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Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 Melgaço

Versão para Consulta Pública

14 de Abril de 2008

Resumo

Melgaço está a implementar no Concelho a Agenda 21 Local, um processo participativo através do qual as autoridades trabalham em parceria com diversos sectores da comunidade, de forma a promover a sustentabilidade ao nível local e a melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.

O presente documento apresenta o resultado da participação da população, as acções e as prioridades do Concelho.

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 1

Índice

Resumo...... 1 Índice...... 2 Enquadramento...... 3 1 – MELGAÇO...... 3 1.1 - Localização e enquadramento ...... 3 1.2 - Demografia...... 4 Evolução da População...... 4 Estrutura Etária...... 11 2 - A Agenda 21 Local de Melgaço ...... 16 2.1 - O processo participativo...... 16 2.2 - Áreas prioritárias ...... 18 Diagnóstico e Plano de Acção...... 19 Listagem de acções propostas...... 19 1 - TURISMO SUSTENTÁVEL...... 21 Análise estratégica...... 43 Acções propostas...... 47 2 - GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICO E RESÍDUOS...... 60 Abastecimento de água...... 60 Saneamento público...... 67 Resíduos Sólidos Urbanos...... 71 Acções propostas...... 77 3 - GESTÃO FLORESTAL ...... 91 Acções propostas...... 5 4 - MOBILIDADE...... 12 Acções Propostas...... 26 5 - ACÇÃO SOCIAL LOCAL: RECURSOS E INTERVENÇÃO ...... 30 Conclusões...... 46 Bibliografia...... 47 Anexo A – Equipa técnica ...... 50 Anexo B – Algumas entidades envolvidas...... 52

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Enquadramento

1 – MELGAÇO

1.1 - Localização e enquadramento

Melgaço é a região mais setentrional de . É delimitado, a norte, pelo rio Minho (que o separa de Espanha); a oeste, pelo concelho de Monção; a sudoeste, pelo concelho de (área do Parque Nacional da Peneda-Gerês); e pelos concelhos galegos de Entrimo, Verea, Quintela de Leirado, Padrenda, Creciente e Arbo.

Possui três fronteiras ou acessos de ligação à Galiza: em S. Gregório na de , a 9 km da Vila de Melgaço, ligando à povoação Galega de Puente Barjas; na Ameijoeira , em Castro Laboreiro, faz ligação à povoação galega de Entrimo; em S. Marcos , na freguesia de no lugar do Peso, onde existe a Ponte Internacional que liga à povoação galega de Arbo (a 10 Km da Auto-estrada das Rias Baixas que liga Vigo a Ourense).

As terras de Melgaço abrangem, na sua totalidade, uma superfície de 238 km 2, integrados no agrupamento do Minho, do Distrito de . As suas 18 distribuem-se por zonas de planalto e ribeira, nas encostas do rio Minho, e são: , Castro Laboreiro, Chaviães, , Cristoval, Cubalhão, Fiães, , Lamas de Mouro, Paços, Paderne, Parada do Monte, , Prado, Remões, Roussas, S. Paio e Vila.

Apesar de se encontrar numa zona de difícil acesso, Melgaço conta já com uma boa rede de acessos. É de destacar a natureza do relevo, as variações de altitude, o entrelaçar de climas de influência atlântica e mediterrânica e a constituição do solo, que criam, em Melgaço, duas manchas geograficamente bem diferenciadas: uma, a da ribeira e das encostas do Minho, com uma paisagem mais humanizada; a outra é a zona serrana , montanhosa e planáltica, com cerca de dez mil hectares integrados no Parque Nacional da Peneda Gerês.

Melgaço integra-se no Distrito de Viana do Castelo. Este Distrito compreende 10 concelhos e 288 freguesias. Tem uma área de 2.555 km2 (2,5% do território continental) e encontra-se dividido em dois agrupamentos: o do Lima e o do Minho. Melgaço integra-se neste último.

O Vale do Minho representa seis dos 10 concelhos do Distrito de Viana do Castelo e ocupa uma área de 951,04 ha.

Tabela 1 - Área total, total de freguesias e área média de freguesias por concelhos do Vale do Minho Concelhos Área (Km 2) Nº Freguesias Área Média das freguesias (Km 2) % área do Distrito 137,4 20 6,87 5,7 Melgaço 238,1 18 13,23 7,8 Monção 211,2 33 6,4 9,2 P. de 138,4 21 6,6 6,0 Valença 117,3 16 7,33 5,2 V. N. Cerveira 108,6 15 7,24 4,7 Vale do Minho 951 123 7,73 38,6 Fonte: Censos 2001

O desenvolvimento da estrutura produtiva do concelho esteve sempre muito condicionada às fracas acessibilidades do concelho que só há, aproximadamente, uma década foram melhoradas com os investimentos nas infra-estruturas rodoviárias: variante às EN’s 202 e 301 que permite a ligação a Valença e à Ponte internacional Peso- Arbo. Os melhoramentos na rede rodoviária Municipal permitiram igualmente a melhoria das acessibilidades

No contexto regional, Melgaço ocupa uma posição de forte periferismo entendido a dois níveis: - um encravamento geográfico que resulta da sua posição em relação às manchas e eixos mais desenvolvidos do Norte de Portugal. A sua posição fronteiriça esbarra com a vizinhança, também situada numa zona periférica em relação às áreas mais desenvolvidas da Galiza. A estratégia transfronteiriça da aproximação entre a região Norte e a Galiza privilegia o eixo /Valença/Vigo através do melhoramento dos grandes eixos de tráfego, a gestão de infra-estruturas e promoção de investimento. - um periferismo económico pois não há uma articulação entre as características da base económica concelhia com o dinamismo do tecido industrial do Norte de Portugal. A tendência recente da expansão territorial da malha industrial (a partir Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 3

do sistema têxtil do Ave e da Área Metropolitana do Porto) tem evoluído nos concelhos do eixo litoral até Viana do castelo. É nesta zona que se concentra melhor acessibilidade, melhor disponibilidade de eixos viários, melhores estruturas de telecomunicações e um conjunto de equipamentos estratégicos em termos de desenvolvimento industrial. Neste contexto, Melgaço tende a ocupar uma situação de linha recuada, cujo perfil de desenvolvimento só muito dificilmente pode usufruir desse dinamismo. No entanto, a Zona metropolitana de Vigo poderá ter um impacto muito importante na rede urbana do e a grande dimensão do polígono industrial do Porrinho e a plataforma logística de Salvaterra/as Neves influenciarão o tipo de actividade económica de toda a área fronteiriça.

O posicionamento do Alto Minho mudou de forma radical. De uma situação de periferia geográfica, económica e social passa para o centro geográfico de um sistema económico de grande significado.

1.2 - Demografia

Evolução da População

Entre 1991 e 2001 a população do concelho de Melgaço diminuiu de 11018 para 9996 indivíduos (-9.2%). A nível de NUT III, Minho-Lima, verificou-se uma variação nula da população correspondente a uma taxa de variação de 0.09%. Ao contrário destas duas unidades territoriais, a Região Norte registou um aumento populacional de 6.18% indivíduos.

Tabela 2 - Indicadores Demográficos Gerais Indicadores Demográficos Região Norte Minho-Lima Melgaço Período Unidade População Residente 3.687.293 250.275 9996 2001 Nº

Taxa Crescimento População Residente 6.18 0.09 -9.28 1991/2001 %

Famílias Clássicas 1.210.631 83.016 3761 2001 Nº

Taxa Crescimento Famílias Clássicas 20.00 -26.67 -2.16 1991/2001 %

Alojamentos Familiares Clássicos 1.605.157 132.885 7179 2001 Nº

Taxa Crescimento de alojamentos Familiares Clássicos 25.51 17.38 11.98 1991/2001 %

Analisando o Quadro 2, observa-se um crescimento significativo do número de famílias clássicas, na Região Norte enquanto que quer em Melgaço quer na Região do Minho-Lima se verificou um decréscimo do número de famílias. O crescimento do número de famílias clássicas, no caso da Região Norte, a melhoria das condições de vida e os incentivos de acesso ao crédito, contribuíram sem dúvida para o crescimento dos alojamentos familiares, se bem que menos expressivo ao nível de Melgaço, se comparado com o Minho-Lima ou com a Região Norte. A relação entre o número de famílias e alojamentos (número de alojamentos superiores ao número de famílias) em Melgaço faz antever a importância dos alojamentos desocupados ou porque a população está emigrada ou porque são alojamentos de 2ª residência.

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A evolução da população do concelho desde 1940 apresenta duas tendências distintas: Gráfico 1 - Evolução da População, 1940-2001

Evolução da População

20000 18000 16000 14000 12000 10000

Valo res 8000 6000 4000 2000 0 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 Anos

Fonte: INE: Censos Populacionais

- até 1960 registou-se um crescimento moderado da população fruto essencialmente de taxas de natalidade e mortalidade elevadas que resultaram em crescimentos demográficos pouco significativos; - A partir de 1960, o concelho apresentou sempre uma diminuição da população resultante de variações negativas do saldo fisiológico e migratório. A saída de população para o litoral (êxodo rural) e para o estrangeiro (emigração) com o consequente envelhecimento da população que ficou no concelho resultou em quebras acentuadas da população (de 1960 para 2001 registou-se uma variação negativa da população de -82.1%).

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A evolução da população nas freguesias acompanhou as tendências do concelho sendo que se registam algumas disparidades internas ao nível da evolução da população de 1991 para 2001:

Tabela 3 - Evolução da população por freguesias (1940-2001) % variação população Freguesias 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 1991-2001 Alvaredo 974 857 799 729 702 644 614 -4,66 Castro Laboreiro 1975 1944 1941 1482 995 867 726 -16,26 Chaviães 793 841 896 667 601 511 431 -15,66 Cousso 647 716 756 746 609 364 361 -0,82 Cristóval 1248 1263 1285 969 834 667 619 -7,20 Cubalhão 338 379 431 435 363 264 209 -20,83 Fiães 920 1005 898 708 448 346 300 -13,29 Gave 640 710 735 710 509 388 280 -27,84 Lamas de Mouro 284 351 368 242 223 184 148 -19,57 Paços 789 917 837 878 554 479 379 -20,88 Paderne 2250 2185 2168 2153 1738 1343 1235 -8,04 Parada do Monte 890 968 1131 1048 821 620 487 -21,45 Penso 946 890 829 666 645 589 563 -4,41 Prado 612 592 621 606 583 538 468 -13,01 Remoães 223 222 224 193 169 140 124 -11,43 Roussas 1200 1154 1263 1052 1043 1036 1139 9,94 S.Paio 1259 1334 1660 1341 995 720 639 -11,25 Vila 1400 1470 1369 1144 1414 1318 1274 -3,34 Concelho 17338 17798 18211 15769 13246 11018 9996 -9,28 Vale do Minho 83425 79480 -4,73 Região Norte 3472715 3687212 6,17 Continente 9867147 10355824 4,95 Fonte: INE, Recenseamento Geral da População, 2001 Freguesias da Ribeira: - as freguesias da Vila e de Roussas são as mais dinâmicas sendo que Roussas foi a única que apresentou uma variação positiva da população de 9.94%; - as freguesias envolventes da sede de concelho – Prado, Paderne e Remoães – apresentam variações negativas na ordem dos 10 %; - as freguesias do Penso e Alvaredo apresentam variações na ordem dos –5 %; - as freguesias a Este da Vila – Chaviães e Paços – apresentam perdas populacionais na ordem dos 15 a 20 %.

Da evolução descrita anteriormente pode-se identificar duas áreas com dinâmicas diferentes, ou seja as freguesias a nascente de Melgaço e as freguesias a poente de Melgaço. As primeiras apresentam variações negativas elevadas decorrente de factores de ordem natural e sócio-económica como os declives acentuados que não permitiram nem o desenvolvimento da rede de comunicações nem o desenvolvimento da actividade agrícola e do povoamento. Assim, os aglomerados que adquiriram maior expressão desenvolveram-se nas zonas de encosta com declive menos acentuado (sede da freguesia de Chaviães) e nas zonas de rechã/portela (zonas planas) como é o caso de Portela do Couto e Sá; exceptua-se desta situação a freguesia de Cristóval que por se desenvolver numa zona de cumeeira apresenta declives menos acentuados possibilitando assim o desenvolvimento dos aglomerados ao longo do Caminho Municipal 1138

Gráfico 2 - Variação da População Residente por freguesias (%) 1991-2001

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15

10

5

0 Vila Gave Fiães Prado Paços Penso S.Paio

-5 Cousso Paderne Cristóval Roussas Alvaredo Chaviães Concelho Cubalhão Remoães C.Laboreiro % -10 L. De Mouro Paradado Monte -15

-20

-25

-30 Freguesias

As freguesias da Vila, Roussas e a oeste de Melgaço beneficiam de condições mais favoráveis ao desenvolvimento o que contribuiu para a menor expressão das perdas populacionais. Salientam-se como factores favoráveis, os declives menos acentuados, a possibilidade de desenvolver a actividade agrícola, nomeadamente da cultura da vinha, a melhoria das acessibilidades decorrente da construção da variante às EN’s 202 e 301; a existência de infraestruturas/equipamentos que funcionam como indutores de maior dinamismo como a zona industrial, as termas do Peso e o Complexo Desportivo.

Freguesias do Monte Ao contrário das freguesias da zona da Ribeira, as freguesias do Monte apresentaram todas elevadas diminuições da população quer na década de 1981/91 quer de 1991/2001, continuando assim a tendência que vem da década de 60. A diminuição da população destas freguesias prende-se com a saída de população jovem em idade activa (emigração e êxodo rural) que desde a década de 60 caracteriza estas freguesias, bem como o movimento natural da população e a estrutura etária. A diminuição da população na década de 80 e 90 terá resultado mais do aumento da taxa de mortalidade derivado do envelhecimento da população do que da saída de população.

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Tabela 4 – População, Famílias e Alojamentos em 2001 Freguesias População Famílias Aloj.Familiar Clássico Edifícios Clássicas Nº % Nº % Nº % Nº % Alvaredo 614 6,14 210 5,58 309 6,29 309 4,58 Castro Laboreiro 726 7,26 306 8,14 813 16,54 815 12,08 Chaviães 431 4,31 165 4,39 279 5,68 293 4,34 Cousso 361 3,61 144 3,83 260 5,29 260 3,85 Cristóval 619 6,19 256 6,81 446 9,08 444 6,58 Cubalhão 209 2,09 81 2,15 110 2,24 110 1,63 Fiães 300 3,00 129 3,43 215 4,38 215 3,19 Gave 280 2,80 128 3,40 321 6,53 321 4,76 Lamas de Mouro 148 1,48 58 1,54 97 1,97 96 1,42 Paços 379 3,79 149 3,96 255 5,19 255 3,78 Paderne 1235 12,35 478 12,71 777 15,81 770 11,41 Parada do Monte 487 4,87 197 5,24 532 10,83 517 7,66 Penso 563 5,63 204 5,42 500 10,18 482 7,14 Prado 468 4,68 168 4,47 261 5,31 256 3,79 Remoães 124 1,24 43 1,14 86 1,75 80 1,19 Roussas 1139 11,39 358 9,52 613 12,47 501 7,42 S.Paio 639 6,39 242 6,43 397 8,08 396 5,87 Vila 1274 12,75 445 11,83 903 18,38 629 9,32 TOTAL 9996 100,00 3761 100,00 4914 100,00 6749 100,00 Fonte: INE: Censos Populacionais, 2001

As dinâmicas apresentadas que diferenciam as freguesias da Ribeira e do Monte são igualmente detectáveis através da distribuição do número de famílias, alojamentos familiares e edifícios. Relativamente à distribuição da população verifica-se que três freguesias da Ribeira – Paderne, Roussas e a Vila - concentram 36.49% da população e 34.10 das famílias clássicas. Igualmente de assinalar é o fraco peso relativo das freguesias do Monte sendo de destacar a freguesia de Lamas de Mouro com apenas 148 habitantes. Saliente-se igualmente que a juntar ao reduzido número de famílias de algumas freguesias está a redução da dimensão destas resultante ou da saída dos filhos para centros urbanos mais dinâmicos ou da opção dos casais em ter menos filhos. Em 2001, pela primeira vez a dimensão média da família é, em todas as freguesias, inferior a 3 pessoas.

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Tabela 5 - Dimensão Média da Família e Ocupação Média do Alojamento em 2001 Freguesias HAB/FAM FAM/ALOJ ALOJ/EDIF Alvaredo 2,92 0,68 1,00 Castro Laboreiro 2,37 0,38 1,00 Chaviães 2,61 0,59 0,95 Cousso 2,51 0,55 1,00 Cristóval 2,42 0,57 1,00 Cubalhão 2,58 0,74 1,00 Fiães 2,33 0,60 1,00 Gave 2,19 0,40 1,00 Lamas de Mouro 2,55 0,60 1,01 Paços 2,54 0,58 1,00 Paderne 2,58 0,62 1,01 Parada do Monte 2,47 0,37 1,03 Penso 2,76 0,41 1,04 Prado 2,79 0,64 1,02 Remoães 2,88 0,50 1,08 Roussas 3,18 0,58 1,22 S.Paio 2,64 0,61 1,00 Vila 2,86 0,49 1,44 TOTAL 2,66 0,77 0,73 Fonte: INE: Censos Populacionais, 2001 Os baixos valores da relação entre o número de famílias e de alojamentos revela a existência de muitos alojamentos desocupados derivado da ausência das famílias (emigração) ou de 2ª habitação (casa de fim-de-semana). Relativamente ao número de alojamentos por edifício verifica-se o predomínio da habitação unifamiliar dado que só Roussas e a Vila apresentam valores significativamente superiores a 1. A evolução da população resulta assim de quatro factores essenciais relativos ao movimento natural e migratório da população:

natalidade Saldo fisiológico mortalidade

emigração Saldo migratório imigração

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Analisando o movimento natural da população e tendo por base os indicadores demográficos para 1999 (natalidade) e 1997 (mortalidade) justifica-se a evolução da população referida anteriormente.

Gráfico 3 - Movimento Natural da População, 1999

16

14

12

10

8

Permilagem 6

4

2

0 Taxa de Natalidade Portugal Região Minho-Lima Melgaço Taxa de Mortalidade Norte Unidades Territoriais

Fonte: INE: Retratos Territoriais

Relativizando a realidade concelhia à escala regional e nacional, verifica-se que ao contrário das dinâmicas nacionais e da Região Norte quer a Região do Minho-Lima quer o concelho de Melgaço apresentam valores negativos do crescimento natural, ou seja, taxas de natalidade inferiores às taxas de mortalidade. No caso do concelho, este desequilíbrio é muito acentuado já que a taxa de natalidade é de 5.9 por 1000 enquanto que a taxa de mortalidade é de 17.31 por 1000. Internamente, as freguesias apresentam, na sua maioria, crescimentos naturais negativos o que justifica a evolução da população nas últimas décadas. Não tendo dados relativos aos movimentos migratórios por freguesia apenas se pode afirmar, de forma empírica, que ao movimento natural acresce a saída de população das freguesias com um carácter mais rural para a sede de concelho ou mesmo para fora do concelho em direcção à Área Metropolitana do Porto.

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Tabela 6 - Indicadores Demográficos, 1999 Freguesias Taxa de Natalidade Taxa de Mortalidade Taxa de Crescimento Natural Alvaredo 6,51 8,14 -1,63 Castro Laboreiro 2,75 28,93 -26,18 Chaviães 13,92 25,52 -11,6 Cousso 2,77 38,78 -36,01 Cristóval 1,62 14,54 -12,92 Cubalhão - 28,71 - Fiães 3,33 40 -36,67 Gave - 31,14 - Lamas de Mouro - 20,27 - Paços 5,28 29,02 -23,74 Paderne 4,86 17,81 -12,95 Parada do Monte 10,27 16,43 -6,16 Penso 5,33 15,99 -10,66 Prado 4,27 10,68 -6,41 Remoães - 16,13 - Roussas 7,08 21,95 -14,87 S.Paio 15,65 14,08 1,57 Vila 10,99 6,28 4,71 Concelho 5,9 17,4 -11,5 Fonte: INE: Retratos Territoriais

A taxa de mortalidade elevada resulta do elevado índice de envelhecimento decorrente do aumento da esperança média de vida, do regresso da população emigrante ao local de origem e do regresso da população das ex-colónias nos anos 70.

Estrutura Etária

A análise da estrutura etária da população, no passado e na actualidade, fornece informações sobre a história demográfica de uma determinada região. A distribuição da população por grandes grupos etários reflecte aspectos conjunturais que afectam os territórios em determinado período. A proporção existente entre os três grandes grupos etários (jovens, adultos e idosos) merece especial atenção devido ao facto dos inactivos (jovens e idosos) exercerem uma pressão de dependência sobre os activos (adultos) dado que consomem parte da riqueza produzida por estes últimos. A evolução dos indicadores relacionados com a estrutura etária realiza-se para o Concelho em 1991 e 2001, enquanto que para as freguesias apenas se encontram disponíveis os dados por grupos quinquenais da distribuição da população por grandes grupos etários em 2001. A estrutura etária do concelho de Melgaço reflecte desde 1991 uma forte tendência para o envelhecimento quer na base quer no topo da pirâmide, apresentando em 2001 uma estrutura etária envelhecida com um Índice de Envelhecimento de 257.3, o que é bem patente na forma da pirâmide – “pirâmide invertida”

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Gráfico 4 - Pirâmide de idades, 1950

85 e + 80 - 84 75 - 79 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 H M 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5 - 9 0 - 4 6 5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6

Fonte: Recenseamento Geral da População (1950), INE, Lisboa.

Gráfico 5 - Pirâmide de idades, 2001 85 e + 80 - 84 75 - 79 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 H M 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5 - 9 0 - 4 6 5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6

Fonte: Recenseamento Geral da População (2001), INE, Lisboa.

Entre 1950 e 2001 podemos observar diferenças significativas no que diz respeito à distribuição da população por grupos etários. Comparando as pirâmides etárias referentes à população recenseada em 1950 e 2001 aparecem bem patentes as modificações sofridas pela população melgacense nos últimos 50 anos. A pirâmide etária em 1950 apresenta uma base alargada devido à existência de uma elevada proporção de jovens e um topo estreito, mostrando existir uma reduzida proporção de idosos. Esta pirâmide caracteriza-se por uma elevada natalidade e com mortalidade também elevada, se bem que relativamente precoce. A pirâmide de idades em 2001, após meio século, apresenta-se consideravelmente diferente. A base da pirâmide aparece muito estreita e, em contrapartida, o respectivo topo apresenta-se substancialmente alargado. É notório o crescimento entretanto ocorrido na proporção de idosos, bem como o abaixamento da proporção de jovens. Estamos perante um regime com reduzida natalidade e reduzida mortalidade precoce.

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Assim, no decurso deste período, a população de Melgaço não só diminuiu acima dos 40%, como reduziu, substancialmente, a população idosa, denotando um duplo envelhecimento, quer na base, quer no topo, respectivamente. No início do século XXI a população de Melgaço distribuía-se de uma forma muito diversa daquela que existia em meados do século passado. O número de jovens e o número de idosos são, sem qualquer dúvida, aqueles que maiores modificações sofreram. A população jovem, que ainda não completou o 15º aniversário passa a corresponder, apenas, a 10% da população total (aproximar-se-ia dos 16% se juntássemos os jovens com idade compreendida entre os 15 e os 19 anos completos), enquanto a população idosa ultrapassa, embora muito ligeiramente, os 30%. No espaço de 50 anos, a relação existente entre a proporção de jovens e a proporção de idosos sofre uma inversão completa. No concelho, em 1950 existiam três jovens por cada idoso, em 2001 existem três idosos por cada jovem. A proporção de jovens tem vindo a reduzir-se sucessivamente ao longo das décadas mais recentes, com particular incidência a partir da década de 1980, contribuindo fortemente para um envelhecimento da pirâmide etária.

Gráfico 6 - Distribuição por grupos etários, 2001

PORTUGAL 16,0 67,5 16,4

NORTE 17,5 68,4 14,1

MINHO-LIMA 15,1 64,9 20,0

MELGAÇO 10,3 59,3 30,4

RIBEIRA 11,2 60,1 28,7

MONTE 7,5 56,8 35,6

0% 20% 40% 60% 80% 100% HM - 0 a 14 anos HM - 15 a 64 anos HM - 65 ou mais anos

Fonte: Recenseamento Geral da População (2001), INE, Lisboa.

Como mostra o Gráfico 6, em 2001, a percentagem de idosos (com 65 ou mais anos) em Melgaço (30,4%) é praticamente o dobro da correspondente ao País (16,4%) e da observada na Região Norte (14,1%), sendo sensivelmente superior à da Sub-Região Minho-Lima (20,0%). Considerando, agora, os jovens (até 14 anos) estes estão, em contrapartida, menos representados em Melgaço (10,3%) do que no País (16%), na Região Norte (17,5%) ou na Sub-Região Minho-Lima (15,1%).

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Tabela 7 - Índices de envelhecimento Portugal Norte Minho-Lima Melgaço Ribeira Monte 103 80 133 295 255 474 Fonte: Recenseamento Geral da População (2001), INE, Lisboa.

De acordo com o quadro 7 o índice de envelhecimento de Melgaço (295) assevera-se o triplo do País (103) e da Região Norte, e mais do dobro da Sub-Região Minho-Lima (133).

Gráfico 7 - Grupos etários e Índices de envelhecimento

Índ. Env. 664 Gave 640 Castro Laboreiro 614 Fiães 605 Cousso 382 Cubalhão Lamas de Mouro 358 Parada 267

MONTE 464 RIBEIRA 255

Cristov al 404 Alv aredo 381 Penso 356 Chaviães 326 Paços 323 Remoães 320 São Paio Paderne 315 Prado 314 Roussas 284 Vila 164 127 0% 20% 40% 60% 80% 100%

População Residente HM - 0 a 14 anos População Residente HM - 15 a 64 anos População Residente HM - 65 ou mais anos

Fonte: Recenseamento Geral da População (2001), INE, Lisboa.

A situação agrava-se no caso das freguesias do Monte, onde o índice sobe para 474 idosos para cada cem jovens. Como se pode observar no Gráfico 7, em alguns casos extremos, como nas freguesias de Cousso, Fiães, Castro Laboreiro e Gave, o índice ultrapassa os 600 idosos para cem jovens, ou seja, respectivamente, 605, 614, 640 e 664. Para além da muito baixa natalidade e da enorme e persistente saída do concelho por parte de jovens e adultos, o envelhecimento da população é particularmente acentuado pela elevada taxa de regresso, em idade avançada, dos emigrantes das primeiras gerações, o que contribui para um maior envelhecimento pelo topo da pirâmide etária (segundo os resultados do inquérito à população do concelho com 60 ou mais anos, 72,9% dos homens foram emigrantes, mais precisamente 88,0% nas freguesias do Monte e 64,8% nas freguesias da Ribeira). O elevado envelhecimento da população constitui, assim, um dos traços mais marcantes mas também mais preocupantes do concelho de Melgaço

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Tabela 8 - Índices Síntese da Estrutura Etária, 2001 Índice de Índice de Índice de Dependência Índice de Dependência Freguesias Envelhecimento Dependência Total Jovem Idosa % % % % Alvaredo 380,77 68,68 14,29 54,40 C. Laboreiro 640,48 74,94 10,12 64,82 Chaviães 326,19 71,03 16,67 54,37 Cousso 604,55 75,24 10,68 64,56 Cristóval 403,57 83,68 16,62 67,06 Cubalhão 382,35 64,57 13,39 51,18 Fiães 614,29 100,00 14,00 86,00 Gave 664,29 61,85 8,09 53,76 L. Mouro 358,33 59,14 12,90 46,24 Paços 322,50 80,48 19,05 61,43 Paderne 314,40 72,25 17,43 54,81 P. Monte 267,21 85,17 23,19 61,98 Penso 356,00 68,06 14,93 53,13 Prado 284,09 56,52 14,72 41,81 Remoães 320,00 51,22 12,20 39,02 Roussas 163,91 64,36 24,39 39,97 S.Paio 314,71 78,99 19,05 59,94 Vila 127,42 49,71 21,86 27,85 Melgaço 295,4 68,54 51,2 17,3 Fonte: INE: Censos Populacionais, 2001

Tal como referido anteriormente, a estrutura etária do concelho reflecte os acontecimentos que afectam o território como as migrações, que provocam os desequilíbrios na relação de masculinidade, a diminuição da população jovem fruto de uma redução drástica na natalidade pelo facto dos casais terem menos filhos (diminuição da dimensão média da família) derivado de uma mudança cultural relativa à natalidade, ou seja, os filhos deixaram de ser visto como uma fonte de rendimento familiar havendo portanto uma maior preocupação com o desenvolvimento sócio-profissional dos filhos que acarreta custos que o casal pondera antes da procriação. Por último é patente o aumento da esperança média de vida que se reflecte numa elevada percentagem de população idosa. A estrutura etária das freguesias reflecte as características gerais do concelho sendo que é notória a diferença existente entre as freguesias do Monte e da Ribeira e entre estas destacam-se as freguesias de Roussas e da Vila onde o índice de envelhecimento é inferior à media do concelho. Relativamente aos índices de dependência, é evidente o peso da população idosa dado que o índice de dependência da população idosa é muito superior ao índice de dependência da população jovem.

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2 - A Agenda 21 Local de Melgaço

Melgaço está a implementar no concelho a Agenda 21 Local, um processo participativo através do qual as autoridades trabalham em parceria com diversos sectores da comunidade, de forma a promover a sustentabilidade ao nível local e a melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.

A Agenda 21 uma proposta global para o desenvolvimento sustentável, no século XXI, nascida na Cimeira da Terra (1992), organizada pelas Nações Unidas. Consiste num processo participado por toda a população, no desenvolvimento social, económico e ambiental do território concelhio. Tem por finalidade gerar desenvolvimento, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da sociedade como um todo, sem comprometer os recursos das gerações futuras (sustentabilidade).

“Cada poder local deverá entrar em diálogo com os seus cidadãos, organizações locais e empresas privadas e deverá adoptar uma “Agenda 21 Local”. Através de processos consultivos e de estabelecimento de consensos, os poderes locais deverão aprender com os cidadãos e com as organizações locais, cívicas, comunitárias, comerciais e industriais e adquirir a informação necessária para elaborar melhores estratégias. O processo de consulta deverá aumentar a consciencialização familiar em questões de desenvolvimento sustentável.” Agenda 21, Capítulo 28, 1992

A noção de desenvolvimento sustentável deve estar presente e subjacente a todas as actividades. Assim, a Agenda 21 Local não deve ser entendida como um plano estritamente ambiental, na medida em que extravasa esta componente, nem deve ser gerida apenas pelos responsáveis desta pasta. A Agenda 21 Local assume, desta forma, o papel de um plano “guarda-chuva” que forma a estrutura dorsal da política camarária em direcção à sustentabilidade e enquadra todos os pelouros de modo horizontal. Além disso, deve criar uma coerência entre os diversos planos e políticas já existentes sempre que isso for possível, integrando-os numa dimensão superior, e aproveitar o conhecimento existente neste sentido. Não se pretende “começar do zero”, mas antes alicerçar o saber-fazer e apontá-lo na direcção certa.

Em termos práticos o que se pretende é envolver activamente os cidadãos e instituições na identificação dos principais problemas da comunidade e na procura de soluções dos mesmos. O processo da Agenda 21 Local divide-se em três fases: Fase 1 – Sensibilização da Comunidade e realização de reuniões/fóruns participativos; Fase 2 – Realização de diagnóstico de sustentabilidade e elaboração do Plano de Acção; e Fase 3 – Implementação, avaliação, monitorização e revisão.

2.1 - O processo participativo

Na primeira fase do processo (Sensibilização da Comunidade e criação do Fórum) podem destacar-se as seguintes metas concretizadas, por forma a divulgar a Agenda 21 Melgaço e promover a participação activa dos cidadãos: Assinatura da Carta Aalborg A Carta de Aalborg, também designada por Carta de Sustentabilidade das Cidades Europeias, compromete as autoridades signatárias na necessidade de reconciliação do desenvolvimento sustentável com o bem-estar social, através da preparação de planos de acção locais promotores de sustentabilidade. A sua assinatura constitui, portanto, o primeiro passo indispensável à implementação e desenvolvimento da A21L. O Município de Melgaço procedeu à sua assinatura no dia 12 de Abril de 2007, após aceitação unânime dos seus compromissos pelo Executivo e pela Assembleia Municipal. Para atestar o compromisso assumido, Melgaço recebeu um Certificado, reconhecido internacionalmente.

Apresentação pública da Agenda 21 Local A implementação da Agenda 21 Local nos municípios do Vale do Minho foi publicamente apresentada, no dia 22 de Setembro 2007 na Escola Superior de Ciências Empresariais, em Valença.

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A apresentação, promovida pela Comunidade Intermunicipal do Vale do Minho em parceria com a Associação para a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, contou com a presença das autarquias envolvidas - Melgaço, Monção, , Valença e – e de entidades locais, agentes sociais, económicos e culturais. Criação do Grupo Coordenador Para implementar a Agenda 21 Local no concelho tornou-se necessária a criação de uma equipa de trabalho local, designada por Grupo Coordenador (GC). O GC, de carácter executivo, tem a função de discutir e decidir o trabalho a desenvolver nas várias fases do processo. Workshop interno da Câmara Municipal Uma das primeiras actividades concretizadas foi a organização de um workshop interno, para funcionários da Câmara, desenvolvido com o objectivo de melhorar a sustentabilidade de algumas práticas internas, criando uma política de participação nos funcionários. No workshop, que decorreu no dia 31 de Janeiro 2007, no Solar do Alvarinho, os 32 funcionários que participaram foram convidados para identificarem problemas internos da instituição e apontarem possíveis soluções. Sobre os resultados da acção foi elaborado um relatório, cujas conclusões deram origem a uma proposta de diversas medidas de melhoria, em aspectos relacionados com a comunicação e o relacionamento, o desempenho profissional, a organização e gestão de serviços, os transportes e os equipamentos e, ainda, com a educação e gestão ambiental. Inventário da acção da Autarquia Para poder avaliar a situação actual da Autarquia face aos compromissos de Aalborg, foi desenvolvido um inventário das políticas, planos, projectos e actividades. O inventário constitui o ponto de partida para verificar até que ponto se está a caminhar para o desenvolvimento sustentável do concelho. Perfil da comunidade e Plano de comunicação A sensibilização da comunidade e a estratégia de comunicação desenrolam-se ao longo de todo o processo. Para se atingirem todos os grupos e faixas etárias da comunidade é fundamental adaptar as actividades ao receptor pretendido, sobretudo quando se pretende atingir pessoas com menor acesso à informação. Para o efeito foi elaborado um perfil da comunidade, do qual consta informação sobre a comunidade local, com base na qual foi elaborado o plano de comunicação, adaptado à realidade concelhia. Estabelecimento de parcerias O envolvimento dos cidadãos nos processos de planeamento e decisão requer a existência de mecanismos de comunicação bidireccionais eficazes. Para que a informação seja o mais acessível possível pretende-se um divulgação ampla pela comunicação social local, de forma a manter informado o maior número de munícipes possível. Neste âmbito estabeleceu-se uma parceria com a Rádio Melgaço, para transmissão de um programa periódico, e com os jornais “A Voz de Melgaço” e “Melgaço Hoje”, para manutenção de uma coluna informativa especificamente dedicada ao desenvolvimento da Agenda 21 Local Melgaço. Reuniões participativas A eficácia da A21L encontra-se directamente relacionada com o envolvimento e participação da população local no processo, já que é em torno da identificação dos problemas e das suas possíveis soluções que esta orienta a sua actuação. Essa participação deve ser permanentemente estimulada e as acções desenvolvidas de forma a abranger o maior número de pessoas possível. Para esse efeito, as reuniões participativas, que decorreram entre os dias 1 e 27 de Junho 2007, foram realizadas em todas as freguesias do concelho. Em cada freguesia, a Agenda 21 Local Melgaço foi apresentada, sendo de seguida convidados a dar o seu contributo para a melhoria de vida no concelho, através da identificação de problemas e do apontar de soluções. Os resultados das reuniões foram posteriormente apresentados na primeira reunião do Fórum participativo. Fórum Participativo O Fórum é o meio por excelência de discussão, participação e envolvimento sobre todas as matérias relativas ao desenvolvimento sustentável. Pretende ser uma assembleia de âmbito local, representativo dos vários sectores e interesses da comunidade (de todo o território do município), especialmente daqueles que, devido à sua condição, têm maior dificuldade em se fazer ouvir. A primeira reunião do Fórum Participativo de Melgaço decorreu no dia 6 de Julho 2007, na Casa da Cultura, com o objectivo de identificar uma “Visão de futuro para o concelho”. As visões mais votadas pelos participantes, e nas quais se baseia o Diagnóstico e o Plano de Acção, foram “Melgaço venha viver melhor!” e “Emprego para fixar a população”.

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Campanha de Rua Em Junho 2007, alunos da EPRAMI realizaram um acção de sensibilização, para as boas práticas ambientais, na Vila.

Marcha Em Junho 2007, decorreu uma marcha pelo ambiente, em que estiveram envolvidos alunos da EPRAMI e do Agrupamento de Escolas de Melgaço.

Feira do Alvarinho e do Fumeiro Nos dias de realização da Festa do Alvarinho e do Fumeiro foram feitas algumas acções de sensibilização para a reciclagem, nomeadamente com a colocação contentores de resíduos diferenciados com frases apelativas à reciclagem e com a colocação de painéis, em locais estratégicos, com a imagem da Agenda 21 Melgaço para que as pessoas pudessem dar sugestões à pergunta “ Qual sua visão para Melgaço em 2015 ”.

Apelo à participação pública Foram elaborados cartazes apelativos à participação no processo da Agenda 21 e distribuídos pelas freguesias e sede do concelho.

2.2 - Áreas prioritárias

Com base no processo de auscultação, onde foram identificados os problemas que mais afectam os cidadãos e as potencialidades que identificaram para o concelho, foi proposto e validado 5 áreas prioritárias de intervenção para a Agenda 21 Melgaço: - Turismo Sustentável (Produtos locais, cultura e natureza) - Gestão dos recursos Hídricos e Resíduos (Eliminação de lixeiras, reciclagem e gestão da água) - Mobilidade (Acessibilidades e transportes públicos) - Gestão Florestal (Biodiversidade e recurso económico) - Apoio Social (Bem estar e qualidade de vida)

As áreas definidas foram tratadas tendo em conta o Ordenamento do Território, a Promoção da Economia Local e a Promoção da Cidadania. No que diz respeito à área do Apoio Social, todos os elementos forram remetidos à Divisão de Acção Social, serviço que coordena a actividade local de acção social, integrando a Rede Social.

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Diagnóstico e Plano de Acção

Listagem de acções propostas

Turismo Sustentável Acção 1: Valorização de Melgaço como destino turístico Acção 2: Organização da oferta e da animação turística Acção 3: Estruturação dos serviços e equipamentos de apoio Acção 4: Estratégia de formação para a valorização dos serviços turísticos Acção 5: Promoção da imagem turística do destino "Melgaço” Acção 6: Apoio ao investimento

Gestão de Recursos Hídrico e Resíduos Acção 1: Concluir a Rede Pública de Abastecimento de Água na Freguesia de Fiães Acção 2: Executar uma Nova Rede de Distribuição de Abastecimento de Água na Freguesia de Paderne Acção 3: Executar Sistema Públicos de Abastecimento de Águas em Pequenos Aglomerados Acção 4: Executar Rede de Saneamento na Freguesia de Penso e concluir a Rede na Freguesia de Alvaredo Acção 5: Executar Rede de Saneamento e ETAR na Freguesia de Cristóval Acção 6: Executar Rede de Saneamento e ETAR nas Freguesias de Paços e Chaviães Acção 7: Executar Rede de Saneamento e ETAR na Freguesia da Gave Acção 8: Executar Rede de Saneamento e ETAR na Freguesia de Cousso Acção 9: Executar Rede de Saneamento e ETAR na Freguesia de Fiães Acção 10: Executar Rede de Saneamento e ETAR em pequenos Aglomerados Acção 11: Fixação dos Contentores de RSU Acção 12: Colocação de Contentores de RSU e ECOPONTOS subterrâneos na Vila Acção 13: Realização de Centro de Compostagem Municipal Acção 14: Promover Campanha de Sensibilização para a correcta deposição dos Resíduos

Gestão Florestal Acção 1: Criar e manter rede de faixas de gestão de combustível Acção 2: Criar e manter redes de infraestruturas (rede viária Florestal) Acção 3: Criar e manter redes de infraestruturas (rede de pontos de água) Acção 4: Campanha de sensibilização Acção 5: Rede Fixa de Postos de Vigia Acção 6: Aumentar as áreas com gestão conjunta Acção 7: Salvaguarda e valorização da paisagem, das áreas classificadas

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Mobilidade Acção 1: Manutenção e limpeza das vias Acção 2: Sinalização e segurança rodoviária Acção 3: Identificação e eliminação de barreiras arquitectónicas Acção 4: Projecto Taxi/Boleia

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1 - TURISMO SUSTENTÁVEL

(produtos locais, cultura e natureza) O presente diagnóstico visa oferecer uma panorâmica da situação actual do sector do turismo no concelho de Melgaço procurando lançar algumas questões para um debate mais prospectivo sobre as principais dificuldades e constrangimentos que afectam o processo de desenvolvimento do turismo neste concelho. Este diagnóstico não é exaustivo, pelo que, fundamentalmente, o que se pretende é contribuir para o aprofundamento da discussão em torno do sector do turismo, vincando algumas ideias que se consideram pertinentes e prioritárias. O turismo tem vindo a afirmar-se ao nível mundial como um dos principais sectores económicos sendo, portanto, relevante considerar este sector como uma prioridade estratégica de desenvolvimento económico, por várias razões: - pela importância do sector no PIB português; - é actividade criadora de emprego, geradora de receitas significativas; - representa um sector com grandes possibilidades de desenvolvimento em todo o país; - é actividade integrada no contexto de mundialização da economia, é produto de criação endógena e, sofrendo naturalmente dos embates da globalização, oferece condições de oportunidade diversificadas, de iniciativa e de investimento em todo o território nacional. Porque é actividade que valoriza as características e potencialidades de todo o território, é um componente forte do desenvolvimento regional que pode contribuir para uma maior coesão económica e social no nosso país. - É um sector, o turístico, transversal na nossa vida colectiva. Transversal porque necessita de numerosos contributos, de múltiplas actividades e saberes. O sector turístico pode dar um contributo sólido para que as nossas capacidades se afirmem e a nossa auto-estima e confiança se reforcem. O Turismo é um sector que enfrenta múltiplas oportunidades e desafios. É preciso aproveitar as primeiras e responder com eficácia aos segundos. Só assim se poderá triunfar contra os riscos e/ou insuficiências que o sector enfrenta e de que padece. A actividade turística tem uma grande importância económica e tem uma relação intrínseca com a existência de um ambiente em equilíbrio, uma vez que depende de uma significativa oferta de energia, matérias-primas, bens e serviços. Também afecta/depende da qualidade do ambiente natural e cultural. Importa assim conciliar os dois conceitos em torno de um Turismo Sustentável. Tornar Melgaço um destino competitivo, de excelência e que responda às exigências de procura é o grande desafio que se coloca ao Município. No entanto, neste objectivo há oportunidades e ameaças a considerar. Entre as mais valias conta-se o Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT), o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), o plano tecnológico que permite o acesso às novas tecnologias e os incentivos à investigação e desenvolvimento, assim como as políticas de preservação do património e de qualificação ambiental, entre outras. No campo das ameaças, há que ter em conta, entre outras, a questão da sazonalidade, os cortes orçamentais nas verbas para os municípios, o aumento do desemprego e a indefinição relativamente ao modelo das regiões de turismo. Em termos económicos pode-se afirmar que o turismo tem sido um dos sectores mais dinâmicos aproveitando assim as grandes potencialidades que o concelho tem. Na última década, e decorrente da estratégia nacional de aposta no sector do turismo, começou a haver um maior interesse por parte dos agentes económicos e do poder público em desenvolver o turismo no concelho de Melgaço.

