PLANO REGIONAL DE SANEAMENTO COM BASE MUNICIPALIZADA NAS MODALIDADES ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM URBANA

APRESENTAÇÃO

Este documento corresponde ao Plano Regional de Saneamento com Base Municipalizada nas Modalidades Água, Esgoto e Drenagem Urbana, em conformidade com o Contrato nº. 009/2012/AGEVAP. A elaboração do Plano Regional de Saneamento com Base Municipalizada nas Modalidades Água, Esgoto e Drenagem Urbana abrange o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações dos setores de saneamento básico, que, por definição, engloba abastecimento de água; esgotamento sanitário e; drenagem e manejo de águas pluviais urbanas das regiões hidrográficas VII – rio Dois Rios e IX – baixo Paraíba do Sul. O Plano Regional de Saneamento com Base Municipalizada nas Modalidades Água, Esgoto e Drenagem Urbana visa estabelecer um planejamento das ações de saneamento, através da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico dos Municípios - PMSB para os municípios que fazem parte deste plano regional, atendendo aos princípios da Política Nacional de Saneamento Básico - Lei n° 11.445/07 e em conformidade com o Art. 19 da Lei Federal n°. 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos), com vistas à melhoria da salubridade ambiental, à proteção dos recursos hídricos e à promoção da saúde pública. A presente Caracterização Municipal é apresentada à AGEVAP, com a descrição do município, baseado no Termo de Referência – Anexo I do Ato Convocatório nº 008/2012, bem como os dados levantados e disponibilizados pelo município.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...... 9 2 ELEMENTOS – LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO ...... 11 2.1 CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS, DEMOGRÁFICAS, POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS, SOCIOECONÔMICAS E CULTURAIS ...... 11 2.2 DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS PÚBLICOS EXISTENTES – SAÚDE E EDUCAÇÃO ...... 17 2.3 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DO MUNICÍPIO E DA REGIÃO E DADOS FISIOHIDRO- TOPOGRÁFICOS ...... 20 2.4 CARACTERÍSTICAS HIDROLÓGICAS DOS CURSOS D’ÁGUA E CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS DOS MANANCIAIS E USOS DIVERSOS DOS RECURSOS HÍDRICOS NO MUNICÍPIO ...... 22 2.5 CARACTERÍSTICAS URBANAS, EXPANSÃO E PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL ...... 26 2.6 DISPOSITIVOS LEGAIS DE ZONEAMENTO URBANO E USOS DO SOLO ...... 26 2.7 DELIMITAÇÃO DA ABRÂNGENCIA DOS PLANEJAMENTOS E DOS TRABALHOS DESENVOLVIDOS PARA O MUNICÍPIO ...... 36 2.8 EXISTÊNCIA E LOCALIZAÇÃO DE INDÚSTRIAS E PLANEJAMENTO PARA ÁREAS INDUSTRIAIS ...... 36 2.9 DISPONIBILIDADES DE RECURSOS, MÃO-DE-OBRA, MATERIAL E EMPRESAS PARA OBRAS DE ENGENHARIA ...... 36 2.10 COMUNICAÇÃO – PRESTADORES, EMPRESAS DE TELEFONIA, MÍDIA EM GERAL ...... 37 2.11 ENERGIA ELÉTRICA – CARACTERISTICAS DO SISTEMA EXISTENTE, SERVIÇOS E EMPRESAS DE ENERGIA ELÉTRICA E INSTALAÇÃO DE INFRAESTRUTURA SUBTERRÂNEA – REDE ELÉTRICA, TELEFÔNICA E INTERNET...... 38 2.12 PRÁTICAS DE SAÚDE E SANEAMENTO E DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS ...... 39 2.13 CITAÇÕES SOBRE AS LEIS E POSTURAS EM VIGOS RELACIONADAS ÀS EXIGÊNCIAS AMBIENTAIS ...... 40 2.14 INFORMAÇÕES SOBRE A DINÂMICA SOCIAL – ATORES E SEGMENTOS SETORIAS ESTRATÉGICOS ...... 43 3 INDICADORES – SANITÁRIOS, EPIDEMIOLÓGICOS, AMBIENTAIS E SOCIOECONÔMICOS ...... 48 3.1 INDICADORES DE SAÚDE – LONGEVIDADE, NATALIDADE, MORTALIDADE INFANTIL, MORBIDADE E FECUNDIDADE ...... 48 3.2 NÍVEL DE ATENDIMENTO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 53 3.3 NÍVEL DE ATENDIMENTO EM COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ...... 54 3.4 INDICADORES DE RENDA, POBREZA E DESIGUALDADE E RENDIMENTO FAMILIAR PER CAPITA ...... 56 3.5 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO - IDH ...... 57 3.6 INDICADORES DE EDUCAÇÃO ...... 58

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3.7 IMPLEMENTAÇÃO DE PROJETO PERMANENTE DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL ...... 67

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1.1 – Regiões de Governo e Microrregiões Geográficas. Estado do – 2010. 11 Figura 2.1.2 – Localização Município de Duas Barras e Rodovias de acesso...... 12 Figura 2.2.1 – Divisão Político Administrativa em regiões de saúde Estado do RJ - 2010...... 18 Figura 2.3.1 – Imagem de satélite município de Duas Barras...... 22 Figura 2.4.1 – Organismos de Bacias do Rio Paraíba do sul...... 23 Figura 2.4.2 – Área de atuação do BNG-2...... 24 Figura 2.4.3 – Microbacia do município de Bom Jardim e principais rios...... 25 Figura 2.6.1 - Duas Barras – RJ ( 1° Distrito – Limite do Perímetro Urbano)...... 31 Figura 2.6.2 - Duas Barras – RJ ( 2° Distrito – Limite do Perímetro Urbano) ...... 32 Figura 2.6.3 - Duas Barras – RJ ( 3° Distrito – Limite do Perímetro Urbano) ...... 33 Figura 2.6.4 - Duas Barras – RJ ( 4° Distrito – Limite do Perímetro Urbano) ...... 34 Figura 2.6.5 - Duas Barras – RJ (Limite Municipal – Todos os Distritos...... 35 Figura 3.2.1 – Ponto de captação de água – CEDAE...... 53 Figura 3.2.2 – Estação de Tratamento de Água - CEDAE...... 54 Figura 3.2.3 – Estação de Tratamento de Esgoto - Monnerat - CEDAE...... 54 Figura 3.3.1 – Lançamento de esgoto de residências diretamente no corpo d´agua...... 55 Figura 3.3.2 – Erosão e esgoto a céu aberto...... 56

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1.1 – População do Município de Duas Barras...... 13 Tabela 2.1.2 – Infraestrutura do Município de Duas Barras...... 14 Tabela 2.1.3 – Distâncias do Município de Duas Barras aos demais Municípios da Região Serrana. 14 Tabela 2.1.4 – N.º de Estabelecimentos por Porte e Setor 2009 / 2010...... 15 Tabela 2.1.5 – Tipos de Serviços e Estabelecimentos...... 16 Tabela 2.1.6 – Tipos de Comércio e Estabelecimentos...... 16 Tabela 2.1.7 – Tipos de Indústria e Estabelecimentos...... 17 Tabela 2.1.8 – Tipos de Agropecuária e Estabelecimentos...... 17 Tabela 2.2.1 – Estabelecimento por tipo – Município – Dez 2010...... 19 Tabela 2.2.2 – Recursos Humanos – Ocupações – Município – Dez 2010...... 19 Tabela 2.14.1 – Número de Domicílios Urbanos / Classes Econômicas do Município de Duas Barras ...... 44 Tabela 2.14.2 Consumo familiar de Duas Barras por classe econômica, segundo categorias de consumo - em R$/ano...... 46 Tabela 3.1.1 Números de Nascimento no Município de Duas Barras...... 48 Tabela 3.1.2 - Mortalidade Proporcional (%) por Faixa Etária Segundo Grupo de Causas - CID10. .. 49 Tabela 3.1.3 - Coeficiente de Mortalidade para algumas causas selecionadas (por 100.000 habitantes)...... 49 Tabela 3.1.4 – Outros indicadores de mortalidade...... 50 Tabela 3.1.5 – Distribuição Percentual das Internações por Grupo de Causas e Faixa Etária - CID10 – por local de residência...... 52 Tabela 3.2.1 – Proporção de Moradores por Tipo de Abastecimento de Água...... 53 Tabela 3.3.1 – Proporção de Moradores por tipo de Instalação Sanitária...... 55 Tabela 3.4.1 – PIB – Produto Interno Bruto, em valores correntes – Região Serrana – 2008 (R$ mil)...... 57 Tabela 3.5.1 - Índice de Desenvolvimento Humano 1991-2000-2010...... 58 Tabela 3.6.1 – Unidades escolares, professores, matrículas e indicadores – Creche – Total – 2005 a 2010...... 58 Tabela 3.6.2 – Unidades escolares, professores, matrículas e indicadores – Pré-escola – Total – 2005 a 2010...... 58 Tabela 3.6.3 – Unidades escolares, professores, matrículas e indicadores – Ensino Fundamental – Total – 2005 a 2010...... 59 Tabela 3.6.4 – Unidades escolares, professores, matrículas e indicadores – Ensino Fundamental – Rede Estadual - Total – 2005 a 2010...... 60 Tabela 3.6.5 – Unidades escolares, professores, matrículas e indicadores – Ensino Fundamental – Rede Estadual - Total – 2005 a 2010...... 60 Tabela 3.6.6 – Unidades escolares, professores, matrículas e indicadores – Ensino Médio - Total – 2005 a 2010...... 64

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Tabela 3.6.7 –Unidades escolares, professores, matrículas e indicadores – Ensino Médio –Rede estadual – 2005 a 2010...... 64

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 2.1.1 – Distribuição local da população - 2010...... 13 Gráfico 2.1.2 – Região Serrana – Número de Estabelecimentos por Porte e Setor 2009/2010...... 15 Gráfico 2.1.3 – Região Serrana – Número de Micro e Pequenas Empresas...... 16 Gráfico 2.12.1 – Número de casos de doenças transmissíveis por mosquitos 2001-2010...... 39 Gráfico 3.1.1 - Evolução das condições de Nascimento...... 48 Gráfico 3.1.2 – Mortalidade Proporcional...... 50 Gráfico 3.4.1 – Proporção de moradores abaixo da linha da pobreza e indigência – 2010...... 56 Gráfico 3.6.1 – Formação dos professores – Creche e Pré-escola – Rede municipal - 2010...... 59 Gráfico 3.6.2 – Evolução da taxa de distorção série-idade – Ensino Fundamental – Total – 2005 a 2010...... 61 Gráfico 3.6.3 – Taxa de distorção série-idade no Ensino Fundamental – Redes - 2010...... 62 Gráfico 3.6.4 – Faixa de idade por série – Ensino Fundamental – Total – 2010...... 62 Gráfico 3.6.5 – Taxa de aprovação no Ensino Fundamental – Redes e total – 2004 a 2010...... 63 Gráfico 3.6.6 – Concluintes do Ensino Fundamental – Redes e total – 1998 a 2010...... 63 Gráfico 3.6.7 – Formação dos professores – Ensino Fundamental – Rede pública – 2010...... 64 Gráfico 3.6.8 – Faixa de idade por série – Ensino Médio – Total – 2010...... 65 Gráfico 3.6.9 – Taxa de distorção série-idade – Ensino Médio – Total – 2005 a 2010...... 65 Gráfico 3.6.10 – Taxa de aprovação no Ensino Médio – Redes – 2005 a 2010...... 66 Gráfico 3.6.11 – Concluintes do Ensino Médio – 1998-2010...... 66 Gráfico 3.6.12 – Formação dos professores – Ensino Médio – Rede pública – 2010...... 67

