BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA

29/03 a 02/04 de 2021 fatos, tendências e conjuntura política no Congresso Nacional RAPS • BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA • 29 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2021

AMEAÇAS E OPORTUNIDADES Prognóstico para a semana de 5 a 9 de abril

O cenário nacional desta semana deve ser marcado por duas discussões principais:

1) A saída possível para a execução do Orçamento 2021; 2) A aceleração da vacinação contra a covid-19.

Também é aguardada a reunião de senadores e deputados em sessão do Congresso Nacional para avaliação dos vetos que restaram na pauta, sendo os principais deles: 1) o pacote anticrime, 2) o Auxílio Emergencial à mulher provedora de família monoparental, 3) as assinaturas eletrônicas, 4) às parcelas devidas por entidades junto ao Programa de Acompanhamento e Transparência Fiscal (Profut) e 5) 23 dispositivos vetados na Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PNPSA).

Já a pauta da MP do Novo Auxílio Emergencial (ou Auxílio Emergencial 2021), que vinha sendo esperada na Câmara, não deve ser pautada. Vale lembrar que, em 2020, a MP que estendeu o auxílio não foi pautada com receio de que os congressistas aumentassem o valor do benefício. Esse temor ainda prevalece e pode levar à MP a caducar e a perder seus efeitos após o pagamento dos benefícios.

Há ainda a expectativa reforçada de que, brevemente, temas ambientais sejam pautados na Câmara sob liderança de Arthur Lira (PP-AL), como a regularização fundiária e o licenciamento ambiental. Desse modo, a RAPS tem direcionado seu radar, principalmente, para a tramitação das seguintes propostas legislativas:

Altera a Lei nº 12.651/2012, que dispõe sobre a MPV 867/18 extensão do prazo para a adesão ao Programa de Regularização Fundiária Regularização Ambiental. Trata da regularização sobre os assentamentos em PL 2633/20 terras da União.

Coloca o Brasil em estado de emergência climática PL 3961/20 até que deixem de ser necessárias ações para reduzir o impacto da atividade humana no clima.

Trata do programa de operação e registro de ativos PL 7578/17 de natureza intangível, originários da atividade de conservação florestal.

Pauta Verde Câmara dos Deputados Fortalece o monitoramento e o controle das autorizações de desmatamento de vegetação PL 4689/19 nativa, além de aumentar punições para os infratores.

Dispõe sobre as sanções penais e administrativas PL 3337/19 derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.

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Sanciona penais legais e administrativas sobre Pagamento por Serviços Ambientais PL 5028/19 condutas lesivas ao meio ambiente, aumentando as multas sobre os chamados crimes ambientais.

Exige Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA), com ampla publicidade para instalação de obra, Licenciamento Ambiental PL 3729/04 empreendimento ou atividade potencialmente causadora de degradação do meio ambiente.

Flexibiliza o modelo de licitação e os contratos Concessões Florestais PL 5518/20 para concessão de florestas públicas.

Regulamenta a exploração de recursos minerais, Mineração em Terra Indígena PL 191/20 hídricos e orgânicos em reservas indígenas.

Regulamenta o Mercado Brasileiros de Redução de Emissões (MBRE), determinado pela Política Mercado Brasileira de Carbono PL 528/21 Nacional de Mudança do Clima (Lei nº 12.187/ 2009).

Dispõe sobre a implantação da Política Nacional CIDE CARBONO PL 624/21 de Incentivo às Fontes Limpas e Renováveis de Geração de Energia Elétrica.

Estabelece a meta de neutralização das emissões Emergência Climática PL 3961/20 de gases de efeito estufa no Brasil até 2050 e prevê a criação de políticas para a transição sustentável.

Enquanto a Câmara lida com a Reforma Administrativa, o Senado deve capitanear as discussões em torno da Reforma Tributária - o presidente Rodrigo Pacheco (DEM- MG) pretendia votá-la em março, mas não especificou qual das propostas na mesa deve aglutinar as discussões.

Já os os temas prioritários no Congresso Nacional para este ano incluem:

• Marco Legal das Ferrovias (PLS 261/2018), no Senado; • Novo Marco do Setor Elétrico (MP 998/2020); • Licenciamento Ambiental (PL 3729/2004), que deve retornar à tramitação com a relatoria do deputado Neri Gller (PP-MT) – o relator teve audiência recente com o ministro ; • Regularização Fundiária (PL 2633/20), que deve retornar à tramitação com a relatoria do deputado Bosco Saraiva (SOLIDARIEDADE-AM); • Reforma Tributária, que deve tramitar na forma da PEC 45 e/ou 110/2019 no Senado Federal; • Reforma Administrativa: o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem trabalhado com um calendário de 6 a 8 meses para aprovação da proposta. Na Comissão Especial, Lira indicou como coordenador o deputado Fernando Monteiro (PP-PE) e como relator o deputado Arthur Maia (DEM-BA). O texto, contudo, ainda tramita na CCJ; • Plano Mansueto/Auxílio aos Estados e Municípios (PLP 101/20), que deve ser analisada no Senado Federal.