Desde tempos remotos que a principal actividade do concelho era a agricultura associada à pecuária. No que diz respeito à agricultura, a necessidade de desenvolvimento da região criou uma tendência para a racionalização dos recursos disponíveis. Desde há 20 anos que tem vindo a ser promovida e aperfeiçoada a plantação da casta Alvarinho para produção do vinho Alvarinho. Este vinho, cujo prestígio ultrapassa fronteiras, é uma das referências económicas do concelho que, juntamente com outras potencialidades gastronómicas como o fumeiro são motivo de deslocações e investimentos em Melgaço. O aumento da produção e comercialização dos produtos locais é bem visível através do Solar do Alvarinho e da realização da Festa do Alvarinho e do Fumeiro. A distribuição da população por sectores de actividade até 1991 revela o peso do sector primário como principal actividade exercida pela população activa do concelho de Melgaço. Embora a agricultura absorva grande parte da população activa, nas últimas décadas deu-se uma transferência de activos do sector primário para os outros dois sectores de actividade, sendo bem visível a transferência para o sector terciário.

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Tabela 9 - População Residente Empregada, segundo o sector de actividade económica, 2001 Primário Secundário Terciário Total Região Norte 78726 758079 819298 1656103 Minho-Lima 9230 39470 48273 96973 Melgaço 678 729 1598 3005 Fonte: INE: Censos Populacionais, 2001

A estrutura etária reflecte-se na taxa de actividade dado que do total dos 9996 habitantes em 2001 apenas 30,06% exerce uma actividade. A percentagem de população activa tem vindo a diminuir desde os anos 60, numa primeira fase fruto dos efeitos da emigração e na actualidade decorrente da forte diminuição da população activa e do aumento da taxa de desemprego (de 1991 para 2001 este indicador passou de 2,9% a 5,3%).

Gráfico 8 - População Residente empregada por sectores de actividade

90%

80%

70%

60%

50% Primário

40% Secundário

Percentagem 30% Terciário

20%

10%

0% 1970 1981 1991 2001 anos

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Gráfico 9 - População Residente Empregada, segundo o Sector de Actividade Económica (2001)

60%

50%

40%

Região Norte 30% Minho-Lima

Percentagem Melgaço 20%

10%

0% Primário Secundário Terciário

Sectores actividade

O aumento da importância do sector terciário é resultante de um desenvolvimento económico apoiado na satisfação das necessidades básicas da população ao nível da oferta de bens. O comércio e serviços concentram-se, sobretudo, na sede do concelho, sendo notória a sua transformação. O comércio tradicional ganhou, nos últimos anos alguma expressão, tornando-se mais competitivo através de algumas obras de modernização, juntamente com a requalificação dos espaços públicos envolventes. A Casa da Cultura, os Núcleos Museológicos da Torre de Menagem, da Praça da República, Memória e Fronteira, o Museu do Cinema, as Piscinas Municipais, a revitalização das margens do Rio do Porto, o Centro Coordenador de Transportes, a nova praça urbana que “nascerá” no actual recinto da feira semanal e o novo recinto de realização da feira semanal, são equipamentos que contribuem para aumentar a afluência à sede do concelho e para proporcionar motivos e momentos de animação cultural e de lazer. Melgaço é um concelho que possui condições para uma aposta turística bastante diversificada. A beleza da paisagem, a riqueza do património, a gastronomia e a hospitalidade tornaram Melgaço um destino cada vez mais procurado pelos turistas. Em poucos anos, a oferta de alojamento triplicou, através da abertura de novos estabelecimentos: a Albergaria Mira Castro, Hotel Rural da Quinta do Reguengo, O Hotel Monte de Prado, as casas da Aldeia Turística da Branda da Aveleira e a Pousada da Juventude. A par destas ofertas foram criadas infra-estruturas de qualidade que complementam e constituem um forte factor de atracção turística. O Parque Nacional da Peneda Gerês dotado de regiões bem distintas, permite uma visita prolongada em qualquer estação do ano, mesmo na mais agreste, quando a neve uma vez por outra cobre os picos mais altos. A execução do projecto “Portas do Parque” em Lamas de Mouro permite não só defender o património natural e ambiental do P.N.P.G. mas também criar um pólo de atracção turística de grande importância para o concelho. A criação do Núcleo Museológico de Castro Laboreiro permite divulgar muitos dos aspectos da vida do povo castrejo e contribui para atrair turistas a esta freguesia tão antiga. O Complexo Desportivo e de Lazer do Monte de Prado – Centro de Estágios foi uma das mais fortes apostas no desenvolvimento do concelho de Melgaço e até da própria região. Possui uma enorme polivalência pois além de permitir o Desporto de Alta Competição, dispõe das componentes de Lazer e Turismo que, complementado com o investimento na área do alojamento constitui um pólo dinamizador da vida económica do concelho. As qualidades termais das Águas do Peso são reconhecidas há muitos anos, pelo que a recuperação e revitalização da Estância Termal constitui uma importância vital para o desenvolvimento económico do concelho. Este concelho, de vocação fortemente turística, apresenta uma oferta de qualidade nos seus similares de hotelaria, sobretudo restaurantes nos quais se pode desfrutar de uma gastronomia bem típica, com produtos locais: o cabrito, a lampreia, o fumeiro e o vinho Alvarinho. Todos estes recursos são conjugados com outro tipo de património, o de carácter etnográfico onde se inserem as festas e romarias, o folclore típico e o artesanato.

Movimento de turistas Actualmente ainda não foi efectuado nenhum estudo que mostre uma análise mais profunda sobre os turistas que passam pelo concelho, a sua origem, os objectivos da viagem, a duração da estadia, a classe etária, o estado civil, etc. Os vários

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espaços abertos ao público realizam registos, ainda que superficiais, sobre as pessoas que por ali passam, ajudando a perceber o movimento de turistas no concelho. Os postos de turismo assumem-se como locais privilegiados, se não mesmo de visita obrigatório, no início de uma passagem turística. Desta forma, é de grande relevância os elementos que foram fornecidos pelo Posto de Turismo de Melgaço, e que permitem realizar um conjunto de análises e extrair algumas conclusões. No entanto, é difícil quantificar, com total rigor, esse número, uma vez que o território não tem limites físicos e nem todos os visitantes recorrem aos centros de informação e postos de turismo.

Gráfico 9 - Análise evolutiva do movimento de visitantes ao posto de turismo

25.000

20.000

15.000

10.000 nº nº Visitantes

5.000

0 199 6 199 7 199 8 199 9 200 0 200 1 200 2 200 3 200 4 200 5 200 6 200 7

anos

Fonte: Delegação de Turismo de Melgaço

De 1996 a 1999 assiste-se a uma subida do número de visitantes que passaram pelo Posto de Turismo. Esse número decai até 2002. Assiste-se a um pico de visitantes durante o ano 2004 (19.283). De realçar que o posto de turismo de Melgaço encerra ao Domingo, dia em que as visitas ao concelho são mais numerosas. Para além do posto de turismo existem alguns espaços abertos ao público que não encerram ao fim de semana – Solar do Alvarinho, Torre de Menagem, Núcleo Museológico Memória e Fronteira, Museu de Castro Laboreiro, Museu do Cinema, Porta de Lamas de Mouro – onde os turistas podem obter alguma informação sobre o território. Os museus e núcleos museológicos, com valiosíssimas colecções e enormes potencialidades pedagógicas, culturais e turísticas, proporcionam uma visão integrada da Cultura e Património que é imprescindível ao panorama de Melgaço.

Gráfico 10 - Nº de visitantes que passaram pelos vários espaços abertos ao público, 2006

Solar do Alvarinho Museu de Castro Laboreiro Torre de Menagem 1 Memória e Fronteira Espaços Porta de Lamas de Mouro – Museu do Cinema

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

visitantes

O património, a cultura e o ambiente mobilizam grande número dos visitantes, no entanto, são a gastronomia e os produtos locais que mais atraem os turistas. Em 2006, passaram pelo Solar do Alvarinho mais de 25000 visitantes. A sua localização privilegiada – zona histórica – e o facto de ser um local onde o turista pode, ao mesmo tempo, obter informações, provar e comprar os produtos locais tornam este espaço um dos mais visitados.

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Gráfico 11 - Visitantes que passaram pelo Solar do Alvarinho (1998-2007)

30000

25000

20000

15000

nº nº visitantes 10000

5000

0 1998 1999 2000 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Anos

Fonte: Solar do Alvarinho

O número de visitas ao Solar do Alvarinho tem aumentado gradualmente desde 1998, atingindo um pico no ano de 2000.

Gráfico 12 - Visitantes que passaram pelo Solar do Alvarinho por meses (2004-2007)

16000 14000

12000 2007 10000 2006 8000 2005 6000 Nº Visitantes 2004 4000 2000 0 Abril Agosto Janeiro Fevereiro Março Maio Junho Julho Setembro Outubro Novembro Dezembro

Meses

Podemos verificar que as visitas ao concelho ainda são feitas de uma forma sazonal, sendo que os meses mais fracos situam-se entre Outubro e Fevereiro. A partir de Fevereiro o número de visitantes aumenta gradualmente até Abril, voltando a descer até Junho. A partir deste mês esses números começam a subir, atingindo o pico mais alto em Agosto. Países de Origem Verificamos que os turistas Portugueses e Espanhóis representaram perto de 83,4% do número total. Esta concentração é normal sendo consequência provável da localização e facilidade de acessos a Melgaço.

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Tabela 10 - Países de origem dos visitantes Países 2004 2005 2006 ALEMANHA 323 197 221 ÁUSTRIA 145 105 166 BÉLGICA 288 143 247 DINAMARCA 206 95 136 ESPANHA 5529 3915 3492 FINLÂNDIA 163 26 54 FRANÇA 634 561 445 GRÉCIA 85 28 0 HOLANDA 213 168 142 INGLATERRA 489 301 293 IRLANDA 96 35 27 ITÁLIA 76 9 0 LUXEMBURGO 46 14 10 SUÉCIA 14 9 10 AUSTRALIA 0 0 0 BRASIL 9 42 66 CANADA 90 87 64 E.U.A. 133 53 57 JAPÃO 24 19 0 OUTROS PAISES 485 212 342 PORTUGAL 10.235 7.537 8.995 TOTAL ESTRANGEIROS 9.048 6.019 5.772 TOTAL TURISTAS 19.283 13.556 14.767

Fonte: RTAM- Região de Turismo do Alto Minho

Os restantes 16,60%, representando 7.930 turistas no conjunto dos anos, encontram-se repartidos por um largo conjunto de países, entre os quais destacamos como mais importantes a França (3,4%), Inglaterra (2,3%), Alemanha (1,5%), Bélgica (1,4%), Holanda (1,1%) e Dinamarca (0,9%).

Recursos paisagísticos, culturais e patrimoniais Melgaço caracteriza-se pela presença de uma grande diversidade de valores culturais que fazem a história das diferentes épocas, desde a pré-história até aos nossos tempos. Os recursos arqueológicos são diversificados: monumentos megalíticos e arte rupestre, castros. Sinais dos romanos restam as pontes e vias espalhadas pelo concelho mas com grande relevo em Castro Laboreiro. Da Idade Média, para além dos caminhos de Santiago, há um número considerável de monumentos ligados à arquitectura religiosa, civil e militar: igrejas, castelos, pontes... distribuem-se um pouco por todo o espaço concelhio. Os solares, paços e casas senhoriais são também valores patrimoniais que pontuam a paisagem, enriquecendo-a, portanto, de importância acrescida para a compreensão da vida económica, social e artística desta região.

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Tabela 11 - Monumentos e locais de interesse Património Descrição Torre de Menagem Do castelo do séc. XIII, destaca-se a Torre de Menagem e a cisterna (Monumento Nacional, ZEP, Percurso de Fortes). Castelo de Melgaço Fundado no século XIII, o Castelo de Melgaço é uma imponente construção, que se ergue sobre o rio Minho. Da antiga fortificação medieval de planta circular, resta a torre de menagem, parte da alcáçova, as portas voltadas a norte e poente, parte da barbacã, das torres que flanqueiam uma das portas da cerca e a cisterna. No século XVII, a fortificação abaluartada teve obras de adaptação que envolveram também o primitivo recinto fortificado. Muralha de Melgaço construção do séc. XIII de que restam duas portas e a parte da barbacã Fonte de S. João A fonte foi construída no século XVIII, no lugar de Assadura. Fonte da Vila Poderá ser uma construção de meados do século XVII. Igreja do Convento das Foi construído no século XVIII e pertenceu à Província da Conceição, formada por frades capuchos. Carvalhiças Capela e Cruzeiro de Talvez se possa considerar este conjunto um vestígio de arte gótica popular do século XIV. S. Julião Cruzeiro de S. Podemos aqui observar uma bela conjugação de cruzeiro com alminhas. O cruzeiro de Época Gregório Moderna Pelourinho de Castro Monumento rude e tosco, do tipo das velhas picotas pertencentes às pequenas autarquias, como era o Laboreiro caso do extinto concelho de Castro Laboreiro. Castelo de Castro O nome desta freguesia deriva da existência no local de um castro luso-romanizado, bem como à Laboreiro proximidade do rio Laboreiro. Sobre essas ruínas do povoado castrejo, reza a história, mandou D. Afonso Henriques construir uma fortaleza, que imponentemente erguida a mil e trinta metros de altitude, impusesse respeito aos inimigos espanhóis. Dois séculos mais tarde, D. Dinis mandou reforçar e ampliar o castelo, tornando-o mais operacional e menos vulnerável. Durante o séc. XVIII, deixou de se justificar a sua actividade defensiva, pelo que foi sendo votado ao abandono e ao efeito destrutivo do tempo. Igreja Matriz (Vila) Edifício românico do século XII Igreja da Misericórdia Edifício românico do século XIII (Vila) Capela da Nossa Edifício românico tardio, já de transição para o gótico, a sua construção data do século XIII. Senhora da Orada (Assadura-Vila) Igreja Matriz de Edifício românico do século XIII, actualmente designado Igreja do Divino Salvador. Paderne Igreja e Convento de Edifício românico da primeira metade do século XIII, sofreu grandes alterações, ao gosto gótico, Fiães durante o restauro de 1151. Igreja Matriz de Castro Trata-se de um edifício com características românicas de paredes laterais maciças Laboreiro Igreja Paroquial de Edifício românico supostamente do século XIII Chaviães Igreja Paroquial de Edifício da Idade Média, com vestígios românicos, também designada Igreja de S. João Baptista Lamas de Mouro Ponte Velha Provável construção na Época Moderna Ponte Nova ou Cava Ponte de estrutura romana, adaptada na Época Medieval. da Velha Ponte das Caínheiras Terá origem na Época Romana, com dois arcos de volta perfeita. Ponte de Dorna Ponte romana ou medieval, com um arco de volta inteira e sem guardas. Ponte de Varziela Ponte romana com um arco de volta perfeita, tem guardas formadas por blocos de granito colocados verticalmente. Ponte da Assureira Também conhecida como Ponte Velha de Assureira ou Ponte da Capela, esta construção românica é formada por um arco de volta perfeita e tem guardas de ambos os lados. Sítios de interesse Necrópole Megalítica de Castro Laboreiro, Mamoa do Batateiro (Gave), Ruínas Arqueológicas da arqueológico Praça da Republica, mamoa da Mina da Mota (Parada do Monte) e Cividade de Paderne Centros e núcleos Confinadas a uma área bem delimitada do território melgacense, as Brandas e as Inverneiras são rurais espaços mutuamente complementares, que a população vai ocupando alternadamente, de acordo com a alternância das estações do ano. Branda da Aveleira (Gave), Branda do Covelo (Gave), Branda de Mourim (Parada do Monte), Branda do Fitoiro (Parada do Monte), Branda de Travassos (Parada do Monte), Falagueiras (Castro Laboreiro), Queimadelo (Castro Laboreiro), A-do-Freire (Castro Laboreiro), Outeiro (Castro Laboreiro), Antões (Castro Laboreiro), Rodeiro (Castro Laboreiro), Vido do Rodeiro (Castro Laboreiro), Portela (Castro Laboreiro), Formarigo (Castro Laboreiro), Gastronomia Dos artefactos tradicionais às cozinhas modernas, o Minho e Trás os Montes são locais privilegiados para saborear a rica gastronomia que vem de séculos atrás, então fortemente condicionada pelo ciclo das épocas do ano e aquilo que a terra e o mar nos davam. Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 27

De facto, a gastronomia (acompanhada pelo vinho e tradições culturais) continua a ser a área onde se representa a identidade e diferença do nosso Povo, que numa época de “fast-food” continua a ver no acto de comer um gesto cultural, como diz o célebre escritor Jorge Amado “ entre as grandes expressões de cultura que marcam os povos e as nações , creio que está a culinária ”. A gastronomia é, hoje, um dos grandes produtos turísticos de qualquer destino turístico, não só pelo prazer que proporciona, mas também porque ela está necessariamente relacionada com a História e a Cultura desse destino. A procura turística mobiliza-se em torno da gastronomia existente, diversificada, característica e muito ligada ao mundo rural. O concelho de Melgaço é, deste ponto de vista, uma das regiões ricas do País, onde sobrevivem usos e costumes que conferem aos produtos locais características de requintado e irresistível sabor. A cozinha desta região é simples mas de grande qualidade tradicional, havendo uma relação directa entre os alimentos colhidos na região e os pratos típicos tradicionais. Neste sentido o concelho possui um produto turístico que não necessita de ser inventado, organizado, melhorado ou actualizado. No entanto o serviço a ele associado pode e deve ser melhorado. Pratos típicos: - a lampreia com arroz à bordalesa, frita com ovos ou assada, - o cabrito assado no forno de lenha - bifes de presunto - o presunto e os enchidos - as trutas do Rio Minho abafadas, - o sarrabulho, - os grelos com rojões, - a bola da frigideira, - o bolo da pedra, - a água d'unto, - o bucho doce, - as migas doces e os pastéis mimosos.

A gastronomia ocupa um lugar de relevo, tendo-se formado um destino para muitos visitantes aos fins-de-semana. As Rotas Gastronómicas e de Gourmet também constituem produtos turísticos com grande potencial para atrair turistas, necessitando de maior visibilidade e de maior organização e integração com a Rota do Vinho Alvarinho.

Produtos locais e raças autóctones As regiões do interior, particularmente as mais desfavorecidas como o concelho de Melgaço têm sofrido a integração de processos sócio-económicos que tem conduzido à desertificação , ao êxodo rural e ao abandono da agricultura. Uma das estratégias a seguir na luta contra estes desequilíbrios está no aproveitamento e valorização dos recursos naturais principal fonte dinamizadora da economia desta região.

Produtos Certificados Descrição Região de produção: Monção e Melgaço Vinho Alvarinho (DOC) Área de produção: aproximadamente 1.500 ha Denominação de Origem Controlada (DOC) Vinho verde Denominação de Origem Protegida: Vinho Verde Alvarinho Cabrito das Terras A partir de animais das Raças Bravia e Serrana ou de cruzamentos entre estas raças, inscritos no Livro de Altas do Minho (IGP) Nascimentos. Mantém a forma tradicional de maneio que confere à carne características organolépticas diferenciadas. Carne muito saborosa e suculenta, de coloração avermelhada e sabor característico, devido à alimentação feita à base de leite materno A área geográfica de produção abrange todos os concelhos do distrito de Viana do Castelo, os concelhos de Amares, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Fafe, Póvoa de Lanhoso, Terras do Bouro, Vieira do Minho, Vila Verde, Amarante, Baião, Paredes, Marco de Canaveses, Valongo, Mondim de Basto e Ribeira de Pena, algumas freguesias dos concelhos de Felgueiras, Gondomar e Penafiel. A área geográfica de Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 28

produção abrange todos os concelhos do distrito de Viana do Castelo, os concelhos de Amares, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Fafe, Póvoa de Lanhoso, Terras do Bouro, Vieira do Minho, Vila Verde, Amarante, Baião, Paredes, Marco de Canaveses, Valongo, Mondim de Basto e Ribeira de Pena, algumas freguesias dos concelhos de Felgueiras, Gondomar e Penafiel. Utilizado em muitos pratos principais da cozinha portuguesa e, em particular, da cozinha tradicional regional, o cabrito é particularmente apreciado quando assado no forno de lenha. Carne barrosã Os animais da raça barrosã possuem uma cabeça de perfil côncavo, curta e larga, os cornos compridos, com pontas reviradas para baixo; a pelagem é castanha-clara, o tronco é largo e os membros são pouco desenvolvidos O gado bovino da Raça Barrosã alimenta-se essencialmente de pastagens naturais e forragens. As origens desta raça remontam ao tronco Mauritano, que terá chegado a esta região através dos contactos estabelecidos com os povos do Norte de África. A raça atingiu o seu período dourado no segundo quartel do século XIX, chegando a ser exportada para Inglaterra. Sabor: Tenra, suculenta e saborosa A área geográfica de produção abrange os concelhos de Amares, , Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Fafe, Guimarães, Póvoa de Lanhoso, Terras do Bouro, Vieira do Minho, Vila Verde, Felgueiras, Paços de Ferreira, Arcos de Valdevez, Melgaço, Monção, , , Paredes de Coura, Valença, Boticas e Montalegre. Carne Cachena (DOP) Os animais da raça Cachena são de pequena estatura, cerca de uma altura de 1 metro ao garrote, têm a pelagem castanha clara, a cabeça longa, com cornos em forma de saca-rolhas, e membros fortes. Sabor: Carne tenra e suculenta A área geográfica de produção está circunscrita às freguesias de Sistelo, Gavieira, Cabreiro, Gondoriz, Carralcova, Couto, Grade, Ermelo, Cabana Maior, Soajo e Vale do concelho de Arcos de Valdevez; às freguesias de Castro Laboreiro, Lamas de Mouro, Parada do Monte e Gave do concelho de Melgaço; às freguesias de Merufe, Tangil e Riba de Mouro do concelho de Monção; às freguesias do Lindoso, Britelo, Ermida, Germil, São João Baptista, Entre Ambos-os-Rios, Sampriz e Azias do concelho de Ponte da Barca; às freguesias de Aboim da Nóbrega, Gondomar e Valdreu do concelho de Vila Verde e às freguesias de Cibões, Gondoriz, Brufe e Campo do Gerês do concelho de Terras de Bouro Produtos em fase de Descrição certifcação Presunto de Melgaço Produto obtido, a partir de pernis, com peso superior a 10 Kg, provenientes de suínos de raça Bísara (IGP) (explorados em linha pura ou de produtos resultantes dos seus cruzamentos, abatidos com o peso vivo de, no mínimo, 110 kg e com a idade mínima de 32 semanas de idade e que passem por fases de salga, limpeza do sal, secagem/maturação ou fumagem, protecção, envelhecimento e embalagem na área geográfica do concelho de Melgaço. Salpicão de Melgaço Enchido tradicional curado pelo fumo, de forma recta, cilíndrica, de cor castanha, com diâmetro entre os 4 e (IGP) os 8 cm e comprimento que pode variar entre os 14 e 22 cm, confeccionado a partir de carnes do lombo, lombelos, presuntos e pás de porco de raça Bísara (explorados em linha pura ou de produtos resultantes dos seus cruzamentos) e cujos processos de preparação, fumagem/cura e de acondicionamento ocorrem na área geográfica do concelho de Melgaço. Chouriça de Carne Enchido tradicional curado pelo fumo, de forma cilíndrica, em forma de ferradura, de cor castanho clara, com (IGP) diâmetro entre os 2 e os 3 cm e comprimento que pode variar entre os 30 e 35 cm, confeccionado a partir de pedaços pequenos (2 e 3 cm) de carnes do lombo, lombelos, cachaço, toucinho, aparas e gorduras de porco de raça Bísara (explorados em linha pura ou de produtos resultantes dos seus cruzamentos) e cujos processos de preparação, fumagem/cura e de acondicionamento ocorrem na área geográfica do concelho de Melgaço. Chouriça de Sangue Enchido tradicional, curado pelo fumo, de forma cilíndrica, em forma de ferradura, com um diâmetro entre (IGP) os 2 e os 4 cm e comprimento que pode variar entre os 20 a 35 cm, confeccionado com aparas de carne ensanguentadas, gorduras e sangue de porco de raça Bísara (explorados em linha pura ou de produtos resultantes dos seus cruzamentos), e cujos processos de preparação, fumagem/cura e de acondicionamento ocorrem na área geográfica do concelho de Melgaço. Em fase de elaboração do Caderno de especificações. A Carne de porco Bísaro do Minho é uma carne proveniente da desmancha de carcaças de animais de raça Carne de Bísaro do Bísara, criados à base de produtos e subprodutos provenientes da agricultura regional. Os animais dos quais Minhota (DOP) provem esta carne são nascidos, criados, recriados, acabados e abatidos de acordo com as regras estipuladas no caderno de especificações e na área geográfica delimitada. Outros produtos Descrição tradicionais não certificados Mel Melgaço é uma região de costumes saudáveis onde ainda existem tradições antigas de séculos. Uma delas é a produção de Mel. Mel de qualidade, cujas cores fortes e vivo aroma evidenciam bem a sua origem A apicultura aparece, neste concelho, como uma actividade complementar que tem tradições nas populações da região. As características edafo-climáticas do concelho proporcionam a produção de um mel de urze de excelente qualidade que tem merecido grande aprovação por parte dos técnicos especialistas.

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O concelho de Melgaço vem-se afirmando como uma referência de qualidade e de oferta de produtos tradicionais, com as raças autóctones e os produtos locais certificados ou em vias de certificação a serem hoje um motivo de atracção turística. Dois produtos que se destacam são o vinho Alvarinho e o fumeiro . Desde há 20 anos que tem vindo a ser promovida e aperfeiçoada a plantação da casta Alvarinho para produção do vinho Alvarinho. Este vinho, cujo prestígio ultrapassa fronteiras, é uma das referências económicas do concelho que, juntamente com outras potencialidades gastronómicas como o fumeiro são motivo de deslocações e investimentos em Melgaço. Neste sentido, a produção e comercialização dos produtos locais, nomeadamente do vinho Alvarinho e do fumeiro têm sofrido, nos últimos anos, um aumento significativo. No que diz respeito à produção de vinho Alvarinho, o concelho depara-se cada vez mais com o surgimento de novos produtores engarrafadores que associam o seu produto à imagem de tipologias arquitectónicas de interesse histórico (solares, fontes, castelos). Actualmente existem no concelho 35 marcas de vinho Alvarinho que muito têm contribuído para a afirmação do vinho Alvarinho como um vinho de características próprias e de boa qualidade. O vinho Alvarinho adquiriu um estatuto de excelência altamente apreciado e valorizado possuindo condições para se tornar a principal fonte de receitas do sector primário. É um vinho especial e tem uma capacidade de concorrência em termos da Europa Comunitária que talvez poucos vinhos portugueses terão. Desta forma, os viticultores fazem face aos grandes problemas da produção nacional que é o grande investimento quer em tecnologia quer em “conhecimento” que permite aumentar a produtividade e o rendimento agrícolas de modo a colocar no mercado o produto a preços competitivos e com a qualidade exigida. A plantação da vinha bem como a produção animal representa um importante factor de desenvolvimento da economia local que está a ser desenvolvido através da modernização das explorações e da valorização dos recursos humanos. Estes produtos representam hoje, fruto do investimento já realizado, um “produto de marca” do concelho. Em Melgaço, tal como em outras regiões do país, existe uma forte tradição no aproveitamento da carne de porco para o fabrico dos produtos ditos “tradicionais”, nomeadamente o fumeiro. Os últimos anos têm-nos recordado que a agricultura tradicional reserva um potencial importante, nomeadamente os produtos artesanais e regionais de elevada qualidade. O Fumeiro de Melgaço pela sua natureza e indiscutível excelência desenvolvida ao longo de séculos, detém um importante relevo no panorama do desenvolvimento agrário, gastronómico e cultural da região. Preparado e curado em condições naturais, pelas suas excepcionais qualidades organolépticas de aspecto, cor, textura ou consistência, aroma e paladar, tem pergaminhos firmados há já mais de 400 anos. A revitalização e adaptação dos recursos agro-pecuários da região de Melgaço, baseado anteriormente na produção bovina de carne, hoje praticamente abandonada, poderá dar lugar, adaptando-se, à suinicultura tradicional e utilizando novos sistemas de produção, já testados noutros locais, usando o suíno Bísaro em sistemas ao ar livre. O porco Bísaro é também um produto minhoto de elevada qualidade que é preciso preservar e desenvolver – melhorando os rendimentos dos agricultores pela valorização dos seus produtos finais (enchidos, presuntos, etc.) através da comercialização deste recursos genéticos satisfazendo nichos de mercado específicos. Antigamente, o homem do campo via na matança do porco a garantia do seu sustento para o ano interior. Eram necessárias muitas economias para que se pudesse adquirir o bácoro para engorda, destinado a ser abatido. Comprar carne aos quilos não dava resultado para as numerosas famílias, daí a necessidade de se matar um porco, que traria consigo fartura. O fumeiro de Melgaço, nomeadamente os presuntos e enchidos, não constituem, hoje, nenhuma inovação de qualidade ou originalidade, na medida em que estes já eram produzidos há muitos anos. No entanto, por serem considerados, desde sempre, produtos de alta qualidade, passaram a ocupar um lugar de destaque na nossa sociedade e hábitos gastronómicos. As boas características organolépticas dos produtos do fumeiro tradicional ainda se mantêm ligadas ao fabrico artesanal e à família rural. São raízes às quais não nos podemos aliar porque são a base dos nossos produtos e são o elo de ligação com um passado rico de histórias e um presente feito na história. De entre os produtos do fumeiro de Melgaço, destacam-se o Presunto, Salpicão, Chouriça de Carne e Chouriça de Sangue, os quais estão a ser alvo de uma qualificação como IGP. Esta Qualificação poderá, de certa forma, contribuir para a criação de condições que permitam atenuar os factores desfavoráveis visando fixar as populações rurais e melhorar o seu rendimento, valorizar a qualidade do fumeiro de Melgaço, afirmar e aumentar a sua competitividade em relação aos demais produtos nacionais e importados, valorizar e promover a gastronomia da Região, nomeadamente através dos aspectos culturais, gastronómicos e qualidade vitivinícola e procurar nichos de mercado.

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De facto, sendo o Melgaço um concelho do interior com forte tendência para a desertificação, a protecção e promoção do fumeiro, nomeadamente do presunto, salpicão, chouriça de carne e chouriça de sangue através da qualificação como Indicação Geográfica Protegida, afigura-se como um forte trunfo em termos de desenvolvimento sócio-económico.

Festas, Feiras e Romarias Existem, anualmente, um conjunto significativo de festividades no concelho mantendo as tradições e os costumes endógenos, alguns dos quais já ancestrais, aliando a religiosidade ao profano, com programas de festividades com fortes ligações às raízes populares das gentes do Minho. Há a assinalar um conjunto vasto de festas e romarias distribuídas entre todo o ano, mas num número mais significativo entre Junho e Agosto como se pode constatar no próximo quadro:

Tabela 12 - Lista das festas religiosas e romarias Festas/Romarias Freguesias Data Festa do Menino Parada do Monte 1 de Janeiro Festa de Stº Amaro Prado 15 de Janeiro Festa dos Mártires de Marrocos Paderne 16 de Janeiro Srª das Candeias Remoães 2 de Fevereiro S. Brás Alvaredo 3 de Fevereiro S. Brás Orada 3 de Fevereiro Festa de Srª da Cabeça Penso 9 de Abril Festa da Srª dos Milagres Fiães 9 de Abril Festa da Srª da scenção Vila 16 de Abril Stª Barbara Cubalhão 14 Junho St.º António P. Monte 19 Junho S. João Alvaredo 24 Junho S. João Lamas de Mouro 24 Junho S. Pedro e S. Paulo L. Mouro 29 Junho Sr.ª dos Milagres Alcobaça 29 Junho Sr.ª do Socorro Fiães 7 de Julho S. Bento Fiães 11 de Julho S. Bento Castro Laboreiro 14 Julho Stª Marinha Rouças 18 de Julho Stª Ana paços 20 de Julho Stª Maria Madalena Chaviães 22 Julho S. Tiago Paderne 25 de Julho S. Tiago Penso 25 Julho Srª das Dores Rouças 1 de Agosto Stª Rita e Srª da Guadalupe Rouças 2 de Agosto Srª da Vista Fiães 4 de Agosto Stª Rita Paderne 4 Agosto S. Lourenço Prado 10 de Agosto S. Lourenço Prado 10 de Agosto Srª da Encarnação Chaviães 11 de Agosto S. Roque Peso 11 de Agosto Stº André S. Paio 11 de Agosto Srª da Aparecida Parada do Monte 14 de Agosto Srª dos remédios Sante 15 de Agosto S. Mamede Parada Monte 17 de Agosto Srª do Alívio Gave 17 e 18 de Agosto Srª de Fátima Vila 18 de Agosto Srª de Lurdes paços 18 de agosto S. Tomé Penso 18 de Agosto Srª de Monserrate castro Laboreiro 18 de Agosto S. José Paderne 18 de Agosto S. Bento S. Paio 18 de Agosto Srª da Pastoriza Vila 18 de Agosto Srª do Rosário Parada do Monte 22 de Agosto Srª do Alívio Fiães 25 de Agosto Srª de Fátima S. Paio 25 de Agosto Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 31

Festas/Romarias Freguesias Data S. Silvestre Paderne 25 de Agosto Srª da Natividade Gave 7 a 9 de Setembro Srª do Anemão C. Laboreiro 8 de Setembro Srª da Natividade Cubalhão 8 de Setembro Srª de Fátima Cubalhão 9 de Setembro Srª da Boa Morte C. Laboreiro 15 de Setembro S. Brás C. Laboreiro 22 de Stembro S. Miguel o Anjo C. Laboreiro 29 de Setembro Srª do Rosário Paderne 1 a 8 de Outubro S. Martinho Alvaredo 11 de Novembro Srª de Fátima Gave 14 e 15 de Dezembro S. Cosme e S. Damião Gave 26 Dezembro

Para além das tradicionais festas e romarias dos concelhos, têm sido apoiadas novas actividades e eventos culturais, reflectindo uma inovação no campo da animação turística, facto que tem contribuído para atrair novos visitantes ao território (turismo cultural e de eventos).

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Tabela 13 - Lista das festas gastronómicas e culturais Iniciativas Descrição A Festa do Alvarinho e do Fumeiro, realizada ou no último fim de semana de Abril ou no primeiro fim de Festa do Alvarinho e do semana de Maio é uma óptima oportunidade para o público adquirir e saborear os produtos locais e um Fumeiro óptimo veículo para divulgar e promover estes produtos. Integra no seu programa as Jornadas Gastronómicas, nas quais participam os restaurantes do concelho, apresentando os pratos típicos e tradicionais da terra, para que os visitantes possam saborear a preceito a sua genuinidade. As tasquinhas, no local da feira, apresentam ementas especiais, privilegiando alguns pratos mais típicos e característicos do concelho. Integrada neste certame, é organizada a Milha do Alvarinho, que contribui para uma boa divulgação do atletismo numa zona muito carente de qualquer contacto com esta modalidade. Ficou integrada no Circuito Nacional de Milhas Urbanas, passando a constar do Quadro de Competições Integradas no C.N.M.U. Para além destas actividades principais, decorrem ainda os concursos do mel, chouriço, presunto e broa, diversos desportos radicais, mostras da etnografia local, a actuação de ranchos folclóricos, de grupos de música popular e muita animação no recinto da feira. A Festa da Cultura é um certame que pretende mostrar as potencialidades locais e, ao mesmo tempo, com Festa da Cultura um carácter pedagógico, oferecer mostras variadas de etnografia, no sentido de sensibilizar a população para valores culturais e patrimoniais. Durante os três dias da Festa da Cultura (2º fim de semana de Agosto), os visitantes podem apreciar diversas exposições de fotografia, pintura, arte sacra, escultura e numismática. Realiza-se uma Feira de Artesanato e a sempre deliciosa Feira do Vinho Alvarinho. De destacar é também a realização, durante este evento da Ceia Medieval, no recinto do Castelo. Os participantes têm a oportunidade de assistir à interpretação do episódio de Inês Negra, que recria a luta entre a Inês Negra e a Arrenegada. Finalmente, na parte de animação musical, para além de conjuntos, bandas e folclore, realce para a última noite da festa, dedicada à juventude, com actuação de um grupo de expressão nacional. Os Domingos Gastronómicos são promovidos pela Região de Turismo do Alto Minho, no início de cada ano. Domingos São uma oportunidade para saborear pratos que são identidade de cada concelho acompanhados com um Gastronómicos programa paralelo de animação. Na Sexta Feira de Carnaval, é organizado todos os anos o desfile de Carnaval, pela Escola C+S de Desfile de Carnaval Melgaço, com o apoio da Câmara Municipal. Os participantes são os alunos da escola C+S, dos Jardins de Infância, de várias escolas primárias e da Escola Profissional de Melgaço. Pelas ruas da Vila, a imaginação dos jovens é exposta em cortejo, de acordo com os mais variados temas. No Feriado do Corpo de Deus, os Bombeiros Voluntários de Melgaço, com o apoio da Câmara Municipal Corpo de Deus organizam o cortejo alusivo ao Corpo de Deus, pelas ruas de Melgaço. As ruas são decoradas na noite anterior ao feriado pelos moradores das respectivas ruas, com pétalas de flores, areia pintada e outros elementos que dão cor e motivos às ruas. Organizadas pelos Bombeiros Voluntários de Melgaço com apoio da Câmara Marchas de S. João Municipal, as marchas começam na praça Amadeu Abílio Lopes com muita cor, música e alegria e descem até ao Largo Hermenegildo Solheiro onde é encenada toda a coreografia e cantigas de S. João, ensaiadas durante muitas noites. No final é feito um arraial com música popular.

Equipamentos de apoio ao turismo Alojamento Relativamente aos alojamentos turísticos existem, actualmente, 20 estabelecimentos e 1 parque de campismo com uma capacidade de 458 camas e 400 lugares no parque de campismo. O tipo de oferta é diversificado e vai desde os hotéis, albergarias, estalagens, pousadas ao Turismo em Espaço Rural.

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Tabela 14 - Oferta de Alojamentos Turístico de Melgaço Classificação Nome Localização Quartos Camas Albergarias Boavista Peso-Paderne 49+2 suites 112 Mira Castro Castro Laboreiro 14 28 Estalagens Castrum Villae Castro Laboreiro 30 + 2 suites 64 Hotéis Hotel de Monte Prado Monte do Prado 43 duplos + 7 suites 100 Pousadas da Juventude Monte do Prado 6 duplos 62 1 duplo (deficientes) 12 múltiplos Quinta da Calçada (TH) S. Julião – Vila 2 4 TER Villa Vetusta (TR) Bairro Pequeno- 1 (casal) + 6 (Turismo em Espaço Penso 2 (duplos) Rural) Casa da Granja (TR) Granja-Alvaredo 4 (casal) 8 Quinta do Reguengo (Hotel Peso-Paderne 12 + 2 suites 26 Rural) Casa Cova dos Anhos (CC)* Aveleira 2 5 Casa do Castanheiro (CC)* Aveleira 2 5 Casa do Piorno (CC)* Aveleira 1 2 Casa da Fonte (CC)* Aveleira 1 2 Casa da Covinha (CC)* Aveleira 2 4 Casa da Bica (CC)* Aveleira 2 5 Casa Fonte do Carvalhinho Aveleira 2 5 (CC)* Casa do Rio (CC)* Aveleira 3 6 Casa João Alvo (CC)* Castro Laboreiro 3 6 Casa do Barreiro (CC)* Castro Laboreiro 2 4 Moinhos do Poço Verde Castro Laboreiro 2 4 (CC)* Parques de Campismo Lamas de Mouro 400 Sub-Total 858 Fonte: Divisão de Desenvolvimento Económico da CMMelgaço * em processo de classificação

Nesta abordagem privilegiou-se a componente do alojamento, não só pela sua importância intrínseca, como pela facilidade de tratamento estatístico. Em particular, distinguiram-se quatro tipos de alojamento: - Hotelaria tradicional, composta pelos hotéis, pelas pousadas, pelas estalagens, albergarias e pelas pensões; - Hotelaria não-tradicional, que inclui os hotéis-apartamento, os aldeamentos turísticos, os apartamentos turísticos e os motéis; - Alojamento Rural, que reúne as seis modalidades do Turismo em Espaço Rural (TER): o turismo de habitação, o turismo rural, o agro-turismo, as casas de campo, o turismo de aldeia e os hotéis rurais - Parques de Campismo

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Tabela 15 - Estabelecimentos turísticos (Nº) Hotelaria tradicional Hotelaria não Alojamento rural Parques de Total tradicional Campismo Melgaço 5 - 15 1 21 Monção 5 - 8 - 13 Valença 8 - 5 - 13 Paredes de Coura 1 - 9 - 10 Vila Nova de 6 1 1 1 9 Cerveira Caminha 7 2 9 4 23 Total Vale Minho 32 3 47 6 89 Ponte da Barca 3 - 9 1 13 Ponte de Lima 6 - 53 - 59 Arcos de Valdevez 6 - 24 1 31 Viana do Castelo 20 2 29 2 53 Total Vale Lima 35 2 115 4 156 Total Minho-Lima 67 5 162 10 245 Fonte: Região de Turismo do Alto Minho 2007

No Quadro anterior pode-se observar o número de estabelecimentos turísticos estabelecidos em Melgaço. É possível constatar que a Hotelaria não-tradicional e até mesmo os Parques de Campismo são menos representativos que a Hotelaria tradicional e o Alojamento Rural. O alojamento rural ultrapassa a hotelaria tradicional, sendo que, no Vale do Minho, o concelho de Melgaço é o que detém um maior número deste tipo de estabelecimentos (alguns deles ainda em fase de classificação). Contribui para isso a recuperação das casas da Branda da Aveleira para fins turísticos. Já no Vale do Lima, excepto o concelho de Ponte da Barca (9 estabelecimentos) os restantes ultrapassam largamente o número de estabelecimentos TER quando comparados com Melgaço. Destaca-se o concelho de Ponte de Lima, com 53 unidades. Este concelho foi o pioneiro no Turismo de Habitação. Aqui estão sedeadas as associações TURIHAB – Associação de Turismo de Habitação (1983) e a ADRIL – Associação de Desenvolvimento Integrado do Lima (1991) que contribuíram fortemente, durante estes vinte anos, para o desenvolvimento rural integrado, para a promoção da sustentabilidade do turismo, para a valorização do património arquitectónico, natural, cultural e das tradições desta região e para a criação da centralidade TER. Foi em grande parte o movimento gerado pelo Turismo de Habitação, com a recuperação das casas solarengas à roda de Ponte de Lima e espalhadas pelo Vale do Lima que impulsionou a recuperação do património edificado e a sua utilização para serviços de qualidade, restaurantes, bancos, lojas, galerias de arte, espaços culturais, etc.. A aldeia, o campo, as serras começam agora a definir-se como um novo destino turístico em que a procura das casas antigas, solares, casas de lavoura, da gastronomia regional, das distracções campesinas, da marcha, dos passeios a pé, da caça e do montanhismo substitui o turismo urbano dos grandes centros turísticos do litoral. O Turismo em Espaço Rural é representado normalmente por uma fuga ao ambiente urbano (quintas, sítios, casas apalaçadas, aldeias inteiras). Esta forma de Turismo pode assumir múltiplas facetas, sendo normalmente baseada na participação do turista em actividades rurais típicas do local (caso do Turismo Rural) ou limitando-se apenas a usufruir do ambiente, das vivências e sociabilidades do mundo rural (caso do Turismo de Aldeia) e estando normal e intimamente relacionado quer com o “Turismo Cultural”, quer com o “Turismo de Natureza”. Nele poderão ser incluídas, por exemplo, actividades como: relação da ruralidade com a História; visitas a quintas, sítios e casas apalaçadas; dinamização do comércio dos produtos tradicionais; certificação dos produtos tradicionais; integração da actividade agrícola com os ramos da Hotelaria e da restauração; repousar e usufruir da experiência da calma e sossego campestre, mas também do ambiente saloio; andar a cavalo; ordenhar vacas, passear de carroça ou charrete, tomar banho em linhas de água doce, caminhar pelo campo, comer ao ar livre a gastronomia típica. Através da reabilitação de vivendas rurais, todas elas mostras representativas da tipologia popular local, cria-se uma oferta de estabelecimentos de recepção e acolhimento turístico completa e de qualidade recuperando-se, ao mesmo tempo, a herança arquitectónica. A exploração turística da Branda da Aveleira é um exemplo, sendo uma das poucas opções possíveis para evitar o abandono completo de uma zona de montanha. Algumas “cardenhas”, que se encontravam bastante degradadas devido ao abandono, foram recuperadas de modo a devolver-lhe a traça e respectivas características sem descuidar o conforto exigido. Foram cuidadosamente decoradas com mobiliário rústico de acordo com a saudável vida de montanha que por ali se leva. O objectivo foi criar uma alternativa de quartos para alojamento turístico, inseridos num ambiente serrano com valores significativos do património natural e cultural, para quem privilegia o contacto com a flora e a fauna, com a cultura e as raízes do nosso povo. Tabela 16 - Capacidade de oferta do alojamento Hotelaria Hotelaria não Alojamento rural Parques de Total

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tradicional tradicional Campismo camas (campistas Melgaço 366 - 92 400 858 Monção 288 100 388 Valença 378 61 439 Paredes de Coura 42 111 153 Vila Nova de Cerveira 309 28 16 300 653 Caminha 480 224 123 1410 2237 Total Vale Minho 1863 252 503 2110 4728 Ponte da Barca 136 88 400 624 Ponte de Lima 329 616 945 Arcos de Valdevez 264 200 400 864 Viana do castelo 1344 44 447 1560 3395 Total Vale Lima 2073 44 1351 2360 5828 Total Minho-Lima 3936 296 1854 4470 10556 Fonte: Região de Turismo do Alto Minho 2007

Neste quadro, pode-se seguir quantas camas (ou campistas) representam as unidades de alojamento do concelho. Nota-se o peso relativo da capacidade instalada da Hotelaria tradicional, sobretudo quando comparada com as outras modalidades de alojamento (366 camas num total de 458, sem campistas). Comparativamente com os outros concelhos do Vale do Minho, o concelho possui uma capacidade de oferta significativa, quer em termos de camas, quer em termos da capacidade de acolhimento de campistas, que só é ultrapassada pelo concelho de Caminha. No Vale do Lima, o concelho de Viana do Castelo destaca-se largamente no que diz respeito à capacidade de alojamento. O facto de ser sede do Distrito e um concelho do litoral favorece o investimento neste tipo de unidades.