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1 INTRODUÇÃO

A necessidade da melhoria da qualidade de vida aliada às condições, nem sempre satisfatórias, de saúde ambiental e a importância de diversos recursos naturais para a manutenção da vida, resultam na necessidade de adotar uma política de saneamento básico adequada, considerando os princípios da universalidade, equidade, desenvolvimento sustentável, entre outros. A falta de planejamento municipal, regional e a ausência de uma análise integrada conciliando aspectos sociais, econômicos e ambientais resultam em ações fragmentadas e nem sempre eficientes que conduzem para um desenvolvimento desequilibrado e com desperdício de recursos. A falta de saneamento ou adoção de soluções ineficientes trazem danos ao meio ambiente, como a poluição hídrica e a poluição do solo que, por consequência, influencia diretamente na saúde pública. Em contraposição, ações adequadas na área de saneamento reduzem significativamente os gastos com serviços de saúde. Acompanhando a preocupação das diferentes escalas de governo com questões relacionadas ao saneamento, a Lei nº 11.445 de 2007 estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento e para a política federal do setor e em conformidade com o Art. 19 da Lei Federal n°. 12.305/2010 que visa a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Entendendo saneamento básico como o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, a Lei condiciona a assinatura de contrato à existência de Plano Municipal de Saneamento Básico aprovado. O Plano Regional de Saneamento com Base Municipalizada nas Modalidades Água, Esgoto e Drenagem Urbana estabelece um planejamento das ações de saneamento através da elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico dos Municípios envolvidos no processo, de forma a atender aos princípios da política nacional e que seja construído por meio de uma gestão participativa, envolvendo a sociedade no processo de elaboração. O PMSB visa à melhoria da salubridade ambiental, a proteção dos recursos hídricos, a universalização dos serviços, o desenvolvimento progressivo e a promoção da saúde. Neste sentido, o PMSB é um instrumento onde, avaliando o diagnóstico da situação de cada município, serão definidos os objetivos e metas, as prioridades de investimentos, a forma de regulação da prestação dos serviços, os aspectos econômicos e sociais, os aspectos técnicos e a forma de participação e controle social, de modo a orientar a atuação dos prestadores de serviços, dos titulares e da sociedade.

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Considerando as preocupações atuais apresentadas e das exigências legais referentes ao setor, este documento refere-se ao Plano de Trabalho para a elaboração do PMSB, atendendo aos requisitos da AGEVAP para sua elaboração. Devido à integração hídrica dos sistemas de água, esgoto e drenagem urbana, para a elaboração dos Planos Municipais, é necessário considerar integração dos sistemas, para a elaboração das propostas, bem como a visão regionalizada. Segundo alguns incisos do artigo 19, da Lei n° 11.445, e do artigo 24 do Decreto nº 7.217 o PMSB envolve as seguintes etapas: diagnóstico da situação do saneamento no município e seus impactos na qualidade de vida da população utilizando sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômico, apontando as causas das deficiências detectadas; desenvolvimento do sistema de informações geográficas (SIG); definição de objetivos, metas de curto, médio e longo prazo e alternativas para universalização e desenvolvimento dos serviços, admitidas soluções graduais e progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos setoriais; estabelecimento de programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas; planejamento de ações para emergências e contingências; desenvolvimento de mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática das ações programadas, criação do modelo de gestão, com a estrutura para a regulação dos serviços de saneamento nos municípios e por fim, a institucionalização do plano municipal de saneamento básico com uma visão regionalizada. A elaboração do PMSB contará com um processo de mobilização social, que será realizado pela Empresa Contratada - DRZ, pelos representantes dos municípios envolvidos nos dois Comitês de Coordenação e de Executivo, bem como o acompanhamento do Grupo de Trabalho que será composto por membros da AGEVAP, SEA e convidados.

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2 ELEMENTOS – LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO

2.1 CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS, DEMOGRÁFICAS, POLÍTICO- ADMINISTRATIVAS, SOCIOECONÔMICAS E CULTURAIS

O município de Duas Barras pertence à Região Serrana, composta pelos municípios de Bom Jardim, Cantagalo, Carmo, Cordeiro, Duas Barras, , , Petrópolis, Santa Maria Madalena, São José do Vale do Rio Preto, São Sebastião do Alto, , Teresópolis e Trajano de Morais.

Figura 2.1.1 – Regiões de Governo e Microrregiões Geográficas. Estado do Rio de Janeiro – 2010. Fonte: TCE – RJ, 2011.

O Município tem uma área total de 375,1 km² (IBGE/2010), correspondentes a 5,4% da área da Região Serrana. Os limites, no sentido horário, são: Carmo, Cantagalo, Bom Jardim, Nova Friburgo e Sumidouro. O principal acesso à cidade é realizado pela RJ-144, que alcança a RJ-116 próximo a Bom Jardim, ao sul, e o município de Carmo, ao norte. A RJ-152, não pavimentada, acessa Sumidouro e Nova Friburgo, a sudoeste, e Cantagalo, a nordeste. Importante eixo rodoviário do interior do estado, a RJ-116, sai de Itaboraí e segue por , Nova Friburgo, Bom Jardim, Duas Barras, Cordeiro, Macacu, São

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Sebastiao do Alto, , Aperibé, Santo Antônio de Pádua, , Laje do Muriaé e conecta com a BR-356 a nordeste de , na localidade de Comendador Venâncio.

Figura 2.1.2 – Localização Município de Duas Barras e Rodovias de acesso. Fonte: DER – RJ (2006).

Segundo o Censo de 2010, Duas Barras tinha uma população de 10.930 habitantes, correspondente a 1,4% do contingente da Região Serrana, com uma porção de 101,7 homens para cada 100 mulheres.

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POPULAÇÃO MUNICIPIO DE DUAS BARRAS Total 10.933 Faixa etária predominante no Município de Duas Barras Urbana 7.739 Rural 3.194

Homens 5.512 Mulheres 5.421

0 – 4 anos 736 5 – 9 anos 826 10 – 14 anos 922 Número de Habitantes 15 – 19 anos 945 20 – 29 anos 1.810 30 – 49 anos 3.255

50 + anos 2.436 Faixa Etária Tabela 2.1.1 – População do Município de Duas Barras. Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Censo 2010.

A densidade demográfica era de 29,1 habitantes por km², contra 116 habitantes por km² de sua região. A taxa de urbanização correspondia a 70% da população. Em comparação a década anterior, a população do município aumentou 5,8%, o 63º maior crescimento no Estado. A população local, de acordo com o Censo 2010, era assim distribuída no território municipal:

População por distrito

Vargem Grande 696

Fazenda do Campo 787

Monnerat 4.202

Duas Barras 5.425

0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000

Gráfico 2.1.1 – Distribuição local da população - 2010. Fonte: IBGE (censo 2010).

Segundo levantamento, o município de Duas Barras possuía 4.641 domicílios, dos quais 9% eram de uso ocasional. Duas Barras possui duas agências de correios, duas agências bancárias e três estabelecimentos hoteleiros. Quanto aos equipamentos culturais, o município não tem cinema e teatro, mas dispõe de quatro museus e uma biblioteca pública. Porém a leitura da

Gestão Ambiental 13 PLANO REGIONAL DE SANEAMENTO COM BASE MUNICIPALIZADA NAS MODALIDADES ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM URBANA tabela abaixo permite identificar a estrutura básica do município conforme dados oficiais da Relação Anual de Informações Sociais – RAIS, do Ministério do Trabalho e Emprego. A infraestrutura é um dos aspectos que devem ser considerados na análise das condições básicas favoráveis à implantação e operação de empresas, assim como das condições de atendimento às necessidades básicas da população local. Educação N.º de Estabelecimentos Ensino Pré -escolar 1 Ensino Fundamental 11 Ensino Médio 0 Ensino Superior 0 Saúde Quantidade Oferecida Hospitais Gerais 1 Postos de Saúde 4 Turismo e Cultura N.º de Estabelecimentos Estabelecimentos Hoteleiros 1 Cinema 0 Teatro 0 Museu 0 Biblioteca 0 Financeiro e Comunicação N.º de Estabelecimentos Agências dos Correios 0 Agências Bancárias 2 Tabela 2.1.2 – Infraestrutura do Município de Duas Barras. Fonte: MTE / RAIS 2010.

Nome do Município Distância (Km) Bom Jardim 15 Cantagalo 18 Cordeiro 17 Carmo 16 Macuco 29 Nova Friburgo 26 Petrópolis 84 Santa Maria Madalena 54 São José do Vale do Rio Preto 43 São Sebastião do Alto 41 Sumidouro 16 Teresópolis 61 Trajano de Morais 47 Tabela 2.1.3 – Distâncias do Município de Duas Barras aos demais Municípios da Região Serrana. Fonte: IPC Target 2011.

Conhecer as distâncias entre os municípios da mesma região é fundamental para o plano de marketing, bem como táticas futuras de desenvolvimento,

Gestão Ambiental 14 PLANO REGIONAL DE SANEAMENTO COM BASE MUNICIPALIZADA NAS MODALIDADES ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM URBANA colaborando para a definição de estratégias de atuação e de negociação com o mercado fornecedor. Quanto aos setores da economia o município de Duas Barras possui os seguintes estabelecimentos:

N. ° de Estabelecimentos Setor / Indústria Comércio Serviços Agropecuária Total Percentual Porte 2009 2010 2009 2010 2009 2010 2009 2010 2009 2010 2009 2010 Micro 47 56 175 194 131 131 103 102 456 483 96,6 96,8 Pequena 5 5 3 3 2 3 5 4 15 15 3,2 3,0 Média 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,0 0,0 Grande 0 0 0 0 1 1 0 0 1 4 0,2 0,2 Total 52 61 178 197 134 135 108 106 472 499 100,0 100,0 Tabela 2.1.4 – N.º de Estabelecimentos por Porte e Setor 2009 / 2010. Fonte: MTE / RAIS 2010.

Evolução do Número de Estabelecimentos por Porte 2009/2010

1200

1000

800 2009 600 2010 400

200 Número de Empresas 0 Micro Pequena Média Grande Total

Gráfico 2.1.2 – Região Serrana – Número de Estabelecimentos por Porte e Setor 2009/2010. Fonte: MTE / RAIS 2010.

Os dados das tabelas acima foram extraídos da Relação Anual de Informações Sociais – RAIS, do Ministério do Trabalho e Emprego. Sendo que com estes dados, podemos analisar a participação de cada setor de economia no total das firmas do município. Observa-se que as microempresas representam 96.8% do total dos estabelecimentos formais existentes em Duas Barras e que a maior concentração dessas empresas é verificada no setor de Comércio seguindo pelo de Serviços. O número de empresas em relação à Região Serrana é a seguinte:

Gestão Ambiental 15 PLANO REGIONAL DE SANEAMENTO COM BASE MUNICIPALIZADA NAS MODALIDADES ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM URBANA

Número de Micro e Pequenas Empresas das Regiões Serranas

14.000 Petrópolis Nova Friburgo 12.000 Teresópolis Cordeiro 10.000 Bom Jardim Cantagalo 8.000 S. J. do Vale do Rio Preto Carmo 6.000 Santa Maria Madalena

Número de MPEs Duas Barras 4.000 São Sebastião do Alto Sumidouro 2.000 Macuco Trajano de Morais 0 Municípios Gráfico 2.1.3 – Região Serrana – Número de Micro e Pequenas Empresas. Fonte: MTE / RAIS 2010.

As tabelas abaixo apresentam as principais classes dos serviços, comércio, indústria e agropecuária do município de Duas Barras: Quantidade de Tipos de Serviços Estabelecimentos Restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas. 22 Ensino Fundamental 11 Atividades de organizações religiosas 9 Transporte rodoviário de carga 8 Atividades associativas não especificadas anteriormente 7 Tabela 2.1.5 – Tipos de Serviços e Estabelecimentos. Fonte: MTE / RAIS 2010.

Quantidade de Comércio Estabelecimentos Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – 29 minimercados, mercearias e armazéns. Comércio Varejista de artigos do vestuário e acessórios. 20 Comércio Varejista de carnes e pescados – açougues e peixarias. 16 Comércio varejista de ferragens, madeira e materiais de construção. 15 Comércio Varejista de outros produtos novos não especificados anteriormente. 13 Tabela 2.1.6 – Tipos de Comércio e Estabelecimentos. Fonte: MTE / RAIS 2010.

