindo aí, hoje, Senador Carlos Bezerra, que o Brasil pode parar por causa da energia. O Brasil pode parar, porque esses terminais de petróleo que existem no mar já foram duas, uma total, outra um pedacinho e a natureza não perdoa ninguém. Pode ter certeza que a natureza vai destruir mais algumas delas e se não faltar o produto, vai faltar o nosso dinheiro para importar. Portanto, nós precisamos pensar, sim, eu quero refletir muito, porque o meu tempo eu sei que é curto, mas vamos ajudar primeiro a produzir o nosso combustível ecológico em Mato Grosso. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) – Com a palavra, o Presidente da FERRONORTE, para fazer o comentário. O SR. NELSON BASTOS – Eu queria responder a duas perguntas: a primeira, sobre a sustentabilidade da FERRONORTE. Existem dois critérios para a sustentabilidade de uma empresa, pelo critério de caixa, quer dizer o faturamento que eu recebo menos o que eu estou pagando para existir, a FERRONORTE já é 100% viável. Nós, desde o ano passado, com aquela produção menor, um milhão e meio de toneladas, a gente já era viável no ponto de vista de caixa. Quer dizer, a gente gera mais caixa do que a gente despende para existir como empresa. Mas nós temos um endividamento enorme, mais de um bilhão de reais que foram investidos na compra de vagões, locomotivas, infra-estrutura, obras, etc. E eu preciso pagar esta divida, se eu pagar, aí eu já sou viável, poderia começar a investir imediatamente. Mas eu tenho que pagar a divida, o nosso plano de negócio com esse crescimento muito grande, nós pretendemos – já disse isso em outras oportunidades – em 2007, estar fazendo dez milhões de toneladas, do Centro-Oeste para Santos e vice-versa. Eu volto a reiterar que a FERRONORTE não existe a carga de retorno, eu só não estou trazendo carga de retorno porque eu não consigo. O nosso sonho dourado é viabilizar a carga de retorno. Nós vamos chegar em dez milhões de toneladas, em 2007, e mesmo com esse ritmo, eu só vou conseguir pagar o saldo da minha dívida em 2014. Eu sei que é uma coisa, com certeza não tenho idade para fazer isso, pessoalmente, mas a empresa vai pagar isso em 2014. A preocupação do financiamento do trecho de Cuiabá, é que eu não posso pegar mais dinheiro emprestado antes de ter pago uma boa parte dessa dívida, eu preciso arrumar uma fonte de recurso para fazer isso. Abriu-se com o negócio da SUDAM, modificado, como agência de desenvolvimento da Amazônia, uma nova porta para isto, quer dizer, é possível que o valor do Projeto que nós já temos aprovado, atualizado monetariamente, o Senador Carlos Bezerra tem acompanhado isso, que a gente consiga recurso para uma boa parte da obra até Cuiabá. Então, o risco da FERRONORTE desaparecer, não existe. Nós estamos operando com caixa positivo, até eu diria muito positivo, mais ou menos, mais da metade do faturamento nosso vira caixa, hoje em dia, é um número grande. Agora, tem que pagar uma dívida que é o dobro do nosso faturamento, uma coisa, realmente, bastante grande. Então, eu respondi nesse ponto. Outro ponto, é o ponto do álcool. Nós estamos com o Projeto em pleno andamento – o Senhor vai acompanhar a visita, aqui, o terminal de combustível em parceria com a Ipiranga Petróleo está sendo feito – nós vamos levar trezentos mil metros cúbicos de álcool, temos capacidade de levar

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. trezentos mil metros cúbicos de álcool, por ano, para Paulínia. Estamos, aqui, a serviço dos produtores de álcool, nesse aspecto. Já viabilizamos os vagões, compramos uma parte, alugamos outra parte, obtivemos outra parte das multinacionais aí, que já ouvimos falar bastante delas hoje, mas o fato é que esse problema está completamente resolvido. Obrigado. Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) – Com a palavra, o Deputado Moacir Pires. O SR. MOACIR PIRES - Sr. Prefeito de Alto Taquari, em seu nome eu cumprimento a todos de Alto Taquari, os demais Prefeitos; Senhores, Senhoras, Vereadores; eu cumprimento a Mesa, em nome do Deputado Humberto Bosaipo, e ao mesmo tempo quero parabenizá-lo pela excelente idéia de trazer a Assembléia Legislativa para perto da população, da classe produtora, ouvir os anseios da sociedade. Quero cumprimentar, também, a Bancada Federal, em nome do Senador Jonas Pinheiro, Senador Carlos Bezerra, Deputado Wellington Fagundes, Deputado Wilson Santos e do Deputado Geovan Freitas. Eu estive aqui, Sr. Prefeito, quando os trilhos chegaram em Alto Taquari. Eu confesso a Vossa Excelência que vi o quanto Mato Grosso é a "bola da vez". E, hoje, o nosso Governador não pode estar presente em Alto Taquari porque está vendendo o Estado de Mato Grosso para outros Estados investirem aqui. Uma atitude que eu acho louvável e muito bonita, mas, no entanto, mentirosa. Ele não está preparando o Estado de Mato Grosso como, realmente, deveria estar preparando para receber os povos que queiram investir no nosso Estado . Diante disso, eu quero aqui dizer que ajudei esse Governo a mentir, Sr. Prefeito, porque eu disse em todos os meus discursos feitos em outros municípios que a única obra que eu conheço do atual Governo são esses 100km da MT-100. E, agora, eu estou vendo que nem essa está pronta até hoje. Eu acho um absurdo que o Governo use da mídia para enganar a população mato- grossense. Eu vejo que aqui está repleto da classe produtora, de políticos, que devem levar aos seus municípios, as suas empresas, que o Governo está iludindo o povo de Mato Grosso. Eu vi e Vossas Excelências estão vendo que o Governo está fazendo uma propaganda do IPVA, dizendo que os impostos na Região Centro-Oeste todos seriam iguais. Mas, hoje, eu comprei um carro em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, que isenta do pagamento do IPVA no primeiro emplacamento. Isso é feito para que não tenha evasão do ICMS, para que os proprietários de futuros veículos não deixem de comprar no seu Estado, comprando no seu próprio Estado, aumentando, assim, a receita. E esse Governo, como já falou o Deputado Wilson Santos, já aumentou a arrecadação por três vezes de quando assumiu. Hoje, o Governo arrecada quase dois bilhões de reais e nós não vimos uma obra que enchesse os olhos dos mato-grossenses. Então, nós somos a Oposição. Eu sou do PFL, sou o Deputado Moacir Pires, faço uma Oposição construtiva dentro da Assembléia Legislativa. E o Estado deveria, no mínimo, estar preparando o seu Município, Prefeito, para receber os novos pólos de investimentos que vêm alavancar o nosso Estado. Eu vim aqui para ver o progresso, mas infelizmente, por parte do nosso Governo Estadual, não estou vendo progresso nenhum a não ser as emendas dos Deputados Federais e dos nossos Senadores, que tem contribuído e muito para o nosso Estado. Se for contar com o Governo do Estado... Eu peço a vocês: abram o olho e não acreditem nessas propagandas enganosas que estão