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DESTAQUES DA SEMANA 29 de março a 02 de abril

• “Centrão” amplia presença com gabinete no centro do Governo, mas mantém pressão por mudanças na Esplanada;

• Em meio ao crescimento de rejeição, Bolsonaro muda, às vésperas do aniversário do golpe militar, o comando das Forças Armadas, mas não alça preferido ao comando do Exército;

• Expectativa de interferência nas Forças Armadas é minimizada enquanto preocupação com Orçamento 2021 cresce;

• Com queda de Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores, “ala ideológica” perde seu maior representante na Esplanada;

• Troca na Justiça é indicação da “bancada da bala” e prevê mais flexibilizações na compra e posse de armas;

• Com cenário político tumultuado e agravamento da pandemia, tramitação de reformas ficam paralisadas;

• Guedes tem primeiro atrito com novo comando do Congresso a respeito do Orçamento 2021;

• “Polo Democrático” com Doria, Leite, Huck, Mandetta e Ciro ganha manifesto e grupo com Moro é formado no WhatsApp.

CONTEXTO GERAL

A sensação de que as semanas são curtas demais para tantos acontecimentos no Governo predominou na semana entre 29 de março a 5 de abril. Em mais uma oportunidade, a agenda nacional ficou envolta em polêmicas entre os Poderes da República.

Os brasileiros hoje estão sentados sobre três bombas-relógios imediatas: o

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Orçamento 2021 da União, o risco de irrupções nas forças militares estaduais e o surgimento de mais uma variante – ainda não estudada – do novo coronavírus.

Após os presidentes do Senado e da Câmara, senador Rodrigo Pacheco (DEM- MG) e deputado Arthur Lira (PP-AL), terem protagonizado um roadshow com representantes do chamado “PIB brasileiro” e do setor financeiro, para saber a opinião do grupo sobre a situação do país, um recado foi enviado ao Planalto.

Numa surpreendente mudança, o governo Bolsonaro alterou não apenas o ministro das Relações Exteriores, como era esperado, mas também cinco outros titulares da Esplanada num cenário em que a impopularidade do presidente chega à casa dos 59% (PoderData/abril).

As alterações ministeriais se dividem em três propósitos: 1) desligar o “farol amarelo” aceso por Arthur Lira na semana anterior com a ascensão do PL de Valdemar Costa Neto na Secretaria de Governo da Presidência da República; 2) desarmar os senadores com a saída do chanceler do Itamaraty; 3) ampliar a influência ou, ao menos, o apoio presidencial nas Forças Armadas.

A seguir, as trocas que ocorreram no governo federal:

1) CASA CIVIL Saiu: General Braga Netto Entrou: General Comentários: A mudança na Casa Civil teve um aspecto essencialmente organizacional para que as outras mudanças pudessem ser realizadas.

2) SECRETARIA DE GOVERNO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Saiu: General Luiz Eduardo Ramos Entrou: Deputada Federal Flávia Arruda (PL-DF) Comentários: Troca considerada uma surpresa até mesmo para os deputados da base governista. A ida da presidente da Comissão Mista do Orçamento, Flávia Arruda (PL- DF), à Secretaria de Governo foi o aceno mais enfático ao chamado “centrão”, que hoje sustenta politicamente o Governo no Congresso.

Arruda é esposa do ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda – atualmente preso por violar o painel de votação do Senado Federal, mas cuja ficha não se encerra neste processo –, bastante próxima do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e membra do PL, partido de Valdemar Costa Neto, que tem se aproximado de Bolsonaro.

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Segundo parlamentares, Arruda deve ser a representante de Lira no centro do Governo com a ideia de fidelizar ainda mais o “centrão” na base governista. É nesse fórum que se concentram as relações com os parlamentares, bem como a pressão pela liberação de emendas e verbas.

Vale lembrar ainda que, com a nova pasta, o “centrão” soma três ministérios sob seu comando na Esplanada com Comunicações e Cidadania, e não esconde o intento de ocupar outras, como o Meio Ambiente e Minas e Energia.

Enquanto na semana passada chegou a se falar sobre a eventual abertura de um processo de impeachment, foi reiterado neste relatório de que não se trata da vontade do Congresso nesse momento. O afastamento de um presidente é um processo traumático do qual, segundo cientistas políticos e parlamentares, não se faz sem o chamado “fator rua”, ou sem manifestações nas ruas.

Contudo, o impeachment continuará como uma sombra em volta de Bolsonaro e funcionará como uma “ferramenta de controle” do Congresso quando o Governo se desviar para o extremismo ou recair na chamada “espiral de erros” dita por Lira no plenário da Câmara.

A fragilidade deste movimento do Planalto reside em dois aspectos: 1) o “centrão” não é um bloco uniforme, de modo que a substituição agradou muito ao PL, mas não acenou a outros partidos como Republicanos e PP; 2) não há garantia de que a presença do PL do Governo paute o comportamento de Lira considerando, em especial, que neste ano todas as emendas parlamentares são de execução obrigatória.

3) ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO (AGU) Saiu: José Levi Entrou: André Mendonça (retorna ao cargo que ocupava) Comentários: Essa alteração teve dois propósitos: 1) responder à recusa de André Levi em assinar a irracional Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) requerida por Bolsonaro junto ao STF para impedir governadores de decretar medidas de restrição; 2) abrir espaço na pasta da Justiça para um quadro mais próximo a família Bolsonaro (Anderson Torres - leia mais abaixo).

Ainda cabe lembrar que a alteração também preserva, de certa forma, André Mendonça das acusações de uso da Lei de Segurança Nacional (LSN) para processar críticos a Bolsonaro. Apesar de tê-las feito, o desgaste da continuidade poderia ocasionar uma repulsa dos ministros do STF em tê-lo como o segundo indicado de

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Bolsonaro para a Corte em julho deste ano – quando Marco Aurélio Mello deve pedir aposentadoria.

4) MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA Saiu: André Mendonça Entrou: Delegado da Polícia Federal Anderson Torres (ex-secretário Estadual de Defesa do Distrito Federal) Comentários: Indicado pelo ex-deputado Alberto Fraga (próximo de Bolsonaro) e amigo da família presidencial, Torres leva para o ministério duas expectativas presidenciais: o avanço na desregulamentação do uso e porte de armas de fogo e o apoio a Bolsonaro na troca do comando da Polícia Federal.

5) MINISTÉRIO DA DEFESA/EXÉRCITO/AERONÁUTICA/MARINHA DO BRASIL Saíram: Generais , Edson Pujol, Brigadeiro Bermudez, Almirante Ilques Barbosa Entraram: Generais Braga Netto, Paulo Sergio Nogueira, Brigadeiro Carlos Almeida Baptista Jr, Almirante Almir Garnier Santos Comentários: Essa foi a alteração de maior repercussão. Parlamentares e analistas políticos passaram os últimos dias no exercício da compreensão da mudança que, pela primeira vez em 40 anos, alterou – de uma vez – o comando das três forças militares brasileiras.

Dentre todas as reflexões feitas, surge a de queBolsonaro já vinha se desgastando com o ex-comandante do Exército, Edson Pujol, que tinha uma postura bastante refratária à política nos quartéis. O presidente Bolsonaro cobrara notas públicas do Exército de apoio a medidas de seu Governo, negados tanto pelo ex-ministro Azevedo e Silva quanto por Pujol, que receava pela influência do chamado “bolsonarismo” na baixa patente do Exército.

A gota d’água do descontentamento com Azevedo e Silva deu-se, segundo parlamentares, quando o ex-ministro da Defesa negou a Pazuello sua ida a um “Ministério Extraordinário da Amazônia” e ordenou, dada sua patente, o retorno do ex-ministro da Saúde ao Exército. Bolsonaro viu o gesto como uma insubordinação e, ali, decidiu que estava tomada a decisão pela exoneração de Fernando e Silva.

Alguns analistas viram o movimento também como um recado estratégico de Bolsonaro ao “centrão” e ao STF no sentido de alertá-los que, embora esteja cedendo em alguns pontos, é capaz de provocar crises institucionais sem maiores receios.

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Dois parecem ser os motivos pelos quais Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) não criticaram as alterações na Defesa. Em primeiro lugar, as mudanças foram motivo de surpresa para os líderes do “centrão”. E, em seguida, acredita-se – o que restou provado com a escolha do general Paulo Sergio Nogueira para o Comando do Exército – de que a tentativa de Bolsonaro em imprimir maior influência nas Forças Armadas dificilmente será bem-sucedida. Isso porque a geração de comandantes atuais formou-se no final da ditadura militar, em que a separação entre Forças Armadas e Política estava posta e justificada claramente.

Apesar da preferência de Bolsonaro pelo comandante militar do Nordeste, general Marco Antônio Freire Gomes, o escolhido para o comando do Exército foi o então diretor-geral de Pessoal da Força, general Paulo Sergio Nogueira. Ironicamente, Nogueira foi um dos decisivos fatores para que Bolsonaro pedisse a Azevedo e Silva a demissão do ex-comandante Pujol.

Isso porque Nogueira, em entrevista recente ao Correio Braziliense, disse como estava lidando com a pandemia da covid-19 em meio aos mais de 200 mil militares do Exército e destacou medidas sanitárias defendidas pela ciência, mas rechaçadas por Bolsonaro. O novo comandante do Exército chegou até a dizer que esperava uma terceira onda da covid-19, o que teria irritado ainda mais Bolsonaro.

Mas, por que, então, a principal queixa de Bolsonaro – Pujol – foi trocada por outro desafeto?

É neste ponto que parlamentares, incluindo da base governista, tentam entender o desgaste de Bolsonaro nesse movimento. Além de ter cedido ao “centrão”, o presidente teria tentado demonstrar força amparado no Exército, e acabou tendo que aceitar a nomeação baseada no tradicional critério da antiguidade da Força.