Gestão Ambiental 16 PLANO REGIONAL DE SANEAMENTO COM BASE MUNICIPALIZADA NAS MODALIDADES ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM URBANA

Quantidade de Indústria Estabelecimentos Confecção de roupas íntimas. 16 Fabricação de acessórios do vestuário, exceto para segurança e proteção. 5 Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas. 4 Fabricação de produtos de panificação. 3 Desdobramento de madeira. 3 Tabela 2.1.7 – Tipos de Indústria e Estabelecimentos. Fonte: MTE / RAIS 2010.

Quantidade de Agropecuária Estabelecimentos Criação de bovinos. 62 .Atividades de apoio à pecuária. 10 Cultivo de plantas de lavoura temporárias não especificadas anteriormente 8 Criação de suínos. 5 Cultivo de flores e plantas ornamentais. 3 Tabela 2.1.8 – Tipos de Agropecuária e Estabelecimentos. Fonte: MTE / RAIS 2010.

Os dados acima tem como fonte a base RAIS/ESTB 2010, cujos dados estão disponibilizados conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE Fiscal e por municípios.

2.2 DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS PÚBLICOS EXISTENTES – SAÚDE E EDUCAÇÃO

2.2.1 EDUCAÇÃO O número total de matrículas nos ensinos infantil, fundamental e médio de Duas Barras, em 2009, foi de 2.883 alunos, tendo evoluído para 2.755 em 2010, apresentando variação de -4,4% no número de estudantes. Foram 215 estudantes na creche, 92% na rede municipal, e 279 na pré-escola, 91% deles em nove estabelecimentos da prefeitura. O ensino fundamental foi ofertado a 1.924 alunos, 65% deles em 10 unidades municipais e 31% em três estabelecimentos da rede estadual. O ensino médio, disponibilizado em três unidades escolares, teve 291 alunos matriculados, todos na rede estadual. 2.2.2 SAÚDE A atenção à saúde no estado do Rio de Janeiro obedece a uma regionalização para escalonar o nível de atendimento ao cidadão, desde os procedimentos simples e ambulatoriais até os de média a alta complexidade. Nesse sentido, foram estabelecidos centros de referência para as ações de maior complexidade. Todo o sistema segue uma programação que deve ser integrada e objeto de um pacto entre as diversas

Gestão Ambiental 17 PLANO REGIONAL DE SANEAMENTO COM BASE MUNICIPALIZADA NAS MODALIDADES ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM URBANA secretarias de saúde envolvidas. A regionalização é responsável por estruturar e regular esse processo de descentralização das ações e serviços de saúde.

Figura 2.2.1 – Divisão Político Administrativa em regiões de saúde Estado do RJ - 2010. Fonte: TCE – RJ (2011).

No estado do Rio de Janeiro, em dezembro de 2010, somente 48 dos 92 municípios haviam aderido ao Pacto de Gestão. O município do Rio de Janeiro, que forma uma região independente, aderiu ao Pacto pela Saúde em abril de 2010. As demais regiões são apresentadas com os mapas ilustrativos que se seguem. Dos dezesseis municípios da Região Serrana, seis aderiram ao pacto pela saúde entre junho de 2009 e novembro de 2010: Bom Jardim, Cachoeiras de Macacu, Carmo, Cordeiro, Santa Maria Madalena e . Cinco entes permanecem com gestão plena do sistema: , Nova Friburgo, Petrópolis, Sumidouro e Teresópolis. Os demais municípios são habilitados apenas na gestão da atenção básica. Os dados a seguir foram coletados no sistema DATASUS e referem-se aos recursos materiais e humanos disponíveis em Duas Barras:

Gestão Ambiental 18 PLANO REGIONAL DE SANEAMENTO COM BASE MUNICIPALIZADA NAS MODALIDADES ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM URBANA

Estabelecimentos por tipo Quantidade Central de regulação de serviços de saúde 0 Centro de atenção hemoterápica e/ou hematológica 0 Centro de atenção psicossocial 0 Centro de apoio à saúde da família 0 Centro de parto normal 0 Centro de saúde/unidade básico de saúde 4 Clínica especializada/ambulatório especializado 1 Consultório Isolado 5 Farmácia com medicamento excepcional e programa Farmácia Popular 0 Hospital – dia 0 Hospital especializado 0 Hospital geral 1 Policlínica 0 Posto de saúde 2 Unidade de pronto atendimento 0 Pronto-socorro especializado 0 Pronto-socorro geral 0 Unidade mista – atendimento 24h; atenção básica, internação/urgência 0 Unidade de serviço de apoio de diagnose e terapia 3 Unidade de vigilância em saúde 0 Unidade móvel pré-hospitalar urgência/emergência 0 Unidade móvel terrestre 0 Tabela 2.2.1 – Estabelecimento por tipo – Município – Dez 2010. Fonte: TCE, RJ (2011).

O município de Duas Barras tem implantado a Atenção Básica e a Estratégia Saúde da Família. A atenção à saúde no município de Duas Barras conta com as seguintes profissionais:

OCUPAÇÃO DO OCUPAÇÃO DO QUANT. SUS QUANT. SUS PROFISSIONAL PROFISSIONAL ANESTESISTA 1 100% NUTRICIONISTA 1 100% ASSISTENTE SOCIAL 0 0% ODONTÓLOGO 15 80% BIOQUÍMICO/FARMACÊU 1 100% PEDIATRA 0 0% TICO CIRURGIÃO GERAL 1 100% PSICÓLOGO 1 100% CLÍNICO GERAL 10 100% PSIQUIATRA 0 0% ENFERMEIRO 8 100% RADIOLOGISTA 1 100% FISIOTERAPEUTA 6 67% SANITARISTA 0 0% OUTRAS ESPECIALIDADES FONOAUDIÓLOGO 1 100% 5 100% MÉDICAS GINECOLOGISTA/OBSTE OUTRAS OCUPAÇÕES DE 0 0% 0 0% TRA NÍVEL SUPERIOR MÉDICO DE FAMÍLIA 1 100% TOTAL 52 90% Tabela 2.2.2 – Recursos Humanos – Ocupações – Município – Dez 2010. Fonte: TCE, RJ (2011).

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2.3 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DO MUNICÍPIO E DA REGIÃO E DADOS FISIOHIDRO- TOPOGRÁFICOS

O clima é do tipo tropical mesotérmico brando super úmido ou o mesotérmico úmido, com temperaturas elevadas bem distribuídas o ano todo e pouca ou nenhuma deficiência hídrica (NIMEr, 1977; FAPERJ, 1980). O verão é brando, com temperatura média anual de 18 ºc e mínima de 13ºc no inverno, sendo junho e julho os meses mais frios. A precipitação média anual, segundo dados da estação meteorológica de Bom Jardim, é de 1536 mm, concentrados no verão (ANA, 2007). O domínio florístico é a floresta ombrófila densa ou floresta tropical perenifólia e subperenifólia, caracterizadas por apresentar vegetação exuberante, com formação Densa e espécies arbóreas de grande porte, típicas de clima úmido. A classificação dos solos foi elaborada segundo os critérios contidos em (EMBRAPA, 2006). As classes definidas, com base nas características morfológicas, análises físicas, químicas e mineralógicas dos perfis coletados, de acordo com o mapa de solos (figura 2), foram: latossolos, compreendendo latossolos vermelho (lv), latossolos amarelos (la) e latossolos vermelho-amarelos (lva). Argissolos, compreendendo argissolos amarelos (pa), argissolos vermelhos (pv), argissolos vermelho-amarelos (pva) e solos intergrades com a classe dos latossolos. Cambissolos, compreendendo cambissolo háplico (cx) e cambissolo flúvico. Neossolos, compreendendo neossolos litólicos (rl) e neossolos flúvicos (ry) e como tipo de terreno os afloramentos de rocha (ar). Essas classes com maior representatividade na área ocorrem como primeiro, segundo ou terceiro membro de associação. Em menor proporção, foram constatados cambissolo flúvico (cy), cambissolo húmico (ch) e gleissolos háplicos (gx), que ocorrem como inclusões nas unidades de mapeamento. No 4º nível categórico do sibcs (EMBRAPA, 2006), as classes de solos foram subdivididas considerando-se o tipo de horizonte a, características taxonômicas de natureza intermediária, fertilidade natural, grupamentos texturais, constituição macroclástica, tipos de vegetação classes de relevo e arranjados em várias unidades de mapeamento. Na Figura 2, é mostrado o mapa de solos da área. Os afloramento de rocha constituem tipos de terrenos e foram separados em três unidades, (ar1 a ar3). Os latossolos amarelos (la), foram separados em oito unidades, (lad1 a lad8), os latossolos amarelos húmicos (lah), separados em seis unidades (ladh1 a ladh6), os latossolos vermelhos (lv), separados em cinco unidades, (lvd1 a lvd5), os latossolos vermelho-amarelos (lva), separados em oito unidades, (lvad1 a lvad8), os argissolos vermelhos (pv), separados em cinco unidades (pvd1 a pvd5), os argissolos vermelho-amarelos (pv), separados em sete unidades, pvad1 a pvad7, o argissolo amarelo (pa), constitui uma única unidade (pad1), os cambissolos háplicos (cx),

Gestão Ambiental 20 PLANO REGIONAL DE SANEAMENTO COM BASE MUNICIPALIZADA NAS MODALIDADES ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM URBANA separados em três unidades, (cxbd1 a cxbd3), os neossolos litólicos e neossolos flúvicos são membros de associação. As terras do município abrangem os dois principais domínios fisiográficos regionais, as baixadas e as terras altas. Vários ambientes compõem a região estudada, mas de forma simplificada pode-se agrupá-los em três compartimentos distintos, relacionadas às feições geomorfológicas terras baixas e terras altas, ou seja, as elevações com encostas abruptas, constituídas por montanhas alinhadas e blocos rochosos salientes, com relevo montanhoso e escarpado; em posições intermediarias uma sequência e encostas e colinas íngremes ou onduladas margeadas por morros e circundadas por exposição rochosa, com relevo ondulado e forte ondulado e as baixadas, com várzeas reduzidas dos rios e córregos que drenam a área, de relevo plano e suave ondulado. Os solos identificados manifestam variações em suas características morfológicas, físicas e químicas, condicionadas pelo clima, relevo, material de origem e posição que ocupam na paisagem (Calderano filho et al., 2009b). Nas áreas de várzeas, importante para a recarga de aquíferos, predominam neossolos flúvicos distróficos, em pequenos diques marginais e terraços aluvionares do Rio Grande e cambissolos flúvicos distróficos de rampas suaves, colúvioaluvionares e coluvionares. Em pequena proporção, foram identificados gleissolos háplicos distróficos, ocupando as partes mais baixas das várzeas. Nas terras altas, em posições intermediárias de relevo ondulado a forte ondulado, predominam os argissolos vermelhos e vermelho-amarelos, eventualmente amarelos e amarelos latossólicos, seguidos de latossolos amarelos e latossolos vermelhos, em menor proporção. Todos distróficos, apenas nos argissolos vermelhos há ocorrência de solos eutróficos, relacionados a diques de rochas básicas. Nas terras altas, constituídas por morros e montanhas alinhadas, de relevo forte ondulado a montanhoso, relacionadas com as litologias do pré-cambriano, predominam os argissolos vermelhos e vermelho-amarelos, latossolos vermelhos e latossolo amarelo húmico, que gradativamente dão lugar a cambissolos háplicos e húmicos e neossolos litólicos, todos distróficos, à medida que a vertente fica mais íngreme, (Calderano filho et al. 2009b). Os latossolos húmicos tem maior ocorrência nas áreas abaciadas, de alvéolos intermontanos que compõem o domínio montanhoso e colinoso. Os afloramentos de rochas ocorrem em toda a área do município em diferentes posições da paisagem. Em alguns locais, os blocos rochosos e salientes elevam-se a dezenas de metros acima do nível do terreno. O relevo da área foi estudado mediante os seguintes componentes: MDE, sombreamento de relevo e declividade. O mapa de declividade foi classificado em seis

Gestão Ambiental 21 PLANO REGIONAL DE SANEAMENTO COM BASE MUNICIPALIZADA NAS MODALIDADES ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM URBANA classes de relevo: plano (0 – 3%), suave ondulado (3 – 8%), ondulado (8 – 20%), forte ondulado (20 – 45%), montanhoso (45 – 70%) e escarpado (> 70%). A imagem abaixo mostra através de aerofoto a declividade, junto com as feições identificadas na fotointerpretação, que serviu entre outros fins, para apoiar a cartografia dos solos no campo. Desta forma, o delineamento das unidades de mapeamento superpõe-se às classes de declives especificadas no mapa.