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. passando na televisão todos os dias para vocês. Muito obrigado, e pode contar comigo, Sr. Prefeito (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - Com a palavra, o nobre Deputado Carlos Brito. O SR. CARLOS BRITO - Boa tarde a todos! Cumprimento as autoridades na figura do nosso Presidente Humberto Bosaipo e especialmente o povo de Alto Taquari. É sempre um prazer estar aqui, as lideranças locais, a sociedade local - e o tempo é curto, tentarei ser objetivo. Cumprimento em especial os companheiros do PSDB, que é o meu Partido, consequentemente sou Deputado da base de sustentação ao Governo do Estado de Mato Grosso e o faço com prazer, porque acho que este Governo vem cumprindo, sim, os compromissos assumidos com o povo mato-grossense. Eu gostaria de dizer ao Prefeito que a questão da energia elétrica, referindo à questão da estação, mas mais do que isso, estive esses dias com o Diretor de Distribuição da Rede/CEMAT, que me informou de que a Rede está complementando um estudo para que Alto Taquari receba uma linha exclusiva de fornecimento de energia para a cidade, para o Município, permanecendo a atual linha para abastecer de energia os ramais que delas emanam. Portanto, a cidade adquiriria o fornecimento exclusivo para suprir a demanda aqui na sede do município. Isso nos foi assegurado pelo Diretor de Distribuição, Dr. Antônio Carlos. E gostaria de falar da EAD, que é a Estação Aduaneira do interior, chamada porto seco, que ao contrário do que foi dito pelo Senador Carlos Bezerra, acho que por falta de informação ou de troca de informação, melhor dizendo, mas de qualquer forma a EADI de Cuiabá foi solicitada em 1999, aprovado o expediente do seu encaminhamento, dos estudos feitos. Posteriormente, foi feita a solicitação de Rondonópolis. Em momento algum o Governador Dante de Oliveira fez qualquer intervenção no intuito de prejudicar Rondonópolis ou qualquer outro município mato-grossense. O Governador é Governador do Estado e age como tal. Portanto, queremos a EAD, a Estação Aduaneira, o porto seco em Cuiabá, como queremos a de Rondonópolis e passo a querer - e o Governador com certeza - a EAD de Alto Taquari aqui para atender essa região (PALMAS) Lá, o que nós precisamos é do apoio de toda a Bancada Federal, dos nossos Senadores, dos Deputados Federais, para que possam, ao lado do Governo, ajudar a liberar autorização para que, aí sim, possamos convocar a licitação. Já temos empresas interessadas em tocar o porto seco na Capital, como, com certeza, em Rondonópolis, e aqui não vai ser diferente. Então, nós precisamos unir forças para que possamos dar a Mato Grosso uma qualidade de vida melhor para seu povo. Eu acredito que aqui, na questão da MT-100 também, o Governador fez o que muitos prometeram, o Governador fez a MT-100 com recursos do Governo - a sua grande maioria. A MT chegou ao Município, chegou à cidade, e já está com dois quilômetros avançada em direção ao terminal ferroviário. Portanto, precisamos complementar isso, temos que reconhecer o que foi feito e reivindicar o que falta, mas não desmerecer, de forma alguma, essa grande obra para a região, que foi a obra da MT-100, como é o terminal da ferrovia, Sr. Presidente, porque o Presidente Fernando Henrique Cardoso foi sensível aos diversos apelos, porque isso era um apelo da sociedade mato-grossense, como também gestões foram feitas pelo Governador Dante de Oliveira. Portanto, vejo que o que é bom precisa ser melhor e o povo de Alto Taquari tem esse direito, como os municípios próximos, os Estados vizinhos. É importantíssima essa integração para que essas reivindicações possam ocorrer. Nós vivemos num País só, por isso só justifica essa união de fronteira, muito mais dentro do nosso Estado.

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Portanto, não há como pensar em Ferrovia de maneira pontual. Nós avançamos esse raciocínio em Cuiabá. Nós nos alarmamos, e se viram faixas, vão ver muito mais, defendendo a chegada da ferrovia a Cuiabá. Aqui estão representantes do Conselho de Desenvolvimento Urbano, a pedido do Prefeito Roberto França, estão aqui alunos da primeira turma de Engenheiros Ferroviários da Universidade Federal, trazidos pelo professor Miguel, todos no intuito de defender a ferrovia como um todo. Ela só é viável se efetivamente custo/benefício se justificarem. Isso tem ficado claro para nós. E ela passa por Rondonópolis, no nosso entendimento, que comungamos com a UFMT, não só por causa da Reserva Tereza Cristina, mas porque economicamente precisa passar, absorver o potencial econômico e financeiro que tem aquela região, como precisa passar em Cuiabá, que é o grande centro consumidor, e é de lá que virá essa outra via de utilização da ferrovia. Ela é que vai estar viabilizando isso. Então, não há como defender o terminal de Alto Taquari, o de Rondonópolis, o de Cuiabá, queremos que essa primeira etapa seja concluída, porque, chegando a Cuiabá, vai estar bom para todos. Aí, sim, as ações políticas precisam acontecer. O Prefeito está correto. Falávamos isso na campanha aqui, quando eu apoiava um outro candidato, o João Fábio, do meu Partido, e também tínhamos como proposta que a Prefeitura de Alto Taquari e as dos municípios vizinhos se organizassem, não ficassem vendo o bonde passar para depois chorar sobre o leito derramado. Está certa a comunidade de Alto Taquari, estão certas as lideranças que querem agregar ganhos sociais ao lado dos ganhos econômicos, que fiquem em Alto Taquari, que fiquem nos municípios próximos, nos Estados aqui, nos municípios de fronteiras, os benefícios da Ferrovia. Então, eu acho que o grande discurso aqui é de união, porque a idéia de globalização, gente, isso não é opção, ela existe, está posta! E no nosso comportamento, no dia-a-dia, isso tem que ser absorvido e nós temos que aprender a enfrentar isso da melhor maneira possível. Teríamos outros pontos, mas o tempo é muito curto e não dá para a gente dizer. Eu só gostaria de dizer ao Presidente da FERRONORTE, Dr. Nelson Bastos, que registrou um marco na relação da empresa FERRONORTE, conosco que trabalhávamos nessa questão em Cuiabá. Da sua entrada, frente à empresa, nós tivemos um outro momento extremamente positivo aonde estabeleceu o debate, o entendimento e dias atrás, lá em Cuiabá, reunimos o IBAMA e temos hoje também uma nova direção do IBAMA, disposta e aberta a rever todas essas posições. E aí, meu Presidente Deputado Humberto Bosaipo, nós temos na Assembléia Legislativa, aprovado por aquele Plenário, um convite formal ao Presidente da FERRONORTE para que fosse àquela Casa ter essa oportunidade específica com os Srs. Parlamentares, para que essas ações todas, pendentes de ações políticas, nós possamos estar então emanados, trabalhando por ela, independe de sermos Oposição ou Situação. Nós aqui temos obrigação é com o povo de Mato Grosso, independente do Partido a que pertençamos. É este o momento que nós precisamos, é de união, de trabalho. Então, fica o convite e, a partir daí, nós estaremos então identificando os pontos de estrangulamento de ordem política, aonde a Assembléia Legislativa de Mato Grosso pudesse estar junto dos nossos Prefeitos, Vereadores, dos nossos Deputados Federais, Senadores, Governador do Estado, juntos para garantir como foi garantido a ponte com recursos da União, que está lá e que viabilizou efetivamente para que o projeto pudesse avançar. Então, a gente respeita o nosso Deputado Gilney Viana, mas por questões de justiça me cabe fazer este registro da atuação política firme e decisiva do Governador Dante de Oliveira, não só com a questão da MT-100 como para o próprio terminal da Ferrovia aqui em Alto Taquari e pela