Tabela 17 - Oferta do alojamento por estabelecimento Hotelaria Hotelaria não Alojamento rural Parques de Total tradicional tradicional Campismo camas (campistas Melgaço 73,2 6,1 400,0 40,9 Monção 57,6 12,5 66,0 Valença 47,3 12,2 33,8 Paredes de Coura 42,0 12,3 15,3 Vila Nova de Cerveira 51,5 28,0 16,0 300,0 72,6 Caminha 68,6 112,0 13,7 352,5 97,3 Total Vale Minho 58,2 84,0 10,7 351,7 53,1 Ponte da Barca 45,3 9,8 400,0 48,0 Ponte de Lima 54,8 11,6 16,0 Arcos de Valdevez 44,0 8,3 400,0 27,9 Viana do castelo 67,2 22,0 15,4 780,0 64,1 Total Vale Lima 59,2 22,0 11,7 590,0 37,4 Total Minho-Lima 58,7 59,2 11,4 447,0 43,1 Total Região Norte Fonte: Região de Turismo do Alto Minho 2007

Através deste quadro, é possível realizar uma análise mais fina da capacidade de alojamento instalada por unidade, o que nos dá uma ideia da dimensão média dos estabelecimentos de Melgaço. Na Hotelaria tradicional, a dimensão média dos estabelecimentos em Melgaço (73,2%) é largamente superior quer em relação ao Vale do Minho (58%) e do Vale do Lima (59,2%). Apesar de possuir poucos estabelecimentos (5), no conjunto, estes possuem mais camas. Já no que diz respeito ao alojamento rural, a situação inverte-se. Dos 10 concelhos, Melgaço, é o que tem menor capacidade por unidade. De uma maneira geral, excepto o Hotel Rural do Reguengo, trata-se de pequenas casas, típicas do meio rural, com o máximo de 3 quartos. É inegável que a actividade turística se tem desenvolvido muito nos últimos anos, acompanhando o crescimento deste sector económico no país. Os agentes económicos envolvidos neste negócio têm aumentado em número e em importância económica, existindo hoje projectos de investimento por parte de alguns grupos económicos externos à região, situação que não é tão frequente, quanto o desejável, noutros sectores da vida económica do interior.

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Um dos problemas detectados nos estabelecimentos situados no concelho é o funcionamento sazonal, que tende a piorar face às tendências de concentração nos períodos de férias das pessoas. No entanto, começaram a surgir novas unidades com características arquitectónicas e de serviço superiores, que vêm criar uma nova dinâmica empresarial, como é o caso do Monte de Prado, Hotel & SPA, com óptimas taxas de ocupação

Taxa de Ocupação do Hotel Monte Prado, 2007 1º Trimestre 48% 2º Trimestre 54% 3º Trimestre 78% 4º Trimestre 54% Fonte: Hotel Monte Prado

O dinamismo de alguns agentes económicos e os apoios financeiros dos programas comunitários, nomeadamente o Programa LEADER, permitiram a recuperação de casas de traça tradicional, o aumento do número de camas no concelho e consequentemente a qualificação do meio rural através da classificação de unidades de alojamento em Turismo em Espaço Rural O alojamento, neste município passa pela consolidação e reforço da especialização em Turismo no Espaço Rural, enquanto eixo estratégico de promoção da competitividade regional e indutor de efeitos multiplicadores em todos os segmentos da vida social e económica. A oferta de alojamento no segmento do TER poderá diversificar a oferta turística, aumentar o tempo de permanência dos turistas na área, valorizar o património cultural em particular a arquitectura popular tradicional, criar emprego em áreas mais afastadas dos centros urbanos, combater a sazonalidade, apoiar os projectos de animação turística e a oferta de outros serviços de apoio aos turistas O turismo é hoje um dos principais incentivos da região. A aposta deve ser cada vez mais forte neste sector sobretudo quando se trata do turismo sustentável. Enfrentamos problemas de desertificação no mundo rural, problemas de questões ambientais, devemos por isso defender com todas as nossas forças o desenvolvimento rural integrado. A beleza do mundo rural está na sua diversidade, nos seus contrastes, no cultivar das suas diferenças, mas também na definição da sua identidade, isto é, na capacidade de constituir um todo sem que cada um perca a sua própria identidade. A recuperação de casas tradicionais para o alojamento turístico é uma forma de o concelho mostrar a sua identidade. Restaurantes e similares Associado ao crescimento da oferta de alojamentos turísticos está o crescimento dos estabelecimentos relativos à restauração sendo que em 2007 existiam em Melgaço 87 estabelecimentos distribuídos pelas seguintes categorias:

Tabela 18 - Oferta de Restaurantes e Similares, 2007 Ramo de actividade sub-ramo Nº % Snack-bar 7 8.05 Restaurantes 19 21.84 Restaurantes e similares Pizzarias 1 1.15 Tabernas 1 1.15 Bares 12 13.79 Cafés 40 45.98 Pastelarias 7 8.04 Total 87 100 Fonte: CMMelgaço (DPGU)

A oferta de cafés e restaurante é a mais representativa no concelho com 45.98 e 21.84%, respectivamente. A existência de restaurantes de grande qualidade, associada não só ao serviço como à qualidade dos pratos que servem, é um factor muito positivo que potência o turismo de fim-de-semana, já que facilita a decisão de ir passar um fim-de-semana a Melgaço desfrutando dos vários tipos de produtos que o concelho oferece incluindo aqui a gastronomia. A diversidade de restaurantes e estabelecimentos similares é elevada, principalmente na zona Ribeirinha do concelho, possuindo uma confecção excelente. Porém, o serviço deve ser profissionalizado através do reforço das acções de formação dos seus profissionais (proprietários e trabalhadores). Para além do melhoramento do serviço, nota-se necessidade de os restaurantes explorarem a riqueza desta gastronomia e a sua ligação com a História e a Cultura do Município. Neste contexto devem ser estimuladas iniciativas que induzam esta Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 37

vertente, tal como é exemplo a introdução de uma nota histórica sobre o (s) principal (ais) prato (s) que diferenciam o estabelecimento ou o território de Melgaço na própria Carta ou Ementa.

Infra estruturas culturais e de Animação Para além da requalificação de inúmeros imóveis e estruturas do património cultural, foram criados vários espaços públicos de promoção da cultura e dos recursos do território (núcleos museológicos, museus, centros de interpretação, entre outros exemplos) e dinamizados um conjunto de eventos e actividades de animação de carácter cultural que têm contribuído para a atracção de novos visitantes. Tabela 19 - Infra-estruturas Descrição Núcleo Museológico da Torre de Menagem Instalado no interior da torre de menagem, ex-libris da arquitectura militar concelhia, possui uma exposição dedicada ao Património arquitectónico e arqueológico, desde a Pré-história até a Idade Contemporânea. Núcleo Museológico Memória e Fronteira Este Núcleo é dedicado à história recente do concelho, relacionada com o contrabando e a emigração. Com este espaço, pretende-se rememorar a vida clandestina e perigosa de muitos homens e mulheres melgacenses. O programa museológico deste espaço, abarca, informação, investigação e divulgação, tendo como objectivo, envolver estudiosos que centram os seus trabalhos nos temas relacionados com o contrabando e emigração. Núcleo Museológico das ruínas da Praça da Podem ser observados alguns vestígios arqueológicos, relacionados com defesa a República Vila, que vêm provar como a fortaleza cumpriu a sua função defensiva. Núcleo Museológico de Castro Laboreiro Este núcleo museológico abarca a terra, os castrejos e as sua criações ao longo da História. Os dois patamares do edifício evocam a morfologia do território: o planalto, as brandas, as inverneiras e os lugares fixos. É uma visão do que foi a evolução da ocupação humana na freguesia de Castro Laboreiro. Museu do Cinema Desde máquinas, aparelhos e objectos do Pré Cinema, até cartazes originais em tela, fotografias e documentos diversos, podem ser vistos no museu do cinema. A exposição ilustra o percurso do cinema ao longo dos tempos. A colecção do museu do cinema foi doada pelo cinéfilo Jean Loup Passek. Porta de Lamas de Mouro Estrategicamente localizada na periferia do Parque, a Porta de Lamas de Mouro é a 1ª das cinco portas previstas para os cinco concelhos do PNPG constituindo uma estrutura importante para o ordenamento e gestão do fluxo de visitantes (função de retenção e função de orientação ou condução da visita ao interior do Parque). As portas do Parque foram criadas com o objectivo de proporcionar a recepção, a informação, a retenção ou a condução orientada dos visitantes do Parque. Foram concebidas para serem os centros privilegiados na informação e enquadramento dos visitantes e também na educação e sensibilização ambiental do público em geral. A sua função principal é a de receber os visitantes para que estes possam obter a informação adequada antes de iniciarem a visita ao Parque. Para além de informação geral sobre o território é proporcionado ao visitante informação específica sobre os percursos pedestres existentes e locais de interesse para que a visita e exploração do Parque sejam o mais adequadas possíveis. Complementarmente, as Portas disponibilizam exposições temáticas. A Porta de Lamas de Mouro é subordinada ao tema “Ordenamento do território” devido aos registos existentes da ocupação humana, milenar na região. Para os visitantes que não pretendem “explorar” o Parque mas apenas desfrutar de um ambiente natural e permanecer por algum tempo num espaço de lazer, a Porta proporciona alguns espaços e estruturas de apoio, como sejam áreas de merenda e percursos pedestres envolventes, planeados com o objectivo de reter este tipo de visitantes e, assim, diminuir a pressão no interior do Parque. Esta Porta tem dois edifícios: o Centro de Recepção e a oficina temática enquadradas numa extensa área exterior de lazer com bar, esplanada, parque de merendas, zona de banhos, balneários, percursos pedestres e outros. Casa da Cultura Trata-se de um espaço de encontro e convívio, aberto à intervenção e dinâmica culturais do concelho. Actividades: cooperação com outras entidades ( escolas, outras bibliotecas, associações várias ), acções de promoção do livro e da leitura, cursos breves, encontros com escritores, exposições documentais e bibliográficas, palestras, actividades de índole cultural ( debates, colóquios, acções de formação, congressos, sessões de cinema, representações teatrais, exposições) Possui uma Galeria de Exposições, composta por duas salas, com a àrea total de 235m2, com iluminação natural e artificial, onde se realizam exposições de pintura, escultura, fotografia, património concelhio, etnografia, etc... A Biblioteca Municipal é Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 38

Infra-estruturas Descrição constituída por dois espaços, de livre acesso - sala de adultos e sala infanto-juvenil / audiovisual. Possui também uma área de periódicos, diverso material audiovisual e multimédia, bem como computador ligado à Internet. Na Sala Infanto- uvenil/audiovisual realizam-se, semanalmente, diversas acções (hora do conto, teatro de fantoches, animação de leitura, encontros com escritores, etc...), destinadas às Escolas do concelho No auditório Vasco da Gama Almeida, com a capacidade de 150 lugares, realizam- se, regularmente, sessões de cinema e teatro, bem como colóquios, espectáculos musicais, recitais de poesia, congressos, etc... Esta sala está equipada com projector de cinema, vídeo e demais material audiovisual, possuindo também uma cabine para tradução simultânea, em dois idiomas. Piscinas Municipais Possuem duas piscinas aquecidas, uma vocacionada para a aprendizagem de natação das crianças, área educacional, outra, maior, para competições, ginásio com variados equipamentos de manutenção, e musculação, sauna para tratamento e descontração, auditório, bar e esplanada Polidesportivo das Piscinas Dá apoio a desportos como: ténis, voleibol, andebol e futebol Complexo Desportivo e de Lazer do Monte O Centro de Estágios constitui um novo e importante factor de desenvolvimento, não de Prado só do concelho mas de toda a região. Constituindo uma das grandes apostas do município este Centro de Estágios é, desde logo, um passo importante em termos de qualificação da oferta, contribuindo para a criação de um novo "produto turístico", o turismo desportivo, não só na sua componente lúdica, mas também profissional. Possui: Campo de Futebol Relvado; Campo de treinos, Pista de Atletismo, Pavilhão Gimnodesportivo, Clube de Saúde, infra-estruturas de Turismo e de Lazer (zonas arborizadas, circuito de manutenção e/ou passeio com belas panorâmicas sobre o rio Minho, parque infantil, anfiteatro natural, piscina descoberta e lago artificial, parque de merendas, campos de ténis e ringue polidesportivo e campo de minigolf. Posto de Turismo Dispõe de instalações próprias, localizadas no centro da Vila. Este edifício tem uma particularidade: adoptou-se como modelo a “Casa Castreja”. Este edifício, de grande valor patrimonial, foi restaurado para apoiar os produtores Solar do Alvarinho de vinho Alvarinho na sua divulgação e, simultaneamente promover o concelho de Melgaço. Para além de servir como montra de promoção e exposição de várias marcas de vinho Alvarinho, o Solar dispõe de informação diversa sobre este vinho e a sua região, bem como elementos relativos aos diferentes produtores; promove provas; vende artesanato, vinho Alvarinho e outros produtos típicos locais; organiza “Alvarinhos de Honra” para grupos; organiza visitas guiadas pela Rota do Alvarinho, às diferentes adegas; organiza visitas guiadas pelo concelho e possui ainda exposições permanentes de pintura. Parques de merendas infra estruturados - Porta de Lamas de Mouro – Lamas de Mouro - Complexo Desportivo e de Lazer do Monte de Prado - Área de Lazer do Campo das Veigas – Castro Laboreiro Miradouros -Miradouro da Vila – Castro Laboreiro -Miradouro da Torre de Menagem Parques infantis de uso público -Parque Infantil do Campo das Veigas – Castro Laboreiro -Parque Infantil de Prado – Prado (Junta de Freguesia) -Parque Infantil de Roussas – Roussas (Junta de Freguesia) -Parque Infantil da Alameda – Vila (Melgaço) -Parque Infantil das Piscinas Municipais – Vila (Melgaço) -Parque Infantil Complexo Desportivo e de Lazer do Monte Prado Circuitos de manutenção Circuito de manutenção do Complexo Desportivo e de Lazer do Monte Prado Espaços para artes, espectáculos, -Auditório da Casa da Cultura : 150 lugares. conferências, reuniões -Auditório da Porta de Lamas de Mouro: 80 lugares -Auditório das Piscinas Municipais -Anfiteatro do Centro de Estágios (ar livre) -Sala de reuniões Solar do Alvarinho (40 lugares) - Sala de reuniões e congressos do Hotel Monte Prado

Os equipamentos como auditórios e salas de reuniões permitem equacionar o desenvolvimento de actividades que podem aproveitar estas infra-estruturais para realidades como o Turismo de Negócios que podem representar uma alavanca importante para a redução do efeito sazonal.

Empresas de Animação Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 39

O Turismo Activo e o Turismo Natureza têm vindo a assumir uma grande importância para o desenvolvimento turístico pois são formas de criação de emprego, com a criação de micro-empresas; contribuem para o efeito multiplicador do Turismo, pois recorrem com frequência à contratação de outros serviços, especialmente os estabelecimentos de restauração e bebidas, com consequências no consumo de produtos nesses locais, logo melhorando o bem estar das populações; desenvolvem-se em áreas de fraca ocupação humana, algumas das quais com tendência para a desertificação, muitas das vezes conseguindo fixar as populações, especialmente os mais novos, nos seus locais de origem. As actividades recreativas e desportivas (pedestrianismo, bicicleta todo-o-terreno, actividades equestres, escalada, rafting, canoagem, canyoning, etc.) tem conhecido um crescimento muito acentuado, não só em termos do número de praticantes mas também da quantidade de empresas que se vêm dedicando ao sector da animação turística e ambiental. As empresas de animação desempenham um papel importante na dinamização do turismo activo. Tabela 20 - Empresas de Animação Actividades A Melgaço Radical está virada para a prática de desportos-aventura, também chamados Melgaço Radical radicais. Os seus elementos foram criteriosamente seleccionados contando com parâmetros rigorosos que abrangeram um leque onde constaram atributos físicos, psíquicos e até de capacidade de comunicação e relacionamento, tendo em conta a grande responsabilidade de mostrar a verdade de um concelho, de proporcionar ao visitante a segurança da prática dos desportos radicais, adequando os graus de dificuldade de execução às capacidades dos utentes. Actividades: Rafting, rappel, slide, canyoning, canoagem, tiro com arco, caminhadas, passeios BTT Trata-se de uma empresa criada por jovens empreendedores vocacionada para actividades DraftZone, Animação Turística, Outdoor e produções de animação. Promove actividades para grupos, empresas, Ldª instituições, associações, entre outras, que procuram momentos de aventura e convívio. É detentora de um Know-how, que lhe permite dispor de um vasto leque de serviços, designadamente aluguer de equipamentos, serviços de apoio, bem como actividades locais sempre planeadas cuidadosamente de modo a proporcionar as melhores condições de segurança aos participantes e à manutenção do meio em que se desenvolvem Actividades: Paintball, tiro ao alvo, rappel, slide, rafting, canyoning, passeios de TT, orientação, caminhadas, aluguer de bicicletas, produção de animações Actividades: passeios a cavalo e passeios pedestres Ecotura As actividades de turismo ambiental e cultural têm como objectivo alertar o público para a preservação do meio ambiente. A Cavalo, a Ecotura propõe-se dar a conhecer o território do lobo e a observar sinais da sua passagem. Durante os trajectos são percorridas zonas rurais, pequenas aldeias, vales glaciares, antigas pontes e ainda fojos do lobo. Versana Provas de orientação e percursos pedestres diurnos e nocturnos de diversos níveis de dificuldade. Percursos de BTT e Todo-Terreno de jipe.Rafting no rio Minho.Canyoning. Escalada natural, rappel e slide, Paintball . Actividades de Ecoturismo Montes do Laboreiro, animação Actividades: Paintball, tiro ao alvo, rappel, slide, rafting, canyoning, passeios de TT, turística, Ldª orientação, caminhadas, aluguer de bicicletas, produção de animações, passeios de BTT, passeios de mini bus, educação ambiental, actividades de cordas, elaboração de pacotes especiais…. Escola de Rafting Atlântico Rafting no rio Minho

Trilhos No entanto, para além do apoio dado por estas empresas, há um segmento importante de turistas que pretendem usufruir de actividades de animação sem que tal implique a participação em visitas guiadas, ou outro tipo de serviços organizados. Para esse segmento, que representa mais valias para as unidades de alojamento e demais serviços turísticos, tem-se vindo a criar estruturas de apoio, de usufruto público, das quais se destacam os trilhos pedestres: Tabela 21 - Trilhos Localização Distância Trilho Interpretativo de Lamas de Mouro Lamas de Mouro 4,5 Km Trilho Castrejo Castro Laboreiro 17 Km Trilho Interpretativo de Castro Laboreiro Castro Laboreiro 3 Km Trilho Curro da Velha Castro Laboreiro – Ribeiro de Cima 7 Km Trilho da Branda da Aveleira Aveleira 8 Km Trilho do Brandeiro Aveleira 14 Km

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A implementação dos trilhos foi acompanhada pela elaboração e edição de guias ou folhetos interpretativos, com informação de localização e de pontos de interesse existentes nos percursos. Estes percursos pedestres são uma via fundamental para o contacto e fruição adequada com os valores naturais e culturais do território. A localização dos trilhos foi planeada de modo a beneficiar a integração das actividades económicas das aldeias existentes (grande parte dos trilhos estão localizados nas proximidades ou são coincidentes com os aglomerados existentes), com vista a criação de sinergias para o desenvolvimento local sustentável

Tabela 22 - Outros Locais de Desporto de Natureza Localização Tipo de Actividade Rio Minho Rafting, Hidrospeed Rio Mouro Rafting Penedo da Minhotinha (Gave) Escalada Fiães, Cristóval, S.Paio (Cavaleiro Alvo) Todo Terreno/Moto 4 Monte de Prado Paintball, Tiro ao Alvo, Tiro com Arco, Orientação Ponte Internacional Peso-Arbo Rappel Tapada da Redonda (Roussas/Fiães) Slide Complexo Desportivo e de Lazer (Centro de Estágios de Melgaço) Aluguer de Bicicletas Monte de Prado-Remoães-Peso Caminhadas

Termas do Peso Actualmente verifica-se uma crescente procura deste tipo de instalações devido aos seus elementos curativos mas também porque proporcionam repouso e lazer. As Termas funcionam nos meses de Junho a Outubro, embora registem um nível muito baixo de ocupação que se deve à degradação das instalações e ao abandono e ruína da quase totalidade do equipamento hoteleiro envolvente.

Esta estância , estância de cura, repouso e turismo também contribuía, para nas épocas de Verão, atrair um grande número de turistas. Para além das águas medicinais ( que no ano de 1994 contou com, aproximadamente, 200 aquistas, para além dos acompanhantes), possui dois hac. arvorizados de parque e, dentro deste, funcionavam um espaço para mini-golfe, circuito de manutenção, um court de ténis, esplanada, barcos de recreio, balneários, health club com: piscina aquecida, sauna, ginásio, massagens, banho turco, duche escocês, duche circular, hidromassagem, ... um parque de campismo, o qual contabilizou nos meses de Julho, Agosto e Setembro de 1995, perto de 800 turistas ( individuais e agregados), e bungalwos. Actualmente estas estruturas encontram-se descativadas. O investimento nestas estruturas é determinante para o desenvolvimento económico e turístico do Concelho. No entanto, devido ao facto de as termas serem pertença de privados e não da autarquia, há um quase total abandono do local, limitando-se a empresa a comercializar as suas águas. Se até agora o Termalismo estava vocacionado apenas para o tratamento de doenças crónicas, ou para tratamentos profundos à saúde dos aquistas, hoje está-se perante o desenvolvimento de um Turismo de Saúde, em que as estâncias termais respondem a uma necessidade de lazer, de recuperação física e psíquica, em períodos de curta duração. Por tudo isto, é essencial que as estâncias termais abandonem um sistema de funcionamento “clínico” e se apresentem como “resorts” onde todas as componentes da viagem turística estejam asseguradas: alojamento + restaurantes + animação. Neste sentido, o funcionamento deve ser regular, durante quase todo o ano, com curtos períodos de encerramento. Só assim a oferta regional conseguirá criar condições de concorrência com os novos empreendimentos que surgem em áreas geográficas próximas, como a zona de Lobios e Mondariz.

Tabelas 23 - projectos em curso Projecto Descrição Este projecto visa a valorização turística e económica do concelho numa perspectiva integrada de identidade do território, tendo como linha mestra o vinho e o seu enquadramento cultural e paisagístico. Enoturismo- Criação da Rota Trata-se de unir esforços numa só direcção em que toda a região lucra com isso. Neste sentido do Vinho Alvarinho o envolvimento de todos na dinamização da Rota é indispensável: agentes institucionais, adegas, outros agentes locais (guias turísticos, postos de informação turística, turismo de natureza, alojamentos, restauração, produtores agro-alimentares, artesãos, animação cultural e agentes externos ao território (agências de viagens, operadores turísticos). Para o efeito foi elaborada uma candidatura ao Programa INTERREG IIIA na qual se prevê a criação de um Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 41

Projecto Descrição manual com os critérios de adesão, a imagem da Rota (slogan, logótipo, imagem corporativa), sinalização rodoviária e dos aderentes, desdobrável com indicação dos aderentes, campanhas de promoção. A Câmara Municipal, estrategicamente empenhada no contínuo desenvolvimento turístico do concelho, e no aproveitamento de todos os seus recursos, encomendou um estudo de viabilidade para a implementação de um campo de golfe no concelho, a situar na zona florestal anexa ao Complexo Desportivo e de Lazer de Monte de Prado/Centro de Estágios de Melgaço. O estudo, elaborado pelo GAPTEC da Universidade Técnica de Lisboa, prevê a implementação de um campo que se estende ao longo de 46.5 hectares, com dezoito buracos, de nível médio de dificuldade, e que se desenvolve no terreno com configuração pentagonal, desdobrado em dois circuitos, que possam acolher competições profissionais e responder à procura de todo o tipo de jogadores amadores. O Campo é apoiado por um clube house e complementado por mais oito hectares, um destinado a hotel de apartamentos, e os restantes sete a unidades de Criação do Campo de Golfe urbanização. A localização do campo no concelho é a ideal, quer pela proximidade às principais vias de acesso – nacionais e internacionais - quer por se encontrar simultaneamente afastado e próximo do centro da vila. Com o novo campo de golfe Melgaço pretende complementar a oferta turística existente, já de si muito diversificada, concretizada através do Complexo Desportivo e de Lazer/Centro de Estágios, no âmbito do desporto profissional e recreativo, pelos rios Minho e Mouro, associados à prática de desportos radicais, pela vasta paisagem natural do concelho, propícia à realização de passeios e trilhos, em especial na área abrangida pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês, pelo turismo gastronómico e enológico, associado aos produtos locais e ao Vinho Alvarinho, e ainda pelo termalismo, através Parque Termal do Peso. Para a concretização deste projecto, que se pretende seja um empreendimento turístico de elevada qualidade, a Câmara promoverá, em acordo com as freguesias envolvidas - Prado e Remoães - um concurso com vista a encontrar um promotor interessado em apostar neste investimento de futuro. Já está em curso o processo de Qualificação do Fumeiro de Melgaço como IGP. Os quatro cadernos de especificações: Presunto, Salpicão, Chouriça de Carne e Chouriça de Sangue já deram entrada no IDHRA e aguardam aprovação. Com esta Qualificação pretende-se, de certa Qualificação (certificação) do forma, contribuir para a criação de condições que permitam atenuar os factores desfavoráveis fumeiro de Melgaço visando fixar as populações rurais e melhorar o seu rendimento, valorizar a qualidade do fumeiro de Melgaço, afirmar e aumentar a sua competitividade em relação aos demais produtos nacionais e importados, valorizar e promover a gastronomia da Região, nomeadamente através dos aspectos culturais, gastronómicos e qualidade vitivinícola e procurar nichos de mercado. Este projecto visa a promoção dos territórios de quatro Parques da Região Norte de Portugal (onde se inclui O Parque Nacional da Peneda-Gerês), através da criação de uma marca colectiva a atribuir aos sectores do alojamento, restauração, animação turística e pontos de venda de artesanato e agro-alimentares. Assenta numa estratégia comum de valorização de produtos existentes (bens e serviços) e consequente melhoria da qualidade dos serviços turísticos. Foram criados cadernos normativos para cada um dos sectores de actividade – Compromisso Parques Com Vida – que os agentes económicos têm de cumprir para poderem ser reconhecidos pela marca. Todo este processo foi definido de forma participativa tendo sido criado uma equipa técnica Parques com vida local e os fóruns Parques Com Vida. Estes fóruns eram compostos por agentes económicos dos diferentes sectores de actividade e entidades públicas com responsabilidade no território, (candidatura à incitativa EQUAL, como sejam o PNPG, a ADERE-PG, Câmaras Municipais, Regiões de Turismo e Direcção aprovada em 2005) Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN). Assim a implementação do projecto Parques Com Vida veio permitir o desenvolvimento de um sistema de creditação de qualidade para as empresas turísticas através da criação e registo da Marca Parques com Vida, bem como da construção de todo o processo regulamentar para a atribuição da Marca (Compromisso e Regulamento Geral da Marca PCV). Foram assim criados os procedimentos de candidatura, de avaliação e de certificação da Marca e ainda a Associação Parques Com Vida, entidade responsável pela gestão, avaliação e atribuição da referida Marca. Esta Marca é o corolário de uma estratégia que foi definida para a região do PNPG (conjuntamente com mais 3 Parques) com o objectivo de qualificar a oferta turística. A Marca PCV é o instrumento que o PNPG e a ADERE-PG querem privilegiar na consolidação de uma oferta turística específica e de elevada qualidade O custo total do Projecto Parques Com Vida, iniciativa EQUAL, foi 1 milhão de euros. Com o objectivo de coordenar, conjugar e sistematizar esforços desenvolvidos quer pela autarquia, quer pelo investimento privado para o desenvolvimento económico do concelho apostando nos recursos e potencialidades de qualidade. Criação da imagem de Marca Acções desenvolvidas: Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 42

Projecto Descrição de Melgaço - levantamento exaustivo da oferta local - criação de um logótipo e de um slogan (Melgaço, Sabores do Saber) - constituição de uma comissão e avaliação/grupo de trabalho – para a elaboração de um “Candidatura ao Programa caderno de requisitos. Este caderno define um conjunto de normas de actuação para a oferta Leader + do Vale do Minho” local (alojamento, restauração, animação turística, produtores de alvarinho e fumeiro, etc.) indispensáveis para a utilização da marca “Melgaço, Sabores do Saber” - estudo, organização e promoção turística: estudo de marketing, concepção e edição de um roteiro integrado - Apresentação e lançamento do projecto A imagem de marca é propriedade da Câmara e encontra-se sobre a tutela da ADM Agência de Desenvolvimento Local de Melgaço. Podem candidatar-se à utilização da marca “Melgaço- Sabores do Saber” as empresas, associações, pessoas singulares e colectivas que cumpram as normas do regulamento elaborado para o efeito.

Este foi um projecto de cooperação inter-territorial definido pela parceria de 10 Associações LEADER de todo o País, que permitiu a valorização e qualificação de aldeias com relevante Aldeias de Portugal valor patrimonial. A promoção e divulgação destas aldeias, contribui para a criação de um produto turístico de qualidade no meio rural, baseado na recuperação de aldeias com elevado potencial histórico, cultural e patrimonial, valorizando as tradições, dinamizando infra-estruturas e actividades de lazer, promovendo uma diferenciação no segmento ‘turismo em espaço rural’, ao mesmo tempo que permitiu a promoção de emprego complementar à actividade agrícola . Em 2005, pela Associação de Turismo de Aldeia (ATA), foi atribuída a classificação e a inserção na rede de 36 Aldeias de Portugal.. No concelho de Melgaço foram classificadas duas aldeias:Castro Laboreiro e Branda da Aveleira. Este plano, aprovado em Setembro de 2005 com um apoio PIQTUR de cerca de 150.000 Euros Plano de Sinalização e pelo Instituto de Turismo tem por objectivo melhorar o nível de informação aos turistas através Interpretação dos Recursos da colocação de sinalização direccional e rodoviária dos recursos turísticos, da colocação de Turísticos no Vale do Minho placas identificadoras nos recursos histórico-culturais e de painéis interpretativos de paisagem nos recursos naturais. Será ainda implementado um sistema de interpretação em áudio-guia para os recursos sinalizados para todo o Vale do Minho (cerca de 40 equipamentos por concelho), em português, inglês e espanhol, para além da edição de mapas de orientação destes percursos pelo Vale do Minho. Este “Plano de Sinalização e Interpretação dos Recursos Turísticos do Vale do Minho” abrange os 5 concelhos que integram a Comunidade Intermunicipal do Vale do Minho, nomeadamente Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova de Cerveira.

Análise estratégica

A análise Swot que aqui se apresenta tem como finalidade contribuir para o diagnóstico evidenciando algumas linhas condutoras para a próxima etapa: o plano de acção. Neste sentido pretende-se definir as relações existentes entre os pontos fortes e fracos com as tendências mais importantes que se verificam no território a nível económico, social, ambiental e cultural Assim, a análise SWOT, ou seja a análise dos pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades para o desenvolvimento do concelho, é um importante instrumento que permite fazer o ponto da situação e construir uma matriz para as decisões estratégicas a tomar, em termos de opções para a elaboração do Plano de Acção para Melgaço. A Matriz SWOT do turismo em Melgaço apresenta-se nas tabela seguinte

Tabela 24 - Matriz SWOT do Turismo em Melgaço PONTOS FORTES PONTOS FRACOS - O Rio Minho, com os desportos radicais e com toda a - Estrutura turística profissionalmente pouco habilitada; paisagem e património que lhe está inerente, nomeadamente as - Tecido empresarial do turismo denota reduzida capacidade pesqueiras técnica e de gestão; -O Parque Nacional da Peneda Gerês: área protegida que -A débil organização do sector acarreta uma reduzida abrange uma região de montanha e integra uma multiplicidade estruturação dos produtos turísticos, falta de domínio da cadeia de recursos naturais e um importante património cultural e de valor e incapacidade em gerir o ciclo de vida dos produtos histórico. Trata-se de um eixo de desenvolvimento turístico de turísticos; elevado potencial que poderá ver o seu potencial reforçado -Excesso de visitantes relativamente ao fluxo de turistas e pelas recentes dinâmicas da procura turística, ligadas à natureza incapacidade dos operadores em transformar os visitantes em e à preservação ambiental. turistas. -Potencial do Turismo em Espaço Rural como complemento da -Fraca e incipiente cooperação institucional, principalmente entre oferta turística através da recuperação do património as instituições privadas o que acarreta dificuldades de Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 43

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS arquitectónico existente coordenação entre os agentes que operam aos vários níveis do -A imagem dos produtos locais, nomeadamente do Vinho conjunto turístico, sobretudo no que toca à hospitalidade e à Alvarinho e do fumeiro constituem, actualmente, um pólo organização de actividade e de animação estrutural. turístico - Baixa taxa de ocupação da generalidade dos meios de - Projectos turísticos inovadores de base territorial, organizando alojamento fora das épocas consideradas altas agentes e recursos turísticos: a Rota do Vinho Alvarinho, -Pouca visibilidade da marca, slogan e logótipo associado ao Itinerários culturais, campo de golfe; turismo de Melgaço; -Património histórico e cultural rico abrangendo múltiplas áreas, - Ausência de produtos turísticos integrados e estruturados com boas capacidades de aproveitamento e transformação em capazes de atrair investimentos especializados; produtos turísticos -Equipamentos com fortes potencialidades mas sem serviços -Facilidade de circulação automóvel entre os vários locais especializados e que lhes permita afirmarem-se nos mercados turísticos, o que favorece o lançamento de produtos turísticos. considerados estratégicos para o município - Debilidade do ambiente económico para atrair novos - Localização relativamente a Espanha investimentos mas também da dinâmica do tecido - Sensibilidade da população residente e das instituições locais e empresarial; regionais para o Turismo como factor de desenvolvimento; - Carências na qualificação dos recursos humanos; - Dificuldades em matéria de transportes, dificultando a deslocação de turistas que não viajam em viatura própria ou alugada - Fraca capacidade do concelho para atrair e fixar populações, principalmente no que se refere às camadas jovens e de estratos socio-económicos médios e médios-altos, de forma a reforçar o tecido empresarial -As Termas do Peso que poderiam ser um importante pólo de serviços turísticos transformaram-se num espaço abandonado, assim como toda a sua envolvente, que está em ruinas. OPORTUNIDADES AMEAÇAS - Tendência dos mercados para criarem produtos turísticos com - Atitude reactiva perante as oportunidades de mercado; base em recursos que o concelho possui - Falta de apoio ao turista; -Interesse institucional de várias entidades e organizações no - Posto de turismo fechado ao Domingo e com fraco atendimento território, públicas e privadas, no desenvolvimento do Turismo via telefónica; -Turismo sustentável/estabelecimento de parcerias - Falta de investimento privado; - Promoção do turismo no estrangeiro - Sobrevalorização da componente material na atribuição dos - Criação de uma imagem de marca forte, facilmente identificada subsídios públicos à actividade; pelo turista - Diminuição constante da população residente; - Maior articulação dos investimentos - A sazonalidade públicos/privados/associativos em projectos turísticos - Carência de meios, especialmente de recursos humanos com estruturantes; formação adequada. - Oportunidades ligadas ao desenvolvimento de novos projectos - Os cortes orçamentais nas verbas para os municípios de base territorial, federados em torno de novas temáticas (vinho - A indefinição relativamente ao modelo das regiões de turismo. Alvarinho, fumeiro, gastronomia, áreas protegidas, paisagem); - Oportunidades ligadas a novos produtos turísticos fortemente ligados ao território - Crescente desenvolvimento do Turismo, principalmente nas áreas em que o município é rico em recursos (naturais e culturais) ou tem grandes potencialidades em novos produtos - Tendência dos mercados para o desenvolvimento de férias curtas (ou short breaks), espalhadas várias vezes por ano segundo motivações diferenciadas; -Atracção e fixação no concelho de Empresas de Animação Turística - Turismo como sector de diversificação da economia local. -A criação de laços entre a actividade turística e o segmento dos negócios constituem uma oportunidade a explorar, contribuindo para a diminuição da sazonalidade -O Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT), o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), o plano tecnológico que permite o acesso às novas tecnologias e os incentivos à investigação e desenvolvimento, assim como as políticas de preservação do património e de qualificação ambiental.

Conclusão Tendo em conta a caracterização anteriormente efectuada é possível afirmar que o concelho apresenta níveis de desenvolvimento turístico ainda incipientes, evidenciadas de três formas: Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 44

- Grande potencial, reduzida operacionalização: Apesar da estrutura turística de Melgaço reunir condições para desenvolver um conjunto turístico muito competitivo, ela continua excessivamente presa a dinâmicas territoriais que retardam a sua modernização e a inserção comercial. Ela tende a assentar e a reger-se, mais por uma lógica territorial que propriamente por uma lógica de mercado. A promoção turística tem sido encarada mais numa lógica de promoção do território do que numa lógica de promoção de produtos turísticos sustentada por sinais do mercado. Decorrendo desta situação, não se tem apostado na gestão da hospitalidade e na animação estrutural (componentes fundamentais dos produtos turísticos baseados no território) como forma de se reforçar a vertente pós-produto (suporte da oferta, apoio ao turista efectivo, aumento dos níveis de satisfação com as experiências turísticas). Persistem ainda algumas lacunas ao nível da gestão da hospitalidade (sinalização turística, instrumentos de orientação, centros de acolhimento e interpretação, deficiente rede de postos de informação e carências ao nível do material de informação turística); Constatam-se grandes dificuldades ao nível da organização de acontecimentos/animação à escala regional, organizados em função de um cronograma partilhado por parte significativa dos agentes de animação local. Tendo em conta estes estrangulamentos, não estranha que o concelho não tenha conseguido, ainda, aproveitar plenamente as suas potencialidades turísticas e alcançar níveis elevados de remuneração dos seus recursos. Contudo, registam-se dinâmicas que poderão alterar este estado de coisas. As tendências actuais da procura estão também a beneficiar destinos turísticos tradicionalmente secundários: o termalismo, os parques naturais, o espaço da ruralidade e os aspectos culturais, monumentais e antropológicos de forte identidade. Assim, o crescimento futuro da actividade turística em Melgaço tenderá a surgir associado à valorização ambiental e paisagística e à promoção da identidade cultural e etnográfica, à gastronomia, assim como dos produtos de qualidade: o vinho Alvarinho, o fumeiro, ... Paralelamente, existem potencialidades especificamente ligadas à procura turística não-tradicional (férias activas dos jovens, turismo social e turismo sénior) para a qual o Estado tem desenvolvido algumas políticas específicas, mas que o concelho só marginalmente tem aproveitado. A proximidade com as regiões espanholas vizinhas da Galiza permite ainda uma grande margem de aproveitamento do turismo de proximidade. Na perspectiva do mercado turístico interno, a área metropolitana do Porto é um mercado que pode ser mais explorado, apostando nas especificidades naturais e humanas de Melgaço.

- O processo de desenvolvimento turístico de Melgaço necessita de consolidação Grande parte dos investimentos turísticos no concelho continua à margem da política do sector, permanecendo muito expressivo, no cômputo da oferta turística local, a criação de pequenas e micro empresas de serviços de alojamento e restauração. Estas unidades tendem a desenvolver as suas actividades com base numa gestão individualista, pouco profissional, alimentando esquemas de trabalho precário e de emprego intensivo de mão de obra. Consequentemente, uma parte da estrutura turística de Melgaço assenta em alojamento tradicional mal dimensionado e pouco qualificado, muitas vezes não classificado pela DGT (e, como tal, não contemplado na análise estatística inicial), concorrendo livremente com formas complementares de alojamento que o sector tem fomentado e apoiado (a exemplo do TER). O perfil do tecido empresarial que sustenta esta estrutura turística denota não só uma reduzida capacidade técnica e financeira, como em muitos casos uma reduzida sensibilidade e preparação para a actividade. Com efeito, muitos dos empresários do sector estão no negócio porque é relativamente fácil e porque socialmente constitui uma das melhores soluções de auto-estabelecimento. Debilmente organizados , os agentes turísticos do concelho controlam de forma deficiente a cadeia de valor do turismo, denotando pouca preocupação na gestão do ciclo de vida do produto e pouca sensibilidade para motivações/clientelas emergentes e alternativas. Muitos agentes turísticos apresentam alguma relutância em trabalhar com os operadores/agentes do mercado do turismo. Estes receios estão relacionados com a falta de massa crítica da estrutura turística de Melgaço. Assim, o empresariado turístico do concelho tem persistido numa atitude reactiva, que tende a aproveitar as oportunidades de mercado que vão surgindo, descurando o papel mais actuante, instigador e inovador junto do mercado que também lhe deveria caber.

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Por outro lado, o turismo de Melgaço tem sido divulgado, promovido e vendido na ausência de estratégia de Marketing global, não existindo neste momento condições para avaliar o impacto da adopção das várias marcas de promoção turística “ Melgaço, arte ambiente e Alvarinho ”, “ Melgaço, sabores do saber ” no mercado interno alargado. Em síntese, o produto turístico reflecte: - amadorismo empresarial, traduzindo-se na ausência de uma atitude mais sensível às especificidades e necessidades da actividade; - baixo nível de qualificação da generalidade dos profissionais do sector, que origina uma deficiente prestação de serviços; - reduzida estruturação dos produtos turísticos derivada da falta de interligação das várias componentes do produto; - dificuldades de coordenação entre os agentes que operam aos vários níveis do compósito turístico.