Figura 2.3.1 – Imagem de satélite município de Duas Barras. Fonte: Google Earth - 2012.

2.4 CARACTERÍSTICAS HIDROLÓGICAS DOS CURSOS D’ÁGUA E CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS DOS MANANCIAIS E USOS DIVERSOS DOS RECURSOS HÍDRICOS NO MUNICÍPIO

O Rio Dois Rios é formado pelo encontro das águas dos rios Negro e Grande, cujas bacias de drenagem fazem parte da região Serrana, percorrendo, desse ponto até a sua foz no Paraíba do Sul, o percurso de aproximadamente 35 km. Sua bacia hidrográfica tem uma área de drenagem de 3.169 km2, que abrange 11 municípios fluminenses: Nova Friburgo, Cantagalo, Cordeiro, Duas Barras, Macuco, Bom Jardim, São Sebastião do Alto, Santa Maria Madalena e Trajano de Morais, Itaocara e São Fidélis - onde habitam cerca de 310 mil pessoas.

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Figura 2.4.1 – Organismos de Bacias do Rio Paraíba do sul. Fonte: CEPERJ.

As características, associadas, de relevo e solos dessa sub-bacia configuram uma situação crítica de vulnerabilidade do meio físico à erosão, especialmente no curso superior, onde o relevo apresenta grau de dissecação muito forte e densidade de drenagem muito fina. Ao longo do seu curso, o rio Grande sofre ainda com os impactos da atividade agrícola, mais expressiva nos municípios de Nova Friburgo, Bom Jardim e Trajano de Moraes. Observa-se que, apesar de possuir cerca de 29% de cobertura florestal, a bacia do rio Grande encontra-se em uma condição de fragilidade ambiental desde seu curso superior, apresentando condições críticas de erodibilidade, devido aos impactos da ocupação urbana sobre o relevo e os solos. Finalmente, resumidamente, os principais problemas a serem solucionados através de ações estruturais e não estruturais por meio do gerenciamento participativo dos recursos hídricos são: (i) Saneamento básico, uma vez que quase na totalidade dos municípios o esgoto doméstico é lançado diretamente nos corpos d'água sem tratamento adequado; (ii) Lançamento de efluentes industriais;

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(iii) Lançamento de efluentes de atividades econômicas diversas como, por exemplo, pequenas indústrias e postos de gasolina; (iv) Ocupação desordenada das margens dos rios; (v) Agricultura com utilização intensiva de agrotóxico.

Figura 2.4.2 – Área de atuação do BNG-2. Fonte: CEPERJ.

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Figura 2.4.3 – Microbacia do município de Bom Jardim e principais rios. Fonte: Base Cartográfica (Fundação CIDE); Base Temática (SERLA).

Uma das particularidades de Duas Barras é o fato de todos os seus rios nascerem dentro do território, eliminando desta forma o risco de contaminação proveniente de outras cidades e municípios, e proporcionando a utilização de suas águas para a irrigação, piscicultura e outras explorações que requeiram água de boa qualidade. Entre eles podemos citar o rio Negro, rio Macuquinho, córrego do Baú e Córrego Pontal. A região apresenta alta vulnerabilidade social na margem direita do curso inferior do rio Paraíba do Sul (Itaocara e Cantagalo) e baixa vulnerabilidade no S.H. Rio Dois Rios (Bom Jardim, Duas Barras, Cordeiro, Macuco, São Sebastião do Alto e Santa Maria Madalena). Os municípios mais críticos são Cantagalo e São Sebastião do Alto, seguido por Santa Maria Madalena e São Fidélis.

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2.5 CARACTERÍSTICAS URBANAS, EXPANSÃO E PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL

A Região Serrana do Rio de Janeiro é composta pelos municípios de Bom Jardim, Carmo, Cantagalo, Cordeiro, Duas Barras, Maceió, Nova Friburgo, Petrópolis, Santa Maria Madalena, São José do Vale do Rio Preto, São Sebastiao do Alto, Sumidouro, Teresópolis, Trajano de Moraes – é marcada por duas unidades espaciais diferenciadas. A primeira caracteriza-se por apresentar grande dinamismo, devido às atividades industriais e turísticas, abrangendo os municípios de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. A segunda unidade engloba o restante da Região e é caracterizada por um fraco desempenho econômico, em decorrência da baixa produtividade da pecuária extensiva, o que tem contribuído para o aumento do êxodo rural. A pouca atividade industrial existente nessa unidade da região não possui dinamismo suficiente para alterar este quadro. A região apresenta um significativo decréscimo da taxa de urbanização no período de 2000-2007. Esta região possui uma situação bastante contraditória: ao mesmo tempo em que apresenta uma classificação abaixo da média com relação ao IDH, reúne dois municípios com os maiores IDHs do Estado (Nova Friburgo e Petrópolis) e sete dos municípios que a compõem (Duas Barras, Sumidouro, São José do Vale do Rio Preto, São Sebastião do Alto, Trajano de Moraes, Bom Jardim e Santa Maria Madalena) apresentam média inferior ao conjunto dos municípios (0,754), esta região também apresenta taxas médias de urbanização mais baixas. O pouco investimento em atividades industriais e comerciais, explicam os baixos índices alcançados. A incidência de doenças (diarreia aguda, leishmaniose e dengue) a infraestrutura precária de saneamento, ausência de unidades de conservação e os prejuízos materiais decorrentes de inundações e deslizamentos fazem desses municípios áreas criticas, apesar de registrarem refluxo populacional na ultima década, ou seja, a pressão demográfica e urbana é baixa. Apesar de Bom Jardim, na área de influência de Nova Friburgo (alto curso do rio Grande) apresentar indicadores críticos de saneamento, os municípios de Nova Friburgo, Duas Barras e Cordeiro não são áreas críticas, exceto a área urbana de Friburgo, que registra alta pressão urbana.

2.6 DISPOSITIVOS LEGAIS DE ZONEAMENTO URBANO E USOS DO SOLO

As Leis Municipais voltadas ao zoneamento urbano são as seguintes:  Lei Orgânica Municipal de Duas Barras de 09 de outubro de 1998: CAPÍTULO II

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Da Competência do Município Seção I Da Competência Municipal Art. 11 – Ao Município compete prover a tudo quanto diga respeito ao seu peculiar interesse e ao bem estar de sua população, cabendo-lhe, privativamente dentre outras as seguintes atribuições: I – legislar sobre o interesse local; II – suplementar a legislação federal e estadual, no que couber; III – elaborar e executar o Plano de Desenvolvimento Integrado; IV – criar, organizar e suprimir Distritos, observada a legislação estadual pertinente e o disposto nesta Lei Orgânica. V – manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental; VI – elaborar o orçamento anual e plurianual de investimentos; VII – instituir e arrecadar tributos de sua competência, bem como aplicar as suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; VIII – fixar, fiscalizar e cobrar tarifas ou preços públicos; IX – dispor sobre organização, administração e execução dos serviços locais; X – dispor sobre administração, utilização e alienação dos bens públicos; XI – organizar o quadro e estabelecer o regime jurídico único dos servidores públicos; XII – organizar e prestar, diretamente, ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos locais; XIII – planejar o uso e ocupação do solo em seu território, especialmente em sua zona urbana; XIV – estabelecer normas de edificação respeitada a altura máxima de 12 (doze) metros, de loteamento, de arruamento e de zoneamento urbano e rural, bem como as limitações urbanísticas convenientes à ordenação de seu território, observada a Lei Federal; XV – conceder a renovar licença para localização e funcionamento de estabelecimentos industriais, comerciais, prestadores de serviços, exercício de comércio eventual ou ambulante; e realização de jogos, espetáculos e divertimentos públicos, observadas as prescrições legais;

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XVI – cassar a licença que houver concedido ao estabelecimento que se tornar prejudicial à saúde, a higiene, ao sossego, à segurança ou aos bons costumes, fazendo cessar a atividade ou determinando o fechamento do estabelecimento; XVII – estabelecer servidões administrativas necessárias à realização de seus serviços, inclusive à dos seus concessionários; XVIII – adquirir bens, inclusive mediante desapropriação; XIX – regular a disposição, o traçado e as demais condições dos bens públicos de uso comum; XX – regulamentar a utilização dos logradouros públicos e, especialmente no perímetro urbano, determinar o itinerário e os pontos de parada dos transportes coletivos; XXI – fixar os locais de estacionamento de táxis e demais veículos; XXII – conceder, permitir ou autorizar, fiscalizar e cassar os serviços de transporte coletivo e de táxis, fixando as respectivas tarifas; XXIII – fixar e sinalizar as zonas do silêncio e de trânsito e tráfego em condições especiais; XXIV – disciplinar os serviços de carga e descarga e fixar a tonelagem máxima permitida a veículos que circulem em vias públicas municipais; XXV – tornar obrigatória a utilização da estação rodoviária, quando houver; XXVI – sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais, bem como regulamentar e fiscalizar sua utilização; XXVII – prover sobre a limpeza das vias e logradouros públicos, remoção e destino do lixo domiciliar e de outros resíduos de qualquer natureza; XXVIII – ordenar as atividades urbanas, fixando condições e horários para funcionamento de estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços observadas as normas federais pertinentes; XXIX – dispor sobre os serviços funerários e de cemitérios; XXX – regulamentar, licenciar, permitir, negar autorizar e fiscalizar a fixação de cartazes e anúncios, bem como a utilização de quaisquer outros meios de publicidade e propaganda, nos locais sujeitos ao poder de polícia municipal; XXXI – prestar assistência nas emergências médico-hospitalares de pronto-socorro, por seus próprios serviços ou mediante convênio com instituição especializada; XXXII – organizar e manter os serviços de fiscalização necessários ao exercício do seu poder de polícia administrativa; XXXIII – fiscalizar, nos locais de vendas, pesos, medidas e condições sanitárias dos gêneros alimentícios;

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XXXIV – dispor sobre o depósito e venda de animais e mercadorias apreendidas em decorrência da transgressão da Legislação Municipal; XXXV – dispor sobre registro, vacinação e captura de animais, com a finalidade precípua de erradicar moléstias de que possam ser portadores e transmissores; XXXVI – estabelecer e impor penalidades por infração de suas leis e regulamentos; XXXVII – promover os seguintes serviços; a) mercados , feiras e matadouros; b) construção e conservação de ruas, logradouros, estradas e caminhos municipais; c) transporte coletivo urbano e intramunicipal, que terá caráter essencial; d) regulamentar o uso de som, nas Vias e Logradouros Públicos. XXXVIII – regulamentar o serviço de carros de aluguel, inclusive o uso de taxímetros; XXXIX – assegurar a expedição de certidões requeridas às repartições administrativas municipais, para defesa de direitos e esclarecimento de situações, estabelecendo os prazos de atendimento. § 1º - As normas de loteamento e arruamento a que se refere o inciso XIV deste artigo deverão exigir reserva de áreas destinadas a: a) zonas verdes e demais logradouros públicos; b) vias de tráfego e de passagem de canalização pública, de esgotos e de águas pluviais nos fundos dos vales; c) passagem de canalizações públicas de esgotos e de águas pluviais com largura mínima de dois metros nos fundos dos lotes, cujo desnível seja superior a um metro da frente ao fundo. d) As áreas oriundas de loteamento ou desmembramento, não poderão ter área plana menor que 150 (cento e cinqüenta) metros quadrados, e testada de (dez) metros de frente. Havendo aclive ou declive acima de 15º, o desmembramento só poderá ocorrer na área mínima de 300 (trezentos metros quadrados). § 2º - A lei complementar de criação da guarda municipal estabelecerá a organização e competência dessa força auxiliar na proteção dos bens, serviços e instalações municipais. XL – realizar serviços de assistência social, diretamente ou por meio de instituições privadas, conforme critérios e condições fixadas em lei municipal; XLI – realizar programas de apoio às práticas desportivas; XLII – realizar programas de alfabetização;

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XLIII – realizar atividades de defesa civil, inclusive a de combate a incêndios e prevenção de acidentes naturais em coordenação com a União e o Estado; XLIV – executar obras de: a) abertura, pavimentação e conservação de vias; b) construção e conservação de parques, jardins e hortos florestais; c) construção e conservação de estradas vicinais; d) edificação e conservação de prédios públicos municipais.  Código de Obras de 07 de maio de 1943.  Código de Posturas de 27 de agosto de 1980.

