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Música do Passado para o Presente Quando falamos de Música Clássica temos tendência para pensar na música escrita há muito tempo por compositores que viviam em contextos sociais diferentes daqueles em que hoje vivemos. Os compositores mais populares são aqueles que escreveram as suas obras há 200 ou 300 anos. Este é também o período do qual provêm os instrumentos que usamos hoje em dia. A Orquestra Sinfónica é, ao mesmo tempo, a guardiã e a renovadora desta herança. Para que a herança continue a ser relevante para os ouvintes dos nossos dias, precisa de ser continuamente reinterpretada. Precisa de ter a mesma urgência de comunicar connosco no presente. A nossa ambição, na Gulbenkian Música, é a de apresentar música que, em simultâneo, tem a capacidade de se inspirar no passado e de falar para o presente. Coro e Orquestra Gulbenkian O Coro Gulbenkian tem um motivo especial para celebrar nesta temporada. Michel Corboz, o seu maestro titular, completará 50 anos desde a sua primeira apresentação à frente deste agrupamento. Para marcar este jubileu, o coro apresentará dois ciclos completos da Oratória de Natal de J. S. Bach no mês de dezembro, o mesmo mês em que Corboz iniciou as suas funções em 1969. Antes da Páscoa, interpretará também a Paixão segundo São João de Bach. mecenas principal gulbenkian música A Orquestra Gulbenkian inicia a sua segunda temporada com Lorenzo Viotti. O nosso maestro titular define os seus programas através da combinação entre o repertório corrente e obras-primas menos conhecidas do público. Sendo um apaixonado pela ópera, apresenta nesta temporada outra produção encenada, Evgeni Onegin de Tchaikovsky. mecenas mecenas mecenas mecenas No domínio do repertório sinfónico, continua a explorar as últimas estágios gulbenkian para orquestra música e natureza concertos de domingo ciclo piano obras de Mozart e convida a orquestra a interpretar, pela primeira vez na sua história, a impressionante 3.ª Sinfonia de Mahler no concerto de abertura da temporada. Outro programa que nos mostra como a Natureza foi interpretada pelos compositores contrapõe Beethoven e Stravinsky. 5 Também as Quatro Peças Sacras de Verdi, a 9.ª Sinfonia de Bruckner e ocidentais: de que modo são diferentes e que elementos podem partilhar e a Sinfonia Lírica de Zemlinsky estarão sob o olhar do nosso diretor entre elas. Os sete concertos desta temática incluem três com o nosso musical durante a temporada, a qual termina com a raramente ouvida compositor residente Benjamin Attahir e a Orquestra Gulbenkian, obra Os Sinos de Rachmaninov, para coro, orquestra e solistas. bem como um concerto com Jordi Savall e a sua exploração musical do extraordinário trajeto de São Francisco Xavier, o monge quinhentista Residências que viajou de Portugal para levar o cristianismo ao Japão. É com muito orgulho e satisfação que iniciamos uma residência Os ensembles Gurdjieff & Hewar juntam as suas forças num concerto com Maria João Pires, a intérprete portuguesa mais aclamada especial que combina as músicas da arménia e da síria de uma forma internacionalmente e cujas apresentações foram escassas no nosso inovadora. O pianista e compositor arménio Tigran Hamasyan país nos últimos anos. Teremos a oportunidade de ouvi-la em diferentes apresenta a sua própria música, bem como os seus arranjos de música combinações: o primeiro concerto, em setembro, junta canções sacra do século V ao século XX, em conjunto com o Coro Gulbenkian. arménias aos Impromptus de Schubert; o segundo, em novembro, apresenta música de Mozart para piano a duas e a quatro mãos: Beethoven 2020 e mais o terceiro, em março, é um recital a solo preenchido com obras de Debussy e Beethoven. O ciclo completo revela diferentes facetas desta artista singular. Beethoven pode ser considerado o compositor mais radical da história da música ocidental. Em janeiro de 2020, no ano do 250.º aniversário do seu Benjamin Attahir, um jovem compositor francês de origem libanesa, nascimento, iniciaremos uma programação especial que se prolongará também estará em residência na primeira parte da temporada. A sua ao longo de um ano e que destacará o seu génio criativo. Em 2020, música combina elementos das tradições clássicas ocidental e oriental. ouviremos todas as suas sinfonias e sonatas para piano em diferentes Considerado um dos músicos mais inovadores da sua geração, produziu contextos. No final de janeiro, o nosso bianualFestival dos Quartetos já um leque variado de obras, de entre as quais serão apresentados três de Cordas será dedicado aos quartetos para cordas de Beethoven – uma concertos pela Orquestra Gulbenkian. O primeiro, Al Fajr, para piano integral em dois dias, oferecida por seis quartetos de cordas internacionais. e orquestra, estreado por Daniel Barenboim na Pierre Boulez Saal, em Berlim, foi pensado pelo compositor para ser tocado com o Concerto Para além dos temas descritos anteriormente, a temporada 19/20 da para Piano n.