Tendo em conta as dificuldades organizacionais em integrar uma grande diversidade de atractivos, agentes e operadores em propostas concretas orientadas para o mercado, o turismo de Melgaço ressente-se de uma baixa capacidade concorrencial, apresentando uma relação custo/benefício pouco atractiva comparativamente a espaços e fileiras de produto concorrentes. Por estas razões, sobressai uma certa mentalidade paternalista das entidades públicas que tutelam esta actividade, por um lado, e uma atitude reivindicativa, mas inconsequente, da parte dos agentes turísticos privados, por outro. Por fim, a implementação de alguns projectos inovadores, desenvolvidos com base em modelos institucionais que permitem operacionalizar propostas turísticas assentes em temáticas e atractivos concretos, tem demonstrado que é possível estruturar, e dirigir a nichos de mercado muito específicos, recursos/agentes/operadores turísticos heterogéneos e geograficamente dispersos. - Uma actividade cujo crescimento está estruturalmente ligado ao estímulo público É inegável que a actividade turística no concelho de Melgaço se tem desenvolvido muito nos últimos anos, acompanhando o crescimento deste sector económico no país. Os agentes económicos envolvidos neste negócio têm aumentado em número e em importância económica, existindo projectos de investimento por parte de alguns grupos económicos externos à região, situação que não é tão frequente, quanto o desejável, noutros sectores da vida económica do interior. A análise estatística confirma que a oferta turística do concelho tem aumentado em termos quantitativos (número de unidades e capacidade de oferta quarto/cama) e melhorado em termos qualitativos (maior qualificação medida em termos de maior quantidade de estabelecimentos com mais estrelas, maior diversidade de propostas e de serviços, alojamento alternativo, etc.), acompanhando a tendência de reforço do peso desta actividade económica no Norte de Portugal. A este facto não está alheio o conjunto de instrumentos de apoio financeiro dirigidos ao investimento privado. Assim, o aumento e a melhoria da oferta turística no concelho, nomeadamente nas componentes do alojamento e dos equipamentos de animação, decorre do importante apoio público que, sob a forma de diversos instrumentos de incentivo financeiro, têm viabilizado muitas intenções de investimento da parte de promotores turísticos. Estes incentivos permitiram criar um número significativo de postos de trabalho e contribuíram para a redução das assimetrias regionais que se registam igualmente neste sector de actividade (nomeadamente, na relação litoral-interior). Estes são alguns sinais que indicam que a consolidação do processo de desenvolvimento turístico em Melgaço passará, inevitavelmente, por uma maior capacidade de organização dos diferentes agentes e actores directa ou indirectamente implicados no sector do turismo. Os objectivos gerais a atingir são a criação de condições para um desenvolvimento harmonioso e equilibrado, um crescimento sustentável da actividade e uma motivação única e de afirmação como destino capaz de atrair e induzir complementaridades na região. A mensuração destes objectivos é traduzida pelos seguintes indicadores: - Fazer crescer o número de hóspedes na hotelaria, baseado num processo evolutivo gradual, - Aumentar significativamente as taxas de ocupação/cama na hotelaria, embora sujeito a um processo de crescimento gradual e tendo em conta também o crescimento previsível da oferta hoteleira; - Aumento da estada média do turista - Diminuição gradual, ao longo dos anos, a sazonalidade do Turismo de Melgaço, - Aumentar a despesa média diária do turista criando para isso apetências ao turista para fazer despesa.

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A grande missão será atrair a Melgaço o maior número possível de pessoas, dando a conhecer o Concelho através de uma imagem diferenciadora, diversificando mercados. Uma vez conseguida a deslocação das pessoas ao concelho e do alargamento do leque de mercados é necessário surpreender os visitantes/turistas com a variedade, mas sobretudo com a qualidade, de outra oferta turística complementar daquela que motivou a sua deslocação, o que os fará permanecer mais tempo, voltar mais tarde ou passarem de visitantes a turistas. Neste sentido, é necessário fazer perdurar este ambiente, o que implica introduzir um conjunto de acções de animação cultural, desportiva, urbana, recreativa ou turística, capaz de criar no turista (mas também no visitante) uma imagem e experiências tão inesquecíveis que o transforme no seu melhor meio de promoção Na integração de todos estes objectivos inerentes ao planeamento turístico terão de estar presentes e envolvidos os mais directamente interessados no sucesso do projecto – os empresários e operadores – mas também aqueles que têm responsabilidades pelo próprio concelho –a Autarquia, as Associações Sócio-Profissionais locais e as estruturas locais de gestão do Turismo que vierem a ser criadas. A missão estratégica proposta resultará no sentido da cooperação existente entre todos os agentes referidos, cabendo a cada um deles desempenhos diferentes e complementares. Neste contexto, à Câmara Municipal de Melgaço compete criar as melhores condições para que os mercados funcionem bem, desde a necessidade de dar visibilidade do concelho para mercados turísticos (nacionais ou internacionais) até aos apoios para a racionalização do processo de venda, passando pela prestação aos operadores de informações credíveis e em tempo útil, ou seja: - Criar as condições infra-estruturais de ordenamento e de qualidade urbana e ambiental; - Dar visibilidade do município nos mercados turísticos (nacionais e internacionais); - Estimular a actividade turística criando condições de apoio e de incentivo ao investidor; - Exercer o papel de regulador e avaliador da actividade. Já aos agentes e operadores compete essencialmente vender, com racionalidade económica, retirando das suas actividades os resultados bastantes para permitir o reinvestimento turístico no concelho. No papel da Autarquia sobressaem assim as necessidades de investimento em infra-estruturas e equipamentos, mas também o reposicionamento de Melgaço no contexto do Turismo regional. No papel dos operadores sobressai a necessidade de se saber vender numa perspectiva de prática do Turismo Sustentável.

Acções propostas

Os objectivos serão estruturados no Plano de Acção segundo três vertentes estratégicas: - desenvolvimento turístico - contempla um conjunto de acções com incidência no território que visa garantir a qualidade e a diferenciação dos recursos turísticos, da oferta e dos serviços através de medidas e acções de valorização, requalificação, ordenamento, estruturação dos serviços e equipamentos, formação e valorização dos serviços - promoção turística - contempla as acções prioritárias de divulgação e lançamento do (s) produto (s) turístico (s): planeamento do marketing, promoção da imagem, mobilização dos líderes de opinião, canais de comunicação; - investimento turístico: cria condições mais favoráveis de atractividade e de incentivo ao desenvolvimento turístico no concelho : apoio aos empreendedores e ao investimento

As Acções propostas são apresentadas seguidamente sob a forma de fichas que contemplam um conjunto de descritores, nomeadamente: - a identificação da acção, - o programa e vertente estratégica associada, - uma descrição sumária, - a identificação das entidades externas a envolver, - a estimativa de custos e meios de financiamento.

Relativamente aos custos estimados importa realçar que se tratam de estimativas e que as indicações programáticas apresentadas devem ser adaptadas e ajustadas em função das oportunidades de investimento que surgirem. Quanto aos meios de financiamento são definidas a título indicativo possíveis fontes de financiamento associadas a cada acção, a grande maioria de investimento público. As acções de maior investimento poderão ser co-financiadas: pelos Programas Operacionais Temáticos especial o de Valorização do Território, quer pelo Programa Operacional Regional do

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QREN, ambos com vigência no período de 2007-2013; pelo Programa de Intervenção do Turismo (PIT) 2007-2009 e recursos próprios do Turismo de Portugal; pelo PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural), pelas empresas de média/grande dimensão do sector privado e por privados.

Desenvolvimento Turístico

Acção 1: Valorização de Melgaço como destino turístico Objectivos • Requalificar, valorizar, conservar e manter uma qualidade urbana dos aglomerados populacionais, através da responsabilização da população residente, dos visitantes e dos turistas, mas também pela aplicação rigorosa do planeamento existente neste domínio • Apoiar a economia local e melhorar a qualidade de vida dos residentes • Criação de benefícios directos à população local, decorrentes do desenvolvimento turístico da região • Potenciar as características de interdependência e transversalidade do turismo na criação de uma dinâmica entre os agentes turísticos e os restantes sectores da economia local, como sejam a agricultura e o artesanato. • Melhorar globalmente o interesse turístico da região. • Qualificação ambiental • Qualificação do território e valorização dos seus principais recursos turísticos Síntese Agrega as acções prioritárias que visam a qualificação do território, a qualidade ambiental e a (ver anexo I) valorização dos seus principais recursos turísticos. Para este efeito, a tipologia de intervenções propostas são sobretudo orientações e sugestões que visam, por um lado, garantir a qualidade das condições infra-estruturais e de ordenamento e a qualidade urbana e ambiental e, por outro lado, criar as condições para que recursos possam passar efectivamente a serem produtos turísticos

Este tipo de investimentos é fundamentais para a preservação do património construído assim como para a valorização e promoção dos produtos locais de qualidade. Deste modo é importante a continuação do desenvolvimento de projectos que permitam dar continuidade a este tipo de intervenções no território. Requalificar espaços é revitalizar esses espaços e toda a sua envolvente sendo fundamental para a promoção de um concelho e de todo o seu território. Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Acções de sensibilização para a recuperação de x x x núcleos rurais Realização de um programa de formação x x x x x profissional na vertente da recuperação do património e ofícios tradicionais Realização de um Plano x x de Pormenor para o Peso Realização de um plano de Intervenção para x x Castro Laboreiro Constrangimentos • Património degradado • Falta de iniciativa privada • Resistência à mudança • Desertificação • Falta de um Plano Regulador Oportunidades • Existência de infra-estruturas de acolhimento • Interesse crescente por parte dos turistas • Novo PDM

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Modelo de gestão As acções deverão ser dinamizadas pela Autarquia, com colaboração das Juntas de Freguesia, operadores turísticos, proprietários de bens patrimoniais e comerciais e outras entidades Financiamento As acções são estimadas em ----- euros. Financiamento: recursos da autarquia, PRODER, QREN, investimento privado Indicadores • Nº de espaços requalificados • Nº de turistas

ANEXO I Descrição das acções: Recuperação de Núcleos Rurais: Estas intervenções deverão assegurar a natureza patrimonial da intervenção humana na paisagem, tanto através do desenvolvimento de actividades económicas em bom convívio com a natureza, como através da preservação e valorização do património construído e da manutenção e valorização da especificidade da cultura e tradições locais. Neste sentido deverão realizar-se acções de sensibilização junto das populações e autarcas no sentido da: - recuperação de casas de traça tradicional inseridas em núcleos rurais de forma a melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes e simultaneamente tornar os locais mais atractivos ; - recuperação de espaços públicos inseridos nos núcleos rurais, permitindo uma harmonia na intervenção realizada e uma melhoria nos caminhos, largos, fontanários, moinhos e outras estruturas de uso público. A implementação destes projectos, privados ou públicos, passa pela tentativa de manutenção de uma ocupação do território, ou seja, pela fixação das populações residentes, através da melhoria da qualidade de vida e do aumento do rendimento. Realizar uma intervenção na recuperação de espaços públicos e privados deverá resultar antes de mais num caso de demonstração, atendendo à notoriedade e visibilidade que caracterizam as freguesias no contexto regional. Centrar aqui investimentos permite ter uma actuação coerente e sustentada sobre toda uma região desfavorecida do ponto de vista do desenvolvimento.

Neste campo também deverá ser posta em prática um programa de formação profissional específica na área da reabilitação das construções e ofícios tradicionais (carpinteiros, pedreiros…)

Revitalização de espaços urbanos: Não só as intervenções em núcleos rurais, como forma de criar melhores condições para o turismo, são importantes no território. As intervenções nos núcleos urbanos são de vital importância uma vez que são, na maioria dos casos, a porta de entrada e o cartão de visita para quem pretende usufruir do território. Requalificar espaços é revitalizar esses espaços e toda a sua envolvente, actuação fundamental para a promoção de um concelho e de todo o seu território. Para além do centro urbano da sede do concelho, no qual se estão a desenvolver a uma série de projectos no sentido de o tornar mais atractivo sob o ponto de vista turístico: arranjo das margens do Rio do Porto, intervenção no casco histórico, sinalização, …...... identificaram-se dois centros urbanos importantes para o fluxo turístico: o Peso e a Vila de Castro Laboreiro, para os quais se propõe: Realização de um Plano de Pormenor para o Peso a requalificação do espaço envolvente às Termas do Peso é particularmente importante para o desenvolvimento do turismo no município uma vez que poderá reafirmar a nobreza do sítio e criar uma nova centralidade urbanística. Deve ser dada especial atenção ao carácter do local de modo a que a intervenção possa evidenciar e assinalar devidamente a sua identidade urbanística e patrimonial. Importará com esta intervenção criar uma nova centralidade urbana e uma oportunidade de animação e revitalização de todo o espaço envolvente às Termas.

Realização de um Plano de Intervenção para Castro Laboreiro Este plano de intervenção deverá ter em conta duas vertentes: a Vila e os núcleos rurais envolventes (Brandas e Inverneiras). A Vila de Castro Laboreiro poderá servir como pilar de suporte e apoio de uma série de infraestruturais turísticas de referência para a área de montanha. Na sequência de investimentos privados e públicos já realizados na criação de infra-estruturas de apoio: farmácia, comércios, unidades hoteleiras, restaurantes, cafés, pastelarias, padarias, arruamentos, pavimentações, passeios, núcleos museológicos, Centro Cívico, sinalização, a Vila poderá servir como uma espaço central de orientação do fluxo turístico onde se concentram os serviços de apoio, possibilitando preservar os aglomerados tradicionais que não têm condições para acolher estruturas maiores. No entanto, dentro da Vila destaca-se um núcleo patrimonial composto por construções típicas que importa preservar. Preservação das brandas e inverneiras: o objectivo será criar condições de acessibilidade a estes núcleos tradicionais onde seja feito investimento privado de forma a valorizar esses espaços.

Acompanhamento do Plano de Intervenção para o Rio Minho Apoio à concretização das acções previstas no Plano de Intervenção para o Rio Minho. Este Plano pretende desenvolver uma estratégia integrada e operativa para o desenvolvimento do Vale do Minho, tendo como eixo central o rio. Trata-se de uma estratégia supra-muncipal e transfronteiriça para o desenvolvimento territorial de futuro para o Vale do Minho, valorizando o potencial humano e a competitividade do território. Para o efeito será identificado um conjunto de projectos/acções que visem a requalificação do rio Minho e seus afluentes e que induzam ao desenvolvimento social e económico do Vale do Minho respeitando e potenciando os valores ambientais presentes numa estratégia de desenvolvimento sustentável. Prevê-se a definição de uma política de intervenção integrada para a região no sentido de se promover um melhor aproveitamento do Rio, velar pelo seu desenvolvimento sustentável através de uma gestão e utilização responsável dos seus recursos, do seu uso racional e consequentemente promover a qualidade de vida das pessoas.

Acção 2: Organização da oferta e da animação turística

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Objectivos • Criar as melhores condições de oferta para transformar o maior número possível de visitantes em turistas • Criar uma hotelaria e um serviço de restauração diferenciados e de grande qualidade, quer ao nível do produto, quer ao nível dos serviços a ela associados, • Aumentar a estada média dos turistas • Fazer crescer a receita média diária por turista através de uma melhor integração entre a oferta dos vários serviços prestados aos turistas • Diminuir acentuadamente a sazonalidade da procura turística • Incrementar a fidelização dos clientes Síntese Agrega as acções prioritárias que visam a (re)organização da oferta e da animação turística (ver anexo II) existente, quer através de acções de apoio à qualificação das infra-estruturas e de equipamentos, quer através de iniciativas e incentivo à requalificação e organização /promoção de produtos e animação turística Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Requalificação dos meios de alojamento existentes x x x Apoio à instalação de novas unidades de alojamento x x x x x x Requalificação dos estabelecimentos de restauração x x x Criação de condições adequadas para o desenvolvimento do Touring ou Turismo x x x x x x de Itinerância Criação de condições adequadas para o desenvolvimento Turismo de Trabalho x x x x x x ou MICE Criação de uma agenda anual de x x eventos turísticos Valorização, promoção e divulgação da x x x x x Rota do Alvarinho Estruturação e promoção dos trilhos existentes e criação de novos x x x Elaborar uma estratégia para enquadrar e ordenar o fluxo de visitante x x x x Criação de uma rede de pontos de venda x x x Constrangimentos • Sazonalidade • Baixo nível de ocupação • Carência de ligação do comercio ao turismo como factor de animação turística (falta de pontos de venda com base nos produtos tradicionais típicos, comercio e posto de turismo fechado ao fim de semana) • Amadorismo empresarial • Baixo nível de qualificação da generalidade dos profissionais do sector, que origina uma deficiente prestação de serviços; • Dificuldades de coordenação entre os operadores turísticos Oportunidades • Tendência dos mercados para criarem produtos turísticos com base em recursos que o concelho possui • Localização relativamente a Espanha • Sensibilidade da população residente e das instituições locais e regionais para o Turismo como factor de desenvolvimento • Património histórico e cultural rico abrangendo múltiplas áreas, com boas capacidades de aproveitamento e transformação em produtos turísticos • A imagem dos produtos locais, nomeadamente do Vinho Alvarinho e do fumeiro que constituem, actualmente, um pólo turístico • Existência de infra-estruturas de acolhimento • Interesse crescente por parte dos turistas Modelo de gestão As acções deverão ser dinamizadas pela Autarquia em colaboração com a ADM e os operadores turísticos

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Financiamento As acções são estimadas em ----- euros. Financiamento: INTERREG IV A (Rota do Alvarinho), PRODER, QREN, investimento privado Indicadores • Número de hóspedes na hotelaria/Taxas de ocupação/cama • Aumento da estada média do turista • Aumento do número de operadores turísticos • Aumento da despesa média diária do turista

ANEXO II Descrição das acções Requalificação dos meios de alojamento existentes O facto da possível melhoria na qualidade de serviço e no aumento da oferta de facilidades permite aumentar por um lado a satisfação e a fidelização do hóspede, bem como aumentar o âmbito de clientes a quem se dirige. Este incremento nas condições será sempre facultativo e terá que encaixar no orçamento e nas capacidades da estratégia orçamental de cada entidade. No entanto, dado que esta evolução qualitativa estará integrada numa estratégia de conjunto, acreditamos que estes investimentos a realizar terão boas oportunidades de retorno a curto prazo desde que integrados na estratégia conjunta proposta. A melhoria da qualidade de atendimento dependerá essencialmente da formação e muito da motivação dos recursos humanos, pelo que este incremento de qualidade pode ser conquistado. Através da formação dos recursos humanos conseguir-se-á: melhorar o atendimento; aumentar a satisfação dos clientes; minimizar esforços; aumentar a rentabilidade; incrementar a fidelização dos clientes Na conjunção das alterações de comportamento humano e materiais, para alcançar serviços de excelência, deverá ser dada especial importância aos seguintes serviços: Recepção: A recepção é o contacto entre a entidade de alojamento, o turista e o concelho. Desta forma, para além da informação e apoio de qualidade, deve haver uma proactividade forte na divulgação de informações acerca dos eventos e serviços disponíveis. Esta é uma contribuição de grande importância para a interligação de serviços. Reparação de incorrecções de serviço: A tentativa de eliminação de falhas de serviço na hotelaria é um esforço que de certo é realizado diariamente. Apesar dos esforços realizados é difícil eliminar totalmente as reclamações. Propomos que após a resolução das mesmas, seja atribuído ao cliente uma compensação, a exemplo: uma estadia gratuita, uma refeição num restaurante do concelho, bilhetes para entrar nos museus, vales para provas de vinho, etc. Desta forma, ao ser colmatada a existência de uma experiência negativa, é dinamizada em simultâneo a ligação entre sectores. Serviços complementares : Todos os serviços complementares contribuem para uma maior diferenciação da instituição, logo para uma melhor conquista e fidelização. De entre o vasto conjunto de possibilidades assinalamos: o acesso Internet; a existência de computador(es) para acesso web; aluguer de bicicletas; venda de livros e produtos do concelho, etc. Salienta-se ainda o acordo com entidades representantes de outros serviços que podem contribuir para um aumento da satisfação do cliente e simultaneamente contribuir para um aumento da margem negocial através da negociação antecipada de comissões, a exemplo: Termas; Visitas guiadas e todos os serviços que entretanto venham a surgir. As dificuldades ao nível do baixo nível de ocupação poderão ser reduzidas caso exista uma maior interligação entre as entidades. Esta consciência e disponibilidade para a resolução deste problema em conjunto ajudarão à implementação desta estratégia. Acções: -Elaboração de uma base de dados municipal de alojamentos -Fiscalização dos meios de alojamento existentes -Acções de sensibilização dos operadores -Promoção e divulgação, em rede, das diferentes tipologias existentes

Apoio à instalação de novas unidades de alojamento Face às suas enormes potencialidades Melgaço poderá atrair investimento exterior na área do alojamento. Para o efeito, deverá ser feito um levantamento de locais potenciais e o acompanhamento dos processos de forma a agilizar os procedimentos administrativos. Uma das áreas em que o concelho poderá crescer é no alojamento do Turismo em Espaço Rural. Associado ao enorme património cultural, em particular a arquitectura popular tradicional, há um interesse crescente por parte de privados em investir nesta modalidade. Enfrentamos problemas de desertificação no mundo rural, problemas de questões ambientais, devemos por isso defender com todas as nossas forças o desenvolvimento rural integrado. Neste sentido a oferta de alojamento do TER poderá diversificar a oferta turística, aumentar o tempo de permanência dos turistas na área, valorizar o património, criar emprego, combater a sazonalidade, apoiar os projectos de animação turística e a oferta de outros serviços de apoio aos turistas. Acções: -levantamento de locais para a instalação de novas unidades de alojamento -acções de sensibilização sobre o Alojamento TER -acções de sensibilização sobre apoios comunitários -estabelecer procedimentos para o acompanhamento de processos

Requalificação dos estabelecimentos de restauração Apesar da diversidade dos restaurantes ser enorme, o seu serviço deve ser mais profissional. Os restaurantes deverão explorar a riqueza da gastronomia local e a sua ligação com a história e a cultura do Município. Neste contexto devem ser promovidas acções de sensibilização, nomeadamente, no que diz respeito à melhoria das cartas ou ementas as quais deverão valorizar os produtos locais. Acções: -Acções de sensibilização -Elaboração de um manual de boas práticas -Instituição de prémio municipal anual

Criação de condições adequadas para o desenvolvimento do Touring ou Turismo de Itinerância O Turismo de Lazer ou Touring é um segmento do Turismo praticado por pessoas que viajam por prazer, sem muitas pretensões, mas que desejam conhecer novos locais, mudar de ambiente, descansar, rever amigos, visitar parentes, gozar a paisagem, sair de férias com a família, enfim, viver novas experiências. Este turista gosta de mudar constantemente de lugar dentro de uma mesma Região e numa mesma viagem, habitualmente organizada por si próprio, procurando sempre experiências novas e novas atracções. Viaja normalmente em automóvel próprio (o turista internacional, eventualmente em automóvel de aluguer sem condutor) e exige estradas confortáveis e seguras (mas não necessariamente auto-estradas), hotéis e restaurantes de grande qualidade, bons serviços turísticos (onde a informação e o fornecimento de mapas, normais e temáticos, é ponto de honra), divertimento, eventos e possibilidades de fazer compras, principalmente de produtos típicos locais (é aqui essencial a ligação ao Turismo em Espaço Rural). Trata-se de um tipo de Turismo de grande adequação a Melgaço mas para o qual não parece haver ainda uma preparação adequada. Esta falta de estruturação poderá Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 51

potenciar ainda mais o concelho para ser um território de “visitantes” e não de turistas, um território de “passagem” e não de um Turismo com experiências inovadoras, diferenciadas e inesquecíveis. As actividades a realizar são muitas e variadas, mas dependem essencialmente das escolhas do próprio turista, o que exige organização, informando devidamente o turista sobre todas as escolhas possíveis, antes e durante a viagem, designadamente quanto: -descrição dos locais a visitar; -relevância dos recursos naturais e culturais existentes e facilidade de acesso (como chegar; como usufruir; como comprar; como consumir); -Indicação de rotas temáticas já criadas, com e sem o apoio local de especialistas; -Informação das Empresas de Animação Turística em cada local (actividade exercida, localização e forma de as contactar); -Alertas para os perigos existentes em certas visitas e formas de o turista se habilitar antes da viagem para os minimizar; -Caracterização da gastronomia e principais locais onde ela é bem confeccionada; -Informação sobre as tipologias de meios de alojamento, localização exacta, capacidades, facilidades existentes, preços praticados e meios de efectivar reservas. Neste sentido torna-se necessário realizar um programa de concepção e produção de elementos informativos de apoio ao turista

Criação de condições adequadas para o desenvolvimento Turismo de Trabalho ou MICE ( Meetings, Incentives, Congresses, Expositions) A valorização e divulgação do território pode passar pela organização de eventos nacionais e internacionais, funcionando os equipamentos existentes como valências para a realização de congressos, conferências e seminários que permitem atrair visitantes e turistas ao concelho. A complementaridade dos produtos é fundamental pelo que a articulação destas actividades com outros produtos turísticos é importante. Este tipo de turismo pode representar uma alavanca importante para a redução do efeito sazonal.

Criação de uma agenda de eventos turísticos de médio prazo Pretende-se a definição um programa anual de actividades e eventos, envolvendo os agentes económicos e as entidades do território. O programa anual de actividades, pretende responder à necessidade de melhorar a comunicação e articulação entre todas as entidades e agentes que organizam e promovem actividades e eventos com potencial para a visitação. A elaboração desta agenda de acções irá reforçar a imagem de Melgaço e permitirá envolver toda a comunidade e dinamizar a oferta de actividades para turistas. Ao longo destes últimos anos foram realizadas e organizadas actividades de animação turística (ambiental e cultural), sendo necessário uma aposta mais eficaz na promoção dos mesmos. De notar que as entidades turísticas, ao oferecerem ao turista o conhecimento das acções culturais disponíveis, através da distribuição de um programa anual, estão a aumentar a sua oferta e a sua diferenciação, sem que para isso tenham que realizar qualquer esforço financeiro directo. O programa anual de actividades de animação turística deve ser integrado na estratégia promocional do concelho. A agenda anual deverão ser divulgados eventos que marquem progressivamente a oferta turística do concelho, de natureza cultural, desportiva, de lazer: i) assente numa distribuição anual equilibrada, atenuando a excessiva sazonalidade da procura turística; ii) adequada às características meteorológicas das varias épocas do ano (alternando actividades de ar livre com actividades de interior); iii) assinalando o calendário festivo e gastronómico tradicional (iv) criando /reforçando eventos de grande repercussão externa

Valorização, promoção e divulgação da Rota do Alvarinho A Rota do Alvarinho prevê a valorização turística e económica do concelho numa perspectiva integrada de identidade do território, tendo como linha mestra o vinho e o seu enquadramento cultural e paisagístico. A complementaridade entre os serviços é uma realidade entre os aderentes da Rota, sendo um dos requisitos impostos aos agentes económicos a obrigação de divulgarem os serviços e as actividades dos restantes aderentes. Está assim garantida a complementaridade entre os agentes económicos e os seus serviços.No seguimento da criação da Rota: criação da imagem, definição dos critérios de adesão, sensibilização e inscrição dos aderentes, sinalização rodoviária e dos aderentes, torna-se indispensável a sua valorização e promoção como forma de potenciar o território e os aderentes. Esta Rota configura uma oferta turística de elevado potencial para mercado nacional e internacional. Este projecto poderá integrar, a organização de circuitos, programas de animação, estratégias concertadas de comunicação, melhoria da informação disponibilizada ao visitante e turista. - Captação de novos aderentes -Divulgação dos critérios de adesão -Divulgação dos apoios para a recuperação dos espaços -Acções de sensibilização e fiscalização dos aderentes -Melhoria da informação disponibilizada ao turista -Formação dos aderentes: afabilidade, autenticidade, qualidade e competências de comunicação -Divulgação da Rota em Feiras promocionais

Estruturação e promoção dos trilhos existentes e criação de novos O Turismo Natureza, é uma modalidade em ascensão. Trata-se de uma forma de Turismo onde o ambiente físico é o centro, proporcionando uma experiência directa com o ambiente natural de uma determinada localização, traduzida numa experiência educacional e de avaliação e compreensão dos esforços conservacionistas e preservacionistas aí realizados. No caso do concelho de Melgaço, salientam-se o Rio Minho e o Parque Nacional da Peneda Gerês e todas as actividades que neles possam ocorrer, designadamente: rafting, passeios a pé, de bicicleta, a cavalo, moto4; turismo fotográfico; observação da natureza; orientação; estudo da flora e da fauna; estudo da vida selvagem. Melgaço dispõe de inúmeros elementos de notoriedade turística. A paisagem natural e humanizada encontra aqui um equilíbrio de rara qualidade e beleza que proporciona quer a observação da natureza, que atrai cada vez mais fluxos turísticos, quer a própria observação científica pelos amantes da natureza. Os trilhos assumem-se, quase sempre, como a forma mais usual desta actividade sendo muito procurados pelos turistas que pretendem explorar e conhecer o território, contactando directamente com os seus recursos. São uma via fundamental para o contacto e fruição adequada com os valores naturais e culturais do território. A localização dos trilhos deverá ser planeada de modo a beneficiar a integração das actividades económicas das aldeias existentes (grande parte dos trilhos existentes estão localizados nas proximidades ou são coincidentes com os aglomerados existentes), com vista a criação de sinergias para o desenvolvimento local sustentável. Torna-se necessário integrar as populações na concepção e planeamento dos percursos, aumentando a sua sensibilização para os potenciais benefícios inerentes a esta actividade. É necessário ainda potenciar a articulação das redes de percursos com as redes de alojamento, animação e outros serviços para maximizar os benefícios locais -valorização dos trilhos existentes -criação de novos trilhos com percursos interessa -marcação e limpeza dos percursos -sinalética -reedição/concepção de material informativo -estratégia de animação, comunicação e divulgação

Elaborar uma estratégia para enquadrar e ordenar o fluxo de visitante

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Esta estratégia deverá ser elaborada pelas diferentes instituições com intervenção no território, nomeadamente a Câmara Municipal e o PNPG. Estas entidades têm responsabilidades em termos de gestão do território e consequentemente na criação de formas de ordenamento de fluxos de visitantes. Assim, tanto a Câmara Municipal como o PNPG têm vindo a fazer um investimento significativo em projectos de sinalização turística e informativa nas principais estruturas de visitação: trilhos, áreas de merenda, miradouros, centros de informação e interpretação, parques de campismo, etc.), as quais têm uma importância fundamental para o objectivo de enquadrar e orientar os visitantes que passam pelo concelho. Reconhecendo que determinados equipamentos e estruturas de apoio ao visitante são fundamentais para o ordenamento e distribuição de cargas, têm-se vindo a desenvolver projectos de criação ou reabilitação de áreas de merenda, beneficiação de caminhos, recuperação de miradouros e criação de equipamentos mínimos como áreas de descanso e merendas, implementação de percursos pedestres em áreas de menor atracção turística, entre outros que cumprem igualmente objectivos de ordenamento e distribuição do fluxo de visitantes. Há uma série de iniciativas que poderão contribuir forma substancial para o ordenamento do fluxo de visitantes: - recuperação ou criação de estruturas e equipamentos de apoio ao visitante, poderão diminuir a pressão em zonas de maior concentração de visitantes e proporcionar condições atractivas alternativas. -dar continuidade ao plano de sinalização- sinalização e trânsito (informação, direcção e informativa) e sinalização turística (direccional e informativa)– de forma a melhorar a informação do território disponível ao público em geral. A importância da sinalização turística é indubitável pois, para além de melhorar a orientação dos visitantes, permitirá uma mais adequada utilização dos recursos, traduzindo, fundamentalmente, a melhoria da imagem global do território e a interpretação do património. -melhorar os acessos para meios de deslocação não poluentes (trilhos pedestres e percursos para bicicleta e cavalos) -criação ou reabilitação de áreas de merenda e miradouros, permitindo melhorar o acolhimento e reter visitantes em pontos estratégicos. - a criação de zonas de lazer, através de arranjos urbanísticos, permitem o usufruto destes espaços não só pelos visitantes mas também pela população residente

Criação de uma rede de pontos de venda Quem realiza uma viagem, por pouco poder económico que possua, dificilmente regressa a sua casa de “mãos vazias”, isto é, sem comprar qualquer coisa pelos locais onde esteve ou passou, já que o acto de comprar faz parte do gosto e da satisfação pessoal do turista. Por isso, qualquer destino turístico tem de entrosar na sua oferta mercadorias com qualidade, preferencialmente típicas da região, a preços convidativos e facilmente encontráveis. Trata-se de uma das principais actividades fora da actividade turística onde os efeitos multiplicadores do Turismo melhor e mais acentuadamente se fazem sentir, designadamente ao nível do rendimento da população residente, sejam artesãos, vendedores de produtos tradicionais locais ou mesmo lojistas de lembranças. Trata-se, por isso, de uma actividade que estando fora do Turismo deverá merecer uma atenção e carinho especial, quer por parte dos poderes públicos, quer por parte dos agentes privados. Neste aspecto e sendo o concelho de Melgaço dotado de uma grande riqueza de produtos tradicionais típicos (pão, vinho, enchidos, mel, entre outros) e de um artesanato ligado ao trabalho da lã e do linho, consta-se que, com raras excepções, o comércio não está voltado para o Turista (nalguns casos, estará eventualmente voltado para o visitante). Julga-se ser necessário melhorar significativamente o aspecto (exterior e interior) de algumas lojas, de investir no vitrinismo e conseguir que o comércio (ou parte dele, pelo menos) abra aos fins-de-semana. Estas recomendações são válidas essencialmente para os principais aglomerados urbanos –com especial destaque para a sede do Município e para Castro Laboreiro – e, dentro deles, para os locais mais frequentados (em princípio, os centros desses aglomerados), porque se há meios de prender um visitante num local e o transformar em “turista”, o comércio é sem dúvida um dos principais. É necessário consolidar uma rede permanente de lojas de qualidade capazes de responderam à procura turística que se pretende consolidar e fazer crescer. Criação uma rede de pontos de venda onde o turista possa encontrar produtos tradicionais e certificados do concelho ou possa experimentar a confecção de alguns destes produtos de modo a configurar uma imagem de grande valor diferenciador e atractivo.

Acção 3: Estruturação dos serviços e equipamentos de apoio Objectivos • Enquadrar e ordenar o fluxo de visitantes • Dispor de uma base de dados para conhecer a actividade turística da região e gerir informação relativa a esta. • Conhecer as características e a tipologia dos visitantes. • Dispor de uma base de comunicação entre os visitantes e os serviços turísticos locais • Incrementar a fidelização dos visitantes Síntese Agrega acções materiais e imateriais que visam melhorar a gestão e os serviços turísticos de (ver anexo III) apoio através da constituição de mecanismos e de sistemas que permitirão no futuro criar uma base sólida e consistente sobre o desenvolvimento do turismo no concelho e na envolvente permitindo potenciar sinergias, aproveitar oportunidades e minimizar e contrariar ameaças que surjam Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Criação e manutenção de um observatório turístico x x x x x Desenvolvimento de uma rede de contactos permanentes x x x x x Constrangimentos • Carência de meios, especialmente de recursos humanos com formação adequada • Falta de organização da oferta, em rede • Falta de elemento agregador Oportunidades • Atractivamente turística do concelho • Agência de Desenvolvimento Local de Melgaço • Aumento de turistas Modelo de gestão Autarquia com a colaboração com a ADM e os operadores turísticos

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Financiamento As acções são estimadas em ----- euros. A estimativa de custos inclui o recurso a apoio técnico especializado para a concepção inicial da arquitectura da base de dados, bem como de suporte a sua manutenção e aperfeiçoamento Meios de financiamento: Recursos próprios, PRODER, INTERREG IV A Indicadores • Dados estatísticos (n.º de visitantes e nacionalidade) • Questionários/inquéritos com informação mais específica ( perfil do visitante, motivações, necessidades, etc • criação de modelos por tipo de cliente, (sua origem, profissão, objectivos da viagem, duração da estadia, classe etária, estado civil

ANEXO III Descrição das acções: Criação e manutenção de um observatório turístico Actualmente existe uma grande dificuldade em quantificar, com total rigor, o número de visitantes, uma vez que o território não tem limites físicos e nem todos os visitantes recorrem aos centros de informação e postos de turismo. Esta realidade sustenta a necessidade de se definir uma forma de unificar os dados obtidos, em conjunto com todas as instituições locais, e assim elaborar estatísticas mais fiáveis e sistemáticas para que as mesmas possam ser divulgadas. Apesar das diferentes análises dos visitantes ao território, há necessidade de se realizar um estudo concreto sobre o perfil do visitante, uniforme a todo o território, assim como a análise da satisfação sentida aquando da visita. Construção de um modelo de recolha e análise de informação: Toda a informação sobre o perfil do visitante e dados da procura e oferta do território, deve ser recolhida, unificada e analisada de forma a obtermos dados concretos e válidos para o território do concelho. Para melhorar o conhecimento dos visitantes e, desta forma, aperfeiçoar as opções de gestão e enquadramento do fluxo de visitantes e das actividades por eles desenvolvidas, deverão realizar-se várias acções: - proceder-se à recolha de dados estatísticos (n.º de visitantes e nacionalidade) dos visitantes que contactam directamente as estruturas de informação (museus, postos de turismo, agentes turísticos). - aplicar questionários/inquéritos aos visitantes que contactam os operadores com o objectivo de recolher outro tipo de informação mais específica ( perfil do visitante, motivações, necessidades, etc.). - a criação de modelos segmentados de consumo por tipo de cliente, (sua origem, profissão, objectivos da viagem, duração da estadia, classe etária, estado civil) - tratamento do feedback recolhido (Telefone + e-mail + cartas + desconto de vales) - criação de um sistema de análise de todas as reclamações e sugestões: a análise das reclamações e sugestões deixadas pelos clientes da restauração e alojamentos permitirá dar resposta atempada, sendo assim possível corrigir actuações e melhorar os serviços prestados - criação de uma mailing list de clientes para divulgação de promoções e informações do território - o sistema de comunicação do território com os clientes deverá ser mais assíduo e efectivo com o objectivo de fidelizar os clientes e obter dos mesmos o feedback da estadia. Ao tomar uma nova decisão de viagem ou fim-de-semana, o regresso a Melgaço será ponderado com base em toda a experiência passada, bem como pelo relacionamento pós-visita que tiver construído. - lançar “Estudos sobre o Perfil do Turista do Município”, a realizar também de forma sistemática e periódica, cujos resultados devem permitir e fundamentar os ajustamentos que se considerarem mais operativos e eficazes. Se possível, o âmbito deste estudo deve ser estendido também aos Concelhos vizinhos do Vale do Minho, mas sempre com a individualização do Concelho de Melgaço. Este estudo, de cada vez que é realizado, deve abranger o período de um ano, pelo menos Todos estes dados estatísticos deverão ser compilados de modo a avaliar o desempenho turístico do território em termos de procura. A recolha de informação deverá ser sistemática e analisada de forma concisa e operacional. As análises produzidas são instrumentos essenciais para avaliar o desempenho do território em termos turísticos e sustentar a prossecução de investimentos no território. Assim, deve haver um estudo integrado e supra- entidade que permita realizar todo um conjunto de acções de comunicação com base no Marketing Directo dirigido ao turista, de forma a implementar uma estratégia de fidelização

Desenvolvimento de uma rede de contactos permanentes Desenvolver uma rede de contactos regulares no Município com as Câmaras Municipais vizinhas, incluindo as do lado de lá da fronteira, os Empresários, e outras entidades e instituições de natureza cultural e ambiental, por forma a instalar um clima de concertação e interdependência positiva e activa, indispensável ao desenvolvimento turístico integrado. As instituições e o território estão mais conscientes da importância da participação dos agentes na discussão de problemas, apresentação de soluções e programação de actividades, uma vez que são eles os visados e os actores do território. Neste sentido, o território tem evoluído verificando-se uma maior proximidade entre os institucionais e os agentes económicos territoriais. Para que esta situação se reforce torna-se necessário: - intensificar os contactos entre os vários agentes económicos do território e melhorar a articulação entre as instituições responsáveis pela promoção do concelho. A articulação e comunicação com os agentes económicos poderão ser consolidadas com reuniões periódicas onde serão apresentados os projectos e acções em desenvolvimento assim como actividades previstas em termos de promoção. O município serve de intermediário no território para a eventual resolução de constrangimentos ao desenvolvimento. Neste sentido, a participação activa nestas reuniões permite não são auscultar os problemas diários do agentes económicos como também fazer um ponto de situação da actividade que desenvolvem e definir formas de actuação em termos de promoção. - incentivar a complementaridade e a solidariedade entre os vários sectores da actividade turística, através do desenvolvimento em rede, isto é, da cumplicidade entre os diferentes sectores turísticos (alojamento, restauração, animação turística e produtos locais). - visitas educacionais com os agentes económicos e institucionais. As visitas deverão efectuar-se não só fora do território mas também dentro do espaço do concelho. Esta acção contribui não só para o conhecimento de diferentes realidades, para o conhecimento mais eficaz do próprio território mas também para a aproximação entre os agentes económicos, que partilham experiências em conjunto. - realização de sessões de sensibilização, espaços de discussão.

Acção 4: Estratégia de formação para a valorização dos serviços turísticos

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Objectivos • Melhorar e valorizar o profissionalismo na actividade turística, através do desenvolvimento de um processo de formação profissional contínuo e consolidar uma cultura de bom acolhimento ou hospitalidade • Promover formação que qualifique os recursos humanos; • Afirmar uma imagem turística atractiva Síntese Tem como objectivo central a formação profissional dos que directa e indirectamente estão (ver anexo IV) relacionados com o turismo A sustentabilidade da actividade turística e a qualidade global da oferta de serviços, dependem, em larga medida, da qualificação dos recursos humanos que intervêm na cadeia de valor do turismo: funcionários que estão no atendimento turístico (postos de turismo, museus, centros de interpretação), restauração, alojamento, comércio, pastelarias, cafés…. Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Execução de um Programa de Formação Profissional X X X X

Operacionalização de acções de dignificação das profissões X X X X Constrangimentos • Fortes carências na qualificação dos recursos humanos • Baixa qualidade dos serviços turísticos Oportunidades • Sensibilidade da população residente e das instituições locais e regionais para o Turismo como factor de desenvolvimento • Riqueza cultural abrangendo múltiplas áreas, com boas capacidades de aproveitamento e transformação em produtos turísticos Modelo de gestão Autarquia com a colaboração da Agência de Desenvolvimento Local e outras instituições: Turismo de Portugal, Empresas de formação profissional

Financiamento As acções são estimadas em ----- euros. O valor estimado inclui pagamento a formadores, despesas organizativas e logísticas e viagens de estudo a experiências, nacionais e internacionais de sucesso Meios de financiamento: QREN, PIT/Turismo de Portugal, PRODER, outros Indicadores • Crescimento do número de hóspedes na hotelaria • Aumento das taxas de ocupação/cama • Aumento da estada média do turista • Aumento do número de operadores turísticos • Aumento da despesa média diária do turista • Diminuição da sazonalidade

ANEXO IV Descrição das acções Execução de um Programa de Formação Profissional A sustentabilidade da actividade turística e a qualidade global da oferta de serviços, dependem, em larga medida, da qualificação dos recursos humanos pelo que a elaboração e execução de um programa de formação que vise a qualificação dos agentes que intervêm na cadeia de valor do turismo nas áreas da gestão dos recursos, promoção e comercialização, comunicação e prestação de serviços é prioritária. A formação profissional para activos reveste-se de grande importância no panorama da formação profissional em geral e da formação profissional nas regiões mais desfavorecidas em particular, uma vez que estamos a falar de pessoas com baixo grau de escolaridade, que desempenham tarefas não qualificadas, sendo a actualização de conhecimentos fulcral para manterem alguma “ligação” com o mundo da aprendizagem e do saber. Com este objectivo pretende-se qualificar as pessoas que desempenham já funções em áreas ligadas, directa ou indirectamente à actividade turística, como sejam o atendimento em meio rural, as actividades complementares à agricultura (como fomento para a criação de formas complementares de rendimento) .Tendo em consideração que estamos numa região naturalmente desfavorecida, quer pela sua situação geográfica quer pelo facto de ser um território em processo de desertificação humana, estas acções de formação permitem a motivação dos residentes e aumento de interesse por temáticas fundamentais para o desenvolvimento do Turismo dentro dos parâmetros exigíveis de qualidade.

A formação ministrada na área do turismo também deverá ser dirigida a pessoas desempregadas ou a jovens ainda no percurso escolar ( cursos profissionais), uma vez que a oferta existente é alguma e permite eliminar algumas falhas que existem no território ( por exemplo, cursos de mesa e bar, hotelaria, restauração, guias da natureza e valorização da paisagem, actividades artesanais, entre outros.