Tão pouco deve se propor a aproximar a política da Marinha, o novo Comandante da Almir Garnier Santos, da mesma geração de Pujol e Nogueira, e conhecido por também adotar perfil discreto. A única exceção estaria no novo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Almeida Baptista Jr., tido como mais próximo de Bolsonaro, contudo dificilmente – como seus colegas – toparia algum tipo de aventura autoritária.

Mas, afinal, o que se pode esperar das mudanças na Defesa e nas Forças Armadas? O risco intervencionista é descartado no cenário político, mas é possível que a defesa pública em redes sociais esperada por Bolsonaro passe a ocorrer.

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6) MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Saiu: Ernesto Araújo Entrou: Carlos França (ex-chefe de Cerimonial da Presidência da República e embaixador) Comentários: Em resposta à pressão feita pelo Congresso, em especial, pelos senadores, Bolsonaro exonerou – por hora, sem outro cargo – Ernesto Araújo do comando do Itamaraty. Com a saída, a chamada ala ideológica do Governo perde seu principal representante na Esplanada, fato que ficou ofuscado pelas alterações nas Forças Armadas.

No lugar de Araújo, Bolsonaro nomeou o embaixador Carlos França, que conheceu quando chefiava seu cerimonial no Planalto. França foi escolhido com a intenção, segundo parlamentares, de que o filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e o assessor internacional da Presidência, Filipe Martins, pudessem continuar orientando as ações da chancelaria.

Quem conhece o novo chanceler, contudo, diz que se trata de um profissional de carreira bastante habilidoso em suas relações e que pode frustrar a expectativa de subserviência nutrida pelo Planalto.

Embora não se trate de alteração ministerial, a Secretária Nacional de Educação Básica do Ministério da Educação, Izabel Lima Pessoa – tida como uma das únicas diretoras com interlocução no setor educacional – pediu exoneração da pasta. É simbólico, já que o “centrão” já demonstrou, por meio de falas públicas de suas lideranças, incômodo com o ministro . Antes de encerrar o tópico sobre as idas e vindas na Esplanada, vale lembrar que, tanto Ernesto Araújo quanto – que esteve às voltas de uma possibilidade ministerial sobre a Amazônia – estão, até o momento, sem suas recolocações.

Quanto ao cenário eleitoral 2022, como reação às mudanças de Bolsonaro nas Forças Armadas, seis possíveis candidatos à Presidência da República assinaram documento intitulado “Manifesto pela Consciência Democrática”. O governador de São Paulo, João Doria; do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite; o ex-ministro da Saúde , o ex-presidente Nacional do NOVO, João Amoêdo, o apresentador Luciano Huck e o ex-ministro e governador do Ceará, Ciro Gomes, foram os signatários do documento, cuja ideia teria sido de Mandetta. O ex-juiz Sérgio Moro foi convidado a assinar, mas recusou alegando compromissos empresariais.

Politicamente, o ato foi lido com cautela. É um primeiro aceno sobre um compromisso

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bastante amplo, mas significativo que é a defesa da democracia. Contudo, há relevantes diferenças ainda não abordadas entre os signatários que distanciam o ato de uma futura composição de chapa.

Apesar de terem reagido com descrença, o movimento foi observado pelo Planalto e pelo PT com atenção. Os signatários montaram um grupo de Whatsapp chamado “Polo Democrático”.

Outro ponto de tensão com o Congresso Nacional, em especial, com a própria base governista, é a pressão para que Bolsonaro mude o discurso no combate à pandemia frente a sucessivos recordes de mortes, por um lado, e atraso na entrega de vacinas, de outro.

Apesar da mudança no comando da Saúde com a nomeação de , Bolsonaro – com exceção da cuidadosa mudança no discurso da vacina – não tem mudado suas declarações e reiteradamente defende medicamentos sem eficácia contra a doença, minimiza o número de mortes e advoga contra medidas restritivas que visam diminuir a circulação do vírus.

Em meio ao conturbado cenário, também causou preocupação no cenário político a repercussão do surto de um soldado da Polícia Militar do Estado da Bahia em Salvador. Com o rosto pintado de verde e amarelo, o soldado atirou para cima e contra seus colegas dizendo frases desconexas – algumas delas dando a entender de que estaria rejeitando atuar para fiscalizar medidas restritivas em função da pandemia. Essa suposição fez com que deputados federais e estaduais alinhados a Bolsonaro divulgassem o ocorrido como um ato “heróico”. O soldado acabou ferido após disparar contra os colegas e faleceu no atendimento médico.

Por fim, o ex-presidente Lula deu entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, já às vésperas do feriado da Páscoa. Apesar de não se colocar como candidato, Lula repassou por diversos pontos que abordara em seu discurso após declarada a suspeição de Moro e, consequentemente, sua elegibilidade. Chamou atenção que a entrevista ocorreu no mesmo horário que a live semanal de Bolsonaro. Enquanto o atual presidente alcançou média de 10 mil espectadores simultâneos, Lula alcançou pico de 250 mil na audiência.