º 22 de Mozart. O segundo concerto, uma encomenda da Gulbenkian Música continua a convidar os mais inspiradores artistas dos Fundação Calouste Gulbenkian, é para soprano (Raquel Camarinha) nossos dias, maravilhando e surpreendendo os ouvintes. Poderá apreciar e violino (Renaud Capuçon), e o terceiro solicita a presença no nosso os intérpretes que se apresentam no Grande Auditório pela primeira vez, palco de um raro instrumento, o serpentão. como o jovem pianista Seong-Jin Cho, os violinistas Daniel Lozakovich e Vilde Frang ou a soprano Camilla Nylund, ou reencontrar músicos O terceiro artista em residência é o pianista Behzod Abduraimov, nascido que não nos visitam há muitos anos, como o pianista Mikhail Pletnev há 30 anos em Tashkent, no Uzbequistão. Desenvolve uma relação artística e o violinista Gil Shaham. Descobrirá novas composições que foram próxima com Lorenzo Viotti e ambos interpretarão concertos russos, escritas por compositores como Marlos Nobre ou Nuno da Rocha, de Tchaikovsky e Rachmaninov. Abduraimov também se apresentará em no âmbito da nossa colaboração com a Sala São Paulo no Brasil, verá e recital a solo, integrado no nosso ciclo de piano. Uma grande intérprete ouvirá novas encenações e novas óperas como Erismena, do compositor neste domínio, cuja presença quero também destacar, é a nossa querida veneziano do século XVII Francesco Cavalli, ou The Sleeping Thousand, Mitsuko Uchida, que atuará em dois concertos na temporada. do jovem compositor israelita Adam Maor, e poderá ainda descobrir novos talentos emergentes durante o fim-de-semana Rising Stars. Oriente — Ocidente O nosso objetivo é, e sempre foi, o de lhe oferecer oportunidades únicas “O Mundo é um livro e aqueles que não viajam leem apenas uma página” para experimentar as emoções que os artistas oriundos de diferentes escreveu Santo Agostinho de Hipona no século V. Para celebrar os horizontes partilham consigo ao vivo. Bem-vindo à Gulbenkian Música! 150 anos do nascimento do nosso fundador, Calouste Sarkis Gulbenkian, em 2019 programamos um ciclo que explora as tradições musicais orientais Risto Nieminen — Diretor do Serviço de Música 6 7 8 9 Jazz em Agosto 01Jazz — 11 AGO /em JAZZ EM Agosto AGOSTO 2019 / LISBOA ? O jazz sempre teve na sua raiz a semente da contestação e da mudança, enquanto música movida pelo contexto social à sua volta e capaz de apontar o foco para todo o tipo de arbitrariedades incómodas e que os olhares preferem tantas vezes ignorar. A música deve carregar consigo um sentido maior, deve ser veículo para a mais profunda expressão de tudo aquilo que nos faz humanos e apontar para uma existência mais digna. Nesse sentido, o guitarrista Marc Ribot defende que todos os movimentos impulsionadores de mudanças sociais e de resistência têm a sua banda sonora. E foi por isso que o músico arregaçou as suas mangas revolucionárias e reuniu um cancioneiro que batizou como Songs of Resistance, em resposta “SONGS OF RESISTANCE” ao turbulento contexto social e político vivido nos Estados Unidos. Ribot e o seu insubmisso projeto assumem o concerto “THE AMIRI BARAKA SESSIONS” de abertura do 36º Jazz em Agosto, dando o mote para uma edição Marc Ribot sob o signo do grito coletivo clamando por um mundo mais justo. “Mandorla Awakening” Heroes are Gang Leaders“ORIGAMI HARVEST” É a esse mesmo grito que se juntam Heroes Are Gang Leaders, Burning Ghosts, Nicole Mitchell ou Ambrose Akinmusire. “CODE GIRL” Abacaxi Mas a revolução apregoada neste Jazz em Agosto estende-se Nicole Mitchell “TRIPLE DOUBLE” Burning Ghosts igualmente para lá da sua dimensão mais política, lembrando-nos Joey Baron & RobYn Schulkowsky ERIS 136199 quão revolucionária é também a vanguarda musical que Ambrose Akinmusire Tomas Fujiwara Abdul MOIMÊME Toscano–Pinheiro–Mira–Ferrandini“FREAKS” descobrimos em Ingrid Laubrock e Tom Rainey, Théo Ceccaldi, Mary Halvorson Julien Desprez, Mary Halvorson, Tomas Fujiwara, Zeena Maja S. K. Ingrid RATKJE Laubrock &Théo Tom Ceccaldi Rainey Zeena Parkins & BRIAN Chase Parkins ou no quarteto Toscano, Pinheiro, Mira e Ferrandini. Música para que tudo não fique na mesma. Para que a mudança aconteça. GULBENKIAN.PT 10 11 01 AGOSTO 02 AGOSTO QUINTA Marc Ribot Maja S. K. Ratkje SEXTA 21:30 — Anfiteatro ao Ar Livre 18:30 — Auditório 2 Jazz em Agosto — Songs of Resistance Jazz em Agosto 20€ 6€ Convencido de que todos os movimentos Marc Ribot Guitarra elétrica / Voz Inspirada por compositores como Maja S. K. Ratkje Eletrónica sociais que operaram mudanças de Jay Rodriguez Saxofone tenor / Flauta Stockhausen e Messiaen, a norueguesa vulto tiveram sempre uma banda sonora Brad Jones Contrabaixo Maja S. K. Ratkje estabeleceu-se com a à altura, Marc Ribot criou o projecto Ches Smith Bateria edição de Voice (2002) como uma das mais Songs of Resistance, cúmulo de uma série Reinaldo de Jesus Percussão originais criadoras na área da eletrónica de investidas conformes ao seu perfil experimental, ao explorar com uma ativista. E muniu-se de temas históricos de imaginação sem limites a impressão combate, colhidos quer nos movimentos da sua voz nas peças que cria.