Através da formação dos recursos humanos conseguir-se-á: melhorar o atendimento; aumentar a satisfação dos clientes; minimizar esforços; aumentar a rentabilidade; incrementar a fidelização dos clientes.

Operacionalização de acções de dignificação das profissões O conceito estratégico do turismo define o concelho de Melgaço como um espaço integrador de recursos únicos de predominância cultural que proporciona experiências inesquecíveis. Ora o concelho deve ser promovido como um território cultural assente num património natural e edificado mas Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 55

fundamentalmente num património vivo, que é constituído pelos seus habitantes, com os seus hábitos, as suas profissões, os seus produtos. A experiência do turista de visita ao concelho será tão mais inesquecível quanto se proporcionarem contactos directos afáveis, autênticos e qualificados. Há acções que convergem para este objectivo que estão integradas noutras acções deste plano. Agrupam-se aqui para se ter uma noção das suas múltiplas implicações num mesmo objectivo: - desenvolver estratégias que permitam potenciar as oportunidades e as condições de encontro entre a oferta das produções e serviços de base local e tradicional e a procura oriunda do mercado turístico (produção da broa nos fornos de lenha, fumeiro tradicional, artesanato, rota do vinho Alvarinho, eventos festivos tradicionais)… - promover a qualificação dos agentes que intervêm na cadeia de valor da oferta turística (a experiência gastronómica, por exemplo), através da realização de acções de formação dirigidas aos agentes de front-office na relação com os turistas. - dinamizar politicas activas de sensibilização de agentes turísticos e população para tornar Melgaço reconhecido como um concelho bom acolhedor, designadamente no incremento de boas praticas ao nível da valorização do espaço público (nas questões que tem a ver com o comportamento cívico e educação para o espaço publico: p. ex. deposição de lixos em locais ou horários apropriados, limpeza e arranjo de muros e fachadas; utilização de equipamentos apropriados e boas praticas em estaleiros de obras na via publica, etc.).

Promoção Turística

Acção 5: Promoção da imagem turística do destino "Melgaço” Objectivos • Promover o concelho nos mercados turísticos (nacionais e internacionais) • Aumento da notoriedade da Marca Melgaço e do fortalecimento dos seus elementos identificadores. • Definir um sistema de creditação de qualidade para as empresas turísticas • Promover um turismo específico e de elevada qualidade • Melhorar a qualidade dos serviços turísticos da região • Melhorar os serviços de informação ao visitante • Proporcionar o esclarecimento sobre práticas sustentáveis pelos vários prestadores de serviços turísticos Síntese Engloba as acções fundamentais para a assumpção de Melgaço no contexto turístico nacional. (ver anexo V) Inclui os principais projectos de relançamento de Melgaço e a sua nova atitude e papel no contexto turístico. Inclui também acções de mobilização de agentes e operadores, da comunicação social e da articulação e envolvimento institucional tendo como objectivo fundamental dar visibilidade do município nos mercados turísticos (nacionais e internacionais).

Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Manutenção, promoção e divulgação da Imagem de Marca do Concelho, x x x x x x slogan e logotipo Elaboração de um manual de procedimento e boas práticas no x sector do turismo Desenvolvimento de uma estratégia x x x de promoção do concelho Mobilização sistemática dos "Opinion x x x x x x Leaders" Constrangimentos • Sazonalidade • Baixo nível de ocupação • Carência de ligação do comercio ao turismo como factor de animação turística (falta de pontos de venda com base nos produtos tradicionais típicos, comercio e posto de turismo fechado ao fim de semana) • Amadorismo empresarial • Baixo nível de qualificação da generalidade dos profissionais do sector, que origina uma deficiente prestação de serviços; • Dificuldades de coordenação entre os operadores turísticos Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 56

Oportunidades • Tendência dos mercados para criarem produtos turísticos com base em recursos que o concelho possui • Localização relativamente a Espanha • Sensibilidade da população residente e das instituições locais e regionais para o Turismo como factor de desenvolvimento • Património histórico e cultural rico abrangendo múltiplas áreas, com boas capacidades de aproveitamento e transformação em produtos turísticos • A imagem dos produtos locais, nomeadamente do Vinho Alvarinho e do fumeiro que constituem, actualmente, um pólo turístico • Existência de infra-estruturas de acolhimento • Interesse crescente por parte dos turistas Modelo de gestão Autarquia, ADM, Consultores especializados, Órgãos Regionais de Turismo

Financiamento As acções são estimadas em euros. Meios de financiamento: Recursos próprios; PIT/Turismo de Portugal; Privados. Indicadores • Crescimento do número de hóspedes na hotelaria • Aumento das taxas de ocupação/cama • Aumento da estada média do turista • Aumento do número de operadores turísticos • Aumento da despesa média diária do turista • Diminuição da sazonalidade

ANEXO V Descrição das acções Manutenção, promoção e divulgação da Imagem de Marca do Concelho, slogan e logotipo O conceito marca, com grande evolução e importância nas últimas décadas reflecte um conjunto de representações e características identificadas por cada pessoa sobre uma determinada região, produto ou serviço. O processo de criação da marca passa, assim, pela transmissão directa, comunicação visual, ou indirecta, a denominada passa palavra, dos atributos considerados positivos ou negativos da região. Esta construção é realizada e sedimentada ao longo do tempo, suportada por uma homogeneidade efectiva sobre cada um dos eixos de caracterização. Assim, a marca reflecte ou significa para cada grupo de indivíduos um conjunto de características e argumentos, consequência da apreensão de informação pelos mesmos ou à sua exposição directa à região, produtos ou serviços. Desta forma, todos os esforços realizados sobre a Marca Melgaço, terão como objectivos: a) Associar o nome a um conjunto de atributos positivos à marca, de forma a que o seu reconhecimento seja facilitado, bem como a instigação do interesse na visita à região e à compra dos seus produtos. Com esta associação estaremos a consubstanciar a personalidade da marca na cabeça de cada indivíduo que com ela contactar. b) Aumentar a sua notoriedade , que se reflectirá num aumento do número de pessoas que possam fazer uma associação directa entre Melgaço e a sua localização; os produtos, tipos de actividades e interesses existentes…Face a este conhecimento ou descoberta deverão ser criadas acções directas de forma a desenvolver a vontade de visitar a região e comprar os produtos produzidos na região Melgaço. Com base nesta estratégia, um turista quer nacional ou estrangeiro que entre em Melgaço, deve encontrar todo um conjunto de referências e informações em que não restem qualquer dúvida acerca dos elementos de referência da região, bem como do seu nível de especialização e de qualidade adquirida. Todos estes elementos têm que ser absolutamente suportados por serviços de apoio também eles dirigidos e adaptados às expectativas e necessidades dos visitantes. A marca e as suas características associadas vão concorrer com outras zonas nacionais e estrangeiras. Para isso, na estratégia de marca estará sempre uma estratégia associada de consubstancialização da diferença que se propõe, sendo que não basta anunciá-la, é necessário também concretizá-la para se conseguir uma mudança a médio e longo prazo e não apenas algumas alterações fugazes de curto prazo. Ao longo de toda a implementação da estratégia para o turismo, é necessário ter em conta que estamos a concorrer com todas as zonas turísticas nacionais e internacionais, bem como com todos os hotéis, resorts, e restantes espaços turísticos na conquista de turistas, pelo que a persecução da qualidade de serviço e da conquista do cliente deve ser uma preocupação constante. Deve estar na consciência de cada operador a certeza de que no final de umas férias ou fim-de-semana, o turista ou visitante assume o balanço da experiência de ter estado em Melgaço, experiência que é o somatório de todas as experiências unitárias e que vão servir de eixo de comparação com ofertas futuras Acompanhamento e controlo da utilização da imagem de marca pelas diversas entidades integradoras: - avaliação, creditação e monitorização dos aderentes - avaliar a projecção da marca turística e o grau de satisfação dos visita - presença institucional forte na web através de um site com conteúdos actualizad - política de relação com os media locais, nacionais e internacionais - promover o slogan e o logótipo, associados à marca de forma a serem utilizados sistematicamente por todos os agentes, operadores, empresas, instituições e demais entidades publicas e privadas sedeadas no Município, no Pais ou no estrangeiro - publicações e edições

Elaboração de um manual de procedimento e boas práticas no sector do turismo Pretende-se com a implementação desta acção disseminar as boas práticas referentes a temáticas ligadas ao turismo sustentável, como forma de valorização do território através da elaboração de um manual de procedimento e boas práticas no sector do turismo, sua divulgação e motorização da aplicabilidade. Com a edição deste documento pretende-se compilar um conjunto de curiosidades e de sugestões úteis, no sentido de promover a sustentabilidade dos agentes turísticos. Este manual será desenvolvido de modo a permitir uma consulta fácil e agradável, tendo em conta o público - alvo a que se destina ( proprietários de alojamento turístico, restauração e pontos de venda). No entanto a sua distribuição será feita também por escolas, associações, autarquias e pelo público em geral (turistas e visitantes das regiões) como forma de sensibilização para a promoção de um turismo sustentável. Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 57

Os temas abordados neste manual: atendimento, racionalização do consumo de energia, uso sustentável da água, redução, reutilização e reciclagem de resíduos sólidos, conservação da natureza, informação, sensibilização e educação ambiental, promoção dos produtos e serviços locais, património construído, marketing e publicidade, relacionamento entre os visitantes e as comunidades locais

Monitorizar a aplicabilidade das práticas de turismo sustentável

Desenvolvimento de uma estratégia de promoção do concelho O objectivo principal desta acção será implementar uma estratégia de promoção para o concelho, com recurso aos mais variados meios de comunicação. Dever-se-á pôr em marcha algumas actividades, de forma a consolidar Melgaço como destino turístico quer em termos nacionais como também internacionais: - reestruturação da página de Internet municipal - edição de material promocional- criação de material e outros meios de promoção da região: edição do programa de actividades de animação turística (plano de marketing), guias de alojamento turístico, guia do artesanato, guia gastronómico, vídeos promocionais -participação em feiras nacionais e internacionais - publicação, anúncios em revistas e jornais e outras acções de promoção. - Edição de material promocional: postais, guia turístico, brochuras temáticas…

Mobilização sistemática dos "Opinion Leaders" Acções de mobilização de agentes e operadores, da comunicação social e da articulação e envolvimento institucional tendo como objectivo fundamental dar visibilidade do município nos mercados turísticos (nacionais e internacionais): - Mobilizar os “Opinion Leaders”, mantendo com estes uma permanente relação, pelo que se torna necessário incutir uma dinâmica de acontecimentos que desperte a presença interessada destes agentes com grande capacidade interventora na geração e manutenção de uma imagem atractiva do Município. - Promover visitas educacionais de vários tipos e envolvendo vários agentes importantes na operação turística no Município. - Sistematizar as relações a estabelecer regularmente com a Comunicação Social (Regional e Nacional), devendo-se começar por efectuar uma lista dos órgãos de comunicação social com quem interessa manter estes contactos e qual a periodicidade a adoptar com cada um deles.

Investimento Turístico

Acção 6: Apoio ao investimento Objectivos • Sensibilizar o sector privado para as oportunidades de investimento abertas, principalmente no ramo turístico da hotelaria • Apoiar a economia local e melhorar a qualidade de vida dos residentes • Divulgar e esclarecer a população local sobre incentivos financeiros existentes • Apoio técnico Síntese Prevê a criação e divulgação de serviços de apoio ao investidor. (ver anexo VI) Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Criação/reestruturação de um serviço de apoio aos x x x investidores Concepção de um “Guia do x x Investidor” Divulgação do Guia x x x x Elaboração de dossiers de candidatura a programas nacionais e comunitários x x x x Sessões de Esclarecimento x x x x Constrangimentos Oportunidades • Sensibilidade da população residente e das instituições locais e regionais para o Turismo como factor de desenvolvimento • Património histórico e cultural rico, abrangendo múltiplas áreas, com boas capacidades de aproveitamento e transformação em produtos turísticos • A imagem dos produtos locais, vinhos e gastronomia constituem uma atracção para o investimento Modelo de gestão Autarquia , Consultores Especializados, Empresas sedeadas no Concelho de todos os sectores e ramos de actividade, Operadores Turísticos,Órgãos da Administração Central e Regional Financiamento As acções são estimadas em ---- euros. O custo indicado - estimativa aproximada - não inclui Assistência Técnica para a implementação do Guia. Mas considera o recurso a apoio técnico externo e especializado. Meios de financiamento: Recursos Proprios; PRODER, investimento privado.

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 58

Indicadores • Nº de projectos de investimento

ANEXO VI Descrição das acções Criação/reestruturação de um serviço de apoio aos investidores Todos os investidores privados têm necessidade ou, pelo menos, apetência para candidatarem os seus projectos a sistemas de incentivo. Nesse sentido, devem ser criados (e devidamente divulgados) serviços de apoio ao investidor, os quais, dominando a linguagem económico-financeira e turística, auxiliam tais investidores a elaborarem, a tratarem e a negociarem as suas candidaturas. Esta acção pode ser entendida (quando devidamente divulgada) como mais uma vantagem e um motivo de atracção do investimento para Melgaço. Trata-se de uma medida semelhante às anteriores, mas desta vez voltada para os empresários já sedeados no Concelho. Pretende-se que a própria Câmara Municipal capte a existência de apoios e os faça divulgar junto desses empresários ou, ao contrario, sabendo da existência de tais apoios, os faca canalizar para quem mais precisa e já esta instalado no Município, ajudando assim o sector privado a racionalizar a sua actividade e a crescer de forma sustentada A engenharia financeira de muitos projectos e acções contidos neste Plano contempla o co-financiamento comunitário. Será imperioso desenvolver as competências para a formulação, montagem e negociação de candidaturas a Programas Operacionais que garantam o co-financiamento dos projectos.No âmbito desta acção, prevê-se; - realização de sessões de divulgação e esclarecimento junto das populações, até porque estamos no início de um novo quadro comunitário de apoio, no qual se verificam novas regras de financiamento e novos programas de apoio. Este tipo de acções reveste-se de grande importância uma vez que permite aos residentes terem acesso a um conjunto de informação que não está, por sistema, agregado, dinamizando a iniciativa económica privada. Nestas acções devem ser envolvidas diversas entidades que desempenham um papel importante no território: DRAEDM, IEFP, Câmara Municipal, PNPG, Universidades - a montagem de uma estrutura de apoio aos promotores e investidores para a elaboração de dossiers de candidatura aos programas operacionais e regionais que contemplem o co-financiamento a projectos de natureza turística e de valorização do território.

Concepção de um “Guia do Investidor” baseado na integração de três realidades essenciais para este efeito: i) Enquadramento socio-económico - estrutura produtiva e tecido empresarial do Concelho elaborado em termos macroeconómicos, com aplicações micro- económicas concretas; ii) Realidades do Turismo do Município - estratégia planificada, objectivos a atingir e instrumentos de gestão - designadamente ao nível da sua oferta (original e agregada) e dos resultados de dois tipos de matrizes de pertinência: produtos/locais e produtos/publicos-alvo; iii) Descrição do processo de investimento no Município, desde o licenciamento ate a descrição dos diversos sistemas de incentivos existentes – seja, eles nacionais, regionais ou locais, de índole financeira ou de qualquer outro tipo – passando pelos apoio técnicos ao investidor prestados pela Câmara Municipal. Implementar acções que potenciem a utilização eficaz do "Guia do Investidor", designadamente realizando a sua publicação e difusão, bem como a sua indispensável actualização. Esta actualização deve ser permanente, sendo ideal a criação de mecanismos de ligação as fontes de informação para a actualização on-line. Desenvolver estudos sobre o desempenho económico das empresas turísticas do Município, no sentido de identificar as situações de debilidade que poderão inviabilizar novos investimentos, designadamente na óptica da necessária requalificação dos equipamentos e serviços turísticos ou identificar situações positivas que sirvam para aumentar a atractivamente do Município para o investimento turístico. Identificar, na sequencia da Acção anterior, as formas mais adequadas e eficazes de orientar os investidores e torna-las claras no "Guia do Investidor". Utilizar o "Guia do Investidor" como autentico meio de promoção turística do Concelho

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 59

2 - GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICO E RESÍDUOS

A crescente necessidade de satisfação de padrões de qualidade, de eficiência e de garantia de atendimento nos domínios do abastecimento de água e da drenagem e tratamento de águas residuais, bem como dos resíduos sólidos urbanos, impõem novas exigências aos gestores e técnicos. Entre estas, salienta-se a necessidade de um conhecimento integrado de novas tecnologias, das políticas da água e de resíduos e de técnicas de gestão. O exercício de actividades relacionadas com o planeamento, gestão e exploração dos sistemas enunciados anteriormente, deverá incluir os conceitos actuais sobre o desenvolvimento sustentável, a gestão dos riscos, o combate à poluição, a defesa do património ambiental e do consumidor e ainda a sensibilização da envolvente social e dos aspectos jurídicos, económicos e financeiros. O impacto potencial de uma melhor gestão da água e dos resíduos sólidos urbanos na economia e na qualidade de vida, estão inter-relacionados. Para melhor se compreender as necessidades expostas, anteriormente, é necessário saber o ponto de partida, para tal a elaboração deste diagnóstico é uma ferramenta essencial.

Abastecimento de água

Gestão do Abastecimento de Água A gestão do Abastecimento de Água Pública, no concelho de Melgaço, é efectuada entre o Município e seis Freguesias, a enunciar: Parada do Monte, Cousso, Gave, Prado, Paderne e S. Paio, com as quais foi assinado um protocolo atribuindo- lhes a responsabilidade de efectuarem a Gestão dos respectivos Sistemas de Abastecimento que abrangem as suas áreas geográficas. Também, é de referir que existem pequenos lugares que possuem sistemas autónomos, os quais serão identificados neste diagnóstico, como Sistemas Particulares. Contudo, existe uma grande resistência por parte das populações para legalizar os respectivos sistemas. No seguimento do descrito anteriormente, o Município não possui a caracterização dos referidos Sistemas devido aos factos apresentados. No decorrer do ano de 2009 entrará em funcionamento o Sistema de Abastecimento de Água em Alta, através da empresa, Aguas Minho & Lima, S.A., o qual abrangerá as populações das Freguesias de Penso, Alvaredo, Prado, Remoães, Paderne, S. Paio, Roussas, Chaviães e a Vila de Melgaço.

Sistemas existentes de Abastecimento de Água

Entidade Gestora Sistema Município de Melgaço Sistema de Abastecimento da Vil a Sistema de Abastecimento do Centro de Estágios Sistema de Abastecimento da Cabana Sistema de Abastecimento de Roussas Sistema de Abastecimento de Penso Sistema de Abastecimento de Alvaredo Sistema de Abastecimento de Paços Sistema de Abaste cimento de Viladraque Sistema de Abastecimento de Chaviães Sistema de Abastecimento de Cristóval Sistema de Abastecimento do Facho Sistema de Abastecimento da Esquipa Sistema de Abastecimento de Fiães Sistema de Abastecimento de Cubalhão Sist ema de Abastecimento de Lamas do Mouro Sistema de Abastecimento do Porto Ribeiro Sistema de Abastecimento da Porta de Lamas Sistema de Abastecimento da Portelinha Sistema de Abastecimento de Várzea da Travessa Sistema de Abastecimento de Castro L aboreiro Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 60

Sistema de Abastecimento do Ribeiro de Cima Freguesia de Cousso Sistema de Abastecimento de Cousso Sistema de Abastecimento de Virtelo Sistema de Abastecimento da Cela Freguesia de Paderne Sistema de Abastecimento de Pomares Sistema de A bastecimento de Sante Sistema de Abastecimento de Saínde Sistema de Abastecimento da Aldeia Sistema de Abastecimento do Peso Freguesia de Prado Sistema de Abastecimento de Cortinhas Sistema de Abastecimento da Carvalhal Freguesia da Gave Sistema de Abastecimento da Gave Sistema de Abastecimento da Srª do Alivio Sistema de Abastecimento de Eiriz Freguesia de Parada do Monte Sistema de Abastecimento de Parada Freguesia de S. Paio Sistema de Abastecimento de S. Paio

População Abrangida por Rede de Água Pode considerar-se que 98% da população está abrangida por abastecimento de água, o que supera a fasquia dos 95% conforme as directivas europeias. Os restantes 2% dizem respeito aos lugares onde praticamente não habita população, estando a referir as Brandas e Inverneiras, localizadas essencialmente na Freguesia de Castro Laboreiro. Contudo, considera-se que 5% desses 98% se tratam de Sistema Particulares, descritos anteriormente.

População Abrangida por Sistemas Públicos de Abastecimento de Água

Sistema População Abrangida Sistema de Abastecimento da Freguesia da Vila Sistema de Abastecimento do Envolvente do Centro de Estágios e Freguesia de Remoães Sistema de Abastecimento da Lugares de Paçô, Cabana, Cavaleir os, Adegas e Barbosa Sistema de Abastecimento de Freguesia de Roussas, com a excepção das habitações situadas a jusante do Bairro Roussas da Sr.ª da Graça e Lugares abrangidos pelo Sistema da Cabana Sistema de Abastecimento de Freguesia de Penso Sistema de Abastecimento de Freguesia de Alvaredo Sistema de Abastecimento de Freguesia de Paços, com a excepção do lugar de Viladraque Sistema de Abastecimento de Lugar de Viladraque da Freguesia de Paços Sistema de Abastecimen to de Freguesia de Chaviães Sistema de Abastecimento de Lugares de: parte de S.Gregório, Casais, Poços, Pedregal, Cevide, Tortim, Portas de Cristóval Paradela, Coto e Vila João Sistema de Abastecimento do Lugares de: parte de S.Gregório, Cortelha de Mariano, Coto do Mocho, Tortim, Ramo, Facho Soalheira, Doma e Coto

Sistema de Abastecimento da Lugares de: Granja, Carvão, esquipa, Arroteia, Porta, Mouriga, Sobreiro, Pousadas, Esquipa Paçal Sistema de Abastecimento de Lugares de Vila do Conde, Londronqueira, Condosa, Souto Mendo de Baixo e Cima, Fiães Pousafoles, Adedela Sistema de Abastecimento de Lugares de Cubalhão de Cima e Baixo Sistema de Abastecimento de Lugar de Lamas do Mouro Sistema de Abastecimento do Lugar de Porto Ribeiro da Freguesia de Lamas do Mouro Sistema de Abastecimento da Edifício da Porta de Lamas, café….. e fontanários na envolvente Sistema de Abastecimento da Lugar da Portelinha da Freguesia de Castro L. Sistema de Abastecimento de Lugar de Varzéa da Travessa da Freguesia de Castro L. Sistema de Abastecimento de Lugar do Vila da Freguesia de Castro L. Sistema de Abastecimento do Lugar do Ribeiro de Cima da Freguesia de Castro L. Sistema de Abastecimento de Lugar de Cousso da Freguesia de Cousso Sistema de Abastecimento de Lugar de Virtelo da Freguesia de Cousso Sistema de Abastecimento da Lugar da Cela da Freguesia de Cousso Siste ma de Abastecimento de Lugar de Pomares da Freguesia de Paderne Sistema de Abastecimento de Lugares de Saínde e Estivadas da Freguesia de Paderne SistemaSaínde de Abastecimento de Lugares de Cabeceiras, Coto, Verdelhe, Covelo e Sante da Freguesia de Paderne Sante Sistema de Abastecimento Aldeia Lugares de Além, Cabo e Cabo de Baixo

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 61

Sistema de Abastecimento do Costa de Sontra, Apião, Quinta da Torre, Barqueira, Outeiro,Várzea, Souto e Peso da Peso Freguesia de Paderne Sistema de Abastecimento d e Parte Sul da Freguesia de Prado Sistema de Abastecimento da Parte norte da Freguesia de Prado Sistema de Abastecimento da S.ª Parte superior da Freguesia de Gave Sistema de Abastecimento Parte inferior da Freguesia de Gave Sistema de Abastecimento de Lugar de Eiriz da Freguesia da Gave Sistema de Abastecimento de Freguesia de Parada do Monte, com a execpção dos lugares de Cortegada, Parada Largateira, Chão do Bezerro e Pereiral Sistema de Abastecimento de S . Freguesia de S. Paio com a excepção do lugar de Cavaleiro Alvo

População Abrangida por Sistemas Particulares de Abastecimento de Água Existem diversos “sistema particulares” de abastecimento de água, mesmo onde existe rede pública de abastecimento de água. Alguns destes sistemas são desconhecidos pelo Município, devido à ilegalidade dos mesmos, e as populações não os dão a conhecer. Na tabela seguinte indicam-se alguns “sistemas particulares” que se tem conhecimento.

Freguesias População Abrangida Fiães Lugares de Jugaria, Adavelha e Alcobaça Cubalhão Lugar de Órzas Lamas do Mouro Lugar de Alcobaça Castro Laboreiro Lugares do Rodeiro, Adrufeire, Outeiro, Queimadel; Falagueiras, Curiscadas, Campelo, Teso, Formarigo, Curral do Gonçalo, Eiras, Podresouro, Portos, Cainheiras, Bico, Curveira, Bago de Baixo, Ameujoeira, Mareco, Ribeiro de Baixo, Autolada e Assureira Parada do Monte Lugares de Cortegada, Largateira, Chão do Bezerro e Pereiral Gave Baldosa S. Paio Lugar de Cavaleiro Alvo

Populações sem nenhum Sistema de Abastecimento de Água É provável que os Lugares enunciados na tabela seguinte, possuam “sistemas particulares”, contudo o Município não tem conhecimento dos mesmos. Assim, considera-se que os respectivos Lugares não estão abrangidos por nenhum sistema de abastecimento de água.

Freguesias População Não Abrangida

Penso Lugar de Paradela

Fiães Lugares de Adavelha, Ervedal, Alcobaça, Portocarreiro, Fulão, Quingosta, Faval, Balsada, Jugaria, Rossairo e Terreiro/Convento Lamas do Mouro Gavião

Castro Laboreiro Lugares de Poules, Dorna, Alagoa, Barreiro, Ponte do Barreiro, Podre, Ramisqueira, João Alvo, Laceiras, Varziela, Portela e Bago de Cima Gave Lugar da Aveleira

Cubalhão Lugar de Curtelhas

NOTA 1 : As duas tabelas anteriores, foram preenchidas com a participação dos Presidentes das Freguesia

Controlo da Qualidade da Água para Consumo Humano O controlo da qualidade da água é efectuado de acordo com a legislação em vigor, Decreto-Lei n.º 306/2007 de 27 de Agosto, que veio substituir o Decreto-Lei n.º 243/2001 de 5 de Setembro e com as normalizações do IRAR (Instituto Regulador de Águas e Resíduos). A Cooperação com a Autoridade de Saúde tem sido fundamental para a evolução das melhorias na qualidade da água e para a implementação de medidas correctivas a quando a verificação de incumprimentos.

Evolução dos resultados da Qualidade da Água Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 62

No seguinte gráfico verifica-se a evolução da quantidade de Sistemas de Abastecimento de Água, existentes, no concelho de Melgaço.

Sistemas de Abastecimento (Existentes)

40 37 35 35 29 30

25 18 20

15 Quantidade 10

5

0 2003 2004 2005 2006 ANO

No gráfico anterior, denota-se um aumento dos Sistemas de Abastecimento; este aumento resultou de um rigoroso levantamento de todos as Zonas de Abastecimento que possuíam várias origens distintas, principalmente dos Sistemas em que as Entidades Gestoras (EG) era/são as respectivas Freguesia, no qual o respectivo cadastro não estava correcto. A legislação que regula a quantidade de análise a realizar para cada Sistema de Abastecimento de Água é o Decreto-Lei n.º 306/2007 de 27 de Agosto, que veio substituir o Decreto-Lei n.º 243/2001 de 5 de Setembro, que esteve em vigor até ao final do ano de 2007. Nesse seguimento, e de acordo com os dados do IRAR, ao qual as EG, são obrigados a fornecer os resultados das análises efectuadas. Apresenta-se a relação das análises realizadas, assim como os incumprimentos verificados:

Relação das Análise Realizadas

2875 3000 2767 2679 2494 2500 2237 2016 2000 1478 1500

1000 782 Quantidade

500

0 2003 2004 2005 2006 ANO

N.º de Análise Obrigatórias N.º de Análises Realizadas

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 63

Percentagem de Análise em Falta

100%

90% 80%

70% 60,00% 60% 53,02% 50% 40%

Percentagem 30% 20% 2,93% 10% 0,00% 0% 2003 2004 2005 2006 ANO

Em relação às análises efectuadas verificou-se uma inversão a partir de 2005, reflectindo-se em 2006 em zero por cento de análises em falta.

Percentagem de Análises Impróprias

100% 90% 80% 70% 60% 50% 40%

Percentagem 30% 17,04% 14,34% 20% 5,84% 4,92% 10% 0% 2003 2004 2005 2006 ANO

Mesmo verificando-se uma boa evolução, os incumprimentos averiguados correspondem, principalmente, aos valores verificados de pH, abaixo do valor paramétrico exigido, e a contaminações colifórmicas, situações que se tem conseguido minimizar com intervenções de remodelações, principalmente em reservatórios, e colocações de estações de tratamento de desinfecção. Assim, prevê-se que no ano final de 2008, todos os Sistemas estejam abrangidos pelas respectivas estações de tratamento, como a própria legislação o obriga.

Gestão dos Fontanários Públicos O Decreto-Lei n.º 306/2007 de 27 de Agosto, ao contrário da anterior legislação, prevê no artigo 16º, a gestão dos fontanários públicos. Neste âmbito, foi realizada uma reunião de trabalho com a participação dos Presidentes de Junta, com o objectivo de identificar a localização de todos os fontanários existentes na área geográfica das respectivas Freguesia. Após a identificação da localização dos fontanários procedeu-se a elaboração de placas informativas – “água não controlada” – visto que, no concelho de Melgaço, toda a população têm outra alternativa de abastecimento, além dos fontanários públicos.

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 64

Indicadores económicos

Receitas e Despesas pelos Sistemas de Abastecimento de Água

200000 180000 160000 140000 120000

100000 DESPESAS

EUROS 80000 RECEITAS 60000 40000 20000 0 2005 2006 2007 ANOS

NOTA1 : Os valores apresentados pelas despesas, são valores aproximados, e que dizem respeito ao somatório dos encargos com pessoal, equipamentos, serviços e materiais. NOTA2 : Nas receitas não estão contemplados os valores pela cobrança de execução de ramais, colocação e transferência de contadores.

Após a actualização, nos últimos dois anos, das tarifas pelo consumo de água, o Município conseguiu, em 2007, equilibrar as despesas com as receitas, senda as despesas um pouco superior às receitas, dos serviços de manutenção e controlo dos sistemas de abastecimento de água. Contudo prevê-se que, caso não haja novas actualizações, os indicadores económicos voltem para um diferencial negativo mais elevado, após a entrada em funcionamento do sistema em Alta, no qual o Município terá que proceder ao pagamento à empresa Águas Minho & Lima” pela água comprada. É de referir que com a entrada em funcionamento dos Sistemas em Alta, quer ao nível do Abastecimento de Água, quer ao nível do Tratamento do Saneamento, o Município fica com mais encargos financeiros, proporcionando, no entanto, melhores condições na gestão quantitativa e qualitativa dos sistemas de abastecimento de água. Estas melhores condições são muito relevantes, principalmente, em épocas de secas, que têm vindo a ser frequentes.

Investimentos O Município tem, nos últimos anos, feito vários investimentos em Sistemas de Abastecimento de Água: em novos Sistemas completos de abastecimento água; em renovações das redes de distribuição; novos reservatórios, novas captações, etc, passando-se a citar alguns: Rede de Abastecimento de Alvaredo Rede de Abastecimento de Cubalhão Rede de Abastecimento de Fiães, 1ª e 2ª fase Rede de Abastecimento de Cristóval, 1.ª fase Etc

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(Reservatório de Cristóval) (Reservatório de Fiães)

Investimentos a decorrerem e previstos Rede de Abastecimento de Cristóval, 2.ª fase – vai permitir que toda a freguesia esteja abrangida por um único Sistema, completamente novo, o que traduz uma melhor qualidade de distribuição de água. Rede de Abastecimento de Parada do Monte – Também, vai permitir que toda a Freguesia fique abrangida por um único Sistema, para além de abranger os lugares de Cortegada, Chão do Bezerro, Largarteira e Pereiral, visto que estes possuem Sistemas Particulares. Rede de Abastecimento de Lamas do Mouro – Investimento previsto para iniciar no decorrer deste ano, e vai permitir renovar a rede de distribuição do Lugar de Lamas do Mouro, e ainda eliminar o Sistema, precário, do Porto Ribeiro e o pequeno Sistema da Porta de Lamas. Instalação de Estações de Tratamento (ETA`s) – No âmbito da melhoria da qualidade da água e no cumprimento do estabelecido no Decreto-Lei n.º 306/2007 de 27 de Agosto, que determina que todos os Sistemas deverão conter um sistema de desinfecção, serão instalados esse tratamento em todos os Sistemas de Abastecimento de Água. Carências Além, de praticamente, toda a população do concelho de Melgaço estar abrangida por Sistema de Abastecimento de Água, podem ser identificadas as seguintes carências: Realização da 3.ª fase de Abastecimento de Água à Freguesia de Fiães, para permitir que toda a Freguesia fique abrangida pelo Sistema Publico, visto que na mesma existem vários Sistemas Particulares. Remodelação da rede de distribuição de água na Freguesia de Paderne, visto esta apresentar um estado avançado de degradação. Execução de novos Sistemas de Abastecimento de Água nos vários Lugares com pouca população, mas com grande potencial turístico: pequenos Lugares da Freguesia de Castro Laboreiro e outros como a Branda da Aveleira. Promoção do licenciamento e respectivo controlo da qualidade da água dos Sistemas Particulares.

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Saneamento público

Gestão do Saneamento Público Em 2005, entraram em funcionamento as novas estações de tratamento de águas residuais domésticas: a ETAR da Vila e a ETAR de Remoães, tratadas como sistema em ALTA, cuja responsabilidade, gestão e exploração é da empresa Aguas Minho & Lima, S.A. No sistema descrito anteriormente o Município é responsável pelos Sistemas em BAIXA, ou seja, tem toda a responsabilidade de conduzir os esgotos provenientes das populações e indústrias, até a entrada das respectivas ETAR`s. Em aglomerados de populações mais pequenas, o Município é responsável por todo o Sistema, isto é, desde à execução dos ramais até às descargas dos efluentes em linhas de águas. Nestas situações o sistema de tratamento passa pelo bom e adequado funcionamento de várias ETAR`s compactas, com a excepção da ETAR do Centro de Estágios, devidamente autorizadas e licenciadas pela CCDRN (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte).

Sistemas existentes de Saneamento Público De acordo com o descrito no ponto anterior, os Sistemas existentes, no concelho de Melgaço dividem-se em dois grupos: os “Sistema Ligados à ALTA” e os “Sistema Não Ligados à ALTA”.

Sistemas Ligados à ALTA

Sistema Estação de Tratamento Sistema da Vila Sistema de Roussas ETAR da Vila Sistema de S. Paio 1 Sistema de S. Paio 2 Sistema de Paderne ETAR de Remoães Sistema de Prado Sistema de Remoães

Sistemas Não Ligados à ALTA

Sistema Estação de Tratamento Sistema da Telheiros ETAR de Roussas Sistema do Pombal ETAR de S. Paio Sistema do Louridal ETAR do Louridal Sistema da Zona Industrial ETAR da Zona Industrial Sistema de Cubalhão ETAR de Cubalhão Sistema de Lamas ETAR de Lamas Sistema da Portelinha ETAR da Portelinha Sistema de Várzea da Travessa ETAR da Várzea da Travessa Sistema de Castro Laboreiro ETAR de Castro Sistema do Centro de Estágios ETAR do Centro de Estágios

NOTA: Da tabela apresentada anteriormente apenas a ETAR do Centro de Estágios não é uma ETAR compacta.

População Abrangida por Rede de Saneamento Cerca de 60 % da população do concelho de Melgaço, está abrangido por Rede de Saneamento Público, número conseguido com um grande esforço do Município no enorme investimento realizado no sector, principalmente nestes últimos anos. O Município considera que toda a população têm direito de ser abrangida pela respectiva infra-estrutura, contudo o investimento deverá ser feito de uma forma gradual, iniciado pelas Freguesias mais populacionais até às mais desertificadas.

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 67

Para mais informação, principalmente para o Munícipe, apresentam-se de seguida duas tabelas, que mencionam onde é tratado o esgoto produzido nas suas habitações.

Sistemas Ligados à ALTA

Estação de Tratamento População Abrangida

Freguesia da Vila com a Execpção das habitações desde o Convento das Carvalhiças até ao Louridal e o Lugar Assadura. Desde o Lugar de Paço, Cavaleiros, Barbosa, da Freguesia de Roussas, com ligação à Vila Desde o Bairro da Sr.ª da Graça, com ligação à Vila ETAR da Vila

Desde o Lugar da Igreja de Roussas com ligação à Ponte da Carpinteria

Freguesia de S. Paio 1, “Lado Nascente” desde o Lugar de Baratinha com ligação à Ponte da Carpinteria, incluindo os lugares de Lourenços e Regueiro. Freguesia de S. Paio 2, “Lado Poente”, com ligações à estação elevatória de Prado e Ligação ao Lugar do Barral da Freguesia de Paderne Freguesia de Paderne, com a excepção dos Lugares de Pomares, Souto, Saínde e Estivadas Freguesia de Alavaredo, parte de cima da antiga estrada nacional 202 ETAR de Remoães Freguesia de Prado, com as excepções: desde variante até ao Centro de Estágios; e a parte esquerda, desde o cruzamento estrada nacional antiga 202 no Lugar da Bouça Nova Freguesia de Remoães

Sistemas Não Ligados à ALTA

Estação de Tratamento População Abrangida ETAR de Roussas Desde o Lugar dos carvalhos até ao Lugar de Telheiros ETAR de S. Paio Lugar de Pombal e Paço ETAR do Louridal Desde o Convento das Carvalhiças até ao Louridal, incluindo a Ru a da Oliveira ETAR da Zona Industrial Envolvente da Zona Industrial ETAR de Cubalhão Lugares de Cubalhão de Cima e Cubalhão de Baixo ETAR de Lamas Envolvente dos Edifícios da Porta de Lamas ETAR da Portelinha Lugar da Portelinha ETAR da Várzea da Trav essa Lugar de Várzea da Travessa ETAR de Saíde Lugares de Saíde e Estivadas ETAR de Castro Lugar da Vila de Castro Laboreiro ETAR do Centro de Estágios Envolvente do Centro de Estágios e habitações desde a Variante 202 até à

Controlo da Qualidade das descargas dos efluentes Todos os Sistemas de drenagem de águas residuais Domésticas, existentes no concelho de Melgaço, estão sujeitos a tratamento, isto é, antes da descarga do efluente nas linhas de águas, os esgotos são tratados nas correspondentes ETAR`s, de forma a cumprir a legislação da qualidade da utilização do domínios hídricos. As Entidades responsáveis pelas respectivas ETAR`s, também, são responsáveis pela verificação do cumprimento dos parâmetros de qualidade do efluente que descarrega nas linhas de água. Sendo as ETAR`s da Vila e de Remoães da responsabilidade da empresa Aguas Minho & Lima e as restantes da responsabilidade do Município. Quanto à motorização das ETAR`s do Município, para o ano 2008 foi contratado um laboratório para realizar análises mensais ao efluente posteriormente à realização do correspondente tratamento dos esgotos, para verificar a respectiva qualidade das descargas.

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Indicadores económicos

Receitas e Despesas pelos Sistemas de Saneamento

140000

120000

100000

80000 DESPESAS 60000 EUROS RECEITAS

40000

20000

0 2005 2006 2007 ANOS

NOTA : Os valores apresentados pelas despesas, são valores aproximados, e que dizem respeito ao somatório dos encargos com pessoal, equipamentos, serviços e materiais.

O balanço económico, pela manutenção dos Sistemas de Saneamento Público, é negativo. O Munícipio cobra o serviço aos Munícipes desde Fevereiro de 2006. Em 2006, verificou-se um aumento, muito considerável, das despesas, situação causada pela entrada em funcionamento das ETAR`s em Alta, da empresa Águas Minho & Lima, e consequente cobrança do respectivo serviço prestado.

Investimentos Em 2004 apenas havia Rede de Saneamento Público na Vila de Melgaço, alguns troços da Freguesia de Roussas e nos pequenos Lugares da Portelinha, Várzea da Travessa e Castro Laboreiro, o que corresponderia a 25% da população do Concelho. Em 2008 já há Saneamento Público na Freguesia de Remoães, Paderne, S. Paio, Roussas, Cubalhão, e iniciado em Alvaredo, o que corresponde a um investimento a rondar alguns milhões de euros. Com este investimento conseguiu atingir- se, aproximadamente, 60% da população do concelho de Melgaço.

Investimentos a decorrer e previstos Para 2008, será terminada a 1.ª fase da Rede de Saneamento na freguesia de Alvaredo; entrará em funcionamento as ETAR`s de Cubalhão, S. Paio, Roussas e Saínde. Também está previsto o início da execução da Rede Pública de Saneamento em Lamas do Mouro. Na freguesia de Parada do Monte proceder-se-á a uma remodelação da precária rede de drenagem existente, à substituição da Fossa por uma ETAR e a pequenos prolongamento da rede de drenagem.

Carências As carências existentes ao nível da rede pública de saneamento, dizem respeito à cobertura da mesma. Tendo em conta as obras a decorrer e previstas, ficam por realizar as seguintes infra-estruturas: Rede de Drenagem e Tratamento de Águas Residuais Domésticas à Freguesia de Penso Rede de Drenagem e Tratamento de Águas Residuais Domésticas à Freguesia Alvaredo - 2ª fase Rede de Drenagem e Tratamento de Águas Residuais Domésticas à Freguesia de Cristóval Rede de Drenagem e Tratamento de Águas Residuais Domésticas à Freguesia de Paços Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 69

Rede de Drenagem e Tratamento de Águas Residuais Domésticas à Freguesia de Chaviães Rede de Drenagem e Tratamento de Águas Residuais Domésticas à Freguesia de Fiães Rede de Drenagem e Tratamento de Águas Residuais Domésticas à Freguesia de Gave Rede de Drenagem e Tratamento de Águas Residuais Domésticas à Freguesia de Cousso Rede de Drenagem e Tratamento de Águas Residuais Domésticas à vários Lugares da Freguesia de Castro Laboreiro

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Resíduos Sólidos Urbanos

Gestão da Recolha dos Resíduos A recolha dos resíduos indiferenciados (RSU), é da responsabilidade do Município, que após efectuar a recolha dos mesmos, são transportados até a Área de Transferência de Valadares pertencente à Valorminho, e seguidamente esta empresa efectua o transporte até ao Aterro Sanitário, localizado na Freguesia de São Pedro da Torre do Concelho de Valença, do qual a mesma é responsável. Quanto aos resíduos diferenciados (Recicláveis), tanto a recolha como a monitorização dos mesmos é da responsabilidade da Valorminho. Desde o ano de 2005 é realizado o serviço de recolha de Monstros, promovido pelo Município, e gratuito para o requerente. Este só terá que efectuar a marcação, telefonicamente, com o Município, que efectuará a recolha à porta da moradia do requerente, na data, previamente, marcada.

Sistema de Recolha dos Resíduos Indiferenciados (RSU) O município possui três viaturas de recolha dos RSU, às quais está atribuída um circuito, diário, de recolha. Nas freguesias mais populacionais e concentrada é feita a recolha diária, estando garantido a recolha, de pelo menos, duas vezes semanais, nas restantes Freguesia. Estão distribuídos pelo concelho mais de 800 contentores, de depósito de RSU. Em todos estes contentores, são efectuadas quatro lavagens e desinfecção ao ano, na freguesia da Vila e duas lavagens nas restantes Freguesias.

Evolução dos Quantidades Recolhidas de RSU

Gráfico - Quantidade de Resíduos de RSU recolhidos por ano

3550

3500

3450

3400

3350

Toneladas 3300

3250

3200

3150

3100 2004 2005 2006 2007 Anos

Este gráfico permite chegar a uma óptima conclusão, ou seja, no ano de 2007 conseguiu-se pela primeira vez, diminuir a quantidade de RSU. Esta diminuição deve-se claramente ao aumento das quantidades dos resíduos recicláveis.