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. passagem dessa importante obra estratégica para o desenvolvimento de Mato Grosso, pelo nosso território. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) – O convite ao Presidente da FERRONORTE está mantido, a agenda do Presidente nós adequamos na Assembléia Legislativa. Lembrando ao Plenário, aos Deputados presentes, que na próxima semana nós já vamos ter um debate na Assembléia Legislativa com o Superintendente do Banco do Brasil, Dr. Sidiney, sobre a aplicação do FCO em Mato Grosso. Com a palavra, o Deputado Roberto Nunes. O SR. ROBERTO NUNES – Sr. Presidente, Srs. Deputados, no qual eu cumprimento toda a Mesa Diretora! Sr. Presidente, nós ouvimos aí atentamente as palavras dos oradores que nos antecederam e observamos bastante a explanação do nosso Presidente da FERRONORTE, Dr. Nelson. E observamos, Dr. Nelson, que o Senhor colocou que FERRONORTE não tem recurso público, não tem incentivo, eu gostaria que o Senhor esclarecesse melhor para o meu entendimento, porque... Eu observei também que o Senhor disse que os financiamentos para FERRONORTE, os juros são mais altos do que financiamentos a nível internacional, seria isso? E porque não buscá-lo lá fora, se seria o custo mais baixo? É uma pergunta. Por que procurar na SUDAM ou BNDES, se tem financiamento mais barato no exterior? E quero colocar ao Senador Bezerra que me chamou e fez uma observação, a licitação para o porto seco na Cidade de Cuiabá não saiu ainda, Senador, por isso eu contestei Vossa Excelência e Vossa Excelência acabou confirmando. Quero informar a platéia e a Mesa Diretora que o Governador nos informou que já existem três empresas interessadas, e duas já se manifestaram oficialmente, Comissão que está aqui presente, e o Governador disse que tem três. Então, nós defendemos também, Senador, que o porto seco fique em Cuiabá, mas não somos contra que se instale um em Rondonópolis e por que não um aqui em Alto Taquari? O Prefeito está de parabéns em defender sua cidade, de que se coloque aqui o porto seco para maior viabilidade, se existe em Uberaba, Uberlândia, apenas 100 quilômetros de distância. Então, vamos lutar, Senador Carlos Bezerra, o Governador Dante de Oliveira não fez mal nenhum, se ele pediu ou não, se ele teve interferência ou não, ele não fez mal nenhum em solicitar para que vá para Cuiabá, como Vossa Excelência solicitou para que fosse para Rondonópolis. Eu espero que Vossa Excelência ajude a construir, a licitação do porto seco em Cuiabá e vamos ajudá-lo, vamos lutar junto com o Senhor, junto com o Governador, para que se instale também o porto seco na Cidade de Rondonópolis. E, nobre Presidente, eu quero aqui também reafirmar, conversando com o Deputado Carlos Brito, eu sugeri a ele que a gente fizesse uma discussão mais ampla da questão da FERRONORTE lá na Assembléia Legislativa, numa audiência pública, porque aqui está sendo uma Sessão Itinerante, e se tornou uma audiência pública. De acordo com a agenda do nosso Presidente da FERRONORTE, fica aí o convite já feito pelo Deputado Carlos Brito para que nós possamos ter uma discussão mais ampla dessa questão. Eu quero, também, nobre Presidente da FERRONORTE, fazer uma pergunta ao Senhor, porque o Presidente, quando da inauguração do Terminal, o Deputado Carlos Brito fez uma solicitação a ele e ele disse: "A ferrovia vai passar em Cuiabá. É palavra de Presidente!" Ele fez essa afirmação. Eu gostaria de saber se o Governo Federal tem alguma interferência no trajeto desta ferrovia,

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. se ele tem alguma influência para que isso possa ocorrer, porque nós, que somos cuiabanos, acompanhamos desde criança a luta do Senador Vuolo para que essa ferrovia viesse para o Estado de Mato Grosso. E, neste momento, nós queremos, aqui, cumprimentar os filhos do Senador Vuolo, que se fazem presentes. E também, por que não dizer da coragem, e não ressaltar, aqui, a coragem desse grande empreendedor que nós tivemos no Estado de Mato Grosso, que foi um dos homens que mais acreditou no Estado de Mato Grosso, que é o Dr. Olacyr de Moraes, que implantou, foi o primeiro a acreditar e a implantar a FERRONORTE no Estado de Mato Grosso. Portanto, eu quero cumprimentar o Presidente e toda Mesa Diretora por essa brilhante iniciativa. Pode ter certeza, Senador Carlos Bezerra, que esta Assembléia Legislativa vai visitar todo o Estado de Mato Grosso. Hoje mesmo, à tarde, estaremos na sua cidade, que é Rondonópolis, para dar continuidade a esse trabalho de interiorização da Assembléia Legislativa num Audiência Pública solicitada pelos Deputados Zé Carlos do Pátio e J. Barreto. Muito obrigado, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) – Antes de passar a palavra ao próximo Deputado, eu solicito à platéia silêncio, porque a Assembléia Legislativa de Mato Grosso está reunida no Município de Alto Taquari, numa deferência toda especial ao Município, e nós, aqui, temos muita dificuldade quando falamos e as pessoas, principalmente do fundo, as que não estão prestando atenção num assunto tão importante, começam a conversar paralelamente. Eu quero avisar ao Professor Maciel, aos estudantes da Universidade, que todo esse material está sendo taquigrafado e será oferecido a quem se interessar. Com a palavra, o Deputado Ernesto Vilela, de Goiás. O SR. ERNESTO VILELA - Sr. Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso, Vossa Excelência está de parabéns por trazer o Poder Legislativo do Estado ao encontro do povo; Sr. Prefeito, anfitrião, Lairton Sperandio, que promove o encontro em defesa do porto seco aqui na divisa dos três Estados: Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; Sr. Senador da República Jonas Pinheiro, que eu tive a satisfação de conhecer há poucos dias e ter no Senado Federal o seu apoio; Sr. Presidente da Câmara Municipal de Alto Taquari, em nome de quem eu cumprimento todos os Vereadores aqui presentes, os vereadores de Goiás e os vereadores de Mato Grosso; Sr. Deputado Federal Geovan de Freitas, companheiro do Sudoeste de Goiás, onde temos defendido grandes causas para lá; cumprimento a Prefeita da Cidade de Mineiros, cumprimentando, assim, todos os Prefeitos de Goiás que aqui estão; quero cumprimentar o Vice-Prefeito da Cidade de Portelândia, cumprimentando aqui todos os Vice-prefeitos presentes; e, também, cumprimentar a Primeira-dama da Cidade de Santa Rita, Dona Marina, cumprimentando, assim, todas as primeiras-damas que aqui estão. Eu, hoje, representando a Assembléia Legislativa do Estado de Goiás, venho para defender para Alto Taquari o porto seco. Esta é a minha função. A função para a qual nós estamos aqui, o Deputado Geovan de Freitas, os três Senadores de Goiás e eu viemos, para que aqui, Prefeito Lairton, tenha o nosso apoio para que possamos mostrar para essa região, para o Presidente da FERRONORTE, Dr. Nelson Bastos, que aqui, Goiás, Mato Grosso do Sul, talvez, seja o lugar mais importante, porque o Sudoeste de Goiás é o maior produtor de soja, de grãos, do Estado de Goiás, e, talvez, do Brasil. Então, faz-se necessário que seja aqui na divisa de Goiás com Mato Grosso (PALMAS). E tenham Vossas Excelências o nosso apoio, o apoio dos três Senadores de Goiás, da Assembléia Legislativa de Goiás e da Bancada Federal do Estado de Goiás para que nós possamos implantar aqui, porque aqui irá desenvolver muito o Centro-Oeste brasileiro. Nós precisamos, sim,