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CONGRESSO NACIONAL

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Na Câmara, uma movimentação do líder do PSL, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), causou surpresa nos colegas. Em reunião, Vitor Hugo apresentou dez assinaturas de partidos para pautar o PL 1074/2021, que trata do “Estado de Mobilização Nacional”. O dispositivo, não existente no regramento jurídico brasileiro, se assemelha a um “Estado de Sítio” – ultimamente propagado pelo presidente Bolsonaro, onde o Executivo passaria a ter poderes extraordinários como requisição de produtos ou serviços a qualquer tempo. Tão logo o conteúdo do projeto veio à imprensa, a articulação foi desfeita. Contudo, o PL continua aguardando despacho da Mesa Diretora da Casa.

Outra discussão que tem sido feita, principalmente, por Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Arthur Lira (PP-AL) se refere à possibilidade de alteração na lei que permite que empresas privadas comprem imunizantes para doação exclusiva ao SUS. Os presidentes das Casas Legislativas defendem a flexibilização da lei recém-aprovada para que empresas possam comprar vacinas para seus funcionários e suas famílias. Especialistas, contudo, têm divergido em torno do risco de enfraquecimento do SUS e da criação de uma “fila dupla”. Politicamente, a medida tem sido vista como inócua, já que não há tantos fabricantes de vacina disponíveis no mundo e, menos ainda, daquelas em processo de aprovação no Brasil, de modo que nenhum grupo privado disporia de uma oferta maior do que aquela requerida pelo Governo brasileiro.

Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o clima continua pesado e a pauta morosa sob presidência da deputada Bia Kicis (PSL-DF). Se lhe foi requerida serenidade ao tomar posse, Kicis quebrou o jejum ao sugerir em redes sociais de que o soldado da PM baiana em surto estaria “lutando” contra as medidas restritivas do governador em relação à pandemia. Desde a presidência de Kicis, as sessões da CCJ têm sido marcadas por protestos e obstruções.

Um grupo de 22 parlamentares assinaram ofício requerendo explicações ao presidente Bolsonaro sobre como o Governo Federal pretende executar o Orçamento 2021 da União, recém-aprovado no Congresso. A iniciativa foi coordenada pelo LÍDER RAPS deputado Vinicius Poit (NOVO-SP) e tenta jogar luz ao fato – já bastante abordado por especialistas – de que a peça orçamentária, da forma que está, seria alvo de crime de responsabilidade se executada.

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Os outros signatários são: Rodrigo Maia (DEM-RJ), LÍDER RAPS Adriana Ventura (Novo-SP), Alexandre Frota (PSDB - SP), LÍDER RAPS Alexis Fonteyne (Novo-SP), André Janones (Avante-MG), Enrico Misasi (PV-SP), Fábio Trad (PSD-MS), Felipe Carreras (PSB-PE), Felipe Rigoni (PSB - ES), Gilson Marques (Novo-SC), Júlio Delgado (PSB-MG), Junior Bozzella (PSL-SP), Kim Kataguiri (DEM-SP), LÍDER RAPS Lucas Gonzalez (Novo-MG), Marcel van Hattem (Novo-RS), Paulo Ganime (Novo-RJ), Paulo Teixeira (PT-SP), Professor Israel Batista (PV-DF), LÍDER RAPS Rodrigo Agostinho (PSB-SP), LÍDER RAPS Tabata Amaral (PDT-SP) e LÍDER RAPS Tiago Mitraud (Novo-MG).

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nomeou parlamentares para ocupar sete cargos de direção na estrutura da casa no biênio 2021-22, sendo:

• Ouvidoria Parlamentar: Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG); • Secretaria de Comunicação Social: Acácio Favacho (Pros-AP); • Secretaria da Juventude: Expedito Netto (PSD-RO); • Secretaria de Relações Internacionais: Soraya Santos (PL-RJ); • Secretaria de Transparência: José Medeiros (Pode-MT); • Presidente do Centro de Estudos e Debates Estratégicos: Da Vitoria (Cidadania-ES).

SENADO FEDERAL

O plenário do Senado teve relevante atividade legislativa e vem se preparando na comissão que trata da covid-19 para uma pauta de matérias que tratem prioritariamente da pandemia – como estão fazendo os deputados.

Dois fatos relevantes da semana no Senado foi a aprovação do “voto de censura” ao Assessor Especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Filipe Martins, que fizera gesto inapropriado durante sessão dos senadores. Na prática, com o veto, Martins fica desconvidado de comparecer à Casa Legislativa.

Já a preocupação de setores do Congresso e da economia com o arrefecimento da discussão das reformas frente à crise ganhou um novo capítulo. A Comissão Especial da Reforma Tributária acabaria nesta semana sem qualquer avanço. Ganhou sobrevida até 30 de abril, mas conta com baixas expectativas, dado o tumulto no cenário nacional.