Gráfico - Quantidade de Resíduos de RSU produzidos por habitante por ano

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355,0

350,0

345,0

340,0

335,0

330,0 Kg / hab / ano hab Kg/ /

325,0

320,0

315,0

310,0 2004 2005 2006 2007 Anos

Sistema de Recolha dos Resíduos Diferenciados (Recicláveis) Existem 126 contentores distribuídos pelo município de Melgaço para a recepção de materiais recicláveis: - 47 Vidrões - 40 Papelões - 39 Embalões

Evolução das Quantidades Recolhidas de Recicláveis Papel / Cartão A percentagem de crescimento no Papel/Cartão recolhido, no concelho de Melgaço, do ano de 2007, é de 115 %, relativamente ao ano de 2006. Para este excelente resultado, contribui o serviço prestado pelo Município, desde o início do ano de 2007, com a recolha efectuada às Terças-feiras e Sextas-feiras, com a recolha porta à porta.

Papel/Cartão

14000

12000

10000

8000

kg 6000

4000

2000

0

o o o r iro io ho to r r re a n ulho nei Abril M J os mb a ve Março Ju g J e A zembro F Outub e Setembro Nove D 2006 2007

Embalagens A percentagem de crescimento da recolha de embalagens, no concelho de Melgaço, do ano de 2007, é de 63 %, relativamente ao ano de 2006.

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 72

Embalagens

4000 3500 3000 2500 2000 kg 1500 1000 500 0

o ro iro ril io o to a ho lh s bro ei re arç Ab M u an M Jun J utubro em J eve Ago O v F o ezembro Setembro N D 2006 2007

Vidro A percentagem de crescimento no Vidro recolhido, no concelho de Melgaço, no ano 2007 é de 19%, relativamente ao ano de 2006.

Vidro

35000

30000

25000

20000

Kg 15000

10000

5000

0

o o o ç ai ro ro eiro Abril nh b b n ereiro M u ulho v Mar J J Ja Agosto Outubro Fe Setembro Novem Dezem

2006 2007

Lixeiras Clandestinas e Recolha de Monstros As lixeiras clandestinas, surgem da necessidade dos Munícipes de depositar resíduos que não são recolhidos pelo sistema de RSU, efectuado pelo Município ou na recolha, realizada pela Valorminho, dos resíduos depositados nos ecopontos. Contudo, a necessidade descrita no parágrafo anterior, com o serviço de recolha de monstros, prestado pelo Município de forma gratuito, desde que os Munícipes adiram, a situação estaria resolvida. O serviço de recolha de monstros, encontra-se disponível às Quartas-feiras, tendo os Munícipes que solicitar o respectivo serviço através do número de telefone (gratuito).

Na reunião realizada com os Senhores Presidentes das Freguesia, entre outras, identificaram-se as principais lixeiras clandestinas existentes no concelho de Melgaço:

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Freguesia Lixeira Clandestina (existentes) Prado Lixeira no Monte de Prado Castro Laboreiro Lixeira loca lizada perto da Vila no “deposito de monstros”, e outros pequenos pontos de lixeira localizados na área geográfica da Freguesia Fiães Lixeira localizada perto do lugar Chão da Cancela Gave Lixeira localizada junto á estrada de acesso ao lugar da Baldosa Paços Lixeira localizada junto á estrada de acesso ao lugar de Viladraque Parada do Monte Cristóval Lixeira localizada junto á estrada de acesso à Freguesia de Fiães

Castro Laboreiro Monte de Prado

O Município procederá à limpeza das lixeiras identificadas, esperando que os Munícipes, no futuro, deixem de depositar os resíduos de forma clandestina e muito desagradável para o ambiente.

Depósitos de Entulhos Os entulhos provenientes de demolições, e restos construções, são um problema identificado na gestão de resíduos sólidos, ou seja, área geográfica de Melgaço, não existe nenhum local onde se possa depositar os respectivos resíduos. A não existência desse local, causa uma variedade de locais de despejo desses resíduos, distribuídos, principalmente nas áreas florestais.

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 74

Indicadores económicos

Receitas e Despesas pelo Sereviço de RSU

200000

180000

160000

140000

120000

100000 DESPESAS

EUROS 80000 RECEITAS

60000

40000

20000

0 2005 2006 2007 ANOS

NOTA : Os valores apresentados pelas despesas, são valores aproximados, e que dizem respeito ao somatório dos encargos com pessoal, equipamentos, serviços e materiais.

Tendo o Município começado a cobrar ao Munícipes pelo serviço prestado na recolha de resíduos sólidos urbanos (RSU), em Fevereiro de 2006, a receita não supera as despesas. Sendo de realçar o trabalho da Valorminho, empresa responsável pelo aterro sanitário para o qual os nossos resíduos se destinam e são tratados, resolvendo, assim, o enorme problema das lixeiras existentes nos Concelhos, este serviço é cobrado ao Município causando uma despesa na ordem dos 100.000 euros anuais, contribuindo assim para um balanço económico negativo.

Carências Resíduos Indiferenciados (RSU) Ao nível da gestão dos resíduos indiferenciados , podemos identificar as seguintes carências: Fixação dos contentores - É necessário proceder à ficção dos contentores para impedir que estes se deteriorem e que os mesmos não danifiquem terceiros, visto que o vento consegue move-los. O aspecto e espaço ocupado pelos contentores de RSU, no domínio público, principalmente na área geográfica da freguesia da Vila, não tem enquadramento urbanístico; a colocação do sistema de contentores subterrâneos seria uma boa solução.

Resíduos Diferenciados (Recicláveis)

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Existem, principalmente, três carências na gestão dos respectivos resíduos: A quantidade de resíduos recolhidos - Para alcançar os objectivos nacionais, dever-se-á ter em conta uma capitação de recolha selectiva, em termos médios nacionais e no horizonte do cumprimento da Directiva “ Embalagens “ em 2011, um valor da ordem dos 50kg/hab.ano .

Recolha Selectiva(kg)

17,9 kg/hab.ano 251840 25,2 kg/hab.ano

179640 15,4 kg/hab.ano 153900

2005 2006 2007

Em 2007, tendo já conseguido o valor de 25 kg/hab.ano , ainda se verifica uma distância considerável do valor pretendido a nível nacional. Tal como se verifica com nos contentores dos resíduos de RSU o aspecto e espaço ocupado pelos contentores (ecopontos), no domínio público da freguesia da Vila, não é agradável, como se observa pelas seguintes fotografias:

A terceira carência, diz respeito à distribuição dos respectivos contentores, sendo ressentida, principalmente nas freguesias pouco populacionais e com aglomerados de habitações muito distantes. O que obriga os Munícipes a deslocar os resíduos através dos seus carros, o que por muitas vezes não é feito e colocam os resíduos nos contentores de RSU.

Outros Tipos de Resíduos A não existência de um local para depósitos de entulhos .. A falta de sensibilidade dos Munícipes, para aderir ao serviço de recolha de monstros. A não existência de um centro de compostagem para deposição dos correspondentes resíduos, estando estes de momento a ser encaminhados com os RSU.

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 76

Acções propostas

Acções – Abastecimento de Água As acções a desenvolver, correspondentemente ao Abastecimento de Água, tem como finalidade, que toda a população esteja abrangida por um sistema público de abastecimento de água, e que esta seja de qualidade, obedecendo às directivas que a regulam. Para tal propõem-se as seguintes Acções:

Acção 1 – Concluir a Rede Pública de Abastecimento de Água na Freguesia de Fiães

Objectivos Permitir que toda a Freguesia de Fiães fique abrangida por Rede Pública de Abastecimento de Água Síntese Para atingir o objectivo proposto é necessário abri um concurso para a realização de uma empreitada – “Rede de Abastecimento de Água à Freguesia de Fiães – 3.ª Fase”. Plano de 2008 2009 2010 2011 2012 2013 trabalhos Lançamento do X Concurso Inicio das Obras X Fim das Obras X Constrangimentos Existência de vários sistemas particulares Número baixo de habitantes Financiamento Oportunidades QREN A existência de Projecto

Modelo de gestão A acção será desenvolvida pelo Município, com o apoio da Freguesia

Financiamento A acção é estimada em 200.000 euros. Para financiamento da acção deverá ser apresentada uma candidatura ao QREN Indicadores Número de habitantes Número de empregos a criar

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Acção 2 – Executar uma Nova Rede de Distribuição de Abastecimento de Água na Freguesia de Paderne

Objectivos Permitir que toda a Freguesia de Paderne não tenha cortes de água, permitir um melhor controlo da qualidade da mesma Síntese Para atingir o objectivo proposto é necessário abri um concurso para a realização de uma empreitada – “Rede de Abastecimento de Água à Freguesia de Paderne”. Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Lançamento do X Concurso Inicio das Obras X Fim das Obras X Constrangimentos Existência de alguns sistemas particulares Existência de uma Rede Pública de Abastecimento de Água Financiamento Oportunidades QREN A existência de Projecto A construção, na Freguesia, de um reservatório pela empresa Águas Minho & Lima, no âmbito do Abastecimento em Alta

Modelo de gestão A acção será desenvolvida pelo Município, com o apoio da Freguesia

Financiamento A acção é estimada em 2.000.000 euros. Para financiamento da acção deverá ser apresentada uma candidatura ao QREN Indicadores Número de habitantes Número de empregos a criar Controlo da Qualidade da Água dos Sistemas Existentes

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Acção 3 – Executar Sistema Públicos de Abastecimento de Águas em Pequenos Aglomerados

Objectivos Permitir que toda o concelho fique abrangido por Água Pública Executar Sistema de Abastecimento de Água nas Brandas e Inverneiras, com o objectivo de apoiar o Turismo. Síntese Elaborar os projectos de Abastecimento de Agua nos distintos Lugares, identificados no diagnóstico com aglomerados que não possuem nenhum Sistema Público de Abastecimento de Água, para posteriormente os executar. Ao abranger-se pequenos Aglomerados como as Brandas e Inverneiras estamos a promover o licenciamento da reconstrução de Moradias, e consequentemente abrangendo o Turismo. Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Lançamento do X X Concurso Inicio das Obras X X Fim das Obras X X Constrangimentos Existência de alguns sistemas particulares A diversidade dos Aglomerados O número de Habitante permanentes Financiamento Oportunidades QREN A promoção do Turismo Modelo de gestão A acção será desenvolvida pelo Município, com o apoio das respectivas Freguesias Financiamento A acção é estimada em 1.000.000 euros. Para financiamento da acção deverá ser apresentada uma candidatura ao QREN Indicadores Número de habitantes Número de empregos a criar Controlo da Qualidade da Água dos Sistemas Existentes Número de moradias turísticas com licenciamento pendentes por não possuir licenciamento de captações.

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 79

Acções – Saneamento

As acções a desenvolver, correspondentemente ao Saneamento tem como finalidade, atingir uma cobertura de 90% da população do Concelho de Melgaço, conforme as directivas comunitárias apontam. Para tal propõem-se as seguintes Acções:

Acção 4 – Executar Rede de Saneamento na Freguesia de Penso e concluir a Rede na Freguesia de Alvaredo Objectivos Permitir a cobertura total da Rede de Drenagem de Águas Residuais Domésticas nas Freguesia de Alvaredo e Penso Promover a descontaminação do sub-solo Síntese Para a realização dos objectivos é necessário proceder à abertura de um concurso público para a realização de uma empreitada – “Execução da Rede de Saneamento à Freguesia de Penso e Conclusão da Rede na Freguesia de Alvaredo. Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Lançamento do X Concurso Inicio das Obras X Fim das Obras X Constrangimentos A especificidade do projecto Financiamento Oportunidades QREN A existência da ETAR na Zona Industrial de Penso Modelo de gestão A acção será desenvolvida pelo Município, com o apoio das respectivas Freguesias Financiamento A acção é estimada em 1.500.000 euros. Para financiamento da acção deverá ser apresentada uma candidatura ao QREN Indicadores Número de habitantes Número de empregos a criar Contaminações do Sub-solo

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 80

Acção 5 – Executar Rede de Saneamento e ETAR na Freguesia de Cristóval

Objectivos Permitir a cobertura total da Rede de Drenagem de Águas Residuais Domésticas na Freguesia de Penso Abdicar de contaminar do sub-solo

Síntese Para a realização dos objectivos é necessário proceder à abertura de um concurso público para a realização de uma empreitada – “Execução da Rede de Saneamento e construção de ETAR na Freguesia de Cristóval. Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Lançamento do X Concurso Inicio das Obras X Fim das Obras X Constrangimentos A especificidade do projecto Financiamento Oportunidades QREN

Modelo de gestão A acção será desenvolvida pelo Município, com o apoio das respectivas Freguesias Financiamento A acção é estimada em 1.000.000 euros. Para financiamento da acção deverá ser apresentada uma candidatura ao QREN Indicadores Número de habitantes Número de empregos a criar Contaminações do Sub-solo

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 81

Acção 6 – Executar Rede de Saneamento e ETAR nas Freguesias de Paços e Chaviães

Objectivos Permitir a cobertura total da Rede de Drenagem de Águas Residuais Domésticas nas Freguesias de Paços e Chaviães Abdicar de contaminar do sub-solo Síntese Para a realização dos objectivos é necessário proceder à abertura de um concurso público para a realização de uma empreitada – “Execução da Rede de Saneamento e construção de ETAR nas Freguesias de Paços e Chaviães.

Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Lançamento do X Concurso Inicio das Obras X Fim das Obras X Constrangimentos A especificidade do projecto Financiamento

Oportunidades QREN Modelo de gestão A acção será desenvolvida pelo Município, com o apoio das respectivas Freguesias

Financiamento A acção é estimada em 1.250.000 euros. Para financiamento da acção deverá ser apresentada uma candidatura ao QREN

Indicadores Número de habitantes Número de empregos a criar Contaminações do Sub-solo

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Acção 7 – Executar Rede de Saneamento e ETAR na Freguesia da Gave

Objectivos Permitir a cobertura total da Rede de Drenagem de Águas Residuais Domésticas na Freguesias da Gave. Abdicar de contaminar do sub-solo Síntese Para a realização dos objectivos é necessário proceder à abertura de um concurso público para a realização de uma empreitada – “Execução da Rede de Saneamento e construção de ETAR na Freguesia da Gave

Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Lançamento do X Concurso Inicio das Obras X Fim das Obras X Constrangimentos Financiamento

Oportunidades QREN

Modelo de gestão A acção será desenvolvida pelo Município, com o apoio das respectivas Freguesias

Financiamento A acção é estimada em 750.000 euros. Para financiamento da acção deverá ser apresentada uma candidatura ao QREN Indicadores Número de habitantes Número de empregos a criar Contaminações do Sub-solo

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Acção 8 – Executar Rede de Saneamento e ETAR na Freguesia de Cousso

Objectivos Permitir a cobertura total da Rede de Drenagem de Águas Residuais Domésticas na Freguesias de Cousso. Abdicar de contaminar do sub-solo Síntese Para a realização dos objectivos é necessário proceder à abertura de um concurso público para a realização de uma empreitada – “Execução da Rede de Saneamento e construção de ETAR na Freguesia de Cousso

Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Lançamento do X Concurso Inicio das Obras X Fim das Obras X Constrangimentos Financiamento A Distancia entre os principais Lugares (Cousso, Virtelo e Cela)

Oportunidades QREN A Existência de uma rede existente no Lugar de Cousso Modelo de gestão A acção será desenvolvida pelo Município, com o apoio das respectivas Freguesias

Financiamento A acção é estimada em 750.000 euros. Para financiamento da acção deverá ser apresentada uma candidatura ao QREN

Indicadores Número de habitantes Número de empregos a criar Contaminações do Sub-solo

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Acção 9 – Executar Rede de Saneamento e ETAR na Freguesia de Fiães

Objectivos Permitir a cobertura total da Rede de Drenagem de Águas Residuais Domésticas na Freguesias de Fiães. Abdicar de contaminar do sub-solo Síntese Para a realização dos objectivos é necessário proceder à abertura de um concurso público para a realização de uma empreitada – “Execução da Rede de Saneamento e construção de ETAR na Freguesia de Fiães Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Lançamento do X Concurso Inicio das Obras X Fim das Obras X Constrangimentos Financiamento A Distancia entre os principais Lugares

Oportunidades QREN Modelo de gestão A acção será desenvolvida pelo Município, com o apoio das respectivas Freguesias

Financiamento A acção é estimada em 650.000 euros. Para financiamento da acção deverá ser apresentada uma candidatura ao QREN Indicadores Número de habitantes Número de empregos a criar Contaminações do Sub-solo

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Acção 10 – Executar Rede de Saneamento e ETAR em pequenos Aglomerados

Objectivos Permitir alagara a coberturas da Rede de Drenagem de Águas Residuais Domésticas no Concelho. Abranger as Brandas e Inverneiras, em sistemas de Drenagem e Tratamento das Águas residuais domésticas, com o objectivo de apoiar o Turismo. Abdicar de contaminar do sub-solo Síntese Para a realização dos objectivos é necessário proceder à elaboração dos correspondestes projectos e prover a sua execução

Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Lançamento do X X Concurso Inicio das Obras X X Fim das Obras X X X Constrangimentos Existência de alguns sistemas particulares A diversidade dos Aglomerados O número de Habitante permanentes Financiamento Oportunidades QREN A promoção do Turismo

Modelo de gestão A acção será desenvolvida pelo Município, com o apoio das respectivas Freguesias

Financiamento A acção é estimada em 1.000.000 euros. Para financiamento da acção deverá ser apresentada uma candidatura ao QREN Indicadores Número de habitantes Número de empregos a criar Número de moradias turísticas existentes nos respectivos aglomerados.

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Acções – Resíduos

As acções a desenvolver, correspondentemente à Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos, têm como objectivo melhorar o respectivo serviço, assim como promover a sensibilização da população para uma melhor utilização do mesmo. Para tal propõem-se as seguintes Acções:

Acção 11 – Fixação dos Contentores de RSU

Objectivos Assegurar que os contentores de RSU não provocam danos a terceiros Promover a durabilidade dos respectivos contentores. Síntese Para a realização dos objectivos é necessário proceder à aquisição dos respectivos dispositivos de fixação e o funcionário do Município proceder à colocação. Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Aquisição dos dispositivos de X X X X fixação Inicio das Obras X X X Fim das Obras X Constrangimentos A quantidade elevada de contentores Financiamento Oportunidades QREN Modelo de gestão A acção será desenvolvida pelo Município, com o apoio das respectivas Freguesias Financiamento A acção é estimada em 75.000 euros. Para financiamento da acção deverá ser apresentada uma candidatura ao QREN Indicadores Número de contentores Número de contentores que provocaram danos a terceiros, nos últimos anos Número de contentores danificados

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Acção 12 – Colocação de Contentores de RSU e ECOPONTOS subterrâneo na Vila

Objectivos Melhorar o aspecto dos respectivos contentores na Vila de Melgaço Permitir o melhor enquadramento do espaço ocupado pelos contentores Síntese Para a realização dos objectivos é necessário proceder à execução de uma empreitada, com o procedimento de concurso público para a colocação dos respectivos contentores Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Abertura do X concurso Inicio das Obras X Fim das Obras X Constrangimentos A quantidade elevada de contentores Financiamento

Oportunidades QREN

Modelo de gestão A acção será desenvolvida pelo Município

Financiamento A acção é estimada em 250.000 euros Para financiamento da acção deverá ser apresentada uma candidatura ao QREN

Indicadores Número de contentores Número de contentores que provocaram danos a terceiros, nos últimos anos Número de contentores danificados

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Acção 13 – Realização de Centro de Compostagem Municipal

Objectivos Encontrar um local onde os Munícipes possam depositar / colocar os resíduos verdes. Contribuir para a diminuição da quantidade de resíduos verdes, recolhidos de forma indiferenciada.

Síntese Para a realização dos objectivos é necessário proceder à elaboração de um estudo de melhor localização do respectivo espaço, proceder no enquadramento do PDM, verificar todas as condições e constrangimentos causados pelo mesmo Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Elaboração do estudo X X Aquisição de terreno X Inicio das Obras X Aquisição de equipamento X Fim das Obras X Constrangimentos PDM Localização do Espaço Sensibilização da Freguesia, onde ficará localizado o Espaço Financiamento Oportunidades QREN Resíduos provocados com as podas municipais Resíduos provocados pelo corte de relvas Modelo de gestão A acção será desenvolvida pelo Município em colaboração com as Freguesias Cooperação com a Valorminho e Escolas. Financiamento A acção é estimada em 250.000 euros Para financiamento da acção deverá ser apresentada uma candidatura ao QREN

Indicadores Deposito de resíduos provenientes dos Jardins Municipais Depósito de resíduos provenientes das podas de árvores

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Acção 14 – Promover uma Campanha de Sensibilização para a correcta Deposição dos Resíduos

Objectivos Sensibilizar a população para a importância da separação dos resíduos: Promover a reciclagem Promover a adesão à recolha de Monstros Promover a eliminação das lixeiras clandestinas

Síntese Elaborar uma campanha de sensibilização dos objectivos acima descritos, com: Organização de Workshop`s Proceder à distribuição do mapa de recolha de monstros, nas facturas da água Promover a distribuição de folhetos com informação sobre a eficiência da divisão dos respectivos resíduos Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Realização de Workshop X X X Distribuição do mapa de X X X X X X recolha de monstros Distribuição de folhetos X X X X X X Constrangimentos Reduzida motivação do público-alvo Fraca adesão às acções de sensibilização

Oportunidades Desencadear uma imagem de “Melgaço-Turístico” Existência de Associações ligadas aos desportos Modelo de gestão As s acções deverão ser dinamizadas pelo Município, Valorminho e todo o grupo de trabalho da Agenda 21. Devendo-se promover a participação do Parceiros, como as Freguesia, Escolas, Associações e todos os interessados. Financiamento A acção é estimada em 50.000 euros Para financiamento da acção deverá ser apresentada uma candidatura ao QREN

Indicadores Número de lixeiras clandestinas Quantidade de resíduos produzidos no Concelho

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3 - GESTÃO FLORESTAL

Ocupação do Solo Os dados foram retirados do Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios, concluído no ano de 2006. Tabela - Ocupação do solo no concelho de Melgaço Ocupação do Solo (ha) Estratificação ha % Agricultura 5.112 21,53 Floresta 3.403 14,34 Incultos 10.460 44,06 Improdutivo 4.640 19,55 Áreas Sociais 124 0,52 Total 23.739 100

Os valores referem que apenas 14% do território se encontra arborizado. Os incultos ocupam mais de 10.000ha, valor que corresponde a uma taxa de ocupação próxima de 44%. A presença dos incultos tem vindo a aumentar de ano para ano, por força do avanço dos incêndios. A sua forte incidência, embora também transversal a todo o território, ocorre com maior significado no seu interior, sobressaindo na zona montanhosa de elevadas altitudes, resultante, entre outros, das suas condições edafoclimáticas, da sua orografia, e da forte presença da actividade silvo-pastoril, esta última associada à ocorrência de incêndios. De referir ainda a taxa elevada de improdutivos, correspondente a zonas de afloramentos rochosos, perfazendo perto de 20% da área do concelho (Figura seguinte).

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Tabela - Ocupação do solo por freguesia no concelho de Melgaço Agrícola Florestal Inculto Improdutivo Social Total FREGUESIAS ha % ha % ha % ha % ha % ha Alvaredo 252,72 1,07 165,77 0,70 13,74 0,06 432,22 Castro Laboreiro 1.427,08 6,02 60,87 0,26 4.201,11 17,71 3.128,26 13,19 8.817,32 Chaviães 170,10 0,72 216,93 0,91 80,57 0,34 467,59 Cousso 196,01 0,83 171,03 0,72 355,38 1,50 722,42 Cristóval 187,94 0,79 126,60 0,53 233,31 0,98 547,84 Cubalhão 157,71 0,66 36,90 0,16 560,07 2,36 400,93 1,69 1.155,61 Fiães 203,74 0,86 210,29 0,89 706,75 2,98 1.120,78 Gave 219,14 0,92 465,70 1,96 1.039,02 4,38 136,44 0,58 1.860,30 Lamas de Mouro 152,28 0,64 32,45 0,14 678,04 2,86 900,00 3,79 1.762,77 Paderne 575,78 2,43 482,34 2,03 223,39 0,94 1.281,51 Parada do Monte 216,46 0,91 172,22 0,73 1.325,15 5,59 59,29 0,25 35,36 0,15 1.808,48 Paços 168,74 0,71 112,80 0,48 85,46 0,36 367,00 Penso 264,09 1,11 379,65 1,60 240,79 1,02 884,53 Prado 161,33 0,68 89,74 0,38 251,07 Remoães 62,57 0,26 38,14 0,16 100,71 Roussas 253,13 1,07 322,09 1,36 353,90 1,49 36,21 0,15 965,34 S. Paio 320,81 1,35 297,54 1,25 359,91 1,52 14,14 0,06 0,00 0,00 992,39 Vila 105,01 0,44 21,13 0,09 53,23 0,22 179,37 Total 5.094,64 21,48 3.402,19 14,34 10.456,58 44,09 4.639,05 19,56 124,80 0,53 23.717,25

À excepção da freguesia da Gave, onde a área florestada é a mais importante, com 466 ha, os restantes povoamentos florestais localizam-se essencialmente nas freguesias mais ribeirinhas. Conforme se pode ver na figura seguinte, as freguesias de Paderne, Penso, Roussas e S. Paio, concentram perto de 50% da área florestal.

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Figura – Carta de ocupação do solo do concelho de Melgaço Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 93

Povoamentos Florestais Tabela: Ocupação dos povoamentos florestais do concelho de Melgaço Estratos Florestais Área (ha) Eucalipto (Eu) 8,64 Folhosas Diversas (Fds) 329,90 Pinheiro bravo (Pb) 953,15 Pinheiro bravo e Eucalipto (PbEu) 727,40 Pinheiro bravo e Folhosas diversas (PbFds) 1.157,93 Pinheiro silvestre (Ps) 9,26 Carvalho sp (Qr) 76,92 Resinosas Diversas (Rd) 49,40 Resinosas diversas e Folhosas Diversas (RdFd) 91,50 Total 3.404,09

Distinguem-se dois grandes tipos de espécies florestais, tendo em conta a sua maior ou menor sensibilidade ao fogo: as folhosas caducifólias das restantes espécies, apresentando as primeiras reconhecidas características de menor combustibilidade e inflamabilidade. Do segundo grande grupo destacam-se o pinheiro bravo, em povoamentos puros ou em consociação com outras espécies (povoamentos mistos), das quais se destaca o eucalipto. Estas duas espécies, isoladas ou associadas representam mais de 80% do coberto arbóreo, traduzindo, entre outros, a tradicional utilização do pinheiro bravo, bem como a sua adaptação às condições desta região e elevada capacidade de regeneração natural. No que respeita ao eucalipto verifica-se que a sua presença, embora significativa, é muito inferior ao valor médio do Entre-Douro e Minho, traduzindo assim uma dinâmica dos espaços muito diferente do sucedido nas regiões contíguas e próximas. A taxa de ocupação de folhosas diversas é resultante, entre outros, da forte presença de folhosas ripícolas (atendendo à existência de vastas manchas de folhosas em áreas húmidas). O valor em causa pode também traduzir o cumulativo de um conjunto de manchas de diferentes espécies, denotando a diversidade arbórea existente nesta região, salvaguardando-se que o indicativo de folhosas diversas representa muitas vezes situações de regeneração que apesar de significativa não se traduz ainda na constituição de “povoamentos”. As áreas representadas pelas folhosas caducifólias em povoamentos puros são pouco significativas, se considerarmos a sua importância na compartimentação do espaço florestal e consequentemente na diminuição do risco de incêndio. Quanto à estrutura dos povoamentos, no caso do pinheiro bravo verifica-se uma forte regressão dos povoamentos puros, em oposição a um aumento dos povoamentos mistos. Esta situação é resultado de uma dinâmica negativa destes espaços, com a respectiva degradação provocada pela ocorrência de incêndios florestais mas também pelo abandono da propriedade e pela falta de gestão.

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Figura – Carta dos povoamentos florestais do concelho de Melgaço

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Servidões Administrativas e Restrições Legais

Áreas Protegidas, Rede Natura e Perímetro Florestal Área Protegida do PNPG O PNPG-Parque Nacional Peneda-Gerês foi criado pelo Decreto-Lei n.º 187/71, de 8 de Maio. É a primeira área protegida do país e a única com estatuto de Parque Nacional. Foi constituído para proteger um património natural e cultural de valor notável. Possui do ponto de vista ecológico, uma área florestal com características particulares, que integram uma fauna e flora muito ricas, com espécies únicas e raras, que devem ser preservadas e protegidas. Em Melgaço, a área do Parque abrange as freguesias de Lamas de Mouro e de Castro de Laboreiro (Figura 10).

A Rede Natura 2000 O Decreto-Lei n.º 384-B/99, de 23 de Setembro vem criar a Zona de Protecção Especial para Aves Selvagens da “Serra do Gerês”, que abrange as freguesias de Lamas de Mouro e Castro Laboreiro (Figura 10). - Zonas Especiais de Conservação (ZEC) – criadas ao abrigo da Directiva Habitats2, com o objectivo expresso de contribuir para assegurar a biodiversidade, através da conservação dos habitats naturais e seminaturais e dos habitats de espécies da flora e da fauna selvagens considerados ameaçados no espaço da União Europeia. Ao abrigo da Resolução do Conselho de Ministros n.º 142/97, de 28 de Agosto, foram criadas dois sítios que abrangem o concelho de Melgaço; as ZEC’s do “Rio Minho” e das “Serras da Peneda-Gerês” (Figura 10).

Perímetros Florestais De acordo com Germano, este concelho está inserido no Perímetro Florestal do Soajo e Peneda, (Decreto n.º 14/10/1944 - DG n.º 240, II série, de 14/10) que submete ao regime florestal parcial os terrenos baldios situados nas freguesias de Castro Laboreiro, Lamas de Mouro, Cristoval, Roussas, São Paio, Cubalhão, Fiães, Paderne, Penso, Cousso, Gave, Parada do Monte e Paços. O Decreto n.º 22/8/1959 (DG n.º 196, II série, de 22/8) submete ao regime florestal parcial os terrenos baldios situados nas freguesias de Chaviães. O Decreto n.º 26/8/1961 (DG n.º 200, II série, de 26/8) submete ao regime florestal parcial os terrenos baldios conhecidos como Monte do Prado, situados nas freguesias de Prado, Vila e Remoães. Em 1971, parte deste perímetro florestal, nomeadamente as freguesias de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro, passaram a integrar o PNPG.

Instrumentos de Gestão Florestal Plano Regional Florestal do Alto Minho (PROF do Alto-Minho) O Plano Regional Florestal do Alto Minho divide o Concelho de Melgaço em duas sub-regiões homogéneas, denominadas por Vez e PNPG, conforme Figura seguinte. Passamos a caracterizar cada uma dela tendo em conta os seus pontos fortes e ameaças, bem como as funcionalidades a que ficam sujeitas:

REGIÃO SUB-HOMOGÉNEA DO VEZ PONTOS FORTES: Aptidão do solo/disponibilidade: Elevada percentagem de área agrícola com baixa aptidão para a agricultura e de incultos com aptidão florestal, possibilitam a implementação de novas áreas florestais;

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Especialização agrária: A existência de efectivos caprinos da raça bravia e serrana (DOP), ovinos da raça bordalesa (DOP), bovinos da raça cachena (DOP) e equídeos constitui um desafio para a compatibilização e complementaridade da actividade florestal e silvopastoril; Propriedade e organização florestal: Presença em número e área de Perímetros Florestais; Regeneração natural: presença de regeneração natural de folhosas autóctones, principalmente de carvalho, que constituem importantes manchas. Recreio: a presença de zonas de caça associativa e municipal, bem como as condições para a implementação de infra- estruturas de apoio à pesca e recreio muito podem contribuir para o usufruto do espaço florestal por amplas camadas de população. Conservação: Presença do Sítio Natura 2000 Rio Lima.

LIMITAÇÕES/AMEAÇAS: Orografia/solos: Orografia acidentada e declives elevados facilitam a erosão do solo, já de si esquelético e com elevada pedregosidade e afloramentos rochosos; Perímetros florestais: Subaproveitados por estarem desprovidos de vegetação, facilitando os processos erosivos; Risco de erosão: consequência do ponto anterior, mas também devido às actividades desenvolvidas, ocorrência de incêndios e queimadas (para a regeneração de pastagens), igualmente potenciada pela pluviosidade; Conflitos de actividades: conflitos devido à não integração e harmonização das várias actividades e usos deste território. Ordenamento silvopastoril: A falta de ordenamento ao nível de locais compartimentados para sua condução e apascentação traduz-se em conflitos e em pressão sobre a floresta, principalmente devido à recente expansão de efectivos equídeos. Fogos florestais: ocorrências de incêndios provocam áreas ardidas muito preocupantes. Com a crescente área ardida (geralmente resultantes de pastoreio intenso e fogos sistemáticos) potencia-se a degradação ambiental, os processos erosivos, a perda de produtividade e a degradação da qualidade da água.

Foram definidas nas bases de ordenamento as seguintes funcionalidades: 1ª: Protecção 2ª: Silvopastorícia, caça e pesca nas águas interiores 3ª: Produção

REGIÃO SUB-HOMOGÉNEA DO PARQUE NACIONAL DA PENEDA-GERÊS PONTOS FORTES: Áreas protegidas: A presença das áreas de conservação, do Parque Nacional da Peneda – Gerês, permite a protecção de diferentes espécies de fauna e flora, proporcionando uma valorização crescente dos bosques de Quercus robur e Quercus pyrenaica ; Especialização agrária: A existência de armentios caprinos da raça bravia e serrana (DOP) e bovinos da raça cachena (DOP) constituem um desafio para a compatibilização e complementaridade da actividade florestal e silvopastoril; Tradição cultural: Práticas agrícolas tradicionais conferem uma distribuição em mosaico da paisagem, onde persistem expressos valores etnográficos e culturais próprios; Recreio, caça e pesca: verifica-se a presença de áreas reservadas às práticas de caça e recreio, que muito podem contribuir para o usufruto do espaço florestal por amplas camadas de população. Aproveitamentos hidráulicos: presença de aproveitamentos hidráulicos (nomeadamente a barragem do Alto Lima), proporcionando medidas de protecção das áreas envolventes.

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 97

Aptidão do solo/disponibilidade: Elevada percentagem de incultos com aptidão florestal, possibilitam a implementação de novas áreas florestais; Propriedade e organização florestal: Presença em número e área de Perímetros Florestais.

LIMITAÇÕES/AMEAÇAS: Orografia/solos: Orografia acidentada das elevações, principalmente das serras da Peneda, Soajo e Amarela, facilitam a erosão do solo, já de si esquelético e com elevada pedregosidade e afloramentos rochosos; Perímetros florestais: Subaproveitados por estarem desprovidos de vegetação, facilitando os processos erosivos; Fogos florestais: ocorrências de incêndios provocam áreas ardidas muito preocupantes. Com a crescente área ardida (geralmente resultantes de pastoreio intenso e fogos sistemáticos) potencia-se a degradação ambiental, os processos erosivos, a perda de produtividade e a degradação da qualidade da água. Infra-estruturas de prevenção e combate: Acessibilidades internas em mau estado de conservação e com dimensão reduzida para uma eficiente contribuição como elemento de compartimentação, descontinuidade e acesso para fins de recreio; Cadastro e propriedade: Desconhecimento dos limites da propriedade de baldios e áreas privadas provocam situações litigiosas e dificultam a elaboração de candidaturas a investimentos. Ordenamento silvopastoril: A falta de ordenamento ao nível de locais compartimentados para sua condução e apascentação traduz-se em conflitos e em pressão sobre a floresta, principalmente devido aos efectivos caprinos e à recente expansão de equídeos. Densidade populacional: a baixa e idosa densidade populacional nesta sub-região, leva ao abandono e absentismo pela propriedade florestal.

Foram definidas nas bases de ordenamento as seguintes funcionalidades: 1ª: Conservação 2ª: Silvopastorícia, caça e pesca nas águas interiores 3ª: Protecção

Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda e Gerês O Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda e Gerês, ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 134/95, tem como objectivo fundamental uma gestão adequada à salvaguarda dos recursos naturais, visando a promoção do desenvolvimento sustentado da região e da qualidade de vida das populações. O documento prevê a definição de Zonas de Intervenção Específicas Qualificadas, que caracterizam uma especial vulnerabilidade biogeofísica do território e visam a prevenção de riscos, nomeadamente de incêndio e ou erosão (RCM n.º 134, 8 de Setembro de 1995). Não temos conhecimento da existência deste instrumento de gestão.

Plano Director Municipal de Melgaço A nível municipal, o Plano Director Municipal de Melgaço, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 3/94 (DR Iª Série B, n.º 13 de 17 de Janeiro de 1994), encontra-se actualmente em revisão.

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 98

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 99

Figura 10 – Carta das áreas de protegidas, de rede natura 2000 e regime florestal do concelho de Melgaço

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 100

Zonas de Recreio Florestal, Caça E Pesca

A Figura 11 reúne as zonas de recreio que foi possível levantar até ao momento, pelo que esse trabalho terá de ser posteriormente completado. As zonas de caça existentes perfazem quase todo o território do concelho de Melgaço (Figura 11).

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 101

Figura – Carta das zonas de caça e recreio, e outros usos do concelho de Melgaço Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 102

Análise do histórico e da causalidade dos incêndios florestais Área ardida e ocorrências

Distribuição anual Os dados analisados referem-se ao período de tempo compreendido entre 1990 e 2005. Para o ano de 2006 apenas se dispõe dos levantamentos efectuados no terreno, pelo que insuficiente para se poder analisar todos os parâmetros. Da Figura 12, retira-se que os anos de 2005 e 2006 foram os mais devastadores em termos de área ardida. A leitura do Gráfico 9, excluindo já 2006, evidencia ter sido de 2005, o ano em que se registou maior área ardida, com 1439 ha. Os anos de 1996 e 1997 apresentam registos também elevados, com 722 ha e 594 ha respectivamente. As maiores ocorrências registaram-se no ano de 1997 e 2005, com 117 e 111 ocorrências, respectivamente. O ano de 1996 não apresenta um nº de ocorrências anormalmente elevado tendo em conta a área ardida, significativamente elevada. Constata-se que os maiores registos de área ardida sucedem após períodos mais ou menos longos (2 a 3 anos) de menor área. Tal facto pode estar relacionado com a acumulação de combustível tornando os incêndios mais difíceis de combater.

Figura – Carta das áreas ardidas do concelho de Melgaço

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 104

Distribuição Anual da Área Ardida e N.º de Ocorrências (1980-2005)

1600 140

1400 120

1200 100

1000 80

800

60 N.ºOcorrências Área Ardida Área (ha) 600

40 400

20 200

0 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Área Ardida 722,371 594,09 220,44 101,8 467,93 414,6041 181,121 130,94 202,545 1439,1985 Ocorrências 73 117 42 80 81 78 82 55 69 111

Gráfico - Distribuição Anual da Área Ardida e N.º de Ocorrências (1980-2005)

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Distribuição anual por freguesia As freguesias que apresentam área ardida mais elevada são Penso, Paços, Cubalhão e Cousso, com médias superiores a 50ha/ano. No ano de 2005, as freguesias mais afectadas foram de igual forma Penso, Paços e Cubalhão, com registos de área ardida 3 vezes superiores aos seus valores médios. As ocorrências mais elevadas situam-se à volta de 10 ocorrências/ano em média, sendo as freguesias de Roussas, Cristoval, Cousso e Paderne as que apresentam os registos mais altos. Á excepção de Cousso, correspondem a freguesias que se encontra na interface zona agrícola/zona florestal e apresentam simultaneamente uma densidade populacional mais elevada. Em 2005, o n.º de ocorrências foi igualmente superior à média, registando-se os maiores valores em Cousso e Paderne, com 19 e 15 ocorrências respectivamente (Gráfico 9).

Distribuição anual por kilometro quadrado As freguesias que apresentam maior área ardida por km2 são Penso, Paços, Cubalhão, Cousso, Fiães e Castro de Laboreiro com valores superiores a 10 ha por km2. São freguesias com características marcadamente serranas, onde as condições orográficas são as mais críticas. O ano de 2005 segue a mesma tendência, no entanto com valores de incidência significativamente superiores. O maior n.º de ocorrências por km2, regista-se nas freguesias de Roussas, Cristóval, Paderne e Alvaredo, todas com valores superiores a 2 ocorrências por km2 (Gráfico 10). Correspondem às freguesias mais ribeirinhas, que conjugam o facto de se localizarem na interface agrícola/florestal e possuírem maiores densidades populacionais.

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Distribuição da Área Ardida e N.º de Ocorrências em 2005 e Média no Quinquénio 2000-2004 por Freguesia

450 20

400 18

16 350

14 300

12 250

10

200 8 ÁreaArdida (ha) N.º Ocorrências N.º 150 6

100 4

50 2

0 0 Castro Lamas Parada Alvaredo Chaviães Cousso Cristoval Cubalhão Fiães Gave Paços Paderne Penso Prado Roussas S. Paio Vila Laboreiro de Mouro do Monte Área Ardida 2005 20,054 47,075 1,001 87,526 93,696 291,504 13,004 0 3,515 300,011 70,543 4,5 416,108 0 90,5595 0,041 0,061 Média 2000-2004 8,4933 44,861 4,3002 57,7712 28,2744 59,509 46,55102 20,6 8,037 74,01 33,8567 1,204 84,2416 1,034 26,3963 6,8088 0,2642 N.º Ocorrências 2005 1211 2 19 7 7 6 0 3 3 15 3 8 0 11 2 2 Média 2000-2004 6,20 8,00 4,00 8,60 9,60 2,60 8,00 2,00 5,00 4,40 9,20 4,50 6,40 1,20 10,00 7,00 1,20

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Gráfico - Distribuição da Área Ardida e N.º de Ocorrências em 2005 e Média no Quinquénio 2000-2004 por Freguesia

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Área Ardida e Nº de Ocorrências em 2005 e Médias no Quinquénio 2000-2004 por km2

120,00 5,00

4,50

100,00 4,00

3,50 80,00

3,00

60,00 2,50

2,00 N.º N.º Ocorrências Área Ardida (ha) Ardida Área 40,00 1,50

1,00 20,00

0,50

0,00 0,00 Castro Lama Parad Alvare Chavi Couss Cristo Cubal Parde Rouss S. Labor Fiães Gave s de Paços a do Penso Prado Vila do ães o val hão ne as Paio eiro Mouro Monte Área Ardida em 2005/km^2 4,60 10,80 0,23 20,08 21,50 66,88 2,98 0,00 0,81 68,83 16,18 1,03 95,47 0,00 20,78 0,01 0,01 Média no quinquénio 2000-2004/km^2 1,95 10,29 0,99 13,25 6,49 13,65 10,68 4,73 1,84 16,98 7,77 0,28 19,33 0,24 6,06 1,56 0,06 N.º Ocorrências em 2005/km^2 2,75 2,52 0,46 4,36 1,61 1,61 1,38 0,00 0,69 0,69 3,44 0,69 1,84 0,00 2,52 0,46 0,46 Média no quinquénio 2000-2004/km^2 1,42 1,84 0,92 1,97 2,20 0,60 1,84 0,46 1,15 1,01 2,11 1,03 1,47 0,28 2,29 1,61 0,28

Gráfico 10: Área Ardida e Nº de Ocorrências em 2005 e Médias no Quinquénio 2000-2004 por km 2

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Grandes Incêndios (Área > 100ha)

Distribuição anual A distribuição anual dos grandes incêndios corresponde à distribuição anual de área ardida. Nada de surpreendente tendo em conta que são os incêndios de maior extensão responsáveis por 75% do total da área ardida. O que se observa, corroborando o que foi já explicado na análise da distribuição anual da área ardida, é que parece existirem ciclos de maior área ardida (2 anos, em média) entrecortados por ciclos de menor área ardida (mais evidente na análise deste gráfico). No entanto o período de análise é demasiado restrito para se poder concluir de forma peremptória.