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. trazer esse porto seco para que nós possamos, realmente, valorizar os produtos do Estado de Goiás, do Mato Grosso do Sul, de Alto Taquari e da região. Ficam aqui os meus agradecimentos. Parabéns, Sr. Presidente da Assembléia Legislativa, por ter feito esse encontro, por ter trazido aqui o povo para ver o trabalho dos ilustres Parlamentares daqui do Estado de Mato Grosso. O meu abraço a cada um de vocês. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - Agradecemos ao Deputado Ernesto Vilela. Transmita ao nosso querido Deputado TJ, o meu colega Presidente da Assembléia Legislativa de Goiás, o nosso respeito, o nosso cumprimento - aliás, o Deputado TJ, é um dos candidatos à Presidência da UNALE-União Nacional dos Legislativos Brasileiros, da qual eu tenho a honra de ser o Vice-Presidente Nacional. E, efetivada essa candidatura, a Bancada Mato-grossense estará apoiando o nosso colega TJ. Transmita esse apoio ao nosso ilustre Presidente. A Assembléia Legislativa gostaria de ouvir a voz feminina e gostaríamos de abrir o espaço para a Prefeita de Mineiros, a Srª Lacy Rezende. Se estiver presente e quiser usar da palavra, nós gostaríamos de ouvi-la, representando as mulheres executivas. A SRª LACY REZENDE - Eu cumprimento a Mesa Diretora na pessoa do Prefeito Lairton, cumprimentando assim também o Sr. Presidente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, cumprimento todas as autoridades aqui presentes, senhores e senhoras, crianças, jovens. Quero dizer que Mineiros está aqui para abraçar essa causa, porque é de grande valia para nós e nossos produtores o escoamento dos nossos produtos. E nós vamos juntos lutar sim, Prefeito, com muita garra para que essa FERRONORTE, esse porto seco saia aqui na nossa divisa de Mineiros com Mato Grosso do Sul. Muito obrigado. Um abraço a todos vocês (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - Agradecemos a Prefeita, Lacy Rezende e transmita ao nosso ex-Presidente da Assembléia de Goiás, Agenor Rezende, os nossos cumprimentos. Nós gostaríamos de ouvir o Prefeito de Costa Rica, por solicitação do Prefeito de Alto Taquari, para que ele exponha também aqui as suas idéias. O SR. VALDELI DOS SANTOS ROSA - Em nome da esposa do Prefeito Lairton, que é a Dona Mariza, para cumprimentar todo o povo aqui presente, porque ser esposa de político - e eu entrei na vida pública - é muito difícil. Então, quero cumprimentar a Dona Mariza em nome de todo o povo aqui de Alto Taquri, pela dificuldade que é ser esposa de político, que é muito difícil, ainda mais que o almoço está chegando, aí nos lembramos ainda mais das mulheres neste momento. Eu queria dizer aqui, neste momento ímpar para o meu Município de Costa Rica, que ao discutir a idéia do porto seco, antes mesmo de conversar com o Lairton, eu tinha procurado o Senador Maguito Vilela, pela importância do desenvolvimento da FERRONORTE para esta região. Quando o Lairton me ligou para falar da luta dele por este encontro, imediatamente a gente tinha... Eu já tinha uma audiência marcada com o Everardo Maciel, Secretário de Receita do Governo Federal, para lá discutir a idéia da criação do porto seco e qual era a viabilidade econômica para esta região. Nessa discussão, tivemos uma aula de Receita por um homem que conhece realmente a idéia do porto seco, que lá nos informou da viabilidade, sim, dos três Estados aqui lutarem por esse encontro, mas nós teríamos como concorrente Rondonópolis e, com certeza, Cuiabá pela frente. Mas ele nos disse da importância da FERRONORTE já estar em Alto Taquari e o progresso não pode parar, e da iminência, da emergência de que nós viabilizássemos a FERRONORTE, haveria a possibilidade, sim, que nós apresentássemos um projeto, com muita urgência, ainda no mês de maio, para que

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. conseguisse, o Governo Federal, discutir a idéia da criação do porto seco aqui. E, mais do que isso, o Sul Mato-grossense do meu Estado, a FERRONORTE passou por ali, adentrou apenas o Estado de Mato Grosso na divisa. Nós estamos há quatro, cinco quilômetros da FERRONORTE, Goiás está há quatro, cinco quilômetros. Então, se ali foi criado, pelas dádivas de Deus, um porto, o terminal da FERRONORTE, é porque ali estaria escrito que essa região do Centro- Oeste deveria, sim, ser desenvolvida por essa região, a unificação dos três Estados. Se fala em globalização, onde as empresas multinacionais se globalizam, se unem e eu quero aqui pedir a união da classe política dos três Estados para que se una para desenvolver essa região do Centro-Oeste. Muito obrigado ao espaço que foi dado a minha cidade de Costa Rica e ao meu Estado de Mato Grosso do Sul e lamento pelos nossos Deputados não poderem chegar aqui, por não ter dado teto. Muito obrigado pelo espaço. O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - Vamos ouvir a voz do representante dos produtores, Presidente da FAMATO, Sr. José d’Ávila. O SR. JOSÉ D’ÁVILA - Sr .Presidente da Assembléia, eu gostaria que o Senhor me dispensasse dos cumprimentos à Mesa e às autoridades... O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) – Está dispensado. O SR. JOSÉ CARLOS DE ÁVILA - ...mas mesmo assim cumprimentando esse grande Prefeito Lairton e não vou falar muito aqui, não, porque já mostrou a consciência de que todos estão conscientes da falta de renda do setor primário, ou seja, do setor produtivo. Eu queria dar alguns dados rapidamente, para que todos saibam o que disseram no passado e o que está acontecendo hoje. Vejam os Senhores: no mês de abril, uma tonelada de soja de Alto Taquari a Santos, custava para nós, setor produtivo, setenta reais. E hoje, com a FERRONORTE, custa quarenta e oito. Portanto, uma diferença de vinte e dois reais em tonelada de fato, ou seja, 31,43%. E aonde é que está esse dinheiro que desviaram, que viriam para o produtor rural? Esta é a grande indagação do setor produtivo primário e é por isso que a FERRONORTE aqui chegou. Se não fosse essa produção, não estaria aqui, não iria a Rondonópolis, não irá a Cuiabá, não iria a lugar nenhum. Então, precisamos, sim, relembrar Vossas Excelências que exatamente o que os Deputados, Senadores e, particularmente, o Senador Jonas Pinheiro disse é que nós precisamos de renda. E essa renda que reclamamos, Senhoras e Senhores autoridades, é que, se desestruturar o sistema produtivo primário, estará destruído tudo que está sendo feito até o presente momento. E, para concluir, Sr. Deputado, gostaríamos e vamos entregar a Vossa Excelência, mas queria ler em um minuto o que colocamos para que a Assembléia Legislativa e autoridades possam atender esse reclame do setor produtivo. Desta forma, considerando a complexidade e a importância do tempo, e considerando ainda que esta Sessão Itinerante já despertou a necessidade maior de discussão do assunto, sugerimos a Vossa Excelência a criação de uma Comissão, de alto nível, composta por representantes do Poder Legislativo, do Poder Executivo, da FERRONORTE e dos produtores rurais, para oferecer um documento conclusivo que possa nortear as ações de todos os interessados em alavancar ainda mais no desenvolvimento do Agro-negócio Mato-grossense. Neste particular, colocamos desde já esta Federação à sua disposição, para que a gente possa realmente discutir esse assunto e a renda do produtor ser aumentada, porque senão, não vai ter mais grão, nem carne, nem fibra, nem nada para ser transportado, porque iremos quebrar mais do que já