Gestão Ambiental 30 PLANO REGIONAL DE SANEAMENTO COM BASE MUNICIPALIZADA NAS MODALIDADES ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM URBANA

Figura 2.6.1 - Duas Barras – RJ ( 1° Distrito – Limite do Perímetro Urbano). Fonte: Prefeitura Municipal de Duas Barras – RJ.

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Figura 2.6.2 - Duas Barras – RJ ( 2° Distrito – Limite do Perímetro Urbano) Fonte: Prefeitura Municipal de Duas Barras – RJ.

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Figura 2.6.3 - Duas Barras – RJ ( 3° Distrito – Limite do Perímetro Urbano) Fonte: Prefeitura Municipal de Duas Barras – RJ.

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Figura 2.6.4 - Duas Barras – RJ ( 4° Distrito – Limite do Perímetro Urbano) Fonte: Prefeitura Municipal de Duas Barras – RJ.

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Figura 2.6.5 - Duas Barras – RJ (Limite Municipal – Todos os Distritos. Fonte: Prefeitura Municipal de Duas Barras – RJ.

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2.7 DELIMITAÇÃO DA ABRÂNGENCIA DOS PLANEJAMENTOS E DOS TRABALHOS DESENVOLVIDOS PARA O MUNICÍPIO

Projetos desenvolvidos:  Criação das áreas de Proteção Ambiental – APAS do Rio Negro e Rio Rezende, em que toda a Comunidade participa cada vez mais das medidas necessárias para que haja uma verdadeira transformação da concepção, no sentido de que preservar significa garantir condição de vida para todos.  Projeto de Educação Ambiental com as Escolas do Município, em uma parceria com a secretaria de Educação, cuja culminância ocorreu em 19/06, em uma verdadeira mobilização da comunidade acerca dos riscos ambientais para nosso Município e de como podemos evitá-los. Foram realizadas apresentações teatrais, trabalhos de pesquisas, gincanas passeio ciclístico, exposições de trabalhos, presença de órgãos como INEA, CORPO DE BOMBEIROS, BATALHÃO DO EXÉRCITO, GUARDA FLORESTAL, Revista Momento Ambiental, entre tantos outros. Destaca-se a participação das escolas, com apresentações de trabalhos, com premiação por categorias, transformando-se numa verdadeira festa do meio ambiente.  Formação e treinamento da guarda ambiental de nossa cidade.

2.8 EXISTÊNCIA E LOCALIZAÇÃO DE INDÚSTRIAS E PLANEJAMENTO PARA ÁREAS INDUSTRIAIS

O município de Duas Barras conta com duas indústrias maiores, a primeira se localiza na área urbana de Duas Barras e as segunda se localiza à dois quilômetros da área central do município, essas empresas são: - Duas Barras Indústria de Moto Peças. - Cooperativa Agropecuária de Duas Barras.

2.9 DISPONIBILIDADES DE RECURSOS, MÃO-DE-OBRA, MATERIAL E EMPRESAS PARA OBRAS DE ENGENHARIA

Segundo informação do município, existem três empresas que comercializam materiais para construção civil, uma no distrito de Monnerat e outras duas na área central de Duas Barras. Quanto à realização de obras, o município de Duas Barras conta com a Secretaria de Obras e engenheiros da Prefeitura para a construção de obras de pequeno porte, com orçamento até R$ 8.000,00, porém para obras de engenharia de grande

Gestão Ambiental 36 PLANO REGIONAL DE SANEAMENTO COM BASE MUNICIPALIZADA NAS MODALIDADES ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM URBANA porte, é feita licitação e a empresa ganhadora que realiza a obra. Como exemplo para esse, temos a empresa CROMUS Arquitetura e Engenharia que ganhou a licitação para reforma e ampliação do Hospital Santo Antônio.

2.10 COMUNICAÇÃO – PRESTADORES, EMPRESAS DE TELEFONIA, MÍDIA EM GERAL

O município de Duas Barras possui: Operadoras com serviço no Distrito-Sede de Duas Barras: - Vivo - Tim - Claro - Oi

Operadoras com serviço no Distrito de Monnerat:: - Claro

Serviços de Internet:

Na sede: - Oi Velox (linha telefônica) - Vivo internet (Modem wireless) - BrasilNet (cabo) - Alta Conexão (cabo) - Claro Internet (Modem Wireless)

Em Monnerat: - Oi Velox (linha telefônica) - BrasilNet (cabo) - Claro Internet (Modem Wireless)

Em Fazenda do Campo: - BrasilNet (cabo)

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2.11 ENERGIA ELÉTRICA – CARACTERISTICAS DO SISTEMA EXISTENTE, SERVIÇOS E EMPRESAS DE ENERGIA ELÉTRICA E INSTALAÇÃO DE INFRAESTRUTURA SUBTERRÂNEA – REDE ELÉTRICA, TELEFÔNICA E INTERNET

O fornecimento de energia elétrica do município de Duas Barras fica a cargo da AMPLA. Concessionária de distribuição de energia elétrica, a Ampla Energia e Serviços S.A atende cerca de 2,5 milhões de clientes residenciais, comerciais e industriais em 66 municípios do Rio de Janeiro, que representam 73% do território do Estado, com a cobertura de uma área de 32.188 km². A Ampla Energia e Serviços S.S., em suas operações de transmissão, transformação, distribuição e comercialização de energia elétrica, operando em sessenta e seis municípios no Estado do Rio de Janeiro, estabelece os seguintes princípios: - Assegurar o cumprimento da legislação de Segurança, Meio Ambiente e Saúde Ocupacional e de outros requisitos pertinentes às suas atividades. - Monitorar e avaliar periodicamente o desempenho em Segurança, Meio ambiente e Saúde Ocupacional de modo a assegurar a melhoria contínua de seu Sistema de Gestão. - Prevenir a poluição e gerenciar os riscos de segurança, executando suas atividades de modo a controlar os impactos decorrentes de supressão vegetal e riscos de choque elétrico. - Levar seu compromisso com a Segurança, Meio Ambiente e Saúde Ocupacional a todos os colaboradores. - Apoiar o desenvolvimento de ações ambientais racionais, dentro do conceito de desenvolvimento sustentável. O Município possui 4.958 instalações, distribuídas nas diversas classes de consumo (residencial, industrial, comercial, institucional e iluminação pública). O fornecimento de energia elétrica do município de Duas Barras acontece da seguinte forma: Prestadora de Serviço no Distrito de Duas Barras: - Empresa Responsável: Ampla - Voltagem padrão: 110v

Prestadora de Serviço no Distrito de Monnerat: - Empresa Responsável: Ampla - Voltagem padrão: 110v

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2.12 PRÁTICAS DE SAÚDE E SANEAMENTO E DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS

2.12.1 SANEAMENTO O Município não possui atualmente sistema de tratamento de esgoto, ficando a cargo dos proprietários das edificações a instalação de sistema de tratamento individual, com sistema de fossa séptica e filtro anaeróbico e ligações em rede coletora disponibilizada pelo loteamento. O abastecimento e tratamento de água é de responsabilidade da CEDAE – Companhia Estadual de Água e Esgoto do Rio de Janeiro. 2.12.2 SAÚDE Algumas doenças são transmitidas por insetos, chamados vetores, como espécies que transmitem malária, febre amarela, leishmaniose, dengue, dentre outras doenças, muitas vezes causadas por falta de saneamento básico. No município de Duas Barras, entre 2001 e 2009, houve 18 casos de doenças transmitidas por mosquitos, dentre os quais nenhum caso confirmado de malária, nenhum caso confirmado de febre amarela, 01 caso confirmado de leishmaniose e 17 notificações de dengue. A taxa de mortalidade (a cada 100 mil habitantes) associada às doenças transmitidas por mosquitos no Estado, foi de 0,1.

Gráfico 2.12.1 – Número de casos de doenças transmissíveis por mosquitos 2001-2010. Fonte: Ministério da Saúde - DATASUS

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2.13 CITAÇÕES SOBRE AS LEIS E POSTURAS EM VIGOS RELACIONADAS ÀS EXIGÊNCIAS AMBIENTAIS

O município de Duas Barras tem sua Lei Orgânica de 09 de outubro de 1998, a seguir pontos que tratam de exigências voltadas as questões ambientais. No: CAPÍTULO II DA COMPETÊNCIA MUNICIPAL Art. 11 – Ao município compete prover a tudo quanto diga respeito ao seu peculiar interesse e ao bem estar da sua população, cabendo-lhe, privativamente dentre outras as seguintes atribuições: § 1º - As normas de loteamento e arruamento a que se refere o inciso XIV deste artigo deverão exigir reserva de áreas destinadas a: b) vias de tráfegos e de passagem de canalização pública, de esgoto e de águas pluviais nos fundos de vales; c) passagem de canalizações públicas de esgotos e de águas pluviais com largura mínima de dois metros nos fundos dos lotes, cujo desnível seja superior a um metro da frente ao fundo. Art. 12 – Além das competências previstas no artigo anterior, o Município atuará em cooperação com a União e o Estado para o exercício das competências enumeradas no art. 23 da Constituição Federal, desde que as condições sejam do interesse do Município. VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer das suas formas; VII – preservar as florestas, a fauna e a flora; XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; XIII – estabelecer e implantar política de educação para o meio ambiente. Art. 41 – Compete à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, legislar sobre todas as matérias de competência do Município e, especialmente: XVIII – assuntos de interesse local, inclusive suplementando a legislação Federal e a Estadual, notadamente no que diz respeito: e) à proteção ao meio ambiente e ao combate à poluição; i) à promoção de programas de construção de moradias, melhorando as condições habitacionais e de saneamento básico. Art. 224 – A saúde é direito de todos os munícipes e dever do Poder Público, assegurada mediante políticas sociais e econômicas que visem à eliminação do

Gestão Ambiental 40 PLANO REGIONAL DE SANEAMENTO COM BASE MUNICIPALIZADA NAS MODALIDADES ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM URBANA risco de doenças e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. Art. 225 – Para atingir os objetivos estabelecidos no artigo anterior, o Município promoverá por todos os meios ao seu alcance: I – condições dignas de trabalho, saneamento, moradia, alimentação, educação, transporte e lazer; II – respeito ao meio ambiente e controle de poluição ambiente. Art. 227 – São atribuições do Município, no âmbito do Sistema Único de Saúde: V – planejar e executar a política de saneamento básico em articulação com o Estado e a União. Art. 234 – Na promoção do desenvolvimento econômico, o Município, agirá, sem prejuízo de outras iniciativas, no sentido de: IV – racionalizar a utilização de recursos naturais; V – proteger o meio ambiente; VI – proteger os direitos dos usuários dos serviços públicos e dos consumidores. Art. 236 – A atuação do Município na zona rural terá como principais objetivos: III – garantir a utilização racional dos recursos naturais. Art. 271 – O Município, em consonância com a sua política urbana e segundo o disposto em seu plano diretor, deverá promover programas de saneamento básico destinado a melhorar as condições sanitárias e ambientais das áreas urbanas e os níveis de saúde da população. Parágrafo Único – A ação do Município deverá orientar-se para: I – ampliar progressivamente a responsabilidade local pela prestação de serviços de saneamento básico; II – executar programas de saneamento em áreas pobres, atendendo à população de baixa renda, com soluções adequadas e de baixo custo para o abastecimento de água e esgoto sanitário; III – executar programas de educação sanitária e melhorar o nível de participação das comunidades na solução de seus problemas de saneamento; IV – levar a prática, pelas autoridades competentes, tarifas sociais para os serviços de água.