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Figura – Carta das áreas ardidas dos grandes incêndios (>100 ha) do concelho de Melgaço [DGRF]

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Distribuição Anual da área Ardida e N.º Ocorrências dos Grandes Incêndios 1996-2005

1000 3,5

900 3 800

2,5 700

600 2

500

1,5 400 Área Ardida (ha) Área N.º de Ocorrências

300 1

200 0,5 100

0 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Área Ardida 608 413 0 0 262,5 154 0 0 0 881,5 N.º Ocorrências 2 3 0 0 2 1 0 0 0 3

Gráfico 17: Distribuição Anual da área Ardida e N.º Ocorrências dos Grandes Incêndios 1996-2005

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Pontos de início e causas Da leitura da Figura 14, conclui-se que existem um n.º significativamente elevado em que as causas não foram determinadas, o que condiciona fortemente a análise deste parâmetro e a sua correlação com os parâmetros analisado anteriormente. As causas acidentais ou ligadas ao uso do fogo surgem de forma pouco clara, se quisermos estabelecer um padrão de negligência. De realçar contudo, a forte incidência dos reacendimentos, o que nos deverá estar na definição de novas estratégias de combate e vigilância.

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Figura – Carta dos pontos de início e causas dos incêndios do concelho de Melgaço (2001-2006)

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Acções propostas

As medidas propostas deverão ser vistas como linhas orientadoras e não como directrizes rígidas e inflexíveis. Embora sejam baseadas num diagnóstico, tanto quanto possível, fiel à realidade, ele resulta da leitura da situação actual. A implementação prática das acções terá, necessariamente, de ter em conta a evolução real das situações para que se possam fazer os ajustamentos necessários às medidas propostas.

Acção 1 – Criar e manter rede de faixas de gestão de combustível Objectivos Reduzir o Risco de Incêndio; Proteger as zonas de interface urbano/floresta; Implementar programa de redução de combustíveis que permita coordenar as acções dos privados junto aos aglomerados populacionais Síntese A gestão de combustíveis é realizada através de faixas e de parcelas, em locais estratégicos onde se procede à remoção total ou parcial da biomassa. Estas faixas, consoante a sua função, constituem redes primárias, secundárias e terciárias Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Implementação da 38% 53% 76% 100% rede secundária Manutenção da rede 38% 53% 66% 100% secundária Implementação das 10% 30% 50% 70% 90% 100% Faixas de 50m junto às habitações Manutenção das 10% 30% 50% 70% 90% faixas de 50m junto às habitações Constrangimentos Propriedade privada fragmentada e de vários privados População envelhecida e grande parte residente no estrangeiro Custos elevados Oportunidades - O Dec-Lei N.º 124/06 enquadra legalmente a implementação das redes de faixas de gestão assim como as envolventes às habitações - A rede de faixas de gestão de combustível foi implementada pela CMDFCI e encontra-se definida no PMDFCI (Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios) Modelo de gestão A execução da Rede Secundária é da responsabilidade de várias entidades: Estradas de Portugal, Câmara Municipal, EDP, DGRF, ICN pelo que O Gabinete Técnico Florestal fica responsável pela sua dinamização. O GTF fica responsável pela implementação de um programa de redução de combustíveis que permitirá coordenar as acções dos privados junto aos aglomerados populacionais Financiamento PDR (Plano de Desenvolvimento Rural) meios próprios da autarquia Indicadores Taxa de execução ou área executada (ha)

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Acção 2 – Criar e manter redes de infraestruturas (rede viária Florestal) Objectivos Melhorar a eficácia e eficiência do ataque e da gestão dos incêndios Sinalizar a rede viária para meios terrestres Síntese A rede viária florestal, devido ao abandono generalizado das suas áreas e em parte à orografia bastante acentuada do território, encontra-se na sua maioria em mau estado de conservação. Noutras áreas, a rede é deficitária ou mesmo inexistente. 45% da rede viária do concelho apresenta valores inferiores a 30m/ha, valor tido como referência. As propostas de construção de novos acessos a determinadas manchas florestais, coincidem com as áreas cuja densidade é inferior a 30m/há. Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Construção da rede 9% 41% 64% 85% 100% viária Manutenção da rede 35% 40% 89% 100% viária Sinalização Constrangimentos Financeiros e regime de propriedade Oportunidades Possibilidade de alargamento da rede viária a partir dos acessos beneficiados para os parques eólicos Modelo de gestão Autarquia e DGRF Financiamento QREN Indicadores Taxa de execução

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Acção 3- Criar e manter redes de infraestruturas( rede de pontos de água) Objectivos Melhorar a rede dos pontos de água de forma a cobrir as necessidades do concelho Sinalizar os pontos de água com as respectivas coordenadas

Síntese A DGRF, nos seus vários estudos, refere que a capacidade de armazenamento numa mancha florestal de 1000 há, deverá ser superior a 600m3. Aconselha valores da ordem dos 30m3 de armazenamento por depósito,o que equivale a uma densidade de 20 depósitos por 1000 ha . Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Construção de 25% 25% 50% 100% pontos de água Manutenção da 25% 52% 100% rede de pontos de água Sinalização

Constrangimentos Financeiros Oportunidades Dec-Lei 124/06 , Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios Modelo de gestão Autarquia Financiamento QREN, Programa de Desenvolvimento Rural e meios próprios da autarquia Indicadores Taxa de execução

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Acção 4- Campanha de sensibilização Objectivos Educar e sensibilizar as populações com vista à alteração dos comportamentos relativos ao uso do fogo Sensibilizar as populações para a protecção e conservação da floresta Síntese Pretende-se desenvolver programas de sensibilização, com vista a dar a conhecer às populações em geral, os vários comportamentos de risco associados ao uso do fogo, nomeadamente relacionados com determinadas práticas agrícolas e provenientes de actos de negligência ou descuido. As acções decorrerão preferencialmente na época que antecede os períodos mais críticos . Pretende-se, também, organizar jornadas sobre a gestão florestal sustentável, assim como envolver as escolas em projectos de defesa da floresta.

Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Acções de x x x x x x sensibilização Jornadas temáticas x x x Educação Ambiental x x x x x x

Constrangimentos Oportunidades QREN Modelo de gestão Associações de Produtores Florestais, Escolas, GTF,DGRF Financiamento Autarquia Indicadores Número de acções

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Acção 5- Rede Fixa de Postos de Vigia Objectivos Aumentar/melhorar o dispositivo de cobertura de visibilidade Diminuir risco de incêndio Síntese Todo o concelho de Melgaço apresenta grandes deficiências em termos de cobertura de visibilidade a partir da Rede Fixa de Postos de Vigia, sendo que 44% do concelho se encontra totalmente oculto e 37% visível apenas por um posto de vigia. Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Estudo que visa X optimizar a localização de postos de vigia e/ou estudar formas alternativas à vigilância Construção de X X novo(s) posto(s) de vigia e/ou outras formas de vigilância Constrangimentos Custos Elevados Oportunidades - PMDFCI que permitiu detectar as falhas existentes na Rede Fixa de vigilância - Rede de infra-estruturas associadas às torres eólicas que pela sua implementação permitem aceder a potenciais pontos de visibilidade Modelo de gestão O GTF será o dinamizador do estudo e projecto de implantação Financiamento Indicadores Percentagem de área coberta

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Acção 6– Aumentar as áreas com gestão conjunta Objectivos Promover a criação de ZIF’s e ou Grupos de Baldios Promover uma gestão sustentável activa, integrada e permanente dos espaços florestais Reduzir eficazmente as condições de ignição e de propagação de incêndios Coordenar de forma planeada e profissional a protecção dos espaços florestais Fomentar a recuperação dos espaços florestais afectados por incêndios Síntese As Zonas de Intervenção Florestal e os Grupos de Baldios são um importante instrumento para a implementação de uma gestão profissional dos espaços florestais nas áreas com uma estrutura de propriedade fragmentada . A criação de ZIF´s encontra-se fortemente condicionada pelo facto de actualmente os baldios não poderem integrar a ZIF, pelo que pelo que deve haver uma sensibilização das entidades responsáveis no sentido da legislação ser alterada, de modo a que se adapte à nossa realidade. A manter –se essa restrição os privados ficam impossibilitados de aderir a um modelo de gestão conjunta, tendo em conta a (micro) estrutura fundiária da propriedade privada e os condicionalismos existentes ao seu financiamento. Plano de 2008 2009 2010 2011 2012 2013 trabalhos Alteração das X orientações actuais Constituição de X X X ZIF Constituição de X X Grupos de Baldios Constrangimentos Orientações da DGRF que estabelecem a não integração dos baldios em ZIF (Micro) Propriedade Florestal privada Ocupação significativa dos baldios que condicionam fortemente a gestão conjunta dos privados Mecanismos financeiros desadequados à realidade do Vale do Minho Oportunidades Quadro de apoio financeiro (Fundo Florestal Permanente-FFP) à constituição de ZIF e Grupos de Baldios Elevada ocupação dos baldios, permitindo a criação de Grupos de Baldios Modelo de gestão As acções deverão ser promovidas pelas Organizações de Produtores Florestais (OPF’s), cabendo a dinamização e acompanhamento do processo ao GTF Financiamento FFP Indicadores Área abrangida por modelos de gestão conjunta (ZIF e Grupos de Baldios)

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Acção 7- Salvaguarda e valorização da paisagem, das áreas classificadas Objectivos Valorizar o património ambiental (habitats, fauna e flora) com a implementação de acções de defesa e preservação Requalificar os espaços ribeirinhos ao nível de espaços públicos de qualidade com zonas de recreio e lazer, mantendo a integridade biofísica do espaço. Criar um centro interpretativo associado à rede hidrográfica. Síntese A pouca articulação dos núcleos urbanos com as zonas ribeirinhas e o consequente abandono a que estão votadas provoca a degradação da paisagem e a perda de valor ecológico . Com a criação do centro interpretativo pretende-se desenvolver acções junto das escolas no sentido de adoptarem troços do rio para estudo e acções de preservação. Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Acções de Limpeza x x x x x x

Requalificação de x x x trilhos Construção de x x x infraestruturas de lazer Classificação da x x flora e fauna Sinalética x x x

Constrangimentos Oportunidades Intervenção no Monte de Prado; requalificação do Rio do Porto; Programa de acção para o Rio Minho Modelo de gestão ICN, Autarquia Financiamento QREN Indicadores Prazos estipulados

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4 - MOBILIDADE

A Mobilidade foi uma das questões abordadas nas supracitadas acções participativas, a nível de estacionamento, sinalização rodoviária, limpeza e manutenção das vias, falta de transportes públicos, etc., sendo referida e identificada como prioridade nas seguintes freguesias:

Freguesias Problemas Identificados como prioridade Alvaredo Falta de sinalização rodoviária e identificativa nas freguesias Rede viária deficitária/mínimo de alargamento 6m Prado e Remoães Falta de rotunda ou semáforos no cruzamento do Centro de Estágios, lugar de Sto Amaro Chaviães Falta de acesso à variante Parada do Monte Falta e má pavimentação nos caminhos Paderne Acessos condicionados Gave Falta de acessos às propriedades Castro Laboreiro Falta de acesso às propriedades e habitações Falta de limpeza de valetas e caminhos Lamas de Mouro Falta de limpeza de valetas e caminhos Cubalhão Maus acessos a caminhos agrícolas Falta de limpeza dos caminhos Alargamento e pavimentação de caminhos Fiães Falta de transportes públicos para a Vila Roussas Falta de acessibilidades

A mobilidade é hoje considerada como um dos novos direitos da cidadania. Para que este direito seja garantido a todos é necessário equilibrar a utilização e o desempenho dos vários modos de transporte. A Lei nº 159/99 de 14/09 atribui aos municípios competências a nível de planeamento, gestão e realização de investimentos em rede viária de âmbito municipal, rede de transportes regulares urbanos, rede de transportes regulares locais que se desenvolvam exclusivamente na área do município, estruturas de apoio aos transportes rodoviários, entre outros. Nos últimos anos tem-se verificado no concelho um progresso nas acessibilidades, quer a nível de novas construções, quer a nível de melhoramento das existentes. Com a construção do Centro Coordenador de Transportes é criada uma infra-estrutura que facilita a gestão do tráfego de autocarros, bem como identifica os locais de partida e chegada para os utentes. A temática “Mobilidade” foi uma das áreas mais referenciadas em todo o processo de participação pública, com especial evidência nas reuniões participativas que ocorreram durante o mês de Junho/07 em 17 freguesias do concelho. Os munícipes apontaram como prioridades dentro desta área dois temas: acessibilidades e transportes públicos. No que se refere a acessibilidades foram apontados problemas não só a nível da limpeza de bermas e valetas, como também de alargamento, sinalização e pavimentação de caminhos. No que respeita a transportes públicos é clara a dificuldade sentida, em especial pela população mais idosa, sempre que sentem necessidade de se deslocar à sede do concelho. Os transportes públicos foram referenciados não só a nível das ligações entre as freguesias e a sede do concelho como também com a ligação deste com os restantes concelhos. Ao eleger as acessibilidades e a mobilidade como tema deste diagnóstico procura-se englobar os aspectos mais significativos das condições de mobilidade da população, designadamente as que dizem respeito às infra-estruturas e ao sistema de transportes públicos. Pretende-se facultar um pormenorizado conhecimento do concelho de modo a incentivar um maior número de iniciativas que facilitem a mobilidade interna e externa deste.

Caracterização de Infra-estruturas Rede Viária

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Melgaço apresenta uma rede viária extensa mas pouco densa devido ao carácter montanhoso de grande parte do seu território. O seguinte mapa ilustra a rede viária existente no concelho. Encontrando-se em fase final de estudo, este mapa propõe a alteração da designação das diversas vias, bem como da respectiva numeração, estimando-se que a sua aprovação ocorra durante o presente ano.

Estrada Nacional Estrada Nacional em via de desclassificação para Estrada Municipal Principal Estrada Municipal Principal Estrada Municipal Secundária Caminho Municipal Outros

A rede viária nacional compreende um canal principal que se desenvolve paralelamente ao rio Minho ao longo da sua margem esquerda, ligando Monção a Melgaço. A construção desta via modificou radicalmente a situação de encravamento e periferização de Melgaço, pois ficou garantida a funcionalidade do eixo Melgaço/Viana/Litoral e a inserção com o eixo rápido do IP1 que estrutura a mancha do desenvolvimento económico do NW nacional e a interliga com o sector mais dinâmico da Galiza.

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A construção da Ponte Internacional Peso/Arbo veio alargar esta rede, permitindo o atravessamento do Rio Minho, constituindo a ligação transfronteiriça mais importante do concelho e permitindo o acesso por um lado à auto- estrada espanhaola de ligação Galiza-Madrid, bem como à rede ferroviária espanhola com ligação à linha internacional Porto/Vigo. Este novo contexto favoreceu duplamente o concelho pois: a) melhorou a acessibilidade dos seus residentes aos principais centros urbanos do N.W. peninsular e à faixa litoral. -92 Km de Viana do Castelo -92 Km de Braga -150 Km do Porto -53 Km de Vigo -79 Km de Pontevedra -134 Km de -222 Km da Coruña -68 Km de Ourense

O estatuto de periferia fica modificado pela possibilidade de um melhor usufruto das vantagens que a grande cidade oferece ou pelas possibilidades de emprego em áreas próximas (em termos de distância tempo). b) abriu um percurso fácil e interessante para os fluxos de movimento turístico. As estradas municipais têm a função de distribuição entre as vias de hierarquia superior e os diversos tipos de pólos de geração e atracção de tráfego. Os caminhos municipais são vias que fazem a ligação dos aglomerados urbanos entre si e que permitem o acesso às vias de hierarquia superior. As estradas municipais têm um papel importante na estruturação da rede viária concelhia, constituída por uma rede bastante densa na zona ribeirinha e por uma rede “em árvore” na zona da montanha e que asseguram as ligações dos diferentes lugares e freguesias entre si e à rede principal. Embora as principais questões de acessibilidade e fechamento da rede estejam já ultrapassadas, existe ainda a necessidade de realizar algumas obras a nível da rectificação e pavimentação das vias municipais. O crescimento urbano mais recente localiza-se, em regra, ao longo das principais vias de comunicação quer sejam nacionais ou municipais. Nos últimos anos houve um esforço acrescido e um grande investimento nas infra-estruturas rodoviárias concelhias. O concelho registou uma franca melhoria nas acessibilidades viárias quer a nível dos grandes eixos nacionais e das permeabilizações transfronteiriças, quer a nível das acessibilidades internas. Para o presente ano o Município prevê a melhoria da rede viária municipal no que respeita às repavimentações, aplicação de guardas de segurança nas zonas mais criticas, especialmente na área montanhosa, sinalização vertical em todos os entroncamentos e cruzamentos com as estradas nacionais e municipais e ainda sinalização horizontal nas repavimentações a efectuar.

A nível de sinalização de informação existe o projecto “Sinalização e Interpretação dos Recursos Turísticos do Vale do Minho” que está a cargo da Comunidade Intermunicipal do Vale do Minho e incide em áreas prioritárias, como os centros históricos e a valorização do património edificado e nasce da necessidade de uniformizar e organizar toda a sinalética turística. Este projecto contempla as seguintes acções: - Sistema auto-guia; - Painéis interpretativos e

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- Placas direccionais. Finalmente, importa referir que não existe nenhum levantamento sobre os pontos negros e estrangulamentos na rede viária municipal. A importância deste tipo de levantamento, prende-se com identificação dos locais com qualquer tipo de dificuldade de circulação e que sejam potenciais locais de acidentes ou locais onde não é possível transitar uma ambulância, um autotanque ou outro carro de grande porte.

Centro Coordenador de Transportes O projecto de construção do Centro Coordenador de transportes inseriu-se no processo de recuperação e revitalização da área envolvente do rio do Porto na Vila de Melgaço. A escolha da sua localização teve em conta o fácil acesso rodoviário, bem como a sua centralidade relativamente ao Centro Histórico e à Zona da Escola Secundária. Com este equipamento, a funcionar desde Maio de 2007, o Município de Melgaço pretendeu colmatar o problema que o concelho e principalmente a sua sede tinham na gestão do tráfego dos autocarros que aí prestam serviço, bem como o problema que os utentes tinham na identificação do lugar próprio para as partidas e chegadas. O Centro tem 5 cais destinados a embarque, um parque de estacionamento com capacidade para 11 autocarros e um edifício de apoio, diferenciando assim os espaços de embarque e de espera dos utentes. O edifício de apoio, tem no piso térreo, cinco balcões de operadores, dois espaços comerciais, bar e instalações sanitárias, sendo o piso superior destinado a serviços administrativos.

Os espaços do Centro Coordenador de Transportes estão atribuídos da seguinte forma às seguintes empresas: - cais Cais 1 – Auto Viação Melgaço Cais 2 – Auto Viação Minho Cais 3 – Internorte Cais 4 – Regime de Toque (cais rotativo) Cais 5 – Regime de Toque (cais rotativo)

- bilheteiras Bilheteira A – Anpian Bilheteira B – Transcolvia Bilheteira C – Auto Viação Melgaço Bilheteira D – Auto Viação Minho Bilheteira E – Internorte

- estacionamento (parque) Estacionamento nº 5 –Anpian Estacionamentos O estacionamento é uma componente muito importante do sistema de transportes, na medida em que as suas características têm potencialmente um impacto significativo a vários níveis, nomeadamente na qualidade de vida urbana. Uma política de estacionamento coerente deverá ser sempre uma componente fundamental de qualquer Plano de Mobilidade urbana, auxiliando na implementação das opções definidas, para o que deverá ter não apenas associada a definição dos níveis e localização adequados da oferta a providenciar em cada zona, mas também as respectivas condições de acesso, utilização e interligação com os outros elementos do sistema de transportes.

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Não existe um levantamento sobre os lugares definidos para estacionamento nas zonas urbanas, no entanto reconhece-se a existência de sensibilidade por parte do Município no aumento da capacidade de estacionamento, aquando a execução de novos projectos que contemplam a construção destes espaços, tais como: a) em projectos recentemente concluídos - Centro de Estágios; - Avenida 25 de Abril; - Revitalização das Margens do Regato Rio do Porto - Arranjo Urbanístico da Vila de Castro Laboreiro - Arranjo do Largo do Peso - Paderne - Requalificação da Zona de Lazer das Lages – Paderne b) em projectos a implementar a curto/médio prazo - Projecto da nova feira e parque de exposições, que estará concluído no primeiro trimestre deste ano e contará com 261 espaços de estacionamento. - Reformulação da Rua Dr. António Durães. - Arruamentos previstos no plano de pormenor das Carvalhiças e Zona da Escola Secundária. Importa finalmente referir que o município apesar de ter vindo a conceder aos principais aglomerados urbanos do concelho melhores condições de estacionamento, iniciou por outro lado um politica de desanuviamento de tráfego rodoviário dentro do centro histórico da vila de Melgaço, à semelhança do que se vem fazendo em várias localidades do país, procurando privilegiar o tráfego pedonal nestas zonas, valorizando desta forma o património construído e consequentemente a sua vivência humana.

Barreiras Arquitectónicas A mobilidade é uma condição de igualdade de oportunidades dos cidadãos e de acessibilidade aos serviços de natureza social e colectivos mínimos (saúde, educação, justiça, etc.). A inexistência de condições de acessibilidade para todos, independentemente das suas características individuais e do carácter permanente ou temporário das respectivas dificuldades, representa necessariamente um factor de frustração e uma barreira à realização pessoal, que têm ainda associados custos humanos, familiares e sociais inaceitáveis, por serem na maioria das vezes facilmente ultrapassáveis. O cumprimento do objectivo da acessibilidade universal, só é possível a partir de um espaço urbano concebido para todos, a partir da autonomia mínima e incapacidade máxima. Esta matéria tem sido objecto de crescente atenção e mesmo de acção por parte do município em todos os edifícios públicos que recentemente tem edificado. No entanto não é possível analisar o estado do concelho neste aspecto uma vez que não existe qualquer estudo/levantamento sobre as barreiras arquitectónicas presentes no núcleo urbano. Importa referir no entanto, que o Município criou no passado ano uma equipa de trabalho especifica com atribuições de manutenção e reparação de espaços públicos o que vem permitindo intervir com maior frequência nos locais onde se registam barreiras arquitectónica quer por má concepção das soluções construtivas quer por degradação de pavimentos existentes.

Vias Pedonais A existência de vias essencialmente pedonais, que melhorem a acessibilidade do peão permitindo a ligação entre os vários espaços através dos arruamentos, torna-se cada vez mais um aspecto considerado de grande importância. Na Vila de Melgaço não existem vias unicamente pedonais, existindo apenas vias com trânsito condicionado, tais como: - Toda a zona histórica;

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- Rua Dr. Afonso Costa e - Rua Velha. O Município está a levar a efeito a obra de revitalização do Rio do Porto – 2ª fase, que consiste na requalificação urbanística da zona ribeirinha do regato do Rio do Porto afluente do rio Minho, que atravessa a vila de Melgaço de nascente a poente e prevê a criação de um parque urbano em forma de corredor verde ao longo do curso da água, entre outras infra-estruturas, que irá permitir a ligação pedonal entre zonas urbanas permitindo uma articulação entre o “facies” natural e o tecido edificado, garantindo por um lado a sustentabilidade ecológica, a existência de um ambiente saudável e o contacto com a natureza, e por outro, o desporto e recreio ao ar livre. Ainda numa perspectiva de conceder ao peão maior oferta de circuitos pedonais, o Município está a desenvolver um projecto, exclusivamente pedonal ao longo da Variante à N 202 para ligação da rotunda de Galvão com o Cruzamento do Centro de Estágios. Esta ligação irá permitir o fecho de um anel onde os peões podem circular com segurança numa extensão aproximada de 3,7 kms.

Sistemas de Transportes Públicos O sistema de transportes públicos no concelho de Melgaço assenta na rede de expressos e carreiras assegurado pelos seguintes operadores: Anpian; Auto Viação Minho; Salvador Alves Pereira & Filhos, Lda Internorte; Avic e Auto Viação Melgaço

As ligações internas e externas ao concelho são afectadas pela regressão populacional e a utilização do transporte privado, que conduzem a uma menor procura e, por outro lado, a fraca rentabilidade desses percursos, leva a uma diminuição da oferta de transportes públicos. A rede de expressos permite as ligações a Paris, Ourense, Suíça, Lyon, Nice, Estrasburgo, Luxemburgo, Lisboa Porto, Braga e Viana do Castelo, nos seguintes horários:

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Horário Empresa Circuito Saída Chegada Dia Anpian Melgaço – Paris 11.30h 2ª, 4ª, 6ª Melgaço - Ourense 5.45h Dias úteis 05.15h 2ª a 6ª 11.00h Melgaço –Porto 06.55h 2ª a sábado

15.50h Domingo a) 18.00h Melgaço – Viana do Castelo 18.00h 6ª a) Auto Viação Minho 15.35h 19.20h 2ª a 6ª 22.20h Porto – Melgaço 17.20h Sábado 17.50h 6ª a) 21.20h Viana do Castelo - Melgaço 19.05h Domingo a) 6.30 h 2ª a 6ª Melgaço - Braga 15.55h Domingos Salvador Alves Pereira e 2ª a 5ª Fºs, Lda 15.55h 6ª em período não lectivo Braga - Melgaço 6ª em período 18.20h lectivo 11.00h Domingos Melgaço - Suiça 12.30h 3ª, 5ª, sábados 15.00h 3ª, sábados Melgaço - Paris 17.30h 5ª Melgaço - Lyon 12.30h 3ª, 5ª, sábados Melgaço - Nice 12.30h 3ª, 5ª, sábados Internorte Melgaço - Estrasburgo 12.30h 3ª, 5ª, sábados Melgaço - Luxemburgo 12.30h 3ª, 5ª, sábados Suíça - Melgaço 12.30h 4ª, 6ª e Domingo Paris - Melgaço 07.50h 4ª, 6ª e Domingo Luxemburgo - Melgaço 12.30h 4ª e Domingo Avic Melgaço – Lisboa 16.00h Domingo Melgaço - Lisboa 21.50h De domingo a 6ª 15.35h De 2ª a sábado Transcolvia Lisboa - Melgaço 02.00h 6ª a) Este circuito é realizado de 01 de Outubro a 30 de Junho.

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O gráfico seguinte apresenta a quantidade de expressos que semanalmente têm destinos para o estrangeiro e vice- versa.

Nº Expressos/ semana

7

6

5

4

3

2 Quantidade

1

0

Destinos

Da análise efectuada pode-se concluir que a maior quantidade de expresso semanais para o estrangeiro tem como destino Paris. Isto deve-se sem dúvida ao facto de existir a necessidade de apoiar a população emigrante e respectivas famílias.

Os percursos apresentados têm as seguintes trajectórias, devendo ser a ordem invertida quando este é efectuado também na ordem inversa:

Melgaço – Paris (Empresa Anpian) – Melgaço – Ourense – Biriatou – Bayonne – Bordeux – Saintes – Poitiers – Tours – Orleans – Paris

Melgaço – Paris (Empresa Internorte) – Melgaço – Verin – Bayonne – Bordeux – Saintes - Niort – Poitiers – Tours – Orleans – Versailles – Paris

Melgaço – Ourense – Melgaço – Ourense

Melgaço – Suíça (percurso 1) – Melgaço – Feces – Quintana – Chamberry – Annecy – Annemasse – Genéve – Lausanne – Fribourg – Berna

Melgaço – Suíça (percurso 2) – Melgaço – Feces – Quintana – Bordeux – Perigueux – Digoin – Chalon – Besançon – Moulhouse – Basel - Zurich

Melgaço – Lyon – Melgaço – Feces – Quintana – S. Jean Luz – Bordeux – Perigueux – Brive – Tulle – Ussel – Cler Ferrand – Saint Etiénne - Givors – Lyon

Melgaço – Nice – Melgaço – Feces – Quintana – Orthez – Pau – Tarbes – Saint Gaudens – Toulouse – Carcassone – Narbonne – Montpelier – Nimes – Avignon – Marseille – Puget – Le cannet – Nice

Melgaço – Estrasburgo – Melgaço – Feces – Quintana - Valence – Chalon – Dijon – Belfort – Estrasburgo

Melgaço – Luxemburgo – Melgaço – Feces – Quintana – S.Jean de Luz – Reims – Metz – Hagondange – Rodange – Differdange – Eschalzette - Luxemburgo

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Nº Expressos/semana

20 18 16 14 12 10 8

Quantidade 6 4 2 0

Destinos

No que respeita aos expressos em território nacional, pode verificar-se que os destinos com maior oferta são Melgaço – Porto e Porto – Melgaço. Verifica-se ainda que para Viana do Castelo e de Viana do Castelo para Melgaço, só existe um expresso por semana, no entanto é de salientar que o trajecto Melgaço – Porto e vice-versa tem paragem em Viana do Castelo.

Os percursos apresentados têm as seguintes trajectórias, devendo ser a ordem invertida quando este é efectuado também na ordem inversa:

Melgaço – Lisboa – Melgaço – Monção – Valença - S. Pedro da Torre– Vila Nova de Cerveira – Seixas - Caminha – Vila Prais de Âncora - Viana do Castelo – Esposende – Póvoa de Varzim – Vila do Conde – Porto - Lisboa

Melgaço – Porto – Melgaço – Monção – Valença– Vila Nova de Cerveira - Caminha – Viana do Castelo – Esposende – Porto

Melgaço – Braga – Melgaço – Monção – Arcos de Valdevez – Braga

Melgaço – Viana do Castelo - Melgaço – Monção – Valença– Vila Nova de Cerveira - Caminha – Viana do Castelo

Frequência semanal

7

6

5

4

3

Quantidade 2

1

0

Destinos

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O trajecto Melgaço – Paris realiza-se seis dias por semana. Este facto justifica-se uma vez que grande parte da população é emigrante.

Frequência semanal

8 7

6 5

4 3

2

Nº de dias porsemana 1 0

Destinos

Como se pode constatar através do gráfico, na maioria dos percursos existe uma oferta de transporte constante. Verifica-se que a rede de expressos é bastante satisfatória, quer a nível nacional quer a nível internacional.

As carreiras internas são muito importantes para a população envelhecida que não dispõe de outro meio de transporte para se deslocarem à sede de concelho, e estão organizadas da seguinte forma:

Horário Empresa Circuito Saída Chegada Dia 14.30h 2ª a 6ª b) Melgaço – Monção 17.00h 2ª a 6ª Melgaço – Castro Laboreiro 18.00h 2ª a 6ª b) Auto viação Melgaço Melgaço – Adedela 18.00h 2ª a 6ª b) Monção – Melgaço 08.30h 2ª a 6ª Castro Laboreiro - Melgaço 08.00h 2ª a 6ª b) 07.45h 2ª a 6ª b) Adedela - Melgaço 07.45h 6ª 07.30h Melgaço – Viana do Castelo 2ª a 6ª 11.30h 15.00h Viana do Castelo - Melgaço 2ª a 6ª 18.30h b) Circuito realizado em período escolar

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Nº Carreiras semanais em período escolar

12

10

8

6

4 Qauntidade 2

0

Destinos

Nº Carreiras semanais em período não escolar

12 10 10 10

8

6 5 5

Quantidade 4

2 1

0 M elgaço - M elgaço - V. M onção - Adedela - M elgaço V. Castelo - M onção Castelo M elgaço M elgaço Destinos

O percurso Melgaço – Viana do Castelo e vice-versa é o percurso que mais autocarros disponibiliza durante a semana criando uma maior oferta para a população residente nas freguesias de Vila, Prado, Remoães, Paderne (Peso), Alvaredo e Penso. Além deste também é realizado o percurso Melgaço – Monção e Monção - Melgaço que beneficia a mesma população. É de salientar que dos 10 autocarros semanais que efectuam o percursos Melgaço – Monção, 5 deles só realizam este trajecto no período escolar. A população das freguesias de montanha tem disponível, em período escolar, 5 autocarros no percurso Melgaço – Castro Laboreiro e vice-versa. Estas freguesias, só beneficiam do transporte público colectivo em período escolar, visto que segundo um estudo realizado pelo operador no restante ano, o trajecto não é economicamente vantajoso. Estes trajectos abrangem a população das freguesias de Vila, S.Paio (Carpinteira), Paderne (Sante e Pomares), Cubalhão, Lamas de Mouro e Castro Laboreiro. No entanto em época não escolar não existe carreira para a zona de Castro Laboreiro. As freguesias de Vila, Chaviães, Paços, Cristóval e Fiães dispõem semanalmente de 5 autocarros durante o período escolar, com trajecto de ida e volta. Em época não escolar as mesmas freguesias são abrangidas por um autocarro semanal com o trajecto de Adedela – Melgaço.

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Durante a maior parte do ano (período escolar) as freguesias de Vila, Prado, Remoães, Paderne (Peso, Sante e Pomares), Alvaredo, Penso, Roussas (Carpinteira), S.Paio, Cubalhão, Lamas de Mouro, Castro Laboreiro, Chaviães, Paços, Cristóval e Fiães estão abrangidas por carreiras. No entanto no restante período do ano só as freguesias de Vila, Prado, Remoães, Paderne(Peso), Alvaredo, Penso, Chaviães, Paços, Cristóval e Fiães são contempladas por este tipo de serviço. As freguesias de Roussas (só é abrangido o lugar da Carpinteira), Cousso, Parada do Monte, Paderne (só são abrangidos os lugares de Peso, Sante e Pomares) e Gave, não dispõem de transporte público colectivo.

Frequência semanal

6

5

4

3

2

1 Nº de diaspor semana 0

Destinos

Como se pode verificar existem carreiras nos dias úteis para quase todas as freguesias abrangidas pelo sistema de transportes públicos colectivos e vice-versa, no entanto há algumas freguesias sem este tipo de transporte público, ou com disponibilidade só em período escolar. No que se refere a transportes públicos ligeiros, o concelho está servido por 25 táxis cujas praças estão distribuídas por 14 das freguesias deste, conforme se demonstra no gráfico seguinte.

Praças de táxis por freguesia e respectiva capacidade

51

Nº de táxis Nº de lugares

19 16

9 9 9 9 7 7 7 7 5 5 5 5 2 3 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 0 1 0 0 1 1 Vila Fiães Gave Prado Paços Penso S.Paio Cousso Paderne Roussas Cristóval Alvaredo Cubalhão Remoães Chaviães Castro Laboreiro Lamas de Mouro Parada do Monte Freguesias

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Conforme evidenciam os gráficos existem freguesias que não estão abrangidas por este tipo de transporte público, tais como: Paços, Prado, Remoães e Alvaredo. Senda a freguesia da Vila a que contempla mais praças de táxis determina uma maior oferta para a população da Vila e para a população das freguesias que se deslocam à sede do concelho.

Cobertura de Transporte Público por Freguesia

Taxis

Autocarro

Freguesias

Todas as freguesias do concelho estão cobertas por transportes públicos (autocarros e táxis), embora metade dessas freguesias só seja servida por um dos meios de transporte público existentes no concelho. Na maioria das freguesias em que se realizam transportes com autocarros, só a sede da freguesia ou alguns lugares da mesma é que são abrangidos.

Tarifas aplicadas em alguns percursos

30,00 €

25,00 € 23,30 € 21,12 € 20,00 € Autocarro 15,00 € Taxi 10,00 € 7,19 € 7,82 € Valor(euros) 6,31 € 2,80 € 2,60 € 2,00 € 5,00 € 1,55 € 1,55 €

0,00 €

Destinos

Nota: Os valores apresentados para os percursos efectuados de táxi, foram baseados na informação prestada pelos taxistas e realizaram-se tendo em consideração que o custo por Km é de 0,44€ e que neste tipo de transporte é contabilizada a ida e a volta do taxi. Pode verificar-se a discrepância existente entre as tarifas a pagar pelos utilizadores dos diferentes meios de transporte público. A população das freguesias de Cousso, Gave, Paderne, Parada do Monte e Roussas será a mais afectada uma vez que só dispõe de táxi como transporte público.

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Aplicação do Sistema de Informação Geográfica (S.I.G.) ao Tema Mobilidade

Nos capítulos anteriores procurou-se apresentar um diagnóstico da realidade concelhia ao nível da mobilidade. Contudo, até agora, a análise dos vários aspectos que se prendem com o tema em questão só podia ser efectuada de forma estática, isto é, as ferramentas informáticas e cartográficas que a autarquia dispõem não permite trabalhar as informações disponíveis com a agilidade e flexibilidade há muito desejadas. Neste sentido, o município de Melgaço, atento as novas tecnologias disponíveis no mercado, adquiriu recentemente, no âmbito de um projecto da Comunidade intermunicipal do Vale do Minho, um software para S.I.G. que se encontra numa fase final de implementação. O S.I.G. irá permitir assim não só a actualização permanente do cadastro da rede viária do concelho e sua consequente localização geográfica, mas também caracterizar exaustivamente a mesma e todos os seus elementos, nomeadamente Mobiliário Urbano; Sinalização Horizontal e Vertical; Obras de Arte; Obras a decorrer nas vias. O Sistema permitirá também efectuar todas as funções de registo, consulta, localização e caracterização de toda a informação referente à Rede Viária e emissão de posteriores relatórios essenciais na Gestão e no Planeamento desta área de intervenção duma forma simples e intuitiva. Igualmente permite a pesquisa e análise das vias assim como cálculo de caminhos (routing). Por fim uma das inovações mais importantes que este sistema introduz será a interactividade com o munícipe, permitindo que através do portal do Município sejam relatados pelos munícipes ocorrências na via pública com necessidade de reparação e consequentemente uma resposta mais rápida dos serviços municipais.

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Acções Propostas

As acções seguidamente descritas têm como objectivos aumentar a eficiência das deslocações, reduzir os acidentes rodoviários, proteger o ambiente, melhorar a paisagem urbana, contribuir para o desenvolvimento económico, fomentar a igualdade, a inclusão social e a mobilidade para todos e aumentar a qualidade de vida dos cidadãos. A estratégia a utilizar baseia-se na optimização das infra-estruturas existentes e espaço público, viabilização dos transportes públicos e promoção dos modos de transporte não motorizados (pedonal).

– Acessibilidades

Acção 1 – Manutenção e limpeza das vias Objectivos • Manutenção das vias • Limpeza de bermas e valetas • Facilitação do tráfego rodoviário • Redução dos acidentes rodoviários Síntese Realização de um plano plurianual, em que esteja prevista a realização de duas limpezas de bermas e valetas por ano, atendendo às prioridades em função da população servida. Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Realização do Plano Plurianual x Limpeza e desobstrução de valetas x x x x x X Limpeza da vegetação das bermas x x x x x x Constrangimentos • Falta de estrutura de gestão desta actividade específica. • Falta de equipamentos • Falta de mão-de-obra Oportunidades • Utilização do equipamento das Juntas de Freguesia • Contratação do serviço a entidades privadas Modelo de gestão • A acção deverá ser desenvolvida pela autarquia em parceria com as juntas de freguesias respectivas. Financiamento • O orçamento previsto para esta acção só poderá ser calculado após a realização do levantamento das vias a tratar. Indicadores • Extensão de vias limpas • Nº de acidentes rodoviários

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Acção 2 – Sinalização e segurança rodoviária Objectivos • Segurança do tráfego rodoviário • Melhoria da identificação dos pontos de interesse • Identificação e sinalização de pontos “negros” Síntese Elaboração de um plano de intervenção sobre a rede viária com indicação das prioridades de execução. Plano de trabalhos 2008 2009 2010 Levantamento das x x x situações de risco Plano de intervenção x x Colocação sinalização x x vertical Pintura de sinalização x x horizontal Aplicação de guardas e x x segurança Constrangimentos • Pouca disponibilidade de pessoal técnico para elaboração do levantamento • Dificuldades financeiras Oportunidades • Integração nas empreitadas de repavimentação destes itens • QREN Modelo de gestão • A acção deverá ser desenvolvida pela autarquia. Financiamento • O orçamento previsto para esta acção só poderá ser calculado após a realização do levantamento das situações de risco • Esta acção poderá ser financiada pelo Programa Operacional Regional do Norte, Eixo IV – Qualificação do Sistema Urbano . Indicadores • Extensão de vias com pintura horizontal. • Nº de intercepções rodoviárias sinalizadas • Extensão de vias com guardas de segurança

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- Mobilidade no centro Urbano

Acção 3 – Identificação e eliminação de barreiras arquitectónicas Objectivos • Promover a mobilidade para todos • Síntese Realização de levantamento para identificar as barreiras arquitectónicas existentes no centro urbano, em espaços e edifícios públicos. Proceder à correcção das situações a nível de mobiliário urbano, passadeiras, acessos a equipamentos e espaços públicos. Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Identificação das barreiras X arquitectónicas Intervenções no X X Mobiliário Urbano Intervenções nas X X Passadeiras Intervenções nos X X Edifícios públicos Constrangimentos • Pouca disponibilidade de pessoal técnico para elaboração do levantamento • Dificuldades financeiras • Perfil dos arruamentos Oportunidades • Quadro legal • QREN • Integração de intervenções nas empreitadas já previstas Modelo de gestão • A acção deverá ser desenvolvida pela autarquia. Financiamento • O orçamento previsto para esta acção só poderá ser calculado após a identificação das situações. • Esta acção poderá ser financiada: Programa Operacional Regional do Norte, Eixo IV – Qualificação do Sistema Urbano; Piqtur Leader + Indicadores • Nº de passadeiras rectificadas • Nª de edifícios públicos com acessos para todos • Nª de intervenções a nível de mobiliário/sinalização

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Transportes públicos rodoviários Acção 4 – Projecto Taxi/Boleia Objectivos • Promover a mobilidade sustentável • Oferecer um serviço economicamente vantajoso para o utente • Colmatar a ausência de transportes públicos em algumas freguesias • Aumentar a utilização dos transportes públicos • Promover a coesão social • Inverter a tendência de crescimento do transporte individual em contraste com o decréscimo da utilização dos transportes públicos Síntese Esta acção deverá funcionar inicialmente como teste à viabilidade deste modo de transporte e ser implementado numa só zona a definir posteriormente. Caso funcione a experiência poderá ser alargada a outras zonas do concelho. Este sistema tenta conciliar as vantagens de um autocarro e do táxi e evitar as suas desvantagens, ou seja, combina os benefícios sociais, económicos e ambientais do autocarro com a qualidade do serviço de táxi em zonas de pouca densidade populacional. Encontrando-se numa determinada zona abrangida pelo serviço, o cliente telefona para uma central (a instalar no Centro Coordenador de Transportes) e pede uma viagem até outro ponto. A central após análises conjunta de todos os pedidos para esse dia, define o trajecto a executar e a hora e local que os passageiros terão de cumprir, para apanhar um veículo partilhado com outros clientes. Esta viagem é mais demorada que o táxi, mas existem grandes vantagens económicas em relação a este modo de transporte, pois o custo é partilhado. O período de teste deverá ser feito apenas com um mini-autocarro, para que não existam investimentos exagerados num meio de transporte inovador e com poucas certezas quanto á viabilidade. Este modo de transporte possibilita uma enorme melhoria do serviço de transportes públicos existentes, e isso será benéfico para todos. Plano de trabalhos 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Compra de veículo x Criação do espaço para a central x coordenadora Lançamento de concurso para x operadores Campanha de x x x x x divulgação Constrangimentos • Desertificação • Dispersão da população no território • Inexistência de mercado certo Oportunidades • Tarifas elevadas praticadas pelos Táxis • Falta de carreiras para certos trajectos • Existência de um Centro Coordenador de Transportes • Existência de vários operadores de transportes públicos e taxistas no concelho. Modelo de gestão • A acção deverá ser desenvolvida por um ou mais operadores de transportes públicos em parceria com a autarquia. Financiamento • O orçamento previsto para esta acção só poderá ser calculado após a definição da zona teste e tipo de veículo. • Esta acção poderá ser financiada pelo Programa Operacional Regional do Norte, Eixo IV – Qualificação do Sistema Urbano; Indicadores • Nº de viagens realizadas • Nº de zonas abrangidas pelo sistema

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5 - ACÇÃO SOCIAL LOCAL: RECURSOS E INTERVENÇÃO

No concelho de Melgaço existem algumas instituições que intervêm no domínio da acção social. Destaca-se o Serviço Local da Segurança Social, a Divisão de Acção Social e Educação da Câmara Municipal de Melgaço, o Gabinete de Acção Social do Centro de Saúde de Melgaço, a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ), a Santa Casa da Misericórdia, o Centro Paroquial e Social de Chaviães, o Centro Paroquial de Parada do Monte, o Lar Idade D´Ouro e a Associação Portuguesa dos Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) e outras associações sócio-culturais. Estas instituições têm como grupos privilegiados de intervenção a infância, a população idosa, a população portadora de deficiência e outros grupos considerados vulneráveis ou em situações efectivas de risco social e /ou exclusão social. Centram a sua intervenção na promoção do desenvolvimento social local, de forma integrada, considerando a participação e o envolvimento da população a “pedra de toque” da sua concretização.