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O SR. VICENTE FILHO – Prometo ser breve. Em primeiro lugar, em nome do Senador Vuolo, gostaria de, com muito respeito, saudar a Mesa, o Presidente da Assembléia, Deputado Humberto Bosaipo, uma liderança emergente no Estado, que, com essa Sessão Itinerante, demonstra que a classe política do nosso Estado está mais unida do que nunca. Eu tenho certeza que, a partir dessa Sessão, os obstáculos que, aparentemente, seriam intransponíveis para a ferrovia chegar a Mato Grosso, chegar melhor em Cuiabá e adentrar na região Norte até Santarém, Porto Velho, serão mais fáceis de serem suplantados. Eu gostaria de ir direto, porque esta é uma Sessão de trabalho. Eu não pretendo usá-la como palanque, mas, gostaria de aproveitar da oportunidade para pedir o apoio à Diretoria da FERRONORTE, já que foi tão difícil chegar aqui. E eu não vou recorrer, nem resumir, 30 anos em cinco minutos, mas quando nós temos um ideal, um projeto sério, o objetivo é alcançado. Eu gostaria de aproveitar da oportunidade que o Deputado Gilney Viana se encontra presente, que fez parte decisiva para que esse Projeto aqui chegasse, quando da paralisação da Ponte Rodoferroviária, levando, inclusive, o Partido dos Trabalhadores, naquela ocasião, conhecendo, primeiro, o Projeto para depois se pronunciar no Congresso Nacional, e pedir que encampe essa luta da área indígena Tereza Cristina, pela facilidade que Vossa Excelência tem, pela sua preocupação ambiental. A FERRONORTE não quer passar por cima da aldeia, nem desrespeitar os direitos legítimos dos índios aqui do nosso território, mas, sim encontrar a alternativa mais viável, como foi feito aqui no Parque das Emas. E nós relembramos aqui o Dr. Sérgio, naquela ocasião, num encontro neste mesmo local - inclusive alguns Deputados estavam presentes, não me recordo -, onde foi encontrada a alternativa do desmembramento do Projeto, que estava prejudicado na frente, porque não tinha ainda aprovação do RIMA. E naquele documento feito aqui, foi encaminhado ao IBAMA pedindo o desmembramento, já que não existiam mais dúvidas nesse trecho até Alto Taquari que se fizesse, portanto, essa obra. E assim foi feito... O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - O Senhor dispõe de um minuto para concluir. O SR. VICENTE VUOLO FILHO - Ao Senador Carlos Bezerra - eu não sei se está presente - nós, também, pedimos e está em suas mãos, como Presidente da Comissão de Orçamento, agora com a extinção da SUDAM, que Vossa Excelência seja o carro-chefe. Vossa Excelência, justiça se faça, como Governador deu apoio decisivo ao Senador Vicente Vuolo, que sem mandato naquela região representou - e peço licença, Deputado Humberto Bosaipo, porque é muito importante - no auditório seleto da FEPASA, para quatrocentos empresários, o Senador Vuolo, falando em nome do Senador Carlos Bezerra, foi que convenceu o Dr. Olacir de Moraes, que não conhecia até então esse traçado até Cuiabá e ali sim, ele queria fazer a ponte por Colômbia, Minas Gerais, ele decidiu, a partir daquele momento, fazer o traçado com a construção da ponte rodoferroviária, passando por Alto Taquari. Portanto, ao finalizar, gostaria de dizer que esta obra não é uma obra por si só; ela tem vida, ela tem alma, ela tem o apoio de toda comunidade. Essa obra é uma demonstração, Dr. Nelson, que ainda nos dias de hoje se pode fazer uma política honesta, sadia, pura e cheia de ideal. Esta é a mensagem do Senador Vuolo aos jovens de Mato Grosso e com certeza Mato Grosso será o celeiro do Brasil e o Brasil, o celeiro do mundo. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - O Rotary Club de Santa Rita do Araguaia, de Alto Araguaia, nos envia o seguinte ofício: “O Rotary Club de Santa Rita do Araguaia, a Loja Maçônica de Alto Araguaia, os

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. sindicatos e associações, preocupados com os recentes e freqüentes acontecimentos envolvendo a questão de Segurança Pública, deixando fragilizada a integridade dos municípios dessa região, com vários casos de furtos, roubos, homicídios e estupros, sendo os mais graves nos últimos quinze dias, vem se comprovando o crescente aumento da criminalidade em relação aos anos anteriores, considerando o seu aumento populacional flutuante de mais de 3.000 pessoas em decorrência das obras da Ferrovia FERRONORTE e da expectativa do início da construção da Hidrelétrica de Couto Magalhães. Diante do exposto, vem solicitar, ilustre Presidente, encarecidamente o indispensável empenho de Vossa Excelência junto ao Governo do Estado de Mato Grosso, bem como a Secretaria de Estado de Segurança Pública, para nos atender com urgência, com a doação de viaturas para a 4ª CPM, adequadas para trafegar nesta região, aumento emergente do efetivo - hoje bastante incipiente -, reforma geral da sede da 4ª CPM de Alto Araguaia, muito afetada por infiltração de água, comprometendo as instalações elétricas, aumento significativo da cota de combustível, implantação de unidade do Corpo de Bombeiros, entre outras. Outrossim, informamos que o Rotary Club está mobilizando as diversas entidades representativas para a implantação de um Conselho Regional de Segurança Pública que possa, além de reivindicar, contribuir para o aprimoramento do sistema de segurança pública desta região. Na certeza de contar com o costumeiro apoio e pronto atendimento de Vossa Excelência., Atenciosamente, Clóvis Rodrigues Vilela - Presidente do Rotary Club Verano Eron - Presidente da Comissão Pró-Conselho Milton Fernando de Lima - Venerável da Loja Maçônica Luiz Alberto Zainer - Presidente da Associação Comercial Aparecido Gonçalves - Presidente do Sindicato dos Produtores Rurais Clóvis Souza - Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Humberto José Pacheco - Presidente da Associação de Desenvolvimento Comunitário de Vila Aeroporto Orlando Marques Filho - Presidente da Associação de Moradores do Bairro Boiadeiro”. Registro o pedido e comunico que estive, ontem, na posse do novo Comandante do Corpo de Bombeiros, juntamente com o Secretário de Segurança Pública, que está hoje entregando viaturas em e Primavera do Leste e ainda vão ser entregues quatorze viaturas e mais motocicletas em Rondonópolis. Certamente que o Município de Alto Araguaia e toda a região deve ser premiada, mas levaremos, com certeza, a reivindicação tão importante que acabamos de receber. Encaminho ao Consultor Técnico-Jurídico. Vamos ouvir, rapidamente, o Dr. José Lemos, que é o Secretário de Meio Ambiente Municipal e representa aqui o Prefeito de Cuiabá, Roberto França. Peço, pelo adiantado da hora, maior objetividade dos palestrantes. O SR. JOSÉ LEMOS - Dispensado dos cumprimentos, eu queria, em nome do Prefeito Roberto França, que, infelizmente, não pôde comparecer e do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano, parabenizar o Presidente Humberto Bosaipo por esta Sessão Itinerante no interior do Estado, que é importante para a integração deste grande Estado e também gostaria de parabenizar e agradecer a acolhida do Prefeito Lairto João Sperandio nesta cidade, ao Conselho e a

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. todos nós. Registrar esse dinamismo que a cidade tem reflete o dinamismo do Prefeito, que vem buscando todo esse sentido de progresso para a sua cidade e dizer que nós, de Cuiabá, nos solidarizamos com essa luta por melhoria do seu Município que é legítima, inclusive na questão do porto seco. Eu queria colocar que, no dia 26 passado, nós tivemos uma reunião importantíssima no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano de Cuiabá com o Presidente da FERRONORTE, Nelson Bastos, onde foram colocados alguns pontos fundamentais: primeiro, a FERRONORTE tem por objetivo chegar a Cuiabá, como o Presidente colocou, não apenas pela questão da Lei do Senador Vuolo, que define que a ferrovia tem que ter o traçado Rondonópolis/Cuiabá, não apenas pela concessão pública que tem Cuiabá como centro e destino, não apenas porque o Presidente da República prometeu aqui em Alto Taquari, na época da inauguração, que a Ferrovia chegaria aqui, mas que a FERRONORTE tem por objetivo chegar a Cuiabá, porque é economicamente importante para ela chegar a Cuiabá. A questão da economicidade ou da viabilidade econômica não diz respeito à chegada a Cuiabá, mas sim em relação ao traçado, este ou este. Então, essa questão foi uma questão importante. Nesse sentido, foi colocada uma outra questão: que a FERRONORTE tem um traçado predileto, favorito, e que houve problemas em relação à Reserva Teresa Cristina, pelo traçado passar fora da Reserva Teresa Cristina, cerca de setecentos metros. Então, o Presidente, Dr. Nelson Bastos - me desculpe estar de costa -, disse, informou que já existe alternativas de estudos, chegando até dez quilômetros da Reserva Teresa Cristina para fora e que já é possível e viável que se façam uma discussão, uma Audiência Pública para se discutir o EIA/RIMA dessas alternativas. Nesse sentido, a gente tem essa posição bastante esclarecida, em função da reunião e da palestra que o Presidente Nelson Bastos fez em Cuiabá, e a gente quer pedir nesta Sessão Itinerante da Assembléia Legislativa, pedir ao Presidente Deputado Humberto Bosaipo o apoio da Assembléia Legislativa, que a gente certamente quer e Cuiabá terá, no sentido de viabilizar, ajudar junto aos órgãos competentes como o IBAMA e outros, no sentido de que possamos viabilizar no menor prazo de tempo essa Audiência Pública, que defina esse traçado, realmente que é o traçado favorável e compatibilizado com a Reserva Teresa Cristina. Esse é um pedido que a gente traz aqui nesta Sessão, parabenizando mais uma vez a Assembléia Legislativa por esta importante reunião aqui em Alto Taquari. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) – Representando todos os vereadores, nós vamos ouvir o Vereador Fábio Garbugio. O SR. FÁBIO GARBUGIO – Primeiramente, em nome do Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Humberto Bosaipo, quero dar-lhe as boas-vindas, assim como a todos as autoridades aqui presentes. É com muito orgulho que Alto Taquari recebe, hoje, Vossas Excelências para esta Sessão Itinerante da Assembléia Legislativa de Mato Grosso. Como sabemos, hoje, o nosso principal assunto é a FERRONORTE, uma obra muito desejada e finalmente está aí o tão sonhado trilho do progresso, tão desejado pelos estados e municípios, trazendo desenvolvimento e abrindo novas fronteiras. A chegada da ferrovia trouxe inúmeros benefícios para nosso Estado e perspectiva de muito mais, porém Alto Taquari não estava preparada para isso, para essa enorme obra e não está sendo nada fácil, Srs. Deputados. Estamos vendo os prejuízos em nossa MT-100, a tão desejada rodovia para que se chegasse em Alto Taquari. O tráfego suporta mais ou menos de 300 a 350 caminhões diários.