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CONGRESSO NACIONAL

O assunto que deve dominar – apesar da urgência das medidas para conter a pandemia – é o Orçamento da União. Como abordado neste relatório na semana passada, a peça orçamentária aprovada no Congresso é, segundo especialistas, irreal e impraticável ao subestimar despesas, inflar verbas para alguns setores e cortar despesas obrigatórias por força da legislação.

Segundo parlamentares, são vislumbrados poucos caminhos para essa solução, que sejam a apresentação de um projeto de lei para alterar o Orçamento, o cancelamento de mais R$ 20 bi em emendas parlamentares – já considerando os R$ 10 bi cancelados na semana pelo relator senador Márcio Bittar (MDB-AC) ou o Governo incorrer no risco de crime fiscal.

O resultado dramático para as contas públicas tem sido visto ora como incompetência política da equipe econômica que não evitou a formação da “bomba”, ora como uma “armadilha política” para Bolsonaro. Isso porque, caso vete a proposta – como defende o ministro da Economia, –, o presidente terá mais uma crise com sua base aliada num momento de fragilidade e, caso aprove, torna Arthur Lira (PP-AL) ainda mais fundamental para a estabilidade do Governo, já que incorreria em crime fiscal passível de impedimento.

O incremento de verbas para alguns órgãos ocupados por partidos que compõem o “centrão”, como CODEVASF, FNDE, FUNASA e Dnocs foi de 224% se comparado ao orçamento do ano anterior. Neste fim de semana, emissários da Economia procuraram o Tribunal de Contas da União (TCU) na busca por uma solução. A data limite para a sanção ou veto do texto é 22 de abril.

Líderes da oposição apresentaram um novo pedido de impeachment baseado nas alterações presidenciais nas Forças Armadas. Os LÍDERES RAPS senadores Randolfe Rodrigues (REDE-AP) e Jean Paul Prates (PT-RN) assinaram o documento com os deputados LÍDER RAPS Alessandro Molon (PSB-RJ), Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e Arlindo Chinaglia (PT-SP).

JUDICIÁRIO

Como abordado na seção de alterações na Esplanada, em 5 de julho deste ano, o ministro do STF Marco Aurélio Mello pedirá sua aposentadoria, abrindo a segunda vaga na Suprema Corte para indicação do presidente Bolsonaro.

13 RAPS • BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA • 29 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2021

Na disputa, estão o atual Advogado-Geral da União, André Mendonça, e o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, ambos indicados aos seus postos por Bolsonaro.

Mendonça é evangélico e, por isso, tem tido apoio da bancada no Congresso que lembra Bolsonaro do compromisso que assumira em campanha de indicar um ministro “terrivelmente evangélico” para a Suprema Corte durante seu mandato – o que não ocorrera com Nunes Marques.

Enquanto o presidente não define seu escolhido, Aras abriu um processo, por meio do vice-procurador-geral, Humberto Jacques de Medeiros, contra André Mendonça pelo uso inapropriado da Lei de Segurança Nacional (LSN) contra opositores de Bolsonaro, quando ocupava o Ministério da Justiça.

Ainda sobre a LSN, oito fundações partidárias divulgaram manifesto chamado “Observatório da Democracia” requerendo a revogação da Lei. São elas: Perseu Abramo (PT), Lauro Campos/Marielle Franco (PSOL), João Mangabeira (PSB), Leonel Brizola/Alberto Pasqualini (PDT), Mauricio Grabois (PCdoB), Ordem Social (PROS), Astrojildo Pereira (CIDADANIA) e Verde Herbert Daniel (PV).

Por fim, o Ministério Público Federal (MPF) apresentou notícia-crime contra o Assessor da Presidência, Filipe Martins, pelo gesto inapropriado em sessão do Senado.

MEIO AMBIENTE

Sobre a pauta ambiental, o novo coordenador da Frente Ambientalista na Casa é o Senador Fabiano Contarato (REDE-ES).

O PL 3961/2020, de autoria do LÍDER RAPS deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) – que prevê estado de emergência climático, teve o deputado Zé Vitor (PL-MG) indicado como relator e aceitará emendas ao projeto em até cinco sessões a partir de 31 de março na Comissão de Meio Ambiente.

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, anunciou que o governo Biden instaurou, pela primeira vez na história, o Conselho de Justiça Ambiental, que buscará dar subsídios técnicos e manter a Casa Branca informada sobre o tema por especialistas no tema.

14 RAPS • BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA • 29 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2021

#Líderes RAPS

Sobre os LÍDERES RAPS, a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) chamou atenção para os cortes no Orçamento 2021 voltado à realização do Censo pelo IBGE: “Se os cortes ao IBGE não forem revertidos, corremos um sério risco de ter, por uma década, um apagão de dados no Brasil. Que a saída da presidente Susana Guerra sirva de alerta ao governo. O que perderemos com políticas mal embasadas será infinitamente maior do que os cortes.”