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Art. 272 – O Município deverá manter articulação permanente com os demais municípios de sua região e com os Estados visando à racionalização dos recursos hídricos e das bacias hidrográficas, respeitadas as diretrizes estabelecidas pela União. CAPÍTULO VII Do Meio Ambiente Art. 275 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público Municipal e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, o Município deverá articular-se com os órgãos estaduais, regionais e federais competentes e ainda, quando for o caso, com outros municípios, objetivando a solução de problemas comuns relativos à proteção ambiental. I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III – definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a suspensão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obras de atividades potencialmente causadora da significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V – controlar a produção, a comercialização e o emprego das técnicas, métodos e substancias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoque a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade. § 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente na forma da lei.

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§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. Art. 276 – O Município, ao promover a ordenação de seu território, definirá zoneamento e diretrizes gerais de ocupação que assegurem a proteção dos recursos naturais, em consonância com o dispositivo na legislação estadual pertinente. Art. 277 – A política urbana do Município e o seu plano diretor deverão contribuir para a proteção do meio ambiente de adoção de diretrizes, adequadas de uso e ocupação do solo urbano. Art. 278 – Nas licenças de parcelamento, loteamento e localização o Município exigirá o cumprimento da legislação de proteção ambiental emanada da União e do Estado. Art. 279 – As empresas concessionárias ou permissionárias de serviços públicos deverão atender rigorosamente dos dispositivos de proteção ambiental em vigor, sob pena de não ser renovada a concessão ou permissão pelo Município. Art. 280 – O Município assegurará a participação das entidades representativas da comunidade no planejamento e na fiscalização de proteção ambiental, garantindo o amplo acesso dos interessados às informações sobre as fontes de poluição e degradação ambiental ao seu dispor.

2.14 INFORMAÇÕES SOBRE A DINÂMICA SOCIAL – ATORES E SEGMENTOS SETORIAS ESTRATÉGICOS

O potencial de consumo será apresentado nas tabelas abaixo, conforme despesas da população local, nas categorias de consumo estabelecidas na Pesquisa de Orçamento Familiar – POF realizada pelo IBGE, levando em consideração a classificação dos domicílios segundo critério da Classificação Econômica Brasil, que já incorpora a nova realidade econômica, desenvolvida por associações de pesquisas de mercado. A tabela abaixo apresenta o número de domicílios e as classes econômicas do município de Duas Barras.

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DOMICILIOS URBANOS / CLASSES ECONÔMICAS

Número de Classes Domicílios Faixa etária predominante no Município de Cordeiro Econômicas Urbanos 1600 A1 4 A1 A2 50 1400 A2 B1 155 1200 B1 B2 483 1000 B2 C1 965 800 C1 C2 682 600 C2 D 447

Número de Domicilios Número de Domicilios 400 D E 21 200 E

Total 2.537 0 Classes Econômicas

Tabela 2.14.1 – Número de Domicílios Urbanos / Classes Econômicas do Município de Duas Barras Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Censo 2010.

Classes econômicas (Renda Média Familiar Mensal – em R$) Classe A1 = 14.400,00 Classe A2 = 8.100,00 Classe B1 = 4.600,00 Classe B2 = 2.300,00 Classe C1 = 1.400,00 Classe C2 = 950,00 Classe D = 600,00 Classe E = 400,00

O município de Duas Barras apresenta o universo de 2.537 domicílios, sendo que 27,4% deles são de famílias pertencentes à Classe Econômica “C1” que possuem renda familiar mensal em torno de R$ 1.400,00. O consumo per capta urbano foi calculado dividindo-se o montante de consumo da população, respectivamente, pelo número de pessoas dessa mesma população da região. O consumo per capta urbano do município de Duas Barras é de R$ 11.734,66/ano. O consumo per capta urbano foi calculado dividindo-se o montante de consumo da população, respectivamente, pelo número de pessoas dessa mesma população da região. As informações sobre potencial de consumo são fundamentais no planejamento empresarial, bem como no planejamento urbano. Com elas é possível identificar a capacidade de compra do público pretendido, a diversificação de produtos a

Gestão Ambiental 44 PLANO REGIONAL DE SANEAMENTO COM BASE MUNICIPALIZADA NAS MODALIDADES ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM URBANA serem ofertadas, as condições comerciais específicas para este público e o custo para os serviços públicos ofertados. Quanto ao consumo familiar por classe econômica em Duas Barras, o município se comporta da seguinte forma:

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CONSUMO FAMILIAR POR CLASSE ECONÔMICA Categoria de Consumo / classe econômica A1 A2 B1 B2 C1 C2 D E Total

Alimentação no domicilio 39.720 448.834 1.055.899 2.459.248 2.571.299 1.810.329 726.091 22.741 9.134.161 Alimentação fora do domicilio 4.177 537.167 827.174 1.634.228 1.416.351 892.920 381.641 11.953 5.755.609 Bebidas 5.305 48.788 117.640 270.319 263.003 217.537 81.449 2.551 1.006.592 Manutenção do lar 272.279 2.145.570 4.269.048 8.244.240 7.421.098 4.749.996 2.216.890 69.433 29.388.553 Artigos de limpeza 1.743 39.546 56.589 106.475 122.021 81.247 36.061 1.129 444.811 Mobiliários a artigos do lar 12.726 89.595 186.015 330.628 337.742 162.724 55.012 1.723 1.176.165 Eletrodomésticos e equipamentos 15.631 171.416 297.747 498.445 562.206 358.862 129.867 4.067 2.038.240 Vestuário confeccionado 17.080 175.363 387.415 632.253 555.804 327.278 160.403 5.024 2.260.620 Calçados 6.220 100.175 137.488 301.625 251.060 143.156 77.469 2.426 1.019.618 Outras despesas com vestuário 3.065 17.919 25.417 38.061 31.152 18.195 12.654 396 146.859 Transportes Urbanos 11.174 263.479 558.198 1.291.363 1.581.344 1.099.128 352.827 11.051 5.168.564 Gastos com veículos próprios 51.137 312.114 406.925 940.473 521.943 85.138 116.916 3.662 2.438.309 Higiene e cuidados pessoais 10.867 107.383 242.081 457.444 455.084 253.698 97.727 3.061 1.627.345 Gastos com medicamentos 18.198 173.536 400.555 728.795 790.980 546.760 249.100 7.802 2.915.726 Outras despesas com saúde 51.238 392.598 584.754 828.596 656.646 98.298 156.363 4.897 2.773.390 Livros e material escolar 3.751 50.615 72.621 111.639 79.295 54.470 27.566 863 400.821 Matrículas e mensalidades 34.260 286.845 244.512 546.438 274.454 94.865 40.279 1.262 1.522.914 Despesas recreação e cultura 78.400 596.290 1.071.903 1.097.314 680.295 398.257 162.520 4.779 4.089.759 Despesas com viagens 19.600 145.418 320.702 343.738 266.820 171.535 61.844 1.937 1.331.595 Fumo 1.267 9.133 43.973 125.624 159.698 138.464 61.310 1.920 541.389 Outras despesas 431.942 2.425.718 4.932.239 5.531.678 3.462.014 1.220.542 779.322 24.408 18.807.862 Total do consumo urbano 1.113.685 8.298.046 15.400.519 25.840.772 22.006.201 12.631.562 5.856.674 183.430 91.330.889 Tabela 2.14.2 Consumo familiar de Duas Barras por classe econômica, segundo categorias de consumo - em R$/ano. Fonte: IPC TARGET 2011.

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Outras despesas referem-se aos gastos com cabelereiros, manicuras, pedicuros, sapateiros, barbeiros, alfaiates, costureiras, relojoeiros, tinturarias, lavanderias, empregados domésticos, fotografias para documentação, cerimonias familiares e práticas religiosas, serviços de cartório e profissionais (advogados, despachantes, contadores), jogos de azar e apostas, construção, reforma e manutenção de jazigos, aluguel de aparelhos e utilidades de uso doméstico, alimentos e outros produtos para animais, flores, despesas de mudança, imposto de renda, imposto sobre serviços, contribuições trabalhistas à previdência social e associações de classe, pensão alimentícia, tarifas bancárias, justiça do trabalho e seguro de vida. Compreende ainda aumento do ativo e diminuição do passivo referente a pagamento de prestações para aquisição de veículos, imóveis, reformas de imóveis, empréstimos e carnês e outros investimentos. Com estes resultados, poderemos aprofundar o conhecimento sobre as diferenças do padrão de consumo entre as diversas classes de renda. Observa-se o consumo familiar pertencente à Classe “C1”, predominante nesse município, sendo os gastos nas categorias: alimentação no domicílio, manutenção do lar, bem como com outras despesas.

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3 INDICADORES – SANITÁRIOS, EPIDEMIOLÓGICOS, AMBIENTAIS E SOCIOECONÔMICOS

3.1 INDICADORES DE SAÚDE – LONGEVIDADE, NATALIDADE, MORTALIDADE INFANTIL, MORBIDADE E FECUNDIDADE

Quanto aos números de nascimentos no município de Duas Barras, observamos conforme tabela abaixo que:

Informações sobre Nascimentos Condições 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Número de nascidos vivos 164 191 198 202 178 182 153 127 119 151 Taxa Bruta de Natalidade 16,4 18,5 18,9 19,4 17,0 17,3 14,4 11,9 11,1 13,9 % com prematuridade 3,1 3,7 4,6 3,5 5,1 4,4 6,5 4,7 7,6 7,9 % de partos cesáreos 61,0 66,4 69,9 72,3 65,7 70,3 67,3 66,9 78,2 80,0 % de mães de 10-19 anos 20,1 22,1 19,4 18,3 24,2 22,0 26,8 11,8 16,8 23,8 % de mães de 10-14 anos 0,7 1,1 0,5 - 1,7 0,5 1,3 0,8 1,7 - Geral 6,9 9,4 9,7 8,9 13,5 6,6 5,9 6,3 10,1 7,4 Partos cesáreos 4,1 7,2 10,9 4,1 9,4 3,9 4,9 4,7 7,5 5,9 Partos vaginais 11,5 13,6 6,8 21,4 21,3 13,0 8,0 9,5 19,2 13,3 Tabela 3.1.1 Números de Nascimento no Município de Duas Barras. Fonte: SINASC. Situação da base de dados nacional em 14/12/2009.

Gráfico 3.1.1 - Evolução das condições de Nascimento. Fonte: SINASC. Situação da base de dados nacional em 14/12/2009.

As principais causas de mortalidade no município de Duas Barras estão relacionadas primeiramente a Doenças do Aparelho Circulatório, Neoplasias, Doenças do Aparelho Respiratório, Causas Extremas, Doenças Infecciosas e Parasitárias e por fim originadas no período Perinatal.