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Acidentes já estão acontecendo, vários, com freqüência, mas isto é o progresso que todos nós queríamos, não é? Imaginem só, se a rodovia não está suportando, imaginem as nossas avenidas e as nossas ruas da cidade? O tráfego passa pela avenida ou por uma rua paralela. Na avenida, os comerciantes não suportam mais os caminhões, o movimento e a poeira trazidos pelos próprios caminhões devido à falta da pavimentação da MT-100 que está por concluir, que é até a chegada do terminal. Alguns comerciantes ameaçam até ir embora, mas como ir embora, se nós estamos precisando que venha investidores para Alto Taquari? Nós estamos buscando novos investidores que venham, não que vão embora. A nossa segunda opção seria uma rua paralela, mas lá se encontram várias residências e um colégio, o qual nós estamos aqui. O que fazer? Não seria a hora de conseguirmos um anel viário junto a essa ferrovia, Senhores? Alto Taquari não teve benefícios suficientes por enquanto, é por isso que estamos juntos, hoje, para pedir o apoio dos senhores. Temos também o preço dos cereais, muitos diziam que iam aumentar em nossos bolsos um real, um dólar por saco, só que até hoje não vimos isso. Esse dólar não chegou nos bolsos dos agricultores. Esse dólar, no entanto, saiu do nosso bolso. O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) – Eu solicito ao nobre Vereador resumir em dois minutos o seu belíssimo pronunciamento. O SR. FÁBIO MAURI GARBUJIO - Está ok. Por enquanto, só beneficiou as compradoras, diminuindo os seus custos com embarques diretos e diminuindo, também, a mão-de-obra que eles tinham. Acabou dificultando a venda dos nossos produtos, pois quem não tem estrutura para beneficiar, tem dificuldade para vender, porque eles só querem comprar produto limpo e seco para diminuir suas despesas. Também tem o problema do custo do frete do adubo, que antes tínhamos os caminhões que levavam e traziam por um custo menor, hoje, aumentou. Até o senhor explanou que tem dificuldade, só que nós precisamos, porque está aí, Dr. Lairton, então, fica aí o pedido também. Autoridades, está na hora de Alto Taquari ter o seu retorno! Fiquei contente em saber que uma empresa que tanto estamos lutando para se instalar aqui, parece que resolveu, só que esbarramos no imposto, novamente, de 12% para 17%. Vamos tentar mudar. Para finalizar, agradeço a atenção de todos e estou certo que esta Sessão será de muita importância para Alto Taquari. Isso ficará na lembrança de cada um de nós, cidadãos taquarienses. É certo de que Alto Taquari caminha rumo ao futuro, ao desenvolvimento, juntamente com o Estado. Esperamos contar com o apoio de cada um de vocês presentes. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) – Ouçamos o Sr. 2º Secretário, Deputado J. Barreto. O SR. J. BARRETO – Exmº Sr Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Humberto Bosaipo, cumprimentando Vossa Excelência e o Sr. Prefeito Lairton, da cidade de Alto Taquari, cumprimento a todas as autoridades, as senhoras, os senhores, sociedade, aqui, de Alto Taquari, representada pelo Rotary Club desta cidade. Sr. Presidente, a presença do Poder Legislativo no interior do Estado é altamente importante. E, até para chamar a atenção dos próprios políticos, estão aqui hoje o grande peso da política de Mato Grosso: dois Senadores, dois Deputados Federais, dezenas de Deputados Estaduais. E, com certeza, o que nós estamos sentindo aqui, com a presença da classe produtora, representada pela FAMATO, como disseram aqui os visitantes, que o Centro-Oeste do Brasil é a grande fronteira

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Mato Grosso do Sul, lá se cobra IPVA e hoje eu posso comprovar que é igual ao de Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul. Em Mato Grosso do Sul não se cobra apenas o primeiro, num incentivo dado a quem compra carro zero-quilômetro, o IPVA dos outros anos será cobrado e a alíquota está totalmente igual. Encerro parabenizando a comunidade de Alto Taquari, parabenizando sua população, seu prefeito, pela maneira com que inteligentemente nos convocou para esta Sessão Itinerante. Realmente, Vossa Excelência está de parabéns! Quero aqui confirmar um pedido de Vossa Excelência, eu já falei com o Deputado Humberto Bosaipo, os recursos para que, em parceria com a Prefeitura, seja iluminada a principal avenida aqui de Alto Taquari. Um grande abraço! Parabéns! Muito obrigado (PALMAS.) O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - Com a palavra, o Presidente da FERRONORTE, Nelson Bastos, para suas considerações finais. O SR. NELSON BASTOS - Vou procurar ser o mais breve possível. Eu fiz uma lista de pontos aqui levantados durante essas brilhantes exposições de quem usou a palavra e vou procurar responder um por um. Primeiro ponto, Cuiabá. Não há a menor dúvida de que a FERRONORTE tem que chegar a Cuiabá. A concessão é para Cuiabá, nunca houve a dúvida de chegar a Cuiabá. Não sei de onde saiu, nas origens, essa dúvida; o que nós temos é a questão do traçado. Já foi dito aqui que o traçado pelo Sul, o nosso predileto, tem um custo que é menos da metade da alternativa. Temos que resolver esse problema para chegar em Cuiabá, como foi dito pelo Presidente do Conselho de Desenvolvimento Urbano de Cuiabá. É importante economicamente para nós, para manter os nossos clientes de grande porte atraídos para a empresa. Então, esse ponto acho que está claro Segundo ponto, localização - perto ou longe de Rondonópolis. Já está dito também, exaustivamente, que a verba existente para fazer o projeto até Rondonópolis termina no nosso quilômetro setecentos e seis, que é numa bifurcação. Nós não temos recursos para andar mais à frente. Se os recursos forem viabilizados, andaremos; se não, não há condições de andar mais do que isso. Terceiro ponto, a questão, de novo, de transferir ou não o preço, a redução de preço da FERRONORTE, que ela trouxe para o frete, ao produtor. A FERRONORTE é uma ferrovia. Nós não temos o dom de reinventar o mercado. Tem que se buscar mecanismos através da organização dos produtores rurais da região e tentar criar uma alternativa para essa meia dúzia de empresas que hoje está monopolizando ou "oligopolizando" o setor. Nós não podemos interferir nisso. Nós propiciamos a redução de frete, como o dirigente da FAMATO explicitou, eu - até por nossa origem - não saberia colocar com melhor precisão os números, mas nós propiciamos isso, esperamos continuar oferecendo frete cada vez mais competitivo, pois não podemos mexer com o mercado. Quarto ponto, é a questão do recurso público. Eu queria deixar claro - desculpem, de novo, pelo tom professoral - que o incentivo fiscal da SUDAM não é para a FERRONORTE, é para o investidor que fez o investimento, incentivo para ele, ele é que deixou de pagar o Imposto de Renda, usou o Imposto de Renda para comprar ações da minha empresa. Para nós, isso não é incentivo, é passivo da FERRONORTE. O dinheiro da SUDAM não cai do céu. Eu tenho que ou emitir debêntures, que depois eu tenho que pagar, ou tenho que emitir ações que diminuem o patrimônio dos outros acionistas da empresa. O incentivo não cai do céu, o incentivo é para o investidor, não é para a FERRONORTE. E nós, de novo, nada tínhamos contra a busca de recursos de origem federal, estadual, para prosseguirmos a Cuiabá. O Senador Carlos Bezerra e a Bancada Federal estão até tentando nos auxiliar nisso. Isso, hoje, não existe. A questão do Governo Federal e Estadual de São Paulo terem feito