Instituto de Solidariedade e Segurança Social (ISSS) O Serviço Local de Segurança Social tem, no momento, 635 processos abertos no Concelho de Melgaço e as suas acções diversificam-se por diversas áreas, nomeadamente: - Apoio económico (subsídios, ajudas técnicas e distribuição de géneros – em 2006 a 1º fase da distribuição de géneros cobriu 111 famílias, foram ainda abrangidos 126 utentes das instituições do concelho); - Relatórios para os tribunais, acompanhamento de algumas famílias, informações do abono por 160/80- regime não contributivo; - Realização de encaminhamentos para outras instituições; - Acompanhamento e relatórios do RSI.

Este serviço trabalha em parceria com o CLAS e integra a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens. Em 2006 foram constituídas 3 famílias de acolhimento de crianças, 3 famílias de acolhimento para idosos e 7 ajudantes familiares que prestam apoio domiciliário. Quanto ao Rendimento Social de Inserção (RSI), o concelho de Melgaço contabiliza actualmente 46 titulares.

Acção Social – Câmara Municipal de Melgaço: Em consonância com os objectivos globais que norteiam a intervenção no campo da acção social, a Divisão de Acção Social e Educação da Câmara Municipal de Melgaço tem privilegiado a dinamização das parcerias sociais de âmbito concelhio, nacional e europeu, através do trabalho inter-institucional. Esta dinamização tem exigido a convergência de esforços entre instituições públicas e outras organizações da sociedade civil, com o objectivo de rentabilização dos recursos existentes. Neste contexto, em termos concelhios destacam-se alguns projectos/acções: - Integração da Comissão Local de Acompanhamento do Rendimento Social de Inserção; - Dinamização do Conselho Local de Acção Social; - Presidência da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco; - Colaboração no Grupo de Trabalho “Limites”, desenvolvido no âmbito da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens e direccionado à prevenção do consumo de substâncias nocivas; - Colaboração no Grupo de Trabalho “Família em Convivência”, criado no âmbito da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens e orientado para a promoção da igualdade de oportunidades e para a prevenção da violência doméstica; - Dinamização, em parceria com o Centro de Saúde de Melgaço, do Grupo Técnico de Apoio à População Vulnerável, visando o levantamento e encaminhamento das situações de debilidade social; - Programas Ocupacionais (I.E.F.P.), vocacionado para trabalhadores carenciados e trabalhadores subsidiados;

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- Promoção, entre 2004 e 2006, do Projecto “Aventura-te”, dinamizado no âmbito do Programa Escolhas – 2ª Geração, orientado para a criação de igualdade de oportunidades através da ocupação dos tempos livres.

Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco Em relação à infância (em sentido alargado), um dos grupos que necessita maior atenção é o dos menores em risco, e claro, todos os factores diagnosticados como sendo precipitantes desta situação. A CPCJ (Comissão de Protecção de Crianças e Jovens) é uma comissão inter -institucional, na qual se encontram representadas várias instituições, nomeadamente: - Câmara Municipal de Melgaço; - APPACDM; - Santa Casa da Misericórdia; - Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social; - Centro de Saúde de Melgaço; - IPJ (Instituto da Juventude); - Forças de Segurança – GNR; - 4 Cidadãos eleitores designados pela assembleia; - Representantes do Ministério da Educação.

No ano de 2006 a CPCJ acompanhou diversas crianças e respectivos agregados, num total de 46. As entidades que sinalizaram as situações de perigo foram a própria Comissão, o Ministério Público, Estabelecimentos de Ensino e os Serviços da Segurança Social. Como podemos verificar no Quadro…, há mais rapazes do que raparigas sinalizados como menores em risco, sendo essa diferença bastante significativa.

Tabela - Caracterização dos menores em risco por sexo e idade (ano 2006) Masculino Feminino Total 0-2 1 1 2 3-5 3 4 7 6-10 6 4 10 11-12 6 2 8 13-14 5 1 6 15-17 13 0 13 18-21 0 0 0 Total 34 12 46 Fonte: Comissão de Protecção de Crianças e Jovens A faixa etária dos menores em risco, neste concelho, vai desde os 0 aos 17 anos, apesar do número se acentuar na faixa etária dos 15 aos 17 anos. Aferir sobre a variável idade, nestes casos, apresenta uma importância evidente que se prende, principalmente, com a detecção de dinâmicas evolutivas de comportamentos desviantes, durante a adolescência, que são marcados, desde logo, pela precocidade das práticas. As principais problemáticas que originam a intervenção da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens prendem- se, essencialmente, com práticas parentais negligentes e absentismo escolar. A maior parte destas crianças vivem em famílias nucleares com filhos. As famílias monoparentais, quer masculinas, quer femininas, representam 5 dos 46 casos, ao passo que a família alargada se constitui como agregado familiar para 4 crianças.

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Tabela - N.º de processos por tipo do agregado do menor em risco Tipo de Agregado Nº de Processos Família Nuclear com filhos 37 Família Nuclear sem filhos 0 Família Monoparental Feminina 4 Família Monoparental Masculina 1 Família Reconstituída 0 Família Alargada 4 Família Adoptiva 0 Família de Acolhimento 0 Centro de Acolhimento 0 Criança / jovem vivendo sozinho 0 Total 46 Fonte: Comissão de Protecção de Crianças e Jovens

A maior parte destes agregados encontram-se na faixa etária dos 25-34 anos. Tratam-se de famílias com um baixo nível de escolaridade, sendo que a maior parte sabe apenas ler e escrever. A medida de promoção e protecção mais aplicada pela Comissão de Protecção foi a medida de apoio junto dos pais, tendo sido aplicada num total de 33 processos. Nos restantes processos foi aplicada a medida de apoio junto de outro familiar, tendo também sido aplicada uma medida de apoio para a autonomia de vida.

Santa Casa da Misericórdia de Melgaço: Lar para a Terceira Idade Resposta social desenvolvida em equipamentos de alojamento colectivo (temporário ou permanente) que acolhe pessoas idosas em situação de maior risco de perda de independência e/ ou autonomia, dinamizando actividades de animação e reabilitação. O lar acolhe 64 idosos, embora o acordo com a Segurança Social seja de apenas 55 idosos. É o único lar para Terceira Idade, no concelho, que beneficia de Acordo de Cooperação com a Segurança Social. Do total de idosos residentes no lar, 44 são do sexo feminino e 20 são do sexo masculino. No que se refere ao grau de dependência, podemos constatar que uma grande parte dos idosos apresenta dependência, em concreto, 46 do total de 64. O lar tem uma lista de espera de 55 idosos. A realidade sócio-demográfica do concelho de Melgaço exige, de forma premente, o alargamento do lar existente e/ou a criação de um novo lar. Ao nível dos Recursos Humanos do lar, estes distribuem-se da seguinte forma:

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Tabela - Recursos Humanos da Santa Casa da Misericórdia Funcionários Nº Directora Técnica 1 Psicóloga 1 Educadoras 3 Educadora Social 1 Ajudantes de Acção Educativa 6 Animadora Cultural 1 Encarregada de Serviços Gerais 1 Assistentes Administrativos 2 Ajudantes de Lar 21 Trabalhadoras auxiliares de serviços Gerais 9 Cozinheiras 6 Lavadeira - Costureira 2 Ajudante Familiar Domiciliário 5 Motorista de Ligeiros 1 Capelão 1 Médico1 1 Enfermeiro 1 1 Total 63 Fonte: Santa Casa da Misericórdia

Apoio Domiciliário Resposta social que consiste na prestação de cuidados individualizados no domicílio, a pessoas debilitadas, com deficiência ou acamadas, que não possam assegurar temporariamente ou permanentemente a satisfação das suas necessidades básicas e/ou as actividades de vida diária (tratamento de roupas, higiene pessoal e doméstica, administração de medicamentos…) A Santa Casa da Misericórdia presta apoio domiciliário a 42 idosos, embora o Acordo com a Segurança Social apenas preveja 35 utentes.

Centro de Dia Esta entidade conta ainda com a valência de Centro de Dia, apresentando capacidade de resposta para cinco utentes, vagas estas que estão protocolizadas com a Segurança Social.

Creche/Jardim de Infância A Santa Casa da Misericórdia, dispõe de creche e Jardim de Infância com um número total de 75 crianças, sendo que 30 frequentam a Creche e 45 frequentam o Jardim de Infância. A Creche é uma resposta social de âmbito sócio-educativo que se destina a crianças dos 3 meses aos 3 anos de idade, e funciona durante o período diário correspondente ao trabalho dos pais. A creche deve proporcionar às crianças condições adequadas ao seu desenvolvimento harmonioso e global, cooperando com as famílias no seu processo educativo. A creche desta instituição apresenta uma lista de espera de 30 crianças, e sendo a única resposta deste tipo existente no concelho, esta revela-se manifestamente insuficiente atendendo às necessidades. O Jardim de Infância acolhe, durante o dia, crianças a partir dos 3 anos até à idade escolar.

1) Ambos em tempo parcial

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Estes serviços funcionam entre as 8h15 e as 19h.

ATL Resposta que se destina a proporcionar actividades de animação sócio-cultural a crianças entre os 6 e os 12 anos. Funciona durante a semana, nos tempos em que a criança não está na escola. Os Centros de actividades de tempos livres possuem uma grande variedade de actividades: apoio escolar, actividades complementares, actividades desportivas, apoio pedagógico e psicopedagógico, serviço de biblioteca, ludotecas, ateliers de expressão, entre muitas outras actividades. A Santa Casa da Misericórdia dispõe de um ATL que, em período escolar, funciona entre as 15h30m e as 19h. Durante as interrupções lectivas funciona das 9h às 18h. O ATL tem acordo para 25 crianças e é frequentado por igual número de crianças. A sua grande maioria tem idades compreendidas entre os 6 e os 10 anos e a faixa etária correspondente ao 1º ciclo do ensino Básico. Os responsáveis pelo ATL asseguram o transporte das crianças da escola para o ATL. Prestam apoio às crianças na realização dos deveres da escola e dinamizam actividades lúdicas. O funcionamento do ATL é assegurado por uma auxiliar de acção educativa e uma trabalhadora auxiliar de serviços gerais.

Centro Paroquial e Social de Chaviães O Centro Paroquial de Chaviães é uma IPSS, que tem assegurado, até ao momento, algumas das valências criadas inicialmente no âmbito do Programa de Luta Contra a Pobreza, Melgaço Solidário : Actualmente esta instituição conta com 3 valências, nomeadamente, Apoio Domiciliário, Apoio Domiciliário Integrado e Centro de Convívio:

Valência Capacidade Frequência Vagas Apoio Domiciliário 33 35 0 Apoio Domiciliário Integrado 10 15 0 Centros de Convívio 55 60 0

O Centro de Convívio subdivide-se em 6 salas de convívio que se distribuem pelas freguesias de Chaviães, Cristóval, Paços, Paderne, Prado e Roussas (freguesias da ribeira).

Tabela - Recursos Humanos do Centro Paroquial de Chaviães Funcionários Nº Directora Técnica 1 Educadora Social 1 Animadora Sócio - Cultural 2 Administrativa 1 Auxiliar de Serviços Gerais 1 Cozinheira 1 Ajudante de Acção Directa 8 Total 15

Para além dos recursos humanos atrás referidos, o Centro Paroquial beneficia também de serviços de duas Ajudantes de Acção Directa em regime de prestação de serviços. Actualmente, tem ainda em funcionamento um Programa Ocupacional, também na área da Acção Directa.

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Centro Paroquial de Parada do Monte O Centro Paroquial de Parada do Monte é uma IPSS do concelho que presta cobertura, ao nível do apoio domiciliário, às freguesias da montanha (Castro Laboreiro, Lamas de Mouro, Parada do Monte, Gave, Cousso e Cubalhão). Esta instituição presta apoio a 27 utentes, embora o Acordo de Cooperação com a Segurança Social seja para apenas 25. Ao nível dos recursos humanos, o Centro Paroquial de Parada do Monte integra 5 Ajudantes de Acção Directa.

Lar Idade D´Ouro Esta instituição é uma resposta recente no âmbito do apoio à 3ª Idade, que se encontra em funcionamento desde Novembro de 2006. Trata-se de um lar privado que apresenta capacidade de internamento para 36 idosos, estando o total de vagas ocupado. Destes 36 utentes, 17 apresentam grau de dependência .

Recursos Humanos do Lar Idade D´Ouro Funcionários Nº Directora Técnica 1 Animadora Sócio-Cultural 1 Ajudantes de Lar 9 Trabalhadora Auxiliar 1 Cozinheira 1 Ajudante de Cozinha 1 Total 14

Para além destes recursos humanos, o Lar Idade D´Ouro conta ainda com um médico e um enfermeiro, em regime de prestação de serviços, o primeiro, num total de 5 horas semanais e mediante solicitação, e o segundo, num total de 3 horas diárias.

Educação A educação é uma das dimensões sociais mais importantes na análise do desenvolvimento de um concelho. No caso de Melgaço, se estendermos a análise das habilitações literárias ao conjunto da população, a situação manifesta-se bastante preocupante (ver Quadro 21).

Tabela - Habilitações Literárias da População residente Efectivos % Sem nenhum nível de ensino 1820 18.2 1º ciclo do ensino Básico 4846 48.5 2º ciclo do ensino Básico 1116 11.2 3º ciclo do ensino Básico 689 7.0 Ensino Secundário 859 8.6 Ensino Médio 37 0,4 Ensino Superior 629 6.3 Total 9996 100.0 Fonte: INE, Censo de 2001

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Perto de uma pessoa em cada cinco (18,2%) não frequentou nenhum nível de ensino e metade (48,5%) frequentou somente o 1º ciclo do ensino básico, o que significa que dois terços (66,7%) dos melgacenses têm no máximo a 4ª classe. Apenas 8,6% frequentaram o ensino secundário e 6,7% o ensino médio ou superior. Esta situação é explicada, em parte, pelo facto do concelho de Melgaço ser um concelho muito envelhecido e tender a ser significativamente menor a escolarização da população mais idosa.

Figura - Habilitações Literárias da população por sexo (Fonte: INE, Censo de 2001)

7,1 Ensino Superior 5,3 Mulheres 0,5 Ensino Médio 0,2 Homens

7,9 Ensino Secundário 9,5 5,4 3º Ciclo do Ensino Básico 8,7

10,5 2º Ciclo do Ensino Básico 12,1

45,9 1º Ciclo do Ensino Básico 51,7

22,7 Nenhum Nível de Ensino 12,6

0 10 20 30 40 50 60

À semelhança do país, a escolarização dos homens é globalmente maior do que o das mulheres. É no que se refere à ausência de frequência de qualquer nível de ensino que a diferença mais se pronuncia: 22,7% das mulheres não frequentaram nenhum nível de ensino contra 12,6% dos homens. Também se vislumbra em Melgaço a tendência mais geral no sentido de haver, comparativamente aos homens, uma percentagem mais elevada de mulheres com frequência do ensino médio e superior (ver Figura 11). Convém ressaltar que estas disparidades de escolarização em função do género se devem, em grande parte, às gerações mais velhas. Neste sentido, o inquérito aos idosos do concelho de Melgaço revela que a diferença de escolarização em função do género aumenta drasticamente quando se abrange apenas as pessoas com 60 ou mais anos de idade: não sabem, por exemplo, ler nem escrever 44,8% das mulheres e 18,6% dos homens. Em 2001, a taxa de analfabetismo rondava os 15.2%. Quando comparada com as regiões de enquadramento, como podemos verificar na Figura 12, a situação agrava-se, sendo quase o dobro da taxa apresentada na Região Norte (8,3%).

Figura - Comparação da taxa de analfabetismo por regiões, em 2001

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16 15,2

14

12 11,2

10 8,3 8

6

4

2

0 Região Norte Minho-Lima Melgaço

Fonte: INE: Retratos Territoriais

O levantamento e a análise dos equipamentos escolares existentes no Concelho de Melgaço permite concluir que existem actualmente 6 estabelecimentos de ensino pré-escolar, 5 estabelecimentos de ensino do 1º ciclo, 1 do 2º e 3º ciclos e Ensino Secundário, 1 Escola Profissional e 1 Pólo de Ensino Superior do Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Seis das freguesias do concelho têm estabelecimentos de ensino pré-escolar; no que concerne ao ensino básico do 1.º Ciclo, num passado relativamente recente, Melgaço chegou a dispor de 22 escolas do primeiro ciclo, número que foi diminuindo gradualmente durante os anos 90 até chegar às 5 escolas do 1º ciclo a funcionar actualmente. Esta realidade acompanhou a diminuição da população residente no concelho, nomeadamente a população mais jovem, devido à baixa da natalidade e à saída das crianças, nomeadamente para o estrangeiro numa dinâmica de reagrupamento familiar.

Tabela - Número de equipamentos escolares por freguesias Freguesias Equipamentos Escolares N.º Alvaredo Jardim de Infância 1 Chaviães Jardim de Infância 1 Paços Escola Básica 1.º Ciclo 1 Paderne Jardim de Infância 2 Escola Básica 1.º Ciclo 2 Prado Escola Básica 1.º Ciclo 1 Vila Jardim de Infância 1 Escola Básica 1.º Ciclo 1 Escola Básica 2.º e 3.º ciclo + Secundário 1 Escola Profissional 1 Pólo de Ensino Universitário 1 S. Paio Jardim de Infância 1 Fonte: Câmara Municipal de Melgaço

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A diminuição do número de alunos tem tido um impacto considerável nas taxas de ocupação de alguns estabelecimentos levando à necessidade de concentrar no mesmo estabelecimento diferentes níveis de ensino, tratando-se de uma resposta não deliberada a um dos requisitos do reordenamento da rede educativa. O Centro Escolar de Pomares é a resposta educativa criada para as freguesias da montanha, congregando os níveis de ensino pré-escolar e 1º ciclo do ensino básico no mesmo estabelecimento. Esta necessidade de aglomeração dos estabelecimentos de ensino contribuiu para o desenvolvimento de equipamentos e serviços associados à escola, tais como transportes, equipamentos desportivos e serviços de acção social. O Ensino Básico do 2.º e 3.º Ciclos e o Ensino Secundário são assegurados por uma única escola, situada na sede do concelho.

Tabela - Número de Alunos Matriculados no Ensino Pré-Escolar e 1º Ciclo no Agrupamento de Escolas de Melgaço Nº Alunos no Ensino Pré-Escolar Nº Alunos no 1º Ciclo Igreja - Chaviães 15 Pomares - Cousso 69 Outeiro - S.Paio 12 Igreja - Paços 20 Além - Paderne 18 Cerdedo-Prado 20 Charneca - Alvaredo 17 Vila - Melgaço 80 Pomares - Cousso 22 Além - Paderne 50 Santo Cristo - Vila 35 Total 119 Total 239

Tabela - Número de Alunos Matriculados no 2º, 3º Ciclo e Ensino Secundário no Agrupamento de Escolas de Melgaço Nº Alunos Nº Alunos Nº Alunos Nº Alunos Nº Alunos 2º Ciclo 3º Ciclo Cursos CEF Ensino Profissional Ensino Secundário 5º Ano 7º Ano CEF T2 10º Ano 61 76 20 35 56

6º Ano 8º Ano 11º Ano 66 63 47 9º Ano 12º Ano 85 56 127 224 20 35 159

Total de Alunos matriculados na Escola EB2,3/S de Melgaço 565

Total de Alunos matriculados no Agrupamento de Escolas de Melgaço 923

Fonte: Agrupamento de Escolas de Melgaço

Para além das escolas referenciadas, o concelho de Melgaço conta também com um pólo da ADEMINHO- Escola Profissional do Alto Minho Interior (EPRAMI) - cuja sede fica no concelho de Paredes de Coura. É a única escola profissional existente no concelho e os cursos ministrados atribuem a qualificação de técnico profissional, com equivalência ao 12.º ano, com a possibilidade de prossecução dos estudos. Este pólo da Escola Profissional é frequentado, no ano lectivo de 2007/2008, por 80 alunos. O Quadro … discrimina a sua distribuição por cursos.

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Tabela - Cursos Existentes na Escola Profissional no Ano Lectivo 2007/2008 Efectivos Técnico Auxiliar Protésico (2º ano) 15 Técnico Auxiliar Protésico (3º ano) 20 Técnico de Apoio à Infância (1º ano) 15 Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos (3º ano) 16

Técnico de Análise Laboratorial (2º ano) 14 Total 80 Fonte: EPRAMI

A EPRAMI tem, desde a sua essência, procurado fomentar cursos que vão de encontro às características sócio- demográficas do concelho, de modo a satisfazer as necessidades do mercado, procurando, assim, fixar as populações. Desde o seu início têm sido dinamizados diversos cursos, que pelas suas características, se assumem cada vez mais como uma alternativa escolar apelativa para muitos jovens. A EPRAMI conta também com um Centro de Novas Oportunidades, que inclui os níveis básico e secundário. O primeiro nível de certificação teve início em Dezembro de 2006, contando-se, até ao momento, 43 indivíduos certificados, 65 em processo de certificação e 15 inscritos. Este nível tem funcionado de modo itenerante, numa lógica de aproximação das populações, sendo diversos os locais de realização do processo, nomeadamente, nas instalações da EPRAMI, nas Juntas de Freguesia de Penso, Paderne, Castro Laboreiro e no Hotel Monte de Prado. No nível secundário, formalmente iniciado em Outubro de 2007, contam-se 36 adultos inscritos, 85 em processo de certificação e 69 em fase de diagnóstico. No ano lectivo de 2005/2006 entrou em funcionamento em Melgaço um Pólo de Ensino Superior do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, criando-se, assim, o curso de “Desporto e Lazer”. Este Pólo surge como um aspecto essencial para o desenvolvimento do concelho, atraindo, desde o início da sua actividade, anualmente dezenas de jovens. O curso conta já com 3 turmas, num total de 79 alunos, dos quais 37 no 1º ano da licenciatura, 29 no 2º ano e 13 no 3º ano. Destes, 12 são trabalhadores estudantes (7 no 1º ano e 5 no 2º ano da licenciatura). O Apoio Educativo no âmbito da Educação Especial é um projecto que merece particular atenção. Os alunos com necessidades educativas especiais de carácter prolongado , são crianças e jovens que experimentam graves dificuldades no processo de aprendizagem e participação no contexto educativo/escolar, decorrentes da interacção entre factores ambientais (físicos, sociais e atitudinais) e limitações de grau acentuado ao nível do funcionamento do aluno num ou mais dos seguintes domínios: Sensorial (audição, visão e outros), Motor , Cognitivo , Comunicação, Linguagem e Fala , Emocional/Personalidade e Saúde Física . As limitações que estes jovens e crianças apresentam ao nível do seu funcionamento implicam a adopção, de forma sistemática e contínua, de medidas e recursos especiais de educação.

Nível de Ensino Estabelecimento de Ensino Nº de Crianças St.ª Casa da Misericórdia de Melgaço 1 Pré- Escolar J.I. de S. Paio 3 EB1 de Pomares 6 EB1 de Prado 2 1º Ciclo EB1 de Paços 1 EB1 de Paderne 3 EB1 da Vila 5 2º Ciclo EB2,3/S de Melgaço 5º ano 2 6º ano 5

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7º ano 6 3º Ciclo EB2,3/S de Melgaço 8º ano 8 9º ano 6 10º ano 2 Secundário EB2,3/S de Melgaço 11º ano 1 12º ano 0 Curso EB2,3/S de Melgaço Curso Profissional 3 Total = 54 Fonte: Mapas dos apoios educativos no âmbito da educação especial para o ano lectivo de 2007/08

Saúde Cuidados de saúde primários As condições de saúde, e de vida, de uma população relacionam-se fortemente com a quantidade e qualidade da oferta dos serviços de saúde e a sua acessibilidade. O acesso à saúde não está unicamente dependente das carências económicas, mas também da desigual distribuição territorial das instituições e do pessoal ligado à saúde, que normalmente penaliza as populações que se encontram em zonas mais recuadas e afectadas pelo isolamento geográfico (e.g., as freguesias da Monte). Em termos de equipamentos de saúde de nível regional, o concelho é servido pelo Centro Hospitalar do Alto Minho. A oferta em termos de cuidados de saúde primários desempenha uma função fundamental, sendo este tipo de cuidados de saúde assegurados pela rede oficial de Centros de Saúde. No concelho de Melgaço existe apenas um Centro de Saúde com internamento, cuja sede se situa na Vila de Melgaço e serve as 18 freguesias que constituem o concelho. Em matéria de recursos humanos, conta com a presença de 10 médicos (todos pertencem ao quadro, nove de Medicina Familiar e um de Autoridade de Saúde), 16 enfermeiros, 1 Técnica de Saúde Ambiental que se enquadra na carreira dos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica, 1 Técnica Superior de Serviço Social, 1 Técnica Superior de Saúde ramo Nutricionista colocada em Valença e que dá apoio à população de Melgaço um dia por semana, 12 Administrativos e 18 Auxiliares. Ao nível dos serviços privados de saúde, em 2006, existiam cinco consultórios médicos, quatro consultórios de estomatologia e uma clínica de fisioterapia. A totalidade da população residente está abrangida com médico de família, à excepção dos que optaram, por opção própria, ficarem sem médico de família. O Quadro 1 mostra a respectiva repartição por sexo e escalão etário. Refira- se que, no conjunto das pessoas com médico de família 33,9% têm 65 ou mais anos de idade.

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Tabela - Distribuição da População com Médico de Família por Sexo e Escalão Etário Homens Mulheres Total (n) % De 0 a 4 anos 105 94 199 1,9 De 5 a 9 anos 144 167 311 3 De 10 a 14 anos 180 164 344 3,3 De 15 a 19 anos 233 215 448 4,4 De 20 a 24 anos 298 257 555 5,4 De 25 a 29 anos 321 311 632 6,1 De 30 a 34 anos 313 319 632 6,1 De 35 a 39 anos 236 319 555 5,4 De 40 a 44 anos 249 327 576 5,6 De 45 a 49 anos 338 356 694 6,7 De 50 a 54 anos 287 338 625 6 De 55 a 59 anos 217 367 584 5,6 De 60 a 64 anos 248 427 675 6,5 De 65 a 69 anos 309 468 777 7,5 De 70 a 74 anos 343 505 848 9,2 Com 75 ou mais anos 695 1190 1885 18,2 Total (n) 4516 5824 10340 100 Total (%) 43,7 56,3 100 Fonte: Centro de Saúde de Melgaço

Através da análise do Quadro anterior, verifica-se que a distribuição populacional inscrita no centro de saúde é acentuada a partir da faixa etária dos 60 anos, com uma incidência notória a faixa etária dos 75 ou mais anos. A assiduidade aos serviços de saúde tem, como é natural, maior incidência nas camadas mais idosas. No que respeita ao sexo, são as mulheres que apresentam um número mais significativo (56,3%) da população inscrita no centro de saúde. Os quadros que se seguem (2, 3, 4 e 5) apresentam uma sinopse global dos serviços clínicos prestados bem como das actividades de Enfermagem, das actividades do Serviço Social e das actividades de Saúde Pública.

Diagnóstico e Plano de Acção da Agenda 21 de Melgaço Pág. 41

Serviços Clínicos prestados pelo Centro de Saúde à Comunidade Serviços Área de Intervenção Especificação

Consulta do Climatério

Diabéticos Consulta Risco Hipertensos Cardiovascular

Deslipidémias Saúde Adulto/Idoso Consulta de Hipocoagulado Consultas Clínica Geral/Familiar Consulta de Adulto

Pré-Concepcional Planeamento Familiar Vigilância

Saúde da Mulher e da Criança Saúde Materna

Vigilância de Saúde Saúde Infantil e Juvenil Exames Globais

Crónico – Dependentes Visitação Domiciliária Vigilância de Saúde

Cuidados Continuados

Fonte: Centro de Saúde de Melgaço

Actividades de Enfermagem prestados pelo Centro de Saúde à Comunidade Actividades Área de Intervenção Especificação Consulta do Climatério

Diabéticos Consulta do Risco Saúde Adulto/Idoso Cardiovascular Hipertensos

Consulta de Hipocoagulado Consulta de Enfermagem Pré-concepcional Planeamento Familiar Vigilância Saúde na Mulher e na Criança Saúde Materna Vigilância Saúde Infantil e Juvenil Exames globais Curativas Crónico – dependentes Promoção de Saúde Promoção de Saúde Saúde na Mulher e na Criança Vigilância Visitação Domiciliária Vigilância Ventilação Por Pressão Positiva no

Domicílio Acompanhamento

Curativas Cuidados Continuados Promoção de Saúde

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Plano Nacional de Vacinação (P.N.V.) Vacinação Vacinas Extra P.N.V.

Tratamentos/Injectáveis

Saúde Escolar/Saúde Oral Educação para a Saúde Saúde de Idosos Saúde Ocupacional Saúde Adulto/Idoso Observação Saúde na Mulher e na Criança

Cuidados na Saúde Familiar Estágios de Enfermagem Saúde na Comunidade Intervenções Comunitárias

Formação dos Profissionais de Saúde Gestão dos Serviços de Saúde

Em Junho de 2004 foi integrado um novo serviço no Centro de Saúde de Melgaço designado por Serviço Social. O Gabinete de Serviço Social no Centro de Saúde tem uma função importante e bem determinada, porque ajuda a encontrar uma resposta ajustada aos problemas específicos do utente, tendo em conta a sua vida, ou seja, os factos pessoais e sociais, e concilia uma ligação constante com os utentes e família do mesmo (quando existente), com os profissionais de saúde e com os profissionais da comunidade.

Tabela - Actividades do Serviço Social pelo Centro de Saúde à Comunidade Actividades Áreas de Intervenção Saúde de Idosos Saúde de Adultos Consulta Social Saúde Infantil Saúde Materna Planeamento Familiar Gabinete do Utente Individualizadas Equipa de Saúde Visitação Ajudas Técnicas Domiciliária Ventilação Por Pressão Positiva no Domicílio Rede dos Cuidados Continuados Integrados Prevenção e Controlo das Doenças Cardiovasculares Programas de Prevenção e Controlo das Doenças Oncológicas/Paliativas Saúde Ventilação Por Pressão Positiva no Domicílio Instituto da Droga e da Toxicodependência Alcoologia Poliomielite Diabetes

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Ventilação Por Pressão Positiva no Domicílio Avaliação das Condições de Instalação e Funcionamento dos Lares de Idosos Rede dos Cuidados Continuados Integrados Saúde Escolar “Frutos e Hortícolas” Educação para a Saúde “Mexer para Melhor Viver” Saúde Comunitária “Ondas de Calor” Saúde de Idosos Comissão de Protecção de Crianças e Jovens Externas Rede Social Rendimento Social de Inserção Fonte: Centro de Saúde de Melgaço

Tabela - Actividades de Saúde Pública pelo Centro de Saúde à Comunidade Actividades Áreas de Intervenção Vacinação Luta contra a Sida Águas de Consumo Humano Águas de Recreio Vigilância Sanitária Termais Águas Minerais Naturais Engarrafamento

Avaliação das condições de Higiene e segurança na escola Programas de Saúde Avaliação das Condições de Instalação e Funcionamento dos Lares de Idosos Queixas de Salubridade Internamentos Compulsivos Análises de Projectos Vistorias para Funcionamento Alcoologia Vigilância da Qualidade Alimentar “Nossos Restaurantes” Higiene e Salubridade dos Espaços Prevenção da Gripe Aviária Poliomielite Controlo da Infecção Saúde de Idosos Educação para a Saúde “Mexer para Melhor Viver” Saúde Comunitária “Ondas de Calor” Saúde Escolar “Frutos e Hortícolas” Externas Comissão de Protecção de Crianças e Jovens Intervenção Precoce Fonte: Centro de Saúde de Melgaço

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No que se refere aos cuidados de saúde para a população portadora de deficiência, os principais recursos existentes, em termos de oferta, localizam-se no Centro de Saúde de Melgaço Os cuidados de saúde à população toxicodependente são assegurados pelo CAT (Centro de Atendimento a Toxicodependentes) de Viana de Castelo com a parceria do Centro de Saúde. No que se refere aos cuidados aos utentes com consumo excessivo de álcool não existe, no concelho de Melgaço, capacidade de resposta que permita esboçar perfis da população com estas dependências.

Deficiência APPACDM (Associação Portuguesa dos Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental) A população portadora de deficiência é também um dos grupos prioritários ao nível da intervenção e acção social local em termos informativos, de mobilidade e acessibilidades e de acções de inserção sócio-profissional. A APPACDM é uma IPSS com uma área geográfica de intervenção alargada (Melgaço, Monção, Arcos de Valdevez, Vila Nova de Cerveira, Caminha e Valença), e o seu público-alvo são as pessoas portadoras de deficiência mental. Ao nível das valências e dos equipamentos, a APPACDM intervém em cinco áreas diferenciadas, nomeadamente, área residencial, centro de actividades ocupacionais, ATL, formação profissional e empresas de inserção.

Tabela - N.º de utentes por valência e/ou equipamento Tipo de valência/Equipamento População-alvo Capac. Frequência Vagas Centro de Actividades Ocupacionais Deficientes mentais e motores 26 20 6 Formação profissional Deficientes mentais e motores 22 22 0 ATL Crianças entre os 4 e os 7 anos de 20 24 0 idade Lar de Apoio Deficientes mentais e motores 8 11 0 Lar Residencial Deficientes mentais e motores 5 5 0 Empresas de Inserção Social Pessoas com dificuldades de inserção 15 11 4 (Jardinagem e cantonaria) sócio-laboral Fonte: APPACDM de Melgaço

A APPACDM promove e desenvolve um trabalho de parceria com o Centro de Emprego, no âmbito das Empresas de Inserção Social, com o IPJ, com a Câmara Municipal de Melgaço, na prestação de serviços, com a Fundacion Menela e a Segurança Social, apoio económico, elaboração de relatórios e detecção de novos casos. O Centro de Actividades Ocupacionais encontra-se em funcionamento desde 1997 e a sua actividade é financiada através de Acordos de Cooperação com a Segurança Social. A valência de Formação Profissional está em funcionamento desde 1997 e funciona ao abrigo do Programa Constelação do Instituto de Emprego e Formação Profissional. O ATL e o Lar de Apoio entraram em funcionamento no ano 2000; ambos são financiados através de Acordos de Cooperação com a Segurança Social. O Lar Residencial entrou em funcionamento no início de 2008 e até ao momento não tem Acordo de Cooperação. As Empresas de Inserção existem ao abrigo de um protocolo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional e estão em funcionamento desde 2000. A parceria com a Fundacion Menela tem como objectivo geral oferecer uma rede de serviços articulados - infra estruturas e equipamentos – com vista a facilitar o exercício das actividades turísticas a todas as pessoas que sofrem algum tipo de deficiência e às suas famílias, abrindo a possibilidade de utilizarem para o lazer serviços apropriados aos seus condicionalismos. Esta instituição tem também como objectivo a criação de uma nova valência - creche - de forma a dar resposta a uma necessidade sentida no concelho, ao nível da primeira infância, uma vez que actualmente existe apenas uma creche em funcionamento, com capacidade para 30 crianças, que se encontra lotada e que apresenta uma lista de espera de dezenas de crianças. Esta valência assume-se como particularmente pertinente, uma vez que o número de nascimentos no concelho nos últimos três anos foi de 141 crianças, o que ultrapassa consideravelmente o número de vagas disponíveis para apoio à 1ª infância.

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Conclusões

Com o presente documento encerra-se a Fase 2 da Agenda 21 Local (“realização de diagnóstico de sustentabilidade e elaboração do Plano de Acção”). Os principais benefícios deste projecto foram a elaboração de um plano de desenvolvimento concelhio que aposta em vários vectores de intervenção e que faz da conjugação de diferentes áreas a sua mais valia. Também a participação pública e o envolvimento da população local contribuiu para que fossem traduzidos os anseios da população.

O plano de acção é um documento fundamental no processo da Agenda 21 Local, permitindo orientar a gestão e as políticas locais em prol da sustentabilidade, bem como orientar a população para desempenhar um papel activo e na sua prossecução.

Os pontos negativos dizem respeito à dificuldade de concretização de algumas acções propostas, uma vez que são necessários grandes investimentos e recursos financeiros, que podem pôr em causa a sua eficaz implementação.

Apesar de ainda não estar totalmente concluído, este projecto da Agenda 21 Melgaço é considerado interactivo e de desenvolvimento contínuo.

Desde o início do projecto, foi notória a falta de conhecimento generalizado sobre a Agenda 21 Local, os seus princípios e seus objectivos. A falta de informação disponível sobre esta matéria foi, numa fase inicial, uma das principais dificuldades verificadas.

Também a resistência à mudança, por parte da população, pouco habituada a participar em fóruns de discussão e em sessões de trabalho alargadas, bem como a alteração de hábitos de trabalho, constituíram inicialmente um ligeiro entrave, que rapidamente foi ultrapassado com a crescente participação dos diversos actores locais, que se sentiam motivados para a participação.

Segue-se a fase mais importante: “fase de implementação, avaliação, monitorização e revisão”.

A implementação das acções resultantes dos diferentes planos de acção e o seu acompanhamento/monitorização permitirão aumentar o envolvimento e a participação da população e com isso efectuar uma maior divulgação das acções a desenvolver.

Neste sentido, sendo a Agenda 21 local um processo contínuo sugere-se a elaboração de um plano de monitorização com o objectivo de verificar a implementação das acções previstas no plano de acção e avaliar as tendências na obtenção dos objectivos bem como a alteração dos comportamentos da comunidade Melgacense relativamente a este processo

Plano de Acção Aponta soluções: diz para onde queremos ir e

como chegar lá

Plano de Serve como bússola, indicando se estamos no monitorização caminho certo

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Bibliografia

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• Regulamento de Organização e Exploração do Centro Coordenador de Transportes de Melgaço

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• DGF - 1998. Plano de Desenvolvimento Sustentável das Florestas Portuguesas. Lisboa: Direcção- Geral das Florestas. DGF - 1999. Programa de Acção Nacional de Combate à Desertificação. Portugal: Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas - Direcção Geral das Florestas. DGF - 2001. Inventário Florestal Nacional, Portugal Continental, 3.ª Revisão 1995 - 1998. Lisboa: Direcção-Geral das Florestas. DGF - 2002. Manual de Silvicultura para a Prevenção de Incêndios. Lisboa: Direcção Geral das Florestas

• DGF - 2003. Princípios de Boas Práticas Florestais. Lisboa: Direcção Geral das Florestas.

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• Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios- Melgaço: Comissão

• Plano Operacional Municipal 2007 – Melgaço : Gabinete técnico Florestal

• Decreto-lei nº 306/2007 de 27 de Agosto – Controlo da Qualidade da Água para Consumo Humano

• Regulamento Municipal de Sistemas Prediais e Públicos de Abastecimento de Água e Drenagem de Águas Residuais

• Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de Agosto - Aprova o Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais.

• Relatório Anual do Sector de Águas e Resíduos em Portugal (RASARP), relativo aos anos de 2004, 2005 e 2006

• O PEAASAR 2007-2013 - Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais

• www.irar.pt

• www.inag.pt

• www.aguasdominhoelima.pt/

• www.valorminho.pt/

• www.maotdr.gov.pt/

• www.iambiente.pt/

• www.iclei.org

• www.rtam.pt

• www.ine.pt

• www.min-economia.pt

• www.antral.pt

• alfa.fct.mctes.pt/

• www.fe.up.pt

• www.iambiente.pt

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• www.ist.utl.pt

• lisboaenova.org

• www.mascaraproject.com

• www.mobilityweek.eu

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Anexo A – Equipa técnica

A Agenda 21 de Valença foi dinamizada pelo seguinte grupo de facilitadores:

• Carlos Humberto Gonçalves (Câmara Municipal de Melgaço)

• Maria de Fátima Rodrigues de Sousa Táboas (Câmara Municipal de Melgaço

• Maria Fernanda de Almeida Cerdeira (Câmara Municipal de Melgaço e EPRAMI)

• Maria Isabel Fernandes Domingues Gonçalves (Câmara Municipal de Melgaço)

Na dinamização da Agenda 21 Local do Vale do Minho participaram:

• Ana Paula Xavier (Adriminho)

• Ana Santos (Valorminho )

• Carolina Castro (CM Vila Nova de Cerveira)

• Cátia Gonçalves (CM Monção)

• Conceição Soares (CM Monção)

• Cristina Pereira (CM Paredes de Coura)

• Dora Guterres (Valorminho)

• Elisabete Araújo (Associação de Produtores Florestais do VM)

• Eugénio Pinto (GAT Vale do Minho)

• Fátima Táboas (CM Melgaço)

• Fernanda Cerdeira (CM Melgaço)

• Hélder Lopes (Comunidade Intermunicipal VM)

• Humberto Gonçalves (CM Melgaço)

• Isabel Gonçalves (CM Melgaço)

• Isabel Policarpo (EPRAMI)

• Joana Rodrigues (CM Paredes de Coura)

• Luís Brandão Coelho (DRAPN)

• Luís Pinheiro (CM Vila Nova de Cerveira)

• Nuno Correia (CM Vila Nova de Cerveira)

• Paula Mateus (CM Valença)

• Rita Miranda (Adere-PG)

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Com acompanhamento técnico da Associação para a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, designadamente:

• Pedro Macedo (coordenação geral; Valença; Energia e alterações climáticas; Floresta; Turismo);

• Isabel Matias (Paredes de Coura e Vila Nova de Cerveira; Mobilidade; Território e Ordenamento);

• Conceição Almeida (Melgaço e Monção; Educação para a Sustentabilidade; Resíduos);

• Cláudia e Otília Miranda (Serviços de formação).

De forma a garantir a articulação regional e a validação técnica e política do processo foi criada uma Comissão de Acompanhamento Supramunicipal composta pelas seguintes entidades:

• Autarquias do Vale do Minho (presidentes das Câmaras Municipais);

• Comunidade Intermunicipal do Vale do Minho (Alexandrina Monteiro e António Torres);

• Águas do Minho e Lima (Manso Gigante);

• CCDR-N Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (Carolina Guimarães, Paula Santos e Rute Teixeira);

• EEVM - Empreendimentos Eólicos Vale do Minho, SA (José Miguel Oliveira);

• VALORMINHO - Valorização e Tratamento de Resíduos, SA (Raul Gonçalves).

O processo da Agenda 21 Local do Vale do Minho teve avaliação externa assegurada pela Quaternaire Portugal – Consultoria para o Desenvolvimento SA (Ana Paula Guimarães e Filipa César).

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Anexo B – Algumas entidades envolvidas

MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Rádio Melgaço Jornal “A Voz de Melgaço” Jornal “Melgaço Hoje”

JUNTAS DE FREGUESIA Junta de Freguesia de Alvaredo Junta de Freguesia de Chaviães Junta de Freguesia de Cousso Junta de Freguesia de Cubalhão Junta de Freguesia de Fiães Junta de Freguesia de Gave Junta de Freguesia de Lamas de Mouro Junta de Freguesia de Paços Junta de Freguesia de Paderne Junta de Freguesia de Parada do Monte Junta de Freguesia de Prado Junta de Freguesia de S. Paio Junta de Freguesia de Vila

ASSOCIAÇÕES E OUTRAS ENTIDADES UPA – União de Produtores de Alvarinho Associação C. R. Desportiva “Melgaço Radical” Associação Cultural Desportiva e Recreativa “Inês Negra” Associação de pais e encarregados de educação do Agrupamento de escolas de Melgaço Santa Casa da Misericórdia Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Melgaço Instituto Português da Juventude

Contactos A21L Melgaço

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Câmara Municipal de Melgaço Largo Hermenegildo Solheiro 4960-551 Melgaço Telefone: 251 410 100 Fax: 251 410 429 www.cm-melgaco.pt [email protected]

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