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Mortalidade Proporcional (%) por Faixa Etária Segundo Grupo de Causas - CID10 2008 Grupo de Causas Menor 1 1 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 49 50 a 64 65 e mais 60 e mais Total I. Algumas doenças - - - - - 12,5 - 3,3 2,7 3,6 infecciosas e parasitárias II. Neoplasias - - - - - 12,5 6,3 16,7 16,2 12,7 (tumores) IX. Doenças do aparelho - - - - - 12,5 43,8 30,0 29,7 30,9 circulatório X. Doenças do aparelho ------18,8 23,3 24,3 18,2 respiratório XVI. Algumas afec originadas no 100,0 ------1,8 período perinatal XX. Causas externas de - - - - - 37,5 12,5 3,3 5,4 10,9 morbidade e mortalidade Demais causas - - - - - 25,0 18,8 23,3 21,6 21,8 definidas

Total 100,0 - - - - 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Tabela 3.1.2 - Mortalidade Proporcional (%) por Faixa Etária Segundo Grupo de Causas - CID10. Fonte: SIM. Situação da base de dados nacional em 14/12/2009.

Quanto a taxa de mortalidade do município apresenta os seguintes fatores, conforme tabela abaixo:

Causa do Óbito 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Aids - 9,5 9,5 9,4 - - 9,2 Neoplasia maligna da mama (/100.000 mulheres) 19,7 - - 19,4 - 19,0 18,8 Neoplasia maligna do colo do útero (/100.000 mulh) - - - - - 38,0 - Infarto agudo do miocardio 19,2 76,4 104,5 18,8 84,3 37,3 18,4 Doenças cerebrovasculares 57,5 38,2 57,0 84,7 65,6 46,6 27,7 Diabetes mellitus 19,2 9,5 38,0 18,8 18,7 18,6 36,9 Acidentes de transporte 28,8 9,5 19,0 9,4 18,7 9,3 9,2 Agressões - 9,5 9,5 9,4 9,4 28,0 27,7 Tabela 3.1.3 - Coeficiente de Mortalidade para algumas causas selecionadas (por 100.000 habitantes). Fonte: SIM. Situação da base de dados nacional em 14/12/2009.

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Outros Indicadores de Mortalidade 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Total de óbitos 65 63 71 58 72 72 60

Nº de óbitos por 1.000 habitantes 6,2 6,0 6,7 5,5 6,7 6,7 5,5

% óbitos por causas mal definidas 4,6 3,2 5,6 - 2,8 11,1 8,3

Total de óbitos infantis 6 5 1 5 4 2 1

Nº de óbitos infantis por causas mal definidas ------

% de óbitos infantis no total de óbitos * 9,2 7,9 1,4 8,6 5,6 2,8 1,7

% de óbitos infantis por causas mal definidas ------

Mortalidade infantil por 1.000 nascidos-vivos ** 29,7 28,1 5,5 32,7 31,5 16,8 6,6 Tabela 3.1.4 – Outros indicadores de mortalidade. Fonte: SIM. Situação da base de dados nacional em 14/12/2009.

Gráfico 3.1.2 – Mortalidade Proporcional. Fonte: SIM. Situação da base de dados nacional em 14/12/2009.

O número de óbitos de crianças menores de um ano no Município entre 1995 a 2010, foi 73. A taxa de mortalidade de menores de um ano para o Município, estimada a partir dos dados do Censo de 2010, é de 0,0 a cada 1.000 crianças menores de 10 anos. O número de óbitos de crianças de até um ano informados no Estado representa 99,6% dos casos estimados para o local no ano de 2008. Esse valor sugere que pode ter um baixo índice de subnotificação de óbitos no município.

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Quanto a taxa de mortalidade materna (a cada 100 mil nascidos vivo) entre os anos de 1997 a 2010 foi de 1. A taxa de mortalidade materna máxima recomendada pela Organização Panamericana de Saúde – OPAS é de 20 casos a cada 100 mil vivos, segundo a estimativa da Rede Interagencial de informações para a Saúde – RIPSA. Óbito materno é aquele decorrente de complicações na gestação, geradas pelo aborto, parto ou puerpério (até 42 dias após o parto). As principais internações ocorridas no município de Duas Barras, se referem a:

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2009 Capítulo CID Menor 1 1 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 49 50 a 64 65 e mais 60 e mais Total I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 5,3 12,0 - 13,3 2,9 2,8 1,1 3,7 2,8 3,4 II. Neoplasias (tumores) - - - - - 3,5 3,2 1,9 2,8 2,5 III. Doenças sangue órgãos hemat e transt 5,3 - - - 2,9 2,8 - 0,9 0,7 1,8 imunitár IV. Doenças endócrinas nutricionais e 15,8 4,0 8,3 - 2,9 5,5 13,7 16,8 19,4 9,1 metabólicas V. Transtornos mentais e comportamentais - - - 6,7 - 6,7 4,2 - - 3,9 VI. Doenças do sistema nervoso 10,5 8,0 33,3 6,7 - 0,4 - 0,9 0,7 2,0 VII. Doenças do olho e anexos ------VIII.Doenças do ouvido e da apófise mastóide ------IX. Doenças do aparelho circulatório - - - 6,7 2,9 16,9 40,0 38,3 37,5 22,1 X. Doenças do aparelho respiratório 47,4 52,0 16,7 20,0 - 7,1 6,3 20,6 17,4 13,0 XI. Doenças do aparelho digestivo - 4,0 8,3 13,3 2,9 7,1 11,6 5,6 7,6 7,1 XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo - - - - - 1,2 2,1 0,9 1,4 1,1 XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo - - - - - 1,6 1,1 0,9 0,7 1,1 XIV. Doenças do aparelho geniturinário - 12,0 16,7 20,2 11,4 15,7 12,6 6,5 6,9 12,6 XV. Gravidez parto e puerpério - - - - 57,1 22,0 - 0,9 0,7 13,7 XVI. Algumas afec originadas no período 10,5 ------0,4 perinatal XVII.Malf cong deformid e anomalias 5,3 - 8,3 - - 0,4 - - - 0,5 cromossômicas XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat - 8,0 - - 2,9 2,4 - 0,9 0,7 1,8 XIX. Lesões enven e alg out conseq causas - - 8,3 13,3 11,4 3,9 3,2 0,9 0,7 3,7 externas XX. Causas externas de morbidade e ------mortalidade XXI. Contatos com serviços de saúde - - - - - 1,1 1,1 - - 0,4 CID 10ª Revisão não disponível ou não ------preenchido Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Tabela 3.1.5 – Distribuição Percentual das Internações por Grupo de Causas e Faixa Etária - CID10 – por local de residência. Fonte: SIM. Situação da base de dados nacional em 14/12/2009.

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3.2 NÍVEL DE ATENDIMENTO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

A Agência da CEDAE no município de Duas Barras é que atende no que se refere ao Sistema de Abastecimento de Água. O termino do contrato está previsto para 2031. O percentual atendido é 90% da população. O consumo médio por habitante gira em torno de 170 l. a água é captada do rio Resende na forma de captação superficial. O Sistema de Abastecimento de Água da localidade Monnerat no município de Duas Barras beneficia uma população de 7 mil habitantes, uma obra constrida em parceria com o Estado, CEDAE e Governo Federal. O conjunto de obras que garante a qualidade da água de Monnerat é composto por Estação de Tratamento de Água – ETA, com capacidade diária para 1,2 milhões de litros; duas elevatórias de agua bruta no rio Macuco e de agua tratada; adutora com 2 mil metros de extensão e 150 mm de diâmetro; e reservatório para 200 mil litros em concreto armado. A CEDAE realizou uma obra assentando 6.100 m de rede distribuidora e fez 1.460 ligações domiciliares.

Abastecimento de água 2010

Rede geral 54,07

Poço ou nascente na propriedade 27,03

Rio, Açude, Lago 0,11

Outra 0,03 Tabela 3.2.1 – Proporção de Moradores por Tipo de Abastecimento de Água. Fonte: IBGE/Censos Demográficos.

Figura 3.2.1 – Ponto de captação de água – CEDAE. Fonte: DRZ Gestão Ambiental.

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Figura 3.2.2 – Estação de Tratamento de Água - CEDAE. Fonte: DRZ Gestão Ambiental.

Figura 3.2.3 – Estação de Tratamento de Esgoto - Monnerat - CEDAE. Fonte: DRZ Gestão Ambiental.

3.3 NÍVEL DE ATENDIMENTO EM COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO

Não existe um tratamento adequado para o esgotamento sanitário, portanto a população a recorrer ao emprego de fossas sépticas e sumidouros, ao lançamento dos efluentes sanitários no sistema de drenagem de águas pluviais e também, diretamente nos corpos receptores.

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Instalação Sanitária 2010

Rede geral de esgoto ou pluvial 24,05

Fossa séptica 24,78

Fossa rudimentar 4,53

Vala 1,91

Rio, Lago ou Mar 44,04

Outro tipo 0,51

Não tinham 0,17 Tabela 3.3.1 – Proporção de Moradores por tipo de Instalação Sanitária. Fonte: IBGE/Censos Demográficos.

De todos os problemas decorrentes do lançamento de efluentes sanitários no sistema de águas pluviais, o de maior relevância é a poluição dos corpos receptores finais. A solução ideal e definitiva é a construção de sistemas completos de esgotamento sanitário, eliminando definitivamente, os lançamentos de efluentes sanitários nos sistemas de drenagem pluvial, córregos, canais, rios e lagoas.

Figura 3.3.1 – Lançamento de esgoto de residências diretamente no corpo d´agua. Fonte: DRZ Gestão Ambiental.

Gestão Ambiental 55 PLANO REGIONAL DE SANEAMENTO COM BASE MUNICIPALIZADA NAS MODALIDADES ÁGUA, ESGOTO E DRENAGEM URBANA

Figura 3.3.2 – Erosão e esgoto a céu aberto. Fonte: DRZ Gestão Ambiental.

3.4 INDICADORES DE RENDA, POBREZA E DESIGUALDADE E RENDIMENTO FAMILIAR PER CAPITA

O município de Duas Barras entre 1991 a 2010, apresentou uma proporção de pessoas com renda domiciliar per capta de até meio salário mínimo reduziu em 52,3%; para alcançar a meta de redução de 50%, deve ter, em 2015 no máximo 30,5%. Para estimar a proporção de pessoas que estão abaixo da linha da pobreza somada a renda de todas as pessoas do domicílio, e o total dividido pelo número de moradores, sendo considerado abaixo da linha da pobreza os que possuem rendimento per capta menor que ½ salário mínimo. No caso da indigência, este valor será inferior a ¼ de salario mínimo. No Estado, a proporção de pessoas com renda domiciliar per capta de até ½ salário mínimo passou de 34,6% em 1991, para 23,8% em 2010.

Gráfico 3.4.1 – Proporção de moradores abaixo da linha da pobreza e indigência – 2010. Fonte: Censo Demográfico – 2010.

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A participação dos 20% mais pobres da população na renda passou de 4,4% em 1991, para 4,0% em 2000, aumentando ainda mais os níveis de desigualdade. Em 2000, a participação dos 20% mais ricos era de 57,4%, ou 14 vezes superior à dos 20% mais pobres. O PIB identifica a capacidade de geração de riqueza do município, que no caso de Duas Barras representa 1,04% do PIB da Região Serrana Fluminense.

PIB – Produto Interno Bruto, em valores correntes – Região Serrana – 2008 (R$ mil).

Petrópolis Municípios PIB (R$ mil) 6.000.000 Petrópolis 5.432.594 Nova Friburgo

Nova Friburgo 2.266.242 Teresópolis 5.000.000 Teresópolis 2.084.263 Cordeiro Cantagalo 392.281

Bom Jardim 271.925 4.000.000 Bom Jardim Carmo 192.394 Carmo Sumidouro 186.999 3.000.000 Cordeiro 174.973 Sumidouro São José do Vale do Rio Cordeiro2 Preto 162.580 2.000.000

Duas Barras 120.546 São José do Vale do Santa Maria 1.000.000 Rio Preto Madalena 91.770 Duas Barras São Sebastião do Alto 75.890 Santa Maria Trajano de 0 Madalena Morais 74.922 Municípios São Sebastião do Macuco 64.198 Alto Total 11.591.577 Tabela 3.4.1 – PIB – Produto Interno Bruto, em valores correntes – Região Serrana – 2008 (R$ mil). Fonte: IBGE/Censos Demográficos.