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. a ponte, é uma questão relevante. É uma ponte rodoferroviária, mas ela não é da FERRONORTE, a ponte está lá, a gente usa ela para cruzar o Rio. Ela é necessária? É indispensável! Mas ela não está no meu balanço, ela não faz parte da nossa operação, a gente só cruza com ela para chegar no Estado de São Paulo. Foi importante? Importantíssima! Mas isso não quer dizer que a gente recebeu alguma vantagem, algum incentivo. Existiam, inclusive, traçados alternativos que poderiam ter sido explorados, que necessitariam de uma ponte muito menor, sem atravessar represa. Isso muito antes de eu estar aqui, à testa da FERRONORTE. Então, esses quatro pontos eu acho que são dúvidas menores que a gente colocou. Eu tenho um outro comentário com relação ao porto seco, que talvez até seja uma novidade para todo mundo. A FERRONORTE, neste ano de 2001, vai transportar mais de um terço da soja produzida no Mato Grosso, nós vamos fazer três milhões e meio de toneladas - é mais de um terço da soja e do farelo produzidos no Mato Grosso. É um número impressionante! E, mais impressionante, nós vamos estar transportando mais de um quarto da soja exportada pelo Brasil. É só fazer a conta: o Brasil vai exportar doze milhões de toneladas, nós estamos fazendo três e meio de grãos e farelo, mais de um quarto da soja exportada pelo Brasil está passando pela FERRONORTE no ano de 2001! De forma que é óbvio que a região onde nós estamos tem que ter um tratamento aduaneiro adequado, eu não sei se ele chama porto seco ou alguma outra coisa, mas não é possível que esse volume altamente expressivo tenha que ir até a idade de Rondonópolis, ou Cuiabá, ou onde for. Nós não podemos ter 500 caminhões por dia passeando por Mato Grosso, para carimbar papelzinho, é uma coisa que não é possível! Esse problema tem que ser resolvido e eu tenho certeza que ele vai ser resolvido de uma forma ou de outra. Para encerrar, eu queria dizer que realmente a gente procurou expor aqui à opinião pública de Mato Grosso por várias oportunidades, e eu não estou fazendo isso de novo porque eu gosto de responder perguntas, mas porque eu acho que é fundamental a gente conseguir a união de todas as forças do Estado para conseguir chegar em Rondonópolis como está planejado e projetado e dali para frente chegar em Cuiabá. Cada um quer uma coisa da FERRONORTE, tem muitos ímãs atraindo os nossos trilhos por aí, mas eu tenho que achar o meio-termo, a mediana racional e contar com o apoio dos Senhores para conseguir chegar lá. Muito obrigado. (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) – O Senador Jonas Pinheiro quer fazer as suas considerações. Com a palavra, o Senador Jonas Pinheiro. O SR. JONAS PINHEIRO – Vou ser muito rápido. Eu só queria repor aqui a verdade. Eu gosto muito do Deputado Gilney Viana, sujeito extraordinário, defende a idéia dele com todos os dentes, por isso que eu sempre gostei dele. Só que ele defende muito o meio ambiente e eu defendo o produtor rural, o proprietário rural, etc. Então, é apenas o seguinte: nós não fomos derrotados no Projeto Micheleto. O Projeto Micheleto, na votação da Comissão Mista, foi 11 a 02 e não teve o meu voto. Não teve o meu voto, 11 a 02! Acontece que o Presidente da República, precisando ir a Hannover, o que é que ele fez? Não deixou ir a Plenário aquela Medida Provisória, porque ela seria aprovada no Plenário - como ele disse, são 60 Deputados do PT. E ele, na Medida Provisória nº 50, ele reeditou a Medida Provisória do CONAMA... (O SR. GILNEY VIANA FALA FORA DO MICROFONE – INAUDÍVEL) O SR. JONAS PINHEIRO - ...do CONAMA, muito bem. Então, agora está sendo estudado o Projeto do CONAMA! Imaginem, onde é que nós

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. vamos buscar esclarecimento junto aos ambientalistas para redigir agora o novo projeto? Foi no Acre! Onde o Governador do PT, muito inteligente, já reservou 74% do Estado do Acre para continuar preservado, e liberando 26% para ser utilizado de acordo com o zoneamento agroeconômico e ecológico. Portanto, Deputado Gilney Viana, eu acho que nós não temos nenhuma divergência com respeito a isso. Não podemos ter! Você nunca vai querer matar os agricultores de fome no Brasil. Você não vai querer que os vinte e dois milhões de brasileiros, que estão na Amazônia, sejam evacuados. Você não vai querer que o produtor que foi para o Norte, que comprou a propriedade, que foi averbada a margem da escritura dele, que ele tinha direito de usar 50%, que agora ele não possa usar mais nada! O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) – Comunico ao Sr. Senador Jonas Pinheiro que o seu tempo encontra-se esgotado. O SR. JONAS PINHEIRO – De forma que não há divergência, é só ver agora como é que está o projeto de conversão, onde a Senadora Marina Silva é a grande autora dele. Muito obrigado O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) – Em relação ao assunto, eles vão continuar discursando aí, na hora do almoço - o Deputado Gilney Viana e o Senador Jonas Pinheiro. Antes de passar a palavra ao Prefeito, que vai fazer a entrega de algumas homenagens, nós queremos agradecer ao Presidente da FERRONORTE, Dr. Nelson Bastos, pela sua gentileza, pela sua paciência, pela sua compreensão, de estar, aqui, conosco, com a sua equipe; ao Dr. Sérgio Ricardo, que esteve conosco na Assembléia Legislativa, que foi um dos interlocutores com a Diretoria para que nós pudéssemos realizar, aqui, esse debate. Esse debate só enriqueceu mais ainda a Assembléia Legislativa e o Corpo dos Srs. Deputados. Certamente que Vossa Excelência vai estar conosco em outra oportunidade, debatendo com os Parlamentares este assunto Dizer ao Prefeito Lairton, às suas Lideranças Políticas, aos Vereadores, a todos os prefeitos, aqui presentes, que levamos alguns pontos básicos, como, por exemplo, a necessidade de terminar o asfalto da MT-100, o rebaixamento e a instalação de uma subestação em Alto Taquari, a construção de um anel viário, a luta pelo porto seco, a instalação imediata do Banco do Brasil e a eqüivalência do ICMS, foi o que nós tiramos aqui como pontos básicos deste encontro, aqui, de Alto Taquari. Agradecemos, sobremaneira, a presença dos Senadores, dos Srs. Deputados Federais, tanto de Mato Grosso, como de Goiás, lamentar a ausência do Deputado de Mato Grosso do Sul, por falta de teto, não puderam estar aqui hoje. Com a palavra, então, o Prefeito Lairton para fazer algumas homenagens. O SR. LAIRTON JOÃO SPERANDIO – Sr. Presidente, tudo isso que nós discutimos aqui, hoje, eu vou encaminhar um ofício, de maneira simples, que dirá das vontades do povo de Alto Taquari, tendo em vista que nós já tivemos por unanimidade dos Srs. Deputados a aprovação dessa nossa luta. Que fique para Rondonópolis, que fique para Cuiabá, mas nós vamos lutar para que se instale um aqui em Alto Taquari, sem dúvida. Eu vou passar às mãos do Sr. Presidente e agradeço pelo apoio as nossas reivindicações. Para finalizar, Sr. Presidente, eu peço só mais um minutinho, saindo um pouco fora do nosso assunto principal, eu quero dizer a todos os visitantes, aproveitando o ensejo de tantas lideranças políticas que aqui se encontram, pela impressão que se tem de Alto Taquari, todos Deputados Estaduais, Federais, Senadores, visitantes de Goiás, de Mato Grosso do Sul, falam: “Que