A deputada Adriana Ventura (NOVO-SP) reagiu à ordem do dia do novo ministro da Defesa, Braga Netto, sobre o aniversário do golpe militar de 1964 em que alegava ser uma data para comemorar. Ventura disse em rede social que não é possível “compreender e celebrar" o golpe de 1964 como manutenção da ordem democrática. Os atos institucionais daquele governo não legítimo, inclusive o AI-5 que fechou o Congresso, foram inconstitucionais!”

A deputada Luísa Canziani (PTB-PR) está trabalhando em seu relatório para o PL que regulamento o ensino domiciliar no Brasil, ou homeschooling. Canziani informou que seu parecer preverá que famílias optantes pela modalidade vinculem seus filhos a escolas públicas ou privadas.

Após a demissão do ex-chanceler, Ernesto Araújo, a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) chamou atenção para a necessidade da saída do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para “melhorarmos a nossa relação e credibilidade internacionais”.

O deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) continua sendo sondado como pré-candidato ao Governo da Paraíba.

O deputado Vinicius Poit (NOVO-SP) disse estar estudando com sua equipe técnica a possibilidade de recorrer ao TCU para aprofundar os dados do Orçamento da União de 2021.

O deputado Marcelo Ramos (PL-AM) defendeu a iniciativa de um grupo da sociedade civil intitulado Brasil 200, cuja proposta de reforma tributária não prevê a unificação de tributos, mas, sim, sua simplificação. Ramos disse ter restrições à PEC 45 que trata sobre o tema e prevê a unificação de cinco tributos – a proposta era defendida pelo ex-Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

15 RAPS • BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA • 29 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2021

O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) apresentou projeto de lei (973/2021) que prevê auxílio de R$ 2.000 por três meses para bares e restaurantes afetadas pelas medidas restritivas locais.

A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) denunciou a colega Bia Kickis (PSL-DF) no Conselho de Ética da Casa por incitar motim policial na Bahia.

Por fim, a senadora Leila Barros (PSB-DF) foi eleita Procuradora Especial da Mulher no Senado Federal.

A SEMANA NO CONGRESSO

Matérias analisadas no Plenário da Câmara dos Deputados

PL 2474/2020

Dispõe sobre cessão de créditos obtidos em sistema de compensação de energia elétrica durante o período de emergência de saúde pública decorrente do coronavírus.

• AUTORES: LÍDER RAPS Deputado Franco Cartafina (PP-MG) e Deputado Lucas Redecker (PSDB-RS) • RELATOR: Deputado Daniel Trzeciak (PSDB-RS) • STATUS: Aprovada com alterações e encaminhada aos senadores.

PL 639/2021

Altera a Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, para prorrogar o prazo para a apresentação da Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física referente ao exercício de 2021, ano-calendário de 2020. • AUTOR: Deputado Rubens Bueno (CIDADANIA-PR)

• RELATOR: LÍDER RAPS Deputado Marcos Aurélio Sampaio (MDB-PI) • STATUS: Aprovada na forma do substitutivo e encaminhada aos senadores.

16 RAPS • BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA • 29 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2021

PLP 10/2021

Altera a Lei Complementar nº 172, de 15 de abril de 2020, e a Lei nº 14.029, de 28 de julho de 2020, para conceder prazo para que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios executem atos de transposição e de transferência e atos de transposição e de reprogramação, respectivamente; altera a Lei Complementar nº 156, de 28 de dezembro de 2016, para conceder prazo adicional para celebração de aditivos contratuais e permitir mudança nos critérios de indexação dos contratos de refinanciamento de dívidas; altera a Lei Complementar nº 159, de 19 de maio de 2017, para permitir o afastamento de vedações durante o Regime de Recuperação Fiscal desde que previsto no Plano de Recuperação Fiscal; altera a Lei Complementar nº 178, de 13 de janeiro de 2021, para conceder prazo adicional para celebração de contratos e disciplinar a apuração de valores inadimplidos de Estado com Regime de Recuperação Fiscal vigente em 31 de agosto de 2020; e revoga o art. 27 da Lei Complementar nº 178, de 13 de janeiro de 2021. • AUTOR: Senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) • RELATOR: Deputado Roberto Alves (REPUBLICANOS-SP) • STATUS: Aprovada com alterações e retorna para análise dos senadores.

PL 2529/2020

Altera a Lei nº 10.880, de 9 de junho de 2004, que dispõe sobre o Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE), para autorizar o uso de veículos de transporte escolar dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios no transporte de profissionais da saúde e de pessoas que necessitem de atendimento médico durante o período de enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente da pandemia da Covid-19, a que se refere a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020.

• AUTORAS: Deputadas Carmen Zanotto (CIDADANIA-SC), LÍDER RAPS Professora Dorinha (DEM-TO), Dra. Soraya Manato (PSL-ES), LÍDER RAPS Paula Belmonte (CIDADANIA-DF), Mariana Carvalho (PSDB-RO) • RELATOR: Deputado Dr. Zacharias Calil (DEM-GO) • STATUS: Aprovada na forma do substitutivo, que segue para análise dos senadores.