3.5 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO - IDH

O IDH permite medir o desenvolvimento de uma população além da dimensão econômica. É calculado com base na:  Renda familiar per capta (soma dos rendimentos dividido pelo número de habitantes);  Expectativa de vida dos moradores (esperança de vida ao nascer);  Taxa de alfabetização de maiores de 15 anos (número médio de anos de estudos da população local). O município de Duas Barras está classificado com um índice de médio desenvolvimento humano, ocupando a 83ª posição no critério do IDH estadual.

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1991 2000 2010 Municípios Índices Valor do Índice Valor do Índice Valor do Índice IDH Longevidade 0,607 0,699 0,790 IDH Educação 0,197 0,368 0,534 Duas Barras IDH Renda 0,556 0,622 0,677 IDH Total 0,405 0,543 0,659 Rio de Janeiro IDH Total 0,573 0,612 0,761 Brasil IDH Total 0,493 0,612 0,727 Tabela 3.5.1 - Índice de Desenvolvimento Humano 1991-2000-2010. Fonte: PNUD/2013.

3.6 INDICADORES DE EDUCAÇÃO

O número total de matrículas nos ensinos infantil, fundamental e médio de Duas Barras, em 2009, foi de 2.883 alunos, tendo passado para 2.755 em 2010, apresentando ligeira redução (-4,4%) no número de estudantes. A rede municipal respondeu por 92% das matriculas na Creche em 2010. O número total de matrículas teve evolução de 1% no período de 2005 a 2010, sem variação no corpo docente.

Rateio alunos/ Nº de Nº de Rateio alunos/ Ano Nº de Unidades professor no professores matrículas professor no Estado município 05 2 22 213 9,7 16,4 06 2 21 203 9,7 15,8 07 3 22 258 11,7 19,6 08 2 22 238 10,8 17,5 09 3 24 235 9,8 17,2 10 2 22 215 9,8 14,5 Tabela 3.6.1 – Unidades escolares, professores, matrículas e indicadores – Creche – Total – 2005 a 2010. Fonte: TCE – RJ, 2011.

Na pré-escola, a rede do município de Duas Barras foi responsável por 91% das matrículas em 2010 e o quadro que se apresenta é o seguinte: Rateio alunos/ Nº de Nº de Rateio alunos/ Ano Nº de Unidades professor no professores matrículas professor no Estado município 05 14 38 487 12,8 16,8 06 13 35 462 13.2 16,7 07 12 28 437 15,6 18,0 08 11 29 392 13,5 16,6 09 11 29 372 12,8 16,9 10 9 25 279 11,2 12,6 Tabela 3.6.2 – Unidades escolares, professores, matrículas e indicadores – Pré-escola – Total – 2005 a 2010. Fonte: TCE – RJ, 2011.

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Houve variação de -43% na quantidade de alunos matriculados no período, contra mudança de -34% no quadro de professores. Os gráficos seguintes ilustram a qualificação dos professores da rede municipal do ensino infantil:

Gráfico 3.6.1 – Formação dos professores – Creche e Pré-escola – Rede municipal - 2010. Fonte: TCE – RJ, 2011.

Duas Barras apresenta o panorama abaixo para o ensino fundamental:

Rateio alunos/ Nº de Nº de Rateio alunos/ Ano Nº de Unidades professor no professores matrículas professor no Estado município 05 17 202 2.315 11,5 17,8 06 17 229 2.294 10,0 17,6 07 16 180 2.177 12,1 21,3 08 16 190 2.077 10,9 19,1 09 16 170 2.023 11,9 21,0 10 15 166 1.924 11,6 21,1 Tabela 3.6.3 – Unidades escolares, professores, matrículas e indicadores – Ensino Fundamental – Total – 2005 a 2010. Fonte: TCE – RJ, 2011

O número de matriculas oscilou em -17% no período, com variação de - 18% no quadro de docentes, influenciando proporcionalmente no rateio de alunos por professor. Especificamente em relação à rede estadual, que teve 31% dos alunos matriculados de 2010, o quadro que se apresenta é o seguinte:

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Rateio alunos/ Rateio alunos/ Nº de Nº de Ano Nº de Unidades professor no professor da Rede professores matrículas município Estadual no Estado 05 3 76 874 11,5 16,9 06 3 80 797 10,0 16,3 07 3 62 738 11,9 20,2 08 3 58 729 12,6 16,9 09 3 52 680 13,1 18,3 10 3 60 603 10,1 16,3 Tabela 3.6.4 – Unidades escolares, professores, matrículas e indicadores – Ensino Fundamental – Rede Estadual - Total – 2005 a 2010. Fonte: TCE – RJ, 2011.

Mais de dois terços dos municípios teve reduzida a quantidade de estabelecimentos da rede estadual, cujo número de matrículas, em Duas Barras, teve variação de -31%, acompanhado por -21% de docentes. Já na rede municipal de Duas Barras, com 65% do volume de matrículas em 2010, os dados seguem na tabela:

Rateio alunos/ Rateio alunos/ Nº de Nº de Ano Nº de Unidades professor no professor da Rede professores matrículas município Estadual no Estado 05 12 108 1.369 12,7 21,0 06 12 127 1.438 11,3 20,5 07 11 104 1.364 13,1 24,2 08 11 110 1.258 11,4 23,3 09 11 104 1.264 12,2 25,7 10 10 101 1.247 12,3 24,5 Tabela 3.6.5 – Unidades escolares, professores, matrículas e indicadores – Ensino Fundamental – Rede Estadual - Total – 2005 a 2010. Fonte: TCE – RJ, 2011.

Houve, no período, variação de -9% no número de alunos e de -6% no quadro de docentes da rede municipal do Ensino Fundamental, proporcionando melhora do rateio de alunos por professor. O indicador de distorção de série permite verificar o percentual de estudantes com idade acima do adequado para o ano em estudo. O gráfico a seguir apresenta o nível médio de distorção por série entre 2005 e 2010:

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70

60 1° 2° 50 3°

40 4° 5° 30 6°

Percentual dos alunos 7° 20 8° 9° 10

0 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Gráfico 3.6.2 – Evolução da taxa de distorção série-idade – Ensino Fundamental – Total – 2005 a 2010. Fonte: TCE – RJ, 2011.

Mesmo que haja uma tendência de redução de distorção série-idade, se ocorre queda desse indicador entre uma série e a seguinte no decorrer dos anos, isso representa evasão escolar. Em 2010, esse indicador por rede é apresentado a seguir:

70

60

50

40 Média Local Municipal 30 Estadual Particular 20

10

0 1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8° 9°

Gráfico 3.6.3 – Taxa de distorção série-idade no Ensino Fundamental – Redes - 2010. Fonte: TCE – RJ, 2011.

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A decorrência principal da distorção série-idade é um elevado número de alunos matriculados que têm acima de 14 anos já a partir da 5ª série antiga (atual 6º ano), como ilustra o gráfico a seguir, referente a 2010:

Gráfico 3.6.4 – Faixa de idade por série – Ensino Fundamental – Total – 2010. Fonte: TCE – RJ, 2011.

Os indicadores de aprovação por rede de ensino, entre 2004 e 2010, apresentados nos gráficos a seguir, são ilustrativos do baixo rendimento da rede pública e da hegemonia de aprovação na rede particular.

Gráfico 3.6.5 – Taxa de aprovação no Ensino Fundamental – Redes e total – 2004 a 2010. Fonte: TCE – RJ, 2011.

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O gráfico seguinte apresenta o número de alunos que concluíram o curso fundamental em Duas Barras. De um total de 76 em 1998 para 71 formandos em 2010, houve variação de -7% no período.

Gráfico 3.6.6 – Concluintes do Ensino Fundamental – Redes e total – 1998 a 2010. Fonte: TCE – RJ, 2011.

Os gráficos a seguir mostram a formação dos professores das redes públicas no ano de 2010. Em principio, todos os professores deveriam ter 3º grau.

Gráfico 3.6.7 – Formação dos professores – Ensino Fundamental – Rede pública – 2010. Fonte: TCE – RJ, 2011.

Com relação ao ensino médio, Duas Barras apresenta o panorama a seguir:

Rateio alunos/ Nº de Nº de Rateio alunos/ Ano Nº de Unidades professor no professores matrículas professor no Estado município 05 4 42 294 7,0 13,3 06 3 27 304 11,3 13,2 07 3 32 258 8,1 15,8 08 3 41 304 7,4 12,8 09 3 35 253 7,2 13,9 10 3 43 291 6,8 13,9 Tabela 3.6.6 – Unidades escolares, professores, matrículas e indicadores – Ensino Médio - Total – 2005 a 2010. Fonte: TCE – RJ, 2011.

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O número de matrículas oscilou em -1% no período de 2005 a 2010, com variação de 2% no quadro de docentes, influenciando proporcionalmente no rateio de alunos por professor. A rede municipal de Duas Barras não oferece Ensino Médio. Especificamente da rede estadual, com 100% do volume de matrículas em 2010, o quadro que se apresenta é o seguinte:

Rateio alunos/ Rateio alunos/ Nº de Nº de Ano Nº de Unidades professor no professor da rede professores matrículas município estadual no Estado 05 4 106 936 8,8 15,2 06 4 100 842 8,4 15,1 07 4 80 672 8,4 18,6 08 4 86 642 7,5 15,1 09 4 73 647 8,9 16,2 10 4 69 654 9,5 15,1 Tabela 3.6.7 –Unidades escolares, professores, matrículas e indicadores – Ensino Médio –Rede estadual – 2005 a 2010. Fonte: TCE – RJ, 2011.

Houve variação de 4% na quantidade de alunos matriculados no período, contra mudança de 36% no quadro de professores. Novamente, a decorrência da distorção série-idade é um elevado número de alunos matriculados que têm acima de 17 anos, como ilustra o gráfico a seguir:

Gráfico 3.6.8 – Faixa de idade por série – Ensino Médio – Total – 2010. Fonte: TCE – RJ, 2011.

O gráfico a seguir apresenta o nível médio de distorção por série entre 2005 e 2010:

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Gráfico 3.6.9 – Taxa de distorção série-idade – Ensino Médio – Total – 2005 a 2010. Fonte: TCE – RJ, 2011.

A comparação dos indicadores de aprovação por rede de ensino, entre 2004 e 2010, é apresentada nos gráficos a seguir:

Gráfico 3.6.10 – Taxa de aprovação no Ensino Médio – Redes – 2005 a 2010. Fonte: TCE – RJ, 2011.

O gráfico seguinte apresenta o número de alunos que concluíram o curso. Os formandos foram em número de 37 em 1998, passando para 58 em 2010, com variação de 57% nesse período de doze anos.

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Gráfico 3.6.11 – Concluintes do Ensino Médio – 1998-2010. Fonte: TCE – RJ, 2011.

A formação específica do corpo docente da rede pública do Ensino Médio é apresentada a seguir:

Gráfico 3.6.12 – Formação dos professores – Ensino Médio – Rede pública – 2010. Fonte: TCE – RJ, 2011.

No ensino de Jovens e Adultos, Duas Barras teve um total de 292 alunos matriculados em 2009, todos na rede estadual. O município de Duas Barras não tinha nenhum curso de graduação no ensino superior em 2009.

3.7 IMPLEMENTAÇÃO DE PROJETO PERMANENTE DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL

O município de Duas Barras possui como projetos permanentes de Mobilização Social ações voltadas para:

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 Promover à população local, campanha preventiva de educação sanitária;  Atuar, significativamente, na implantação, acompanhamento e apoio complementar de programas sociais e habitacionais que visem atender populações faveladas e de baixa renda;  Organizar, a partir de estudos, diagnósticos das realidades sociais; implementar e manter atualizado um sistema de avaliação permanente dos principais indicadores de carências sociais;  Estimular e orientar a formação de diferentes modalidades de organização comunitária para atuar no campo de promoção social;  Projeto de Educação Ambiental com as Escolas do Município;  Formação e treinamento da guarda ambiental do Município. Projetos que visão a conscientização da população para questões que geram problemas ao meio ambiente.

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