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. município rico é Alto Taquari! É por isso que o Prefeito aqui está tentando fazer milagres”. Nós tivemos nesses últimos quatro meses, Sr. Presidente, a nossa receita média em R$230.000,00 reais/mês para mantermos tudo isso que Vossa Excelência está vendo. Nós temos somente este local para realizar este encontro, onde o fazemos com muito carinho. Esta Escola foi construída em 1990, 1992. E, na época, o Prefeito, por sorte, era eu. E eu construí esta obra. Reformamos esta escola inteira e estamos cobrindo a sua quadra. Já começamos. Eu não sei como nós fazemos isso. Eu até quero parabenizar os meus secretários, porque eu mando fazer sem saber se tem dinheiro ou não, porque eu quero cumprir o que eu escrevi no meu caderno. A minha receita em relação ao ano passado, Sr. Presidente, eu tomo a liberdade, caiu 22%! 22%! Caiu! Vossa Excelência estranhou, não é Deputado? Caiu 22% no índice de ICMS. Eu peço de público ao Presidente da FERRONORTE, Sr. Nelson Bastos, ao Dr. Sérgio Ricardo, nós estamos enfrentando gravíssimos problemas com relação às mais de 500 a 1.000 pessoas que passam por Alto Taquari todos os dias devido a essa obra que nós estamos sonhando. Os agregados, as pessoas... Eu estou falando e o Maia Neto, também, me pediu para falar isso, os prefeitos... Aí está o Nininho, lá de Itiquira, obrigado pela sua presença, daqui a alguns dias vai estar em seu Município. ... que nós precisamos arrecadar nossos impostos, Deputado, que são de obrigação das empresas que aqui trabalham e que são de direito do município. Eu disse no caminho, para Vossa Excelência, sobre a sujeira em que a cidade se encontra, onde passam trezentas carretas por dia. Se eu colocar 50 pessoas limpando essa cidade, eu não vou dar conta de tirar toda terra das avenidas principais. E com R$230.000,00 mil reais, em média, até hoje, com quase 50% de folha de pagamento, é difícil... E, 25% do FUNDEF, do FUNDEF saindo à saúde... Nós necessitamos da ajuda, ou melhor, daquilo que é dever das empresas e aquilo que é de direito do nosso município de receber os nossos pequenos impostos, que os da Prefeitura são pequenos e a maioria das empresas que se instala no município não gosta de pagar, Sr. Deputado. Falo isso... E vamos de uma maneira democrática dialogar com todas as empresas. Estamos tentando, desde o começo do ano. Se o imposto é caro e nos provarem que é caro, reunimos os Srs. Vereadores e baixamos a alíquota, não é problema! Mas, se não me provarem que é caro, nós queremos receber todos os impostos devidos pelas empresas e que nós precisamos. Está certo? Eu gostaria de agradecer aos Deputados Federais que fizeram emendas para o Alto Taquari, todos vocês já sabem quem são, nós agradecemos, porque são os investimentos que nós estamos fazendo na cidade. E eu faço um pedido em público. Nós temos uma emenda do Senador Carlos Bezerra meio encalhada em Brasília, para colocar água no Bairro Treze Ponto, que é o sonho de toda a nossa população. Se o Senhor puder interferir, Sr. Senador, é um projeto do Prefeito passado, é uma emenda do Senhor e nós gostaríamos - porque eu estou necessitando - de acompanhar 12% ao ano, que é o crescimento da minha cidade com uma Receita dessa. Eu gostaria de contar com o apoio do Senhor, do Senador Jonas Pinheiro também temos uma emenda para levar energia no campo, o Deputado Federal Wilson Santos também já nos gratificou com duas emendas, três, melhor dizendo assim, uma ambulância, um mini-estádio e também uma creche, que ele acabou de me dizer hoje. Quero dizer também que o Deputado Wellington Fagundes já liberou a verba o ano passado do nosso hospital, que vamos inaugurar daqui a pouquinho. Nós equipamos todo ele, Deputado, uma parte nós compramos, uma parte nós alugamos - porque nós não temos recursos para isso - mas, já estamos tirando radiografia, fazendo partos, fazendo pequenas

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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ITINERANTE PARA DISCUTIR A FERRONORTE, REALIZADA EM ALTO TAQUARI, NO DIA 04 DE MAIO DE 2001, ÀS 08:30 HORAS. cirurgias. A partir de hoje, se Deus quiser, tudo isso vai ser feito graças à sua ajuda, do Deputado J. Barreto e de todos os Deputados que aqui nos ajudam. E, quero agradecer, para finalizar, ao Deputado Humberto Bosaipo. Aqui a casa é sua, é de todos os Deputados e nós gostaríamos de participar mais vezes tentando desenvolver o nosso município. Nós fizemos uma simples homenagem, junto com a Associação Comercial, com os Vereadores e vamos entregar uma pequena lembrança dessa primeira Sessão Itinerante em Alto Taquari para todos os Deputados Estaduais, para os Senadores, para os Deputados Federais, para a FERRONORTE e tem alguns aí que nós não colocamos nem o nome, porque esperamos para saber quem ia chegar, mas nós vamos entregar. E, dizer que nós vamos ter o almoço agora e depois nós vamos inaugurar o Hospital Municipal, vamos inaugurar o Sindicato Rural, que o Vereador Municipal e Presidente do Sindicato já se encontra presente, inclusive, quero informar que faleceu antes de ontem o pai do Vereador a quem externo os pêsames, extensivo a toda a família, um grande produtor de Alto Taquari há mais de vinte anos. Muita força a você e a sua família, se Deus quiser você vai se recuperar e comandar muito bem esse Sindicato. Eu vou entregar só uma estatueta homenagem, simbolicamente, para o Deputado Humberto Bosaipo, Presidente da Assembléia Legislativa, porque já está tarde e depois será entregue para todos os Deputados e autoridades presentes. Se Deus quiser, essas lembranças vão ficar lá em seus gabinetes e, no dia que eu os visitar, verei que estiveram em Alto Taquari. (NESTE MOMENTO, O PREFEITO DE ALTO TAQUARI PROCEDE À ENTREGA DA ESTATUETA DE HOMENAGEM AO DEPUTADO HUMBERTO BOSAIPO - PALMAS.) O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - Convido a todos a porem-se de pé para que ouçamos o Hino de Mato Grosso. (NESTE MOMENTO, É EXECUTADO O HINO DE MATO GROSSO - PALMAS.) O SR. PRESIDENTE (HUMBERTO BOSAIPO) - Convido os Senhores Deputados para a audiência pública a realizar-se hoje à noite, em Rondonópolis, para discutir a questão das estradas da região Sul, com o DVOP. Declaro encerrada a presente Sessão. (LEVANTA-SE A SESSÃO)

Revisado por Regina Céli Arruda.

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