PL 1077/2021

Estabelece regras temporárias para o fornecimento prioritário de oxigênio à rede hospitalar durante o período da pandemia da Covid-19 e isenta de multa contratual os fornecedores de oxigênio que atenderem a essa prioridade em detrimento de outros contratos em vigência. • AUTORA: Deputada Dra. Soraya Manato (PSL-ES) • RELATOR: Deputado Sanderson (PSL-RS) • STATUS: Aprovada na forma do substitutivo, que segue para análise dos senadores. 17 RAPS • BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA • 29 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2021

Matérias analisadas no Plenário do Senado Federal

PLV 44/2020 (MP 1010/2020)

Isenta os consumidores dos Municípios do Estado do Amapá abrangidos pelo estado de calamidade pública do pagamento de fatura de energia elétrica nos termos em que especifica. • AUTOR: Presidência da República • RELATOR: Senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) • STATUS: Aprovado e vai à sanção.

PL 1010/2021

Cria o Programa Pró-Leitos, com aplicação enquanto perdurar a emergência de saúde pública decorrente da pandemia da Covid-19. • AUTORA: Deputado Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr (PP-RJ) • RELATOR: Senador Weverton (PDT-MA) • STATUS: Aprovado com alterações e encaminhado à sanção.

PL 130/2011

Acrescenta § 3º ao art. 401 da Consolidação das Leis do Trabalho, a fim de estabelecer multa para combater a diferença de remuneração verificada entre homens e mulheres no Brasil. • AUTOR: Deputado Marçal Filho (MDB-MS) • RELATOR: Senador Paulo Paim (PT-RS) • STATUS: Aprovado e vai à sanção.

PL 5638/2020

Dispõe sobre ações emergenciais e temporárias destinadas ao setor de eventos para compensar os efeitos decorrentes das medidas de combate à pandemia da Covid-19. • AUTORA: Deputado Felipe Carreras (PSB-PE) • RELATORA: Senadora Daniella Ribeiro (PP-PB) • STATUS: Aprovado com alterações e retorna a Câmara dos Deputados.

18 RAPS • BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA • 29 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2021

PL 795/2021

Altera a Lei Aldir Blanc, para estender a prorrogação do auxílio emergencial aos trabalhadores e trabalhadoras da cultura e para prorrogar o prazo de utilização dos recursos por Estados e Municípios. • AUTOR: Senador Wellington Fagundes (PL-MT) • RELATOR: Senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) • STATUS: Aprovado com alterações e vai à Câmara dos Deputados.

PL 5387/2020

Permite a designação de policiais e bombeiros militares da reserva remunerada para a realização de "atividades fins das corporações", em caráter voluntário e temporário, por absoluta necessidade do serviço. • AUTORA: Senador Izalci Lucas (PSDB-DF)

• RELATOR: LÍDER RAPS Senador Reguffe (PODEMOS-DF) • STATUS: Aprovado com alterações e vai à Câmara dos Deputados.

PEC 4/2018

Inclui, na Constituição Federal, o acesso à água potável entre os direitos e garantias fundamentais. • AUTOR: Senador Jorge Viana (PT-AC) • RELATOR: Senador Jacques Wagner (PT-BA) • STATUS: Aprovado com alterações e vai à Câmara dos Deputados.

PL 3244/2020

Altera a Lei Maria da Penha, para prever o direito de as mulheres em situação de violência doméstica e familiar optarem pelo ajuizamento de ações de família nos Juizados de Violência Doméstica e Familiar. • AUTORA: Senadora Zenaide Maia (PROS-RN) • RELATORA: Senadora Simone Tebet (MDB-MS) • STATUS: Aprovado com alterações e vai à Câmara dos Deputados.

19 RAPS • BOLETIM DE ANÁLISE POLÍTICA • 29 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2021

PL 488/2021

Altera o Estatuto da Cidade, para vedar o emprego de técnicas de "arquitetura hostil" em espaços livres de uso público. • AUTOR: Senador Fabiano Contarato (REDE-ES) • RELATOR: Senador Paulo Paim (PT-RS) • STATUS: Aprovado com alterações e vai à Câmara dos Deputados.

PL 62/2015

Institui o Dia Nacional da Educação Profissional.

• AUTORA: LÍDER RAPS Deputada Professora Dorinha (DEM-TO) • RELATOR: Senador Flavio Arns (PODEMOS-PR) • STATUS: Aprovado com alteração e vai à sanção.

PRS 12/2020

Institui o Grupo Parlamentar do Parlamento Amazônico. • AUTOR: Senador Nelsinho Trad (PSD-MS) • RELATOR: Senador Eduardo Braga (MDB-AM) • STATUS: AAprovado com alterações e segue para promulgação.

REQ 1238/2021

Voto de censura ao Sr. Filipe Garcia Martins Pereira, Assessor-Chefe da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. • AUTOR: Senador Fabiano Contarato (REDE-ES) • STATUS: Aprovado.

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